FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS GIOVANA CAVALHEIRO PROJETO DE IMPLEMENTAÇÃO DE REDE WiMAX PARA A CIDADE DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS SÃO JOSÉ DOS CAMPOS 2010 ii GIOVANA CAVALHEIRO PROJETO DE IMPLEMENTAÇÃO DE REDE WiMAX PARA A CIDADE DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS Trabalho de graduação apresentado à Fatec de São José dos Campos, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Tecnólogo em Redes de computadores. Orientador: Prof. José Carlos Lombardi, Dr. SÃO JOSÉ DOS CAMPOS 2010 iii iv Dedico este trabalho em primeiro lugar a Deus que sempre me guia pelos melhores caminhos, aos meus pais pelo apoio, carinho e paciência, e aos meus amigos por todo o apoio. v AGRADECIMENTOS Agradeço em primeiro lugar a Deus, por sempre estar ao meu lado, me guiando e me mostrando sempre qual estrada seguir. Ao meu orientador Professor José Carlos Lombardi, por aceitar me orientar e acreditar no meu trabalho, ao professor Giuliano Bertoti, por não permitir que eu desistisse da vida acadêmica, aos demais professores por toda orientação, paciência, apoio e brincadeiras durante as aulas. Aos meus pais: minha base e meu apoio por todo o carinho, paciência e principalmente amizade. A minha amiga e irmã Danielle pela ajuda nos momentos difíceis, não só durante minha trajetória acadêmica, mas durante a vida. E finalmente aos meus colegas de faculdade, Luiz Felipe, Juliano, Charles, Leonardo Aleixo, Léia e Cláudia por toda ajuda e carinho durante estes três anos de convivência, por proporcionar tantos momentos felizes e engraçados, vocês são inesquecíveis. vi RESUMO As redes de computadores fazem parte do universo da população mundial. Desde simples redes domésticas até grandes empresas precisam delas para a comunicação e transferência de dados. Sem as redes, a comunicação seria mais demorada e cara. Porém, uma grande parte da população ainda não tem acesso a internet, devido aos auto custos dos provedores de acesso, equipamentos caros e falta de provedores de internet que consigam levar este serviço a todos os locais de uma cidade, seja por causa de topologia ou falta de infra-estrutura. Uma das possíveis soluções para este problema são as redes WiMAX. Elas permitem o acesso a internet independente da topografia de uma cidade, e a preços módicos, pois com apenas uma estação base, pode-se fornecer o serviço a vários assinantes, sem a necessidade de cabos. O objetivo deste trabalho é apresentar um projeto de rede WiMAX para a cidade de São José dos Campos. PALAVRAS- CHAVE: Tecnologia WiMAX, Projeto de redes, Tecnologias de rede sem fio vii ABSTRACT A PROJECT FOR A WIMAX NETWORK IMPLEMENTATION TO THE CITY OF SÃO JOSÉ DOS CAMPOS Computer network are part of the universe of world population. From a simple home network to the largest enterprise they need to communicate and transfer data. Without networks, communication would be expensive and long. However, a large proportion of the population still lacks access to the Internet due to the cost of auto service providers, expensive equipment and lack of internet service providers who can bring this service to all locations within a city, either because of topology or lack of infrastructure. One of the possible solutions to this problem is the WiMAX networks. It provides access to the Internet independent of the topography of a city, and affordable, because with only one base station it can provide service to multiple subscribers without the need for cables. The aim of this paper is to present a WiMAX network design for the city of São José dos Campos. KEYWORDS: WiMAX Technology, Design of networks, wireless technologies viii LISTA DE FIGURAS Figura 2.1 – Modelo de topologia em barramento................................................................... 15 Figura 2.2 – Modelo de topologia estrela................................................................................. 16 Figura 2.3 – Rede lan............................................................................................................... 16 Figura 2.4 – Rede man............................................................................................................. 17 Figura 2.5 – Rede wan.............................................................................................................. 17 Figura 2.6 – Modelo de rede ponto-a-ponto............................................................................. 19 Figura 2.7 – Modelo de rede ponto-multiponto....................................................................... 20 Figura 2.8 – Modelo de rede ad-hoc........................................................................................ 20 Figura 2.9 – União de duas bss formando uma ess.................................................................. 23 Figura 2.10 – Exemplo de roaming.......................................................................................... 25 Figura 3.1 – Linha de visada.................................................................................................... 29 Figura 3.2 – Sem linha de visada............................................................................................. 30 Figura 3.3 – Arquitetura ponto-a-ponto................................................................................... 32 Figura 3.4 – Arquitetura ponto-multiponto.............................................................................. 33 Figura 3.5 – Arquitetura mesh.................................................................................................. 34 Figura 4.1– Antenas wimax – da prestadora (externa) e do cliente (interna)........................ 39 Figura 4.2 – Access point modelo wap 450……………………………………………….. 41 Figura 4.3 – Modem usb....................................................................................................... 42 Figura 4.4 – Exemplo de triangulação..................................................................................... 43 Figura 5.1 – Mapa de São José dos Campos destacando suas regiões..................................... 48 Figura 5.2 – Topografia da cidade de São José dos Campos................................................... 51 Figura 5.3 – Cidade de São José dos Campos......................................................................... 52 Figura 5.4 – Vista aérea da cidade.......................................................................................... 53 ix Figura 5.5 – Vista panorâmica de bairro joseense....................................................................53 Figura 5.6 – Vista panorâmica da cidade................................................................................ 54 Figura 5.7 – Estação radio-base waymax@vantage................................................................. 55 Figura 5.8 – Estação radio-base ysemax (wry035-b)............................................................... 56 Figura 5.9 – Subscriber station da alvarion’s breezemax......................................................... 57 Figura 5.10 – Estação cliente da siemens gigaset se461.......................................................... 58 Figura 5.11 – Topologia adotada na cidade de São José dos Campos.................................... 59 Figura 5.12 – Demonstração da instalação das estações base.................................................. 59 Figura 5.13 - Amostra de transmissão do sinal wimax pelas antenas instaladas na cidade..... 59 x SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 11 1.1 MOTIVAÇÃO ..................................................................................................... 11 1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 12 1.2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 12 1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................. 12 1.3 METODOLOGIA ................................................................................................. 13 2 REDES DE COMPUTADORES.................................................................. 14 2.1 CONCEITOS BÁSICOS DE REDES DE COMPUTADORES....................................... 14 2.1.1 APLICAÇÕES DAS REDES DE COMPUTADORES.................................................. 17 2.2 REDES SEM FIO ................................................................................................. 19 2.3 REDES SEM FIO 802.11...................................................................................... 22 2.4 ARQUITETURA DE REDE SEM FIO 802.11 ......................................................... 22 2.5 ROAMING ........................................................................................................... 25 2.6 TRANSMISSÃO VIA WLAN ................................................................................ 26 2.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 27 3 PADRÃO 802.16............................................................................................ 28 3.1 WIMAX ............................................................................................................ 28 3.2 O WIMAX FÓRUM ........................................................................................... 29 3.3 PADRÃO IEEE 802.16 ...................................................................................... 29 3.4 TIPOS DE SERVIÇOS DO WIMAX E OS PADRÕES IEEE ................................... 30 3.5 FUNCIONAMENTO DAS REDES WIMAX ............................................................ 31 3.6 WIMAX NOMÁDICO E MÓVEL........................................................................ 32 3.6.1 WiMAX Nomádico..........................................................................................30 3.6.2 WIMAX MÓVEL .............................................................................................. 32 3.7 ARQUITETURA DE REDE ................................................................................... 33 3.7.1 ARQUITETURA PONTO A PONTO ....................................................................... 33 3.7.2 ARQUITETURA PONTO-MULTIPONTO ............................................................... 34 3.7.3 ARQUITETURA MESH ....................................................................................... 34 3.8 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO WIMAX ................................................... 35 xi 3.8.1 VANTAGENS ...................................................................................................... 35 3.8.2 DESVANTAGENS ................................................................................................ 36 3.9 TOPOGRAFIA..................................................................................................... 36 3.10 TIPO DE COBERTURA ........................................................................................ 37 3.11 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 38 4 PROJETANDO UMA REDE WIMAX....................................................... 39 4.1 INICIANDO O PROJETO...................................................................................... 39 4.2 EQUIPAMENTOS WIMAX ................................................................................ 40 4.2.1 TIPOS DE ANTENAS ........................................................................................... 42 4.2.2 OUTROS EQUIPAMENTOS WIMAX .................................................................. 42 4.3 INSTALAÇÕES DAS ESTAÇÕES BASE................................................................. 44 4.4 INSTALAÇÃO DO WIMAX EM RESIDÊNCIAS.................................................... 45 4.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 45 5 UTILIZANDO O MÉTODO SITE SURVEY PARA DESENVOLVER UM PROJETO DE REDES WIMAX PARA SÃO JOSÉ DOS CAMPOS...... 46 5.1 METODOLOGIA SITE SURVEY ........................................................................... 46 5.1.1 SITE SURVEY 5.2 FINALIDADES DO PROJETO ............................................................................... 47 5.3 ANÁLISE DO AMBIENTE .................................................................................... 48 5.3.1 OBSTÁCULOS DO AMBIENTE ............................................................................ 52 5.3.2 QUANTIDADE DE USUÁRIOS E O LINK DE INTERNET ......................................... 53 5.4 INFRA-ESTRURUTA ........................................................................................... 54 5.5 TOPOLOGIA E DISTRIBUIÇÃO DAS ESTAÇÕES BASE........................................ 57 5.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 59 6 CONCLUSÃO................................................................................................ 60 6.1 CONTRIBUIÇÕES E CONCLUSÕES ..................................................................... 60 6.2 TRABALHOS FUTUROS ...................................................................................... 61 EM REDES WIRELESS ................................................................. 46 REFERÊNCIAS......................................................................................................................60 11 1 INTRODUÇÃO 1.1 Motivação Com os avanços e melhorias das tecnologias de redes, e o crescimento de padrões de conexão sem fio, a internet wireless vem conquistando novos usuários a cada ano, graças a suas vantagens em relação às redes cabeadas. As restrições da conexão através de cabo começam com as limitações físicas. Este tipo de rede não chega a todos os lugares, como por exemplo, zona rural e áreas de difícil acesso ou com uma topologia complicada, como lugares montanhosos, já que os cabos tem que ser conectados a um meio físico para transmitir o sinal e só conseguem uma área de abrangência de 100 metros com cabos metálicos. Levar internet a estes lugares aumentaria os custo de implementação e manutenção, e ainda teriam a necessidade da instalação de repetidores durante o trajeto da rede elevando o preço do serviço ao usuário, sem contar a baixa qualidade do serviço. Entre as tecnologias sem fio, destaca-se o Wi-Fi e o WiMAX. As redes Wi-Fi têm limitações geográficas e de velocidade. Este tipo de rede é acessada através de pontos de acesso chamados hot spots, os usuários deste tipo de tecnologia ganham mobilidade, mas a curtas distâncias, quando o usuário sai de perto destes pontos de acesso a conexão é interrompida, por isso seu uso é restrito a prédios, shoppings ou residências, pois quanto maior for a área de cobertura do sinal, mais pontos de acesso devem ser instalados, elevando o preço do serviço. Com relação à velocidade, as redes sem fio perdem se comparadas com a tecnologia WiMAX, pois esta provê uma conexão de maior velocidade. O grande diferencial da tecnologia WiMAX é a vasta área de cobertura e grande largura de banda. Com apenas uma antena, pode-se abranger uma área de cobertura que varia entre três e nove quilômetros, dependendo da condição geográfica e física da área onde a antena será instalada. 12 Outra vantagem do sistema WiMAX é o combate a exclusão digital. Este tipo de sistema possibilita levar a internet a áreas remotas como a zona rural, ou levar internet para setores que possuem computador, porém sem acesso a rede, como escolas e órgãos públicos. Nas escolas as crianças têm acesso ao computador, mas as escolas têm falhado na missão de democratizar o uso da internet. Segundo dados do comitê para a democratização da informática, em 2001 apenas 12,46% da população brasileira têm acesso a computadores e somente 8,31% estão conectados à internet. Outra vantagem deste tipo de rede se aplica ao notebook de 100 dólares, que fornecem acesso à internet para milhares de alunos carentes, levando este serviço para bairros distantes e periferias. 1.2 Objetivos A seguir são apresentados os motivos que levaram ao desenvolvimento deste trabalho. 1.2.1 Objetivo Geral O objetivo deste trabalho é apresentar um projeto de rede WiMAX para a cidade de São José dos Campos 1.2.2 Objetivos Específicos O objetivo específico deste trabalho é: a) demonstrar um modelo de rede WiMAX em São José dos Campos; b) determinar quais equipamentos WiMAX melhor se adequam a cidade; c) determinar a instalação das estações base; 13 d) determinar a instalação da rede em residências; e) avaliar as vantagens e limitações da instalação de uma rede WiMAX. 1.3 Metodologia A metodologia do trabalho será por meio de estudo de caso, e criação de um projeto de implementação de uma rede WiMAX para a cidade de São José dos Campos utilizando os conceitos desta tecnologia e a metodologia de Site Survey. 14 2 Redes de Computadores O objetivo deste capítulo é apresentar conceitos básicos de redes de computadores. Mostrar conceitos básicos de redes cabeadas, redes sem fio e seus principais padrões e tipos de transmissão. O capítulo está organizado da seguinte maneira: Na Seção 2.1 serão apresentados conceitos básicos de redes cabeadas e suas aplicações, na Seção 2.2 conceitos de redes sem fio. A Seção 2.3 apresenta as estações perdidas, na Seção 2.4 são apresentados conceitos de transmissão de Wlan e na Seção 2.5 as considerações finais. 2.1 Conceitos básicos de redes de computadores Redes de computadores são estruturas que permitem que dois ou mais computadores se comuniquem. Eles são interligados através de uma estrutura física (que são os equipamentos e o cabeamento) e uma estrutura lógica (que são os programas e os protocolos). Se os computadores não fossem ligados entre si, eles só receberiam informações através de CDs e pendrivers. Porém se o computador está ligado a uma rede, ele pode receber muito mais informações de outros computadores também ligados à mesma rede de maneira rápida e prática. Todas as redes de computadores precisam de elementos básicos para desempenhar sua função. Estes elementos que compõem uma rede são: a) hardware: Computadores, Periféricos, impressora, modem, switchs, meio físico para a transmissão dos dados (cabos); b) software: Drivers de placa de rede, Protocolos de comunicação, sistemas operacionais específicos para redes e utilitários e programas. 15 As redes ainda podem ser classificadas conforme sua topologia lógica e física. Topologia lógica é o conjunto de padrões de conexão para criar uma rede. Ela pode ser dividida em ponto a ponto (P2P) e Cliente/Servidor. A rede P2P é usada para redes pequenas, as máquinas são ligadas por um cabo coaxial, cabo de par trançado ou wireless. Os nós desta rede atuam como cliente e servidor ao mesmo tempo. Na topologia Cliente/Servidor um nó é designado para ser o servidor, centralizando assim os dados e os outros nós da rede são os clientes. A topologia física é a maneira como os computadores ficarão distribuídos fisicamente pela rede. Ela pode ser dividida em barramentos, estrela, anel, etc. Neste trabalho serão exemplificados os dois tipos mais comuns: barramento e estrela. Como pode ser observado na figura 2.1, na rede em barramentos todos os computadores são ligados por um único cabo. Apenas um computador por vez pode mandar informação. Todos os outros nós da rede “ouvem” a informação, mas apenas aquele a quem a informação foi endereçada irá copiá-lo. Figura 2.1 – Modelo de Topologia em Barramento Na topologia estrela, mostrada na figura 2.2, os computadores são conectados por segmentos de cabo a um componente centralizado, chamado de concentrador. (GUERBER, 2009). As informações transmitidas são enviadas ao componente centralizador (que pode ser um hub ou switch), que repassa para os outros computadores ligados nesta rede. 16 Figura 2.2 – Modelo de topologia Estrela Cada rede de computador possui também um tipo baseado em sua disposição geográfica, de maneira sucinta temos três tipos básicos de redes. Local area network (LAN): é uma rede para locais pequenos como prédio ou escritório como mostra a figura 2.3. Figura 2.3 – Rede LAN Metropolitan Area Network (MAN): é superior a LAN, pois atinge áreas metropolitanas, como exemplificado na figura 2.4. 17 Figura 2.4 – Rede MAN Wide Area Network (WAN): é uma rede de comunicação que está disponível em uma grande área de cobertura que pode ser vista na figura 2.5. Figura 2.5 – Rede WAN Fonte - UFScar 2.1.1 Aplicações das redes de computadores Nas aplicações comerciais, além de compartilhamento de dados, a rede de computadores também compartilha seus serviços como, por exemplo, impressora e e-mail. Se não houvesse 18 este compartilhamento, as empresas teriam que disponibilizar uma impressora para cada estação de trabalho, elevando os custos de implementação e manutenção de vários setores da indústria. Hoje, quase todas as empresas dependem de informações armazenadas em computadores. O uso de redes de computadores em empresas também permitiu a facilidade de comunicação entre filiais que estão a quilômetros de distância, e não apenas a comunicação, mas a troca de dados, informações sendo até possível fazer reuniões através videoconferência. Em resumo, as redes de computadores foram um marco em comunicação e redução de custos nas empresas. Sem elas, as transações comerciais levariam muito mais tempo para serem concretizadas, a coleta e armazenamento de informações teriam custos mais elevados, e os riscos de perda da informação seriam muito maiores. Nas aplicações domésticas, as redes de computadores são uma tendência. Simples usuários utilizam desta ferramenta para se comunicar, trocar informações e adquirir conhecimento. Antes as pessoas compravam computadores para jogar e usar suas ferramentas como processadores de texto. Hoje usuários comuns usam a rede para obter informação ou se divertir. Na rede eles podem encontrar muitas informações, desde receitas, até fazer a declaração do imposto de renda. Alguns dos usos mais populares da internet para usuários domésticos são: 1- Acesso a informação remota, 2- comunicação entre pessoas, 3entretenimento interativo e 4- comércio eletrônico. (TANENBAUM, 2003, p.6). Hoje é comum o usuário doméstico ter uma pequena rede LAN em sua casa, já que é cada vez mais fácil comprar computadores e notebooks, com isso para compartilhar a internet o usuário acaba tendo que “fazer” uma pequena rede em casa, para que todos tenham acesso à internet. Há, ainda, um terceiro tipo de usuário das redes de computadores, o usuário móvel. Este tipo de usuário está interessado em mobilidade. Ele faz uso de notebooks e Personal Digital Assistance (PDAs: é um computador de bolso, como Palm e Palmtops) e sempre se mantém conectado, seja em casa, na empresa onde trabalha ou em trânsito. O número deste tipo de usuário vem aumentando cada dia mais, graças ao crescimento da indústria, a possibilidade de fazer negócios on-line e às redes sem fio. O uso das redes móveis não se restringe aos negócios ou as empresas. Usuários domésticos fazem cada vez mais uso deste recurso, através de celulares. 19 2.2 Redes sem fio Antes de começar a falar sobre WiMAX é necessário explicar alguns conceitos básicos de redes sem fio, para o melhor entendimento do tema. Rede sem fio é uma rede onde dois ou mais computadores se comunicam sem ligação física, ou seja, sem os cabos. A maioria das redes sem fio trabalham com o conceito de Wireless LAN (WLAN). Este conceito converte os pacotes em ondas de rádio e envia-os para outro dispositivo de rede sem fio, que fica do outro lado da rede. Este conceito foi padronizado pela IEEE como 802.11 e funciona em dois modos: na presença de uma estação-base e na ausência de uma estação base (TANEMBAUM 2003 p.73). Existem três topologias de configuração de uma rede sem fio: a) ponto-a-ponto: Um computador se conecta a outro computador como exemplificado na figura 2.6; Figura 2.6 – Modelo de rede Ponto-a-Ponto b) ponto-multiponto: também chamada de topologia estrela. Um nó central distribui a rede para os demais nós, como mostra a figura 2.7; 20 Figura 2.7 – Modelo de rede Ponto-Multiponto c) rede em malha ou Ad-Hoc: Um nó se conecta com outro, sem necessidade de um meio que distribua a rede, como mostra a figura 2.8. (FARIAS, 2006). Figura 2.8 – Modelo de rede Ad-Hoc Fonte: (FARIAS, 2006) Quando se tem a presença de uma estação base, os dados devem passar por um Access Point (ponto de acesso, em português). O Access Point desempenha a função de um switch, ele é um 21 equipamento central. Todos os pacotes de dados devem passar por ele, e serão retransmitidos para os outros computadores ligados na rede. (MORIMOTO, 2008). Na ausência de uma estação-base os computadores simplesmente transmitem informação de um para o outro. Este tipo de interligação é chamada de redes Ad-hoc. As redes sem fio podem ser classificadas de três maneiras: Interconexão de sistemas, LANS sem fio e WANS sem fio. A interconexão de sistema nada mais é do que conectar componentes de um computador usando um rádio de curto alcance, esse componente pode ser um teclado ou mouse. Outro exemplo de interconexão de sistema é o Bluetooth. Nas LANS sem fio, o computador tem um modem de rádio e uma antena para que possam se comunicar. E a Wireless Wan (WWAN) que é um sistema geograficamente distribuído. Um exemplo deste tipo de sistema é a telefonia celular. Este sistema é parecido com a Lan, porém a WWAN trabalha com distâncias maiores. (TANENBAUM, 2003). A WWAN é a categoria aplicada ao WiMAX. Todo tipo de transmissão, seja por cabo ou pelo ar, tem seus pontos fracos. Serão listados a seguir dois dos principais problemas (e maior motivo de queixa de seus usuários) que as redes sem fio enfrentam. O primeiro problema é a qualidade de serviço (QoS), que é um requisito da aplicação para a qual exige-se que determinados parâmetros (atraso, vazão, perdas, etc) estejam dentro de limites bem definidos (valores mínimos e valores máximo). (SANTANA 2007. P.6). A qualidade de serviço de redes sem fio é prejudicada por pacotes perdidos e interferência atmosférica, e estes são problemas recorrentes em protocolos sem fio. O segundo problema de uma rede sem fio é seu alcance. Maior motivo de queixa para os usuários. O alcance deste tipo de rede é pequeno, dando mobilidade restrita a alguns metros. Este valor é medido de acordo com a antena e os equipamentos usados na rede, por isso não existe um valor fixo quanto ao seu alcance, mas alguns especialistas alegam que redes sem fio têm alcance máximo de 100 metros. Porém ela nunca permite que você acesse a internet em trânsito restringindo seu uso em apenas um local. 22 2.3 Redes sem fio 802.11 As redes sem fio 802.11 são compostas por um conjunto de padrões criados pelo IEEE para uso em redes wireless. O padrão 802.11 original, hoje chamado de 802.11-1997 ou 802.11 legacy foi publicado em 1997 e previa taxas de transmissão de 1 a 2 Mbps (MORIMOTO, 2008). Este padrão nasceu em 1990, mas ficou parado por aproximadamente sete anos devido a fatores que não permitiam que a tecnologia sem fio saísse do papel, um destes fatores era a baixa taxa de transferência de dados (ARAUJO, 2008). Quando foi lançado em 1997, o padrão IEEE 802.11 especificava as definições de uso e protocolos que seriam usados por esta tecnologia. Algumas das definições estabelecidas foram: os protocolos de controle de acesso ao meio Carrier Sense Multiple Access/Colision Avoidance (CSMA/CA), a criptografia Wired-Equivalent Privacy (WEP) e os principais componentes: placa de rede e ponto de acesso (ARAUJO, 2005). Em 1999 surgiu uma nova especificação deste padrão: o 802.11b, que permitiria uma maior velocidade na transmissão dos dados. As mudanças ficaram apenas na camada física, permitindo que a velocidade chegasse até 11 Mbps. 2.4 Arquitetura de Rede sem fio 802.11 Este tópico é baseado no padrão 802.11, porém será explicado porque seu entendimento é essencial para a implementação e resolução de problemas em uma WLAN. As redes sem fio 802.11 baseiam-se na divisão da área coberta, onde será oferecido o serviço. Esta área é dividida em células que são chamadas de Basic Service Area (BSA), que são um conjunto de estações que se comunicam por radiodifusão ou infravermelho. O tamanho da 23 célula de BSA depende das características do ambiente e da potência dos transmissores e receptores usados nas estações. (FARIAS, 2006). Alguns elementos que também fazem parte da arquitetura de rede sem fio são: a) basic service set (BBS): é um grupo de estações que se comunicam dentro de uma célula (BSA) usando meio sem fio; b) access Point (AP): são responsáveis por capturar o sinal transmitido pela estação BSA e retransmite-o usando o sistema de distribuição. Para permitir a construção de uma grande rede, que consiga cobrir uma área maior do que apenas uma célula, várias BSAs são interligadas através de um sistema de distribuição, neste caso via um AP; c) sistema de distribuição (DS): é um componente lógico usado para encaminhar quadros (frames) para o seu destino. Esta infra-estrutura permite que se construa uma rede maior que o tamanho de uma célula, para poder compor uma grande rede; d) extend service area (ESA): é a interligação de várias BSAs pelo sistema de distribuição através dos APs; e) extend service set (ESS): representa um conjunto de estações formados pela união de várias BSSs conectados por um sistema de distribuição. (DELICATO). Na figura 9, um exemplo de como acontece a comunicação dentro das células e entre as células. 24 Figura 2.9 - União de duas BSS formando uma ESS Fonte – Wirelles Brasil A identificação da rede acontece da seguinte maneira: Cada ESS recebe uma identificação que se chama ESS-ID, cada BSS recebe uma identificação chamada BSS-ID, e o conjunto destas duas identificações formam um NetworkID de uma rede padrão 802.11. (SOARES, 95). Apesar dos elementos da arquitetura da rede permitir a construção de uma rede 802.11 de grande abrangência, o projeto do IEEE 802.11 limita seu uso a redes locais, com ou sem infraestrutura. Em uma rede WLAN sem infra-estrutura ( redes Ad-Hoc ) a comunicação se restringe apenas dentro da célula, por isso não tem necessidade do uso de um AP. Em uma rede local com infra-estrutura, vários BSSs são ligados formando um ESS e neste caso a infra-estrutura é representada pelos APs e pelo sistema de distribuição que liga os APs. Este sistema de distribuição pode fornecer recursos para ligar a rede sem fio a outras redes, e o sistema de distribuição geralmente é representado por um sistema de comunicação com fio. (IEEE 802.11a). 25 2.5 Roaming Roaming é a capacidade de um cliente se mover de uma célula para outra sem perder a conectividade com a rede (FARIAS, 2006). Os responsáveis por este serviço são os APs que ficam nos BSSs, vale ressaltar que esta movimentação (Handoff- Processo de transição de uma unidade móvel (UM) de uma célula para outra de forma transparente ao usuário. Transferência de uma estação móvel (MS) de uma estação rádio-base (ERB) para outra ou de um canal para outro) entre as células é transparente para o cliente. Na figura 2.10, pode-se observar as áreas de cobertura das antenas. Figura 2.10 – Exemplo de Roaming O roaming funciona da seguinte maneira: Quando a conexão fica muito ruim, a estação começa a buscar outro ponto de acesso. A escolha é feita baseada na potencia do sinal, e envia um pedido de adesão a célula deste novo ponto de acesso. O AP desta célula verifica se a estação visitante não havia se registrado antes, em caso negativo o AP referido irá informar para o AP da célula origem sobre a nova posição. O novo AP envia uma resposta de adesão e a estação passa a fazer parte da nova BSS. 26 2.6 Transmissão via WLAN Em redes sem fio, a transmissão dos pacotes é feita pelo ar. Este tipo de rede usa, basicamente, duas técnicas para fazer esta transmissão, que são: Direct Sequence Spread Spectrum (DSSS) e Frequency Hopping Spread Spectrum (FHSS), elas codificam e modulam o sinal de modos diferentes equilibrando a velocidade, distancia e capacidade de transmissão. O Spread Spectrum (SS) das duas técnicas quer dizer Espalhamento Espectral, e é uma forma de transmissão que tenta fornecer uma comunicação segura em ambientes hostis. Ele faz com que o sinal ocupe toda a faixa de transmissão, fazendo-a parecer que é um ruído, o que dificulta a sua detecção. Estas duas técnicas transmitem os quadros e envia-os por vários canais dentro de uma freqüência, ao invés de usar apenas um canal, o que possibilita a transmissão simultânea de vários quadros. Na transmissão DSSS a banda de 2.4GHz é dividida em 14 canais de 22MHz. Ela distribui o sinal em cima de várias faixas de freqüências e reorganiza os pacotes quando eles chegam ao receptor. Na técnica FHSS a estação transmissora e a receptora são preparadas para saltar de um canal a outro em uma seqüência pré-determinada que só elas sabem. As WLANS baseadas em radiofreqüência usam as faixas de freqüência Industrual – Scientific - Medical (ISM), que assumem a freqüência de 900MHZ, 2.4GHz e 5GHz, quanto maior a freqüência, maior é a quantidade de informação que um dispositivo pode enviar em um canal. O padrão IEEE 802.11 aumentou a taxa de transmissão para 1Mbps, usando a técnica FHSS e posteriormente para 2Mbps, usando a técnica DSSS, trabalhando na freqüência 2.4GHz (ARAUJO, 2008). 27 2.7 Considerações finais Este capítulo apresentou conceitos básicos de redes de computadores, redes sem fio 802.11 e suas técnicas de transmissão. O próximo capítulo vai apresentar conceitos da rede WiMAX. 28 3 Padrão 802.16 O objetivo deste capítulo é mostrar conceitos básicos do padrão WiMAX. O capítulo está organizado da seguinte maneira: Na Seção 3.1 será apresentada a tecnologia WiMAX, a Seção 3.2 apresentará o WiMAX Forum, a Seção 3.3 mostrará os tipos de serviço WiMAX e os padrões IEEE, a Seção 3.4 o funcionamento do WiMAX, a Seção 3.5 apresentará os padrões WiMAX, a Seção 3.6 apresentará as arquiteturas de rede WiMAX, a Seção 3.7 Mostrará suas vantagens e desvantagens e a Seção 3.8, as considerações finais. 3.1 WiMAX WiMAX é a sigla para Worldwide Interoperability for Microwave Access (Interoperabilidade Mundial para Acesso de Micro-ondas). Este novo padrão foi concluído em outubro de 2001 e publicado em abril de 2002. Esta tecnologia é baseada na WWAN, e permite que usuários residentes em locais de difícil acesso, tenham acesso a internet de banda larga por um baixo custo. Esta tecnologia é padronizada pela IEEE 802.16 (ARAUJO, 2008). As redes WiMAX oferecem uma cobertura maior do que as redes 802.11g atuais, utilizando uma quantidade menor de pontos de acesso (MORIMOTO 2008 p. 130). Seus transmissores operam em diversas faixas de freqüência, entre elas a faixa 2.5 GHz, 3.5 GHz e a 5.8 GHz com alcance de até 40 km de cobertura em campo aberto ou 12 km quando houver obstáculos. Sua velocidade de transmissão é de até 70 Mbps, que são atingidos apenas a curtas distâncias, nas áreas mais distantes da antena a velocidade vai decaindo, mas em geral o valor real de transmissão é de 10 Mbps. MORIMOTO (2008) Existem dois tipos de padrões para redes WiMAX, um é para rede de acesso fixo (802-162004 ou 802.16d) e um de acesso móvel (802.16e). No acesso fixo, a conexão cai quando o usuário se afasta dele, e no acesso móvel pode-se se deslocar livremente, porque o chaveamento entre os diferentes transmissores é automático como nos celulares, e isto é o maior diferencial do WiMAX, a possibilidade de conexão em trânsito. 29 3.2 O WiMAX fórum O WiMAX fórum é uma organização sem fins lucrativos, formada por várias empresas de tecnologia. Estas empresas se uniram para corrigir problemas de compatibilidade e interoperabilidade que foram encontrados no padrão IEEE 802.11, para que eles não aconteçam no IEEE 802.16, ele também é responsável pelas diretrizes e discussões deste novo padrão. Esta padronização aumenta a produção e diminui os custos dos equipamentos de banda larga, tornando-os mais velozes e baratos para os usuários. O fórum conta com cerca de 220 empresas, entre elas a Intel, Ericsson, Motorola, Nokia, Samsung, British Telecom e Microsoft. O WiMAX fórum tem um site onde publica notícias sobre o tema, cujo endereço é o http://www.wimaxforum.org. 3.3 Padrão IEEE 802.16 O padrão IEEE 802.16 foi finalizado em 2001 e publicado em 2002. Ele é um padrão para redes sem fio de banda larga (BWA – Broadband Wireless Access), e fornece especificações para interface aérea, camada física (PHY) e camada de enlace (MAC). Existe também definição de padrões para redes fixas e móveis. A seguir a apresentação dos padrões para redes WiMAX: a) 802.16: este é o padrão inicial do WiMAX. Tem banda de freqüência de 10 a 66 GHz; b) 802.16a: feito para atender freqüências mais baixas de 2 a 11 GHz. Projetado para competir com tecnologias que fornecem acesso a última milha 30 como Assyncronous Digital Subscriber Line (ADSL). A taxa de transmissão é de 75 Mbps e tem alcance de 50 km. Usa faixa de freqüências licenciadas ou não e usa antenas menores e portáteis; c) 802.16d: conhecido como WiMAX fixo, pois permite somente acesso fixo. Opera na faixa de 2 a 11 GHz, sua taxa de transmissão chega a 70 Mbps e suporta duas topologias de rede: a ponto-multiponto e malha (mesh). Este padrão trata aspectos da qualidade de serviço e criptografia de dados. Este é o concorrente direto do ADSL e do cable modem, porque permite acesso a locais em que a banda larga não chega, como zona rural, por exemplo; d) 802.16e: padrão WiMAX móvel. Opera na faixa de 2 a 6 GHz que é destinada a dispositivos móveis. Permite mobilidade veicular de até 100 km/h. 3.4 Tipos de serviços do WiMAX e os padrões IEEE O WiMAX oferece dois tipos de serviço: O Non-line-of-sight (NLOS: Sem linha de visada) e o line-of-sight (LOS: com linha de visada). Estes dois serviços determinam como as antenas vão se comunicar. O Line-of-sight, como mostra a figura 3.1, é usado quando as antenas fazem sua transmissão em linha reta, sem nenhum obstáculo. A transmissão acontece numa única direção ou direção preferencial, dependendo da antena utilizada, em geral, unidirecional. Figura 3.1 – Linha de visada 31 No Non-line-of-sight, como mostra a figura 3.2, a transmissão acontece, porém conta com obstáculos no seu percurso. Isto é possível, pois a antena utilizada é multidirecional, transmitindo o sinal em todas as direções. Figura 3.2 – Sem linha de visada O padrão 802.16 requer uma visada entre as antenas Line-of-sight (LOS) além de torres de transmissão altas e caras. O 802.16a não tem visada entre antenas. O padrão 802.16d tem um alcance de 8 a 12 km em cobertura Non-line-of-sight (ou seja, sem visada) e de 30 a 50 km em cobertura Line-of-sight (com visada), e o padrão IEEE 802.16e tem apenas cobertura Nonline-of-Sight, ou seja, consegue fazer a transmissão do sinal mesmo em ambientes sem visada. 3.5 Funcionamento das Redes Wimax O WiMAX funciona da seguinte maneira: Um determinado provedor de internet configura uma estação base próxima a residência que será atendida com o serviço. Na casa do cliente que acessará a internet através do WiMAX, deverá ter um computador pronto para receber este serviço. O cliente pode fazer um upgrade no computador antigo, preparando-o para receber o sinal, ou então comprar um novo computador, que seja compatível com esta tecnologia. O cliente receberá um código de criptografia especial que dará acesso à estação 32 base, e esta transmitirá dados da internet para o computador do cliente (ARAUJO 2008). Caso o cliente tenha uma rede residencial, a estação base enviará os dados para um roteador WiMAX, que enviará os dados para os computadores da rede. 3.6 WiMAX Nomádico e Móvel O WiMAX trabalha, basicamente, com dois padrões: O WiMAX Nomádico (IEEE 802.16d) também conhecido como WiMAX Fixo, e o WiMAX móvel (802.16e) os dois padrões tem suas particularidades e atingem nichos de mercado diferentes. 3.6.1 WiMAX Nomádico ou Fixo O WiMAX Nomádico (802.16d) é uma consolidação dos padrões 802.16a e 802.16c. Este padrão suporta antenas Multiple Input, Multiple Output (MIMO), permitindo assim o uso de várias antenas, aumentando a confiabilidade e o alcance do sinal. Ele não comuta, não possui handoff entre ERBs em altas velocidades. (Vilas Boas 2007). Seu alcance em NLOS é de 8 a 12 km e em LOS de 30 a 40 km e fornece taxa de transmissão de até 70Mbps por estação rádio base. Ele funciona bem para voz, dados e vídeo, e pode ser aplicado para banda larga sem fio, banda larga de telefonia móvel e de wi-fi, serviços de VoIP, etc. 3.6.2 WiMAX Móvel Este é o padrão de acesso a banda larga móvel sem fio. Assegura conectividade em velocidade de deslocamento de até 100 km/h. Ele foi criado para dar portabilidade e mobilidade, recursos que não são oferecidos pelo padrão IEEE 802.16d. Este padrão usa Software e Hardware específicos porque não tem compatibilidade com o padrão IEEE 802.16d. (Santos 2006). Ao contrário do padrão IEEE 802.16d, este padrão comuta e possui 33 handoff entre ERBs em velocidade deslocamento de até 100 km/h. As características do padrão IEEE 802.16e incluem: altas taxas de dados, devido ao uso da técnica MIMO, escalabilidade, que prevê a adoção de diferentes possibilidades de canais entre 1,25 a 20 MHz permitindo que o padrão se adeqüe às diferentes realidades. 3.7 Arquitetura de rede A tecnologia Wimax foi projetada para suportar muitos tipos de arquitetura, e esta deve ser decidida no início do projeto. O WiMAX suporta arquitetura Ponto-a-ponto, ponto- multiponto e mesh. Também é possível usar arquiteturas hibridas onde se usa uma ou mais topologias. 3.7.1 Arquitetura ponto a ponto Nesta arquitetura são usadas duas antenas de rádio que interligam dois pontos. Ela atende apenas um usuário isolado, por exemplo, ligar a matriz e a filial de uma empresa. Esta arquitetura é pouco viável porque não permite adicionar novos nós na rede, porém ela tem bastante largura de banda. Esta arquitetura é mostrada na figura 3.3. Figura 3.3 – Arquitetura Ponto-a-Ponto 34 3.7.2 Arquitetura ponto-multiponto Nesta arquitetura a rede implantada permite que vários assinantes sejam usuários. Nesta arquitetura vários usuários são atendidos ao mesmo tempo a partir de um ponto base, que cobre uma área onde o serviço é oferecido, como mostra a figura 3.4. Este tipo de arquitetura é vantajosa porque seu custo é reduzido e oferece uma maior facilidade de adicionar um novo nó a rede. Figura 3.4 – Arquitetura Ponto-Multiponto 3.7.3 Arquitetura Mesh Esta arquitetura parece com a arquitetura ponto-multiponto. A diferença está no modo de operação das duas. Na tecnologia ponto-multiponto o tráfego ocorre entre a estação base e o cliente, e vice-versa, e na mesh o tráfego é roteado pelos outros assinantes, como mostra a figura 3.5, sendo assim cada assinante funciona como um nó repetidor. 35 Figura 3.5 – Arquitetura Mesh 3.8 Vantagens e desvantagens do WiMAX Assim com qualquer tecnologia, o WiMAX tem suas vantagens e desvantagens. A seguir são destacadas essas vantagens e desvantagens. 3.8.1 Vantagens A primeira vantagem do WiMAX é com relação ao custo. Como esta é uma tecnologia sem fio que funciona a vários quilômetros de distância, não é necessário a utilização de cabos, fibras óticas e outros equipamentos como repetidores, para oferecer o serviço à população, principalmente para a conexão com o usuário final (last mile). Além do custo dos equipamentos para a implementação, o custo também pode ser percebido para o usuário final, o cliente, que pagará menos pelo serviço, em comparação com a implementação deste, caso fosse feito usando a tecnologia 802.11 (LOUREIRO, CARDOSO 2006). 36 Outra vantagem do WiMAX é em relação a taxa de transmissão, que é alta, o que torna um grande chamariz para o serviço e permite também a conexão a internet em movimento através do WiMAX móvel. 3.8.2 Desvantagens Apesar de prometer uma boa taxa de transmissão, durante a realização de alguns testes, mostrou-se que a transmissão não chegou às taxas teoricamente prometidas. Para conseguir esta taxa é necessário usar a tecnologia ponto-a-ponto, antenas unidirecionais e linha de visada, ou seja, toda energia seria usada para sustentar apenas esta conexão, o que a tornaria cara e inviável. Em alguns países a faixa de freqüência usada pelo WiMAX sofre interferência, pois elas já são usadas por outros serviços, e quando é usada uma faixa de freqüência muito alta, é suscetível a interferência de chuva e raios, o que faz com que a taxa de transmissão e a área de cobertura diminua nestas condições (LOUREIRO, CARDOSO 2006). 3.9 Topografia O estudo da topografia é uma parte muito importante para a implementação de uma rede wireless. A topografia do local escolhido para implementar este tipo de tecnologia está ligado ao alcance do sinal. Existem várias soluções que reconhecem um sistema WiMAX (rede ponto-multiponto), nos quais pode-se obter resultados de viabilidade da rede em função da sua topografia e regiões de usuários (PRADO 2006 apud VILAS BOAS, 2007). A topografia sempre será associada aos dois tipos de usuários de uma rede: LOS e NLOS. 37 3.10 Tipo de cobertura Após visitar os lugares onde serão instaladas as antenas, deve-se decidir qual freqüência será usada. a) 2.5GHz Freqüência licenciada: É a freqüência mais baixa, tem os melhores alcances, por isso exige menor quantidade de rádio-base para cobrir uma determinada área. Seu alcance em LOS é de 18 a 20 km e em NLOS é de 9 a 10 km; b) 3.5 GHz Freqüência licenciada: esta é a freqüência disponível para o WiMAX no Brasil para as operadoras e serviço de telecomunicações. Em LOS seu alcance é de 12 a 14 km e em NLOS é de 6 a 7 km; c) 5.8 GHz Freqüência não licenciada: esta freqüência é livre e pode ser usada por qualquer empresa. Por não ser licenciada está sujeita a interferências e congestionamentos em áreas com grande densidade. Em LOS sua cobertura é de 7 a 8 km e em NLOS é de 3 a 4 km. Existem algumas regras básicas para dimensionar uma rede WiMAX em relação a faixa de freqüência, sendo ela licenciada ou não. Algumas destas regras serão expostas a seguir. a) quanto menor a freqüência, maior a cobertura; b) faixas não licenciadas podem ser usadas sem custo algum, porem são mais suscetíveis a interferências e congestionamentos; c) uma única faixa de freqüência não consegue cobrir uma cidade inteira, por isso deve-se considerar usar pelo menos 2, 4 ou 6 pares, criando células, com reuso de freqüência de forma a manter freqüências iguais distantes umas das outras (PRADO 2006 apud VILAS BOAS, 2007). 38 3.11 Considerações finais Este capítulo apresentou a tecnologia WiMAX. Apresentou também o WiMAX Forum, o padrão IEEE 802.16, as arquiteturas de rede que o WiMAX suporta. No próximo capítulo será apresentado um projeto de rede WiMAX. 39 4 Projetando uma rede WiMAX O objetivo deste capítulo é mostrar o projeto de desenvolvimento da rede WiMAX. O capítulo está organizado da seguinte maneira: Na Seção 4.1 serão apresentados os passos para iniciar o projeto, a Seção 4.2 mostrará os tipos de equipamentos WiMAx disponíveis, na Seção 4.3 será apresentado como instalar a Estação Base, a Seção 4.4 apresentará a instalação do WiMAX na residência do cliente e na Seção 4.5 as considerações finais. 4.1 Iniciando o projeto Segundo VILAS BOAS (2007), a tecnologia WiMAX tem uma grande predileção por cidades. Experiências de campo mostram que ela se adapta melhor ao concreto do que a árvores e montanhas, isso porque a WiMAX aproveita as construções da cidade para refletir a onda do sinal até seu destino. Isso acontece porque a modulação OFDM aperfeiçoa as reflexões do sinal na sua transmissão. Uma rede WiMAX é projetada da mesma maneira que uma rede para celulares, com estações Rádio-Base (ERBs) que são instaladas em um local estratégico usando a arquitetura ponto-multiponto e estações clientes. Existem basicamente dois tipos de usuários: O residencial e o corporativo. O residencial é o cliente que usará o WiMAX e fará comparação com os outros serviços de banda larga. Um grande nicho de mercado são os condomínios horizontais e verticais de alto padrão. Os clientes corporativos são os clientes que querem muita qualidade e não se importam de pagar por isso. O inicio do projeto envolve desenvolver uma programação e atribuir recursos, para isso devese coordenar uma equipe para assegurar que a instalação seja concluída no prazo certo e discutir o andamento do projeto. A primeira providencia para se iniciar o projeto é conhecer as áreas que receberão o serviço, para isso faz-se uso de um mapa topográfico para identificar os pontos mais elevados. Em seguida com o auxilio de um GPS deve-se ir até o local escolhido e examinar cada uma das 40 posições como a latitude e longitude e a elevação de cada local. Deve-se observar também se existe ou não alguma antena instalada nas posições escolhidas. Após visitar os lugares, verificam-se quais posições tem linha de visada ou não, decidindo assim quais pontos terão ligação ponto-a-ponto e ponto-multiponto. 4.2 Equipamentos WiMAX A tecnologia WiMax, funciona como o Wi-Fi, porém é superior em aspectos como velocidade, capacidade de transmissão em distâncias maiores e serve um número maior de usuários, por isso ele acaba com a exclusão social, pois permite acesso a internet de banda larga a locais remotos. A tecnologia WiMAX é composta de duas partes: a) torre WiMAX: também conhecida como estação base, esta torre trabalha como uma torre de telefone celular. Uma torre WiMAX pode fornecer cobertura para vários usuários, através de uma área muito grande; b) receptor WiMAX: é uma antena parecida com as antenas de TV por assinatura, e é conhecida como Customer Premises Equipment (CPE). O receptor também pode ser um cartão PCMCIA, ou também pode ser integrado ao notebook como o Wi-Fi é hoje. Na figura 4.1 pode-se observar um exemplo de estação base e receptor para WiMAX. 41 Figura 4.1- Antenas WiMAX – Da prestadora (Externa) e do Cliente (interna) Fonte:Laercio.com.br A estação base é conectada a um backbone usando uma conexão com fio com grande largura de banda, que será transmitido para todos os usuários, fazendo assim uma conexão pontomultiponto. Também pode-se conectar uma estação base a outra estação base, fazendo assim uma conexão ponto-a-ponto usando um link em linha de visada, (também conhecido como backhaul). Deste modo o sinal chega a lugares remotos, atendendo clientes distantes. (LIMA 2008). O WiMAX pode oferecer dois tipos de serviços sem fio: a) serviços em linha de visada: este serviço é parecido com o Wi-Fi. Uma antena instalada no computador se conecta à torre. Neste caso, o WiMAX usa uma freqüência de baixo alcance que é de 2 a 11 GHz (parecido com o Wi-Fi). Este tipo de serviço é facilmente interrompido por obstruções físicas, porque são capazes de difratar com mais facilidade e se curvam aos obstáculos; b) serviço de linha de visada: neste serviço uma antena fixa aponta para a estação base WiMAX, a partir de um telhado ou poste. Este tipo de conexão é mais forte, estável e consegue enviar dados com poucos erros. Este tipo de transmissão usa freqüências altas que chegam a até 66 GHz, elas tem menos interferência e mais largura de banda. 42 Devido a esta capacidade da rede Mesh, várias rotas alternativas são criadas evitando o “congestionamento” dos dados e melhorando o desempenho da rede, mesmo que se adicionem novos clientes. 4.2.1 Tipos de antenas Segundo Ribeiro (2008) redes sem fio usam dois tipos de antenas: Direcionais e Omnidirecionais. As antenas direcionais possuem características de radiação. Elas irradiam o sinal em uma determinada direção do espaço, enviando o sinal a uma determinada zona de cobertura em um ângulo determinado, por isso ela tem um grande alcance. Elas são usadas para longas distâncias como, por exemplo, enviar sinal de um edifício ao outro (RIBEIRO, 2008). As antenas omnidirecionais enviam sinal em 360 graus, ou seja, em todas as direções, ela pode estabelecer o sinal independente do ponto onde se está, porem seu alcance é menor. Este tipo de antena é usado quando se deseja mobilidade, como no caso de celulares e redes sem fio que usam o padrão 802.11. 4.2.2 Outros equipamentos WiMAX Graças ao WiMAX fórum, diversas empresas tem se empenhado para desenvolver equipamentos no padrão 802.16, entre elas estão a Intel, Motorola, IBM, Microsoft, etc. Citaremos a seguir alguns equipamentos feitos seguindo o padrão 802.16 da Motorola: Access Point – O modelo WAP 450, mostrado na figura 4.2, é certificado pelo WiMAX forum. Ele trabalha nas freqüências 2.3 GHz, 2.5 GHz e 3.5 GHz. 43 Figura 4.2 – Access Point modelo WAP 450 Fonte: Motorola Modem WiMAX USB – Disponível em 3 versões, de 2.3, 2.5 e 3.5 GHz, o modem, apresentado na figura 4.3, conecta qualquer laptop à rede WiMAX. Figura 4.3- Modem USB Fonte: Motorola 44 4.3 Instalações das Estações Base O primeiro passo para a implantação de uma rede WiMAX é determinar o local onde as antenas serão instaladas. Para isso verifica-se a abrangência do sinal e se existe visada ou não entre uma antena e outra. Como em uma cidade normalmente não existe visada entre as antenas, devido a morros e construções verticais, existem algumas soluções, entre elas podemos citar a triangulação de antenas ou instalá-las em locais altos como morros e topos de prédios. No conceito de triangulação, que pode ser visto na figura 4.4, várias antenas são instaladas pela cidade e onde não houver visada o sinal é “desviado” para chegar ao local de destino. Figura 4.4 – Exemplo de Triangulação A antena deve ser instalada entre 25 e 30 metros acima do nível da rua, para evitar interferências como prédio e árvores, mas se for possível, quanto mais alto melhor. Quanto maior a distância entre as antenas, mais alta deve ser a elevação das antenas. As antenas também podem ser instaladas no topo de prédios ou torres. (RIBEIRO 2007). 45 4.4 Instalação do WiMAX em residências A instalação da rede WiMAX na residência do cliente é igual a instalação de uma rede 802.11, os equipamentos e o método de instalação são os mesmos. Para iniciar a instalação pode-se seguir os seguintes passos: a) é necessário estar em uma área onde a rede WiMAX esteja disponível; b) assinar o provedor de acesso WiMAX disponível na sua região; c) instalar uma antena (Unidade Cliente) para receber o sinal na sua casa, também conhecida como “Spot”; d) a distribuição do sinal da internet pode ser feita pela própria rede WiMAX ou por uma Rede Wi-Fi. Se for escolhida a rede WiMAX é necessário placas de rede que suportem o padrão 802.16, e se for escolhido a rede Wi-Fi será preciso uma placa de rede que suporte o padrão IEEE 802.11(ARAUJO ARAUJO 2008); 4.5 Considerações finais Este capítulo apresentou conceitos básicos do projeto de implementação da rede WiMAX. O próximo capítulo vai apresentar o desenvolvimento do projeto para a cidade de São José dos Campos. 46 5 Utilizando o método Site Survey para desenvolver um projeto de redes WiMAX para São José dos Campos O objetivo deste capítulo é mostrar o projeto de desenvolvimento da rede WiMAX, O capítulo está organizado da seguinte maneira: Na Seção 5.1 será apresentada a Metodologia Site Survey, na Seção 5.2 será apresentada a finalidade deste projeto, a Seção 5.3 apresenta a analise do ambiente em que será implementado o projeto de rede, a Seção 5.4 apresenta a infra-estrutura usada na rede e na Seção 5.5, as considerações finais. 5.1 Metodologia Site Survey Site Survey é uma metodologia de implantação de projeto de redes. Este é um método de análise minuciosa sobre o projeto que será implementado, verificando a viabilidade do projeto, fazendo uma avaliação técnica do local onde será implementada a rede e analisando a infra-estrutura (RODRIGUES, 2007). Este procedimento é realizando durante a avaliação do projeto para identificar a localização, o número de estações base que serão usadas e outros fatores como trafego previsto, obstáculos, visada, etc, para aumentar a eficiência e reduzir os custos do investimento (ARAUJO, 2008). O Site Survey serve também para dimensionar o local onde a rede será implementada, para a correta instalação dos equipamentos, cabos, Access point e outros equipamentos que a rede possa utilizar, evitando assim desperdício de equipamentos, mão-de-obra e custo. 5.1.1 Site Survey em redes Wireless A metodologia Site Survey tem duas modalidades para redes Wireless: indoor e outdoor. Na modalidade indoor as análises feitas servem para identificar a quantidade de pontos de acesso 47 necessários para se obter a cobertura desejada, quais equipamentos serão usados na rede. Na modalidade outdoor, são analisadas as distâncias entre as estações bases, a altura das torres, a potencia dos equipamentos e dimensionamento das antenas, é analisado também se as antenas terão visada umas paras as outras e a freqüência escolhida para a transmissão (MIRALDO, 2010). Este projeto pode ser dividido em um passo-a-passo em que o desenvolvedor pode dividir sua pesquisa nos seguintes aspectos: a) finalidade do projeto: a implantação de uma rede deve atender aos requisitos e necessidades do cliente, por isso deve ser bem especificada qual a necessidade de sua implantação, conhecendo bem a finalidade da rede é possível determinar quais as melhores opções para a mesma, como por exemplo, qual a melhor topologia e o melhor protocolo para garantir o melhor desempenho da rede; b) análise do ambiente: é necessário também fazer a analise do ambiente onde será instalada a rede, entre os aspectos que devem ser analisados estão: a dimensão da área, os possíveis obstáculos à propagação do sinal, a quantidade de usuários, o link de internet que deve ser usado, etc; c) infra-estrutura: após a analise do ambiente, pode-se definir os equipamentos necessários, a quantidade de usuários, a topologia da rede, etc. 5.2 Finalidades do projeto A finalidade deste projeto é prover internet para a população de São José dos Campos, desde os moradores dos bairros centrais, até os das áreas mais afastadas e rurais. Este projeto pretende servir tanto a população quanto aos comerciantes, indústrias e órgãos públicos da cidade, permitindo o acesso à internet a todos eles. A finalidade desta rede é prover facilidade na instalação, proporcionar um sinal de internet, independente do bairro onde o cliente mora, o que possibilitará a inclusão digital de muitos 48 moradores da cidade que hoje não tem acesso à internet por que a região onde moram é muito afastada do centro da cidade e não tem serviço de internet, ou se existe este serviço é muito caro. Este serviço melhorará também a situação das empresas já instaladas na cidade que terão a possibilidade de expandir seus negócios através da rede, procurando novos fornecedores e parcerias, e ainda fará com que sejam abertos novos negócios independentes da região da cidade, proporcionando crescimento econômico nas regiões mais afastadas do centro. Os órgãos públicos da cidade também se beneficiarão deste projeto. Por meio dele todas as escolas podem ter acesso à internet, beneficiando e melhorando a educação das crianças e adolescentes da cidade e as repartições públicas também acessarão a internet. 5.3 Análise do ambiente Este projeto visa a implantação de uma rede WiMAX na cidade de São José dos Campos. Assim como toda a metrópole, São José dos Campos é composta por um centro populoso cercado por áreas em que a densidade demográfica vai diminuindo até que a próxima área metropolitana seja encontrada. Segundo o site da prefeitura municipal, a cidade tem uma população total de 615.871 pessoas distribuídas em uma área de 1.099,61 km2 como mostra a figura 5.1. A cidade é divida pelas seguintes regiões: a) região central: esta região tem uma área de 18,61 km 2 e densidade demográfica de 3.807,21 habitantes por km 2. É composta por 80 bairros, que juntos tem um total de 70.863 habitantes. Tem alta densidade populacional, a maioria da população (85,1%) mora em casas e apenas 14,5% moram em apartamentos. Esta área pode ser considerada uma área urbana densa; b) região Sudeste: tem área de 34,26 km2 e é composta por 36 bairros, e alguns destes são considerados áreas rurais. Juntos os 36 bairros tem uma população total de 38.761 habitantes; c) região sul: tem área de 56,71 km2, onde moram cerca de 3.524,83 hab/km2. Esta região é composta por 79 bairros. Assim como na região Sudeste, alguns 49 bairros são considerados rurais. Vale ressaltar que na região sul, se encontra o bairro Chácaras Reunidas, onde há grande concentração de micro empresas da cidade; d) região Leste: tem área de 136,57km2 e densidade demográfica de 1.000,61 hab/km2 composto por 106 bairros, sendo a grande maioria destes bairros de classe econômica C e D onde a maioria da população vive com uma média salarial de 3 salários mínimos; e) região Oeste: tem área de 44,19km2 com 25.182 habitantes e tem densidade demográfica de 569,78 hab/km2 . Esta região é composta por 25 bairros e a maioria da população pertence à classe econômica A e B; f) região norte: tem área de 70,52 km2 composta por 56.187 habitantes. Esta região tem 69 bairros e a maioria deles, são zonas rurais compostas por chácaras, e alguns outros bairros ainda estão em processo de regularização na prefeitura da cidade. As classes econômicas predominantes nestes bairros são C e D sendo que a classe A é quase inexistente. Figura 5.1 – Mapa de São José dos Campos destacando suas regiões Fonte: Prefeitura Municipal 50 A seguir a área de cada região e sua densidade é mostrada na Tabela1. Tabela 1 – Densidade demográfica das regiões de São José dos Campos Região População (2000) Centro 70.863 habitantes Norte 56.187 habitantes Sul 199.913 habitantes Leste 136.180 habitantes Sudeste 38.761 habitantes Oeste 25.182 habitantes Fonte: Prefeitura Municipal A cidade de são José dos campos fica localizada próxima à região metropolitana de São Paulo. Faz limite com os municípios de Camanducaia, Sapucaí Mirim (MG), Jacareí, Jambeiro, Monteiro Lobato, Caçapava, Igaratá, Joanópolis e Piracaia, tendo área total de 1.099,60Km2. A cidade tem topografia montanhosa, como pode ser observado nas figuras 5.2 e 5.3, com colinas ao norte que variam de 660 a 975 metros, terraços e colinas onde se encontra a parte urbana da cidade, as serras do Planalto Atlântico que atingem altitudes de até 800 metros e morros, serras e picos com altitudes que variam de 619 a 2.082 metros. A cidade tem uma grande concentração de prédios nos locais considerados centrais, e vem sofrendo um processo de verticalização nos últimos anos, aumentando assim a quantidade de moradores. Nos locais mais afastados a cidade conta com pequenas propriedades rurais e casas, apesar de alguns bairros já começarem a dar sinais de ter iniciado o processo de verticalização como é o caso do bairro do Santana. O comércio vem aumentando bastante em áreas afastadas do centro, e é comum na cidade encontrar bairros que tem o seu próprio centro comercial, evitando que o morador tenha que se deslocar para o centro da cidade, como é o caso da Vila Industrial e Jardim Satélite. Temos também bairros apenas para pequenas empresas como o bairro Chácaras Reunidas. 51 Figura 5.2- Topografia da cidade de São José dos Campos Fonte: Google Maps Figura 5.3 – Cidade de São José dos Campos Fonte: Google Earth 52 5.3.1 Obstáculos do Ambiente A cidade está localizada em um vale e sua topografia tem áreas montanhosas, o que poderá atrapalhar a cobertura do sinal. A cidade também tem muitas construções e prédios, que podem ser observadas nas figuras 5.4, 5.5 e 5.6, e apesar do WiMAX ter uma predileção por áreas com muitas construções, neste projeto será usado o conceito de triangulação de antenas, para garantir ao usuário que ele sempre estará conectado a rede. Figura 5.4 – Vista aérea da cidade Fonte: Prefeitura Municipal 53 Figura 5.5 – Vista panorâmica de bairro joseense Fonte: Baixaki Figura 5.6 - Vista panorâmica da cidade Fonte: Prefeitura Municipal 5.3.2 Quantidade de usuários e o link de internet Para oferecer o serviço de internet para a população de São José dos Campos será usado um link robusto fornecido pela operadora de telefonia local, que será distribuído entre os usuários da rede. O serviço escolhido foi o Speedy Group da Telefonica, que viabiliza o uso da internet como forma de fazer negócio. Este serviço desperta a percepção de valor do usuário em relação à empresa, pois ele pode ser integrado, por exemplo, com a política de benefícios da companhia. 54 5.4 Infra-estruruta Para facilitar a instalação e configuração da rede, recomenda-se adquirir equipamentos de apenas um fabricante. Os principais fornecedores de equipamento WiMAX no Brasil são: Aperto Networks, Alvarion, Redline Communications, Airspan e Siemens. Para as estações base, usam-se antenas, que podem ser adquiridas de qualquer uma das empresas citadas acima. A seguir dois modelos de estação base: a) WayMAX@vantage, apresentado na figura 5.7, é a solução em estação base da Siemens que oferece boa relação custo-eficiência no acesso “Last-Mile” sem fios de banda larga. WayMAX@vantage emprega NLS OFDM Technology, de acordo com IEEE802.16 WMAN e ETSI HiperMAN Normas e em conformidade com o WiMAX Forum interoperabilidade perfis; Figura 5.7 – Estação Radio-Base WayMAX@vantage Fonte: WiMAX Forum 55 b) YSEMAX (WRY035-B), apresentado na figura 5.8, a nova geração de Estações Base WiMax da SELEX Communications fornecendo acesso de banda larga sem fio de uma grande variedade de aplicações e diferentes estruturas arquitetônicas. Certificado pelo WiMAX Forum (TM), YSEMAX WRY035-B garante alta taxa de transferência de dados, excelentes performances de transmissão, garantia de entrega de serviços de dados e capacidades de ampla área de cobertura, graças a eficiência de modulação OFDM, QoS e TDD regime de gestão. (ARAUJO, 2008). Figura 5.8 – Estação Radio-Base YSEMAX (WRY035-B) Fonte: WiMAX Forum O cliente que desejar adquirir este serviço terá que fazer um upgrade em seu computador, para que ele seja capaz de receber o sinal do padrão 802.16. Para isso ele pode trocar a placa de rede de seu computador, ou até mesmo instalar um modem usb. A seguir dois exemplos de unidades cliente: a) Alvarion's BreezeMAX Si, apresentado na figura 5.9, é um produto de fácil instalação, completamente interno feito para o Mercado residencial com implantação em massa. Ele opera com a freqüência de 3.4 – 3.6 GHz utiliza a interface Intel PRO/Wireless 5116 de banda larga e suporta dual mode 56 FDD e TDD Duplex sendo muito simples de instalar por ser plug and play, suporta WiMax Nomádico e WiMax Móvel; Figura 5.9 – Subscriber station da Alvarion’s BreezeMAX Fonte: WiMAX Forum b) Siemens Home and Office Communication Devices, mostrado na figura 5.10, oferece ao usuário unidade Gigaset SE461 que é uma das primeiras interfaces de banda larga baseados no IEEE 802.16d disponíveis no mercado. O Gigaset SE461 WiMAX com modem integrado é um roteador para a estação terminal wireless de alta velocidade, conectividade em banda larga de “Last-Mile” destinada aos usuários residenciais e pequenas empresas. 57 Figura 5.10 – Estação Cliente da Siemens Gigaset SE461 Fonte: WiMAX Forum 5.5 Topologia e Distribuição das Estações Base A topologia adotada na cidade será a ponto-multiponto, apresentada na figura 5.11, por questão de segurança, assim os clientes se comunicarão apenas com a estação base, outra vantagem desta topologia é a facilidade para colocar outro nó na rede, com isso será mais fácil a inserção de novos clientes a rede. Figura 5.11 - Topologia adotada na cidade de São José dos Campos 58 A distribuição das estações base é representada na figura 5.12, onde cada ponto amarelo representa uma estação base. Apesar do WiMAX trabalhar com distâncias de até 12 km em áreas com obstáculos, neste projeto usou-se como métrica entre as antenas, a distância de 6 km para garantir melhor qualidade do serviço para o cliente, conforme pode ser observado na figura 5.13. Como as antenas transmitirão o sinal em um raio de 6 km serão necessárias 12 antenas para suprir a cidade toda. Figura 5.12 – Demonstração da instalação das Estações base 59 Figura 5.13 – Amostra de transmissão do sinal WiMAX pelas antenas instaladas na cidade 5.6 Considerações finais Este capítulo apresentou um projeto de redes WiMAX para a cidade de São José dos Campos usando a metodologia de Site Survey. O próximo capitulo apresentará as conclusões deste trabalho. 60 6 Conclusão Este trabalho apresentou as funcionalidades da tecnologia WiMAX, destacou suas facilidades, vantagens em relação as outras tecnologias de redes de computadores e mostrou um exemplo de implementação deste tipo de rede. Este capítulo está dividido como segue: a Seção 6.1 apresenta as contribuições e conclusões, enquanto a Seção 6.2 aponta trabalhos futuros. 6.1 Contribuições e Conclusões As contribuições deste Trabalho foram: a) a demonstração de um modelo de rede WiMAX em São José dos Campos; b) a demonstração de quais equipamentos WiMAX melhor se adeqüam a cidade; c) a determinação da instalação das estações base; d) a determinação da instalação da rede em residências; e) a avaliação as vantagens e limitações da instalação de uma rede WiMAX. A partir destas contribuições pode-se concluir que: a) a rede WiMAX pode ser implementada na cidade de São José dos Campos, pois ela tem características topográficas para isto; b) este tipo de implementação traria benefícios mercadológicos a cidade e a população, pois permitiria o acesso a internet pela população e seria um grande atrativo para empresas que desejam se instalar na cidade; 61 c) redes WiMAX são mais práticas devido a sua implementação e possibilidade de prestar serviço a vários assinantes utilizando apenas uma antena. A seguir são apresentadas experiências obtidas ao longo do desenvolvimento deste trabalho: a) acredita-se que a ferramenta Google Earth pode ser usada para estudar a topologia da cidade a ser implementada a rede, sem a necessidade de usar uma ferramenta paga ou a utilização de mapas topográficos; b) redes sem fio formam um grande nicho de mercado; c) projetos de site survey são muito úteis para a realização de um projeto de redes, seja ele indoor ou outdoor independente se a rede for sem fio ou cabeada. 6.2 Trabalhos Futuros As contribuições alcançadas com este Trabalho não encerram as pesquisas relacionadas ao projeto de implementação de uma rede WiMAX em São José dos Campos, mas abrem oportunidades para alguns trabalhos futuros: a) realizar um estudo de segurança em Redes WiMAX (protocolos); b) realizar um estudo de QoS para melhorar a qualidade do serviço na cidade; c) realizar um estudo sobre o cálculo de banda larga necessários para suprir o serviço de internet na cidade. 62 REFERÊNCIAS ARAÚJO, Edson Machado de. 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