FACULDADES INTEGRADAS DA UNIÂO EDUCACIONAL DO PLANALTO CENTRAL A Entrevista de Desligamento Profissional Como Instrumento de Análise do Clima Organizacional ANTÔNIO CÉSAR ALMEIDA MARTINS BRASÍLIA 2009 ANTÔNIO CÉSAR ALMEIDA MARTINS A Entrevista de Desligamento Profissional Como Instrumento de Análise do Clima Organizacional Monografia apresentada no curso de Graduação em Administração de Empresas das Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central, como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Administração. Orientadora: Profª. REGINA GUIMARÃES DE DAVID BRASÍLIA 2009 2 Martins, Antônio César Almeida. A Entrevista de Desligamento Profissional Como Instrumento de Análise do Clima Organizacional. Antônio César Almeida Martins. Gama (DF), Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central (FACIPLAC), 2009. 55f. Orientador: Regina Guimarães de David Monografia – Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central, Graduação em Administração de Empresas. 3 ANTÔNIO CÉSAR ALMEIDA MARTINS A Entrevista de Desligamento Profissional Como Instrumento de Análise do Clima Organizacional Monografia, aprovada como requisito parcial para obtenção do grau Bacharel em Administração no curso Administração de Empresas das Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central. Data de Aprovação: _____/_____/_____ Banca Examinadora: ______________________________________ Profª. Regina de David Guimarães Orientadora Faculdades Integradas do Planalto Central ______________________________________ Prof. Romilson Aiache Faculdades Integradas do Planalto Central ______________________________________ Prof. José Antônio Lopes Ramos Faculdades Integradas do Planalto Central 4 Agradecimentos Em primeiro lugar a Deus, meu sustentáculo em todos os momentos da minha vida, sem o qual não tenho condições alguma de enfrentar os desafios da vida com responsabilidade e ética. À minha família, em especial aos meus dois pais, Antônio Gusmão Martins e Antônio de Jesus Nunes Garcia e a minha mãe, Maria Tereza Martins Garcia, os quais me apoiaram em toda minha trajetória, motivando-me a persistir nos momentos que desanimei. Em destaque, com carinho e admiração, meus sinceros agradecimentos a minha orientadora, professora Regina Guimarães de David, que me mostrou os caminhos a serem seguidos na conclusão deste trabalho. E por último, aos amigos que não entenderam a minha inquietação diante deste. 5 Lista de Figuras FIGURA 1 – ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA BRASIL TELECOM Lista de Tabelas TABELA 1 – TABELA DE RESULTADOS DA PESQUISA Lista de Gráficos GRÁFICO 1 – DISTRIBUIÇÃO DE GÊNERO DA AMOSTRA GRÁFICO 2 – DISTRIBUIÇÃO POR FAIXA ETÁRIA DA AMOSTRA GRÁFICO 3 – DISTRIBUIÇÃO POR NÍVEL DE ESCOLARIDADE DA AMOSTRA GRÁFICO 4 – DISTRIBUIÇÃO DA AMOSTRA POR NÍVEL HIERÁRQUICO GRÁFICO 5 – DISTRIBUIÇÃO DA AMOSTRA POR TEMPO DE SERVIÇO GRÁFICO 6 – DISTRIBUIÇÃO DA AMOSTRA QUANTO AO TIPO DE DESLIGAMENTO GRÁFICO 7 – JUSTIFICATIVA DA EMPRESA PARA O DESLIGAMENTO GRÁFICO 8 – DISTRIBUIÇÃO DA AMOSTRA QUANTO À REESTRUTURAÇÃO ORGANIZACIONAL GRÁFICO 9 – AMOSTRA DA INADEQUAÇÃO À FUNÇÃO GRÁFICO 10 – AMOSTRA DOS QUE NÃO APRESENTARAM RESULTADOS GRÁFICO 11 – DISTRIBUIÇÃO DA AMOSTRA QUANTO À JUSTIFICATIVA DE REDUÇÃO DE CUSTOS GRÁFICO 12 – AMOSTRA DE OUTRAS JUSTIFICATIVAS GRÁFICO 13 – AMOSTRA MOTIVOS DE DESLIGAMENTO PELOS COLABORADORES GRÁFICO 14 – DISTRIBUIÇÃO DA AMOSTRA DA ATRATIVIDADE DA EMPRESA GRÁFICO 15 – PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO GRÁFICO 16 – DISTRIBUIÇÃO DA AMOSTRA AO TREINAMENTO PARA DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES GRÁFICO 17 – OPORTUNIDADE DE CRESCIMENTO PROFISSIONAL GRÁFICO 18 – DISTRIBUIÇÃO DA AMOSTRA QUANTO AO APOIO E FERRAMENTAS PARA O DESENVOLVIMENTO PROFISIONAL GRÁFICO 19 – POI COMO OPORTUNIDADE DE CRESCIMENTO PROFISSIONAL GRÁFICO 20 - FEEDBACK DO GESTOR SOBRE DESEMPENHO PROFISSIONAL GRÁFICO 21 – CONJUNTO DE CANAIS DE COMUNICAÇÃO 6 GRÁFICO 22 – ATENDIMENTO DA ÁREA DE RECURSOS HUMANOS GRÁFICO 23 - PORTAL DE RECURSO HUMANOS DA BRASILTELECOM GRÁFICO 24 – REDE CREDENCIADA DO PROGRAMA VIVA MAIS GRÁFICO 25 – DISTRIBUIÇÃO DA AMOSTRA QUANTO ÀS CONDIÇÕES DE TRABALHO NA BRASIL TELECOM GRÁFICO 26 – AMOSTRA DOS SALÁRIOS EM RELAÇÃO ÀS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS GRÁFICO 27 – AMOSTRA DA POLÍTICA DE BÔNUS E REMUNERAÇÃO VARIÁVEL GRÁFICO 28 – AMOSTRA DO PACOTE DE BENEFÍCIOS DA BRASIL TELECOM GRÁFICO 29 – IMAGEM DA BRASIL TELECOM PERANTE OS DESLIGADOS 7 SUMÁRIO RESUMO 09 1. INTRODUÇÃO 10 1.1 –Tema: A Entrevista de Desligamento Profissional como Instrumento de Análise 10 do Clima Organizacional 1.2 – Justificativa 12 1.3 – Problema de Pesquisa 12 1.4 – Objetivo 12 2. PERFIL DA EMPRESA 13 2.1 – Histórico 13 2.2 – Perfil Estratégico 15 2.3 – Estrutura Organizacional 17 3. REVISÃO DE LITERATURA 18 3.1 – Gestão de Pessoas na Atualidade 18 3.2 – Processo de Desligamento Profissional 20 3.3 – Impacto do Desligamento Profissional 23 3.4 – Melhores Práticas Sobre o Desligamento Profissional 23 3.5 – Desligamento Coletivo 24 3.6 – Demissão Humanizada 25 3.7 – Clima Organizacional 27 4. METODOLOGIA 30 4.1 – Tipo de Pesquisa 30 4.2 – Amostra 30 4.3 – Método de Coleta de Dados 33 4.4 – Método de Análise de Dados 33 5. ANÁLISE DE RESULTADOS 34 6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 48 REFERÊNCIAS 51 ANEXOS 52 8 RESUMO O presente trabalho objetivou analisar o clima organizacional através da entrevista de desligamento profissional compartilhado pelos colaboradores da Brasil Telecom – Matriz (Brasília/DF). Participaram desta pesquisa, quantitativa, exploratória, descritiva, aplicada e documental, 204 colaboradores da referida organização, sendo a maior parte do sexo masculino. Foi consultado o questionário da entrevista de desligamento com 20 itens que buscam analisar o clima organizacional. Os resultados mostram que a maioria dos desligados deixa a organização por motivos próprios, todavia o clima organizacional é pouco afetado pelo desligamento. Palavras-chave: Desligamento profissional, Clima Organizacional. 9 1. INTRODUÇÃO 1.1 – Tema: A Entrevista de Desligamento Profissional Como Instrumento de Análise do Clima Organizacional Pessoas são capazes de conduzir a empresa a seus objetivos estratégicos, gerando mudanças, riqueza e valor. Os seres humanos são a chave do sucesso ou do fracasso das estratégias inovadoras de uma organização. Se os processos e a tecnologia são necessários para transformar uma empresa, é importante também lembrar que são as pessoas que dão vida a esses aspectos. Assim como as pessoas, as situações de trabalho diferem de uma empresa para outra, de um país para outro e por isso precisa-se estar atento as atuais tendências de mercado e especialmente às pessoas – clientes internos e externos – que a compõe. E por se trabalhar com gente, o produto e serviços precisam ter uma proximidade com o humano. O ser humano é a única vantagem competitiva sustentável. De acordo com Chiavenato (2004), quando as organizações são bemsucedidas, elas tendem a crescer ou, no mínimo, a sobreviver. O crescimento acarreta maior complexidade dos recursos necessários às suas operações, com o aumento de capital, incremento de tecnologia, atividades de apoio etc. E, de lambuja, provoca o aumento do número de pessoas, bem como a necessidade de intensificar a aplicação de seus conhecimentos, habilidades e destrezas indispensáveis à manutenção e competitividade do negócio. Com tudo isso se assegura que os recursos materiais, financeiros e tecnológicos sejam utilizados com eficiência e eficácia. E as pessoas passam a significar o diferencial competitivo. As pessoas constituem o principal ativo da organização. Daí, a necessidade de tornar as organizações mais conscientes e atentas para seus funcionários, afirma Chiavenato (2004). 10 Chiavenato (2004) acredita que quando uma organização está voltada para as pessoas, sua filosofia global e sua cultura organizacional passam a refletir essa crença e ainda ressalta que as pessoas podem aumentar ou reduzir as forças e fraquezas de uma organização dependendo da maneira como elas são tratadas. Contudo, toda organização ao mesmo tempo em que valoriza e capacita as pessoas que nela trabalham, também sofrem com aquelas que as deixa. A rotatividade de pessoal resulta na saída de alguns funcionários e a entrada de outros para substituí-los no trabalho. Isso significa que elas estão sempre perdendo energia e recursos e precisam alimentar-se de mais energia e recursos para garantir seu equilíbrio, de acordo com Chiavenato (2004). O desligamento ocorre quando uma pessoa deixa de ser membro de uma organização através de iniciativa do funcionário ou por iniciativa da organização. O funcionário ao solicitar sua demissão tem razões pessoais ou profissionais para encerrar a relação com o empregador, seja por insatisfação do funcionário ou até mesmo, por alternativas atrativas que ele visualiza fora da organização, isto é, no mercado de trabalho. Em 2007, foram demitidos 7,56 milhões de trabalhadores no Brasil, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Segundo estudo do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico), em 2006 a taxa mensal de rotatividade no Brasil era de 3,5% ao mês, que representa um índice anual de 42%, o que significa que em aproximadamente 2,5 anos, as empresas trocam seus quadros de funcionários. Segundo Roberto (2009), a facilidade para demitir trabalhadores permite que as empresas utilizem esse mecanismo de rotatividade para reduzir os custos salariais, desligando profissionais que recebem maiores salários e contratando outros por menores salários. A produtividade e a inclusão de mais pessoas na economia que mantém a inflação sobre controle e não a recessão econômica, afirma Roberto (2009). 11 1.2 – Justificativa Não é raro constatar nas organizações um clima organizacional altamente abalado pelo processo demissional. Por mais que as empresas tenham em seu quadro funcional profissional dotado de competências para o negócio, conhecimento e inteligência para desenvolvê-lo. A força da palavra demissão interfere na produtividade e é perceptiva pelos colaboradores que deixam a organização, uma vez que desarmoniza a atmosfera de satisfação promovida pela organização. Diante do exposto, justifica-se a necessidade de analisar o clima organizacional na Matriz da Brasil Telecom em Brasília, através da entrevista de desligamento, uma vez que os entrevistados terão a liberdade de indicar à empresa as melhores sugestões, sinalizar os conflitos e mostrar a atual realidade, muita vezes não visualizada através de uma pesquisa de clima organizacional, pois o desligado sente-se mais à vontade para colocar suas informações e orientações diante das políticas institucionais, das atividades desenvolvidas e do nome da empresa. 1.3 – Problema de Pesquisa Qual é o impacto do processo de desligamento profissional no clima compartilhado pelos colaboradores da Brasil Telecom? 1.4 – Objetivo Geral Verificar o impacto do processo de desligamento profissional no clima compartilhado pelos colaboradores da Brasil Telecom no ano de 2008. 12 2. PERFIL DA EMPRESA 2.1 – Histórico Desafios e novas conquistas sempre marcaram a trajetória da Brasil Telecom. O Grupo, constituído em 22 de maio de 1998, a partir da cisão do Sistema Telebrás, passou de principal operadora de telecomunicações da Região II à primeira de serviços convergentes da América Latina. No dia 28 de fevereiro de 2000, a Telecomunicações do Paraná S.A. – Telepar – passou a ser denominada Brasil Telecom S.A., enquanto no dia 9 de maio de 2000, a Tele Centro Sul Participações S.A. passou a ser denominada Brasil Telecom Participações S.A. A quebra do monopólio de telecomunicações em escala internacional influenciou fortemente o mercado brasileiro. A mudança começou pela divisão do País em áreas de atuação. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), criada para regular o setor, elaborou o Plano Geral de Autorgas (PGO) em abril de 1998. Com isso, o território brasileiro ficou dividido em quatro regiões: Região I: Nordeste, Sudeste (exceto São Paulo) e Norte (exceto Acre, Rondônia e Tocantins); Região II: Centro-Oeste, Sul e Estados do Acre, Rondônia e Tocantins; Região III: São Paulo; Região IV: Todo o Brasil. O setor foi dividido em 12 holdings no leilão do Sistema Telebrás, em junho de 1998: três de telefonia fixa local e de longa distância com atuação regional; uma de telefonia fixa de longa distância nacional e internacional; e oito de telefonia móvel. Segundo esse modelo, a área de atuação da Brasil Telecom é a Região II, que abrange o Distrito Federal e os Estados do Acre, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Goiás, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. 13 A marca Brasil Telecom, formada por um globo digital azul, apontando em verde a localização do Brasil no planeta, foi lançada no dia 14 de abril de 2000. A nova marca destaca dois importantes aspectos da Empresa: a sua característica nacional e o alcance global de sua tecnologia. Cerca de 43 milhões de pessoas – 23,62% da população brasileira – vivem nessas regiões, que possuem quatro áreas metropolitanas com população acima de um milhão de habitantes. Como Autorizatária do Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC) a empresa opera nas demais regiões do país oferecendo serviços locais e em todo território nacional, longa distância nacional e internacional pelo CSP (Código de Seleção da Prestadora) 14. Além do serviço de telefonia fixa, a Brasil Telecom oferece também à população serviços de comunicações de dados, que permitem acesso em banda larga às redes de computadores. Em telefonia celular, a cobertura da Brasil Telecom já atinge 86,80% da área de atuação. A Brasil Telecom adquiriu todo o sistema de cabos submarinos de fibra óptica do grupo Globenet, interligando pontos de conexão nos Estados Unidos, Ilhas Bermudas, Brasil e Venezuela. Com a aquisição da MetroRED, provedora de serviços de rede privada de telecomunicações por redes digitais de fibra óptica, a Brasil Telecom passou a oferecer acesso aos maiores clientes corporativos do País nos grandes centros urbanos nacionais como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, além de Porto Alegre, Curitiba, Brasília e internacionais. Em 27 de março de 2002, os conselheiros de administração da Brasil Telecom Participações S.A. e Brasil Telecom S.A. aprovaram a adesão às Práticas Diferenciadas de Governança Corporativa – Nível 1 da Bovespa, reforçando a política de transparência e a valorização do acionista por parte do grupo. Em 9 de maio de 2002, as ações da Brasil Telecom passaram a ser negociadas no Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada (IGC), que tem por objetivo medir o desempenho de uma carteira teórica composta por ações de empresas que apresentem bons níveis de governança corporativa. A Brasil Telecom é a única 14 empresa do setor de telecomunicações a aderir às Práticas Diferenciadas de Governança Corporativa da Bovespa e a fazer parte do IGC. 2.2 – Perfil Estratégico Missão Prestar serviços de telecomunicações, informações e entretenimento, com soluções inovadoras, competitivas, globais e com qualidade, que satisfaçam às necessidades dos clientes, buscando sempre maximizar resultados para os acionistas, colaboradores e sociedade, garantindo o desenvolvimento sustentando da empresa. Visão Ser reconhecida, pelos clientes e pela sociedade, como a melhor e mais completa prestadora dos serviços objeto de sua missão e pela sua conduta ética e socialmente responsável. Valores Os valores da Brasil Telecom estão fundamentados na integridade e no respeito aos valores sociais, conforme descrito a seguir: 1 – A razão de existir é maior do que a prestação de serviços de telecomunicação. É a busca da excelência e da inovação. 2 – Estimular a insatisfação com o hoje, de forma a buscar permanentemente a satisfação do cliente e, conseqüentemente, o crescimento e a liderança do mercado. 3 – Acreditar que a aprendizagem contínua e a abertura ao novo são ferramentas fundamentais para o crescimento em mundo que se transforma a cada dia. 4 – Encarar o lucro – mais do que o dever de remunerar os acionistas – como decorrência do papel na sociedade, enquanto agentes de desenvolvimento e modernização, traduzindo na geração de empregos, impostos, renda e qualidade de vida para as comunidades onde atua. 15 5 – Acreditar que só a cooperação entre os colaboradores na organização conseguirá complementar as forças e talentos na busca da liderança no mercado. 6 – Estimular o trabalho em equipe – sem juízo da especialização das tarefas e de uma execução disciplinada -, a decisão compartilhada e a livre circulação das informações em um ambiente de lealdade e respeito à privacidade. 7. Reconhecer o direito de nossos colaboradores a uma remuneração justa e competitiva, à qualidade de vida e a um ambiente de trabalho que estimule e reconheça o desempenho inovador. 8. Buscar uma relação de reciprocidade entre os indivíduos e a organização permeada pelo respeito mútuo, onde as necessidades e expectativas individuais possam ser alcançadas em sinergia com o alcance dos objetivos organizacionais. 9. Apoiar o respeito à hierarquia, desde que não seja limitador da abertura à participação de todos por meio de sugestões, críticas e idéias. 10. Acreditar no equilíbrio do poder na organização, de forma que o poder de decisão gerencial possa coexistir com a delegação, o mesmo aplicando-se à iniciativa e à cooperação. 11. Respeitar a liberdade sindical e buscar nortear as relações com os sindicatos, que exercem a representação dos colaboradores, sempre dentro dos princípios da ética e da consideração. 12. Reconhecer a responsabilidade com a segurança, a preservação ambiental, o respeito aos direitos humanos, o desenvolvimento sociocultural e o cumprimento do conjunto de leis vigentes no país e em cada Estado em que opera. 13. Estimular a diversidade na organização, de forma que ela seja tributária de conhecimentos, culturas e estilos diferentes e, desta forma, mais preparada para atender à diversidade do mercado. 14. Estimular a criação de uma cultura organizacional que seja resultado das culturas individuais, de forma que todos sintam orgulho de fazer parte da organização, independente de raça, sexo, idade, credo e idéias. 16 15. Buscar a transparência e adoção de princípios morais de ética tanto nas relações com os colaboradores e acionistas, como também na interação com públicos externos, garantindo maior clareza e confiança nos relacionamentos e na tomada de decisão em todos os níveis da Empresa. 2.3 – Estrutura Organizacional Figura 1 – Estrutura Organizacional da BRASIL TELECOM (Fonte: RH da Matriz Brasil Telecom) 17 3. REVISÃO DE LITERATURA 3.1 – Gestão de Pessoas na Atualidade Até pouco tempo, o relacionamento entre pessoas e organizações era considerado antagônico e conflitivo, pois se acreditava que os objetivos das organizações eram incompatíveis com os objetivos individuais das pessoas – como melhores salários e benefícios, conforto no trabalho, lazer, segurança no trabalho e no emprego, desenvolvimento e progresso pessoal, defende Chiavenato (2004). O período constituído pelo final do século XX e início do século XXI vem sendo caracterizado pela constante importância dada ao conhecimento, considerado por alguns autores como o quarto fator de produção, além dos já tradicionais fatores de produção da economia (terra, capital e trabalho). Esse conhecimento, sem dúvida alguma, advém da pessoa que o detém e o utiliza estrategicamente, afirma Cavalcanti (2001). A Gestão de Pessoas se apresenta como um conjunto de métodos, políticas, técnicas e práticas definidas com o objetivo de orientar o comportamento humano e as relações humanas de forma a maximizar o potencial do capital humano no ambiente de trabalho. Levando em consideração que ocorram mudanças a todo o momento, as organizações precisam ter estratégias claras, sustentada por uma gestão participativa. Deve-se criar um laço estreito entre todos os níveis de relacionamento, tanto interno quanto externo, do quadro funcional até os clientes e fornecedores. Segundo Chiavenato (2004) as organizações estão mudando os seus conceitos e alterando suas práticas gerenciais. Em vez de investirem diretamente nos produtos e serviços, elas estão investindo em pessoas que entendem deles e que sabem como criá-los. Elas estão investindo nas pessoas que entende os clientes, pois sabem como satisfazê-los e encantá-los. 18 Chiavenato (2004) afirma que a utilização deliberada das pessoas para ajudar a ganhar ou manter uma vantagem auto-sustentada da organização em relação aos concorrentes que disputam o mercado deve ser o objetivo da estratégia de recursos humanos adotada pelas organizações. Separar o trabalho da existência das pessoas é muito difícil, senão quase impossível, diante da importância e do impacto que o trabalho nelas provoca. Com toda certeza, as organizações jamais existiriam sem as pessoas que lhes dão vida, dinâmica, energia, inteligência, criatividade e racionalidade. A nova ordem agora é a competitividade da empresa através da qualidade e da produtividade das pessoas. Daí, a necessidade de tornar as organizações mais conscientes e atentas para seus funcionários, pois nem fábricas avançadas, equipamentos sofisticados, tecnologias de ponta alteram a necessidade de se ter, adquirir ou manter funcionários. Políticas sociais atrativas, salários interessantes e promessas de carreira, porém, não segura profissional se ele não sentir-se inserido e fazendo parte integrante na gestão estratégica de seu lugar de trabalho. O panorama do futuro empresarial está relacionado com talento, competência e capital intelectual. Vinicius (2008) defende que os novos paradigmas gerenciais requerem funções descentralizadas, participativas, interdependentes e integradas. O desenvolvimento organizacional depende da melhoria contínua dos processos de gestão, apoio e base, pois a eficiência dos processos depende dos referenciais e recursos neles utilizados. O ser humano é totalmente determinante, pois sua capacitação e motivação é que tornam possível o aumento da eficiência dos processos e produtividade de qualquer organização. Kanaane (1995) destaca que as organizações necessitam adotar posturas mais flexíveis com relação às concepções sobre poder e influência, o que implica a adoção de estratégias compatíveis com o envolvimento e o engajamento dos colaboradores, possibilitando a valorização do potencial humano. 19 3.2 – Processo de Desligamento Profissional Demissão: Causas, Efeitos e Alternativas para Empresas e Indivíduos. Demissão, nestas últimas décadas, tem sido uma prática constante adotada pelas empresas com o intuito de buscar competitividade em tempos de globalização. A adoção dos mais diversos métodos de reorganização pelas empresas tem trazido sempre embutido algum corte de pessoal, ainda que o nome possa variar: reengenharia, downsizing, sistemas integrados de gestão, racionalização, fusões, aquisições etc. Segundo Tonelli (2000), a população do mundo foi dividida em duas grandes partes, aquela que tem e aquela que não tem emprego. Ter emprego hoje, entretanto, não livra ninguém da possibilidade de, repentinamente, passar à outra categoria. Cada vez mais voltadas para o imediato e para a sobrevivência de curto prazo, as pessoas não têm mais condições de estabelecer vínculos duradouros, o que tem levado a uma quebra nos laços de solidariedade e confiança no espaço de trabalho. Desmitificando a idéia de que o corte de pessoal sempre faz bem à empresa, a autora também revela o quanto enxugar pode levar a empresa à beira da “anorexia”, especialmente quando as políticas não são claras e não se sabe fazer demissão. Na maioria das vezes, não conduzem de modo adequando esses processos, e as cicatrizes de processos mal conduzidos continuam a incomodar. As demissões são inevitáveis e, nesses casos, buscam-se as melhores alternativas possíveis para conduzir todo o processo, que incluam, fundamentalmente, comunicação e participação dos envolvidos. As repercussões da perda do emprego afeta o indivíduo em suas múltiplas dimensões: os efeitos emocionais, os psicológicos, os físicos, os comportamentais, os familiares, os econômicos, os profissionais e os psicossociais (não somente para os demitidos, mas também para aqueles que demitem), mostra que o impacto da demissão está diretamente ligado ao fato de que o trabalho representa um papel central na construção da identidade das pessoas. Perder o emprego, portanto, é 20 perder todas as referências de mundo (tempo, espaço, relações) e ficar em frangalhos. O principal motivo para o fenômeno demissão é a desarmonia no ambiente de trabalho. A não cooperação, a briga pelo poder, a bajulação, intrigas, exibicionismo e o desamor são fatores que colocam vários profissionais na contramão. Os potenciais demissionários são aqueles que têm dificuldades para atuar como um membro eficaz na equipe, afirma Mileris (2007). A CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas – configura a demissão em duas modalidades, por iniciativa do empregado – a pedido, por iniciativa do empregador por justa causa ou sem justa causa. Na primeira, a demissão é caracterizada quando o empregado solicita sua demissão junto à empresa. No caso de pedido de demissão são devidas as seguintes verbas: aviso prévio (se trabalhar o mês do aviso, caso contrário, pode ser descontado o valor do aviso – um salário – do que o empregado tiver a receber), saldo de salários (dias que o empregado trabalhou e não recebeu), décimo terceiro proporcional (aos meses que trabalhou), férias proporcionais (aos meses que trabalhou), décimo terceiro de férias (sobre o valor pago a título de férias proporcionais). Na segunda, no caso de justa causa, se demite alguém com uma justificativa, o que isenta o patrão de dar o aviso prévio e pagar alguns direitos trabalhistas. É a punição máxima dada pelo empregador ao empregado por alguma das faltas previstas em lei, as quais devem ser provadas. “Justa causa” é: desobediência, roubo, abandono de emprego, violência (salvo em caso de legítima defesa), má conduta, negligência ou preguiça, desacordo, embriaguez, prática constante de jogo de azar. É importante verificar, em termos objetivos, a gravidade da falta, o “espaço” entre a falta alegada pelo patrão e a demissão, se existe relação de causa e efeito entre a justa causa e a dispensa do trabalhador, a singularidade da punição e deve existir equivalência entre a falta e a punição dada. Por iniciativa do empregador – sem justa causa, incide sobre este algumas obrigações trabalhistas devidas às seguintes verbas: aviso prévio, saldo de salários, décimo terceiro proporcional, férias proporcionais, décimo terceiro de férias, multa 21 40% sobre o valor total depositado na conta vinculada do empregado (FGTS – Fundo de Garantida por Tempo de Serviço), saque do FGTS na Caixa Econômica Federal e seguro desemprego, se tiver no mínimo seis meses de trabalho. A recente pesquisa publicada e organizada pela Lens&Minarelli (2009) especializada em outplacement e aconselhamento de carreira, que entrevistou 200 executivos – entre presidentes, diretores e gerentes seniores – com média de 44,7 anos e que foram demitidos em 2005, constatou que a demissão é um tabu nas empresas e que elas não sabem demitir. Não estabelecem uma política clara dos processos demissórios e utilizam a arbitrariedade para dar a notícia de acordo com a sua conveniência, com argumentos pouco esclarecedores. As empresas faltam com bons modos na hora de demitir (43,2% dos entrevistados ficaram chocados pela maneira como foram dispensados). Dos respondentes a pesquisa, 68,3% disseram surpresos com a notícia. Em 2004, esse índice era de 46,5%. Corrêa (2008) aponta como alternativa para a empresa que demite tentar manter um vínculo com o ex-funcionário, pois esta perde seu principal capital, que é o “acervo intelectual” de funcionário, tendo-o como um prestador de serviços. Amyra (2007) considera louvável a iniciativa da empresa que demite de contatar os fornecedores e parceiros de negócios para conseguir que incorporem seus ex-funcionários, além do empregador reunir demitidos com interesses comuns para que eles montem uma cooperativa e abram um novo negócio. O ideal, segundo Corrêa (2008), seria, caso a legislação brasileira permitisse, seguir o exemplo de países como Noruega, Finlândia e Inglaterra, onde, para evitar demissão, as empresas mantêm 25% da população economicamente ativa trabalhando em tempo reduzido, às vezes metade da jornada de trabalho. 22 3.3 – Impacto do Desligamento Um pedido de desligamento ou até mesmo a demissão em suas variáveis formas pode ter repercussões significativas para a estrutura processual das tarefas da organização, bem como pode gerar perda de capital financeiro e econômico, de forma imaginável e, no entanto, nada ou quase nada é feito pelo RH das empresas para minimizar esse impacto. O primeiro impacto sofrido pelo profissional quando é demitido, especialmente aquele que ocupa cargo mais alto na hierarquia da empresa, é a perda do sobrenome: ele deixa de ser o Fulano da Companhia Tal. Além disso, a palavra “demissão” é marcante para todo mundo, e traz consigo um sentido prejudicial, afirma Muniz (2000). A mudança brusca na rotina, a perda dos contatos sociais aliado ao fator financeiro, contribui para deixar o demitido ainda mais infeliz. A saúde psicológica é afetada, pois não há uma preparação quando se quer demitir. Segundo Corrêa (2008) o desemprego, além de atingir as finanças do sujeito, afeta sua auto-estima, sua segurança e às vezes até abala a estrutura familiar, leva a pessoa a interromper seu processo de aprendizado contínuo, já que é na empresa onde o cidadão mais tem oportunidade de aprimorar seu conhecimento. 3.4 – Melhores Práticas Sobre o Desligamento Profissional Demitir um funcionário da empresa é sempre tarefa árdua, caso não se sabe se o desligamento do profissional está sendo feito de forma correta e justa. Demitir é uma das tarefas mais complexas na gestão de pessoas. Se a maioria dos profissionais se mostra surpreendida com o desligamento, as empresas dão indícios de que não estão devidamente preparadas para esse momento. A demissão nunca é algo agradável tanto para quem vai como para quem fica. Sem deixar de mencionar que quando um colaborador deixa uma organização ele leva consigo o conhecimento adquirido, ressalta Gutemberg (2009). 23 Segundo Gutemberg (2009), no momento de demitir um colaborador deve-se considerar a seguintes práticas: ter documentos em mãos de todas as avaliações do profissional ou, pelo menos, as mais recentes; não cometer o erro de demitir alguém no dia em que a pessoa está voltando de férias ou em datas marcantes como aniversário, Natal, enfim, algo que o profissional lembrará todos os anos; apresentar o plano de todos os benefícios de que o funcionário irá receber, para que ele possa se estruturar a partir daquele momento; informar a razão do desligamento ao demitido. Diante de uma demissão em massa, além de conduzir o processo com clareza através dos canais de comunicação é necessário dar um respaldo aos profissionais; informar se terão ou não direito a um pacote de remuneração temporária e realizar uma parceria com uma companhia de recolocação para que os demitidos não fiquem desorientados. 3.5 – Desligamento Coletivo Quando uma empresa precisa fazer cortes maiores, geralmente criam programas de demissão voluntária. Muitas vezes esses programas acabam por atrair até mesmo colaboradores que não estavam inicialmente nas listas de corte. Geralmente os programas abrem oportunidades para mudanças de carreiras. O desligamento coletivo consiste basicamente em uma tentativa por parte da gerência de cortar custos e tornar mais eficientes as operações da empresa – geralmente quando ela não está bem ou sob ataque – oferecendo aos trabalhadores incentivos para desligar-se voluntariamente. Para alguns trabalhadores, a escolha entre sair e ficar na organização é terrível, pois precisam avaliar com que facilidade encontrará outro emprego. O enxugamento ou corte de pessoal revela importantes facetas das empresas, especialmente pela forma como lidam com a mudança, os processos administrativos e as situações de crise, que envolvem a transparência e a comunicação. 24 Caldas (2000), afirma que os números de demissão no mundo são alarmantes. Desde o final da década de 80, crescem os processos de demissão em massa. Em 1989, mais de 550 mil pessoas foram involuntariamente desligadas de seus empregos no Canadá e 350 mil no Japão. Na Europa Central e Oriental, entre 1990 e 1991, mais de 3,7 milhões de pessoas perderam empregos nos setores industrial, agrícola e de construção civil. No Brasil, as empresas começaram a enxugar seus quadros de pessoal de forma sistemática a partir da década de 90. Entre 1991 e 1994, cerca de 40 grandes empresas realizaram demissão em massa e muita dessas organizações eram modelos em práticas administrativas, afirma o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Caldas (2000), diz que uma das justificativas para a demissão é que, quando as empresas percebem queda da competitividade ou de atividade no mercado, os dirigentes partem da premissa de que custos futuros são mais simples de prever do que receitas futuras. E nessa visão, os empregados são percebidos como itens de despesas, pois cortar custos com o desligamento de pessoal seria uma aposta segura no crescimento da receita líquida e, por extensão, nos lucros. 3.6 – Demissão Humanizada Em época de crise econômica, as empresas modernas têm buscado novas formas de aplicar a chamada demissão humanizada, em que ela sai ganhando e o funcionário perdendo menos. Dar apoio ao ex-funcionário traz ganhos à empresa e transmite confiança e tranqüilidade aos funcionários que ficam na corporação. A demissão humanizada é um método importado da França, onde, por lei, quem demite mais de dez funcionários num determinado mês tem de encontrar alternativas para recolocar o profissional no mercado de trabalho. A intenção é que a demissão seja feita de forma responsável. A organização que demite tem que sentirse responsabilizada pelo agravamento da crise econômica, caso não inseri o profissional no mercado de trabalho, pois o desemprego custa muito caro ao país, 25 quando não há consumo. Esse foi um dos motivos que levaram países europeus a transformar em lei a demissão humanizada. A demissão humanizada exige preparo na decisão de quem vai ser demitido, na comunicação aos demitidos e no preparo do “kit benefícios”. Delaroli (2008) conceitua demissão humanizada como um meio através do qual a empresa, apesar de ter que demitir, desenvolve projetos e processos de apoio aos funcionários desligados da organização. O processo envolve as seguintes etapas: A- Ajudar o demitido a avaliar sua carreira profissional, pensando num plano de desenvolvimento de suas competências; B- Ajudá-lo a se manter por um período até encontrar outro lugar no mercado de trabalho, estendendo benefícios, seja oferecendo-lhe bônus por tempo de dedicação; C- Ajudá-lo a buscar outra colocação, elaborando currículo e buscando oportunidades em outras empresas; D- Ensinando e apoiando os gestores a fazerem demissão junta e respeitosa. E- Demonstrando para o quadro funcional que a empresa tem valores e que a responsabilidade social faz parte da estratégia organizacional, F- Preparação do “kit benefícios” (prorrogação da assistência médica, bonificação em dinheiro, auxílio ao pagamento de aluguel etc.), buscando parcerias com outras empresas, cursos de qualificação, sindicatos e mesmo entidade de classe, a fim de evitar transtornos legais junto à imagem da empresa. Dessa forma, Delaroli acredita que o profissional demitido desenvolve carinho e gratidão pela empresa, aceitando uma nova proposta no futuro. A demissão humanizada favorece os programas de Outplacement (solução profissional, elaborada com o objetivo de conduzir com dignidade e respeito os processos de demissão nas companhias, buscando o benefício de todos os envolvidos) e recolocação, porém o Outplacement possui uma atividade mais abrangente, desde o preparo do currículo à redefinição da trajetória profissional do demitido. 26 3.7 – Clima Organizacional O conceito de Clima Organizacional, mesmo sem ser explicitado, já estava presente na Escola de Relações Humanas da década de 30, assim afirma Oliveira (1995). Do conceito de motivação – nível individual – surge o de clima organizacional – é a qualidade ou propriedade do ambiente organizacional que é percebida ou orientada pelos membros da organização e que influencia seu comportamento, define Chiavenato (1997). Ele traduz os mais importantes aspectos do relacionamento entre a empresa e seus empregados: a motivação, a integração e a interação de todos os membros de uma organização. Segundo Chiavenato (1997), o Clima Organizacional tem uma íntima relação com a motivação das pessoas que compõem a organização. Quanto maior for a motivação das pessoas, maior será o nível de Clima Organizacional e quanto menor a motivação, menor será o nível de Clima Organizacional. Kolb (1986) opina sobre Clima Organizacional afirmando que a motivação não é a única força capaz de alterar o comportamento dos empregados dentro da organização ao contrário do que alega Chiavenato, embora seja importante: ... embora uma compreensão da motivação humana seja valiosa para o administrador em atividade, vimos que a motivação não é o único determinante do comportamento. O clima organizacional também pode moldar o comportamento em relação à associação, poder ou realização. Pelo seu comportamento, pelas políticas, pelos procedimentos, pelos sistemas de recompensas e pelas estruturas que eles criam, os administradores podem influenciar significativamente o clima motivacional de uma organização. (KOLB, 1978). Verbeke (1998) e Puente-Palacios (2001) - este acredita que o clima organizacional é um fenômeno de natureza complexa, pois é resultado da interação das variáveis que o compõe – detalham quatro tipos de abordagens para o conceito 27 de clima organizacional: Estrutural, Perceptual, Interativa e Cultural, as quais serão descritas a seguir. Na abordagem Estrutural, o clima organizacional é considerado como resultante objetivo da estrutura organizacional. O clima é formado porque os integrantes estão expostos a características estruturais comuns na organização; como resultado dessa exposição, os membros têm percepções similares com o respeito ao conjunto de características (Schneider e Reichers, 1983). Na abordagem Perceptual, a base para a formação do clima organizacional está dentro do indivíduo. Os indivíduos respondem a variáveis situações de maneira psicologicamente significante para eles, no entender de Puente-Palacios (2001). Na abordagem Interativa, a idéia básica é que a interação dos indivíduos, submetidos às mesmas situações organizacionais, faz com que eles compartilham uma visão comum, socialmente construída, que é a base do clima organizacional. A abordagem Cultural, para Puente-Palacios (2001), completa as abordagens Estrutural, Perceptual e Interativa, pois considera que a cultura organizacional constitui um modelo que influencia o comportamento, a interação e a percepção dos membros da organização. O Clima Organizacional é um indicador de satisfação dos membros de uma empresa, em relação a diferentes aspectos da cultura ou realidade aparente da organização, tais como: políticas de RH, modelo de gestão, processo de comunicação, valorização profissional e identificação com a empresa. O clima organizacional influi diretamente na produtividade, pois o grau de salubridade de uma organização depende de sua atmosfera psicológica. Esta atmosfera é fruto do conjunto de percepções das pessoas que compartilham seu diaa-dia com a organização. 28 A pesar das variáveis correntes de conceituação, há quase um perfeito acordo entre os autores de que o clima é um dos atributos de uma organização, com importantes aplicações para a empresa. Assim, compreende-se que as inúmeras variáveis que atuam sobre o clima organizacional se dispõem em três níveis. Um nível macro, que abrange todos os fatores externos a empresa. Outro nível, micro, em que se situam os sistemas próprios da empresa. Um terceiro nível, individual, em que se colocam as experiências individuais de cada funcionário, determinando a maneira como a realidade organizacional é percebida. 29 4. METODOLOGIA 4.1 – Tipo de Pesquisa Esta pesquisa, quanto à abordagem do problema, tem caráter quantitativo, pois considerou resultados estatísticos como dados para análise. Considerando a sistematização realizada por Vergara (2000), no que se refere à finalidade da pesquisa empírica, esta pesquisa é, quanto aos fins, do tipo exploratório, descritivo e aplicado, uma vez que aborda um tema pouco aplicado nas empresas, sendo necessária uma compreensão dos funcionários, buscando o aperfeiçoamento. Apresenta as características do objeto estudado, tendo uma finalidade prática, pois procura resolver o problema de pesquisa real da organização. Em relação aos meios, a presente pesquisa sobre o processo de desligamento realizada na matriz da empresa Brasil Telecom (Brasília/DF), é de caráter documental, no qual se buscou o embasamento teórico para justificar a ênfase do trabalho. 4.2 – Amostra Foram sujeitos da pesquisa 204 pessoas da referida organização, sendo 87 foram do sexo feminino (42,64%) e 117, do sexo masculino (57,36%), conforme mostra a distribuição de gênero a seguir: Gênero 43% 57% Masculino Feminino GRÁFICO 1 – Distribuição de Gênero da Amostra (Fonte: RH da Matriz Brasil Telecom) 30 Em relação à faixa etária da amostra, o gráfico abaixo mostra que os entrevistados possuíam idade de 20 a 35 anos (78%), de 36 a 45 (20%), de 46 a 55 (1%) e entre 56 a 65 anos (1%). Faixa Etária 1% 20% 1% 78% 20 a 35 anos 36 a 45 anos 46 a 55 anos 56 a 65 anos GRÁFICO 2 – Faixa Etária da Amostra (Fonte: RH da Matriz Brasil Telecom) Os sujeitos desta pesquisa apresentaram escolaridade predominante de nível superior e/ou pós-graduação (86%), seguida de 14% que representa nível de escolaridade superior incompleto e/ou ensino médio, conforme mostrado abaixo: Escolaridade 9% 20% 5% 66% Ensino Médio Superior Incompleto Superior Completo Pós-graduação GRÁFICO 3 – Nível de Escolaridade da Amostra (Fonte: RH da Matriz Brasil Telecom) 31 Quanto à distribuição de níveis hierárquicos da amostra, aproximadamente 39% tem a função de Analista, seguido de 33% de Consultor, 5% de Coordenador, 3% Advogado, 4% Engenheiro, 4% Gerente e de outros 12% distribuídos entre Assistentes e Auxiliares Técnicos. Nível Hierárquico 4% 12% 39% 4% 3% 5% 33% Analista Consultor Coordenador Advogado Engenheiro Gerente Outros GRÁFICO 4 – Distribuição da Amostra por Nível Hierárquico da Brasil Telecom (Fonte: RH da Matriz Brasil Telecom) O tempo de serviço mínimo da amostra estudada é de 01 ano. Ressalta-se que a maior parte do grupo tem entre 02 e 05 anos (36%) de serviço e outros 4% têm acima de 15 anos de serviço na organização. Tempo de Serviço 4% 14% 1% 45% 36% 0 a 1 Ano 2 a 5 Anos 6 a 9 Anos 10 a 30 anos Mais de 30 anos GRÁFICO 5 – Distribuição da Amostra por Tempo de Serviço na Brasil Telecom (Fonte: RH da Matriz Brasil Telecom) 32 4.3 – Método de Coleta de Dados A coleta de dados do presente estudo contemplou a compilação dos dados através da entrevista de desligamento profissional aplicada aos colaboradores da Brasil Telecom durante o processo demissional. Os dados foram coletados junto ao Departamento de Recursos Humanos na Matriz da empresa em Brasília, mediante autorização para fins acadêmicos. 4.4 – Método de Análise de Dados O procedimento de análise de dados se baseou na extração dos dados apresentados na entrevista de desligamento profissional, os quais foram analisados pela área de Recursos Humanos da empresa por meio de distribuição de freqüências, apresentados na forma de gráficos. 33 5. ANÁLISE DE RESULTADOS Os gráficos a seguir apresentam os resultados da entrevista de desligamento aplicada aos 204 colaboradores que deixaram a Brasil Telecom no ano de 2008: ITEM 01 – Tipo de desligamento Iniciativa da Empresa 24% Iniciativa do Colaborador 76% Gráfico 6 – Distribuição da amostra quanto ao tipo de desligamento (Fonte: RH da Matriz Brasil Telecom) O gráfico mostra que a maior parte dos colaboradores (76%) foi desligada por iniciativa própria. ITEM 02 – Justificativa da empresa para os desligamentos 55,1% 16,3% 12,2% 12,2% 4% Reestruturação Organizacional Inadequação à função Não apresentou resultados Redução de Custos Outro Gráfico 7 – Distribuição da amostra quanto à justificativa da empresa para o desligamento (Fonte: RH da Matriz Brasil Telecom) O gráfico mostra que a maior parte dos colaboradores (55,1%) foi desligada por outros motivos não expostos na entrevista de desligamento. 34 ITEM 03 – Concorda com a justificativa da empresa Reestruturação Organizacional 25% Concordam Não concordam 75% Gráfico 8 – Distribuição da amostra quanto a reestruturação organizacional (Fonte: RH da Matriz Brasil Telecom) O gráfico mostra que a maior parte dos colaboradores desligados concordam (75%) com a justificativa quanto a reestruturação organizacional. Inadequaçao à Função 50% Concordam Não concordam 50% Gráfico 9 – Amostra da inadequação à função (Fonte: RH da Matriz Brasil Telecom) O gráfico mostra que metade dos desligados concordam (50%) com justificativa de inadequação à função. 35 Não apresentou resultados 34% 33% Concordam Não concordam Não responderam 33% Gráfico 10 – Amostra dos que não apresentaram resultados (Fonte: RH da Matriz Brasil Telecom) O gráfico mostra que a maior parte dos desligados concordam (34%) com justificativa de que não apresentou resultados. Redução de custos 100% Concordam Gráfico 11 – Distribuição da amostra quanto à justificativa de redução de custos (Fonte: RH da Matriz Brasil Telecom) O gráfico mostra que os desligados concordam (100%) com a justificativa de redução de custos. 36 Outro 19% Concordam Não concordam Não responderam 59% 22% Gráfico 12 – Amostra de outras justificativas (Fonte: RH da Matriz Brasil Telecom) O gráfico mostra que a maioria dos desligados que concordaram com a opção “outros” (59%) foram motivados devido ao horário de trabalho e o desconhecimento do real motivo do desligamento. ITEM 04 – Motivos de Desligamento pelos Colaboradores Melhores Oportunidades / Proposta de outra empresa 1% 1% 3% Aprovação em Concurso Público 1% 15% MBA e cursos no Exterior 52% 3% Decisão familiar Insatisfação Salarial e/ou benefícios 6% 18% Problemas de relacionamento com gestor ou equipe Carga horária Não adaptação à localidade Gráfico 13 – Distribuição da amostra dos motivos de desligamentos pelos colaboradores (Fonte: RH da Matriz Brasil Telecom) 37 O gráfico demostra que a maioria dos desligamentos pelos colaboradores forma motivados por melhores oportunidades no mercado de trabalho ou proposta de emprego em outra empresa (52%). ITEM 05 – Na época da admissão, o que atraiu o colaborador para a empresa Gráfico 14 – Distriuição da amostra de atratividades da empresa (Fonte: RH da Matriz Brasil Telecom) O gráfico demonstra que a maioria dos admitidos (39%) sentiram-se impulsionados pela possibilidade de crescimento a trabalhar na empresa, além da boa imgaem da Brasil Telecom no mercado. ITEM 06 – Participou de algum programa de integração Gráfico 15 – Amostra do programa de integração O gráfico demonstra que a maioria dos admitidos (51%) não participaram de algum programa de integração ofertado pela Brasil Telecom. 38 ITEM 07 – Acredita que a Brasil Telecom oferece treinamentos eficazes para desempenhar as atividades Gráfico 16 – Amostra quanto aos treinamentos para desempenho das atividades (Fonte: RH da Matriz Brasil Telecom) O gráfico mostra que a maioria dos colaboradores desligados informaram positivamente (50%) que a Brasil Telecom oferece treinamentos eficazes para o desempenho das atividades. ITEM 08 – Considera que a Brasil Telecom oferece oportunidade de crescimento profissional Gráfico 17 – Amosta da oportunidade de crescimento profissional na Brasil Telecom (Fonte: RH da Matriz Brasil Telecom) O gráfico demonstra que a grande parte dos entrevistados (74%) considera que a Brasil Telecom oferece oportunidade de crescimento profissional. 39 ITEM 09 – Recebeu apoio e ferramentas que ajudaram no desenvolvimento profissional Gráfico 18 – Amostra quanto ao apoio e ferramentas para o desenvolvimento profissional (Fonte: RH da Matriz Brasil Telecom) O gráfico indica que a maioria dos desligados (78%) recebeu apoio e ferramentas que ajudaram no desenvolvimento profissional. ITEM 10 – Acredita que o Programa de Oportunidade Interna (POI) é utilizado como oportunidade de crescimento profissional Gráfico 19 – POI como oportunidade de crescimento profissional (Fonte: RH da Matriz Brasil Telecom) A amostra do gráfico indica que a maioria respondeu SIM (61%) ao Progrma de Oportunidade Interna (POI) como uma oportunidade de crescimento profissional dentro da Brasil Telecom. 40 ITEM 11 – Recebeu feedback do gestor sobre desempenho profissional Gráfico 20 – Amostra quanto ao feedback do gestor sobre desempenho profissional (Fonte: RH da Matriz Brasil Telecom) A amostra indica ter recebido feedback (81%) do seu gestor sobre desempenho profissional, enquanto 19% informaram não ter recebido e 1% não responderam ao item. ITEM 12 – O conjunto de Canais de Comunicação Gráfico 21 – Amostra do conjunto de canais de comunicação (Fonte: RH da Matriz Brasil Telecom) O gráfico da amostra aponta que a maioria dos desligados avalia o conjunto de canais de comunicação da empresa (intranet, e-mails corporativos, newsletter, Revista Conexão 14, entre outros) como BOM (60%) ao processo de comunicação interna da organização. 41 ITEM 13 – O Atendimento da área de Recursos Humanos Gráfico 22 – Atendimento da área de Recursos Humanos (Fonte: RH da Matriz Brasil Telecom) A maioria da amostra considera BOM (60%) o atendimento prestado pela área de Recursos Humanos. ITEM 14 – O Portal de Recursos Humanos Gráfico 23 – Portal de Recursos Humanos (Fonte: RH da Matriz Brasil Telecom) O gráfico da amostra indica que a maioria dos colaboradores avalia como BOM (61%) o Portal de Recursos Humanos. 42 ITEM 15 – A rede credenciada do Programa Viva Mais Gráfico 24 – Rede credenciada do Programa Viva Mais (Fonte: RH da Matriz Brasil Telecom) A amostra do gráfico indica que a maioria dos entrevistados considerou boa (55%) a rede credenciada para o Programa Viva Mais da empresa. ITEM 16 – As condições de trabalho na Brasil Telecom Gráfico 25 – Distribuição da amostra quanto às condições de trabalho na Brasil Telecom (Fonte: RH da Matriz Brasil Telecom) O gráfico demonstra que a maioria dos colaboradores considerou boa (51%) a condição de trabalho na Brasil. 43 ITEM 17 – Considera que o salário estava em relação às atividades desenvolvidas Gráfico 26 – Amostra quanto ao salário em relação às atividades desenvolvidas (Fonte: RH da Matriz Brasil Telecom) A distribuição da amostra aponta que a maioria considerou o salário como BOM (47%) oferecido pela empresa em relação às atividades desenvolvidas. ITEM 18 – Classifica a Política de Bônus / Remuneração Variável Gráfico 27 – Amostra da política de Bônus / Remuneração Variável (Fonte: RH da Matriz Brasil Telecom) A política de Bônus e remuneração variável avaliada pela amostra foi considerada boa (55%) pela maioria. 44 ITEM 19 – Classifica o pacote de benefícios da Brasil Telecom Gráfico 28 – Amostra do pacote de benefícios da Brasil Telecom (Fonte: RH da Matriz Brasil Telecom) O gráfico mostra que a maioria dos colaboradores avaliou como BOM (54%) o pacote de benefícios oferecido pela empresa. ITEM 20 – Imagem que o demitido “leva” da Brasil Telecom Gráfico 29 – Imagem da Brasil Telecom perante os desligados (Fonte: RH da Matriz Brasil Telecom) 45 O gráfico aponta que a amostra “leva” uma boa (58%) imagem da Brasil Telecom após o desligamento profissional. A Tabela abaixo resume os resultados encontrados nesta pesquisa: Questões da Entrevista de Desligamento Item 01 – Tipo de Desligamento Item 02 – Justificativa da empresa para os desligamentos Item 03 – Concorda com a justificativa da empresa Imagem da Organização (Clima percebido) Desfavorável Desfavorável Favorável Item 04 – Motivos de Desligamento pelos colaboradores Desfavorável Item 05 – Na época da admissão, o que atraiu o colaborador para a empresa Item 06 – Participou de algum programa de integração Favorável Item 07 – Acredita que a Brasil Telecom oferece treinamentos eficazes para desempenhar as atividades Item 08 – Considera que Brasil Telecom oferece oportunidade de crescimento profissional Desfavorável Indefinido Favorável Item 09 – Recebeu apoio e ferramentas que ajudam no desenvolvimento profissional Favorável Item 10 – Acredita que o POI é utilizado como oportunidade de crescimento profissional Item 11 – Recebeu feedback do gestor sobre desempenho profissional Item 12 – O conjunto de Canais de Comunicação Favorável Item 13 – O atendimento da área de Recursos Humanos Favorável Favorável Favorável Justificativa Maior parte dos desligamentos (76%) foi por iniciativa própria. Não informou o real motivo, justificado pela marcação da opção “outros” (55,1%). A maioria dos desligados concordou (33%) com a justificativa da empresa. 52% dos desligados viram em outras empresas melhores oportunidades. 39% acreditavam na possibilidade de crescimento profissional. 51% dos admitidos não participaram de nenhum programa de integração. 50% acreditam e 50% não acreditam. 74% consideram que a empresa oferece oportunidade de crescimento profissional. 78% receberam ferramentas que ajudaram no desenvolvimento profissional. 61% acreditam no POI como oportunidade de crescimento profissional. A maioria recebeu feedback (81%) dos seus gestores. A maioria considera os canais de comunicação BOM (60%). 60% consideram BOM o atendimento pelo RH. 46 Item 14 – O Portal de Recursos Humanos Favorável 61% consideram BOM. Item 15 – A rede credenciada do Programa Viva Mais Item 16 – As condições de trabalho na Brasil Telecom Favorável Item 17 – Considera que o salário estava em relação às atividades desenvolvidas Favorável Item 18 – Como classifica a Política de Bônus / Remuneração Variável Item 19 – Como classifica o pacote de benefícios da Brasil Telecom Favorável Consideram a rede boa (55%). Consideram as condições boas (51%) para o trabalho. A maioria considerou o salário bom (47%) em relação as atividades desenvolvidas. Foi classificada como BOA (55%) pela maioria. Item 20 – Imagem que o demitido “leva” da Brasil Telecom Favorável Favorável Favorável 54% classificam como BOM o pacote de benefícios. Os desligados levam uma boa imagem (58%) da Brasil Telecom. Tabela 1 – Resumo de resultados analisados. 47 6. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES Com base nos resultados apresentados, a entrevista de desligamento profissional permitiu visualizar pontos fortes da organização e pontos que requerem mais atenção por parte da política organizacional, uma vez que há grande rotatividade profissional no quadro de colaboradores e consenso daqueles que acreditam que a Brasil Telecom não oferece treinamentos eficazes ao desempenho das atividades propostas (48%), caso leve em consideração os que não responderam (2%) a pesquisa. A análise aponta que os entrevistados sentem-se desmotivados perante o não mapeamento e definição dos processos, o que dificulta o direcionamento das tarefas a serem desempenhadas. Quanto à qualidade de vida do colaborador, apesar de apresentar resultado satisfatório ao Programa Viva Mais – considera “BOM” (55%) – muitos colaboradores desconhecem a vantagem do programa e solicitam maior divulgação deste. A possibilidade de crescimento profissional é perceptiva pelos admitidos (39%), entretanto, a falta de uma política de carreira transparente e eficaz acaba minando as oportunidades interna. Ressalta-se a importância do investimento em um plano de cargos e salários e a independência da área de Recursos Humanos para conduzir as oportunidades internas, independentemente da liberação das gerências/diretorias das áreas. As recomendações ao Departamento de Recursos Humanos é o acompanhamento da trajetória profissional do colaborador dentro da Brasil Telecom. Apesar do bom atendimento pelo departamento (55%), os processos ainda são engessados no que diz respeito à promoção dos colaboradores. As oportunidades ainda são ofertadas por indicação e não por mérito profissional. Os programas de treinamentos são bons, porém escassos. O Programa de Oportunidade Interna (POI), poucas vezes oferece oportunidade de crescimento real, pela dependência do gestor. 48 A análise sublinha o ponto de atenção aos gerentes de áreas, no tocante a sua postura com os subordinados. A postura e o estilo de liderança tiveram críticas, uma vez que o gerente não levou em consideração a qualidade de vida do colaborador. Ressalta-se um acompanhamento mais eficaz do gerente pela área de recursos humanos e detalhamento de sua função e clareza dos resultados. O estudo aponta, a seguir, os pontos fortes sinalizados pela pesquisa: Índice de concordância com a justificativa da empresa para desligamentos; Boa percepção de recebimento de feedback por parte dos gestores; Percepção do POI (Programa de Oportunidade Interna) como oportunidade de crescimento; Percepção de recebimento de apoio, ferramentas e oportunidades de crescimento; Avaliação em relação às condições de trabalho e ao atendimento da área de Recursos Humanos; Os pontos de atenção observados na análise da pesquisa: Índice de desligamentos por iniciativa do colaborador; Índice de desligamentos de Analistas e Consultores; Índice de desligamentos de colaboradores com menos de cinco anos de casa; Percepção de que a empresa não oferece treinamentos eficazes; Índice de participação em Programas de Integração. Sendo assim, o processo de captação e manutenção do colaborador no âmbito corporativo tende a melhoria, pois possui valores consideráveis ao bom clima organizacional. A pesquisa mostra que ainda há ausência de credibilidade, respeito, imparcialidade e caramadagem, o que é considerado impactante no processo demissional ao clima organizacional. 49 Embora saiba-se que os resultados obtidos por estas intervenções serão alcançados a longo prazo, as ações neste sentido devem ser cuidadosamente planejadas e persistentes. Além disso, deve-se considerar que esses fatores referem-se a sentimentos, e por isso, refletem a complexidade existencialista do ser humano. O Clima Organizacional compartilhados pelos colaboradores da Brasil Telecom é pouco afetado pelo processo demissional, uma vez que 75% dos demitidos percebem um clima organizacional favorável. Entretanto, é recomendável haver periodicamente novas pesquisas, mais abrangentes na amostra, visando à manutenção e/ou implantação de novos programas e benefícios. 50 REFERÊNCIAS IDALBERTO, Chiavenato. Recursos Humanos: O Capital Humano das Organizações. São Paulo: Editora Atlas, 2004, p. 17-18. IDALBERTO, Chiavenato. A Corrida para o Emprego. São Paulo, Makron Books, 1997. CALDAS, Miguel. Demissão: causas, efeitos e alternativas para empresa e indivíduo. São Paulo: Editora Atlas, 2000. KANAANE, Roberto. Comportamento Humano nas Organizações: o homem rumo ao século XXI. São Paulo: Atlas, 1999. KOLB, David Allen. Psicologia organizacional: uma abordagem vivencial. São Paulo: Atlas, 1986 PUENTE-PALÁCIOS, Kátia Elizabeth. Abordagens teóricas e dimensões empíricas do conceito de clima organizacional. Revista de Administração. São Paulo v. 37, n.3, p. 96-104, jul/set. 2002. VERBEKE, W.; VOLGERING, M.; HESSELS, M. Exploring the conceptual expansion within the field of organizational behavior: organizational climate and organizational culture. Carlos, Roberto; http://blogdoroberto.com.br, acessado em 08/06/2009. Lens & Minarelli Consultoria - http://www.lensminarelli.com.br/pesquisa2009 acessado em 07/06/2009. TONELLI, MARIA JOSÉ. Demissão: causas e efeitos. São Paulo: Atlas, 2000. Brasil Telecom – www.brasiltelecom.com.br, acessado em 10/04/2009. Mileris, Wilson. http://blogmileris.com.br, acessado em 21/10/2007. CORRÊA, MARCELO. http://correablog.com.br, acessado em 05/03/2008. AMYRA, MOYSES SARSUR. http://blogamyra.com.br, acessado em 05/03/2007. CAVALCANTI, Marcos; GOMES, Elisabeth; & PEREIRA, André. Gestão de empresas na sociedade do conhecimento. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 2001. Gutemberg. Marcedo. http://blogutemberg.com.br. Muniz, José Pascoal. Artigo do Jornal Administrador Profissional nº167 – abril 2000. Delaroli, Lucimar. Revista Melhor Gestão de Pessoas – Novembro de 2008. 51 KANAANE, Roberto. Comportamento Humano nas Organizações: O homem rumo ao século XXI. São Paulo: Atlas, 1995. OLIVEIRA, Marco Antonio. Pesquisas de clima interno nas empresas: o caso dos desconfiômetos avariados. São Paulo: Nobel. 1995 52 ANEXO 53 Entrevista de Desligamento Nome: Matrícula People: Cargo: Unidade de Negócio: Gerência: Diretoria: Superior Imediato: Gerente: Data de Admissão: Data de Desligamento: Tipo de Desligamento 1. Solicitação da Empresa Solicitação do Colaborador Aposentadoria 2. Caso você tenha sido desligado pela Empresa, qual foi a justificativa utilizada para o seu desligamento: Não apresentou os resultados esperados Reestruturação Organizacional Redução de Custos Inadequação à função Problemas Comportamentais Outros __________________________ 3. Você concorda com as justificativas apresentadas? Sim Não 4. Em caso de solicitação de desligamento, qual (is) o(s) principal (is) motivo(s) que o levou (levaram) a tomar esta decisão? (Por favor, marque com o nº 1 o principal motivo e, caso haja outro, marque com o nº 2) Carga Horária / Horário de Trabalho Insatisfação salarial e/ou benefícios Aprovação em Concurso Público Problemas de relacionamento com gestor ou equipe Melhores oportunidades / Proposta de outra empresa MBA e cursos no exterior Não adaptação à localidade Outros ______________________________________ Atratividade 5. Na época da sua admissão, o que o atraiu para a Empresa? (Por favor, marque com o nº 1 o principal motivo e, caso haja outro, marque com o nº 2) Imagem da empresa no mercado Possibilidade de Crescimento Salário / benefícios Necessidade de trabalho Desafio do cargo / função Outros _____________________________ Desenvolvimento 6. Você participou de algum programa de integração? Sim Não 7. Você acredita que a Empresa oferece treinamentos eficazes para que você desempenhe suas atividades? Sim Não 8. Você considera que a Empresa oferece oportunidades de crescimento profissional? Sim Não 09. Você recebeu apoio e ferramentas (do gestor imediato e/ou de Recursos Humanos) que ajudaram o seu desenvolvimento? Sim Não 54 10. Você acredita que o Programa de Oportunidades Internas (POI) é freqüentemente utilizado como oportunidade de crescimento profissional? Sim Não 11. Seu superior imediato conversou alguma vez com você sobre o seu desempenho (feedback)? Sim Não RH 12. Você avalia o conjunto de canais de Comunicação da Empresa (intranet, e-mails corporativos, Newsletter, Revista Conexão 14, entre outros) como: Excelente Bom Regular Ruim 13. Você avalia o atendimento da área de Recursos Humanos como: Excelente Bom Regular Ruim 14. Você avalia o Portal de Recursos Humanos como: Excelente Bom Regular Ruim SSMA e Qualidade de Vida 15. Você avalia o Programa de Qualidade de Vida - Viva Mais - como: Excelente Bom Regular Ruim 16. Você avalia as condições de trabalho (ambiente, segurança, maquinário, instalações, iluminação e etc.) como: Excelente Bom Regular Ruim Política Salarial e Benefícios 17. Você considera que o seu salário estava em relação às suas atividades: Excelente Bom Regular Ruim 18. Você avalia a política de Bônus ou PPR e/ou Remuneração Variável de vendas como: Excelente Bom Regular 19. Você classifica o pacote de benefícios da empresa como: Excelente Bom Regular Ruim Ruim Imagem da Empresa 20. Que imagem você leva da Empresa? Excelente Bom Regular Ruim Espaço para observações do entrevistado: __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 22. Autorizo disponibilizar este formulário ao meu gestor? Sim Não Assinatura do entrevistado:_______________________________________ 55 Assinatura do entrevistador:______________________________________ Local e Data: _______________________, ____ de ______________________ de 2008. Espaço para observações do entrevistador: (Favor não preencher) __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ 56