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NIVERSID
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MAR
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TEIRAS
PROG
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DE MES
STRADO
OS
1. Mestrado
M
em
m Aquaculltura Susteentável Oceeanografiaa
2. Mestrado
M
em
m Biologiaa Marinha e Gestão de
d Pescariaas
3. Mestrado
M
em
m Oceanog
grafia Apliicada
Maputo, Abril
A
de 2010
2
Verssão Final
Equipe de trabalho
Professor Doutor António Mubango Hoguane – Coordenador
dr Fernando Victor Saíde
dra Valera Lucena Dias
dra Valentina Vassele
dr Anildo Naftal Nataniel
Professor Doutor Tor Gammesrød – Universidade de Bergen
Professor Doutora Eva Falck – Universidade de Bergen
ii
Índice
Titulo
Pagina
1. Introdução ……………………………………………………………… 1
2. Justificação ……………………………………………………………… 1
3. Objectivos ……..………………………………………………………… 3
3.1 Geral ………………………………………………………………… 3
3.2 Específicos …………………………………………………………... 3
4. Competências Gerais ……………………………………..…………….. 4
5. Atitudes ………………………………………...………………………… 5
6. Filosofia de ensino ………………………..……………………….…….. 6
7. Estrutura do curso ……………………………..……………………….. 6
8. Avaliação ………………………..……………………………………….. 7
9. Critérios de admissão …………..……………………………………….. 7
10. Condições de ensino e de pesquisa …..……….………………………… 7
11. Docência e supervisão …………..……………………………………….. 8
12. Financiamento …………………...…………………………………….. 9
13. Sustentabilidade ……………………………………………………….. 10
14. Mestrado em Aquacultura Sustentável ……………………..……….. 11
15. Mestrado em Biologia Marinha e Gestão de Pescarias ……….…….. 13
16. Mestrado em Oceanografia Aplicada ………………………………….. 15
Módulos: Sinopse
17. Módulo introdutório ……………………………………………..……. 18
18. Módulo de Ciências Sociais ………….…………………………………. 20
19. Módulos de Aquacultura ………………………………………………. 22
20. Módulos de Biologia e Ecologia ……….………...……………..………. 27
21. Módulo de Bio-segurança …………….……………...………………… 30
22. Módulos de Oceanografia ………….……………………………………. 32
23. Módulo de Avaliação ……….…………………………………...……….. 42
24. Módulos de Engenharia e tecnologia ……...………...…………….……. 44
25. Módulos de Gestão e Economia …………...……………………….……. 49
26. Módulo final …………………………………..……………….………... 56
iii
1.
Introdução
A Escola Superior de Ciências Marinhas e Costeiras da Universidade Eduardo
Mondlane, criada em Dezembro de 2005, tem como missão de “através de ensino,
investigação e extensão, criar capacidade para a utilização e exploração sustentável
do mar e das zonas costeiras, para o benefício das comunidades e para
desenvolvimento do país e da região”. Dos objectivos preconizados consta o de
“desenvolver e ministrar cursos e programas de graduação, pós graduação e de curta
duração sobre o mar e zonas costeiras”, e o de “criar uma capacidade técnicocientífica e profissional sobre assuntos do mar e das zonas costeiras”. A Escola ocupa
um lugar específico na Academia e no desenvolvimento do País, desenvolve
conhecimentos técnico-científicos virados a solução de problemas reais das
comunidades e do desenvolvimento social e económico do País e envereda por métodos
de ensino e aprendizagem centrados no estudante. Assim, na Escola ministra-se o
saber, o saber fazer fazendo, o saber ser e estar na sociedade. É nesta base que a
Escola Superior de Ciências Marinhas e Costeiras da Universidade Eduardo Mondlane
apresenta o presente Programa de Mestrados que se espera formar técnicos qualificados
que contribuirão para transformação de recursos marinhos e costeiros em riqueza. O
programa compreende três cursos de mestrado, interligados:
− Aquacultura Sustentável
− Biologia Marinha e Gestão de Pescarias
− Oceanografia Aplicada
2.
Justificação
Moçambique possui uma extensa zona marítima, com uma linha da costa de cerca de
2.770 km de comprimento, caracterizada por uma ampla diversidade de habitats, fauna
rica e diversa. A plataforma continental com aproximadamente 68.000 Km2 é a maior
de África Oriental. A zona central de Moçambique possui abundantes rios, sendo o
Zambeze um dos maiores de África. Estes rios conferem uma produtividade costeira
característica na zona centro.
O potencial de peixe é estimado em cerca de 310.000 toneladas. No entanto as capturas
anuais são em média de 32.000 a 120.000 toneladas. A produção actual do camarão de
águas pouco profundas é de cerca de 7.000 toneladas por ano. A pescaria artesanal e a
semi-industrial contribuem com cerca de 50% da produção total de peixe. As pescarias
economicamente mais valiosas são as de camarão e sua fauna associada, dos peixes
demersais, os grandes pelágicos e do carapau e da cavala. Moçambique possui elevadas
potencialidades para a prática de aquacultura de camarão, de peixe, de moluscos, de
algas e ervas marinhas.
Os portos moçambicanos constituem um factor determinante no comércio nacional e
regional, manuseando anualmente quantidades consideráveis de mercadorias de e para
países vizinhos. Assim, o aspecto de segurança à navegação é de extrema importância
no desenvolvimento económico do país.
1
Moçambique tem depósitos consideráveis de recursos minerais e energéticos,
particularmente o gás natural, numa variedade de ambientes costeiros e marinhos.
Grandes concentrações de gás natural ocorrem na zona costeira das províncias de
Inhambane e Sofala. As reservas de Inhambane já estão sendo exploradas em estações
onshore em Temane e Pande e exportados para a África do Sul. Nas últimas décadas,
pesquisas de hidrocarbonetos líquidos por diversas companhias multinacionais de
petróleo têm aumentado ao largo da costa de Moçambique. Para além deste, a costa
Moçambicana possui minerais pesados, vários depósitos de materiais de construção,
rochas ornamentais, matéria prima para o fabrico de cimento (calcários), diversas
rochas salinas, tais como halita (sal de cozinha) e outros evaporitos erraticamente
distribuídos ao longo da costa.
A costa moçambicana tem grandes potencialidades de turismo costeiro, com principal
destaque para as zonas sul e norte do país, onde se pode praticar a pesca desportiva,
mergulho e outros desportos marítimos.
Apesar da importância social e económica do mar e das zonas costeiras há vários
desafios que ameaçam a sustentabilidade dos recursos e dos ecossistemas associados.
As principais ameaças aos recursos marinhos e às zonas costeiras estão associadas tanto
a factores naturais tais como cheias e secas extremas, ciclones, tsunamis e fenómenos
de El-ñino. As acções destrutivas antropogénicas incluem a obstrução de curso natural
de rios, a sobre-exploração dos recursos, a modificação e destruição de habitats e ao
uso de práticas destrutivas de extracção de recursos. A sobre-exploração e o uso de
práticas destrutivas na extracção dos recursos é muita das vezes condicionada pela luta
contra a pobreza absoluta e pelo desenvolvimento económico. No que diz respeito a
factores naturais, por exemplo, os ciclones, causam a degradação de corais, cheias e
secas extremas afectando os ecossistemas estuarinos e costeiros.
Por outro lado, a nossa actuação é muita das vezes limitada pelo fraco conhecimento da
estrutura e funcionamento dos ecossistemas, sobretudo na concepção de estratégias e
planos de desenvolvimento integrados, e no estabelecimento de um sistema legal e
institucional e a fraca capacidade de fiscalização e o fazer cumprir a Lei. A realização
de actividades de desenvolvimento deve ser feita tomando em consideração
sustentabilidade dos ecossistemas e habitats que sustentam os recursos, e considerar os
vários sectores envolvidos de forma a maximizar os benefícios. A qualidade e
preservação do ambiente têm sido motivo de preocupações nas últimas décadas. Estas
preocupações estendem-se para o ambiente marinho e costeiro onde o aumento da
pressão populacional e das suas actividades provoca o stress de uma variedade de
ecossistemas naturais.
Assim, com o estabelecimento do programa de mestrado em ciências marinhas e
costeiras se pretende contribuir na criação de capacidade nacional para uso e
exploração sustentável do mar e das zonas costeiras, visando aumentar a produção e
produtividade marinha e costeira, aumentar o valor agregado dos recursos e melhorar
os serviços marítimos.
2
3.
Objectivos
3.1 Geral
O programa de mestrado da Escola Superior de Ciências do Marinhas e Costeiras visa
formar recursos humanos que possam responder: (i) às necessidades do país no que diz
respeito ao aproveitamento integral e sustentável, a conservação dos recursos do mar e
da costa para o bem estar social e o desenvolvimento económico sustentável do País;
(ii) a mitigação e adaptação em relação aos efeitos de eventos extremos oceânicos e
meteorológicos no mar e na costa; e (iii) a responder às obrigações que o País tem no
quadro das Nações Unidades sobre o Mar, de monitorar e gerir com zelo e competência
a costa e o mar adjacente.
3.2 Específicos
Este programa está direccionado a formação e investigação nas áreas de
desenvolvimento tecnológico e do conhecimento visando:
− Desenvolver e operar sistemas de observação: Garantir o desenvolvimento e
adopção de tecnologias para monitorar a dinâmica de ecossistemas e de recursos
associados e providenciar serviços a partir do mar e da costa;
− Promover o aproveitamento de energias do mar e da costa: Desenvolver e
adoptar tecnologias que melhorem o aproveitamento de energias do mar e da
costa;
− Promover a inovação e criatividade no desenvolvimento e adopção de
tecnologias: para os sistemas de medição, produção e processamento, estruturas
e equipamento oceânicos, sistemas de produção e transformação de energia;
− Monitorar e prever os processos oceânicos: Assegura a obtenção de
conhecimentos relacionados com os processos metabólicos do ambiente
marinhos e a sua interacção com o ambiente terrestre e atmosférico, a serem
aplicados na exploração de recursos aquáticos de forma a garantir a sua
sustentabilidade e a dos ecossistemas associados;
− Pesquisar, avaliar e gerir as pescarias: Assegura a avaliação e a tomada de
decisões na gestão ambiental dos recursos aquáticos utilizando metodologia
científica e critérios técnicos; Aplicação de conhecimentos na melhoria da
qualidade do pescado, bem como o desenvolvimento de projectos de instalações
beneficiadoras de pescados;
− Produzir produtos pesqueiros no meio natural e em cativeiro: Engloba a
utilização de técnicas de produção de aquacultura e de tecnologia pesqueira com
o objectivo de obter alimentos de forma sustentável;
− Conservar os ecossistemas e os recursos marinhos e costeiros: garante o
estabelecimento de critérios aos métodos de produção de forma maximizar a
produção, considerando a capacidade de carga do ambiente, as necessidades
sociais e a viabilidade económica;
− Propiciar o conhecimento necessário para progredir no campo da pesquisa,
do ensino ou da extensão: capacitar técnicos no saber e saber fazer através do
ensino, pesquisas em laboratórios especializados, trabalhos de campo e estágios
laborais.
3
4.
Competências Gerais
O mestre em ciências do mar e das zonas costeiras possui conhecimentos do saber, do
saber fazer e habilidades que lhe permite intervir no sector de pesquisa, produção e de
extensão com competência.
Assim sobre competências do saber, um mestre em ciências do mar e das zonas
costeiras deve possuir conhecimentos sólidos sobre:
− processos naturais que ocorrem no mar e dos factores intervenientes;
− fenómenos de interacção entre o oceano, a atmosfera, a litosfera e a
biosfera;
− factores que determinam a saúde e produtividade dos ecossistemas
marinhos e costeiros;
− factores que determinam a distribuição e abundância dos recursos
naturais no mar e nas zonas costeiras;
− quadro legal e institucional inerente a exploração e utilização de
recursos naturais do mar e da costa;
− Ter uma visão integrada dos diversos assuntos relativos ao mar e de
zonas costeiras;
Sobre competências do saber fazer, um mestre em ciências do mar e das zonas
costeiras deve saber:
− analisar e explorar o funcionamento do oceano e das zonas costeiras
numa perspectiva multidisciplinar e interdisciplinar;
− utilizar os métodos de observação e análise do oceano e de zonas
costeiras;
− desenvolver trabalho científico e técnico no domínio do mar, das zonas
costeiras e dos recursos naturais associados;
− conceber, construir, manter e gerir unidades e empresas de produção de
aquacultura extensiva e intensiva;
− assegurar uma produção pesqueira que seja económica e ecologicamente
viável;
− assegurar o uso sustentável, por parte da comunidade local, dos recursos
naturais marinhos e costeiros;
− identificar e propor a protecção de ecossistemas e os seres vivos que
dele dependem.
São habilidades gerais de um mestre em ciências do mar e das zonas costeiras as
seguintes:
− auto-estima, confidente e amor a profissão e ao trabalho;
− trabalhar de uma forma independente, com capacidade de organização e
eficiência de recursos e de tempo;
− aplicação de conhecimentos e de habilidades para lidar com problemas
conhecidos e novos;
− adaptação e flexibilidade na aprendizagem e no trabalho;
− realizar pesquisa de uma forma responsável e segura, tendo em conta os
factores de risco e os procedimentos de saúde e segurança no trabalho;
4
− capacidade de análise, de síntese, teste de hipóteses e aplicação de
informação de várias fontes de uma forma crítica e responsável;
− proficiência na apresentação de relatórios científicos escritos, orais, e
com uso de meios áudio-visuais;
− domínio de informática na óptica de utilizador;
− programação em MatLab e em outras linguagens de programação;
− uso de ferramentas de teledetecção e GIS para aplicação em
ecossistemas marinhos e costeiros
− operação e manutenção de sondas simples de medição de Temperatura,
salinidade, teor de oxigénio dissolvido na água, pH;
− operação de aparelhos fixos e de deriva simples de medição de dados no
oceano;
− operação e manutenção de equipamento simples de laboratório, e.g.
microscópio, Espectrofotómetro e domínio de técnicas de titulação de
gases dissolvidos na água;
− navegação com GPS;
− condução de barcos de pequenas dimensões em zonas costeiras,
estuários, rios e lagos.
Ao terminar este curso os graduados terão atingido um nível de técnicos superiores
capazes de trabalhar independentes como cientistas, académicos, consultores,
conselheiros, gestores e como operários qualificados; poderão seguir carreiras em
instituições públicas, privadas, de ensino superior e investigação, e poderão ser
empreendedores, criando seu próprio emprego.
5.
Atitudes
Um Profissional deve saber ser e estar na sociedade, saber conviver e respeitar as
diferenças. Assim, um profissional deve ser:
− responsável, ético, respeitoso e zeloso pelo trabalho;
− competente e autónomo nos serviços prestados;
− dinâmico e pró-ativo;
− capaz de aprender e melhorar continuamente os seus serviços;
− comunicativo e ter bom relacionamento interpessoal;
− capaz de se expressar bem de forma escrita e oral;
− um bom líder e possuir um bom senso de organização.
Em, particular, porque um cientista do mar realiza trabalhos no alto mar, em barcos, em
locais restritos e com elevados riscos de acidentes deve ser:
− ser corajoso;
− possuir um elevado grau de camaradagem, solidariedade e ajuda
mútua;
− possuir um elevado espírito de higiene pessoal e colectiva;
− possuir um elevado grau de segurança pessoal e colectiva.
5
6.
Filosofia de ensino
O ensino baseia-se na combinação de aulas teóricas, seminários, aulas práticas, estudo
individual e em grupo. Põe-se ênfase no trabalho prático e na aplicação prática dos
conhecimentos teóricos. As matérias e os exemplos a serem dados são baseados, na
medida do possível, em problemas reais e o ensino é centrado no estudante.
7.
Estrutura do curso
O curso tem a duração de dois anos e dividido em duas partes, nomeadamente: Parte-I,
o primeiro ano, que corresponde a parte lectiva do curso com 60 créditos, e parte-II, o
segundo ano do curso, que corresponde ao projecto de pesquisa e dissertação com 60
créditos.
O sistema de créditos, ou unidade de esforço, rege-se pelo ECTS (European Credit
Transfer System), um sistema produzido que pretende potenciar a mobilidade
internacional dos estudantes, Neste sistema um ano lectivo corresponde a uma carga
horária de 1500 horas de trabalho para estudantes, o equivalente a 40 semanas de 37,5
horas de trabalho. Incluídas nesta carga horária estão todos os tipos de aprendizagem,
inclusive estudo individual e preparação de relatórios ou seminários, além das horas de
ensino que implicam contacto directo com docente.
Parte-I
A parte lectiva do curso ocorre no primeiro ano do curso, e é composta por módulos
especializados de aulas teóricas e práticas; de entre módulos nucleares e opcionais. O
estudante deve concluir com sucesso no mínimo 60 créditos. As aulas teóricas
providenciam as bases necessárias para compreensão da prática e os propósitos de
aplicação do curso. As aulas práticas providenciam a demonstração e aptidão no uso
das técnicas relevantes. Encoraja-se trabalho em grupo, e interacção entre estudantes e
este com docentes.
Parte-II
O Segundo ano do curso consiste na realização de pesquisa científica e dissertação
sobre a supervisão de docentes ou técnicos especializados, totalizando no mínimo 60
créditos. O tema de pesquisa é seleccionado com base no interesse do estudante ou de
entidade empregadora e poderá ser em qualquer área de ciências naturais ou sociais, ou
ainda de tecnologia relacionados com as pescarias. Podem ainda ser considerados para
dissertação trabalhos científicos realizados por candidatos ao longo da sua carreira
6
profissional e que não tenham sido submetidos para obtenção de grau académico.
8.
Avaliação
A avaliação da parte lectiva é feita com base nos testes, relatórios de trabalho e exame
por cada módulo. A avaliação dos testes corresponde a 20%, o trabalho prático,
avaliado através da participação e relatórios de trabalho corresponde a 60% e o exame
corresponde a 20%, da avaliação total. A nota da parte lectiva será dada pela média
ponderada da nota dos módulos, tendo em conta os créditos dos módulos.
Apenas os estudantes cuja nota da parte lectiva é igual ou superior a 50% da cotação
total poderão prosseguir com a pesquisa e dissertação. A tese é avaliada por um júri
identificado para cada tese e consiste na avaliação do trabalho escrito e da apresentação
e defesa oral pelo estudante. A nota final da tese é dada pela média da nota do trabalho
escrito (60%) e da apresentação e defesa (40%).
A nota do curso é dada pela média aritmética da nota da parte lectiva e da nota da parte
de pesquisa e dissertação.
9.
Critérios de admissão
Podem candidatar-se ao programa de cursos de mestrado da Escola Superior de
Ciências Marinhas e Costeiras as pessoas que tenham completado o primeiro ciclo de
formação no ensino superior nas áreas de Ciências Naturais e Engenharias. No entanto
os cursos de mestrados em Aquacultura Sustentável e em Biologia Marinha e Gestão
das Pescarias requerem conhecimentos básicos de Biologia e Química, e o curso de
mestrado em Oceanografia Aplicada requer conhecimentos avançados de Mecânica de
Fluidos, Cálculo Diferencial e Integral.
O candidato é admitido por uma comissão de admissão que considera, sobretudo, os
seguintes critérios:
• Média da conclusão do 1º ciclo;
• Experiência profissional.
As condições gerais de acesso, selecção e critérios estão regulamentados na
Deliberação no 03/CUN/2003, do Regulamento dos Cursos de Mestrado da UEM.
Serão admitidos 20 estudantes por cada curso, perfazendo um total de 60 estudantes
para os cursos de mestrado.
10.
Condições de ensino e de pesquisa
A Escola possui um barco de 7 metros, com motor de 40 HP para pesquisa no estuário
e nas águas costeiras; facilidades de aquacultura em tanques externos e em laboratório;
uma sala de computadores modernos, com internet via V-Sat. Para além destas
facilidades a Escola coopera com várias instituições de pesquisa e empresas de
7
produção tais como a IIP, CEPAM, Aquapesca e Krustamoz, Marinha de Guerra de
Moçambique onde se pode usar os meios e as facilidades de trabalho e pesquisa
existentes.
11.
Docência e supervisão
A docência e supervisão de teses serão garantidas por docentes da Universidade de
Bergen, no âmbito do projecto NOMA, por mais 4 anos a partir de 2010; Universidade
de Dar-es-Salam, no âmbito do projecto WIO-RISE, por mais 4 anos a partir de 2010,
Universidade de Vitória e Universidade do Brasil, no âmbito do projecto SOED, por
mais 4 anos a partir de 2010. A Tabela 1 apresenta a lista dos potenciais docentes para
os cursos de mestrado na Escola Superior de Ciências Marinhas e Costeiras.
Para os primeiros quatro anos, a docência e supervisão será assegurada principalmente
por cerca de 20 docentes estrangeiros e 18 docentes nacionais. Durante este período,
os docentes nacionais serão capacitados na docência e supervisão pelos docentes
estrangeiros, o que irá assegurar a continuidade do programa.
Tabela 1. Lista dos potenciais docentes dos cursos de mestrado na Escola Superior de
Ciências Marinhas e Costeiras.
Nome
Nível
Área
Prof. Doutor António Hoguane PhD
Oceanografia Física
Prof. Doutor T. Gammelsrød
PhD
Oceanografia / Meteorologia
Prof.
Doutor
Boaventura PhD
Energias Renováveis
Cuamba
Prof. Doutora Eva Falck
PhD
Oceanografia Química
Prof. Viktor Sevastyanov
PhD
Química
Prof. Doutor Adriano Macie
PhD
Ecologia Marinha
Doutora Bastienne Vriesendrop PhD
Biologia Marinha
Prof. Doutor E. Andreatta
PhD
Aquacultura
Prof. Doutora M. Kyewalyanga PhD
Oceanografia Biológica
Prof. Doutor Alfonso Dubi
PhD
Engenharia Costeira e Marinha
Prof. Doutor Svein Sundby
PhD
Interacção processos
Físicos/Biológicos
Prof. Doutor Johnny
PhD
Óptica Marinha e teledetecção
Johannesen
Prof. Doutor Asgeir Sorteberg
PhD
Mudanças Climáticas
Prof. Doutor Kjell Arild Orvik
PhD
Oceanografia Pesqueira
Prof. Doutor Tore Furevik
PhD
Oceanografia Dinâmica
Prof. Doutor Ilker Fer
PhD
Oceanografia Pesqueira
Doutor Stefano Mazilli
PhD
Oceanografia Operacional
Doutora Catherine Vermeuller
MPhil Biologia/Ecologia Marinha
Doutora Anna Lucas
PhD
Teledetecção e GIS
Doutor Lars Asplin
PhD
Modelação Hidrodinâmica
Doutor Knut Barthel
PhD
Modelação
Doutor Paul Budgell
PhD
Modelação
Doutor Øyvind Breivik
PhD
Gestão de Dados Oceanográficos
8
dr Fernando Victor Saide
dr Fialho Nehama
dra Valera Lucena Dias
dra Valentina Vassele
dra Genyess Vieira
dra Candida Sete
dr Hermes Pacule
dr Nataniel Naftal
dr Jeremias Mocuba
dra Ivone Lichucha
dra Eulália Mugabe
dra Yonss Saranga José
Enga Joana José
dra Claudia Tomas
dr Narci de Permegi
12.
MSc
MSc
MSc
MSc
MSc
MSc
MSc
MSc
MSc
MSc
MSc
MSc
MSc
MSc
MSc
Oceanografia Física
Oceanografia Física
Biotecnologia Marinha
Oceanografia Física
Aquacultura
Hidrografia
Gestão das Pescarias
Biologia/Ecologia Pesqueira
Biologia/Ecologia Pesqueira
Ciências Pesqueiras
Aquacultura
Oceanografia/Modelação
Engenharia Florestal
Avaliação e Gestão das Pescarias
Avaliação e Gestão das Pescarias
Financiamento
O orçamento para 60 estudantes, sendo 20 por cada curso de mestrado, e por um
período de 2 anos é estimado em cerca de 5.987.000Mt (.Tabela 2). O projecto NOMA
irá contribuir com cerca de 4.500.000Mt, o projecto SOED irá contribuir com cerca de
987.000Mt, e o Orçamento Geral do Estado irá contribui por cerca de 500.000Mt.
Tabela 2. Orçamento para dois anos de curso, para 30 estudantes.
Actividades
Viagens
Deslocação de docentes
- Deslocações domésticas
- Deslocações internacionais
Transporte Local (combustíveis e manutenção de
veiculos)
Acomodação de docentes
Ajudas de custo
Docentes nacionais
Docentes estrangeiros
Trabalhos de campo
Parcial
Orçamento
em Mil Meticais
887
114
229
64
480
3300
600
1200
1500
Equipamento
600
600
Materiais
400
400
Consumíveis
100
100
–
9
Comunicação
Pagamento de Serviços a Terceiros
Bolsas de estudo
Total
13.
100
100
600
3000
600
3000
5987
Sustentabilidade
A sustentabilidade do programa é garantida através de quatro factores principais:
(i)
cometimento do Governo em formar quadros qualificados para impulsionar
o aproveitamento racional dos recursos marinhos e costeiros;
(ii)
capacidade do programa em responder a demanda e desafios de formação,
investigação e extensão no domínio do mar e da costa;
(iii)
formação de quadros moçambicanos para continuar o programa; e
(iv)
parcerias com instituições nacionais, regionais e internacionais, no quadro
do Mundo cada vez mais globalizado.
10
14.
Mestrado em Aquacultura Sustentável
Objectivos
O curso visa proporcionar uma formação avançada e aplicada sobre aquacultura de
espécies marinhas e de água doce, com ênfase nas espécies tropicais, e sustentabilidade
ambiental.
Perfil Profissional
As actividades profissionais e oportunidades de carreira, para os graduados em
Aquacultura sustentável, incluem: Estudos de biologia de espécies cultiváveis com
ênfase na taxonomia, morfologia, fisiologia e comportamento; bem como aspectos de
embriologia, desenvolvimento larval, eco-fisiologia, nutrição, ciclo de vida, patologia
das espécies cultiváveis. Análise de aspectos ambientais e ecológicos na aquacultura.
Desenvolvimento de habilidades de concepção, construção, manutenção e gestão de
unidades e empresas de produção de aquacultura extensiva e intensiva.
Perfil Ocupacional
Ao terminar este curso os graduados poderão trabalhar como técnicos superiores,
gestores, conselheiros e consultores nos sectores das pescas, aquacultura, ambiente,
turismo, municípios costeiros, agricultura; poderão trabalhar nas ONG’s dedicadas ao
meio ambiente e conservação da natureza tais como WWF, IUCN, entre outros; como
gestores de parques e reservas marinhas; como pesquisadores em instituições de
investigação públicas e privadas; na academia; como técnicos superiores qualificados
no sector produtivo de pesca e aquacultura e no desenvolvimento rural; e poderão ser
empreendedores, criando seu próprio emprego nas áreas de produção pesqueira e
aquacultura, processamento, conservação e comercialização do pescado; e no mercado
de consultorias.
Perfil do Graduado
Os graduados no curso de mestrado em Aquacultura Sustentável devem saber:
− A biologia das espécies a cultivar;
− Os factores bióticos e abióticos que determinam o crescimento e a saúde das
espécies a cultivar;
− As técnicas de cultivo e gestão de unidades de produção;
− Os aspectos de biossegurança associados à aquacultura;
− O quadro legal e institucional inerente à aquacultura.
11
Os graduados no curso de mestrado em Aquacultura Sustentável devem saber fazer:
− A pesquisa das espécies a cultivar abordando aspectos de genética, nutrição,
reprodução, taxa de crescimento e patologia, e aspectos ecológicos e
ambientais;
− A prospecção e avaliação das potencialidades de desenvolvimento de
aquacultura;
− Estudos de viabilidade de iniciativas de aquacultura;
− Estudos de impacto ambiental de iniciativas de aquacultura;
− A concepção, construção e assegurar a manutenção de infra-estruturas de
aquacultura;
− Cultivo de espécies desde aspectos de selecção de espécies, administração de
berçários, engorda, captura, processamento e controle de qualidade;
− Administração e gestão de unidades e empresas de aquacultura;
− Gestão ambiental nas unidades de aquacultura.
Plano curricular
Tabela 2. Plano temático do curso de Mestrado em Aquacultura Sustentável.
Título
Categoria
Semestre
Técnicas de Pesquisa Científica
Biologia Pesqueira
Aquacultura, Socioeconomia e negócio
Cultivo de Espécies Marinhas
Cultivo de Espécies Estuarinas e de Água Doce
Ecologia Pesqueira
Bio-segurança Marinha
Interacção entre Processos Físicos e Biológicos
Nuclear
Nuclear
Nuclear
Nuclear
Nuclear
Opcional
Opcional
Opcional
I
I
I
I
I
I
I
I
Engenharia de aquacultura
Nuclear
Patologia em aquacultura
Nuclear
Aquacultura e Ambiente
Nuclear
Administração e Gestão de Empresas de Opcional
Aquacultura
Tecnologia de Pescado
Opcional
Gestão Integrada das zonas Costeiras
Opcional
II
II
II
II
250
125
125
125
10
5
5
5
II
II
125
250
5
10
III e IV
1500
60
Projecto de tese
Nuclear
Carga
Créditos
Horária
125
5
125
5
125
5
125
5
125
5
250
10
125
5
250
10
12
13
Download

Programa de mestrado..