UN NIVERSID DADE ED DUARDO O MOND DLANE ESCOLA A SUPER RIOR DE CIÊNCIAS MAR RINHAS S E COST TEIRAS PROG GRAMA D DE MES STRADO OS 1. Mestrado M em m Aquaculltura Susteentável Oceeanografiaa 2. Mestrado M em m Biologiaa Marinha e Gestão de d Pescariaas 3. Mestrado M em m Oceanog grafia Apliicada Maputo, Abril A de 2010 2 Verssão Final Equipe de trabalho Professor Doutor António Mubango Hoguane – Coordenador dr Fernando Victor Saíde dra Valera Lucena Dias dra Valentina Vassele dr Anildo Naftal Nataniel Professor Doutor Tor Gammesrød – Universidade de Bergen Professor Doutora Eva Falck – Universidade de Bergen ii Índice Titulo Pagina 1. Introdução ……………………………………………………………… 1 2. Justificação ……………………………………………………………… 1 3. Objectivos ……..………………………………………………………… 3 3.1 Geral ………………………………………………………………… 3 3.2 Específicos …………………………………………………………... 3 4. Competências Gerais ……………………………………..…………….. 4 5. Atitudes ………………………………………...………………………… 5 6. Filosofia de ensino ………………………..……………………….…….. 6 7. Estrutura do curso ……………………………..……………………….. 6 8. Avaliação ………………………..……………………………………….. 7 9. Critérios de admissão …………..……………………………………….. 7 10. Condições de ensino e de pesquisa …..……….………………………… 7 11. Docência e supervisão …………..……………………………………….. 8 12. Financiamento …………………...…………………………………….. 9 13. Sustentabilidade ……………………………………………………….. 10 14. Mestrado em Aquacultura Sustentável ……………………..……….. 11 15. Mestrado em Biologia Marinha e Gestão de Pescarias ……….…….. 13 16. Mestrado em Oceanografia Aplicada ………………………………….. 15 Módulos: Sinopse 17. Módulo introdutório ……………………………………………..……. 18 18. Módulo de Ciências Sociais ………….…………………………………. 20 19. Módulos de Aquacultura ………………………………………………. 22 20. Módulos de Biologia e Ecologia ……….………...……………..………. 27 21. Módulo de Bio-segurança …………….……………...………………… 30 22. Módulos de Oceanografia ………….……………………………………. 32 23. Módulo de Avaliação ……….…………………………………...……….. 42 24. Módulos de Engenharia e tecnologia ……...………...…………….……. 44 25. Módulos de Gestão e Economia …………...……………………….……. 49 26. Módulo final …………………………………..……………….………... 56 iii 1. Introdução A Escola Superior de Ciências Marinhas e Costeiras da Universidade Eduardo Mondlane, criada em Dezembro de 2005, tem como missão de “através de ensino, investigação e extensão, criar capacidade para a utilização e exploração sustentável do mar e das zonas costeiras, para o benefício das comunidades e para desenvolvimento do país e da região”. Dos objectivos preconizados consta o de “desenvolver e ministrar cursos e programas de graduação, pós graduação e de curta duração sobre o mar e zonas costeiras”, e o de “criar uma capacidade técnicocientífica e profissional sobre assuntos do mar e das zonas costeiras”. A Escola ocupa um lugar específico na Academia e no desenvolvimento do País, desenvolve conhecimentos técnico-científicos virados a solução de problemas reais das comunidades e do desenvolvimento social e económico do País e envereda por métodos de ensino e aprendizagem centrados no estudante. Assim, na Escola ministra-se o saber, o saber fazer fazendo, o saber ser e estar na sociedade. É nesta base que a Escola Superior de Ciências Marinhas e Costeiras da Universidade Eduardo Mondlane apresenta o presente Programa de Mestrados que se espera formar técnicos qualificados que contribuirão para transformação de recursos marinhos e costeiros em riqueza. O programa compreende três cursos de mestrado, interligados: − Aquacultura Sustentável − Biologia Marinha e Gestão de Pescarias − Oceanografia Aplicada 2. Justificação Moçambique possui uma extensa zona marítima, com uma linha da costa de cerca de 2.770 km de comprimento, caracterizada por uma ampla diversidade de habitats, fauna rica e diversa. A plataforma continental com aproximadamente 68.000 Km2 é a maior de África Oriental. A zona central de Moçambique possui abundantes rios, sendo o Zambeze um dos maiores de África. Estes rios conferem uma produtividade costeira característica na zona centro. O potencial de peixe é estimado em cerca de 310.000 toneladas. No entanto as capturas anuais são em média de 32.000 a 120.000 toneladas. A produção actual do camarão de águas pouco profundas é de cerca de 7.000 toneladas por ano. A pescaria artesanal e a semi-industrial contribuem com cerca de 50% da produção total de peixe. As pescarias economicamente mais valiosas são as de camarão e sua fauna associada, dos peixes demersais, os grandes pelágicos e do carapau e da cavala. Moçambique possui elevadas potencialidades para a prática de aquacultura de camarão, de peixe, de moluscos, de algas e ervas marinhas. Os portos moçambicanos constituem um factor determinante no comércio nacional e regional, manuseando anualmente quantidades consideráveis de mercadorias de e para países vizinhos. Assim, o aspecto de segurança à navegação é de extrema importância no desenvolvimento económico do país. 1 Moçambique tem depósitos consideráveis de recursos minerais e energéticos, particularmente o gás natural, numa variedade de ambientes costeiros e marinhos. Grandes concentrações de gás natural ocorrem na zona costeira das províncias de Inhambane e Sofala. As reservas de Inhambane já estão sendo exploradas em estações onshore em Temane e Pande e exportados para a África do Sul. Nas últimas décadas, pesquisas de hidrocarbonetos líquidos por diversas companhias multinacionais de petróleo têm aumentado ao largo da costa de Moçambique. Para além deste, a costa Moçambicana possui minerais pesados, vários depósitos de materiais de construção, rochas ornamentais, matéria prima para o fabrico de cimento (calcários), diversas rochas salinas, tais como halita (sal de cozinha) e outros evaporitos erraticamente distribuídos ao longo da costa. A costa moçambicana tem grandes potencialidades de turismo costeiro, com principal destaque para as zonas sul e norte do país, onde se pode praticar a pesca desportiva, mergulho e outros desportos marítimos. Apesar da importância social e económica do mar e das zonas costeiras há vários desafios que ameaçam a sustentabilidade dos recursos e dos ecossistemas associados. As principais ameaças aos recursos marinhos e às zonas costeiras estão associadas tanto a factores naturais tais como cheias e secas extremas, ciclones, tsunamis e fenómenos de El-ñino. As acções destrutivas antropogénicas incluem a obstrução de curso natural de rios, a sobre-exploração dos recursos, a modificação e destruição de habitats e ao uso de práticas destrutivas de extracção de recursos. A sobre-exploração e o uso de práticas destrutivas na extracção dos recursos é muita das vezes condicionada pela luta contra a pobreza absoluta e pelo desenvolvimento económico. No que diz respeito a factores naturais, por exemplo, os ciclones, causam a degradação de corais, cheias e secas extremas afectando os ecossistemas estuarinos e costeiros. Por outro lado, a nossa actuação é muita das vezes limitada pelo fraco conhecimento da estrutura e funcionamento dos ecossistemas, sobretudo na concepção de estratégias e planos de desenvolvimento integrados, e no estabelecimento de um sistema legal e institucional e a fraca capacidade de fiscalização e o fazer cumprir a Lei. A realização de actividades de desenvolvimento deve ser feita tomando em consideração sustentabilidade dos ecossistemas e habitats que sustentam os recursos, e considerar os vários sectores envolvidos de forma a maximizar os benefícios. A qualidade e preservação do ambiente têm sido motivo de preocupações nas últimas décadas. Estas preocupações estendem-se para o ambiente marinho e costeiro onde o aumento da pressão populacional e das suas actividades provoca o stress de uma variedade de ecossistemas naturais. Assim, com o estabelecimento do programa de mestrado em ciências marinhas e costeiras se pretende contribuir na criação de capacidade nacional para uso e exploração sustentável do mar e das zonas costeiras, visando aumentar a produção e produtividade marinha e costeira, aumentar o valor agregado dos recursos e melhorar os serviços marítimos. 2 3. Objectivos 3.1 Geral O programa de mestrado da Escola Superior de Ciências do Marinhas e Costeiras visa formar recursos humanos que possam responder: (i) às necessidades do país no que diz respeito ao aproveitamento integral e sustentável, a conservação dos recursos do mar e da costa para o bem estar social e o desenvolvimento económico sustentável do País; (ii) a mitigação e adaptação em relação aos efeitos de eventos extremos oceânicos e meteorológicos no mar e na costa; e (iii) a responder às obrigações que o País tem no quadro das Nações Unidades sobre o Mar, de monitorar e gerir com zelo e competência a costa e o mar adjacente. 3.2 Específicos Este programa está direccionado a formação e investigação nas áreas de desenvolvimento tecnológico e do conhecimento visando: − Desenvolver e operar sistemas de observação: Garantir o desenvolvimento e adopção de tecnologias para monitorar a dinâmica de ecossistemas e de recursos associados e providenciar serviços a partir do mar e da costa; − Promover o aproveitamento de energias do mar e da costa: Desenvolver e adoptar tecnologias que melhorem o aproveitamento de energias do mar e da costa; − Promover a inovação e criatividade no desenvolvimento e adopção de tecnologias: para os sistemas de medição, produção e processamento, estruturas e equipamento oceânicos, sistemas de produção e transformação de energia; − Monitorar e prever os processos oceânicos: Assegura a obtenção de conhecimentos relacionados com os processos metabólicos do ambiente marinhos e a sua interacção com o ambiente terrestre e atmosférico, a serem aplicados na exploração de recursos aquáticos de forma a garantir a sua sustentabilidade e a dos ecossistemas associados; − Pesquisar, avaliar e gerir as pescarias: Assegura a avaliação e a tomada de decisões na gestão ambiental dos recursos aquáticos utilizando metodologia científica e critérios técnicos; Aplicação de conhecimentos na melhoria da qualidade do pescado, bem como o desenvolvimento de projectos de instalações beneficiadoras de pescados; − Produzir produtos pesqueiros no meio natural e em cativeiro: Engloba a utilização de técnicas de produção de aquacultura e de tecnologia pesqueira com o objectivo de obter alimentos de forma sustentável; − Conservar os ecossistemas e os recursos marinhos e costeiros: garante o estabelecimento de critérios aos métodos de produção de forma maximizar a produção, considerando a capacidade de carga do ambiente, as necessidades sociais e a viabilidade económica; − Propiciar o conhecimento necessário para progredir no campo da pesquisa, do ensino ou da extensão: capacitar técnicos no saber e saber fazer através do ensino, pesquisas em laboratórios especializados, trabalhos de campo e estágios laborais. 3 4. Competências Gerais O mestre em ciências do mar e das zonas costeiras possui conhecimentos do saber, do saber fazer e habilidades que lhe permite intervir no sector de pesquisa, produção e de extensão com competência. Assim sobre competências do saber, um mestre em ciências do mar e das zonas costeiras deve possuir conhecimentos sólidos sobre: − processos naturais que ocorrem no mar e dos factores intervenientes; − fenómenos de interacção entre o oceano, a atmosfera, a litosfera e a biosfera; − factores que determinam a saúde e produtividade dos ecossistemas marinhos e costeiros; − factores que determinam a distribuição e abundância dos recursos naturais no mar e nas zonas costeiras; − quadro legal e institucional inerente a exploração e utilização de recursos naturais do mar e da costa; − Ter uma visão integrada dos diversos assuntos relativos ao mar e de zonas costeiras; Sobre competências do saber fazer, um mestre em ciências do mar e das zonas costeiras deve saber: − analisar e explorar o funcionamento do oceano e das zonas costeiras numa perspectiva multidisciplinar e interdisciplinar; − utilizar os métodos de observação e análise do oceano e de zonas costeiras; − desenvolver trabalho científico e técnico no domínio do mar, das zonas costeiras e dos recursos naturais associados; − conceber, construir, manter e gerir unidades e empresas de produção de aquacultura extensiva e intensiva; − assegurar uma produção pesqueira que seja económica e ecologicamente viável; − assegurar o uso sustentável, por parte da comunidade local, dos recursos naturais marinhos e costeiros; − identificar e propor a protecção de ecossistemas e os seres vivos que dele dependem. São habilidades gerais de um mestre em ciências do mar e das zonas costeiras as seguintes: − auto-estima, confidente e amor a profissão e ao trabalho; − trabalhar de uma forma independente, com capacidade de organização e eficiência de recursos e de tempo; − aplicação de conhecimentos e de habilidades para lidar com problemas conhecidos e novos; − adaptação e flexibilidade na aprendizagem e no trabalho; − realizar pesquisa de uma forma responsável e segura, tendo em conta os factores de risco e os procedimentos de saúde e segurança no trabalho; 4 − capacidade de análise, de síntese, teste de hipóteses e aplicação de informação de várias fontes de uma forma crítica e responsável; − proficiência na apresentação de relatórios científicos escritos, orais, e com uso de meios áudio-visuais; − domínio de informática na óptica de utilizador; − programação em MatLab e em outras linguagens de programação; − uso de ferramentas de teledetecção e GIS para aplicação em ecossistemas marinhos e costeiros − operação e manutenção de sondas simples de medição de Temperatura, salinidade, teor de oxigénio dissolvido na água, pH; − operação de aparelhos fixos e de deriva simples de medição de dados no oceano; − operação e manutenção de equipamento simples de laboratório, e.g. microscópio, Espectrofotómetro e domínio de técnicas de titulação de gases dissolvidos na água; − navegação com GPS; − condução de barcos de pequenas dimensões em zonas costeiras, estuários, rios e lagos. Ao terminar este curso os graduados terão atingido um nível de técnicos superiores capazes de trabalhar independentes como cientistas, académicos, consultores, conselheiros, gestores e como operários qualificados; poderão seguir carreiras em instituições públicas, privadas, de ensino superior e investigação, e poderão ser empreendedores, criando seu próprio emprego. 5. Atitudes Um Profissional deve saber ser e estar na sociedade, saber conviver e respeitar as diferenças. Assim, um profissional deve ser: − responsável, ético, respeitoso e zeloso pelo trabalho; − competente e autónomo nos serviços prestados; − dinâmico e pró-ativo; − capaz de aprender e melhorar continuamente os seus serviços; − comunicativo e ter bom relacionamento interpessoal; − capaz de se expressar bem de forma escrita e oral; − um bom líder e possuir um bom senso de organização. Em, particular, porque um cientista do mar realiza trabalhos no alto mar, em barcos, em locais restritos e com elevados riscos de acidentes deve ser: − ser corajoso; − possuir um elevado grau de camaradagem, solidariedade e ajuda mútua; − possuir um elevado espírito de higiene pessoal e colectiva; − possuir um elevado grau de segurança pessoal e colectiva. 5 6. Filosofia de ensino O ensino baseia-se na combinação de aulas teóricas, seminários, aulas práticas, estudo individual e em grupo. Põe-se ênfase no trabalho prático e na aplicação prática dos conhecimentos teóricos. As matérias e os exemplos a serem dados são baseados, na medida do possível, em problemas reais e o ensino é centrado no estudante. 7. Estrutura do curso O curso tem a duração de dois anos e dividido em duas partes, nomeadamente: Parte-I, o primeiro ano, que corresponde a parte lectiva do curso com 60 créditos, e parte-II, o segundo ano do curso, que corresponde ao projecto de pesquisa e dissertação com 60 créditos. O sistema de créditos, ou unidade de esforço, rege-se pelo ECTS (European Credit Transfer System), um sistema produzido que pretende potenciar a mobilidade internacional dos estudantes, Neste sistema um ano lectivo corresponde a uma carga horária de 1500 horas de trabalho para estudantes, o equivalente a 40 semanas de 37,5 horas de trabalho. Incluídas nesta carga horária estão todos os tipos de aprendizagem, inclusive estudo individual e preparação de relatórios ou seminários, além das horas de ensino que implicam contacto directo com docente. Parte-I A parte lectiva do curso ocorre no primeiro ano do curso, e é composta por módulos especializados de aulas teóricas e práticas; de entre módulos nucleares e opcionais. O estudante deve concluir com sucesso no mínimo 60 créditos. As aulas teóricas providenciam as bases necessárias para compreensão da prática e os propósitos de aplicação do curso. As aulas práticas providenciam a demonstração e aptidão no uso das técnicas relevantes. Encoraja-se trabalho em grupo, e interacção entre estudantes e este com docentes. Parte-II O Segundo ano do curso consiste na realização de pesquisa científica e dissertação sobre a supervisão de docentes ou técnicos especializados, totalizando no mínimo 60 créditos. O tema de pesquisa é seleccionado com base no interesse do estudante ou de entidade empregadora e poderá ser em qualquer área de ciências naturais ou sociais, ou ainda de tecnologia relacionados com as pescarias. Podem ainda ser considerados para dissertação trabalhos científicos realizados por candidatos ao longo da sua carreira 6 profissional e que não tenham sido submetidos para obtenção de grau académico. 8. Avaliação A avaliação da parte lectiva é feita com base nos testes, relatórios de trabalho e exame por cada módulo. A avaliação dos testes corresponde a 20%, o trabalho prático, avaliado através da participação e relatórios de trabalho corresponde a 60% e o exame corresponde a 20%, da avaliação total. A nota da parte lectiva será dada pela média ponderada da nota dos módulos, tendo em conta os créditos dos módulos. Apenas os estudantes cuja nota da parte lectiva é igual ou superior a 50% da cotação total poderão prosseguir com a pesquisa e dissertação. A tese é avaliada por um júri identificado para cada tese e consiste na avaliação do trabalho escrito e da apresentação e defesa oral pelo estudante. A nota final da tese é dada pela média da nota do trabalho escrito (60%) e da apresentação e defesa (40%). A nota do curso é dada pela média aritmética da nota da parte lectiva e da nota da parte de pesquisa e dissertação. 9. Critérios de admissão Podem candidatar-se ao programa de cursos de mestrado da Escola Superior de Ciências Marinhas e Costeiras as pessoas que tenham completado o primeiro ciclo de formação no ensino superior nas áreas de Ciências Naturais e Engenharias. No entanto os cursos de mestrados em Aquacultura Sustentável e em Biologia Marinha e Gestão das Pescarias requerem conhecimentos básicos de Biologia e Química, e o curso de mestrado em Oceanografia Aplicada requer conhecimentos avançados de Mecânica de Fluidos, Cálculo Diferencial e Integral. O candidato é admitido por uma comissão de admissão que considera, sobretudo, os seguintes critérios: • Média da conclusão do 1º ciclo; • Experiência profissional. As condições gerais de acesso, selecção e critérios estão regulamentados na Deliberação no 03/CUN/2003, do Regulamento dos Cursos de Mestrado da UEM. Serão admitidos 20 estudantes por cada curso, perfazendo um total de 60 estudantes para os cursos de mestrado. 10. Condições de ensino e de pesquisa A Escola possui um barco de 7 metros, com motor de 40 HP para pesquisa no estuário e nas águas costeiras; facilidades de aquacultura em tanques externos e em laboratório; uma sala de computadores modernos, com internet via V-Sat. Para além destas facilidades a Escola coopera com várias instituições de pesquisa e empresas de 7 produção tais como a IIP, CEPAM, Aquapesca e Krustamoz, Marinha de Guerra de Moçambique onde se pode usar os meios e as facilidades de trabalho e pesquisa existentes. 11. Docência e supervisão A docência e supervisão de teses serão garantidas por docentes da Universidade de Bergen, no âmbito do projecto NOMA, por mais 4 anos a partir de 2010; Universidade de Dar-es-Salam, no âmbito do projecto WIO-RISE, por mais 4 anos a partir de 2010, Universidade de Vitória e Universidade do Brasil, no âmbito do projecto SOED, por mais 4 anos a partir de 2010. A Tabela 1 apresenta a lista dos potenciais docentes para os cursos de mestrado na Escola Superior de Ciências Marinhas e Costeiras. Para os primeiros quatro anos, a docência e supervisão será assegurada principalmente por cerca de 20 docentes estrangeiros e 18 docentes nacionais. Durante este período, os docentes nacionais serão capacitados na docência e supervisão pelos docentes estrangeiros, o que irá assegurar a continuidade do programa. Tabela 1. Lista dos potenciais docentes dos cursos de mestrado na Escola Superior de Ciências Marinhas e Costeiras. Nome Nível Área Prof. Doutor António Hoguane PhD Oceanografia Física Prof. Doutor T. Gammelsrød PhD Oceanografia / Meteorologia Prof. Doutor Boaventura PhD Energias Renováveis Cuamba Prof. Doutora Eva Falck PhD Oceanografia Química Prof. Viktor Sevastyanov PhD Química Prof. Doutor Adriano Macie PhD Ecologia Marinha Doutora Bastienne Vriesendrop PhD Biologia Marinha Prof. Doutor E. Andreatta PhD Aquacultura Prof. Doutora M. Kyewalyanga PhD Oceanografia Biológica Prof. Doutor Alfonso Dubi PhD Engenharia Costeira e Marinha Prof. Doutor Svein Sundby PhD Interacção processos Físicos/Biológicos Prof. Doutor Johnny PhD Óptica Marinha e teledetecção Johannesen Prof. Doutor Asgeir Sorteberg PhD Mudanças Climáticas Prof. Doutor Kjell Arild Orvik PhD Oceanografia Pesqueira Prof. Doutor Tore Furevik PhD Oceanografia Dinâmica Prof. Doutor Ilker Fer PhD Oceanografia Pesqueira Doutor Stefano Mazilli PhD Oceanografia Operacional Doutora Catherine Vermeuller MPhil Biologia/Ecologia Marinha Doutora Anna Lucas PhD Teledetecção e GIS Doutor Lars Asplin PhD Modelação Hidrodinâmica Doutor Knut Barthel PhD Modelação Doutor Paul Budgell PhD Modelação Doutor Øyvind Breivik PhD Gestão de Dados Oceanográficos 8 dr Fernando Victor Saide dr Fialho Nehama dra Valera Lucena Dias dra Valentina Vassele dra Genyess Vieira dra Candida Sete dr Hermes Pacule dr Nataniel Naftal dr Jeremias Mocuba dra Ivone Lichucha dra Eulália Mugabe dra Yonss Saranga José Enga Joana José dra Claudia Tomas dr Narci de Permegi 12. MSc MSc MSc MSc MSc MSc MSc MSc MSc MSc MSc MSc MSc MSc MSc Oceanografia Física Oceanografia Física Biotecnologia Marinha Oceanografia Física Aquacultura Hidrografia Gestão das Pescarias Biologia/Ecologia Pesqueira Biologia/Ecologia Pesqueira Ciências Pesqueiras Aquacultura Oceanografia/Modelação Engenharia Florestal Avaliação e Gestão das Pescarias Avaliação e Gestão das Pescarias Financiamento O orçamento para 60 estudantes, sendo 20 por cada curso de mestrado, e por um período de 2 anos é estimado em cerca de 5.987.000Mt (.Tabela 2). O projecto NOMA irá contribuir com cerca de 4.500.000Mt, o projecto SOED irá contribuir com cerca de 987.000Mt, e o Orçamento Geral do Estado irá contribui por cerca de 500.000Mt. Tabela 2. Orçamento para dois anos de curso, para 30 estudantes. Actividades Viagens Deslocação de docentes - Deslocações domésticas - Deslocações internacionais Transporte Local (combustíveis e manutenção de veiculos) Acomodação de docentes Ajudas de custo Docentes nacionais Docentes estrangeiros Trabalhos de campo Parcial Orçamento em Mil Meticais 887 114 229 64 480 3300 600 1200 1500 Equipamento 600 600 Materiais 400 400 Consumíveis 100 100 – 9 Comunicação Pagamento de Serviços a Terceiros Bolsas de estudo Total 13. 100 100 600 3000 600 3000 5987 Sustentabilidade A sustentabilidade do programa é garantida através de quatro factores principais: (i) cometimento do Governo em formar quadros qualificados para impulsionar o aproveitamento racional dos recursos marinhos e costeiros; (ii) capacidade do programa em responder a demanda e desafios de formação, investigação e extensão no domínio do mar e da costa; (iii) formação de quadros moçambicanos para continuar o programa; e (iv) parcerias com instituições nacionais, regionais e internacionais, no quadro do Mundo cada vez mais globalizado. 10 14. Mestrado em Aquacultura Sustentável Objectivos O curso visa proporcionar uma formação avançada e aplicada sobre aquacultura de espécies marinhas e de água doce, com ênfase nas espécies tropicais, e sustentabilidade ambiental. Perfil Profissional As actividades profissionais e oportunidades de carreira, para os graduados em Aquacultura sustentável, incluem: Estudos de biologia de espécies cultiváveis com ênfase na taxonomia, morfologia, fisiologia e comportamento; bem como aspectos de embriologia, desenvolvimento larval, eco-fisiologia, nutrição, ciclo de vida, patologia das espécies cultiváveis. Análise de aspectos ambientais e ecológicos na aquacultura. Desenvolvimento de habilidades de concepção, construção, manutenção e gestão de unidades e empresas de produção de aquacultura extensiva e intensiva. Perfil Ocupacional Ao terminar este curso os graduados poderão trabalhar como técnicos superiores, gestores, conselheiros e consultores nos sectores das pescas, aquacultura, ambiente, turismo, municípios costeiros, agricultura; poderão trabalhar nas ONG’s dedicadas ao meio ambiente e conservação da natureza tais como WWF, IUCN, entre outros; como gestores de parques e reservas marinhas; como pesquisadores em instituições de investigação públicas e privadas; na academia; como técnicos superiores qualificados no sector produtivo de pesca e aquacultura e no desenvolvimento rural; e poderão ser empreendedores, criando seu próprio emprego nas áreas de produção pesqueira e aquacultura, processamento, conservação e comercialização do pescado; e no mercado de consultorias. Perfil do Graduado Os graduados no curso de mestrado em Aquacultura Sustentável devem saber: − A biologia das espécies a cultivar; − Os factores bióticos e abióticos que determinam o crescimento e a saúde das espécies a cultivar; − As técnicas de cultivo e gestão de unidades de produção; − Os aspectos de biossegurança associados à aquacultura; − O quadro legal e institucional inerente à aquacultura. 11 Os graduados no curso de mestrado em Aquacultura Sustentável devem saber fazer: − A pesquisa das espécies a cultivar abordando aspectos de genética, nutrição, reprodução, taxa de crescimento e patologia, e aspectos ecológicos e ambientais; − A prospecção e avaliação das potencialidades de desenvolvimento de aquacultura; − Estudos de viabilidade de iniciativas de aquacultura; − Estudos de impacto ambiental de iniciativas de aquacultura; − A concepção, construção e assegurar a manutenção de infra-estruturas de aquacultura; − Cultivo de espécies desde aspectos de selecção de espécies, administração de berçários, engorda, captura, processamento e controle de qualidade; − Administração e gestão de unidades e empresas de aquacultura; − Gestão ambiental nas unidades de aquacultura. Plano curricular Tabela 2. Plano temático do curso de Mestrado em Aquacultura Sustentável. Título Categoria Semestre Técnicas de Pesquisa Científica Biologia Pesqueira Aquacultura, Socioeconomia e negócio Cultivo de Espécies Marinhas Cultivo de Espécies Estuarinas e de Água Doce Ecologia Pesqueira Bio-segurança Marinha Interacção entre Processos Físicos e Biológicos Nuclear Nuclear Nuclear Nuclear Nuclear Opcional Opcional Opcional I I I I I I I I Engenharia de aquacultura Nuclear Patologia em aquacultura Nuclear Aquacultura e Ambiente Nuclear Administração e Gestão de Empresas de Opcional Aquacultura Tecnologia de Pescado Opcional Gestão Integrada das zonas Costeiras Opcional II II II II 250 125 125 125 10 5 5 5 II II 125 250 5 10 III e IV 1500 60 Projecto de tese Nuclear Carga Créditos Horária 125 5 125 5 125 5 125 5 125 5 250 10 125 5 250 10 12 13