MARÇO 2015
EDITORIAL
WWW.PORTUGALMAG.FR
3
Pedro António
DIRECTOR
A revista bilingue da comunidade
portuguesa em França
Frankelim Amaral
DIRECTOR DE REDACÇÃO
Director
Pedro ANTÓNIO
Director de redacção
Frankelim AMARAL
Propriedade e Edição
FP Productions
Sede
97 avenue Emile Zola, 75015 Paris
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Journalistes accrédités auprès de l'UNESCO
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Colaboradores
Susana Patarra, Guida Amaral, Vitor Santos,
Adélio Amaro (Portugal), Mário Pina, Lucia Lopes,
Angélique David-Quinton, Manuel Moreira, Susana Alexandre,
Serge Farinho, Mario Cantarinha, Manuel do Nascimento,
Maria Fernanda Pinto, Alfredo Lima, Sabrina Simões
Fotógrafos
Teresina Amaral, Patrick Gonçalves
Portugal Magazine
é uma publicação mensal gratuita
Agence de Presse
Lusa
Publicidade
ISSN
2105-7761
Tiragem
15.000 exemplares
Todos os direitos reservados
Os textos assinados são da responsabilidade dos autores
e não reflectem, necessariamente, a opinião da revista
Chegou o querido mês de Março e com ele a primavera no
próximo dia 20, estação do ano que nos traz a esperança de
dias mais longos e quentes, pintam-se as árvores de verde e
a natureza de todas as cores. Vem o calor que nos aquece o
corpo, assim que a alma por sabermos que daqui a seis meses, cada emigrante irá regressar à terra natal para passar
umas férias bem merecidas.
Este mês também se festeja o Dia Internacional da Mulher
dia 8, da poesia dia 21 e do teatro dia 27, duas artes que
permitem exprimir e veicular toda a criatividade do ser humano. No Dia Internacional da Mulher, aproveite para agradecer à mãe, esposa, amiga ou companheira de existir e fazer
parte das nossas vidas, seres frágeis e fortes ao mesmo tempo. Este dia é comemorado desde o início do século XX e
relembra as lutas sociais, políticas e económicas das mulheres.
Em destaque este mês na Portugal Magazine, a entrevista
e vinda a Paris do maior humorista português, Herman José,
também conhecido como o pai do humor em Portugal. A Portugal Magazine vai comemorar no próximo dia 15 na sala
Jean Vilar de Argenteuil, os 40 anos de carreira deste grande
humorista, cantor, apresentador tv e ator, que nos reserva
numerosas surpresas e momentos de riso em palco! Não hesite em vir assistir e passar uma tarde divertida. Os bilhetes
já estão à venda na loja online www.ptkdo.com ou em diversos lugares da nossa comunidade. Caso queira mais informações sobre esta data única em França, basta ligar para o
06.63.78.17.13. Outros destaques e entrevistas nesta edição.
A Portugal Magazine continua a precisar da ajuda de cada
emigrante português para seguir em frente com esta aventura cultural, como gerente duma empresa, valorise a imagem
do seu negócio através desta revista. Para quem procurar a
Portugal Magazine, relembramos que ela é distribuida gratuitamente nos pontos de passagem da comunidade portuguesa, assim que em numerosos eventos associativos e culturais. Encontra-se disponível na revista, um formulário para
quem desejar assinar ao ano e recebé-la tranquilamente em
casa.
Boa leitura.
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ayant pour mission de développer un portefeuille clients composé de professionnels de la communauté
portugaise à Paris et Ile-de-France. Ainsi, vos principales responsabilités seront de définir la stratégie
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MARÇO 2015
4
ÍNDICE
WWW.PORTUGALMAG.FR
18
05
Contra a fatalidade
da emigração
A Chave de Salomão
de José Rodrigues
dos Santos
06
Emigrantes
portugueses foram os
“substitutos da queda
do Império”
24
Herman José
ao vivo dia
15 de Março
em Argenteuil
08
Marco António
Costa, fala em “profunda admiração”
pelos emigrantes
portugueses em
França
10
26
Parabéns Lua Vista !
28
Escritor Daniel
Bastos apresentou
“Terra” em Paris
José Alberto Reis quer
cantar por muitos anos
pela força que o seu
público lhe dá
12
Pintora Neusa
Sobrinho Amtsfeld
expõe no Consulado
de Portugal em Paris
13
Biografia em francês
da violoncelista portuguesa Guilhermina
Suggia, em livro
30
A Radio Arc en Ciel
organizou o seu
primeiro baile, com
Cristina Alves como
presidente
32
Eventos da
Comunidade Lusófona
por Mario Cantarinha
34
16
Portugal prestes a
comprar navio à
França
Visitar Trancoso é
reviver as raízes da
nossa História
MARÇO 2015
POLÍTICA
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Contra a fatalidade da emigração
A EMIGRAÇÃO PORTUGUESA NÃO PODE SER CONSIDERADA UMA FATALIDADE NEM
UM FENÓMENO BANAL. Mas é assim que tem acontecido com o Governo do PSD/CDS, com grande
dano para o nosso amor-próprio, imagem no exterior e na relação que os residentes no estrangeiro
mantêm com Portugal.
Temos visto vários líderes europeus
de países atingidos pela crise pedir desculpa aos seus cidadãos que foram
obrigados a emigrar. Em Portugal ainda não ouvimos um pedido de desculpas de Passos Coelho por ter incentivado os portugueses a deixar o país.
No período de euforia pró-migratória
do Governo, o eurodeputado Paulo Rangel chegou mesmo a sugerir que fosse
criada uma agência para facilitar a emigração. Uma afronta!
A brutal emigração dos anos de governação do PSD/CDS, com saídas
anuais superiores a 100.000 pessoas,
ficará na história como uma ferida aberta, apenas comparável aos piores anos
das décadas de 60 e 70, que deixaram
igualmente marcas profundas no nosso tecido económico, social e demográfico.
A emigração é sempre o sintoma do
fracasso de uma sociedade, que não
consegue criar para os seus cidadãos
oportunidades de realização pessoal,
profissional e académica. É consequência das suas desigualdades, injustiças
e falta de apoios. Como se não bastasse o Governo ter incentivado os portugueses a abandonarem o país, ainda
por cima desinvestiu brutalmente nas
Pub.
PAULO PISCO
DEPUTADO DO PS
medidas de acompanhamento a nível
do atendimento consular, do ensino de
português no estrangeiro e nos apoios
sociais.
E para estancar a emigração não
bastará haver mais crescimento e emprego, o que agora nem sequer é o
caso. Os portugueses serão sempre
compelidos a sair enquanto não forem
criadas oportunidades e condições de
vida dignas para todos, enquanto se
mantiver a política de baixos salários e
condições precárias de trabalho, enquanto o Governo persistir na angustiante asfixia fiscal que tanto prejudica
as famílias e condena as empresas à
falência ou a canalizar os parcos lucros
para compensar as ineficiências do Estado, matando assim quaisquer hipóteses de dinamismo económico.
E é nestes domínios que um futuro
Governo do PS tem de trabalhar. Para
que os ciclos migratórios não voltem a
repetir-se. Sobretudo tem de saber gerir os vários vetores da emigração portuguesa: criar condições para que as
pessoas não tenham de emigrar, incentivar o regresso dos que partiram com
medidas adequadas, reforçar a ligação
com os residentes no estrangeiro, aproveitar o seu valiosíssimo potencial em
termos económicos e diplomáticos.
E esta é uma questão de decência
da política. Melhor. É uma questão de
Estado, preocupar-se com os seus cidadãos, onde quer que eles estejam.
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MARÇO 2015
ENCONTRO
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Emigrantes portugueses foram os
“substitutos da queda do Império”
OS EMIGRANTES PORTUGUESES FORAM OS "SUBSTITUTOS DA QUEDA DO IMPÉRIO",
disse Victor Pereira, professor de história contemporânea na Universidade de Pau, sul de França, num
debate sobre os preconceitos associados a Portugal e à emigração, em Paris.
"Esse discurso foi construído pelo Estado português mas também é reapropriado por muitos emigrantes. Depois da
perda do Império - e daquela imagem do
Minho a Timor, de Portugal com uma vocação universal - os portugueses no estrangeiro foram substitutos da queda do
império. Eles mostraram que Portugal não
era um país pequeno, que havia portugueses em tudo o que era mundo, da
China até à França, passando pelos Estados Unidos e pelo Brasil", continuou o
também autor de "A Ditadura de Salazar
e a Emigração".
O debate sobre os preconceitos associados a Portugal e à emigração, que teve
lugar no café cultural Lusofolie's, em Paris, teve como mote a apresentação do
livro "Este país não existe. Textos contra
ideias feitas", da coleção do Le Monde
Diplomatique e da Deriva Editores, "uma
compilação de vários textos publicados
nos últimos anos na edição portuguesa
de Le Monde Diplomatique" em que "os
autores procuram desconstruir os estereótipos" ligados à imagem de Portugal,
explicou Victor Pereira.
No seu texto, "Portugalidade para exPub.
portação: emigração e comunidades portuguesas",
Victor Pereira falou sobre "o
discurso hegemónico sobre
a emigração portuguesa
desde os anos 70" que tende a "falar dos portugueses no estrangeiro - os tais
cinco milhões - como uma
comunidade", esquecendo
que "alguns nem sequer
querem regressar a Portugal".
É o caso de Baptista de
Matos, que trabalhou 30 anos no metro
de Paris e que cedeu vários documentos
sobre a emigração portuguesa ao Museu
da História da Imigração, em Paris.
"Com 80 anos, não consigo regressar
a Portugal. A França deu-me uma coisa
fantástica: a liberdade de expressão, de
trabalhar, de amar. Aprendi a ser solidário,
aprendi a ser português como Camões.
Cinquenta anos depois, muitos não querem regressar a Portugal porque fomos
muito bem tratados em França", declarou
Baptista de Matos que, em 1963, trocou
a Batalha, em Portugal, por Champigny-
sur-Marne, nos arredores de
Paris.
Ex-conselheiro das comunidades portuguesas e
presidente de honra da Associação de Fontenay-sousBois, perto de Paris, Baptista
de Matos recordou que "em
Champigny-sur-Marne, havia
15 mil portugueses nos bairros de lata" e muitos "não sabiam assinar o próprio nome"
porque "foi a ditadura de Salazar que lhes fez isso".
O moderador do debate Daniel Ribeiro, correspondente em Paris do jornal português Expresso e a viver em
França há 35 anos, acrescentou que "a
emigração é qualquer coisa crónica, uma
marca essencial de Portugal desde há
muitos anos".
O perfil dos emigrantes tem mudado, de acordo com João Heitor, o diretor
do Lusofolie's, que disse que desde que
abriu o café cultural vê "toda uma nova
emigração, de jovens talentos, músicos,
artistas, jornalistas, cientistas que procuram um porto de abrigo".
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MARÇO 2015
POLÍTICA
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Marco António Costa, fala em
“profunda admiração” pelos
emigrantes portugueses em França
O VICE-PRESIDENTE DO PSD, MARCO ANTÓNIO COSTA, esteve três dias em Paris para
visitar as comunidades portuguesas sediadas em Paris, o vice-presidente veio acompanhado pelo
eurodeputado Carlos Gonçalves.
Durante a sua visita, esteve em reunião na Mairie de Aulnay-sous-Bois com
membros da comunidade portuguesa,
onde foram debatidos temas sobre a realidade política e económica de Portugal e
principalmente, temas ligados à emigração e tudo o que o partido tem feito e está
a fazer para o bem de cada cidadão, residente ou emigrante português.
Durante esta reunião, o maire da Câmara de Aulnay-sous-Bois, Bruno Beschizza, fez questão de dar as boas vindas a
Marco António Costa, dirigindo algumas
palavras e apreço e respeito à comunidade
portuguesa. Esta reunião foi organizada
pela CIVICA, Associação de Autarcas de
Origem Portuguesa.
Marco António Costa pronunciou palavras de rigor e, citando que tem "profunda
admiração pelo trabalho que os emigrantes
portugueses têm feito em França", que "somos" uma comunidade trabalhadora e respeitosa, e que não esquecemos Portugal,
que graças aos emigrantes e empresas dirigidas por portugueses, Portugal tem beneficiado de um crescimento económico.
"Trata-se de ter um enorme respeito e uma
profunda admiração pelo trabalho que es-
tes portugueses fazem e pelo apoio que eles
dão ao país - não só colocando muito capital e muitos meios financeiros, mas também pelo orgulho que constitui para nós,
portugueses, saber que a nossa comunidade tem valores tão importantes", declarou
o dirigente social-democrata.
O vice-presidente e porta-voz do PSD
apontou o bom desempenho económico
de Portugal em 2014, com o "crescimento
das exportações em 1,9%" e a diminuição
do desemprego, como "boas notícias" que,
no seu entender, estão a ser um "fator de
perturbação da serenidade e do discernimento do Partido Socialista", o qual "reage
com esse tipo de ataques completamente
despropositados e inaceitáveis".
Marco António Costa quis salientar,
afirmando que não só visita as comunidades apenas "na altura das eleições".
Durante a estadia, Marco António Costa, visitou vários empresários e representantes políticos da comunidade portugue-
sa em Paris, como a deslocação ao Mercado de Abastecimento de Paris-Rungis considerado como o maior mercado de
produtos agro-alimentares frescos do mundo - e à empresa de produtos do mar
J'Oceane, detida por um português. Também visitou outra empresa de sucesso detida por um português -"Les Dauphins",
também esteve em reunião na sede da Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa de Paris, com autarcas de origem
portuguesa. Esteve em visita ao Consulado-Geral de Portugal em Paris.
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MARÇO 2015
LITERATURA
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Escritor Daniel Bastos
apresentou “Terra”
em Paris
NO PASSADO SÁBADO 7 DE FEVEREIRO, O ESCRITOR PORTUGUÊS DANIEL BASTOS
APRESENTOU O SEU MAIS RECENTE LIVRO DE POESIA "TERRA" EM PARIS.
A obra com chancela da Editora Converso, uma edição bilingue (Português
e Francês), com tradução do docente
Paulo Teixeira, e que conta com ilustrações do artista plástico Orlando Pompeu e prefácio do fotógrafo, poeta e pintor Gérald Bloncourt, Cavaleiro da Ordem das Artes e Letras de França, foi
apresentada pelo Diretor do Luso-Jornal, um jornal de referência da comunidade lusófona em França, Carlos Pereira.
No decurso da sessão de apresentação no Lusofolies, um novo espaço cultural da comunidade lusófona em França, situado no chamado "viaduto das artes", que se encheu de compatriotas,
Carlos Pereira assinalou o percurso li-
terário de Daniel Bastos no campo da
História, salientando que esta incursão
do autor natural de Fafe na poesia, tal
como nos seus anteriores livros de
carácter histórico, revela uma estreita
ligação às suas raízes que o prendem à
terra, a Portugal e às comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo.
Por seu lado, o escritor minhoto, que
agradeceu a receção calorosa por parte
da comunidade emigrante, em particular do promotor cultural do Lusofolies,
João Heitor, um homem das letras, dos
livros, e da lusofonia, e de Parcidio
Peixoto, Conselheiro das Comunidades
Portuguesas em França, assegurou que
a poesia é sinónimo de liberdade, de cul-
tura e de solidariedade, e que nesse sentido a apresentação do livro em Paris
era também uma homenagem às vítimas dos recentes ataques terroristas em
França, assim como de reconhecimento pelo trabalho dos nossos emigrantes
na construção de pontes entre povos e
culturas.
Refira-se que estão programadas ao
longo do presente ano, outras sessões
de apresentação da obra poética em cidades europeias, e que o escritor e historiador português está já a trabalhar
num novo livro com o fotógrafo francês Gérald Bloncourt que irá abordar a
história da emigração portuguesa para
França entre 1954 e 1974.
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MARÇO 2015
ESPOSICÃO
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Pintora Neusa Sobrinho
Amtsfeld expõe no Consulado
de Portugal em Paris
NEUSA SOBRINHO AMTSFELD, A ARTISTA PLÁSTICA PORTUGUESA, TEM UMA
EXPOSIÇÃO NO ESPAÇO NUNO JÚDICE NO CONSULADO GERAL DE PORTUGAL EM
PARIS, ATÉ AO DIA 17 DE MARÇO.
Neusa Sobrinho Amtsfeld nasceu em
1954 na localidade de Noura, no distrito de
Vila Real, e deixou Portugal em 1974, tendo
passado pelo Brasil, Itália e França antes de
se radicar na Alemanha, em 1979.
A terra onde nasceu continua a ser o
tema principal da sua obra, na qual dominam os tons quentes, até porque "as pessoas conseguem ser mais portuguesas quan-
sim tão fácil expor".
Professora de português e francês e tradutora, Neusa Sobrinho Amtsfeld vê-se
como uma pintora "autodidata", ainda que
seja licenciada em Educação de Artes e Ciências Linguísticas pela Universidade de Johannes Gutenberg-Mainz, na Alemanha, e que
tenha passado pela Escola de Belas Artes no
Rio de Janeiro.
do moram fora do país", disse a pintora.
"Pinto as janelas do sul, Portugal fica
no sul, as minhas janelas são azuis, onde
o sol queima. Também pinto muitos anjos
dessa minha aldeia porque as pessoas contavam que os anjos me acompanhavam",
descreveu.
A artista já levou as suas telas a várias
cidades na Áustria, Alemanha, França, Portugal, Itália, Macedónia e Estados Unidos.
Agora, vai levar cerca de 20 quadros para o
Consulado de Portugal na capital francesa,
sendo "um privilégio expor em Paris" onde
"há muitos portugueses" e "onde não é as-
MARÇO 2015
LITERATURA
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Biografia em francês da violoncelista
portuguesa Guilhermina Suggia, em livro
A PRIMEIRA BIOGRAFIA EM FRANCÊS DA VIOLONCELISTA PORTUGUESA GUILHERMINA
SUGGIA (1885-1950) chega às livrarias francesas dia 5 de março com o título "La Suggia - L'Autre
Violoncelliste", da autoria de Henri Gourdin.
O escritor francês disse que o objetivo é
fazer descobrir uma "personalidade injustamente desconhecida" em França, depois de
ele próprio a ter descoberto quando escreveu uma biografia do violoncelista Pablo Casals, com quem Suggia viveu sete anos em
Paris (de 1906 a 1913).
"Ela foi a primeira mulher a tocar violoncelo ao mais alto nível e a fazer carreira. Não
foi fácil porque, na altura, o violoncelo era
considerado um instrumento masculino. Ela
teve de lutar contra esses preconceitos. Foi
o charme da sua personalidade e a sua música que acabaram por convencer o público", explicou o autor.
Henri Gourdin destacou que "o que é
impressionante nesta história é que a conquista do violoncelo pela mulher tenha sido
feita por uma portuguesa, ainda que, na altura, Portugal fosse um país católico, onde a
separação dos sexos era mais restrita do que
noutro lado qualquer".
"Foi ela, uma portuguesa, que veio dar o
exemplo aos franceses, aos ingleses, aos
alemães e ao mundo inteiro. É extraordinário", continuou.
A capa do livro - que apresenta Suggia a
tocar violoncelo de vestido vermelho e de
olhos fechados - parte de um quadro de
Augustus John, "o pintor das estrelas, que
pintou as grandes personalidades artísticas
e políticas da sua época" e que a representou "numa postura de diva", tendo contribu-
ído para a criação de "uma lenda".
A "lenda" perpetuou-se, porque os instrumentos que Suggia
tocou ficaram "para sempre conhecidos como o 'Stradivarius
Suggia e o 'Montagnana Suggia'",
e porque ela "legou os seus sete
violoncelos a alunos e institutos,
tendo os dois mais célebres - o
'Montagnana' e o 'Stradivarius' sido vendidos para fundar os
prémios Suggia, atribuídos anualmente a jovens violoncelistas", e garantir a sua formação.
Entre os distinguidos, contam-se, entre outros, Jacqueline du Pré, Rohan de Saram, Robert Cohen, Steven Isserlis, Raphael
Wallfisch e Julian Lloyd Webber.
A carreira internacional de Guilhermina
Suggia também passou por Paris, onde foi
"o grande amor da vida de Pablo Casals", de
acordo com Gourdin, que afirma ter sido "o
primeiro a reconhecer, numa biografia de
Casals, a importância de Suggia na vida dele".
O escritor foi à procura da residência
onde o casal de músicos viveu, conhecida como "Villa Molitor" e surpreendeu "os
proprietários atuais que não sabiam que
Casals e Suggia aí tinham morado até receberem o telefonema" do escritor, que
lamenta que, "em França, não haja nem
violoncelo, nem placa comemorativa, nem
nada que relembre os anos que Suggia
passou em Paris".
A violoncelista tinha descoberto Pablo Casals pela mão
do pai quando este a levou,
"com apenas 13 anos, a um
concerto no Casino de Espinho"
e a apresentou ao músico catalão, então "com 21 anos".
Em Paris, foi na Salle Gaveau, nos números 15-17 rue
de la Boetie que, a 7 de fevereiro
de 1908, ela tocou como solista
no primeiro concerto de Casals
como maestro, mas o percurso comum
inicial separar-se-ia ao fim de alguns anos
e ela trocaria Paris pelo Reino Unido.
"É sempre muito difícil para dois artistas viverem juntos, sobretudo para dois violoncelistas. Há egos incompatíveis", aponta
o escritor como provável motivo da separação.
"A segunda razão, a meu ver - prossegue -, é porque Suggia queria privilegiar a
carreira musical. Naquela altura, uma mulher devia escolher entre a música ou os filhos. Como Casals queria ter filhos - e ela
também de certa forma queria ser mãe - a
dada altura ela teve de escolher e escolheu a
música", concluiu Henri Gourdin.
O livro "La Suggia - L'autre violoncelliste", da editora "Les éditions de Paris", será
apresentado a 16 abril, na Fundação Calouste Gulbenkian de Paris.
14
MARÇO 2015
DISTINCÃO
WWW.PORTUGALMAG.FR
Investigador de Coimbra, Clévio
Nóbrega, distinguido em França para
estudar doença Machado-Joseph
O INVESTIGADOR CLÉVIO NÓBREGA, do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da
Universidade de Coimbra foi distinguido com 80 mil euros pela Associação Francesa contra Miopatias
para estudar a doença de Machado-Joseph.
O projeto financiado pela Associação
Francesa contra Miopatias (AFM) propõese investigar "o papel e relevância da proteína "ataxina-2" nesta doença neuro degenerativa", revelou a Universidade de Coimbra, numa nota divulgada.
A doença de Machado-Joseph que é
hereditária e não tem cura, é caracterizada
pela "descoordenação motora, atrofia muscular e rigidez dos membros" e provoca
"dificuldades na deglutição, fala e visão".
Nesta como em "quase todas as patologias neuro degenerativas, os mecanismos moleculares que conduzem à doença
são complexos e variados", sublinha o investigador da Universidade de Coimbra
agora distinguido.
"O nosso projeto coloca a hipótese de
que a proteína "ataxina-2", que apresenta
uma função celular importante, se encontra reduzida na doença de Machado-Joseph e especulamos que a reposição dos
níveis desta proteína possa alterar a progressão da doença e até contribuir para
uma melhoria da mesma", explica Clévio
Nóbrega.
Com este projeto, que deverá ser dePub.
senvolvido nos próximos dois anos, "pretende-se validar um novo alvo molecular
(ataxina-2) que possa, no futuro, contribuir para o desenvolvimento de terapias
eficazes para a doença de Machado-Joseph e doenças neuro degenerativas", acrescenta o investigador do Neurociências e
Biologia Celular.
O estudo vai desenvolver-se no grupo
de investigação liderado por Luís Pereira
de Almeida, do Centro de Neurociências e
Biologia Celular da Universidade de Coimbra, que, por sua vez, está inserido no
Grupo de Vetores e Terapia Génica.
A AFM, que é uma "associação francesa focada em doenças neuromusculares,
composta por profissionais, voluntários,
doentes e seus familiares", avalia e atribui
financiamentos a "programas de investigação internacionais com qualidade".
16
MARÇO 2015
ECONOMIA
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Portugal prestes a comprar
navio à França
O CHEFE DO ESTADO-MAIOR DA ARMADA afirmou que a compra de um navio polivalente
logístico a França está em "fase final de decisão" e que esta "não é só uma prioridade da Marinha", mas
das Forças Armadas.
ALMIRANTE LUIS MANUEL FOURNEAUX
MACIEIRA FRAGOSO
"Estamos a considerar a possibilidade de aquisição de um navio francês que
foi posto à venda, neste momento estamos na fase final de decisão do Governo,
se avança para o processo negocial, porque depois será necessário negociar com
o Estado francês a sua possível aquisição", adiantou o almirante Macieira Fragoso.
O Chefe do Estado-Maior da Armada falou no final de uma audição à porta fechada na comissão parlamentar de
Defesa, sobre as novas leis de programação e de infraestruturas militares.
"Esta é uma capacidade que está em
falta no sistema de forças já há muito,
mas não tem sido possível ao Estado
português encontrar o financiamento
para adquirir um navio dessa envergadura e agora esta pode ser uma boa
oportunidade para completar essa
falha", referiu.
Neste ponto, Macieira Fragoso assinalou que a compra de um navio polivalente logístico "não é só uma priori-
dade da Marinha", mas "uma prioridade
das Forças Armadas porque está identificada no sistema de forças".
Questionado sobre se a compra do
navio, avaliado em cerca de 80 milhões
de euros, pode vir a ser financiada conjuntamente pelos três ramos, o chefe
da Marinha respondeu: "Pois, não será,
mas é um navio que terá emprego conjunto".
"É um navio que interessa ao sistema de forças da Marinha, é um navio
de projeção de forças para assalto anfíbio, por exemplo, mas é um navio também que tem muitas capacidades para
permitir que meios dos outros ramos
sejam projetáveis noutros locais, também para transporte logístico, sem natureza puramente militar", acrescentou.
Luís Macieira Fragoso explicou que
o navio polivalente logístico é "um navio com grandes valências no apoio à
Proteção Civil, porque tem um hospital
"roll 2", e que pode ter vários meios embarcados: "lanchas de desembarque
grandes e médias e helicópteros pesados".
A este propósito, o chefe militar referiu que o navio polivalente logístico
francês foi um dos meios destacados
para apoiar as populações no último
grande terramoto no Haiti, em 2010.
Caso se avance para aquisição do "Sirocco", terá de se "encontrar uma contrapartida entre os programas que estão a ser considerados para poder encontrar financiamento".
"A decisão é governamental, o assunto está posto à consideração do senhor ministro, que tomará a decisão
quando entender oportuno", afirmou
Macieira Fragoso.
O almirante afirmou ainda que a primeira grande prioridade da Marinha "é
a substituição das corvetas e dos navios de patrulha costeiros, da classe
Cacine": "Urge substituí-los para não ficarmos com uma lacuna que seria muito grave".
18
MARÇO 2015
WWW.PORTUGALMAG.FR
PORTUGAL MAG RECOMENDA
A Chave de Salomão de José
Rodrigues dos Santos
O QUE ACONTECE QUANDO MORREMOS? O que é a alma? Eis algumas das perguntas colocadas pelo
novo romance de José Rodrigues dos Santos, "A Chave de Salomão", que traz de volta a personagem do
historiador Tomás de Noronha.
Segundo a editora do escritor, a trama aborda "o maior mistério científico
de todos os tempos" e "a espantosa descoberta feita pelos físicos que é a consciência que cria a realidade".
O corpo de Frank Bellamy, o director de Tecnologia da CIA, é descoberto no CERN, em Genebra, na altura em
que os cientistas procuram o bosão de
Higgs, também conhecido por Partícula
de Deus. Entre os dedos da vítima é
encontrada uma mensagem incriminatória.
A mensagem torna Tomás Noronha
o principal suspeito do homicídio. Depressa o historiador português se vê
na mira da CIA, que lança assassinos
no seu encalço, e percebe que, se quiser sobreviver, terá de deslindar o crime e provar a sua inocência.
Ou morrer a tentar.
Começa assim uma busca que o
conduzirá às mais surpreendentes descobertas científicas alguma vez feitas.
Será que a alma existe?
O que acontece quando morremos?
O que é a realidade?
Com esta empolgante aventura que
arrasta o leitor para o perturbador mundo da consciência e da natureza mais
profunda do real, José Rodrigues dos
Santos volta a afirmar-se como o grande mestre do mistério. Apesar de ser
uma obra de ficção, A Chave de Salomão usa informação científica genuína para desvendar as espantosas ligações entre a mente, a matéria e o enigma da existência.
Pub.
"Melhor do que Dan Brown."
JOSÉ RODRIGUES DOS SANTOS
A notícia deixou Tomás estupefacto,
sem reacção, os olhos vidrados, a boca
entreaberta. Já perdera o pai e sabia
que um dia perderia a mãe, mas esperava que a coisa levasse mais tempo,
fosse mais lenta, que os dias não passassem tão rápido, que o inevitável fosse infinitamente adiado, que a orfandade não o deixasse tão só tão depressa.
"Ela...", balbuciou Tomás, tentando
dizer a palavra terrível mas recusando-se a pronunciá-la, só a ideia da
morte constituía uma punhalada que lhe
era cravada no coração. "Ela..."
Ouviu um suspiro resignado do
outro lado.
"Está em coma e sobra-lhe pouco
tempo."
JOSÉ RODRIGUES DOS SANTOS nasceu em 1964 em Moçambique.
Abraçou o jornalismo em 1981, na
Rádio Macau, tendo ainda trabalhado
na BBC e sido colaborador permanente da CNN.
Doutorado em Ciências da Comunicação, é professor da Universidade
Nova de Lisboa e jornalista da RTP.
Trata-se de um dos mais premiados jornalistas portugueses, galardoado pelo
Clube Português de Imprensa e pela
CNN.
Este é o seu décimo terceiro romance.
MARÇO 2015
MODA
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António Pires de Lima visitou empresas
portuguesas em feira de moda em Paris
O MINISTRO DA ECONOMIA, ANTÓNIO PIRES DE LIMA, visitou o
salão "Première Vision Paris", feira de moda que contou com a presença de 56
empresas e entidades portuguesas.
Esta edição regista "a maior presença
de sempre da representação nacional" com
56 empresas e entidades portuguesas, de
acordo com o comunicado da delegação
parisiense da Agência para o Investimento
e Comércio Externo de Portugal (AICEP),
que precisa que há "mais 13 entidades
portuguesas relativamente à sessão de fevereiro de 2014".
A AICEP descreveu que a feira como
um "evento referência do setor têxtil da
moda", sendo atualmente composta por
seis setores: os têxteis, os fios, os acessórios, a confeção a feitio, as malhas e os
couros.
A "Première Vision Paris" reuniu 1.950
expositores provenientes de 30 países e recebeu cerca de 62 mil compradores do setor têxtil oriundos de mais de 120 países.
António Pires de Lima visitou a feira,
Pub.
ANTÓNIO PIRES DE LIMA
PEDRO PEREIRA GONÇALVES
sendo acompanhado pelo Secretário de
Estado da Inovação, Investimento e Competitividade, Pedro Pereira Gonçalves, pelo
administrador da AICEP Castro Henriques
e pelo diretor do Centro de Negócios da
AICEP em Paris, António Silva.
As empresas portuguesas foram apoiadas pela Associação Têxtil e Vestuário de
Portugal (ATP) e pela Associação Portuguesa da Indústria de Curtumes (APIC).
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MARÇO 2015
DANÇA
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Paulo Ribeiro apresentou em França coreografia
“Jim” inspirada no vocalista dos Doors
O ESPETÁCULO DE DANÇA "JIM", CRIADO POR PAULO RIBEIRO, com base na poética de Jim
Morrison, o vocalista dos Doors, foi apresentado pela companhia do coreógrafo, no Espace des Arts de
Chalon-sur-Saône, em França.
A peça tem vindo a ser interpretada desde 2013, em várias cidades francesas, como
Paris e Besançon, e também em Charleroi,
na Bélgica, e em Zagreb, na Croácia.
"Jim" é uma coreografia inspirada na
poética do músico e cantor norte-americano Jim Morrison, vocalista dos Doors, ícone
da música anglo-americana, falecido prematuramente, aos 27 anos, em 1971.
Num texto sobre a peça, Paulo Ribeiro
questiona se "os novos tempos, à semelhança de outros tempos, podem anunciar o
regresso a uma sociedade capaz de idealizar
um futuro melhor, ou será que, para tal acontecer, nos devemos consumir num delírio
auto destrutivo".
"Seja como for 'this is our song' - reivindicar para a dança a responsabilidade de
motor da sociedade, a possibilidade de ela
criar também 'hits' intergeracionais e de
saber colocar-se nos interstícios de uma
PAULO RIBEIRO
COMPANHIA CPR
sociedade que tem de mudar", defende.
"Jim" tem coreografia e direção de
Paulo Ribeiro, música do grupo The
Doors, vídeo de Fabio Iaquone e Luca
Attilii, desenho de luz de Nuno Meira, fotografias de Rui Belo e figurinos de José
António Tenente.
A interpretação é de Anna Réti, Carla
Ribeiro, Leonor Keil, Sandra Rosado, Avelino Chantre, Pedro Ramos e Paulo Ribeiro.
A Companhia Paulo Ribeiro (CPR) foi fundada em 1995, e é, desde 1998, residente
no Teatro Viriato, em Viseu, contando com
mais de três dezenas de produções realizadas, e centenas de apresentações em palcos
portugueses e estrangeiros.
A CPR é uma estrutura financiada pela
Secretaria de Estado da Cultura, através da
Direção-Geral das Artes, e conta com o apoio
da Câmara Municipal de Viseu.
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MARÇO 2015
ENTREVISTA
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Herman José ao vivo dia
15 de Março em Argenteuil
O MAIOR HUMORISTA PORTUGUÊS, HERMAN JOSÉ, vai estar presente no próximo dia 15 de
Março na sala Jean Vilar de Argenteuil para dar um grande show de cerca de duas horas!
Este evento organizado pela Portugal
Magazine, vai comemorar os 40 anos de
carreira deste artista que se encontra no
top 100 das personalidades portuguesas
de sempre. Contamos consigo para vir
assistir a esta data única em França. Para
a ocasião, Herman José esteve em entrevista com a vossa revista preferida.
Herman José, você é considerado como o pai do humor português, também é cantor, apresentador
e ator. Em que papel se sente mais
à vontade?
Na verdade, as artes estão todas dependentes umas das outras. Não imagino o humor sem a música e vice versa.
No meu caso são duas componentes de
um único organismo indissociáveis.
Estreia-se como ator em 1974
na peça «Uma No Cravo e Outra Na
Ditadura», hoje tem 40 anos de carreira, quais as suas melhores recordações?
Há momentos inesquecíveis: o sucesso do «Tal Canal» como programa que
revoluciona o humor em Portugal, a colaboração com o Carlos Paião que resultou em sucessos intemporais como «A
Canção do Beijinho» ou a marcha «Vamos
Lá Cambada» e finalmente a alegria de ter
voltado ao sucesso televisivo com o meu
primeiro programa daytime «Há Tarde»
quarenta anos depois da minha estreia.
Qual o balanço da sua carreira ?
Sente-se um homem feliz e realizado?
Digamos que se tivesse menos vinte
anos e menos dez quilos seria um homem mais feliz !
De tudo o que tem feito, tudo o
que tem dado ao meio artístico português, o que é que ainda lhe falta
fazer?
Tenho o sonho de parar um ano para
dar uma grande volta ao mundo numa
mega tournée dedicada à Diáspora portuguesa. É um sonho ambicioso, mas perfeitamente realizável.
Herman, tem saudades do tempo que passou ? Tem medo ou receio que com o decorrer dos anos,
a idade seja mais forte que a vontade?
Enquanto a saúde me ajudar, não tenho medo da passagem do tempo. O segredo é viver um dia de cada vez e não
viver obcecado com o futuro.
Foi o criador de personagens de
sucesso como Tony Silva, Maximiana, Serafim Saudade, Super Tia,
Diácono Remédios , Nelo entre outras. Tem algum carinho especial
por alguma?
Há quatro personagens que fazem
parte do meu espetáculo sempre: o José
Esteves, o Serafim Saudade, o Tony Silva
MARÇO 2015
ENTREVISTA
e o Nelo. São o meu top 4 da sobrevivência artística.
Qual a sua criação artística ou
televisiva em que tem mais orgulho?
O melhor dos meus programas chama-se «Crime Na Pensão Estrelinha» e foi
um acontecimento televisivo na passagem
de ano de 1990 para 1991. Cada vez que
repete é ainda hoje um acontecimento.
Arrepende-se de alguma coisa
nestes seus 40 anos de carreira?
De tanta coisa, que nem dá para enumerar. Teria de escrever um livro de muitas páginas !
Como vê o espetáculo e o humor em Portugal?
Cada vez mais competitivo, jovem e
variado. Portugal tem muitos talentos. O
melhor está para vir.
Portugal é um pais para rir ou
para chorar?
Comparativamente com a Grécia para
rir. Comparativamente com democracias
funcionais e civilizadas, para chorar - e
muito !
Herman José, uma última palavra para a comunidade portuguesa
e leitores da Portugal Magazine?
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Temos cada vez mais orgulho em vocês. São grande embaixadores da qualidade humana portuguesa pelo mundo !
BIOGRAFIA :
Herman José, é um humorista e entertainer português muitas vezes visto
como o «pai» do humor em Portugal.
Herman nasceu e cresceu em Lisboa.
Com quatro anos de idade protagonizava os filmes do pai, cineasta amador.
Aos cinco anos entrou para o jardim infantil, na Deutsche Schule Lissabon (Escola Alemã de Lisboa). Era um aluno
mediano, mas brilhante em todas as vertentes artísticas. À medida que foi tendo os primeiros contactos com o teatro
e a música, foi-se desenhando o seu
futuro, já que era o protagonista absoluto de todos os saraus escolares. Ainda estudava quando comprou a sua primeira viola-baixo. Dedicou-se à música
de alma e coração, e foi através dela
que abriu as portas que haviam de o
levar à vida artística.
Em 2000, Herman José chega à SIC,
apresentando aos Domingos, o talk-show
HermanSIC. O programa de estreia teve
76% de share - feito irrepetível nos dias
de hoje - e contava com uma equipa de
actores constituída por Maria Rueff, Joaquim Monchique, Ana Bola, Maria Vieira, Manuel Marques, Vítor de Sousa e,
durante algum tempo, Nuno Lopes.
No dia 13 de Janeiro de 2007, no
programa Os Grandes Portugueses,
Herman José ficou em 70º lugar na lista dos 100 maiores portugueses de sempre. No dia 1 de Abril de 2007 recebe o
décimo segundo Globo de Ouro, desta
vez sob a forma de Prémio Prestígio.
Outros dos prémios que recebeu foi o
Prémio Personalidade Masculina Portuguesa do canal Biography Channel em
2008.
Em 2009 muda-se para a TVI a convite de José Eduardo Moniz, onde apresentou o talent-show Nasci P’ra Cantar
entre Julho e Setembro de 2009. Em
Julho de 2009 lançou o álbum Adeus,
25
vou ali já venho, e retoma em força a
sua atividade on the road, com o show
Homem dos Sete Instrumentos.
Em Abril de 2010 regressa à «sua»
casa RTP, de onde partira 10 anos antes. Apresentou aos sábados à noite o
Herman 2010, um talk-show onde junta
a conversa com personalidades portuguesas a apontamentos humorísticos, ao
lado do ator Manuel Marques. O programa manteve-se, adoptando as designações de Herman 2011, Herman 2012 e
Herman 2013, que conheceu a sua última edição no sábado 14 de Dezembro
de 2013, decisão que o humorista apoiou
e sancionou publicamente. Culmina o ano
fazendo um memorável espetáculo de
passagem de ano no Terreiro do Paço
com a sua orquestra para mais de 70
000 espetadores, e reforça as suas atuações na Diáspora com recorrentes idas
a Macau, Luanda, Moçambique, Luxemburgo, Zurique, Nova Iorque, Newark,
Toronto, Paris e Frankfurt.
O tema dos seus espetáculos para
2014 será a comemoração dos seus 40
anos de carreira, com o título «40 Anos,
Sempre A Bombar», título de uma canção comemorativa que lançou para assinalar a efeméride.
No dia 22 de setembro de 2014 estreia-se ao lado da apresentadora Vanessa Oliveira na condução do programa das tardes da RTP1 «Há Tarde».
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MARÇO 2015
ANIVERSÁRIO
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Parabéns Lua Vista !
A DISCOTECA LUA VISTA DE QUEUE EN BRIE acabou de festejar no passado mês o seu 26°
aniversário em companhia dos amigos e clientes, estiveram presentes várias figuras da noite parisience
num ambiente de pura festa.
Para comemorar este dia à grande, no
palco esteve presente para um show case
inesquecível, o duo Flavel & Neto, dois
amigos de infância originarios de Cabo
Verde, artistas que se destacaram no meio
musical com a música "Pedida Perfeita".
Durante a noite cantou-se os parabéns, enquanto o Sr. Antunes acendia as velas dum bolo gigante distribuido a todos,
juntamente com champanhe. A festa continuou até de madrugada. Grandes momentos como a Lua Vista já nos tem vindo
a habituar!
Há 26 anos que as salas da Lua Vista
têm marcado as noites lusófonas na região
de Paris, sempre com grandes concertos com
por exemplo Elizio que esteve também na
Lua Vista no mês passado. Relembramos
que a discoteca tem duas salas para dois
ambientes diferentes onde cada um pode
encontrar o seu estilo musical preferido.
Não deixe de vir passar uma noite agradável onde a musica e o cliente são reis!
Dia 6 de Março, é a vez da sala FIESTA de
festejar os seus 15 anos! Mario e Roberto,
animadores da Radio Latina, vão estar pre-
sentes para animar a noite!
Portugal Magazine deseja à LUA VISTA
muitos anos de sucesso.
Fotos : weemove
Lua Vista
8 rue du Général de Gaulle
94 510 La Queue en Brie
www.luavista.com
Info: 01 45 94 33 51
Aberto às sextas, sabados e nas noite
antes dos feriados
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MARÇO 2015
ENTREVISTA
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José Alberto Reis quer cantar por muitos
anos pela força que o seu público lhe dá
JOSÉ ALBERTO REIS, MARCOU O SEU REGRESSO A FRANÇA COM UM ESPETÁCULO NO DIA 14
DE FEVEREIRO, «dia dos namorados» em Pontault Combault. Este espetáculo contou com a presença de
vários casais apaixonados e com bastante público que gosta e aprecia este artista.
Neste concerto, José Alberto Reis cantou várias musicas inéditas em português e
em francês, o público retribuiu cantando a
maior parte dos refrões das suas musicas.
José Alberto Reis é um artista romântico com 28 anos de carreira. Ao longo de
todos estes anos, tem percorrido caminhos de criação, pois é o autor de várias
músicas, que as interpreta. Os temas são
praticamente todos feitos por ele e tenta
ser simples ao mostrar aquilo que ele é de
verdade.
Em conversa com a Portugal Mag, este
artista revela-nos um pouco mais das suas
ideias e personalidade.
José Alberto Reis, já tem 17 álbuns editados! De onde lhe vem a
inspiração musical e capacidade de
inovar e construir histórias que nos
fazem sonhar?
Das vivências, experiência e por viver
na profissão o meu sonho de vida. O facto
é que quanto mais componho, mais apetece multiplicar a inspiração
O seu último trabalho « Eterno »
vem completar 28 anos de carreira.
Qual a data ou evento musical que
mais o marcou?
O início e os 20 anos nos coliseus. Foi
uma experiência maravilhosa é difícil ao
mesmo tempo. Mas quando me entrego e
decido fazer, tudo acontece.
José Alberto Reis, porque ter escolhido o dia 14 de fevereiro, dia
dos namorados, para regressar a
França e actuar em Pontault Combault ?
Foi um convite da esposa do presidente
da associação, lembrou-se do cantor romântico que sou e telefonou-me. Tive vários convites mas aquele era o destinado. O
regresso à França começou em outubro
2014 através de um empresário que depois
de muitos anos afastado de Paris, se lembrou de mim.
Ser conhecido como o Júlio Iglésias português nunca o incomodou?
Sim, já incomodou mas depois de compor músicas que fizeram sucesso, disse a
mim mesmo: ganhaste uma personalidade
musical e comparam te com um grande ,
mas afinal isso só é bom!
Como vê hoje a música nacional
portuguesa, há qualidade? É difícil
viver da música?
Há de tudo, mas muita falta de inspiração e oportunismo comercial que a partir
das televisões vai acabar por deixar muitos
jovens frustrados. Existe tanta dispersão que
até eu não conheço metade dos artistas.
Quais os seus projetos a curto e
longo prazo?
Dar o meu melhor e ampliar a carreira.
Cantarei durante muitos anos ainda e construirei muitas canções para o meu público.
O que é a música para você?
Vibração de Deus.
Reserva algumas surpresas aos
numerosos fãs da comunidade portuguesa de França ?
Amo os emigrantes profundamente, fui
sempre acarinhado e acho-os uns grandes
corajosos, por isso vou tentar dar lhes sempre o meu melhor nos shows.
José Alberto Reis uma última palavra para os leitores da Portugal Magazine e seus fãs residentes em França ?
Esperem por mim porque eu sempre
vos abraçarei com as minhas melodias e a
alma.
José Alberto Reis
Em concerto dia 24 de abril pelas 19h00
Théâtre 9 de Blanc Mesnil (Forum Culturel)
1ra parte José Cruz às 20h00
Théâtre 9 de Blanc Mesnil
1 et 5 place de la libération - 93150 le Blanc Mesnil
Infos e reservas: 01 48 14 22 00
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MARÇO 2015
EVENTO ASSOCIATIVO
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A Radio Arc en Ciel organizou o seu primeiro
baile, com Cristina Alves como presidente
A RADIO ARC EN CIEL EM FLEURY LES AUBRAIS, NA REGIÃO DE
ORLÉANS, organizou o seu baile de São Valentim com a artista Joana e o
agrupamento musical da região os "Kapa Negra".
Mais uma vez, como esta radio e associação nos tem acostumado, este evento foi um sucesso, mais de 500 pessoas
responderam presente e ficaram até ao
fim para passarem uma noite bem agradável.
A Joana encantou o público com suas
músicas e malandrices, uma artista simpática e sempre bem-disposta, tendo em
seu repertório vários sucessos de música popular portuguesa.
Os Kapa Negra assumiram o baile com
um espetáculo de sons, luzes, e visual, um
projeto bem-sucedido, um dos melhores
grupos portugueses da região, o professionalismo, rigor e alegria em palco, assim que a atualização do seu repertório
são a carta de visita deste grupo.
O público contente e alegre ocupou a
pista de dança até de madrugada.
Mas se esta festa foi um verdadeiro
sucesso, é graças a todas as pessoas que
trabalharam de forma gratuita e com bom
coração, a todos os organizadores que
muito se dedicam aos eventos da radio
ao longo do ano. Cristina Alves, presidente da associação, agradeceu a boa
vontade e o esforço de todos os que contribuíram para esta festa.
A Arc en Ciel é a radio da comunidade portuguesa na região de Orleans. Esta
foi criada à 30 anos por um grupo de
amigos e graças à bondade de cada um,
este grupo conseguiu dar início a este
belíssimo projeto. Desde então várias
pessoas tentaram e esforçaram-se para
sempre dar vida à radio, fazer desta associação um meio de comunicação perante os portugueses, mas nem só, a associação tem como nome "IOTA" (information Orléanaise Tout Azimut) para poder transmitir o máximo de diversas
emissões, tanto a nível musical, como
cultural e informativo, atingindo vários
povos e culturas.
Cristina Alves é a nova presidente da
associação desde o inicio de 2015, tem
43 anos e está radicada em Orleans. Exerce seu trabalho paralelamente num laboratório francês. Apesar de uma vida bem
preenchida, Cristina continua a assumir
a sua emissão de radio todas as quintas
feiras no programa "Cristina PortugalnoCoração". A radio é uma paixão que cresceu pouco a pouco e que nunca espera
perder, é por esse motivo que tenta implicar-se cada vez mais, é o amor, o prazer que tem em saber que do outro lado
tem ouvintes, amigos que a escutam e se
interessam pelo seu trabalho, a música e
a informação são algumas das principais
paixões de Cristina.
Chegou à radio em 2009, 3 anos depois candidatou-se ao Concelho de Administração como responsável da programação e este ano foi eleita presidente.
Grande paixão e admiração por Portugal que alcançou em seu tempo escolar na altura em que viveu em Portugal e
deseja espalhá-la através da radio e da
música portuguesa
Cristina tenta sensibilizar a comunidade portuguesa em ser sócios da radio
e diz: "Quantos mais somos, melhor e
mais se pode fazer". Relembrando que
quantos mais formos, mais importantes
serão os eventos e a qualidade. Dar a
oportunidade a todos abrindo as portas
da radio a todo o tipo e género de artistas, tendo sempre um interesse particular à comunicação e à informação.
Seu grande objetivo é fazer desta radio uma radio de excelência e de qualidade! E nunca deixar ir abaixo o trabalho já feito e prestar homenagem a quem
teve a brilhante ideia de conceber esta
radio à 30 anos.
"Mas a força e a energia para elaborar tudo isto vem também da equipa que
constitui o Concelho de Administração,
sem eles nada poderia ser feito, um grande obrigado", finalizou Cristina Alves na
conversa com a Portugal Mag.
MARÇO 2015
MODA
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Como usar estampas de animais:
a tendência que nunca sai de moda
Tendência que não sai de
moda, o animal print ajuda a
valorizar o look e deixá-lo mais
moderno. Seja estampa de
onça, a mais popular, cobra
ou zebra, todas, quando usadas de maneira correta, fazem
toda a diferença em um visual.
Estampa de zebra
As regras para usar essa
estamparia não são muito diferentes da estampa de onça.
Por ser mais neutra, em tons
de branco e preto, a ousadia
pode ser maior quando se usa
estampa de zebra.
lorida, deixe-a ser o destaque
total no look e invista apenas
em peças neutras, sem estampa. Se quiser ainda acrescentar outra peça colorida, escolha
uma das cores que já esteja na
estampa para não deixar o visual carregado.
Acessórios animal print:
o truque perfeito para adotar o estilo
Estampa de onça
ou leopardo
Estampa de cobra
Se existe uma estampa que
está sempre em alta, essa com
certeza é a estampa de animal.
Essa estamparia é a mais
popular das estampas de animais. Suas cores neutras, preto, branco e bege, são fáceis
de combinar e ficam bem com
quase todas as cores. Bastante em alta, a estampa de oncinha é ótima para se usar tanto em peças de roupas quanto
em acessórios.
Ao contrário das estampas
acima, a estampa de cobra não
possui uma padronagem de
cor, podendo ser vista desde
uma mistura de preto e branco, como em tonalidades coloridas. Por isso, para fazer
combinações com essa estampa vale atenção redobrada.
Caso a estamparia seja co-
Se quiser investir em uma
peça com estampa animal, mas
ainda não tem coragem de
colocá-la em alguma roupa, a
dica é acrescentá-la nos acessórios. Sapatos, bolsas e cintos com estampa de animais
ajuda a incrementar o visual,
deixando-o mais despojado.
ESTAMPA DE ONÇA OU LEOPARDO
ESTAMPA DE ONÇA OU LEOPARDO
ESTAMPA DE ZEBRA
ESTAMPA DE COBRA
SABRINA SIMÕES
Pub.
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MARÇO 2015
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FESTAS LUSÓFONAS
Eventos da Comunidade Lusófona por Mario Cantarinha
Bourses d'études Cap Magellan
- Império
Consulado de Portugal
Paris
Carnaval Brésilien
Balajo
Noite de Fado
Sala Vasco de Gama
Spectacles
de Variété
Clamart
Dizem do Mário Cantarinha que é um dos fotógrafos mais conceituados e conhecidos da nossa
comunidade. A realidade é que este apaixonado pela foto, tem 20 anos de exposições na Suíça, Estados
Unidos e França, a primeira e mais importante realizou-se em agosto de 1994, no Museu dos Bombeiros
de Folgosinho, sua terra natal. Encontre todos os meses na Portugal Magazine, fotos de eventos da
comunidade lusófona nas quais participou este artista !
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MARÇO 2015
REDESCOBRIR PORTUGAL
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CASA QUE FUNCIONOU COMO QUARTEL
GENERAL DURANTE AS INVASÕES FRANCESAS
PRAÇA D. DINIS I, ONDE SE ENCONTRA O
PELOURINHO A IGREJA DE S. PEDRO
PORTA D'EL-REI. PORTAS PRINCIPAIS DAS
MULHARAS DO CASTELO E DO BURGO
Visitar Trancoso é reviver
as raízes da nossa História
A FORTALEZA DE TRANCOSO É ANTERIOR À NACIONALIDADE PORTUGUESA. O
CASTELO MEDIEVAL DE TRANCOSO DETÉM UM POSICIONAMENTO GEOGRÁFICO
PRIVILEGIADO, que lhe permite o controlo de vastas áreas entre a serra da Estrela e o vale do
Douro. Visitar Trancoso, pode ser pelos monumentos e a arquitetura, lendas, ou pelos vestígios da
cultura judaica.
MANUEL DO
NASCIMENTO
Talvez pelo casamento do rei D. Dinis
I com Isabel de Aragão, a rainha Santa
Isabel em 1282. Pelo sapateiro e profeta
Bandarra. Enfim, motivos não faltam para
conhecer Trancoso. Vila acarinhada pelos reis - de D. Afonso Henriques até D.
SAPATEIRO BANDARRA (SÉCULO XVI),
CÉLEBRE PELAS SUAS TROVAS
Dinis I - Trancoso recebeu importantes
privilégios. D. Dinis I manda construir as
muralhas que ainda hoje protegem um
burgo onde conviveram em harmonia cristãos e judeus.
A batalha de Trancoso, também conhecida pela batalha de São Marcos, (nas
proximidades de Trancoso), deu-se a 29
de maio de 1385, entre as forças castelhanas e portuguesas, com a vitória portuguesa. A invasão castelhana foi uma
medida de represália à proclamação em
Coimbra em 6 de abril de 1385, de D.
João, mestre de Aviz, como D. João I,
rei de Portugal e Algarves. A aclamação
do mestre de Aviz como rei de Portugal,
foi vista como uma afronta direta ao rei
de Castela, que pretendia acrescentar Portugal aos seus domínios castelhanos. Este
sonho acabou a 14 de agosto de 1385,
com a vitória portuguesa contra Castela,
na batalha de Aljubarrota.
Na praça D. Dinis encontra-se a igreja
de São Pedro, em estilo romântico. Foi
Padroado Real no século XV. Na sua parede Sul encontra-se o mausoléu mandado erigir em 1641, túmulo do sapateiro e
profeta Bandarra. A 23 de outubro de
1541, Bandarra, sapateiro, poeta e profeta de Trancoso foi condenado a participar em Lisboa na procissão do auto-defé. Em 1603, as trovas do sapateiro Bandarra são publicadas em Paris por João
de Castro, tendo sido publicadas várias
vezes em França. O pelourinho é um
monumento manuelino. A casa quinhentista do século XIV - que foi Quartel General Beresford, conde de Trancoso - comandante chefe das tropas anglo-lusas
durante as invasões francesas pelas tropas napoleónicas em 1809. Em Trancoso
existe também uma lenda relacionada com
um padre - Padre Costa - que, segundo
consta, foi pai de 299 filhos concebidos
com 53 mulheres.
A vila de Trancoso é elevada a categoria de Cidade em 2004.
CAPELA S. BARTOLOMEU ONDE CASOU O
REI D. DINIS I COM A RAINHA SANTA ISABEL
MARÇO 2015
POESIA
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TEMPOS de POESIA – XXII
35
2.a parte
Escolha de Isabel Meyrelles
Tradução e colaboração de Maria Fernanda Pinto
Século XX
ORFEU (2.a parte)
A publicação de Orpheu suscitou em
todo o Portugal un enorme escândalo, todos os jornais e revistas falaram disso: «O
Nacional» disse que conhecendo bastante
de psiquiatria (…), não se poderiam encontrar desculpas nem circunstâncias atenuantes quando seriam chamados aos tribunais; «O República», acha que eles são todos uns excêntricos, como por exemplo
os fatos insólitos de Santa Rita Pintor, as
reações humorísticas de Almada Negreiros, a silhoueta aristocrática de Mário de Sá
Carneiro e o terrível humor do quimérico
Àlvaro de Campos, etc...todos os jornais,
quer sejam de Coimbra, Porto, Lisboa ou
de uma longínqua província caíram sobre a
revista Orpheu com muita violência, considerando os autores como malucos ou pantomineiros.
Sereno.
Em minha face assenta-se um estrangeiro
Que desdobra o «Matin».
Meus olhos, já tranquilos de espaço,
Ei-los que , ao entrever de longe os caracteres,
Começam a vibrar
Tôda a nova sensibilidade tipográfica.
Eh-lá! Grosso normando das manchettes
em sensação !
Itálico afilado das crónicas diárias !
Corpo-12 romano, instalado, burguês e
confortável !
Góticos, cursivos, rondas, inglesas, capitais !
Santa Rita Pintor
Montalvor, Mário de Sá Carneiro, Ronald
de Carvalho, Fernando Pessoa, Alfredo Pedro Guisado, José de Almada Negreiros,
Côrtes Rodrigues, Àlvaro de Campos.
João Gaspar Simões, escritor, ensaísta,
jornalista, o primeiro grande crítico da nossa
história das letras, publicou um texto no
qual explica a importância do Orpheu: «A
revista Orpheu corresponde ao período heróico do modernismo português, nas suas
páginas ficaram impressas algumas das
obras mais revolucionárias que se têm escrito em Portugal».
Abecedários antigos e modernos,
Gregos, góticos,
Eslavos, árabes, latinos –,
Eia-hô ! Eia-hô ! Eia-hô !...
(Hip ! Hip-lá ! Nova simpatia onomotopaica,
Rescendente da beleza alfabética pura:
U u-um...kess-kress... vlim... tlin...
blong... flong... flak...
Pâ-am-pam! Pam... pam... pum... pum...
Hurra!)
Mas o estrangeiro vira a página,
Lê os telegramas da Última-Hora,
Tão leve como a folha do jornal,
Num rodopio de letras,
Todo o mundo repousa em suas mãos !
Almada Negreiros
Encontraram-se nos papéis de Fernando Pessoa, cadernos cheios de recortes de
jornais fazendo referência ao Orpheu. As
indicações acrescentadas a tinta, são da mão
de Sá Carneiro. Aí se encontram 89 artigos, donde 58 sobre o primeiro número e
24 sobre o segundo.
Houve uma mudança na Direcção: o
primeiro Orpheu foi dirigido por Luis de
Montalvor e Ronald de Carvalho; no sumário encontram-se os nomes de Luis de
Tipo miüdinho dos pequenos anúncios !
Meu elzevir de curvas pederastas !...
E os ornamentos tipográficos, as vinhetas,
As grossas tarjas negras,
Os «puzzle» frívolos da pontuação,
Os asteriscos—e as aspas—os acentos...
Eh-lá ! Eh-lá ! Eh-lá !...
—Hurra ! Por vós, indústria tipográfica !
—Hurra ! Por vós, emprêsas jornalísticas !
Por último desdobra-se a folha dos anúncios...
—Ó emotividade zebrante do Reclamo,
—Ó estética futurista—up-to-date das
marcas comerciais,
Das firmas e das tabuletas !...
João Gaspar Simões
Mário de Sá Carneiro
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MARÇO 2015
DIREITOS DO LEITOR
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Contribuições para a Segurança Social
ESTA SEMANA SURGIU A NOTÍCIA DE QUE O NOSSO PRIMEIRO MINISTRO NÃO PAGOU
AS QUOTIZAÇÕES PARA A SEGURANÇA SOCIAL A QUE ESTÁ OBRIGADO POR LEI, NO
PERÍODO ENTRE 1999 E 2004, ENQUANTO TRABALHADOR INDEPENDENTE.
Efectivamente este tema
levanta dúvidas em muitos
trabalhadores, especialmente
aqueles que trabalham por
conta própria. Assim, parecenos de extrema importância
analisarmos este regime.
Todos sabemos que a ignorância não é desculpa para
não agirmos conforme a Lei.
Já os Romanos o diziam com
o Brocardo Ignorantia juris non excusat , em vigor, até aos dias de hoje, no
nosso Código Civil no seu
Artigo 6º: «A ignorância ou
má interpretação da lei não
justifica a falta do seu cumprimento nem isenta as pessoas das sanções nela estabelecidas.» E mais tarde
Adam Smith nos esclareceu
com a sua célebre sentença:
Há apenas duas coisas certas
na vida: morrer e pagar impostos.
Vejamos então em que
consistem as quotizações da
segurança social e quem delas está obrigado. A segurança social existe com o objectivo de promover a melhoria
das condições e níveis de protecção social de todos os cidadãos, promovendo a equidade social e a protecção aos
trabalhadores e suas famílias
em casos de desemprego,
morte e insuficíência económica. Para atingir estes objectivos, naturalmente será necessário que todos contribuam para o sistema através das
suas quotizações. Ou seja,
todos os trabalhadores devem
contribuir para a segurança
social com uma percentagem
dos seus rendimentos, sejam
ou não, subordinados. O que
altera será a titularidade da
responsabilidade pelo pagamento das contribuições. Isto
é, os trabalhadores subordinados não serão responsáveis
pelo pagamento das quotizações, mas sim a entidade
empregadora. No caso dos
trabalhadores independentes,
ou a recibos verdes, serão
estes responsáveis pelo pagamento da sua quotização. Estas dívidas surgem no momento em que a pessoa aufere o seu rendimento e a obrigação contributiva prescreve
no prazo de cinco anos.
Gostaríamos de sublinhar
que o não pagamento desta
contribuição trata-se de um
crime de Abuso de Confiança
contra a Segurança Social,
previsto e punido nos Artigos
105º e 107º do Regime Geral
das Infracções tributárias,
com pena até 3 anos de prisão ou 360 dias de multa caso
o montante em dívida for superior a 7500 euros.
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FORMA E SAÚDE
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Rico em nutrientes, pobre em calorias, fácil
e rápido de fazer e muito saboroso, o sushi
conquista cada vez mais adeptos
TODA A COZINHA JAPONESA SE BASEIA NOS PRODUTOS OFERECIDOS PELA
NATUREZA NAQUELA REGIÃO, ONDE ABUNDAM O PEIXE E OS ELEMENTOS VEGETAIS.
LUCIA
LOPES
O sushi é representativo da
sabedoria popular, já que aproveita com engenho e arte o
melhor dos alimentos: as algas, ervas e raízes, os derivados de soja, os legumes e verduras e o peixe fresco. Tudo
isto conjugado com um forte
sentido estético que desperta
o paladar.
O sushi é, desta forma,
considerado um alimento sau-
dável por diversas razões:
Não engorda: um prato de
sushi típico ronda as 350-400
calorias.
É rico em ácido gordo
Ómega-3, que ajuda a prevenir doenças cardiovasculares e
artrite. O Ómega-3 provém do
peixe utilizado, como atum,
salmão, cavala, sardinha, pargo e peixe-espada. Também é
comum recorrer ao polvo, lula
e choco, bem como ao camarão, ouriço-do-mar e outros
mariscos.
Fonte de hidratos de carbono: presentes no arroz, os
hidratos de carbono permitem
uma libertação lenta da energia. Rico em fibras, o arroz
proporciona uma digestão
agradável e é também fonte de
niacina, proteínas, tiamina e
ferro.
Rico em iodo proveniente
das algas marinhas. Muito nutritivas, as algas fornecem vitamina A, B1, B2, B6, C e niacina, que ajudam a prevenir o
depósito de colesterol nos vasos sanguíneos.
Anti-bacteriano e anti-séptico: as propriedades anti-bacterianas do vinagre ajudam à
digestão e a diminuir o risco
de hipertensão. Por outro lado,
o gengibre é um forte anti-séptico natural, auxiliando a digestão, fortalecendo o sistema
imunitário e ajudando o organismo a combater gripes e
constipações. Estimula tam-
bém a secreção de saliva.
Rico em minerais: o peixe
é uma boa fonte de proteínas
e de minerais como zinco,
potássio e fósforo e em vitaminas do complexo B. O molho de soja, feito a partir de
feijões de soja fermentados, é
rico em amido, fibras, proteínas e minerais, entre os quais
magnésio, potássio e ferro.
Fonte de vitaminas: para
além das vitaminas presentes
no peixe, o sushi recorre a diversas plantas e vegetais para
dar cor, sabor e mais vitaminas a cada prato. O abacate, o
pepino e o rábano são alguns
dos vegetais mais utilizados.
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MARÇO 2015
HISTÓRIA DE PORTUGAL
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História do fado, a voz de um
povo, o cantar de uma nação
GUIDA
AMARAL
O fado é um estilo musical português. Geralmente é cantado por uma só pessoa (fadista) e acompanhado por guitarra
clássica (nos meios fadistas denominada
viola) e guitarra portuguesa. O fado foi elevado à categoria de Património Oral e Imaterial da Humanidade pela UNESCO em
2011.
Neste dossier vamos apresentar
a história do fado.
Dossier composto por 3 artigos (2/3)
Com o golpe militar de 28 de Maio de
1926 e a implementação da censura prévia sobre espectáculos públicos, imprensa e demais publicações, a canção urbana sofreria profundas mutações. De facto, logo no ano seguinte, regulamentando globalmente as actividades de espectáculo através de um extenso clausulado,
o Decreto-Lei nº 13 564 de 6 de Maio de
1927, vinha consagrar, ao longo do disposto em 200 artigos, uma "Fiscalização
superior de todas as casas e recintos de
espectáculos ou divertimentos públicos
(…) exercida pelo Ministério da Instrução Pública, por intermédio da Inspecção
Geral dos Teatros e seus delegados". Neste contexto, o fado sofreria inevitavelmente profundas mutações regulado agora,
nos termos do disposto naquele instrumento legal, ao nível da concessão de li-
cenças a empresas promotoras de espectáculos, nos mais diversificados recintos,
dos direitos de autor, da obrigatoriedade
de visionamento prévio de programas e
repertórios cantados, da regulamentação
específica para a atribuição da carteira profissional, da realização de contratos, deslocações em tournées, entre inúmeros outros aspectos. Impunham-se, assim, significativas mutações no âmbito dos espaços performativos, no modo de apresentação dos intérpretes, nos repertórios cantados - despidos de qualquer carácter de improviso - consolidando-se um
processo de profissionalização de uma
plêiade de intérpretes, instrumentistas,
letristas e compositores, que passava a
actuar em recintos diversificados para um
público cada vez mais alargado.
Gradualmente, tenderia a ritualizar-se
a audição de fados numa casa de fados,
locais que iriam sobretudo concentrar-se
nos bairros históricos da cidade, com
maior incidência no Bairro Alto, sobretudo a partir dos anos 30. Estas transformações na produção do fado irão necessariamente afastá-lo do campo do improviso, perdendo-se alguma da diversidade
dos seus contextos performativos de origem e, por outro lado, obrigar à especia-
lização de intérpretes, autores e músicos.
Paralelamente, as gravações discográficas
e radiofónicas propunham uma triagem
de vozes e práticas interpretativas que se
impunham como modelos a seguir, limitando o domínio do improviso.
Na década seguinte, vingariam definitivamente as tendências de um revivalismo dos aspectos ditos típicos, que apontavam para a recriação dos aspectos mais
genuínos e pitorescos nos ambientes performativos do fado.
E se desde o primeiro momento o fado
marcou presença no teatro e na rádio o
mesmo irá acontecer na sétima arte. De
facto, se o advento do cinema sonoro foi
marcado pelo musical, o cinema português consagrou ao fado particular atenção. Ilustra-o bem o facto do primeiro
filme sonoro português, realizado em
1931, por Leitão de Barros, ter por temática as desventuras da mítica figura da
Severa. Como tema central ou simples
apontamento, o fado foi acompanhando
a produção cinematográfica portuguesa
até à década de 70. Neste sentido, também em 1947 com O Fado, História de
uma Cantadeira protagonizado por Amália Rodrigues ou, em 1963, com O Miúdo
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HISTÓRIA DE PORTUGAL
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da Bica, protagonizado por Fernando Farinha, o cinema português consagra particular atenção ao universo fadista. Não
obstante o protagonismo de Amália Rodrigues, também neste contexto, são ainda de sublinhar as incursões na Sétima
Arte, de artistas como Fernando Farinha,
Hermínia Silva, Berta Cardoso, Deolinda
Rodrigues, Raul Nery e Jaime Santos.
lectividades e agremiações da cidade, este
concurso, tradicionalmente realizado no
Coliseu dos Recreios mantém-se, ainda
hoje, como um evento de grande importância na tradição fadista da cidade e na
promoção de jovens amadores que ali tentam ascender ao estatuto profissional.
E se a difusão radiofónica permitira
ultrapassar barreiras geográficas, levando a milhares de pessoas as vozes do
fado, depois da inauguração da Rádio
Televisão Portuguesa - em 1957 - e, sobretudo, com a sua difusão, à escala nacional, em meados da década seguinte,
os rostos dos artistas passariam a ser
divulgados junto do grande público. Recriando em estúdio ambientes ligados às
temáticas fadistas, a televisão transmitiria regularmente, em directo, de 1959 a
1974, programas de fado que contribuiriam de um modo inequívoco para a sua
mediatização.
Usufruindo desde o último quartel do
século XIX da divulgação nos palcos do
Teatro de Revista e, a partir das primeiras décadas do século XX, da promoção
de uma imprensa especializada, mediatizando-se progressivamente na Radio, no
Cinema e na Televisão, o fado conhece
uma franca vitalidade no período compre-
Pub.
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endido entre as décadas de 1940 e 1960,
muitas vezes designado de "anos de
ouro", surgindo em 1953 o concurso da
Grande Noite do Fado que se realizará
anualmente, até aos nossos dias. Reunindo centenas de candidatos das várias co-
Os expoentes da canção nacional encontravam-se, nesta época, vinculados a
uma rede de casas típicas com elenco residente, usufruindo agora de um mercado de trabalho mais vasto, onde avultam
as possibilidades de gravação discográfica, de realização de digressões e tournées, de actuações na rádio e na televisão. Paralelamente, sucediam-se as apresentações de fadistas nos "Serões para
Trabalhadores" eventos culturais de cobertura radiofónica promovidos pela
FNAT, a partir de 1942, promovendo-se
os programas de fado também a partir
do Secretariado Nacional de Informação,
Cultura e Turismo que, a partir de 1944
passava a tutelar a Censura, a Emissora
Nacional e a Inspecção Geral dos Espectáculos. A partir da década de 1950, a
aproximação do regime ao prestígio internacional de Amália Rodrigues vinha reforçar esta colagem do regime ao fado,
depois de nele operar profundas alterações.
Continua na próxima edição...
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AGENDA
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A G E N D A
Le 07/03 à 21h30
Rusgas
L’association folklorique Juventude
Portuguesa de Paris 7 organise une
soirée musicale avec la participation
des groupes : Portugueses Unidos
(Savigny-sur-Orge), Juventude e
Raizes (Châtenay-Malabry), Aldeias
do Vez (Rosny-sous-Bois), Flores do
Minho (Asnières), Os Minhotos de
Viana do Castelo (Vitry-sur-Seine) e Juventude Portuguesa (Paris 7)
Infos : 01 45 54 06 11 ou 06 08 68 52 32
Salle C3B
54 rue Emeriau - 75015 Paris
Le 20/03 : 20h30
Dan Inger et Ramiro Naka
Soirée musicale lusophone proposée
par l’association Gaivota, avec Dan
Inger dos Santos et Red Mitchell ; et
Ramiro Naka et Daniel Misaine.
Entrée 12 euros (10 euros pour les
adhérents) avec un café + un pastel
de nata.
Lusofolie’s
57 avenue Daumesnil - 75012 Paris
Le 22/03 à 12h
Après-midi dansant
L’association Musicale Franco Portugaise d’Ile de France organise un après-midi dansant animé par DUO
TRADICÃO.
RESTAURATION DU MIDI AVEC «CUZIDO A PORTUGUESA»
Réservations au 06 85 55 49 39 (Alexandre) ou 06
10 15 35 31 (Carlos) ou 01 43 96 28 57 (AMFP).
Entrée gratuite.
CENTRE CULTUREL DES PLANETES
149 RUE MARC SANGNIER - 94700 MAISONS-ALFORT
Le 28/03 à 20h00
Spectacle avec Zé do Pipo et
Banda Latina
L’A.F.P.C.D de Créteil organise un
grand spectacle musical animé par
le groupe Banda Latina suivi de Zé
do Pipo et ses danseuses.
Bar et spécialités portugaises. Infos
et pré-ventes au 06 29 51 11 84
Salle Jean Cocteau
14 rue des Ecoles – 94000 Créteil
Le 05/04 à 14h30
Folklore et José Malhoa
L’association Agora organise un festival de folklore et de cantares ao
desafio, avec Maria Celeste, Celerico, Chico et Tubarão. Au programme
également une rencontre de concertinas.
A partir de 22h00, grand bal animé
par José Malhoa et ses danseuses et
le groupe Hexagone.
Bar et spécialités portugaises. Infos : 06 24 25 79 27
Salle Jean Vilar
9 bd Héloïse - 95100 Argenteuil
Le 17/04 à 20h30
Fado de Coimbra
L’association Gaivoita et le Lusofolie’s présentent une soirée de fado
de Coimbra avec Alves de Oliveira
(chant), Manuel Miranda (guitare
portugaise), Pompeu Gomes et Casimiro Silva (guitare classique) et une
invitée surprise.
Entrée 12 euros (10 euros pour les
adhérents), avec un café/thé et un pastel de nata inclus.
Infos : 06 64 13 48 94 (association Gaivota).
Lusofolie’s
57 av. Daumesnil - 75012 Paris
Le 18/04 à 21h00
Voz de Portugal fête ses 31 ans
L’émission Voz de Portugal (IDFM
98.00) organise une grande soirée
musicale à l’occasion de son 31e anniversaire. Avec la participation de
nombreux artistes : David Moka, Guy
Ange, Paulinho, Virginie, Nelson Costa, Elyssa, Shaunna Carvalho, DJ Luciano, DJ Rico, Manuel Campos, Jorge
Amado, Lauriano, Paulo Costa, DJ Paulito, Marcelo Martiny, Kevin & Jordan, Christophe, Alabama, Marco R, Paula Soares, Banda Latina… Ouverture de la soirée en fado avec Shina et Nina Tavares.
Bar et spécialités portugaises sur place, parking gratuit (3 500 places).
Entrée 15 euros. Renseignements : 06 48 24 85 53
Théâtre Pierre Fresnay - Espace Yvonne Printemps
3 rue Saint Flaive - 95120 Ermont
Le 12/05 à 19h30
Fado et folk
Scène sur Seine et l’association Gaivota proposent un
voyage musical à bord de la péniche Pourquoi Pas, avec
Marie José Henriques, accompagnée par Victor do
Carmo (guitare et chant) et Filipe de Sousa (guitare
portugaise) ; et Dan Inger dos Santos et le guitariste
Red Mitchell. Pot d’accueil à 19h30 et concert à 20h30.
Infos et réservations : 06 03 48 04 96.
Péniche Pourquoi Pas
10, allée du Bord de l’Eau - 75016 Paris
Le 20/06 de 14h00 à 19h00
Le 21/06 de 10h00 à 19h00
Salon du Livre SALF
La Société des Auteurs Lusophones de
France (SALF) organise son Salon du
Livre, les 20 et 21 juin à Paris. Au programme, poésie, romans, histoire,
photos, peinture, théâtre, livres pour
enfants, rencontres avec les auteurs
et dédicaces. Ana Casanova, qui viendra spécialement de Lisbonne, sera l’invitée d’honneur de cette 2e édition du salon.
La SALF, créée en 2011 par un groupe d’auteurs, s’est
fixé comme principal objectif de regrouper en son sein
les auteurs lusophones de France écrivant et éditant
leurs œuvres en langue portugaise ou française,
d’aider à la création, à l’édition et à la diffusion et
d’organiser des rencontres littéraires et tout autres
manifestations ou activités liées à la promotion des
œuvres.
Maison du Portugal - André de Gouveia
Cité Internationale Universitaire de Paris
7 P, bd Jourdan - 75014 Paris
Programa VOZ DE PORTUGAL :
Sábado 07 de Março : DJ Luciano
Sábado 14 de Março : Lyandro
Rodrigues : apresentação do seu novo
trabalho
Sábado 21 de Março : Nelson Costa : apresentação do seu novo trabalho
Sábado 28 de Março : Enrico Rosa, Agora para falar do espetáculo da Páscoa.
Voz de Portugal : todos os sábados das 14h às
16h e todas as segundas das 19h às 20h na
98.00 fm e na internet www.idfm98.fr. Para
participar : 01 34 12 12 22. Para mais informações, Joaquim Parente : 06 48 24 85 53
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LAZER
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Sudoku
Sudoku é um jogo de raciocínio e lógica. Apesar de ser
bastante simples, é divertido e viciante. Basta completar
cada linha, coluna e quadrado 3x3 com números de 1 a
9. Não há nenhum tipo de matemática envolvida.
O professor vira-se para o aluno :
- Nesta frase onde está o sujeito: O homem morreu.
Responde o aluno:
- No cemitério.
- Acorda, patrão! Acorda!
- O que foi? O que foi, Manuel?
- Senhor, está na hora do seu remédio para dormir...
Era uma vez um surdo que tinha a mulher doente. Certo dia foi com a mulher ao médico. Quando regressou,
os amigos perguntaram-lhe o que tinha a sua mulher.
- Eu sou um bocado surdo mas, pelo que o médico
explicou, ou é ela que anda com vários ou então sofre
dos ovários.
P: Sabem qual o conceito masculino de ajudar na limpeza da casa?
R: Levantar os pés para o aspirador passar!
O velhinho vai ao médico queixando-se de uma dôr na
perna direita. O médico examina...examina e não vê
nada.
- A sua perna não tem nada, está perfeita!
- Então, porque é que dói?
- Deve ser da idade!
- Como se a outra tem a mesma idade e não dói?
Curiosidades sobre as marcas de automovéis
ALFA ROMEO
• O símbolo é composto pela bandeira com a cruz vermelha (brasão da cidade de Milão)
e pela serpente devorando um homem (símbolo da família real milanesa). O nome do
fabricante italiano, fundado em 1910, é a combinação da sigla A.L.F.A. (Anônima
Lombarda Fabbrica Automobili) com o sobrenome do engenheiro Nicola Romeo, fundador da marca.
PROVÉRBIOS
Ladrão que rouba a ladrão tem cem anos de perdão.
Lágrimas de herdeiros, sorrisos sorrateiros.
Lenha de figueira, rica de fumo, fraca de madeira.
Leste escuro, Sol seguro.
Livra-te do homem que não fala e do cão que não ladra.
Longe da vista, longe do coração.
ADIVINHA
Somos filhos do mesmo pai e da mesma mãe,
mas não somos irmãos. O que é que somos?
MENTIROSOS
Pub.
SOLUÇÃO
EDIÇÃO
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www.aeiou.pt/humor
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CULINÁRIA
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AS RECEITAS DA PORTUGAL MAG
Quer dar a conhecer as suas receitas aos leitores da Portugal Mag?
Mande-as para [email protected] juntamente com a sua foto e serão publicadas neste espaço.
Perna de Porco no Forno com Linguiça
Tempo de preparação:
40 minutos
Ingredientes: 5 pessoas
Ingredientes:
1,2 kg de carne de porco da perna; 260g de
linguiça alentejana; 3 dentes de alho picados; 2 colheres de chá de Massa de Pimentão; 1 colher de sopa bem cheia de banha de
porco; 1 colher de sopa de azeite; 1 colher de
chá de paprica; 1 kg de batatinhas para assar; 1 cebola grande, de preferência nova cortada em tiras; 1 pimentão vermelho cortado
em tiras; 2 folhas de louro; 250 ml de vinho
branco; Sal e Pimenta a gosto
Preparação:
Com uma faca comprida, dê golpes de um
lado ao outro da carne para que consiga introduzir a linguiça. Atravessa a linguiça de
um lado ao outro no orificio que abriu e corte-a pela extremimdade. Repita o processo
mais 4 vezes de forma a que sobre um pouco
de linguiça. Corte a restante linguiça em rodelas finas. Coloque num almofariz os alhos
Trouxinhas de Ovos
Ingredientes:
11 gemas de ovo
1 ovo
500g de açúcar
300 ml de água
1 casquinha de laranja
1 pau de canela
40 ml de Licor de Laranja
Tempo de preparação:
30 minutos
Ingredientes: 9 trouxinhas
Preparação:
Junte o ovo com as gemas. Mexa tudo muito bem com um garfo. Passe a mistura das
gemas com o ovo numa rede fina.
Espalhe a mistura dos ovos, num tabuleiro
previamente untado com manteiga e polvilhado com açúcar. Rode o tabuleiro de
picados, pimenta e uma colher de chá de sal.
Esmague tudo muito bem até que fique uma
pasta. Junte a massa de pimentão e junte
muito bem com uma colher. Coloque a carne num tabuleiro de ir ao forno. Barre-a com
o tempero que preparou. Deixe marinar algum tempo, de preferência de um dia para o
outro. Na hora de colocar no forno, tempere
as batatas com umas pedrinhas de sal, a paprica e o azeite. Envolva tudo. À volta da carne espalhe a cebola, o pimento vermelho, as
folhas de louro, a linguiça cortada em rodelas e as batatinhas. Regue a carne com o
marinado das batatas. Por cima da carne coloque a banha. Por fim, regue à volta com o
vinho branco. Leve ao forno pré-aquecido nos
180ºC e deixe assar durante 2 horas. A meio
do tempo, vire a carne e mexa as batatas.
Depois de tudo assado, retire do forno e sirva. Se quiser, pode acompanhar este prato
com grelos cozidos ou uma salada.
forma a que o ovo fique bem espalhado e
fique uma camada bem fininha. Leve ao
forno pré-aquecido nos 250º e deixe cozer
entre 2 a 3 minutos. Logo que o ovo deixe
de estar líquido, retire. Com uma faca, corte
9 rectângulos iguais. Enrole cada rectângulo num rolinho e coloque num prato.
Num tacho, leve ao lume a água, o açúcar,
a casca de laranja e o pau de canela. Mexa
e deixe ferver durante 8 minutos. Passado
os 8 minutos, retire a casca de laranja e o
pau de canela. Junte o licor, mexa e apague
o lume. Num prato alto ou num tabuleiro,
coloque as trouxinhas de ovos. Regue com
a calda quente. Deixe arrefecer e guarde
no frigorífico. Depois de frio, está pronto a
servir. Acompanhe com fios de ovos e
cerejas em calda.
SUGESTÃO: Recorte as receitas e arquive
recomenda
Casa
do Churrasco
Le Longchamp
O Oceano
La Grillade
Restaurant-Bar
Bar-Restaurant
Spécialités
Portugaises
Bar-Restaurant
Spécialités
Portugaises
40 Rue de Longchamp
75016 Paris
73 bld Gabriel Péri
94500 Champigny
sur Marne
92 avenue Louis Blanc
94210 Saint Maur
des Fossés
14 Bld. du Maréchal Foch
93160 Noisy le Grand
Tél.: 01 47 27 53 50
Tél.: 01 48 80 87 60
Tél.: 01 48 83 11 76
Tél.: 01 57 33 06 91
Spécialités
Portugaises
Churrasqueira
Spécialités
Portugaises
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MARÇO 2015
Bélier
Un mois agité à prévoir ?
Le carré Uranus Pluton
qui déstabilise votre
existence depuis juin
2012 effectue en mars son dernier
tour de piste et s'il tend effectivement à ébranler depuis un bail vos
certitudes et vos bases prioritairement sur le plan professionnel.
Taureau
Un mois à traverser
entre réflexion sur le
fond et présence sur le
terrain. À partir du 17/
03, Vénus vous invite en effet à
formuler vos souhaits et à défendre votre cause ! Pas certain que le
background soit serein mais vous
serez a priori prêt à vous battre
pour l'avenir de vos amours et pour
votre avenir… Tout court !
Gémeaux
Un mois où vos relations seront testées. La
conjoncture rude pour
tout le monde va vous
obliger à regarder en face la réalité
et à prendre conscience des échanges que vous entretenez avec
l'autre, les autres !
Cancer
Un mois où vous agirez prioritairement
pour défendre vos inPub.
HOROSCOPE
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térêts personnels et négligerez
sans doute un peu les vôtres !
Veillez alors à leur expliquer le
pourquoi de votre démarche si
vous souhaitez recevoir leur appui et terminer un mois mouvementé bien entouré !
Lion
Un mois à traverser
avec précaution car
chaud bouillant pour
vous et pour tout le
monde. Des questions sur le
fond à creuser et des réponses
essentielles à trouver sous la
coupe de planètes qui devraient
vous bousculer pour au final
vous guider vers ce dont vous
avez réellement besoin pour être
heureux et surtout en accord
avec vous-même !
Vierge
Vous aurez intérêt à
ouvrir et à maintenir
le dialogue ouvert sur
tous les plans en mars
où le ciel se déchaîne, règle des
comptes et vous invite à vous
lancer dans la bataille sans vraiment de filet.
Balance
Un mois à gérer le
plus en conscience
possible pour au
cœur de la tourmente
parvenir à comprendre ce qui
compte vraiment pour vous mais
sans plus jamais oublier de vous
mettre en tête de liste de vos priorités ! À méditer !
Scorpion
Un
mois
chaud
bouillant où vous serez tenté par les excès ?
À vous de voir jusqu'où vous pouvez aller sans dépasser les bornes et risquer alors de
perdre le contrôle de vos nerfs et
pour certains, compromettre l'équilibre de leur vie privée un peu chahuté par les circonstances et les
étincelles d'un ciel en ébullition !
Sagittaire
Un mois placé sous
haute pression cosmique où vous mettre
tout en œuvre pour
changer de disque et
pour certains, changer de vie !
L'amour n'a qu'à bien se tenir et
surtout le partenaire s'il souhaite
continuer à vous accompagner
dans vos aventures que, quoi qu'il
en soit, vous serez déterminé à
poursuivre avec lui, sans lui ou avec
quelqu'un d'autre !
Capricorne
Un mois décisif pour
beaucoup ! Bientôt la
chrysalide devra cé-
der devant l'énergie du papillon
prêt à déployer et à ouvrir ses
ailes et enfin à prendre son envol plus en conscience, donc
plus en accord avec ce qu'il veut
vivre désormais et qu'il va peu à
peu révéler de lui-même !
Verseau
Si vous trouvez
qu'en mars on vous
pousse un peu trop
dans vos retranchements, évitez d'exploser pour tout et pour rien et
préférez vous pencher sur vos
doutes à expulser vraisemblablement, sur le passé à sonder pour
voir si vous ne reproduisez pas
encore et toujours le même
schéma !
Poissons
Un mois consacré à
établir, à rétablir, à défendre ou à changer
de bases, d'ancrage
sur le plan pro. Un mois où vous
n'aurez donc pas forcément le
temps de conter fleurette ou de
creuser le sujet amoureux ! En
mars vous parerez en effet au
plus pressé et a priori l'urgence
semble être actuellement de
vous affirmer socialement contre vents et marées !
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Eventos da Comunidade Lusófona por Mario