História
3.
B
A observação atenta do fragmento de Marc Bloch oferece
os elementos que apontam para a relação de servidão que
marcou tipicamente a Idade Média ocidental. Afinal, o servo,
que não era escravo por definição pois estava preso à terra,
era submetido a uma realidade de constante opressão, sendo
obrigado a pagar inúmeros tributos, além de prestar auxílio
e obediência irrestrita ao seu senhor.
4.
C
A organização socioeconômica do feudalismo é tema desta
questão. Nesse sentido é preciso lembrar que no feudalismo
o trabalho era essencialmente servil, onde o camponês preso
à terra era submetido a uma opressão tributária em que
destacamos a corveia, a talha e as banalidades. No feudo,
predominava uma economia agrária e de subsistência.
A posição do indivíduo na sociedade era essencialmente
definida no nascimento. Entre os nobres, fruto da herança
dos povos bárbaros que se submetiam ao juramento de
fidelidade conhecido como comitatus, se fundamentou as
relações de suserania e vassalagem.
Respostas
Capítulos 6 e 8
Alta Idade Média: as migrações
bárbaras e os Reinos dos Francos; O
Feudalismo
1.
2.
E
O aluno deveria, para resolver a questão, ter o domínio das
características do modo de produção feudal que era uma
mescla de elementos romanos e germânicos que em termos
políticos se caracterizava pela descentralização do poder
onde o senhor feudal desfrutava de grande autonomia. Que
em termos econômicos, por influência dos povos bárbaros,
a economia ruralizou-se e tendeu à subsistência, em que
predominavam técnicas rudimentares de produção e o
comércio, quando não desapareceu, tornou-se insignificante,
especialmente quando comparados ao esplendor de Roma.
Que em termos sociais observou-se uma estamentalização,
isto é, um imobilismo social, onde predominavam a
relação de dependência dos servos aos seus senhores e de
reciprocidade entre os nobres. Entre os francos, povo de
origem germânica, tivemos a fundamentação das relações
de suserania e vassalagem mediante a doação de terras e de
juramentos de fidelidade entre os chefes guerreiros. No que
se refere à cultura prevaleceu uma visão religiosa e teocêntrica
em que a Igreja surgia como poderosa instituição que se
propunha a ser a legítima intérprete da vontade de Deus na
terra. Nesse contexto a Igreja disseminou o conformismo e
providencialismo para justificar o status quo.
Também seria necessário ao aluno o conhecimento de que
o modo de produção feudal que se manifestou na Europa
Ocidental não se apresentou da mesma forma ou de maneira
idêntica em outros territórios. No Império Bizantino, também
herdeiro da antiga Roma, percebe-se uma forte centralização
política que os historiadores denominaram de cesaropapismo,
isto é, o direito do poder político interferir em questões
religiosas. Os árabes também tiveram notáveis diferenças em
relação ao modelo feudal, desenvolvendo com especialidade
o comércio e promovendo avanços significativos nas ciências
econômicas. Mesmo a Igreja que de fato desfrutava de
um poder grandioso sofreu abalos devido a ocorrência de
doutrinas consideradas por ela heréticas e pela divisão do
cristianismo no chamado Cisma do Oriente em 1054.
Capítulo 7
A Alta Idade Média: A Civilização
árabe
E
A transição, que vai da queda do Império Romano até a
Idade Medieval propriamente dita, foi marcada por uma série
de transformações, pautadas na fragmentação territorial,
na crise do modo de produção escravista e na prática do
colonato, alterando, desse modo, as relações de trabalho
entre senhores e seus súditos diretos que se converteram de
colonos em servos medievais. Entretanto, essa alteração não
significou qualquer forma de elevação do status ocupado,
continuando subalternos e marginais à riqueza, ao luxo e
ao poder; passivos diante do encaminhamento político em
questão.
ensino médio
1
1.
B
Embora saibamos que parte do mundo islâmico considera a
Sunna um documento sagrado que deve ser observado, o
Corão abordado na questão, representa para os muçulmanos
a suprema revelação de Alá aos seus seguidores, seguido à
risca especialmente pelos xiitas. Temática recorrente de várias
questões está na comparação dos princípios do islã com
a doutrina de judeus e cristãos. A esse respeito podemos
mencionar que de forma geral as três religiões surgiram de
revelações, se baseiam em livros sagrados (Torá – Antigo
Testamento, Bíblia – especialmente o Novo Testamento
e o Corão) e se destacam pelo caráter monoteísta, além
da crença na existência de um juízo final. No entanto, os
muçulmanos não estão à espera de um Messias e negam a
santíssima trindade, elemento fundamental do cristianismo.
Vale salientar que, segundo a crença muçulmana, Maomé, ao
receber a revelação do anjo Gabriel, recitou a mensagem que
foi escrita e compilada pelos que acompanhavam o profeta
e não por ele mesmo.
2.
E
Alheio a questões teológicas e discussões que o tema provoca
ainda hoje, podemos observar que as tradições religiosas de
judeus e muçulmanos consideravam o porco animal impuro
em seus escritos sagrados como se observa no livro de Levítico
11,v-7 “e o porco, porque tem a unha fendida, de sorte que
se divide em duas, mas não rumina, esse vos será imundo” e
no Alcorão onde encontramos referência semelhante na 5ª
Surata, versículo 3: “Estão-vos vedados: a carniça, o sangue,
a carne do suíno e tudo o que tenha sido sacrificado com a
invocação de outro nome que não seja o de Deus; os animais
estrangulados, os vitimados a golpes, os mortos por causa
de uma queda, ou chifrados, os abatidos por feras, salvo se
conseguirdes sacrificá-los ritualmente; o (animal) que tenha
sido sacrificado nos altares.(...)”.
1º ano
3.
A
Ao longo da história, em vários momentos observamos
confrontos de temática religiosa como os que opõem cristãos,
judeus e muçulmanos. O termo guerra santa é aplicável
tanto aos europeus, notadamente cristãos, que através do
Papa Urbano II convocou os seguidores do cristianismo a
empreenderem um esforço coletivo (Cruzadas) para recuperar
Jerusalém, quanto para os muçulmanos ali instalados. Aliás,
os próprios muçulmanos promoveram anteriormente a Jihad
(esforço de conversão) com uma conotação de guerra santa
que serviu para legitimar as conquistas territoriais. Mesmo
não tendo conquistado seu objetivo militar e religioso de
recuperar a Terra Santa, as Cruzadas contribuíram para a
reabertura do comércio entre o Ocidente e Oriente que
fortaleceu o comércio e contribuiu para desestruturação do
feudalismo.
4.
E
A literatura constitui um importante elemento da cultura
muçulmana, especialmente com obras como As Mil e Uma
Noites. Porém, em termos de destaque e também como
sugere a questão, resultado da assimilação cultural de
outros povos, ganha em notoriedade nas artes sarracenas
a arquitetura, com seus palácio e mesquitas. Nestas obras é
possível perceber a influência bizantina e persa.
3.
A
O processo descrito na questão se refere ao renascimento
comercial e urbano. Nesse sentido convém lembrar que
na Baixa Idade Média, o crescimento agrícola, advindo do
fim das invasões normandas do aprimoramento da charrua
e do peitoral, favoreceu o fortalecimento do comércio,
consequentemente, as feiras e os burgos aprimoraram o meio
monetário. Os burgos se enriqueceram divulgando o trabalho
artesanal nas oficinas e corporações de ofício. A burguesia
medieval não tinha a proteção de nobres, que não aceitavam
a independência urbana com as cartas de franquia, nem havia
Estado que incentivasse o comércio, como consequência,
os burgos se “isolavam” por intermédio de muralhas,
sendo dirigidos pelas comunas. Essa fragmentação política
e ideológica era própria da Europa feudal, pois as invasões
bárbaras, o universalismo papal, as pilhagens e o banditismo
já tinham isolado os feudos.
4.
A
Mesmo enfrentando dificuldades como a falta de padronização
monetária e de pesos e medidas e ante a falta, pelo menos
até o século XI, de uma melhor infraestrutura (estradas),
de segurança nos deslocamentos pelo território (risco de
saques) e da incompatibilidade de interesses com nobres que
obstaculavam a passagem de mercadores por seus territórios,
o fenômeno denominado de Renascimento Comercial e
Urbano foi se desenvolvendo, tendo nas feiras medievais um
grande propulsor. Ressalte-se que o crescimento populacional
e os progressos técnicos como a drenagem das áreas
alagadas que permitiram a ampliação das áreas cultivadas, a
substituição dos instrumentos de madeira pelos produzidos
de ferro muito mais resistentes, além das melhorias nos
transportes, propiciaram progressivamente a obtenção de
excedentes comercializáveis. As Corporações de Ofício, não
obstante serem resultado deste momento de transformações,
estabeleciam a prática do “preço justo” onde o valor da
mercadoria era definido apenas pelo custo da matéria prima
e da mão de obra, o que gerava por parte da Igreja, que
condenava o lucro, certa tolerância com essas instituições.
De fato, mesmo não sendo comum, é possível encontrar nas
feiras medievais aspectos semelhantes aos de um shopping
center na medida que eles oferecem uma suposta segurança
como as muralhas que circundavam a cidade, uma ampla
variedade de produtos como se observava nas feiras, além
de entretenimento, como as apresentações de artistas
(saltimbancos) que faziam malabarismo e contorcionismo.
Capítulos 9 a 11
A Igreja na Idade Média; Baixa Idade
Média: as Cruzadas; Renascimento
comercial e urbano
1.
2.
C
A Igreja Católica Medieval diante do surgimento de
doutrinas e práticas religiosas consideradas heréticas e que
contrariavam seu credo procurou criar e aplicar mecanismos
de controle que lhe assegurasse a hegemonia da mentalidade
religiosa e cultural. Destes mecanismos podemos destacar a
criação do Tribunal do Santo Ofício da Inquisição por volta
de 1231. A Santa Inquisição tornou-se um instrumento de
controle social, religioso e cultural, com desdobramentos
econômicos e políticos; tendo em vista a perseguição àqueles
que se posicionassem contra os princípios da Igreja Católica
ou representassem alguma forma de ameaça aos interesses
de nobres e clérigos. Desse modo, grupos considerados
heréticos, tais como Cátaros, Albigenses, Valdenses,
Apolinaristas, entre outros, foram eliminados por meio de
processos coletivos de execução ou cerimoniosamente na
fogueira; a finalidade era evitar que as suas ideias fossem
objeto de apostasia. (Ação de renegar uma religião e/ou
renegar a fé religiosa).
Capítulos 12 e 13
O quadro político da Baixa Idade
Média; A cultura Medieval
B
Sabemos que de forma geral as Corporações de Ofício
se desenvolveram em meio ao processo conhecido como
renascimento comercial e urbano com a finalidade de
regulamentar cada profissão estabelecendo a pratica do
preço justo (matéria prima e mão de obra) sendo vetado
qualquer incremento no valor do produto. Os integrantes das
Corporações procuravam respeitar essa prática por saberem
da forte oposição que a mentalidade religiosa tinha sobre a
usura e sobre o lucro.
ensino médio
1.
2
A
O processo de centralização política em torno do rei ocorreu
prematuramente na Península Ibérica, com destaque para
Portugal. Este processo que remonta ao século XII se
relaciona ao contexto da Guerra da Reconquista em que os
reinos cristãos de Leão, Castela, Navarra e Aragão uniram
forças para expulsar os muçulmanos da Península Ibérica.
D. Afonso VI, rei de Leão e Castela, contou com o auxílio
de D. Henrique de Borgonha. Em retribuição, D. Henrique
recebe um feudo denominado Condato Portucalense e a
1º ano
mão de uma das filhas de D. Afonso VI, chamada D. Tereza.
O filho do casal, D. Afonso Henriques, declarou em 1139 a
independência do território, surgindo efetivamente o reino
de Portugal e sua primeira dinastia, a dinastia de Borgonha.
No século XIV ocorreu uma crise de sucessão dinástica dos
Borgonha com a morte de D. Fernando em 1383. Por não
ter deixado filhos homens, quem deveria assumir seria sua
filha D. Beatriz, casada com D. João I, soberano dos territórios
de Leão e Castela. A burguesia percebeu que essa situação
colocava em risco a autonomia conquistada e articulou um
movimento em conjunto com vários segmentos sociais de
Portugal para conduzir um outro sucessor ao trono. Tratavase de D. João I, o mestre de Avis. Em 1385, após conflitos
violentos, deu-se a vitória dos grupos associados à burguesia,
era a Revolução de Avis. A partir de então a dinastia de Avis
contribuiu para o fortalecimento das atividades comerciais
sendo uma das grandes patrocinadoras das expedições
marítimas que garantiram a Portugal o pioneirismo nas
navegações oceânicas.
2.
D
Durante a Idade Média a produção intelectual, especialmente
a filosofia, esteve associada à Igreja e membros do clero.
Teólogos como Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino são
considerados verdadeiros doutores da Igreja, formatadores
da teologia medieval. O primeiro, destacou-se no que se
convencionou chamar de alta Idade Média por sua crença na
predestinação. O segundo é considerado um dos expoentes
máximos da filosofia escolástica que pretendia conciliar fé e
razão, ganhou maior destaque na baixa Idade Média.
3.
A
A visão difundida a partir do renascimento cultural de que a
Idade Média era uma idade das trevas é uma representação
demasiadamente radical de um período que também
apresentou destaques na área cultural e até mesmo científica.
Não podemos negar que a Igreja exercia uma posição de
controle ideológico, estabelecendo por vezes uma espécie de
censura aos estudos que viessem a contrariar seus dogmas.
Ainda assim podemos citar que a criação das Universidades
onde o saber erudito foi normatizado (trivium e quadrivium)
teve grande ligação com a Igreja, especialmente com os
membros do clero regular que se dedicavam à oração e ao
estudo. Nesse período notabilizou-se a filosofia Escolástica
que teve em Santo Tomás de Aquino um dos seus maiores
expoentes e que procurava conciliar fé e razão. Em termos
arquitetônicos destacamos o desenvolvimento do estilo
gótico que marcou o padrão das construções, especialmente
das catedrais. O estilo gótico reflete as transformações
econômicas e sociais, com destaque para desenvolvimento
do comércio e das cidades.
4.
Capítulo 14
O Renascimento Cultural
C
Uma das mais importantes manifestações culturais da
medievalidade foi a arquitetura, onde na baixa Idade Média
se destaca o estilo gótico. A sobriedade e simplicidade do
estilo românico que buscava passar uma ideia de segurança
cedeu espaço para a sofisticação e exuberância do estilo
gótico. O contexto histórico da imagem II – Catedral de Reims
é o da Baixa Idade Média, período do apogeu e da crise do
sistema feudal. As catedrais góticas simbolizam ao mesmo
tempo, a pujança das cidades que emergiam na Europa e
a permanência do poderio da Igreja que marcou o mundo
feudal.
ensino médio
3
1.
B
Leonardo da Vinci foi dos mais notáveis representantes do
movimento renascentista. De espírito plural, se envolveu e
desenvolveu projetos nas mais variadas áreas das artes e do
saber. No seu entendimento a simples repetição (imitação) de
comportamentos não produzira progressos. O trecho destaca
a importância da observação e do empirismo (experiência)
para a compreensão dos processos e para a ampliação do
saber em todos as suas perspectivas.
2.
E
O Renascimento que correu entre os séculos XIV e XVI embora
fosse um movimento artístico e cultural teve, influenciado
pelo uso da razão, desdobramentos nas mais variadas áreas,
inclusive na política. Obras como O Príncipe de Maquiavel
e Utopia de Thomas Morus tinham forte conteúdo político
e social. Já as obras Mona Lisa de Leonardo da Vinci e
Moisés de Michelângelo se destacam nas artes plásticas. Das
obras apresentadas, a que não foi produzida no contexto
renascentista foi a obra O Contrato Social de Rousseau, que
foi produzida no século XVIII já sob a inspiração iluminista.
3.
C
A indicação no enunciado da questão do autor e obra
(François Rabelais – “Gargântua e Pantagruel”) e do período
em que foi escrito o livro (meados do século XIV) remete ao
momento em que o processo histórico do Renascimento
se encontra difundido em boa parte da Europa. Além da
França outros autores em diferentes territórios promoveram
severas críticas à postura do clero. No caso do fragmento a
crítica é direcionada à hierarquia do Clero. Devemos lembrar
que o Renascimento como movimento artístico e cultural
procurou se contrapor à mentalidade religiosa e dogmática
monopolizada pela Igreja durante a Idade Média.
4.
B
Os fatos relatados na questão estão contextualizados
no processo histórico do Renascimento. O que levou
muitos representantes do pensamento humanista a serem
perseguidos foi o fato de, suas obras, refletirem uma visão
de mundo que se opunha ao pensamento dogmático e
teocêntrico que marcou a medievalidade, onde a explicação
dos fatos se dava pela providência divina interpretada pela
Igreja com base na observação da tradição. Diferente disso, os
humanistas valorizavam a capacidade criadora do homem e
dentro da lógica renascentista buscavam o uso da razão para
a explicação dos fatos. Outro aspecto que chama atenção é
que eles de uma forma geral propunham a separação entre
fé e razão, o que não significa que o homem renascentista
fosse necessariamente ateu, nem que houvesse uma rejeição
completa de temáticas religiosas nas obras renascentistas.
1º ano
Download

09032115-Folhas Verdes-1º Ano-SITE