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ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / HISTÓRIA GERAL
Módulo V
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A IDADE MÉDIA
Uma Introdução
A penetração e a fixação dos povos germânicos no território do Império Romano deram lugar à formação de
diversos reinos, a partir do início do século V. A autoridade imperial deixou de existir no Ocidente no ano 476, com
a deposição de Romulus Augustus. A parte oriental do império, centrada em Constantinopla (atual Istambul),
assumiu a partir daí o legado político de Roma. Os germânicos, ditos bárbaros pelos romanos, organizaram seus
reinos dentro das antigas fronteiras do império e em áreas que nunca tinham sido ocupadas pelos romanos, como
a Alemanha. Cada um desses reinos evoluiu de forma diferente para dar lugar às monarquias europeias
medievais. Os Ostrogodos instalaram-se na Itália, conduzidos por Teodorico, e constituíram um dos reinos mais
importantes dos séculos V e VI. No fim do século V, os francos fixaram as bases do que seria posteriormente um
dos reinos medievais mais poderosos da Europa. Convertido ao catolicismo, o rei Clóvis I conseguiu o apoio da
população da antiga Gália com uma política de fusão entre os galo-romanos e os francos. Conseguiu impor-se a
toda a Gália, expulsou os Visigodos para a Espanha no ano 507 e dominou os outros povos bárbaros, com
exceção dos burgúndios, que foram vencidos por seus sucessores. Na península ibérica, os visigodos
constituíram uma monarquia próspera e culta, na qual se fundiram os traços germânicos e as tradições seculares
romanas. A monarquia visigoda esforçou-se para conquistar a unidade territorial e formar um estado. No século VI
a monarquia visigoda chegou à plenitude com Leovigildo, que estabeleceu a unidade territorial depois de vencer
os suevos do noroeste, os bascos do norte e os bizantinos do sudeste. A ocupação da península ibérica pelos
árabes no início do século VIII foi favorecida pelas lutas entre Rodrigo e Áquila. O poder dos visigodos extinguiuse em poucos anos e teve início uma nova etapa na península e na Europa, com a expansão do Islã. Durante o
século VI, o reino merovíngio dos francos sofreu constantes divisões entre os sucessivos herdeiros da coroa. Na
Itália ocorreram acontecimentos importantes depois da conquista do reino ostrogodo pelo imperador bizantino
Justinianus I, em meados do século VI. O Império Bizantino alcançou, nessa época, seu apogeu político e cultural,
e Justiniano I, ajudado por seus generais Belisário e Narses, tentou reconquistar a parte ocidental do antigo
Império Romano e restabelecer a unidade do Mediterrâneo. Na Grã-Bretanha, a invasão de anglos e saxões, em
meados do século V, forçou os bretões a se refugiarem na Cornualha, em Gales e na Escócia, ou a se
submeterem ao novo poder. Os anglo-saxões dividiram o território em sete pequenos reinos, que lutaram para
estabelecer sua hegemonia sobre o sul da ilha. Os reinos surgidos no Ocidente deram nova fisionomia à Europa,
mas não desapareceu totalmente a tradição que Roma havia legado. Em muitos casos, principalmente nos
lugares mais romanizados, foram mantidos a ordem e o direito romanos, combinados com contribuições dos
costumes jurídicos dos povos germânicos. Quando desapareceu o poder do império no Ocidente, a igreja arrogouse a supremacia universal. O papa foi reconhecido como a autoridade máxima a que deviam se submeter os
poderes temporais. Assim, a hierarquia eclesiástica de Roma representou o fator aglutinante das monarquias
ocidentais. A progressiva conversão dos bárbaros ao cristianismo fez da igreja a instituição mais importante da
Idade Média. A cultura, a arte, a ciência e as letras eram patrimônio eclesiástico. A constituição das monarquias
europeias e do poder temporal do papa favoreceu o distanciamento político e religioso entre a Europa e o Império
Bizantino.
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AS ORIGENS DO FEUDALISMO
As origens do feudalismo remontam ao século III, quando o sistema escravista de produção no Império Romano
entrou em crise. Diante da crise econômica e das invasões germânicas, muitos dos grandes senhores romanos
abandonaram as cidades e foram morar nas suas propriedades no campo. Esses centros rurais, conhecidos por
vilas romanas, deram origem aos feudos medievais. Muitos romanos menos ricos passaram a buscar proteção e
trabalho nas terras desses grandes senhores. Para poderem utilizar as terras, no entanto, eles eram obrigados a
entregar ao proprietário parte do que produziam, estava instituído assim, o colonato. Aos poucos, o sistema
escravista de produção no Império Romano ia sendo substituído pelo sistema servil de produção, que iria
predominar na Europa feudal. Nascia, então, o regime de servidão, onde o trabalhador rural é o servo do grande
proprietário.
No sistema feudal, o rei concedia terras a grandes senhores. Estes, por sua vez, davam terras a outros senhores
menos poderosos, chamados cavaleiros, que, em troca lutavam a seu favor. Quem concedia a terra era um
suserano, e quem a recebia era um vassalo. As relações entre o suserano e o vassalo eram de obrigações
mútuas, estabelecidas através de um juramento de fidelidade. Quando um vassalo era investido na posse do
feudo pelo suserano, jurava prestar-lhe auxílio militar. O suserano, por sua vez, se obrigava a dar proteção jurídica
e militar ao vassalo.
A sociedade feudal era dividida em estamentos, isto é, uma sociedade composta por camadas estanques, em que
a passagem de uma camada social para a outra era praticamente impossível. De acordo com a função específica
de cada camada alguns historiadores classificam-na como uma sociedade formada por aqueles que lutam
(nobres), aqueles que rezam (clero) e aqueles que trabalham (servos). Os servos não tinham a propriedade da
terra e estavam presos a ela. Não podiam ser vendidos como se fazia com os escravos, nem tinham liberdade de
abandonar as terras onde nasceram. Nas camadas pobres, havia também os vilões. Os vilões eram homens livres
que viviam no feudo, deviam algumas obrigações aos senhores, como por exemplo, as banalidades, mas não
estavam presos à terra, podendo sair dela quando o desejassem. A nobreza e o clero compunha a camada
dominante dos senhores feudais, ou seja, aqueles que tinham a posse legal da terra e do servo e que dominavam
o poder político, militar e jurídico. O alto clero era composto pelos seguintes membros: papa, arcebispos e bispos.
O baixo clero era composto pelos padres, e monges. A nobreza era também hierarquizada estando dividida em
alta e baixa nobreza. Alta nobreza: duque, marquês e conde. Baixa nobreza: visconde, barão e cavaleiro.
O feudo (terra) era o domínio de um senhor feudal. Não se sabe o tamanho médio desses feudos. Cada feudo
compreendia uma ou mais aldeias, as terras cultivadas pelos camponeses, a floresta e as pastagens comuns, a
terra pertecente à igreja paroquial e a casa senhorial, que ficava melhor cultivável. A base do sistema feudal eram
as relações servis de produção. Os servos viviam em extrema miséria, pois, além de estarem presos à terra por
força de lei, estavam presos aos senhores, a quem deviam obrigações como:
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
A talha era a obrigação de o servo dar, a seu senhor, uma parte do que produzia. Essa parte, em geral,
correspondia à metade.

A corveia era a obrigação que o servo tinha de trabalhar de graça alguns dias por semana no manso
senhorial, ou seja, no cultivo das terras reservadas ao senhor.

As banalidades eram os pagamentos que os servos faziam aos senhores pelo uso da destilaria, do forno,
do moinho, do celeiro etc.

A Capitação era um imposto anual pago por cada indivíduo ao senhor feudal.
Além, disso, uma parte da sua produção era destinada à Igreja. Tudo isso levava a um baixíssimo índice de
produtividade, pois, além de as técnicas serem rudimentares, os servos não tinham a menor motivação para
desenvolvê-las porque sabiam que, quanto mais produzissem, mais os senhores lhes sugariam.
O fator que mais contribuiu para o declínio do sistema feudal foi o ressurgimento das cidades e do comércio. Com
o ressurgimento das cidades, os camponeses passaram a vender mais produtos e, em troca, conseguir mais
dinheiro. Com o dinheiro alguns puderam comprar a liberdade. Outros simplesmente fugiram para as cidades em
busca de melhores condições de vida.
Igreja Católica
Em meio à desorganização administrativa, econômica e social produzida pelas invasões germânicas e ao
esfacelamento do Império Romano, praticamente apenas a Igreja Católica, com sede em Roma, conseguiu
manter-se como instituição. Consolidando sua estrutura religiosa, a Igreja foi difundindo o cristianismo entre os
povos bárbaros, enquanto preservava muitos elementos da cultura greco-romana.
Valendo-se de sua crescente influência religiosa, a Igreja passou a exercer importante papel em diversos setores
da vida medieval, servindo como instrumento de unificação, diante da fragmentação política da sociedade feudal.
As propriedades territoriais da Igreja organizavam-se de forma semelhante aos domínios senhoriais leigos. Ao
longo da Idade Média, a Igreja tronou-se a maior proprietária de terras da Europa.
Para a Igreja, o homem tinha um destino espiritual, ou seja, uma outra vida após a morte, seja no céu ou no
inferno. Por isso, na Terra, ele deveria preocupar-se exclusivamente com sua salvação. A missão da Igreja era
ajudá-lo nessa tarefa.
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Para ajudar o homem a se salvar, a Igreja passou a condenar o comércio que visava lucros, pois, segundo os
ensinamentos da Igreja, os bens materiais foram dados ao homem como meios para facilitar sua salvação e não
para seu enriquecimento. A finalidade do trabalho não era, portanto, o enriquecimento. Assim, cada um deveria
ficar na posição em que se encontrava e não desejar ser mais do que era ao nascer.
Por isso, os objetos destinados à venda tinham deter seu preço justo. Não era permitido ao comerciante ter
lucro. Ele poderia apenas acrescentar ao custo as despesas que teve como intermediário.
O comércio do dinheiro, ou seja, emprestar dinheiro a alguém cobrando-lhe juros era ainda algo mais condenável.
Embora hoje essas condenações pareçam estranhas, na época elas estavam perfeitamente de acordo com a
realidade. Num sistema em que se produzia apenas para o consumo e no qual o comércio só ocorria em
momentos de calamidade, os comerciantes poderiam aproveitar-se da situação e ter lucros excessivos, se a Igreja
não os ameaçasse com o inferno.
Quando os reis ou os nobres precisavam tomar dinheiro emprestado, recorriam aos judeus, pois sobre eles não
pesava a proibição da usura, uma vez que as penas do inferno nada significavam.
A Igreja estimulava as intrigas entre os nobres e os reis. Com isso promovia a divisão e o enfraquecimento do
poder da nobreza e, assim, podia exercer sua própria autoridade política. “Poder sobre bens materiais e sobre as
pessoas que dependiam desses bens.”
Mundo e Mosteiros
Os sacerdotes da Igreja dividiam-se em duas grandes categorias: clero secular (aqueles que viviam no mundo fora
dos mosteiros), hierarquizado em padres, bispos, arcebispos etc., e clero regular (aqueles que viviam nos
mosteiros), que obedecia às regras de sua ordem religiosa: beneditinos, franciscanos, dominicanos, carmelitas e
agostinianos.
No ponto mais alto da hierarquia eclesiástica estava o papa, bispo de Roma, considerado sucessor do apóstolo
Pedro. Nem sempre a autoridade do papa era aceitar por todos os membros da Igreja, mas em fins do século VI
ela acabou se firmando, devido, em grande parte, à atuação do papa Gregório Magno.
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O Poder Temporal da Igreja
Além da autoridade religiosa, o papa contava também com o poder temporal da Igreja, isto é, o poder advindo da
riqueza que acumulara com as grandes doações de terras feitas pelos fiéis em troca da possível recompensa do
céu.
Calcula-se que a Igreja Católica tenha chegado a controlar um terço das terras cultiváveis da Europa Ocidental.
Era, portanto, uma grande "senhora feudal" numa época em que a terra constituía a base de riqueza da
sociedade.
O papa, desde 756, era o administrador político do Patrimônio de São Pedro, o Estado da Igreja, constituído por
um território italiano doado pelo rei Pepino, dos francos.
O poder temporal da Igreja levou o papa a envolver-se em diversos conflitos políticos com monarquias medievais.
Exemplo marcante desses conflitos é a Questão das Investiduras, no século XI, quando se chocaram o papa
Gregório VII e o imperador do Sacro Império Romano Germânico, Henrique IV.
A Questão das Investiduras
A Questão das Investiduras refere-se ao problema de a quem caberia o direito de nomear sacerdotes para os
cargos eclesiásticos, ao papa ou ao imperador.
As raízes desse conflito remontam a meados do século X, quando o imperador Oto I, do Sacro Império Romano
Germânico, iniciou um processo de intervenção política nos assuntos da Igreja a fim de fortalecer seus poderes.
Fundou bispados e abadias, nomeou seus titulares e, em troca da proteção que concedia ao Estado da Igreja,
passou a exercer total controle sobre as ações do papa.
Durante esse período, a Igreja foi contaminada por um
clima crescente de corrupção, afastando-se de sua
missão religiosa e, com isso, perdendo sua autoridade
espiritual. As investiduras (nomeações) feitas pelo
imperador só visavam os interesses locais. Os bispos e
os padres nomeados colocavam o compromisso
assumindo com o soberano acima da fidelidade ao
papa.
No século XI surgiu um movimento reformista, visando
recuperar a autoridade moral da Igreja, liderado pela
Ordem Religiosa de Cluny. Os ideais dos monges de
Cluny foram ganhando força dentro da Igreja,
culminando com a eleição, em 1073, do papa Gregório
VII, antigo monge daquela ordem reformista.
Eleito papa, Gregório VII tomou uma série de medidas
que julgou necessárias para recuperar a moral da
Igreja. Instituiu o celibato dos sacerdotes (proibição de
casamento), em 1074, e proibiu que o imperador
investisse sacerdotes em cargos eclesiásticos, em
1075. Henrique IV, imperador do Sacro Império, reagiu
furiosamente à atitude do papa e considerou-o deposto.
Gregório VII, em resposta, excomungou Henrique IV.
Desenvolveu-se, então, um conflito aberto entre o poder
temporal do imperador e o poder espiritual do papa.
Esse conflito foi resolvido somente em 1122, pela
Concordata de Worms, assinada pelo papa Calixto III e
pelo imperador Henrique V. Adotou-se uma solução de
meio termo: caberia ao papa a investidura espiritual dos
bispos (representada pelo báculo), isto é, antes de
assumir a posse da terra de um bispado, o bispo deveria jurar fidelidade ao imperador.
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A ALTA IDADE MÉDIA
O militarismo e a crise interna do império somadas às invasões bárbaras levaram à falência do modelo
urbano-mercantil-escravista romano e à ruralização da Europa.
HERANÇAS
ROMANAS
BÁRBARAS
CARACTERÍSTICAS DO FEUDALISMO
ECONÔMICAS
POLÍTICAS
SOCIAIS
Estrutura social
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OS LAÇOS DE DEPENDÊNCIA:


SUSERANIA E VASSALAGEM
OBRIGAÇÕES SERVÍS DE PRODUÇÃO:
A EVOLUÇÃO DO CRISTIANISMO, DADOS MARCANTES:
A IGREJA MEDIEVAL FUNCIONAVA COMO INSTRUMENTO POLÍTICO-IDEOLÓGICO DE
CONTROLE E JUSTIFICAÇÃO DA SOCIEDADE INJUSTA DO FEUDALISMO. PASSA CONTROLAR A
CULTURA:
Leitura Complementar
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A mulher na Idade Média:
A construção de um modelo de
submissão
A história das mulheres na Idade Média é um tema que foi por muito
tempo desprestigiado pelos historiadores, mas, atualmente, por ser rico e
pródigo em possibilidades de estudo, vem atraindo a muitos estudiosos,
inclusive de outras áreas, como teólogos e sociólogos.
Na Idade Média, a maioria das ideias e dos conceitos eram elaborados
pelos eclesiásticos. Esses homens possuíam acerca da mulher uma visão
dicotômica, ou seja, ao mesmo tempo em que ela era tida como a
culpada pelo Pecado Original, a Virgem Maria foi a mulher que deu ao
mundo o salvador e redentor dos pecados. Mas, por que os clérigos
tinham essas ideias sobre a mulher?
O conceito dicotômico feminino está presente no cristianismo desde de
sua consolidação. Durante o período de sua afirmação como religião, o
cristianismo sofreu um processo de cristalização baseado em uma doutrina ascética e repressora, como reflexo
das diversas ideologias presentes nos trezentos anos que levou para se estabelecer. A desconfiança sobre a
carne, intrinsecamente ligada a figura feminina, e sobre o prazer sexual era encontrada nas filosofias platônica,
aristotélica, estoica, pitagórica e gnóstica. Essas filosofias foram amplamente utilizadas pelos Pais da Igreja (João
Crisóstomo, Jerônimo e Agostinho, dentre outros) para dar embasamento filosófico a doutrina cristã.
Os textos desses teóricos do cristianismo foram usados pelos homens da Igreja durante toda a Idade Média e
continuam a ser consultados. As mulheres passaram, ou melhor, continuaram a ser consideradas pelo clero como
criaturas débeis e suscetíveis as tentações do diabo, logo, deveriam estar sempre sob a tutela masculina. Para
propor e estender suas verdades e juízos morais, a Igreja utilizava-se de um veículo eficiente, a pregação e, em
especial no século XIII, a que era feita pelos franciscanos, nas ruas das cidades, para toda a população.
Nos sermões feitos pelos pregadores era muito comum o uso do exempla, que eram histórias curtas e que
poderiam relatar a vida de um santo ou santa (hagiografia). As vidas de algumas santas, de preferência de
prostitutas arrependidas, eram utilizadas nos sermões. Nelas, todas as características que eram atribuídas as
mulheres apareciam e eram assim difundidas e disseminadas por toda a Cristandade.
A mulher, personificada em Eva, é a pecadora, a tentadora, aliada de Satanás e culpada pela Queda. Eva
concentra em si todos os vícios que trazem símbolos tidos como femininos, como a luxúria, a gula, a sensualidade
e a sexualidade. Todos esses atributos apareciam nos exempla. E como forma de salvação para a mulher, eles
ofereciam a figura de Maria Madalena, a prostituta arrependida mais conhecida, e que se submeteu aos homens e
a Igreja.
Esta concepção da mulher, que foi construída através dos séculos, é anterior mesmo ao cristianismo. Foi
assegurada por ele e se deu porque permitiu a manutenção dos homens no poder, fornecia uma segurança
baseada na distância ao clero celibatário, legitimou a submissão feminina e sufocou qualquer tentativa de
subversão da ordem estabelecida pelos homens. Esta construção começou apenas a ruir, mas os alicerces ainda
estão bem fincados na nossa sociedade.
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Arte Medieval
A arte medieval sofreu uma grande influência da Igreja Católica.
As artes que, aos se destacaram na Idade Média foram as artes plásticas: arquitetura, pintura e escultura. Suas
principais realizações foram as igrejas, podendo-se distinguir, nelas, dois estilos básicos: o românico e gótico.
O estilo românico
Esse estilo pode ser considerado uma evolução da arte romana. O teto em abóbada e, principalmente, o arco
pleno, apoiado em colunas, são suas marcas principais.
Com muitas variantes regionais, o românico tem algumas características comuns, que são:
1 – na arquitetura: a impressão de solidez inabalável das construções, firmemente plantadas no solo. Um efeito
visual perfeito, para transmitir a confiança na solidez da Igreja Católica, num mundo agitado e inseguro. Para
aguentar o peso das abóbadas de pedra, usam-s e colunas grossas e paredes maciças, reforçadas, do lado de
fora, por contrafortes. Para não enfraquecer as paredes, as janelas são poucas e estreitas, criando contrastes de
luz e sombra no interior, que transpira recolhimento e paz.
2 – na decoração: a escultura e a pintura são mais usadas como complementos da arquitetura. Os temas são
escolhidos e tratados de modo a formarem um catecismo visual, que ensina ao povo analfabeto os fundamentos
da religião. As figuras não têm naturalidade e, muitas vezes, são desproporcionadas. Entre os elementos
decorativos, os portais ganham destaque. Geralmente apresentam, no centro um pilar esculpido, sustentando uma
arquitrave decorada; e sobre esta, um tímpano ricamente decorado, tendo ao centro a figura de Cristo.
O estilo Gótico
Este estilo surgiu na França, no século XII. O nome gótico (= bárbaro) foi dado por alguns artistas italianos do
século XVI, os quais só valorizavam a arte grega e romana.
Durante quatro séculos, o gótico floresceu nos mais diversos países europeus, em inúmeras catedrais, que até
hoje causam admiração pela beleza, elegância, delicadeza e engenharia perfeita. As principais características
desse estilo são as seguintes:
1 - na arquitetura: ao contrário da igreja românica, solidamente plantada na terra, a catedral gótica é um
movimento em direção ao céu. Tanto no exterior como no interior, todas as linhas da construção apontam para o
alto. Essa atração para cima é acentuada pelo uso de arcos pontudos (arcos ogivais), substituindo os arcos plenos
do estilo românico. As abóbadas tornam-se mais leves que as do românico. Além disso, parte do seu peso é
distribuído externamente, por meio de arcobotantes, apoiados em contrafortes.
Com esta solução de engenharia, foi possível reduzir a espessura das paredes e colunas, abrir numerosas
janelas e elevar o teto a alturas impressionantes. As paredes são rasgadas por imensos painéis de vidro (vitrais),
que inundam de luz o interior, aumentando a sensação de amplidão no espaço interno. As alturas vertiginosas
ressaltam a ideia da pequenez do homem, diante da grandeza de Deus. No exterior, as fachadas são quase
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sempre enquadradas por torres laterais, muito altas e arrematadas por
flechas agudas.A tendência para o alto é reforçada por numerosas
torrezinhas (pináculos), que terminam em flechas.
Para se fazer uma ideia da aceitação do gótico, basta dizer que, só
na França, entre 1170 e 1270, foram construídas mais de 400 igrejas e
capelas neste estilo. Apesar do desprezo dos artistas do
Renascimento, a arte gótica inventou soluções de arquitetura que só
foram superadas no século XIX, com o uso do aço; e outras, só no
século XX, pelo concreto armado. É ignorância ou preconceito chamar
de atrasada uma sociedade capaz de realizar obras tão perfeitas.
2 - na pintura: no estilo gótico, embora a pintura seja frequentemente
substituída pelos vitrais, são comuns as pinturas em painéis de
madeira e sobre relevos. As figuras adquirem mais naturalidade ,e o
colorido é mais vivo. São,também, notáveis as pinturas em
manuscritos (iluminuras). No final do período, surge a preocupação
com a perspectiva, melhorando as proporções entre figuras próximas e
afastadas.
3 - Na escultura: em geral,a escultura gótica está integrada na
arquitetura. Aos poucos, ela foi-se libertando das rígidas formas
românicas e adquirindo maior expressão, primeiramente, no rosto e,
depois nos movimentos. Além dessa variação no tempo, há grande
diferenciação de um lugar para outro. Na fase final da Idade Média, as figuras já apresentam uma grande
naturalidade.
A África na Idade Média
Durante a Idade Média, a África já era usada para realizar trocas
comerciais com gregos e romanos. Quando esse comércio
diminuiu, criaram-se sociedades politicamente centralizadas
constituindo em alguns casos grandes impérios.
Entre 1000 e 1500, o islamismo trazido por árabes que realizavam
trocas no continente se expandiu no sul da África e em alguns
impérios como religião principal. Nas sociedades africanas,
também havia escravos que serviam o império por determinado
tempo e depois eram devolvidos à suas famílias e reintegrado na
sociedade. Alguns escravos tinham cargos de destaque na
administração dos impérios.
A partir de 1442, o tráfico de escravos aumentou
consideravelmente, pois os objetos de luxo e o sal que chegava
até as sociedades faziam com que os impérios trocassem os
escravos por tais objetos que vinham do Oriente. Esses escravos,
a princípio eram enviados para a Europa e para a América.
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O IMPÉRIO BIZANTINO
Constantino fundou Constantinopla (hoje Istambul) em 330, no lugar onde existia a colônia grega de Bizâncio. Seu
primeiro nome foi Nova Roma. A localização geográfica era privilegiada: entre Europa e Ásia, na passagem do
Mar Egeu para o Negro, cercada de águas por três lados e protegida por muralhas. Estes fatores contribuíram
para a longa duração do império Romano do Oriente, criado por Teodósio em 395. A cidade só caiu em 1453
porque Maomé II destruiu-lhe as muralhas com poderosos canhões, fabricados por engenheiros saxões.
Constantinopla representava a síntese dos mundos greco-romano e oriental. Enquanto o Império ocidental, ruía,
mantinha a unidade do oriental, que abrangia Península Balcânica, Ásia Menor, Síria, Palestina, norte da
Mesopotâmia e nordeste da África.
Justiniano, a lei e a Igreja
O Império Bizantino atingiu o máximo esplendor no governo de Justiniano (527-565), macedônio filho de
camponeses, sobrinho do general Justino, que se havia tornado imperador através de um golpe militar. Justiniano
casou com uma atriz, Teodora, que exerceu decisiva influência sobre a administração, orientando muitas decisões
do marido.
Justiniano, o legislador, mandou elaborar o Digesto, manual de Direito, coletânea de leis redigidas por grandes
juristas; as Institutas, que reuniam os princípios fundamentais do Direito Romano; e o Código Justiniano. As três
obras foram reunidas no Corpo do Direito Civil. Justiniano, o teólogo, procurou unir o mundo oriental e o ocidental
pela religião. Em sua época, uma heresia voltou, sob a forma do monofisismo. Era a doutrina de Nestório. Seus
adeptos afirmavam que Cristo tinha apenas natureza divina; ao contrário da tese do papa Leão I, aprovada em
451 no Concílio Ecumênico de Calcedônia, estabelecendo que Cristo tinha duas naturezas em uma só pessoa: a
humana e a divina.
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O monofisismo comportava aspectos políticos e manifestava-se como reação nacionalista contra o Império
Bizantino. Por isso era mais forte na Síria e no Egito, regiões dominadas por Constantinopla. Os hereges tinham
um forte aliado: a imperatriz Teodora.
Justiniano queria uma Igreja unificada, para usá-la como apoio de seu governo. Isto explica seu cesaropapismo,
isto é, a intervenção na Igreja. Para não desagradar ao papa, tentou conciliar a heresia com a ortodoxia. Mas
acabou pondo sua influência, o próprio papa e a Igreja do Ocidente passou a assumir traços da Igreja do Oriente.
A revolta Nika
Gastos militares forçaram a elevação dos impostos. A população de Constantinopla odiava os funcionários do
fisco. Em 532 explodiu a revolta Nika (do grego nike, vitória, que os revoltosos gritavam). Verdes e Azuis, os dois
principais partidos políticos e esportivos que concorriam no hipódromo, rebelaram-se, instigados por aristocratas
legimistas (partidários da dinastia legítima, já que Justiniano fora posto no trono pelo tio, usurpador do poder). A
firmeza de Teodora e a intervenção do general Belisário salvaram Justiniano. Os revoltosos foram cercados e
mortos no hipódromo.
Política externa e mais problemas
Justiniano procurou reconstruir todo o Império. Estabeleceu "paz perpétua" com os persas e conteve o avanço
búlgaro. Então, iniciou as guerras de conquista no Ocidente.
Belisário reconquistou a África, trabalho facilitado pelas disputas entre arianismo e cristianismo que atingiam os
vândulos. Houve problemas maiores na Itália. Os ostrogodos a dominavam havia tempos, até com apoio de
imperadores romanos do Oriente. Justiniano de novo se impôs à custa da divisão, agora entre os sucessores de
Teodorico, fundador do Reino Ostrogótico da Itália. Em 524, os bizantinos conquistaram a Espanha meridional aos
visigodos.
A reconstrução durou pouco. Os lombardos, povos germânicos que Justiniano tinha estabelecido na Polônia,
ocuparam o norte da Itália. África e Espanha cairiam nas mãos dos árabes, que anexariam também Egito,
Palestina, Síria e Mesopotâmia.
Outros problemas sobrevieram. A falta de dinheiro atrasava o salário dos soldados. Pestes e ataques bárbaros
faziam aumentar o poder dos proprietários, pois o governo era incapaz de garantir a segurança. Constantinopla,
cansada de impostos e autoritarismo, recebeu a morte de Justiniano com júbilo. Mas as dificuldades cresceram
nos séculos seguintes. Árabes e búlgaros intensificaram as tentativas de entrar no Império, que se viu às voltas
com uma disputa religiosa, o Movimento Iconoclasta, isto é, destruidor de imagens (ícones). O imperador queria
obrigar o povo a adorar só a Deus, de imagem irrepresentável. O Império Bizantino orientalizou-se, até abandonou
o latim em favor do grego. No século XI, declinou, mas se recuperou; sobreviveria até o fim da Idade Média.
A cultura bizantina
A posição geográfica favoreceu o desenvolvimento comercial e industrial de Constantinopla, que possuía
numerosas manufaturas, como as da seda. A maior realização cultural de Justiniano foi a igreja de Santa Sofia,
simples por fora, suntuosa por dentro: a cúpula apoiada em colunas, terminadas em capitéis ricamente
trabalhados. Artistas revestiram-na de mosaicos azul e verde sobre fundo negro, com figuras geométricas ou
animais e, destacadas, cenas do Evangelho e a imagem de Cristo.
Ravena, sede bizantina na Itália, era um dos centros produtores de belíssimos mosaicos. A arte bizantina
combinava o luxo e a exuberância orientais com o equilíbrio e a sobriedade dos romanos. Sua mais alta
expressão está nas igrejas, inspiradas na arquitetura persa, coroadas de majestosas cúpulas, distintas do estilo
das basílicas romanas.
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IMPÉRIO BIZANTINO
LOCALIZAÇÃO
ORIGENS:
INFLUÊNCIAS 
ESTRUTURA SOCIAL
POLÍTICA
RELIGIÃO
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Módulo V
VILAS
Leitura Complementar:
O IMPERADOR JUSTINIANO
O apogeu do Império ocorre no governo de Justiniano (483-565), que, a partir de
527, estabelece a paz com os persas e concentra suas forças na reconquista dos
territórios dos bárbaros no Ocidente. Justiniano, que tinha origem humilde (chegou a
ser guarda dos portões da cidade), constrói fortalezas e castelos para firmar as
fronteiras e também obras monumentais, como a Catedral de Santa Sofia. Ocupa o
norte da África, derrota os vândalos e toma posse da Itália. No sul da Espanha
submete os lombardos e os visigodos. Estimula a arte bizantina na produção de
mosaicos e o desenvolvimento da arquitetura de igrejas, que combina elementos
orientais e romanos. Ravena, no norte da Itália, torna-se a segunda sede do Império
e um núcleo artístico de prestígio.
Como legislador, ele elabora o Código de Justiniano, que revisa e atualiza o direito
romano para fortalecer juridicamente as bases do poder imperial. Em 532 instaura
uma Monarquia despótica e teocrática. Muitos historiadores atribuem a sua esposa,
Teodora, filha de um treinador de ursos, importante papel no seu governo. Nessa
época, em virtude da elevação dos impostos, explode a revolta popular de Nica (ou
Nika), abafada com violência. Mas o Império começa a decair com o final de seu
governo. Em 568, os lombardos ocupam o norte da Itália. Bizâncio cria governos
provinciais para reforçar a defesa e divide o território da Ásia Menor em distritos
militares. A partir de 610, com a forte influência oriental, o latim é substituído pela língua grega.
QUESTÃO:
A respeito de alguns aspectos políticos da civilização do ocidente medieval, julgue os itens abaixo como
verdadeiros e falsos.
( ) Apesar de fascinados pela ideia imperial romana, estranha a seus costumes, os bárbaros somente reuniram
condições para concretizá-la no século VIII, por meio do reino franco e da figura de Carlos Magno.
( ) O fato de os francos terem sido os primeiros germânicos a se converterem ao cristianismo, ponto de partida para os
laços estreitos que estabeleceram com a Igreja nos anos setecentos, favoreceu o projeto unificador carolíngio.
( ) A máxima do cristianismo, que insistia em dar a Deus o que é de Deus e a César o que é de César, manteve-se
na Idade Média, pois nem monarcas nem papas confundiam as esferas do temporal e do espiritual.
( ) Uma das causas da emergência política dos poderes particularistas (feudos) e nacionalistas (monarquias)
deveu-se aos choques constantes, que passaram a ocorrer a partir do século VIII, entre os poderes
universalistas da Igreja e os do Império.
( ) A interferência Oriental, entenda-se árabes, foi mínima na Europa Ocidental durante a Idade Média. Tal fato
permitiu a constituição de um modelo feudal autônomo e fruto das próprias injunções ocidentais.
( ) O cesaropapismo predominante nas monarquias feudais da Europa Ocidental revelou o aspecto político de
todo o período medieval.
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Módulo V
VILAS
Leitura Complementar
REINOS BÁRBAROS: OS FRANCOS
O ano de 476 marca o fim do Império Romano do Ocidente. Em seu lugar encontramos a partir de então diversos
o
Reinos Bárbaros. É verdade que esses reinos não surgiram ao mesmo tempo; desde o século 3 diversos povos
bárbaros ocuparam partes do território romano. Os reinos formaram-se lentamente e de maneira desigual.
O Reino Franco tornou-se o mais importante e sua trajetória pode ser percebido desde seu início com Clóvis,
considerado primeiro rei e iniciador da Dinastia Merovíngea. Sua política foi caracterizada pela unificação das
diversas tribos francas, em um processo de centralização. A aliança com a Igreja Católica teve grande importância
para o fortalecimento do poder real e para sua política de conquistas territoriais.
Após a morte de Clóvis o reino foi dividido e passou por um período de crises e disputas internas, período em que
o poder real se enfraqueceu - daí a denominação de "reis indolentes" para os governantes desse período - ao
mesmo tempo em que o poder do "Major Domus" (Prefeito do Palácio) se fortaleceu. Durante essa crise se
destacaram Pepino de Heristal e posteriormente seu filho bastado, Carlos Martel. Na prática Carlos Martel
governou como se fosse rei as regiões da Nêustria e Austrásia, obteve vitórias contra os saxões e povos da região
do Rio Reno, porém seu feito mais importante foi a vitória sobre os muçulmanos na batalha de Poitiers, em 732.
A política interna e externa - de guerras - adotada por Carlos Martel garantiram a seu filho, Pepino, o breve, força
suficiente para assumir o trono, iniciando a Dinastia Carolíngea, oficialmente em 751.
A importância do reinado de Pepino III, o breve, residiu no fato de reunificar os povos e territórios francos,
consolidar a aliança com a Igreja Católica ao combater os lombardos na Itália e centralizar o poder.
Apesar de ter dividido o reino entre
primeiro quem efetivamente governou, uma
Manteve a política expansionista iniciada
Igreja
Católica.
Derrotou
os
dominou a Baviera e submeteu
No natal do ano 800 Carlos Magno
Papa, que pretendia estabelecer um
de contraponto ao Império Bizantino
Durante o reinado de Carlos Magno, O
Império Carolíngeo - atingiu seu tamanho
territoriais. O imperador morreu em
piedoso, não conseguiu preservar a
principal contradição no reinado de
bárbaro de dividir o reino e a
mantê-lo unido. Quebrando a
reino para o filho mais velho e, ao
herdeiros, estabeleceu as condições
por rebeliões e guerras até 843,
Tratado de Verdun, que dividiu o Império Franco
Luís.
seus dois filhos, Carlos e Carlomano, foi o
vez que Carlomano morreu 3 anos depois.
pelo pai, assim como a aliança com a
lombardos e os saxões e do lado oriental
todas as tribos germânicas ocidentais.
foi coroado "Imperador dos Romanos" pelo
poder forte no ocidente que servisse
oriental.
Reino Franco - agora
máximo
em
termos
811 e seu herdeiro, Luís, o
centralização política. A
Luís envolveu o costume
pretensão da Igreja em
tradição o rei deixou o
preterir os outros dois
para a disputa, marcada
quando foi firmado o
entre os três herdeiros de
As constantes lutas entre herdeiros e as invasões de novos povos bárbaros contribuíram para o enfraquecimento
do poder dos reis, característica política do mundo feudal.
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Módulo V
VILAS
ISLAMISMO E MUNDO ÁRABE
O Islamismo foi fundado por Maomé, que nasceu em Meca (Arábia Saudita), no ano de 570 d.C. Segundo a
tradição muçulmana, Maomé recebeu os fundamentos do Islã diretamente do arcanjo Gabriel, enviado por Deus
para instruir o Profeta acerca de diversos preceitos religiosos, dogmáticos e morais. Estes se acham reunidos num
livro sagrado, o Corão. Reza a tradição islâmica que "Alá é o único Deus e Maomé é seu Profeta".
Apesar de sua origem ser explicada pela tese da revelação divina, o Islamismo agrupa e sintetiza elementos de
diversas crenças. O uso da circuncisão, por exemplo, é herdado do Judaísmo, de onde provavelmente deriva
também seu princípio monoteísta. A ideia de um Juízo Final é de caráter judaico-cristão. Ao mesmo tempo, o
Islamismo admite o culto aos santos e a crença em espíritos, os djinn, que podem ser bons ou maus e que são
originários de sistemas de crença mais primitivos.
Além de ser uma religião, o Islã (que, ao pé da letra, significa "submissão à vontade de Deus") é também um
sistema moral e político. Baseia-se na adoração de um único Deus, chamado de Alá, e ensina que, após a morte,
os justos serão recompensados com a vida eterna no Paraíso. Os maus, por sua vez, serão condenados a
padecer no fogo do Inferno. Ao mesmo tempo, o Corão afirma que o destino de cada homem é previamente
traçado por Alá: "Estava escrito" é uma máxima que explica bem o imaginário islâmico.
O muçulmano (como é designado o fiel do Islã) é obrigado a orar cinco vezes por dia, ajoelhado num tapete e
voltado para Meca. Ele é proibido de cultuar imagens, pois isso é considerado como pecado de idolatria. E, pelo
menos uma vez na vida, deve fazer uma peregrinação até Meca.
Não há uma hierarquia dentro da tradição islâmica, com sacerdotes, bispos etc. As preces públicas são de
responsabilidade de um dirigente, denominado imã, e os teólogos eruditos são chamados de Ulemás.
Os templos muçulmanos são denominados mesquitas, e em seu interior somente os homens são admitidos. Essa
tradição demonstra bem a postura islâmica com relação à mulher, que é conservada em posição inferior. Em
países onde o Estado não proíbe a prática da poligamia, o muçulmano pode ter até quatro esposas, pois esse
costume é permitido pelo Corão.
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O Corão, livro sagrado do Islã
O Qu´ram (O Corão), livro sagrado dos muçulmanos, é um conjunto notável de ensinamentos de Alá transmitidos
ao profeta Maomé ao longo da sua existência.
Supõe-se que a maioria das 114 suras (capítulos), de que ele é composto, foram-lhe inspirados em Medina e
Meca, sendo imediatamente registradas, copiadas e recitadas, pelos seus seguidores, entre os anos de 610, ano
da conversão de Maomé, até a morte dele em 632. Provavelmente outras passagens foram-lhe acrescentadas até
o ano de 650. Como a linguagem de Alá nem sempre é facilmente entendida, suas alusões foram motivo do
surgimento de uma ciência de interpretação, feita pelos doutores corânicos, os teólogos islâmicos. O Corão é um
imenso tratado moral e ético que serve para orientar o crente a encontrar o bom caminho, tentando fazer com que
os homens reprimam os seus instintos piores, que resistam à maldade e à perversão, encontrando consolo e
apoio nas palavras enviadas do além diretamente por Alá. Escrito em árabe, a língua preferida pelo TodoPoderoso, as cópias do Corão vão estimular várias escolas de caligrafia, cada uma delas procurando esmerar-se
em tornar o texto uma obra de arte. Por organizar-se ao redor de um só livro é que o islamismo terminou por
considerar os outros "Povos do livro", como os judeus e os cristãos, como aparentados ao maometanismo, todos
filhos de Abraão.
Os "Pilares da Fé" da Religião Islâmica são os seguintes:
Saber recitar corretamente a chahada (a profissão de fé), em árabe e em voz alta.
Rezar voltado para Meca cinco vezes por dia, em horários específicos e fazendo as genuflexões e prosternações
corretas. Antes da oração, o fiel deve lavar o rosto, os pés, os braços e as mãos.
Comparecer à mesquita toda sexta-feira, para assistir ao ofício religioso.
Pagar o zacat, que é uma espécie de "taxa da purificação", destinada aos pobres e necessitados.
Observar o jejum de Ramadã, que dura exatamente um mês. Nesse período, em que é comemorada a Revelação
do Corão, só se permite tomar refeições à noite e a prática sexual fica proibida.
Visitar Meca pelo menos uma vez na vida.
Vale lembrar que, no Islamismo, são proibidos, em caráter permanente, o consumo de carne suína e de bebidas
alcoólicas, o uso de substâncias tóxicas e os jogos de azar.
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Guerra Santa, ou Jihad (um capítulo à parte)
O Islã ensina que o mundo está dividido em duas partes: dar al-islam (terra muçulmana) e dar al-harb (terra nãomuçulmana).
Assim, haveria constante luta entre essas duas facções, e todo cidadão muçulmano fisicamente habilitado é
incitado a participar da "guerra santa". Quem morre no "combate sagrado" entra diretamente no Paraíso.
A sucessão do Profeta
Quando Maomé morreu em Meca, em 632, provavelmente aos 62 anos de idade, ele não deixara nenhuma
determinação quanto a sua sucessão. Seus herdeiros, Abu Bekr e Omar, pertenciam ao seu círculo familiar, e
decidiram-se autodenominar-se de califas (os sucessores), acumulando funções religiosas e seculares, sem
porém ter a pretensão de acrescentar seja o que for à palavra e à obra do Profeta, preocupando-se mais em
preservar e em difundir seus ensinamentos.
A não existência de um corpo sacerdotal separado do estado, não gerou no mundo muçulmano o conflito tão
comum na cristandade entre o poder temporal ou secular (exercido pelo imperador ou pelo rei) e o poder espiritual
(representado pelo papa ou pelo sacerdote). Desconhece o Islã, a não ser recentemente, a independência dos
poderes. Em geral, num país muçulmano, religião e estado encontram-se misturados, fundidos numa coisa só - a
ordem islâmica. Os principais califados, sucessores do Profeta após a sua morte, foram o Califado de Abu Bekr
(632-634), o Califado de Omar (634-644, o Califado de Otman (644-656), o Califado de Ali (656-661) e o Califado
de Moawiya I (661-680), enquanto as principias dinastia que dividiram o vasta império maometano entre si foram a
dos Ominadas (Império Árabe), a dos Abássidas (Império Muçulmano) e a dos Fatímidas (o Reino do Egito).
A expansão
Nenhuma das grandes religiões universais conheceu uma expansão tão acelerada como o Islamismo. Tendo
como seu berço geográfico a Península Arábica, mais precisamente a cidade de Meca, no final do século VII ela já
havia conquistado ou convertido a maior parte das cidades do Oriente Médio, expulsando facilmente o domínio
cristão-bizantino de lá. Em 711, o general Tárik, chefe de tribos berberes do norte da África, desembarcou no sul
da Península Ibérica, dando início a sua submissão. Só não conseguiram tomar a França porque foram derrotados
por Carlos Martel em Poitiers em 732. Detidos ao ocidente, o fluxo islâmico voltou-se para o oriente. Em 751, um
exército árabe derrota os chineses no Turquestão, implantando lá a bandeira do Profeta (verde com a lua
crescente em seu meio). Outra onda de expansão parte de Bagdá, na Mesopotâmia, e, atravessando o Golfo
Pérsico, alastra-se em direção ao Irã, ao Afeganistão e ao norte da Índia. Dali, retomando forças, desloca-se para
a Malásia, para a Indonésia, chegando até a ilha de Mindanao no sul das Filipinas. Em apenas quatro séculos, de
650 a 1050, considerados a Idade de Ouro do Islã, uma impressionante extensão de terra, com milhões de
habitantes, convertera-se à religião do Profeta Maomé.
Sunitas e Xiitas
O Islamismo está dividido em duas facções principais: os Sunitas e os Xiitas.
Para entender essa divisão, precisamos ter em mente que a tradição islâmica mescla, desde sempre, a prática
religiosa com a estrutura política.
Os Sunitas surgiram como grupo de oposição ao Califado, espécie de instituição hereditária que comanda a nação
islâmica. Eles foram responsáveis pela grande expansão do Islamismo pelo mundo, tanto no passado quanto em
tempos mais recentes.
Os Xiitas são originalmente os seguidores de Ali, um califa que pertencia à própria família de Maomé. Eles são
maioria em países como o Paquistão, o Irã, o Iraque e até na Índia.
Em tempos recentes, os xiitas ganharam força quando o aiatolá Khomeini tomou o poder no Irã, em 1979, após
derrubar o xá Reza Pahlevi, que era sunita. Mas Khomeini não permaneceu no poder por muito tempo e foi
obrigado a exilar-se em Paris, de onde continuou comandando grupos aliados.
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MUNDO ÁRABE E A EXPANSÃO DO ISLAMISMO
A PENÍNSULA ARÁBICA ANTES DE MAOMÉ
MECA  CIDADE SAGRADA (CAABA)
NASCIMENTO E IMPORTÂNCIA DE MAOMÉ
Culto a Alá (Alah)
OS CORAIXIITAS
A HÉGIRA
YATREB
YATRIB
)
)
RETORNO VITORIOSO A MECA
MEDINA
)
OS CALIFAS
O CORÃO (AL CORÃO)
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA FÉ ISLÂMICA
 Shahada (profissão de fé): Não há outro Deus a não ser Alá e Maomé é o seu profeta.
 Slãts (cinco orações diárias comunitárias ): durante as quais o fiel deve ficar ajoelhado e curvado
em direção a Meca.
 Zakat: único tributo permanente ditado pelo Alcorão, é pago anualmente em grãos, gado ou
dinheiro, empregado no auxílio aos pobres e resgate de presos em guerras.
 Mês do Ramadã: nesse período, em que se celebra a revelação do Alcorão a Maomé, o fiel não
pode comer, beber, fumar ou manter relações sexuais, do amanhecer ao pôr-do-sol.
 Hajj (peregrinação a Meca): que precisa ser feita pelo menos uma vez na vida por todo
muçulmano com condições físicas e econômicas.
 Jihad (Djihad):
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Módulo V
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A EXPANSÃO ISLÂMICA
OS ÁRABES CHEGAM À PENÍNSULA IBÉRICA  BATALHA DE POITIERS 
SIGNIFICADO DA EXPANSÃO ÁRABE PARA A EUROPA MEDIEVAL
732
d.C.
DIVISÕES:
ZONAS TENSÃO LIGADAS AO MUNDO ÁRABE:
O IRÃ, A REVOLUÇÃO ISLÂMICA E A TENSÃO NUCLEAR.
GUERRA DO IRAQUE E O FIASCO AMERICANO
OS MOVIMENTOS FUNDAMENTALISTAS
CONFLITO ÁRABE-ISRAELENSE
A PRIMAVERA ÁRABE
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AS CRUZADAS
As Cruzadas são tradicionalmente definidas como
expedições de caráter "militar" organizadas pela
Igreja, para combaterem os inimigos do
cristianismo e libertarem a Terra Santa
(Jerusalém) das mãos desses infiéis. O movimento
estendeu-se desde os fins do século XI até
meados do século XIII. O termo Cruzadas passou
a designá-lo em virtude de seus adeptos (os
chamados soldados de Cristo) serem identificados
pelo símbolo da cruz bordado em suas vestes. A
cruz simbolizava o contrato estabelecido entre o
indivíduo e Deus. Era o testemunho visível e
público de engajamento individual e particular na
empreitada divina.
Partindo desse princípio, podemos afirmar que as
peregrinações em direção a Jerusalém, assim
como as lutas travadas contra os muçulmanos na Península Ibérica e contra os hereges em toda a Europa
Ocidental, foram justificadas e legitimadas pela Igreja, através do conceito de Guerra Santa - a guerra divinamente
autorizada para combater os infiéis.
"Para os homens que não haviam se recolhido a um mosteiro, havia um meio de lavar suas faltas, de ganhar a
amizade de Deus: a peregrinação. Deixar a casa, os parentes, aventurar-se fora da rede de solidariedades
protetoras, caminhar durante meses, anos. A peregrinação era penitência, provação, instrumento de purificação,
preparação para o dia da justiça. A peregrinação era igualmente prazer. Ver outros países: a distração deste
mundo cinzento. Em bandos, entre camaradas. E, quando partiam para Jerusalém, os cavaleiros peregrinos
levavam armas, esperando poder guerrear contra o infiel: foi durante essas viagens que se formou a ideia da
guerra santa, da cruzada".
O movimento cruzadista foi motivado pela conjugação de diversos fatores, dentre os quais se destacam os de
natureza religiosa, social e econômica. Em primeiro lugar, a ocorrência das Cruzadas expressava a própria cultura
e a mentalidade de uma época. Ou seja, o predomínio e a influência da Igreja sobre o comportamento do homem
medieval devem ser entendidos como os primeiros fatores explicativos das Cruzadas.
Tendo como base a intensa religiosidade presente na sociedade feudal a Igreja sempre defendia a participação
dos fiéis na Guerra Santa, prometendo a eles recompensas divinas, como a salvação da alma e a vida eterna,
através de sucessivas pregações realizadas em toda a Europa.
O Papa Urbano II, idealizador da Primeira Cruzada, realizou sua pregação durante o Concílio de Clermont
rompida com a separação da Igreja no Cisma do Oriente, o Papa assim se dirigiu aos fiéis: " Deixai os que outrora
estavam acostumados a se baterem impiedosamente contra os fiéis, em guerras particulares, lutarem contra os
infiéis. Deixai os que até aqui foram ladrões tornarem-se soldados. Deixai aqueles que outrora bateram contra
seus irmãos e parentes lutarem agora contra os bárbaros como devem. Deixai os que outrora foram mercenários,
a baixo soldo, receberem agora a recompensa eterna. Uma vez que a terra onde vós habitais, é demasiadamente
pequena para a vossa grande população, tomai o caminho do Santo Sepulcro e arrebatai aquela terra à raça
perversa e submetei-a a vós mesmos".
A ocorrência das Cruzadas Medievais deve ser analisada também como uma tentativa de superação da crise que
se instalava na sociedade feudal durante a Baixa Idade Média. Por esta razão outros fatores contribuíram para
sua realização.
Muitos nobres passam a encarar as expedições à Terra Santa como uma real possibilidade de ampliar seus
domínios territoriais.
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Módulo V
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Aliada a esta questão deve-se lembrar ainda de que a sucessão
da propriedade feudal estava fundamentada no direito de
primogenitura. Esta norma estabelecia que, com a morte do
proprietário, a terra deveria ser transmitida, por meio de herança,
ao seu filho primogênito. Aos demais filhos só restavam servir ao
seu irmão mais velho, formando uma camada de "nobres
despossuídos" - a pequena nobreza - interessada em
conquistar territórios no Oriente por meio das Cruzadas.
Tanto a Cruzada Popular como a das Crianças foram
fracassadas. Ambas tiveram um trágico fim, devido à falta de
recursos que pudessem manter os peregrinos em sua longa
marcha. Na verdade, as crianças mal alcançaram a Terra Santa,
pois a maioria morreu no caminho, de fome ou de frio. Alguns
chegaram somente até a Itália, outros se dispersaram, e houve
aqueles que foram sequestrados e escravizados pelos
mulçumanos. Com os mendigos da Cruzada Popular não foi
diferente. Embora tivessem alcançado a cidade de
Constantinopla (sob péssimas condições), as autoridades
bizantinas logo trataram de afastar aquele grupo de
despossuídos. Para tanto, o bispo de Constantinopla incentivou
os peregrinos a lutarem contra os infiéis da Ásia. O resultado não
poderia ser outro: sem condições para enfrentar os fanáticos
turcos seldjúcidas, os abnegados fiéis foram massacrados. Além
dessas duas cruzadas, tiveram ainda oito cruzadas oficialmente
organizadas, em direção à Terra Santa
No século XI, dentro do contexto histórico da expansão árabe, os muçulmanos conquistaram a cidade sagrada de
Jerusalém. Diante dessa situação, o papa Urbano II convocou a Primeira Cruzada (1096), com o objetivo de
expulsar os "infiéis" (árabes) da Terra Santa. Essas batalhas, entre católicos e muçulmanos, duraram cerca de
dois séculos, deixando milhares de mortos e um grande rastro de destruição.
Ao mesmo tempo em que eram guerras marcadas por diferenças religiosas, também possuíam um forte caráter
econômico. Muitos cavaleiros cruzados, ao retornarem para a Europa, saqueavam cidades árabes e vendiam
produtos nas estradas, nas chamadas feiras e rotas de comércio. De certa forma, as Cruzadas contribuíram para
o renascimento urbano e comercial a partir do século XIII. Após as Cruzadas, o Mar Mediterrâneo foi aberto para
os contatos comerciais.
O que foram as cruzadas naquele determinado momento? No momento em que o Papa Urbano chama os fiéis
para as cruzadas, havia um interesse muito grande em terras. A nobreza já não tinha mais como dividir as terras.
A Europa precisava de uma expansão.
Ao mesmo tempo a Igreja precisava barrar o avanço do islamismo, pois ele avançava em passos largos sobre a
Europa, pois já havia chegado à península Ibérica e tomado todo norte da África. Então, a ideia de tomar a Terra
Santa, onde Jesus nasceu e morreu, e que estava na mão de infiéis, explica o motivo religioso das cruzadas.
Havia um motivo religioso que era forte no momento das cruzadas. Mas existia também uma motivação
econômica e uma motivação psicológica.
As cruzadas modificaram a Europa profundamente, trazendo novos elementos que mudaram a vida das
populações europeias daquela época. A economia modificou-se radicalmente. Deixou de apenas produzir
alimentos; conheceu novos produtos, aprendeu novos métodos de trabalho; e enriqueceu com novas indústrias.
Politicamente, as cruzadas selaram a ruína do Sistema Feudal. Antes de partir os senhores penhoraram suas
terras aos camponeses. A liberação desses ficou mais fácil. Além disso, houve grande quantidade de gente que
foi e não voltou.
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Com as cruzadas, muitos camponeses
puderam deixar os domínios senhoriais. O
campo perdeu população, e as velhas
cidades receberam uma boa parte desses
camponeses que deixaram os domínios
senhoriais.
Engolindo a derrota sofrida, os cristãos
tinham todos os motivos para odiar os
árabes. Mas esta raiva sentida vinha junto
com a admiração e a inveja sentida diante de
um inimigo sofisticado, que possuía muitos
conhecimentos que para os europeus eram
desconhecidos.
As Cruzadas não alcançaram sua meta
principal, que era garantir o domínio cristão
de Jerusalém. Em compensação, o encontro
entre as duas culturas fecundou a Europa. A
maravilhosa porta do Oriente foi aberta e os
árabes transmitiram uma porção de
novidades aos ocidentais.
Imagine a sensação que um cruzado causava quando voltava para sua terra. Além de histórias sobre suas
aventuras militares, trazia presentes sensacionais comprados de mercadores árabes. Produtos lindos, que vinham
de lugares em que nenhum outro europeu jamais tinha pisado. Tapetes persas, pimentas, açúcar, cravo e canela
da índia, porcelana chinesa, seda do Japão, tecidos, perfumes exóticos, pérolas...
Não é difícil concluir que essas cruzadas despertaram o comércio ativo entre europeus e os árabes. O Mar
Mediterrâneo voltou a ser atravessado por navios abarrotados de mercadorias. Os lugares que mais cresceram
com isso foram às cidades italianas, especialmente Gênova e Veneza. A espada dava lugar ao lucro. Só não se
sabe qual arrancou mais sangue.
As cruzadas ajudaram a expandir as atividades comerciais, pelo menos por três motivos: os cruzados não eram os
únicos a irem às expedições cruzadistas, os viajantes mercadores iam juntos, e assim serviam como
abastecedores dos peregrinos com seus produtos.
Os cruzados voltavam para suas terras de origem com um gosto pelos novos luxos e confortos descobertos
durante a viagem. As cidades italianas, principalmente Veneza e Gênova, ficaram imensamente ricas com o
comércio desses produtos na Europa.
O grande desenvolvimento do comércio que as cruzadas propiciaram foi um dos fatores das profundas
transformações que levaram do Modo de Produção Feudal ao Modo de Produção Capitalista na Europa durante
os séculos seguintes; em outras palavras, aquelas grandes expedições de caráter primordialmente ou
alegadamente religioso prepararam o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna.
Em muitos outros aspectos as cruzadas foram um desastre! Os cruzados não conseguiram expulsar
definitivamente os muçulmanos E isso durou por séculos, chegando até os nossos dias.
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Crise do Sistema Feudal
No século XIV, na Europa Ocidental, a população vivia dentro de determinadas características, que vinham sondo
construídas desde o século III, e às quais denominamos Feudalismo. As relações de produção se baseavam no
trabalho servil prestado fundamentalmente nas terras dos “senhores feudais”: os nobres e os elementos da alta
hierarquia da Igreja Católica.
O crescimento da população, verificado entre os séculos XI e XIV, foi extraordinário. Os nobres aumentaram em
número e tornaram-se mais exigentes com relação aos seus hábitos de consumo: isso determinava a necessidade
de aumentar suas rendas e para consegui-lo, aumentou-se grandemente o grau de exploração da massa
camponesa. Esta superexploração produziu protestos dos servos, consubstanciados em numerosas revoltas e
fugas para as cidades. A repressão a esses movimentos foi enorme, mas a nobreza e o alto clero tiveram razões
para temer por sua sobrevivência.
Paralelamente, importantes alterações do quadro natural provocaram sérias consequências. Durante o século XIII
ocorrera uma expansão das áreas agrícolas, devido ao aproveitamento das áreas de pastagens e à derrubada de
florestas. O desmatamento provocou alterações climáticas e chuvas torrenciais e contínuas, enquanto o
aproveitamento da área de pastagens levou a uma diminuição do adubo animal, o que se refletirá na baixa
produtividade agrícola. Com as péssimas colheitas que se verificaram, ocorreu uma alta de preços dos produtos
agrícolas. Os europeus passaram a conviver com a fome.
Os índices de mortalidade aumentaram sensivelmente e, no século XIV, uma população debilitada pela fome teve que
enfrentar uma epidemia de extrema gravidade: a Peste Negra, que chegou a dizimar cerca de
1
3
dos habitantes da
Europa.
Dificuldades econômicas de toda ordem assolavam a Europa, que passou a conviver com um outro problema: o
esgotamento das fontes de minérios preciosos, necessários para a cunhagem de moedas, levando os reis a
constantes desvalorizações da moeda. Isso só fazia agravar a crise.
No plano social, ao lado dos problemas já levantados, importa verificar o crescimento de um novo grupo: a
burguesia comercial, residente em cidades que tendiam para uma expansão cada vez maior, pois passaram a
atrair os camponeses e os elementos “marginais” da sociedade feudal.
Politicamente, a crise se traduz pelo fortalecimento da autoridade real, considerado necessário pela nobreza,
temerosa do alcance das revoltas camponesas. A unificação política, ou surgimento dos Estados Nacionais,
aparece, desta forma, como uma solução política para a nobreza manter sua dominação.
Finalmente, a crise se manifesta também no plano espiritual-religioso. Tantas desgraças afetaram profundamente
as mentes dos homens europeus, traduzindo-se em novas necessidades espirituais (uma nova concepção do
homem e do mundo) e religiosas (a igreja Católica não conseguia atingir tão facilmente os fiéis, necessitados de
uma teologia mais dinâmica).
Esta crise é o ponto de partida para se compreender o processo de transição do Feudalismo ao Capitalismo. Para
melhor compreenda-la, selecionamos alguns documentos que permitirão um entendimento das questões
provocadas pela Peste Negra, no que se refere à demografia e às modificações na mentalidade da sociedade
europeia.
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Módulo V
VILAS
A BAIXA IDADE MÉDIA
Com o crescimento da população, o burgo foi alargando seus limites para além das muralhas. Os comerciantes e
artesãos que viviam em torno dos burgos eram chamados de burgueses.
Aos poucos, o progresso do comércio e das cidades foi tornando a burguesia mais rica e poderosa, passando a
disputar interesses com a nobreza feudal. Além disso, a expansão do comércio também influenciou na
mentalidade da população camponesa, contribuindo para desorganizar o feudalismo.
Cansados da exploração feudal, muitos servos ouviam entusiasmados as notícias da agitação comercial das
cidades. Grande número deles migravam para as cidades em busca de melhores condições de vida. As cidades
tornaram-se locais seguros para aqueles que desejavam romper com a rigidez da sociedade feudal. Por isso, um
antigo provérbio alemão dizia: O ar da cidade torna o homem livre.
Os servos que não migraram para as cidades organizaram no campo diversas revoltas contra a opressão dos
senhores. Em muitos casos, conseguiram aliviar o peso de algumas obrigações, como a talha e a corveia. Isso foi
forçando a modificação das antigas relações servis. Surgiram, por exemplo, contratos de arrendamento da terra
entre camponeses e proprietários. Surgiram, também, contratos de salário para pagamento do trabalho dos
camponeses.
Todos esses fatos mostram a crise e a decadência do sistema feudal, sobre tudo, a partir do século XIV. Inicia-se
1
a transição para a Idade Moderna, época marcada pela crescente implantação do modo de produção capitalista.
Lentamente foi surgimento rotas de comércio por toda a Europa, merecendo destaque as rotas do sul que eram
organizadas pelas cidades italianas de Gênova e Vezeza e as rotas do norte que se desenvolviam na região de
Flandrês.
Nos cruzamentos dessas grandes rotas comerciais com outras menores, que uniam todos os pontos da Europa,
surgiram as feiras, grandes mercados abertos e periódicos, para onde se dirigiam comerciantes de várias partes
do continente. Protegidos pelos senhores feudais, que lhe cobravam taxas de passagem e permanência, os
comerciantes fixavam-se por dias e semanas em algumas regiões, oferecendo mercadorias, como tecidos, vinhos,
especiarias e artigos de luxo orientais. As feiras mais famosas foram as da região de Champagne, na França.
Com o rápido crescimento do comércio e do artesanato nos burgos, a concorrência entre mercadores e artesãos
aumentou bastante. Para regulamentar e proteger as diversas atividades, surgiram as corporações. No início eram
formadas apenas por mercadores autorizados a exercer seu trabalho em cada cidade. Posteriormente, com a
especialização dos diversos artesãos, apareceram as corporações de ofício, que tiveram grande importância
durante a baixa Idade Média: corporações de padeiros, de tecelões, de pedreiros, de marceneiros, etc.
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Módulo V
VILAS
Cada uma dessas corporações reunia os membros de uma atividade, regulando-lhes a quantidade e a qualidade
dos produtos, o regime de trabalho e o preço final. Procuravam assim eliminar a concorrência desleal, assegurar
trabalho para todas as oficinas de uma mesma cidade e impedir que produtos similaes de outras regiões
entrassem no mercado local.
Dessa maneira, as corporações de ofício determinavam também as relações de trabalho. Em cada oficina havia
apenas três categorias de atersãos:
Mestres;
Oficiais, jornalistas ou companheiros;
Aprendizes.
Os comerciantes também procuravam organizar-se em corporações para manter o mercado consumidor. Muitas
vezes comerciantes de diferentes cidades se associavam, formado uma liga. A mais famosa delas foi a Liga
Hanseática, que reunia 80 cidades alemãs e que controlava comercialmente o norte da Europa.
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Módulo V
VILAS
A GUERRA DOS CEM ANOS
Agravando ainda mais o complexo quadro de crise feudal, temos o conflito entre a França e Inglaterra, conhecido
como a Guerra dos Cem Anos. Durante um longo período, que se estendeu por 116 anos (1337-1453), ingleses e
franceses disputaram entre si, principalmente, a propriedade de regiões economicamente importantes que
interessavam aos dois reinos, originando um conflito acentuado caráter feudal.
Para compreendermos as origens dessa antiga rivalidade franco-inglesa, é preciso resgatar o Tratado de Paris
(1259). Através desse documento, Henrique III da Inglaterra se comprometia, junto a Luís IX da França, a
abandonar suas pretensões territoriais sobre a Normandia, Maine, Anjou, Touraine e Poitou, mas conservava a
Gasconha (feudo concedido pelos franceses à Coroa inglesa).
No entanto, boa parte do Ducado de Gasconha estava nas mãos de senhores insubmissos que ignoravam o poder
do Rei inglês. Era comum os vassalos gascões apelarem ao Rei francês contra as decisões impostas pelas
autoridades inglesas na região, originando-se aí constantes conflitos entre França e Inglaterra.
Mas, o ponto principal de discórdia e rivalidade entre os reinos inglês e francês concentrava-se na disputa
territorial pela região de Flandres. Essa região era economicamente importante e atraía interesses de ambos, em
virtude do seu próspero comércio e indústria têxtil. Os flamengos eram grandes consumidores de lãs inglesas, por
isso Flandres e Inglaterra estabeleceram uma aliança comercial, não aceita pelos franceses, também interessados
na região. Em suma, Flandres estava vinculado economicamente à Inglaterra, mas, politicamente, pertencia ao
Reino da França, que não admitia a interferência inglesa na região.
Movidos, portanto por ambições territoriais e questões dinásticas (problemas de sucessão imperial), os exércitos
da França e Inglaterra provocaram um conflito feudal que se estendeu por mais de um século. No entanto, vale
lembrar que, na prática, houve períodos de paz e de paralisação (inatividade) dos combates franco-ingleses
durante a guerra.
AS REBELIÕES CAMPONESAS
Ao estudarmos a composição da sociedade feudal e as relações de trabalho predominantes na Idade Média,
vimos que os privilégios da classe dominante (composta pelo clero e pela nobreza) eram sustentados com base
na exploração sobre a massa de camponeses que compunha a mão de obra servil.
Por esta razão, eclodiu, nesse conturbado contexto de crise econômica do século XIV, uma série de movimentos
populares de sublevação à ordem social e de luta contra a miséria das classes dominadas.
Dentre os movimentos de maior repercussão, devemos destacar a sublevação camponesa de Wat Tyler
(Inglaterra - 1381). A grande rebelião teve sua origem a partir de um pequeno protesto contra a cobrança de
impostos, mas logo se converteu em uma grande campanha contra os senhores feudais.
A cobrança de impostos junto aos camponeses, na Inglaterra desse período, tornou-se realmente insustentável.
Com a grande epidemia da Peste Negra, o lucro dos aristocratas diminuiu. Por essa razão, começaram a exigir
mais dos camponeses sobreviventes, inclusive aumentando o pagamento de impostos.
Milhares de camponeses se rebelaram, invadindo os castelos, roubando bens e queimando documentos nos quais
estavam registrados seus encargos. Entretanto, o movimento camponês de Wat Tyler não teve destino muito
diferente do das outras manifestações populares ocorridas nesse período. Ou seja, seus adeptos sofreram
violenta repressão, e seus líderes foram executados pelos poderosos exércitos organizados pelos senhores
feudais.
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VILAS
A BAIXA IDADE MÉDIA
RENASCIMENTO URBANO COMERCIAL
AS CRUZADAS: OBJETIVOS
RESULTADOS DAS CRUZADAS
RENASCIMENTO DO COMÉRCIO
AS FEIRAS MEDIEVAIS E AS
NOVAS ROTAS COMERCIAIS
RENASCIMENTO URBANO
OS BURGOS  AS CIDADES
MEDIEVAIS
AS CARTAS DE FRANQUIA 
AS CIDADES LIVRES 
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VILAS
AS LIGAS E HANSAS 
AS CORPORAÇÕES DE OFÍCIO
A HIERARQUIA DENTRO DAS CORPORAÇÕES DE OFÍCIO:
QUESTÃO PARA SALA
Na medida em que o crescimento do mercado europeu exerceu influência desintegradora sobre a estrutura do feudalismo, e
preparou o terreno para o crescimento das forças que iriam enfraquecê-lo e suplantá-lo, a história dessa influência pode ser em
grande parte identificada com o surgimento de cidades, como organizações corporativas, ao passarem a possuir
independência econômica e política em diversos graus. (Dobb. Pág. 51)
A análise do texto e os conhecimentos sobre a transição do feudalismo pode-se marcar como verdadeiras e
falsas:
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
A “influência desintegradora” citada no texto relaciona-se com a superprodução agrícola destinada ao
consumo urbano de alimentos e à exportação para o Oriente.
A gradual substituição da servidão pelo trabalho assalariado constituiu-se um dos fatores de
suplantação do feudalismo.
O “crescimento do mercado” a que o texto se refere efetivou-se através de rotas terrestres entre o Mar
Báltico e o Mar Mediterrâneo e rotas marítimas entre a Europa e o Oriente Médio.
As Guerras Bizantinas, entre Constantinopla e Roma, também influíram no processo descrito no texto,
por ter contribuído para o enfraquecimento do poder feudal e o fortalecimento do poder real.
As “organizações corporativas” a que o texto se refere correspondem às Ligas Hanseáticas,
destinadas a limitar o comércio às regiões mediterrâneas.
Prejudicada pela doutrina católica, a burguesia agiu como força de transformação apoiando as
religiões muçulmanas que pregavam uma doutrina mais adequada ao capitalismo em ascensão.
EXERCÍCIOS
01. UESC
As Cruzadas — guerras para reconquistar a Terra
Santa aos muçulmanos — foram um
extravasamento do zelo cristão e uma tentativa
do papado de afirmar sua preponderância.
(PERRY, 1999, p. 176).
Com base nessas informações, pode-se concluir que as Cruzadas atuaram também como um fenômeno que
contribuiu para:
01) a extinção dos governos teocráticos estabelecidos pelos muçulmanos no Oriente e no norte da África.
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VILAS
02) o desprestígio da Igreja Católica, visto que as Cruzadas passaram a defender as heresias e o movimento pela
renovação espiritual.
03) a retomada da vitalidade na Europa Ocidental, com o renascimento do comércio e dos centros urbanos.
04) o fortalecimento do Islã em regiões onde o feudalismo se destacou, a exemplo do Império Português.
05) o impedimento da ação e das iniciativas de humanistas e renascentistas sob a guarda do papado e das
ordens religiosas.
02. UESB
O século XI, porém, conheceu uma reativação geral da atividade mercantil, que se alastrou pela Europa Ocidental.
Esse fenômeno é chamado de Renascimento do Comércio, ligando-se às demais transformações que
caracterizam a Baixa Idade Média.
Embora não possamos iludir-nos com uma possível uniformidade, vulto e intensidade do Renascimento do
Comércio, tendo sido as modificações lentas e sujeitas a recuos, a tendência geral foi a expansão da atividade
mercantil até a crise geral da sociedade feudal nos séculos XIV e XV. (AQUINO e outros, 1992, p. 411).
A reativação geral da atividade mercantil no século XI pode ser atribuída:
01) ao papel desempenhado pelos mecenas junto aos trabalhadores das glebas de terra produtiva.
02) à convivência com húngaros e normandos, povos que se destacaram como grandes mercadores da região
nórdica.
03) ao beneficiamento das vias terrestres que substituíram as inseguras rotas fluviais utilizadas pelos romanos.
04) à produção de excedentes de grãos e de peças artesanais, levadas pelo comércio para além dos limites das
áreas produtoras.
05) à expansão da produção doméstica dos mosteiros e conventos, destinada ao consumo dos feudos.
03. UESB
A gravura, uma pintura flamenga do século XIV, reflete as mudanças ocorridas na sociedade europeia, nesse período, ao retratar
01) um livro, nas mãos de uma das personagens, representando o acesso à cultura de uma maior parte da
sociedade, a partir da invenção da imprensa.
02) moedas nas mãos do homem, em referência ao aumento da riqueza, resultante do fortalecimento do
feudalismo e do poder dos senhores feudais.
03) um homem e uma mulher, em uma atitude de igualdade, simbolizando a igualdade de direitos entre os
sexos, pregada por Lutero, fundador do Protestantismo.
04) representantes da classe burguesa, grande aliada, nesse período, da Igreja Católica, que incentivava a busca
do lucro, afirmando que aquele que trabalhava e acumulava capital era eleito por Deus e seu sucesso
econômico era uma amostra do favor divino.
05) cidadãos dos Países-Baixos, país de origem do movimento renascentista, onde surgiram grandes artistas,
como Miguel Ângelo, e cientistas políticos, como Maquiavel.
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VILAS
04. BAIANA
Um provérbio da época medieval dizia que "o ar da cidade dá uberdade", significando que as cidades ofereciam
uberdade aos servos que conseguissem abandonar a terra de seu senhor feudal.
Sobre as cidades medievais, no processo de desintegração do feudalismo, são feitas as seguintes afirmações:
I.
Facilitou o aparecimento de uma nova classe social, a burguesia, que exercia atividades artesanais e
comerciais.
II. O processo de emancipação dessas cidades ocorreu de forma pacífica por meio de negociações com os
senhores feudais ou bispos e, por vezes de forma violenta por meio de revoltas comandadas pelos
mercadores.
III. Essas cidades denominadas burgos só surgiram no período de decadência do sistema feudal, por volta do
século XI, e consolidaram a forma de trabalho servil.
Está correto apenas o que se afirma em:
(A) I.
(B) l e II.
(C) lI.
(D) II e III.
(E) III.
05. UESC
A transição do escravismo clássico para o feudalismo foi acelerada a partir:
01) da atuação dos irmãos Graco em prol da preservação da grande propriedade.
02) do esfacelamento dos domínios islâmicos, que até então se fixaram no Norte europeu.
03) do fortalecimento do Império Carolíngio e de seus descendentes.
04) da expulsão dos judeus pelos plebeus, quando foi promulgada a Lei das XII Tábuas.
05) do enfraquecimento do Império Romano e da divisão do próprio Império em Ocidente e Oriente.
06. UEFS 2006
Do século VI ao VIII, uma nova civilização, de estilo próprio, começou a criar raízes, a partir dos remanescentes
greco-romanos, das tradições germânicas e da perspectiva cristã.
(PERRY, 1999, p. 151).
A nova civilização do Mundo Medieval, que o texto se refere,
a)
b)
c)
d)
e)
apresentou-se capaz de manter um intenso comércio alimentado pelas transações internacionais.
manteve-se politicamente fortalecida em resposta à unidade administrativa estabelecida pelos germanos.
constituiu-se a partir da integração de culturas diferentes que se concretizaram no sistema feudal.
preservou, na integra, a cultura greco-romana, na medida em que priorizou a unidade cidade-estado.
permaneceu distante da tutela da Igreja, por seguir o cristianismo ortodoxo de Bizâncio.
07. UNEB
A exploração da terra em pequenas glebas encontra precedente na História, durante
01) a crise do Império Romano, quando, carente de mão de obra, os imperadores incentivavam a vinda dos
germânicos para cultivarem a terra, em troca de proteção e do título de cidadão romano.
02) a época medieval, quando os senhores feudais dividiam suas propriedades em lotes para serem cultivados
pelos camponeses, que eram obrigados a ceder grande parte da produção ao senhor.
03) o período da expansão marítima comercial europeia, quando, devido à escassez populacional na Europa,
consequência da migração para as Américas, os governos europeus atraíram imigrantes de países asiáticos
para a Europa, oferecendo, em troca, lotes de terras.
04) a Revolução Industrial, quando, devido ao deslocamento em massa da população rural para o trabalho nas
fábricas, foi necessário criar mecanismos compensatórios para a manutenção do homem no campo.
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VILAS
05) a Segunda Guerra Mundial, quando milhares de pessoas se deslocaram para as frentes de batalha,
provocando uma escassez crônica de alimentos na Europa e o retorno à economia de subsistência.
08. UEFS
Com base na ilustração e nos conhecimentos sobre a Idade Média, é correto afirmar que a forma de produção
durante o apogeu medieval:
a) trouxe insatisfação da burguesia europeia, por impedir a liberação de mão de obra para a nascente
indústria.
b) possibilitou o surgimento de um excedente agrícola, contribuindo para o crescimento demográfico.
c) solucionou o problema de excedente de mão de obra, ao oportunizar o acesso dos camponeses à terra.
d) diminuiu a produtividade agrícola, por estabelecer o descanso em grandes faixas de terras produtivas.
e) provocou várias revoltas camponesas, na medida em que os trabalhadores rurais disputavam entre si a
melhor faixa de terra para o cultivo.
09. BAIANA
Sobre o feudalismo é correto afirmar que
(A) as relações de trabalho escravo foram predominantes e as Cruzadas possibilitaram o acesso às fontes de
mão de obra servil.
(B) a Igreja construiu a ideologia que explicava do ponto de vista religioso a sociedade, justificando os privilégios
do clero e dos senhores feudais.
(C) a produção se realizava nas terras comunais, os camponeses dividiam em quantidades semelhantes os
resultados das colheitas entre eles, os senhores feudais e a Igreja.
(D) a produção agrícola visando o comércio era a prioridade do sistema feudal.
(E) o centralismo, representado pelo Rei exercia grande poder de organização e planejamento da economia.
10. BAIANA
“Vivem, pois, numa castidade bem guardada, sem serem corrompidos pelas seduções dos espetáculos nem pelas
excitações dos banquetes (...) Em toda a casa vão crescendo os filhos (...) A cada um alimenta-o nos seios a
própria mãe, nem são entregues os filhos a escravos ou amas. Não se poderia distinguir o senhor do escravo por
refinamentos de educação: vivem no meio dos mesmos rebanhos, no mesmo chão, até que a idade separe os
livres e o valor os distinga.
(...) Quanto maior o número de consanguíneos, quanto maior o de parentes por afinidade, tanto mais considerada
a velhice; não existe qualquer vantagem em não ter filhos."
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VILAS
O trecho acima do historiador romano Tácito (58-120 d.C.) faz referência aos costumes dos povos germanos que
intensificaram suas investidas ao Império Romano a partir do século III. Pelo seu conteúdo é possível concluir que
o historiador:
(A) incentiva a ideia de que esses povos eram inferiores aos romanos, possuindo costumes primitivos e instigando
a ideia de barbárie.
(B) valoriza os germanos por terem uma preocupação com a elaboração de banquetes e espetáculos com
elevado grau de luxo.
(C) iguala os germanos aos romanos por possuírem os mesmos costumes e pela preocupação em manter uma
sociedade com o menor grau possível de desigualdade social.
(D) apresenta os germanos como povos que não condizem com a ideia de bárbaros difundida pelos romanos
principalmente pela simplicidade e integridade de caráter.
(E) demonstra um elevado grau de preconceito em relação aos romanos taxando-os de corruptos e voltados
exclusivamente aos prazeres mundanos.
11. UESB
A análise do mapa e os conhecimentos sobre a divisão do Império Romano (395 d.C) permitem afirmar:
01) A passou a perseguir os cristãos estabelecidos em B, a partir da promulgação do Edito de Milão.
02) A, após a divisão, desenvolveu a política de democratização do acesso às magistraturas de Roma.
03) B conseguiu repelir os invasores bárbaros e germanos e sobreviver como um Estado unificado até o século
XV.
04) A e B representaram a concretização de um projeto militar para oferecer resistência conjunta à invasão dos
mongóis na Europa,
05) A divisão do mar Mediterrâneo entre A e B conteve a invasão da região pelos árabes, à época conduzidos por
Maomé.
12. Após a divisão representada no mapa, registrou-se, no Império Romano do Ocidente, identificado por A,
01) a implantação da mão de obra escrava como força de trabalho predominante nos latifúndios e nos feudos.
02) a preservação da sociedade urbanizada, caracterizada pela ausência de diferenças sociais.
03) a valorização das manifestações culturais e artísticas como instrumentos essenciais no processo educativo.
04) o impedimento aos representantes-políticos e eclesiásticos de acumularem riqueza material, a exemplo da
propriedade da terra.
05) a concretização do colonato e da clientela como relações de trabalho e de dependência, que deram origem às
relações feudais.
13. UEFS
A partir da análise do texto e dos conhecimentos sobre a civilização muçulmana, pode-se afirmar:
A) Os países muçulmanos defendem, na atualidade, o restabelecimento do império islâmico e o domínio dos
povos cristãos ocidentais.
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VILAS
B) A dominação europeia sobre o mundo muçulmano, no contexto da Segunda Guerra Mundial, deveu-se ao
apoio desses povos à Alemanha hitlerista.
C) A expansão muçulmana, a partir do século VIII, estabeleceu grandes avanços técnicos, filosóficos, culturais e
científicos na sociedade europeia.
D) A Europa só conseguiu superar o obscurantismo medieval, a ignorância e a ausência de produção filosófica e
cultural a partir da dominação muçulmana.
E) A unidade religiosa dos muçulmanos possibilitou que, durante a dominação imperialista, suas fronteiras
políticas e divisões étnicas e culturais fossem respeitadas pelos europeus.
14. UESB
No contexto do Mundo Medieval, a Igreja Católica:
01) incentivou a atuação de filósofos e de teólogos a colocar em prática a máxima de Pitágoras: "o Homem como
a medida de todas as coisas".
02) assumiu a posição que competia às instituições imperiais, assegurando abrigo às populações vítimas da fome
e da guerra.
03) condenou os príncipes italianos que organizaram as cruzadas de crianças e mendigos.
04) extinguiu a dicotomia entre trabalho braçal e trabalho intelectual que vigorava na sociedade da época.
05) manteve relações amistosas com os grupos de credos opostos que resistiram à aceitação dos dogmas.
15. UESB
Em relação ao islamismo, pode-se afirmar:
A) O renascimento cultural do mundo islâmico baseou-se no abandono dos dogmas maometanos e na
assimilação completa da cultura e das técnicas ocidentais.
B) A riqueza trazida pelo petróleo tem permitido a unidade entre os países árabes e a melhoria da qualidade de
vida de sua população, consequência da política redistributiva de renda.
C) A coesão religiosa dos muçulmanos possibilitou que o Império Romano do Oriente rechaçasse as invasões
bárbaras, tornando o Império Bizantino o centro irradiador do islamismo.
D) O fanatismo religioso e as práticas rituais bárbaras e primitivas, inerentes ao islamismo, contribuíram para
impedir uma maior expansão da religião islâmica.
E) Os atentados de 11/09/2001 contribuíram para o ocidente associar genericamente o terrorismo aos árabes
islâmicos, demonstrando uma postura egocêntrica e preconceituosa em relação aos muçulmanos.
16.
"Só Alá é deus e Maomé, seu profeta". Circunstâncias históricas favoráveis permitiram ao profeta Maomé difundir
uma nova fé que, em pouco tempo, unificou o povo árabe em torno de um poder central, expandiu-se por mais da
metade do mundo civilizado da época e deixou uma influência marcante em várias regiões do mundo. Sobre a
civilização muçulmana, é correto afirmar:
O1) A Arábia pré-islâmica possuía uma organização política baseada na monarquia teocrática, com um governo
centralizado e autoritário que dominava tanto as tribos nômades do deserto quanto os povos sedentários do
litoral.
02) Ao expandir, a nova religião, Maomé também consolidou seu poder político, de forma pacífica, difundindo os
princípios de uma religião monoteísta que pregava a paz e a fraternidade entre todos os homens.
03) Durante o seu período expansionista, os muçulmanos tratavam os povos conquistados violentamente,
obrigando-os a adotar a nova religião e os costumes árabes, tirando a sua liberdade.
04) Após a morte de Maomé, seus sucessores estenderam os domínios muçulmanos além dos limites da Arábia,
na Ásia, África e Europa, controlando uma grande parcela do mundo conhecido da época, graças à unidade
política e religiosa que criou condições favoráveis para esse expansionismo.
05) Os árabes desenvolveram as ciências, como a matemática, a medicina e a química, mas suas realizações no
campo cultural continuaram desconhecidas para o mundo ocidental até o século XVII, devido ao isolamento
em que vivia a Europa medieval.
17.
No processo de transição do feudalismo pare o capitalismo, surgiu na Europa o Estado Moderno,
consolidando o poder monárquico em oposição à descentralização política medieval.
A frase que representa essa nova forma de governo é
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VILAS
a) O Estado sou Eu.
b) O poder emana do povo.
c) A liberdade é parte da natureza humana.
d) Renunciar a liberdade é renunciar a ser homem.
e) Ser governado é ser inspecionado, espionado, dirigido.
18.
A partir da análise das ilustrações e dos conhecimentos sobre diversidade cultural, pode-se afirmar que são
verdadeiras e falsas:
(
(
(
(
(
(
) A leitura e a interpretação muçulmana do episódio das Cruzadas, contradizendo a interpretação cristã,
comprova a influência da diversidade cultural na compreensão dos fatos históricos.
) O fenômeno das Cruzadas constitui um exemplo, entre muitos outros, do choque cultural entre cristãos e
muçulmanos na região do Oriente Médio, influindo no contexto político-econômico das regiões
circunvizinhas.
) O caráter individual e subjetivo das crenças religiosas impede que a religião seja tomada como motivo para a
explosão da intolerância cultural entre grupos ou povos.
) A parte ocidental do Oriente Médio, região na qual a luta das Cruzadas foi mais intensa, compreende,
atualmente, a Turquia, a Síria, o Líbano, a Jordânia, o Estado de Israel e os territórios palestinos,
estrategicamente localizados em pontos importantes do comércio internacional, especialmente o do petróleo,
que concentra diversos focos de tensões geopolíticas, étnicas e culturais.
) As relações de negociação estabelecidas entre o catolicismo e o protestantismo, na Irlanda, evitaram o
confronto entre republicanos (irlandeses) e monarquistas (ingleses), no período pós-Segunda Guerra
Mundial.
) Diversas comunidades indígenas brasileiras, apesar de quase dizimadas, buscam, na atualidade, preservar
suas culturas, baseadas na consciência de sua continuidade histórica, e na identidade comum existente
entre as várias comunidades, apesar de suas diferenças particulares.
19.
A passagem da Idade Média para a Idade Moderna não foi repentina, de uma hora para outra. Na verdade, as
gerações que viveram naquele período nem sempre tiveram plena consciência de que experimentavam mudanças
importantes na história.
Muitas coisas que havia na sociedade medieval continuaram a existir na Idade Moderna. (SCHMIDT, 2005, p.
102).
A partir da análise do texto e dos conhecimentos sobre o desenvolvimento do processo histórico na passagem do
feudalismo para o capitalismo, pode-se afirmar que são verdadeiras e falsas:
( ) O período referido foi marcado por bruscas mudanças climáticas e grandes quedas demográficas, fatores
que, articulados, impediram a ocorrência de qualquer mudança social ou política.
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VILAS
( ) Os cientistas, os clérigos e os mercadores, conscientes de viverem momentos decisivos na história mundial,
fortaleceram seus domínios a fim de impedir o crescimento das cidades, por ameaçarem as relações de
poder então existentes.
( ) A distribuição da população entre campo e cidade, que predominava na Idade Média, sofreu profundas
alterações na Idade Moderna, em virtude da expansão da industrialização nos centros urbanos.
( ) Os valores sociais, morais e mesmo certos aspectos políticos do mundo europeu continuaram a revelar a
presença de forte influência da Igreja Católica, apesar da crítica aos fundamentos da religião e da ciência,
que se instalou na Europa com a Idade Moderna.
( ) Concepções econômicas do mundo medieval europeu foram influenciadas pela expansão das relações
comerciais entre territórios da Europa, associada aos acontecimentos da expansão marítimo-comercial do
século XV, resultando no enfraquecimento dos conceitos de “justo preço” e de “lucro limitado”.
20. UESB
A análise do mapa e os conhecimentos sobre a formação dos Estados Nacionais na Europa moderna permitem
afirmar:
01) A primeira monarquia nacional a se consolidar foi Portugal, resultante da necessidade de um poder
centralizador para lutar contra os muçulmanos e expulsá-los dos territórios portugueses, movimento chamado
de Reconquista.
02) A Itália foi unificada em torno dos Estados da Igreja, tornando-se a nação mais próspera do período, graças à
atividade comercial.
03) A aliança entre os reis e a nobreza feudal e o capital oriundo da exploração agrícola permitiram a formação
de exércitos nacionais para lutar contra o poder hegemônico exercido pela Igreja Católica e livrar as novas
nações da sua influência na política e na sociedade.
04) Os vários territórios que formavam o Sacro Império Romano Germânico, no século XIV, se uniram para
formar a Alemanha, enquanto os pequenos Estados da Europa Oriental foram subjugados pelo Principado de
Moscóvia, que deu origem à Rússia.
05) O isolamento geográfico da Inglaterra manteve-a afastada dos conflitos ocorridos na Europa continental, o
que permitiu a precoce formação do Estado Nacional, o crescimento do comércio e das cidades, e a
consolidação de uma monarquia absoluta que se tornou modelo para os outros estados europeus.
21. UESC
Dos séculos XIII ao XVII, se estabeleceu, no Ocidente, uma nova e singular forma de organização política
cultivada
01) pela burguesia comercial em favor dos monopólios que recebiam das monarquias em expansão.
02) por mercadores desejosos de fortalecer os Governos Gerais das colônias no Novo Mundo.
03) pelos cientistas, que contestaram a acumulação de capital.
04) pelos adeptos do protestantismo, defensores do justo preço.
05) pela nobreza, empenhada na consolidação da Revolução Industrial.
36
VESTIBULAR
ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / HISTÓRIA GERAL
Módulo V
VILAS
GABARITO:
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20.
21.
03
04
01
B
05
C
02
D
B
D
03
05
C
02
E
05
A
VVFVFV
FFFVV
01
01
FONTES:
DUARTE, Gleuso. Jornada para o nosso tempo. Vol. 2. Belo Horizonte, Lê, 1997
FARIA, Ricardo de Moura. História / Ricardo, Adhemar, Flávio - Belo Horizonte, Lê.1989
FILHO, Milton B. B. História Antiga e Medieval. São Paulo, Scipione.1993
COTRIM, Gilberto. História e Reflexão. São Paulo, Saraiva.1996
Referência da Imagens
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As demais imagens são de Ricardo Carvalho.
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A IDADE MÉDIA - Mendel Vilas