O termo art déco, de origem francesa (abreviação de arts décoratifs), refere-se a um
estilo decorativo que se afirma nas artes plásticas, artes aplicadas (design, mobiliário,
decoração etc.) e arquitetura no entreguerras europeu. O marco em que o "estilo anos
20" passa a ser pensado e nomeado é a Exposição Internacional de Artes Decorativas e
Industriais Modernas, realizada em Paris em 1925. O art déco liga-se na origem ao art
nouveau. Derivado da tradição de arte aplicada que remete à Inglaterra e ao Arts and
Crafts Movement, o art nouveau explora as linhas sinuosas e assimétricas tendo como
motivos fundamentais as formas vegetais e os ornamentos florais. O padrão decorativo
art déco segue outra direção: predominam as linhas retas ou circulares estilizadas, as
formas geométricas e o design abstrato. Entre os motivos mais explorados estão os
animais e as formas femininas. Nesse sentido, é possível afirmar que o estilo "clean e
puro" art déco dirige-se ao moderno e às vanguardas do começo do século XX,
beneficiando-se de suas contribuições. O cubismo, a abstração geométrica, o
construtivismo e o futurismo deixam suas marcas na variada produção inscrita sob o
"estilo 1925". O vocabulário moderno e modernista combina-se nos objetos e
construções art déco com contribuições das artes hindu, asteca, egípcia e oriental, com
inspiração no balé russo de Diaguilev, no Esprit Nouveau de Le Courbusier (1887 1965) e com a reafirmação do "bom gosto" estabelecido pela Companhia de Arte
Francesa (1918).
O art déco apresenta-se de início como um estilo luxuoso, destinado à burguesia
enriquecida do pós-guerra, empregando materiais caros como jade, laca e marfim. É o
que ocorre, nas confecções do estilista e decorador Paul Poiret, nos vestidos "abstratos"
de Sonia Delaunay (1885 - 1979), nos vasos de René Lalique (1860 - 1945), nas
padronagens de Erté. A partir de 1934, ano de realização da exposição Art Déco no
Metropolitan Museum de Nova York, o estilo passa a dialogar mais diretamente com a
produção industrial e com os materiais e formas passíveis de serem reproduzidos em
massa. O barateamento da produção leva à popularização do estilo que invade a vida
cotidiana: os cartazes e a publicidade, os objetos de uso doméstico, as jóias e bijuterias,
a moda, o mobiliário etc. Se as fortes afinidades entre arte e indústria e entre arte e
artesanato, remetem às experiências imediatamente anteriores da Bauhaus, a ênfase
primeira na individualidade e no artesanato refinado coloca o art déco nas antípodas do
ideal estético e político do programa da escola de Gropius, que se orienta no sentido da
formação de novas gerações de artistas de acordo com um ideal de sociedade civilizada
e democrática.
A despeito de seu enraizamento francês, os motivos e padrões art déco se expandem
rapidamente por toda a Europa e pelos Estados Unidos, impregnando o music hall, o
cinema de Hollywood (onde Erté vai trabalhar em 1925), a arquitetura (por exemplo, a
cúpula do edifício Chrysler, em Nova York, 1928), a moda, os bibelôs, as jóias de
fantasia etc. Assim, falar em declínio do art déco na segunda metade da década de 1930
não deve levar a pensar no esquecimento da fórmula e das sugestões daí provenientes,
que são reaproveitadas em decorações de interiores, em fachadas de construções, na
publicidade etc. No Brasil, a obra de Victor Brecheret (1894 - 1955) pode ser pensada
com base nas influências que sofre do art déco, em termos de estilização elegante com
que trabalha formas femininas (Daisy, 1921) e figuras de animais (Luta da Onça,
1947/1948). Um rápido passeio pela cidade do Rio de Janeiro pode ser tomado como
exemplo da difusão do art déco, impresso em vitrais, escadarias, decoração de
calçamentos e letreiros. O interior da sorveteria Cavé, no centro da cidade, o Teatro
Carlos Gomes, na praça Tiradentes, a Central do Brasil, entre muitos outros, revelam as
marcas e motivos art déco.
Fonte: www.itaucultural.org.br
Art Deco
Estilo marcou a vida cotidiana
Art déco, expressão francesa referente à arte decorativa, é um estilo que rapidamente se
tornou modismo internacional. Para alguns seria a modernização do art nouveau.
Originou-se em Paris, com a grande mostra Exposition Universelle des Arts Décoratifs,
em 1925.
Também considerado como um movimento eclético, ou seja, uma mistura de vários
estilos e movimentos do início do século 20, incluindo construtivismo, cubismo,
Bauhaus, art nouveau e futurismo, associava sua imagem a tudo que se define como
moderno, industrial, cosmopolita e exótico.
Por estar ligado à vida cotidiana (objetos, mobiliário, tecidos, vitrais) se associou à
arquitetura, ao urbanismo, ao paisagismo, à arquitetura de interiores, ao design, à
cenografia, à publicidade, às artes gráficas, à caricatura e à moda.
Acima, um exemplo de vitral art déco. Os motivos florais poderiam remeter ao estilo art
nouveau, porém não estão representados de forma orgânica, com linhas sinuosas e
traços rebuscados, e sim de forma simplificada, com padrões geométricos, trazendo a
influência cubista para o cotidiano.
Sem abrir mão do requinte, os objetos art déco têm decoração moderna. Mesmo quando
feitos com bases simples, como concreto armado e compensado de madeira, ganham
ornamentos de bronze, mármore, prata, marfim e outros materiais nobres.
O uso de materiais menos nobres e o início da produção em série contribuem para
baixar o preço unitário das obras. É o caso das luminárias de vidro criadas pelo francês
René Lalique (1860-1945), vendidas em grandes lojas.
Como esta, por exemplo:
Art déco na arquitetura
A arquitetura art déco possui fachadas com rigor geométrico e ritmo linear, com fortes
elementos decorativos em materiais nobres. Um exemplo é o Empire State Building, em
Nova York.
Outras características desse estilo são a utilização do concreto armado, esculturas com
formas de animais, o uso dos tons de rosa e a geometrização das formas, além da
utilização do plástico (como elemento estrutural) e da pelúcia, muito utilizada como
forro para as paredes internas de grandes salões.
Art déco no Brasil
O estilo do art déco influenciou artistas brasileiros. Dentre eles, podemos destacar o
escultor Victor Brecheret (1894-1955) e o pintor Vicente do Rego Monteiro (18991970).
Na arquitetura, podemos citar o edifício-sede da Biblioteca Mário de Andrade e o
Estádio do Pacaembu, ambos na cidade São Paulo, como dois grandes marcos
arquitetônicos do estilo na cidade. Mas há outros exemplos significativos da art déco no
Brasil: a Torre do Relógio da Estação Central do Brasil (abaixo) e o Cristo Redentor,
ambos no Rio de Janeiro.
Valéria Peixoto de Alencar
Fonte: www.uol.com.br
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O termo art déco, de origem francesa (abreviação de arts