SOCIEDADE MINEIRA DE CULTURA Mantenedora da PUC Minas e do COLÉGIO SANTA MARIA UNIDADE: _____________ DATA: 04 / 05 / 2009 1ª ETAPA - AVALIAÇÃO ESPECIAL DE LÍNGUA PORTUGUESA – 5º ANO/EF ALUNO(A): PROFESSOR(A): Nº: VALOR: 8,0 MÉDIA: 4,8 RESULTADO: TURMA: % Um dia a floresta pegou fogo. É que incêndio não tem medo de rabo de escorpião. Só havia um jeito de fugir da morte: era atravessando o rio, para o outro lado. Os bichos que sabiam nadar pulavam na água, levando seus amigos nas costas. Mas o escorpião nem tinha amigos nem sabia nadar. E não havia ninguém que se arriscasse a oferecer-lhe carona. O escorpião então, com valentia e coragem sumidas diante do fogo que se aproximava, foi forçado a se humilhar. Dirigiu-se com voz mansa à rã, que se preparava para a travessia. — Por favor, me leve nas suas costas — ele disse. — Eu não sou louca. Sei muito bem o que você faz a todos que se aproximam de você — replicou a rã. — Mas veja — argumentou o escorpião —, eu não posso picá-la com o meu ferrão. Se fizesse, você morreria, afundaria, e eu junto, pois não sei nadar. A rã ponderou que o raciocínio estava certo. Podia ser que o escorpião fosse muito feroz, mas não podia ser burro. Todo mundo ama a vida. O escorpião não podia ser diferente. Ele não iria matar, sabendo que assim se mataria... E como tinha bom coração, resolveu fazer esta boa ação. — Muito bem — disse a rã ao escorpião. — Suba nas minhas costas. Vou salvar sua vida... O escorpião se encheu de alegria, subiu nas costas lisas da rã, e começaram a travessia. — Que coisa — ele pensou —, é a primeira vez que me encosto em alguém de corpo inteiro. Antes era só o ferrão... e até que não é ruim. O corpo da rã é bem maciinho... Enquanto isso a rã ia dando suas braçadas tranquilas, nado de peito, deslizando sobre a superfície. — E como é gostoso navegar — continuou o escorpião nos seus pensamentos. — Estas gotinhas de água, como são gostosas! É bom ter a rã como amiga... Estavam bem no meio do rio. O escorpião olhou para trás e viu a floresta em chamas. — Se não fosse a rã, eu estaria morto neste momento. E um estranho sentimento, desconhecido, encheu seu coração: gratidão. Nem sempre veneno e ferrão são a melhor solução. A vida estava com a rã, macia e inofensiva, que não inspirava medo a ninguém... Sentiu seu corpo descontrair-se. Achou que a vida era boa... Era bom poder baixar a guarda e descansar. Voltou-se de novo para trás para olhar a floresta incendiada e viu-se refletido, corpo inteiro, na água do rio que brilhava à luz do fogo. E o que viu o horrorizou: seu rabo, que antes permanecia erguido, agora estava dobrado, desarmado. Escorpião de rabo mole... Todos iriam rir dele. E ele sentiu um ódio profundo da rã. — Espelho, espelho meu, existe bicho mais terrível que eu? A resposta estava naquele rabo mole, refletido no espelho da água. E a única culpada era a rã... Sem um outro pensamento, enrijeceu o rabo e o enfiou nas costas da rã. A rã morreu. E com ela, o escorpião. A estupidez do poder é maior que o amor à vida. ALVES, Rubem. O escorpião e a rã. São Paulo: Ed. Loyola, 1989. 1 01. Assinale com um (X) a opção que apresenta o significado das palavras destacadas nas frases. a) A rã ficou algum tempo ponderando se daria carona ao escorpião. ( ) observando, experimentando ( ( ) pensando, refletindo 0,9 ) apreciando, pesando b) “— Eu não vou te dar carona nunca — replicou a rã”. ( ) respondeu ( ) concordou ( ) impediu c) O escorpião dirigiu-se com voz mansa à rã, que se preparava para a travessia. ( ) manhosa ( ) suave ( ) de censura 02. Sobre o escorpião, nessa narrativa responda. a) Quais dificuldades ele enfrentava para atravessar o rio? 1 b) Qual argumento ele usou para conseguir a carona? 03. — Por favor, me leve nas suas costas — disse o escorpião. — Eu não sou louca — replicou a rã. a) Por que, num primeiro momento, a rã se negou a ajudar o escorpião? b) 1 No final da travessia, o inesperado acontece. Explique o fato inesperado. 04. a) “Podia ser que o escorpião fosse muito feroz, mas não podia ser burro... Todo mundo ama a vida”. De acordo com o texto, pode-se dizer que essa afirmativa é verdadeira? Dê sua opinião 1 e justifique-a. 2 b) “A rã morreu. E com ela o escorpião. A estupidez do poder é maior que o amor à vida.” Assinale com um (X) a explicação para a frase sublinhada. ( ) O escorpião demonstrou humildade. ( ) A solidariedade é maior que o poder. ( ) Para o escorpião, mais importante do que continuar vivo era manter a imagem de poderoso e perigoso. ( ) Demonstração de coragem, valentia e cuidado. 05. Leia o texto e faça o que se pede. A UNESCO estabeleceu para a década de 2000 a 2010 uma cultura de paz e não violência: respeito aos direitos dos outros, viver juntos em harmonia, garantir igualdade entre as pessoas e que todos tenham atitudes que possam promover a paz na vida diária. (UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). a) A qual proposta da UNESCO se referem as situações abaixo? (0,3 cada) Preservação do equilíbrio da natureza, uso racional da água, não jogar lixo nos rios, etc. Proposta da UNESCO 1,6 Promover o convívio pacífico em família, na escola, agindo sempre com respeito. Proposta da UNESCO 3 b) Como os personagens do texto “O escorpião e a rã” agiram em relação a cada situação de acordo com as propostas da UNESCO? (0,5 cada) RÃ ESCORPIÃO SOLIDARIEDADE RESPEITO À VIDA 06. Leia o poema e responda: O QUE FAZER? [...] É bom tomar sorvete. É bom também: Brincar, aprender e dar boas risadas. Respeitar o gosto de cada um Lutar pelos seus direitos Defender a própria opinião Ajudar a quem precisa Descobrir que nem sempre se tem razão Lutar pela igualdade de todos, torcendo para que logo, loguinho a miséria suma do mapa... Ter amigos, conviver com todo mundo, com os pais, com os irmãos, com a professora, com os colegas de classe...etc... etc... sem fim. Ser amável É bom imaginar que amanhã Será um ótimo dia. a) Quais versos do poema se referem à proposta número 6 da UNESCO? Contorne-o. (0,5) b) Leia os versos sublinhados no poema. Qual foi a intenção do autor ao usar: ...etc ...etc... sem fim? (0,5) 2,5 c) Justifique o emprego do diminutivo loguinho, em negrito, no poema. (0,5) (In: O que fazer? – Falando de Convivência. 13ª ed. São Paulo: Ática, 1995. Adaptação) d) O que fazer para termos um mundo mais justo onde todas as pessoas possam viver em paz? Escreva um pequeno texto. (1,0) ZICS/LMGT/gmf 4