PLANO DE MANEJO RPPN TAIPA RIO DO COURO Itaiópolis – SC Apoio: Curitiba Setembro de 2013 Plano de Manejo da RPPN Taipa Rio do Couro – Itaiópolis, SC Realização: Sociedade Chauá Apoio: Programa de Incentivo às RPPNs da Mata Atlântica, coordenado pela Conservação Internacional e Fundação SOS Mata Atlântica Proprietários: Elza Nishimura Woehl e Germano Woehl Junior Instituição parceira da RPPN: Instituto Rã-bugio para Conservação da Biodiversidade Coordenador do Plano de Manejo: André Cesar Furlaneto Sampaio, Eng. Florestal, Esp. Gestão e Eng. Ambiental, MSc, Dr Christopher Thomas Blum, Eng. Florestal, Esp. Gestão e Eng. Ambiental, MSc, Dr (colaboração voluntária) Equipe Técnica: André Cesar Furlaneto Sampaio, Eng. Florestal, Esp. Gestão e Eng. Ambiental, MSc, Dr Meio Social, Infraestrutura, Planejamento, Uso Público, Supervisão do Mapeamento, Apoio em Vegetação Christopher Thomas Blum, Eng. Florestal, Esp. Gestão e Eng. Ambiental, MSc, Dr Vegetação, Meio Físico, Compilação dos dados secundários de Fauna, Planejamento, Apoio em Uso Público (colaboração voluntária) Marlon Prestes, Geógrafo Elaboração dos Mapas Germano Woehl Junior Apoio técnico geral, levantamento expedito de anfíbios, registro de ocorrências de flora, aves e mamíferos Nota: os dados de mastofauna e avifauna foram extraídos do Plano de Manejo da RPPN Corredeiras do Rio Itajaí (Sociedade Chauá, 2008), cujo diagnóstico de mamíferos e aves foi realizado pela Mastozoóloga Fernanda Góss Braga (Bióloga, Esp. Conserv. de Biodiversidade, MSc, Dr) e pelo ornitólogo Raphael Eduardo Fernandes Santos (Biólogo) Fotografias da Capa: Christopher Thomas Blum: taipa rochosa, paisagem do rio do Couro Germano Woehl Jr: borboleta, gavião-de-penacho (Spizaetus ornatus) As demais fotos constantes no corpo do plano de manejo têm sua autoria devidamente referenciada nas respectivas legendas. Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 APRESENTAÇÃO O Plano de Manejo da RPPN Taipa Rio do Couro reúne diversas informações relacionadas ao contexto ambiental da propriedade. Considerando os objetivos dos proprietários e através de diagnóstico criterioso, a equipe de planejamento pôde detectar potencialidades e fragilidades da área protegida, dados que guiaram a definição de seu zoneamento e de programas de manejo para sua conservação. A RPPN Taipa Rio do Couro faz parte de um complexo de RPPNs contíguas, ou muito próximas entre si, que vem sendo adquiridas e criadas desde 2004. Atualmente, além da Reserva Taipa Rio do Couro, este conjunto de áreas protegidas é constituído por mais sete RPPNs (Corredeiras do Rio Itajaí, Corredeiras do Rio Itajaí II, Odir Zanelatto, Taipa do Rio do Couro, Taipa do Rio Itajaí, Raso do Mandi, das Araucárias Gigantes), totalizando 849,51 ha, dos quais quase 800 ha são áreas contíguas. Além de fazer parte deste importantíssimo conjunto de áreas protegidas, a RPPN Taipa Rio do Couro encerra elementos de relevante valor de conservação em seu perímetro. Sua localização fitogeográfica é caracterizada pela influência da Floresta Ombrófila Densa da Serra do Mar (Floresta Atlântica), em contato com a Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária), fato que viabiliza a existência de composições diferenciadas de seres vivos. A existência de imponentes taipas rochosas (paredões) lhe agrega importância adicional, tanto no aspecto cênico quanto por conservar estes ambientes rochosos muito especializados, com grande potencial de endemismos. A riqueza de aves e plantas registradas na região da reserva e das RPPNs vizinhas é muito significativa e a ocorrência de determinadas espécies raras e/ou ameaçadas da fauna e da flora é particularmente notável. O histórico de conservação da RPPN Taipa Rio do Couro e das RPPNs vizinhas, caracterizado por muitas lutas contra crimes ambientais, muitas vezes provocados por confrontantes diretos, é um exemplo de tenacidade a ser seguido por proprietários de áreas rurais de todo o Brasil. É preciso que o respeito pelos ecossistemas nativos se sobreponha aos atuais processos produtivos “imediatistas” e insustentáveis. Deste modo, torna-se clara a necessidade de se conservar toda esta riqueza biológica, garantindo sua proteção e potencializando seu valor ambiental em escala regional, meta que deverá ser alcançada com a devida implementação do presente plano de manejo. Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 1 2. INFORMAÇÕES GERAIS 2 2.1 Acesso 2 2.2 Histórico da RPPN Taipa Rio do Couro 4 2.3 Ficha-resumo da RPPN Taipa Rio do Couro 5 3. DIAGNÓSTICO 3.1 Caracterização da Área de Entorno 6 6 3.1.1 Aspectos Históricos e Culturais do Município 6 3.1.2 Dados do Município 8 3.1.3 Iniciativas Favoráveis à Conservação Ambiental no Município 10 3.1.4 Entorno Imediato da RPPN Taipa Rio do Couro 12 3.2 14 Caracterização Ambiental da Área Protegida 3.2.1 Aspectos Gerais 14 3.2.2 Atividades Conflitantes com a Área Protegida 15 3.2.3 Clima 17 3.2.4 Geologia 17 3.2.5 Geomorfologia e Relevo 18 3.2.6 Pedologia 18 3.2.7 Hidrografia e Qualidade da Água 19 3.2.8 Vegetação 20 3.2.9 Fauna 30 3.2.10 Visitação 37 3.2.11 Pesquisa e Monitoramento 40 3.2.12 Ocorrência de Fogo 40 3.2.13 Atividades desenvolvidas na área protegida 40 3.2.14 Sistema de Gestão 41 3.2.15 Pessoal 41 3.2.16 Infraestrutura 41 3.2.17 Equipamentos e Serviços 42 3.2.18 Recursos financeiros 42 3.2.19 Formas de Cooperação 42 3.2.20 Comunicação e Relações Públicas 42 3.3 Possibilidade de conectividade 43 3.4 Declaração de significância 44 4 Planejamento 45 4.1 Objetivos específicos de manejo 45 4.2 Zoneamento 46 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 4.2.1 Zona Silvestre 46 4.2.2 Zona de Proteção 46 4.2.3 Zona de Visitação 47 4.2.4 Zona de Recuperação 47 4.2.5 Área de Consolidação das Divisas 47 4.3 Programas de Manejo 47 4.3.1 Programa de Administração 47 4.3.2 Programa de Fiscalização e Proteção 52 4.3.3 Programa de Restauração Ambiental 54 4.3.4 Programa de Pesquisa 56 4.3.5 Programa de Monitoramento 58 4.3.6 Programa de Comunicação 59 4.3.7 Programa de Visitação 60 4.3.8 Programa de Relacionamento e Conscientização da Comunidade do Entorno 61 4.4 63 Projetos específicos 4.4.1 Manejo de Trilhas 63 4.4.2 Diretrizes para Conservação do Complexo de Áreas Protegidas 72 5 Recomendações 75 6 Considerações Finais 75 7 Referências Bibliográficas 76 8 Anexos 80 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 LISTA DE TABELAS Tabela 2.1: Distâncias da RPPN Taipa Rio do Couro para os principais centros urbanos da região. ........... 3 Tabela 3.1: Estabelecimentos de ensino, docentes e matrículas no ensino básico de Itaiópolis ................... 9 Tabela 3.2: Classes de cobertura vegetal da RPPN Taipa Rio do Couro..................................................... 25 Tabela 3.3: Unidades de Conservação num raio de 50km no entorno da RPPN Taipa Rio do Couro. ........ 43 Tabela 4.1: Definições e especificações dos componentes das trilhas na RPPN Taipa Rio do Couro. ....... 65 Tabela 4.2: Dimensões necessárias para valas com relação à declividade do terreno. .............................. 67 LISTA DE FIGURAS Fig. 2.1: Inserção Regional da RPPN Taipa Rio do Couro (RTRC). ............................................................... 2 Fig. 3.1: Elza Nishimura Woehl realizando educação ambiental com alunos e professores de Itaiópolis .... 11 Fig. 3.2: Professores de Itaiópolis em atividade de campo pra educação e conscientização ambiental ...... 11 Fig. 3.3: Aspecto do uso do solo no entorno da RPPN Taipa Rio do Couro. ............................................... 13 Fig. 3.4: Intervenções antrópicas em áreas frágeis na margem direita do rio do Couro .............................. 16 Fig. 3.5: Deslizamento (1983) ocorrido em área atualmente englobada pela RTRC ................................... 16 Fig. 3.6: Lavoura de fumo na região da RTRC ............................................................................................. 16 Fig. 3.7: Erosão na margem do rio Itajaí do Norte potencializada por práticas agrícolas ............................. 16 Fig. 3.8: Vestígios (clareira e fogueira) de caçadores na região da RTRC ................................................... 16 Fig. 3.9: Cães domésticos circulando em RPPN próxima à RTRC .............................................................. 16 Fig. 3.10: Casal de cuiú-cuiús e troncos com colmeias de meliponídeos em casa de morador do entorno, captura e coleta ilegais ......................................................................................................................... 16 Fig. 3.11: Vestígio de tiros de arma-de-fogo em placa da RPPN Refúgio do Macuco, ao sul ...................... 16 Fig. 3.12: Araucaria angustifolia .................................................................................................................... 22 Fig. 3.13: Bilbergia alfonsi-joannis ................................................................................................................ 22 Fig. 3.14: Dicksonia sellowiana ..................................................................................................................... 22 Fig. 3.15: Buchenavia kleinii ......................................................................................................................... 22 Fig. 3.16: Tetrorchidium rubrivenium............................................................................................................. 22 Fig. 3.17: Albizia edwallii ............................................................................................................................... 22 Fig. 3.18: Ocotea odorifera ........................................................................................................................... 22 Fig. 3.19: Cinnamomum glaziovii .................................................................................................................. 22 Fig. 3.20: Taiá invadindo a margem do rio do Couro .................................................................................... 24 Fig. 3.21: Planta jovem de uva-do-japão invadindo área protegida vizinha à RTRC .................................... 24 Fig. 3.22: Indivíduo adulto de uva-do-japão na RTRC .................................................................................. 24 Fig. 3.23: Lírio-do-brejo na margem do rio do Couro .................................................................................... 24 Fig. 3.24: Lírio-do-brejo no subosque da RPPN Refúgio do Macuco, ao sul ................................................ 24 Fig. 3.25: Trombeta nas margem do rio do Couro ........................................................................................ 24 Fig. 3.26: Estágio inicial da sucessão, com porte herbáceo/arbustivo ......................................................... 26 Fig. 3.27: Interior de floresta no estágio médio da sucessão ........................................................................ 26 Fig. 3.28: Floresta no estágio avançado da sucessão às margens do rio do Couro .................................... 26 Fig. 3.29: Interior de floresta no estágio avançado da sucessão .................................................................. 26 Fig. 3.30: Tucum (Bactris setosa) ................................................................................................................. 28 Fig. 3.31: Guaricana (Geonoma schottiana) ................................................................................................. 28 Fig. 3.32: Cyathea atrovirens ........................................................................................................................ 28 Fig. 3.33: Leandra fragilis .............................................................................................................................. 28 Fig. 3.34: Piper hispidum .............................................................................................................................. 28 Fig. 3.35: Mollinedia clavigera ....................................................................................................................... 28 Fig. 3.36: Rubus brasiliensis ......................................................................................................................... 28 Fig. 3.37: Philodendron bipinnatifidum .......................................................................................................... 28 Fig. 3.38: Nidularium innocentii ..................................................................................................................... 29 Fig. 3.39: Vriesea vagans ............................................................................................................................. 29 Fig. 3.40: Polypodium siccum ....................................................................................................................... 29 Fig. 3.41: Ctenanthe lanceolata .................................................................................................................... 29 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 Fig. 3.42: Corymborchis flava ....................................................................................................................... 29 Fig. 3.43: Anemia phyllitidis .......................................................................................................................... 29 Fig. 3.44: Aspidogyne kuczynskii .................................................................................................................. 29 Fig. 3.45: Pleurostachys gaudichaudii .......................................................................................................... 29 Fig. 3.46: Dryocopus lineatus ........................................................................................................................ 31 Fig. 3.47: Dryocopus galeatus ...................................................................................................................... 31 Fig. 3.48: Sporophila angolensis ................................................................................................................... 31 Fig. 3.49: Saltator fuliginosus ........................................................................................................................ 31 Fig. 3.50: Ovo de Tinamus solitarius ............................................................................................................. 31 Fig. 3.51: Carpornis cucullata ....................................................................................................................... 31 Fig. 3.52: Euphonia chalybea ........................................................................................................................ 31 Fig. 3.53: Spizaetus ornatus ......................................................................................................................... 31 Fig. 3.54: Puma concolor .............................................................................................................................. 34 Fig. 3.55: Leopardus trigrinus ....................................................................................................................... 34 Fig. 3.56: Alouatta guariba ............................................................................................................................ 34 Fig. 3.57: Puma yagouaroundi ...................................................................................................................... 34 Fig. 3.58: Eira barbara .................................................................................................................................. 34 Fig. 3.59: Nasua nasua ................................................................................................................................. 34 Fig. 3.60: Mazama gouazoubira .................................................................................................................... 34 Fig. 3.61: Dasyprocta azarae ........................................................................................................................ 34 Fig. 3.62: Leptodactylus notoaktites .............................................................................................................. 35 Fig. 3.63: Hylodes perplicatus ....................................................................................................................... 35 Fig. 3.64: Eleutherodactylus binotatus .......................................................................................................... 36 Fig. 3.65: Eleutherodactylus sp ..................................................................................................................... 36 Fig. 3.66: Hydromedusa tectifera .................................................................................................................. 36 Fig. 3.67: Salvator merianae ......................................................................................................................... 36 Fig. 3.68: Boiruna maculata .......................................................................................................................... 36 Fig. 3.69: Bothropoides jararaca ................................................................................................................... 36 Fig. 3.70: Paisagem das taipas da RPPN Taipa Rio do Couro ..................................................................... 39 Fig. 3.71: Base da taipa rochosa na RTRC .................................................................................................. 39 Fig. 3.72: Aspecto cênico da Trilha da Taipa na RTRC ................................................................................ 39 Fig. 3.73: Paisagem de taipas da RPPN Odir Zanelatto, avistadas a partir da RTRC ................................. 39 Fig. 4.1: Complexo de RPPNs do qual a RPPN Taipa Rio do Couro faz parte. ........................................... 45 Fig. 4.2: Escoamento superficial no terreno e sobre uma trilha. ................................................................... 64 Fig. 4.3: Terminologia básica das trilhas. ...................................................................................................... 65 Fig. 4.4: Etapas para a formação, suavização do talude e regularização do piso. ....................................... 66 Fig. 4.5: Passos para implantação de valas de drenagem. .......................................................................... 67 Fig. 4.6: Esquema de instalação e funcionamento da ETE por meio de zona de raízes .............................. 74 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 LISTA DE SIGLAS ARIE – Área de relevante interesse ecológico CASAN – Companhia Catarinense de Águas CELESC – Centrais Elétricas de Santa Catarina S/A CIDASC – Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina CIRAM – Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina DEINFRA – Departamento Estadual de Infraestrutura EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária EPAGRI – Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina S/A FATMA – Fundação de Meio Ambiente FBGPN – Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza FOD – Floresta Ombrófila Densa FOM – Floresta Ombrófila Mista IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ICMBIO – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade INPE – Instituto de Pesquisas Espaciais MEC – Ministério da Educação MMA – Ministério do Meio Ambiente RTRC – RPPN Taipa Rio do Couro RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural SPVS – Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental UNC – Universidade do Contestado Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro 1. Sociedade Chauá, 2013 INTRODUÇÃO De acordo com dados recentes do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica – Período 2011-2012 (SOS MATA ATLÂNTICA e INPE, 2013), os remanescentes de vegetação natural do bioma Mata Atlântica estão reduzidos a apenas 14,5% do que existia originalmente no Brasil. No referido trabalho verifica-se que no estado de Santa Catarina foram suprimidos 4.693 ha de vegetação natural entre 2008 e 2012. O município de Itaiópolis guarda as cabeceiras do rio Itajaí e até poucos anos atrás possuía significativa cobertura de florestas nativas. No entanto, as últimas décadas se caracterizaram por uma transformação drástica na cobertura vegetal, aspecto verdadeiramente alarmante. A exploração madeireira e de carvão, associadas à expansão agrícola e à ampliação de plantios florestais comerciais foram, e ainda são, pressões de mercado que indicam uma tendência de redução contínua na já modesta cobertura florestal nativa do município, que em 2008 alcançava apenas 34% da original (SOS MATA ATLÂNTICA e INPE, 2008). Desta forma, iniciativas de conservação como a observada na RPPN Taipa Rio do Couro (RTRC) são absolutamente vitais para reverter o grave quadro de degradação em que se encontram as florestas nativas. Ainda que já tenha sofrido exploração madeireira em alguns trechos, o remanescente da RTRC tem grande relevância por exercer importante função de conectividade entre os fragmentos florestais da região, além de proporcionar proteção à margem esquerda do rio do Couro, afluente do rio Itajaí do Norte (rio Hercílio). A área protegida insere-se na área prioritária para conservação MA086 – Serra da Abelha/ Santa Terezinha, com importância biológica e prioridade de ação extremamente altas (MMA, 2007). A conservação de ambientes frágeis como o de áreas ribeirinhas, o de encostas íngremes sobre solos instáveis e o de cabeceiras de taipas rochosas, confere ainda mais importância à área protegida, trazendo benefícios à conservação do solo e dos recursos hídricos, além da biota associada. Os remanescentes florestais da região guardam ainda diversas espécies ameaçadas de extinção como a canela-preta (Ocotea catharinensis), a canela-sassafrás (Ocotea odorifera) e o xaxim-bugio (Dicksonia sellowiana), dentre as plantas; o pica-pau-decara-canela (Dryocopus galeatus), o macuco (Tinamus solitarius) e o gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus), dentre as aves; o bugio-ruivo (Alouatta guariba), a onça-parda (Puma concolor) e a lontra (Lontra longicaudis), dentre os mamíferos, reiterando seu valor ecológico. Para que este importante remanescente florestal possa ser manejado adequadamente, sendo devidamente protegido, e tendo sua qualidade ambiental e estado de conservação melhorados, faz-se necessário um planejamento de ações e medidas baseadas num diagnóstico detalhado da área protegida e de seu entorno. Estas ações consolidam o presente Plano de Manejo da RPPN Taipa Rio do Couro. A estrutura do plano de manejo foi baseada no Roteiro Metodológico para Elaboração de Plano de Manejo para Reservas Particulares do Patrimônio Natural (FERREIRA et al., 2004). O documento visou abranger, de forma detalhada e com linguagem simples, as necessidades e prioridades da área protegida, buscando otimizar ações no sentido de efetivar medidas prioritárias de manejo. 1 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro 2. Sociedade Chauá, 2013 INFORMAÇÕES GERAIS A RPPN Taipa Rio do Couro encontra-se dentro dos limites de Itaiópolis, município catarinense que tem a localização de sua sede determinada pelas coordenadas geográficas 26º 20' 12'' Sul e 49º 54' 29'' Oeste. Itaiópolis integra a 6ª microrregião do Planalto Norte de Santa Catarina. O município possui área de 1.295,8 km2, sendo o sétimo em extensão territorial no Estado. Limita-se ao norte com Mafra; ao sul com Santa Terezinha, Vitor Meireles e José Boiteux; a leste com Mafra, Rio Negrinho e Doutor Pedrinho; e a oeste com Papanduva. Sua sede está situada a cerca de 920 m s.n.m. (PREFEITURA DE ITAIÓPOLIS, 2013). A população local em 2010 era de 20.301 habitantes (IBGE, 2013) e as principais atividades econômicas são a agropecuária e a silvicultura, com destaque para as produções de fumo, leite, soja, milho, feijão, frutas e madeira. Em épocas passadas, destacavam-se também a extração e o beneficiamento de madeira e erva-mate das florestas nativas (PREFEITURA DE ITAIÓPOLIS, 2013; IBGE, 2013). De acordo com o Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica (SOS MATA ATLÂNTICA e INPE, 2008), em 2005 restavam apenas 44.780,84 km2 de florestas no município de Itaiópolis, o que corresponde a 34% da cobertura florestal original do município. 2.1 Acesso A capital mais próxima à sede municipal de Itaiópolis é Curitiba – PR, que se distancia 135 km. O acesso principal a partir de Curitiba é realizado pela rodovia BR116 sentido sul, tomando-se o entroncamento da SC419 (26º 14' 51'' S, 49º 55' 01'' W) cerca de 20 km após Mafra. Pela SC419 segue-se por 8 km até Itaiópolis (Fig. 2.1). RTRC Fig. 2.1: Inserção Regional da RPPN Taipa Rio do Couro (RTRC) (Adaptado de DEINFRA-SC, 2009). 2 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 A despeito de haver um aeroporto de menor porte em Três Barras (70 km), o acesso mais próximo a voos regulares é através do Aeroporto Internacional Afonso Pena (147 km), situado em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, seguindo por via terrestre até a sede de Itaiópolis. O aeroporto possui voos regulares para São Paulo e Brasília, onde é possível fazer conexão com todas as cidades atendidas pelo transporte aéreo no Brasil e também para voos internacionais. O município de Itaiópolis é cortado pela linha férrea, hoje sob responsabilidade da empresa América Latina Logística. Na altura do km 34 - Bairro Lucena, existe uma Estação Ferroviária. A RPPN Taipa Rio do Couro tem como centro aproximado as coordenadas geográficas 26º 32' 12'' Sul e 49º 55' 21'' Oeste, sendo que a capital mais próxima é Curitiba, no Paraná. Na tabela 2.1 são apresentadas as distâncias da RTRC para as principais cidades da região, considerando trajetos com predomínio de rodovias pavimentadas e em boas condições de rodagem. Tabela 2.1: Distâncias da RPPN Taipa Rio do Couro para os principais centros urbanos da região. Cidade Itaiópolis Mafra Canoinhas Jaraguá do Sul Curitiba Itajaí Florianópolis Distância (Km) 33 61 109 164 168 251 360 Rodovias principais SC 419 SC 419/ BR 116 SC 419/ BR 116/ SC 477 SC 419/ BR 116/ BR 280 SC 419/ BR 116 SC 419/ BR 116/ BR 280/ BR 101 SC 419/ BR 116/ BR 280/ BR 101 A RTRC possui duas formas de acesso potencial: a primeira pela estrada da localidade Vontroba e a segunda representada por uma trilha com proposta de implantação no vale do rio Monjolo. Existe ainda uma possibilidade mais remota que é o acesso a partir da RPPN Refúgio do Macuco, demandando deslocamento pelo leito do rio do Couro. Em todos os casos é preciso caminhar por trechos em áreas íngremes e atravessar propriedades particulares para acessar os limites da área protegida. O acesso pela estrada da Vontroba é o que permite chegar mais próximo da RTRC com veículos automotores. O final da estrada da Vontroba fica a cerca de 250 m da divisa leste da área protegida. No entanto, atualmente este caminho é inviável por demandar a passagem não autorizada por propriedade particular vizinha à RTRC. Na hipótese de uma mudança deste cenário, descreve-se a seguir o trajeto. A partir da sede do município de Itaiópolis (26º 20' 12'' S e 49º 54' 29'' W), percorre-se a SC 419 no sentido sul por 13 km, até a SC 477 (26º 25' 28'' S, 49º 53' 49'' W), onde se toma a esquerda seguindo por 12 km passando pelo distrito de Itaió e chegando a um pequeno vilarejo (26º 32' 09'' S, 49º 51' 08'' W). No centro do vilarejo toma-se a direita sentido Serrinha do Itajaí seguindo por 600 m e toma-se novamente a direita (26º 32' 24'' S, 49º 51' 22'' W) entrando na estrada da Vontroba, a qual deve ser percorrida por 6,3 km até uma bifurcação (26º 32' 19'' S, 49º 54' 44'' W). Toma-se a direita e percorre-se cerca de 700 m até o fim da estrada (26º 32' 13'' S, 49º 55' 05'' W). A partir deste ponto é necessário caminhar por área antropizadas cerca de 250 m até a divisa leste da RTRC (26º 32' 13'' S, 49º 55' 14'' W) adentrando na área protegida através da Trilha da Taipa. O acesso pelo vale do rio Monjolo é uma alternativa viável para chegar à RTRC, embora demande a abertura de uma longa trilha por terreno acidentado e seja necessário atravessar áreas de terceiros. Os proprietários da área protegida eventualmente já utilizam este acesso, aproveitando picadas abandonadas e atravessando trechos de floresta fechada ou andando sobre o leito do rio. Descreve-se a seguir o trajeto. Da sede do município de 3 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 Itaiópolis (26º 20' 12'' S e 49º 54' 29'' W), percorre-se a SC 419 no sentido sul por 13 km, até a SC 477 (26º 25' 28'' S, 49º 53' 49'' W), onde se toma a esquerda seguindo por 7 km. Após o distrito de Itaió, pouco antes do posto de gasolina, toma-se a direita (26º 29' 34'' S, 49º 51' 32'' W) na Estrada Municipal Dr. Cerqueira (não pavimentada), no sentido sudoeste, seguindo por 9 km até a propriedade do Sr. Felício Glovacki (26º 31' 9'' S, 49º 56' 15'' W). Neste ponto toma-se à esquerda, seguindo por cerca de 550 m até o ponto onde é necessário deixar o veículo e iniciar a caminhada. Como ainda não existe trilha definida no local, o ponto de início da caminhada pode variar. De modo geral, parte-se da estrada na direção leste caminhando entre 700 e 800 m até chegar nas proximidades do rio Monjolo. A partir daí passa-se a acompanhar o curso do rio Monjolo na direção sul/sudeste por cerca de 1.600 m até a sua foz no rio do Couro. Neste ponto é necessário atravessar o rio do Couro para atingir a RTRC que se encontra em sua margem esquerda. 2.2 Histórico da RPPN Taipa Rio do Couro A história da região onde está inserida a RPPN Taipa Rio do Couro teve início com os assentamentos dos primeiros imigrantes, não havendo registros de exploração no local onde atualmente se encontra a área protegida. Posteriormente, um trecho de 13.342.100 m2, limitado a oeste pela Estrada Geral Dr. Cerqueira, ao sul pelo rio Itajaí do Norte e a leste pelo rio do Couro, foi adquirido pelo Sr. Odir Zanelatto (in memoriam), que criou a Indústria Madeireira Lucena LTDA, utilizando o nome do povoado que deu origem ao município de Itaiópolis. O trecho foi então subdividido em quatro áreas distintas. Em 1988, com autorização do IBAMA, através da aprovação de plano de manejo florestal, a madeireira iniciou intensa exploração madeireira na região para extração de madeiras com interesse econômico. Devido à declividade e dificuldade de acesso às áreas próximas ao rio do Couro e de alguns dos seus afluentes, estas não foram exploradas. Com o aumento das exigências ambientais e a diminuição dos estoques madeireiros, no final da década de 90 a Madeireira Lucena diminuiu a exploração na região. O Sr. Germano Woehl Jr., nascido em Itaiópolis e desde jovem um fiel apreciador da natureza, acompanhou a redução das florestas nativas do município de 80% a 34% (SOS MATA ATLÂNTICA e INPE, 2008) de sua ocorrência original. A forte ligação com a terra natal e suas paisagens naturais originais é um dos motivos que instiga seu "instinto preservacionista" (CRUZ, 2008), o qual é apoiado e compartilhado pela esposa Elza Nishimura Woehl. O casal, utilizando suas economias, se engajou na proposta de preservar remanescentes florestais no município de Itaiópolis, aproveitando as ofertas insistentes de uma vizinha que queria se desfazer de um terreno às margens do rio Itajaí do Norte. O terreno não estava com a documentação completa, mas o preço era acessível, apesar de se ter ciência dos gastos elevados para obter a escritura definitiva, pagar o inventário e outras complicações burocráticas. O único documento de posse foi um recibo assinado pela antiga proprietária. A aquisição aconteceu em 2004, sendo que apenas em 2007 finalmente foi obtida a escritura. Esta primeira área, de 31,46 ha – que hoje integra a RPPN Corredeiras do Rio Itajaí – foi adquirida em 15 de maio de 2004, da Sra. Nadia Androczevecz, espólio do Sr. Univaldo Androczevecz, antigo funcionário da Indústria Madeireira Lucena Ltda. A área da RPPN Taipa Rio do Couro foi adquirida cerca de um ano após, em 04 de abril de 2005, comprada da Sra. Clementina Kredens, que residia em Curitiba-PR. Após os trâmites legais, foi oficialmente criada como Reserva Particular do Patrimônio Natural em julho de 2010 (Anexo 3) pela Portaria 56 do DOU 142 de 27/07/2010. Outras áreas contíguas ou próximas também foram adquiridas e transformadas em RPPN. 4 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro 2.3 Sociedade Chauá, 2013 Ficha-resumo da RPPN Taipa Rio do Couro Quadro 2.1: Ficha-resumo da RPPN Taipa Rio do Couro. Nome da área protegida RPPN Taipa Rio do Couro Proprietários e Gestores Germano Woehl Jr. e Elza Nishimura Woehl Instituição Parceira na Gestão Instituto Rã-bugio Endereço dos Proprietários Rua Antonio Cunha, 160 - Sala 25, Jaraguá do Sul – SC CEP 89256-140 Dados para contato escritório: (47) 3274-8613 e-mail: [email protected] ou [email protected] Endereço da área protegida 33 km da Sede do Município de Itaiópolis Localidade Vontroba, margem esquerda do rio do Couro Telefone da área protegida sem telefone Área total da segundo matrícula 36,30 ha propriedade Área total real da propriedade (mensurada no Plano de Manejo) 37,03 ha Área oficial da RPPN 36,30 ha Data de criação e nº da portaria 27/07/2010, Portaria 56 - DOU 142 - seção/pg. 01 - 60 Município / Estado Itaiópolis, Santa Catarina Coordenadas geográficas 26º 32' 12'' S e 49º 55' 22'' W Variação de altitude 485 a 720 m s.n.m. Distâncias de centros urbanos Itaiópolis: 33 km; Mafra: 61 km; Canoinhas: 109 km; Jaraguá do Sul: 164 km; Curitiba: 168 km; Itajaí: 252 km; Florianópolis: 360 km Confrontantes N: Rio do Couro; E: Elcira Eskelsen; SE: Julio Lada; W: RPPN Odir Zanelatto (Rio do Couro) Bioma e ecossistemas Bioma Mata Atlântica Contato entre a Floresta com Araucária (Floresta Ombrófila Mista) e a Floresta Atlântica (Floresta Ombrófila Densa) Ecossistema: floresta de encosta Importância de conservação Inserida na área prioritária para conservação: MA086 – Serra da Abelha/ Santa Terezinha, com importância biológica e prioridade de ação extremamente altas (MMA, 2007) Atividades Pró-conservação Atividades Conflitantes Já em execução: Fiscalização esporádica e pontual; Proteção através de denúncias de crimes ambientais na região; Propostas: Fiscalização e proteção regulares, Pesquisa científica; Restauração ambiental; Visitação Na reserva: Caça e extração de recursos vegetais No entorno: Supressão de florestas nativas, Agricultura desordenada, Caça e extração de recursos vegetais; Estradas em terrenos muito frágeis; Porte habitual de armas de fogo e comum o uso da violência 5 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro 3. Sociedade Chauá, 2013 DIAGNÓSTICO O diagnóstico da RPPN Taipa Rio do Couro aborda dois níveis geográficos distintos, que são: Caracterização da área do entorno – se refere a uma descrição mais aprofundada do entorno imediato e uma caracterização geral do município de inserção da reserva, sobre os quais foram tratados aspectos socioeconômicos e ambientais; e 3.1 Caracterização da área protegida – descrição da RTRC, sobre a qual foi realizada uma caracterização ambiental de maior profundidade. Caracterização da Área de Entorno 3.1.1 Aspectos Históricos e Culturais do Município A origem do nome Itaiópolis é um hibridismo no qual "polis", do grego, significa cidade, e "Itaió" se compõe de "I" (água ou rio), e "taió" que vem de "ita" (pedra), termos da língua tupi. O povoamento de Itaiópolis, anteriormente denominado Lucena, ocorreu no início da república. Encontravam-se no local, em 1889, as famílias de João Reichardt, José Wergonowiski e João Becker. Em 1890 o governo federal criou a Colônia Federal Lucena na região das nascentes dos rios São João, Lança, Rio Negrinho, São Lourenço, Preto e outros, resultando no desenvolvimento da região (PREFEITURA DE ITAIÓPOLIS, 2013). Em 1891 chegaram os primeiros colonos de nacionalidade inglesa, ditos ex-trabalhadores de Londres, e mais alguns poloneses e russos. Em 1895 o governo federal passou os encargos da colonização ao estado do Paraná. Nesta fase foram encaminhados rutenos (do rito ruteno) de São Paulo. Dali nasceu a Colônia Iracema (depois Iraputã), situada mais ao sul de Itaiópolis. Pouco depois também foram introduzidas famílias polonesas. O adensamento da população se fez ainda pela reemigrarão espontânea de alemães vindos de São Bento do Sul (PREFEITURA DE ITAIÓPOLIS, 2013). Em 18 de março de 1909, deu-se a primeira criação do município, pela Lei Estadual do Paraná, nº 850, por desmembramento de Rio Negro – PR, que então se estendia também ao lado catarinense. Foi supresso por decreto paranaense de 26 de maio de 1917, por se haver transferido para Santa Catarina, onde inicialmente ficou como Distrito do novo município de Mafra. Por fim, restaurou-se o município de Itaiópolis, por desmembramento de Mafra, pela Lei Estadual de Santa Catarina, nº 1.220, de 28 de outubro de 1918, efetivada em 1º. de janeiro de 1919 (PREFEITURA DE ITAIÓPOLIS, 2013). Além da grande influência dos colonizadores europeus, existiu no município a presença da cultura indígena brasileira, hoje refugiada na Terra Indígena de Ibirama La-Klanô ou Duque de Caxias, com 14 mil hectares. Sua área estende-se pelos municípios de Vitor Meireles, José Boiteux, Itaiópolis e Doutor Pedrinho. Atualmente, a comunidade indígena está dividida em sete aldeias, denominadas: Sede, Bugio, Figueira, Toldo, Palmeirinha, Coqueiro e Pavão. Sua população é flutuante, multiétnica (Xokleng e Guarani), e sua configuração vem se alterando ao longo dos 91 anos de contato com o “homem branco”. De acordo com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e o censo realizado em 1997, existiam 1.009 pessoas morando na Terra Indígena (SIEGEL, 2005). 3.1.1.1 Histórico de luta contra a degradação ambiental na região da RPPN A seguir é apresentado um relato histórico sobre a degradação ambiental e também de ações pela fiscalização e proteção, ocorridos sobretudo na região da área protegida, os vales do rio Itajaí do Norte e de seus principais afluentes. As informações apresentadas foram fornecidas pelo próprio proprietário da RPPN Taipa Rio do Couro e também extraídas de artigos como Woehl Jr. (2008a e 2008b). 6 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 Germano Woehl Jr. nasceu e viveu infância e adolescência em Itaiópolis, que há poucos anos possuía ainda 75% de área preservada de Mata Atlântica (abrangendo Floresta Atlântica e Floresta com Araucária), sendo esta rapidamente reduzida para o índice atual de 34%. Para quem aprendeu a valorizar o que certamente era a maior riqueza do município, sua exuberância e diversidade natural, foi angustiante testemunhar os intensos anos de devastação. Extensos pinheirais (Floresta com Araucária) – que originalmente chegavam até o pátio da igreja matriz, da escola e de sua casa – foram rapidamente dizimados. Um lugar de Itaiópolis que sempre exerceu grande fascínio foi o rio Itajaí do Norte. É a região das cabeceiras do grande rio Itajaí. Antigamente suas águas eram muito cristalinas, mas nos dias atuais permanecem predominantemente turvas pela erosão de suas margens. Germano passou os melhores momentos de sua vida apreciando este rio e sua mata ciliar. Porém, já naquela época eram notadas coisas erradas acontecendo no rio Itajaí do Norte. Iniciou-se a derrubada da floresta ciliar para fazer carvão. Até então, só se fazia extrativismo de madeira e erva-mate em Itaiópolis. O carvão foi uma novidade que apareceu no início dos anos 70, a despeito de já haver o conhecimento da proibição de desmate em margens de rios e nos terrenos muito íngremes. Os povoamentos de pinus vieram mais tarde. Com a constatação destas destrutivas intervenções em ambientes florestais nativos, Germano Woehl Jr. começou uma rotina de insistentes denúncias ao IBAMA. A sua persistência foi premiada pela primeira vez em 2004, após muitos anos de esforço, quando uma missão de fiscalização do IBAMA-SC atuou na região do alto vale do rio Itajaí. Nesta ocasião os primeiros devastadores foram punidos. Paralelamente ao desgastante esforço de denúncias ambientais, em 2004, Germano começou um processo de aquisição de áreas nas proximidades do rio Itajaí do Norte, visando sua proteção integral. O primeiro terreno adquirido, com 31,4 ha, era área contígua aos 840 hectares de propriedade da Indústria Madeireira Lucena, que muito contribuiu com o desenvolvimento do município. Esta madeireira era uma das poucas que beneficiava a madeira, agregando valor e gerando muitos empregos em Itaiópolis, durante vários anos de atividade. Até que, com o esgotamento das reservas de madeira mais acessíveis e o aumento nas restrições ambientais, a empresa iniciou sua decadência. Deste modo, em parte significativa da propriedade desta madeireira restaram florestas em bom estado. Durante as visitas ao seu terreno nas margens do rio Itajaí do Norte, Germano e sua esposa Elza perceberam que moradores do entorno e visitantes praticavam variados crimes ambientais, como caça, pesca predatória, queimadas e corte de floresta em áreas de preservação. Percebia-se também que o uso de armas-de-fogo era constante na região. Outra ameaça no local é a premência por parte de alguns proprietários de reabrir estradas antigas em áreas íngremes e frágeis. A abertura de estradas em áreas íngremes potencializa o risco de deslizamentos de terra e de outras ameaças ambientais, além de potencializar ações ilegais de caça e extração de predatória da vegetação. Em 2005 um trecho na porção norte da RPPN Refúgio do Macuco, a menos de 500 m ao sul da RTRC, sofreu a ação de crimes ambientais. Parte da propriedade foi desmatada para a produção de carvão, por um morador vizinho. Este confrontante infrator foi processado e multado pelo crime de desmatamento em área de preservação permanente. A autuação foi feita pelo IBAMA, numa das operações de helicóptero em Itaiópolis. Poucos anos depois, a mesma propriedade foi novamente invadida e teve parte da floresta suprimida para o mesmo fim. As consequências destes desmatamentos foram deslizamentos ocorridos em setembro de 2011, quando chuvas intensas saturaram o solo desprovido de cobertura florestal madura. Nesta ocasião, o Sr. Germano constatou mais um pequeno desmatamento no local e imediatamente solicitou medidas cabíveis à Promotoria de Justiça. Entre 2009 e 2011 outros deslizamentos originados por supressão florestal em áreas frágeis foram constatados. Dois deles ocorreram em áreas vizinhas à RPPN Taipa Rio do Couro, um na margem direita do rio do Couro e outro na margem esquerda do rio Monjolo, ambos potencializados por desmatamentos nas cabeceiras das encostas. Já em 2011, a abertura 7 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 ilegal de uma estrada na margem direita do rio Itajaí do Norte, nas proximidades da RPPN Corredeiras do Rio Itajaí, também desencadeou deslizamento de considerável proporção. Outro problema grave que vem ocorrendo nos remanescentes florestais da região é a caça. Em maio de 2011 o Sr. Germano solicitou providências à Promotoria de Justiça para inibir a ação de caçadores no entorno das reservas RPPN Taipa Rio do Couro e RPPN Corredeiras do Rio Itajaí. Na ocasião, infratores construíram dois ranchos na margem esquerda do rio Itajaí do Norte, os quais eram usados com frequência por grupos de caçadores vindos de outros municípios. Estes caçavam intensivamente nas florestas do entorno e dentro das RPPNs, utilizando cães de caça e armas de fogo. Vestígios de caça como cevas foram encontrados na reservas. Em alguns períodos eles permaneciam por até uma semana ocupando os ranchos, sendo que a frequência maior era nos finais de semana e feriados. O acesso aos ranchos era feito por meio de botes cruzando o Rio Itajaí do Norte, a partir da estrada em sua margem direita. No vale do rio do Couro o histórico de caça também é intenso. Em 2010, dentro dos limites da RTRC foi encontrado um barraco de lona plástica utilizado como base para caça. Mesmo com a retirada do barraco, em 2011 o local foi novamente utilizado pelos caçadores, o que motivou uma denúncia à Promotoria de Justiça. Por fim, em janeiro de 2013, o Sr. Germano constatou novos vestígios de caça dentro da RTRC, incluindo uma trilha recém aberta, restos de uma armadilha para capturar paca e sabugos de milho para ceva. Nova denúncia foi realizada para Promotoria de Justiça. 3.1.2 Dados do Município Aspectos da População Segundo IBGE (2013), a população estimada para o município de Itaiópolis é de 20.301 habitantes, com base no Censo Demográfico 2010. Deste total, 47,1% residem na área rural e 52,9% na área urbana. A população residente distribuía-se, no ano de 2010, em 9.892 mulheres e 10.409 homens (Censo Demográfico 2010 – IBGE, 2013). De acordo com o Censo Demográfico 2010 (IBGE, 2013), a população de Itaiópolis se dividia da seguinte forma, por faixas etárias: • 0 a 9 anos de idade – 3.409 habitantes; • 10 a 19 anos de idade – 3.786 habitantes; • 20 a 29 anos de idade – 3.323 habitantes; • 30 a 39 anos de idade – 3.078 habitantes; • 40 a 49 anos de idade – 2.635 habitantes. • 50 a 59 anos de idade – 1.913 habitantes; • 60 a 69 anos de idade – 1.252 habitantes; e • mais que 70 anos de idade – 905 habitantes. O grau de escolaridade dos habitantes do município é indicado a seguir, através da distribuição de habitantes por graus de instrução, considerando somente pessoas com mais de 10 anos de idade (Censo Demográfico 2010 – IBGE, 2013): • sem instrução e fundamental incompleto – 10.171 habitantes; • fundamental completo e médio incompleto – 3.115 habitantes; • médio completo e superior incompleto – 2.677 habitantes; e • superior completo – 928 habitantes. 8 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 O potencial de ensino e capacitação do município é indicado a seguir na tabela 3.1, demonstrando o número de escolas, docentes e matrículas registrados no ano de 2012, pelo Ministério da Educação (IBGE, 2013): Tabela 3.1: Estabelecimentos de ensino, docentes e matrículas no ensino básico de Itaiópolis, em 2012: Parâmetros Estabelecimentos de ensino Docentes Matrículas Pré-escolar 21 33 562 Fundamental 16 181 3.192 Médio 5 73 937 Fonte: MEC – Ministério da Educação / Censo Educacional 2012 Segundo o Censo Demográfico 2010 (IBGE, 2013), 4.726 habitantes não possuem rendimento mensal. Dos que o possuem, 6.395 são homens e 5.771 são mulheres (residentes com mais de 10 anos de idade), distribuindo-se da seguinte forma: • 565 habitantes recebem até ¼ de salário mínimo; • 767 habitantes recebem entre ¼ e ½ de salário mínimo; • 3.908 habitantes recebem entre ½ e 1 salário mínimo; • 4.770 habitantes recebem de 1 a 2 salários mínimos; • 810 habitantes recebem de 2 a 3 salários mínimos; • 803 habitantes recebem de 3 a 5 salários mínimos; • 379 habitantes recebem de 5 a 10 salários mínimos; • 63 habitantes recebem de 10 a 15 salários mínimos; • 47 habitantes recebem mais de 15 salários mínimos. Infraestrutura e Serviços Sociais No que se refere aos serviços sociais, em 2009 o município de Itaiópolis contava com 14 estabelecimentos de saúde municipais (IBGE, 2013). A cidade possui três agências bancárias e uma agência de correios, assim como escritórios da Celesc – Centrais Elétricas de Santa Catarina S/A e da CASAN – Companhia Catarinense de Águas e Saneamento. Com relação à cultura, Itaiópolis conta com a Biblioteca Municipal e a Casa da Cultura, assim como duas rádios locais. Com relação à segurança, estão presentes duas delegacias na cidade, sendo uma da polícia militar (47 3652-2152) e uma da polícia civil (47 3652-1552). Também existe o Corpo de Bombeiros Voluntários de Itaiópolis (47 3652-2908 – 193). A cidade conta também com pelo menos 14 estabelecimentos que fornecem refeições, ao menos três mercados e três hotéis, além de quatro postos de combustíveis, entre outros estabelecimentos (PREFEITURA DE ITAIÓPOLIS, 2013). Não existem escritórios de instituições públicas voltadas para o meio ambiente no município. O escritório mais próximo da FATMA – Fundação de Meio Ambiente fica em Mafra. Em Canoinhas encontra-se a 6ª. Companhia do Batalhão de Policia Militar Ambiental. Por fim, os escritórios regionais do IBAMA mais próximos se encontram em Joinville, Rio do Sul e Caçador. Aspectos da Economia Municipal O sistema econômico itaiopolense tem como principal força o setor primário, responsável pela parcela mais significativa da renda e dos empregos gerados no município. A agropecuária se destaca na produção de fumo, soja, milho, feijão e trigo. Também são importantes o cultivo de frutas, a pecuária, o cultivo da erva-mate e a produção de leite e mel (PREFEITURA DE ITAIÓPOLIS, 2013; IBGE, 2013). 9 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 Tanto a EPAGRI – Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina S/A, quanto a CIDASC – Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina possuem representações na sede municipal e auxiliam a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente na assistência técnica aos agricultores e fiscalização dos produtos provenientes das áreas rurais. A produção pecuária no município se divide entre diferentes grupos animais. No ano de 2011, de acordo com a “Produção da Pecuária Municipal 2011” o montante de aves de granja chegou a 2.800.000 cabeças para corte (pintos, frangos, frangas e galos) e 30.000 galinhas para postura, as quais foram responsáveis pela produção de 260.000 dúzias de ovos. A produção apícola resultou em 30.000 kg de mel (IBGE, 2013). No mesmo ano foi registrado um rebanho bovino de 23.039 cabeças, sendo 2.300 vacas ordenhadas, que produziram 4.325 mil litros de leite. É ainda expressivo o rebanho de suínos, com 37.500 cabeças. De acordo com o Censo Agropecuário de 2006, Itaiópolis possui 9.329 ha de pastagens (IBGE, 2013). As culturas temporárias mais cultivadas em 2011 foram a soja (15.000 ha) e o milho (12.000 ha). Também foram relevantes o fumo (6.200 ha), e em menor escala o feijão e o trigo (cada um com 1.200 ha). Dentre as lavouras permanentes destacaram-se a pera (110 ha) e outras frutas como maçã, pêssego e uva (40 ha). Neste ano existiam cerca de 160 ha de plantios de erva-mate (IBGE, 2013). Outra atividade tradicional do município é a exploração florestal. Durante muito tempo, a economia baseou-se na extração, beneficiamento e comércio de madeira e erva-mate. Atualmente, devido às leis ambientais, a exploração de florestas nativas perdeu parte de sua significância econômica. Mas a exploração madeireira em florestas nativas foi substituída em parte pela silvicultura comercial, predominantemente de essências exóticas como o pinus e o eucalipto que hoje ocupam mais de 20.000 ha, visando o suprimento de matéria prima para as empresas de beneficiamento. Processar madeira é tradição de Itaiópolis desde a chegada dos pioneiros (PREFEITURA DE ITAIÓPOLIS, 2013). As industrias instaladas na cidade de Itaiópolis atuam em diversificadas áreas, são fabricantes de malhas, produtos cerâmicos, de madeira. material elétrico e alimentos. O município abriga também uma multinacional que atua na produção de componentes para compressores de geladeira (PREFEITURA DE ITAIÓPOLIS, 2013). O setor terciário no município era formado em 2011 por 565 empresas (IBGE, 2013). O turismo ainda é pouco explorado no município, a despeito de abranger atrativos e localidades de relevante beleza natural ou de importância cultural (PREFEITURA DE ITAIÓPOLIS, 2013). 3.1.3 Iniciativas Favoráveis à Conservação Ambiental no Município As iniciativas de conservação ambiental mais consistentes e efetivas realizadas no município de Itaiópolis foram conduzidas pelo Instituto Rã-bugio para Conservação da Biodiversidade, com o apoio de instituições parceiras como a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza – FGBPN e a Fundação AVINA, todas no âmbito da educação ambiental. A seguir são descritas, resumidamente, as ações e projetos implementados, de acordo com informações do Sr. Germano Woehl Jr. No ano de 2000 foram efetivadas, durante dois a três meses, exposições itinerantes sobre anfíbios nativos e conservação, em todas as escolas de Itaiópolis. Esta iniciativa foi patrocinada pela FGBPN, tendo como foco apontar os perigos do desmatamento e da degradação dos corpos-d’água, entre outros. Além das exposições foram também realizadas palestras nas escolas. Algumas exposições foram doadas para o município de Itaiópolis ao final do projeto. 10 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 Em 30 de novembro de 2001, também com recursos viabilizados pela FGBPN, estudantes da Escola Estadual de Educação Básica Odir Zanelatto (de Itaiópolis) foram levados em excursão para conhecerem a Floresta Atlântica e outros ecossistemas do litoral catarinense. Alguns professores também participaram desta atividade de educação ambiental. Ainda em 2001 foi realizada em Itaiópolis a distribuição de cartilhas de educação ambiental patrocinadas pela empresa WEG, numa extensão do projeto que em princípio beneficiaria apenas a região de Jaraguá do Sul. Durante o ano de 2002 foram realizadas outras ações educativas focando temas como consequências do desmatamento e importância dos serviços ambientais fornecidos por florestas preservadas. Estas atividades foram também patrocinadas pela FGBPN. Posteriormente, alunos de Itaiópolis frequentaram atividades de Educação Ambiental na sede do Instituto Rã-bugio, em Jaraguá do Sul. Estudantes de escola particular viajaram com recursos de seus pais. Além disso, grande número estudantes de Itaiópolis tiveram sua viagem viabilizada por ônibus fretados pela prefeitura municipal. Em setembro de 2007, a equipe do Instituto Rã-bugio foi a Itaiópolis para trabalhar durante quase uma semana com estudantes e professores do município (Figs. 3.1 e 3.2). Alguns dos temas abordados foram o desmatamento e a conservação da bacia hidrográfica, incluindo várias práticas (usando indicadores de poluentes, por exemplo). Cerca de 160 professores da rede pública estadual e municipal de Itaiópolis participaram das atividades. O evento mobilizou toda a equipe do Instituto Rã-bugio, e só foi possível graças ao apoio da Secretaria Municipal de Educação de Itaiópolis, professores e diretores de escolas, e dos patrocinadores: a PETROBRAS (Programa Petrobrás Ambiental) e a Fundação AVINA. Fig. 3.1: Elza Nishimura Woehl realizando educação ambiental com alunos e professores de Itaiópolis (Foto: Acervo Instituto Rã-bugio) Fig. 3.2: Professores de Itaiópolis em atividade de campo pra educação e conscientização ambiental (Foto: Acervo Instituto Rã-bugio) A inscrição dos professores foi espontânea e surpreendeu, já que praticamente todos os professores das zonas rural e urbana participaram, inclusive para as atividades em seu dia de folga habitual. Com este evento foi quebrado o mito de que os professores de Itaiópolis não se interessam pelos problemas ambientais locais. Adicionalmente, a secretaria de educação de Itaiópolis determinou que todos professores da rede municipal deverão desenvolver trabalhos focados no desmatamento. Dentre as atividades ao ar livre, foram feitas visitas em locais desmatados em margens de corpos-d’água e também em áreas preservadas de propriedades privadas. O objetivo foi mobilizar localmente a sociedade para interromper a destruição das florestas ciliares e dos últimos remanescentes. Além das informações sobre o ecossistema Floresta com Araucária, sua biodiversidade e serviços ambientais, os professores aprenderam a usar os kits indicadores da qualidade da água e a interpretar imagens de satélite. 11 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 De acordo com seus dirigentes, a presença do Instituto Rã-bugio passará a ser permanente na região de Itaiópolis, especialmente pela necessidade de se assegurar a conservação dos conjunto de RPPNs contíguas no vale do rio Itajaí do Norte. No que se refere à estrutura municipal de gerenciamento das questões ambientais, de acordo com informações obtidas na administração municipal Itaiópolis, a prefeitura conta com uma Secretaria de Agricultura que abrange a temática de Meio Ambiente, que tende a ficar em segundo plano frente a questão da agricultura. Segundo informações obtidas com a prefeitura municipal, na gestão de 2008, além dos projetos efetivados pelo Instituto Rã-bugio, existiam outros projetos e parcerias desenvolvidos nas escolas do município com o objetivo de trabalhar a questão ambiental, ainda que de forma mais secundária. Em parceria com a UNC – Universidade do Contestado, de Mafra, foi desenvolvido o Projeto Curso de Desenvolvimento Regional. A UNIPAF, em parceria com a EPAGRI, trabalhou na Cooperativa de Agricultura Familiar, onde conceitos de uso adequado do solo e questões de saneamento foram trabalhadas com os agricultores, além do estudo de alternativas de culturas agrícolas para as famílias da zona rural. Outras ações e projetos de conservação foram citados, dentre estes estão: Projeto PIAVA, conduzido pela FURB, com patrocínio do Programa Petrobras Ambiental; e Projeto Verde é Vida – Levando a Natureza a Sério, da AFUBRA – Associação de Fumicultores do Brasil. Na gestão de 2012 foram ressaltados pela prefeitura: a Gincana Ambiental enfocando reciclagem de resíduos, parceria com a EMBRACO; o Programa Minha Terra Minha Vida, na Escola Rio da Estiva, onde eram exercitados experimentos com compostagem, enxertia, vimi e esponja natural; e o Projeto PACA, parceria com a Rigesa, cujo tema é a proteção das árvores através de capacitação dos professores de escolas municipais e estaduais. 3.1.4 Entorno Imediato da RPPN Taipa Rio do Couro O entorno imediato da RTRC é representado por uma matriz de remanescentes florestais nativos em variados estados de conservação. Num raio de cerca de 3 km a partir da RTRC nas direções sul e oeste predomina a cobertura florestal contínua, havendo apenas algumas áreas agrícolas e silviculturais esparsas. A partir desta distância, e também nas direções leste e norte, a matriz passa a ser constituída por um mosaico variável de florestas nativas e empreendimentos rurais com povoamentos comerciais de espécies arbóreas, plantios agrícolas e pastagens (Fig. 3.3). O predomínio das florestas nativas em boa parte do entorno da RTRC se deve ao relevo bastante dobrado nos vale dos rios do Couro e Itajaí do Norte, que dificulta bastante o desmatamento e a implementação de atividades antrópicas. Por outro lado, grande parte dos trechos onde o relevo é mais suave já foi convertida em locais de aproveitamento agropecuário, inclusive em áreas de preservação permanente. Este aspecto pode ser observado na margem direita do rio Itajaí do Norte, onde os plantios agrícolas chegam muitas vezes até a margem do rio. Felizmente, contíguas ou muito próximas da RTRC existem outras sete RPPNs, todas sob gerência dos proprietários Germano Woehl Jr. e Elza Nishimura Woehl. O total de reservas criadas abrange 849,51 ha, dos quais quase 800 ha são áreas contíguas. Adicionalmente uma nona propriedade (posse) foi adquirida recentemente e terá o mesmo objetivo de proteção. A seguir descreve-se sucintamente as áreas protegidas próximas à RTRC: RPPN Odir Zanelatto (212,07 ha / criada em 09/2012), faz confrontação direta na divisa oeste da RTRC, na margem direita do rio do Couro. RPPN Corredeiras do Rio Itajaí II (79,05 ha / criada em 07/2012), seu vértice nordeste faz confrontação direta com a RTRC, na margem direita do rio do Couro. RPPN Corredeiras do Rio Itajaí (332,92 ha / criada em 09/2009), situa-se ao sul/sudoeste da RTRC, a menos de 300 m de distância nos trechos mais próximos. 12 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 RPPN Refúgio do Macuco (31,86 ha / criada em 07/2010), situa-se ao sul da RTRC, a cerca de 440 m de distância no trecho mais próximo. RPPN das Araucárias Gigantes (55,73 ha / criada em 02/2011), situa-se a noroeste da RTRC, a cerca de 1.500 m de distância no trecho mais próximo. RPPN Raso do Mandi (54,34 ha / criada em 07/2012), situa-se a oeste/sudoeste da RTRC, a cerca de 2.300 m de distância no trecho mais próximo. RPPN Taipa do Rio Itajaí (23,12 ha / criada em 09/2009), situa-se a sudoeste da RTRC, a cerca de 2.600 m de distância no trecho mais próximo. Fig. 3.3: Aspecto do uso do solo no entorno da RPPN Taipa Rio do Couro (Nota: os contornos da propriedade são apresentados de forma meramente ilustrativa) (Adaptado de GOOGLE EARTH, 2013). A RPPN Taipa Rio do Couro tem linha de divisa seca com Elcira Eskelsen (E) e Julio Lada (SE) (Mapa Base da RPPN Taipa Rio do Couro, Anexo 9). Ao norte e a oeste a área protegida é limitada pelo rio do Couro, tendo a RPPN Odir Zanelatto na margem oposta. Com exceção de pequenos trechos degradados imediatamente a noroeste, norte e leste, nas demais direções o remanescente florestal nativo se estende de forma relativamente contínua cobrindo uma área considerável. Parte destas florestas já sofreu exploração madeireira, mas possuem inquestionável relevância pela sua extensão e por protegerem encostas frágeis e cabeceiras de drenagem. Salvo algumas exceções, os proprietários do entorno não apresentam preocupação com o manejo sustentável dos recursos naturais, nem tampouco com a legislação ambiental. 13 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro 3.2 Sociedade Chauá, 2013 Caracterização Ambiental da Área Protegida A presente caracterização foi efetuada com base em visitas a campo e consulta a dados secundários, visando subsidiar a proposição de ações de manejo e a elaboração dos mapas temáticos da propriedade. Com relação aos mapas (Anexo 9) deve ser ressaltado que sua elaboração procurou abranger de forma temática os principais aspectos da RTRC, não sendo possível atingir grande detalhamento principalmente no que se refere à rede de drenagem (pequenas drenagens e nascentes) e à posição exata dos traçados de trilhas, em virtude das limitações dos equipamentos e do material de base (imagem de satélite) utilizados. 3.2.1 Aspectos Gerais A RPPN Taipa Rio do Couro situa-se no município de Itaiópolis, às margens do rio do Couro. Sua área oficial é de 36,30 ha. No entanto, as mensurações realizadas para elaboração dos mapas do presente Plano de Manejo demonstraram que durante a medição topográfica que embasou a criação da RTRC houve um equívoco na delimitação do curso do rio do Couro na porção mediana da divisa oeste da propriedade. Neste local o rio não possui a curva aguda para leste que foi considerada como limite oficial da RPPN. Deste modo, se for considerado o curso real do rio do Couro, verifica-se que a propriedade apresenta na realidade 37,03 ha. Esta discrepância se deve provavelmente às condições precárias de medição topográfica à época de sua primeira mensuração. A retificação dos limites com a delimitação precisa do curso do rio do Couro e o consequentemente ajuste de área só serão possíveis após um georreferenciamento de precisão, ação prevista no Programa de Administração do presente Plano de Manejo. A RTRC encontra-se inteiramente coberta por comunidades vegetais nativas, em distintos estágios de sucessão, mas predominam as florestas nos estágios avançado e médio. As porções oeste e sul da RTRC são caracterizadas por encostas muito íngremes cobertas por vegetação em bom estado de conservação. As áreas mais alteradas encontram-se próximo à divisa leste, terrenos mais acessíves e de relevo menos íngreme. O sistema de circulação da área protegida é muito incipiente. Existe apenas uma trilha precária na RTRC, cuja abertura foi motivada para acessar uma grande taipa rochosa na porção mediana da área protegida. Esta inicia na propriedade vizinha a leste nas proximidades da divisa e segue por cerca de 370 m na direção oeste, até a extremidade da taipa rochosa. O trânsito dentro da RTRC e até mesmo para acessá-la só é possível por pedestres, não havendo estradas que permitam acesso motorizado às suas divisas. Não existem edificações nem tampouco cercas na RPPN. Suas divisas norte e oeste são delimitadas pelo rio do Couro. A oeste e sudoeste a RTRC faz confrontação com as RPPNs Odir Zanelatto e Corredeiras do Rio Itajaí II, na margem oposta do rio do Couro. 14 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 3.2.2 Atividades Conflitantes com a Área Protegida São várias as atividades que conflitam com a área protegida e com os remanescentes do entorno, tendo o proprietário um histórico de ações em parcerias com órgãos ambientais e instituições das diferentes esferas do poder público (IBAMA, FATMA, Polícia Ambiental, Polícia Federal e Ministério Público) objetivando o cumprimento das leis ambientais. Com base nas verificações em campo e entrevistas com os proprietários e moradores vizinhos foram relacionados os principais problemas ambientais que ameaçam o equilíbrio e a conservação dos ecossistemas protegidos pela RPPN Taipa Rio do Couro. A seguir, estes são descritos de forma objetiva: Intervenções inadequadas em áreas frágeis (Fig. 3.4 e 3.5) o desmatamento, exploração madeireira e a implantação de estradas em áreas muito íngremes potencializam a ocorrência de deslizamentos de terra, além de aumentar a erosão e o assoreamento dos curso d´água da região; Incêndios acidentais ou criminosos a constatação de queimadas em propriedades do entorno aponta para o perigo de um incêndio descontrolado que possa vir a afetar a RTRC; Áreas agropecuárias vizinhas (Figs. 3.6 e 3.7) por ocuparem frequentemente áreas frágeis de preservação permanente, trazem impactos negativos como erosão e contaminação dos rios e da fauna, acarretando a mudança de hábitos e desequilíbrios nas comunidades de fauna; Caça (Fig. 3.8) é uma pressão constante sobre a fauna remanescente. Existe a presença de caçadores profissionais que vêm de várias cidades, sendo apoiados por alguns moradores locais, que também a praticam, seja para o abate ou para o tráfico de animais silvestres; Presença de cães domésticos (Fig. 3.9) a circulação de cães domésticos provenientes de propriedades vizinhas é nociva às comunidades de fauna da RTRC. Os animais silvestres são afugentados, perseguidos ou mesmo caçados pelos cães domésticos, além de poderem ser contaminados por doenças; Extração predatória de recursos naturais a constatação de troncos cortados com colmeias de meliponídeos em residência da região (Fig. 3.10) demonstra o hábito de adentrar nas florestas nativas para coletar mel ou mesmo extrair famílias inteiras de meliponídeos, que causa danos tanto aos insetos quanto às árvores, que geralmente tem de ser cortadas para a extração; Presença de espécies exóticas invasoras existem indivíduos de taiá (Colocasia esculenta), uva-do-japão (Hovenia dulcis),trombeta (Brugmansia suaveolens) e líriodo-brejo (Hedychium coronarium) crescendo em meio à vegetação nativa da RPPN Taipa Rio do Couro. As espécies exóticas invasoras têm grande capacidade reprodutiva e de dispersão podendo, em pouco tempo, dominar espaços que deveriam ser ocupados por espécies vegetais nativas; Pesca predatória é realizada com redes e armadilhas ao longo do rio Itajaí do Norte e de seus afluentes, podendo causar desequilíbrios às comunidades de peixes; Tradição de violência e uso de armas de fogo diversos relatos de moradores, notícias de periódicos impressos e até mesmo vestígios de tiros em placas (Fig. 3.11) comprovam que a região do entorno da RTRC é perigosa por ser comum o porte de armas de fogo e a hostilidade de alguns moradores; e Cultura de desrespeito aos ambientes naturais parece predominar uma ausência de preocupação com os recursos naturais e com a biodiversidade na região. 15 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 Fig. 3.4: Intervenções antrópicas em áreas frágeis na margem direita do rio do Couro (Foto: G.Woehl Jr.) Fig. 3.5: Deslizamento (1983) ocorrido em área atualmente englobada pela RTRC (Foto: G.Woehl Jr.) Fig. 3.6: Lavoura de fumo na região da RTRC (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.7: Erosão na margem do rio Itajaí do Norte potencializada por práticas agrícolas (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.8: Vestígios (clareira e fogueira) de caçadores na região da RTRC (Foto: G.Woehl Jr.) Fig. 3.9: Cães domésticos circulando em RPPN próxima à RTRC (Acervo: G.Woehl Jr.) Fig. 3.10: Casal de cuiú-cuiús e troncos com colmeias de meliponídeos em casa de morador do entorno, captura e coleta ilegais (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.11: Vestígio de tiros de arma-de-fogo em placa da RPPN Refúgio do Macuco, ao sul (Foto: C.T.Blum) 16 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 3.2.3 Clima Devido a sua posição geográfica, a RPPN Taipa Rio do Couro está condicionada a influência de dois tipos de clima – Cfa e Cfb – os quais são definidos por diferenças de temperatura devidas à variação altitudinal. De acordo com a classificação de Koeppen, as porções de menor altitude da RTRC são caracterizadas pelo clima Cfa, que tem como características principais ser um tipo subtropical úmido mesotérmico e com verões quentes. Este tipo climático ocorre até cerca de 600 m de altitude. As geadas são pouco frequentes e não ocorre estação seca definida. A temperatura média anual nos trechos influenciados por este clima no Alto Vale do Rio Itajaí varia de 17,0 a 19,1ºC. A temperatura média das máximas varia de 23,5 a 26,0ºC, e das mínimas de 11,8 a 15,4ºC. A precipitação pluviométrica total anual pode variar de 1.320 a 1.640 mm, com o total anual de dias de chuva entre 130 e 165 dias. A umidade relativa do ar pode variar de 83 a 85% (EPAGRI e CIRAM, 2008). Por outro lado, por apresentar altitudes em torno dos 650 m s.n.m. em suas porções mais elevadas, a RTRC também é influenciada pelo clima do Planalto Norte Catarinense, denominado Cfb. Este tipo climático é subtropical superúmido mesotérmico, com médias térmicas mais baixas e a ocorrência de geadas no inverno. A temperatura média anual nos trechos influenciados por este tipo climático no Planalto Norte Catarinense varia de 15,5 a 17,0ºC. A temperatura média das máximas varia de 26,6 a 24,0ºC, e das mínimas de 10,8 a 11,8ºC. A precipitação pluviométrica total anual pode variar de 1.360 a 1.670 mm, com o total anual de dias de chuva entre 138 e 164 dias. A umidade relativa do ar pode variar de 80,0 a 86,2% (EPAGRI e CIRAM, 2008). 3.2.4 Geologia A geologia da região onde se insere a RTRC está associada à Cobertura Sedimentar Gonduânica, predominando rochas sedimentares como argilitos, folhelhos, siltitos, conglomerados, ritmitos e arenitos das Formações Mafra, Rio Bonito, Rio do Sul e Palermo, com inclusões das Formações Rio do Rastro e Serra Geral (EPAGRI e CIRAM, 2008). A seguir são descritas brevemente, as formações acima citadas: A Formação Mafra é uma sequência flúvio-marinha com influência glacial, representada dominantemente por arenitos e secundariamente por diamictitos, conglomerados, ritmitos, argilitos e argilitos várvicos. A Formação Rio Bonito compreende uma seção superior de arenitos finos, intercalados com argilitos e folhelhos carbonosos e, localmente, leitos de carvão; na seção mediana encontram-se sedimentos marinhos, siltitos e folhelhos esverdeados, com níveis carbonáticos, argilosos, silicificados e arenitos finos; a seção inferior apresenta depósitos flúvio-deltáicos, arenitos esbranquiçados finos a médios, siltitos, argilitos, folhelhos carbonosos, leitos de carvão e conglomerados. A Formação Rio do Sul é composta por uma sequência glácio-marinha, constituída de folhelhos, argilitos, ritmitos, arenitos finos e diamictitos. A Formação Palermo é formada de depósitos marinhos representados por siltitos arenosos amarelo-esverdeados. A Formação Rio do Rastro constitui-se de depósitos de planícies costeiras e fluviais constituídos de siltitos, argilitos e arenitos. A Formação Serra Geral pertence ao grupo geológico denominado São Bento e é constituída basicamente por rochas vulcânicas oriundas do vulcanismo basáltico que alcançou a superfície através de fendas existentes na crosta durante o Juro-Cretáceo. As rochas resultantes da Cobertura Sedimentar Gonduânica podem ser facilmente encontradas na RPPN, na forma do grande paredões rochosos denominados regionalmente como taipas, que afloram sobretudo nos trechos mais íngremes. 17 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 3.2.5 Geomorfologia e Relevo A região onde se insere a RTRC é caracterizada pela unidade geomorfológica Patamares do Alto Rio Itajaí. Esta se destaca pela intensa dissecação com patamares e vales estruturais, cujo maior exemplo é o vale do rio Itajaí do Norte. A presença de extensos patamares e relevos residuais de topo plano limitados por escarpas deve-se às litologias de diferentes resistências à erosão: os arenitos são mais resistentes à erosão, enquanto os folhelhos, mais facilmente erodidos. O relevo apresenta grandes variações altimétricas, com cotas que variam de 700 a 1.220 m, sendo que as menores altitudes estão nos vales dos rios, por volta de 400 m. Os rios maiores apresentam vales de fundo plano, limitados por encostas íngremes, curso tortuoso com trechos retilinizados e corredeiras (EPAGRI e CIRAM, 2008). A RPPN Taipa Rio do Couro caracteriza-se pelo predomínio de relevos ondulados a forteondulados, possuindo também vários trechos de relevo montanhoso. Por abranger uma considerável variação altitudinal, aproximadamente entre 485 e 720 m s.n.m., toda a área protegida se caracteriza por encostas íngremes que frequentemente apresentam escarpas rochosas (taipas). Apenas trechos muito pontuais, principalmente próximo aos divisores de água, podem apresentar relevo mais suave. Por toda a região verifica-se uma rede de drenagem formada por vales encaixados e íngremes. As porções mais elevadas da RTRC situam-se em sua região centro-leste, com altitudes variando entre 680 e 720 m. Na margem do rio do Couro são verificadas as menores altitudes, entre 485 e 505 m. A área protegida tem seu relevo marcado pela existência de três vales dissecados: o vale do rio do Couro, que materializa suas divisas norte e oeste; e outros dois vales de córregos menores, um que atravessa a porção mediana da RTRC e outro que passa nas proximidades de sua divisa sul. 3.2.6 Pedologia De acordo com o Mapa do “Levantamento de Reconhecimento dos Solos do Estado de Santa Catarina” (EMBRAPA, 2004), a região de Itaiópolis é caracterizada pelo predomínio de duas associações de solo abrangendo predominantemente Cambissolos Álicos, Neossolos Litólicos Álicos e Argissolos Bruno-Acinzentados. Estas associações são descritas a seguir, com maior detalhe. Associação Neossolos Litólicos Álicos A proeminente, textura média, fase pedregosa, relevo montanhoso e escarpado (substrato folhelhos siltosos) + Cambissolo Álico Tb A proeminente, textura média e argilosa, relevo montanhoso Esta associação ocupa predominantemente o vale do rio Itajaí do Norte e seu entorno próximo. Os solos integrantes desta associação encontram-se numa proporção estimada de 50% de Neossolos e 40% de Cambissolos. Os 10% restantes são representados por inclusões: Afloramentos Rochosos e Neossolos Litólicos (substrato arenito). Enquanto o primeiro componente da associação ocupa as áreas de topografia mais vigorosa, o segundo situa-se nas partes menos declivosas. Estes solos não se prestam a nenhum tipo de exploração, devendo, por conseguinte, permanecer com a cobertura vegetal natural, servindo de abrigo à fauna silvestre (EMBRAPA, 2004). Associação Cambissolo Álico Tb A moderado, textura argilosa + Argilossolo BrunoAcinzentado Álico A moderado, textura média/argilosa, relevo ondulado e forte ondulado Predomina no entorno do vale do rio Itajaí do Norte, sendo bastante comum no município de Itaiópolis. Os solos que integram esta associação encontram-se numa proporção estimada de 55% de Cambissolos e 35% de Argissolos. Os 10% restantes são ocupados pelas inclusões. O primeiro componente ocorre principalmente nas elevações de pendentes mais curtas, enquanto que o segundo situa-se num mesmo tipo de relevo, porém com vertentes mais longas e menos declivosas. As inclusões registradas são Cambissolo Álico Ta A proeminente textura argilosa, Neossolos Litólicos (substrato sedimentos pelíticos) e Argissolo Vermelho-Amarelo textura média/argilosa. Além da baixa fertilidade e dos altos teores de alumínio trocável, estes solos têm o agravamento de se situarem em áreas de 18 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 topografia movimentada, muito sujeitas à erosão e de difícil acesso às máquinas agrícolas. Estão sendo utilizados principalmente para pastagem, milho e fumo (EMBRAPA, 2004). Além dos solos acima citados, nas áreas de convergência hídrica existentes em alguns trechos da RTRC ocorrem pontualmente os solos hidromórficos, do tipo Gleissolos. Os Gleissolos ocorrem geralmente na transição entre áreas hidromórficas e não hidromórficas, nas cabeceiras de drenagem, proximidades de córregos e em drenagens intermitentes. Sua principal característica é a existência de um horizonte sub-superficial “glei”, originado pela redução do ferro devido a permanência de água estagnada, o que lhe confere uma coloração acinzentada típica, muitas vezes com a ocorrência de mosqueados alaranjados (EMBRAPA, 2006). 3.2.6.1 Fragilidade dos Solos Aspecto importante constatado na região da área protegida é a fragilidade dos solos em muitos trechos, o que traz como consequência fragilidade também aos recursos hídricos e à biota de uma forma geral. Por serem oriundos predominantemente de rochas sedimentares como arenitos e siltitos, os solos apresentam uma maior predisposição aos processos erosivos, potencializada pelo relevo íngreme e pelo seu uso inadequado. Solos rasos ou com gradientes texturais que impeçam níveis aceitáveis de permeabilidade à água, relacionados a encostas íngremes e longas, quando destituídos de sua vegetação original e/ou submetidos à compactação em áreas de convergência hídrica, se tornam absolutamente expostos a ação erosiva das chuvas. Isso resulta na formação de voçorocas, caracterizadas pelo entalhamento crescente que, a medida em que o canal inicial é alimentado pela confluência do escoamento, ganha força e poder de desagregação e transporte, tornando o canal cada vez mais longo e profundo (DURLO e SUTILI, 2005). Também podem ocorrer deslizamentos e desmoronamentos. Este processo tem como consequências o empobrecimento do solo pela perda de matéria orgânica e redução nos horizontes superficiais, e também o assoreamento de cursos d’água e secamento de nascentes. Tais impactos representam um empobrecimento geral da paisagem natural e de suas funções ecológicas, reduzindo drasticamente a resiliência do ambiente. Devido à boa condição de cobertura florestal da RPPN Taipa Rio do Couro seus solos frágeis encontram-se relativamente protegidos. Ainda assim, intervenções na cobertura vegetal realizadas na confrontação leste (montante) podem desencadear processos erosivos, como o deslizamento que ocorreu em 1983 no terço superior da encosta. Nas propriedades do entorno existem diversos focos erosivos oriundos justamente da retirada da cobertura vegetal e da utilização inadequada do solo em trechos frágeis. Estes processos erosivos do entorno pode afetar indiretamente a RTRC. 3.2.7 Hidrografia e Qualidade da Água A área protegida está inserida na bacia hidrográfica do rio Itajaí-Açu, que desemboca no oceano Atlântico no município litorâneo de Itajaí. Encontra-se na porção noroeste da bacia. O principal curso de água regional é o rio Itajaí do Norte (ou rio Hercílio). Este rio tem corredeiras muito fortes intercaladas a algumas áreas de remanso, onde se formam grandes poços, alguns com mais de 100 metros de largura. De acordo com o proprietário da RTRC, o rio Itajaí do Norte possuía no passado águas bastante cristalinas. No entanto, devido aos desmatamentos e uso inadequado do solo, sua turbidez aumentou significativamente. A RTRC encontra-se às margens do rio do Couro, afluente da margem esquerda do Rio Itajaí do Norte. O rio do Couro tem largura variável entre cinco e 10 metros e caracteriza-se por um leito bastante rochoso com matacões e seixos de diversos tamanhos. Durante episódios chuvosos seu nível pode subir consideravelmente, sendo comum a queda e o 19 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 transporte de árvores que estavam em suas margens. Existem nascentes e córregos menores no interior da RPPN Taipa Rio do Couro, protegidos pela densa cobertura florestal nativa. Devido a continuidade e relativa integridade da cobertura florestal na RTRC e no entorno norte e leste (cabeceiras), a conservação dos recursos hídricos que nascem na área protegida permanece garantida. No entanto, é preciso ressaltar que o rio do Couro tem suas nascentes a montante da RTRC e, portanto, sofre em algum grau impactos de erosão, assoreamento e poluição por insumos agrícolas ou resíduos sólidos. 3.2.8 Vegetação O presente capítulo compreende o diagnóstico da flora da RPPN Taipa Rio do Couro, com base em dados coletados durante fase de campo realizada em dezembro de 2012. Para a composição da lista de espécies ocorrentes foram também considerados registros realizados nas RPPNs próximas (Corredeiras do Rio Itajaí, Corredeiras do Rio Itajaí II, Odir Zanelatto, Refúgio do Macuco e Taipa do Rio Itajaí), todas num raio de menos de 3 km da RTRC. Foram também aproveitados dados coletados em 2008 durante o diagnóstico da flora da RPPN Corredeiras do rio Itajaí (Sociedade Chauá, 2008), contígua à RTRC, na margem direita do rio do Couro. 3.2.8.1 Métodos Utilizados A flora da RPPN Taipa Rio do Couro foi avaliada com base em dados coletados em campo. Através de reconhecimento visual dos caracteres botânicos e dendrológicos, foram identificadas espécies de árvores, arbustos, herbáceas e lianas, buscando uma caracterização florística preliminar. Foram percorridos trilhas e percursos no interior da vegetação fechada, obtendo dados em grande parte dos ambientes existentes na área protegida. O proprietário contribuiu com registros fotográficos de exemplares encontrados na região. Com base no registro das espécies e nas demais informações coletadas, pôde-se caracterizar a composição fisionômica e florística da RPPN Taipa Rio do Couro, assim como suas classes de cobertura vegetal. 3.2.8.2 Caracterização Fitogeográfica A RPPN Taipa Rio do Couro insere-se no domínio do Bioma Mata Atlântica, sendo caracterizada pela situação de contato entre a Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária) e a Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica). Com base em critérios altitudinais para esta região latitudinal, Leite e Klein (1990) apontam as formações de Floresta Ombrófila Mista ocorrentes acima dos 800 metros como sendo mais típicas e representativas. Deste modo, tendo em vista que a RPPN Taipa Rio do Couro não apresenta altitudes superiores aos 675 m s.n.m, não existem na área protegida comunidades típicas de Floresta Ombrófila Mista. Por outro lado, apesar de altitudes mais baixas favorecerem a predominância da Floresta Ombrófila Densa, a posição geográfica bastante interiorizada do vale do rio Itajaí do Norte implica em condicionantes climáticas diferenciadas, que acabam por impedir também a ocorrência de uma Floresta Ombrófila Densa típica. Trata-se, portanto, de uma região de contato (IBGE, 1992) entre as tipologias. 3.2.8.3 Florística Tendo em vista o tempo relativamente curto destinado para a caracterização florística em campo, alcançou-se um número considerável de espécies vegetais detectadas na RPPN Taipa Rio do Couro. O levantamento florístico da RTRC e dos remanescentes protegidos num entorno de 3 km abrangeu 379 espécies pertencentes a 252 gêneros e 102 famílias botânicas. A lista completa de espécies registradas é apresentada no Anexo 4. Ressalta-se que, deste número total, 11 são plantas exóticas originárias de outros ecossistemas no 20 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 Brasil ou no Mundo. As 368 espécies restantes ocorrem naturalmente na região. Sob o ponto de vista da riqueza específica, considerando apenas as espécies que ocorrem naturalmente, destacam-se as famílias Myrtaceae, Fabaceae e Bromeliaceae, respectivamente com 22, 21 e 19 espécies cada. Também são importantes: Lauraceae e Rubiaceae (17 cada), Asteraceae e Melastomataceae (14 cada), Solanaceae (13), Orchidaceae (12), Piperaceae (11) e Euphorbiaceae (10). Estas 11 famílias abrangem cerca de 46 % do total de espécies nativas registradas. A abundância de espécies de Myrtaceae, Lauraceae, assim como de Bromeliaceae e Orchidaceae, são um indicativo de boa qualidade de conservação dos remanescentes, pois estas famílias tendem a predominar em florestas nos estágios médio e avançado. Do montante total de espécies nativas registradas, apenas 7,3% (n=27) são preferenciais ou exclusivas da Floresta Ombrófila Mista, enquanto 16,6% (m=61) são preferenciais ou exclusivas da Floresta Ombrófila Densa. As demais, 76,1%, se caracterizam por ocorrerem facultativamente nas duas regiões fitogeográficas (algumas deste grupo tiveram sua área de ocorrência indeterminada). Isto é comum em uma zona de contato, onde predominam espécies de maior plasticidade adaptativa que se distribuem naturalmente pelas duas tipologias florestais. Verifica-se uma maior influência da Floresta Ombrófila Densa, por haver um número maior de espécies preferenciais ou exclusivas desta fitofisionomia, assim como pela ausência da fisionomia típica das Florestas com Araucária. Dentre as preferenciais ou exclusivas da Floresta Ombrófila Mista destacam-se Araucaria angustifolia, Piptocarpha angustifolia, Vernonanthura discolor, Aechmea distichantha, Dicksonia sellowiana, Sebastiania commersoniana, Cinnamomum sellowianum, Nectandra lanceolata, Ocotea puberula, Mimosa scabrella, Myrcia hatschbachii e Vitex megapotamica. Dentre os representantes preferenciais ou exclusivos da Floresta Ombrófila Densa destacam-se Rollinia sericea, Aspidosperma tomentosum, Aspidosperma pyricollum, Bactris setosa, Pseudobombax grandiflorum, Aechmea calyculata, Bilbergia alfonsi-joannis, Vriesea carinata, Vriesea gigantea, Vriesea vagans, Sclerolobium denudatum, Buchenavia kleinii, Alchornea iricurana, Pera glabrata, Myrocarpus frondosus, Nectandra membranacea, Nectandra oppositifolia, Magnolia ovata, Byrsonima ligustrifolia, Piptadenia gonoacantha, Bertolonia mosenii, Marlierea reitzii, Guapira opposita, Miltonia regnellii, Bathysa meridionalis, Psychotria nuda, Meliosma selowii, Chrysophyllum inornatum e Trema micrantha. Espécies Ameaçadas de Extinção e/ou de Ocorrência Rara Por ainda não haver uma lista estadual completa e atualizada da flora ameaçada de extinção em Santa Catarina, para definir quais espécies apresentam maiores níveis de ameaça na região da RPPN foi consultada a Relação de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção (MMA, 2008). Cinco espécies enquadram-se nesta lista: xaximbugio (Dicksonia sellowiana), a canela-sassafrás (Ocotea odorifera), bromélia poço-de-jacó (Bilbergia alfonsi-joannis), araucária (Araucaria angustifolia), canela-preta (Ocotea catharinensis). A presença destas espécies na região da área protegida reforça sua importância ecológica em nível regional. Apesar de não se enquadrarem como ameaçadas de extinção em nível nacional, algumas espécies se caracterizam por apresentar ocorrência rara na região, demandando maior atenção em pesquisas e programas de conservação. Dentre estas pode-se citar a pindabuna (Duguetia lanceolata), o cortição (Rollinia sericea), mamoeiro-bravo (Vasconcellea quercifolia), guarajuva (Buchenavia kleinii), canemaçu (Tetrorchidium rubrivenium), angico (Albizia edwallii), cabreúva (Myrocarpus frondosus), cerejeira (Eugenia involucrata), guaraparim (Ouratea parvifolia), azeitona-do-mato (Chionanthus filiformis), tatu (Agonandra engleri), guaraiuva (Securinega guaraiuva), pau-fernandes (Meliosma sellowii), pau-amargo (Picrasma crenata), Cinnamomum glaziovii e Hennecartia omphalandra. Nas figuras 3.12 a 3.19 são apresentadas algumas espécies raras ou ameaçadas da RTRC. 21 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 Fig. 3.12: Araucaria angustifolia (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.13: Bilbergia alfonsi-joannis (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.14: Dicksonia sellowiana (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.15: Buchenavia kleinii (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.16: Tetrorchidium rubrivenium (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.18: Ocotea odorifera (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.17: Albizia edwallii (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.19: Cinnamomum glaziovii (Foto: C.T.Blum) 22 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 Frugivoria e espécies zoocóricas As famílias Myrtaceae e Lauraceae se destacam na região da RTRC como as mais ricas em espécies de interesse para a fauna, totalizando 39 taxa registrados. São também relevantes neste aspecto as famílias Rubiaceae (13), Solanaceae (12), Melastomataceae (11), Euphorbiaceae (8), Annonaceae, Cactaceae e Salicaceae (6 espécies cada). Para que se tenha um panorama geral do contexto de espécies de interesse para a fauna frugívora na região da área protegida, é interessante ressaltar que, do total de 368 espécies nativas registradas, 193 (52,4%) produzem frutos consumidos pela fauna silvestre. Algumas plantas importantes para a alimentação da fauna são as pixiricas (Leandra spp.), as figueiras (Ficus spp.), o mandiocão (Schefflera morototoni), o pessegueiro-bravo (Prunus brasiliensis), a maria-mole (Psychotria sessilis), jerivá (Syagrus romanzoffiana) e baga-depomba (Byrsonima ligustrifolia), além de diversas Aquifoliaceae, Myrsinaceae, Myrtaceae, Lauraceae, Melastomataceae e Rubiaceae, fornecendo frutos em diferentes épocas e em distintos estratos florestais. Inúmeras espécies de animais consomem avidamente os frutos produzidos nos remanescentes de vegetação da RTRC, com destaque para as aves. Em um exemplar de baga-de-pomba (Byrsonima ligustrifolia), que apresentava frutificação abundante, foram observadas diversas aves como Pteroglossus bailloni, Turdus albicollis, Hemithraupis guira e Thraupis sayaca. Além destas são frugívoros comuns Penelope obscura, Pyrrhura frontalis, Pionopsita pileata, Trogon surrucura, Ramphastos vitellinus, R. dicolorus, Chiroxiphia caudata, Turdus rufiventris, T. amaurochalinus, Trichothraupis melanops, Tachyphonus coronatus, Thraupis sayaca, Stephanophorus diadematus, Pipraeidea melanonota, Tangara desmaresti, T. preciosa, Dacnis cayana e Euphonia chalybea, entre outras. Além destes existe também o consumo frequente por morcegos, gambás, cotias, quatis, mãos-pelada e o cachorro-do-mato, entre outros. Os frutos do jerivá (Syagrus romanzoffiana) são particularmente apreciados por serelepes e outros roedores. Espécies Vegetais Exóticas Espécies exóticas são aquelas que ocorrem numa área fora de seu limite natural historicamente conhecido, como resultado de introdução acidental ou intencional através de atividades humanas. À medida que uma espécie exótica introduzida consegue estabelecer populações autossustentáveis, passa a ser considerada espécie estabelecida. Algumas das espécies estabelecidas tornam-se aptas a avançar sobre ambientes naturais e alterados, transformando-se em espécies invasoras. Desta forma, uma exótica invasora é uma espécie introduzida que se propaga, sem o auxílio do homem, e passa a ameaçar ambientes fora do seu território de origem, causando impactos ambientais e socioeconômicos (ZALBA, 2006). As espécies exóticas invasoras são consideradas a segunda maior causa de extinção de espécies no planeta, afetando diretamente a biodiversidade, a economia e a saúde humana (MMA, 2006). Foram detectadas quatro espécies exóticas invasoras na RTRC. São elas o taiá (Colocasia esculenta), a trombeta (Brugmansia suaveolens), a uva-do-japão (Hovenia dulcis) e o líriodo-brejo (Hedychium coronarium) (Figs. 3.20 a 3.25). A maioria destas espécies concentra sua invasão na parte baixa da RTRC, ao longo das margens do rio do Couro. Destacam-se a uva-do-japão e o lírio-do-brejo, que tem razoável regeneração e já foram observadas em maiores graus de invasão em RPPNs próximas. As demais foram detectadas na forma de agrupamentos pontuais nas margens do rio, mas estão certamente num processo de expansão populacional. 23 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 Fig. 3.20: Taiá invadindo a margem do rio do Couro (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.21: Planta jovem de uva-do-japão invadindo área protegida vizinha à RTRC (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.22: Indivíduo adulto de uva-do-japão na RTRC (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.23: Lírio-do-brejo na margem do rio do Couro (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.24: Lírio-do-brejo no subosque da RPPN Refúgio do Macuco, ao sul (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.25: Trombeta nas margem do rio do Couro (Foto: C.T.Blum) 3.2.8.4 Cobertura Vegetal Na tabela 3.2 são apresentadas as áreas e porcentagens de cobertura para cada classe de vegetação existente na RPPN Taipa Rio do Couro. Verifica-se que as classes de cobertura vegetal mais representativas são as florestas nos estágios avançado e médio, que cobrem 95% da área protegida. As florestas no estágio avançado ocorrem nos trechos mais íngremes, especialmente nas porções oeste e sul da área protegida. As comunidades no estágio médio da sucessão se concentram nas porções norte e leste, em áreas que de alguma forma sofreram alterações antrópicas pretéritas. Existem pequenos trechos de vegetação no estágio inicial da sucessão próximas à divisa leste, no local onde o acesso é mais facilitado a partir da estrada da Vontroba. Por fim, existe também uma área aberta por um deslizamento ocorrido em 1983. No Anexo 9 é apresentado o Mapa de Vegetação da RPPN Taipa Rio do Couro, com suas distintas classes. A seguir são descritas as classes de cobertura vegetal: 24 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 Tabela 3.2: Classes de cobertura vegetal da RPPN Taipa Rio do Couro. Classe Floresta Estágio Inicial Floresta Estágio Médio Floresta Estágio Avançado Área de deslizamento Total Área (ha) 1,53 17,08 17,41 0,28 36,30 % 4,2 47,0 48,0 0,8 100,0 Floresta no Estágio Inicial da Sucessão As comunidades no estágio inicial da sucessão se dividem em duas subclasses, de acordo com sua fisionomia e estrutura: estágio inicial herbáceo-arbustivo e estágio inicial arbóreo. O estágio inicial herbáceo-arbustivo, que pode ser denominado vulgarmente como macega ou capoeirinha, caracteriza-se por apresentar uma predominância de elementos arbustivos e herbáceos, com estatura raramente superior a 2 ou 3 m de altura. Nas capoeirinhas é comum a samambaia-das-taperas (Pteridium arachnoideum), formando densas populações (Fig. 3.26). São frequentes gramíneas e ciperáceas, com destaque para o capim-navalha (Rynchospora sp.), que forma cobertura quase homogênea em certos trechos. Também são comuns Solanum mauritianum, Buddleja brasiliensis, várias Asteraceae (Baccharis dracunculifolia, B. uncinella, B. trimera, Senecio brasiliensis) e algumas Melastomataceae (Leandra australis, L. xanthocoma e Miconia sellowiana). De forma esparsa ocorrem indivíduos jovens de espécies arbóreas pioneiras como o pau-que-chia (Symplocos tenuifolia), a tucaneira (Aegiphila sellowiana), a grandiúva (Trema micrantha) e a bracatinga (Mimosa scabrella), entre outras. O estágio inicial arbóreo ocorre associado à fisionomia herbácea-arbustiva, nos trechos onde já foi possível maior desenvolvimento. Estas comunidades já apresentam fisionomia predominantemente arbórea, alcançando alturas entre 6 e 10m. Destacam-se espécies como tapiá (Alchornea triplinervia), pau-jacaré (Piptadenia gonoacantha), pau-que-chia (Symplocos tenuifolia), tucaneira (Aegiphila sellowiana), grandiúva (Trema micrantha), bracatinga (Mimosa scabrella), pau-toucinho (Piptocarpha tomentosa), vassourão-preto (Piptocarpha angustifolia) e fumo-bravo (Solanum granulosoleprosum). São comuns os agrupamentos densos de taquara (Merostachys multiramea). Floresta no Estágio Médio da Sucessão A floresta em estágio médio representa comunidades de maior porte, entre 11 e 20 m, com maior complexidade estrutural e riqueza florística (Fig. 3.27). São comunidades com mais tempo de desenvolvimento e que sofreram intervenções pontuais de exploração madeireira no passado, mas que já conseguiram restabelecer sua estrutura em parte. Nesta fisionomia ocorrem indivíduos remanescentes de grande porte no dossel, com destaque especial para a canela-fogo (Cryptocarya aschersoniana). Outras árvores de grande porte comuns são canjarana (Cabralea canjerana), cedro-rosa (Cedrela fissilis) e perobinha (Aspidosperma pyricollum). O dossel apresenta frequentes descontinuidades e clareiras, sendo formado por espécies como vassourão-preto (Piptocarpha angustifolia), pau-jacaré (Piptadenia gonoacantha), maria-mole (Psychotria sessilis), tanheiro (Alchornea glandulosa), vassourão (Vernonanthura petiolaris), vassourão-branco (Vernonanthura discolor), orelha-de-mico (Ilex microdonta), canela (Ocotea corymbosa), canela-guaicá (Ocotea puberula), pessegueiro-bravo (Prunus brasiliensis) e pau-andrade (Persea venosa), entre outras. O sub-bosque varia entre denso e aberto, sendo comuns espécies herbáceoarbustivas como pixiricas (Leandra spp) e xaxins (Cyathea spp). Também nesta fisionomia ocorrem agrupamentos de taquara. Nas partes mais abertas formam-se as populações de capim-navalha (Rynchospora sp.). Floresta no Estágio Avançado da Sucessão As florestas no estágio avançado dominam a maior parte da RPPN Taipa Rio do Couro, 25 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 tendo sido preservadas principalmente pelo relevo bastante dobrado e íngreme. Caracterizam-se por apresentarem diversidade muito elevada e indivíduos de grande porte, com idades centenárias, dispersos em seu interior (Figs. 3.28 e 3.29). A altura média do dossel varia entre 22 a 30 m, dependendo da espessura do solo e da declividade do terreno. Em alguns trechos árvores emergentes podem chegar a mais de 30 m. Além do grande porte, estas florestas apresentam estratificação vertical, epifitismo pronunciado e diversidade abundante. Pela sua diversidade, não existe uma espécie que se destaque as outras, mas sim uma combinação de muitas espécies formando um dossel bastante diversificado. De um modo geral se destacam as lauráceas, como canela-preta (Ocotea catharinensis), canela-fogo (Cryptocarya aschersoniana), canela-graúda (Nectandra membranacea), canela-ferrugem (Nectandra oppositifolia) e várias outras canelas (Ocotea spp.). Também são espécies importantes no dossel da floresta: baguaçu (Magnolia ovata), cedro (Cedrela fissilis), tapiá (Alchornea triplinervia), canjarana (Cabralea canjerana), maria-preta (Diatenopteryx sorbifolia), pequiá (Aspidosperma tomentosum), tabocuva (Pera glabrata), limoeiro-do-mato (Seguieria langsdorffii), perobinha (Aspidosperma pyricollum), maiate (Simira sampaioana), figueira-de-folha-miúda (Ficus organensis) e guarajuva (Buchenavia kleinii). No estrato intermediário são comuns espécies como: araticum (Annona cacans), canelasassafrás (Ocotea odorifera), guamirim-graúdo (Calyptranthes grandifolia), imbiruçu (Pseudobombax grandiflorum), guabiroba (Campomanesia xanthocarpa), maria-mole (Guapira opposita), aguaí-da-serra (Chrysophyllum inornatum), coração-de-bugre (Maytenus robusta), entre várias outras. O sub-bosque é caracterizado por melastomatáceas arbustivas como Leandra dasytricha e Leandra fragilis; palmeiras como Geonoma schottiana e Bactris setosa; e monimiáceas como Mollinedia clavigera e Mollinedia uleana, entre outras. Fig. 3.26: Estágio inicial da sucessão, com porte herbáceo/arbustivo (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.27: Interior de floresta no estágio médio da sucessão (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.28: Floresta no estágio avançado da sucessão às margens do rio do Couro (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.29: Interior de floresta no estágio avançado da sucessão (Foto: C.T.Blum) 26 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 Comunidades vegetais não arbóreas Dentre as plantas de porte arbustivo mais comuns no subosque da região da RTRC estão as palmáceas Bactris setosa e Geonoma schottiana; xaxins como Blechnum brasiliense, Cyathea atrovirens e Dicksonia sellowiana; diversas melastomatáceas como Leandra dasytricha, L. fragilis, Miconia cinerascens e M. petropolitana; piperáceas como Ottonia macrophylla, Piper gaudichaudianum e P. hispidum; rubiáceas como Palicourea marcgravii e Psychotria suterella; e monimiáceas: Mollinedia clavigera e M. uleana (Figs. 3.30 a 3.35). Nas áreas alteradas, clareiras e bordas de floresta são comuns arbustos heliófilos como Rubus brasiliensis (Fig. 3.36), R. sellowii, Lantana fucata, Baccharis dracunculifolia e Senecio brasiliensis. Outro grupo relevante é o das epífitas, plantas que se fixam sobre outras plantas, mas ao contrário das parasitas, não causam mal ao indivíduo que lhes fornece o apoio. A riqueza em epífitas geralmente indica que a comunidade florestal se encontra em processo avançado de sucessão e que não vem sofrendo perturbações. A maior abundância em epífitas, tanto em quantidade quanto em riqueza, é observada nas florestas das encostas mais íngremes na porção baixa do vale do rio Itajaí do Norte as quais se encontram em ótimo estado de conservação. Nesta região existem árvores densamente povoadas por comunidades epífitas. Dentre as mais comuns estão: Philodendron bipinnatifidum e P. loefgrenii, dentre as aráceas; Aechmea caudata, A. cylindrata, Bilbergia nutans, Nidularium innocentii, Tillandsia geminiflora, T. tenuifolia, T. usneoides, Vriesea gigantea, V. platynema e V. vagans, dentre as bromeliáceas; Lepismium cruciforme, L. houlletianum e L. lumbricoides, dentre as cactáceas; Campyloneurum nitidum, Microgramma squamulosa, Polypodium siccum, Pleopeltis pleopeltifolia e Serpocaulon catharinae, dentre as polipodiáceas. Além destas são abundantes as espécies das famílias Orchidaceae e Piperaceae (Figs. 3.37 a 3.40). Dentre as lianas ou trepadeiras, podem ser citadas guaco (Mikania glomerata), pente-demacaco (Pithecoctenium crucigerum) e japecanga (Smilax campestris), além de várias outras espécies das famílias Sapindaceae, Fabaceae, Hippocrateaceae e Dioscoreaceae. A composição do estrato herbáceo terrestre das florestas é bastante variável de acordo com as condições ambientais de cada trecho da RTRC. No interior das florestas mais conservadas e densas, sobretudo no terço inferior das convergências hídricas, formam-se com frequência populações densas de Ctenanthe spp. Ainda nestes ambientes sombreados e úmidos podem ser encontradas Corymborchis flava, Aspidogyne kuczynskii, Piper mikanianum, P. xylosteoides, Adiantum raddianum, Diodia brasiliensis, Blechnum sampaioanum, Pleurostachys spp., Bertolonia mosenii, Pilea astrogramma e Anemia phyllitidis, dentre outras (Figs. 3.41 a 3.45). Nos trechos onde existe uma maior insolação através do dossel são comuns os grupos de melastomatáceas como Leandra australis, L. dispar e L. xanthocoma. Em clareiras e trechos que sofreram intervenções de exploração forma-se a cobertura herbácea de pioneiras com destaque para Rynchospora sp.. Também são comuns Pteridium arachnoideum, Baccharis articulata, B. trimera e Buddleja brasiliensis. Por fim, é notável a ocorrência de Cereus hildmannianus e Bromelia balansae sobre os paredões rochosos (taipas). 27 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Fig. 3.30: Tucum (Bactris setosa) (Foto: C.T.Blum) Sociedade Chauá, 2013 Fig. 3.31: Guaricana (Geonoma schottiana) (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.32: Cyathea atrovirens (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.33: Leandra fragilis (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.34: Piper hispidum (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.35: Mollinedia clavigera (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.36: Rubus brasiliensis (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.37: C.T.Blum) Philodendron bipinnatifidum (Foto: 28 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 Fig. 3.38: Nidularium innocentii (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.39: Vriesea vagans (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.40: Polypodium siccum (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.41: Ctenanthe lanceolata (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.42: Corymborchis flava (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.43: Anemia phyllitidis (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.44: Aspidogyne kuczynskii (Foto: G.Woehl Jr.) Fig. 3.45: Pleurostachys gaudichaudii (Foto: C.T.Blum) 29 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro 3.2.9 Sociedade Chauá, 2013 Fauna O presente capítulo apresenta de forma resumida os resultados dos levantamentos de avifauna e mastofauna da RPPN Corredeiras do Rio Itajaí (SOCIEDADE CHAUÁ, 2008), área protegida muito próxima à RPPN Taipa Rio do Couro, a menos de 300 m a sudoeste, na margem oposta do rio do Couro. Os referidos levantamentos foram realizados durante fase de campo em abril de 2008, pelo Ornitólogo Raphael Eduardo Fernandes Santos e pela Mastozoóloga Fernanda Góss Braga. Adicionalmente, foram incluídos novos registros de aves e mamíferos, assim como de herpetofauna, realizados pelo Sr. Germano Woehl Jr., que possui um vasto acervo fotográfico (ou de gravações) e acumulou conhecimento autodidata sobre a fauna da região, tendo apoio de especialistas dos diferentes grupos para a identificação das espécies. 3.2.9.1 Avifauna Durante o inventário realizado pelo Ornitólogo Raphael Eduardo Fernandes Santos (SOCIEDADE CHAUÁ, 2008), foram registradas na região 186 espécies pertencentes a 49 famílias e 20 ordens. Deste 2008 o Sr. Germano Woehl Jr obteve registros fotográficos e/ou de áudio de mais 46 espécies de aves, os quais podem ser acessados em Instituto Rã-bugio (2013). Deste modo, até o momento, 232 espécies de aves foram registradas na região (Lista preliminar das aves registradas na região da RTRC, Anexo 5). Em relação à composição da avifauna ficou nítida a presença de elementos da Floresta Ombrófila Densa em simpatria com aves típicas da Floresta Ombrófila Mista. É importante ressaltar que pesquisas mais detalhadas podem revelar a presença de um número mais elevado de aves. O fato de a área estar inserida em uma região de ecótono entre duas formações florestais certamente favorece a ocorrência de uma riqueza de espécies bastante elevada. Espécies de alto interesse conservacionista (adaptado de SOCIEDADE CHAUÁ, 2008) Dentre o total de espécies observadas, 14 (Nonnula rubecula, Dryocopus lineatus, D. galeatus, Heliobletus contaminatus, Xenops rutilans, Sclerurus scansor, Piprites chloris, Cissopis leverianus, Hemithraupis guira, Euphonia chalybea, Sporophila angolensis, Cyanoloxia moesta, Saltator fuliginosus e Cyanocompsa brissonii) (Figs. 3.46 a 3.49) são consideradas raras em Santa Catarina por Rosário (1996). Provavelmente algumas destas foram consideradas raras devido à falta de informações disponíveis na época. No entanto, algumas destas espécies são mesmo escassas e ameaçadas: Dryocopus galeatus é vulnerável no Brasil e no Mundo; Tinamus solitarius (Fig. 3.50) e Spizaetus tyrannus são quase ameaçadas no Brasil; Procnias nudicollis é vulnerável em nível global; e outras oito são consideradas quase ameaçadas em nível global (Piculus aurulentus, Scytalopus indigoticus, Leptasthenura setaria, Carpornis cucullata, Cyanocorax caeruleus, Thraupis cyanoptera, Amaurospiza moesta e Euphonia chalybea) (Figs. 3.51 e 3.52). Dentre as 46 espécies registradas entre 2009 e 2013 pelo proprietário da RTRC, quatro enquadram-se como quase ameaçadas no Brasil e em nível global: Leucopternis polionotus, Phibalura flavirostris, Anabacerthia amaurotis e Psilorhamphus guttatus. Outras duas espécies são consideradas quase ameaçadas apenas em nível global: Accipiter poliogaster e Spizaetus ornatus (Fig. 3.53). É importante ressaltar que o registro mais importante com relação à avifauna regional foi o do pica-pau-cara-canela (Dryocopus galeatus) (Fig. 3.47), espécie que conta com pouquíssimos registros para o Brasil, cuja biologia é totalmente desconhecida. Seu elevado grau de ameaça (vulnerável) no Brasil e no mundo, bem como nos estados limítrofes Paraná e Rio Grande do Sul (criticamente em perigo) ressalta a importância deste registro, e reforça a ideia de que a RTRC e as áreas protegidas vizinhas possuem um forte potencial conservacionista. 30 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 Fig. 3.46: Dryocopus lineatus (Foto: G.Woehl Jr.) Fig. 3.47: Dryocopus galeatus (Foto: G.Woehl Jr.) Fig. 3.48: Sporophila angolensis (Foto: G.Woehl Jr.) Fig. 3.49: Saltator fuliginosus (Foto: G.Woehl Jr.) Fig. 3.50: Ovo de Tinamus solitarius (Foto: G.Woehl Jr.) Fig. 3.51: Carpornis cucullata (Foto: G.Woehl Jr.) Fig. 3.52: Euphonia chalybea (Foto: G.Woehl Jr.) Fig. 3.53: Spizaetus ornatus (Foto: G.Woehl Jr.) 31 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 Aspectos da avifauna na região da RTRC (adaptado de SOCIEDADE CHAUÁ, 2008) Conforme Sociedade Chauá (2008), a composição avifaunística, assim como a florística, varia conforme diferenças altitudinais e também devido ao grau de interferência antrópica nas comunidades florestais. Foi verificado que um grande número de aves típicas da Floresta Ombrófila Densa (FOD) ocorre no mesmo local com elementos da Floresta Ombrófila Mista (FOM). Na calha do rio Itajaí do Norte as espécies da Floresta Ombrófila Densa são mais abundantes, ao passo que nas partes mais altas as aves da Floresta com Araucária são predominantes. Os trechos de maior altitude apresentam grande quantidade de taquaras (Merostachys multiramea), que forma um ambiente utilizado por várias espécies, principalmente das famílias Picidae, Thamnophilidae e Emberizidae. A cobertura florestal tem potencial para a ocorrência de várias espécies não registradas durante a amostragem expedita de 2008, como alguns gaviões (família Accipitridae), o papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea), a sabiá-cica (Triclaria malachitacea), o saí-depernas-pretas (Dacnis nigripes), além de vários representantes característicos da FOD, como Orchesticus abeillei, Chlorophanes spiza e Malacoptila striata, entre muitos outros. Em relação ao número de espécies por família, as mais representativas foram Tyrannidae, Thraupidae, Furnariidae e Picidae. A presença de um elevado número de espécies das famílias Thraupidae, Furnariidae e Picidae revela uma diversidade de aves florestais que possuem exigências ambientais médias ou elevadas, o que reflete a boa recomposição da floresta na região. A presença de várias aves frugívoras dispersoras de sementes é fundamental para a recuperação destas áreas modificadas e, consequente, manutenção dos ambientes naturais. Quanto à abundância das espécies de aves registradas na área de estudo em 2008, 80 (43%) se mostraram abundantes, 64 (34%) foram consideradas frequentes, 35 (19%) incomuns e 07 (4%) raras. Os dados referentes à dependência de ambientes florestais revelam que grande percentual da avifauna registrada em 2008 depende das florestas durante seus ciclos biológicos (115). O número de espécies que independem é de 56 e as semidependentes totalizam 15. Se for analisada a sensibilidade a distúrbios no hábitat, apenas 57 espécies toleram perturbações, a minoria do total registrado. A maior parte das aves é parcialmente exigente de áreas conservadas (66) ou altamente exigentes (63), enfatizando a importância da conservação deste e dos demais remanescentes florestais do vale do rio Itajaí do Norte. Em relação à sazonalidade das espécies de aves, a maioria registrada em 2008 é residente (145) e utiliza a área de estudo durante todo o ano, reproduzindo-se nela. Algumas espécies são consideradas residente-migratórias ou residentes de verão, e realizam deslocamentos sazonais, se deslocando logo após encerrarem as atividades reprodutivas, indo para áreas mais quentes no Brasil Central ou norte da América do Sul e retornando no início da primavera (33). Apenas uma (01) é migratória, vindo do hemisfério norte e permanecendo na área durante o inverno austral. Para sete espécies os deslocamentos sazonais são indeterminados e não se enquadram seguramente em outra categoria. Com relação à dieta das espécies registradas em 2008, o item mais consumido são os insetos (124 insetívoras). Em seguida estão os frutos (72 frugívoras), o que é importante, pois os frugívoros são importantes agentes dispersores de sementes, sendo responsáveis pela recomposição das florestas em áreas alteradas. As aves que consomem sementes e grãos ficaram em terceiro lugar (47), seguidas pelas aves que se alimentam de vertebrados (27), peixes (10), néctar (06), carne em decomposição (05), vários itens dependendo da oferta no ambiente (05), vegetais verdes (03) e invertebrados que vivem no solo, lodo ou locais arenosos (1). Foi observado que um grande número de espécies consome insetos, e a presença e manutenção destas aves na área também colabora para que algumas pragas que provocam prejuízos agrícolas sejam controladas. 32 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 Foi observado também que várias espécies encontradas na área de estudo em 2008 apresentam alto interesse cinegético (16) ou sofrem forte pressão de captura para criação em cativeiro e/ou tráfico ilegal (26). As espécies que são frequentemente caçadas na região representam 23% de toda a comunidade de aves silvestres. Este valor é alto e, segundo informações dos proprietários e de moradores locais entrevistados, a caça é frequente na área de estudo, significando um grave problema para a conservação de algumas espécies como o macuco (Tinamus solitarius), por exemplo. Informações colhidas com moradores vizinhos indicam que a jacutinga (Aburria jacutinga) ocorria em vários locais do vale do rio Itajaí do Norte e atualmente se encontra extinta na região devido à caça predatória. Segundo os mesmo entrevistados a região é um tradicional sítio de captura de curiós (Sporophila angolensis) e azulões (Cyanocompsa brissonii), que abastecem o comércio ilegal. 3.2.9.2 Riqueza e Descrição dos Mamíferos (adaptado de SOCIEDADE CHAUÁ, 2008) Durante o inventário realizado pela Mastozoóloga Fernanda Góss Braga (SOCIEDADE CHAUÁ, 2008), foram registradas para a região 26 espécies pertencentes a 08 ordens e 17 famílias. Deste 2008 o Sr. Germano Woehl Jr obteve registros fotográficos que confirmaram a ocorrência de algumas espécies e que acrescentaram duas novas espécies à lista (INSTITUTO RÃ-BUGIO, 2013). Deste modo, até o momento, 28 espécies de mamíferos foram registrados na região (Lista preliminar dos mamíferos registrados na região da RTRC, Anexo 6). Esta riqueza corresponde a 75% do registrado por Cherem e Perez (1996) e aproximadamente 18% das espécies ocorrentes no Estado, conforme Cherem et al. (2004). Este inventário preliminar aponta uma riqueza que certamente aumentará com o aumento do esforço de campo e seu direcionamento para grupos não amostrados nesta avaliação, como pequenos roedores, marsupiais e morcegos. Foram consideradas de alto interesse conservacionista aquelas espécies constantes em listas de espécies ameaçadas. Dentre os registros pode-se ressaltar a ocorrência de três mamíferos considerados vulneráveis no Brasil – Puma concolor, Leopardus pardalis, Leopardus tigrinus – e um considerado quase ameaçado: Alouatta guariba (MMA, 2003) (Figs. 3.54 a 3.56). Outras espécies merecem menção por constarem em listas de ameaçadas dos estados limítrofes PR (MARGARIDO e BRAGA, 2004) e RS (FONTANA et al., 2003), são elas: Puma yagouaroundi, Tamandua tetradactyla, Lontra longicaudis, Eira barbara, Nasua nasua, Pecari tajacu, Mazama gouazoubira, Dasyprocta azarae e Cuniculus paca (Figs. 3.57 e 3.61). Aspectos da mastofauna na região da RTRC (adaptado de SOCIEDADE CHAUÁ, 2008) Conforme Sociedade Chauá (2008), as espécies de mamíferos registradas são na grande maioria de alta plasticidade ecológica (65%), o que significa que conseguem se adaptar com facilidade a certos distúrbios do meio. Essas espécies estão presentes tanto em ambientes conservados, quanto em ambientes com diferentes graus de perturbação. Apresentam tempo de desenvolvimento curto, com esforço reprodutivo e mortalidade elevados. São generalistas em relação ao habitat e alimentação, sendo que muitas vezes se beneficiam das atividades de produção existentes na região, principalmente lavouras. Seis espécies (23%) apresentam média plasticidade ecológica e apenas três (12%) se enquadram como de alta plasticidade. 33 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 Fig. 3.54: Puma concolor (Acervo: G.Woehl Jr.) Fig. 3.55: Leopardus trigrinus (Acervo: G.Woehl Jr.) Fig. 3.56: Alouatta guariba (Foto: G.Woehl Jr.) Fig. 3.57: Puma yagouaroundi (Acervo: G.Woehl Jr.) Fig. 3.58: Eira barbara (Foto: G.Woehl Jr.) Fig. 3.59: Nasua nasua (Foto: G.Woehl Jr.) Fig. 3.60: Mazama gouazoubira (Foto: A.Milach) Fig. 3.61: Dasyprocta azarae (Foto: G.Woehl Jr.) 34 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 A presença de espécies mais sensíveis, que requerem amplas áreas com menor grau de alteração como o puma (Puma concolor), a jaguatirica (Leopardus pardalis), o cateto (Pecari tajacu), a paca (Cuniculus paca), a jaguatirica (Leopardus pardalis) e o bugio (Alouatta guariba), por exemplo, evidenciam a importância da área para a manutenção de espécieschave. Considerando os tipos de alimento consumidos, 13 das espécies registradas (50%) consomem frutos e o mesmo número consome invertebrados, nove consomem vertebrados (35%), oito consomem sementes e o mesmo número brotos (31%), seis consomem raízes (23%), três consomem néctar (12%), duas consomem detritos e o mesmo número peixes (8%), e uma espécie consome sangue, assim como pólen (4%). Os resultados apontam uma grande dependência da disponibilidade de frutos pelas espécies de mamíferos que ocorrem na área, o que é importante por dois aspectos: aponta a íntima relação entre as espécies da fauna com a flora e o importante papel da fauna na dispersão de sementes e consequentemente para a manutenção da estrutura da floresta. O alto consumo de invertebrados (principalmente insetos) também evidencia a importância dos mamíferos no combate a proliferação de pragas, incluindo agrícolas e florestais. A utilização de vertebrados na dieta, mesmo de pequeno porte, também foi expressiva, mostrando que a área abriga espécies topo de cadeia, que são fundamentais ao equilíbrio de qualquer sistema natural. 3.2.9.3 Riqueza de Anfíbios e Répteis O Sr. Germano Woehl Jr. vem realizando, desde a aquisição da primeira área, um inventário de anfíbios e répteis existentes na região da RPPN Taipa Rio do Couro. Esta pesquisa vem sendo feita de forma expedita, com base em registros obtidos durante as visitas a campo. Para a identificação das espécies o Sr. Germano consultou especialistas e literatura técnica. A grande extensão da área, aliada ao seu bom estado de conservação e riqueza em ambientes propícios possibilitam a ocorrência de diversas espécies de anfíbios e répteis. Até o momento foram detectadas 38 espécies e 9 famílias de anfíbios. No âmbito dos répteis foram registradas 16 espécies e 8 famílias. As listas preliminares de anfíbios e répteis na região da RTRC são apresentadas nos Anexos 7 e 8. Nas figs. 3.62 a 3.69 a seguir são demonstradas algumas das espécies registradas. Fig. 3.62: Leptodactylus notoaktites (Foto: G.Woehl Jr.) Fig. 3.63: Hylodes perplicatus (Foto: G.Woehl Jr.) 35 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 Fig. 3.64: Eleutherodactylus binotatus (Foto: G.Woehl Jr.) Fig. 3.65: Eleutherodactylus sp (Foto: G.Woehl Jr.) Fig. 3.66: Hydromedusa tectifera (Foto: G.Woehl Jr.) Fig. 3.67: Salvator merianae (Foto: G.Woehl Jr.) Fig. 3.68: Boiruna maculata (Foto: G.Woehl Jr.) Fig. 3.69: Bothropoides jararaca (Foto: G.Woehl Jr.) 3.2.9.4 Ameaças à Fauna Silvestre (adaptado de SOCIEDADE CHAUÁ, 2008) Conforme salientado em Sociedade Chauá (2008), a fauna em todos os ambientes naturais está sujeita a diversos impactos. Alguns deles dizem respeito à própria manutenção do equilíbrio dos ecossistemas como a predação e a competição. No entanto, em áreas alteradas os impactos são maximizados, conforme o grau de perturbação. Áreas antropizadas oferecem impactos distintos à fauna, desde aqueles causados diretamente ao meio, até aqueles causados diretamente a espécies ou à comunidade de maneira geral. De um modo geral, o desmatamento na região de entorno da RTRC ocasiona perda de habitat para muitas espécies, e contribui para seu declínio populacional. A atividade agrosilvipastoril, se conduzida de forma inadequada, provoca impacto diretos e indiretos na fauna através da erosão e da poluição de habitats. Além destes fatores de degradação, o principal fator de impacto observado para as comunidades de fauna é a caça de espécies de interesse cinegético, como o macuco 36 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 (Tinamus solitarius), inambu (Crypturellus obsoletus), uru (Odontophorus capueira), jacu (Penelope obscura), pombas (Patagioenas spp. e Leptotila spp.) e tucanos (Ramphastos dicolorus e R. vitellinus), dentre as aves, e a paca (Cuniculus paca), cateto (Pecari tajacu) e veados (Mazama spp.), dentre outros mamíferos. Vizinhos da RTRC relataram a presença constante de caçadores no interior da floresta, muitas vezes oriundos de centros urbanos próximos, sempre em busca destas espécies com alto valor cinegético, as quais tendem a desaparecer se a caça continuar de forma intensa e frequente. Segundo informações de moradores locais a atividade de caça já extinguiu a jacutinga (Aburria jacutinga) da região e o mesmo pode acontecer com várias outras espécies de aves e mamíferos. A captura de psitacídeos e de passeriformes canoros para criação em cativeiro, assim como para abastecer o comércio ilegal de animais silvestres, é também um sério problema na região, relatado por vários moradores. Foi relatado um caso de venda de macucos capturados na RTRC e negociados na cidade de Itaiópolis. A presença de cães que circulam pela região da RTRC pode afetar expressivamente a fauna de mamíferos pela predação, estando sujeitos a este tipo de pressão principalmente tamanduás (Tamandua tetradactyla), cutias (Dasyprocta azarae), ouriços (Sphiggurus villosus), tatus (Dasypus spp.) e preás (Cavia aperea), além de filhotes de veado (Mazama spp.), de paca (Cuniculus paca) e de carnívoros de pequeno porte. Aves de hábitos terrestres também podem ser afetadas pelos cães. Além disso, cães domésticos em propriedades afastadas geralmente não são vacinados, podendo transmitir doenças, ectoparasitos e parasitos intestinais às espécies de carnívoros silvestres que ocorrem na RTRC (principalmente ao cachorro-do-mato, Cerdocyon thous), cujo impacto na população pode ser irreversível. 3.2.10 Visitação A visitação na RTRC ocorre de maneira muito pouco significativa, resumindo-se aos proprietários, em visitas periódicas de acompanhamento. De maneira irregular a reserva é visitada por invasores que adentram em seu interior para caçar animais silvestres e extrair outros recursos naturais. Por motivos de acesso e pelo fato de existirem outras RPPNs próximas com maior potencial de atrativos, não está prevista visitação na RTRC, sendo a sua maior porção reservada exclusivamente para a proteção da biodiversidade. No entanto, considerando uma eventual mudança neste cenário, descreve-se a seguir as potencialidades de visitação da área protegida. A possibilidade de serem efetivadas atividades de visitação mais direcionadas e com menor intensidade também justificam uma análise das potencialidades da reserva. 3.2.10.1 Potencialidades para visitação A RTRC possui atrativos naturais significativos para justificar atividades de ecoturismo. Belas paisagens naturais, em especial as das imponentes taipas rochosas e do vale do rio do Couro, além da elevada diversidade de flora e fauna, são boas opções de contato primitivo com natureza. Por outro lado, o acesso à reserva ainda é custoso e precário, demandando longa caminhada em relevo íngreme, o que restringe a visitação a pessoas com boas condições físicas e com experiência em caminhadas de trilha. Ressalta-se ainda que o acesso pela estrada da Vontroba, o mais adequado sob o ponto de vista de menor esforço de caminhada, atualmente ainda não é viável para fins de visitação, uma vez que demanda passagem não autorizada por propriedade particular. A rede de trilhas internas da RTRC ainda é demasiado incipiente para apoiar adequadamente um circuito consistente de visitação, sendo necessária ampliá-la. 37 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 É preciso considerar também que o histórico de invasões de caçadores nos remanescentes da RTRC e de seu entorno, assim como a frequência de episódios violentos na região, apontam com um cenário desfavorável à efetivação de visitação nos moldes tradicionais em curto prazo, principalmente pela falta de segurança. Ainda assim, a previsão de implantação futura de um programa de visitação ecoturística na RTRC é justificada pela possibilidade única de se caminhar na base de uma monumental taipa rochosa em meio à vegetação bem conservada, de onde pode-se admirar também belas paisagens do vale do rio do Couro, inclusive de taipas rochosas na margem oposta, já na RPPN Odir Zanelatto. Isto será possível quando os empecilhos de acesso e de segurança forem resolvidos. Um tipo de visitação considerado relevante para a área protegida é aquele com fins de conservação, através do qual a RTRC é apresentada para pessoas que apoiam financeiramente seus programas de manejo e também o plano de ampliação de áreas protegidas no entorno, visando incentivar e demonstrar a importância de seu apoio. No entanto, ainda que se configure como mais esporádica e com grupos menores, esta forma de visitação só poderá ser implementada quando a estrutura básica de apoio aos visitantes for instalada, assim como quando forem efetivados guarda-parques na RTRC. A seguir são descritos com maior detalhe alguns aspectos e potencialidades de visitação da RPPN Taipa Rio do Couro e de seu entorno. 3.2.10.2 Iniciativas educacionais Não existem atividades de educação ambiental no interior da área protegida. Como já abordado nos itens anteriores, o cenário atual de falta de acessos, estrutura e segurança impossibilita este tipo de ação na RTRC. De qualquer forma, diversos projetos e atividades de educação ambiental já foram efetivados pelo Instituto Rã-bugio junto às escolas do município de Itaiópolis, como descrito no item “Iniciativas Favoráveis à Conservação Ambiental no Município”. Desta forma, sendo o Instituto Rã-bugio uma entidade parceira na gestão da RTRC, assim como das demais áreas protegidas que já existem no entorno, existe enorme potencialidade educacional a ser explorada no município e especificamente na região da RTRC, podendo inclusive ser utilizada uma das áreas protegidas do entorno, como a RPPN das Araucárias Gigantes, que possui melhor acesso e maior segurança no cenário atual, para a visitação com fins de educação ambiental. A RTRC pode participar indiretamente dos programas de educação ambiental fornecendo subsídios ao temas abordados, pela sua importância de conservação no contexto regional. 3.2.10.3 Aspectos culturais e históricos O entorno da RPPN Taipa Rio do Couro apresenta um histórico típico observado em toda a região onde se insere. Suas paisagens atuais são o reflexo das atividades econômicas desenvolvidas desde o passado até o presente: a intensa e predatória exploração madeireira e a conversão de florestas em áreas de aproveitamento agropecuário ou silvicultural. Este histórico, do qual felizmente a RTRC foi uma exceção, pode e deve ser abordado na informação de visitantes, se houverem. Da mesma forma, o histórico de defesa e preservação do complexo de áreas protegidas da qual a RTRC faz parte também deve ser constantemente divulgado. 38 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 3.2.10.4 Atrativos Paisagem das taipas rochosas A RPPN Taipa Rio do Couro tem seu nome inspirado na existência de enormes paredões rochosos que afloram na região intermediária de suas encostas. A partir da divisa leste é possível acessar a base da principal taipa rochosa através de uma trilha de 370 m (Figs. 3.70 a 3.72). Se esta trilha for ampliada de forma a contornar toda a encosta, permitirá a visualização de belas paisagens do vale do rio do Couro e de taipas rochosas situadas na sua margem oposta (Fig. 3.73). Fig. 3.70: Paisagem das taipas da RPPN Taipa Rio do Couro (Foto: G.Woehl Jr.) Fig. 3.71: Base da taipa rochosa na RTRC (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.72: Aspecto cênico da Trilha da Taipa na RTRC (Foto: C.T.Blum) Fig. 3.73: Paisagem de taipas da RPPN Odir Zanelatto, avistadas a partir da RTRC (Foto: C.T.Blum) Rio do Couro Outro atrativo relevante da RTRC são as paisagens naturais das margens e do próprio rio do Couro. Este rio oferece belas vistas de corredeiras, lajeados rochosos e florestas bem conservadas. Trata-se de um ambiente propício para a observação de espécies da flora e da fauna, um verdadeiro refúgio da biodiversidade silvestre. No entanto, não existe trilha que explore a potencialidade destas paisagens, atualmente a única forma de se deslocar é pelo próprio leito do rio, o que envolve riscos de quedas e torsões, além de acidentes com trombas d’água. 39 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 3.2.10.5 Perfil de Potenciais Visitantes Os tipos de visitantes que se adequam às características e atrativos da área protegida são: 3.2.11 Visitantes que contribuem financeiramente com os programas de conservação da RTRC e/ou das áreas protegidas do entorno; Grupos de universidades para pesquisas em campo; Grupos de ecoturistas. Pesquisa e Monitoramento Até o momento a única pesquisa realizada na região da RTRC é um inventário de fauna e flora não sistemático que vem sendo conduzido pelos proprietários das RPPNs. Para tal, de forma esporádica e informal vem sendo registrados vestígios e visualizações de plantas, aves, mamíferos, anfíbios e répteis. O registro do raríssimo pica-pau-cara-de-canela (Dryocopus galeatus) durante os estudos do Plano de Manejo da RPPN Corredeiras do Rio Itajaí (Sociedade Chauá, 2008) resultou na publicação de um artigo científico com informações gerais sobre a visualização da espécie (SANTOS, 2008). No entanto, por situar-se em área de contato entre a Floresta Ombrófila Mista e a Floresta Ombrófila Densa, além de abranger comunidades vegetais em bom estado de conservação, a RPPN Taipa Rio do Couro apresenta grande potencial para projetos de pesquisa nos âmbitos da botânica e da zoologia, entre outras ciências naturais. Importantes contribuições ao conhecimento da biodiversidade e também da ecologia de espécies ameaçadas podem ser realizadas através da RTRC. Como exemplo deste potencial aponta-se o estudo que deve ser realizado sobre a ecologia do pica-pau-de-cara-canela (Dryocopus galeatus), que ocorre na área e sobre a qual muito pouco se sabe. Outro aspecto essencial a ser pesquisado é a biodiversidade da comunidade biológica que vive no ambiente das taipas rochosas. Outras linhas de estudos e projetos aconselháveis para área protegida podem envolver temas como controle de espécies exóticas invasoras, fitossociologia de comunidades ecotonais, inventário florístico de longo prazo, inventários faunísticos de longo prazo abrangendo os diversos grupos de animais, botânica de famílias complexas, ecologia de espécies ameaçadas de extinção, monitoramento da fauna e outros. 3.2.12 Ocorrência de Fogo Segundo informações coletadas no entorno da área protegida, há décadas atrás ocorreu um incêndio dentro da RPPN Taipa do Rio Itajaí (a 2.600 m da RTRC), que se espalhou pelas comunidades vegetais iniciais que colonizavam uma área de deslizamento nas proximidades de uma antiga estrada. Desde então não há ocorrências de incêndios na região. No entanto, existem registros de queimadas controladas no entorno da RTRC, principalmente na margem direita do rio Itajaí do Norte, o que aponta para o risco de incêndios acidentais a partir de propriedades vizinhas. As áreas mais elevadas da RTRC são mais suscetíveis a incêndios, por estarem mais próximas da atividade antrópica de confrontantes. Nas encostas inclinadas e calha do rio do Couro a vegetação densa e a própria existência dos rios reduz bastante o risco de incêndios. A época em que a vegetação se encontra suscetível a incêndios é principalmente no inverno, quando as chuvas são mais escassas. 3.2.13 Atividades desenvolvidas na área protegida Atualmente não existe visitação formal nem tampouco atividades de educação ambiental dentro da área protegida. 40 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 Atividades de fiscalização e proteção como rondas de averiguação nas divisas e manutenção trilhas não são realizadas até o momento na RTRC. De forma eventual e esporádica os proprietários fazem incursões na área protegida e no seu entorno, as quais por vezes resultam na detecção de crimes ambientais como desmatamento e caça. Os crimes constatados tem sido sempre denunciados pelos proprietários da RTRC, junto aos órgãos ambientais responsáveis. 3.2.14 Sistema de Gestão A RTRC é gerida pelos seus proprietários, com apoio do Instituto Rã-bugio. A área protegida não conta ainda com um conselho consultivo. 3.2.15 Pessoal O complexo de RPPNs contíguas do qual a RTRC faz parte não possui nenhum funcionário contratado em dedicação integral para as atividades de manejo. Ações esporádicas de fiscalização, proteção, registros de fauna e acompanhamento em visitas eventuais vem sendo realizadas por um morador da região, com dedicação parcial. Tendo em vista a grande amplitude do conjunto de RPPNs, e as fortes pressões predatórias no entorno, o ideal seria a contratação de pelo menos dois funcionários que deverão dedicar-se de forma integral prioritariamente às atividades de fiscalização e proteção, além de outras referentes ao manejo da área protegida. 3.2.16 Infraestrutura Edificações e Estrutura Não existe nenhuma edificação na RTRC e nem tampouco nas demais RPPNs contíguas. No entanto, está prevista a instalação de uma sede geral próxima à RPPN das Araucárias Gigantes, em área já adquirida, propícia para a construção de uma sede administrativa e de alojamentos para apoiar atividades de manejo e visitação no complexo de RPPNs. O local previsto para a construção da Sede Geral fica a 25,8 km da RTRC, considerando o acesso pela estrada da Vontroba. Considerando um trajeto mais curto através de caminhada pelo vale do rio Monjolo – atualmente sem trilha – esta distância cai para cerca de 3.000 m. Cercas Não existem cercas nas divisas da propriedade, pelo fato de que a maioria dos limites atravessa terrenos muito acidentados cobertos por floresta densa, ou é materializada pelo rio do Couro. A implantação de cercas não é recomendada nos trechos onde a RTRC mantem conectividade com outros remanescentes florestais. Caso julgue-se necessário para evitar invasão de animais domésticos e inibir a invasão de caçadores pode ser instalada cerca em parte da divisa leste, onde a área protegida confronta áreas antropizadas. Sinalização Existem apenas algumas poucas placas de advertência na área protegida. Sistema de Circulação e Acessos O sistema de circulação na área protegida é bastante incipiente. A única trilha existente é na verdade uma picada precária aberta para acessar uma grande taipa rochosa na porção mediana da área protegida. Esta trilha inicia na propriedade vizinha a leste nas proximidades da divisa e segue por cerca de 370 m na direção oeste, até a extremidade da taipa rochosa. É importante destacar que não existe acesso motorizado até a divisa da RTRC, sendo que por qualquer acesso é necessário caminhar para alcançar a área protegida. 41 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro 3.2.17 Sociedade Chauá, 2013 Equipamentos e Serviços Não existem equipamentos e serviços disponíveis na RTRC atualmente. A área protegida não é atendida por linha de energia elétrica e também não possui cobertura de telefonia celular. 3.2.18 Recursos financeiros Os recursos financeiros para manejo da RTRC provém essencialmente de seus proprietários. Uma iniciativa de captação de recurso financeiro relacionada a RTRC e para a conservação de seu entorno é o Programa “Neutralize seu Carbono para Salvar o que Resta da Mata Atlântica”, criado pelo Instituto Rã-bugio. Através desta campanha qualquer pessoa, interessada em contribuir na conservação da biodiversidade e para a neutralização de carbono, pode participar doando uma quantia financeira acima de R$ 50,00. As doações são acumuladas até atingir o valor mínimo necessário para a compra de áreas no entorno da RTRC, para ampliar a área protegida. A RPPN Corredeiras do Rio Itajaí, que situa-se 300 m a sudoeste da RTRC, veio recebendo nos últimos cinco anos recursos financeiros para seu manejo de conservação através do termo de cooperação firmado entre o HSBC Corretora de Seguros S.A., a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental - SPVS e os proprietários, por intermédio do Programa de Desmatamento Evitado, gerenciado pela SPVS. Através desse programa, uma quantia mensal é repassada para investimento na área. Mecanismos de captação de recursos como este podem ser utilizados também no levantamento de fundos para subsidiar a gestão e manejo da RTRC. Editais de financiamento para conservação também devem ser buscados. 3.2.19 Formas de Cooperação O Instituto Rã-bugio é a principal instituição parceira da RPPN Taipa Rio do Couro, participando de sua gestão e viabilizando formas de captação de recursos para seu manejo de conservação. Como já relatado no item anterior, a SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental) foi parceira na gestão da área vizinha RPPN Corredeiras do Rio Itajaí durante o período de convênio referente ao Programa de Desmatamento Evitado. Outras parcerias com instituições de ensino e pesquisa, assim como outras organizações conservacionistas, devem ser fomentadas. Trata-se de procedimento fundamental para que mais projetos conservacionistas possam ser desenvolvidos, desde que pautados na conservação dos ecossistemas nativos e valorização da área protegida. Na medida do possível, havendo um cenário político favorável, podem também ser buscadas parcerias com a prefeitura municipal de Itaiópolis. 3.2.20 Comunicação e Relações Públicas Uma importante ferramenta para a conservação da RTRC é a comunicação. Através da divulgação de sua existência, das ameaças existentes, e principalmente de seu elevado valor ecológico, é possível sensibilizar as autoridades, conscientizar grande parte da sociedade e até mesmo obter apoio de diversas formas. Os proprietários da RTRC vêm realizando importantes avanços no âmbito da comunicação e divulgação do complexo de RPPNs do qual ela faz parte. Matérias sobre seu histórico de aquisição e conservação, assim como suas lutas contra crimes ambientais na região vem sendo veiculadas em revistas e colunas de sites ambientais, entre outros. Destacam-se os seguintes artigos: “Eles estão preservando” (MANSUR, 2008); “Salvaremos a Mata Atlântica?” (WOEHL JR, 2008a); “Comprar para preservar resolve?” (WOEHL JR, 2008b); e 42 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 “A Arca dos Woehl” (CRUZ, 2008). Uma breve descrição sobre as principais características das RPPNs que constituem o complexo de áreas protegidas também é disponibilizada no site do Instituto Rã-bugio. Por fim, diversas notícias relevantes sobre as RPPNs tem sido veiculadas no blog “Defensor da Natureza” (http://ra-bugio.blogspot.com.br/). 3.3 Possibilidade de conectividade Unidades de Conservação Num raio de cerca de 50 km em torno da RPPN Taipa Rio do Couro existem 12 unidades de conservação oficialmente criadas (Tabela 3.3), sendo uma de proteção integral, sete RPPNs e outras quatro de uso sustentável (Mapa de Conectividade, Anexo 9). Tabela 3.3: Unidades de Conservação num raio de 50km no entorno da RPPN Taipa Rio do Couro. Unidade Categoria Área (ha) Município RPPN Odir Zanelatto Uso sustentável 212,07 Itaiópolis RPPN Corredeiras do Rio Itajaí II Uso sustentável 79,05 Itaiópolis RPPN Corredeiras do Rio Itajaí Uso sustentável 332,92 Itaiópolis RPPN Refúgio do Macuco Uso sustentável 36,3 Itaiópolis RPPN das Araucárias Gigantes Uso sustentável 55,73 Itaiópolis RPPN Raso do Mandi Uso sustentável 54,34 Itaiópolis RPPN Taipa do Rio Itajaí Uso sustentável 23,12 Itaiópolis Reserva Biológica Estadual do Sassafrás Proteção integral 6.972 Doutor Pedrinho Benedito Novo ARIE Serra da Abelha/ Rio da Prata Uso sustentável 4.604 Vitor Meirelles APA Municipal Represa do Alto Rio Preto Uso sustentável 16.000 Rio Negrinho APA Municipal Rio dos Bugres Uso sustentável 8.000 Rio Negrinho Floresta Nacional de Três Barras Usos sustentável 4.458,5 Três Barras Como já descrito anteriormente, a RTRC faz parte de um complexo de RPPNs que abrange outras sete reservas contíguas ou muito próximas, todas interligadas por um remanescente contínuo de floresta situado na margem esquerda do rio Itajaí do Norte. A área somada de todas estas RPPNs, incluindo a RTRC, resulta em 849,51 ha. A unidade de conservação mais próxima do complexo de RPPNs do qual a RTRC faz parte é a Área de Relevante Interesse Ecológico Serra da Abelha/ Rio da Prata, a cerca de 20 km ao sul. Também relativamente próximas, a aproximadamente 35 km, estão a APA da Represa do Alto Rio Preto (a leste) e uma parte da Reserva Biológica Estadual do Sassafrás (a sudeste). O complexo de RPPNs do qual a RTRC faz parte tem concreta possibilidade de conexão com a ARIE Serra da Abelha/ Rio da Prata, a Reserva Biológica Estadual do Sassafrás e a APA da Represa do Alto Rio Preto, através das florestas de preservação permanente (APP) do vale do rio Itajaí do Norte e de seus grandes afluentes, desde que tais florestas encontrem-se bem conservadas ou seja restauradas. Estes corredores devem ser encarados como prioritários em programas de conservação e ações de fiscalização ambiental. 43 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro 3.4 Sociedade Chauá, 2013 Declaração de significância A criação e manutenção de áreas protegidas que resguardem o pouco que restou da Mata Atlântica (no sentido amplo) demonstram comprometimento com o bioma, resultando, de uma maneira local, mas bastante direcionada, na conservação dos últimos remanescentes de suas fitofisionomias na região. Desta forma, a RPPN Taipa Rio do Couro tem sua maior relevância por fazer parte de um complexo de RPPNs que protege extenso remanescente florestal, predominantemente em bom estado de conservação e caracterizado por uma situação de contato entre tipologias florestais, além de seu posicionamento estratégico, bastante favorável no sentido de garantir possibilidades de conectividade em nível regional. A conservação de ecossistemas frágeis como como vegetação de paredões rochosos, florestas ribeirinhas e florestas de encosta sobre solos instáveis também confere importância à área protegida, assim como as nascentes e córregos existentes no seu interior. Por fim, o remanescente da RPPN Taipa Rio do Couro apresenta elevado valor ecológico por guardar populações de diversas espécies ameaçadas de extinção como a canela-preta (Ocotea catharinensis), a canela-sassafrás (Ocotea odorifera) e o xaxim-bugio (Dicksonia sellowiana), dentre as plantas; o pica-pau-de-cara-canela (Dryocopus galeatus), o macuco (Tinamus solitarius) e o gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus), dentre as aves; o bugioruivo (Alouatta guariba), a onça-parda (Puma concolor) e a lontra (Lontra longicaudis), dentre os mamíferos. Adicionalmente, a relevância ecológica da RTRC é confirmada pelo fato de encontrar-se inserida na área prioritária para conservação MA086 – Serra da Abelha/ Santa Terezinha, definida pelo Ministério do Meio Ambiente como de importância biológica e prioridade de ação extremamente altas (MMA, 2007). 44 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro 4 Sociedade Chauá, 2013 PLANEJAMENTO O planejamento de manejo da RPPN Taipa Rio do Couro levou em consideração o fato relevante de que esta área protegida faz parte de um complexo de oito RPPNs contíguas ou muito próximas entre si, todas pertencentes aos mesmos proprietários. Além disso, é preciso considerar que existe a pretensão dos proprietários de adquirir e criar reservas em outras áreas confrontantes às RPPNs já existentes. Considerando este cenário, o plano de manejo foi estruturado visando a execução do manejo integrado do complexo de RPPNs, já que, na prática, se trata da conservação de praticamente um só grande remanescente florestal. Na Fig. 4.1 podem ser observadas as RPPNs já estabelecidas que fazem parte do grande complexo de reservas (Fig. 4.1). Fig. 4.1: Complexo de RPPNs do qual a RPPN Taipa Rio do Couro faz parte (Adaptado de Google Earth, 2013). 4.1 Objetivos específicos de manejo O objetivo geral da RPPN Taipa Rio do Couro é “proteger um remanescente florestal do Bioma Mata Atlântica, conservando seu equilíbrio e biodiversidade através de proteção integral e manejo de conservação”. São objetivos específicos: proteger e viabilizar a conservação de espécies da flora e da fauna ameaçadas de extinção, raras e/ou endêmicas; proteger amostras representativas de ecossistemas naturais do bioma Mata Atlântica; proteger o solo e os recursos hídricos; restaurar áreas perturbadas por antropismos e deslizamentos de terra; restaurar áreas ocupadas por espécies vegetais exóticas invasoras, procedendo a sua erradicação e controle, permitindo a regeneração natural da vegetação original; proporcionar a neutralização de carbono visando atenuar as mudanças climáticas; 45 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro 4.2 Sociedade Chauá, 2013 propiciar a pesquisa científica, dentro das limitações impostas pelo plano de manejo; propiciar a visitação com fins educativos, de conscientização e de ecoturismo; servir como referência de conservação ambiental, estimulando proprietários do entorno a respeitar a legislação ambiental e a seguir práticas conservacionistas; e estabelecer relacionamento com a comunidade do entorno e proprietários das áreas vizinhas, visando potencializar as ações de conservação da biodiversidade na região. Zoneamento O zoneamento da RPPN Taipa Rio do Couro foi realizado através de verificações em campo, tendo como base a planta individual de seu perímetro (dados da matrícula) e imagens de satélites. Foram elaborados dois mapas temáticos: Mapa Base e Mapa de Vegetação. O cruzamento dos dados contidos nestes mapas temáticos, assim como de várias informações relevantes levantadas em campo e resultantes do planejamento de manejo, viabilizou a definição das distintas zonas da RPPN, descritas a seguir e apresentadas no Mapa de Zoneamento (Anexo 9). Tendo em vista a possibilidade de que áreas vizinhas sejam adquiridas e também transformadas em RPPNs, optou-se por não incluir uma zona de transição no presente zoneamento. É importante ressaltar que, durante os levantamentos e a elaboração dos mapas do presente plano de manejo, foi constatado que a medição topográfica que embasou a criação da RTRC apresentou um equívoco na delimitação do curso do rio do Couro na porção mediana da divisa oeste da propriedade. Neste local o rio não possui a curva aguda para leste que foi considerada como limite oficial da RPPN. Deste modo, se for considerado o curso real do rio do Couro, verifica-se que a propriedade apresenta na realidade 37,03 ha. Ou seja, a área real da propriedade da RPPN é 0,73 ha maior do que a área oficial que consta na matrícula e no decreto de criação da RPPN. Este trecho adicional de área foi denominado no zoneamento como Área de Consolidação das Divisas. As zonas definidas para o manejo da RPPN são descritas nos tópicos abaixo e apresentadas no Mapa de Zoneamento (Anexo 9). 4.2.1 Zona Silvestre É aquela que contém as áreas melhor conservadas, sendo a maior parte de floresta no estágio avançado da sucessão. Destina-se essencialmente à conservação da biodiversidade e à proteção de trechos com fragilidade ambiental. Funciona como reserva de recursos genéticos silvestres, onde são permitidos: pesquisas que não perturbem as comunidades biológicas, estudos, monitoramento, proteção e fiscalização. Nesta zona a única infraestrutura permitida é aquela destinada à sua proteção e fiscalização, como: aceiros, cercas, trilhas de fiscalização e torres de observação. Essa zona situa-se na porção sul da RTRC, tendo a linha de drenagem do córrego central como seu limite norte. Resguarda nascentes, encostas íngremes e taipas rochosas. 4.2.2 Zona de Proteção Essa zona abrange a maior parte da RTRC, totalizando 46,5% da área total. Contém remanescentes relativamente conservados, mas que já receberam um certo grau de intervenção humana, com predomínio de florestas no estágio médio da sucessão, existindo trechos de florestas no estágio avançado. São permitidos pesquisa, estudos, monitoramento, proteção, fiscalização e visitação de baixo impacto. A implementação de infraestrutura é permitida, desde que estritamente voltada para o controle e a fiscalização, como: guaritas, alojamentos para guardas-parque, aceiros, cercas, portão de entrada, trilhas de fiscalização e torres de observação. Pode-se admitir visitação de baixo impacto, turismo científico e observação de vida silvestre através de trilhas rústicas, sem infraestrutura e equipamentos facilitadores. 46 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 Essa zona engloba toda a porção norte da RTRC (com exceção dos trechos de Zonas de Visitação e Recuperação), tendo como limite sul a linha de drenagem do córrego central. 4.2.3 Zona de Visitação Constitui-se de áreas naturais com potencial paisagístico, atrativos e localização estratégica que justifiquem a visitação, onde se permite o uso indireto dos recursos, com alguma alteração humana. Destina-se à conservação e às atividades de visitação, em especial aquelas que envolvam educação e conscientização ambiental. Além destas, são também permitidos turismo científico e ecoturismo. Nesta zona é permitida a instalação de infraestrutura, equipamentos e facilidades como: trilhas, mirantes rústicos e trilhas suspensas, sempre buscando adotar alternativas e tecnologias de baixo impacto ambiental. A zona de visitação foi delimitada de forma a abranger a Trilha da Taipa considerando seu traçado existente e também a ampliação proposta, formando uma faixa de 20 m para cada lado desta trilha. 4.2.4 Zona de Recuperação Esta zona abrange áreas com significativo grau de alteração que necessitam passar por processos de recuperação ambiental. A recuperação poderá ocorrer por processos naturais ou induzida por ações de manejo. A visitação de baixo impacto fica permitida desde que as atividades não comprometam sua recuperação. É temporária, pois, uma vez recuperada, se tornará zona de proteção. A delimitação desta zona abrange toda área com vegetação no estágio inicial da sucessão e também o trecho onde ocorreu o deslizamento de terra, na região centro-leste da RTRC. 4.2.5 Área de Consolidação das Divisas A área de consolidação não se trata especificamente de uma zona, mas sim de uma porção da propriedade que foi deixada fora dos limites da RPPN, mas que na prática pode ser manejada como se pertencesse à área protegida. A matrícula da RPPN delimita essa área na porção mediana da divisa oeste da propriedade. Neste local não existe a curva aguda para leste do rio do Couro que foi considerada como limite oficial da RPPN. Numa ação futura de retificação da matrícula e de georreferenciamento de precisão, fica recomendado que essa área seja consolidada como parte da RPPN. Quando isso se concretizar, a área de consolidação passará a fazer parte da zona silvestre. 4.3 Programas de Manejo Os programas de manejo definem e ordenam as atividades a serem desenvolvidas, regulamentando as estratégias e normas de uso para que os objetivos específicos da RPPN sejam atingidos. 4.3.1 Programa de Administração 4.3.1.1 Sistema de Gestão da Área Protegida Objetivo: gerir a área protegida de forma adequada dentro de diretrizes conservacionistas. Atividades e Normas: I. Delineamento geral das atividades: A RPPN Taipa Rio do Couro será gerida pelos seus proprietários, em parceria contínua com o Instituto Rã-bugio. Caso se julgue necessário, poderá ser criado um conselho gestor para tornar mais efetivo o manejo de conservação da área protegida, ainda que os proprietários sejam soberanos na aprovação das ações a serem implementadas na área protegida. As regras a serem seguidas para efetivação de qualquer atividade são listadas abaixo: 47 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro a) conformidade com a legislação ambiental; b) comprometimento com a causa conservacionista; c) aprovação pelos proprietários; e d) conformidade com o plano de manejo da RTRC. Sociedade Chauá, 2013 II. Manual de Procedimentos da Área protegida: Com base no zoneamento, diretrizes e programas que constituem o plano de manejo, deverá ser elaborado um breve manual de procedimentos, de caráter didático e prático, o qual será diariamente utilizado nas atividades de manejo da área protegida. Na medida em que todas as RPPNs do entorno da RTRC tenham seus Planos de Manejo elaborados, é desejável que seja elaborado um manual de procedimentos para todo o complexo de RPPNs, que será gerido de forma conjunta. III. Infraestrutura e logística: Tendo-se em vista as atividades de manejo de conservação a serem desenvolvidas na RPPN, estão previstas as seguintes demandas: a) Georreferenciamento de Precisão Para que a RTRC possua uma delimitação precisa, em atendimento a Lei Federal 10.267 de 28/08/2001, faz-se necessária a efetivação de medições com suporte geodésico, atendendo a precisão posicional exigida na regulamentação da nova legislação. Adicionalmente, deverá ser realizada a retificação da matrícula da propriedade, no sentido de incorporar a porção territorial que ficou de fora dos limites oficiais da RPPN. b) Obras e Adequações Logísticas: b.1) Casa-sede externa aos limites da RTRC: está prevista a construção de uma casa-sede que atenderá a todo o complexo de RPPNs da região, a qual será implantada em terreno próximo à RPPN das Araucárias Gigantes, cerca de 25,8 km (via estrada da Vontroba) ou 3 km (via caminhada pela Trilha do Monjolo, cujo traçado atualmente ainda não foi implantado) da RPPN Taipa Rio do Couro. A referida casa sede funcionará como centro de administração e de recepção de visitantes. Sua estrutura básica deverá contar com uma sala, uma cozinha, pelo menos dois banheiros, um refeitório e seis quartos. Maiores especificações são dadas no capítulo “Diretrizes para Conservação do Complexo de Áreas Protegidas”. b.2) Outras edificações: além da casa-sede externa, no cenário atual a RTRC não necessita de edificações para suportar seus programas de manejo. No entanto, caso futuros usos demandem alguma eventual edificação como um abrigo para guardasparques e/ou pesquisadores, deverão ser seguidas as recomendações a seguir: - Recomendações para as obras: as edificações devem possuir padrões de arquitetura que se harmonizem com o ambiente natural; os materiais utilizados nas construções deverão ser provenientes de empresas com certificação ambiental, visando a conservação dos recursos naturais; a madeira utilizada deverá ser tratada para aumentar sua durabilidade frente a umidade e organismos que a degradem; as obras devem primar pela otimização dos recursos naturais, como: aproveitamento otimizado de luz natural, energia elétrica, captação de água da chuva, aproveitamento da gravidade para abastecimento de água, e reutilização de água, entre outros; 48 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro c) Sociedade Chauá, 2013 se porventura houver a demanda de edificações para a RTRC, estas só poderão ser instaladas nas zonas de proteção, visitação ou recuperação, sendo necessário que seu projeto e local sejam submetidos à avaliação de viabilidade por um profissional da área ambiental; e é proibida a implantação de edificações dentro de áreas de preservação permanente. Manejo de Trilhas: Para a efetivação dos programas de manejo da RTRC, é de vital importância a manutenção de um sistema de circulação adequado. As principais ações são descritas abaixo. No capítulo Projetos Específicos são detalhadas informações necessárias ao manejo de trilhas. c1) Manutenção do trecho existente da Trilha da Taipa: por se tratar do único acesso atual ao interior da RTRC, é essencial a sua adequação e manutenção. c2) Implantação de outras trilhas: para viabilizar o acesso adequado aos atrativos da RTRC e também a conexão via vale do rio Monjolo, são propostos dois traçados novos de trilhas para a área protegida: I) continuação da Trilha da Taipa contornando a base do paredão rochoso de forma a estabelecer um traçado circular; II) criação de uma derivação da Trilha da Taipa que permita acesso pelo vale do rio Monjolo, que será denominada Trilha do Rio Monjolo. - Recomendações para instalação e manejo de trilhas: d) os planejamentos, análises de sítio, modificações e implementações de novos traçados devem ser supervisionados por técnico da área ambiental, preferencialmente com experiência em conhecimentos sobre fragilidade ambiental e implantação de trilhas; todos os pontos onde as trilhas cruzam drenagens, permanentes ou intermitentes, deverão ser equipados com bueiros ou pontes adequadas utilizando material resistente que não seja oriundo das comunidades vegetais nativas; e a instalação e o manejo de trilhas deverá seguir as determinações do item “Manejo de Trilhas” no capítulo “Projetos Específicos”. Sinalização: Tendo em vista a forte pressão de caça e de extração de recursos no interior da área protegida, uma sinalização consistente é a primeira medida necessária para intimidar os infratores. Deste modo, faz-se necessária a instalação de placas de advertência e de sinalização, adotando-se formato padrão. d.1) Placas de Advertência: deverão ser instaladas em todas as divisas, em pontos estratégicos, nos trechos onde se verifica maior risco de incêndios, maior tráfego de pessoas e/ou maior probabilidade de invasão da área protegida. Estas placas deverão apresentar o nome da RTRC e indicar a proibição de entrada, de caça, pesca e coleta de qualquer material no seu interior, sob pena de apreensão e multa, por tratar-se de crime ambiental. d.2) Placas Informativas: deve ser instalada ao menos uma placa na entrada da propriedade com informações básicas sobre a RPPN (nome, área, resolução de criação, etc). Recomendações para a sinalização: definir modelo e tamanho padrão para as placas da área protegida; optar por um tamanho que permita a visualização à relativa distância, mas que não prejudique a qualidade paisagística geral da área protegida; 49 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro e) Sociedade Chauá, 2013 as placas de advertência afixadas em troncos de árvores, devem ser instaladas da forma menos agressiva possível, sendo proibida a fixação por arame no entorno do tronco, que pode acarretar seu estrangulamento; placas informativas devem ser afixadas em palanques próprios; e todas placas devem ser afixadas em locais com boa visibilidade, de diversos ângulos de visão, e preferencialmente a uma altura fora do alcance de vândalos. Cercas e divisas: A RTRC possui uma situação bastante diferenciada no que se refere ao uso de cercas. As suas divisas atravessam terrenos muito acidentados cobertos por floresta densa, ou são materializadas pelo rio do Couro. Além disso, a implantação de cercas na maior parte das divisas secas não é recomendada pois existe a possibilidade de que áreas vizinhas possam ser adquiridas e transformadas em RPPNs. Deste modo, somente será necessária a instalação de cercas caso seja detectada invasão de gado na propriedade. Caso estas invasões de gado sejam constatadas, recomenda-se implementar apenas trechos relativamente curtos de cercas, em locais onde as trilhas e a declividade mais amena permitiriam a circulação de gado. Recomendação para as cercas: f) na eventual implantação e manutenção de cercas deverão ser utilizados apenas palanques de concreto, plástico (madeira plástica) ou eucalipto tratado, sendo vedado o uso de madeira nativa; todas as cercas da RPPN deverão manter um padrão de, no máximo, seis fios, sendo que os dois fios inferiores devem ser obrigatoriamente de arame liso; e deverá ser realizada roçada periódica (no mínimo anual) das divisas onde forem instaladas cercas, para facilitar seu monitoramento e manutenção. Estradas e Acessos: A RPPN não necessita nem comporta, devido ao seu relevo íngreme, estradas em seu interior. No entanto, para que o acesso externo até a entrada da RTRC seja viabilizado dentro de limites aceitáveis para a segurança e conservação ambiental, deve ser formalizado acordo com os proprietários confrontantes para a utilização das estradas e caminhos rurais de acesso à RTRC. De qualquer modo, o acesso final será sempre por caminhada. Recomendações para as estradas e acessos: g) não será permitida a implantação de estradas no interior da RTRC; as adequações e ações de manutenção nos acessos externos devem ser feitas aplicando-se técnicas de baixo impacto e em concordância com os confrontantes; deverão ser mantidas e/ou construídas valas de drenagem nos acesso externos; e os focos erosivos dos acessos externos devem ser controlados, recuperados e monitorados. Coleta e Destinação de Resíduos Sólidos: Tendo em vista o baixo fluxo de pessoas previsto no interior da RTRC não haverá, num primeiro momento, grande produção de resíduos sólidos. Caso este cenário se modifique, serão necessários alguns cuidados com o lixo que possa ser produzido no local. Os resíduos deverão ser armazenados em recipientes adequados como tambores plásticos ou de fibra, que possam ser fechados. O lixo deverá ser separado em reciclável, não reciclável e orgânico (este último deverá ser destinado na própria RPPN, desde que não contenha sementes de espécies invasoras). Os resíduos recicláveis e não recicláveis deverão ser 50 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 retirados periodicamente e levados a locais apropriados. O lixo reciclável deverá chegar a usinas de reciclagem e o lixo não reciclável deverá chegar em aterro sanitário. Os mesmo cuidados devem ser seguidos para a casa-sede externa que atenderá a todo o complexo de RPPNs. f) Tratamento de efluentes: Com já mencionado, não existe necessidade atual de implantação de edificações na RTRC. Com isso, a preocupação com tratamento de efluentes não é necessária no interior da RPPN. No entanto, a casa-sede externa que atenderá todo o complexo de RPPNs deverá estar equipada com um sistema de tratamento de efluentes, conforme descrito no capítulo “Diretrizes para Conservação do Complexo de Áreas Protegidas”. i) Sistema de comunicação por rádio: Considerando a extensão da RTRC e do complexo de RPPNs do qual faz parte, é essencial a implementação de um sistema eficiente de comunicação por rádio HT, para que eventuais emergências possam ser atendidas de forma ágil e eficaz. O sistema de comunicação por rádio é de vital importância para as atividades de fiscalização e proteção da área protegida. j) Segurança e Primeiros socorros: Para que todas as atividades de conservação e manejo da área protegida sejam conduzidas com segurança, é necessário: IV. a) capacitar funcionários em práticas de primeiros socorros e definir uma rotina emergencial de salvamento e transporte de feridos para o hospital mais próximo; funcionários, pesquisadores ou visitantes deverão sempre utilizar equipamentos de proteção individual, adequados a cada atividade, quando em atividade externa; e deverá ser mantido um kit de primeiros socorros com as equipes que estiverem no interior da área protegida, e outro kit na casa-sede do complexo de RPPNs. Ambos kits deverão ser periodicamente repostos. Recursos humanos: O manejo adequado da RTRC e do complexo de RPPNs do qual ela faz parte depende da dedicação integral de, no mínimo, um funcionário. O funcionário deve ser treinado e orientado para exercer todas as funções executivas descritas no presente plano de manejo. Considerando as demandas de manejo de todo o complexo de RPPNs, é prudente salientar que seria ideal pelo menos dois funcionários para realizar adequadamente todas as atividades de manejo necessárias. É recomendável que o(s) funcionário(s) participe(m) de cursos específicos para formação de guarda-parques e que dominem procedimentos de fiscalização, manutenção de trilhas, acompanhamento de pesquisadores, reconhecimento e controle de espécies exóticas invasoras, combate a incêndios e primeiros-socorros, entre outros. Atividades no período diurno: Durante o dia, o funcionário deverá se dedicar integralmente às demandas dos programas de manejo da área protegida, com enfoque especial nos que envolvem fiscalização, proteção e recuperação ambiental. b) Atividades no período noturno: Durante a noite o funcionário será responsável pela vigília da casa-sede do complexo de RPPNs, fazendo também eventuais fiscalizações noturnas (sempre acompanhado). 51 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro c) Sociedade Chauá, 2013 Atividades e demandas adicionais: Atividades além da demanda rotineira da área protegida deverão ser consideradas adicionais e os custos deverão ser remunerados pela parte que gerou a demanda (proprietário ou parceiros). Para determinados serviços de manutenção poderão ser contratados mais funcionários para auxiliarem os funcionários fixos. Caso a pressão de caça e a ameaça de intervenções violentas se intensifiquem no complexo de RPPNs, pode ser estudada a contratação de funcionários especializados no ramo da segurança. 4.3.2 Programa de Fiscalização e Proteção 4.3.2.1 Fiscalização da Área Protegida Objetivo: Detectar e evitar atividades que não estejam em conformidade com aquelas permitidas no plano de manejo e que tragam degradação ambiental como caça, pesca, coleta, invasões, incêndios e outros. Atividades e Normas: I. Rondas de Fiscalização: A fiscalização constante no interior e no entorno da área protegida é essencial para sua proteção. Durante as rondas devem ser verificados e anotados em diário de campo vestígios da passagem de transeuntes, armadilhas, cevas ou qualquer outra atividade que não seja permitida na área. Armadilhas e vestígios encontrados devem ser levados à sede para constarem como registro. O material necessário para as rondas é: máquina fotográfica, rádio comunicador, facão, uniforme, botas de cano longo e/ou perneiras, caderneta de campo e caneta. O acesso a RPPN Taipa Rio do Couro é difícil, pois o terreno é íngreme. Para tal é indicado que se reserve sempre um dia inteiro de atividade de fiscalização. Em épocas onde se observe maior pressão de invasão e caça devem ser intensificadas as rondas, aumentando a frequência da ronda no percurso completo e nos locais mais visados pelos infratores. Recomenda-se que sazonalmente sejam efetivadas operações conjuntas com a Polícia Ambiental e/ou fiscais do IBAMA ou da FATMA, especialmente para fiscalizar o entorno, inibindo a ação de infratores ambientais. Recomendações para rondas de fiscalização (considerando o complexo de RPPNs): o funcionário deve deixar avisado na sede do complexo de RPPNs (verbalmente ou em quadro de recados) o local onde estará fazendo a ronda, para sua segurança; carregar o rádio comunicador para comunicação com a sede e manter sistema eficiente de comunicação na área protegida. é desejável que as rondas de fiscalização sejam realizadas em duplas; é de vital importância que as rondas sejam efetuadas em horários e trajetos variados ao longo do mês, de maneira que os infratores não consigam detectar uma rotina; os funcionários devem dispor de um meio de transporte ágil e prático (recomenda-se motocicleta ou bicicleta) que permita acesso rápido à área protegida e também rápida evacuação, caso necessário; carregar máquina fotográfica para possíveis registros; manter as trilhas de rondas sempre limpas; verificar a ocorrência de espécies invasoras e já removê-las, quando possível; montar ficha-padrão de ocorrências na área protegida; registrar todas as ocorrências verificadas (visando formar um histórico); e 52 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 estabelecer um procedimento padrão de ação em casos emergenciais como acidentes, detecção de caçadores, um animal ferido ou de um foco de incêndio, principalmente no sentido de agilizar o contato com a Polícia Ambiental ou o Corpo de Bombeiros. II. Monitoramento com câmeras (armadilhas fotográficas): De forma complementar, existe também a possibilidade de instalação de armadilhas fotográficas e filmadoras em pontos estratégicos, para monitoramento de atividades ilegais e também para registros da vida selvagem. 4.3.2.2 Proteção da Área Protegida Objetivo: promover a proteção e manutenção dos remanescentes da área protegida. Atividades e Normas: I. Proteção contra incêndios: A área protegida está sujeita a incêndios nos períodos mais secos do ano, seja por acidentes ou por vandalismo. Desta forma, são necessários os seguintes procedimentos: diálogo com os proprietários vizinhos no sentido de responsabilizá-los também, no engajamento contra queimadas e incêndios; fiscalização constante nas áreas e épocas de maior risco manutenção de aceiros nas áreas de maior risco, caso se julgue necessário; treinamento dos funcionários em cursos de combate a incêndios; aquisição de equipamentos de combate a incêndios: 8 abafadores; 5 enxadas grandes; 2 pulverizadores costais; 5 pás; contato com o Corpo de Bombeiros responsável pela região, intensificado durante as épocas de maior risco; elaboração de plano de emergência no caso de incêndios, que deverá abranger comunicação e ações de controle sistematizadas; e manter sistema eficiente de comunicação na área protegida. II. Sistema integrado de comunicação e ação: é de extrema importância a busca de parcerias e do estabelecimento de diálogo com pessoas e entidades relacionadas direta ou indiretamente à conservação da área protegida. Desta forma, a seguintes diretrizes devem ser seguidas: efetivação de ações de conscientização ambiental da população do entorno, salientando os benefícios indiretos das áreas naturais, a necessidade de conservação do solo, da água e da biodiversidade, a importância das práticas de agroecologia e, principalmente, as penalidades ao descumprimento da legislação ambiental (avaliar a possibilidade de mobilizar a Polícia Ambiental, IBAMA e/ou FATMA a participarem destas ações de conscientização e advertência); busca de parceria com os vizinhos para que estes comuniquem a ocorrência de incêndios (e até auxiliem no seu combate) ou invasões na área protegida; e contato com a Polícia Ambiental e com o Corpo de Bombeiros, tanto pelo proprietário, quanto pelos funcionários e vizinhos. Todos diretamente relacionados à área protegida deverão ter contato contínuo com estas instituições, com o objetivo de reprimir possíveis invasores e manter bom relacionamento entre as partes. 53 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro 4.3.3 Sociedade Chauá, 2013 Programa de Restauração Ambiental 4.3.3.1 Restauração de Florestas Objetivo: permitir os processos de sucessão natural de maneira a facilitar a restruturação de florestas em áreas perturbadas da RTRC. Atividades e Normas: A área definida como zona de recuperação deve ser monitorada e protegida para que sua restauração se dê a contento. Tendo em vista a dificuldade de acesso e a existência de abundantes fontes de propágulos no entorno, não é recomendada a efetivação de plantios de enriquecimento, apenas a condução da regeneração natural. Para tal, indivíduos jovens de espécies arbóreas secundárias e climácicas podem ter seu desenvolvimento acelerado através de roçadas locais que reduzam a competição exercida por gramíneas e outras herbáceas do entorno. Recomendações para a restauração de florestas: as roçadas em torno das plantas jovens de regeneração natural são opcionais e devem ser realizadas de forma cuidadosa para não suprimir outras plântulas de espécies arbóreas, concentrando-se exclusivamente em gramíneas e outras herbáceas anuais; e é desejável que as roçadas sejam feitas ao menos duas vezes por ano, principalmente nos períodos de maior crescimento vegetativo, primavera e verão. 4.3.3.2 Erradicação e Controle de Espécies Exóticas Invasoras Objetivo: Combater o desenvolvimento de espécies exóticas invasoras visando erradicar suas populações ou ao menos mantê-las em níveis controláveis. Atividades e Normas: I. Uva-do-japão (Hovenia dulcis): Todos os indivíduos de uva-do-japão que forem encontrados dentro da RTRC deverão ser anelados, cortados ou arrancados. De acordo com as seguintes normas e procedimentos: o corte deverá ser realizado procurando-se causar o menor impacto possível à vegetação nativa; caso seja usada motosserra, seu operador deverá ser devidamente habilitado e capacitado através de treinamento anterior; todos os funcionários envolvidos deverão estar utilizando os equipamentos de proteção individual necessários às diferentes atividades de erradicação e deverão ser treinados por técnico responsável antes dos procedimentos; a uva-do-japão tem como característica apresentar intenso rebrotamento após anelamento ou corte. Deste modo, faz-se necessária a marcação exata dos locais, de maneira a viabilizar seu monitoramento contínuo e periódico, procedendo desbrotas sucessivas, até que a planta morra por exaustão. além do anelamento ou corte de indivíduos grandes, deverá ser realizada a erradicação sistemática dos indivíduos juvenis, arrancando-os com raiz; e as áreas onde se realizarem procedimentos de controle e erradicação deverão ser periodicamente monitoradas efetuando-se controle de novos indivíduos que porventura apareçam. 54 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 II. Lírio-do-brejo (Hedychium coronarium): Tendo em vista o grande potencial invasor desta espécie herbácea, em especial nos vales úmidos e nas margens de corpos-d’água, é de vital importância que todos seus indivíduos sejam arrancados, evitando sua dispersão para as outras áreas. Para tal, são necessários os seguintes procedimentos: todas as touceiras de lírio-do-brejo deverão ser arrancadas, sendo acondicionadas em saco fechado durante o arranquio; caso as touceiras não apresentem frutos, pode-se abandonar a parte aérea no local e transportar apenas seus rizomas para posterior incineração ou compostagem. Caso os indivíduos apresentem frutos, estes deverão também ser retirados da área protegida; O monitoramento de controle desta espécie deverá ser permanente, tendo em vista a dificuldade de sua erradicação. O arranquio sucessivo de novos indivíduos deverá ser rotina constante durante ações de fiscalização da área protegida; e As áreas onde foram desencadeadas as atividades de erradicação, pela sua especificidade ecológica, devem ser deixadas ao encargo da regeneração natural para restaurarem-se. III. Taiá (Colocasia esculenta), trombeta (Brugmansia suaveolens) e outras: Estas espécies e todas as outras espécies exóticas que se apresentem estabelecidas ou invasoras na RTRC deverão ser erradicadas, por competirem por recursos com a vegetação nativa causando desequilíbrios nos locais onde se estabelecem ou invadem. Deste modo, todos os indivíduos destas espécies que forem encontrados na área protegida deverão ser cortados ou arrancados. Para tal, são necessários os seguintes procedimentos: o corte ou arranquio deverá ser realizado procurando-se causar o menor impacto possível à vegetação nativa; todos os funcionários envolvidos deverão estar utilizando os equipamentos de proteção individual necessários às diferentes atividades de controle e deverão ser treinados por técnico responsável antes dos procedimentos; os locais onde foram cortados ou arrancados indivíduos de espécies exóticas invasoras ou estabelecidas devem ser monitorados periodicamente para a contenção de rebrotas e remoção de novas infestações; e O monitoramento de controle destas espécies deverá ser permanente. Recomendações para a erradicação e o controle de espécies exóticas invasoras: outras espécies com potencial invasor detectadas durante atividades de manejo no interior dos remanescentes naturais ou em áreas de recuperação também deverão ser erradicadas; é necessária licença do órgão ambiental para supressão de vegetação em propriedades rurais, mesmo se tratando de espécies exóticas invasoras; necessário treinamento dos funcionários para reconhecimento das espécies; necessário treinamento para uso da motosserra e corte de árvores; necessário uso de equipamentos de proteção individual em todas as atividades relacionadas; e obrigatório acompanhamento de técnico responsável, nas primeiras fases de procedimentos. 55 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro 4.3.4 Sociedade Chauá, 2013 Programa de Pesquisa Objetivo Geral: geração de conhecimento sobre flora, fauna, conservação ambiental e todas as ciências correlatas, pertinentes na área protegida. Atividades e normas: A seguir são listados alguns dos projetos de pesquisa considerados prioritários para a área protegida. Além destes, outros estudos científicos também poderão ser aceitos e todos deverão seguir os seguintes procedimentos: submeter o projeto à aprovação dos proprietários; solicitar junto ao órgão ambiental competente a autorização para desenvolvimento da pesquisa, quando for caso; respeitar o zoneamento e normas previstas neste plano de manejo; não serão admitidos danos e/ou perturbações a plantas e animais durante as pesquisas; marcar com antecedência a excursão a campo, em acordo com o responsável pela área protegida, bem como solicitar autorização de uso de alguma infraestrutura caso haja tal necessidade; providenciar seguro de vida para eventuais acidentes ocorridos durante a realização da pesquisa; utilizar equipamento de proteção individual (EPI) adequado ao tipo de pesquisa realizado (mínimo necessário: luvas de couro, botas de borracha, perneiras, óculos de segurança); nunca efetuar excursões a campo sem acompanhante (mínimo de duas pessoas); preferencialmente ser acompanhado por um funcionário da área protegida, ao menos nas primeiras visitas de reconhecimento; e fornecer à área protegida, para o estabelecimento de um acervo, uma cópia impressa dos resultados na forma de um relatório, assim como artigos e livros, caso os dados resultantes sejam publicados. Infraestrutura disponível: Atualmente ainda não existe infraestrutura para apoio às atividades de pesquisa. Com a construção da casa-sede de administração do complexo de RPPNs do qual a RTRC faz parte, haverá possibilidade de alojamento paras pesquisadores próximo à RTRC, desde que devidamente autorizado com antecedência pelo proprietário, e que sigam rigorosamente todas as normas internas de uso. A limpeza dos locais utilizados será de responsabilidade do(s) pesquisador(es). Projetos sugeridos: Abaixo são apresentadas as pesquisas básicas necessárias, a serem desenvolvidas prioritariamente na área protegida. Outras linhas também poderão ser desenvolvidas. I. Estudos de Riqueza, Estrutura e Ecologia da Flora na Área Protegida Objetivo: caracterizar qualitativa e estruturalmente os diferentes tipos de vegetação da área protegida Atividades e normas: caracterização fitossociológica das comunidades florestais, abrangendo as diferentes fases sucessionais e enfocando a situação de ecótono; 56 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 estudo da dinâmica florestal através de parcelas permanentes; inventário de quantificação do carbono imobilizado pela floresta; inventário florístico de longa duração, com vistas a abranger a maior parte da flora existente na área protegida; caracterização florística e fitossociológica das comunidades epifíticas; caracterização florística e fitossociológica das comunidades rupícolas, sobretudo nas taipas; estudos taxonômicos dirigidos a famílias botânicas de maior complexidade como Myrtaceae, Melastomataceae, Lauraceae e Orchidaceae, entre outras; estudos de dinâmica populacional e autoecologia de espécies-chave na floresta, assim como de taxa ameaçados de extinção; e todos os projetos deverão seguir critérios científicos e sua execução dependerá de autorização e/ou licença ambiental junto ao órgão competente. II. Estudos sobre a Restauração Florestal Objetivo: avaliar a restauração florestal na RTRC, acompanhando o processo de sucessão ecológica Atividades e normas: implementar estudo da dinâmica de desenvolvimento sucessional da floresta através do monitoramento de parcelas permanentes; e é importante que os estudos tenham um caráter permanente com avaliações periódicas da evolução das áreas. III. Estudos sobre Espécies Exóticas Invasoras na Área Protegida Objetivo: diagnosticar as estratégias e impactos da invasão, além de desenvolver e avaliar métodos de erradicação e controle de espécies exóticas invasoras Atividades e normas: IV. estudos de ecologia da invasão das diferentes espécies invasoras ou estabelecidas na área protegida, avaliando intensidade e formas de dispersão, relações com fauna e flora nativas, e impactos causados; estudos dos métodos de erradicação e controle de espécies exóticas invasoras, assim como análise de sua eficiência e de impactos paralelos; e todos os projetos deverão seguir critérios científicos e sua execução depende de licença ambiental junto ao órgão competente. Estudos de Fauna na Área Protegida Objetivo: estudar os diferentes grupos de fauna existentes na área protegida, caracterizando sua riqueza, biologia e dinâmica Atividades e normas: realização de inventário ornitológico durante pelo menos um ciclo anual completo, visando abranger grande parte da riqueza de aves na área protegida; realização de estudos de ocorrência, estimativa populacional, biologia, comportamento e monitoramento do pica-pau-cara-canela (Dryocopus galeatus) no complexo de RPPNs, para a obtenção de informações que embasem estratégias de conservação da espécie; 57 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro 4.3.5 Sociedade Chauá, 2013 avaliação de outras espécies raras e ameaçadas para verificação de seu status local em todo complexo de RPPNs, subsidiando ações de manejo que viabilizem a conservação das mesmas; inventário da chiropterofauna (morcegos), preferencialmente contemplando todas as estações do ano; inventário de pequenos mamíferos terrestres (marsupiais preferencialmente contemplando todas as estações do ano; e roedores), avaliação das interações entre fauna e flora, para análises de dispersão/predação de sementes, e recrutamento de novas plântulas; inventário e ecologia de répteis e anfíbios; inventário e ecologia da fauna aquática; e avaliação da riqueza e estado de conservação das populações de meliponídeos. Programa de Monitoramento Objetivo: Monitorar a condição e evolução dos recursos naturais da área protegida; verificar o andamento das atividades e programas propostos, avaliando resultados e impactos através de indicadores e metas. Atividades e normas: Desenvolver e aplicar um sistema de monitoramento e verificação da qualidade ambiental, dos impactos das atividades desenvolvidas e da efetividade dos programas propostos na área protegida. Para tal, apresenta-se os seguintes detalhamentos: a) Monitoramento Ambiental: a.1) Instalar réguas de vazão em trechos estratégicos de rios e córregos da área protegida, fazendo leituras e registros periódicos sobre os níveis de água (opcional). a.2) Instalar pluviômetro e sensores de temperatura e umidade relativa do ar na região da casa-sede do complexo de RPPNs para monitorar o clima na região (opcional). a.3) Registrar sistematicamente fenômenos meteorológicos como geadas, grandes tempestades e períodos de estiagem, entre outros. a.4) Avaliar a evolução das comunidades vegetais nos estágios inicial e médio da sucessão, verificando seu desenvolvimento estrutural e ingresso de espécies da flora e da fauna através de monitoramento permanente (opcional). a.5) Implementar monitoramento constante da fauna através de armadilhas fotográficas e/ou esforços de captura periódicos, para avaliar melhorias na capacidade de suporte à fauna da área protegida (opcional). a.6) Registrar aspectos ambientais relevantes durante as atividades rotineiras de fiscalização e proteção, como vestígios de animais, nidificação, frutificação de espécies raras e relações entre fauna e flora de maneira geral, entre outros. b) Monitoramento das Medidas e Programas de Manejo: b.1) Registrar periodicamente, através de fotografias, a área de implementação do Programa de Restauração Ambiental. b.2) Registrar vestígios de caça e extração de outros recursos naturais no interior da área protegida, com local, data e provável origem dos infratores. b.3) Registrar ações de vandalismo aos recursos naturais ou a infraestrutura da área protegida, com local, data e provável origem dos vândalos. 58 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 b.4) Monitorar as áreas de controle e erradicação de espécies exóticas invasoras, quantificando rebrotas e ingresso de indivíduos (também em áreas novas). b.5) Registrar a ocorrência de focos de incêndio dentro e no entorno da área protegida, fazendo breve relato de sua origem e seu desfecho. b.6) Registrar a ocorrência de focos de erosão, assim como avaliar a restauração dos focos remediados em trilhas. b.7) Avaliar as condições das trilhas existentes na área, planejando sua utilização e definindo locais criticamente afetados ou passíveis de erosão. b.8) Registrar a invasão de animais domésticos na RTRC, com data, local e origem. b.9) Monitorar toda a infraestrutura do complexo de RPPNs, relatando degradações e necessidade de manutenções. c) Revisão do Plano de Manejo: c.1) Com base nos indicadores levantados, assim como na experiência adquirida e nos resultados de pesquisas científicas, o presente plano de manejo deve ser periodicamente revisto e readequado; e c.2) A revisão do plano de manejo deve ser realizada em intervalos de cinco anos, de forma a manter a gestão e o manejo atualizados de acordo com os cenários futuros. Recomendações para o monitoramento: 4.3.6 a elaboração de um sistema de monitoramento deve ser feita por um conselho gestor constituído pelos proprietários, instituições parceiras e técnicos habilitados, prevendo-se a análise semestral ou anual, por parte desse conselho, das atividades desenvolvidas; a área protegida deverá contar com um diário onde serão registradas informações gerais resultantes do monitoramento; deverão ser elaboradas fichas específicas de fácil preenchimento para determinados aspectos de monitoramento como no caso do acompanhamento do nível dos córregos, da pluviosidade, da ocorrência de espécies exóticas invasoras, etc.; alguns itens de monitoramento devem ser implementados em parceria com instituições de pesquisa, especialmente aqueles que demandem técnicos com conhecimento específico; detectar impactos e atribuir-lhes parâmetros de intensidade; verificar se a intensidade do impacto não altera a qualidade ambiental da área protegida ou se está interferindo de forma negativa na mesma; definir medidas potencializadoras, mitigadoras ou anular o impacto dentro da área protegida; e ao final do ano, deverá ser elaborado um relatório com resultado do monitoramento. Programa de Comunicação Objetivo: utilizar diferentes formas e meios de comunicação e relações públicas para atingir os objetivos de conservação da área protegida, assim como viabilizar seus programas de manejo. Atividades e normas: estabelecer contato constante com os responsáveis pelo policiamento ambiental na região, favorecendo ações rápidas e efetivas de repressão a possíveis crimes ambientais; 59 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro 4.3.7 Sociedade Chauá, 2013 realizar levantamento de instituições de pesquisa potenciais e estabelecer contato apresentando a área protegida, suas potencialidades e normas de pesquisa, no sentido de fomentar o programa de pesquisa; estabelecer contato com a secretaria municipal da educação, visando estabelecer parceria na educação ambiental das crianças do município; criar uma logomarca do complexo de RPPNs, para ser usada em uniformes, folhetos e outros; criação de um link na rede mundial de computadores, visando divulgar o exemplo de conservação do complexo de RPPNs, além de seus atributos naturais; elaborar um folheto sobre o complexo de RPPNs, para divulgar seus objetivos de conservação e seus programas de manejo; distribuir materiais informativos às prefeituras e moradores do entorno; realizar matérias em jornais e revistas, assim como na TV ou mesmo no rádio; e participar de eventos, redes e fóruns de discussão sobre assuntos ligados a conservação da natureza e educação ambiental expondo o caso da RPPN Taipa Rio do Couro, buscando formas de interação entre iniciativa privada, sociedade civil organizada e proprietários de áreas protegidas. Programa de Visitação A visitação somente poderá ser implementada na RTRC quando forem cumpridas as seguintes premissas: I) implementação do traçado completo da Trilha da Taipa; II) viabilização de acesso autorizado pela estrada da Vontroba; III) redução nas atividades de caça e porte de armas na região, com consequente aumento da segurança dos visitantes. No cenário atual, o programa de visitação é de importância secundária para a RTRC e só será implementado caso os proprietários da área protegida o julguem necessário para os cumprimentos de seus objetivos específicos na eventual mudança de cenário descrita no parágrafo anterior. Assim, caso a visitação seja de fato implementada, ainda que em níveis reduzidos, as diretrizes e normas apresentadas adiante devem ser seguidas com rigor. 4.3.7.1 Visitação para fins de Conservação Objetivo: apresentar a RTRC para pessoas que apoiam financeiramente seus programas de manejo e também o plano de ampliação de áreas protegidas no entorno, visando incentivar e demonstrar a importância de seu apoio. Atividades e Normas: Tendo em vista a elevada quantia de recursos necessária para o manejo de conservação da área protegida, assim como para as ações previstas no seu entorno, é relevante a visitação de apoiadores efetivos ou potenciais para conhecer as áreas com as quais estão ou estarão contribuindo. Para que estas atividades esporádicas decorram na normalidade, devem ser seguidas as seguintes diretrizes: os grupos de visitantes devem ser pequenos e estar obrigatoriamente acompanhados por um responsável pela gestão da RTRC, assim como de um guarda-parque; as visitas deverão se efetivadas apenas por agendamento prévio; manter controle da visitação, por meio de um cadastro; e estabelecer e comunicar regras de comportamento e segurança. 60 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 4.3.7.2 Ecoturismo Objetivo: proporcionar aos visitantes oportunidades recreativas que propiciem integração com o ambiente natural e conscientização ambiental. Atividades e Normas: A RTRC possui atrativos significativos para sustentar atividades de ecoturismo. No entanto, este só poderá ser viabilizado na área protegida quando houver estrutura adequada e principalmente segurança aos visitantes. Enquanto houver dificuldade de acesso, elevada quantidade de caçadores e também registros freqüentes de violência na região, nenhuma atividade de ecoturismo deverá ser efetivada. Caso este cenário se modifique, em longo prazo poderá ser explorado o ecoturismo de baixo impacto com numero controlado de visitantes na zona de visitação da RTRC. Este se configurará em passeios pela Trilha da Taipa e, eventualmente, na Trilha do Rio Monjolo. As atividades deverão ser realizadas somente após serem repassadas orientações de segurança no centro de visitantes (casa-sede de administração do complexo de RPPNs). Dentro das atividades de ecoturismo, serão necessárias as premissas listadas a seguir: 4.3.8 não haverá estruturas facilitadoras para a visitação, sendo permitido apenas o ecoturismo rústico e de baixo impacto; pela dificuldade das trilhas não serão permitidos grupos de crianças, sendo as atividades ecoturísticas recomendadas apenas para jovens e adultos; os grupos de visitantes devem obrigatoriamente estar acompanhados de guia profissional e de um guarda-parque; as visitas deverão se efetivadas apenas com agendamento prévio; manter controle da visitação, por meio de um cadastro; instalar placa informativa sobre os atrativos, contendo informações (medidas de segurança, extensão, tempo de duração, grau de dificuldade, necessidade de supervisão e um croqui para localização); instalar placas de sinalização no percurso desde a localidade de Itaió até a casasede do complexo de RPPNs, indicando a distância ou tempo restante; padronizar todas as placas de modo que se integrem com o ambiente natural; e estabelecer e comunicar regras de comportamento relativas a estacionamento, ruídos, destinação do lixo e outros. Programa de Relacionamento e Conscientização da Comunidade do Entorno Objetivo: criar um relacionamento de respeito e parceria com a comunidade do entorno, conscientizando os moradores sobre as questões ambientais e incentivando o estabelecimento de práticas conservacionistas. Atividades e normas: Atividades que se destinam à disseminação de conceitos conservacionistas na região são: reconhecer as diferenças quanto a habilidades, interesses, necessidades e formas de uso dos recursos naturais entre homens e mulheres, considerando diferentes faixas etárias, classes sociais e etnias, para definir formas e estratégias de aproximação com as populações do entorno da área protegida (IBAMA/GTZ, 2001); identificar parceiros potenciais já simpatizantes com as questões ambientais na comunidade do entorno, que possam ser multiplicadores da causa conservacionista; implementar ação de conscientização ambiental com os simpatizantes identificados, procurando torná-los parceiros da área protegida; 61 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 manter um processo sistemático de conversas informais (por exemplo, uma vez a cada 6 meses) com proprietários e/ou moradores do entorno, visando informá-los sobre o status da área protegida e as razões que levaram à transformação em RPPN, resultados alcançados e atividades realizadas na área; estabelecer um cadastro de informações levantadas sobre as propriedades de entorno durante as conversas informais, visando identificar possíveis pressões à RPPN. Para isso pode ser elaborado um questionário simples para levantamento de dados, que será preenchido durante ou logo após cada conversa, contendo: atividades realizadas atualmente em cada propriedade, atividades planejadas para curto e médio prazo, número de funcionários em cada área, entre outros. realizar periodicamente um almoço de integração entre os principais proprietários e moradores do entorno do complexo de RPPNs. Para essa reunião, deverão ser planejadas, além do almoço em si, apresentações do projeto, das atividades executadas, de resultados das pesquisas realizadas no local, além de atividades de percepção e sensibilização a serem realizadas com os participantes do almoço, que poderão caminhar pelas trilhas implantadas, por exemplo, ou realizar alguns jogos cooperativos, visando disseminar conceitos de conservação e propiciar a reflexão sobre as relações e interações existentes entre a sociedade e a natureza. desenvolver ações educativas junto às escolas do entorno, permitindo o contato indireto com os aspectos relevantes do complexo de RPPNs, viabilizando o entendimento da dinâmica dos ciclos biogeoquímicos, gerando a noção de pertencimento ao meio ambiente, a sensibilização e a compreensão da importância de se conservar os recursos naturais; trabalhar abordagens que gerem interesse e a curiosidade pelo meio ambiente como estratégia de conscientização, evitando argumentos que prezem pela problematizarão, buscando a formulação participativa de alternativas factíveis para os problemas que se apresentarem; realizar exposição com painéis interpretativos nas escolas do entorno para estimular o entendimento da dinâmica e interação/interdependência da fauna e flora na região e a importância da conservação da natureza; desenvolver projetos de educação continuada de alunos e professores sobre a questão ambiental; organizar palestras e cursos educativos para estudantes do entorno, orientando-os na implantação de alternativas de renda compatíveis com a conservação ambiental e salientando a importância de manejar corretamente os recursos naturais; identificar moradores que não possuem nenhuma preocupação ambiental, sendo inclusive infratores por caça, desmatamento e outras atividades ilegais. Viabilizar a visitação com ação educativa destes moradores, que deverá ser realizada pela Polícia Ambiental, por fiscais do IBAMA e/ou da FATMA; e o programa deve também ser implementado na margem direita do rio Itajaí do Norte. Recomendações para o programa de relacionamento com a comunidade do entorno: as conversas devem ser realizadas de forma natural, amigável e sem impor ideias; a coleta de dados deve ser realizada de maneira discreta e transparente, evitando desconfiança e mal entendidos; os materiais elaborados, assim como as apresentações a serem realizadas na reunião de integração, devem ter linguagem simples de fácil compreensão; e as atividades de percepção e sensibilização devem ser realizadas por educador experiente, de maneira a maximizar os resultados a serem alcançados. 62 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 4.4 Projetos específicos 4.4.1 Manejo de Trilhas Com a finalidade de viabilizar a implementação de alguns dos principais programas e medidas de manejo da área protegida é apresentado a seguir o detalhamento do manejo de trilhas da RPPN Taipa Rio do Couro. A trilhas existentes ou potenciais para a RTRC foram avaliadas de acordo com sua posição geográfica e seus aspectos biofísicos, sendo em seguida classificadas por categoria de uso, além de terem listadas suas deficiências e potencialidades. A seguir são descritos princípios e ações a serem seguidas na implantação e no manejo de conservação das trilhas da área protegida, de acordo com Lechner (2006). 4.4.1.1. Princípios Segundo Lechner (2006), é preciso sempre compreender de forma clara os princípios básicos relacionados às trilhas, que são: entender as oportunidades e as limitações da área protegida e da trilha; conhecer os objetivos da área protegida e da trilha; avaliar o local realizando análises do sitio; desenhar mapas, fazer notas para a construção, demarcar traçados; implementar; e monitorar e dar manutenção. 4.4.1.2. Definição do Traçado Ideal A implantação de uma trilha em ambientes naturais de uma área protegida representa uma perturbação que pode trazer relevantes impactos negativos caso aspectos básicos não sejam observados na definição do traçado. O desenho de um traçado é delimitado pelos pontos de controle. Estes são: o ponto inicial, o final, e vários outros intermediários que determinam a direção e as curvas da trilha. Existem duas categorias de pontos de controle intermediários. Os limitantes são aqueles que obrigam a trilha a tomar determinada direção para desviar de áreas frágeis como várzeas, nascentes, trechos demasiadamente inclinados e entorno de rios, entre outros. Os pontos de controle atrativos são os que atraem o traçado da trilha por representarem elementos de interesse para visitantes, como cachoeiras, paisagens e árvores centenárias, entre outros. A topografia deve ser a preocupação central na construção ou readequação de qualquer trilha. A declividade da trilha e a inclinação do terreno possibilitarão a drenagem e a condução de água. No entanto, se a trilha for mal planejada e/ou instalada, a topografia acarretará na erosão excessiva e no desmoronamento da trilha. O escoamento superficial é o caminho percorrido pela água ao descer o terreno, devendo ser observado no planejamento de uma trilha. Se a trilha implantada acumular água, provavelmente será arrancada de sua posição pré-definida quando houver uma chuva muito forte, abrindo valetas na trilha e inviabilizando sua utilização. O acúmulo de água em certos pontos sem o dimensionamento de passagens adequadas pode gerar sulcos e até voçorocas. Isto sem falar na alteração do fluxo hídrico na parte inferior da trilha, o que pode influenciar a dinâmica de fauna e flora. O desenho das trilhas deve manter ou manejar de forma menos impactante possível o escoamento superficial (Fig. 4.2). 63 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 Fig. 4.2: Escoamento superficial no terreno e sobre uma trilha (LECHNER, 2006). A seguir são descritas algumas premissas para a definição de traçados de trilhas: deve ser mantida uma zona-tampão (mínimo de 30 m) entre a trilha e corpos-d’água ou áreas úmidas, para evitar degradação do solo e dos recursos hídricos, assim como perturbações à vida silvestre; evitar travessias de rios, mas, quando necessário, o fazer em ângulos retos e no seu ponto mais estreito; a trilha jamais deve subir perpendicularmente às curvas de nível, devendo ser escolhido um traçado de ascensão variando de paralelo a oblíquo; medir as inclinações dos trechos erodidos em trilhas já existentes, visando obter a informação de uma inclinação máxima aceitável para as trilhas novas e também nas readequações das trilhas antigas; características do solo, do regime de chuvas e da cobertura vegetal também devem ser consideradas na definição da inclinação máxima aceitável; o ideal é que a declividade ótima da trilha represente um terço da inclinação do terreno por onde está passando, no caso de locais com topografia acidentada; prever áreas de descanso a intervalos regulares, as quais deverão apresentar declividades baixas; no caso de utilizar antigas estradas como trilhas, deve-se analisar criteriosamente se o traçado antigo é apropriado, podendo haver desvios da nova trilha, de modo a evitar trechos mal planejados da estrada; e durante a análise de sítio, planejamento e definição do traçado deverão ser utilizados equipamentos como: caderno de notas, câmera, bússola e clinômetro. 4.4.1.3. Componentes Básicos da Trilha Não se pode falar em trilhas sem a adequada identificação de seus vários componentes, representados na Fig. 4.3 e na tabela 4.1 a seguir. 64 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 Fig. 4.3: Terminologia básica das trilhas (adaptado de LECHNER, 2006). Tabela 4.1: Definições e especificações dos componentes das trilhas na RPPN Taipa Rio do Couro. Componente Definição Linha central Centro da trilha Piso Superfície sobre a qual é realizada a caminhada Corredor Espaço do entorno da ocupado pelos caminhantes Inclinação natural Talude superior Borda crítica Inclinação lateral Escoamento superficial Declividade Especificações trilha, Desenho original da encosta cortada pela trilha Parte superior da encosta que foi cortada para a construção da trilha Limite inferior da beira da trilha, oposto ao talude superior Inclinação do piso da trilha no sentido da encosta Padrão de drenagem superficial Inclinação no sentido do traçado da trilha linha de marcação com estacas no caso de implementação de novos traçados 0,8 a 1,2 m de largura retirar o material orgânico compactar o solo homogeneamente 1,40 m de largura 2,5 m de altura o espaço com as medidas acima especificadas deverá ser mantido limpo através de podas e roçadas árvores não deverão ser cortadas procurar manter a mesma inclinação natural no entorno da trilha o talude superior deverá ter inclinação suave para manter estabilidade da trilha não pode ser mais elevada que o piso da trilha recomendado 3% de declividade a trilha não deve formar barreiras para o escoamento da água até 20 % evitar trechos completamente planos 4.4.1.4. Construção ou Readequação de Trilhas Após a análise de sítio e o planejamento criterioso do traçado, deverão ser seguidos os seguintes passos para a construção ou readequação de trilhas (LECHNER, 2006): a) Marcação do traçado: A marcação do traçado geralmente é feita com estacas de madeira ou bambu, ou ainda com fitas coloridas que vão sendo amarradas em galhos e troncos. Deve-se procurar demarcar sempre o que será a linha central da trilha. 65 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro b) Sociedade Chauá, 2013 Limpeza: É o primeiro passo na implantação efetiva da trilha. Na região onde será o seu piso pequenos arbustos e arvoretas poderão ser retirados, assim como a cobertura vegetal herbácea. Árvores deverão ser poupadas, fazendo desvios ou, em último caso, permitindo que componham o próprio traçado da trilha, desde que de forma esparsa. A área do corredor deve ser livre de galhos que impeçam a circulação desimpedida dos pedestres. Os galhos devem ser podados o mais próximo do tronco possível. Xaxins e plantas jovens de árvores ameaçadas de extinção deverão ser transplantados para fora do corredor da trilha, não sendo permitida sua supressão. c) Implantação da Trilha: A partir da linha central deve ser estabelecido o limite lateral do piso na encosta superior da trilha. Usando um enxadão ou picareta, é raspada uma linha que indica o limite superior do piso (fig. 4.4). Em seguida define-se o limite inferior da trilha. Definidos os limites do piso inicia-se a remoção da serapilheira (folhas e matéria orgânica semidecomposta) e das raízes. O trabalhador deve utilizar ao máximo a área do futuro piso, evitando impactos nas laterais da trilha. Após a retirada dos materiais orgânicos deve-se dar forma ao nível da trilha e, em seguida efetua-se o corte do talude superior procurando-se manter seu formato original sempre que possível. Por fim, deve-se dar forma ao piso da trilha conferindo-lhe a inclinação lateral adequada e também ajustar a vertente abaixo da trilha, a partir de sua borda. A borda critica deve ser arredondada e limpa de forma a não permitir a retenção de água. Fig. 4.4: Etapas para a formação, suavização do talude e regularização do piso (LECHNER, 2006). 4.4.1.5 a) Estruturas para Manejo de Água Vala de drenagem: A vala de drenagem é uma das melhores estruturas isoladas para o manejo e a condução da água, desde que concebida, construída e mantida adequadamente. Devem ser selecionados pontos estratégicos para sua instalação. Em muitos casos, as mais eficientes valas de drenagem são construídas nas reversões das declividades e dos drenos naturais porque representam canais naturais de drenagem. As valas de drenagem devem ser dispostas ao longo de toda a extensão da trilha e não apenas nos locais mais baixos. Com base em Lechner (2006), as valas de drenagem devem ser construídas em seis etapas, de acordo com a fig. 4.5. 66 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 As dimensões da vala de drenagem dependem da declividade (Tabela 4.2). A medida em que esta aumenta, a rampa superior fica maior, a valeta deve ser mais profunda, e a rampa inferior precisa ser mais inclinada e curta. Esta intensificação nas medidas se destina a tornar a vala apta a receber e aguentar adequadamente a água que vem em maior velocidade devido à inclinação. Tabela 4.2: Dimensões necessárias para valas com relação à declividade do terreno (LECHNER, 2006). Declividade 3% 9% 15% Comprimento da rampa superior 3% 9% 15% Comprimento da rampa inferior 100 cm 85 cm 74 cm Profundidade da vala 12 cm 23 cm 33 cm Fig. 4.5: Passos para implantação de valas de drenagem (LECHNER, 2006). b) Condução e cruzamento da água: Em locais onde a trilha cruza nascentes, drenagens intermitentes ou pequenos córregos, torna-se necessária a construção de bueiros. Estes podem ser construídos de diversos materiais como pedra, cimento ou plástico. O tamanho do bueiro depende do tamanho da drenagem que vai receber as águas direcionadas para o bueiro. De um modo geral, bueiros muito pequenos tendem a entupir e causar problemas graves. Os bueiros devem ser dispostos com uma inclinação razoável que viabilize a passagem da água e de entulhos. A abertura de drenagem deve ser grande o suficiente para permitir sua limpeza e manutenção. Suas paredes devem ser construídas nas entradas e saídas de fluxo, para prevenir erosão, principalmente durante a ocorrência de águas torrenciais. Elas devem ter 67 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 um ângulo de cerca de 30º e ser compridas o suficiente para estabilizar as paredes do canal natural de drenagem. Uma vez que a estrutura de drenagem tenha sido criada, esta deve ser coberta com 150 a 300 mm do mesmo material da superfície da trilha. 4.4.1.6 a) Outras Estruturas da Trilha Degraus e escadas: Estas estruturas são usadas frequentemente quando não é possível evitar áreas íngremes ou para atenuar uma trilha já implantada de forma irregular. Em geral, nas declividades superiores a 20% as escadas tornam-se uma opção bastante necessária, facilitando a passagem e evitando processos erosivos. Dois fatores são importantes quando se constroem escadas: a altura e a largura dos degraus. De acordo com Lechner (2006), a altura e a largura, quando somadas, devem resultar num valor entre 38 e 46 cm. Em geral no início e no fim das escadas são construídas as plataformas, que são áreas muito largas e compridas. Estas podem ser usadas como zonas de descanso, principalmente em escadarias muito longas. O melhor material para construir escadas são as pedras, devido a sua durabilidade e estabilidade, desde que corretamente instaladas. Elas devem ser pesadas (entre 40 e 90 kg) e muito bem apoiadas. Na falta de pedras grandes, os degraus podem ser escavados na própria terra, sendo sua borda protegida por tábuas fixadas por estacas. b) Pontes e travessias sobre água: No que se refere ao modelo e aos materiais constituintes, as pontes podem variar bastante, dependendo do ambiente onde serão instaladas, do zoneamento da área protegida, do perfil dos usuários e também dos recursos disponíveis. Por este motivo é necessária uma análise cuidadosa dos fatores de influência acima descritos, para que a ponte atenda os objetivos de acessibilidade ao usuário, redução nos impactos ambientais e sustentabilidade da estrutura em longo prazo. A seguir são apresentados alguns procedimentos importantes a serem considerados na construção de pontes (LECHNER, 2006): avaliação do regime hidrológico do curso d’água a ser transposto, a ponte dever ser mantida acima do nível d’água máximo atingido nas épocas mais chuvosas; avaliação das características das margens ou de áreas aterráveis para a ponte; as margens devem ser preparadas ou reforçadas com rochas ou gabiões para proteger os aterros ou fundações da ponte (quando for o caso); no corpo d’água deve ser escolhido o trecho mais estreito e profundo, para reduzir o vão da ponte ao mínimo, assim como para minimizar a necessidade de elevação da estrutura em relação ao nível máximo da água; devem ser utilizadas preferencialmente pedras na construção das fundações da ponte ou da base de seu aterro; as fundações devem ser maciças e planejadas para suportar esforços grandes e constantes provocados pelo fluxo da água (quando for o caso); a estrutura da ponte pode ser constituída por toras ou toretes de eucalipto tratado, sobre a qual será construído o piso; caso haja disponibilidade de madeira com boa durabilidade oriunda do controle de espécies exóticas na própria área protegida, esta também pode ser utilizada na estrutura da ponte; sobre a estrutura devem ser fixadas tábuas tratadas de 5 a 10 cm de largura, para formar o piso da ponte; 68 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro 4.4.1.7 Sociedade Chauá, 2013 pontes com vãos maiores que cinco metros ou que tenham que suportar veículos motorizados deverão ser projetadas por engenheiros qualificados. O mesmo se aplica às pontes pênseis; e todas as pontes da área protegida devem ser inspecionadas com regularidade em intervalos não superiores a seis meses. Monitoramento e Manutenção das trilhas O sistema de monitoramento e manutenção leva em conta avaliações periódicas e a prioridade de proteção dos recursos naturais, além de questões de segurança, condições da utilização da trilha, recursos financeiros disponíveis, necessidades dos usuários e relação entre custo e benefício. As técnicas de manutenção devem ser simples, para viabilizar o trabalho financeira e logisticamente. A seguir são apresentados os principais serviços necessários à manutenção de trilhas (LECHNER, 2006): manutenção do talude da trilha, reduzindo a erosão e evitando a deposição de sedimentos sobre seu piso; remoção de ressaltos, vegetação e outros obstáculos que tenham se estabelecido na borda crítica, visando restabelecer os padrões naturais de drenagem; a limpeza de valas, barreiras de água e bueiros é também muito importante para manter a drenagem eficiente; podas de limpeza na área do corredor, evitando que usuários contornem obstáculos na trilha desviando de seu traçado original, alargando e causando colapso no piso; corrigir trechos comprometidos por acúmulos de água; manter sustentação e drenagem de escadas e degraus; tratar periodicamente com impermeabilizantes as estruturas e pisos de pontes e passarelas, de maneira a prolongar a sua durabilidade; e apenas retirar a serapilheira (folhas e galhos secos) quando esta estiver propiciando a retenção de água no piso da trilha. A manutenção das trilhas deve ser realizada a cada quatro meses, de modo que se possa restabelecer e/ou manter os padrões específicos definidos para cada componente das trilhas na área protegida. Deve ser elaborado um banco de dados para registrar as necessidades de intervenções, local onde será realizado o trabalho e a quantidade de mão-de-obra, além dos materiais e ferramentas necessárias. Desta forma tem-se uma estimativa de custo para o sistema de manutenção. As atividades futuras deverão ser previstas no plano orçamentário anual da área protegida. 4.4.1.8 Normas Gerais de Uso As seguintes regras deverão ser seguidas para o uso e manutenção adequados das trilhas da RPPN Taipa Rio do Couro: não será permitido o acesso de animais domésticos ao longo das trilhas; em períodos de pluviosidade intensa as trilhas deverão permanecer interditadas à circulação, até que a água tenha sido adequadamente drenada de seus pisos; os trechos em que o traçado de trilha segue sob paredões rochosos de taipas devem ser avaliados e monitorados quanto ao risco de queda de rochas que possam causar acidentes a usuários; o uso de capacete de segurança pode ser recomendável. 69 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro 4.4.1.9 Sociedade Chauá, 2013 Descrição e Aspectos de Manejo das Trilhas da RPPN Taipa Rio do Couro A análise das trilhas existentes e potenciais na RPPN Taipa Rio do Couro, assim como de suas condições e ambiente onde se localizam, permitiu a identificação de potencialidades e deficiências que precisam ser manejadas para o devido atendimento aos objetivos da área protegida. As trilhas existentes são apresentadas no Mapa Base (Anexo 9). Considerando aspectos como topografia, dificuldade, obstáculos, riscos de erosão (linhas de drenagem e escorrimento de água), fragilidade ambiental do entorno, atrativos, localização estratégica, público e uso potencial, as trilhas foram descritas e classificadas, recebendo diretrizes de manejo específicas. a) Trilha da Taipa (traçado existente) O traçado existente da Trilha da Taipa é representado por uma picada precária que inicia na propriedade vizinha a leste nas proximidades da divisa e segue por cerca de 370 m na direção oeste, até a extremidade de uma imponente taipa rochosa, na porção mediana da RTRC. Foi aberta justamente para acessar a formação geológica, tendo em vista seu aspecto monumental. O traçado atual é discreto e irregular, sendo de difícil visualização em alguns pontos. a.1) Análise de Sítio: Relevo: ondulado, com trechos suave-ondulados. Usos históricos e situação da área: seu traçado é usado esporadicamente para acessar a base da taipa rochosa. Atualmente é a única trilha que permite a circulação na RTRC. Facilidades: cruza a porção central da RTRC sendo estratégica para atividades de manejo e de visitação. Fragilidades: atravessa trechos íngremes e com relevo pedregoso. Atrativos: proporciona acesso à taipa rochosa e a paisagens do rio do Couro. Segurança: apresenta risco de quedas pela irregularidade do piso e corredor; também existe o risco de queda de rochas da taipa. a.2) Planejamento: Instalações e manejo: Em todo o percurso deve ser feita a padronização do piso e corredor da trilha, assim como a construção de degraus em trechos íngremes, valas de drenagem e contenção de focos erosivos. Características da trilha: com trechos íngremes e pedregosos; ida e volta pelo mesmo trajeto; e extensão aproximada (desconsiderando o ramal norte): 370 m. Atividades: fiscalização, proteção, restauração ambiental, pesquisa e visitação Nível de Dificuldade: médio, recomendada para jovens e adultos b) Ampliação da Trilha da Taipa (proposta) A proposta de ampliação da Trilha da Taipa contornando a base da taipa rochosa de modo a se concretizar um traçado circular se justifica para permitir o acesso adequado para fiscalização, proteção, pesquisa e visitação na RPPN. O traçado proposto acompanha a a linha de base do paredão rochoso seguindo por cotas de 560 a 580 m, primeiramente na 70 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 direção norte e depois declinando para leste até encontrar a divisa leste, a qual passa a acompanhar sentido sul até encontrar o início do traçado já existente da Trilha da Taipa. Este traçado permitirá explorar adequadamente as potencialidades de atrativos e também servirá como facilidade de ligação com outro caminho proposto, a Trilha do Rio Monjolo. b.1) Análise de Sítio: Relevo: suave-ondulado e ondulado. Usos históricos e situação da área: a linha de base da taipa rochosa já foi usada como referência para deslocamentos exploratórios na RTRC, no entanto não existe nenhuma trilha ou picada no trecho proposto. Facilidades: possibilitará o adequado acesso a boa parte da porção norte da RPPN, viabilizando fiscalização, proteção, pesquisa e visitação. Adicionalmente, facilitará um acesso alternativo à casa-sede do complexo de RPPNs, através da Trilha do Rio Monjolo, também proposta. Fragilidades: atravessará áreas relativamente íngremes e pedregosas. Atrativos: a maior parte de seu traçado acompanhará imponentes paredões rochosos, além de permitir a visualização de paisagens do vale do rio do Couro. Segurança: apresenta risco de quedas decorrentes do relevo íngreme, quedas de rochas dos paredões, e também o risco relacionado à distância e dificuldade de acesso, no caso de acidentes. b.2) Planejamento Instalações e manejo: o traçado deverá ser instalado e manejado dentro dos padrões estabelecidos neste projeto específico. Em todo o percurso devem existir pontes ou bueiros na travessia de córregos, degraus nos trechos íngremes, valas de drenagens e placas de advertência e de sinalização. Características da Trilha: Circula pela porção norte da RTRC; Trajeto circular, não sendo necessário voltar pelo caminho da ida; e extensão aproximada: 870 m. Atividades: fiscalização, proteção, pesquisa e visitação. Nível de Dificuldade previsto: médio, com dificuldade pela extensão; recomendado para jovens e adultos com bom preparo físico. c) Trilha do Rio Monjolo (proposta) Trilha proposta para oferecer um acesso alternativo para o local da casa-sede do complexo de RPPNs (próximo à RPPN das Araucárias Gigantes). Adicionalmente permitirá acessar a margem do rio do Couro a partir da Trilha da Taipa. Seu traçado proposto parte da extremidade oeste da Trilha da Taipa e desce a encosta na direção noroeste até chegar à margem do rio do Couro, já nas proximidades da foz do Rio Monjolo. A implantação da trilha na margem oposta do rio do Couro (fora dos limites da RTRC) depende de acordo com os confrontantes. c.1) Análise de Sítio: Relevo: o traçado deverá priorizar trechos de menor declividade. Facilidades: possibilitará o acesso ao rio do Couro na extremidade noroeste da RTRC, viabilizando também acesso alternativo para o local da casa-sede do complexo de RPPNs. 71 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 Fragilidades: atravessará pequenas áreas íngremes e terá seu final na margem do rio do Couro. Atrativos: permitirá acesso a paisagens do rio do Couro. Segurança: apresenta risco de quedas e também o risco relacionado à distância e dificuldade de acesso, no caso de acidentes. c.2) Planejamento Instalações e manejo: a trilha deverá ser implantada dentro dos padrões estabelecidos neste projeto específico. Em todo o percurso devem existir pontes ou bueiros na travessia de córregos, degraus nos trechos íngremes, valas de drenagens e placas de advertência. Características da Trilha: Cruza a extremidade noroeste da RTRC, para acessar o rio do Couro; ida e volta pelo mesmo trajeto; e extensão aproximada: 250 m. Atividades: fiscalização, proteção, restauração e pesquisa. Nível de Dificuldade previsto: médio. 4.4.2 Diretrizes para Conservação do Complexo de Áreas Protegidas Considerando que a RPPN Taipa Rio do Couro faz parte de um complexo de RPPNs contíguas ou muito próximas entre si, faz-se necessária uma abordagem integrada no manejo destas áreas protegidas, principalmente pelo fato de todas estarem sob a mesma gestão. Adicionalmente, outros remanescentes do entorno tem elevado potencial para conservação e poderão ser adquiridos para este fim no futuro. Deste modo apresentam-se a seguir algumas diretrizes para orientar ações de manejo integradas de forma a viabilizar a conservação de todo o complexo de RPPNs situadas na região do rio Itajaí do Norte e do rio do Couro: a) b) Aquisição de Novas Áreas para Conservação a aquisição de novas áreas no entorno da RTRC é uma ação prioritária para ampliar a garantia de conservação e minimizar o risco de perturbações antrópicas; a aquisição de novas áreas deverá considerar a formação de um bloco compacto e homogêneo de áreas protegidas, procurando evitar, se possível, a existência de bordas muito recortadas ou de fragmentos isolados; e as áreas prioritárias para aquisição são aquelas que se encontram em melhor estado de conservação, assim como as que apresentam vantagens estratégicas de conservação por englobarem acessos importantes. Manejo de Conservação dos Acessos o Caminho da Pedreira e o ramal da Estrada Geral Dr. Cerqueira são acessos importantes para o complexo de RPPNs. No entanto, pelas suas condições precárias e pelo risco de graves processos erosivos, estas deverão ser usadas prioritariamente por motocicletas, bicicletas e pedestres, sendo necessárias diversas e intensas ações de conservação como construção de valetas de drenagem, contenção de focos de erosão, suavização de taludes, restauração ambiental de bordas suscetíveis a deslizamentos, entre outras. 72 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro c) d) Sociedade Chauá, 2013 Construção da Casa-Sede uma casa-sede para gerenciamento de todo o complexo de RPPNs deverá ser implantada em frente à RPPN das Araucárias Gigantes. Esta edificação servirá de base de operações, centro de visitantes e alojamento para todas as RPPNs; a casa-sede deverá servir como moradia ou alojamento para os proprietários, devendo haver espaço também para funcionário(s), além de ser o ponto de apoio para a administração e a implantação dos programas de manejo das áreas protegidas. A edificação deve prever também o alojamento de pesquisadores e um espaço mínimo para a recepção de visitantes; é recomendável que possua, no mínimo, uma varanda ampla, uma sala, um espaço para armazenamento de ferramentas e materiais, seis quartos, uma cozinha, um refeitório e pelo menos dois banheiros; a casa-sede será atendida pela rede elétrica e a água poderá ser bombeada de um poço ou de uma nascente próxima; os efluentes deverão ser tratados pelo sistema de filtro de raízes, como descrito mais adiante; e a casa-sede deverá contar com móveis e eletrodomésticos necessários para uma acomodação minimamente confortável. Infraestrutura necessária à visitação do complexo de RPPNs A infraestrutura sugerida na casa-sede para a implantação de Programa de Visitação em algumas RPPNs do complexo é descrita a seguir: e) uma área coberta com no mínimo 80m2, equipada com mesas e bancos, que deverá funcionar não apenas como um Centro de Visitantes, mas como um espaço multiuso, onde poderão ser realizadas pequenas exposições, palestras, reuniões e onde os visitantes poderão, se quiserem, realizar piqueniques ou refeições simples. Deverá ter também no mínimo dois banheiros (um feminino e um masculino); uma área plana, livre e gramada com aproximadamente 250m2 de área (25m x 10m) para realização de atividades educativas e jogos. uma exposição contendo de três a cinco painéis, a serem expostos na área multiuso, para que os visitantes possam melhor compreender os objetivos do complexo de RPPNs e conhecer as dinâmicas e os processos naturais da floresta, assim como as interações e interelações existentes entre os diferentes elementos do ambiente local; Instalação de lixeiras para coleta seletiva de resíduos em locais estratégicos, que sejam de fácil visualização e utilização pelos visitantes; Tratamento de efluentes da casa-sede Os sanitários e efluentes da cozinha da casa sede deverão estar interligados a um sistema de estações de tratamento de efluentes (ETE) através do sistema de zona de raízes. O processo de tratamento por zona de raízes além de possuir um aspecto de canteiro de flores, tem ausência de cheiro e pode tornar-se um atrativo educativo aos visitantes, por ser reconhecidamente um tratamento ambientalmente correto. O sistema de tratamento de esgoto por meio de zona de raízes utiliza um processo de filtragem física em brita e areia, e um biofiltro constituído pela zona de raízes (Fig. 4.8). Para sua implantação é necessária a escavação do solo (cava) com uma área pré-estabelecida para a quantidade de pessoas que utilizarão os banheiros e com 1 metro de profundidade. 73 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 De acordo com Sipinski e Van Kaick (2000), a área para o tratamento de esgoto de uma estação experimental em Antonina (PR) foi de 1m2 para cada habitante, com profundidade de 1 m. Dessa forma, imaginando uma utilização inicial média de 15 pessoas usufruindo os sanitários da RPPN, deverá ser escavada uma cava de 15 m², com profundidade de 1 m. A cava deve ser impermeabilizada através de revestimento com uma lona plástica de 200 micras de espessura ou de concreto armado. Sobre este revestimento deve ser colocada uma camada de areia com 40 cm de espessura, e uma camada de brita (brita n. 2) também com 40 cm de espessura. Os efluentes deverão ser lançados por meio de uma rede de tubulações perfuradas, instaladas na superfície da estação, logo acima da camada de brita. Sobre este sistema deverá se plantar plantas macrófitas, sendo que a mais frequentemente plantada é o copode-leite (Zantedeschia aethiopica), que formarão a zona de raízes. No fundo da ETE, na extremidade oposta à da entrada dos efluentes, deve haver uma tubulação que coleta o dejeto já filtrado, lançando-o para fora do sistema por diferença de nível. Fig. 4.6: Esquema de instalação e funcionamento da ETE por meio de zona de raízes FONTE: Adaptado de Van Kaick (2002) apud Lemes et al. (2008). É importante ressaltar que os efluentes devem passar por um tratamento preliminar e primário antes de serem lançados na ETE por zona de raízes. Deve ser realizada a remoção dos sólidos grosseiros e de parte da matéria orgânica por sedimentação. Para tal, os efluentes devem passar previamente por uma caixa de gordura (cozinha) e uma fossa séptica (sanitários). A ETE por zona de raízes necessita de vistorias e limpezas periódicas na tubulação da parte superior, bem como na caixa de gordura que recebe os resíduos provenientes da cozinha. A substituição das plantas também é necessária quando apresentarem sintomas de intoxicação ou se morrerem após completarem seu ciclo. O funcionamento do sistema de filtro de raízes se dá através do oxigênio captado pelas folhas das macrófitas que é levado através do caule até as raízes, não apenas para suprir a demanda respiratória dos tecidos das raízes, mas também para oxigenar sua rizosfera. A saída do oxigênio das raízes para o filtro cria condições de oxidação no meio, possibilitando a decomposição da matéria orgânica (BRIX, 1994 apud LEMES, 2008). Segundo Van Kaick (2002), para implantar uma ETE por zona de raízes, os custos podem variar de R$ 500,00 a R$ 1.200,00 por unidade (para 5 pessoas), dependendo do material utilizado na impermeabilização (lona ou concreto). Para instalação e melhor determinação de dimensões do sistema é aconselhável a contratação de empresa especializada. 74 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro 5 RECOMENDAÇÕES 6 Sociedade Chauá, 2013 é essencial manter funcionário(s) e colaborador(es) para viabilizar a execução dos programas de manejo da RTRC, sendo igualmente importante proporcionar capacitação e condições de trabalho adequadas para estes funcionários; tendo em vista a considerável biodiversidade regional, é importante apoiar pesquisas científicas que se enquadrem dentro dos objetivos e que sirvam de base para a complementação do plano de manejo da área protegida; ainda que se trate de processo gradual e lento, devem ser voltados esforços para educar e engajar os moradores do entorno da RTRC em atividades de conservação ambiental, especialmente contra a caça e extração ilegal de recursos florestais; a implantação de estruturas e de alguns programas propostos deve ser acompanhada por profissional qualificado; a construção de qualquer infraestrutura ou manejo dos recursos naturais da área deve ter autorização do órgão ambiental e garantir o mínimo de impacto sobre o ambiente, mediante projeto desenvolvido por um profissional habilitado; todas as atividades de manejo devem sempre considerar atentamente os limites e restrições das áreas de preservação permanente definidas por lei; e o presente plano de manejo deve ser atualizado periodicamente, visando atualizar os programas e medidas a novos cenários que porventura venham a se concretizar. Recomenda-se o espaço de tempo de cinco anos entre cada atualização. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante da atual situação em que se encontram as fitofisionomias da Mata Atlântica em Santa Catarina, com sua cobertura original tendo sido significativamente dizimada, é muito importante que a extensão dos remanescentes da RPPN Taipa Rio do Couro se encontre atualmente protegida e com possibilidades de ser manejada para melhorar seu estado de conservação. Salienta-se que a devida conservação da RPPN Taipa Rio do Couro só será atingida com a implementação de seus programas, especialmente aqueles mais emergenciais cuja execução foi indicada já para o 1º. ano no cronograma de atividades (Anexo 1). Como referencial para o planejamento de manejo da RTRC é apresentado um orçamento estimado para a implementação das principais atividades de manejo, no Anexo 2. 75 Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro 7 Sociedade Chauá, 2013 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BACKES, P.; IRGANG, B. Árvores do Sul. 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Atividades Programa de Administração Subprograma: Sistema de Gestão da Área Protegida Elaboração do Manual de Procedimentos Georreferenciamento de Precisão Instalação de placas de advertência e de informação Destinação adequada do lixo armazenado Implementar sistema de comunicação por rádio Treinamento de funcionário(s) e colaborador(es) para a efetivação dos programas de manejo Definição de uma rotina emergencial de salvamento e transporte de feridos Aquisição de equipamentos de proteção individual, adequados a cada atividade desenvolvida Aquisição de kit de primeiros socorros e reposição do kit de primeiros socorros Revisão e atualização do Plano de Manejo Programa de Fiscalização e Proteção Subprograma: Fiscalização da Área Protegida Implementação de rotina de fiscalização por rondas na área protegida Aquisição de materiais necessários: máquina fotográfica, caderneta e caneta Teste de fiscalização e monitoramento com câmeras (armadilhas fotográficas) Elaboração de ficha-padrão de ocorrências na área protegida Organização e atualização de banco de dados de ocorrências Definição de um procedimento padrão de ação em casos emergenciais Efetivação de operações conjuntas com a Polícia Ambiental e/ou fiscais do IBAMA ou FATMA Subprograma: Proteção da Área protegida Treinamento do(s) funcionário(s) e colaborador(es) em cursos de combate a incêndios Aquisição de equipamentos de combate a incêndios Elaboração de plano de emergência no caso de incêndios Implementar sistema integrado de comunicação e ação Programa de Restauração Ambiental Subprograma: Restauração de Florestas Condução da regeneração natural Monitoramento da regeneração natural Subprograma: Erradicação e Controle de Espécies Exóticas Invasoras Treinamento do(s) funcionário(s) para reconhecimento das espécies Treinamento do(s) funcionário(s) em procedimentos de erradicação e controle Aquisição de insumos, ferramentas e equipamentos de proteção individual Supervisão de técnico experiente nas primeiras etapas Ano 1 Etapas Ano 3 Ano 4 X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Ano 2 Ano 5 X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Atividades Erradicação de uva-do-japão (Hovenia dulcis) Erradicação e controle de lírio-do-brejo (H. coronarium) Erradicação e controle das demais exóticas invasoras Monitoramento de controle de todas as espécies exóticas invasoras Programa de Pesquisa Estabelecimento de contato com instituições de pesquisa interessadas Formalização de parcerias e definição de regras de conduta com instituições de pesquisa Desenvolvimento de projetos de pesquisa Programa de Monitoramento Elaboração de um sistema de monitoramento Criação de um diário onde serão registradas informações gerais resultantes do monitoramento Elaboração de fichas específicas para monitoramento Contato com instituições de pesquisa para efetivar parcerias no monitoramento Registro de fenômenos hidrológicos e climáticos Avaliação da evolução das comunidades vegetais nos estágios inicial e médio da sucessão Implementação de monitoramento constante da fauna Registro de aspectos ambientais, erosão, caça, extrativismo, vandalismo e invasão de animais domésticos Registro de focos de incêndio dentro e no entorno da área protegida Monitoramento da infraestrutura da área protegida Elaboração de relatório direto com resultados dos monitoramentos Programa de Comunicação Estabelecimento de contato com os responsáveis pelo policiamento ambiental na região Estabelecimento de contato com o Corpo de Bombeiros Estabelecimento de contato com os responsáveis dos órgãos ambientais Estabelecimento de contato com a secretaria municipal da educação Outras atividades Programa de Relacionamento e Conscientização da Comunidade do Entorno Identificar no entorno parceiros potenciais simpatizantes com as questões ambientais Manter um processo sistemático de conversas com os principais proprietários do entorno Estabelecer cadastro de informações levantadas sobre as propriedades do entorno Distribuir aos vizinhos material específico sobre a RPPN Realizar anualmente almoço de integração entre proprietários do entorno Desenvolver ações educativas junto às escolas do entorno Outras atividades Programa de Visitação Subprograma: Visitação para fins de Conservação Subprograma: Ecoturismo Ano 1 Ano 2 X X X X X X X Etapas Ano 3 X X X X Ano 4 Ano 5 X X X X X X X X X X Na dependência da demanda X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Na dependência da demanda X X X X X X X X X X X X X Na dependência da demanda Na dependência da demanda Na dependência da demanda X X X X X X X X X X X X X X X X Atividades Ano 1 Ano 2 Etapas Ano 3 Ano 4 Ano 5 X X X X X X X X X X X X Projeto específico: Manejo de Trilhas Monitoramento e manutenção das trilhas Manejo: Trilha da Taipa – traçado existente Padronização do piso e corredor Implantação de valas de drenagem e degraus Manejo: Ampliação da Trilha da Taipa Definição do traçado e padronização do piso e corredor Implantação de valas de drenagem, degraus e pontes ou bueiros Manejo: Trilha do Rio Monjolo Definição do traçado e padronização do piso e corredor Implantação de valas de drenagem, degraus e pontes ou bueiros Projeto Específico: Diretrizes para Conservação do Complexo de Áreas Protegidas Ação: Aquisição de Novas Áreas para Conservação Ação: Manejo de Conservação dos Acessos Ação: Construção da Casa-Sede e infraestrutura associada X X X X X Na dependência da demanda X X Na dependência da obtenção de recursos ANEXO 2: Orçamento estimado para as principais atividades de manejo da RPPN Taipa Rio do Couro. Atividades Ano 1 Ano 2 Etapas Ano 3 Ano 4 Ano 5 Programa de Administração Sub-programa: Sistema de Gestão da Área Protegida Elaboração do Manual de Procedimentos R$ 840,00 Georreferenciamento de Precisão Instalação de placas de advertência e de informação R$ 1.000,00 Implementar sistema de comunicação por rádio R$ 2.000,00 Treinamento de funcionário(s) e colaborador(es) para a efetivação dos programas de manejo R$ 700,00 Aquisição de equipamentos de proteção individual, adequados a cada atividade desenvolvida R$ 500,00 Aquisição de kit de primeiros socorros e reposição do kit de primeiros socorros R$ 120,00 R$ 2.500,00 R$ 2.500,00 R$ 120,00 R$ 120,00 R$ 700,00 R$ 120,00 Revisão e atualização do Plano de Manejo R$ 120,00 R$ 5.000,00 Programa de Fiscalização e Proteção Sub-programa: Fiscalização da Área Protegida Implementação de rotina de fiscalização por rondas na área protegida R$ 960,00 Aquisição de materiais necessários: máquina fotográfica (opcional), caderneta e caneta R$ 700,00 R$ 960,00 Aquisição de câmeras fixas para monitoramento e fiscalização R$ 960,00 R$ 960,00 R$ 960,00 R$ 1.200,00 R$ 1.200,00 R$ 1.200,00 R$ 500,00 R$ 500,00 Sub-programa: Proteção da Área protegida Treinamento do(s) funcionário(s) e colaborador(es) em cursos de combate a incêndios R$ 700,00 Aquisição de equipamentos de combate a incêndios R$ 800,00 Programa de Restauração Ambiental Sub-programa: Restauração de Florestas Condução da regeneração natural (roçada em torno das plântulas) R$ 1.500,00 Monitoramento da regeneração natural R$ 1.000,00 R$ 500,00 Sub-programa: Erradicação e Controle de Espécies Exóticas Invasoras Treinamento do(s) funcionário(s) para reconhecimento das espécies R$ 400,00 R$ 200,00 Treinamento do(s) funcionário(s) em procedimentos de erradicação e controle R$ 500,00 R$ 300,00 Atividades Aquisição de insumos, ferramentas e equipamentos de proteção individual Ano 1 Ano 2 R$ 800,00 R$ 300,00 Etapas Ano 3 Ano 4 Ano 5 R$ 500,00 R$ 500,00 R$ 500,00 R$ 500,00 R$ 50,00 R$ 50,00 R$ 50,00 R$ 650,00 R$ 650,00 R$ 650,00 R$ 200,00 R$ 200,00 R$ 200,00 R$ 200,00 R$ 800,00 R$ 800,00 R$ 800,00 R$ 600,00 Supervisão de técnico experiente nas primeiras etapas R$ 1.800,00 Erradicação de uva-do-japão (Hovenia dulcis) R$ 1.200,00 R$ 1.200,00 R$ 800,00 Erradicação e controle de lírio-do-brejo (H. coronarium) R$ 2.000,00 R$ 1.200,00 R$ 500,00 R$ 1.200,00 R$ 500,00 Erradicação e controle das demais exóticas invasoras Monitoramento de controle de todas as espécies exóticas invasoras Programa de Comunicação Impressão de folheto sobre a RPPN (100/ano) R$ 50,00 R$ 50,00 Programa de Relacionamento e Conscientização da Comunidade do Entorno Realizar anualmente almoço de integração entre proprietários do entorno (estimadas 30 pessoas) Projeto específico: Manejo de Trilhas Monitoramento e manutenção das trilhas R$ 600,00 Implantação de trilhas Combustível para logística de viabilização dos programas (estimado etanol para 500 km/mês) R$ 1.000,00 R$ 1.000,00 R$ 1.000,00 R$ 1.000,00 R$ 1.000,00 TOTAL R$ 15.170,00 R$ 11.230,00 R$ 10.780,00 R$ 8.980,00 R$ 11.280,00 ANEXO 3: Certificado de criação da RPPN Taipa Rio do Couro. ANEXO 4: Lista preliminar da flora na região da RPPN Taipa Rio do Couro, Itaiópolis, SC, acrescida de registros obtidos em levantamentos expeditos de áreas próximas (RPPNs Corredeiras do Rio Itajaí II, Odir Zanelatto, Taipa do Rio Itajaí e Refúgio do Macuco), assim como da compilação da lista de flora do Plano de Manejo da RPPN Corredeiras do Rio Itajaí (Sociedade Chauá, 2008). LEGENDA: Hábito (Hab.), ab – arbusto, at – arvoreta, av – árvore, hb – herbácea, hbe – herbácea epífita, li –liana; Ambiente (Amb.), flo – floresta, ini – estágio inicial da sucessão, umi – áreas úmidas; Status, int – exótica introduzida, inv – exótica invasora, nat – nativa; Frugivoria (Frug.), F – espécies com frutos consumidos por animais. Taipa Rio RPPNs do Família Espécie Nome vulgar Háb. Amb. Status Frugi do Couro entorno Acanthaceae Acanthaceae Acanthaceae Acanthaceae Alismataceae Anacardiaceae Anemiaceae Annonaceae Annonaceae Annonaceae Annonaceae Annonaceae Annonaceae Apocynaceae Apocynaceae Apocynaceae Apocynaceae Aquifoliaceae Aquifoliaceae Aquifoliaceae Aquifoliaceae Aquifoliaceae Araceae Araceae Araceae Araceae Araceae Araliaceae Justicia brasiliana Roth. Justicia carnea Lindl. Justicia floribunda (C.Koch) Wassh. Staurogyne mandioccana Nees Echinodorus grandiflorus Mitch. Schinus terebinthifolius Raddi Anemia phyllitidis (L.) Sw. Annona cacans Warm. Duguetia lanceolata A. St. - Hil Guatteria australis A.St.-Hil. Rollinia rugulosa Schltdl. Rollinia sericea (R.E. Fr.) R.E. Fr. Rollinia sylvatica (A. St.-Hil.) Martius Aspidosperma pyricollum Müll. Arg. Aspidosperma tomentosum Mart. Oxypetalum sp. Tabernaemontana catharinensis A. DC. Ilex brevicuspis Reissek Ilex dumosa Reissek Ilex microdonta Reissek Ilex paraguariensis A. St.-Hil. Ilex theezans Mart. Anthurium gaudichaudianum Kunth Asterostigma lividum (Lodd.) Engl. Philodendron bipinnatifidum Schott ex Endl. Philodendron loefgrenii Engl. Philodendron missionum (Hauman) Hauman Dendropanax cuneatus (DC.) Decne. & Planch. justicia-vermelha justicia-rosa farroupilha chapéu-de-couro aroeira samambaia ariticum-cagão pindabuna embira-preta araticunzinho cortição araticum-do-mato perobinha pequiá cipó-de-leite leiteira orelha-de-mico congonha orelha-de-mico erva-mate caúna antúrio-de-árvore costela-de-adão filodendro filodendro maria-mole ab ab ab hb hb av hb av av av av av av av av li av av av av av av hep hb hbe hbe hbe av flo flo flo flo umi flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat x x x x F F F F F F F x x x x x F F F F F F F F F F F x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Família Araliaceae Araliaceae Araliaceae Araucariaceae Arecaceae Arecaceae Arecaceae Aspleniaceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Begoniaceae Begoniaceae Begoniaceae Begoniaceae Begoniaceae Bignoniaceae Bignoniaceae Bignoniaceae Bignoniaceae Bignoniaceae Espécie Hydrocotyle bonariensis Lam. Hydrocotyle sp. Schefflera morototoni (Aubl.) Mag., Stey. & Frodin. Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze Bactris setosa Mart. Geonoma schottiana Mart. Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman Asplenium gastonis Fée Baccharis articulata (Lam.) Pers. Baccharis dracunculifolia DC. Baccharis trimera DC. Baccharis uncinella DC. Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera Mikania glomerata Spreng. Piptocarpha angustifolia Dusén ex Malme Piptocarpha regnellii (Sch. Bip.) Cabrera Piptocarpha tomentosa Baker Senecio brasiliensis (Spreng.) Less. Solidago chilensis Meyen Vernonanthura discolor (Spreng.) H. Rob. Vernonanthura petiolaris (D.C.) H. Robinson Vernonia sp. Begonia cucullata Willd. Begonia setosa Klotzsch Begonia sp.01 Begonia sp.02 Begonia sp.03 Arrabidea sp. Cybistax antisyphilitica (Mart.) Mart. Jacaranda micrantha Cham. Jacaranda puberula Cham. Pithecoctenium crucigerum (L.) A.H. Gentry Nome vulgar mandiocão pinheiro tucum guaricana jerivá samambainha carquejinha vassourinha carqueja vassourinha cambará guaco vassourão-preto vassoura pau-toucinho flor-das-almas erva-de-lança vassourão-branco vassourão assa-peixe azedinha begônia-miúda begônia-branca begônia begônia cipó ipê-verde caroba carobinha pente-de-macaco Háb. Amb. Status hb hb av av ab ab av hbe hb ab hb ab av li av av av ab hb av av ab hb hb hbe hb hb li av av av li ini,umi flo flo flo flo flo flo flo ini ini ini ini ini,flo ini,flo ini,flo ini,flo ini,flo ini ini ini,flo ini,flo ini flo,umi umi flo flo flo flo flo flo flo ini,flo nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat Frugi Taipa Rio do Couro RPPNs do entorno x F F F F F x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Família Bignoniaceae Blechnaceae Blechnaceae Blechnaceae Boraginaceae Boraginaceae Bromeliaceae Bromeliaceae Bromeliaceae Bromeliaceae Bromeliaceae Bromeliaceae Bromeliaceae Bromeliaceae Bromeliaceae Bromeliaceae Bromeliaceae Bromeliaceae Bromeliaceae Bromeliaceae Bromeliaceae Bromeliaceae Bromeliaceae Bromeliaceae Bromeliaceae Cactaceae Cactaceae Cactaceae Cactaceae Cactaceae Cactaceae Campanulaceae Espécie Pithecoctenium dolichoides (Cham.) Bureau ex K. Schum. Blechnum binervatum (Poir.) C.V. Morton & Lellinger Blechnum brasiliense Desv. Blechnum sampaioanum Brade Cordia ecalyculata Vell. Cordia trichotoma (Vell.) Arráb. ex Steud. Aechmea calyculata (E.Morren) Baker Aechmea caudata Lindm. Aechmea cylindrata Lindm. Aechmea distichantha Lem. Aechmea recurvata (Klotzsch.) L. B. Sm. Ananas bracteatus (Lindley) Schultes. Bilbergia alfonsi-joannis Reitz Bilbergia nutans Wendl. Bromelia balansae Mez Hohenbergia augusta (Vell.) E.Morren Nidularium innocentii Lem. Tillandsia geminiflora Brongn. Tillandsia stricta Sol. ex Sims Tillandsia tenuifolia L. Tillandsia usneoides L. Vriesea carinata Wawra. Vriesea gigantea Gaudich. Vriesea platynema Gaudich. Vriesea vagans (L.B. Smith) L.B. Smith Cereus hildmannianus K. Schum. Lepismium cruciforme (Vell.) Miq. Lepismium houlletianum (Lem.) Barthlott Lepismium lumbricoides (Lem.) Barthlott Rhipsalis cereuscula Haw. Rhipsalis teres (Vell.) Steud. Siphocampylus sp. Nome vulgar pente-de-macaco samambaia xaxim-do-banhado samambainha chá-de-bugre louro-pardo gravatá bromélia bromélia pé-de-pombo bromélia ananás-vermelho poço-de-jacó bromélia gravatá gravatá bromélia cravo-do-mato cravo-do-mato cravo-do-mato barba-de-velho bromélia bromélia-graúda bromélia bromélia mandacaru conambaia cacto-de-árvore conambaia conambaia conambaia Háb. Amb. Status li hbe ab hb av av hbe hbe hbe hbe hbe hb hbe hbe hb hbe hbe hbe hbe hbe hbe hbe hbe hbe hbe ab hbe hbe hbe hbe hbe hb ini,flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo aflo flo flo flo flo flo flo nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat Frugi Taipa Rio do Couro RPPNs do entorno x x x x x F F F F x x x x x F x F x x x x x F F F F F F x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Família Canellaceae Cannabaceae Cannabaceae Cannaceae Cardiopteridaceae Caricaceae Celastraceae Celastraceae Clethraceae Combretaceae Commelinaceae Cunoniaceae Cyatheaceae Cyatheaceae Cyatheaceae Cyperaceae Cyperaceae Cyperaceae Dennstaedtiaceae Dicksoniaceae Dioscoreaceae Dryopteridaceae Dryopteridaceae Elaeocarpaceae Erythroxylaceae Escalloniaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Espécie Cinnamodendron dinisii Schwacke. Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. Trema micrantha (L.) Blume Canna indica L. Citronella paniculata (Mart.) R.A. Howard Vasconcellea quercifolia A. St.-Hil. Maytenus aquifolium Mart. Maytenus robusta Reissek Clethra scabra Pers. Buchenavia kleinii Exell Commelina sp. Lamanonia speciosa (Cambess.) L.B. Sm. Alsophylla sp. Cyathea atrovirens (Langsd. & Fisch.) Domin Cyathea corcovadensis (Raddi) Domin Pleurostachys gaudichaudii Brongn. Pleurostachys urvillei Brongn. Rynchospora sp. Pteridium arachnoideum (Kaulf.) Maxon Dicksonia sellowiana Hook. Dioscorea sp. Elaphoglossum sp. Rumohra adiantiformis (G. Forst.) Ching. Sloanea lasiocoma K. Schum. Erythroxylum deciduum A. St.-Hil. Escallonia bifida Link & Otto. Acalypha gracilis Spreng. Alchornea glandulosa Poepp. & Endl. Alchornea sidifolia Müll. Arg. Alchornea triplinervia (Spreng.) Müll. Arg. Bernardia pulchella (Baill.) Müll. Arg. Croton sp. Nome vulgar pimenteira espora-de-galo grandiúva cana-do-mato congonha mamoeiro-bravo espinheira-graúda coração-de-bugre carne-de-vaca guarajuva trapoeraba guaperê xaxim-de-espinho xaxim-de-espinho xaxim-de-espinho tiririca tiririca capim-navalha samambaia-das-taperas xaxim-bugio milomem samambaia-preta sapopema cocão canudo-de-pito tapa-buraco tanheiro tapiá-guaçu tapiá capixingui Háb. Amb. Status Frugi av av av hb av av av av av av hb av ab ab ab hb hb hb hb ab li heb hb av av at ab av av av ab av flo flo,ini ini,flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo ini,flo ini flo flo flo flo flo flo flo,ini flo flo flo flo flo,ini flo nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat F F F F F F F Taipa Rio do Couro x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x F x F x x F F F x x x x F RPPNs do entorno x x x x x x x x x Família Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Euphorbiaceae Fabaceae Fabaceae Fabaceae Fabaceae Fabaceae Fabaceae Fabaceae Fabaceae Fabaceae Fabaceae Fabaceae Fabaceae Fabaceae Fabaceae Fabaceae Fabaceae Fabaceae Fabaceae Fabaceae Fabaceae Fabaceae Gesneriaceae Gesneriaceae Gleicheniaceae Hippocrateaceae Hymenophyllaceae Hypericaceae Lamiaceae Espécie Sapium glandulatum (Vell.) Pax Sebastiania argutidens Pax & K. Hoffm. Sebastiania commersoniana (Baill.) L.B. Sm. & Downs Tetrorchidium rubrivenium Poepp. Acacia sp. Albizia edwallii (Hoehne) Barneby & J.W. Grimes Bauhinia sp. Calliandra brevipes Benth. Dalbergia brasiliensis Vogel Dalbergia frutescens (Vell.) Britton Desmodium incanum DC. Erythrina falcata Benth. Galactia speciosa Britton Inga marginata Willd. Inga sessilis (Vell.) Mart. Lonchocarpus muehlbergianus Hassl. Machaerium hatschbachii Rudd Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. Machaerium stipitatum (DC.) Vogel Machaerium vestitum Vogel Mimosa scabrella Benth. Myrocarpus frondosus Allemão Ormosia arborea (Vell.) Harms Piptadenia gonoacantha (Mart.) J. F. Macbr. Sclerolobium denudatum Vogel Sinningia canescens (Mart.) Wiehler Sinningia douglasii (Lindl.) Chautems Gleichenella pectinata (Willd.) Ching. Hippocratea sp. Trichomanes sp. Hypericum sp. Aegiphila integrifolia (Jacq.) Moldenke Nome vulgar leiteiro tajuvinha branquilho canemaçu angico cipó-escada-de-macaco sarandi-rosa jacarandazinho timbó carrapicho corticeira jetirana ingá-feijão ingá-ferradura feijão-cru jacarandá-de-espinho jacarandá-ferro sapuva cateretê bracatinga cabreúva olho-de-cabra pau-jacaré passuaré rainha-do-abismo samambaia-de-barranco cipó samabaia-plástico tucaneira Háb. Amb. Status Frugi av at av av li av li ab av at,li hb av ab av av av av av av av av av av av av hb hbe hb li hep hb av flo flo flo flo ini,flo flo flo flo flo flo ini flo flo flo flo flo flo flo flo flo ini,flo flo flo flo flo aflo flo ini flo flo ini ini,flo nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat F F F F Taipa Rio do Couro RPPNs do entorno x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x F F x x x x F F Família Lamiaceae Lamiaceae Lamiaceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lauraceae Lindsaeaceae Loganiaceae Lycopodiaceae Lycopodiaceae Lythraceae Lythraceae Lythraceae Magnoliaceae Malpighiaceae Malpighiaceae Malvaceae Malvaceae Espécie Ocimum micranthum Willd. Salvia melissaeflora Benth. Vitex megapotamica (Spreng.) Moldenke Cinnamomum glaziovii (Mez) Kosterm. Cinnamomum sellowianum (Nees & C. Martius ex Nees) Kosterm. Cryptocarya aschersoniana Mez Endlicheria paniculata (Spreng.) J.F. Macbr. Nectandra lanceolata Nees Nectandra membranacea (Sw.) Griseb. Nectandra oppositifolia Nees & Mart. Ocotea catharinensis Mez Ocotea corymbosa (Meisn.) Mez Ocotea elegans Mez Ocotea floribunda (Sw.) Mez Ocotea indecora (Schott) Mez Ocotea nectandrifolia Mez Ocotea odorifera (Vellozo) Rohwer Ocotea puberula (Rich.) Nees Ocotea silvestris Vattimo-Gil Persea venosa Nees & Mart. ex Nees Lindsaea sp. Strychnos brasilensis (Spreng.) Mart. Huperzia sp. Lycopodium sp. Cuphea sp. Heimia myrtifolia (Cham. & Schltdl.) Lafoensia pacari A. St.-Hil. Magnolia ovata (A. St.-Hil.) Spreng. Byrsonima ligustrifolia A. Juss. Heteropteris sp. Abutilon amoenum K.Schum. Byttneria sp. Nome vulgar alfavaca-do-mato sálvia-do-mato tarumã canela-raposa canela-fogo canela-frade canela-amarela canela-graúda canela-ferrugem canela-preta canela canela canela-de-folha-larga canela canela-bugia canela-sassafráz canela-guaicá canela pau-andrade samambainha esporão sete-sangrias dedaleiro baguaçu baga-de-pomba sininho-branco Háb. Amb. Status hb hb av av av av av av av av av av av av av av av av av av hb at hbe hb hb hb av av av li ab hb ini ini,flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo ini ini,flo flo flo flo flo flo ini,flo ini,flo nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat Frugi F F F F F F F F F F F F F F F F F F F Taipa Rio do Couro x x x x x x x x x F F RPPNs do entorno x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Família Malvaceae Malvaceae Malvaceae Malvaceae Maranthaceae Maranthaceae Melastomataceae Melastomataceae Melastomataceae Melastomataceae Melastomataceae Melastomataceae Melastomataceae Melastomataceae Melastomataceae Melastomataceae Melastomataceae Melastomataceae Melastomataceae Melastomataceae Meliaceae Meliaceae Meliaceae Meliaceae Meliaceae Monimiaceae Monimiaceae Monimiaceae Moraceae Moraceae Moraceae Moraceae Espécie Luehea divaricata Mart. Pavonia sepium A. St.-Hil Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A. Robyns Sida rhombifolia L. Ctenanthe lanceolata Petersen Ctenanthe muelleri Petersen. Bertolonia mosenii Cogn. Leandra australis (Cham.) Cogn. Leandra dasytricha (A. Gray) Cogn. Leandra dispar (Gardner) Cogn. Leandra fragilis Cogn. Leandra sp.01 Leandra sp.02 Leandra xanthocoma (Naudin) Cogn. Miconia cinerascens Miq. Miconia petropolitana Cogn. Miconia pusilliflora Beurl. Miconia sellowiana Naudin Tibouchina sellowiana Cogn. Tibouchinasp.01 Cabralea canjerana (Vell.) Mart. Cedrela fissilis Vell. Trichilia claussenii C. DC. Trichilia elegans A. Juss. Trichilia sp.01 Hennecartia omphalandra J. Poiss. Mollinedia clavigera Tul. Mollinedia uleana Perkins Dorstenia sp. Ficus insipida Willd. Ficus luschnathiana (Miq.) Miq. Ficus organensis Miq. Nome vulgar açoita-cavalo pavônia-amarela imbiruçu guanxuma caetê caetê pixirica pixirica pixirica pixirica pixirica pixirica pixirica pixirica pixirica pixiricão pixirica-da-folha-fina quaresmeira aleluia canjarana cedro quebra-machado pau-ervilha catiguá pimenteira capixim figueira-branca figueira figueira-de-folha-miúda Háb. Amb. Status av ab av hb hb hb hb hb ab hb ab hb hb hb ab ab av at av ab av av av at av av ab ab hb av av av flo ini flo ini flo flo flo ini,flo flo ini,flo flo flo flo ini,flo flo flo flo ini,flo ini,flo ini flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat Frugi Taipa Rio do Couro RPPNs do entorno x x x x x x x x x x x x x x x x x F F F F F F F F F F F F F F F F F F F F F F F x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Família Moraceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Nyctaginaceae Nyctaginaceae Ochnaceae Oleaceae Onagraceae Onagraceae Opiliaceae Orchidaceae Orchidaceae Espécie Sorocea bonplandii (Baill.) W.C. Burger, Lanj. & Wess. Boer Calyptranthes concinna DC. Calyptranthes grandifolia O. Berg Calyptranthes sp. Campomanesia xanthocarpa O. Berg Eugenia involucrata DC. Marlierea reitzii D. Legrand Myrceugenia miersiana (Gardn.)Legrand & Kausel Myrceugenia myrcioides (Camb.) Berg Myrcia anacardiifolia Gardner Myrcia cf. hebepetala DC. Myrcia guianensis (Aubl.) DC. Myrcia hatschbachii D.Legrand Myrcia sp.01 Myrcia sp.02 Myrcia sp.03 Myrcia sp.04 Myrcia splendens (Sw.) DC. Myrciaria tenella (DC.) O. Berg Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) Landrum Plinia trunciflora (O. Berg) Kausel Psidium cattleianum Sabine Psidium sp. Bougainvillea glabra Choisy Guapira opposita (Vell.) Reitz Ouratea parvifolia Engl. Chionanthus filiformis (Vell.) P.S. Green Fuchsia regia (Vell.) Munz Ludwigia sp. Agonandra engleri Hoehne Acianthera saundersiana (Rchb. f.) Pridgeon & M.W. Chase Acianthera sonderana (Rchb. f.) Pridgeon & M.W. Chase Nome vulgar xinxo guamirim-de-facho guamirim-graúdo guabiroba cerejeira guamirim guamirim rapa-guela guamirim-ferrugem guamirim caingá guamirim guamirim guamirim guamirim guamirim-da-folha-fina camboim craveiro jabuticabeira araçá araçazeiro-bravo três-marias maria-mole guaraparim azeitona-do-mato brinco-de-princesa tatu orquídea Taipa Rio do Couro RPPNs do entorno F F F F F F F F F F F F F F F F F F F F F F F x x x x x x x x x x x x x x x F F F F x Háb. Amb. Status Frugi at av av at av av av av av at av av av av av av av av at av av av av li,at av av av ab hb av hbe hbe flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x F Família Orchidaceae Orchidaceae Orchidaceae Orchidaceae Orchidaceae Orchidaceae Orchidaceae Orchidaceae Orchidaceae Orchidaceae Peraceae Phyllanthaceae Phytolaccaceae Phytolaccaceae Phytolaccaceae Piperaceae Piperaceae Piperaceae Piperaceae Piperaceae Piperaceae Piperaceae Piperaceae Piperaceae Piperaceae Piperaceae Plantaginaceae Poaceae Poaceae Poaceae Poaceae Poaceae Espécie Acianthera sp. Aspidogyne kuczynskii (Porsch) Garay Brasiliorchis picta (Hook.) R.B. Singer, S. Koehler & Carnevali Corymborchis flava (Sw.) Kuntze Epidendrum sp. Eurystiles sp. Miltonia regnellii Rchb. f. Oncidium sp. Prostechea sp. Trichocentrum pumilum (Lindl.) M.W. Chase & N.H. Williams Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. Securinega guaraiuva Kuhlm. Phytolacca dioica L. Seguieria aculeata Jacq. Seguieria langsdorffii Moq. Ottonia macrophylla Kunth Peperomia catharinae Miq. Peperomia corcovadensis Gardner Peperomia sp.01 Peperomia sp.02 Peperomia sp.03 Peperomia tetraphylla (G. Forst.) Hook. & Arn. Piper gaudichaudianum Kunth Piper hispidum Sw. Piper mikanianum (Kunth) Steud. Piper xylosteoides (Kunth) Steud. Plantago sp. Andropogon sp. Chusquea sp. Merostachys multiramea Hack. Parodiolyra micrantha (Kunth) Davidse & Zuloaga Setaria sp. Nome vulgar orquídea orquídea orquídea-amarela orquídea chuva-de-ouro tabocuva guaraiuva ceboleiro limoeiro-do-mato falso-jaborandi falso-jaborandi falso-jaborandi falso-jaborandi capim criciúma taquara capim-da-mata capim-da-folha-larga Háb. Amb. Status hbe hb hbe hb hbe hbe hbe hbe hbe hbe av av av li,at av ab hbe hbe hbe hbe hbe hbe ab ab hb hb hb hb ab at hb hb flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo,ini ini ini,flo ini,flo flo ini nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat Frugi Taipa Rio do Couro x x x F F F F F F x x x x x x x F F F F x x x x x x x x RPPNs do entorno x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Família Polygonaceae Polygonaceae Polypodiaceae Polypodiaceae Polypodiaceae Polypodiaceae Polypodiaceae Polypodiaceae Polypodiaceae Polypodiaceae Polypodiaceae Pontederiaceae Primulaceae Primulaceae Primulaceae Proteaceae Pteridaceae Pteridaceae Rosaceae Rosaceae Rosaceae Rosaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Espécie Polygonum hydropiperoides Michx. Rumex sp. Campyloneurum nitidum (Kaulf.) C. Presl. Microgramma squamulosa (Kaulf.) de la Sota Niphidium crassifolium (L.) Lellinger Pleopeltis hirsutissima (Raddi) de la Sota. Pleopeltis pleopeltifolia (Raddi) Alston Polypodium guianense Aubl. Polypodium pectinatiforme Lindm. Polypodium siccum Lindm. Serpocaulon catharinae (Langsd. & Fisch.) A.R. Sm. Heteranthera reniformis Ruiz & Pav. Myrsine coriacea (Sw.) R. Br. ex Roem. & Schult. Myrsine hermogenesii (J.-Mend. & Bern.) Freit.& Kinos. Myrsine umbellata Mart. Roupala brasiliensis Klotzsch Adiantum raddianum Presl. Vittaria lineata (L.) Sm. Prunus brasiliensis (Cham. & Schltdl.) Dietrich Rubus brasiliensis Mart. Rubus erythroclados Mart. ex Hook.f. Rubus sellowii Cham. & Schltdl. Alseis floribunda Schott Amaioua guianensis Aubl. Bathysa meridionalis L.B. Sm. & Downs Cordiera concolor (Cham.) Kuntze Coussarea contracta (Walp.) Müll. Arg. Diodia brasiliensis Spreng. Hillia parasitica Jacq. Hoffmannia peckii K. Schum. Ixora venulosa Benth. Palicourea marcgravii A. St.-Hil. Nome vulgar cairuçu língua-de-vaca rabo-de-arara rabo-de-arara samambainha samambaia samambaia samambainha samambainha hortelã-do-brejo capororoca capororocão capororocão carvalho-brasileiro avenca pessegueiro amora-branca amora amora-preta arma-de-serra carvoeiro queima-casa falso-guamirim maria-mole poaia cafezinho-bravo erva-de-rato Háb. Amb. Status hb hb hbe hbe hbe hbe hbe heb hbe hbe hbe hb av av av av hb hbe av ab ab ab av av at at av hb hbe ab at ab umi ini flo flo flo flo flo flo flo flo flo umi flo flo flo flo flo flo flo ini,flo ini,flo ini,flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo ini,flo nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat Frugi F F F F F F F Taipa Rio do Couro RPPNs do entorno x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x F F F F F F F x x x x x x x x x x x x x Família Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rubiaceae Rutaceae Rutaceae Rutaceae Rutaceae Sabiaceae Salicaceae Salicaceae Salicaceae Salicaceae Salicaceae Salicaceae Sapindaceae Sapindaceae Sapindaceae Sapindaceae Sapindaceae Sapindaceae Sapotaceae Scrophulariaceae Selaginellaceae Simaroubaceae Smilacaceae Solanaceae Solanaceae Solanaceae Espécie Posoqueria latifolia Roem. & Schult. Psychotria nuda (Cham. & Schltdl.) Wawra Psychotria sessilis (Vell.) Müll.Arg. Psychotria sp. Psychotria suterella Müll. Arg. Rudgea jasminoides (Cham.) Müll. Arg. Simira sampaioana (Standl.) Steyerm. Esenbeckia grandiflora Mart. Pilocarpus pennatifolius Lem. Zanthoxylum rhoifolium Lam. Zanthoxylum riedelianum Engl. Meliosma selowii Urb. Banara parviflora (A. Gray) Benth. Casearia decandra Jacq. Casearia obliqua Spreng. Casearia sp. Casearia sylvestris Sw. Prockia crucis P. Browne ex L. Allophylus edulis (A. St.-Hil., Cambess. & A. Juss.) Radlk. Allophylus petiolulatus Radlk. Cupania vernalis Cambess. Diatenopteryx sorbifolia Radlk. Matayba elaeagnoides Radlk. Serjania sp. Chrysophyllum inornatum Mart. Buddleja brasiliensis Jacq. Ex Spreng. Selaginella sp. Picrasma crenata Engl. in Engl. & Prantl Smilax campestris Griseb. Brunfelsia pauciflora (Cham. & Schltdl.) Benth. Capsicum sp. Cestrum intermedium Sendtm. Nome vulgar araçá-de-macaco maria-mole pasto-de-anta café-do-mato maiate guaxupita mamica-de-porca mamica pau-fernandes cambroé guassatunga guassatunga cafezeiro-bravo cambroé vacum vacum-serrado cuvatã maria-preta miguel-pintado aguaí-da-serra barbasco pau-amargo japecanga manacá coerana Háb. Amb. Status Frugi av at av ab ab av av at at av av av av av av av av av av av av av av li av hb hb av li ab ab ab flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo flo ini flo flo ini,flo flo ini,flo ini,flo nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat F F F F F F F F F F F F F F F F F F F F F F F F F Taipa Rio do Couro RPPNs do entorno x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Família Solanaceae Solanaceae Solanaceae Solanaceae Solanaceae Solanaceae Solanaceae Solanaceae Solanaceae Solanaceae Styracaceae Symplocaceae Theaceae Urticaceae Urticaceae Urticaceae Urticaceae Verbenaceae Verbenaceae Winteraceae Araceae Balsaminaceae Euphorbiaceae Musaceae Myrtaceae Rhamnaceae Rutaceae Rutaceae Solanaceae Zingiberaceae Poaceae Espécie Cyphomandra diploconos (Mart.) Sendtn. Dyssochroma longipes (Sendtn.) Miers Solanum bullatum Vell. Solanum cf. argenteum Dunal Solanum granuloso-leprosum Dunal Solanum mauritianum Scop. Solanum pseudoquina A.St.-Hil. Solanum sanctae-catharinae Dunal. Solanum sp. Vassobia breviflora (Sendtn.) Hunz. Styrax sp. Symplocos tenuifolia Brand Laplacea fructicosa (Schrad.) Kobuski. Boehmeria caudata Sw. Pilea astrogramma Miq. Urera baccifera (L.) Gaudich. ex Wedd. Urtica sp. Lantana camaraL. Lantana fucata Lindl. Drymis brasiliensis Miers Colocasia esculenta (L.) Schott Impatiens walleriana Hook. f. Ricinus communis L. Musa paradisiaca L. Psidium guajava L. Hovenia dulcis Thunb. Citrus deliciosa Ten. Citrus limonia Osbeck Brugmansia suaveolens (Humb. & Bonpl. ex Willd.) Bercht. & J. Presl Hedychium coronarium J. König Bambusa sp. Nome vulgar baga-de-veado faceira fumeiro-vassourão cuvitinga fumo-bravo fumo-bravo quina-brava cuvitinga canema canema-miúda pau-que-chia santa-rita urtiga-brava urtigão camará camara-roxo cataia taiá beijo-de-frade mamona bananeira goiabeira uva-do-japão mexerica limão-cravo trombeta lírio-do-brejo bambu-graúdo Háb. Amb. Status Frugi ab ab av at av at av av ab at av av av ab hb ab hb ab ab av hb hb ab at at av av av at hb at flo flo ini,flo ini,flo ini,flo ini flo flo ini,flo ini,flo flo ini,flo flo flo flo flo flo ini ini,flo flo flo flo ini flo ini flo flo flo ini,flo umi,flo ini nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat nat exo.inv exo.inv exo.inv exo.inv exo.inv exo.inv exo.inv exo.inv exo.inv exo.inv exo.int F F F F F F F F F F F F F Taipa Rio do Couro RPPNs do entorno x x x x x x x x x x x F F F x F F F F F F F x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x ANEXO 5: Lista preliminar das aves registradas na região da RPPN Taipa Rio do Couro, Itaiópolis, Santa Catarina, resultado da compilação da lista elaborada pelo ornitólogo Raphael Eduardo Fernandes Santos no Plano de Manejo da RPPN Corredeiras do Rio Itajaí (Sociedade Chauá, 2008) e dos registros realizados por Germano Woehl Jr. Espécies ameaçadas conforme MMA, 2003, SAVE Brasil (2013) e IUCN (2013). Legenda: (VU) vulnerável; (NT) quase-ameaçada. Ordem Família Nome científico Nome popular Registro TINAMIFORMES Tinamidae Crypturellus obsoletus (Temminck, 1815) inhambu-guaçu Soc. Chauá (2008) TINAMIFORMES Tinamidae Tinamidae Nothura maculosa (Temminck, 1815) Rhynchotus rufescens (Temminck, 1815) codorna-comum perdiz Soc. Chauá (2008) TINAMIFORMES TINAMIFORMES Tinamidae Tinamus solitarius (Vieillot, 1819) macuco Soc. Chauá (2008) ANSERIFORMES Anatidae Amazonetta brasiliensis (Gmelin, 1789) ananaí ou pé-vermelho Soc. Chauá (2008) GALLIFORMES Cracidae Penelope obscura Temminck, 1815 jacuguaçu Soc. Chauá (2008) GALLIFORMES Odontophoridae Odontophorus capueira (Spix, 1825) uru Soc. Chauá (2008) PELECANIFORMES Phalacrocoracidae Phalacrocorax brasilianus (Gmelin, 1789) biguá Soc. Chauá (2008) CICONIIFORMES Ardeidae Ardea alba Linnaeus, 1758 garça-branca-grande Soc. Chauá (2008) CICONIIFORMES Ardeidae Ardea cocoi Linnaeus, 1766 garça-moura Soc. Chauá (2008) CICONIIFORMES Ardeidae Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758) garça-vaqueira Soc. Chauá (2008) CICONIIFORMES Ardeidae Butorides striata (Linnaeus, 1758) socozinho Soc. Chauá (2008) CICONIIFORMES Ardeidae Egretta thula (Molina, 1782) garça-branca-pequena Soc. Chauá (2008) CICONIIFORMES Ardeidae Nycticorax nycticorax (Linnaeus, 1758) savacu Soc. Chauá (2008) CICONIIFORMES Ardeidae Syrigma sibilatrix (Temminck, 1824) maria-faceira Soc. Chauá (2008) CICONIIFORMES Threskiornithidae Theristicus caudatus (Boddaert, 1783) curicaca Soc. Chauá (2008) CATHARTIFORMES Cathartidae Cathartes aura (Linnaeus, 1758) urubu-de-cabeça-vermelha Soc. Chauá (2008) CATHARTIFORMES Cathartidae Accipitridae Coragyps atratus (Bechstein, 1793) Accipiter poliogaster (Temminck, 1824) urubu-de-cabeça-preta tauató-pintado Soc. Chauá (2008) FALCONIFORMES FALCONIFORMES Accipitridae Accipiter striatus (Vieillot, 1808) gavião-miúdo Germano Woehl Jr FALCONIFORMES Accipitridae Elanoides forficatus (Linnaeus, 1758) gavião-tesoura Germano Woehl Jr FALCONIFORMES Accipitridae Leucopternis polionotus (Kaup, 1847) gavião-pombo-grande Germano Woehl Jr FALCONIFORMES Accipitridae Accipitridae gavião-carijó gavião-de-penacho Soc. Chauá (2008) FALCONIFORMES Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) Spizaetus ornatus (Daudin, 1800) FALCONIFORMES Accipitridae Spizaetus tyrannus (Wied, 1820) gavião-pega-macaco Soc. Chauá (2008) FALCONIFORMES Falconidae Caracara plancus (Miller, 1777) carcará Soc. Chauá (2008) FALCONIFORMES Falconidae Falco sparverius Linnaeus, 1758 quiriquiri Soc. Chauá (2008) FALCONIFORMES Falconidae Micrastur ruficollis (Vieillot, 1817) gavião-caburé Soc. Chauá (2008) Ameaçadas Brasil Ameaçadas Mundo NT NT Germano Woehl Jr Germano Woehl Jr NT NT Germano Woehl Jr NT NT NT Ordem Família Nome científico Nome popular Registro FALCONIFORMES Falconidae Micrastur semitorquatus (Vieillot, 1817) falcão-relógio Soc. Chauá (2008) FALCONIFORMES Falconidae Milvago chimachima (Vieillot, 1816) carrapateiro Soc. Chauá (2008) GRUIFORMES Rallidae Aramides saracura (Spix, 1825) saracura-do-mato Soc. Chauá (2008) GRUIFORMES Rallidae Gallinula chloropus (Linnaeus, 1758) frango-d'água-comum Soc. Chauá (2008) CHARADRIIFORMES Charadriidae Vanellus chilensis (Molina, 1782) quero-quero Soc. Chauá (2008) CHARADRIIFORMES Jacanidae Jacana jacana (Linnaeus, 1766) jaçanã Soc. Chauá (2008) COLUMBIFORMES Columbidae Columbina talpacoti (Temminck, 1811) rolinha Soc. Chauá (2008) COLUMBIFORMES Columbidae Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard, 1792) gemedeira Soc. Chauá (2008) COLUMBIFORMES Columbidae Leptotila verreauxi Bonaparte, 1855 juriti Soc. Chauá (2008) COLUMBIFORMES Columbidae Patagioenas picazuro (Temminck, 1813) asa-branca Soc. Chauá (2008) COLUMBIFORMES Columbidae Patagioenas plumbea (Vieillot, 1818) pomba-amargosa Soc. Chauá (2008) COLUMBIFORMES Columbidae Zenaida auriculata (Des Murs, 1847) avoante Soc. Chauá (2008) PSITTACIFORMES Psittacidae Pionopsitta pileata (Scopoli, 1769) cuiú-cuiú Soc. Chauá (2008) PSITTACIFORMES Psittacidae Pionus maximiliani (Kuhl, 1820) maitaca Soc. Chauá (2008) PSITTACIFORMES Psittacidae Pyrrhura frontalis (Vieillot, 1817) tiriba-de-testa-vermelha Soc. Chauá (2008) CUCULIFORMES Cuculidae Crotophaga ani Linnaeus, 1758 anú-preto Soc. Chauá (2008) CUCULIFORMES Cuculidae Crotophaga major Gmelin, 1788 anu-coroca Soc. Chauá (2008) CUCULIFORMES Cuculidae Guira guira (Gmelin, 1788) anú-branco Soc. Chauá (2008) CUCULIFORMES Cuculidae Cuculidae Piaya cayana (Linnaeus, 1766) Tapera naevia (Linnaeus, 1766) alma-de-gato saci Soc. Chauá (2008) CUCULIFORMES STRIGIFORMES Strigidae Strigidae buraqueira caburé Soc. Chauá (2008) STRIGIFORMES Athene cunicularia (Molina, 1782) Glaucidium brasilianum (Gmelin, 1788) STRIGIFORMES Strigidae Megascops choliba (Vieillot, 1817) corujinha-do-mato Germano Woehl Jr STRIGIFORMES Strigidae Strix hylophila Temminck, 1825 coruja-listrada Soc. Chauá (2008) STRIGIFORMES Tytonidae Caprimulgidae Tyto alba (Scopoli, 1769) Hydropsalis forcipata (Nitzsch, 1840) suidara bacurau-tesoura-gigante Soc. Chauá (2008) CAPRIMULGIFORMES CAPRIMULGIFORMES Caprimulgidae Caprimulgidae tuju bacurau Soc. Chauá (2008) CAPRIMULGIFORMES Lurocalis semitorquatus (Gmelin, 1789) Nyctidromus albicollis (Gmelin, 1789) APODIFORMES Apodidae Chaetura cinereiventris Sclater, 1862 andorinhão-de-sobre-cinzento Soc. Chauá (2008) APODIFORMES Apodidae Trochilidae andorinhão-de-coleira beija-flor-mosca Soc. Chauá (2008) APODIFORMES Streptoprocne zonaris (Shaw, 1796) Calliphlox amethystina (Boddaert, 1783) APODIFORMES Trochilidae Chlorostilbon lucidus (Shaw, 1812) beija-flor-de-bico-vermelho Germano Woehl Jr Germano Woehl Jr Germano Woehl Jr Germano Woehl Jr Germano Woehl Jr Germano Woehl Jr Ameaçadas Brasil Ameaçadas Mundo Ordem Família Nome científico Nome popular Registro APODIFORMES Trochilidae Colibri serrirostris (Vieillot, 1816) beija-flor-de-orelha-violeta Germano Woehl Jr APODIFORMES Trochilidae Eupetomena macroura (Gmelin, 1788) beija-flor-tesoura Germano Woehl Jr APODIFORMES Trochilidae Florisuga fusca (Vieillot, 1817) beija-flor-preto Soc. Chauá (2008) APODIFORMES Trochilidae Leucochloris albicollis (Vieillot, 1818) papo-branco Soc. Chauá (2008) APODIFORMES Trochilidae Phaethornis eurynome (Lesson, 1832) rabo-branco-de-garganta-rajada Soc. Chauá (2008) APODIFORMES Trochilidae Stephanoxis lalandi (Vieillot, 1818) beija-flor-de-topete Soc. Chauá (2008) APODIFORMES Trochilidae Trogonidae tesoura-de-fronte-violeta surucuá-de-barriga-amarela Soc. Chauá (2008) TROGONIFORMES Thalurania glaucopis (Gmelin, 1788) Trogon rufus (Gmelin, 1788) TROGONIFORMES Trogonidae Trogon surrucura Vieillot, 1817 surucuá-variado Soc. Chauá (2008) CORACIIFORMES Alcedinidae Ceryle torquatus (Linnaeus, 1766) martim-pescador-grande Soc. Chauá (2008) CORACIIFORMES Alcedinidae Chloroceryle amazona (Latham, 1790) martim-pescador-verde Soc. Chauá (2008) CORACIIFORMES Alcedinidae Chloroceryle americana (Gmelin, 1788) martim-pescador-pequeno Soc. Chauá (2008) GALBULIFORMES Bucconidae Bucconidae macuru pedreiro Soc. Chauá (2008) GALBULIFORMES Nonnula ruficapilla (Tschudi, 1844) Nystalus chacuru (Vieillot, 1816) PICIFORMES Picidae Campephilus robustus (Lichtenstein, 1818) pica-pau-rei Germano Woehl Jr PICIFORMES Picidae Celeus flavescens (Gmelin, 1788) pica-pau-de-cabeça-amarela Soc. Chauá (2008) PICIFORMES Picidae Colaptes campestris (Vieillot, 1818) pica-pau-do-campo Soc. Chauá (2008) PICIFORMES Picidae Colaptes melanochloros (Gmelin, 1788) pica-pau-verde-barrado Soc. Chauá (2008) PICIFORMES Picidae Dryocopus galeatus (Temminck, 1822) pica-pau-de-cara-canela Soc. Chauá (2008) PICIFORMES Picidae Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766) pica-pau-de-banda-branca Soc. Chauá (2008) PICIFORMES Picidae Melanerpes candidus (Otto, 1796) birro Soc. Chauá (2008) PICIFORMES Picidae Melanerpes flavifrons (Vieillot, 1818) benedito-de-testa-amarela Soc. Chauá (2008) PICIFORMES Picidae Piculus aurulentus (Temminck, 1821) pica-pau-dourado Soc. Chauá (2008) PICIFORMES Picidae Picumnus temminckii Lafresnaye, 1845 pica-pau-anão-de-coleira Soc. Chauá (2008) PICIFORMES Picidae Veniliornis spilogaster (Wagler, 1827) pica-pauzinho-verde-carijó Soc. Chauá (2008) PICIFORMES Ramphastidae Pteroglossus bailloni (Vieillot, 1819) araçari-banana Soc. Chauá (2008) PICIFORMES Ramphastidae Ramphastos dicolorus Linnaeus, 1766 tucano-de-bico-verde Soc. Chauá (2008) PICIFORMES Ramphastidae Ramphastidae Ramphastos vitellinus Lichtenstein, 1823 Selenidera maculirostris (Lichtenstein, 1823) tucano-de-bico-preto araçari-poca Soc. Chauá (2008) PICIFORMES PASSERIFORMES Cardinalidae Cyanocompsa brissonii (Lichtenstein, 1823) azulão Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Cardinalidae Cardinalidae Cyanoloxia moesta (Hartlaub, 1853) Habia rubica (Vieillot, 1817) negrinho-do-mato tiê-da-mata Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Ameaçadas Brasil Ameaçadas Mundo VU VU NT NT NT NT Germano Woehl Jr Germano Woehl Jr Germano Woehl Jr Germano Woehl Jr Ameaçadas Brasil Ameaçadas Mundo NT NT Soc. Chauá (2008) NT NT Germano Woehl Jr NT NT araponga pavó Soc. Chauá (2008) VU VU Dendrocolaptes platyrostris Spix, 1825 arapaçu-grande Soc. Chauá (2008) Dendrocolaptidae Lepidocolaptes falcinellus (Cabanis & Heine, 1859) arapaçu-escamado-do-sul Soc. Chauá (2008) Dendrocolaptidae Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818) arapaçu-verde Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Dendrocolaptidae Xiphocolaptes albicollis (Vieillot, 1818) arapaçu-de-garganta-branca Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Dendrocolaptidae Emberizidae arapaçu-rajado tico-tico-do-campo Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Xiphorhynchus fuscus (Vieillot, 1818) Ammodramus humeralis (Bosc, 1792) PASSERIFORMES Emberizidae Coryphospingus cucullatus (Statius Muller, 1776) tico-tico-rei Germano Woehl Jr PASSERIFORMES Emberizidae Haplospiza unicolor (Cabanis, 1851) cigarra-bambu Germano Woehl Jr PASSERIFORMES Emberizidae Poospiza lateralis (Nordmann, 1835) quete Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Emberizidae Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766) canário-da-terra-verdadeiro Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Emberizidae Sporophila angolensis (Linnaeus, 1766) curió Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Emberizidae Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823) coleirinho, papa-capim Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Emberizidae Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) tiziu Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Emberizidae Zonotrichia capensis (Statius Muller, 1776) tico-tico Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Formicariidae Chamaeza campanisona (Lichtenstein, 1823) tovaca-campainha Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Fringilidae Fringilidae pintassilgo gaturamo-bandeira Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Carduelis magellanica (Vieillot, 1805) Chlorophonia cyanea (Thunberg, 1822) PASSERIFORMES Fringilidae cais-cais gaturamo-rei NT NT Fringilidae Euphonia chalybea (Mikan, 1825) Euphonia cyanocephala (Vieillot, 1818) Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES PASSERIFORMES Fringilidae Furnariidae ferro-velho limpa-folha-miúdo Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Euphonia pectoralis (Latham, 1801) Anabacerthia amaurotis (Temminck, 1823) NT NT PASSERIFORMES Furnariidae Automolus leucophthalmus (Wied, 1821) barranqueiro-de-olho-branco Soc. Chauá (2008) Ordem Família Nome científico Nome popular Registro PASSERIFORMES Cardinalidae Cardinalidae Saltator fuliginosus (Daudin, 1800) Saltator maxillosus (Cabanis, 1851) pimentão bico-grosso Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES PASSERIFORMES Cardinalidae Saltator similis d'Orbigny & Lafresnaye, 1837 trinca-ferro-verdadeiro Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Conopophagidae Conopophaga lineata (Wied, 1831) chupa-dente Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Corvidae Cyanocorax caeruleus (Vieillot, 1818) gralha-azul Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Corvidae Cyanocorax chrysops (Vieillot, 1818) gralha-picassa Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Cotingidae PASSERIFORMES Cotingidae Carpornis cucullata (Swainson, 1821) Phibalura flavirostris (Vieillot, 1816) corocochó tesourinha-da-mata PASSERIFORMES Cotingidae PASSERIFORMES Cotingidae Procnias nudicollis (Vieillot, 1817) Pyroderus scutatus (Shaw, 1792) PASSERIFORMES Dendrocolaptidae PASSERIFORMES PASSERIFORMES Germano Woehl Jr Germano Woehl Jr Germano Woehl Jr Germano Woehl Jr Germano Woehl Jr Germano Woehl Jr Ameaçadas Brasil Ameaçadas Mundo NT NT Germano Woehl Jr NT NT Soc. Chauá (2008) NT NT Ordem Família Nome científico Nome popular Registro PASSERIFORMES Furnariidae Cranioleuca obsoleta (Reichenbach, 1853) arredio-meridional Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Furnariidae Furnarius rufus (Gmelin, 1788) joão-de-barro Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Furnariidae Heliobletus contaminatus Berlepsch, 1885 trepadorzinho Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Furnariidae Leptasthenura setaria (Temminck, 1824) grimpeiro Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Furnariidae Lochmias nematura (Lichtenstein, 1823) joão-porca Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Furnariidae Philydor rufum (Vieillot, 1818) limpa-folha-testa-baia Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Furnariidae Synallaxis cinerascens Temminck, 1823 joão-teneném-da-mata Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Furnariidae Synallaxis ruficapilla Vieillot, 1819 pichororé Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Furnariidae Synallaxis spixi Sclater, 1856 joão-teneném Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Furnariidae Syndactyla rufosuperciliata (Lafresnaye, 1832) trepador-quiete Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Furnariidae Xenops rutilans Temminck, 1821 bico-virado-carijó Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Grallariidae Grallaria varia (Boddaert, 1783) tovacuçu Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Grallariidae Hylopezus nattereri Pinto, 1937 pinto-do-mato Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Hirundinidae Hirundinidae andorinha-doméstica-grande andorinha-do-campo Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Progne chalybea (Gmelin, 1789) Progne tapera (Vieillot, 1817) PASSERIFORMES Hirundinidae Hirundinidae Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817) Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) andorinha-pequena-de-casa andorinha-serradora Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES PASSERIFORMES Icteridae Cacicus chrysopterus (Vigors, 1825) soldado, tecelão Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Icteridae Cacicus haemorrhous (Linnaeus, 1766) guaxe Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Icteridae Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789) chopim, gaudério Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Icteridae Mimidae chopim-do-brejo sabiá-do-campo Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Pseudoleistes guirahuro (Vieillot, 1819) Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823) PASSERIFORMES Parulidae Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830) pula-pula Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Parulidae Basileuterus leucoblepharus (Vieillot, 1817) pula-pula-assobiador Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Parulidae Geothlypis aequinoctialis (Gmelin, 1789) pia-cobra Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Parulidae Parula pitiayumi (Vieillot, 1817) mariquita Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Pipridae Chiroxiphia caudata (Shaw & Nodder, 1793) tangará, dançador Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Pipridae Rhinocryptidae Piprites chloris (Temminck, 1822) Psilorhamphus guttatus (Ménétriès, 1835) papinho-amarelo tapaculo-pintado Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES PASSERIFORMES Rhinocryptidae PASSERIFORMES Rhinocryptidae Scytalopus indigoticus (Wied, 1831) Scytalopus notorius (Raposo, Stopiglia, Loskot & Kirwan, 2006) macuquinho tapaculo-preto PASSERIFORMES Scleruridae Sclerurus scansor (Ménétriès, 1835) vira-folhas Soc. Chauá (2008) Germano Woehl Jr Germano Woehl Jr Germano Woehl Jr Germano Woehl Jr Ordem Família Nome científico Nome popular Registro PASSERIFORMES Thamnophilidae Batara cinerea (Vieillot, 1819) matracão Germano Woehl Jr PASSERIFORMES Thamnophilidae Drymophila malura (Temminck, 1825) choquinha-carijó Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Thamnophilidae Drymophila rubricollis (Bertoni, 1901) trovoada-de-bertoni Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Thamnophilidae Dysithamnus mentalis (Temminck, 1823) choquinha-lisa Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Thamnophilidae Hypoedaleus guttatus (Vieillot, 1816) chocão-carijó Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Thamnophilidae Thamnophilidae Mackenziaena leachii (Such, 1825) Mackenziaena severa (Lichtenstein, 1823) borralhara-assobiadora borralhara Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES PASSERIFORMES Thamnophilidae Pyriglena leucoptera (Vieillot, 1818) papa-taoca-do-sul Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Thamnophilidae Thamnophilus caerulescens Vieillot, 1816 choca-da-mata Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Thraupidae Cissopis leverianus (Gmelin, 1788) tietinga Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Thraupidae Dacnis cayana (Linnaeus, 1766) saí-azul Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Thraupidae Thraupidae Hemithraupis guira (Linnaeus, 1766) Hemithraupis ruficapilla (Vieillot, 1818) saíra-de-papo-preto saíra-da-mata Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES PASSERIFORMES Thraupidae Pipraeidea melanonota (Vieillot, 1819) saíra-viúva Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Thraupidae Pyrrhocoma ruficeps (Strickland, 1844) cabecinha-castanha Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Thraupidae Stephanophorus diadematus (Temminck, 1823) sanhaçu-frade Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Thraupidae Tachyphonus cononatus (Vieillot, 1822) tiê-preto Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Thraupidae Tangara desmaresti (Vieillot, 1819) saíra-lagarta Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Thraupidae Thraupidae Tangara preciosa (Cabanis, 1850) Tangara seledon (Statius Muller, 1776) saíra-preciosa saíra-de-sete-cores Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES PASSERIFORMES Thraupidae Thraupidae saí-andorinha sanhaço-amarelo Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tersina viridis (Illiger, 1811) Thraupis bonariensis (Gmelin, 1789) PASSERIFORMES Thraupidae Thraupis cyanoptera (Vieillot, 1817) sanhaçu-de-encontro-azul Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Thraupidae Thraupis sayaca (Linnaeus, 1766) sanhaçu-cinzento Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Thraupidae Trichothraupis melanops (Vieillot, 1818) tiê-de-topete Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tityridae Pachyramphus castaneus (Jardine & Selby, 1827) caneleiro Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tityridae Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818) caneleiro-preto Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tityridae Pachyramphus validus (Lichtenstein, 1823) caneleiro-de-chapéu-negro Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tityridae Schiffornis virescens (Lafresnaye, 1838) flautim Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tityridae Tityra cayana (Linnaeus, 1766) anambé-branco-de-rabo-preto Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tityridae Troglodytidae Tityra inquisitor (Lichtenstein, 1823) Cantorchilus longirostris (Vieillot, 1819) anambé-branco-de-bochecha-parda garrinchão-de-bico-grande Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Ameaçadas Brasil Ameaçadas Mundo NT NT Germano Woehl Jr Germano Woehl Jr Germano Woehl Jr Germano Woehl Jr Germano Woehl Jr Ordem Família Nome científico Nome popular Registro PASSERIFORMES Troglodytidae Troglodytes musculus Naumann, 1823 corruíra, cambaxirra Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Turdidae Platycichla flavipes (Vieillot, 1818) sabiá-una Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Turdidae Turdus albicollis Vieillot, 1818 sabiá-coleira Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Turdidae Turdus amaurochalinus Cabanis, 1850 sabiá-poca Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Turdidae Turdus rufiventris Vieillot, 1818 sabiá-laranjeira Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Turdidae Tyrannidae Turdus subalaris (Seebohm, 1887) Attila phoenicurus (Pelzeln, 1868) sabiá-ferreiro tinguaçu-castanho Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES PASSERIFORMES Tyrannidae Tyrannidae risadinha viuvinha Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824) Colonia colonus (Vieillot, 1818) PASSERIFORMES Tyrannidae Contopus cinereus (Spix, 1825) papa-moscas-cinzento Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Elaenia mesoleuca (Deppe, 1830) tuque Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Elaenia parvirostris Pelzeln, 1868 guaracava-de-bico-pequeno Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Tyrannidae peitica noivinha Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Empidonomus varius (Vieillot, 1818) Fluvicola nengeta (Linnaeus, 1766) PASSERIFORMES Tyrannidae Hirundinea ferruginea (Gmelin, 1788) gibão-de-couro Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Tyrannidae Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868) Legatus leucophaius (Vieillot, 1818) enferrujado bentevi-pirata Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES PASSERIFORMES Tyrannidae Leptopogon amaurocephalus Tschudi, 1846 cabeçudo Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Machetornis rixosa (Vieillot, 1819) bentevi-do-gado Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766) bentevi-de-bico-chato Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Mionectes rufiventris Cabanis, 1846 abre-asa-de-cabeça-cinza Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Muscipipra vetula (Lichtenstein, 1823) tesoura-cinzenta Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Tyrannidae maria-cavaleira irré Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Myiarchus ferox (Gmelin, 1789) Myiarchus swainsoni (Cabanis & Heine, 1859) PASSERIFORMES Tyrannidae Myiodynastes maculatus (Statius Muller, 1776) bentevi-rajado Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Myiopagis caniceps (Swainson, 1835) guaracava-cinzenta Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Myiophobus fasciatus (Statius Muller, 1776) filipe Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Myiornis auricularis (Vieillot, 1818) miudinho Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Myiozetetes similis (Spix, 1825) bentevizinho-penacho-vermelho Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Phyllomyias fasciatus (Thunberg, 1822) piolhinho Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Phylloscartes ventralis (Temminck, 1824) borboletinha-do-mato Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) bentevi Soc. Chauá (2008) Germano Woehl Jr Germano Woehl Jr Germano Woehl Jr Germano Woehl Jr Germano Woehl Jr Ameaçadas Brasil Ameaçadas Mundo Ordem Família Nome científico Nome popular Registro PASSERIFORMES Tyrannidae Platyrinchus mystaceus Vieillot, 1818 patinho Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Tyrannidae ferreirinho-de-cara-canela príncipe Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Poecilotriccus plumbeiceps (Lafresnaye, 1846) Pyrocephalus rubinus (Boddaert, 1783) PASSERIFORMES Tyrannidae Satrapa icterophrys (Vieillot, 1818) suiriri-pequeno Germano Woehl Jr PASSERIFORMES Tyrannidae Serpophaga subcristata (Vieillot, 1817) alegrinho Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Sirystes sibilator (Vieillot, 1818) gritador Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Tolmomyias sulfurescens (Spix, 1825) bico-chato-de-orelha-preta Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 suiriri Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Tyrannidae Tyrannus savana Vieillot, 1808 tesoura Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Vireonidae Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) pitiguari Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Vireonidae Hylophilus poicilotis Temminck, 1822 verdinho-coroado Soc. Chauá (2008) PASSERIFORMES Vireonidae Vireo olivaceus (Linnaeus, 1766) juruviara Soc. Chauá (2008) Germano Woehl Jr Ameaçadas Brasil Ameaçadas Mundo ANEXO 6: Lista preliminar dos mamíferos registrados na região da RPPN Taipa Rio do Couro, Itaiópolis, Santa Catarina, resultado da compilação da lista elaborada pela mastozoóloga Fernanda Góss Braga no Plano de Manejo da RPPN Corredeiras do Rio Itajaí (Sociedade Chauá, 2008) e dos registros realizados por Germano Woehl Jr. Espécies ameaçadas conforme MMA, 2003 e IUCN (2013). Legenda: Tipo de registro: (L) Literatura, (C) Evidência em Campo, (E) Entrevista, (P) acervo do proprietário, (A) atropelamentos. Categorias de ameaça (MMA, 2003): (VU) Vulnerável, (NT) Quase ameaçada. Táxon Nome popular Registro Tipo de registro Status de Ameaça no Brasil Soc. Chauá (2008) Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr E,A P - ORDEM DIDELPHIMORPHIA Família DIDELPHIDAE Didelphis albiventris Micoureus paraguayanus Gambá-de-orelha-branca Cuíca, guaiquíca ORDEM XENARTHRA (Pilosa+Cingulata) Família MYRMECOPHAGIDAE Tamandua tetradactyla Tamanduá-mirim Soc. Chauá (2008) E - Família DASYPODIDAE Cabassous tatouay Dasypus novemcinctus Tatu-de-rabo-mole Tatu-galinha Germano Woehl Jr. Soc. Chauá (2008) P E - ORDEM CHIROPTERA Família PHILLOSTOMIDAE Anoura geoffroyi Carollia perspicillata Desmodus rotundus Morcego-focinhudo-grande Morceguinho-fruteiro Morcego-vampiro Soc. Chauá (2008) Soc. Chauá (2008) Soc. Chauá (2008) L L L,E - ORDEM PRIMATES Família CEBIDAE Cebus nigritus Macaco-prego Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr E,P - Família ATELIDAE Alouatta guariba Bugio-ruivo Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr E,C,P NT ORDEM CARNIVORA Família CANIDAE Cerdocyon thous Cachorro-do-mato Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr E,A,P - Família FELIDAE Puma concolor Puma yagouaroundi Leopardus pardalis Leopardus tigrinus Puma Gato-mourisco Jaguatirica Gato-do-mato-pequeno Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr Germano Woehl Jr Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr E,P P E,P,C, E,P,C VU VU VU Família MUSTELIDAE Lontra longicaudis Eira barbara Galictis cuja Lontra Irara Furão Soc. Chauá (2008) Soc. Chauá (2008) Soc. Chauá (2008) E E E - Táxon Nome popular Registro Tipo de registro Status de Ameaça no Brasil Soc. Chauá (2008) Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr E E,P - Soc. Chauá (2008) E,C - Família PROCYONIDAE Procyon cancrivorus Nasua nasua Mão-pelada Quati ORDEM ARTIODACTYLA Família TAYASSUIDAE Pecari tajacu Cateto Família CERVIDAE Mazama gouazoubira Veado-catingueiro Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr E,P - ORDEM RODENTIA Família SCIURIDAE Guerlingetus ingrami Serelepe Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr E,C,P - Família ERETHIZONTIDAE Sphigurus villosus Ouriço-cacheiro Soc. Chauá (2008) E,A - Família CAVIIDAE Cavia aperea Hydrochoeris hydrochaerus Preá Capivara Soc. Chauá (2008) Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr E E,P - Família DASYPROCTIDAE Dasyprocta azarae Cutia Soc. Chauá (2008) E - Família CUNICULIDAE Cuniculus paca Paca Soc. Chauá (2008) / Germano Woehl Jr E,P - Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 ANEXO 7: Lista preliminar dos anfíbios registrados no complexo de RPPNs dos vales dos rios do Couro e Itajaí do Norte, Itaiópolis, SC. Família Amphignathodontidae Bufonidae Bufonidae Centrolenidae Cicloramphidae Cicloramphidae Cycloramphidae Hylidae Hylidae Hylidae Hylidae Hylidae Hylidae Hylidae Hylidae Hylidae Hylidae Hylidae Hylidae Hylidae Hylidae Hylidae Hylidae Hylidae Hylidae Hylidae Hylidae Leiuperidae Leiuperidae Leiuperidae Leiuperidae Leptodactylidae Leptodactylidae Leptodactylidae Leptodactylidae Leptodactylidae Leptodactylidae Microhylidae Espécie Flectonotus fissilis (Miranda-Ribeiro, 1920) Bufo crucifer (Wied, 1821) Bufo ictericus (Spix, 1824) Hyalinobatrachium uranoscopum (Muller, 1924) Proceratophrys boiei (Wied-Neuwied, 1825) Proceratophrys sp Odontophrynus americanus (Duméril & Bibron, 1841) Aplastodiscus albosignatus (A.Lutz & B.Lutz, 1938) Aplastodiscus ehrhardti (Muller, 1924) Aplastodiscus perviridis (A. Lutz in B. Lutz, 1950) Dendropsophus minutus (Peters, 1872) Dendropsophus nahdereri (B. Lutz & Bokermann, 1963) Hyla albopunctata (Spix, 1824) Hyla microps (Peters, 1872) Hylodes perplicatus (Miranda-Ribeiro, 1926) Hypsiboas bischoffi (Boulenger, 1887) Hypsiboas faber (Wied-Neuwied, 1821) Hypsiboas prasinus (Burmeister, 1856) Hypsiboas semiguttatus (A. Lutz, 1925) Phyllomedusa distincta (A. Lutz in B. Lutz, 1950) Scinax cf. duartei (B. Lutz, 1951) Scinax fuscovarius (A. Lutz, 1925) Scinax hayii (Barbour, 1909) Scinax perpusillus (A. Lutz & B. Lutz, 1939) Scinax rizibilis (Bokermann, 1964) Scinax sp.2 - grupo catharinae Sphaenorhynchus surdus (Cochran, 1953) Physalaemus cuvieri (Fitzinger, 1826) Physalaemus gracilis (Boulenger, 1883) Physalaemus nanus (Boulenger, 1888) Physalaemus obtectus Bokermann, 1966 Adenomera marmorata (Steindachner, 1867) Eleutherodactylus binotatus (Spix, 1824) Eleutherodactylus guentheri. (Steindachner 1864) Leptodactylus notoaktites (Heyer, 1978) Leptodactylus ocellatus (Linnaeus, 1758) Leptodactylus plaumanni (Ahl, 1936) Chiasmocleis leucosticta (Boulenger, 1888) Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro Sociedade Chauá, 2013 ANEXO 8: Lista preliminar dos répteis registrados no complexo de RPPNs dos vales dos rios do Couro e Itajaí do Norte, Itaiópolis, SC. Família Nome científico Nome comum Chelidae Hydromedusa tectifera (Cope, 1869) cágado Anguidae Ophiodes fragilis (Raddi, 1820) lagarto-quebra-quebra Leiosauridae Enyalius iheringii (Boulenger, 1885) camaleão Teiidae Tupinambis merianae (Duméril & Bibron, 1839) lagarto-teiú Colubridade Spilotes pullatus (Linnaeus, 1758) caninana Dipsadidae Boiruna maculata (Boulenger, 1896) muçurana Dipsadidae Liophis miliaris (Linnaeus, 1758) cobra-da-água Dipsadidae Oxyrhopus cf. petola (Linnaeus, 1758) cobra-coral-falsa Dipsadidae Oxyrhopus clathratus (Duméril, Bibron & Duméril, 1854) cobra-coral-falsa Dipsadidae Philodryas aestiva (Duméril, Bibron & Duméril, 1854) cobra-verde Dipsadidae Taeniophallus affinis (Günther, 1858) cobra-cabeça-preta Dipsadidae Thamnodynastes cf hypoconia (Cope, 1860) cobra-espada Dipsadidae Tomodon dorsatus (Duméril, Bibron & Duméril, 1854) cobra espada Dipsadidae Xenodon neuwiedii (Günther, 1863) jararaca-falsa Elapidae Micrurus corallinus (Merrem, 1820) cobra-coral Viperidae Bothropoides jararaca (Wied, 1824) jararaca Plano de Manejo – RPPN Taipa Rio do Couro ANEXO 9: Mapas da RPPN Taipa Rio do Couro 1. Mapa de Localização 2. Mapa Base 3. Mapa de Vegetação 4. Mapa de Zoneamento 5. Mapa de Conectividade Sociedade Chauá, 2013 Rio Negro ! ! Três Barras Mafra ! Bela Vista do Sul ! Rio Preto do Sul ! 4 SC 19 Itaiópolis BR - 116 ! Major Vieira ! Papanduva Paraguaçu ! ! SC -4 22 Iraputã ! ! Monte Castelo Água Clara ! Itaió Vila de Volta Grande ! ! Paiol Velho ! TAIPA RIO DO COURO Moema ! Craveiro ! BR -4 Colorado ou jaí Ita ! lio rcí He Residência Fuck ! 77 Rio Rio da Anta ! N do e o rt ! Nova Cultura Lajeadinho ! Santa Terezinha ! Alto Vigante Serra da Abelha Santa Maria ! ! ! Vitor Meireles ! Taiozinho Barra do Dollman ! ! Witmarsum ! Rio do Campo ! ! Salete Caçador ! 49°48'0"W Mafra Três Barras Convenções Cartográficas 26°0'0"S 26°0'0"S Localização Geográfica Perímetro da Propriedade ! Itaiópolis Sedes e Localidades Rio Negrinho Escala Rio dos Cedros 0 2,500 5,000 Hidrografia (rios principais) 1:300,000 Divisão Municipal Vitor Meireles José Boiteux 49°48'0"W MAPA DE LOCALIZAÇÃO Proprietário/Propriedade Fuso: 22 Estradas Secundárias Doutor Pedrinho Mapa Datum Horizontal: SAD/69 (South American 1969) Caminhos Santa Terezinha Execução: ! Sistema de Projeção UTM - Universal Transversa de Mercator Rodovias e Estradas Principais Papanduva Dona Emma ! Dados Técnicos José Boiteux Área Matrícula (ha): ELZA NISHIMURA WOEHL E GERMANO WOEHL JUNIOR RPPN TAIPA RIO DO COURO ² 36,3000 Área Mensurada (ha): 36,3000 Nº Matrícula: Projeto 10,000 metros Plano de Manejo Apoio: Município 7.553 Escala: 1:300,000 Estado Data: Itaiópolis SC abril/2013 607400 607600 7065000 607200 7065000 607000 7064800 a do Ri o M on jol o 7064600 7064400 7064200 RPP 7064200 NO Ju li o La di r Z da anel atto 7064400 7064600 Rio d o Co ur o Tr ilh a Elcira Eskelsen lha Tri ip Ta da 7064800 Rio Mo njolo Rio do Couro 7064000 7064000 Áreas Mensuradas Divisa seca da RPPN - 36,3000 Área de Consolidação das Divisas - 0,7277 ha 607000 49°48'0"W Hidrografia Existentes Rio Negrinho Rio dos Cedros Santa Terezinha Propostas Escala 0 35 70 Proprietário/Propriedade ² José Boiteux 49°48'0"W Área Matrícula (ha): ELZA NISHIMURA WOEHL E GERMANO WOEHL JUNIOR RPPN TAIPA RIO DO COURO Projeto 140 metros Doutor Pedrinho 1:3,500 Vitor Meireles MAPA BASE E USO PÚBLICO Fuso: 22 Divisa seca da RPPN Itaiópolis Mapa Datum Horizontal: SAD/69 (South American 1969) Trilhas Papanduva Execução: 607600 Sistema de Projeção UTM - Universal Transversa de Mercator Área de Consolidação das Divisas Mafra Três Barras 607400 Dados Técnicos Convenções Cartográficas 26°0'0"S 26°0'0"S Localização Geográfica 607200 36,3000 Área Mensurada (ha): 36,3000 7.553 Nº Matrícula: Plano de Manejo Escala: Apoio: Município 1:3,500 Estado Data: Itaiópolis SC abril/2013 607400 607600 7065000 607200 7065000 607000 7064800 a do Ri o M on jol o 7064600 7064600 Rio d o Co ur o Tr ilh a Elcira Eskelsen lha Tri ip Ta da 7064800 Rio Mo njolo Rio do Couro 7064400 7064200 RPP 7064200 NO Ju li o La di r Z da anel atto 7064400 ! 607000 Convenções Cartográficas 26°0'0"S 26°0'0"S Localização Geográfica 49°48'0"W ! Dados Técnicos Existentes Santa Terezinha Propostas Rio Negrinho Escala 0 35 70 Doutor Pedrinho 1:3,500 Vitor Meireles José Boiteux 49°48'0"W MAPA DE VEGETAÇÃO Proprietário/Propriedade Fuso: 22 Trilhas Rio dos Cedros Mapa Datum Horizontal: SAD/69 (South American 1969) Divisa seca da RPPN Itaiópolis Execução: 607600 Sistema de Projeção UTM - Universal Transversa de Mercator Área de Consolidação das Divisas Papanduva 607400 Nascente Hidrografia Mafra Três Barras 607200 7064000 7064000 Cobertura Vegetal - RPPN Floresta no Estágio Inicial - 1,5305 ha Floresta no Estágio Médio da Sucessão - 17,0769 ha Floresta no Estágio Avançado da Sucessão - 17,4093 ha Área de Deslizamento - 0,2833 ha Cobertura Vegetal - Área de Consolidação das Divisas Floresta no Estágio Avançado da Sucessão - 0,7277 ha Área Matrícula (ha): ELZA NISHIMURA WOEHL E GERMANO WOEHL JUNIOR RPPN TAIPA RIO DO COURO ² Projeto 140 metros 36,3000 Área Mensurada (ha): 36,3000 7.553 Nº Matrícula: Plano de Manejo Escala: Apoio: Município 1:3,500 Estado Data: Itaiópolis SC abril/2013 607400 607600 7065000 607200 7065000 607000 7064800 a do Ri o M on jol o 7064600 7064600 Rio d o Co ur o Tr ilh a Elcira Eskelsen lha Tri ip Ta da 7064800 Rio Mo njolo Rio do Couro 7064400 7064200 RPP 7064200 NO Ju li o La di r Z da anel atto 7064400 ! 607000 Convenções Cartográficas 26°0'0"S 26°0'0"S Localização Geográfica 49°48'0"W ! Dados Técnicos Existentes Propostas Santa Terezinha Rio Negrinho Escala 0 35 70 Doutor Pedrinho 1:3,500 Vitor Meireles José Boiteux 49°48'0"W MAPA DE ZONEAMENTO Proprietário/Propriedade Fuso: 22 Divisa seca da RPPN Rio dos Cedros Mapa Datum Horizontal: SAD/69 (South American 1969) Área de Consolidação das Divisas Itaiópolis Execução: 607600 Sistema de Projeção UTM - Universal Transversa de Mercator Trilhas Papanduva 607400 Nascente Hidrografia Mafra Três Barras 607200 7064000 7064000 Zoneamento - RPPN Zona Silvestre - 13,82563 ha Zona de Proteção - 16,8710 ha Zona de Recuperação - 1,3926 ha Zona de Visitação - 4,2108 ha Zoneamento - Área de Consolidação das Divisas Zona Silvestre - 0,7277 ha Área Matrícula (ha): ELZA NISHIMURA WOEHL E GERMANO WOEHL JUNIOR RPPN TAIPA RIO DO COURO ² Projeto 140 metros 36,3000 Área Mensurada (ha): 36,3000 7.553 Nº Matrícula: Plano de Manejo Escala: Apoio: Município 1:3,500 Estado Data: Itaiópolis SC abril/2013 ! ! Rio Negro Três Barras ! Mafra ! Marcílio Dias São Cristóvão ! Canoinhas ! Campo da Água Verde Três Barras Canoinhas Bela Vista do Sul Mafra ! ! FN de Três Barras Rio Preto do Sul ! Rio Negrinho Bela Vista do Toldo ! ! Itaiópolis Bela Vista do Toldo ! Major Vieira Papanduva ! APA do Rio dos Bugres Paraguaçu ! ! São Bento do Sul Iraputã ! ! Papanduva Paiol Velho Água Clara ! Itaió Itaiópolis Major Vieira Corupá Rio Negrinho ! Monte Castelo Vila de Volta Grande ! ! TAIPA RIO DO COURO Moema ! Craveiro Rio dos Cedros ! ! Residência Fuck ! Timbó Grande ! Rio da Anta APA da Represa do Alto Rio Preto Colorado Santa Terezinha Monte Castelo Nova Cultura Benedito Novo ! Lajeadinho Doutor Pedrinho Doutor Pedrinho ! RB do Sassafrás ! Campo do Areão ! ! Santa Terezinha ARIE Serra da Abelha/Rio da Prata Lebon Régis Alto Vigante Serra da Abelha Santa Maria ! ! ARIE Serra da Abelha/Rio da Prata ! RB do Sassafrás Vitor Meireles José Boiteux Vitor Meireles Rio do Campo ! Benedito Novo ! Taiozinho Barra do Dollman ! Santa Cecília Witmarsum ! Witmarsum Rio do Campo ! Santa Cecília ! ! Salete Salete Caçador ! José Boiteux Dona Emma ! Ascurra ! Dona Emma ! 01 Passo Manso ! ! RPPNs no Entorno Ibirama Dalbérgia FN Ibirama Presidente Getúlio Ibirama ! Mirador ! 04 Taió 01 - RPPN das Araucárias Gigantes Presidente Getúlio 02 - RPPN Raso do Mandi Subida Taió ! ! Ponte Alta do Norte 08 ! 02 Ponte Alta do Norte ! Pouso Redondo Pouso Redondo Aterrado Torto ! 08 - RPPN Refúgio do Macuco São Cristovão do Sul 26°0'0"S Localização Geográfica Convenções Cartográficas 26°0'0"S 49°48'0"W Ponte Alta Execução: MAPA DE CONECTIVIDADE Datum Horizontal: SAD/69 (South American 1969) Hidrografia (rios principais) RPPN Escala 0 2,450 4,900 Uso Sustentável 1:400,000 Vitor Meireles José Boiteux Proteção Integral Área Indígena de Ibirama 49°48'0"W Mapa Sistema de Projeção UTM - Universal Transversa de Mercator Rod. e Estradas Principais Rio dos Cedros Aurora Presidente Nereu ! Fuso: 22 Rio Negrinho Agronômica Trombudo Central Dados Técnicos Raios de 10 em 10km Papanduva Apiúna Agronômica Perímetro da RPPN Divisão Municipal Mafra ! ! ! Otacílio Costa Lontras Rio do Sul Rio do Sul Laurentino ! Laurentino 06 - RPPN Corredeiras do Rio Itajaí II São Cristovão do Sul Doutor Pedrinho Rio do Oeste Mirim Doce ! Santa Terezinha Lontras ! 07 - RPPN Corredeiras do Rio Itajaí Itaiópolis Anta Gorda Rio do Oeste ! 07 Três Barras ! 04 - RPPN Taipa Rio do Couro Mirim 05 - RPPN Taipa do Rio ItajaíDoce João Machado ! 06 05 Apiúna 03 - RPPN Odir Zanelatto 03 Proprietário/Propriedade Área Matrícula (ha): ELZA NISHIMURA WOEHL E GERMANO WOEHL JUNIOR RPPN TAIPA RIO DO COURO ² 36,3000 Área Mensurada (ha): 36,3000 7.553 Nº Matrícula: Projeto 9,800 metros Plano de Manejo Escala: Apoio: Município 1:400,000 Estado Data: Itaiópolis SC abril/2013