Proteja sua Família das Drogas
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©2015 Luciano Quemello Borges
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permissão da editora e/ou autor.
B7325 Borges, Luciano Quemello
Proteja sua Família das Drogas/Luciano Quemello Borges. Jundiaí, Paco
Editorial: 2015.
116 p. Inclui bibliografia.
ISBN: 978-85-8148-892-9
1. Segurança pública 2. Prevenção 3. Uso de drogas 4. Comportamento.
I. Borges, Luciano Quemello.
CDD: 613.8
Índices para catálogo sistemático:
Segurança pública
Drogas – prevenção
Drogas – problema social
IMPRESSO NO BRASIL
PRINTED IN BRAZIL
Foi Feito Depósito Legal
363.3
613.8
362.29
Dedicatória
Dedico este livro aos jovens
Ana Caroline Vasques de Lima dos Reis Silveira, Ana Júlia Bortolucci dos
Santos Moura, Andreson Borges da Silva, Arion Schettini dos Santos, Arthur
Corrêa Alvarez, Arthur Henrique Lopes Bastos, Beatriz de Matos Domarascki, Bianca Martins Godoi, Brenda Schettini dos Santos, Caio Antunes, Caique Correia de Carvalho, Cecília Monteiro dos Santos Lodi, Clara Antelmi
Betti, Daniel Leanza Paes, Eduarda de Matos Domarascki, Elizabeth Angelle
Alexandra, Enzo Gonçalves Vieira, Esther Johana Hernandez, Felipe Camargo Fernandes, Felipe Lima Mattos Ignácio, Fernando Samuel, Francisco Martins Perpetuo de Lima Vazquez, Gabriel Baccar de Oliveira, Gabriel Corrêa
Alvarez, Gabriel Gomes Novakas, Giovanna Quemello Borges, Gustavo Alcazas de Souza Filho, Helena Borges Ferreira, Henrique de Oliveira Salinero,
Henry Saito Hannickel, Iara Furtado Torquato, Iasmin Camila Oliveira Vieira,
Isabela Américo de Paula, Isabela Fernandes Savoia, Isabela Puga Marques,
Isabella de Azevedo Ventrilho, Isabelly Maria Oliveira Vieira, Ísis Beatriz Oliveira Vieira, Jessica Yumi Akiyoshi Zacaro, João Pedro Borges Corrêa, Júlia
Puga Marques, Julia Tiemi Akiyoshi Zacaro, Kaike Nagai Borges, Leonardo Ribeiro Silva Nascimento, Lucca Gonçalves Vieira, Luigi Moschiar Cheron, Luíza
Ayumi Akiyoshi Zacaro, Manuela Borges Ramos, Marco Antônio Nascimento
Felix Souza, Maria Clara Gemente do Carmo, Mariana Martins Perpetuo de
Lima Vazquez, Meliny Vasconcelos Gomes de Menezes, Miguel Lacerda Mori,
Natan Vasconcelos Gomes de Menezes, Nikoly da Silva Pontes, Pedro de Almeida e Carvalho, Pedro Felix do Nascimento Nunes, Pedro Garcia Boroski,
Pedro Martins Godoi, Quirino dos Reis Silveira Neto, Roberto Reis Carvalho
Rodrigues, Rodrigo Correia de Carvalho, Ryan Reis Carvalho Rodrigues, Sérgio Augusto Gemente do Carmo, Sofia Felix do Nascimento de Souza, Sophia
de Almeida Machado, Théo Stamato Ismael Carvalho, Thuany dos Santos Godoi, Victor Hugo Monteiro dos Santos Lodi, Vinícius Felipe Pereira e Yasmin
Nobre Vilela Guimarães.
Que Deus não os deixe cair em tentação e livre-os de todo o mal.
Sumário
Introdução............................................................................................................................9
CAPÍTULO 1
Para você que pretende sair das drogas...................................................................11
CAPÍTULO 2
Para você que vai falar com crianças..........................................................................19
CAPÍTULO 3
Para você que vai falar com adolescentes.................................................................29
CAPÍTULO 4
Álcool: “O pai de todas as drogas”...............................................................................39
CAPÍTULO 5
Tabaco: “O veneno viciante”...........................................................................................53
CAPÍTULO 6
Cocaína: “Parecia inofensiva mas te dominou”.....................................................67
CAPÍTULO 7
Crack: “Patrocinador da violência no Brasil”............................................................73
CAPÍTULO 8
Maconha: “Vicia ou não vicia?”.....................................................................................81
CAPÍTULO 9
Drogas de balada: “Ecstasy, LSD, cristal e lança-perfume”.................................89
CAPÍTULO 10
Medicamentos abusados pelos pais e filhos............................................................95
Sobre o autor......................................................................................................................105
Referências........................................................................................................................107
Introdução
Os pais sabem dialogar com suas crianças e adolescentes sobre drogas? E
as crianças e adolescentes, conseguem conversar sobre o tema com seus pais?
Os professores, médicos, líderes religiosos, promotores de justiça, jornalistas, conselheiros tutelares, enfermeiros, policiais, treinadores de esportes,
assistentes sociais, farmacêuticos, diretores de escola, entre outros, estão preparados para abordar o tema quando procurados pelos pais ou pelos jovens?
O assunto ainda é um tabu para muita gente, e como tal precisa ser
desmistificado.
A proposta do livro Proteja sua Família das Drogas é encarar a
questão com respeito, honestidade, bom senso e prudência, pois algumas
substâncias representam um grande perigo para as pessoas, principalmente
álcool, maconha, tabaco, crack, cocaína, ecstasy e certos medicamentos.
Não é possível acabar com as drogas, pois a sociedade é hedônica, e
como tal, cultua o prazer. Todavia, com o devido investimento em educação,
podemos desestimular seu consumo.
Seja bem-vindo.
Atenciosamente, Luciano Quemello Borges.
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CAPÍTULO 1
Para você que pretende sair das drogas
Se você está usando drogas, tenha a certeza de que há esperança para
sua vitória, não importa qual é a sua droga, não importa qual é o seu veneno. Ninguém está sozinho nessa luta, existem pessoas dispostas a levantar
um irmão. Há sempre um ombro amigo para resgatá-lo, ainda que esteja no
fundo do poço.
Certamente, a tarefa não será fácil. Quem tem que dar o primeiro passo
é você, de nada adianta todo o aparato de familiares, amigos e especialistas,
um verdadeiro arsenal enviado por Deus, se você ficar de braços cruzados
esperando tudo de mão beijada.
Decida e mude, pois você é capaz. Está incomodado com sua droga?
Mande-a para longe de uma vez por todas, afinal, mais cedo ou mais tarde, a
droga cobra seu preço.
A droga não é coisa de pobre nem de rico, droga é coisa da humanidade,
e a humanidade precisa aprender a lidar com isso.
Você tem uma vontade imensa de parar, todavia sente um friozinho na
barriga, aquele medo de fracassar porque se considera impotente, porque
talvez o hábito seja mais forte que o seu desejo de vencer. Você convive com
o receio de estar dominado e não conseguir, certo?
Pare agora com esse pensamento. Entenda que você não é qualquer um,
você é especial e nunca é tarde para recomeçar. Está ao seu alcance, não
desista, você ama demais essa vida para jogar tudo fora, tem muito que fazer
pela frente, muito a realizar, muito a conquistar.
Quando você usa drogas, sem dúvida a sua família e amigos padecem.
Mãe, pai, irmãos, filhos, cônjuge, todos são extremamente atormentados. Alguns especialistas definem esse malefício como uma doença.
Isso não é o que você deseja, e se está lendo este capítulo, é um bom
sinal: significa que quer mudança, e ela é possível, mesmo sendo um pouco
difícil em alguns casos, e um grande desafio noutros.
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Luciano Quemello Borges
Usando drogas, quem mais perde é você. Se você morrer, o mundo prossegue. É você que tem a obrigação de se cuidar para viver por mais tempo e
com melhor qualidade de vida.
É hora de trocar o cigarro de maconha por um bom passeio com seu cão
no parque, abandonar o pino de cocaína e comer um pastel de carne na feira,
largar a garrafa de vodca e arrumar a bagunça nas gavetas do guarda-roupa.
O escritor Og Mandino, no seu famoso livro O Maior Vendedor do Mundo, traz para todos nós um dever muito sábio: “Formarei bons hábitos e me
tornarei escravo deles”.
Pare de fazer seus pais chorarem na cozinha durante a madrugada toda,
preocupados se você vai retornar ou não da rua, olhando a cada cinco minutos no relógio e no aparelho celular, rezando a sua espera.
Reaja, volte a dar orgulho a eles, volte a fazê-los sorrir assim como fez no
dia em que você nasceu, no dia em que começou a falar, a escrever as vogais,
a andar de bicicleta sem rodinhas.
Seja “você” novamente e permita que seus pais voltem a dormir em paz.
A ajuda de familiares e de amigos verdadeiros, com o devido acompanhamento de especialistas, vai dar um respaldo enorme para seu recomeço.
Contudo, peça um pequeno intervalo para as críticas de sua família e de
seus amigos. Sim, isso mesmo.
Todos nós sabemos que eles querem ajudar, mas ficam toda hora falando na sua cabeça, e nem sempre isso auxilia, na verdade, muitas vezes acaba
atrapalhando, pois direciona todos os seus esforços para se defender.
Porém, não seja rude ou grosso para expressar essa vontade para eles,
afinal, seus pais e amigos, assim como a maioria da sociedade, não sabem
lidar com seu problema e erram sucessivamente tentando, simplesmente porque não entendem o que se passa contigo, nem sonham como é difícil estar
na sua pele.
Diga-lhes hoje, com calma: pai, mãe, amigo, por favor, preciso de um
tempo, uns dois ou três dias para me reorganizar, alinhar meus pensamentos, colocar os pingos nos “is”, porque decidi largar a droga, mas vou precisar
que vocês me façam a gentileza de parar de me atacar e confiar em mim, eu
quero me recuperar, eu consigo e vou.
Faça isso, dê-lhes um abraço, se for preciso chore, coloque para fora sua
sinceridade, seus sentimentos, e vai perceber que dará certo.
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Proteja sua Família das Drogas
O Dr. Paulo Prata, idealizador do Hospital da Fundação Pio XII, deixou
uma belíssima lição: “Não há remédio que faça efeito sem que primeiro se
restabeleça a dignidade da pessoa humana”.
Quer saber se realmente está enfrentando problemas com as drogas?
Reflita e responda com a máxima sinceridade as 9 seguintes perguntas:
1. A droga está atrapalhando o seu papel no trabalho, na escola ou em casa?
2. Enfrentou problemas legais relacionados à droga?
3. Continua usando mesmo sabendo que faz mal?
4. Você precisa de quantidades cada vez maiores para ter o efeito desejado?
5. Quando fica sem a droga, sofre com os sintomas de abstinência?
6. Às vezes, após passar o efeito da droga, sente arrependimento?
7. Existe um desejo persistente ou esforços malsucedidos no sentido de
reduzir ou controlar o uso?
8. Tem forte desejo ou compulsão para consumir a droga?
9. De vez em quando usa mais que o planejado?
Se a maioria das respostas for “sim”, está na hora de mudar de postura e
procurar orientação médica.
Portanto, levante-se, erga a cabeça, olhe para a frente e mexa-se, pois
agora vamos planejar o seu recomeço.
É necessário estabelecer metas para si próprio.
Antes, é fundamental saber o tamanho da coisa toda: vá para um lugar
em que você se sinta bem, no qual você nunca usou drogas, e que lhe traga
boas lembranças, como a quadra de futebol em que você brincava na infância, a biblioteca da escola, a casa da avó, a igreja, enfim, um ambiente que
conspire a seu favor.
Sente-se lá e reserve um tempo para a pessoa mais importante do mundo: você. Vai chegar à conclusão de que a droga faz um mal pior que o prazer
momentâneo que proporciona.
Caminhe e vire o jogo.
Na medida do possível, evite frequentar os ambientes em que você consumia drogas. Os amigos que usavam com você não são amigos, são colegas de uso. Não precisa desprezá-los, mas pelo menos no começo dessa luta
limite-se a cumprimentá-los e desviar o trajeto para evitar formar rodinhas
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Luciano Quemello Borges
nas quais algum deles possa querer fazer uma “presença” e “botar na roda”
seu veneno.
Abra a janela do seu quarto, deixe o sol entrar. Lave ou deixe que lavem
as roupas e lençóis que ficaram com o cheiro da droga.
Se o problema for cigarro, destrua todos os maços, livre-se do isqueiro
e do fósforo. Peça aos familiares fumantes que evitem fumar perto de você,
para que não seja induzido. Converse com um médico e informe-se sobre os
adesivos de nicotina ou medicamentos de apoio.
Se o problema for álcool, é o fim das garrafas de bebidas alcoólicas na
geladeira ou na dispensa, chega disso em casa.
Se forem outras drogas, não importa quais, destrua todas.
Procure um esporte.
Arrecade uns dez brinquedos usados, vá até uma entidade que cuida de
crianças carentes e doe, mas faça as doações olhando para os olhos de cada
uma das crianças que receberam o brinquedo, que você ajudou, para sentir
que enquanto usava droga você perdia a chance de fazer esse bem tão enorme.
Dê um jeito nas lâmpadas queimadas de sua casa. Leve seu filhão para
soltar pipa. Faça um carrinho com caixa de papelão para sua filha.
Adquira um cão de estimação. Beba muita água. Leia um livro, mas se
não tiver paciência nem tempo, leia um jornal, uma história em quadrinhos.
Tente seguir uma religião. Conte a todos de lá o que você está passando
e comemore com eles o primeiro dia sem drogas, comemore o segundo dia
sem drogas, comemore o terceiro dia sem drogas, comemore seu recomeço
sem drogas. A religião é muito importante. Qualquer religião tem valores e
uma moral que podem torná-lo um cidadão melhor e vitorioso.
Nesse momento de fraqueza é que você consegue provar sua força, como
mostram os ensinamentos da Bíblia Sagrada, 2 Coríntios 12:10: “Por isso, por
amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades,
nas perseguições, nas angústias. Pois quando estou fraco é que sou forte”.
É um novo ciclo que se inicia. Você pode, inclusive, mostrar suas experiências e ajudar outras pessoas, afinal, os obstáculos da vida nos preparam
para sermos mais resistentes e servirmos para coisas maiores, como essa.
Ocupe sua mente com pensamentos do bem. Canse seu corpo, esse
agora é o seu dever.
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Proteja sua Família das Drogas
Nos primeiros dias haverá certa fissura, porém, já no quarto ou quinto
dia vai notar que o sono melhora e o sabor das coisas simples volta.
Carregue consigo sua família e os poucos e verdadeiros amigos. Tenha
ao lado auxílio e boas palavras de especialistas da seara de saúde e da área
de assistência social de seu município.
Aliás, o apoio de especialistas para você dar um basta de vez na sua
droga é muito importante. O relato a seguir (anônimo) é uma prova disso:
Um certo dia, eu já cheguei um pouco alterado no trabalho e lá
fiz mais uso de álcool. Então, encostei para descansar um pouco
e adormeci. Fui punido com três dias de suspensão, mas não fui
demitido. Fui chamado na assistência social e ela me orientou que
eu fosse para uma clínica de recuperação. Já recuperado, procurei
um grupo de alcoólicos anônimos e continuei na mesma empresa,
onde eu fui reconhecido e consegui até me aposentar.
O rol de profissionais recomendados é enorme, entre eles psiquiatras,
psicólogos e assistentes sociais, que devem acompanhar e assessorar o adicto.
Não se lamente com frases do tipo: “Eu fiquei internado, voltei pra rua,
fumei de novo. Tive recaída, sou um fracassado”.
Saiba que o tratamento não acaba quando você sai da internação, o tratamento continua no mundo lá fora.
Haverá recaídas? Sim, é uma possibilidade. Mas você precisa aprender a
lidar com elas também, ficar mais forte a cada uma que surgir, mais gigante
a cada percalço.
A mera inexistência da droga no organismo humano não faz cessar o
desejo de usar drogas.
As alterações provocadas no sistema nervoso central pelo uso crônico
são responsáveis pelo quadro de abstinência nos primeiros dias em que você
está sem a droga. Mas ainda que semanas, meses ou anos se passem não há
garantia de que o desejo intenso pela substância não persista ou não retorne.
Pessoas que foram dependentes de nicotina e pararam de fumar sabem
que a vontade retorna, de maneira mais ou menos intensa, inúmeras vezes,
e em muitos casos até anos depois da interrupção do uso da droga. Essas
pessoas descrevem que o difícil não é exatamente parar de fumar, mas conseguir evitar voltar a fumar.
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