Resumo registrado no evento sob nº 1273 ISSN 1807-3441 Universidade Estadual do Centro-Oeste - UNICENTRO 17 a 20 de outubro de 2006 REPLICAÇÃO DE VÍRUS OROPOUCHE EM MACRÓFAGOS ALCIR HUMBERTO RODRIGUES [email protected] RODRIGO IVO MARQUES DOS SANTOS Orientador Prof. EURICO DE ARRUDA NETO Universidade de São Paulo (USP) Palavras-chave: VÍRUS OROPOUCHE, MACRÓFAGOS, PATOGÊNESE VIRAL Grande Área: Ciências Biológicas Área: Microbiologia O vírus Oropouche pertence à família Bunyaviridae, gênero Orthobunyavirus, sorogrupo Simbu, e é segunda causa mais freqüente de arbovirose febril no Brasil, depois da dengue. Estima-se que mais de meio milhão de casos de febre do Oropouche tenham ocorrido no Brasil nos últimos 30 anos, havendo também ocorrências no Panamá, Peru, Suriname e Trinidad. Epidemias de febre do Oropouche têm sido registradas quase que exclusivamente na Amazônia. Porém, com o aquecimento global do planeta, desmatamentos e conseqüente redistribuição de insetos vetores e animais reservatórios, há risco de disseminação de vírus Oropouche para outras regiões do Brasil e da América do Sul. Para esclarecer a patogenia da infecção por Oropouche o objetivo deste trabalho foi identificar a ocorrência de replicação de vírus Oropouche em macrófagos de hamster in vitro. Neste experimento utilizou-se hamsters (Mesocricetus auratus) como fonte para obtenção de macrófagos peritoniais. Foi introduzida, na cavidade abdominal de cada animal, com seringa e agulha descartáveis esterilizadas, uma quantidade de 3 ml de Tioglicolato de Sódio a 3% (Difco Laboratories, USA). Após o período de 48 horas, para estimulação/ativação dos macrófagos, ocorreu o sacrifico dos animais. A seguir, com seringa e agulha descartáveis, introduziu-se na cavidade abdominal dos hamsters 5 mL de RPMI-1640. Após massagem digital o conteúdo foi puncionado (pressão negativa), através da mesma seringa e agulha. Para cultura de célula foi utilizada uma placa para cultura de tecidos estéreis de 24 poços. Utilizou-se 1 mL da suspensão celular para semear cada poço. Cada poço foi infectado com 10µl do inóculo contendo 10 5,25 TCID50/100mL de vírus Oropouche da cepa de referência BeAn19991, amplificado em cérebro de camundongo suiço. Foi utilizado aproximadamente o M.O.I. de 0,1 vírus por célula. As coletas das amostras (sobrenadante e célula) foram realizadas nos tempos 2, 3, 18, 24, 48 e 65 horas pósinfecção. As amostras foram semeadas em placas de 96 orifícios contendo células Vero. Utilizou-se 100µl das amostras, em diluições seriadas decimais (TCID50). A leitura foi realizada nos tempos: 24, 48 e 72 horas pós-semeadura através de efeito citopático. Os resultados demonstraram que houve replicação do vírus Oropouche em macrófagos, apesar da baixa eficiência, se comparadas a outras células, como por exemplo as células Hela I, onde se obteve o título de 107,5 TCID50, frente ao título de 105,5 TCID50 encontrado em neste estudo.