Tema do 2T2013 - Mateus – O Evangelho do Reino
Estudo 01 - “O Guia que há de apascentar o meu povo”
Texto
bíblico:
Mateus
1 e 2
Texto
áureo:
Mateus
2.6
”... E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a
menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá
o Guia que há de apascentar o meu povo de Israel”
Mateus – O Evangelho do Reino – Introdução I
Mateus, também chamado Levi, segundo a
narrativa dos três Evangelhos Sinóticos, é
o quinto discípulo a ser chamado pelo
Senhor. Só o antecedem as duas duplas de
irmãos, Pedro e André, Tiago e João. Em
Marcos e Lucas, ele é chamado de Levi, o
que leva alguns comentaristas a pensar
que era Mateus (presente de Jeová)
o nome pelo qual o Senhor Jesus passou a
chamá-lo, assim como fez com Simão, a
quem passou a chamar de Cefas (Pedro).
Para alguns estudiosos, ele foi convocado
por Cristo porque seria importante para a
pregação do evangelho que os judeus
reconhecessem que até um "publicano"
poderia ser salvo e participar do
ministério da evangelização do mundo.
Mateus – O Evangelho do Reino – Introdução II
O importante é que, por sua formação e,
inclusive, pelo nome (Levi), ele devia ser um
judeu com alguma cultura, superior talvez aos
seus demais colegas de ministério, o que lhe
dava condição de exercer a profissão de
funcionário público e o faria capaz de vir a ser
o escritor do primeiro evangelho, visando
especialmente à comunidade judaica.
Ele deve ter escrito o seu Evangelho
depois de Marcos, em torno dos anos
70 d.C. Se Marcos escreveu nos anos 60
seu Evangelho visando especialmente
confirmar para os cristãos gentios a vida
e a morte de Jesus Cristo, Mateus tem
como objetivo confirmar para os judeus
a vinda do Filho de Deus ao mundo,
o Messias, para o estabelecimento
de seu reino entre os homens.
Mateus – O Evangelho do Reino – Introdução III
A evidência desta intenção dele
é o cuidado que tem em narrar,
no início de seu livro, a relação
direta de Cristo, com Davi e com Abraão.
Assim, ele amarrava
definitivamente que o Messias
tinha ligação tanto com o pai da fé,
Abraão, quanto com o pai do reino
de Israel, Davi. Vejam como começa:
”Livro da genealogia de Jesus Cristo,
filho de Davi, filho de Abraão.
Mt 1.1
Sua descrição será sucinta, mas clara. Catorze gerações de Abraão a
Davi, 14 de Davi ao exílio babilônico, 14 do exílio a Jesus Cristo, cerca
de 2 mil anos da história do povo de Deus. Diversas evidências para que
o povo de Deus reconhecesse que o Cristo era mesmo o Filho de Deus.
Mateus – O Evangelho do Reino – Introdução IV
O fato real é que este publicano deveria ser filho de uma família
da tribo de Levi, daí a designação que lhe é dada de “Mateus, o
levita”, o que explica o seu segundo nome.
Com seus escritos, ele legou para a cristandade a mais extensa
narrativa da vida de Cristo entre os homens com seus 28 capítulos
e 1072 versículos, começando no seu nascimento.
Mateus – O Evangelho do Reino – Capítulo 1.1-17
Uma das coisas que deve chamar-nos a atenção no estudo da
Bíblia é a sua fidelidade ao registro histórico. Considerando que é um
livro que foi sendo escrito pela revelação de Deus ao homem, por cerca
de 1.500 anos, poderíamos mesmo pensar que, através do tempo, alguns
"acertos" fossem dados pelos escritores na história que narravam, de
forma que certos aspectos constrangedores ou delicados fossem sendo
ocultados para tornar a narrativa mais bonita ou coerente com a
mensagem. Mas não é isto o que acontece. A fidelidade bíblica é
impressionante.
- Por que mencionar que "de Judá, nasceu
de Tamar", numa evocação daquele episódio
tão negativo da vida do irmão de José que
se junta à sua nora, tomando-a como
prostituta, e tem filhos com ela?... - Por
que citar que "de Davi, da que fora mulher de
Urias", numa lembrança daquela triste passagem
do grande rei de Israel, quando atraiçoa o seu fiel
soldado, adultera com sua mulher e o envia à morte?...
Mateus 1.1-17
1 Livro da geração de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. 2 Abraão gerou
a Isaque; e Isaque gerou a Jacó; e Jacó gerou a Judá e a seus irmãos; 3 E Judá
gerou, de Tamar, a Perez e a Zerá; e Perez gerou a Esrom; e Esrom gerou a Arão;
4 E Arão gerou a Aminadabe; e Aminadabe gerou a Naassom; e Naassom gerou a
Salmom; 5 E Salmom gerou, de Raabe, a Boaz; e Boaz gerou de Rute a Obede; e
Obede gerou a Jessé; 6 E Jessé gerou ao rei Davi;
...e o rei Davi gerou a Salomão da que foi mulher de Urias. 7 E Salomão gerou a
Roboão; e Roboão gerou a Abias; e Abias gerou a Asa; 8 E Asa gerou a Josafá; e
Josafá gerou a Jorão; e Jorão gerou a Uzias; 9 E Uzias gerou a Jotão; e Jotão
gerou a Acaz; e Acaz gerou a Ezequias; 10 E Ezequias gerou a Manassés; e
Manassés gerou a Amom; e Amom gerou a Josias; 11 E Josias gerou a Jeconias e a
seus irmãos na deportação para Babilônia.
12 E, depois da deportação para a Babilônia, Jeconias gerou a Salatiel; e Salatiel
gerou a Zorobabel; 13 E Zorobabel gerou a Abiúde; e Abiúde gerou a Eliaquim; e
Eliaquim gerou a Azor; 14 E Azor gerou a Sadoque; e Sadoque gerou a Aquim; e
Aquim gerou a Eliúde; 15 E Eliúde gerou a Eleázar; e Eleázar gerou a Matã; e Matã
gerou a Jacó; 16 E Jacó gerou a José, marido de Maria, da qual nasceu JESUS,
que se chama o Cristo. 17 De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi,
são catorze gerações; e desde Davi até a deportação para a Babilônia, catorze
gerações; e desde a deportação para a Babilônia até Cristo, catorze gerações.
Mateus – O Evangelho do Reino – Capítulo 1.18-25
Alguns personagens da Palavra de Deus são lembrados
sempre pelos seus atos maiores ou menores que se
destacam na narrativa bíblica. Poucos personagens são
lembrados por sua discrição e anonimato. Aliás, esta é
a natureza essencial da mídia moderna também:
divulgar apenas aquilo que é notícia, boa ou má.
José, o pai humano de Jesus, é um desses personagens que se destaca
por sua discrição, modéstia e sensatez. Em nenhum momento o vemos
exaltado ou chamando a atenção. Em toda a narração bíblica, ele é visto
como alguém submisso, tranquilo, diligente em silêncio, fazendo a sua
parte com dedicação e eficiência. Assim ele procede diante da
revelação de que sua esposa, ainda virgem, estava concebida do Espírito
Santo; diante da ordem do anjo do Senhor para que ele entendesse que
a profecia do Messias se cumpria na sua vida e na vida de sua esposa;
na ida para Belém, ao recenseamento ordenado pelas autoridades
romanas; na busca por uma estalagem; na recepção aos pastores e
magos; na fuga para o Egito e na volta depois, na educação do filho, seu
primogênito, Jesus, o Cristo prometido; no exercício de sua profissão .
Mateus 1.18-25
18 Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua
mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter
concebido do Espírito Santo.
19 Então José, seu marido, como era justo, e a não queria infamar,
intentou deixá-la secretamente.
20 E, projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo
do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a
Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito
Santo;
21 E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; aconteceu
para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor, pelo
profeta, que diz;
a virgem conceberá, e dará à luz um filho, E chamá-lo-ão pelo
nome de EMANUEL, Que traduzido é: Deus conosco.
24 E José, despertando do sono, fez como o anjo do Senhor lhe
ordenara, e recebeu a sua mulher;
25 E não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e
pôs-lhe por nome Jesus.
Mateus – O Evangelho do Reino – Capítulo 2.1-12
Este é um dos episódios mais misteriosos
citados na narrativa sobre o nascimento
de Jesus.
Que magos seriam estes?...
De onde vieram?... Por que vieram?...
Qual o significado da vinda deles?...
Quando chegaram?...
Por que não obedeceram a Herodes?...
Enfim, são múltiplas as questões que se
levantam a seu respeito.
Quanto à existência de magos ou sábios naquela época, a História nos
informa da presença, naquelas regiões desde eras mais antigas ainda,
de pessoas que se dedicavam ao estudo e à pesquisa das coisas
sobrenaturais relacionadas à astrologia. Desde 700 anos antes de
Cristo, Zoroastro ou Zaratustra, na Pérsia, já se dedicava a esses
estudos tentando interpretar na dinâmica celeste de cada noite sinais
ou indicações de fenômenos ou situações que estariam por acontecer.
Mateus – O Evangelho do Reino – Capítulo 2.1-12
O fato é que a presença desses magos dá
ao nascimento de Cristo uma amplitude
mundial. O Messias não veio apenas para
os judeus. Já no seu nascimento, sábios do
Oriente, portanto, situados a muitos
quilômetros de distância, tomaram
conhecimento do fato. Este fenômeno foi
de tal grandeza que eles deixaram sua
pátria e vieram ao encontro de Jesus,
para comprovarem a realidade da
mensagem interpretada por eles da
estrela celeste que brilhou e os guiou até
Belém, onde puderam contemplar o menino
e ofertar-lhe os tesouros que traziam
como homenagem e reconhecimento:
"Onde está aquele que é nascido rei dos judeus?
pois do oriente vimos a sua estrela e viemos adorá-lo."
Mt 2.2.
Mateus 2.1-12
1 E, tendo nascido Jesus em Belém de Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que uns
magos vieram do oriente a Jerusalém,
2 Dizendo: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? porque vimos a sua
estrela no oriente, e viemos a adorá-lo.
3 E o rei Herodes, ouvindo isto, perturbou-se, e toda Jerusalém com ele.
4 E, congregados todos os príncipes dos sacerdotes, e os escribas do povo,
perguntou-lhes onde havia de nascer o Cristo.
5 E eles lhe disseram: Em Belém de Judéia; porque assim está escrito pelo profeta:
6 E tu, Belém, terra de Judá, De modo nenhum és a menor entre as capitais de
Judá; Porque de ti sairá o Guia Que há de apascentar o meu povo de Israel.
7 Então Herodes, chamando secretamente os magos, inquiriu exatamente deles
acerca do tempo em que a estrela lhes aparecera.
8 E, enviando-os a Belém, disse: Ide, e perguntai diligentemente pelo menino e,
quando o achardes, participai-mo, para que também eu vá e o adore.
9 E, tendo eles ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela, que tinham visto no
oriente, ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o
menino.
10 E, vendo eles a estrela, regozijaram-se muito com grande alegria.
11 E, entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o
adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra.
12 E, sendo por divina revelação avisados em sonhos para que não voltassem para
junto de Herodes, partiram para a sua terra por outro caminho.
Mateus – O Evangelho do Reino – Capítulo 2.13-15
Na estratégia militar existe um capítulo
chamado "movimentos retrógrados". Os
comandos militares exercitam com muita
cautela essas táticas, pois, militarmente
falando, em princípio, todo movimento de
tropas para a retaguarda pode ser visto
como o mais trágico evento que um
comandante de tropa receia, que é a fuga,
a deserção, a debandada de seus homens.
No entanto, a matéria existe nos compêndios militares, pois tais
movimentos podem ser vistos como estratégicos, ou seja, uma retirada
de homens deste ou daquele ponto para servir de ponte para um ataque
ou contra-ataque mortal ao inimigo, mais adiante. Foi mais ou menos isto
que a providência divina fez quando aconselhou ao pai de Jesus Cristo:
"Levanta-te, toma o menino e sua mãe,
foge para o Egito, e ali fica até que eu to fale."
Mt 2.13b
Mateus 2.13-15
13 E, tendo eles se retirado, eis que o anjo do Senhor
apareceu a José em sonhos, dizendo: Levanta-te, e toma o
menino e sua mãe, e foge para o Egito, e demora-te lá até
que eu te diga; porque Herodes há de procurar o menino para
o matar.
14 E, levantando-se ele, tomou o menino e sua mãe, de noite,
e foi para o Egito.
15 E esteve lá, até à morte de Herodes, para que se
cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta, que
diz: Do Egito chamei o meu Filho
Mateus – O Evangelho do Reino – Capítulo 2.16-18
Não foi, assim, uma fuga
derrotista mas, sim, uma fuga
de vitória. Os magos deixam a
cena do nascimento de Cristo,
mas o Senhor continua a conduzir
a história da vida de seu Filho.
Humanamente, ela corria perigo.
Herodes, alertado pelos magos
do oriente de que um possível
concorrente à sua realeza havia
nascido, vai tentar encontrá-lo,
por certo, para tirar-lhe a vida.
Mas, José, mais uma vez, com
sua discrição e sem alarde, vai
cumprir a vontade de Deus em
sua vida e na vida de Jesus e,
com isto, salvá-lo.
Mateus 2.16-18
16 Então Herodes, tendo visto que fora iludido pelos magos,
irou-se grandemente e mandou matar todos os meninos de
dois anos para baixo que havia em Belém, e em todos os seus
arredores, segundo o tempo que com precisão inquirira dos
magos.
17 Cumpriu-se então o que fora dito pelo profeta Jeremias:
18 Em Ramá se ouviu uma voz, lamentação, choro e grande
pranto: Raquel chorando os seus filhos, e não querendo ser
consolada, porque eles já não existem.
Mateus – O Evangelho do Reino – Capítulo 2.19-23
Sem dúvida, José devia ter seus
planos como chefe de família e
como profissional. Lembremo-nos
de que essa era uma época em que
a autoridade paterna era algo
inquestionável. O que o chefe de
família judeu resolvesse para si,
não importava se para o bem ou
para o mal da família, era lei e
regra a serem seguidas por todos.
Com José, seria assim também, especialmente se fosse alguém
com mais idade, como supõem os comentaristas, não sendo um
jovem em início de carreira, mas um profissional de experiência
em uma das profissões mais valorizadas naqueles tempos.
Isto deveria conferir-lhe ainda maior autonomia.
Mateus – O Evangelho do Reino – Capítulo 2.19-23
Pois bem, não importando nada
disto, José se deixa guiar pelo
que seria o melhor para o bemestar de seu filho. Cristo, neném
ainda, vai começar a mudar os
passos de seu pai, e ele, dócil e
discretamente, vai encaminhar
sua vida em prol daquilo que
seria o melhor para o bem do
filho que chegara. Cristo muda a
vida daquele que o recebe em seu
coração.
Foi assim com José, seu pai. Deve ser assim com cada um
de nós. Será que estamos permitindo que o Senhor
controle e mude o nosso viver?
Assim como José?
Mateus 2.19-23
19 Morto, porém, Herodes, eis que o anjo do SENHOR
apareceu num sonho a José no Egito,
20 Dizendo: Levanta-te, e toma o menino e sua mãe, e vai
para a terra de Israel; porque já estão mortos os que
procuravam a morte do menino.
21 Então ele se levantou, e tomou o menino e sua mãe, e foi
para a terra de Israel.
22 E, ouvindo que Arquelau reinava na Judéia em lugar de
Herodes, seu pai, receou ir para lá; mas avisado em sonhos,
por divina revelação, foi para as partes da Galiléia.
23 E chegou, e habitou numa cidade chamada Nazaré, para
que se cumprisse o que fora dito pelos profetas: Ele será
chamado Nazareno.
Mateus – O Evangelho do Reino – Conclusão
1.Que fatos são mais
marcantes na história
do nascimento de
Cristo, para você?
2.O que lhe ensina
a vida de José?
3.Qual o significado da
vinda dos magos?
4.Como você vê o milagre
do nascimento de Cristo
em face da modernidade?
5.Cristo como criança
mudou a vida de José
e Maria... Você
se deixa mudar
por ele?
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