Secretaria de Estado da Educação – SEED Superintendência da Educação - SUED Diretoria de Políticas e Programas Educacionais – DPPE Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA PROFESSOR PDE 1. Nome do(a) Professor(a) PDE: Shirlene Vieira de Almeida 2. Disciplina/Área:História 3. IES:Universidade Estadual de Maringá 4. Orientador(a): Rosana Steinke 5. Co-Orientador(a) (se houver): 6. Caracterização do objeto de estudo (exceto Professor PDE Titulado): 7. Título da Produção Didático-Pedagógica: As cidades e as possibilidades de reflexão histórica. 8. Justificativa da Produção: A temática foi pensada em função da necessidade de sintetizar dentro de um mesmo material, informações relevantes sobre o tema, bibliografia específica e atualizada, esclarecimento sobre a possibilidade de interdisciplinaridade, apresentar a possibilidade do trabalho de pesquisa com os alunos com documentos históricos. 9. Objetivo geral da Produção: Seguindo os objetivos do PDE de aproximação entre conhecimento científico acadêmico e atualizado e a escola, o objetivo principal deste material didático é apresentar aos educadores a produção científica sobre a temática: História Urbana e as inúmeras possibilidades de trabalho com este material e suas fontes para um trabalho de qualidade na escola. 10. Tipo de Produção Didático-Pedagógica: ( ) Folhas (X) OAC ( ) Outros (descrever): 11. Público-alvo: Ensino Fundamental - 5/8ª séries Maringá, 26/02/2008. ___________________________________________________ Professor PDE Shirlene Vieira de Almeida Proposta: Nº 7434 Autor: Shirlene Vieira de Almeida Estabelecimento: Colégio Estadual do Jardim Panorama – Ensino Fundamental e Médio Ensino: Ensino Fundamental – 5/8ª série Disciplina: História Conteúdo Estruturante: – Dimensão econômico-social Conteúdo Específico: História Urbana Palavras-chave: Cidades, urbanização, sociedade PROBLEMATIZAÇÃO DO CONTEÚDO: Chamada para a problematização do conteúdo: "A cidade não é apenas um lugar para morar, mas um lugar maior. Um lugar nosso, mas também de muitos outros." Texto: O objetivo da elaboração deste objeto de aprendizagem colaborativa é que a temática "história urbana", faz parte do cotidiano dos alunos, possibilitando problematizações e reflexões sobre o conhecimento prévio do educando, o que torna o trabalho mais agradável para o mesmo e com resultados significativos em relação ao conhecimento científico. O surgimento da cidade moderna é concomitante a industrialização e ao processo que se iniciou na Inglaterra de expulsão dos camponeses das terras comunais, obrigando camponeses a se concentrarem nas cidades e se tornando a principal mão-de-obra da indústria. As cidades modernas carregam nas suas entranhas os principais aspectos da história dos homens dos últimos séculos. Foi no espaço urbano que se perpetuou o modo de vida capitalista, as novas relações sociais e de trabalho, o proletariado e a pluralidade cultural que é inerente de determinados povos ou regiões. Desta forma as cidades desde a modernidade até os dias atuais, passaram a ser o palco das principais relações entre os homens, tornando-se assim um campo extremamente importante de estudo. Atualmente diversas áreas do saber, têm se empenhado no estudo do espaço urbano, no campo da história, é importante analisar sob o ângulo dinâmico de diferentes experiências e competências dos atores sociais e das condições de possibilidades dos contextos que atuam. Observa-se que a história urbana, enquanto tema, se apresenta com suas características próprias e também com sua inegável importância em todos os períodos históricos, podendo ser trabalhado de diversas formas e momentos pelo educador, possibilitando inúmeras problematizações em sala de aula. A utilização desta temática na sala de aula é de extrema importância, tendo em vista que pode ser abordado de diversas perspectivas, por várias disciplinas, facilita a interdisciplinariedade e estimula a aprendizagem por se tratar de um tema que faz parte do cotidiano do aluno, é o espaço onde o mesmo está inserido. É um facilitador para a construção da identidade do grupo. Ao estudar a história urbana é possível problematizar questões cotidianas que o levem a refletir sobre seu importante papel como sujeito histórico. Conhecendo sua cidade, sua comunidade e construindo sua identidade, partindo sempre de suas experiências confrontando-as com a história contemporânea interpretada e apresentada em livros didáticos e outras fontes. E finalmente adquirindo o conhecimento histórico partindo do estudo do presente para que desta forma possa conhecer o passado. A frase que consta na chamada para a problematização do conteúdo foi retirada da revista do "Projeto Escola e Cidadania - Leo Stampacchio, Alvaro Cesar Giansanti, Denise Mattos Marino - São Paulo: Editora do Brasil, 2000. INVESTIGAÇÃO DISCIPLINAR: Título: As cidades e as possibilidades de reflexão histórica Texto: As cidades representam o modo de vida capitalista, nela encontramos inúmeros conflitos, sociais, políticos, econômicos e culturais. Vivemos e convivemos com esses conflitos, a possibilidade de utilizar esta temática para iniciarmos problematizações em sala de aula é de suma importância, tendo em vista que esta é a nossa história, somos os sujeitos históricos. História que está em constante transformação e que deve ser estudada e analisada por educadores e educando para que possamos ter a oportunidade e iniciativas neste espaço que possa fazer a diferença. Somente conhecendo as entranhas, as características e a sua construção histórica pode-se entender e interfirir de forma consciente no espaço onde vivemos. Este conhecimento, porém, não pode ser exclusivamente o que nos é passado pelos meios de comunicação, pela família, entre outros, se faz necessário problematizar estes conhecimentos adquiridos fora do espaço escolar para construir um conhecimento embasado cientificamente, este processo passa pela escola, pelo professor, pela interdisciplinaridade. Metodologicamente se faz necessário partir do conhecimento prévio do aluno, o espaço onde o mesmo vive é o seu conhecimento prévio, cabe ao professor de história, fazer a amarras com conteúdos desenvolvidos em sala de aula, que aparentemente parecem distantes do aluno, mas que correlacionados com seu cotidiano pode levar ao conhecimento científico. PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR: Título: As cidades e as possibilidades de reflexão histórica Texto: Atualmente cresce a tendência de valorizar o conhecimento prévio do aluno para tornar o conhecimento institucionalizado mais eficaz, a oportunidade de utilizar o conhecimento do dia-a-dia, deve ser utilizado pelos professores de todas as áreas, sendo assim e concomitante com os professores de história, é possível desenvolver projetos que envolvam o conhecimento de alunos, professores e toda a comunidade local, valorizando o conhecimento e construindo a história. Em várias disciplinas podemos utilizar temáticas presentes nas cidades e utilizadas pelo professor de história, Exemplo de alguns temas possíveis de serem utilizados em outras disciplinas: A disciplina de geografia pode aproveitar o estudo sobre a formação das cidades paranaenses e estudar sobre a vegetação, consequências da urbanização para o meio ambiente, mudanças climáticas. O conteúdo sistematizado em história sobre economia contemporânea pode ser um excelente ponto de partida para o estudo de estatística em matemática, o aluno que ao estudar a história econômica de sua região percebe a sua importância como sujeito histórico pode aprender paralelamente em matemática como calcular os impostos, o crescimento populacional de sua região, a taxa de desempregados e elaborar gráficos para uma melhor criticidade do meio onde vive. Em ciências podemos priorizar as consequências da urbanização que em muitas regiões acontece de forma desordenada, como a questão do meio ambiente, planejamento familiar, saneamento básico, doenças e epidemias. Na disciplina de artes pode trabalhar com o espaço urbano elaborando pinturas e desenhos da comunidade, ressaltando locais de lazer, de conflitos sociais, templos, a escola, a família, enfim mostrar para o aluno a importância da sociedade onde ele esta inserido. CONTEXTUALIZAÇÃO: Título: As cidades e as possibilidades de reflexão histórica. Texto: As cidades surgiram na antiguidade para cada momento histórico elas tinham suas especificidades. Na idade antiga destaca-se a Mesopotâmia, região onde viviam vários povos em núcleos que posteriormente se transformaram em cidades auto-suficientes e auto-governadas e com uma organização social, como por exemplo, a Babilônia, historicamente as cidades mesopotâmicas foram às primeiras. Este período histórico ainda guarda grandes civilizações e significativas cidades como é o caso de Atenas e Roma. Na América segundo Azevedo (2005) no mesmo período da fundação das cidades –Estados da Mesopotâmia, surgia uma sociedade igualmente complexa, ela se estabeleceu nos vales do Norte Chico, região do Peru atual, por volta de 2627 a. C. foi fundada ali a cidade de Caral, primeiro centro urbano do continente. Na idade medieval na Europa ocidental onde predominava a economia centrada no espaço rural, Le Goff explica que apesar disso as cidades tinham sua importância na sociedade medieval ele cita o exemplo de Paris em 1300, com 200 mil habitantes, não mais, com três espaços principais: o econômico com os mercados, portos, mercadores-barqueiros; o político e também eclesiático; e finalmente o universitário. Ele acrescenta: A cidade contemporânea, apesar de grandes transformações, está mais próxima da cidade medieval do que esta última da cidade antiga. A cidade da Idade Média é uma sociedade abundante, concentrada em um pequeno espaço, um lugar de produção e de trocas em que se mesclam o artesanato e o comércio alimentados por uma economia monetária. É também o cadinho de um novo sistema de valores nascido da prática laboriosa e criadora do trabalho, do gosto pelo negócio e pelo dinheiro. (1998, p. 25) As cidades modernas surgiram com a industrialização que aconteceu a princípio na Europa, especificamente na Inglaterra. As cidades são consequências do desenvolvimento das relações capitalistas, que produziu uma sociedade hegemonicamente urbana. Atualmente a cidade reflete todas as expectativas e todos os conflitos da sociedade capitalistas, tornando assim um campo fértil para o estudo. Os historiadores estão se empenhando no estudo do espaço urbano. Segundo Steinke (2005) este tem que ser analisado sob o ângulo dinâmico de diferentes experiências e competências dos atores sociais e das condições de possibilidades dos contextos que atuam. A autora completa: [...] optamos pelo caminho sugerido por Lepetit. O autor enfoca a análise que caracteriza uma dupla aproximação de escala: a primeira, que pode ser denominada macroscópica, analisa o sistema urbano como um modo em que um conjunto de cidades se organiza em uma configuração espacial e hierárquica; a segunda, já em menor escala, ou, se quisermos, microscópica, concebe o sistema urbano como uma formação real dentro de uma topografia particular, impressa em uma sociedade estruturada, explicável em relação ao aparato institucional do Estado e traduzível em manifestações culturais diversas. Essa inversão de perspectiva proposta por Lepetit está imbricada na micro-história italiana (Carlo Guinzburg e Giovani Levi) e também pode ser mapeada a partir da teoria braudeliana, como a chamada história dos sistemas urbanos. (2005, p. 44). No Brasil a intensificação do processo urbano ocorre no século XX, juntamente com as políticas migratórias e a necessidade de mercados locais que atendessem as necessidades dos imigrantes que a princípio foram para o campo e que com o processo de industrialização que se inicia no final do século XIX, muitos migraram para a cidade em busca de trabalho. Segundo Oliveira (2001) a sociedade brasileira em 2000 é industrial e urbana, isto não significa que ambos tenham que ocorrer nas mesmas circunstâncias, ou mesmo que um, seja, necessariamente a causa do outro. Ele explica: Historicamente, a urbanização antecede a industrialização embora se possa reconhecer que a passagem da economia rural para outra de base industrial intensifique a urbanização. O crescimento de malhas urbanas relativamente próximas forma autêntica redes de cidades, chegando inclusive a se tornar difícil distinguir onde começa e onde terminam os municípios, caracterizando o fenômeno da conurbação urbana. Pode-se falar em metropolização quando estiverem presentes tanto uma expressiva concentração da população urbana em algumas poucas cidades, quanto o papel proeminente destas no desenvolvimento de uma rede de cidades que com elas mantém relações de interdependência. (2001, p. 9) No Paraná essa transição se consolidou nos anos de 1980, quando segundo Oliveira (2001) a população urbana ultrapassou a rural. E ainda foi na década de 80 que a produção industrial finalmente ultrapassou aquele das atividades agrícolas. Atualmente o Paraná além de ter parte da sua economia pautada na agricultura, nas cidades existem uma rede de outros serviços que contribuem para a economia paranaense e que gera a maioria dos empregos do nosso Estado tais como: alimentação, vestuário, calçados, serviços, etc. E desde o final do século XX temos uma sociedade urbanizada concentrada boa parte em áreas metropolitanas em busca da empregabilidade oferecida nestas cidades. Referências AZEVEDO, Gislaine C. e SERIACOPI, Reinaldo. Historia. São Paulo: Ática, 2005. BARROS, José DÁssunção. Cidade e história. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007 LE GOFF, Jacques. Por amor a às cidades: conversações com Jean Lebrun. São Paulo: Unesp, 1998. LEPETIT, Bernard. Por uma nova história urbana – seleção de textos, revisão crítica e apresentação Heliana A. Salgueiro. São Paulo: Editora da universidade de São Paulo, 2001. SALGUEIRO, Heliana Angotti (org). Cidades capitais do século XIX: racionalidade, cosmopolitismo e transferência de modelos. São Paulo: Editoda da universidade de São Paulo, 2001. STEINKE, Rosana. Ruas curvas versus ruas retas na história das cidades, três projetos do eng. Jorge de Macedo Vieira, 2002. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo), Departamento de Arquitetura e Urbanismo/EESC/USP. São Carlos, São Paulo. STEINKE, Rosana. e AMARO, Hudson S. O espaço urbano enquanto espaço de reflexão histórica. In: AARO, H. S. e RODRIGUES, I.C. (orgs). História: metodologia de ensino. Maringá: Eduem, p. 39-59, 2005. SITIOS Título do sítio: História das cidades Disponível no endereço: http://educaterra.terra.com.br/voltaire/artigos/essencia_cidades2htmi Acessado em: novembro/2007 Comentários: Este site exibe o artigo sobre o pensamento de Mandeville e de Engels, sobre as cidades no século XVII e XIX. Título do sítio: IBGE Disponível no endereço: http://www.ibge.gov.br Acessado em: dezembro/2007 Comentários: Pesquisando o site do IBGE é possível saber os aspectos econômicos, sociais, políticos de todas as cidades brasileira. Tanto a história como outras disciplinas podem utilizar o material pois são inúmeras as possibilidades de trabalho com as pesquisas do IBGE. Título do sítio: Wikipédia - conceito de cidades Disponível no endereço: http://pt.wikipedia.org/wiki/cidade Acessado em: dezembro/2007 Comentários: Este site conceitua de forma genérica o termo cidades, mas mesmo assim é possível ter uma dimensão das possibilidades de trabalho em sala de aula com a temática. O site também pode ser utilizado para trabalhar as imagens das cidades de acordo com o tempo histórico, cultura e sociedade. As imagens podem nos levar ao imaginário urbano muito pouco explorado como material didático. SONS E VÍDEOS: Categoria: Áudio cd-MP3 Título da Música: Saudosa Maloca Intérprete: Adoniram Barbosa Compositor: Adoniram Barbosa Comentários: O cantor e compositor Adoniram Barbosa (1910 - 1982), viveu no Estado de São Paulo em um momento histórico onde as cidades estavam se consolidando como hegemônica para a moradia dos brasileiros. Ele presenciou o nascimento de problemas sociais como: favelas, violência, exclusão social entre outros. Suas músicas falam destes problemas urbanos, assim como do cotidiano das cidades, da dignidade humana e de cidadania. Letra da música: Saudosa Maloca Adoniran Barbosa Si o senhor não istá lembrado Dá licença de contá Que aqui onde agora está Esse edifício arto Era uma casa véia Um palacete abandonado( Assobradado e não abandonado. ) Foi aqui seu moço Que eu, Mato Grosso e o Joca Construimos nossa maloca Mais, um dia nem quero me lembrá Veio os home c'as ferramentas O dono mandô derrubá Peguemo tudo a nossas coisa E fumo pro meio da rua Preciá a demolição Que tristeza que eu sentia Cada táuba que caía Duia no coração Mato Grosso quis gritá Mas em cima eu falei: Os homi istá co'a razão Nós arranja outro lugá Só se conformemos quando o Joca falou: "Deus dá o frio conforme o cobertô" E hoje nóis pega a páia nas grama do jardim E prá esquecê nóis cantemos assim: Saudosa maloca, maloca querida, Que dim donde nóis passemos dias feliz de nossa vida Categoria: Video Título: Cidade de Deus Direção: Fernando Meirelles e Katia Lund Duração: 01:30 Local da publicação: Rio de Janeiro Ano: 2002 Comentários: O filme ganhador de vários prêmios é rico em imagens sobre os principais problemas sociais urbanos, retrata a vida em favelas e as dificuldades de sobrevivência. Deve-se ficar atento a faixa etária para a exibição deste filme, tendo em vista, que trata-se de um filme com cenas inadequadas para crianças menores de 12 anos. IMAGENS Comentários: O mapa da divisão política do Paraná ressalta a possibilidade de visualizar as inúmeras cidades existentes em nosso Estado, cada qual com sua história específica e com infinitas possibilidades de abordagens. No recurso "sitios", informaremos onde é possível encontrar imagens de cidades em todos os períodos históricos e em todas as regiões, que poderão ser utilizadas de acordo com os conteúdos propostos em sala de aula. PROPOSTA DE ATIVIDADES: Título: As cidades e as possibilidades de reflexão histórica. Texto: Toda a atividade de história deve ser contextualizada para uma melhor aprendizagem, sendo assim citaremos algumas possibilidades de atividades para uma melhor aprendizagem sobre a temática: Tipo de atividade: Análise/pesquisa de documentos históricos. Objetivos: O conhecimento através das fontes históricas, possibilitando transformar documentos em material didático, dinamizando o processo de conhecimento. Recursos utilizados: Jornais, certidões de nascimento/casamento/óbito, mapas de cidades/Paraná, revistas, livros. Método utilizado: Exposição do professor sobre a temática e também sobre análise dos documentos, atividades em grupo/individual para levantamento de documentos. Exposição dos resultados a comunidade. Desenvolvimento: A pesquisa para o levantamento das fontes históricas pode ser feita individualmente ou em grupo. A análise dos documentos deve ser feita através da exposição do professor (pois a este cabe transformar documentos em material didático). Posteriormente os alunos desenvolvem exercícios de fixação em todas as áreas afins e faz análise dos documentos. Oraganizam a exposição dos resultados. Número de alunos: Máximo 30 alunos. Avaliação: Contínua (durante todo o processo da pesquisa) Coleta dos documentos, estudo dos documentos, sistematização através da exposição. EXEMPLO: Como o trabalho pode ser interdisciplinar com esta temática, citaremos um exemplo de como se pode trabalhar com documentos históricos em várias disciplinas. JORNAIS: DÉCADA DE 80: História: A contextualização do período histórico, analisando questões: políticas, sociais, econômicas e culturais. Com a sistematização destes conteúdos cabem questionamentos nas demais disciplinas: Geografia: De acordo com a economia da região quais os impactos ambientais do crescimento ou não da região estudada. Os jornais possibilitam o estudo (através dos dados constantes nele) das mudanças climáticas (pode-se fazer um quadro comparativo das mudanças climáticas - da época e hoje), utilizando a previsão do tempo. Ciências: As mudanças de comportamento e a necessidade de saneamento básico, planejamento familiar e controle de doenças em decorrência das mudanças culturais, econômicas e sociais nas cidades. Conscientizar para a importância destas questões, para a vida urbana. Matemática: O jornal pode ser utilizado para cálculos comparativos: preços de alimentos, salário mínimo (valorização e/ou desvalorização), impostos, agua, luz, ou seja, com o que se gastava o salário no período e como se gasta atualmente. Estes cálculos ajudam na compreensão de mudanças econômicas e culturais da comunidade. Artes: Observar e elaborar quadros com as mudanças culturais de um período para outro (Moda, alimentação, meios de transporte). Este exemplo de trabalho com o jornal pode ser adaptado, com documentos de outras épocas históricas (geralmente constam nos livros didáticos de história),com fontes orais (informações obtidas com a comunidade local), com sites oficiais como é o caso do IBGE (fonte riquíssima para o trabalho em história). Cabe ao professor de História elaborar projetos para a sua escola com o apoio de outros professores (interdisciplinaridade) e utilizar o conhecimento comum do aluno e transformá-lo em conhecimento sistematizado. SUGESTÕES DE LEITURA: Livro: BARROS, José DÁssunção. Cidade e história. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007 Comentários: O livro explicita sobre a necessidade em fazer uma reflexão histórica sobre a cidade e o fenômeno urbano. Faz uma análise sob o ponto de vista histórico, ressaltando aspectos populacionais, econômico, político, cultural, imaginário entre outros. Leitura obrigatória para entender as cidades modernas a partir do século XIX e a importância deste estudo. Livro: HALL, Peter.Cidades do Amanhã. São Paulo, Perspectiva, 1995. Comentários: É fundamental a leitura deste livro para quem se propõe a trabalhar em sala de aula com esta temática, pois enfatiza inúmeras cidades com sua obra de arquitetura e urbanização, traz imagens preciosas e modelo de urbanização de vários períodos históricos e de várias regiões. Livro: LE GOFF, Jacques. Por amor às cidades: conversações com Jean Lebrun. São Paulo: Unesp, 1998. Comentários: O livro é riquíssimo em imagens, onde podemos estudar principalmente sobre as cidades na idade média, além da brilhante explanação do autor sobre as cidades na Idade Média e as cidades Modernas. Livro: LEPETIT, Bernard. Por uma nova história urbana – seleção de textos, revisão crítica e apresentação Heliana A. Salgueiro. São Paulo: Editora da universidade de São Paulo, 2001. Comentários: Este livro mostra como podemos trabalhar historicamente com a temática "história urbana". Quais os aspectos que podemos abordar e que metodologia podemos utilizar. Livro: Oliveira, Denílson. Urbanização e industrialização no Paraná,Curitiba, SEED, Paraná. Comentários: O livro de fácil acessibilidade, tendo em vista que faz parte da coleção de história do Paraná da Secretaria do Estado da Educação do Paraná e distribuído nas escolas públicas. Ele retrata a relação entre a urbanização do estado do Paraná e a industrialização com textos introdutórios que instigam a uma maior investigação sobre o assunto. Vale destacar que em suas referências podemos encontrar produções científicas (teses e dissertações) produzidas em universidades públicas e livros sobre o Paraná ressaltando bastante a questão econômica. DESTAQUES: Título: O espaço urbano enquanto reflexão histórica. Fonte: Caderno de formação de professores – EAD – EDUEM – História. Texto: Comentários: A professora Rosana Steinke da Universidade Estadual de Maringá, tem como tema de pesquisa a questão urbana e tem inúmeros trabalhos sobre o assunto, abaixo vou transcrever alguns trechos do trabalho em referência, tendo em vista sua importância para a temática. O texto a ser transcrito é responsável pelo meu interesse na utilização desta temática em sala de aula é a junção do trabalho científico aliado a possibilidade de transformá-lo em material didático, uma parceria que tem se mostrado rica na melhoria da qualidade da educação pública. REFERÊNCIA: STEINKE, Rosana e AMARO, Hudson. O espaço urbano enquanto espaço de reflexão histórica. In. AMARO H. S. e RODRIGUES. I. C. (orgs.) História: metodologia de ensino. Maringá: Eduem, p. 39-59, 2005. O CONTEXTO HISTÓRICO: DO GERAL AO PARTICULAR Maringá é conhecida como uma cidade planejada emoderna, uma cidadejardim. Mas o que vem a ser exatamente isso, o que esses termos significam? seria Maringá uma cidade-jardim por desfrutar de ampla arborização urbana?Seria uma cópia das originárias cidades-jardins britânicas? O fato de ser uma cidade planejada por si permite o substantivo de moderna? A região no qual se insere Maringá, correspondendo a mais ou menos 36% da superfície total do estado, carrega também o histórico da expulsão de uma população de índios e caboclos que já viviam nesse local (NOELLi; MOTA, 1999). Além disso, a extensa cobertura vegetal de mata atlântica deu lugar a plantações de café e núcleos urbanos, causando a modificação da paisagem e um impacto ambiental cuja importância não pode ser desprezada (DEAN, 1996). Nessa verdadeira campanha de ocupação implementada pelo Estado e pela iniciativa privada, a ferrovia exercia um papel fundamental na expansão da ocupação, pois era através dela que se estabelecia um elo de comunicação com as demais cidades e se garantia o escoamento da produção. Foi a partir do seu traçado, na maioria das vezes, que se deu a fundação dessas cidades novas, implantadas com o intuito de ali estabelecer um núcleo urbano que servisse de apoio aos seus habitantesa. Pensar no contexto acima delineado é observar a possibilidade de trabalhar questões como identidade e processos migratórios, relações sociais e culturais. Quanto ao planejamento urbano, se é raro encontrar planos mais elaborados para as cidades no noroeste paulista, pode-se observar o mesmo sistema de grelha, a chamada ' malha xadrez ', em muitas das cidades do norte paranaense. No entanto, em alguns casos se percebe princípios urbanísticos que diferem do sistema ortogonal, o chamado 'tabuleiro xadrez', como nas cidades de Maringá (1945) e Cianorte (1955), planejadas pelo engenheiro Macedo Vieira. A implantação dessas cidades novas abrigaria ainda outras concepções na estruturação de usa rede urbana, como a idéia de cidade-jardim e subúrbio-jardim. Ao eleger um tema no qual se privilegia a fonte imagética, ainda que aliada ao texto histórico, procuramos mapear a forma dessas cidades e suas relações com o ideário urbanístico presente no Brasil nesse período, discutindo como ele foi absorvido por profissionais de urbanismo e incorporado dentro do sistema capitalista de expansão de fronteiras. Assim, o conteúdo possibilita trabalhar a constituição da identidade social das propostas educacionais para o ensino de história, capaz de situar a relação entre o particular e o geral, quer se trate do indivíduo, sua ação e seu papel na sua localidade e cultura, quer se trate das relações entre a localidade específica, a sociedade nacional e o mundo como mostra o PCN (BRASIL, 1997, p. 32). Assim, trabalha a continuidade e permanência, ou seja, o passado como possibilidade de conhecer o presente e estabelecer relações com a região e o país, o que aumenta consideravelmente a oportunidade de relacionar a construção do pensamento histórico à realidade. A RELEVÂNCIA DO TEMA ENQUANTO MATERIAL PEDAGÓGICO De acordo com as novas diretrizes curriculares, a escolha metodológica representa a possibilidade de orientar trabalhos com a realidade presente, relacionando-a e comparando-a com momentos significativos do passado. Didaticamente, as relações e as comparações entre o presente e o passado permitem uma compreensão da realidade em uma dimensão histórica, que extrapola as explicações sustentadas no passado ou só no presente imediato (BRASIL, 1997, p. 39) Priorizar o uso da linguagem fluente, com conteúdo dinâmico e alcançando uso de recursos visuais como mapas, fotos e plantas, é o caminho sugerido. Ou seja, através da escolha dos documentos e dos conteúdos, levar o aluno a desenvolver noções de diferença e de semelhança, de continuidade e de permanência, no tempo e no espaço. Assim, pensamos estar contribuindo, ao compartilhar com as novas gerações que estão nas cadeiras escolares, assunto instigante e, ao mesmo tempo, particularmente interessante por fazer parte da vida de cada um de nós, como é o caso do planejamento da cidade de Maringá. O objetivo foi usar da linguagem da transversalidade, ao tratar de urbanismo, mas também estar abordando questões que levam a refletir sobre o meio ambiente, a formação de nossas cidades, a segregação espacial, entre muitos outros temas. Para isso, valorizar a iconografia, utilizando mapas, fotografias, peças gráficas para uma melhor elucidação do assunto, é de fundamental importância para tratar tais temas, tomando como ponto de partida o próprio entorno em que vivemos, o que pode levar o interlecutor a ser surpreendido ao lançar um olhar inesperado para as ruas pelas quais passa todos os dias, o bairro em que mora, percebendo como este se caracteriza. Conhecer a história regional e local é uma forma de levar o aluno a ter mais consciência das questões ambientais e sociais. Tomar consciência da paisagem urbana que muitas vezes passa desapercebida: a igreja, a prefeitura, a câmara municipal, a biblioteca e o fórum, formando uma síntese, um conjunto, chamado de centro cívico; ou então, compreender melhor as diferenças entre os bairros centrais e periféricos. Trabalhando os significados de exemplos como esses, buscamos levar o aluno a compreender a história do local onde mora. Ao pensar em um material que sirva de apoio didático, pensamos no diálogo da HIstória com as demais Ciências Humanas, o que pode ser observado nas recentes discussões referentes ao assunto e que têm favorecido estudos das diferentes problemáticas contemporânes em suas dimensões temporais, ou seja, por meio de trabalhos interdisciplinares, novos conteúdos podem ser considerados em perspectiva histórica, como no caso da apropriação, atuação, transformação e representação da natureza pelas culturas, da relação entre trabalho e tecnologia [...] (BRASIL, 1997, p. 33). Assim, na elaboração deste artigo há a preocupação em destinar tal exercício não especificamente para a área de história, mas sim trabalhar de forma interdisciplinar, disponibilizando um texto de história urbana que poderá ser utilizado em disciplinas de História, Geografia e Ciências, entre outras, além de trabalhar com um tema de história local e regional, sem por isso perder a universalidade do tema. Da mesma forma, as pesquisas históricas desenvolvidas a partir de diversidade de documentos e da multiplicidade de linguagem têm aberto portas para o educador explorar diferentes fontes de informação como material didático e desenvolver métodos de ensino que, no tocante do aluno, favorecem a aprendizagem de procedimentos de pesquisa, análise, confrontação, interpretação e organização do conhecimento histórico escolar (BRASIL, 1997, p. 33). Por fim, cabe aqui registrar que o atual quadro delineado pela situação de nossas cidades e sua ocupação indiscriminada exige que se dissemine e se discuta a questão dos problemas urbanos. Lembrando das palavras do historiador Jacques Le Goff, em sua obra Por Amor às Cidades, ao mencionar a nostalgia com que o século XIX observava o fenômeno urbano, quando alega que é preciso esperar nossa época, que se inquieta com o futuro das cidades, para que elas soem como sinais de alarme (LE GOFF, 1988). NOTÍCIAS: Categoria: Revista de circulação Título da notícia/artigo: Uma tragédia brasileira – ninguém está seguro no Brasil. Nome da revista: Isto é Local da publicação: São Paulo Fascículo: 1943 Página inicial: 43 – Página final: 45 Data da publicação: Janeiro/2007 Comentários: Os gêmeos Edgard e Guilherme, de 11 anos, descobriram da maneira mais dramática o que é a insensatez de viver numa cidade brasileira. Na noite de terça-feira 16, sob holofotes e olhares de todo o país, a mãe deles, Valéria Alves Marmit, foi retirada sem vida dos escombros de uma das maiores tragédias urbanas verificadas em São Paulo. Ela estava desaparecida desde as três horas da tarde de sexta-feira 12, quando transitava à bordo de uma van de passageiros pela rua Capri, no bairro classe média de Pinheiros, para pegar um trem e ir ao encontro dos filhos em casa. Naquele exato instante a terra abriu-se debaixo de seus pés. Em segundos, com uma violência semelhante à dos grandes terremotos, fez-se uma cratera de 80 metros de diâmetro e 38 metros de profundidade. Valéria e mais cinco pessoas foram tragadas pela escuridão. Ali, os irmãos Edgard e Guilherme ficaram órfãos. Dali, a mesma amarga sensação de orfandade emanou para todo o país, envolvendo a todos os que habitam cidades brasileiras. Daquele trágico ponto, no qual os dramas humanos tiveram proporções maiores do que o simples número de vítimas, verdades absolutas emergiram - nos dias que correm, ninguém está seguro nas metrópoles brasileiras. O poder público faliu em sua premissa básica de dar suporte e segurança aos cidadãos. Comentários: Uma reportagem como esta é um exemplo da possibilidade de problematização sobre diversas temáticas no entorno das cidades, como: segurança, habitação, poder público, transporte, condições de vida dos habitantes, entre outros. Possibilita também utilizá-la como suporte para contextualizar o surgimento e crescimento desordenado das cidades no Brasil, além de ser uma fonte de informação para a formação do conhecimento comum que deve ser criticado em sala de aula e depois sistematizado como conhecimento científico. PARANÁ: Título: O Paraná e a investigação científica Texto: A possibilidade de utilização da história urbana é infinita, porém existe a necessidade de pesquisas por parte do professor para que tenha respaldo para trabalhar de forma coerente com a temática. Como é possível trabalhar em todos os períodos históricos e em todas as regiões do Paraná com esta temática, vamos disponibilizar neste espaço uma bibliografia, incluindo teses, dissertações e artigos sobre a história urbana do Paraná produzida por docentes das universidades públicas e/ou autores que se preocupam e reconhecem a importância desta temática. Neste espaço também vamos apresentar os projetos da Universidade Estadual de Maringá sobre o espaço urbano. Referências: CANCIAN, N. A. Cafeicultura Paranaense, 1900/1970. Curitiba, Grafipar, 1981. GONÇALVES, J. H. R. História Regional &ideologias: em torno de algumas corografias políticas do norte paranaense. 1930-1980. Dissertação de Mestrado. Curitiba:> UFPR, 1995. _________ História Local: conceitos, preceitos e preconceitos. In: MORELI, A. J (Org.) Introdução ao estudo de História. Maringá: Eduem, 2005. MOTA, L.T.; NOELLI, F. S. Exploração e guerras de conquista de territórios indígenas nos vales dos rios Tibaju, Ivaí e Piquiri. In: DIAS R. B. GONÇALVES J. H. R. (Org.) Maringá e o norte do Paraná: EDUEM, 1999. STEINKE, Rosana. Ruas curvas versus ruas retas na história das cidades, três projetos do eng. Jorge de Macedo Vieira, 2002. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo), Departamento de Arquitetura e Urbanismo/EESC/USP. São Carlos, São Paulo. _______, Rosana. e AMARO, Hudson S. O espaço urbano enquanto espaço de reflexão histórica. In: AARO, H. S. e RODRIGUES, I.C. (orgs). História: metodologia de ensino. Maringá: Eduem, p. 39-59, 2005. ______, Rosana.; MARANHO-JACINTHO, G. Habitação Social: um tema para debater em sala de aula. In: AMARO, H. S.; RODRIGUES, I. C. (org) História: metodologia do ensino. Maringá: Eduem, 2005 TOMAZI, N. D. Certeza de lucro e direito de propriedade; o mito da CNTP. Dissertação de Mestrado. UNESP, 1989. TOMAZI, N. D. Construções e silêncios sobre a (re) ocupação da região norte do estado do Paraná. In: Reginaldo B. Dias e José H. R. Gonçalves. (Org.). Maringá e o norte do Paraná. Maringá: EDUEM, 1999. TRINTIN, J. G. A nova economia paranaense. 19870-2000. Maringá-Pr: EDUEM, 2006. Projetos: A Universidade Estadual de Maringá desenvolve projetos sobre a temática deste objeto de aprendizagem sendo assim vamos disponibilizar os nomes dos projetos e coordenadores para possíveis estudos, através dos site da Universidade pode-se interar dos objetivos de cada projeto. Departamento de Arquitetura e Urbanismo Título: Maringá - Aventura Urbana - Trilhas Interpretativas Coordenador: Professora Beatriz Freury e Silva Departamento de Geografia: Título: A retenção de população em cidades periféricas: a produção, o trabalho, a escola, a moradia e o turismo. A região norte paranaense em questão. (grupo de estudos) Coordenador: Professor Drº Marcio Mendes Rocha. Título: Grupo de Estudos Urbanos (grupo de estudos) Coordenador: César Miranda Mendes. Todos estes projetos e/ou grupo de estudos podem ser acessados através do site da Universidade Estadual de Maringá.