DISCIPLINA: LITERATURA
ASSUNTO: TRABALHO DE
RECUPERAÇÃO FINAL
PROFESSORA: TEREZA
VALOR: 20 PONTOS
NOTA:
SÉRIE: 3ªEM
TURMA:
NOME COMPLETO:
Nº:
Leia com atenção os textos I, II e III responda à questão 1
Todas imagens e textos abaixo foram associados a um movimento de vanguarda europeia. MARQUE a alternativa em
que a vanguarda em destaque NÃO foi corretamente exemplificada.
I
Cubismo:
hípica (Oswald de Andrade)
Saltos records
cavalos da penha
correm jaquéis e higionopolis
Os magnatas
As meninas
E a orquestra toca chá
Na sala de cocktails
ANDRADE, Oswald de. Poesias reunidas. In: Obras completas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1974. v. 7, p. 129.
As senhoras de Avignon, de Pablo Picasso
Disponível em:
http://daliteratura.wordpress.com/2012/04/28/cubismo-amultiplicacao-dos-pontos-de-vista/ Acesso em 8/5/2014
II
Futurismo:
“Tic-tac-tic-tac
tac-tac-tac-tac
Hum, hum
klank, pulum, lelê.
pankilum, pankilum, pankilum
tic, tac, tic, tac
talam, talam, talam, talam
tac-tac-tac-tac
fuuunk, fuuunk, fuuunk
pliiiimp, pliiimp, pliiimp
cof, cof
tic-tac
Hum, hum
klank, pulum
tac-tac
pliiimpk.”
Fonte: http://milkaplaza.blogspot.com.br/2013/04/poema.html Acesso em: 8/5/2014
O grito, de Edvard Munch
Fonte: http://profmarineise.blogspot.com.br/p/expressionismo.html
Acesso em: 8/5/2014
III
Surrealismo:
Metade pássaro (Murilo Mendes)
A mulher do fim do mundo
Dá de comer às roseiras,
Dá de beber às estátuas,
Dá de sonhar aos poetas.
A mulher do fim do mundo
Chama a luz com assobio,
Faz a virgem virar pedra,
Cura a tempestade,
Desvia o curso dos sonhos,
Escreve cartas aos rios,
Me puxa do sono eterno
Para os seus braços que cantam.
Do livro O visionário (1941)
Fonte: http://www.horizonte.unam.mx/brasil/murilo10.html Acesso em: 8/5/2014
O sono, de Salvador Dali
Disponível em: http://www.sonetos.com.br/sonetos.php?n=971 http://1.bp.blogspot.com/-
QUESTÃO 1 (VALOR: 1,0 PONTO) – A alternativa correta é:
A) I.
B) II
C) III
D) I, III
E) I, III, III
Leia, atentamente, os versos de Manuel Bandeira, transcritos a seguir e faça a questão 2
RETRATO
O sorriso escasso,
O riso-sorriso,
A risada nunca.
(Como quem consigo
Traz o sentimento
Do madrasto mundo.)
Com os braços colados
Ao longo do corpo,
Vai pela cidade
Grande e cafajeste,
Como o mesmo ar esquivo
Que escolheu nascendo
Na esquiva Itabira.
Aprendeu com ela
Os olhos metálicos
Com que vê as coisas:
Sem ódio, sem ênfase,
Às vezes com náusea.
Ferro de Itabira
Em cujos recessos
Um vedor, um dia,
Um vedor – o neto –
Descobriu infante
As fundas nascentes,
O veio, o remanso
Da escusa ternura.
Fonte: http://ninitelles.blogspot.com.br/2012_10_01_archive.html Acesso: 21/12/2013
QUESTÃO 2 (VALOR: 0,5 PONTO) - Os versos de Manuel Bandeira, homenagem a Carlos Drummond de Andrade,
indicam que a
A) terra natal do homenageado não interfere na personalidade dos moradores.
B) personagem retratada é alguém terno, mas também alegre e extrovertido.
C) cidade natal do poeta mineiro determina-lhe o comportamento reservado.
D) vida ensinou Drummond a reagir com agressividade aos problemas.
E) necessidade de agradar as pessoas fez o mineiro modificar-se, superar-se.
Leia o trecho de Vidas secas, 1938, de Graciliano Ramos e faça a questão 3
Baleia queria dormir. Acordaria feliz num mundo cheio de preás. E lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme. As
crianças se espojariam com ela, rolariam com ela num pátio enorme, num chiqueiro enorme. O mundo ficaria todo cheio
de preás, gordos, enormes.
Fonte: http://escritosimprovisados.blogspot.com.br/2011/01/morte-de-baleia.html Acesso em: 15/7/2014
QUESTÃO 3 (ACAFE / SC) (VALOR 1,0) - Sobre o texto acima, é CORRETO afirmar que:
a) há marcas próprias do chamado discurso direto através do qual são reproduzidas as falas das personagens.
b) o narrador é observador, pois conta a história de fora dela, na terceira pessoa, sem participar das ações, como quem
observou objetivamente os acontecimentos.
c) quem conta a história é uma das personagens, que tem uma relação íntima com as outras personagens, e, por isso, a
maneira de contar é fortemente marcada por características subjetivas, emocionais.
d) evidencia-se um conflito entre a protagonista Baleia e o antagonista Fabiano, pois este impede que a cadela possa caçar
os preás.
e) o narrador é onisciente, isto é, geralmente ele narra a história na terceira pessoa, sabe tudo sobre o enredo e sobre as
personagens, inclusive sobre suas emoções, pensamentos mais íntimos, às vezes, até dimensões inconscientes.
Analise as duas telas de Tarsila do Amaral e faça a questão 4
“Operários” – Tarsila do Amaral
“Segunda Classe” - Tarsila do Amaral
Fonte das duas telas: http://artefontedeconhecimento.blogspot.com.br/2010/07/operarios-de-tarsila-do-amaral.html Acesso em
31/7/2014
QUESTÃO 4 (VALOR: 1,0 PONTO) DESCRITOR: Analisar texto não verbal modernista da 2a fase
- ASSINALE a opção INCORRETA quanto à análise das telas.
A) O quadro de Tarsila do Amaral “Operários” é um retrato do conjunto de operários das fábricas brasileiras. Os rostos
sobrepostos remetem à massificação do trabalho e às condições de vidas nas cidades.
B) Estão representadas, na tela “Operários”, diversas etnias, fazendo referência à migração de diferentes locais do Brasil e
do mundo para as metrópoles.
C) A expressão dos operários na tela de mesmo nome representados é de tristeza, indiferença, cansaço. Representam as
péssimas condições de trabalho a que estão submetidos, e a falta de perspectivas que predomina no contexto de opressão
da chamada “Era Vargas”.
D) O quadro “operários”, juntamente com “Segunda Classe”(acima), é uma expressão do crescimento capitalista no Brasil
e do preço pago pelos trabalhadores para que seu êxito fosse garantido.
E) As telas não conseguem traduzir a influência que o contexto histórico pode ter em uma obra de arte seja ela uma
pintura, uma escultura, uma música, um poema ou uma narrativa.
Leia os trechos do poema ‘Ode ao burguês’, de Mário de Andrade e responda às questões 5 e 6
ODE AO BURGUÊS
I
Eu insulto o burguês! O burguês-níquel,
o burguês-burguês!
A digestão bem feita de São Paulo!
O homem-curva! O homem-nádegas!
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,
é sempre um cauteloso pouco-a-pouco!
II
Eu insulto as aristocracias cautelosas!
Os barões lampiões! Os condes Joões! Os duques zurros!
Que vivem dentro de muros sem pulos
E gemem sangues de alguns mil-réis fracos
Para dizerem que as filhas da senhora falam o francês
E tocam os ‘Printemps’ com as unhas!
III
Eu insulto o burguês funesto!
O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições!
Fora os que algarismam os amanhãs!
Olha a vida dos nossos setembros!
Fará sol? Choverá? Arlequinal! (...)
IV
Morte à gordura!
Morte às adiposidades cerebrais!
Morte ao burguês-mensal! (...)
- Ai, filha, que te darei pelos teus anos?
- Um colar... – Conto e quinhentos!!!
Mas nós morremos de fome!
V
Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio!
Morte ao burguês de giolhos,
Cheirando religião e que não crê em Deus!
Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico!
Ódio fundamento, sem perdão!
VI
Fora! Fu! Fora o bom burguês!...
Fonte: http://www.horizonte.unam.mx/brasil/mario4.html Acesso em: 5/11/2012
QUESTÃO 5 (VALOR 1,0) - Considere as afirmativas feitas acerca do texto de Mário de Andrade.
1. – A linguagem é agressiva e demolidora para sugerir qual é o conceito do eu lírico sobre todos capitalistas,
representados nos versos pelos paulistas.
2. – O poema contém traços do movimento de vanguarda denominado Dadaísmo, pois o eu poético desconsidera as
qualidades positivas do elemento retratado.
3. – A linguagem erudita empregada por Mário de Andrade é justificada, pois o descaso que a classe dominante tem pelos
pobres é revoltante.
4. – Emprego de neologismos, verso livre e sem rima, uso de expressões destituídas de lirismo tradicional são estratégias
poéticas típicas dos artistas do Modernismo.
5. – O vocábulo ‘ode’, no título, é uma maneira irônica de o artista compor um poema em homenagem a um ser
desprezível e mesquinho, o burguês.
Estão CORRETAS apenas as afirmativas
a) 2, 3 e 5.
b) 2, e 4.
c) 1 e 5.
d) 1, 2, 4 e 5.
e) 1, 3 e 4.
QUESTÃO 6 (VALOR: 1,0 PONTO) – INDIQUE a presença de duas funções da linguagem presentes no poema. Após
indicar, EXPLIQUE no que cada uma consiste e EXEMPLIFIQUE com versos transcritos do poema separadamente para
cada função apresentada.
QUESTÃO 7 – (VALOR 1,0 PONTO) – CLASSIFIQUE o movimento de vanguarda europeia selecionado na questão
8 . JUSTIFIQUE cada classificação feita.
a) (...) As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.
O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.(...)
(Mário de Andrade)
Fonte: http://www.horizonte.unam.mx/brasil/drumm1.html Acesso em: 29/11/2013
b) (...)
Nós queremos destruir os museus, as bibliotecas, as academia de toda natureza, e combater o moralismo, o feminismo e
toda vileza oportunista e utilitária.
Nós cantaremos as grandes multidões agitadas pelo trabalho, pelo prazer ou pela sublevação; cantaremos as marés
multicores e polifônicas das revoluções nas capitais modernas; cantaremos o vibrante fervor noturno dos arsenais e dos
estaleiros incendiados por violentas luas elétricas; as estações esganadas, devoradoras de serpentes que fumam; as
oficinas penduradas às nuvens pelos fios contorcidos de suas fumaças; as pontes, semelhantes a ginastas gigantes que
cavalgam os rios, faiscantes ao sol com um luzir de facas; os piróscafos aventurosos que farejam o horizonte, as
locomotivas de largo peito, que pateiam sobre os trilhos, como enormes cavalos de aço enleados de carros; e o voo
rasante dos aviões, cuja hélice freme ao vento, como uma bandeira, e parece aplaudir como uma multidão entusiasta.
(Filippo Tommasio Marinetti)
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Manifesto_Futurista Acesso em: 2/11/2013
Leia o um trecho de “A bagaceira” de José Américo de Almeida e responda à questão 8
Não havia choça paupérrima que não tivesse um cachorro gafo.
Era o sócio da fome.
Os pobres gozos herbívoros! Comiam capim, pastavam como carneiros.
A canzoada magérrima juntava-se no faro do cio e, mordendo-se, parecia que não tinha outros ossos para roer.
- Sique! Sique! – estumava o dono da casa, com os dentes cerrados, baixinho.
Só pelo gosto de se levantar e gritar da porta:
- Ca...chorro! chorro!
E, num grande entono:
- Já se deitar!
Desse modo, descontava o servilismo irremissível.
Voltava a sentar-se com um ar de quem mandou e foi obedecido.
E, numa última expansão de autoridade:
- Sé-vergonho!
Mas, infeliz do transeunte que levasse o agressor à bordoada.
Passava também um ou outro porco que de tão magro parecia um cão tinhoso.
Fonte: http://coisasdalinguabrasileira.blogspot.com.br/2013/07/exercicios-revisionais-literatura-3-ano.html Acesso em:5-42014
QUESTÃO 8 (VALOR 1,0) - I - TRANSCREVA do trecho lido:
a) Traços de oralidade linguística
b) Onomatopeia:
c) Aliteração:
II – COMPLETE corretamente as lacunas do trecho seguinte.
a) O sujeito da frase “Era o sócio da fome.” é _____________________. Isso significa que além do ser humano, os
__________________sofrem as consequências da seca no Nordeste. Por isso, precisam comer capim, comportam-se
como ovelhas. Isso é sugerido pelo narrador no parágrafo iniciado por __________________________.
b) IDENTIFIQUE o comportamento social reproduzido no trecho que é espelho do que ocorre no ambiente sertanejo.
III- Cite dois objetivos do chamado “Romance de 30”, que são perceptíveis no excerto. Justifique sua resposta com
transcrições de frases ou de partes de frases do trecho lido.
A obra Clara dos Anjos (1922) (texto I), de Lima Barreto (1881-1922), traz como crítica o preconceito racial e social.
Leia-o e o texto II e responda às questões 9, 10 ,11.
TEXTO I
“Dona Margarida tocou a campainha com decisão e subiu a pequena escada que dava acesso a casa. Disse à criada que
desejava falar à dona da casa. Dona Salustiana, que esperava tudo, menos aquela visita portadora de semelhante
mensagem, não tardou em mandar entrar as duas mulheres. Ambas estavam bem vestidas e nada denunciava o que as
trazia ali. Só Clara tinha os olhos vermelhos de chorar, mas passava despercebido, Chegou Dona Salustiana e
cumprimentou-as com grandes mostras de si mesma. Dona Margarida, sem hesitação, contou o que havia. A mãe de
Cassi, depois de ouvi-la, pensou um pouco e disse com ar um tanto irônico:
— Que é que a senhora quer que eu faça?
Até ali, Clara não dissera palavra; e Dona Salustiana, mesmo antes de saber que aquela moça era mais uma vítima da
libidinagem do filho, quase não a olhava; e, se o fazia, era com evidente desdém. A moça foi notando isso e encheu-se de
raiva, de rancor por aquela humilhação por que passava, além de tudo que sofria e havia ainda de sofrer.
Ao ouvir a pergunta de Dona Salustiana, não se pôde conter e respondeu como fora de si:
— Que se case comigo.
Dona Salustiana ficou lívida; a intervenção da mulatinha a exasperou. Olhou-a cheia de malvadez e indignação,
demorando o olhar propositadamente. Por fim, expectorou:
— Que é que você diz, sua negra?
Dona Margarida, não dando tempo a que Clara repelisse o insulto, imediatamente, erguendo a voz, falou com energia
sobranceira:
— Clara tem razão. O que ela pede é justo; e fique a senhora sabendo que nós aqui estamos para pedir justiça e não
para ouvir desaforos.
Dona Salustiana voltou-se para Dona Margarida e perguntou, pronunciando, devagar, as palavras, como para se dar
importância:
— Quem é a senhora, para falar alto em minha casa?
Dona Margarida não se intimidou:
— Sou eu mesma, minha senhora; que, quando se decide a fazer uma coisa de justo, nada a atemoriza.
Foi calmamente que Dona Margarida falou; e, à vista dessa atitude, Dona Salustiana resolveu mudar de tática. Gritou
para as filhas:
— Catarina! Irene! Venham cá que esta mulher está me insultando.
As moças acudiram e, contemplando o ar enérgico da teuto-eslava e a figura lastimosa de Clara, compreenderam que
Cassi estava no meio. Acalmaram a mãe e indagaram do sucedido; Dona Margarida explicou; mas, quando se falou em
casamento de Cassi, Dona Salustiana prorrompeu:
— Ora, vejam vocês, só! É possível? É possível admitir-se meu filho casado com esta...
As filhas intervieram:
— Que é isto, mamãe?
A velha continuou:
— Casado com gente dessa laia... Qual!... Que diria meu avô, Lord Jones, que foi cônsul da Inglaterra em Santa
Catarina — que diria ele, se visse tal vergonha? Qual!
Parou um pouco de falar; e, após instantes, aduziu:
— Engraçado, essas sujeitas! Queixam-se de que abusaram delas... É sempre a mesma cantiga... Por acaso, meu filho as
amarra, as amordaça, as ameaça com faca e revólver? Não. A culpa é delas, só delas...
(...)
Na rua, Clara pensou em tudo aquilo, naquela dolorosa cena que tinha presenciado e no vexame que sofrera. Agora é
que tinha a noção exata da sua situação na sociedade. Fora preciso ser ofendida irremediavelmente nos seus melindres
de solteira, ouvir os desaforos da mãe do seu algoz, para se convencer de que ela não era uma moça como as outras; era
muito menos no conceito de todos. Bem fazia adivinhar isso, seu padrinho! Coitado!...
A educação que recebera, de mimos e vigilâncias, era errônea. Ela devia ter aprendido da boca dos seus pais que a sua
honestidade de moça e de mulher tinha todos por inimigos, mas isto ao vivo, com exemplos, claramente... O bonde vinha
cheio. Olhou todos aqueles homens e mulheres... Não haveria um talvez, entre toda aquela gente de ambos os sexos, que
não fosse indiferente à sua desgraça... Ora, uma mulatinha, filha de um carteiro! O que era preciso, tanto a ela como às
suas iguais, era educar o caráter, revestir-se de vontade, como possuía essa varonil Dona Margarida, para se defender
de Cassis e semelhantes, e bater-se contra todos os que se opusessem, por este ou aquele modo, contra a elevação dela,
social e moralmente. Nada a fazia inferior às outras, senão o conceito geral e a covardia com que elas o admitiam...”
Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ua000153.pdf (Acesso em 23 de maio de 2011.)
Imortalizada na voz de Sandra de Sá, a canção “Olhos Coloridos” (1980) também levanta fortes críticas ao preconceito
racial e social. Observe.
TEXTO II
Olhos Coloridos
Sandra de Sá – Composição: Macau
Os meus olhos coloridos
Me fazem refletir
Eu estou sempre na minha
E não posso mais fugir...
Meu cabelo enrolado
Todos querem imitar
Eles estão baratinado
Também querem enrolar...
Você ri da minha roupa
Você ri do meu cabelo
Você ri da minha pele
Você ri do meu sorriso...
A verdade é que você
(Todo brasileiro tem!)
Tem sangue crioulo
Tem cabelo duro
Sarará, sarará
Sarará, sarará
Sarará crioulo...
Sarará crioulo
Sarará crioulo...(2x)
(...)
Disponível em: http://letras.terra.com.br/sandra-de-sa/74666/ Acesso em 26 de maio de 2013
QUESTÃO 9 (VALOR: 1,0 PONTO) - Ambos os textos, em momentos históricos diferentes, apresentam críticas às
questões raciais e sociais. No texto I, a que conclusão Clara chega com relação ao que deve fazer para proteger-se da
sociedade? No texto II, como o eu lírico se defende dessa mesma sociedade (mecanismo que nem passa pela cabeça de
Clara dos Anjos?)?
QUESTÃO 10 (VALOR: 1,0 PONTO) – Em relação ao papel do negro em nossa sociedade, a mensagem de Sandra de
Sá teve “voz” em quais dos seguintes estilos de época: Romantismo, Simbolismo, 1. Fase do Modernismo? Por quê?
QUESTÃO 11 (VALOR: 1,0 PONTO – APRESENTE 3 funções de linguagem diferentes presentes no Texto 1 e/ou no
Texto 2.
QUESTÃO 12 (VALOR: 1,0 PONTO) – FAÇA um paralelo entre as ideologias (2) que cada obra abaixo sugere
levando em conta fatos (2) de seu contexto histórico durante a 2ª. Fase do Modernismo.
Obra 1 – Carlos Drummond de Andrade
José
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?(...)
Disponível em: http://drummond.memoriaviva.com.br/alguma-poesia/jose/Acesso em 21 de maio de 2014

Ideologias

Fatos do contexto histórico
Obra 2
O Quinze - Raquel de Queirós
Encostado a uma jurema seca, defronte ao juazeiro que a foice dos cabras ia pouco a pouco mutilando, Vicente dirigia a
distribuição de rama verde ao gado. Reses magras, com grandes ossos agudos furando o couro das ancas, devoravam
confiadamente os rebentões que a ponta dos terçados espalhava pelo chão. Era raro e alarmante, em março, ainda se
tratar de gado. Vicente pensava sombriamente no que seria de tanta rês, se de fato não viesse o inverno. A rama já não
dava nem para um mês.
Imaginara retirar uma porção de gado para a serra. Mas, sabia lá? Na serra, também, o recurso falta ...Também a água
dos riachos afina, afina, até se transformar num fio gotejante e transparente. Além disso, a viagem sem pasto, sem bebida
certa, havia de ser um horror, morreria tudo. (QUEIROZ, 2004, p. 14 – 15)
Disponível em: http://www.estudioshistoricos.org/edicion_3/araujo-martins.pdfAcesso em 21 de maio de 2014

Ideologias

Fatos do contexto histórico
QUESTÃO 13 (VALOR: 1,0 PONTO) - O Concretismo, tendência modernista da segunda metade do século XX, aboliu
o verso de suas composições poéticas e passou a explorar tanto as potencialidades do signo linguístico quanto o elemento
visual na veiculação das mensagens.
Analise com atenção os dois poemas a seguir.
Texto I
Pluvial – Augusto de Campos
Fonte:
http://1.bp.blogspot.com/_bF7RRT_MpHM/THLkx1O1QfI/AAAAAAAABMM/mPHE5M6HjTY/s400/
Pluvial+Fluvial+Augusto+de++Campos.jpg Acesso em: 23/4/2014
Texto II
Apartheid Soneto – Avelino de Araújo
Fonte:
http://www.motivofaz.com.br/2010/arquivos/imagens/2009/2fase/literatura/literatura_07.jpg
Acesso em: 23/4/2014
QUESTAO 14 (VALOR 1,0) –COMPLETE o quadro resumo abaixo apresentando dois fatos do contexto histórico, e
2 ideologias para cada movimento apresentado na 1ª. coluna.
Movimento
Contexto Histórico
1.
CUBISMO
2.
1.
MODERNISMO 2ª. FASE
2.
Ideologia
1.
2.
2.
2.
Leia o trecho do conto de Clarice Lispector e responda às questões de 15 a 17
Clarice Lispector integra a terceira geração modernista que pesquisa o interior do ser humano. Leia atentamente o
fragmento do conto Preciosidade, de Clarice Lispector, antes de responder à questão.
PRECIOSIDADE
De manhã cedo era sempre a mesma coisa renovada: acordar. O que era vagaroso, desdobrado, vasto.
Vastamente ela abria os olhos.
Tinha quinze anos e não era bonita. Mas por dentro da magreza, a vastidão quase majestosa em que se movia
dentro de uma meditação.
Acordava antes de todos, pois para ir à escola teria que pegar um ônibus e um bonde, o que lhe tomaria uma
hora. O que lhe daria uma hora.
Quando de madrugada se levantava – passado o instante de vastidão em que se desenrolava toda – vestia-se
correndo, mentia para si mesma que não havia tempo de tomar banho e a família adormecida jamais adivinhara quão
poucos ela tomava.
Tinha que atravessar a longa rua deserta até alcançar a avenida, do fim da qual um ônibus emergiria
cambaleando dentro da névoa, com as luzes da noite ainda acesas no farol. (...) Então subia, séria como uma missionária
por causa dos operários no ônibus que “poderiam lhe dizer alguma coisa”. Aqueles homens que não eram mais rapazes.
Mas também de rapazes tinha medo, medo também dos meninos. Medo que lhe “dissessem alguma coisa”, que a olhassem
muito. (...) Se a olhavam ficava rígida e dolorosa. O que a poupava é que os homens não a viam.(...)
Depois, com andar de soldado, atravessava – incólume – o Largo da Lapa, onde era dia. A essa altura a
batalha estava quase ganha. Escolhia no bonde um banco, se possível vazio, ou, se tivesse sorte, sentava-se ao lado de
alguma asseguradora mulher com uma trouxa de roupa no colo, por exemplo – e era a primeira trégua.(...)
Era uma manhã mais fria e escura que as outras, ela estremeceu no suéter. A branca nebulosidade deixava o
fim da rua invisível. Tudo estava algodoado, não se ouviu sequer o ruído de algum ônibus que passasse pela avenida. Foi
andando para o imprevisível da rua. As casas dormiam nas portas fechadas. Caminhava sozinha... Não, ela não estava
sozinha. Com os olhos franzidos pela incredulidade, no fim longínquo de sua rua, de dentro do vapor, viu dois homens.
Dois rapazes vindo. Saíra de casa antes que a estrela e dois homens tivessem tempo de sumir. Seu coração se espantou.
“Eles vão olhar para mim, eu sei, não há mais ninguém para eles olharem e eles vão me olhar muito!” Como
recuar e depois nunca mais esquecer a vergonha de ter esperado em miséria atrás de uma porta? Rígida, catequista, sem
alterar por um segundo a lentidão com que avançava, ela avançava. “Eles vão olhar para mim, eu sei!”
O que se seguiu foram quatro mãos difíceis, foram quatro mãos que não sabiam o que queriam, quatro mãos
erradas de quem não tem vocação, quatro mãos que a tocaram tão inesperadamente que ela fez a coisa mais certa que
poderia ter feito no mundo dos movimentos: ficou paralisada. Foi menos de uma fração de segundo na rua tranquila.
Numa fração de segundos a tocaram como se a eles coubessem todos os sete mistérios. Que ela conservou todos, e mais
larva se tornou, e mais sete anos de atraso.
Devagar reuniu os livros espalhados pelo chão. Mais adiante estava o caderno aberto. Quando se abaixou para
recolhê-lo, viu a letra redonda e graúda que até esta manhã fora sua. Até que, assim como uma pessoa engorda, ela deixou,
sem saber por que processo, deixou de ser preciosa. Há uma obscura lei que faz com que se proteja o ovo até que nasça o
pinto, pássaro de fogo...
Fonte: https://www.tumblr.com/search/como+uma+j%C3%B3ia Acesso em: 15/8/2013
QUESTAO 15 (VALOR 1,0) - CITE duas passagens contidas no trecho lido, que possam comprovar a afirmativa: ‘A
protagonista tenta adiar o momento de se transformar em mulher’ e justifique as escolhas feitas.
QUESTAO 16 (VALOR 1,0) - PREENCHA as lacunas CORRETAMENTE tendo como referência os elementos da
narrativa presentes no trecho seguinte.
Os seis primeiros parágrafos do texto apresentam a jovem protagonista, a rotina dela, o temor dela pela vida adulta. O
narrador do texto é observador onisciente, pois é capaz de descrever as ações da jovem e desvendar seus pensamentos e
temores nas passagens que contêm o tipo de discurso denominado _____________________________, conforme se pode
perceber em ______________________________. A cena do encontro com os dois rapazes é muito rápida, no plano da
realidade, mas o tempo cronológico é diferente do das sensações experimentadas por ela naquele momento. O narrador
explora repetidas vezes o cenário a céu aberto, fora de quatro paredes, como a querer dizer que a estudante precisava
enfrentar o mundo desconhecido. O último parágrafo do texto mostra que a personagem principal vive o rito de passagem
da fase infantil para adolescência ou vida adulta, também chamado de __________________, ou seja,
____________________________________________________________ e é corajosa ao perceber que era necessário
encará-lo corajosamente. Isso pode ser comprovado pelo trecho
________________________________________________________________________________.
QUESTÃO 17 – RETIRE do texto Preciosidade, de Clarice Lispector, dois exemplos de:
A) personificação
B) metáfora
C) metonímia
D) símile
QUESTAO 18 (VALOR 1,0) - EXPLIQUE no que consiste cada um dos movimentos culturais abaixo.
a)
b)
c)
d)
Pop Art
Tropicalismo
Literatura Marginal
Literatura Beatinik
O poema Razão de ser é do curitibano Paulo Leminski. Nele, o eu lírico reflete acerca do ato da criação poética. Leia-o e
faça o que se pede nas questões 19 e 20
RAZÃO DE SER
Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
Fonte: http://coisasdalinguabrasileira.blogspot.com.br/2013/07/exercicios-revisionais-literatura-3-ano.html Acesso em:25-10-2014
QUESTAO 19 (VALOR 1,0) - REDIJA um texto explicitando a concepção de poesia apresentada nos versos de Paulo
Leminski.
QUESTAO 20 (VALOR 1,0)
a) O texto de Leminski é de cunho metalinguístico. Justifique a afirmativa anterior em um pequeno texto argumentativo.
b) Explique a função do emprego dos verbos ‘amanhecer’ e ‘anoitecer’ no processo de criação poética.
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