Empurrão para o Enem Português Eduardo Valladares 12/05/2015 Exercícios de Revisão - 1 1. Calvin apresenta a Haroldo (seu tigre de estimação) sua escultura na neve, fazendo uso de uma linguagem especializada. Os quadrinhos rompem com a expectativa do leitor, porque: a) Calvin, na sua última fala, emprega um registro formal e adequado para a expressão de uma criança. b) Haroldo, no último quadrinho, apropria-se do registro linguístico usado por Calvin na apresentação de sua obra de arte. c) Calvin emprega um registro de linguagem incompatível com a linguagem de quadrinhos. d) Calvin, no último quadrinho, utiliza um registro linguístico informal. e) Haroldo não compreende o que Calvin lhe explica, em razão do registro formal utilizado por este último. 2. Texto I - Chão de esmeralda Me sinto pisando Um chão de esmeraldas Quando levo meu coração À Mangueira Sob uma chuva de rosas Este conteúdo pertence ao Descomplica. É vedada a cópia ou a reprodução não autorizada previamente e por escrito. Todos os direitos reservados. Empurrão para o Enem Português Eduardo Valladares 12/05/2015 Meu sangue jorra das veias E tinge um tapete Pra ela sambar É a realeza dos bambas Que quer se mostrar Soberba, garbosa Minha escola é um catavento a girar É verde, é rosa Oh, abre alas pra Mangueira passar BUARQUE, C.; CARVALHO, H. B. Chico Buarque de Mangueira. Marola Edições Musicais Ltda. BMG. 1997. Disponível em: www.chicobuarque.com.br. Acesso em: 30 abr. 2010. Texto II Quando a escola de samba entra na Marquês de Sapucaí, a plateia delira, o coração dos componentes bate mais forte e o que vale é a emoção. Mas, para que esse verdadeiro espetáculo entre em cena, por trás da cortina de fumaça dos fogos de artifício, existe um verdadeiro batalhão de alegria: são costureiras, aderecistas, diretores de ala e de harmonia, pesquisador de enredo e uma infinidade de profissionais que garantem que tudo esteja perfeito na hora do desfile. AMORIM, M.; MACEDO, G. O espetáculo dos bastidores. Revista de Carnaval 2010: Mangueira. Rio de Janeiro: Estação Primeira de Mangueira, 2010. Ambos os textos exaltam o brilho, a beleza, a tradição e o compromisso dos dirigentes e de todos os componentes com a escola de samba Estação Primeira de Mangueira. Uma das diferenças que se estabelece entre os textos é que a) o artigo jornalístico cumpre a função de transmitir emoções e sensações, mais do que a letra de música. b) a letra de música privilegia a função social de comunicar a seu público a crítica em relação ao samba e aos sambistas. c) a linguagem poética, no Texto I, valoriza imagens metafóricas e a própria escola, enquanto a linguagem, no Texto II, cumpre a função de informar e envolver o leitor. d) ao associar esmeraldas e rosas às cores da escola, o Texto I acende a rivalidade entre escolas de samba, enquanto o Texto II é neutro. e) o Texto I sugere a riqueza material da Mangueira, enquanto o Texto II destaca o trabalho na escola de samba. 3. No descomeço era o verbo. Só depois é que veio o delírio do verbo. O delírio do verbo estava no começo, lá onde a criança diz: Eu escuto a cor dos passarinhos A criança não sabe que o verbo escutar não funciona para cor, mas para som. Então se a criança muda a função de um Este conteúdo pertence ao Descomplica. É vedada a cópia ou a reprodução não autorizada previamente e por escrito. Todos os direitos reservados. Empurrão para o Enem Português Eduardo Valladares 12/05/2015 verbo, ele delira. E pois. Em poesia, que é voz de poeta, que é voz de fazer nascimentos — O verbo tem que pegar delírio. BARROS, Manoel de. O Livro das Ignorãças. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1994. p. 17. O conceito de intertextualidade diz respeito ao “diálogo” que pode ocorrer entre diferentes produções textuais. No primeiro verso do poema acima, faz-se alusão a uma frase simbólica da cultura ocidental. Essa referência tem por objetivo: a) ratificar a mensagem original. b) ironizar a visão religiosa da existência. c) desmitificar a frase e seu sentido. d) criticar a ignorância linguística. e) analisar o conteúdo filosófico da frase. 4. O texto acima transmite uma mensagem sobre o fazer poético. Assinale opção que melhor representa esse ideal: a) As funções da poesia estão relacionadas à inventividade, e não à mera reprodução do que já existe, sobretudo no que concerne à linguagem. b) Os textos de caráter poético não podem ser julgados por seus aspectos formais, mas apenas pela criatividade de conteúdo. c) Os melhores poemas são aqueles em que o verbo “delira”, isto é, aqueles em que a linguagem é utilizada de forma incompreensível d) A escrita demanda do artista a capacidade de criar mundos imprevisíveis com a linguagem, em um trabalho cuja marca é a superficialidade. e) Os textos de caráter poético não podem ser avaliados por seus aspectos estéticos, mas apenas pela profundidade de conteúdo. 5. Em qual dos fragmentos abaixo — retirados de outros poemas do próprio Manoel de Barros — apresenta-se um exemplo de linguagem “delirante”, segundo a visão do autor? a) “Meu avô sabia o valor das coisas imprestáveis.” b) “Sempre que desejo contar alguma coisa, não faço nada; mas quando não desejo contar nada, faço poesia. c) “No fim da tarde, nossa mãe aparecia nos fundos do quintal: Meus filhos, o dia já envelheceu, entrem pra dentro.” d) “Há histórias tão verdadeiras que às vezes parece que são inventadas.” e) “Existem histórias que começam a encher-nos o peito de muito sobriedade.” 6. Paralimpíadas é a mãe Certamente eu descobriria no Google, mas me deu preguiça de pesquisar e, além disso, não tem importância saber quem inventou essa palavra grotesca, que agora a gente ouve nos noticiários Este conteúdo pertence ao Descomplica. É vedada a cópia ou a reprodução não autorizada previamente e por escrito. Todos os direitos reservados. Empurrão para o Enem Português Eduardo Valladares 12/05/2015 de televisão e lê nos jornais. O surpreendente não é a invenção, pois sempre houve besteiras desse tipo, bastando lembrar os que se empenharam em não jogarmos futebol, mas ludopédio ou podobálio. O impressionante é a quase universalidade da adoção dessa palavra (ainda não vi se ela colou em Portugal, mas tenho dúvidas; os portugueses são bem mais ciosos de nossa língua do que nós), cujo uso parece ter sido objeto de um decreto imperial e faz pensar em por que não classificamos isso imediatamente como uma aberração deseducadora, desnecessária e inaceitável, além de subserviente a ditames saídos não se sabe de que cabeça desmiolada ou que interesse obscuro. Imagino que temos autonomia para isso e, se não temos, deveríamos ter, pois jornal, telejornal e radiojornal implicam deveres sérios em relação à língua. Sua escrita e sua fala são imitadas e tidas como padrão e essa responsabilidade não pode ser encarada de forma leviana. Que cretinice é essa? Que quer dizer essa palavra, cuja formação não tem nada a ver com nossa língua? Faz muitos e muitos anos, o então ministro do Trabalho, Antônio Magri, usou a palavra "imexível" e foi gozado a torto e a direito, até porque ele não era bem um intelectual e era visto como um alvo fácil. Mas, no neologismo que talvez tenha criado, aplicou perfeitamente as regras de derivação da língua e o vocábulo resultante não está nada "errado", tanto assim que hoje é encontrado em dicionários e tem uso corrente. Já o vi empregado muitas vezes, sem alusão ao ex-ministro. Infutucável, inesculhambável e impaquerável, por exemplo, são palavras que não se acham no dicionário, mas qualquer falante da língua as entende, pois estão dentro do espírito da língua, exprimem bem o que se pretende com seu uso e constituem derivações perfeitamente legítimas. Por que será que aceitamos sem discutir uma excrescência como "paralimpíada"? (João Ubaldo Ribeiro, O Estado de S. Paulo, 23/09/2012) O que motivou a indignação do autor com a palavra “paralimpíadas” foi o(a): a) imposição da palavra, formada por um mecanismo que dispensa elementos conhecidos da língua. b) aceitação irrestrita do termo por parte da mídia, especialmente pela televisão. c) fato de que, ao contrário do neologismo “imexível”, a palavra não foi incorporada aos dicionários. d) tentativa de resgatar palavras arcaicas tal como se fossem decretos imperiais. e) recusa à adoção do neologismo pelos portugueses, cuja atitude revela-se conservadora. 7. Leia Sendo este um jornal por excelência, e por excelência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um anúncio em negrito: precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la. Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria. É urgente, pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais. Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere. Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama. Implora-se também que venha, implora-se com a humildade da alegria-sem-motivo. Em troca oferece-se também uma casa com todas as luzes acesas como numa festa de Este conteúdo pertence ao Descomplica. É vedada a cópia ou a reprodução não autorizada previamente e por escrito. Todos os direitos reservados. Empurrão para o Enem Português Eduardo Valladares 12/05/2015 bailarinos. Dá-se o direito de dispor da copa e da cozinha, e da sala de estar. P.S. Não se precisa de prática. E se pede desculpa por estar num anúncio a dilacerar os outros. Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria até mesmo divina para dar. Clarice Lispector (http://pensador.uol.com.br/frase. Acesso dia 30/05/2012, 17h03min) Quanto à classificação do gênero textual e à função da linguagem predominante no texto, pode-se dizer que se trata de uma/um a) carta com função da linguagem apelativa. b) anúncio com função da linguagem referencial. c) poema com função da linguagem poética. d) classificados com função da linguagem emotiva. 8. Seria o fogo em minha casa? Correriam risco de arder todos os meus manuscritos, toda a expressão de toda a minha vida? Sempre que esta ideia, antigamente, simplesmente me ocorrera, um pavor enorme me fazia estarrecer. E agora reparei de repente, não sei já se com pasmo ou sem pasmo, não sei dizer se com pavor ou não, que me não importaria que ardessem. Que fonte – que fonte secreta mas tão minha – se me havia secado na alma? Fernando Pessoa: Barão de Teive: a educação do insólito. As interrogações como autoquestionamento e o emprego da primeira pessoa do singular, de verbos no futuro do pretérito, elaborando hipóteses, são marcas textuais referentes a) a uma busca de testar a eficiência do canal de comunicação, medindo o nível do contato no ambiente comunicativo, e caracterizam a função fática da linguagem. b) ao apelo à atenção ou tentativa de persuasão dirigida ao decodificador da mensagem, e caracterizam a função conativa ou apelativa da linguagem. c) à emotividade ou à expressividade do enunciador da mensagem, e caracterizam a função emotiva ou expressiva da linguagem. d) à conceituação, à referência e à informação objetiva do elemento temático da mensagem, e caracterizam a função referencial da linguagem. e) a uma explicação, definição e análise dos elementos do código da mensagem, e caracterizam a função metalinguística da linguagem. 9. Observe: Joaquim Maria Machado de Assis, cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839. Filho de um operário mestiço de negro e português, Francisco José de Assis, e de D. Maria Leopoldina Machado de Assis, aquele que viria a tornar-se o maior escritor do país e um mestre da língua, perde a mãe muito cedo e é criado pela madrasta, Maria Inês, também mulata, que se dedica ao menino e o matricula na escola pública, única que frequentou o autodidata Machado de Assis. Disponível em: http://www.passeiweb.com. Acesso em: 1 maio 2009. Este conteúdo pertence ao Descomplica. É vedada a cópia ou a reprodução não autorizada previamente e por escrito. Todos os direitos reservados. Empurrão para o Enem Português Eduardo Valladares 12/05/2015 Considerando os seus conhecimentos sobre os gêneros textuais, o texto citado constitui-se de a) fatos ficcionais relacionados a outros de caráter realista, relativos à vida de um renomado escritor. b) representações generalizadas acerca da vida de membros da sociedade por seus trabalhos e vida cotidiana. c) explicações da vida de um renomado escritor, com estrutura argumentativa, destacando como tema seus principais feitos. d) questões controversas e fatos diversos da vida de personalidade histórica, ressaltando sua intimidade familiar em detrimento de seus feitos públicos. e) apresentação da vida de uma personalidade, organizada sobretudo pela ordem tipológica da narração, com um estilo marcado por linguagem objetiva. 10. Quem não passou pela experiência de estar lendo um texto e defrontar-se com passagens já lidas em outros? Os textos conversam entre si em um diálogo constante. Esse fenômeno tem a denominação de intertextualidade. Leia os seguintes textos: I. Quando nasci, um anjo torto Desses que vivem na sombra Disse: Vai Carlos! Ser "gauche" na vida (ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma Poesia. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964) II. Quando nasci veio um anjo safado O chato dum querubim E decretou que eu tava predestinado A ser errado assim Já de saída a minha estrada entortou Mas vou até o fim. (BUARQUE, Chico. Letra e música. São Paulo: Cia das Letras, 1989) III. Quando nasci um anjo esbelto Desses que tocam trombeta, anunciou: Vai carregar bandeira. Carga muito pesada pra mulher Esta espécie ainda envergonhada. (PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986) Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade, em relação a Carlos Drummond de Andrade, por: a) reiteração de imagens b) oposição de ideias c) falta de criatividade d) negação dos versos e) ausência de recursos Este conteúdo pertence ao Descomplica. É vedada a cópia ou a reprodução não autorizada previamente e por escrito. Todos os direitos reservados. Empurrão para o Enem Português Eduardo Valladares 12/05/2015 11. Fora da ordem Em 1588, o engenheiro militar italiano Agostinho Romelli publicou Le Diverse et Artificiose Machine, no qual descrevia uma máquina de ler livros. Montada para girar verticalmente, como uma roda de hamster, a invenção permitia que o leitor fosse de um texto ao outro sem se levantar de sua cadeira. Hoje podemos alternar entre documentos com muito mais facilidade – um clique no mouse é suficiente para acessarmos imagens, textos, vídeos e sons instantaneamente. Para isso, usamos o computador, e principalmente a internet – tecnologias que não estavam disponíveis no Renascimento, época em que Romelli viveu. BERCITTO, D. Revista Língua Portuguesa. Ano II. N°14. O inventor italiano antecipou, no século XVI, um dos princípios definidores do hipertexto: a quebra de linearidade na leitura e a possibilidade de acesso ao texto conforme o interesse do leitor. Além de ser característica essencial da internet, do ponto de vista da produção do texto, a hipertextualidade se manifesta também em textos impressos, como: a) dicionários, pois a forma do texto dá liberdade de acesso à informação. b) documentários, pois o autor faz uma seleção dos fatos e das imagens. c) relatos pessoais, pois o narrador apresenta sua percepção dos fatos. d) editoriais, pois o editorialista faz uma abordagem detalhada dos fatos. e) romances românticos, pois os eventos ocorrem em diversos cenários. 12. Leia um texto publicado no jornal Gazeta Mercantil. Esse texto é parte de um artigo que analisa algumas situações de crise no mundo, entre elas, a quebra da Bolsa de Nova Iorque em 1929, e foi publicado na época de uma iminente crise financeira no Brasil. Deu no que deu. No dia 24 de outubro de 1929, uma quinta-feira, praticamente não havia compradores no pregão de Nova Iorque, só vendedores. Seguiu-se uma crise incomparável: o Produto Interno Bruto dos Estados Unidos caiu de 104 bilhões de dólares em 1929, para 56 bilhões em 1933, coisa inimaginável em nossos dias. O valor do dólar caiu a quase metade. O desemprego elevou-se de 1,5 milhão para 12,5 milhões de trabalhadores - cerca de 25% da população ativa - entre 1929 e 1933. A construção civil caiu 90%. Nove milhões de aplicações, tipo caderneta de poupança, perderam-se com o fechamento dos bancos. Oitenta e cinco mil firmas faliram. Houve saques e norte-americanos que passaram fome. (Gazeta Mercantil, 05/01/1999) Ao citar dados referentes à crise ocorrida em 1929, em um artigo jornalístico atual, pode-se atribuir ao jornalista a seguinte intenção: a) questionar a interpretação da crise. b) comunicar sobre o desemprego. c) instruir o leitor sobre aplicações em bolsa de valores. d) relacionar os fatos passados e presentes. e) analisar dados financeiros americanos. Este conteúdo pertence ao Descomplica. É vedada a cópia ou a reprodução não autorizada previamente e por escrito. Todos os direitos reservados. Empurrão para o Enem Português Eduardo Valladares 12/05/2015 13. (Propaganda criada pela TBWA de Bruxelas para o spray autobronzeador da Nivea) O principal recurso utilizado para a composição desta propaganda é: a) a metalinguagem que pode ser percebida pela roupa utilizada pela mulher. b) a composição de um texto verbal com um texto não verbal, a fim de gerar o convencimento do público-alvo. c) a intertextualidade entre o conteúdo não verbal e uma história vastamente conhecida. d) a subversão gerada entre a ideia que o produto oferece e o seu público-alvo. e) a intenção de comunicar a utilidade do produto fazendo uso de função expressiva da linguagem e de linguagem híbrida. 14. Desenredo [...] Nunca tivera ela amantes! Não um. Não dois. Disse-se e dizia isso Jó Joaquim. Reportava a lenda a embustes, falsas lérias escabrosas. Cumpria-lhe descaluniá-la, obrigava-se por tudo. Trouxe à boca-de-cena do mundo, de caso raso, o que fora tão claro como água suja. Demonstrando-o, amatemático, contrário ao público pensamento e à lógica, desde que Aristóteles a fundou. O que não era tão fácil como fritar almôndegas. Sem malícia, com paciência, sem insistência, principalmente. O ponto está em que o soube, de tal arte: por antipesquisas, acronologia miúda, conversinhas escudadas, remendados testemunhos. Jó Joaquim, genial, operava o passado-plástico e contraditório rascunho. Criava nova, transformada realidade, mais alta. Mais certa? Celebrava-a, ufanático, tendo-a por justa e averiguada, com convicção manifesta. Haja o absoluto amar e qualquer causa se irrefuta. Pois produziu efeito. Surtiu bem. Sumiram-se os pontos das reticências, o tempo secou o assunto. Total o transato desmanchava-se, a anterior evidência e seu nevoeiro. O real e válido, na árvore, é a reta que vai para cima. Todos já acreditavam. Jó Joaquim primeiro que todos. [...] (ROSA, João Guimarães. Tutaméia – Terceiras estórias. Rio de Janeiro: José Olympio, 1967) Este conteúdo pertence ao Descomplica. É vedada a cópia ou a reprodução não autorizada previamente e por escrito. Todos os direitos reservados. Empurrão para o Enem Português Eduardo Valladares 12/05/2015 Essa história, apesar de apresentar narrador em terceira pessoa, demonstra envolvimento e parcialidade entre narrador e personagem em: a) “Nunca tivera ela amantes!” b) “Mais certa?” c) “Celebrava-a, ufanático, tendo-a por justa e averiguada [...]” d) “Sem malícia, com paciência, sem insistência, principalmente.” e) “Todos já acreditavam.” Este conteúdo pertence ao Descomplica. É vedada a cópia ou a reprodução não autorizada previamente e por escrito. Todos os direitos reservados. Empurrão para o Enem Português Eduardo Valladares 12/05/2015 Gabarito 1. D 2. C 3. C 4. A 5. C 6. A 7. D 8. C 9. E 10. A 11. A 12. D 13. C 14. B Este conteúdo pertence ao Descomplica. É vedada a cópia ou a reprodução não autorizada previamente e por escrito. 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