ANATOMIA DA MÃO
Edie Benedito Caetano1, João José Sabongi Neto2, Luiz Angelo Vieira3 , Mauricio Ferreira Caeno4
A descrição associada às figuras anatômicas
será feita analisando os sistemas ostearticular,
musculotendinoso, inervação e vascularização.
SISTEMA OSTEOARTICULAR
Fig.1 - A figura mostra ossos as mão (vista dorsal)
Os cinco metacarpianos são ossos cilíndricos
curtos, que se articulam com os ossos do carpo,
proximalmente, e com as falanges, distalmente.
As falanges dos dedos são ossos cilíndricos curtos, em número de três para cada dedo, exceto
para o polegar, que tem apenas duas. Elas são designadas como falanges proximal, média e distal.
Fig.2 - A figura mostra ossos as mão, face volar (vista
palmar)
1 Professor Livre Docente, Titular da Faculdade de Ciências Mèdicas e da Saúde – PUCSP
2 Professor Associado da faculdade de Ciências Médicas e da Saude- PUCSP, Doutor em Medicina pela UNIFESP
3 Professor Assistente Mestre, Coordenador Residencia Medica da Faculdade de Ciências Mèdicas e da Saúde – PUCSP
4 Mestre na Medicina da UNIFESP, Médico do Serviço de Cirurgia da Mão da Faculdade de Ciências Mèdicas e da Saúde – PUCSP
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Os movimentos são realizados em três articulações A articulação metacarpofalângica é
a articulação entre a cabeça do metacarpiano
e a base da primeira falange; pode-se dizer
de maneira mais simples que é a articulação
na qual o dedo se prende à mão, apresenta
movimentos em um plano ântero-posterior
(flexo-extensão) e em um plano látero-lateral (adução-abdução). Porém, o movimento
Fig.3 - Cadeia osteoarticular digital: Articulação
metacarpofalângica (MF); Articulação interfalângica
proxima (IFP)l; Articulação interfa-lângica distal
(IFD)
de adução-abdução só é possível quando os
dedos estão em extensão. A articulação interfalângica proximal permite apenas movimento de flexo-extensão. Apresenta um encaixe
perfeito entre as superfícies articulares durante toda excursão do movimento.. Essas particularidades dão a esta articulação estabilidade
durante toda a sua excursão. A articulação
interfalângica distal, é semelhante à articulação interfalângica proximal. Seus ligamentos
colaterais são reforços da própria cápsula e lhe
Fig.4 - Articulação metacarpofalângica. Sua relação
com os tendões. (O extensor tem uma inserção no
dorso da falange proximal, e segue para as articulações interfalângicas)
conferem forte estabilidade lateral.
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Existem três articulações responsáveis por sua
mobilidade, das três articulações, a interfalângica é a mais distal e a de menor importância.
A articulação metacarpofalângica é a segunda
articulação tanto em relação à importância como
em termos de sua situação anatômica. Está forFig.5 - A articulação interfalângica proximal, e suas
relações com os tendões
mada pela superfície convexa da cabeça do primeiro metacarpiano e pela superfície côncava da
cavidade glenóide da base da falange proximal.
A articulação trapézio metacarpiana é a mais
importante do polegar. Situa-se entre a extremidade distal do trapézio e a base do primeiro
metacarpiano. O movimento dessa articulação
realiza-se através de dois eixos principais: um eixo
látero-lateral, para antepulsão e retropulsão, e um
eixo ântero-posterior, para adução e abdução.
Fig.6 - Articulação interfalângica distal. O tendão extensor insere na face dorsal da base da falange distal,
e o tendão flexor profundo passa sobre a placa volar e
insere na face volar da base da falange distal
Articulações do Polegar
O polegar tem maior mobilidade, é mais
curto e origina-se proximalmente aos outros
dedos, possui grande amplitude de movimento.
Fig.7 - Articulação metacarpofalângica do polegar.
O tendão extensor curto (a) insere na base da falange
proximal. Tendão do extensor longo (b)
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SISTEMA MÙSCULOTENDINOSO
Para mobilizar a cadeia de articulações digitais, há necessidade de um conjunto de músculos
e tendões extrínsecos e intrínsecos, que formam
um mecanismo bastante complicado. A muscuFig.8 - A articulação metacarpofalângica do polegar
(a) é formada por uma cabeça metacarpiana menos
arredondada e mais aplanada no sentido dorsopalmar,em relação as articulações metacarpofalângicas
outros dedos (b)
latura extrínseca é agrupada em músculos extensores e flexores. Os primeiros são representados
pelos músculos extensores comuns dos dedos e
extensores próprios do indicador e mínimo. Os
flexores são representados pelos flexores superficiais e profundos. O retináculo dos extensores
prende-se por septos conjuntivos ao extremo distal do rádio, formando seis túneis ou canais por
Fig.9 - Articulação interfalângica do polegar. Observase um osso sezamóide incuido na placa volar
onde passam os tendões extensores e abdutores
do punho e extensores dos dedos. Na borda distal do retináculo, os tendões do músculo extensor
comum dos dedos divergem e dirigem-se aos dedos indicador, médio, anular e mínimo.
Fig.10 - Articulação carpo- metacarpiana do polegar.
A- Vista Antero posterior. B- Vista Obliqua
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Fig.11 - A. Retináculo dos extensores revestindo os
tendões extensores e abdutores. B. O retináculo dos
extensores forma seis canais por onde passam os
tendões extensores e abdutores extrínsecos. (1) 1o
canal – (a) abdutor longo e (b) extensor curto; (2) 2o
canal – (a) extensor radial longo e (b) extensor radial
curto do carpo; (3) 3o canal – (a) extensor longo do
polegar; (4) 4o canal – (a) extensor próprio do indicador e (b) extensor comum dos dedos;
(5) 5o canal – (a) extensor próprio do mínimo
Fig.13 - A. Com a mão em repouso ou os dedos em
extensão, as conexões intertendíneas (a) estão frouxas
e situadas proximalmente às articulações metacarpofalângicas. B. Durante a flexão digital ocorre um
alargamento do dorso da mão no sentido transversal,
e os tendões se afastam uns dos outros. Nesta situação,
as conexões intertendíneas são colocadas em tensão,
formando um verdadeiro tendão transverso sobre
as articulações metacarpofalângicas, que contribui
para manter os tendões extensores centrados sobre as
cabeças dos metacarpianos
Os tendões dos músculos extensores extrínsecos inserem-se em quatro locais diferentes ao
nível dos dedos. A inserção mais proximal é feita
através de suas cintas sagitais (também chamadas
de capuz extensor), que contornam a articulação
Fig.12 - A- Mostra os tendões em seus respectivos canais osteofibrosos 0,5 cm proximal á prega do punho..
Abdutor longo do polegar (a). Extensor curto do
polegar (b). Extensores radiais longo (c) e curto (d)
do carpo. Extensor longo do polegar (e). extensor dos
dedos e extensor do indicador (f ).Extensor do dedo
mínimo (g). extensor ulnar do carpo (h). B- Mostra os
canais osteofibrosos após a remoção dos tendões
metacarpofalângica e vão inserir-se ventralmente
em uma estrutura denominada núcleo de força.
Em seguida insere-se na base da falange proximal.
Ao nível do terço médio da falange proximal, o tendão extensor divide-se em três cintas ou bandeletas. A central, mais espessa (que
corresponde à terceira inserção do tendão extensor insere-se na base da falange média. As duas
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laterais (que corresponde à quarta e última inserção
São os músculos flexores profundos, super-
do tendão extensor) passam por um sulco de cada
ficiais e longo do polegar. Os músculos flexores
lado, na face dorso-lateral da cabeça da falange pro-
superficiais e profundos originam quatro tendões
ximal, e unem-se na linha média para, em conjunto,
que destinam-se aos dedos: indicador, médio, anu-
formarem o tendão extensor terminal. Este tendão
lar e mínimo. Os oito tendões flexores dos dedos,
cruza a interfalângica distal, confunde-se com a cáp-
o tendão do flexor longo do polegar e o nervo me-
sula e vai inserir-se na base da falange distal.
diano passam pelo túnel carpiano. Ao nível das
articulações metacarpofalângicas os tendões flexores penetram no canal digital, divide-se em duas
tiras que contornam o flexor profundo, voltando a
unir-se ao nível da articulação interfalângica proximal, formando o quiasma de Camper.
O flexor profundo, após atravessar o anel do
Fig.14 - A inserção do tendão extensor (a) na base da
falange proximal (b) fica tensa quando a articulação
interfalângica proximal está em extensão. (c) Aparelho
extensor; (d) Músculo interósseo; (e) Músculo lumbrical
flexor superficial, segue em direção à falange distal, inserindo-se em sua base. Ao nível dos dedos,
os tendões flexores superficiais e profundos apresentam vínculos longos e curtos, por onde penetram os vasos oriundos das artérias digitais, de
grande importância na nutrição dos tendões .Os
tendões são mantidos em contato com o esqueleto das falanges pelas bainhas osteofibrosas (polias
Fig.15 - Peça anatômica mostrando o aparelho extensor digital. A terceira inserção do tendão extensor (h)
é na base da falange média, através da cinta central (d).
A quarta inserção é através o tendão extensor terminal
(c), formado pela união das duas cintas laterais (a) na
base da falange distal. Nesta peça observa-se também
o músculo interósseo (f), o músculo lumbrical (i), a
aponeurose dos interósseos (g), a porção transversa (e),
e a porção oblíqua (j) do ligamento retinacular
flexoras), que formam um canal osteofibroso que
exerce a função de manter os tendões junto ao
esqueleto, evitando seu deslocamento no sentido
lateral e anterior, durante a flexo-extensão digital.
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O músculo flexor longo do polegar termina na base da falange distal, fletindo-a sobre a
falange proximal, e, secundariamente, fletindo
esta sobre o primeiro metacarpiano.
Fig.18 - A. (A1) Primeira polia anular; (A2) Segunda
polia anular; (A3) Terceira polia anular; (A4) Quarta
polia anular; (A5) Quinta polia anular; (C1, C2, C3,
C4) Polias cruciformes. Na figura à direita as polias
cruciformes foram removidas. B. Esquema mostrando
as polias anulares e cruciformes
Fig.16 – Mostra as relações entre os tendões flexores
superficiais entre si (34>25). Os flexores profundos
dos dedos e o flexor longo do polegar situam-se profundamente, no mesmo nível
Fig.19 – A - Corte transversal sobre a polia anular
A2. Com os flexores superficial e profundo. Apenas
com o profundo. Após remoção dos dois tendões.
B – Corte longitudinal dedo médio, os tendões flexores foram removidos do canal para se vizualizar os
vínculos tendinosos
A musculatura intrínseca da mão é formada
pela musculatura tenar, musculatura hipoteFig.17 - Os tendões flexores superficiais (a) e os flexores profundos (b), após passarem pelo túnel carpiano
(c), divergem na palma da mão e dirigem-se aos dedos
correspondentes. Os quatro músculos lumbricais
originam-se dos tendões flexores profundos
nar, e musculatura intrínseca central. Os músculos tenares são: abdutor curto do polegar,
flexor curto do polegar, oponente do polegar e
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adutor do polegar Entre as regiões tenar e hi-
res são: abdutor curto do polegar, flexor curto do
potenar, os músculos intrínsecos da mão são
polegar, oponente do polegar e adutor do polegar.
os lumbricais e os interósseos. Os músculos
Entre as regiões tenar e hipotenar, os músculos
interósseos situados nos espaços intermetacar-
intrínsecos da mão são os lumbricais e os interós-
pianos . Os interósseos dorsais, em número de
seos. Os músculos interósseos situados nos espa-
quatro, Os interósseos palmares de três,
ços intermetacarpianos. Os interósseos dorsais, em
Os músculos lumbricais são em número de
número de quatro, os interósseos palmares de três.
quatro. O primeiro e o segundo são músculos fu-
Os músculos lumbricais são em número de
siformes e originam-se da borda radial dos tendões
quatro. O primeiro e o segundo são músculos
dos músculos flexores profundos do indicador e
fusiformes e originam-se da borda radial dos ten-
médio. O terceiro e o quarto são músculos bipe-
dões dos músculos flexores profundos do indica-
nados e originam-se das bordas adjacentes dos ten-
dor e médio. O terceiro e o quarto são músculos
dões flexores entre os quais eles se localizam.
bipenados e originam-se das bordas adjacentes dos
tendões flexores entre os quais eles se localizam.
Fig.20 - O primeiro e o segundo músculo lumbrical
(1) e (2), originam-se da borda radial dos tendões
dos músculos flexores profundos do indicador e
médio. O terceiro (3) e o quarto (4) são músculos
bipenados e originam-se das bordas adjacentes dos
tendões flexores entre os quais eles se localizam
A musculatura intrínseca da mão é formada
pela musculatura tenar, musculatura hipotenar, e
musculatura intrínseca central. Os músculos tena-
Fig.21 - (a) Músculo abdutor curto; (b) Cabeça superficial do músculo flexor curto; (c) Cabeça profunda do
músculo flexor curto; (d) Cabeça oblíqua do músculo
adutor; (e) Cabeça transversa do músculo adutor
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Os músculos extrínsecos são quatro – três de
localização dorsal (abdutor longo, extensor curto
e extensor longo) e um de localização palmar (flexor longo) – são bastante volumosos e têm origem
no antebraço. O flexor longo é o único dos extrínsecos do polegar de localização palmar; atravessa
Fig.22 – Peça anatômica mostra os músculos hipotenares. (A) Músculo oponente do dedo mínimo; (B) M.
flexor do mínimo; (C) Abdutor do mínimo
Fig.23 - Músculos interósseos. (d1) Primeiro interósseo dorsal; (d2) Segundo interósseo dorsal; (d3)
Terceiro interósseo dorsal; (d4) Quarto interósseo
dorsal; (p1) Primeiro interósseo palmar; (p2) Segundo
interósseo palmar; (p3) Terceiro interósseo palmar
Fig.24 - (1, 2, 3 e 4) Aspecto posterior dos quatro músculos interósseos dorsais (dorso da mão). (a) Inserção do
tendão extensor ulnar do carpo. (b) e (c) Inserção dos
tendões extensores radiais longo (c) e curto (b) do carpo
o túnel carpiano e passa entre as duas cabeças do
flexor curto, inserindo-se na base da falange distal.
Fig.25 - (a) Extensor longo; (b) Extensor curto; (c)
Abdutor longo; (d) Tendão acessório do abdutor longo
inserindo-se no músculo abdutor curto (e)
Fig26 - O tendão do músculo flexor longo (A)
atravessa o túnel carpiano e passa entre as duas cabeças
do flexor curto, inserindo-se na base da falange distal,
fletindo-a sobre a falange proximal e, secundariamente, fletindo esta sobre o primeiro metacarpiano
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INERVAÇÃO DA MÃO
A mão é suprida por três nervos: ulnar, mediano e radial. A inervação motora dos músculos intrínsecos da mão é feita exclusivamente
pelos nervos mediano e ulnar.
O nervo ulnar é o maior ramo nervoso do cordão (ou fascículo) medial do plexo braquial. Recebe fibras das raízes C7, C8 e T1. Na face volar
do punho, o nervo ulnar entra no canal de Guyon
juntamente com a artéria ulnar (onde pode sofrer
compressão). Guyon descreveu um espaço anatômico localizado na borda ulnar do punho onde o
nervo ulnar divide-se em seus ramos superficial e
profundo. No interior do canal, o nervo ulnar se
bifurca, dando os ramos superficial e profundo.
Fig.28 - O território de inervação sensitiva do nervo
ulnar na face palmar da mão corresponde à metade
do dedo anular, todo o dedo mínimo e a borda ulnar
da mão
O ramo superficial é quase totalmente sensitivo, exceto por um ramo motor para o músculo
palmar curto (palmaris brevis). Ele dá um ramo
anastomótico para o mediano (ramo de Berretini) e dois outros ramos: um para o lado ulnar e
volar do dedo mínimo (nervo digital volar próprio) e um nervo digital volar comum para o 4º
espaço intermetacarpiano. Este é sempre localizado mais profundamente ao arco arterial palmar
superficial. Ele cruza obliquamente os flexores
do dedo mínimo e, na altura do ligamento intermetacarpiano transverso, bifurca-se, emitindo os
ramos digitais volares próprios para o lado ulnar
do anular e lado radial do dedo mínimo. Eles
Fig.27– (1) Canal do carpo; (2) Canal de Guyon; (3)
Retináculo dos flexores; (4) Espessamento da fáscia
antebraquial; (a) Nervo mediano; (b) Nervo ulnar;
(c) Artéria ulnar
suprem toda a face volar e a superfície dorsal da
segunda e terceira falanges destes dedos.
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do polegar e a cabeça medial ou profunda
(às vezes também a lateral) do flexor curto
do polegar.
O nervo mediano penetra na mão pelo
túnel do carpo, se divide em três ramos
terminais. O 1° nervo digital volar comum
Fig.29 - O nervo ulnar (1) na mão supre os músculos
hipotenares (a, b, c), todos os músculos interósseos
palmares e dorsais, os dois lumbricais ulnares e o
músculo adutor do polegar (d, e)
penetra na massa muscular tênar. Aí ele dá
ramos motores para os músculos abdutor
curto do polegar, oponente do polegar e
cabeça superficial do flexor curto do polegar. Na mão, sua inervação motora fica
restrita aos músculos tenares, e ao primeiro
e segundo lumbricais. Portanto, a função
motora fundamental do nervo mediano na
mão é a oposição do polegar..
Fig.30- O ramo cutâneo dorsal do nervo ulnar (A)
perfura a fáscia e corre para o dorso da mão, onde se
divide em cinco pequenos ramos digitais dorsais (1,
2, 3, 4 e 5), que são distribuídos pelos dedos mínimos (lado radial e ulnar), anular (lado radial e ulnar)
e médio (lado ulnar). (B) Ramo dorsal do nervo
radial; (C) Retináculo dos extensores
O ramo profundo do nervo ulnar é um
ramo motor. No seu trajeto, o ramo profundo do nervo ulnar inerva os músculos
da região hipotenar (abdutor, oponente e
flexor curto do dedo mínimo), o 3º e 4º
lumbricais, todos os interósseos, o adutor
Fig.31- Os tendões superficiais para os dedos médio
e anular ocupam posição superficial em relação aos
tendões para o indicador e o mínimo. Para memorizar
34>25. Fl. Longo do polegar (a). Fl. Radial do carpo
(b). Palmar longo (c).Flexor ulnar do carpo (d).
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Fig.34- Vista distal do túnel do carpo. Canal de passagem do tendão do m. flexor radial do carpo (a)
Fig.32 - Nesta peça o retináculo dos flexores foi
removido para evidenciar as estruturas no interior do
túnel carpiano. O nervo mediano nele penetra acompanhado por nove tendões:
a) Quatro tendões flexores superficiais,
b) quatro flexores profundos e o
c) tendão flexor longo do polegar
Fig.33 - Corte transversal no punho, dois cm. distal a
prega volar do punho que corresponde a parte média
do túnel do carpo O nervo mediano assume forma
aplanada, situando-se superficialmente aos tendões
flexores superficiais. Este é o local de maior estreitamento do túnel do carpo
Fig.35 - Cabeça profunda do músculo flexor curto
recebendo inervação do mediano e ulnar. Este é o padrão de inervação mais freqüente da cabeça profunda
do músculo flexor curto: (M) Ramo motor tenar do
nervo mediano; (U) Ramo motor do nervo ulnar;
(FCP) Cabeça profunda do músculo flexor curto;
(FCS) Cabeça superficial do flexor curto; (ABC)
Abdutor curto do polegar; (ADO) Adutor do polegar
(cabeça oblíqua); (ADT) Adutor do polegar (cabeça
transversa); (FLP) Flexor longo do polegar
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do 2° dedo e emite um pequeno ramo motor
para o 1° músculo lumbrical. O 2° nervo digital volar comum envia um ramo motor para o
2° músculo lumbrical e, ao nível da articulação
metacarpofalangiana, divide-se em dois nervos
digitais volares próprios que inervam os lados
adjacentes do 2° e 3o dedos. O 30 nervo digital
volar comum se comunica com os ramos superficiais do nervo ulnar (anastomose de Berretini)
Fig.36 - (NM) Nervo mediano. O 1° nervo digital
volar comum (a) divide-se em três nervos digitais
volares próprios. O mais lateral inerva a borda radial
do polegar (b). O segundo supre o lado ulnar da parte
volar do polegar (c). O terceiro ramo digital volar
próprio supre o lado radial do indicador (d). O 2°
nervo digital volar (e), divide-se em dois nervos digitais volares próprios que inervam os lados adjacentes
do 2° e 3o dedos. O 3º nervo digital volar comum (f )
se divide em dois nervos digitais volares próprios que
suprem os lados adjacentes do 3º e 4º dedos
Em seguida, o 1° digital volar comum se di-
e dá um ramo para o 3º lumbrical. Ele se divide em dois nervos digitais volares próprios que
suprem os lados adjacentes do 3º e 4º dedos.
Os nervos digitais volares próprios enviam pequenos ramos sensitivos para a pele do dorso da
2ª e 3ª falanges e matrizes ungueais e dão uma
rica inervação sensitiva para a polpa digital.
vide em três nervos digitais volares próprios:
o mais lateral cruza o tendão do flexor longo
do polegar e passa pela borda radial até a extremidade deste dedo; o segundo supre o lado
ulnar da parte volar do polegar, dividindo-se
em vários filetes finos na polpa do dedo, que
se anastomosa com os do lado radial; o terceiro
ramo digital valar próprio supre o lado radial
Fig.37 – (A) Mostrando o território de inervação
sensitiva na face palmar. (B) Mostrando o território de
inervação sensitiva na face dorsal
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Com referência à sensibilidade, o nervo
às novas técnicas cirúrgicas de retalhos vascula-
mediano é o mais importante, pois inerva as
rizados. O conhecimento não só da circulação
superfícies palmares do polegar, indicador, mé-
arterial como também do retorno venoso pos-
dio e metade do anular. É esta a principal área
sibilita procedimentos cirúrgicos sofisticados,
discriminativa da mão que permite o reconhe-
como reimplante de partes ou transferência de
cimento, pela palpação, da forma, volume, tex-
partes de tecidos para outros locais no corpo
tura e temperatura de diferentes objetos. Por
humano. A mão possui uma riquíssima rede
esta razão, o nervo mediano é considerado ner-
vascular, digna de sua complexidade anatômi-
vo informador. O território sensitivo do nervo
ca e funcional.
ulnar, (como já foi descrito anteriormente) que
corresponde à metade do dedo anular, todo o
Artérias
dedo mínimo e a borda ulnar da mão, tem
importância na defesa contra queimaduras e
outros tipos de lesão; por esta razão, é considerado, sob o ponto de vista sensitivo, como
nervo protetor. Por isso procedemos de maneira diferente quando atuamos cirurgicamente
na reparação das lesões cutâneas dos dedos,
priorizando a restauração da sensibilidade no
território do nervo mediano.
As artérias da mão provêm dos ramos das
artérias radiais e ulnar que se anastomosam várias vezes, permitindo assim que a ligadura de
uma ou de outra não afete gravemente a nutrição dos tecidos. Estas duas artérias, por sua
vez, são ramos da artéria braquial, que se divide ao nível do cotovelo; elas emitem ramos ao
antebraço, punho e mão.
A Artéria ulnar nasce do lado ulnar da ar-
VASCULARIZAÇÃO DA MÃO
téria braquial, à altura da cabeça do rádio, na
linha média do antebraço, abaixo da margem
A importância do conhecimento da nutrição
superior, do músculo pronador redondo. Ra-
sangüínea da mão se tornou maior nas últimas
mifica-se no dorso do carpo, abaixo dos ten-
décadas devido ao advento da microcirurgia e
dões extensores, anastomosando-se com ramos
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da radiocarpal dorsal, formando a rede ou arco
carpal dorsal.
A artéria ulnar, na maioria das vezes mais
calibrosa que a radial, acompanha o nervo ulnar no terço distal do antebraço, situando-se
medialmente em relação a ele. Passa juntamente com este pelo canal de Guyon, onde,
em virtude de sua situação superficial, é vulnerável a traumatismos repetidos, que podem
causar trombose arterial. Distalmente a esse
Fig.39 - Peça anatômica mostrando a formação da
rede ou arco arterial carpal dorsal. Artéria radil (a)
dando ramo para formar a rede carpal dorsal (b). Artérias metacárpicas dorsais (c).
canal divide-se em ramo superficial, ou principal, e profundo, ou secundário.
Fig.40 - O ramo superficial (ou secundário) da artéria
radial (3) une-se ao ramo principal da artéria ulnar
(1) para formar o arco arterial palmar superficial (5).
Os demais vasos indicados são as artérias metacarpianas palmares (6) e (7), as artérias digitais (8), a artéria
radial (2), e o ramo profundo da artéria radial (4)
Artéria radial é quase uma continuação
Fig.38 – Peça anatômica mostrando os canais de
Guyon e do carpo – (1) Ligamento volar do carpo
(espessamento da fáscia antebraquial); (2) Retináculo
dos flexores; (a) Nervo mediano; (b) Nervo ulnar, que,
distalmente ao canal de Guyon, divide-se em ramo
superficial, ou principal, e profundo, ou secundário;
(c) Artéria ulnar
direta distal da artéria braquial.. Na superfície
volar a artéria radial divide-se, ao nível do punho, em um ramo superficial ou secundário, e
um ramo profundo ou principal. O ramo secundário da artéria radial une-se com o ramo
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principal da artéria ulnar para formar o arco arterial
palmar superficial, este arco de convexidade dorsal
se localiza distalmente à borda inferior do retináculo dos flexores. O ramo profundo da artéria radial
cruza a tabaqueira anatômica, penetra entre os dois
feixes de origem do primeiro músculo interósseo
dorsal, nas bases do primeiro e segundo metacarpianos, atingindo a região palmar onde se une ao ramo
profundo da artéria ulnar, formando o arco arterial
palmar profundo. Esses arcos dão origem às artérias
metacarpianas palmares que, ao nível da comissura
interdigital, se dividem (distalmente à divisão dos
nervos) em ramos para os lados adjacentes dos de-
Fig.42 - artérias metacarpianas palmares que, ao nível da
comissura interdigital, se dividem (distalmente à divisão
dos nervos) em ramos para os lados adjacentes dos dedos
vizinhos (artérias digitais). Na face palmar dos dedos
situam-se lateralmente ao nervo digital correspondente
dos vizinhos. Na face palmar dos dedos situam-se
lateralmente ao nervo digital correspondente.
O arco arterial palmar superficial é a principal fonte de nutrição dos dedos médio,
anular, mínimo e metade ulnar do indicador,
podendo inclusive suprir o lado radial deste.
O arco arterial palmar profundo é a principal
fonte de irrigação do polegar através da “artéria principal do polegar” e metade radial do
indicador.
Variações anatômicas no suprimento san-
Fig.41 – O arco arterial palmar superficial (a) formado
pelo ramo superficial da artéria ulnar (b) e pela artéria
mediana que nesta peça estava substituindo a artéria radial
(ausente). Ramo profundo da a. ulnar (c). N. mediano (d)
güíneo dos dedos, assim como na formação
dos arcos, ocorrem com grande freqüência,
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podendo mesmo estes estar incompletos.
A drenagem venosa do membro superior
é realizada por dois sistemas. O profundo,
de menor importância no retorno venoso, é
representado pelas veias que acompanham
as artérias, geralmente na proporção de duas
veias para cada artéria, exceto nas artérias digitais, e de menor calibre do que elas. O sistema venoso superficial é mais abundante e é
o maior responsável pela drenagem venosa da
mão. É importante salientar que todo o sistema de drenagem venosa e linfática do dorso
dos dedos passa pelo espaço entre as cabeças
dos metacarpianos.
Fig44 - Preparação para o estudo das veias dorsais, com
injeção de látex prévia à dissecção. A drenagem venosa
da mão é preferencialmente dorsal. As veias oriundas dos
dedos drenam para um arco venoso (a) existente na base
de cada dedo. Desses arcos originam-se as veias comissurais (b), que alcançam o dorso da mão passando pelo
vale entre as cabeças de metacarpianos adjacentes
Fig.43 - Corte transversal ao nível da cabeça dos metacarpianos mostrando os ramos (a) dos arcos venosos
dorsais que chegam ao dorso da mão passando pelo vale
entre a cabeça dos metacarpianos (b)
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ANATOMIA DA MÃO