TÍTULO COORDENADOR COLABORADORES EDITOR DESIGN IMPRESSÃO TIRAGEM DATA DEPÓSITO LEGAL ISBN Infantaria 13. Mais de Três Séculos ao Serviço da Pátria Coronel Infantaria Carlos Manuel Martins Branco TCor Inf Joaquim do Campo Sabino Maj Inf Ilídio João Cardoso Abelha SAj SM Manuel Agostinho Borges Machado 1Sar Inf Ricardo Oliveira Gonçalves Guerra Regimento de Infantaria n.º 13 1Sar Inf Ricardo Oliveira Gonçalves Guerra Florêncio Pina Colprinter, Lda. 1000 exemplares Lisboa, Janeiro de 2005 ???????? ???????? Fotografia da Capa Uniformes do R.I. 13 utilizados, da esquerda para a direita: no serviço interno (finais do século XIX), na Guerra Peninsular, na I Grande Guerra, e nas Forças Nacionais Destacadas. 5 Índice Prefácio Agradecimentos 6 9 11 A COMPANHIA, O TERÇO E O REGIMENTO DE PENICHE O Terço de Peniche Do Terço ao Regimento O Regimento de Peniche na Campanha do Russilhão e da Catalunha O Regimento de Peniche na Campanha de 1801 14 16 17 21 O REGIMENTO DE INFANTARIA N.º 13 Século XIX 25 O R.I. 13 nas Invasões Francesas e na Guerra Peninsular A Campanha de 1812 – Ofensiva de Wellington A Campanha de 1813 – Nova Ofensiva de Wellington O Fim da Guerra Peninsular O R.I. 13 nas Lutas Civis do Século XIX Na Revolução Liberal (1820 - 1828) Na Guerra Civil (1828 - 1834) Na Revolta da Madeira e da Terceira Do Desembarque de D. Pedro IV à Convenção de Évora-Monte Pronunciamentos e Revoltas Nova Guerra Civil (1846 - 1847) O R.I. 13 em Vila Real 26 29 32 35 37 37 38 39 39 41 42 44 Século XX 45 O O O O O O 48 52 55 57 59 61 R.I. 13 na I Grande Guerra B.I. 13 na Batalha de 9 de Abril R.I. 13 e a Monarquia do Norte R.I. 13 e o Movimento de 28 de Maio de 1926 R.I. 13 e o Movimento Revolucionário de 3 de Fevereiro de 1927 R.I. 13 em Missões de Soberania em Angola e Moçambique ÍNDICE O Novo Quartel O R.I. 13 na Guerra do Ultramar O 25 de Abril de 1974 e as Décadas de Setenta e de Oitenta A Década de Noventa Agrupamento ALFA 63 65 68 70 74 Século XXI 77 Agrupamento CHARLIE 1.º Batalhão de Infantaria Agrupamento HOTEL O Fim do Serviço Efectivo Normal 78 80 83 85 OUTROS ASPECTOS RELEVANTES Comandantes do R.I. 13 Galeria dos Comandantes Brasões de Armas Condecorações, Divisas e Legendas O Padroeiro do Terço de Peniche Estandartes e Guiões Núcleo Museológico Acções Militares Mais Importantes do R.I. 13 Síntese de Factos Notáveis Por Onde Passou o R.I. 13 Hino do R.I. 13 Escolas Regimentais Marchas de Coesão Dia Festivo Bandas e Fanfarras Inserção dos Militares na Vida Civil Biblioteca Jornais O R.I. e a Comunidade Vila-Realense Bibliografia Patrocínios 88 91 96 99 101 102 105 106 108 111 112 114 115 116 117 119 120 122 123 125 128 ÍNDICE Prefácio A pertinência em levar ao conhecimento do grande público a longa e riquíssima história, de mais de três séculos, do Regimento de Infantaria n.º 13 e das pri-mitivas unidades de que descende directamente e que estão na sua origem - a Companhia, o Terço e o Regimento de Infantaria de Peniche - justifica, por si só, a edição deste livro. Contudo, outras razões, igualmente importantes, complementam a força daquele argumento. A divulgação da história da Unidade irá certamente funcionar como um poderoso referencial de identidade colectiva, reforçador do espírito de corpo e da auto-estima a quem nela presta ou tenha prestado serviço; aumentará a visibilidade do Regimento no seio do Exército, contribuindo para consolidar a consideração e o respeito de que desfruta; permitirá, ainda, aprofundar a cumplicidade da Unidade com a Região onde se encontra inserida. Os 120 anos de presença do Regimento em Vila Real fizeram com que este passasse a integrar o património da cidade. Não é, por acaso, que os militares do "13" adoptaram o epíteto de "Infantes do Marão". As origens do Regimento de Infantaria n.º 13 remontam ao ido ano de 1698, em que foi oficialmente criado o Terço de Peniche, o qual foi transformado, em 1707, no Regimento de Peniche. Fruto da reorganização do Exército de 1806, o Regimento de Infantaria de Peniche passou a designar-se Regimento de Infantaria n.º 13. Desde essa data até aos dias de hoje, muitas foram as vicissitudes porque passou: foi várias vezes dissolvido e refundado, reemergindo das cinzas, qual Fénix renascida; teve várias designações e localidades de acolhimento Peniche, Lisboa, Leiria, Chaves - e, em 1883, Vila Real, onde entrou na manhã de 30 de Agosto, ficando aquartelado no Convento de S. Francisco. Já depois de se ter instalado em Vila Real viria a ser novamente dissolvido em 8 de Março de 1927, por ter participado no movimento re-volucionário de 3 de Fevereiro sendo, alguns meses mais tarde, reorganizado no Funchal. Em 1931, o R.I. 13 é novamente dissolvido, em virtude de ter participado no movimento revolucionário que, nesse mesmo ano, eclodiu na Madeira, voltando a ser reorganizado em Vila Real onde se conservou até aos dias de hoje. Entre 1977 e 1993 fruto de mais uma reorganização do Exército adquiriu temporariamente a designação de Regimento de Infantaria de Vila Real. Iremos dar conta neste livro dos feitos da Unidade e dos aspectos mais destacados da sua vida, enquadrando-os, sempre que possível, no contexto histórico em que tiveram lugar. A história do "13" confunde-se, de certo modo, com a própria história de Portugal, de onde emerge, tendo sido um protagonista, desde a sua criação, de quase todos os seus momentos relevantes. Participou na maioria das campanhas militares em que Portugal se viu envolvido: no 9 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA século XVII, na Guerra da Restauração; no século XVIII, na campanha do Russilhão e da Catalunha; no Século XIX, na Guerra Peninsular, nas Lutas Liberais, e na Guerra Civil; no século XX, na I Guerra Mundial e nas campanhas do Ultramar; e no século XXI, nas operações de apoio à paz, nos Balcãs e em Timor-Leste, no apoio à política externa do Estado como, aliás, já tinha acontecido noutras ocasiões. Este trabalho baseou-se fundamentalmente na insubstituível investigação histórica levada a cabo pelo brigadeiro Motta e Costa, materializada num livro com o título "Subsídios para a História do R.I. 13", publicado em 1959. Sem esse documento não teria sido possível levar a cabo o presente trabalho, pelo menos no reduzido espaço de tempo em que foi feito. Embora o possa parecer nalgumas passagens, não foi nossa intenção realizar um trabalho de investigação histórica. Estamos cientes que continua válida a necessidade de realizar esse trabalho, necessariamente com um outro fôlego. A simples reedição dos "Subsídios" não teria sido uma decisão acertada: por um lado, era necessário um trabalho de actualização. Os acontecimentos mais recentes narrados no livro reportavam-se ao ano de 1947; por outro, tornava-se necessário criar um documento dotado de um visual apelativo que convidasse à leitura, expurgado de certos detalhes e referências desnecessárias, importantes para um historiador, mas fastidiosas para o público-alvo que se pretende atingir. Com o objectivo de "não deixar escapar nada" foram lidas cerca de 73 mil páginas das Ordens de Serviço de 1911 a 1994. Só assim foi possível avaliar, por exemplo, a enorme contribuição do Regimento para a guerra que Portugal travou nos sertões africanos, de 1961 a 1974. Nos dez anos em que o R.I. 13 foi Centro de Instrução Básica - 1964 a 1974 - foram formados na Unidade cerca de 69 mil praças. A dimensão de tal número é um indicador do tremendo esforço efectuado. Com este livro procurámos ainda homenagear, de uma forma singela, todos aqueles que nos precederam, e que, de uma forma anónima, contribuíram para a edificação da nossa memória colectiva. Não os olvidaremos. Nem um passo P´ra Retaguarda! Vila Real, 7 de Janeiro de 2005 O Comandante Carlos Manuel Martins Branco Coronel Infantaria 10 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Agradecimentos E ste livro é o produto de muito querer e de muita carolice. A todos quantos o tornaram possível - patrocinadores, militares da Unidade, Vila-realenses e instituições da cidade - um muito obrigado. O primeiro agradecimento, a título póstumo, vai para o brigadeiro Motta e Costa, pelo livro que nos deixou, o qual serviu de fonte inspiradora para este trabalho. Um reconhecimento muito especial aos patrocinadores, através dos quais foi possível reunir os meios financeiros necessários para a publicação desta obra: Câmara Municipal de Vila Real, Delta Cafés, Dibinorte - Distribuidora de Bebidas do Norte, Lda, EMAR, Fundação Comendador Correia Botelho, Garagem Miro - Mercedes Benz, Governo Civil de Vila Real, Hotel Miracorgo, Martins, Cunha & C.ª LDA - Materiais de Construção, Ministério da Cultura (Delegação Regional da Cultura do Norte) e Região de Turismo da Serra do Marão. Merece igualmente destaque a mobilização da sociedade Vila-realense para a concretização deste projecto, tanto ao nível institucional como a título individual. Impressionou-me a sua cumplicidade com a ideia, a forma genuína como a abraçaram, e o modo como se disponibilizaram para colaborar. Um grande agradecimento, pela sua prestimosa colaboração ao Arquivo Distrital de Vila Real, à Biblioteca Municipal de Vila Real, ao Museu de Vila Real, ao Jornal "A Voz de Trás-os-Montes”, e à FotoBila. Um muito obrigado aos meus Amigos, que recordo com tanta saudade, cuja colaboração, de uma ou de outra forma, se veio a revelar imprescindível: Sr. Barreira Gonçalves, Sr. Elísio Neves, Dr. Manuel Cardona, família do Sr. Achiles Ferreira de Almeida, coronel José Daniel Barros Adão, tenente-coronel Francisco Claro Meneses, tenente-coronel Jorge Gonçalves Magno, e sargento-chefe Victor Lucena Gonçalves. Os seus conselhos, opiniões e material gentilmente cedido muito contribuíram para enriquecer este trabalho. Temos com eles uma dívida de gratidão. Um obrigado ao tenente-coronel Pedrosa da Silva, pelos seus sempre pertinentes conselhos no domínio da heráldica, e ao Dr. José Jacinto, professor da Academia Militar, pela sua ajuda na revisão do texto. Finalmente, um sentido e muito especial agradecimento aos militares do R.I. 13 que participaram neste trabalho, pela enorme dedicação e espírito de missão demonstrados. Sem eles, sem a sua prestimosa e desinteressada colaboração este projecto não teria passado apenas de mais uma ideia: ao major Ilídio Abelha pela sua generosa paciência em passar a pente fino as mais de 73.000 páginas das Ordens de Serviço de 1911 a 1994, e ao empenho e determinação colocada na pesquisa e obtenção de documentação extremamente valiosa; ao sargento-ajudante Manuel Machado, pelo rigor, disponibilidade e relacionamento privilegiado com o Arquivo Histórico Militar e com a Biblioteca do Exército que se veio a revelar de extrema utilidade. Ao primeiro-sargento Ricardo Guerra pela sua insigne colaboração. Foi ele quem compôs e editou todo o trabalho, num tempo recorde com prejuízo das suas horas de repouso. Um último agradecimento a todos os elementos da Secção de Informática do R.I. 13, na pessoa do 2.º sargento RC Simão Teixeira e da 2.º cabo Conceição Dias. 11 Soldado do Regimento de Infantaria de Peniche (2.ª metade século XVIII). A Companhia, o Terço e o Regimento de Peniche (de 1555 a 1806) MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA "...Digno feito de ser no mundo eterno Grande no tempo antigo e no moderno..." Luís de Camões, in Lusíadas A COMPANHIA, O TERÇO E O REGIMENTO DE PENICHE (de 1555 a 1806) O Terço de Peniche A história do Regimento de Infantaria n.º 13 (R.I. 13) remonta à criação da Companhia, do Terço e do Regimento de Infantaria de Peniche, dos quais descende directamente. A escassa informação disponível tem originado alguma controvérsia ao redor da data da fundação do Terço de Peniche. Através das leis militares publicadas em 1549, primeiro ensaio de organização do Exército, D. João III mandou criar, em todas as terras do País de "certa importância", companhias de Ordenanças, agrupadas ou não em Terços. As Ordenanças repartidas em companhias obedeciam, em cada cidade, vila ou concelho, a um chefe intitulado CapitãoMor e exercitavam-se em dias não destinados ao trabalho, realizandose exercícios gerais pela Páscoa e pelo S. Miguel. Peniche - Muralha da importante praça de guerra. Fonte: História do Exército Português. O agrupamento das companhias de Ordenanças em terços era ditado pelas necessidades de defesa. Logo que cessava a causa que tinha levado à sua criação, os terços eram dissolvidos ou dispensados. Peniche, pela importância do seu porto de mar e por ser a localidade mais populosa do "termo de Atouguia", reunia as condições ideais para aquartelar uma unidade militar. Segundo vários historiadores militares, na sequência da publicação daquelas leis militares, teria sido criado em Peniche, por provisão régia de D. João III, um Terço de Ordenanças, possivelmente no ano de 1555. Contudo, tudo indica que inicialmente teria apenas sido levantada uma companhia. Em 1570, o Papa Pio V conjuntamente com Filipe II de Espanha convidou o Rei D. Sebastião a entrar numa liga contra os Turcos. Aceite o convite foi colocada uma Divisão às ordens de D. João da Áustria, da qual faziam parte tropas do Terço de Peniche, que se distinguem pelo seu valor, na famosa Batalha de Lepanto, onde os Turcos foram derrotados. Quando em 1640 Portugal proclamou a sua independência e aclamou como rei D. João IV, o Exército encontrava-se reduzido à sua mais simples expressão, e as praças de guerra 14 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA votadas ao mais completo abandono. No sentido de inverter esta situação, são estabelecidos, através do decreto de 10 de Julho de 1642, os efectivos do Exército, tendo sido atribuídos mil infantes às guarnições de Cascais e de Peniche. Supõe-se que o efectivo desta última não fosse inferior a três ou quatro companhias. Quando as necessidades de defesa assim o impunham, estas companhias eram agregadas a terços que se encontrassem desfalcados de efectivos. Durante a Guerra da Restauração, forças da guarnição de Peniche foram agregadas a outros terços, conforme as necessidades do momento. Assim, Batalha do Ameixial. em 1646, encontramos "gente de S. Fonte: História do Exército Português. Gião e de Peniche" agregada ao terço de Campo Maior, o qual tomou parte na conquista do castelo de Codiceira e na acção contra Telena, em 15 de Setembro do mesmo ano. Existem também relatos da participação de uma companhia de infantaria de Peniche, com um efectivo de cerca de 120 homens, em várias campanhas, entre 1650 e 1665, para fazer vingar a restauração. Em 1658, uma companhia da guarnição de Peniche foi agregada ao Terço de Cascais e, integrada nesta unidade, participou, de 12 de Junho a 11 de Outubro de 1658, no cerco a Badajoz, na defesa da Praça de Elvas e na Batalha das Linhas de Elvas, a qual teve lugar a 14 de Janeiro de 1659. Destaca-se ainda a participação da Infantaria de Peniche nas Batalhas do Ameixial, a oito de Junho de 1663, de Castelo Rodrigo, a sete de Julho de 1664, e de Montes Claros, a 17 de Julho de 1665. Batalha das Linhas de Elvas. Fonte: História do Exército Português. O primeiro documento oficial conhecido que se refere explicitamente ao Terço de Peniche é a consulta de 13 de Março de 1698, onde consta a nomeação do Conde de S. João para comandante do Terço de Peniche, que por essa época é “levantado de novo”. Contudo o Terço de Peniche só será criado a sete de Junho de 1698, através do decreto reorganizador da Infantaria e da Cavalaria, com 670 infantes e a gente que tinha aquele presídio, ou seja, a Praça de Guerra de Peniche, tendo sido levantado com base nas companhias de infantaria que, em 1693, faziam já parte da guarnição daquela praça de guerra. 15 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Do Terço ao Regimento A permanente ameaça das esquadras inglesas e holandesas sobre a nossa costa, nos primórdios do século XVIII, não só contribuiu para que o Terço de Peniche se mantivesse naquela praça de guerra como levou a um reforço considerável dos seus efectivos. Em Maio de 1706, o Terço de Peniche participou na Guerra da Sucessão de Espanha, iniciada em 1703, onde terá feito parte do exército do Marquês das Minas, que tomou e cercou Ciudad Rodrigo. Em 1707, com a publicação das novas ordenanças de D. João V, os Terços passaram a designar-se por Regimentos, unidades administrativas constituídas por 12 companhias, uma das quais de Granadeiros. Em 1735, fruto de uma nova reorganização, surge uma nova unidade táctica: o Batalhão. Assim, o Regimento de Peniche passou a ser constituído por 2 batalhões, a 10 companhias de 60 homens, organização essa que se manteve até ao ano de 1762. Em 1740, o Regimento de Peniche destacou para a Índia um batalhão para integrar a expedição militar que libertou as Províncias de Bardez e Salcete, invadidas pelos Maratas e seus aliados. Este batalhão embarca em Lisboa, em Maio, e desembarca em Mormugão um ano depois. Em 1756, iniciou-se uma guerra que envolveu quase todas as nações da Europa e lugares do mundo, a qual ficou conhecida para a história como a Guerra dos Sete Anos. Até 1762, a Península Ibérica conseguiu manter-se afastada da complexa rede de alianças e declarações de guerra que iam ocorrendo pela Europa. Mas ao tomar consciência que só muito dificilmente Portugal se conseguiria manter afastado do conflito, o Marquês de Pombal antecipouse aos acontecimento e levou a cabo uma profunda reorganização do exército. Face às exigências da guerra com Espanha e por determinação do Conde de Lippe, são criadas novas unidades em 1762, tendo o Regimento de Peniche, tal como todos os outros, sido desdobrado em dois, e os seus sucessores adoptado a designação de 1.º e 2.º Regimentos de Infantaria de Peniche. Os dois Regimentos de Peniche participaram na campanha contra os espanhóis, de 1762 a 1763, mas não chegaram a entrar em combate, sendo submetidos a penosas marchas e contra-marchas. No final desta campanha, através do Decreto de 10 de Maio de 1763, os dois Regimentos fundem-se num só, tendo o Conde de Lippe continuado a trabalhar na reorganização e na preparação do exército. No período que medeia entre 1764 e 1790, por ordem do Conde de Lippe, o Regimento de Peniche participa em várias manobras. Para avaliar a sua operacionalidade, foi objecto de várias inspecções, destacando-se a que foi efectuada pelo Inspector-geral, brigadeiro P. Prestone, cujo relato enaltece o desempenho do Regimento nos exercícios, bem como a sua capacidade de conservação do armamento. 16 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA O Regimento de Peniche na Campanha do Russilhão e da Catalunha (de 1793 a 1795) A Revolução Francesa e a morte de Luís XVI provocaram uma coligação de quase todas as monarquias europeias contra a França. Depois de a Convenção ter declarado guerra a Londres, a um de Fevereiro de 1793, e de Madrid ter mostrado a sua disposição para integrar a coligação anti-francesa, não havia maneira de Portugal se manter à margem dos combates. A campanha do Russilhão, nos Pirinéus, foi um caso particular dessa vasta coligação que se levantou para derrubar a revolução jacobina que tinha instaurado a república em França. Neste contexto, a Espanha solicitou a Portugal uma contribuição militar, tendo os termos dessa contribuição sido acordados a 15 de Junho de 1793. Assim, Portugal intervém no conflito, em 1793, ao lado da Espanha com uma “Divisão Auxiliar” de 5.000 homens, da qual fazia parte o Regimento de Peniche, com um efectivo de 718 homens, naquilo que ficaria conhecido como a Campanha do Russilhão e da Catalunha, que durou até 1795. O Regimento participou activamente em vários combates desta campanha, tendo perdido muito equipamento e sofrido, como os outros regimentos portugueses, pesadas baixas, tendo o seu comandante e 2.º comandante sido feridos em combate. A força portuguesa parte do Tejo a 20 de Setembro de 1793 e desembarca no porto de Rosas, na Teatro de Operações da Campanha de Russilhão e Catalunha. Fonte: História do Exército Português. Catalunha, a nove de Novembro. As forças do Regimento de Peniche participam na ofensiva a Céret, em que conseguem desalojar os franceses das suas trincheiras e tomar-lhes os canhões. No dia seguinte, o Regimento recebe ordem para ocupar e defender a povoação de S. João de Pagés, afim de cobrir a ponte sobre o rio Céret, posição que ocupa com outras unidades até finais de Dezembro, altura em que recolhe a quartéis de Inverno, em S. Laurent de Cerdas, onde se conserva até 22 de Janeiro de 1794. As constantes acções da guerrilha francesa transformam o período de repouso numa penosa campanha. Em 1794, a situação modificou-se nos Pirinéus. No dia 29 de Abril, ocupando o Regimento posições para a defesa das pontes de Céret e de Reynes, o inimigo desencadeia um forte ataque em toda a frente aliada. É repelido pelas nossas tropas, mas no dia seguinte realiza um novo ataque com tropas frescas, obrigando o Conde da União, comandante-chefe dos aliados, a dar ordem de retirada, a qual se processa de uma forma lastimável. Três companhias do Regimento deixam-se invadir pelo pânico, fugindo em confusão. 17 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Mais tarde, quando a coluna se encontrava entre Céret e Maureillas, o Regimento recebe ordem para seguir para Figueras através das montanhas, mas quando as tropas começavam a subir as encostas, é-lhes ordenado que não abandonem a estrada. As ordens e contra-ordens provocaram uma tremenda confusão, transformando a retirada numa fuga desordenada. O exército hispano-português conseguiu chegar a Figueras, mas completamente desmoralizado e desbaratado. Aí se reorganizou, contribuindo para aumentar a capacidade defensiva desta praça, constantemente incomodada pelas arremetidas do inimigo, numa das quais conseguiu apoderar-se da posição de S. Lourenzo. A 18 de Maio, o Regimento de Peniche participa na tentativa aliada de reconquistar esta posição, sendo-lhe atribuída a missão de ocupar uma linha de alturas à esquerda da ponte de Molins. O tenente-coronel Bernardim Freire de Andrade, comandante interino do Regimento, organiza defensivamente as suas posições e faz as obras necessárias à colocação da artilharia que lhe tinha sido atribuída para proteger a sua retirada, caso o ataque fosse mal sucedido. As colunas espanholas iniciaram o ataque, obtendo, de início, algumas vantagens. Mas, subitamente, foram tomadas pelo pânico e debandaram, desorganizando todas as tropas que se encontravam no caminho. Nas posições acima referidas, à esquerda da ponte de Molins, o Regimento de Peniche consegue suster vários ataques franceses, que repele, até que, em 13 de Agosto, é incorporado numa coluna para atacar os francesas e forçá-los a retirarem-se para os Pirinéus. Os granadeiros do Regimento de Peniche, conjuntamente com os granadeiros dos regimentos de Cascais, do 1.º do Porto e do 2.º de Olivença, constituem um batalhão sob o comando de tenente-coronel Bernardim Freire, o qual foi encarregado de constituir uma reserva e apoiar um ponto guarnecido por Somaténes, à retaguarda de Palau. O ataque é repelido, e as tropas espanholas são obrigadas a retirar. Os nossos granadeiros não só sustentam corajosamente a retirada daquelas forças, como apoiam com muita decisão e energia a cavalaria espanhola, que procurava impedir o avanço dos franceses. Após este ataque, todas as forças recolhem às suas antigas posições em Figueras. Em 17 de Novembro, encontrava-se o Regimento de Peniche no acampamento de La Salud, quando os franceses atacam impetuosamente as posições aliadas. Às três horas da madrugada, já quando troava a artilharia inimiga, é ordenado ao Regimento que ocupe uma linha de alturas, anteriormente ocupada por um regimento espanhol, e defenda a estrada que dessa linha de alturas se dirigia para a bateria de La Fita. Os franceses começaram a bater pelo fogo esta posição e a retaguarda da linha ocupada pelos aliados, ao mesmo tempo que atacavam com toda a impetuosidade a posição da ermida da Madalena, ocupada por um batalhão que tentava a todo o custo deter o avanço do inimigo. Dada a violência do ataque, foi ordenado ao Regimento que reforçasse aquela posição. Mas, antes de a atingir, Bernardim Freire apercebeu-se de que o batalhão que guarnecia a 18 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA esquerda daquela posição batia em retirada, completamente destroçado, e que os franceses já se tinham apoderado daquele posto. Na impossibilidade de continuar a marcha e de restabelecer a situação com as poucas forças de que dispunha, resolve retroceder e recolher a um reduto próximo. Mas esta retirada viria a revelar-se extremamente difícil, não só devido ao fogo inimigo mas também porque o caminho se encontrava cortado por um regimento espanhol que debandava desordenadamente, fazendo com que as tropas do Regimento perdessem a sua coesão e boa ordem. Contudo, foi julgado pelo comando superior que as tropas do Regimento ainda se encontravam aptas para deter os franceses, tendo-lhe sido ordenado que marchassem ao seu encontro. Vendo o comandante que não era auxiliado no seu ataque por quaisquer outras forças e que esta não podia dar qualquer decisão ao combate, optou por retirar-se, a fim de não sacrificar o remanescente da Unidade. O Regimento de Peniche, como todos os outros regimentos portugueses, sofreu elevadas perdas e danos. Passados dois dias, um novo e tremendo desastre vem juntar-se ao do dia 17 de Novembro. Os exércitos aliados, sob a pressão dos franceses, são obrigados a retirar para Gerona, a qual se desenrolou de um modo tumultuoso e numa fantástica desordem, especialmente por parte das tropas espanholas. De posição em posição, sempre com os franceses na ilharga, o exército retira até Gerona, onde se acantona a 1 de Dezembro de 1794. A “Divisão Auxiliar” fica em reserva, acantonada na região de Olivia, onde se mantém durante todo o Inverno e Primavera de 1795. Não toma parte em quaisquer operações de monta, intervindo apenas nalgumas pequenas escaramuças e combates de postos avançados. Em Julho, o comando aliado decide atacar a praça de Puig Cerdá, ocupada pelos franceses. É organizado um destacamento do qual fazem parte dois batalhões portugueses, constituídos por praças de todos os regimentos, com um efectivo de 800 homens. A operação teve lugar no dia 24, tendo os dois batalhões marchado ao ataque cobertos pelos atiradores, inovação introduziAtaque a Puig-Cerdá. da na táctica tradicional Fonte: História do Exército Português. somente nesta ocasião. Apesar da defesa enérgica e das pesadas baixas infligidas às forças atacantes, ao fim de duas horas de renhidos combates, as forças aliadas conseguiram entrar na praça e aprisionar a guarnição com dois generais. 19 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Com esta vitória, os portugueses despediram-se desta campanha com um importante feito de armas, que os compensou, em parte, dos reveses sofridos e da obscura acção desempenhada depois da retirada para Gerona. A quatro de Setembro, as hostilidades foram suspensas, e a “Divisão Auxiliar” regressa à Pátria, onde chega a 10 e 11 de Dezembro, sendo recebida pela população com grandes manifestações de regozijo e simpatia. Face ao comportamento dos militares do Regimento de Peniche nesta campanha, o Príncipe Regente, por Decreto de 17 de Dezembro, confere-lhe uma bandeira de honra com a legenda: “Ao valor do Regimento de Peniche – 1795” Mas o desfecho do conflito trouxe uma surpresa inesperada quando a República Francesa e o governo de Carlos IV assinaram secretamente a Paz de Basileia, em Julho de 1795, sem prestar contas ao seu homólogo de Lisboa. Este acordo, deliberadamente hostil aos interesses britânicos, tornava praticamente impossível a manutenção da única linha de rumo conveniente à diplomacia nacional, ou seja, a neutralidade perante a mais do que provável guerra entre a Espanha e Inglaterra. Em Outubro de 1796, com a abertura das hostilidades entre os antigos aliados, voltaram a agitar-se velhos fantasmas. Uma vez mais, o Governo português iria ter de tornar compatível a defesa das colónias e do tráfico ultramarino com a segurança das fronteiras continentais, num exercício arriscado que se prolongou até 1807. Em 1798, numa manobra dissuasora, o Governo ordena a concentração de forças ao redor de Lisboa, com a finalidade de defender a cidade da ameaça de uma invasão francesa e espanhola, tendo o Regimento de Peniche participado nesta acção, concentrando as suas forças na região da Azambuja. 20 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA O Regimento de Peniche na Campanha de 1801 N o plano militar, ao aproximar-se o final do século, as operações estavam a correr de feição para os exércitos revolucionários no teatro de guerra europeu, criando a perspectiva pouco agradável de estes poderem, a qualquer momento, voltar as suas atenções para o extremo ocidental da Península Ibérica. As sucessivas vitórias militares de Bonaparte alimentavam as pressões de Madrid, que pedia, uma vez mais, a interdição dos portos lusitanos aos navios de Sua Majestade Britânica, às quais o governo de Lisboa reagiu com assinalável placidez, mas sem nunca pôr em causa a velha aliança. A situação iria manter-se nesta indefinição por alguns meses, até que, em Maio de 1801, se assistiu à invasão do Alentejo por parte de um contingente franco-espanhol, dando-se início ao que ficou conhecido como a Guerra das Laranjas. O estado de desorganização e indisciplina em que se encontrava o nosso exército impossibilitava uma resistência séria a qualquer ataque. Iniciada a campanha, renderam-se, logo de seguida, as praças de Olivença e Juromenha, enquanto as de Portalegre e Castelo de Vide eram abandonadas sem reacção. Ao ser declarada a guerra, Portugal preparou-se para a defesa, sendo o exército organizado em três destacamentos: um destinado à defesa do Minho, outro, à da Beira Baixa, e um terceiro, à do Alentejo, por sinal o mais importante. Este corpo era composto por três divisões. À divisão do centro pertenciam dois batalhões de granadeiros e caçadores dos regimentos do Alentejo e da Estremadura e, consequentemente, lá se encontravam as companhias de granadeiros e caçadores do Regimento de Peniche. Bernardim Freire de Andrade, na altura brigadeiro, comandava este grupo de batalhões. As companhias de fuzileiros do Regimento de Peniche foram integradas na 2.ª Brigada da 1.ª Divisão, tendo a 10 de Maio marchado para o Alentejo e acampado nas proximidades de Portalegre. As companhias de granadeiros e de caçadores do Regimento acantonaram, inicialmente, em Castelo de Vide e Marvão, mas ao iniciarem-se as operações, em 20 de Maio, encontravam-se entre Alegrete e Arronches. Em 29 do mesmo mês, quando Arrochete foi atacada, os batalhões comandados por Bernardim Freire de Andrade sustentaram o ímpeto da cavalaria espanhola, protegendo a desordenada retirada das forças portuguesas que se encontravam naquela região. Todo o exército retira em seguida para Gavião e daqui para Abrantes, perseguido de perto pelas tropas espanholas. E, assim, terminou uma rápida e vergonhosa campanha, em que perdemos Olivença para sempre, e em que nos comprometemos a fechar os portos à Inglaterra e a pagar uma pesada indemnização à França e à Espanha, que nunca chegou a concretizar-se. 21 Convento de S. Francisco: Cerimónia de um Juramento de Bandeira na Parada do “Quartel Velho” (14 de Fevereiro de 1909). Fonte: Jornal “A Voz de Trás-os-Montes, 20 Dezembro de 1984”. O Regimento de Infantaria N.º 13 23 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Panorâmicas do R.I. 13 24 Século XIX MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Jardim público e Quartel de Infantaria 13. Fonte: Collection Portugaise, Éditeur F. A. Martins, Camões, 35, Lisbonne. N a sequência da organização do Exército levada a cabo em 1806, os regimentos passaram a ser numerados, tendo sido atribuído ao Regimento de Peniche o n.º 13, cujo quartel permanente passou a ser em Lisboa. Na sequência de prolongadas negociações diplomáticas em que o Governo português tentou, a todo o custo, manter o seu estatuto de neutralidade, o Governo francês lança um ultimato em que exige o encerramento dos portos nacionais à navegação britânica e a detenção e confisco das riquezas e propriedades dos cidadãos britânicos instalados em território nacional. Num gesto de desespero destinado a travar a invasão eminente, o Governo português, através de um decreto publicado em Outubro de 1807, cede às exigências da França, mandando encerrar os portos portugueses aos navios britânicos e deter os súbditos de Sua Majestade. Como esta determinação tivesse provocado reacções negativas por parte da Inglaterra, foram tomadas algumas medidas para reforçar a defesa das costas, nomeadamente a protecção da barra do Tejo. É neste contexto que o Regimento de Infantaria n.º 13 (R.I. 13), é destacado para Peniche, onde permanece até Novembro de 1807, data em que regressa à capital, a fim de embarcar para o Brasil acompanhando a família real. Perante a anarquia reinante na capital, as tropas recusam-se a embarcar e desertam em massa. Apenas o seu comandante, o coronel José de Sousa, acaba por acompanhar a família real na sua viagem. 25 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA O R.I. 13 nas Invasões Francesas e na Guerra Peninsular A 29 de Novembro de 1807, Junot, o comandante da 1.ª Invasão Francesa, chega a Lisboa. A conquista de Portugal tinha sido feita sem a menor resistência. Para consolidar o seu poder, dissolve o Exército Português, licenciando, primeiro, muitas tropas de linha, dispersando as restantes por várias terras da província, dissolvendo, depois, as milícias e ordenanças, e organizando, por fim, com a tropa de linha, um corpo que, sob a designação de Legião Lusitana, comandada pelo Marquês de Alorna, foi engrossar o exército imperial francês. Parte dos elementos do R.I. 13 foram incluídos no 1.º Regimento dessa Legião, que, em Março de 1808, marchou para França, a fim de combater às ordens de Napoleão. De 1808 a 1813, este Regimento tomou parte em todas as campanhas e cobriu-se de glória na Batalha de Wagram e na Campanha da Rússia. Após a derrota de Junot e a assinatura da Convenção de Sintra, as tropas francesas abandonaram o território nacional em meados de Setembro. Portugal via-se livre dos franceses e podia, com a ajuda dos ingleses, preparar-se para a defesa, pois não era de crer que a guerra ficasse por ali. Assim, após a partida das tropas francesas, inicia-se imediatamente a reorganização do País, a reconstrução do exército e o armamento geral da Nação. Em 30 de Setembro de 1808, um edital da Junta Governativa do Reino determina que os componentes dos regimentos dissolvidos se reunissem em diversas localidades, para se levar a efeito a reorganização das suas antigas unidades. Para o R.I. 13, assim como para os R.I. 4, 10 e 16, é-lhe fixado Lisboa como local de reunião. Com base nas preocupantes notícias existentes sobre as acções do exército francês em Espanha, em Janeiro de 1809, o R.I. 13 marchou para o Alentejo, incorporado num destacamento constituído por unidades da guarnição de Lisboa, com a missão de vigiar o 4.º Corpo de Exército francês e defender vários pontos de passagem no rio Tejo. Na sequência dos desenvolvimentos militares ocorridos em Espanha, foi ordenado a este destacamento para não ultrapassar a fronteira e concentrar-se em Tomar, onde passou a fazer parte da Divisão encarregue da defesa da Beira Baixa e das passagens do Zêzere. O R.I. 13, conjuntamente com o Regimento de Infantaria n.º 1, passou a constituir a 2.ª Brigada daquela Divisão. Em fins de Março desse ano, as companhias de granadeiros daqueles dois Regimentos insubordinaram-se por não quererem ser comandados por oficiais ingleses, acto que mereceu ásperas censuras ao Marechal Beresford, na altura Comandante-em-Chefe do Exército português. Tal levou a que as companhias insubordinadas fossem enviadas para a retaguarda do exército até que a sua conduta os tornasse dignos de se reunirem aos seus regimentos. A pena foi escrupulosamente cumprida. Aquando da concentração do exército anglo-luso em Coimbra, apenas um batalhão do R.I. 13 foi incorporado na Divisão do coronel Trant, o qual foi encarregue de vigiar as passagens no rio Vouga. As restantes companhias do Regimento continuaram na 26 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Século XIX 2.ª Brigada, agora comandada por Campbell, estando concentradas em Torres Novas. Combate de Grijó. Fonte: História do Exercito Português. Em Maio de 1809, com o norte do país invadido pelo exército do general Soult, um batalhão do R.I. 13 integrou a força que obrigou os franceses a retirar para Oliveira de Azeméis, tendo-se empenhado nos combates de Albergaria, em 10 de Maio de 1809, e de Grijó, no dia seguinte, e obrigado os franceses a abandonar as suas posições. Seguidamente, um efectivo do R.I. 13 de 304 praças, comandadas pelo major Sales de Carvalho, colaborou no ataque à cidade do Porto, a qual o general Soult foi constrangido a abandonar, sendo forçado a retirar- se do país. Em Julho, o R.I. 13 recebeu ordem para se reunir ao exército de Beresford, tendo sido incumbido de observar os movimentos do exército francês, defender o desfiladeiro de Perales e cobrir o flanco esquerdo de Wellington, em Espanha, na sua jornada em Talavera de la Reyna, onde dá por terminada a perseguição das forças francesas em território espanhol. Uma vez afastada a ameaça do exército francês de invadir o país pela Beira Baixa, foi determinado que as diferentes unidades que participaram nestas jornadas recolhessem a quartéis. É então que o R.I. 13 recolhe ao quartel em Tomar, onde o vamos encontrar em Agosto de 1809. Nesta cidade, o R.I. 13 continuou a exercitar-se, sujeito a um treino rigoroso, tornando-se numa unidade de elite do exército de então. Nos últimos meses de 1809, a Infantaria sofre uma nova remodelação no agrupamento dos regimentos. O R.I. 13 passou a fazer parte da 12.ª Brigada, conjuntamente com Infantaria 20. Quando este corpo é destacado para Cádis, o R.I. 13 passa, conjuntamente com o R.I. 11 e o R.I. 23, a integrar a 9.ª Brigada, à qual já havia pertencido. 27 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA A 27 de Setembro de 1810, o general Massena invade Portugal (3.ª invasão) à frente de um poderoso exército, enfrentando o exército anglo-luso no Buçaco, onde se travou uma batalha a 27 de Setembro de 1810, em que o R.I. 13 participou, integrado na 10.ª Brigada, conjuntamente com Infantaria 12 e Caçadores 5. Na batalha do Buçaco, esta Brigada, comandada pelo brigadeiro Thomaz Bradford, tinha por missão defender a ponte de Mucela, apoiar a cavalaria e cobrir o flanco direito de exército anglo-luso. Infantaria 13 entra na batalha com um efectivo de 1078 praças, sem sofrer baixas. Quando, após aquela batalha, o exército retira estrategicamente para as Linhas de Torres, o R.I.13 é encarregue, juntamente com tropas de 2.ª linha, de defender Peniche, mas demora-se pouco tempo nesta Praça, pois passa a fazer parte da guarnição de Abrantes. A 22 Outubro, Infantaria 13 empenhou-se novamente em combate na região de Punhete, hoje denominada Constância ou Vila Nova de Constância, repelindo violentamente um reconhecimento inimigo. Parece não restar qualquer dúvida, e vários especialistas em história militar assim o afirmam, de que foi o R.I. 13 quem defendeu Punhete e a praça de Abrantes desde fins de Setembro de 1810 a Março de 1811. Supõe-se que se tenha mantido nesta cidade ainda por mais uns meses, visto não ter acompanhado o exército de Wellington na perseguição a Massena nem ter tão pouco acompanhado o exército de Beresford para o Alentejo quando este conquistou as praças de Campo Maior e Olivença, em Maio de 1811. Provavelmente só voltou a participar em operações no mês de Agosto, quando foi integrado na 10.ª Brigada, na qual vai participar em toda a campanha da Guerra Peninsular. Em Abril de 1811, Massena é batido em Fuentes d’Oñoro, e, ainda em Abril, as últimas forças francesas em território nacional são batidas em Campo Maior e Olivença. Contudo, os combates junto à fronteira portuguesa prosseguem durante todo o ano de 1811. Em Setembro, Marmont, depois de abastecido em Ciudad Rodrigo, quis sondar o inimigo, efectuando um reconhecimento ofensivo à fronteira portuguesa entre Bodon e Alfaiates. A 27 Setembro de 1811, dá-se o combate de Alfaiates, em que o R.I. 13 toma parte, sofrendo os franceses uma pesada derrota. 28 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Século XIX A Campanha de 1812 – A Ofensiva de Wellington N o início de 1812, o país encontrava-se liberto dos franceses e de qualquer ameaça de invasão: o general Massena havia sido expulso do território e obrigado a internar-se em Espanha, e os restantes exércitos franceses da Península não se encontravam, de momento, em condições de poderem realizar qualquer operação militar credível. Vencida a última invasão francesa do território nacional, a guerra contra os exércitos franceses prosseguiu em Espanha, onde os soldados portugueses continuaram a pelejar, às ordens dos britânicos. Wellington resolveu tomar a ofensiva para expulsar os franceses de Cerco e Tomada de Ciudad Rodrigo. Fonte: História da Guerra Civil, Tomo IV. Espanha, onde já se manifestava uma revolta contra as forças de ocupação. Para poder realizar os seus intentos, o comandante do exército anglo-luso apodera-se, em primeiro lugar, das praças portuguesas de Almeida e Elvas e lança-se contra Ciudad Rodrigo, da qual consegue apoderar-se após 12 dias de cerco. Com uma rapidez fulminante, concentra todo o seu exército no Alentejo, de onde parte para a tomada de Badajoz. O R.I.13 participa no cerco a esta cidade, cujo o assédio dura até à noite de seis para sete de Abril, data em que tem lugar o assalto final que leva à queda da praça, pelas seis horas do dia sete. O R.I. 13 não toma parte neste assalto, mas realiza as operações de investimento à Cerco e Tomada da Praça de Badajoz. Fonte: História da Guerra Civil, Tomo IV. praça com um efectivo de 1003 homens. Em Maio, o R.I. 13 participa na tomada de Salamanca. 29 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Em Junho, Wellington resolve atacar Marmont, dispondo, para esse efeito, as suas tropas em três colunas, que atravessam o rio Águeda em 13 de Junho, na direcção de Valmuna, pequeno ribeiro a cerca de oito quilómetros de Salamanca, onde encontra o exército de Marmont. Durante 20 dias, Marmont e Wellington estudam-se mutuamente, procurando descobrir pontos fracos no dispositivo de cada um, para se poderem empenhar numa batalha decisiva. Durante esses dias, travam- se várias acções de fortuna vária, irrelevantes do ponto de vista operacional. Conquistados os fortes que os franceses tinham construído em volta de Salamanca, os dois exércitos ocuparam, em 21 de Julho, as suas posições de combate. Tendo-se apercebido de que o dispositivo francês se encontrava extraordinariamente enfraquecido na esquerda, Wellington decide reforçar a direita do seu exército com mais uma Divisão e determina que esta, juntamente com a 4.ª Divisão e a 10.ª Brigada, da qual fazia parte o R.I. 13, atacassem de frente o inimigo, enquanto Batalha de Salamanca. uma outra Divisão e a cavalaria o atacariam pelo flanco esquerdo. Fonte: História da Guerra Civil, Tomo IV. O ataque, no qual participa a 10.ª Brigada, é de tal modo violento que consegue desalojar as tropas francesas das suas posições, levando-as diante de si, de posição em posição, até as desorganizarem completamente e as obrigarem a uma retirada total. Nesta acção, o exército anglo-luso conseguiu uma das mais brilhantes vitórias de toda a Guerra Peninsular. Ambos os lados sofreram pesadas baixas nesta batalha; para além dos mortos, os franceses deixaram no campo de batalha 7000 prisioneiros, e o exército anglo-luso, cerca de 5000 mortos e feridos, dos quais metade eram portugueses. 30 O comandante da 10.ª Brigada, general Bradford, foi louvado pela sua heróica conduta. Infantaria 13, comandada pelo tenente-coronel D. Joaquim da Câmara, entrou na batalha com 902 homens, tendo apenas contado com um soldado morto e dois extraviados. Mais tarde, o R.I. 13 participou no cerco a Burgos, onde as forças anglo-lusas se defrontaram com uma guarnição francesa extremamente aguerrida, não tendo sido felizes nesta acção. Durante mais de um mês, sucedem-se os assaltos ao castelo sem se conseguir obter uma decisão, tendo Infantaria 13 tomado parte nalguns deles e deixado alguns mortos e feridos no campo de batalha. Cerco aos Fortes de Salamanca. Fonte: História da Guerra Civil, Tomo IV. Por fim, ameaçado pelos exércitos franceses já reconstituídos e reorganizados, Wellington retira de Burgos para os seus acantonamentos entre os rios Águeda e Côa. Infantaria 13 acompanha os movimentos do exército, terminando assim a sua participação na campanha de 1812, tendo no seu activo a brilhante vitória em Salamanca e a conquista de Ciudad Rodrigo e de Badajoz. 31 Século XIX MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA A Campanha de 1813 – Nova ofensiva de Wellington Itinerário da Ofensiva de Wellington. Fonte: História da Guerra Civil, Tomo IV. A 20 de Junho, uma vez feita a junção de todas as colunas aliadas que tinham partido de Portugal em meados de Maio, todo o exército anglo-luso se encontra acampado nas margens do rio Zadorra, não longe de Vitória, onde se irá travar no dia seguinte uma das mais sangrentas batalhas da campanha peninsular. Nesta batalha, Infantaria 13 teve um papel secundário. A Brigada em que se inseria foi encarregue de atacar a povoação de Abechuco, juntamente com a Brigada do general Pack, evidenciando grande audácia e valentia. O inimigo foi completamente derrotado, perdendo toda a sua artilharia e imenso material de guerra. Na batalha de Vitória decidiu-se o destino dos franceses em Espanha. Depois dessa acção, os reveses dos franceses sucederam- se ininterruptamente. Na impossibilidade de se retirar pela estrada de Baiona, o exército francês fá-lo pela de Pamplona, onde se dá uma batalha em que Infantaria 13 esteve presente, comandado pelo tenente-coronel D. Joaquim da Câmara, com um efectivo de 951 homens. 32 Planta da batalha da Vitória. Fonte: História da Guerra Civil, Tomo IV. No combate, porém, só tomaram parte as companhias de granadeiros comandadas pelo major Kennet Snodgrass. Seguidamente, a 24 e 25 de Junho, o R.I. 13 voltou a enfrentar o inimigo em Vila Franca de Lascaño e em Tolosa. A grande valentia e audácia com que se bateram as tropas portuguesas foram objecto de referência elogiosa por parte do general Beresford: “...Aproveito esta ocasião para exprimir ao Snr. Marechal de Campo Thomaz Bradford, a minha satisfação pela conduta da Brigada do seu comando, Regimentos de Infantaria 13 e 24 e Batalhão de Caçadores 5, nos combates de Vila Franca e Tolosa, onde estes corpos se conduziram de modo que o Snr. General Comandante ficou satisfeito...”. Não quis Wellington, prudente como era, continuar a perseguição do inimigo dentro do seu próprio território sem, antes disso, se apoderar de uma base de operações que lhe garantisse o abastecimento por mar e o desembarque de reforços, caso disso viesse a necessitar. Para este fim, estava naturalmente indicado o porto de S. Sebastian, praça que imediatamente resolveu conquistar. Desta acção foi encarregue o general Graham com as forças sob o seu comando, entre as quais se encontrava a 10.ª Brigada e, consequentemente, o R.I. 13. O R.I. 13 participou no cerco e nos vários assaltos à praça que antecederam o assalto final levado a cabo no dia 31, onde entrou com um efectivo de 745 homens, comandados pelo major Kennet Snodgrass. Apesar de o assalto perpetrado pela 3.ª Brigada Assalto à Praça de S. Sebastian. Fonte: Exertos Históricos e Colecção de Documentos, Volume IV. ter sido feito com toda a valentia, debaixo de um fogo mortífero, não conseguiu penetrar na praça, porque a brecha não dava passagem a mais de um homem de cada vez. 33 Século XIX MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Apesar disso, os regimentos de infantaria n.º 3 e 15 e o n.º 8 de caçadores iniciaram a escalada da muralha. Os defensores, porém, opuseram uma tenaz resistência que quase esmagou as tropas aliadas. Foi então que o major Kennet Snodgrass, à frente de 150 homens do R.I. 13, “...atravessou com maior denodo e bizarria a ribeira de Urumeia e lançou a força do seu comando ao assalto de uma pequena brecha. A coragem, o sangue frio e a decisão com que este ataque é levado a efeito não é fácil de descrever. A artilharia aliada batia incessantemente a cortina que estava a ser atacada, passando as granadas poucos metros acima das cabeças dos nossos soldados. E, ao abrigo deste fogo e apoiados por um destacamento de Infantaria 24, comandada pelo Coronel Mac Bean, foi que estes 150 bravos, batidos por toda a metralha que os defensores lançavam sobre eles, conseguiram atingir a brecha e penetrar na cidade...”. É de destacar que todos os elementos do R.I. 13 foram para esta perigosa missão de forma voluntária, o que demonstra e patenteia o elevado grau de brio e valor daqueles soldados. Durante as operações, de 9 de Julho a 31 de Agosto, o R.I. 13 teve 26 mortos, entre os quais o capitão Silva Neves e o alferes José Maria Marcel, e 47 feridos entre oficiais e praças. Reconhecendo o valor, a aguerrida coragem e o patriotismo das tropas portuguesas, o general Beresford publicou na Ordem do dia nove de Setembro de 1813 o seguinte: «...Sua Ex.ª não pode deixar de particularizar a conduta de todo o destacamento da 10.ª Brigada Portuguesa, comandada pelo Coronel Mac Bean, e a do Major K. Snodgrass, que mereceu o melhor elogio. Nunca se mostrou valor mais determinado, e ao mesmo tempo que melhor se regulasse do que o do referido destacamento. Foi admirado por todos! O snr. Mac Bean aceitará e dará ao Major K. Snodgrass, aos oficiais inferiores e soldados a segurança da admiração e os agradecimentos de Sua Ex.ª, e o seguinte louvor: Louvado pela maneira como soube haver-se em movimentos de arrogante avançada e nos momentos em que mais ferida correu a peleja, debaixo de todo o fogo que da cidade e do Castelo se podia dirigir contra eles, portando-se por modo verdadeiramente marcial e digno, captando a admiração e aplauso dos chefes superiores dos Exércitos Aliados...». O desempenho do R.I. 13 nesta acção levou a que esta data, 31 de Agosto, fosse escolhida para dia da Unidade, de modo a enaltecer e lembrar os heróis que combateram em S. Sebastian, e que são exemplo para todos os militares que serviram e continuam a servir no R.I. 13. Estes soldados contribuíram inegavelmente para que as primeiras colunas não fossem esmagadas junto à muralha e para a imediata tomada da praça. Uma vez caída a praça, o remanescente da guarnição de S. Sebastian retirou-se para o castelo, onde continuou o cerco até 8 de Setembro, dia em aquela resolveu entregar-se, após 73 dias de intensas lutas e grandes privações. 34 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA C om a tomada de S. Sebastian, Wellington achou-se em condições de invadir a França, tendo para tal que realizar a difícil travessia do rio Bidassoa. O R.I. 13 tomou parte nesta acção, realizada a 7 de Outubro, cabendo-lhe a honra de integrar as primeiras forças aliadas que, como vencedoras, pisaram o solo de França. O inimigo, sob pressão das tropas aliadas, retirou para novas posições no rio Nivelle, onde é atacado a 10 de Novembro. Passagem de Bidassoa. Fonte: História do Exército Português. Após algumas horas de combate, Wellington consegue romper as suas posições e estabelecer-se na margem direita do rio, obrigando as tropas francesas a retirar-se para o campo entrincheirado de Bayonne, onde montaram postos avançados ao longo do rio Nive, o qual desagua no rio Adour, junto àquela cidade. A 8 de Dezembro, o corpo de exército a que o R.I. 13 pertencia foi encarregue de atacar os postos avançados do inimigo entre o Nive e o mar, enquanto as restantes forças atravessavam aquele rio. Infantaria 13, com um efectivo de 354 praças e comandado pelo tenente-coronel João Saldanha Oliveira Daun, mais tarde Duque de Saldanha, tomou parte nesta batalha. A operação foi coroada de êxito. No dia seguinte, 10 de Dezembro, Infantaria 13 integrou as forças que aguentaram um poderoso ataque lançado pelo general Soult contra a esquerda aliada, o qual repeliram. Em 11 e 12, estas mesmas forças conseguem repelir os sucessivos ataques lançados pelo exército francês, o qual, em face do fracasso da sua ofensiva, retira para Bayonne. No dia 13, julgando Soult que os aliados tivessem enfraquecido a sua direita, lança um novo ataque sobre aquelas posições. Não só o ataque é repelido como também Soult é obrigado a retirar para novas posições entre os rios Bidouse e Adour, tendo a sua direita apoiada no campo entrincheirado de Bayonne. 35 Século XIX O Fim da Guerra Peninsular MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Esta seria uma das mais sangrentas batalhas de toda a campanha, bem atestada pelas baixas sofridas por todas as unidades que nela tomaram parte. Infantaria 13, na esquerda do dispositivo, no dia nove, protegeu a passagem do Nive, permitindo a sua passagem pelas unidades que se encontravam na direita e no centro do exército aliado; e nos dias 10, 11 e 12 susteve os ataques inimigos sobre a sua posição. Participou nestas acções com um efectivo inicial de 749 homens, sempre comandado pelo tenente-coronel Oliveira Daun, tendo tido as seguintes baixas: 21 mortos, 35 feridos, dos quais um oficial, e 46 prisioneiros ou extraviados, num total de 102 homens. A Ordem do Dia 25 de Dezembro de 1813 refere-se a esta acção com as seguintes palavras: “...A Nação Portuguesa, sem se lembrar dos feitos gloriosos dos seus antepassados, olhando somente para o que tem sucedido na presente guerra, não pode duvidar que sempre que ouvir falar duma batalha em que as tropas tenham cooperado, há também que ouvir elogiálas...a sua reputação já estava afirmada e o está igualmente a estima e admiração dos seus valorosos companheiros de armas do exército britânico, existindo só entre uns e outros uma emulação honrosa para todos e uma estima e amizade recíproca...o snr. marechal de campo Bradford, comandante da 10.ª Brigada, assegurará ao snr. Tenente-coronel João Carlos Saldanha de Oliveira Daun...e aos mais oficiais, oficiais inferiores e soldados da aprovação de Sua Ex.ª, a respeito da sua conduta e da dos seus corpos...” Esta foi a última batalha em que Infantaria 13 participou, após o que foi empregue no sítio de Bayonne, desde 27 de Fevereiro até 28 de Abril, já depois de ter sido firmada a paz e de Napoleão ter abdicado. Em Junho de 1814, o Regimento inicia o regresso à Pátria, onde chega a 22 de Agosto, vindo aquartelar-se em Lisboa, seu quartel permanente, tendo sido recebido entusiasticamente pela população e pelas autoridades da cidade. Em 1816, o R.I. 13 regressa a Peniche, onde passa a ter o seu quartel permanente. Reconstituição histórica de uma cena da Guerra Peninsular, em Vila Real. 36 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA O rganizámos a descrição do envolvimento do R.I. 13 nas lutas civis do século XIX em três períodos distintos: a Revolução Liberal, ou seja, o período desde 1820 a 1828; a Guerra Civil, desde 1828 até à convenção de Évora-Monte, em 1834; e os Pronunciamentos e Revoltas, após a derrota de D. Miguel. Na Revolução Liberal (de 1820 a 1828) A segunda década do século XIX foi marcada por uma profunda crise social e política. O País empobrecia, a contestação interna aumentava, e o governo, sem meios para controlar a crise estrutural que o País atravessava, continuava a adiar e a transferir para a Corte, sediada no Rio de Janeiro, a resolução dos mais ingentes problemas nacionais. Face a tão evidente incapacidade governativa, gerou-se um sentimento de revolta nos diferentes sectores da sociedade, muito em particular na hierarquia castrense, a qual não só via com hostilidade os poderes de que o marechal William Beresford tinha sido investido, o qual não tinha de se sujeitar às determinações do governo legalmente estabelecido, como se sentia extremamente desconfortável pelo facto de as unidades militares serem comandadas por oficiais estrangeiros, nas quais militavam desde a Guerra Peninsular, exercendo um poder despótico e arbitrário. Para além do descontentamento generalizado motivado pela situação política e social interna, a revolta de Cádiz, em 1812, que levou à aceitação da Constituição e do regime liberal em Espanha, terá também tido influência nos movimentos revolucionários que vão deflagrar em 1817 e 1820. O general Gomes Freire de Andrade, grão-mestre da maçonaria, recém-regressado das campanhas napoleónicas (foi cadete no Regimento de Peniche e nele assentou praça), lidera um movimento de revolta que pugna pela instauração de um governo constitucional liberal, pela expulsão de Beresford e pelo afastamento das chefias militares estrangeiras do exército, que é precocemente abortado em 1817. Seguiu-se uma violenta repressão da conspiração, que levou à execução de inúmeras figuras de relevo da sociedade portuguesa, de entre elas o próprio Gomes Freire Andrade, e a uma ofensiva contra as ideias liberais. No entanto, estas acabariam por se impor com o pronunciamento militar de 24 de Agosto de 1820, no Porto. A revolta transforma-se em revolução e alastra rapidamente por todo o norte do país, sendo secundada pela guarnição de Lisboa. Infantaria 13, com o seu quartel em Peniche, envolve-se activamente na revolta que vai abalar a monarquia absoluta. Entretanto, em 1823, o R.I. 13 envia um pequeno contingente de praças para um destacamento que foi operar no Maranhão (Brasil). 37 Século XIX O R.I. 13 nas Lutas Civis do Século XIX MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA O R.I. 13 manteve-se no seu quartel, em Peniche, à margem dos sucessivos golpes de estado que tiveram lugar em 1823/4, embora demonstrasse claras simpatias para com o partido constitucional. Com a morte de D. João VI, em 1826, D. Pedro outorga a Carta Constitucional e nomeia o seu irmão D. Miguel, ainda exilado em Viena, regente do reino. Ao invés de pacificar os ânimos, a publicação da Carta originou uma enérgica e rápida reacção dos absolutistas, estalando várias revoltas de Norte a Sul do País. O exército, verdadeiro fulcro de toda a política desta época, achava-se fortemente dividido entre uma facção jacobina, semi-republicana, e outra ferrenhamente absolutista. A 23 de Outubro, os generais absolutistas, refugiados em Espanha, invadiram o país pelo norte e pelo sul. O Ministro da Guerra, antigo Comandante do R.I. 13, general João Carlos Saldanha, enviou forças contra os revoltosos. Infantaria 13 e Infantaria 4 constituíram uma Brigada organizada para bater os revoltosos, a qual, depois de os ter vencido no Alentejo em várias acções, segue para a Beira, onde o Marquês de Chaves havia penetrado pela fronteira de Espanha. As forças dos dois partidos encontram-se em Coruche da Beira, em nove de Janeiro de 1827. O Marquês de Chaves ocupa uma forte posição, que o Conde de Vila Flor, comandante das forças leais ao Ministro da Guerra, consegue flanquear através de um ataque conduzido pela Brigada onde se insere Infantaria 13. Tendo este ganho uma posição de onde podia ser flanqueada a posição inimiga, o Conde de Vila Flor ordena um ataque simultâneo de duas colunas, com o qual consegue desalojar o inimigo das suas posições e o obriga a debandar. Um esquadrão de cavalaria ainda tenta carregar sobre os atiradores de Infantaria 13, mas estes, coadjuvados por um esquadrão de Cavalaria 3, mantêm-se firmes e repelem o ataque. Em Novembro desse ano, rebentam novos pronunciamentos e revoltas no Alentejo e no Algarve. Para as dominar, é organizado um novo destacamento. Infantaria 13 e Infantaria 14, cada um dos regimentos representado por um batalhão, constituem um regimento de Infantaria comandado pelo tenente-coronel António de Sousa Valdez, de Infantaria 19. Dominados os revoltosos, Infantaria 13 regressa ao seu quartel. Na Guerra Civil (1828-1834) Em 1828, D. Miguel regressa de Viena e é nomeado Regente do Reino, tomando, de imediato, medidas conducentes à implantação do absolutismo. Suspende o regime liberal e inicia ferozes perseguições aos seus opositores políticos, o que provoca conspirações e revoltas por todo o País. O general Saldanha assume a chefia dos revoltosos e estabelece uma Junta Governativa no Porto. Os campos extremam-se, e o exército divide-se pelos dois partidos em luta. A Junta do Porto dispõe de Artilharia 4 e de vários regimentos de infantaria. D. Miguel tem um exército mais numeroso, constituído por todas as unidades aquarteladas no Sul e Centro do País. Estas, com ou sem vontade, com ou sem simpatia pela causa de D. Miguel, são obrigadas a segui-lo. É o que acontece ao R.I. 13, que, de Peniche, pelo receio de que se sublevasse, caso seguisse por terra, é obrigado a seguir por mar para Lisboa, onde foi incorporado numa Divisão comandada pelo general Póvoas. 38 Não tomou parte em nenhuma das acções que então tiveram lugar e que terminaram com a derrota das tropas da Junta e com o exílio dos seus chefes. Na Revolta da Madeira e da Terceira Em Junho de 1828, a ordem miguelista tinha-se instalado por todo o território metropolitano e possessões ultramarinas, excepto nas ilhas Terceira e Madeira, onde a autoridade do novo soberano não era reconhecida. Dominados os revoltosos do Continente, organiza-se em Agosto uma coluna, sob o comando do coronel Azevedo Lemos, para chamar à obediência a Madeira e a Terceira, onde as guarnições se haviam revoltado contra D. Miguel. Esta coluna desembarcou na Madeira a 16 do mesmo mês, dominando rapidamente os revoltosos. Daqui, Azevedo Lemos seguiu para os Açores, não sem antes pedir reforços para guarnecer a ilha. Integra o contingente que parte de Lisboa a quatro de Outubro, com destino à Madeira, o 2.º Batalhão do R. I. 13, comandado pelo major António Bernardo de Abreu e Castro, embarcando também o tenente-coronel Joaquim José Proença, do mesmo Regimento, para comandar a força que devia permanecer na Madeira. Infantaria 13 chega a esta ilha em 13 de Outubro e aí desembarca três companhias. As duas restantes seguem para S. Miguel, onde se conservam até Julho de 1829. A 26 de Julho, embarca para a Terceira uma força expedicionária que integra duas companhias de Infantaria 13, com um efectivo de 137 praças. Após várias tentativas de desembarque, as forças de D. Miguel são violentamente repelidas, tendo a operação redundado num fracasso. Sendo impossível o desembarque, essas forças limitam-se a guarnecer as ilhas do Faial, S. Jorge e Graciosa. As duas companhias do R.I. 13 regressam ao Continente em fins de Agosto. A 15 de Agosto de 1829, D. Miguel determina que os regimentos sejam novamente designados pelos nomes das terras onde têm os seus quartéis. Apesar desta determinação só produzir efeitos em Abril de 1831, como o R.I. 13 tem já nessa altura o seu quartel permanente na cidade de Leiria toma a designação de “Regimento de Infantaria de Leiria”. Em 19 de Novembro de 1831, a O.E. n.º 78 fixa a componente operacional do exército em cinco Divisões. A Infantaria de Leiria faz parte da primeira Divisão, comandada pelo Visconde de Peso da Régua, e guarnece a capital, constituindo com o 3.º Regimento de Infantaria de Lisboa, a 2.ª Brigada comandada pelo coronel Joaquim Inácio de Araújo Carneiro. Do Desembarque de D. Pedro IV até à Convenção de Évora-Monte Após o desembarque de D. Pedro IV, no Mindelo, a oito de Julho de 1832, Infantaria 13, agora designado Regimento de Infantaria de Leiria, continua a acompanhar o partido de D. Miguel. É com esta designação que vai fazer toda a guerra civil no partido absolutista. Em 30 de Julho de 1832, parte de Lisboa com destino ao Norte, já depois de as tropas miguelistas terem travado vários combates com as tropas constitucionais, antes de estabelecerem o cerco à cidade do Porto. 39 Século XIX MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Em Agosto de 1832, o Regimento de Infantaria de Leiria passa a fazer parte da 2.ª Divisão. A informação disponível sobre o cerco apenas contempla as acções da Brigada em que se inseria o R.I. de Leiria, não havendo conhecimento sobre as intervenções concretas deste. A 28 de Novembro, estava esta Brigada acampada no Padrão da Légua quando os liberais a atacaram. Os seus postos avançados não conseguem repelir o inimigo e este consegue incendiar os seus locais de estacionamento. Dois esquadrões de Cavalaria de Chaves salvam a situação e as duas Brigadas tomam a ofensiva, apoiadas pela cavalaria e artilharia, e repelem os liberais para os seus entrincheiramentos. Em Dezembro, numa revista às forças que se encontram a fazer o cerco, no Campo da Ariosa, D. Miguel condecora o comandante do R.I. de Leiria, o tenente-coronel Manuel Xavier Freire, com o grau de cavaleiro da Ordem de Torre e Espada. Em 9 de Abril de 1833, guarnecia o R.I. de Leiria a posição do Monte Cobelo quando os liberais a atacaram. Surpreendidos pelo ataque, os piquetes que a guarneciam são obrigados a retirar e a abandonar a posição às tropas atacantes. Mas o 2.º Batalhão, comandado pelo major Francisco Palhano de Carvalho e Sá, lança um ataque, conseguindo retomar o reduto do Monte das Cruzes e as posições que os nossos piquetes haviam perdido. Por este motivo, é louvado o comandante do Batalhão e os vários sargentos e praças pelo seu comportamento nessa acção. Por finais de 1833, ocorre uma deserção geral das praças do Infantaria de Leiria, leia- se R.I. 13, para as fileiras liberais. Tal facto é atestado pela Ordem do Dia n.º 154, de Dezembro de 1833, em que D. Pedro manda publicar o seguinte: “...Tendo o R. I. n.º 13, dado evidentes provas da sua fidelidade e do bom espírito que nele predomina a favor da causa da legítima soberania e da Carta, assim pelo grande número de praças que, através dos maiores riscos e dificuldades, têm passado para as fileiras leais, como pela pouca confiança que este corpo tem merecido aos chefes do Exército rebelde, querendo dar-lhes um testemunho por tão louvável procedimento, determino que o sobredito Regimento seja logo organizado e entre na ordem que lhe compete no exército libertador, tendo por base o 1.º Batalhão de Infantaria n.º 4...”. Assim, na sequência de uma reorganização do Exército levada a cabo por D. Pedro IV, a 15 de Dezembro 1833, o R.I. 13 reemerge à custa do 1.º Batalhão do R.I. 4. Mas, em meados de Setembro 1833, há um novo arranjo nas Divisões que compõem o exército miguelista, não figurando na sua ordem de batalha o Regimento de Leiria, o que nos leva a crer na sua dissolução ou, pelo menos, na dispersão dos seus elementos por outros corpos. Com esta designação não mais se fala nele. Contudo, em Janeiro de 1834, numa nova reorganização do seu exército, D. Miguel abandona as designações nominais das unidades e adopta as numéricas, criando um segundo R.I. 13. O antigo “Novo Regimento de Lisboa” recebe o número 13, designação com que termina a guerra civil. O seu quartel passa a ser em Campo de Ourique, em Lisboa. A partir dessa data, existem dois R.I. 13: um que segue o partido de D. Pedro, e outro que segue o de D. Miguel. Ambos são criados tendo por base unidades que, num e noutro exército, provêm de Infantaria 4. 40 Do R.I. 13 que serviu nas hostes liberais sabemos que esteve presente, em 18 de Fevereiro de 1834, na batalha de Almoster, onde teve um comportamento distinto, tendo-lhe sido concedidas quatro condecorações da “Mui Nobre Ordem da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito”. Martins de Carvalho dá-o também como presente na Batalha da Asseiceira, a 16 de Maio de 1834, onde a sua conduta se tornou também digna de nota. Quanto ao R.I. 13 que esteve com D. Miguel, vamos encontrá-lo em Santarém, de onde, a 23 ou 25 de Março, Saldanha na Batalha de Almoster. segue para o Algarve, fazendo parte da coluna do coronel Tomás A. da Guarda Cabreira destinada a operar naquela província em combinação com as guerrilhas, contra as tropas liberais de Sá da Bandeira. O seu efectivo rondava as 350 praças. A 12 de Abril, toma parte num reconhecimento sobre Setúbal e no dia 16 participa na tomada de Alcácer do Sal. A coluna segue para S. Bartolomeu de Messines, onde trava um combate de 10 horas contra as forças liberais, que são obrigadas a retirar para Sines. Continuando o seu vitorioso avanço, a coluna segue para Loulé e, em 5 e 7 de Maio, ataca sucessivamente Faro e Olhão, que não consegue tomar. Chamada a Évora, onde estava concentrado o exército de D. Miguel, ao atingir Castro Verde, tem conhecimento da assinatura da Convenção de Évora-Monte, pelo que resolve render-se a Sá da Bandeira, que o perseguia. Após a Convenção de Évora-Monte, os dois R.I. 13 foram extintos: por um lado, o Exército Miguelista foi dissolvido; pelo outro, através do “Plano Provisório do Exército”, de 18 de Julho de 1834, os Regimentos de Infantaria são reduzidos a doze. O R.I. 13 foi servir de base ao R.I. 7, cujo quartel permanente, por Decreto de 13 de Março de 1835, passa a ser em Estremoz. Em 1837, numa reorganização da Infantaria, são criados 30 Batalhões de Infantaria, 10 dos quais de Caçadores, renascendo o Batalhão de Infantaria 13, formado à custa do R.I. 2, sendo-lhe destinado por sede de aquartelamento a cidade de Vila Real. Porém, devido a um incêndio ocorrido em 21 de Novembro 1837, o qual destruiu as instalações do Batalhão de Caçadores 3, não chegou a concretizar-se a sua colocação naquela cidade. Por Decreto de cinco Abril de 1841, o seu quartel permanente passa a ser na cidade de Chaves, onde se mantém como Regimento até 1883. Pronunciamentos e Revoltas A época que decorre desde a vitória do liberalismo até aos meados do século XIX é caracterizada por pronunciamentos, revoltas populares e golpes de estado. Limitar-nos-emos a relatar muito sinteticamente apenas aquelas em que o R.I. 13 tomou parte. A 12 de Agosto de 41 Século XIX MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA 1837, eclode uma revolta popular na Vila da Barca e em Arcos-de-Valdevez. O Regimento de Voluntários e o Batalhão de Caçadores n.º 4, este aquartelado na Barca, secundam a revolta e marcham sobre Braga. Enviadas tropas para os dominar, os revoltosos refugiam-se em Valença, praça à qual as tropas governamentais põem cerco. Um destacamento de Infantaria 13 integra aquelas forças, tendo o seu comportamento merecido o seguinte louvor, publicado na Ordem do Exército n.º 45, de 1837: “...O Destacamento do Batalhão de Infantaria 13 portou-se acima de todo o elogio, assim como o seu digno Comandante, Major A. de Sousa, oficiais inferiores e mais praças...”. A 18 de Setembro de 1837, tomou parte no combate de Ruivães, em que as forças que tinham conseguido romper o cerco de Valença procuravam reunir-se às forças revoltadas que se encontravam em Chaves, comandadas pelo Duque da Terceira. Em Agosto de 1840, os Setembristas procuraram apoderar-se do governo, mas são imediatamente subjugados. O movimento alastra para a província, e a 26 de Agosto revolta-se o Batalhão de Caçadores 6, em Castelo Branco. O Batalhão de Infantaria n.º 13 está de guarnição em Almeida e tem uma pequena força destacada em Marvão, que também adere aos revoltosos. O resto do Batalhão manteve-se disciplinado e enviou destacamentos para a Guarda e Sabugal, indo depois fazer parte do Exército de Observação, pertencendo à 2.ª Brigada, da 1.ª Divisão, a qual era constituída pelos Batalhões 3, 9 e 13. Em 1842, o Batalhão de Infantaria n.º 13 aderiu ao movimento revoltoso de Costa Cabral para restaurar a Carta Constitucional. Fez parte da 3.ª Brigada do Exército Restaurador, o qual entra em Coimbra no dia 12 de Fevereiro, sendo entusiasticamente recebido pela população. A revolta termina com a nomeação de Costa Cabral para “Presidente de Ministério”. Entretanto, a 15 de Dezembro 1842, a Arma de Infantaria sofre nova reorganização, transformando os Batalhões de Infantaria em Regimentos. Assim, o Batalhão de Infantaria n.º 13 evolui para Regimento de Infantaria n.º 13, o qual passa a ser constituído por um EstadoMaior e Menor, dois Batalhões a cinco Companhias, sendo quatro destas, de fuzileiros. A 5.ª Companhia do 1.º Batalhão era de granadeiros, e a do 2.º Batalhão, de atiradores. A ditadura férrea de Costa Cabral desgosta a “gregos e troianos”, virando contra ele todo o espectro político, desde miguelistas a cartistas. Na impossibilidade de o derrubar por meios constitucionais, recorreu-se, uma vez mais, à intervenção do exército. Em 1844, revoltaram-se várias unidades contra a ditadura cabralista. O governo mobilizou toda a tropa contra Almeida, que se tinha revoltado, tendo o R.I. 13 tomado parte no cerco que estas forças fizeram àquela Praça, integrado na 1.ª Brigada. A resistência foi demorada e tenaz, vindo esta Praça a render-se a 28 de Abril. Nova Guerra Civil: 1846 e 1847 A reacção liberal contra o autoritarismo cabralista exacerbou-se no ano seguinte. Em 1846, uma revolta popular nascida incidentalmente numa aldeia do Minho, a qual ficou conhecida por “Maria da Fonte”, alastra rapidamente por todo o país onde começam a surgir jun42 tas revolucionárias. Costa Cabral, vendo que o exército lhe nega o seu concurso para dominar as revoltas demite-se, seguindo o conselho do Ministro da Guerra, Duque da Terceira. Palmela é chamado a presidir aos destinos do país, mas pouco depois, na sequência de um novo golpe de estado liderado pela Rainha D. Maria II, esta entregou o poder aos marechais Saldanha e Duque da Terceira. O Porto reage e nomeia uma junta provisória à frente da qual se encontram o general Conde das Antas e Sá da Bandeira. O comandante da Divisão de Trás-os-Montes, Barão de Casal, organiza uma coluna da qual faz parte Infantaria 13 e marcha sobre o Porto. Vendo-se porém ameaçado por forças superiores, retira para Chaves, seguido de perto por Sá da Bandeira. Este, não querendo atacá-lo dentro dos muros, retira para Valpaços, a fim de o atrair e dar-lhe batalha, o que consegue. A 16 de Novembro, tem lugar um combate em que Sá da Bandeira é derrotado, por se terem passado para o inimigo dois dos seus regimentos. De Valpaços segue o Barão de Casal para o Minho, onde operava uma Divisão comandada pelo Conde das Antas e ainda algumas guerrilhas miguelistas. Estas são derrotadas na acção de Braga, a 20 de Dezembro, em que o R.I. 13 também toma parte. Tanto nesta acção como na de Valpaços, Infantaria 13 pertencia à 2.ª Brigada do comando do coronel Brito e Melo, condecorado pelo seu bom comportamento nessas acções. O capitão Luiz Leite Pereira de Melo e o alferes António Costa Almeida, ambos de Infantaria 13, foram também condecorados. A guerra civil termina graças à intervenção das nações estrangeiras – Espanha e Inglaterra -, nos termos consagrados pela Convenção de Gramido. O Porto é ocupado por tropas espanholas, e marinheiros ingleses desembarcam na Foz do Douro. Mas a paz imposta pelas nações estrangeiras à nação portuguesa foi de pouca duração. Em 1849, a Rainha torna a chamar ao poder o velho Costa Cabral. Não se conformando com a sua demissão de Mordomo-mor do Paço, o marechal Saldanha consegue sublevar os Batalhões de Caçadores 1 e 5. O R.I. 13, tomando o partido governamental, desloca as suas forças para a Régua, seguindo daqui para Gouveia, no encalço dos revoltosos. Esta perseguição termina logo que se soube da vitória dos revoltosos do Porto e da chamada ao poder do marechal Saldanha. Em 1853, o 2.º Batalhão do R.I. 13, comandado pelo major José Maria da Silva, foi destacado para a ilha da Madeira, numa missão de soberania, da qual regressou em 1854. No regresso, o vapor em que seguiam encalhou ainda longe da costa. Uma vez iminente o naufrágio, o desespero e pânico apoderou-se da tripulação. Perante esta situação, os soldados do R.I. 13 demonstraram uma coragem e uma disciplina admiráveis que animou os outros passageiros, tendo o seu comportamento sido motivo de referência na “Revista Militar”, a qual se refere a este episódio com as seguintes palavras: “… honra pois ao Regimento de Infantaria 13, ao seu comandante, oficiais e soldados, que assim compreendem o que é a vida militar, o que ela tem de nobre e elevado, o quanto em todos os casos se deve atender às regras da disciplina...”. 43 Século XIX MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA O R.I. 13 em Vila Real Por determinação do Ministro da Guerra, o R.I. 13 foi transferido para Vila Real, onde entrou em 30 de Agosto de 1883. Ficou aquartelado no Convento de S. Francisco, com as secretarias instaladas em casas particulares da família Francisco Botelho, na Rua do Carmo. Ao saber da determinação do Ministro da Guerra de transferir o R. I. 13 de Chaves para Vila Real, o Presidente da Câmara de Vila Real, “…por extraordinária e momentosa ser a questão para os interesses desta Vila…”, convocou uma sessão extraordinária da Câmara para se discutir a necessidade de fazer obras no convento de S. Francisco, de modo a criar condições condignas para a instalação do Regimento, as quais foram orçamentadas na quantia de 1$000 (mil reis). Excertos da acta de sessão de extraordinária da Câmara Municipal de Vila Real, de 11 de Agosto de 1883. Fonte: Arquivo Distrital de Vila Real. Na década de oitenta, o R.I. 13 participou na organização de vários “Cordões Sanitários”, guarnecendo os pontos mais insalubres da fronteira transmontana. Esta acção tinha como finalidade impedir a propagação de doenças contagiosas (peste bubónica) pela população do norte do país. 44 Século XX MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Entrega da imagens de N. Sr.ª de Fátima e do Santo Contestável ao R.I. 13 (1964) . O REGIMENTO DE INFANTARIA N.º 13 45 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA A história militar portuguesa no Ultramar na primeira década do século XX é caracterizada por uma intensa actividade operacional orientada para a ocupação e pacificação das províncias africanas, no seguimento daquilo que já vinha sendo feito a partir da segunda metade do século XIX. Este esforço de afirmação de Portugal em todos os seus territórios africanos tinha por objectivo esmorecer o apetite por parte de algumas potências europeias em relação àqueles, demonstrado desde a Conferência de Berlim, em 1895. Os acontecimentos ocorridos na província de Moçambique na última década do século XIX, originados pelo portentoso régulo Gungunhana e seus subordinados, levaram o Governo Português às chamadas “Campanhas da Ocupação de Moçambique”, que se prolongaram pelos primeiros anos do século XX. O comportamento rebelde dos “Sobas” da região de Cuamato e o episódio do ultraje à Bandeira Portuguesa em Cuanhama, em Angola, galvanizou a opinião pública portuguesa. Em finais de 1905, sob a pressão da opinião pública, o governo decide enviar ao Sul de Angola uma expedição punitiva. Assim, em Dezembro desse ano, é determinada a organização de uma força militar, contribuindo o R.I. 13 com duas companhias para o 1.º Batalhão Expedicionário, com destino ao Sul de Angola. Estas duas companhias marcharam para Mafra no dia 18 Janeiro de 1906, mantendo-se em instrução nessa Vila até final de Março. A 9 de Abril de 1906, por motivos desconhecidos, aquela expedição ficou sem efeito e as companhias regressaram a Vila Real. A Guiné foi sempre a colónia mais rebelde em reconhecer a soberania portuguesa. No início do século, eram poucas as regiões onde não houvesse um permanente estado de rebelião e onde a nossa soberania não fosse senão nominal. Em Bissau, por exemplo, a ousadia e audácia dos «Papéis» era tal que não só se recusavam a pagar impostos como ainda impediam que alguém se aventurasse a sair para fora das muralhas daquela fortaleza. Na região de Cuore, situada numa das margens do Geba, rio por onde se fazia quase todo o comércio para o interior da colónia, os seus habitantes impediam o livre trânsito das embarcações, e se a alguma delas era permitida a passagem, tinha de pagar um imposto ou percentagem para o régulo daquela região. Estes factos eram de tal forma desprestigiantes para o Estado português que o governo resolveu enviar à Guiné uma expedição destinada a submeter e chamar à obediência estes povos. Em 1908, o R.I. 13 envia para a Guiné, uma companhia comandada pelo capitão Jorge Camacho, integrada num Batalhão, a qual embarca para Bissau a 18 de Março. Para além de um efectivo de 250 homens, a companhia foi reforçada com 69 praças de Artilharia, um destacamento de Engenharia e um elemento de Apoio. A companhia participou em várias operações, com as quais se procurava tornar o rio Geba seguro à navegação, das quais se salienta a de Ganturé, em que foi louvado o capitão Camacho “…pela maneira como sustentou o fogo e pôs em debandada o inimigo no ataque que fez à fonte de Ganturé…pela sua presença de espírito, sangue frio e coragem…”. O R.I. 13 participou ainda na Batalha de Sambel Iantá, Gan-Sapateiro e no assalto a Madina. A segunda parte da campanha da Guiné deu-se em condições muito precárias, não só por46 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA que as forças que compunham a coluna estavam deficientemente armadas, como se encontravam esgotadas e depauperadas pelo rigor do clima e pela campanha contra os Balantas, em que lhes não foram proporcionadas as necessárias comodidades para a conservação da sua saúde. A companhia de Infantaria 13 foi uma das que mais se ressentiu, tendo o seu efectivo ficado reduzido a 200 praças. O R.I. 13 não participou nas movimentações que derrubaram a Monarquia e implantaram a República, em 1910, assim como foi reduzido o seu envolvimento nas lutas civis que se lhe seguiram, limitando-se a destacar, no ano de 1912, algumas forças de reduzido efectivo para reforçar as guarnições da fronteira Norte, que na altura se encontravam ameaçadas pelas hostes de Paiva Couceiro. Em Julho deste mesmo ano, quando se dá o ataque a Chaves, Infantaria 13 tinha uma força de 30 praças em Montalegre e uma companhia com um efectivo de 80 praças na região de Boticas. A força destacada em Montalegre tinha por missão defender a vila e assegurar as comunicações com Chaves pela estrada de Sapiães, caminho que devia cobrir até esgotar todos os meios de defesa. A companhia destacada em Boticas tinha por missão barrar os caminhos que conduzem à região de Basto ou reforçar as guarnições de Chaves e Montalegre, caso se tornasse necessário. No dia 6 de Julho, ao tomar conhecimento de que as forças monárquicas já tinham atravessado a fronteira e ocupado Sandim e Padronelos, a força estacionada em Montalegre, com uma parte dos seus elementos, ocupou o Castelo, de onde podia bater todos os caminhos a seguir pelos rebeldes, e com os restantes ocupou uma posição no lugar da Portela, para cobrir a estrada de Sapiães. No dia seguinte, quando a guarnição de Montalegre já se encontrava reforçada com um pelotão de Cavalaria 6, Paiva Couceiro intima o comandante da força a render-se, o que este recusa fazer. Como, porém, houvesse informações de que os monárquicos se encontravam em Gralhas, a NE de Montalegre, o comandante reúne todas as suas forças no Alto da Corujeira, 600 metros a sul de Montalegre, de onde são dominados todos os caminhos e a estrada de Chaves, para assim poder efectuar a sua retirada sobre esta praça, caso o inimigo, muito superior em número, desencadeasse o ataque. Como este ataque não chegou a efectivar-se e, no dia seguinte, os monárquicos atacaram Chaves, todas as forças que estavam em Montalegre seguiram para aquela cidade, onde chegaram já depois de terminado o combate. A companhia destacada em Boticas desloca-se também para Chaves, na manhã do dia 8, onde chega por volta das 19H30, quando já tinha terminado o combate. 47 Século XX Nesta segunda fase da campanha, a companhia participou no assalto à povoação de Intim, que tomou, marchando de seguida para Contume, posição nunca antes atingida pelas tropas portuguesas, da qual se apoderou depois de um renhido combate em que infringiram pesadas baixas ao inimigo. Com esta operação atingiu-se o objectivo de conter os “Papéis” no seu território, garantindo a liberdade de movimento aos portugueses. A companhia regressou a Vila Real no dia 4 de Julho de 1908. MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA O R.I. 13 na I Grande Guerra A 4 de Agosto de 1914, uma vez declarada a guerra entre a Inglaterra e a Alemanha, Portugal coloca-se ao lado da sua velha aliada, a quem oferece o seu apoio, o qual, por dificuldades várias, só vem a materializar-se em 1916. Em Julho desse ano, é mobilizada e concentrada no campo de instrução de Tancos uma Divisão comandada pelo general Tamagnini de Abreu, mais tarde reforçada com uma 3ª Brigada, para a qual o R.I. 13 concorre com o 1.º Batalhão de Infantaria. O Batalhão de Infantaria n.º 13 na Rua Cândido dos Reis, a caminho da estação de comboios de Vila Real. Fonte: Herdeiros de Achiles Ferreira de Almeida. Este, juntamente com um batalhão de Infantaria 10 e outro de Infantaria 20, constituem o 6.º Regimento de Infantaria, do Corpo Expedicionário Português (C.E.P.), comandado pelo então coronel Gomes da Costa. Segundo a primitiva organização, de Janeiro de 1917, o C.E.P. O momento da despedida - estação de comboios de Vila Real. Fonte: Revista de Ilustração Portuguesa. era constituído por três Brigadas de Infantaria, a dois Regimentos, sendo cada Regimento constituído por três Batalhões. 48 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA No 21 de Abril de 1917, o Batalhão do R.I. 13 parte de Vila Real por via-férrea, em comboios especiais para Lisboa, onde embarca a 22 de Abril por via marítima com destino a Brest, em França. À despedida e embarque dos militares em Vila Real acorreu uma enorme multidão de familiares e amigos, que encheu as ruas da cidade, lançando flores sobre as tropas em desfile. Chegado ao seu destino, a 30 quilómetros de Vizernes, na noite de 28, por volta das 23 horas, a tropa teve de dormir nas bermas das estradas ou à entrada de palheiros, visto nada se encontrar preparado para a receber. O aboletamento só teria lugar no dia seguinte, em casas civis, existindo em cada porta uma tabuleta com o número de oficiais e praças que ali podiam ser aquartelados. Major Gustavo de Andrade Pissarra, Comandante do Batalhão 13. Chegado a França, o C.E.P. sofre de imediato uma “remodelação” por forma a tornar a sua organização idêntica à das tropas britânicas, passando a ser composto por duas Divisões, a três Brigadas de infantaria, sendo cada Brigada constituída por quatro Batalhões, motivo por que o Batalhão de Infantaria 13 passou a fazer parte da 5.ª Brigada de infantaria, juntamente com os batalhões de Infantaria 4, 10 e 17, da 2.ª Divisão. Foram igualmente criados os cargos de 2.º comandante de batalhão e de companhia, atribuindo-se uma reserva de graduados a cada batalhão, destinada a preencher quaisquer vagas que viessem a verificar-se. O Batalhão de Infantaria 13 manteve-se em Sanlecques até 12 de Junho, período destinado a instrução, a qual, de início, se limitou à de simples recrutas desarmados, Capitão Bento Roma, 2º Comandante do Batalhão 13. enviando-se vários oficiais e sargentos para escolas portuguesas e inglesas aprender os novos métodos e processos da guerra de trincheiras, sendo nessa altura distribuídas às praças as espingardas e metralhadoras Vickers e Lewis, adoptadas no exército britânico. 49 Século XX A tudo isto não era certamente alheio o desespero das mães, esposas e noivas, que durante a marcha até à estação dos caminhos-de-ferro, ouviam a canção do Regimento entoada pelas tropas em marcha. Uma vez chegadas a Brest, as tropas prosseguem viagem de comboio até Vizernes, onde desembarcam. Nesta última estação, um guia indica ao comandante, numa carta topográfica da região, a povoação de Sanlecques como primeiro local de estacionamento, para onde o Batalhão se dirige por estrada, sem que lhe fosse fornecida qualquer planta ou um simples esboço. MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Naquela data, Infantaria 13 foi acantonar em Crecques e Rabecq, tendo-se criado entre estas duas localidades um campo de instrução próprio para as tropas se treinarem no lançamento de granadas de mão e tiro de espingarda, patrulhas, esgrima de baioneta, etc.. É nesta altura, que se apresenta o major Gustavo de Andrade Pissarra, o qual assume o comando, em substituição do capitão Santos Júnior, que o exercia interinamente. A 29 de Julho, o Batalhão de Infantaria 13 foi-se acantonar em Herbelles onde, em fins de Agosto, completou a instrução à retaguarda, sendo informado que nos princípios de Setembro iria instruir-se nas linhas, onde já quase todos os oficiais tinham passado uma temporada e, portanto, recebido o seu baptismo de fogo. De três a cinco de Setembro, o Batalhão, transportado em viaturas inglesas, partiu em direcção ao sector de Givenchy, onde completou a sua instrução: desempenho dos serviços de trincheiras, vigilância diurna e nocturna, colocação de arame farpado, patrulhas de reconhecimento e escuta, etc. Passados os três dias de aprendizagem, o Batalhão passou a ocupar Pont Riqueul, nas proximidades de La Gorgue, onde continuou a instrução de tiro e de lançamento de granadas. Na noite de 10 para 11 de Setembro de 1917, um violento bombardeamento provoca a primeira baixa no Batalhão. A 22 de Outubro, o Batalhão recebeu ordem para seguir imediatamente para as linhas, a fim de ir guarnecer, com todas as responsabilidades inerentes, o subsector esquerdo de Fleurbaix, então ocupado pelo 15.º Batalhão de Yerchires, pertencente à 114.ª Brigada, da 38.ª Divisão inglesa. A rendição deu-se por concluída pelas 21 horas do dia 25. O Batalhão de Infantaria 13 mantém-se em posição, sofrendo algumas baixas devido ao bombardeamento inimigo e, no dia um de Novembro, é rendido pelo Batalhão de Infantaria 10. A 26 de Novembro, o Batalhão ocupa o subsector esquerdo de Cambrin, rendendo o 12.º Batalhão de Cheschires. Neste sector, a 30 de Novembro, o Batalhão bate-se pela primeira vez com os alemães, repelindo os ataques lançados contra a 1.ª e 4.ª Companhias. A um de Dezembro, o Batalhão é rendido por um Batalhão inglês, marchando para Beuvry sob um forte bombardeamento que, felizmente, não causou vítimas. A dois de Dezembro desloca-se para Paradis S., onde permanece até ao dia 10, altura em que parte para Fleurbaix. A 10 de Dezembro, o Batalhão de infantaria 13 rendeu, em Fleurbaix, as forças britânicas que serviam de apoio e de reserva ao dito sector. Infantaria 13 que, durante o tempo em que permaneceu na situação de reserva, efectuara reconhecimentos de toda a zona onde poderia ter de intervir, foi mandado render Infantaria 10, no subsector de Boutillerte. Nada de extraordinário sucedeu nos três primeiros dias, até que, pelas três horas da manhã do dia 19, um intenso bombardeamento atinge o centro e a esquerda do sector do Batalhão 13, assim como a direita dos ingleses, em Bois Grenier, e uma patrulha inimiga se aproxima das nossas linhas, sendo repelida pelo fogo das metralhadoras. 50 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Ao romper da madrugada do dia 22 de Dezembro, todas as forças da 5.ª Brigada deviam-se encontrar nos seus novos postos de combate, indo Infantaria 13 acantonar-se em Pont du Hem, em apoio ao sector, ficando Infantaria 17 de reserva, em Riez Bailleul, Infantaria 4 guarnecendo o subsector direito, e Infantaria 10, o subsector esquerdo. No dia 26 de Dezembro, ao pôr do sol, o Batalhão 13 partia do seu acantonamento em direcção ao subsector esquerdo de Chapigny, onde rendeu infantaria 10. Nessa altura, o Batalhão 13 era comandado pelo major António de Barros Rodrigues, o qual substituíra o comandante efectivo, que, no gozo de licença de campanha, partira para Portugal. No espaço de dois meses, apenas se pediu por três vezes o S.O.S., mais para levantar o espírito e o moral dos soldados do que propriamente por necessidade. Apesar da intensa actividade dos alemães, durante a estadia neste sector de Chapigny, as perdas do Batalhão foram extremamente reduzidas. A um de Março de 1918, estando o Batalhão 13 em Riez Bailleul, na situação de reserva, foi-lhe ordenado que reforçasse imediatamente com uma companhia o Batalhão de infantaria 17, que se encontrava em apoio, por este ter reforçado com uma das suas companhias o Batalhão de Infantaria 4, em 1º escalão, que guarnecia o subsector direito. O Batalhão tomou posições em Charter-House, Pont du Hem e La Flinque, a fim de repelir um ataque inimigo. No dia 3 de Março, o Batalhão entra de guarnição, pela última vez, ao sector de Chapigny. No dia sete de Março, a 5.ª Brigada é rendida no sector de Chapigny pela 6.ª Brigada, passando à situação de descanso à retaguarda, acantonando-se o Batalhão 13, de 8 a 16 de Março, em Riez Bailleul, sendo o descanso permanentemente perturbado pelos constantes bombardeamentos e prevenções, que, por várias vezes, o obrigam a pegar em armas e a passar a noite em claro. O facto de se encontrar acantonado em La Gorgue, afastado da frente, não obstou, porém, que o inimigo o não atingisse com fogos. As baixas começaram a ser diárias, aumentando a intranquilidade e o nervosismo nas hostes nacionais. A um de Abril, depois de um descanso atribulado, o Batalhão 13 regressa a Riez- Bailleul, ainda como reserva da Divisão, sendo encarregue de guarnecer os postos de Pont du Hem e Charter House, mas no dia cinco recebe ordem para entregar essas posições a Infantaria 8 e ocupar outros postos da linha de aldeias, sendo, porém, ao cair da noite, mandado render Infantaria 24, em Lacouture. Devido aos graves acontecimentos que ocorreram com Infantaria 7 e com outros batalhões da 1.ª Brigada, o comando superior apercebeu-se da necessidade urgente de a 5.ª Brigada, mesmo antes de ter terminado o descanso à retaguarda, voltar a guarnecer a 1.ª linha. 51 Século XX No fim do dia um de Janeiro, o Batalhão 13 foi rendido por Infantaria 10, seguindo para Riez Bailleul, onde, por um período de seis dias, se conservou como reserva do sector, voltando de seguida para as linhas. Os meses de Janeiro e Fevereiro foram passados nestas “alternativas”, aumentando o inimigo a sua actividade de dia para dia, sendo frequentes os bombardeamentos sobre toda a frente da Brigada, bem como as contínuas referenciações e ataques de patrulhas de combate, as quais foram sempre repelidas pelo fogo dos nossos atiradores, sem se tornar necessário recorrer à artilharia. MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA O Batalhão de Infantaria 13 na Batalha de 9 de Abril A ssim, na madrugada de cinco para seis de Abril, sob constantes bátegas de chuva açoitada por um forte vendaval, o Batalhão de Infantaria 13 desloca-se de Riez Bailleud para Lacouture, ficando em reserva da 5.ª Brigada. Na alvorada do dia seis, a 5.ª Brigada rende a 1.ª no sector de Ferme du Bois, ficando assim escalonada: subsector direito, Infantaria 10; subsector esquerdo, Infantaria 17; apoio, Infantaria 4, com duas companhias na Rue du Bois e as outras duas na Rue des Chavattes; reserva, Infantaria 13, em Lacouture; comando da Brigada em Cense de Raux. Como o sector era totalmente desconhecido, o dia sete foi passado em reconhecimentos. Pelas 20 horas do dia oito de Abril, inesperadamente e contra toda a expectativa, a 5.ª Brigada informa que o Batalhão 13 seria rendido no dia seguinte por tropas britânicas, notícia confirmada mais tarde, por volta das 22 horas, exactamente quando a artilharia inimiga batia, com rajadas de quatro a cinco minutos de duração e intervaladas de 10 a 15 minutos, todas as posições das nossas baterias e os principais cruzamentos de estrada. O bombardeamento prolongou-se até à uma da madrugada, do dia nove, sempre com extrema violência. Pelas quatro horas e 15 minutos do dia nove de Abril, os alemães tomam a ofensiva, iniciando a “Operação Georgett” com um intenso bombardeamento de artilharia e de morteiros pesados contra as frentes da 2.ª Divisão portuguesa e da 40.ª Divisão inglesa utilizando granadas explosivas de gás fosgénio e mostarda. O objectivo era neutralizar a artilharia aliada e isolar os comandos das brigadas e batalhões. O bombardeamento prolonga-se até às sete horas, atingindo as primeiras linhas e os acantonamentos à retaguarda, inclusive o do Batalhão 13, em Lacouture. Logo de seguida, o Batalhão perde o contacto telefónico com o comando da Brigada, ficando por sua conta e risco, sem informação sobre o modo como estavam a decorrer os combates. O comando do Batalhão envia os primeiros agentes de ligação para o comando da Brigada, mas estes não regressaram. O bombardeamento alemão atinge o comando do Batalhão, localizado na Senechal Farm. A situação ficou insustentável, tornando-se o número de feridos extremamente preocupante. Pelas nove horas e meia, surge o contra-mestre de corneteiros de Infantaria 17, afirmando que os alemães tinham atacado as linhas às oito e meia, que já se tinham apoderado de todo o sistema de defesa das primeiras linhas e aprisionado os Batalhões 17 e 4, encontrando-se já muito próximos daquela posição. Face a tão preocupantes notícias e sem qualquer contacto com o escalão superior, não recebendo deste quaisquer indicações sobre o que fazer, o comandante do Batalhão resolve actuar por sua própria iniciativa e ordena: à 1.ª e à 2.ª Companhia que ocupem as trincheiras em frente da Senechal Farm, as quais seguem de imediato aos seus destinos; à 3.ª Companhia para se concentrar na Senechal Farm; e à 4.ª Companhia que se constitua como reserva do Batalhão. 52 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA A ordem da Brigada para o Batalhão 13 reforçar as primeiras linhas tinha sido efectivamente expedida, mas a ordenança encarregue de a entregar enganou-se no caminho e, em vez de se dirigir a Lacouture, apareceu às dez e meia em Masplaux, no caminho de Locon. A 3.ª Companhia comandada pelo capitão David Magno, cujo acantonamento na Ferme Bourel tinha sido severamente flagelado pela artilharia inimiga, encontrava-se já muito desorganizada, com a maior parte dos seus soldados dispersos pelo campo, quando recebe a ordem para se concentrar na Senechal Farm. Pelas 11 horas, uma parte da 1.ª Companhia que não consegue chegar ao seu destino é aprisionada com todos os seus oficiais. As trincheiras entre a Queen Mary e a King’s Capitão David Magno, Comandante George, na 1.ª linha de defesa, encontram-se defendidas pela da 3ª Companhia do Batalhão 13. 2.ª Companhia, uma parte da 3.ª e dois pelotões da 1ª. No reduto de Lacouture, na 2.ª linha de defesa, encontram-se os comandos do Batalhão 13 e 15, com as praças das respectivas formações, e a parte da 4.ª Companhia do Batalhão 13 que não está empenhada no serviço de reabastecimento de munições. As tentativas de obter munições são goradas. Pelas 11 e meia, aparecem numerosos fugitivos que estabelecem um certo pânico entre os soldados do Batalhão 13, mas consegue-se que contribuam para o esforço de defesa. A situação tinha-se tornado desesperada. Pelas 14 horas, prosseguem os combates sem que o comando do Batalhão consiga obter notícias sobre a situação em que se encontravam as unidades em 1.º escalão e as suas companhias mais avançadas. As ordenanças que se enviavam a colher informações não voltavam. Eram umas três horas da tarde quando o inimigo, já em grande número, cercava a posição enquanto os nossos soldados apanhavam os últimos cartuchos do fundo da trincheira. Pelas 15 horas e 30 minutos, surgem novas forças inimigas que, pela direcção seguida, despertam na guarnição de Lacouture a forte suspeita de que as companhias que ocupavam aquelas posições tinham sido vencidas. Em breve, o facto é confirmado pela chegada dos restos da 1.ª Companhia e de outras, que informam da rendição das suas unidades. Das quatro às sete da manhã, os alemães rompem novo e violento bombardeamento sobre o reduto de Lacouture. A situação torna-se insuportável. Pelas 11 horas, quando os portugueses gastavam os últimos cartuchos, apresenta-se na frente da posição, um maqueiro do Batalhão 13, que fora aprisionado na véspera, comunicando que os alemães intimavam a rendição e mandavam dizer que, em caso de negativa, tudo seria destruído. Os dois majores portugueses e o major inglês reúnem-se para avaliar a situação, chegando à conclusão que era inútil prolongar a resistência, uma vez que a possibilidade de serem reforçados estava perdida. 53 Século XX Com o remanescente da Companhia, o capitão Magno segue para Church Road, mas, ao sair do reduto, erra a direcção, dirige-se para Vieille Chapelle e junta-se a um núcleo de forças de Infantaria 14 que, atrás do reduto, ocupavam umas pequenas trincheiras. Mais tarde, retira para o canal de Lawe e reúne-se ao destacamento escocês pertencente ao 6.º Batalhão, dos Seafort Highlanders, da 51.ª Divisão, que defendia aquele canal. MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Resolvem entregar-se, saindo do “block-house” para conferenciar com o inimigo. Passado algum tempo, aparecem o major do Batalhão 15 e o major inglês, ficando reféns o major do Batalhão 13 e o ajudante do Batalhão 15, dando aquele ordens às praças para se desarmarem, rendendo-se ao fim de 30 horas de combate. A 4.ª Companhia tinha-se já rendido após o seu comandante ter sido feito prisioneiro. Por outro lado, o capitão Magno, com as 60 praças do Batalhão 13 e do 15 que tinha conseguido reunir, continua a combater ao lado dos escoceses até ao dia 11, quando lhes é dada ordem de retirada pelo comando inglês, por se ter reconhecido a impossibilidade de sustentar a sua posição por mais tempo. Dizimado, enfraquecido, e esgotado por um combate longo e intenso, o Batalhão 13 só se entregou quando o adversário já tinha ultrapassado, numa extensão superior a cinco quilómetros, toda a frente de batalha correspondente a Lacouture. Pelejava já o inimigo em Estaires, Lestrem e Lawy, e ainda no reduto de Lacouture se defendia um punhado de portugueses. O capitão Magno e os soldados que lhe restavam abandonaram a linha de fogo, após terem combatido durante 56 horas. Esta foi a última força a retirar do campo de batalha e a ela pertenceram os últimos mortos portugueses na Flandres. Imposição da Cruz de Guerra ao Capitão David Magno, em La Lys. Fonte: Tenente-coronel Jorge David Magno. O desempenho operacional do Batalhão foi reconhecido na imprensa internacional: o “Times”, então um dos jornais mais importantes de Londres, refere-se à acção do Batalhão no dia nove de Abril, afirmando que “...os restos de um batalhão português que defendia Lacouture bateram-se com um valor extraordinário...”; enquanto que o “Telegrame”, a 12 de Abril, afirmava que “...a história um dia falará da heróica resistência dos portugueses que, às 15 horas, ainda se batiam em Lacouture...”, e no seu número de quatro de Maio, referia que “...as companhias deste batalhão (o “13”) que se encontravam em Lacouture, combatiam ainda às três horas da tarde do primeiro dia de batalha...”. Como resultado da sua acção, o Batalhão 13 foi condecorado com a Cruz de Guerra de 1.ª Classe, a qual pende da gloriosíssima bandeira do R.I. 13, assim como do peito de muitos dos seus soldados. 54 54 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA O R.I. 13 e a Monarquia do Norte A degradação da autoridade governativa que se tinha instalado no país, ainda antes da ascensão de Sidónio Pais ao poder, aumenta no período que se segue ao atentado que o vitimou, criando condições para o desenvolvimento de movimentos conspiratórios contra a República. A oficialidade monárquica que dominava as Juntas Militares, formadas ainda antes da morte de Sidónio, buscará no restauracionismo a forma de evitar o regresso à “demagogia afonsista”. O ano de 1919 começou com três revoluções. Em Santarém, a 10 de Janeiro, rebenta uma revolta chefiada por Cunha Leal e Álvaro de Castro; é um golpe republicano contra as Juntas Militares, que visa restabelecer a Constituição Republicana. À revolta republicana de Santarém responde a Junta Militar do Norte, chefiada por Paiva Couceiro, proclamando, a 19 de Janeiro, a restauração da monarquia. Esta iniciativa é secundada em Lisboa, a 23 de Janeiro, pelo débil e efémero pronunciamento de Monsanto, chefiado por Aires de Ornelas, que é rapidamente neutralizado. Na tentativa de contrariar as intenções da Junta Militar do Porto, o governo chefiado por Tamagnini Barbosa manda concentrar as forças da 2.ª e 6.ª Divisões entre a Régua e Lamego, sendo atribuída a região da Régua à 6.ª Divisão. O R.I. 13 participou nessa concentração com uma companhia, incluída na 6.ª Divisão. O coronel Ribeiro de Carvalho, leal à causa republicana, é nomeado comandante interino da 6.ª Divisão, a qual tinha o quartelQuartel-general da 6ª Divisão, no local onde presentemente -general em Vila Real. Para esta unidade se encontra o edifício do Tribunal. concorriam pequenas fracções de Infantaria 10 e 30, uma companhia de Infantaria 19, uma companhia de Infantaria 13 e uma pequena força de Cavalaria 6. A três de Janeiro de 1919, uma importante força da Junta Militar comandada pelo coronel Sá e Melo chegou à Régua e intimou as forças da 6.ª Divisão a aderirem à Junta ou a deporem as armas. Os oficiais das companhias do R.I. 13 e do R.I. 19, que integravam a 6.ª Divisão, recusaram a intimação e acordaram na seguinte declaração: 55 55 Século XX Reagindo ao período da restauração monárquica, o republicanismo une-se para tentar repor a ordem constitucional de 1911. Entre uns e outros, balança o sidonismo remanescente, sem força nem apoios para prolongar a República Nova do defunto “presidente-rei”. O que se seguiu, golpe contra golpe, foi a luta entre esses dois campos, com o governo a viver sob as pressões das Juntas Militares monárquicas e das forças político-militares republicanas. MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA “...Os oficiais dos Regimentos de Infantaria 13 e 19 reunidos em sessão na Régua, resolveram responder o seguinte aos delegados da Junta Militar do Norte: 1 — Os oficiais abaixo indicados reconhecem como legal o Governo constituído, só aceitando portanto como legais as suas determinações e só estas cumprindo; 2 — Os mesmos oficiais não podem acompanhar a Junta Militar do Norte por isso ir de encontro aos seus princípios de obediência aos chefes e cumprimento dos seus deveres de militares disciplinados; 3 — Os mesmos oficiais não podem considerar-se desarmados porquanto estão no único campo que a situação de momento aconselha: perfeita disciplina e exacto cumprimento das ordens emanadas do seu Governo...” Perante esta declaração, o coronel Sá e Melo acabaria por deixar que os oficiais que não quisessem aderir à Junta regressassem armados às suas unidades, estendendo essa permissão a todos os sargentos e praças que desejassem acompanhar os seus oficiais, mas na condição de entregarem as armas. Os oficiais e praças que não quiseram aderir à Junta embarcaram para Vila Real de comboio, mas à sua chegada foram recebidos a tiro por um grupo de militares e civis comandados pelo capitão António Varão, em virtude de se constar que no comboio vinham forças para atacar a cidade. Uns dias mais tarde, a seis de Janeiro, outra coluna afecta à Junta desembarca na Régua, com a missão de ocupar Vila Real. Na noite de sete para oito estaciona em Santa Marta de Penaguião. Conhecedor destes movimentos, o coronel Ribeiro de Carvalho manda a companhia da GNR ocupar a linha-férrea entre Vila Real e Aveleda para impedir a marcha de qualquer comboio; e com as forças disponíveis do R.I. 13 e do R.I. 19 ocupa posições em Parada de Cunhos para barrar as estradas da Régua e do Porto que convergem nessa povoação. Aqui estabeleceu postos avançados, vigiando até à ponte do Sôrdo com a pequena força de cavalaria de que dispunha. Às nove horas do dia seguinte, as forças leais à causa monárquica estabelecem contacto com os postos avançados, e a sua artilharia faz fogo sobre estas posições. A companhia do R.I. 13 dispunha de um pelotão junto à estrada, entre a ponte da Almodena e Parada de Cunhos, e de outro a oeste da mesma estrada, para proteger a retirada em caso de necessidade. Um terceiro pelotão constituía-se como reserva na vertente sul do Monte da Forca. Às 11 horas, as forças da Junta iniciam o ataque, descendo o Alto de Parada. O combate prolongou-se até perto do meio-dia sem causar qualquer dano material ou pessoal, tendo sido suspenso de um e de outro lado por terem sido vistas bandeiras brancas numa e noutra posição. Desfeito o equívoco, recomeçou o combate. É novamente suspenso por volta das 15 horas, para se iniciarem as negociações em que se acorda o regresso a quartéis das forças da 6.ª Divisão e a retirada das forças da Junta para a Régua. Tentando submeter todo o norte do país ao novo regime proclamado no Porto, a Junta Governativa envia uma coluna de tropas contra Vila Real, onde ainda não tinha sido proclamada a monarquia. 56 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Esta coluna, comandada pelo capitão Sá Guimarães, segue da Régua para o Pinhão e daqui por Sabrosa para Vila Real e, estabelecendo a sua artilharia no alto de Constantim, sem qualquer apoio da infantaria, inicia o bombardeamento da cidade. Contra esta coluna é enviada uma companhia do R.I. 13, comandada pelo alferes Domingos Vaz, a qual, ao atingir os Torneiros, se dispersa quase sem dar um tiro, por haver reconhecido a impossibilidade de se bater com forças muito superiores em número. O R.I. 13 e o Movimento de 28 de Maio de 1926 A o contrário do que aconteceu aquando da implantação da República, o R.I. 13 tem uma participação de grande relevo nos acontecimentos de 28 de Maio de 1926, tendo sido uma das primeiras unidades a secundar o movimento iniciado pelo general Gomes da Costa, em Braga. Aproveitando o facto de duas companhias de recrutas estarem em instrução de tiro no exterior da Unidade, o tenente António José da Silva marchou sobre o quartel e apoderou-se deste e do Governo Militar de Vila Real, ocupando também a posição do Calvário. O major António Fernandes Varão, comandante interino do R.I.13, por não querer aderir ao movimento, é destituído do comando, que é de seguida assumido pelo major Aurélio de Azevedo Cruz. Tudo isto se passa sem um único disparo. Alguns dias depois, Infantaria 13 desloca-se para Lisboa onde se tinham concentrado as forças afectas ao general Gomes da Costa. 57 Século XX O alferes Domingos Vaz, com as praças que consegue reunir, retira para Chaves, onde se haviam concentrado todas as forças fiéis à República e para onde se tinha transferido o quartel-general da 6.ª Divisão. Neste mesmo dia, 24 de Janeiro, era proclamada a monarquia em Vila Real. Esta dourou até o dia 17 de Fevereiro, altura em que os membros da Junta Governativa do Porto se renderam às autoridades republicanas, tendo Paiva Couceiro fugido para Espanha, onde se exilou. MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Dia de Portugal e Comemorações do VII Centenário do Foral de Vila Real (10 Junho de 1972) 58 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA O R.I. 13 e o Movimento Revolucionário de 3 de Fevereiro de 1927 C ontudo, o entusiasmo com que a guarnição de Vila Real havia recebido o movimento de 28 de Maio iria durar pouco tempo. No início de 1927, adere aos levantamentos no Porto e em Lisboa, tentativas desesperadas dos sectores republicanos e constitucionais para matar à nascença a ditadura militar. Naquele momento, o R.I. 13 encontrava-se sem comando efectivo, tendo-se tornado num “depósito” de oficiais portadores do fermento da revolta, indesejáveis noutras guarnições. Nos dias três e quatro de Fevereiro, é enviado um pequeno contingente para o Porto, onde combate ao lado dos que naquela cidade se haviam igualmente revoltado, enquanto outras forças da Unidade tomam parte no combate de Amarante, contra o Destacamento n.º 11 (forças de Chaves e Bragança). Na tarde de cinco de Fevereiro, os revoltosos abandonam o quartel, o qual foi ocupado pelos oficiais e sargentos fiéis ao governo, acompanhados pela GNR. A 3.ª Companhia da GNR, que até aí se limitara a manter a ordem pública, recebeu ordens para actuar contra os revoltosos, dando disso conhecimento aos oficiais fiéis, e com eles partiu à ocupação do quartel da Unidade. Como retaliação pela sua participação no movimento revolucionário de três de Fevereiro, e inserido uma reorganização das unidades do Exército levada a cabo pelo Ministério da Guerra em 1927, o Regimento é dissolvido a oito de Março, sendo criado em sua substituição e na sua sede o “Depósito do Regimento de Infantaria n.º 13”. Pelo Decreto n.º 13.852, de 29 de Junho de 1927, este Depósito é extinto, ficando a depender, para todos os efeitos, do Regimento de Infantaria n.º 9, localizado em Lamego. Estabelece ainda o mesmo decreto que o extinto Depósito passe a designar-se por “Formação de Depósito do extinto Depósito do Regimento de Infantaria n.º 13”, passando esta a ser comandada por um capitão, destinando-se à guarda e conservação de todo o material que tinha pertencido àquela unidade. Dando continuidade à reestruturação iniciada com o Decreto n.º 13.244, é publicado um novo decreto que cria 22 Regimentos. O Regimento que tinha como sede a cidade do Funchal tomou então a designação de Regimento de Infantaria n.º 13, sendo reorganizado à custa do Regimento de Infantaria n.º 23, ali aquartelado, que, pela nova reorganização, deixava de existir. 59 Século XX Ao primeiro sinal, Infantaria 13 revolta-se. Na manhã de três de Fevereiro, é hasteada a Bandeira Nacional, proclamando encontrar-se do lado dos revoltosos, apesar dos esforços do então comandante interino, capitão Agostinho da Costa Lobo, para o impedir. O Comandante Militar da cidade, major António Fernandes Varão, também do lado dos revoltosos, dirige-se ao quartel do R.I. 13 quando este já se encontrava nas mãos dos revoltosos e determina aos oficiais para aderirem ao movimento ou então que se mantenham em suas casas até nova ordem. MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Contudo, a vida do R.I. 13, como a história do País, continuou atribulada. Como corolário da sua participação no movimento revolucionário contra o Estado Novo que eclodiu na Madeira, o Regimento de Infantaria n.º 13, do Funchal, é novamente extinto, vindo a ser reorganizado em Vila Real, por mérito da reestruturação do Exército levada a cabo em 1931, no dia 15 de Maio desse ano. No preâmbulo do Decreto que lhe dá origem, indica-se como motivo da criação da Unidade o facto de Vila Real se encontrar sem guarnição militar, com os resultantes inconvenientes para o serviço de recrutamento de militares, face à grande densidade populacional do Norte do País, e ainda à distância a percorrer pelas populações para o pagamento da taxa militar. 60 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA O R.I. 13 em Missões de Soberania em Angola e Moçambique C om o deflagrar da II Guerra Mundial, aumentaram as ameaças de invasão quer do território continental quer dos territórios insular e ultramarino. Apesar de secretos, era conhecida a existência de planos de invasão da Península Ibérica e da partilha de Angola e Moçambique, para além das pretensões de ocupação das ilhas atlânticas pelas potências aliadas. O R.I. 13 participou nestas acções, em Moçambique, com uma companhia, e em Angola, com um batalhão expedicionário. A companhia destinada a Moçambique, comandada pelo capitão Francisco Robalo, foi inserida organicamente no Batalhão n.º 68, onde desembarca em 25 de Agosto de 1940, sendo destacada para a Beira. A sete de Março de 1944, aquele batalhão foi substituído por um batalhão do R.I. 10, regressando ao continente. Desembarcou em Lisboa no dia sete de Abril. Como resultado do substancial agravamento da situação internacional, em princípios de Junho de 1941, o governo manda organizar novos batalhões em quase todas as unidades, recebendo o R.I. 13 ordem para mobilizar um batalhão - o 1.º Batalhão Expedicionário - a quatro companhias, com destino a Angola. O Batalhão teria a constituição fixada pelos quadros orgânicos da Arma de Infantaria, isto é, Comando e Trem, 3 Companhias de Atiradores – sem as quatro secções de lança-granadas – e uma Companhia de Acompanhamento. As companhias orgânicas do Regimento servem de casco às companhias do “1.º Batalhão Expedicionário” e para estas são transferidos os oficiais, sargentos e praças necessários ao seu recompletamento. A 26 de Junho, apresentam-se as praças convocadas, e o Batalhão é alojado nos seguintes edifícios: o Comando e Trem, no quartel da Unidade e, mais tarde, no abarracamento do Calvário; a 1.ª Companhia de Atiradores, no Teatro Circo; e a Companhia de Acompanhamento, na Legião. O Batalhão permanece de Julho a Novembro nestes “aquartelamentos”, em intensa e aturada instrução. A 11 de Outubro, perante numeroso público, realiza-se no campo de jogos do “Sport Club” a cerimónia de bênção e entrega do guião ao 1.º Batalhão Expedicionário. Este assiste em formatura a uma missa campal rezada pelo Bispo da Diocese, na qual comparecem todas as autoridades civis e militares, ao que se segue a entrega solene do guião ao Batalhão, que, de seguida, desfila em continência diante do seu comandante de regimento. Pela forma como se apresentou ao embarque, foi conferido a este Batalhão Expedicionário o seguinte louvor: “...Manda o Governo da República Portuguesa pelo Ministério da Guerra louvar o Batalhão Expedicionário do Regimento de Infantaria 13, pela maneira disciplinada e digna com que se 61 Século XX Tais ameaças levaram o Governo português a precaver-se e a tomar medidas que garantissem a integridade das províncias africanas, muito em particular, Angola e Moçambique. Levando em conta tais preocupações, o governo manda mobilizar várias unidades de escalão batalhão e companhia para estes territórios. MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA apresentou para o, embarque para as colónias em missão de soberania, dando pela firmeza revelada em todos os actos e pelo aprumo com que desfilou perante a população garantia segura de que saberá em toda a circunstância honrar a glória tradicional e o maior espírito militar do soldado transmontano...” O seu efectivo total era de 27 oficiais, 55 sargentos, 110 cabos e 676 soldados. Foi nomeado para seu comandante o major Manuel de Abreu Castelo Branco, que para esse fim foi transferido para o Regimento. Os primeiros elementos do batalhão chegam a Luanda no dia três de Fevereiro de 1942, e os últimos no dia dois de Março. As missões de soberania prosseguiram durante o ano de 1944. A 12 de Junho, o R.I. 13 procedeu ao levantamento de um novo contingente expedicionário com um efectivo de 559 militares, comandado pelo capitão Fernando Chaby, com destino a Angola, para onde embarcou no dia 14 do mesmo mês, para render os militares que tinham marchado em 1942. No dia 25 de Julho de 1944 regressaram a Vila Real 517 militares que integraram o primeiro contingente do 1.º Batalhão Expedicionário. Em Agosto do mesmo ano, é mobilizado um segundo contingente expedicionário, comandado pelo capitão José Júlio de Almeida, igualmente com destino a Angola, para onde parte no dia 25. Em 1943, após longas e duras negociações, o Governo português concedeu um certo número de facilidades às nações aliadas, permitindo-lhes o estabelecimento de bases aéreas no arquipélago dos Açores. Receando-se que, ao serem tornadas públicas essas negociações, a Alemanha reagisse e tentasse algum “golpe de mão” contra o território nacional, e na impossibilidade de defender o país em todas as fronteiras, o Governo português optou por organizar a defesa de Lisboa, concentrando as forças disponíveis ao redor da capital, de modo a poder resistir até receber oportunamente reforços, quer das nações aliadas quer do império. Para tal, contava com um Corpo de Exército, a três Divisões, cuja mobilização se começa a fazer em fins de Setembro. Cabe ao R.I. 13 contribuir para esta força com o Comando e Trem, uma Companhia anti-carro, um Batalhão de Infantaria e um Pelotão de Canhões - subunidades organizadas com base nos Quadros Orgânicos de Agosto de 1943 (tipo montanha), a qual fará parte da orgânica da 1.ª Divisão Mobilizada. A 30 de Setembro, começam a apresentar-se as praças convocadas, sendo alojadas em vários edifícios públicos e particulares requisitados para esse fim, visto o quartel não dispor de capacidade suficiente para alojar os cerca de 1400 militares mobilizados. A sua partida com destino à região do Cartaxo, local onde se concentrava a 1.ª Divisão, inicia-se a nove e dez de Outubro, regressando a Vila Real em princípios de Novembro. Os outros dois batalhões do R.I. 13 serão fornecidos pelos Batalhões de Caçadores 3 e 10. O R.I. 13 foi comandado pelo coronel Alfredo Fernandes de Oliveira, expressamente nomeado para esse fim. 62 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA O Novo Quartel E m 1941, a construção das infra-estruturas militares passou para o domínio do Ministério das Obras Públicas, sendo gerida por uma comissão mista constituída maioritariamente por militares, a CANIE, Comissão Administrativa das Novas Instalações para o Exército, a que se seguiu a CANIFA, para as Forças Armadas. Século XX Estas comissões foram responsáveis por uma importante campanha de construções de obras de raiz, como é o caso do aquartelamento hoje existente em Vila Real, onde se encontra instalado o R.I. 13. Esta política de construções militares inseria-se numa política mais geral de profundas remodelações no Exército português levadas a cabo por Fernando dos Santos Costa, que desde 1936 exercia as funções de Subsecretário de Estado da Guerra, e a partir de 1944, as de Ministro da Guerra. Cerimónia de inauguração das novas instalações do RI13. Fonte: Jornal “A Voz de Trás-os-Montes”. Em Setembro de 1941, os militares da guarnição de Vila Real ficam a saber através do então Diário do Governo que em breve seria construído um novo quartel para o nobre e glorioso Regimento de Infantaria 13. Passaram cerca de 11 anos desde o anúncio da construção até à inauguração das novas instalações, que ocorreu no dia 15 de Junho de 1952, com a presença dos Ministros do Exército e das Comunidades. A cerimónia começou com a bênção do novo Estandarte do Regimento, seguindo-se uma missa solene na Sé Catedral da cidade, terminando com o desfile das tropas na Avenida Carvalho Araújo, empunhando o novo estandarte perante as entidades presentes e a população da cidade. Chefe Artur Costa: içou o Estandarte Nacional na inauguração do quartel e nas comemorações dos 50 anos. 63 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Na Ordem do Regimento n.º 169, de 17 de Junho de 1952, o Comandante, coronel Francisco F. Pereira da Costa, manda publicar a seguinte mensagem: “…Foi inaugurado o nosso novo Quartel que vamos ocupar e que a partir desta data a Nação confiou à nossa guarda. Este edifício custou em dinheiro e sacrifícios de toda a ordem uma soma considerável que convém ter sempre bem presente. Reconhecemos francamente que o Governo do País, neste anseio de renovação e restauração nacional, não esqueceu nem esquece os seus servidores criando-lhes e fornecendo-lhes instalações sadias, condignas e até luxuosas. O conforto entre o quartel que dentro de poucos dias deixaremos e aquele que vamos ocupar falará melhor que as palavras, e a todos nós se impõe a obrigação moral, o imperioso dever de o conservar, estimar e respeitar fazendo os melhores esforços para o manter tal como nos foi entregue...convencido de que assim será espero da parte de todos os sr. oficiais, sargentos e praças que saibam corresponder dignamente ao carinhoso interesse do Governo da Nação conservando-o sempre rigorosamente limpo e asseado, única maneira de testemunharmos a nossa gratidão por tão bonito e rico empreendimento...” O quartel foi beneficiando de diversos melhoramentos ao longo dos anos. À data da publicação deste documento é composto por oito casernas (inicialmente só tinha seis), edifício de comando, enfermaria, messes de oficiais e sargentos, refeitório/cozinha, edifícios para arrecadações, parVista aérea do quartel do R.I. 13, por volta dos anos sessenta. ques e oficinas auto, várias pistas de combate, uma carreira de tiro reduzida e uma sala de simulação de tiro anticarro. Para apoio à educação física, dispõe ainda de um pavilhão gimnodesportivo, um campo de ténis, um campo polivalente e um campo de futebol. Possui também um edifício onde eram ministradas as aulas regimentais, actualmente utilizado como depósito, uma vez que aquelas terminaram na década de oitenta. Em 2004, uma parte das suas instalações foi preparada para acolher um Centro Temporário de Divulgação do Dia da Defesa Nacional. O quartel dispõe ainda de uma parada, à qual se deu o nome de La Lys em memória dos combatentes do Regimento que participaram nessa batalha. Exteriormente, num raio de um quilómetro, dispõe de uma carreira de tiro de trezentos metros, na região da Borbela, e de um campo militar com 41 hectares. Nas redondezas, existem excelentes áreas de instrução e treino, como sejam a Serra do Marão, o Coito do Gestoso, S. Bento, Serra da Padrela e Serra da Falperra, onde se pode efectuar fogo real de armas pesadas. 64 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA O R.I. 13 na Guerra do Ultramar E Companhia de Caçadores 95: chegada à estação de Vila Real para embarque (1961). Fonte: Sargento-Chefe Lucena Gonçalves. A Companhia ficou inicialmente colocada em Bissau sendo, posteriormente, a 26 Julho de 1961, colocada em Falacunda, uma região ocupada militarmente, pela primeira vez, por forças nacionais, numa operação integrada no dispo- sitivo do Batalhão de Caçadores 237. Procuravase com este dispositivo realizar acções de segurança e de controlo das populações que impedissem a instalação de elementos inimigos na zona. A Companhia destacou um pelotão que ocupou militarmente Empada, onde se manteve até ser substituído por forças da Companhia de Caçadores 84, a 23 de Fevereiro de 1962; manteve ainda, por períodos variáveis, forças destacadas em Cufar, Catió e Bolama. Companhia de Caçadores 95: embarque no comboio da CP em Vila Real (1961). Fonte: Sargento-Chefe Lucena Gonçalves. A sete de Fevereiro de 1963, a Companhia foi rendida pela Companhia de Caçadores 274, tendo sido colocada em Bissau, onde, com o objectivo de cooperar na segurança e protecção das instalações e das populações, substituiu, a 11 de Fevereiro de 1962, a Companhia de Caçadores 74. A 21 de Julho de 1963, foi substituída em Companhia de Caçadores 95: colocação de um mastro para içar a Bissau pela Companhia de Bandeira Nacional. Fonte: Sargento-Chefe Lucena Gonçalves. Caçadores 510, regressando a Vila Real no dia 31 de Julho de 1963. Os actos meritórios desta Companhia no desempenho das suas missões foram objecto de devido louvor. 65 Século XX m resposta à alteração da situação política e militar nas províncias ultramarinas, no início da década de sessenta, muito em particular em Angola e na Guiné, o Governo português fez de imediato mobilizar e embarcar forças militares para aquelas províncias. A 15 de Maio de 1961, o R.I. 13 organiza a Companhia 153, para integrar o Batalhão de Caçadores 237, com destino à província da Guiné, para a qual embarcou no dia 27 do mesmo mês. Esta companhia desenvolveu a sua actividade operacional fundamentalmente nas regiões de Bissau e Fulacunda. MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA A sete de Junho de 1961, foram organizados no R.I. 13 o Comando e Companhia de Comando do Batalhão de Caçadores n.º 185, cuja unidade de concentração das forças se encontrava em Viana do Castelo. Tinha como destino a província de Angola, para onde partiu a 28 Julho 1961 e onde prestou serviço durante dois anos nas regiões de Luanda, Malange e C. Vale Lage. Regressou a Vila Real, após cumprida a sua missão, a 14 de Novembro de 1963. A 24 de Julho de 1961, marchou para Lisboa a fim de embarcar para Angola, o Companhia de Caçadores 95: Ambriz - Guarda Honra. Pelotão de Morteiros n.º 23, o qual desenFonte: Sargento-Chefe Lucena Gonçalves. volveu a sua actividade operacional nas regiões de Luanda, S. Salvador, Sazaire e Cabinda. Regressou a Vila Real a dois de Dezembro de 1963. Em Agosto, o R.I. 13 contribui mais uma vez com uma companhia para o esforço de guerra, desta feita com a Companhia de Caçadores 95, que integrou o Batalhão de Caçadores 92, com destino a Angola, de onde regressou a três de Maio de 1963. Teve como teatro de operações (TO) as regiões do Negage, Huamba, Massau, Ambriz e Tabi. Todas estas Unidades Expedicionárias foram recebidas entusiasticamente pelas autoridades e habitantes da capital de Trás-os-Montes. O “Jornal do Exército” n.º 35-36 descrevia nas suas páginas o R.I. 13 como “… sempre presente na defesa da integridade do solo nacional…é esta a jornada honrosa de que se orgulha a Infantaria do Marão, que recruta os seus soldados entre a gente boa, humilde, ordeira, obediente e com fé em Deus das plagas transmontanas…” Companhia de Caçadores 95: Negage Secção de Vigia e defesa. Fonte: Sargento-Chefe Lucena Gonçalves. Em 1964, é atribuída ao R.I.13 a missão de “Centro de Instrução Básica”. Deixa de mobilizar unidades constituídas e passa a ter a responsabilidade de prestar formação militar aos milhares de portugueses que eram convocados a prestar serviço militar. Ao longo dos cerca de dez anos, desde 1964 a 1974, em que cumpriu essa missão, o R.I.13 formou mais de 69.000 cidadãos, em quatro incorporações anuais, destinados, na sua maioria, a prestar serviço nas antigas colónias. Esta missão de formação militar não se confinava apenas à escola de recrutas, mas incluía também a realização de inúmeros cursos para a formação de cabos. Para além desta missão, o R.I. 13 também serviu como local de concentração de unidades constituídas que aguardavam a ordem de embarque. 66 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Em Agosto de 1972, a Câmara Municipal de Vila Real, conhecedora do trabalho desenvolvido pelo R.I. 13 em prol da cidade e no auxílio e apoio às populações da região, deliberou atribuir-lhe a “Medalha de Ouro da Cidade”. Século XX Aprovada por unanimidade e aclamação, em reunião extraordinária da Câmara Municipal do dia 31 de Agosto de 1972, a atribuição da condecoração teve por base toda a história gloriosa do Regimento, assim como a qualidade da sua relação com a cidade, manifestada “…pela fraternidade, pela cortesia e colaboração…integração perfeita do Regimento nas preocupações e anseios da população de que faz parte…”. Acta de sessão de extraordinária da Câmara Municipal de Vila Real, realizada no dia 31 de Agosto de 1972. Fonte: Arquivo Distrital de Vila Real. 67 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA O 25 de Abril de 1974 e as Décadas de Setenta e Oitenta A 25 de Abril de 1974, o R.I. 13 aderiu ao Movimento das Forças Armadas (MFA), o qual derrubou o regime ditatorial vigente, implementou a democracia e devolveu a liberdade ao Povo português. Participou na revolução com duas companhias de atiradores do encargo operacional, as quais ficaram à ordem do Posto de Comando do Norte, do MFA. Estas forças tinham como missão actuar em toda a zona de acção, com prioridade para a cidade do Porto. Todavia, o sucesso rapidamente alcançado pelas forças leais ao MFA na cidade do Porto, nomeadamente na neutralização do quartel-general e das instalações da PIDE, tornou dispensável a deslocação das companhias do R.I. 13. Estas mantiveram-se aquarteladas nas suas instalações, em estado de prontidão, acompanhando o evoluir da situação no País. Manifestação junto ao Monumento a Carvalho Araújo. Fonte: Herdeiros de Achiles Ferreira de Almeida. Após o dia 25 de Abril, o R.I. 13 desenvolveu as seguintes acções: garantiu, na sua zona de acção, a segurança das populações e assegurou que as transformações resultantes da revolução de natureza política, económica, social e cultural seguissem o seu curso normal; deslocou uma Companhia de Atiradores para a guarnição do Porto, com a missão de garantir a segurança na cadeia de Custóias, local onde se encontravam presos os agentes da PIDE; desenvolveu acções de esclarecimento junto das populações, as designadas “campanhas de dinamização cultural”, com o objectivo de divulgar o programa do MFA; e colaborou no desenvolvimento, a nível local, do processo de democratização, em especial na destituição do Presidente da Câmara de Murça, e na tomada de posse do novo Presidente, deslocando uma companhia de atiradores para a periferia de Vila Real, com a finalidade de evitar que a população hostil à destituição do antigo Presidente se deslocasse em massa para a cidade. Com a reorganização territorial do Exército levada a cabo em Março de 1975, o R.I. 13 passa a designar-se, a partir de um de Maio de 1975, Regimento Infantaria de Vila Real (RIVR). Como resultado desta reorganização, o RIVR passa a ter dois destacamentos com sedes, respectivamente, na cidade de Chaves e na cidade de Bragança, designados por Destacamento de Chaves do Regimento de Infantaria de Vila Real, e Destacamento de Bragança do Regimento de Infantaria de Vila Real. Com as reorganizações do Exército de 1977 e de 1980, respectivamente, os Destacamentos de Chaves e de Bragança do R.I. de Vila Real, são extintos. 68 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Manifestação de apoio ao movimento militar de 25 de Abril de 1974, junto ao Monumento a Carvalho Araújo. Fonte: Herdeiros de Achiles Ferreira de Almeida. Com o fim da Guerra do Ultramar, é atribuído ao R.I. 13 um encargo de instrução, continuando a incorporar e a formar gerações de jovens, e um encargo operacional. Na década de oitenta, o R.I. 13 era constituído por um Batalhão Operacional (menos), um Batalhão de Instrução e uma Companhia de Comando e Serviços. No âmbito territorial tinha por missão: (1) instruir o contingente que para o efeito lhe fosse destinado incorporar (duas Companhias de Instrução, no máximo três, num total de 450 homens); (2) organizar, treinar, manter e apoiar as forças que constituem o seu encargo operacional permanente, de modo a que estejam prontas a intervir nos prazos que lhe forem fixados superiormente; e quando superiormente determinado, proceder à mobilização e treino das forças julgadas necessárias. No âmbito da organização de campanha, o R.I. 13 tinha atribuída a missão de planear e conduzir as acções que lhe fossem confiadas superiormente. Quando, por acção do inimigo, fosse afectada a cadeia de comando, teria de desenvolver, por iniciativa própria, acções de defesa utilizando processos convencionais, ou irregulares, quando tal fosse determinado pelos órgãos de soberania. Sem prejuízo das tarefas anteriores, e de acordo com o estabelecido na lei em vigor, estava incumbido de colaborar nas acções desenvolvidas pelo serviço nacional competente contra os efeitos de catástrofes ou calamidades públicas, ou melhoria da qualidade de vida das populações. 69 Século XX A quatro de Maio de 1977, é oficialmente extinto o Destacamento de Chaves, mas a responsabilidade administrativa do RIVR sobre aquele Destacamento já tinha cessado em 31 de Dezembro de 1976. A 20 de Setembro de 1980, é extinto o Destacamento de Bragança, com efeitos retroactivos desde 30 de Novembro de 1978. A designação de Regimento de Infantaria de Vila Real manteve-se até 1993, altura em que volta à anterior designação de Regimento de Infantaria n.º 13, nome que se mantém até aos dias de hoje. MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA A Década de Noventa N os anos noventa, o Exército envolve-se num processo de reestruturação cuja implementação se prolonga por quase toda a década. A nova Lei do Serviço Militar que reduz para quatro meses a duração do Serviço Militar Obrigatório e introduz os regimes de Contrato e Voluntariado (RC/RV), assim como a Lei Orgânica do Exército, introduzem dados novos na equação. Ao contrário de outras unidades, o regime de voluntariado nunca trouxe problemas ao R.I. 13, bem pelo contrário. Também não seria afectado pelo regime de concentrações, desactivação e extinção de unidades levado a cabo durante a década de noventa, sobretudo na sua primeira metade. A partir de Dezembro de 1992, o R.I. 13 passa a contribuir com o seu encargo operacional, ou seja, um Batalhão de Infantaria (BI), para a Brigada Ligeira de Intervenção (BLI), criada a um de Junho desse ano, no âmbito da reorganização do Sistema de Forças de Médio Prazo. Em 1993, a missão do R.I. 13 foi revista, passando a: ministrar instrução aos efectivos que lhe forem atribuídos; organizar, treinar e manter as Forças Operacionais que lhe forem fixadas; preparar e executar a Convocação e Mobilização Militar dos cidadãos na situação de Reserva de Disponibilidade e organizar Subunidades Operacionais para satisfazer as necessidades do Sistema de Forças Terrestre, conforme lhe for determinado; participar na defesa terrestre do Território Nacional, de acordo com as missões que lhe forem cometidas em planos operacionais; cumprir outras missões ou realizar outras tarefas que lhe forem cometidas superiormente, de acordo com a legislação em vigor; organizar, preparar e aprontar o 1.º Batalhão de Infantaria da BLI, para projecção em missões no exterior. No rescaldo desta reorganização, o Batalhão de Comando e Serviços deixa de existir. O R.I. 13 passa a contemplar na sua orgânica apenas uma Companhia de Comando e Serviços, para além de um Batalhão de Instrução e de um Batalhão de Infantaria. No início de 1999, o Batalhão de Infantaria sobe à categoria de Força Operacional de Projecção do Exército (FOPE). A criação da FOPE reporta-se ao despacho n.º 317/CEME/98, o qual estruturava a componente operacional do Exército em três níveis: Forças de Projecção (FOPE); Forças de Reserva do Exército (FORES); e Forças de Reforço, por convocação e mobilização (FOREF). A FOPE surge no contexto da regionalização das operações de manutenção da paz, isto é, da crescente tendência para as organizações regionais de segurança, designadamente a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), serem chamadas a intervir militarmente em missões de apoio à paz, recorrendo à constituição de forças multinacionais em que se torna vital encurtar o tempo de resposta nacional sempre que seja solicitado a Portugal a participação nestas missões. Pretendeu-se ainda com a criação da FOPE passar-se a dispor de forças dotadas de alta flexibilidade, capazes de responder ao grande espectro de tipologias e diversidade das missões de paz. A partir de 1999, no âmbito operacional e territorial e no contexto da criação da FOPE, a 70 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA missão do R.I. 13 foi novamente reformulada. Passava a ter como responsabilidades atribuídas: organizar, treinar e manter o encargo operacional do 1.º BI, para a BLI, no âmbito das FOP; convocar e mobilizar a 3.ª Companhia de Atiradores para complemento do 1.º BI, da BLI, e levan- tar o 3.º BI, da BLI. Para além disso, competia ainda ao R.I. 13 convocar e mobilizar o 3.º BI, da Brigada de Defesa Territorial Norte; participar na defesa terrestre do Território Nacional; efectuar missões de apoio, de acordo com a legislação existente e as orientações superiores, no âmbito da protecção civil. A acção do R.I. 13 no apoio à protecção civil revelou ser de extrema importância. Destacam-se, entre outras actividades, aquelas levadas a cabo no âmbito do Plano “Aluvião Norte”, durante as cheias do rio Douro, e nos nevões que assolam frequentemente a região durante o período de Inverno; e a colaboração na prevenção e no combate a incêndios através dos Patrulha motorizada na vigilância aos incêndios. inúmeros patrulhamentos das zonas florestais, não só no distrito de Vila Real mas também no distrito de Bragança. Ainda no âmbito específico do apoio às populações, cabe destacar, entre outras actividades, a colaboração: no fornecimento de água a várias povoações isoladas do concelho de Vila Real, vítimas da aridez dos verões transmontanos; na remoção de viaturas com o pronto-socorro da Unidade; na realização de obras em aldeias mais carentes, através da cedência de viaturas pesadas; no alojamento de famílias afectadas pelas cheias e pelos temporais, etc. Formação técnica dos militares no âmbito do combate aos incêndios. 71 Século XX Nevão na cidade de Vila Real. MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Cabe ainda salientar a participação de equipas do R.I. 13 em simulacros de acidentes e catástrofes, sendo de destacar, por exemplo, o exercício “Petrex 01”, no Itinerário Principal n.º 4 (IP 4), o qual teve por objectivo treinar o Plano Municipal de Emergência, o Plano de Emergência Especial para Matérias Perigosas e o Plano Externo do Hospital de S. Pedro, tendo sido empregues e testados os meios de socorro de várias entidades regionais. No início de 1998, na sequência dos diversos cortes orçamentais nos gastos Exercício “Petrex 01”, Treino do Plano Municipal de Emergência (IP4). com as Forças Armadas, o R.I. 13 deixou de ter organicamente um Batalhão de Instrução a duas companhias, para passar a ter apenas uma Companhia de Instrução. Ao longo da década de noventa, o R.I. 13 participou com o seu Encargo Operacional em múltiplos exercícios regionais, nacionais e estrangeiros, os quais contribuíram significativamente para melhorar a proficiência dos seus quadros e das suas praças. Salienta-se a participação nos exercícios das séries “Viriato”, “Frente Norte”, “Fronteira”, “Sagitário”, e “Orion”, para além da participação no exercício Exercício “Petrex 01” - Lavagem da via (IP4). Cooperative Determination 97, na Roménia, e do apoio ao exercício Strong Resolve, em 1998, um dos exercícios de maior envergadura alguma vez efectuado pela OTAN. Exercício “Strong Resolve” (1998). O exercício Strong Resolve tinha por objectivo testar a capacidade da Aliança Atlântica na condução simultânea de operações em dois cenários de crises diferentes, um ao abrigo do artigo V, do Tratado da Aliança, e outro de Operações de Apoio à Paz. Foram envolvidas no exercício a quase totalidade das componentes operacionais e territoriais do Exército, esta última no âmbito do Apoio de Nação Hospedeira. Para cumprir as missões da componente de Operações Especiais (CJSOTF) foi estruturado um comando a bordo de um navio da Marinha americana, tendo as suas forças e meios sido posicionados numa Intermediate Staging Base (ISB), em Vila Real. Esta modalidade de comando exigiu da parte de todos os intervenientes um esforço acrescido no controlo, coordenação e sincronização das missões a serem executadas. Apesar dos meios aéreos serem orgânicos do CJSOTF, foi necessária uma grande coordenação entre o Special Operations Liaison Element (SOLE), a bordo do navio, e o Tactical Air Control Party (TACP), em Vila Real. 72 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Terá certamente contribuído decisivamente para a escolha desta Unidade do Exército e desta região para a realização destes exercícios, e bem assim para o treino e preparação de Forças Nacionais Destacadas (FND), a excelência das condições existentes, nomeadamente: um aeródromo com uma pista de 950 metros, a qual permite a aterragem de aeronaves militares; aldeias abandonadas onde se pode Exercício “Fronteira”. praticar o combate em áreas edificadas; extensas zonas de floresta e a rede estradal que as serve. Foi no contexto das FND que se centrou a maior preocupação operacional da Unidade, tanto nos últimos anos da década de noventa como nos poucos anos decorridos no século XXI. De Julho de 1998 a Junho de 2004, foi dada ao R.I. 13 a missão de organizar e aprontar quatro forças de escalão Batalhão, as quais foram empregues fora do Território Nacional, tanto no âmbito da ONU como da OTAN: o Agrupamento Alfa (de 15 de Julho de 1998 a 12 de Janeiro de 1999), empregue no TO da Bósnia-Hergovina; o Agrupamento Charlie (de 11 de Fevereiro a 11 de Agosto de 2000), empregue no TO do Kosovo; o 1.º Batalhão de Infantaria (de 12 de Outubro de 2001 a 9 de Junho de 2002) e o Agrupamento Hotel (de 24 de Janeiro a 11 de Junho de 2004), ambos empregues no Exercício “Fronteira” - Treino Cruzado. TO de Timor-Leste. 73 Século XX No que respeita à cooperação bilateral entre os Exércitos de Portugal e de Espanha, inserida nas Conferências dos Estados-Maiores Peninsulares, destaca-se o exercício “Fronteira”, que se realiza anualmente e alternadamente em cada um dos países, sendo nos anos pares em Espanha e nos anos ímpares em Portugal. São exercícios do tipo FTX/LIVEX, onde prevalecem temas de acções convencionais, tanto defensivas como ofensivas. Durante a realização dos exercícios, são desenvolvidas diversas actividades de treino cruzado, das quais se destaca o tiro com o armamento de ambos os exércitos, tanto na carreira de tiro reduzida como na de 300 metros. MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA AGRUPAMENTO ALFA (15 de Julho de 1998 a 12 de Janeiro de 1999) A 14 de Dezembro de 1995, foi assinado em Paris o Acordo de Paz para a Bósnia-Herzegovina, o qual ficou conhecido como Acordo de Dayton. Com base na Resolução n.º 1031, do Conselho de Segurança da ONU, a OTAN foi mandatada, pelo período de um ano, para implementar os aspectos militares do Acordo de Paz, tendo para tal sido levantada uma força multinacional, sob o comando da OTAN, chamada Força de Implementação (IFOR), a qual iniciou a sua missão a 20 de Dezembro de 1995. Nos finais de 1996, uma nova Resolução do Conselho de Segurança da ONU concluía pela necessidade de manter uma presença militar no terreno, embora mais reduzida, para garantir a estabilidade necessária à consolidação da paz, alargando o mandato da OTAN. Agrupamento ALFA: Posição de Zahrid. Assim, no dia 20 de Dezembro de 1996, a IFOR dá lugar à SFOR (Stabilization Force), e à operação Joint Endeavour sucede a operação Joint Guard / Joint Forge. É no âmbito desta última força que se insere o Agrupamento ALFA, o qual vai integrar a Brigada Multinacional Norte (BMN). Através da Directiva Operacional n.º 5/CEME/98, foi atribuída à BLI a responsabilidade de coordenar, planear e executar o aprontamento de uma unidade de escalão batalhão, a qual escolheu o R.I. 13 para levar a efeito essa missão. Agrupamento ALFA: Posto telecomunicações, Jabuca. Esta escolha teve em conta o facto de este Regimento se encontrar implantado numa região cuja orografia e o clima se aproximava das existentes no TO da Bósnia-Herzegovina. O Agrupamento ALFA era constituído por uma Companhia de Comando e Serviços, uma Companhia de Atiradores e um Esquadrão de Reconhecimento, num efectivo total de 321 militares, e foi comandado pelo Tenente-Coronel Alberto Augusto Pires Nunes. Foram reunidas, pela primeira vez, para este tipo de missão, subunidades de Infantaria e Cavalaria. No âmbito do aprontamento do Agrupamento ALFA, foram realizados vários exercícios, dos quais se destacam dois: o exercício “BLI 981”, que decorreu de 27 de Abril a 8 de Maio de 1998, no Campo Militar de Santa Margarida. Este exercício tinha por finalidade treinar os aspectos operacionais específicos das Operações de Apoio à Paz, utilizando para o efeito as instalações do Centro de Instrução e Treino para Operações de Apoio à Paz (CITOAP); e o exercício “HERMES 98”, que decorreu na região da Serra da Padrela, próximo de Vila Pouca de Aguiar, de 31 de Maio a 6 de Junho de 1998, com o qual se deu por concluído o aprontamento do Agrupamento ALFA. 74 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Século XX Estacionado em Rogatica e Vitkovic, o Agrupamento ALFA tinha por missão controlar o seu sector através de acções de patrulhamento e postos de controlo temporários, tendo em vista assegurar a liberdade de movimentos e verificar a existência de armamento fora das áreas autorizadas. Tinha por divisa “Adivinhar Perigos e Evitá-los”. Agrupamento ALFA: patrulhamento em viaturas “Chaimite”. Agrupamento ALFA: Acampamento em Sotrin. 75 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Aspecto parcial da Sala de Luta Anti-carro. Aspecto parcial da Sala de Luta Anti-carro. Aspecto parcial da Sala de Luta Anti-carro. 76 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA P or altura das comemorações do cinquentenário da inauguração das instalações do actual quartel, a 15 de Junho de 2002, o R.I. 13 foi condecorado com a Medalha de Ouro de Serviços Distintos. Século XXI No preâmbulo da Portaria de atribuição desta medalha faz-se referência ao passado glorioso do Regimento, à sua acção na batalha de La Lys, às missões de soberania em Moçambique e Angola, ao relacionamento e à mútua colaboração com as autoridades civis e organismos públicos e privados da região, assim como ao empenho, à organização, à preparação e treino das Forças Nacionais Destacadas, nos diversos teatros de operações. Como já referido, foi neste domínio que se centrou a actividade operacional do Regimento nos curtos quatro anos decorridos no século XXI. 77 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA AGRUPAMENTO CHARLIE (11 de Fevereiro a 11 de Agosto de 2000) N a sequência do fracasso das negociações entre representantes da Jugoslávia e da minoria albanesa do Kosovo, que tiveram lugar em Rambouillet, nas proximidades de Paris, de 6 a 23 de Fevereiro, e da recusa de Milosevic em cumprir as imposições que lhe eram determinadas, o Conselho do Atlântico Norte autoriza o Secretário-Geral da OTAN, Javier Solana, a desencadear um ataque aéreo à Jugoslávia. A 23 de Março de 1999, inicia-se a operação Allied Force, a qual durou 78 dias e contou com a participação de 13 países da OTAN, sob a direcção dos Estados Unidos da América. A operação foi dada por concluída após ter sido confirmada a retirada das Forças Sérvias do Kosovo, dentro dos 11 dias previstos no Military Technical Arrangement (MTA), assinado a 9 de Junho de 1999, pelo comandante militar Jugoslavo. Agrupamento CHARLIE: posto de comando em Klina. A província do Kosovo passou a ser ocupada por uma força internacional de Paz – a KFOR, obrigando, assim, Belgrado a retirar as suas tropas do Kosovo. Uma vez terminada a operação Allied Force, a 10 de Junho, seguiu-se a operação Joint Guardian, nos termos da Resolução n.º 1244 do Conselho de Segurança da ONU e do MTA. É no âmbito desta operação que o Agrupamento Charlie foi empregue. O Agrupamento CHARLIE foi criado nos termos do Despacho n.º 183/CEME/99, o qual designa o R.I. 13 como unidade concentradora da Força. Para a sua constituição concorreu o 1.º BI, com o Comando, a Companhia de Agrupamento CHARLIE: entrega de ajuda humanitária. Comando e Serviços e uma Companhia de Atiradores, recebendo um Esquadrão de Reconhecimento, do Regimento de Cavalaria 6, num efectivo total de 295 militares, tendo sido comandado pelo Tenente-Coronel António Manuel Felícia Rebelo Teixeira. No âmbito do aprontamento do Agrupamento CHARLIE foram realizados vários exercícios, dos quais se destacam dois: o exercício “BLI-993”, entre 15 e 26 de Novembro de 1999, no Campo Militar de Santa Margarida, com o apoio de unidades da Brigada Mista Independente e do CITOAP; e o exercício “Hermes 00/01”, que decorreu de 7 a 12 de Janeiro de 2000, na 78 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Serra da Padrela, nas proximidades de Vila Pouca de Aguiar. Este exercício teve por finalidade avaliar colectivamente o estado de prontidão e eficácia do Agrupamento. A cerimónia de entrega do Estandarte Nacional ao Agrupamento CHARLIE teve lugar a 14 de Janeiro de 2000, no Largo da Nossa Senhora da Conceição, em Vila Real. Agrupamento CHARLIE: Companhia de Atiradores Mecanizada na travessia de um curso de água. A partir de 10 de Maio de 2000, foram-lhe atribuídas as seguintes responsabilidades: monitorizar e impor o cumprimento dos acordos ratificados (MTA e Undertaking); reagir contra qualquer violação para restabelecer o cumprimento dos acordos ratificados; garantir uma presença permanente em toda a Área de Responsabilidade, com o objectivo de criar um ambiente seguro a todos os grupos étnicos; e garantir a liberdade de movimentos na sua Área de Responsabilidade. Agrupamento CHARLIE: posto de controlo guarnecido pelo Esquadrão de Reconhecimento. Competia-lhe ainda: controlar as vilas de Klina e de Zlokucane; estabelecer e manter medidas de segurança contra ataques de morteiro dirigidos ao mosteiro de Budisavci, ou outros locais religiosos, culturais ou políticos; estabelecer e manter a ligação com as autoridades locais e organizações internacionais; apoiar o regresso da minoria Sérvia; colaborar com a UNMIK no processo de transformação do Exército de Libertação do Kosovo, e no estabelecimento e manutenção da lei e da ordem pública; e prestar ajuda humanitária, sempre que necessário. O regresso a Portugal e a Vila Real aconteceu a 18 de Agosto de 2000. Tinha por divisa “Braço Forte de Gente Sublimada”. 79 Século XXI A 11 de Fevereiro, o Agrupamento CHARLIE assume formalmente a responsabilidade pela área atribuída, ocupando o aquartelamento “D. Afonso Henriques”, em Klina, e assume a designação de Task Force PEGASUS, inserido na Brigada Multinacional Oeste (MNBW). MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA 1.º BATALHÃO DE INFANTARIA (12 de Outubro de 2001 a 9 de Junho de 2002) A seguir ao acordo de cinco de Maio de 1999 entre a Indonésia e Portugal, os dois governos depositaram no Secretário-geral da ONU a responsabilidade de organizar e conduzir uma consulta popular para decidir sobre o futuro de Timor-Leste. O Conselho de Segurança da ONU autorizou o envio de uma missão (UNAMET) para o território, com o objectivo de preparar o acto eleitoral. Após o referendo, a 30 de Agosto de 1999, no qual 78,5 por cento da população votou pela independência, o território foi varrido por uma tremenda onda de violência levada a cabo por milícias locais, apadrinhadas por Jacarta. Para a conter rápida e decisivamente e restabelecer a ordem, o Conselho de Segurança autorizou o envio para o território de uma força liderada pela Austrália (INTERFET). 1º Batalhão de Infantaria: patrulha de nomadização. Uma vez contida a violência, restaurada a ordem e criado um ambiente seguro para o trabalho das agências civis, o Conselho de Segurança adoptou, a 25 de Outubro de 1999, uma nova Resolução estabelecendo uma nova operação da ONU no território, a UNTAET (United Nations Transitional Administration in East Timor), a qual entrou em funcionamento a 28 de Fevereiro de 2000. 1º Batalhão de Infantaria: patrulha motorizada. A componente militar desta missão era constituída pela Peacekeeping Force (PKF), a qual tinha por missão apoiar a manutenção de um ambiente seguro em Timor-Leste; apoiar a UNTAET na realização de eleições livres e democráticas, e apoiar a ETTA (East Timor Transitiorial Administration), dentro das suas capacidades, no desenvolvimento de organizações e infra-estruturas sustentadas. Foi no âmbito destas missões atribuídas à PKF que o 1.º BI seria empregue. 80 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA O empenhamento daquela unidade em Timor-Leste realizou-se nos termos do despacho 141/CEME/1999, tendo sido designado o R.I. 13 como Unidade de concentração, preparação e treino. Este Batalhão, era constituído por Comando, Companhia de Apoio, Companhia de Reacção Imediata, Esquadrão de Reconhecimento, Companhia de Fuzileiros, 1.ª Companhia de Atiradores, 2.ª Companhia de Atiradores, e Destacamento de Engenharia, num efectivo total de 852 militares, e foi comandado pelo Tenente-Coronel José António da Fonseca e Sousa. 1º Batalhão de Infantaria: Patrulhamento de Locais de difícil acesso. Visou desenvolver actividades de instrução colectiva e treino operacional orientados para a missão, ao nível companhia e pelotão. Durante esta fase, realizou-se o exercício "Hermes 01/01", o exercício final de aprontamento, o qual decorreu de 22 a 30 de Junho, na região das Serras da Padrela e da Falperra, num cenário que pretendia retratar o mais fielmente possível a situação vivida em Timor-Leste. O 1.º BI constituiu-se como Força Nacional Destacada, integrando a PKF, de 12 de Outubro de 2001 a 8 de Junho de 2002. Até 19 de Maio, actuou no âmbito da UNTAET. Após assumir a sua área de responsabilidade (AOR), o 1.º BI lançou uma operação de apoio ao regresso dos refugiados. A partir de 15 de Novembro, a sua AOR, que inicialmente abrangia apenas os distritos de Aileu, Ainaro, Liquiçá, Dili (incluindo a ilha de Ataúro) e Manufahi, estende-se ao distrito de Ermera, para onde a 2.ª Companhia de Atiradores destaca um pelotão. A 12 de Dezembro, o 1.º BI vê novamente a sua AOR expandir-se, desta vez para o distrito de Manatuto, o que obriga a uma nova alteração do dispositivo. 81 Século XXI A sua concentração teve início a 5 de Fevereiro de 2001, no R.I. 13, materializando essa data o começo da 1.ª fase de instrução e treino operacional, que culminou com a realização do Exercício BLI 011, no Campo Militar de Santa Margarida, de 19 a 30 de Março de 2001. A 2.ª fase, iniciou-se a um de Abril e prolongou-se até ao embarque para o Teatro de Operações. MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA O 1.º BI passa, deste modo, a ser responsável por cerca de 43 por cento da população de Timor-Leste e cerca de 53 por cento do seu território, números que ilustram bem a dimensão da missão a cumprir. No mês de Abril de 2002, com a realização das primeiras eleições presidenciais, o 1.º BI testemunhou outro marco da maior relevância na história de Timor-Leste. Por ter o seu efectivo reduzido em 155 militares, repatriados a 29 de Abril de 2002, o 1.º BI vê-se a braços com uma alteração do conceito de operação da PKF, obrigando a uma nova reformulação do dispositivo. Assim, entre quatro e 27 de Maio de 2002, são abandonadas e entregues às autoridades locais as posições de Same, Ainaro e Manatuto. 1º Batalhão de Infantaria: patrulha heli-transportada. É ainda atribuída ao 1.º BI a tarefa extremamente delicada de apoiar as comemorações da independência de Timor-Leste, as quais se realizaram a 20 de Maio. Neste contexto são lançadas as operações “Centauro”, “Escudo de Ferro”, “Grilheta”, “Mercúrio” e “Hatudu”. Após 20 de Maio, Timor-Leste torna-se um país independente, e a UNTAET termina a sua missão de administração transitória. Ao mesmo tempo, o Conselho de Segurança da ONU apoia a criação de uma nova missão para o território, a UNMISET . Esta missão, com o mandato até 20 de Maio de 2003, tinha por finalidade continuar a providenciar o apoio à segurança externa e à integridade do território de Timor-Leste, garantindo a gradual transição de responsabilidades da UNMISET para as autoridades locais e para a FDTL (Força de Defesa de Timor-Leste). O 1.º BI regressou ao R.I. 13 no dia oito de Junho de 2002. Tinha por divisa “Por Único Móbil a Honra e a Dignidade”. 82 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA AGRUPAMENTO HOTEL (24 de Janeiro a 11 de Junho de 2004) F ace à necessidade de projectar mais uma FND para o Teatro de Operações de Timor-Leste, o Comando do Exército atribuiu essa responsabilidade à BLI, tendo sido o R.I. 13, uma vez mais, a unidade escolhida para se concentrar e treinar a força. Exercício “BLI 032”. O programa de instrução contemplou várias áreas, das quais se destacam: instrução e treino de tarefas e procedimentos individuais; instrução e treino específico de procedimentos e técnicas características das operações de apoio à paz; instrução e treino de acções de contra-guerrilha, através da realização de patrulhas de nomadização, recorrendo essencialmente à execução de patrulhas de segurança e de reconhecimento, e acções de cerco e limpeza. Exercício “BLI 032”. Durante o aprontamento realizaram-se três exercícios: o primeiro, com a designação de “BLI 032”, decorreu entre 13 e 17 de Outubro de 2003; o segundo, com a designação de “PUMA”, teve lugar de 24 a 28 de Novembro, nas áreas limítrofes do R.I. 13 e na região de Vila Pouca de Aguiar; e o terceiro, o exercício final de aprontamento, com o nome de “Hermes 02/03”, realizou-se entre 9 e 12 de Dezembro, na Serra da Padrela. Entrega do Estandarte Nacional ao Agrupamento HOTEL. 83 Século XXI O Agrupamento HOTEL iniciou a sua preparação a 18 de Agosto de 2003, com a apresentação do seu Comandante, o Tenente-Coronel Francisco Xavier de Sousa, no R.I. 13. O Agrupamento HOTEL foi organizado em Comando e Estado-Maior, Companhia de Fuzileiros, Companhia de Comandos, 2.ª Companhia de Atiradores e Companhia de Apoio, num total de 505 homens e mulheres. MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA A 11 de Janeiro de 2004, o Agrupamento HOTEL partiu para Timor-Leste, iniciando a sua missão no âmbito da UNMISET, tendo sido a última FND a prestar serviço naquele território. Agrupamento HOTEL: patrulha de reconhecimento apeada. Durante os cinco meses de permanência no Teatro de Operações, o Agrupamento HOTEL fez, sem dúvida, justiça ao seu lema “Pela Fama nas Obras e nos Feitos”. Agrupamento HOTEL: distribuição de ajuda humanitária. O regresso deste Agrupamento a Portugal e ao R.I. 13 ocorreu a 2 de Junho de 2004. O seu brilhante desempenho mereceu da parte do comandante da PKF um louvor enaltecendo o seu excepcional profissionalismo, a pró-actividade demonstrada em apoio de todas as actividades operacionais e as qualidades de dedicação, lealdade, e honestidade demonstradas durante o período em que estiveram no Teatro. Agrupamento HOTEL: instalações em Baucau. 84 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA O Fim do Serviço Efectivo Normal A A 19 de Setembro de 2004, terminou o serviço militar conscrito, dando-se cumprimento ao previsto na revisão da Constituição da República Portuguesa levada a cabo em 1997. O potencial de recrutamento regional não veio afectar a vida da Unidade, pelo contrário, veio beneficiá-la. Em Maio e em Setembro de 2004, o Regimento levou a cabo duas recrutas extraordinárias, cujo efectivo ficou colocado, na sua quase totalidade, no Regimento, aumentando-lhe o efectivo em cerca de 25 por cento. Ainda em 2004, o R.I. 13 foi escolhido para funcionar como Centro de Divulgação do Dia da Defesa Nacional. Com esta iniciativa o Ministério da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar pretendeu, uma vez terminado o serviço militar obrigatório, dar a conhecer aos jovens, entre outros assuntos, os objectivos da Defesa Nacional, as missões essenciais das Forças Armadas, a sua organização, os recursos que lhe são afectos, as diferentes formas de prestação de serviço militar, bem como as diversas possibilidades de escolha e os principais incentivos que lhes proporciona. Em Fevereiro de 2005, iniciaram-se as primeiras sessões do Dia da Defesa Nacional no R.I. 13. Palestra no âmbito do Dia da Defesa Nacional. 85 Século XXI Juramento de Bandeira na Parada La Lys. Outros Aspectos Relevantes MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Comandantes do R.I. 13 NOME INICIO FIM Terço e Regimento de Peniche (de 1698 a 1807) Mestre de Campo Vasco Fernandes César Mestre de Campo Francisco Ferrão Castelo Branco Mestre de campo Manuel Freire de Andrade Coronel Tomaz Henriques de Figueiredo Coronel Thomé Freire de Bulhões Coronel Lourenço de Melo da Silva e Sá Coronel João Mac-Donald Coronel D. Gastão José da Câmara Coutinho Coronel João Mac-Intire Coronel José Joaquim Coutinho Coronel D. Francisco Xavier de Noronha Coronel José de Sousa Saldanha e Meneses, Coronel António Franco de Abreu Coronel Bernardim Freire de Andrade Coronel Luiz António Castelo Branco Coronel José de Sousa 07Jun1698 07Ago1705 21Ago1715 21Jan1735 09Out1734 30Set1762 18Set1765 Ago1771 22Out1773 22Abr1775 27Set1777 19Out1777 23Nov1784 17Dez1794 09Jul1799 10Nov1703 1735 1753 10Maio1765 22Julho1770 22Out1773 22Abr1775 27Set1777 19Out1777 25Mai1785 17Dez1794 09Jul1799 1806 1807 Regimento de Infantaria N.º 13 (de 1807 a 1834, ano em que foi extinto) Coronel José de Sousa Coronel Grad.º Perponcher Coronel João Lobo Branco de Almeida Tenente-Coronel D. Joaquim da Câmara Coronel Maximiano de Brito Mousinho Tenente-Coronel João C. de Saldanha Oliv.ª e Daun Coronel António José Catimara Coronel Caetano de Mello Sarria Coronel Caetano Alberto de Sousa Canavarro Coronel António Joaquim Rosado Coronel Grad.º Manuel Bernardo da Silva Rebocho Tenente-Coronel Grad.º Joaquim José de Provença Coronel Victorino José de Almeida Serrão Coronel. Gonçalves Cardoso Barba de Meneses Coronel. João José de Santa Clara 05Fev1812 21Set1813 Batalhão de Infantaria N.º 13 (de 1837 a 1842) Coronel José Maria e Sousa Tenente-Coronel António Silvestre e Sousa Regimento de Infantaria N.º 13 (de 1842 a 1883) Coronel José Luiz de Brito e Melo Coronel Mateus Faria Padrão Brigadeiro Grad.º Caldeira Pedroso Brigadeiro Grad.º Barnabé de Carvalho Viana Coronel António Ferreira Brigadeiro Grad.º Cristóvão Cardoso Barata Coronel Joaquim Alves Álvares 88 24Set1813 22Dec1820 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA NOME Coronel António Carlos Fialho de Mendonça Coronel Manuel da Silva Freire Coronel Vicente José Borges de Medeiros Coronel José Pestana de Azevedo Coronel Francisco António de Carvalho Coronel Manuel Joaquim Marques Coronel José Joaquim Teixeira Beltrão INICIO FIM Regimento de Infantaria N.º 13 (em Vila Real, de 1883 a 1927) Coronel Manuel José Fonseca Coronel Caetano Jacques Dupont Coronel António Luís da Cunha Coronel José da Rosa Coronel José António da Cruz Coronel Nepomuceno de Sousa Andrade Coronel Saturio Augusto Pires Coronel João Pedro Caldeira Coronel Eugénio Augusto de Santos Luna Coronel Júlio Augusto de Oliveira Pires Coronel José Gonçalves da Fonseca Coronel João Lopes Soeiro de Amorim Coronel Francisco Albino de Barros Coronel Francisco Ribeiro Pataroxa Coronel Luiz de Sousa Gomes e Silva Coronel José Vitorino de Sande e Lemos Coronel Joaquim de Andrade Pissarra Coronel Barão de Seixas Coronel Emílio Gomes dos Reis Coronel Francisco Maria Xavier Pereira Coronel Alexandre Eloy P. da Rocha Vasconcelos Coronel Luiz Maria dos Reis Coronel Francisco Augusto Martins de Carvalho Coronel Júlio Augusto Vidal Coronel Joaquim de Andrade Pissarra Coronel António José Cabo de Carvalho Coronel José Augusto Pinto Machado Coronel António da Silva Dias Coronel Ayres Guimarães Negrão Coronel Jacinto Eduardo Pachea Tenente-Coronel Boaventura de Noronha Tenente-Coronel Delfim Ernesto de Magalhães Tenente-Coronel Albano Xavier Sabino Coronel Francisco Xavier Pereira de Magalhães Coronel Augusto César Pires Soromenho Coronel João José de Luz Coronel Júlio Correia Accianoli de Menezes Coronel Alfredo Ferreira de Sousa Alvim Tenente-Coronel António Aparício Ferreira Coronel José Duarte Pereira Pinto Coronel António Aparício Ferreira Coronel Angelo Leopoldo da Cruz e Sousa Tenente-Coronel José Anastácio de Líz Fallé Coronel José Ernesto de Sampaio Coronel José Anastácio de Líz Fallé Coronel Cândido Álvaro da Câmara 02Ago1898 10Ago1900 20Out1904 05Fev1911 89 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA NOME Coronel Artur Marques de Sequeira Coronel Abel Marinho Falcão INICIO FIM Regimento de Infantaria N.º 13 (No Funchal, de 1927 a 1931) Coronel Ricardo José de Andrade Coronel José Maria de Freiras Regimento de Infantaria N.º 13 (em Vila Real, de 1931 até à presente data) Tenente-Coronel Tristão A. de Noronha Freire de Andrade Coronel Manuel de Almeida Campos de Gusmão Coronel Joaquim Leitão Coronel Alberto da Silva Pais Coronel Domingos Cosmeili Cancela Coronel Francisco Passos Coronel Luiz M. Salema Mousinho de Albuquerque Coronel Manuel Frutuoso de Carvalho Coronel Agostinho de Oliveira Bahia da Costa Lobo Coronel Eusébio Emílio da Silva Coronel Óscar Kol de Alvarenga Coronel Ângelo David da Costa Coronel António Manuel da Motta e costa Coronel Alfredo do Amaral Esteves Pereira Coronel Alexandre de Morais Coronel Bartolomeu da Silva Varela Coronel Francisco Fernandes Pereira da Costa Coronel Augusto José Machado Coronel José Monteiro da Rocha Peixoto Coronel António Eduardo de Oliveira Faria Coronel Camilo Leite Gomes Coronel Raul Augusto Mesquita da Silva Coronel Artur da Mota Freitas Coronel do C. E. M. Fernando Louro de Sousa Tenente-Coronel Carlos José Vence e Costa Coronel Joaquim Duarte Miranda Coronel C:E:M Ireneu de Almeida Mota Coronel C:E:M António da C. Leme de França Dória Coronel José António de Sousa Magalhães Coronel Níveo José Ramos Herdade Coronel José Daniel de barros Adão Coronel C:E.M.António Dos Santos Costa Coronel Diogo Queiroz de Sousa Azevedo Coronel Fernando Manuel da Costa Estorninho Coronel Francisco Granjo de Matos Coronel Almor Alves Serra Coronel António Pedro Simões Vago Coronel Francisco A. R. Dias da Silva R. Gonçalves Coronel Artur Teófilo da Fonseca Freitas Coronel António Ramos da Rocha Coronel Rui Rolando Xavier de Castro Guimarães Coronel Abílio Dias Afonso Coronel António Joaquim Machado Ferreira Coronel Carlos Alberto Rodrigues Ferreira Coronel Joaquim Carneiro Ribeiro Coronel Carlos Manuel Martins Branco 90 03Jun1931 10Set1932 03Mar1933 29Dec1934 27Out1936 14Set1937 08Fev1939 17Fev1940 03Fev1942 13Jul1943 07Nov1943 07Mai1944 19Mai1945 27Jun1947 16Set1948 31JAN1950 15Mar1951 01Out1952 18Jan1954 03Nov1954 25Mai1957 31Mar1959 22Ago1960 17Jul1962 12Fev1963 20Out1967 28Mar1969 03Abr1970 07Abr1971 16Jan1975 07Nov1975 17Jan1978 26Jan1979 26Jan1981 21Jun1982 24Nov1983 23Jan1986 10Nov1986 18Dec1988 20Abr1991 03Mar1994 15Mar1996 15Abr1998 30Mai2000 11Set2001 23Jun2003 01Dec1931 17Out1932 27Jun1934 13Mar1936 21Abr1937 27Dec1938 16Fev1940 12Jan1942 06Mai1943 01Out1943 03Mai1944 18Mai1945 17Fev1946 02Ago1948 17Set1949 07Jan1951 18Set1952 17Jan1954 24Out1954 24Mai1957 17Fev1959 08Ago1960 21Mar1962 05Fev1963 01Set1967 27Mar1969 02Abr1970 06Abr1971 02Mai1974 07Nov1975 12Jan1978 26Jan1979 28Jan1981 25Jun1982 24Nov1983 21Jan1986 12Set1986 18Dec1988 19Abr1991 02Mar1994 14Mar1996 14Abr1998 25Mai2000 26Jul2001 09Jun2003 07Jan2005 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Comandantes do R.I. 13 TCor Inf João Carlos Saldanha Oliveira e Daun Cor Inf José Vitorino de Sande e Lemos 21/9/1813 a 22/12/1820 2/8/1898 a 10/8/1900 Cor Inf Jacinto Eduardo Pacheco TCor Inf Boaventura de Noronha O.E. Nº 6 de 22/3/1912 O.E. Nº 27 de 6/12/1911 Cor Inf Júlio Alberto Vidal Cor Inf José Augusto P. Machado O.E. Nº 11 de 10/5/1902 20/10/1904 a 5/2/1911 TCor Inf Delfim Ernesto de Magalhães TCor Inf Albano Xavier Sabino O.E. Nº 13 de 20/7/1912 O.E. Nº 12 de 29/6/1912 Cor Inf Francisco X. Pereira Magalhães Cor Inf Augusto César Pires Seromenho O.E. Nº 16 de 23/8/1912 O.E. Nº 24 de 24/12/1912 Cor Inf João José da Luz O.E. Nº 14 de 15/8/1913 Cor Inf Alfredo Ferreira de Sousa Alvim O.E. Nº 02 de 7/2/1914 91 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Cor Inf António Aparicio Ferreira Cor Inf José Duarte Pereira Pinto O.E. Nº 18 de 4/8/1914 (TCor) O.E. N.º 24 de 30/12/1916 O.E. Nº 24 de 30/9/1914 Cor Inf José Ernesto de Sampaio Cor Inf Cândido Álvaro da Câmara O.E. Nº 19 de 6/9/1919 Cor do CEM Angelo Leopoldo da Cruz e Sousa Cor Inf José A. de Lis Fallé O.E. Nº 22 de 30/11/1918 O.E. Nº 09 de 20/3/1919 (TCor) O.E. N.º 10 de 30/6/1922 Cor Inf Artur Marques Sequeira Cor Inf Abel Marinho Falcão O.E. Nº 23 de 29/11/1926 O.E. Nº 23 de 28/1/1927 TCor Inf Tristão Augusto de Noronha Freitas de Andrade Cor Inf Manuel de Almeida Campos Gusmão O.E. Nº 11 de 30/6/1924 Cor Inf Ricardo José de Andrade Cor Inf José Maria Freitas O.E. Nº 03 de 30/4/1927 O.E. Nº 15 de 30/9/1929 Cmdt de 10/9 a 17/10/1932 Cmdt Intº 3/6 a 1/12/1931 Cor Inf Joaquim Leitão Cor Inf Alberto da Silva Pais Cmdt 3/3/1933 a 27/6/1934 Cmdt 29/12/1934 a 13/3/1936 Cor Inf Domingos Cosmeli Cancela Cmdt 27/10/1936 a 21/4/1937 92 Cor Inf Francisco de Passos Cmdt 14/9/1937 a 27/12/1938 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Cor Inf Luis Maria S. Mouzinho de Albuquerque Cor Inf Manuel Frutuoso de Carvalho Cor Inf Agostinho de Oliveira Baia da Costa Lobo Cmdt 8/2/1939 a 16/2/1940 Cmdt 17/2/1940 a 12/1/1942 Cmdt 3/2/1942 a 6/5/1943 CCor Inf Oscar Kol de Alvarenga Cor Inf Ângelo David da Costa Cmdt 7/5/1944 a 18/5/1945 Cor Inf António Manuel da Mota e Costa Cor Inf José Alfredo do Amaral Esteves Pereira Cmdt 19/5/1943 a 17/2/1946 Cmdt 27/6/1947 a 2/8/1948 Cor Inf Bartolomeu da Silva Varela Cor Inf Francisco Fernandes Pereira da Costa Cor Inf Augusto José Machado Cmdt 31/1/1950 a 7/1/1951 Cmdt 15/3/1951 a 18/9/1952 Cor Inf José Monteiro da Rocha Peixoto Cor Inf António Eduardo de Oliveira Faria Cor Inf Camilo Leite Gomes Cmdt 18/1/1954 a 24/10/1954 Cmdt 3/11/1954 a 24/5/1957 Cmdt 7/11/1943 a 3/5/1944 Cor Inf Alexandre de Morais Cmdt 16/9/1948 a 17/9/1949 Cmdt 25/5/1957 a 17/2/1959 Cor Inf Eusébio Emidio da Silva Cmdt 13/7/1943 a 1/10/1943 Cmdt 1/10/1952 a 17/1/1954 Cor Inf Raul Augusto Mesquita da Silva Cmdt 31/3/1959 a 8/8/1960 93 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Cor Inf Artur da Mota Freitas Cor Tir do CEM Fernando Louro de Sousa Cmdt 22/8/1960 a 21/3/1962 Cmdt 17/7/1962 a 5/2/1963 Cor Inf Carlos José Vences e Costa Cor Inf Joaquim Duarte Miranda Cmdt 20/10/1967 a 27/3/1969 Cmdt 12/2/1963 a 1/9/1967 Cor do CEM Ireneu de Almeida Mota Cor do CEM António da Câmara Leme de França Dória Cor Inf José António de Sousa Magalhães Cor Inf Niveo José Ramos Herdade Cmdt 3/4/1970 a 6/4/1971 Cmdt 7/4/1971 a 2/5/1974 Cmdt 16/1/1975 a 7/11/1975 Cor Inf José Daniel de Barros Adão Cor C/C do CEM António dos Santos Costa Cor Inf Diogo Queirós de Sousa Azevedo Cor Inf Fernando Manuel da Costa Estorninho Cmdt 7/11/1975 a 12/1/1978 Cmdt 17/1/1978 a 26/1/1979 Cmdt 26/1/1979 a 28/1/1981 Cmdt 26/1/1981 a 25/6/1982 Cor Inf Francisco Granjo de Matos Cor Inf Almor Alves Serra Cor Inf António Pedro Simões Vagos Cor Inf Francisco A. Ricardo D. S. Rebelo Gonçalves Cmdt 23/1/1986 a 12/9/1986 Cmdt 10/11/1986 a 18/12/1988 Cmdt 28/3/1969 a 2/4/1970 Cmdt 21/6/1982 a 24/11/1983 94 Cmdt 24/11/1983 a 22/1/1986 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Cor Inf Artur Teofilo Da Fonseca Freitas Cor Inf António Ramos Da Rocha Cmdt 20/4/1991 a 2/3/1994 Cmdt 18/12/1988 a 19/4/1991 Cor Inf Rui Rolando Xavier de Castro Guimarães Cor Inf Abílio Dias Afonso Cmdt 15/3/1996 a 14/4/1998 Cmdt 3/3/1994 a 14/3/1996 Cor Inf António Joaquim Machado Ferreira Cor Inf Carlos Alberto Rodrigues Ferreira Cmdt 15/4/1998 a 30/5/2000 Cmdt 30/5/2000 a 26/7/2001 Cor Inf Joaquim Carneiro Ribeiro Cmdt 11/9/2001 a 9/6/2003 Cor Inf Carlos Manuel Martins Branco Cmdt 23/6/2003 a 7/1/2005 95 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Brasões de Armas A heráldica militar aparece nos diversos campos de batalha por necessidade de identificação dos combatentes, tanto a título individual como colectivo. Tornou-se indispensável com o aumento do número de efectivos empregues em combate, e com a necessidade de transmitir as ordens do chefe no desenrolar das operações, naquilo a que hoje se designa por Comando e Controlo. Com o aparecimento dos exércitos permanentes e o aumento da sua complexidade orgânica e hierarquização, o uso da simbologia tornou-se ainda mais necessário, levando ao aparecimento de inúmeras bandeiras e guiões. Foi na era das grandes batalhas medievais do século XIV, que a heráldica militar atingiu o seu apogeu. Mais tarde, esta simbologia perde o seu valor táctico e assume apenas um valor honorífico, representativo e, sobretudo, histórico. No Exército Português surge, pela primeira vez, em Janeiro de 1924, uma tentativa de ocupar o lugar deixado vazio até então pela heráldica militar. Em 1958, é criado o Centro de Estudos de Heráldica Militar, na dependência da 2.ª Repartição do EME, o qual foi extinto passados dois anos. Com a criação do Gabinete de Heráldica do Exército, em 1966, e com a publicação da Portaria n.º 24107, de 3 de Julho de 1969, onde foram descritas as “Normas de Heráldica do Exército e seu Regulamento”, ficou regulamentada toda a simbologia do Exército. Em 24 de Março de 1987, através da Portaria 213, seria aprovado um novo Regulamento de Heráldica. São actualmente conhecidos três Brasões de Armas do Regimento. Desconhecem-se os autores dos dois primeiros, assim como a data em que foram utilizados pela primeira vez. O mais antigo aparece na década de cinquenta impresso nos envelopes utilizados pelo comandante, para correspondência oficial, havendo registo da sua utilização durante toda a década de sessenta. Após a aprovação do Regulamento de Heráldica em 1969, o Brasão do Regimento foi reformulado na tentativa de o adaptar às novas normas entretanto estabelecidas. Mas este Brasão, o segundo, não seria adoptado por muito tempo, desconhecendo-se os motivos que terão levado ao seu precoce abandono. Vigorou até à aprovação do actual Brasão, o terceiro, pela Portaria do Estado-Maior do Exército, de 11 Agosto de 1980 (1ª Série), o qual foi concebido segundo as normas estabelecidas pelo Regulamento de 1969, fazendo referência às tradições militares, culturais e ao aspecto morfológico da localidade onde se encontra actualmente implantada a Unidade. Soldado do R.I. 13 trajando uma réplica de uniforme de infantaria da Guerra Peninsular. 96 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA 1.º BRASÃO DE ARMAS HERÁLDICA DAS ARMAS DO REGIMENTO DE INFANTARIA N.º 13 (não aprovado) Escudo Peninsular Partido: No primeiro, em campo de vermelho uma espada de ouro. No segundo, em campo de azul dois montes de três e de dois comoros nevados, duas nuvens e terreno, tudo naturalista. O escudo está entre dois ramos de carvalho e tem pendente a medalha da Cruz de Guerra de 1ª Classe. Legenda num listel de prata ondulado sobreposto ao escudo “ Inf do Marão”. Sobre o listel como que a substituir o timbre um besante de ouro carregado do número 13. 2.º BRASÃO DE ARMAS DO REGIMENTO DE INFANTARIA N.º 13 (não oficial) 97 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA BRASÃO DE ARMAS ACTUAL DO REGIMENTO DE INFANTARIA N.º 13 HERÁLDICA DAS ARMAS ESCUDO: De azul, semeado de estrelas de prata; Brocante um Guante segurando um Decote, ambos de oiro, entre duas montanhas de prata. ELMO: Militar, de prata, forrado de vermelho, a três quartos para a dextra. CORREIA: De vermelho, perfilada de oiro. PAQUIFE E VIROL: De azul e de prata. TIMBRE: Um lobo saínte de negro, animado, lampassado e armado de vermelho. CONDECORAÇÕES: Suspensa do escudo, a Cruz de Guerra de 1.ª Classe. DIVISA: Num listel de branco, ondulado, sotoposto ao escudo, em letras negras, maiúsculas, de estilo elzevir: «NEM UM PASSO P´RÁ RETAGUARDA». GRITO DE GUERRA: Num listel de branco, ondulado, sotoposto ao escudo, em letras negras, maiúsculas, de estilo elzevir: «ALEO». SIMBOLOGIA E ILUSÃO DAS PEÇAS O AZUL: Alude à lealdade e nobreza das gentes de Trás-os-Montes, cujos filhos a Unidade arregimenta. AS ESTRELAS: Representam os cristais de neve e o rigor do clima. O DECOTE SEGURO POR UM GUANTE: Representa o “ALEO” com que eram empossados os Capitães de Ceuta, o primeiro dos quais, D. Pedro de Menezes, 1.º Conde de Vila Real, de outra arma não necessitava para se haver com o inimigo. AS MONTANHAS NEVADAS: Significam a terra transmontana. O LOBO: Caracteriza o soldado de “Infantaria do Marão” e exprime a sua força e ardor no combate. SIGNIFICADO DOS ESMALTES O OIRO: Significa nobreza e força. A PRATA: Significa riqueza e eloquência. O VERMELHO: Significa ardor bélico e valentia. O AZUL: Significa zelo e lealdade. O NEGRO: Significa apego à terra e firmeza. 98 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Condecorações, Divisas e Legendas CONDECORAÇÕES PRÓPRIAS Medalha de Ouro de Serviço Distintos. D.R. N.º 125, 2.ª Série de 31Mai02, Portaria n.º 840/2002, 2.ª Série, páginas n.º 10266 e 10267. Ao Regimento de Infantaria n.º 13. HERDADA (Conforme O.E. N.º 3 de 31Mar91) Medalha de Cruz de Guerra de 1.ª Classe O.E. N.º 25, 2.ª Série de 22Nov1919, Dec de 08Nov1919, pag. n.º 1643 e 1644. Ao Batalhão de Infantaria n.º 13. FIEL DEPÓSITO (Conforme O.E. N.º 3 de 31Mar91) Medalha de Cruz de Guerra de 1.ª Classe O.E. N.º 10, 2.ª Série de 10Jul1920, Dec de 03Jun1920, pag. n.º 428 e 429. 3.ª Companhia do Batalhão de Infantaria n.º 10, na Batalha de nove Abril de 1918, campanha 1915-1918, França. DIVISAS PRÓPRIAS Ao valor do antigo Regimento de Peniche, 1975. (O.E. N.º 6, 1.ª Série de 20 Setembro de 1943 – Portaria n.º 10.480 de 04Set1943). HERDADA/FIEL DEPÓSITO Valor e Lealdade (Batalhão de Caçadores n.º 3). Caçadores de Chaves (Batalhão de Caçadores n.º 10). (O.E. N.º 6, 1.ª Série de 20 de Setembro de 1943 – Portaria n.º 10.480 de 04Set1943). LEGENDAS PRÓPRIAS Toulouse, San Sebastian e Nive, 1813 Almoster, 1834 La Lys e Lacouture, 1918 (O.E. N.º 6, 1.ª Série de 20 Setembro de 1943 – Portaria N.º 10.480 de 04Set1943). HERDADA/FIEL DEPÓSITO Batalhão de Caçadores n.º 3 Ponte de Almeida e Buçaco, 1810 Badajoz e Salamanca, 1812 Vitória, Vera e Nivelle, 1813 99 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA HERDADA/FIEL DEPÓSITO (Continuação) Coolela e Lanjacaze, 1895 Ortehez, 1814 Angola e Mangua, 1915 La Lys, 1918 Batalhão de Caçadores n.º 10 Buçaco, 1810 Pirinéus, 1813 San Sebastian e Nive, 1813 Nivelle, 1813 (O.E. N.º 6, 1.ª Série de 20 de Setembro de 1943 – Portaria N.º 10.480 de 04Set1943). MEDALHA DE OURO DA CIDADE DE VILA REAL 100 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA O Padroeiro do Terço de Peniche O culto de Santo António de Lisboa andou desde há muito tempo ligado ao culto da Pátria, sendo considerado como Generalíssimo das tropas portuguesas, passando a Nação a render as devidas honras à sua dignidade. Era tal a fé, confiança e bravura que a sua imagem dava aos militares portugueses da Arma de Infantaria, que estes a transportavam para os campos de batalha, sendo de destacar a sua presença na Guerra Peninsular, Guerra de Sucessão de Espanha e Batalha do Buçaco, entre outras. Também o Terço de Peniche adoptou o Santo António de Lisboa como padroeiro, mandando erguer-lhe, à sua custa, uma formosa e rica ermida próximo da cidadela, com seu altar de riquíssima talha dourada, tendo sobre a fachada desta, as Reais Armas Portuguesas. Por uma provisão de D. Pedro II, e a pedido dos oficiais e soldados do Terço, foi concedido ao Santo António o posto de alferes, com o soldo mensal de 6$000 (seis mil réis). Enquanto aquela unidade se conservou na Praça de Peniche, a guarnição festejou todos os anos o seu patrono, com a mais luzidia pompa. A tradição manteve-se durante o século XVIII, tornando-se costume os oficiais do antigo Regimento casarem-se junto ao altar do Santo António. Santo António - Padroeiro do Regimento de Peniche. Como que por destino, o Regimento de Infantaria n.º 13 está instalado desde 1883 na cidade de Vila Real, que tem Santo António como Santo Padroeiro, o qual é festejado no dia 13 de Junho, o número do Regimento. 101 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Estandartes e Guiões Estandarte do Regimento de Infantaria n.º 13 utilizado no tempo da Guerra Peninsular (réplica). Estandarte do 1º Batalhão Expedicionário que esteve presente em La Lys (Original). Estandarte do 1.º Batalhão Expedicionário (Réplica). 102 Estandarte do Batalhão de Caçadores n.º 3. Herança histórica (Réplica). Estandarte do Regimento de Infantaria de Vila Real (Original). MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Guião do Batalhão de Caçadores 185 (Original). Guião do Batalhão de Caçadores 185 (Original). Guião do Batalhão de Caçadores 92 que integrava a Companhia de Caçadores 95, oriunda do R.I. 13. Guião do R.I. 13 (Original). Guião da Companhia de Caçadores 95, oriunda do R.I. 13, que integrou o Batalhão de Caçadores 92 (Original). Guião da Companhia de Caçadores 153, oriunda do R.I. 13, que integrou o Batalhão de Caçadores 237 (Original). Guião do Regimento de Infantaria de Vila Real (Original). Guião do Batalhão de Comando e Serviços, do Regimento de Infantaria de Vila Real (Original). Guião do Batalhão de Instrução, do Regimento de Infantaria de Vila Real (Original). Guião do Batalhão Operacional, do Regimento de Infantaria de Vila Real (Original). 103 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA CCS/AgrAlfa CAt/AgrAlfa EsqRec/AgrAlfa Guião do Agrupamento Alfa. CCS/AgrCharlie CAt/AgrCharlie Guião doAgrupamento Charlie. Guião do 1º Batalhão de Infantaria. EsqRec/AgrCharlie CRI/1.º BI 1.ª CAt/1.º BI CAp/1.º BI 2.ª CAt/1.º BI DestEng/1.º BI CFuz/1.º BI EsqRec/1.º BI CAp/AgrHotel CCMDS/AgrHotel CFuz/AgrHotel Guião do Agrupamento Hotel. 2.ª CAt/AgrHotel 104 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Núcleo Museológico S entindo a necessidade de preservar a memória e de salvaguardar as tradições e valores dos militares deste Regimento, o Comando do R.I. 13 criou um Núcleo Museológico, o qual foi organizado em quatro secções, representando cada uma delas as diferentes épocas e cenários onde os militares deste Regimento estiveram empenhados. A primeira secção é dedicada à vida da Unidade, desde os primórdios até ao início da década de oitenta, do século XX; a segunda, está destinada às Forças Nacionais Destacadas; a terceira é consagrada à I Grande Guerra, um dos momentos mais importantes da vida da Réplica de barretina de ofiUnidade; e a quarta, consta da cial do R.I. 13, modelo de 1832 (pequeno uniforme). exposição de espólios particulares de militares oriundos de Vila Real, ou que tenham prestado serviço no R.I. 13, e que se tenham distinguido “por obras valerosas” na sua vida profissional. Na primeira secção podemos encontrar, entre outros, diversos conRéplica de uniforme de soldado do 1º Batalhão Expedicionário (1ª Grande juntos de artigos utilizados no dia-a-dia Guerra). da unidade, réplicas de uniformes, bandeiras da Unidade ou suas subunidades utilizadas em diferentes momentos históricos. A segunda secção é composta exclusivamente pelo espólio das Forças Nacionais Destacadas, assim como de todos os seus estandartes; na terceira secção, dedicada à I Grande Guerra, encontramos o Estandarte Nacional original que acompanhou o 1º Batalhão Expedicionário, em La Lys, para além de vários utensílios e armamento da época. Na quarta secção encontramos os espólios do tenente-general Francisco Cabral Couto, tenente-general Aníbal Vaz, tenente-coronel José Manuel Ferreira Gaspar, major David Magno, e sargento-mor Manuel Mendonça de Sousa Ramos. Réplica de uniforme de oficial do R.I. 13, na Guerra Peninsular. Este Núcleo tem desempenhado um importante papel no capítulo da divulgação histórica e da formação cultural dos jovens da região, sendo objecto de frequentes visitas, muito em particular de escolas. 105 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA ACÇÕES MILITARES MAIS IMPORTANTES DO R.I. 13 E DAS UNIDADES QUE LHE DERAM ORIGEM SÉCULO XVII GUERRA DA RESTAURAÇÃO Cerco a Badajoz Batalha das Linhas de Elvas Batalha do Ameixial Batalha de Castelo Rodrigo Batalha de Montes Claros 12-6 a 11-10-1658 14-1-1659 8-6-1663 7-7-1664 17-7-1665 SÉCULO XVIII Índia 1704 CAMPANHA DO RUSSILHÃO E DA CATALUNHA Toda a Campanha 1793 a 1795 SÉCULO XIX GUERRA PENINSULAR Combate de Albergaria Combate de Grijó Passagem do Douro e tomada do Porto Batalha do Buçaco Combate de Punhete Defesa da Praça de Abrantes Combate de Alfaiates Batalha de Salamanca Batalha de Vitória Combate de Vila Franca e Lascaño Combate de Tolosa 1º assalto à Praça de S. Sebastian 2º assalto à Praça de S. Sebastian Passagem do Bidassoa Batalha do Nivelle Batalha de Nive Reconhecimento ao Sul de Adour Cerco da Praça de Bayone Expedição ao Maranhão 10-5-1809 11-5-1809 12-5-1809 27-9-1810 22-10-1810 8-9-1810 a 7-3-1811 27-9-1811 13-6-1812 21-6-1813 24-6-1813 25-6-1813 17-7-1813 31-8-1813 7-10-1813 10-11-1813 9/13-12-1813 23-2-1814 27-2-1814 a 28-4-1814 1823 LUTAS LIBERAIS (1820 A 1827) Batalha de Coruche da Beira 106 9-1-1827 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA GUERRA CIVIL Batalha de Almoster Batalha de Asseiceira Cerco à Praça de Valença Acção de Ruivães Cerco de Almeida Acção de Valpaços e de Valença Pronunciamento de Braga Defesa de Vila de Barca Acto de disciplina e abnegação Cordões sanitários na fronteira transmontana 18-2-1834 16-5-1834 12-8-1837 18-9-1837 28-4-1844 16-11-1846 20-12-1846 11/13-2-1847 1854 884, 1885 e 1890 SÉCULO XX CAMPANHA DA GUINÉ Combates de Ganturé, de Intim, Contume e ocupação de Bandim.8-3 a 4-7-1908 1ª GRANDE GUERRA MUNDIAL La Lys 9 e 10-4-1918 MISSÕES DE SOBERANIA Moçambique Angola 25-8-1940 a 7-4-1944 1942 PREPARAÇÃO PARA A 2ª GRANDE GUERRA Defesa da cidade de Lisboa 9-10 a 5-11-1943 GUERRA DO ULTRAMAR Companhia Expedicionária para a Guiné Duas Companhias Expedicionárias para Angola Um Pelotão Expedicionário para Angola 27-5-1961 a 31-7-1963 28-7-1961 a 14-11-1963 24-7-1961 a 2-12-1963 FORÇAS NACIONAIS DESTACADAS Bósnia - Herzegovina 15-6-1998 a 15-1-1999 SÉCULO XXI FORÇAS NACIONAIS DESTACADAS Kosovo Timor-Leste Timor-Leste 11-2-2000 a 11-8-2000 12-10-2001 a 9-6-2002 15-1-2004 a 2-6-2004 Excluem-se desta relação as acções militares do R.I. 13 que lutou nas tropas Miguelistas. 107 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Síntese de Factos Notáveis 1555: Julga-se ser o ano da criação do Terço de Peniche, através de uma provisória régia de D. João III. Terá, pelo menos, sido criada em Peniche uma companhia de ordenanças. 1650: É elevado para 120 homens o efectivo da Companhia de Infantaria de Peniche que guarnece as fortificações daquela Praça de guerra. 1658 a 1660: É agregada ao Terço de Cascais uma Companhia de Infantaria de Peniche que toma parte no cerco de Badajoz, na defesa da Praça de Elvas e na batalha das linhas de Elvas. 1698: É criado o Terço de Peniche, por Decreto de 7 de Junho. 1707: O Terço de Peniche passa a ser designado por Regimento de Infantaria de Peniche. 1740: Destaca para o Estado da Índia um Batalhão, para reprimir uma revolta contra a soberania portuguesa. 1762: É criado um 2.º Regimento de Peniche, durante a guerra com a Espanha. 1767: O R.I. de Peniche concentra-se na região de Torres Vedras, para manobras. 1790: Novas manobras na região da Porcalhota, em que o R. I. de Peniche toma parte. 1793 a 1795: Faz parte da “Divisão Auxiliar” enviada a Espanha, participando na campanha do Russilhão e da Catalunha. Pela sua acção nesta campanha, é–lhe concedida uma bandeira de honra com a seguinte legenda: Ao valor do Regimento de Peniche – 1795. 1798: Faz parte das forças concentradas na região da Azambuja, destinadas a defender Lisboa. 1801: Toma parte na defesa do Alentejo, participando na designada “Guerra das Laranjas”. 1806: Pela reorganização deste ano, o Regimento de Peniche passa a ser designado por Regimento de Infantaria n.º 13, com o seu quartel permanente em Lisboa. 1808: - O R.I. 13 é dissolvido por ordem de Junot e os seus elementos são incorporados no 1.º Regimento, da Legião Portuguesa, que combate nas tropas napoleónicas; - O R.I. 13 é criado novamente, por decreto de 30 de Setembro, da Junta Governativa do Reino. 1809 a 1814: Participa em toda a Guerra Peninsular, desde o combate de Albergaria até ao cerco de Bayonne. É citado várias vezes nas ordens do dia pela sua valorosa conduta em diferentes acções e, especialmente, nos combates de Vila Franca de Lascaño, Tolosa, no cerco e tomada de S. Sebastian, e na batalha de Nive. 1816: Pela reorganização deste ano passa a ter o seu quartel permanente em Peniche. 1826: Entra no combate de Coruche da Beira, ao lado das tropas constitucionais. 1828: Fazendo parte do exército de D. Miguel, destaca o 2.º Batalhão para a Madeira e Açores, a fim de dominar uma revolta que havia estalado nestas ilhas. 1829: Em Agosto regressa ao continente. 1831: Continua a fazer parte do exército absolutista. Passa a ser designado Regimento de Infantaria de Leiria e, com esta designação, faz quase toda a campanha contra os liberais. O seu quartel permanente passa a ser Leiria. 108 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA 1833: 1834: 1837: 1841: 1842: 1853: 1883: 1884 a 1908: 1916: 1917: 1917 a 1927: 1931: 1940: 1941: Deserção geral das praças do “13” para as fileiras liberais. É reorganizado o Regimento de Infantaria n.º 13 no exército de D. Pedro, tendo por casco um Batalhão do R.I. n.º 4. - Por outro lado D. Miguel, em Janeiro, volta a criar o Regimento de Infantaria n.º 13 no seu exército, tendo por casco o novo Regimento de Lisboa, pelo que passam a existir no Exército Português dois regimentos com o número 13. Neste mesmo ano faz parte da coluna que D. Miguel envia para o Algarve contra as forças liberais que ali haviam desembarcado; - O Regimento de Infantaria n.º 13, do exército de D. Pedro, toma parte na batalha de Almoster, recebendo pela sua valorosa conduta quatro condecorações da Ordem da Torre e Espada; - O R.I. 13 é extinto pela reorganização do exército de 1834, por terem sido reduzidos a 12 os regimentos de infantaria. Uma nova reorganização do Exército cria 30 batalhões de Infantaria. O Batalhão de Infantaria n.º 13 é organizado à custa do R.I. n.º 2, com o seu quartel permanente em Vila Real. O B.I. 13 passa a ter o seu quartel permanente em Chaves. Pela reorganização deste ano, o B.I. 13 é novamente transformado em R.I. 13. O R.I. 13 destaca o 2.º Batalhão para a Madeira de onde regressa no ano seguinte. O navio naufraga à vista da costa portuguesa. É transferido para Vila Real, onde dá entrada na manhã de 30 de Agosto. 1890: Destaca várias subunidades para os cordões sanitários que são estabelecidos ao longo da fronteira de Trás-os-Montes, e em volta da cidade do Porto. Destaca uma companhia para a Guiné que toma parte em várias operações contra os indígenas revoltados. O 1.º Batalhão do R. I. 13 é mobilizado em fins de Setembro e concentra-se em Tancos para instrução. Faz parte do 6.º Regimento de Infantaria, da Divisão de Instrução. Este mesmo batalhão, fazendo parte do C.E.P. embarca para França, em 23 de Abril. 1918: Guarnece vários sectores na Flandres e, nos dias 9 e 10 de Abril, defende a aldeia de Lacouture. Por esta acção, a Bandeira do Regimento de Infantaria n.º 13 é condecorada com a Cruz de Guerra de 1.ª Classe. - É dissolvido por ter tomado parte no movimento revolucionário de 3 de Fevereiro; - O R.I. 13 é reorganizado no Funchal quando, em 29 de Junho, uma nova reorganização extingue o R. I. n.º 23. É novamente dissolvido por ter tomado parte na revolta da Madeira e reorganizado, em seguida, com o seu quartel permanente em Vila Real. Fornece uma Companhia de Atiradores para o B.I. n.º 68, destinado a Moçambique, numa missão de soberania. Mobiliza o 1.º Batalhão Expedicionário para Angola, que segue ao seu destino em 15 de Janeiro do ano seguinte. 109 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA 1942: 1943: 1952: 1961: 1964 – 1965: 1972: 1974: 1975: 1977: 1980: 1992: 1993: 1997: 1998: 1999: 2000: 2001: 2004: 2005: 110 O 1º Batalhão Expedicionário é louvado em O.E. pelo aprumo e correcção com que se apresenta para o embarque. Mobiliza o Comando de um Regimento e de um Batalhão que, em Outubro, são mandados concentrar na região do Cartaxo. A 15 de Junho são inauguradas as instalações do novo quartel. Durante este ano mobiliza as seguintes unidades para Angola: em 15 de Maio, a Companhia 153; em 7 de Junho, o Comando e Companhia de Comando do Batalhão de Caçadores N.º 185; em 24 de Julho, o Pelotão de Morteiros N.º 23; e em Agosto, a Companhia de Caçadores 95. 1974: Passa a Centro de Instrução Básica, onde são formados durante estes dez anos 69.000 militares, na sua maioria, destinados a prestar serviço nas ex-colónias. Em Fevereiro é publicado o 1º número do “Infantaria do Marão”. Em Agosto, é atribuída pela Câmara Municipal de Vila Real ao R.I. 13 a “Medalha de Ouro da Cidade de Vila Real”. Participa com duas Companhias de Atiradores no movimento do 25 de Abril. - A 1 de Maio, passa designar-se Regimento de Infantaria de Vila Real; - Passa a ter dois destacamentos com sedes, respectivamente, em Chaves e em Bragança. Em 4 de Maio, é oficialmente extinto o Destacamento do RIVR em Chaves. Em 20 de Setembro, é oficialmente extinto o Destacamento do RIVR em Bragança. A partir de Dezembro, o encargo operacional do R.I. 13, ou seja, um Batalhão de Infantaria, passa a pertencer operacionalmente à Brigada Ligeira de Intervenção. O Quadro Orgânico passa a contemplar apenas uma Companhia de Comando e Serviços, em vez de um Batalhão. Participa, na Roménia, no exercício Cooperative Determination 97. - No início do ano, o R.I. 13 deixou de ter organicamente um Batalhão de Instrução, para passar a ter apenas uma Companhia de Instrução; - Apoiou logisticamente a realização do exercício OTAN Strong Resolve; - Em 1 de Março, concentra e inicia o aprontamento do Agrupamento ALFA que participa, de 15 de Julho de 1998 a 15 de Janeiro de 1999, numa missão de manutenção de paz no Teatro de Operações da Bósnia-Herzegovina, integrando a SFOR. O 1º B.I. sobe à categoria de Força Operacional de Projecção do Exército (FOPE). Em 6 de Outubro de 1999, concentra e apoia o aprontamento do Agrupamento CHARLIE, que iniciou em 11 de Fevereiro de 2000 o cumprimento de uma missão de manutenção de paz no Teatro de Operações do Kosovo, integrando a Brigada Multinacional Oeste de comando italiano, com a designação de Task Force PEGASUS. Em Setembro de 2000,concentra e apronta o 1º B.I. com vista ao cumprimento de uma missão de paz no Teatro de Operações de Timor-Leste, no 2º semestre de 2001. Em Agosto, concentra e apronta o Agrupamento Hotel, para cumprir uma missão no Teatro de Operações de Timor-Leste, no 1º semestre de 2004. Em Fevereiro, iniciam-se as sessões do Dia da Defesa Nacional. MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Por Onde Passou o R.I. 13 PENICHE: de 1650 a 1707 Rua 13 de Infantaria em Peniche. LISBOA: TOMAR: PENICHE: LISBOA: LEIRIA: VILA REAL: CHAVES: CHAVES: VILA REAL: FUNCHAL: VILA REAL: VILA REAL: VILA REAL: VILA REAL: 1808 1809 1816 de 1828 a 1831 de 1831 a 1834 1837, como Batalhão 1841, como Batalhão 1842, como Regimento 1883 Mudança de R.I. 23 para R.I. 13 Criado o Depósito do R.I. 13 30 Junho extinto o deposito do R.I. 13, designa-se por «Formação de Depósito do Extinto Depósito do R.I. 13» Convento de S. Francisco Novo Quartel desde 1952 Instrução Fluvial no Rio Douro. 111 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Hino do R.I. 13 D esde 1911 que o Regimento tem a sua canção. Épica, vibrante e harmónica, é verdadeiramente uma marcha de guerra que entusiasma e excita. Ao som dela partiu para França o 1.º Batalhão e, cantando-a com entusiasmo, embarcou para as colónias o 1.º Batalhão Expedicionário do “13”. Os versos são da autoria de um distinto e culto oficial do nosso exército, coronel António Álvares Guedes Vaz, que em 1911 era capitão no R.I. 13. A música foi composta pelo chefe da banda António Romano. Eis a canção: Na linda terra transmontana Tem seu quartel um Regimento Que mostra um "13" na bandeira, Quando flutua, altiva, ao vento. São transmontanos seus soldados, Homens que têm por divisa "Antes quebrar que torcer" Deles a Pátria bem precisa. Palpita um peito d'aço Em cada farda, Do "13" nem um passo P'ra retaguarda Brilha na história há tanto e tanto Do nosso "13" a real bravura, Que já aos turcos em Lepanto Dele se deu prova bem dura Contra os franceses, o Buçaco, Espanha toda até Victória, Na França o Nive e, enfim, Baiona Foram para o "13" imensa glória, Nas linhas d'Elvas, Ameixial, Castelo Rodrigo e Montes Claros, Aos espanhóis deu lições tais Que são de heróis p'ra sempre raros. Palpita um peito d'aço Em cada farda, Do "13" nem um passo P'ra retaguarda Que guardem, pois, nossas baionetas Tão gloriosa tradição Limpa de manchas, como neve Que cobre as cristas do Marão. Palpita um peito d'aço Em cada farda, Do "13" nem um passo P'ra retaguarda Na Grande Guerra, em Lacouture, Terra de França, alheia terra, Por seu valor conquista o "13" Para a bandeira, a Cruz de Guerra. 112 E defendida a terra estranha, Voltando à Pátria o coração Voltou sem mancha, como a neve Que cobre as cristas do Marão. MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA LETRA DO CORONEL A. GUEDES VAZ MÚSICA DE ANTÓNIO ROMANO Pauta da música do hino do R.I. 13. 113 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Escolas Regimentais O quartel inaugurado em 1952 encontrava-se apetrechado de raiz, com dependências destinadas exclusivamente às Escolas Regimentais - salas de aulas, gabinetes para professores e salas de arquivo – possuindo todo o material didáctico necessário para cumprir essa missão. As Escolas Regimentais remontam ao início do século XIX, tendo sido criadas durante a Regência de D. João VI, em 1817, e tinham por finalidade “… estabelecer uma aula de ler, escrever e contar em cada corpo de Infantaria, Caçadores, Cavalaria e Artilharia do seu Exército e na Guarda Real da polícia de Lisboa a fim de que se aproveitem delas os indivíduos, seus filhos, assim como também os filhos dos habitantes das terras ou bairros em que os mesmos corpos tiverem os seus quartéis …”. Os comandos militares esforçaram-se por cumprir essa missão, criando escolas nos diversos quartéis para administrar essa formação. Também aqui, o R.I. 13 teve um papel de relevo ao contribuir de uma forma significativa e duradoura para a formação académica e cultural, a nível do ensino primário, dos milhares de militares que passaram pela Unidade. Por determinação superior, os recrutas eram submetidos, até 15 dias após a data de incorporação, a um exame realizado nas Escolas Regimentais Edifício das Aulas Regimentais. para se avaliar o seu grau de instrução literária, sendo posteriormente colocados em vários grupos, consoante os conhecimentos prévios. A população escolar podia dividir-se em oito grupos, organizados do seguinte modo: os analfabetos; os que sabiam ler e escrever mal; os que sabiam ler, escrever e contar; os que sabiam ler, escrever e contar correctamente; os que possuíam o 2.º ano dos liceus; os que possuíam o 5.º ano dos liceus; os que tivessem o curso completo dos liceus; os que possuíam o exame de algumas cadeiras de um curso superior; e com um curso superior. Esta classificação servia de base para a colocação na classe respectiva com vista a serem administrados os conhecimentos achados convenientes. Os directores, professores e monitores recebiam uma compensação mensal nos meses em que decorriam as Escolas Regimentais. Os professores do curso elementar recebiam uma gratificação extraordinária de 60$00 se no fim do curso tivessem sido aprovados 50% das praças das suas turmas, e 50$00 se conseguissem que pelo menos 30% da turma tivesse aprovação. As “Estantes Métricas” usadas nas aulas Regimentais fazem hoje parte do espólio museológico da Unidade. As Escolas Regimentais mantiveram-se em funcionamento no R.I. 13 até à década de oitenta, com uma quantidade considerável de alunos que pretendiam completar a escolaridade obrigatória, ou seja, a 4ª classe. 114 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Marchas de Coesão C om o objectivo de contribuir para a preparação física e resistência dos militares, um grupo de quatro oficiais do R.I. 13 realizou, no dia 21 de Novembro de 1892, uma “Marcha de Resistência” apeada, de Vila Real a Chaves e volta, em 3 dias. Pela sua singularidade, origi- Marcha de Coesão. nalidade e valor mereceu honras de notícia nos jornais locais. Passado mais de um século recuperou-se, de certo modo, a ideia com as denominadas “Marchas de Coesão” mas, desta vez, alargadas a todo o pessoal da Unidade, sem excepção. Noticia publicada no Jornal “O Povo do Norte”, 27/11/1892.. Pretendeu-se, com esta iniciativa, fomentar o espírito de corpo, e desenvolver a capacidade e a rusticidade física dos militares e funcionários civis, e, simultaneamente, aproveitar a oportunidade para familiarizar os militares com a região onde se insere a Unidade, nomeadamente na sua componente cultural. Assim, o local escolhido para términos de cada marcha é criteriosamente seleccionado, procurando que este tenha sempre associado alguma importância histórico-cultural. Assim, para além de um percurso pedestre de 10 a 15 km, o programa inclui uma palestra sobre o património cultural do local onde estas terminam, à qual se segue um almoço-convívio. Almoço-convívio no final da marcha de coesão. 115 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Dia Festivo C om a comemoração do “Dia Festivo” de uma unidade pretende-se exaltar o espírito de corpo e celebrar os seus feitos heróicos em campanha. Tendo por base a Portaria 10.480, de quatro de Setembro de 1943, o R.I. 13 propôs o dia 31 de Agosto, para seu dia festivo, data em que foi realizado o 2.º assalto à Praça de S. Sebastian, em 1813. Com a preferência por este dia pretendia-se assinalar o enorme feito de armas perpetrado pelos militares do Regimento naquela acção, a qual foi publicamente reconhecida pelo marechal Wellintgton, tendo este salientado no louvor atribuído à Unidade “...a maneira como soube haver-se em movimentos de arrogante avançada e nos momentos em que mais ferida corria a peleja, debaixo de todo o fogo que da cidade e do castelo se podia dirigir contra ele, o que captou a admiração e aplauso dos chefes superiores dos exércitos aliados, pelo modo verdadeiramente marcial e digno como se comportou...”. Esta comemoração encontra-se registada, pela primeira vez, na Ordem de Serviço de 30 de Agosto de 1958. Contudo, no início da década de oitenta, resultado de um trabalho de pesquisa histórica levada a cabo pelo comando da Unidade, foi proposta a mudança do dia festivo para nove de Abril, a qual foi aprovada pelo despacho de nove de Dezembro de 1981, do General Vice-CEME (O.S n.º 24, de 4 Fevereiro 1982). Para a adopção deste dia como “Dia Festivo” muito contribuiu a forma como o 1.º Batalhão Expedicionário se bateu em La Lys. O extraordinário valor, a coragem, e a bravura demonstradas pelos seus soldados prestigiaram grandemente o Exército Português em terras de França, e fizeram com que conquistasse, com o preço do seu sangue, a Cruz de Guerra de 1.ª Classe para o Estandarte da sua Unidade. 116 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Bandas e Fanfarras A música exerceu, desde sempre, um papel muito importante no seio da instituição militar, pelo que houve necessidade de criar bandas musicais com a missão de tocar marchas marciais nas paradas, revistas, desfiles, etc. As várias regulamentações sofridas pelas bandas desde 1815 até 23 de Maio de 1827, fixaram, entre outras coisas, a composição das bandas, em termos do número de instrumentos e de elementos. Em 1911, existiam 35 bandas de música, uma em cada Regimento de Infantaria. A banda de música do R.I. 13, cujas origens remontam à última década do século XIX, ajudou a estabelecer importantes elos de ligação entre a instituição militar e as populações, sendo muito solicitada para participar em inúmeras festividades de carácter religioso, bem como na rea-lização de concertos para a população, como o atestam as referências publicadas nos diversos periódicos da região, assim com na cidade do Porto. Ao reler os jornais do final do século XIX e da primeira metade do século XX encontramos muitas notícias da sua actividade, assim como opiniões que expressam o agrado e a simpatia que a Banda do Regimento criou junto das po-pulações. Programa de um concerto da Banda do R.I. 13, publicado no jornal “O Povo do Norte”, de 10/12/1922.. A publicação do Decreto n.º 13.851, da organização do Exército, de 29 de Junho de 1927, no número três, do Art.º 22º, mantém as bandas de música em todos os Regimentos de Infantaria, com a composição até aí prescrita. Mas a reorganização do Exército de 1937, veio alterar profundamente estas bandas, reduzindo o seu número para oito, ficando estas apenas nas sedes das Regiões Militares. Notícia de actuação da Banda do R.I. 13, publicada no jornal “O Povo do Norte”, de 23/08/1891. 117 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA A Banda do Regimento Infantaria 13 manteve-se em grande actividade até meados do século XX, altura em que o Regimento, por determinação superior, passou a dispor apenas de uma fanfarra. Em 1989, o R.I. 13 contava no seu Quadro Orgânico (QO) apenas com uma Secção de Corneteiros, porventura resultado de uma revisão dos QO levada a cabo em meados da década de oitenta, situação que viria a ser alterada pela reorganização do Exército implementada no início dos anos noventa. O QO de 1993, actualmente em vigor, consagra apenas quatro praças com a especialidade de corneteiro, o equivalente a uma Secção. A fanfarra “actual” do R.I. 13. Na prática, de há vários anos a esta parte, inserido na progressiva redução de efectivos a que o Exército tem vindo a ser sujeito, apenas tem sido colocada na Unidade uma praça com a especialidade de corneteiro, com a qual se tem conseguido, com alguma dificuldade, satisfazer as necessidades mínimas do serviço. Apesar destes condicionalismos e fruto da boa vontade e do voluntarismo de alguns militares com conhecimentos de música, foi possível levantar, informalmente, uma fanfarra, a qual, entre outras acções, tem abrilhantado as cerimónias mais significativas que têm ocorrido no Regimento. 118 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Inserção dos Militares na Vida Civil N uma parceria com o Centro de Emprego e Formação Profissional de Vila Real (CEFP), iniciada em 1996, frequentaram os cursos de formação profissional ministrados por aquele organismo, até à presente data e com aproveitamento, 134 militares do R.I. 13 em regime de contrato/voluntário. Entre estes cursos contam-se os de Reparação de Carroçarias, Pintor Auto, Canalizador, Jardinagem e Espaços Verdes, Empregado de Mesa e Bar, e Cozinha. A colaboração com o CEFP alargou-se a outros domínios, tendo 37 militares frequentado o curso de Introdução à Informática, em regime extra laboral. Assinatura do protocolo de cooperação entre o Exército e o Centro de Formação Profissional de Vila Real, na pessoa do Comandante do R.I. 13 e do seu Director, respectivamente. A qualidade da formação ministrada, devidamente certificada pelos organismos competentes, tem facilitado a integração dos militares na vida civil, reflectindo-se no elevado número de militares que procura estes cursos. Saliente-se o facto de uma elevada percentagem dos formandos terem encontrado emprego após a formação. O comando da Unidade tem nomeado para a frequência destes cursos os militares com mais tempo de contrato cuja conduta os torne merecedores. Para além da formação profissional, o R.I. 13, em colaboração com os organismos competentes do Exército, tem participado no processo de reconhecimento, va-lidação e certificação de competências adquiridas de forma formal (escola), informal (no local de traba-lho) e não formal (com os amigos) e em diferentes contextos (familiar, escolar, profissional e social), por forma a que os militares obtenham uma carteira profissional Formandos do Curso de Cozinha nas instalações da Unidade onde lhes é ministrada a formação. de competências-chave e um Certificado de Educação e Formação de Adultos, de equivalência escolar ao 3º ciclo do ensino básico, o qual lhes irá facilitar a integração na vida civil activa. 119 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Biblioteca A biblioteca do R.I. 13 tem cerca de 7.500 títulos, num total de 11.200 volumes, os quais versam essencialmente sobre temas de segurança e defesa, com grande ênfase para a temática da 1.ª Grande Guerra Mundial, na qual os militares da Unidade participaram activamente. Para além de livros e obras de referência, integram também o acervo da biblioteca revistas técnicas militares, portuguesas e estrangeiras, várias enciclopédias e manuais militares. A história, a estratégia, e a geografia, muito em particular a do ex-Ultramar, são outros dos temas abundantemente tratados. A obra mais antiga remonta ao séc. XVIII (1798), é da autoria do Fr. Joaquim de Santa Rosa de Viterbo, e tem por título “Elucidário das Palavras, Termos e Frases”. Foi impressa na oficina de Simão Thaddeo Ferreira, encontrando-se em mau estado de conservação. A biblioteca possui ainda um número elevado de obras editadas no século XIX. O acervo vai ser, dentro em breve, consideravelmente enriquecido, em virtude de ter sido autorizada superiormente, junto da Biblioteca do Exército, a recolha do espólio de bibliotecas que pertenciam a outras unidades que, com a reorganização do Exército, foram ou estão a ser extintas. 1ª página da obra mais antiga da Biblioteca do R.I. 13, datada de 1798. 120 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA De forma a organizar, catalogar e preservar a documentação existente de modo a responder às necessidades, estabeleceu-se uma parceria com a Universidade de Trás-osMontes e Alto Douro (UTAD). Neste âmbito desenvolveram-se várias actividades: (1) um militar da Unidade frequentou um curso técnico documental na área das bibliotecas; (2) a UTAD, disponibilizou os seus serviços de extensão, os quais se revelaram indispensáveis para a catalogação e análise de toda a documentação existente, de acordo com as RPC (Regras Portuguesas de Catalogação) e com os thesauri monolingues e as tabelas de classificação universal; (3) e, cedeu-nos o seu servidor para instalarmos o sítio da biblioteca regimental, ferramenta incontornável para que a biblioteca possa servir toda a comunidade. Instalações da biblioteca do R.I. 13 e as colaboradoras da UTAD. Por forma a facilitar a sua utilização, a biblioteca foi transferida para instalações mais acessíveis, tendo-se, simultaneamente, criado um sítio no ciberespaço através do qual é possível pesquisar a lista dos títulos existentes alargando-se, assim, o acesso à sociedade civil. Pretende-se que as novas instalações, para além de sala de leitura, sejam também utilizadas como sala de estudo, apoiando os militares estudantes, em regime voluntário e contrato. 121 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Jornais A um de Fevereiro de 1965 publicou-se, pela primeira vez, um jornal da Unidade com o título “Infantaria do Marão”. Este jornal tinha uma periodicidade mensal e pretendia ser um “Órgão de Informação, Cultura e Recreio do Regimento de Infantaria n.º 13”. Foram publicados 56 números, até Dezembro de 1973. Esta publicação tinha como director o Comandante da Unidade e era impresso na “Minerva Transmontana”, em Vila Real. Ao longo da sua publicação, manteve sempre uma qualidade gráfica exemplar, sendo o seu conteúdo, na sua maioria, composto por descrições dos feitos heróicos do Regimento e dos seus militares, e por artigos de carácter formativo e cultural, assim como por notícias militares e de âmbito local. Exemplar do 1º número do Jornal “Infantaria do Marão”, publicado em um de Fevereiro de 1965. Esta publicação reapareceu em Dezembro de 1988, tendo sido publicados vários números, embora sem uma periodicidade definida. A 9 de Abril de 2001 é feita uma nova publicação mensal, com formato e aspecto gráfico diferentes do seu antecessor, impressa na Secção de Informática da Unidade, designada “O Infante do Marão”, a qual se manteve até meados de 2001. A partir dessa data passou a publicar-se anualmente no dia festivo da Unidade, excepto em 2002, em que para além do dia festivo foi publicado um número especial por ocasião das comemorações do aniversário dos cinquenta anos do quartel. Com esta publicação tem-se procurado dar conta das actividades mais importantes levadas a cabo pela Unidade durante o ano a que diz respeito: parcerias com outros organismos, acções orientadas para a sociedade civil, cerimónias, desporto, actividade operacional, e melhoramentos nas infra-estruturas. Exemplar do “Infante do Marão” publicado em 2004. 122 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA O R.I. 13 e a Comunidade Vila-realense T em sido política dos diferentes comandantes, ao longo dos anos, aprofundar as relações com a comunidade civil. Hoje, essa relação amadureceu, sendo bem visíveis os benefícios para todas as partes envolvidas nesse processo. Para além dos aspectos relacionados com a Protecção Civil, já abordados noutras partes deste trabalho, o R.I. 13 tem interagido nos mais diversos domínios com inúmeros actores da sociedade civil. Exposição de Armamento no foyer do Teatro Municipal de Vila Real. Entre outras, a título meramente ilustrativo, e sem pretendermos ser exaustivos, salientam-se as seguintes actividades: a participação nas festas da cidade com a exposição da “Colecção de Armas de Manuel Francisco de Araújo”, no foyer do Teatro Municipal de Vila Real, e com um concerto da Orquestra Ligeira do Exército; visitas de estudo das escolas da região, com mostras estáticas de equipamento e visita ao Núcleo Museológico da Unidade. Acções de intervenção formativa sobre o HIV (Sida). Acresce-se ainda um ciclo de conferências sobre temas relacionados com a defesa e a segurança; acções de intervenção formativa sobre o HIV (Sida), dirigida a todos militares e funcionários civis do Regimento; promoção de concertos (Banda Sinfónica do Exército, Orquestra Ligeira do Exército e pianista Domingos António); organização de um competição de karting, etc. Ciclo de conferências sobre Segurança e Defesa. Sessão com o Prof. Doutor Adriano Moreira. 123 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA O R.I. 13 tem também prestado inúmeros apoios a diversas instituições locais, na realização das suas actividades. Entre outras, salientam-se as seguintes: campeonatos de BTT; organização de almoços de Natal para os idosos do concelho; organização do corta-mato escolar, na Fraga da Almotolia; Festivais de folclore; campeonatos de pára-quedismo; Taça dos Países Latinos, a contar para o campeonato mundial de Orientação; iniciativas do núcleo de Vila Real da Liga dos Combatentes, da Associação de ex-combatentes do Ultramar, etc. Competição regimental de karting. Campeonatos regionais de BTT. Encontro de ex-combatentes do Ultramar. Actuação da Banda Sinfónica do Exército no auditório principal do Teatro Municipal de Vila Real. Convívio de Natal de idosos do Concelho. Taça dos Países Latinos de “Orientação”. Visita de escola da região de Vila Real. 124 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Bibliografia LIVROS AGUIAR, José Pinto de, Santo António de Lisboa - Oficial do Exército e Herói Nacional, Sociedade Astória, Lda., Lisboa,1957. ALMEIDA, Fernando J., O Reino da Traulitânia, in História, n.º 10, Janeiro 1999, Ano XX (Nova Série). ARAÚJO, Ana Cristina, Das Invasões Francesas ao Vintismo, in História, n.º 19, Novembro 1999, Ano XXI (Nova Série). BRIGADA LIGEIRA DE INTERVENÇÃO (ed.), Brigada Ligeira de Intervenção - 10 Anos de Actividade, Edição BLI, Coimbra, 2002. CÉSAR, Victoriano J., Invasões Francesas em Portugal (2.ª Parte), Tipografia da Cooperativa Militar, Lisboa, 1907. CHABY, Cláudio de, Excertos Históricos e Collecção de Documentos, Imprensa Nacional, Lisboa, 1865. CHAGAS, M. Pinheiro, História de Portugal, (Edição Popular e Ilustrada) Volume XII, (2.ª Edição), Lisboa. CID, António José Balula, Unidades de Infantaria. Sua Evolução desde 1640 até à Actualidade, Lisboa, 1956. 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Ano 32 N.º 42, 10 Setembro 1922; N.º 44, 24 Setembro 1922; N.º 50, 5 Novembro. 1922; N.º 55, 10 Dezembro 1922; N.º 56, 17 Dezembro 1922. JORNAL NOTÍCIAS 1945 26 de Fevereiro. 1947 11 Outubro. 1952 13 Junho,15 Junho, 16 Junho. 1956 1 Janeiro. 1958 2 Setembro. ORDEM NOVA 1961 23 Abril. 1963 5 Maio, 28 Junho, 4 Agosto, 30 Agosto, 6 Setembro. 126 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA VILAREALENSE 1957 N.º 15, 30 Maio. 1960 N.º 40, 24 Novembro. VOZ DE TRÁS-OS-MONTES Ano X N.º 471, 22 Junho 1957; N.º474, 13 Julho 1957; N.º 489, 16 Novembro 1957, N.º 493, 14 Dezembro de 1957; N.º 529, 7 Setembro 1958; N.º 531, 21 Setembro 1958; N.º 544, 25 Dezembro 1958. Ano XII N.º 628, 31 Julho 1960; N.º 631, 21 Agosto 1960; N.º 644, 20 Novembro 1960; N.º 657, 19 Fevereiro 1961; N.º658, 26 Fevereiro 1961; N.º 662, 26 Março 1961. Ano XIII N.º 757, 7 Abril 1963; N.º 771, 12 Maio 1963; N.º 787, 1 Setembro 1963. Ano XIV N.º 838, 30 Agosto 1964; N.º 875, 20 Junho 1965; N.º 877, 4 Julho 1965. ILUSTRAÇÃO REVISTA PORTUGUESA, Volume 23, 2.ª Série, Lisboa, 1917. PERIÓDICOS MILITARES JORNAL EXÉRCITO Ano I N.º 12, , Dezembro 1960. Ano III N.º 35-36, Novembro/Dezembro 1962. Ano XL N.º 476, Agosto 1999. Ano XXVIIN.º 320, Agosto 1986. INFANTARIA DO MARÃO Ano 1N.º 1, 13 de Fevereiro 1965; N.º 2, 13 Março 1965; N.º 3, 9 Abril 1965; N.º 4, 13 Maio 1965; N.º 6, 13 Julho 1965; N.º 9, 13 Outubro 1965; N.º 10, 13 Novembro 1965; N.º 12, 18 Janeiro 1966. Ano 2.N.º 13, 12 Fevereiro 1966; N.º 14, 13 Março 1966; N.º 19, 14 Agosto 1966. Ano 3 N.º 27, 14 Abril 1967. N.º 55, Novembro 1973. N.º 56, Dezembro 1973. Sem Número (2.ª Série), Dezembro de 1988. 1990, Março/Abril. 2004, Abril. REVISTA MILITAR, Tomo XLI, Lisboa, 1889. INFANTARIA, Ano XXVIII, Volume XXVIII, 2.ª Série, 1961. 127 MAIS DE TRÊS SÉCULOS AO SERVIÇO DA PÁTRIA Patrocínios FO TO M A U E S TA D O Câmara Municipal de Vila Real 128