MARTA DE SOUZA LIMA BRODBECK
COLEÇÃO
APRENDER, MUITO PRAZER!
HISTÓRIA
ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS
Manual
Manual do
do
professor
HISTÓRIA
ISBN - 978-85-427-0179-1
3 ANO
FB70179
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COLEÇÃO
APRENDER, MUITO PRAZER!
HISTÓRIA
Manual do
Professor
MARTA DE SOUZA LIMA BRODBECK
Licenciada em História pela Universidade
Federal do Paraná.
Mestre em História do Brasil pela Universidade
Federal do Paraná.
Atuou como professora de História nas Redes
de Ensino Fundamental, Médio e Superior.
3 ANO
o
1ª edição • Curitiba • 2014
ENSINO FUNDAMENTAL
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ANOS INICIAIS
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Dados para catalogação
Bibliotecária responsável: Luciane Magalhães Melo Novinski
CRB 9/1253 – Curitiba, PR
Brodbeck, Marta de Souza Lima.
Aprender, muito prazer! : história, 3o ano : manual do professor /
Marta de Souza Lima Brodbeck — 1. ed. — Curitiba : Base Editorial, 2014.
176 p. : il. ; 28 cm
ISBN: 978-85-427-0178-4 (Aluno)
ISBN: 978-85-427-0179-1 (Professor)
Inclui bibliografia.
1. História. 2. Ensino fundamental (Estudo e ensino). I. Título.
CDD (20a ed.) 372.89
Aprender, muito prazer!
© Marta de Souza Lima Brodbeck, 2014
1a edição – Curitiba – 2014
Todos os direitos reservados.
Ficha técnica
Diretor superintendente
Diretora adjunta editorial
Gerente editorial
Consultoria técnico-pedagógica
Coordenadora editorial
Editor
Editor assistente
Revisão
Revisão comparativa
Coordenação de iconografia
Assistente de iconografia
Licenciamento de textos
Coordenação de arte
Editoração
Ilustrações
Tratamento de imagens Projeto gráfico Capa Imagem da capa Jorge Yunes
Célia de Assis
Eloiza Jaguelte Silva
Valdeci Valentim Loch
Osmarina F. Tosta
Lúcia Chueire L. Witoslawski
Donália Jakimiu Basso
Valquiria Salviato Guariente
Etienne Vaccarelli
Francis Cabral
Roberta Bachstein
Ana Cláudia Dias
Jéssica C. Ortiz
Luiz Fernando Bolicenha
Solange Freitas de Melo
José Cabral Lima Júnior
Lineu Blind Ribeiro
Patricia Librelato Rodrigues
Cide Gomes
Roberto Weigand
Kleber Edney R. Santos
J. V. Elorza
Laís Cristina Caldonazzo
Rafael Hatadani
Estúdio Motoca
Impressão: Fenix Gráfica Digital e Editora Ltda.
Rua Visconde de Abaeté, 378 – CEP 82820-210
CNPJ: 11.787.289/0001-57 – I.E.: 90.607.554-74
Base Editorial Ltda.
Rua Antônio Martin de Araújo, 343 • Jardim Botânico • CEP 80210-050
Tel.: (41) 3264-4114 • Fax: (41) 3264-8471 • Curitiba • Paraná
www.baseeditora.com.br • [email protected]
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Estudar História, compreendendo as transformações e
os aspectos que permaneceram ao longo do tempo e do
espaço, ajuda-nos a entender o mundo onde vivemos.
Você e a sociedade em que vive têm uma história.
Esperamos que este livro estimule você a aprender
mais e ir além dele.
A autora
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Para começo de conversa...
Abertura das unidades: os
personagens que aparecem na
abertura das unidades irão lhe
apresentar o tema que será
explorado.
No início de cada capítulo você
vai observar imagens, ler poemas
ou outro texto que lhe ajudará a
refletir sobre o que já conhece
a respeito do tema que
será abordado.
Para refletir
Exercício de reflexão, análise ou
síntese sobre os temas
apresentados no capítulo.
Pesquisando e aprendendo mais
São propostas atividades em que
você ampliará o conhecimento
por meio de pesquisa em fontes
diversas. O objetivo é desenvolver
a construção do conhecimento
histórico mediante exercícios de
observação e análise.
Nesta seção você vai sistematizar
os conhecimentos históricos que
estudou e registrá-los por meio da
expressão escrita, em textos,
quadros etc.
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Aprender fazendo
Por meio de desenhos,
apresentações, maquetes e outras
representações você irá trabalhar
aspectos do tema do capítulo.
Glossário: apresenta o significado
de algumas palavras e conceitos
grifados ao longo do capítulo.
Você sabia?
Nesta seção você vai encontrar
conteúdos complementares que
auxiliam na compreensão do tema.
Vocês poderão pesquisar,
experimentar e aplicar os
conhecimentos construídos
em um trabalho desenvolvido
em grupo.
PESQUISA
ENTREVISTA
RESPONDA
ORALMENTE
RESPONDA
NO CADERNO
Ícones: os dois primeiros indicam
estratégias de trabalho que serão
utilizadas. Os dois últimos apontam
de que forma as atividades serão
realizadas.
Sugestões para a turma: nesta
seção você encontra sugestões de
leituras poderão ampliar seus
conhecimentos sobre o tema
trabalhado.
Professor, sempre que aparecer a sigla OP são indicadas
orientações para o seu trabalho em sala de aula.
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UNIDADE
1
Cultura: uma criação do homem ............ 8
Capítulo 1 – O homem e a história . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
O Carnaval como um elemento da cultura . . . . . . . . . . . . . . . 12
A diversidade de culturas no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Capítulo 2 – Contando o tempo, contando
a história. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
O registro: das horas aos séculos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
A contagem do tempo com o relógio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
UNIDADE
Outras medidas de tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2
Um tempo para cada coisa, cada coisa
no seu tempo .......................................... 34
Capítulo 1 – Um tempo para ser criança.
Sempre foi assim? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Ser criança .................................................................................. 38
Tempo para tudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
A exploração do trabalho infantil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Capítulo 2 – Brincadeiras de todos nós . . . . . . 52
Brincadeira é coisa séria ........................................................ 53
Brincadeiras indígenas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Outras brincadeiras, cantigas e jogos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Trabalhando juntos.............................. 62
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UNIDADE
3
Educação, um direito de todos ......... 64
Capítulo 1 – Aprendendo em todos os lugares 66
Aprendendo a todo momento ........................................... 67
A criança na escola . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
Educação, um direito conquistado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
Capítulo 2 – Uma viagem no tempo e a
história da escola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
A escola para todos . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
UNIDADE
O tempo na escola . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
4
O trabalho, o emprego
e as profissões ...................................... 80
Capítulo 1 – Trabalho e profissões . . . . . . . . . . . . . . . . 82
Divisão de tarefas . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
O ser humano e o trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
O trabalho na escola . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
As profissões . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
Capítulo 2 – Trabalho e emprego . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
A produção humana . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
As profissões do futuro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
Trabalhando juntos............................ 100
Sugestões para a turma.................. 103
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UNIDADE
1
Cultura: uma
criação do homem
Veja que pintura
interessante! Parece
que os relógios estão
derretendo...
8
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Orientações ao Professor (OP): observe com os alunos o quadro que abre a unidade, intitulado
A persistência da memória, de Salvador Dalí. Uma das características desse artista era o trabalho
com representações sem distinção entre realidade e imaginação, criando figuras baseadas em
objetos reais mas com variadas interpretações. Neste caso, por exemplo, são múltiplas as
interpretações sobre as imagens ali pintadas que geram várias suposições, como: O tempo
escorre? Por que os relógios marcam horas diferentes? O tempo se curva aos relógios?
Ao estudar a História, deve-se estar atento aos diferentes ritmos do tempo histórico.
Explique aos alunos que o tempo é a dimensão da análise histórica, pois é por meio dele que
percebemos as mudanças sofridas pela humanidade e, assim, podemos analisá-las.
Esta pintura é
mesmo diferente.
O que será que estes
relógios representam?
E o resto do quadro?
Salvador Dalí. A persistência da
memória. 1931. Óleo sobre tela,
24 cm x 33 cm. Museu de Arte
Moderna, Nova York (EUA).
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Capítulo 1 - O homem e a história
Para começo de conversa...
O futuro é nossa responsabilidade
[...] Se nossos sonhos não fossem maiores do que nossa
realidade, nós ainda estaríamos morando nas cavernas.
[...] O futuro depende de nossa imaginação, de nossa
dedicação e de nossa responsabilidade como cidadãos em
um planeta finito. [...] Sonhar é preciso, mas viver também
é preciso. Em cem anos nós redefinimos a vida na sociedade:
rádio, TV, remédios os mais diversos, computadores, raio
laser, raios X, aviões, ônibus espacial, viagem à Lua, estação
espacial, telescópio espacial Hubble, bomba de hidrogênio,
energia nuclear, carros, arranha-céus, 6 bilhões de pessoas
na Terra [...] E o próximo século?
Folha de S.Paulo, São Paulo, 23 dez. 2000. Caderno Mais.
Finito: que ou o que tem
um fim, um limite.
Ilustração representativa dos avanços tecnológicos nos meios de locomoção, nas
formas de comunicação e na exploração espacial.
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Você acabou de ler um pequeno trecho do artigo escrito pelo
astrônomo Marcelo Gleiser em dezembro de 2000, dias antes do início
explique aos alunos que os astrônomos ocupam-se do estudo do espaço, dos
do século 21. OP:
corpos celestiais.
1.Já no início do texto o autor afirma que os sonhos devem ser maiores
que a realidade e que o futuro depende da imaginação. O que são esses
sonhos e imaginação para você?
Respostas pessoais.
2.Registre quais são os fatos, as invenções ou conquistas que ele aponta
no texto. Em seguida, escolha um desses fatos e o represente com um
desenho no caderno.
O autor fala do rádio, TV, remédios, computadores, raios laser e X, meios de transporte, avanços no espaço,
em armamentos, entre outros.
3.Converse com seus colegas e troque opiniões sobre como vocês
poderiam responder à pergunta do autor: “E o próximo século?” depois
de passados mais de 15 anos deste novo século. Registre aqui as opiniões
que mais se repetiram.
OP: traga para sala de aula informações sobre acontecimentos que marcaram o início do século para
trabalhar com os alunos, para que eles possam ter mais elementos para o debate em sala de aula.
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O Carnaval como um elemento da cultura
Muitos acontecimentos, avanços e transformações acontecem no passar
dos anos, décadas e séculos. A História busca entender esses acontecimentos,
como os homens se organizam e se desenvolvem, desde o passado até os
dias atuais. Ela é a ciência que estuda as transformações das sociedades e
também aquilo que permanece ao longo do tempo. É por meio desse estudo
que podemos interpretar o passado, tentando compreender o presente.
Os elementos da cultura de um povo também podem sofrer
transformações com o passar do tempo. A História também nos ajuda a
compreender essas transformações. Na imagem abaixo você pode ver
algumas pessoas participando de um desfile de Carnaval, no início do
século 20, na cidade de São Paulo.
Acervo Iconographia
No início do século 20, o corso era uma forma de comemorar o
Carnaval no Brasil. As pessoas fantasiadas desfilavam em carros e
jogavam serpentinas nos espectadores, como retratado na fotografia a
seguir.
Corso na Avenida São João. São Paulo (SP), 1938.
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Alegóricos:
carregam as figuras
ou decorações que
ilustram o enredo.
Celso Pupo/Shutterstock
Nesta outra imagem podemos ver uma parte de um
desfile de Carnaval, como acontece na atualidade, na
cidade do Rio de Janeiro, com grandes carros alegóricos
e muito luxo nas fantasias e decorações.
Desfile da escola de samba Paraíso do Tuiuti. Rio de Janeiro (RJ), 2013.
Observe que, neste caso, existe um grande número de pessoas em
arquibancadas, assistindo à passagem do desfile.
O Carnaval é uma festa popular que acontece há centenas de anos
nas mais variadas regiões do mundo.
Em cada lugar e em cada época, o Carnaval teve uma maneira
diferente de ser comemorado.
No Brasil, houve uma grande mudança nos desfiles de Carnaval do
início do século 20 para os da atualidade. Atualmente, por exemplo, os
desfiles das escolas de samba em São Paulo e no Rio de Janeiro atraem
um grande público, pois foram transformados em um espetáculo da
mídia.
Porém, de modo geral, o sentido da festa continua sendo o mesmo:
uma comemoração na qual as pessoas se divertem.
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Mas e no restante do Brasil? Como acontece o Carnaval? Cada região
do Brasil comemora o Carnaval de seu modo, com folias, diversões, bailes,
fantasias e músicas. As comemorações normalmente acontecem em quatro
dias, do sábado a terça-feira.
No Nordeste, o Carnaval de rua é o mais popular.
Rogério Reis/Pulsar Imagens
Sergio Pedreira/Pulsar Imagens
Em Pernambuco há blocos de frevo que preservam a tradição do
local. Já o trio elétrico, popular na Bahia, se espalhou por todo o Brasil.
Desfile de bonecos gigantes durante o
Carnaval de rua. Olinda (PE), 2013.
Trio elétrico no Forte de Santo Antônio da
Barra. Salvador (BA), 2014.
Você sabia?
O Carnaval brasileiro se originou no chamado “entrudo”, uma
brincadeira trazida pelos portugueses ainda no século 16, que consistia
em atirar baldes d’água, balões cheios de vinagre, de cal ou de farinha,
com a intenção de molhar ou sujar as pessoas que passavam pelas ruas
das pequenas vilas. Ao longo dos anos, a festa foi recebendo muitas
influências de ritmos, instrumentos musicais e danças, vindas tanto dos
portugueses quanto dos africanos e dos outros povos formadores do
Brasil. Com a mistura de costumes e tradições tão diferentes, o Carnaval
do Brasil é um dos mais famosos do mundo e atrai milhares de turistas
para o país todos os anos. OP: mais informações sobre a origem do
Carnaval no Manual do Professor.
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O Carnaval de Veneza, na Itália,
é o mais tradicional de todos, sendo
comemorado há muitos séculos. A
Praça de San Marco é invadida por
foliões fantasiados. No passado, o
costume de usar máscaras permitia
que os nobres pudessem brincar
nas ruas sem serem reconhecidos.
A festa carnavalesca de Veneza tem
duração de 10 dias, com realização
de vários bailes em salões e nas ruas.
Melodia plus photos/Shutterstock
Em vários outros países também se festeja o período carnavalesco.
Entre eles estão a Itália, a França e a Espanha.
Carnaval de Veneza (Itália), 2013.
Nos Estados Unidos, é tradicional o desfile da cidade de Nova Orleans,
que é também conhecido como Mardi Gras, que significa “terça-feira gorda”
de Carnaval, traduzida do francês. Assim como ocorre nos Carnavais
europeus há vários séculos, as pessoas usam máscaras, tanto as que
desfilam nos carros alegóricos quanto as pessoas que assistem e desfilam
nas ruas. As cores-símbolo dessa festa são o verde, o amarelo e o roxo,
simbolizando fé, poder e justiça.
Gerald Herbert/AP Photos/Glow Images
OP: se possível, traga para a sala de aula imagens de outras comemorações carnavalescas no mundo ao longo da História.
Comemoração do Mardi Gras. Nova Orleans (EUA), 2013.
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Para refletir
1.Reflita e escreva em seu caderno como é o Carnaval no local onde você
vive.
RESPONDA
NO CADERNO
OP: os alunos podem descrever costumes, práticas e brincadeiras típicas da
localidade em que vivem, refletindo sobre a diversidade cultural dessa festa.
a) Escreva sobre alguns aspectos: existem desfiles nas ruas ou
brincadeiras para as crianças?
b) Você já participou de alguma festa ou baile de Carnaval? Se
sim, como foi participar dessa festa? Escreva sobre as músicas,
fantasias, blocos na rua e o que você mais gostou.
c) O Carnaval, como é possível ler nas páginas anteriores, é uma
festa que envolve muitas pessoas. Você consegue se lembrar de
alguma outra festa na sua cidade que reúna muita gente? Em
caso positivo, registre no caderno o nome dela, quando
acontece e sua principal lembrança do evento.
d) Converse com os seus colegas sobre a importância de
comemorar essas festas. Você acha que essas celebrações
valorizam as tradições do lugar onde você vive? Por quê? É
importante preservar essas tradições?
2.Agora vamos pensar sobre as celebrações e tradições da sua
RESPONDA
NO CADERNO
família. Todas as pessoas que fazem parte de uma sociedade
constroem a história de seu tempo. Você também faz a história da
sua vida. Assim como o Carnaval é comemorado de formas
diferentes dependendo do local e da época, as datas
comemorativas também são lembradas e celebradas de diferentes
formas, tendo características particulares em cada família ou grupo
de convívio. Vamos investigar um pouco sobre isso? Responda no
caderno às questões a seguir:
a) Como se comemoram as datas festivas em sua casa?
b) Quais as datas que são comemoradas?
c) Todos os familiares estão juntos?
d) É sempre no mesmo lugar?
e) Quem prepara o lugar, a comida e traz as bebidas?
f) Todos participam da preparação da festa?
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3.Em seu caderno, construa uma tabela com três colunas. Na primeira
RESPONDA
NO CADERNO
coluna coloque as perguntas da atividade anterior, na segunda o seu
nome e na terceira o nome de um colega. Coloque a sua resposta na
coluna que consta o seu nome, e a do colega onde consta o nome dele.
Na sequência, analise os dados da tabela. O que você percebeu?
As comemorações são as mesmas? O que difere na organização e
na participação? Quem participa das celebrações? Registre as
respostas no caderno.
4.Em casa, pergunte a seus pais e avós se existe alguma comemoração
ENTREVISTA
que vem acompanhando os costumes da família. Questione se a
forma de comemorar mudou com o passar dos anos ou se é
sempre a mesma.
Pergunte há quanto tempo é assim e se há algum costume, como
levar presentes ou servir uma determinada comida ou bebida.
Depois, escreva um texto, em uma folha avulsa, relatando uma das
comemorações realizada pela sua família.
Logo que terminar a construção do texto, leia-o para todos da sua sala
de aula e com a ajuda do professor, organize uma mostra dos textos.
OP: nesta atividade os alunos podem destacar vários aspectos, desde os citados acima ou outros, como
a forma de se vestir, a participação das crianças, a rigidez ou flexibilidade de horário.
OP: oriente aos alunos que por
comunidade compreendemos um
conjunto de pessoas que se
organizam em um mesmo local, sobre um mesmo conjunto de normas. Por sociedade compreendemos um
coletivo de cidadãos de um país, sujeitos à mesma autoridade política, às mesmas leis e normas de conduta.
A diversidade de culturas no Brasil
Todo o conjunto de hábitos e costumes, que incluem a alimentação,
a forma de se vestir, a moradia e até a organização social de uma
comunidade constrói o que chamamos de cultura.
Mesmo existindo vários modos de se vestir, de se a alimentar ou
moradias diferentes em uma sociedade, dizemos que todas fazem parte
da cultura daquele grupo. A cultura se transforma com o passar do tempo
e é transmitida de geração em geração. Com as mudanças, algumas
características se perdem, outras nascem.
Você pode perceber esse movimento de mudanças nas diferentes
formas de comemorar o Carnaval, bem como na diversidade de costumes
nas comemorações realizadas na sua família e na família de seus colegas.
Assim, podemos dizer que cada sociedade produz sua própria cultura.
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Veja os exemplos a seguir.
O Parque Indígena do Xingu (PIX), localizado
na região nordeste do Mato Grosso, na parte sul
da Amazônia brasileira, possui 2 642 003 hectares
com grande biodiversidade.
Biodiversidade: é o
conjunto de todos os seres
vivos de uma região.
Laércio de Mello
Brasil – Divisão política e Parque Indígena do Xingu
Adaptado de: IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2009.
Criado em 1961, o parque abriga diversas tribos indígenas que falam
grande variedade de línguas, mas vivem de modo parecido.
A parte conhecida como Alto Xingu é habitada pelos povos aueti,
calapalo, camaiurá, cuicuro, matipu, meinaco, nauquá, naruvotu, uaurá e
aruaque; o Médio Xingu pelos trumai, caribe, caiabi e camaiurá; o Baixo
Xingu pelos ikpeng, caiabi e iudjá; e o Leste Xingu pelos suiá e tapaiuna.
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Cada um desses grupos têm seus costumes, mas também trocam
seus produtos e participam de cerimoniais de seus vizinhos. As aldeias
do Alto Xingu se reúnem no tradicional Quarup, a festa na qual
homenageiam seus mortos.
A festa é realizada em diferentes épocas do ano pelos grupos que
habitam o parque e envolvem rituais como enfeitar troncos em lembrança
aos mortos, como na imagem abaixo (à direita), e danças específicas
do Quarup.
Renato Soares/Pulsar Imagens
Rosa Gauditano /Studio R Imagens
É uma comemoração alegre e importante em que os indígenas
fazem suas melhores pinturas e usam bonitos enfeites, como também
festejam a vida por meio de várias danças. Uma das danças típicas da
festa do Quarup é a que os guerreiros se enfeitam e dançam no centro
da aldeia, como representado na imagem abaixo (à esquerda).
Indígenas na aldeia Afukuri, no Parque Indígena
do Xingu. Gaúcha do Norte (MT), 2012.
Tronco enfeitado para ritual
Quarup. Aldeia Waurá (MT), 2005.
Quarup é a madeira que dá nome
a um ritual indígena.
Já em outra região do Brasil, a festa mais importante
na comunidade quilombola de Ivaporunduva (localizada
no município de Eldorado, no Vale do Ribeira, interior
de São Paulo) é a festa de Nossa Senhora do Rosário
dos Homens Pretos, realizada no final de semana mais
próximo do dia 12 de outubro.
Quilombola:
antigamente
designava escravos
fugidos. Hoje dá nome
aos descendentes
desses ex-escravos.
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A comunidade de Ivaporunduva, a mais antiga das comunidades
do Vale do Ribeira, tem uma população de 308 pessoas e surgiu em
consequência da mineração de ouro no
século 16. Com a saída dos mineradores
Quilombo: comunidade localizada
depois que as minas se esgotaram, os
em áreas de difícil acesso onde se
africanos e afrodescendentes que ali
abrigavam escravos fugidos.
permaneceram formaram um quilombo.
Você sabia?
A devoção a Nossa Senhora do Rosário foi difundida entre os
escravos africanos e deu origem às chamadas “Irmandades dos Homens
Pretos”, que construíram e administraram, desde o século 17, várias igrejas
no país em homenagem à sua padroeira.
Os integrantes das comunidades quilombolas possuem fortes laços
culturais, mantendo suas tradições, práticas religiosas, relação com o
trabalho na terra e sistemas de organização social próprio.
Após a missa, começam a
funcionar as barracas de comida,
bebidas e bingo, com ampla
participação da comunidade e
visitantes de diversos lugares.
Essa festa é uma importante
tradição dos grupos quilombolas,
pois reflete não apenas uma
festividade como também uma
forma de comemorar dos membros
dessas comunidades.
Edson Grandisoli/Pulsar Imagens
A organização da festa em homenagem à padroeira do quilombo
envolve todos os moradores, que se dividem em grupos para arrecadar
prendas (alimentos, dinheiro ou brinquedos para as barracas), montar as
barracas, assar carnes, divulgar a festa nas comunidades vizinhas e na
cidade, trabalhar como animadores da festa. Na igreja da comunidade
de Ivaporunduva são retirados os bancos para que todos possam
participar dos cânticos e das danças de origem africana.
Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens
Pretos no quilombo de Ivaporunduva. Eldorado
(SP), 2013.
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Por meio das descrições anteriores, é possível conhecer um pouco
sobre como algumas comunidades fazem suas festas e perceber que as
formas de organizar, comemorar etc. são variadas, revelando diferentes
elementos da cultura brasileira. São muitas as diferenças, o que também
mostra como são diversas as culturas, cada uma com sua forma e seus
hábitos próprios.
Para refletir
OP: mais orientações no MP.
1.Depois de ler sobre algumas das diferentes festas que são
realizadas em nosso país e refletir sobre a diversidade cultural que
elas representam, responda à seguinte pergunta: quais as
semelhanças entre a festa do Quarup, no Xingu, e a de Nossa
Senhora do Rosário dos Homens Pretos, em Ivaporunduva?
Em ambas são reunidas pessoas da comunidade e visitantes. Existe um grande envolvimento de
todos e nelas são relembrados e preservados importantes aspectos de suas respectivas culturas.
1.Em grupo de três alunos, pesquisem sobre uma comemoração
tradicional que acontece na sua cidade. Depois, analisem os dados
colhidos e produzam um texto sobre a sua origem, realização e
importância na preservação da cultura local.
OP: os alunos podem apontar no texto diferentes referências para cada uma das comemorações apresentadas com
relação aos motivos da comemoração, ao local, à duração, à frequência e à importância da festa para a preservação
da cultura. Oriente a análise e comparação entre a comemoração descrita no texto, a festa do Quarup e a de Nossa
Senhora do Rosário dos Homens de Pretos para que eles percebam a diversidade cultural.
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Capítulo 2 - Contando o tempo, contando
a história
Para começo de conversa...
Quebra de milho
Mês de agosto
é tempo de queimada
Vou lá para a roça
preparar o aceiro
[...]
Passou setembro,
outubro chegou
já vejo o milho
brotando do chão
Tapando a terra
Feito manto verde
Prá esperança do meu
coração
Mês de dezembro
vêm as boas-novas
A roça toda já se
embonecou
Uma oração
agradecendo a Deus
Queimada: queima do mato para preparar a
terra para plantar.
Aceiro: limpeza do terreno em volta de onde se
fará a queimada para evitar que o fogo se
espalhe.
Embonecou: no plantio, é quando nascem as
espigas de milho.
E comer o fruto
que já madurou...
Mês de janeiro,
comer milho assado
Mingau e angu
no mês de fevereiro
Na palha verde
enrolar a pamonha
E comer cuscuz
[...]
T. Andrade e Manuelito. Quebra de milho. Intérpretes:
Renato Teixeira e Pena Branca e Xavantinho. Renato
Teixeira & Pena Branca e Xavantinho:
ao vivo em Tatuí. São Paulo: Sony Music, 1992. CD.
Calendário representativo do plantio e
colheita do milho.
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1.Os versos da música “Quebra de milho” reproduzem a visão dos autores
sobre como é organizado o calendário para o plantio do milho.
De acordo com a letra dessa música, o que acontece em cada mês
citado sobre o plantio do milho?
No mês de agosto acontece a queimada; em outubro começam a brotar as mudas plantadas; em dezembro
a plantação está toda crescida e pronta para ser colhida; e nos meses de janeiro e fevereiro as pessoas
comem o milho e os produtos feitos com ele.
2.Quais são as comidas citadas na música? Você já comeu e gosta de
alguma delas?
Milho assado, mingau, angu, pamonha e cuscuz.
3.Você já viu uma plantação de milho? Desenhe no espaço abaixo como
pode ficar uma paisagem de plantio de milho depois que “A roça toda
sugira uma pesquisa, na internet, sobre imagens que retratem plantações
já se embonecou”. OP:
de milho ou leve alguma imagem como referência para os alunos. Um
complemento para esta atividade é descobrir que plantio é feito no período do ano no qual estiver
sendo executada esta atividade, bem como quais são os alimentos da época.
23
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4.Reflita com seus colegas de sala sobre a influência da natureza na vida
RESPONDA
ORALMENTE
de todos nós, apontando, por exemplo, as mudanças na forma de se
vestir e outras atividades de acordo com as estações climáticas do
nesta atividade o aluno pode inferir sobre a influência do tempo físico (frio, ameno, quente)
ano. OP:
sobre a necessidade de se agasalhar mais, brincar ao ar livre, entre outras.
O registro: das horas aos séculos
A criação dos calendários foi fundamental para os povos antigos, que
precisavam prever e programar a plantação e a colheita conforme o período
das chuvas, da estiagem, do frio e do calor, como também pela necessidade
de marcar os dias, os meses, as estações do ano e os acontecimentos
importantes da sua história.
Assim como esses povos antigos, alguns grupos e comunidades da
atualidade têm suas atividades diárias ligadas à natureza, a exemplo de
camponeses, bem como vários grupos indígenas de nosso país.
Muitas atividades, festas e rituais seguem um calendário
determinado pelas fases da Lua e condições climáticas que marcam as
épocas de calor, chuva, cheia dos rios, amadurecimento das frutas, entre
outros fenômenos da natureza.
No Brasil, usamos o calendário composto de 365 dias, e nos anos
bissextos de 366 dias.
Todos os anos, a Terra leva aproximadamente 365 dias e 6 horas
para girar em torno do Sol. Desse modo, todo ano sobram 6 horas que
não são contadas no calendário. Essas 6 horas somam 24 horas a cada
quatro anos, ou seja, um dia a mais.
Por isso, de quatro em quatro anos acrescentamos um dia no mês de
fevereiro, que fica, então, com 29 dias. O ano em que isso acontece é
chamado de bissexto.
O calendário oficial adotado no Brasil é chamado
de calendário gregoriano ou cristão, com a divisão
do ano em 12 meses.
Estiagem: período em
que há poucas chuvas.
24
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A contagem do tempo com o relógio
Atualmente, quando queremos saber as horas, basta olharmos no
relógio, não é? Com facilidade sabemos a hora de sair de casa, de comer,
de voltar para casa, de dormir e de muitas outras atividades do nosso
dia a dia.
Mas será que foi sempre assim? Os primeiros relógios criados pelos
seres humanos foram os relógios solares. Eles consistiam em um mastro
fixado no solo que projetava sua sombra no chão. Essa sombra variava
de tamanho e posição ao longo do dia. No entanto, esse mecanismo era
um problema nos dias nublados e de chuva.
Na busca por melhores meios para medir a passagem do tempo,
além do relógio solar foram criados outros recursos, como o relógio de
areia, chamado ampulheta, e o relógio de água, chamado clepsidra.
Dmitri Kessel /Time & Life Pictures/Getty Images
legenda/Shutterstock
Uma ampulheta marca o tempo
com a passagem da areia de um
lado a outro do vidro.
Na clepsidra, a marca do tempo é
determinada pela passagem da
água de um recipiente a outro.
Esses recipientes são colocados em
níveis diferentes e dentro deles há
uma série de marcas que mostram
quanto tempo passou.
Fotografia de 1947.
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Para refletir
OP: nesta atividade, o aluno trabalhará noções de duração e sucessão.
Aproveite esse momento para uma tarefa integrada: trabalhe
também Matemática, ensinando os alunos a identificarem as horas
em relógios analógicos.
1.A criação de vários mecanismos para medir a passagem do tempo
nos ajuda no dia a dia para que possamos organizar as nossas
tarefas e atividades. Pensando nessa organização, responda às
questões a seguir: Respostas pessoais.
a) Qual é o horário do início das aulas na escola onde você
estuda?
b) Quanto tempo dura o intervalo para o lanche?
c) Escreva por extenso qual é a data do dia de hoje.
d) Em que momento do dia essa data vai mudar?
À meia-noite.
e) Como você mede a passagem do tempo?
f) Onde ficam os relógios na sua casa? Em qual deles você
costuma consultar as horas?
g) E quando você está na rua, como você sabe as horas?
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Relógio mecânico
com pêndulo.
A divisão do tempo em
horas marcadas por ponteiros
de relógios surgiu a partir
do século 14.
Estima-se que os primeiros
relógios portáteis surgiram por volta
do século 16 e possuíam apenas o
ponteiro de horas. Somente no século
18 surgiram os primeiros relógios que
permitiam a marcação de minutos.
jakkapan/Shutteerstock
prudkov/Shutterstock
Os primeiros relógios
mecânicos funcionavam
com pesos que moviam
engrenagens e tocavam
uma campainha em
intervalos regulares.
Relógio portátil
de bolso.
Portátil: aquilo que se
pode transportar consigo.
Aprender fazendo
1.Vamos construir uma ampulheta de garrafas PET?
Materiais necessários:
••2 garrafas de plástico, iguais, pequenas
e transparentes (garrafas de água,
por exemplo);
••1 funil;
••1 peneira;
••areia;
••fita isolante preta ou
fita crepe.
Materiais necessários para o trabalho.
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Como fazer:
••lave e seque as garrafas;
••separe a areia e deixe-a secar por 24 horas;
••depois de seca, peneire a areia até ficar bem fina;
••com um funil, despeje a areia em uma das garrafas;
••peça para o professor fazer um furo pequeno nas tampas das
garrafas;
OP: leve para a sala de aula um prego grande ou instrumento similar para fazer os furos. É
necessária atenção redobrada ao utilizar instrumentos perfurocortantes em sala de aula.
••junte as garrafas, encaixando-as pela tampa, e deixe os furos bem
alinhados;
••com a fita isolante ou crepe, fixe as duas garrafas, uma na outra;
••reforce a emenda para que as garrafas não se soltem.
Está pronta a ampulheta!
2.Vamos colocá-la para funcionar?
••Marque a hora em uma folha de papel
e vire a ampulheta.
••Acompanhe a passagem da areia e
marque quanto tempo demorou para
toda a areia passar de uma garrafa para
a outra.
••Em seguida, determine uma atividade
que você executará, como, por
exemplo, fazer a lição de casa. Calcule o
tempo gasto nessa atividade, utilizando
a ampulheta.
••Agora que já construiu a sua
ampulheta e marcou o tempo da lição,
escreva no caderno sua impressão
sobre como foi contar o tempo com
esse instrumento.
Ampulheta montada.
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Outras medidas de tempo
Você lembra quando seu sapato ficou apertado no seu pé ou quando
a sua roupa não servia mais em você? Essa também é uma maneira de
verificar a passagem do tempo, não com um calendário, mas por fatos que
ocorrem em nossas vidas, como pelas mudanças no corpo, principalmente
na fase em que ainda estamos crescendo.
Também podemos constatar a passagem do tempo em situações
como quando esperamos ficar pronto um bolo que desejamos comer.
Nessa situação podemos ficar ansiosos, pois o tempo parece demorar a
passar. Por outro lado, quando você está no recreio da escola ou quando
está fazendo uma atividade muito divertida, pode muitas vezes achar que
o tempo passou muito rapidamente, não é?
Na abertura do Capítulo 1, no texto de Marcelo Gleiser, é possível ler
“Em cem anos nós redefinimos a vida na sociedade [...] E o próximo
século?”. Nessa leitura, é possível identificar o uso de uma medida de
tempo maior do que horas e minutos. Como nesse caso, muitas vezes,
para localizar um determinado acontecimento, precisamos utilizar
medidas maiores para registrar o tempo, como décadas (períodos de dez
anos), séculos (períodos de cem anos) e milênios (períodos de mil anos).
Você sabia?
OP: a opção, nesta coleção, é trabalhar os séculos com numerais arábicos. Mais
informações no MP.
Os séculos algumas vezes são escritos com numerais romanos.
Acompanhe a seguir como são escritos os números romanos até 21.
Estamos vivendo no século XXI (21) (2001 a 2100).
É fundamental observar que um século começa em um ano com
final 01 e termina em um ano com final 00. Por exemplo, o século XX
(20) começou em 1901 e terminou em 2000, e o século XXI (21)
começou em 2001 e terminará em 2100.
Veja como é possível saber a que século pertence determinada
data. Existem duas regras para isso. Observe:
••Se o ano termina em dois zeros, basta retirá-los do final e tem-se o número que corresponde ao século:
ano 600
6
século VI (6)
18
século XVIII (18)
ano 1800
29
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••Se o ano não termina em dois zeros, tiram-se os dois últimos
algarismos, soma-se 1 ao número que resta e tem-se o número
que corresponde ao século:
423
1728
2001
423
1728
2001
4+1=5
17 + 1 = 18
20 + 1 = 21
século V (5)
século XVIII (18)
século XXI (21)
Os algarismos romanos também são utilizados na escrita de alguns
nomes, acontecimentos e títulos repetidos periodicamente (como no
nome de alguns papas e monarcas, a exemplo de João Paulo II e D.
Pedro II; ou no nome de eventos, como X Jogos Olímpicos de verão).
Outro uso comum dos algarismos romanos é na numeração dos relógios.
Pesquisando e aprendendo mais
OP: lembre-se sempre de fazer uma referência ao século que estará trabalhando e faça com que os
alunos reconheçam quais os anos que fazem parte desse século.
1.Depois de ter estudado sobre como identificamos os séculos por
meio de números, responda utilizando algarismos romanos a que
século pertencem as datas a seguir:
1233
1778
266
999
1891
1500
1001
XIII
XVIII
III
X
XIX
XV
XI
2.Tendo como referência a medida do tempo em séculos, responda a
seguir:
a) Em que século estamos? XXI (21)
b) Quando vai começar o próximo século? No ano 2101.
3.Pesquise sobre um acontecimento histórico que tenha ocorrido no
século 21 ligado à tecnologia e reflita como esse fato pode ter
influenciado a vida das pessoas. Anote sua resposta a seguir.
OP: auxilie os alunos na pesquisa sobre avanços tecnológicos dos últimos anos, como impressora em
3D, salas de projeção IMAX, smartphones, máquinas para exames médicos, entre outros.
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4.Como você estudou neste capítulo, um século é um período de
100 anos. O século I começou no ano 1 e terminou no ano 100.
Agora, escreva o ano de início e fim de cada um dos séculos a seguir:
II
V
X
XIV
XV
XX
XXI
101 - 200
401 - 500
901 - 1000
1301 - 1400
1401 - 1500
1901 - 2000
2001 - 2100
Para refletir
1.Os ditos populares ou provérbios são frases breves e anônimas,
passadas de geração a geração. São conselhos ou ensinamentos
baseados no conhecimento popular que as pessoas utilizam no
cotidiano. São vários os ditos e expressões e eles traduzem muito
da diversidade cultural dos grupos humanos.
a) Veja a seguir alguns deles.
••“Antes tarde do que nunca”.
OP: estimule os alunos a dialogarem
sobre as noções de tempo presentes
nos ditos populares.
••“Devagar se vai ao longe, devagar eu chego lá”.
••“A quem sabe esperar, o tempo abre as portas”.
••“Tempo e maré não esperam por ninguém”.
••“Pode esperar sentado”.
••“Correndo contra o relógio”.
b)Em grupo, converse com seus colegas sobre o significado de
RESPONDA
ORALMENTE
cada um dos ditos.
Geração: conjunto de
pessoas com mais ou
menos a mesma idade.
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c)Em seguida, escolha um deles, anote nas linhas abaixo o seu
significado e o motivo pelo qual o escolheu.
Pesquisando e aprendendo mais
Você já parou para pensar se conhece pessoas que nasceram no
século passado?
1.Faça uma entrevista com alguém que nasceu no século 20 e
pergunte qual invenção ela acha que marcou esse século. Registre
aqui:
a) O nome da pessoa
b) O ano em que ela nasceu
c) A invenção que considera importante e por quê
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2.E você, em qual século nasceu? Qual invenção desse século você
considera importante?
3.Em sala de aula e com ajuda do professor, organizem uma tabela,
como a do exemplo abaixo. Registrem na primeira coluna as
invenções citadas na entrevista, na segunda coluna, por meio de
pesquisas, anotem se essas invenções sofreram transformações ao
longo dos anos e na terceira coluna como elas são hoje.
Invenções
Modificações
Atualmente
OP: esta pesquisa pode ser
desenvolvida ao longo do
mês e os registros sobre as
mudanças podem durar um
período maior. Algumas
dessas mudanças podem
ocorrer ao longo do ano
letivo.
1.Após o estudo sobre a passagem do tempo e suas formas de medição,
RESPONDA
NO CADERNO
como o relógio, o calendário e a observação da natureza, chegou a
sua vez de escrever sobre a passagem do tempo contando sua
história.
Com auxílio do professor, organize no seu caderno um calendário e a
cada mês registre um acontecimento importante.
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UNIDADE
2
Um tempo para cada
coisa, cada coisa no
seu tempo
Nossa! Olha só
quanta gente
brincando! Dá vontade
de brincar também.
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OP: observe atentamente o quadro Jogos infantis, de Pieter Bruegel, com os alunos e explique que
nele foram representadas 84 atividades ligadas a várias brincadeiras e que algumas ainda existem
na atualidade, como o jogo de guerra, galinha-cega, maria-cadeira, entre outras.
Você
olhou com
atenção? Eu achei
algumas brincadeiras
que conheço! Você
achou alguma?
Pieter Bruegel. Brincadeiras
infantis. 1560. Óleo sobre
madeira, 118 cm x 161 cm.
Museu de História da Arte
de Viena (Áustria).
35
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Capítulo 1 - Um tempo para ser criança.
Sempre foi assim?
Para começo de conversa...
Ser criança
Por não saber como é para ser, deixar que seja como
for. Compreender formiga. Admirar ferrolho. Não ter
regra para achar. Não ter razão para perder. Duvidar de
tudo. Duvidar de nada. Ter um monte de “a primeira vez”
para gastar. Admitir contradição.
Não economizar “por que não?”.
Dar importância a lápis.
Se extasiar com tampas.
Ter uma vida para inventar.
Ser criança.
Folha de S.Paulo, São Paulo, 9 out.
2010. Suplemento Folhinha.
Ferrolho: tranca de ferro com
que se fecham portas e janelas.
Contradição: desacordo.
Extasiar: encantar.
Garoto
brincando
no chão.
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OP: tendo em vista a leitura do texto e as respostas às questões, peça que os alunos falem sobre as suas respostas para
o grupo, propiciando, assim, uma reflexão que vai ajudá-los a explicar o que pensam sobre ser uma criança.
1.O texto que abre o capítulo aborda algumas características que a
autora, Adriana Falcão, entende como típicas das crianças. Leia-o
Nestas atividades os alunos podem soltar a imaginação, tendo como
novamente e responda: referências os aspectos citados pela autora do texto. Ajude os alunos
no resgate dessas memórias.
a) Na sua opinião, o que quer dizer: “Compreender formiga. Admirar
ferrolho”?
OP: espera-se que os alunos reflitam sobre o que, de acordo com a autora, intriga as crianças.
b) Cite quais as outras características infantis a autora descreve no
texto. Você concorda com ela?
OP: algumas possíveis respostas são a curiosidade, as descobertas, a capacidade de mudar de ideia,
entre outras.
2.Observe a ilustração que está junto ao texto Ser criança, de Adriana
RESPONDA
ORALMENTE
Falcão, e explique oralmente o que representa, na sua opinião, o
grande sinal de interrogação desenhado acima da cabeça do menino.
3.Escreva a seguir o que você diria para explicar o que é ser criança.
OP: ser criança é viver de maneira única, com as características próprias dessa fase.
Todas as crianças precisam de cuidados e têm direito de brincar e estudar, mesmo que vivam de formas
diferentes e tenham histórias de vida diversas.
37
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Ser criança
A infância é um período cheio de descobertas. É nessa fase que as
pessoas aprendem a andar e a falar. Ainda na infância, mas um
pouquinho mais velhas, as pessoas começam a ter dúvidas sobre tudo, a
fazer muitas perguntas e ter muitos sonhos e planos para o futuro, que
podem ser distantes ou mesmo para amanhã.
É, também, quando aprendem a conviver com os outros.
Essa convivência pode acontecer em lugares diversos, como em
casa, com os familiares, ou no bairro em que vivem, com os vizinhos, na
escola com os colegas, entre outros espaços. E a convivência pode
ocorrer por meio das mais diversas atividades, entre as quais, por meio
das brincadeiras.
Muitas brincadeiras da infância são brincadas com outras crianças,
não é mesmo?
Pesquisando e aprendendo mais
1.Após a leitura do texto “Ser criança”, de Adriana Falcão, e do seu
trabalho de interpretação das questões propostas, organize
algumas perguntas para pesquisar com os adultos do seu convívio
ENTREVISTA
sobre como eram as atividades e brincadeiras típicas no tempo de
criança deles. Anote o que descobriu em seu caderno.
OP: no quadro de giz construa um quadro com duas colunas. Na primeira coluna – Como era ser
criança antigamente, na segunda coluna – Como é ser criança na atualidade. Vá registrando nas
2.Na escola, em grupo e sob a orientação do professor, converse
RESPONDA
ORALMENTE
sobre a sua pesquisa com os demais colegas. Depois, montem
juntos um quadro comparativo sobre o que mudou e o que
permaneceu na forma de ser criança, antes e na atualidade.
colunas as respostas que cada aluno for falando e ao final leia as respostas de cada um,
estimulando a análise das mudanças ocorridas.
3.Após a conversa, escreva com outro colega algumas conclusões
RESPONDA
NO CADERNO
sobre o que mudou e o que vocês acham que permaneceu na
forma de ser das crianças, algum tempo atrás e na atualidade.
38
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Tempo para tudo
Na vida da maioria das pessoas, há um tempo para cada coisa. Há
um tempo para ser criança, outro para ser adolescente, e assim por
diante. A letra da canção “Vovô” permite refletirmos sobre isso. Leia
a seguir.
Vovô
Quando eu vejo meu vovô
Que é pai do meu papai
Penso que há um tempo atrás
Ele era o que eu sou
Agora sou criança
E o vovô também já foi
A vida é uma balança
Ontem, hoje e depois
Amanhã talvez quem sabe
Eu serei um outro avô
E o filho do meu filho
Será o que hoje eu sou
Ontem, hoje e depois [...]
Paulo Tatit e Sandra Peres. Vovô.
Intérprete: Palavra Cantada. Pé com pé.
São Paulo: MCD, 2004. CD.
OP: no terceiro verso há um erro no uso da norma culta da
Língua Portuguesa. Aproveite para comentar com os
alunos que esse erro pode se tratar de uma “licença
poética”, pois se não houvesse o “atrás” a musicalidade
poderia ser prejudicada.
Ilustração de garoto andando
em direção a um balanço,
brincando e quando sai, já é um
adulto.
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Para refletir
OP: estimule os alunos a pensarem sobre as responsabilidades de
cada uma das fases da vida.
1.Após ler a letra da canção, reflita sobre as fases da vida expressas
RESPONDA
ORALMENTE
nela. Converse com os colegas sobre quais são as diferentes fases e
quais vocês acham que são as responsabilidades das pessoas em
cada uma delas.
Fernando Favoretto/Criar Imagem
Quando pensamos em crianças, podemos lembrar de muitas
brincadeiras e descobertas.
Brincar é fundamental para o desenvolvimento das crianças.
Ao brincar a criança se diverte. Não existe brinquedo ideal para meninos
e meninas. O melhor é aquele que diverte e, ao mesmo tempo, trabalha
com aprendizados, como a linguagem, a cooperação, entre outros.
MB
Acervo Particular MB
Crianças pulando corda. São Paulo (SP), 2014.
Menina fotografada em estúdio,
em 1936, para álbum de família.
Menina brincando de lavar a
boneca. Camboriú (SC), 1985.
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michaeljung/Shutterstock
Já a adolescência é a fase da vida que marca a transição entre a
infância e a idade adulta e normalmente é marcada por mudanças físicas
e na forma de se relacionar com as outras pessoas.
Quatro jovens
na fase da
adolescência.
Você sabia?
O Estatuto da Criança e do Adolescente, denominado ECA, é um
documento que trata do universo mais específico vinculado ao tratamento
social e legal que deve ser oferecido às crianças e adolescentes de nosso
país. Decretado pelo Congresso Nacional, o ECA entrou em vigor em 12
de outubro de 1990.
Entre seus artigos, podemos destacar uma das disposições que
reconhece a criança e o adolescente como sujeitos de direitos:
Art. 3o A criança e o adolescente gozam de todos os
direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem
prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei,
assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas
as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o
desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e
social, em condições de liberdade e de dignidade.
Brasil. Estatuto da criança e do adolescente: Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, Lei no 8.242, de 12 de outubro de 1991. 3 ed.
Brasília: Câmara dos Deputados/Coordenação de Publicações, 2001.
Decretado: ordenar a publicação
de uma lei ou decreto; determinar;
mandar; ordenar.
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Idoso pensando. Em média, uma em cada dez
pessoas no Brasil é idosa.
Fernando Favoretto/Criar Imagem
© Yuri Arcurs/Fotolia.com
À medida que crescemos e nos tornamos adultos, crescem também
as nossas responsabilidades. São muitas as novas preocupações, que
podem ser ligadas ao trabalho, ao cuidado com os filhos, à busca de
formação, entre outras.
Atualmente, existe um número significativo de pessoas idosas. De
acordo com o Censo 2010, o número de idosos chegou a 7,4% da população
brasileira; em 1991, era de apenas 4,8%. Esse aumento exige a criação e o
desenvolvimento por parte dos governos de meios para garantir a qualidade
de vida, a assistência médica e a inclusão dessas pessoas em todos os
setores da sociedade.
Muitas vezes, os idosos têm seus direitos ameaçados tanto do ponto
de vista físico como psicológico, sendo fundamental que sejam criados
meios para garantir o respeito às pessoas idosas. Em alguns casos acontece
até de muitas famílias fazerem uso da aposentadoria de um idoso para
complementar ou mesmo garantir a sobrevivência delas.
Senhora idosa sendo ajudada por
uma jovem. São Paulo (SP), 2013.
A forma como os grupos humanos tratam as pessoas idosas varia
bastante de acordo com a cultura em que estão inseridos. Por exemplo: em
muitos casos, os idosos são vistos como um símbolo de sabedoria devido às
experiências vividas, e por isso são os mais respeitados, enquanto em outros
grupos os idosos podem ser tratados com indiferença e descuido.
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O Estatuto do Idoso busca assegurar alguns direitos fundamentais
para garantir a dignidade humana às pessoas nessa fase da vida. Entre os
seus artigos, podemos destacar:
TÍTULO I
Disposições Preliminares
Art. 1o É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a
regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual
ou superior a 60 (sessenta) anos.
Art. 2o O idoso goza de todos os direitos
fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo
da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades
e facilidades para preservação de sua saúde física e mental
e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e
social, em condições de liberdade e dignidade.
Art. 3o É obrigação da família, da comunidade, da
sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com
absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à
saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte,
ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade,
ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
Brasil. Estatuto do Idoso: Lei federal no 10.741, de 1o de outubro de 2003.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.741.htm>. Acesso em: 22 abr. 2014.
O Estatuto do Idoso é um instrumento essencial para garantir o
respeito aos idosos. Na atualidade, boa parte das pessoas idosas no
Brasil tomam decisões importantes dentro da vida em família, sendo
muito participativas e, portanto, muito ativas.
Ao observarmos algumas posturas das pessoas idosas na atualidade
podemos perceber importantes mudanças culturais quanto aos hábitos
e práticas, bem como quanto às mudanças físicas que se associam ao
processo de envelhecimento. OP: mais informações no MP.
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Para refletir
1.Observe as crianças retratadas nas imagens da página 40 e, em
seguida, responda às questões:
a) O que as crianças estão fazendo?
Na primeira fotografia elas estão brincando em uma quadra esportiva. Nas duas seguintes cada
menina está com uma boneca.
b) Existe diferença no modo de vestir das crianças retratadas?
As duas meninas com as bonecas estão de vestido e calçadas, contudo, a da foto de 1936 está
vestida especialmente para a foto, com sapatos e vestido de flores, enquanto a que está dando
banho na boneca parece estar mais à vontade. As crianças que brincam em uma quadra de
esporte estão com calçados e roupas adequadas para brincarem.
2.Forme uma equipe com três colegas e juntos organizem um texto
analisando os princípios apresentados nos artigos 1o, 2o e 3o do
Estatuto do Idoso.
OP: os textos devem abordar quais são esses princípios, quais os direitos garantidos e por quem eles
são garantidos.
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Pesquisando e aprendendo mais
1.Forme dupla com um colega e juntos preparem uma entrevista
com quatro pessoas idosas do convívio de vocês. Procurem saber
ENTREVISTA a opinião delas sobre alguns assuntos que envolvem a forma
como elas percebem essa fase da vida utilizando as perguntas
a seguir.
a) Na sua opinião, os idosos em nossa sociedade são valorizados,
desvalorizados ou privilegiados? Explique.
b) Quais são as principais mudanças físicas e emocionais que
normalmente acontecem nessa fase da vida e como você
busca resolver essas questões?
c) Como você aproveita o tempo? Você pratica algum esporte?
Possui um lazer?
d) E com relação aos acontecimentos a sua volta, você procura
manter-se atualizado com as novidades do dia a dia? Como?
e) Na sua opinião, houve mudanças na forma como era a vida
dos idosos há alguns anos e como acontece na atualidade?
2.Após as entrevistas, a dupla pode montar um exposição para os
colegas de sala, destacando as principais conclusões sobre as
questões levantadas pelos entrevistados. Registre-as aqui.
OP: algumas possíveis respostas coletadas pelos alunos podem ser encontradas no MP.
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A exploração do trabalho infantil
Leia os versos do poema a seguir e reflita sobre a mensagem que
ele transmite.
1 é 5 3 é 10!
Desce o morro todo dia,
é preciso trabalhar.
Na rua, no mercado,
onde o trabalho pintar!
– Um é cinco, treis é dez –
repete um monte de vez.
E o preço sai parecido
com a cara do freguês.
Na esquina, não se aperta,
trabalhando de engraxate.
Já tem freguesia certa,
porque engraxa com arte.
Corre daqui e dali,
ganha um trocado suado.
Mas apesar do batente
está sempre sorridente.
Domingo é só de brincar.
E igual a toda criança,
ele carrega a esperança
de que tudo vai mudar.
No sinal, revende atento
as ofertas do momento.
Se faz frio, vende luva;
quando chove,
guarda-chuva.
[...]
Santuza Abras. 1 é 5, 3 é 10! 11 ed. Belo Horizonte: Formato Editorial, 2005, p. 12.
Engraxate: pessoa que trabalha lustrando calçados e peças de couro em geral.
Freguesia: conjunto de pessoas que frequentam, sempre ou às vezes, um
estabelecimento comercial; pessoas que utilizam um mesmo bem ou serviço profissional.
Freguês: pessoa que tem por costume fazer compras ou usar os serviços do mesmo
estabelecimento; consumidor; comprador.
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Para refletir
1.Qual é o tema desse poema?
O poema fala de uma criança que trabalha como vendedor e engraxate.
2.Na sua opinião, como a criança pode se sentir criança ao ter que
trabalhar?
OP: oriente a reflexão, resgatando a discussão sobre quais as responsabilidades que as pessoas têm em
cada fase de vida, pontuando que crianças não podem trabalhar.
3.Quando se lê no poema que “um é cinco, ‘treis’ é dez”, está se falando
sobre o quê?
É uma propaganda e uma promoção, pois o valor real de três seria R$ 15,00.
Brincar é importante para o desenvolvimento de todas as crianças,
assim como frequentar a escola é um de seus direitos. Muitas crianças nem
sempre podem frequentar a escola ou brincar livremente como desejam.
Na história da humanidade, em vários momentos e lugares, as crianças
executaram tarefas e trabalhos de acordo com a sociedade em que viviam.
A exploração da mão de obra infantil se
faz presente na História do Brasil desde o
início da colonização e está na realidade
nacional até os dias atuais.
Colonização: a partir de 1500 os
europeus, principalmente os
portugueses, iniciaram a ocupação
e o povoamento do Brasil.
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Christiano Junior Pacheco
Na época em que existia a escravidão dos africanos no Brasil, as
crianças, filhas de escravos, tinham que aprender desde cedo a servir e
a obedecer ao senhor, dono das fazendas e dos escravos, e após os 14
anos já trabalhavam como adultos, por vezes em funções agrícolas, em
outros casos desenvolvendo atividades nas cidades, como a venda de
produtos, como pode-se ver na fotografia abaixo.
OP: resgate no MP as
orientações sobre a
análise de fotografias
como documentos
históricos.
Christiano Júnior.
Escrava vendedora
de frutas. c. 1865.
Albúmen e cartão
de visita. Museu
Imperial,
Petrópolis (RJ).
Mais tarde, no início do século 20, quando a escravidão já havia
sido legalmente proibida e com o surgimento das primeiras indústrias,
principalmente no estado de São Paulo, os donos das fábricas passaram
a utilizar o trabalho de crianças de dez anos de idade ou menos, pois
assim podiam pagar menores salários que aqueles pagos aos adultos.
A história das crianças operárias é muito triste, pois elas eram
exploradas e sofriam inúmeros acidentes, como queimaduras, perdas
parciais de mãos ou braço e, por vezes, até morriam.
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Acervo Iconographia
Oficina de latoeiros. Rio de Janeiro (RJ), 1908.
Nesse período havia também
o costume de empregar as crianças
como vendedores ambulantes,
engraxates ou jornaleiros.
Alexandre Tokitaka/Pulsar Imagens
A imagem acima apresenta uma oficina de latoeiros, na qual é possível
visualizar crianças trabalhando. Um recurso utilizado nas fábricas era o
de adaptar parte das máquinas ao tamanho das crianças trabalhadoras,
como nessa oficina de latoeiro.
Na atualidade, podemos dizer
que o trabalho infantil é aquele
realizado por crianças e
adolescentes que estão abaixo da
idade mínima determinada pela
Constituição Federal de 1988, que
é de 16 anos, salvo na condição de
aprendiz, a partir dos 14 anos.
Menino engraxate caminhando na
Rua dos Pinheiros na zona oeste da
cidade de São Paulo (SP), 2007.
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Alexandre Tokitaka/Pulsar Imagens
Um dos motivos que determinam a existência do trabalho infantil em
nosso país é a necessidade das crianças ajudarem na complementação
da renda familiar. Para ajudar, desde cedo crianças realizam vários tipos
de trabalho, como engraxar sapatos, fazer vendas ou malabarismos nos
semáforos, entre outros.
Menino
trabalhando como
malabarista em
semáforo. São
Paulo (SP), 2011.
Você sabia?
O Estatuto da Criança e do Adolescente proíbe, em seu artigo 60,
o trabalho infantil: “É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze
anos de idade, salvo na condição de aprendiz”.
O aprendiz é aquela pessoa que está aprendendo um ofício, ou seja,
o adolescente, a partir de 14 anos, só pode trabalhar para aprender uma
profissão.
Desse modo, ele não pode sofrer, no ambiente de trabalho, as
mesmas cobranças que são feitas aos adultos. O objetivo do trabalho
do adolescente é aprender coisas que vão ser úteis, no futuro, à sua
vida profissional.
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Para refletir
OP: contextualize as imagens com os alunos, destacando que as
atividades e ambientes retratados são inadequados e nocivos às
crianças e também aos adultos.
1.Após observar as imagens do capítulo, que retratam uma criança
escrava no século 19, crianças trabalhando em uma indústria no
século 20 e uma criança trabalhando atualmente, destaque
algumas características sobre o trabalho que estão executando e
sobre o ambiente em que elas se encontram.
Os ambientes de trabalho, com exceção da primeira imagem, são muito perigosos para as crianças.
OP: a abordagem deste tema é muito importante para os alunos perceberem as dificuldades pelas quais passam
muitas crianças, que são obrigadas a trabalhar para ajudar no sustento da família, e também os reflexos no futuro
dessas crianças, bem como sobre a importância delas frequentarem a escola.
1.Após observar as imagens e analisar os textos do capítulo, faça uma
RESPONDA
NO CADERNO
pesquisa e colete dados sobre o trabalho infantil no Brasil na
atualidade. Compare os dados colhidos na pesquisa com o artigo 60
do ECA: “É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos
de idade, salvo na condição de aprendiz”. Depois, escreva um texto
relatando esse problema social.
OP: oriente os alunos a observarem que as crianças que trabalham deixam de ter seus direitos preservados e que
essa realidade marcou os séculos 19 e 20, sendo ainda presente no século 21.
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Capítulo 2 - Brincadeiras de todos nós
Para começo de conversa...
Os amigos eram amigos de rua [...], a rua era bastante
movimentada, em termos de criança; nós éramos assim,
meninos e meninas, tínhamos, assim, um equilíbrio de
meninos e meninas, e era uma turma bastante grande.
[...] Naquela época, a gente brincava bastante na rua e nos
quintais das casas [...] nós defendíamos a rua em que
morávamos com unhas e dentes, para que ninguém nos
vencesse, na verdade. Era uma coisa séria.
Rogério Chaves Pinheiro. Mudanças e invenções dos jogos e brincadeiras: uma cultura lúdica. In: Maria Tereza Brittes Lemos (Org.).
Fronteiras rompidas: multiculturalismo na América Latina. Rio de Janeiro: UERJ/Cesla, 2003, p. 222.
Crianças brincando.
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1.Observe a ilustração da abertura do capítulo e responda:
a) Do que será que as crianças estão brincando?
As crianças brincam de bola, de carrinho, com um urso de pelúcia e avião.
b) Você acha que elas estão se divertindo? Por quê?
Respostas pessoais.
RESPONDA
NO CADERNO
c) Após reler o depoimento que abre este capítulo, converse com seus
colegas sobre como o autor descreve a rua da sua infância e sobre
como era a sua turma. Em seguida, escreva no caderno o que você
acha que ele quis dizer com “Era uma coisa séria”.
Brincadeira é coisa séria
As crianças, sempre que podem, passam seus momentos se
divertindo; buscam ocupar o tempo livre exercitando a criatividade.
Quem não gosta de brincar? Brincar de boneca, de jogar bola, de
jogos eletrônicos...
Ao longo da história, as pessoas criaram diferentes brincadeiras e
brinquedos para se divertir.
Crianças jogando video game.
Monkey Business Images/Shutterstock
Fernando Favoretto/Criar Imagem
Quando você conversa com seus pais, avós ou outras pessoas de
seu convívio e ouve histórias de como eram as brincadeiras antigas,
percebe que conhece muitas delas, não é?
Crianças correndo ao ar livre.
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Essas brincadeiras variam conforme a região, a época em que são
praticadas e os costumes de cada lugar. Os tipos de brincadeiras retratam
parte da cultura de diversas sociedades.
Pesquisando e aprendendo mais
1.Após ler e refletir sobre o depoimento da abertura do capítulo,
vamos agora fazer uma entrevista.
ENTREVISTA
a) Escolha duas pessoas adultas com idades diferentes, por
exemplo, entre 18 e 30 anos e com mais de 50 anos, e
pergunte como elas brincavam na infância e com quem
oriente para que em cada coluna os alunos
aprenderam a brincadeira citada. OP:
escrevam as brincadeiras relativas a cada uma
das idades pesquisadas.
b) Anote na primeira coluna da tabela as três ou quatro
brincadeiras citadas. Na segunda coluna faça uma pequena
descrição delas. Na última coluna, anote se você e seus amigos
costumam fazer essas brincadeiras.
Respostas pessoais.
Para refletir
1.Junto com dois colegas de sala, comparem os dados obtidos na
RESPONDA
ORALMENTE
seção “Pesquisando e aprendendo mais” e analisem se os
entrevistados falaram das mesmas brincadeiras.
Depois, comparem quais brincadeiras apontadas pelos adultos ainda
permanecem na prática das crianças e quais são novas.
2.De acordo com os dados da pesquisa, é possível afirmar que ao
longo dos anos algumas brincadeiras foram mantidas?
Você considera que o modo de brincar pode ser uma herança
cultural?
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Aprender fazendo
1.Aproveite as respostas das entrevistas realizadas na atividade anterior e
junto com toda a turma, sob a orientação do professor, organize com os
colegas um álbum de brincadeiras. Para isso, siga os seguintes passos.
a)Listem no quadro todas as brincadeiras que apareceram, colocando
juntas aquelas que apenas mudam de nome, mas que se brincam
da mesma forma.
b)Separem grupos para trabalhar com cada uma das brincadeiras.
c)Cada grupo deve, em uma folha avulsa, colocar o nome (ou nomes
da brincadeira), explicar como ela funciona e fazer um desenho ou
se a forma de brincar no passado é muito
utilizar um recorte para ilustrá-la. OP:
diferente da forma atual, o grupo deve
destacar isso na explicação, fazendo, portanto, mais de um desenho.
d)Ao final, com auxílio do professor, juntem todas as folhas e
organizem o álbum, escolhendo a forma de classificação. Por
exemplo: primeiro as antigas; intercalando uma antiga e outra da
atualidade; organizando-as pelo nome etc.
OP: explique aos alunos que após a confecção do álbum, este pode ser complementado aos poucos
com novas brincadeiras que os alunos possam descobrir.
Brincadeiras indígenas
Entre as inúmeras tribos indígenas existentes no Brasil, é comum
que adultos e crianças brinquem, dancem e joguem.
Veja o que diz o texto a seguir sobre os direitos e a liberdade das
crianças do povo indígena pataxó:
A criança pataxó tem liberdade para fazer o que quer,
mas também tem o direito de respeitar suas culturas e
costumes para quando crescer não esquecer.
Cada família ensina à criança seus costumes, a respeitar
a tradição e os mais velhos, como fazer um recado e como
cultivar a terra.
As crianças maiores já sabem como plantar uma roça,
fazer uma caça ou uma pescaria, dançar e pintar, fazer o
artesanato e cuidar do irmãozinho. Elas têm o direito de
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ajudar os pais, cultivar os costumes, aprender a dançar,
pintar, tecer o artesanato, falar a língua indígena, estudar.
Têm liberdade para brincar, tomar banho nas
cachoeiras, ir nas casas dos primos, jogar bola, caçar ou
pescar com o pai. Nossas crianças são muito saudáveis
porque vivem como querem na terra, sabendo como
tratá-la e usá-la.
Renato Soares/Pulsar imagens
Angthichay Pataxó e outros. O povo pataxó e suas histórias. 4 ed. São Paulo: Global, 2000, p. 39.
Apesar das comunidades indígenas
serem muito diferentes umas das outras,
na maioria delas predominam as
brincadeiras praticadas ao ar livre, nos
rios e no campo. Os brinquedos são
feitos de materiais retirados da natureza.
Muitas dessas atividades, como atirar
flechas com arco, imitar animais, pescar e
produzir artesanato são comportamentos
que imitam as atitudes dos adultos e
buscam desenvolver várias habilidades.
Mas as crianças indígenas têm muitas
outras brincadeiras. O jogo de peteca,
por exemplo, é uma das mais apreciadas
por elas.
Vania Delpoio/Folhapress
Crianças da etnia calapalo
brincam no lago fazendo
bolhas de sabão. Aldeia
Aiha. Querência
(MT), 2009.
Peteca feita com penas e palha
de milho.
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O jogo de fios, também conhecido
como cama de gato, praticado entre os
indígenas, está presente até hoje entre
os jogos tradicionais infantis no Brasil.
Crianças brincando
de cama de gato.
Você sabia?
Entre os indígenas bororos, que habitam principalmente o estado
do Mato Grosso, é comum a prática do “jogo da onça e do cachorro”.
Esse jogo consiste em riscar um tabuleiro no chão, parecido com o de
xadrez, e cada jogador fica com 15 pedras. O jogador com a onça inicia
a partida. O outro jogador ficará com os cachorros, que devem acuar a
onça, cercando-a por todos os lados. Vale andar uma casa de cada vez,
em todas as direções, parecido ao jogo de damas. Ganha o jogo quem
capturar mais peças. OP: mais informações sobre essa brincadeira no MP.
Outras brincadeiras, cantigas e jogos
Os piões, feitos de argila e com as bordas
enfeitadas com desenhos que reproduziam
formas humanas e de animais, eram usados
na Babilônia há cerca de 3 mil anos.
gosphotodesign/Shutterstock
Diferentes povos contribuíram para a formação da cultura brasileira.
No que toca às brincadeiras, como vimos nas páginas anteriores, é possível
identificar algumas contribuições dos indígenas, mas não foram só eles
que contribuíram com elas. Muitos brinquedos que conhecemos na
atualidade, como as bolinhas de gude, os chocalhos, o jogo da velha,
dominó, os cata-ventos e as pipas eram usados por diferentes povos, em
vários lugares, há mais de mil anos. Existem
registros do uso das bolinhas de gude, por
exemplo, no Egito antigo (registros datados de
3 mil a.C.).
Pião de madeira.
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Bolas de gude.
Winiki/Shutterstock
© Sean Gladwell/Fotolia.com
Ainda hoje esses objetos, como os que estão representados aqui,
fazem parte das brincadeiras infantis.
Jogo de dominó que conhecemos atualmente.
Alguns brinquedos ou certas formas de brincar são universais, como
a boneca, o pião e a bola, e foram transmitidos de geração em geração.
A amarelinha é basicamente jogada da mesma forma como foi
criada na Grécia, na Antiguidade.
As bonecas, inicialmente, eram de pano ou de barro e foram sendo
transformadas com o passar do tempo.
Os carrinhos de brinquedo apareceram ao
mesmo tempo que os primeiros carros, no início do
século 20.
Depois de 1950, a indústria de brinquedos
cresceu bastante, passando a produzir uma
diversidade cada vez maior de jogos e
brinquedos.
Diferentes povos contribuíram para a
formação da cultura brasileira. Os
indígenas deixaram sua contribuição com
algumas brincadeiras, assim como os
africanos e outros grupos que passaram a
viver no Brasil.
Stockbyte/Getty Images
As primeiras bonecas de plástico surgiram em 1940. Com o
desenvolvimento tecnológico, alguns modelos chegam a simular ou
reproduzir ações humanas, como falar e cantar.
Bonecas de porcelana, hoje raras,
eram comuns antes dos anos 1950.
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Lendas, como as do bicho-papão e do saci-pererê, além de danças
de roda e jogos, como a caça ao tesouro e jogos de tabuleiro, estão
entre essas contribuições.
Uma brincadeira de origem africana é o mamba, uma espécie de
pega-pega. Mamba é o nome de uma cobra e do pegador do jogo. As
crianças que são pegas passam a fazer parte do corpo da cobra, como
um trenzinho. A brincadeira acaba quando todos forem pegos.
As cantigas de roda, que retratam diversas situações típicas da
cultura popular, normalmente são resultantes da mistura de várias
culturas e têm variações locais, dependendo das influências que cada
área recebeu, interferindo fortemente no universo infantil.
Os gestos e movimentos que acompanham a execução de cantigas
e músicas infantis, como dar as mãos em um círculo, ouvir, cantar, tocar,
incentivam o relacionamento entre as crianças.
Nas cantigas de roda, ao cantar músicas, as crianças ajudam a
preservar as tradições do lugar onde vivem.
Para refletir
1.Apesar da grande diversidade existente entre os grupos indígenas
no Brasil, há uma similaridade na forma de brincar.
Os brinquedos são feitos de materiais retirados da floresta. Muitas
atividades praticadas pelas crianças, como atirar com arco e flecha,
imitar animais, pescar e produzir artesanato são comportamentos que
imitam as atitudes dos adultos e buscam desenvolver habilidades para
a caça, a pesca, a produção de artesanatos, entre outros.
Pesquise as várias diferenças existentes em relação a brincadeiras,
hábitos e costumes dos diferentes povos indígenas do Brasil.
Anote a seguir algumas formas de brincar, que você pesquisou,
existentes entre crianças indígenas.
OP: indique dois sites nos quais as pesquisas podem ser realizadas: http://pibmirim.socioambiental.
org/como-vivem/brincadeiras e http://mapadobrincar.folha.com.br/brincadeiras. Espera-se que os
alunos reflitam sobre as diferenças culturais presentes nas regiões do país, tendo como meio a
análise das brincadeiras. A pergunta se justifica por levar os alunos a refletirem e a perceberem que
também por meio das brincadeiras pode-se conhecer as diferentes culturas, bem como os leva a
refletir que nossa cultura é diversa e influenciada por diferentes grupos.
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2.E você, acha importante conhecer as brincadeiras de outras regiões do
Brasil? A partir dos textos que você leu, será que são todas iguais?
Pesquisando e aprendendo mais
OP: mais informações sobre
o trabalho com lendas no MP.
1.Assim como as brincadeiras, as histórias, lendas e mitos fazem parte
de nossa cultura. É possível encontrar diferentes lendas pelas regiões
do Brasil. Algumas, no entanto, são recorrentes em vários lugares.
Uma delas é a lenda do saci-pererê. Você a conhece? Faça uma
pesquisa, em casa, apontando as origens da lenda do saci-pererê.
Destaque quais são as regiões do país onde ela é contada e o que
se diz sobre essa figura. Anote o que pesquisou em uma folha
avulsa de papel. Ilustre seu texto e exponha a pesquisa na sala de
aula com a orientação do professor.
2.Entreviste alguém de seu convívio, perguntando sobre duas
ENTREVISTA
cantigas de roda que a pessoa conhece e que cantava quando
criança. Anote no caderno. Organize as cantigas citadas na
entrevista e verifique se há alguma, entre elas, que você conhece.
Depois, forme um grupo com três colegas de sala e escolham
uma cantiga de roda para desenvolverem a seguinte atividade:
a) escrevam os versos da cantiga escolhida pelo grupo;
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b) conversem sobre o que entenderam da cantiga e o que ela
transmite;
c) em seguida, conforme as orientações recebidas em sala de aula,
montem uma apresentação da cantiga escolhida para os
as apresentações podem incluir a execução oral representada, fantasiada,
colegas. OP:
o uso de cartazes, entre outros recursos.
1.Em sala de aula, em equipe de três, escolham duas brincadeiras que são
praticadas pelas crianças da região que vocês moram. Na sequência,
escrevam um texto sobre elas, retratando se fazem parte da cultura
local há muito tempo e por que vocês acham que isso acontece.
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Nesta atividade você irá resgatar antigas brincadeiras de infância
de seus avós e bisavós. Vamos, então, estabelecer alguns passos para
este trabalho?
Tema: Exposição escolar de brincadeiras e jogos
A organização de uma exposição exige atenção, cooperação,
criatividade, estratégia e socialização dos participantes. É uma maneira
diferente para propor a participação em brincadeiras, organizando uma
exposição e reunindo seus colegas.
1a etapa
Organização das equipes
• Junte-se a três colegas de sala para formar uma equipe de
trabalho.
2a etapa
Execução do trabalho
OP: algumas informações sobre brincadeiras
podem ser encontradas no MP.
• Escolham um jogo ou brincadeira infantil, como: passa anel,
charadas, pula elástico, bambolê, trava-língua, telefone sem fio,
cinco marias, dominó, dança das cadeiras, entre outras.
• Com o professor, decidam quanto tempo terão para realizar a
pesquisa e organizar a atividade, e definam quais serão as tarefas
realizadas na escola e quais serão as feitas em casa.
• Depois de escolhido o jogo ou brincadeira que a equipe vai
organizar, dividam as tarefas entre os componentes do grupo.
• Pesquisem sobre como surgiu essa brincadeira e como ela é
praticada, selecionando fotos e materiais necessários para sua
execução. Organizem em uma folha de papel as informações
coletadas.
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••Na pesquisa, tentem descobrir se as brincadeiras sempre foram
brincadas da mesma forma e se, hoje em dia, em diferentes lugares
brinca-se a mesma brincadeira, mas com nomes diferentes.
••Organizem, por escrito, todos os passos para a realização da
brincadeira (número de participantes, materiais necessários, tempo
de duração, regras do jogo ou da brincadeira).
3a etapa
Apresentação do trabalho
••No dia marcado para a realização da exposição, sua equipe deve
apresentar o jogo ou a brincadeira para a turma.
••Cada equipe deve montar uma base onde será praticado o jogo
pelo qual está responsável e, seguindo as orientações do
professor, executar com os colegas a atividade proposta.
••Todos os alunos deverão participar, tanto na aplicação dos jogos
como junto com as outras equipes.
Boa pesquisa e sucesso na exposição!
4a etapa Apresentação para as demais turmas
Com auxílio do seu professor e dos professores das outras turmas,
organizem a apresentação das brincadeiras para as outras turmas.
••Durante uma semana, uma vez por dia as turmas se reúnem.
••Em cada dia, uma das turmas apresenta as suas brincadeiras e
ensina os demais a brincarem.
OP: é importante envolver a comunidade escolar nos projetos desenvolvidos pelos alunos.
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UNIDADE
3
Educação,
um direito
de todos
Grupo de alunos
realizando atividade
em sala de aula.
São Paulo (SP), 2011.
Será que toda
criança precisa
frequentar a
escola?
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OP: comente com os alunos sobre o direito que
todos têm de frequentar escolas e as muitas
atividades que podem ser realizadas dentro delas.
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Fernando Favoretto/Criar Imagem
Acho que sim. Penso
que frequentar a escola
é um direito de crianças
e jovens. Mas será que
todos conseguem?
Destaque a presença do cadeirante na imagem e a importância
de garantir o seu direito de acessibilidade. Se possível, faça um
passeio com os alunos pela escola a fim de identificar se todos
os espaços da escola permitem o acesso de cadeirantes.
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Capítulo 1 - Aprendendo em todos os lugares
Para começo de conversa...
Bê-a-bá
Quando a gente cresce um pouco
É coisa de louco o que fazem com a gente:
Tem hora pra levantar, hora pra se deitar,
Pra visitar parente.
Quando se aprende a falar, se começa a estudar,
Isso não acaba nunca.
E só vai aprender a ler, só vai aprender a escrever
Quem aprender o bê-a-bá.
E além do abecedário, um grande dicionário
Vamos todos precisar.
E. Andreato e Toquinho. Bê-a-bá. Intérprete: Toquinho. Canção de todas as crianças. Rio de Janeiro: Polygram, 1987. CD.
Abecedário: alfabeto.
Garoto pensando no
abecedário e em situações
do seu dia a dia.
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1.O que você acha que os compositores dessa canção queriam dizer com:
“Quando se aprende a falar, se começa a estudar / Isso não acaba nunca.”?
Respostas pessoais. Espera-se que os alunos reflitam sobre a importância do estudo e da aprendizagem,
e que eles não acabam nunca.
2.Esse trecho da música tem algo a ver com o título deste capítulo?
Por quê?
Sim, pois como aponta o título do capítulo, aprendemos em todos os lugares, o tempo todo.
Aprendendo a todo momento
Criança aprendendo a andar
com auxílio de um adulto.
Pais brincando com seus filhos na praia.
Pressmaster /Shutterstock
Pavel L Photo and Video/Shutterstock
Convivendo com as outras pessoas todos nós
podemos aprender muito.
pavla/Shutterstock
Será que é só na sala de aula que
aprendemos?
Se pensarmos sobre todos os momentos
vividos por crianças ao longo do dia, podemos
lembrar de variadas formas de aprender
coisas novas.
Escreva no caderno sobre outros momentos
que você lembrou e reflita com seus colegas
de sala sobre quantas coisas novas vocês
aprendem todos os dias.
Aprendemos em casa, na rua, na escola, no
convívio com as outras pessoas.
Avô ensinando o neto a pescar.
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Para refletir
1.Na sala de aula, converse com os colegas sobre diversos
aprendizados, tais como: falar, andar, comer, vestir-se sozinho,
atravessar a rua com segurança e a descoberta de outros
conhecimentos.
2.Façam uma lista no caderno de coisas que vocês aprenderam com
seus pais, avós, irmãos e outras pessoas com as quais convivem,
RESPONDA analisando como o aprendizado está presente no nosso dia a dia.
NO CADERNO
A criança na escola
Além de aprendermos com as outras pessoas no convívio diário,
também precisamos frequentar a escola, pois isso é um direito de
toda criança.
Na escola estudamos conteúdos ligados à Língua Portuguesa, à
Matemática, à Geografia, à História, às Ciências, à Arte, à Música, à
Educação Física, entre outros. O que aprendemos nessas disciplinas deve
nos ajudar a entender e resolver várias questões do nosso dia a dia.
Quando vamos para a escola, vivemos uma experiência nova.
Juca Martins/Olhar Imagem
Passamos a conviver com pessoas que não fazem parte da nossa
família. Elas nem sempre pensam da mesma forma que nós, por isso é
importante aprendermos a respeitá-las para também sermos respeitados.
Alunos de escola
estadual de Boa
Vista, Roraima, na
hora do recreio,
2003.
68
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Quando um grupo de pessoas convive em um mesmo espaço, regras
são criadas para facilitar essa convivência.
Elas também são necessárias para o desenvolvimento e bom
andamento de brincadeiras e jogos.
Por isso, quando você e seus companheiros escolhem uma
brincadeira, é importante que todos conheçam e respeitem as regras.
Na escola, também existem algumas regras com relação:
••a respeitar o horário de entrada e saída;
••a participar das aulas;
••à conduta entre colegas e com relação aos professores e
funcionários etc.
Porém, outras regras podem ser combinadas em cada turma, pensando
sempre que elas devem ajudar a preservar o patrimônio da escola, colaborar
para a boa relação entre as pessoas e facilitar o aprendizado.
Para refletir
1.Forme um grupo de trabalho com dois colegas de sala e conversem
sobre as questões a seguir, anotando suas respostas no caderno.
a) Por que vocês vêm à escola?
Respostas pessoais. Espera-se que os alunos recordem o trabalho desenvolvido na unidade
anterior e comentem acerca da necessidade que algumas crianças têm de trabalhar, e por
isso não conseguem frequentar a escola.
b) Todas as crianças que vocês conhecem frequentam a escola?
Respostas pessoais.
c) Na opinião de vocês, por que algumas crianças não frequentam
a escola?
Respostas pessoais. Espera-se que os alunos recordem o trabalho desenvolvido na unidade
anterior e comentem acerca da necessidade que algumas crianças têm de trabalhar, e por
isso não conseguem frequentar a escola.
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d) Essas crianças têm direito a ir a uma escola? Expliquem.
Todas as crianças têm direito de ir à escola.
2.Reflitam sobre o que conversaram e, consultando suas anotações,
escrevam em grupo um pequeno texto sobre como vocês se
sentem frequentando a escola. Depois, exponham o texto no
mural da sala.
Educação, um direito conquistado
Na atualidade, existe a Declaração dos Direitos das Crianças, que é
um documento assinado pelos países que compõem a Organização das
Nações Unidas (ONU) preocupados com o futuro das crianças de todo o
planeta. Veja um trecho da declaração:
Toda criança tem direito a receber educação escolar, a
qual será gratuita e obrigatória, ao menos nas etapas
elementares. [...] A criança deve desfrutar plenamente de
jogos e brincadeiras, os quais deverão estar dirigidos para
educação; a sociedade e as autoridades públicas se
esforçarão para promover o exercício desse direito.
Organização das Nações Unidas. Declaração dos Direitos da Criança. Genebra, 1959.
Para refletir
1.O trecho do documento que você acabou de ler é uma importante
fonte para o estudo da História. Os princípios enunciados na
Declaração dos Direitos da Criança, documento da ONU, devem ser
seguidos por todos os países membros dessa instituição.
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O princípio que você acabou de ler indica que o acesso à educação
é um direito de todas as crianças. Releia o texto com atenção e
responda às questões.
a) Quem escreveu esse documento?
Representantes da Organização das Nações Unidas.
b) Há quanto tempo esse documento foi escrito? Você considera
que esse tema ainda é pertinente na atualidade?
Foi escrito em 1959 e continua atual pelos pressupostos que defende.
c) A qual direito da criança o texto acima se refere?
Ao
direito de toda criança receber educação escolar e de participar de jogos e brincadeiras.
1.Convivemos com outras pessoas diariamente. Na escola, por exemplo,
RESPONDA
NO CADERNO
com outros alunos, professores e demais funcionários, além de
pessoas da comunidade onde moramos.
Mas para que possamos conviver em harmonia com todos, temos
que obedecer algumas regras para o bom funcionamento da
sociedade.
A cidadania compreende também que as pessoas cumpram normas
para uma boa convivência, o que envolve o respeito aos outros.
a) Reflita sobre a necessidade de regras para a boa convivência entre
as pessoas.
b) Escreva um texto com a sua opinião sobre como cada aluno deve
agir para que todos aproveitem as aulas e a escola da melhor
maneira possível.
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Capítulo 2 - Uma viagem no tempo e a
história da escola
Para começo de conversa...
Entrávamos às oito da manhã. O professor quase sempre
já lá estava, na grande mesa, junto à parede, de cara
amarrada, como se ali estivesse para receber criminosos.
Quem chegava ia tomar-lhe a bênção e vinha sentar-se no
seu lugar. Um silêncio de afligir. Era a hora do exercício
de escrita e ninguém podia falar. [...] Se um menino
cochichava com outro, se segurava mal a caneta, se se
distraia a olhar os maribondos no teto, ele imediatamente
lhe vibrava a régua nas mãos e na cabeça. [...] Após o
exercício de escrita ia-se “estudar a lição”. O “estudo” era
gritado, berrado. Cantava-se a lição o mais alto que se
podia, numa toada enfadonha. Um inferno aquela
barulheira. Trinta, quarenta, cinquenta meninos gritando
coisas diferentes, cada qual se esforçando em berrar mais
alto. E quando, já cansados, íamos diminuindo a voz, o
professor reclamava energicamente, de sua cadeira:
– Estudem!
[...]
Viriato Corrêa. Cazuza. 36 ed.
São Paulo: Nacional, 1990, p. 34.
72
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1.O texto que você acabou de ler é um relato sobre um tempo no
RESPONDA
ORALMENTE
final da década de 1930, no interior do Maranhão. O autor descreve o
ambiente escolar, a forma como os alunos estudavam e sobre a rigidez
da disciplina.
a) O que lhe chamou mais a atenção nessa descrição de sala de aula?
Respostas pessoais.
b) Como se comportavam alunos e professor? Os alunos podem comentar sobre a
rigidez do professor, sobre a necessidade de “tomar a benção” do professor, entre outros aspectos.
c) Que diferenças há entre a sala de aula retratada e a que você
frequenta hoje?
2.Analise com seus colegas as mudanças observadas por todos.
A escola para todos
Observe a imagem a seguir. Trata-se da reprodução de uma sala de
aula do século 19. Como você pode ver, nesse modelo de escola alunos
de diferentes idades (meninos, meninas e jovens) ficavam em uma
mesma sala.
Albert Anker. Escola da aldeia. 1896. Óleo sobre tela. Museu de Arte de Lucerna,
Lucerna (Suíça).
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Para refletir
OP: oriente a análise das salas de aula, em especial no que toca ao
espaço físico e aos recursos que o professor tem à disposição.
Retorne à orientação sobre a análise de obras de arte no MP.
1.A análise dessa imagem permite que sejam identificados diferentes
aspectos das salas de aula no século 19. As obras de arte podem
ser importantes documentos históricos quando cuidadosamente
analisados. Quais as características referentes aos alunos e ao professor
você consegue identicar nesse quadro?
2.Você consegue identificar semelhanças entre essa sala de aula e a
sua? Quais?
Acervo Iconographia
Nessa obra, além das várias posturas dos alunos em cada canto da
sala (como alunos escrevendo, outros ouvindo o professor e outros rindo
e conversando), o pintor nos revela outras características, como o pequeno
espaço para muitos alunos e a quantidade de mesas, que é insuficiente
para todos. Perceba que as meninas e as moças usam apenas os bancos.
Atualmente, no Brasil, algumas escolas ainda apresentam esse formato,
juntando vários alunos de diferentes idades na mesma sala de aula. Mas não
são os únicos modelos de sala de aula que encontramos no país.
O modelo da maioria das escolas na atualidade mudou em muitos
aspectos se compararmos com aquele representado na imagem do
quadro. Ao longo do século 20, diferentes configurações de escolas
surgiram e foram se modificando a fim de atender mais adequadamente
às necessidades dos alunos e seu processo de aprendizagem.
Por exemplo, diferente do que predomina na atualidade, no Brasil,
até aproximadamente 1970 era comum que existissem escolas (ou turmas,
ou mesmo turnos) apenas para pessoas do sexo feminino e outras para
as do sexo masculino. OP: explique a existência de classes multisseriadas e o seu funcionamento.
T urma de estudantes do
Colégio Santo Antônio
Maria Zaccaria, onde
apenas meninos podiam
estudar. Rio de Janeiro
(RJ), 1958.
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Eduardo Zappia/Pulsar Imagens
Alunos da Escola
Estadual Adriano
Jorge, em sala de
aula. Arapiraca
(AL), 2013.
Atualmente, no Brasil, enviar os filhos para escola, além de ser um
direito da criança, é um dever da família, assim como é obrigação dos
governos criarem e manterem escolas para todos.
Na maioria das escolas, o trabalho dos professores, com atividades
práticas e teóricas, busca uma maior participação dos alunos e uma
aprendizagem mais próxima da sua realidade.
Atualmente, as crianças começam a frequentar creches e escolas
mais cedo e assim têm a oportunidade de desenvolver várias
habilidades.
Aprender fazendo
1.No caderno, faça um desenho da sua sala de aula, destacando os
alunos, o professor e os móveis.
2.Em seguida, procure comparar se existe semelhança entre o ambiente
retratado no desenho que você fez e a sala representada na obra de
Albert Anker. Anote os dados no caderno e depois troque ideias com
seus colegas sobre o que observou.
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OP: reporte-se ao manual para orientar os alunos sobre as questões que eles colocarão para a pessoa entrevistada.
Após a realização da entrevista, promova uma roda de conversa ou um debate, enfim, proponha uma atividade em
que os alunos possam socializar suas descobertas e discutir a respeito delas.
1.Para que você possa comprovar na prática essas mudanças, convide,
ENTREVISTA
você e a turma, uma pessoa da comunidade que tenha frequentado
a escola há mais de 30 anos, para que ela conte como era a escola
naquela época. Aproveite para perguntar como eram as atividades
diárias, o uniforme, as formas de distribuírem as carteiras, a disciplina,
entre outros. O professor ajudará vocês com as anotações.
2.Faça um desenho no caderno que ilustre algum fato ligado à escola
contado pela pessoa entrevistada e escreva o significado desse fato
RESPONDA
para você.
NO CADERNO
O tempo na escola
Eduardo Zappia/Pulsar Imagens
A escola deve ser um lugar especial, onde a criança aprende muitas
coisas novas, convive com seus colegas e professores e, principalmente, se
transforma a cada dia. O tempo que cada criança ou jovem permanece na
escola normalmente é preenchido com atividades educativas. Existem os
horários de entrada e saída, a hora do recreio ou intervalo, o tempo para
cada uma das atividades e aulas.
Alunos da Escola
Família Agrícola
Dom Fragoso em
aula de campo
na zona rural.
Independência
(CE), 2013.
76
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Eduardo Zappia/Pulsar Imagens
Sala de aula na Escola
Municipal Raimundo
Pimentel. Sobral
(CE), 2013.
Veja a seguir o anúncio de um jornal de 1906, que relata os horários
das atividades das alunas do Colégio Nossa Senhora do Sion, em
Campanha, no estado de Minas Gerais.
As meninas devem estar no collegio, todos os dias, antes das
8 horas da manhã: tomão suas refeições no collegio e saem
às 6 horas da tarde. Nos Domingos e dias santificados, elas
devem vir às 7 1/2, porém sahem às 10 1/2. Pede-se a mais
extricta exactidão, sob pena de perderem as notas e
condecorações.
Tal rigidez e sanção aplicam-se também para as internas, como
atesta ainda o mesmo anúncio de jornal: OP: explore com os alunos o fato da descrição
ser sobre a rotina de um colégio semi-interno.
Os paes poderão visitar suas
filhas às quintas-feiras, das 2 às
3 horas da tarde e nos domingos,
do meio-dia às 3 horas da
tarde... Os mezes de junho e
dezembro são feriados. Não há
férias durante a Semana Santa.
Condecorações: premiações.
Rigidez: exatidão; dureza.
Sanção: penalidade.
Semana Santa: semana celebrada no
calendário cristão. Antecede a Páscoa.
Ana Cristina Pereira Lage. Escolas confessionais femininas na segunda metade do século XIX e início do XX: um estudo acerca do Colégio
Nossa Senhora de Sion em Campanha (MG). Campinas, 2004. Disponível em: < http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/
artigos_pdf/Ana_Cristina_P_Lage_Artigo.pdf>. Acesso em 23 abr. 2014.
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O texto apresentado na página anterior nos permite conhecer algumas
características da organização de uma escola de Minas Gerais, no início
do século 20. Essa fonte histórica apresenta algumas regras com relação
aos horários e à organização das atividades nas escolas (algumas regras
ainda permanecem) e tinham como principal objetivo ajudar no bom
funcionamento da escola para todos que a frequentassem.
Da mesma maneira que os costumes, a escrita também mudou desde
aquela época. Há palavras que são escritas de modo bem diferente hoje.
Para refletir
OP: os alunos podem destacar que as alunas ficavam o dia inteiro no
colégio, além daquelas que eram internas, ou seja, moravam ali e
recebiam visitas dos pais. Podem perceber, também, que havia a
exigência delas estarem presentes nos domingos pela manhã e nos
chamados “dias santificados”, havendo penalidades para as faltas,
fatos esses que, provavelmente, não acontecem mais, mesmo nas
mais tradicionais escolas.
1.Após ler o texto da página anterior e refletir sobre a sua rotina
OP: oriente os alunos a lerem não apenas o documento,
escolar, responda às questões: mas darem importância aos dados presentes em sua fonte,
na qual encontrarão o título do estudo e outros dados
a) De quando é esse documento? A que se refere? como data, local etc.
b) Há diferença entre os horários de permanência das alunas na
escola descrita no documento e os horários na escola onde você
estuda?
Respostas pessoais.
c) No caderno, faça uma lista das palavras que estão escritas de
RESPONDA
NO CADERNO
maneira diferente do que você conhece e escreva ao lado
dessas palavras a forma como elas são escritas atualmente.
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1.Neste capítulo você leu e refletiu sobre o ambiente escolar e o tempo
na escola em diferentes épocas.
Agora é sua vez de escrever um texto contanto como é sua escola.
OP: oriente os alunos a descreverem como é o espaço físico da escola, bem como sobre a forma como eles se
relacionam entre si e com os professores.
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UNIDADE
4
O trabalho, o
emprego e as
profissões
Olhe! Qual a
profissão daqueles
trabalhadores ali?
80
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Delfim Martins/Pulsar Imagens
Nossa! Que
perigo esses
andaimes! Que bom que
os trabalhadores estão com
equipamentos de segurança.
Acho que, por trabalharem na
construção civil, podem ser
pedreiros e mestres
de obra.
Operários trabalhando em obra.
Guarulhos (SP), 2013.
OP: a imagem de) abertura da unidade nos mostra operários trabalhando na construção civil. Destaque para
os alunos a importância do aprendizado e da qualificação para o desempenho das profissões e ressalte
também a necessidade de garantias para o desenvolvimento e segurança no trabalho.
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Capítulo 1 - Trabalho e profissões
Para começo de conversa...
Sem barra
Enquanto a formiga
Carrega comida
Para o formigueiro,
A cigarra canta,
Canta o dia inteiro.
A formiga é só trabalho
A cigarra é só cantiga.
Mas sem a cantiga da cigarra
que distrai da fadiga,
seria uma barra
o trabalho da formiga.
José Paulo Paes. Poemas para brincar. São Paulo: Ática, 1989.
OP: lembre aos alunos que esse texto/poema se remete à fábula
“A cigarra e a formiga”, de Esopo, sendo esse texto do J. P. Paes
uma das muitas reescritas dessa fábula ao longo dos séculos, às
vezes pró e às vezes contra a cigarra.
Ilustração da cigarra tocando violão ao lado
de duas formigas carregando folhas.
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1.Leia novamente o poema e analise a ilustração da página. Como você
acha que estão se sentindo a formiga e a cigarra?
OP: os alunos podem inferir que ambas estão bem, pois fazem o que desejam.
2.O trabalho da cigarra distrai da fadiga. O que significa isso? Qual é o
trabalho da cigarra?
OP: os alunos podem destacar a importância da arte, aí representada pelo canto e pela música na vida
das pessoas.
3.Você já pensou na forma como vários tipos de trabalho estão
RESPONDA
ORALMENTE
interligados? Pense, por exemplo, por quantos processos diferentes passa
a batata frita de pacote que você encontra no supermercado. Há o
processo de plantação, colheita, produção da batata, empacotamento,
venda para as redes de supermercado e venda para o consumidor final.
São muitos os trabalhos envolvidos, e cada um depende do outro.
Converse com seus colegas e professor sobre o quanto vocês consideram
importante todas as atividades de trabalho das pessoas, por mais
diferentes que elas sejam.
OP: nesta conversa, os alunos podem analisar vários tipos de trabalho elencados no processo de produção
da batata frita, bem como podem trazer mais exemplos, tendo referência as pessoas do seu convívio.
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Divisão de tarefas
Organizar nossa casa é uma forma de trabalho. As atividades domésticas
são necessárias para o bem-estar e saúde dos seus moradores.
Até a década de 1960, era comum que as tarefas domésticas fossem
responsabilidade das mulheres, enquanto aos homens cabia o trabalho
fora de casa.
Porém, quando começou o aumento das mulheres trabalhando fora
de casa, a divisão das tarefas domésticas entre as pessoas de uma mesma
casa passou a ser uma necessidade. Na atualidade, todas as pessoas que
convivem em uma mesma moradia, independente do sexo, podem
participar dos cuidados com a organização e a limpeza dela.
Para refletir
1.Neste capítulo você leu sobre o trabalho e a divisão de tarefas.
Reflita agora sobre o que podemos fazer para ajudar na execução
de várias tarefas na nossa casa e anote a seguir:
a) Quais são as tarefas necessárias para manter o ambiente
organizado na sua casa?
OP: o aluno pode citar atividades ligadas à ordem dos objetos, à organização e à limpeza.
b) Quem realiza cada uma dessas atividades na sua casa?
OP: o aluno pode apontar se esses serviços ficam ao encargo de uma única pessoa ou se o
trabalho é compartilhado.
c) Você colabora na realização dessas atividades? Como?
OP: o aluno vai refletir e responder como colabora em casa.
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O ser humano e o trabalho
O trabalho é uma atividade humana organizada que visa à realização
de alguma tarefa. O seu significado e sua importância na vida das pessoas
variam de acordo com a cultura e as características de cada sociedade.
O trabalho humano é resultado de um processo de aprendizagem que
pode envolver também habilidades ou treinamento para a sua execução.
Você sabia?
Em muitas sociedades indígenas brasileiras o trabalho se caracteriza
como um momento de troca de experiência entre os membros do
grupo, ou seja, trabalhar é aprender a fazer junto, pois constitui um
aspecto da vida comunitária indígena. Normalmente, as tarefas são
divididas entre homens e mulheres e são respeitadas as condições
físicas, o sexo e a idade. As pessoas aprendem a fazer coisas muito
diferentes umas das outras, de acordo com suas habilidades,
preferências, necessidades e condições que o meio em que elas vivem
oferece.
Renato Soares/Pulsar Imagens
Por meio do trabalho, o ser humano pode criar produtos que não
existem na natureza. Em determinadas atividades humanas são necessários
conhecimentos e técnicas especiais para a sua execução. Desse modo,
ao longo da história foram surgindo as mais variadas profissões.
Indígena utilizando
o arco e flecha para
pescar durante a
produção de sal na
lagoa dos cuicuro.
Gaúcha do Norte
(MT), 2012.
85
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O trabalho na escola
Para um bom funcionamento das atividades que as escolas oferecem
é importante que várias pessoas desenvolvam bem o seu trabalho, tanto
na parte administrativa e pedagógica quanto na limpeza, segurança etc.
Fernando Favoretto/Criar Imagem
Edson Sato/Pulsar Imagens
A equipe da direção, por exemplo, normalmente é responsável pelas
atividades administrativas e pedagógicas com a ajuda dos professores e
representantes da comunidade escolar.
São muitos os profissionais
que cuidam de setores como a
limpeza, a segurança, a
alimentação, a manutenção da
disciplina escolar, os reparos
necessários etc.
Funcionárias servindo merenda aos
estudantes de escola municipal indígena.
Amambai (MS), 2012.
Luiz Alberto Afonso dos Santos/Laeti Imagens
Professor de Educação Física em aula com
alunos em escola de São Paulo (SP), 2011.
A biblioteca da escola
geralmente é cuidada pelo
bibliotecário, um profissional
responsável pela catalogação e
organização dos livros, que auxilia
os alunos nas pesquisas e
disponibiliza os livros quando
solicitados.
Bibliotecária trabalhando no Colégio Estadual
Deputado Olívio Belich. Curitiba (PR), 2014.
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Pesquisando e aprendendo mais
1.Reúna-se com mais dois colegas de sala para pesquisar sobre os
profissionais que trabalham na sua escola. O grupo de trabalho deve
PESQUISA escolher um dos locais da escola, como o pátio, a cozinha, a
biblioteca ou outro para pesquisar as seguintes questões:
Respostas pessoais.
a) Quantos e quais são os adultos que trabalham ali?
b) Qual é a função que desempenham? Existem ferramentas
próprias para esse trabalho? Citem quais são.
c) Façam um cartaz que represente o trabalho exercido nesse local e
expliquem por meio de um pequeno texto a importância desse
trabalho para o funcionamento da escola.
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Album /akg-images/Latinstock
As profissões
Qual profissão você gostaria de
exercer ao se tornar adulto? Você já
ouviu essa pergunta alguma vez? Por
acaso, você já pensou em ser um
albardeiro? Ou quem sabe um
aguadeiro? Provavelmente você nunca
pensou nessas profissões, pois em
alguns lugares elas simplesmente
desapareceram ou passaram a ser
exercidas por pouquíssimas pessoas.
Isso aconteceu porque muitas
profissões perderam a função,
principalmente por causa dos avanços
tecnológicos. Da mesma maneira, as
mudanças de cada época criam a
necessidade de novas atividades
profissionais.
A fotografia retrata um aguadeiro
trabalhando em Montmartre. Paris
(França), 1900.
Albardeiro: pessoa que fazia as albardas, que eram selas usadas no lombo dos animais e assim
podia-se montar mais confortavelmente.
Aguadeiro: pessoa que vendia água de porta em porta. Ele anunciava sua presença por meio
de uma corneta e deveria garantir a qualidade da água vendida.
Para refletir
1.Observe a imagem que mostra um aguadeiro e responda às
questões a seguir:
a) A imagem reflete o presente ou o passado?
A imagem reflete o passado.
b) O que ele está fazendo?
Ele está carregando baldes de água para entrega.
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Pesquisando e aprendendo mais
Após estudar sobre o trabalho, as divisões de tarefas, as profissões
na escola e fora dela, aprendemos que o trabalho é uma atividade
humana organizada que visa à realização de alguma tarefa.
1.Agora vamos fazer um jogo de adivinhação.
PESQUISA
a) Primeiramente, pesquise quatro profissões diferentes e escreva
as funções de cada uma delas. Não mostre para os colegas!
b) Depois, com a ajuda do professor, você e seus colegas devem se
reunir em um círculo. Inicia o jogo quem estiver do lado direito
do professor. Esse aluno dará algumas dicas da profissão que
escolheu para os demais adivinharem, conforme o exemplo:
“Ele anda muito para realizar seu trabalho. Também usa
uniforme e carrega uma sacola. Quem é esse trabalhador?”.
OP: a resposta dessa charada é “carteiro”.
Não facilite demais as pistas para manter o clima de desafio!
E assim sucessivamente, até que todos apresentem as profissões
que escolheram.
c) Ao final do jogo, a turma, junto com o professor, pode elaborar
uma lista das profissões apresentadas.
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Para refletir
Acervo Iconographia
Observe a foto abaixo.
OP: retome as orientações quanto à leitura
de fotografias como documentos
históricos, presentes no MP.
Telefonistas em 1913.
No início do século 20, as ligações telefônicas eram feitas por meio
de telefonistas, que ficavam em uma central de telefonia, pois não havia
discagem direta entre as pessoas. Na fotografia é possível ver uma dessas
centrais telefônicas.
Ao longo dos anos a tecnologia mudou muito o serviço telefônico.
Se no início do século 20 as telefonistas eram responsáveis por fazer as
ligações entre as pessoas, na atualidade passaram a ter outra função
dentro das empresas, tendo em vista que não há mais necessidade de
alguém para completar as ligações externas.
Na imagem a seguir está retratado um novo trabalho relacionado à
telefonia. Na atualidade, as grandes empresas têm serviços de atendimento
por telefone que visam esclarecer dúvidas das pessoas sobre produtos e
serviços, bem como fazer vendas e mesmo ouvir reclamações.
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Ernesto Reghran/Pulsar Imagens
Centro de
operações de rede,
em operadora de
telecomunicações.
Londrina (PR), 2013.
Como você pode observar, a forma de fazer ligações mudou com o
passar dos anos, e isso implicou mudança da função desenvolvida por
telefonistas.
1.Com base nas informações fornecidas pelo texto e pelas imagens
desta seção, responda:
a) Observando as legendas das imagens, você considera que existe
uma diferença quanto ao tempo que separa as duas cenas?
Sim. Há o espaço de um século entre a primeira e a segunda imagem.
b) Descreva as diferenças que você pôde observar entre as cenas
retratadas nas duas fotografias.
As pessoas, no início do século 20, estavam uniformizadas, as máquinas nas quais elas
trabalhavam eram maiores e havia apenas mulheres nesse trabalho, ao contrário da atualidade,
em que o ambiente de trabalho inclui outros serviços e não há mais a necessidade de
intermediação da telefonista com os usuários de telefone.
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1.Após observar e analisar as imagens da atividade "Para refletir", pense
sobre a influência da tecnologia nas formas de trabalho.
a) Pesquise sobre outras profissões que foram influenciadas,
modificadas ou mesmo que despareceram devido aos avanços
tecnológicos.
b) Com base nos dados da pesquisa, bem como da atividade
desenvolvida no "Para refletir", escreva um texto sobre o impacto da
tecnologia nas profissões.
OP: auxilie os alunos a refletirem sobre o impacto da tecnologia no mercado de trabalho e nas
profissões. Exemplos como a mecanização na agricultura, as montadoras de carros, caixas atomáticos
em bancos e nos supermercados podem contribuir para essa reflexão.
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Capítulo 2 - Trabalho e emprego
Para começo de conversa...
Sou boy
Acordo sete horas tomo
ônibus lotado
Entro oito e meia eu
chego sempre atrasado
Sou boy, eu sou boy, sou
boy, boy, sou boy
Atento oito e meia eu
tenho que bater o cartão
Mal piso na firma tem
serviço de montão
Eu sou boy, eu sou boy, eu
sou boy, boy, eu sou boy
Ando pela rua pago conta,
pego fila
Vou tirar xerox e batalho
algumas pila
Sou boy, eu sou boy, eu
sou boy, boy, eu sou boy
Na hora do almoço a
minha fome é de leão
Abro a marmita e o que
vejo? Feijão!
Chega o fim do mês com
toda aquela euforia
Todos ganham bem e eu
aquela mixaria
Sou boy, eu sou boy, eu
sou boy, eu sou boy
E logo chega a tarde estou
com pressa de ir embora
Meus pés estão doendo e
os meus calos estão pra
fora
Sou boy, eu sou boy, eu
sou boy, boy, eu sou boy
Bate cinco e meia acerto
em filas infinitas
Ônibus lotado cai da mala
minha marmita
Sou boy, eu sou boy, eu
sou boy, boy, eu sou boy
Kid Vinil. Sou boy. Intérprete: Magazine. Magazine.
São Paulo: Elektra, 1983. LP.
Boy: a expressão usada em inglês se
refere ao funcionário que leva e traz
documentos e recados. Também é
conhecido como contínuo.
Pila: gíria para se referir a dinheiro.
Euforia: entusiasmo; alegria.
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1.Nos versos da música “Sou boy” são citadas algumas atribuições desse
trabalhador. Leia novamente a letra da música, reflita sobre cada um
dos versos e responda a seguir:
a) Qual o assunto tratado?
A letra da música fala do trabalho cansativo do boy, também conhecido como contínuo.
b) Destaque algumas dessas tarefas executadas pelo personagem da
música.
Pagar contas enfrentando filas, tirar fotocópias.
c) Como o personagem retratado na música lida com o tempo?
Ele está sempre atrasado, correndo, com pressa.
d) Na sua opinião, ele está feliz com seu emprego?
Não, pois ganha pouco, corre muito e tem muitas dificuldades.
e) O que você acha que o autor quis expressar com esses versos?
O aluno pode inferir sobre as dificuldades desse trabalhador em relação ao salário e ao trabalho.
2.Converse com seus colegas de sala e com seu professor e debatam
RESPONDA
ORALMENTE
sobre as questões levantadas com a leitura da letra da música.
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A produção humana
A maioria das pessoas associa as palavras trabalho e emprego como
se fossem a mesma coisa. Apesar de estarem ligadas, essas palavras
possuem significados diferentes.
O trabalho é mais antigo que o emprego, pois existe desde o
momento em que o homem começou a transformar a natureza e o
ambiente ao seu redor para garantir a sobrevivência.
Trabalho é uma atividade humana organizada, necessária para a
realização de qualquer tarefa.
Por outro lado, o emprego é algo recente na história da humanidade. O
conceito de emprego surgiu por volta do século 18 com o desenvolvimento
das fábricas, nas quais eram estabelecidos horários para o trabalho a ser
exercido, ou seja, as chamadas jornadas de trabalho.
No Brasil, as leis trabalhistas estabelecem que todos os empregos
sejam remunerados, isto é, as pessoas devem receber salário pelo
trabalho que realizam.
As formas de organização das empresas devem garantir aos seus
empregados boas condições para o exercício de suas funções.
O salário serve para que o trabalhador possa suprir suas necessidades
básicas: comprar alimentos, roupas, calçados, remédios, desfrutar do
lazer e muito mais.
Marcos André / Opção Brasil Imagens
O salário também serve para pagar outras despesas, como aluguel,
água, luz, gás, telefone, entre outras.
Motorista de táxi.
Goiânia (GO), 2013.
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O trabalho informal ocorre sem vínculo com empresas, como no caso
de vendedores ambulantes e outros profissionais autônomos.
Cesar Diniz/Pulsar Imagens
Existem também muitas pessoas que passam por grandes dificuldades
financeiras por estarem desempregadas.
Vendedor ambulante
de chapéus na orla da
Praia do Forte. Cabo
Frio (RJ), 2012.
Na atualidade, apesar dos avanços econômicos no Brasil, o
desemprego ainda atinge parte da nossa população. De acordo com
uma pesquisa divulgada em janeiro de 2014, realizada pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2013 aproximadamente
7 milhões e 300 mil pessoas estavam desempregadas no Brasil.
Entre os principais fatores que contribuem para o número de
desempregados estão a falta de qualificação
profissional para algumas atividades, assim
Qualificação profissional:
como a crescente substituição de funções,
preparação ou formação para
exercer uma determinada função.
antes realizadas manualmente, que passaram
a ser realizadas por máquinas.
Você sabia?
A Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) é um documento
obrigatório para a pessoa que vai prestar algum tipo de serviço
profissional em empresas no Brasil.
É um dos documentos que visa reproduzir, esclarecer e comprovar
dados sobre a vida do trabalhador como empregado. Infelizmente, no
Brasil, existem muitos trabalhadores que não conseguem esse registro.
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Para refletir
1.Responda:
a) Observe com atenção as imagens nas duas páginas anteriores e
responda quais são as atividades que as pessoas estão
realizando.
O vendedor ambulante vende bonés e chapéus na areia da praia; o taxista dirige seu táxi.
b) Em sua opinião, as pessoas nessas imagens retratadas estão
trabalhando? Todas elas estão no emprego?
Espera-se que os alunos reflitam que as pessoas estão trabalhando, mas em empregos
diferentes.
c) Qual a diferença entre trabalho e emprego?
OP: os alunos devem perceber a diferença que existe entre trabalho, que é a execução de uma
atividade, e emprego, que é uma atividade remunerada.
d) Por que muitas pessoas não conseguem suprir suas
necessidades básicas com o valor que recebem em seus
empregos?
Por vezes, os salários podem ser baixos para garantir o pagamento de todas as contas das
pessoas.
2.Converse com seus colegas sobre algumas dificuldades que, na sua
RESPONDA
ORALMENTE
opinião, ainda existem para os trabalhadores brasileiros, como o
desemprego. OP: mais informações que auxiliam esta conversa no MP.
97
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As profissões do futuro
Ao longo do capítulo, foram apresentadas profissões que existiam no
passado, mas que hoje não existem mais, e outras profissões que foram
mudando ao longo do tempo. Podemos identificar que as atividades
profissionais mudam através do tempo para atender às necessidades da
sociedade. Assim como algumas profissões deixam de existir, novas
surgem.
Na atualidade há um crescimento da importância de profissões
ligadas aos avanços tecnológicos, às descobertas científicas e avanços
médicos, à melhoria da qualidade de vida, entre muitas outras. Uma área
de grande importância para nossa sociedade e que vem crescendo muito
é a das profissões com foco na preservação do meio ambiente.
1.Converse com os colegas sobre o porquê do crescimento da
preocupação com o meio ambiente na atualidade. E registre suas
conclusões.
OP: oriente a conversa auxiliando os alunos a perceberem que muitas ações dos homens destruíram
florestas, poluíram rios, mares e o ar, entre outros problemas. E que se percebeu que, para a
manutenção da vida humana, a preservação do meio ambiente é essencial.
2.No seu dia a dia, você pratica alguma ação para preservar o meio
ambiente?
OP: estimule as práticas de separação de lixo para reciclagem, de economia de água, entre tantas
outras.
Algumas dessas novas profissões têm por objetivo buscar formas de
suavizar o impacto das ações dos homens no meio ambiente. É o caso
do engenheiro ambiental, profissional que identifica os problemas
ambientais e propõe meios de amenizá-los ou mesmo corrigi-los. Outro
profissional que atua nessa área é o agroecologista. Ele trabalha para
orientar o equilíbrio entre o uso da terra nas atividades rurais e a
preservação ambiental. Essas são algumas profissões consideradas
importantes para o futuro. Vamos conhecer outras?
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1.Formem grupos, com a ajuda do professor, e pesquisem em fontes
diversas outras duas profissões que trabalham pela preservação do
PESQUISA meio ambiente. Registrem aqui.
OP: oriente a pesquisa a fim de que os alunos indiquem o nome da profissão, o trabalho desenvolvido
e qual a contribuição para o meio ambiente. Podem ser exploradas as profissões: ecologia, engenharia
hídrica, oceanografia, biotecnologia, entre outras.
2.No quadro abaixo, registrem o nome da profissão e qual a sua
contribuição para o meio ambiente.
3.Pesquisem, ainda em grupo, outras profissões que são consideradas
importantes para o futuro. Registrem quais são elas e o que fazem
os profissionais.
1.A partir das informações coletadas na atividade "Pesquisando e aprendendo
mais", reflita sobre as novas necessidades do mercado de trabalho.
a) Converse com os seus colegas sobre profissões que vocês acreditam
ser importantes para o futuro.
b) Após a conversa, escreva um texto no caderno sobre a profissão
RESPONDA
que você compreende ser importante parta o futuro, justificando o
NO CADERNO
porquê da escolha.
99
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Você já pensou sobre que profissão gostaria de exercer quando se
tornar um adulto? Na hora de escolher uma profissão, você precisará
conhecer algumas opções, concorda? Até lá, muitas coisas irão mudar e
na ocasião você deverá refletir se quer morar em uma cidade grande ou
pequena, se quer uma rotina mais fixa ou uma ocupação que dê
condições de estar em vários lugares, entre muitos outros fatores.
Por hora, vamos desenvolver um trabalho de pesquisa sobre algumas
profissões. Você pode solicitar ajuda de outros professores de sua escola,
de áreas diferentes, para conversar e pesquisar sobre as profissões ligadas
às suas respectivas áreas de conhecimento. Por exemplo: Matemática professor de matemática, arquiteto, engenheiro; Língua Portuguesa escritor, revisor; Arte - bailarina, ator, músico; Geografia - técnico em meio
ambiente, geógrafo; História - muséologo, professor, historiador; Ciências biólogo, médico; Educação Física - treinador, personal trainer.
Vamos trabalhar?
Tema: Feira de profissões
1a etapa
Organização das equipes
Com a ajuda do professor, organize uma equipe com mais três
colegas e juntos, definam a função de cada um dos participantes.
Lembrem-se de que o trabalho só será um sucesso se todos
participarem.
2a etapa
Execução do trabalho em grupo
Cada equipe deverá escolher uma profissão e um profissional que a
exerça para cada aluno do grupo pesquisar e entrevistar, utilizando o
roteiro a seguir para a entrevista:
• O que faz esse profissional?
• Qual a formação necessária para exercer essa profissão?
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Luciana Whitaker/Pulsar Imagens
••Esse profissional tem um
horário de trabalho
diferenciado?
••Que habilidades são
necessárias para exercer
essa profissão (gostar de
Matemática, saber desenhar,
ter facilidade para conversar
com outras pessoas etc.)?
Rob Marmion/Shutterstock
ou uma roupa específica
para exercer essa profissão?
Por quê?
A tecelagem feita de forma artesanal exige
habilidade e muita dedicação. Fábrica de
tapetes feitos com tear manual. São José do
Vale do Rio Preto (RJ), 2014.
© Pedro Amorós/Fotolia.com
••É preciso usar um uniforme
© jserra/Fotolia.com
Mulher no trabalho utilizando um
computador.
Médica atendendo a uma paciente.
Dois bombeiros apagando fogo.
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Elabore com a equipe um texto para cada profissão. Lembre-se de
citar no final dele o nome do documento utilizado na pesquisa; se
entrevistou uma pessoa, anote o nome e a data em que você conversou
com ela.
3a etapa
Exposição
Montem uma exposição para que os demais alunos da escola
possam conhecer as profissões pesquisadas. Além da entrevista feita
com alguns professores e colaboradores da escola, como: professor de
Educação Física, professor de Ciências, a cozinheira, o porteiro, pais etc.,
vocês podem convidá-los para falar sobre a profissão que exercem.
Não esqueçam de pedir ao profissional que for falar sobre a sua
profissão que leve um instrumento que a represente. Com isso, envolvam
todos os colaboradores da escola e as famílias para juntos aprenderem
muitas coisas interessantes em relação às profissões que estão ao nosso
redor, no nosso dia a dia.
Cada equipe apresentará as profissões escolhidas pelo grupo,
levando, se possível, algum objeto ou fazendo uma representação que
mostre como essas profissões são exercidas.
Organizem uma apresentação em que cada aluno explique sobre
a profissão que pesquisou, justificando a escolha.
4a etapa Pesquisa
Agora que todos os alunos da classe conheceram um pouco mais
sobre as profissões, organizem uma pesquisa para saber, entre as
apresentadas, quais as profissões mais interessantes, quais aquelas que
mais alunos gostariam de exercer e qual a que teve menor interesse.
Trabalhe com os dados da pesquisa a fim de quantificar seu interesse
profissional e de seus colegas.
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UNIDADE
A seguir são apresentadas indicações de leitura para o estudo dos
diferentes temas de História abordados neste livro. Por meio desse
material será possível, de forma divertida, enriquecer o conhecimento e
descobrir diferentes aplicações da História em seu cotidiano.
1
Cultura: uma criação do homem
Mil folhas: história ilustrada do doce. Lucrécia Zappi. São Paulo: Cosac Naify,
2010. Coleção Prismas. Este livro conta como surgiram o chiclete, o
sorvete, o chocolate e outros doces, mostrando como a história desses
doces influenciou o seu consumo e produção em diversas culturas.
Gosto de África: histórias de lá e daqui. Joel Rufino dos Santos. São Paulo:
Global, 2010. Esta obra faz uma abordagem sobre mitos, lendas e
tradições africanas, ajudando-nos a compreender melhor nossa cultura,
uma vez que os africanos que foram trazidos para o Brasil contribuíram
muito na formação da cultura brasileira.
UNIDADE
O menino que quebrou o tempo. José Maviael Monteiro. São Paulo: Scipione,
2005. Coleção Biblioteca. Este livro de ficção é sobre um menino que
mexe nos relógios de um relojoeiro e, rompendo o tempo, causa uma
grande confusão na cidade. Através desta leitura você poderá relacionar
a construção cultural de mecanismos à medição do tempo.
2
Um tempo para cada coisa, cada coisa no seu tempo
As crianças na História. Chris Rice e Melanie Rice. São Paulo: Ática, 2000. Este
livro narra uma viagem no tempo por diversas localidades. Através desta
obra você pode conhecer culturas muito diferentes e perceber como as
crianças vivem, onde moram e estudam, além de algumas características
bastante curiosas.
Os direitos da criança. Lenice Bueno Silva. São Paulo: Ática, 1990. Neste livro
são mostrados os princípios que compõem a Declaração Universal dos
Direitos da Criança, acompanhados de ilustrações.
Bom dia, todas as cores. Ruth Rocha. São Paulo: FTD, 1998. Este livro narra a
história de Camaleão, que acordou muito feliz e mudou sua cor para
rosa, que ele achava a mais bonita. Durante um passeio encontrou
vários de seus amiguinhos e cada um pedia para ele usar uma cor
diferente, até que ele percebeu o quanto era difícil agradar a todos.
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http://www.unicef.org.br. Este site apresenta as inúmeras ações do Fundo das
Nações Unidas para a Infância – Unicef – que está presente no Brasil
desde 1950, liderando e apoiando algumas das mais importantes
transformações na área da proteção à infância e à adolescência no país,
como as grandes campanhas de imunização e aleitamento, o
movimento pelo acesso universal à educação, os programas de combate
ao trabalho infantil, entre outros.
Reinações de José Mindlin. José Mindlin. São Paulo: Ática, 2008. Este livro
conta as memórias do autor, desde o seu nascimento, em 1914, até
completar 10 anos de idade. Na obra são narradas suas peripécias de
infância e também o que acontecia no mundo durante essa mesma
época.
UNIDADE
Menino brinca de boneca? Marcos Ribeiro. São Paulo: Salamandra, 2001. Este
livro faz uma abordagem sobre os preconceitos relacionados aos papéis
desempenhados por homens e mulheres na sociedade.
3
Educação, um direito de todos
Para toda criança: os direitos da criança em palavras e imagens. Caroline Castle.
São Paulo: Ática, 2001. Este livro ricamente ilustrado por artistas de todo
o mundo pode ajudar você a refletir e entender novos aspectos sobre
os direitos das crianças.
U NIDADE
A escola nossa de cada dia. Edy Lima. São Paulo: Scipione, 1996. Coleção
Opiniões irreverentes. Esta obra descreve a escola sob a visão de uma
criança, apresentando diversos aspectos sobre o ambiente escolar, o que
pode ajudar você a refletir e comparar essa escola representada no livro
com a escola que você estuda.
4
O trabalho, o emprego e as profissões
Deixa que eu faço. Brian Moses. São Paulo: Scipione, 1999. Coleção Valores.
Este livro mostra como as crianças podem ser estimuladas a ter
responsabilidade e executar tarefas no dia a dia.
Serafina e a criança que trabalha. Cristina Porto, Iolanda Huzak e Jô Azevedo.
São Paulo: Ática, 2005. Este livro aborda de forma sutil a dura realidade
das crianças que trabalham na zona rural.
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MANUAL DO
PROFESSOR
3
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ANO
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Os estudos históricos são fundamentais para a construção da identidade social
do indivíduo, uma vez que lhe possibilitam perceber-se como sujeito e agente da história ao identificar as relações dos diferentes grupos humanos em tempos e espaços
diversos.
É fundamental que os alunos desde as séries iniciais da escolarização possam
perceber a pluralidade e a diversidade das experiências individuais e coletivas, compreendendo-as no constante processo de mudança e permanência, adquirindo habilidade de analisar relações, diferenças, semelhanças, desigualdades, alianças e conflitos.
O processo de ensino-aprendizagem de História deve oferecer ao aluno um estímulo para a compreensão da realidade. É importante que o aluno seja motivado a
falar, expor seus pontos de vista sobre variados assuntos e, debatendo-os com os colegas, reformulá-los. Só assim ele poderá perceber que existem ideias e opiniões diferentes e aprenderá a respeitá-las. A partir delas, aumentará o número de informações que possui, construindo seu conhecimento.
Ensinar e aprender História exige reflexão e tomada de posição diante dos fatos apresentados. O conhecimento histórico nunca estará completo, uma vez que novos dados e enfoques contribuem constantemente para sua construção.
Com o objetivo de contribuir com a sua prática docente, neste manual é apresentada a concepção do ensino de História, estratégias e orientações para o trabalho
com os temas apresentados nesta Coleção. Constam também outras sugestões de
atividades e indicações de leitura que podem contribuir com a formação continuada
do docente.
A autora
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Justificativa para a proposta de trabalho.................. 109
A documentação vigente para o Ensino Fundamental
de 9 anos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
Estrutura da Coleção................................................................113
A organização didática.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
Abertura de unidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
Para começo de conversa.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
Para refletir.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
Pesquisando e aprendendo mais.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
Escrevendo a História.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
Aprender fazendo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
Estudando o documento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
Trabalhando juntos. . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
Ícones. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
Glossário.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
Você sabia?.. . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
Sugestões para a turma. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
Os temas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
Quadro geral de temas 2o Ano. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
Quadro geral de temas 3o Ano. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
Quadro geral de temas 4o Ano.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
Quadro geral de temas 5o Ano. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120
Estratégias para o trabalho com a Coleção..................121
O trabalho com textos.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121
O trabalho com imagens. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
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O trabalho com mapas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123
A formação de conceitos.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124
A realização das atividades pedagógicas.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125
Projetos de Trabalho e a abordagem interdisciplinar.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125
Redação de textos. . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127
O trabalho de pesquisa.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128
Dinâmica de debates. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
Entrevistas.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
Visita a museus e atividades externas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130
Confecção de maquetes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131
Avaliação.......................................................................................... 131
Textos complementares........................................................... 133
Texto 1.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134
Texto 2.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135
Texto 3.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136
Orientações específicas para o livro do 3o ano.......... 137
1
Cultura: uma criação do homem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137
2 Um tempo para cada coisa,
cada coisa no seu tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148
3 Educação, um direito de todos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158
4 O trabalho, o emprego e as profissões. . . . . . . . . . . . . . . . 164
Textos de apoio........................................................................... 172
Referências.................................................................................... 173
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Justificativa para a proposta de trabalho
MANUAL DO PROFESSOR
Compreendemos que o ensino da História tem como função contribuir para a formação de cidadãos conscientes da importância da participação social, preocupados em resgatar e respeitar o Patrimônio Histórico, conhecendo e compreendendo a natureza social e individual do ser humano, uma vez que
a História, como ciência, tem por objetivo principal o estudo da experiência humana no tempo.
Desse modo, entendemos que o ensino da História deve propiciar aos alunos um melhor entendimento da realidade em que vivem, conhecendo a herança cultural, individual e coletiva da humanidade.
Os temas selecionados para esta Coleção buscam criar uma relação entre a vida cotidiana dos alunos e sua própria história, salientando-se o papel de todos os membros da sociedade na construção e
preservação da História, procurando fazer com que aprendam a olhar a realidade e, ao mesmo tempo,
estabelecendo relações com outras experiências, tanto do passado como do presente, entendendo a historicidade da realidade em que vivem.
O historiador Marc Bloch foi um dos pioneiros a se levantar contra a forma tradicional de entender a História, que a conceituava como a ciência que se ocupa em estudar o passado. Bloch afirma que
somente o passado como tal não poderia ser objeto de estudo de uma ciência; a História deve ocupar-se igualmente dos tempos presentes, contrariando também a afirmação daqueles que interpretavam a
História como uma “Ciência do homem”. Para esse autor, a História só poderia ser considerada como uma
“Ciência dos homens no tempo” (Bloch, 2001, p. 55).
Bloch defendia também que o tempo da história deveria ser pensado em termos de articulação
que envolve espaço e tempo, ligado pela ideia de que o presente é importante para a compreensão do
passado e vice-versa. Uma formulação aparentemente simples, mas que era altamente inovadora quando tomou força por volta da década de 1940.
Em concordância com a concepção de História proposta por Bloch, bem como com as Diretrizes
Curriculares Nacionais, os temas e objetivos de ensino-aprendizagem explorados na Coleção foram pensados de forma a permitir que os alunos, a partir de seus conhecimentos e vivências, bem como pelo
contato com conceitos, sejam capazes de construir o conhecimento histórico.
Conhecimento esse que se torna significativo quando trabalhado de forma contextualizada, tanto
no que se refere aos temas e conteúdos quanto na relação com as demais áreas do conhecimento.
Todo conhecimento mantém um diálogo permanente com outros saberes, que pode ser de questionamento, de confirmação, de complementação, de negação, de ampliação, de iluminação de aspectos não distinguidos. Assim, além de reconhecer as diferenças entre as áreas do conhecimento, é preciso identificar onde se encontram as zonas de intersecção entre elas para localizar os pontos em comum
e realizar um trabalho na perspectiva interdisciplinar.
A interdisciplinaridade busca, sobretudo, um ensino que concilie diferentes conceitos de diferentes áreas, podendo substituir a fragmentação pela interação, permitindo que os alunos aprendam a relacionar conceitos e, consequentemente, construam novos conhecimentos com muito mais autonomia
e criatividade.
Para que a perspectiva interdisciplinar aconteça, você, professor, precisa abrir um espaço de diálogo com outros componentes curriculares e, ao mesmo tempo, identificar em seu campo de estudo
onde se encontram as aberturas que permitem incorporar as contribuições das outras áreas.
O trabalho com a interdisciplinaridade na escola pode e deve começar nas séries iniciais do Ensino Fundamental, visando romper a fragmentação do conhecimento.
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Compreendemos que uma estratégia de concepção de ensino produtiva e funcional para o
desenvolvimento de um trabalho interdisciplinar é a abordagem temática, tendo em vista que o estudo
desses temas não pertence a uma disciplina específica, mas envolvem duas ou mais delas. Ao longo do
livro, a partir de diferentes temas, buscou-se estimular o diálogo com outras áreas de conhecimento.
Dessa forma, o aluno terá uma visão mais ampla da realidade e, portanto, será capaz de desenvolver habilidades que permitam a promoção de atitudes de cidadania e respeito ao próximo e ao ambiente segundo uma visão crítica, de modo que possa interferir e transformar a realidade de forma a tornar-se e perceber-se como sujeito histórico.
Como disse Bloch, a História tem como objeto de estudos os homens no tempo. Essa concepção
de tempo contempla o tempo estudado com o tempo em que o estudo é feito. Ou seja, não é possível
desconectar o passado do presente.
Segundo o historiador britânico Eric Hobsbawm, estudar o passado é uma necessidade premente
nos tempos atuais, que privilegiam muito mais o efêmero, a novidade, em detrimento do passado humano. Para ele, conhecer a história de vida de um povo, de uma nação, significa a construção e afirmação de uma identidade histórica e cultural: é sabermos de onde viemos e quem somos.
A destruição do passado – ou melhor, dos mecanismos sociais que vinculam nossa experiência pessoal à das gerações passadas – é um dos fenômenos mais caracterís-ticos e lúgubres do final do século XX. Quase todos os jovens de hoje crescem numa
espécie de presente contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público da
época em que vivem (HOBSBAWM, 1995, p. 13).
De acordo com a autora Circe Bittencourt em sua obra O saber histórico na sala de aula, a relação
passado e presente é o que permite a reflexão consciente sobre os acontecimentos:
[...] a História deve contribuir para a formação do indivíduo comum, que enfrenta um cotidiano contraditório, de violência, desemprego, greves, congestionamentos,
que recebe informações simultâneas de acontecimentos internacionais, que deve escolher seus representantes para ocupar os vários cargos da política institucionalizada. Este indivíduo que vive o presente deve, pelo ensino da História, ter condições de refletir
sobre estes acontecimentos, localizá-los em um tempo conjuntural e estrutural, estabelecer relações entre os diversos fatos de ordem política, econômica e cultural [...] Temos
que o ensino de História deve contribuir para libertar o indivíduo do tempo presente e
da imobilidade diante dos acontecimentos, para que possa entender que cidadania não
se constitui em direitos concedidos pelo poder instituído, mas tem sido obtida em lutas
e em diversas dimensões (BITTENCOURT, 2008, p. 20).
Por meio da compreensão da relação passado e presente é que os alunos podem se compreender como sujeitos e agentes da História, em vez de vê-la apenas como “algo que aconteceu há muito
tempo atrás”.
A documentação vigente para o Ensino Fundamental de 9 anos.
A presente Coleção pauta-se pela documentação vigente para o Ensino Fundamental de 9 anos:
•• Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. Resolução que fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos a serem observadas na organização curricular dos sistemas de ensino e de suas unidades escolares;
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e Cultura Afro-Brasileira, definida nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das relações étnico-raciais e para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana;
•• o cumprimento da Lei no 11.645/08, que inclui no currículo oficial a obrigatoriedade do ensino
da História e cultura dos povos indígenas do Brasil. O trecho das Diretrizes Curriculares Nacionais,
exposto abaixo, comenta a importância da inserção dessas temáticas.
O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes
culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e europeia (art. 26, § 4 o da LDB). Ainda conforme o artigo 26 A, alterado pela Lei no 11.645/2008 (que inclui no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”), a História e a
Cultura Afro-Brasileira, bem como a dos povos indígenas, presentes obrigatoriamente
nos conteúdos desenvolvidos no âmbito de todo o currículo escolar, em especial na Arte, Literatura e História do Brasil, assim como a História da África, contribuirão para
assegurar o conhecimento e o reconhecimento desses povos para a constituição da nação. Sua inclusão possibilita ampliar o leque de referências culturais de toda a população escolar e contribui para a mudança das suas concepções de mundo, transformando
os conhecimentos comuns veiculados pelo currículo e contribuindo para a construção
de identidades mais plurais e solidárias (BRASIL, 2013, p. 114).
MANUAL DO PROFESSOR
•• o cumprimento da Lei no 10.639/03, que inclui no currículo oficial a obrigatoriedade da História
Nas últimas duas décadas, o governo federal, bem como instituições e organizações que lutam pelo respeito aos direitos e à cultura dos grupos indígenas e também às culturas africanas e afro-brasileiras
têm se esforçado no sentido de garantir que esses elementos históricos e culturais, tão fundamentais à
formação do povo brasileiro, sejam difundidos, conhecidos e respeitados pela sociedade.
Na presente Coleção essas temáticas são abordadas não apenas pra cumprir a legislação, mas também por compreendermos que o conhecimento dos elementos históricos e culturais dos grupos indígenas e a herança cultural africana são necessários para compreender de que forma se configurou o povo
brasileiro, sua identidade e sua cultura. Em nossa concepção, não há como estudar a história de um país sem considerar todos os elementos que a construíram.
Ao longo dos quatro volumes que compõem esta Coleção, no trabalho com os mais diversos temas, a cultura de diferentes grupos indígenas e dos povos africanos e afro-brasileiros foi contemplada a
fim de fornecer aos alunos um quadro mais completo da formação cultural brasileira.
• • O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), que se constitui em um acordo
formal assumido pelo governo federal, estados, municípios e entidades para firmar o compromisso de alfabetizar crianças até, no máximo, oito anos de idade, ao final do ciclo de alfabetização.
Para trabalhar em concordância com essas diretrizes, em muitas escolas passaram a existir debates
na elaboração de seus projetos pedagógicos, os quais exigiram respostas para organizar o ensino tendo
como ponto de partida a vivência dos alunos. Nesse novo contexto do ensino, é fundamental que os alunos participem do processo de aprendizagem de forma ativa, incorporando os conhecimentos que já
possuem às novas abordagens e relações, construindo e internalizando a ideia de que são sujeitos históricos e, assim, são parte integrante dos fatos, acontecimentos, mudanças, permanências, conflitos, conquistas, entre tantas possibilidades do fazer histórico. Ao se compreenderem como sujeitos históricos, é
preciso estimular os alunos a desenvolverem também a consciência de que são cidadãos, e de que devem exercer essa função, prezando por seus direitos e cumprindo com seus deveres.
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Os objetivos que a Educação Básica busca alcançar, quais sejam, propiciar o desenvolvimento do educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o
exercício da cidadania e fornecer-lhe os meios para que ele possa progredir no trabalho
e em estudos posteriores, segundo o artigo 22 da Lei no 9.394/96 (LDB), bem como os
objetivos específicos dessa etapa da escolarização (artigo 32 da LDB), devem convergir
para os princípios mais amplos que norteiam a Nação brasileira.
Assim sendo, eles devem estar em conformidade com o que define a Constituição
Federal, no seu artigo 3 o, a saber: a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, que garanta o desenvolvimento nacional; que busque “erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais”; e que promova “o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” (BRASIL, 2013, p. 106-108).
Em conformidade com os pressupostos das Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação
Básica, apresenta-se, portanto, a seguinte proposta teórico-metodológica:
A proposta de estudo da História apresentada na Coleção pretende estabelecer articulações entre
abordagens teórico-metodológicas distintas, resguardadas as diferenças entre elas, por entender que esse é um caminho possível para o ensino de História nos primeiros anos da escolaridade básica, possibilitando aos alunos compreenderem que a História pode ser entendida como um dos instrumentos que
auxilia na leitura e interpretação da realidade e na sua percepção como sujeitos históricos.
Desse modo, ao fundamentar a pesquisa para a elaboração desta Coleção, buscou-se interpretar
novos agentes históricos, privilegiando uma abordagem realizada sob o recorte da história do local onde vivem os alunos e do manejo dos fatos e processos históricos que dialogam com as outras Ciências
Humanas. Assim, ao trabalhar com os alunos, podemos enfocar os modos de viver, agir, pensar e se relacionar das pessoas comuns, sem salientar apenas personagens históricas e grandes feitos.
Entendemos que o ensino da História no Ensino Fundamental pode se beneficiar de abordagens
incorporadas pela chamada “Nova História Cultural”, corrente historiográfica que trabalha com a micro-história e a história do cotidiano, valorizando a diversificação de documentos, como imagens, canções
e objetos arqueológicos, na construção do conhecimento histórico. Essa abordagem fica explícita ao longo da Coleção, quando solicitamos aos alunos que tragam experiências do seu dia a dia para trabalharem temas históricos.
Desenvolvemos também uma proposta de ensino temático, na qual o tema/assunto discutido é
abordado a partir de uma referência inicial: um fragmento de documento histórico, poesia, textos ficcionais, artigos ou imagens, os quais tenham potencial de motivar e despertar a curiosidade dos alunos para refletirem sobre o tema. Essa abordagem fica evidente na seção “Para começo de conversa...”, que dá
início a todos os capítulos. Para que o aluno desenvolva atitudes críticas e investigativas, é importante
criar situações de aprendizagem nas quais ele seja capaz de se interessar e demonstrar curiosidade pelo
mundo social e natural, formulando perguntas, imaginando soluções para compreendê-lo, buscando informações e confrontando ideias. Esse comportamento é incentivado na seção “Pesquisando e aprendendo mais”.
As narrativas e exposição dos temas buscam uma reflexão a partir de um objeto concreto, situado no presente, no contexto dos alunos. Por meio de diálogos entre eles, da reflexão pessoal ou de entrevistas com familiares e outras pessoas é que se propõe provocar o processo de identificação e sistematização das diferenças e semelhanças a sua volta e, gradativamente, ampliar a visão de mundo a outros espaços e tempos, sempre sob uma perspectiva histórica.
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MANUAL DO PROFESSOR
De acordo com o projeto que estamos delineando, partimos do princípio de que o aluno já tem
certos saberes acerca de alguns conteúdos de História, os quais foram elaborados no convívio familiar,
social e escolar. Na maior parte das vezes, entretanto, esses conhecimentos não estão sistematizados,
mas é a partir deles que os alunos podem reformular conceitos e conhecimentos pela incorporação
de novos elementos àqueles já adquiridos, buscando aperfeiçoamento e aquisição de habilidades.
O exercício da concentração e autonomia em atividades individuais, a participação ativa nas atividades coletivas e a atenção em explanações orais dos colegas compõem também requisitos importantes a serem alcançados nesse processo.
Conhecer os alunos, bem como a história e as dificuldades deles, é um importante meio para ajudar o trabalho pedagógico. O conhecimento dessas questões pode ser subsídio para a discussão da elaboração do planejamento ou na avaliação, como consequência à constante atualização do projeto. Portanto, é fundamental que sejam priorizadas, selecionadas e criadas situações oportunas para esse relacionamento.
Assim, quanto mais é desenvolvido o diálogo e a interação com os alunos, mais se pode ter clareza sobre o que oferecer para assegurar o bom andamento das aulas, reconhecendo as diversidades
do grupo.
Estrutura da Coleção
A presente Coleção tem como eixo temático norteador a cidadania. Em cada um dos quatro volumes são explorados temas específicos: Identidades (2o ano), Interação social (3o ano), Encontro de povos
e culturas (4o ano) e Organização social e política brasileira (5o ano), de forma que todos os temas e conteúdos que compõem a coleção proporcionem a construção do conhecimento histórico, objetivando a
postura cidadã.
Essas temáticas específicas auxiliam os alunos a compreenderem e construírem conceitos, bem como a desenvolverem habilidades necessárias para alcançar o objetivo maior da Coleção, a consciência e
exercício da cidadania.
A seleção dos temas visa não apenas sua apresentação, mas também à contextualização e à possibilidade de explicações, analogias e relação entre passado e presente. Assim, o ensino de História, segundo trecho da Lei, deve ser garantido como meio para que se possa asseverar a compreensão do ambiente social, do sistema politico e dos valores em que se fundamenta a sociedade. Desse modo, propõe-se a gradativa aquisição de conceitos a partir do estudo e da pesquisa que permitem a construção
do conhecimento.
A divisão escolhida para os capítulos organizou-se, ainda, a fim de viabilizar o desenvolvimento e
articulação de conceitos, relações e noções que elegemos como fundamentais para a percepção e aquisição do conhecimento histórico.
A organização didática
A coleção é formada por quatro volumes. Os temas estão organizados em quatro unidades por volume, subdivididas em capítulos. Cada capítulo, além do texto de abertura e do desenvolvimento dos temas referentes ao tema principal, está organizado por seções, conforme o quadro a seguir:
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Para começo de conversa...
UNIDADE
Abertura de unidade
3
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UmaTítulo
terra
chamada Brasil
OP: o uso de mapas é uma prática pedagógica importante nas aulas de História. As representações
cartográficas antigas, como a apresentada acima revelam dados geográficos, mas também muito da
imaginação de quem as produzia, como ornamentos, desenhos simbólicos, entre outros.
Os mapas históricos
contam muito sobre a
nossa história! Veja
quantos elementos
E o que será
diferentes são
que cada um
representados.
desses
elementos
significam?
Lopo Homem, Pedro
Reine e Jorge Reine.
Terra Brasilis. 1515-1519.
Manuscrito iluminado
sobre pergaminho,
41,5 cm x 59 cm.
Biblioteca Nacional da
França, Paris (França).
68
69
Por meio de uma ou mais imagens e questões feitas
pelos personagens, propõe-se apresentar o tema
que será desenvolvido ao longo da unidade.
Por meio desta seção é feita a introdução do
tema de cada capítulo. O aluno vai observar
imagens, ler poemas ou outro texto que o
permita refletir sobre o tema que será
trabalhado. Ele poderá fazer relações com
aquilo que já conhece, ou terá sua curiosidade
estimulada.
Para refletir
Seção que traz exercício de reflexão, análise ou síntese
sobre o conteúdo apresentado no capítulo e,
eventualmente, pode trazer uma atividade oral em grupo
realizada em sala de aula, visando à problematização,
socialização de ideias e confronto de opiniões sobre o
tema e os conteúdos, cujo objetivo é desenvolver a
capacidade de argumentação dos alunos. As atividades
propostas nesta seção buscam estimulá-los a se
posicionarem de forma crítica, responsável e construtiva
em seu cotidiano.
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Pesquisando e aprendendo mais
Aprender fazendo
MANUAL DO PROFESSOR
Nesta seção são propostas atividades em que o aluno deve
desenvolver o trabalho de pesquisa em fontes diversas, como
jornais, revistas, livros, rede mundial de computadores, entrevistas,
entre outros, a fim de ampliar a construção do conhecimento
histórico por meio de propostas que contemplem a mobilização,
a observação e a análise de fontes diversas.
Seção que traz um conjunto de atividades que propõem o estímulo
às capacidades de observação, comparação, interpretação e análise de
diferentes fontes, desenvolvendo assim o pensar histórico. A sequência
dessa análise é o exercício de expressão escrita ou gráfica, no qual
objetiva-se que os alunos sistematizem os conhecimentos discutidos
nas aulas e produzam conhecimentos históricos decorrentes das
análises e reflexões. Por esse motivo, essas atividades constituem-se
também como instrumento de avaliação e autoavaliação dos
conceitos e temas trabalhados. Nos dois primeiros volumes, o trabalho
é mais incipiente e aparece sempre ao final de um capítulo. Já a partir
do volume do 4 o ano acompanha o processo de construção do
conhecimento, onde o aluno ganha papel de protagonista da
narrativa do livro, além de oferecer ao professor subsídios para a
avaliação formativa e continuada.
Seção com atividades envolvendo representações dos alunos
quanto a aspectos do tema e dos conteúdos trabalhados no
capítulo, em que eles podem exercitar a compreensão dos saberes
históricos abordados. Oferece a possibilidade de trabalho
individual ou em grupo para a montagem de algum elemento
didático, apresentações, representação teatral, entre outros. Além
de desenvolver a habilidade dos alunos na manipulação de
materiais, essas atividades proporcionam a visualização de alguns
temas que estão sendo estudados.
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Estudando o documento
Seção com atividade de leitura e análise de documento histórico,
como crônicas, reportagens e fontes históricas diversas. Por meio
dessas atividades, os alunos serão instigados a investigar os
documentos, buscando, por meio de relações com o contexto
estudado, encontrar mais informações sobre o conteúdo, de forma
a contribuir ativamente para a construção de seu conhecimento
sobre a história. Embora no 2o e 3o anos os documentos façam
parte do conteúdo do livro, a exploração desse trabalho aparece
sistematizada em seção apenas no 4o e 5o anos.
Proposta de atividades a serem desenvolvidas por toda a turma
durante o semestre ou ao final dele. Nesse trabalho será explorado
e aprofundado algum tema abordado ao longo do semestre, de
forma que os alunos desenvolvam conjuntamente atividades de
pesquisa e experimentação. Essa tarefa favorece, além do trabalho
em equipe, a interdisciplinaridade e o exercício da cidadania.
Ícones
PESQUISA
Este ícone indica
o desenvolvimento
de atividade de
pesquisa.
RESPONDA
ORALMENTE
RESPONDA
NO CADERNO
Este ícone sinaliza
que o aluno deverá
responder a
atividade oralmente
sob a supervisão
do professor.
Quando este ícone
aparecer, o aluno
deverá escrever as
respostas no
caderno.
ENTREVISTA
Este ícone indica uma
atividade que recorre a
conversas e entrevistas,
estimulando a percepção
da história de vida e das
memórias dos familiares e
comunidade.
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Glossário
1. Após ler alguns versos da música “A cidade ideal”, analise alguns dos desejos
citados na letra pelo autor.
a) Relacione esses desejos e escreva quais você considera mais interessantes.
b) Reúna-se com um colega de sala e juntos analisem as respostas que vocês
MANUAL DO PROFESSOR
anotaram.
2. Reflita e debata com seus colegas de sala como seria a cidade na qual vocês
viveriam se ela fosse administrada por crianças.
Os primeiros agrupamentos humanos
Desde que os primeiros seres humanos passaram a viver em grupos
começaram a se organizar de formas diferentes. Aprenderam a garantir sua
sobrevivência protegendo-se mutuamente contra as dificuldades do ambiente,
destaque que o termo Précomo a chuva e o frio, ataques de animais, entre outras. OP:
História, atualmente, indica apenas
a ausência de escrita, e não a ausência de História.
Os grupos humanos que viveram na Pré-História eram nômades, ou seja,
não tinham moradia fixa, movimentavam-se constantemente em busca de
lugares ricos em água e alimentos.
O fogo foi uma das conquistas mais importantes desse período, pois
permitiu que eles se aquecessem nos dias frios, afugentassem animais selvagens
e assassem seus alimentos.
De Agostini / G. Dagli Orti/Glow Images
Por volta de 10 mil anos atrás, alguns grupos humanos passaram a desenvolver técnicas de agricultura e criação de animais, podendo permanecer por mais
tempo em um mesmo lugar, tornando-se sedentários.
Ferramenta primitiva de pedra,
do Período Neolítico.
Com o passar dos anos, muitos desses
grupos começaram, então, a construir canoas,
barcos e aprenderam a lascar e polir a pedra
para fazerem instrumentos como pontas de
flecha e facas.
Pré-História: para facilitar o estudo da História, alguns
historiadores denominaram o período entre o surgimento dos
primeiros hominídeos na Terra, há aproximadamente 3
milhões de anos, e a invenção da escrita, por volta de 6 mil
anos atrás, como Pré-História.
Sedentários: corresponde ao homem, ou grupo de homens,
que se fixou em um território.
Apresenta o significado de palavras, grifadas ao longo do
texto, que podem ser desconhecidos para os alunos. A
explicação considera o contexto em que a palavra aparece
no texto e busca explicá-la de forma simples e objetiva.
11
Você sabia?
Sugestões para a turma
Seção que apresenta um texto com
conteúdos que complementam o tema do
capítulo.
Seção que traz sugestões de livros e sites
relacionados ao capítulo. Eles podem ampliar ou
aprofundar as questões e oferecer, por vezes, outras
abordagens sobre os assuntos tratados.
Professor, sempre que aparecer a sigla OP, no livro do aluno,
são indicadas orientações para o seu trabalho em sala de aula.
A disposição dos temas e conteúdos, bem como das atividades por meio de seções é uma organização da Coleção, e não uma fragmentação do processo ensino-aprendizagem. O que se comprova
pela interligação das seções em alguns momentos.
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Os temas
Os temas e os conteúdos estão organizados da seguinte forma ao longo da coleção:
Quadro geral de temas 2o Ano - Identidades
Unidade 1
Unidade 2
Unidade 3
Unidade 4
A medida do tempo
Identidades e
história
Outros espaços
de convívio
Capítulo 1
A contagem do
tempo: uma
invenção do homem
Capítulo 1
O nome de cada um
Continuando a
História... Pistas
do passado
Capítulo 1
A História na
nossa vida
•• O nome
•• O significado do nome
•• O sobrenome
•• A família
•• As mulheres na História
•• Pistas do passado e o
•• A rua
•• A rua e os vizinhos
•• Os nomes das ruas e
Capítulo 2
Os documentos que
nos identificam
Capítulo 2
A casa, uma pista
no tempo
•• Contando o tempo
•• O tempo da natureza
•• Contando o tempo:
calendários e relógios
Capítulo 2
O tempo passa... e
continua passando
•• A passagem do tempo
•• Organizando o seu tempo
•• Linha do tempo
•• O primeiro documento
•• Outros documentos
Patrimônio Histórico
Capítulo 1
A rua e seus
personagens
dos lugares
•• Moradias
•• Outras casas,
Capítulo 2
Meu endereço e
outras histórias
•• Os bairros
•• Enviando cartas
outras histórias
Quadro geral de temas 3o Ano - Interação social
Unidade 1
Cultura: uma
criação do homem
Capítulo 1
O homem e
a história
•• O Carnaval como um
elemento da cultura
•• A diversidade de culturas
no Brasil
Unidade 2
Um tempo para
cada coisa, cada
coisa no seu tempo
Capítulo 1
Um tempo para ser
criança. Sempre
foi assim?
•• Ser criança
•• Tempo para tudo
•• A exploração do
trabalho infantil
Unidade 3
Educação, um
direito de todos
Capítulo 1
Aprendendo em
todos os lugares
•• Aprendendo a todo
momento
•• A criança na escola
•• Educação, um
direito conquistado
Capítulo 2
Contando o tempo,
contando a história
Capítulo 2
Brincadeiras de
todos nós
•• O registro: das horas aos
•• Brincadeira é coisa séria
•• Brincadeiras indígenas
•• Outras brincadeiras,
séculos
•• A contagem do tempo
com o relógio
Capítulo 2
Uma viagem no
tempo e a história
da escola
•• A escola para todos
•• O tempo na escola
Unidade 4
O trabalho, o
emprego e
as profissões
Capítulo 1
Trabalho e
profissões
•• Divisão de tarefas
•• O ser humano e
o trabalho
•• O trabalho na escola
•• As profissões
Capítulo 2
Trabalho e emprego
•• A produção humana
•• As profissões do futuro
cantigas e jogos
•• Outras medidas de tempo
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Unidade 1
Unidade 2
Unidade 3
Unidade 4
Conviver: Uma
necessidade humana
O mundo se revela
Uma terra
chamada Brasil
A construção do
Estado brasileiro
Capítulo 1
Capítulo 1
Capítulo 1
Capítulo 1
Dos primeiros
agrupamentos
humanos às cidades
Encontro de
culturas
Brasil: a colônia
portuguesa
Brasil: A conquista
do território
•• Os primeiros
•• Viajar, uma aventura
•• O encontro entre culturas
•• Aceitar as diferenças
•• O encontro entre os
•• As paisagens brasileiras
•• A disputa europeia pelas
agrupamentos humanos
•• As primeiras aldeias e
depois as cidades
•• As cidades se diferenciam
portugueses e os
indígenas
•• Os primeiros tempos
•• Ocupação portuguesa
•• Os governos-gerais
MANUAL DO PROFESSOR
Quadro geral de temas 4o Ano - O encontro
de povos e culturas
terras descobertas no
século 15
•• A ocupação do
território brasileiro
•• Os tratados de
limites: estabelecendo
as fronteiras
Capítulo 2
Capítulo 2
Capítulo 2
Capítulo 2
Burgos: A cidade
estaria mudando?
Cidades e
reinos africanos
A escravidão
no Brasil
Formação da
cultura nacional
•• A procura de proteção
•• O surgimento dos burgos
•• O centro das
•• Um continente,
•• A exploração do trabalho
muitos povos
e a escravidão indígena
•• A cultura brasileira
•• A formação cultural
cidades medievais
•• Características dos povos
do sul da África
•• A Cidade de Ifé
•• Os impérios de Gana e
Mali
•• O reino do
•• A escravidão
dos africanos
•• O tráfico de
africanos escravizados
•• A abolição da escravatura
africana no Brasil
brasileira por meio das
línguas faladas no Brasil
•• A formação cultural
brasileira por meio
das religiões
•• Muitas contribuições
na formação da
cultura brasileira
Grande Zimbábue
•• A chegada dos europeus
Capítulo 3
Capítulo 3
Capítulo 3
Capítulo 3
O morador da
cidade é cidadão?
Os primeiros
habitantes
do Brasil
O rural e o urbano
no Brasil colonial
Brasil
independente:
nasce o país
•• A cidadania na Grécia
•• Os habitantes da terra
•• O engenho açucareiro
•• Um Brasil rural
•• A vida no
•• A corte portuguesa vem
antiga
•• A busca pela cidadania
na atualidade
de Pindorama
•• Os indígenas do Brasil
•• A aldeia indígena
•• O dia a dia dos grupos
indígenas
engenho colonial
•• O ambiente urbano
na colônia
para o Brasil
•• A proclamação da
Independência do Brasil
•• A organização do
Estado brasileiro
•• Formando um
país continental
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Quadro geral de temas 5o Ano - Organização social
e política brasileira
Unidade 1
Unidade 2
Unidade 3
Unidade 4
Brasil: as mudanças
no início do
século 20
Formando uma
nação
A República
Federativa do Brasil
Participar: um
direito e um dever
Capítulo 1
Capítulo 1
Capítulo 1
Capítulo 1
Imigrantes em
busca de um sonho
A nação e os
símbolos nacionais
brasileiros
Divisão política
do Brasil
Participar para
ajudar a construir
•• O Brasil no século 19
•• Da Europa para o Brasil
•• Os primeiros imigrantes
•• O Brasil quer
•• Ser brasileiro é pertencer
•• Mudanças na divisão
•• Solidariedade e
a uma nação
política do Brasil__
•• A cidade e o município
•• O ritmo das cidades
•• O município
•• A administração
mais imigrantes
•• O imigrante na cidade
•• A chegada dos japoneses
•• Ser brasileiro fora do Brasil
participação
•• Participação: uma
conquista
•• Processo eleitoral
e participação
do município
Capítulo 2
Capítulo 2
Capítulo 2
Capítulo 2
A República
brasileira
O povo brasileiro
Cada cidade,
muitas histórias
A população luta
por seus direitos
•• Reações contra a
•• Indígenas e europeus:
•• A preservação do
•• Movimentos populares
•• A luta pelos direitos
Monarquia Imperial
no Brasil
•• A Constituição
o povo brasileiro
em formação
Patrimônio Histórico
•• A história dos lugares
•• A chegada dos africanos
das mulheres
•• A participação
republicana, o que
mudou?
dos trabalhadores
•• Luta pela terra
Capítulo 3
Capítulo 3
Capítulo 3
Capítulo 3
Urbanização e
cultura de massa
Os indígenas e os
afrodescendentes:
a difícil caminhada
A cidadania em
construção
A sociedade em
constante
transformação
•• O crescimento e
•• A relação com a natureza
•• As questões indígenas na
•• Democracia passo a passo
•• A Constituição brasileira
•• O Brasil e o século 21
•• Brasil e o meio ambiente
desenvolvimento das
cidades
•• A cultura urbana e a
popularização do rádio
•• Futebol – De jogo da elite
a esporte popular
legislação brasileira.
de 1988
•• Os africanos e os
afrodescendentes
no Brasil
•• Resistência e luta
•• O fim da escravidão
africana no Brasil
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Estratégias para o trabalho com a Coleção
MANUAL DO PROFESSOR
Ao longo dos volumes são propostas diferentes atividades e análises que contribuem para a formação do pensar histórico. Para desenvolver essas atividades é preciso que você utilize algumas estratégias, descritas a seguir.
O trabalho com textos
Propõem-se na Coleção a leitura e interpretação de diversos gêneros textuais (como documentos
históricos, depoimentos, textos ficcionais, letras de música, poemas, artigos) e imagens (pinturas e outras
obras de arte, fotografias, ilustrações e mapas) que foram selecionados para cada tema e que se constituem em importante recurso para a abordagem da História.
O trabalho com diferentes tipos de fontes é corrente ao longo dos 4 volumes, no entanto ele aparece de forma sistematizada no 4o e 5o ano, em especial na seção “Estudando o documento”.
É fundamental trabalhar as habilidades de leitura, compreensão e interpretação para que a reflexão ganhe efetivamente um significado e permita, assim, a realização das atividades propostas. Também
é necessário selecionar as dificuldades quanto ao vocabulário, conceito ou entendimento do texto como
um todo, orientando o aluno no sentido de buscar soluções para suas dúvidas.
Antes da leitura de um texto pode-se promover uma conversa com os alunos para despertar a
curiosidade deles. Depois, é importante que eles comentem o que foi lido, procurando desenvolver o
trabalho de interpretação a partir da compreensão do vocabulário, identificação do tema central, interpretação de alguns trechos do texto lido, produção de explicação e sistematização do conhecimento
apreendido por meio da leitura desse texto.
Cada tempo histórico tem também a linguagem que lhe é própria, sendo assim importante, até
como forma de educar-se no sentido de controlar os “erros de anacronismo”, conhecer textos que foram
escritos em fases históricas que precederam o tempo que estamos vivendo, os denominados “textos de
época”.
A leitura de um texto em grafia antiga pode causar estranheza aos alunos, mas pode ser uma maneira de você demonstrar que, além das formas de viver, até a linguagem varia no decorrer do tempo.
O trabalho com documentos e fontes históricas possibilita ao aluno a percepção do ofício do historiador e do trabalho de escrever a História a partir das fontes, além da distinção entre documentos propriamente ditos, usados com finalidades didáticas (ex.: a Carta de Pero Vaz de Caminha) e aqueles como
textos e filmes que auxiliam a construção do saber, mas que foram produzidos a partir de olhares e questões de quem os produziu (ex.: textos de jornais, quadros, mapas, livros, enciclopédias, entre outros).
A transposição didática do fazer histórico pressupõe, entre outros procedimentos,
que se trabalhe a compreensão e a explicação histórica. Podem ser priorizados alguns
pontos de explicação histórica para serem transpostos para a sala de aula e comporem
o que denominamos a Educação Histórica [...] A problematização histórica, ao ser transposta para o ensino, traz múltiplas possibilidades e também questionamentos [...] Na
prática da sala de aula, a problemática acerca de um objeto de estudo pode ser construída a partir de questões colocadas pelos historiadores ou das que fazem parte das representações dos alunos, de forma tal que eles encontrem significado no conteúdo que
aprendem. [...]
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É preciso que se leve em consideração o fato de que a História suscita questões
que ela própria não consegue responder e de que há inúmeras interpretações possíveis
dos fatos históricos [...] (SCHMIDT, 2008, p. 60).
Assim, é preciso atenção a cada uma das atividades didáticas aplicadas no dia a dia em sala de
aula. A utilização de um filme para trabalhar um tema ou um conceito, por exemplo, é um recurso didático. Os recursos didáticos podem ser materiais ou humanos, no caso do professor.
O trabalho com imagens
Muitas das imagens apresentadas ao longo da Coleção vão além da simples ilustração dos temas,
ampliando as informações sobre ele. Sejam elas pinturas, ilustrações ou fotografias, desempenham também importante papel na proposta reflexiva do estudo da História.
Para que as imagens trabalhadas como fontes históricas sejam de fato analisadas nessa perspectiva, é necessário o aprimoramento nas técnicas de leitura e interpretação.
No que tange o trabalho com fotografias, Boris Kossoy, em sua conhecida obra Fotografia e História, cita o fotógrafo húngaro Brassaï:
A fotografia tem um destino duplo... Ela é a filha do mundo do aparente, do instante vivido, e como tal guardará sempre algo de documento histórico ou científico
sobre ele; mas ela é também filha do retângulo, um produto das belas-artes, o qual
requer o preenchimento agradável ou harmonioso do espaço com sinais em preto e
branco ou em cores. Nesse sentido, a fotografia terá sempre um pé no campo das artes gráficas e nunca será suscetível de escapar desse fato (BRASSAI, apud KOSSOY,
1989, p. 32).
Ou seja, o fotógrafo destaca que a fotografia é um objeto que pode ser analisado de diferentes
maneiras, e que é necessário o devido cuidado para a sua análise. A fotografia deve ser entendida pelos
alunos como um recorte da realidade, de forma que ela exige uma postura crítica na sua leitura.
O historiador Peter Burke, no livro Testemunha ocular: História e imagem, expressa um diferente posicionamento sobre o lugar que as imagens ocupam entre outros tipos de registros históricos. Ele defende que as imagens não devem ser consideradas simples reflexões de épocas e lugares, mas sim extensões dos contextos sociais em que elas foram produzidas.
Imagens são especialmente valiosas na reconstrução da cultura cotidiana de pessoas comuns. [...] Num ângulo positivo, imagens frequentemente revelam detalhes da
cultura material que as pessoas na época haviam considerado como dados e deixado de
mencionar no texto. [...] O testemunho de imagens é ainda mais valioso porque elas revelam não apenas artefatos do passado (que em alguns casos foram preservados e podem ser diretamente examinados), mas também a sua organização [...] (BURKE, 2004,
p. 99; 120-121).
Assim, tendo em vista as possíveis abordagens do trabalho com imagens, é fundamental o desenvolvimento de um processo de construção do saber que exercite a prática de leitura de imagens, articuladas ao texto escrito e representando uma determinada época. Para desenvolver esse olhar, sugere-se
um trabalho frequente, que aproveite o grande número de imagens apresentadas como conteúdo nesta Coleção.
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MANUAL DO PROFESSOR
Os trabalhos com as obras de arte exigem, assim como com as fotografias, a análise do enfoque
dado ao acontecimento e, mais do que isso, à representação do acontecimento em si. A análise dessas
obras deve, ainda, considerar a presença de elementos com funções simbólicas e, por vezes, considerar
o objeto da produção.
O trabalho com mapas
Os mapas podem nos fornecer informações variadas, que vão desde o aspecto físico de um determinado local até informações múltiplas sobre produtos, população e inúmeros outros elementos.
Ao longo da Coleção são apresentados vários mapas que visam traduzir para a linguagem cartográfica alguns temas, desde a divisão política do Brasil na atualidade, até aqueles com informações históricas, representativas de um determinado período e local.
Para o historiador, além de um instrumento de localização, o mapa é também um documento de
uma época, uma fonte histórica. Quando trabalhamos com mapas antigos, por exemplo, reforçamos o
contato do aluno com diferentes visões e interpretações de regiões do planeta, possibilitando que você,
professor, faça comparações e relações com outras informações históricas do passado mais distante, do
passado mais recente e da atualidade.
O uso de mapas nas aulas de História é uma prática pedagógica obrigatória e a leitura deles deve
atender às suas especificidades. A fim de auxiliar você nesse processo, bem como a desenvolver essa habilidade nos alunos, são indicadas aqui algumas orientações.
•• Nos três primeiros anos do Ensino Fundamental é importante que você tenha sempre o mapa
político atual do seu estado ou do Brasil e ofereça, constantemente, a oportunidade aos alunos
para que o observem detalhadamente, e que possam fazer leituras sobre ele, como: onde moram, onde fica o litoral, o interior, quais são os limites, fazer relações de distâncias e grandezas,
entre outros.
•• Sempre que um mapa for apresentado no material didático é importante que você faça uma
abordagem sobre as informações que ele contém, a saber: a rosa dos ventos, a legenda e a
fonte.
•• No trabalho com mapas históricos você deve dar destaque aos elementos que façam referência
ao período trabalhado, bem como contextualizar esse período ou acontecimentos históricos do
passado, buscando fazer relações com o presente.
É importante também destacar para os alunos que as representações cartográficas antigas (a
exemplo do livro do 4o ano, Unidade 1, Capítulo 1) eram uma espécie de mapas produzidos até o século 14*, que, aliás, revelavam mais a imaginação de quem as produzia, tendo vários tipos de ornamentos
e desenhos simbólicos. Ressalte que, mesmo após o século 15, quando se desenvolveu a cartografia mais
científica, principalmente entre os portugueses, devido ao uso da bússola e da intensificação das navegações marítimas, muitos desses elementos simbólicos ainda permaneceram na cartografia.
1
* Nesta Coleção optou-se pela utilização de algarismos arábicos na grafia de séculos dada a maior facilidade para sua leitura.
Trata-se também de uma tendência, visto que os maiores veículos de comunicação do país já adotaram essa forma na
designação de séculos, como afirma a linguista Maria Tereza de Queiroz Piacentini (2011).
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A formação de conceitos
Como em todas as ciências, a História trabalha com conceitos próprios e conceitos gerais, produzidos pela experiência humana. Por isso, na Coleção buscamos não privilegiar a informação, mas o desenvolvimento de habilidades, principalmente aquelas pertinentes a conceitos das Ciências Humanas.
É fundamental propiciar aos alunos a compreensão de que os acontecimentos históricos não podem ser explicados de maneira simplista, como causa-acontecimento-consequência. É necessário buscar
a pluralidade de fatores, o encadeamento de causalidades, além das numerosas relações que acontecem
no processo histórico.
De acordo com o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), a apreensão e aprofundamento dos conceitos históricos fundamentais é direito de aprendizagem dos alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental.
São descritos direitos de aprendizagem gerais, que permeiam toda a ação pedagógica e, depois, expostos em quatro quadros, direitos específicos relacionados aos conceitos fundamentais da disciplina nos anos iniciais, cujas definições também oferecemos
ao debate. São as seguintes:
Fatos históricos: práticas ou eventos ocorridos no passado, que causaram implicações na vida das sociedades, dos grupos de convívio (familiares, étnico-culturais, profissionais, escolares, de vizinhança, religiosos, recreativos, artísticos, esportivos, políticos etc.) ou dos sujeitos históricos.
Sujeitos históricos: indivíduos ou grupos de convívio que, ao longo do tempo,
promovem e realizam (individual ou coletivamente) as ações sociais produtoras de fatos históricos.
Tempo: maneira como os indivíduos, os grupos de convívio e as sociedades sequenciam e ordenam as experiências diariamente vivenciadas por seus membros, com
base nas quais organizam suas memórias e projetam suas ações, tanto de forma individual quanto coletiva (BRASIL, 2012, p. 34).
É importante ressaltar que todo trabalho com a formulação de conceitos deve respeitar as etapas de
desenvolvimento dessa competência nos alunos, buscando, desse modo, selecionar os temas dentro de uma
perspectiva mais próxima ao mundo do qual fazem parte, tornando o ensino significativo e estimulante.
Assim, é essencial o trabalho com as noções básicas de dimensão de tempo e espaço do ensino
de História, tais como os conceitos de mudança e permanência, movimento e contradição, ou seja, buscar situar o aluno sobre quando e onde as coisas aconteceram ou estão acontecendo, para que ele possa gradativamente perceber as relações presentes no dia a dia como forma de qualificar a compreensão
tanto do passado quanto do presente acerca das relações humano-sociais e na dinâmica histórica.
Mais importante que as determinações causais, é a percepção desenvolvida pelos alunos sobre as
mudanças e permanências sobre as continuidades e descontinuidades.
Como afirma a historiadora Maria Auxiliadora Schimidt:
O procedimento histórico comporta a preocupação com a construção, a historicidade dos conceitos e a contextualização temporal. Entende-se que da mesma forma que
o passado está incorporado em grande parte aos nossos conceitos, ele também lhes dá
um conteúdo concreto. Assim todo conceito é criado, datado, tem a sua história [...]
(SCHMIDT, 2008, p. 61).
Sob essa perspectiva, a construção de conceitos como colonialismo, democracia, trabalho ou qualquer outro faz parte da análise, interpretação e comparação de fatos históricos em que o aluno pode fazer a própria síntese.
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O trabalho a partir de noções temporais, como ordenação, duração, simultaneidade e sucessão é
o primeiro passo para a compreensão da relação do passado com o presente, como proposto inicialmente no livro do 2o ano e aprofundado no livro do 3o ano.
MANUAL DO PROFESSOR
Em seguida, essas noções devem ser utilizadas como meios para a análise de contextos e períodos
da História. Desse modo, destaca-se a importância do conceito de tempo para a compreensão da História.
Igualmente fundamental para o estudo de história, o conceito de tempo está relacionado com a origem dos espaços e contribui para o entendimento de sua transformação. Permite compreender, principalmente, que os espaços não surgem prontos e acabados. Os diversos espaços carregam as marcas do passado, isto é, do antigo que continua coexistindo com o novo. Quando os grupos humanos aprenderam a cultivar plantas e criar animais, por exemplo, produziram uma verdadeira revolução na história das
sociedades. Agora, não precisariam mais se deslocar a todo momento em busca de alimento e abrigo, e se estabeleceram formando comunidades.
Nesse novo estágio, a passividade diante da natureza foi substituída por intervenções cada vez mais profundas no espaço e por relações sociais mais ricas. Definiram-se
novos papéis na transformação da natureza e a paisagem se tornou totalmente diferente: campos de cultivo, áreas de criação, edificações na aldeia. Nesse lento processo de
transformações, era o antigo que se modificava, trazendo todo o seu passado que serviria de base para o novo estágio. O antigo continuou e continua presente no novo. [...]
É a compreensão do conceito de tempo que vai permitir uma apreensão abrangente dos
processos de transformação da natureza. A partir da observação dos espaços próximos
(escola, bairro, cidade, município) e do questionamento sobre como eram e como poderão ficar, irá se desenvolvendo a noção de um tempo maior, mais amplo e abstrato: o
tempo histórico (KOZEL; FILIZOLA, 1996, p. 37).
Nos anos iniciais, é importante que o conceito de tempo seja trabalhado com as noções de sucessão, duração, ordenação e simultaneidade.
A temporalidade, por exemplo, é tratada visando à compreensão da relação passado/presente em
um progressivo domínio da leitura e da interpretação de diferentes documentos e fontes.
O desenvolvimento das noções de tempo, diferença/semelhança, permanência/mudança é aprofundado ao longo dos anos.
A reelaboração constante das noções assimiladas leva a novos significados e dimensões, nas quais
os dados se alteram de forma qualitativa em relação ao conhecimento anterior, e a apreensão de um determinado conceito evolui em complexidade e abstração, podendo ser incorporado ao raciocínio e à própria linguagem do aluno.
A realização das atividades pedagógicas
Projetos de Trabalho e a abordagem interdisciplinar
Segundo as Diretrizes Curriculares para Educação Básica, “pela abordagem interdisciplinar ocorre a
transversalidade do conhecimento constitutivo de diferentes disciplinas, por meio da ação didático-pedagógica mediada pela pedagogia dos projetos temáticos” (BRASIL, 2013, p. 28). Tendo isso em vista, propomos que uma das possibilidades de ampliar o trabalho desenvolvido nesta Coleção é a organização
de Projetos de Trabalho.
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Considerando que, por definição, Projetos de Trabalho são processos de elaboração dos professores
e dos alunos, nesta Coleção não são apresentados modelos de projetos prontos para o desenvolvimento.
Mas em diferentes momentos, por meio de orientações para o professor na parte especifica do
Manual, fazemos indicações de trabalho que concretizem a interação entre professores e alunos no compromisso constante de construção partilhada do conhecimento, envolvendo discussões, interações e socialização entre os alunos, alunos de outras turmas, famílias dos alunos, outros profissionais da escola e
pessoas da comunidade mais ampla.
Essa opção leva em consideração o fato das realidades do Brasil serem complexas e múltiplas, o
que implica valores culturais, sociais e interesses diferentes. Assim, pressupõe-se que cabe ao professor
adaptar conteúdos e atividades aos temas propostos na Coleção à realidade local e ao projeto politico
pedagógico da escola.
O Projeto de Trabalho se caracteriza pela adequação do fazer pedagógico aos níveis de desenvolvimento dos alunos e à compreensão do trabalho interdisciplinar, tornando-se uma rica oportunidade de
promover a aprendizagem significativa – o prazer de aprender –, uma vez que o questionamento feito
pelos alunos ou um problema localizado na realidade local transforma-se no guia do trabalho, e não em
uma estrutura de conhecimento disciplinar previamente definida (VASCONCELLOS, 2008). É a possibilidade de ir além do proposto no livro, com o objetivo de despertar os alunos para a historicidade das próprias experiências sociais, o que contribuiu para a formação como cidadãos ativos. Dessa forma, o Projeto de Trabalho fica aberto para a diversidade de estratégias, organização e aplicação qualitativa do conhecimento. Os alunos participam de forma ativa e aprendem pela experimentação.
O trabalho em equipe é uma das características dessa abordagem, fortalecendo assim as relações
de reciprocidade e de cooperação, favorecendo a autonomia dos alunos.
Dentro dessa perspectiva, os conteúdos teóricos e abstratos deixam de ser um fim em si mesmo
e passam a ser meio para uma leitura do tempo e da sociedade de forma critica e dinâmica, oportunizando a discussão de temas que possam promover o exercício da cidadania.
Sabe-se, porém, que o ponto de partida para o trabalho com projetos é o questionamento, uma
necessidade de compreender. Para chegar à resposta de suas dúvidas, o aluno precisa conhecer as ferramentas necessárias, que não se encontram nos conteúdos de uma única disciplina. O trabalho interdisciplinar ganha relevância nesse processo.
O trabalho com projetos visa, de modo especial, o desenvolvimento de habilidades cognitivas de
raciocínio aplicado às realidades e em detrimento da informação. Os questionamentos levantados pelos
alunos são considerados pelo professor como conhecimento prévio e base para as discussões conceituais. As aprendizagens ocorrem durante o desenvolvimento do projeto nas investigações, nas pesquisas,
e nas discussões, com isso integrando diferentes habilidades.
O trabalho com projetos implica, necessariamente, uma abordagem interdisciplinar. Não há disciplina isolada que dê resposta a um problema ou questionamento, ele só poderá ser resolvido com aplicação dos mais diversos conceitos construídos, das diferentes áreas do conhecimento. O objeto que o
sujeito vai estudar deve estar enraizado na prática social e na realidade construída na história.
Hernandez (1998) sustenta que o Projeto de Trabalho se baseia fundamentalmente numa concepção da globalização, entendida como um processo muito mais interno do que externo, no qual as relações entre conteúdos e áreas de conhecimento têm lugar em função trabalho das necessidades, que traz
consigo o fato de resolver uma série de problemas ou questionamentos. O processo ensino aprendizagem no trabalho com projetos se baseia na construção de significado.
Uma das tarefas do professor é selecionar situações de aprendizagem dentre as diversas apresentadas nesta Coleção, em especial aquelas propostas nas seções “Pesquisando e Aprendendo mais” e “Trabalhando juntos”. O professor deverá considerar o ensino e a aprendizagem como um processo que permite um continuo aprender, no qual o professor deixa de ser o centro do ensino e torna-se o orientador
do estudo e do trabalho do aluno.
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MANUAL DO PROFESSOR
É importante deixar registrado que na organização do Projeto de Trabalho as áreas do conhecimento não estão determinadas de antemão, nem dependem só do planejamento do professor, contudo
estão em função do que cada aluno já sabe sobre o tema e da informação com a qual se possa relacionar dentro e fora da escola.
O ponto de partida para a definição de um Projeto de Trabalho é o tema. Nesta Coleção sugerimos alguns na seção “Trabalhando juntos” e outros na seção “Pesquisando e aprendendo mais”. Mas cabe ao professor, juntamente com os alunos, escolher outros se julgarem necessário.
Dessa forma, o tema pode pertencer tanto aos anunciados nos diferentes capítulos desta Coleção,
ou de um fato da atualidade que é de interesse comum. Professores e alunos devem decidir sobre sua
relevância. Em qualquer caso o critério de escolha de um tema pela turma não se baseia “gostamos deste”, mas sim na sua relevância para o processo ensino-aprendizagem.
De acordo com Vasconcelos (2009), acreditamos que o grande ganho em termos de aprendizagem
está justamente no fato de o projeto nascer – e se desenvolver – da participação ativa dos alunos, o que
implica alto grau de interesse e de mobilização, aumentando em muito a probabilidade de uma aprendizagem significativa. Além disso, há ganho em termos de construção da autonomia, decorrente do processo de tomada de decisão e do assumir as responsabilidades pelas escolhas feitas, e da solidariedade,
em função do trabalho ser grupal.
Por meio do trabalho com projetos, o professor pode incentivar e propiciar a expressão e extensão da curiosidade do aluno.
Depois do tema definido em grupo, é o momento de elencar o que será pesquisado, e de que forma
as pesquisas devem ser conduzidas e seus resultados abordados. As formas podem ser diversificadas e podem ser organizadas em: pesquisa em livros, sites, revistas, documentos, entrevistas, visitas dirigidas, vídeos,
debates, entre outros. Muitas dessas propostas estão colocadas nas diferentes atividades desta Coleção.
O papel do professor é essencial na condução da análise dos dados coletados. Com isso, sugerimos que esse processo se realize em um diálogo com toda a turma. É importante também o papel de
mediação do professor diante das diferentes visões da realidade coletadas pelos alunos. Essa mediação
pode ser feita por meio de perguntas que permitam aos alunos estabelecerem prioridades e hierarquizar conteúdos e informações. É importante que nesse processo o aluno descubra que ele tem participação ativa na aprendizagem, não esperando passivamente que o professor tenha todas as respostas.
No caso de alunos não terem acesso a diferentes fontes de pesquisa, cabe ao professor selecioná-las e disponibilizá-las em sala de aula. É importante valorizar os dados coletados em pesquisa com familiares e comunidade. Há temas sugeridos para pesquisa nesta Coleção em que são mais valorizados os
dados colhidos de uma entrevista do que qualquer fonte escrita.
Segundo Hernandez (1998), a busca das fontes de informação favorece a autonomia dos alunos, é
sobretudo o diálogo promovido pelo educador para tratar de estabelecer comparações, interferências e
relações, o que ajuda a dar sentido à forma de ensino e de aprendizagem que se pretende com o Projeto de Trabalho.
Com um tratamento integrado das áreas do conhecimento, o aluno terá uma visão mais ampla da
realidade e, portanto, será capaz de desenvolver habilidades que permitam a promoção de atitudes de
cidadania e respeito ao próximo e ao ambiente segundo uma visão crítica, de modo que possa interferir e transformar a realidade de forma a tornar-se e perceber-se como sujeito histórico.
Redação de textos
A redação de textos por parte dos alunos auxilia não apenas na organização das informações e conhecimentos históricos trabalhados, como também no desenvolvimento de habilidades cognitivas referentes à escrita. A fim de tornar essa experiência mais produtiva, é importante que você, professor, apresente e trabalhe com os alunos os tipos e os gêneros textuais que fazem parte do cotidiano, propician-
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do que os estudantes compreendam que textos são produzidos diariamente em todos os momentos em
que nos comunicamos.
Na Coleção há atividades que solicitam a produção e redação de textos, seja de forma individual,
seja em grupo, nas seções “Para refletir”, “Pesquisando e aprendendo mais” e “Escrevendo a História”.
Nessas propostas, os alunos podem ser orientados a seguir algumas fases, como:
•• ler, analisar e debater sobre o tema proposto;
•• despertar o conhecimento prévio dos alunos, fazendo perguntas que circundem o tema proposto;
•• analisar junto com os alunos os elementos visuais que se apresentam junto ao texto: Qual foi a
estrutura escolhida? E as ilustrações, por que será que o autor as elegeu?
•• esclarecer as dúvidas dos alunos após a leitura do texto, para que eles possam discutir com mais
propriedade o tema exposto;
•• organizar os dados disponíveis; desenvolver a produção efetiva do texto com introdução, desenvolvimento e conclusão;
•• propor um mapa do texto, um planejamento com as ideias que serão desenvolvidas em cada
parte dele: apresentação, desenvolvimento e conclusão. Assim, os alunos conseguirão visualizar
a estrutura, facilitando a não se perderem no assunto;
•• ler os textos em grupo e reescrevê-los;
•• ler e reescrever o texto são bastante importantes, pois a partir dessas práticas o aluno conseguirá elaborar um texto bem escrito, tomando decisões sobre a apresentação final;
•• colaborar com a revisão dos textos dos colegas nas práticas de leitura em grupo, assim cada um
pode mostrar diferentes pontos de vista sobre distintos aspectos do tema. Pode também aprender a receber criticamente as sugestões dos colegas e decidir sobre a incorporação ou não na
versão final do próprio texto.
O trabalho de pesquisa
É importante trabalhar com os alunos o significado da pesquisa e interpretação de fontes ou documentos históricos a partir de diferentes atividades que revelem o estudo e a compreensão dos fatos
históricos segundo o enfoque e leitura que se faz deles.
É fundamental que eles superem a noção de que um documento, seja qual for a origem, representa a visão acabada de um acontecimento. Segundo o historiador Leandro Karnal:
[...] fazer um texto de História é estabelecer o diálogo entre o passado e o presente. Isso significa que não há um passado “puro”, “total”, que possa ser reconstituído exatamente “como era”. Também significa que podemos fazer um texto ou dar uma aula de
História baseados apenas na concepção atual, pois isso leva a projeções do presente no
passado: os famosos anacronismos. Existe o passado. Porém quem recorta, escolhe, dimensiona e narra este passado é um homem do presente. Assim, uma vez produzido,
todo texto histórico torna-se ele mesmo objeto de História, pois passa a representar a
visão de um indivíduo sobre o passado (KARNAL, 2003, p. 7-8).
Para o desenvolvimento do ensino crítico e analítico do aluno, é necessário distinguir e considerar
dados, informações, opiniões e interpretações feitas sobre eles. Nesse processo é fundamental que se
acompanhe e se oriente cada fase da pesquisa, levando à realização de uma atividade que rompa com
o vício de apenas copiar textos de livros.
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MANUAL DO PROFESSOR
É fundamental estimular o aluno a refletir, descobrir e elaborar o conhecimento com exposições
orais, análises e debates sobre o tema, propiciando a reelaboração do conhecimento a partir da pesquisa. Essa prática é desenvolvida, em especial, na seção “Pesquisando e aprendendo mais”, no entanto pode ser solicitada em outros momentos, para auxiliar em outras atividades, como na seção “Escrevendo a
História” e “Para refletir”.
Segundo pensamento expresso por Marilena Chaui, na obra Cultura e democracia:
[...] produzir saber é um trabalho cuja tarefa é elevar à dimensão do conceito uma
situação de não saber, a experiência imediata cuja obscuridade pede o trabalho de clarificação. Logo, o campo da produção do saber é privilegiado; espaço que aceita o desafio de conviver com o “indeterminado”, o “externo”, o “opaco” para torná-lo “inteligível”
(CHAUI, 1984, p. 5).
É importante que os alunos desenvolvam a capacidade de buscar as informações de que necessitam desde os primeiros anos da escolaridade, aprimorando, para isso, a capacidade de ler, desenvolver
mecanismos de memorização e seleção de informações. Nesse caso, deve-se escolher o jornal e selecionar notícias, publicidades e artigos que contenham temas relacionados à pesquisa.
Dinâmica de debates
As situações de debate e a troca de opiniões com a leitura de textos produzidos pelos alunos são
sugeridas em várias atividades ao longo da Coleção como possibilidade de socialização e melhoria do
aprendizado. Na seção “Para Refletir”, por vezes essas habilidades são trabalhadas com maior enfoque,
sendo orientada e estimulada a troca de ideias e a expressão oral.
Com debates e apresentações orais podem ser trabalhadas habilidades dos alunos, como falar, ouvir, argumentar e se manifestar mediante outras pessoas. Nessas atividades os alunos têm espaço para
expressar opiniões e serem respeitados por elas. Por esse motivo, compreende-se que a prática de debates e conversas contribui para a formação crítica e analítica dos alunos.
Sugere-se, contudo, que a prática desse tipo de atividade seja sempre planejada por você e as regras definidas e explicadas claramente, a fim de que todos possam participar e a atividade seja produtiva, considerando o tempo disponível, o respeito às opiniões diversas e aos objetivos propostos para a dinâmica de trabalho.
Entrevistas
As atividades que recorrem a conversas e entrevistas são importantes, pois auxiliam no conhecimento da história uns dos outros, e no diálogo com a família e com as pessoas mais velhas, levando, assim, à percepção da história de vida e das memórias.
[...] A História oral é usada em escolas por crianças e jovens para conhecer sua
própria comunidade. A conversa sobre o passado recente entre jovens e idosos estreita o relacionamento e valoriza os traços culturais locais, além de fornecer uma nova
e envolvente dimensão às histórias regional e familiar porque as integra ao todo
mais amplo da memória nacional. [...] Também tem sido usada em museus como instrumento vivo para transmitir informações e tornar as exposições mais interessantes e dinâmicas.
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É utilizada no trabalho com comunidades, bairros e grupos de vizinhança porque,
além de possibilitar o registro de suas memórias, permite processos de revalorização
dos idosos através de um importante papel na reconstrução do passado (CENTRO DE
MEMÓRIA DA UNICAMP. Disponível em: <www.centrodememoria.unicamp.br>. Acesso
em: 8 maio 2010).
Ao encaminhar as entrevistas sugeridas nas atividades é importante que você esteja atento e leve
em consideração a diversidade cultural e social das experiências dos alunos e dos entrevistados (que podem variar em função do grupo familiar e de convívio). As entrevistas podem ser uma boa oportunidade para os alunos perceberem que existem diferentes formas de compreender uma mesma realidade, estabelecendo um confronto entre os pontos de vista.
Além do conhecimento obtido por meio desse trabalho de resgate da memória e do conceito de
interpretação dos fatos, você pode comentar sobre a importância das vivências em família e de como
elas podem variar no tempo e entre os grupos humanos, auxiliando-os.
É importante também que essas atividades de pesquisa oral ou entrevista sejam orientadas, e que
nos primeiros anos da escolaridade o universo investigado seja aquele mais próximo aos alunos, com entrevistas dos familiares e pessoas do seu convívio.
Visita a museus e atividades externas
Para atingir o caráter educativo de uma atividade externa, como a visita a um museu, a uma instituição que ofereça serviços à comunidade, a uma exposição temática, entre outras, é fundamental seguir
alguns passos para a realização da atividade, levando o aluno a entender aspectos ligados à criação do
espaço de memória e à natureza do acervo guardado e exposto.
É interessante que você desenvolva o próprio roteiro de visita focado em aspectos ligados ao tema do trabalho em sala de aula, como as diversas fontes utilizadas pelo historiador, caso esteja trabalhando conceitos como pesquisa histórica e arqueológica, preservação e investigação de fontes diversas, entre outros.
Sugerimos a seguir alguns procedimentos a serem seguidos para a realização de visitas a museus
ou a outras exposições:
•• definir os objetivos da visita;
•• selecionar o museu ou a exposição mais adequada para trabalhar o tema escolhido;
•• dependendo da cidade, existe grande profusão de museus e exposições, contudo, a visita in loco em ambientes históricos é possível em todas as regiões do país, uma vez que grande parte
das construções mais antigas guarda, de alguma forma, o passado através do tempo;
•• visitar o local antecipadamente;
•• verificar as atividades educativas disponíveis, a existência de equipes de apoio à visitação, o número permitido de visitantes, entre outros aspectos;
•• preparar os alunos para a visitação com enfoque do tema e conceitos a serem observados;
•• elaborar formas ou atividades de continuidade à visita em sala de aula, como: produção de um
roteiro de visita, troca das experiências e impressões sobre o local e as pessoas a que tiveram
acesso, relatório sobre o que aprenderam e avaliação sobre a participação de cada uma durante a visita.
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Importante!
ção escrita dos pais dos alunos; levantamento de custos, principalmente com o transporte; e aspectos práticos para a viabilização da visita.
Confecção de maquetes
A confecção de maquetes é uma atividade na qual os alunos se envolvem bastante, o que melhora a aprendizagem e o interesse pelo tema trabalhado. Mas para o desenvolvimento e a execução são
necessários alguns preparativos, a fim de que o trabalho flua e seja realizado dentro do período estipulado, de maneira segura e que não seja prejudicial ao meio ambiente. A montagem de maquetes é solicitada no Livro do Aluno, bem como por meio de atividades complementares no Manual do Professor.
MANUAL DO PROFESSOR
•• A atividade externa implica uma série de procedimentos, como: agendamento da saída; autoriza-
Após escolher o aspecto que será retratado na maquete, os alunos vão enriquecer o conhecimento sobre o tema com pesquisas em outras fontes, como bibliotecas, pinturas, gravuras, entre outras.
Após a realização das pesquisas, os alunos devem debater em grupo sobre o tema, contextualizar
os aspectos que serão enfocados e produzir um pequeno esquema ou texto, visando, assim, tornar mais
concreto o trabalho a ser desenvolvido.
Com alguma antecedência, deve-se pedir que os alunos separem materiais, como caixas de diversos tamanhos, embalagens, copos plásticos, fósforos ou qualquer outro material que possa ser utilizado
na confecção da maquete e que não ofereça perigo ou dano a quem manusear o objeto para realizar o
trabalho. No espaço da escola deve ser determinado onde os alunos irão construir a maquete, acertar suas dimensões e o período de execução.
Por se tratar de uma atividade coletiva, seja no caso de uma maquete única para toda a turma ou
várias sobre o mesmo tema, é fundamental que todos trabalhem na execução, que haja planejamento e
respeito aos ritmos e habilidades individuais e, principalmente, que os alunos percebam a importância
do trabalho coletivo.
A realização de uma avaliação conjunta sobre a execução, ao final do trabalho, além da avaliação
sobre os conhecimentos obtidos, ajuda a dimensionar a atividade realizada.
Avaliação
Falar de avaliação não significa olhar apenas para o processo de aprendizagem do aluno. Avaliar é
olhar o todo; o processo ensino e aprendizagem não pode ser avaliado de forma separada. Dessa forma,
planejar é condição primordial quando desejamos realizar uma atividade com sucesso. Para isso precisamos pensar nas estratégias, nos objetivos e, principalmente, nos recursos de que dispomos.
No processo educativo, assim como em todos os setores do cotidiano, o ato de planejar deve
estar fortemente presente. Assim, inserido na escola e no trabalho com os alunos, é necessário realizar
um planejamento das atividades, fazendo escolhas e organizando ações, visando atingir objetivos claros e eficientes.
Dessa forma, podem-se identificar com maior propriedade as correções necessárias no planejamento elaborado, reorientando procedimentos e métodos utilizados com os alunos, e assim avaliá-los
com maior propriedade durante o processo de ensino-aprendizagem.
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Diante disso, pensar sobre “o que” e “para que” avaliar faz parte do planejamento das aulas. Pois
quanto mais você souber quais os objetivos a serem atingidos em cada etapa e tiver clareza da relevância do que está trabalhando, dos meios para atingir seus objetivos, mais efetiva e segura será a
aprendizagem.
A ação pedagógica é alimentada e orientada pelo processo de avaliação, que tem por finalidade
acompanhar e aperfeiçoar os dados resultantes do processo de ensino/aprendizagem.
A avaliação do aluno, a ser realizada pelo professor e pela escola, é redimensionadora da ação pedagógica e deve assumir um caráter processual, formativo e participativo, ser contínua, cumulativa e diagnóstica.
A avaliação formativa, que ocorre durante todo o processo educacional, busca
diagnosticar as potencialidades do aluno e detectar problemas de aprendizagem e de ensino. A intervenção imediata no sentido de sanar dificuldades que alguns estudantes
evidenciem é uma garantia para o seu progresso nos estudos. Quanto mais se atrasa essa intervenção, mais complexo se torna o problema de aprendizagem e, consequentemente, mais difícil se torna saná-lo.
A avaliação contínua pode assumir várias formas, tais como a observação e o registro das atividades dos alunos, sobretudo nos anos iniciais do Ensino Fundamental,
trabalhos individuais, organizados ou não em portfólios, trabalhos coletivos, exercícios
em classe e provas, dentre outros (BRASIL, 2013, p. 123).
Na avaliação da aprendizagem é fundamental a análise da capacidade de reflexão dos alunos diante das próprias experiências. E, portanto, deve ser entendido como processo contínuo, sistemático, permanente, que oportuniza uma atitude crítico-reflexiva perante a realidade concreta.
Tanto você quanto o aluno precisam entender o processo educativo como uma ação contínua de
construção e, desse modo, considerar a avaliação formativa como um importante recurso e componente didático.
Segundo José Carlos Libâneo (1994, p. 195): ”A avaliação é uma reflexão sobre o nível de qualidade do trabalho escolar tanto do professor como dos alunos”, assim a avaliação precisa envolver os sujeitos dos processos de ensino-aprendizagem para que haja uma prática reflexiva sobre as atividades educacionais propostas e desenvolvidas com os alunos.
Essa modalidade de avaliação permite organizar e reorganizar o percurso planejado, refletindo
sobre os erros e acertos, principalmente considerando o conhecimento prévio dos alunos sobre os temas abordados.
Nas várias atividades propostas, o objetivo não é apenas verificar a compreensão dos textos explicativos, mas também o desenvolvimento de outras habilidades e capacidades, como a pesquisa, o debate, a entrevista e a análise de documentos.
Para obter uma avaliação que atenda a esses objetivos, você deve, em todo o decorrer do processo ensino-aprendizagem, identificar as possibilidades que os alunos apresentam para construírem
seus conhecimentos. Nessa tarefa, pode ser auxiliado por diagnósticos elaborados a partir de fontes que
contemplem aspectos como a expressão oral e escrita, a participação em atividades de grupos e o interesse e a criatividade manifestado pelos alunos.
Na proposta desta Coleção a avaliação não deve ser compreendida como um conjunto de instrumentos, mas uma postura diante do processo ensino-aprendizagem em que professor e aluno atuam juntos. Não se deve então avaliar o que aluno aprendeu daquilo que o professor ensinou, mas se
o que o aluno aprendeu ou precisa aprender contribuirá para a construção de habilidades que permitam entender conceitos, construir conhecimentos e fazer e refazer caminhos no processo ensino-aprendizagem.
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No início de cada capítulo a Coleção propõe na seção “Para Começo de conversa” uma avaliação
diagnóstica. Nesse momento o professor também poderá anunciar aos alunos que conhecimentos serão
construídos no capítulo, para que ele possa perceber as dúvidas e solicitar apoio naquilo que eles ainda
não compreenderam.
Nesse processo, durante a realização das atividades propostas na Coleção, o professor deve propiciar momentos de troca, movimentando-se pela sala de aula, dialogando com os alunos, orientando-os,
discutindo em pequeno ou grande grupo sobre as dúvidas individuais e coletivas, trocando informações,
compartilhando com o grupo de alunos as retomadas necessárias.
A seção “Escrevendo a História” propõe a construção de textos, que podem servir como elemento importante para a avaliação formativa. Uma das características do ser humano é a significação. É com
essa visão que o professor deve analisar as produções dos seus alunos: por qual razão o aluno escreveu
isso; por qual razão deixou de abordar determinados temas, conceitos ou conteúdos; com que sentimento construiu o texto.
A busca do entendimento de como cada aluno usou as habilidades e conhecimentos é condição
básica para futuras interferências individuais, em grupo e alterações no planejamento do professor.
Nesse sentido, é particularmente importante o professor entender que a avaliação faz parte de um
encaminhamento metodológico, no qual a sala de aula seja um ambiente rico de estímulos e favorável
à construção de conhecimento, proporcionando uma variedade de estratégias que envolvam temas, conceitos e desenvolvimento de habilidades nas diversas áreas do conhecimento, partindo de situações significativas para os alunos.
Nas séries iniciais do Ensino Fundamental de 9 anos, os alunos usam diferentes tipos de estratégias para responder às diversas perguntas que a escola faz. Daí a importância da valorização de uma avaliação individual e contínua.
A avaliação deve ser um meio de favorecer o planejamento, tanto para que o professor conheça o resultado da sua ação didático-pedagógica quanto para que o aluno possa conhecer seu desenvolvimento. A
postura do professor diante desse desenvolvimento deve estar comprometida com a avaliação formativa.
É preciso conceber que o aluno constrói habilidades, aprimora o modo de pensar ao longo do ano e,
à medida que se depara diante de novas situações, novos desafios, novos conflitos, reformula suas respostas.
O processo de avaliação, dessa forma, deve ser um conjunto de ações de encorajamento ao aluno, para que
possa construir habilidades organizando e reorganizando ideias. Dessa forma, o professor pode retomar ao
longo do ano os textos produzidos na seção “Escrevendo a História” e solicitar aos alunos a reescrita.
O professor deve analisar, observar e avaliar as respostas dos alunos nas diversas seções propostas
nesta Coleção em dois níveis: aquilo que o aluno pode realizar sozinho e aquilo que realiza com a colaboração de outros. Desse modo, você, professor, necessita ainda mais acreditar que todo aluno, independentemente do ritmo, pode construir conhecimentos significativos.
A avaliação deve oferecer condições para que o aluno possa mostrar o que sabe e, principalmente, como pensa. Com isso, compreenderá que é tanto sujeito quanto agente da História.
Textos complementares
Por compreender que a prática docente exige constante aprimoramento, ao longo deste Manual
foram apresentadas reflexões sobre o processo de ensino-aprendizagem e sobre estratégias que contribuem para o trabalho com temas e conteúdos da ciência histórica. As sugestões bibliográficas, também
presentes neste Manual, constituem-se em um apoio ao estudo do professor. Compreendendo que há
um inesgotável acervo de obras sobre os temas e conteúdos aqui apresentados, os livros indicados neste manual oferecem alguns caminhos possíveis para que você encontre um aporte teórico sobre alguns
temas e tenha possibilidades de expandir seu conhecimento histórico.
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Ainda nesse sentido, são apresentados a seguir quatro textos complementares sobre temas que
compreendemos essenciais para o trabalho com a Coleção, a saber: os conceitos históricos, o estudo das
contribuições indígenas, africanas e afro-brasileira, a importância do trabalho com as fontes históricas e
a interdisciplinaridade.
Texto 1
O texto a seguir traz uma reflexão sobre a abordagem da História na sala de aula e sobre as escolhas necessárias para a construção do currículo.
Pela volta do conteúdo nas aulas de História
O passado deve ser interrogado a partir de questões que nos inquietam no presente (caso
contrário, estudá-lo fica sem sentido). Portanto, as aulas de História serão muito melhores se
conseguirem estabelecer um duplo compromisso: com o passado e com o presente.
Compromisso com o presente não significa, contudo, presentismo vulgar, ou seja, tentar
encontrar no passado justificativas para atitudes, valores e ideologias praticadas no presente (Hitler queria provar pelo passado a existência de uma pretensa raça ariana superior às demais).
Significa tomar como referência questões sociais e culturais, assim como problemáticas humanas que fazem parte de nossa vida, temas como desigualdades sociais, raciais, sexuais, diferenças culturais, problemas materiais e inquietações relacionadas a como interpretar o mundo, lidar com a morte, organizar a sociedade, estabelecer limites sociais, mudar esses limites, contestar a ordem, consolidar instituições, preservar tradições, realizar rupturas...
Compromisso com o passado não significa estudar o passado pelo passado, apaixonar-se
pelo objeto de pesquisa por ser a nossa pesquisa, sem pensar no que a humanidade pode ser beneficiada com isso. Compromisso com o passado é pesquisar com seriedade, basear-se nos fatos
históricos, não distorcer o acontecido, como se fosse uma massa amorfa à disposição da fantasia
de seu manipulador. Sem o respeito ao acontecido a História vira ficção. Interpretar não pode
ser confundido com inventar. E isso vale tanto para fatos como para processos (aqui mesmo, no
Brasil, não inventam um anacrônico “modo de produção feudal”, pois segundo o “modelo” deveria haver algo entre escravismo e capitalismo?).
[...]
Um modo mais construtivo (sem trocadilhos) seria adotar como postura de ensino (que se
quer crítico) a estratégia de abordar a História a partir de questões, temas e conceitos. Quais seriam as questões relevantes que podem ser feitas ao presente e, por extensão, ao passado? Qual
a relevância dos recortes temáticos tradicionais e novos feitos pela historiografia? Quais os conceitos importantes a serem discutidos com os alunos? Tendo respostas mais ou menos claras sobre esses assuntos, o professor poderá:
•• despertar o interesse dos alunos demonstrando a atualidade de coisas tão cronologicamente remotas quanto a situação das mulheres na Idade Média, a insatisfação dos plebeus na Roma antiga ou a aspirações ambíguas dos burgueses no século XVIII;
•• capacitar os estudantes no sentido de perceberem a historicidade de conceitos como democracia, cidadania, beleza (como e por que mudaram muito ao longo do tempo?); práticas como a manifestação de religiosidade, afetividade, sexualidade, cultural e moral;
•• fazer com que os alunos não só reconheçam preconceitos, mas compreendam seu desenvolvimento e mecanismos de atuação, para poder criticá-los com base em argumentos
mais sólidos;
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MANUAL DO PROFESSOR
•• demonstrar com clareza certos usos e abusos da História, perpetrados por grupos políticos, nações, facções (adversários de um estado nacional são frequentemente apresentados nos manuais escolares como inimigos da pátria, revolucionários como traidores, minorias como gente não patriota e assim por diante);
•• possibilitar a crítica e dogmatismos e ‘verdades’ absolutas como base no reconhecimento
da historicidade de situações e formas de pensamento (talvez não seja o caso de entender as razões dos leões que devoraram cristãos nas arenas romanas, mas, pelo menos,
dos “hereges” que foram massacrados impiedosamente pela Igreja Católica).
Jaime Pinsky e Carla Bassenezi Pinsky. Por uma História prazerosa e consequente. In: Leandro Karnal. História na sala de aula.
Conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2010, p. 23-26.
Texto 2
O estudo das contribuições indígenas, africanas e afro-brasileiras, bem como dos diferentes imigrantes que vieram para o país, para a História do Brasil, pode ser abordado por diferentes vertentes. A
fim de contribuir com essas temáticas, é preciso explorar as noções de identidade e cultura que se propõem analisar. O texto a seguir indica possibilidades para esse trabalho.
Identidades plurais
[...]
O surgimento de uma área comum entre antropólogos e historiadores tornou-se possível
quando os primeiros perceberam que, longe de serem estáticas, as estruturas culturais continuamente se transformam, através do tempo, como resultado da experiência e das relações vivenciadas entre os grupos sociais, e quando os historiadores passaram a valorizar comportamentos,
crenças e cotidianos dos homens comuns, entendendo-os como sujeitos também atuantes e
transformadores dos processos históricos. A história cultural constitui o principal ponto de encontro entre as duas disciplinas, campo no qual a fronteira entre elas torna-se tênue ou até desaparece em abordagens interdisciplinares que, em nossos dias, tendem a se ampliar e enriquecer nosso conhecimento sobre os mais diversos povos e suas complexas relações socioculturais.
A noção de cultura como produto histórico, dinâmico e flexível conduz a novas abordagens sobre relações de contato cultural, questionam e complexificam o conceito de aculturação.
No lugar de regras e parâmetros deterministas, fronteiras culturais e ideológicas rigidamente demarcadas, abre-se espaço para considerar as tensões e ambivalências do universo cultural e simbólico continuamente reordenado nos processos históricos. Isso favorece a ideia de
que, apesar dos condicionamentos culturais, os homens orientam-se por estratégias móveis,
por interesses e objetivos que se transformam com suas experiências históricas, permitindo-lhes reformular culturas, valores, memórias e identidades. Estas últimas podem ser vistas,
portanto, como plásticas, provisórias, contingentes e plurais, evidenciando que pluralidade e
identidade não são excludentes. A investigação sobre construção e reconstrução identitárias
tem revelado uma gama de possibilidades quanto a composições e acomodações dos diferentes
elementos internos a um grupo ou mesmo a um indivíduo. Identidades regionais, religiosas,
étnicas, profissionais ou, num nível macro, nacionais, surgem como construções fluídas, dinâmicas e flexíveis, que se constroem através de complexos processos de apropriações e ressignificações culturais nas experiências entre grupos e indivíduos que interagem, daí se falar em
identidades inter e intracontrastivas. [...]
Cecília Azevedo e Maria Regina Celestino de Almeida. Identidades plurais. In: Martha Abreu e Rachel Soihet (Orgs.). Ensino de
História: conceitos, temáticas e metodologia. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2009, p. 25-26.
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Texto 3
Ao longo da Coleção é proposto o trabalho com diferentes fontes históricas. São atividades que
orientam a análise de textos jornalísticos, obras de arte, fotografias, documentos oficiais (textos de leis,
decretos), mapas, entre outros.
Essa prática é recorrente na coleção por compreendermos sua importância para o fazer histórico.
O texto a seguir discorre sobre o trabalho com fontes e a variedade de materiais que pode ser analisada
sob essa perspectiva.
Introdução
[...]
O conceito de História como campo de conhecimento é fundamentalmente relacionado
ao conceito de fontes históricas. O uso das fontes e a sua análise temporal são propriedades
do conhecimento histórico. Elementos componentes do conceito de História científica, o documento e o tempo diferenciam a narrativa histórica da narrativa ficcional e das narrativas
científicas de modo geral.
As fontes, consideradas objeto material da pesquisa histórica, vêm adquirindo, desde o
século XVIII, quando D. Mabillon, da Congregação de Sainte Maur, escreveu a obra De Re Diplomatica, cada vez mais importância e vêm expandindo o seu significado. Quando a História
iniciou sua trajetória como conhecimento, o documento escrito oficial era a essência de sua veracidade, afirmação que atingiu seu auge no século XIX. A História era o que havia sido registrado pela escrita dos homens sobre a vida pública. Com isso, os sujeitos eram somente os que
tinham aceso às formas de manifestação escrita ou os que deviam, em razão de sua importância pública, ter seus atos registrados pelos seus pares, detentores das formas escritas.
[...]
Ao uso exclusivo dos documentos escritos como fontes foi incorporada a variedade da produção da sociedade. Esse novo olhar sobre a História como campo de conhecimento fez que a vida política deixasse de ser objeto exclusivo da pesquisa. Obras de arte, como pinturas e esculturas, documentos escritos de natureza diversa, como registros particulares, anotações domésticas,
tipos variados de correspondência, formas de manifestação literária, musical, imagens fixas e e
em movimento, peças da vida cotidiana, enfim, tudo o que fornecesse informação sobre a vida
humana aos poucos foi incorporado ao universo das fontes históricas.
[...]
Para proporcionar o desenvolvimento do pensamento histórico do aluno e fazê-lo distanciar-se do senso comum, a Didática da História propõe procedimentos críticos em relação às fontes, analisadas como recursos para a aprendizagem do aluno; promove a utilização
do raciocínio comparativo, da periodização do tempo histórico, distinto de um tempo subjetivo, da maestria do grau de generalização dos conceitos, distinguindo completamente a História de seus usos. Para tanto, mobiliza metodologias clássicas das ciências humanas e sociais: questionamento e observação, coleta de dados, exame e descrição e coloca em perspectiva os deslocamentos entre noções comuns e conceitos históricos (Bugnard, 2009).
A promoção dessas formas de pensamento histórico exige que a formação do aluno esteja fundamentalmente num conceito de História que o leve à compreensão da realidade social e das ações dos homens localizadas no tempo. Para tanto, é preciso utilizar materiais
que permitam a construção do texto histórico e o chamado a atividades intelectuais que encaminhem o aluno para o desenvolvimento do pensamento histórico.
André Chaves de Melo Silva; Kátia Maria Abud e Ronaldo Cardoso Alves. Ensino de História. São Paulo: Cengage Learning,
2010, p. IX-XIV.
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1
MANUAL DO PROFESSOR
UNIDADE
Orientações específicas
para o livro do 3o ano
Cultura: uma criação do homem
Página 8
Nesta unidade, buscou-se o enfoque da organização temporal e a construção do conceito de
tempo histórico. Destaca-se que esse tempo histórico é uma construção cultural. A unidade aborda também
a ação dos homens no decorrer do tempo, compreendida, por sua vez, como objeto da História.
A dupla perspectiva da História como ciência do passado e do presente busca compreender
a dimensão que o ser humano e suas ações (objeto da História) tiveram e têm da sociedade.
Nesta unidade buscamos auxiliar o aluno a desenvolver:
•• a compreensão do conceito de tempo de forma mais aprofundada, a fim de reforçar a distinção
entre o tempo físico, também denominado geológico, determinado pelos mecanismos da natureza,
e o tempo cultural, também denominado tempo histórico, com algumas formas de entender e
contar o tempo de acordo com a cultura de cada povo e sociedade;
•• a percepção de que as diferentes culturas produzem diferentes formas de contar o tempo;
•• identificar a relação entre manifestações culturais na sociedade brasileira, incluindo aquelas das
culturas indígena e africana e afro-brasileira;
• • a aquisição de mecanismos para a compreensão das diferentes dimensões do tempo, como
duração a partir de mudanças e permanências no modo de vida dos grupos humanos com os
ritmos que englobam o fato e a conjuntura a partir de vivências pessoais;
•• relacionar lugares e tempos vividos com rotinas, medições e marcadores de tempo cronológico
e histórico (datas, décadas e séculos) no espaço de apreensão do tempo;
•• a apreensão da importância do estudo da História como processo, ou ainda como momento que
se percebe a partir da própria dinâmica e a afirmação dela como campo de atuação dos homens;
•• a importância da valorização da diversidade cultural.
Páginas 8 e 9 Abertura de unidade
Na abertura da unidade, o diálogo entre os personagens sobre a obra A persistência da memória,
de Salvador Dalí, pretende resgatar e reforçar os conhecimentos que os alunos já têm sobre o significado do
relógio e a marcação do tempo. Você deve explorar as reflexões dos alunos sobre a obra e suas múltiplas interpretações.
Ao estudar os processos históricos, buscamos a identificação das permanências e regularidades e
também o reconhecimento das rupturas e diferenças que ocorrem nas formações sociais. Como afirma
Holien Bezerra:
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“Assim a História, concebida como processo, busca aprimorar o exercício da problematização da vida social como ponto de partida para a investigação produtiva e criativa, buscando identificar as relações sociais de grupos locais, regionais, nacionais e de
outros povos; perceber as diferenças e as semelhanças, os conflitos/contradições e as solidariedades existentes nas sociedades; comparar problemáticas atuais e de outros momentos, posicionar-se de forma crítica no seu presente e buscar as relações possíveis
com o passado.” (BEZERRA, 2003, p. 44)
Capítulo 1 – O homem e a história
Página 10 Para começo de conversa...
Iniciamos o capítulo com um fragmento de texto do astrônomo, professor e físico Marcelo Gleiser,
um dos cientistas brasileiros mais conhecidos e respeitados no mundo por suas pesquisas científicas desenvolvidas em Dartmouth College (EUA). Também é autor de artigos de divulgação científica em jornais
de grande circulação e de vários livros, dentre os quais destacamos a obra Criação imperfeita (São Paulo:
Record, 2010), na qual o autor questiona a ideia de perfeição que regeria a natureza.
Você pode trabalhar com os alunos aspectos abordados no texto sobre as relações entre o passado, o presente e o futuro, levando-os a refletir, principalmente, quanto ao significado da afirmação “o futuro depende de nossa imaginação, de nossa dedicação e de nossa responsabilidade como cidadãos em
um planeta finito”.
É importante que você leia o texto de Gleiser junto com os alunos e estabeleça um paralelo com as
ilustrações que compõem a página, destacando, principalmente, a ideia de movimento ali representada.
Em seguida, peça aos alunos que façam comentários sobre o que compreenderam a respeito do
texto. Pergunte se eles já ouviram falar de pinturas rupestres e seus possíveis significados, a importância
dos mapas para os navegadores antigos etc.
Mais atividades
1. Aproveite o assunto abordado no texto O futuro é nossa responsabilidade para fazer um paralelo
com a importância do estudo da História no entendimento do mundo que nos cerca e nosso
papel como agentes históricos, desenvolvendo uma atividade integrada com Língua Portuguesa: o professor pode propor aos alunos a construção de um texto. Para dar início a esse trabalho, faça alguns questionamentos aos alunos:
a) O que estimula os avanços na tecnologia?
b) A quais desses avanços você e seus familiares têm acesso? Você acredita que esses avanços
trazem melhorias para a sociedade?
Feitos os questionamentos, oriente os alunos a justificar suas respostas por meio de um texto.
Depois de pronto, reúna os alunos em duplas e peça para que troquem os textos e leiam. Sugira que pontuem alguns avanços citados em ambos os textos. Depois, em um grande grupo,
discutam sobre como os avanços tecnológicos influenciaram em suas vidas.
De acordo com o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), os conceitos fundamentais da História devem seguir uma progressão de abordagem. No que toca o conceito de tempo, ele
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deve ser introduzido já no primeiro contato dos alunos com os temas e conteúdos de História, e aprofundado e consolidado nos anos seguintes. Se sentir necessidade, resgate com os alunos o trabalho sobre a introdução do conceito de tempo.
MANUAL DO PROFESSOR
O Carnaval como um elemento da cultura
Páginas 12 e 13
Nestas páginas, a comparação de dois momentos diferentes, a partir das imagens sobre o Carnaval, pode possibilitar o trabalho de compreensão da importância do estudo da História e das permanências e rupturas no processo histórico.
Analise com seus alunos as vestimentas das pessoas em cada época. Indague sobre o significado
das fantasias em cada uma das imagens, expondo um pouco sobre a história do Carnaval, desde suas
origens até sua transformação, em tempos e lugares diferentes.
É importante explicar que o Carnaval tem diversos sons predominantes nas várias regiões para
animar os foliões: no Rio de Janeiro, o samba; em Pernambuco, o frevo e o maracatu; na Bahia, o axé,
entre outros.
Comente que são muitas as versões para a origem dessa festa. No Brasil, ela se originou no entrudo, como apresenta o texto do ícone “Você sabia?”. O entrudo incentivou a criação de uma festa em local fechado, para um público selecionado que queria se divertir. Assim, surgiram, em 1840, os bailes de
Carnaval, inspirados nos grandes bailes de máscaras realizados na Europa. Os tambores apareceram pela primeira vez na metade do século 19 no chamado Zé Pereira, uma espécie de passeata de foliões que
ocorria nas ruas do Rio de Janeiro. Em substituição ao Zé Pereira, surgiu o corso, um passeio de carros e
caminhões enfeitados. Os foliões, geralmente famílias em seus veículos, brincavam com as pessoas nas
calçadas, cantando músicas de Carnaval e jogando confetes uns nos outros.
Os ranchos ou cordões foram outros dos vários tipos de festejos do início do século 20, uma espécie de encenação que imitava os Reisados, caminhada de pastores e pastoras até Belém. Durante essa caminhada, os participantes cantavam e batiam de porta em porta pedindo agasalhos.
Já as marchinhas de Carnaval se popularizavam ao serem cantadas pelos ranchos, numa época em
que ainda não havia rádio. Esse conteúdo pode ser aprofundado nas aulas de Arte, em que os alunos
podem conhecer as marchinhas.
As escolas de samba também tiveram origem na cidade do Rio de Janeiro. O primeiro grupo a ser
criado com o título de “escola de samba” foi o Deixa Falar, em 1928, no bairro do Estácio. Mais tarde, surgiram muitos outros grupos em diversos bairros da cidade e os desfiles tornaram-se, praticamente, sinônimo de Carnaval no Sudeste do Brasil.
Além das mudanças no Carnaval, surgidas com o passar do tempo, você pode abordar diferenças
quanto à maneira como essa festa popular é celebrada em outras regiões do Brasil, como em Olinda (frevo e maracatu), em Salvador (axé e trios elétricos), em São Paulo (parecido com o do Rio de Janeiro, com
escolas de samba), em São Luís do Paraitinga (Carnaval de marchinhas) e em outros países, destacando
e valorizando a diversidade cultural tão rica em nosso país.
Página 16 Para refletir
O trabalho com as atividades propostas na seção visa levar os alunos à reflexão sobre manifestações culturais diversas, preparando-os para que reconheçam e valorizem as particularidades, a diversidade e a pluralidade cultural de diferentes povos e sociedades.
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Mais atividades
Sugerem-se duas possíveis atividades complementares no que toca esse tema:
1.Solicite aos alunos que pesquisem com seus familiares sobre algumas manifestações culturais
típicas do local onde vivem e, posteriormente, discuta com eles as mudanças ocorridas e as
possibilidades de resgatá-las e preservá-las, para que a cultura seja preservada.
Depois, discuta como são as manifestações atuais.
2. Proponha a confecção de máscaras pelos alunos. Explique que as máscaras do Carnaval de
Veneza são famosas em todo o mundo pela riqueza de detalhes e beleza na elaboração, contextualizando também a história do seu uso, ajudando-os quanto à localização da Itália e de
Veneza, explorando o fato de que as máscaras permitiam, no momento da festa de Carnaval,
a quebra de barreiras sociais, pois os ricos podiam aproximar-se dos pobres sem ser socialmente condenados ou prejudicados. Além disso, comente que, com o passar dos anos, as festas
carnavalescas proliferaram-se em toda a Itália, modernizando-se.
Em um primeiro momento, peça aos alunos que busquem em revistas e na internet, imagens
das máscaras para usarem como modelos. Os alunos devem estudar essas máscaras, sua origem, o que significam etc. Na sequência, irão confeccionar uma máscara.
Para tanto, siga os passos apontados a seguir:
Materiais necessários:
•• pedaços de jornal
•• cola branca
•• elástico
•• pincel
•• tesoura
•• bexiga
Como fazer:
•• Encha a bexiga até ficar um pouco maior que a cabeça do aluno.
•• Pique o jornal em pequenos pedaços; com um pincel, passe cola em apenas um dos lados
da bexiga (para formar o rosto da máscara) e cole os pedacinhos de jornal.
•• A operação deve ser repetida três vezes para formar camadas. Não precisa esperar a secagem da cola entre uma camada e outra.
•• Depois que o jornal estiver seco, estoure a bexiga, assim ela desgruda da máscara.
•• Corte as sobras de jornal ao redor da máscara para dar o acabamento. Ela precisa se encaixar direitinho no rosto.
•• Vista a máscara e marque o lugar dos olhos com uma caneta. Depois, recorte círculos para
formar os olhos no lugar marcado.
•• Comece a fazer a pintura. Primeiro, passe guache branco para servir de base à máscara.
•• Desenhe com lápis a figura que cada aluno deseja fazer na máscara.
•• Em seguida, pinte com guache colorido como quiser.
•• Faça um furo de cada lado e coloque o elástico. Está pronta a máscara! Agora é só brincar!
Após construí-la, os alunos devem ter um momento para brincar juntos ou expor a máscara aos colegas.
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A diversidade de culturas no Brasil
MANUAL DO PROFESSOR
Página 17
Abordar o conceito de cultura para alunos dessa faixa etária demanda estratégias que os aproximem desse assunto amplo e multifacetado.
São inúmeras as variações de abordagens e interpretação do conceito de cultura nas múltiplas ciências, tendo, inclusive, variados aspectos como referência. Por exemplo, desde a Antiguidade tem-se
buscado explicar as diferenças de comportamento entre os homens a partir da diversidade genética ou
geográfica, apesar de muitos estudos revelarem que nem as características biológicas ou o ambiente físico são determinantes das diferenças culturais. A História nos mostra que povos que vivem em ambientes muito semelhantes podem ter estilos de vida bem diferentes.
O conceito de cultura perpassa e interessa a diversos campos de conhecimento. É objeto e instrumento de análise da História, da Sociologia, da Antropologia, da Educação, entre outros e tem em cada
um desses campos, bem como em suas interseções, diferentes concepções e definições.
Entre as muitas definições possíveis, damos atenção às reflexões de dois antropólogos: o neo-zelandês Raymon Wiliam Firth, que compreende a cultura como o modo de vida de um conjunto organizado
de indivíduos; e Clifford Geertz, que compreende a cultura como um conjunto de construções simbólicas.
Para a proposta desta obra didática, compreende-se que a cultura é o meio de adaptação do homem aos diferentes ambientes. Ela é um processo acumulativo, pois os grupos humanos adquirem conhecimentos e experiências acumulados ao longo das gerações que os antecederam.
Nessa perspectiva, o uso do termo “cultura” para definir o conjunto de atitudes, crenças e códigos
de valores compartimentados num determinado período histórico é aplicado a partir dos estudos antropológicos de Clifford Geertz. Para o autor, cultura é sempre algo público, de um grupo, e não um elemento particular. Ela é formada por construções simbólicas e significados contidos num conjunto de símbolos compartilhados.
“Como um sistema de signos passíveis de interpretação, a cultura não é um poder, algo ao qual podem ser atribuídos casualmente os acontecimentos sociais, os comportamentos, as instituições ou os processos; ela é um contexto, algo dentro do qual
eles (os símbolos) podem ser descritos de forma inteligível – isto é, descritos com densidade.” (GEERTZ, 1973)
Neste capítulo, o conceito é trabalhado por meio de exemplos e comparações. A opção de trabalho é por meio de um aspecto da cultura: a forma de festejar de grupos diversos no Brasil atual.
Páginas 19 a 21
Ao trabalhar o texto sobre a festa do Quarup e a festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens
Pretos, você pode destacar outros aspectos culturais desses grupos e explicar, por exemplo, que o Quilombo de Ivaporunduva, localizado no município de Eldorado, em São Paulo, tem uma área de 3 158,11
hectares, cujo território ainda mantém 80% de sua área coberta pela Mata Atlântica, com grande riqueza de espécies vegetais e animais característicos dessa mata, como canela, peroba, cedro-rosa, figueira,
jacu, tucano, araponga, macuco, sabiá, tucaninho, veado, tatu, tamanduá, raposa, entre outros.
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Você pode destacar que o restante da área é utilizado para o cultivo e a produção da comunidade no sistema de rodízio. Pode-se informar os alunos que a área foi reconhecida como quilombo em
1997, e em 2000, a comunidade recebeu o título de propriedade de seu território. A população ainda hoje vive basicamente da roça de arroz, feijão, milho, mandioca, batata-doce, cana-de-açúcar, café, abóbora, banana, inhame, cará, taiá.
É fundamental destacar: assim como nos grupos indígenas, em que existe uma grande variação
na forma de celebrar de acordo com a região em que vivem, entre as comunidades quilombolas ocorre
também muita diversidade nos aspectos culturais ligados às festividades e às comemorações.
Mais atividades
1. Você pode promover uma pesquisa sobre as diferentes celebrações que ocorrem em nosso país.
Organize grupos de pesquisa e defina temas para cada um deles. É interessante que as
pesquisas investiguem as festas pouco conhecidas, como as celebrações de fases da natureza,
comemoradas por indígenas, ou festas religiosas específicas de grupos indígenas, ou celebrações
que ocorrem em nosso país com origens em diferentes culturas, sejam africanas, hebraicas,
ucranianas, entre tantas outras. Devem ser investigados os motivos das festividades, os principais
momentos da festa ou celebração, se são usadas vestimentas e adereços diferentes daquelas
do dia a dia das pessoas envolvidas.
Cada um dos grupos pode, em uma roda de conversa, apresentar os resultados de sua pesquisa, para que toda a turma conheça um pouco mais da variedade cultural representada por festividades em nosso país.
Página 21 Para refletir
As atividades propostas nesta seção favorecem a observação e compreensão do aluno em relação
ao mundo em que vive por meio da comparação entre diferentes ações humanas em tempos e espaços
diferentes. Compreendendo que, em cada um desses grupos, os homens são construtores de sua história. Espera-se que os alunos percebam-se como sujeitos da História, participando ativamente do processo de construção do conhecimento.
Página 21 Escrevendo a História
Nessa atividade o aluno poderá trazer a análise do conceito de cultura para sua realidade próxima.
Espera-se que, ao desenvolver essa breve pesquisa e produzir um texto sobre um elemento da cultura
local, o aluno consiga compreender-se como parte da história.
Sugestões para o professor
Para enriquecer o trabalho sobre o tema do capítulo, possibilitando uma abordagem mais
completa sobre a diversidade cultural no Brasil, sugere-se a leitura de:
•• Almanaque do Carnaval: a história do Carnaval, o que ouvir, o que ler. André Diniz. Rio de Janeiro:
Zahar, 2008.
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MANUAL DO PROFESSOR
Nesta obra o autor faz uma viagem no tempo, desde as origens do Carnaval até as grandes folias da atualidade. Além da história do Carnaval, trata da trajetória dos gêneros musicais relacionados
à festa, como o samba, a marchinha, o frevo e o axé. Apresenta canções, compositores e intérpretes
que marcaram época, assim como os que ganham destaque na atualidade.
Endereço eletrônico
•• www.socioambiental.org
Site do Instituto Socioambiental (ISA), que apresenta documentários da TV Cultura e do próprio Instituto. No link http://www.socioambiental.org/pt-br/campanhas, por exemplo, é possível encontrar algumas campanhas desenvolvidas por grupos indígenas, muitas das quais relacionadas à
preservação ambiental.
Capítulo 2 – Contando o tempo, contando a história
Página 22 Para começo de conversa...
Os versos da canção “Quebra Milho”, de Renato Teixeira, são apresentados neste capítulo como ponto de partida para que você possa retomar e aprimorar o conceito de tempo e a criação de mecanismos
para a sua contagem, como a elaboração de calendários em tempos e lugares diferentes.
Essa composição trata da visão do autor sobre a organização do calendário de plantio do milho. Você pode fazer a leitura com os alunos e, em seguida, perguntar a eles se conhecem as comidas citadas
nos versos, bem como solicitar que procurem no dicionário o significado das que são desconhecidas.
Como sabemos, o clima exerce significativa influência no desenvolvimento das plantações. Para um
trabalho mais aprofundado a respeito desse tema, propõe-se o acesso ao link: http://agricultura.ruralbr.
com.br/noticia/2012/01/calendario-agricola-veja-qual-o-melhor-periodo-para-o-plantio-e-colheita-das
-principais-culturas-do-pais-3641485.html
Nele você encontrará um infográfico das regiões do país e as plantações de cada região. Para obter mais informações sobre determinada plantação, é só clicar sobre ela. Por meio desse infográfico você
poderá explicar de maneira mais aprofundada o calendário de plantio para os alunos.
Mais atividades
1. Se possível, pode ser organizado o preparo de um dos pratos citados na canção com os alunos.
Tal experiência é educativa e divertida.
2. Estudos científicos apontam que o clima varia naturalmente, independentemente das ações an-
trópicas (do homem), ou seja, mesmo que o ser humano não habitasse o Planeta, as estações
do ano não teriam sempre as mesmas temperaturas. Isso porque, antes de qualquer coisa, o clima é dependente da intensidade da radiação solar.
Partindo dessa constatação, propõe-se uma atividade integrada às disciplinas de Geografia e Ciências. Organize a turma em grupos de quatro alunos e peça para fazerem uma pesquisa, em
livros, revistas, internet etc., sobre as estações do ano. As pesquisas devem contemplar as seguintes questões: quais são as estações do ano; em qual estação estamos; como podemos
identificar cada estação; se todos os anos as estações se comportam da mesma maneira; e se
em todas as regiões do Brasil as estações apresentam as mesmas características.
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No dia marcado para a entrega dos resultados da pesquisa, reúna os alunos em um grande
grupo e debatam sobre as pesquisas realizadas.
Após a conversa, construam coletivamente um texto com a conclusão da turma sobre as mudanças climáticas e seu impacto sobre a mudança nas estações do ano.
O registro: das horas aos séculos
Página 24
Você deve aproveitar o tema para trabalhar a forma de escrever datas abreviadas ou por extenso,
a fim de reforçar a compreensão dos alunos quanto à sequência e à distribuição dos dias e dos meses
no calendário.
Explique a importância de saber ler as datas para verificar compromissos assumidos, bem como a
validade dos alimentos e dos remédios.
Mais atividades
1. Oriente a confecção de cartazes para serem dispostos no mural da sala, com poemas, desenhos
e colagens de acontecimentos característicos de cada mês ou estação do ano.
2. Propõe-se, também, uma atividade integrada à disciplina de Geografia, em que os alunos identifiquem as Fases da Lua por meio da compreensão de que as mudanças na iluminação do astro acontecem de acordo o posicionamento do Sol. Na atividade, serão trabalhados os conceitos geográficos de:
•• Rotação: movimento da terra em torno do seu próprio eixo (responsável pelos dias e noites);
•• Translação: movimento da terra em torno do Sol (responsável pelas estações do ano);
•• Órbita: movimento de um corpo sobre o outro, geralmente com a ação da gravidade, nesse caso, o movimento da Lua ao redor da Terra;
•• Fases da Lua: mudança aparente da porção visível da Lua devido à variação da posição da
Terra em relação ao Sol.
Os alunos devem observar diariamente a Lua, fazer anotações sobre o horário em que ocorreu
a observação e desenhar o formato dela em um calendário (modelo a seguir). Essas anotações
ajudam na discussão da periodicidade das fases lunares e do tempo em que o astro leva para
completar uma volta em sua órbita ao redor da Terra (ou seja, realizar a rotação). Como é uma
atividade para ser realizada em casa, proponha aos alunos que convidem os familiares para,
juntos, observarem a Lua. Além disso, peça que expliquem aos familiares o objetivo dessa atividade, o qual é comprovar na prática o que aprenderam no conteúdo estudado: que as fases
da Lua ocorrem em virtude da variação da posição da Terra em relação ao Sol.
Comente que em dias chuvosos, por exemplo, não será possível observar a Lua. Peça, então,
que mesmo assim anotem o motivo de não poderem observá-la, por exemplo: não pude
observar, pois estava chovendo.
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Após as observações, os alunos deverão responder as seguintes questões:
a) Existe uma ordem de aparecimento das fases da Lua? Se a resposta for afirmativa, qual é esMANUAL DO PROFESSOR
sa ordem?
b) Quanto tempo dura cada fase?
c) As fases se repetem nesses meses? Qual o intervalo de tempo entre duas fases idênticas
consecutivas?
Modelo de calendário
Mês ( )
1
Hora:
2
Hora:
8
Hora:
9
15
Hora:
Hora:
Hora:
Hora:
31
14
Hora:
20
Hora:
26
Hora:
Hora:
Hora:
Hora:
7
13
19
25
Hora:
Hora:
Hora:
Hora:
6
12
18
24
30
Hora:
Hora:
Hora:
5
11
17
23
29
Hora:
Hora:
Hora:
4
10
16
22
Hora:
Hora:
Hora:
Hora:
3
21
Hora:
27
Hora:
28
Hora:
Observações:
Hora:
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A contagem do tempo com o relógio
Página 25
Ainda neste capítulo são propostas atividades que visam reforçar a percepção dos alunos quanto à dimensão do tempo para cada pessoa e a realização de atividades e eventos que se considerem significativos.
A retomada de aspectos ligados ao desenvolvimento de mecanismos para marcar a passagem
do tempo, desde os mais antigos, como a ampulheta, até os mais sofisticados na atualidade, tem como objetivo reforçar a compreensão dos alunos quanto ao conceito de tempo e a importância do estudo da História.
Reforce que, de modo geral, o desenvolvimento de instrumentos para medir o tempo varia de
acordo com a cultura dos grupos humanos, auxiliando a percepção sobre como os aspectos culturais diversos determinam formas diversas de contar e “aproveitar” o tempo.
Página 26 Para refletir
Nesta atividade você trabalhará a noção de duração e sucessão com os alunos. Para que a atividade fique mais dinâmica, se possível, proponha a eles que tragam um relógio de casa. Como esta atividade envolve números, trabalhe de forma integrada com as disciplinas de História e Matemática.
Página 27 Aprender fazendo
A confecção da ampulheta pelos alunos e o seu uso pode propiciar a reflexão sobre uma forma
diferente de medir a passagem do tempo. Chame a atenção da turma para a evolução tecnológica nos
aparelhos de medição do tempo, os relógios, por exemplo. Oriente-os para que percebam semelhanças,
continuidades e rupturas entre os instrumentos que estão retratados nas imagens do início do capítulo
e os outros, como a ampulheta que irão produzir.
Outras medidas de tempo
Página 30 Pesquisando e aprendendo mais
Apesar de estarmos ensinando os alunos a utilizar e, mais do que isso, ler os algarismos romanos,
a opção da Coleção, como já explicitado e explicado na página 19 deste Manual, é trabalhar com os algarismos arábicos. Por esse motivo, no enunciado da questão, optamos pela grafia 21.
Sugestões para o professor
•• Produzindo o passado: estratégias de construção do patrimônio cultural. Antônio Augusto Arantes
(Org.). São Paulo: Brasiliense, 1984.
O livro aborda a importância da preservação do patrimônio, que deve, como qualquer trabalho de memória, ser pensado como um trabalho transformador e seletivo de destruição e reconstrução do passado, que é realizado no presente e nos termos do presente.
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MANUAL DO PROFESSOR
•• Memória e sociedade: lembranças de velhos. Ecléa Bosi. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
A partir de memórias coletadas de alguns idosos, a autora compõe a sua obra. Segundo ela, a
função social exercida durante a vida deles ocupa parte significativa de sua lembrança. A narrativa
de homens e mulheres, que para algumas pessoas já não são mais membros ativos da sociedade,
têm uma nova função social: lembrar e contar para os mais jovens a sua história, de onde eles vieram, o que fizeram e aprenderam, revelando que na velhice as pessoas tornam-se a memória da família, do grupo, da sociedade.
•• História do calendário. Hernani Donato. São Paulo: Melhoramentos, 1993. (Série Prisma).
A obra apresenta as formas usadas pela humanidade para medir e registrar o tempo desde os
seus primórdios. Mostra a origem dos meses (e seus nomes) e das semanas, além de resgatar o caminho das observações astronômicas e das conveniências sociais que levam até o calendário atual.
•• Didática de História: o tempo vivido – uma outra história. Ana Lúcia Lana Nemi e João Carlos Martins.
São Paulo: FTD, 1996.
O livro apresenta uma nova maneira de ensinar História, propondo uma revisão e redefinição
do papel do professor.
•• Didática de Geografia: memórias da Terra – o espaço vivido. Salete Kozel e Roberto Filizola. São Paulo:
FTD, 1996.
O livro apresenta os conceitos fundamentais para a compreensão do espaço geográfico, trazendo atividades significativas e abordagens recentes de Geografia para a reelaboração do saber.
•• Seis mil anos de pão: a civilização humana através de seu principal alimento. Heinrich Eduard Jacob.
São Paulo: Nova Alexandria, 2003.
A obra trata da história do trigo, da agricultura, das técnicas de produção e conservação dos
alimentos que marcaram a história da humanidade. Publicado originalmente em 1944, traz importantes aspectos para a reflexão de conceitos, como cultura e civilização.
•• Mil folhas: história Ilustrada do doce. Lucrecia Zappi. São Paulo: Cosac Naify, 2010. (Coleção Prismas).
O livro é um passeio geográfico, histórico e literário pela história dos doces, apresentando vasto material, como cartazes de época e imagens informativas que recuperam como a apreciação e feitura dos doces, que traduzem um comportamento cultural. O caminho do “xicletl” consumido pelos
maias e astecas ao chiclete da Adam’s, do al-fahua dos árabes até o tradicional alfajor argentino, as
navegações em busca do açúcar e tantas outras histórias.
Endereço eletrônico
•• www.wdl.org
Site do World Digital Library, que reúne mapas, textos, fotos, gravações, mapas e filmes de todos os tempos e explica em sete idiomas as joias e as relíquias culturais de todas as bibliotecas do
planeta. Permite ao internauta orientar a sua busca por épocas, zonas geográficas, tipo de documento e instituição.
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UNIDADE
Um tempo para cada coisa,
cada coisa no seu tempo
2
Página 34
O aluno pode e deve se reconhecer como sujeito histórico, possuidor de características que lhe
são próprias e de uma história singular, única. Deve-se, portanto, realizar um trabalho constante com as
especificidades de cada um, as quais irão compor a identidade ao longo da vida.
Nesse sentido, a unidade trata de características comuns a todos os períodos da vida dos seres humanos, mas também busca a reflexão e o entendimento dos alunos quanto às singularidades
de cada um.
Nesta unidade buscamos auxiliar o aluno a desenvolver:
•• a percepção de que, por meio da família, da escola, da religião, dos costumes e das formas de
lazer em que está inserido socialmente;
•• o estabelecimento de relações entre passado e presente;
•• a comparação de acontecimentos no tempo, usando as noções de anterioridade, posteridade
e simultaneidade;
•• o reconhecimento e a valorização da diversidade étnica e cultural em diferentes tempos e espaços como elemento formador do conhecimento histórico;
•• a reflexão sobre a dimensão global da realidade que o cerca;
•• o aprofundamento do significado de cultura como forma de produção essencialmente humana, manifestada em atos, comportamentos, crenças, valores, costumes, criações artísticas, entre outros;
•• a percepção de que estudar História é uma forma de se descobrir e se situar no mundo;
•• a reflexão sobre o processo de construção humana (cultura) de forma global e integrada, em diferentes épocas e espaços, conscientizando-se de sua diversidade;
•• a valorização de atitudes, como a solidariedade, capacidade de trabalhar em grupo, atenção e
respeito aos outros;
•• a compreensão no tempo e no espaço dos mecanismos do trabalho infantil, seus fatores condicionantes e reflexos na construção do cidadão;
•• o exercício de comparação da história pessoal com a de diferentes grupos humanos, o que representa um importante recurso para a construção da própria identidade e do grupo social do
qual ele faz parte.
Páginas 34 e 35 Abertura de unidade
A imagem do quadro Brincadeiras infantis, de Pieter Bruegel, e o diálogo das personagens têm
o objetivo de despertar nos alunos a curiosidade e a percepção das mudanças e permanências no
universo infantil.
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MANUAL DO PROFESSOR
Capítulo 1 – Um tempo para ser criança.
Sempre foi assim?
Página 36 Para começo de conversa...
Quando destacamos o homem como principal responsável pelas transformações ocorridas no
tempo e no espaço, salientamos que é preciso trabalhar a questão da evolução técnico-científica experimentada pela humanidade ao longo da história, o que possibilita aos alunos identificar os processos de
transformação que ocorreram no espaço.
Este capítulo trabalha principalmente com a dimensão histórica da infância. Após ler o texto da escritora e roteirista Adriana Falcão, que aborda algumas características típicas das crianças, é importante
debater com os alunos o que eles pensam sobre cada uma dessas características citadas pela autora. Permita que todos se manifestem. O objetivo desse texto de abertura é introduzir o tema do capítulo, que
trata das fases que culturalmente usamos para designar cada estágio da vida de uma pessoa.
O texto introdutório e a observação das imagens do capítulo permitem uma primeira abordagem
sobre o sentido da infância, o levantamento de quais são as atividades pertinentes às várias fases da vida humana e quais são as diferenças e possíveis semelhanças com outros tempos ou outros lugares.
Ao dar continuidade ao tema do capítulo e ao desenvolver as atividades propostas nele, aproveite para debater com os alunos sobre o que é, para cada um deles, o tempo de ser criança.
Ao trabalhar sobre o tempo da criança e suas características, é fundamental que você tenha cuidado com generalizações, reforce que vivemos em uma sociedade múltipla, constituída de várias culturas e etnias e que devemos buscar o respeito à diversidade e aos modos de vida de cada indivíduo
ou grupo.
Tempo para tudo
Página 39
Ao trabalhar com os alunos o poema Vovô é importante destacar: algumas características que temos mudam ao longo da vida. Esse aspecto pode ser bem desenvolvido, principalmente na leitura das
imagens e do texto que fazem parte desse subitem, a exemplo das características do significado de ser
criança, ser jovem, ser adulto, ser idoso. São muitas as possibilidades de outras abordagens e significados
sobre características e papéis desempenhados em cada fase, o que permite aos alunos comparar vivências e percepções a partir das imagens.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma pessoa é classificada como idosa,
cronologicamente, tendo mais de 65 anos de idade, nos países desenvolvidos, e mais de 60 anos de idade, nos países em desenvolvimento.
Os idosos apresentam mudanças físicas, como o aparecimento de rugas, embranquecimento
dos cabelos, diminuição das capacidades auditiva e visual, lentidão no andar e mudanças emocionais,
que podem comprometer a sua qualidade de vida. Esse processo é biologicamente normal e evolui
progressivamente, não acontecendo necessariamente em paralelo ao avanço da idade cronológica.
Desse modo, o idoso tende a modificar seus hábitos de vida e rotinas diárias e passa a ocupar-se de
atividades menos ativas, assim, reduzindo seu desempenho físico, suas habilidades motoras e sua capacidade de concentração.
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Tanto quanto proteção social, condições dignas de sobrevivência e assistência médica eficiente,
num período em que as doenças se agravam, a questão dos direitos humanos na idade mais avançada
exige respeito, cuidado e solidariedade. Essas questões devem ser reforçadas ao se trabalhar com o trecho do Estatuto do Idoso, presente na página 43.
Página 40 Para refletir
Nas entrevistas realizadas com os idosos, é importante que os alunos identifiquem a percepção deles sobre o processo de envelhecimento. Os alunos podem notar que é fundamental o reconhecimento
das contribuições do idoso para a sociedade e o reconhecimento como qualquer cidadão, com direitos
pessoais e sociais que não podem ser negados.
Mais atividades
1. A fim de trabalhar dados relativos aos idosos no Brasil, sugerimos uma pesquisa e produção de
gráfico com os dados.
Oriente uma pesquisa em que, em grupos, os alunos investiguem sobre o percentual de idosos que vivem em cada região do país. Sugira, também, que pesquisem outras informações,
como o número de idosos que trabalha, entre outras.
No site do IBGE você pode encontrar algumas informações: http://www.ibge.gov.br/home/
estatistica/populacao/perfilidoso/
Com os dados em mãos, os alunos deverão, então, construir um gráfico de pizza representativo dos percentuais investigados.
2. É interessante destacar a importância de convivermos com pessoas de todas as idades, ressal-
tando que cada fase da vida tem características próprias e oferece contribuições para o grupo
de convivência. Como atividade complementar, você pode promover um debate no qual os
alunos irão destacar o quanto podemos aprender com os outros, como é bom dividir as nossas dúvidas, escutar conselhos, respeitar e ser respeitado, entre outros. Explique que os acontecimentos relacionados à infância, à adolescência, à juventude, à vida adulta e à vida dos idosos podem ser muito ricos e contribuírem para a nossa experiência, aprendizado e lembranças. É aconselhável, também, que você ressalte os fatos ligados à família, cidade e país que podem gerar muitas mudanças na vida das pessoas.
A exploração do trabalho infantil
Página 46
Ao tratar o tema abordado neste subitem, o qual se refere a um problema ainda presente em
vários lugares na atualidade, é importante lembrar aos alunos que a Fundo das Nações Unidas para a
Infância (UNICEF) é um órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) que defende os direitos das
crianças. Além dele há outros órgãos, instituições e leis que visam erradicar a exploração de crianças
no mundo.
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Página 51 Para refletir
MANUAL DO PROFESSOR
Na atividade desta seção, incentive os alunos a comentar o que chama mais a atenção no que se
refere às imagens da criança trabalhadora escrava, das crianças que trabalhavam nas indústrias e das que
trabalham na atualidade, levando-os a perceber que se tratam de crianças que viveram em tempos diferentes, o que pode ser verificado pelas vestimentas e pela legenda, mas que passam pelo mesmo problema. Destaque a importância da leitura das legendas, lembrando que elas trazem referências que complementam a imagem (há mais informações sobre análise de imagens na parte geral deste Manual). Para explorar melhor cada imagem, busque trabalhar com a turma o que eles pensam sobre ser uma criança trabalhadora em cada período retratado nas imagens, como poderia ser o cotidiano delas e quais as
suas necessidades e problemas.
É importante explicar: no Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é uma lei decretada
pelo Congresso Nacional que entrou em vigor em 12 de outubro de 1990. O ECA trata dos direitos fundamentais da criança e do adolescente, como dignidade, educação, saúde e proteção.
Assim estabelece o Artigo 5º:
“Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.” (BRASIL, 1990).
O ECA pode ser encontrado na internet, no site http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.
htm, e a Declaração dos Direitos da Criança, criada pela Unicef em 20 de novembro de 1959, pode ser
acessada pelo site: http://www.unicef.org/brazil/pt/resources_10120.htm.
Capítulo 2 – Brincadeiras de todos nós
Página 52 Para começo de conversa...
A leitura da ilustração e do fragmento de texto que introduzem o capítulo, possibilita, mais uma
vez, que os alunos se expressem em relação ao ato de brincar. Eles poderão citar e inferir muitos aspectos relacionados a essa leitura: há meninos e meninas brincando juntos, o nome da brincadeira (que pode variar muito de acordo com a memória e o conhecimento deles), a brincadeira representada na ilustração está sendo executada ao ar livre, o entendimento pessoal sobre o significado de “defender a rua
com unhas e dentes”, entre outras.
Sobre a formação de grupos para brincar ou praticar outras atividades, você pode discutir a formação de grupos fechados, em que normalmente os integrantes até se ajudam, mas às vezes se fecham
para outros colegas ou grupos, o que os impede de adquirir novos conhecimentos e experiências.
Brincadeira é coisa séria
Página 54 Pesquisando e aprendendo mais
Nas entrevistas propostas nesta seção podem ser citadas as mais diversas brincadeiras e brinquedos, como esconde-esconde, pega-pega, futebol no campinho, amarelinha, pular corda, bambolê, pipa
ou arraia, pião, bolinha de gude, polícia e ladrão ou piculas, caçador ou baleado, carrinhos de lata, ovo
na colher, corrida de saco e muitas outras.
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Poderão também aparecer nomes diferentes para um mesmo brinquedo ou brincadeira e, inclusive, formas diferentes de brincar em relação a um mesmo jogo ou brinquedo. Se essas variantes aparecerem, aproveite a oportunidade para contemplar a diversidade linguística existente no país, que representa mais um traço de nossa cultura.
Você pode aproveitar para explicar que, normalmente, as regras de um determinado jogo são definidas pelos participantes. Dessa forma, oriente-os a refletir sobre como aprenderam tal brincadeira, o
quanto gostam de brincar e se acham importante que outras crianças aprendam-na para que ela continue existindo.
Quanto aos textos produzidos na atividade 2, promova a exposição deles em um mural na sala de
aula e permita aos alunos que desejarem, expor oralmente os dados coletados em suas entrevistas. O
grupo pode analisar as transformações ocorridas no universo das crianças em relação aos brinquedos e
às brincadeiras, pelo fato de algumas delas morarem em apartamentos e em casas sem quintal, da violência nas ruas e da influência da propaganda no cotidiano das pessoas, entre outros.
Você pode também fazer um exercício de reflexão com a turma sobre a tradicional brincadeira conhecida como “faz de conta”. Questioná-los sobre o que mais gostam de “fazer de conta”, e levá-los a
perceber que, por meio dessa brincadeira, as crianças imitam os adultos, exercitam a criatividade, conseguem estar em diferentes lugares, vivenciam situações imaginárias e podem explorar, experimentar e conhecer a realidade a sua volta.
Peça aos alunos para contar quais jogos ou brincadeiras foram citadas nas entrevistas e como e
onde eram realizadas. Pergunte quais dentre elas os alunos já conheciam e quais são novidades. Aproveite também para conversar um pouco sobre a ideia de que brincadeira é coisa séria, como foi citado
no texto de abertura do capítulo, e todas as crianças devem ter tempo, condições e meios para brincar.
Aproveite para retomar o tema do trabalho infantil e instigue-os a perceber o quanto as crianças trabalhadoras podem ser exploradas e o quanto o trabalho infantil as impede de exercer plenamente seu direito de brincar, ter momentos para o lazer e estudar.
É importante trabalhar com os alunos o papel social das brincadeiras coletivas, que proporcionam
o convívio e o respeito ao outro, além da função de entretenimento e de diversão.
Mais atividades
1. Uma alternativa de trabalho é propor a escolha de uma das brincadeiras, como “cabra-cega”, e
depois, solicitar pesquisa: em que regiões essa brincadeira é praticada e de que maneira? O
nome da brincadeira é o mesmo? E o modo como se joga? As palavras pronunciadas são
iguais? O que varia de uma para outra? A partir desse levantamento, que revelará algumas variações dialetais, pergunte aos alunos por que eles acham que essa variação acontece.
Retome a questão histórica da colonização e de que cultura cada região sofreu mais influências. Depois, se for o caso, relacione as palavras encontradas na pesquisa com essas influências.
Brincadeiras indígenas
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Neste subitem é importante lembrar a diversidade cultural existente entre os grupos indígenas do
Brasil e comentar: as atividades e as brincadeiras infantis praticadas entre eles, em boa parte, são desenvolvidas em grupos, muitas vezes sem competição, contribuindo para que aprendam diversas práticas
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MANUAL DO PROFESSOR
do cotidiano. Para reforçar a percepção dos alunos sobre a diversidade étnica e cultural em diferentes
tempos e espaços como elemento formador do conhecimento histórico, você pode finalizar essa etapa
pedindo aos alunos que debatam as diferenças e semelhanças entre as brincadeiras e brinquedos indígenas e os que eles conhecem e brincam.
Converse também sobre a origem de alguns jogos e brincadeiras brasileiras que tiveram influência da cultura dos povos que colonizaram o país. Explique, por exemplo, que os portugueses influenciaram a nossa cultura com os versos, as adivinhas, as parlendas e grande parte dos jogos tradicionais populares do mundo, como o jogo de saquinhos (cinco Marias), a amarelinha, a bolinha de gude, o pião e outros.
Ao tratar desse tema, os alunos poderão perceber mais uma vez os elementos da cultura que
se transformam com o tempo e outros que se mantêm ou se modificam mais lentamente. Ao entrar
em contato com experiências passadas, que fazem parte da história da cultura em que vivem, os alunos podem reconhecer novos aspectos da história do grupo social de que fazem parte, além de possibilitar uma primeira comparação de culturas e a identificação de diferenças na caracterização e no
sentido da infância. Mais informações podem ser encontradas nas obras indicadas em “Sugestões para o professor”.
Leia, junto com os alunos, o texto sobre os direitos e a liberdade das crianças do povo indígena
pataxó. Converse com eles sobre as diferenças e semelhanças entre o cotidiano de uma criança indígena e o dos alunos. Para isso, peça que observem a imagem dos índios brincando de bolha de sabão. Pergunte quem já brincou de bolha de sabão e leve-os a concluir que, apesar de termos brincadeiras diferentes, também temos brincadeiras comuns.
Mais atividades
1. Na aula de Ciências, desenvolva uma atitude integrada com a temática das brincadeiras indígenas, e explore com os alunos a formação das bolhas de sabão.
No site: www.mundoeducacao.com/quimica/como-se-formam-as-bolhas-sabao.htm, você encontrará o texto “Como se formam as bolhas de sabão”, de Jennifer Rocha Vargas Fogaça, no
qual explica-se o processo científico que envolve a formação das bolhas.
Questione os alunos se eles sabem de que forma as bolhas são formadas e, com base no texto
proposto, explique o processo químico envolvido, e o porque das bolhas serem sempre esféricas.
Leve os alunos para o pátio para brincarem de fazer bolhas de sabão. Pergunte se eles sabem
o que é misturado para fazer a bolha de sabão. Depois, coloque detergente em uma bacia com
água, misture e deixe-os brincar de fazer bolha com a mão.
Outras brincadeiras, cantigas e jogos
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Neste subitem é apontada a influência africana, que introduziu em nosso país muitas lendas e brincadeiras, como o jogo de caça ao tesouro, pegador, cavalo de pau, entre outros.
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Página 60 Pesquisando e aprendendo mais
Lendas são textos que, de forma fantasiosa, explicam acontecimentos e fenômenos presentes na
história e cotidiano de determinado grupo social. A exploração mais aprofundada do gênero textual pode ser desenvolvida nas aulas de Língua Portuguesa.
Para ter mais informações sobre lendas brasileiras, recomenda-se a consulta ao site: http://www.
sohistoria.com.br/lendasemitos/br/.
Na atividade de pesquisa sobre a lenda do saci-pererê, é importante destacar que a palavra saci-pererê, no Brasil, possui algumas variações regionais, como saci, saci-cererê, martim-pererê, matintapereira e matintaperera. Em muitas regiões brasileiras ele é considerado um ser brincalhão, já em outros lugares, ele é encarado como um ser maligno. Assim, tanto na pesquisa como na representação e ilustração dos alunos, podem aparecer várias versões e olhares sobre essa figura do folclore brasileiro. Você pode destacar que o saci-pererê é um dos personagens mais conhecidos do nosso folclore e que, em 2005,
foi criado em caráter nacional o Dia do Saci (31 de outubro), como uma forma de valorizar ainda mais o
folclore brasileiro.
Mais atividades
1. Como atividade complementar ao trabalho com cantigas de roda, sugere-se propor aos alunos
que escrevam a letra das que eles conhecem e cantam. Em seguida, você pode problematizar
com eles se sabem quem as inventou, como aprenderam, em que situação utilizam. É importante fazê-los refletir sobre como algumas dessas cantigas resistiram ao tempo. Pode-se também propor a elaboração de um livro de cantigas de roda, contendo as de preferência deles
e das pessoas de seu convívio. Esse trabalho pode ser feito de forma integrada com a disciplina Língua Portuguesa, no que se refere às produções e reescritas textuais.
A ludicidade é um dos principais objetivos no trabalho com cantigas, pois desenvolve a criatividade, a coordenação motora, a imaginação, entre outros aspectos. Você pode ressaltar que
elas fazem parte da nossa cultura, sendo transmitidas por meio das gerações e, para preservá-las, é necessário valorizá-las e compartilhá-las com nossos colegas e familiares.
Sugestões para o professor
Sobre os temas enfocados nesta unidade, sugere-se a leitura de:
•• História social da criança e da família. Philippe Ariès. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.
A obra de Philippe Ariès, publicada originalmente em 1960, traz temas como o sentimento
da infância, as idades da vida, as descobertas da infância, o traje das crianças, uma pequena contribuição à história dos jogos e brincadeiras, as origens das classes escolares, as idades dos alunos,
os progressos da disciplina, as pequenas escolas, a escola e a duração da infância, a família, entre
outros. Ao propor novos objetivos, métodos e linguagens na escrita da História, sua obra foi precursora de um novo campo, que ficou conhecido como “história da infância” e gerou diversos trabalhos subsequentes.
•• O que é uma criança? Beatrice Alemagna. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
A obra trata de maneira simples e comovente sobre o quanto as crianças podem contribuir
com suas ideias em relação ao mundo em que vivemos.
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•• Diversidade. Tatiana Belinky. São Paulo: Quinteto, 1999. (Coleção Camaleão).
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O livro aborda algumas das diferenças físicas e comportamentais existentes entre as pessoas e
ensina o quanto é importante reconhecê-las e, principalmente, respeitá-las.
•• Contos tradicionais do Brasil. Luís da Câmara Cascudo. 16 ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001.
A obra reúne cem histórias populares, colhidas diretamente da narrativa do povo nordestino.
•• Poemas dos becos de Goiás e estórias mais. Cora Coralina. São Paulo: Vozes, 2004.
Publicado pela primeira vez em 1965, trata-se da primeira obra publicada pela autora e reúne
37 poemas. Seus versos narram fatos, lendas e tradições de Goiás.
•• O tesouro das cantigas para crianças. Ana Maria Machado (Org.). Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002.
O livro traz toda a riqueza das tradicionais cantigas de roda brasileiras, possibilitando a rememoração da infância para os adultos e o conhecimento de inúmeras cantigas pelas crianças.
•• Como brincar à moda antiga. André Carvalho e David de Carvalho. Belo Horizonte: Lê, 1987. (Coleção Pergunte ao José).
A obra apresenta muitas brincadeiras, jogos e brinquedos, além de trava-línguas, trocadilhos
e adivinhas.
•• Giramundo e outros brinquedos e brincadeiras dos meninos do Brasil. Renata Meirelles. Belo Horizonte:
Terceiro Nome, 2008.
O livro registra dados de uma pesquisa realizada durante vários anos em diversas regiões do
Brasil, principalmente na Amazônia. São mais de trinta brinquedos e brincadeiras artesanais ou ao ar
livre, os quais a autora descreve a maneira de brincar e ensina, passo a passo, a confeccionar os brinquedos. O livro ganhou o prêmio Jabuti em 2008.
Endereços eletrônicos
•• www.mapadobrincar.com.br
Site do projeto desenvolvido pelo suplemento infantil Folhinha, do jornal Folha de S. Paulo, com
o objetivo de descobrir se há semelhanças e diferenças entre o brincar das várias regiões do país. O jornal recebeu 10 204 inscrições de crianças das cinco regiões do país, descrevendo as brincadeiras que fazem parte do seu dia a dia. Dessas, 550 foram selecionadas para compor o conteúdo do site, divididas
por categoria (amarelinha, bola, palmas, corda, roda etc.) e por região. As brincadeiras estão descritas em
textos, mas também há registros em forma de desenhos, fotos, áudios e vídeos (na seção Galeria).
•• http://www.fundabrinq.org.br
Site mantido pela Fundação Abrinq, criada em 1990 – ano da promulgação do Estatuto da
Criança e do Adolescente – com o objetivo de mobilizar a sociedade para questões relacionadas aos
direitos da infância e da adolescência.
•• http://www.ciranda.org.br
Site da Ciranda, central de notícia dos Direitos da Infância e Adolescência, fundada em 1998
em Curitiba-PR. Tem como objetivo produzir um trabalho de cobertura e análise do que a imprensa
paranaense publica sobre infância e adolescência, oferecendo pautas especiais, atendimento personalizado aos jornalistas e mobilização em datas específicas relacionadas ao universo infanto-juvenil,
além de organização e disseminação de informações especializadas e realização de projetos diretamente voltados a crianças e adolescentes.
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•• http://www.institutorecriando.org.br
Site do Instituto Recriando – inclusão e cidadania.
•• http://www.dhnet.org.br/direitos
Site do DHnet – Rede de Direitos Humanos e Cultura, que traz informações sobre memória histórica, arte, cultura, cibercidadania, acesso à justiça, entre outras.
CD
•• Toquinho. Casa de brinquedos. Rio de Janeiro: RGE, 1983.
O CD apresenta 11 faixas de músicas infantis interpretadas por vários artistas consagrados, como Toquinho, Simone, Chico Buarque, Moraes Moreira, entre outros.
Filmes
•• Crianças invisíveis. Direção de Mehdi Charef et al. Roma: MK – Film Productions S.r.l./Raí Cinemafiction, 2005. (115 min.).
Produção encomendada pela Unicef e realizada pelas mãos hábeis de sete diretores consagrados de diferentes nacionalidades. A realidade de países de vários continentes é apresentada por meio
de trechos de histórias vividas por crianças e transpostas para as telas, a partir do olhar sensível e diferenciado de nomes como o do inglês Ridley Scott e de sua filha Jordan Scott, da brasileira Katia
Lund, do americano Spike Lee, do chinês John Woo, do italiano Stefano Veneruso, do bósnio Emir
Kusturica e do argelino Mehdi Charef.
•• Janela da alma. Direção de João Jardim e Walter Carvalho. São Paulo: Europa filmes, 2001. (73 min.).
O documentário dirigido por João Jardim e Walter Carvalho mostra pessoas com diferentes
graus de deficiência visual, da miopia discreta à cegueira total, que falam como veem a si mesmas e
aos outros e como percebem o mundo. O escritor José Saramago, o músico Hermeto Pascoal, o cineasta Wim Wenders, o fotógrafo cego franco-esloveno Evgen Bavcar, o neurologista
Oliver Sacks, a atriz Marieta Severo, o vereador cego Arnaldo Godoy, entre outros, fazem revelações
pessoais e inesperadas sobre vários aspectos relativos à visão: o funcionamento fisiológico do olho,
o uso de óculos e suas implicações sobre a personalidade, o significado de ver ou não ver em um
mundo saturado de imagens e também a importância das emoções como elemento transformador
da realidade.
Página 62 Trabalhando juntos
Considerando que a participação nos jogos e brincadeiras permite que os alunos aprendam a
conhecer e dominar a realidade, orientar-se no espaço e no tempo, desempenhar papéis, cooperando
entre si e amadurecendo num ambiente de aceitação importante para a formação de valores éticos,
as atividades desta seção propõem regatar brincadeiras ou jogos de antigamente, do tempo dos avós
e bisavós, bem como seu valor como herança cultural. Dessa forma, o trabalho proposto é uma possibilidade resgatar e valorizar as experiências vividas por outros e a herança cultural transmitida de geração para geração.
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MANUAL DO PROFESSOR
O ponto de partida para o projeto de trabalho é a técnica de entrevista. As entrevistas devem ser
realizadas com familiares, em especial com pessoas idosas, a fim de trocar informações sobre as diversões na infância em diferentes tempos. A partir disso, o aluno irá pesquisar sobre os jogos e brincadeiras, como eram executados, seus nomes e materiais utilizados.
Os dados coletados nas entrevistas podem ser organizados de acordo com idade dos entrevistados, levando os alunos a compararem os jogos e brincadeiras da atualidade com os utilizados em diferentes épocas.
Outra forma de organização dos dados pode ser fazendo relação entre os jogos e as brincadeiras
com a descendência ou com região dos entrevistados, ou ainda pela origem, mesmo que sejam jogos
que reproduzam o trabalho realizado por adultos ou que utilizem instrumentos e objetos de uso da vida cotidiana adulta.
Após, apresentarão os resultados para os demais alunos da turma, assim estarão socializando a cultura da sua casa, da comunidade e da região onde vivem. Sugere-se uma exposição acompanhada de
uma mostra dos jogos e brincadeiras pesquisados.
Além de uma rica oportunidade para a construção sadia de relacionamentos entre crianças, adultos e idosos, o projeto pode levar à compreensão: o que é transmitido pela família ao longo dos anos é
uma herança cultural e deve ser respeitada e preservada. Também proporcionará aos alunos conhecer o
passado e levá-los a uma maior concentração, socialização e cooperação entre os participantes, além de
desenvolver a criatividade e a estratégia.
As apresentações durante a mostra dos jogos e brincadeiras, conforme mediação do professor, pode de alguma forma estimular os alunos a reconhecer as partes do seu corpo, sua capacidade física, as
alterações ocorridas durante os jogos e brincadeiras e o controle sobre seus movimentos, necessidades
e desejos, permitindo o aprendizado. Dessa forma, por meio do movimento do corpo podemos demostrar atitudes de aceitação e cooperação para com o outro.
Nas apresentações dos jogos e das brincadeiras pesquisadas, o professor pode sortear a ordem das
apresentações das equipes. Esse trabalho deve permitir o exercício da boa convivência.
Os alunos poderão ser motivados a ampliar a pesquisa, buscando dados sobre a história dos jogos
e brincadeiras ou mesmo sobre as possibilidades de confecção do material necessário, como a sucata,
que servirá de base para a conscientização do aproveitamento do lixo.
Algumas brincadeiras que podem ser pesquisadas:
Bambolê: Acredita-se que o brinquedo tenha sido criado há cerca de 3 mil anos no Egito, quando era feito de fios de parreira secos.
Seu uso foi retomado em 1958, nos EUA, recriado por Richard Knerr e Arthur Melin, sócios em uma
fábrica de brinquedos. A ideia surgiu depois de uma viagem à Austrália, onde os dois viram crianças brincando com círculos feitos de bambu.
Dominó: Acredita-se que tenha surgido na China, entre 243 a 181 a.C. O antigo dominó chinês traz
todas as 21 combinações que podem ser obtidas ao lançar dois dados, sugerindo que o jogo possa ter
nascido do jogo de dados. Os primeiros indícios da presença do dominó na Europa são de meados do
século 18. Ele era jogado nas cortes de Veneza e Nápoles. As peças eram feitas de ébano com pontos
de marfim representando os números. Atualmente, o dominó é jogado em muitos países do mundo, mas
é mais popular na América Latina.
Trava-línguas: É um jogo verbal que exige a pronúncia com clareza e rapidez de versos ou frases
com grande concentração de sílabas difíceis de pronunciar, ou com grandes repetições de sons. Os trava-línguas são oriundos da cultura popular, eles são modalidades de parlendas (rimas infantis), podendo
aparecer sob a forma de prosa, versos, ou frases. Alguns bastante conhecidos são: “Trazei três pratos de
trigo para três tigres tristes comerem”; “O rato roeu a roupa do Rei de Roma, a rainha com raiva resolveu
remendar”; “Num ninho de mafagafos, cinco mafagafinhos há! Quem os desmafagafizá-los, um bom desmafagafizador será”; entre outros.
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Diante dos avanços tecnológicos, com o qual as crianças convivem atualmente, a realização de um
projeto que resgate jogos e brincadeiras vivenciados por pais, avós e outros familiares pode estimular as
crianças a resgatarem jogos e brinquedos que fazem parte da herança cultural da região onde residem.
O trabalho de pesquisa, organização da exposição e as apresentações podem proporcionar diferentes interações com as demais áreas do conhecimento, conforme descritas a seguir:
Língua Portuguesa: uso da linguagem oral para as pesquisas e partilha durante os debates. Práticas de leitura, participação em situações de leituras de diferentes gêneros, como músicas, cantigas e
textos informativos, de instrução ou científico.
Matemática: números e sistemas de numeração presentes nos jogos, brincadeiras e nas regras.
Levantamento e análise de dados e elaboração de gráficos.
Educação Física: ao trabalhar com a movimentação do corpo, presente em boa parte das brincadeiras de antigamente, é possível destacar a importância dessas atividades para o desenvolvimento motor das crianças.
UNIDADE
A participação nos jogos e brincadeiras permite que os alunos aprendam a conhecer e dominar a
realidade e orientar-se no espaço e no tempo, desempenhando papéis, cooperando entre si e amadurecendo num ambiente de aceitação.
3
Educação, um direito de todos
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O enfoque desta unidade é a educação como direito de todos, independentemente da idade ou
sexo, com destaque para a função da escola como instituição de transmissão, construção e troca de conhecimentos e experiências. O destaque do papel da escola no processo de educação, construído com
a História em relação a outras formas de aprender, busca auxiliar o aluno na construção de sua identidade e na compreensão das relações humanas, resgatando a importância da preservação da memória individual e de outros grupos.
Nesta unidade buscamos auxiliar o aluno a desenvolver:
•• a ampliação do conceito tradicional de educação condicionada aos bancos escolares;
•• a observação, percepção e identificação de novos espaços e novas funções na escola e no processo de aprendizagem;
•• a compreensão da importância das memórias e das reflexões sobre sua história e de sua escola;
•• a pesquisa da história de sua escola, desenvolvendo o sentimento de responsabilidade e a atuação na comunidade escolar;
•• a reflexão sobre a finalidade dos estudos históricos, sobre o significado da pesquisa e interpretação de fontes e documentos históricos, a partir do enfoque que se faz deles;
•• a percepção da diversidade sociocultural, da passagem do tempo e de sua contagem como
construção cultural;
•• a importância de conhecer a história dos lugares e o que lhe é significativo, permitindo-lhe reconhecer que é parte dessa história;
•• o reconhecimento da sociabilização, da individualidade e do respeito ao coletivo, comparando
com outras experiências diferenciadas no tempo e no espaço;
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•• o aprofundamento do reconhecimento de mudanças e permanências além da introdução de algumas noções, visando o convívio e às relações com os outros;
•• a organização no tempo de suas atividades escolares.
MANUAL DO PROFESSOR
Páginas 64 e 65 Abertura de unidade
O diálogo dos personagens para a abertura desta unidade tem como objetivo despertar a reflexão sobre a importância da escola e da educação na vida de todos nós.
Capítulo 1 – Aprendendo em todos os lugares
Página 66 Para começo de conversa...
Explore com os alunos o trecho da canção “Bê-á-bá”, de Toquinho e Elifas Andreato, que inicia o capítulo, interpretando com eles o sentido das palavras contidas nos versos e dos próprios versos, questionando-os sobre o que significa estar na escola. A partir dos versos dessa canção, auxilie-os a desenvolver
a relação entre o tempo de frequentar a escola e o tempo da aprendizagem humana, que é um processo contínuo. Você pode aproveitar as reflexões e comentários dos alunos sobre o significado de estar na
escola, o período que passam lá e as demais ações desenvolvidas ao longo do dia, a fim de enfatizar os
conceitos de tempo e duração, além de ser uma oportunidade para retomar temas como a organização
da agenda diária, o significado de ser criança e as brincadeiras que povoam o cotidiano dos alunos.
Lembre que não é somente dentro da sala de aula que aprendemos e incentive, então, os alunos
a refletir sobre o que aprendem fora da escola, aprendizagens que podem ajudá-los na construção do
conhecimento e das relações humanas.
Aprendendo a todo momento
Página 68 Para refletir
Aqui, os alunos podem incluir outros itens e juntos organizar no quadro várias listas de coisas que
aprenderam com os pais, avós e com outras pessoas com as quais convivem.
Finalmente, peça que escrevam um texto no caderno sobre como é gratificante aprender coisas
novas com os nossos familiares.
A criança na escola
Página 68
Pretende-se levar o aluno a perceber que frequentar a escola é importante para o seu aprendizado, mas
que ele também aprende por meio de outras situações vividas dentro e fora dela. Leve-o a refletir sobre a responsabilidade que tem em relação à preservação da escola e ao bem-estar de todos na sala de aula.
Página 69 Para refletir
Para trabalhar os direitos da criança e adolescente, utilize o texto presente na seção textos de apoio
deste Manual. É um cartaz que foi elaborado por Maurício de Souza, no qual seus personagens ilustram
alguns dos direitos.
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Educação, um direito conquistado
Página 70 Para refletir
Após ler o fragmento de texto da Declaração dos Direitos da Criança, é importante que você explique aos alunos como analisar essa fonte histórica, um documento fundamental para garantir os direitos das crianças.
Ao trabalhar o tema da educação como direito, você pode trazer para a sala de aula notícias ou
reportagens em que apareçam crianças que estão fora das escolas por diferentes motivos (trabalho infantil, negligência da família, difícil acesso etc.), para que o assunto possa ser abordado e debatido de forma mais produtiva.
Durante a conversa e a produção do texto coletivo é importante que o aluno entenda que muitas crianças estão fora da escola, principalmente devido às questões relacionadas ao trabalho infantil.
Nas atividades desta seção, que tratam do fragmento de texto da Declaração dos Direitos da Criança,
você pode ler para os alunos os demais princípios estabelecidos na declaração, como:
“A Declaração dos Direitos da Criança tem 10 princípios. São eles:
1o Toda criança será beneficiada por esses direitos, sem nenhuma discriminação por raça,
cor, sexo, língua, religião, país de origem, classe social ou riqueza. Toda e qualquer criança do
mundo deve ter seus direitos respeitados!
2o Toda criança tem direito à proteção especial e a todas as facilidades e oportunidades para se desenvolver plenamente, com liberdade e dignidade.
3o Desde o dia em que nasce, toda criança tem direito a um nome e uma nacionalidade, ou
seja, ser cidadão de um país.
4o As crianças têm direito a crescer com saúde. Para isso, as futuras mamães também têm
direito a cuidados especiais, para que seus filhos possam nascer saudáveis. Toda criança também
tem direito à alimentação, habitação, recreação e assistência médica.
5o Crianças com deficiência física ou mental devem receber educação e cuidados especiais,
porque elas merecem respeito como qualquer criança.
6o Toda criança deve crescer em um ambiente de amor, segurança e compreensão. As crianças devem ser criadas sob o cuidado dos pais, e as pequenas jamais deverão separar-se da mãe,
a menos que seja necessário. O governo e a sociedade têm a obrigação de fornecer cuidados especiais para as crianças que não têm família nem dinheiro para viver decentemente.
7o Toda criança tem direito de receber educação básica gratuita e também de qualidade, a
fim de que possa ter oportunidades iguais para desenvolver suas habilidades. E como brincar
também é um jeito gostoso de aprender, as crianças têm todo o direito de brincar e se divertir!
8o Seja em uma emergência ou acidente, ou em qualquer outro caso, a criança deverá ser a
primeira a receber proteção e socorro dos adultos.
9o Nenhuma criança deverá sofrer por pouco caso dos responsáveis ou do governo, nem por
crueldade e exploração. Nenhuma criança deverá trabalhar antes da idade mínima, nem será levada a fazer atividades que prejudiquem sua saúde, educação e desenvolvimento.
10o A criança deverá ser protegida contra qualquer tipo de preconceito, seja de raça, religião ou classe social. Toda criança deverá crescer em um ambiente de compreensão, tolerância e
amizade, de paz e de fraternidade universal.”
Organização das Nações Unidas. Declaração dos Direitos da Criança. Genebra, 1959. Disponível em: <http://www.canalkids.com.br/
unicef/declaracao.htm>. Acesso em: 15 abr. 2014.
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Mais atividades
MANUAL DO PROFESSOR
1. Ao fazer a leitura da Declaração dos Direitos da Criança para os alunos, você pode estabelecer
o paralelo com as imagens do Livro do Aluno referentes a esse subitem, explicando cada um
dos direitos e destacando a sua importância para a vida das crianças. Nessa fase, o aluno já pode reconhecer um documento legal, saber quando foi produzido e retirar pequenas informações dele.
Pergunte se eles sabem de casos de crianças que não frequentam a escola. Desperte a atenção deles para o tema, seja com notícias, seja com situações reais da comunidade.
Pode ser utilizado o mural na sala de aula para afixar as produções escritas e notícias que os
alunos coletarem sobre o tema ou a troca entre eles das suas produções.
2. Proponha uma leitura comentada sobre cada direito reproduzido nas ilustrações e peça a opinião dos alunos sobre o fato de eles serem ou não colocados em prática na comunidade. Também é possível realizar uma atividade integrada à disciplina de Arte, em que cada aluno ou
grupo represente, por meio de desenhos ou pinturas, um dos artigos da declaração.
Os alunos devem ser incentivados a conversar sobre a garantia do direito das crianças à educação e à frequência regular a uma escola. Podem ser destacadas as dificuldades para o cumprimento das leis e dos estatutos que garantem a educação às crianças, além dos inúmeros
problemas que existem e impedem muitas delas de permanecerem na escola.
Capítulo 2 – Uma viagem no tempo e a história da escola
Página 72 Para começo de conversa...
O fragmento de texto do livro Cazuza retrata um cenário escolar da década de 1930, no interior do Maranhão, em que a disciplina rígida criava um ambiente muito diferente daquele que os alunos da atualidade costumam vivenciar. Naquele cenário, o professor era visto como a autoridade que
detinha todo o saber e os alunos deveriam apenas repetir conceitos e fatos que lhes eram apresentados. A leitura do texto pode permitir a reflexão dos alunos quanto a algumas das características ali
apresentadas, como a cara amarrada do professor, o significado das expressões “tomar a benção”, “o
silêncio de afligir”, a imposição de castigos e corretivos físicos aos alunos, a toada da lição cantada,
entre outros aspectos. Conceda espaço aos alunos para que eles expressem suas impressões sobre a
cena descrita.
O professor pode contar aos alunos como curiosidade que nessa época descrita no texto ainda
não existia a caneta esferográfica, pois ela só foi inventada em 1931 e só se tornou acessível alguns
anos depois de sua invenção, sendo que, antes disso, apenas a caneta de pena (peninha de metal enfiada num cabo de madeira, a qual era molhada em um vidrinho de tinta, normalmente colocado em
um local especialmente destinado para isso nas carteiras escolares) e, depois, as chamadas canetas-tinteiro passaram a ser usadas. Se preferir, você pode até levar imagens ou as próprias canetas (se tiver
alguma em casa que pertenceu a alguém mais velho da família) para que os alunos possam ver como
elas eram.
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A escola para todos
Página 75 Aprender fazendo
O trabalho deste subitem, bem como o desenvolvido nessa seção, deve permitir aos alunos que
consigam identificar as diferenças entre a escola retratada pelo artista Albert Anker e a escola atual, levando-os a refletir sobre elas.
Possivelmente os alunos apontarão algumas diferenças, tais como: a diferença de idades entre os
colegas, as roupas usadas pelos alunos, as carteiras e como elas estão dispostas, a postura do professor
com uma espécie de vara na mão, a maneira como ele está vestido, a ausência de uma lousa, os materiais escolares usados pelos alunos, entre outros. A partir desses dados levantados pelos alunos, pode-se
discutir com eles o porquê dessas diferenças e as mudanças da forma de ensino ao longo dos anos até
chegar ao que conhecemos hoje.
Página 76 Pesquisando e aprendendo mais
Na atividade proposta nesta seção é importante constatar como era o aprendizado dentro e fora
da escola. É preciso também ressaltar: mesmo as pessoas que não frequentaram a escola por muitos anos
desenvolveram saberes por causa da sua experiência de vida.
Para o melhor aproveitamento da exposição do convidado, você pode organizar antecipadamente com os alunos algumas perguntas que abordem aspectos como: descrição de atividades e disciplinas,
de quais ele mais gostava, como eram realizadas as avaliações, como era a rotina da escola e a disciplina, como eram as relações entre professores e alunos, descrição física da escola e de seus ambientes, entre outras.
Mais atividades
1.Como atividade complementar, você pode pedir aos alunos que possuam objetos da época
apresentada pelo convidado para que tragam à sala de aula, de forma que os demais possam
conhecer, bem como possam compará-los com os objetos da sala de aula que frequentam.
Solicite, ainda, que façam comparação entre as características narradas pelo convidado e aquelas apresentadas no texto inicial do capítulo.
O tempo na escola
Página 78 Para refletir
A leitura do texto sobre o Colégio Nossa Senhora do Sion permite uma reflexão sobre mudanças
pelas quais a escola passou até o tempo presente. Ao trabalhar esse texto, é importante que você converse com os alunos sobre a ortografia de algumas palavras, como collegio, extricta e exactidão,
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MANUAL DO PROFESSOR
c­ omentando que essa grafia apresenta um padrão antigo de escrita da Língua Portuguesa e que toda
língua muda com o passar do tempo, pois elas são vivas e dinâmicas. Hoje falamos e escrevemos de modo diferente em relação a esse texto, e no futuro, provavelmente, as pessoas falarão e escreverão diferente do modo como falamos e escrevemos.
Se preferir, aproveite o momento e comente com os alunos sobre o acordo ortográfico, assinado em 1990 e que vigorou em 2009, bem como sobre outros acordos ortográficos anteriores a esse,
como os de 1945, 1971 e 1986, integrando com a disciplina de Língua Portuguesa para aprofundar esse assunto.
Página 79 Escrevendo a História
Mais uma vez, o aluno ao produzir um texto sobre a temática em foco, porém voltado à sua realidade, poderá compreender-se como parte da História.
Mais atividades
1. Aproveitando a referência aos chamados “dias santificados” citados no texto, você pode desenvolver uma atividade complementar, retomando o tema da Unidade 1, utilizando o calendário vigente, destacando que há feriados que são de natureza religiosa, como Natal,
Páscoa e Finados, que estão relacionados à religião católica (predominante no Brasil); de natureza social, como o dia 1º de janeiro (Confraternização Universal) e o Dia do Trabalho; e
de natureza cívica, como Dia de Tiradentes, Dia da Independência do Brasil e da Proclamação da República.
Os alunos podem pesquisar outras datas que, antigamente, eram consideradas feriados no
Brasil e sobre feriados importantes em outros países, promovendo um debate em sala de aula sobre o significado deles.
Sugestões para o professor
Sobre os temas enfocados nesta unidade, sugere-se a leitura de:
•• História das crianças no Brasil. Mary Del Priore (Org.). São Paulo: Contexto, 2002.
O livro trata da infância na história brasileira – dos pequenos viajantes nas embarcações do século 16, dos curumins catequizados pelos jesuítas, das crianças escravas, da infância de ricos e pobres, dos
garotos participantes da Guerra do Paraguai, dos pequenos operários, dos menores criminosos dos primórdios da industrialização, de doces memórias da infância de brincadeiras e de crianças carentes e exploradas como mão de obra barata – sob a análise de historiadores, sociólogos e educadores.
•• O grande livro dos jogos. Joseph M. Allué. Belo Horizonte: Leitura, 1998.
A obra inclui 250 jogos diferentes, com brincadeiras que podem ser feitas em casa, em grupos
pequenos ou grandes.
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CD
•• Canção de todas as crianças. Elifas Andreato e Toquinho. Rio de Janeiro: Polygram, 1987.
Este CD apresenta 10 faixas musicais, as quais estão relacionadas à Declaração Universal dos Direitos da Criança.
UNIDADE
Veja: faixa 1 - “Deveres e direitos” - Princípio 1; faixa 2 - “Gente tem sobrenome” - Princípio 3;
faixa 3 - “Bê-a-bá” - Princípio 7; faixa 4 - “Natureza distraída” - Princípio 5; faixa 5 - “Castigo não” - Princípio 9; faixa 6 - “Imaginem” - Princípio 10; faixa 7 - “Errar é humano” - Princípio 2; faixa 8 - “De umbigo à umbiguinho” - Princípio 4; faixa 9 - “Cada um é como é” - Princípio 6; e faixa 10 - “É bom ser
criança” - Princípio 8.
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O trabalho, o emprego e as profissões
Página 80
Nesta unidade, dando seguimento ao tema enfocado na Unidade 2 “Um tempo para cada coisa,
cada coisa no seu tempo”, no que se refere ao trabalho infantil, são abordados alguns aspectos ligados
ao trabalho, ao emprego e às profissões. Buscou-se também introduzir aspectos como o exercício de algumas atividades em diferentes contextos, as relações sociais desenvolvidas nas atividades produtivas e
um enfoque inicial sobre questões ligadas aos direitos dos trabalhadores.
Nesta unidade buscamos auxiliar o aluno a desenvolver:
•• a importância do significado da pesquisa e interpretação das fontes ou documentos históricos
para o desenvolvimento do espírito crítico;
•• o entendimento de que a busca por imagens, relatos e documentos históricos contribui para o
conhecimento e a preservação da memória e do Patrimônio Cultural e histórico;
• • a compreensão das diversas atividades em diferentes contextos, que podem ser consideradas como trabalho, inclusive aquelas que não são remuneradas, especialmente os afazeres
domésticos;
•• os conceitos de trabalho, emprego e profissão;
•• a percepção dos variados ritmos e normas de relações sociais pelo exercício de atividades produtivas;
•• o conhecimento das questões voltadas aos direitos dos trabalhadores, a existência desses direitos, surgidos com a criação de leis trabalhistas e sua importância no processo de cidadania;
•• a percepção da evolução das tendências históricas que afetam o mercado de trabalho e de profissões e processos fundamentais que determinam essa dinâmica;
•• a identificação da relação entre a vida do aluno e sua história com o papel de todos os indivíduos na construção da História, procurando fazer com que aprendam a olhar a realidade, entendendo a historicidade do que vivem, relacionando-a com outras experiências do passado
e do presente.
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Páginas 80 e 81 Abertura de unidade
MANUAL DO PROFESSOR
Os personagens conversam sobre o trabalho desenvolvido na imagem e indagam sobre a segurança necessária para essa prática. Aproveite o momento para explorar o conhecimento prévio
dos alunos sobre diferentes atividades profissionais, e sobre o aprendizado exigido para a prática de
tais profissões.
Capítulo 1 – Trabalho e profissões
Página 82 Para começo de conversa...
Para iniciar o capítulo, você pode promover a leitura do poema e da imagem a ele associada.
Após ler os versos do poema de José Paulo Paes, é importante fazer a analogia com a tradicional fábula A Cigarra e a Formiga, atribuída a Esopo, que viveu na Grécia na Antiguidade, recontada por Jean
de La Fontaine, cuja versão enaltecia o trabalho exaustivo e braçal da formiga e desmerecia a atividade da cigarra. Procure contextualizar que no século 17, época em que foi publicada a obra de La Fontaine – Fábulas Escolhidas, coletânea de 124 fábulas –, as atividades ligadas às artes não eram vistas como trabalho.
Converse com os alunos sobre a importância de todas as atividades profissionais, por mais diferentes que sejam.
Mais atividades
1.Como atividade complementar, propõe-se montar uma dramatização da fábula A Cigarra e a
Formiga, de La Fontaine, e outra da versão apresentada no início do capítulo.
Divida a turma em dois grupos e oriente que pesquisem sobre o texto, informando-se sobre
as personagens. Na sequência, eles devem organizar as falas e dividir os papéis.
Cada equipe deve se apresentar para o restante da turma. Por meio dessa atividade espera-se
que, de forma lúdica, os alunos sejam capazes de analisar a diferença de enfoque sobre o trabalho na atualidade.
Divisão de tarefas
Página 84
É importante analisar com os alunos um aspecto muito presente em várias culturas e lugares: as
crianças que compartilham as responsabilidades da família, participam do trabalho dos pais e ajudam na
administração da casa. Nesse caso, principalmente as meninas que, muitas vezes, cuidam dos irmãos e
irmãs e ajudam nas tarefas domésticas.
Além de buscar romper o preconceito sobre quais tarefas cabem aos homens e às mulheres, é fundamental debater com os alunos sobre até que ponto as crianças podem colaborar nas tarefas domésticas ou em outras, e o que pode constituir exploração do trabalho infantil. Um bom recurso para
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t­rabalhar esses aspectos é comparar a nossa sociedade com as sociedades indígenas, em que a aprendizagem de tarefas do dia a dia dos adultos visa propiciar à criança a apropriação de todos os conhecimentos dos quais necessitará em sua futura vida adulta, tais como: produzir alimentos; confeccionar adereços e objetos artesanais para o uso no cotidiano, em rituais e em dias festivos; construir a própria habitação; participar da vida comunitária, entre outras.
Assim, é importante analisar com os alunos que ao fazer parte de um grupo, no caso da família
ou de pessoas com quem moram, implica também em ter funções e responsabilidades compartilhadas com as demais pessoas com as quais convive. Destaque que a colaboração não deve ser confundida com a obrigação de trabalhar regularmente ou durante jornadas contínuas para ganhar o próprio
sustento ou o de suas famílias, sem que seja garantido às crianças, por exemplo, tempo para ir à escola ou para brincar.
Mais atividades
1. Você pode refletir com os alunos sobre a divisão das tarefas domésticas tendo como base da-
dos do IBGE, desenvolvendo uma atividade integrada com a disciplina de Matemática, que poderá introduzir a ideia de proporção com eles. Em um primeiro momento, oriente os alunos a
pesquisar no site do IBGE sobre a porcentagem de homens e mulheres que realizam tarefas
domésticas. Construam gráficos com os dados pesquisados e desenvolvam problemas que envolvam esses dados. Promova um debate sobre o assunto estudado e anote a que conclusão
a turma chegou.
Segundo o levantamento do Censo, produzido pelo IBGE em 2010, apenas metade dos homens brasileiros ajuda nas tarefas domésticas, enquanto que entre as mulheres – inclusive
com sua crescente participação no mercado de trabalho – essa porcentagem chega a 90,6%.
Estudos realizados pelo Instituto mostram também que os homens que mais ajudam nas tarefas domésticas são os que têm mais de doze anos de estudo (54%). Entre as mulheres ocorre o contrário: as com nível mais elevado de ensino dedicam apenas 22,5 horas semanais às
tarefas do lar. As pesquisas também mostram que a maior participação das mulheres nas tarefas domésticas ocorre desde a infância. Essas informações podem ser encontradas no site
do IBGE, onde constam os resultados da pesquisa: <http://censo2010.ibge.gov.br/>. Acesso
em: 15 abr. 2014.
Outro dado interessante para reflexão é que a crescente participação das mulheres no mercado de trabalho não reduziu suas jornadas domésticas.
Ainda relacionado ao aspecto da cooperação e divisão de tarefas, você pode problematizar
uma questão bastante debatida na atualidade: a atribuição desses afazeres domésticos extensiva também aos homens. Assim, os alunos podem expor suas opiniões e refletir sobre a atuação do homem e da mulher em várias atividades cotidianas.
2. Você pode propor a elaboração de um diário, ou seja, um caderno ou bloco no qual os alunos
registrem diariamente, por meio de anotações ou desenhos, como têm colaborado em casa.
Esses registros servirão não apenas para os alunos identificarem quais as atividades que costumam fazer e sua frequência, também compõem um registro histórico dessas práticas. Você pode reforçar alguns aspectos da legislação trabalhista, ressaltando a importância desses direitos
que protegem o exercício profissional e conduzem à cidadania.
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O ser humano e o trabalho
MANUAL DO PROFESSOR
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Neste subitem os alunos poderão refletir sobre o processo histórico da mudança de formas de trabalho. Auxilie-os a pesquisar quais eram as profissões mais praticadas há cerca de cem anos. Discorra sobre
quais eram as exigências de qualificação profissional naquele período. Estabelecidas essas informações, conversem sobre o mercado de trabalho atual e as formas de trabalho cada vez mais complexas e segmentadas, o que implica na necessidade de qualificações e conhecimentos maiores e mais especializados.
O trabalho na escola
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Ao trabalhar o tema do subitem, a partir de situações concretas quanto ao trabalho na escola, os
alunos podem observar as atividades desenvolvidas por diferentes profissionais que trabalham no lugar
onde eles estudam e ampliar a noção de trabalho, relacionando-a com outras atividades.
Página 87 Pesquisando e aprendendo mais
Para realizar as atividades propostas nesta seção, peça antecipadamente aos alunos que observem
os adultos que trabalham na escola e as atividades que realizam nos vários locais, como a cozinha, o pátio,
a diretoria e a secretaria. Você pode detalhar, por exemplo, alguns aspectos relacionados à preparação da
merenda escolar; à responsabilidade com a segurança; à limpeza dos banheiros, do pátio e outras partes
da escola; à importância da preparação dos documentos e ao atendimento aos pais. Proponha uma conversa sobre o respeito que temos que ter pelas pessoas, principalmente as com quem convivemos. Fale sobre as pessoas que observaram na escola, que trabalham para que tenhamos o conforto necessário para
estudar. Se não fosse a cozinheira, por exemplo, não teríamos o alimento na hora do lanche; se a faxineira
não limpasse a escola, não teríamos um lugar limpo para estudarmos etc. Comente que todas as atividades
profissionais têm importância e que todas as pessoas devem ser respeitadas em sua profissão.
As profissões
Página 88
Mais atividades
1. No círculo de convívio dos alunos, provavelmente existem pessoas que exercem profissões, como sapateiros, costureiras, alfaiates, desenhistas ou outra que seja exercida há mais de 30 anos.
Você pode convidar um desses profissionais para vir à escola e conversar com os alunos. Antes de receber a pessoa convidada, é importante que você conduza uma atividade a fim de
que os alunos formulem perguntas de forma a ajudar o entrevistado a contar as modificações
pelas quais sua profissão passou nos últimos anos e a necessidade de estar sempre aprendendo para continuar no mercado de trabalho. Após a apresentação do convidado, agradeça a sua
disponibilidade e presença.
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Página 89 Pesquisando e aprendendo mais
Ao desenvolver a atividade que propõe o jogo de adivinhação das profissões, você pode dividir a
turma em equipes e criar algumas regras para o jogo, como esperar para falar, só falar quem levantar primeiro a mão ou quem não esperar a vez para responder perde pontos para a equipe etc.
O grupo precisa se ajudar para adivinhar as profissões. Também se pode escolher alguém para
marcar os pontos de cada equipe.
Não haverá equipe vencedora, contudo prevalecerá a ajuda mútua de todos os membros da equipe e da turma. O intuito dessa brincadeira é trabalhar o respeito pelo outro. Aproveite para retomar a
questão das regras e da boa convivência, abordadas na Unidade 3.
Essa atividade também pode sofrer variações ou ganhar outras etapas, como o sorteio de uma fichinha com o nome de uma profissão para determinado aluno/grupo imitar, a realização de mímicas para que os colegas adivinhem ou, ainda, o desenho no quadro de um profissional, suas ferramentas ou
outras coisas.
Página 90 Para refletir
Na atividade 1, propõe-se a leitura de duas imagens de telefonistas, uma de 1913 e a outra de exatos 100 anos depois. A comparação entre as imagens e a leitura do texto visa uma análise de como algumas profissões modificam-se ao longo da história e, por vezes, deixam de existir, dando lugar a outras
atividades. Destaque que as telefonistas que completavam as ligações, devido ao avanço da tecnologia,
perderam espaço. Na atualidade, as telefonistas têm outras funções. Se achar necessário, retome as explicações sobre a análise de imagens presente na parte geral deste Manual.
A partir das mudanças observadas em relação ao trabalho de telefonistas, pode ser proposta uma
pesquisa para que, em grupos, os alunos descubram outras profissões que mudaram com o passar do
tempo. Pode-se questionar os pais ou as pessoas mais velhas que eles conhecem e/ou pesquisando na
internet ou em livros. A apresentação das informações pesquisadas pode ser em forma de texto, de imagens ou as duas coisas.
Você pode também retomar a imagem do quadro de Albert Anker (p. 73) e as imagens da unidade anterior, que retratam o ambiente escolar em diferentes épocas, resgatando aspectos ligados à
imagem do professor e dos alunos (do século 19), mostrando que não foi só a escola que mudou,
mas também o trabalho do professor. Como sugestão, você pode até solicitar aos alunos que montem um livreto ou cartaz em que sejam catalogadas e apresentadas várias profissões, como são e como eram antigamente.
Página 92 Escrevendo a História
Ao fazer essa produção os alunos investigarão o impacto da tecnologia no mercado de trabalho.
É interessante que essa proposta seja desenvolvida de maneira integrada com a disciplina de Ciências,
tendo em vista que, para compreender o porquê determinado avanço tecnológico impactou alguma
profissão, é importante compreender o avanço em si. Dessa forma, ao estudar as profissões, os alunos
irão explorar, também, conteúdos ligados à tecnologia.
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Capítulo 2 – Trabalho e emprego
MANUAL DO PROFESSOR
Página 93 Pra começo de conversa...
Para desenvolver o trabalho de leitura e interpretação dos versos da canção “Sou boy”, que introduz o capítulo, é importante debater com os alunos as situações apontadas no texto, expondo situações
reais para cada verso.
Você pode destacar que alguns versos apontam para aspectos relacionados a funções que muitas
vezes têm remuneração menor e o serviço prestado exige mais esforço físico do que outras.
Além disso, você ainda pode reforçar que, independentemente da função que o trabalhador exerce, todos devem ter direito à assistência médica e condições para comprar medicamentos quando necessário, ou ainda à condição de segurança para o exercício da função, entre outras.
A produção humana
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É importante ressaltar com os alunos que, desde os períodos mais remotos, o trabalho era sinônimo de luta constante para sobreviver devido à necessidade de comer, de se abrigar, entre outras. Com
o avanço da agricultura, de seus instrumentos e ferramentas, houve também progresso em relação às
formas de trabalho. O advento do arado representou uma das primeiras revoluções no mundo do trabalho. Mais tarde, a Revolução Industrial alterou o valor e as formas de trabalho, assim como organizou e
inovou em métodos de produção, principalmente quando eles envolvem muitas pessoas, máquinas e
funções. Assim, surgiu a separação das funções e o conceito de “emprego” como meio pelo qual os operários passaram a trabalhar em troca de salário.
Podem ser destacados aspectos ligados a algumas atividades e profissões, como aqueles ligados à agricultura, que na atualidade são feitos em grande escala, usando-se máquinas e equipamentos informatizados, e que, em muitos casos, permitem que trabalho e tempo estejam sincronizados
com eficiência e rapidez, ao contrário de como eram praticadas as atividades agrícolas até quase a metade do século 20, quando se semeava com a mão e se fazia a colheita da produção de forma praticamente artesanal.
É importante destacar que todo o processo produtivo que acompanhou as formas de trabalho e das profissões não ocorreu de modo linear em todos os lugares, pois ainda na atualidade existem pessoas que praticam um tipo de agricultura utilizando técnicas mais rudimentares, como o uso
da enxada, do arado e da tração animal e métodos artesanais. Essa forma de agricultura geralmente é ligada à produção de subsistência. Neste capítulo é trabalhada a importância de todas as atividades exercidas pelas pessoas e dos mais variados tipos de trabalho. As imagens apresentadas ao
longo do capítulo pretendem auxiliar na leitura dos aspectos que envolvem o conceito de trabalho
e emprego na atualidade, como também no processo histórico da produção humana em outros
tempos e lugares.
Ao longo da história da humanidade, de acordo com a cultura de cada sociedade, o trabalho tem
sido concebido de forma diferenciada. Você pode esclarecer que aqui no Brasil existe uma série de direitos para que o trabalhador possa exercer sua atividade profissional com tranquilidade e ter um futuro
com menos preocupações, sendo esses direitos garantidos por lei:
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•• Todo empregador deve registrar na Carteira de Trabalho do empregado, a partir da data de sua
contratação, todos os dados referentes aos anos em que trabalhar na empresa. Esses dados são
importantes para a garantia de outros direitos, como o seguro-desemprego.
•• O seguro-desemprego é um benefício que permite a assistência financeira ao trabalhador que
foi dispensado durante um período estabelecido por lei. Já o Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço (FGTS) é um direito que foi instituído em 1966. O regime do FGTS prevê a abertura de
uma conta na Caixa Econômica Federal em que são feitos depósitos mensais pelo empregador,
equivalente a 8% do salário bruto (salário sem os descontos) do empregado.
•• Ainda, em caso de dispensa sem justa causa (que é uma quebra de contrato de trabalho devido
à falta grave do empregado), o empregador deve pagar uma multa no valor de 40% do valor
dos depósitos relativos àquele contrato de trabalho.
•• Os depósitos do FGTS não são disponíveis ao empregado; entretanto, podem ser utilizados em
situações específicas, tais como: na compra da casa própria ou em casos de o empregado ou algum de seus dependentes sofrer de alguma doença grave.
•• Os direitos trabalhistas estão previstos, basicamente, na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
criada em 1943, cujo objetivo foi reunir a legislação existente na época. Cada vez que o trabalhador completa um ano de trabalho, ele tem direito a 30 dias de férias.
•• No caso de licença-maternidade, é estabelecido por lei para as mulheres um período de dispensa do trabalho após o nascimento do filho.
•• Os benefícios previdenciários têm por objetivo proteger e oferecer segurança ao trabalhador nos
diversos momentos decisivos de sua vida. São eles: aposentadoria (por idade, invalidez, tempo
de contribuição e aposentadoria especial), auxílio-doença, auxílio-acidente, auxílio-reclusão (destinado aos dependentes do segurado que esteja preso), pensão por morte, salário-família e salário-maternidade.
Essas informações podem auxiliar na explicação sobre os direitos dos trabalhadores no Brasil, no
entanto é preciso adequá-las à capacidade de compreensão dos alunos, bem como conferir se ocorreu
alguma alteração.
Mais atividades
1.Como atividade complementar, sugere-se que seja aprofundado o tema do desemprego, por
ser um sério problema social no Brasil.
Indica-se a leitura do texto “Brasil continuará com desemprego acima de média global até 2016,
diz OIT”, no seguinte link: <www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/01/140120_desemprego_
oitrg.shtml>, e a apresentação dos dados aos alunos, a fim de estimular a reflexão sobre o tema.
As profissões do futuro
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Neste subtítulo orienta-se a investigação de atividades profissionais que ganharam espaço nos últimos tempos, em especial aquelas que dedicam-se a sanar problemas ambientais causados ao longo
da História.
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É importante estimular os alunos a refletir sobre problemas ambientais surgidos no último século,
que podem tornar-se grandes obstáculos para a sobrevivência humana.
MANUAL DO PROFESSOR
Página 100 Trabalhando juntos
Com o intuito de conhecer as profissões exercidas por vários profissionais que estão atuando no
mercado de trabalho, você pode orientar seus alunos a solicitar ajuda aos profissionais da escola, professores, colaboradores do administrativo e demais profissionais para a coleta de dados que utilizarão para
a montagem da feira de profissões.
A atividade de exposição das profissões, a qual será desenvolvida pelos alunos, poderá ser filmada ou fotografada. Depois, pode-se produzir um painel ou um vídeo que possa ser apresentado aos alunos para discutir sobre o que aprenderam e como foi essa experiência. Para que possam analisar como
eram as profissões apresentadas por eles, leve para a sala de aula algumas curiosidades sobre as profissões do passado para serem confrontadas com as do presente. Ajude-os, ainda, a refletir sobre como
acham que será a profissão escolhida por eles no futuro.
Você pode fazer perguntas que os leve a refletir, como:
•• O que o levou a escolher determinada profissão? Por exemplo: médico.
•• A partir do que foi pesquisado, o professor utiliza os mesmos recursos didáticos (quadro de giz
etc.) em sala de aula no passado e nos dias de hoje (lousa digital etc.)? Quais recursos o professor utilizará no futuro?
Outra opção para trabalhar com as profissões é brincadeira de mímica. Leve para a sala de aula
uma caixa com cartões com as profissões pesquisadas pelos alunos, forme um círculo com eles e passe
a caixa para um aluno e explique que quem pegar um cartão não poderá mostrar para ninguém, pois
deverá representar a profissão por meio de mímicas. Assim, os demais terão que adivinhar.
Sugestões para o professor
Sobre os temas enfocados nesta unidade, sugere-se a leitura de:
•• Quotidiano e poder em São Paulo no século XIX: Ana Gertrudes de Jesus. Maria Odila Leite da Silva Dias.
São Paulo: Brasiliense, 1984.
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Textos de apoio
© Instituto Mauricio de Sousa
O cartaz abaixo apresenta os direitos da criança e do adolescente de forma ilustrada.
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3º ano