MARTA DE SOUZA LIMA BRODBECK COLEÇÃO APRENDER, MUITO PRAZER! HISTÓRIA ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS Manual Manual do do professor HISTÓRIA ISBN - 978-85-427-0179-1 3 ANO FB70179 pnld2016_cp-espiral_amp_his_3o ano_LOMBADA 9mm.indd 1 06/07/15 21:03:16 COLEÇÃO APRENDER, MUITO PRAZER! HISTÓRIA Manual do Professor MARTA DE SOUZA LIMA BRODBECK Licenciada em História pela Universidade Federal do Paraná. Mestre em História do Brasil pela Universidade Federal do Paraná. Atuou como professora de História nas Redes de Ensino Fundamental, Médio e Superior. 3 ANO o 1ª edição • Curitiba • 2014 ENSINO FUNDAMENTAL pnld2016_his_3a.indd 1 ANOS INICIAIS 24/07/14 09:52 Dados para catalogação Bibliotecária responsável: Luciane Magalhães Melo Novinski CRB 9/1253 – Curitiba, PR Brodbeck, Marta de Souza Lima. Aprender, muito prazer! : história, 3o ano : manual do professor / Marta de Souza Lima Brodbeck — 1. ed. — Curitiba : Base Editorial, 2014. 176 p. : il. ; 28 cm ISBN: 978-85-427-0178-4 (Aluno) ISBN: 978-85-427-0179-1 (Professor) Inclui bibliografia. 1. História. 2. Ensino fundamental (Estudo e ensino). I. Título. CDD (20a ed.) 372.89 Aprender, muito prazer! © Marta de Souza Lima Brodbeck, 2014 1a edição – Curitiba – 2014 Todos os direitos reservados. Ficha técnica Diretor superintendente Diretora adjunta editorial Gerente editorial Consultoria técnico-pedagógica Coordenadora editorial Editor Editor assistente Revisão Revisão comparativa Coordenação de iconografia Assistente de iconografia Licenciamento de textos Coordenação de arte Editoração Ilustrações Tratamento de imagens Projeto gráfico Capa Imagem da capa Jorge Yunes Célia de Assis Eloiza Jaguelte Silva Valdeci Valentim Loch Osmarina F. Tosta Lúcia Chueire L. Witoslawski Donália Jakimiu Basso Valquiria Salviato Guariente Etienne Vaccarelli Francis Cabral Roberta Bachstein Ana Cláudia Dias Jéssica C. Ortiz Luiz Fernando Bolicenha Solange Freitas de Melo José Cabral Lima Júnior Lineu Blind Ribeiro Patricia Librelato Rodrigues Cide Gomes Roberto Weigand Kleber Edney R. Santos J. V. Elorza Laís Cristina Caldonazzo Rafael Hatadani Estúdio Motoca Impressão: Fenix Gráfica Digital e Editora Ltda. Rua Visconde de Abaeté, 378 – CEP 82820-210 CNPJ: 11.787.289/0001-57 – I.E.: 90.607.554-74 Base Editorial Ltda. Rua Antônio Martin de Araújo, 343 • Jardim Botânico • CEP 80210-050 Tel.: (41) 3264-4114 • Fax: (41) 3264-8471 • Curitiba • Paraná www.baseeditora.com.br • [email protected] pnld2016_his_3a.indd 2 24/07/14 09:52 Estudar História, compreendendo as transformações e os aspectos que permaneceram ao longo do tempo e do espaço, ajuda-nos a entender o mundo onde vivemos. Você e a sociedade em que vive têm uma história. Esperamos que este livro estimule você a aprender mais e ir além dele. A autora pnld2016_his_3a.indd 3 24/07/14 18:35 Para começo de conversa... Abertura das unidades: os personagens que aparecem na abertura das unidades irão lhe apresentar o tema que será explorado. No início de cada capítulo você vai observar imagens, ler poemas ou outro texto que lhe ajudará a refletir sobre o que já conhece a respeito do tema que será abordado. Para refletir Exercício de reflexão, análise ou síntese sobre os temas apresentados no capítulo. Pesquisando e aprendendo mais São propostas atividades em que você ampliará o conhecimento por meio de pesquisa em fontes diversas. O objetivo é desenvolver a construção do conhecimento histórico mediante exercícios de observação e análise. Nesta seção você vai sistematizar os conhecimentos históricos que estudou e registrá-los por meio da expressão escrita, em textos, quadros etc. pnld2016_his_3a.indd 4 24/07/14 18:35 Aprender fazendo Por meio de desenhos, apresentações, maquetes e outras representações você irá trabalhar aspectos do tema do capítulo. Glossário: apresenta o significado de algumas palavras e conceitos grifados ao longo do capítulo. Você sabia? Nesta seção você vai encontrar conteúdos complementares que auxiliam na compreensão do tema. Vocês poderão pesquisar, experimentar e aplicar os conhecimentos construídos em um trabalho desenvolvido em grupo. PESQUISA ENTREVISTA RESPONDA ORALMENTE RESPONDA NO CADERNO Ícones: os dois primeiros indicam estratégias de trabalho que serão utilizadas. Os dois últimos apontam de que forma as atividades serão realizadas. Sugestões para a turma: nesta seção você encontra sugestões de leituras poderão ampliar seus conhecimentos sobre o tema trabalhado. Professor, sempre que aparecer a sigla OP são indicadas orientações para o seu trabalho em sala de aula. pnld2016_his_3a.indd 5 24/07/14 18:35 UNIDADE 1 Cultura: uma criação do homem ............ 8 Capítulo 1 – O homem e a história . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 O Carnaval como um elemento da cultura . . . . . . . . . . . . . . . 12 A diversidade de culturas no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Capítulo 2 – Contando o tempo, contando a história. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 O registro: das horas aos séculos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 A contagem do tempo com o relógio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 UNIDADE Outras medidas de tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 2 Um tempo para cada coisa, cada coisa no seu tempo .......................................... 34 Capítulo 1 – Um tempo para ser criança. Sempre foi assim? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 Ser criança .................................................................................. 38 Tempo para tudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 A exploração do trabalho infantil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46 Capítulo 2 – Brincadeiras de todos nós . . . . . . 52 Brincadeira é coisa séria ........................................................ 53 Brincadeiras indígenas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 Outras brincadeiras, cantigas e jogos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 Trabalhando juntos.............................. 62 pnld2016_his_3a.indd 6 24/07/14 18:35 UNIDADE 3 Educação, um direito de todos ......... 64 Capítulo 1 – Aprendendo em todos os lugares 66 Aprendendo a todo momento ........................................... 67 A criança na escola . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 Educação, um direito conquistado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 Capítulo 2 – Uma viagem no tempo e a história da escola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72 A escola para todos . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 UNIDADE O tempo na escola . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76 4 O trabalho, o emprego e as profissões ...................................... 80 Capítulo 1 – Trabalho e profissões . . . . . . . . . . . . . . . . 82 Divisão de tarefas . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84 O ser humano e o trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85 O trabalho na escola . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86 As profissões . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88 Capítulo 2 – Trabalho e emprego . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93 A produção humana . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95 As profissões do futuro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98 Trabalhando juntos............................ 100 Sugestões para a turma.................. 103 pnld2016_his_3a.indd 7 24/07/14 18:35 UNIDADE 1 Cultura: uma criação do homem Veja que pintura interessante! Parece que os relógios estão derretendo... 8 pnld2016_his_3a.indd 8 24/07/14 18:35 Orientações ao Professor (OP): observe com os alunos o quadro que abre a unidade, intitulado A persistência da memória, de Salvador Dalí. Uma das características desse artista era o trabalho com representações sem distinção entre realidade e imaginação, criando figuras baseadas em objetos reais mas com variadas interpretações. Neste caso, por exemplo, são múltiplas as interpretações sobre as imagens ali pintadas que geram várias suposições, como: O tempo escorre? Por que os relógios marcam horas diferentes? O tempo se curva aos relógios? Ao estudar a História, deve-se estar atento aos diferentes ritmos do tempo histórico. Explique aos alunos que o tempo é a dimensão da análise histórica, pois é por meio dele que percebemos as mudanças sofridas pela humanidade e, assim, podemos analisá-las. Esta pintura é mesmo diferente. O que será que estes relógios representam? E o resto do quadro? Salvador Dalí. A persistência da memória. 1931. Óleo sobre tela, 24 cm x 33 cm. Museu de Arte Moderna, Nova York (EUA). 9 pnld2016_his_3a.indd 9 24/07/14 18:35 Capítulo 1 - O homem e a história Para começo de conversa... O futuro é nossa responsabilidade [...] Se nossos sonhos não fossem maiores do que nossa realidade, nós ainda estaríamos morando nas cavernas. [...] O futuro depende de nossa imaginação, de nossa dedicação e de nossa responsabilidade como cidadãos em um planeta finito. [...] Sonhar é preciso, mas viver também é preciso. Em cem anos nós redefinimos a vida na sociedade: rádio, TV, remédios os mais diversos, computadores, raio laser, raios X, aviões, ônibus espacial, viagem à Lua, estação espacial, telescópio espacial Hubble, bomba de hidrogênio, energia nuclear, carros, arranha-céus, 6 bilhões de pessoas na Terra [...] E o próximo século? Folha de S.Paulo, São Paulo, 23 dez. 2000. Caderno Mais. Finito: que ou o que tem um fim, um limite. Ilustração representativa dos avanços tecnológicos nos meios de locomoção, nas formas de comunicação e na exploração espacial. 10 pnld2016_his_3a.indd 10 24/07/14 18:35 Você acabou de ler um pequeno trecho do artigo escrito pelo astrônomo Marcelo Gleiser em dezembro de 2000, dias antes do início explique aos alunos que os astrônomos ocupam-se do estudo do espaço, dos do século 21. OP: corpos celestiais. 1.Já no início do texto o autor afirma que os sonhos devem ser maiores que a realidade e que o futuro depende da imaginação. O que são esses sonhos e imaginação para você? Respostas pessoais. 2.Registre quais são os fatos, as invenções ou conquistas que ele aponta no texto. Em seguida, escolha um desses fatos e o represente com um desenho no caderno. O autor fala do rádio, TV, remédios, computadores, raios laser e X, meios de transporte, avanços no espaço, em armamentos, entre outros. 3.Converse com seus colegas e troque opiniões sobre como vocês poderiam responder à pergunta do autor: “E o próximo século?” depois de passados mais de 15 anos deste novo século. Registre aqui as opiniões que mais se repetiram. OP: traga para sala de aula informações sobre acontecimentos que marcaram o início do século para trabalhar com os alunos, para que eles possam ter mais elementos para o debate em sala de aula. 11 pnld2016_his_3a.indd 11 24/07/14 18:35 O Carnaval como um elemento da cultura Muitos acontecimentos, avanços e transformações acontecem no passar dos anos, décadas e séculos. A História busca entender esses acontecimentos, como os homens se organizam e se desenvolvem, desde o passado até os dias atuais. Ela é a ciência que estuda as transformações das sociedades e também aquilo que permanece ao longo do tempo. É por meio desse estudo que podemos interpretar o passado, tentando compreender o presente. Os elementos da cultura de um povo também podem sofrer transformações com o passar do tempo. A História também nos ajuda a compreender essas transformações. Na imagem abaixo você pode ver algumas pessoas participando de um desfile de Carnaval, no início do século 20, na cidade de São Paulo. Acervo Iconographia No início do século 20, o corso era uma forma de comemorar o Carnaval no Brasil. As pessoas fantasiadas desfilavam em carros e jogavam serpentinas nos espectadores, como retratado na fotografia a seguir. Corso na Avenida São João. São Paulo (SP), 1938. 12 pnld2016_his_3a.indd 12 24/07/14 18:35 Alegóricos: carregam as figuras ou decorações que ilustram o enredo. Celso Pupo/Shutterstock Nesta outra imagem podemos ver uma parte de um desfile de Carnaval, como acontece na atualidade, na cidade do Rio de Janeiro, com grandes carros alegóricos e muito luxo nas fantasias e decorações. Desfile da escola de samba Paraíso do Tuiuti. Rio de Janeiro (RJ), 2013. Observe que, neste caso, existe um grande número de pessoas em arquibancadas, assistindo à passagem do desfile. O Carnaval é uma festa popular que acontece há centenas de anos nas mais variadas regiões do mundo. Em cada lugar e em cada época, o Carnaval teve uma maneira diferente de ser comemorado. No Brasil, houve uma grande mudança nos desfiles de Carnaval do início do século 20 para os da atualidade. Atualmente, por exemplo, os desfiles das escolas de samba em São Paulo e no Rio de Janeiro atraem um grande público, pois foram transformados em um espetáculo da mídia. Porém, de modo geral, o sentido da festa continua sendo o mesmo: uma comemoração na qual as pessoas se divertem. 13 pnld2016_his_3a.indd 13 24/07/14 18:35 Mas e no restante do Brasil? Como acontece o Carnaval? Cada região do Brasil comemora o Carnaval de seu modo, com folias, diversões, bailes, fantasias e músicas. As comemorações normalmente acontecem em quatro dias, do sábado a terça-feira. No Nordeste, o Carnaval de rua é o mais popular. Rogério Reis/Pulsar Imagens Sergio Pedreira/Pulsar Imagens Em Pernambuco há blocos de frevo que preservam a tradição do local. Já o trio elétrico, popular na Bahia, se espalhou por todo o Brasil. Desfile de bonecos gigantes durante o Carnaval de rua. Olinda (PE), 2013. Trio elétrico no Forte de Santo Antônio da Barra. Salvador (BA), 2014. Você sabia? O Carnaval brasileiro se originou no chamado “entrudo”, uma brincadeira trazida pelos portugueses ainda no século 16, que consistia em atirar baldes d’água, balões cheios de vinagre, de cal ou de farinha, com a intenção de molhar ou sujar as pessoas que passavam pelas ruas das pequenas vilas. Ao longo dos anos, a festa foi recebendo muitas influências de ritmos, instrumentos musicais e danças, vindas tanto dos portugueses quanto dos africanos e dos outros povos formadores do Brasil. Com a mistura de costumes e tradições tão diferentes, o Carnaval do Brasil é um dos mais famosos do mundo e atrai milhares de turistas para o país todos os anos. OP: mais informações sobre a origem do Carnaval no Manual do Professor. 14 pnld2016_his_3a.indd 14 24/07/14 18:35 O Carnaval de Veneza, na Itália, é o mais tradicional de todos, sendo comemorado há muitos séculos. A Praça de San Marco é invadida por foliões fantasiados. No passado, o costume de usar máscaras permitia que os nobres pudessem brincar nas ruas sem serem reconhecidos. A festa carnavalesca de Veneza tem duração de 10 dias, com realização de vários bailes em salões e nas ruas. Melodia plus photos/Shutterstock Em vários outros países também se festeja o período carnavalesco. Entre eles estão a Itália, a França e a Espanha. Carnaval de Veneza (Itália), 2013. Nos Estados Unidos, é tradicional o desfile da cidade de Nova Orleans, que é também conhecido como Mardi Gras, que significa “terça-feira gorda” de Carnaval, traduzida do francês. Assim como ocorre nos Carnavais europeus há vários séculos, as pessoas usam máscaras, tanto as que desfilam nos carros alegóricos quanto as pessoas que assistem e desfilam nas ruas. As cores-símbolo dessa festa são o verde, o amarelo e o roxo, simbolizando fé, poder e justiça. Gerald Herbert/AP Photos/Glow Images OP: se possível, traga para a sala de aula imagens de outras comemorações carnavalescas no mundo ao longo da História. Comemoração do Mardi Gras. Nova Orleans (EUA), 2013. 15 pnld2016_his_3a.indd 15 24/07/14 18:35 Para refletir 1.Reflita e escreva em seu caderno como é o Carnaval no local onde você vive. RESPONDA NO CADERNO OP: os alunos podem descrever costumes, práticas e brincadeiras típicas da localidade em que vivem, refletindo sobre a diversidade cultural dessa festa. a) Escreva sobre alguns aspectos: existem desfiles nas ruas ou brincadeiras para as crianças? b) Você já participou de alguma festa ou baile de Carnaval? Se sim, como foi participar dessa festa? Escreva sobre as músicas, fantasias, blocos na rua e o que você mais gostou. c) O Carnaval, como é possível ler nas páginas anteriores, é uma festa que envolve muitas pessoas. Você consegue se lembrar de alguma outra festa na sua cidade que reúna muita gente? Em caso positivo, registre no caderno o nome dela, quando acontece e sua principal lembrança do evento. d) Converse com os seus colegas sobre a importância de comemorar essas festas. Você acha que essas celebrações valorizam as tradições do lugar onde você vive? Por quê? É importante preservar essas tradições? 2.Agora vamos pensar sobre as celebrações e tradições da sua RESPONDA NO CADERNO família. Todas as pessoas que fazem parte de uma sociedade constroem a história de seu tempo. Você também faz a história da sua vida. Assim como o Carnaval é comemorado de formas diferentes dependendo do local e da época, as datas comemorativas também são lembradas e celebradas de diferentes formas, tendo características particulares em cada família ou grupo de convívio. Vamos investigar um pouco sobre isso? Responda no caderno às questões a seguir: a) Como se comemoram as datas festivas em sua casa? b) Quais as datas que são comemoradas? c) Todos os familiares estão juntos? d) É sempre no mesmo lugar? e) Quem prepara o lugar, a comida e traz as bebidas? f) Todos participam da preparação da festa? 16 pnld2016_his_3a.indd 16 24/07/14 18:35 3.Em seu caderno, construa uma tabela com três colunas. Na primeira RESPONDA NO CADERNO coluna coloque as perguntas da atividade anterior, na segunda o seu nome e na terceira o nome de um colega. Coloque a sua resposta na coluna que consta o seu nome, e a do colega onde consta o nome dele. Na sequência, analise os dados da tabela. O que você percebeu? As comemorações são as mesmas? O que difere na organização e na participação? Quem participa das celebrações? Registre as respostas no caderno. 4.Em casa, pergunte a seus pais e avós se existe alguma comemoração ENTREVISTA que vem acompanhando os costumes da família. Questione se a forma de comemorar mudou com o passar dos anos ou se é sempre a mesma. Pergunte há quanto tempo é assim e se há algum costume, como levar presentes ou servir uma determinada comida ou bebida. Depois, escreva um texto, em uma folha avulsa, relatando uma das comemorações realizada pela sua família. Logo que terminar a construção do texto, leia-o para todos da sua sala de aula e com a ajuda do professor, organize uma mostra dos textos. OP: nesta atividade os alunos podem destacar vários aspectos, desde os citados acima ou outros, como a forma de se vestir, a participação das crianças, a rigidez ou flexibilidade de horário. OP: oriente aos alunos que por comunidade compreendemos um conjunto de pessoas que se organizam em um mesmo local, sobre um mesmo conjunto de normas. Por sociedade compreendemos um coletivo de cidadãos de um país, sujeitos à mesma autoridade política, às mesmas leis e normas de conduta. A diversidade de culturas no Brasil Todo o conjunto de hábitos e costumes, que incluem a alimentação, a forma de se vestir, a moradia e até a organização social de uma comunidade constrói o que chamamos de cultura. Mesmo existindo vários modos de se vestir, de se a alimentar ou moradias diferentes em uma sociedade, dizemos que todas fazem parte da cultura daquele grupo. A cultura se transforma com o passar do tempo e é transmitida de geração em geração. Com as mudanças, algumas características se perdem, outras nascem. Você pode perceber esse movimento de mudanças nas diferentes formas de comemorar o Carnaval, bem como na diversidade de costumes nas comemorações realizadas na sua família e na família de seus colegas. Assim, podemos dizer que cada sociedade produz sua própria cultura. 17 pnld2016_his_3a.indd 17 24/07/14 18:35 Veja os exemplos a seguir. O Parque Indígena do Xingu (PIX), localizado na região nordeste do Mato Grosso, na parte sul da Amazônia brasileira, possui 2 642 003 hectares com grande biodiversidade. Biodiversidade: é o conjunto de todos os seres vivos de uma região. Laércio de Mello Brasil – Divisão política e Parque Indígena do Xingu Adaptado de: IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2009. Criado em 1961, o parque abriga diversas tribos indígenas que falam grande variedade de línguas, mas vivem de modo parecido. A parte conhecida como Alto Xingu é habitada pelos povos aueti, calapalo, camaiurá, cuicuro, matipu, meinaco, nauquá, naruvotu, uaurá e aruaque; o Médio Xingu pelos trumai, caribe, caiabi e camaiurá; o Baixo Xingu pelos ikpeng, caiabi e iudjá; e o Leste Xingu pelos suiá e tapaiuna. 18 pnld2016_his_3a.indd 18 24/07/14 18:35 Cada um desses grupos têm seus costumes, mas também trocam seus produtos e participam de cerimoniais de seus vizinhos. As aldeias do Alto Xingu se reúnem no tradicional Quarup, a festa na qual homenageiam seus mortos. A festa é realizada em diferentes épocas do ano pelos grupos que habitam o parque e envolvem rituais como enfeitar troncos em lembrança aos mortos, como na imagem abaixo (à direita), e danças específicas do Quarup. Renato Soares/Pulsar Imagens Rosa Gauditano /Studio R Imagens É uma comemoração alegre e importante em que os indígenas fazem suas melhores pinturas e usam bonitos enfeites, como também festejam a vida por meio de várias danças. Uma das danças típicas da festa do Quarup é a que os guerreiros se enfeitam e dançam no centro da aldeia, como representado na imagem abaixo (à esquerda). Indígenas na aldeia Afukuri, no Parque Indígena do Xingu. Gaúcha do Norte (MT), 2012. Tronco enfeitado para ritual Quarup. Aldeia Waurá (MT), 2005. Quarup é a madeira que dá nome a um ritual indígena. Já em outra região do Brasil, a festa mais importante na comunidade quilombola de Ivaporunduva (localizada no município de Eldorado, no Vale do Ribeira, interior de São Paulo) é a festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, realizada no final de semana mais próximo do dia 12 de outubro. Quilombola: antigamente designava escravos fugidos. Hoje dá nome aos descendentes desses ex-escravos. 19 pnld2016_his_3a.indd 19 24/07/14 18:35 A comunidade de Ivaporunduva, a mais antiga das comunidades do Vale do Ribeira, tem uma população de 308 pessoas e surgiu em consequência da mineração de ouro no século 16. Com a saída dos mineradores Quilombo: comunidade localizada depois que as minas se esgotaram, os em áreas de difícil acesso onde se africanos e afrodescendentes que ali abrigavam escravos fugidos. permaneceram formaram um quilombo. Você sabia? A devoção a Nossa Senhora do Rosário foi difundida entre os escravos africanos e deu origem às chamadas “Irmandades dos Homens Pretos”, que construíram e administraram, desde o século 17, várias igrejas no país em homenagem à sua padroeira. Os integrantes das comunidades quilombolas possuem fortes laços culturais, mantendo suas tradições, práticas religiosas, relação com o trabalho na terra e sistemas de organização social próprio. Após a missa, começam a funcionar as barracas de comida, bebidas e bingo, com ampla participação da comunidade e visitantes de diversos lugares. Essa festa é uma importante tradição dos grupos quilombolas, pois reflete não apenas uma festividade como também uma forma de comemorar dos membros dessas comunidades. Edson Grandisoli/Pulsar Imagens A organização da festa em homenagem à padroeira do quilombo envolve todos os moradores, que se dividem em grupos para arrecadar prendas (alimentos, dinheiro ou brinquedos para as barracas), montar as barracas, assar carnes, divulgar a festa nas comunidades vizinhas e na cidade, trabalhar como animadores da festa. Na igreja da comunidade de Ivaporunduva são retirados os bancos para que todos possam participar dos cânticos e das danças de origem africana. Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos no quilombo de Ivaporunduva. Eldorado (SP), 2013. 20 pnld2016_his_3a.indd 20 24/07/14 18:35 Por meio das descrições anteriores, é possível conhecer um pouco sobre como algumas comunidades fazem suas festas e perceber que as formas de organizar, comemorar etc. são variadas, revelando diferentes elementos da cultura brasileira. São muitas as diferenças, o que também mostra como são diversas as culturas, cada uma com sua forma e seus hábitos próprios. Para refletir OP: mais orientações no MP. 1.Depois de ler sobre algumas das diferentes festas que são realizadas em nosso país e refletir sobre a diversidade cultural que elas representam, responda à seguinte pergunta: quais as semelhanças entre a festa do Quarup, no Xingu, e a de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, em Ivaporunduva? Em ambas são reunidas pessoas da comunidade e visitantes. Existe um grande envolvimento de todos e nelas são relembrados e preservados importantes aspectos de suas respectivas culturas. 1.Em grupo de três alunos, pesquisem sobre uma comemoração tradicional que acontece na sua cidade. Depois, analisem os dados colhidos e produzam um texto sobre a sua origem, realização e importância na preservação da cultura local. OP: os alunos podem apontar no texto diferentes referências para cada uma das comemorações apresentadas com relação aos motivos da comemoração, ao local, à duração, à frequência e à importância da festa para a preservação da cultura. Oriente a análise e comparação entre a comemoração descrita no texto, a festa do Quarup e a de Nossa Senhora do Rosário dos Homens de Pretos para que eles percebam a diversidade cultural. 21 pnld2016_his_3a.indd 21 24/07/14 18:35 Capítulo 2 - Contando o tempo, contando a história Para começo de conversa... Quebra de milho Mês de agosto é tempo de queimada Vou lá para a roça preparar o aceiro [...] Passou setembro, outubro chegou já vejo o milho brotando do chão Tapando a terra Feito manto verde Prá esperança do meu coração Mês de dezembro vêm as boas-novas A roça toda já se embonecou Uma oração agradecendo a Deus Queimada: queima do mato para preparar a terra para plantar. Aceiro: limpeza do terreno em volta de onde se fará a queimada para evitar que o fogo se espalhe. Embonecou: no plantio, é quando nascem as espigas de milho. E comer o fruto que já madurou... Mês de janeiro, comer milho assado Mingau e angu no mês de fevereiro Na palha verde enrolar a pamonha E comer cuscuz [...] T. Andrade e Manuelito. Quebra de milho. Intérpretes: Renato Teixeira e Pena Branca e Xavantinho. Renato Teixeira & Pena Branca e Xavantinho: ao vivo em Tatuí. São Paulo: Sony Music, 1992. CD. Calendário representativo do plantio e colheita do milho. 22 pnld2016_his_3a.indd 22 24/07/14 18:35 1.Os versos da música “Quebra de milho” reproduzem a visão dos autores sobre como é organizado o calendário para o plantio do milho. De acordo com a letra dessa música, o que acontece em cada mês citado sobre o plantio do milho? No mês de agosto acontece a queimada; em outubro começam a brotar as mudas plantadas; em dezembro a plantação está toda crescida e pronta para ser colhida; e nos meses de janeiro e fevereiro as pessoas comem o milho e os produtos feitos com ele. 2.Quais são as comidas citadas na música? Você já comeu e gosta de alguma delas? Milho assado, mingau, angu, pamonha e cuscuz. 3.Você já viu uma plantação de milho? Desenhe no espaço abaixo como pode ficar uma paisagem de plantio de milho depois que “A roça toda sugira uma pesquisa, na internet, sobre imagens que retratem plantações já se embonecou”. OP: de milho ou leve alguma imagem como referência para os alunos. Um complemento para esta atividade é descobrir que plantio é feito no período do ano no qual estiver sendo executada esta atividade, bem como quais são os alimentos da época. 23 pnld2016_his_3a.indd 23 24/07/14 18:35 4.Reflita com seus colegas de sala sobre a influência da natureza na vida RESPONDA ORALMENTE de todos nós, apontando, por exemplo, as mudanças na forma de se vestir e outras atividades de acordo com as estações climáticas do nesta atividade o aluno pode inferir sobre a influência do tempo físico (frio, ameno, quente) ano. OP: sobre a necessidade de se agasalhar mais, brincar ao ar livre, entre outras. O registro: das horas aos séculos A criação dos calendários foi fundamental para os povos antigos, que precisavam prever e programar a plantação e a colheita conforme o período das chuvas, da estiagem, do frio e do calor, como também pela necessidade de marcar os dias, os meses, as estações do ano e os acontecimentos importantes da sua história. Assim como esses povos antigos, alguns grupos e comunidades da atualidade têm suas atividades diárias ligadas à natureza, a exemplo de camponeses, bem como vários grupos indígenas de nosso país. Muitas atividades, festas e rituais seguem um calendário determinado pelas fases da Lua e condições climáticas que marcam as épocas de calor, chuva, cheia dos rios, amadurecimento das frutas, entre outros fenômenos da natureza. No Brasil, usamos o calendário composto de 365 dias, e nos anos bissextos de 366 dias. Todos os anos, a Terra leva aproximadamente 365 dias e 6 horas para girar em torno do Sol. Desse modo, todo ano sobram 6 horas que não são contadas no calendário. Essas 6 horas somam 24 horas a cada quatro anos, ou seja, um dia a mais. Por isso, de quatro em quatro anos acrescentamos um dia no mês de fevereiro, que fica, então, com 29 dias. O ano em que isso acontece é chamado de bissexto. O calendário oficial adotado no Brasil é chamado de calendário gregoriano ou cristão, com a divisão do ano em 12 meses. Estiagem: período em que há poucas chuvas. 24 pnld2016_his_3a.indd 24 24/07/14 18:35 A contagem do tempo com o relógio Atualmente, quando queremos saber as horas, basta olharmos no relógio, não é? Com facilidade sabemos a hora de sair de casa, de comer, de voltar para casa, de dormir e de muitas outras atividades do nosso dia a dia. Mas será que foi sempre assim? Os primeiros relógios criados pelos seres humanos foram os relógios solares. Eles consistiam em um mastro fixado no solo que projetava sua sombra no chão. Essa sombra variava de tamanho e posição ao longo do dia. No entanto, esse mecanismo era um problema nos dias nublados e de chuva. Na busca por melhores meios para medir a passagem do tempo, além do relógio solar foram criados outros recursos, como o relógio de areia, chamado ampulheta, e o relógio de água, chamado clepsidra. Dmitri Kessel /Time & Life Pictures/Getty Images legenda/Shutterstock Uma ampulheta marca o tempo com a passagem da areia de um lado a outro do vidro. Na clepsidra, a marca do tempo é determinada pela passagem da água de um recipiente a outro. Esses recipientes são colocados em níveis diferentes e dentro deles há uma série de marcas que mostram quanto tempo passou. Fotografia de 1947. 25 pnld2016_his_3a.indd 25 24/07/14 18:35 Para refletir OP: nesta atividade, o aluno trabalhará noções de duração e sucessão. Aproveite esse momento para uma tarefa integrada: trabalhe também Matemática, ensinando os alunos a identificarem as horas em relógios analógicos. 1.A criação de vários mecanismos para medir a passagem do tempo nos ajuda no dia a dia para que possamos organizar as nossas tarefas e atividades. Pensando nessa organização, responda às questões a seguir: Respostas pessoais. a) Qual é o horário do início das aulas na escola onde você estuda? b) Quanto tempo dura o intervalo para o lanche? c) Escreva por extenso qual é a data do dia de hoje. d) Em que momento do dia essa data vai mudar? À meia-noite. e) Como você mede a passagem do tempo? f) Onde ficam os relógios na sua casa? Em qual deles você costuma consultar as horas? g) E quando você está na rua, como você sabe as horas? 26 pnld2016_his_3a.indd 26 24/07/14 18:35 Relógio mecânico com pêndulo. A divisão do tempo em horas marcadas por ponteiros de relógios surgiu a partir do século 14. Estima-se que os primeiros relógios portáteis surgiram por volta do século 16 e possuíam apenas o ponteiro de horas. Somente no século 18 surgiram os primeiros relógios que permitiam a marcação de minutos. jakkapan/Shutteerstock prudkov/Shutterstock Os primeiros relógios mecânicos funcionavam com pesos que moviam engrenagens e tocavam uma campainha em intervalos regulares. Relógio portátil de bolso. Portátil: aquilo que se pode transportar consigo. Aprender fazendo 1.Vamos construir uma ampulheta de garrafas PET? Materiais necessários: ••2 garrafas de plástico, iguais, pequenas e transparentes (garrafas de água, por exemplo); ••1 funil; ••1 peneira; ••areia; ••fita isolante preta ou fita crepe. Materiais necessários para o trabalho. 27 pnld2016_his_3a.indd 27 24/07/14 18:35 Como fazer: ••lave e seque as garrafas; ••separe a areia e deixe-a secar por 24 horas; ••depois de seca, peneire a areia até ficar bem fina; ••com um funil, despeje a areia em uma das garrafas; ••peça para o professor fazer um furo pequeno nas tampas das garrafas; OP: leve para a sala de aula um prego grande ou instrumento similar para fazer os furos. É necessária atenção redobrada ao utilizar instrumentos perfurocortantes em sala de aula. ••junte as garrafas, encaixando-as pela tampa, e deixe os furos bem alinhados; ••com a fita isolante ou crepe, fixe as duas garrafas, uma na outra; ••reforce a emenda para que as garrafas não se soltem. Está pronta a ampulheta! 2.Vamos colocá-la para funcionar? ••Marque a hora em uma folha de papel e vire a ampulheta. ••Acompanhe a passagem da areia e marque quanto tempo demorou para toda a areia passar de uma garrafa para a outra. ••Em seguida, determine uma atividade que você executará, como, por exemplo, fazer a lição de casa. Calcule o tempo gasto nessa atividade, utilizando a ampulheta. ••Agora que já construiu a sua ampulheta e marcou o tempo da lição, escreva no caderno sua impressão sobre como foi contar o tempo com esse instrumento. Ampulheta montada. 28 pnld2016_his_3a.indd 28 24/07/14 18:35 Outras medidas de tempo Você lembra quando seu sapato ficou apertado no seu pé ou quando a sua roupa não servia mais em você? Essa também é uma maneira de verificar a passagem do tempo, não com um calendário, mas por fatos que ocorrem em nossas vidas, como pelas mudanças no corpo, principalmente na fase em que ainda estamos crescendo. Também podemos constatar a passagem do tempo em situações como quando esperamos ficar pronto um bolo que desejamos comer. Nessa situação podemos ficar ansiosos, pois o tempo parece demorar a passar. Por outro lado, quando você está no recreio da escola ou quando está fazendo uma atividade muito divertida, pode muitas vezes achar que o tempo passou muito rapidamente, não é? Na abertura do Capítulo 1, no texto de Marcelo Gleiser, é possível ler “Em cem anos nós redefinimos a vida na sociedade [...] E o próximo século?”. Nessa leitura, é possível identificar o uso de uma medida de tempo maior do que horas e minutos. Como nesse caso, muitas vezes, para localizar um determinado acontecimento, precisamos utilizar medidas maiores para registrar o tempo, como décadas (períodos de dez anos), séculos (períodos de cem anos) e milênios (períodos de mil anos). Você sabia? OP: a opção, nesta coleção, é trabalhar os séculos com numerais arábicos. Mais informações no MP. Os séculos algumas vezes são escritos com numerais romanos. Acompanhe a seguir como são escritos os números romanos até 21. Estamos vivendo no século XXI (21) (2001 a 2100). É fundamental observar que um século começa em um ano com final 01 e termina em um ano com final 00. Por exemplo, o século XX (20) começou em 1901 e terminou em 2000, e o século XXI (21) começou em 2001 e terminará em 2100. Veja como é possível saber a que século pertence determinada data. Existem duas regras para isso. Observe: ••Se o ano termina em dois zeros, basta retirá-los do final e tem-se o número que corresponde ao século: ano 600 6 século VI (6) 18 século XVIII (18) ano 1800 29 pnld2016_his_3a.indd 29 24/07/14 18:35 ••Se o ano não termina em dois zeros, tiram-se os dois últimos algarismos, soma-se 1 ao número que resta e tem-se o número que corresponde ao século: 423 1728 2001 423 1728 2001 4+1=5 17 + 1 = 18 20 + 1 = 21 século V (5) século XVIII (18) século XXI (21) Os algarismos romanos também são utilizados na escrita de alguns nomes, acontecimentos e títulos repetidos periodicamente (como no nome de alguns papas e monarcas, a exemplo de João Paulo II e D. Pedro II; ou no nome de eventos, como X Jogos Olímpicos de verão). Outro uso comum dos algarismos romanos é na numeração dos relógios. Pesquisando e aprendendo mais OP: lembre-se sempre de fazer uma referência ao século que estará trabalhando e faça com que os alunos reconheçam quais os anos que fazem parte desse século. 1.Depois de ter estudado sobre como identificamos os séculos por meio de números, responda utilizando algarismos romanos a que século pertencem as datas a seguir: 1233 1778 266 999 1891 1500 1001 XIII XVIII III X XIX XV XI 2.Tendo como referência a medida do tempo em séculos, responda a seguir: a) Em que século estamos? XXI (21) b) Quando vai começar o próximo século? No ano 2101. 3.Pesquise sobre um acontecimento histórico que tenha ocorrido no século 21 ligado à tecnologia e reflita como esse fato pode ter influenciado a vida das pessoas. Anote sua resposta a seguir. OP: auxilie os alunos na pesquisa sobre avanços tecnológicos dos últimos anos, como impressora em 3D, salas de projeção IMAX, smartphones, máquinas para exames médicos, entre outros. 30 pnld2016_his_3a.indd 30 24/07/14 18:35 4.Como você estudou neste capítulo, um século é um período de 100 anos. O século I começou no ano 1 e terminou no ano 100. Agora, escreva o ano de início e fim de cada um dos séculos a seguir: II V X XIV XV XX XXI 101 - 200 401 - 500 901 - 1000 1301 - 1400 1401 - 1500 1901 - 2000 2001 - 2100 Para refletir 1.Os ditos populares ou provérbios são frases breves e anônimas, passadas de geração a geração. São conselhos ou ensinamentos baseados no conhecimento popular que as pessoas utilizam no cotidiano. São vários os ditos e expressões e eles traduzem muito da diversidade cultural dos grupos humanos. a) Veja a seguir alguns deles. ••“Antes tarde do que nunca”. OP: estimule os alunos a dialogarem sobre as noções de tempo presentes nos ditos populares. ••“Devagar se vai ao longe, devagar eu chego lá”. ••“A quem sabe esperar, o tempo abre as portas”. ••“Tempo e maré não esperam por ninguém”. ••“Pode esperar sentado”. ••“Correndo contra o relógio”. b)Em grupo, converse com seus colegas sobre o significado de RESPONDA ORALMENTE cada um dos ditos. Geração: conjunto de pessoas com mais ou menos a mesma idade. 31 pnld2016_his_3a.indd 31 24/07/14 18:35 c)Em seguida, escolha um deles, anote nas linhas abaixo o seu significado e o motivo pelo qual o escolheu. Pesquisando e aprendendo mais Você já parou para pensar se conhece pessoas que nasceram no século passado? 1.Faça uma entrevista com alguém que nasceu no século 20 e pergunte qual invenção ela acha que marcou esse século. Registre aqui: a) O nome da pessoa b) O ano em que ela nasceu c) A invenção que considera importante e por quê 32 pnld2016_his_3a.indd 32 24/07/14 18:35 2.E você, em qual século nasceu? Qual invenção desse século você considera importante? 3.Em sala de aula e com ajuda do professor, organizem uma tabela, como a do exemplo abaixo. Registrem na primeira coluna as invenções citadas na entrevista, na segunda coluna, por meio de pesquisas, anotem se essas invenções sofreram transformações ao longo dos anos e na terceira coluna como elas são hoje. Invenções Modificações Atualmente OP: esta pesquisa pode ser desenvolvida ao longo do mês e os registros sobre as mudanças podem durar um período maior. Algumas dessas mudanças podem ocorrer ao longo do ano letivo. 1.Após o estudo sobre a passagem do tempo e suas formas de medição, RESPONDA NO CADERNO como o relógio, o calendário e a observação da natureza, chegou a sua vez de escrever sobre a passagem do tempo contando sua história. Com auxílio do professor, organize no seu caderno um calendário e a cada mês registre um acontecimento importante. 33 pnld2016_his_3a.indd 33 24/07/14 18:35 UNIDADE 2 Um tempo para cada coisa, cada coisa no seu tempo Nossa! Olha só quanta gente brincando! Dá vontade de brincar também. 34 pnld2016_his_3a.indd 34 24/07/14 18:35 OP: observe atentamente o quadro Jogos infantis, de Pieter Bruegel, com os alunos e explique que nele foram representadas 84 atividades ligadas a várias brincadeiras e que algumas ainda existem na atualidade, como o jogo de guerra, galinha-cega, maria-cadeira, entre outras. Você olhou com atenção? Eu achei algumas brincadeiras que conheço! Você achou alguma? Pieter Bruegel. Brincadeiras infantis. 1560. Óleo sobre madeira, 118 cm x 161 cm. Museu de História da Arte de Viena (Áustria). 35 pnld2016_his_3a.indd 35 24/07/14 18:35 Capítulo 1 - Um tempo para ser criança. Sempre foi assim? Para começo de conversa... Ser criança Por não saber como é para ser, deixar que seja como for. Compreender formiga. Admirar ferrolho. Não ter regra para achar. Não ter razão para perder. Duvidar de tudo. Duvidar de nada. Ter um monte de “a primeira vez” para gastar. Admitir contradição. Não economizar “por que não?”. Dar importância a lápis. Se extasiar com tampas. Ter uma vida para inventar. Ser criança. Folha de S.Paulo, São Paulo, 9 out. 2010. Suplemento Folhinha. Ferrolho: tranca de ferro com que se fecham portas e janelas. Contradição: desacordo. Extasiar: encantar. Garoto brincando no chão. 36 pnld2016_his_3a.indd 36 24/07/14 18:35 OP: tendo em vista a leitura do texto e as respostas às questões, peça que os alunos falem sobre as suas respostas para o grupo, propiciando, assim, uma reflexão que vai ajudá-los a explicar o que pensam sobre ser uma criança. 1.O texto que abre o capítulo aborda algumas características que a autora, Adriana Falcão, entende como típicas das crianças. Leia-o Nestas atividades os alunos podem soltar a imaginação, tendo como novamente e responda: referências os aspectos citados pela autora do texto. Ajude os alunos no resgate dessas memórias. a) Na sua opinião, o que quer dizer: “Compreender formiga. Admirar ferrolho”? OP: espera-se que os alunos reflitam sobre o que, de acordo com a autora, intriga as crianças. b) Cite quais as outras características infantis a autora descreve no texto. Você concorda com ela? OP: algumas possíveis respostas são a curiosidade, as descobertas, a capacidade de mudar de ideia, entre outras. 2.Observe a ilustração que está junto ao texto Ser criança, de Adriana RESPONDA ORALMENTE Falcão, e explique oralmente o que representa, na sua opinião, o grande sinal de interrogação desenhado acima da cabeça do menino. 3.Escreva a seguir o que você diria para explicar o que é ser criança. OP: ser criança é viver de maneira única, com as características próprias dessa fase. Todas as crianças precisam de cuidados e têm direito de brincar e estudar, mesmo que vivam de formas diferentes e tenham histórias de vida diversas. 37 pnld2016_his_3a.indd 37 24/07/14 18:35 Ser criança A infância é um período cheio de descobertas. É nessa fase que as pessoas aprendem a andar e a falar. Ainda na infância, mas um pouquinho mais velhas, as pessoas começam a ter dúvidas sobre tudo, a fazer muitas perguntas e ter muitos sonhos e planos para o futuro, que podem ser distantes ou mesmo para amanhã. É, também, quando aprendem a conviver com os outros. Essa convivência pode acontecer em lugares diversos, como em casa, com os familiares, ou no bairro em que vivem, com os vizinhos, na escola com os colegas, entre outros espaços. E a convivência pode ocorrer por meio das mais diversas atividades, entre as quais, por meio das brincadeiras. Muitas brincadeiras da infância são brincadas com outras crianças, não é mesmo? Pesquisando e aprendendo mais 1.Após a leitura do texto “Ser criança”, de Adriana Falcão, e do seu trabalho de interpretação das questões propostas, organize algumas perguntas para pesquisar com os adultos do seu convívio ENTREVISTA sobre como eram as atividades e brincadeiras típicas no tempo de criança deles. Anote o que descobriu em seu caderno. OP: no quadro de giz construa um quadro com duas colunas. Na primeira coluna – Como era ser criança antigamente, na segunda coluna – Como é ser criança na atualidade. Vá registrando nas 2.Na escola, em grupo e sob a orientação do professor, converse RESPONDA ORALMENTE sobre a sua pesquisa com os demais colegas. Depois, montem juntos um quadro comparativo sobre o que mudou e o que permaneceu na forma de ser criança, antes e na atualidade. colunas as respostas que cada aluno for falando e ao final leia as respostas de cada um, estimulando a análise das mudanças ocorridas. 3.Após a conversa, escreva com outro colega algumas conclusões RESPONDA NO CADERNO sobre o que mudou e o que vocês acham que permaneceu na forma de ser das crianças, algum tempo atrás e na atualidade. 38 pnld2016_his_3a.indd 38 24/07/14 18:35 Tempo para tudo Na vida da maioria das pessoas, há um tempo para cada coisa. Há um tempo para ser criança, outro para ser adolescente, e assim por diante. A letra da canção “Vovô” permite refletirmos sobre isso. Leia a seguir. Vovô Quando eu vejo meu vovô Que é pai do meu papai Penso que há um tempo atrás Ele era o que eu sou Agora sou criança E o vovô também já foi A vida é uma balança Ontem, hoje e depois Amanhã talvez quem sabe Eu serei um outro avô E o filho do meu filho Será o que hoje eu sou Ontem, hoje e depois [...] Paulo Tatit e Sandra Peres. Vovô. Intérprete: Palavra Cantada. Pé com pé. São Paulo: MCD, 2004. CD. OP: no terceiro verso há um erro no uso da norma culta da Língua Portuguesa. Aproveite para comentar com os alunos que esse erro pode se tratar de uma “licença poética”, pois se não houvesse o “atrás” a musicalidade poderia ser prejudicada. Ilustração de garoto andando em direção a um balanço, brincando e quando sai, já é um adulto. 39 pnld2016_his_3a.indd 39 24/07/14 18:35 Para refletir OP: estimule os alunos a pensarem sobre as responsabilidades de cada uma das fases da vida. 1.Após ler a letra da canção, reflita sobre as fases da vida expressas RESPONDA ORALMENTE nela. Converse com os colegas sobre quais são as diferentes fases e quais vocês acham que são as responsabilidades das pessoas em cada uma delas. Fernando Favoretto/Criar Imagem Quando pensamos em crianças, podemos lembrar de muitas brincadeiras e descobertas. Brincar é fundamental para o desenvolvimento das crianças. Ao brincar a criança se diverte. Não existe brinquedo ideal para meninos e meninas. O melhor é aquele que diverte e, ao mesmo tempo, trabalha com aprendizados, como a linguagem, a cooperação, entre outros. MB Acervo Particular MB Crianças pulando corda. São Paulo (SP), 2014. Menina fotografada em estúdio, em 1936, para álbum de família. Menina brincando de lavar a boneca. Camboriú (SC), 1985. 40 pnld2016_his_3a.indd 40 24/07/14 18:36 michaeljung/Shutterstock Já a adolescência é a fase da vida que marca a transição entre a infância e a idade adulta e normalmente é marcada por mudanças físicas e na forma de se relacionar com as outras pessoas. Quatro jovens na fase da adolescência. Você sabia? O Estatuto da Criança e do Adolescente, denominado ECA, é um documento que trata do universo mais específico vinculado ao tratamento social e legal que deve ser oferecido às crianças e adolescentes de nosso país. Decretado pelo Congresso Nacional, o ECA entrou em vigor em 12 de outubro de 1990. Entre seus artigos, podemos destacar uma das disposições que reconhece a criança e o adolescente como sujeitos de direitos: Art. 3o A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. Brasil. Estatuto da criança e do adolescente: Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, Lei no 8.242, de 12 de outubro de 1991. 3 ed. Brasília: Câmara dos Deputados/Coordenação de Publicações, 2001. Decretado: ordenar a publicação de uma lei ou decreto; determinar; mandar; ordenar. 41 pnld2016_his_3a.indd 41 24/07/14 18:36 Idoso pensando. Em média, uma em cada dez pessoas no Brasil é idosa. Fernando Favoretto/Criar Imagem © Yuri Arcurs/Fotolia.com À medida que crescemos e nos tornamos adultos, crescem também as nossas responsabilidades. São muitas as novas preocupações, que podem ser ligadas ao trabalho, ao cuidado com os filhos, à busca de formação, entre outras. Atualmente, existe um número significativo de pessoas idosas. De acordo com o Censo 2010, o número de idosos chegou a 7,4% da população brasileira; em 1991, era de apenas 4,8%. Esse aumento exige a criação e o desenvolvimento por parte dos governos de meios para garantir a qualidade de vida, a assistência médica e a inclusão dessas pessoas em todos os setores da sociedade. Muitas vezes, os idosos têm seus direitos ameaçados tanto do ponto de vista físico como psicológico, sendo fundamental que sejam criados meios para garantir o respeito às pessoas idosas. Em alguns casos acontece até de muitas famílias fazerem uso da aposentadoria de um idoso para complementar ou mesmo garantir a sobrevivência delas. Senhora idosa sendo ajudada por uma jovem. São Paulo (SP), 2013. A forma como os grupos humanos tratam as pessoas idosas varia bastante de acordo com a cultura em que estão inseridos. Por exemplo: em muitos casos, os idosos são vistos como um símbolo de sabedoria devido às experiências vividas, e por isso são os mais respeitados, enquanto em outros grupos os idosos podem ser tratados com indiferença e descuido. 42 pnld2016_his_3a.indd 42 24/07/14 18:36 O Estatuto do Idoso busca assegurar alguns direitos fundamentais para garantir a dignidade humana às pessoas nessa fase da vida. Entre os seus artigos, podemos destacar: TÍTULO I Disposições Preliminares Art. 1o É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. Art. 2o O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade. Art. 3o É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. Brasil. Estatuto do Idoso: Lei federal no 10.741, de 1o de outubro de 2003. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.741.htm>. Acesso em: 22 abr. 2014. O Estatuto do Idoso é um instrumento essencial para garantir o respeito aos idosos. Na atualidade, boa parte das pessoas idosas no Brasil tomam decisões importantes dentro da vida em família, sendo muito participativas e, portanto, muito ativas. Ao observarmos algumas posturas das pessoas idosas na atualidade podemos perceber importantes mudanças culturais quanto aos hábitos e práticas, bem como quanto às mudanças físicas que se associam ao processo de envelhecimento. OP: mais informações no MP. 43 pnld2016_his_3a.indd 43 24/07/14 18:36 Para refletir 1.Observe as crianças retratadas nas imagens da página 40 e, em seguida, responda às questões: a) O que as crianças estão fazendo? Na primeira fotografia elas estão brincando em uma quadra esportiva. Nas duas seguintes cada menina está com uma boneca. b) Existe diferença no modo de vestir das crianças retratadas? As duas meninas com as bonecas estão de vestido e calçadas, contudo, a da foto de 1936 está vestida especialmente para a foto, com sapatos e vestido de flores, enquanto a que está dando banho na boneca parece estar mais à vontade. As crianças que brincam em uma quadra de esporte estão com calçados e roupas adequadas para brincarem. 2.Forme uma equipe com três colegas e juntos organizem um texto analisando os princípios apresentados nos artigos 1o, 2o e 3o do Estatuto do Idoso. OP: os textos devem abordar quais são esses princípios, quais os direitos garantidos e por quem eles são garantidos. 44 pnld2016_his_3a.indd 44 24/07/14 18:36 Pesquisando e aprendendo mais 1.Forme dupla com um colega e juntos preparem uma entrevista com quatro pessoas idosas do convívio de vocês. Procurem saber ENTREVISTA a opinião delas sobre alguns assuntos que envolvem a forma como elas percebem essa fase da vida utilizando as perguntas a seguir. a) Na sua opinião, os idosos em nossa sociedade são valorizados, desvalorizados ou privilegiados? Explique. b) Quais são as principais mudanças físicas e emocionais que normalmente acontecem nessa fase da vida e como você busca resolver essas questões? c) Como você aproveita o tempo? Você pratica algum esporte? Possui um lazer? d) E com relação aos acontecimentos a sua volta, você procura manter-se atualizado com as novidades do dia a dia? Como? e) Na sua opinião, houve mudanças na forma como era a vida dos idosos há alguns anos e como acontece na atualidade? 2.Após as entrevistas, a dupla pode montar um exposição para os colegas de sala, destacando as principais conclusões sobre as questões levantadas pelos entrevistados. Registre-as aqui. OP: algumas possíveis respostas coletadas pelos alunos podem ser encontradas no MP. 45 pnld2016_his_3a.indd 45 24/07/14 18:36 A exploração do trabalho infantil Leia os versos do poema a seguir e reflita sobre a mensagem que ele transmite. 1 é 5 3 é 10! Desce o morro todo dia, é preciso trabalhar. Na rua, no mercado, onde o trabalho pintar! – Um é cinco, treis é dez – repete um monte de vez. E o preço sai parecido com a cara do freguês. Na esquina, não se aperta, trabalhando de engraxate. Já tem freguesia certa, porque engraxa com arte. Corre daqui e dali, ganha um trocado suado. Mas apesar do batente está sempre sorridente. Domingo é só de brincar. E igual a toda criança, ele carrega a esperança de que tudo vai mudar. No sinal, revende atento as ofertas do momento. Se faz frio, vende luva; quando chove, guarda-chuva. [...] Santuza Abras. 1 é 5, 3 é 10! 11 ed. Belo Horizonte: Formato Editorial, 2005, p. 12. Engraxate: pessoa que trabalha lustrando calçados e peças de couro em geral. Freguesia: conjunto de pessoas que frequentam, sempre ou às vezes, um estabelecimento comercial; pessoas que utilizam um mesmo bem ou serviço profissional. Freguês: pessoa que tem por costume fazer compras ou usar os serviços do mesmo estabelecimento; consumidor; comprador. 46 pnld2016_his_3a.indd 46 24/07/14 18:36 Para refletir 1.Qual é o tema desse poema? O poema fala de uma criança que trabalha como vendedor e engraxate. 2.Na sua opinião, como a criança pode se sentir criança ao ter que trabalhar? OP: oriente a reflexão, resgatando a discussão sobre quais as responsabilidades que as pessoas têm em cada fase de vida, pontuando que crianças não podem trabalhar. 3.Quando se lê no poema que “um é cinco, ‘treis’ é dez”, está se falando sobre o quê? É uma propaganda e uma promoção, pois o valor real de três seria R$ 15,00. Brincar é importante para o desenvolvimento de todas as crianças, assim como frequentar a escola é um de seus direitos. Muitas crianças nem sempre podem frequentar a escola ou brincar livremente como desejam. Na história da humanidade, em vários momentos e lugares, as crianças executaram tarefas e trabalhos de acordo com a sociedade em que viviam. A exploração da mão de obra infantil se faz presente na História do Brasil desde o início da colonização e está na realidade nacional até os dias atuais. Colonização: a partir de 1500 os europeus, principalmente os portugueses, iniciaram a ocupação e o povoamento do Brasil. 47 pnld2016_his_3a.indd 47 24/07/14 18:36 Christiano Junior Pacheco Na época em que existia a escravidão dos africanos no Brasil, as crianças, filhas de escravos, tinham que aprender desde cedo a servir e a obedecer ao senhor, dono das fazendas e dos escravos, e após os 14 anos já trabalhavam como adultos, por vezes em funções agrícolas, em outros casos desenvolvendo atividades nas cidades, como a venda de produtos, como pode-se ver na fotografia abaixo. OP: resgate no MP as orientações sobre a análise de fotografias como documentos históricos. Christiano Júnior. Escrava vendedora de frutas. c. 1865. Albúmen e cartão de visita. Museu Imperial, Petrópolis (RJ). Mais tarde, no início do século 20, quando a escravidão já havia sido legalmente proibida e com o surgimento das primeiras indústrias, principalmente no estado de São Paulo, os donos das fábricas passaram a utilizar o trabalho de crianças de dez anos de idade ou menos, pois assim podiam pagar menores salários que aqueles pagos aos adultos. A história das crianças operárias é muito triste, pois elas eram exploradas e sofriam inúmeros acidentes, como queimaduras, perdas parciais de mãos ou braço e, por vezes, até morriam. 48 pnld2016_his_3a.indd 48 24/07/14 18:36 Acervo Iconographia Oficina de latoeiros. Rio de Janeiro (RJ), 1908. Nesse período havia também o costume de empregar as crianças como vendedores ambulantes, engraxates ou jornaleiros. Alexandre Tokitaka/Pulsar Imagens A imagem acima apresenta uma oficina de latoeiros, na qual é possível visualizar crianças trabalhando. Um recurso utilizado nas fábricas era o de adaptar parte das máquinas ao tamanho das crianças trabalhadoras, como nessa oficina de latoeiro. Na atualidade, podemos dizer que o trabalho infantil é aquele realizado por crianças e adolescentes que estão abaixo da idade mínima determinada pela Constituição Federal de 1988, que é de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos. Menino engraxate caminhando na Rua dos Pinheiros na zona oeste da cidade de São Paulo (SP), 2007. 49 pnld2016_his_3a.indd 49 24/07/14 18:36 Alexandre Tokitaka/Pulsar Imagens Um dos motivos que determinam a existência do trabalho infantil em nosso país é a necessidade das crianças ajudarem na complementação da renda familiar. Para ajudar, desde cedo crianças realizam vários tipos de trabalho, como engraxar sapatos, fazer vendas ou malabarismos nos semáforos, entre outros. Menino trabalhando como malabarista em semáforo. São Paulo (SP), 2011. Você sabia? O Estatuto da Criança e do Adolescente proíbe, em seu artigo 60, o trabalho infantil: “É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz”. O aprendiz é aquela pessoa que está aprendendo um ofício, ou seja, o adolescente, a partir de 14 anos, só pode trabalhar para aprender uma profissão. Desse modo, ele não pode sofrer, no ambiente de trabalho, as mesmas cobranças que são feitas aos adultos. O objetivo do trabalho do adolescente é aprender coisas que vão ser úteis, no futuro, à sua vida profissional. 50 pnld2016_his_3a.indd 50 24/07/14 18:36 Para refletir OP: contextualize as imagens com os alunos, destacando que as atividades e ambientes retratados são inadequados e nocivos às crianças e também aos adultos. 1.Após observar as imagens do capítulo, que retratam uma criança escrava no século 19, crianças trabalhando em uma indústria no século 20 e uma criança trabalhando atualmente, destaque algumas características sobre o trabalho que estão executando e sobre o ambiente em que elas se encontram. Os ambientes de trabalho, com exceção da primeira imagem, são muito perigosos para as crianças. OP: a abordagem deste tema é muito importante para os alunos perceberem as dificuldades pelas quais passam muitas crianças, que são obrigadas a trabalhar para ajudar no sustento da família, e também os reflexos no futuro dessas crianças, bem como sobre a importância delas frequentarem a escola. 1.Após observar as imagens e analisar os textos do capítulo, faça uma RESPONDA NO CADERNO pesquisa e colete dados sobre o trabalho infantil no Brasil na atualidade. Compare os dados colhidos na pesquisa com o artigo 60 do ECA: “É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz”. Depois, escreva um texto relatando esse problema social. OP: oriente os alunos a observarem que as crianças que trabalham deixam de ter seus direitos preservados e que essa realidade marcou os séculos 19 e 20, sendo ainda presente no século 21. 51 pnld2016_his_3a.indd 51 24/07/14 18:36 Capítulo 2 - Brincadeiras de todos nós Para começo de conversa... Os amigos eram amigos de rua [...], a rua era bastante movimentada, em termos de criança; nós éramos assim, meninos e meninas, tínhamos, assim, um equilíbrio de meninos e meninas, e era uma turma bastante grande. [...] Naquela época, a gente brincava bastante na rua e nos quintais das casas [...] nós defendíamos a rua em que morávamos com unhas e dentes, para que ninguém nos vencesse, na verdade. Era uma coisa séria. Rogério Chaves Pinheiro. Mudanças e invenções dos jogos e brincadeiras: uma cultura lúdica. In: Maria Tereza Brittes Lemos (Org.). Fronteiras rompidas: multiculturalismo na América Latina. Rio de Janeiro: UERJ/Cesla, 2003, p. 222. Crianças brincando. 52 pnld2016_his_3a.indd 52 24/07/14 18:36 1.Observe a ilustração da abertura do capítulo e responda: a) Do que será que as crianças estão brincando? As crianças brincam de bola, de carrinho, com um urso de pelúcia e avião. b) Você acha que elas estão se divertindo? Por quê? Respostas pessoais. RESPONDA NO CADERNO c) Após reler o depoimento que abre este capítulo, converse com seus colegas sobre como o autor descreve a rua da sua infância e sobre como era a sua turma. Em seguida, escreva no caderno o que você acha que ele quis dizer com “Era uma coisa séria”. Brincadeira é coisa séria As crianças, sempre que podem, passam seus momentos se divertindo; buscam ocupar o tempo livre exercitando a criatividade. Quem não gosta de brincar? Brincar de boneca, de jogar bola, de jogos eletrônicos... Ao longo da história, as pessoas criaram diferentes brincadeiras e brinquedos para se divertir. Crianças jogando video game. Monkey Business Images/Shutterstock Fernando Favoretto/Criar Imagem Quando você conversa com seus pais, avós ou outras pessoas de seu convívio e ouve histórias de como eram as brincadeiras antigas, percebe que conhece muitas delas, não é? Crianças correndo ao ar livre. 53 pnld2016_his_3a.indd 53 24/07/14 18:36 Essas brincadeiras variam conforme a região, a época em que são praticadas e os costumes de cada lugar. Os tipos de brincadeiras retratam parte da cultura de diversas sociedades. Pesquisando e aprendendo mais 1.Após ler e refletir sobre o depoimento da abertura do capítulo, vamos agora fazer uma entrevista. ENTREVISTA a) Escolha duas pessoas adultas com idades diferentes, por exemplo, entre 18 e 30 anos e com mais de 50 anos, e pergunte como elas brincavam na infância e com quem oriente para que em cada coluna os alunos aprenderam a brincadeira citada. OP: escrevam as brincadeiras relativas a cada uma das idades pesquisadas. b) Anote na primeira coluna da tabela as três ou quatro brincadeiras citadas. Na segunda coluna faça uma pequena descrição delas. Na última coluna, anote se você e seus amigos costumam fazer essas brincadeiras. Respostas pessoais. Para refletir 1.Junto com dois colegas de sala, comparem os dados obtidos na RESPONDA ORALMENTE seção “Pesquisando e aprendendo mais” e analisem se os entrevistados falaram das mesmas brincadeiras. Depois, comparem quais brincadeiras apontadas pelos adultos ainda permanecem na prática das crianças e quais são novas. 2.De acordo com os dados da pesquisa, é possível afirmar que ao longo dos anos algumas brincadeiras foram mantidas? Você considera que o modo de brincar pode ser uma herança cultural? 54 pnld2016_his_3a.indd 54 24/07/14 18:36 Aprender fazendo 1.Aproveite as respostas das entrevistas realizadas na atividade anterior e junto com toda a turma, sob a orientação do professor, organize com os colegas um álbum de brincadeiras. Para isso, siga os seguintes passos. a)Listem no quadro todas as brincadeiras que apareceram, colocando juntas aquelas que apenas mudam de nome, mas que se brincam da mesma forma. b)Separem grupos para trabalhar com cada uma das brincadeiras. c)Cada grupo deve, em uma folha avulsa, colocar o nome (ou nomes da brincadeira), explicar como ela funciona e fazer um desenho ou se a forma de brincar no passado é muito utilizar um recorte para ilustrá-la. OP: diferente da forma atual, o grupo deve destacar isso na explicação, fazendo, portanto, mais de um desenho. d)Ao final, com auxílio do professor, juntem todas as folhas e organizem o álbum, escolhendo a forma de classificação. Por exemplo: primeiro as antigas; intercalando uma antiga e outra da atualidade; organizando-as pelo nome etc. OP: explique aos alunos que após a confecção do álbum, este pode ser complementado aos poucos com novas brincadeiras que os alunos possam descobrir. Brincadeiras indígenas Entre as inúmeras tribos indígenas existentes no Brasil, é comum que adultos e crianças brinquem, dancem e joguem. Veja o que diz o texto a seguir sobre os direitos e a liberdade das crianças do povo indígena pataxó: A criança pataxó tem liberdade para fazer o que quer, mas também tem o direito de respeitar suas culturas e costumes para quando crescer não esquecer. Cada família ensina à criança seus costumes, a respeitar a tradição e os mais velhos, como fazer um recado e como cultivar a terra. As crianças maiores já sabem como plantar uma roça, fazer uma caça ou uma pescaria, dançar e pintar, fazer o artesanato e cuidar do irmãozinho. Elas têm o direito de 55 pnld2016_his_3a.indd 55 24/07/14 18:36 ajudar os pais, cultivar os costumes, aprender a dançar, pintar, tecer o artesanato, falar a língua indígena, estudar. Têm liberdade para brincar, tomar banho nas cachoeiras, ir nas casas dos primos, jogar bola, caçar ou pescar com o pai. Nossas crianças são muito saudáveis porque vivem como querem na terra, sabendo como tratá-la e usá-la. Renato Soares/Pulsar imagens Angthichay Pataxó e outros. O povo pataxó e suas histórias. 4 ed. São Paulo: Global, 2000, p. 39. Apesar das comunidades indígenas serem muito diferentes umas das outras, na maioria delas predominam as brincadeiras praticadas ao ar livre, nos rios e no campo. Os brinquedos são feitos de materiais retirados da natureza. Muitas dessas atividades, como atirar flechas com arco, imitar animais, pescar e produzir artesanato são comportamentos que imitam as atitudes dos adultos e buscam desenvolver várias habilidades. Mas as crianças indígenas têm muitas outras brincadeiras. O jogo de peteca, por exemplo, é uma das mais apreciadas por elas. Vania Delpoio/Folhapress Crianças da etnia calapalo brincam no lago fazendo bolhas de sabão. Aldeia Aiha. Querência (MT), 2009. Peteca feita com penas e palha de milho. 56 pnld2016_his_3a.indd 56 24/07/14 18:36 O jogo de fios, também conhecido como cama de gato, praticado entre os indígenas, está presente até hoje entre os jogos tradicionais infantis no Brasil. Crianças brincando de cama de gato. Você sabia? Entre os indígenas bororos, que habitam principalmente o estado do Mato Grosso, é comum a prática do “jogo da onça e do cachorro”. Esse jogo consiste em riscar um tabuleiro no chão, parecido com o de xadrez, e cada jogador fica com 15 pedras. O jogador com a onça inicia a partida. O outro jogador ficará com os cachorros, que devem acuar a onça, cercando-a por todos os lados. Vale andar uma casa de cada vez, em todas as direções, parecido ao jogo de damas. Ganha o jogo quem capturar mais peças. OP: mais informações sobre essa brincadeira no MP. Outras brincadeiras, cantigas e jogos Os piões, feitos de argila e com as bordas enfeitadas com desenhos que reproduziam formas humanas e de animais, eram usados na Babilônia há cerca de 3 mil anos. gosphotodesign/Shutterstock Diferentes povos contribuíram para a formação da cultura brasileira. No que toca às brincadeiras, como vimos nas páginas anteriores, é possível identificar algumas contribuições dos indígenas, mas não foram só eles que contribuíram com elas. Muitos brinquedos que conhecemos na atualidade, como as bolinhas de gude, os chocalhos, o jogo da velha, dominó, os cata-ventos e as pipas eram usados por diferentes povos, em vários lugares, há mais de mil anos. Existem registros do uso das bolinhas de gude, por exemplo, no Egito antigo (registros datados de 3 mil a.C.). Pião de madeira. 57 pnld2016_his_3a.indd 57 24/07/14 18:36 Bolas de gude. Winiki/Shutterstock © Sean Gladwell/Fotolia.com Ainda hoje esses objetos, como os que estão representados aqui, fazem parte das brincadeiras infantis. Jogo de dominó que conhecemos atualmente. Alguns brinquedos ou certas formas de brincar são universais, como a boneca, o pião e a bola, e foram transmitidos de geração em geração. A amarelinha é basicamente jogada da mesma forma como foi criada na Grécia, na Antiguidade. As bonecas, inicialmente, eram de pano ou de barro e foram sendo transformadas com o passar do tempo. Os carrinhos de brinquedo apareceram ao mesmo tempo que os primeiros carros, no início do século 20. Depois de 1950, a indústria de brinquedos cresceu bastante, passando a produzir uma diversidade cada vez maior de jogos e brinquedos. Diferentes povos contribuíram para a formação da cultura brasileira. Os indígenas deixaram sua contribuição com algumas brincadeiras, assim como os africanos e outros grupos que passaram a viver no Brasil. Stockbyte/Getty Images As primeiras bonecas de plástico surgiram em 1940. Com o desenvolvimento tecnológico, alguns modelos chegam a simular ou reproduzir ações humanas, como falar e cantar. Bonecas de porcelana, hoje raras, eram comuns antes dos anos 1950. 58 pnld2016_his_3a.indd 58 24/07/14 18:36 Lendas, como as do bicho-papão e do saci-pererê, além de danças de roda e jogos, como a caça ao tesouro e jogos de tabuleiro, estão entre essas contribuições. Uma brincadeira de origem africana é o mamba, uma espécie de pega-pega. Mamba é o nome de uma cobra e do pegador do jogo. As crianças que são pegas passam a fazer parte do corpo da cobra, como um trenzinho. A brincadeira acaba quando todos forem pegos. As cantigas de roda, que retratam diversas situações típicas da cultura popular, normalmente são resultantes da mistura de várias culturas e têm variações locais, dependendo das influências que cada área recebeu, interferindo fortemente no universo infantil. Os gestos e movimentos que acompanham a execução de cantigas e músicas infantis, como dar as mãos em um círculo, ouvir, cantar, tocar, incentivam o relacionamento entre as crianças. Nas cantigas de roda, ao cantar músicas, as crianças ajudam a preservar as tradições do lugar onde vivem. Para refletir 1.Apesar da grande diversidade existente entre os grupos indígenas no Brasil, há uma similaridade na forma de brincar. Os brinquedos são feitos de materiais retirados da floresta. Muitas atividades praticadas pelas crianças, como atirar com arco e flecha, imitar animais, pescar e produzir artesanato são comportamentos que imitam as atitudes dos adultos e buscam desenvolver habilidades para a caça, a pesca, a produção de artesanatos, entre outros. Pesquise as várias diferenças existentes em relação a brincadeiras, hábitos e costumes dos diferentes povos indígenas do Brasil. Anote a seguir algumas formas de brincar, que você pesquisou, existentes entre crianças indígenas. OP: indique dois sites nos quais as pesquisas podem ser realizadas: http://pibmirim.socioambiental. org/como-vivem/brincadeiras e http://mapadobrincar.folha.com.br/brincadeiras. Espera-se que os alunos reflitam sobre as diferenças culturais presentes nas regiões do país, tendo como meio a análise das brincadeiras. A pergunta se justifica por levar os alunos a refletirem e a perceberem que também por meio das brincadeiras pode-se conhecer as diferentes culturas, bem como os leva a refletir que nossa cultura é diversa e influenciada por diferentes grupos. 59 pnld2016_his_3a.indd 59 24/07/14 18:36 2.E você, acha importante conhecer as brincadeiras de outras regiões do Brasil? A partir dos textos que você leu, será que são todas iguais? Pesquisando e aprendendo mais OP: mais informações sobre o trabalho com lendas no MP. 1.Assim como as brincadeiras, as histórias, lendas e mitos fazem parte de nossa cultura. É possível encontrar diferentes lendas pelas regiões do Brasil. Algumas, no entanto, são recorrentes em vários lugares. Uma delas é a lenda do saci-pererê. Você a conhece? Faça uma pesquisa, em casa, apontando as origens da lenda do saci-pererê. Destaque quais são as regiões do país onde ela é contada e o que se diz sobre essa figura. Anote o que pesquisou em uma folha avulsa de papel. Ilustre seu texto e exponha a pesquisa na sala de aula com a orientação do professor. 2.Entreviste alguém de seu convívio, perguntando sobre duas ENTREVISTA cantigas de roda que a pessoa conhece e que cantava quando criança. Anote no caderno. Organize as cantigas citadas na entrevista e verifique se há alguma, entre elas, que você conhece. Depois, forme um grupo com três colegas de sala e escolham uma cantiga de roda para desenvolverem a seguinte atividade: a) escrevam os versos da cantiga escolhida pelo grupo; 60 pnld2016_his_3a.indd 60 24/07/14 18:36 b) conversem sobre o que entenderam da cantiga e o que ela transmite; c) em seguida, conforme as orientações recebidas em sala de aula, montem uma apresentação da cantiga escolhida para os as apresentações podem incluir a execução oral representada, fantasiada, colegas. OP: o uso de cartazes, entre outros recursos. 1.Em sala de aula, em equipe de três, escolham duas brincadeiras que são praticadas pelas crianças da região que vocês moram. Na sequência, escrevam um texto sobre elas, retratando se fazem parte da cultura local há muito tempo e por que vocês acham que isso acontece. 61 pnld2016_his_3a.indd 61 24/07/14 18:36 Nesta atividade você irá resgatar antigas brincadeiras de infância de seus avós e bisavós. Vamos, então, estabelecer alguns passos para este trabalho? Tema: Exposição escolar de brincadeiras e jogos A organização de uma exposição exige atenção, cooperação, criatividade, estratégia e socialização dos participantes. É uma maneira diferente para propor a participação em brincadeiras, organizando uma exposição e reunindo seus colegas. 1a etapa Organização das equipes • Junte-se a três colegas de sala para formar uma equipe de trabalho. 2a etapa Execução do trabalho OP: algumas informações sobre brincadeiras podem ser encontradas no MP. • Escolham um jogo ou brincadeira infantil, como: passa anel, charadas, pula elástico, bambolê, trava-língua, telefone sem fio, cinco marias, dominó, dança das cadeiras, entre outras. • Com o professor, decidam quanto tempo terão para realizar a pesquisa e organizar a atividade, e definam quais serão as tarefas realizadas na escola e quais serão as feitas em casa. • Depois de escolhido o jogo ou brincadeira que a equipe vai organizar, dividam as tarefas entre os componentes do grupo. • Pesquisem sobre como surgiu essa brincadeira e como ela é praticada, selecionando fotos e materiais necessários para sua execução. Organizem em uma folha de papel as informações coletadas. 62 pnld2016_his_3a.indd 62 24/07/14 18:36 ••Na pesquisa, tentem descobrir se as brincadeiras sempre foram brincadas da mesma forma e se, hoje em dia, em diferentes lugares brinca-se a mesma brincadeira, mas com nomes diferentes. ••Organizem, por escrito, todos os passos para a realização da brincadeira (número de participantes, materiais necessários, tempo de duração, regras do jogo ou da brincadeira). 3a etapa Apresentação do trabalho ••No dia marcado para a realização da exposição, sua equipe deve apresentar o jogo ou a brincadeira para a turma. ••Cada equipe deve montar uma base onde será praticado o jogo pelo qual está responsável e, seguindo as orientações do professor, executar com os colegas a atividade proposta. ••Todos os alunos deverão participar, tanto na aplicação dos jogos como junto com as outras equipes. Boa pesquisa e sucesso na exposição! 4a etapa Apresentação para as demais turmas Com auxílio do seu professor e dos professores das outras turmas, organizem a apresentação das brincadeiras para as outras turmas. ••Durante uma semana, uma vez por dia as turmas se reúnem. ••Em cada dia, uma das turmas apresenta as suas brincadeiras e ensina os demais a brincarem. OP: é importante envolver a comunidade escolar nos projetos desenvolvidos pelos alunos. 63 pnld2016_his_3a.indd 63 24/07/14 18:36 UNIDADE 3 Educação, um direito de todos Grupo de alunos realizando atividade em sala de aula. São Paulo (SP), 2011. Será que toda criança precisa frequentar a escola? 64 pnld2016_his_3a.indd 64 OP: comente com os alunos sobre o direito que todos têm de frequentar escolas e as muitas atividades que podem ser realizadas dentro delas. 24/07/14 18:36 Fernando Favoretto/Criar Imagem Acho que sim. Penso que frequentar a escola é um direito de crianças e jovens. Mas será que todos conseguem? Destaque a presença do cadeirante na imagem e a importância de garantir o seu direito de acessibilidade. Se possível, faça um passeio com os alunos pela escola a fim de identificar se todos os espaços da escola permitem o acesso de cadeirantes. pnld2016_his_3a.indd 65 65 24/07/14 18:36 Capítulo 1 - Aprendendo em todos os lugares Para começo de conversa... Bê-a-bá Quando a gente cresce um pouco É coisa de louco o que fazem com a gente: Tem hora pra levantar, hora pra se deitar, Pra visitar parente. Quando se aprende a falar, se começa a estudar, Isso não acaba nunca. E só vai aprender a ler, só vai aprender a escrever Quem aprender o bê-a-bá. E além do abecedário, um grande dicionário Vamos todos precisar. E. Andreato e Toquinho. Bê-a-bá. Intérprete: Toquinho. Canção de todas as crianças. Rio de Janeiro: Polygram, 1987. CD. Abecedário: alfabeto. Garoto pensando no abecedário e em situações do seu dia a dia. 66 pnld2016_his_3a.indd 66 24/07/14 18:36 1.O que você acha que os compositores dessa canção queriam dizer com: “Quando se aprende a falar, se começa a estudar / Isso não acaba nunca.”? Respostas pessoais. Espera-se que os alunos reflitam sobre a importância do estudo e da aprendizagem, e que eles não acabam nunca. 2.Esse trecho da música tem algo a ver com o título deste capítulo? Por quê? Sim, pois como aponta o título do capítulo, aprendemos em todos os lugares, o tempo todo. Aprendendo a todo momento Criança aprendendo a andar com auxílio de um adulto. Pais brincando com seus filhos na praia. Pressmaster /Shutterstock Pavel L Photo and Video/Shutterstock Convivendo com as outras pessoas todos nós podemos aprender muito. pavla/Shutterstock Será que é só na sala de aula que aprendemos? Se pensarmos sobre todos os momentos vividos por crianças ao longo do dia, podemos lembrar de variadas formas de aprender coisas novas. Escreva no caderno sobre outros momentos que você lembrou e reflita com seus colegas de sala sobre quantas coisas novas vocês aprendem todos os dias. Aprendemos em casa, na rua, na escola, no convívio com as outras pessoas. Avô ensinando o neto a pescar. 67 pnld2016_his_3a.indd 67 24/07/14 18:36 Para refletir 1.Na sala de aula, converse com os colegas sobre diversos aprendizados, tais como: falar, andar, comer, vestir-se sozinho, atravessar a rua com segurança e a descoberta de outros conhecimentos. 2.Façam uma lista no caderno de coisas que vocês aprenderam com seus pais, avós, irmãos e outras pessoas com as quais convivem, RESPONDA analisando como o aprendizado está presente no nosso dia a dia. NO CADERNO A criança na escola Além de aprendermos com as outras pessoas no convívio diário, também precisamos frequentar a escola, pois isso é um direito de toda criança. Na escola estudamos conteúdos ligados à Língua Portuguesa, à Matemática, à Geografia, à História, às Ciências, à Arte, à Música, à Educação Física, entre outros. O que aprendemos nessas disciplinas deve nos ajudar a entender e resolver várias questões do nosso dia a dia. Quando vamos para a escola, vivemos uma experiência nova. Juca Martins/Olhar Imagem Passamos a conviver com pessoas que não fazem parte da nossa família. Elas nem sempre pensam da mesma forma que nós, por isso é importante aprendermos a respeitá-las para também sermos respeitados. Alunos de escola estadual de Boa Vista, Roraima, na hora do recreio, 2003. 68 pnld2016_his_3a.indd 68 24/07/14 18:36 Quando um grupo de pessoas convive em um mesmo espaço, regras são criadas para facilitar essa convivência. Elas também são necessárias para o desenvolvimento e bom andamento de brincadeiras e jogos. Por isso, quando você e seus companheiros escolhem uma brincadeira, é importante que todos conheçam e respeitem as regras. Na escola, também existem algumas regras com relação: ••a respeitar o horário de entrada e saída; ••a participar das aulas; ••à conduta entre colegas e com relação aos professores e funcionários etc. Porém, outras regras podem ser combinadas em cada turma, pensando sempre que elas devem ajudar a preservar o patrimônio da escola, colaborar para a boa relação entre as pessoas e facilitar o aprendizado. Para refletir 1.Forme um grupo de trabalho com dois colegas de sala e conversem sobre as questões a seguir, anotando suas respostas no caderno. a) Por que vocês vêm à escola? Respostas pessoais. Espera-se que os alunos recordem o trabalho desenvolvido na unidade anterior e comentem acerca da necessidade que algumas crianças têm de trabalhar, e por isso não conseguem frequentar a escola. b) Todas as crianças que vocês conhecem frequentam a escola? Respostas pessoais. c) Na opinião de vocês, por que algumas crianças não frequentam a escola? Respostas pessoais. Espera-se que os alunos recordem o trabalho desenvolvido na unidade anterior e comentem acerca da necessidade que algumas crianças têm de trabalhar, e por isso não conseguem frequentar a escola. 69 pnld2016_his_3a.indd 69 24/07/14 18:36 d) Essas crianças têm direito a ir a uma escola? Expliquem. Todas as crianças têm direito de ir à escola. 2.Reflitam sobre o que conversaram e, consultando suas anotações, escrevam em grupo um pequeno texto sobre como vocês se sentem frequentando a escola. Depois, exponham o texto no mural da sala. Educação, um direito conquistado Na atualidade, existe a Declaração dos Direitos das Crianças, que é um documento assinado pelos países que compõem a Organização das Nações Unidas (ONU) preocupados com o futuro das crianças de todo o planeta. Veja um trecho da declaração: Toda criança tem direito a receber educação escolar, a qual será gratuita e obrigatória, ao menos nas etapas elementares. [...] A criança deve desfrutar plenamente de jogos e brincadeiras, os quais deverão estar dirigidos para educação; a sociedade e as autoridades públicas se esforçarão para promover o exercício desse direito. Organização das Nações Unidas. Declaração dos Direitos da Criança. Genebra, 1959. Para refletir 1.O trecho do documento que você acabou de ler é uma importante fonte para o estudo da História. Os princípios enunciados na Declaração dos Direitos da Criança, documento da ONU, devem ser seguidos por todos os países membros dessa instituição. 70 pnld2016_his_3a.indd 70 24/07/14 18:36 O princípio que você acabou de ler indica que o acesso à educação é um direito de todas as crianças. Releia o texto com atenção e responda às questões. a) Quem escreveu esse documento? Representantes da Organização das Nações Unidas. b) Há quanto tempo esse documento foi escrito? Você considera que esse tema ainda é pertinente na atualidade? Foi escrito em 1959 e continua atual pelos pressupostos que defende. c) A qual direito da criança o texto acima se refere? Ao direito de toda criança receber educação escolar e de participar de jogos e brincadeiras. 1.Convivemos com outras pessoas diariamente. Na escola, por exemplo, RESPONDA NO CADERNO com outros alunos, professores e demais funcionários, além de pessoas da comunidade onde moramos. Mas para que possamos conviver em harmonia com todos, temos que obedecer algumas regras para o bom funcionamento da sociedade. A cidadania compreende também que as pessoas cumpram normas para uma boa convivência, o que envolve o respeito aos outros. a) Reflita sobre a necessidade de regras para a boa convivência entre as pessoas. b) Escreva um texto com a sua opinião sobre como cada aluno deve agir para que todos aproveitem as aulas e a escola da melhor maneira possível. 71 pnld2016_his_3a.indd 71 24/07/14 18:36 Capítulo 2 - Uma viagem no tempo e a história da escola Para começo de conversa... Entrávamos às oito da manhã. O professor quase sempre já lá estava, na grande mesa, junto à parede, de cara amarrada, como se ali estivesse para receber criminosos. Quem chegava ia tomar-lhe a bênção e vinha sentar-se no seu lugar. Um silêncio de afligir. Era a hora do exercício de escrita e ninguém podia falar. [...] Se um menino cochichava com outro, se segurava mal a caneta, se se distraia a olhar os maribondos no teto, ele imediatamente lhe vibrava a régua nas mãos e na cabeça. [...] Após o exercício de escrita ia-se “estudar a lição”. O “estudo” era gritado, berrado. Cantava-se a lição o mais alto que se podia, numa toada enfadonha. Um inferno aquela barulheira. Trinta, quarenta, cinquenta meninos gritando coisas diferentes, cada qual se esforçando em berrar mais alto. E quando, já cansados, íamos diminuindo a voz, o professor reclamava energicamente, de sua cadeira: – Estudem! [...] Viriato Corrêa. Cazuza. 36 ed. São Paulo: Nacional, 1990, p. 34. 72 pnld2016_his_3a.indd 72 24/07/14 18:36 1.O texto que você acabou de ler é um relato sobre um tempo no RESPONDA ORALMENTE final da década de 1930, no interior do Maranhão. O autor descreve o ambiente escolar, a forma como os alunos estudavam e sobre a rigidez da disciplina. a) O que lhe chamou mais a atenção nessa descrição de sala de aula? Respostas pessoais. b) Como se comportavam alunos e professor? Os alunos podem comentar sobre a rigidez do professor, sobre a necessidade de “tomar a benção” do professor, entre outros aspectos. c) Que diferenças há entre a sala de aula retratada e a que você frequenta hoje? 2.Analise com seus colegas as mudanças observadas por todos. A escola para todos Observe a imagem a seguir. Trata-se da reprodução de uma sala de aula do século 19. Como você pode ver, nesse modelo de escola alunos de diferentes idades (meninos, meninas e jovens) ficavam em uma mesma sala. Albert Anker. Escola da aldeia. 1896. Óleo sobre tela. Museu de Arte de Lucerna, Lucerna (Suíça). 73 pnld2016_his_3a.indd 73 24/07/14 18:36 Para refletir OP: oriente a análise das salas de aula, em especial no que toca ao espaço físico e aos recursos que o professor tem à disposição. Retorne à orientação sobre a análise de obras de arte no MP. 1.A análise dessa imagem permite que sejam identificados diferentes aspectos das salas de aula no século 19. As obras de arte podem ser importantes documentos históricos quando cuidadosamente analisados. Quais as características referentes aos alunos e ao professor você consegue identicar nesse quadro? 2.Você consegue identificar semelhanças entre essa sala de aula e a sua? Quais? Acervo Iconographia Nessa obra, além das várias posturas dos alunos em cada canto da sala (como alunos escrevendo, outros ouvindo o professor e outros rindo e conversando), o pintor nos revela outras características, como o pequeno espaço para muitos alunos e a quantidade de mesas, que é insuficiente para todos. Perceba que as meninas e as moças usam apenas os bancos. Atualmente, no Brasil, algumas escolas ainda apresentam esse formato, juntando vários alunos de diferentes idades na mesma sala de aula. Mas não são os únicos modelos de sala de aula que encontramos no país. O modelo da maioria das escolas na atualidade mudou em muitos aspectos se compararmos com aquele representado na imagem do quadro. Ao longo do século 20, diferentes configurações de escolas surgiram e foram se modificando a fim de atender mais adequadamente às necessidades dos alunos e seu processo de aprendizagem. Por exemplo, diferente do que predomina na atualidade, no Brasil, até aproximadamente 1970 era comum que existissem escolas (ou turmas, ou mesmo turnos) apenas para pessoas do sexo feminino e outras para as do sexo masculino. OP: explique a existência de classes multisseriadas e o seu funcionamento. T urma de estudantes do Colégio Santo Antônio Maria Zaccaria, onde apenas meninos podiam estudar. Rio de Janeiro (RJ), 1958. 74 pnld2016_his_3a.indd 74 24/07/14 18:36 Eduardo Zappia/Pulsar Imagens Alunos da Escola Estadual Adriano Jorge, em sala de aula. Arapiraca (AL), 2013. Atualmente, no Brasil, enviar os filhos para escola, além de ser um direito da criança, é um dever da família, assim como é obrigação dos governos criarem e manterem escolas para todos. Na maioria das escolas, o trabalho dos professores, com atividades práticas e teóricas, busca uma maior participação dos alunos e uma aprendizagem mais próxima da sua realidade. Atualmente, as crianças começam a frequentar creches e escolas mais cedo e assim têm a oportunidade de desenvolver várias habilidades. Aprender fazendo 1.No caderno, faça um desenho da sua sala de aula, destacando os alunos, o professor e os móveis. 2.Em seguida, procure comparar se existe semelhança entre o ambiente retratado no desenho que você fez e a sala representada na obra de Albert Anker. Anote os dados no caderno e depois troque ideias com seus colegas sobre o que observou. 75 pnld2016_his_3a.indd 75 24/07/14 18:36 OP: reporte-se ao manual para orientar os alunos sobre as questões que eles colocarão para a pessoa entrevistada. Após a realização da entrevista, promova uma roda de conversa ou um debate, enfim, proponha uma atividade em que os alunos possam socializar suas descobertas e discutir a respeito delas. 1.Para que você possa comprovar na prática essas mudanças, convide, ENTREVISTA você e a turma, uma pessoa da comunidade que tenha frequentado a escola há mais de 30 anos, para que ela conte como era a escola naquela época. Aproveite para perguntar como eram as atividades diárias, o uniforme, as formas de distribuírem as carteiras, a disciplina, entre outros. O professor ajudará vocês com as anotações. 2.Faça um desenho no caderno que ilustre algum fato ligado à escola contado pela pessoa entrevistada e escreva o significado desse fato RESPONDA para você. NO CADERNO O tempo na escola Eduardo Zappia/Pulsar Imagens A escola deve ser um lugar especial, onde a criança aprende muitas coisas novas, convive com seus colegas e professores e, principalmente, se transforma a cada dia. O tempo que cada criança ou jovem permanece na escola normalmente é preenchido com atividades educativas. Existem os horários de entrada e saída, a hora do recreio ou intervalo, o tempo para cada uma das atividades e aulas. Alunos da Escola Família Agrícola Dom Fragoso em aula de campo na zona rural. Independência (CE), 2013. 76 pnld2016_his_3a.indd 76 24/07/14 18:36 Eduardo Zappia/Pulsar Imagens Sala de aula na Escola Municipal Raimundo Pimentel. Sobral (CE), 2013. Veja a seguir o anúncio de um jornal de 1906, que relata os horários das atividades das alunas do Colégio Nossa Senhora do Sion, em Campanha, no estado de Minas Gerais. As meninas devem estar no collegio, todos os dias, antes das 8 horas da manhã: tomão suas refeições no collegio e saem às 6 horas da tarde. Nos Domingos e dias santificados, elas devem vir às 7 1/2, porém sahem às 10 1/2. Pede-se a mais extricta exactidão, sob pena de perderem as notas e condecorações. Tal rigidez e sanção aplicam-se também para as internas, como atesta ainda o mesmo anúncio de jornal: OP: explore com os alunos o fato da descrição ser sobre a rotina de um colégio semi-interno. Os paes poderão visitar suas filhas às quintas-feiras, das 2 às 3 horas da tarde e nos domingos, do meio-dia às 3 horas da tarde... Os mezes de junho e dezembro são feriados. Não há férias durante a Semana Santa. Condecorações: premiações. Rigidez: exatidão; dureza. Sanção: penalidade. Semana Santa: semana celebrada no calendário cristão. Antecede a Páscoa. Ana Cristina Pereira Lage. Escolas confessionais femininas na segunda metade do século XIX e início do XX: um estudo acerca do Colégio Nossa Senhora de Sion em Campanha (MG). Campinas, 2004. Disponível em: < http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/ artigos_pdf/Ana_Cristina_P_Lage_Artigo.pdf>. Acesso em 23 abr. 2014. 77 pnld2016_his_3a.indd 77 24/07/14 18:36 O texto apresentado na página anterior nos permite conhecer algumas características da organização de uma escola de Minas Gerais, no início do século 20. Essa fonte histórica apresenta algumas regras com relação aos horários e à organização das atividades nas escolas (algumas regras ainda permanecem) e tinham como principal objetivo ajudar no bom funcionamento da escola para todos que a frequentassem. Da mesma maneira que os costumes, a escrita também mudou desde aquela época. Há palavras que são escritas de modo bem diferente hoje. Para refletir OP: os alunos podem destacar que as alunas ficavam o dia inteiro no colégio, além daquelas que eram internas, ou seja, moravam ali e recebiam visitas dos pais. Podem perceber, também, que havia a exigência delas estarem presentes nos domingos pela manhã e nos chamados “dias santificados”, havendo penalidades para as faltas, fatos esses que, provavelmente, não acontecem mais, mesmo nas mais tradicionais escolas. 1.Após ler o texto da página anterior e refletir sobre a sua rotina OP: oriente os alunos a lerem não apenas o documento, escolar, responda às questões: mas darem importância aos dados presentes em sua fonte, na qual encontrarão o título do estudo e outros dados a) De quando é esse documento? A que se refere? como data, local etc. b) Há diferença entre os horários de permanência das alunas na escola descrita no documento e os horários na escola onde você estuda? Respostas pessoais. c) No caderno, faça uma lista das palavras que estão escritas de RESPONDA NO CADERNO maneira diferente do que você conhece e escreva ao lado dessas palavras a forma como elas são escritas atualmente. 78 pnld2016_his_3a.indd 78 24/07/14 18:36 1.Neste capítulo você leu e refletiu sobre o ambiente escolar e o tempo na escola em diferentes épocas. Agora é sua vez de escrever um texto contanto como é sua escola. OP: oriente os alunos a descreverem como é o espaço físico da escola, bem como sobre a forma como eles se relacionam entre si e com os professores. 79 pnld2016_his_3a.indd 79 24/07/14 18:36 UNIDADE 4 O trabalho, o emprego e as profissões Olhe! Qual a profissão daqueles trabalhadores ali? 80 pnld2016_his_3a.indd 80 24/07/14 18:36 Delfim Martins/Pulsar Imagens Nossa! Que perigo esses andaimes! Que bom que os trabalhadores estão com equipamentos de segurança. Acho que, por trabalharem na construção civil, podem ser pedreiros e mestres de obra. Operários trabalhando em obra. Guarulhos (SP), 2013. OP: a imagem de) abertura da unidade nos mostra operários trabalhando na construção civil. Destaque para os alunos a importância do aprendizado e da qualificação para o desempenho das profissões e ressalte também a necessidade de garantias para o desenvolvimento e segurança no trabalho. pnld2016_his_3a.indd 81 81 24/07/14 18:36 Capítulo 1 - Trabalho e profissões Para começo de conversa... Sem barra Enquanto a formiga Carrega comida Para o formigueiro, A cigarra canta, Canta o dia inteiro. A formiga é só trabalho A cigarra é só cantiga. Mas sem a cantiga da cigarra que distrai da fadiga, seria uma barra o trabalho da formiga. José Paulo Paes. Poemas para brincar. São Paulo: Ática, 1989. OP: lembre aos alunos que esse texto/poema se remete à fábula “A cigarra e a formiga”, de Esopo, sendo esse texto do J. P. Paes uma das muitas reescritas dessa fábula ao longo dos séculos, às vezes pró e às vezes contra a cigarra. Ilustração da cigarra tocando violão ao lado de duas formigas carregando folhas. 82 pnld2016_his_3a.indd 82 24/07/14 18:36 1.Leia novamente o poema e analise a ilustração da página. Como você acha que estão se sentindo a formiga e a cigarra? OP: os alunos podem inferir que ambas estão bem, pois fazem o que desejam. 2.O trabalho da cigarra distrai da fadiga. O que significa isso? Qual é o trabalho da cigarra? OP: os alunos podem destacar a importância da arte, aí representada pelo canto e pela música na vida das pessoas. 3.Você já pensou na forma como vários tipos de trabalho estão RESPONDA ORALMENTE interligados? Pense, por exemplo, por quantos processos diferentes passa a batata frita de pacote que você encontra no supermercado. Há o processo de plantação, colheita, produção da batata, empacotamento, venda para as redes de supermercado e venda para o consumidor final. São muitos os trabalhos envolvidos, e cada um depende do outro. Converse com seus colegas e professor sobre o quanto vocês consideram importante todas as atividades de trabalho das pessoas, por mais diferentes que elas sejam. OP: nesta conversa, os alunos podem analisar vários tipos de trabalho elencados no processo de produção da batata frita, bem como podem trazer mais exemplos, tendo referência as pessoas do seu convívio. 83 pnld2016_his_3a.indd 83 24/07/14 18:36 Divisão de tarefas Organizar nossa casa é uma forma de trabalho. As atividades domésticas são necessárias para o bem-estar e saúde dos seus moradores. Até a década de 1960, era comum que as tarefas domésticas fossem responsabilidade das mulheres, enquanto aos homens cabia o trabalho fora de casa. Porém, quando começou o aumento das mulheres trabalhando fora de casa, a divisão das tarefas domésticas entre as pessoas de uma mesma casa passou a ser uma necessidade. Na atualidade, todas as pessoas que convivem em uma mesma moradia, independente do sexo, podem participar dos cuidados com a organização e a limpeza dela. Para refletir 1.Neste capítulo você leu sobre o trabalho e a divisão de tarefas. Reflita agora sobre o que podemos fazer para ajudar na execução de várias tarefas na nossa casa e anote a seguir: a) Quais são as tarefas necessárias para manter o ambiente organizado na sua casa? OP: o aluno pode citar atividades ligadas à ordem dos objetos, à organização e à limpeza. b) Quem realiza cada uma dessas atividades na sua casa? OP: o aluno pode apontar se esses serviços ficam ao encargo de uma única pessoa ou se o trabalho é compartilhado. c) Você colabora na realização dessas atividades? Como? OP: o aluno vai refletir e responder como colabora em casa. 84 pnld2016_his_3a.indd 84 24/07/14 18:36 O ser humano e o trabalho O trabalho é uma atividade humana organizada que visa à realização de alguma tarefa. O seu significado e sua importância na vida das pessoas variam de acordo com a cultura e as características de cada sociedade. O trabalho humano é resultado de um processo de aprendizagem que pode envolver também habilidades ou treinamento para a sua execução. Você sabia? Em muitas sociedades indígenas brasileiras o trabalho se caracteriza como um momento de troca de experiência entre os membros do grupo, ou seja, trabalhar é aprender a fazer junto, pois constitui um aspecto da vida comunitária indígena. Normalmente, as tarefas são divididas entre homens e mulheres e são respeitadas as condições físicas, o sexo e a idade. As pessoas aprendem a fazer coisas muito diferentes umas das outras, de acordo com suas habilidades, preferências, necessidades e condições que o meio em que elas vivem oferece. Renato Soares/Pulsar Imagens Por meio do trabalho, o ser humano pode criar produtos que não existem na natureza. Em determinadas atividades humanas são necessários conhecimentos e técnicas especiais para a sua execução. Desse modo, ao longo da história foram surgindo as mais variadas profissões. Indígena utilizando o arco e flecha para pescar durante a produção de sal na lagoa dos cuicuro. Gaúcha do Norte (MT), 2012. 85 pnld2016_his_3a.indd 85 24/07/14 18:36 O trabalho na escola Para um bom funcionamento das atividades que as escolas oferecem é importante que várias pessoas desenvolvam bem o seu trabalho, tanto na parte administrativa e pedagógica quanto na limpeza, segurança etc. Fernando Favoretto/Criar Imagem Edson Sato/Pulsar Imagens A equipe da direção, por exemplo, normalmente é responsável pelas atividades administrativas e pedagógicas com a ajuda dos professores e representantes da comunidade escolar. São muitos os profissionais que cuidam de setores como a limpeza, a segurança, a alimentação, a manutenção da disciplina escolar, os reparos necessários etc. Funcionárias servindo merenda aos estudantes de escola municipal indígena. Amambai (MS), 2012. Luiz Alberto Afonso dos Santos/Laeti Imagens Professor de Educação Física em aula com alunos em escola de São Paulo (SP), 2011. A biblioteca da escola geralmente é cuidada pelo bibliotecário, um profissional responsável pela catalogação e organização dos livros, que auxilia os alunos nas pesquisas e disponibiliza os livros quando solicitados. Bibliotecária trabalhando no Colégio Estadual Deputado Olívio Belich. Curitiba (PR), 2014. 86 pnld2016_his_3a.indd 86 24/07/14 18:36 Pesquisando e aprendendo mais 1.Reúna-se com mais dois colegas de sala para pesquisar sobre os profissionais que trabalham na sua escola. O grupo de trabalho deve PESQUISA escolher um dos locais da escola, como o pátio, a cozinha, a biblioteca ou outro para pesquisar as seguintes questões: Respostas pessoais. a) Quantos e quais são os adultos que trabalham ali? b) Qual é a função que desempenham? Existem ferramentas próprias para esse trabalho? Citem quais são. c) Façam um cartaz que represente o trabalho exercido nesse local e expliquem por meio de um pequeno texto a importância desse trabalho para o funcionamento da escola. 87 pnld2016_his_3a.indd 87 24/07/14 18:36 Album /akg-images/Latinstock As profissões Qual profissão você gostaria de exercer ao se tornar adulto? Você já ouviu essa pergunta alguma vez? Por acaso, você já pensou em ser um albardeiro? Ou quem sabe um aguadeiro? Provavelmente você nunca pensou nessas profissões, pois em alguns lugares elas simplesmente desapareceram ou passaram a ser exercidas por pouquíssimas pessoas. Isso aconteceu porque muitas profissões perderam a função, principalmente por causa dos avanços tecnológicos. Da mesma maneira, as mudanças de cada época criam a necessidade de novas atividades profissionais. A fotografia retrata um aguadeiro trabalhando em Montmartre. Paris (França), 1900. Albardeiro: pessoa que fazia as albardas, que eram selas usadas no lombo dos animais e assim podia-se montar mais confortavelmente. Aguadeiro: pessoa que vendia água de porta em porta. Ele anunciava sua presença por meio de uma corneta e deveria garantir a qualidade da água vendida. Para refletir 1.Observe a imagem que mostra um aguadeiro e responda às questões a seguir: a) A imagem reflete o presente ou o passado? A imagem reflete o passado. b) O que ele está fazendo? Ele está carregando baldes de água para entrega. 88 pnld2016_his_3a.indd 88 24/07/14 18:36 Pesquisando e aprendendo mais Após estudar sobre o trabalho, as divisões de tarefas, as profissões na escola e fora dela, aprendemos que o trabalho é uma atividade humana organizada que visa à realização de alguma tarefa. 1.Agora vamos fazer um jogo de adivinhação. PESQUISA a) Primeiramente, pesquise quatro profissões diferentes e escreva as funções de cada uma delas. Não mostre para os colegas! b) Depois, com a ajuda do professor, você e seus colegas devem se reunir em um círculo. Inicia o jogo quem estiver do lado direito do professor. Esse aluno dará algumas dicas da profissão que escolheu para os demais adivinharem, conforme o exemplo: “Ele anda muito para realizar seu trabalho. Também usa uniforme e carrega uma sacola. Quem é esse trabalhador?”. OP: a resposta dessa charada é “carteiro”. Não facilite demais as pistas para manter o clima de desafio! E assim sucessivamente, até que todos apresentem as profissões que escolheram. c) Ao final do jogo, a turma, junto com o professor, pode elaborar uma lista das profissões apresentadas. 89 pnld2016_his_3a.indd 89 24/07/14 18:36 Para refletir Acervo Iconographia Observe a foto abaixo. OP: retome as orientações quanto à leitura de fotografias como documentos históricos, presentes no MP. Telefonistas em 1913. No início do século 20, as ligações telefônicas eram feitas por meio de telefonistas, que ficavam em uma central de telefonia, pois não havia discagem direta entre as pessoas. Na fotografia é possível ver uma dessas centrais telefônicas. Ao longo dos anos a tecnologia mudou muito o serviço telefônico. Se no início do século 20 as telefonistas eram responsáveis por fazer as ligações entre as pessoas, na atualidade passaram a ter outra função dentro das empresas, tendo em vista que não há mais necessidade de alguém para completar as ligações externas. Na imagem a seguir está retratado um novo trabalho relacionado à telefonia. Na atualidade, as grandes empresas têm serviços de atendimento por telefone que visam esclarecer dúvidas das pessoas sobre produtos e serviços, bem como fazer vendas e mesmo ouvir reclamações. 90 pnld2016_his_3a.indd 90 24/07/14 18:36 Ernesto Reghran/Pulsar Imagens Centro de operações de rede, em operadora de telecomunicações. Londrina (PR), 2013. Como você pode observar, a forma de fazer ligações mudou com o passar dos anos, e isso implicou mudança da função desenvolvida por telefonistas. 1.Com base nas informações fornecidas pelo texto e pelas imagens desta seção, responda: a) Observando as legendas das imagens, você considera que existe uma diferença quanto ao tempo que separa as duas cenas? Sim. Há o espaço de um século entre a primeira e a segunda imagem. b) Descreva as diferenças que você pôde observar entre as cenas retratadas nas duas fotografias. As pessoas, no início do século 20, estavam uniformizadas, as máquinas nas quais elas trabalhavam eram maiores e havia apenas mulheres nesse trabalho, ao contrário da atualidade, em que o ambiente de trabalho inclui outros serviços e não há mais a necessidade de intermediação da telefonista com os usuários de telefone. 91 pnld2016_his_3a.indd 91 24/07/14 18:36 1.Após observar e analisar as imagens da atividade "Para refletir", pense sobre a influência da tecnologia nas formas de trabalho. a) Pesquise sobre outras profissões que foram influenciadas, modificadas ou mesmo que despareceram devido aos avanços tecnológicos. b) Com base nos dados da pesquisa, bem como da atividade desenvolvida no "Para refletir", escreva um texto sobre o impacto da tecnologia nas profissões. OP: auxilie os alunos a refletirem sobre o impacto da tecnologia no mercado de trabalho e nas profissões. Exemplos como a mecanização na agricultura, as montadoras de carros, caixas atomáticos em bancos e nos supermercados podem contribuir para essa reflexão. 92 pnld2016_his_3a.indd 92 24/07/14 18:36 Capítulo 2 - Trabalho e emprego Para começo de conversa... Sou boy Acordo sete horas tomo ônibus lotado Entro oito e meia eu chego sempre atrasado Sou boy, eu sou boy, sou boy, boy, sou boy Atento oito e meia eu tenho que bater o cartão Mal piso na firma tem serviço de montão Eu sou boy, eu sou boy, eu sou boy, boy, eu sou boy Ando pela rua pago conta, pego fila Vou tirar xerox e batalho algumas pila Sou boy, eu sou boy, eu sou boy, boy, eu sou boy Na hora do almoço a minha fome é de leão Abro a marmita e o que vejo? Feijão! Chega o fim do mês com toda aquela euforia Todos ganham bem e eu aquela mixaria Sou boy, eu sou boy, eu sou boy, eu sou boy E logo chega a tarde estou com pressa de ir embora Meus pés estão doendo e os meus calos estão pra fora Sou boy, eu sou boy, eu sou boy, boy, eu sou boy Bate cinco e meia acerto em filas infinitas Ônibus lotado cai da mala minha marmita Sou boy, eu sou boy, eu sou boy, boy, eu sou boy Kid Vinil. Sou boy. Intérprete: Magazine. Magazine. São Paulo: Elektra, 1983. LP. Boy: a expressão usada em inglês se refere ao funcionário que leva e traz documentos e recados. Também é conhecido como contínuo. Pila: gíria para se referir a dinheiro. Euforia: entusiasmo; alegria. 93 pnld2016_his_3a.indd 93 24/07/14 18:36 1.Nos versos da música “Sou boy” são citadas algumas atribuições desse trabalhador. Leia novamente a letra da música, reflita sobre cada um dos versos e responda a seguir: a) Qual o assunto tratado? A letra da música fala do trabalho cansativo do boy, também conhecido como contínuo. b) Destaque algumas dessas tarefas executadas pelo personagem da música. Pagar contas enfrentando filas, tirar fotocópias. c) Como o personagem retratado na música lida com o tempo? Ele está sempre atrasado, correndo, com pressa. d) Na sua opinião, ele está feliz com seu emprego? Não, pois ganha pouco, corre muito e tem muitas dificuldades. e) O que você acha que o autor quis expressar com esses versos? O aluno pode inferir sobre as dificuldades desse trabalhador em relação ao salário e ao trabalho. 2.Converse com seus colegas de sala e com seu professor e debatam RESPONDA ORALMENTE sobre as questões levantadas com a leitura da letra da música. 94 pnld2016_his_3a.indd 94 24/07/14 18:36 A produção humana A maioria das pessoas associa as palavras trabalho e emprego como se fossem a mesma coisa. Apesar de estarem ligadas, essas palavras possuem significados diferentes. O trabalho é mais antigo que o emprego, pois existe desde o momento em que o homem começou a transformar a natureza e o ambiente ao seu redor para garantir a sobrevivência. Trabalho é uma atividade humana organizada, necessária para a realização de qualquer tarefa. Por outro lado, o emprego é algo recente na história da humanidade. O conceito de emprego surgiu por volta do século 18 com o desenvolvimento das fábricas, nas quais eram estabelecidos horários para o trabalho a ser exercido, ou seja, as chamadas jornadas de trabalho. No Brasil, as leis trabalhistas estabelecem que todos os empregos sejam remunerados, isto é, as pessoas devem receber salário pelo trabalho que realizam. As formas de organização das empresas devem garantir aos seus empregados boas condições para o exercício de suas funções. O salário serve para que o trabalhador possa suprir suas necessidades básicas: comprar alimentos, roupas, calçados, remédios, desfrutar do lazer e muito mais. Marcos André / Opção Brasil Imagens O salário também serve para pagar outras despesas, como aluguel, água, luz, gás, telefone, entre outras. Motorista de táxi. Goiânia (GO), 2013. 95 pnld2016_his_3a.indd 95 24/07/14 18:36 O trabalho informal ocorre sem vínculo com empresas, como no caso de vendedores ambulantes e outros profissionais autônomos. Cesar Diniz/Pulsar Imagens Existem também muitas pessoas que passam por grandes dificuldades financeiras por estarem desempregadas. Vendedor ambulante de chapéus na orla da Praia do Forte. Cabo Frio (RJ), 2012. Na atualidade, apesar dos avanços econômicos no Brasil, o desemprego ainda atinge parte da nossa população. De acordo com uma pesquisa divulgada em janeiro de 2014, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2013 aproximadamente 7 milhões e 300 mil pessoas estavam desempregadas no Brasil. Entre os principais fatores que contribuem para o número de desempregados estão a falta de qualificação profissional para algumas atividades, assim Qualificação profissional: como a crescente substituição de funções, preparação ou formação para exercer uma determinada função. antes realizadas manualmente, que passaram a ser realizadas por máquinas. Você sabia? A Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) é um documento obrigatório para a pessoa que vai prestar algum tipo de serviço profissional em empresas no Brasil. É um dos documentos que visa reproduzir, esclarecer e comprovar dados sobre a vida do trabalhador como empregado. Infelizmente, no Brasil, existem muitos trabalhadores que não conseguem esse registro. 96 pnld2016_his_3a.indd 96 24/07/14 18:36 Para refletir 1.Responda: a) Observe com atenção as imagens nas duas páginas anteriores e responda quais são as atividades que as pessoas estão realizando. O vendedor ambulante vende bonés e chapéus na areia da praia; o taxista dirige seu táxi. b) Em sua opinião, as pessoas nessas imagens retratadas estão trabalhando? Todas elas estão no emprego? Espera-se que os alunos reflitam que as pessoas estão trabalhando, mas em empregos diferentes. c) Qual a diferença entre trabalho e emprego? OP: os alunos devem perceber a diferença que existe entre trabalho, que é a execução de uma atividade, e emprego, que é uma atividade remunerada. d) Por que muitas pessoas não conseguem suprir suas necessidades básicas com o valor que recebem em seus empregos? Por vezes, os salários podem ser baixos para garantir o pagamento de todas as contas das pessoas. 2.Converse com seus colegas sobre algumas dificuldades que, na sua RESPONDA ORALMENTE opinião, ainda existem para os trabalhadores brasileiros, como o desemprego. OP: mais informações que auxiliam esta conversa no MP. 97 pnld2016_his_3a.indd 97 24/07/14 18:36 As profissões do futuro Ao longo do capítulo, foram apresentadas profissões que existiam no passado, mas que hoje não existem mais, e outras profissões que foram mudando ao longo do tempo. Podemos identificar que as atividades profissionais mudam através do tempo para atender às necessidades da sociedade. Assim como algumas profissões deixam de existir, novas surgem. Na atualidade há um crescimento da importância de profissões ligadas aos avanços tecnológicos, às descobertas científicas e avanços médicos, à melhoria da qualidade de vida, entre muitas outras. Uma área de grande importância para nossa sociedade e que vem crescendo muito é a das profissões com foco na preservação do meio ambiente. 1.Converse com os colegas sobre o porquê do crescimento da preocupação com o meio ambiente na atualidade. E registre suas conclusões. OP: oriente a conversa auxiliando os alunos a perceberem que muitas ações dos homens destruíram florestas, poluíram rios, mares e o ar, entre outros problemas. E que se percebeu que, para a manutenção da vida humana, a preservação do meio ambiente é essencial. 2.No seu dia a dia, você pratica alguma ação para preservar o meio ambiente? OP: estimule as práticas de separação de lixo para reciclagem, de economia de água, entre tantas outras. Algumas dessas novas profissões têm por objetivo buscar formas de suavizar o impacto das ações dos homens no meio ambiente. É o caso do engenheiro ambiental, profissional que identifica os problemas ambientais e propõe meios de amenizá-los ou mesmo corrigi-los. Outro profissional que atua nessa área é o agroecologista. Ele trabalha para orientar o equilíbrio entre o uso da terra nas atividades rurais e a preservação ambiental. Essas são algumas profissões consideradas importantes para o futuro. Vamos conhecer outras? 98 pnld2016_his_3a.indd 98 24/07/14 18:36 1.Formem grupos, com a ajuda do professor, e pesquisem em fontes diversas outras duas profissões que trabalham pela preservação do PESQUISA meio ambiente. Registrem aqui. OP: oriente a pesquisa a fim de que os alunos indiquem o nome da profissão, o trabalho desenvolvido e qual a contribuição para o meio ambiente. Podem ser exploradas as profissões: ecologia, engenharia hídrica, oceanografia, biotecnologia, entre outras. 2.No quadro abaixo, registrem o nome da profissão e qual a sua contribuição para o meio ambiente. 3.Pesquisem, ainda em grupo, outras profissões que são consideradas importantes para o futuro. Registrem quais são elas e o que fazem os profissionais. 1.A partir das informações coletadas na atividade "Pesquisando e aprendendo mais", reflita sobre as novas necessidades do mercado de trabalho. a) Converse com os seus colegas sobre profissões que vocês acreditam ser importantes para o futuro. b) Após a conversa, escreva um texto no caderno sobre a profissão RESPONDA que você compreende ser importante parta o futuro, justificando o NO CADERNO porquê da escolha. 99 pnld2016_his_3a.indd 99 24/07/14 18:36 Você já pensou sobre que profissão gostaria de exercer quando se tornar um adulto? Na hora de escolher uma profissão, você precisará conhecer algumas opções, concorda? Até lá, muitas coisas irão mudar e na ocasião você deverá refletir se quer morar em uma cidade grande ou pequena, se quer uma rotina mais fixa ou uma ocupação que dê condições de estar em vários lugares, entre muitos outros fatores. Por hora, vamos desenvolver um trabalho de pesquisa sobre algumas profissões. Você pode solicitar ajuda de outros professores de sua escola, de áreas diferentes, para conversar e pesquisar sobre as profissões ligadas às suas respectivas áreas de conhecimento. Por exemplo: Matemática professor de matemática, arquiteto, engenheiro; Língua Portuguesa escritor, revisor; Arte - bailarina, ator, músico; Geografia - técnico em meio ambiente, geógrafo; História - muséologo, professor, historiador; Ciências biólogo, médico; Educação Física - treinador, personal trainer. Vamos trabalhar? Tema: Feira de profissões 1a etapa Organização das equipes Com a ajuda do professor, organize uma equipe com mais três colegas e juntos, definam a função de cada um dos participantes. Lembrem-se de que o trabalho só será um sucesso se todos participarem. 2a etapa Execução do trabalho em grupo Cada equipe deverá escolher uma profissão e um profissional que a exerça para cada aluno do grupo pesquisar e entrevistar, utilizando o roteiro a seguir para a entrevista: • O que faz esse profissional? • Qual a formação necessária para exercer essa profissão? 100 pnld2016_his_3a.indd 100 24/07/14 18:36 Luciana Whitaker/Pulsar Imagens ••Esse profissional tem um horário de trabalho diferenciado? ••Que habilidades são necessárias para exercer essa profissão (gostar de Matemática, saber desenhar, ter facilidade para conversar com outras pessoas etc.)? Rob Marmion/Shutterstock ou uma roupa específica para exercer essa profissão? Por quê? A tecelagem feita de forma artesanal exige habilidade e muita dedicação. Fábrica de tapetes feitos com tear manual. São José do Vale do Rio Preto (RJ), 2014. © Pedro Amorós/Fotolia.com ••É preciso usar um uniforme © jserra/Fotolia.com Mulher no trabalho utilizando um computador. Médica atendendo a uma paciente. Dois bombeiros apagando fogo. 101 pnld2016_his_3a.indd 101 24/07/14 18:36 Elabore com a equipe um texto para cada profissão. Lembre-se de citar no final dele o nome do documento utilizado na pesquisa; se entrevistou uma pessoa, anote o nome e a data em que você conversou com ela. 3a etapa Exposição Montem uma exposição para que os demais alunos da escola possam conhecer as profissões pesquisadas. Além da entrevista feita com alguns professores e colaboradores da escola, como: professor de Educação Física, professor de Ciências, a cozinheira, o porteiro, pais etc., vocês podem convidá-los para falar sobre a profissão que exercem. Não esqueçam de pedir ao profissional que for falar sobre a sua profissão que leve um instrumento que a represente. Com isso, envolvam todos os colaboradores da escola e as famílias para juntos aprenderem muitas coisas interessantes em relação às profissões que estão ao nosso redor, no nosso dia a dia. Cada equipe apresentará as profissões escolhidas pelo grupo, levando, se possível, algum objeto ou fazendo uma representação que mostre como essas profissões são exercidas. Organizem uma apresentação em que cada aluno explique sobre a profissão que pesquisou, justificando a escolha. 4a etapa Pesquisa Agora que todos os alunos da classe conheceram um pouco mais sobre as profissões, organizem uma pesquisa para saber, entre as apresentadas, quais as profissões mais interessantes, quais aquelas que mais alunos gostariam de exercer e qual a que teve menor interesse. Trabalhe com os dados da pesquisa a fim de quantificar seu interesse profissional e de seus colegas. 102 pnld2016_his_3a.indd 102 24/07/14 18:36 UNIDADE A seguir são apresentadas indicações de leitura para o estudo dos diferentes temas de História abordados neste livro. Por meio desse material será possível, de forma divertida, enriquecer o conhecimento e descobrir diferentes aplicações da História em seu cotidiano. 1 Cultura: uma criação do homem Mil folhas: história ilustrada do doce. Lucrécia Zappi. São Paulo: Cosac Naify, 2010. Coleção Prismas. Este livro conta como surgiram o chiclete, o sorvete, o chocolate e outros doces, mostrando como a história desses doces influenciou o seu consumo e produção em diversas culturas. Gosto de África: histórias de lá e daqui. Joel Rufino dos Santos. São Paulo: Global, 2010. Esta obra faz uma abordagem sobre mitos, lendas e tradições africanas, ajudando-nos a compreender melhor nossa cultura, uma vez que os africanos que foram trazidos para o Brasil contribuíram muito na formação da cultura brasileira. UNIDADE O menino que quebrou o tempo. José Maviael Monteiro. São Paulo: Scipione, 2005. Coleção Biblioteca. Este livro de ficção é sobre um menino que mexe nos relógios de um relojoeiro e, rompendo o tempo, causa uma grande confusão na cidade. Através desta leitura você poderá relacionar a construção cultural de mecanismos à medição do tempo. 2 Um tempo para cada coisa, cada coisa no seu tempo As crianças na História. Chris Rice e Melanie Rice. São Paulo: Ática, 2000. Este livro narra uma viagem no tempo por diversas localidades. Através desta obra você pode conhecer culturas muito diferentes e perceber como as crianças vivem, onde moram e estudam, além de algumas características bastante curiosas. Os direitos da criança. Lenice Bueno Silva. São Paulo: Ática, 1990. Neste livro são mostrados os princípios que compõem a Declaração Universal dos Direitos da Criança, acompanhados de ilustrações. Bom dia, todas as cores. Ruth Rocha. São Paulo: FTD, 1998. Este livro narra a história de Camaleão, que acordou muito feliz e mudou sua cor para rosa, que ele achava a mais bonita. Durante um passeio encontrou vários de seus amiguinhos e cada um pedia para ele usar uma cor diferente, até que ele percebeu o quanto era difícil agradar a todos. 103 pnld2016_his_3a.indd 103 24/07/14 18:36 http://www.unicef.org.br. Este site apresenta as inúmeras ações do Fundo das Nações Unidas para a Infância – Unicef – que está presente no Brasil desde 1950, liderando e apoiando algumas das mais importantes transformações na área da proteção à infância e à adolescência no país, como as grandes campanhas de imunização e aleitamento, o movimento pelo acesso universal à educação, os programas de combate ao trabalho infantil, entre outros. Reinações de José Mindlin. José Mindlin. São Paulo: Ática, 2008. Este livro conta as memórias do autor, desde o seu nascimento, em 1914, até completar 10 anos de idade. Na obra são narradas suas peripécias de infância e também o que acontecia no mundo durante essa mesma época. UNIDADE Menino brinca de boneca? Marcos Ribeiro. São Paulo: Salamandra, 2001. Este livro faz uma abordagem sobre os preconceitos relacionados aos papéis desempenhados por homens e mulheres na sociedade. 3 Educação, um direito de todos Para toda criança: os direitos da criança em palavras e imagens. Caroline Castle. São Paulo: Ática, 2001. Este livro ricamente ilustrado por artistas de todo o mundo pode ajudar você a refletir e entender novos aspectos sobre os direitos das crianças. U NIDADE A escola nossa de cada dia. Edy Lima. São Paulo: Scipione, 1996. Coleção Opiniões irreverentes. Esta obra descreve a escola sob a visão de uma criança, apresentando diversos aspectos sobre o ambiente escolar, o que pode ajudar você a refletir e comparar essa escola representada no livro com a escola que você estuda. 4 O trabalho, o emprego e as profissões Deixa que eu faço. Brian Moses. São Paulo: Scipione, 1999. Coleção Valores. Este livro mostra como as crianças podem ser estimuladas a ter responsabilidade e executar tarefas no dia a dia. Serafina e a criança que trabalha. Cristina Porto, Iolanda Huzak e Jô Azevedo. São Paulo: Ática, 2005. Este livro aborda de forma sutil a dura realidade das crianças que trabalham na zona rural. 104 pnld2016_his_3a.indd 104 24/07/14 18:36 MANUAL DO PROFESSOR 3 pnld2016_mp_his_3a.indd 105 ANO 24/07/14 19:04 Os estudos históricos são fundamentais para a construção da identidade social do indivíduo, uma vez que lhe possibilitam perceber-se como sujeito e agente da história ao identificar as relações dos diferentes grupos humanos em tempos e espaços diversos. É fundamental que os alunos desde as séries iniciais da escolarização possam perceber a pluralidade e a diversidade das experiências individuais e coletivas, compreendendo-as no constante processo de mudança e permanência, adquirindo habilidade de analisar relações, diferenças, semelhanças, desigualdades, alianças e conflitos. O processo de ensino-aprendizagem de História deve oferecer ao aluno um estímulo para a compreensão da realidade. É importante que o aluno seja motivado a falar, expor seus pontos de vista sobre variados assuntos e, debatendo-os com os colegas, reformulá-los. Só assim ele poderá perceber que existem ideias e opiniões diferentes e aprenderá a respeitá-las. A partir delas, aumentará o número de informações que possui, construindo seu conhecimento. Ensinar e aprender História exige reflexão e tomada de posição diante dos fatos apresentados. O conhecimento histórico nunca estará completo, uma vez que novos dados e enfoques contribuem constantemente para sua construção. Com o objetivo de contribuir com a sua prática docente, neste manual é apresentada a concepção do ensino de História, estratégias e orientações para o trabalho com os temas apresentados nesta Coleção. Constam também outras sugestões de atividades e indicações de leitura que podem contribuir com a formação continuada do docente. A autora pnld2016_mp_his_3a.indd 106 24/07/14 19:04 Justificativa para a proposta de trabalho.................. 109 A documentação vigente para o Ensino Fundamental de 9 anos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110 Estrutura da Coleção................................................................113 A organização didática.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113 Abertura de unidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114 Para começo de conversa.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114 Para refletir.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114 Pesquisando e aprendendo mais.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115 Escrevendo a História.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115 Aprender fazendo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115 Estudando o documento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116 Trabalhando juntos. . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116 Ícones. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116 Glossário.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117 Você sabia?.. . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117 Sugestões para a turma. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117 Os temas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118 Quadro geral de temas 2o Ano. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118 Quadro geral de temas 3o Ano. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118 Quadro geral de temas 4o Ano.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119 Quadro geral de temas 5o Ano. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120 Estratégias para o trabalho com a Coleção..................121 O trabalho com textos.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121 O trabalho com imagens. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122 pnld2016_mp_his_3a.indd 107 24/07/14 19:04 O trabalho com mapas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123 A formação de conceitos.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124 A realização das atividades pedagógicas.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125 Projetos de Trabalho e a abordagem interdisciplinar.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125 Redação de textos. . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127 O trabalho de pesquisa.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128 Dinâmica de debates. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129 Entrevistas.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129 Visita a museus e atividades externas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130 Confecção de maquetes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131 Avaliação.......................................................................................... 131 Textos complementares........................................................... 133 Texto 1.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134 Texto 2.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135 Texto 3.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136 Orientações específicas para o livro do 3o ano.......... 137 1 Cultura: uma criação do homem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137 2 Um tempo para cada coisa, cada coisa no seu tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148 3 Educação, um direito de todos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158 4 O trabalho, o emprego e as profissões. . . . . . . . . . . . . . . . 164 Textos de apoio........................................................................... 172 Referências.................................................................................... 173 pnld2016_mp_his_3a.indd 108 24/07/14 19:04 Justificativa para a proposta de trabalho MANUAL DO PROFESSOR Compreendemos que o ensino da História tem como função contribuir para a formação de cidadãos conscientes da importância da participação social, preocupados em resgatar e respeitar o Patrimônio Histórico, conhecendo e compreendendo a natureza social e individual do ser humano, uma vez que a História, como ciência, tem por objetivo principal o estudo da experiência humana no tempo. Desse modo, entendemos que o ensino da História deve propiciar aos alunos um melhor entendimento da realidade em que vivem, conhecendo a herança cultural, individual e coletiva da humanidade. Os temas selecionados para esta Coleção buscam criar uma relação entre a vida cotidiana dos alunos e sua própria história, salientando-se o papel de todos os membros da sociedade na construção e preservação da História, procurando fazer com que aprendam a olhar a realidade e, ao mesmo tempo, estabelecendo relações com outras experiências, tanto do passado como do presente, entendendo a historicidade da realidade em que vivem. O historiador Marc Bloch foi um dos pioneiros a se levantar contra a forma tradicional de entender a História, que a conceituava como a ciência que se ocupa em estudar o passado. Bloch afirma que somente o passado como tal não poderia ser objeto de estudo de uma ciência; a História deve ocupar-se igualmente dos tempos presentes, contrariando também a afirmação daqueles que interpretavam a História como uma “Ciência do homem”. Para esse autor, a História só poderia ser considerada como uma “Ciência dos homens no tempo” (Bloch, 2001, p. 55). Bloch defendia também que o tempo da história deveria ser pensado em termos de articulação que envolve espaço e tempo, ligado pela ideia de que o presente é importante para a compreensão do passado e vice-versa. Uma formulação aparentemente simples, mas que era altamente inovadora quando tomou força por volta da década de 1940. Em concordância com a concepção de História proposta por Bloch, bem como com as Diretrizes Curriculares Nacionais, os temas e objetivos de ensino-aprendizagem explorados na Coleção foram pensados de forma a permitir que os alunos, a partir de seus conhecimentos e vivências, bem como pelo contato com conceitos, sejam capazes de construir o conhecimento histórico. Conhecimento esse que se torna significativo quando trabalhado de forma contextualizada, tanto no que se refere aos temas e conteúdos quanto na relação com as demais áreas do conhecimento. Todo conhecimento mantém um diálogo permanente com outros saberes, que pode ser de questionamento, de confirmação, de complementação, de negação, de ampliação, de iluminação de aspectos não distinguidos. Assim, além de reconhecer as diferenças entre as áreas do conhecimento, é preciso identificar onde se encontram as zonas de intersecção entre elas para localizar os pontos em comum e realizar um trabalho na perspectiva interdisciplinar. A interdisciplinaridade busca, sobretudo, um ensino que concilie diferentes conceitos de diferentes áreas, podendo substituir a fragmentação pela interação, permitindo que os alunos aprendam a relacionar conceitos e, consequentemente, construam novos conhecimentos com muito mais autonomia e criatividade. Para que a perspectiva interdisciplinar aconteça, você, professor, precisa abrir um espaço de diálogo com outros componentes curriculares e, ao mesmo tempo, identificar em seu campo de estudo onde se encontram as aberturas que permitem incorporar as contribuições das outras áreas. O trabalho com a interdisciplinaridade na escola pode e deve começar nas séries iniciais do Ensino Fundamental, visando romper a fragmentação do conhecimento. 109 pnld2016_mp_his_3a.indd 109 24/07/14 19:04 Compreendemos que uma estratégia de concepção de ensino produtiva e funcional para o desenvolvimento de um trabalho interdisciplinar é a abordagem temática, tendo em vista que o estudo desses temas não pertence a uma disciplina específica, mas envolvem duas ou mais delas. Ao longo do livro, a partir de diferentes temas, buscou-se estimular o diálogo com outras áreas de conhecimento. Dessa forma, o aluno terá uma visão mais ampla da realidade e, portanto, será capaz de desenvolver habilidades que permitam a promoção de atitudes de cidadania e respeito ao próximo e ao ambiente segundo uma visão crítica, de modo que possa interferir e transformar a realidade de forma a tornar-se e perceber-se como sujeito histórico. Como disse Bloch, a História tem como objeto de estudos os homens no tempo. Essa concepção de tempo contempla o tempo estudado com o tempo em que o estudo é feito. Ou seja, não é possível desconectar o passado do presente. Segundo o historiador britânico Eric Hobsbawm, estudar o passado é uma necessidade premente nos tempos atuais, que privilegiam muito mais o efêmero, a novidade, em detrimento do passado humano. Para ele, conhecer a história de vida de um povo, de uma nação, significa a construção e afirmação de uma identidade histórica e cultural: é sabermos de onde viemos e quem somos. A destruição do passado – ou melhor, dos mecanismos sociais que vinculam nossa experiência pessoal à das gerações passadas – é um dos fenômenos mais caracterís-ticos e lúgubres do final do século XX. Quase todos os jovens de hoje crescem numa espécie de presente contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público da época em que vivem (HOBSBAWM, 1995, p. 13). De acordo com a autora Circe Bittencourt em sua obra O saber histórico na sala de aula, a relação passado e presente é o que permite a reflexão consciente sobre os acontecimentos: [...] a História deve contribuir para a formação do indivíduo comum, que enfrenta um cotidiano contraditório, de violência, desemprego, greves, congestionamentos, que recebe informações simultâneas de acontecimentos internacionais, que deve escolher seus representantes para ocupar os vários cargos da política institucionalizada. Este indivíduo que vive o presente deve, pelo ensino da História, ter condições de refletir sobre estes acontecimentos, localizá-los em um tempo conjuntural e estrutural, estabelecer relações entre os diversos fatos de ordem política, econômica e cultural [...] Temos que o ensino de História deve contribuir para libertar o indivíduo do tempo presente e da imobilidade diante dos acontecimentos, para que possa entender que cidadania não se constitui em direitos concedidos pelo poder instituído, mas tem sido obtida em lutas e em diversas dimensões (BITTENCOURT, 2008, p. 20). Por meio da compreensão da relação passado e presente é que os alunos podem se compreender como sujeitos e agentes da História, em vez de vê-la apenas como “algo que aconteceu há muito tempo atrás”. A documentação vigente para o Ensino Fundamental de 9 anos. A presente Coleção pauta-se pela documentação vigente para o Ensino Fundamental de 9 anos: •• Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. Resolução que fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos a serem observadas na organização curricular dos sistemas de ensino e de suas unidades escolares; 110 pnld2016_mp_his_3a.indd 110 24/07/14 19:04 e Cultura Afro-Brasileira, definida nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das relações étnico-raciais e para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana; •• o cumprimento da Lei no 11.645/08, que inclui no currículo oficial a obrigatoriedade do ensino da História e cultura dos povos indígenas do Brasil. O trecho das Diretrizes Curriculares Nacionais, exposto abaixo, comenta a importância da inserção dessas temáticas. O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e europeia (art. 26, § 4 o da LDB). Ainda conforme o artigo 26 A, alterado pela Lei no 11.645/2008 (que inclui no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”), a História e a Cultura Afro-Brasileira, bem como a dos povos indígenas, presentes obrigatoriamente nos conteúdos desenvolvidos no âmbito de todo o currículo escolar, em especial na Arte, Literatura e História do Brasil, assim como a História da África, contribuirão para assegurar o conhecimento e o reconhecimento desses povos para a constituição da nação. Sua inclusão possibilita ampliar o leque de referências culturais de toda a população escolar e contribui para a mudança das suas concepções de mundo, transformando os conhecimentos comuns veiculados pelo currículo e contribuindo para a construção de identidades mais plurais e solidárias (BRASIL, 2013, p. 114). MANUAL DO PROFESSOR •• o cumprimento da Lei no 10.639/03, que inclui no currículo oficial a obrigatoriedade da História Nas últimas duas décadas, o governo federal, bem como instituições e organizações que lutam pelo respeito aos direitos e à cultura dos grupos indígenas e também às culturas africanas e afro-brasileiras têm se esforçado no sentido de garantir que esses elementos históricos e culturais, tão fundamentais à formação do povo brasileiro, sejam difundidos, conhecidos e respeitados pela sociedade. Na presente Coleção essas temáticas são abordadas não apenas pra cumprir a legislação, mas também por compreendermos que o conhecimento dos elementos históricos e culturais dos grupos indígenas e a herança cultural africana são necessários para compreender de que forma se configurou o povo brasileiro, sua identidade e sua cultura. Em nossa concepção, não há como estudar a história de um país sem considerar todos os elementos que a construíram. Ao longo dos quatro volumes que compõem esta Coleção, no trabalho com os mais diversos temas, a cultura de diferentes grupos indígenas e dos povos africanos e afro-brasileiros foi contemplada a fim de fornecer aos alunos um quadro mais completo da formação cultural brasileira. • • O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), que se constitui em um acordo formal assumido pelo governo federal, estados, municípios e entidades para firmar o compromisso de alfabetizar crianças até, no máximo, oito anos de idade, ao final do ciclo de alfabetização. Para trabalhar em concordância com essas diretrizes, em muitas escolas passaram a existir debates na elaboração de seus projetos pedagógicos, os quais exigiram respostas para organizar o ensino tendo como ponto de partida a vivência dos alunos. Nesse novo contexto do ensino, é fundamental que os alunos participem do processo de aprendizagem de forma ativa, incorporando os conhecimentos que já possuem às novas abordagens e relações, construindo e internalizando a ideia de que são sujeitos históricos e, assim, são parte integrante dos fatos, acontecimentos, mudanças, permanências, conflitos, conquistas, entre tantas possibilidades do fazer histórico. Ao se compreenderem como sujeitos históricos, é preciso estimular os alunos a desenvolverem também a consciência de que são cidadãos, e de que devem exercer essa função, prezando por seus direitos e cumprindo com seus deveres. 111 pnld2016_mp_his_3a.indd 111 24/07/14 19:04 Os objetivos que a Educação Básica busca alcançar, quais sejam, propiciar o desenvolvimento do educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe os meios para que ele possa progredir no trabalho e em estudos posteriores, segundo o artigo 22 da Lei no 9.394/96 (LDB), bem como os objetivos específicos dessa etapa da escolarização (artigo 32 da LDB), devem convergir para os princípios mais amplos que norteiam a Nação brasileira. Assim sendo, eles devem estar em conformidade com o que define a Constituição Federal, no seu artigo 3 o, a saber: a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, que garanta o desenvolvimento nacional; que busque “erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais”; e que promova “o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” (BRASIL, 2013, p. 106-108). Em conformidade com os pressupostos das Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica, apresenta-se, portanto, a seguinte proposta teórico-metodológica: A proposta de estudo da História apresentada na Coleção pretende estabelecer articulações entre abordagens teórico-metodológicas distintas, resguardadas as diferenças entre elas, por entender que esse é um caminho possível para o ensino de História nos primeiros anos da escolaridade básica, possibilitando aos alunos compreenderem que a História pode ser entendida como um dos instrumentos que auxilia na leitura e interpretação da realidade e na sua percepção como sujeitos históricos. Desse modo, ao fundamentar a pesquisa para a elaboração desta Coleção, buscou-se interpretar novos agentes históricos, privilegiando uma abordagem realizada sob o recorte da história do local onde vivem os alunos e do manejo dos fatos e processos históricos que dialogam com as outras Ciências Humanas. Assim, ao trabalhar com os alunos, podemos enfocar os modos de viver, agir, pensar e se relacionar das pessoas comuns, sem salientar apenas personagens históricas e grandes feitos. Entendemos que o ensino da História no Ensino Fundamental pode se beneficiar de abordagens incorporadas pela chamada “Nova História Cultural”, corrente historiográfica que trabalha com a micro-história e a história do cotidiano, valorizando a diversificação de documentos, como imagens, canções e objetos arqueológicos, na construção do conhecimento histórico. Essa abordagem fica explícita ao longo da Coleção, quando solicitamos aos alunos que tragam experiências do seu dia a dia para trabalharem temas históricos. Desenvolvemos também uma proposta de ensino temático, na qual o tema/assunto discutido é abordado a partir de uma referência inicial: um fragmento de documento histórico, poesia, textos ficcionais, artigos ou imagens, os quais tenham potencial de motivar e despertar a curiosidade dos alunos para refletirem sobre o tema. Essa abordagem fica evidente na seção “Para começo de conversa...”, que dá início a todos os capítulos. Para que o aluno desenvolva atitudes críticas e investigativas, é importante criar situações de aprendizagem nas quais ele seja capaz de se interessar e demonstrar curiosidade pelo mundo social e natural, formulando perguntas, imaginando soluções para compreendê-lo, buscando informações e confrontando ideias. Esse comportamento é incentivado na seção “Pesquisando e aprendendo mais”. As narrativas e exposição dos temas buscam uma reflexão a partir de um objeto concreto, situado no presente, no contexto dos alunos. Por meio de diálogos entre eles, da reflexão pessoal ou de entrevistas com familiares e outras pessoas é que se propõe provocar o processo de identificação e sistematização das diferenças e semelhanças a sua volta e, gradativamente, ampliar a visão de mundo a outros espaços e tempos, sempre sob uma perspectiva histórica. 112 pnld2016_mp_his_3a.indd 112 24/07/14 19:04 MANUAL DO PROFESSOR De acordo com o projeto que estamos delineando, partimos do princípio de que o aluno já tem certos saberes acerca de alguns conteúdos de História, os quais foram elaborados no convívio familiar, social e escolar. Na maior parte das vezes, entretanto, esses conhecimentos não estão sistematizados, mas é a partir deles que os alunos podem reformular conceitos e conhecimentos pela incorporação de novos elementos àqueles já adquiridos, buscando aperfeiçoamento e aquisição de habilidades. O exercício da concentração e autonomia em atividades individuais, a participação ativa nas atividades coletivas e a atenção em explanações orais dos colegas compõem também requisitos importantes a serem alcançados nesse processo. Conhecer os alunos, bem como a história e as dificuldades deles, é um importante meio para ajudar o trabalho pedagógico. O conhecimento dessas questões pode ser subsídio para a discussão da elaboração do planejamento ou na avaliação, como consequência à constante atualização do projeto. Portanto, é fundamental que sejam priorizadas, selecionadas e criadas situações oportunas para esse relacionamento. Assim, quanto mais é desenvolvido o diálogo e a interação com os alunos, mais se pode ter clareza sobre o que oferecer para assegurar o bom andamento das aulas, reconhecendo as diversidades do grupo. Estrutura da Coleção A presente Coleção tem como eixo temático norteador a cidadania. Em cada um dos quatro volumes são explorados temas específicos: Identidades (2o ano), Interação social (3o ano), Encontro de povos e culturas (4o ano) e Organização social e política brasileira (5o ano), de forma que todos os temas e conteúdos que compõem a coleção proporcionem a construção do conhecimento histórico, objetivando a postura cidadã. Essas temáticas específicas auxiliam os alunos a compreenderem e construírem conceitos, bem como a desenvolverem habilidades necessárias para alcançar o objetivo maior da Coleção, a consciência e exercício da cidadania. A seleção dos temas visa não apenas sua apresentação, mas também à contextualização e à possibilidade de explicações, analogias e relação entre passado e presente. Assim, o ensino de História, segundo trecho da Lei, deve ser garantido como meio para que se possa asseverar a compreensão do ambiente social, do sistema politico e dos valores em que se fundamenta a sociedade. Desse modo, propõe-se a gradativa aquisição de conceitos a partir do estudo e da pesquisa que permitem a construção do conhecimento. A divisão escolhida para os capítulos organizou-se, ainda, a fim de viabilizar o desenvolvimento e articulação de conceitos, relações e noções que elegemos como fundamentais para a percepção e aquisição do conhecimento histórico. A organização didática A coleção é formada por quatro volumes. Os temas estão organizados em quatro unidades por volume, subdivididas em capítulos. Cada capítulo, além do texto de abertura e do desenvolvimento dos temas referentes ao tema principal, está organizado por seções, conforme o quadro a seguir: 113 pnld2016_mp_his_3a.indd 113 24/07/14 19:04 Para começo de conversa... UNIDADE Abertura de unidade 3 10 UmaTítulo terra chamada Brasil OP: o uso de mapas é uma prática pedagógica importante nas aulas de História. As representações cartográficas antigas, como a apresentada acima revelam dados geográficos, mas também muito da imaginação de quem as produzia, como ornamentos, desenhos simbólicos, entre outros. Os mapas históricos contam muito sobre a nossa história! Veja quantos elementos E o que será diferentes são que cada um representados. desses elementos significam? Lopo Homem, Pedro Reine e Jorge Reine. Terra Brasilis. 1515-1519. Manuscrito iluminado sobre pergaminho, 41,5 cm x 59 cm. Biblioteca Nacional da França, Paris (França). 68 69 Por meio de uma ou mais imagens e questões feitas pelos personagens, propõe-se apresentar o tema que será desenvolvido ao longo da unidade. Por meio desta seção é feita a introdução do tema de cada capítulo. O aluno vai observar imagens, ler poemas ou outro texto que o permita refletir sobre o tema que será trabalhado. Ele poderá fazer relações com aquilo que já conhece, ou terá sua curiosidade estimulada. Para refletir Seção que traz exercício de reflexão, análise ou síntese sobre o conteúdo apresentado no capítulo e, eventualmente, pode trazer uma atividade oral em grupo realizada em sala de aula, visando à problematização, socialização de ideias e confronto de opiniões sobre o tema e os conteúdos, cujo objetivo é desenvolver a capacidade de argumentação dos alunos. As atividades propostas nesta seção buscam estimulá-los a se posicionarem de forma crítica, responsável e construtiva em seu cotidiano. 114 pnld2016_mp_his_3a.indd 114 24/07/14 19:04 Pesquisando e aprendendo mais Aprender fazendo MANUAL DO PROFESSOR Nesta seção são propostas atividades em que o aluno deve desenvolver o trabalho de pesquisa em fontes diversas, como jornais, revistas, livros, rede mundial de computadores, entrevistas, entre outros, a fim de ampliar a construção do conhecimento histórico por meio de propostas que contemplem a mobilização, a observação e a análise de fontes diversas. Seção que traz um conjunto de atividades que propõem o estímulo às capacidades de observação, comparação, interpretação e análise de diferentes fontes, desenvolvendo assim o pensar histórico. A sequência dessa análise é o exercício de expressão escrita ou gráfica, no qual objetiva-se que os alunos sistematizem os conhecimentos discutidos nas aulas e produzam conhecimentos históricos decorrentes das análises e reflexões. Por esse motivo, essas atividades constituem-se também como instrumento de avaliação e autoavaliação dos conceitos e temas trabalhados. Nos dois primeiros volumes, o trabalho é mais incipiente e aparece sempre ao final de um capítulo. Já a partir do volume do 4 o ano acompanha o processo de construção do conhecimento, onde o aluno ganha papel de protagonista da narrativa do livro, além de oferecer ao professor subsídios para a avaliação formativa e continuada. Seção com atividades envolvendo representações dos alunos quanto a aspectos do tema e dos conteúdos trabalhados no capítulo, em que eles podem exercitar a compreensão dos saberes históricos abordados. Oferece a possibilidade de trabalho individual ou em grupo para a montagem de algum elemento didático, apresentações, representação teatral, entre outros. Além de desenvolver a habilidade dos alunos na manipulação de materiais, essas atividades proporcionam a visualização de alguns temas que estão sendo estudados. 115 pnld2016_mp_his_3a.indd 115 24/07/14 19:04 Estudando o documento Seção com atividade de leitura e análise de documento histórico, como crônicas, reportagens e fontes históricas diversas. Por meio dessas atividades, os alunos serão instigados a investigar os documentos, buscando, por meio de relações com o contexto estudado, encontrar mais informações sobre o conteúdo, de forma a contribuir ativamente para a construção de seu conhecimento sobre a história. Embora no 2o e 3o anos os documentos façam parte do conteúdo do livro, a exploração desse trabalho aparece sistematizada em seção apenas no 4o e 5o anos. Proposta de atividades a serem desenvolvidas por toda a turma durante o semestre ou ao final dele. Nesse trabalho será explorado e aprofundado algum tema abordado ao longo do semestre, de forma que os alunos desenvolvam conjuntamente atividades de pesquisa e experimentação. Essa tarefa favorece, além do trabalho em equipe, a interdisciplinaridade e o exercício da cidadania. Ícones PESQUISA Este ícone indica o desenvolvimento de atividade de pesquisa. RESPONDA ORALMENTE RESPONDA NO CADERNO Este ícone sinaliza que o aluno deverá responder a atividade oralmente sob a supervisão do professor. Quando este ícone aparecer, o aluno deverá escrever as respostas no caderno. ENTREVISTA Este ícone indica uma atividade que recorre a conversas e entrevistas, estimulando a percepção da história de vida e das memórias dos familiares e comunidade. 116 pnld2016_mp_his_3a.indd 116 24/07/14 19:04 Glossário 1. Após ler alguns versos da música “A cidade ideal”, analise alguns dos desejos citados na letra pelo autor. a) Relacione esses desejos e escreva quais você considera mais interessantes. b) Reúna-se com um colega de sala e juntos analisem as respostas que vocês MANUAL DO PROFESSOR anotaram. 2. Reflita e debata com seus colegas de sala como seria a cidade na qual vocês viveriam se ela fosse administrada por crianças. Os primeiros agrupamentos humanos Desde que os primeiros seres humanos passaram a viver em grupos começaram a se organizar de formas diferentes. Aprenderam a garantir sua sobrevivência protegendo-se mutuamente contra as dificuldades do ambiente, destaque que o termo Précomo a chuva e o frio, ataques de animais, entre outras. OP: História, atualmente, indica apenas a ausência de escrita, e não a ausência de História. Os grupos humanos que viveram na Pré-História eram nômades, ou seja, não tinham moradia fixa, movimentavam-se constantemente em busca de lugares ricos em água e alimentos. O fogo foi uma das conquistas mais importantes desse período, pois permitiu que eles se aquecessem nos dias frios, afugentassem animais selvagens e assassem seus alimentos. De Agostini / G. Dagli Orti/Glow Images Por volta de 10 mil anos atrás, alguns grupos humanos passaram a desenvolver técnicas de agricultura e criação de animais, podendo permanecer por mais tempo em um mesmo lugar, tornando-se sedentários. Ferramenta primitiva de pedra, do Período Neolítico. Com o passar dos anos, muitos desses grupos começaram, então, a construir canoas, barcos e aprenderam a lascar e polir a pedra para fazerem instrumentos como pontas de flecha e facas. Pré-História: para facilitar o estudo da História, alguns historiadores denominaram o período entre o surgimento dos primeiros hominídeos na Terra, há aproximadamente 3 milhões de anos, e a invenção da escrita, por volta de 6 mil anos atrás, como Pré-História. Sedentários: corresponde ao homem, ou grupo de homens, que se fixou em um território. Apresenta o significado de palavras, grifadas ao longo do texto, que podem ser desconhecidos para os alunos. A explicação considera o contexto em que a palavra aparece no texto e busca explicá-la de forma simples e objetiva. 11 Você sabia? Sugestões para a turma Seção que apresenta um texto com conteúdos que complementam o tema do capítulo. Seção que traz sugestões de livros e sites relacionados ao capítulo. Eles podem ampliar ou aprofundar as questões e oferecer, por vezes, outras abordagens sobre os assuntos tratados. Professor, sempre que aparecer a sigla OP, no livro do aluno, são indicadas orientações para o seu trabalho em sala de aula. A disposição dos temas e conteúdos, bem como das atividades por meio de seções é uma organização da Coleção, e não uma fragmentação do processo ensino-aprendizagem. O que se comprova pela interligação das seções em alguns momentos. 117 pnld2016_mp_his_3a.indd 117 24/07/14 19:04 Os temas Os temas e os conteúdos estão organizados da seguinte forma ao longo da coleção: Quadro geral de temas 2o Ano - Identidades Unidade 1 Unidade 2 Unidade 3 Unidade 4 A medida do tempo Identidades e história Outros espaços de convívio Capítulo 1 A contagem do tempo: uma invenção do homem Capítulo 1 O nome de cada um Continuando a História... Pistas do passado Capítulo 1 A História na nossa vida •• O nome •• O significado do nome •• O sobrenome •• A família •• As mulheres na História •• Pistas do passado e o •• A rua •• A rua e os vizinhos •• Os nomes das ruas e Capítulo 2 Os documentos que nos identificam Capítulo 2 A casa, uma pista no tempo •• Contando o tempo •• O tempo da natureza •• Contando o tempo: calendários e relógios Capítulo 2 O tempo passa... e continua passando •• A passagem do tempo •• Organizando o seu tempo •• Linha do tempo •• O primeiro documento •• Outros documentos Patrimônio Histórico Capítulo 1 A rua e seus personagens dos lugares •• Moradias •• Outras casas, Capítulo 2 Meu endereço e outras histórias •• Os bairros •• Enviando cartas outras histórias Quadro geral de temas 3o Ano - Interação social Unidade 1 Cultura: uma criação do homem Capítulo 1 O homem e a história •• O Carnaval como um elemento da cultura •• A diversidade de culturas no Brasil Unidade 2 Um tempo para cada coisa, cada coisa no seu tempo Capítulo 1 Um tempo para ser criança. Sempre foi assim? •• Ser criança •• Tempo para tudo •• A exploração do trabalho infantil Unidade 3 Educação, um direito de todos Capítulo 1 Aprendendo em todos os lugares •• Aprendendo a todo momento •• A criança na escola •• Educação, um direito conquistado Capítulo 2 Contando o tempo, contando a história Capítulo 2 Brincadeiras de todos nós •• O registro: das horas aos •• Brincadeira é coisa séria •• Brincadeiras indígenas •• Outras brincadeiras, séculos •• A contagem do tempo com o relógio Capítulo 2 Uma viagem no tempo e a história da escola •• A escola para todos •• O tempo na escola Unidade 4 O trabalho, o emprego e as profissões Capítulo 1 Trabalho e profissões •• Divisão de tarefas •• O ser humano e o trabalho •• O trabalho na escola •• As profissões Capítulo 2 Trabalho e emprego •• A produção humana •• As profissões do futuro cantigas e jogos •• Outras medidas de tempo 118 pnld2016_mp_his_3a.indd 118 24/07/14 19:04 Unidade 1 Unidade 2 Unidade 3 Unidade 4 Conviver: Uma necessidade humana O mundo se revela Uma terra chamada Brasil A construção do Estado brasileiro Capítulo 1 Capítulo 1 Capítulo 1 Capítulo 1 Dos primeiros agrupamentos humanos às cidades Encontro de culturas Brasil: a colônia portuguesa Brasil: A conquista do território •• Os primeiros •• Viajar, uma aventura •• O encontro entre culturas •• Aceitar as diferenças •• O encontro entre os •• As paisagens brasileiras •• A disputa europeia pelas agrupamentos humanos •• As primeiras aldeias e depois as cidades •• As cidades se diferenciam portugueses e os indígenas •• Os primeiros tempos •• Ocupação portuguesa •• Os governos-gerais MANUAL DO PROFESSOR Quadro geral de temas 4o Ano - O encontro de povos e culturas terras descobertas no século 15 •• A ocupação do território brasileiro •• Os tratados de limites: estabelecendo as fronteiras Capítulo 2 Capítulo 2 Capítulo 2 Capítulo 2 Burgos: A cidade estaria mudando? Cidades e reinos africanos A escravidão no Brasil Formação da cultura nacional •• A procura de proteção •• O surgimento dos burgos •• O centro das •• Um continente, •• A exploração do trabalho muitos povos e a escravidão indígena •• A cultura brasileira •• A formação cultural cidades medievais •• Características dos povos do sul da África •• A Cidade de Ifé •• Os impérios de Gana e Mali •• O reino do •• A escravidão dos africanos •• O tráfico de africanos escravizados •• A abolição da escravatura africana no Brasil brasileira por meio das línguas faladas no Brasil •• A formação cultural brasileira por meio das religiões •• Muitas contribuições na formação da cultura brasileira Grande Zimbábue •• A chegada dos europeus Capítulo 3 Capítulo 3 Capítulo 3 Capítulo 3 O morador da cidade é cidadão? Os primeiros habitantes do Brasil O rural e o urbano no Brasil colonial Brasil independente: nasce o país •• A cidadania na Grécia •• Os habitantes da terra •• O engenho açucareiro •• Um Brasil rural •• A vida no •• A corte portuguesa vem antiga •• A busca pela cidadania na atualidade de Pindorama •• Os indígenas do Brasil •• A aldeia indígena •• O dia a dia dos grupos indígenas engenho colonial •• O ambiente urbano na colônia para o Brasil •• A proclamação da Independência do Brasil •• A organização do Estado brasileiro •• Formando um país continental 119 pnld2016_mp_his_3a.indd 119 24/07/14 19:04 Quadro geral de temas 5o Ano - Organização social e política brasileira Unidade 1 Unidade 2 Unidade 3 Unidade 4 Brasil: as mudanças no início do século 20 Formando uma nação A República Federativa do Brasil Participar: um direito e um dever Capítulo 1 Capítulo 1 Capítulo 1 Capítulo 1 Imigrantes em busca de um sonho A nação e os símbolos nacionais brasileiros Divisão política do Brasil Participar para ajudar a construir •• O Brasil no século 19 •• Da Europa para o Brasil •• Os primeiros imigrantes •• O Brasil quer •• Ser brasileiro é pertencer •• Mudanças na divisão •• Solidariedade e a uma nação política do Brasil__ •• A cidade e o município •• O ritmo das cidades •• O município •• A administração mais imigrantes •• O imigrante na cidade •• A chegada dos japoneses •• Ser brasileiro fora do Brasil participação •• Participação: uma conquista •• Processo eleitoral e participação do município Capítulo 2 Capítulo 2 Capítulo 2 Capítulo 2 A República brasileira O povo brasileiro Cada cidade, muitas histórias A população luta por seus direitos •• Reações contra a •• Indígenas e europeus: •• A preservação do •• Movimentos populares •• A luta pelos direitos Monarquia Imperial no Brasil •• A Constituição o povo brasileiro em formação Patrimônio Histórico •• A história dos lugares •• A chegada dos africanos das mulheres •• A participação republicana, o que mudou? dos trabalhadores •• Luta pela terra Capítulo 3 Capítulo 3 Capítulo 3 Capítulo 3 Urbanização e cultura de massa Os indígenas e os afrodescendentes: a difícil caminhada A cidadania em construção A sociedade em constante transformação •• O crescimento e •• A relação com a natureza •• As questões indígenas na •• Democracia passo a passo •• A Constituição brasileira •• O Brasil e o século 21 •• Brasil e o meio ambiente desenvolvimento das cidades •• A cultura urbana e a popularização do rádio •• Futebol – De jogo da elite a esporte popular legislação brasileira. de 1988 •• Os africanos e os afrodescendentes no Brasil •• Resistência e luta •• O fim da escravidão africana no Brasil 120 pnld2016_mp_his_3a.indd 120 24/07/14 19:04 Estratégias para o trabalho com a Coleção MANUAL DO PROFESSOR Ao longo dos volumes são propostas diferentes atividades e análises que contribuem para a formação do pensar histórico. Para desenvolver essas atividades é preciso que você utilize algumas estratégias, descritas a seguir. O trabalho com textos Propõem-se na Coleção a leitura e interpretação de diversos gêneros textuais (como documentos históricos, depoimentos, textos ficcionais, letras de música, poemas, artigos) e imagens (pinturas e outras obras de arte, fotografias, ilustrações e mapas) que foram selecionados para cada tema e que se constituem em importante recurso para a abordagem da História. O trabalho com diferentes tipos de fontes é corrente ao longo dos 4 volumes, no entanto ele aparece de forma sistematizada no 4o e 5o ano, em especial na seção “Estudando o documento”. É fundamental trabalhar as habilidades de leitura, compreensão e interpretação para que a reflexão ganhe efetivamente um significado e permita, assim, a realização das atividades propostas. Também é necessário selecionar as dificuldades quanto ao vocabulário, conceito ou entendimento do texto como um todo, orientando o aluno no sentido de buscar soluções para suas dúvidas. Antes da leitura de um texto pode-se promover uma conversa com os alunos para despertar a curiosidade deles. Depois, é importante que eles comentem o que foi lido, procurando desenvolver o trabalho de interpretação a partir da compreensão do vocabulário, identificação do tema central, interpretação de alguns trechos do texto lido, produção de explicação e sistematização do conhecimento apreendido por meio da leitura desse texto. Cada tempo histórico tem também a linguagem que lhe é própria, sendo assim importante, até como forma de educar-se no sentido de controlar os “erros de anacronismo”, conhecer textos que foram escritos em fases históricas que precederam o tempo que estamos vivendo, os denominados “textos de época”. A leitura de um texto em grafia antiga pode causar estranheza aos alunos, mas pode ser uma maneira de você demonstrar que, além das formas de viver, até a linguagem varia no decorrer do tempo. O trabalho com documentos e fontes históricas possibilita ao aluno a percepção do ofício do historiador e do trabalho de escrever a História a partir das fontes, além da distinção entre documentos propriamente ditos, usados com finalidades didáticas (ex.: a Carta de Pero Vaz de Caminha) e aqueles como textos e filmes que auxiliam a construção do saber, mas que foram produzidos a partir de olhares e questões de quem os produziu (ex.: textos de jornais, quadros, mapas, livros, enciclopédias, entre outros). A transposição didática do fazer histórico pressupõe, entre outros procedimentos, que se trabalhe a compreensão e a explicação histórica. Podem ser priorizados alguns pontos de explicação histórica para serem transpostos para a sala de aula e comporem o que denominamos a Educação Histórica [...] A problematização histórica, ao ser transposta para o ensino, traz múltiplas possibilidades e também questionamentos [...] Na prática da sala de aula, a problemática acerca de um objeto de estudo pode ser construída a partir de questões colocadas pelos historiadores ou das que fazem parte das representações dos alunos, de forma tal que eles encontrem significado no conteúdo que aprendem. [...] 121 pnld2016_mp_his_3a.indd 121 24/07/14 19:04 É preciso que se leve em consideração o fato de que a História suscita questões que ela própria não consegue responder e de que há inúmeras interpretações possíveis dos fatos históricos [...] (SCHMIDT, 2008, p. 60). Assim, é preciso atenção a cada uma das atividades didáticas aplicadas no dia a dia em sala de aula. A utilização de um filme para trabalhar um tema ou um conceito, por exemplo, é um recurso didático. Os recursos didáticos podem ser materiais ou humanos, no caso do professor. O trabalho com imagens Muitas das imagens apresentadas ao longo da Coleção vão além da simples ilustração dos temas, ampliando as informações sobre ele. Sejam elas pinturas, ilustrações ou fotografias, desempenham também importante papel na proposta reflexiva do estudo da História. Para que as imagens trabalhadas como fontes históricas sejam de fato analisadas nessa perspectiva, é necessário o aprimoramento nas técnicas de leitura e interpretação. No que tange o trabalho com fotografias, Boris Kossoy, em sua conhecida obra Fotografia e História, cita o fotógrafo húngaro Brassaï: A fotografia tem um destino duplo... Ela é a filha do mundo do aparente, do instante vivido, e como tal guardará sempre algo de documento histórico ou científico sobre ele; mas ela é também filha do retângulo, um produto das belas-artes, o qual requer o preenchimento agradável ou harmonioso do espaço com sinais em preto e branco ou em cores. Nesse sentido, a fotografia terá sempre um pé no campo das artes gráficas e nunca será suscetível de escapar desse fato (BRASSAI, apud KOSSOY, 1989, p. 32). Ou seja, o fotógrafo destaca que a fotografia é um objeto que pode ser analisado de diferentes maneiras, e que é necessário o devido cuidado para a sua análise. A fotografia deve ser entendida pelos alunos como um recorte da realidade, de forma que ela exige uma postura crítica na sua leitura. O historiador Peter Burke, no livro Testemunha ocular: História e imagem, expressa um diferente posicionamento sobre o lugar que as imagens ocupam entre outros tipos de registros históricos. Ele defende que as imagens não devem ser consideradas simples reflexões de épocas e lugares, mas sim extensões dos contextos sociais em que elas foram produzidas. Imagens são especialmente valiosas na reconstrução da cultura cotidiana de pessoas comuns. [...] Num ângulo positivo, imagens frequentemente revelam detalhes da cultura material que as pessoas na época haviam considerado como dados e deixado de mencionar no texto. [...] O testemunho de imagens é ainda mais valioso porque elas revelam não apenas artefatos do passado (que em alguns casos foram preservados e podem ser diretamente examinados), mas também a sua organização [...] (BURKE, 2004, p. 99; 120-121). Assim, tendo em vista as possíveis abordagens do trabalho com imagens, é fundamental o desenvolvimento de um processo de construção do saber que exercite a prática de leitura de imagens, articuladas ao texto escrito e representando uma determinada época. Para desenvolver esse olhar, sugere-se um trabalho frequente, que aproveite o grande número de imagens apresentadas como conteúdo nesta Coleção. 122 pnld2016_mp_his_3a.indd 122 30/06/15 20:50:43 MANUAL DO PROFESSOR Os trabalhos com as obras de arte exigem, assim como com as fotografias, a análise do enfoque dado ao acontecimento e, mais do que isso, à representação do acontecimento em si. A análise dessas obras deve, ainda, considerar a presença de elementos com funções simbólicas e, por vezes, considerar o objeto da produção. O trabalho com mapas Os mapas podem nos fornecer informações variadas, que vão desde o aspecto físico de um determinado local até informações múltiplas sobre produtos, população e inúmeros outros elementos. Ao longo da Coleção são apresentados vários mapas que visam traduzir para a linguagem cartográfica alguns temas, desde a divisão política do Brasil na atualidade, até aqueles com informações históricas, representativas de um determinado período e local. Para o historiador, além de um instrumento de localização, o mapa é também um documento de uma época, uma fonte histórica. Quando trabalhamos com mapas antigos, por exemplo, reforçamos o contato do aluno com diferentes visões e interpretações de regiões do planeta, possibilitando que você, professor, faça comparações e relações com outras informações históricas do passado mais distante, do passado mais recente e da atualidade. O uso de mapas nas aulas de História é uma prática pedagógica obrigatória e a leitura deles deve atender às suas especificidades. A fim de auxiliar você nesse processo, bem como a desenvolver essa habilidade nos alunos, são indicadas aqui algumas orientações. •• Nos três primeiros anos do Ensino Fundamental é importante que você tenha sempre o mapa político atual do seu estado ou do Brasil e ofereça, constantemente, a oportunidade aos alunos para que o observem detalhadamente, e que possam fazer leituras sobre ele, como: onde moram, onde fica o litoral, o interior, quais são os limites, fazer relações de distâncias e grandezas, entre outros. •• Sempre que um mapa for apresentado no material didático é importante que você faça uma abordagem sobre as informações que ele contém, a saber: a rosa dos ventos, a legenda e a fonte. •• No trabalho com mapas históricos você deve dar destaque aos elementos que façam referência ao período trabalhado, bem como contextualizar esse período ou acontecimentos históricos do passado, buscando fazer relações com o presente. É importante também destacar para os alunos que as representações cartográficas antigas (a exemplo do livro do 4o ano, Unidade 1, Capítulo 1) eram uma espécie de mapas produzidos até o século 14*, que, aliás, revelavam mais a imaginação de quem as produzia, tendo vários tipos de ornamentos e desenhos simbólicos. Ressalte que, mesmo após o século 15, quando se desenvolveu a cartografia mais científica, principalmente entre os portugueses, devido ao uso da bússola e da intensificação das navegações marítimas, muitos desses elementos simbólicos ainda permaneceram na cartografia. 1 * Nesta Coleção optou-se pela utilização de algarismos arábicos na grafia de séculos dada a maior facilidade para sua leitura. Trata-se também de uma tendência, visto que os maiores veículos de comunicação do país já adotaram essa forma na designação de séculos, como afirma a linguista Maria Tereza de Queiroz Piacentini (2011). 123 pnld2016_mp_his_3a.indd 123 24/07/14 19:04 A formação de conceitos Como em todas as ciências, a História trabalha com conceitos próprios e conceitos gerais, produzidos pela experiência humana. Por isso, na Coleção buscamos não privilegiar a informação, mas o desenvolvimento de habilidades, principalmente aquelas pertinentes a conceitos das Ciências Humanas. É fundamental propiciar aos alunos a compreensão de que os acontecimentos históricos não podem ser explicados de maneira simplista, como causa-acontecimento-consequência. É necessário buscar a pluralidade de fatores, o encadeamento de causalidades, além das numerosas relações que acontecem no processo histórico. De acordo com o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), a apreensão e aprofundamento dos conceitos históricos fundamentais é direito de aprendizagem dos alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental. São descritos direitos de aprendizagem gerais, que permeiam toda a ação pedagógica e, depois, expostos em quatro quadros, direitos específicos relacionados aos conceitos fundamentais da disciplina nos anos iniciais, cujas definições também oferecemos ao debate. São as seguintes: Fatos históricos: práticas ou eventos ocorridos no passado, que causaram implicações na vida das sociedades, dos grupos de convívio (familiares, étnico-culturais, profissionais, escolares, de vizinhança, religiosos, recreativos, artísticos, esportivos, políticos etc.) ou dos sujeitos históricos. Sujeitos históricos: indivíduos ou grupos de convívio que, ao longo do tempo, promovem e realizam (individual ou coletivamente) as ações sociais produtoras de fatos históricos. Tempo: maneira como os indivíduos, os grupos de convívio e as sociedades sequenciam e ordenam as experiências diariamente vivenciadas por seus membros, com base nas quais organizam suas memórias e projetam suas ações, tanto de forma individual quanto coletiva (BRASIL, 2012, p. 34). É importante ressaltar que todo trabalho com a formulação de conceitos deve respeitar as etapas de desenvolvimento dessa competência nos alunos, buscando, desse modo, selecionar os temas dentro de uma perspectiva mais próxima ao mundo do qual fazem parte, tornando o ensino significativo e estimulante. Assim, é essencial o trabalho com as noções básicas de dimensão de tempo e espaço do ensino de História, tais como os conceitos de mudança e permanência, movimento e contradição, ou seja, buscar situar o aluno sobre quando e onde as coisas aconteceram ou estão acontecendo, para que ele possa gradativamente perceber as relações presentes no dia a dia como forma de qualificar a compreensão tanto do passado quanto do presente acerca das relações humano-sociais e na dinâmica histórica. Mais importante que as determinações causais, é a percepção desenvolvida pelos alunos sobre as mudanças e permanências sobre as continuidades e descontinuidades. Como afirma a historiadora Maria Auxiliadora Schimidt: O procedimento histórico comporta a preocupação com a construção, a historicidade dos conceitos e a contextualização temporal. Entende-se que da mesma forma que o passado está incorporado em grande parte aos nossos conceitos, ele também lhes dá um conteúdo concreto. Assim todo conceito é criado, datado, tem a sua história [...] (SCHMIDT, 2008, p. 61). Sob essa perspectiva, a construção de conceitos como colonialismo, democracia, trabalho ou qualquer outro faz parte da análise, interpretação e comparação de fatos históricos em que o aluno pode fazer a própria síntese. 124 pnld2016_mp_his_3a.indd 124 30/06/15 20:50:55 O trabalho a partir de noções temporais, como ordenação, duração, simultaneidade e sucessão é o primeiro passo para a compreensão da relação do passado com o presente, como proposto inicialmente no livro do 2o ano e aprofundado no livro do 3o ano. MANUAL DO PROFESSOR Em seguida, essas noções devem ser utilizadas como meios para a análise de contextos e períodos da História. Desse modo, destaca-se a importância do conceito de tempo para a compreensão da História. Igualmente fundamental para o estudo de história, o conceito de tempo está relacionado com a origem dos espaços e contribui para o entendimento de sua transformação. Permite compreender, principalmente, que os espaços não surgem prontos e acabados. Os diversos espaços carregam as marcas do passado, isto é, do antigo que continua coexistindo com o novo. Quando os grupos humanos aprenderam a cultivar plantas e criar animais, por exemplo, produziram uma verdadeira revolução na história das sociedades. Agora, não precisariam mais se deslocar a todo momento em busca de alimento e abrigo, e se estabeleceram formando comunidades. Nesse novo estágio, a passividade diante da natureza foi substituída por intervenções cada vez mais profundas no espaço e por relações sociais mais ricas. Definiram-se novos papéis na transformação da natureza e a paisagem se tornou totalmente diferente: campos de cultivo, áreas de criação, edificações na aldeia. Nesse lento processo de transformações, era o antigo que se modificava, trazendo todo o seu passado que serviria de base para o novo estágio. O antigo continuou e continua presente no novo. [...] É a compreensão do conceito de tempo que vai permitir uma apreensão abrangente dos processos de transformação da natureza. A partir da observação dos espaços próximos (escola, bairro, cidade, município) e do questionamento sobre como eram e como poderão ficar, irá se desenvolvendo a noção de um tempo maior, mais amplo e abstrato: o tempo histórico (KOZEL; FILIZOLA, 1996, p. 37). Nos anos iniciais, é importante que o conceito de tempo seja trabalhado com as noções de sucessão, duração, ordenação e simultaneidade. A temporalidade, por exemplo, é tratada visando à compreensão da relação passado/presente em um progressivo domínio da leitura e da interpretação de diferentes documentos e fontes. O desenvolvimento das noções de tempo, diferença/semelhança, permanência/mudança é aprofundado ao longo dos anos. A reelaboração constante das noções assimiladas leva a novos significados e dimensões, nas quais os dados se alteram de forma qualitativa em relação ao conhecimento anterior, e a apreensão de um determinado conceito evolui em complexidade e abstração, podendo ser incorporado ao raciocínio e à própria linguagem do aluno. A realização das atividades pedagógicas Projetos de Trabalho e a abordagem interdisciplinar Segundo as Diretrizes Curriculares para Educação Básica, “pela abordagem interdisciplinar ocorre a transversalidade do conhecimento constitutivo de diferentes disciplinas, por meio da ação didático-pedagógica mediada pela pedagogia dos projetos temáticos” (BRASIL, 2013, p. 28). Tendo isso em vista, propomos que uma das possibilidades de ampliar o trabalho desenvolvido nesta Coleção é a organização de Projetos de Trabalho. 125 pnld2016_mp_his_3a.indd 125 24/07/14 19:04 Considerando que, por definição, Projetos de Trabalho são processos de elaboração dos professores e dos alunos, nesta Coleção não são apresentados modelos de projetos prontos para o desenvolvimento. Mas em diferentes momentos, por meio de orientações para o professor na parte especifica do Manual, fazemos indicações de trabalho que concretizem a interação entre professores e alunos no compromisso constante de construção partilhada do conhecimento, envolvendo discussões, interações e socialização entre os alunos, alunos de outras turmas, famílias dos alunos, outros profissionais da escola e pessoas da comunidade mais ampla. Essa opção leva em consideração o fato das realidades do Brasil serem complexas e múltiplas, o que implica valores culturais, sociais e interesses diferentes. Assim, pressupõe-se que cabe ao professor adaptar conteúdos e atividades aos temas propostos na Coleção à realidade local e ao projeto politico pedagógico da escola. O Projeto de Trabalho se caracteriza pela adequação do fazer pedagógico aos níveis de desenvolvimento dos alunos e à compreensão do trabalho interdisciplinar, tornando-se uma rica oportunidade de promover a aprendizagem significativa – o prazer de aprender –, uma vez que o questionamento feito pelos alunos ou um problema localizado na realidade local transforma-se no guia do trabalho, e não em uma estrutura de conhecimento disciplinar previamente definida (VASCONCELLOS, 2008). É a possibilidade de ir além do proposto no livro, com o objetivo de despertar os alunos para a historicidade das próprias experiências sociais, o que contribuiu para a formação como cidadãos ativos. Dessa forma, o Projeto de Trabalho fica aberto para a diversidade de estratégias, organização e aplicação qualitativa do conhecimento. Os alunos participam de forma ativa e aprendem pela experimentação. O trabalho em equipe é uma das características dessa abordagem, fortalecendo assim as relações de reciprocidade e de cooperação, favorecendo a autonomia dos alunos. Dentro dessa perspectiva, os conteúdos teóricos e abstratos deixam de ser um fim em si mesmo e passam a ser meio para uma leitura do tempo e da sociedade de forma critica e dinâmica, oportunizando a discussão de temas que possam promover o exercício da cidadania. Sabe-se, porém, que o ponto de partida para o trabalho com projetos é o questionamento, uma necessidade de compreender. Para chegar à resposta de suas dúvidas, o aluno precisa conhecer as ferramentas necessárias, que não se encontram nos conteúdos de uma única disciplina. O trabalho interdisciplinar ganha relevância nesse processo. O trabalho com projetos visa, de modo especial, o desenvolvimento de habilidades cognitivas de raciocínio aplicado às realidades e em detrimento da informação. Os questionamentos levantados pelos alunos são considerados pelo professor como conhecimento prévio e base para as discussões conceituais. As aprendizagens ocorrem durante o desenvolvimento do projeto nas investigações, nas pesquisas, e nas discussões, com isso integrando diferentes habilidades. O trabalho com projetos implica, necessariamente, uma abordagem interdisciplinar. Não há disciplina isolada que dê resposta a um problema ou questionamento, ele só poderá ser resolvido com aplicação dos mais diversos conceitos construídos, das diferentes áreas do conhecimento. O objeto que o sujeito vai estudar deve estar enraizado na prática social e na realidade construída na história. Hernandez (1998) sustenta que o Projeto de Trabalho se baseia fundamentalmente numa concepção da globalização, entendida como um processo muito mais interno do que externo, no qual as relações entre conteúdos e áreas de conhecimento têm lugar em função trabalho das necessidades, que traz consigo o fato de resolver uma série de problemas ou questionamentos. O processo ensino aprendizagem no trabalho com projetos se baseia na construção de significado. Uma das tarefas do professor é selecionar situações de aprendizagem dentre as diversas apresentadas nesta Coleção, em especial aquelas propostas nas seções “Pesquisando e Aprendendo mais” e “Trabalhando juntos”. O professor deverá considerar o ensino e a aprendizagem como um processo que permite um continuo aprender, no qual o professor deixa de ser o centro do ensino e torna-se o orientador do estudo e do trabalho do aluno. 126 pnld2016_mp_his_3a.indd 126 24/07/14 19:04 MANUAL DO PROFESSOR É importante deixar registrado que na organização do Projeto de Trabalho as áreas do conhecimento não estão determinadas de antemão, nem dependem só do planejamento do professor, contudo estão em função do que cada aluno já sabe sobre o tema e da informação com a qual se possa relacionar dentro e fora da escola. O ponto de partida para a definição de um Projeto de Trabalho é o tema. Nesta Coleção sugerimos alguns na seção “Trabalhando juntos” e outros na seção “Pesquisando e aprendendo mais”. Mas cabe ao professor, juntamente com os alunos, escolher outros se julgarem necessário. Dessa forma, o tema pode pertencer tanto aos anunciados nos diferentes capítulos desta Coleção, ou de um fato da atualidade que é de interesse comum. Professores e alunos devem decidir sobre sua relevância. Em qualquer caso o critério de escolha de um tema pela turma não se baseia “gostamos deste”, mas sim na sua relevância para o processo ensino-aprendizagem. De acordo com Vasconcelos (2009), acreditamos que o grande ganho em termos de aprendizagem está justamente no fato de o projeto nascer – e se desenvolver – da participação ativa dos alunos, o que implica alto grau de interesse e de mobilização, aumentando em muito a probabilidade de uma aprendizagem significativa. Além disso, há ganho em termos de construção da autonomia, decorrente do processo de tomada de decisão e do assumir as responsabilidades pelas escolhas feitas, e da solidariedade, em função do trabalho ser grupal. Por meio do trabalho com projetos, o professor pode incentivar e propiciar a expressão e extensão da curiosidade do aluno. Depois do tema definido em grupo, é o momento de elencar o que será pesquisado, e de que forma as pesquisas devem ser conduzidas e seus resultados abordados. As formas podem ser diversificadas e podem ser organizadas em: pesquisa em livros, sites, revistas, documentos, entrevistas, visitas dirigidas, vídeos, debates, entre outros. Muitas dessas propostas estão colocadas nas diferentes atividades desta Coleção. O papel do professor é essencial na condução da análise dos dados coletados. Com isso, sugerimos que esse processo se realize em um diálogo com toda a turma. É importante também o papel de mediação do professor diante das diferentes visões da realidade coletadas pelos alunos. Essa mediação pode ser feita por meio de perguntas que permitam aos alunos estabelecerem prioridades e hierarquizar conteúdos e informações. É importante que nesse processo o aluno descubra que ele tem participação ativa na aprendizagem, não esperando passivamente que o professor tenha todas as respostas. No caso de alunos não terem acesso a diferentes fontes de pesquisa, cabe ao professor selecioná-las e disponibilizá-las em sala de aula. É importante valorizar os dados coletados em pesquisa com familiares e comunidade. Há temas sugeridos para pesquisa nesta Coleção em que são mais valorizados os dados colhidos de uma entrevista do que qualquer fonte escrita. Segundo Hernandez (1998), a busca das fontes de informação favorece a autonomia dos alunos, é sobretudo o diálogo promovido pelo educador para tratar de estabelecer comparações, interferências e relações, o que ajuda a dar sentido à forma de ensino e de aprendizagem que se pretende com o Projeto de Trabalho. Com um tratamento integrado das áreas do conhecimento, o aluno terá uma visão mais ampla da realidade e, portanto, será capaz de desenvolver habilidades que permitam a promoção de atitudes de cidadania e respeito ao próximo e ao ambiente segundo uma visão crítica, de modo que possa interferir e transformar a realidade de forma a tornar-se e perceber-se como sujeito histórico. Redação de textos A redação de textos por parte dos alunos auxilia não apenas na organização das informações e conhecimentos históricos trabalhados, como também no desenvolvimento de habilidades cognitivas referentes à escrita. A fim de tornar essa experiência mais produtiva, é importante que você, professor, apresente e trabalhe com os alunos os tipos e os gêneros textuais que fazem parte do cotidiano, propician- 127 pnld2016_mp_his_3a.indd 127 24/07/14 19:04 do que os estudantes compreendam que textos são produzidos diariamente em todos os momentos em que nos comunicamos. Na Coleção há atividades que solicitam a produção e redação de textos, seja de forma individual, seja em grupo, nas seções “Para refletir”, “Pesquisando e aprendendo mais” e “Escrevendo a História”. Nessas propostas, os alunos podem ser orientados a seguir algumas fases, como: •• ler, analisar e debater sobre o tema proposto; •• despertar o conhecimento prévio dos alunos, fazendo perguntas que circundem o tema proposto; •• analisar junto com os alunos os elementos visuais que se apresentam junto ao texto: Qual foi a estrutura escolhida? E as ilustrações, por que será que o autor as elegeu? •• esclarecer as dúvidas dos alunos após a leitura do texto, para que eles possam discutir com mais propriedade o tema exposto; •• organizar os dados disponíveis; desenvolver a produção efetiva do texto com introdução, desenvolvimento e conclusão; •• propor um mapa do texto, um planejamento com as ideias que serão desenvolvidas em cada parte dele: apresentação, desenvolvimento e conclusão. Assim, os alunos conseguirão visualizar a estrutura, facilitando a não se perderem no assunto; •• ler os textos em grupo e reescrevê-los; •• ler e reescrever o texto são bastante importantes, pois a partir dessas práticas o aluno conseguirá elaborar um texto bem escrito, tomando decisões sobre a apresentação final; •• colaborar com a revisão dos textos dos colegas nas práticas de leitura em grupo, assim cada um pode mostrar diferentes pontos de vista sobre distintos aspectos do tema. Pode também aprender a receber criticamente as sugestões dos colegas e decidir sobre a incorporação ou não na versão final do próprio texto. O trabalho de pesquisa É importante trabalhar com os alunos o significado da pesquisa e interpretação de fontes ou documentos históricos a partir de diferentes atividades que revelem o estudo e a compreensão dos fatos históricos segundo o enfoque e leitura que se faz deles. É fundamental que eles superem a noção de que um documento, seja qual for a origem, representa a visão acabada de um acontecimento. Segundo o historiador Leandro Karnal: [...] fazer um texto de História é estabelecer o diálogo entre o passado e o presente. Isso significa que não há um passado “puro”, “total”, que possa ser reconstituído exatamente “como era”. Também significa que podemos fazer um texto ou dar uma aula de História baseados apenas na concepção atual, pois isso leva a projeções do presente no passado: os famosos anacronismos. Existe o passado. Porém quem recorta, escolhe, dimensiona e narra este passado é um homem do presente. Assim, uma vez produzido, todo texto histórico torna-se ele mesmo objeto de História, pois passa a representar a visão de um indivíduo sobre o passado (KARNAL, 2003, p. 7-8). Para o desenvolvimento do ensino crítico e analítico do aluno, é necessário distinguir e considerar dados, informações, opiniões e interpretações feitas sobre eles. Nesse processo é fundamental que se acompanhe e se oriente cada fase da pesquisa, levando à realização de uma atividade que rompa com o vício de apenas copiar textos de livros. 128 pnld2016_mp_his_3a.indd 128 24/07/14 19:04 MANUAL DO PROFESSOR É fundamental estimular o aluno a refletir, descobrir e elaborar o conhecimento com exposições orais, análises e debates sobre o tema, propiciando a reelaboração do conhecimento a partir da pesquisa. Essa prática é desenvolvida, em especial, na seção “Pesquisando e aprendendo mais”, no entanto pode ser solicitada em outros momentos, para auxiliar em outras atividades, como na seção “Escrevendo a História” e “Para refletir”. Segundo pensamento expresso por Marilena Chaui, na obra Cultura e democracia: [...] produzir saber é um trabalho cuja tarefa é elevar à dimensão do conceito uma situação de não saber, a experiência imediata cuja obscuridade pede o trabalho de clarificação. Logo, o campo da produção do saber é privilegiado; espaço que aceita o desafio de conviver com o “indeterminado”, o “externo”, o “opaco” para torná-lo “inteligível” (CHAUI, 1984, p. 5). É importante que os alunos desenvolvam a capacidade de buscar as informações de que necessitam desde os primeiros anos da escolaridade, aprimorando, para isso, a capacidade de ler, desenvolver mecanismos de memorização e seleção de informações. Nesse caso, deve-se escolher o jornal e selecionar notícias, publicidades e artigos que contenham temas relacionados à pesquisa. Dinâmica de debates As situações de debate e a troca de opiniões com a leitura de textos produzidos pelos alunos são sugeridas em várias atividades ao longo da Coleção como possibilidade de socialização e melhoria do aprendizado. Na seção “Para Refletir”, por vezes essas habilidades são trabalhadas com maior enfoque, sendo orientada e estimulada a troca de ideias e a expressão oral. Com debates e apresentações orais podem ser trabalhadas habilidades dos alunos, como falar, ouvir, argumentar e se manifestar mediante outras pessoas. Nessas atividades os alunos têm espaço para expressar opiniões e serem respeitados por elas. Por esse motivo, compreende-se que a prática de debates e conversas contribui para a formação crítica e analítica dos alunos. Sugere-se, contudo, que a prática desse tipo de atividade seja sempre planejada por você e as regras definidas e explicadas claramente, a fim de que todos possam participar e a atividade seja produtiva, considerando o tempo disponível, o respeito às opiniões diversas e aos objetivos propostos para a dinâmica de trabalho. Entrevistas As atividades que recorrem a conversas e entrevistas são importantes, pois auxiliam no conhecimento da história uns dos outros, e no diálogo com a família e com as pessoas mais velhas, levando, assim, à percepção da história de vida e das memórias. [...] A História oral é usada em escolas por crianças e jovens para conhecer sua própria comunidade. A conversa sobre o passado recente entre jovens e idosos estreita o relacionamento e valoriza os traços culturais locais, além de fornecer uma nova e envolvente dimensão às histórias regional e familiar porque as integra ao todo mais amplo da memória nacional. [...] Também tem sido usada em museus como instrumento vivo para transmitir informações e tornar as exposições mais interessantes e dinâmicas. 129 pnld2016_mp_his_3a.indd 129 24/07/14 19:04 É utilizada no trabalho com comunidades, bairros e grupos de vizinhança porque, além de possibilitar o registro de suas memórias, permite processos de revalorização dos idosos através de um importante papel na reconstrução do passado (CENTRO DE MEMÓRIA DA UNICAMP. Disponível em: <www.centrodememoria.unicamp.br>. Acesso em: 8 maio 2010). Ao encaminhar as entrevistas sugeridas nas atividades é importante que você esteja atento e leve em consideração a diversidade cultural e social das experiências dos alunos e dos entrevistados (que podem variar em função do grupo familiar e de convívio). As entrevistas podem ser uma boa oportunidade para os alunos perceberem que existem diferentes formas de compreender uma mesma realidade, estabelecendo um confronto entre os pontos de vista. Além do conhecimento obtido por meio desse trabalho de resgate da memória e do conceito de interpretação dos fatos, você pode comentar sobre a importância das vivências em família e de como elas podem variar no tempo e entre os grupos humanos, auxiliando-os. É importante também que essas atividades de pesquisa oral ou entrevista sejam orientadas, e que nos primeiros anos da escolaridade o universo investigado seja aquele mais próximo aos alunos, com entrevistas dos familiares e pessoas do seu convívio. Visita a museus e atividades externas Para atingir o caráter educativo de uma atividade externa, como a visita a um museu, a uma instituição que ofereça serviços à comunidade, a uma exposição temática, entre outras, é fundamental seguir alguns passos para a realização da atividade, levando o aluno a entender aspectos ligados à criação do espaço de memória e à natureza do acervo guardado e exposto. É interessante que você desenvolva o próprio roteiro de visita focado em aspectos ligados ao tema do trabalho em sala de aula, como as diversas fontes utilizadas pelo historiador, caso esteja trabalhando conceitos como pesquisa histórica e arqueológica, preservação e investigação de fontes diversas, entre outros. Sugerimos a seguir alguns procedimentos a serem seguidos para a realização de visitas a museus ou a outras exposições: •• definir os objetivos da visita; •• selecionar o museu ou a exposição mais adequada para trabalhar o tema escolhido; •• dependendo da cidade, existe grande profusão de museus e exposições, contudo, a visita in loco em ambientes históricos é possível em todas as regiões do país, uma vez que grande parte das construções mais antigas guarda, de alguma forma, o passado através do tempo; •• visitar o local antecipadamente; •• verificar as atividades educativas disponíveis, a existência de equipes de apoio à visitação, o número permitido de visitantes, entre outros aspectos; •• preparar os alunos para a visitação com enfoque do tema e conceitos a serem observados; •• elaborar formas ou atividades de continuidade à visita em sala de aula, como: produção de um roteiro de visita, troca das experiências e impressões sobre o local e as pessoas a que tiveram acesso, relatório sobre o que aprenderam e avaliação sobre a participação de cada uma durante a visita. 130 pnld2016_mp_his_3a.indd 130 24/07/14 19:04 Importante! ção escrita dos pais dos alunos; levantamento de custos, principalmente com o transporte; e aspectos práticos para a viabilização da visita. Confecção de maquetes A confecção de maquetes é uma atividade na qual os alunos se envolvem bastante, o que melhora a aprendizagem e o interesse pelo tema trabalhado. Mas para o desenvolvimento e a execução são necessários alguns preparativos, a fim de que o trabalho flua e seja realizado dentro do período estipulado, de maneira segura e que não seja prejudicial ao meio ambiente. A montagem de maquetes é solicitada no Livro do Aluno, bem como por meio de atividades complementares no Manual do Professor. MANUAL DO PROFESSOR •• A atividade externa implica uma série de procedimentos, como: agendamento da saída; autoriza- Após escolher o aspecto que será retratado na maquete, os alunos vão enriquecer o conhecimento sobre o tema com pesquisas em outras fontes, como bibliotecas, pinturas, gravuras, entre outras. Após a realização das pesquisas, os alunos devem debater em grupo sobre o tema, contextualizar os aspectos que serão enfocados e produzir um pequeno esquema ou texto, visando, assim, tornar mais concreto o trabalho a ser desenvolvido. Com alguma antecedência, deve-se pedir que os alunos separem materiais, como caixas de diversos tamanhos, embalagens, copos plásticos, fósforos ou qualquer outro material que possa ser utilizado na confecção da maquete e que não ofereça perigo ou dano a quem manusear o objeto para realizar o trabalho. No espaço da escola deve ser determinado onde os alunos irão construir a maquete, acertar suas dimensões e o período de execução. Por se tratar de uma atividade coletiva, seja no caso de uma maquete única para toda a turma ou várias sobre o mesmo tema, é fundamental que todos trabalhem na execução, que haja planejamento e respeito aos ritmos e habilidades individuais e, principalmente, que os alunos percebam a importância do trabalho coletivo. A realização de uma avaliação conjunta sobre a execução, ao final do trabalho, além da avaliação sobre os conhecimentos obtidos, ajuda a dimensionar a atividade realizada. Avaliação Falar de avaliação não significa olhar apenas para o processo de aprendizagem do aluno. Avaliar é olhar o todo; o processo ensino e aprendizagem não pode ser avaliado de forma separada. Dessa forma, planejar é condição primordial quando desejamos realizar uma atividade com sucesso. Para isso precisamos pensar nas estratégias, nos objetivos e, principalmente, nos recursos de que dispomos. No processo educativo, assim como em todos os setores do cotidiano, o ato de planejar deve estar fortemente presente. Assim, inserido na escola e no trabalho com os alunos, é necessário realizar um planejamento das atividades, fazendo escolhas e organizando ações, visando atingir objetivos claros e eficientes. Dessa forma, podem-se identificar com maior propriedade as correções necessárias no planejamento elaborado, reorientando procedimentos e métodos utilizados com os alunos, e assim avaliá-los com maior propriedade durante o processo de ensino-aprendizagem. 131 pnld2016_mp_his_3a.indd 131 24/07/14 19:04 Diante disso, pensar sobre “o que” e “para que” avaliar faz parte do planejamento das aulas. Pois quanto mais você souber quais os objetivos a serem atingidos em cada etapa e tiver clareza da relevância do que está trabalhando, dos meios para atingir seus objetivos, mais efetiva e segura será a aprendizagem. A ação pedagógica é alimentada e orientada pelo processo de avaliação, que tem por finalidade acompanhar e aperfeiçoar os dados resultantes do processo de ensino/aprendizagem. A avaliação do aluno, a ser realizada pelo professor e pela escola, é redimensionadora da ação pedagógica e deve assumir um caráter processual, formativo e participativo, ser contínua, cumulativa e diagnóstica. A avaliação formativa, que ocorre durante todo o processo educacional, busca diagnosticar as potencialidades do aluno e detectar problemas de aprendizagem e de ensino. A intervenção imediata no sentido de sanar dificuldades que alguns estudantes evidenciem é uma garantia para o seu progresso nos estudos. Quanto mais se atrasa essa intervenção, mais complexo se torna o problema de aprendizagem e, consequentemente, mais difícil se torna saná-lo. A avaliação contínua pode assumir várias formas, tais como a observação e o registro das atividades dos alunos, sobretudo nos anos iniciais do Ensino Fundamental, trabalhos individuais, organizados ou não em portfólios, trabalhos coletivos, exercícios em classe e provas, dentre outros (BRASIL, 2013, p. 123). Na avaliação da aprendizagem é fundamental a análise da capacidade de reflexão dos alunos diante das próprias experiências. E, portanto, deve ser entendido como processo contínuo, sistemático, permanente, que oportuniza uma atitude crítico-reflexiva perante a realidade concreta. Tanto você quanto o aluno precisam entender o processo educativo como uma ação contínua de construção e, desse modo, considerar a avaliação formativa como um importante recurso e componente didático. Segundo José Carlos Libâneo (1994, p. 195): ”A avaliação é uma reflexão sobre o nível de qualidade do trabalho escolar tanto do professor como dos alunos”, assim a avaliação precisa envolver os sujeitos dos processos de ensino-aprendizagem para que haja uma prática reflexiva sobre as atividades educacionais propostas e desenvolvidas com os alunos. Essa modalidade de avaliação permite organizar e reorganizar o percurso planejado, refletindo sobre os erros e acertos, principalmente considerando o conhecimento prévio dos alunos sobre os temas abordados. Nas várias atividades propostas, o objetivo não é apenas verificar a compreensão dos textos explicativos, mas também o desenvolvimento de outras habilidades e capacidades, como a pesquisa, o debate, a entrevista e a análise de documentos. Para obter uma avaliação que atenda a esses objetivos, você deve, em todo o decorrer do processo ensino-aprendizagem, identificar as possibilidades que os alunos apresentam para construírem seus conhecimentos. Nessa tarefa, pode ser auxiliado por diagnósticos elaborados a partir de fontes que contemplem aspectos como a expressão oral e escrita, a participação em atividades de grupos e o interesse e a criatividade manifestado pelos alunos. Na proposta desta Coleção a avaliação não deve ser compreendida como um conjunto de instrumentos, mas uma postura diante do processo ensino-aprendizagem em que professor e aluno atuam juntos. Não se deve então avaliar o que aluno aprendeu daquilo que o professor ensinou, mas se o que o aluno aprendeu ou precisa aprender contribuirá para a construção de habilidades que permitam entender conceitos, construir conhecimentos e fazer e refazer caminhos no processo ensino-aprendizagem. 132 pnld2016_mp_his_3a.indd 132 24/07/14 19:04 MANUAL DO PROFESSOR No início de cada capítulo a Coleção propõe na seção “Para Começo de conversa” uma avaliação diagnóstica. Nesse momento o professor também poderá anunciar aos alunos que conhecimentos serão construídos no capítulo, para que ele possa perceber as dúvidas e solicitar apoio naquilo que eles ainda não compreenderam. Nesse processo, durante a realização das atividades propostas na Coleção, o professor deve propiciar momentos de troca, movimentando-se pela sala de aula, dialogando com os alunos, orientando-os, discutindo em pequeno ou grande grupo sobre as dúvidas individuais e coletivas, trocando informações, compartilhando com o grupo de alunos as retomadas necessárias. A seção “Escrevendo a História” propõe a construção de textos, que podem servir como elemento importante para a avaliação formativa. Uma das características do ser humano é a significação. É com essa visão que o professor deve analisar as produções dos seus alunos: por qual razão o aluno escreveu isso; por qual razão deixou de abordar determinados temas, conceitos ou conteúdos; com que sentimento construiu o texto. A busca do entendimento de como cada aluno usou as habilidades e conhecimentos é condição básica para futuras interferências individuais, em grupo e alterações no planejamento do professor. Nesse sentido, é particularmente importante o professor entender que a avaliação faz parte de um encaminhamento metodológico, no qual a sala de aula seja um ambiente rico de estímulos e favorável à construção de conhecimento, proporcionando uma variedade de estratégias que envolvam temas, conceitos e desenvolvimento de habilidades nas diversas áreas do conhecimento, partindo de situações significativas para os alunos. Nas séries iniciais do Ensino Fundamental de 9 anos, os alunos usam diferentes tipos de estratégias para responder às diversas perguntas que a escola faz. Daí a importância da valorização de uma avaliação individual e contínua. A avaliação deve ser um meio de favorecer o planejamento, tanto para que o professor conheça o resultado da sua ação didático-pedagógica quanto para que o aluno possa conhecer seu desenvolvimento. A postura do professor diante desse desenvolvimento deve estar comprometida com a avaliação formativa. É preciso conceber que o aluno constrói habilidades, aprimora o modo de pensar ao longo do ano e, à medida que se depara diante de novas situações, novos desafios, novos conflitos, reformula suas respostas. O processo de avaliação, dessa forma, deve ser um conjunto de ações de encorajamento ao aluno, para que possa construir habilidades organizando e reorganizando ideias. Dessa forma, o professor pode retomar ao longo do ano os textos produzidos na seção “Escrevendo a História” e solicitar aos alunos a reescrita. O professor deve analisar, observar e avaliar as respostas dos alunos nas diversas seções propostas nesta Coleção em dois níveis: aquilo que o aluno pode realizar sozinho e aquilo que realiza com a colaboração de outros. Desse modo, você, professor, necessita ainda mais acreditar que todo aluno, independentemente do ritmo, pode construir conhecimentos significativos. A avaliação deve oferecer condições para que o aluno possa mostrar o que sabe e, principalmente, como pensa. Com isso, compreenderá que é tanto sujeito quanto agente da História. Textos complementares Por compreender que a prática docente exige constante aprimoramento, ao longo deste Manual foram apresentadas reflexões sobre o processo de ensino-aprendizagem e sobre estratégias que contribuem para o trabalho com temas e conteúdos da ciência histórica. As sugestões bibliográficas, também presentes neste Manual, constituem-se em um apoio ao estudo do professor. Compreendendo que há um inesgotável acervo de obras sobre os temas e conteúdos aqui apresentados, os livros indicados neste manual oferecem alguns caminhos possíveis para que você encontre um aporte teórico sobre alguns temas e tenha possibilidades de expandir seu conhecimento histórico. 133 pnld2016_mp_his_3a.indd 133 24/07/14 19:04 Ainda nesse sentido, são apresentados a seguir quatro textos complementares sobre temas que compreendemos essenciais para o trabalho com a Coleção, a saber: os conceitos históricos, o estudo das contribuições indígenas, africanas e afro-brasileira, a importância do trabalho com as fontes históricas e a interdisciplinaridade. Texto 1 O texto a seguir traz uma reflexão sobre a abordagem da História na sala de aula e sobre as escolhas necessárias para a construção do currículo. Pela volta do conteúdo nas aulas de História O passado deve ser interrogado a partir de questões que nos inquietam no presente (caso contrário, estudá-lo fica sem sentido). Portanto, as aulas de História serão muito melhores se conseguirem estabelecer um duplo compromisso: com o passado e com o presente. Compromisso com o presente não significa, contudo, presentismo vulgar, ou seja, tentar encontrar no passado justificativas para atitudes, valores e ideologias praticadas no presente (Hitler queria provar pelo passado a existência de uma pretensa raça ariana superior às demais). Significa tomar como referência questões sociais e culturais, assim como problemáticas humanas que fazem parte de nossa vida, temas como desigualdades sociais, raciais, sexuais, diferenças culturais, problemas materiais e inquietações relacionadas a como interpretar o mundo, lidar com a morte, organizar a sociedade, estabelecer limites sociais, mudar esses limites, contestar a ordem, consolidar instituições, preservar tradições, realizar rupturas... Compromisso com o passado não significa estudar o passado pelo passado, apaixonar-se pelo objeto de pesquisa por ser a nossa pesquisa, sem pensar no que a humanidade pode ser beneficiada com isso. Compromisso com o passado é pesquisar com seriedade, basear-se nos fatos históricos, não distorcer o acontecido, como se fosse uma massa amorfa à disposição da fantasia de seu manipulador. Sem o respeito ao acontecido a História vira ficção. Interpretar não pode ser confundido com inventar. E isso vale tanto para fatos como para processos (aqui mesmo, no Brasil, não inventam um anacrônico “modo de produção feudal”, pois segundo o “modelo” deveria haver algo entre escravismo e capitalismo?). [...] Um modo mais construtivo (sem trocadilhos) seria adotar como postura de ensino (que se quer crítico) a estratégia de abordar a História a partir de questões, temas e conceitos. Quais seriam as questões relevantes que podem ser feitas ao presente e, por extensão, ao passado? Qual a relevância dos recortes temáticos tradicionais e novos feitos pela historiografia? Quais os conceitos importantes a serem discutidos com os alunos? Tendo respostas mais ou menos claras sobre esses assuntos, o professor poderá: •• despertar o interesse dos alunos demonstrando a atualidade de coisas tão cronologicamente remotas quanto a situação das mulheres na Idade Média, a insatisfação dos plebeus na Roma antiga ou a aspirações ambíguas dos burgueses no século XVIII; •• capacitar os estudantes no sentido de perceberem a historicidade de conceitos como democracia, cidadania, beleza (como e por que mudaram muito ao longo do tempo?); práticas como a manifestação de religiosidade, afetividade, sexualidade, cultural e moral; •• fazer com que os alunos não só reconheçam preconceitos, mas compreendam seu desenvolvimento e mecanismos de atuação, para poder criticá-los com base em argumentos mais sólidos; 134 pnld2016_mp_his_3a.indd 134 24/07/14 19:04 MANUAL DO PROFESSOR •• demonstrar com clareza certos usos e abusos da História, perpetrados por grupos políticos, nações, facções (adversários de um estado nacional são frequentemente apresentados nos manuais escolares como inimigos da pátria, revolucionários como traidores, minorias como gente não patriota e assim por diante); •• possibilitar a crítica e dogmatismos e ‘verdades’ absolutas como base no reconhecimento da historicidade de situações e formas de pensamento (talvez não seja o caso de entender as razões dos leões que devoraram cristãos nas arenas romanas, mas, pelo menos, dos “hereges” que foram massacrados impiedosamente pela Igreja Católica). Jaime Pinsky e Carla Bassenezi Pinsky. Por uma História prazerosa e consequente. In: Leandro Karnal. História na sala de aula. Conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2010, p. 23-26. Texto 2 O estudo das contribuições indígenas, africanas e afro-brasileiras, bem como dos diferentes imigrantes que vieram para o país, para a História do Brasil, pode ser abordado por diferentes vertentes. A fim de contribuir com essas temáticas, é preciso explorar as noções de identidade e cultura que se propõem analisar. O texto a seguir indica possibilidades para esse trabalho. Identidades plurais [...] O surgimento de uma área comum entre antropólogos e historiadores tornou-se possível quando os primeiros perceberam que, longe de serem estáticas, as estruturas culturais continuamente se transformam, através do tempo, como resultado da experiência e das relações vivenciadas entre os grupos sociais, e quando os historiadores passaram a valorizar comportamentos, crenças e cotidianos dos homens comuns, entendendo-os como sujeitos também atuantes e transformadores dos processos históricos. A história cultural constitui o principal ponto de encontro entre as duas disciplinas, campo no qual a fronteira entre elas torna-se tênue ou até desaparece em abordagens interdisciplinares que, em nossos dias, tendem a se ampliar e enriquecer nosso conhecimento sobre os mais diversos povos e suas complexas relações socioculturais. A noção de cultura como produto histórico, dinâmico e flexível conduz a novas abordagens sobre relações de contato cultural, questionam e complexificam o conceito de aculturação. No lugar de regras e parâmetros deterministas, fronteiras culturais e ideológicas rigidamente demarcadas, abre-se espaço para considerar as tensões e ambivalências do universo cultural e simbólico continuamente reordenado nos processos históricos. Isso favorece a ideia de que, apesar dos condicionamentos culturais, os homens orientam-se por estratégias móveis, por interesses e objetivos que se transformam com suas experiências históricas, permitindo-lhes reformular culturas, valores, memórias e identidades. Estas últimas podem ser vistas, portanto, como plásticas, provisórias, contingentes e plurais, evidenciando que pluralidade e identidade não são excludentes. A investigação sobre construção e reconstrução identitárias tem revelado uma gama de possibilidades quanto a composições e acomodações dos diferentes elementos internos a um grupo ou mesmo a um indivíduo. Identidades regionais, religiosas, étnicas, profissionais ou, num nível macro, nacionais, surgem como construções fluídas, dinâmicas e flexíveis, que se constroem através de complexos processos de apropriações e ressignificações culturais nas experiências entre grupos e indivíduos que interagem, daí se falar em identidades inter e intracontrastivas. [...] Cecília Azevedo e Maria Regina Celestino de Almeida. Identidades plurais. In: Martha Abreu e Rachel Soihet (Orgs.). Ensino de História: conceitos, temáticas e metodologia. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2009, p. 25-26. 135 pnld2016_mp_his_3a.indd 135 24/07/14 19:04 Texto 3 Ao longo da Coleção é proposto o trabalho com diferentes fontes históricas. São atividades que orientam a análise de textos jornalísticos, obras de arte, fotografias, documentos oficiais (textos de leis, decretos), mapas, entre outros. Essa prática é recorrente na coleção por compreendermos sua importância para o fazer histórico. O texto a seguir discorre sobre o trabalho com fontes e a variedade de materiais que pode ser analisada sob essa perspectiva. Introdução [...] O conceito de História como campo de conhecimento é fundamentalmente relacionado ao conceito de fontes históricas. O uso das fontes e a sua análise temporal são propriedades do conhecimento histórico. Elementos componentes do conceito de História científica, o documento e o tempo diferenciam a narrativa histórica da narrativa ficcional e das narrativas científicas de modo geral. As fontes, consideradas objeto material da pesquisa histórica, vêm adquirindo, desde o século XVIII, quando D. Mabillon, da Congregação de Sainte Maur, escreveu a obra De Re Diplomatica, cada vez mais importância e vêm expandindo o seu significado. Quando a História iniciou sua trajetória como conhecimento, o documento escrito oficial era a essência de sua veracidade, afirmação que atingiu seu auge no século XIX. A História era o que havia sido registrado pela escrita dos homens sobre a vida pública. Com isso, os sujeitos eram somente os que tinham aceso às formas de manifestação escrita ou os que deviam, em razão de sua importância pública, ter seus atos registrados pelos seus pares, detentores das formas escritas. [...] Ao uso exclusivo dos documentos escritos como fontes foi incorporada a variedade da produção da sociedade. Esse novo olhar sobre a História como campo de conhecimento fez que a vida política deixasse de ser objeto exclusivo da pesquisa. Obras de arte, como pinturas e esculturas, documentos escritos de natureza diversa, como registros particulares, anotações domésticas, tipos variados de correspondência, formas de manifestação literária, musical, imagens fixas e e em movimento, peças da vida cotidiana, enfim, tudo o que fornecesse informação sobre a vida humana aos poucos foi incorporado ao universo das fontes históricas. [...] Para proporcionar o desenvolvimento do pensamento histórico do aluno e fazê-lo distanciar-se do senso comum, a Didática da História propõe procedimentos críticos em relação às fontes, analisadas como recursos para a aprendizagem do aluno; promove a utilização do raciocínio comparativo, da periodização do tempo histórico, distinto de um tempo subjetivo, da maestria do grau de generalização dos conceitos, distinguindo completamente a História de seus usos. Para tanto, mobiliza metodologias clássicas das ciências humanas e sociais: questionamento e observação, coleta de dados, exame e descrição e coloca em perspectiva os deslocamentos entre noções comuns e conceitos históricos (Bugnard, 2009). A promoção dessas formas de pensamento histórico exige que a formação do aluno esteja fundamentalmente num conceito de História que o leve à compreensão da realidade social e das ações dos homens localizadas no tempo. Para tanto, é preciso utilizar materiais que permitam a construção do texto histórico e o chamado a atividades intelectuais que encaminhem o aluno para o desenvolvimento do pensamento histórico. André Chaves de Melo Silva; Kátia Maria Abud e Ronaldo Cardoso Alves. Ensino de História. São Paulo: Cengage Learning, 2010, p. IX-XIV. 136 pnld2016_mp_his_3a.indd 136 24/07/14 19:04 1 MANUAL DO PROFESSOR UNIDADE Orientações específicas para o livro do 3o ano Cultura: uma criação do homem Página 8 Nesta unidade, buscou-se o enfoque da organização temporal e a construção do conceito de tempo histórico. Destaca-se que esse tempo histórico é uma construção cultural. A unidade aborda também a ação dos homens no decorrer do tempo, compreendida, por sua vez, como objeto da História. A dupla perspectiva da História como ciência do passado e do presente busca compreender a dimensão que o ser humano e suas ações (objeto da História) tiveram e têm da sociedade. Nesta unidade buscamos auxiliar o aluno a desenvolver: •• a compreensão do conceito de tempo de forma mais aprofundada, a fim de reforçar a distinção entre o tempo físico, também denominado geológico, determinado pelos mecanismos da natureza, e o tempo cultural, também denominado tempo histórico, com algumas formas de entender e contar o tempo de acordo com a cultura de cada povo e sociedade; •• a percepção de que as diferentes culturas produzem diferentes formas de contar o tempo; •• identificar a relação entre manifestações culturais na sociedade brasileira, incluindo aquelas das culturas indígena e africana e afro-brasileira; • • a aquisição de mecanismos para a compreensão das diferentes dimensões do tempo, como duração a partir de mudanças e permanências no modo de vida dos grupos humanos com os ritmos que englobam o fato e a conjuntura a partir de vivências pessoais; •• relacionar lugares e tempos vividos com rotinas, medições e marcadores de tempo cronológico e histórico (datas, décadas e séculos) no espaço de apreensão do tempo; •• a apreensão da importância do estudo da História como processo, ou ainda como momento que se percebe a partir da própria dinâmica e a afirmação dela como campo de atuação dos homens; •• a importância da valorização da diversidade cultural. Páginas 8 e 9 Abertura de unidade Na abertura da unidade, o diálogo entre os personagens sobre a obra A persistência da memória, de Salvador Dalí, pretende resgatar e reforçar os conhecimentos que os alunos já têm sobre o significado do relógio e a marcação do tempo. Você deve explorar as reflexões dos alunos sobre a obra e suas múltiplas interpretações. Ao estudar os processos históricos, buscamos a identificação das permanências e regularidades e também o reconhecimento das rupturas e diferenças que ocorrem nas formações sociais. Como afirma Holien Bezerra: 137 pnld2016_mp_his_3a.indd 137 24/07/14 19:04 “Assim a História, concebida como processo, busca aprimorar o exercício da problematização da vida social como ponto de partida para a investigação produtiva e criativa, buscando identificar as relações sociais de grupos locais, regionais, nacionais e de outros povos; perceber as diferenças e as semelhanças, os conflitos/contradições e as solidariedades existentes nas sociedades; comparar problemáticas atuais e de outros momentos, posicionar-se de forma crítica no seu presente e buscar as relações possíveis com o passado.” (BEZERRA, 2003, p. 44) Capítulo 1 – O homem e a história Página 10 Para começo de conversa... Iniciamos o capítulo com um fragmento de texto do astrônomo, professor e físico Marcelo Gleiser, um dos cientistas brasileiros mais conhecidos e respeitados no mundo por suas pesquisas científicas desenvolvidas em Dartmouth College (EUA). Também é autor de artigos de divulgação científica em jornais de grande circulação e de vários livros, dentre os quais destacamos a obra Criação imperfeita (São Paulo: Record, 2010), na qual o autor questiona a ideia de perfeição que regeria a natureza. Você pode trabalhar com os alunos aspectos abordados no texto sobre as relações entre o passado, o presente e o futuro, levando-os a refletir, principalmente, quanto ao significado da afirmação “o futuro depende de nossa imaginação, de nossa dedicação e de nossa responsabilidade como cidadãos em um planeta finito”. É importante que você leia o texto de Gleiser junto com os alunos e estabeleça um paralelo com as ilustrações que compõem a página, destacando, principalmente, a ideia de movimento ali representada. Em seguida, peça aos alunos que façam comentários sobre o que compreenderam a respeito do texto. Pergunte se eles já ouviram falar de pinturas rupestres e seus possíveis significados, a importância dos mapas para os navegadores antigos etc. Mais atividades 1. Aproveite o assunto abordado no texto O futuro é nossa responsabilidade para fazer um paralelo com a importância do estudo da História no entendimento do mundo que nos cerca e nosso papel como agentes históricos, desenvolvendo uma atividade integrada com Língua Portuguesa: o professor pode propor aos alunos a construção de um texto. Para dar início a esse trabalho, faça alguns questionamentos aos alunos: a) O que estimula os avanços na tecnologia? b) A quais desses avanços você e seus familiares têm acesso? Você acredita que esses avanços trazem melhorias para a sociedade? Feitos os questionamentos, oriente os alunos a justificar suas respostas por meio de um texto. Depois de pronto, reúna os alunos em duplas e peça para que troquem os textos e leiam. Sugira que pontuem alguns avanços citados em ambos os textos. Depois, em um grande grupo, discutam sobre como os avanços tecnológicos influenciaram em suas vidas. De acordo com o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), os conceitos fundamentais da História devem seguir uma progressão de abordagem. No que toca o conceito de tempo, ele 138 pnld2016_mp_his_3a.indd 138 24/07/14 19:04 deve ser introduzido já no primeiro contato dos alunos com os temas e conteúdos de História, e aprofundado e consolidado nos anos seguintes. Se sentir necessidade, resgate com os alunos o trabalho sobre a introdução do conceito de tempo. MANUAL DO PROFESSOR O Carnaval como um elemento da cultura Páginas 12 e 13 Nestas páginas, a comparação de dois momentos diferentes, a partir das imagens sobre o Carnaval, pode possibilitar o trabalho de compreensão da importância do estudo da História e das permanências e rupturas no processo histórico. Analise com seus alunos as vestimentas das pessoas em cada época. Indague sobre o significado das fantasias em cada uma das imagens, expondo um pouco sobre a história do Carnaval, desde suas origens até sua transformação, em tempos e lugares diferentes. É importante explicar que o Carnaval tem diversos sons predominantes nas várias regiões para animar os foliões: no Rio de Janeiro, o samba; em Pernambuco, o frevo e o maracatu; na Bahia, o axé, entre outros. Comente que são muitas as versões para a origem dessa festa. No Brasil, ela se originou no entrudo, como apresenta o texto do ícone “Você sabia?”. O entrudo incentivou a criação de uma festa em local fechado, para um público selecionado que queria se divertir. Assim, surgiram, em 1840, os bailes de Carnaval, inspirados nos grandes bailes de máscaras realizados na Europa. Os tambores apareceram pela primeira vez na metade do século 19 no chamado Zé Pereira, uma espécie de passeata de foliões que ocorria nas ruas do Rio de Janeiro. Em substituição ao Zé Pereira, surgiu o corso, um passeio de carros e caminhões enfeitados. Os foliões, geralmente famílias em seus veículos, brincavam com as pessoas nas calçadas, cantando músicas de Carnaval e jogando confetes uns nos outros. Os ranchos ou cordões foram outros dos vários tipos de festejos do início do século 20, uma espécie de encenação que imitava os Reisados, caminhada de pastores e pastoras até Belém. Durante essa caminhada, os participantes cantavam e batiam de porta em porta pedindo agasalhos. Já as marchinhas de Carnaval se popularizavam ao serem cantadas pelos ranchos, numa época em que ainda não havia rádio. Esse conteúdo pode ser aprofundado nas aulas de Arte, em que os alunos podem conhecer as marchinhas. As escolas de samba também tiveram origem na cidade do Rio de Janeiro. O primeiro grupo a ser criado com o título de “escola de samba” foi o Deixa Falar, em 1928, no bairro do Estácio. Mais tarde, surgiram muitos outros grupos em diversos bairros da cidade e os desfiles tornaram-se, praticamente, sinônimo de Carnaval no Sudeste do Brasil. Além das mudanças no Carnaval, surgidas com o passar do tempo, você pode abordar diferenças quanto à maneira como essa festa popular é celebrada em outras regiões do Brasil, como em Olinda (frevo e maracatu), em Salvador (axé e trios elétricos), em São Paulo (parecido com o do Rio de Janeiro, com escolas de samba), em São Luís do Paraitinga (Carnaval de marchinhas) e em outros países, destacando e valorizando a diversidade cultural tão rica em nosso país. Página 16 Para refletir O trabalho com as atividades propostas na seção visa levar os alunos à reflexão sobre manifestações culturais diversas, preparando-os para que reconheçam e valorizem as particularidades, a diversidade e a pluralidade cultural de diferentes povos e sociedades. 139 pnld2016_mp_his_3a.indd 139 24/07/14 19:04 Mais atividades Sugerem-se duas possíveis atividades complementares no que toca esse tema: 1.Solicite aos alunos que pesquisem com seus familiares sobre algumas manifestações culturais típicas do local onde vivem e, posteriormente, discuta com eles as mudanças ocorridas e as possibilidades de resgatá-las e preservá-las, para que a cultura seja preservada. Depois, discuta como são as manifestações atuais. 2. Proponha a confecção de máscaras pelos alunos. Explique que as máscaras do Carnaval de Veneza são famosas em todo o mundo pela riqueza de detalhes e beleza na elaboração, contextualizando também a história do seu uso, ajudando-os quanto à localização da Itália e de Veneza, explorando o fato de que as máscaras permitiam, no momento da festa de Carnaval, a quebra de barreiras sociais, pois os ricos podiam aproximar-se dos pobres sem ser socialmente condenados ou prejudicados. Além disso, comente que, com o passar dos anos, as festas carnavalescas proliferaram-se em toda a Itália, modernizando-se. Em um primeiro momento, peça aos alunos que busquem em revistas e na internet, imagens das máscaras para usarem como modelos. Os alunos devem estudar essas máscaras, sua origem, o que significam etc. Na sequência, irão confeccionar uma máscara. Para tanto, siga os passos apontados a seguir: Materiais necessários: •• pedaços de jornal •• cola branca •• elástico •• pincel •• tesoura •• bexiga Como fazer: •• Encha a bexiga até ficar um pouco maior que a cabeça do aluno. •• Pique o jornal em pequenos pedaços; com um pincel, passe cola em apenas um dos lados da bexiga (para formar o rosto da máscara) e cole os pedacinhos de jornal. •• A operação deve ser repetida três vezes para formar camadas. Não precisa esperar a secagem da cola entre uma camada e outra. •• Depois que o jornal estiver seco, estoure a bexiga, assim ela desgruda da máscara. •• Corte as sobras de jornal ao redor da máscara para dar o acabamento. Ela precisa se encaixar direitinho no rosto. •• Vista a máscara e marque o lugar dos olhos com uma caneta. Depois, recorte círculos para formar os olhos no lugar marcado. •• Comece a fazer a pintura. Primeiro, passe guache branco para servir de base à máscara. •• Desenhe com lápis a figura que cada aluno deseja fazer na máscara. •• Em seguida, pinte com guache colorido como quiser. •• Faça um furo de cada lado e coloque o elástico. Está pronta a máscara! Agora é só brincar! Após construí-la, os alunos devem ter um momento para brincar juntos ou expor a máscara aos colegas. 140 pnld2016_mp_his_3a.indd 140 24/07/14 19:04 A diversidade de culturas no Brasil MANUAL DO PROFESSOR Página 17 Abordar o conceito de cultura para alunos dessa faixa etária demanda estratégias que os aproximem desse assunto amplo e multifacetado. São inúmeras as variações de abordagens e interpretação do conceito de cultura nas múltiplas ciências, tendo, inclusive, variados aspectos como referência. Por exemplo, desde a Antiguidade tem-se buscado explicar as diferenças de comportamento entre os homens a partir da diversidade genética ou geográfica, apesar de muitos estudos revelarem que nem as características biológicas ou o ambiente físico são determinantes das diferenças culturais. A História nos mostra que povos que vivem em ambientes muito semelhantes podem ter estilos de vida bem diferentes. O conceito de cultura perpassa e interessa a diversos campos de conhecimento. É objeto e instrumento de análise da História, da Sociologia, da Antropologia, da Educação, entre outros e tem em cada um desses campos, bem como em suas interseções, diferentes concepções e definições. Entre as muitas definições possíveis, damos atenção às reflexões de dois antropólogos: o neo-zelandês Raymon Wiliam Firth, que compreende a cultura como o modo de vida de um conjunto organizado de indivíduos; e Clifford Geertz, que compreende a cultura como um conjunto de construções simbólicas. Para a proposta desta obra didática, compreende-se que a cultura é o meio de adaptação do homem aos diferentes ambientes. Ela é um processo acumulativo, pois os grupos humanos adquirem conhecimentos e experiências acumulados ao longo das gerações que os antecederam. Nessa perspectiva, o uso do termo “cultura” para definir o conjunto de atitudes, crenças e códigos de valores compartimentados num determinado período histórico é aplicado a partir dos estudos antropológicos de Clifford Geertz. Para o autor, cultura é sempre algo público, de um grupo, e não um elemento particular. Ela é formada por construções simbólicas e significados contidos num conjunto de símbolos compartilhados. “Como um sistema de signos passíveis de interpretação, a cultura não é um poder, algo ao qual podem ser atribuídos casualmente os acontecimentos sociais, os comportamentos, as instituições ou os processos; ela é um contexto, algo dentro do qual eles (os símbolos) podem ser descritos de forma inteligível – isto é, descritos com densidade.” (GEERTZ, 1973) Neste capítulo, o conceito é trabalhado por meio de exemplos e comparações. A opção de trabalho é por meio de um aspecto da cultura: a forma de festejar de grupos diversos no Brasil atual. Páginas 19 a 21 Ao trabalhar o texto sobre a festa do Quarup e a festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, você pode destacar outros aspectos culturais desses grupos e explicar, por exemplo, que o Quilombo de Ivaporunduva, localizado no município de Eldorado, em São Paulo, tem uma área de 3 158,11 hectares, cujo território ainda mantém 80% de sua área coberta pela Mata Atlântica, com grande riqueza de espécies vegetais e animais característicos dessa mata, como canela, peroba, cedro-rosa, figueira, jacu, tucano, araponga, macuco, sabiá, tucaninho, veado, tatu, tamanduá, raposa, entre outros. 141 pnld2016_mp_his_3a.indd 141 24/07/14 19:04 Você pode destacar que o restante da área é utilizado para o cultivo e a produção da comunidade no sistema de rodízio. Pode-se informar os alunos que a área foi reconhecida como quilombo em 1997, e em 2000, a comunidade recebeu o título de propriedade de seu território. A população ainda hoje vive basicamente da roça de arroz, feijão, milho, mandioca, batata-doce, cana-de-açúcar, café, abóbora, banana, inhame, cará, taiá. É fundamental destacar: assim como nos grupos indígenas, em que existe uma grande variação na forma de celebrar de acordo com a região em que vivem, entre as comunidades quilombolas ocorre também muita diversidade nos aspectos culturais ligados às festividades e às comemorações. Mais atividades 1. Você pode promover uma pesquisa sobre as diferentes celebrações que ocorrem em nosso país. Organize grupos de pesquisa e defina temas para cada um deles. É interessante que as pesquisas investiguem as festas pouco conhecidas, como as celebrações de fases da natureza, comemoradas por indígenas, ou festas religiosas específicas de grupos indígenas, ou celebrações que ocorrem em nosso país com origens em diferentes culturas, sejam africanas, hebraicas, ucranianas, entre tantas outras. Devem ser investigados os motivos das festividades, os principais momentos da festa ou celebração, se são usadas vestimentas e adereços diferentes daquelas do dia a dia das pessoas envolvidas. Cada um dos grupos pode, em uma roda de conversa, apresentar os resultados de sua pesquisa, para que toda a turma conheça um pouco mais da variedade cultural representada por festividades em nosso país. Página 21 Para refletir As atividades propostas nesta seção favorecem a observação e compreensão do aluno em relação ao mundo em que vive por meio da comparação entre diferentes ações humanas em tempos e espaços diferentes. Compreendendo que, em cada um desses grupos, os homens são construtores de sua história. Espera-se que os alunos percebam-se como sujeitos da História, participando ativamente do processo de construção do conhecimento. Página 21 Escrevendo a História Nessa atividade o aluno poderá trazer a análise do conceito de cultura para sua realidade próxima. Espera-se que, ao desenvolver essa breve pesquisa e produzir um texto sobre um elemento da cultura local, o aluno consiga compreender-se como parte da história. Sugestões para o professor Para enriquecer o trabalho sobre o tema do capítulo, possibilitando uma abordagem mais completa sobre a diversidade cultural no Brasil, sugere-se a leitura de: •• Almanaque do Carnaval: a história do Carnaval, o que ouvir, o que ler. André Diniz. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. 142 pnld2016_mp_his_3a.indd 142 24/07/14 19:04 MANUAL DO PROFESSOR Nesta obra o autor faz uma viagem no tempo, desde as origens do Carnaval até as grandes folias da atualidade. Além da história do Carnaval, trata da trajetória dos gêneros musicais relacionados à festa, como o samba, a marchinha, o frevo e o axé. Apresenta canções, compositores e intérpretes que marcaram época, assim como os que ganham destaque na atualidade. Endereço eletrônico •• www.socioambiental.org Site do Instituto Socioambiental (ISA), que apresenta documentários da TV Cultura e do próprio Instituto. No link http://www.socioambiental.org/pt-br/campanhas, por exemplo, é possível encontrar algumas campanhas desenvolvidas por grupos indígenas, muitas das quais relacionadas à preservação ambiental. Capítulo 2 – Contando o tempo, contando a história Página 22 Para começo de conversa... Os versos da canção “Quebra Milho”, de Renato Teixeira, são apresentados neste capítulo como ponto de partida para que você possa retomar e aprimorar o conceito de tempo e a criação de mecanismos para a sua contagem, como a elaboração de calendários em tempos e lugares diferentes. Essa composição trata da visão do autor sobre a organização do calendário de plantio do milho. Você pode fazer a leitura com os alunos e, em seguida, perguntar a eles se conhecem as comidas citadas nos versos, bem como solicitar que procurem no dicionário o significado das que são desconhecidas. Como sabemos, o clima exerce significativa influência no desenvolvimento das plantações. Para um trabalho mais aprofundado a respeito desse tema, propõe-se o acesso ao link: http://agricultura.ruralbr. com.br/noticia/2012/01/calendario-agricola-veja-qual-o-melhor-periodo-para-o-plantio-e-colheita-das -principais-culturas-do-pais-3641485.html Nele você encontrará um infográfico das regiões do país e as plantações de cada região. Para obter mais informações sobre determinada plantação, é só clicar sobre ela. Por meio desse infográfico você poderá explicar de maneira mais aprofundada o calendário de plantio para os alunos. Mais atividades 1. Se possível, pode ser organizado o preparo de um dos pratos citados na canção com os alunos. Tal experiência é educativa e divertida. 2. Estudos científicos apontam que o clima varia naturalmente, independentemente das ações an- trópicas (do homem), ou seja, mesmo que o ser humano não habitasse o Planeta, as estações do ano não teriam sempre as mesmas temperaturas. Isso porque, antes de qualquer coisa, o clima é dependente da intensidade da radiação solar. Partindo dessa constatação, propõe-se uma atividade integrada às disciplinas de Geografia e Ciências. Organize a turma em grupos de quatro alunos e peça para fazerem uma pesquisa, em livros, revistas, internet etc., sobre as estações do ano. As pesquisas devem contemplar as seguintes questões: quais são as estações do ano; em qual estação estamos; como podemos identificar cada estação; se todos os anos as estações se comportam da mesma maneira; e se em todas as regiões do Brasil as estações apresentam as mesmas características. 143 pnld2016_mp_his_3a.indd 143 24/07/14 19:04 No dia marcado para a entrega dos resultados da pesquisa, reúna os alunos em um grande grupo e debatam sobre as pesquisas realizadas. Após a conversa, construam coletivamente um texto com a conclusão da turma sobre as mudanças climáticas e seu impacto sobre a mudança nas estações do ano. O registro: das horas aos séculos Página 24 Você deve aproveitar o tema para trabalhar a forma de escrever datas abreviadas ou por extenso, a fim de reforçar a compreensão dos alunos quanto à sequência e à distribuição dos dias e dos meses no calendário. Explique a importância de saber ler as datas para verificar compromissos assumidos, bem como a validade dos alimentos e dos remédios. Mais atividades 1. Oriente a confecção de cartazes para serem dispostos no mural da sala, com poemas, desenhos e colagens de acontecimentos característicos de cada mês ou estação do ano. 2. Propõe-se, também, uma atividade integrada à disciplina de Geografia, em que os alunos identifiquem as Fases da Lua por meio da compreensão de que as mudanças na iluminação do astro acontecem de acordo o posicionamento do Sol. Na atividade, serão trabalhados os conceitos geográficos de: •• Rotação: movimento da terra em torno do seu próprio eixo (responsável pelos dias e noites); •• Translação: movimento da terra em torno do Sol (responsável pelas estações do ano); •• Órbita: movimento de um corpo sobre o outro, geralmente com a ação da gravidade, nesse caso, o movimento da Lua ao redor da Terra; •• Fases da Lua: mudança aparente da porção visível da Lua devido à variação da posição da Terra em relação ao Sol. Os alunos devem observar diariamente a Lua, fazer anotações sobre o horário em que ocorreu a observação e desenhar o formato dela em um calendário (modelo a seguir). Essas anotações ajudam na discussão da periodicidade das fases lunares e do tempo em que o astro leva para completar uma volta em sua órbita ao redor da Terra (ou seja, realizar a rotação). Como é uma atividade para ser realizada em casa, proponha aos alunos que convidem os familiares para, juntos, observarem a Lua. Além disso, peça que expliquem aos familiares o objetivo dessa atividade, o qual é comprovar na prática o que aprenderam no conteúdo estudado: que as fases da Lua ocorrem em virtude da variação da posição da Terra em relação ao Sol. Comente que em dias chuvosos, por exemplo, não será possível observar a Lua. Peça, então, que mesmo assim anotem o motivo de não poderem observá-la, por exemplo: não pude observar, pois estava chovendo. 144 pnld2016_mp_his_3a.indd 144 24/07/14 19:04 Após as observações, os alunos deverão responder as seguintes questões: a) Existe uma ordem de aparecimento das fases da Lua? Se a resposta for afirmativa, qual é esMANUAL DO PROFESSOR sa ordem? b) Quanto tempo dura cada fase? c) As fases se repetem nesses meses? Qual o intervalo de tempo entre duas fases idênticas consecutivas? Modelo de calendário Mês ( ) 1 Hora: 2 Hora: 8 Hora: 9 15 Hora: Hora: Hora: Hora: 31 14 Hora: 20 Hora: 26 Hora: Hora: Hora: Hora: 7 13 19 25 Hora: Hora: Hora: Hora: 6 12 18 24 30 Hora: Hora: Hora: 5 11 17 23 29 Hora: Hora: Hora: 4 10 16 22 Hora: Hora: Hora: Hora: 3 21 Hora: 27 Hora: 28 Hora: Observações: Hora: 145 pnld2016_mp_his_3a.indd 145 24/07/14 19:04 A contagem do tempo com o relógio Página 25 Ainda neste capítulo são propostas atividades que visam reforçar a percepção dos alunos quanto à dimensão do tempo para cada pessoa e a realização de atividades e eventos que se considerem significativos. A retomada de aspectos ligados ao desenvolvimento de mecanismos para marcar a passagem do tempo, desde os mais antigos, como a ampulheta, até os mais sofisticados na atualidade, tem como objetivo reforçar a compreensão dos alunos quanto ao conceito de tempo e a importância do estudo da História. Reforce que, de modo geral, o desenvolvimento de instrumentos para medir o tempo varia de acordo com a cultura dos grupos humanos, auxiliando a percepção sobre como os aspectos culturais diversos determinam formas diversas de contar e “aproveitar” o tempo. Página 26 Para refletir Nesta atividade você trabalhará a noção de duração e sucessão com os alunos. Para que a atividade fique mais dinâmica, se possível, proponha a eles que tragam um relógio de casa. Como esta atividade envolve números, trabalhe de forma integrada com as disciplinas de História e Matemática. Página 27 Aprender fazendo A confecção da ampulheta pelos alunos e o seu uso pode propiciar a reflexão sobre uma forma diferente de medir a passagem do tempo. Chame a atenção da turma para a evolução tecnológica nos aparelhos de medição do tempo, os relógios, por exemplo. Oriente-os para que percebam semelhanças, continuidades e rupturas entre os instrumentos que estão retratados nas imagens do início do capítulo e os outros, como a ampulheta que irão produzir. Outras medidas de tempo Página 30 Pesquisando e aprendendo mais Apesar de estarmos ensinando os alunos a utilizar e, mais do que isso, ler os algarismos romanos, a opção da Coleção, como já explicitado e explicado na página 19 deste Manual, é trabalhar com os algarismos arábicos. Por esse motivo, no enunciado da questão, optamos pela grafia 21. Sugestões para o professor •• Produzindo o passado: estratégias de construção do patrimônio cultural. Antônio Augusto Arantes (Org.). São Paulo: Brasiliense, 1984. O livro aborda a importância da preservação do patrimônio, que deve, como qualquer trabalho de memória, ser pensado como um trabalho transformador e seletivo de destruição e reconstrução do passado, que é realizado no presente e nos termos do presente. 146 pnld2016_mp_his_3a.indd 146 24/07/14 19:04 MANUAL DO PROFESSOR •• Memória e sociedade: lembranças de velhos. Ecléa Bosi. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. A partir de memórias coletadas de alguns idosos, a autora compõe a sua obra. Segundo ela, a função social exercida durante a vida deles ocupa parte significativa de sua lembrança. A narrativa de homens e mulheres, que para algumas pessoas já não são mais membros ativos da sociedade, têm uma nova função social: lembrar e contar para os mais jovens a sua história, de onde eles vieram, o que fizeram e aprenderam, revelando que na velhice as pessoas tornam-se a memória da família, do grupo, da sociedade. •• História do calendário. Hernani Donato. São Paulo: Melhoramentos, 1993. (Série Prisma). A obra apresenta as formas usadas pela humanidade para medir e registrar o tempo desde os seus primórdios. Mostra a origem dos meses (e seus nomes) e das semanas, além de resgatar o caminho das observações astronômicas e das conveniências sociais que levam até o calendário atual. •• Didática de História: o tempo vivido – uma outra história. Ana Lúcia Lana Nemi e João Carlos Martins. São Paulo: FTD, 1996. O livro apresenta uma nova maneira de ensinar História, propondo uma revisão e redefinição do papel do professor. •• Didática de Geografia: memórias da Terra – o espaço vivido. Salete Kozel e Roberto Filizola. São Paulo: FTD, 1996. O livro apresenta os conceitos fundamentais para a compreensão do espaço geográfico, trazendo atividades significativas e abordagens recentes de Geografia para a reelaboração do saber. •• Seis mil anos de pão: a civilização humana através de seu principal alimento. Heinrich Eduard Jacob. São Paulo: Nova Alexandria, 2003. A obra trata da história do trigo, da agricultura, das técnicas de produção e conservação dos alimentos que marcaram a história da humanidade. Publicado originalmente em 1944, traz importantes aspectos para a reflexão de conceitos, como cultura e civilização. •• Mil folhas: história Ilustrada do doce. Lucrecia Zappi. São Paulo: Cosac Naify, 2010. (Coleção Prismas). O livro é um passeio geográfico, histórico e literário pela história dos doces, apresentando vasto material, como cartazes de época e imagens informativas que recuperam como a apreciação e feitura dos doces, que traduzem um comportamento cultural. O caminho do “xicletl” consumido pelos maias e astecas ao chiclete da Adam’s, do al-fahua dos árabes até o tradicional alfajor argentino, as navegações em busca do açúcar e tantas outras histórias. Endereço eletrônico •• www.wdl.org Site do World Digital Library, que reúne mapas, textos, fotos, gravações, mapas e filmes de todos os tempos e explica em sete idiomas as joias e as relíquias culturais de todas as bibliotecas do planeta. Permite ao internauta orientar a sua busca por épocas, zonas geográficas, tipo de documento e instituição. 147 pnld2016_mp_his_3a.indd 147 24/07/14 19:04 UNIDADE Um tempo para cada coisa, cada coisa no seu tempo 2 Página 34 O aluno pode e deve se reconhecer como sujeito histórico, possuidor de características que lhe são próprias e de uma história singular, única. Deve-se, portanto, realizar um trabalho constante com as especificidades de cada um, as quais irão compor a identidade ao longo da vida. Nesse sentido, a unidade trata de características comuns a todos os períodos da vida dos seres humanos, mas também busca a reflexão e o entendimento dos alunos quanto às singularidades de cada um. Nesta unidade buscamos auxiliar o aluno a desenvolver: •• a percepção de que, por meio da família, da escola, da religião, dos costumes e das formas de lazer em que está inserido socialmente; •• o estabelecimento de relações entre passado e presente; •• a comparação de acontecimentos no tempo, usando as noções de anterioridade, posteridade e simultaneidade; •• o reconhecimento e a valorização da diversidade étnica e cultural em diferentes tempos e espaços como elemento formador do conhecimento histórico; •• a reflexão sobre a dimensão global da realidade que o cerca; •• o aprofundamento do significado de cultura como forma de produção essencialmente humana, manifestada em atos, comportamentos, crenças, valores, costumes, criações artísticas, entre outros; •• a percepção de que estudar História é uma forma de se descobrir e se situar no mundo; •• a reflexão sobre o processo de construção humana (cultura) de forma global e integrada, em diferentes épocas e espaços, conscientizando-se de sua diversidade; •• a valorização de atitudes, como a solidariedade, capacidade de trabalhar em grupo, atenção e respeito aos outros; •• a compreensão no tempo e no espaço dos mecanismos do trabalho infantil, seus fatores condicionantes e reflexos na construção do cidadão; •• o exercício de comparação da história pessoal com a de diferentes grupos humanos, o que representa um importante recurso para a construção da própria identidade e do grupo social do qual ele faz parte. Páginas 34 e 35 Abertura de unidade A imagem do quadro Brincadeiras infantis, de Pieter Bruegel, e o diálogo das personagens têm o objetivo de despertar nos alunos a curiosidade e a percepção das mudanças e permanências no universo infantil. 148 pnld2016_mp_his_3a.indd 148 24/07/14 19:04 MANUAL DO PROFESSOR Capítulo 1 – Um tempo para ser criança. Sempre foi assim? Página 36 Para começo de conversa... Quando destacamos o homem como principal responsável pelas transformações ocorridas no tempo e no espaço, salientamos que é preciso trabalhar a questão da evolução técnico-científica experimentada pela humanidade ao longo da história, o que possibilita aos alunos identificar os processos de transformação que ocorreram no espaço. Este capítulo trabalha principalmente com a dimensão histórica da infância. Após ler o texto da escritora e roteirista Adriana Falcão, que aborda algumas características típicas das crianças, é importante debater com os alunos o que eles pensam sobre cada uma dessas características citadas pela autora. Permita que todos se manifestem. O objetivo desse texto de abertura é introduzir o tema do capítulo, que trata das fases que culturalmente usamos para designar cada estágio da vida de uma pessoa. O texto introdutório e a observação das imagens do capítulo permitem uma primeira abordagem sobre o sentido da infância, o levantamento de quais são as atividades pertinentes às várias fases da vida humana e quais são as diferenças e possíveis semelhanças com outros tempos ou outros lugares. Ao dar continuidade ao tema do capítulo e ao desenvolver as atividades propostas nele, aproveite para debater com os alunos sobre o que é, para cada um deles, o tempo de ser criança. Ao trabalhar sobre o tempo da criança e suas características, é fundamental que você tenha cuidado com generalizações, reforce que vivemos em uma sociedade múltipla, constituída de várias culturas e etnias e que devemos buscar o respeito à diversidade e aos modos de vida de cada indivíduo ou grupo. Tempo para tudo Página 39 Ao trabalhar com os alunos o poema Vovô é importante destacar: algumas características que temos mudam ao longo da vida. Esse aspecto pode ser bem desenvolvido, principalmente na leitura das imagens e do texto que fazem parte desse subitem, a exemplo das características do significado de ser criança, ser jovem, ser adulto, ser idoso. São muitas as possibilidades de outras abordagens e significados sobre características e papéis desempenhados em cada fase, o que permite aos alunos comparar vivências e percepções a partir das imagens. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma pessoa é classificada como idosa, cronologicamente, tendo mais de 65 anos de idade, nos países desenvolvidos, e mais de 60 anos de idade, nos países em desenvolvimento. Os idosos apresentam mudanças físicas, como o aparecimento de rugas, embranquecimento dos cabelos, diminuição das capacidades auditiva e visual, lentidão no andar e mudanças emocionais, que podem comprometer a sua qualidade de vida. Esse processo é biologicamente normal e evolui progressivamente, não acontecendo necessariamente em paralelo ao avanço da idade cronológica. Desse modo, o idoso tende a modificar seus hábitos de vida e rotinas diárias e passa a ocupar-se de atividades menos ativas, assim, reduzindo seu desempenho físico, suas habilidades motoras e sua capacidade de concentração. 149 pnld2016_mp_his_3a.indd 149 24/07/14 19:04 Tanto quanto proteção social, condições dignas de sobrevivência e assistência médica eficiente, num período em que as doenças se agravam, a questão dos direitos humanos na idade mais avançada exige respeito, cuidado e solidariedade. Essas questões devem ser reforçadas ao se trabalhar com o trecho do Estatuto do Idoso, presente na página 43. Página 40 Para refletir Nas entrevistas realizadas com os idosos, é importante que os alunos identifiquem a percepção deles sobre o processo de envelhecimento. Os alunos podem notar que é fundamental o reconhecimento das contribuições do idoso para a sociedade e o reconhecimento como qualquer cidadão, com direitos pessoais e sociais que não podem ser negados. Mais atividades 1. A fim de trabalhar dados relativos aos idosos no Brasil, sugerimos uma pesquisa e produção de gráfico com os dados. Oriente uma pesquisa em que, em grupos, os alunos investiguem sobre o percentual de idosos que vivem em cada região do país. Sugira, também, que pesquisem outras informações, como o número de idosos que trabalha, entre outras. No site do IBGE você pode encontrar algumas informações: http://www.ibge.gov.br/home/ estatistica/populacao/perfilidoso/ Com os dados em mãos, os alunos deverão, então, construir um gráfico de pizza representativo dos percentuais investigados. 2. É interessante destacar a importância de convivermos com pessoas de todas as idades, ressal- tando que cada fase da vida tem características próprias e oferece contribuições para o grupo de convivência. Como atividade complementar, você pode promover um debate no qual os alunos irão destacar o quanto podemos aprender com os outros, como é bom dividir as nossas dúvidas, escutar conselhos, respeitar e ser respeitado, entre outros. Explique que os acontecimentos relacionados à infância, à adolescência, à juventude, à vida adulta e à vida dos idosos podem ser muito ricos e contribuírem para a nossa experiência, aprendizado e lembranças. É aconselhável, também, que você ressalte os fatos ligados à família, cidade e país que podem gerar muitas mudanças na vida das pessoas. A exploração do trabalho infantil Página 46 Ao tratar o tema abordado neste subitem, o qual se refere a um problema ainda presente em vários lugares na atualidade, é importante lembrar aos alunos que a Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) é um órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) que defende os direitos das crianças. Além dele há outros órgãos, instituições e leis que visam erradicar a exploração de crianças no mundo. 150 pnld2016_mp_his_3a.indd 150 24/07/14 19:04 Página 51 Para refletir MANUAL DO PROFESSOR Na atividade desta seção, incentive os alunos a comentar o que chama mais a atenção no que se refere às imagens da criança trabalhadora escrava, das crianças que trabalhavam nas indústrias e das que trabalham na atualidade, levando-os a perceber que se tratam de crianças que viveram em tempos diferentes, o que pode ser verificado pelas vestimentas e pela legenda, mas que passam pelo mesmo problema. Destaque a importância da leitura das legendas, lembrando que elas trazem referências que complementam a imagem (há mais informações sobre análise de imagens na parte geral deste Manual). Para explorar melhor cada imagem, busque trabalhar com a turma o que eles pensam sobre ser uma criança trabalhadora em cada período retratado nas imagens, como poderia ser o cotidiano delas e quais as suas necessidades e problemas. É importante explicar: no Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é uma lei decretada pelo Congresso Nacional que entrou em vigor em 12 de outubro de 1990. O ECA trata dos direitos fundamentais da criança e do adolescente, como dignidade, educação, saúde e proteção. Assim estabelece o Artigo 5º: “Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.” (BRASIL, 1990). O ECA pode ser encontrado na internet, no site http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069. htm, e a Declaração dos Direitos da Criança, criada pela Unicef em 20 de novembro de 1959, pode ser acessada pelo site: http://www.unicef.org/brazil/pt/resources_10120.htm. Capítulo 2 – Brincadeiras de todos nós Página 52 Para começo de conversa... A leitura da ilustração e do fragmento de texto que introduzem o capítulo, possibilita, mais uma vez, que os alunos se expressem em relação ao ato de brincar. Eles poderão citar e inferir muitos aspectos relacionados a essa leitura: há meninos e meninas brincando juntos, o nome da brincadeira (que pode variar muito de acordo com a memória e o conhecimento deles), a brincadeira representada na ilustração está sendo executada ao ar livre, o entendimento pessoal sobre o significado de “defender a rua com unhas e dentes”, entre outras. Sobre a formação de grupos para brincar ou praticar outras atividades, você pode discutir a formação de grupos fechados, em que normalmente os integrantes até se ajudam, mas às vezes se fecham para outros colegas ou grupos, o que os impede de adquirir novos conhecimentos e experiências. Brincadeira é coisa séria Página 54 Pesquisando e aprendendo mais Nas entrevistas propostas nesta seção podem ser citadas as mais diversas brincadeiras e brinquedos, como esconde-esconde, pega-pega, futebol no campinho, amarelinha, pular corda, bambolê, pipa ou arraia, pião, bolinha de gude, polícia e ladrão ou piculas, caçador ou baleado, carrinhos de lata, ovo na colher, corrida de saco e muitas outras. 151 pnld2016_mp_his_3a.indd 151 24/07/14 19:04 Poderão também aparecer nomes diferentes para um mesmo brinquedo ou brincadeira e, inclusive, formas diferentes de brincar em relação a um mesmo jogo ou brinquedo. Se essas variantes aparecerem, aproveite a oportunidade para contemplar a diversidade linguística existente no país, que representa mais um traço de nossa cultura. Você pode aproveitar para explicar que, normalmente, as regras de um determinado jogo são definidas pelos participantes. Dessa forma, oriente-os a refletir sobre como aprenderam tal brincadeira, o quanto gostam de brincar e se acham importante que outras crianças aprendam-na para que ela continue existindo. Quanto aos textos produzidos na atividade 2, promova a exposição deles em um mural na sala de aula e permita aos alunos que desejarem, expor oralmente os dados coletados em suas entrevistas. O grupo pode analisar as transformações ocorridas no universo das crianças em relação aos brinquedos e às brincadeiras, pelo fato de algumas delas morarem em apartamentos e em casas sem quintal, da violência nas ruas e da influência da propaganda no cotidiano das pessoas, entre outros. Você pode também fazer um exercício de reflexão com a turma sobre a tradicional brincadeira conhecida como “faz de conta”. Questioná-los sobre o que mais gostam de “fazer de conta”, e levá-los a perceber que, por meio dessa brincadeira, as crianças imitam os adultos, exercitam a criatividade, conseguem estar em diferentes lugares, vivenciam situações imaginárias e podem explorar, experimentar e conhecer a realidade a sua volta. Peça aos alunos para contar quais jogos ou brincadeiras foram citadas nas entrevistas e como e onde eram realizadas. Pergunte quais dentre elas os alunos já conheciam e quais são novidades. Aproveite também para conversar um pouco sobre a ideia de que brincadeira é coisa séria, como foi citado no texto de abertura do capítulo, e todas as crianças devem ter tempo, condições e meios para brincar. Aproveite para retomar o tema do trabalho infantil e instigue-os a perceber o quanto as crianças trabalhadoras podem ser exploradas e o quanto o trabalho infantil as impede de exercer plenamente seu direito de brincar, ter momentos para o lazer e estudar. É importante trabalhar com os alunos o papel social das brincadeiras coletivas, que proporcionam o convívio e o respeito ao outro, além da função de entretenimento e de diversão. Mais atividades 1. Uma alternativa de trabalho é propor a escolha de uma das brincadeiras, como “cabra-cega”, e depois, solicitar pesquisa: em que regiões essa brincadeira é praticada e de que maneira? O nome da brincadeira é o mesmo? E o modo como se joga? As palavras pronunciadas são iguais? O que varia de uma para outra? A partir desse levantamento, que revelará algumas variações dialetais, pergunte aos alunos por que eles acham que essa variação acontece. Retome a questão histórica da colonização e de que cultura cada região sofreu mais influências. Depois, se for o caso, relacione as palavras encontradas na pesquisa com essas influências. Brincadeiras indígenas Página 55 Neste subitem é importante lembrar a diversidade cultural existente entre os grupos indígenas do Brasil e comentar: as atividades e as brincadeiras infantis praticadas entre eles, em boa parte, são desenvolvidas em grupos, muitas vezes sem competição, contribuindo para que aprendam diversas práticas 152 pnld2016_mp_his_3a.indd 152 24/07/14 19:04 MANUAL DO PROFESSOR do cotidiano. Para reforçar a percepção dos alunos sobre a diversidade étnica e cultural em diferentes tempos e espaços como elemento formador do conhecimento histórico, você pode finalizar essa etapa pedindo aos alunos que debatam as diferenças e semelhanças entre as brincadeiras e brinquedos indígenas e os que eles conhecem e brincam. Converse também sobre a origem de alguns jogos e brincadeiras brasileiras que tiveram influência da cultura dos povos que colonizaram o país. Explique, por exemplo, que os portugueses influenciaram a nossa cultura com os versos, as adivinhas, as parlendas e grande parte dos jogos tradicionais populares do mundo, como o jogo de saquinhos (cinco Marias), a amarelinha, a bolinha de gude, o pião e outros. Ao tratar desse tema, os alunos poderão perceber mais uma vez os elementos da cultura que se transformam com o tempo e outros que se mantêm ou se modificam mais lentamente. Ao entrar em contato com experiências passadas, que fazem parte da história da cultura em que vivem, os alunos podem reconhecer novos aspectos da história do grupo social de que fazem parte, além de possibilitar uma primeira comparação de culturas e a identificação de diferenças na caracterização e no sentido da infância. Mais informações podem ser encontradas nas obras indicadas em “Sugestões para o professor”. Leia, junto com os alunos, o texto sobre os direitos e a liberdade das crianças do povo indígena pataxó. Converse com eles sobre as diferenças e semelhanças entre o cotidiano de uma criança indígena e o dos alunos. Para isso, peça que observem a imagem dos índios brincando de bolha de sabão. Pergunte quem já brincou de bolha de sabão e leve-os a concluir que, apesar de termos brincadeiras diferentes, também temos brincadeiras comuns. Mais atividades 1. Na aula de Ciências, desenvolva uma atitude integrada com a temática das brincadeiras indígenas, e explore com os alunos a formação das bolhas de sabão. No site: www.mundoeducacao.com/quimica/como-se-formam-as-bolhas-sabao.htm, você encontrará o texto “Como se formam as bolhas de sabão”, de Jennifer Rocha Vargas Fogaça, no qual explica-se o processo científico que envolve a formação das bolhas. Questione os alunos se eles sabem de que forma as bolhas são formadas e, com base no texto proposto, explique o processo químico envolvido, e o porque das bolhas serem sempre esféricas. Leve os alunos para o pátio para brincarem de fazer bolhas de sabão. Pergunte se eles sabem o que é misturado para fazer a bolha de sabão. Depois, coloque detergente em uma bacia com água, misture e deixe-os brincar de fazer bolha com a mão. Outras brincadeiras, cantigas e jogos Página 57 Neste subitem é apontada a influência africana, que introduziu em nosso país muitas lendas e brincadeiras, como o jogo de caça ao tesouro, pegador, cavalo de pau, entre outros. 153 pnld2016_mp_his_3a.indd 153 24/07/14 19:04 Página 60 Pesquisando e aprendendo mais Lendas são textos que, de forma fantasiosa, explicam acontecimentos e fenômenos presentes na história e cotidiano de determinado grupo social. A exploração mais aprofundada do gênero textual pode ser desenvolvida nas aulas de Língua Portuguesa. Para ter mais informações sobre lendas brasileiras, recomenda-se a consulta ao site: http://www. sohistoria.com.br/lendasemitos/br/. Na atividade de pesquisa sobre a lenda do saci-pererê, é importante destacar que a palavra saci-pererê, no Brasil, possui algumas variações regionais, como saci, saci-cererê, martim-pererê, matintapereira e matintaperera. Em muitas regiões brasileiras ele é considerado um ser brincalhão, já em outros lugares, ele é encarado como um ser maligno. Assim, tanto na pesquisa como na representação e ilustração dos alunos, podem aparecer várias versões e olhares sobre essa figura do folclore brasileiro. Você pode destacar que o saci-pererê é um dos personagens mais conhecidos do nosso folclore e que, em 2005, foi criado em caráter nacional o Dia do Saci (31 de outubro), como uma forma de valorizar ainda mais o folclore brasileiro. Mais atividades 1. Como atividade complementar ao trabalho com cantigas de roda, sugere-se propor aos alunos que escrevam a letra das que eles conhecem e cantam. Em seguida, você pode problematizar com eles se sabem quem as inventou, como aprenderam, em que situação utilizam. É importante fazê-los refletir sobre como algumas dessas cantigas resistiram ao tempo. Pode-se também propor a elaboração de um livro de cantigas de roda, contendo as de preferência deles e das pessoas de seu convívio. Esse trabalho pode ser feito de forma integrada com a disciplina Língua Portuguesa, no que se refere às produções e reescritas textuais. A ludicidade é um dos principais objetivos no trabalho com cantigas, pois desenvolve a criatividade, a coordenação motora, a imaginação, entre outros aspectos. Você pode ressaltar que elas fazem parte da nossa cultura, sendo transmitidas por meio das gerações e, para preservá-las, é necessário valorizá-las e compartilhá-las com nossos colegas e familiares. Sugestões para o professor Sobre os temas enfocados nesta unidade, sugere-se a leitura de: •• História social da criança e da família. Philippe Ariès. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986. A obra de Philippe Ariès, publicada originalmente em 1960, traz temas como o sentimento da infância, as idades da vida, as descobertas da infância, o traje das crianças, uma pequena contribuição à história dos jogos e brincadeiras, as origens das classes escolares, as idades dos alunos, os progressos da disciplina, as pequenas escolas, a escola e a duração da infância, a família, entre outros. Ao propor novos objetivos, métodos e linguagens na escrita da História, sua obra foi precursora de um novo campo, que ficou conhecido como “história da infância” e gerou diversos trabalhos subsequentes. •• O que é uma criança? Beatrice Alemagna. São Paulo: Martins Fontes, 2010. A obra trata de maneira simples e comovente sobre o quanto as crianças podem contribuir com suas ideias em relação ao mundo em que vivemos. 154 pnld2016_mp_his_3a.indd 154 24/07/14 19:04 •• Diversidade. Tatiana Belinky. São Paulo: Quinteto, 1999. (Coleção Camaleão). MANUAL DO PROFESSOR O livro aborda algumas das diferenças físicas e comportamentais existentes entre as pessoas e ensina o quanto é importante reconhecê-las e, principalmente, respeitá-las. •• Contos tradicionais do Brasil. Luís da Câmara Cascudo. 16 ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001. A obra reúne cem histórias populares, colhidas diretamente da narrativa do povo nordestino. •• Poemas dos becos de Goiás e estórias mais. Cora Coralina. São Paulo: Vozes, 2004. Publicado pela primeira vez em 1965, trata-se da primeira obra publicada pela autora e reúne 37 poemas. Seus versos narram fatos, lendas e tradições de Goiás. •• O tesouro das cantigas para crianças. Ana Maria Machado (Org.). Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002. O livro traz toda a riqueza das tradicionais cantigas de roda brasileiras, possibilitando a rememoração da infância para os adultos e o conhecimento de inúmeras cantigas pelas crianças. •• Como brincar à moda antiga. André Carvalho e David de Carvalho. Belo Horizonte: Lê, 1987. (Coleção Pergunte ao José). A obra apresenta muitas brincadeiras, jogos e brinquedos, além de trava-línguas, trocadilhos e adivinhas. •• Giramundo e outros brinquedos e brincadeiras dos meninos do Brasil. Renata Meirelles. Belo Horizonte: Terceiro Nome, 2008. O livro registra dados de uma pesquisa realizada durante vários anos em diversas regiões do Brasil, principalmente na Amazônia. São mais de trinta brinquedos e brincadeiras artesanais ou ao ar livre, os quais a autora descreve a maneira de brincar e ensina, passo a passo, a confeccionar os brinquedos. O livro ganhou o prêmio Jabuti em 2008. Endereços eletrônicos •• www.mapadobrincar.com.br Site do projeto desenvolvido pelo suplemento infantil Folhinha, do jornal Folha de S. Paulo, com o objetivo de descobrir se há semelhanças e diferenças entre o brincar das várias regiões do país. O jornal recebeu 10 204 inscrições de crianças das cinco regiões do país, descrevendo as brincadeiras que fazem parte do seu dia a dia. Dessas, 550 foram selecionadas para compor o conteúdo do site, divididas por categoria (amarelinha, bola, palmas, corda, roda etc.) e por região. As brincadeiras estão descritas em textos, mas também há registros em forma de desenhos, fotos, áudios e vídeos (na seção Galeria). •• http://www.fundabrinq.org.br Site mantido pela Fundação Abrinq, criada em 1990 – ano da promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente – com o objetivo de mobilizar a sociedade para questões relacionadas aos direitos da infância e da adolescência. •• http://www.ciranda.org.br Site da Ciranda, central de notícia dos Direitos da Infância e Adolescência, fundada em 1998 em Curitiba-PR. Tem como objetivo produzir um trabalho de cobertura e análise do que a imprensa paranaense publica sobre infância e adolescência, oferecendo pautas especiais, atendimento personalizado aos jornalistas e mobilização em datas específicas relacionadas ao universo infanto-juvenil, além de organização e disseminação de informações especializadas e realização de projetos diretamente voltados a crianças e adolescentes. 155 pnld2016_mp_his_3a.indd 155 24/07/14 19:04 •• http://www.institutorecriando.org.br Site do Instituto Recriando – inclusão e cidadania. •• http://www.dhnet.org.br/direitos Site do DHnet – Rede de Direitos Humanos e Cultura, que traz informações sobre memória histórica, arte, cultura, cibercidadania, acesso à justiça, entre outras. CD •• Toquinho. Casa de brinquedos. Rio de Janeiro: RGE, 1983. O CD apresenta 11 faixas de músicas infantis interpretadas por vários artistas consagrados, como Toquinho, Simone, Chico Buarque, Moraes Moreira, entre outros. Filmes •• Crianças invisíveis. Direção de Mehdi Charef et al. Roma: MK – Film Productions S.r.l./Raí Cinemafiction, 2005. (115 min.). Produção encomendada pela Unicef e realizada pelas mãos hábeis de sete diretores consagrados de diferentes nacionalidades. A realidade de países de vários continentes é apresentada por meio de trechos de histórias vividas por crianças e transpostas para as telas, a partir do olhar sensível e diferenciado de nomes como o do inglês Ridley Scott e de sua filha Jordan Scott, da brasileira Katia Lund, do americano Spike Lee, do chinês John Woo, do italiano Stefano Veneruso, do bósnio Emir Kusturica e do argelino Mehdi Charef. •• Janela da alma. Direção de João Jardim e Walter Carvalho. São Paulo: Europa filmes, 2001. (73 min.). O documentário dirigido por João Jardim e Walter Carvalho mostra pessoas com diferentes graus de deficiência visual, da miopia discreta à cegueira total, que falam como veem a si mesmas e aos outros e como percebem o mundo. O escritor José Saramago, o músico Hermeto Pascoal, o cineasta Wim Wenders, o fotógrafo cego franco-esloveno Evgen Bavcar, o neurologista Oliver Sacks, a atriz Marieta Severo, o vereador cego Arnaldo Godoy, entre outros, fazem revelações pessoais e inesperadas sobre vários aspectos relativos à visão: o funcionamento fisiológico do olho, o uso de óculos e suas implicações sobre a personalidade, o significado de ver ou não ver em um mundo saturado de imagens e também a importância das emoções como elemento transformador da realidade. Página 62 Trabalhando juntos Considerando que a participação nos jogos e brincadeiras permite que os alunos aprendam a conhecer e dominar a realidade, orientar-se no espaço e no tempo, desempenhar papéis, cooperando entre si e amadurecendo num ambiente de aceitação importante para a formação de valores éticos, as atividades desta seção propõem regatar brincadeiras ou jogos de antigamente, do tempo dos avós e bisavós, bem como seu valor como herança cultural. Dessa forma, o trabalho proposto é uma possibilidade resgatar e valorizar as experiências vividas por outros e a herança cultural transmitida de geração para geração. 156 pnld2016_mp_his_3a.indd 156 24/07/14 19:04 MANUAL DO PROFESSOR O ponto de partida para o projeto de trabalho é a técnica de entrevista. As entrevistas devem ser realizadas com familiares, em especial com pessoas idosas, a fim de trocar informações sobre as diversões na infância em diferentes tempos. A partir disso, o aluno irá pesquisar sobre os jogos e brincadeiras, como eram executados, seus nomes e materiais utilizados. Os dados coletados nas entrevistas podem ser organizados de acordo com idade dos entrevistados, levando os alunos a compararem os jogos e brincadeiras da atualidade com os utilizados em diferentes épocas. Outra forma de organização dos dados pode ser fazendo relação entre os jogos e as brincadeiras com a descendência ou com região dos entrevistados, ou ainda pela origem, mesmo que sejam jogos que reproduzam o trabalho realizado por adultos ou que utilizem instrumentos e objetos de uso da vida cotidiana adulta. Após, apresentarão os resultados para os demais alunos da turma, assim estarão socializando a cultura da sua casa, da comunidade e da região onde vivem. Sugere-se uma exposição acompanhada de uma mostra dos jogos e brincadeiras pesquisados. Além de uma rica oportunidade para a construção sadia de relacionamentos entre crianças, adultos e idosos, o projeto pode levar à compreensão: o que é transmitido pela família ao longo dos anos é uma herança cultural e deve ser respeitada e preservada. Também proporcionará aos alunos conhecer o passado e levá-los a uma maior concentração, socialização e cooperação entre os participantes, além de desenvolver a criatividade e a estratégia. As apresentações durante a mostra dos jogos e brincadeiras, conforme mediação do professor, pode de alguma forma estimular os alunos a reconhecer as partes do seu corpo, sua capacidade física, as alterações ocorridas durante os jogos e brincadeiras e o controle sobre seus movimentos, necessidades e desejos, permitindo o aprendizado. Dessa forma, por meio do movimento do corpo podemos demostrar atitudes de aceitação e cooperação para com o outro. Nas apresentações dos jogos e das brincadeiras pesquisadas, o professor pode sortear a ordem das apresentações das equipes. Esse trabalho deve permitir o exercício da boa convivência. Os alunos poderão ser motivados a ampliar a pesquisa, buscando dados sobre a história dos jogos e brincadeiras ou mesmo sobre as possibilidades de confecção do material necessário, como a sucata, que servirá de base para a conscientização do aproveitamento do lixo. Algumas brincadeiras que podem ser pesquisadas: Bambolê: Acredita-se que o brinquedo tenha sido criado há cerca de 3 mil anos no Egito, quando era feito de fios de parreira secos. Seu uso foi retomado em 1958, nos EUA, recriado por Richard Knerr e Arthur Melin, sócios em uma fábrica de brinquedos. A ideia surgiu depois de uma viagem à Austrália, onde os dois viram crianças brincando com círculos feitos de bambu. Dominó: Acredita-se que tenha surgido na China, entre 243 a 181 a.C. O antigo dominó chinês traz todas as 21 combinações que podem ser obtidas ao lançar dois dados, sugerindo que o jogo possa ter nascido do jogo de dados. Os primeiros indícios da presença do dominó na Europa são de meados do século 18. Ele era jogado nas cortes de Veneza e Nápoles. As peças eram feitas de ébano com pontos de marfim representando os números. Atualmente, o dominó é jogado em muitos países do mundo, mas é mais popular na América Latina. Trava-línguas: É um jogo verbal que exige a pronúncia com clareza e rapidez de versos ou frases com grande concentração de sílabas difíceis de pronunciar, ou com grandes repetições de sons. Os trava-línguas são oriundos da cultura popular, eles são modalidades de parlendas (rimas infantis), podendo aparecer sob a forma de prosa, versos, ou frases. Alguns bastante conhecidos são: “Trazei três pratos de trigo para três tigres tristes comerem”; “O rato roeu a roupa do Rei de Roma, a rainha com raiva resolveu remendar”; “Num ninho de mafagafos, cinco mafagafinhos há! Quem os desmafagafizá-los, um bom desmafagafizador será”; entre outros. 157 pnld2016_mp_his_3a.indd 157 24/07/14 19:04 Diante dos avanços tecnológicos, com o qual as crianças convivem atualmente, a realização de um projeto que resgate jogos e brincadeiras vivenciados por pais, avós e outros familiares pode estimular as crianças a resgatarem jogos e brinquedos que fazem parte da herança cultural da região onde residem. O trabalho de pesquisa, organização da exposição e as apresentações podem proporcionar diferentes interações com as demais áreas do conhecimento, conforme descritas a seguir: Língua Portuguesa: uso da linguagem oral para as pesquisas e partilha durante os debates. Práticas de leitura, participação em situações de leituras de diferentes gêneros, como músicas, cantigas e textos informativos, de instrução ou científico. Matemática: números e sistemas de numeração presentes nos jogos, brincadeiras e nas regras. Levantamento e análise de dados e elaboração de gráficos. Educação Física: ao trabalhar com a movimentação do corpo, presente em boa parte das brincadeiras de antigamente, é possível destacar a importância dessas atividades para o desenvolvimento motor das crianças. UNIDADE A participação nos jogos e brincadeiras permite que os alunos aprendam a conhecer e dominar a realidade e orientar-se no espaço e no tempo, desempenhando papéis, cooperando entre si e amadurecendo num ambiente de aceitação. 3 Educação, um direito de todos Página 64 O enfoque desta unidade é a educação como direito de todos, independentemente da idade ou sexo, com destaque para a função da escola como instituição de transmissão, construção e troca de conhecimentos e experiências. O destaque do papel da escola no processo de educação, construído com a História em relação a outras formas de aprender, busca auxiliar o aluno na construção de sua identidade e na compreensão das relações humanas, resgatando a importância da preservação da memória individual e de outros grupos. Nesta unidade buscamos auxiliar o aluno a desenvolver: •• a ampliação do conceito tradicional de educação condicionada aos bancos escolares; •• a observação, percepção e identificação de novos espaços e novas funções na escola e no processo de aprendizagem; •• a compreensão da importância das memórias e das reflexões sobre sua história e de sua escola; •• a pesquisa da história de sua escola, desenvolvendo o sentimento de responsabilidade e a atuação na comunidade escolar; •• a reflexão sobre a finalidade dos estudos históricos, sobre o significado da pesquisa e interpretação de fontes e documentos históricos, a partir do enfoque que se faz deles; •• a percepção da diversidade sociocultural, da passagem do tempo e de sua contagem como construção cultural; •• a importância de conhecer a história dos lugares e o que lhe é significativo, permitindo-lhe reconhecer que é parte dessa história; •• o reconhecimento da sociabilização, da individualidade e do respeito ao coletivo, comparando com outras experiências diferenciadas no tempo e no espaço; 158 pnld2016_mp_his_3a.indd 158 24/07/14 19:04 •• o aprofundamento do reconhecimento de mudanças e permanências além da introdução de algumas noções, visando o convívio e às relações com os outros; •• a organização no tempo de suas atividades escolares. MANUAL DO PROFESSOR Páginas 64 e 65 Abertura de unidade O diálogo dos personagens para a abertura desta unidade tem como objetivo despertar a reflexão sobre a importância da escola e da educação na vida de todos nós. Capítulo 1 – Aprendendo em todos os lugares Página 66 Para começo de conversa... Explore com os alunos o trecho da canção “Bê-á-bá”, de Toquinho e Elifas Andreato, que inicia o capítulo, interpretando com eles o sentido das palavras contidas nos versos e dos próprios versos, questionando-os sobre o que significa estar na escola. A partir dos versos dessa canção, auxilie-os a desenvolver a relação entre o tempo de frequentar a escola e o tempo da aprendizagem humana, que é um processo contínuo. Você pode aproveitar as reflexões e comentários dos alunos sobre o significado de estar na escola, o período que passam lá e as demais ações desenvolvidas ao longo do dia, a fim de enfatizar os conceitos de tempo e duração, além de ser uma oportunidade para retomar temas como a organização da agenda diária, o significado de ser criança e as brincadeiras que povoam o cotidiano dos alunos. Lembre que não é somente dentro da sala de aula que aprendemos e incentive, então, os alunos a refletir sobre o que aprendem fora da escola, aprendizagens que podem ajudá-los na construção do conhecimento e das relações humanas. Aprendendo a todo momento Página 68 Para refletir Aqui, os alunos podem incluir outros itens e juntos organizar no quadro várias listas de coisas que aprenderam com os pais, avós e com outras pessoas com as quais convivem. Finalmente, peça que escrevam um texto no caderno sobre como é gratificante aprender coisas novas com os nossos familiares. A criança na escola Página 68 Pretende-se levar o aluno a perceber que frequentar a escola é importante para o seu aprendizado, mas que ele também aprende por meio de outras situações vividas dentro e fora dela. Leve-o a refletir sobre a responsabilidade que tem em relação à preservação da escola e ao bem-estar de todos na sala de aula. Página 69 Para refletir Para trabalhar os direitos da criança e adolescente, utilize o texto presente na seção textos de apoio deste Manual. É um cartaz que foi elaborado por Maurício de Souza, no qual seus personagens ilustram alguns dos direitos. 159 pnld2016_mp_his_3a.indd 159 24/07/14 19:04 Educação, um direito conquistado Página 70 Para refletir Após ler o fragmento de texto da Declaração dos Direitos da Criança, é importante que você explique aos alunos como analisar essa fonte histórica, um documento fundamental para garantir os direitos das crianças. Ao trabalhar o tema da educação como direito, você pode trazer para a sala de aula notícias ou reportagens em que apareçam crianças que estão fora das escolas por diferentes motivos (trabalho infantil, negligência da família, difícil acesso etc.), para que o assunto possa ser abordado e debatido de forma mais produtiva. Durante a conversa e a produção do texto coletivo é importante que o aluno entenda que muitas crianças estão fora da escola, principalmente devido às questões relacionadas ao trabalho infantil. Nas atividades desta seção, que tratam do fragmento de texto da Declaração dos Direitos da Criança, você pode ler para os alunos os demais princípios estabelecidos na declaração, como: “A Declaração dos Direitos da Criança tem 10 princípios. São eles: 1o Toda criança será beneficiada por esses direitos, sem nenhuma discriminação por raça, cor, sexo, língua, religião, país de origem, classe social ou riqueza. Toda e qualquer criança do mundo deve ter seus direitos respeitados! 2o Toda criança tem direito à proteção especial e a todas as facilidades e oportunidades para se desenvolver plenamente, com liberdade e dignidade. 3o Desde o dia em que nasce, toda criança tem direito a um nome e uma nacionalidade, ou seja, ser cidadão de um país. 4o As crianças têm direito a crescer com saúde. Para isso, as futuras mamães também têm direito a cuidados especiais, para que seus filhos possam nascer saudáveis. Toda criança também tem direito à alimentação, habitação, recreação e assistência médica. 5o Crianças com deficiência física ou mental devem receber educação e cuidados especiais, porque elas merecem respeito como qualquer criança. 6o Toda criança deve crescer em um ambiente de amor, segurança e compreensão. As crianças devem ser criadas sob o cuidado dos pais, e as pequenas jamais deverão separar-se da mãe, a menos que seja necessário. O governo e a sociedade têm a obrigação de fornecer cuidados especiais para as crianças que não têm família nem dinheiro para viver decentemente. 7o Toda criança tem direito de receber educação básica gratuita e também de qualidade, a fim de que possa ter oportunidades iguais para desenvolver suas habilidades. E como brincar também é um jeito gostoso de aprender, as crianças têm todo o direito de brincar e se divertir! 8o Seja em uma emergência ou acidente, ou em qualquer outro caso, a criança deverá ser a primeira a receber proteção e socorro dos adultos. 9o Nenhuma criança deverá sofrer por pouco caso dos responsáveis ou do governo, nem por crueldade e exploração. Nenhuma criança deverá trabalhar antes da idade mínima, nem será levada a fazer atividades que prejudiquem sua saúde, educação e desenvolvimento. 10o A criança deverá ser protegida contra qualquer tipo de preconceito, seja de raça, religião ou classe social. Toda criança deverá crescer em um ambiente de compreensão, tolerância e amizade, de paz e de fraternidade universal.” Organização das Nações Unidas. Declaração dos Direitos da Criança. Genebra, 1959. Disponível em: <http://www.canalkids.com.br/ unicef/declaracao.htm>. Acesso em: 15 abr. 2014. 160 pnld2016_mp_his_3a.indd 160 24/07/14 19:04 Mais atividades MANUAL DO PROFESSOR 1. Ao fazer a leitura da Declaração dos Direitos da Criança para os alunos, você pode estabelecer o paralelo com as imagens do Livro do Aluno referentes a esse subitem, explicando cada um dos direitos e destacando a sua importância para a vida das crianças. Nessa fase, o aluno já pode reconhecer um documento legal, saber quando foi produzido e retirar pequenas informações dele. Pergunte se eles sabem de casos de crianças que não frequentam a escola. Desperte a atenção deles para o tema, seja com notícias, seja com situações reais da comunidade. Pode ser utilizado o mural na sala de aula para afixar as produções escritas e notícias que os alunos coletarem sobre o tema ou a troca entre eles das suas produções. 2. Proponha uma leitura comentada sobre cada direito reproduzido nas ilustrações e peça a opinião dos alunos sobre o fato de eles serem ou não colocados em prática na comunidade. Também é possível realizar uma atividade integrada à disciplina de Arte, em que cada aluno ou grupo represente, por meio de desenhos ou pinturas, um dos artigos da declaração. Os alunos devem ser incentivados a conversar sobre a garantia do direito das crianças à educação e à frequência regular a uma escola. Podem ser destacadas as dificuldades para o cumprimento das leis e dos estatutos que garantem a educação às crianças, além dos inúmeros problemas que existem e impedem muitas delas de permanecerem na escola. Capítulo 2 – Uma viagem no tempo e a história da escola Página 72 Para começo de conversa... O fragmento de texto do livro Cazuza retrata um cenário escolar da década de 1930, no interior do Maranhão, em que a disciplina rígida criava um ambiente muito diferente daquele que os alunos da atualidade costumam vivenciar. Naquele cenário, o professor era visto como a autoridade que detinha todo o saber e os alunos deveriam apenas repetir conceitos e fatos que lhes eram apresentados. A leitura do texto pode permitir a reflexão dos alunos quanto a algumas das características ali apresentadas, como a cara amarrada do professor, o significado das expressões “tomar a benção”, “o silêncio de afligir”, a imposição de castigos e corretivos físicos aos alunos, a toada da lição cantada, entre outros aspectos. Conceda espaço aos alunos para que eles expressem suas impressões sobre a cena descrita. O professor pode contar aos alunos como curiosidade que nessa época descrita no texto ainda não existia a caneta esferográfica, pois ela só foi inventada em 1931 e só se tornou acessível alguns anos depois de sua invenção, sendo que, antes disso, apenas a caneta de pena (peninha de metal enfiada num cabo de madeira, a qual era molhada em um vidrinho de tinta, normalmente colocado em um local especialmente destinado para isso nas carteiras escolares) e, depois, as chamadas canetas-tinteiro passaram a ser usadas. Se preferir, você pode até levar imagens ou as próprias canetas (se tiver alguma em casa que pertenceu a alguém mais velho da família) para que os alunos possam ver como elas eram. 161 pnld2016_mp_his_3a.indd 161 24/07/14 19:04 A escola para todos Página 75 Aprender fazendo O trabalho deste subitem, bem como o desenvolvido nessa seção, deve permitir aos alunos que consigam identificar as diferenças entre a escola retratada pelo artista Albert Anker e a escola atual, levando-os a refletir sobre elas. Possivelmente os alunos apontarão algumas diferenças, tais como: a diferença de idades entre os colegas, as roupas usadas pelos alunos, as carteiras e como elas estão dispostas, a postura do professor com uma espécie de vara na mão, a maneira como ele está vestido, a ausência de uma lousa, os materiais escolares usados pelos alunos, entre outros. A partir desses dados levantados pelos alunos, pode-se discutir com eles o porquê dessas diferenças e as mudanças da forma de ensino ao longo dos anos até chegar ao que conhecemos hoje. Página 76 Pesquisando e aprendendo mais Na atividade proposta nesta seção é importante constatar como era o aprendizado dentro e fora da escola. É preciso também ressaltar: mesmo as pessoas que não frequentaram a escola por muitos anos desenvolveram saberes por causa da sua experiência de vida. Para o melhor aproveitamento da exposição do convidado, você pode organizar antecipadamente com os alunos algumas perguntas que abordem aspectos como: descrição de atividades e disciplinas, de quais ele mais gostava, como eram realizadas as avaliações, como era a rotina da escola e a disciplina, como eram as relações entre professores e alunos, descrição física da escola e de seus ambientes, entre outras. Mais atividades 1.Como atividade complementar, você pode pedir aos alunos que possuam objetos da época apresentada pelo convidado para que tragam à sala de aula, de forma que os demais possam conhecer, bem como possam compará-los com os objetos da sala de aula que frequentam. Solicite, ainda, que façam comparação entre as características narradas pelo convidado e aquelas apresentadas no texto inicial do capítulo. O tempo na escola Página 78 Para refletir A leitura do texto sobre o Colégio Nossa Senhora do Sion permite uma reflexão sobre mudanças pelas quais a escola passou até o tempo presente. Ao trabalhar esse texto, é importante que você converse com os alunos sobre a ortografia de algumas palavras, como collegio, extricta e exactidão, 162 pnld2016_mp_his_3a.indd 162 24/07/14 19:04 MANUAL DO PROFESSOR c omentando que essa grafia apresenta um padrão antigo de escrita da Língua Portuguesa e que toda língua muda com o passar do tempo, pois elas são vivas e dinâmicas. Hoje falamos e escrevemos de modo diferente em relação a esse texto, e no futuro, provavelmente, as pessoas falarão e escreverão diferente do modo como falamos e escrevemos. Se preferir, aproveite o momento e comente com os alunos sobre o acordo ortográfico, assinado em 1990 e que vigorou em 2009, bem como sobre outros acordos ortográficos anteriores a esse, como os de 1945, 1971 e 1986, integrando com a disciplina de Língua Portuguesa para aprofundar esse assunto. Página 79 Escrevendo a História Mais uma vez, o aluno ao produzir um texto sobre a temática em foco, porém voltado à sua realidade, poderá compreender-se como parte da História. Mais atividades 1. Aproveitando a referência aos chamados “dias santificados” citados no texto, você pode desenvolver uma atividade complementar, retomando o tema da Unidade 1, utilizando o calendário vigente, destacando que há feriados que são de natureza religiosa, como Natal, Páscoa e Finados, que estão relacionados à religião católica (predominante no Brasil); de natureza social, como o dia 1º de janeiro (Confraternização Universal) e o Dia do Trabalho; e de natureza cívica, como Dia de Tiradentes, Dia da Independência do Brasil e da Proclamação da República. Os alunos podem pesquisar outras datas que, antigamente, eram consideradas feriados no Brasil e sobre feriados importantes em outros países, promovendo um debate em sala de aula sobre o significado deles. Sugestões para o professor Sobre os temas enfocados nesta unidade, sugere-se a leitura de: •• História das crianças no Brasil. Mary Del Priore (Org.). São Paulo: Contexto, 2002. O livro trata da infância na história brasileira – dos pequenos viajantes nas embarcações do século 16, dos curumins catequizados pelos jesuítas, das crianças escravas, da infância de ricos e pobres, dos garotos participantes da Guerra do Paraguai, dos pequenos operários, dos menores criminosos dos primórdios da industrialização, de doces memórias da infância de brincadeiras e de crianças carentes e exploradas como mão de obra barata – sob a análise de historiadores, sociólogos e educadores. •• O grande livro dos jogos. Joseph M. Allué. Belo Horizonte: Leitura, 1998. A obra inclui 250 jogos diferentes, com brincadeiras que podem ser feitas em casa, em grupos pequenos ou grandes. 163 pnld2016_mp_his_3a.indd 163 24/07/14 19:04 CD •• Canção de todas as crianças. Elifas Andreato e Toquinho. Rio de Janeiro: Polygram, 1987. Este CD apresenta 10 faixas musicais, as quais estão relacionadas à Declaração Universal dos Direitos da Criança. UNIDADE Veja: faixa 1 - “Deveres e direitos” - Princípio 1; faixa 2 - “Gente tem sobrenome” - Princípio 3; faixa 3 - “Bê-a-bá” - Princípio 7; faixa 4 - “Natureza distraída” - Princípio 5; faixa 5 - “Castigo não” - Princípio 9; faixa 6 - “Imaginem” - Princípio 10; faixa 7 - “Errar é humano” - Princípio 2; faixa 8 - “De umbigo à umbiguinho” - Princípio 4; faixa 9 - “Cada um é como é” - Princípio 6; e faixa 10 - “É bom ser criança” - Princípio 8. 4 O trabalho, o emprego e as profissões Página 80 Nesta unidade, dando seguimento ao tema enfocado na Unidade 2 “Um tempo para cada coisa, cada coisa no seu tempo”, no que se refere ao trabalho infantil, são abordados alguns aspectos ligados ao trabalho, ao emprego e às profissões. Buscou-se também introduzir aspectos como o exercício de algumas atividades em diferentes contextos, as relações sociais desenvolvidas nas atividades produtivas e um enfoque inicial sobre questões ligadas aos direitos dos trabalhadores. Nesta unidade buscamos auxiliar o aluno a desenvolver: •• a importância do significado da pesquisa e interpretação das fontes ou documentos históricos para o desenvolvimento do espírito crítico; •• o entendimento de que a busca por imagens, relatos e documentos históricos contribui para o conhecimento e a preservação da memória e do Patrimônio Cultural e histórico; • • a compreensão das diversas atividades em diferentes contextos, que podem ser consideradas como trabalho, inclusive aquelas que não são remuneradas, especialmente os afazeres domésticos; •• os conceitos de trabalho, emprego e profissão; •• a percepção dos variados ritmos e normas de relações sociais pelo exercício de atividades produtivas; •• o conhecimento das questões voltadas aos direitos dos trabalhadores, a existência desses direitos, surgidos com a criação de leis trabalhistas e sua importância no processo de cidadania; •• a percepção da evolução das tendências históricas que afetam o mercado de trabalho e de profissões e processos fundamentais que determinam essa dinâmica; •• a identificação da relação entre a vida do aluno e sua história com o papel de todos os indivíduos na construção da História, procurando fazer com que aprendam a olhar a realidade, entendendo a historicidade do que vivem, relacionando-a com outras experiências do passado e do presente. 164 pnld2016_mp_his_3a.indd 164 24/07/14 19:04 Páginas 80 e 81 Abertura de unidade MANUAL DO PROFESSOR Os personagens conversam sobre o trabalho desenvolvido na imagem e indagam sobre a segurança necessária para essa prática. Aproveite o momento para explorar o conhecimento prévio dos alunos sobre diferentes atividades profissionais, e sobre o aprendizado exigido para a prática de tais profissões. Capítulo 1 – Trabalho e profissões Página 82 Para começo de conversa... Para iniciar o capítulo, você pode promover a leitura do poema e da imagem a ele associada. Após ler os versos do poema de José Paulo Paes, é importante fazer a analogia com a tradicional fábula A Cigarra e a Formiga, atribuída a Esopo, que viveu na Grécia na Antiguidade, recontada por Jean de La Fontaine, cuja versão enaltecia o trabalho exaustivo e braçal da formiga e desmerecia a atividade da cigarra. Procure contextualizar que no século 17, época em que foi publicada a obra de La Fontaine – Fábulas Escolhidas, coletânea de 124 fábulas –, as atividades ligadas às artes não eram vistas como trabalho. Converse com os alunos sobre a importância de todas as atividades profissionais, por mais diferentes que sejam. Mais atividades 1.Como atividade complementar, propõe-se montar uma dramatização da fábula A Cigarra e a Formiga, de La Fontaine, e outra da versão apresentada no início do capítulo. Divida a turma em dois grupos e oriente que pesquisem sobre o texto, informando-se sobre as personagens. Na sequência, eles devem organizar as falas e dividir os papéis. Cada equipe deve se apresentar para o restante da turma. Por meio dessa atividade espera-se que, de forma lúdica, os alunos sejam capazes de analisar a diferença de enfoque sobre o trabalho na atualidade. Divisão de tarefas Página 84 É importante analisar com os alunos um aspecto muito presente em várias culturas e lugares: as crianças que compartilham as responsabilidades da família, participam do trabalho dos pais e ajudam na administração da casa. Nesse caso, principalmente as meninas que, muitas vezes, cuidam dos irmãos e irmãs e ajudam nas tarefas domésticas. Além de buscar romper o preconceito sobre quais tarefas cabem aos homens e às mulheres, é fundamental debater com os alunos sobre até que ponto as crianças podem colaborar nas tarefas domésticas ou em outras, e o que pode constituir exploração do trabalho infantil. Um bom recurso para 165 pnld2016_mp_his_3a.indd 165 24/07/14 19:04 trabalhar esses aspectos é comparar a nossa sociedade com as sociedades indígenas, em que a aprendizagem de tarefas do dia a dia dos adultos visa propiciar à criança a apropriação de todos os conhecimentos dos quais necessitará em sua futura vida adulta, tais como: produzir alimentos; confeccionar adereços e objetos artesanais para o uso no cotidiano, em rituais e em dias festivos; construir a própria habitação; participar da vida comunitária, entre outras. Assim, é importante analisar com os alunos que ao fazer parte de um grupo, no caso da família ou de pessoas com quem moram, implica também em ter funções e responsabilidades compartilhadas com as demais pessoas com as quais convive. Destaque que a colaboração não deve ser confundida com a obrigação de trabalhar regularmente ou durante jornadas contínuas para ganhar o próprio sustento ou o de suas famílias, sem que seja garantido às crianças, por exemplo, tempo para ir à escola ou para brincar. Mais atividades 1. Você pode refletir com os alunos sobre a divisão das tarefas domésticas tendo como base da- dos do IBGE, desenvolvendo uma atividade integrada com a disciplina de Matemática, que poderá introduzir a ideia de proporção com eles. Em um primeiro momento, oriente os alunos a pesquisar no site do IBGE sobre a porcentagem de homens e mulheres que realizam tarefas domésticas. Construam gráficos com os dados pesquisados e desenvolvam problemas que envolvam esses dados. Promova um debate sobre o assunto estudado e anote a que conclusão a turma chegou. Segundo o levantamento do Censo, produzido pelo IBGE em 2010, apenas metade dos homens brasileiros ajuda nas tarefas domésticas, enquanto que entre as mulheres – inclusive com sua crescente participação no mercado de trabalho – essa porcentagem chega a 90,6%. Estudos realizados pelo Instituto mostram também que os homens que mais ajudam nas tarefas domésticas são os que têm mais de doze anos de estudo (54%). Entre as mulheres ocorre o contrário: as com nível mais elevado de ensino dedicam apenas 22,5 horas semanais às tarefas do lar. As pesquisas também mostram que a maior participação das mulheres nas tarefas domésticas ocorre desde a infância. Essas informações podem ser encontradas no site do IBGE, onde constam os resultados da pesquisa: <http://censo2010.ibge.gov.br/>. Acesso em: 15 abr. 2014. Outro dado interessante para reflexão é que a crescente participação das mulheres no mercado de trabalho não reduziu suas jornadas domésticas. Ainda relacionado ao aspecto da cooperação e divisão de tarefas, você pode problematizar uma questão bastante debatida na atualidade: a atribuição desses afazeres domésticos extensiva também aos homens. Assim, os alunos podem expor suas opiniões e refletir sobre a atuação do homem e da mulher em várias atividades cotidianas. 2. Você pode propor a elaboração de um diário, ou seja, um caderno ou bloco no qual os alunos registrem diariamente, por meio de anotações ou desenhos, como têm colaborado em casa. Esses registros servirão não apenas para os alunos identificarem quais as atividades que costumam fazer e sua frequência, também compõem um registro histórico dessas práticas. Você pode reforçar alguns aspectos da legislação trabalhista, ressaltando a importância desses direitos que protegem o exercício profissional e conduzem à cidadania. 166 pnld2016_mp_his_3a.indd 166 24/07/14 19:04 O ser humano e o trabalho MANUAL DO PROFESSOR Página 85 Neste subitem os alunos poderão refletir sobre o processo histórico da mudança de formas de trabalho. Auxilie-os a pesquisar quais eram as profissões mais praticadas há cerca de cem anos. Discorra sobre quais eram as exigências de qualificação profissional naquele período. Estabelecidas essas informações, conversem sobre o mercado de trabalho atual e as formas de trabalho cada vez mais complexas e segmentadas, o que implica na necessidade de qualificações e conhecimentos maiores e mais especializados. O trabalho na escola Página 86 Ao trabalhar o tema do subitem, a partir de situações concretas quanto ao trabalho na escola, os alunos podem observar as atividades desenvolvidas por diferentes profissionais que trabalham no lugar onde eles estudam e ampliar a noção de trabalho, relacionando-a com outras atividades. Página 87 Pesquisando e aprendendo mais Para realizar as atividades propostas nesta seção, peça antecipadamente aos alunos que observem os adultos que trabalham na escola e as atividades que realizam nos vários locais, como a cozinha, o pátio, a diretoria e a secretaria. Você pode detalhar, por exemplo, alguns aspectos relacionados à preparação da merenda escolar; à responsabilidade com a segurança; à limpeza dos banheiros, do pátio e outras partes da escola; à importância da preparação dos documentos e ao atendimento aos pais. Proponha uma conversa sobre o respeito que temos que ter pelas pessoas, principalmente as com quem convivemos. Fale sobre as pessoas que observaram na escola, que trabalham para que tenhamos o conforto necessário para estudar. Se não fosse a cozinheira, por exemplo, não teríamos o alimento na hora do lanche; se a faxineira não limpasse a escola, não teríamos um lugar limpo para estudarmos etc. Comente que todas as atividades profissionais têm importância e que todas as pessoas devem ser respeitadas em sua profissão. As profissões Página 88 Mais atividades 1. No círculo de convívio dos alunos, provavelmente existem pessoas que exercem profissões, como sapateiros, costureiras, alfaiates, desenhistas ou outra que seja exercida há mais de 30 anos. Você pode convidar um desses profissionais para vir à escola e conversar com os alunos. Antes de receber a pessoa convidada, é importante que você conduza uma atividade a fim de que os alunos formulem perguntas de forma a ajudar o entrevistado a contar as modificações pelas quais sua profissão passou nos últimos anos e a necessidade de estar sempre aprendendo para continuar no mercado de trabalho. Após a apresentação do convidado, agradeça a sua disponibilidade e presença. 167 pnld2016_mp_his_3a.indd 167 24/07/14 19:04 Página 89 Pesquisando e aprendendo mais Ao desenvolver a atividade que propõe o jogo de adivinhação das profissões, você pode dividir a turma em equipes e criar algumas regras para o jogo, como esperar para falar, só falar quem levantar primeiro a mão ou quem não esperar a vez para responder perde pontos para a equipe etc. O grupo precisa se ajudar para adivinhar as profissões. Também se pode escolher alguém para marcar os pontos de cada equipe. Não haverá equipe vencedora, contudo prevalecerá a ajuda mútua de todos os membros da equipe e da turma. O intuito dessa brincadeira é trabalhar o respeito pelo outro. Aproveite para retomar a questão das regras e da boa convivência, abordadas na Unidade 3. Essa atividade também pode sofrer variações ou ganhar outras etapas, como o sorteio de uma fichinha com o nome de uma profissão para determinado aluno/grupo imitar, a realização de mímicas para que os colegas adivinhem ou, ainda, o desenho no quadro de um profissional, suas ferramentas ou outras coisas. Página 90 Para refletir Na atividade 1, propõe-se a leitura de duas imagens de telefonistas, uma de 1913 e a outra de exatos 100 anos depois. A comparação entre as imagens e a leitura do texto visa uma análise de como algumas profissões modificam-se ao longo da história e, por vezes, deixam de existir, dando lugar a outras atividades. Destaque que as telefonistas que completavam as ligações, devido ao avanço da tecnologia, perderam espaço. Na atualidade, as telefonistas têm outras funções. Se achar necessário, retome as explicações sobre a análise de imagens presente na parte geral deste Manual. A partir das mudanças observadas em relação ao trabalho de telefonistas, pode ser proposta uma pesquisa para que, em grupos, os alunos descubram outras profissões que mudaram com o passar do tempo. Pode-se questionar os pais ou as pessoas mais velhas que eles conhecem e/ou pesquisando na internet ou em livros. A apresentação das informações pesquisadas pode ser em forma de texto, de imagens ou as duas coisas. Você pode também retomar a imagem do quadro de Albert Anker (p. 73) e as imagens da unidade anterior, que retratam o ambiente escolar em diferentes épocas, resgatando aspectos ligados à imagem do professor e dos alunos (do século 19), mostrando que não foi só a escola que mudou, mas também o trabalho do professor. Como sugestão, você pode até solicitar aos alunos que montem um livreto ou cartaz em que sejam catalogadas e apresentadas várias profissões, como são e como eram antigamente. Página 92 Escrevendo a História Ao fazer essa produção os alunos investigarão o impacto da tecnologia no mercado de trabalho. É interessante que essa proposta seja desenvolvida de maneira integrada com a disciplina de Ciências, tendo em vista que, para compreender o porquê determinado avanço tecnológico impactou alguma profissão, é importante compreender o avanço em si. Dessa forma, ao estudar as profissões, os alunos irão explorar, também, conteúdos ligados à tecnologia. 168 pnld2016_mp_his_3a.indd 168 24/07/14 19:04 Capítulo 2 – Trabalho e emprego MANUAL DO PROFESSOR Página 93 Pra começo de conversa... Para desenvolver o trabalho de leitura e interpretação dos versos da canção “Sou boy”, que introduz o capítulo, é importante debater com os alunos as situações apontadas no texto, expondo situações reais para cada verso. Você pode destacar que alguns versos apontam para aspectos relacionados a funções que muitas vezes têm remuneração menor e o serviço prestado exige mais esforço físico do que outras. Além disso, você ainda pode reforçar que, independentemente da função que o trabalhador exerce, todos devem ter direito à assistência médica e condições para comprar medicamentos quando necessário, ou ainda à condição de segurança para o exercício da função, entre outras. A produção humana Página 95 É importante ressaltar com os alunos que, desde os períodos mais remotos, o trabalho era sinônimo de luta constante para sobreviver devido à necessidade de comer, de se abrigar, entre outras. Com o avanço da agricultura, de seus instrumentos e ferramentas, houve também progresso em relação às formas de trabalho. O advento do arado representou uma das primeiras revoluções no mundo do trabalho. Mais tarde, a Revolução Industrial alterou o valor e as formas de trabalho, assim como organizou e inovou em métodos de produção, principalmente quando eles envolvem muitas pessoas, máquinas e funções. Assim, surgiu a separação das funções e o conceito de “emprego” como meio pelo qual os operários passaram a trabalhar em troca de salário. Podem ser destacados aspectos ligados a algumas atividades e profissões, como aqueles ligados à agricultura, que na atualidade são feitos em grande escala, usando-se máquinas e equipamentos informatizados, e que, em muitos casos, permitem que trabalho e tempo estejam sincronizados com eficiência e rapidez, ao contrário de como eram praticadas as atividades agrícolas até quase a metade do século 20, quando se semeava com a mão e se fazia a colheita da produção de forma praticamente artesanal. É importante destacar que todo o processo produtivo que acompanhou as formas de trabalho e das profissões não ocorreu de modo linear em todos os lugares, pois ainda na atualidade existem pessoas que praticam um tipo de agricultura utilizando técnicas mais rudimentares, como o uso da enxada, do arado e da tração animal e métodos artesanais. Essa forma de agricultura geralmente é ligada à produção de subsistência. Neste capítulo é trabalhada a importância de todas as atividades exercidas pelas pessoas e dos mais variados tipos de trabalho. As imagens apresentadas ao longo do capítulo pretendem auxiliar na leitura dos aspectos que envolvem o conceito de trabalho e emprego na atualidade, como também no processo histórico da produção humana em outros tempos e lugares. Ao longo da história da humanidade, de acordo com a cultura de cada sociedade, o trabalho tem sido concebido de forma diferenciada. Você pode esclarecer que aqui no Brasil existe uma série de direitos para que o trabalhador possa exercer sua atividade profissional com tranquilidade e ter um futuro com menos preocupações, sendo esses direitos garantidos por lei: 169 pnld2016_mp_his_3a.indd 169 24/07/14 19:04 •• Todo empregador deve registrar na Carteira de Trabalho do empregado, a partir da data de sua contratação, todos os dados referentes aos anos em que trabalhar na empresa. Esses dados são importantes para a garantia de outros direitos, como o seguro-desemprego. •• O seguro-desemprego é um benefício que permite a assistência financeira ao trabalhador que foi dispensado durante um período estabelecido por lei. Já o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é um direito que foi instituído em 1966. O regime do FGTS prevê a abertura de uma conta na Caixa Econômica Federal em que são feitos depósitos mensais pelo empregador, equivalente a 8% do salário bruto (salário sem os descontos) do empregado. •• Ainda, em caso de dispensa sem justa causa (que é uma quebra de contrato de trabalho devido à falta grave do empregado), o empregador deve pagar uma multa no valor de 40% do valor dos depósitos relativos àquele contrato de trabalho. •• Os depósitos do FGTS não são disponíveis ao empregado; entretanto, podem ser utilizados em situações específicas, tais como: na compra da casa própria ou em casos de o empregado ou algum de seus dependentes sofrer de alguma doença grave. •• Os direitos trabalhistas estão previstos, basicamente, na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), criada em 1943, cujo objetivo foi reunir a legislação existente na época. Cada vez que o trabalhador completa um ano de trabalho, ele tem direito a 30 dias de férias. •• No caso de licença-maternidade, é estabelecido por lei para as mulheres um período de dispensa do trabalho após o nascimento do filho. •• Os benefícios previdenciários têm por objetivo proteger e oferecer segurança ao trabalhador nos diversos momentos decisivos de sua vida. São eles: aposentadoria (por idade, invalidez, tempo de contribuição e aposentadoria especial), auxílio-doença, auxílio-acidente, auxílio-reclusão (destinado aos dependentes do segurado que esteja preso), pensão por morte, salário-família e salário-maternidade. Essas informações podem auxiliar na explicação sobre os direitos dos trabalhadores no Brasil, no entanto é preciso adequá-las à capacidade de compreensão dos alunos, bem como conferir se ocorreu alguma alteração. Mais atividades 1.Como atividade complementar, sugere-se que seja aprofundado o tema do desemprego, por ser um sério problema social no Brasil. Indica-se a leitura do texto “Brasil continuará com desemprego acima de média global até 2016, diz OIT”, no seguinte link: <www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/01/140120_desemprego_ oitrg.shtml>, e a apresentação dos dados aos alunos, a fim de estimular a reflexão sobre o tema. As profissões do futuro Página 98 Neste subtítulo orienta-se a investigação de atividades profissionais que ganharam espaço nos últimos tempos, em especial aquelas que dedicam-se a sanar problemas ambientais causados ao longo da História. 170 pnld2016_mp_his_3a.indd 170 24/07/14 19:04 É importante estimular os alunos a refletir sobre problemas ambientais surgidos no último século, que podem tornar-se grandes obstáculos para a sobrevivência humana. MANUAL DO PROFESSOR Página 100 Trabalhando juntos Com o intuito de conhecer as profissões exercidas por vários profissionais que estão atuando no mercado de trabalho, você pode orientar seus alunos a solicitar ajuda aos profissionais da escola, professores, colaboradores do administrativo e demais profissionais para a coleta de dados que utilizarão para a montagem da feira de profissões. A atividade de exposição das profissões, a qual será desenvolvida pelos alunos, poderá ser filmada ou fotografada. Depois, pode-se produzir um painel ou um vídeo que possa ser apresentado aos alunos para discutir sobre o que aprenderam e como foi essa experiência. Para que possam analisar como eram as profissões apresentadas por eles, leve para a sala de aula algumas curiosidades sobre as profissões do passado para serem confrontadas com as do presente. Ajude-os, ainda, a refletir sobre como acham que será a profissão escolhida por eles no futuro. Você pode fazer perguntas que os leve a refletir, como: •• O que o levou a escolher determinada profissão? Por exemplo: médico. •• A partir do que foi pesquisado, o professor utiliza os mesmos recursos didáticos (quadro de giz etc.) em sala de aula no passado e nos dias de hoje (lousa digital etc.)? Quais recursos o professor utilizará no futuro? Outra opção para trabalhar com as profissões é brincadeira de mímica. Leve para a sala de aula uma caixa com cartões com as profissões pesquisadas pelos alunos, forme um círculo com eles e passe a caixa para um aluno e explique que quem pegar um cartão não poderá mostrar para ninguém, pois deverá representar a profissão por meio de mímicas. Assim, os demais terão que adivinhar. Sugestões para o professor Sobre os temas enfocados nesta unidade, sugere-se a leitura de: •• Quotidiano e poder em São Paulo no século XIX: Ana Gertrudes de Jesus. Maria Odila Leite da Silva Dias. São Paulo: Brasiliense, 1984. O livro trata das mulheres trabalhadoras na cidade de São Paulo, com exemplos de participação feminina na produção e sustento do lar desde há muito tempo. •• A crise do emprego: uma visão além da economia. Paulo C. Moura. 3 ed. Rio de Janeiro: Mauad, 1998. A obra trata de importantes questões sobre as dimensões do trabalho humano e o impacto na sociedade da globalização, as causas do desemprego e da exclusão social. 171 pnld2016_mp_his_3a.indd 171 24/07/14 19:04 Textos de apoio © Instituto Mauricio de Sousa O cartaz abaixo apresenta os direitos da criança e do adolescente de forma ilustrada. 172 pnld2016_mp_his_3a.indd 172 24/07/14 19:04 Referências MANUAL DO PROFESSOR •• ALEMAGNA, Beatrice. O que é uma criança? Tradução de Monica Stahel. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010. •• ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Identidades étnicas e culturais: novas perspectivas para história indígena. In: ABREU, Martha; SOIHET, Rachel (Org.). Ensino de História: conceitos, temáticas e metodologia. 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