CLOMIPRAMINA FARMACOCINÉTICA E MODO DE USAR A clomipramina é uma amina terciária do grupo dos tricíclicos. É bem absorvida por via oral, com alta ligação às proteínas plasmáticas (96 a 97%). No cérebro, a concentração é equivalente a 2% da concentração plasmática. É metabolizada em nível hepático, no qual origina pelo menos um metabólito ativo: a dismetilclomipramina. A meia-vida é de 21 a 31 horas, permitindo o uso de dose única diária. Sua excreção ocorre basicamente por via renal. As doses para o tratamento de depressão variam entre 75 a 250 mg/dia, aumentando 25 mg a cada 2 ou 3 dias até atingir a dose entre 100 e 200 mg/dia em função de efeitos colaterais, peso, idade. A dose diária pode ser administrada em uma única ocasião, ao final do dia, pela manhã (em caso de provocar insônia), ou dividida de 2 a 3 vezes ao dia para maior conforto do paciente no que diz respeito aos efeitos colaterais. Caso o paciente responda, mantém-se a dose estabelecida. Sua retirada deve ser lenta. Nas depressões recorrentes, pode ser mantida por um período de 3 até 5 anos. Se, por algum motivo, houver a necessidade de uma interrupção abrupta, lembrar que é possível, embora rara, uma síndrome de retirada (irritabilidade, desconforto gástrico, insônia, ansiedade, inquietação), razão pela qual deve ser tentada uma retirada gradual de 2 ou 3 dias. A clomipramina é eficaz no tratamento do transtorno do pânico. Entretanto, seus efeitos colaterais adversos têm feito com que muitos pacientes abandonem o tratamento, razão pela qual os IRSs têm sido progressivamente os medicamentos preferidos nesse transtorno. Deve-se iniciar com doses de 10 mg/dia e subir muito lentamente até 75 a 150 mg/dia para evitar a síndrome da “piora inicial”. Retirar lentamente após 8 a 12 meses do desaparecimento dos sintomas (bloqueio completo das crises). No transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), as doses utilizadas são, em geral, um pouco maiores que as utilizadas no tratamento de depressão (150 a 200 mg/dia). Com essas doses elevadas, existe o risco de ocorrerem convulsões. A clomipramina foi utilizada ainda em sua forma injetável em depressões resistentes e no transtorno obsessivo-compulsivo grave ou refratário. FARMACODINÂMICA E MECANISMOS DE AÇÃO A imipramina inibe a recaptação da noradrenalina e da serotonina. Tem também afinidade por receptores colinérgicos (Ach), adrenérgicos (α 1), histamínicos (H1) e serotonérgicos (5HT2). O que a destaca dentre os demais antidepressivos cíclicos é sua potente ação serotonérgica. Provoca ainda uma redução na sensibilidade dos receptores α-adrenérgicos. Em função desse perfil farmacológico, produz efeitos anticolinérgicos intensos (boca seca, visão borrada, taquicardia sinusal, constipação intestinal, retenção urinária, alterações de memória), anti-histamínicos (sedação, ganho de peso) e de bloqueio α-adrenérgico (hipotensão postural, tonturas, retardo na ejaculação, tardia reflexa). Em função de suas ações sobre o sistema serotonérgico e sobre os receptores adrenérgicos, também produz disfunções sexuais. ALCÂNTARA I Rua Yolanda Saad Abuzaid, 100A, loja 306 e 307 (21) 2603 1372 ALCÂNTARA II Rua Yolanda Saad Abuzaid, 150, loja 118 (21) 2601 1130 ZÉ GAROTO Rua Coronel Serrado, 1630, loja 102 (21) 2604 7350 Como os demais tricíclicos, tem efeitos antiarrítmicos, atuando como um antagonista do sódio, impedindo sua entrada nas células do miocárdio. Como conseqüência, ocorre um prolongamento no ECG dos intervalos PR e QT e um alargamento do complexo QRS, podendo agravar ainda mais bloqueios preexistentes. REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS Aumento do apetite, boca seca, constipação, ganho de peso, ejaculação retardada, fadiga, sedação, tonturas e visão borrada. INDICAÇÕES Evidências consistentes de eficácia: Depressão maior Transtorno obsessivo-compulsivo Transtorno obsessivo-compulsivo em crianças e adolescentes Transtorno do pânico Transtorno dimórfico corporal Ejaculação precoce Evidências incompletas: Enurese Cataplexia Dor crônica Fobia social CONTRA INDICAÇÕES A exemplo da maprotilina, baixa mais o limiar convulsivante que os demais antidepressivos. Aparentemente, apresenta maior efeito nas funções sexuais possivelmente devido à sua importante ação serotonérgica e α-adrenérgica. Absolutas Infarto agudo do miocárdio recente (3 a 4 semanas) Glaucoma de ângulo estreito Bloqueio de ramo Prostatismo Íleo paralítico Feocromocitoma (pode induzir crises hipertensivas) Hipersensibilidade ao fármaco. ALCÂNTARA I Rua Yolanda Saad Abuzaid, 100A, loja 306 e 307 (21) 2603 1372 ALCÂNTARA II Rua Yolanda Saad Abuzaid, 150, loja 118 (21) 2601 1130 ZÉ GAROTO Rua Coronel Serrado, 1630, loja 102 (21) 2604 7350 Relativas Uso concomitante de IMAOs Outras alterações na condução cardíaca Insuficiência cardíaca congestiva Quadros demenciais e de déficit cognitivo Convulsões REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS Cordioli, Aristides – Psicofármacos, consulta rápida, ARTMED, Edição 2005. ALCÂNTARA I Rua Yolanda Saad Abuzaid, 100A, loja 306 e 307 (21) 2603 1372 ALCÂNTARA II Rua Yolanda Saad Abuzaid, 150, loja 118 (21) 2601 1130 ZÉ GAROTO Rua Coronel Serrado, 1630, loja 102 (21) 2604 7350