C4 Cidades/Metrópole
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O ESTADO DE S. PAULO
QUARTA-FEIRA, 19 DE MAIO DE 2010
Entrevista ✽
José Arthur Rios
● Pioneiro
● Documento
‘Constatei que a
favela não era um
ninho de miseráveis’
Com 88 páginas, os
2 tabloides fizeram
um raio X das favelas
dro político da época e não concordava com a construção de Brasília.
Achava que havia outras prioridades. Entendia que a construção era
extremamente onerosa para o País
naquele momento, enquanto o Rio,
capital federal, estava enfrentando
enormes problemas urbanísticos.
‘A URBANIZAÇÃO DE
FAVELAS DEVE VIR DE
DENTRO PARA FORA’
● Qual foi a principal conclusão após
os dois anos de trabalho?
A ideia de que o favelado era um desgraçado, um delinquente, um vagabundo, era a que predominava. As
favelas representariam uma concentração de miséria e criminalidade. É
claro que a pesquisa não ratificou inteiramente essa visão. As favelas
não podiam ser vistas indistintamente como antros. Ao contrário, o
que o estudo mostrou é que não havia a favela, mas favelas, e que elas
eram extremamente diferentes. Algumas com estratificação social já
acentuada e dotadas de classe média. Portanto, a favela não era nenhum ninho de miseráveis ou de delinquentes, era algo muito mais
complexo do que a visão simplista
dos reacionários parecia indicar.
Felipe Werneck / RIO
Cinquenta anos depois do estudo histórico publicado pelo
‘Estado’, o mestre em Sociologia e ex-consultor da ONU
observa que ‘falta criatividade’ para resolver o problema
● Quem eram esses reacionários?
MARCOS DE PAULA/AE
Quando digo reacionários, é evidente que se destacavam duas categorias, que nos criaram grandes problemas. A dos políticos profissionais, os demagogos, os chamados
donos de favelas, que não podiam
permitir que fosse desmentida essa
visão da favela como um aglomerado de miseráveis dependentes, para
poderem manter o controle que
exerciam. E a categoria dos interesses imobiliários, que olhavam, principalmente no caso da zona sul, para os terrenos onde as favelas estavam localizadas. O que resultou foi
principalmente uma consciência de
que a favela também abrigava pessoas honestas, trabalhadoras, que
eram vítimas das condições que o
Rio padecia. Problemas que continuam existindo, só que a escala aumentou. Não só em favelas e população, mas em insegurança.
● Tem solução?
No mesmo escritório. Rios é um crítico das atuais propostas de remoção: ‘Não estamos mais nos anos 50. É gota d’água num oceano’
m dos principais resultados do estudo
Aspectos Humanos
da Favela Carioca, publicado há 50 anos pelo Estado, foi a constatação de que “a favela não era um
ninho de miseráveis, de bandidos
ou de delinquentes, era algo muito
mais complexo do que a visão simplista dos reacionários parecia indicar”, diz o sociólogo José Arthur
Rios, que coordenou a pesquisa,
considerada inovadora. Hoje com
U
88 anos, ele continua trabalhando no
mesmo escritório da época do estudo,
na Rua México, 31, no centro do Rio.
Agora, no cinquentenário da publicação, será realizado o colóquio “Aspectos Humanos da Favela Carioca: ontem e hoje”, no salão nobre do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais
(IFCS/UFRJ). O sociólogo faz hoje a
conferência de abertura do evento.
Em entrevista ao Estado, Rios comenta projetos como o Favela-Bairro
(“solução epidérmica”) e a mais recente instalação de Unidades de Polícia
Falecimentos
Marina Ribeiro dos Santos – Aos 91 anos.
Filha de Raphael e Victoria Gomide Ribeiro
dos Santos, era viúva de Joffre de Amorim.
Deixa os filhos Eduardo, Dinah e Edgard. O enterro foi no Cemitério da Consolação.
Virgínia dos Santos – Aos 91 anos, era viúva. Deixa o filho Francisco. O enterro foi no Cemitério de Congonhas.
Maria do Carmo de Oliveira Moreira –
Aos 86 anos, era viúva. Deixa os filhos José,
Maria, Paulo, Carlos, Valdomiro e Luis (falecido). O enterro foi no Cemitério de Congonhas.
Victoria Diaz Lopez – Aos 85 anos. Deixa filha, genro e netos. A cerimônia de cremação
será amanhã, às 9 horas, no Crematório da Vila Alpina.
no processo de favelização”. Leia os
principais trechos da entrevista com o
sociólogo, que defende a criação de
uma “prefeitura das favelas’’.
● Como surgiu o convite para coordenar
o estudo publicado em abril de 1960?
Eu era representante do movimento
Economia e Humanismo (fundado na
década de 1940 pelo padre francês Louis
Joseph Lebret). Fui a São Paulo e tive
um entendimento com o doutor Julio
de Mesquita, o Julinho, como era conhecido. Ele tinha uma visão do qua-
Para publicar anúncio fúnebre: Balcão Iguatemi – Shopping Iguatemi 1a - 04, tel. 3815-3523 / fax 3814-0120 – Atendimento de 2ª a sábado, das 10 às 22 horas, e aos domingos, das 14 às 20 horas.
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e-mail [email protected], com nome do remetente, endereço, RG e telefone
rion Ferreira Diniz. Deixa as filhas Noris e Cristina. O enterro foi no Cemitério da Paz.
Maria Senhora Almeida Ferreira –
Aos 67 anos, era viúva de Romulo Pedro Ferreira. Deixa seis filhos. O enterro foi no Cemitério e Crematório Metropolitano Primaveras.
Gabriela Fernandes da Cruz –
Aos 24 anos. Filha de Manoel Lino da Cruz
e Isabel Fernandes da Cruz, era casada
com João Vitor Lourenço. Deixa a filha Sophia. O enterro foi no Cemitério Jardim Vale da Paz.
Benjamin Dias de Souza – Aos 85 anos.
Filho de Ananias Florêncio de Souza e Eudocia Maria da Conceição, era divorciado. Deixa
quatro filhos. O enterro foi Cemitério Jardim
Parque dos Ipês.
Nair Fernandes Vucovix – Aos 84 anos,
era viúva. Deixa os filhos Sonia Regina, Paulo,
Valdir e Martinho. O enterro foi no Cemitério
de Congonhas.
Antonio Ghigonetto – Dia 18, aos 80 anos,
era solteiro. O enterro foi no Memorial Necrópole Ecumênica, em Santos.
Nair Ferreira de Melo – Aos 82 anos, era
viúva de Antonio Cabral de Melo. Deixa filhos.
O enterro foi Cemitério Jardim Parque dos
Ipês.
Di Maio Tomaso – Aos 78 anos, era casado
com Edda Chiavarini de Maio. Deixa os filhos
Gianfranco e Rita. O enterro foi no Cemitério
de Congonhas.
Adesjesnira Hirose – Aos 74 anos, era casada com Sebastião Hakuo Hirose. Deixa filhos. O enterro foi Cemitério Parque dos Girassóis.
Ng Chan Yu – Dia 17, aos 78 anos.
Filho de Ng Kong Kun e Ng Chem See, era
viúvo de Ng Tsoi Kau Ng. Deixa os filhos Monica, Ana Aparecida, Elisa, Sueli e Roberto. O enterro foi no Cemitério da Paz.
Maria Clementina Costa Diniz – Dia 18,
aos 73 anos. Filha de Luiz Leite da Costa e Maria de Lima Costa, era casada com José Zama-
Pacificadora (UPPs). “É uma tentativa
necessariamente transitória. Não se
pode ocupar indefinidamente. Continuo insistindo na necessidade de participação efetiva do favelado”, diz.
Sobre a retomada do discurso das remoções pelo atual prefeito, Eduardo
Paes (PMDB), ele é categórico: “Uma
fatalidade. Falta criatividade para enfrentar os problemas na sua verdadeira dimensão. Não estamos mais nos
anos 50. Remoção para onde? É gota
d’água num oceano.” Para Rios, a ênfase deve ser dada “não na favela, mas
Não é uma panaceia, mas uma combinação de políticas. De habitação,
de terras, de migração, de emprego, de transportes. Não estou dizendo que o problema seja simples. É extremamente complexo.
Exige visão de estadista. A urbanização deve vir de dentro para fora,
não por meio de maquiagem. Não
se pode impedir que o homem deseje melhorar, ter acesso a serviços
fundamentais. Quer ter escola para
os filhos, postos de saúde, trabalho. A falta de transporte barato e
adequado é uma das razões da criação de favelas. As babás, as lavadeiras da classe média, onde vão morar? Estudamos projetos e planos
de suposta solução dos problemas.
O resultado está aí. Não nos desmente. Eu não era um fanático, um
fundamentalista, não queria que a
favela como tal permanecesse. A
ideia era urbanizar, mas respeitando a integridade dos favelados, e
não botando eles para fora, para se
arrumarem em outro lugar. Ou seja: construírem um barraco em outro lugar.
Raul Fonseca – Aos 77 anos, era viúvo. Deixa os filhos. O enterro foi no Cemitério de
Congonhas.
Arlindo Lourenço da Silva – Aos 72 anos,
era casado. Deixa seis filhos. O enterro foi Cemitério Jardim Parque dos Ipês.
Oswaldo Alonso – Aos 67 anos, era casado
com Maria Ester da Silva Alonso. Deixa os filhos Fabio Rogerio, Adriana e Luciana. O enterro foi no Cemitério de Congonhas.
Waldemar dos Santos – Dia 17, aos 66
anos. Filho de Pedro dos Santos e Ana de Almeida dos Santos, era casado com Eblea. Deixa as filhas Sani, Daniela e Fatima. A cerimônia de cremação foi no Cemitério e Crematório Horto da Paz.
Luis Parotte – Aos 57 anos. Filho de Luciano Parotte e Apparecida Moraes Parotte, era
solteiro. Deixa três filhos. O enterro foi no Cemitério Jardim Parque dos Ipês.
José Ildefonso de Paula – Aos 53 anos,
era solteiro. O enterro foi no Cemitério de Congonhas.
Menino Cauã Reis – Aos 11 meses. O enterro foi no Cemitério de Congonhas.
MISSAS
Zélia de Campos Duprat – Amanhã, às
11h30, na Igreja São Domingos, na Rua Caiubi, 164, Perdizes (1º aniversário).
Dr. Willy Sanvitto – Hoje, às 19 horas, na
Igreja São José, na Rua Dinamarca, 32, Jardim Europa (7º dia).
Engenheiro Ariovaldo Botter – Amanhã,
às 12h30, na Igreja Nossa Senhora do Brasil,
na Avenida Brasil, Jardim América (7º dia).
Paulo Borghese Conti – Amanhã, às
17h30, na Igreja Nossa Senhora do Rosário
de Fátima, na Avenida Dr. Arnaldo, 1.831, Alto
do Sumaré (7º dia).
Walter Bertolucci – Amanhã, às 17h30,
na Igreja Nossa Senhora do Rosário de Fátima, na Avenida Dr. Arnaldo, 1.831, Alto do
Sumaré.
No comando
do Juventude
Ex-presidente e patrono do Juventude (time de Caxias do
Sul), Willy Sanvitto morreu
aos 78 anos, no dia 12. Sanvitto,
queerasobrinhodeumdosfundadores, entrou para a história
do clube gaúcho ao comandar a
construção do Estádio Alfredo
Jaconi, na década de 1970. A
ideia era revitalizar o esporte
na região.
Noprojeto,consideradoutópico, todo o dinheiro disponível foi usado. Nem o time jogava, para economizar recursos.
As cadeiras foram vendidas antes do fim da construção. O esforço valeu a pena e a obra terminouem 2anos. Umamistoso
entre Juventude e Flamengo,
que ficou no 0 a 0, marcou a
inauguração do estádio. Na
quarta passada, na partida entre Grêmio e Santos, pela Copa
do Brasil, foi feito 1 minuto de
silêncio em sua homenagem.
O esposo Antonio, o filho Rafael e
a irmã Yolanda da querida
1$&(- +¹"(
+ ,!$13 ' ## #
Agradecem as manifestações de carinho e
convidam parentes e amigos para a missa de 7°
dia a ser celebrada dia 20 de maio, às 20:00 horas,
na Igreja Nossa Sra. do Paraíso, à rua Paraíso, 21.
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Entrevista com José Arthur Rios: ``A urbanização de favelas deve vir