Willy – 78 anos! por Marília Barreto No dia 4 de agosto Do ano de 33 Nasceu o menino Willy, Esse grande amigo docêis. Conta ele que sua mãe O escondeu na barriga; Que o pai não queria filho, Que isso só daria briga! E apesar do perigo iminente, A mãe aguentou, decidida! E o Willy treinou “o teimoso” Já mesmo antes da vida! Pois teve que fazer força, Apertado no cinturão, Até que o pai resignado Não pôde mais dizer “não”. Vai ver que foi então isso Que ocorreu já lá na barriga: Que o sufoco do bucho apertado Lhe ensinou a romper as estribas... Pois o Willy - quem é que não sabe?Tem sempre que romper com a regra; Onde quer que ele circule O silêncio ele sempre quebra... Nas tertúlias, nas palestras, É o primeiro a fazer a pergunta; Alvoroça toda a plateia, Provoca, inquere, assunta... Contrapõe os argumentos, Pontifica com veemência, Provoca a discussão, Filosofa sobre a Ciência! Mas, voltemos lá para trás, Sigamos o fio de sua história. Por onde andou nosso Willy, Deixou marcos na memória. Filho de pais imigrantes, Gente pobre da Alemanha, Galgou um caminho notável Por talento, não por barganha! Diz a mãe que, desde bebê, Com voz forte erguia o dedinho, Balbuciava com eloquência Um discurso lá do bercinho!! Infelizmente, dos pais Não herdou os dotes das mãos... O pai, grande eletricista, A mãe do forno e fogão. Pois tem duas mãos esquerdas O Willy, e os pés?? Coitado!... Tropeça, derruba, pinga, Perde tudo, esquece - um fardo! São outras as habilidades Do nosso Willy querido: Inteligência e loquacidade, E o dom de um alarido! Na escola, excelente aluno Do Porto Seguro alemão. No Esporte Club Pinheiros Foi líder da Natação. Depois, na Casa de Arnaldo, Brilhou na Medicina. O Doutorado na Alemanha Aproximou-o de sua sina... Pois foi com um paciente Que, apesar de toda tática, Conheceu o fracasso da Ciência, E descobriu a Psicossomática. Estudou Treinamento Autógeno Na Berlim da Guerra Fria... Ampliou para a Psicanálise, E depois, a Antroposofia. Sempre crescendo, buscando, Querendo chegar à Verdade. Pois uma de suas virtudes, Seja dito: é a honestidade! Um outro aspecto do Willy É que sempre, desde menino, Gozou de grande sucesso Entre o sexo feminino... Incontáveis as namoradas, Os flertes, os casos, os sonhos... Foi com Ilse, lá da Alemanha, Que contraiu matrimônio. E veio na esteira a prole: Ina, a mais velha, espoleta! Karin, a grande esportista! E Markus, rei da bicicleta! E o Willy, buscando o equilíbrio Entre suas cindidas partes - intelecto e emoção – Teve duas musas das Artes! Uniu-se com Mary Porto, Mestre das Artes Plásticas, Casamento de quase 10 anos! Como todos, uma boa ginástica... E, tendo passado essa fase, Acabou escolhendo outra artista - da dança, da poesia, da música – Uniu-se a uma euritmista: Marília – que é quem vos fala – Companheira experiente Das aventuras do Willy Nos 10 anos mais recentes, Relembra seus muitos feitos, Alguns de caráter raro, Como o de autor de um estilo: A “Medicina Santo Amaro”. Pois foi lá que ele desenvolveu, Durante 38 anos, Um “jeito Willy” de curar E de amar o ser humano! Sempre nos muitos encontros Com cada ex-aluno doutor, Noto com que gratidão Abraçam o velho Professor! E assim no consultório, Acolhendo o sofrimento De todos que encontram no Mestre Consolo e fortalecimento. E eis que nos últimos anos Novo e duro desafio Vem testando a fibra do Willy De um modo mais sombrio... Dois cânceres até agora Apresentou-lhe o destino. Mas com a ajuda de Doutores queridos Venceu um a um, o menino! É por isso que tantos o amam: Vive a vida qual Capitão, Reunindo a boa mistura De ser brasileiro e alemão. Pois ele dirige o seu barco Com a razão e com diretriz; Mas tem uma ginga marota De eterno moleque aprendiz... E assim, o caminho do Willy Foi feito de esforços insanos, Desde o aperto na barriga Da mãe, há 78 anos! E é pra celebrar essa vida Que estamos aqui reunidos, Pra mostrar ao Willy o afeto De tantos amigos queridos!