Tratamento Fisioterapêutico da síndrome do túnel do carpo
Faustino Rodrigues Capote1
[email protected]
Faculdade Ávila
Dayana Priscila Maia Mejia2
Pós-Graduação em reabilitação em ortopedia e traumatologia com ênfase em terapia Manual
Resumo
A Síndrome do Túnel do Carpo é uma doença nervosa causada da compressão do nervo mediano
no canal do carpo, estrutura anatômica que se localiza entre a mão e o antebraço que, tem como
causa principal a L.E.R. (Lesão do Esforço Repetitivo), em função do exercício de movimentos
repetitivos, acidentes traumáticos, inflamações, hormonais e medicamentosas. Tumores também
estão entre as possíveis causas da síndrome. Desta forma, este artigo tem por objetivo geral
apresentar o tratamento fisioterápico para a Síndrome do Túnel do Carpo, a partir de uma
análise da literatura a respeito do assunto, além de especificamente, avaliar a efetividade da
abordagem do tratamento; identificar o papel do fisioterapeuta; e compreender e estabelecer a
função terapêutica para o tratamento e a dinâmica do tratamento. Para a realização do trabalho
foi realizado uma abordagens qualitativas com pesquisas bibliográficas concentradas em artigos
eletrônicos. Do ponto de vista acadêmico este trabalho se justifica pela necessidade de
apresentar um estudo delimitado unicamente no papel do fisioterapeuta no tratamento da
Síndrome do Carpo. Do ponto de vista social, o que justifica o trabalho são o crescimento da
importância do atendimento da medicina de recuperação e as dificuldades que os seus
profissionais têm em imprimir tratamento.
Palavras-Chave: Fisioterapia; Síndrome do Túnel do Carpo; Tratamento.
1. Introdução
Esse trabalho nasceu de uma questão que consideramos fundamental: qual o tratamento eficaz
para pacientes com Síndrome do Túnel do Carpo? E, essa preocupação nasceu quando da
realização do curso de Pós-Graduação em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapia
Manual da Faculdade Ávila, quando da leitura de um relatório do Instituto Nacional de
Previdência Social que considera médio/crescente os afastamentos de pessoas do mercado de
trabalho causado por L.E.R. (Lesão do Esforço Repetitivo), em função do exercício de
movimentos repetitivos como digitar ou tocar instrumentos musicais, por acidentes traumáticos
1
Pós graduado em Ortopedia e traumatologia com ênfase em terapia manual.
Orientadora, fisioterapeuta especialista em metodologia do ensino superior, mestranda em bioética e direito em
saúde.
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(quedas e fraturas), por inflamações (artrite reumatóide), hormonais e medicamentosas e, também
por tumores, causando um aumento da despesa do denominado auxílio doença.
Desta forma, este artigo tem por objetivo geral apresentar o tratamento fisioterápico para a
Síndrome do Túnel do Carpo, a partir de uma análise da literatura a respeito do assunto, além de
especificamente, avaliar a efetividade da abordagem do tratamento; identificar o papel do
fisioterapeuta; e compreender e estabelecer a função terapêutica para o tratamento e a dinâmica
do tratamento. Para a realização do trabalho foi realizado uma abordagem qualitativa com
pesquisa bibliográfica concentrada em artigo eletrônica.
Assim, no trabalho com a saúde, especialmente a prática diária das profissões envolvidas na área,
a tomada de decisões importantes é cotidiana e exige conhecimentos técnico, consciente e
científico coerentes. Com o avanço técnico-científico, muitos métodos, técnicas e tratamentos são
criados e disponibilizados para os mais diversos casos na área da saúde.
Nesse sentido, buscaram-se meios para formalizar e assegurar a eficiência, eficácia e validade dos
métodos, técnicas e tratamentos. Essa formalização surgiu como um meio sistematizado para
avaliar e qualificar as inúmeras informações em saúde e tornar a prática clínica melhor
organizada, permitindo que os profissionais encontrem em locais adequados às informações
classificadas conforme determina a legislação. Essas práticas se referem ao uso consciente das
melhores condições de tratamento para o atendimento de pacientes individualmente. Hoje, a
multiplicidade de intervenções, cada uma delas com diferentes potenciais de benefício, risco e
custo estão exigindo respostas mais seguras, baseadas em investigações sistematizadas sobre
questões clínicas específicas.
As indicações de intervenção fisioterapêutica e os tipos de condutas utilizadas variam de acordo
com o local e o preparo técnico do profissional. Existem locais em que a indicação da fisioterapia
é determinada pelo médico e locais em que todos os pacientes internados normalmente recebem
fisioterapia.
Do ponto de vista acadêmico este trabalho se justifica pela necessidade de apresentar um estudo
delimitado unicamente no papel do fisioterapeuta no tratamento da Síndrome do Carpo. Do ponto
de vista social, o que justifica o trabalho são o crescimento da importância do atendimento da
medicina de recuperação e as dificuldades que os seus profissionais têm em mensurar suas ações.
Assim, o trabalho de pesquisa busca conhecer a eficácia do tratamento fisioterápico no universo
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de portadores da Síndrome do Túnel do Carpo, pois a importância de ser estender à qualidade de
vida dos mesmos é de extrema relevância social visto que as doenças desse tipo constituem uma
importante causa de afastamento do mercado de trabalho, mesmo que de forma temporária a
Organização Mundial de Saúde (OMS, 2003).
2 Revisão da literatura
1.1 O papel do fisioterapeuta
A Fisioterapia é uma atividade regulamentada pelo Decreto-Lei 938/69, Lei 6.316/75, Resoluções
do COFFITO – Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Decreto 9.640/84, Lei
8.856/94 e Portarias do Ministério da Saúde. Tem como representante, o fisioterapeuta,
profissional com formação acadêmica Superior e licenciado pelo CREFITO – Conselho Regional
de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, habilitado a realizar avaliações, solicitando, executando e
interpretando exames propedêuticos e complementares que permitam elaborar um diagnóstico
cinesiológico funcional, para eleger e qualificar a prescrição das condutas fisioterapêuticas, a sua
ordenação e indução no paciente bem como, o acompanhamento da evolução do quadro e as
condições para alta fisioterapêutica.
O mesmo está apto a encaminhar o paciente a outros profissionais quando necessário,
relacionando um nível de cooperação com os demais membros da equipe, destacando a
importância da interdisciplinaridade.
Os fisioterapeutas têm ocupado seus postos de trabalho em: hospitais, clínicas, centros de
reabilitação, clubes, academias, asilos, empresas, comunidades (programa de saúde da família),
hípica e professores de faculdade.
Hoje, o papel do fisioterapeuta torna-se cada vez mais complexo em face de constante
qualificação dos serviços de assistência à saúde, que não se limitam mais a garantir sobrevida,
mas a oferecer qualidade de vida. Em decorrência disso, a atuação fisioterapêutica torna-se
freqüente em segmentos que promovem a saúde, tais como clubes esportivos, academias e
centros de estética. As áreas de atuação profissional que mais se evidenciam no momento são:
estética, geriatria, desportiva, respiratória, cardíaca, ortopédica, pediatria, ginecologia (pré e pósparto) e consultoria. O esporte é o meio encontrado por muitos indivíduos na busca pelo bem
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estar físico, psíquico e social, além da melhora da aparência física. A Fisioterapia oferece
técnicas que atuam como coadjuvantes na obtenção de melhores resultados para os indivíduos
que se preocupam com a qualidade de vida. Então, têm-se os indivíduos que freqüentam
academia como população consumidora de serviços que atuem na promoção da saúde.
Segundo Soares (2006, p. 33):
Para o estabelecimento de um plano de tratamento adequado para pacientes com IAM,
sujeitos à cirurgia, é necessária uma avaliação fisioterapêutica que inclua entrevista,
exame físico e exames de provas funcionais. Na entrevista deverão ser coletados dados a
respeito do paciente, dos seus hábitos de vida, sua história pregressa e a história da
moléstia atual.
O exame físico deve constar de goniometria, perimetria articular, perimetria muscular, provas de
função muscular, análise da postura e da coluna vertebral e um exame de comprimento dos
membros inferiores, além de investigação de comprometimentos respiratórios e presença de dor
(SOARES, 2006).
Também são importantes os exames de provas funcionais, como a análise da marcha (em
superfície plana e inclinada), do equilíbrio estático e dinâmico e um teste de resistência, que
consiste na prova dos exercícios que integrarão o esquema terapêutico definitivo. A partir da
avaliação inicial deverá ser definido um plano de tratamento fisioterapêutico, necessariamente
individualizado, considerando a fase do processo hemorrágico, a intensidade da hemorragia, a
dor, a idade do indivíduo e o grau de lesão. Em linhas gerais, os objetivos do tratamento serão o
controle da dor, a prevenção de deformidades, a prevenção de complicações respiratórias ou
vasculares no paciente acamado, a recuperação da capacidade funcional de um músculo ou de
uma articulação, a manutenção de um equilíbrio estático e dinâmico do sistema músculoesquelético, o estímulo à participação da família e a reintegração do indivíduo no seu meio social
e profissional (SOARES, 2006).
Pacientes internados em hospitais apresentam necessidades especiais e básicas, as quais, na
maioria das vezes exigem assistência sistematizada, além de uma série de cuidados objetivando
evitar complicações (LOPES et. all 1996).
O trabalho do profissional em fisioterapia nesses casos tem se mostrado eficaz e imprescindível,
sendo considerada parte integrante da equipe responsável pelos cuidados nestes pacientes
(STILLER 2000).
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A função do fisioterapeuta é na mobilização do paciente e ajustes na função do ventilador
mecânico, sendo que, 12% têm papel ativo no ajuste da ventilação mecânica, 25% na extubação,
22% no desmame da ventilação mecânica e 46% na execução da ventilação mecânica nãoinvasiva. Quanto à presença dos fisioterapeutas à noite, 80% dos pesquisados do Reino Unido
afirmam manter atividade neste período, enquanto na Alemanha e Suécia isso não ocorre em
nenhuma instituição hospitalar (NORRENBERG e VINCENT 2000).
As técnicas mais comuns usadas por fisioterapeutas são quanto ao posicionamento, mobilização
de articulações, hiperinflação manual, percussão, vibrações, aspiração, tosse assistida, drenagem
postural e exercícios não bem definidos, chamados de respiratórios (STILLER 2000).
1.2 Síndrome do Túnel do Carpo
As síndromes neurológicas em função principalmente de posturas repetitivas no Trabalho, tem
sido relatadas desde o advento da Revolução Industrial, quando a atividade laboral começou
ganhou novas versões, com a prática de esforços repetitivos. Araújo e Paula (2007, p. 1) dizem:
O Dr. Bernardino Ramazzini, considerado pai da medicina ocupacional, realizou a
primeira contribuição histórica em 1713, escrevendo o livro DE MORBIS ARTIFICUM
DIATRIBA (versão inglesa: Doença dos Trabalhadores), baseado em estudo de 54
profissões de sua época. Identificou os distúrbios e traçou uma causa ocupacional para
les. Acreditava que lesões encontradas em escreventes eram causadas pelo uso repetitivo
das mãos, pela posição das cadeiras e pelo trabalho mental excessivo. No início do
século XIX, essa condição ficou conhecida como "paralisia do escrivão" e,
posteriormente, como "câimbra do escrevente". Nesse período, surgiram várias outras
"câimbras ocupacionais" para justificar o quadro de dor, parestesias, sensação de peso e
fadiga nos braços, acompanhados de dor lombar e cervical. William Gowers denominou
essa condição de "neurose ocupacional". Em 1833, foi documentada a primeira epidemia
de "câimbra do escrevente" no serviço britânico civil, tendo sido atribuída à introdução
de uma pena de aço. Entre 1960 e 1980, houve uma epidemia de LER no Japão. Na
Austrália, no início dos anos 70, começaram a aparecer descrições periódicas de
sintomas. Houve um grande e progressivo aumento do número de diagnósticos. O termo
"tenossinovite" passou a ser utilizado por muitos como dor ou desconforto nos membros
superiores relacionados ao ambiente de trabalho. Na metade dos anos 80, já era
considerada uma "Epidemia Australiana" e representou o maior problema de saúde
pública da Austrália.
Com se pode observa a grande preocupação com essas doenças neurológicas estava associada a
aspectos trabalhistas, ou seja, a questões puramente financeiro-orçamentárias, pois, o operário
precisava ser substituído, continuando recebendo o seu salário que. Logo depois passou a ser
transferido para as expensas do Estado, que com sua legislação trabalhista e previdenciária
incorporou esse custo. As doenças Síndrome do túnel do carpo é o nome de uma doença que
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aparece quando o nervo que passa na região do punho (nervo mediano) fica submetido à
compressão, originando sintomas característicos. Varella (2012) apresenta um conceito universal:
Síndrome do túnel do carpo é uma neuropatia resultante da compressão do nervo
mediano no canal do carpo, estrutura anatômica que se localiza entre a mão e o
antebraço. Através desse túnel rígido, além do nervo mediano, passam os tendões
flexores que são revestidos pelo tecido sinovial. Qualquer situação que aumente a
pressão dentro do canal provoca compressão do nervo mediano e a síndrome do túnel do
carpo.
Seus sintomas mais típicos acontece a partir da existência de dormência e formigamento nas
mãos, principalmente nas extremidades dos dedos indicador, médio e anular. Na maioria dos
casos acontece de forma bilateral.
Uma característica muito importante a ser considerada é a prevalência desses sintomas durante a
noite, fazendo com que as pessoas tenham que levantar movimentar as mãos ou mesmo colocálas em imersão de água quente; algumas vezes pode surgir dor em todo membro superior (mão,
antebraço e braço).
Outra característica sintomática é a sensação de choque partes da mão, quando a pessoa realiza
movimento como segurar um objeto com força, segurar volante do carro ou descascar frutas e
legumes. Turrini et. all (2010, p. 1) observa que:
A síndrome do túnel do carpo (STC) resulta da compressão do nervo mediano no túnel
do carpo, sendo a neuropatia mais comum da extremidade superior. O túnel do carpo é
um espaço restrito, elíptico, confinado ventralmente pelo retináculo dos flexores,
inelástico e resistente e, dorsalmente, pela superfície anterior dos ossos do carpo. As
maiores estruturas que passam pelo túnel são: quatro tendões flexores superficiais dos
dedos e quatro tendões flexores profundos, tendão do flexor longo do polegar, e o nervo
mediano.
Os mesmos autores relatam que o diagnóstico clínico:
É determinado pela história e exame físico. Setenta por cento dos pacientes têm entre 40
e 70 anos de idade, e as mulheres são afetadas de três a cinco vezes mais do que os
homens. Os sintomas da STC são fraqueza, hiperestesia ou parestesia no território do
nervo mediano. O exame físico do paciente com suspeita de STC inclui dois sinais:
Tinel e Phalen. O sinal de Tinel é pesquisado com a percussão do punho, sendo positivo
com dor ou formigamento no polegar e no indicador ou entre os dedos médios. O sinal
de Phalen é pesquisado com a flexão a 90° do punho; se os sintomas forem reproduzidos
em 60 segundos, é considerado positivo.
Ainda Turrini et all (2010, p. 2) apresenta uma tabela que podemos considerar
significativa para a etiologia da Síndrome do Túnel do Carpo.
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a. Redução da capacidade do canal (túnel)
- Espessamento do retináculo do flexor (esta condição é difícil de ser estabelecida, mas redução ocorre em
processos inflamatórios, como a artrite reumatóide e o mixedema).
- Redução do canal seguido por desalinhamento ou calo ósseo associado com fraturas envolvendo o rádio e ossos do
carpo.
- Compressão do conteúdo do canal com movimentos extremos do punho em flexão.
- Acromegalia (alterações ósseas).
b. Volume excessivo do conteúdo
- Condições inflamatórias e degenerativas: tenossinovites não específicas, tenossinovite reumatóide, gota, gânglio
sinovial, amiloidose e outros.
- Pós-traumático: osteófitos, formação de cicatriz associada com lesão de tendões e outros.
- Lesões neoplásicas: tumores benignos, tumores malignos.
- Outros: mixedema (a infiltração de tecido fibroso pode afetar o volume dos tendões), ventre muscular dentro do
canal etc.
Fonte: Turrini (2010, p. 2)
TABELA 1 - ETIOLOGIA DA SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO
Figura 1 – Túnel do Carpo
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Figura 2 - Síndrome do Túnel do Carpo
Desta forma a Síndrome do Túnel do Carpo é uma compressão do nervo mediano no túnel do
carpo. As causas mais comuns deste tipo de lesão são a exigência de flexão do punho, a extensão
do punho e a tenossinovite em nível do tendão dos flexores - neste caso, os tendões inflamados
levam a uma compressão crônica e intermitente da estrutura mais sensível do conjunto que
compõe o túnel do carpo: o nervo mediano.
Figura 3 – Síndrome do túnel do carpo
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Assim, na maioria dos casos essa compressão do nervo na região do punho acontece em função
do estreitamento no seu canal de passagem por inflamação crônica não especificados tendões que
também passam por esse canal. Com menor freqüência podem existir doenças associadas
comprimindo o nervo. Segundo Karolczak (2005, p. 6), o diagnóstico deve considerar:
O histórico do paciente é o aspecto mais importante a ser avaliado durante o exame
físico. O quadro inicial da STC caracteriza-se por queixas sensitivas,22 como sensação
de formigamento intermitente, geralmente acompanhada de dor.A distribuição da dor e
da parestesia manifesta-se na região inervada pelo nervo mediano. No entanto, essa
distribuição é variável, uma vez que foi verificado, mediante questionário, que 21% dos
pacientes relataram parestesia e dor no antebraço; 13,8%, dor no cotovelo; 7,5%, dor no
braço; 6,3%, dor no ombro; e 0,6%, dor na região cervical. Os sintomas em regiões mais
proximais provavelmente estão relacionados ao fato de a compressão mecânica afetar o
nervo mediano distalmente e proximalmente. Alguns sinais freqüentemente utilizados
para diagnóstico de STC: teste de Phalen, teste de Tinel-Hofmann, compressão do nervo
mediano e sinal de fraqueza do músculo abdutor curto do polegar. Esses sinais não
parecem ser muito precisos, embora sejam aceitos para detecção da STC, sendo
recomendado seu uso, exceto dos testes de compressão do nervo mediano e TinelHofmann, os quais têm boa especificidade mas pobre sensibilidade. Em outras palavras,
esses testes produzem alto número de resultados falso-positivos e falso-negativos, o que
os torna limitados como sinais clínicos e devem ser utilizados em associação ao sintoma
de dor noturna e ao teste ENMG. Em um estágio mais avançado dessa patologia,
manifestações como alterações musculares e proprioceptivas também podem ocorrer.
Por esse motivo, testes de força muscular bilaterais são indicados na avaliação.A
hipotrofia tenar é característica das compressões crônicas. Nota-se, nesses casos, redução
das forças de preensão palmar e de pinça polegar-indicador. Dentre as alterações
motoras, ocorrem mudanças na propriocepção, redução da força muscular e perda do
equilíbrio da relação agonista/antagonista. Essas alterações estão justificadas em casos
crônicos, nos quais outras estruturas estão envolvidas. Havendo comprometimento
motor, pode-se avaliar a atrofia tenar, a dificuldade ou a impossibilidade de rotação dos
polegares (mãos entrelaçadas, rodar um dedo em volta do outro) e a diminuição de força
de pinça polegar-indicador. Para o diagnóstico mais preciso é utilizada a ENMG, na qual
é verificada a velocidade de condução nervosa por eletrodos de inserção. Esse teste é
considerado padrão-ouro para STC3 e mostra a saúde fisiológica do nervo mediano
através do túnel do carpo. Os parâmetros utilizados nessa avaliação são latência motora
distal, latência sensitiva distal, latência sensitiva da palma até o punho, estimulação
seriada por meio do punho, comparação de latências sensitivas entre os nervos mediano
e ulnar e entre mediano e radial; comparação de latências sensitivas entre mediano e
ulnar no dedo anular e eletromiografia. O diagnóstico dá-se por meio da comparação da
função do nervo mediano, quando ele passa pela região do punho, com outro segmento
do nervo ou com outro nervo, como o radial ou o ulnar. O nervo é ativado mediante
estimulação elétrica transcutânea, induzindo um potencial de ação e despolarização. Os
sinais gerados pela estimulação são comparados com os valores normais tomados de
outra região. Há fatores que podem levar a um resultado falso-positivo, como idade,
sexo, obesidade, diâmetro do dedo, patologia sistêmica associada e temperatura
Assim, se consubstancia a Síndrome do Túnel do Carpo, que possui tratamentos tradicionais,
cirúrgicos e fisioterápicos, que serão tratados na parte da apresentação dos resultados da pesquisa
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2. Metodologia
Segundo Lakatos e Marconi (2001, p, 83), “esse item é considerado como o conjunto de
atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o
objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros -, traçando o caminho a ser seguido, detectando
erros e auxiliando as decisões dos cientistas”. Desta forma, a pesquisa teve natureza qualitativa,
que segundo Beuren (2006), envolve a pesquisa em material, seja por meio entrevista estruturada,
semi estruturada (que ou em material bibliográfico como esta. A pesquisa foi realizada por
levantamento bibliográfico eletrônico com registro, análise, classificação e interpretação dos
fatos coletados, que, segundo Beuren (2006) vai à busca de elementos substanciais na bibliografia
existente. Os resultados foram analisados levando-se em consideração a opinião dos autores
pesquisados na literatura eletrônica disponível.
3. Resultado e discussão
3.1 O tratamento fisioterapêutico em pacientes com Síndrome do Túnel do Carpo
Entre as funções consideradas justificáveis para a intervenção fisioterapêutica em pacientes com
Síndrome do Túnel do Carpo A fisioterapia neste caos tem sido indicada com o objetivo de
minimizar os efeitos da doença, incrementar a oxigenação e reexpandir áreas atelectasiadas. Sua
eficácia pode ser observada pela redução dos efeitos da doença e pela melhora das funções que o
túnel do carpo importa. Estudos comprovaram a diminuição nas taxas de incidência com a
implementação do serviço de fisioterapia, segundo o próprio Ministério da Saúde (2010), tanto
que essa profissão passou a receber a devida importância em todos os processos de tratamento de
saúde, sendo o profissional da fisioterapia, elemento indispensável em vários tratamentos. No
caso da Síndrome do Túnel do Carpo, assim se manifestam Roncati e Portiolli (2008, p. 6):
A partir da modernização das técnicas de utilizadas para o tratamento fisioterapêutico na
Síndrome do Túnel do Carpo, essa especialidade passou a ser imprescindível, assumindo
papel relevante junto à equipe multidisciplinar que atende os pacientes em terapia
intensiva, especialmente no que se refere à intervenção precoce e direcionada às
complicações causadas pela doença.
Stiller (2000) com base em trabalhos publicados previamente descreveu a fisioterapia em terapia
intensiva para a Síndrome do Túnel do Carpo avaliando um grupo de técnicas comumente
utilizadas nos pacientes. Relata que a fisioterapia não representou diferencial negativo na taxa de
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recuperação de pacientes. Os benefícios comprovados foram relacionados ao aumento da
complacência do tratamento e no índice de oxigenação, mas de curto prazo de duração, o que
evidenciaria a necessidade do uso das técnicas, diversas vezes ao dia. Neste caso, faz uma
menção a custos relacionados ao tratamento do paciente, podendo ser encarecido em parte pela
fisioterapia.
Krause e Hoehn (2004) apud Roncati e Portiolli (2008), realizaram uma revisão de fisioterapia
para pacientes com Síndrome do Túnel do Carpo, destacando que fisioterapia como fator de suma
importância para a seqüência do tratamento, que pode contribuir em função dos esforços, a um
decréscimo da pressão arterial e maior flutuação do débito cardíaco.
Roncati e Portiolli (1998) enfatizam, no entanto, que o fisioterapeuta precisa ter bom
conhecimento em fisiologia, ventilação mecânica e técnicas fisioterapêuticas apropriadas para
prevenção e tratamento, em função de que o trabalho envolve um grande número de técnicas
associadas às modalidades mecânicas como manobras de higiene.
Desta forma, para o tratamento podem ser utilizado segundo Lazeris et al. (1999) apud Paula e
Araújo (2007, p. 10) os seguintes tipos: “fisioterapia, massagem, imobilização, uso de
antiinflamatórios e repouso”. Os referidos autores concluem que:
A conduta de tratamento inicia-se com um tratamento conservador, afastando o
profissional da atividade de esforço repetitivo, medicação analgésica e antiinflamatória,
fisioterapia, reforço muscular, orientações preventivas e gerai sobre a organização do
trabalho. E, em alguns casos, o tratamento cirúrgico é indicado. O prazo médio para o
tratamento e cura da doença não pode ser determinado, pois depende da resposta
individual ao tratamento, que deve ser intensivo, com uma equipe multidisciplinar para
que o problema não se torne crônico.
No caso específico da fisioterapia aplicação de exercícios para reabilitar movimentos
comprometidos, à aplicação de gelo e realização de exercícios de alongamento.
No primeiro caso deve-se estudar como determinado movimento é responsável pelo aparecimento
do problema, identificando quais são os músculos que provocaram ou agravaram o problema ou
que fatores podem tê-la desencadeado. Simultaneamente, porém, procura-se melhorar a postura e
corrigir os eventos que possam ter desencadeado os sintomas através de exercícios de
fortalecimento da musculatura e de alongamento e o uso de aparelhos que ajudam na regeneração
do tecido lesado.
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No segundo caso, a utilização do gelo é milenar com sua aplicação no local das substâncias
capazes de retirar calor do corpo para reduzir a temperatura tecidual, o fluxo sanguíneo, a
utilização de oxigênio, a inflamação, o edema e o espasmo muscular.
No terceiro caso, os alongamentos são de suma importância, pois, são exercícios voltados para o
aumento da flexibilidade muscular, que promovem o estiramento das fibras musculares, fazendo
com que elas aumentem o seu comprimento. O principal efeito dos alongamentos é o aumento da
flexibilidade, que é a maior amplitude de movimento possível de uma determinada articulação.
Quanto mais alongado um músculo, maior será a movimentação da articulação comandada por
aquele músculo e, portanto, maior sua flexibilidade, provocando inúmeros benefícios no sentido
de relaxar o corpo, reduzir as tensões musculares; proporcionar maior consciência corporal;
deixar os movimentos mais soltos e leves; ativam a circulação.
Segundo o site http://saude.hsw.uol.com.br/sindrome-tunel-carpo2.htm são os seguintes os
exercícios de alongamento para serem realizados em pacientes com Síndrome do Túnel do Carpo:
- Exercícios para as mãos:
1 - Rotações do punho: com as palmas voltadas para baixo e as mãos levantadas, girar ambos os
punhos cinco vezes em cada direção.
2 - Alongamento do polegar: abrir a mão direita e agarrar o polegar direito com a mão esquerda.
Puxar o polegar para fora e para trás até sentir um suave alongamento. Manter nessa posição por
cinco a dez segundos, e soltar. Repetir de três a cinco vezes em cada polegar.
3 - Alongamento dos cinco dedos: esticar os dedos de ambas as mãos bem afastados um do outro
e manter assim por cinco a dez segundos. Repetir de três a cinco vezes.
4 – Aperto com o polegar: apertar uma pequena bola de borracha firmemente em uma mão de
cinco a dez vezes. Depois, esticar os dedos. Repetir com a outra mão.
- Exercício para o punho com pesos:
1 - Rotações de punho com a palma da mão para cima: apoiar os antebraços sobre uma mesa,
com as palmas voltadas para cima e as mãos retas sobre a borda da mesa. Com um peso leve (1/2
quilo a 1 quilo) em cada mão, flexionar os punhos para cima dez vezes. Ao longo de várias
semanas, gradualmente aumentar para 40 repetições em cada punho. Aumentar o peso dos
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halteres semanalmente entre 1/2 quilo até 2,5 quilos, no máximo. Não exceder 2,5 quilos com
esse exercício para não traumatizar o punho.
2 - Rotações de punho com a palma da mão para baixo: adotar a mesma posição do exercício
anterior, mas com a palma das mãos voltadas para baixo. Flexionar os punhos para cima dez
vezes. Gradualmente aumentar o número de repetições com o decorrer das semanas. 3 - Rotações
de braço: ficar de pé e segurar os halteres nas laterais do corpo com as palmas das mãos voltadas
para frente. Lentamente flexionar os braços para cima, mantendo os punhos retos. Erguer cada
um dos braços cinco vezes e, ao longo de várias semanas, aumentar para 40 vezes.
Também devem ser usados os seguintes recursos:
- CINESIOTERAPIA - Terapia por movimentos. São procedimentos onde se usa o movimento
dos músculos, articulações, ligamentos, tendões e estruturas aos sistemas nervoso central e
periférico, que têm como objetivo recuperar a função dos mesmos.
- ELETROTERMOFOTOTERAPIA - Procedimento com aparelhos geradores de sinais elétricos,
como O ULTRA SOM, o LASER, TENS, dentre outros. Facilita a recuperação de estruturas e
funções comprometidas.
- MECANOTERAPIA - Procedimento com aparelhos mecânicos para fortalecer, alongar,
repotencializar a musculatura e reeducar movimentos comprometidos.
- RECURSOS TERAPEUTICOS – São mobilizações de segmentos articulares, músculos,
nervos, fáscias e trações segmentares e axiais. Os procedimentos manipulativos estimulam a
dinâmica circulatória e a mobilidade dos tecidos e segmentos.
4. Conclusão
A Síndrome do Túnel do Carpo é uma doença causada pelo denominado entorpecimento, além do
formigamento, queimação e dor nos dedos indicador, médio e polegar. Esses sintomas tendem a
aparecer no meio da noite ou logo após um longo período de movimento repetitivo, e balançar a
mão geralmente alivia os sintomas. À medida que a condição piora, o desconforto ocorre com
mais freqüência. Em casos mais agudos, a dor pode atacar partindo do punho até o antebraço e
pode atingir o ombro. Ela é causada por repetitivos e forçosos da mão, especialmente quando o
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punho é dobrado ou a mão permanece em uma posição inadequada, irritando os tendões e
provocando seu inchaço.
Assim este artigo objetivou apresentar o tratamento fisioterápico para a Síndrome do Túnel do
Carpo, a partir de uma análise da literatura a respeito do assunto, procurando avaliar a efetividade
da abordagem do tratamento; identificar o papel do fisioterapeuta; e compreender e estabelecer a
função terapêutica para o tratamento e a dinâmica do tratamento.
Concluiu-se pelo exposto nessa pesquisa bibliográfica que, o tratamento fisioterápico contribui de
maneira significativa para o equilíbrio do túnel do carpo. Com isso, é preciso estar atento aos
fatores de risco, para estarem assim, interferindo e modificando, em benefício à prevenção e
certamente estarem oferecendo melhor perspectiva de saúde.
Esta pesquisa, não teve a pretensão de afirmar que o tratamento fisioterápico é definitivo como
um processo fechado e pleno contra o desequilíbrio estático decorrentes na maioria das vezes de
esforços repetitivos, mas desmistificar a cultura do uso da fisioterapia.
Referencias:
ARAÚJO, Mônica Andrade Araújo; PAULA, Marcos Vinicius Queiroz de Paula. LER/DORT:
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