Seja bem-vindo!
Ao estudar com empenho as seguintes páginas e aprender
técnicas de jardinagem, você, como aluno, deverá também
transformar sua atitude diante da vida, buscando apropriarse de noções e hábitos de ecologia e cidadania, tornando-se
assim apto ao desempenho de um importante papel como
profissional e cidadão em sua comunidade.
Idealizada pela Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário e pelo Instituto Camargo Corrêa em parceria com a Associação Obra do Berço
e Itubanaiá, a iniciativa nasceu como parte das
atividades do Viveiro Te Amo São Paulo. O objetivo é formar jovens com idade entre 16 e 24 anos, moradores dos bairros próximos, em educação
ambiental e jardinagem. A aplicação da linha pedagógica é totalmente embasada nos preceitos da
sustentabilidade, contribuindo para a inserção social e profissional desses jovens. O projeto é desenvolvido em ciclos de seis meses e são formadas quatro turmas por ano.
Ciclo 1
•
•
•
Gestão pessoal e profissional: segundas, quartas e sextas, das 8 às 12 horas e das 13 às 17 horas.
Núcleo Técnico em Jardinagem: terças e quintas, das 8 às 12 horas e das 13 às 17 horas.
Visitas técnicas
Ciclo 2
• Clube de Oportunidades
• Formação continuada e encaminhamento para o mercado de trabalho de acordo com as
oportunidades.
Com sete mil metros quadrados de terreno, o viveiro
faz parte de um projeto da Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário de reurbanização do bairro Jardim Sul.
É um espaço de utilização e demonstração de tecnologias
sustentáveis, como reuso da água pluvial para irrigação das
plantas do viveiro e aquecimento solar, além de tecnologias
agrícolas, como hidroponia, compostagem e minhocário. O
objetivo é desenvolver atividades relacionadas ao aspecto
ambiental, produzindo mudas de plantas ornamentais, flores, forrações, árvores nativas, frutíferas e
exóticas para utilização em programas de compensação ambiental, arborização urbana e formação
de jovens em projetos socioambientais. O viveiro está também de portas abertas para a convivência e
visitação da comunidade.
A Associação Obra do Berço foi fundada na década de 30 por Mère Amedée
com o objetivo de confeccionar e distribuir enxovais a recém-nascidos carentes.
Na década de 80, passou a atuar também com os Programas Clube de Mães, Clube Infantil e Ambulatório Odontológico. Nos anos 90, continuou a expandir seus
programas ampliando a faixa etária dos atendidos, para contribuir, também, na
qualificação de adolescentes e para sua inserção no mercado de trabalho. A Obra
do Berço tem como missão promover ações educativas, culturais, sociais e de
saúde para crianças, adolescentes e suas famílias, visando à formação de um ser
humano participativo e consciente de seu papel como cidadão.
Criado em dezembro de 2000, é o responsável pelo investimento social do Grupo Camargo Corrêa. Sua missão é promover
o desenvolvimento comunitário sustentável, investindo em crianças, adolescentes e jovens. Para tanto, criou quatro programas: o
Infância Ideal, cujo objetivo é contribuir para o desenvolvimento
saudável de crianças de zero a seis anos; o Escola Ideal, que trabalha pela melhoria da qualidade de gestão da escola pública; o Futuro Ideal, voltado para o empreendedorismo juvenil e a geração de trabalho e renda; o Ideal Voluntário, que facilita a ação voluntária
dos profissionais das empresas do grupo. O projeto Semeando Oportunidades é uma ação do Programa Futuro Ideal.
Desde sua criação, em 1996, a empresa prima pela
qualidade de seus imóveis e pela garantia de entrega no
prazo, mantendo a tradição consolidada nos mais de 70
anos de existência do Grupo Camargo Corrêa. A CCDI é
hoje uma das maiores companhias em incorporação de empreendimentos residenciais e comerciais de alta qualidade. Para garantir seu padrão de qualidade, os empreendimentos incorporados
reúnem o que há de melhor em termos de projeto. Tudo é cuidadosamente pensado para oferecer
imóveis amplos, confortáveis, seguros, valorizados e distintos.
Idealizada e criada no ano de 2004, a empresa é voltada para o desenvolvimento de idéias e projetos paisagísticos
e ambientais, tendo como tema principal a água e as práticas sustentáveis de tecnologias agrícolas de vanguarda que
abraçam a causa. A Itubanaiá atua não apenas na elaboração
de seus projetos ambientais, mas também na formação do
ser humano, entendendo que o homem é mais um componente da natureza, devendo interagir
no ecossistema.
ÍNDICE:
1 – O profissional e o jardim
2 – Ferramentas
3 – Manutenção de máquinas e equipamentos
4 – As plantas e as suas necessidades básicas
5 – Tipo de solo
6 – Calagem
7 – Adubação
8 – Compostagem
9 – Vermicompostagem
10 – Horticultura e produção de mudas
a céu aberto e em cultivo protegido
11 – Plantio de forrações de sol
12 – Plantio de forrações de sol e sombra
13 – Plantio de árvores e arbustos
14 – Manutenção de forrações
15 – Manutenção de gramados
16 – Manutenção de árvores e arbustos
17 – Poda de árvores e arbustos
18 – Transplante
19 – Plantio e manutenção de vasos
em cultivo protegido
20 – Controle de pragas e doenças
21 – Leitura de desenhos, mapas e
projetos paisagísticos
9
11
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27
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40
43
45
51
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63
69
71
75
77
83
88
91
95
MÓDULO
1
1
O PROFISSIONAL E O JARDIM
1.
2.
3.
4.
5.
O jardineiro e suas funções
Comportamentos profissionais
Atuações esperadas
Respeito, assiduidade e capricho
O jardim
O jardineiro e suas funções
Jardineiro é o trabalhador que cuida do jardim, de alguns locais próximos (horta, piscina, calçada), além
de fazer a zeladoria externa de uma casa. Muitas vezes, o jardineiro também faz o trabalho de encanador,
eletricista e pedreiro. É comum o responsável pelo jardim consertar um cano quebrado (encanador), desligar a energia quando se percebe um curto circuito (eletricista), ou assentar uma pedra do piso que saiu do
lugar, evitando alguns acidentes (pedreiro), entre outras atividades.
O jardineiro faz seus serviços sempre com calma, asseio e de forma organizada; está pronto a intervir
e ajudar em outros serviços, quando necessário. O bom profissional, além de cuidar das plantas, zela pelo
bem-estar das pessoas que habitam a casa, bem como dos animais de criação que vivem no jardim.
2 Comportamento
profissional
O bom jardineiro é aquele que é um profissional que age como pessoa especializada em
cuidar das plantas e à zelar por pessoas e por tudo que está próximo. Existem duas condições
que fazem o profissional do jardim, a primeira, é cuidar das coisas, como se fossem suas plantas
materiais, pessoas – familiares; e a segunda é sempre ser observador, observar as necessidades
das plantas e das pessoas.
3
Atuações esperadas
Geralmente, o trabalho do jardineiro é feito com a presença dos moradores da residência;
por essa razão, precisa ser discreto, causando o mínimo ruído possível. Por exemplo, quando
alguém estiver na piscina, é recomendável que o jardineiro trabalhe do outro lado da casa;
quando alguém estiver dormindo, o profissional jamais deve cortar a grama ou fazer outros
tipos de ruído.
4
Respeito, assiduidade e capricho.
O jardineiro trabalha com o que é bonito, limpo, organizado, portanto, é obrigação desse
profissional manter ferramentas e local de trabalho sempre limpos e organizados. O jardineiro
deve ainda colaborar com as pessoas para o bom andamento dos serviços, evitando envolver-se
9
em problemas alheios e fofocas.
O zelo com as ferramentas deve ser constante. É comum, por exemplo, deixar a enxada no
chão com o corte virado para cima durante o trabalho, o que pode causar um acidente do qual
tanto o jardineiro quanto outras pessoas podem ser vítimas, principalmente crianças.
Com o tempo, o profissional torna-se conhecido na vizinhança e surgem ofertas para fazer
outros serviços, os chamados “bicos”. Aos poucos, os bicos podem aumentar, mas o trabalho principal (jardim) não pode ser abandonado. No inicio, ninguém nota, mas com o passar das semanas,
o jardim vai-se deteriorando, o que pode ocasionar o desligamento (demissão) do profissional.
Além de cuidar do jardim, outras atividades estão ligadas ao trabalho do jardineiro: limpeza
de calhas, caixa d’água, canil e calçadas, manutenção de horta e piscina, inspeção do sistema
de drenagem, entre outras.
5
O jardim
No jardim urbano, que compreende o espaço de praças e parques, o jardineiro deve, além
das tarefas que lhe são próprias, agir como guardião do local, orientando as pessoas. As áreas
trabalhadas serão grandes e certamente haverá outros jardineiros. Assim, o trabalho em equipe
é essencial. Não pode faltar companheirismo, amizade e solidariedade.
No jardim rural, em chácaras, sítios e fazendas, o jardineiro deverá observar que, além de as
áreas serem maiores, alguns cuidados na preservação das criações e plantações devem ser seguidos. Imagine se você for fazer um jardim e encontrar um formigueiro de saúvas próximo do local.
Você então pega um pacote de formicida granulado e coloca no carreiro (caminho) das formigas.
Só que aquela vaca campeã de produção de leite na fazenda acha o formicida e come. Com certeza, a vaca irá morrer. Se não morrer, o leite do animal será contaminado. Esse foi um exemplo, mas
vários problemas podem ser evitados tomando-se cuidados simples, como, por exemplo, com o
uso e a armazenagem de objetos de seu uso no trabalho. O segredo para que o jardineiro execute
suas tarefas sem causar transtornos, prejuízos ou acidentes é observar, pensar e planejar.
10
MÓDULO
2
1
FERRAMENTAS
1. Tipos de ferramenta 7. Usos adequados e
2. Ferramentas de uso múltiplo profissional inadequados
3. Encabamento 4. Afiação
5. Manutenção
6. Ergonometria
Tipos de ferramenta
As ferramentas do jardim são classificas em três tipos: de impacto, de corte e de precisão. O
que muda de um tipo para o outro é a forma como o equipamento é usado e os cuidados necessários para cada um. Existem algumas ferramentas e materiais que não se enquadram nessa
classificação, mas que são muito úteis, como pulverizadores, equipamentos de proteção individual, garfo, gadanho, trena, caixa, copos para medida, balança e sacos vazios.
A) FERRAMENTAS DE IMPACTO – Precisam de força e, principalmente, velocidade no seu
uso. Por exemplo, ao usarmos um enxadão, devemos levantá-lo até a altura dos olhos; quando
ele desce, devemos aplicar um pouco mais de força para que a sua velocidade aumente. O que
faz com que ele penetre na terra é a velocidade da queda e não a força. São ferramentas desse
tipo: enxadão, chibanca, picareta, machado e pá curva.
B) FERRAMENTAS DE CORTE – Precisam estar sempre afiadas e com o corte impecável, já que
o seu uso não exige força. São ferramentas desse tipo: enxada, pá reta (vanga), facão, tesoura
de grama, tesoura corta-galhos, serrote, aparador de cerca viva, cortador de grama, sacho, enxadinha e motosserra.
C) FERRAMENTAS DE PRECISÃO – Em sua maioria, imitam o trabalho da mão do homem.
Também têm o corte impecável. São ferramentas desse tipo: canivete, tesoura de poda, serrote
curto (trapezoidal), plantador, espaçador, rastelo, firmino, vassoura (esses últimos sem corte).
Seu uso não necessita de força.
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Ferramentas de uso múltiplo
É muito comum encontrar jardineiros que usam apenas uma enxada, um facão e uma vassoura para o seu trabalho – o que é errado. Ao cavoucar a terra com a enxada, além de forçar a
ferramenta, o rendimento do trabalho cai, e a coluna do profissional é forçada, causando dores
nas costas ao final do dia. Cavar com a enxada também não é bom para o jardim, porque a enxada não penetra muito fundo na terra. Quando você corta um galho com o facão, quase sempre o
galho se racha, e a cicatrização daquela ferida é difícil e lenta, o que pode trazer doenças para a
planta. Se o facão foi usado para cortar terra, é ainda pior, porque ela pode trazer doenças para
o galho. Além disso, cortar a terra com o facão danifica o seu corte. O bom jardineiro é aquele
que tem um conjunto de ferramentas e as utiliza de maneira adequada, sem improvisar.
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3 Encabamento
A maioria das ferramentas tem cabo de madeira. Ao encabarmos uma ferramenta, devemos
atentar para três questões.
A) TAMANHO DO CABO – Cada ferramenta tem um cabo próprio, pois o seu tamanho interfere no rendimento do serviço e pode ocasionar dor nas costas. O cabo deve ser medido de acordo
com a altura da pessoa que vai usar a ferramenta. Para isso, usamos o seguinte método:
Enxada: o cabo estará na altura ideal, se ele tocar o queixo da pessoa que vai usá-la. Se for maior, será
muito pesado. Se for menor, a pessoa ficará arcada durante o trabalho, causando prejuízos à coluna.
Enxadão: o comprimento ideal do cabo é a distância entre o chão e o umbigo do jardineiro.
Vanga: o comprimento ideal é a distância entre o chão e o peito do jardineiro.
B) CUNHA – Para fixar o cabo na ferramenta, ele deverá ser rachado (fendido), e devemos bater vigorasamente com uma cunha de madeira. Nunca usar pedras, pregos e metais, pois eles saem com o tempo.
A cunha deve ser feita de madeira bem dura, para que não rache facilmente. O ideal é que seja ipê (piúva).
Nunca encabar uma ferramenta com o cabo úmido ou ainda verde, pois em poucos dias sairá do cabo.
C) ÂNGULO – Todos já ouviram falar em enxada “de pé” ou “deitada”. Isso se refere ao ângulo
que a lâmina forma com o cabo. Enxada deitada “corre” pela superfície da terra, enquanto enxada “de pé” afunda na terra. Já o enxadão deve ser sempre encabado “de pé”, pois deitado não
funciona. Conseguimos mudar a posição da enxada fazendo cavas na parte de cima do cabo
(frente) e na parte debaixo (atrás) da lâmina. Quanto mais cavamos, mais deitada ficará a enxada.
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Afiação
O rendimento no uso de uma ferramenta depende do seu corte. É preciso tomar alguns cuidados na hora de afiar (amolar) uma ferramenta de corte e precisão.
A) MATERIAL USADO – Podemos usar para afiar, pedras de amolar, limas e esmeril, quando o
corte é muito preciso, muito fino ou a ferramenta delicada, usamos a pedra, quando o corte é
grosso, usamos o esmeril lembrar que o esmeril, desbasta (desgasta) muito a lâmina e devemos
usá-lo sempre junto com água, para molhar ligeiramente lâmina, pois o esmerilhar produz calor
que “tira” a temperatura (a dureza) do metal.
B) LADO A SER AFIADO – Com exceção do machado e dos serrotes, que são afiados dos dois
lados, todas as outras ferramentas são afiadas somente de um lado. No outro lado, “acerta-se”
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o corte. Algumas ferramentas apontam qual lado deve ser afiado, como em tesouras, foices e
canivetes. Afiar significa diminuir a espessura das lâminas (afinar o corte). Em um canivete, por
exemplo, há um vazado para indicar o lado que deve ser afiado.
Depois de afiar um lado e acertar o corte do outro, devemos “quebrar o fio”, passando a pedra de afiar ou a lima várias vezes, dos dois lados, como faz o açougueiro com a faca e o fuzil.
Fuzil é um tipo de lima redonda, com dentes bem finos.
No caso da vanga e de outras ferramentas, para saber qual lado devemos afiar, basta simular
que estamos trabalhando. O lado que olhamos é o que deve ser afiado, e o outro é o lado em que
o corte deve ser acertado. Quase sempre, o lado a ser afiado é aquele que fica para cima (com
exceção de enxadas e enxadões). Nas tesouras de poda, apenas a lâmina cortante é afiada.
C) CUIDADOS – Muitos acidentes de jardim acontecem no momento de afiação das ferramentas. Algumas vezes, por descuido, no correr de pedras e limas. Outras, por pedaços de pedra ou de
metal lançados pelo esmeril contra os olhos, quando não se usam óculos de proteção. Há também
o estilhaçamento da lima, que ocorre quando se põe muita força no seu manuseio. A lima não se
quebra, pois é feita de um material muito duro, mas se estilhaça, e os pedaços podem atingir o
rosto do jardineiro.
5
Manutenção
As lâminas das ferramentas são de metal, e os cabos são de madeira. Seu principal inimigo é a
chuva (umidade), mas os adubos também enferrujam os metais. Por isso, é preciso sempre guardar
as ferramentas em local protegido; antes, elas devem ser lavadas, eliminando-se a terra ou outro
material. Deve-se também aplicar uma camada de óleo lubrificante ao guardá-las. Não havendo
óleo, pode-se esfregar tronco de bananeiras ou helicônias nas partes metálicas, pois impedem que
enferrujem. Nunca guardar máquinas ou ferramentas junto com adubos químicos ou orgânicos.
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Ergonometria
Os cuidados de afiação, manutenção e encabamento das ferramentas proporcionam maior
conforto ao jardineiro durante seu trabalho. Os tamanhos dos cabos proporcionam a postura
correta, e a afiação adequada favorece para que haja menor tensionamento dos músculos. Esse
conforto reflete-se no final do dia e na saúde ao longo dos anos.
O uso inadequado das ferramentas compromete a postura do físico do jardineiro. Por exemplo, quem é destro (trabalha com a mão direita) não pode usar tesoura de poda feita para canhotos. O contrário também é válido, pois, se um destro usar uma tesoura canhota, em pouco
13
tempo seus tendões e ligamentos da mão irão inflamar, causando dor.
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Usos adequados e inadequados
O que não se pode fazer com as ferramentas:
• Nunca cavar terra com enxada ou rastelo (ancinho).
• Nunca capinar com enxadão.
• Tesoura de poda não é alicate; portanto, não deve ser usada para cortar arame.
• Não use cabos curtos nas ferramentas, acreditando que assim serão mais leves e você trabalhará menos.
• Toda ferramenta deve ser bem afiada.
• Ao usar tesoura de poda, não fazer esforço para os lados.
• Facão é ferramenta que deve ser pouco usada no jardim.
• A vanga faz serviço superior ao enxadão e à chibanca.
• A pedra de afiar faz melhor serviço do que a lima.
• A lima faz um serviço melhor que o esmeril.
• Nunca abandonar as ferramentas em pé ou com o corte virado para cima.
• Nunca cortar raízes sujas de terra com tesouras ou serrotes.
• Todo jardineiro deve vacinar-se contra tétano.
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MÓDULO
3
MANUTENÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
1. Pulverizadores
2. Roçadeiras
3. Microtrator
1 Pulverizadores
São equipamentos constituídos de tanque, pistão, gatilho/regismo, mangueiras e bicos. Tanques e mangueiras não podem ter furos, e o gatilho deve estancar totalmente o fluxo de produto. Mais cuidados devem ser dados a bicos e pistão. Este último tem como manutenção apenas
a lubrificação dos reparos de borracha ou nylon. Para essa lubrificação, deve-se usar graxa ou
vaselina, lubrificando-se todo o embolo na parte interna e cuidando para retirar o excesso que
pode entupir filtros e bicos. A lubrificação deve ocorrer a cada 40 horas de uso. Mesmo fazendo
periodicamenthe a lubrificação, com o uso os reparos se desgastam, e o pulverizador perde a
eficiência, fazendo com que o trabalho seja prejudicado. Por isso, a cada lubrificação, deve ser
feito o teste para verificar se os reparos funcionam bem. Basta colocar um pouco de água no
tanque, manter o registro/gatilho fechado e bombar, dando pressão pouco maior que a de trabalho. Na última bombada, a haste de bombeamento deve ficar no alto. Aguarde um minuto e
observe se a haste se movimentou para baixo. Se isso ocorrer, os reparos devem ser trocados.
Os bicos devem estar sempre limpos, e a limpeza
deve ser feita com água. Nunca devemos assoprálos com a boca ou enfiar arames ou outro material
de ponta para limpá-los. Eles devem ser trocados a
cada 200 horas de uso e também ser bem apertados. Quando abertos, eles produzem gotas maiores
que são mandadas mais longe. O bico aberto pode
ser usado esporadicamente para uso em locais mais
altos, mas o jato é irregular.
Para aplicação de inseticidas e fungicidas, devem-se usar bicos que produzem jatos circulares. Já
para os herbicidas, bicos que produzem jatos retos.
O pulverizador deve ser constantemente lavado e
após cada pulverização, abastecido com um pouco de água (2 litros) e agitado. Essa calda deve ser
repulverizada nas plantas trabalhadas, e esse procedimento deve ser repetido mais duas vezes. Se,
depois disso, houver necessidade de mais limpeza, é necessária uma segunda etapa, colocando-se
algumas gotas de detergente. Essa água deve ser
descartada. Nunca usar cloro ou produtos químicos
dessa base, pois ressecam os reparos.
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2 Roçadeiras
As roçadeiras podem ser costais/laterais, de carrinho e movidas a energia elétrica ou gasolina.
- Costais/laterais elétricas – Não exigem muita manutenção; basicamente, sua conservação
consiste na afiação das lâminas, acoplamento perfeito, travamento dos plugues elétricos e lubrificação do rolamento do cotovelo da haste.
- Costais/laterais a gasolina: podem ser de dois tempos ou quatro tempos. A diferença é que
as máquinas de dois tempos usam óleo misturado a gasolina, e as de quatro tempos têm tanque
de óleo. Ambas têm vantagens e desvantagens.
2 tempos
4 tempos
gastam mais combustível
gastam pouco combustível
precisa-se adicionar óleo à gasolina
não necessita óleo na gasolina
mais potente
menos potentes
mais resistentes
menos resistentes
de maior manutenção
de menor manutenção
A manutenção básica dos dois tipos consiste na lubrificação do cotovelo da haste, afiação da
lâmina, limpeza de filtros de ar, limpeza do carburador e manutenção de velas. Essas máquinas,
principalmente as de dois tempos, são motivos de preocupação para o jardineiro, pois, quando
param, demoram horas para voltar a funcionar. Alguns cuidados são necessários para o bom funcionamento da máquina no dia seguinte.
• Usar a quantidade correta de mistura óleo/gasolina; para modelos 2T (dois tempos),
usar sempre o medidor. Misturas abaixo do recomendado diminuem a vida da máquina,
e misturas acima do recomendado causam muita fumaça e encharcamento da vela.
• Usar gasolina de boa qualidade, não aditivada, com pouco álcool e pouca água.
• Após o uso, esperar a máquina esfriar, retirar o combustível do tanque e fazer o motor funcionar, até acabar o combustível. Para isso, deve-se dar a partida novamente, até
queimar toda a gasolina.
• Trocar velas de acordo com a recomendação do fabricante. Queimar velas, lixar e deixar
no suco de limão são medidas paliativas.
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- De carrinho elétrica: sua manutenção consiste em manter em perfeito estado plugues elétricos e
lâmina afiada. No processo de afiação, é recomendada a retirada da lâmina do corpo da máquina, porque
isso evita acidentes. Na recolocação, certifique-se de que a lâmina foi montada no sentido correto e que os
parafusos de fixação foram bem apertados.
- De carrinho a gasolina: pode também ser de 2T e 4T. Sua manutenção e cuidados são parecidos com
as máquinas costais/laterais movidas a gasolina e não necessita de lubrificação do rolamento da haste.
Cuidar para não trabalhar em locais muito inclinados quando trabalhar com motor 4T, pois sua lubrificação
nessas condições é deficiente.
3 Microtrator
Tem todas as necessidades de manutenção das máquinas de carrinho a gasolina, somados à lubrificação de partes móveis (eixos, hastes) e ao abastecimento de água no radiador. A operação exige mais
cuidados de segurança do operador e de terceiros.
MÓDULO
4
AS PLANTAS E AS SUAS NECESSIDADES BÁSICAS
1.
2.
3.
4.
5.
Solo
Água
Luz
Nutrientes
Reconhecimento visual das carências
Você já parou para pensar de que é feita uma planta? É simples: quase tudo é água.e sais minerais. Tanto que, se queimarmos uma planta, a cinza que sobra é salgada, porque ali estão os sais
minerais. E de onde vêm esses sais minerais? Geralmente da terra, mas a planta os tira também do
ar e dos gases que nele se encontram.
Tudo o que a planta “come” é misturado em seu organismo. A luz solar funciona como uma cola
que fixa os nutrientes em seu organismo, produzindo o que os cientistas chamam de açúcar. Esse
modo de juntar água, ar, sais minerais com luz e produzir açúcar é chamado de fotossíntese. Você
deve estar perguntando: O que a planta come?
Lá vai: Das maiores para as menores quantidades: água (H2O), Gás Carbônico (CO2),
Nitrogênio(N), Fósforo(P), Potássio(K), Cálcio (Ca), Magnésio (Mg), Enxofre(S), Ferro (Fe), Manganês (Mn), Cobre (Cu), Zinco (Zn), Boro (B), Molibdênio (Mo), Cloro (Cl), , (Co).
Note que, após cada nome, há um símbolo. Como jardineiro, você deverá conhecer essas e outras letrinhas, pois os adubos são vendidos usando essas referências. Um dia, você já ouviu falar
num adubo N P K 04 -14 -08, mas não sabia o que era. É simples: significa que o adubo tinha, para
cada 100 gramas dele, 4 gramas de nitrogênio, 14 gramas de fósforo e 8 gramas de potássio.
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Flor de Victoria
Amazônica –
Primeiro dia da
Antese
1
Flor de Victoria
Amazônica –
Segundo dia da
Antese
Solo
Um boa terra é aquela que permite às raízes das plantas penetrarem facilmente, que o excesso de
água vá para baixo, que o ar passe e ainda que segure uma parte para a planta.
Você já se perguntou por que, quando vamos fazer um plantio, cavamos (revolvemos) a terra? Fazemos isso para deixá-la solta, fofa, cheia de poros, pois é nesses poros que os sais minerais (adubos)
ficarão; é por esses poros que a água e o ar circulam; é por esses “poros” que as raízes crescem.
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Bem, voltando ao corpo da planta, é importante então saber que todos ou quase todos os sais
minerais que o formam vêm do solo; assim, precisamos conhecer um pouco sobre o solo, sobre a água
e sobre a luz.
Se você olhar de frente para o barranco, verá que, conforme vai crescendo em profundidade, a
terra vai ficando mais clara, mais arenosa e mais pobre, havendo diminuição do número de raízes; em
contrapartida, é mais úmida.
Lembre-se de que, em função dessa forma do solo, as raízes das plantas superficiais são responsáveis por retirar os sais minerais (adubo) da terra, e as raízes mais fundas respondem por absorver água
e pela fixação da planta na terra.
2
Água
As plantas têm no seu corpo 60% (troncos) a 95% de água (frutos e folhas novas). Por exemplo, para produzir 1 kg de folhas de grama secas, o gramado gasta 600 litros de água. Para um
caule de Helicônia florescer após um ano, ela precisa gastar 400 litros de água; para produzir um
pé de alface, precisamos de 700 litros de água. Daí a importância da água. Ela auxilia:
• Na turgescência – Faz com que a planta fique firme, traz sustentação, flexibilidade e resistência contra a quebra.
• Nos trabalhos da planta – É responsável por transportar os sais minerais no solo e dentro
da planta, além de participar nas transformações.
• No armazenamento – A água é o depósito de sais minerais e açúcares.
• Transpiração – É a água que regula a temperatura da planta, e isso permite que a planta fique exposta ao sol sem se queimar. É a terra que, juntamente com as chuvas e as regas, controla
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a quantidade de água que vai para as plantas; então, devemos saber que algumas condições da
terra facilitam ou aumentam a água disponível. São elas:
A) PRESENÇA DE ARGILA – Quanto mais argilosa (vermelha), mais a terra segura a água, tornando mais difícil trabalhá-la.
B) POROSIDADE – Quanto mais porosa e mais fofa a terra, mais água ela segura.
C) MATÉRIA ORGÂNICA – Quanto mais esterco, húmus e substrato, mais água a terra segura.
Cada tipo (espécie) de planta possui uma necessidade de água, e é difícil definir qual é a quantidade exata para cada planta. De forma geral, as plantas de sol exigem menos água do que as
de sombra; plantas de folhas compridas são menos exigentes que as de folhas redondas; plantas
com folhas com pelos ou espinhos são menos exigentes que as de folhas lisas, plantas de folhas
pequenas exigem menos água que as de folhas grandes; plantas de folhas carnosas têm menores exigências de água do que as de folhas pouco espessas.
É importante ainda saber que, em duas fases da vida da planta, não pode faltar água: na
germinação e no florescimento. É difícil dizer quanto de água devemos dar às plantas, mas podemos fazer um exercício. Em São Paulo, chove no ano 1200 milímetros (mm); isso quer dizer
1200 litros de água para cada metro quadrado no ano. Se fizermos:
1200 l / 365 dias = 3,28 litros por dia
Vemos que todos usam aproximadamente de três a quatro litros de água por metro quadrado. A questão é saber de quanto em quanto tempo. Nunca devemos esperar pelos sinais que as
plantas nos dão, tais como: murchamento, enrolamento das folhas, encarquilhamento (diminuição do tamanho) e mudanças de cor (cor mais clara ou azulada) para iniciar a irrigação.
Um método é usar as plantas marcadoras e observá-las, pois elas sempre sentem a falta de
água primeiro. São elas: Maria-sem-vergonha, fazendeiro (picão branco), picão preto, caruru.
20
3
Luz
Cada planta requer uma quantidade de luz e não existe planta que viva sem luz; então, é
quase impossível uma planta viver dentro de casa. Saiba que dá pra contar nos dedos as plantas
que “vivem” muito tempo dentro de casa, sem luz. Para fabricar os açúcares, as plantas necessitam de luz, lembra-se?
CO 2 + H 2 O --------(Luz)--------- C 6 H 12 O 6 + O 2
Gás carbônico + água, em presença de luz = açúcar + oxigênio.
Podemos separar as plantas em três grupos, conforme a necessidade de luz:
A) PLANTAS DE SOL – Aquelas que precisam de no mínimo seis horas de luz por dia.
B) PLANTAS DE MEIA SOMBRA – Aquelas que toleram apenas o sol da manhã.
C) PLANTAS DE SOMBRA – Não toleram luz direta; não gostam, mas precisam de claridade.
Lembre-se de que, quando for plantar qualquer planta, estas têm suas preferências por sol ou
por sombra. Quando o jardim tem um projeto, cada planta tem seu lugar determinado, segundo
a necessidade de luminosidade. De forma geral, plantas de folhas fixas e com flores coloridas
são de pleno sol; plantas de folhas grossas, grandes ou folhas coloridas são de sombra. Devemos preocupar-nos com a luz que a planta receberá não só na hora de plantar, mas também na
condução (manejo) do jardim. É importante pensarmos nisso.
Se você podar uma árvore frondosa e embaixo dela existirem plantas rasteiras (forrações),
qual deveria ser a atitude correta? O certo seria, antes de realizar a poda, retirar a forração; depois que a árvore brotasse novamente, fazer o replantio da forração.
4
Nutrientes
Assim como nós, a planta alimenta-se de diversos nutrientes. Nós comemos arroz (carboidrato = energia), carne (proteínas= reguladoras do funcionamento), batata (amido = reserva)
etc. Já a planta come sais de Nitrogênio (N), Fósforo (P), Potássio (K), Cálcio (Ca), Magnésio (Mg),
Enxofre (S), Ferro (Fe), Boro (B), entre outros. São, ao todo, dezoito itens; cada um tem uma função na planta:
• Nitrogênio: forma toda a parte verde da planta e as proteínas.
• Fósforo: responsável pelo crescimento das raízes, pela floração e frutificação.
• Potássio: proporciona resistência ao frio, à seca, ao ataque de pragas e doenças, ao quebramento etc.
• Cálcio e Magnésio: responsáveis também por proporcionar resistência e pelo melhor aproveitamento da alimentação da planta.
• Enxofre: responsável pelo crescimento da parte verde das plantas.
21
• Outros (Fe, B, Zn): são também chamados micronutrientes, porque as plantas os absorvem em quantidades muito pequenas. Têm a função de regular o funcionamento da planta. São como as vitaminas compradas
em farmácia.
Mo
Fe Co
B Cu
Ca
Mg
LUZ
H2O
Zn
S
N
Todos esses sais minerais estão no solo, geralmenK
te de forma equilibrada, mas quando algum deles está
abaixo do que a planta precisa, ela não consegue deP
senvolver-se. Daí usarmos adubos, tanto os químicos
quanto os orgânicos. Sua função é equilibrar a quantidade de sais minerais no solo. Uma adubação inteliBarril de
Nutrientes:
gente é aquela que repõe os elementos minerais que
Lei do Mínimo
estão em falta. Em nada adianta adicionarmos os outros
elementos, se o sal mineral limitante não tiver seu nível
elevado. Os solos do Brasil, normalmente, são pobres em fósforo, cálcio e magnésio, e ricos em
ferro, alumínio e manganês, que, por vezes, existem em quantidades tão grandes que chegam
a ser tóxico para as plantas.
5
Reconhecimento visual das carências
Seguem algumas dicas que as plantas nos dão para que facilmente se saiba qual nutriente
está em falta. Com um pouco de treino, ao olhar as folhas fica fácil saber:
•
•
•
•
•
•
•
•
22
Folhas velhas secam e folhas novas são amareladas – Nitrogênio.
Folhas ficam em tom vermelho e marrom – Fósforo.
Folhas ficam enroladas – Micronutrientes.
Planta fica cheia de brotos –Micronutrientes.
Planta não cresce mesmo quando adubada – Cálcio e Magnésio.
Planta quebra facilmente e é muito atacada por pragas – Potássio.
Flores não vingam – Fósforo.
Frutos racham e caem – Potássio.
MÓDULO
5
1
TIPO DE SOLO
1. Cor e textura
2. Preparo do solo
3. Análises da fertilidade do solo
Cor e textura
Você pode não acreditar, mas a terra é viva, e tem movimento. Lá dentro, vivem pequenos
animais (microfauna) e pequenas plantas (microflora). No solo, se movimentam água, ar e sais
minerais; além disso, o solo concentra energia funcionando como um ímã que tem poder de
reter a água e os sais minerais, o que faz com que o solo seja fértil. Entre outros elementos, ele
é composto pela combinação de argila, areia e matéria orgânica.
Argila – É o que dá cor vermelha à terra;é uma substância muito pequena, toda furada por
dentro, parecendo que é formada por escamas empilhadas. A água e os minerais entram no
meio dessas escamas e ali ficam guardados, por isso, é rica. É muito pegajosa e gruda em tudo;
por isso, quando molhada, é difícil ser trabalhada e compactada; “pila” com facilidade.
Areia – É o resultado da quebra das pedras. É dura, tem as paredes lisas e não segura água
nem nutrientes; por isso, é pobre. Quase sempre, tem cor amarela e seca com facilidade. É fácil
de ser trabalhada.
Matéria orgânica – É formada pelos restos de plantas e animais e tem muitos minerais na
sua composição. Apresentam aspecto de esponja e tem muitos poros, o que deixa a terra solta
e fácil de ser trabalhada. Guarda, além dos nutrientes, muita água. A cor da terra pode dizer-nos
se ela é boa (fértil). Podemos ter:
A) TERRA PRETA – Rica em matéria orgânica, algumas vezes é ácida.
B) TERRA VERMELHA – Tem muita argila, muitos nutrientes, mas é compacta, “pila” muito facilmente.
C) TERRA CINZA – Fica sempre inundada. É rica, mas apresenta problemas de acidez.
D) TERRAS AMARELAS – têm muita areia. São pobres em P, K e micronutrientes.
Perfil de solo
extraído de
Campo de Golfe
23
2
Preparo do solo
Já vimos que cavamos o solo para deixá-lo mais poroso e “fofo”, o que facilita o crescimento
das raízes, a circulação da água e do ar e também a retirada dos nutrientes pela planta. Existem
duas obeservações a se fazer quanto ao preparo do solo e ao revolvimento da terra.
A) A QUE PROFUNDIADE CAVACAR?
É difícil definir um padrão, mas pense que a profundidade ideal a cavacar deve ser aquela
que as raízes atingirão no final do crescimento. É fácil notar quando se planta alface, pois suas
raízes chegam no máximo a vinte centímetros. Mas é impossível mensurar a profundidade certa
para uma árvore, por exemplo.
FUNDURA A CAVACAR
IMPOSSÍVEL
CAVACAR NESSA
FUNDURA
B) ELIMINAÇÃO DO MATO – Normalmente, é feito com enxada. Se, no terreno, existem ervas daninhas, seu controle deve ser feito com ajuda de produtos químicos, os herbicidas.
Para cada erva ou grupo delas, é recomendado produto comercial diferente.
• Tiriricas – Sempra ou Fusidade.
• Alho bravo e Trevos – DMA ou Tordon.
• Capim Napier, Capim Colonião, Grama Seda, Cladólio, Losna Gramas, Glyphosate ou Round up.
C) ANÁLISE DO SOLO – Exame de laboratório que analisa as quantidades de todos os sais
minerais que existem no solo. É parecido com o exame de sangue pedido pelo médico.
D) APLICAÇÃO DE CORRETIVOS – Após o resultado da análise, fazemos uso dos minerais
que faltam para atingir o equilíbrio dos elementos no solo. No próximo item, veremos
mais sobre a análise dos solos e as correções.
24
Preparo de solo
pra plantio de
flores anuais
3
Análises da fertilidade do solo
Nem toda terra é boa para todas as plantas. Cada solo é mais adaptado a um tipo específico de
planta. É difícil, num jardim ou numa horta/pomar, deixar a terra boa para todo tipo de planta; já
no plantio em vasos, é mais fácil acertar a quantidade (fertilidade) da terra.
Temos dois métodos para avaliar a fertilidade dos solos:
A) VISUAL - Além da cor da terra, podemos avaliar sua fertilidade pelas espécies de ervas daninhas que nela se desenvolvem.
Em terras pobres e com baixos teores de sais minerais e ácidos, normalmente predominam:
• Retirada do entulho
• Eliminação do mato – química ou manual
• Análise do solo
• Aplicação de corretivos: plantas de folhas finas e compridas amareladas, de pontas secas,
com muitos brotos, enfezadas, com raízes em grandes quantidades e curtas, normalmente são
capins, como sapé, barba de bode, rabo de burro, braquiárias, samambaias e trevos.
Em terras ricas e com altos teores de sais minerais, crescem plantas de folhas arredondadas e
com raízes bem distribuídas. São indicadores de terra boa: fazendeiro, mentruz, beldroega, serralha, picã, rubi, carvorana e caruru.
B) ANÁLISE DE SOLO – É um método totalmente seguro e eficiente, pois fornece dados das
quantidades dos elementos maléficos e benéficos que podem ser retirados pela planta da terra, oferecendo orientação para correções e adubações. O primeiro passo para uma análise de solo deve ser
a retirada das amostras com um balde limpo e uma vanga. Você deve retirar a terra pelo menos em
cinco pontos do terreno. Em cada ponto, deve ser feita uma limpeza prévia do mato; depois, retirase um “bife” de terra, até vinte centímetros de profundidade. Tomar cuidado para não tirar terra dos
locais que possam ter algum problema, como formigueiros, cupinzeiros, montes de lixo, masseiras
etc. Você deve observar que, toda vez que muda o declínio, a terra muda. E que, toda vez que muda
a cor da terra ou as ervas que nascem, as amostras devem ser independentes.
25
Após coletar cinco sub-amostras, que devem ser bem misturadas, você deve coletar mais ou
menos 500 gramas (meio quilo), embalar e mandar ao laboratório. Peça para que o resultado venha acompanhado das recomendações de correção e adubação, informando ao laboratório o tipo
de planta que você planeja plantar.
Se você não pedir a recomendação junto com o resultado, receberá um papel com muitos
números e terá que levá-lo a um agrônomo para fazer a leitura. De forma simples, dá pra você
mesmo saber ao menos se sua terra é boa ou ruim. Basta olhar o resultado da coluna que mede a
saturação em bases ou %V. Se o seu solo tiver %V maior que 50%, você já tem uma terra boa. Se
for superior a 70% sua terra é muito boa.
Se você não pedir a recomendação junto com o resultado, receberá um papel com um monte
de números, que terá que levar para um agrônomo para que ele possa fazer a leitura.
De forma simples, dá pra você mesmo saber ao menos se sua terra é boa ou ruim, basta olhar
o resultado duma coluna que mede a saturação em bases ou %V, se seu solo tiver %V maior que
50%, você já tem uma terra boa, se for superior á 70% sua terra é muito boa.
26
CALAGEM
MÓDULO
6
1
1. Acidez
2. Índice de pH
3. Corretivos da acidez
4. Dosagem
5. Forma de aplicação
6. Épocas de Aplicação
Acidez
Você já deve ter ouvido falar de acidez. Tudo que existe na terra é ácido (azedo), ou é alcalino
(se parece com soda). Quando o solo está muito ácido, as plantas têm dificuldade para crescer,
porque elas não conseguem alimentar-se corretamente e absorver os elementos minerais, o que
dificulta o seu desenvolvimento. É como se houvesse veneno no solo e as raízes não conseguissem retirar da terra os sais. De forma um pouco mais técnica, um solo ácido caracteriza-se pela
pouca quantidade de cálcio e magnésio e pela alta quantidade de hidrogênio, ferro, alumínio e
manganês. Ao invés de a planta absorver Ca e Mg, ela absorve Fe, Al, Mn.
2
Índice de pH
O pH é uma medida que mede a facilidade ou a dificuldade da planta retirar da terra os minerais, têm a seguinte variação:
Faixa ideal para o desenvolvimento
da maioria das plantas
0
6,5
+ ácido
14
7
+ alcalino
A grande maioria das plantas prefere desenvolver-se no pH entre 6,5 e 7. Algumas poucas
preferem solos ácidos, como os rododendrons, éricas, jasmim, primaveras, camélias e hortênsias. Esta última tem características bem particulares. Se o solo for ácido, suas flores são azuis;
e se o solo for alcalino, as flores serão cor-de-rosa. A escala de pH mede a dificuldade que a
planta tem de retirar os nutrientes do solo. É preciso saber que, a cada ponto na escala, a dificuldade é multiplicada por dez; assim, em um pH 6,0, a planta tem dez vezes mais dificuldades
de alimentar-se do que num pH 7,0. Em um pH 5,0, a dificuldade é 100 vezes maior que no pH
7,0. Falando de outra forma: no pH seis, precisaríamos colocar dez vezes mais adubo do que no
pH sete para obter o mesmo efeito. Num pH cinco, precisaríamos colocar cem vezes mais adubo,
e assim por diante.
27
disponibilidade
do nutriente
P
N, S
B, Cu, Fe, Zn e Al
K, Cae Mg
4
5
6
7
8
PH
Pelo gráfico, vê-se que no pH 4 o B, Cu, Fe, Zn e Al, são muito disponíveis e os outros (P,N.S,K,Ca,Mg) são
pouco disponíveis, já que o pH 7 a situação é contraria.
Você sempre deve ter em mente, de que em nada adianta adubar a terra se o pH estiver ácido.
3
Corretivos da acidez
Para corrigir o problema do veneno causado pela acidez da terra, é necessário aumentar a quantidade de Ca e Mg do solo. Para isso, existem vários produtos.
Teor de Ca e Mg
Ca
Mg
Calcáreo Calcítico
45%
3%
Calcáreo Dolomítico
30%
20%
Cal Agrícola
35%
25%
Cinza de Madeira
20%
5%
Produto
Calcáreo Magnesiano
A eficiência de um produto usado para corrigir a acidez depende da concentração de cálcio e magnésio e da sua granulometria (finura), pois, quanto mais fino for o material, mais rápida será a reação
química. Assim, da união da soma de cálcio e magnésio com a finura do pó, nasce o poder de neutralizar
a acidez. Todo produto comercial expressa esse índice, que é chamado de PRNT e deve ser próximo de
100%; isso significa que todo corretivo usado é efetivamente gasto.
4
Dosagem
O grande problema é definir a quantidade correta de calcário que deve ser utilizado. Quando a
análise de solo for feita com recomendação, fica fácil, pois lá encontramos instruções sobre a dosagem de quilos por metro quadrado (kg/m²). O máximo a ser colocado gira em torno de 500g/m², e o
mínimo perto de 100g/m². O fator determinante é a acidez da terra que você está trabalhando.
Se você não tiver uma análise em mãos, observe o tipo de mato que nasce. Nascendo trevos,
samambaias ou sapés, coloque 500g/m². Se nascerem ervas daninhas “boas”,(caruru, fazendeiro,
28
mentruz), use 100g/m² . Um grande problema é medir a quantidade, pois toda recomendação é
em g/m², e você não terá uma balança no jardim para resolver esse problema. Há três meios.
A) “MÃOZADA” – É comum o jardineiro usar a mão como medida para fazer esse cálculo, mas esse método apresenta alguns problemas. Primeiro, porque as mãos são diferentes; e segundo, porque, dependendo da posição em que você fecha a mão para formar uma concha, pode caber mais ou menos quantidade
do produto; o terceiro é que cada produto tem um peso diferente. Uma “mãozada” de calcário pesa, em
média, 600g; já uma “mãozada” de NPK 06-26-12 pesa, em média, 450g; uma mãozada de uréia pesa mais
ou menos 300g. O calcário tem densidade perto de 1,4 kg/l. Ou melhor, cada litro de calcário pesa um quilo
e quatrocentos gramas. Se você jogar calcário na água, ele afunda, pois é mais pesado do que a água.
B) PESAR PREVIAMENTE UMA MEDIDA – Vamos dizer que você precisa achar uma medida de
cerca de 350 gramas de calcário. No depósito do jardim, há latas velhas, e você escolhe uma de extrato
de tomate. Nesse caso, basta enchê-la de calcário e levá-la até um comércio onde existir uma balança
e pesá-la. A lata de extrato cheia pesará mais ou menos 720 gramas; assim, basta preencher de terra
apenas a metade da lata que você terá 350 gramas de calcário.
C) USAR A CABEÇA – Com a ajuda da matemática, podemos resolver muitas questões. Por
exemplo, no depósito do jardim, há dois tipos de copos plásticos, esses que usamos para beber
água. Em um, cabem 200 mililitros (ml) de água; no outro, 250 ml. Temos o volume do copo e
sabemos a densidade do calcário. Agora, basta fazer uma regra de três, que é uma conta feita
quando se quer achar a relação de quatro medidas que pertençam a dois grupos.
Se 1 litro de calcário pesa 1,4 quilos (mil e quatrocentos gramas)
0,2 l pesa quantos quilos?
É só fazer as contas cruzadas.
1 litro – 1,4 kg
0,2 litro (200 ml) – Y
1Y = 1,4 x 0,2
Y = 0,28 kg
Y = 280 gramas
Se 1l de calcário pesa 1,4 quilos
0,25l (250 ml) pesa quantos quilos?
1 litro - 1,4 kg
0,25 litro (250 ml) - Y
1Y = 1,4 X 0,25
Y = 035 kg ou 350g
350g é o que precisamos.
O modo “C” pode parecer mais trabalhoso, pois, para obtermos o resultado correto, precisamos fazer uma ou duas regras de três, mas, em contrapartida, você não gastará corretivos a
mais ou a menos, o que aconteceria com a mãozada (modo “A”), e não teria o trabalho de ir ao
mercado ou padaria pedir para usar a balança (modo “B”). Lembre-se de que a regra de três vai
ser importante para toda a vida. Para calcular adubos, defensivos, mudas, trabalho, salário etc.
29
5
Forma de aplicação
Todo corretivo deve ser muito bem misturado em toda a terra que as raízes das plantas usarão. Para isso, é recomendável que o corretivo seja espalhado sobre o solo antes do preparo.
Com o cavacamento, o material será misturado por igual. Em plantas já instaladas, devemos
colocá-lo sobre a terra, porque, aos poucos, o corretivo se dissolverá e penetrará no solo.
6
Épocas de aplicação
Para que o corretivo funcione adequadamente ele precisa sofrer algumas reações químicas para
se dissolver. É um processo demorado e utiliza água; por isso, em épocas de chuva, a ação é mais
rápida. No jardim, como temos necessidade de plantio rápido, devemos sempre trabalhar com produtos de ação mais rápida, como cal agrícola, calcário dolomítico e cinzas, que, em 60 dias, terão
feito sua ação. Produtos como o calcário calcítico têm ação lenta e levam meses para agir.
Calagem
MÓDULO
7
1
ADUBAÇÃO
1. Definição de adubo 7. Época de adubação 2. Adubos químicos
3. Adubos orgânicos 4. Tipos e composição dos adubos
5. Doses de adubo
6. Formas da aplicação
Definição de adubo
Adubo é todo produto que quando colocado no solo, tem o poder de nutrir a planta, proporcionando seu bom desenvolvimento. Existem vários tipos de adubo: químicos, orgânicos,
mistos, foliares, solúveis, de lenta liberação, quelatizados etc.
Antes de utilizar um adubo, devemos conhecê-lo muito bem, pois o uso incorreto causa desperdício de dinheiro, polui a terra e polui águas; muitas vezes, matam as plantas.
30
2
Adubos químicos
Têm basicamente duas origens: ou são rochas moídas, ou vêm do petróleo. São sais muito
concentrados; por isso, o uso errado “queima” as plantas. Têm ação muito rápida, pois os sais
estão “prontos” para serem absorvidos pelas plantas.
3
Adubos orgânicos
Têm origem nos resíduos produzidos por animais e vegetais. São normalmente ricos em húmus. Podem ser estercos, compostos, substratos ou resíduos de agroindústrias.
Ao compararmos as características de adubos químicos e orgânicos, teríamos:
4
Químico
Orgânico
Absorção rápida (horas, dias)
Absorção Lenta (dias, semanas)
Efeito residual por semanas ou meses
Efeito residual por anos
Perdem-se por lavagem (lixiviação)
Dificilmente são lixiviados
Perdem-se por evaporação
(volatilização)
Aumentam a acidez da terra
Dificilmente são volatilizados
Prejudicam microfauna e
microflora da terra
Beneficiam microfauna e
microflora do solo
Produtos baratos
Produtos caros
Fácil utilização
Difícil utilização
Excesso é prejudicial
à planta e ao solo
Excesso não é prejudicial
à planta e ao solo
Não deixa o solo poroso
Deixa o solo mais solto e poroso
Usado em qualquer época
da vida da planta
Usado preferencialmente no plantio
Diminuem a acidez da terra
Tipos e composição dos adubos
Existe uma infinidade de tipos de adubos ou de misturas possíveis que podem ser divididos em:
A) ADUBOS SIMPLES – Não receberam misturas e vêm quase sempre de rochas, petróleo ou orgânicos.
31
São matérias-primas para fazer os adubos compostos:
Tipo de adubo
32
Nutriente esxistente
Amônia Amidria
%N
82
%P2O5
-
%V2O
-
Sulfato de Amônia
20
-
-
Nitrato de Amônia
34
-
-
Uréia
45
-
-
Termofosfato Magnesiano
-
18
-
Superfosfato Triplo
-
47
-
Fosfato de Amônia
18
46
-
Cloreto de Potássio
-
-
60
Sulfato de Potássio
-
-
50
Nitrato de Potássio
13
-
46
Tortas Vegetais
(mamona, algodão, etc)
Farinha de Sangue
5
8
3
4
6
8
Esterco de Galinha
3,5
6
8
Esterco de Coelho
3,5
6
7
Esterco de Frango
3
5
4
Esterco de Porco
2
2
3
Esterco de Cavalo
2
2
3
Esterco de Gado
1,5
2
3
Húmus Minhoca
1,5
2
3
Composto Orgânico
1,5
2
3
Substrato
depende do
fabricante
depende do
fabricante
depende o
fabricante
B) ADUBOS COMPOSTOS – São aqueles em que varias matérias-primas foram misturadas,
para que obtenhamos um adubo completo, balanceado, com vários sais minerais necessários á
planta. Os mais comuns, são os populares NPK.
06 - 26 -12 (6% de nitrogênio, 26% de fósforo, 12% de potássio).
Adubo usado no plantio, fase em que as plantas absorvem pouco nitrogênio e muito fósforo.
15 – 05 – 15 (15% de nitrogênio, 5% de fósforo, 15% de potássio).
Adubo utilizado em cobertura (+- 30 dias após o plantio) época em que a planta absorve
muito nitrogênio e pouco fósforo.
Os adubos ainda podem ser de liberação controlada, onde cada grânulo, é revestido com
uma espécie de cerâmica que só libera os nutrientes, quando a umidade do solo alcança 70% e
a temperatura está acima de 20ºC.
5
Doses de adubo
É muito difícil ter uma regra geral para adubação, pois a quantidade depende do tipo de
planta, da época do ano e do tipo de adubo que vamos utilizar.
Como regra básica, a adubação divide-se em duas etapas: plantio ou manutenção (cobertura).
A) ADUBAÇÃO DE PLANTIO – Mistura-se o adubo na terra do canteiro ou na terra da cova,
sempre em relação ao volume de terra que vamos cavoucar ou do tamanho da cova. Em um
canteiro de 10 cm de profundidade, teríamos:
5 litro por metro quadrado (l/m²) de húmus de minhoca,
30 grama por metro quadrado (g/m²) de superfosfato simples,
20 g/m² de cloreto de potássio.
Quando você cava a 10cm de profundidade, em cada metro quadrado você revolve 100l de
terra; então, para adubar esses 100l, o gasto foi o acima; se você vai cavar 20cm, o volume de
terra revolvido é de 200l; assim a quantidade de adubo é o dobro. Fazendo um quadro, temos:
Fundura (m)
Adubo a utilizar
10cm = 0,1m = 100l
5l
Superfosfato
simples
30g
20cm = 0,2m = 200l
10l
60g
40g
30cm = 0,3m = 300l
15l
90g
60g
40cm = 0,4m = 400l
20l
120g
80g
50cm = 0,5m = 500l
25l
150g
100g
Húmus
Cloreto de
potássio
20g
33
O problema é quando o plantio deixa de ser canteiro e passa a ser cova, pois, seguindo o
mesmo pensamento, precisamos calcular o volume de uma cova.
O volume da cova (cubo) é feito multiplicando-se um lado pelo outro e ainda pela profundidade (volume= Lado x Lado x Altura), tomando-se o cuidado de sempre multiplicar as unidades em
metros, o resultado sairá em metro cúbico (m3).
Então o volume da cova de 30 cm x 30 cm x 30 cm seria:
0,3m x 0,3m x 0,3m = 0,027 m 3 .
Lembra-se da regra de três? Podemos usá-la para transformar m3 em litros:
1m3 1000l
0,027 m 3 X
X= 27l
Outro jeito é multiplicar o resultado encontrado por 1000.
34
Agora quanto seria o volume de uma cova de 40 cm x 40 cm x 40 cm?
Volume = Lado x Lado x Altura
Volume = 40cm x 40cm x 40cm
Volume = 0,064 m³
Para transformar m³ em volume, basta multiplicar por 1000 assim: 0,064 x 1000 = 64l.
Se fizermos um quadro para achar a quantidade de adubo com covas de vários tamanhos,
teríamos:
Volume
Tamanho da cova de terra
cavocado
(l)
Adubo a utilizar
Húmus
Superfosfato
simples
Cloreto de
potássio
0,3m X 0,3m X 0,3m
27
1,35l
8,1g
5,4g
0,4m X 0,4m X 0,4m
64
3,2l
19,2g
12,8g
0,5m X 0,5m X 0,5m
125
6,25l
37,5g
25g
0,6m X 0,6m X 0,6m
216
10,8l
64,8g
43,2g
0,7m X 0,7m X 0,7m
343
17,15l
102,9g
68,6g
0,8m X 0,8m X 0,8m
512
25,6l
153,6g
102,4g
0,9m X 0,9m X 0,9m
729
36,45l
218,7g
145,8g
1m X 1m X 1m
1000
50l
300g
200g
Olhando o quadro, você vê que a quantidade de adubo é proporcional ao tamanho da cova.
Note que uma cova de 1m x 1m x 1m é como se tivéssemos um canteiro onde cavássemos a um
metro de profundidade. Assim, as quantidades de adubo foram achadas com regras de três e
com base na adubação do canteiro de 10cm de onde revolvemos 100 litros de terra.
Para o Húmus:
Quando revolvemos 100 l, usamos usamos 5l de Húmus.
Quando revolvemos 27 l, usamos x (l de húmus).
X= 1,35l de húmus
Para o Superfosfato simples:
Quando revolvemos 100 l, usamos 30g de superfosfato.
Quando revolvemos 27 l usamos x g de superfosfato.
X= 8,1 gramas de superfosfato
35
Outro problema comum, quando vamos adubar, é o de não encontrarmos o adubo desejado
no comercio, tendo que usar um substituto. Digamos que você vai plantar uma árvore e, para
isso, abriu uma cova de 1m x 1m x 1m. Consultando a tabela na hora de colocar o superfosfato
simples, você conatatou que tinha o superfosfato triplo, que é mais concentrado. Como você
resolveria quantos gramas colocar na cova?
Superfosfato Simples = 20% de fósforo
Superfosfato triplo = 47% de fósforo
Quantidade nova =
Quantidade nova =
Quantidade original X Concentração original
Concentração Nova
300 g X 20% 47%
Quantidade nova = 127,66 gramas
Observe que a quantidade nova é menor que a quantidade original, porque o superfosfato
triplo é mais concentrado. Se o método para achar a nova quantidade fosse pela regra de três,
a conta teria dado errado, porque a regra de três teria que ser invertida.
B) ADUBAÇÃO DE COBERTURA – É aquela feita quando a planta está em desenvolvimento e já
formou raízes. Deve-se respeitar a fase da vida da planta, principalmente no que se refere ao tipo
de adubo usado. Normalmente, são usados adubos químicos devido a sua forma de aplicação.
6
Formas de aplicação
Como regra geral, os adubos orgânicos são aplicadas antes do plantio. Após a planta germinada, ou a muda “pega”, é quase impossível fazer adubações com adubos orgânicos, a não ser
que formem “bolsas” na projeção da copa das plantas.
Você deve estar perguntando: Por que não posso colocar adubo orgânico sobre a terra? Muito simples: primeiro, porque ele se perderá quase todo, sendo “queimado” pelo sol; segundo,
porque as raízes, percebendo o adubo na superfície, subirão em direção a ele, tornando seu
sistema radicular superficial. Toda planta com raízes pouco profundas é sensível a secas e ao
ataque de pragas e doenças.
36
A adubação de plantio deve ser feita, colocando-se os adubos tanto orgânicos, como químicos
de plantio, o mais fundo possível, incentivando as raízes á “descerem” á sua procura.
Nos canteiros, deve-se misturá-los bem. Já nas covas, devem ser colocados no fundo, misturados com a terra da superfície (preta e vermelha) de melhor qualidade, assim:
Os adubos de cobertura, são aplicados á lanço, procurando distribuí-los em área total, já nos
arbustos e árvores, o interessante é fazê-lo na projeção da copa.
Toda adubação deve ser seguida de irrigação/rega.
37
7
Época de adubação
Devemos tomar cuidado com a época em que se faz a adubação, principalmente aquelas de
cobertura, pois uma adubação errada pode comprometer a vida da planta.
Lembremo-nos de que cada elemento dos nutrientes principais é responsável por uma tarefa: o nitrogênio forma as partes verdes das plantas e é responsável pelo crescimento; o fósforo,
pela formação das raízes, flores e frutos; o potássio é responsável pela resistência.
Vamos pensar em duas plantas diferentes e como funciona seu ciclo:
preparação dos botões
florescimento
Jan
Fev
Mar
florescimento
paralisia
Abr
Mai
brotação/crescimento
crescimento
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Azaléia
florescimento
Nov
Dez
Helicônia
Jan
meses
Pensando na azaléia, a adubação deve seguir a seguinte regra:
• De fevereiro a julho, rica em fósforo – preparo das flores.
• De julho a setembro, rica em potássio – devido ao desgaste da floração.
• De setembro a janeiro – rica em nitrogênio – brotação/crescimento,
Para a helicônia
• De julho a novembro – nitrogênio.
• De novembro a março – fósforo.
• De março a julho – potássio.
O que aconteceria, se as adubações fossem trocadas, por exemplo para a azaléia:
• De fevereiro a julho – nitrogênio.
• De julho a setembro – fósforo.
• De setembro a janeiro – potássio.
Certamente, não floresceria e teria todas as suas funções (metabolismo) alteradas e ficaria
mais sensível ao ataque de pragas e doenças, ou a frio.
É muito comum os jardineiros usarem a uréia como único adubo. Afirma-se que a uréia faz
com que as plantas fiquem verdes, o que é verdade, mas não haverá flores nesse jardim; quando
o inverno chegar, as doenças serão visíveis, e a recuperação, na primavera, muito lenta. Um bom
jardineiro tem a sua disposição quatro ou cinco tipos de adubos diferentes, para que ele possa
fazer a adubação certa, na hora em que a planta precisa.
38
Fertirrigação.
Maquina dosadora
de adubo na linha
de irrigação
Fertirrigação.
Maquina dosadora
de adubo na linha
de irrigação
39
MÓDULO
8
1
COMPOSTAGEM
1. Definição 7. Aeração 2. Tipos de compostagem 8. Ponto de Utilização 3. Épocas do ano 4. Materiais a utilizar 5. Formatos das Pilhas
6. Hidratação
Definição
Todo material orgânico resíduos agroindustriais, resíduos vegetais, estercos animais etc.
deve, antes de ser usado fermentado ou curtido, deve sofrer transformações (químicas e microbianas), para que os nutrientes possam ser absorvidos pela plantas. Esse processo é chamado compostagem e deve ser feito longe do contato das plantas, pois, se for feito próximo das
raízes, trará deficiência de nutrientes, podendo matar as plantas de “fome”. O fato de “secar” o
esterco ou as tortas não resolve o problema, apenas torna o processo mais lento.
2
Tipos de compostagem
Existem dois tipos básicos de compostagem: aquela feita por microorganismos (fungos e
bactérias que precisam do ar para viver processo aeróbico) e a que pode ser realizada sem que
os microorganismos precisem de oxigênio (anaeróbico)
O processo aeróbico é mais rápido e produz um composto de melhor qualidade.
3
Épocas do ano
A melhor época para a compostagem é a primavera/verão, pois, nessa época, temos
temperatura mais alta e chuvas, e a umidade do ar aumenta. Nessas estações, o tempo de
fermentação costuma ser a metade do que ocorre no inverno.
4
Materiais a utilizar
Todo material orgânico pode ser utilizado: estercos, tortas, serragem, cascas, folhas etc.,
desde que sua origem seja animal ou vegetal. Deve-se cuidar para que os materiais não tenham
contaminantes, como óleos, tintas, metais, ácidos, sodas ou qualquer outro produto químico.
Restos de alimento são problemáticos, porque atraem ratos. Quanto mais fino for o material,
mais rápida será a decomposição.
Existem alguns produtos que ajudam ou abreviam o tempo da fermentação. São eles:
• Fermentos próprios
• Bokashi
40
• Compostos já fermentados e substratos
• Terra preta (orgânica)
• Adubos nitrogenados e fosfatos
• Calcário
5
Formato das pilhas
O ideal é que você faça pilhas de matéria com altura mínima de 1,5 m e a máxima de 2m. A
largura deve variar entre 2m a 4m, sempre dependendo da quantidade de material que você
tem para decompor. Deve-se começar uma pilha e, num período de vinte dias, ela deve ser isolada, e começando-se outra pilha.
6
Hidratação
Como os microorganismos que fazem a fermentação, o curtimento precisa de água para viver; como o processo de fermentação produz calor que causa perda da água com a evaporação,
precisamos repor essa água semanalmente. A quantidade de água necessária para umedecer a
pilha é maior no início do processo e diminui conforme a fermentação vai ocorrendo.
A água da chuva não é suficiente para isso; então, você precisa completar. Em média, o gasto de água é de 50l/m3 por semana, isto é, se a pilha tiver a altura de um metro, a cada metro
quadrado, você gastará 50l de água. Já se a altura for de dois metros, o gasto será de 100l/m². Se
você não molhar e deixar a cargo da chuva, a fermentação ocorrerá, mas de forma muito lenta,
levando meses para ocorrer.
7
Aeração
Como os microorganismos precisam
de oxigênio do ar para viver, aquelas regiões do centro e da parte baixa da pilha
terão dificuldades para que o “apodrecimento” ocorra, porque, com o peso do
material de cima, a base será compactada, “pilada”, fazendo com que o ar vá
embora. Então, semanalmente, antes
de molhar, você deve revirar, revolver a
pilha, colocando o que estava em cima
para baixo e o que estava embaixo para
cima. Assim como ocorre com falta de
água, se você não revolver, a fermentação ocorrerá, mas será muito lenta, levando meses para ocorrer.
41
temperatura
ºC
Aquecimento e Estabilização
70ºC
1ª
2ª
3ª
4ª
5ª
6ª
7ª
8ª
9ª
10ª
semanas
O material a ser fermentado tem sua temperatura aumentada. Isso acontece com todomaterial orgânico que passa por fermentação do esterco e do composto ao vinho e ao pão. A temperatura pode atingir 70ºC. No início, a temperatura é alta e vai caindo com o passar dos dias. Se
você notar que o material está frio, apesar de ainda não decomposto, tenha certeza de que ou
está faltando água ou falta ar (revolvimento).
8
Ponto de utilização
Com o passar das semanas, você notará que o material usado na compostagem diminui de
tamanho e se quebra em pedaços menores. A pilha também diminuirá de volume, e o trabalho
de revolvimento será cada vez mais difícil. A coloração mudará de cinza/marrom para preta. O
cheiro passará a ser de terra preta, e a temperatura vai aos poucos baixando.
Quando o material estiver na temperatura ambiente, ou mais frio, desde que úmido e aerado,
significa que a maior parte da fermentação acabou. Aqueles materiais orgânicos (matérias-primas) usados agora são adubo orgânico rico em húmus, ou melhor, voltaram a ser sais minerais.
Quando frio, o material deve ser coberto ou ensacado e levado ao depósito, pois, agora, a
chuva pode lavar os sais minerais, empobrecendo-os.
É muito importante lembrar que, quando a compostagem é bem feita, com pilhas altas, com
irrigação e revolvimento, todas as sementes de ervas daninhas, pragas e doenças de planta morrem; mas, se a terra não receber o material e o cuidado semanal de revirar e molhar o composto,
ela será um berço de problemas para a horta e o jardim.
42
MÓDULO
9
VERMICOMPOSTAGEM
1.
2.
3.
4.
Espécies de minhocas
Substratos
Cuidados na montagem
Uso e Aproveitamento
VERMICOMPOSTAGEM – é a produção de composto, de adubo orgânico, com a ajuda das minhocas.
1
Espécies de minhoca
Existem três grupos de minhoca, e cada grupo tem várias espécies,com diferentes hábitos
de alimentação.
A) MINHOCAS BRANCAS – São aquelas em tons claros. lentas e curtas. Elas comem a terra
construindo galerias bem fundas.
B) MINHOCAS PRETAS – Tem tons marrons/pretos. São muito rápidas e brilhantes, têm pele
dura e são popularmente chamadas de puladeiras. Alimentam-se de restos de folhas e normalmente habitam a superfície da terra.
C) MINHOCAS AMERICANAS – São escuras e finas. Vivem em grandes colônias, porque colocam muito ovos. Elas são originárias dos Estados Unidos, e a mais comum delas é a californiana.
Essa espécie é usada para produção de húmus, pois alimenta-se de esterco.
São de nosso interesse, na vermicompostagem apenas as minhocas do grupo B e C, ou seja,
aquelas que comem folhas e estercos.
2
Substratos
O material de que dispomos para produzir adubo orgânico determina o tipo de minhoca que
usaremos. Se dispusermos de folhas e restos de vegetais, devermos colocar as minhocas pretas
em contato; se o material for esterco, devemos trabalhar com as espécies americanas. Se invertermos o papel, colocando as americanas junto com as folhas e as pretas no esterco, elas morrerão, ou abandonarão o local. Também não devemos misturar os materiais (folhas + esterco) e os
grupos de minhoca, pois as americanas são mais eficientes e mais rápidas que as pretas; assim, a
parte dos estercos será transformada bem antes que a parte das folhas.
Quanto mais fino e mais hidratado estiver o material, melhor para as minhocas. No caso das
que digerem o esterco, elas só agem quando o material já estiver ligeiramente decomposto (fermentado), ou seja, quando aquela fase de alta temperatura do esterco já passou.
É comum os produtores de húmus lavarem o esterco antes de o colocarem nos canteiros das
minhocas. O objetivo é lavar a urina, pois, sem a urina, a fermentação é mais lenta e não há risco
de matar as minhocas; no entanto, a melhor parte do esterco é eliminada junto à urina, gerando
43
um produto final pobre.
3
Cuidados na montagem
As minhocas são criadas em canteiros a céu aberto, onde o material que será trabalhado é colocado e mantido úmido e coberto com palha ou sombrite.
A altura ideal do material que será colocado é entre 40 e 50cm; conforme o material for adensando
(abaixando), deve-se colocar mais matéria por cima, até que o momento da retirada do húmus chegue. Devem-se montar os canteiros em local aberto, livre da possibilidade de enchente e, de preferência, ligeiramente inclinado.
Além disso, galinhas não podem ser criadas próximas do local . Observar sempre a presença de
centopéias e piolhos de cobra, pois são predadores (comedores) de minhocas. Se encontrar esses vermes, deve-se peneirar todo o material, retirando-os.
4
Uso e aproveitamento
A vermicompostagem é mais trabalhosa que a compostagem comum. Apesar de não exigir
revolvimento, ela exige controle muito mais minucioso da água (umidade) e também exige peneiramento. O resultado final é um produto de qualidade bem superior. Com o acúmulo de húmus no
fundo do canteiro, deve-se remover cuidadosamente a camada superficial (ainda não decomposta) para outro canteiro e, conforme for sendo feito o peneiramento das minhocas, estas devem ser
colocadas junto do material não decomposto.
Nunca devemos esperar as minhocas decomporem todo o material de um canteiro, pois elas
“fugirão”, ou morrerão de fome. Vão-se aos poucos colocando camadas de um material não decomposto sobre aquele já compostado.
Para as minhocas californianas, a cada trinta ou quarenta dias, é feito o esvaziamento do canteiro.Já para o grupo das minhocas pretas, o peneiramento acontece a cada 3 ou 4 meses. Para o
peneiramento, devemos usar primeiro uma peneira de malha 1cm, que reterá apenas o material
não decomposto. Depois, devemos usar uma peneira de 0,5 ou 0,6cm, que reterá o material mais
grosso e as minhocas, deixando passar o húmus e os ovos. Depois de peneirado, o húmus deverá
ser ensacado e abrigado da luz e da umidade.
O diferencial entre húmus e os outros compostos ou adubos orgânicos é que, ao ser trabalhado pelas minhocas, estas produzem compostos (enzimas) que facilitam o desenvolvimento
radicular das plantas.
44
A qualidade da terra não melhora apenas soltando minhocas. Na verdade, ela precisa ter algumas condições que permitam o desenvolvimento das minhocas. Se você quiser criar minhocas
pretas, você deve primeiro corrigir a acidez.
Depois da correção de acidez, deve-se, mensalmente, fazer aplicações de esterco no solo. Observe, então, que criar a minhoca preta típica do Brasil é mais fácil: basta oferecer calcário + mulching, condições aliás que trarão muitos outros benefícios às plantas.
MÓDULO
10
HORTICULTURA E PRODUÇÃO DE MUDAS A
CÉU ABERTO E EM CULTIVO PROTEGIDO
1.
2.
3.
4.
6.
Preparo do Solo 7. Propagação das Plantas Época de Plantio
Plantio Direto / Indireto
Produção de Mudas em Bandejas ou Tubetes
Uso de Substratos
A horticultura ou produção de hortaliças tem como segredo básico a produção das mudas. Das
mudas até o ponto de colheita, o processo é simples. Estudaremos basicamente a produção das
mudas, que se assemelha, em muito, ao processo de produção das mudas do jardim. Essa pode ser a
céu aberto, quando o plantio é realizado sem
nenhuma proteção, ou mesmo protegido. A
proteção pode ser feita com telas de sombreamento, que impedem a entrada da luz do sol,
normalmente em índices que variam de 50% a
70%. Quando a cobertura é feita por plásticos,
esse cultivo é totalmente controlado, tanto na
irrigação quanto na fertilidade; dependendo
do caso, há controle da temperatura diurna e
noturna. Essa é a grande vantagem do cultivo
em estufas, pois, com o manejo da saída do
ar diurno, podemos aumentar a temperatura
noturna, o que proporciona melhor desenvolConstrução de
vimento às plantas.
Estufa Agrícola
Estufa Agrícola modelo
Capela com abertura
zenital, controle de
temperatura, umidade
e luminosidade
45
1
Preparo do solo
Para melhorar o plantio de hortaliças em canteiros, devemos tornar o solo mais orgânico
possível, pois as hortaliças, com raras exceções, são muito exigentes em porosidade e fertilidade da terra. Já para a produção de mudas de plantas ornamentais, quando for feito por estacas,
deve-se reduzir a adubação orgânica para o plantio, pois a matéria orgânica possui microorganismos que vão apodrecer a região do corte da estaca.
Plantio de Hortaliças a céu
aberto, defronte a uma
estufa agrícola.
2
Época de plantio
A melhor época para o plantio de hortaliças é o outono/inverno. Já para as ornamentais, o
ideal é que sejam plantadas de agosto a janeiro.
Plantio de abobrinhas
em vasos
46
3
Plantio direto / indireto
Quanto ao plantio de hortaliças em canteiros, quanto mais orgânico o solo, melhor, pois as
hortaliças, com raras exceções, são muito exigentes em porosidade e fertilidade da terra. Já para
a produção de mudas de plantas ornamentais, quando for feito por estacas, devemos reduzir
muito a adubação orgânica para o plantio, pois a matéria orgânica possui microorganismos que
vão apodrecer a região do corte da estaca.
Fúcsias (Brincos de Princesa)
– Produzidos em Estufa
Jardim de Hotel feito com flores produzidas em estufa, no próprio
empreendimento, minimizando custos e aumentando qualidade.
4
Mesmo Jardim, no verão. Alta rotatividade e dinâmico.
No inverno (ao lado) plantio com Amor – perfeito e no verão
(acima) plantio com Impatiens.
Produção de mudas em bandejas ou tubetes
Podem ser de plástico, ou isopor, com células (vazios) com volume de 20ml a 1l. A grande
vantagem da produção em bandeja é o fato de podermos transportá-la facilmente; além disso,
fica suspensa, evitando o crescimento da raiz para fora da célula. Isso permite produzir muitas
mudas numa pequena área, sem desenvolvimento de raízes enoveladas.
Necessariamente, a produção exige substrato que funciona como um facilitador no momen-
47
to da remoção da muda, é isento de pragas e doenças, e a porosidade trabalha a favor.
Já os tubetes, que são estruturas tubulares (cilíndricas) com ranhuras internas, se prestam
mais à produção de mudas de raízes longas, como as das árvores.
Como o volume de substrato disponível para a planta é muito pequeno, precisamos ter atenção com
a irrigação e com as adubações, que devem ser feitas de forma semelhante à adubação de vasos.
Produção de mudas
dentro de estufa,
em vasos.
Vasos em estufa com
fertirrigação
48
Produção de tomates
em estufa. Manejo
Integrado.
5
Produção de mudas em saquinhos
Os sacos plásticos são mais utilizados para o cultivo de ornamentais do que hortaliças, pois
ocupam maior volume e tem maior peso, além de serem individuais. Tem custo menor e exigem
menor estrutura que bandejas/tubetes. Os grandes inconvenientes de seu uso são a forma arredondada e o contato com o solo, que geram raízes enoveladas, conseqüentemente muda de
padrão inferior.
Quando for plantar em saquinhos, cuidar para que árvores e arbustos de porte grande sejam
plantados (semeados) em sacos estreitos e compridos, isso diminui o problema de enovelamento.
6
Uso de substratos
Quando o plantio de forrações for feito pelo método de estacas (lenhosas ou ponteiros), não
devemos usar substratos orgânicos, mas, sim, areia lavada, vermiculita, ou terra argilosa (vermelha), pois estas possuem poucos microorganismos, e isso trará maiores índices de enraizamento.
Após formadas as raízes, as estacas podem ser transplantadas para substratos orgânicos.
7
Propagação das plantas
A produção de mudas nem sempre é feita por sementes. Vários métodos podem ser usados
para propagar uma planta:
•
•
•
•
•
•
Sementes – árvores e hortaliças
Divisão de Touçeiras – forrações
Estacas Lenhosas/ ponteiros – arbustos, forrações
Alporquia – arbustos
Mergulhia – trepadeiras
Enxertia – frutíferas de clima frio, ou de produção tardia
A) PRODUÇÃO POR SEMENTES – O plantio de sementes é um método demorado e de resultado incerto, pois as plantas produzidas são diferentes entre si. Devemos conhecer algumas
características das sementes, como:
Viabilidade – É o tempo de vida útil em que boa parte das sementes germinam. Pode ser
de dias, como no caso das sementes aladas, como os ipês, por exemplo; ou pode ser de meses,
como no caso das sementes grandes e com grande reserva, como as abóboras, que, inclusive,
pode chegar a décadas, mesmo as de casca dura, como o guapururu.
Dormência – É uma característica de sementes que estão preparadas para sofrer agressões
(seca, fogo, neve) e não germinar. Elas só germinam quando estimuladas, ou seja, quando a
dormência é quebrada. Para quebrá-la, podemos usar:
•
•
•
•
Ácido sulfúrico a 0,2% por duas horas
Água quente – a 80ºC por 5 min – flamboyant
Água fria – 24 horas – feijão
Lixamento ou corte de casca – guapuruvu.
49
• Choque frio – a 0ºC por 48 horas – plantas de origem fria.
• Estratificação – colocam-se as sementes sob camada de areia úmida (espessura de cinco
vezes o comprimento da semente) – palmeiras.
Degenerescência – É a perda de características boas das plantas por replantio das mesmas
sementes. Podemos observar esse fenômeno em margaridas, quando há a diminuição do tamanho das flores ano após ano.
B) PRODUÇÃO POR ESTACAS / CLONAGEM – É o plantio de galhos ou parte deles postos
para criar raiz num ambiente apropriado. A vantagem é que as plantas filhas serão iguais à mãe,
e a produção é precoce. As estacas podem ser:
Estaca de folha – Quando se cultiva apenas a folha em ambiente estéril, com temperatura
entre 20ºC e 22ºC e umidade do ar entre 80% e 90%. Comum em violetas e calanchoe.
Estaca de ponteiro – Cultiva-se uma estaca da ponta do ramo de 5cm a 10cm, mantendo
20% a 30% da área foliar, tendo a estaca de três a cinco gemas viáveis. É comum em azaleias,
hortênsias e lavanda.
Estaca lenhosa – Normalmente, nos cipós, onde se utiliza estaca com três a cinco gemas viáveis. Em trepadeiras longas, uma torção em circulo em parte do tronco melhora o enraizamento.
Enxertia – É um tipo de estaquia onde se utilizam as raízes de uma planta e a copa de outra
planta do mesmo gênero, somando-se características favoráveis das duas.
O tipo de enxertia mais comum é a borbulhia, onde se retira uma gema (borbulha) de uma planta em produção e se coloca sob a casca fendida da planta que serve como cavalo; a ferida é isolada
da umidade e, quando a gema inicia o desenvolvimento, a parte da copa do cavalo é cortada.
C) DIVISÃO DE TOUCEIRAS – Quando retiramos as mudas que perfilham junto ao colo da
planta mãe. Produz plantas iguais à planta-mãe e, por vezes, florescem imediatamente. É muito
fácil: basta dividir a touceira e, na maioria dos casos, imediatamente fazer a poda das raízes e
da parte aérea.
D) ALPORQUIA – Induzimos a planta a formar raízes a partir de um ramo aéreo, que pode ser
encostado no solo e enterrado, ou o ramo é envolvido com musgo (esfagno) úmido, que deve
ser firmemente envolvido com um plástico. Nesse ambiente, a planta se enraíza. A alporquia é
comum em trepadeiras.
50
MÓDULO
11
PLANTIO DE FORRAÇÕES DE SOL
1. Limpeza do terreno 7. Afogamento do Colo
2. Preparo do solo 8. Acabamento
3. Cálculos do número de plantas por área
4. Tipos de plantio
5. Toillete da parte aérea e das raízes
6. Formas de plantio
Você deve reconhecer como forração de um jardim as plantas de porte (altura) baixo (até
0,5m) e que, quando plantadas, forram a terra, por formarem touceiras, ou por rastejarem por
ela. Existem alguns cuidados nesse plantio, como veremos a seguir:
1
Limpeza do terreno
A grande vantagem do plantio de forrações em relação ao plantio de grama é que as forrações exigem pouca manutenção, mas, para isso, o solo deve estar livre de entulhos e de ervas
daninhas (ver módulos V, 2, B) no momento do plantio.
2
Preparo do solo
A terra deve ser revolvida (cavoucada) na profundidade da forração a ser plantada, isto é, devo
pensar no tamanho (profundidade) que as raízes da planta atingirão quando adultas. É um erro afofar a terra só na profundidade e apenas do saquinho (recipiente) no qual a planta está plantada.
Antes mesmo de cavar a terra, é interessante aplicar o calcário, para que, com cavoucamento, ele se misture bem ao solo. A quantidade que devemos usar é aquela do módulo VI, 4. Já os
adubos e os condicionadores de solo são colocados após o afofamento da terra. São espalhados
por cima da terra, que já deve estar nivelada, e ser misturada a ela. Se você colocar os adubos
e os condicionadores de solo antes do primeiro cavoucamento, correrá o risco de concentrar os
adubos mais de um lado que de outro.
A quantidade de adubos é aquela vista no módulo VII, 5, A. . Já a quantidade de
condicionador será discutida no módulo XX – Substratos. Mas, de forma geral, os condicionadores não têm um limite máximo de quantidade; o que limita seu uso é o custo. Assim, quanto mais condicionador, melhor.
51
3
Cálculos do número de plantas por área
É muito importante sabermos a quantidade de adubos, corretivos e plantas que iremos gastar no plantio. Para isso, precisamos inicialmente calcular a área (em metros quadrados) do
nosso plantio feito.
Problema:
Vamos dizer que vou plantar clorofitom
(paulistinha) no canteiro ao lado.
De quantas caixas de muda vou precisar
para plantar?
Primeiro, preciso saber a área do canteiro.
Esse canteiro é um retângulo, onde o lado maior mede 8m; o lado menor 2m.
Área do retângulo = lado maior x lado menor = 8 x 2 = 16m²
O próximo passo é saber quantas mudas gastarei em 1m²; e há dois métodos para achar essa
quantia: o matemático e o prático.
A) MÉTODO PRÁTICO
Desenho no chão um quadrado de 1², ou seja, de lados
de 1 metro.
Digamos que vou plantar o clorofitom a cada 20 centímetros um do outro, ou seja, no espaçamento 20 x 20 cm
ou 0,2 m x 0,2 m; no quadrado, espalho as mudas a cada
20 centímetros. Ao contar as mudas espalhadas, obtenho
o valor de 36 mudas por m².
Plantio de Forrações
em aula prática no
Viveiro “Te Amo São
Paulo” com os alunos
da Primeira Turma do
Projeto “Semeando
Oportunidades”.
52
Plantio de Forrações
em aula prática no
Viveiro “Te Amo São
Paulo” com os alunos
da Primeira Turma do
Projeto “Semeando
Oportunidades”.
B) MODO MATEMÁTICO
Exige que você guarde uma formula:
1 m2
Quantidade de plantas = Espaçamento (m) x Espaçamento (m)
Ou seja, no nosso plantio, onde o espaçamento é 20cm x 20cm, teríamos 0,2m x 0,2 m, (é
sempre importante usar a medida em metros), poderíamos usar a fórmula em centímetros, da
seguinte forma: quantidade = 100 cm /espaço. (cm) x espaço. (cm)
Quantidade de planta /m² = 1 (m²) / 0,2 x 0,2 = 25 plantas m².
Note que os resultados pelo método pratico (36 mudas) e pelo método matemático (25) estão diferentes; assim, um dos dois está errado.
O erro aconteceu no método prático, pois não levamos em conta que as plantas crescem e
passam a invadir o espaço de fora do nosso m², ocupando a área ao lado.
O correto seria deixar um espaço da metade do espaçamento da borda do nosso quadrado de 1m².
Agora sim: os dois métodos deram o mesmo resultado (25 mudas). Lembremo-nos sempre
de deixar a metade do tamanho que a planta terá adulta das divisas (grama, outra forração, calçada, etc)no momento do plantio.
Dessa forma, gastando 25 mudas/ m², basta multiplicar esse valor pela área total do
canteiro, para obter quantas mudas gastarei.
Quantidade total = Quantidade/ m² x área total
53
Quantidade total = 25 mudas/ m² x 16 m²
Quantidade total = 400 mudas
1m² Espaçamento (m) x Espaçamento (m)
Para achar quantas caixas vou ter que comprar, basta dividir pela quantidade de plantas que
vem em cada caixa. No caso do clorofiton, 15 mudas por caixa (15 un/cx).
Quantidade de caixas = quantidade total de mudas / quantidade por caixa
Quantidade de caixas = 400/15 = 26,67 caixas
Ou seja, 27 caixas. Como algumas mudas terão defeitos ou sofrerão danos no transporte e
no plantio, é prudente comprar uma caixa a mais; então, o total seria 28 caixas. Você deve estar
perguntando: Posso plantar o clorofitom mais próximo, digamos a 10cm um do outro? Pode. Só
há dois problemas: o gasto de plantas será muito grande e, com o passar do tempo, as plantas
competirão entre si por água, luz e nutrientes.
O oposto também é verdadeiro. Se, ao invés de 20cm de distância entre as plantas, você
plantar com 50cm, com o tempo o seu canteiro terá muitas “moitas” e falhas, apesar de você ter
usado poucas mudas.
Faz muita diferença, ao invés de plantarmos uma planta num espaçamento de 20 x 20 cm, plantá-la numa distância de 15 x 15cm?
Faz.. Usando a fórmula para achar a quantidade de mudas/m², podemos fazer uma tabela.
Observe que, com um pequeno
aumento no espaçamento, a economia de plantas é muito grande. No
caso da planta de 20 x 20cm, teremos 25 plantas; no caso de 15 x 15
cm, teríamos 45 plantas (44,4).
54
Espaçamento Espaçamento Quantidades de
em cm
em m
mudas/m2
10X10
0,1X0,1
100
15X15
0,15X0,15
44,4
20X20
0,2X0,2
25
25X25
0,25X0,25
16
30X30
0,3X0,3
11,1
35X35
0,35X0,35
8,2
40X40
0,4X0,4
6,3
45X45
0,45X0,45
4,9
50X50
0,5X0,5
4
60X60
0,6X0,6
2,8
70X70
0,7X0,7
2
80X80
0,8X0,8
1,6
90X90
0,9X0,9
1,2
4
Tipos de plantio
As forrações podem ser plantadas de três formas: por sementes, quando semeamos as nossas plantas diretamente no canteiro; por mudas com torrão, quando plantamos as sementes
inicialmente em um recipiente e, depois, as levamos ao jardim e, por mudas de raiz nua, normalmente quando dividimos uma planta velha que tem brotos laterais (filhotes). Todos os três
métodos têm vantagens e desvantagens.
Sementes
Muda com torrão
Muda raiz nua
Processo barato
Processo caro
Processo por
vezes caro
Formação lenta
Formação muito rápida
Formação
rápida
Aspecto de jardim demorado
Aspecto imediato
Aspecto
demora dias
Plantio rápido
Plantio lento
Plantio lento
Muitas ervas competição
Ervas
controladas
Ervas
controladas
Isento de pragas
e doenças
Muitas pragas e
doenças
Poucas pragas
e doenças
Transporte muito
fácil
Transporte
difícil
Transporte fácil
Exige muito
manejo
Exige pouco
manejo
Manejo médio
A escolha do tipo de plantio depende diretamente da quantidade de mão-de-obra disponível e do custo do jardim. Observe que muitas plantas não se reproduzem por sementes; neste
caso, devemos plantá-las por mudas (torrão ou raiz nua).
5
Toillete da Parte Aérea e das Raízes
É o cuidado de retirar as raízes da parte aérea antes do plantio.
A) CORTE DAS RAÍZES – Nunca plantar qualquer planta com a raiz enrolada (enovelada). Todas as raízes devem ser cortadas na hora do plantio , para evitar que, ao bater no fundo, a raiz
cresca horizontalmente, dando voltas, problema que pode ocorrer.
55
Quando planta-se de raiz nua, também este problema ocorre, então a maior parte das raízes
deve ser cortada, para evitar, que ao colocá-las no canteiro, elas fiquem encurvadas.
B) CORTE DA PARTE AÉREA – Quando houver poda drástica das raízes, as folhas também devem ser reduzidas proporcionalmente, para evitar que a planta perca água e se desidrate. Muitas vezes, quando fazemos o plantio, não temos condições de realizar irrigação, ou as chuvas já
escassearam. Quando isso ocorrer, a poda das folhas é um bom negócio para a planta.
Você deve estar-se perguntando qual é a quantidade da poda, mas mais importante do que a
intensidade da poda é o que deve ser podado. Sempre que for realizar uma poda para compensar perda de água, procure retirar somente as folhas, preservando as gemas de brotação, pois,
assim, em poucos dias, a planta se recuperará.
6
Formas de plantio
A disposição das plantas umas em relação às outras é importante para quem vai olhar para
o jardim. Assim, o acondiciamento pode ser:
A) PLANTIO EM LINHAS – Quando as plantas formam uma linha ou carreira
entre elas, nos dois sentidos.
56
B) PLANTIO EM TRIÂNGULO = QUINQUÔNCIO - As plantas são colocadas em carreiras alternadas, formando triângulos. Tem a vantagem de melhorar o efeito visual e ainda proporciona
mais espaço para o crescimento das plantas.
A impressão para quem olha é de que o jardim é mais fechado, parecendo mais formado, mas
há ali o mesmo número de plantas.
7
Afogamento do colo
Numa planta, a região de transição entre a raiz e a parte aérea é chamada de colo. Éuma área muito sensível, onde se juntam muitas raízes que formam o “tronco”.É também uma região que não pode ser mal tratada, pois sua recuperação é difícil. Quando cortamos uma raiz ou ramo, a planta rapidamente o substitui,
mas feridas no colo são difíceis de cicatrizar. A simples colocação de terra nesse local já causa prejuízos.
Quando for plantar qualquer tipo de planta cuidar para que o colo não seja afogado. Muitas
vezes, a planta morre; outras vezes, paralisa-se o crescimento, se tal cuidado não for tomado.
8
Acabamento
Sempre que possível, procure trabalhar com a terra seca e sem muita umidade. Isso evita
compactação da terra e facilita os trabalhos de preparo e plantio.
Terminando o plantio, e pouco antes da irrigação, deve ser feita uma revisão, ajeitando alguma
planta que ficou mal posicionada, retirando qualquer objeto estranho (entulho, plástico, madeira,
etc.), além de nivelamento fino. É desejável que seja colocada sobre o solo e entre as plantas uma
cobertura morta (“mulching”), feita com uma camada de palha de arroz, serragem, feno, grama
cortada etc. Esse material deve ser isento de sementes de erva daninha, e sua camada não pode
ser muito grossa. O mulching não é recomendado quando se faz o plantio por sementes.
Após o nivelamento fino e a colocação do mulching, faz-se a rega, que nas primeiras vezes
deve ser abundante (5 litros de água/m²), para que a terra se acomode com as raízes.
57
MÓDULO
12
1
PLANTIO DE FORRAÇÕES DE SOL E SOMBRA
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Limpeza 7. Acabamento
Preparo do solo
Espécies de grama
Sistemas de plantio
Plantio em taludes
Cobertura com terra
Limpeza
O segredo de um gramado bem feito está no preparo do solo, principalmente na limpeza
e no nivelamento.
A) LIMPEZA – Influenciará no índice de manutenção, pois, se o jardineiro não se atentar com
as ervas daninhas, elas crescerão junto com a grama e exigirão muito despraguejamento. Devese dedicar especial atenção às ervas de folha fina, especialmente as gramíneas, como capim
rabo-de-gato (Setaria Geniculada), capim kukuyo, (Pennisetum Clandestinum), grama batatais
(Paspalum Notatum), capim colonião (Panicum Maximum), pé de galinha (Eleusine Indica) e
grama seda (Cynodom Dactylon). O controle deve ser feito conforme o módulo V, 2, B.
B) NIVELAMENTO – O nivelamento influenciará na vida futura do gramado, facilitando o corte e
deslocamento das máquinas e evitando a colocação sistemática da terra de cobertura. Esse procedimento também deve ser feito sempre que possível, proporcionando inclinação (caimento) para a
água das chuvas. Quando o terreno for plano devemos fazer a drenagem embutida na terra.
Quando não temos um sentido para jogar a água e quando o terreno for muito plano, podemos fazer a drenagem em profundidade, que é a perfuração, com uma broca ou cavadeira, de
um buraco vertical profundo (1,5m a 2,5m), de cada 4m² a 8m² , que deve ser preenchido com
brita, seixo ou argila expandida. Isso fará com que a água superficial drene mais profundamente. O inconveniente desse método é que, no inverno, as plantas ressentirão mais a seca.
58
2
Preparo do solo
As adubações e correções para o gramado devem ser feitas conforme vimos no módulo VI,
4 e módulo VII, 5, lembrando-se que os cálculos devem ser feitos para uma profundidade de
20cm (0,2m) e que, após a aplicação de adubos e corretivos, devemos dar especial atenção ao
nivelamento do terreno.
Preparo do Solo para
plantio de gramado
de Golfe
Gramado de área de
treino para prática
do Golfe.
59
3
Espécies de grama
Existem muitas espécies de grama que podemos utilizar no jardim. Vamos abordar aquelas
que são cultivadas com objetivo de formá-los. Existem algumas que são plantadas como pastagens (grama batatais, capim kikuyo, manteiga) e outras que, apesar de serem chamadas de
grama, não são gramas (grama preta, pelo de urso, grama amendoim, grama azul e grama cerejeira). Escolhemos quatro espécies e enumeramos suas vantagens e desvantagens.
Características
Espécie
Esmeralda
São Carlos
Santo
Agostinho
Bermudas
Tipo de folha
fina
larga
larga
fixa
Resistência ao pisoteio
alta
média
média
alta
Resistência à seca
alta
média
média
alta
Resistência ao frio
média
alta
alta
média
Exigência de corte
alta
média
média
muito alta
Facilidade de corte
média
muito fácil
difícil
difícil
Exigência de Adubação
média
média
alta
muito alta
Dificuldade de plantio
média
difícil
difícil
média
Resistência à sombra
pouca
média
pouca
pouca
Note que todas as espécies possuem prós e contras. Para decidir qual delas utilizar, deve-se
observar o que temos no terreno, o uso que terá o gramado, o que diz o projeto e o que o proprietário quer.
60
4
Sistemas de plantio
No plantio de grama, podemos usar diversos métodos. Todos têm vantagens e desvantagens, como veremos:
Sistema de Plantio
vantagem/
desvantagem
sementes
P/ugs
mudas
tapete/
placa/rolão
Custo de implantação
muito barato
barato
barato
muito caro
Tempo de implantação
muito rápido
demorado
muito demorado
rápido
Necessidade de
despraguejamento
Necessidade de irrigação
muita
média
média
pouca
muita
pouca
média
média
Aspecto visual de gramado
Possibilidade de insucesso
(meses)muito
demorado
alta
(semanas)
demorado
baixa
(semanas)
demorado
baixa
nenhuma
Nivelamento final
muito bom
bom
deficiente
bom
Mão de obra necessária
muito baixa
alta
muito alta
baixa
imediato
O que determinará o método de plantio do gramado, na maioria das vezes, será o custo e a
necessidade do tempo da sua formação. O custo de 1m² da grama em tapete (placa) é de R$ 3;
em plugues R$ 1,2; em muda, R$ 0,3; e em semente, R$0,08.
Novas tecnologias
em gramados.
Grama em “Rolão”
61
5
Plantio em taludes
Quando a inclinação (declividade) do terreno é alta, é necessário escorar as placas ou rolos
de grama com algum material, para evitar que a grama deslize antes de se enraizar. Existem dois
métodos para o escoramento.
A) ESTACAS – Consiste em fixar a cada placa ou rolo, uma ou
duas estacas, preferencialmente feitas de bambu, batendo-a contra o solo de modo que impeça o escorregamento da placa. Devemos assegurar-nos de que a estaca seja batida até encostar no solo
da placa não deixando pontas para fora, o que melhora o aspecto
visual, facilita o corte da grama e evita possíveis acidentes.
B) CINTAS – Consiste em colocar barreiras feitas de madeira
(sarrafos, bambus) onde as placas serão escoradas, no sentido
contrário ao declive .
Esse método, apesar de rápido, compromete visualmente o
gramado e faz com que, no futuro, o talude forme pequenos degraus que dificultam o corte.
Devemos lembrar-nos de que o plantio de grama em taludes deve ser feito exclusivamente
com placas, tapetes ou rolão, sendo impróprio o plantio, nessas condições, com sementes, plugues ou mudas, devido à possibilidade de ocorrer erosão por causa da água das chuvas.
6
Cobertura com terra
É necessária quando o nivelamento foi mal feito, ou quando o plantio alterou o nivelamento.
Também é recomendável colocar uma camada fina de terra (mais ou menos 2cm) quando não há
possibilidade de irrigação e quando não há previsão de chuvas após o plantio. Devemos lembrar
que, junto com a terra, virão pragas, doenças e sementes de erva daninha que poderão infestar o
solo. Além disso, essa terra pode ter sido tirada de algum local com terra de baixa qualidade.
Boa alternativa será substituir a terra por areia, ou por substrato; a primeira é mais barata;
segundo é mais fértil
7
Acabamento
Consiste em retirar todo objeto estranho ao gramado (sacos, estacas, raízes, grama cortada
etc.) e também acertar pequenos pontos de nivelamento, colocando ou tirando terra. É recomendável fazer o plantio de pequenos talhões, realizando o acabamento e abundante irrigação.
Isso fará com que a grama não se resseque.
62
MÓDULO
13
1
PLANTIO DE ÁRVORES E ARBUSTOS
1. Espécies adequadas
6. Correções e adubações
2. Sistemas de plantio 7. Plantio com torrão e com raiz nua
3. Espaçamento 8. Toilette das raízes das partes aéreas
4. Cálculo do primeiro número 9. Tutoramento
10. Irrigação de fixação
de plantas por áreas
5. Abertura das covas
Espécies adequadas
Toda vez que você plantar uma árvore ou um arbusto, lembre-se de que aquele plantio éfeito para durar anos, décadas, ou até séculos. É diferente de uma forração, que, na maioria dos
casos, dura só alguns meses. Os cuidados, portanto, deverão ser bem maiores, principalmente
para não errar na escolha da espécie. Normalmente, o projeto já contempla as espécies que
serão plantadas, mas, se você precisar decidir por uma espécie, deve-se levar em conta se ela
é adaptável ao local frio, ou é de local quente; se é de sombra, ou de sol; se é exigente, ou não,
em adubação; se as raízes são agressivas, ou não; se a planta é tóxica, além de conhecer forma
e modo de crescimento das copas e das raízes.
63
2
Sistemas de plantio
As árvores e arbustos podem ser plantados das seguintes formas:
A) PLANTIO ISOLADO – É quando plantamos árvores bem distantes umas das outras. Esse
sistema é interessante para a árvore e para o jardineiro, já que a árvore terá muito espaço físico
para desenvolver suas copas e suas raízes, e o profissional dispensará pouco tempo para fazer a
manutenção, dispensando podas, controle de pragas e doenças, adubações sistemáticas.
B) RENGUE – Quando plantamos fileiras justapostas, formando cerca-viva, as plantas competem entre si por água, nutrientes e luz. Esse sistema exige do jardineiro muita
atenção com a poda, adubação e com o controle de doenças.
C) MACIÇOS - Quando juntamos um ou mais conjuntos de planta num mesmo espaço. Essa
técnica imita a situação de floresta.
Plantio de Cica
revoluta em
maciço.
64
3
Espaçamento
A distância A que plantamos uma árvore ou arbusto do outro é o que se chama espaçamento. Dizer qual é o espaçamento entre duas plantas é difícil, pois, muitas vezes, se imita o que
acontece numa floresta, plantando-se com pouco espaço de intervalo. O ideal é que se plantem
as árvores e arbustos numa distância em que não competirão por água, luz e nutrientes, quando
forem adultas. Para achar o espaçamento ideal, basta conhecer o tamanho da planta quando
adulta. O seu diâmetro será o espaçamento ideal entre duas plantas.
Muitas vezes, você observará, nos projetos, que o espaçamento é apresentado com
dois números, algumas vezes iguais; em outras, diferentes, como mostra o exemplo:
Espaçamento = 10 m x 10 m ou 10 m x 12 m,
O primeiro número representa a distância
ou espaçamento entre as linhas das plantas;
o segundo, a distância das plantas na linha.
4
Cálculo do primeiro número de plantas por áreas
Para calcular a quantidade de plantas, devemos fazer como exemplificado anteriormente.
Digamos que eu tenha uma área de 5000m² e queira plantá-la com abacateiros nos espaçamentos de 10 x 10m ou 10 x 12m. Preciso saber quantas mudas gastarei numa e noutra distância;
para isso, basta pegar a área total e dividir pelo espaçamento x espaçamento.
Quantidade de Plantas =
Quantidade de Plantas =
Área Total
Espaçamento x Espaçamento
5000 m 2
10 m x 10 m
Quantidade de Plantas = 5000/100 = 50 mudas
Quantidade de Plantas =
5000 m 2
10 m x 12 m
65
Quantidade de Plantas = 5000/120 = 41,6 = 42 mudas
Lembrar sempre de transformar as medidas para metro antes de fazer as contas.
5
Abertura das covas
A confecção adequada das covas é responsável pelo bom desenvolvimento das árvores e
arbustos. É lá que as raízes se desenvolverão nos primeiros anos de vida.
O tamanho da cova é determinado pelo tipo de planta, de solo e pela compactação. A cova
deve ser proporcional à argilosidade do solo compactado e à planta. Deve-se observar o porte
da planta adulta e acompanhar o tipo de crescimento das raízes. Se for uma árvore em que as
raízes crescem em profundidade, a cova deve ser estreita e profunda. Se for uma árvore que
concentre as raízes na superfície, a cova deve ser rasa e larga.
De forma geral, podemos adotar como padrão o tamanho do torrão da muda e a compactação da terra, sendo, para terras soltas, três vezes a largura e o comprimento do torrão; para
terras compactadas seis vezes essa medida.
Você deve estar-se perguntando: E se eu tiver uma árvore que tenha torrão de 1m de largura
por 1m de profundidade, em terreno compactado? Devo abrir uma cova de 6m x 6m (seis metros
de largura por seis de profundidade)? Aí, vale o bom senso. O que não pode ocorrer em nenhuma hipótese: fazer uma cova de 1m x 1m x 1m para essa árvore. Lembremos que a cova deve ser
aberta invertendo-se as camadas de terra, conforme discutimos.
Quando falamos de cova, nos referimo-nos a um buraco no chão, normalmente feito com
vanga, ou com cavadeira. Esse buraco pode ser redondo ou quadrado. Daí vem a pergunta: Qual
cova é melhor: a redonda ou a quadrada?
Para responder, devemos pensar que, quando abrimos uma cova na terra dura, aquele espaço de terra fofa funciona para a planta como um vaso. Passando para os vasos, qual é o melhor:
O redondo ou o quadrado? Note que, ao tirar uma planta velha de um vaso, as raízes cresceram
do centro para a periferia; no vaso quadrado, quando elas bateram na parede, algumas foram
para o lado, e outras desceram em direção ao fundo. Já no vaso redondo, praticamente todas
as raízes foram para os lados e ficaram girando na sua lateral. Então, os vasos quadrados são
melhores do que os circulares.
Assim certamente a cova quadrada é melhor que a cova redonda.
O jardineiro caprichoso, quando faz uma cova para plantio, faz questão de deixar as paredes
bem lisas (espelhadas). As plantas, quando atingem uma parede lisa, fazem com que suas raízes
66
fujam dessa superfície que se assemelha á uma pedra, daí, crescem lateralmente, então, a boa
cova é aquela que tem seu espelhamento quebrado, isso ocorre muito, quando a cova é aberta
com a broca, cavadeira ou trator. Quebra-se esse espelhamento com a vanga, desmoronando
um pouco as laterais da cova.
6
Correções e adubações
Já discutimos, nos módulos anteriores, as correções e adubações necessárias às covas.
Temos que atentar que os adubos orgânicos devem estar completamente fermentados (curtidos) no momento do plantio e que devem ser colocados na parte mais profunda da cova.
Outro ponto importante é que, sempre que for realizar o plantio de árvores e arbustos, as
quantidades de adubos orgânicos e de adubos fosfatados devem ser generosas. O primeiro
tipo, porque adubações orgânicas de manutenção são difíceis de ser feitas; o segundo, porque
esses são essenciais no crescimento das raízes.
7
Plantio com torrão e com raiz nua
Algumas vezes, temos que fazer o plantio das árvores e arbustos com as plantas sem terra
nas raízes, ou porque vieram do viveiro com raiz nua, ou porque quebraram o torrão no manejo.
Quando isto ocorrer, algumas medidas são necessárias:
• Proteger as raízes dos raios de sol.
• Manter as plantas sempre úmidas.
• Retirar o máximo possível das folhas das plantas.
• Fazer uma massa de terra argilosa(vermelha), bem aquosa
e banharas raízes com esse barro, formando-se uma capa em
volta dasraízes; e isso as protegerá da luz e do ressecamento.
No momento do plantio, tanto em raiz nua como em torrão,
devemos cuidar para que não seja plantada muito funda (afogamento do colo). É preferível deixar até as raízes expostas.
67
8
Toilette das raízes das partes aéreas
Para as árvores e arbustos, é obrigatório podar as raízes que estão enoveladas, conforme
descrito nos módulos anteriores, pois, com os passar dos anos, a própria raiz se estrangulará, e
a planta morrerá lentamente. Mesmo na planta de raiz nua, esse cuidado é necessário.
Cuidar para que sejam removidas apenas as folhas da parte aérea, a fim de se preservarem
as gemas de brotamento. NUNCA plantar mudas com o torrão envolvido em saquinhos, jacazinhos, sacos de estopa etc.
9
Tutoramento
Consiste em colocar uma estaca (madeira ou bambu) lateralmente à planta para evitar que o
vento a faça balançar, movimentando o torrão, partindo as raízes novas. Note que o tutoramento tem por função evitar a movimentação do torrão, e não proteger a parte aérea. Assim, deve
ser fixa no fundo da cova e não junto ao torrão.
Muitas vezes, temos mudas
com padrão deficiente, ou um
pouco tortas, ou seja, o torrão
e a parte aérea não estão alinhados. Na hora do plantio,
devemos respeitar a verticalidade do torrão e corrigir a verticalidade da parte aérea com
o tutor.
Amarração – Após fixação do tutor, faz-se a amarração da planta. Devemos cuidar para manter pequena folga entre ambos, procurando, primeiro, amarrar o tutor, e, depois, a planta. Como
material de amarração, dê preferência às tiras de no mínimo 1cm de largura, de material maleável. Devemos evitar o uso de arame, linhas de nylon e barbante, que lesionam a casca. O tutor
deve ser retirado após as raízes se firmarem.
68
10
Irrigação de fixação
Depois de tutorada a planta, faz-se abundante irrigação, algo perto da quinta parte do volume
de terra que saiu da cova; isso fará com que a terra assente, eliminando bolsas de ar entre o torrão
e a cova. Note que a terra e o torrão da planta abaixam. Com uma mangueira, ou com um cabo de
ferramenta, procure fazer furos, para auxiliar, na remoção do ar. Evite compactar a terra pisando em
volta do torrão para fixá-lo, isso fará com que todo o trabalho de cavoucamento (afofeamento) da
terra seja perdido. Essa compactação deve ser feita com a água da irrigação.
É importante alertar que a água da chuva não consegue fazer esse trabalho; então, mesmo com
chuva, a retirada do ar deve ser feita.
MÓDULO
14
1
MANUTENÇÃO DE FORRAÇÕES
1.
2.
3.
4.
5.
Limpeza
Replantio
Adubação de manutenção
Desbaste
Refilamento
Limpeza
A limpeza em um canteiro de forrações consiste na retirada do mato, quase sempre manual, e na
remoção de partes velhas, ou que foram atacadas por pragas e doenças na planta.
2
Replantio
O replantio das mudas que morreram ou que não se desenvolveram deve ser realizado de vinte
a trinta dias após o plantio das forrações. É normal ocorrerem problemas com 2% a 3% das plantas.
Quando o número de plantas mortas ou encarquilhadas é superior a esse valor, algum problema
ocorreu, podendo ser:
•
•
•
•
•
Padrão de Muda Ruim – Mudas mal enraizadas, mudas velhas, ou mudas doentes.
Erro de adubação – Adubação exagerada.
Afogamento de solo – Plantas foram muito enterradas.
Drenagem deficiente – água das chuvas ou irrigação causou apodrecimento das raízes.
Irrigação insuficiente – Faltou água às plantas.
Como é comum ocorrer algum replante na aquisição das plantas, devemos sempre separar de
2% a 3% para um replante futuro, pois, assim, essas plantas terão o mesmo porte e as mesmas características do lote.
69
3
Adubação de manutenção
As adubações de manutenção respeitam duas regras básicas: A primeira diz que a dosagem usada deve ser pequena. Para os adubos nitrogenados, de 30 a 50g/m²; e para os fosfatados e potássicos, algo em torno de 50 a 70g/m². A segunda regra diz o tipo de adubo que deve ser utilizado. De
acordo com o período em que a planta está, se é uma época de crescimento da parte verde, devo
priorizar o nitrogênio; se é um período pré-floração (formação das gemas florais), devo priorizar o
fósforo; se é uma época de recuperação da florada, ou do inverno, devo priorizar o potássio.
Você sempre deve ter à mão três adubos diferentes, para fazer o manejo das plantas: um rico em
nitrogênio; outro, em fósforo; um último, em potássio. Deve deixar de usar apenas aqueles 10 - 10 10 ou 04 – 14 – 08.
A adubação de manutenção é feita a lanço, tomando-se o cuidado de fazer uma boa irrigação
antes e outra boa irrigação após espalhar o adubo. O ideal é que a adubação seja mensal.
4
Desbaste
Determinadas forrações, após algum tempo do plantio (que pode variar de meses a anos), ‘soltam’ filhotes ao lado da planta-mãe. Com o passar do tempo, haverá tantos filhotes que a concorrência entre eles por água, luz e nutrientes deixará o canteiro com mau aspecto. Antes que isso ocorra,
o jardineiro deve intervir e eliminar o excesso de plantas.
Esse cuidado pode ser pontual e gradativo onde, aos poucos, os “filhotes” são eliminados; ou
drástico, quando o canteiro todo é retirado e replantado. Se esse manejo drástico for necessário,
deve ser feito no final do inverno e começo da primavera.
Por vezes, a retirada total das forrações é interessante, pois possibilita a reforma do canteiro,
como se fosse novo, principalmente porque podemos fazer adubações orgânicas.
5
Refilamento
É a operação de aparar as laterais do canteiro, para evitar que as plantas invadam outros canteiros, gramados, ou calçadas, e também para evitar que o canteiro seja invadido por outras espécies.
Essa operação deve ser feita com auxílio da vanga, cortando-se ligeiramente a terra no sentido
vertical e retirando o material cortado.
Não é recomendável fazer esse trabalho com a enxada ou enxadão, pois, com o tempo se formará um canal, uma depressão na calçada, ou nas divisas dos canteiros, expondo-se a terra, o que
dá um aspecto ruim ao jardim.
70
MÓDULO
15
1
MANUTENÇÃO DE GRAMADOS
1.
2.
3.
4.
5.
Despraguejamento
Replantio
Corte ou apara
Cobertura com terra
Adubação
Despraguejamento
Em um gramado, a infestação de ervas daninhas reflete quatro situações diferentes:
A) PREPARO DO SOLO MAL REALIZADO
B) COLOCAÇÃO DE TERRA COMO COBERTURA
C) SOMBRA EXCESSIVA, OU DRENAGEM DEFICIENTE
D) FREQUÊNCIA DE CORTES MUITO ESPAÇADO
A seguir, citamos as principais ervas daninhas que infestam o gramado, o produto e a dose que
devem ser utilizados. Essa recomendação serve para as gramas esmeralda e bermuda.
Erva daninha
Produto recomendado
Dosagem
Tiririca (Cyperus sp)
Sempra
15g/20l água em pulverização
Trevos
Tordom ou DMA
100g/20l água em pulverização
Carrapicho, Pega-pega, Asa de
morcego (Desmodium sp)
Tordom ou DMA
70g/20l água em pulverização
Alho bravo (Nothoscondom sp)
Tordom ou DMA
100g/20l água em pulverização
Erva capitão (Hydrocotite sp)
Tordom ou DMA
60g/20l água em pulverização
Tanchagem (Plantago sp)
Tordom ou DMA
60g/20l água em pulverização
Quebra-pedra (Phyllantos sp)
Tordom ou DMA
60g/20l água em pulverização
Serralha (Sonchus sp)
Tordom ou DMA
60g/20l água em pulverização
Fazendeiro (Galinsoga sp)
Tordom ou DMA
60g/20l água em pulverização
Algumas observações são importantes no controle de ervas do gramado:
• Quando o gramado for formado por grama São Carlos ou Santo Agostinho e for preciso
usar tordon ou DMA devemos reduzir a dose em 10%.
• O solo deve estar úmido; portanto, é necessário boa irrigação no dia anterior à aplicação.
• Seguir à risca essa dosagem, pois uma pequena variação pode matar a grama.
• Usar todos os EPIs no período de aplicação, bem como respeitar todas as orientações
contidas nos rótulos e nas bulas.
• O solo não pode ser atingido por chuvas num período de 6 horas após a aplicação.
• Lembre-se de que uma alta frequência de corte e adubações equilibradas ainda são os
métodos mais eficientes de controle das ervas.
71
2
Replantio
Quando algum trecho do gramado morre, é necessário descobrir o agente causal, pois um novo
plantio acarretará o insucesso. Como possíveis causas, temos:
• Falta de água no momento pós-plantio;
• Excesso de adubação;
• Uso abusivo de herbicidas;
• Drenagem deficiente;
• Doenças.
Dentre as causas citadas, as mais difíceis de solucionar são o excesso de adubação, que pode ser
resolvida com várias irrigações localizadas em alto volume, e as doenças. As que causam a morte da
grama são a rizoctoniose e podridão de erwínia, sendo a última muito rara. A rizocniose pode ser controlada realizando-se a calagem com dosagem de 500g/m²; após o plantio, três aplicações mensais
de daconil, na dose de 30g/20l de água, em pulverização. Suspender adubações nitrogenadas; não se
usa, em hipótese alguma, a uréia. É interessante cuidar para que o replantio seja feito com a mesma
espécie de grama e a mesma variedade, para evitar manchas de cores diferentes no gramado.
3
Corte ou apara
A) EQUIPAMENTOS – Apenas dois tipos de máquina não devem ser utilizados no corte do
gramado: aquelas que utilizam fio de nylon, pois não cortam a grama e arrebentam as folhas, e
aquelas que têm lâmina cega, sem corte.
Toda lâmina de máquina de corte de grama deve estar afiada, pois deve cortar a folha e
não mascá-la nem arrebentá-la. As máquinas de carrinho promovem corte mais perfeito que
as costais ou laterais; já as máquinas helicoidais promovem corte muito mais preciso que as de
lâminas planas.
Muitas vezes, o corte é deficiente, ou porque a afiação da lâmina é insuficiente, ou porque a
lâmina foi montada invertida.
Corte do Gramado.
72
B) EPIS – O operador de máquina de corte de grama sempre deve usar os equipamentos de
proteção individual, como máscara facial (proteção dos olhos e do nariz), protetor auricular
(ouvido), luva de napa, bota com biqueira de aço e tornozeleira longa. O operador não deve
trabalhar enquanto houver trânsito de pessoas no local. Uma lâmina, ao atingir uma pedra de
diâmetro de 0,5 cm, imprime a ela a velocidade de aproximadamente 130 km/h, suficiente para
causar lesão profunda na pele, quebrar dentes, dedos, ou até cegar.
C) REFILAMENTO – Após o corte, restam áreas próximas às forrações, arbustos, árvores, calçadas, postes e entrepedras, onde não foi possível o corte mecânico. A operação de corte desses locais é chamada refilamento. O refilamento pode ser feito com várias ferramentas como a
vanga, os tesourões, ou máquinas de fios de nylon.
Em calçadas e onde há pedras, a máquina de fio de nylon é muito recomendada. Onde há
forrações, árvores e arbustos devo usar os tesourões, jamais usar a máquina de fio, pois o uso
muito próximo das plantas acaba lesionando o colo das mesmas, principalmente de árvores, o
que causa a paralisia do crescimento.
Alguns jardineiros realizam o refilamento antes do corte do gramado; isso torna o trabalho
ainda mais perfeito.
4
Cobertura com terra
Há poucos anos, toda grama plantada pertencia ao grupo das batatais, que se diferenciam das
gramas modernas pelo modo de crescimento. Enquanto as batatais apresentam seu rizoma (tronco)
para fora da terra, as outras gramas lançam-no abaixo do solo. Com a chegada do inverno (frio e
seco), as batatais ressecavam completamente. Como forma de manter o gramado verde no inverno,
as pessoas faziam cobertura com terra (2 a 5cm) sobre o rizoma, protegendo-o.
As gramas melhoraram, mas as pessoas não perderam o hábito de cobrir o gramado com terra. A
cobertura, nesse caso, só é valida quando o nivelamento está muito desuniforme, causando dificuldades ao corte e ao caminhamento.
5
Adubação
Após o corte e a varrição da apara, faz-se a adubação. É interessante que ela seja contínua (quinzenal ou mensal), alternando três a quatro aplicações de adubo rico em nitrogênio com uma adubação de NPK 06-26-12.
73
As dosagens dependem do adubo a ser usado:
• Sulfato de Amônio – 40g/m²/mês
• Nitrato de Cálcio - 40 g/m²/mês
• Nitrato duplo de Cálcio e Magnésio - 40 g/m²/mês
• Uréia - 20 g/m²/mês
• Salitre do Chile - 20 g/m²/mês
• 06-26-12 - 60 g/m²/mês
Devemos lembrar que toda adubação deve ser acompanhada de boa irrigação e devemos evitar
dissolver os adubos na água, pois os riscos de queimadura são maiores.
Fertirrigação
do “Green”
de Campo de
Golfe.
Soprador
de folhas
Irrigação do
Gramado
74
MÓDULO
16
1
MANUTENÇÃO DE ÁRVORES E ARBUSTOS
1. Replantio
2. Adubação de manutenção
Replantio
É comum de 2% a 3% das árvores morrerem após o plantio. Num período de 60 dias após o procedimento, devemos fazer uma revisão, retirando as plantas mortas e identificando aquelas que não
estão se desenvolvendo. Dentre os motivos para a morte ou paralisação do crescimento, temos:
• Muda com defeito.
• Lesão sofrida no transporte (muito comum em palmeiras).
• Adubação exagerada, ou uso de adubos orgânicos crus.
• Encharcamento – deficiência de drenagem do local.
• Afogamento do colo – causa paralisia do crescimento.
Quando for realizar o replantio, deve-se descobrir a causa da morte ou da paralisia, antes de
plantar a nova árvore ou arbusto, e fazer reposição apenas do adubo químico, usando metade da
dose do primeiro plantio.
2
Adubação de Manutenção
A) QUÍMICA – Deve ser feita mensalmente com pequenas doses 20 a 50 g/m² de área da
copa. Devemos lembrar sempre que o adubo deve respeitar o ciclo da planta (quando a planta
estiver crescendo no adubo nitrogenado, quando estiver formando botões florais ou florescendo = rico em fósforo e quando precisar de recuperação, adubo potássio). A forma de aplicação
pode ser a lanço, ou em sulcos; na primeira forma o adubo é espalhado na projeção da copa da
árvore; no segundo caso, faz-se um sulco de mais ou menos 5 cm de profundidade ao redor da
copa da árvore onde colocamos o adubo, que é coberto com terra.
75
O problema consiste na quantidade de adubo a usar. Por exemplo: Quanto de adubo coloco a
lanço, ou em sulco, numa árvore de 6m de diâmetro de copa, se vou usar 50g de adubo potássio por
metro quadrado?
Para achar a área, usamos a fórmula:
Área = 3,14 x raio x raio = área 3,14 x 3 x 3 = 28,26 m²
Como usarei 50g/m², basta multiplicar esse valor pela área;
Quantidade de adubo = 28,26 x 50 g = 1,413g.
Então, para essa árvore, espalho, a lanço ou a sulco, 1,4kg de adubo.
B) ORGÂNICA – Na adubação de árvores e arbustos, a adubação pós-plantio de adubo orgânico é pouco mais complicada que o adubo químico, pois nenhum adubo orgânico deve ser
colocado sobre a terra. Sobre o solo, o sol “queima” os materiais orgânicos, e as raízes são incentivadas a crescer para a superfície, ficando a planta sujeita a falta de água. Assim, resta apenas
o método de formar covas ou bolsas na projeção da sombra da árvore e ali concentrar grandes
quantidades de adubo orgânico que será coberto com terra.
Mas que quantidade colocar?
Depende do tamanho da árvore e do tipo de adubo orgânico. No módulo VII, 4 , A, temos o
valor de cada adubo orgânico: se eu for usar 3l/m² de esterco de galinha, devo usar mais que o
dobro de esterco de gado, ou húmus de minhoca, ou composto orgânico. Digamos que a recomendação é para usarmos esterco de galinha curtido. Quanto devo usar numa árvore de copa
de 6m de diâmetro, na dose de 3 l/m²?
A área é fácil; basta a fórmula:
Área = 3,14 x raio x raio = 3,14 x 3 x 3 = 28,26 m²
Para achar o volume, basta multiplicar a área pela dosagem.
Quantidade = área x dosagem = 28,26 x 3 = 84,78 l = 85 l
Então, a soma dos volumes das covas que devo abrir deve ser de 85 litros usando-se. esterco
de galinha. Se fosse usar húmus de minhoca, deveria ter volume de 170 litros.
76
MÓDULO
17
1
PODA DE ÁRVORES E ARBUSTOS
1. Princípios e funções da poda
7. EPIs e segurança
2. Tipos de poda
8. Ferramentas apropriadas
3. Compartimentalização 9. Formação do calo cicatricial
4. Pontos de corte
10. Brotações epicórnicas
5. Formas de execução
6. Tratamento do corte
Princípios e funções da poda
Quando podamos uma árvore ou arbusto, devemos lembrar que a forma como foi feito o
procedimento refletirá no desenvolvimento da árvore durante toda a vida. O acerto, ou erro da
poda dependem de algumas condições, como:
A) ESPÉCIE – Cada planta reage de forma diferente à aceitação da poda. As plantas de espinho têm péssima aceitação e a cicatrização da ferida difícil. As palmeiras e pinheiros são intolerantes à poda; já aquelas que produzem látex branco ou vermelho aceitam muito e aceitam
bem. Lembre-se de que uma vez realizada uma poda errada, a planta torna você escravo dela,
exigindo podas frequentes.
B) VELOCIDADE DE CRESCIMENTO – A tolerância à poda está intimamente ligada à velocidade de crescimento horizontal ou vertical.
C) ARQUITETURA DA PLANTA – A poda não pode alterar a arquitetura da planta, pois, em
pouco tempo, ela voltará à forma original.
D) IDADE DA PLANTA – Quanto mais nova for a planta, melhor a aceitação da poda; as árvores que vivem muito aceitam melhor a poda do que aquelas de ciclo curto.
E) IDADE E POSIÇÃO DO RAMO – Ramos novos e aqueles que recebem mais luz reagem melhor à poda.
77
F) PERMANÊNCIA DAS FOLHAS – As árvores e arbustos que perdem folhas no inverno aceitam melhor a poda do que aquelas que não derrubam folhas. As exceções são as que florescem
logo no final do inverno.
G) ESTADO FENOLÓGICO – O estágio ideal para a poda é aquele pouco depois da frutificação, pois os hormônios estão voltados à formação de gemas vegetativas, com exceção daquelas
que perdem folhas no inverno.
H) ÉPOCA DE PODA – Na maioria dos casos, no final do inverno.
2
Tipos de podas
Existem muitos tipos de poda, cada um com um objetivo diferente, como formação, condução,
limpeza, transplante, correção, segurança, regeneração, dendrocirurgia, equilíbrio, estimulação e
remoção. Vamos falar sobre as quatro primeiras:
A) PODA DE FORMAÇÃO – Iniciada desde a primeira idade da planta, visa a moldar a arquitetura que a planta deve ter quando adulta. É pouco traumática à planta, por retirar partes
pequenas, e é muito comum em plantas de arborização urbana, ou frutíferas.
B) PODA DE CONDUÇÃO – Mantém a copa na forma desejada. São cortados os galhos indesejáveis, ou as gemas apicais. É normalmente muito trabalhosa e comum em cercas-vivas. Deve
ser feita respeitando-se a arquitetura da planta. É comum, nessas cercas, ocorrer o secamento
da parte inferior da planta. Isso acontece porque o jardineiro poda muito em baixo e pouco na
parte superior. Naturalmente, os ramos superiores recebem mais luz e crescem mais, trazendo
sombra aos ramos inferiores, que param de crescer e morrem, ficando o vazio.
78
O jardineiro pode realizar a poda deixando a parte de cima mais larga e a inferior mais estreita, mas o correto seria podar cortando mais em cima e menos na parte inferior, formando-se
uma pirâmide.
C) PODA DE LIMPEZA – Tem o objetivo de eliminar ramos atacados por pragas, doenças e
galhos em processo de abortamento, ou secos.
D) PODA DE TRANSPLANTE – Quando for realizar o transplante (mudança de local) de uma
árvore ou arbusto, cuidar para que parte da copa seja supressa, principalmente as folhas. Essa
prática evita a perda de água pela planta, o que poderia leva-la à morte por desidratação. O
máximo que deve ser podado é uma terça parte da altura da planta. Melhor ainda seria retirar as
folhas, mantendo-se as gemas de brotação. Em palmeiras, podemos retirar boa parte das folhas
e ainda reduzir o comprimento das restantes, para aliviar o peso no palmito.
3
Compartimentalização
Nas árvores e arbustos, é natural que ocorra a queda dos ramos, principalmente osInferiores,
quando um galho cai e deixa uma ferida aberta. Mas a árvore já se preparou para evitar que
entrem pela ferida agentes de doença, ou que a seiva escorra. Note que os galhos se quebram
sempre no mesmo local. Esses pontos são os pontos de corte.
79
4
Pontos de corte
A) ARBUSTOS – Ao podar um arbusto, a melhor posição para corte do ramo é logo acima de uma
gema e com corte em bisel (45º).
B) ÁRVORES – Ao cortarmos um galho de árvore devemos, observar a orientação que ela nos dá. Olhando a junção de um galho com um tronco, veremos que, ainda no galho, há uma série
de anéis concêntricos que indicam onde naturalmenteo galho se
quebrará, onde ocorrerá a cicatrização da planta.
Quando a crista da casca, o colar e os anéis forem facilmente
visíveis, o galho está sendo eliminado pela planta, e seu corte não
acarretará prejuízo à árvore.
O ponto de corte deve ser no último anel próximo ao tronco.
Quando não houver a crista de casca, ou o colar e os anéis, o galho deve ser cortado em duas
etapas: na primeira, deixa-se entre 30 e 40cm do galho junto ao tronco; na segunda, seis meses
depois, faz-se a poda normal. A essa altura, já terão aparecido crista, anéis e colar, ou seja, a
planta já se preparou para perder o galho.
5
Formas de execução
Munido de ferramenta adequada, deve realizar a poda em quatro cortes distintos.
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O corte em quatro etapas evita que o galho lasque e com a queda repuxe a casca do tronco, o
que causaria uma ferida de cicatrização muito difícil.
6
Tratamento do corte
Após a retirada do galho, é interessante o uso de alguma substância que seja impermeabilizante
(neutrol, cera, parafina, veda água, resina), ou que seja cicatrizante (pasta à base de cobre ou enxofre). Vale ressaltar que o neutrol é um produto singular, pois é barato, fácil de encontrar e muito
eficiente. Nunca usar terra, esterco, substratos, ou adubos.
7
EPIs e segurança
É muito importante o uso de óculos, capacete, luvas, cinto de segurança e cordas (os dois últimos quando envolver escalada ou escada). Também é necessário isolar a área com cones, cavaletes,
cordas, fitas, ou até com os próprios galhos cortados, para garantir a segurança de terceiros.
Operador com EPI
– Equipamento
de Proteção
Individual
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Ferramentas apropriadas
Existem várias ferramentas usadas em poda. A escolha depende do diâmetro do ramo. Entre elas, temos:
A) DEDOS – É a melhor ferramenta, pois só retira as gemas de crescimento.
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B) CANIVETE – Preferencialmente de inox, ou aço doce, para cortes de diâmetros de até 0,5 cm.
C) TESOURAS DE PODA – Corta ramos de até 1,5cm e pode ser de vários tipos. Normalmente, tem
duas lâminas que se sobrepassam, uma servindo de apoio ao corte e outra no próprio corte. É importante conhecer duas formas de uso das tesouras de poda. A primeira é que a tesoura deve ser apoiada
na mão com a lâmina de apoio junto ao polegar, e a lâmina de corte acionada pelos outros quatro
dedos juntos. A segunda é a sua posição em relação ao galho, que deve ser de 45º a 60º. Nunca 90º.
errado
correto
O uso incorreto da tesoura (90º) causa uso de força desnecessária pelo jardineiro, entortamento
das lâminas e maceração dos tecidos do galho no local do apoio.
D) PODÃO – De ação semelhante à das tesouras, possui cabo de 5 a 6 metros, acionados com
cordas e roldanas. Corta diâmetros de até 2,5cm.
E) TESOURÃO DE JARDIM – Utilizado na poda de arbustos, ou grama; poda até 0,5 cm de diâmetro. São de grande rendimento; possuem duas lâminas cortantes e afiáveis.
F) SERROTES – Existem inúmeros modelos; os melhores são os curvos, que cortam na volta e que
têm os “dentes” na forma “trapezoidal”. Esses cortam ramos de até 25 cm de diâmetro.
G) MOTOSSERRA – Usada para ramos maiores que 25cm, devem ser evitadas, pois produzem
corte imperfeito e de difícil cicatrização.
Nunca utilizar, para poda de árvores, facão ou foice, porque, na maioria das vezes, lascam os
galhos, ocasionando dificuldades de cicatrização.
Poda em
Palmeiras
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9
Formação do calo cicatricial
Quando nos cortamos, depois de alguns dias aparece uma cicatriz que fecha a lesão.
Nas plantas, ocorre o mesmo processo. Quando o galho é perdido ou cortado, o corte sofre uma
deposição de substâncias que, aos poucos, fecham as veias, impedindo a entrada de água e microorganismos. Com o passar do tempo, aparece um calo cicatricial,que cresce e fecha totalmente a lesão. Nas
plantas de ciclo longo, ele é mais fácil de formar-se; na primavera, a velocidade de regeneração é maior.
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Brotações epicórnicas
Quando uma árvore velha ou um galho velho começa a brotar onde não é comum, existem problemas à vista relativos a podas erradas, ataque de doenças, ou raízes enoveladas. Não
adianta remover esses brotos (brotações epcórnicas), pois, em poucos dias, outros os substituirão. Esses brotos são sinais que a planta nos dá de que algo está errado.
MÓDULO
18
1
TRANSPLANTE
1. Espécies aptas
6. Replantio/coveamento
2. Influência da época do ano e do 7. Tutoramento
desenvolvimento fisiológico da planta 8. Irrigação de fixação cicatricial
3. Sangria 4. Poda de suporte 5. Orientação arquitetônica
Espécies aptas
Nenhuma espécie de planta foi adaptada para ser transplantada. Existem algumas que resistem melhor ao processo e outras que são intolerantes. No grupo das tolerantes, podemos destacar
as palmeiras, as plantas que perdem a folha no inverno, as que produzem “leite” como seiva, as de
raízes superficiais e as que vivem muitos anos. Já as intolerantes são os pinheiros, as que têm espinhos, as de vida curta e as de raízes profundas. Você deve estar pensando: Mas a paineira pode
ser transplantada e tem espinho. Mas ela tem raízes superficiais e perde as folhas no inverno.
2 Influência
da época do ano e do
desenvolvimento fisiológico da planta
Certamente para a maioria das plantas o inverno, é a melhor época para o transplante, isso nem
sempre é verdadeiro, com espécies que formam os botões florais no final do inverno e que dão floradas
abundantes no início da primavera, como é o caso dos ipês, não podemos transplantá-los em julho/
agosto, mas sim trinta á quarenta dias após a florada.
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Quando for realizar transplante noutra época, cuidar para não fazê-la próximo a florada da planta, aguardar o florescimento e realizar a operação.
3
Sangria
Consiste na confecção do torrão da árvore/arbusto em etapas, normalmente três. Na primeira,
corta-se uma terça parte das raízes laterais; na segunda, mais ou menos 30 dias após a segunda,
corta-se o restante e as raízes principais, fazendo-se a remoção da planta.
O objetivo da sangria é proporcionar a troca de parte do sistema radicular da planta, fazendo
com que as raízes inicialmente cortadas rebrotem e se transformem em muitas outras novas. Trocamos um sistema radicular longo e profundo por um sistema curto e raso.
As raízes novas e superficiais têm muitos pelos, por onde a planta absorve água e sais minerais
necessários após o transplante. A sangria também é muito recomendada quando o solo é arenoso,
dificultando a formação de um torrão. A emissão de muitas raízes finas pela planta travará a terra
do torrão. Quando a terra for arenosa, recomendamos que o tempo desde a primeira etapa até a
conclusão seja perto de 6 meses.
Na sangria e no transplante, é desejável que, quinzenalmente, a planta receba adubações com
adubos complexos (todos os nutrientes) e que seja tratada com produtos antiestressantes à base de
fósforo, cobalto e molibdênio.
Não é recomendável que, no sulco de abertura para realizar a sangria, seja colocado qualquer
material orgânico, como composto, serragem, folhas etc. Deve-se apenas voltar a terra ao sulco.
Transplante de
Palmeiras Imperiais.
Formação de torrão
proporcional ao DAP
(Diâmetro a Altura
do Peito)
84
Transplante de
Palmeiras Imperiais.
Formação de torrão
proporcional ao DAP
(Diâmetro a Altura
do Peito)
Transplante de
Painera Adulta
85
Transplantando de
um lugar a outro.
Charuto Cubano
ou “Charutão”.
Proteção de
palmito, folhas
e estipe, contra
desidratação e
escaldaduras.
4
Poda de suporte
No momento do transplante, a árvore deve ser podada, como já vimos anteriormente.
5
Orientação arquitetônica
É importante que, no novo local, a planta seja posicionada exatamente na mesma posição em
relação ao sol na qual estava, pois todos os seus ramos (arquitetura) foram direcionados em função
do deslocamento do sol. Assim, é interessante que, antes da movimentação da planta, marcar o lado
leste (nascente) e, no novo, local, posicioná-la da mesma forma. Por vezes, o não-posicionamento
correto atrasa o desenvolvimento por muitos anos.
6
Replantio – coveamento
Alguns cuidados devem ser seguidos para que o replante seja bem sucedido.
O primeiro diz respeito ao tamanho do torrão e, consequentemente, da cova. É muito difícil dizer
qual o tamanho de um torrão. Um método próximo do ideal é aquele que compara o DAP (Diâmetro
a Altura do Peito) da planta, ou seja, a 1,30 m do solo. Diz o método que o diâmetro e a altura do
torrão devem ter de 4 a 6 vezes o DAP da planta.
Diâmetro do torrão = 4 a 6 x DAP da planta.
Altura do torrão = 4 a 6 x DAP da planta.
86
Então, quais seriam as dimensões de um torrão para uma planta de DAP = 0,20m e para uma
de DAP 0,40m?
Note que, no DAP 0,2m, se considerar como quatro vezes o DAP, tenho 500 litros; se considerar
seis vezes um aumento de menos da metade representa três vezes mais volume de torrão.
Estamos fazendo a conta de volume. Se pensarmos em termos peso, temos que 1m³ de terra
pesa 1,300kg; então, a árvore de 20cm de DAP viria com um torrão de 650kg até 2.210kg, o que já é
um torrão considerável.
E como ficaria para a árvore de 40cm de DAP?
O torrão teria peso de 5.200kg a 16.900kg. Observando os transplantes, você vai encontrar palmeiras de 40-50cm de DAP e o torrão que cabe numa caixa d’água de 1,000 litros. A cova para as nossas
árvores de 0,2m de DAP e de 0,4m de DAP deve ter, segundo vimos no módulo XIV, 5, algo entre:
DAP 0,2 m = cova = 2,4 x 2,4 x 2,4 á 7,2 m x 7,2 m x 7,2 m
DAP 0,4 m = cova = 4,8 x 4,8 x 4,8 á 9,6 m x 9,6 m x 9,6 m
Ninguém vai abrir covas de 7,2m x 7,2m x 7,2m, muito menos de 9,6m x 9,6m x 9,6m. Aqui vale
o bom senso, até porque é quase impossível fazer-se essas covas.
O segundo cuidado no replantio consiste em adubar muito pouco a cova da planta a ser transplantada. É proibido usar adubos orgânicos, pois temos muitas raízes com feridas abertas, e os adubos orgânicos têm alta carga de fungos e bactérias.
7
Tutoramento
O tutoramento pode ser feito por cabos, ou madeiras, travando a parte aérea e impedindo que
esta balance e lesione as raízes novas. Devemos proteger os pontos de amarração para evitar descascamento, bem como tutores devem ser retirados logo que a planta se tenha fixado.
8
Irrigação de fixação
É imprescindível, após o transplante, a realização de irrigação, como já vimos, repetindo-a sistematicamente por várias semanas.
87
MÓDULO
19
PLANTIO E MANUTENÇÃO DE VASOS EM
CULTIVO PROTEGIDO
1. Tipos de vaso
5. Espécies Vegetais
2. Impermeabilização
6. Adubação
3. Drenagem 7. Podas de manutenção
4. Substratos 8. Utilização de óleos minerais e emulsionáveis A natureza não desenvolveu nenhuma planta para viver dentro da caverna, ou dentro de casa,
ou em estufas. Some ainda o fato de que, num vaso, a área para as raízes explorarem é pequena,
bem como a circulação de água e ar são complicadas; assim, o cultivo em vasos requer muito mais
atenção do jardineiro.
1
Tipos de vaso
Plástico, cerâmica, concreto, amianto, isopor, concreto celular. Existem muitos materiais, mas
um bom vaso tem como características muitos furos ou sobressalto no fundo para a circulação de
ar; não deve “roubar” água do solo; não deve aquecer ao ser exposta ao sol; não deve permitir que
as raízes se enovelem; para isso, deve ser quadrado, ou com aletas internas verticais; além disso,
eles não devem ser tóxicos à planta. Assim, devemos estar atentos às desvantagens dos vasos que
temos e procurar sanar suas deficiências.
2
Impermeabilização
Vasos de concreto, cerâmica e de concreto celular ressecam facilmente e retiram umidade do solo. Já
os de amianto deixam resíduos tóxicos nas plantas; assim, todos eles precisam ser impermeabilizados.
Para impermeabilizá-los, devem-se aplicar duas mãos de impermeabilizante na parte interna, podendose usar, para isso, o neutrol, vedacit, veda água, resina, tinta esmalte sintético, ou tinta a óleo.
3
Drenagem
Se possível, prefira vasos com vários furos na base, pois melhora a drenagem e, principalmente, a circulação de ar. Procure colocar camada de brita, argila expandida, seixo, ou areia no fundo
(em torno de 5% da altura), formando uma camada que impede o fechamento do furo. É comum
sob o vaso colocar-se prato (plástico ou cerâmica) para recolher o excesso de água. O furo nunca
deve encostar no prato ou ficar próximo, pois com a elevação do nível de água o ar para de circular, e as raízes ressentem (definham).
88
4
Substratos
Chamamos de substrato todo e qualquer material que serve de apoio, reserva de água e sais
minerais para a planta. Pode ser a própria terra, areia, esterco, vermiculita, turfa, húmus, resíduos
vegetais, casca de coco, pó de xaxim, argila expandida, pedra etc. O substrato ideal depende do tipo
de planta que formos trabalhar. No mercado, encontramos substratos prontos para várias plantas.
Normalmente, são misturas de resíduos vegetais decompostos: turfa ou vermiculita com casca de
coco ou pinus, balanceados com calcário e adubos químicos.
Os substratos têm a vantagem sob a terra, quando utilizados em vasos, de não compactarem
com o tempo; por serem muito porosos, permitem o crescimento das raízes. Retêm bastante água e
nutrientes, além de serem mais leves que a terra e de serem isentos de pragas e doenças.
A quantidade de substrato a utilizar varia em função da condição econômica, pois são mais caros
que a terra. O ideal seria o plantio em substrato puro.
5
Espécies vegetais
Praticamente, todas as plantas adaptam-se ao cultivo em vasos. A única exceção é a trepadeira.
O desenvolvimento dessa planta em vasos é sempre comprometido, pois, normalmente, ela tem
poucas e longas raízes, e o vaso limita o crescimento. A exigência de cuidados com a água, nutrientes e poda de uma planta em vaso é sempre maior do que se a mesma planta estivesse na terra.
Deve-se evitar o plantio de árvores em vasos, pois terão seu desenvolvimento bastante comprometido. Já os arbustos não têm restrições. Só devemos preferir aqueles que têm crescimento
horizontal ou globoso, evitando-se os de crescimento vertical.
6
Adubação
É a técnica de maior importância do cultivo de vasos. Devemos preferir sempre utilizar adubos
solúveis em água para evitar problemas com dosagens erradas, pois a quantidade a usar depende
do volume de substrato do vaso. Assim, a recomendação de adubação pode ser feita de duas formas. Se dispuser de um aparelho chamado condutivímetro, prepare a calda de adubação com concentração entre 0,7 e 1,0 ms. Se não dispuser de condutivímetro, dissolva 1g/l de água.
Quanto ao adubo a utilizar, o ideal seria dispor de três tipos de adubos com concentrações diferentes, um que contivesse mais nitrogênio, outro rico em fósforo e o terceiro em potássio. Como
alternativa aos adubos de diferentes concentrações, tem bons resultados em manejo de vasos, a
89
adubação usando as formulações prontas para cultivo hidropônico de alface, dissolvendo de 0,5g a
1,0g/l. Você pode, ao invés de procurar no mercado, com a receita abaixo, formular a solução hidropônica para cultivo de alface. Essa fórmula é para 1.000 litros de água.
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Nitrato de Cálcio – 325 g
Nitrato de Potássio – 850 g
Map – 80 g
Sulfato de Magnésio – 210 g
Fe EDTA – 120 ml
Sulfato de Manganês – 0,25 g
Sulfato de Zinco – 0,25 g
Sulfato de Cobre – 0,1 g
Ácido Bórico – 0,05 g
Molibdato de Sódio – 0,1 g
A frequência de adubação num vaso deve ser mais alta do que no solo. Devemos fazê-la semanalmente ou a cada três irrigações; faz-se uma com os adubos.
Para o plantio em vasos, dispomos ainda de adubos chamados de lenta liberação. Nesses adubos, os nutrientes estão envolvidos em uma capa e são liberados aos poucos para a planta e podem
ter ação por até 4 meses. Isso é interessante, porque, nesse período, não há necessidade de novas
adubações. O produto comercial mais comum é o osmocote.
7
Podas de manutenção
Quinzenalmente, ou mensalmente, devemos realizar podas, dando conformação à planta, retirando ramos ladrões e induzindo brotação e florada. Em vasos, a poda é sempre necessária, pois
equilibra a parte aérea com o sistema radicular. Sempre que possível, após a poda, devemos realizar
pulverização com dimetoato, na dosagem 0,3%.
8
Utilização de óleos minerais e emulsionáveis
A principal causa de insucesso no cultivo de vasos, principalmente quando o local não recebe
chuvas, é o ataque de cochonilhas, que são insetos sugadores, com formas e cores variadas, que
se assemelham a cabeças de alfinete, farinha de trigo, ou algodão. Quando há altas populações, é
comum a presença de moscas e formigas “doceiras” perto da planta, bem como a formação de uma
película preta na parte de cima da folha, chamada fumagina, que tem apararência de poluição.
As cochonilhas, quando não controladas, causam a perda de folhas, dos galhos e, às vezes, a
morte da planta. O controle inicial do inseto é feito com água. A simples remoção do vaso para uma
ambiente a céu aberto, onde as suas folhas possam ser molhadas e receber a água das chuvas e o
sereno, já diminuirá em muito a população das cochinilhas.
A maioria delas pode ser controlada com o uso de óleos minerais emulsionávies, que, dissolvidos
na dose de 0,5% a 1% e pulverizados na planta, fazem o controle da população. Alguns cuidados
extras, além daqueles comuns no caso de agrotóxicos, devem ser tomados. Como o óleo mata a
cochonilha por asfixia, também asfixia a planta. A ação do óleo com sol, ou a temperatura alta, quei-
90
mará a planta. Então devemos aplicar o óleo só no final da tarde, ou em dias nublados.
Os óleos minerais trazem ainda uma vantagem adicional, pois limpam resíduos da folha e dão
brilho, proporcionando aspecto saudável e bonito.
MÓDULO
20
1
CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS
1. Identificação das principais pragas e doenças
2. Formas de controle
3. Uso de agrotóxicos
Identificação das Principais Pragas e Doenças
Primeiro, precisamos saber o que são pragas e doenças e por que elas ocorrem.
De forma geral, praga são insetos mastigadores, ou sugadores, que destroem as plantas e que,
algumas vezes, ainda injetam venenos ou transmitem doenças (vírus). Doença é mais difícil de definir. Ela acontece quando o conjunto de condições ambientais que favorecem o bom desenvolvimento da planta é quebrado. Assim, a doença não é causada apenas por fungos, bactérias, vírus,
mas, inicialmente, por nutrição desbalanceada, desequilíbrio hídrico, sol/sombra, calor/frio, ventos,
ferimentos etc. A ação das pragas e doenças envolve ações e interferências de vários agentes:
Resistência
Planta
Nível de dano
(genética, pelos, cena
casca, substância)
Vento
Umidade
Solo
(nutrição, umidade
matéria orgânica)
Temperatura
Biocenese
População
(simbiose, agregação)
Principais pragas e doenças:
• Lagartas
• Pulgões
• Cochonilhas
• Formigas Cortadeiras
• Lesmas e Caramujos
• Rizoctoniose
• Ferrugem
Praga e Doença
2
Formas de Controle
Podemos fazer o controle de duas formas:
A) FORMA PREVENTIVA – Feito antes de a praga ou doença desenvolver-se:
• Boas condições de água, luz e nutrientes.
• Observação diária para controle logo no início.
• Não ferir as plantas
91
• Rotação de culturas
• Eliminação de partes atacadas
Inspeção de pragas
(caramujos e ovos de
caramujo em Vitória
Régias. Método
preventivo, antes do
plantio.
Caramujos e ovos
coletados.
Método de controle –
CATAÇÃO.
B) CONTROLE CURATIVO – É feito quando a praga ou doença começa a provocar dano. Pode
ser feito com:
• Produtos caseiros
• Armadilhas
• Agrotóxicos
• Controle biológico
3
Uso de agrotóxicos
São produtos químicos que impedem a instalação da praga, ou doença, ou que reduzem sua
população. Podem ser de contato, quando matam o agente causador que for atingido, e é de ação
rápida, sem apresentar efeito residual ou sistêmico. Quando penetram na seiva da planta, matam
quem consumir a planta durante um período de dias a meses.
Existem inúmeros produtos, cada um com ação específica, destinadao a um grupo de agentes: inseticidas, fungicidas, bactericidas, nematicidas (nematóides) herbicidas (mato), acaricidas (ácaros) e os inibidores de crescimento.
A venda, transporte, armazenagem e aplicação de agrotóxicos é proibida sem o receituário agronômico (que é uma receita que orienta o uso, dada por engenheiro florestal, ou agrônomo).
Para aplicar corretamente os agrotóxicos, você deve conhecer algumas informações da bula.
92
A) PERÍODO DE CARÊNCIA – Existe um prazo mínimo entre a aplicação do produto e a colheita. Nesse período, o veneno é transformado pela planta, deixando de ser perigoso.
B) DOSE – Cada produto possui uma dose certa de uso. Dependendo da cultura da praga ou
doença, o respeito à dose garante a eficiência e evita contaminações às pessoas e ao ambiente.
C) CLASSE – Os produtos são classificados de acordo com o seu grau de toxidez por uma
faixa colorida na parte inferior da embalagem:
Classe Toxicológica
Classe Toxicológica
Classe Toxicológica
Classe Toxicológica
I – altamente tóxico – tarja vermelha
II – média toxidez – tarja amarela
III – pouco tóxico – tarja azul
IV – praticamente atóxico – tarja verde
É importante conhecermos as classes, pois devemos sempre usar os menos tóxicos (verde, ao
invés de azul; azul, ao invés de amarelo...). Essa conduta reduz os índices de envenenamento e/ou
contaminação.
Armazenamento
Inadequado de
Produto com Alta
Toxicidade. Não
devemos tomar
como bem exemplo.
Como estocar
corretamente os
produtos e defensivos
agrícolas
D) ESPECIFICIDADE – Cada produto é recomendado para controle de um agente (ou mais),
em uma espécie (ou várias) de planta. Assim, o uso sem critério de um mesmo produto para vários problemas e várias plantas, além de controle insatisfatório e contaminação, é crime.
E) USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – Você já deve ter aplicado algum
veneno usando máscara de papel, ou pano, de camisa (ou sem camisa), short e chinelo de dedo;
então, você já se envenenou. Ou então, você trocou a máscara de pano, ou papel, pela máscara
93
de carvão – aquela que parece um astronauta, ou, em uns casos, um porco. O uso da máscara
sem outras proteções, muito pouco protege, e pior, dá uma falsa proteção; daí você abusa. A
maior parte dos venenos penetra pelos poros (furos) da pele, indo para o sangue; então, é muito
importante proteger a pele. Os equipamentos obrigatórios por lei são:
•
•
•
•
•
•
Botas de borracha
Luva de borracha
Máscara de carvão
Chapéu impermeável
Avental ou macacão impermeável
Óculos de Proteção
Pulverizações em
gramados. Uso
adequado do EPI
– Equipamento de
Proteção Individual.
Na aplicação de produtos, além dos EPI, o pulverizador deve estar em perfeito estado. O pistão
interno deve ser lubrificado a cada 40 horas de uso, deve estar sem qualquer vazamento; e bicos
e filtros devem estar sempre desentupidos. Antes do uso, deve-se completá-lo com água e fazer o
teste de funcionamento; só então colocar o agroquímico. Cuidar em adicionar água na dose exata e
a quantidade que vamos usar. Vamos ver dois exemplos:
Suponhamos que você podou seus arbustos, e o receituário agronômico diz que você deve
usar dimetoato (daconil) na dose de 0,3%. Quantos gramas você colocará no seu pulverizador de
20 litros?
Dose = 0,3%
Pulverizador = 20 L = volume de calda á preparar.
Se a dose é 0,3%, significa que, em 100 litros de água, devo misturar 0,3 litros ou 300 ml; aí
é só fazer a regra de três:
Se em 100 l uso 300 ml
Em 20 l usarei x
X= 60ml
94
Portanto, usarei 60 g, já que o peso do daconil é igual ao volume.
E se, ao invés de precisar do pulverizador cheio, eu preciso só de 5 litros, o que eu faço? Preparo
tudo e jogo fora o resto?
Claro que não. Faço cálculos para 5 litros.
Se em 100 l uso 300 ml
Em 5 l usarei X
X = 15 g ou 15 ml.
Depois de aplicar o produto, você guardou o pulverizador, jogou fora a embalagem e foi almoçar. Se fez isso, comece o curso desde o módulo I, pois o correto deveria ser colocar um ou dois litros
de água no pulverizador e, após muito agitar, pulverizar o local já pulverizado, repetir, tirar toda a
pressão do pistão e guardar. Lavar a embalagem três vezes com água limpa e verter essa água no
pulverizador junto com a calda da primeira pulverização. A embalagem vazia, após a tríplice lavagem, deve ser devolvida ao local discriminado no receituário agronômico. As roupas devem ser
todas lavadas e você deve tomar banho com muita água e sabão.
MÓDULO
21
LEITURA DE DESENHOS, MAPAS E
PROJETOS PAISAGÍSTICOS
1.
2.
3.
4.
Orientação em relação ao sol
Orientação em relação ao norte
Interpretação de legendas
Interpretação de escalas
Uma planta, ou um projeto é feito pensando na colocação dos elementos e no efeito que eles
darão no futuro. Para isso, você deve conhecer algumas coisas:
1
Orientação em relação ao sol
O sol nasce sempre do lado leste. Em algumas épocas, principalmente no verão, desloca-se mais
para a direita; no inverno, mais à esquerda.
95
2
Orientação em relação ao norte
É comum todas as plantas trazerem indicação de onde é o norte. Sempre vem representado por
N ou NM. Quando não houver indicação, a linha vertical do desenho deve ser o norte.
Para que você se oriente em relação ao terreno e leia a planta de forma correta, deve ficar de
frente para onde o sol nasce; assim, seu braço esquerdo será norte. Posicione o norte do desenho na
mesma linha do norte e daí leia as informações da planta (mapa).
3
Interpretação de legendas
Quase sempre, no canto inferior direito do mapa, há uma legenda onde se traduz o que significam os símbolos ali desenhados. No caso do jardineiro, é muito importante fazer a identificação das
legendas das plantas, pois, muitas vezes, elas são representadas por letras, números, ou algumas
letras iniciais dos nomes. Muitas vezes, encontramos plantas onde o paisagista nos dá informação
sobre tudo, desde o nome e tamanho das covas até distância de plantio, entre outras.
4
Interpretação de escalas
A escala representa quantas vezes o terreno foi diminuído ao meio, para que coubesse no papel
que foi desenhado. Numa planta, ela quase sempre é colocada no canto inferior direito. Pode ser
representada de varias maneiras:
1:x
1/x
1
x
1cm=x cm
Usando a escala mais simples, que é a de um para cem (1/100), e vale cem vezes no terreno, uma
medida no papel. Ou seja, o terreno teve que ser diminuído cem vezes para poder caber no papel. Para
sabermos quanto mede qualquer coisa naquele desenho, basta medir, e, sabendo que cada centímetro vale 100 centímetros e que 100cm = 1 metro, teremos a medida multiplicando o valor por 100.
96
Por exemplo, quanto medem a largura e o comprimento do terreno abaixo?
largura
comprimento
Pegando uma régua comum, medimos:
Largura= 3 cm
Comprimento=10 cm
E como se acham as medidas do terreno, na escala 1/100?
Largura= 3 cm X 100 = 300 cm = 3 metros
Comprimento= 10 cm X 100 = 1000 cm = 10 metros
Como ficaria o mesmo terreno, se a escala do desenho agora fosse 1/250?
Largura= 3 cm
Comprimento=10 cm
Como a escala mudou para 1/250 agora temos que multiplicar por 250; então:
Largura= 3 cm X 250 = 750 cm = 7,5 metros
Comprimento= 10 cm X 250 = 2500 cm = 25 metros
A escala de um terreno nos permite achar as medidas usadas no jardim: larguras, comprimentos,
áreas, volumes; assim, calcular quanto de planta usaremos, o volume dos adubos, terra e substrato.
A escala estima até quanto tempo gastamos com as atividades. Você precisa plantar três canteiros
com grama em um jardim. Como faria para calcular a quantidade de grama?
Canteiro 1 é um retângulo
Canteiro 2 é um circulo
Canteiro 3 é um triangulo
Precisamos calcular as áreas dos três e somá-las; temos que a escala é 1/300, ou seja, cada centímetro no papel corresponde a 300 centímetros no terreno, ou três metros. Achando as áreas:
97
CANTEIRO 1
Para achar a área de um retângulo, ou de um quadrado, basta multiplicar um lado pelo outro.
Medindo , temos:
Cada centímetro devo multiplicar por 300; então lado maior= 4 cm X 300 = 12 m
Lado menor = 2 cm X 300 = 6m
Área 1 = lado maior x lado menor
Área 1 = 12 x 6 = 72 m²
CANTEIRO 2
Para achar a área de um circulo, devemos:
Área circulo = 3,14 x raio x raio
O raio é a medida que vai do centro do circulo até a borda; é como o raio da bicicleta
Medindo, temos um raio de 1,5 cm como devemos multiplicar por 300, o raio seria:
1,5 cm x 300 = 450 = 4,5m
Para achar área 2= 3,14 x 4,5 x 4,5
Área 2 = 63,59 m²
CANTEIRO 3
Para achar a área do triângulo, devemos :
Área do triangulo = base x altura /2
Medindo a base e altura do triângulo, temos:
Base: 2 cm x 300 = 600 cm = 6m
Altura = 1,5cm x 300 = 450cm = 4,5m
Área 3 = 6 x 4,5 / 2 = 13,5 m²
Assim, você precisaria de grama para os três canteiros, grama = 72+63,59+13,5= grama = 149,09m²
5
Importância da leitura de mapas na montagem do Jardim
Esses conhecimentos não só nos ajudam no cálculos de quantidade, como permitem reproduzir
fielmente a ideia de quem pensou como deveria ser o jardim. Também são excelentes ferramentas
para evitar acidentes na hora do preparo do solo, pois muitas plantas mostram onde passa a rede
elétrica, os encanamentos, galerias de águas pluviais, esgotos, etc. Aos poucos, você olhará uma
planta (mapa) e verá uma fotografia a cores do jardim no futuro.
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Expediente
Conteúdo Técnico:
Cristiano Budreckas
Colaboradores:
André Bailone
Roberto Ferrari
André Sano Martins
Projeto Gráfico:
In Vista Comunicação
La Fabbrica do Brasil
Informações:
www.camargocorrea-ccdi.com.br
www.itubanaia.com.br
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Caderno para formação de jardineiros