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Sexta-feira, 05-09-2014
Edição às 08h30
Directora
Graça Franco
Editor
Carla Caixinha
TAP teve “menos” incidentes
que no ano passado
Funcionários judiciais
avançam para a greve contra
mapa judiciário
Dhlakama na capital
moçambicana para assinar
acordos de paz
ESTADO ISLÂMICO
“Opinião pública está a ser
preparada para intervenção”
Dia Internacional
da Caridade. “É a
doação que dá
sentido à vida”
UNICEF
Um quinto das
vítimas de
homicídio são
crianças e
adolescentes
Mês eleitoral
socialista. Conheça
algumas das
situações caricatas
Défice pode
chegar aos 10% se
se contabilizar
recapitalização do
Novo Banco
Ébola obriga a
monitorizar 27
pessoas em Cabo
Verde
Mais de 100
pavilhões dão vida
à Feira do Livro do
Porto
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Sexta-feira, 05-09-2014
Dia Internacional da
Caridade. “É a
doação que dá
sentido à vida”
Voluntários da Cáritas vão estar em várias
superfícies comerciais para receber doações,
sobretudo de material escolar.
No Dia iInternacional da Caridade, que se assinala esta
sexta-feira, 5 de Setembro, a Cáritas Portuguesa
promove uma mega-acção de solidariedade, um pouco
por todo o país, a favor dos mais carenciados.
Além de outras actividades, em várias superfícies
comerciais vão estar voluntários para receber doações,
sobretudo de material escolar, numa altura em que se
aproxima a abertura do ano lectivo.
Eugénio da Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa,
lembra as dificuldades de muitas famílias para garantir
o material necessário para os filhos em idade escolar e
garante que, sem a solidariedade dos portugueses, os
tempos de crise teriam sido bem mais difíceis. “Se não
fosse esta partilha, que resultou da generosidade de
muita gente, e que é uma verdadeira expressão da
caridade, Portugal teria vivendo tempos ainda mais
dramáticos do que aqueles que ainda vivemos”, disse à
Renascença.
“É a doação que dá sentido à vida”, considera o
presidente da Cáritas Portuguesa, apelando à
participação nesta iniciativa de “todos aqueles que se
preocupam com uma sociedade mais justa e fraterna”.
De portas abertas
A Cáritas vai também abrir as suas portas numa
iniciativa nacional que pretende dar a conhecer o seu
trabalho. “Cáritas Porta Aberta” é um desafio que
lançamos a nós próprios”, explica Eugénio Fonseca.
“Queremos partilhar aquilo que somos com todos: os
que nos apoiam, os que são apoiados, os que
conhecem e os que não conhecem o nosso trabalho”.
O dia 5 de Setembro foi proclamado Dia Internacional
da Caridade pela Assembleia-Geral das Nações Unidas
em 2012.
A data foi escolhida para coincidir com o aniversário
de morte de Madre Teresa de Calcutá, cuja vida e apoio
aos mais necessitadas servem de inspiração a
centenas de pessoas em todo o mundo.
TAP teve “menos”
incidentes que no
ano passado
Presidente Fernando Pinto confessa que a
imagem da marca foi "beliscada".
O presidente da TAP considera que desde Julho que os
incidentes com aviões da companhia aérea portuguesa
não justificam tanta atenção mediática.
"Primeiro pelos eventos que nós tivemos, foram três
semanas de muitos atrasos e irregularidades", referiu
Fernando Pinto. Nesta entrevista à RTP, o presidente do
conselho de administração começou por pedir
desculpa pelos atrasos verificados durante o Verão,
sobretudo nos meses de Junho e Julho. No entanto,
considera que se passou "uma imagem errada" da
companhia ao longo das últimas semanas: "A marca
TAP foi beliscada".
Revela que há menos casos anómalos do que no ano
passado. "Se juntarmos todos esses eventos cancelamentos, inversões de voo, retornos – tivemos
menos cinco eventos do que tivemos no ano passado e
se considerarmos a média dos últimos dois anos nós
tivemos menos 250 eventos".
Como justificação para estes problemas, lembra que a
empresa tem novas rotas e que os novos aviões se
atrasaram a chegar. Mas o pior foi o atraso na formação
dos novos pilotos.
Fernando Pinto diz que a companhia tem 99,2% de
fiabilidade de partidas. Reafirma que os cancelamentos
de Julho deveram-se a uma falta de aviões e
tripulações, já compensada entretanto.
"Caímos num problema a que nenhuma empresa do
mundo resiste, que é acompanhar o dia-a-dia da sua
operação e reportar qualquer coisinha que aconteça."
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Sexta-feira, 05-09-2014
ÉVORA
Falta de verbas leva a
falha de socorro.
“Cortes estão a custar
vidas”
Viatura Médica de Emergência e
Reanimação (VMER) estava inoperacional,
quando foi chamada a socorrer um doente
em paragem cardiorrespiratória, que acabou
por morrer.
comentários antes de ser conhecido o relatório
preliminar. O gabinete do ministro Paulo Macedo
sublinha que a operacionalidade das VMER é
responsabilidade exclusiva dos hospitais, no caso, do
Hospital de Évora.
UNICEF
Um quinto das
vítimas de homicídio
são crianças e
adolescentes
"Maior compilação de dados" sobre a
violência contra as crianças revela "factos
inquietantes" que "nenhum governo, pai ou
mãe gostaria de ver".
Foto: RR
Por Rosário Silva
“O problema de fundo é a falta de verbas. Sem ovos não
se fazem omeletes e sem dinheiro, certamente que o
hospital de Évora não há-de ter condições de contratar
o pessoal médico e garantir o serviço
permanentemente.” O alerta é do Movimento de
Utentes de Saúde do Distrito de Évora, depois de se
saber que já foi aberto um processo de averiguações
sobre a inoperacionalidade, na última terça-feira, da
Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER)
de Évora.
A morte de um homem, de 64 anos, fica de novo
associada à inoperacionalidade da VMER, confirmada
em comunicado enviado à Renascença pelo próprio
Hospital do Espírito Santo.
“A solução era o Estado deixar de cortar neste sector tão
crucial para os portugueses. Infelizmente, como já se
viu, isto está a custar vidas”, considera Lina Maltez,
porta-voz do Movimento dos Utentes.
O hospital “pode tentar esticar até ao máximo, mas se
há uma falha por parte de um médico, por motivos de
saúde como já aconteceu, não têm como o substituir”.
A verdade é que a viatura voltou a estar parada “entre as
8h00 e as 16h00”, segundo fonte hospitalar, o que pode
ter feito a diferença, alega esta responsável.
“Não ponho em causa que os bombeiros não se
tenham esforçado, certamente fizeram o melhor que
conseguiram, mas não são médicos. A ambulância não
tem certamente os mesmos meios de resposta que
uma VMER tem”, reforça.
Contactado pela Renascença, o Ministério da Saúde
confirma a investigação aberta pela Inspecção-Geral
das Actividades de Saúde e acrescenta que não fará
Zainab (nome fictício), 16 anos, República Centro-Africana: vítima de
abusos sexuais por parte de soldados. Foto: Unicef
A violência está presente na vida das crianças de todo o
mundo, independentemente de factores como cultura,
religião, etnia ou estatuto económico-social, mas
sempre com "consequências imediatas e de longo
prazo", alerta a Unicef.
O relatório "Hidden in plain sight" (Escondido à vista de
todos), divulgado esta quinta-feira, baseia-se em dados
de 190 países e é apresentado pelo Fundo das Nações
Unidas para a Infância como "a maior compilação de
dados feita até sobre a violência contra as crianças".
O resultado "são factos inquietantes" que "nenhum
governo, pai ou mãe gostaria de ver", resume o director
executivo da Unicef, Anthony Lake, no comunicado
enviado à imprensa.
O estudo analisa "os efeitos duradouros e, muitas vezes,
intergeracionais, da violência", concluindo que as
crianças violentadas "têm maior probabilidade" de
dificuldades de aprendizagem, desemprego, pobreza,
depressão e repetição do padrão de violência.
Em todo o mundo, um quinto das vítimas de homicídio
são crianças e adolescentes. "Só em 2012, quase 95 mil
menores de 20 anos foram vítimas de homicídio",
sendo "a primeira causa de lesões e morte". Em países
como Brasil (11 mil crianças assassinadas em 2012),
Nigéria e Venezuela, o homicídio é "a principal causa
de morte em indivíduos do sexo masculino dos 10 aos
19 anos", exemplifica a Unicef.
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Sexta-feira, 05-09-2014
Bater na mulher? "Justificável"
A violência contra as crianças assume também um
cariz sexual, com uma em cada dez menores de 20
anos a ser sujeita a actos sexuais forçados em todo o
mundo.
Simultaneamente, uma em cada três jovens mulheres
entre os 15 e os 19 anos são vítimas de violência
emocional, física ou sexual por parte dos próprios
parceiros, percentagem que não é de estranhar quando
"perto de metade" delas considera justificável "que um
marido bata na mulher em determinadas
circunstâncias".
Em Timor-Leste, este número está mesmo acima dos
80%, de acordo com o relatório, que cita ainda
Moçambique, onde mais de 70% das jovens entre os 15
e os 19 anos referiram o actual ou anterior marido ou
parceiro como autor de violência física de que foram
alvo.
O "bullying" e o castigo
O relatório diz que "mais de um em cada três
estudantes com idades entre os 13 e os 15 anos, em
todo o mundo, são regularmente vítimas de "bullying"
na escola". Por outro lado, quase um terço dos alunos
de 11 a 15 anos na Europa e América do Norte relatam
ter estado envolvidos em actos de "bullying" contra
outros.
Já no que às famílias diz respeito, a Unicef refere que,
em 58 dos países analisados, quase um quinto das
crianças é submetido a "castigos físicos severos", o que
se coaduna com o facto de "três em cada dez adultos"
em todo o mundo acreditarem que "o castigo físico é
necessário para educar correctamente uma criança".
O relatório não se limita a descrever um cenário
dramático, apresentando também estratégias para
prevenir e eliminar a violência contra as crianças, entre
as quais reforçar os sistemas judiciários, penais e
sociais e recolher dados que comprovem os seus
"custos humanos e socioeconómicos". A violência
contra as crianças "afecta todo o tecido da sociedade",
vinca Anthony Lake.
A Unicef reconhece que, na última década, a
consciência da dimensão e do impacto da violência
contra crianças aumentou. "No entanto, o fenómeno
continua muito pouco documentado e reportado",
reconhece, lamentando que "algumas formas de
violência contra crianças" sejam "socialmente aceites".
Por outro lado, "muitas vítimas são demasiado jovens
ou demasiado vulneráveis para denunciarem um
abuso", acrescenta a Unicef, apontando o dedo aos
sistemas de protecção. "Um número elevadíssimo de
crianças não recebe protecção adequada contra a
violência", denuncia, recordando que "a maioria da
violência contra crianças ocorre às mãos das pessoas
que têm a responsabilidade de cuidar delas".
Ao mesmo tempo, "as crianças são também
frequentemente privadas da protecção de que
precisam e merecem por parte do Estado", aponta a
Unicef, lembrando que "apenas 39 países em todo o
mundo protegem legalmente as crianças de todas as
formas de castigos corporais, incluindo em casa".
Apesar de a violência contra crianças ser
"generalizada", a Unicef acredita que "não é inevitável",
deixando um apelo: "Pôr-lhe fim é da responsabilidade
de todos."
Ébola obriga a
monitorizar 27
pessoas em Cabo
Verde
Oficialmente ainda não há casos da doença
no país, mas autoridades estão atentas.
Vinte e sete pessoas estão sob vigilância, em Cabo
Verde, devido à epidemia de ébola. O Governo assegura
que o país continua sem registar um único caso de
febre hemorrágica, mas decidiu que as autoridades de
saúde vão monitorizar estes indivíduos, cujas
nacionalidades não são conhecidas.
A agência Lusa escreve que serão cabo-verdianos ou
estrangeiros que tenham transitado por países como
Senegal, Guiné Conacri, Serra Leoa, Libéria ou Nigéria e
cuja entrada em Cabo Verde foi autorizada “a título
excepcional”.
O Governo da Cidade da Praia mantém a proibição da
entrada de cidadãos estrangeiros que tenham
transitado por aqueles cinco países. Os voos da
transportadora aérea cabo-verdiana continuam sob
forte vigilância das autoridades de saúde.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmou esta
quarta-feira que o ébola já matou 1.900 pessoas na
África Ocidental desde Março. A organização confirma
que 40% dos novos casos surgiram só nos últimos 21
dias. A Libéria é o país até agora mais afectado.
O vírus transmite-se por contacto directo com o
sangue e outros fluídos corporais ou tecidos de pessoas
ou animais infectados.
O que é o ébola? Perguntas e respostas sobre o vírus
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Sexta-feira, 05-09-2014
Dhlakama na capital
moçambicana para
assinar acordos de
paz
Presidente do maior partido da oposição
esteve escondido durante dois anos. Acordo
é assinado esta sexta-feira.
Líder da Renamo regressou a Maputo. Foto: EPA/André Catueira
O líder da Renamo, o principal partido da oposição em
Moçambique, Afonso Dhlakama, diz que a sua chegada
à capital moçambicana simboliza a chegada da
democracia ao país, considerando ainda que "o povo
ganhou".
"Dhlakama já chegou, o povo de Moçambique ganhou,
a democracia ganhou, Dhlakama trouxe a democracia",
disse Dhlakama a centenas de membros e
simpatizantes da Resistência Nacional Moçambicana
(Renamo), que afluíram ao Aeroporto Internacional de
Maputo, para receber o líder do movimento.
Agradecendo, a partir de um palanque improvisado
numa carrinha de caixa aberta, aos simpatizantes do
partido, por terem permanecido no aeroporto desde a
manhã, à sua espera, o líder da Renamo pediu aos
presentes que repitam o apoio nas eleições gerais de 15
de Outubro.
Afonso Dhlakama, que passou os últimos dois anos
longe da capital e escondido, veio ratificar os acordos
de paz a que a Renamo e o Governo chegaram. A
assinatura será esta sexta-feira com o Presidente
Armando Guebuza.
NOTA DE ABERTURA
Dia da Caridade, 5 de
Setembro
Vale a pena recordar o que dizia Madre
Teresa: “Não espere por líderes; faça você
mesmo sozinho, pessoa por pessoa”.
Em 2012, a ONU declarou o dia 5 de Setembro como
Dia Internacional da Caridade. Ou seja, precisamente
no mesmo dia em que se recorda a morte da Beata
Madre Teresa de Calcutá.
E porquê, um dia internacional da Caridade? A
justificação é pública: pretende – se “reconhecer o
papel fundamental das instituições, governos e
pessoas que praticam a caridade e aliviam as crises
humanitárias e o sofrimento humano”.
Ao longo de séculos, a pobreza e o amor ao próximo
determinaram o exercício de caridade.
Mas em pleno século XXI, somos confrontados com
situações de pobreza extrema; situações chocantes e
inaceitáveis que os sistemas económicos não
resolveram e que os conflitos armados agravaram.
No terreno, em todo o mundo, milhares de pessoas e
instituições - muitas delas católicas - assumem um
trabalho meritório e decisivo.
Mas vale a pena recordar, Madre Teresa que dizia: “Não
espere por líderes; faça você mesmo sozinho, pessoa
por pessoa”. Neste dia em que o mundo reconhece a
importância do exercício da Caridade, esta afirmação
de Madre Teresa de Calcutá é um convite para que
todos se comprometam no desafio da caridade.
Porque a caridade é o melhor caminho para a paz.
Défice pode chegar
aos 10% se se
contabilizar
recapitalização do
Novo Banco
As contas são da equipa de especialistas que
trabalha no Parlamento que analisou o
orçamento rectificativo.
A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO)
admite que o défice orçamental este ano, em
contabilidade nacional, pode alcançar os 10% do PIB,
ao incluir o total de medidas extraordinárias, como a
recapitalização do Novo Banco.
Segundo o parecer da UTAO ao segundo orçamento
rectificativo do ano, a que a agência Lusa teve acesso,
"o défice orçamental subjacente ao segundo
orçamento rectificativo de 2014 pode alcançar 10% do
PIB", se consideradas "todas as operações com
relevância".
Os técnicos da UTAO afirmam que "a confirmar-se a
classificação do reforço do capital do Novo Banco
como uma transferência de capital em contas
nacionais, as operações de natureza extraordinária
contribuem para agravar o défice em 5,9 pontos
percentuais do PIB".
A UTAO admite que, deste modo, "embora o défice
ajustado seja idêntico nos dois orçamentos
rectificativos, o défice total difere significativamente,
sendo revisto de 4% no primeiro orçamento
rectificativo para 10% no segundo rectificativo" deste
ano.
"Este valor coloca o défice total das administrações
públicas ao nível mais elevado dos últimos anos,
apesar de o défice ajustado [excluindo as operações
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Sexta-feira, 05-09-2014
extraordinárias] ser, pelo contrário, um dos de menor
dimensão em percentagem do PIB, dado o elevado
montante das operações extraordinárias", afirma a
unidade.
Nove operações
Os técnicos englobam nas medidas extraordinárias
nove operações, das quais as cinco primeiras já
estavam previstas no primeiro orçamento rectificativo.
As cinco primeiras medidas são as indemnizações por
rescisão (-0,2% do PIB) as transferências do fundo de
saúde dos CTT (+0,1% do PIB), os dividendos da EGREP
(sem impacto em percentagem do PIB), a concessão de
Portos e Marinas (+0,1% do PIB) e a concessão da
Silopor (sem impacto em percentagem do PIB).
A estas medidas juntam-se, no segundo orçamento
rectificativo, a subscrição do capital do Novo Banco
pelo Fundo de Resolução (-2,9% do PIB), a
reestruturação financeira da CP (-2,3% do PIB) e da
Carris e STCP (-0,7% do PIB), e o "write-off" de crédito
mal parado do BPN Crédito pela Parvalorem (-0,1% do
PIB).
A UTAO indica que a segunda proposta de alteração ao
Orçamento Rectificativo não prevê o montante de
dotação orçamental de 2.400 milhões de euros para o
empréstimo do Estado ao Fundo de Resolução".
A 28 de Agosto, na apresentação do orçamento
rectificativo para 2014, o Governo garantiu que o
objectivo de 4% de défice para este ano se mantém,
excluindo o impacto do conjunto de operações
extraordinárias.
Receita para
Portugal: apostar nos
hospitais, como se
fossem hotéis
grande componente de hotelaria”, defendeu na
Universidade de Verão do PSD.
"O que é um hospital? São camas, como um hotel. Tem
uma cozinha, como um hotel. Muito do que se passa
num hospital é equivalente ao que se passa no
turismo", afirmou o director-geral da COTEC Portugal –
Associação Empresarial para a Inovação.
Portugal é muito pouco atractivo para o investimento
estrangeiro, conclui. Por essa razão, aconselha o país a
adoptar um "plano B", focado na indústria e prestação
de serviços.
Para o ex-ministro da Economia de António Guterres, a
verdadeira galinha dos ovos de ouro é a prestação de
serviços na área da saúde, uma vez que Portugal tem "a
grande vantagem de ser o mais barato da Europa na
prestação destes serviços".
Como exemplo do sucesso desta aposta, Daniel Bessa
lembra que muitos "pacientes operados nos Estados
Unidos optam por acabar os tratamentos na Costa Rica,
onde os serviços mantêm a qualidade mas são muito
mais baratos".
Leonor Beleza
lembra que PSD é
“partido de justiça
social”
A presidente da Fundação Champalimaud
esteve esta quinta-feira na Universidade de
Verão do partido.
"O que é um hospital? São camas, como um
hotel", diz o ex-ministro da Economia.
Prestação de serviços de saúde para
estrangeiros pode ser fonte de riqueza.
(arquivo Lusa)
Por Susana Madureira Martins
Foto: Lusa (arquivo)
Por Susana Madureira Martins
O ex-ministro da Economia Daniel Bessa considera
que Portugal deve atrair europeus que procurem
serviços de saúde mais baratos. "Na saúde há uma
A antiga ministra social-democrata Leonor Beleza
sublinha que as preocupações com a justiça social
estão no código genético do PSD.
A actual presidente da Fundação Champalimaud esteve
esta quinta-feira na Universidade de Verão do PSD, em
Castelo de Vide, e começou por recuar aos tempos
iniciais do partido para explicar aos jovens o que está
na matriz da instituição,
Beleza lançou o recado para que todos se lembrem
sobre o que definiu as origens do partido. “O PSD,
através de Sá Carneiro, nasceu como um partido de
justiça social. É importante lembrarmos isso. Nós
somos um partido de liberdade e somos um partido de
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Sexta-feira, 05-09-2014
justiça social. Sá Carneiro tinha toda a formação
pessoal e o entendimento das coisas para que a justiça
social ocupasse na sua noção do mundo e da realidade,
um lugar absolutamente proeminente”.
Mesmo havendo uma coligação PSD/CDS a governar o
país, a actual conselheira de Estado concluiu que a AD
e o forte entendimento da aliança dos tempos de Sá
Carneiro foi irrepetível.
Leonor Beleza referiu ainda aos jovens da Universidade
de Verão que o PPD de Sá Carneiro era isso mesmo um
partido com verdadeira cultura popular e interclassista
e que abrangia todos.
Mês eleitoral
socialista. Conheça
algumas das
situações caricatas
Apoiantes de Seguro e Costa vão a votos nas
estruturas locais. Tudo termina com as
primárias de 28 de Setembro.
tudo um pouco. Veja-se, por exemplo, o que se passa
em Setúbal: uma das candidaturas é Ana Catarina
Mendes, coordenadora da campanha de António
Costa, mas que tem o apoio de Francisco Assis, que é
apoiante de Seguro.
Complicado? É assim mesmo o PS neste mês de
Setembro em que, depois das eleições directas para as
federações, ainda terá congressos federativos nos dias
20 e 21. A isto tudo junte-se ainda eleições para os
departamentos federativos das mulheres socialistas.
Um mês eleitoral que termina com as primárias de 28
de Setembro. Que, por sua vez, podem iniciar outro
processo eleitoral, com convocação de directas para
secretário-geral e marcação de congresso nacional.
Funcionários
judiciais avançam
para a greve contra
mapa judiciário
O Sindicato dos Funcionários Judiciais
anunciou greve nacional no dia 26 de
Setembro, mais um dia em cada comarca
em Outubro.
Foto: LUSA
Por Eunice Lourenço
Sexta e sábado há como que umas primárias antes das
verdadeiras primárias do PS. As 19 federações do PS vão
a votos. Na maioria dos casos há um duelo directo
entre um apoiante de António José Seguro e outro de
António Costa, mas também há sete federações em
que só há um candidato e outras em que os dois
candidatos à federação apoiam o mesmo pretendente
à liderança nacional do partido.
É o que acontece, por exemplo, em Viana do Castelo,
onde os dois candidatos à federação apoiam Seguro
nas primárias de dia 28 e em Castelo Branco, onde o
duelo local é entre dois apoiantes de António Costa.
No Porto, a maior federação do PS, há só um candidato:
José Luís Carneiro, apoiante de Seguro. Mas nas duas
outras grandes federações – Lisboa e Braga – a
concorrência está bem acesa e com polémica à mistura
entre apoiantes do actual secretário-geral socialista e
do presidente da câmara da capital. Polémica sobre o
pagamento de quotas de militantes, uma condição para
votar nas eleições federativas, mas que não é
necessária para as primárias.
Mas nestes cruzamentos eleitorais dos socialistas há de
Foto: Miguel A. Lopes/Lusa
Os funcionários judiciais anunciaram esta quinta-feira
que vão estar em greve nacional no dia 26 deste mês e
um dia em cada comarca em Outubro.
A paralisação chega como uma resposta prática à
contestação que estes profissionais têm feito à entrada
em vigor do novo mapa judiciário.
"É necessário dizer basta. (…) Os funcionários judiciais
estão desejosos de demonstrar a sua indignação e
insatisfação", disse o presidente do Sindicato dos
Funcionários Judiciais, em conferência de imprensa.
Fernando Jorge sublinhou que o Ministério da Justiça
precisa de admitir mais funcionários e resolver as
questões da aposentação e o acesso às categorias de
chefia.
O SFJ imputou ainda responsabilidades ao Instituto de
Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça pelas
anomalias na plataforma informática Citius.
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Sexta-feira, 05-09-2014
Fantasporto espera
conseguir "cinco a
dez mil euros" com
doações
Festival de cinema do Porto lança campanha
de "crowdfunding". Uma tentativa de
"acordar novamente as pessoas em relação
ao Fantasporto".
"Era simpático se se pudesse atingir cinco mil, dez mil euros", diz
Dorminsky. Foto: Lusa (arquivo)
Por Catarina Santos
No Facebook têm quase 80 mil seguidores. Se cada um
desse um euro, conseguiriam 80 mil euros. Seguindo
esta lógica, o Fantasporto decidiu testar o potencial da
internet e lança esta sexta-feira uma campanha de
angariação de fundos, conhecida como
"crowdfunding".
Mário Dorminsky, da direcção do festival portuense,
explica à Renascença que "tudo isto é uma tentativa de
acordar novamente as pessoas em relação ao
Fantasporto". Uma experiência para "ver se este tipo de
projectos resulta em Portugal".
A partir de cinco euros, cada um dá o que quer e em
troca recebe produtos do festival – como livros,
relógios ou DVDs. A direcção do Fantas não desenhou
uma meta, mas "era simpático se se pudesse atingir
cinco mil, dez mil euros". "Já não peço mais", confessa
Dorminsky.
O rosto do Fantasporto diz que não tem sido fácil
conseguir patrocínios directos das empresas
portuguesas, mais seduzidas por eventos "que
concentram grandes multidões, como festivais de
música e eventos de futebol".
Se antes recebiam "cerca de 70% de apoios privados e
30% de apoios oficiais", hoje essa balança "quase que
inverte". Não porque os apoios públicos – que chegam
do Estado, da Câmara do Porto e da União Europeia –
tenham aumentado, mas porque o montante investido
pelos privados "é muito mais baixo".
Má publicidade?
Em Setembro do ano passado, a revista "Visão" revelou
que o Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA) tinha
recebido uma denúncia dando conta de eventuais
ilegalidades na organização do festival de cinema.
Terá a má publicidade prejudicado a capacidade de
conseguir apoios? Mário Dorminsky sustenta que
nunca sentiu "nada disso". E mais não diz, até porque a
Cinema Novo tem "um processo em tribunal desde dia
29 de Setembro [de 2013] contra os autores dessas
notícias e esse processo está sob segredo de justiça".
Também em Setembro de 2013, o Ministério Público
confirmou que ia abrir um inquérito à gestão da
cooperativa Cinema Novo.
Mário Dorminsky garante que nunca foi informado de
qualquer investigação. "Se existiu, nós não soubemos",
afirma. E acrescenta: "Essa situação aconteceu
exclusivamente durante quatro semanas. E são quatro
semanas correspondentes às eleições autárquicas em
Portugal. A partir daí nunca mais se falou em mais
nada".
A campanha de "crowdfunding" está aberta até 1 de
Novembro e as informação sobre como contribuir
estão disponíveis na página do Facebook do
Fantasporto. A próxima edição do festival deverá
decorrer de 27 de Fevereiro a 7 de Março de 2015.
Juncker
"entrevistou"
Moedas, o "candidato
plausível para pastas
importantes"
Paulo Rangel elogia o futuro comissário
português. O presidente da Comissão
Europeia revela na sexta-feira os nomes dos
próximos comissários.
O encontro entre Moedas e Juncker. Foto: Natasha Bertaud
Por Redacção com Daniel Rosário, em Bruxelas
O actual secretário de Estado português e candidato a
comissário europeu Carlos Moedas foi ouvido por
Jean-Claude Juncker esta quinta-feira, no âmbito da
preparação da nova equipa da Comissão Europeia.
Desde terça-feira o próximo presidente da Comissão
tem estado reunido com os candidatos de cada Estadomembro. No caso do português Carlos Moedas, não
houve declarações no final do encontro.
A distribuição de pastas no seio da Comissão Europeia
e de cargos hierárquicos - nomeadamente das vicepresidências entre os 27 comissários - continua a
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Sexta-feira, 05-09-2014
ser um dos segredos mais bem guardados apesar dos
muitos rumores que têm circulado nos últimos dias.
Rumores que mostram, disse o eurodeputado Paulo
Rangel na Universidade de Verão do PSD, a qualidade
de Moedas: "Mostram que o candidato é um candidato
forte, que é plausível para pastas importantes".
O social-democrata acredita que Carlos Moedas estaria
bem numa pasta económica, mas o "mais importante é
que seja uma pasta significativa não necessariamente
para o país, mas para a Europa. Porque é isso que dá
força não apenas ao comissário em questão mas ao
próprio país de que ele vem".
Nomes na sexta, cargos para a semana
Ainda não há qualquer indicações sobre que pasta vai
ser entregue ao comissário português. Para já Juncker
comprometeu-se apenas a apresentar sexta-feira
oficialmente os nomes dos seus 27 comissários.
O presidente da Comissão Europeia vai fazê-lo de
forma alfabética, sem revelar o cargo que pretende
atribuir a cada um dos candidatos deixando essa
decisão para a semana.
Fica a faltar a parte mais importante e mais difícil para
os comissários: as audições do Parlamento Europeu
que deverão ter lugar ainda este mês.
Também esta quinta-feira, no final do Conselho de
Ministros, o ministro da Presidência recusou entrar em
especulações sobre a pasta que deve ser atribuída a
Carlos Moedas, mas disse que o Governo espera uma
"pasta com significado" na Comissão Europeia.
REVISTA DE IMPRENSA
As surpresas de
Mario Draghi em
destaque
dar emprego a mulheres na fábrica que as despediu. A
história, primeira página do “Jornal de Notícias”, conta
que o Centro de Emprego convocou desempregadas
para a empresa onde tinham trabalhado e que lhes
devia 190 mil euros.
Por último, a manchete do semanário “SOL”: “Teimosia
de Passos inquieta CDS - centristas temem que o
primeiro-ministro não queira fazer concessões
eleitoralistas”.
Nos editoriais desta manhã, o “Público” analisa o que
chama de decisão histórica no futebol mundial. O
Grémio de Porto Alegre foi excluído da Taça do Brasil
porque os seus adeptos dirigiram insultos racistas ao
guarda-redes da equipa adversária. Diz o jornal que, a
partir de agora, ou os clubes educam os adeptos, ou, se
a justiça seguir este exemplo, arriscam graves
consequências. Até porque Joseph Blatter, em nome da
FIFA, já se congratulou com esta decisão.
ESTADO ISLÂMICO
“Opinião pública está
a ser preparada para
intervenção”
Tiago Moreira de Sá admite que para
combater o Estado Islâmico vai ser
necessário preparar uma operação com
Estados Unidos, os seus aliados e, muito
provavelmente, alguns países inimigos.
Por José Bastos
“Banco Central Europeu injecta um bilião de euros para
salvar a economia da Zona Euro. Sem que ninguém o
esperasse, a instituição liderada por Mario Draghi
baixou as taxas de juro para mínimos históricos –
0,05%”, escreve o “Diário de Notícias”.
O mesmo tema no “Público”, que titula: BCE desce juros
para estimular a economia e desafia governos a agir.
Por sua vez, o “Jornal de Negócios” diz que o Governo
vai vender, esta sexta-feira, 31,5% dos CTT e encaixar
mais de 300 milhões de euros.
Já o “Diário Económico” avança que Pais do Amaral
formalizou o interesse na compra da TAP.
O Instituto do Emprego e Formação Profissional está a
Em paralelo com a situação na Ucrânia, a outra
preocupação da NATO na cimeira do País de Gales é a
acção dos terroristas do Estado Islâmico, na Síria e
Iraque. Anders Fogh Rasmussen, secretário-geral da
Aliança Atlãntica, sublinhou que a comunidade
internacional “tem a obrigação de parar” os jihadistas
do Estado Islâmico. Rasmussen indicou que “até ao
momento, o Governo do Iraque não pediu apoio” mas,
se o fizer, os aliados avaliarão seriamente essa petição.
Já num artigo de opinião conjunto no The Times,
David Cameron e Barack Obama garantem que o
mundo “enfrenta perigosos desafios em constante
evolução” e os radicais do Estado Islâmico são
sinalizados como uma ameaça à segurança global.
O desfilar mediático de horrores de quem persegue,
mutila e assassina em massa deve levar o Ocidente a
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Sexta-feira, 05-09-2014
assumir a ameaça e actuar em consequência? “Será
uma intervenção em larga escala para destruir o Estado
Islâmico, admite Tiago Moreira de Sá, professor da
Universidade Nova.
O especialista em História das Relações Internacionais
no Período Contemporâneo sustenta que “é necessário
preparar as opiniões públicas dando-lhes a perceber o
que está em causa”.
Na cimeira de Gales, espera-se que Obama peça apoio
directo aos aliados da NATO?
Sim. Aos aliados e não só. Aos aliados europeus, aos
aliados regionais e aos próprios inimigos, questão mais
complicada porque será um apoio que não será pedido
directamente. O que está a acontecer é o seguinte (até
com as execuções recentes): o auto-denominado
Estado Islâmico, ao contrário do que diz, está a tentar
forçar os Estados Unidos a colocar, de novo, tropas no
terreno.
Precipitando o confronto directo?
Na perspectiva do Estado Islâmico estamos na fase das
provocações aos Estados Unidos sabendo, quando isso
acontece, o que Washington faz – habitualmente – é
enviar a sua força colossal para o terreno. Barack
Obama, aprendendo com o passado e sobretudo com
os erros dos Estados Unidos no pós-11 de Setembro,
está a fazer algo mais inteligente: não se precipitar.
Obama está a tentar definir com os aliados e com as
potências regionais uma estratégia conjunta uma vez
que o Estado Islâmico não é apenas um problema de
segurança para os Estados Unidos. É um problema de
segurança para Washington, para a Europa, para o Irão,
e de que maneira, para Teerão.
“Não há solução sem a Síria e sem o Irão”
Esse combate poderá levar a uma recomposição da
rede de alianças clássicas. Novas alianças formais ou
actuações tácitas para combater um inimigo comum?
Vamos assistir a dois tipos de processos. Um processo
com uma aliança formal juntando os Estados Unidos,
os aliados europeus – dois deles já declararam a
disponibilidade: o Reino Unido e a França – e aliados
regionais que são fundamentais no terreno. Neste
último caso a Turquia é decisiva e vamos ver o que vai
acontecer com a Arábia Saudita que joga aqui um jogo
duplo. Os Estados Unidos têm de encostar à parede
aliados como a Arábia Saudita e o Qatar e obrigá-los a
definirem a sua posição e não fazer jogo-duplo.
Depois, há uma outra questão e mais complicada na
perspectiva norte-americana: como negociar com o
“diabo”?
Negociar com o diabo é, passe a expressão, como
encontrar com o Irão e com o regime de Bashar AlAssad na Síria uma solução de longo prazo (não digo
definitiva porque é impossível) para este problema.
Uma solução não pode ser encontrada sem o Irão e a
Síria. O Irão é fundamental pela enorme influência que
tem actualmente sobre o Iraque e pelo conhecimento
que tem de intelligence no terreno. A Síria é
fundamental porque o Estado Islâmico opera
simultaneamente no Iraque e na Síria. Se resolvida a
questão do Estado Islâmico (EI) no norte do Iraque não
é resolvida situação nenhuma porque o que os
elementos do EI fazem é ir para os bastiões na Síria,
reorganizarem-se, recuperarem e avançar de novo para
o Iraque desestabilizando outra vez a situação. É
preciso encontrar uma fórmula nada fácil de negociar
com a Síria e que, por isso provavelmente, poderá
nunca ser assumida publicamente. Uma fórmula que
envolve aceitar, nunca publicamente, que o regime de
Bashar Al Assad é um mal necessário com todas as
dificuldades inerentes: é um regime aliado da Rússia e
um aliado do Irão.
Trata-se de um regime que a administração Obama já
declarou sem legitimidade para permanecer no poder,
mas, às vezes, quando há males maiores no horizonte,
há que aceitar soluções que não são as ideais, mas que
são, pesar tudo menos perigosas que as outras.
Não há uma solução para este problema sem incluir a
Síria e o Irão.
O Estado Islâmico é o resultado do Ocidente ter
deixado o Iraque cedo demais ou de ter ido quando
não devia?
É uma conjugação de factores. Podemos até recuar
muito no tempo, como alguns analistas têm feito, e até
ir ao fim do império turco-otomano ou até muito antes
às seculares guerras entre sunitas e xiitas.
Numa perspectiva mais contemporânea, acho que é
resultado do erro da intervenção militar norteamericana no Iraque durante a administração Bush em
2003.
A retirada das tropas norte-americanas do Iraque sem
que houvesse uma mínima capacidade militar digna
do nome e, pior ainda, nem sequer existisse na prática
um governo que merecesse o nome – e a forma como
al-Maliki alienou sectores fundamentais da sociedade
– agravou ainda mais o cenário. Este ponto é
fundamental: essa alienação já tinha começado antes,
mas prosseguiu durante a governação do xiita Nouri alMaliki. Uma grande parte dos sunitas, alguns deles
sunitas seculares e moderados que tinham feito parte
do governo de Saddam Hussein, ficaram sem saída.
Muitos destes sunitas nem sequer tinham simpatia
pelo ISIS, nem sequer eram particularmente radicais
nesta lógica de confrontação religiosa, mas preferiram
uma aliança táctica com o Estado Islâmico, contra os
xiitas no poder em Bagdad.
“Opiniões públicas têm de perceber o que está em
causa”
Esta semana a decapitação do jornalista Steven Sotloff
ampliou a lista das atrocidades criminosas do EI. A foto
de Sotloff esteve em 95% das primeiras páginas
ocidentais. Correcto ou não?
Não tenho uma resposta clara para essa questão. Há
boas razões para responder de uma maneira e boas
razões para responder de outra.
Ao fazer estas execuções, o Estado Islâmico pretende
que as imagens sejam repetidas ad nauseam nos
meios de comunicação social e nas redes sociais. É o
efeito psicológico ‘espectacular’, passe a expressão, e
não propriamente a execução que é a finalidade do
Estado Islâmico.
Por outro lado, não é possível deixar de noticiar o que
está a acontecer porque não dá para fechar os olhos à
barbárie que está em curso.
Para além disso, acho que se está a construir – e parte
da informação divulgada tem a ver com isso – uma
‘narrativa’ para preparar justamente uma intervenção
de maior escala no Iraque. Não será amanhã nem será
necessariamente uma invasão formal no terreno, mas
será uma intervenção de larga escala no Iraque para
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Sexta-feira, 05-09-2014
destruir o Estado Islâmico. Não se pense que é algo lá
longe no Iraque, a muitos milhares de kms, porque é
uma questão de tempo até que seja ou em Lisboa, ou
em Londres, Paris, Nova Iorque ou Washington como
foi em 2001. Para uma intervenção dessa dimensão é
necessário preparar as opiniões públicas sendo preciso
dar-lhes a perceber o que está aqui em causa. É preciso
mostrar o nível de perigo e o grau de barbárie de que
estes grupos são capazes. Julgo que a opinião pública
ocidental está a ser preparada para algo que será uma
intervenção – não no sentido militar clássico da de
2003 no Iraque – mas que passará, pelo menos, por
bombardeamentos aéreos maciços.
Terá morrido o
número 2 do Estado
Islâmico?
A notícia não foi ainda confirmada por fonte
independente.
O número 2 do Estado Islâmico terá sido morto esta
quinta-feira no Norte do Iraque. A notícia é avançada
pela agência France Presse, citando fonte do Governo
de Bagdad.
Um ataque aéreo levado a cabo pelo exército iraquiano
nem complexo de aldeias entre Mossul e Talafar
culminou na morte de Abu Hajar al-Suri, descrito como
um oficial sénior da organização jihadista Estado
Islâmico.
"Aviões de guerra iraquianos fizeram uma operação
hoje, que resultou na morte de Abu Hajr al-Suri",
afirmou o general Babaker Zebari.
Este dirigente militar adiantou que os ataques na
província de Nineveh foram "baseados em informação
exata" e que o alvo foi destruído.
Contudo, a agência France Presse acrescenta que a
região em causa está fora de controlo do Governo
iraquiano e que por essa razão não é possível
confirmar a morte de al-Suri.
Quem são e o que querem os jihadistas que lançam o
caos no Iraque?
NATO não intervém
militarmente na
Ucrânia mas admite
mais sanções à
Rússia
Enquanto decorre a cimeira da NATO, em
Washington já se prepara um novo pacote de
“estrangulamentos económicos” visando a
Rússia.
A NATO não vai intervir militarmente na Ucrânia. A
Aliança Atlântica quer uma solução política para a crise
entre Kiev e Moscovo e admite implementar mais
sanções contra a Rússia.
A chanceler alemã, Angela Merkel, foi a porta-voz desta
decisão dos Estados-membros da NATO, que estão
reunidos no País de Gales.
Merkel diz que na NATO há um consenso alargado
sobre a necessidade de resolver o problema pela
diplomacia e pela política.
A organização exige, contudo, à Rússia que ponha fim
à “ilegal” anexação da península da Crimeia, que acabe
com o apoio militar e financeiro aos separatistas
ucranianos e que retire as tropas que tem no território
de um Estado soberano.
Em Gales, onde participou também na cimeira da
NATO, o Presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko,
mostrou-se apenas “moderadamente optimista” e
“cauteloso” sobre uma reunião que vai manter esta
sexta-feira com oficiais russos.
Enquanto decorre a cimeira da NATO, em Washington
já se prepara um novo pacote de “estrangulamentos
económicos” visando a Rússia. Um oficial da Casa
Branca, citado pela agência Reuters, remeteu detalhes
para os próximos dias.
Um reforço que, segundo o que defende o secretáriogeral da NATO, deve merecer a colaboração de mais
países ocidentais. Anders Rasmussen entende que a
comunidade internacional deve impor mais sanções e mais pesadas - à Rússia caso Moscovo mantenha a
sua intervenção na luta que o Governo de Kiev trava
contra os separatistas do Leste do país.
“A Rússia não deu um único passo no caminho da paz.
Em vez de diminuir a tensão, a Rússia apenas agravou
a crise. Nós estamos unidos no apoio à soberania e
integridade territorial da Ucrânia, com as fronteiras que
são internacionalmente reconhecidas. Condenamos
com veemência a Rússia pelas repetidas violações da
lei internacional. A Rússia tem de parar com as acções
de agressão contra a Ucrânia”, disse Rasmussen.
Problemas com
impostos levam à
demissão de
ministro francês
Esteve no cargo menos de 15 dias.
O novo ministro francês do Comércio, Thomas
Thevenoud, demitiu-se devido a "problemas com os
seus impostos", informou fonte governamental,
naquele que é mais um problema para o presidente
Francois Hollande.
O deputado socialista tinha sido nomeado há menos
de 15 dias, durante uma remodelação governamental,
depois de uma revolta contra as medidas de
austeridade ter provocado uma crise no Executivo.
Fonte governamental disse à AFP que Thevenoud se
demitiu depois de admitir que tinha "um problema com
a sua declaração de impostos (...) não resignou devido a
12
Sexta-feira, 05-09-2014
qualquer desacordo político".
O novo Governo francês foi anunciado a 26 de Agosto
e conta com 16 ministros e 17 secretários de Estado. Há
seis caras novas no executivo liderado pelo primeiroministro Manuel Valls.
Caramulo volta a ser
"a meca dos
automobilistas"
Na 9ª edição do Motorfestival marcam
presença o ex-piloto "Nené" Neves e a piloto
Elisabete Jacinto. O F1 original de Michael
Schumacher é a grande atracção.
cada neto para que fossemos responsáveis por eles”,
conta. Até hoje, Salvador Gouveia continua a tomar
conta dos carros do avô, sendo um dos responsáveis
pela Fundação Abel e João de Lacerda.
Em passeio, rally ou concentração - sejam clássicos ou
contemporâneos - dezenas de automóveis, motociclos
e velocípedes vão acelerar na 9ª edição do
Motorfestival, que decorre na Serra do Caramulo entre
os dias 5, 6 e 7 de Setembro. A entrada é gratuita.
Mais de 100
pavilhões dão vida à
Feira do Livro do
Porto
Pela primeira vez, a Feira do Livro foi aberta
à participação de livrarias, alfarrabistas,
editores e associações.
A organização convida os participantes a levar o seu clássico
Por Carolina Rico
A 9ª edição do Motorfestival arranca esta sexta-feira no
Caramulo. Este ano, o festival apresenta o Fórmula 1
original de Michael Schumacher e de Nico Rosberg - a
“cereja no topo do bolo”, sublinha com entusiasmo
Salvador Patrício Gouveia, um dos organizadores.
Além do Mercedes MPG W02, que poderá ser visto na
exposição “Lendas da Competição”, também Ernesto
“Nené” Neves marca uma presença especial neste
festival. O ex-piloto vai “reencontrar-se com o
automóvel com que ganhou o Campeonato de Turismo
Especial”, em 1970.
À Renascença, Salvador Patrício Gouveia destaca ainda
a presença do treinador André Villas-Boas, um
apaixonado por automóveis que também vai subir a
rampa, da piloto Elisabete Jacinto, “que este ano vem
de camião clássico”, e do campeão nacional Bruno
Magalhães.
Enquanto a Rampa Histórica vai alinhar 70 automóveis
históricos, clássicos e de competição, uma parada
militar vai assinalar os 75 anos do Dia D, num
“ambiente único que já é um cenário natural destes
automóveis”.
Uma paixão familiar
Salvador Gouveia recorda a paixão por automóveis do
avô, João de Lacerda, um dos fundadores, nos anos 50,
do Museu do Caramulo, cuja colecção deu início ao
“culto automobilístico no Caramulo, uma autentica
Meca para os amantes de carros”.
“Desde miúdo que o meu avô me levava às provas e me
punha a tomar conta dos carros, dando vários carros a
A Feira do Livro do Porto arranca esta sexta-feira sob os
lemas "Liberdade" e "Futuro", contando com mais de
uma centena de pavilhões de exposição, um festival
literário" e um ciclo de cinema.
Até ao dia 21 de Setembro, a Feira do Livro do Porto vai
este ano homenagear o escritor e tradutor Vasco Graça
Moura, falecido este ano,nos jardins do Palácio de
Cristal.
Em mais de 80 anos, esta é a primeira vez que a
Câmara do Porto assume a total organização da Feira
do Livro, antes promovida pela Associação Portuguesa
de Editores e Livreiros, que suspendeu a edição de 2013
por "falta de condições financeiras".
Como alternativa, no ano passado, a autarquia criou o
"Letras na Avenida", um evento feito em tempo recorde
e de menor dimensão.
Também pela primeira vez, o evento foi aberto à
participação de livrarias, alfarrabistas, editores e
associações e cooperativas do sector, estando inscritas
72 entidades, distribuídas por 107 pavilhões.
A câmara pretende que a tradicional feira do livro seja
"um grande festival literário e com uma óptima
programação cultural" e de animação, que levará
muitas pessoas a descobrir a cidade.
Gonçalo M. Tavares, José Pacheco Pereira, Pedro
Mexia, Manuel Alegre, Rita Ferro, Valter Hugo Mãe,
Francisco José Viegas, Clara Ferreira Alves, Gonçalo
Cadinhe e Mário Cláudio, entre outros, estarão
presentes nas dez mesas de debate organizadas.
No ciclo de cinema "Dos Livros no Cinema", serão
exibidas obras de realizadores como Manoel de
Oliveira, Vicente Minnelli e Carl Theodor Dreyner.
A Feira do Livro do Porto estará aberta de segunda a
sexta-feira a partir das 16:00, sendo que ao sábado e ao
domingo abrirá as portas às 12:00. A entrada é gratuita.
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Sexta-feira, 05-09-2014
NANI
QUALIFICAÇÃO EURO 2016
"O Mundial feriu-nos
muito, mas não nos
matou"
Àrbitro francês no
Portugal-Albânia
Nani é o jogador mais internacional do
grupo chamado por Paulo Bento, mas
desvaloriza o tema de quem vai substituir
Ronaldo como capitão. Albânia será "osso
duro de roer".
Nani vira a página e fecha o capítulo sobre o Mundial
2010. O extremo do Sporting, que esteve no Brasil, é
categórico ao afirmar que "o Mundial é passado".
"Feriu-nos muito, mas não nos matou", alertou o
jogador, que apresentou grande confiança no futuro da
selecção nacional.
"Estamos fortes, dedicados e estamos convictos de que
nos podemos redimir das coisas más que aconteceram
no Mundial. Esta é uma boa oportunidade e já no
próximo jogo esperamos conseguir uma excelente
vitória", acrescentou.
Convencido de que "tudo foi superado", Nani quer "dar
alegrias ao nosso país". Para que tal aconteça o
caminho passa por "jogar como uma equipa".
Para quem vai a braçadeira?
Nani é o mais internacional do grupo que estagia em
Óbidos para o jogo com a Albânia. Aos 27 anos, tem 78
internacionalizações e é o provável substituto de
Ronaldo no papel de capitão de equipa.
A questão, no entanto, não o preocupa: "Quem vai ser o
capitão não é importante. Sempre tive a mesma
responsabilidade na selecção e sempre dei o meu
melhor. Não é pelo Cristiano não estar que isso vai
mudar. O mais importante é termos uma equipa capaz
de responder aos resultados adversos que tivemos".
Nani fixa o objectivo de chegar ao Euro 2016 como
vencedor do Grupo I, mas salvaguarda que o percuso
será muito difícil. "Não há jogos fáceis, seja em casa ou
fora. Sabemos que este jogo com a Albânia vai ser
muito difícil. Só dependemos de nós, mas este grupo
não é fácil", concluiu.
Portugal recebe a Albânia, no primeiro jogo da
qualificação para o Campeonato da Europa, no
domingo, em Aveiro, às 19h45. O encontro tem relato
na Renascença e acompanhamento ao minuto em
rr.sapo.pt.
UEFA nomeia Ruddy Buquet para a partida
do Estádio Municipal de Aveiro [domingo,
19h45].
O Comité de Arbitragem da UEFA nomeou o francês
Ruddy Buquet para dirigir o Portugal-Albânia,
agendado para domingo e que marca o arranque da
campanha de apuramento da Selecção Nacional para o
Euro 2016.
O juiz gaulês, de 37 anos, internacional desde 2011, será
auxiliado por Frédéric Cano e Guillaume Debart,
enquanto o quarto árbitro será Stephan Luzi. Os árbitros
adicionais serão Fredy Fautrel e Benoit Millot.
Buquet nunca se cruzou com qualquer selecção ou
equipa portuguesa.
O Portugal-Albânia arranca às 19h45 de domingo, no
Estádio Municipal de Aveiro, para a primeira jornada da
fase de apuramento para o Euro 2016. Jogo com relato
na antena da Renascença e acompanhamento ao
minuto em rr.sapo.pt e em bolabranca.rr.sapo.pt.
14
Sexta-feira, 05-09-2014
BENFICA
"Potencial" não falta
a Cristante. Mas
"ainda tem de
evoluir"
Consideração feita pelo treinador que o
orientou no AC Milan. Pippo Inzaghi acredita
que o Benfica é uma "boa solução" para o
jovem médio italiano de 19 anos.
Foto: slbenfica.pt
O treinador do AC Milan acredita que Bryan Cristante
tomou a melhor opção ao sair dos "rossoneri" para
assinar pelo Benfica, mas deixou igualmente a ressalva
de que o jovem médio de 19 anos ainda "tem de
evoluir".
À margem do Fórum de Treinadores de Elite da UEFA,
esta quinta-feira, em Nyon, na Suíça, Filippo Inzaghi
confessou que os campeões nacionais são uma "boa
solução" para o internacional italiano Sub-19 que,
contudo, precisará ainda de aprimorar alguns aspectos.
"O Cristante é um jogador muito bom e acredito que o
Benfica é uma boa solução para ele. É um jogador com
muitas qualidades, mas destaca-se sobretudo pela sua
visão de jogo e por ser um jogador forte fisicamente
pois é alto. Creio que tem potencial para ser jogador do
Benfica mas trata-se de um jovem que ainda tem de
evoluir", comentou Inzaghi.
Cristante custou cinco milhões de euros aos cofres do
Benfica, tendo rubricado um contrato de cinco
temporadas com as águias.
Sporting sai em
defesa de Shikabala
Comunicado emitido pela SAD leonina,
cerca de 24 horas depois da entrevista de
Paulo Faria a Bola Branca. Sporting "repudia"
declarações do representante do avançado
egípcio, em Portugal.
A SAD do Sporting reagiu, esta quinta-feira, através de
comunicado, às declarações proferidas por Paulo Faria,
representante de Shikabala, em Portugal.
Em entrevista a Bola Branca, na tarde de terça-feira, o
agente madeirense teceu duras críticas às atitudes do
avançado egípcio, que terá recusado um empréstimo
ao Xanthi, da Grécia e que terá provocado o incidente
consigo registado em Alexandria, no início de Agosto.
Os leões vêm, agora, "repudiar" as afirmações de Paulo
Faria, sustentando que o avançado de 28 anos "tem
cumprido até ao momento com as suas obrigações
com o clube de forma profissional".
"Relativamente ao episódio que reteve o atleta na
recente deslocação ao Egipto, por falta de um
documento das autoridades locais que lhe permitisse
viajar, o mesmo encontra-se em processo de
averiguações por parte da Sporting SAD", acrescenta o
comunicado.
Por fim, "a Sporting SAD espera que as declarações em
causa não se tratem de uma manobra de
desestabilização do atleta que incitem o mesmo a
tomar alguma atitude que desvirtue o seu
comportamento, até ao momento, com o Sporting ou,
no sentido de forçar a sua saída, criando condições
favoráveis para o suposto representante do atleta, num
eventual negócio envolvendo o jogador".
Leia, em baixo, o comunicado emitido pela SAD do
Sporting, na íntegra.
"A Sporting SAD vem repudiar as declarações do
suposto representante em Portugal do jogador
Shikabala, Paulo Faria, proferidas a 3 de Setembro ao
programa Bola Branca, da Rádio Renascença.
Shikabala é atleta do Sporting e tem cumprido até ao
momento com as suas obrigações com o Clube de
forma profissional.
Relativamente ao episódio que reteve o atleta na
recente deslocação ao Egipto, por falta de um
documento das autoridades locais que lhe permitisse
viajar, o mesmo encontra-se em processo de
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Sexta-feira, 05-09-2014
averiguações por parte da Sporting SAD.
A Sporting SAD espera que as declarações em causa
não se tratem de uma manobra de desestabilização do
atleta que incitem o mesmo a tomar alguma atitude que
desvirtue o seu comportamento, até ao momento, com
o Sporting ou, no sentido de forçar a sua saída, criando
condições favoráveis para o suposto representante do
atleta, num eventual negócio envolvendo o jogador".
LIGA DOS CAMPEÕES
Villas Boas "dixit".
"Qualidade do
Benfica é
indiscutível"
SEGUNDA LIGA
Serginho denuncia
"coisas más" no
Desportivo de
Chaves
A estrutura directiva do clube transmontano
é criticada pelo guarda-redes que
protagonizou a transferência mais sonante
do mercado da Segunda Liga.
Treinador do Zenit confia no apuramento
dos russos para os oitavos-de-final da
Champions, apesar de reconhecer que o
Grupo C é "muito equilibrado e competitivo".
André Villas Boas descarta por completo a ideia de que
as várias saídas registadas no plantel do Benfica, face à
época transacta, possam afectar a qualidade da equipa
orientada por Jorge Jesus.
Esta quinta-feira, à margem do Fórum de Treinadores
da UEFA, em Nyon, na Suíça, o técnico português do
Zenit, adversário dos campeões nacionais no Grupo C
da Liga dos Campeões, juntou, na mesma equação, os
casos de Benfica e Mónaco.
"Em qualquer equipa há mudanças, há entradas e
saídas. Mas a qualidade das equipas é indiscutível",
atestou, mostrando-se confiante no apuramento dos
russos para os oitavos-de-final da Champions, apesar
de o grupo ser "muito equilibrado e competitivo".
"Queremos estar nos oitavos de final. Mas cada jogo
será imprevisível. É muito difícil perceber que equipas
estarão nos oitavos de final. Vamos abordar os jogos de
forma cautelosa. Tudo pode acontecer», disse o
treinador português, esta quinta-feira, à margem do
Fórum de Treinadores da UEFA, em Nyon.
Serginho, de 31 anos, esteve sete temporadas ligado ao
Vitória de Guimarães. Esta época, a poucos dias do
encerramento do mercado de transferências, saiu do
Desportivo de Chaves e ingressou no Santa Clara. Uma
transferência sonante por razões extra-futebol.
"A minha saída nada tem a ver com o treinador Norton
de Matos. Tenho carinho por ele. É uma pessoa
extremamente humana. A minha saída tem a ver com
aspectos com os quais não me identifico", começa por
referir Serginho, em entrevista a Bola Branca.
O guarda-redes está surpreendido com o que
encontrou em Chaves, onde esteve apenas por um
mês. "Nunca vi acontecer tal coisa num clube. Fiquei
muito desagradado, mas são temas que ficam comigo.
Coisas muito más que acabam por prejudicar o clube e
muitas vezes os treinadores. Se passam nove
treinadores em três épocas é porque o problema do
Desportivo de Chaves não é dos técnicos. É algo mais.
Tem a ver com a estrutura dirigente mas nada mais
posso acrescentar porque tenho estima e carinho pelo
clube", desabafa.
Serginho estreou-se na baliza do Santa Clara como o
melhor em campo na vitória por 1-0 no terreno do FC
Porto B. O guardião quer a equipa açoriana nos lugares
da luta pela subida à Primeira Liga. "Quando
trabalhamos nos limites ficamos mais perto das boas
exibições e de ajudar o clube a atingir os seus
objectivos. A nível pessoal gostaria de manter o nível
dos últimos anos e, por estar na 2ª Liga, tentar andar
nos lugares cimeiros", refere o guardião.
Durante sete épocas, Serginho pertenceu aos quadros
do Vitória de Guimarães e não fica alheio ao início de
época da equipa minhota, na Primeira Liga. "Não é uma
surpresa para mim", atira. "O Rui Vitória já deu óptimas
provas com pouca matéria. O clube nos
Sexta-feira, 05-09-2014
últimos anos tem atravessado uma grave crise
financeira. Este presidente tem dado mais estabilidade
ao clube e os miúdos merecem que se pegue neles ao
colo. Eles dão tudo pelo clube e têm muita qualidade. É
com satisfação que vejo planteis com outros nomes
que não conseguem ganhar aos jovens valores do
Vitória, o clube do meu coração", comenta o guardaredes.
Página1 é um jornal registado na ERC, sob o nº 125177. É
propriedade/editor Rádio Renascença Lda, com o nº de pessoa
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Braga. O capital da empresa é detido pelo Patriarcado de Lisboa e
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TAP teve “menos” incidentes que no ano passado