Divulgação cresceu em média 4,2% ao ano, e no ano passado chegou a 1,45 milhão de m³. A maior parte dessa demanda não se destina aos lubrificantes industriais, que representam, pelas estimativas de Maurício Matta, diretor do Sindicato Interestadual das Indústrias Misturadoras, Envasilhadoras de Produtos Derivados de Petróleo (Simepetro), algo entre 25% e 30% do total dos lubrificantes produzidos no país (o restante corresponde aos lubrificantes automotivos). No ano passado, ressalva Matta, o crescimento do consumo de lubrificantes se deveu apenas aos produtos automotivos – no segmento industrial, houve queda estimada em algo entre 4% e 5% em relação a 2010. Por que esse recuo? “De maneira geral, a indústria brasileira teve dificuldades no ano passado”, responde Matta. “Além disso, embora cresça o consumo de produtos automotivos, as montadoras fabricantes dos veículos consumidores desses produtos hoje importam muitas peças da China, e assim impactam a indústria metal-mecânica, assim como a siderurgia, um segmento muito importante para os negócios do nosso setor”, acrescenta. Atualmente, diz o diretor do Simepetro, o maior mercado da indústria nacional de óleos lubrificantes é composto pelos produtos hidráulicos, responsáveis por algo entre 55% e 58% do volume total produzido. E, para ele, a produção de óleos básicos de melhor qualidade no Brasil não decorrerá apenas dos investimentos já programados pelos fabricantes. “Na camada do présal, foi identificada a presença de óleos de melhor qualidade”, ressalta Matta. Lubrificantes verdes – Por enquanto, produtos confeccionados com bases sintéticas ainda respondem, no máximo, por algo entre 5% e 10% da demanda brasileira por lubrificantes industriais, como estima Antonio Ennes, diretor da unidade de lubrificantes da Chevron no Brasil. Mas ele também confirma ser crescente o interesse pelos óleos sintéticos, especialmente os semissintéticos (mistura adequada de bases sintéticas e minerais). Além disso, prossegue Ennes, há hoje um uso mais intenso de produtos fabricados com óleos minerais do Grupo III, qualificado nesse mercado como “sintético” por apresentar alta pureza. “Há hoje maior disponibilidade internacional desses óleos”, explica. Agora, outro desafio se coloca para essa indústria: “É preciso encontrar matérias-primas renováveis com a mesma performance das demais”, destaca Rosimeire Zilse, gerente de vendas e marketing da operação brasileira da multinacional de origem alemã Klüber (do grupo Freudenberg). A própria Klüber lançou um lubrificante destinado à indústria naval composto por um óleo de origem 100% renovável, de origem não revelada pela gerente. “Ele é altamente adesivo, com excelente resistência à água, protegendo cabos de aço e engrenagens abertas da corrosão e do sal”, explicou Rosimeire. Brevemente, a Klüber colocará no mercado outro lubrificante “de origem totalmente renovável e biodegradável”, agora para engrenagens abertas e moinhos utilizados na mineração e na produção de cimento. A ITW Chemical, atuante no campo dos lubrificantes industriais com a marca Rocol, também amplia sua oferta de lubrificantes verdes. Recentemente, Ennes: disponibilidade de óleos sintéticos cresce no mundo abril/maio 2012 - Petróleo & Energia lubrificantes P&E.indd 49 lançou um óleo de base vegetal para substituir o óleo mineral na parte hidráulica de equipamentos agrícolas, por exemplo, nas colheitadeiras de cana, que exigem lubrificantes capazes de suportar elevadas temperaturas e em regime de trabalho de 24 horas em cada um dos dias da safra. A ITW atende tal demanda com um produto que combina óleos extraídos de vegetais – como girassol e soja – com ésteres e aditivos. Óleos vegetais, explica Ricardo Neves, supervisor técnico da ITW Chemical, têm maior resistência térmica e, por isso, permitem ampliar significativamente o intervalo entre trocas do lubrificante dos equipamentos agrícolas: “Normalmente, a relubrificação de uma colheitadeira de cana é feita a cada oito horas, mas já conseguimos prolongar isso para até quinze dias”, ele detalha. “E, caso haja o rompimento de uma das mangueiras da colheitadeira, com o óleo vegetal não há contaminação do solo”, complementa Mário João Gazeta, diretor de operações da ITW Chemical, cujo portfólio inclui lubrificantes com bases de origem renovável também para uso em cabos de aço. A ITW desenvolveu também a linha Rocol Foodlube Extreme, fundamentada em polialfaolefinas e ésteres, capaz de ampliar o intervalo entre trocas nas peletizadoras de rações para alimentação animal. “Essa aplicação encontra temperatura constante de 140ºC, e a graxa comum vai embora rapidamente. Com nosso produto, o intervalo de lubrificação, antes situado entre seis e oito horas, chega até a setenta horas”, compara Neves. “Temos outro produto que inclui um pacote antidesgaste, antioxidante e de lubricidade para combater o micropitting (desgaste do metal), especialmente em engrenagens”, acrescenta o supervisor técnico da ITW. Novos horizontes – Há hoje na indústria de lubrificantes, como informa Rosimeire Zilse, da Klüber, uma demanda crescente por materiais auto49 05/06/2012 18:16:32