Trabalhos seguros em linha viva de Media Tensão Rémy da SILVA / Jean-Marie LEPRINCE 04 de setembro de 2013 Alain Doulet- ERDF I 1 Introdução A ERDF desenvolve trabalhos em linha viva desde os anos 60. Na última década, as exigências regulatórias em termos de qualidade afetaram significativamente as operadoras européias, obrigando-as a buscar tecnologias e procedimentos para reduzir o DEC global. O presente trabalho tem o objetivo de apresentar os métodos desenvolvidos para melhorar a qualidade dos serviços através da redução do DEC em obras programadas, utilizando trabalhos em linha viva e outras soluções alternativas que buscam, no mesmo procedimento, a redução dos fatores de risco de choques elétricos sem sobrecustos na operação. Conceito básico: é preferível saber que se está trabalhando em rede energizada do que achar que se está trabalhando em rede desenergizada. 2 Introdução Respeitando a adequação entre segurança dos operadores, serviços aos clientes e performance, foram desenvolvidas várias ferramentas e procedimentos conforme as régras e padrões nacionais, oferencendo novas possibilidades de : Trabalhos em linha viva : combinação de 3 métodos de trabalho em linha viva, « Método C3M » : à distancia, ao contato, ao potencial : instalação de chaves provisórias para obras em campo. troca de isolador, de ancoragem manutenção de chave aérea troca de condutor implantação / troca de poste. Trabalhos em linha desenergizada (riscos identificados em linha viva): uso de transformador móvel (baixando ou elevando a tensão) uso de um posto de transformação móvel 3 1 1. Histórico e segurança dos operadores É preferível saber que se está trabalhando em rede energizada do que achar que se está trabalhando em rede desenergizada! 04/09/2013 4 1.1 50 anos de história dos trabalhos em linha viva – Média e Baixa Tensão -1960 início dos trabalhos em linha viva na França -1962 criação da SERECT : know-how de trabalhos em linha viva, nacional e internacional -1975 exportação de know-how 04/09/2013 © ERDF-I 2013 5 1.2 A segurança dos operadores: 2 vezes menos acidentes Operadores linha viva Intervenções em linha viva Outras intervenções BT 10 000 1 000 000 5 000 000 MT 1 000 50 000 200 000 Acidentes elétricos ERDF 10 9 8 7 6 5 Acidentes em linha viva ERDF 4 3 BT 1 MT HTA 2 1 0 0 2008 04/09/2013 2009 2010 2008 © ERDF-I 2013 2009 2010 6 4 2. Métodos de trabalho em rede energizada de média tensão - à distância - ao potencial - ao contato 04/09/2013 7 2.1 O método de trabalho « à distância » Os operadores estão posicionados : Em escadas isolantes ; No cesto aéreo de uma plataforma elevatória móvel com braço metálico. Os operadores ficam a uma distância permanente de mais de 60 cm dos condutores nus sob tensão: é o que se chama de 6 EP. As ferramentas de trabalho dos operadores são fixadas nas extremidades de bastões isolantes. 04/09/2013 © ERDF-I 2013 8 2.2 Método de trabalho « à distância » Confecção de uma amarração Implantação de um novo poste 04/09/2013 © ERDF-I 2013 9 2.3 O método de trabalho « ao potencial » Os operadores estão posicionados no cesto de uma plataforma elevatória móvel com braço isolante. O cesto está conectado ao potencial da fase na qual os operadores estão trabalhando. Os operadores respeitam os EP referentes às outras fases e ao aterramento. Os operadores trabalham segurando as ferramentas com as mãos. 04/09/2013 © ERDF-I 2013 10 2.4 O método de trabalho « ao potencial » 04/09/2013 © ERDF-I 2013 11 2.5 O método de trabalho « ao contato » Os operadores estão posicionados no cesto de uma plataforma elevatória móvel com braço isolante. Os operadores usam luvas longas isolantes FT MT 126 ou 126A. Os operadores respeitam os EP referentes às fases e ao aterramento. Os operadores trabalham segurando as ferramentas com as mãos. 04/09/2013 © ERDF-I 2013 12 2.6 O método de trabalho « ao contato » Trabalho ao contato no potencial de fase Trabalho ao contato no potencial de terra 04/09/2013 © ERDF-I 2013 13 4 3. Exemplos de intervenções 04/09/2013 14 Abertura ou fechamento de pontes de interligação Manobras operacionais correntes que, com um número reduzido de clientes afetados por interrupções, permitem alterar esquemas ou desligar áreas em obras. Dependendo da importância e da natureza das cargas a serem cortadas, a equipe de linha viva/MT utilizará dispositivos de manobra em carga. 15 Instalação de um dispositivo provisório na rede Instalação de um Interruptor Seccionador Provisório (ISP) O dispositivo é colocado por um período limitado na rede pela equipe de linha viva/média tensão e pode ser manobrado a partir do solo pelo encarregado de operações. Ele inclui um sistema de bloqueio em posição de abertura a fim de isolar a área de intervenção. 16 Instalação de um dispositivo provisório na rede Instalação de um Transformador de Alimentação Provisório Integrado sobre Reboque (TAPIR) Os transformadores previstos para funcionar móveis são como transformador abaixador para a distribuição de energia em baixa tensão; Como transformador elevador para a reinjeção de energia em média tensão numa porção isolada da rede. Para facilitar a ligação na rede, os transformadores são equipados com desenroladores de cabos MT e BT e montados sobre um veículo (automóvel ou reboque). 17 Instalação de um dispositivo provisório na rede Instalação de um Posto Integrado sobre Reboque de Alimentação Temporária (PIRATE) Reboque com cabine de intervenção em região isolada para a manutenção de equipamentos tais como postos de distribuição pública (transformadores, disjuntores,…). 18 Instalação de um dispositivo provisório na rede Instalação de uma Cabine Móvel Integrada sobre Reboque Reboque/cabine equipada com interruptores MT para efetuar manobras operacionais rápidas, tais como: Interrupção repetida de um trecho da rede não dotado de dispositivos de interrupção, Abertura e fechamento de um circuito em carga, Abertura e fechamento de anéis entre 2 alimentadores de MT, etc. 19 Instalação de um dispositivo provisório na rede Instalação de um dispositivo de interrupção leve O aparelho é instalado por um tempo limitado na rede pela equipe de linha viva/MT e pode ser manobrado a partir do solo pelo responsável operacional. Este dispositivo composto por: é essencialmente um interruptor (tipo M2S) ; um conjunto ERAS simplificado Cabos flexíveis de MT. Os diferentes elementos são fixados por correias têxteis com tensionadores. 20 Substituição de um isolador Substituição de isolador rígido ou reparo da amarração A substituição de um isolador requer a sustentação do condutor (triangulação ou grua/Munk), a remoção da amarração existente, o distanciamento do condutor e, por fim, a reinstalação de uma amarração para linha viva ou de um dispositivo de fixação rápida (FIXRAP, MALICOL ou DERVAFIX II). Trabalho realizável à distância ou em C3M 21 Substituição de isolador Substituição de isolador suspenso A substituição de um isolador requer a sustentação do condutor (triangulação, grua/Munk ou suspensor) Trabalho realizável à distância ou em C3M 22 Instalação, substituição e manutenção de aparelhos de Média e Baixa Tensão (MT, BT) Manutenção de Chave Aérea A manutenção do aparelho inclui : a manutenção das diferentes partes; a adaptação dos kits ; a substituição dos parafusos ; etc. Depois de fazer o curto-circuitamento do aparelho, remover as pontes de interligação e proteger a rede, a equipe linha-viva/média tensão faz a manutenção da chave considerada no potencial terra (CET 6.1 § 1.3). 23 Instalação, substituição e manutenção de aparelhos de Média e Baixa Tensão (MT, BT) Substituição ou remoção de Chave Aérea Depois de fazer o curto-circuitamento do aparelho, remover as pontes de interligação e proteger a rede, a equipe linha-viva/média tensão faz a manutenção da chave no potencial terra (CET 6.1 § 1.3). O aparelho é removido e substituído com ajuda de um eixo de força giratório, de um Munk, de uma plataforma elevatória móvel C3M ou de uma grua homologada para trabalhos em linha viva/MT. 24 Intervenção nos condutores Criação de dupla ancoragem pendular Esta técnica permite a criação de pontos de aberturas sem modificar as características do apoio. Trabalho realizável à distância ou em C3M 25 Substituição de cruzeta A substituição de uma cruzeta por outra igual pode ser feita em linha energizada à distância e em C3M. Travail réalisable à distance ou en C3M A substituição por outro tipo de cruzeta requer a recuperação dos condutores desregulados. 26 Colocação de poste Colocação de poste no meio do vão A equipe de Linha Viva/MT procede à colocação do poste previamente equipado com a cruzeta e protegido (manta vinílica 0,8 mm), no meio dos condutores igualmente protegidos. ATENÇÃO : A colocação no meio do vão provoca uma modificação das características do apoio. apoio. Trabalho realizável à distância ou em C3M Em seguida é feita a triangulação e a transferência dos condutores para o novo poste 27 Operações diversas Instalação de proteção contra aves 28 Conclusão Em toda a área de atuação (360000 km de rede aérea media tensão) a ERDF mantêm um DEC anual de 70 minutos, nos quais apenas 10 minutos envolvem desligamento em obras programadas. Com 1000 técnicos operando em linha viva de MT e realizando mais de 50000 obras em linha viva por ano, os acidentes (com e sem ferimentos) relacionados a choques elétricos se mantiveram em níveis abaixo dos relacionados às linhas desenergizadas (2 acidentes nos últimos 5 anos em linha viva) A ERDF, com uma experiência confirmada em trabalhos em linha viva, contribue hoje para a melhoria do desempenho das distribuidoras de energia internacionais, através de parcerias em treinamentos, acompanhamentos e desenvolvimentos de novos procedimentos de trabalho. 29