portfolio
Letícia Lampert
BIO
Letícia Lampert – Porto Alegre/RS - 1978
É formada em Design - Programação Visual, pela Ulbra, e Artes Visuais – Fotografia, pela
UFRGS. Concluiu mestrado em Poéticas Visuais no PPGAV – UFRGS em 2013. No mesmo ano, foi
vencedora do Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger na categoria Trabalhos de Inovação
e Experimentação e do III Prêmio Itamaraty de Arte Contemporânea. Participou de diversos
salões e exposições coletivas e realizou até o momento quatro exposições individuais, sendo
elas (des)construções, em 2008, Escala de Cor das Coisas, em 2009, Nalgum lugar entre lá e
aqui, em 2012 e Conhecidos de Vista, em 2013. Atualmente seu trabalho está voltado para a
percepção de lugares, a vida na cidade, e as relações entre ver e ser visto em espaços públicos
e privados.
Brazilian artist with BA in Graphic Design (UlBRA) and Visual Arts – Photography (UFRGS). She
completed her MA in Visual Poetics at UFRGS in 2013. In the same year, she received the Pierre
Verger National Prize of Photography and the Itamaraty Prize of Contemporary Arts. She had
participated in a great number of exhibitions and did already four solo exhibitions being them
(de)construction, in 2008, The Color Scale of Things, in 2009, Somewhere between here and
there, 2013 and Known from View, in 2013. Nowadays her work is focused on the perception
of places, the city life, and the relationship between seeing and being seen in public and
private spaces.
CV
Letícia Lampert
Porto Alegre-RS, 1978
www.leticialampert.com.br
[email protected]
+55 51 9979 2354
Formação Acadêmica / Education
2013 » Mestre (MA) em Poéticas Visuais | PPGAV-UFRGS
2009 » Graduada (BA) em Artes Visuais, ênfase em Fotografia | UFRGS
2000 » Graduada (BA) em Design Industrial, ênfase em Programação Visual | ULBRA/RS
Exposições Individuais / Solo Exhibitions
2013 » Conhecidos de Vista | Galeria Augusto Meyer | CCMQ | Porto Alegre, RS
2012 » Nalgum lugar entre lá e aqui | Sala da Fonte - Paço Municipal | Porto Alegre, RS
2009 » Escala de Cor das Coisas | Galeria La Photo | Porto Alegre, RS
2008 » (des)construções | Galeria dos Arcos - Usina do Gasômetro | Porto Alegre, RS
Prêmios / Prizes
2013 » Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger - categoria Trabalhos de Inovação e Experimentação em Fotografia | Salvador, BA
III Concurso Itamaraty de Arte Contemporânea | Brasília | DF
Mensão Honrosa 2o Prêmio IEAVi Incentivo à Produção de Artes Visuais | Porto Alegre, RS
2012 » Prêmio Aquisitivo do Salão Unama de Pequenos Formatos | Belém, PA
2010 » II Prêmio AG | Porto Alegre, RS
2009 » Prêmio Açorianos de Artes Plásticas na categoria “Destaque em Fotografia”
FestFotoPoa 2009 - Fotograma Livre | Centro Cultural Erico Veríssimo | Porto Alegre, RS
Edital Fumproarte | Porto Alegre, RS
2008 » 1° Prêmio Gaúcho de Arte Eletrônica | Porto Alegre, RS
Últimas Exposições Coletivas / Latest Group Exhibitons
2014 » Arte/RS | Curadoria Vera Pellin | Memorial do RS | Porto Alegre, RS
20o Salão da Câmara Municipal de Porto Alegre | Porto Alegre, RS
Vinte(ver) Quintana | Curadoria Rochele Zandavalli | Shopping Praia de Belas | Porto Alegre, RS
Neblina | Curadoria Elaine Tedesco | MacRS/Galeria dos Arcos | Porto Alegre, RS
Paredes/meias | Curadoria Gui Marques | Café com Arte | Rio de Janeiro, RJ
Abre Alas X | Curadoria Marta Mestre e Armando Mattos | Galeria A Getil Carioca | Rio de Janeiro, RJ
Prêmio Diário Contemporâneo 2014 | Casa das 11 Janelas | Belém, PA
O Cânone Pobre | Curadoria Ana Zavadil | Margs | Porto Alegre, RS
2013 » Ao Sul, Paisagens - Curadoria Mario Gioia | Bolsa de Arte | Porto Alegre, RS
Entre - Curadoria de A a Z | Curadoria Ana Zavadil | MAC-RS | Porto Alegre, RS
Ver/Habitar | Curadoria Elaine Tedesco | Sala João Fahrion - UFRGS | Porto Alegre, RS
Palavra Habitada, Palavraria Livros & Cafés, Porto Alegre, RS
Empilháveis V, Galeria de Arte do DMAE, Porto Alegre, RS
2012 » Infoto | Casa de Cultura Mário Quintana | Porto Alegre, RS
Festival de la Luz | Centro Cultural Recoleta | Buenos Aires - Argentina
Lapsos | Espaço Cultural Chico Lisboa | Porto Alegre, RS
Salão Unama de Pequenos Formatos | Galeria Graça Landeira | Belém, PA
2011 » RE –por, –tornar, –inovar | Arquivo Público | Porto Alegre, RS
Criações Inusitadas | Galeria Gravura | Porto Alegre, RS
Fronteiriços | Curadoria Daniela Name | Luciana Caravello | Rio de Janeiro, RJ
Desvenda | Museu Murillo de la Greca | Recife, PE
Fronteiriços | Curadoria Daniela Name | Galeria Emma Thomas | São Paulo, SP
2010 » Muito mais que uma imagem em papel | Curadoria André Venzon | NY Gallery | Porto Alegre, RS
Sydney Designboom Mart | Powerhouse Museum | Sydney, Austrália
Exposição Prêmio Açorianos 2009 | Paço Municipal | Porto Alegre, RS
Salão de Abril | Integrante do Projeto Desvenda | Fortaleza, CE
FestfotoPoa 2010 - Fotografia Contemporânea Brasileira | Santander Cultural | Porto Alegre, RS
Publicações / Publications
LAMPERT, Letícia. Escala de Cor das Coisas. Porto Alegre: Edição do Autor, 1a ed 2009 - 2a ed 2014
Textos em Periódicos / Published Texts
LAMPERT, Letícia. Conhecidos de vista: a cidade e suas janelas indiscretas. Revista da UFMG. , v.20, p.324 335, 2013.
LAMPERT, Letícia. Apartamentos com vista... para onde? Um olhar para as vistas, cada vez mais cegas, da
cidade contemporânea. Revista Urbe. , v.4, p.4 - 11, 2012.
LAMPERT, Letícia. Non-site-specific: o artista como etnógrafo de um não-lugar. Revista Valise. , v.2, p.51 60, 2012.
Obras em Acervo / Works in Public Collections
Prefeitura de Porto Alegre - Secretaria de Cultura
MAC-RS
Ministério das Relações Exteriores
Universidade da Amazônia/Núcleo Cultural
Conhecidos de Vista | Known from View
Conhecidos de Vista é um projeto que lança um olhar para uma situação cada vez mais comum no
contexto urbano contemporâneo: prédios com janelas próximas demais. Vistas que não mostram
a cidade e a paisagem, mas a vida do outro, muito de perto. Vizinhos que não se conhecem
formalmente mas que, por esta proximidade forçada, podem muitas vezes tecer longas descrições
sobre os hábitos mais banais uns dos outros.
Este projeto foi constituído a partir da visita a cerca de 40 apartamentos em Porto Alegre
escolhidos aleatoriamente, numa espécie de flânerie às avessas, onde as fachadas, em ruas
estreitas, configuravam esta situação de “confronto” entre janelas. Sempre buscando entrar nos
apartamentos de ambos os lados, a proposta era contrapor vistas e pontos de vista. Os depoimentos
dos moradores, captados em conversas informais, completam as imagens revelando o que a
imagem sozinha não da conta: estas relações tão peculiares que se estabelecem na cidade.
“known from view” is a project that examines an increasingly frequent situation in the contemporary
urban context: apartment building with opposite windows too close. Views that don’t show the
city and the landscape, but someone else’s life nearby. Neighbors who don’t formally know each
other but can make long descriptions about each other’s day-by-day habits.
This project was developed through the contact with dwellers from forty apartments, chosen by
chance, in narrow streets from Porto Alegre - Brazil. The idea was to contrast the views and the
point of views always visiting apartments on both sides. The dwellers testimonies were collected
in informal chats and complement the images, showing these unique relationships established
in the city.
Conhecidos de Vista v.2 | 2013 | vídeo-instalação | 13’19” | Disponível em: www.vimeo.com/lelampert/conhecidosdevista
Known from View v.2 | 2013 | video installation | 13’19” | Available at: www.vimeo.com/lelampert/conhecidosdevista
Vista da exposição Conhecidos de Vista - Sala Augusto Meyer - Casa de Cultura Mário Quintana - Porto Alegre/RS - 2013
View of the exhibition Known from View - Sala Augusto Meyer - Casa de Cultura Mário Quintana - Porto Alegre/RS - Brazil - 2013
Conhecidos de Vista #8 | 2013 | fotografia | 150 x 100 cm
Kown from View #8 | 2013 | photography | 150 x 100 cm
Conhecidos de Vista #11 | 2013 | fotografia | 150 x 100 cm
Kown from View #11 | 2013 | photography | 150 x 100 cm
Conhecidos de Vista #12 | 2013 | fotografia | 150 x 100 cm
Kown from View #12 | 2013 | photography | 150 x 100 cm
Conhecidos de Vista #22 | 2013 | fotografia | 150 x 100 cm
Kown from View #22 | 2013 | photography | 150 x 100 cm
Conhecidos de Vista #25 | 2013 | fotografia | 150 x 100 cm
Kown from View #25 | 2013 | photography | 150 x 100 cm
Série Apartametnos com Vista | 2013 | Fotografia | formatos variados
Apartments with a View Series | 2013 | photography | various formats
Claustrofobia | Claustrophobia
No encaixotamento que vivemos nas grandes cidades, vista e luminosidade vem se tornando
cada vez mais artigos de luxo, principalmente nas regiões mais densas. Para enfatizar esta
questão, as fotografias desta série tomam partido da diferença de luminosidade dentro e fora
para criar imagens achatadas, gráficas, que colocam em evidência de forma ainda mais pungente
esta falta de espaço.
Living with less and less space in big cities, view and luminosity are becoming luxury items,
especially in the high density areas. To emphasize this issue, the photographs of this series take
advantage of the difference of light inside and outside to create flat and graphic images, which
put in evidence even more poignantly this lack of space.
Claustrofobia | 2013 | Fotografia | formatos variados
Claustrophobia | 2013 | Photography | various formats
Claustrofobia | 2013 | formatos variados | Fotografia
Claustrophobia | 2013 | Photography | various formats
Claustrofobia | 2013 | formatos variados | Fotografia
Claustrophobia | 2013 | Photography | various formats
O Avesso lá de fora é aqui dentro
Inside Out / Outside In
Esta série é composta por dípticos de fotografias de uma mesma janela, uma por dentro e outra
por fora. A proposta é evidenciar a falta de conexão entre ambientes tão próximos e de natureza
tão distantes: o espaço público e o espaço privado. Será possível, de um lado, ter ideia do que tem
do outro? O que a fachada fria revela da imensidão íntima resguardada no interior? Além destas
questões que o trabalho propõe, há também uma referência à própria fotografia e sua cultura
técnica, com a ideia de negativo e positivo, imagem latente, e a própria câmera escura.
This series is composed from diptychs from photos of the same window, one inside and another
outside. The purpose is to highlight the lack of connection between environments so close and
so different: the public and the private spaces. Is it possible to wonder what is in the other side?
Could the dull facade reveal something about the intimate immensity sheltered inside? Besides
those questions, there is also a reference to the Photography as a technical culture with the idea
of ​​positive and negative, latent image, and darkroom.
O Avesso lá de fora é aqui dentro | 2011 | Fotografia | 200 x 150 cm
Inside Out / Outside In | 2011 | Photography | 200 x 150 cm
O Avesso lá de fora é aqui dentro | 2012 | Fotografia | 180 x 60 cm
Inside Out / Outside In | 2012 | Photography | 180 x 60 cm
Série Avessos | 2012 | Fotografia | 180 x 60 cm
Inside Out / Outside In | 2012 | Photography | 180 x 60 cm
Série Avessos | 2012 | Fotografia | 180 x 60 cm
Inside Out / Outside In | 2012 | Photography | 180 x 60 cm
Série Avessos | 2012 | Fotografia | 180 x 60 cm
Inside Out / Outside In | 2012 | Photography | 180 x 60 cm
Série Avessos | 2012 | Fotografia | 180 x 60 cm
Inside Out / Outside In | 2012 | Photography | 180 x 60 cm
Vista para [...] | City View of [...]
A cidade muda, cresce, se transforma. A paisagem, efêmera, se dissolve em concreto. Já não se
identificam mais as referências geográficas que deram origem à sua fundação. Para que lado fica
o rio? Onde nasce o sol? O que caracteriza esta cidade?
A série Vista para [...] é um trabalho em progressão contínua, tendo sido realizado até o momento
em Florianópolis, Porto Alegre, Buenos Aires, São Paulo, Dubai, Rio de Janeiro, Belém, Nova York e
Paris. A proposta é fotografar a vista da janela em diferentes cidades sempre que esta espectativa
de vista for frustrada por paredões de concreto, tornando improvável qualquer possibilidade de
identificação do lugar e fazendo com que cidades tão diferentes pareçam, na verdade, sempre a
mesma cidade.
The city changes, grows, transform itself. The landscape, ephemeral, dissolve itself into concrete.
We can no longer identify the geographic references that gave rise to its foundation. Which way
is the river? Where the sun rises? What distinguishes this city?
The series View of [...] is an ongoing work in progress, that has been carried out so far in
Florianópolis, Porto Alegre, Sao Paulo, Belem and Rio de Janeiro - Brazil, Buenos Aires - Argentina,
Dubai - UEA, New York - EUA and Paris - France. The proposal is photographing the window view
in different cities whenever the expectation of a great view is frustrated by big concrete walls,
making it unlikely to identify the place and so, making all those different cities look like they
were the same.
Série Vista para [...] | 2012 - | Fotografia e letra adesiva - instalação modular - trabalho em progresso contínuo | 45x100 cm (cada coluna)
View of [...] Series | 2012 - | photography and adhesive letter - modular installation - ongoing work in progress | 45x100 cm (each column)
Série Vista Para [...]
Vista para Buenos Aires
2012 | 45 x 100 cm | Fotografia
City View of [...] Series
City View of Buenos Aires
2012 | 45 x 100 cm | Photography
Série Vista Para [...]
Vista para Porto Alegre
2012 | 45 x 100 cm | Fotografia
City View of [...] Series
City View of Porto Alegre
2012 | 45 x 100 cm | Photography
Série Vista Para [...]
Vista para Dubai
2013 | 45 x 100 cm | Fotografia
City View of [...] Series
City View of Dubai
2013 | 45 x 100 cm | Photography
Entre Telas | Between Screens
No confinamento em que vivemos nas cidades, a janela é o elemento que dá consciência da
relação com um exterior. E a televisão, este outro tipo de janela, ao tentar trazer o mundo pra
dentro de casa, parece ampliar a solidão. Mas a mesma televisão que aliena, também reflete.
Afinal, o que está dentro e o que está fora? O que é realidade e o que é ficção? O sol que entra,
banha o ambiente de exterior. Assim, estabelecendo um diálogo com a pintura de gênero do
séc XVII, onde a janela é a fonte de luz que ilumina a cena cotidianas, temos aqui também
imagens em tela, mas não de pintura, em tela de televisão. Através do reflexo, é produzido
um autorretrato que, coerente com o mundo contemporâneo, busca na mediação das telas a
sensação de realidade e o registro da intimidade.
Living confined in apartments in the cities, the window is the element that brings awareness
of the relation with an outside. And television, this other type of window, trying to bring the
world into the house seems to enlarge the loneliness. But the same television that alienates also
reflects. After all, what is in and what is out? What is reality and what is fiction? The sun which
enters illuminates the environment with a sense of exterior. Thus, establishing a dialogue with
the Dutch painting from the seventeenth century, where the window is the source of light that
illuminates an everyday scene, the television here appear as the canvas that shows and reflects
the intimacy of the house interior.
Entre Telas #1 | 2013 | Fotografia e backlight | 35x30cm
Between Screens #1 | 2013 | Photography and backlight | 35x30cm
Entre Telas #2 | 2013 | Fotografia e backlight | 35x30cm
Between Screens #2 | 2013 | Photography and backlight | 35x30cm
Entre Telas #3 | 2013 | Fotografia e backlight | 35x30cm
Between Screens #3 | 2013 | Photography and backlight | 35x30cm
Nalgum lugar entre lá e aqui
Somewhere between here and there
Nossa percepção dos lugares e das cidades por onde passamos é sempre contaminada pelos outros
lugares e cidades em que estivemos antes. Fazemos comparações, buscamos semelhanças e
diferenças, encontramos familiaridades onde nunca estivemos. Memória e fantasia se confundem.
Afinal, como era mesmo aquela paisagem? As colagens desta série buscam retratar estes nãolugares da memória, construindo improváveis paisagens visitadas na imaginação.
Our perception of places and cities is always contaminated by other places and cities where we
were before. We make comparisons, we seek similarities and differences, we find familiarities in
places where we have never been before. Memory and fantasy are mixed up. After all, how was
the the landscape of that place? The collages of this series seek to portray these non-places of
memory, building up unlikely landscapes visited just by the imagination.
Algum lugar ou lugar nenhum | 2012 | 170 X 92 cm | Fotografia e colagem digital
Somewhere or Nowhere | 2012 | 170 X 92 cm | Photography and digital collage
Nalgum lugar entre lá e aqui - Estação | 2011 | 102 X 72 cm | Fotografia e colagem digital
Somewhere between here and there - Station | 2011 | 102 X 72 cm | Photography and digital collage
Nalgum lugar entre lá e aqui - Praia | 2011 | 102 X 72 cm | Fotografia e colagem digital
Somewhere between here and there - Beach | 2011 | 102 X 72 cm | Photography and digital collage
Nalgum lugar entre lá e aqui - Vizinhança | 2011 | 102 X 72 cm | Fotografia e colagem digital
Somewhere between here and there - Neighborhood | 2011 | 102 X 72 cm | Photography and digital collage
Nalgum lugar entre lá e aqui - casas | 2011 | 53 X 38 cm | Fotografia e colagem digital
Somewhere between here and there - houses | 2011 | 53 X 38 cm | Photography and digital collage
Nalgum lugar entre lá e aqui - houses | 2011 | série de 18 imagens - 53 X 38 cm cada | Fotografia e colagem digital
Somewhere between here and there - houses | 2011 | series of 18 images - 53 x 38 cm each | Photo and digital collage
Manual Prático de Arquitetura | 2011 | 20 X 20 x 1 cm | Livro de Artista - impressão a laser e corte manual
Practical Handbook of Architecture | 2011 | 20 x 20 x 1 | Artist Book - laser printing and hand cutting
Escala de Cor das Coisas | The Color Scale of Things
Inspirado no formato dos catálogos de padronização de cores, ‘Escala de Cor das Coisas’ é um livro
de artista que traduz, revela e brinca com as relações entre cor, palavra e imagem. São 70 cores
apresentadas através de fotografias dos elementos que utilizamos para denominar e referenciar as
cores na linguagem popular. A primeira edição foi lançada em 2009, com 58 cores e uma tiragem
de 1000 exemplares que está esgotada. Na segunda, lançada em 2014, houve um aumento para
70 cores e a publicação de um pôster promocional com todas as cores reunidas.
Inspired in the Pantone Color Guide and other color books, The Color Scale of Things is an artist
book that translates and plays with the relations between colors, words and images. There are 70
colors presented through the photos of elements that we use in common language to name and to
reference colors. The first edition was published in 2009 with 1000 copies and is sold out. The second
one has been released in 2014 with 1500 and a promotional poster with all the colors together.
Escala de Cor das Coisas
Livro de Artista
1a edição 2009 - 56 cores - tiragem: 1000
2a edição 2014 - 70 cores - tiragem: 1500
28 x 6 x 2 cm
The Color Scale of Things
Artist Book
1st edition 2009 - 56 colors - edition of 1000
2nd edition 2014 - 70 colors - edition of 1500
28 x 6 x 2 cm
Azul Celeste | Sky Blue
Azul Celeste - 2008 - 140 x 30 cm (3 fotos 30 x 45 cm e placa com o nome)
Sky Blue - 2008 - 140 x 30 cm (3 photos 30 x 45 cm and plaque with the name)
Verde Folha | Leaf Green
Verde Folha - 2009 - 140 x 30 cm (3 fotos 30 x 45 cm e placa com o nome)
Leaf Green - 2008 - 140 x 30 cm (3 photos 30 x 45 cm and plaque with the name)
Amarelo Ovo
Amarelo Ovo - 2009 - 140 x 30 cm (3 fotos 30 x 45 cm e placa com o nome)
Egg Yellow - 2008 - 140 x 30 cm (3 photos 30 x 45 cm and plaque with the name)
Cor de Carne | Incarnadine
Cor de Carne - 2009 - 140 x 30 cm (3 fotos 30 x 45 cm e placa com o nome)
Incarnadine - 2009 - 140 x 30 cm (3 photos 30 x 45 cm and plaque with the name)
Rosa Antigo | Antique Rose
Rosa Antigo - 2009 - 140 x 30 cm (3 fotos 30 x 45 cm e placa com o nome)
Antique Rose - 2009 - 140 x 30 cm (3 photos 30 x 45 cm and plaque with the name)
Cor de burro quando foge | Color of a dunkey when fleeing
Cor de Burro quando Foge - 2009 - 140 x 30 cm (3 fotos 30 x 45 cm e placa com o nome)
Color of a dunkey when fleeing* - 2009 - 140 x 30 cm (3 photos and plaque with the name)
*Brazilian expression for an indefinite and dull color
Estudos de Cor - Acinzentadas - Aguadas - Queimadas - Esfumaçadas | Formatos variados | Fotografia | 2009
Color Studies - Grayed - Watery - Burned - Smoky | Varius Formats | Photography | 2009
Vista da exposição Escala de Cor das Coisas na Galeria La Photo - Porto Alegre/RS | 2009
View of the exhibition at Galeria La Photo | Porto Alegre/RS - Brazil | 2009
Escala de Cor das Coisas - poster da 2a edição - tiragem de 500 exemplares em offset | 2014
The Color Scale of Things - poster of the second edition - 500 copies | offset | 2014
Escala de Cor do Tempo | The Color Scale of Time
Inspirada nas paletas de cor de tinta, onde acrescentamos determinado pigmento para chegar
de um tom a outro, na Escala de Cor do Tempo acrescentamos horas, dias, meses. Para realizar
este projeto, foram captadas 12 séries, uma para cada mês do ano, cada uma com 12 fotografias,
totalizando 144 imagens. Estas fotografias foram obtidas entre as 6 da manhã e as 7 da noite, a
cada mês, sempre na mesma janela.
Este projeto permite diferentes montagens, pois os meses são tratados como módulos. Dois
livros de artista também foram desenvolvidos como desdobramento do projeto: “Escala de Cor
do Tempo - para dias de sol” e “Escala de cor do Tempo - para dias de chuva”.
Inspired by the ink palettes to which we add a specific pigment to get from one tone to another,
in The Color Scale of Time we add hours, days, months. To carry out this project, 12 series were
made, one for each month of the year, each one having 12 photographs, and totalizing so 144
images. These photographs were taken between 6 am and 7 pm, every month, always at the
same window.
This project allows different assemblies because the months are treated as modules. Two artist
books have also been developed as a result of the project: “The Color Scale of Time For Sunny
Days” and another one “For Rainy Days”.
Escala de Cor do Tempo - Para o Ano que Passou | 2009 | 230 X 140 cm (144 fotografias) | Instalação Fotográfica
The Color Scale of Time - For the past year | 2009 | 230 x x140 cm (144 photographs) | Photo Installation
Escala de Cor do Tempo - Para dias de Sol - Para dias de Chuva | 2008 | 15 X 21 x 2 cm | Livro de Artista
The Color Scale of Time - For Sunny Days - For Rainy Days | 2008 | 15 x 21 x 2 cm | Artist Book
(des)construções | (de)construction
A cidade cresce do jeito que dá. Desordenadamente. Pra cima, pros lados, pra onde tiver lugar. Os
mais variados estilos são misturados. Sem muito planejamento, a cidade vai virando uma grande
colagem arquitetônica. Tentando transformar esta percepção em um ensaio visual surgiu “(des)
construções”, uma série de colagens que, de forma lúdica, junta partes desconexas de casas e
prédios para construir com eles novas moradias que, de tão improváveis, chegam a parecer muito
familiar. Esta série é formada por 19 colagens.
The city grows spontaneously. Disordered. Up and down, wherever there is space. Every style
is mixed together. There is no development plan for the cities in Brazil, so they become a huge
architectonic collage. It is after this perception of the city that this work was created. As a play,
collages are made from disconnected pieces of houses and buildings in order to create other
ones. These new buildings are strange but, even though, they seem very familiar, once it is like
that our perception works. The series consists of 19 collages.
(des)construção #1
2007
93 X 90 cm
Fotografia e Colagem digital
(de)construction #1
2007
93 X 90 cm
Photo and digital collage
(des)construção #3
2008
95 X 123 cm
Fotografia e Colagem digital
(de)construction #3
2008
95 X 123 cm
Photo and digital collage
(des)construção #4
2008
82 X 139 cm
Fotografia e Colagem digital
(de)construction #4
2008
82 X 139 cm
Photo and digital collage
(des)construção #5
2008
85 X 115 cm
Fotografia e Colagem digital
(de)construction #5
2008
85 X 115 cm
Photo and digital collage
(des)construção #6
2008
65 X 85 cm
Fotografia e Colagem digital
(de)construction #6
2008
65 X 85 cm
Photo and digital collage
(des)construções - Cidade Baixa | 2008 | 40 X 230 cm | Fotografia e colagem digital
(de)construction - Downtown | 2008 | 40 X 230 cm | Photo and digital collage
Entre | 2011 | 20 X 20 x 1 cm | Livro de Artista | impressão a laser e corte manual
Between | 2011 | 20 x 20 x 1 cm | Artist Book | digital print and hand cutting
Paisagem Íntima | Intimate Landscape
Toda janela tem uma vista exterior, ao mesmo tempo que dá a ver um interior. A paisagem de
luz que vem de fora registra, de forma difusa, o que está dentro. E o olhar de dentro percebe,
também de forma difusa, o que está do lado de fora. Simultaneamente, a janela mostra e esconde
a intimidade do quarto.
Série de 9 fotografias - 30 x 45 cm cada
Every window has a view to the exterior, and at the same time, make it possille to see inside.
The landscape of light that came from outside register, in a difuse way, what is inside. The sight
from inside perceive, in a difuse manner aswel, what is outside. Simultaneusly, the window show
and hide the intimacy of the room.
Series of 9 photos - 30 x 45 cm each
Paisagem Íntima | 2007 | 100 X 140 cm | Fotografia
Intimate Landscape | 2007 | 100 x 140 cm | Photography
Sobre o trabalho
About the work
Uma escala de fé
A scale of faith
Se nos perguntarem “O que significam as palavras vermelho,
azul, preto, branco?”, podemos, bem entendido, mostrar imediatamente coisas que têm essas cores. Mas a nossa capacidade de
explicar o significado dessas palavras não vai além disso.
When we’re asked “What do the words “red”, “blue”, “black”, “white”
mean” , we can, of course, immediately point to things that have
these colors, - but our ability to explain the meanings of these words
goes no further!
Ludwig Wittgenstein, in Anotações sobre as Cores
Ludwig Wittgenstein, Remarks on Color
Dedicado a investigar, entre tantas questões, a relação entre linguagem e realidade, o filósofo austríaco Ludwig Wittgenstein (1889-1951) acreditava que, uma
vez que o signo representava o objeto, a forma lógica da linguagem seria a forma
mesma do mundo. Isso nos permitiria pensar, partindo do preâmbulo deste texto,
que o nome da cor é também cor. E, de fato, ele é parte fundamental da percepção cromática que temos das “coisas do mundo”, ativando e solicitando nosso
saber, nossa memória e imaginação. É na discussão de aspectos congêneres que
Letícia Lampert vem pautando sua poética, adotando a fotografia como meio e a
cor como assunto.
Dedicated to investigating the relationship between reality and language, the Austrian philosopher Ludwig Wittgenstein (1889-1951) believed, among other things,
that since signs represent objects, the logical form of language would be the very
form of the world. Parting from the above preamble, this would lead us to think
that the name given to color is also color. And it is, indeed, a fundamental part of
the color perception we have of “world’s things”, activating and requesting our
knowledge, memory and imagination. It is in a debate involving like aspects that
Letícia Lampert has been basing her poetry, adopting photography as a means and
color as a theme.
No presente trabalho, Escala de Cor das Coisas, Letícia dialoga com um dos mais
populares sistemas de padronização de cores, o Pantone Color Guide. Empregado
internacionalmente em gráficas, editoras e agências publicitárias, ele funciona
como um mostruário, indicando, de forma muito próxima e crível, como as cores
se manifestam ao serem impressas.
In the current work, The Color Scale of Things, Letícia is in a dialog with one of the
most popular systems of color standardization, the Pantone Color Chart. Internationally used by printing and publishing houses as well as by ad agencies, it works as
a color showcase that indicates in a close and credible way what colors look like
once printed.
No formato e na aparente função, também o catálogo de Letícia parece permitir a
aferição cromática. Contudo, se o observarmos atentamente, perceberemos que
suas cores, como medidas, são intangíveis, uma vez que operam no território
da linguagem, da subjetividade e da fantasia. Como explicar o azul calcinha, o
vermelho tomate, a cor de carne, a cor de pele? Aliás, estendendo a problematicidade: cor de pele de que raça? E o que dizer da cor de burro quando foge? Como
seria possível defini-la, ou mesmo imaginá-la? Apresentadas como fotografias
de detalhes e texturas das coisas as quais seus nomes remetem, essas “cores”
escancaram, uma vez mais, sua natureza incomensurável. Ora, no verde musgo
cabem dezenas de tonalidades de verde, assim como no verde limão e no verde
folha... Oriundas de associações e metáforas usadas no dia-a-dia, essas denominações reforçam a carga experiencial por trás do ato de nomear e de se relacionar
com o mundo. E se, isoladas do contexto, parecem absurdas, o que não dizer de
In its format and apparent use, Letícia’s catalog too seems to allow for color distinction. However, if we observe it closely, we will notice that Letícia’s color catalog
are intangible as a means for measurement because they operate in the realm of
language, subjectivity and fantasy. Brazilian Portuguese, like most other human
languages, has a way to reflect the cultural traits of the people who speak it. How
to explain the “panty blue”, the “tomato red”, the “color of meat”, the “color of
skin”, which are offered to these speakers? And the color of which human race
skin, for instance? What to say of the “color of a donkey that has fled” (namely, an
indefinite color)? How could one define it or even imagine it to be? Shown as photographs of details and textures of things their names remind one of, these “colors”
reveal, again and again, the incommeasurable nature they have. The “moss green”,
perhaps bearing a different tone from its English version, contains dozens of greens,
as do the “lemon green” and the “leaf green”. Originated in connections to other
suas versões para o inglês, a língua franca adotada em manuais semelhantes?
Nessa incongruência, o léxico das cores, dos mais líricos que existem, mostra-se
absolutamente rebelde à tradução.
O fato é que a provocativa e lúdica Escala de Cor das Coisas perturba a familiaridade do pensamento, e isso talvez se deva menos ao fato de conhecermos e de
usarmos os nomes substantivados e sistematizados pela artista, e mais por nos
darmos conta, se não de sua impossibilidade, pelo menos de sua imprecisão.
Esta sutil complexidade também desponta no trabalho Escala de Cor do Tempo.
Nele, a artista novamente buscou medir o imponderável por meio da cor; no caso
específico, o tempo. Ambos os conceitos, cor e tempo, são por natureza abstrusos,
e a proposta de mensurar um a partir do outro beira o delírio. Tomando um único
enquadramento, a janela do banheiro de seu apartamento, Letícia fotografou as
impressões de luz, tendo entre ela e a paisagem exterior somente o vidro canelado da abertura, naturalmente marcado pela gradação encontrada nas escalas.
Limitando-se a esse recorte, produziu, ao longo de um ano, dezenas de imagens,
que deram corpo a duas escalas cromáticas: uma para dias de sol e outra para
dias de chuva, mas ambas sem qualquer aplicação ou funcionalidade.
Quanto a isso, vale lembrar que a artista, cuja formação inicial é em Design,
trabalha rotineiramente com sistemas como o já citado Pantone, ou o Kodak Color Chart. São eles que aferem a “verdade” das cores, assegurando as opções e
percepções do profissional da área. Portanto, quando se lança a criar não apenas
novas e oníricas medidas, a exemplo do tempo-cor e da coisa-cor, como também
etéreas tabelas, Letícia Lampert nos convida tanto a pensar acerca da inconsistência de nossos sistemas de classificação e ordenação do mundo, como estende ao
cotidiano o lirismo e a poesia próprios do universo da arte.
Paula Ramos
Jornalista e Crítica de Arte
Porto Alegre, outubro de 2009
things and metaphors of everyday life, these names strengthen the experiential
content that lies behind the act of naming and relating to the world. Once isolated
from their contexts they may seem absurd – all the more so in their renderings in
English, the lingua franca adopted in most color catalogs. It is in such dissonance
that the lexicon of colors, immersed in its heavily lyric content, will not lend itself
peacefully to translation.
Fact is, the provocative and lively The Color Scale of Things does perturb the mind’s
sense of familiarity with reality. This is so perhaps less due to the fact that we know
and use the names used by the artist and more because we are made aware of
their unlikelihood, if not lack of preciseness.
The same subtle complexity is found in the work The Color Scale of Time, in which
the artist sought to once more measure the imponderable by means of color; the
imponderable being here time. Both concepts of color and time are by nature abstruse. The idea of measuring one on the basis of the other borders delirium. Within
a single frame, namely, the window of her apartment’s bathroom, Letícia photographed light impressions on the corrugated window pane separating her from the
landscape, which naturally marks the grading that is so typical of scales. Limiting
herself to this cut, during one year she produced dozens of images that embody
two color scales: one for sunny days and another for rainy ones, but neither one
with an application or function.
It is worth recalling that the artist, whose background is in Design, routinely works
with systems like the aforementioned Pantone or the Kodak Color Chart. It is they
which lend “truthfulness” to colors, reassuring the area’s professionals in their choices and perceptions. Therefore, when she is into creating not only new and dreamlike measures, such as the color-time and the color-thing, but also ethereal charts,
Letícia Lampert invites us to think about the inconsistency of our methods to classify
and order the world – thereby also extending the lyricism and poetry proper to the
world of art to everyday life.
Paula Ramos
Journalist and Art Critic (AICA- Brazil)
Porto Alegre, October 2009
As cores da vida
The colors of life
O livro Escala de cor das coisas, de Letícia Lampert lançado em Porto Alegre, RS,
tem como principal mérito trazer à tona uma série de discussões propiciadas
pelo assunto enfocado e pela maneira como foi desenvolvido o projeto gráfico.
O casamento entre essas duas vertentes gera um resultado de inegável impacto
plástico.
The book “The Color Scale of Things”, of Letícia Lampert released in Porto Alegre, RS,
has the main merit of bringing a series of discussions made by the focused subject,
and by how the graphic project was developed. The union of both fields creates an
undeniable plastic impact.
Quanto ao conteúdo, trata-se da apresentação de três fotografias literais, mas
sem perder a poeticidade, das mais diversas coisas. É o caso amarelo limão ou
da cor de mel, representados por esses elementos. A cor ganha assim uma concretude, seja no animal (amarelo canário), metal (amarelo ouro) ou fruta (verde
abacate) ao qual alude.
Em relação à forma, existe a evocação do Pantone, um guia utilizado mundialmente que auxilia gráficos, editores, designers e artistas a conseguirem atingir
as cores desejadas num processo gráfico. A escala proposta, ao ter suas páginas
folheadas rapidamente com apenas uma das mãos, constrói, assim, um arco-íris.
O espectro vai da flor violeta à fotografia da cor de “burro quando foge”, num
leque que mostra bom humor, observação e uma louvável relação entre a palavra (o nome da cor) e a imagem (a cor em si). Da conversa saudável entre esses
elementos, nasce um trabalho intenso, que nos ajuda a ver melhor as escalas de
cores da vida.
Oscar D’Ambrosio,
jornalista e crítico de arte
São Paulo, 2009
The content is the presentation of three literal photos of diverse things, not losing
the poeticism though. It is the case of the lemon yellow, or the honey color, literally
represented by those elements. The color becomes tangible, referenced for instance
by an animal (canary yellow), metal (golden yellow) or fruit (avocado green).
Regarding the form, there is a call up of the Pantone Color Guide. A system used
internationally to help printers, publishers, designers and artist to reach a specific
color during the graphic process. The proposed scale creates a rainbow having the
book’s pages quickly moved with just one hand.
The spectrum goes from the violet flower to “the color of the donkey when fleeing”
(a Brazilian popular expression for an undefined color), in a range that shows good
mood, observation and an excellent relationship between the word (the name of
the color) and the image (the color itself). An intense work is born from the healthy
dialog of those elements, helping us to see better the color scale of our lives.
Oscar D’Ambrosio,
Journalist and Art Critic (AICA- Brazil)
Sao Paulo, 2009
Visão diferenciada do espaço
A distinguished space vision
Uma das principais características da arte contemporânea é a exploração da capacidade individual de descobrir aquilo que a tecnologia oferece para responder as
inquietações artísticas de cada um. Nesse sentido, as possibilidades da fotografia
como campo de exploração da linguagem se tornam um universo infinito.
One of the main characteristic of contemporary art is the investigation of the individual capacity of detecting what technology offer as a response to the artistic
agitation inside each of us. Regarding this, the photography possibilities become an
infinite universe as a field of communication exploration.
Nascida em Porto Alegre, RS, em 1978, Letícia Lampert, formada em Desenho
Industrial, busca nas imagens uma forma de interrogar, desmontar e remontar a
realidade visível. Em 2008, em sua primeira individual em sua cidade natal e selecionada para o 12º Salão Paulista de Arte Contemporânea, dá um passo decisivo.
Born in Porto Alegre, RS Brazil, in 1978, Leticia Lampert, bachelor in Graphic Design,
searches in images a way to query, to take apart and to bring together the visible
reality. In 2008 she made a decisive step with her first individual exhibition, when
she was selected for the 12º Salão Paulista of Contemporary Art.
Pelo mecanismo da fotomontagem, mostra o relativismo daquilo que entendemos como verdade. Sua ótica é a da justaposição de fotos, que faz um sentido,
mas, ao mesmo tempo, gera um estranhamento. Grades, grafites e pichações são
colocados em nova perspectiva para gerar residências imaginárias.
Throughout the photo collage mechanism, she shows the relativity of what we
understand as truth. Her vision is the photos juxtapose that makes a kind of sense,
but brings weirdness at the same time. Fences, graffiti and architecture elements
are placed in new perspectives to create imaginary residences.
As imagens funcionam como alegorias de uma sociedade marcada pela fragmentação e pela descontinuidade. Com medo daquilo que vemos e também do que
desconhecemos, o universo apresentado pela artista gaúcha mostra o que temos
receio de ver, pois surge desarticulado, como de fato o é, mas não queremos admitir.
The images work as allegories of a society marked by discontinuity and fragmentation. Fearing what we see and the unknown, the universe presented by the South
Brazilian artist shows us what we avoid to see. It comes up disconnected, exactly
the way it is, like we don’t want to admit.
Letícia Lampert oferta ao observador uma visão diferenciada do espaço com figuras que desejam se integrar e, ao mesmo tempo, não conseguem harmonia. A
questão central está na apresentação de um acúmulo de imagens que questiona
o cotidiano e o posiciona de uma nova maneira, contestadora e incômoda, mas
poeticamente bela.
Leticia Lampert offers a distinguished space vision to the viewers, with figures that
clearly want to meld with, but at the same time cannot in harmony. The main point
is the presentation of heaps of images that inquire the everyday life and put it in a
different way; defiant and uncomfortable, though poetically beautiful.
Oscar D’Ambrosio,
jornalista e crítico de arte
São Paulo, julho de 2008
Oscar D’Ambrosio,
Journalist and Art Critic (AICA- Brazil)
Sao Paulo - Brazil, july 2008
Em suas (des)construções, Letícia Lampert nos convida a uma experiência de estranheza frente às possibilidades de composição do espaço fotográfico. Baseada
no princípio da fotomontagem, estratégia utilizada desde as vanguardas, principalmente no Dadaísmo, a artista não escamoteia o sentido artificial dessas arquiteturas desconstruídas e, posteriormente, reconstruídas sob o princípio de uma
desordem ordenada. A partir das suas imagens, podemos vislumbrar a negação
do apagamento da nossa memória seletiva ao processar o excesso de estímulos
visuais cotidianos. Aparentemente simples, essas fotomontagens são povoadas
de ambigüidades, oferecendo uma densidade crítica à vida contemporânea nas
cidades. Em tais combinações, que remetem às construções improvisadas das
favelas, não ficam de fora o kitsch singelo dos elementos decorativos, o desconforto da proteção exagerada e a contundência do desgaste que o tempo opera
sobre coisas e pessoas. Os próprios habitantes dessas imagens, apresentados em
escalas diversas, ao mesmo tempo em que desestabilizam a nossa expectativa
de ordenação perspéctica do espaço, também apontam para a sua incômoda fragilidade como peças quase aleatórias dessa paisagem poética.
Alexandre Santos
Historiador e Crítico de Arte
Texto sobre a exposição (des)construções
Porto Alegre, junho de 2008
In her “(De)Constructions”, Leticia Lampert invites us to an oddish experience facing
the possibilities of the photography space compositions. Based on photo collage
principles - used strategy since the avant-gardes, especially Dadaism - the artist
shows the artificial sense of deconstructed architectures, and post-reconstruction
under the ordered disorder principle. Throughout her images we can watch the
fading refuse of our selective memories while we process the excessive daily visual
stimulus. Apparently plain, those photo collages are full of ambiguity, offering
a dense criticism to the contemporary cities’ life. In those combinations, which
remind us the ghettos’ improvised constructions, we can see the poor kitsch of
the decorative elements, the exaggerated protection comfortlessness and the time
waste power over things and people. Those images inhabitants, shown in many
scales, at the same time blur our vision and our understanding of the space around
us, and also point towards its disturbing fragility like almost random parts in this
poetic landscape.
Alexandre Santos
Historian and Art Critic
Text about the exhibition (de)construction
Porto Alegre, 2008
www.leticialampert.com.br
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Portfólio em PDF - Letícia Lampert ARTE