AS ORIGENS DO SUBDESENVOLVIMENTO
1. A TEORIA LIBERAL
• Os Países pobres são pobres porque não atingiram ainda a
eficiência produtiva e o equilíbrio econômico necessário à
manutenção de um ciclo de prosperidade contínua e ilimitada.
• Para isso, é necessário descobrir suas especialidades,
multiplicar a capacidade de produção e concorrer no mercado
mundial com a maior liberdade econômica possível.
• Os liberais partem do princípio de igualdade na concorrência
entre os ricos e os pobres no mercado mundial. Confundem
simples crescimento com desenvolvimento econômico.
2. A TEORIA NEOLIBERAL
• O subdesenvolvimento é uma fase do processo de
desenvolvimento econômico, que é gradual e ocorre através de
etapas, que culminarão com o pleno desenvolvimento.
• Os neoliberais desprezam importantes fatores em sua análise,
como a orientação do processo e criação de condições para que
ocorra o desenvolvimento.
3. A TEORIA ESTRUTURALISTA
• Define o subdesenvolvimento como uma conseqüência de diversos
fatores que se completam, articulados entre si em sintonia com a
situação mundial.
• Baseada na realidade interna peculiar de cada país, atrelada à dinâmica
histórica da exploração externa, eles chegaram à conclusão de que os
países subdesenvolvidos são opostos complementares dos países
desenvolvidos.
• Os países ricos são ricos porque existem países pobres explorados e que
nunca vão enriquecer, porque não percorreram o mesmo processo histórico
econômico que seus exploradores.
• Contribuiu na análise dos fatores endógenos responsáveis pela pobreza e
realidade do subdesenvolvimento tais como: fome, desequilíbrio
demográfico industrialização dependente, urbanização irregular,
perversões na distribuição de renda.
ABRAGÊNCIA GEOGRÁFICA DO
MUNDO POBRE
Os países pobres do mundo estão localizados na zona intertropical da
Terra, justamente onde as colônias estavam localizadas na área
temperada do Globo e buscavam produtos que não podiam ou não era
produzido em seus territórios, o que implicava em comércio marítimo
de fácil controle pelos Estados e multiplicação de riquezas através
desse comércio pela burguesia.
Posteriormente, quando o capitalismo torna-se industrial, ocorre às
alternativas de matérias primas industriais baratas produzidas nas
colônias, que tinham a finalidade de consumir os excedentes
industriais das metrópoles.
AS CLASSIFIÇÕES DOS PAÍSES
SUBDESENVOLVIDOS
Classificação Histórica
1) Países subdesenvolvidos formados a partir da colonização pela expansão do
capitalismo comercial (século XV ao XVIII). São os países da América Latina e
alguns da África Negra, fornecedores de escravos às outras colônias
(Moçambique, Angola, Guiné).
2) Países formados pela expansão neocolonialista ou imperialista européia do
século XIX. São os países da África, colonizados, sobretudo na segunda metade
do século passado, após a Conferência de Berlim (1894-95), que partilhou o
continente africano e asiático em zonas coloniais e de influência entre as
potencias industrializadas da Europa.
3) Países antigos oriundos da partilha dos velhos impérios pelos europeus ou de
sua ocupação durante o colonialismo ou imperialismo. É o caso de países da
Ásia e do norte da África que foram conquistados pelos europeus nos séculos
XVIII e XIX: Índia, países do Oriente Médio, da Indochina, China, etc. Esses
podem ter sofrido o imperialismo de colonização formal (domínio direto ex.
Índia) ou informal (protetorados do Laos, Camboja, Vietnã e partilha da China
em zonas comerciais).
Classificação Econômica
1) Países subdesenvolvidos exportadores de matérias primas. São aqueles que exportam apenas
seus recursos naturais ou agrícolas sem qualquer industrialização relevante para o mercado
internacional. Ex: Arábia Saudita, Kuwait, Namíbia, Bolívia.
2) Países subdesenvolvidos durante o processo de substituição de importações. São aqueles que
aproveitaram a ruptura da normalidade do comércio internacional durante as duas guerras
mundiais e no período de Grande Depressão dos anos 30 para substituir as importações (bens
de consumo por bens de produção) e industrializaram-se medianamente. Ex: Brasil,
Argentina, México, Egito, República Sul-Africana.
3) Países subdesenvolvidos industrializados após 1960. São aqueles cuja industrialização
baseou-se na exploração da mão de obra barata, na importação total do aparato produtivo e da
tecnologia e criação de zonas especiais de produção ou plataformas de produção para
exportação para as multinacionais.
4) Os países subdesenvolvidos possuem economias periféricas dentro do sistema econômico
internacional. Isso é determinado pela dominação financeira dos países ricos sobre os pobres,
que o que produzir quanto produzir, onde produzir, onde vender e o que fazer com o resultado
da venda, que no caso, é sempre pagar juros, royalties, patentes os países ricos. O resultado é
a espoliação do mundo pobre, sustentado pela baixa produtividade determinada pelas
péssimas condições de vida.
Os indicadores sociais dos países
subdesenvolvidos
1) Desnutrição – 70% dos habitantes do 3º mundo consomem menos de 2.400 calorias diárias
determinadas pela FAO com mínimo para uma boa nutrição. (Um quarto da população
mundial (1,2) bilhões) passa fome.
2) Analfabetismo – Mais de 30% das crianças entre 6 e 11 anos estão fora da escola e 90%
delas estão no Terceiro Mundo. Isso demonstra que nem a mínima educação é oferecida à
maior parte da população humana.
3) Mortalidade infantil – Os índices de mortalidade infantil vão de 33% a 145%, contra os que
vão de 3% a 9% no Primeiro Mundo, medidos com base no primeiro ano de vida das crianças.
Esses índices são a síntese das condições de alimentação, higiene e saúde de uma população.
A maior causa da mortalidade infantil é a fome, seguida por doenças por ela causadas e as
facilmente evitáveis.
4) Concentração de renda – Nos países pobres, os índices de concentração de renda são
monstruosos e são obstáculos para a criação de um mercado interno promissor. Isso seria o
primeiro passo para quebrar a dependência das economias subdesenvolvidas com relação ao
mercado internacional. Além de que outros desafios seriam mais facilmente superados se isso
ocorresse como criação de um capital nacional para investimentos, melhorias sociais,
educacionais e desenvolvimento de tecnologia própria, que também são necessárias à quebra
da dominação externa sobre as economias subdesenvolvidas.
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