VidaBosch Rachel Guedes Fevereiro | Março | Abril de 2007 • nº 9 Em se plantando, tudo dá Jardim pode mesclar aroma de plantas, sabor de frutas e cores das flores Olho vivo Câmeras fazem muito mais do que ajudar a combater crimes Sabor e energia concentrados Copo de suco pode reunir vitaminas de diferentes frutas capa9ok.indd 1 3/12/07 11:12:28 AM editorial 02 20 Ellen Paula Opção Brasil 46 Rachel Guedes 26 Louie Psihoyos/Getty Imagens Há oito edições venho assinando o editorial desta revista, e nunca havia sido publicada uma foto minha. Com o novo layout, a partir de agora vocês passam a me conhecer melhor. Peço que vejam nisso uma indicação da nossa transparência e do nosso compromisso de estar sempre receptivos a sugestões e críticas, condição fundamental para o sucesso da VidaBosch. Minha equipe e eu trabalhamos com muita dedicação para lhes apresentar esta nona edição, que vai abordar temas variados do nosso dia-a-dia, integrando a confiabilidade e a inovação dos produtos e serviços Bosch. “Encanto Verde” é uma das nossas matérias especiais, e mostra como um jardim pode estimular o olfato, o paladar, o olhar e o tato. Quem pensa que o diamante, objeto de desejo de inúmeras mulheres, serve só para estar presente nos mais variados tipos de jóias ficará encantado em ler a seção aquilo deu nisso! Nossas viagens continuam, e a região do Recife foi escolhida para tratar de praias, música típica e tradição. Confiram mais essa curiosidade. Vocês também vão encontrar temas do seu cotidiano, como combate à criminalidade, novas mídias, a importância de certificados como ISO 9000 e dicas de como uma vida mais saudável pode começar com um copo de suco. Desejamos uma boa leitura, e aguardem a edição comemorativa número 10, em maio, que terá muitas surpresas! Rachel Guedes Queridos leitores, muito prazer... Sumário 02 viagem | Na região do Recife, o mar faz divisa com a cultura e a história 08 eu e meu carro | A atriz Babi Xavier, uma motorista aplicada 10 torque e potência | Caminhão não precisa rimar com poluição 14 casa e conforto | Jardim pode ir muito além do verde 20 saudável e gostoso | Suco mata a sede com sabor e vitaminas 26 tendências | Você está sendo filmado, e isso não é ruim 30 grandes obras | Vitória ganhará um aeroporto maior – e com cinema 34 Brasil cresce | Gás natural veicular ajuda a acelerar a economia 38 atitude cidadã | Normas como ISO 9000 abrem as portas para o exterior 42 aquilo deu nisso | O que uma serra tem em comum com Marilyn Monroe 46 áudio | MP3 coloca o CD à beira da aposentadoria Expediente VidaBosch é uma publicação trimestral da Robert Bosch Ltda., desenvolvida pelo departamento de Marketing Corporativo (ADV). Se você tiver dúvidas, reclamações ou sugestões, fale com o Serviço de Atendimento ao Consumidor Bosch: (011) 2126-1950 (Grande São Paulo) e 0800-7045446 (outros locais) ou www.bosch.com.br/contato Presidente: Edgar Silva Garbade • Gerente de Marketing Corporativo: Ellen Paula G. da Silva • Produção e edição: PrimaPagina (www.primapagina.com.br), rua Jesuíno Arruda, 797, 10° andar, CEP 04532-082, São Paulo, SP, tel. (11) 3512-2100, fax (11) 3512-2105 / e-mail: [email protected] • Projeto gráfico e diagramação: Renata Buono Design ([email protected]), tel. 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Essa mistura de paisagem e história é uma marca especialmente forte da região que abrange Recife, Olinda, Maria Farinha e a Ilha de Itamaracá. A melhor alternativa para quem deseja visitar essas localidades é percorrê-las de carro. Uma das opções é alugar um veículo já no Aeroporto Internacional Recife/Guararapes Gilberto Freyre. A revitalização de diversas avenidas e a ampliação de rodovias no Recife e na Região Metropolitana tornam esse passeio bastante agradável. A primeira parada é na capital pernambucana. Quem chega de avião e sobrevoa o Recife logo entende por que é chamado de “Veneza Brasileira”: é cortado por cinco rios e 66 canais, além de ser banhado pelo Atlântico. É ele que forma o principal cartão postal da cidade: a Praia de Boa Viagem, com seus sete quilômetros de orla. Uma caminhada no calçadão e uma parada para tomar água de coco são obrigatórias, olhando o mar. De lá, em poucos minutos se chega ao coração da capital, o local onde surgiu essa cidade fundada em 12 de março de 1537: o bairro do Recife Antigo. Ali, onde está o primeiro porto do Estado, o visitante tem acesso ao casario histórico que data do século 18, revitalizado pela Prefeitura. Além dos bares e restaurantes existentes no local, o turista pode visitar a igreja da Madre de Deus (1720), patrimônio histórico nacional, e conhecer uma parte importante da história do povo judeu na visita à primeira sinagoga das Américas, a Kahal Zur Israel (1640). Localizada na antiga Rua dos Judeus (hoje Rua do Bom Jesus), ela foi revitalizada e transformada em centro cultural judaico. Do bairro do Recife Antigo o visitante pode ir a pé até outra parada obrigatória no centro da capital: o Mercado de São José. Localizado no coração do bairro de São José, ele foi construído entre 1872 e 1875, sendo o primeiro exemplar brasileiro préfabricado em ferro fundido. Todo o material para a construção foi importado da França. No local, pode-se conhecer o melhor do artesanato pernambucano — de vestuário a objetos para decoração — e itens da culinária local, como a buchada de bode. Os aficionados por arte e cultura não podem deixar de conhecer a Oficina de Cerâmica de Francisco Brennand e o Instituto G. Evangelista /Opção Brasil viagem91.indd Sec1:4 3/12/07 11:21:11 AM viagem | VidaBosch | 5 Ricardo Brennand. Localizados no bairro da Várzea, na zona oeste da capital, eles pertencem à família Brennand, uma das mais tradicionais de Pernambuco. Francisco Brennand (artista plástico, escultor e ceramista) tem na sua fábrica um verdadeiro museu com diversas de suas obras, e que pode ser visitado pelo público. Já o Instituto Ricardo Brennand (que leva o nome de seu fundador) abriga o acervo pessoal desse marchand que possui a maior coleção particular de pinturas do mundo, do período Brasil holandês, de autoria do pintor Frans Post. Essas obras estão expostas de terça a domingo, de forma gratuita. O visitante também pode conferir a coleção de armas brancas de Ricardo Brennand. Na hora de comer, não vão faltar opções. Recife tem restaurantes diversos e para todos os gostos. Uma das boas pedidas é conhecer o Parraxaxá, especializado na típica comida do interior pernambucano, com uma pequena pitada de requinte. Com duas casas, uma no bairro de Boa Viagem e outra no de Casa Forte, o restaurante encanta já pela sua arquitetura, que lembra uma residência interiorana, com suas paredes de madeira e tachos de barro.Lá é possível encontrar diariamente iguarias como carne de bode, sarapatel, dobradinha, pamonha, canjica, cuscuz no leite, queijo de coalho e de manteiga, além de um sortimento de sobremesas que faz qualquer um suspender o regime na hora. Se a preferência é por frutos do mar, aí vão duas ótimas opções. A primeira é o restaurante Bargaço, localizado na beira-mar da praia de Boa Viagem. É um dos estabelecimentos mais tradicionais da capital, onde o visitante pode provar diversas receitas à base de peixe e camarão. A segunda é o Biruta Bar. Ele está localizado Fábio Marra/Folha Imagem Duas atrações imperdíveis do Recife: a praia de Boa Viagem (à esquerda) e o ateliê do artista plástico Francisco Brennand viagem91.indd Sec1:5 A Bosch na sua vida Arquivo Bosch Ar condicionado e limpo Para encarar alguns quilômetros de estrada no calor de Pernambuco, o arcondicionado é item indispensável no carro. O bom funcionamento do acessório, porém, depende de manutenções periódicas e de cuidados como limpeza do radiador do ar e troca de filtros, mangueiras e correia. É recomendável que, pelo menos uma vez por ano, o motorista faça revisão no sistema. Na revisão, é importante verificar o volume e a qualidade do gás usado no compressor que resfria o ar que circula dentro do carro. Com o uso, ocorrem perdas, acúmulo de impurezas e contaminações nesse gás. Isso pode provocar mau funcionamento ou sérios danos ao sistema. Para evitar esses problemas, o ideal é que o gás seja reciclado periodicamente. A renovação é feita por uma máquina que retira o gás do sistema de refrigeração do veículo, limpa e descontamina por meio de vácuo e, depois, reabastece o sistema. O procedimento pode ser feito em oficinas da rede Bosch Car Service, que têm equipamento adequado — na região do Recife há várias delas. A Bosch disponibiliza no mercado três modelos de máquinas para reciclagem do gás. Uma delas é a Silver (foto), que, além de recuperar o gás, faz automaticamente a troca do óleo e a limpeza do sistema de refrigeração. 3/12/07 11:21:59 AM 6 | VidaBosch | viagem Alexandre Belém/kino.com.br Em Olinda, o desfile dos Bonecos Gigantes mostra a riqueza da cultura da região. Na Ilha de Itamaracá, o Forte Orange esbanja história à beira da praia à beira-mar na praia do Pina, início da zona sul do Recife, e apresenta um cardápio bastante versátil. Olinda Da capital do Estado, o turista pode seguir com destino ao município tombado pela Unesco como Patrimônio Histórico Cultural da Humanidade, em 1982: Olinda. A apenas 5 quilômetros do Recife, ela foi fundada em 1537, tendo sido a primeira capital de Pernambuco e um dos primeiros centros culturais e econômicos do país. Algumas marcas desse passado pujante estão no Sítio Histórico, um dos mais viagem91.indd Sec1:6 ricos exemplares arquitetônicos dos séculos 17 ao 19, distribuídos numa área de 10,4 quilômetros quadrados. São casarões, igrejas, capelas, conventos, bicas e mercados que remontam ao período colonial brasileiro. Um dos destaques é o Mosteiro de São Bento; o altar-mor desse templo já esteve exposto no Museu Guggenheim de Nova York. Olinda ostenta o título de Primeira Capital Brasileira da Cultura, e não é para menos. Em suas ladeiras históricas, a batida dos maracatus, as orquestras de frevo e os grupos de afoxé se misturam durante o Carnaval, mostrando a diversidade, a originalidade e a riqueza da cultura local. Nas noites de sexta-feira, a Serenata Luar de Prata arrasta os saudosistas e românticos pelas ruas centenárias, ao som de grandes composições da música popular brasileira. Outra característica marcante da cidade são seus ateliês. Pintores, desenhistas e escultores têm em Olinda a inspiração para desenvolverem técnicas diversas como talhas, quadros, serigrafias e esculturas. Um dos mais famosos é o artista plástico Silvio Botelho, conhecido como o Pai dos Bonecos Gigantes. Em seu ateliê, localizado na rua do Amparo, é possível conhecer parte 3/12/07 11:22:46 AM viagem | VidaBosch | 7 Leo Caldas/kino.com.br ga ao Alto da Sé, onde encontra uma das vistas mais bonitas do Recife. De lá, pode-se acompanhar o pôr-do-sol comendo uma tapioca de coco e queijo coalho e tomando uma água de coco. Ainda no Alto da Sé, vale a pena conhecer o artesanato local nas diversas lojinhas e barracas que se espalham pela região. A orla de Olinda, recentemente revitalizada pela administração municipal, oferece boas alternativas de bares e restaurantes, que têm em seu cardápio opções de carnes, aves, peixes e frutos do mar. Mais informações Litoral Norte Praia de Maria Farinha, a 25 quilômetros do Recife, é bastante procurada pelos praticantes de esportes náuticos. Quando a maré baixa, formam-se piscinas naturais que propiciam um delicioso banho de mar dos 150 personagens que fazem na terçafeira de Carnaval um dos momentos mais marcantes do festejo em Pernambuco: o Desfile dos Bonecos Gigantes. Partindo dos Quatro Cantos e subindo a Ladeira da Misericórdia, o visitante che- viagem91.indd Sec1:7 Saindo de Olinda, o motorista pode pegar a rodovia PE-15 (recentemente triplicada) e depois a PE-22 (esta duplicada) e chegar a uma das mais agradáveis praias do litoral norte da Região Metropolitana do Recife: Maria Farinha. Pertencente ao município de Paulista, a praia fica a 25 quilômetros da capital e é bastante procurada para a prática de esportes náuticos. Quando a maré baixa, piscinas naturais se formam, o que propicia um delicioso e tranqüilo banho de mar. Maria Farinha conta ainda com o Veneza Water Park, um centro de lazer com diversas piscinas e tobogãs distribuídos numa área de 90 mil metros quadrados, com diversão para todas as idades. Outra ótima opção para visitar é a Ilha de Itamaracá. Ela está a apenas 49 quilômetros do Recife, e seu acesso pode ser por terra (pela BR 101 e depois pela PE 35) ou pelo mar, pegando um catamarã na praia de Maria Farinha. A área é separada do continente pelo canal de Santa Cruz, e a passagem para a ilha se dá através da ponte Getúlio Vargas, no município de Itapissuma. Mesmo aqui é possível encontrar a mistura de natureza estonteante e história. A ilha tem belas praias, como a Enseada dos Golfinhos, do Sossego e Fortim, e também monumentos históricos como o Forte Orange (1631). Mas certamente um de seus principais atrativos é a Coroa do Avião, uma ilhota localizada perto da costa e à qual só se vai de barco. O local, que serve de ponto para diversas aves migratórias, também é delicioso para tomar um banho de mar e comer um camarão ao alho e óleo feito na hora. Onde se hospedar • Recife Beach Class Suítes Av. Boa Viagem, 1906, Boa Viagem Tel: (81) 2121-2626 www.atlantica-hotels.com • Olinda Hotel Sete Colinas Ladeira de São Francisco, 307, Carmo Tel: (81) 3493-7766 www.hotel7colinas.com.br • Maria Farinha Hotel Amoaras Rua Amoaras Resort, 525, Pontal de Maria Farinha | Tel: (81) 3436-1221 www.hotelamoaras.com.br Onde comer no Recife • Bargaço Av. Boa Viagem, 670, Boa Viagem Tel: (81) 3465-1847 (aberto das 12h à 0h, dom. a qui. / 12h à 1h, sex. e sáb.) • Biruta Bar Rua Bem-te-vi, 15, Brasília Teimosa Tel: (81) 3326-5151 • Parraxaxá Av. 17 de agosto, 807, Casa Forte Tel: (81) 3268-4169 (aberto das 11h30 às 22h, seg. a sex. / 6h às 22h, sáb. e dom.) Rua Baltazar Pereira, 32, Boa Viagem Tel: (81) 3463-7874 (aberto das 11h30 às 23h, seg. a dom. / 6h às 23h sex. e sáb.) 3/12/07 11:23:35 AM 8 | VidaBosch | eu e meu carro Ricardo Ayres/Photocamera Motorista nota 10 A atriz Babi Xavier conta que nunca se envolveu em acidente, aplica tudo o que aprendeu na auto-escola e passou ‘com louvor’ pelas revisões periódicas eu e meu carro.indd Sec1:8 A atriz Anna Bárbara da Fontoura Xavier, ou simplesmente Babi Xavier, usa ao volante os mesmos dotes que exibe ao atuar: concentração e responsabilidade. “Adoro dirigir. Sou muito confiante, mas também atenta. Procuro aplicar tudo o que aprendi na auto-escola. Respeito os outros no trânsito e paro o carro para dar passagem”, conta ela, em meio aos intervalos de gravação da novela “Vidas Opostas”, da Rede Record, que estrelou pouco depois de encerrar sua participação em “BangBang”, na Globo. “Nunca me envolvi em acidente algum”, afirma, e completa com bom humor: “Dizem que quem dirige no Rio dirige em qualquer lugar, porque aqui as pessoas são muito apressadas”. Embora seja aficionada por automóveis e por velocidade, Babi, de 32 anos, segue na contramão da ostentação, freqüente no mundo artístico. Ter o carro do ano não é sua prioridade. “Para mim, o que importa é que ele tenha um excelente motor de arranque, que seja veloz. Ele tem de funcionar, me tirar do trânsito. Mas o mais importante é que seja possível pagar o seu seguro”, diz a atriz, que faz questão de cuidar pessoalmente de seu jipe esporte Cherokee preto, ano 99. “Passei pelas revisões periódicas com louvor”, afirma com o riso na voz, sua marca registrada. Nascida em julho de 1974, em Niterói (RJ), Babi adora guiar no trânsito nervoso do Rio de Janeiro — onde reside atualmente —, sempre em companhia de boas músicas, uma de suas grandes paixões. Aliás, quem não se lembra de suas investidas no ramo fonográfico, que resultaram no lançamento do disco “Do Jeito Que Eu Quero” (Universal)? “Mas tive problemas ao transitar 3/12/07 11:33:52 AM | Por Adriana Cortez nesse meio. Encontrei muito preconceito e resistência”, comenta, referindo-se à rápida passagem como cantora. “É como se as pessoas dissessem: como pode ser apresentadora, atriz e também querer cantar?”. Ela afirma que é possível, sim, e que versatilidade não lhe falta. Disposição, pelo menos, Babi Xavier tem de sobra. Ela não pára nem quando está no trânsito. Coloca as músicas de que gosta e vai organizando o seu dia no telefone celular, conciliando seus compromissos com os horários em que o trânsito está mais livre. “Eu já fiquei várias vezes presa em congestionamentos, é uma sensação de impotência danada. Isso é tão irritante que procuro evitar de todo jeito, nem que eu tenha de dirigir de madrugada”, comenta. “Carro para mim é sinônimo de liberdade”, defende Babi, que foi apresentadora do “MTV Erótica” e do “Programa Livre” (SBT), e que planeja voltar a atuar nessa área. Sem ar, nem pensar Além de som, para Babi ar-condicionado é outro item que não pode faltar em um automóvel. “Com o calor que faz no Rio, o tráfego pesado e a violência, hoje em dia não dá para ficar sem”, conclui a atriz, que prefere os carros de cor escura ou prata e os grandes e altos. “Assim, vejo todo o trânsito e tenho um pouco mais de controle da situação.” Conhecendo esses detalhes de sua vida e sabendo que ela faria um curso de Mecânica, é de se imaginar que Babi tenha tirado a habilitação logo que completou 18 anos. Nada disso. Ela só conquistou esse direito aos 21. “Como não tinha condições de comprar um automóvel, achei melhor deixar mais para frente, quando tivesse dinheiro também para pagar as aulas na auto-escola”, conta. Um pouco antes, porém, seu ex-marido, o publicitário Marcello Mendes, com quem esteve casada por cinco anos, foi seu professor particular e grande incentivador. “Devo muito ao Marcello. Ele me emprestava o seu Golf 95, do ano, davame dicas e ensinava-me alguns macetes. Com ele, aprendi que dirigir é controlar a própria vida, é ter responsabilidade e prazer ao mesmo tempo.” eu e meu carro.indd Sec1:9 A Bosch na sua vida Arquivo Bosch “Ar-condicionado” para o motor Encarar um congestionamento no Rio de Janeiro é um desafio não só à paciência da Babi, mas também à resistência de sua Cherokee. O sol, o ar quente e sobretudo a queima de combustível no motor aumentam a temperatura debaixo do capô. Esse aquecimento precisa ser controlado para que não cause danos à mecânica do carro. Na maioria dos automóveis, o controle da temperatura é feito por um sistema no qual a água circula constantemente, passando pelo motor e pelo radiador. Quando o veículo não está em movimento ou o ar que entra pela grade não é suficiente para resfriar a água, a ventilação é produzida artificialmente, o que é feito pela ventoinha (ou módulo de arrefecimento). A ventoinha é acionada sempre que o termostato identifica altas temperaturas na água no motor — o que acontece freqüentemente assim que o carro pára. Mas a tendência é que fique cada vez mais difícil para o motorista se lembrar da ventoinha. Parte da frota de carros no Brasil já sai de fábrica com o Módulo de Alta Eficiência da Bosch — que gera mais ar e menos ruído. O componente, que também está disponível no mercado de reposição, ainda tem como diferencial a leveza e o baixo consumo de corrente elétrica. Som com meio caminho andado Para quem gosta de música, carro bonito e é detalhista como a Babi, a Blaupunkt, marca do Grupo Bosch, criou a linha de alto-falantes High Power, que possui a mesma qualidade da linha Standard, mas tem um design mais arrojado e potência superior. Os componentes são ideais para quem quer personalizar o carro, pois são feitos em polipropileno (um material leve e resistente) e possuem detalhes em preto e prata. A Blaupunkt disponibiliza no mercado brasileiro quatro modelos de alto-falantes na linha High Power: os coaxiais (com uma saída para graves e médios e uma para sons agudos); os triaxiais (com uma saída para sons graves, uma para médios e outra para agudos); os triaxiais ovais (que têm a mesma estrutura dos triaxiais normais, mas são maiores e mais potentes); e os kits componentes (também conhecidos como kits duas vias, que possuem um par de midbass, para sons médios e graves, e um par de twiters, para sons agudos). Além dos alto-falantes, a linha High Power desenvolveu um subwoofer que já vem em uma caixa acústica. A vantagem é que o consumidor gasta menos na instalação e tem a garantia de que o equipamento terá melhor performance. Arquivo Bosch 3/12/07 11:35:02 AM torque e potência G.Evangelista/OpçãoBrasil 10 | VidaBosch | Mais tecnologia, menos poluição torqueepotencia91.indd Sec1:10 3/12/07 11:37:11 AM | Por Maíla Mortoni Tachados de vilões do ar no trânsito, caminhões e ônibus adotam dispositivos que beneficiam o meio ambiente. Redução das emissões foi de 97% em 11 anos torqueepotencia91.indd Sec1:11 3/12/07 11:38:18 AM 12 | VidaBosch | torque e potência sxc.hu Ô nibus e caminhões costumam ser vistos como os grandes sujismundos do ar das metrópoles. Se é verdade que eles poluem mais que automóveis e motocicletas, os modelos mais novos há muito incorporam dispositivos que ajudam a diminuir a produção de gases nocivos. O resultado é que, desde 1986, o Brasil conseguiu reduzir em 97% a emissão de poluentes por veículos pesados movidos a diesel — um desempenho só superado pelos Estados Unidos e pela Europa. Essa performance deve-se principalmente a um projeto federal de redução de emissões: o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), implantado há 11 anos. Ele impôs uma série de metas de diminuição de poluentes e criou uma categoria específica para os veículos pesados movidos a diesel — uma frota de 1,5 milhão de veículos no Brasil. Essa especificidade tem razão de ser: o diesel é o combustível veicular mais nocivo à saúde humana e o que mais contribui, nas grandes metrópoles, para produção de fumaça preta (monóxido de carbono, hidrocarbonetos não-oxidados ou parcialmente oxidados, óxidos de nitrogênio e material particulado). O programa, criado pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), fixa prazos e limites máximos de emissão. Por exemplo: para a emissão de monóxido de carbono (CO), um gás tóxico, o cronograma prevê redução de 14 gramas por quilowatt hora, quantidade emitida em 1993, para 2,1, na fase atual. O Brasil também segue normas internacionais que obrigam que os parâmetros de engenharia do motor e do veículo passem por análise, e que sejam feitos ensaios de laboratório nos quais as emissões de escapamento são quantificadas e comparadas aos limites máximos em vigor. Inovações tecnológicas As exigências da legislação ajudaram a deflagrar inovações tecnológicas que reduzem a poluição dos veículos a diesel. Num primeiro momento, entraram dispositivos como catalisador e injeção eletrônica. Agora, estão sendo feitas modificações adicionais que incluem adoção de dispositivos que torqueepotencia91.indd Sec1:12 Redução de poluentes foi determinada por programa do governo adotado em 1986 reduzem a emissão de fumaça preta (veja quadro na página o lado) e introdução de sistemas bicombustíveis (veja quadro na página 37). A Volkswagen, por exemplo, optou por motores de gerenciamento eletrônico, aplicação mais robusta e confiável que os sistemas existentes e plataforma para atender às próximas fases do Proconve, explica o supervisor de Power Train da Volkswagen Caminhões, Eduardo Lázaro. A Mercedes-Benz, líder na venda de ônibus e caminhões no mercado brasileiro, incorporou motores menos poluentes em sua linha de microônibus, ônibus e caminhões extrapesados (capacidade de carga maior que 40 toneladas). Alguns modelos vêm com alterações nos cilindros para reduzir o consumo de óleo lubrificante. Para melhorar a queima de combustível, houve modificações na câmara de combustão e adoção de novos bicos injetores. Outra montadora, a Scania, passou a usar uma tecnologia que, ao analisar dados como rotação do motor, pressão do turbo, pressão de óleo e temperatura do líquido de arrefecimento, permite uma injeção mais precisa, com conseqüente redução da emissão de poluentes. Mario Massagardi, diretor de engenharia e de vendas da divisão Diesel Systems, da Bosch, destaca que é preciso atentar para um detalhe: todo controle de tecnologias tem sido feito em veículos novos. Massagardi salienta que a frota brasileira de caminhões e ônibus tem, em média, 18 anos. Apesar de existir muitos modelos zero quilômetro rodando pelas ruas, ainda há um número muito maior de veículos pesados com mais de 30 anos de serviço. Para o meio ambiente, esse perfil é desastroso: um veículo fabricado no início da década de 90 polui dez vezes mais do que um novo. Como a renovação periódica da frota envolve dificuldades financeiras, é preciso pensar não só no desenvolvimento de novas tecnologias, mas também na evolução dos combustíveis. Desde o início do Proconve, a Petrobras investiu cerca de US$ 750 milhões na construção de unidades de hidrotratamento em refinarias, para produzir um óleo diesel com menor teor de enxofre, seguindo os critérios internacionais de qualidade. Nos últimos dez anos, de acordo com o relatório de desempenho de gestão de emissões atmosféricas da empresa, a proporção dessa substância caiu de 13 mil para 2 mil partes por milhão (característica do diesel distribuído em 70% do mercado brasileiro). “Quando falamos de tecnologia, citamos apenas os zero quilômetro. Mas, quando 3/12/07 11:39:04 AM torque e potência | VidaBosch | 13 Petrobras deve investir US$ 3 bilhões até 2009 para produzir diesel menos poluente – iniciativa fundamental para reduzir poluição gerada por caminhões antigos atualizamos o combustível, atingimos o carro novo e o mais antigo, que ainda é a maioria em circulação”, destaca Massagardi. O engenheiro Alexandre Parker, do Departamento de Planejamento Estratégico da Volvo, afirma que, se em pouco tempo não houver diesel apropriado, será difícil cumprir a próxima etapa do Proconve (equivalente à norma européia chamada Euro 4). “Sem o combustível correto, fica impossível manter a durabilidade e funcionalidade do veículo”, defende. Na avaliação de Luso Ventura, diretor de Comissões Técnicas da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE), o Brasil já deveria ter começado a agir como os países desenvolvidos, incentivando a renovação da frota de veículos comerciais e implantando um programa rígido de inspeção veicular. “Esses procedimentos seriam muito mais baratos para o país e até gerariam lucros, pois o número de acidentes decorrentes de condições precárias dos veículos iria diminuir.” Melhoria nas metrópoles A melhoria da qualidade do diesel beneficiaria sobretudo as grandes metrópoles, que formam 7% do território brasileiro, mas concentram mais de 60% da frota e do comércio de combustível, observa o engenheiro Gabriel Branco, coordenador da implantação do Proconve. Ele ressalta que a Petrobras está seguindo parâmetros mundiais e investirá, até a chegada da nova norma, em 2009, mais de US$ 3 bilhões para reduzir o nível de enxofre no diesel. Porém, refinarias menores ainda relutam em se adequar a esses conceitos. Ele recorda a época da instalação de catalisadores nos automóveis, em 1992. “Houve uma grande discussão em torno do chumbo composto na gasolina, que danificaria o produto, assim como aconteceu nos EUA. Mas, com um simples acordo com a Petrobras, o chumbo foi cancelado de um dia para o outro e não tivemos nenhum problema desse tipo no Brasil.” Otimista, Branco aposta que, assim como aconteceu com o chumbo, o enxofre também desaparecerá do mercado com a implantação da nova fase do programa de controle de emissões. Arquivo Bosch A Bosch na sua vida Um passo a mais no combate à poluição Para cumprir as normas brasileiras atuais de controle de poluição em veículos diesel, foi necessário desenvolver motores e sistemas de injeção mais eficientes. Com isso, conseguiu-se reduzir as emissões de monóxido de carbono e hidrocarbonetos. Para a próxima fase do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), porém, será preciso diminuir com maior intensidade o lançamento de outros dois poluentes: óxido nitroso (um dos gases causadores do agravamento do efeito estufa) e materiais particulados (ou torqueepotencia91.indd Sec1:13 fuligem, aquela fumaça preta que sai do escapamento). Esse próximo passo requer melhorias que vão além do momento da combustão e envolvem um dilema: um motor calibrado para produzir menos óxido nitroso acaba liberando mais fuligem, e vice-versa. A solução para esse problema veio de dispositivos como o Denoxtronic, da Bosch, que reduz as emissões de óxido nitroso em até 85% e a de materiais particulados em até 40%. Assim, o veículo torna-se apto a cumprir as normas européias e a fase seis do Proconve, que entra em vigor em 2009. O Denoxtronic permite que o motor seja calibrado para reduzir a geração de fuligem durante a combustão – em contrapartida, a produção de óxido nitroso aumenta. É sobre essa substância que o sistema age: ele injeta uréia, que, na temperatura do escapamento, transforma-se em amônia e, dentro do catalisador, converte o óxido nitroso em nitrogênio (um gás inofensivo) e água. O ganho não é só no combate à poluição. “Ao permitir que o motor produza menos material particulado, o sistema torna possível uma regulagem que traz ganhos de potência e diminui o consumo”, afirma Arsênio Flexa, assessor de Desenvolvimento de Produto da Bosch. O Denoxtronic está disponível no mercado europeu. No Brasil, deve chegar em 2009, já na versão mais moderna: o Denoxtronic 2, o único no mercado que não usa ar-comprimido para pulverizar a uréia – o que dispensa alterações no sistema de ar-comprimido do veículo. 3/12/07 11:39:46 AM 14 | VidaBosch | casa e conforto Encanto verde casa e conforto9.indd Sec1:14 3/12/07 11:41:23 AM | Por Nathalia Barboza Gil Fialho Árvores frutíferas, plantas com aroma, flores coloridas e espécies tropicais mostram que um jardim faz muito mais do que enfeitar a casa casa e conforto9.indd Sec1:15 3/12/07 11:42:33 AM 16 | VidaBosch | casa e conforto Ao se fazer um jardim na varanda de um apartamento, é preciso levar em conta o pé-direito, que determina o porte das plantas, observa a paisagista Susana Udler (à esquerda) N o primeiro dia de aula com o jardineiro Bigode, Tistu descobre um dom excepcional: tem o dedo verde – o que significa que basta um toque de seu polegar para que surjam plantas e flores onde quer que ele encoste. Para quem não tem o dom do sortudo Tistu, protagonista do livro “O Menino do Dedo Verde”, de Maurice Druon, a tarefa de criar um jardim bonito pode até ser mais árdua, mas não menos prazerosa. “Num mundo urbano cada vez mais vertical, qualquer vasinho é uma conquista”, comenta a paisagista Susana Udler. Sobretudo nas varandas de apartamentos. Nesses locais, a área disponível é apenas um dos detalhes que precisam ser observados. O pé-direito determina o porte das plantas. casa e conforto9.indd Sec1:16 A incidência solar (de que lado vem o sol) e a iluminação (há edifícios que tapam a luz solar) também contam, além da presença de vento e de umidade. “É preciso considerar a profundidade da raiz de uma planta adulta, para que ela não rompa o piso, sobretudo de lajes”, adverte Marcella Ocke, professora de pós-graduação em Paisagismo do Centro Universitário Senac-SP. É preciso cuidado também ao optar por proteger o local com vidros. “Uma varanda é quase sempre muito seca e, se tiver vidro, ele pode atuar como uma lente, amplificando os raios que queimam as plantas”, alerta Susana. E a vegetação na sacada não serve apenas para ser apreciada. Ela pode ter a função de disfarçar a vista. É o caso de um pro- jeto de Susana para uma varanda que dá de frente para torres de energia elétrica. “Com plantas, painéis e um jogo de espelhos, foi possível redefinir a paisagem dos moradores para algo muito mais agradável”, conta a paisagista. Para quem o limite de espaço não é um problema, uma área verde pode fazer ainda mais diferença. Um jardim é sinônimo de experiências sensoriais, prega Benedito Abbud, um dos mais prestigiados paisagistas do Brasil. Em seus projetos, ele aguça o olfato e o paladar dos moradores por meio da mescla de plantas de fortes aromas com espécies frutíferas, chás e temperos. Além disso, destaca, árvores frutíferas são meios interessantes para atrair passarinhos e chamar a atenção das crianças. 3/12/07 11:43:20 AM casa e conforto | VidaBosch | 17 Fotos Rachel Guedes Jardim pode estimular o olfato (com plantas de aroma agradável), o paladar (com árvores frutíferas), o olhar (com a mescla de claro e escuro) e até o tato (por meio de espécies com diferentes texturas) Já a visão é exaltada pelas cores e pelos tamanhos dos espaços. Aí, o truque pode ser transformar o que era um corredor estreito quase sem graça em uma espécie de túnel de bambus que se abrem para uma ampla praça. “Buscamos promover diferentes sensações — fechado, aberto, claro e escuro — para surpreender”, afirma. casa e conforto9.indd Sec1:17 O tato é estimulado por plantas de diferentes texturas, enquanto os sons da própria vegetação, do vento e da água — esta sempre presente em suas criações — atiçam a audição. “Espelhos d’água, fontes e cascatas são calmantes e disfarçam o barulho da rua”, salienta. Benedito Abbud também explora outros elementos da natureza: terra, em dunas; fogo, em tochas, piras e fogueiras; e ar, criando tamanhos diferentes de espaços onde se instalam “bolhas” de ar para as pessoas circularem. “O intuito é promover a qualidade de vida, permitir que as pessoas relaxem”, afirma. “Seja como for, o importante é evitar o excesso que tire a fisionomia do projeto ao apelar para elementos demais”, anali- sa Cláudio Carvalho Tavares, engenheiro agrônomo, paisagista e professor da Escola Paulista de Paisagismo. Beleza tropical Para os brasileiros, a tarefa de escolher as espécies que vão compor o jardim ganha uma bem-vinda ajuda dos trópicos. “Existe uma tendência de valorizar as espécies brasileiras e tropicais, assim como os materiais naturais, resgatando a identidade da cultura brasileira”, afirma o paisagista Gil Fialho, mestre em usar plantas “brasucas” que, em geral, têm folhas maiores, mais exuberantes. “Um jardim bonito é um jardim com espécies tropicais que atraiam aves e aproximem o homem da natureza”, sentencia. 3/12/07 11:44:17 AM 18 | VidaBosch | casa e conforto Gil Fialho Cada vez mais valorizadas, espécies tropicais ajudam a dar exuberância ao jardim “A dica para compor jardins tropicais é plantar as espécies maiores junto das divisas e fronteiras do lote e, sobre a sombra delas, as espécies menores e mais sensíveis à insolação. O segredo é observar a natureza e a paisagem do entorno onde será implantado o jardim”, recomenda. Embora todas as espécies sejam importantes e tenham seu lugar nos diferentes estilos de jardim, é inegável o papel de destaque que as flores exercem, seja por suas cores, seu formato ou perfume. Segundo a paisagista Maria Antonia Duailibi, para ter um jardim colorido o ano inteiro é necessário fazer um rodízio de espécies e escolher aquelas que floresçam em épocas diferentes. Dentre as flores que brotam na primavera, Maria Antonia destaca narcisos, lírios do Amazonas, bocas-de-leão, jasminsdos-poetas, lágrimas-de-cristo, agapantos e manacás-da-serra. Das flores de inverno, os destaques vão para a azulzinha, o clorodendro, a sálvia, a flor de São João e a prímula. Já no verão, as opções vão de gerânio, sanvitália, heliconia amarela, lírio branco e amaranto até o óbvio girassol. No outo- casa e conforto9.indd Sec1:18 no, opte pela abélia, pela azaléia ou pela popular maria-sem-vergonha. Há ainda espécies que florescem quase o ano todo, como os crisântemos e as margaridas. Ainda assim, não basta mesclar flores que brotam em estações diferentes. A escolha das cores é fundamental. “Cores quentes, como o vermelho e o laranja, dão as sensações de proximidade e calor e podem sugerir que um lugar pequeno pareça menor ainda. Ao contrário, as cores frias remetem à amplidão”, salienta Cláudio Tavares. Elaboração do projeto A execução de um jardim até pode ser feita por partes, mas é importante que tenha como base um projeto paisagístico. O cálculo sobre os gastos para formar a área verde não deve levar em conta só o porte das mudas — as mais crescidas são mais caras. Um gramado, por exemplo, deixa a execução do projeto mais acessível, mas torna sua manutenção dispendiosa (precisa de podas, adubações e limpezas periódicas). Para áreas em que as pessoas não vão transitar, uma opção é usar forrações, como begônias, que crescem mais que a grama comum. O orçamento também cai se as mudas forem adquiridas em centros de distribuição (Ceasas). Na compra dos compostos que ajudam a melhorar a qualidade do solo, a engenheira agrônoma da Associação Brasileira das indústrias de Substratos, Fertilizantes Orgânicos e Condicionadores de Solo (Abisolo), Susana Gazire, ensina que, em caso de canteiros sobre lajes, a utilização do substrato traz vantagens em relação à terra, sobretudo porque sua densidade é muito menor, pesando menos sobre o piso. Recomenda-se também optar por adubos naturais, como “humos de minhoca”, que não agridem a natureza e deixam as plantas bonitas e fortes. As características dos moradores e o uso que o jardim terá também importam na hora de criar o ambiente perfeito. “Será um jardim social, para um café-da-manhã na varanda, ou um lugar de quietude, de observação, meditação, passeio ou ainda extroversão?”, questiona Susana Udler. “Tem gente que não quer um jardim com cheiros, que não gosta de uma cor e tem birra com determinada planta”, exemplifica. 3/12/07 11:44:56 AM casa e conforto | VidaBosch | 19 Flores de cores “quentes”, como o vermelho e o laranja, podem sugerir que um lugar pequeno pareça menor ainda.Cores frias ajudam a dar impressão de amplidão Entretanto, cada projeto paisagístico é sempre único. “Paisagem não é algo estático, pois as plantas vão crescendo, se modificando”, lembra Marcella Ocke. Nesse sentido, a parceria com a arquitetura torna-se indispensável. “O profissional tem que ser chamado o quanto antes, na construção do imóvel, se possível. Assim, fica mais fácil planejar tudo e solicitar um rebaixamento de piso, tubos de fiação e pontos de iluminação, por exemplo”, justifica. O casamento de arquitetura e paisagismo é especialmente importante porque um jardim, claro, não é composto só de plantas. Os acessórios podem incluir seixos industrializados, que não agridem a natureza, assim como as madeiras certificadas, que esquentam o ambiente e lhe dão uma sensação de aconchego. “Em primeiro lugar, deve-se avaliar quais as possibilidades de uso do jardim. Um deque, por exemplo, favorece o uso de uma mesa para refeição ao ar livre ou de um futon para relaxar. Já uma pérgula promove o sombreamento e permite o plantio de trepadeiras”, explica Gil Fialho. “As peças precisam compor e remeter à decoração interna da residência, criando uma continuidade. Para o jardim, elas deverão ser resistentes ao tempo”, completa. “A iluminação artificial também é um fator importante do projeto. Com técnicas simples, consegue-se valorizar e dar utilidade ao espaço mesmo à noite”, comenta Marcella. Inimigos naturais O jardim, porém, pode ser ameaçado por dois inimigos naturais — não as pragas, porque contra elas há remédio. Os especia- listas sentenciam: “jardim não rima com cachorro”. Segundo eles, na maioria das vezes, o morador terá de escolher um dos dois, sobretudo se o animal é um filhote hiperativo. “Manter os dois é uma opção. Mas o dono precisa saber que haverá buracos e muitas plantas não vão sobreviver”, justifica Susana Udler. Outro problema incontornável é a falta de luz natural. “Não há planta que sobreviva sem luz natural. Elas precisam de, ao menos, quatro ou cinco horas de sol por dia”, alerta a paisagista. “Jardim debaixo de escada, sem um mínimo de iluminação natural diária, é bobagem. Prefira uma escultura”, concorda Marcella Ocke. Para ela, plantas saudáveis não só são bonitas de se ver mas também afetam o estado de espírito das pessoas. “Um jardim bonito reflete na alma da gente. É algo subliminar, a gente não se dá conta.” Assim como ninguém se dava conta de que Tistu, o menino do dedo verde, era um anjo. Beleza com segurança O planejamento de um jardim deve levar em conta não só o paisagismo, mas também a segurança. Para evitar surpresas, o ideal é instalar dispositivos contra intrusão. A Câmera Móvel IP – Geração 4, fabricada pela Bosch, é ideal para esse tipo de local. Ela se movimenta num ângulo de até 18 graus, para cima e para baixo, o que permite monitorar também o topo das árvores. Além disso, o modelo tem a função AutoTrack, que detecta qualquer movimento, amplia o alvo e o segue. Para evitar que um simples balanço de folhas dispare o dispositivo, é possível selecionar alguns pontos em que o deslocamento não precisa ser detectado. Para completar a segurança do jardim, pode-se instalar detectores de invasão. As barreiras fotoelétricas DS453Q e DS455Q, da Bosch, controlam a circulação por meio de quatro raios infravermelhos. O aparelho é composto por um emissor e um receptor. casa e conforto9.indd Sec1:19 Arquivo Bosch A Bosch na sua vida Quando um dos quatro feixes é interrompido, o receptor aciona um alarme. O disparo dos dispositivos pode ser programado. “Uma folha que cai vai interromper um feixe de cada vez. A programação pode ser feita para que, no jardim, o alarme só dispare quando todos os raios forem interrompidos ao mesmo tempo”, explica o gerente de projetos da Divisão de Sistemas de Segurança da Bosch, Marcos Menezes. Ele destaca ainda outra vantagem do dispositivo: não atrapalha a vista para as plantas. “Com a barreira, se faz um muro sem paredes. Ela forma uma grade invisível que não é visualmente agressiva”, destaca. 3/12/07 11:45:44 AM | VidaBosch| saudável | saudáveleegostoso gostoso 2020| VidaBosch No copo, o melhor da fruta Suco concentra nutrientes e permite mesclar vitaminas de diferentes fontes saudavel9OK.indd Sec1:20 3/12/07 11:47:50 AM Rachel Guedes | Por Carina Martins saudavel9OK.indd Sec1:21 3/12/07 11:48:27 AM 22 | VidaBosch | saudável e gostoso Rachel Guedes Feito em liquidificador, espremedor manual ou em modernos processadores, sucos têm sempre o mesmo objetivo: matar a sede com sabor e muitas vitaminas saudavel9OK.indd Sec1:22 3/12/07 11:49:13 AM saudável e gostoso | VidaBosch | 23 A história do suco provavelmente começou quando Adão e Eva sentiram pela primeira vez o sumo do fruto proibido escorrendo por sua boca e garganta. Não é possível estabelecer historicamente o início do hábito de extrair das frutas o que têm de mais doce e refrescante. Isso, obviamente, porque o suco integra os alimentos, e o primeiro contato do homem com a substância, se não exatamente no Jardim do Éden, foi certamente na primeira mordida dada em um fruto não à toa descrito como suculento — ou seja, cheio de suco. Desde então, o processo se popularizou e industrializou: o suco que vai à mesa do homem contemporâneo pode vir de um simples espremedor manual ou até de um belo apertão na laranja madurinha. Pode vir de elaboradas misturas feitas no processador elétrico ou liquidificador. Pode vir de uma caixinha, pasteurizado e longa vida. Do pacotinho congelado que contém a polpa de uma fruta que só nasce do outro lado do mundo. Da garrafinha à qual basta acrescentar água. Do refresco em pó. Tudo com o mesmo objetivo: matar a sede com sabor e muitas vitaminas. O suco pode servir de base para sobremesas e molhos, mas sua função mais nobre é ainda a mais simples: uma bebida natural de infinitas combinações de sabores e concentração de ingredientes, que às vezes mais parece prato principal. As combinações podem ser exóticas, ousadas e até servir a propósitos específicos. Ao extrair de frutas e vegetais apenas seu sumo, um copo acaba contendo o equivalente a várias unidades de frutas, bem mais do que alguém comeria na sobremesa, por exemplo. Por isso, geralmente são verdadeiros tônicos de nutrientes concentrados. Alimentam e hidratam. E, enquanto alguns torcem o nariz para saladas, legumes e até algumas frutas, não há quem não goste de um suco geladinho. Com todas essas características, não é surpresa que os nutricionistas sejam tão fãs da bebida. Amélia Duarte, nutricionista que cuida da alimentação de, entre outros, o pugilista Popó, cria sucos para todas as necessidades, pensando nas propriedades de cada alimento. E não tem medo de levar legumes à mistura. Seu suco antioxidante saudavel9OK.indd Sec1:23 faz o maior sucesso: rico em betacaroteno, vitamina C e cálcio, leva cenoura, beterraba, couve e hortelã, misturados a uma base de laranja e abacaxi. Amélia também tranqüiliza aqueles que temem as calorias. Para ela, quem está de dieta não precisa cortar o suco: “Basta acrescentar água e gelo para diluir o suco de laranja, por exemplo”. Outra dica é usar água de coco como base de sucos de vegetais, legumes, ou frutas pouco calóricas. E, se você quer transformar o suquinho de todos os dias em uma avalanche nutricional feita sob medida para seu paladar, Amélia dá o caminho das pedras: basta fazer experiências com ingredientes de cores bem variadas. Isso geralmente indica nutrientes distintos. Mas se os benefícios para a saúde nem sempre precisam ser o único objetivo. Criar e degustar novas misturas pode ser uma aventura gastronômica sofisticada. Os sucos do chef Beto Pimentel são famosos internacionalmente. Para fazer um bom suco, explica, é preciso antes de tudo observar a origem dos ingredientes. Os dele vêm sempre de seu pomar: “Só uso fruta orgânica, sem agrotóxico, sem adubo químico. É preciso também conhecer o ponto de cada fruta. Algumas são boas bem maduras, outras não podem amadurecer demais”, explica. Ele sugere também escolher frutas que tenham características diferentes entre si, ou seja, não misturar ácido com ácido ou doce com doce, nem usar algo de sabor dominante demais, que possa esconder o paladar dos ingredientes mais neutros. O fundamental, destaca, é experimentar. “Cozinha é costume e paladar. A gente desenvolve, mas nasce também. É como um enólogo: não se faz da noite para o dia.” É bom lembrar que suco mesmo é o da fruta, de preferência feito em casa. Pós, refrescos e néctares comprados prontos perdem em nutrição e sabor — e geralmente ganham em açúcar e conservantes. Esse é o único aspecto do suco em que é melhor não inventar moda. De resto, é fazer como Adão e Eva: extrair o melhor de todas as árvores do paraíso. Agora com a ajuda do processador. E sem pecado. A Bosch na sua vida Arquivo Bosch Garantia de suco saboroso Para aproveitar o restinho de verão, nada melhor do que sentar em um local bem agradável de sua casa e saborear um copo de suco. Para que tudo fique perfeito, é preciso, claro, que a bebida seja feita de fruta fresca – quer coisa pior que no primeiro gole descobrir que a fruta estava passada? A linha de refrigeradores Bosch Space oferece um espaço para que as frutas recebam maior atenção. Com uma gaveta extra para frutas, é possível controlar melhor a qualidade delas. O dispositivo permite também uma maior organização e o armazenamento de uma quantidade maior de frutas, além de proporcionar um acesso fácil, que pode ser um incentivo para que as crianças finalmente se interessem pelas guloseimas saudáveis. Outra vantagem das geladeiras da linha é o conjunto de prateleiras antiderramamento. Mais resistentes e mais fáceis de limpar, elas têm um desenho inovador que impede que os líquidos se espalhem pelo refrigerador em caso de derramamento. A linha Bosch Space foi lançada no fim de 2006 e se destaca por apresentar os maiores refrigeradores do mercado — eles têm até 34 litros a mais que os outros. 3/12/07 11:49:48 AM 24 | VidaBosch | saudável e gostoso Mágica com frutas da casa O chef Beto Pimentel cria sucos inusitados com ingredientes colhidos no pomar de seu restaurante E le é formado pela Escola Superior de Agronomia Luis de Queiroz, da USP, o que explica a intimidade com os ingredientes que vêm da terra e que mantém perto de si, no imenso espaço que reserva para sua horta e seu pomar. No quintal de onde tira a inspiração, a pesquisa e os ingredientes para os pratos de seu aclamado Paraíso Tropical, há mais de 20 mil pés de 120 espécies de frutas. Tem as mãos e os pés na terra: não gosta de ser chamado de chef, é simpático, descontraído e autodidata. Mas essa aparente simplicidade vira sofisticação pura na alquimia que comanda na cozinha do restaurante Paraíso Tropical, em Salvador. O chef Beto Pimentel é o único brasileiro a ter recebido o prêmio Commanderie des Cordon Bleu, que reconhece cozinheiros por sua contribuição à inovação da culinária. Em 2006, também recebeu um prêmio do Guia 4 Rodas por sua importância no desenvolvimento da culinária regional — no caso, a baiana, nordestina ou brasileira, dependendo do corte que se dê às maravilhas que prepara. Em seu restaurante, os sucos levam ingredientes como jaca, biribiri e bacumixá, exóticos para a maior parte das pessoas. Nos pratos, também explora itens da culinária nordestina — e substitui o óleo de dendê pela própria fruta. O segredo do local, no entanto, é a velha simplicidade: ingredientes selecionados e talento. Além do carisma do chef e anfitrião. Paraíso Tropical Rua Edgar Loureiro, 98 B | Telefone: (71) 3384-7464 Bairro Cabula | Salvador (BA) saudavel9OK.indd Sec1:24 3/12/07 11:50:27 AM | Por Carina Martins Fotos Marcelo Reis Suco de morango Ingredientes 800 gramas de morango congelado Água Açúcar a gosto Modo de fazer No caso dos morangos, as frutas são congeladas inteiras. Basta levá-las ao liquidificador, acrescentando o mínimo possível de água (apenas o necessário para dar início ao processo de liquidificar). Pare quando ficar em ponto de frozen. Com a ajuda de uma colher, vá colocando em um copo ou taça. Você pode criar decorações fazendo formatos com a ajuda da colher. Adoce a gosto. Suco de graviola Ingredientes 800 gramas de polpa de graviola congelada 100 mililitros de água Uma folhinha de pitanga (para decorar) Açúcar a gosto Modo de fazer A polpa congelada deve ser preparada em casa. O processo é simples, mas pode levar tempo: basta abrir as frutas, separar a polpa dos caroços, bater a polpa pura no liquidificador e congelar. Depois de congelada, a polpa é levada novamente ao liquidificador, dessa vez com a água, e batida até ficar com consistência de frozen. Com a ajuda de uma colher, vá colocando em um copo ou taça. Decore com a folha de pitanga e está pronto. saudavel9OK.indd Sec1:25 3/12/07 11:51:15 AM tendências Louie Psihoyos /GettyImages 26 | VidaBosch | Sorria... Precisa dizer o resto? Só na cidade de São Paulo, há pelo menos uma câmera para cada dez habitantes. O que pode parecer excesso de vigilância tem ajudado a combater a violência nas ruas e a substituir funcionários em serviços insalubres tendências.indd Sec1:26 3/12/07 11:53:01 AM | Por Aryane Cararo J á parou para pensar quantas vezes ao dia é flagrado por uma câmera? Pois veja: você sai de seu prédio e não precisa chamar o porteiro — ele já o viu na garagem pelo monitor na guarita. No caminho ao trabalho, a imagem de seu carro vai parar nos televisores da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Você estaciona e, no trajeto pela calçada, vai deixando para trás os passos flagrados pelas lentes dos conjuntos comerciais. Entra na empresa e a recepcionista, ao lado da câmera para registrar o acesso, lhe dá bom dia. No elevador, outro “olho indiscreto” revela ao vigia que você está terminando de ajeitar o cabelo no espelho. No escritório, mais pontinhos pretos no teto garantem ao patrão que tudo vai bem. Na hora do almoço, você aproveita para ir ao banco e ao shopping — e é alvo de vários zooms. De volta ao escritório, mata via internet as saudades do filho que está no berçário. Bate um papo com um cliente, vendo as expressões dele captadas pela webcam. Ao voltar para casa, você relaxa na poltrona para assistir àquele programa que confina aspirantes a milionário dentro de uma casa. E ainda fica se perguntando como seria ser vigiado 24 horas por dia! Exagero? O fato é que as câmeras estão cada vez mais presentes na vida do brasileiro das grandes cidades. Só na capital paulista há mais de 1 milhão de câmeras — um equipamento para cada 10 habitantes. A estimativa é do diretor de comunicação da Associação Brasileira das Empresas de Segurança Eletrônica (Abese), Oswaldo Oggiam Júnior, com base nos dados da indústria e dos distribuidores e em estimativas do mercado negro. Considerando-se que tendências.indd Sec1:27 3/12/07 11:54:26 AM 28 | VidaBosch | tendências Arquivo Bosch O filho na telinha Para quem sempre encarou a câmera como intrusa, é bom saber que ela não existe só para inibir os maus hábitos. O equipamento tem sido aliado de pais e mães para certificarem-se do bem-estar dos filhos – e matarem as saudades. “De 5% a 10% das escolas com berçário já possuem câmeras com imagens na internet”, estima Roberto Prado, diretor-executivo do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo. “A câmera foi um elemento a mais na decisão”, diz a professora Luciana Garavelli Dantas, 35 anos, mãe de Maria Fernanda, 6 meses. No ato da matrícula na Escola Infantil Carinha Suja, em São Paulo, Luciana ganhou uma senha para observar sua filha no berçário. Até que a criança aprenda a falar, a mãe quer acompanhá-la pela internet: “Pelo menos até ela entender as coisas e poder me contar”. A fonoaudióloga Cláudia Otero Polito Hsu, 28 anos, mãe de Henrique, 1 ano e meio, gosta do recurso. “Às vezes, ele vai para a escola doentinho e você pode acompanhar”, conta. Os avós que moram no interior também aprovaram: pela internet, puderam ver os primeiros passinhos do neto. “Antes, os pais ligavam muito, mas nada garantia que seus filhos estavam bem. Agora, podem vê-los”, conta Regina Tacla, diretora da Carinha Suja. O Colégio Augusto Laranja, também na cidade de São Paulo, é adepto das espiadinhas há quase cinco anos. “Primeiro, mandávamos recadinho por pager, depois por e-mail e agora por webcam”, diz a diretora-operacional e de informática, Jânia do Valle. As lentes ficam no pátio e no parque de areia, e há horários predeterminados para entrar na internet. Nunca houve reclamação? Ela garante que não. “Acho saudável. Você aproveita o que a tecnologia oferece e mostra que a escola está aberta.” tendências.indd Sec1:28 Câmeras têm crescido mais como ferramenta de combate à criminalidade – tanto em espaços públicos como em empresas e shoppings o mercado de segurança eletrônica cresce num patamar anual de 12% a 15%, a marca dos 2 milhões de aparelhos será atingida em pouco tempo. Só no ano passado, o setor movimentou cerca de R$ 2 bilhões, segundo a Abese. As câmeras respondem pela maior parte desse bolo. Os circuitos fechados de televisão, antes restritos a bancos, indústrias e shopping centers, agora avançam nas casas de classe média. “O barateamento e a melhoria na resolução tecnológica tornaram o produto mais acessível”, comenta Oggiam. Um circuito com quatro câmeras e gravação de imagens, por exemplo, custa a partir de R$ 3.500. Não é por acaso que, a cada mês, de 30 a 40 estabelecimentos procuram a Instalarme, em São Paulo, uma das 7 mil empresas de segurança eletrônica do Brasil. Ela tem uma carta com mil clientes monitorados — a maioria bancos, indústrias e grandes redes comerciais, mas há também residências. “Existe uma demanda crescente, especialmente de 2006 para cá”, atesta o gerente nacional de vendas, Fernando Moreira. As câmeras caíram ainda mais nas graças do público depois que um ladrão azarado foi flagrado na casa de praia do alemão João Pedro Wettlaufer, no Guarujá (SP). O caso aconteceu em dezembro: enquanto o assaltante enchia as sacolas, o empresário que estava na cidade alemã de Colônia recebeu uma mensagem no celular de que a casa tinha sido invadida. Coisa de milionário? Não. “Um sistema como esse deve custar entre R$ 300 e R$ 500 por mês pelo equipamento e monitoramento”, estima Moreira. Ajudar no combate à criminalidade é, de fato, o maior segredo da popularização desses equipamentos. Mas as câmeras têm 3/12/07 11:55:08 AM tendências | VidaBosch | 29 Justiça brasileira já considera imagens de câmeras como provas, embora às vezes o vídeo tenha de passar por perícia para se verificar que não foi adulterado se mostrado eficientes em outras esferas. Moreira conta que, entre seus clientes, há hospitais que precisam controlar a entrada e saída de medicamentos, transportadoras que desejam verificar o material que sai do estoque e até uma rede de calçados que quis monitorar a conduta de funcionários e a fila de clientes — ao analisar a demanda, ela conseguiu estabelecer horários de pico e até o perfil dos consumidores. Trechos críticos de várias rodovias também são observados por monitores. Já Oggiam, da Abese, cita as lentes como aliadas nos serviços insalubres ou que lidam com dinheiro: “Empresas que têm caldeiras ou frigoríficos não precisam mandar uma pessoa ir lá olhar. Nos supermercados, por exemplo, quem recolhe o dinheiro ao cofre conta as notas em frente à câmera e não é preciso mais uma pessoa conferir. O Big Brother não é tão ruim.” Câmeras nas ruas Não é só a rede privada que descobriu as vantagens dos pequenos espiões. Algumas prefeituras e associações de bairro enxergam neles um elemento estratégico para inibir roubos, vandalismo e atentados ao pudor. A Prefeitura de São Paulo, por exemplo, já colhe os frutos da instalação de 35 câmeras no Centro. Juntas, elas varrem 94 ruas da região central. Segundo a Guarda Civil Metropolitana, nos cinco primeiros meses de operação (a partir de julho passado), houve queda de 15% nos casos, principalmente de furtos e drogas. De acontecimentos policiais a trabalho social, as câmeras flagraram 700 ocorrências e ajudaram na prisão em flagrante de 35 pessoas. Engana-se quem pensa que apenas os crimes sofreram nocaute. As câmeras ajudaram também a organizar o fluxo de trânsito, a fiscalizar o comércio ambulante, a coibir o despejo irregular de lixo, a monitorar alagamentos e até a assistir melhor a tendências.indd Sec1:29 população de rua. O projeto deu tão certo que a Prefeitura, agora, quer ampliá-lo. Em janeiro, ela anunciou que vai implantar mais 60 câmeras em seis regiões da cidade — com data a ser definida. A avenida Paulista encabeça a lista. Não é a primeira vez que o poder público ataca de Big Brother. Desde 1974 o metrô de São Paulo utiliza câmeras. Hoje, são 450 aparelhos para monitoramento operacional e outros 199 para segurança pública nas 54 estações — e o objetivo é ampliar o número. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), órgão regulador do trânsito na capital, também faz uso das lentes para monitorar, principalmente, túneis. E, não raras vezes, flagra cenas curiosas, como no dia em que três universitários foram pegos roubando um cone — com o zoom, foi possível enxergar até os números da placa do carro. Imagens como essas já são consideradas provas pela Justiça brasileira, segundo o advogado Renato Opice Blum, professor do Ibmec-SP. “É um meio a mais de prova. O que pode acontecer é haver contestação e, neste caso, recorre-se à perícia”, diz ele. Se você sente-se incomodado por essa vigilância, é bom começar a relaxar. “O futuro está no monitoramento de imagens”, prevê Moreira, da Instalarme. Com isso, é provável que a discussão sobre o direito à privacidade fique ainda mais apimentada. “Se você está em um espaço público, é só não fazer nada de errado. Se quer privacidade, vá para sua casa”, defende Oggiam, da Abese. A privacidade ainda é uma questão de interpretação dos magistrados. “A rua e a praia, por exemplo, são considerados ambientes públicos, onde não existe expectativa de privacidade. Posso filmar, mas não comercializar”, atesta Blum. Em espaços privados, o monitoramento também é permitido — desde que não invada locais íntimos, como banheiros e vestiários, e que as imagens não saiam de dentro daquela empresa. Na capital paulista, todo ambiente com câmeras é obrigado por lei a avisar sobre a gravação. Não adianta reclamar. O jeito é mesmo seguir a dica das plaquinhas de elevadores: sorria, você está sendo filmado! A Bosch na sua vida Arquivo Bosch Segurança inteligente Uma grande quantidade de câmeras nas ruas e nas empresas exige um número também grande de funcionários para monitorá-las, o que, às vezes, não é possível. “Um operador consegue gerenciar até seis câmeras. Em uma cidade com mil câmeras, é preciso mais de 160 pessoas para fazer o serviço”, destaca o gerente de projetos da Divisão de Sistemas de Segurança da Bosch, Marcos Menezes. Esse problema pode ser resolvido com um sistema da Bosch de detecção de movimentos, o IVMD. Esse software é instalado em câmeras fixas ou móveis e dispara um alarme toda vez que uma ação suspeita é detectada. “O sistema avisa somente a exceção. Ele detecta se um veículo está acima do limite de velocidade ou estacionado em área proibida, se um pacote foi deixado em um local estranho, se uma pessoa está parada em frente a uma garagem”, exemplifica Menezes. O usuário é quem define o comportamento que o software deverá considerar suspeito. A Bosch desenvolve todos os equipamentos de monitoramento eletrônico necessários para a segurança de cidades, prédios públicos e particulares. Os sistemas permitem o controle do acesso a edifícios, a detecção de intrusos e de incêndios, por meio de um circuito fechado de televisão que pode ser controlado por um centro de monitoramento, gerenciado por operadores de segurança. 3/12/07 11:56:36 AM grandes obras Infraero/Divulgação 30 | VidaBosch | Vôo com conexão para Hollywood Aeroporto de Vitória será ampliado e vai ganhar três salas de cinema, que poderão ser usadas por passageiros à espera do próximo avião grandesobras9.indd Sec1:30 3/12/07 11:58:31 AM | Por Victor Gentilli Novo terminal de passageiros do Aeroporto de Vitória terá 26.578 metros quadrados – quase seis vezes mais que o atual, que não chega a ter 5 mil metros quadrados Q uem já entrou em saguão de aeroporto certamente já se deparou com a cena: passageiros sonolentos tentando se acomodar em cadeiras pouco confortáveis, à espera do vôo. Mas, quando o novo aeroporto de Vitória for inaugurado, isso será mais raro. Além de todo tipo de serviço oferecido por todo tipo de aeroporto — restaurante, cabine telefônica, terminal bancário, livraria, lojas de roupa, de pro- grandesobras9.indd Sec1:31 dutos eletrônicos e de suvenires —, ele terá três salas de cinema. As telonas farão parte do novo complexo de serviços do local. Como o projeto da Infraero atende às concepções mais modernas de aeroportos, este contará com muito mais espaços previstos para concessões. Além dos cinemas, haverá um grande restaurante e um shopping center com 153 espaços concedíveis, que deve- rão resultar em cerca de 94 lojas. Ainda na área da Infraero, que tem localização privilegiada, haverá espaços para construção de dois hotéis. Não é pouco. Vitória sempre contou com três ou quatro grandes cinemas. O maior shopping center da capital capixaba, inaugurado no final da década de 80, veio com três salas e inaugurou um novo padrão, fazendo com que outras fechassem. 3/12/07 11:59:23 AM 32 | VidaBosch | grandes obras Pista de pouso, hoje uma das menores do Brasil (1.750 metros de comprimento), será ampliada e terá 2.100 metros. Mas será uma pista secundária. A principal, totalmente nova, terá 2.416 metros bem maiores que o atual e se localizarão em outros espaços físicos. Apenas o terreno da Infraero permanece o mesmo. O novo terminal de passageiros terá 26.578 metros quadrados — quase seis vezes maior que o atual, que não chega a ter 5 mil metros quadrados. Com dois pavimentos, contará com oito elevadores e quatro escadas rolantes. O embarque e o desembarque serão feitos por seis pontes — aquela foto do passageiro sinalizando com a mão enquanto sobe a escada do avião será definitivamente coisa do passado. Mas o pátio de aeronaves, que contará com mais de 50 mil metros quadrados, terá capacidade de atender até oito aviões. Embora o atual terminal de passageiros tenha uma capacidade instalada para suportar 560 mil pessoas por ano, já em 2004 teve um movimento de 1,2 milhão, e os números vêm crescendo ano a ano. A economia capixaba tem-se expandido a uma velocidade maior que a do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e deve continuar nesse ritmo ainda por longo período. Não surpreende que o novo terminal tenha capacidade para atender 2,1 milhão de passageiros por ano. Esse mesmo shopping deverá concluir este ano uma ampliação, com dez salas. Com os novos cinemas, a região metropolitana contará com mais de duas dezenas de salas. As do aeroporto serão concedidas aos exibidores tradicionais. Por parte da Infraero, não haverá quaisquer restrições quanto ao tipo de filme a ser exibido — caberá aos concessionários decidir, por exemplo, se vão ou não exibir produções cujo enredo inclua desastre aéreo. É evidente que muitos irão ao aeroporto apenas para ver filmes, comer nos restaurantes ou fazer compras nas lojas. Para atender a essa demanda, haverá mais espaço para estacionamento. O único existente hoje conta com 350 vagas. O novo terminal terá dois, um com capacidade para abrigar perto de 800 veículos e o principal, para mil veículos. A área para estacionamento não chega hoje a 8 mil metros quadrados. Nova pista de pouso Os minicarros desenvolvidos Com a nova obra, o total de vagas vai su- A atual pista de pouso tem 1.750 metros de pelos estudantes: prova comprimento e é uma das menores do Brasil. perar 60 mil metros quadrados. estimula futuros engenheiros a todas pesquisarem modelos Ela será ampliada e terá 2.100 metros. Mas Os aeroportos de quase as capitais mais econômicos brasileiras sofreram reformas recentes. será uma pista secundária. A pista princiEm Vitória, a palavra reforma talvez seja pal, totalmente nova, terá 2.416 metros de inadequada. Afinal, haverá uma nova pista comprimento. E formará uma espécie de de pouso, um novo terminal de cargas e um “y” invertido junto com a atual. Não é pouca novo terminal de passageiros. Todos serão coisa. Afinal, essa pista deverá suportar o peso de aeronaves de grande porte e deverá permanecer firme por décadas. Não há comparação com rodovias, que suportam pesos bem menores e podem ser recapeadas com facilidade. Se for para comparar, é melhor ter um autódromo de Fórmula 1 como referência. Interlagos, por exemplo, desde a reforma de 1990, já foi recapeado várias vezes. Mesmo assim, as reclamações dos pilotos de que a pista permanece ondulada continuam. Uma pista de aeroporto não pode ter ondulações. Nem pode ser absolutamente plana. A cabeceira perto da praia de Camburi ficará 12 metros acima do nível médio do mar. A cabeceira oposta não será tão alta: estará 6 metros acima. E a área central da pista ficará a apenas 3 metros acima do nível do mar. Mas para que tudo isso ao final dê certo, foi preciso instalar diversos geodrenos a até 23 metros de profundidade para tirar a água de locais com argila mole, que não seria capaz de suportar a pista. Esses locais foram assentados com areia e argila e recebem tratamento para facilitar o adensamento do terreno. Quando a área estiver plenamente compactada, terá uma camada sólida de argila que poderá variar entre seis e nove metros de profundidade. Aí, então, a pista receberá uma camada de 60 centímetros de britas e outra, de 10 centímetros, de asfalto especial. A brita e o asfalto serão a base da pista em todo o seu comprimento e nos 45 metros de largura. Mas a base de terreno adensado da pista é bem maior em área. Atendendo a normas nacionais e internacionais, a pista ainda terá acostamentos de 7,5 metros de Fotos Arquivo Bosch A Bosch na sua vida grandesobras9.indd Sec1:32 Agilidade e segurança Nos aeroportos, o monitoramento dos aviões depende de antenas. Essas estruturas, na maioria grandes e pesadas, requerem uma boa instalação para garantir a segurança. Uma das ferramentas recomendadas para esse tipo de trabalho é o Martelete GBH 2-24 DSE, da Bosch, capaz de realizar perfurações em concreto armado e alvenaria. A ser usado nas obras em Vitória, ele tem uma potência de 680 watts e pesa apenas 2,4 quilos. É o mais rápido da categoria e pode também ser usado em metais e madeira. O aparelho possui um sistema chamado Vario Lock, que permite ajuste em 36 posições diferentes, e uma empunhadeira auxiliar ajustável, o que garante mais conforto e segurança para o operador. 3/12/07 12:00:09 PM grandes obras | VidaBosch | 33 Aderes/Divulgação Previsão da Infraero é de que obras terminem no segundo semestre de 2008 cada lado e terreno plano e gramado em pelo menos 150 metros de cada lado. O cronograma inicial previa que as obras fossem concluídas em 2007, mas atrasos na liberação dos recursos postergaram o término. A Infraero trabalha agora com a estimativa de que o aeroporto esteja pronto no segundo semestre de 2008. Três equipes cuidam da preservação ambiental. Entre a cabeceira da nova pista e a praia de Camburi, há uma mata de restinga preservada e que tem merecido cuidados. Todas as plantas, mudas e sementes que ocupavam a área das obras foram retiradas, catalogadas e estão sendo mantidas e cultivadas em viveiros. O projeto paisagístico do aeroporto utilizará exclusivamente essas plantas. Os animais encontrados — em geral rãs e répteis, como lagartos e cobras, e alguns poucos mamíferos — são recolhidos e devolvidos à área de preservação. Já se sabia da existência de três sítios arqueológicos na área da Infraero. A arqueóloga Christiane Lopes Machado encontrou mais dois, de povos coletores e caçadores que habitaram a região há cerca de 2.500 anos. Como o material estava na superfície, os efeitos das intempéries tornaram-nos impossibilitados de sofrer exames do tipo carbono 14, que faz a datação de material arqueológico com precisão. Consistiam em artefatos líticos (lascas de quartzo) como facas e raspados, sinais de uma fogueira com conchas e ossos e até material de cerâmica. Todo o material foi recolhido e encaminhado ao Instituto de Arqueologia Brasileira. Força e rapidez Toda obra de grande porte requer equipamentos potentes e de boa performance, que podem ser usados em estruturas robustas. Nas obras de ampliação do aeroporto de Vitória, uma das ferramentas que serão usadas para esse tipo de trabalho é o Martelo Rompedor GSH 388, da Bosch. O equipamento é indicado para demolições em concreto armado e alvenaria e tem como diferencial uma combinação de força e leveza: tem 1.050 watts de potência e 4,9 quilos. A ferramenta ainda possui Vario Lock para 12 posições e botão-trava do interruptor, o que assegura maior segurança durante os trabalhos. grandesobras9.indd Sec1:33 3/12/07 12:00:54 PM brasil cresce Marlene Bergamo/Folha Imagem 34 | VidaBosch | A todo vapor Preço menor faz consumo de gás natural veicular triplicar em cinco anos brasil cresce4.indd Sec1:34 3/12/07 12:02:41 PM | Por Kathlen Ramos O Gasoduto na refinaria de Paulínia (SP): custo de produção do gás natural é menor gás natural veicular (GNV) cresce exponencialmente no Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), o país já tem uma frota de mais de 1,3 milhão de veículos convertidos. De 2001 a 2006, o número de carros com kit gás cresceu 212,5%. Somente no segundo trimestre do ano passado foram contabilizadas quase 62 mil novas conversões. De acordo com a Companhia de Gás de São Paulo (Comgás), o crescimento também se estende ao volume de GNV consumido ano a ano. De 2001 para 2006, a alta alcançou 378,7% só nos postos credenciados à empresa, totalizando mais de 534,8 milhões de m3 utilizados. Até dezembro do ano passado, o país contava com 1.356 postos de abastecimento para esse combustível. Os motivos para tal expansão são inúmeros. Além de ser um combustível limpo, ele tem um preço atrativo para o consumidor, em comparação com o álcool e a gasolina. De acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP), enquanto a gasolina e o álcool foram vendidos, em média, por R$ 2,516 e R$ 1,596 o litro em dezembro de 2006, respectivamente, a média do GNV ficou em R$ 1,256 por metro cúbico. Essa diferença de preço pode ser explicada, entre outros fatores, pelo fato de o gás natural não ter custos de produção. “Os custos do gás natural se resumem, basicamente, na extração e logística. A gasolina, por exemplo, tem um preço mais alto de processamento, já que enumera a construção dos dutos de transferência do petróleo até a refinaria, custo do refino, preço da frota e o valor da manutenção”, afirma o diretor-superintendente da Associação Brasileira do Gás Natural Veicular (ABGNV), Antônio José Teixeira Mendes. Além de o custo de produção ser mais alto, o valor da gasolina depende, diretamente, do preço do petróleo. Já o álcool está sujeito às oscilações da safra da cana-de-açúcar. “Na entressafra, o álcool normalmente sobe de preço, em função de maior escassez e falta de reservas adequadas. E, durante a safra, os preços caem”, diz o vice-presidente da Associação Latino Americana de GNV (ALGNV), Rosalino Fernandes. Fenômenos sazonais como esse podem até mesmo alterar o preço da gasolina, já que esse combustível é vendido nos postos brasileiros misturado ao álcool. Preço dos combustíveis no Brasil 3,15 2,442 2,516 1,405 1,596 2,007 1,205 1,256 1,194 1,074 Gasolina* Álcool* DEZ-06 NOV-06 SET-06 JUL-06 MAI-06 MAR-06 JAN-06 NOV-05 SET-05 JUL-05 MAI-05 MAR-05 JAN-05 NOV-04 SET-04 JUL-04 MAI-04 MAR-04 JAN-04 0,5 GNV** *Preço por litro ** Preço por metro cúbico. Fonte: Agência Nacional do Petróleo brasil cresce4.indd Sec1:35 3/12/07 12:03:51 PM 36 | VidaBosch | brasil cresce Marcos Peron/kino.com.br Além de ser mais barato que o álcool e a gasolina, o gás natural veicular (GNV) emite menos poluentes O que é gás natural veicular? O gás natural que abastece veículos é um combustível fóssil, formado por uma mistura em que prevalece o metano (90% da composição). Ele é armazenado e transportado sob alta pressão, em cilindros especiais. No caso de um vazamento, o gás rapidamente se dispersa, diminuindo o risco de explosão. Esse combustível tem propriedades distintas do GLP (Gás Liquefeito de Petróleo, também conhecido por gás de cozinha). O GLP é composto por propano e butano, armazenado sob forma líquida e sob pressões muito inferiores ao GNV, sendo proibido o uso para fins automotivos. Por ser um gás, o GNV é vendido por metro brasil cresce4.indd Sec1:36 cúbico. Num veículo de passeio, o rendimento de 1 metro cúbico do gás pode equivaler a 1,2 litro de gasolina. Já num motor de grande porte, esse valor pode representar 1,4 litro de gasolina e 1,7 litro de álcool hidratado. Hoje, apenas Pará, Tocantins, Amapá, Roraima e Acre não possuem disponibilidade do GNV. Contudo, isso não quer dizer que todo o território nacional tenha gás disponível em qualquer hora ou lugar. Poucas rotas de viagem podem ser cumpridas usando somente esse combustível. No entanto, no momento do abastecimento, o consumidor pode ficar despreocupado em relação à adulteração: o GNV não aceita misturas. Principais desvantagens do GNV são eficiência menor do motor e perda de 30% a 40% no espaço do porta-malas Já para o abastecimento do GNV, o principal entrave no Brasil diz respeito à dependência em relação ao mercado boliviano. “Hoje, cerca de 44% do gás deriva da Bolívia”, ressalta Fernandes. Com a entrada do governo de Evo Morales e o decreto que nacionalizou os recursos naturais no país, o mercado chegou a se assustar em maio de 2006. Desde então, a situação mostrou-se mais estável, embora seja difícil descartar totalmente novos contratempos para o Brasil. De qualquer maneira, o Plano Estratégico da Petrobras prevê que até 2011 o país será auto-suficiente na produção e distribuição de gás natural. Do ponto de vista ambiental, o GNV também traz vantagens. Sua queima é mais completa que a da gasolina, do álcool ou diesel: ele emite menos poluentes e contribui menos para o aquecimento global (decorrente, dentre outros fatores, da expansão das emissões de gás carbônico). “Os veículos que utilizam o GNV emitem menos poluentes, como óxidos nitrosos, CO2 e, principalmente, monóxido de carbono, gases responsáveis pelo efeito estufa, desde que a instalação seja de qualidade”, afirma o gerente de GNV da Comgás, Richard Jardin. Essas vantagens foram demonstradas em um relatório de 2005 da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb). O estudo verificou os valores de emissão de 21 fabricantes de kits de conversão para o uso de GNV. Os veículos ano 2002/2003 a gasolina, quando convertidos, apresentaram uma redução na emissão de CO2 da ordem de 20%. Nos modelos ano 2004, a redução foi de 15%. Os carros a álcool convertidos para gás natural diminuíram em 14% a emissão de gás carbônico. Cuidados no momento da conversão Todos os benefícios provenientes do GNV só podem ser alcançados se a instalação do kit veicular for adequada. “Se a conversão for realizada com produtos de boa qualidade, o consumidor pode conseguir um retorno 3/12/07 12:04:36 PM brasil cresce | VidaBosch | 37 de seu investimento em até dois anos”, arrisca o engenheiro mecânico Eduardo Polati, responsável pelo Núcleo de Motores, Combustíveis e Lubrificantes do Instituto de Pesquisas e Estudos Industriais (IPEI), do Centro Universitário da FEI. Para ter certeza de que a empresa responsável pela conversão presta bons serviços, os interessados devem consultar o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). “Além disso, é importante verificar as especificações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O órgão é responsável pelo Certificado Ambiental para Uso do Gás Natural em Veículos Automotores, controlando a emissão de poluentes”, adverte o pesquisador da área de engenharia veicular do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Silvio de Andrade Figueiredo. Após a instalação e inspeção do kit GNV, o usuário recebe o Certificado de Segurança Veicular. Com isso, ele tem 30 dias para regularizar a documentação do veículo, que passa a ser considerado bicombustível ou tricombustível (no caso de carros flex). Veículos com a documentação regularizada passam a ter alíquota de IPVA reduzida (25% de desconto ou alíquota final de 3%, para o caso de veículos a gasolina no Estado de São Paulo). Os carros não-regularizados ficam sujeitos a multas e apreensão. Converter um carro 1.0, ano 2007, para gás natural custa, em média, R$ 3.600, segundo dados da ABGNV. Para veículos até 2006 e após 1994, o valor é, aproximadamente, R$ 2.800; os carburados podem ser convertidos por R$ 1.800, em média. A instalação do kit gás pode trazer alguns problemas. Um deles é a perda de eficiência do veículo. “Como o motor não está otimizado para um único combustível, é natural que a eficácia seja menor, já que as condições de regulagens são diferentes para cada alimentação”, diz o especialista do IPT. Além dessa mudança, que varia de veículo para veículo, há ainda uma perda de 30% a 40% no espaço do porta-malas, onde são instalados os cilindros. Se o usuário não quiser perder a capacidade de armazenagem do veículo, pode instalar o kit na parte de baixo do automóvel. brasil cresce4.indd Sec1:37 A Bosch na sua vida No caminhão, flex une gás e diesel O sistema flex, já consagrado entre os automóveis de passeio, está ganhando também o segmento dos veículos de grande porte. Em ônibus e caminhões, no entanto, a tecnologia conta com uma pequena adaptação: em vez de álcool e gasolina, misturam-se diesel e gás natural veicular (GNV). O sistema, desenvolvido pela Bosch, permite uma economia de até 30% e uma redução de 75% nas emissões de poluentes, sem prejudicar a potência do motor. O sistema DG Flex Bosch, elaborado para ônibus e caminhões com injeção de regulagem mecânica, é composto por uma unidade de comando eletrônica que administra o consumo dos dois combustíveis de acordo com o desempenho do motor. Os veículos que têm o equipamento instalado podem rodar com mistura de diesel e gás natural, ou somente com diesel — mas não apenas com GNV, já que o diesel é responsável pela queima do gás na câmara de combustão. Ainda assim, em determinadas condições de carga e rotação, a substituição do diesel pode chegar a níveis superiores a 90%. O sistema vem preparado ainda para adição de até 5% de biodiesel no tanque. Da mesma forma, o equipamento, originalmente desenvolvido para uso com Gás Natural Comprimido, pode ser adaptado para uso com reservatórios de Gás Natural Liquefeito, o que permite reduzir o peso e o espaço ocupado pelos cilindros. Fotos Arquivo Bosch Altas temperaturas Apesar das vantagens que os carros movidos a gás natural veicular podem trazer para o meio ambiente e para o bolso do motorista, esse tipo de tecnologia exige mais do automóvel, especialmente do sistema de ignição. Em motores de veículos convertidos, componentes como cabos e velas precisam resistir a altas temperaturas. Isso é necessário porque a mistura do ar com o GNV demanda uma maior energia em todo sistema de ignição para poder provocar a centelha (espécie de faísca) na vela. “O gás é ar, que é menos condutivo que a gasolina e o álcool, que são líquidos”, diz Diego Lopes, coordenador de marketing da área de Velas e Cabos de Ignição da Bosch. “Por não conduzir energia tão facilmente, o gás precisa de uma tensão maior e gera uma temperatura maior nas velas”, completa. A linha Gás Line da Bosch tem todos os cabos feitos de silicone, com conectores e vedações que isolam mais e duram mais tempo. As velas de ignição Super Plus também são fabricadas com um material mais resistente do que o cobre — usado por outras empresas —, chamado níquel-ítrio, uma exclusividade da Bosch. O produto suporta temperaturas maiores e pode durar cerca de 30% a mais que outros. 3/12/07 12:05:21 PM 38 | VidaBosch | atitude cidadã Passaporte global para a qualidade atitude92.indd Sec1:38 3/12/07 12:08:09 PM | Por Fernando Nakagawa Divulgação/Nasa Certificados como ISO 9001 são, para empresas que querem atuar no exterior, um requisito quase obrigatório e, para o consumidor, indicação de que o produto cumpre os melhores padrões mundiais P ara viajar a alguns países, precisa-se de visto. Na chegada ao aeroporto ou em uma embaixada, é necessário que o turista mostre que tem condições de pagar os custos da viagem e que não representa ameaça às autoridades locais. No mundo corporativo, acontece algo parecido. Não que seja preciso apresentar visto para conhecer as indústrias, mas é cada vez mais comum que fornecedores exibam certificados para entrar nas grandes empresas. O que parece uma simples exigência burocrática é uma ótima notícia para o consumidor, que pode ficar seguro de que leva produtos e serviços adequados para dentro de casa. A idéia da certificação é bastante simples. Para um carro, por exemplo, receber um selo de qualidade, todas as suas peças precisam ter certificado idêntico, de modo que o conjunto siga o mesmo padrão. Esse trabalho tem sido feito principalmente pelas corporações que querem ganhar clientes no exterior. “O pessoal está vendo que não se adequar aos padrões afasta mercados, negócios e dinheiro”, diz o sócio da Quality Consult, Mário Manzoli. Esse trabalho para garantir um lugar ao sol no mercado internacional teve início em meados do século 20, com a implantação das primeiras normas de qualidade, que resultaram na atual ISO 9001. ISO é a sigla em inglês de Organização Internacional para Padronização (International Standards Organization). A entidade surgiu na esteira do aumento do comércio internacional e como iniciativa de alguns países interessados na criação de um padrão de gestão. A idéia de implantar um padrão mundial surgiu em meio ao trabalho de empresários e autoridades que se viam diante de uma gama de normas, uma para cada país. Essa infinidade de regras era um obstáculo ao comércio exterior — imagine se todo empresário brasileiro tivesse de conhecer a legislação de qualidade dos mais de 150 mercados para atitude92.indd Sec1:39 os quais o Brasil exporta. Essa preocupação fez com que surgissem os primeiros padrões internacionais, que eram aceitos pelas nações signatárias. Com o passar das décadas e a abertura dos mercados, tais regras se popularizaram nas empresas. Atualmente, normas mais antigas — como a ISO que trata da qualidade — já são quase uma exigência. “Quem não tem, enfrenta muita dificuldade para vender para uma grande empresa ou exportar”, diz Manzoli. Em muitos setores de ponta, como a indústria aeroespacial, mecânica de precisão e automobilística, o ISO 9001 é encarado como imprescindível para a sobrevivência. Consumidor mais seguro Se as normas são tão necessárias para as empresas, a relação do consumidor com os certificados ainda é distante. Poucos prestam atenção no canto da embalagem para ver se a empresa segue determinada norma. Mas há exceções. No Brasil, um caso clássico foi o da indústria de brinquedos. Nos anos 90, com a invasão dos importados, o setor criou um padrão de qualidade nacional. Assim, o “Selo Inmetro” ganhou as ruas e hoje é visto por muitos pais como um requisito básico para compra dos produtos, principalmente de brinquedos da primeira infância. “O consumidor está cada vez mais consciente de que ele é o motor da indústria e que o seu poder de influência é gigantesco. Isso tem feito muita gente rejeitar produtos de empresas que não adotam boas práticas”, diz o presidente da filial brasileira da certificadora alemã TÜV Rheinland, Antonio Carlos da Silva. Na esteira dessa mudança de comportamento, dois temas ganham evidência. “Em muitos países, Brasil inclusive, o consumidor prefere empresas que respeitem o meio ambiente e as questões sociais. Dessa forma, muitas marcas ligadas a esses valores ganham mercado rapidamente”, avalia 3/12/07 12:09:22 PM 40 | VidaBosch | atitude cidadã Third Coast /Opção Brasil A experiência internacional mostra que os padrões exigidos pelos certificados ajudam a reduzir custos com a conservação adequada de matérias-primas e a diminuir o consumo de energia As principais normas e certificados da indústria ISO 9001 Qualidade Certifica empresas de acordo com uma série de princípios, que envolve desde os processos internos até o relacionamento com clientes. Marcas que têm esse selo adotam práticas para que seus produtos e serviços tenham um único padrão de qualidade. É cada vez mais comum em companhias de médio porte. ISO 14001 Meio ambiente Indica preocupação ambiental e que a empresa usa processos menos danosos à natureza. OHSAS 18001 Saúde e segurança no trabalho Norma que trata da segurança no trabalho e exige um ambiente com condições seguras para os funcionários. SA 8000 Responsabilidade social Selo dado às empresas que adotam padrões adequados no relacionamento com os funcionários. Além de proibir qualquer tipo de trabalho infantil ou forçado, as companhias têm de contratar funcionários conforme a legislação, pagar salários compatíveis com a média local e garantir o direito de negociação. ISO 22000 Segurança alimentar Certificação concedida aos produtores que respeitam padrões sanitários internacionais. Alimentos com esse selo têm a possibilidade de rastreabilidade imediata: é possível saber onde foi produzido, que tipo de agrotóxico foi usado, por onde passou antes de chegar ao consumidor final. atitude92.indd Sec1:40 Silva. É isso que tem feito a sopa de letrinhas aumentar. Atualmente, o ISO 14001 e a SA 8000 são as “bolas da vez” do mercado de certificação. A primeira trata de questões ambientais e a segunda, de responsabilidade social. Essas normas também podem ser encaradas como uma ferramenta para as empresas melhorarem seu desempenho econômico. Em número cada vez maior de casos, tratar bem o meio ambiente e as pessoas não tem apenas razões sociais ou éticas. Relatório da multinacional inglesa de certificação Bureau Veritas revela que a adoção de medidas ambientalmente corretas traz benefícios maiores que a admiração do consumidor. A experiência internacional mostra que há redução de custos com a conservação adequada de matérias-primas e diminuição do consumo de energia. Além disso, essas companhias têm menor probabilidade de sofrer um problema ambiental, o que reduz a despesa com seguros. Outra norma com benefícios indiretos é a OHSAS 18001, que certifica a gestão de saúde e segurança de trabalho. Ela diminui, 3/12/07 12:10:09 PM atitude cidadã | VidaBosch | 41 indiretamente, a perda de tempo na produção e os custos com seguro-saúde dos empregos, indica a consultoria inglesa. Para os próximos anos, especialistas apostam no aumento da importância do ISO 22000, que trata da segurança alimentar. A norma, criada em 2005, é cada vez mais usada na Europa e pode ser uma alternativa para os agricultores e pecuaristas brasileiros que freqüentemente são prejudicados com a adoção de barreiras fitossanitárias, principalmente no mercado europeu. A certificação poderá servir como um seguro extra para esses produtores. A Bosch na sua vida Arquivo Bosch Caminho das pedras Os benefícios da certificação, porém, são antecedidos por esforço. “A nossa maior dificuldade é mudar culturas. Infelizmente, há uma infinidade de empresas que trabalham apagando incêndios, sem qualquer planejamento, sem saber o que é gestão. Nesses casos, há uma dificuldade inicial, mas o trabalho tem seus resultados”, diz Manzoli, da Quality Consult. Para conquistar a certificação, empresas precisam consultar um especialista. Esses profissionais fazem um raio-x do cliente e apontam as mudanças que têm de ser implantadas para que haja adaptação às regras internacionais. Feito esse trabalho, que normalmente dura um ano, a empresa está apta a requerer a certificação. Entram, então, as certificadoras autorizadas pelos organismos internacionais. No Brasil, o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) é responsável pela maioria dos certificados. Ele tem uma série de autorizadas no país que fazem o trabalho de análise dos candidatos. Mas ganhar o selo não significa que o trabalho terminou. Números não oficiais indicam que uma em cada cinco empresas certificadas acaba perdendo o título nos primeiros 24 meses. “O principal erro dessas empresas é encarar as regras como um gasto. Assim, quando a situação aperta, eles acabam cortando exatamente aquela área em que eles investiram tanto, por tanto tempo e com tanto esforço. Aí, joga-se tudo pelo ralo e é preciso começar tudo de novo”, lamenta o consultor Mário Manzoli. atitude92.indd Sec1:41 Padrão internacional A Bosch adota um padrão segundo o qual princípios básicos — respeito à qualidade, ao meio ambiente, à saúde e à segurança ocupacional — devem ser observados em todos os momentos da produção e por todos os envolvidos no processo. “As nossas políticas estão adequadas para atender a requisitos mundiais e são desdobradas em toda a cadeia produtiva, até a base de fornecedor”, destaca o gerente de Qualidade Coorporativa da Bosch, Amadeu Dalceno. Para assegurar aos seus clientes o cumprimento desses princípios, desde 1994 a empresa tem obtido certificados internacionais. O primeiro foi o ISO 9001, que assegura que os produtos da Bosch têm padrão de qualidade reconhecido em todos os países. Depois, o ISO/TS 16949, que abrange a indústria automotiva e é a base, com reconhecimento mundial, para qualificação dos processos de fabricação e dos produtos fornecidos às montadoras. A empresa possui ainda o ISO 14001, que garante proteção ao meio ambiente durante todo o processo de fabricação, e o OHSAS 18001, relacionado à saúde e à segurança ocupacional. “O sucesso do sistema de gestão integrada está diretamente relacionado à capacitação, à habilidade e ao comprometimento de todos os colaboradores na realização de suas atividades”, diz Dalceno. De acordo com ele, para assegurar a manutenção das certificações são necessárias constantes adaptações. “Todos os novos projetos da Bosch são desenvolvidos em atendimento à legislação mundial, sem substâncias prejudiciais ao meio ambiente, como o cromo hexavalente, o chumbo e o mercúrio”, exemplifica. Os certificados, segundo o gerente, garantem a satisfação do cliente e, portanto, o sucesso da empresa. “Melhorar continuamente os sistemas e processos faz parte das nossas atividades diárias. Nosso objetivo é atender às exigências de mercado e também dos próprios consumidores, construindo uma base sólida para a busca constante da excelência e da qualidade”. 3/12/07 12:10:56 PM 42 | VidaBosch | aquilo deu nisso No colar, no cinema e na indústria Símbolo de beleza, inspirador de filmes e músicas, o diamante também é usado na construção civil, computação, eletrônica e odontologia É por eles que, no filme “Os homens preferem as loiras”, Marilyn Monroe, toda de rosa, entoa “Diamonds are a girl’ s best friends” — ou, em português, “os diamantes são os melhores amigos da mulher”. E, por que não dizer, também dos escritores, pintores, músicos, diretores... Afinal, é à procura deles que o ator Leonardo DiCaprio, em filme recente, se embrenha por uma perigosa trilha na África. É neles que foram inspidas tanto músicas da banda inglesa Beatles (“Lucy in the sky with diamonds”) como poemas da escritora mineira Adélia Prado (“Os diamantes são indestrutíveis? Mais é meu amor”). Eles são mais do que símbolo de beleza, poder e riqueza: sua resistência lhes dá uma aura de eternidade e, portanto, de uma preciosidade inabalável. Mas a “pedra do sol”, como os gregos a chamavam, não inspira só sonhos de senhoras afortunadas, histórias de grandes paixões e tragédias. Ela é cobiçada também por cientistas que pesquisam novas tecnologias. O diamante chama atenção por sua beleza em colares, brincos e anéis, mas é útil para cortar ferro, aço, vidro, serrar pedras, polir, moer, raspar e para fabricar uma série de produtos. O termo “diamante” é derivado da palavra grega "adamas", que pode ser traduzida como “inflexível”, “imoldável”, “inconquis- aquilodeunisso91.indd Sec1:42 tável”. É único — não existe uma pedra igual a outra — e para poucos bolsos. A classificação do diamante leva em conta a cor, a pureza, a lapidação e o peso — medido em quilates, padrão internacional para peso de gemas, que equivale a 200 miligramas. Os diamantes coloridos (azul, rosa, amarelo, vermelho, verde, laranja), que apresentam tonalidade e saturação fortes, são muito raros e valorizadíssimos pelos colecionadores. “O Cullinan, o maior dos diamantes já encontrados, pesava 3.106 quilates quando bruto, e originalmente um pouco menos de 1 libra e meia. Ele foi cortado em nove pedras principais e 96 pedras menores”, conta Natália Salomão, gerente de Comunicação e Marketing do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM). Arte de lapidar Cortar e polir um diamante bruto de tamanho grande — acima de 300 quilates (60 gramas) — pode levar um ano. “Para aproveitar melhor a pedra e evitar perdas, o lapidador pode passar um mês apenas analisando o diamante para decidir qual o melhor corte”, diz o consultor de gemologia do IBGM, Daniel Beringer. O Brasil era líder na produção de diamantes naturais nos séculos 17 e 18, mas perdeu a posição após as descobertas na 3/12/07 12:13:00 PM | Por Maria Finetto George Diebold/GettyImages Apreciado em colares, brincos e outros ornamentos, o diamante é um dos minerais mais caros do planeta aquilodeunisso91.indd Sec1:43 3/12/07 12:14:07 PM 44 | VidaBosch | aquilo deu nisso África. Dados do IBGM mostram que a produção nacional de diamantes naturais é de 300 mil quilates por ano e a mundial está em torno de 160 milhões de quilates. A pedra natural é criada pela pressão e pelo calor das lavas vulcânicas de grandes profundidades. Ela pode custar cerca de US$ 1 mil o quilate. Mas Natália, do IBGM, adverte que é impossível determinar o preço exato sem ter a pedra em mãos. “A variação do valor entre dois diamantes aparentemente iguais [mesmo peso] pode ser imensa”, diz. De qualquer maneira, a pedra natural pode custar o dobro de uma artificial. Artificial? É, feita em laboratório — mas, claro, sem o charme dos que mobilizam o agente secreto 007 no filme “Os diamantes são eternos”. O sintético, como é chamado, assemelha-se muito, química e fisicamente, com o natural. Uma das maneiras de produzi-lo é por meio de um processo em que são usados tungstênio, etanol (álcool da cana-de-açúcar) e hidrogênio. Só o natural é usado em joalheria — ainda assim, em pequena proporção: apenas 20% dos diamantes extraídos têm qualidade suficiente para esse fim, segundo o IBGM. Os outros 80% são direcionados para a indústria, mesmo destino dos sintéticos. Manfred Kage/Science Photo Na indústria, o diamante é usado em ferramentas para cortar pedras, ferro e aço, em chips e em instrumentos odontológicos, como broca (à direita) aquilodeunisso91.indd Sec1:44 3/12/07 12:15:09 PM aquilo deu nisso | VidaBosch | 45 As gemas naturais são utilizadas em ferramentas de corte ou para perfuração e extração — desde 1863 o diamante natural é empregado na perfuração de rochas. Já os sintéticos são mais usados como abrasivos. A escolha entre um diamante e outro depende das especificações do produto ou da aplicação. “Um técnico é quem decide a melhor solução”, diz Beringer. “O diamante sintético é um condutor de calor superior ao cobre e tem baixo índice de atrito comparado ao teflon”, destaca Helder José Ceragioli, pesquisador do Laboratório de Diamantes e Nanoengenharia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O sintético pode ser usado como eletrodo em estações de tratamento de efluentes, porque a durabilidade é maior, e até mesmo na confecção de próteses humanas, como pinos ou a cabeça do fêmur. “Testes em laboratórios mostram que ele tem vantagens sobre os materiais convencionais (como o titânio) por ser altamente resistente e compatível com o organismo”, afirma Ceragioli. Pontas diamantadas são instrumentos abrasivos já utilizados na área odontológica para a remoção de esmalte dentário, acabamento superficial de restaurações. Como ótimo isolante elétrico, o diamante sintético pode ser transformado em semicondutor, chip, sensor óptico, laser de diamante e fibra óptica. Na indústria, é indicado na fabricação de ferramentas de usinagem e também na área de construção civil, em discos de serra para cortar mármore e vidros. Outros bons exemplos são a microeletrônica e a optoeletrônica (área que envolve dispositivos eletrônicos que emitem, captam e modulam a luz). “O diamante sintético poder ser usado na fabricação de telas para computadores e televisores, substituindo os filamentos tradicionais”, afirma o pesquisador da Unicamp. aquilodeunisso91.indd Sec1:45 Fotos Arquivo Bosch A Bosch na sua vida Divulgação Só 20% dos diamantes naturais têm qualidade para serem usados como jóia. Os outros 80% são utilizados na indústria Melhor amigo do homem Um antigo ditado diz que o diamante é o melhor amigo das mulheres. Mas, atualmente, a expressão também pode ser aplicada aos homens, principalmente aos que usam ferramentas. As serras com discos diamantados fabricadas pela Bosch são ideais para cortar concreto, granito, mármore, azulejo, tijolo, porcelanato, cerâmica e asfalto, entre outros materiais. Os diamantes usados, porém, não são naturais — como os preferidos pelas mulheres —, mas sintéticos, feitos por meio de uma mistura de carbono (também presente nas pedras reais) com um catalisador, que é submetida a uma pressão de 60 mil bar e um calor de 1.800 graus Celsius. Feitos de aço e com espessura equivalente à de dois CDs, os discos da serra recebem uma camada fina de diamante sintético, por meios eletrostáticos. “A Bosch usa diamantes sintéticos de alta qualidade, que são colocados em ângulos corretos, que permitem que se mantenha a afiação deles. A quantidade de diamantes usada também diferencia o produto em qualidade e vida útil”, afirma André Ballerini, responsável por venda de acessórios na divisão de Ferramentas Elétricas da Bosch. Os discos podem girar a uma velocidade de até 12 mil rotações por minuto. Na Serra Mármore CDC 14-40, da Bosch, eles têm um diâmetro de 125 milímetros (pouco maior que o de um CD). A maioria dos produtos do tipo, explica Ballerini, tem 110 milímetros. “O disco maior permite mais profundidade no corte”, destaca. Esse modelo de serra tem potência de 1.400 watts, uma capacidade de corte de 45 graus e pesa 2,6 quilos. 3/12/07 12:15:52 PM 46 | VidaBosch | áudio Rumo ao antiquário CDs ainda vão sobreviver por algum tempo, mas em breve serão substituídos pelo MP3 e devem ter o mesmo destino do disco de vinil: a estante de colecionadores G uarde com carinho sua coleção de CDs. Em um futuro breve, eles serão objetos do passado, a lembrança de uma época que deixou de existir. O mesmo destino terão a disqueteira ligada ao som de seu carro e seu estojo de CDs: também serão uma relíquia. Isso porque uma revolução está em andamento no mundo da música. Essa revolução tem um nome: MP3 (um formato compactado de arquivos de áudio). E ela já faz parte da vida de muita gente. O produtor musical Marcelo Terressa tem uma coleção com mais de 600 CDs, 120 vinis e incontáveis fitas cassetes. “Só coisas raras”, assegura. Há dois anos, desde que ganhou um MP3 player, não leva nada de sua coleção para ouvir no carro. O aparelho ainda é o mesmo — um toca fitas antigo —, mas um pequeno cabo liga-o ao equipamento que toca os discos prediletos e as últimas novidades que Marcelo baixou na internet. De graça. Nos anos 80, antes da chegada da internet e do MP3 ao Brasil, Marcelo trocava fitas cassetes com pessoas do mundo inteiro. Hoje, isso continua a acontecer, mas de forma mais simples: com um clique do mouse. “Quando uma nova tecnologia é criada e facilita a vida de todo mundo, a evolução áudio3.indd Sec1:46 está feita, não há como voltar atrás”, diz Marcelo Träsel, jornalista e mestre em comunicação e informação mediada por computador pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). “No caso do MP3, o que acontece é que as pessoas se adaptam mais rapidamente a uma tecnologia do que a indústria fonográfica consegue mudar seu modelo de negócio.” Lucas Alexandre D’Ávila Gallo, gerente de vendas da Limp Som, uma loja especializada em som automotivo de Campinas (SP), percebe claramente essas mudanças em seu negócio. “A primeira vítima do MP3 no som para carros foi a disqueteira, a maioria das empresas já parou de fabricá-las.” Hoje, 90% dos clientes que entram em sua loja querendo um novo som para o carro têm como prioridade que o aparelho toque MP3. Dez vezes mais música Os benefícios são muitos. Não é preciso andar com uma pasta pesada cheia de CDs — um CD convencional traz em média menos de uma hora de música; os MP3 players mais baratos tocam 10 horas de música — e os mais caros, mais de 100 horas. Não há perigo de roubo (desde que o MP3 player não seja roubado), não há desgaste do material, e, além do mais, a pessoa pode montar a seleção de músicas que quiser. Quando enjoar, é só apagar e fazer outra. Ainda hoje Gallo recebe clientes em sua loja querendo uma disqueteira. “Quando isso acontece, sempre aconselho ao cliente um som que toque MP3 e explico os benefícios.” Se o cliente acha caro, não tem problema. Gallo oferece aparelhos que tenham entrada auxiliar P2 (as de fone de ouvido) ou USB (como as de câmeras digitais). Assim, o cliente pode escolher onde guardar seus MP3. E, quando quiser ouvi-los no carro, é só ligar por meio de um cabo. Se um som com MP3 ainda é caro para você, espere, pois os preços estão caindo e deverão baixar ainda mais. “A tendência dos sons automotivos é baratear cada vez mais, vão surgir aparelhos bastante simples, apenas com rádio, mas com todo tipo de entrada para cartões de memória e tocadores de MP3”, prevê Gallo. Legal x ilegal Quem mais está perdendo com a revolução do MP3 é a indústria fonográfica. A maioria dos downloads de músicas na internet é feita de maneira ilegal, através das redes de troca de arquivos chamadas P2P (do inglês peer-to-peer, que significa “ponta a ponta”). Nessas redes, cada computador conectado torna-se um servidor de músicas a que qualquer outro usuário tem acesso. Como há 875,6 milhões de usuários de internet no mundo, segundo a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), o potencial dessas redes é imenso. O primeiro passo em direção à troca legal de música na internet foi a loja virtual iTunes, da empresa de computadores Apple. Representando 70% do mercado virtual de música, o iTunes oferece qualquer canção de seu acervo (cerca de 3,5 milhões de músicas) por 99 cents (aproximadamente R$ 2). O sucesso do iTunes está ligado diretamente ao sucesso do iPod, o tocador de MP3 portátil da Apple. Nos últimos cinco anos, foram vendidos mais de 70 milhões de iPods no mundo. Seu sucesso fez com que ele represente hoje 40% do total da receita da Apple. 3/12/07 12:36:01 PM | Por Renato Parada Rachel Guedes áudio3.indd Sec1:47 3/12/07 12:36:37 PM 48 | VidaBosch | áudio Download de música dentro da lei pode render no Brasil mais que venda de CDs e DVDs somados, avalia associação do setor A loja virtual iTunes ainda não entrou no Brasil devido a problemas de direito autoral.“Nossa lei de direito autoral é bem mais complicada que a dos Estados Unidos”, diz Sílvio Pellacani Júnior, diretor da Tratore, uma empresa especializada na distribuição de discos de gravadoras e selos independentes. A principal forma de combate das grandes gravadoras contra a troca ilegal de música na internet são ações judiciais contra as redes P2P e seus usuários, a maioria jovens que usam computador em casa. Em setembro de 2006, o Brasil foi incluído entre os 17 países em que a Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI) promoveu a distribuição de 8 mil ações judiciais contra usuários de redes P2P. No Brasil, as ações foram promovidas pela Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD). Segundo a associação, em 2005 foram baixadas ilegalmente na internet cerca de 1 bilhão de músicas. Se o processo fosse feito dentro da lei, o setor teria arrecadado mais de R$ 2 bilhões — três vezes o que o mercado oficial faturou no ano passado com a venda de CDs e DVDs (R$ 615,2 milhões). Potencial imenso Esses números trazem para a indústria fonográfica brasileira duas mensagens importantes, avalia o diretor-geral da ABPD, Paulo Rosa. “A primeira delas, bastante positiva por sinal, é a confirmação de que o potencial do mercado brasileiro para a venda de música on-line é imenso. A segunda mensagem traz preocupação: como competir com a oferta ilegal de música gratuita na web, principalmente aquela decorrente de redes de compartilhamento de arquivos, as chamadas redes peer-to-peer?”. Para José Eduardo Ribeiro de Paiva, professor de Multimeios da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), não tem segredo. “É só vender barato que todo mundo compra, mas isso é algo que a áudio3.indd Sec1:48 indústria fonográfica nunca entendeu nos seus mais de cem anos de vida.” E completa: “99 centavos é caro demais para algo que tem uma qualidade técnica inferior, não tem suporte nem parte gráfica.” Para a Tratore, e possivelmente para muitas gravadoras, o MP3 ainda não gera lucro. É investimento estratégico. “Já estamos vivendo o processo de migração do CD para o MP3, mas os dois formatos ainda irão conviver por algum tempo”, prevê Pellacani. No exterior, a mudança está acontecendo mais rápido. Segundo uma pesquisa realizada pela IFIPI, no Reino Unido e Alemanha os downloads lícitos já superam o ilícitos. É o sonho da indústria fonográfica. Há pouco tempo, quando o videocassete e as fitas VHS surgiram, o cinema e a televisão sentiram-se ameaçados, acharam que iam acabar. Mas o resultado foi outro — eles acabaram faturando com o VHS, e agora com o DVD. Será que o mesmo aconteceria com a indústria fonográfica com relação ao MP3? Para Pedro Dória, colunista de tecnologia do caderno Link do jornal O Estado de S. Paulo, é difícil dizer. “As situações são diferentes”, avalia. “A indústria do cinema investe na produção e ganha na distribuição de filmes. O que mudou, na época do VHS, é que ela passou a distribuir para as locadoras também. E já que a qualidade do VHS era baixa, com o DVD esse mercado consumidor foi incluído.” A indústria fonográfica também gasta na produção e ganha na distribuição. Só que, com a Internet e o MP3, o canal de distribuição foi cortado. “A internet distribui com um custo infinitamente menor que o de caminhões levando CDs, e a qualidade do CD é rigorosamente mantida”, afirma Dória. Isso ainda não acontece com o DVD justamente por conta do canal de distribuição. Conforme a banda larga da internet aumente sua capacidade, aumentará também a cópia gratuita de filmes. Mas será que, assim como o VHS, o CD deixará de existir? Pedro Dória não tem dúvida. “O CD está com os dias absolutamente contados. Daqui a dez ou quinze anos acho até que ainda haverá gente colecionando LPs — os apaixonados e DJs não os largam — e ninguém mais comprará CDs.” A Bosch na sua vida Arquivo Bosch Muita música em pouco espaço Separar os CDs para ouvir na estrada já se tornou um ritual obrigatório nos preparativos para grandes viagens de carro. A tarefa — prazerosa para alguns, penosa para outros — deve cada vez mais entrar em desuso. Com a inclusão da tecnologia MP3 nos aparelhos de som automotivos, os usuários passaram a ter à disposição uma variedade de músicas cada vez maior em componentes cada vez menores. Dois modelos de CD player oferecidos no mercado brasileiro pela Blaupunkt, marca do Grupo Bosch, já têm interface com cartões de memória MMC (os mesmos usados em máquinas fotográficas digitais), pen drivers e MP3 players. O CD player Memphis MP66 (foto), por exemplo, reproduz CDs de áudio e de MP3, aceita cartões de memória MMC e possui entrada USB, que possibilita conexão de pen drivers e MP3 players. Essa gama de recursos permite que, com uma unidade de cada componente (um cartão de 4 gigabytes, uma pen drive de 3 gigabytes, um MP3 player de 4 gigabytes e um CD-R de 700 megabytes gravado com MP3), o usuário tenha espaço para mais de 3,5 mil músicas — o que equivale a 237 CDs de áudio com 15 faixas. Outro aparelho de som automotivo oferecido pela Blaupunkt com esses mesmos recursos é o St. Louis. Esse modelo vem também com um sistema que ajusta o volume do rádio de acordo com a velocidade do carro. 3/12/07 12:37:33 PM