VidaBosch
Rachel Guedes
Fevereiro | Março | Abril de 2007 • nº 9
Em se plantando, tudo dá
Jardim pode mesclar aroma de plantas,
sabor de frutas e cores das flores
Olho vivo
Câmeras fazem muito mais
do que ajudar a combater crimes
Sabor e energia concentrados
Copo de suco pode reunir
vitaminas de diferentes frutas
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editorial
02
20
Ellen Paula
Opção Brasil
46
Rachel Guedes
26
Louie Psihoyos/Getty Imagens
Há oito edições venho assinando o editorial desta revista, e nunca havia sido
publicada uma foto minha. Com o novo
layout, a partir de agora vocês passam
a me conhecer melhor. Peço que vejam
nisso uma indicação da nossa transparência e do nosso compromisso de
estar sempre receptivos a sugestões e
críticas, condição fundamental para o
sucesso da VidaBosch.
Minha equipe e eu trabalhamos com
muita dedicação para lhes apresentar
esta nona edição, que vai abordar temas variados do nosso dia-a-dia, integrando a confiabilidade e a inovação
dos produtos e serviços Bosch.
“Encanto Verde” é uma das nossas matérias especiais, e mostra como um jardim pode estimular o olfato, o paladar,
o olhar e o tato.
Quem pensa que o diamante, objeto de
desejo de inúmeras mulheres, serve só
para estar presente nos mais variados
tipos de jóias ficará encantado em ler
a seção aquilo deu nisso!
Nossas viagens continuam, e a região
do Recife foi escolhida para tratar de
praias, música típica e tradição. Confiram mais essa curiosidade.
Vocês também vão encontrar temas do
seu cotidiano, como combate à criminalidade, novas mídias, a importância
de certificados como ISO 9000 e dicas
de como uma vida mais saudável pode
começar com um copo de suco.
Desejamos uma boa leitura, e aguardem
a edição comemorativa número 10, em
maio, que terá muitas surpresas!
Rachel Guedes
Queridos leitores,
muito prazer...
Sumário
02 viagem | Na região do Recife, o mar faz divisa com a cultura e a história
08 eu e meu carro | A atriz Babi Xavier, uma motorista aplicada
10 torque e potência | Caminhão não precisa rimar com poluição
14 casa e conforto | Jardim pode ir muito além do verde
20 saudável e gostoso | Suco mata a sede com sabor e vitaminas
26 tendências | Você está sendo filmado, e isso não é ruim
30 grandes obras | Vitória ganhará um aeroporto maior – e com cinema
34 Brasil cresce | Gás natural veicular ajuda a acelerar a economia
38 atitude cidadã | Normas como ISO 9000 abrem as portas para o exterior
42 aquilo deu nisso | O que uma serra tem em comum com Marilyn Monroe
46 áudio | MP3 coloca o CD à beira da aposentadoria
Expediente
VidaBosch é uma publicação trimestral da Robert Bosch Ltda., desenvolvida pelo departamento de Marketing Corporativo (ADV).
Se você tiver dúvidas, reclamações ou sugestões, fale com o Serviço de Atendimento ao Consumidor Bosch: (011)
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Presidente: Edgar Silva Garbade • Gerente de Marketing Corporativo: Ellen Paula G. da Silva • Produção e edição:
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• Impressão: Globo Cochrane • Revisão: Dayane Cristina Pal ([email protected]) • Jornalista responsável:
Jaime Spitzcovsky (DRT-SP 26479)
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viagem
Steve Scheleiffer /OpçãoBrasilImagens
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| Por Alexandra Torres
História e
natureza lado a lado
Região do Recife mescla belas praias, música típica e banho de tradição
Gruta do Morro Preto
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4 | VidaBosch |
Q
viagem
ue Pernambuco tem temperaturas
quentes e agradáveis durante todo o
ano, isso já se sabe. Que possui um dos melhores carnavais de rua do Brasil, também
não é novidade. O que pouca gente sabe é
que, além de ter belas praias e Carnaval, o
Estado é um grande celeiro cultural e artístico rico em história, onde o novo aprende
a conviver com as tradições dos antepassados. Essa mistura de paisagem e história é
uma marca especialmente forte da região
que abrange Recife, Olinda, Maria Farinha
e a Ilha de Itamaracá.
A melhor alternativa para quem deseja
visitar essas localidades é percorrê-las de
carro. Uma das opções é alugar um veículo
já no Aeroporto Internacional Recife/Guararapes Gilberto Freyre. A revitalização de
diversas avenidas e a ampliação de rodovias
no Recife e na Região Metropolitana tornam
esse passeio bastante agradável.
A primeira parada é na capital pernambucana. Quem chega de avião e sobrevoa
o Recife logo entende por que é chamado
de “Veneza Brasileira”: é cortado por cinco
rios e 66 canais, além de ser banhado pelo
Atlântico. É ele que forma o principal cartão
postal da cidade: a Praia de Boa Viagem,
com seus sete quilômetros de orla.
Uma caminhada no calçadão e uma parada
para tomar água de coco são obrigatórias,
olhando o mar. De lá, em poucos minutos
se chega ao coração da capital, o local onde surgiu essa cidade fundada em 12 de
março de 1537: o bairro do Recife Antigo.
Ali, onde está o primeiro porto do Estado,
o visitante tem acesso ao casario histórico
que data do século 18, revitalizado pela
Prefeitura. Além dos bares e restaurantes
existentes no local, o turista pode visitar a
igreja da Madre de Deus (1720), patrimônio
histórico nacional, e conhecer uma parte
importante da história do povo judeu na
visita à primeira sinagoga das Américas,
a Kahal Zur Israel (1640). Localizada na
antiga Rua dos Judeus (hoje Rua do Bom
Jesus), ela foi revitalizada e transformada
em centro cultural judaico.
Do bairro do Recife Antigo o visitante
pode ir a pé até outra parada obrigatória
no centro da capital: o Mercado de São José. Localizado no coração do bairro de São
José, ele foi construído entre 1872 e 1875,
sendo o primeiro exemplar brasileiro préfabricado em ferro fundido. Todo o material
para a construção foi importado da França.
No local, pode-se conhecer o melhor do
artesanato pernambucano — de vestuário
a objetos para decoração — e itens da culinária local, como a buchada de bode.
Os aficionados por arte e cultura não
podem deixar de conhecer a Oficina de Cerâmica de Francisco Brennand e o Instituto
G. Evangelista /Opção Brasil
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viagem | VidaBosch | 5
Ricardo Brennand. Localizados no bairro
da Várzea, na zona oeste da capital, eles
pertencem à família Brennand, uma das
mais tradicionais de Pernambuco. Francisco Brennand (artista plástico, escultor e
ceramista) tem na sua fábrica um verdadeiro
museu com diversas de suas obras, e que
pode ser visitado pelo público. Já o Instituto
Ricardo Brennand (que leva o nome de seu
fundador) abriga o acervo pessoal desse
marchand que possui a maior coleção particular de pinturas do mundo, do período
Brasil holandês, de autoria do pintor Frans
Post. Essas obras estão expostas de terça
a domingo, de forma gratuita. O visitante
também pode conferir a coleção de armas
brancas de Ricardo Brennand.
Na hora de comer, não vão faltar opções.
Recife tem restaurantes diversos e para
todos os gostos. Uma das boas pedidas é
conhecer o Parraxaxá, especializado na
típica comida do interior pernambucano,
com uma pequena pitada de requinte. Com
duas casas, uma no bairro de Boa Viagem e
outra no de Casa Forte, o restaurante encanta já pela sua arquitetura, que lembra uma
residência interiorana, com suas paredes
de madeira e tachos de barro.Lá é possível
encontrar diariamente iguarias como carne
de bode, sarapatel, dobradinha, pamonha,
canjica, cuscuz no leite, queijo de coalho
e de manteiga, além de um sortimento de
sobremesas que faz qualquer um suspender o regime na hora.
Se a preferência é por frutos do mar,
aí vão duas ótimas opções. A primeira é
o restaurante Bargaço, localizado na beira-mar da praia de Boa Viagem. É um dos
estabelecimentos mais tradicionais da capital, onde o visitante pode provar diversas receitas à base de peixe e camarão. A
segunda é o Biruta Bar. Ele está localizado
Fábio Marra/Folha Imagem
Duas atrações
imperdíveis
do Recife: a praia
de Boa Viagem
(à esquerda)
e o ateliê do
artista plástico
Francisco Brennand
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A Bosch na sua vida
Arquivo Bosch
Ar condicionado e limpo
Para encarar alguns quilômetros de estrada no calor de Pernambuco, o arcondicionado é item indispensável no
carro. O bom funcionamento do acessório, porém, depende de manutenções
periódicas e de cuidados como limpeza do radiador do ar e troca de filtros,
mangueiras e correia. É recomendável
que, pelo menos uma vez por ano, o
motorista faça revisão no sistema.
Na revisão, é importante verificar o volume e a qualidade do gás usado no
compressor que resfria o ar que circula
dentro do carro. Com o uso, ocorrem
perdas, acúmulo de impurezas e contaminações nesse gás. Isso pode provocar mau funcionamento ou sérios
danos ao sistema.
Para evitar esses problemas, o ideal é que
o gás seja reciclado periodicamente. A
renovação é feita por uma máquina que
retira o gás do sistema de refrigeração
do veículo, limpa e descontamina por
meio de vácuo e, depois, reabastece o
sistema. O procedimento pode ser feito
em oficinas da rede Bosch Car Service,
que têm equipamento adequado — na
região do Recife há várias delas.
A Bosch disponibiliza no mercado três
modelos de máquinas para reciclagem
do gás. Uma delas é a Silver (foto), que,
além de recuperar o gás, faz automaticamente a troca do óleo e a limpeza
do sistema de refrigeração.
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viagem
Alexandre Belém/kino.com.br
Em Olinda,
o desfile
dos Bonecos
Gigantes mostra
a riqueza
da cultura
da região.
Na Ilha de
Itamaracá, o
Forte Orange
esbanja história
à beira da praia
à beira-mar na praia do Pina, início da zona sul do Recife, e apresenta um cardápio
bastante versátil.
Olinda
Da capital do Estado, o turista pode seguir
com destino ao município tombado pela
Unesco como Patrimônio Histórico Cultural
da Humanidade, em 1982: Olinda. A apenas
5 quilômetros do Recife, ela foi fundada
em 1537, tendo sido a primeira capital de
Pernambuco e um dos primeiros centros
culturais e econômicos do país.
Algumas marcas desse passado pujante estão no Sítio Histórico, um dos mais
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ricos exemplares arquitetônicos dos séculos 17 ao 19, distribuídos numa área de
10,4 quilômetros quadrados. São casarões,
igrejas, capelas, conventos, bicas e mercados que remontam ao período colonial
brasileiro. Um dos destaques é o Mosteiro
de São Bento; o altar-mor desse templo já
esteve exposto no Museu Guggenheim de
Nova York.
Olinda ostenta o título de Primeira Capital Brasileira da Cultura, e não é para
menos. Em suas ladeiras históricas, a batida dos maracatus, as orquestras de frevo
e os grupos de afoxé se misturam durante o Carnaval, mostrando a diversidade, a
originalidade e a riqueza da cultura local.
Nas noites de sexta-feira, a Serenata Luar
de Prata arrasta os saudosistas e românticos pelas ruas centenárias, ao som de
grandes composições da música popular
brasileira.
Outra característica marcante da cidade são seus ateliês. Pintores, desenhistas e
escultores têm em Olinda a inspiração para
desenvolverem técnicas diversas como talhas, quadros, serigrafias e esculturas. Um
dos mais famosos é o artista plástico Silvio
Botelho, conhecido como o Pai dos Bonecos Gigantes. Em seu ateliê, localizado na
rua do Amparo, é possível conhecer parte
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viagem | VidaBosch | 7
Leo Caldas/kino.com.br
ga ao Alto da Sé, onde encontra uma das
vistas mais bonitas do Recife. De lá, pode-se acompanhar o pôr-do-sol comendo uma tapioca de coco e queijo coalho e
tomando uma água de coco. Ainda no Alto
da Sé, vale a pena conhecer o artesanato
local nas diversas lojinhas e barracas que
se espalham pela região. A orla de Olinda,
recentemente revitalizada pela administração municipal, oferece boas alternativas
de bares e restaurantes, que têm em seu
cardápio opções de carnes, aves, peixes
e frutos do mar.
Mais informações
Litoral Norte
Praia de Maria Farinha,
a 25 quilômetros do Recife,
é bastante procurada pelos
praticantes de esportes náuticos.
Quando a maré baixa, formam-se
piscinas naturais que propiciam
um delicioso banho de mar
dos 150 personagens que fazem na terçafeira de Carnaval um dos momentos mais
marcantes do festejo em Pernambuco: o
Desfile dos Bonecos Gigantes.
Partindo dos Quatro Cantos e subindo
a Ladeira da Misericórdia, o visitante che-
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Saindo de Olinda, o motorista pode pegar
a rodovia PE-15 (recentemente triplicada)
e depois a PE-22 (esta duplicada) e chegar
a uma das mais agradáveis praias do litoral
norte da Região Metropolitana do Recife:
Maria Farinha. Pertencente ao município
de Paulista, a praia fica a 25 quilômetros da
capital e é bastante procurada para a prática de esportes náuticos. Quando a maré
baixa, piscinas naturais se formam, o que
propicia um delicioso e tranqüilo banho
de mar. Maria Farinha conta ainda com o
Veneza Water Park, um centro de lazer com
diversas piscinas e tobogãs distribuídos
numa área de 90 mil metros quadrados,
com diversão para todas as idades.
Outra ótima opção para visitar é a Ilha
de Itamaracá. Ela está a apenas 49 quilômetros do Recife, e seu acesso pode ser por
terra (pela BR 101 e depois pela PE 35) ou
pelo mar, pegando um catamarã na praia de
Maria Farinha. A área é separada do continente pelo canal de Santa Cruz, e a passagem
para a ilha se dá através da ponte Getúlio
Vargas, no município de Itapissuma.
Mesmo aqui é possível encontrar a mistura de natureza estonteante e história.
A ilha tem belas praias, como a Enseada
dos Golfinhos, do Sossego e Fortim, e também monumentos históricos como o Forte
Orange (1631). Mas certamente um de seus
principais atrativos é a Coroa do Avião,
uma ilhota localizada perto da costa e à
qual só se vai de barco. O local, que serve
de ponto para diversas aves migratórias,
também é delicioso para tomar um banho
de mar e comer um camarão ao alho e óleo
feito na hora.
Onde se hospedar
• Recife
Beach Class Suítes
Av. Boa Viagem, 1906, Boa Viagem
Tel: (81) 2121-2626
www.atlantica-hotels.com
• Olinda
Hotel Sete Colinas
Ladeira de São Francisco, 307, Carmo
Tel: (81) 3493-7766
www.hotel7colinas.com.br
• Maria Farinha
Hotel Amoaras
Rua Amoaras Resort, 525, Pontal de
Maria Farinha | Tel: (81) 3436-1221
www.hotelamoaras.com.br
Onde comer no Recife
• Bargaço
Av. Boa Viagem, 670, Boa Viagem
Tel: (81) 3465-1847 (aberto das 12h
à 0h, dom. a qui. / 12h à 1h, sex. e sáb.)
• Biruta Bar
Rua Bem-te-vi, 15, Brasília Teimosa
Tel: (81) 3326-5151
• Parraxaxá
Av. 17 de agosto, 807, Casa Forte
Tel: (81) 3268-4169 (aberto das 11h30
às 22h, seg. a sex. / 6h às 22h, sáb. e dom.)
Rua Baltazar Pereira, 32, Boa Viagem
Tel: (81) 3463-7874 (aberto das 11h30 às
23h, seg. a dom. / 6h às 23h sex. e sáb.)
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8 | VidaBosch |
eu e meu carro
Ricardo Ayres/Photocamera
Motorista nota 10
A atriz Babi Xavier
conta que nunca se envolveu
em acidente, aplica
tudo o que aprendeu
na auto-escola e passou
‘com louvor’ pelas revisões
periódicas
eu e meu carro.indd Sec1:8
A
atriz Anna Bárbara da Fontoura Xavier, ou simplesmente Babi Xavier,
usa ao volante os mesmos dotes que exibe
ao atuar: concentração e responsabilidade.
“Adoro dirigir. Sou muito confiante, mas
também atenta. Procuro aplicar tudo o que
aprendi na auto-escola. Respeito os outros
no trânsito e paro o carro para dar passagem”, conta ela, em meio aos intervalos de
gravação da novela “Vidas Opostas”, da
Rede Record, que estrelou pouco depois
de encerrar sua participação em “BangBang”, na Globo. “Nunca me envolvi em
acidente algum”, afirma, e completa com
bom humor: “Dizem que quem dirige no
Rio dirige em qualquer lugar, porque aqui
as pessoas são muito apressadas”.
Embora seja aficionada por automóveis
e por velocidade, Babi, de 32 anos, segue
na contramão da ostentação, freqüente no
mundo artístico. Ter o carro do ano não é
sua prioridade. “Para mim, o que importa é
que ele tenha um excelente motor de arranque, que seja veloz. Ele tem de funcionar,
me tirar do trânsito. Mas o mais importante
é que seja possível pagar o seu seguro”, diz
a atriz, que faz questão de cuidar pessoalmente de seu jipe esporte Cherokee preto,
ano 99. “Passei pelas revisões periódicas
com louvor”, afirma com o riso na voz, sua
marca registrada.
Nascida em julho de 1974, em Niterói
(RJ), Babi adora guiar no trânsito nervoso
do Rio de Janeiro — onde reside atualmente
—, sempre em companhia de boas músicas,
uma de suas grandes paixões. Aliás, quem
não se lembra de suas investidas no ramo
fonográfico, que resultaram no lançamento do disco “Do Jeito Que Eu Quero” (Universal)? “Mas tive problemas ao transitar
3/12/07 11:33:52 AM
| Por Adriana Cortez
nesse meio. Encontrei muito preconceito e resistência”, comenta, referindo-se à
rápida passagem como cantora. “É como
se as pessoas dissessem: como pode ser
apresentadora, atriz e também querer cantar?”. Ela afirma que é possível, sim, e que
versatilidade não lhe falta.
Disposição, pelo menos, Babi Xavier
tem de sobra. Ela não pára nem quando
está no trânsito. Coloca as músicas de que
gosta e vai organizando o seu dia no telefone celular, conciliando seus compromissos com os horários em que o trânsito
está mais livre.
“Eu já fiquei várias vezes presa em congestionamentos, é uma sensação de impotência danada. Isso é tão irritante que procuro evitar de todo jeito, nem que eu tenha
de dirigir de madrugada”, comenta. “Carro
para mim é sinônimo de liberdade”, defende Babi, que foi apresentadora do “MTV
Erótica” e do “Programa Livre” (SBT), e que
planeja voltar a atuar nessa área.
Sem ar, nem pensar
Além de som, para Babi ar-condicionado
é outro item que não pode faltar em um
automóvel. “Com o calor que faz no Rio, o
tráfego pesado e a violência, hoje em dia
não dá para ficar sem”, conclui a atriz, que
prefere os carros de cor escura ou prata
e os grandes e altos. “Assim, vejo todo o
trânsito e tenho um pouco mais de controle da situação.”
Conhecendo esses detalhes de sua vida
e sabendo que ela faria um curso de Mecânica, é de se imaginar que Babi tenha
tirado a habilitação logo que completou
18 anos. Nada disso. Ela só conquistou esse
direito aos 21. “Como não tinha condições
de comprar um automóvel, achei melhor
deixar mais para frente, quando tivesse
dinheiro também para pagar as aulas na
auto-escola”, conta. Um pouco antes, porém, seu ex-marido, o publicitário Marcello
Mendes, com quem esteve casada por cinco
anos, foi seu professor particular e grande
incentivador. “Devo muito ao Marcello. Ele
me emprestava o seu Golf 95, do ano, davame dicas e ensinava-me alguns macetes.
Com ele, aprendi que dirigir é controlar
a própria vida, é ter responsabilidade e
prazer ao mesmo tempo.”
eu e meu carro.indd Sec1:9
A Bosch na sua vida
Arquivo Bosch
“Ar-condicionado” para o motor
Encarar um congestionamento no Rio
de Janeiro é um desafio não só à paciência da Babi, mas também à resistência de sua Cherokee. O sol, o ar quente
e sobretudo a queima de combustível
no motor aumentam a temperatura
debaixo do capô. Esse aquecimento
precisa ser controlado para que não
cause danos à mecânica do carro.
Na maioria dos automóveis, o controle
da temperatura é feito por um sistema
no qual a água circula constantemente,
passando pelo motor e pelo radiador.
Quando o veículo não está em movimento ou o ar que entra pela grade
não é suficiente para resfriar a água, a
ventilação é produzida artificialmente,
o que é feito pela ventoinha (ou módulo
de arrefecimento).
A ventoinha é acionada sempre que o
termostato identifica altas temperaturas na água no motor — o que acontece
freqüentemente assim que o carro pára.
Mas a tendência é que fique cada vez
mais difícil para o motorista se lembrar da ventoinha. Parte da frota de
carros no Brasil já sai de fábrica com
o Módulo de Alta Eficiência da Bosch
— que gera mais ar e menos ruído. O
componente, que também está disponível no mercado de reposição, ainda
tem como diferencial a leveza e o baixo
consumo de corrente elétrica.
Som com meio caminho andado
Para quem gosta de música, carro
bonito e é detalhista como a Babi, a
Blaupunkt, marca do Grupo Bosch,
criou a linha de alto-falantes High Power, que possui a mesma qualidade
da linha Standard, mas tem um design
mais arrojado e potência superior. Os
componentes são ideais para quem
quer personalizar o carro, pois são
feitos em polipropileno (um material
leve e resistente) e possuem detalhes
em preto e prata.
A Blaupunkt disponibiliza no mercado
brasileiro quatro modelos de alto-falantes na linha High Power: os coaxiais
(com uma saída para graves e médios
e uma para sons agudos); os triaxiais
(com uma saída para sons graves, uma
para médios e outra para agudos); os
triaxiais ovais (que têm a mesma estrutura dos triaxiais normais, mas são
maiores e mais potentes); e os kits
componentes (também conhecidos
como kits duas vias, que possuem um
par de midbass, para sons médios e
graves, e um par de twiters, para sons
agudos).
Além dos alto-falantes, a linha High
Power desenvolveu um subwoofer
que já vem em uma caixa acústica. A
vantagem é que o consumidor gasta
menos na instalação e tem a garantia
de que o equipamento terá melhor
performance.
Arquivo Bosch
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torque e potência
G.Evangelista/OpçãoBrasil
10 | VidaBosch |
Mais tecnologia, menos poluição
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| Por Maíla Mortoni
Tachados de vilões do ar no trânsito, caminhões e ônibus adotam dispositivos
que beneficiam o meio ambiente. Redução das emissões foi de 97% em 11 anos
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12 | VidaBosch |
torque e potência
sxc.hu
Ô
nibus e caminhões costumam ser
vistos como os grandes sujismundos
do ar das metrópoles. Se é verdade que eles
poluem mais que automóveis e motocicletas, os modelos mais novos há muito incorporam dispositivos que ajudam a diminuir
a produção de gases nocivos. O resultado
é que, desde 1986, o Brasil conseguiu reduzir em 97% a emissão de poluentes por
veículos pesados movidos a diesel — um
desempenho só superado pelos Estados
Unidos e pela Europa.
Essa performance deve-se principalmente a um projeto federal de redução
de emissões: o Programa de Controle da
Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), implantado há 11 anos. Ele
impôs uma série de metas de diminuição
de poluentes e criou uma categoria específica para os veículos pesados movidos a
diesel — uma frota de 1,5 milhão de veículos
no Brasil. Essa especificidade tem razão
de ser: o diesel é o combustível veicular
mais nocivo à saúde humana e o que mais
contribui, nas grandes metrópoles, para
produção de fumaça preta (monóxido de
carbono, hidrocarbonetos não-oxidados
ou parcialmente oxidados, óxidos de nitrogênio e material particulado).
O programa, criado pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), fixa
prazos e limites máximos de emissão. Por
exemplo: para a emissão de monóxido de
carbono (CO), um gás tóxico, o cronograma
prevê redução de 14 gramas por quilowatt
hora, quantidade emitida em 1993, para
2,1, na fase atual.
O Brasil também segue normas internacionais que obrigam que os parâmetros de
engenharia do motor e do veículo passem
por análise, e que sejam feitos ensaios de
laboratório nos quais as emissões de escapamento são quantificadas e comparadas
aos limites máximos em vigor.
Inovações tecnológicas
As exigências da legislação ajudaram a deflagrar inovações tecnológicas que reduzem a poluição dos veículos a diesel. Num
primeiro momento, entraram dispositivos
como catalisador e injeção eletrônica. Agora,
estão sendo feitas modificações adicionais
que incluem adoção de dispositivos que
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Redução
de poluentes
foi determinada
por programa
do governo
adotado
em 1986
reduzem a emissão de fumaça preta (veja
quadro na página o lado) e introdução de
sistemas bicombustíveis (veja quadro na
página 37).
A Volkswagen, por exemplo, optou por
motores de gerenciamento eletrônico, aplicação mais robusta e confiável que os sistemas existentes e plataforma para atender
às próximas fases do Proconve, explica o
supervisor de Power Train da Volkswagen
Caminhões, Eduardo Lázaro.
A Mercedes-Benz, líder na venda de ônibus e caminhões no mercado brasileiro,
incorporou motores menos poluentes em
sua linha de microônibus, ônibus e caminhões extrapesados (capacidade de carga
maior que 40 toneladas). Alguns modelos
vêm com alterações nos cilindros para reduzir o consumo de óleo lubrificante. Para
melhorar a queima de combustível, houve
modificações na câmara de combustão e
adoção de novos bicos injetores.
Outra montadora, a Scania, passou a usar
uma tecnologia que, ao analisar dados como rotação do motor, pressão do turbo,
pressão de óleo e temperatura do líquido
de arrefecimento, permite uma injeção
mais precisa, com conseqüente redução
da emissão de poluentes.
Mario Massagardi, diretor de engenharia
e de vendas da divisão Diesel Systems, da
Bosch, destaca que é preciso atentar para
um detalhe: todo controle de tecnologias
tem sido feito em veículos novos. Massagardi salienta que a frota brasileira de caminhões e ônibus tem, em média, 18 anos.
Apesar de existir muitos modelos zero quilômetro rodando pelas ruas, ainda há um
número muito maior de veículos pesados
com mais de 30 anos de serviço.
Para o meio ambiente, esse perfil é desastroso: um veículo fabricado no início da
década de 90 polui dez vezes mais do que
um novo. Como a renovação periódica da
frota envolve dificuldades financeiras, é
preciso pensar não só no desenvolvimento de novas tecnologias, mas também na
evolução dos combustíveis.
Desde o início do Proconve, a Petrobras
investiu cerca de US$ 750 milhões na construção de unidades de hidrotratamento em
refinarias, para produzir um óleo diesel
com menor teor de enxofre, seguindo os
critérios internacionais de qualidade. Nos
últimos dez anos, de acordo com o relatório
de desempenho de gestão de emissões atmosféricas da empresa, a proporção dessa
substância caiu de 13 mil para 2 mil partes
por milhão (característica do diesel distribuído em 70% do mercado brasileiro).
“Quando falamos de tecnologia, citamos
apenas os zero quilômetro. Mas, quando
3/12/07 11:39:04 AM
torque e potência | VidaBosch | 13
Petrobras deve investir US$ 3
bilhões até 2009 para produzir
diesel menos poluente – iniciativa
fundamental para reduzir poluição
gerada por caminhões antigos
atualizamos o combustível, atingimos o carro
novo e o mais antigo, que ainda é a maioria
em circulação”, destaca Massagardi.
O engenheiro Alexandre Parker, do Departamento de Planejamento Estratégico
da Volvo, afirma que, se em pouco tempo
não houver diesel apropriado, será difícil cumprir a próxima etapa do Proconve
(equivalente à norma européia chamada
Euro 4). “Sem o combustível correto, fica
impossível manter a durabilidade e funcionalidade do veículo”, defende.
Na avaliação de Luso Ventura, diretor
de Comissões Técnicas da Sociedade de
Engenheiros da Mobilidade (SAE), o Brasil já deveria ter começado a agir como os
países desenvolvidos, incentivando a renovação da frota de veículos comerciais
e implantando um programa rígido de
inspeção veicular. “Esses procedimentos seriam muito mais baratos para o país
e até gerariam lucros, pois o número de
acidentes decorrentes de condições precárias dos veículos iria diminuir.”
Melhoria nas metrópoles
A melhoria da qualidade do diesel beneficiaria sobretudo as grandes metrópoles,
que formam 7% do território brasileiro,
mas concentram mais de 60% da frota e
do comércio de combustível, observa o engenheiro Gabriel Branco, coordenador da
implantação do Proconve.
Ele ressalta que a Petrobras está seguindo parâmetros mundiais e investirá, até a
chegada da nova norma, em 2009, mais de
US$ 3 bilhões para reduzir o nível de enxofre no diesel. Porém, refinarias menores
ainda relutam em se adequar a esses conceitos. Ele recorda a época da instalação
de catalisadores nos automóveis, em 1992.
“Houve uma grande discussão em torno do
chumbo composto na gasolina, que danificaria o produto, assim como aconteceu nos
EUA. Mas, com um simples acordo com a
Petrobras, o chumbo foi cancelado de um
dia para o outro e não tivemos nenhum
problema desse tipo no Brasil.”
Otimista, Branco aposta que, assim como aconteceu com o chumbo, o enxofre
também desaparecerá do mercado com a
implantação da nova fase do programa de
controle de emissões.
Arquivo Bosch
A Bosch na sua vida
Um passo a mais no combate à poluição
Para cumprir as normas brasileiras atuais de controle de poluição em veículos diesel, foi necessário desenvolver motores
e sistemas de injeção mais eficientes. Com isso, conseguiu-se
reduzir as emissões de monóxido de carbono e hidrocarbonetos. Para a próxima fase do Programa de Controle da Poluição
do Ar por Veículos Automotores (Proconve), porém, será preciso diminuir com maior intensidade o lançamento de outros
dois poluentes: óxido nitroso (um dos gases causadores do
agravamento do efeito estufa) e materiais particulados (ou
torqueepotencia91.indd Sec1:13
fuligem, aquela fumaça preta que sai do escapamento).
Esse próximo passo requer melhorias que vão além do momento da combustão e envolvem um dilema: um motor calibrado
para produzir menos óxido nitroso acaba liberando mais fuligem, e vice-versa.
A solução para esse problema veio de dispositivos como o
Denoxtronic, da Bosch, que reduz as emissões de óxido nitroso em até 85% e a de materiais particulados em até 40%.
Assim, o veículo torna-se apto a cumprir as normas européias
e a fase seis do Proconve, que entra em vigor em 2009.
O Denoxtronic permite que o motor seja calibrado para reduzir a geração de fuligem durante a combustão – em contrapartida, a produção de óxido nitroso aumenta. É sobre essa
substância que o sistema age: ele injeta uréia, que, na temperatura do escapamento, transforma-se em amônia e, dentro
do catalisador, converte o óxido nitroso em nitrogênio (um
gás inofensivo) e água.
O ganho não é só no combate à poluição. “Ao permitir que o
motor produza menos material particulado, o sistema torna
possível uma regulagem que traz ganhos de potência e diminui
o consumo”, afirma Arsênio Flexa, assessor de Desenvolvimento de Produto da Bosch.
O Denoxtronic está disponível no mercado europeu. No Brasil,
deve chegar em 2009, já na versão mais moderna: o Denoxtronic 2, o único no mercado que não usa ar-comprimido para
pulverizar a uréia – o que dispensa alterações no sistema de
ar-comprimido do veículo.
3/12/07 11:39:46 AM
14 | VidaBosch |
casa e conforto
Encanto verde
casa e conforto9.indd Sec1:14
3/12/07 11:41:23 AM
| Por Nathalia Barboza
Gil Fialho
Árvores frutíferas, plantas com aroma, flores coloridas e espécies
tropicais mostram que um jardim faz muito mais do que enfeitar a casa
casa e conforto9.indd Sec1:15
3/12/07 11:42:33 AM
16 | VidaBosch |
casa e conforto
Ao se fazer
um jardim na
varanda de um
apartamento,
é preciso levar
em conta o
pé-direito,
que determina
o porte das
plantas, observa
a paisagista
Susana Udler
(à esquerda)
N
o primeiro dia de aula com o jardineiro Bigode, Tistu descobre um
dom excepcional: tem o dedo verde – o que
significa que basta um toque de seu polegar para que surjam plantas e flores onde
quer que ele encoste. Para quem não tem
o dom do sortudo Tistu, protagonista do
livro “O Menino do Dedo Verde”, de Maurice
Druon, a tarefa de criar um jardim bonito
pode até ser mais árdua, mas não menos
prazerosa.
“Num mundo urbano cada vez mais vertical, qualquer vasinho é uma conquista”,
comenta a paisagista Susana Udler. Sobretudo nas varandas de apartamentos. Nesses
locais, a área disponível é apenas um dos
detalhes que precisam ser observados. O
pé-direito determina o porte das plantas.
casa e conforto9.indd Sec1:16
A incidência solar (de que lado vem o sol) e
a iluminação (há edifícios que tapam a luz
solar) também contam, além da presença
de vento e de umidade.
“É preciso considerar a profundidade da
raiz de uma planta adulta, para que ela não
rompa o piso, sobretudo de lajes”, adverte
Marcella Ocke, professora de pós-graduação em Paisagismo do Centro Universitário Senac-SP. É preciso cuidado também
ao optar por proteger o local com vidros.
“Uma varanda é quase sempre muito seca
e, se tiver vidro, ele pode atuar como uma
lente, amplificando os raios que queimam
as plantas”, alerta Susana.
E a vegetação na sacada não serve apenas
para ser apreciada. Ela pode ter a função
de disfarçar a vista. É o caso de um pro-
jeto de Susana para uma varanda que dá
de frente para torres de energia elétrica.
“Com plantas, painéis e um jogo de espelhos, foi possível redefinir a paisagem dos
moradores para algo muito mais agradável”, conta a paisagista.
Para quem o limite de espaço não é um
problema, uma área verde pode fazer ainda
mais diferença. Um jardim é sinônimo de
experiências sensoriais, prega Benedito
Abbud, um dos mais prestigiados paisagistas do Brasil. Em seus projetos, ele aguça o
olfato e o paladar dos moradores por meio
da mescla de plantas de fortes aromas com
espécies frutíferas, chás e temperos. Além
disso, destaca, árvores frutíferas são meios
interessantes para atrair passarinhos e
chamar a atenção das crianças.
3/12/07 11:43:20 AM
casa e conforto | VidaBosch | 17
Fotos Rachel Guedes
Jardim pode estimular
o olfato (com plantas de aroma
agradável), o paladar (com
árvores frutíferas), o olhar
(com a mescla de claro e escuro)
e até o tato (por meio de
espécies com diferentes texturas)
Já a visão é exaltada pelas cores e pelos
tamanhos dos espaços. Aí, o truque pode
ser transformar o que era um corredor estreito quase sem graça em uma espécie de
túnel de bambus que se abrem para uma
ampla praça. “Buscamos promover diferentes sensações — fechado, aberto, claro
e escuro — para surpreender”, afirma.
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O tato é estimulado por plantas de diferentes texturas, enquanto os sons da própria vegetação, do vento e da água — esta
sempre presente em suas criações — atiçam
a audição. “Espelhos d’água, fontes e cascatas são calmantes e disfarçam o barulho
da rua”, salienta.
Benedito Abbud também explora outros elementos da natureza: terra, em dunas; fogo, em tochas, piras e fogueiras; e ar,
criando tamanhos diferentes de espaços
onde se instalam “bolhas” de ar para as
pessoas circularem. “O intuito é promover a qualidade de vida, permitir que as
pessoas relaxem”, afirma.
“Seja como for, o importante é evitar o
excesso que tire a fisionomia do projeto
ao apelar para elementos demais”, anali-
sa Cláudio Carvalho Tavares, engenheiro
agrônomo, paisagista e professor da Escola
Paulista de Paisagismo.
Beleza tropical
Para os brasileiros, a tarefa de escolher as
espécies que vão compor o jardim ganha
uma bem-vinda ajuda dos trópicos. “Existe uma tendência de valorizar as espécies
brasileiras e tropicais, assim como os materiais naturais, resgatando a identidade
da cultura brasileira”, afirma o paisagista
Gil Fialho, mestre em usar plantas “brasucas” que, em geral, têm folhas maiores,
mais exuberantes. “Um jardim bonito é um
jardim com espécies tropicais que atraiam
aves e aproximem o homem da natureza”,
sentencia.
3/12/07 11:44:17 AM
18 | VidaBosch |
casa e conforto
Gil Fialho
Cada vez mais
valorizadas,
espécies
tropicais
ajudam a dar
exuberância ao
jardim
“A dica para compor jardins tropicais é
plantar as espécies maiores junto das divisas e fronteiras do lote e, sobre a sombra
delas, as espécies menores e mais sensíveis
à insolação. O segredo é observar a natureza e a paisagem do entorno onde será
implantado o jardim”, recomenda.
Embora todas as espécies sejam importantes e tenham seu lugar nos diferentes
estilos de jardim, é inegável o papel de destaque que as flores exercem, seja por suas
cores, seu formato ou perfume. Segundo
a paisagista Maria Antonia Duailibi, para ter um jardim colorido o ano inteiro é
necessário fazer um rodízio de espécies
e escolher aquelas que floresçam em épocas diferentes.
Dentre as flores que brotam na primavera, Maria Antonia destaca narcisos, lírios do Amazonas, bocas-de-leão, jasminsdos-poetas, lágrimas-de-cristo, agapantos
e manacás-da-serra. Das flores de inverno,
os destaques vão para a azulzinha, o clorodendro, a sálvia, a flor de São João e a prímula. Já no verão, as opções vão de gerânio,
sanvitália, heliconia amarela, lírio branco
e amaranto até o óbvio girassol. No outo-
casa e conforto9.indd Sec1:18
no, opte pela abélia, pela azaléia ou pela
popular maria-sem-vergonha. Há ainda
espécies que florescem quase o ano todo,
como os crisântemos e as margaridas.
Ainda assim, não basta mesclar flores que
brotam em estações diferentes. A escolha
das cores é fundamental. “Cores quentes,
como o vermelho e o laranja, dão as sensações de proximidade e calor e podem sugerir que um lugar pequeno pareça menor
ainda. Ao contrário, as cores frias remetem
à amplidão”, salienta Cláudio Tavares.
Elaboração do projeto
A execução de um jardim até pode ser feita por partes, mas é importante que tenha
como base um projeto paisagístico. O cálculo sobre os gastos para formar a área
verde não deve levar em conta só o porte
das mudas — as mais crescidas são mais
caras. Um gramado, por exemplo, deixa a
execução do projeto mais acessível, mas
torna sua manutenção dispendiosa (precisa de podas, adubações e limpezas periódicas). Para áreas em que as pessoas não
vão transitar, uma opção é usar forrações,
como begônias, que crescem mais que a
grama comum. O orçamento também cai
se as mudas forem adquiridas em centros
de distribuição (Ceasas).
Na compra dos compostos que ajudam
a melhorar a qualidade do solo, a engenheira agrônoma da Associação Brasileira
das indústrias de Substratos, Fertilizantes Orgânicos e Condicionadores de Solo
(Abisolo), Susana Gazire, ensina que, em
caso de canteiros sobre lajes, a utilização
do substrato traz vantagens em relação à
terra, sobretudo porque sua densidade é
muito menor, pesando menos sobre o piso.
Recomenda-se também optar por adubos
naturais, como “humos de minhoca”, que
não agridem a natureza e deixam as plantas bonitas e fortes.
As características dos moradores e o
uso que o jardim terá também importam
na hora de criar o ambiente perfeito. “Será
um jardim social, para um café-da-manhã
na varanda, ou um lugar de quietude, de
observação, meditação, passeio ou ainda
extroversão?”, questiona Susana Udler. “Tem
gente que não quer um jardim com cheiros,
que não gosta de uma cor e tem birra com
determinada planta”, exemplifica.
3/12/07 11:44:56 AM
casa e conforto | VidaBosch | 19
Flores de cores “quentes”, como
o vermelho e o laranja, podem
sugerir que um lugar pequeno
pareça menor ainda.Cores frias
ajudam a dar impressão de amplidão
Entretanto, cada projeto paisagístico é
sempre único. “Paisagem não é algo estático,
pois as plantas vão crescendo, se modificando”, lembra Marcella Ocke. Nesse sentido, a parceria com a arquitetura torna-se
indispensável. “O profissional tem que ser
chamado o quanto antes, na construção do
imóvel, se possível. Assim, fica mais fácil
planejar tudo e solicitar um rebaixamento
de piso, tubos de fiação e pontos de iluminação, por exemplo”, justifica.
O casamento de arquitetura e paisagismo é especialmente importante porque um
jardim, claro, não é composto só de plantas.
Os acessórios podem incluir seixos industrializados, que não agridem a natureza,
assim como as madeiras certificadas, que
esquentam o ambiente e lhe dão uma sensação de aconchego. “Em primeiro lugar,
deve-se avaliar quais as possibilidades de
uso do jardim. Um deque, por exemplo,
favorece o uso de uma mesa para refeição
ao ar livre ou de um futon para relaxar. Já
uma pérgula promove o sombreamento e
permite o plantio de trepadeiras”, explica
Gil Fialho. “As peças precisam compor e
remeter à decoração interna da residência,
criando uma continuidade. Para o jardim,
elas deverão ser resistentes ao tempo”, completa. “A iluminação artificial também é um
fator importante do projeto. Com técnicas
simples, consegue-se valorizar e dar utilidade ao espaço mesmo à noite”, comenta
Marcella.
Inimigos naturais
O jardim, porém, pode ser ameaçado por
dois inimigos naturais — não as pragas, porque contra elas há remédio. Os especia-
listas sentenciam: “jardim não rima com
cachorro”. Segundo eles, na maioria das
vezes, o morador terá de escolher um dos
dois, sobretudo se o animal é um filhote
hiperativo. “Manter os dois é uma opção.
Mas o dono precisa saber que haverá buracos e muitas plantas não vão sobreviver”,
justifica Susana Udler.
Outro problema incontornável é a falta
de luz natural. “Não há planta que sobreviva sem luz natural. Elas precisam de, ao
menos, quatro ou cinco horas de sol por
dia”, alerta a paisagista. “Jardim debaixo
de escada, sem um mínimo de iluminação
natural diária, é bobagem. Prefira uma escultura”, concorda Marcella Ocke.
Para ela, plantas saudáveis não só são
bonitas de se ver mas também afetam o estado de espírito das pessoas. “Um jardim
bonito reflete na alma da gente. É algo subliminar, a gente não se dá conta.” Assim
como ninguém se dava conta de que Tistu,
o menino do dedo verde, era um anjo.
Beleza com segurança
O planejamento de um jardim deve levar em
conta não só o paisagismo, mas também a
segurança. Para evitar surpresas, o ideal é
instalar dispositivos contra intrusão.
A Câmera Móvel IP – Geração 4, fabricada pela Bosch, é ideal para esse tipo
de local. Ela se movimenta num ângulo
de até 18 graus, para cima e para baixo,
o que permite monitorar também o topo
das árvores. Além disso, o modelo tem a
função AutoTrack, que detecta qualquer
movimento, amplia o alvo e o segue. Para
evitar que um simples balanço de folhas
dispare o dispositivo, é possível selecionar
alguns pontos em que o deslocamento
não precisa ser detectado.
Para completar a segurança do jardim,
pode-se instalar detectores de invasão. As
barreiras fotoelétricas DS453Q e DS455Q,
da Bosch, controlam a circulação por meio
de quatro raios infravermelhos. O aparelho
é composto por um emissor e um receptor.
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Arquivo Bosch
A Bosch na sua vida
Quando um dos quatro feixes é interrompido, o receptor aciona um alarme.
O disparo dos dispositivos pode ser programado. “Uma folha que cai vai interromper
um feixe de cada vez. A programação pode ser feita para que, no jardim, o alarme
só dispare quando todos os raios forem
interrompidos ao mesmo tempo”, explica
o gerente de projetos da Divisão de Sistemas de Segurança da Bosch, Marcos
Menezes. Ele destaca ainda outra vantagem do dispositivo: não atrapalha a vista
para as plantas. “Com a barreira, se faz um
muro sem paredes. Ela forma uma grade
invisível que não é visualmente agressiva”, destaca.
3/12/07 11:45:44 AM
| VidaBosch| saudável
| saudáveleegostoso
gostoso
2020| VidaBosch
No copo,
o melhor da fruta
Suco concentra nutrientes e permite mesclar vitaminas de diferentes fontes
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Rachel Guedes
| Por Carina Martins
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3/12/07 11:48:27 AM
22 | VidaBosch |
saudável e gostoso
Rachel Guedes
Feito em
liquidificador,
espremedor
manual ou
em modernos
processadores,
sucos têm
sempre o mesmo
objetivo: matar
a sede com
sabor e muitas
vitaminas
saudavel9OK.indd Sec1:22
3/12/07 11:49:13 AM
saudável e gostoso | VidaBosch | 23
A
história do suco provavelmente começou quando Adão e Eva sentiram
pela primeira vez o sumo do fruto proibido
escorrendo por sua boca e garganta. Não é
possível estabelecer historicamente o início
do hábito de extrair das frutas o que têm de
mais doce e refrescante. Isso, obviamente,
porque o suco integra os alimentos, e o primeiro contato do homem com a substância,
se não exatamente no Jardim do Éden, foi
certamente na primeira mordida dada em
um fruto não à toa descrito como suculento
— ou seja, cheio de suco.
Desde então, o processo se popularizou
e industrializou: o suco que vai à mesa do
homem contemporâneo pode vir de um
simples espremedor manual ou até de um
belo apertão na laranja madurinha. Pode
vir de elaboradas misturas feitas no processador elétrico ou liquidificador. Pode
vir de uma caixinha, pasteurizado e longa
vida. Do pacotinho congelado que contém
a polpa de uma fruta que só nasce do outro
lado do mundo. Da garrafinha à qual basta
acrescentar água. Do refresco em pó. Tudo
com o mesmo objetivo: matar a sede com
sabor e muitas vitaminas.
O suco pode servir de base para sobremesas e molhos, mas sua função mais nobre
é ainda a mais simples: uma bebida natural de infinitas combinações de sabores e
concentração de ingredientes, que às vezes
mais parece prato principal.
As combinações podem ser exóticas, ousadas e até servir a propósitos específicos.
Ao extrair de frutas e vegetais apenas seu
sumo, um copo acaba contendo o equivalente a várias unidades de frutas, bem mais
do que alguém comeria na sobremesa, por
exemplo. Por isso, geralmente são verdadeiros tônicos de nutrientes concentrados.
Alimentam e hidratam.
E, enquanto alguns torcem o nariz para
saladas, legumes e até algumas frutas, não
há quem não goste de um suco geladinho.
Com todas essas características, não é surpresa que os nutricionistas sejam tão fãs
da bebida. Amélia Duarte, nutricionista
que cuida da alimentação de, entre outros,
o pugilista Popó, cria sucos para todas as
necessidades, pensando nas propriedades
de cada alimento. E não tem medo de levar
legumes à mistura. Seu suco antioxidante
saudavel9OK.indd Sec1:23
faz o maior sucesso: rico em betacaroteno,
vitamina C e cálcio, leva cenoura, beterraba, couve e hortelã, misturados a uma base
de laranja e abacaxi.
Amélia também tranqüiliza aqueles que
temem as calorias. Para ela, quem está de
dieta não precisa cortar o suco: “Basta acrescentar água e gelo para diluir o suco de laranja, por exemplo”. Outra dica é usar água
de coco como base de sucos de vegetais,
legumes, ou frutas pouco calóricas. E, se
você quer transformar o suquinho de todos os dias em uma avalanche nutricional
feita sob medida para seu paladar, Amélia dá o caminho das pedras: basta fazer
experiências com ingredientes de cores
bem variadas. Isso geralmente indica nutrientes distintos.
Mas se os benefícios para a saúde nem
sempre precisam ser o único objetivo. Criar
e degustar novas misturas pode ser uma
aventura gastronômica sofisticada.
Os sucos do chef Beto Pimentel são famosos internacionalmente. Para fazer um
bom suco, explica, é preciso antes de tudo
observar a origem dos ingredientes. Os
dele vêm sempre de seu pomar: “Só uso
fruta orgânica, sem agrotóxico, sem adubo químico. É preciso também conhecer o
ponto de cada fruta. Algumas são boas bem
maduras, outras não podem amadurecer
demais”, explica.
Ele sugere também escolher frutas que
tenham características diferentes entre si,
ou seja, não misturar ácido com ácido ou
doce com doce, nem usar algo de sabor
dominante demais, que possa esconder
o paladar dos ingredientes mais neutros.
O fundamental, destaca, é experimentar.
“Cozinha é costume e paladar. A gente desenvolve, mas nasce também. É como um
enólogo: não se faz da noite para o dia.”
É bom lembrar que suco mesmo é o da
fruta, de preferência feito em casa. Pós,
refrescos e néctares comprados prontos
perdem em nutrição e sabor — e geralmente
ganham em açúcar e conservantes. Esse é
o único aspecto do suco em que é melhor
não inventar moda.
De resto, é fazer como Adão e Eva: extrair o melhor de todas as árvores do paraíso. Agora com a ajuda do processador.
E sem pecado.
A Bosch na sua vida
Arquivo Bosch
Garantia de suco saboroso
Para aproveitar o restinho de verão,
nada melhor do que sentar em um
local bem agradável de sua casa e
saborear um copo de suco. Para que
tudo fique perfeito, é preciso, claro, que a bebida seja feita de fruta fresca – quer coisa pior que no
primeiro gole descobrir que a fruta
estava passada?
A linha de refrigeradores Bosch Space
oferece um espaço para que as frutas
recebam maior atenção. Com uma
gaveta extra para frutas, é possível
controlar melhor a qualidade delas.
O dispositivo permite também uma
maior organização e o armazenamento
de uma quantidade maior de frutas,
além de proporcionar um acesso fácil,
que pode ser um incentivo para que
as crianças finalmente se interessem
pelas guloseimas saudáveis.
Outra vantagem das geladeiras da
linha é o conjunto de prateleiras antiderramamento. Mais resistentes e
mais fáceis de limpar, elas têm um
desenho inovador que impede que os
líquidos se espalhem pelo refrigerador
em caso de derramamento.
A linha Bosch Space foi lançada no
fim de 2006 e se destaca por apresentar os maiores refrigeradores do
mercado — eles têm até 34 litros a
mais que os outros.
3/12/07 11:49:48 AM
24 | VidaBosch |
saudável e gostoso
Mágica com
frutas da casa
O chef Beto Pimentel cria sucos inusitados com
ingredientes colhidos no pomar de seu restaurante
E
le é formado pela Escola Superior de Agronomia Luis de
Queiroz, da USP, o que explica a intimidade com os ingredientes que vêm da terra e que mantém perto de si, no imenso
espaço que reserva para sua horta e seu pomar. No quintal de
onde tira a inspiração, a pesquisa e os ingredientes para os pratos de seu aclamado Paraíso Tropical, há mais de 20 mil pés de
120 espécies de frutas.
Tem as mãos e os pés na terra: não gosta de ser chamado de
chef, é simpático, descontraído e autodidata. Mas essa aparente
simplicidade vira sofisticação pura na alquimia que comanda na
cozinha do restaurante Paraíso Tropical, em Salvador.
O chef Beto Pimentel é o único brasileiro a ter recebido o prêmio Commanderie des Cordon Bleu, que reconhece cozinheiros
por sua contribuição à inovação da culinária. Em 2006, também
recebeu um prêmio do Guia 4 Rodas por sua importância no
desenvolvimento da culinária regional — no caso, a baiana, nordestina ou brasileira, dependendo do corte que se dê às maravilhas que prepara.
Em seu restaurante, os sucos levam ingredientes como jaca,
biribiri e bacumixá, exóticos para a maior parte das pessoas.
Nos pratos, também explora itens da culinária nordestina — e
substitui o óleo de dendê pela própria fruta. O segredo do local,
no entanto, é a velha simplicidade: ingredientes selecionados e
talento. Além do carisma do chef e anfitrião.
Paraíso Tropical
Rua Edgar Loureiro, 98 B | Telefone: (71) 3384-7464
Bairro Cabula | Salvador (BA)
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| Por Carina Martins
Fotos Marcelo Reis
Suco de morango
Ingredientes
800 gramas de morango congelado
Água
Açúcar a gosto
Modo de fazer
No caso dos morangos, as frutas são congeladas inteiras.
Basta levá-las ao liquidificador, acrescentando o mínimo
possível de água (apenas o necessário para dar início ao
processo de liquidificar). Pare quando ficar em ponto de
frozen. Com a ajuda de uma colher, vá colocando em um
copo ou taça. Você pode criar decorações fazendo formatos com a ajuda da colher. Adoce a gosto.
Suco de graviola
Ingredientes
800 gramas de polpa de graviola congelada
100 mililitros de água
Uma folhinha de pitanga (para decorar)
Açúcar a gosto
Modo de fazer
A polpa congelada deve ser preparada em casa. O processo é simples, mas pode levar tempo: basta abrir as frutas,
separar a polpa dos caroços, bater a polpa pura no liquidificador e congelar. Depois de congelada, a polpa é levada
novamente ao liquidificador, dessa vez com a água, e batida
até ficar com consistência de frozen. Com a ajuda de uma
colher, vá colocando em um copo ou taça. Decore com a
folha de pitanga e está pronto.
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3/12/07 11:51:15 AM
tendências
Louie Psihoyos /GettyImages
26 | VidaBosch |
Sorria...
Precisa dizer o resto? Só na cidade de São Paulo,
há pelo menos uma câmera para cada dez habitantes.
O que pode parecer excesso de vigilância
tem ajudado a combater a violência nas ruas
e a substituir funcionários em serviços insalubres
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3/12/07 11:53:01 AM
| Por Aryane Cararo
J
á parou para pensar quantas vezes
ao dia é flagrado por uma câmera?
Pois veja: você sai de seu prédio e não precisa chamar o porteiro — ele já o viu na garagem pelo monitor na guarita. No caminho ao trabalho, a imagem de seu carro
vai parar nos televisores da Guarda Civil
Metropolitana (GCM). Você estaciona e,
no trajeto pela calçada, vai deixando para
trás os passos flagrados pelas lentes dos
conjuntos comerciais. Entra na empresa
e a recepcionista, ao lado da câmera para
registrar o acesso, lhe dá bom dia. No elevador, outro “olho indiscreto” revela ao
vigia que você está terminando de ajeitar
o cabelo no espelho. No escritório, mais
pontinhos pretos no teto garantem ao patrão que tudo vai bem. Na hora do almoço,
você aproveita para ir ao banco e ao shopping — e é alvo de vários zooms. De volta ao
escritório, mata via internet as saudades
do filho que está no berçário. Bate um papo com um cliente, vendo as expressões
dele captadas pela webcam. Ao voltar para
casa, você relaxa na poltrona para assistir
àquele programa que confina aspirantes
a milionário dentro de uma casa. E ainda
fica se perguntando como seria ser vigiado
24 horas por dia!
Exagero? O fato é que as câmeras estão
cada vez mais presentes na vida do brasileiro das grandes cidades. Só na capital
paulista há mais de 1 milhão de câmeras
— um equipamento para cada 10 habitantes.
A estimativa é do diretor de comunicação
da Associação Brasileira das Empresas de
Segurança Eletrônica (Abese), Oswaldo Oggiam Júnior, com base nos dados da indústria e dos distribuidores e em estimativas
do mercado negro. Considerando-se que
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28 | VidaBosch |
tendências
Arquivo Bosch
O filho na telinha
Para quem sempre encarou a câmera
como intrusa, é bom saber que ela não
existe só para inibir os maus hábitos.
O equipamento tem sido aliado de
pais e mães para certificarem-se do
bem-estar dos filhos – e matarem as
saudades. “De 5% a 10% das escolas
com berçário já possuem câmeras com
imagens na internet”, estima Roberto
Prado, diretor-executivo do Sindicato
dos Estabelecimentos de Ensino no
Estado de São Paulo.
“A câmera foi um elemento a mais na
decisão”, diz a professora Luciana
Garavelli Dantas, 35 anos, mãe de
Maria Fernanda, 6 meses. No ato da
matrícula na Escola Infantil Carinha
Suja, em São Paulo, Luciana ganhou
uma senha para observar sua filha no
berçário. Até que a criança aprenda a
falar, a mãe quer acompanhá-la pela
internet: “Pelo menos até ela entender
as coisas e poder me contar”.
A fonoaudióloga Cláudia Otero Polito
Hsu, 28 anos, mãe de Henrique, 1 ano
e meio, gosta do recurso. “Às vezes,
ele vai para a escola doentinho e você
pode acompanhar”, conta. Os avós que
moram no interior também aprovaram:
pela internet, puderam ver os primeiros
passinhos do neto.
“Antes, os pais ligavam muito, mas nada
garantia que seus filhos estavam bem.
Agora, podem vê-los”, conta Regina
Tacla, diretora da Carinha Suja.
O Colégio Augusto Laranja, também
na cidade de São Paulo, é adepto das
espiadinhas há quase cinco anos.
“Primeiro, mandávamos recadinho por
pager, depois por e-mail e agora por
webcam”, diz a diretora-operacional e
de informática, Jânia do Valle.
As lentes ficam no pátio e no parque de
areia, e há horários predeterminados
para entrar na internet. Nunca houve
reclamação? Ela garante que não.
“Acho saudável. Você aproveita o que
a tecnologia oferece e mostra que a
escola está aberta.”
tendências.indd Sec1:28
Câmeras têm
crescido mais
como ferramenta
de combate à
criminalidade –
tanto em espaços
públicos como
em empresas e
shoppings
o mercado de segurança eletrônica cresce
num patamar anual de 12% a 15%, a marca
dos 2 milhões de aparelhos será atingida
em pouco tempo.
Só no ano passado, o setor movimentou
cerca de R$ 2 bilhões, segundo a Abese.
As câmeras respondem pela maior parte
desse bolo. Os circuitos fechados de televisão, antes restritos a bancos, indústrias e
shopping centers, agora avançam nas casas
de classe média. “O barateamento e a melhoria na resolução tecnológica tornaram
o produto mais acessível”, comenta Oggiam. Um circuito com quatro câmeras e
gravação de imagens, por exemplo, custa
a partir de R$ 3.500.
Não é por acaso que, a cada mês, de 30 a
40 estabelecimentos procuram a Instalarme, em São Paulo, uma das 7 mil empresas
de segurança eletrônica do Brasil. Ela tem
uma carta com mil clientes monitorados
— a maioria bancos, indústrias e grandes
redes comerciais, mas há também residências. “Existe uma demanda crescente,
especialmente de 2006 para cá”, atesta o
gerente nacional de vendas, Fernando Moreira. As câmeras caíram ainda mais nas
graças do público depois que um ladrão
azarado foi flagrado na casa de praia do
alemão João Pedro Wettlaufer, no Guarujá (SP). O caso aconteceu em dezembro:
enquanto o assaltante enchia as sacolas, o
empresário que estava na cidade alemã de
Colônia recebeu uma mensagem no celular
de que a casa tinha sido invadida. Coisa de
milionário? Não. “Um sistema como esse
deve custar entre R$ 300 e R$ 500 por mês
pelo equipamento e monitoramento”, estima Moreira.
Ajudar no combate à criminalidade é,
de fato, o maior segredo da popularização
desses equipamentos. Mas as câmeras têm
3/12/07 11:55:08 AM
tendências | VidaBosch | 29
Justiça brasileira já considera
imagens de câmeras como provas,
embora às vezes o vídeo
tenha de passar por perícia
para se verificar
que não foi adulterado
se mostrado eficientes em outras esferas.
Moreira conta que, entre seus clientes, há
hospitais que precisam controlar a entrada
e saída de medicamentos, transportadoras
que desejam verificar o material que sai do
estoque e até uma rede de calçados que
quis monitorar a conduta de funcionários
e a fila de clientes — ao analisar a demanda,
ela conseguiu estabelecer horários de pico
e até o perfil dos consumidores.
Trechos críticos de várias rodovias também são observados por monitores. Já Oggiam, da Abese, cita as lentes como aliadas
nos serviços insalubres ou que lidam com
dinheiro: “Empresas que têm caldeiras ou
frigoríficos não precisam mandar uma pessoa ir lá olhar. Nos supermercados, por
exemplo, quem recolhe o dinheiro ao cofre
conta as notas em frente à câmera e não é
preciso mais uma pessoa conferir. O Big
Brother não é tão ruim.”
Câmeras nas ruas
Não é só a rede privada que descobriu as
vantagens dos pequenos espiões. Algumas
prefeituras e associações de bairro enxergam
neles um elemento estratégico para inibir
roubos, vandalismo e atentados ao pudor.
A Prefeitura de São Paulo, por exemplo, já
colhe os frutos da instalação de 35 câmeras no Centro. Juntas, elas varrem 94 ruas
da região central. Segundo a Guarda Civil
Metropolitana, nos cinco primeiros meses
de operação (a partir de julho passado),
houve queda de 15% nos casos, principalmente de furtos e drogas. De acontecimentos policiais a trabalho social, as câmeras
flagraram 700 ocorrências e ajudaram na
prisão em flagrante de 35 pessoas.
Engana-se quem pensa que apenas os
crimes sofreram nocaute. As câmeras ajudaram também a organizar o fluxo de trânsito, a fiscalizar o comércio ambulante, a
coibir o despejo irregular de lixo, a monitorar alagamentos e até a assistir melhor a
tendências.indd Sec1:29
população de rua. O projeto deu tão certo
que a Prefeitura, agora, quer ampliá-lo. Em
janeiro, ela anunciou que vai implantar
mais 60 câmeras em seis regiões da cidade
— com data a ser definida. A avenida Paulista encabeça a lista.
Não é a primeira vez que o poder público
ataca de Big Brother. Desde 1974 o metrô
de São Paulo utiliza câmeras. Hoje, são 450
aparelhos para monitoramento operacional e outros 199 para segurança pública
nas 54 estações — e o objetivo é ampliar o
número. A Companhia de Engenharia de
Tráfego (CET), órgão regulador do trânsito
na capital, também faz uso das lentes para
monitorar, principalmente, túneis. E, não
raras vezes, flagra cenas curiosas, como
no dia em que três universitários foram
pegos roubando um cone — com o zoom,
foi possível enxergar até os números da
placa do carro.
Imagens como essas já são consideradas
provas pela Justiça brasileira, segundo o
advogado Renato Opice Blum, professor
do Ibmec-SP. “É um meio a mais de prova.
O que pode acontecer é haver contestação
e, neste caso, recorre-se à perícia”, diz ele.
Se você sente-se incomodado por essa vigilância, é bom começar a relaxar.
“O futuro está no monitoramento de
imagens”, prevê Moreira, da Instalarme.
Com isso, é provável que a discussão sobre
o direito à privacidade fique ainda mais
apimentada. “Se você está em um espaço
público, é só não fazer nada de errado. Se
quer privacidade, vá para sua casa”, defende Oggiam, da Abese.
A privacidade ainda é uma questão de
interpretação dos magistrados. “A rua e a
praia, por exemplo, são considerados ambientes públicos, onde não existe expectativa de privacidade. Posso filmar, mas não
comercializar”, atesta Blum.
Em espaços privados, o monitoramento também é permitido — desde que não
invada locais íntimos, como banheiros e
vestiários, e que as imagens não saiam de
dentro daquela empresa. Na capital paulista, todo ambiente com câmeras é obrigado por lei a avisar sobre a gravação. Não
adianta reclamar. O jeito é mesmo seguir a
dica das plaquinhas de elevadores: sorria,
você está sendo filmado!
A Bosch na sua vida
Arquivo Bosch
Segurança inteligente
Uma grande quantidade de câmeras
nas ruas e nas empresas exige um número também grande de funcionários
para monitorá-las, o que, às vezes, não
é possível. “Um operador consegue
gerenciar até seis câmeras. Em uma
cidade com mil câmeras, é preciso
mais de 160 pessoas para fazer o serviço”, destaca o gerente de projetos
da Divisão de Sistemas de Segurança
da Bosch, Marcos Menezes.
Esse problema pode ser resolvido com
um sistema da Bosch de detecção de
movimentos, o IVMD. Esse software é
instalado em câmeras fixas ou móveis
e dispara um alarme toda vez que uma
ação suspeita é detectada. “O sistema
avisa somente a exceção. Ele detecta
se um veículo está acima do limite de
velocidade ou estacionado em área
proibida, se um pacote foi deixado em
um local estranho, se uma pessoa está parada em frente a uma garagem”,
exemplifica Menezes. O usuário é quem
define o comportamento que o software
deverá considerar suspeito.
A Bosch desenvolve todos os equipamentos de monitoramento eletrônico
necessários para a segurança de cidades, prédios públicos e particulares.
Os sistemas permitem o controle do
acesso a edifícios, a detecção de intrusos e de incêndios, por meio de
um circuito fechado de televisão que
pode ser controlado por um centro
de monitoramento, gerenciado por
operadores de segurança.
3/12/07 11:56:36 AM
grandes obras
Infraero/Divulgação
30 | VidaBosch |
Vôo com conexão para
Hollywood
Aeroporto de Vitória será ampliado e vai ganhar
três salas de cinema, que poderão ser usadas por passageiros
à espera do próximo avião
grandesobras9.indd Sec1:30
3/12/07 11:58:31 AM
| Por Victor Gentilli
Novo
terminal de
passageiros
do Aeroporto
de Vitória terá
26.578 metros
quadrados
– quase seis
vezes mais
que o atual,
que não chega
a ter 5 mil
metros
quadrados
Q
uem já entrou em saguão de aeroporto certamente já se deparou com
a cena: passageiros sonolentos tentando
se acomodar em cadeiras pouco confortáveis, à espera do vôo. Mas, quando o novo
aeroporto de Vitória for inaugurado, isso
será mais raro. Além de todo tipo de serviço oferecido por todo tipo de aeroporto
— restaurante, cabine telefônica, terminal
bancário, livraria, lojas de roupa, de pro-
grandesobras9.indd Sec1:31
dutos eletrônicos e de suvenires —, ele terá
três salas de cinema.
As telonas farão parte do novo complexo de serviços do local. Como o projeto da
Infraero atende às concepções mais modernas de aeroportos, este contará com
muito mais espaços previstos para concessões. Além dos cinemas, haverá um
grande restaurante e um shopping center
com 153 espaços concedíveis, que deve-
rão resultar em cerca de 94 lojas. Ainda
na área da Infraero, que tem localização
privilegiada, haverá espaços para construção de dois hotéis.
Não é pouco. Vitória sempre contou com
três ou quatro grandes cinemas. O maior
shopping center da capital capixaba, inaugurado no final da década de 80, veio com
três salas e inaugurou um novo padrão,
fazendo com que outras fechassem.
3/12/07 11:59:23 AM
32 | VidaBosch |
grandes obras
Pista de pouso, hoje uma
das menores do Brasil
(1.750 metros de comprimento),
será ampliada e terá 2.100 metros.
Mas será uma pista secundária.
A principal, totalmente nova,
terá 2.416 metros
bem maiores que o atual e se localizarão em
outros espaços físicos. Apenas o terreno
da Infraero permanece o mesmo.
O novo terminal de passageiros terá
26.578 metros quadrados — quase seis vezes maior que o atual, que não chega a ter 5
mil metros quadrados. Com dois pavimentos, contará com oito elevadores e quatro
escadas rolantes. O embarque e o desembarque serão feitos por seis pontes — aquela
foto do passageiro sinalizando com a mão
enquanto sobe a escada do avião será definitivamente coisa do passado. Mas o pátio
de aeronaves, que contará com mais de 50
mil metros quadrados, terá capacidade de
atender até oito aviões.
Embora o atual terminal de passageiros tenha uma capacidade instalada para
suportar 560 mil pessoas por ano, já em
2004 teve um movimento de 1,2 milhão, e
os números vêm crescendo ano a ano. A
economia capixaba tem-se expandido a
uma velocidade maior que a do Produto
Interno Bruto (PIB) nacional e deve continuar nesse ritmo ainda por longo período. Não surpreende que o novo terminal
tenha capacidade para atender 2,1 milhão
de passageiros por ano.
Esse mesmo shopping deverá concluir
este ano uma ampliação, com dez salas.
Com os novos cinemas, a região metropolitana contará com mais de duas dezenas
de salas. As do aeroporto serão concedidas aos exibidores tradicionais. Por parte
da Infraero, não haverá quaisquer restrições quanto ao tipo de filme a ser exibido
— caberá aos concessionários decidir, por
exemplo, se vão ou não exibir produções
cujo enredo inclua desastre aéreo.
É evidente que muitos irão ao aeroporto apenas para ver filmes, comer nos restaurantes ou fazer compras nas lojas. Para
atender a essa demanda, haverá mais espaço para estacionamento. O único existente
hoje conta com 350 vagas. O novo terminal
terá dois, um com capacidade para abrigar
perto de 800 veículos e o principal, para
mil veículos. A área para estacionamento
não chega hoje a 8 mil metros quadrados. Nova pista de pouso
Os minicarros desenvolvidos
Com a nova obra, o total de vagas vai su- A atual pista de pouso tem 1.750 metros de
pelos estudantes: prova
comprimento e é uma das menores do Brasil.
perar 60 mil metros quadrados.
estimula futuros engenheiros
a todas
pesquisarem
modelos
Ela será ampliada e terá 2.100 metros. Mas
Os aeroportos de quase
as capitais
mais econômicos
brasileiras sofreram reformas
recentes. será uma pista secundária. A pista princiEm Vitória, a palavra reforma talvez seja pal, totalmente nova, terá 2.416 metros de
inadequada. Afinal, haverá uma nova pista comprimento. E formará uma espécie de
de pouso, um novo terminal de cargas e um “y” invertido junto com a atual. Não é pouca
novo terminal de passageiros. Todos serão coisa. Afinal, essa pista deverá suportar o
peso de aeronaves de grande porte e deverá permanecer firme por décadas. Não há
comparação com rodovias, que suportam
pesos bem menores e podem ser recapeadas com facilidade. Se for para comparar,
é melhor ter um autódromo de Fórmula 1
como referência. Interlagos, por exemplo,
desde a reforma de 1990, já foi recapeado
várias vezes. Mesmo assim, as reclamações
dos pilotos de que a pista permanece ondulada continuam. Uma pista de aeroporto
não pode ter ondulações.
Nem pode ser absolutamente plana. A
cabeceira perto da praia de Camburi ficará
12 metros acima do nível médio do mar. A
cabeceira oposta não será tão alta: estará
6 metros acima. E a área central da pista ficará a apenas 3 metros acima do nível
do mar. Mas para que tudo isso ao final dê
certo, foi preciso instalar diversos geodrenos a até 23 metros de profundidade para
tirar a água de locais com argila mole, que
não seria capaz de suportar a pista. Esses
locais foram assentados com areia e argila e recebem tratamento para facilitar o
adensamento do terreno.
Quando a área estiver plenamente compactada, terá uma camada sólida de argila
que poderá variar entre seis e nove metros
de profundidade. Aí, então, a pista receberá
uma camada de 60 centímetros de britas e
outra, de 10 centímetros, de asfalto especial.
A brita e o asfalto serão a base da pista em
todo o seu comprimento e nos 45 metros de
largura. Mas a base de terreno adensado
da pista é bem maior em área. Atendendo a
normas nacionais e internacionais, a pista
ainda terá acostamentos de 7,5 metros de
Fotos Arquivo Bosch
A Bosch na sua vida
grandesobras9.indd Sec1:32
Agilidade e segurança
Nos aeroportos, o monitoramento dos aviões depende de antenas. Essas estruturas, na
maioria grandes e pesadas, requerem uma boa instalação para garantir a segurança. Uma
das ferramentas recomendadas para esse tipo de trabalho é o Martelete GBH 2-24 DSE,
da Bosch, capaz de realizar perfurações em concreto armado e alvenaria. A ser usado nas
obras em Vitória, ele tem uma potência de 680 watts e pesa apenas 2,4 quilos. É o mais
rápido da categoria e pode também ser usado em metais e madeira. O aparelho possui um
sistema chamado Vario Lock, que permite ajuste em 36 posições diferentes, e uma empunhadeira auxiliar ajustável, o que garante mais conforto e segurança para o operador.
3/12/07 12:00:09 PM
grandes obras | VidaBosch | 33
Aderes/Divulgação
Previsão
da Infraero
é de que
obras
terminem
no segundo
semestre
de 2008
cada lado e terreno plano e gramado em
pelo menos 150 metros de cada lado.
O cronograma inicial previa que as obras
fossem concluídas em 2007, mas atrasos
na liberação dos recursos postergaram o
término. A Infraero trabalha agora com a
estimativa de que o aeroporto esteja pronto
no segundo semestre de 2008.
Três equipes cuidam da preservação
ambiental. Entre a cabeceira da nova pista e a praia de Camburi, há uma mata de
restinga preservada e que tem merecido
cuidados. Todas as plantas, mudas e sementes que ocupavam a área das obras
foram retiradas, catalogadas e estão sendo mantidas e cultivadas em viveiros. O
projeto paisagístico do aeroporto utilizará
exclusivamente essas plantas. Os animais
encontrados — em geral rãs e répteis, como
lagartos e cobras, e alguns poucos mamíferos — são recolhidos e devolvidos à área
de preservação.
Já se sabia da existência de três sítios
arqueológicos na área da Infraero. A arqueóloga Christiane Lopes Machado encontrou mais dois, de povos coletores e
caçadores que habitaram a região há cerca de 2.500 anos. Como o material estava
na superfície, os efeitos das intempéries
tornaram-nos impossibilitados de sofrer
exames do tipo carbono 14, que faz a datação de material arqueológico com precisão.
Consistiam em artefatos líticos (lascas de
quartzo) como facas e raspados, sinais de
uma fogueira com conchas e ossos e até
material de cerâmica. Todo o material foi
recolhido e encaminhado ao Instituto de
Arqueologia Brasileira.
Força e rapidez
Toda obra de grande porte requer equipamentos potentes e de boa performance,
que podem ser usados em estruturas robustas. Nas obras de ampliação do aeroporto de Vitória, uma das ferramentas que serão usadas para esse tipo de trabalho
é o Martelo Rompedor GSH 388, da Bosch. O equipamento é indicado para demolições em concreto armado e alvenaria e tem como diferencial uma combinação
de força e leveza: tem 1.050 watts de potência e 4,9 quilos. A ferramenta ainda
possui Vario Lock para 12 posições e botão-trava do interruptor, o que assegura
maior segurança durante os trabalhos.
grandesobras9.indd Sec1:33
3/12/07 12:00:54 PM
brasil cresce
Marlene Bergamo/Folha Imagem
34 | VidaBosch |
A todo vapor
Preço menor faz consumo de gás natural veicular triplicar em cinco anos
brasil cresce4.indd Sec1:34
3/12/07 12:02:41 PM
| Por Kathlen Ramos
O
Gasoduto na refinaria
de Paulínia (SP):
custo de produção do
gás natural é menor
gás natural veicular (GNV) cresce
exponencialmente no Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás
(IBP), o país já tem uma frota de mais de 1,3
milhão de veículos convertidos. De 2001 a
2006, o número de carros com kit gás cresceu 212,5%. Somente no segundo trimestre
do ano passado foram contabilizadas quase
62 mil novas conversões. De acordo com a
Companhia de Gás de São Paulo (Comgás),
o crescimento também se estende ao volume de GNV consumido ano a ano. De 2001
para 2006, a alta alcançou 378,7% só nos
postos credenciados à empresa, totalizando
mais de 534,8 milhões de m3 utilizados. Até
dezembro do ano passado, o país contava
com 1.356 postos de abastecimento para
esse combustível.
Os motivos para tal expansão são inúmeros. Além de ser um combustível limpo, ele
tem um preço atrativo para o consumidor,
em comparação com o álcool e a gasolina.
De acordo com levantamento da Agência
Nacional do Petróleo (ANP), enquanto a gasolina e o álcool foram vendidos, em média,
por R$ 2,516 e R$ 1,596 o litro em dezembro
de 2006, respectivamente, a média do GNV
ficou em R$ 1,256 por metro cúbico.
Essa diferença de preço pode ser explicada, entre outros fatores, pelo fato de
o gás natural não ter custos de produção.
“Os custos do gás natural se resumem, basicamente, na extração e logística. A gasolina, por exemplo, tem um preço mais
alto de processamento, já que enumera a
construção dos dutos de transferência do
petróleo até a refinaria, custo do refino,
preço da frota e o valor da manutenção”,
afirma o diretor-superintendente da Associação Brasileira do Gás Natural Veicular
(ABGNV), Antônio José Teixeira Mendes.
Além de o custo de produção ser mais alto,
o valor da gasolina depende, diretamente,
do preço do petróleo.
Já o álcool está sujeito às oscilações da
safra da cana-de-açúcar. “Na entressafra,
o álcool normalmente sobe de preço, em
função de maior escassez e falta de reservas
adequadas. E, durante a safra, os preços
caem”, diz o vice-presidente da Associação Latino Americana de GNV (ALGNV),
Rosalino Fernandes. Fenômenos sazonais
como esse podem até mesmo alterar o preço da gasolina, já que esse combustível é
vendido nos postos brasileiros misturado
ao álcool.
Preço dos combustíveis no Brasil
3,15
2,442
2,516
1,405
1,596
2,007
1,205
1,256
1,194
1,074
Gasolina*
Álcool*
DEZ-06
NOV-06
SET-06
JUL-06
MAI-06
MAR-06
JAN-06
NOV-05
SET-05
JUL-05
MAI-05
MAR-05
JAN-05
NOV-04
SET-04
JUL-04
MAI-04
MAR-04
JAN-04
0,5
GNV**
*Preço por litro ** Preço por metro cúbico. Fonte: Agência Nacional do Petróleo
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36 | VidaBosch |
brasil cresce
Marcos Peron/kino.com.br
Além de ser
mais barato
que o álcool
e a gasolina,
o gás natural
veicular (GNV)
emite menos
poluentes
O que é gás natural veicular?
O gás natural que abastece veículos é um
combustível fóssil, formado por uma mistura
em que prevalece o metano (90% da composição). Ele é armazenado e transportado
sob alta pressão, em cilindros especiais. No
caso de um vazamento, o gás rapidamente
se dispersa, diminuindo o risco de explosão.
Esse combustível tem propriedades distintas do GLP (Gás Liquefeito de Petróleo,
também conhecido por gás de cozinha).
O GLP é composto por propano e butano, armazenado sob forma líquida e sob
pressões muito inferiores ao GNV, sendo proibido o uso para fins automotivos.
Por ser um gás, o GNV é vendido por metro
brasil cresce4.indd Sec1:36
cúbico. Num veículo de passeio, o rendimento
de 1 metro cúbico do gás pode equivaler a
1,2 litro de gasolina. Já num motor de grande
porte, esse valor pode representar 1,4 litro
de gasolina e 1,7 litro de álcool hidratado.
Hoje, apenas Pará, Tocantins, Amapá, Roraima e Acre não possuem disponibilidade
do GNV. Contudo, isso não quer dizer que
todo o território nacional tenha gás disponível em qualquer hora ou lugar. Poucas rotas
de viagem podem ser cumpridas usando
somente esse combustível. No entanto, no
momento do abastecimento, o consumidor
pode ficar despreocupado em relação à
adulteração: o GNV não aceita misturas.
Principais desvantagens do GNV
são eficiência menor
do motor e perda de 30% a 40%
no espaço do porta-malas
Já para o abastecimento do GNV, o principal entrave no Brasil diz respeito à dependência em relação ao mercado boliviano.
“Hoje, cerca de 44% do gás deriva da Bolívia”, ressalta Fernandes. Com a entrada
do governo de Evo Morales e o decreto que
nacionalizou os recursos naturais no país,
o mercado chegou a se assustar em maio de
2006. Desde então, a situação mostrou-se
mais estável, embora seja difícil descartar totalmente novos contratempos para
o Brasil. De qualquer maneira, o Plano Estratégico da Petrobras prevê que até 2011
o país será auto-suficiente na produção e
distribuição de gás natural.
Do ponto de vista ambiental, o GNV também traz vantagens. Sua queima é mais completa que a da gasolina, do álcool ou diesel:
ele emite menos poluentes e contribui menos para o aquecimento global (decorrente, dentre outros fatores, da expansão das
emissões de gás carbônico). “Os veículos que
utilizam o GNV emitem menos poluentes,
como óxidos nitrosos, CO2 e, principalmente,
monóxido de carbono, gases responsáveis
pelo efeito estufa, desde que a instalação
seja de qualidade”, afirma o gerente de GNV
da Comgás, Richard Jardin.
Essas vantagens foram demonstradas
em um relatório de 2005 da Companhia
de Tecnologia de Saneamento Ambiental
(Cetesb). O estudo verificou os valores de
emissão de 21 fabricantes de kits de conversão para o uso de GNV. Os veículos ano
2002/2003 a gasolina, quando convertidos,
apresentaram uma redução na emissão de
CO2 da ordem de 20%. Nos modelos ano
2004, a redução foi de 15%. Os carros a álcool
convertidos para gás natural diminuíram
em 14% a emissão de gás carbônico.
Cuidados no momento da conversão
Todos os benefícios provenientes do GNV só
podem ser alcançados se a instalação do kit
veicular for adequada. “Se a conversão for
realizada com produtos de boa qualidade,
o consumidor pode conseguir um retorno
3/12/07 12:04:36 PM
brasil cresce | VidaBosch | 37
de seu investimento em até dois anos”, arrisca o engenheiro mecânico Eduardo Polati, responsável pelo Núcleo de Motores,
Combustíveis e Lubrificantes do Instituto
de Pesquisas e Estudos Industriais (IPEI),
do Centro Universitário da FEI.
Para ter certeza de que a empresa responsável pela conversão presta bons serviços,
os interessados devem consultar o Instituto
Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial (Inmetro). “Além disso, é importante verificar as especificações
do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O órgão é responsável pelo Certificado Ambiental para Uso do Gás Natural
em Veículos Automotores, controlando a
emissão de poluentes”, adverte o pesquisador da área de engenharia veicular do
Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT),
Silvio de Andrade Figueiredo.
Após a instalação e inspeção do kit GNV,
o usuário recebe o Certificado de Segurança Veicular. Com isso, ele tem 30 dias para
regularizar a documentação do veículo,
que passa a ser considerado bicombustível
ou tricombustível (no caso de carros flex).
Veículos com a documentação regularizada passam a ter alíquota de IPVA reduzida
(25% de desconto ou alíquota final de 3%,
para o caso de veículos a gasolina no Estado
de São Paulo). Os carros não-regularizados
ficam sujeitos a multas e apreensão.
Converter um carro 1.0, ano 2007, para
gás natural custa, em média, R$ 3.600, segundo dados da ABGNV. Para veículos até
2006 e após 1994, o valor é, aproximadamente, R$ 2.800; os carburados podem ser
convertidos por R$ 1.800, em média.
A instalação do kit gás pode trazer alguns problemas. Um deles é a perda de
eficiência do veículo. “Como o motor não
está otimizado para um único combustível,
é natural que a eficácia seja menor, já que
as condições de regulagens são diferentes
para cada alimentação”, diz o especialista
do IPT. Além dessa mudança, que varia de
veículo para veículo, há ainda uma perda
de 30% a 40% no espaço do porta-malas,
onde são instalados os cilindros. Se o usuário não quiser perder a capacidade de
armazenagem do veículo, pode instalar o
kit na parte de baixo do automóvel.
brasil cresce4.indd Sec1:37
A Bosch na sua vida
No caminhão, flex une gás e diesel
O sistema flex, já consagrado entre os
automóveis de passeio, está ganhando
também o segmento dos veículos de
grande porte. Em ônibus e caminhões,
no entanto, a tecnologia conta com uma
pequena adaptação: em vez de álcool e
gasolina, misturam-se diesel e gás natural
veicular (GNV). O sistema, desenvolvido pela Bosch, permite uma economia
de até 30% e uma redução de 75% nas
emissões de poluentes, sem prejudicar
a potência do motor.
O sistema DG Flex Bosch, elaborado
para ônibus e caminhões com injeção
de regulagem mecânica, é composto
por uma unidade de comando eletrônica que administra o consumo dos dois
combustíveis de acordo com o desempenho do motor. Os veículos que têm
o equipamento instalado podem rodar
com mistura de diesel e gás natural, ou
somente com diesel — mas não apenas
com GNV, já que o diesel é responsável
pela queima do gás na câmara de combustão. Ainda assim, em determinadas
condições de carga e rotação, a substituição do diesel pode chegar a níveis
superiores a 90%.
O sistema vem preparado ainda para
adição de até 5% de biodiesel no tanque. Da mesma forma, o equipamento,
originalmente desenvolvido para uso
com Gás Natural Comprimido, pode ser
adaptado para uso com reservatórios
de Gás Natural Liquefeito, o que permite reduzir o peso e o espaço ocupado
pelos cilindros.
Fotos Arquivo Bosch
Altas temperaturas
Apesar das vantagens que os carros movidos a gás natural veicular podem trazer
para o meio ambiente e para o bolso do
motorista, esse tipo de tecnologia exige
mais do automóvel, especialmente do sistema de ignição.
Em motores de veículos convertidos, componentes como cabos e velas precisam
resistir a altas temperaturas. Isso é necessário porque a mistura do ar com o
GNV demanda uma maior energia em todo
sistema de ignição para poder provocar a
centelha (espécie de faísca) na vela.
“O gás é ar, que é menos condutivo que
a gasolina e o álcool, que são líquidos”,
diz Diego Lopes, coordenador de marketing da área de Velas e Cabos de Ignição
da Bosch. “Por não conduzir energia tão
facilmente, o gás precisa de uma tensão
maior e gera uma temperatura maior nas
velas”, completa.
A linha Gás Line da Bosch tem todos os
cabos feitos de silicone, com conectores
e vedações que isolam mais e duram mais
tempo. As velas de ignição Super Plus
também são fabricadas com um material
mais resistente do que o cobre — usado por
outras empresas —, chamado níquel-ítrio,
uma exclusividade da Bosch. O produto
suporta temperaturas maiores e pode durar cerca de 30% a mais que outros.
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38 | VidaBosch |
atitude cidadã
Passaporte global para a qualidade
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| Por Fernando Nakagawa
Divulgação/Nasa
Certificados como ISO 9001 são, para empresas
que querem atuar no exterior, um requisito
quase obrigatório e, para o consumidor, indicação
de que o produto cumpre os melhores padrões mundiais
P
ara viajar a alguns países, precisa-se
de visto. Na chegada ao aeroporto ou
em uma embaixada, é necessário que o turista mostre que tem condições de pagar
os custos da viagem e que não representa
ameaça às autoridades locais. No mundo
corporativo, acontece algo parecido. Não que
seja preciso apresentar visto para conhecer
as indústrias, mas é cada vez mais comum
que fornecedores exibam certificados para
entrar nas grandes empresas. O que parece
uma simples exigência burocrática é uma
ótima notícia para o consumidor, que pode
ficar seguro de que leva produtos e serviços
adequados para dentro de casa.
A idéia da certificação é bastante simples. Para um carro, por exemplo, receber
um selo de qualidade, todas as suas peças
precisam ter certificado idêntico, de modo
que o conjunto siga o mesmo padrão. Esse
trabalho tem sido feito principalmente pelas
corporações que querem ganhar clientes
no exterior. “O pessoal está vendo que não
se adequar aos padrões afasta mercados,
negócios e dinheiro”, diz o sócio da Quality
Consult, Mário Manzoli.
Esse trabalho para garantir um lugar ao
sol no mercado internacional teve início em
meados do século 20, com a implantação
das primeiras normas de qualidade, que resultaram na atual ISO 9001. ISO é a sigla em
inglês de Organização Internacional para
Padronização (International Standards Organization). A entidade surgiu na esteira do
aumento do comércio internacional e como
iniciativa de alguns países interessados na
criação de um padrão de gestão.
A idéia de implantar um padrão mundial
surgiu em meio ao trabalho de empresários e
autoridades que se viam diante de uma gama
de normas, uma para cada país. Essa infinidade de regras era um obstáculo ao comércio exterior — imagine se todo empresário
brasileiro tivesse de conhecer a legislação
de qualidade dos mais de 150 mercados para
atitude92.indd Sec1:39
os quais o Brasil exporta. Essa preocupação
fez com que surgissem os primeiros padrões
internacionais, que eram aceitos pelas nações signatárias. Com o passar das décadas
e a abertura dos mercados, tais regras se
popularizaram nas empresas.
Atualmente, normas mais antigas — como
a ISO que trata da qualidade — já são quase
uma exigência. “Quem não tem, enfrenta
muita dificuldade para vender para uma
grande empresa ou exportar”, diz Manzoli.
Em muitos setores de ponta, como a indústria aeroespacial, mecânica de precisão e
automobilística, o ISO 9001 é encarado como
imprescindível para a sobrevivência.
Consumidor mais seguro
Se as normas são tão necessárias para as
empresas, a relação do consumidor com os
certificados ainda é distante. Poucos prestam
atenção no canto da embalagem para ver se
a empresa segue determinada norma. Mas
há exceções. No Brasil, um caso clássico foi
o da indústria de brinquedos. Nos anos 90,
com a invasão dos importados, o setor criou
um padrão de qualidade nacional. Assim, o
“Selo Inmetro” ganhou as ruas e hoje é visto
por muitos pais como um requisito básico
para compra dos produtos, principalmente
de brinquedos da primeira infância.
“O consumidor está cada vez mais consciente de que ele é o motor da indústria e que
o seu poder de influência é gigantesco. Isso
tem feito muita gente rejeitar produtos de
empresas que não adotam boas práticas”,
diz o presidente da filial brasileira da certificadora alemã TÜV Rheinland, Antonio
Carlos da Silva.
Na esteira dessa mudança de comportamento, dois temas ganham evidência. “Em
muitos países, Brasil inclusive, o consumidor prefere empresas que respeitem o
meio ambiente e as questões sociais. Dessa
forma, muitas marcas ligadas a esses valores ganham mercado rapidamente”, avalia
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40 | VidaBosch |
atitude cidadã
Third Coast /Opção Brasil
A experiência
internacional
mostra que
os padrões
exigidos pelos
certificados
ajudam a
reduzir custos
com a
conservação
adequada de
matérias-primas
e a diminuir o
consumo de
energia
As principais normas e certificados da indústria
ISO 9001 Qualidade Certifica empresas de acordo com uma série de princípios, que
envolve desde os processos internos até o relacionamento com clientes. Marcas que
têm esse selo adotam práticas para que seus produtos e serviços tenham um único
padrão de qualidade. É cada vez mais comum em companhias de médio porte.
ISO 14001 Meio ambiente Indica preocupação ambiental e que a empresa usa
processos menos danosos à natureza.
OHSAS 18001 Saúde e segurança no trabalho Norma que trata da segurança
no trabalho e exige um ambiente com condições seguras para os funcionários.
SA 8000 Responsabilidade social Selo dado às empresas que adotam padrões
adequados no relacionamento com os funcionários. Além de proibir qualquer tipo de
trabalho infantil ou forçado, as companhias têm de contratar funcionários conforme
a legislação, pagar salários compatíveis com a média local e garantir o direito de
negociação.
ISO 22000 Segurança alimentar Certificação concedida aos produtores que respeitam
padrões sanitários internacionais. Alimentos com esse selo têm a possibilidade de
rastreabilidade imediata: é possível saber onde foi produzido, que tipo de agrotóxico
foi usado, por onde passou antes de chegar ao consumidor final.
atitude92.indd Sec1:40
Silva. É isso que tem feito a sopa de letrinhas
aumentar. Atualmente, o ISO 14001 e a SA
8000 são as “bolas da vez” do mercado de
certificação. A primeira trata de questões
ambientais e a segunda, de responsabilidade social.
Essas normas também podem ser encaradas como uma ferramenta para as empresas
melhorarem seu desempenho econômico.
Em número cada vez maior de casos, tratar
bem o meio ambiente e as pessoas não tem
apenas razões sociais ou éticas.
Relatório da multinacional inglesa de
certificação Bureau Veritas revela que a adoção de medidas ambientalmente corretas
traz benefícios maiores que a admiração do
consumidor. A experiência internacional
mostra que há redução de custos com a
conservação adequada de matérias-primas
e diminuição do consumo de energia. Além
disso, essas companhias têm menor probabilidade de sofrer um problema ambiental,
o que reduz a despesa com seguros.
Outra norma com benefícios indiretos
é a OHSAS 18001, que certifica a gestão de
saúde e segurança de trabalho. Ela diminui,
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atitude cidadã | VidaBosch | 41
indiretamente, a perda de tempo na produção e os custos com seguro-saúde dos
empregos, indica a consultoria inglesa.
Para os próximos anos, especialistas
apostam no aumento da importância do ISO
22000, que trata da segurança alimentar.
A norma, criada em 2005, é cada vez mais
usada na Europa e pode ser uma alternativa
para os agricultores e pecuaristas brasileiros que freqüentemente são prejudicados
com a adoção de barreiras fitossanitárias,
principalmente no mercado europeu. A
certificação poderá servir como um seguro
extra para esses produtores.
A Bosch na sua vida
Arquivo Bosch
Caminho das pedras
Os benefícios da certificação, porém, são
antecedidos por esforço. “A nossa maior
dificuldade é mudar culturas. Infelizmente,
há uma infinidade de empresas que trabalham apagando incêndios, sem qualquer
planejamento, sem saber o que é gestão.
Nesses casos, há uma dificuldade inicial,
mas o trabalho tem seus resultados”, diz
Manzoli, da Quality Consult.
Para conquistar a certificação, empresas
precisam consultar um especialista. Esses
profissionais fazem um raio-x do cliente
e apontam as mudanças que têm de ser
implantadas para que haja adaptação às
regras internacionais.
Feito esse trabalho, que normalmente
dura um ano, a empresa está apta a requerer a certificação. Entram, então, as certificadoras autorizadas pelos organismos
internacionais. No Brasil, o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) é responsável
pela maioria dos certificados. Ele tem uma
série de autorizadas no país que fazem o
trabalho de análise dos candidatos.
Mas ganhar o selo não significa que o
trabalho terminou. Números não oficiais
indicam que uma em cada cinco empresas certificadas acaba perdendo o título
nos primeiros 24 meses. “O principal erro
dessas empresas é encarar as regras como
um gasto. Assim, quando a situação aperta,
eles acabam cortando exatamente aquela
área em que eles investiram tanto, por tanto
tempo e com tanto esforço. Aí, joga-se tudo
pelo ralo e é preciso começar tudo de novo”,
lamenta o consultor Mário Manzoli.
atitude92.indd Sec1:41
Padrão internacional
A Bosch adota um padrão segundo o qual princípios básicos — respeito à qualidade, ao meio ambiente, à saúde e à segurança ocupacional — devem ser observados em todos os momentos da produção e por todos os envolvidos no processo.
“As nossas políticas estão adequadas para atender a requisitos mundiais e são
desdobradas em toda a cadeia produtiva, até a base de fornecedor”, destaca o
gerente de Qualidade Coorporativa da Bosch, Amadeu Dalceno.
Para assegurar aos seus clientes o cumprimento desses princípios, desde 1994
a empresa tem obtido certificados internacionais. O primeiro foi o ISO 9001, que
assegura que os produtos da Bosch têm padrão de qualidade reconhecido em
todos os países. Depois, o ISO/TS 16949, que abrange a indústria automotiva
e é a base, com reconhecimento mundial, para qualificação dos processos de
fabricação e dos produtos fornecidos às montadoras. A empresa possui ainda o
ISO 14001, que garante proteção ao meio ambiente durante todo o processo de
fabricação, e o OHSAS 18001, relacionado à saúde e à segurança ocupacional.
“O sucesso do sistema de gestão integrada está diretamente relacionado à capacitação, à habilidade e ao comprometimento de todos os colaboradores na
realização de suas atividades”, diz Dalceno. De acordo com ele, para assegurar
a manutenção das certificações são necessárias constantes adaptações. “Todos os novos projetos da Bosch são desenvolvidos em atendimento à legislação
mundial, sem substâncias prejudiciais ao meio ambiente, como o cromo hexavalente, o chumbo e o mercúrio”, exemplifica.
Os certificados, segundo o gerente, garantem a satisfação do cliente e, portanto, o
sucesso da empresa. “Melhorar continuamente os sistemas e processos faz parte
das nossas atividades diárias. Nosso objetivo é atender às exigências de mercado
e também dos próprios consumidores, construindo uma base sólida para a busca
constante da excelência e da qualidade”.
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42 | VidaBosch |
aquilo deu nisso
No colar, no cinema
e na indústria
Símbolo de beleza, inspirador de filmes e músicas,
o diamante também é usado na construção
civil, computação, eletrônica e odontologia
É
por eles que, no filme “Os homens
preferem as loiras”, Marilyn Monroe, toda de rosa, entoa “Diamonds are a
girl’ s best friends” — ou, em português,
“os diamantes são os melhores amigos da
mulher”. E, por que não dizer, também dos
escritores, pintores, músicos, diretores...
Afinal, é à procura deles que o ator Leonardo DiCaprio, em filme recente, se embrenha por uma perigosa trilha na África.
É neles que foram inspidas tanto músicas
da banda inglesa Beatles (“Lucy in the sky
with diamonds”) como poemas da escritora
mineira Adélia Prado (“Os diamantes são
indestrutíveis? Mais é meu amor”). Eles
são mais do que símbolo de beleza, poder
e riqueza: sua resistência lhes dá uma aura
de eternidade e, portanto, de uma preciosidade inabalável.
Mas a “pedra do sol”, como os gregos
a chamavam, não inspira só sonhos de senhoras afortunadas, histórias de grandes
paixões e tragédias. Ela é cobiçada também
por cientistas que pesquisam novas tecnologias. O diamante chama atenção por
sua beleza em colares, brincos e anéis, mas
é útil para cortar ferro, aço, vidro, serrar
pedras, polir, moer, raspar e para fabricar
uma série de produtos.
O termo “diamante” é derivado da palavra grega "adamas", que pode ser traduzida
como “inflexível”, “imoldável”, “inconquis-
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tável”. É único — não existe uma pedra igual
a outra — e para poucos bolsos.
A classificação do diamante leva em
conta a cor, a pureza, a lapidação e o peso
— medido em quilates, padrão internacional para peso de gemas, que equivale a 200
miligramas. Os diamantes coloridos (azul,
rosa, amarelo, vermelho, verde, laranja),
que apresentam tonalidade e saturação
fortes, são muito raros e valorizadíssimos
pelos colecionadores. “O Cullinan, o maior
dos diamantes já encontrados, pesava 3.106
quilates quando bruto, e originalmente um
pouco menos de 1 libra e meia. Ele foi cortado em nove pedras principais e 96 pedras
menores”, conta Natália Salomão, gerente
de Comunicação e Marketing do Instituto
Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos
(IBGM).
Arte de lapidar
Cortar e polir um diamante bruto de tamanho grande — acima de 300 quilates (60 gramas) — pode levar um ano. “Para aproveitar
melhor a pedra e evitar perdas, o lapidador
pode passar um mês apenas analisando o
diamante para decidir qual o melhor corte”, diz o consultor de gemologia do IBGM,
Daniel Beringer.
O Brasil era líder na produção de diamantes naturais nos séculos 17 e 18, mas
perdeu a posição após as descobertas na
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| Por Maria Finetto
George Diebold/GettyImages
Apreciado
em colares,
brincos
e outros
ornamentos,
o diamante
é um dos
minerais
mais caros
do planeta
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44 | VidaBosch |
aquilo deu nisso
África. Dados do IBGM mostram que a produção nacional de diamantes naturais é de
300 mil quilates por ano e a mundial está
em torno de 160 milhões de quilates.
A pedra natural é criada pela pressão
e pelo calor das lavas vulcânicas de grandes profundidades. Ela pode custar cerca de US$ 1 mil o quilate. Mas Natália, do
IBGM, adverte que é impossível determinar
o preço exato sem ter a pedra em mãos.
“A variação do valor entre dois diamantes
aparentemente iguais [mesmo peso] pode
ser imensa”, diz.
De qualquer maneira, a pedra natural
pode custar o dobro de uma artificial. Artificial? É, feita em laboratório — mas, claro,
sem o charme dos que mobilizam o agente
secreto 007 no filme “Os diamantes são
eternos”. O sintético, como é chamado, assemelha-se muito, química e fisicamente,
com o natural. Uma das maneiras de produzi-lo é por meio de um processo em que
são usados tungstênio, etanol (álcool da
cana-de-açúcar) e hidrogênio.
Só o natural é usado em joalheria — ainda assim, em pequena proporção: apenas
20% dos diamantes extraídos têm qualidade
suficiente para esse fim, segundo o IBGM.
Os outros 80% são direcionados para a indústria, mesmo destino dos sintéticos.
Manfred Kage/Science Photo
Na indústria,
o diamante
é usado em
ferramentas
para cortar
pedras, ferro
e aço, em
chips e em
instrumentos
odontológicos,
como broca
(à direita)
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3/12/07 12:15:09 PM
aquilo deu nisso | VidaBosch | 45
As gemas naturais são utilizadas em ferramentas de corte ou para perfuração e
extração — desde 1863 o diamante natural
é empregado na perfuração de rochas. Já
os sintéticos são mais usados como abrasivos. A escolha entre um diamante e outro
depende das especificações do produto ou
da aplicação. “Um técnico é quem decide
a melhor solução”, diz Beringer.
“O diamante sintético é um condutor de
calor superior ao cobre e tem baixo índice
de atrito comparado ao teflon”, destaca
Helder José Ceragioli, pesquisador do Laboratório de Diamantes e Nanoengenharia da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp).
O sintético pode ser usado como eletrodo em estações de tratamento de efluentes, porque a durabilidade é maior, e até
mesmo na confecção de próteses humanas,
como pinos ou a cabeça do fêmur. “Testes em laboratórios mostram que ele tem
vantagens sobre os materiais convencionais (como o titânio) por ser altamente resistente e compatível com o organismo”,
afirma Ceragioli.
Pontas diamantadas são instrumentos
abrasivos já utilizados na área odontológica para a remoção de esmalte dentário,
acabamento superficial de restaurações.
Como ótimo isolante elétrico, o diamante
sintético pode ser transformado em semicondutor, chip, sensor óptico, laser de
diamante e fibra óptica. Na indústria, é indicado na fabricação de ferramentas de
usinagem e também na área de construção civil, em discos de serra para cortar
mármore e vidros.
Outros bons exemplos são a microeletrônica e a optoeletrônica (área que envolve
dispositivos eletrônicos que emitem, captam e modulam a luz). “O diamante sintético poder ser usado na fabricação de telas
para computadores e televisores, substituindo os filamentos tradicionais”, afirma
o pesquisador da Unicamp.
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Fotos Arquivo Bosch
A Bosch na sua vida
Divulgação
Só 20% dos diamantes
naturais têm qualidade para
serem usados como jóia.
Os outros 80% são
utilizados na indústria
Melhor amigo do homem
Um antigo ditado diz que o diamante
é o melhor amigo das mulheres. Mas,
atualmente, a expressão também pode
ser aplicada aos homens, principalmente
aos que usam ferramentas. As serras
com discos diamantados fabricadas pela
Bosch são ideais para cortar concreto,
granito, mármore, azulejo, tijolo, porcelanato, cerâmica e asfalto, entre outros
materiais. Os diamantes usados, porém,
não são naturais — como os preferidos
pelas mulheres —, mas sintéticos, feitos
por meio de uma mistura de carbono
(também presente nas pedras reais)
com um catalisador, que é submetida
a uma pressão de 60 mil bar e um calor
de 1.800 graus Celsius.
Feitos de aço e com espessura equivalente à de dois CDs, os discos da serra
recebem uma camada fina de diamante sintético, por meios eletrostáticos.
“A Bosch usa diamantes sintéticos de
alta qualidade, que são colocados em
ângulos corretos, que permitem que se
mantenha a afiação deles. A quantidade
de diamantes usada também diferencia o produto em qualidade e vida útil”,
afirma André Ballerini, responsável por
venda de acessórios na divisão de Ferramentas Elétricas da Bosch.
Os discos podem girar a uma velocidade de até 12 mil rotações por minuto. Na Serra Mármore CDC 14-40, da
Bosch, eles têm um diâmetro de 125
milímetros (pouco maior que o de um
CD). A maioria dos produtos do tipo,
explica Ballerini, tem 110 milímetros.
“O disco maior permite mais profundidade no corte”, destaca. Esse modelo
de serra tem potência de 1.400 watts,
uma capacidade de corte de 45 graus
e pesa 2,6 quilos.
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áudio
Rumo ao
antiquário
CDs ainda vão sobreviver por
algum tempo, mas em breve
serão substituídos pelo
MP3 e devem ter o mesmo
destino do disco de vinil:
a estante de colecionadores
G
uarde com carinho sua coleção de CDs.
Em um futuro breve, eles serão objetos
do passado, a lembrança de uma época que
deixou de existir. O mesmo destino terão
a disqueteira ligada ao som de seu carro
e seu estojo de CDs: também serão uma
relíquia. Isso porque uma revolução está
em andamento no mundo da música. Essa
revolução tem um nome: MP3 (um formato
compactado de arquivos de áudio). E ela já
faz parte da vida de muita gente.
O produtor musical Marcelo Terressa
tem uma coleção com mais de 600 CDs, 120
vinis e incontáveis fitas cassetes. “Só coisas raras”, assegura. Há dois anos, desde
que ganhou um MP3 player, não leva nada de sua coleção para ouvir no carro. O
aparelho ainda é o mesmo — um toca fitas
antigo —, mas um pequeno cabo liga-o ao
equipamento que toca os discos prediletos
e as últimas novidades que Marcelo baixou
na internet. De graça.
Nos anos 80, antes da chegada da internet e do MP3 ao Brasil, Marcelo trocava fitas cassetes com pessoas do mundo
inteiro. Hoje, isso continua a acontecer,
mas de forma mais simples: com um clique do mouse.
“Quando uma nova tecnologia é criada
e facilita a vida de todo mundo, a evolução
áudio3.indd Sec1:46
está feita, não há como voltar atrás”, diz
Marcelo Träsel, jornalista e mestre em comunicação e informação mediada por computador pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS). “No caso do MP3,
o que acontece é que as pessoas se adaptam mais rapidamente a uma tecnologia
do que a indústria fonográfica consegue
mudar seu modelo de negócio.”
Lucas Alexandre D’Ávila Gallo, gerente
de vendas da Limp Som, uma loja especializada em som automotivo de Campinas
(SP), percebe claramente essas mudanças em seu negócio. “A primeira vítima do
MP3 no som para carros foi a disqueteira,
a maioria das empresas já parou de fabricá-las.” Hoje, 90% dos clientes que entram
em sua loja querendo um novo som para o
carro têm como prioridade que o aparelho
toque MP3.
Dez vezes mais música
Os benefícios são muitos. Não é preciso
andar com uma pasta pesada cheia de CDs
— um CD convencional traz em média menos de uma hora de música; os MP3 players
mais baratos tocam 10 horas de música — e
os mais caros, mais de 100 horas. Não há
perigo de roubo (desde que o MP3 player
não seja roubado), não há desgaste do material, e, além do mais, a pessoa pode montar
a seleção de músicas que quiser. Quando
enjoar, é só apagar e fazer outra.
Ainda hoje Gallo recebe clientes em sua
loja querendo uma disqueteira. “Quando
isso acontece, sempre aconselho ao cliente
um som que toque MP3 e explico os benefícios.” Se o cliente acha caro, não tem problema. Gallo oferece aparelhos que tenham
entrada auxiliar P2 (as de fone de ouvido) ou
USB (como as de câmeras digitais). Assim,
o cliente pode escolher onde guardar seus
MP3. E, quando quiser ouvi-los no carro,
é só ligar por meio de um cabo.
Se um som com MP3 ainda é caro para
você, espere, pois os preços estão caindo
e deverão baixar ainda mais. “A tendência dos sons automotivos é baratear cada
vez mais, vão surgir aparelhos bastante
simples, apenas com rádio, mas com todo
tipo de entrada para cartões de memória e
tocadores de MP3”, prevê Gallo.
Legal x ilegal
Quem mais está perdendo com a revolução
do MP3 é a indústria fonográfica. A maioria dos downloads de músicas na internet
é feita de maneira ilegal, através das redes
de troca de arquivos chamadas P2P (do
inglês peer-to-peer, que significa “ponta
a ponta”). Nessas redes, cada computador
conectado torna-se um servidor de músicas
a que qualquer outro usuário tem acesso.
Como há 875,6 milhões de usuários de internet no mundo, segundo a Conferência
das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), o potencial dessas
redes é imenso.
O primeiro passo em direção à troca legal
de música na internet foi a loja virtual iTunes, da empresa de computadores Apple.
Representando 70% do mercado virtual de
música, o iTunes oferece qualquer canção
de seu acervo (cerca de 3,5 milhões de músicas) por 99 cents (aproximadamente R$
2). O sucesso do iTunes está ligado diretamente ao sucesso do iPod, o tocador de
MP3 portátil da Apple. Nos últimos cinco
anos, foram vendidos mais de 70 milhões
de iPods no mundo. Seu sucesso fez com
que ele represente hoje 40% do total da
receita da Apple.
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| Por Renato Parada
Rachel Guedes
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48 | VidaBosch |
áudio
Download de música dentro da lei
pode render no Brasil mais
que venda de CDs e DVDs somados,
avalia associação do setor
A loja virtual iTunes ainda não entrou
no Brasil devido a problemas de direito
autoral.“Nossa lei de direito autoral é bem
mais complicada que a dos Estados Unidos”, diz Sílvio Pellacani Júnior, diretor
da Tratore, uma empresa especializada
na distribuição de discos de gravadoras e
selos independentes.
A principal forma de combate das grandes
gravadoras contra a troca ilegal de música na
internet são ações judiciais contra as redes
P2P e seus usuários, a maioria jovens que
usam computador em casa. Em setembro
de 2006, o Brasil foi incluído entre os 17
países em que a Federação Internacional
da Indústria Fonográfica (IFPI) promoveu
a distribuição de 8 mil ações judiciais contra usuários de redes P2P.
No Brasil, as ações foram promovidas
pela Associação Brasileira dos Produtores
de Discos (ABPD). Segundo a associação,
em 2005 foram baixadas ilegalmente na
internet cerca de 1 bilhão de músicas. Se
o processo fosse feito dentro da lei, o setor
teria arrecadado mais de R$ 2 bilhões — três
vezes o que o mercado oficial faturou no
ano passado com a venda de CDs e DVDs
(R$ 615,2 milhões).
Potencial imenso
Esses números trazem para a indústria fonográfica brasileira duas mensagens importantes, avalia o diretor-geral da ABPD, Paulo
Rosa. “A primeira delas, bastante positiva
por sinal, é a confirmação de que o potencial do mercado brasileiro para a venda de
música on-line é imenso. A segunda mensagem traz preocupação: como competir
com a oferta ilegal de música gratuita na
web, principalmente aquela decorrente de
redes de compartilhamento de arquivos,
as chamadas redes peer-to-peer?”.
Para José Eduardo Ribeiro de Paiva,
professor de Multimeios da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), não
tem segredo. “É só vender barato que todo mundo compra, mas isso é algo que a
áudio3.indd Sec1:48
indústria fonográfica nunca entendeu nos
seus mais de cem anos de vida.” E completa:
“99 centavos é caro demais para algo que
tem uma qualidade técnica inferior, não
tem suporte nem parte gráfica.”
Para a Tratore, e possivelmente para
muitas gravadoras, o MP3 ainda não gera
lucro. É investimento estratégico. “Já estamos vivendo o processo de migração do CD
para o MP3, mas os dois formatos ainda irão
conviver por algum tempo”, prevê Pellacani.
No exterior, a mudança está acontecendo
mais rápido. Segundo uma pesquisa realizada pela IFIPI, no Reino Unido e Alemanha
os downloads lícitos já superam o ilícitos. É
o sonho da indústria fonográfica.
Há pouco tempo, quando o videocassete e as fitas VHS surgiram, o cinema e a
televisão sentiram-se ameaçados, acharam
que iam acabar. Mas o resultado foi outro
— eles acabaram faturando com o VHS, e
agora com o DVD. Será que o mesmo aconteceria com a indústria fonográfica com
relação ao MP3?
Para Pedro Dória, colunista de tecnologia do caderno Link do jornal O Estado de
S. Paulo, é difícil dizer. “As situações são
diferentes”, avalia. “A indústria do cinema
investe na produção e ganha na distribuição de filmes. O que mudou, na época do
VHS, é que ela passou a distribuir para as
locadoras também. E já que a qualidade do
VHS era baixa, com o DVD esse mercado
consumidor foi incluído.”
A indústria fonográfica também gasta
na produção e ganha na distribuição. Só
que, com a Internet e o MP3, o canal de distribuição foi cortado. “A internet distribui
com um custo infinitamente menor que o
de caminhões levando CDs, e a qualidade
do CD é rigorosamente mantida”, afirma
Dória. Isso ainda não acontece com o DVD
justamente por conta do canal de distribuição. Conforme a banda larga da internet aumente sua capacidade, aumentará
também a cópia gratuita de filmes.
Mas será que, assim como o VHS, o CD
deixará de existir? Pedro Dória não tem dúvida. “O CD está com os dias absolutamente
contados. Daqui a dez ou quinze anos acho
até que ainda haverá gente colecionando
LPs — os apaixonados e DJs não os largam
— e ninguém mais comprará CDs.”
A Bosch na sua vida
Arquivo Bosch
Muita música em pouco espaço
Separar os CDs para ouvir na estrada
já se tornou um ritual obrigatório nos
preparativos para grandes viagens de
carro. A tarefa — prazerosa para alguns,
penosa para outros — deve cada vez mais
entrar em desuso. Com a inclusão da
tecnologia MP3 nos aparelhos de som
automotivos, os usuários passaram a ter
à disposição uma variedade de músicas
cada vez maior em componentes cada
vez menores. Dois modelos de CD player
oferecidos no mercado brasileiro pela
Blaupunkt, marca do Grupo Bosch, já
têm interface com cartões de memória
MMC (os mesmos usados em máquinas fotográficas digitais), pen drivers
e MP3 players.
O CD player Memphis MP66 (foto), por
exemplo, reproduz CDs de áudio e de
MP3, aceita cartões de memória MMC
e possui entrada USB, que possibilita
conexão de pen drivers e MP3 players.
Essa gama de recursos permite que,
com uma unidade de cada componente
(um cartão de 4 gigabytes, uma pen drive de 3 gigabytes, um MP3 player de 4
gigabytes e um CD-R de 700 megabytes
gravado com MP3), o usuário tenha
espaço para mais de 3,5 mil músicas
— o que equivale a 237 CDs de áudio
com 15 faixas.
Outro aparelho de som automotivo
oferecido pela Blaupunkt com esses
mesmos recursos é o St. Louis. Esse
modelo vem também com um sistema
que ajusta o volume do rádio de acordo
com a velocidade do carro.
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