Editorial Prezados Associados, Os temas sobre higiene das mãos, surtos, controle de antimicrobianos, O XIII Congresso Brasileiro de infecção ocupacional, dentre ou- Controle de Infecção e Epidemiologia tros, também foram contemplados Hospitalar se aproxima. A Comissão por diversos autores. A procura pelo Organizadora e a Apecih vêm traba- Curso de treinamento em epidemiologia aplicada à assistência à saúde lhando intensamente para promover um evento ímpar. Pela primeira vez utilizamos o recurso de uma mídia social para divulgação de um evento. Em uma semana, conseguimos reunir mais de 600 membros no grupo do Facebook e foi extremamente interessante observar que a comunicação interativa entre todos, aliada à facilidade de uso das ferramentas, aumentou exponencialmente esta divulgação. O grupo permitiu a criação de diálogos paralelos, de forma descentralizada, com o compartilhamento colaborativo de dicas e informações. Outra feliz surpresa foi a contabilização de 802 trabalhos inscritos. Estudos focados em vigilância SHEA/APECIH foi elevada e tivemos todas as vagas preenchidas em menos de um mês. A participação dos nossos associados tem sido bastante expressiva e estamos confiantes no propósito de criar um ambiente propício à troca de conhecimentos e ao convívio social. A comissão organizadora está planejando uma “caminhada com o congressista”, que será realizada pela orla e terminará com uma aula de tai-chi-chuan e o “futebol da infecção”. Com o apoio das Secretarias de Saúde, de Turismo, de Cultura e de Esporte de Santos, teremos apresentações do Coral Municipal de Santos, do Quarteto de Cordas Martins Fontes, do Balé dos Cadeirantes e epidemiológica, microbiologia e prevenção foram os outras atrações distribuídas dentro da programação mais submetidos, representando 56% dos trabalhos. do congresso. Convidamos todos a participarem do grupo no Sumário Editorial..............................................1 De Interesse.. ......................................2 Destaque.. ...........................................4 Aconteceu...........................................6 Calendário de eventos.. .......................7 Facebook e a entrarem no site do congresso para conferir a intensa programação científica e social. Dra. Mirian de Freitas Dal Bem Corradi Médica Infectologista do Hospital Sírio-Libanês. CRM-SP 115.036. De Interesse Profissionais de enfermagem, burnout e infecções associadas à assistência à saúde Enfa. Adriana M. Silva Felix Serviço de Controle de Infecção Hospitalar - HCor COREN-SP 77.460. E “ sgotamento físico e mental de pro- urinário (0,82, p = 0,03) e infecção do sítio fissionais de enfermagem resulta em cirúrgico (1,56 p < 0,01). Hospitais em que o taxas mais elevadas de infecção as- burnout foi reduzido em 30% tiveram um total sociadas aos cuidados de saúde e aumen- de 6.239 infecções a menos, e uma redução to dos custos hospitalares” de acordo com de custos anual de até US$ 68 milhões. “As instituições de saúde podem ade- um estudo publicado na edição de agosto do quar o número de profissionais de enferma- American Journal of Infection Control. Pesquisadores da Escola de Enfermagem gem a um custo muito menor do que aqueles da Universidade da Pensilvânia estudaram associados com as infecções associadas à o efeito do “burnout” sobre profissionais da assistência à saúde”, concluem os autores. equipe de enfermagem e sua relação com a “Ao reduzir o burnout, podemos melhorar o ocorrência de infecções do trato urinário as- bem-estar dos profissionais de enfermagem, sociadas a cateter (ITU-SVD) e infecções de melhorando a qualidade do atendimento pres- sítio cirúrgico (ISC). tado ao paciente.” Os resultados mostraram que houve asReferência sociação significativa entre a relação enfermeiro/paciente e infecção do trato urinário (0,86, p = 0,02) e infecção de sítio cirúrgico • Cimiotti, JP, Aiken, LH, Sloane DM, WU ES. (0,93, p = 0,04). Na análise multivariada, a Nurse staffing, burnout and health care asso- presença de burnout permaneceu significa- ciated infection. American Journal of Infection tivamente associada com infecção do trato Control Aug 2012;40(6). 2 “Adiós bacteremias” Eliminando as bacteremias associadas a cateter venoso central das unidades de terapia intensiva da América Latina Dra. Paula Marques de Vidal Médica Infectologista. CRM-SP 102.890. A s bacteremias associadas a cateter venoso central aumentam a mortalidade em 25%, o tempo de permanência em uma média de 7 dias e os custos referentes à internação hospitalar entre $10,000 e $26,000 dólares americanos. A evidência científica indica A participação é voluntária e gratuita. Para que é possível preveni-las. inscrever sua instituição, acesse http://www. Em 28 de setembro de 2012 foi lançada a clicss.org/?page_id=393. iniciativa “Adiós bacteremias”, que busca reduzir a incidência de bacteremias associadas a cateter A iniciativa é realizada pelo Consórcio Latino- venoso central nas unidades de terapia intensiva americano de Inovação, Qualidade e Segurança da América Latina em 50% em relação à medida em Saúde (CLICSS – www.clicss.org), um conjun- basal antes de 15 de setembro de 2013. Cer- to virtual de organismos, instituições e profissio- ca de 100 hospitais já se comprometeram com nais que trabalham para promover de maneira si- a campanha. nérgica a melhoria da qualidade e segurança dos Foi realizada uma videoconferência para fa- serviços de saúde da América Latina, por meio cilitar a conexão com diversos países. Os deta- da convergência de esforços de organizações e lhes podem ser obtidos ao contatar adiosbacte- indivíduos, através do desenho e implementação [email protected]. de projetos demonstrativos, formação de talentos e fortalecimento de capacidades e educação. Haverá disponibilidade de materiais de implementação imediata, além de uma série de sessões Fonte: www.clicss.org; www.ihi.org virtuais de aprendizagem para toda a comunidade. 3 Destaque O que os hospitais estão fazendo para prevenir e controlar as IRAS? Experiência da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo - SP Enfo. Aurivan Andrade de Lima Enfermeiro Gerenciamento de Leitos da Santa Casa SP, Coordenador Curso de Especialização em CIH da Santa Casa SP. COREN-SP 136.080. O SCIH da Santa Casa SP adotou medidas criteriosas de prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde com o surgimento de casos de pacientes colonizados ou infectados por cepas de enterobactérias resisten- • Elaboração e afixação de informes educativos na(s) unidade(s); • Intensificação das medidas de higiene e limpeza; • Introdução de testes rápidos Agar Cromogênico KPC (Probac do Brasil®) para detecção dos tes aos carbapenêmicos. Por se tratar de um Hospital Escola, que recebe estudantes de diferentes graduações e instituições, ter mecanismos de resistência em 24 horas, reduzindo necessidade de bloqueios de leitos; alta demanda de atendimentos, ser uma instituição de • Implantação no sistema informatizado ins- “portas abertas” e ter características estruturais peculia- titucional de internação, de um aplicativo de alerta, res, com enfermarias de quatro a oito leitos, a equipe do para pacientes colonizados ou infectados favore- SCIH se viu diante de um grande desafio. cendo as medidas de precaução e isolamento e Após avaliação e discussões, objetivando minimizar orientando nos casos de reinternação. Com esta atuação multidisciplinar, tornou-se a transmissão cruzada deste agente, definiu-se: • Transferir pacientes colonizados ou infecta- evidente a mobilização e interesse das equipes, as- dos para uma unidade específica, denominada in- sim como da alta direção, em medidas educativas, ternamente como “kpcário”, garantindo uma atuação de controle e prevenção. mais direta da equipe do SCIH no local, com educa- A despeito das medidas tomadas, ainda preo ção permanente, favorecendo a adesão às medidas cupa a ocorrência de novos casos, levando a um de prevenção e controle e desmistificando interpreta- cenário institucional inevitável de endemia. Mas consideramos substancial a manutenção ções dúbias e equivocadas; • Restrição quantitativa nas visitas multidiscipli- nares e nos estágios, por se tratar de uma Instituição diária de práticas engajadas e com envolvimento de todos. de ensino, objetivando diminuição na circulação de Agradecimentos: Às equipes das unidades profissionais no local; • Aumento do número de dispensadores de produto alcoólico e reforço no incentivo à higienização das mãos; 4 e Diretorias da Instituição, e em especial à equipe do SCIH. Experiência do Hospital Sírio Libanês - SP Enfa. Larissa G. Thimoteo Cavassin Enfermeira CCIH, Hospital Sírio-Libanês. COREN-SP 95.904. Renan (CCIH Hospital Sírio Libanês) Dra. Maria Beatriz Souza Dias Médica Coordenadora CCIH, Hospital Sírio-Libanês. CRM-SP 36.584. E mbora o histórico de taxas de infecção após cirurgias limpas no HSL se man- tivesse abaixo da meta institucional de 1,5%, percebíamos certa heterogeneidade conceitual e necessidade de atualização das medidas de prevenção entre a equipe assistencial no CC. Planejamos uma longa campanha reforçando os passos de prevenção de infecção nos três períodos: pré-operatório, transoperatório e pós-operatório. Equipe da CCIH do Hospital Sírio Libanês. Apresentamos as medidas à Comissão de Centro Cirúrgico, o que gerou discussões interessantes e aliados estratégicos entre os princi- operatório, além de informações importantes sobre pais cirurgiões do hospital. o funcionamento do CC. Estes serão enviados aos A sequência de passos foi divulgada semanal- consultórios dos cirurgiões para serem entregues aos mente, com grandes adesivos distribuídos no CC: pacientes antes da cirurgia e também encaminhados entrada, retirada de roupa privativa, vestiários, lava- por e-mail no pré-operatório pelo próprio hospital. tórios, posto de enfermagem, conforto médico e de Com estas ações, observamos melhoria nos funcionários. Foram também divulgados sincroniza- processos (p. ex.: banho pré-operatório e antibio- damente no boletim médico eletrônico e na intranet. ticoprofilaxia cirúrgica) e maior permeabilidade dos Banners com todos os passos foram colocados profissionais do Centro Cirúrgico, em especial dos no CC e enviados ao corpo clínico a cada período cirurgiões, às recomendações para prevenção de e um resumo de todos estes ao final da campanha. infecção. Dentro de uma nova filosofia de envolvimento do Apesar do aumento do número de cirurgias rea paciente em seu próprio cuidado, reunimos num fôl- lizadas, maior complexidade das mesmas e novas der “Orientações para o paciente cirúrgico” os passos equipes cirúrgicas, as taxas de infecção em cirurgia que dependem da ação do paciente no pré e pós- limpa permanecem em torno de 1%. 5 Aconteceu Por uma CME mais sustentável Hospitais e sistemas de saúde começam a contribuir para uma economia verde Enfa. Mara Lucia Leite Ribeiro Enfermeira. Gerente do CC/CME do HCor. COREN-SP 42.868. Enfa. Janete Akamine Presidente da Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação, Anestesia e Centro de Materiais e Esterilização - SOBECC. COREN-SP 62.981. E m sua 8ª edição, o Simpósio Internacional de desafios para profissionais da área”, assinala a presi- Esterilização e Controle de Infecção Hospitalar dente da Sobecc, Janete Akamine. abordou como tema central “Estratégias e Boas Sustentabilidade Práticas em Saúde Focadas na Sustentabilidade”, reunindo, de 26 a 28 de julho, na capital paulista, cerca de 2.500 profissionais, entre enfermeiros e técnicos O desenvolvimento da economia verde é uma de enfermagem do Brasil, que puderam aprimorar o missão de todos os organismos nas próximas déca- conhecimento para uma atuação mais competente na das. Diminuir os impactos causados no ambiente pelas CME, além de debater assuntos relacionados à saúde instituições de saúde é uma preocupação da Sobecc. do planeta. Nesse sentido, o simpósio colocou em discussão as Renomados palestrantes nacionais e especialistas contribuições dos hospitais para a chamada economia convidados dos Estados Unidos, Chile, Portugal, Ale- verde, por meio de iniciativas que podem fazer a dife- manha e Bélgica compartilharam experiências a respei- rença para um futuro mais sustentável. to das melhores práticas no reprocessamento de ma- “Todos sonham com um mundo melhor, mas com terial e controle de infecção hospitalar. Assuntos como o padrão de consumo atual que vivemos, não teremos novas tecnologias, leis e resoluções que normatizam condições de manter o planeta por muito tempo. Pre- os processos da CME, ações sustentáveis, métodos cisamos repensar tudo que estamos fazendo e como e recomendações de limpeza e liderança na assistên- agir de forma diferente em prol do planeta”, disse o su- cia hospitalar, entre outros temas, contemplaram uma perintendente do Hospital Sírio-Libanês e professor da extensa programação, com mais de 20 palestras, além Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São de simpósios-satélites e mostra tecnológica, com cer- Paulo, Dr. Gonzalo Vecina Neto, durante a sua apre- ca de 60 expositores. sentação, com título do tema central do simpósio. “O número de participantes comprova o suces- Entre os pontos que devem ser adotados na agen- so do evento, caracterizando-se como um encontro da estão: substituir o uso de produtos químicos peri- produtivo, contribuindo assim para a melhoria da quali- gosos na esterilização; segregar melhor os resíduos dade da assistência da enfermagem especializada em gerados, aumentando a capacidade de reciclagem; CME. A programação trouxe novos conhecimentos e implementar iniciativas para o uso de energia renová6 vel; reduzir o consumo de água; utilizar veículos que de um sistema de gestão ambiental – é um movimen- emitam menos carbono na atmosfera; promover a nu- to que começa a ser estimulado no setor da saúde. trição segura ao paciente, com alimentos mais saudá- Isso ocorre porque à medida que a sociedade valoriza veis; dar o destino correto dos produtos farmacêuticos; a sustentabilidade, os hospitais e sistemas de saúde construir empreendimentos de saúde verdes, com mí- sentem a necessidade de adequação. nimo de agressão ao meio ambiente; e exigir certifica- “Aderir à ISO 14.001 demonstra o comprometi- ção de fornecedores para tratamento adequado dos mento da instituição de saúde com as práticas susten- materiais. táveis e traz também benefícios de melhoria contínua nos resultados operacionais, como o desperdício de ISO 14.001 água e energia elétrica, possibilitando aos gestores A busca pela certificação ISO 14.001 – norma realocar investimentos”, enfatiza a presidente da Sobecc, Janete Akamine. mundial que especifica os requisitos e os processos Calendário de Eventos DATA CURSO INSTITUIÇÃO LOCAL INFORMAÇÕES 17/09 a 19/10/2012 Processo Seletivo EPISUS-SP 2013-2015 CVE São Paulo/SP www.cve.saude.sp.gov.br 7 a 10/11/2012 XIII Congresso Brasileiro de Controle de Infecção e Epidemiologia Hospitalar APECIH Santos/SP 12 a 14/11/2012 Conferência Internacional de Epidemiologia CVE São Paulo/SP http://www.cve.saude.sp.gov. br/conferencia/cve_conf.htm www.cih2012.com.br Associação Paulista de Epidemiologia e Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde - APECIH Endereço: Rua Itapeva, 486 - conj. 106 - Bela Vista - CEP 01332-000 - São Paulo - SP Tel/Fax: (11) 3253-8229 - e-mail: [email protected] O jornal da APECIH é uma publicação trimestral dirigida particularmente aos associados e editada pela diretoria, sob coordenação da Comissão de Divulgação. DIRETORIA DA APECIH - Triênio: 2011-2014 Presidente: Luci Corrêa Vice-presidente: Maria Clara Padoveze 1º Secretária: Claudia Vallone Silva 2ª Secretária: Paula Marques de Vidal 3ª Secretária: Adriana Maria da Silva Felix 1ª Tesoureira: Vera Lúcia Borrasca Domingues da Silva 2ª Tesoureira: Lourdes das Neves Miranda 3ª Tesoureiro: Ícaro Boszczowski Suplentes: Adriana Maria da Costa e Silva e Mirian de Freitas Dal Ben Corradi Conselho fiscal efetivo: Daniel Wagner de Castro Lima Santos, Adenilde Andrade da Silva e Márcia Valadão Albernaz Conselho fiscal suplente: Sandra Regina Baltieri e Aurivan Andrade de Lima Comissão de Divulgação (Jornal): Adriana Maria da Silva Felix, Aurivan Andrade de Lima, Claudia Vallone Silva e Paula Marques de Vidal. (Site): Aurivan Andrade de Lima e Lourdes das Neves Miranda Comissão Científica: Adriana Maria da Costa e Silva, Daniel Wagner de Castro Lima Santos, Maria Clara Padoveze, Mirian de Freitas Dal Ben Corradi e Sandra Regina Baltieri Comissão de Regionais: Márcia Valadão Albernaz Publicação produzida pela Office Editora e Publicidade Ltda. Diretor Responsável: Nelson dos Santos Jr. - Diretora Executiva: Waléria Barnabá - Diretor de Arte: Roberto E. A. Issa Publicidade: Rodolfo B. Faustino e Denise Gonçalves - Jornalista Responsável: Cynthia de Oliveira Araujo (MTb 23.684) - Redação: Flávia Lo Bello, Luciana Rodriguez e Eduardo Ribeiro - Gerente de Produção Gráfica: Roberto Barnabá - Coordenação: Adriana Pimentel Cruz - Departamento Jurídico: Martha Maria de Carvalho Lossurdo (OAB/SP 154.283). Office Editora e Publicidade Ltda - Rua General Eloy Alfaro, 239 - Chácara Inglesa - CEP 04139-060 - São Paulo - SP - Brasil - Tel.: (11) 5594-1770 • 5594-5455 - e-mail: office.editora@uol. com.br. 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