19 de Dezembro de 2014
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e a capacitação de recursos humanos para a Indústria Mineral Brasileira
POR QUE AS COMMODITIES ESTÃO CAINDO?
Os preços do petróleo caíram 40% desde junho - e isso é boa notícia para os países
importadores de petróleo, porém má notícia para a Rússia, Venezuela, Nigéria e outros países
exportadores. Alguns atribuem a queda de preços ao boom da energia derivada do xisto nos Estados
Unidos. Outros citam o fato de a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não ter
chegado a um acordo para reduções na oferta.
Mas essa não é a história toda. O preço do minério de ferro também está em baixa. O mesmo
acontece com os preços do ouro, da prata e da platina. E também com os preços do açúcar, do
algodão e da soja. Na realidade, em dólares, a maioria dos preços das commodities caiu desde o
primeiro semestre do ano. Apesar de um leque de fatores setoriais específicos afetar o preço de cada
commodity, o fato de as quedas nos preços serem tão amplas - como frequentemente ocorre em
casos de grandes oscilações de preços - sugere que fatores macroeconômicos estão em jogo.
Então, quais fatores macroeconômicos podem estar pressionando os preços das commodities
para baixo? Talvez seja a deflação. Mas, embora a inflação esteja muito baixa, e até mesmo negativa
em alguns países, algo mais deve estar acontecendo, porque os preços das commodities estão caindo
em relação ao nível geral de preços. Em outras palavras, os preços reais das commodities estão em
queda.
A explicação mais comum é a desaceleração econômica mundial, que tem reduzido a
demanda por energia, minerais e produtos agrícolas. Com efeito, o crescimento diminuiu e as
previsões sobre PIBs nacionais foram revistas para menor, desde meados do ano, para a maioria dos
países.
Os Estados Unidos são uma importante exceção. A expansão americana parece cada vez mais
bem estabelecida, tendo seu crescimento anual sido estimado em mais de 4% durante os dois
últimos trimestres. No entanto, é particularmente nos EUA que os preços das commodities têm
caído. O Índice de Preços de Commodities da "The Economist", denominados em euros, por exemplo,
na realidade subiu, ao longo do ano passado; é apenas o índice baseado em dólares - o número que
concentra todas as atenções - que está em queda.
Isso nos leva à política monetária, cuja importância como determinante dos preços das
commodities é muitas vezes esquecida. Um aperto monetário é amplamente previsto para os EUA - a
flexibilização quantitativa promovida pelo Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) terminou em
outubro e o BC americano provavelmente elevará os juros de curto prazo em algum momento no
próximo ano.
Isso lembra um padrão histórico familiar. Quedas nos juros reais (ajustados pela inflação) na
década de 1970 e nos períodos 2002-2004 e 2007-2008 vieram acompanhadas por um aumento dos
preços das commodities; fortes aumentos nas taxas de juros reais americanas na década de 1980
fizeram despencar os preços das commodities em dólares.
Há algo de intuitivo na noção de que quando o Fed "imprime dinheiro", o dinheiro flui para
commodities, entre outros ativos, e de que essa demanda eleva seus preços - e que, portanto, os
preços caem quando os juros sobem. Mas, qual é, exatamente, o mecanismo causal?
Na realidade, existem quatro canais por meio dos quais a taxa de juros real afeta os preços
das commodities (independentemente do efeito que os juros produzem por meio do nível de
atividade econômica). Em primeiro lugar, juros elevados reduzem o preço das commodities
armazenáveis, ao incrementar as vantagens de extrair hoje, em vez de amanhã, intensificando, assim,
o ritmo como petróleo é extraído, ouro é tirado de minas ou árvores são abatidas em florestas. Em
segundo lugar, juros altos também diminuem o desejo das empresas de manter estoques (leia-se:
petróleo armazenado em tanques).
Em terceiro lugar, os gestores de carteiras de investimentos reagem a aumentos nas taxas de
juro reduzindo sua exposição a contratos de commodities (que são agora uma "classe de ativos") e
investem em títulos do Tesouro. Finalmente, juros elevados fortalecem a moeda nacional, reduzindo,
assim, o preço das commodities comercializadas internacionalmente em termos domésticos (mesmo
que os preços não tenham caído quando expressos em moeda estrangeira).
As taxas de juro americanas na realidade não subiram em 2014, de modo que a maior parte
desses mecanismos ainda não está se fazendo sentir diretamente. Mas os especuladores sempre
tentam adivinhar o futuro e abandonam as commodities hoje devido a suas previsões de taxas de
juro futuras mais elevadas em 2015; o resultado foi antecipar para hoje os aumentos de preços que
ocorrerão no ano que vem.
O quarto canal, a taxa de câmbio, já está operando. A perspectiva de aperto monetário nos
Estados Unidos coincide com a adoção de estímulos monetários por parte do Banco Central Europeu
e do Banco do Japão. O resultado tem sido uma valorização do dólar em relação ao euro e ao iene. O
euro está em queda de 8% em relação ao dólar desde o primeiro semestre do ano e o iene está em
baixa de 14%. Isso explica como os preços de tantas commodities podem estar em baixa em dólares e
em alta quando denominados em outras moedas. (Tradução de Sergio Blum)
Autor(a): Jeffrey Frankel
Fonte: Valor Econômico
Data: 16/12/2014
DEPOIS DE CONQUISTA EM MINÉRIO DE FERRO, BHP E RIO TINTO MIRAM
DOMÍNIO EM COBRE
A Rio Tinto e a BHP Billiton estão acumulando vastas explorações de cobre em um esforço
para capturar uma maior fatia do mercado mundial de 140 bilhões de dólares, aparentemente
buscando tirar do jogo produtores de alto custo, da mesma forma que fizeram no negócio global de
minério de ferro.
Separadamente e em joint ventures, Rio Tinto e BHP pretendem produzir milhões de
toneladas adicionais de cobre, apesar de verem um mercado com excesso de oferta para os próximos
anos.
"Para ambas as empresas, trata-se de aumentar a influência o máximo possível sobre o
mercado global", disse Gavin Wendt, analista sênior de recursos da consultoria MineLife, baseada em
Sydney.
Um excesso de oferta mundial de 300 mil toneladas é previsto para 2015 pelo Escritório de
Economia para Recursos e Energia da Austrália, o equivalente à produção de metade de um ano pela
Coreia do Sul.
O chefe de divisão de cobre da Rio Tinto, Jean-Sebastien Jacques, disse a investidores em
dezembro que uma mudança para um déficit no mercado era improvável antes de 2018 e que a
empresa estava agora lutando para "ganhar uma vantagem clara" contra competidores e para
"construir um modelo de negócio que cria valor através dos ciclos econômicos".
A BHP vê o uso de cobre crescendo acentuadamente na próxima década, em parte por causa
de uma mudança para fontes de energia renováveis, que requerem uso intensivo de equipamentos
de cobre. O metal tem sido considerado um pilar fundamental do crescimento pelo Conselho da BHP.
Embora seja improvável que Rio Tinto e BHP tenham o mesmo grau de domínio sobre cobre
que detêm em minério de ferro --em um futuro próximo Codelco, Freeport McMoran e Glencore
seguirão como as maiores produtoras da commodity--, a influência dessas companhias sobre a oferta
global será reforçada.
A investida em cobre daria à BHP e à Rio Tinto uma vantagem sobre a rival brasileira Vale, cuja
exposição ao metal vermelho é menos da metade da mostrada pela BHP e Rio Tinto, e segue
estagnada enquanto a companhia se concentra em seu principal negócio, de minério de ferro.
Em regiões tão diversas como Américas do Norte e do Sul, Austrália e Mongólia, BHP e Rio
Tinto estão cavando novas minas ou expandindo antigas, sendo que alguns projetos demandam
bilhões de dólares em investimentos e outros quase nada.
Autor(a): James Regan
Fonte: Reuters
Data: 15/12/2014
AUMENTO DE PREÇO DO NÍQUEL ESTIMULA USO DE LIGAS
A recuperação do preço do níquel no mercado global tem estimulado o uso de
matérias-primas alternativas como o ferro-gusa de níquel e a ferroliga RA 253
MA, da Rolled Alloys. Essa liga metálica, desenvolvida nos Estados Unidos, ganha
mercado como uma opção de baixo custo para produtos que dependem do níquel
como matéria-prima.
A Rolled Alloys, empresa fundada em 1953, desenvolveu o RA 253 MA há 30 anos quando
surgiu a demanda por aço inoxidável resistente ao calor, que mantivesse boa resistência à oxidação, e
quando o preço do níquel era muito elevado. Hoje o preço do níquel no mercado à vista, em Londres,
fechou a US$ 16,33 mil a tonelada, mas este ano o metal chegou a estar cotado a US$ 20 mil.
Produzida com baixo cromo e baixo níquel, a liga RA 253 MA, foi projetado para competir com
o aço inoxidável 310, proporcionando as propriedades de alta resistência comparáveis às da Inconel
da série 600 com teor de níquel mais elevado.
Quimicamente similar ao inoxidável 309, a liga é um aço inoxidável austenítico lean que utiliza
cério e silício para criar uma camada de óxido altamente adesiva, resultando em excelente resistência
à oxidação. Por sua vez, a combinação de carbono e nitrogênio proporciona uma resistência à ruptura
em fluência que é o dobro da dos aços inoxidáveis 310 e 309 e 870°C.
Entre os benefícios da liga produzida pela RA, estão a resistência à oxidação em até 1.093°C,
boa resistência à tração a quente se comparado com materiais Inconel da série 600 e excelentes
propriedades de fluência e ruptura. Por causa de sua química o RA 253 MA é muito econômico em
comparação com a maioria das ligas resistentes ao calor.
O RA 253 MA é considerado bastante dúctil na condição recozida. No entanto, estas ligas de
cromo-níquel endurecem rapidamente e requerem mais energia para cortar aço de carbono. Uma
combinação de terras-raras e de silício é responsável pela elevada resistência à oxidação desta liga.
As terras-raras aumentam a taxa de difusão do silício.
RA 253 MA tem boa resistência a atmosferas quentes contendo SO2, que significa sulfetação
sob condições oxidantes. No entanto, o RA 253 MA não resiste quando o enxofre está presente como
H2S. Algumas das peças que usam esse tipo de liga são ciclones, bicos de escape para boilers, caixas
de tubos corrugados e tubos para radiadores.
Fonte: Notícias de Mineração Brasil
Data: 16/12/2014
CSN APROVA ACORDO COM SÓCIOS DA NAMISA PARA NEGÓCIOS DE
MINERAÇÃO
O conselho de administração da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) aprovou os termos do
acordo que já havia anunciado com seus sócios asiáticos na mineradora Namisa, informou nesta
sexta-feira a companhia por meio de fato relevante. O contrato prevê uma joint venture entre as
duas partes na Congonhas Minérios, com fatia de 88,25% para a empresa controlada por Benjamin
Steinbruch e 11,75% para os parceiros.
Os ativos que foram inclusos na negociação, além da própria Namisa, são a mina Casa de
Pedra hoje sob controle da CSN; a participação da CSN e da Namisa na MRS Logística, no total de
18,63% do capital; bem como ativos e direitos de operação do terminal Tecar no porto de Itaguaí, no
Rio de Janeiro. A parcela do capital social detida por cada p arte no empreendimento conjunto pode
ainda ser alterada a depender de ajustes financeiros.
A reunião do conselho da CSN, realizada na quinta-feira, também estabeleceu parâmetros de
diluição da participação do consórcio asiático na Congonhas Minérios, a até 8,21%, no caso de
ocorrer um evento adicional de liquidez (como a entrada de um novo sócio ou uma abertura de
capital) num certo prazo. As empresas japonesas Itochu, JFE Steel, Kobe Steel e Nisshin Steel, além da
sul-coreana Posco e a taiwanesa China Steel formam o consórcio que hoje tem 40% da Namisa. Com
a operação, passam a deter 11,75% da Congonhas Minérios.
Como parte do acordo, tanto a CSN como as siderúrgicas da Ásia terão contratos de compra
exclusiva de parte da produção de minério de ferro da joint venture. O fornecimento terá duração de
longo prazo, não informada.
Para conseguir formar a empresa, contudo, ainda serão necessárias aprovações regulatórias
de concorrência, de direitos minerários, entre outras chancelas. Os dois lados precisam também,
segundo o fato relevante, concordar em relação a um plano de negócios. A expectativa é que a
criação seja concluída ao fim de 2015.
A CSN encerra, assim, uma rodada de mais de um ano de conversas com as siderúrgicas
asiáticas, que chegaram a ameaçar se retirar da Namisa depois que investimentos não resultaram em
expansão de capacidade. Além disso, a associação na Congonhas Minérios permite a captura de
sinergias para a exploração mais eficiente do minério de ferro.
“As principais sinergias identificadas estão relacionadas à otimização de procedimentos,
eficiência s na operação, redução de custos operacionais e expansão do capital”, comentou a
companhia brasileira no comunicado. Durante as negociações, o Goldman Sachs foi assessor
financeiro da CSN e o escritório de advocacia Barbosa, Müssnich e Aragão, o jurídico. Itaú BBA e
Machado Meyer, Sendacz e Opice atuaram ao lado das empresas asiáticas.
Autor(a): Renato Rostás
Fonte: Valor Econômico
Data: 12/12/2014
CBMM QUER CHEGAR AO NEODÍMIO METAL
Avançando em seu objetivo de tornarse um player importante no mercado de terras raras, a
CBMM firmou um convênio com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), de São Paulo, visando ao
desenvolvimento de tecnologia para obtenção do Neodímio na forma de metal a partir de óxidos de
terras raras produzidos pela empresa em Araxá (MG). O convênio, com prazo de dois anos, tem como
principal objetivo a produção de metal com 99% de pureza.
O investimento previsto para o projeto é de R$ 9,540 milhões, a serem bancados, de forma
tripartite, pela CBMM, pela CNI (através da empresa Embrapii) e pelo IPT (aportados na forma de
pessoal e instalações para a realização da pesquisa). O Neodímio é um dos elementos de terras raras
com maior demanda mundial (cerca de 120 mil toneladas/ano), sendo aplicado principalmente na
fabricação de ímãs como os que são utilizados em motores e geradores de turbinas eólicas. Hoje, o
Neodímio e o Prazeodímio são os dois elementos que estão movendo a indústria de terras raras.
A produção de óxidos de terras raras na CBMM está sendo feita a partir do minério de
Monazita, que é rejeito no processo de produção do nióbio. Para a concentração, a empresa
desenvolveu tecnologia própria e opera uma plantapiloto com capacidade de produzir 1.000
toneladas por ano de sulfato duplo e hidróxido de terras raras e que pode ser facilmente expandida
para 3 mil toneladas anuais. Para a separação dos óxidos de terras raras, a CBMM também já
desenvolveu processo próprio e instalou uma planta-piloto com capacidade entre 6 e 8 toneladas
anuais, que está em operação desde o início de 2014. Agora, a meta é chegar ao metal. Segundo
Tadeu Carneiro, dirigente da CBMM, a companhia tem aprovados recursos de R$ 70 milhões para
investimento em projetos de tecnologia de terras raras.
Fonte: Brasil Mineral
Data: Novembro 2014 - Edição 346
INTERNATIONAL GOLDFIELDS IDENTIFICA TEORES DE ATÉ 17,5 G/T AU EM
OURO PAZ
A International Goldfields publicou hoje (15) os ensaios da sondagem
adamantada adicional de mais nove furos do projeto Ouro Paz, no Mato Grosso.
Os resultados, que cobrem os prospectos União, Carrapato e Ana, apontaram
como destaque uma interseção de 4,3 metros, com teor de até 17,5 gramas de
ouro por tonelada, a partir de 104,2 metros de profundidade.
De acordo com comunicado ao mercado desta segunda-feira, até o momento, 55 furos foram
concluídos pela campanha de sondagem adamantada prevista para este ano, totalizado 5.994
metros. A estimativa inicial da International Goldfields era encerrar 2014 com 6 mil metros sondados.
Os teores mais significativos foram encontrados na área que cobre o prospecto Ana Leste,
onde o furo ANA033 retornou até 17,5 g/t Au. Um outro furo, o ANA 030, apontou uma interseção de
1,18 metros, com teor de 2,37 g/t Au, a partir de 44,57 metros, incluindo 8,43 metros, com teor de
1,18 g/t Au.
Outros furos, que cobrem a área do prospecto Carrapato, como o LZG039 e o LZG034,
retornaram teores de 1,2 g/t Au e 1,71 g/t Au, respectivamente, em profundidades de 61,32 metros e
111,5 metros. Já o furo LZG042 apontou uma interseção de 1,09 metros, com teor de 3,74 g/t Au, a
partir de 33,23 metros da superfície.
De acordo com a International Goldfields, os resultados da sondagem adamantada adicional
confirmam a continuidade de um corredor mineralizado, como parte dos recursos do projeto Ouro
Paz.
No mês passado, a mineradora afirmou que a fase final da sondagem seria direcionada para a
mineralização do prospecto União. Nessa área, ensaios geofísicos do solo utilizando polarização
induzida (IP, na sigla em inglês) e ensaios magnéticos foram integrados à geoquímica da superfície,
incluindo abertura de trincheiras, para priorizar alvos na zona de anomalia de ouro no prospecto Jaca
até o recém-adquirido prospecto Peru.
Os direitos minerários do projeto Ouro Paz pertencem à Mineradora Ouro Paz, companhia em
que a Latin Gold detém 35%. O projeto Ouro Paz possui uma estimativa inicial de recursos minerais
de 690 mil onças, com teor médio de 2,5 gramas de ouro por tonelada.
Fonte: Notícias de Mineração Brasil
Data: 15/12/2014
PRODUÇÃO MUNDIAL DE AÇO SOBE E FICA PRATICAMENTE ESTÁVEL EM
NOVEMBRO
A produção mundial de aço bruto subiu 0,1 por cento em novembro sobre um ano antes, para
131 milhões de toneladas, informou a Associação Mundial de Aço (Worldsteel) nesta sexta-feira.
Na China, maior produtor e consumidor da liga no mundo, o volume de aço bruto produzido
somou 63,3 milhões de toneladas em novembro, uma queda de 0,2 por cento ante novembro de
2013.
No Brasil, a produção no mês passado subiu sobre um ano antes, mas guiada por aumento de
exportações de produtos semi-acabados, de valor agregado menor que produtos laminados. Segundo
dados do Instituto Aço Brasil (IABr), que representa as siderúrgicas do país, a produção brasileira
somou 2,772 milhões de toneladas em novembro, alta de 2,4 por cento em comparação ao mesmo
mês de 2013.
Fonte: Reuters
Data: 19/12/2014
COM ANOS DIFÍCEIS, VALE FOCA EM RECEITA E PRODUTIVIDADE
A Vale vai enfrentar o cenário adverso no mercado de minério de ferro, cujos preços à vista no
mercado da China estão abaixo de US$ 70 por tonelada, com uma estratégia que combina redução de
custos na produção e aumento de margem nas vendas. "Estamos com foco na otimização de margens
[de vendas] e melhoria da produtividade", disse o novo diretor-executivo de ferrosos e estratégia da
Vale, Peter Poppinga. A busca por medidas para capturar ganhos adicionais será relevante em 2015 e
2016, quando a mineradora deverá enfrentar anos difíceis.
Apesar dos desafios, a Vale se preparou para esse momento menos "exuberante" da
mineração, afirmou o presidente da companhia, Murilo Ferreira. "Temos de continuar focados em
disciplina, alocação de capital e austeridade para obter resultados em qualquer situação", disse
Ferreira. O objetivo da Vale é estar posicionada entre os 25% mais eficientes da indústria no minério
de ferro, níquel, cobre, carvão e fertilizantes. Ferreira afirmou que a Vale se beneficiou por ter
enxergado antes, entre 2011 e 2012, o fim do "superciclo" das commodities, o que levou a uma
política de austeridade. Como resultado, as despesas com vendas, gerais e administrativas, que
estavam chegando a US$ 2 bilhões em 2011, ficaram em 2014 em patamar de US$ 800 milhões.
Ferreira negou ontem, em encontro com jornalistas, que tenha sido sondado, indicado ou
convidado para substituir Graça Foster como presidente da Petrobras. Ele disse que está
"completamente" dedicado a implantar os grandes projetos em curso na companhia, como o de
minério de ferro, conhecido pela sigla S11D, em Carajás, no Pará, e o de carvão, em Moçambique, em
que a Vale anunciou, semana passada, parceria com a Mitsui. O negócio com os japoneses deve
permitir à Vale economia de caixa de US$ 3,7 bilhões.
Ferreira também reforçou o argumento que sustenta a posição da Vale de fazer uma possível
oferta inicial de ações em bolsa (IPO, na sigla em inglês) com os ativos de metais básicos (níquel e
cobre). A Vale não está satisfeita com o valor percebido pelos investidores em relação a esses ativos.
"Só vamos fazer uma transação de metais básicos se for para destravar valor, ou seja, se o mercado
não estiver reconhecendo, via precificação das ações, o valor que esse negócio tem." Ele disse que
estimativas de mercado indicam que o negócio de metais básicos da Vale pode valer entre US$ 28
bilhões e US$ 35 bilhões. Todo o trabalho para preparar o possível IPO, incluindo sinal verde do
conselho de administração, pode levar de oito a nove meses, previu Ferreira.
Poppinga, de sua parte, detalhou como a Vale poderá reduzir mais custos de produção e
aumentar margem de vendas. Disse que há novos projetos de minério de ferro entrando em
atividade, como o de Conceição Itabiritos, em Minas Gerais, e o N4WS, em Carajás, que terão
margem alta em termos de receita. Ao mesmo tempo, a Vale conta na sua estratégia com o papel a
ser desempenhado pelo centro de distribuição da Malásia, inaugurado este ano, que permite
misturar minérios mais pobres com o de Carajás enriquecendo o produto final e aumentando o preço
de venda. Pelo produto de Carajás com 65% de teor de ferro, a Vale está conseguindo um prêmio de
US$ 10 por tonelada, disse o presidente.
Ferreira afirmou que esta semana a Vale obteve autorização para supressão vegetal das
expansões em Carajás, projetos que vão permitir à Vale ter produção acessível com menor custo. Ao
mesmo tempo, Poppinga fará um trabalho de se aproximar de todos os clientes na China, país com o
qual a Vale tem acelerado acordos envolvendo os seus supermineraleiros, os Valemax. A empresa
tem 15 desses navios que poderá vender para armadores por valores de até US$ 2 bilhões em troca
de acordos de aluguel de longo prazo.
Autores: Francisco Góes e Rafael Rosas
Fonte: Valor Econômico
Data: 17/12/2014
EMPRESÁRIOS LEVANTAM US$ 4 MI COM FALSO PROJETO DE OURO NO PARÁ
A Securities and Exchange Comission (SEC), comissão americana de valores
mobiliários, acusou Michael Crow e Alexandre Clug de terem operado um
esquema de investimentos ligado à mineração de ouro de 2011 a 2013. Os
empresários, por meio das empresas Aurum Mining, PanAm Terra e Corsair,
levantaram US$ 3,9 milhões de investidores da Florida (USA), alegando
possuírem projetos de ouro no Brasil e no Peru.
De acordo com a SEC, Crow e Clug enviaram diversos comunicados aos investidores,
informando que as supostas minas de ouro tinham potencial para entrar em produção rapidamente.
No entanto, as companhias dos acusados nunca chegaram a deter um direito minerário, seja no Brasil
ou no Peru.
No Brasil, a Aurum Mining dizia ter direitos minerários por meio da joint venture Batalha
Mineradora, formada em conjunto com a empresa Arthom Participações. A joint venture seria
proprietária do projeto de ouro Batalha.
Esse prospecto fica na região de Tapajós, no Pará.
Conforme apurado pelo NMB, as duas empresas possuem o mesmo endereço no bairro
Perdizes, em São Paulo (SP), e tem situação ativa na Receita Federal. Em pesquisa ao Google Street
View, não foi encontrado o número do endereço onde Batalha e Arthom afirmam ter escritório.
A companhia Batalha Mineradora não possui nenhum processo junto ao Departamento
Nacional de Produção Mineral (DNPM). Tanto a Batalha quanto a Arthom não possuem website ou
telefones para que fossem procuradas para comentar sobre o assunto.
As acusações da SEC apontam que Clug e Crow, que tinha declarado falência pessoal, usavam
o dinheiro dos investidores para cobrir seus salários mensais, de aproximadamente US$ 12,5 mil,
aluguel de apartamentos em Lima, no Peru, custos com viagem e despesas diárias.
“Os investidores têm o direito de saber toda a verdade sobre seus investimentos e sobre
aqueles que estavam controlando o dinheiro deles. Nosso caso alega que Crow e Clug usaram os
investimentos para despesas próprias”, disse Andrew M. Calamari, diretor do escritório regional de
Nova York da SEC.
A comissão disse que os dois tinham consciência de que as declarações que enviavam aos
investidores com expectativas sobre as minas de ouro eram falsas. O suposto alto teor e potencial
declarado pela Aurum contrariavam estudos de entidades brasileiras, especialistas em geologia e
analistas de mineração.
Entre os comunicados falsos escritos por Crug e Crow, estava a declaração de que a Aurum
havia adquirido uma participação de 50% em uma mina brasileira com reservas de aproximadamente
US$ 400 milhões em ouro.
A SEC informou que, antes de Crow ser acusado por esse esquema de investimentos, ele já
estava proibido de trabalhar no mercado de valores mobiliários ou de ocupar cargo de diretor em
companhias de capital aberto.
Com a PanAm Terra, empresa ligada aos dois acusados, Crow e Clug levantaram cerca de US$
4 milhões de investidores na Florida, alegando supostas oportunidades de investimento em terrenos
agrícolas na América do Sul. A SEC comprovou que esses terrenos nunca existiram. Com informações
da assessoria da SEC, do South Florida Bussiness Journal e do BNA.
Fonte: Notícias de Mineração Brasil
Data: 17/12/2014
COM MINÉRIO EM BAIXA, VALE COLOCA NAVIOS À VENDA E ESPERA US$ 2 BI
Num momento de baixo preço do minério de ferro e sem perspectivas de recuperação no
curto prazo, a Vale manterá, em 2015, sua estratégia de vender ativos para fazer caixa.
A mineradora busca agora compradores para 15 supernavios cargueiros de sua propriedade e
espera levantar de US$ 1,5 bilhão a US$ 2 bilhões (entre R$ 4 bilhões e R$ 5,4 bilhões).
Para Murilo Ferreira, presidente da Vale, o "cenário internacional é muito preocupante" com
a freada do crescimento da China –que não deve ficar em torno de 7% neste ano–, estagnação na
Europa e recessão no Japão.
Nesse ambiente de demanda fraca e com o excesso de produção de minério de ferro no
mundo, a Vale não se vislumbra uma melhora substancial dos preços do minério de ferro.
Ao final de 2013, a cotação do principal produto da Vale e dos mais importantes itens das
exportações brasileiras estava em US$ 135 a tonelada. Neste mês, está em torno de US$ 70 a
tonelada.
'DESAFIADORES'
Ferreira disse que 2015 e 2016 serão anos "desafiadores" para a Vale, pois não se espera
preços elevados e a empresa estará numa fase de pesados investimentos para colocar em operação
daqui a dois anos a nova mina de Carajás.
Por isso, a Vale procura compradores para seus navios, batizados de Valemax, e busca ainda
um sócio para uma fatia de seus investimentos em fertilizantes. O objetivo é vender as embarcações
e alugá-las do comprador por um longo período. Neste ano, a Vale fez essa operação com quatro
navios, arrendados por 25 anos.
Os supercargueiros fazem parte da estratégia da Vale de transportar uma quantidade maior
de minério de ferro –cada navio tem capacidade para 400 mil toneladas– para a China e, assim,
baratear o custo do frete e poder competir com as mineradoras australianas, geograficamente mais
próximas do mercado chinês.
Em seu programa de venda de ativos, a Vale conseguiu US$ 6 bilhões em 2013. Neste ano,
trouxe para seu caixa algo em torno de US$ 5,5 bilhões. A maior operação foi a venda de
participações numa mina de carvão e numa ferrovia em Moçambique para a japonesa Mitisui, no
valor de US$ 3,7 bilhões.
MINÉRIO DE SOBRA
Para Peter Poppinga, diretor de Ferrosos da Vale, há uma produção maior de minério de ferro
do que a demanda, situação que se manterá no próximo ano. Ainda assim, o executivo acredita que o
mercado jogou os preços muito para baixo e deve haver uma recuperação no próximo ano. "Só não
sabemos de quanto."
Apenas em 2016, porém, é que o consumo e a oferta de minério estarão equilibrados –o que,
em tese, abre espaço para uma melhora mais firme dos preços.
CÂMBIO
Segundo Murilo Ferreira, a desvalorização do real frente ao dólar "beneficia" a companhia.
Isso porque a empresa tem a maior parte dos seus custos em reais por produzir no Brasil e receberá
mais por suas exportações, cotadas na moeda americana.
Para o executivo, porém, a Vale e a indústria como um todo tem de ser competitiva e buscar
baixos custos, sem se fixar no patamar da taxa de câmbio. "Não podemos ficar presos a essa
armadilha."
Autor(a): Pedro Soares
Fonte: Folha de São Paulo
Data: 16/12/2014
LARGO COMEÇA ESTUDO DE VIABILIDADE PARA PRODUZIR PLATINA NA BAHIA
A Largo Resources informou na última terça-feira (9) que deu início ao estudo
preliminar de viabilidade para avaliar o potencial da produção de concentrados
de platina e PGM a partir do rejeito da mina de vanádio Maracás Menchen, na
Bahia, que pertence à Vanádio Maracás.
De acordo com o comunicado enviado ao mercado pela mineradora, no atual processo de
produção de vanádio, materiais não-magnéticos contendo run-of-mine (ROM) de platina são
separados magneticamente durante o processo de beneficiamento e estocados nos rejeitos.
A Largo disse que conduziu pesquisas preliminares para avaliar o potencial da produção de
concentrado de platina como um coproduto. Segundo a mineradora, as primeiras descobertas
apontaram que há, de fato, potencial para produzir platina além do pentóxido de vanádio (P2O5).
O estudo preliminar de viabilidade está sendo conduzido pela DRA Taggart, uma empresa de
engenharia e gestão de projetos com sede em Joanesburgo, África do Sul. A companhia vai avaliar a
possível produção de platina e determinar as perspectivas econômicas para o projeto.
A Largo disse que espera divulgar no fim do ano o relatório para apresentar mais detalhes. A
mineradora afirmou que está avaliando sua condição para monetizar esses coprodutos para
propostas de planejamento financeiro.
Na última semana de novembro, a Largo informou que os resultados iniciais das análises de
amostras inicias do programa de pesquisa do prospecto Capivara, na região de Maracás, apontaram
alto teor de platina.
A mineradora informou na semana passada que o ramp-up da produção e os embarques
comerciais de vanádio na mina Maracás Menchen, na Bahia, já estavam em andamento. A média
diária de produção da mineradora está em 11 toneladas a 18 toneladas de pentóxido de vanádio,
volume que representa entre 45% e 65% da capacidade total.
A Largo Resources é uma empresa de desenvolvimento de pesquisa e exploração mineral de
metais estratégicos. No Brasil, além da mina de vanádio Maracás Menchen, a empresa tem 100% de
participação em um projeto de titânio e ferrovanádio em Campo Alegre de Lourdes, também na
Bahia, e do projeto de tungstênio Currais Novos, no Rio Grande do Norte.
Fonte: Notícias de Mineração Brasil
Data: 11/12/2014
OS TEMPOS DOURADOS PARA OS PRODUTORES CHEGARAM AO FIM?
Os tempos dourados parece que chegaram ao fim para os produtores de ouro, pelo menos
por enquanto. Os preços do metal, que estavam beirando os US$ 1.800/onça no início de 2012,
apresentaram uma trajetória acentuada de queda, chegando abaixo de US$ 1.200/ onça nos últimos
meses de 2014, colocando em situação crítica aqueles produtores que estavam operando com custos
elevados.
Diante desse quadro, uma das medidas que têm sido mais perseguidas pelas empresas
produtoras de ouro tem sido a redução de custos, em todos os níveis: Cash Cost, All-in Sustaining
Cost, Sustaining Operating Cost ou All-in Cost. O Cash Cost, como se sabe, é o custo direto de
produção. O All-in sustaining cost inclui tanto os custos operacionais quanto de capital para sustentar
a produção de ouro em bases atuais. Este envolve o sustaining operating cost, que representa os
gastos incorridos nas operações atuais que são considerados necessários para manter a produção
atual, e o sustaining capital cost, que representa os gastos de capital nas operações atuais,
compreendendo os custos de desenvolvimento de mina, substituição de equipamentos e outras
instalações, porém não inclui os gastos de capital para ampliação dos projetos ou melhorias
significativas na infraestrutura das operações existentes. Já o All-in cost compreende o all-in
sustaining cost e também os gastos com as operações em locações ainda não operacionais ou custos
relacionados a outras atividades de não sustentação, bem como gastos em ampliação dos projetos ou
capital para significativas melhorias da infraestrutura nas operações existentes.
Como o grau de interferência dos produtores sobre os níveis de preços é mínima -- já que
apenas podem influir no aumento ou redução da oferta -- eles têm mesmo que atuar fortemente
sobre os custos envolvidos na produção do metal, conscientes de que a lucratividade futura, o fluxo
de caixa operacional e a posição financeira de suas empresas estão intimamente relacionados com os
preços vigentes para o metal e que os fatores preponderantes que influenciam o preço do ouro
incluem a oferta e demanda para o metal, a solidez relativa das moedas (particularmente o dólar
americano) e fatores macroeconômicos como as expectativas atuais e futuras da inflação e taxas de
juros.
Entre os produtores, há uma corrente que acredita que o ambiente econômico de curto e
médio prazo deve suportar os preços das commodities, embora com uma continuada volatilidade.
Assim, além de se precaver pelo lado dos custos, os produtores, para enfrentar os riscos associados
aos preços da commodity e volatilidade das moedas, estão avaliando a adoção de programas de
proteção.
No Brasil, tal situação está levando os produtores a deixar de lado ou adiar a implantação de
novos projetos ou postergar projetos de expansão da capacidade. Há, inclusive, quem esteja
pensando em se desfazer de ativos que não são considerados muito atraentes do ponto de vista
de rentabilidade na atual conjuntura de preços. Mesmo projetos que haviam sido concluídos
recentemente estão sendo descontinuados, seja por razões técnicas ou econômicas.
A Yamana Gold, que praticamente tem como berço o Brasil, quando adquiriu os ativos da Vale
em Fazenda Brasileiro, em 2003, está reconsiderando alguns de seus ativos no País, que estão
performando abaixo de suas expectativas. Este é o caso de Pilar, em Goiás, Ernesto/ Pau a Pique, no
Mato Grosso, e C1 Santa Luz, na Bahia. Embora outros ativos da empresa no Brasil tenham
apresentado bom desempenho em termos de produção, caso de Chapada (em Goiás) e Jacobina (na
Bahia), de maneira geral a Yamana está demonstrando descontentamento com as operações
brasileiras. Há alguna anos a companhia já havia reduzido o seu portfólio no País, ao transferir dois
outros empreendimentos no Mato Grosso (São Francisco e São Vicente), para a Aura Minerals.
Os três projetos da Yamana que não performaram a contento são exatamente aqueles que
foram implantados recentemente. No caso de C1 Santa Luz, a empresa encontrou dificuldades para
definição de uma rota metalúrgica eficiente para processamento e concentração do minério, devido
ao significativo teor de carbono, o qual tem como efeito a supressão da recuperação de ouro, que
tem ficado bem abaixo do projetado. Isto levou à suspensão do comissionamento das atividades em
C1 Santa Luz e a colocação do empreendimento em "Care and Maintenance", o que na prática
significa a paralisação das operações, pelo menos até que se encontre uma alternativa de processo
metalúrgico que possibilite a recuperação do ouro contido no minério. Já em Ernesto/Pau a Pique, a
Yamana "jogou a toalha" e desistiu de dar continuidade ao empreendimento, devido aos atrasos no
comissionamento, resultando em maiores gastos de capital. Embora a empresa não afirme, é
provável que ela tente repassar o ativo para alguma outra empresa que trabalhe com projetos em
menor escala e possa vencer os desafios que o depósito apresenta, principalmente em termos de
lavra.
Em Pilar, que foi declarada em produção comercial em outubro de 2014, a Yamana também
enfrentou desafios durante o comissionamento e agora espera alcançar um nível de produção menor
do que foi previsto no estudo de viabilidade. Foi implementado um programa visando melhorar o
controle da diluição de teor e o uso de equipamentos de baixo perfil, que permitem gerenciar melhor
a lavra dos veios de ouro de menor dimensão. O resultado desses esforços foi a melhoria do plano de
lavra, mesmo a um nível de produção reduzido. Agora, o objetivo da empresa em Pilar é focar na
redução de custos.
Tendo em vista a performance desses ativos, a Yamana resolveu focar seu desempenho
operacional em alguns empreendimentos, dos quais apenas dois estão no Brasil: Chapada e Jacobina.
São ativos que, em sua análise, têm condições de produzir a custos mais compatíveis com os preços
do metal hoje vigentes no mercado. Chapada produziu, no terceiro trimestre, 15% a mais de cobre do
que o registrado no segundo trimestre de 2014, e a expectativa é que a produção aumente ainda
mais até o final do ano, devido à contribuição do Corpo Sul, que tem maior teor, e ao início de
operação do sistema de britagem móvel no pit. Jacobina também aportou 12% a mais de produção e
uma melhoria de 17% nos custos em comparação com o trimestre anterior, também por minerar
áreas de maior teor. A Yamana informa que completou um novo plano de mineração para Jacobina, o
qual prevê uma produção mais consistente de 130 mil onças por ano, a teores mais altos.
Até agora, no ano de 2014 a empresa registrou um All-in Sustaining Cash Cost de US$
829/onça, o que a coloca em boa posição entre os produtores brasileiros do metal.
A Yamana também decidiu realizar importantes mudanças em sua estrutura gerencial na qual
o Brasil, que antes tinha predominância nas decisões, reportando-se diretamente a Toronto e
coordenando as outras atividades da companhia na América do Sul, ficou em plano secundário.
Agora, a empresa passa a ter duas unidades operacionais, Norte e Sul, sendo a primeira comandada a
partir de Toronto e a segunda tendo as decisões centralizadas em Santiago, no Chile. Com a
mudança, executivos que antes eram subordinados ao Brasil foram promovidos, enquanto outros principalmente brasileiros - perderam poder de decisão. Além disso, foram contratados novos
profissionais que, segundo a empresa, têm maior expertise técnica.
A Kinross, que lidera a produção de ouro no Brasil, registrou recorde de produção em
Paracatu e obteve significativos ganhos em redução de custos de produção. Assim, apesar da baixa
nos preços do metal a companhia conseguiu 22% a mais no fluxo de caixa operacional ajustado (em
bases anuais). Nos nove primeiros meses do ano, o fluxo de caixa teve um aumento de US$ 100
milhões.
No terceiro trimestre de 2014, a produção de ouro da empresa alcançou 693,8 mil onças
equivalentes de ouro e o custo de produção ficou em US$ 698 por onça equivalente de ouro
produzida, bem abaixo dos US$ 740 do mesmo período de 2013. O All-in sustaining cost por onça de
ouro produzida também teve uma reduçãode 15%, situando-se em US$ 919, em comparação com um
valor de US$ 1.082 em igual período do ano passado.
As receitas com a venda de ouro somaram US$ 945,7 milhões no trimestre, em comparação
com US$ 876,3 milhões no mesmo período de 2013, mesmo com um preço médio de venda do ouro
de US$ 1.268/onça, contra US$ 1,331/ onça em 2013.
Os gastos de capital decresceram de US$ 300,8 milhões no mesmo período de 2013, para US$
153,5 milhões. A companhia está baixando suas projeções de gastos para 2014 de US$ 675 milhões
para algo entre US$ 630 milhões e US$ 650 milhões, dos quais US$ 205 milhões são para
crescimento, aquisições e desenvolvimento do negócio. Os gastos com exploração devem ficar em
US$ 90 milhões.
Em Paracatu, os maiores teores e recuperação do processamento de uma maior porcentagem
do minério denominado B2 resultaram em um recorde de produção trimestral de 136 mil onças,
ultrapassando o recorde anterior alcançado no terceiro trimestre de 2013. Os custos de produção no
empreendimento decresceram pelo terceiro trimestre consecutivo, para US$ 776 por onça, como
decorrência de custos mais baixos de mineração.
A Kinross espera chegar ao final de 2014 com uma produção (global, não apenas no Brasil)
entre 2.6 e 2.7 milhões de onças produzidas, um pouco acima do que havia sido inicialmente
projetado, entre 2.5 e 2.7 milhões de onças.
A Carpathian Gold, que finalmente começou a produzir ouro em Riacho dos Machados, no
estado de Minas Gerais, através da MRDM (Mineração Riacho dos Machados), desde março de 2014,
encontra-se atualmente na fase de ramp up da produção. No mês de outubro, conforme a empresa,
204 mil toneladas de minério foram processadas, com um teor médio de 1.23 gramas por tonelada e
uma taxa de recuperação de 85.6%, resultando na produção de 6.903onças de ouro, o que
representa aproximadamente 86% da capacidade de produção planejada, de 8 mil onças mensais.
Até o final de outubro, a empresa processou um total de 1,092 milhão de toneladas de
minério, a um teor médio de 1.23 gr/t, com taxa de recuperação de 86,6%, produzindo 37.372 onças
de ouro e 11.920 onças de prata. Foi antecipado que a produção mensal será incrementada
gradativamente, em curto prazo, já que a planta está completando está operando com licença
provisória de operao processo de ramp up. A gerência do projeto está confiante de que alcançará a
recuperação de ouro e venda ouro durante o período que antecede a planejada, que é de 90%, tão
logo a planta atinja seu ritmo normal de operações.
A empresa ainda não divulgou o custo por onça, afirmando que a planta ainda se encontra em
fase de ramp up e este não seria um indicador confiável dos custos quando a produção chegar à fase
comercial. A Mineração Riacho dos Machados também informa que as instalações de processalhões, dos quais US$ 171,5 milhões já foram mento estão praticamente concluídas, com exceção da
construção do tanque final de lixiviação, que se encontrava na fase de ajustes da automação e do
suprimento de energia.
Em termos de mineração, as atividades seguem normalmente. Trata-se de uma mina também
acertou uma extensão para o acordo convencional a céu aberto, utilizando as fases de envolvendo as
transações relacionadas ao ouro perfuração, desmonte, carregamento e transporte. A frota e as
operações de lavra são contratadas. O teor de corte do Run-of-mine (minério bruto) foi calculado em
0,63 grama/tonelada. Portanto, todo o material abaixo de 0.32 g/t e acima de 0.63 g é estocado em
uma pilha, para posterior processamento.
Durante a fase de ramp up da mina, até o final de outubro tinham sido extraídas 1,2 milhão de
toneladas de ROM, a um teor médio de 1.19 g/t de ouro. No final de outubro, o minério estocado
somava 909 mil toneladas, a um teor médio de 0.80 g/t de ouro, o qual é segregado nas classes de
alto e baixo teor.
Atualmente, o projeto Riacho dos Machados está operando com licença provisória de
operação, a qual permite que a empresa opere, produza e venda ouro durante o período que
antecede a obtenção da Licença de Operação (LO).
A Carpathian informou ao mercado que A empresa ainda não divulgou o custo por concluiu
um acordo com o Macquarie Bank onça, afirmando que a planta ainda se encontra Limited com
relação ao project finance para as em fase de ramp up e este não seria um indicador instalações de
sua subsidiária Mineração Riacho confiável dos custos quando a produção chegar à dos Machados
Ltda. O acordo prevê a extensão do prazo do financiamento de 191,6 mi, dos quais US$ 171,5
milhões já foram aportados. Assim, o pagamento, que deveria ser realizado até 28 de dezembro de
2014, poderá ser realizado até 31 de dezembro de 2014. Porém, não há qualquer garantia, por parte
do Macquarie, de outros adiamentos para o pagamento. A empresa também acertou uma extensão
para o acordo envolvendo as transações relacionadas ao ouro produzido. O acordo inicial previa o
pagamento até 31 de outubro, prazo que foi extendido para 28 de novembro de 2014.
A Eldorado Gold, apesar da conjuntura de preços, prossegue com a otimização do estudo de
viabilidade do projeto Tocantinzinho. Depois de uma revisão do modelo geológico, a qual atualizou a
tonelagem e teor no depósito, foi feito um retrabalho no projeto da mina e planta, permitindo uma
otimização da análise. Também foi construída uma parte da estrada na floresta, recentemente
aprovada, a qual possibilita o acesso de veículos 4 x 4 na estação seca. No último trimestre foram
investidos no projetoUS$ 1,2 milhão.
Em termos de exploração, amostras adicionais ampliaram a mineralização de cobre,
molibdênio e ouro por 6 km. Quatro furos de sonda testaram diferentes áreas dessa anomalia e
todos encontraram intervalos de veios de mineralização de quartzo e sulfeto.
Localizado na região do Tapajós, o projeto Tocantinzinho possui reservas de 1,9 milhão de
onças de ouro, para um teor de minério de 1.25 g/t, permitindo uma produção de 157 mil onças de
ouro, por um período de 12 anos. Um estudo técnico de 2011 estimou o custo total para implantação
do projeto, incluindo infraestrutura, em US$ 383 milhões.
A Luna Gold decidiu repensar a conclusão da fase I de expansão na mina Aurizona, já que
houve um incremento nos custos de implantação, que passaram de US$ 50 milhões para US$ 63
milhões. Este incremento de 26% deveu-se aos maiores custos dos contratos, associados com alta
nos custos das instalações mecânicas, elétricas e tubulações, bem como maiores custos das obras de
concretagem das fundações da instalação de secagem.
Devido a uma combinação de fluxo de caixa menor do que o projetado durante os seis
primeiros meses de 2014 e da revisão do capital necessário para completar a fase I da expansão, a
companhia decidiu postergar a conclusão da expansão por um período indefinido. Em particular o
denominado Pacote 3, o qual consiste de dois secadores e três tanques de lixiviação, e o Pacote 4,
que compreende uma instalação de peneiramento a úmido de três decks, ciclones, bombas e
peneira. A companhia informa que está determinando o perfil ótimo de produção para uma operação
sustentada de longo prazo na mina Aurizona e priorizando a alocação de seu capital limitado e fluxo
de caixa para produzir no atual ambiente de preços do ouro.
Tendo por base a produção de ouro no primeiro semestre do ano e o custo médio de
produção, a Luna Gold revisou suas projeções para 2014, rebaixando a previsão de produção de 85 a
90 mil onças para 75 a 80 mil onças. O custo de produção aumentou de US$ 690 a 740 onças por
onça para US$ 825 a 900 por onça. O All-in Sustaining Cost, por sua vez, passou de US$ 800-900 para
US$ 915-1.010 por onça.
Para enfrentar as deficiências operacionais na mineração, a companhia contratou um
gerenciamento de mina do Canadá e incrementou temporariamente sua frota de mineração. A Luna
Gold está objetivando extrair 7.5 milhões de toneladas de material do pit da mina Piaba, produzindo
41 mil a 46 mil onças de ouro no segundo semestre de 2014 e estocando aproximadamente 600 mil
toneladas de ouro com teor de 1.2 g/t no final do ano. A estação de chuvas terminou em julho e os
programas de desaguamento do pit estão em progresso. Durante o mês de julho, aproximadamente
1.1 milhão de toneladas de material foi minerado (minério e rejeito) do pit de Piaba, sendo
produzidas 6.700 onças de ouro. A meta de produção de ouro acima é baseada em um plano de
mineração desenhado para alimentar a planta existente com minério saprolito.
A companhia pretende completar a quarta fase dos circuitos principais dos Pacotes 1 e 2 da
fase I da expansão, bem como honrar todos os compromissos já assumidos. Os dois pacotes
consistem do forno de regeneração de carbono, reator de lixiviação intensa, circuito de eluição e
células.
O prazo para conclusão mecânica dos pacotes 1 e 2 é o final de 2014. O custo estimado para
completar esses pacotes é de US$ 6 milhões, o que eleva o custo da fase 1 de expansão para US$ 47
milhões. A companhia está negociando com o DNPM e os órgãos ambientais as licenças para fazer o
comissionamento dos dois pacotes de forma modular.
A Aura Minerals vem enfrentando dificuldades em suas minas brasileiras (São Francisco e São
Vicente), cujo desempenho não tem sido satisfatório. Isto ocorre principalmente na mina São
Francisco, onde os resultados foram afetados pelo alargamento do pit e maiores distâncias de
transporte, tanto do minério quanto de estéril. A empresa informa que São Francisco implementou
uma retomada na área sul da mina, o que resultou numa extensão de sua vida útil até o final de
2015, com o processamento de minério indo até fins de 2016. Isto, no entanto, resultará em maior
cash cost por onça do que estava inicialmente previsto para 2014.
São Vicente continuará com seu fechamento previsto para o último trimestre de 2014, com
um mínimo de onças tendo sido extraídas durante essas atividades. Mesmo assim, a companhia está
trabalhando com vistas a adicionar vida útil a ambas as minas.
Em termos de cash cost, no terceiro trimestre São Francisco ficou com um valor de US$ 903/
onça, enquanto São Vicente, que obteve uma produção residual, teve um custo de US$ 809/ onça. No
ano, até setembro, o cash cost de São Francisco foi de US$ 1.190/onça e São Vicente de US$
1.143/onça. A produção nos nove primeiros meses de 2014 foi de 80,2 mil onças em São Francisco e
29,3 mil onças em São Vicente.
Em razão da decisão de suspender a mineração e operação da planta em São Vicente, adotada
no quarto trimestre de 2013, não houve movimentação de material na mina nem processamento na
planta durante o terceiro trimestre de 2014. Consequentemente, o cash cost por onça produzida
aumentou expressivamente.
Atualmente, a companhia está buscando opções para maximizar o valor dos ativos das minas
fechadas no Brasil, incluindo a venda das instalações e equipamentos.
Autor(a): Francisco Alves
Fonte: Brasil Mineral
Data: Novembro de 2014 - Edição 346
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