19 de Dezembro de 2014 O conteúdo das matérias é de inteira responsabilidade dos meios de origem A missão da ADIMB é a de promover o desenvolvimento técnico-científico e a capacitação de recursos humanos para a Indústria Mineral Brasileira POR QUE AS COMMODITIES ESTÃO CAINDO? Os preços do petróleo caíram 40% desde junho - e isso é boa notícia para os países importadores de petróleo, porém má notícia para a Rússia, Venezuela, Nigéria e outros países exportadores. Alguns atribuem a queda de preços ao boom da energia derivada do xisto nos Estados Unidos. Outros citam o fato de a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não ter chegado a um acordo para reduções na oferta. Mas essa não é a história toda. O preço do minério de ferro também está em baixa. O mesmo acontece com os preços do ouro, da prata e da platina. E também com os preços do açúcar, do algodão e da soja. Na realidade, em dólares, a maioria dos preços das commodities caiu desde o primeiro semestre do ano. Apesar de um leque de fatores setoriais específicos afetar o preço de cada commodity, o fato de as quedas nos preços serem tão amplas - como frequentemente ocorre em casos de grandes oscilações de preços - sugere que fatores macroeconômicos estão em jogo. Então, quais fatores macroeconômicos podem estar pressionando os preços das commodities para baixo? Talvez seja a deflação. Mas, embora a inflação esteja muito baixa, e até mesmo negativa em alguns países, algo mais deve estar acontecendo, porque os preços das commodities estão caindo em relação ao nível geral de preços. Em outras palavras, os preços reais das commodities estão em queda. A explicação mais comum é a desaceleração econômica mundial, que tem reduzido a demanda por energia, minerais e produtos agrícolas. Com efeito, o crescimento diminuiu e as previsões sobre PIBs nacionais foram revistas para menor, desde meados do ano, para a maioria dos países. Os Estados Unidos são uma importante exceção. A expansão americana parece cada vez mais bem estabelecida, tendo seu crescimento anual sido estimado em mais de 4% durante os dois últimos trimestres. No entanto, é particularmente nos EUA que os preços das commodities têm caído. O Índice de Preços de Commodities da "The Economist", denominados em euros, por exemplo, na realidade subiu, ao longo do ano passado; é apenas o índice baseado em dólares - o número que concentra todas as atenções - que está em queda. Isso nos leva à política monetária, cuja importância como determinante dos preços das commodities é muitas vezes esquecida. Um aperto monetário é amplamente previsto para os EUA - a flexibilização quantitativa promovida pelo Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) terminou em outubro e o BC americano provavelmente elevará os juros de curto prazo em algum momento no próximo ano. Isso lembra um padrão histórico familiar. Quedas nos juros reais (ajustados pela inflação) na década de 1970 e nos períodos 2002-2004 e 2007-2008 vieram acompanhadas por um aumento dos preços das commodities; fortes aumentos nas taxas de juros reais americanas na década de 1980 fizeram despencar os preços das commodities em dólares. Há algo de intuitivo na noção de que quando o Fed "imprime dinheiro", o dinheiro flui para commodities, entre outros ativos, e de que essa demanda eleva seus preços - e que, portanto, os preços caem quando os juros sobem. Mas, qual é, exatamente, o mecanismo causal? Na realidade, existem quatro canais por meio dos quais a taxa de juros real afeta os preços das commodities (independentemente do efeito que os juros produzem por meio do nível de atividade econômica). Em primeiro lugar, juros elevados reduzem o preço das commodities armazenáveis, ao incrementar as vantagens de extrair hoje, em vez de amanhã, intensificando, assim, o ritmo como petróleo é extraído, ouro é tirado de minas ou árvores são abatidas em florestas. Em segundo lugar, juros altos também diminuem o desejo das empresas de manter estoques (leia-se: petróleo armazenado em tanques). Em terceiro lugar, os gestores de carteiras de investimentos reagem a aumentos nas taxas de juro reduzindo sua exposição a contratos de commodities (que são agora uma "classe de ativos") e investem em títulos do Tesouro. Finalmente, juros elevados fortalecem a moeda nacional, reduzindo, assim, o preço das commodities comercializadas internacionalmente em termos domésticos (mesmo que os preços não tenham caído quando expressos em moeda estrangeira). As taxas de juro americanas na realidade não subiram em 2014, de modo que a maior parte desses mecanismos ainda não está se fazendo sentir diretamente. Mas os especuladores sempre tentam adivinhar o futuro e abandonam as commodities hoje devido a suas previsões de taxas de juro futuras mais elevadas em 2015; o resultado foi antecipar para hoje os aumentos de preços que ocorrerão no ano que vem. O quarto canal, a taxa de câmbio, já está operando. A perspectiva de aperto monetário nos Estados Unidos coincide com a adoção de estímulos monetários por parte do Banco Central Europeu e do Banco do Japão. O resultado tem sido uma valorização do dólar em relação ao euro e ao iene. O euro está em queda de 8% em relação ao dólar desde o primeiro semestre do ano e o iene está em baixa de 14%. Isso explica como os preços de tantas commodities podem estar em baixa em dólares e em alta quando denominados em outras moedas. (Tradução de Sergio Blum) Autor(a): Jeffrey Frankel Fonte: Valor Econômico Data: 16/12/2014 DEPOIS DE CONQUISTA EM MINÉRIO DE FERRO, BHP E RIO TINTO MIRAM DOMÍNIO EM COBRE A Rio Tinto e a BHP Billiton estão acumulando vastas explorações de cobre em um esforço para capturar uma maior fatia do mercado mundial de 140 bilhões de dólares, aparentemente buscando tirar do jogo produtores de alto custo, da mesma forma que fizeram no negócio global de minério de ferro. Separadamente e em joint ventures, Rio Tinto e BHP pretendem produzir milhões de toneladas adicionais de cobre, apesar de verem um mercado com excesso de oferta para os próximos anos. "Para ambas as empresas, trata-se de aumentar a influência o máximo possível sobre o mercado global", disse Gavin Wendt, analista sênior de recursos da consultoria MineLife, baseada em Sydney. Um excesso de oferta mundial de 300 mil toneladas é previsto para 2015 pelo Escritório de Economia para Recursos e Energia da Austrália, o equivalente à produção de metade de um ano pela Coreia do Sul. O chefe de divisão de cobre da Rio Tinto, Jean-Sebastien Jacques, disse a investidores em dezembro que uma mudança para um déficit no mercado era improvável antes de 2018 e que a empresa estava agora lutando para "ganhar uma vantagem clara" contra competidores e para "construir um modelo de negócio que cria valor através dos ciclos econômicos". A BHP vê o uso de cobre crescendo acentuadamente na próxima década, em parte por causa de uma mudança para fontes de energia renováveis, que requerem uso intensivo de equipamentos de cobre. O metal tem sido considerado um pilar fundamental do crescimento pelo Conselho da BHP. Embora seja improvável que Rio Tinto e BHP tenham o mesmo grau de domínio sobre cobre que detêm em minério de ferro --em um futuro próximo Codelco, Freeport McMoran e Glencore seguirão como as maiores produtoras da commodity--, a influência dessas companhias sobre a oferta global será reforçada. A investida em cobre daria à BHP e à Rio Tinto uma vantagem sobre a rival brasileira Vale, cuja exposição ao metal vermelho é menos da metade da mostrada pela BHP e Rio Tinto, e segue estagnada enquanto a companhia se concentra em seu principal negócio, de minério de ferro. Em regiões tão diversas como Américas do Norte e do Sul, Austrália e Mongólia, BHP e Rio Tinto estão cavando novas minas ou expandindo antigas, sendo que alguns projetos demandam bilhões de dólares em investimentos e outros quase nada. Autor(a): James Regan Fonte: Reuters Data: 15/12/2014 AUMENTO DE PREÇO DO NÍQUEL ESTIMULA USO DE LIGAS A recuperação do preço do níquel no mercado global tem estimulado o uso de matérias-primas alternativas como o ferro-gusa de níquel e a ferroliga RA 253 MA, da Rolled Alloys. Essa liga metálica, desenvolvida nos Estados Unidos, ganha mercado como uma opção de baixo custo para produtos que dependem do níquel como matéria-prima. A Rolled Alloys, empresa fundada em 1953, desenvolveu o RA 253 MA há 30 anos quando surgiu a demanda por aço inoxidável resistente ao calor, que mantivesse boa resistência à oxidação, e quando o preço do níquel era muito elevado. Hoje o preço do níquel no mercado à vista, em Londres, fechou a US$ 16,33 mil a tonelada, mas este ano o metal chegou a estar cotado a US$ 20 mil. Produzida com baixo cromo e baixo níquel, a liga RA 253 MA, foi projetado para competir com o aço inoxidável 310, proporcionando as propriedades de alta resistência comparáveis às da Inconel da série 600 com teor de níquel mais elevado. Quimicamente similar ao inoxidável 309, a liga é um aço inoxidável austenítico lean que utiliza cério e silício para criar uma camada de óxido altamente adesiva, resultando em excelente resistência à oxidação. Por sua vez, a combinação de carbono e nitrogênio proporciona uma resistência à ruptura em fluência que é o dobro da dos aços inoxidáveis 310 e 309 e 870°C. Entre os benefícios da liga produzida pela RA, estão a resistência à oxidação em até 1.093°C, boa resistência à tração a quente se comparado com materiais Inconel da série 600 e excelentes propriedades de fluência e ruptura. Por causa de sua química o RA 253 MA é muito econômico em comparação com a maioria das ligas resistentes ao calor. O RA 253 MA é considerado bastante dúctil na condição recozida. No entanto, estas ligas de cromo-níquel endurecem rapidamente e requerem mais energia para cortar aço de carbono. Uma combinação de terras-raras e de silício é responsável pela elevada resistência à oxidação desta liga. As terras-raras aumentam a taxa de difusão do silício. RA 253 MA tem boa resistência a atmosferas quentes contendo SO2, que significa sulfetação sob condições oxidantes. No entanto, o RA 253 MA não resiste quando o enxofre está presente como H2S. Algumas das peças que usam esse tipo de liga são ciclones, bicos de escape para boilers, caixas de tubos corrugados e tubos para radiadores. Fonte: Notícias de Mineração Brasil Data: 16/12/2014 CSN APROVA ACORDO COM SÓCIOS DA NAMISA PARA NEGÓCIOS DE MINERAÇÃO O conselho de administração da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) aprovou os termos do acordo que já havia anunciado com seus sócios asiáticos na mineradora Namisa, informou nesta sexta-feira a companhia por meio de fato relevante. O contrato prevê uma joint venture entre as duas partes na Congonhas Minérios, com fatia de 88,25% para a empresa controlada por Benjamin Steinbruch e 11,75% para os parceiros. Os ativos que foram inclusos na negociação, além da própria Namisa, são a mina Casa de Pedra hoje sob controle da CSN; a participação da CSN e da Namisa na MRS Logística, no total de 18,63% do capital; bem como ativos e direitos de operação do terminal Tecar no porto de Itaguaí, no Rio de Janeiro. A parcela do capital social detida por cada p arte no empreendimento conjunto pode ainda ser alterada a depender de ajustes financeiros. A reunião do conselho da CSN, realizada na quinta-feira, também estabeleceu parâmetros de diluição da participação do consórcio asiático na Congonhas Minérios, a até 8,21%, no caso de ocorrer um evento adicional de liquidez (como a entrada de um novo sócio ou uma abertura de capital) num certo prazo. As empresas japonesas Itochu, JFE Steel, Kobe Steel e Nisshin Steel, além da sul-coreana Posco e a taiwanesa China Steel formam o consórcio que hoje tem 40% da Namisa. Com a operação, passam a deter 11,75% da Congonhas Minérios. Como parte do acordo, tanto a CSN como as siderúrgicas da Ásia terão contratos de compra exclusiva de parte da produção de minério de ferro da joint venture. O fornecimento terá duração de longo prazo, não informada. Para conseguir formar a empresa, contudo, ainda serão necessárias aprovações regulatórias de concorrência, de direitos minerários, entre outras chancelas. Os dois lados precisam também, segundo o fato relevante, concordar em relação a um plano de negócios. A expectativa é que a criação seja concluída ao fim de 2015. A CSN encerra, assim, uma rodada de mais de um ano de conversas com as siderúrgicas asiáticas, que chegaram a ameaçar se retirar da Namisa depois que investimentos não resultaram em expansão de capacidade. Além disso, a associação na Congonhas Minérios permite a captura de sinergias para a exploração mais eficiente do minério de ferro. “As principais sinergias identificadas estão relacionadas à otimização de procedimentos, eficiência s na operação, redução de custos operacionais e expansão do capital”, comentou a companhia brasileira no comunicado. Durante as negociações, o Goldman Sachs foi assessor financeiro da CSN e o escritório de advocacia Barbosa, Müssnich e Aragão, o jurídico. Itaú BBA e Machado Meyer, Sendacz e Opice atuaram ao lado das empresas asiáticas. Autor(a): Renato Rostás Fonte: Valor Econômico Data: 12/12/2014 CBMM QUER CHEGAR AO NEODÍMIO METAL Avançando em seu objetivo de tornarse um player importante no mercado de terras raras, a CBMM firmou um convênio com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), de São Paulo, visando ao desenvolvimento de tecnologia para obtenção do Neodímio na forma de metal a partir de óxidos de terras raras produzidos pela empresa em Araxá (MG). O convênio, com prazo de dois anos, tem como principal objetivo a produção de metal com 99% de pureza. O investimento previsto para o projeto é de R$ 9,540 milhões, a serem bancados, de forma tripartite, pela CBMM, pela CNI (através da empresa Embrapii) e pelo IPT (aportados na forma de pessoal e instalações para a realização da pesquisa). O Neodímio é um dos elementos de terras raras com maior demanda mundial (cerca de 120 mil toneladas/ano), sendo aplicado principalmente na fabricação de ímãs como os que são utilizados em motores e geradores de turbinas eólicas. Hoje, o Neodímio e o Prazeodímio são os dois elementos que estão movendo a indústria de terras raras. A produção de óxidos de terras raras na CBMM está sendo feita a partir do minério de Monazita, que é rejeito no processo de produção do nióbio. Para a concentração, a empresa desenvolveu tecnologia própria e opera uma plantapiloto com capacidade de produzir 1.000 toneladas por ano de sulfato duplo e hidróxido de terras raras e que pode ser facilmente expandida para 3 mil toneladas anuais. Para a separação dos óxidos de terras raras, a CBMM também já desenvolveu processo próprio e instalou uma planta-piloto com capacidade entre 6 e 8 toneladas anuais, que está em operação desde o início de 2014. Agora, a meta é chegar ao metal. Segundo Tadeu Carneiro, dirigente da CBMM, a companhia tem aprovados recursos de R$ 70 milhões para investimento em projetos de tecnologia de terras raras. Fonte: Brasil Mineral Data: Novembro 2014 - Edição 346 INTERNATIONAL GOLDFIELDS IDENTIFICA TEORES DE ATÉ 17,5 G/T AU EM OURO PAZ A International Goldfields publicou hoje (15) os ensaios da sondagem adamantada adicional de mais nove furos do projeto Ouro Paz, no Mato Grosso. Os resultados, que cobrem os prospectos União, Carrapato e Ana, apontaram como destaque uma interseção de 4,3 metros, com teor de até 17,5 gramas de ouro por tonelada, a partir de 104,2 metros de profundidade. De acordo com comunicado ao mercado desta segunda-feira, até o momento, 55 furos foram concluídos pela campanha de sondagem adamantada prevista para este ano, totalizado 5.994 metros. A estimativa inicial da International Goldfields era encerrar 2014 com 6 mil metros sondados. Os teores mais significativos foram encontrados na área que cobre o prospecto Ana Leste, onde o furo ANA033 retornou até 17,5 g/t Au. Um outro furo, o ANA 030, apontou uma interseção de 1,18 metros, com teor de 2,37 g/t Au, a partir de 44,57 metros, incluindo 8,43 metros, com teor de 1,18 g/t Au. Outros furos, que cobrem a área do prospecto Carrapato, como o LZG039 e o LZG034, retornaram teores de 1,2 g/t Au e 1,71 g/t Au, respectivamente, em profundidades de 61,32 metros e 111,5 metros. Já o furo LZG042 apontou uma interseção de 1,09 metros, com teor de 3,74 g/t Au, a partir de 33,23 metros da superfície. De acordo com a International Goldfields, os resultados da sondagem adamantada adicional confirmam a continuidade de um corredor mineralizado, como parte dos recursos do projeto Ouro Paz. No mês passado, a mineradora afirmou que a fase final da sondagem seria direcionada para a mineralização do prospecto União. Nessa área, ensaios geofísicos do solo utilizando polarização induzida (IP, na sigla em inglês) e ensaios magnéticos foram integrados à geoquímica da superfície, incluindo abertura de trincheiras, para priorizar alvos na zona de anomalia de ouro no prospecto Jaca até o recém-adquirido prospecto Peru. Os direitos minerários do projeto Ouro Paz pertencem à Mineradora Ouro Paz, companhia em que a Latin Gold detém 35%. O projeto Ouro Paz possui uma estimativa inicial de recursos minerais de 690 mil onças, com teor médio de 2,5 gramas de ouro por tonelada. Fonte: Notícias de Mineração Brasil Data: 15/12/2014 PRODUÇÃO MUNDIAL DE AÇO SOBE E FICA PRATICAMENTE ESTÁVEL EM NOVEMBRO A produção mundial de aço bruto subiu 0,1 por cento em novembro sobre um ano antes, para 131 milhões de toneladas, informou a Associação Mundial de Aço (Worldsteel) nesta sexta-feira. Na China, maior produtor e consumidor da liga no mundo, o volume de aço bruto produzido somou 63,3 milhões de toneladas em novembro, uma queda de 0,2 por cento ante novembro de 2013. No Brasil, a produção no mês passado subiu sobre um ano antes, mas guiada por aumento de exportações de produtos semi-acabados, de valor agregado menor que produtos laminados. Segundo dados do Instituto Aço Brasil (IABr), que representa as siderúrgicas do país, a produção brasileira somou 2,772 milhões de toneladas em novembro, alta de 2,4 por cento em comparação ao mesmo mês de 2013. Fonte: Reuters Data: 19/12/2014 COM ANOS DIFÍCEIS, VALE FOCA EM RECEITA E PRODUTIVIDADE A Vale vai enfrentar o cenário adverso no mercado de minério de ferro, cujos preços à vista no mercado da China estão abaixo de US$ 70 por tonelada, com uma estratégia que combina redução de custos na produção e aumento de margem nas vendas. "Estamos com foco na otimização de margens [de vendas] e melhoria da produtividade", disse o novo diretor-executivo de ferrosos e estratégia da Vale, Peter Poppinga. A busca por medidas para capturar ganhos adicionais será relevante em 2015 e 2016, quando a mineradora deverá enfrentar anos difíceis. Apesar dos desafios, a Vale se preparou para esse momento menos "exuberante" da mineração, afirmou o presidente da companhia, Murilo Ferreira. "Temos de continuar focados em disciplina, alocação de capital e austeridade para obter resultados em qualquer situação", disse Ferreira. O objetivo da Vale é estar posicionada entre os 25% mais eficientes da indústria no minério de ferro, níquel, cobre, carvão e fertilizantes. Ferreira afirmou que a Vale se beneficiou por ter enxergado antes, entre 2011 e 2012, o fim do "superciclo" das commodities, o que levou a uma política de austeridade. Como resultado, as despesas com vendas, gerais e administrativas, que estavam chegando a US$ 2 bilhões em 2011, ficaram em 2014 em patamar de US$ 800 milhões. Ferreira negou ontem, em encontro com jornalistas, que tenha sido sondado, indicado ou convidado para substituir Graça Foster como presidente da Petrobras. Ele disse que está "completamente" dedicado a implantar os grandes projetos em curso na companhia, como o de minério de ferro, conhecido pela sigla S11D, em Carajás, no Pará, e o de carvão, em Moçambique, em que a Vale anunciou, semana passada, parceria com a Mitsui. O negócio com os japoneses deve permitir à Vale economia de caixa de US$ 3,7 bilhões. Ferreira também reforçou o argumento que sustenta a posição da Vale de fazer uma possível oferta inicial de ações em bolsa (IPO, na sigla em inglês) com os ativos de metais básicos (níquel e cobre). A Vale não está satisfeita com o valor percebido pelos investidores em relação a esses ativos. "Só vamos fazer uma transação de metais básicos se for para destravar valor, ou seja, se o mercado não estiver reconhecendo, via precificação das ações, o valor que esse negócio tem." Ele disse que estimativas de mercado indicam que o negócio de metais básicos da Vale pode valer entre US$ 28 bilhões e US$ 35 bilhões. Todo o trabalho para preparar o possível IPO, incluindo sinal verde do conselho de administração, pode levar de oito a nove meses, previu Ferreira. Poppinga, de sua parte, detalhou como a Vale poderá reduzir mais custos de produção e aumentar margem de vendas. Disse que há novos projetos de minério de ferro entrando em atividade, como o de Conceição Itabiritos, em Minas Gerais, e o N4WS, em Carajás, que terão margem alta em termos de receita. Ao mesmo tempo, a Vale conta na sua estratégia com o papel a ser desempenhado pelo centro de distribuição da Malásia, inaugurado este ano, que permite misturar minérios mais pobres com o de Carajás enriquecendo o produto final e aumentando o preço de venda. Pelo produto de Carajás com 65% de teor de ferro, a Vale está conseguindo um prêmio de US$ 10 por tonelada, disse o presidente. Ferreira afirmou que esta semana a Vale obteve autorização para supressão vegetal das expansões em Carajás, projetos que vão permitir à Vale ter produção acessível com menor custo. Ao mesmo tempo, Poppinga fará um trabalho de se aproximar de todos os clientes na China, país com o qual a Vale tem acelerado acordos envolvendo os seus supermineraleiros, os Valemax. A empresa tem 15 desses navios que poderá vender para armadores por valores de até US$ 2 bilhões em troca de acordos de aluguel de longo prazo. Autores: Francisco Góes e Rafael Rosas Fonte: Valor Econômico Data: 17/12/2014 EMPRESÁRIOS LEVANTAM US$ 4 MI COM FALSO PROJETO DE OURO NO PARÁ A Securities and Exchange Comission (SEC), comissão americana de valores mobiliários, acusou Michael Crow e Alexandre Clug de terem operado um esquema de investimentos ligado à mineração de ouro de 2011 a 2013. Os empresários, por meio das empresas Aurum Mining, PanAm Terra e Corsair, levantaram US$ 3,9 milhões de investidores da Florida (USA), alegando possuírem projetos de ouro no Brasil e no Peru. De acordo com a SEC, Crow e Clug enviaram diversos comunicados aos investidores, informando que as supostas minas de ouro tinham potencial para entrar em produção rapidamente. No entanto, as companhias dos acusados nunca chegaram a deter um direito minerário, seja no Brasil ou no Peru. No Brasil, a Aurum Mining dizia ter direitos minerários por meio da joint venture Batalha Mineradora, formada em conjunto com a empresa Arthom Participações. A joint venture seria proprietária do projeto de ouro Batalha. Esse prospecto fica na região de Tapajós, no Pará. Conforme apurado pelo NMB, as duas empresas possuem o mesmo endereço no bairro Perdizes, em São Paulo (SP), e tem situação ativa na Receita Federal. Em pesquisa ao Google Street View, não foi encontrado o número do endereço onde Batalha e Arthom afirmam ter escritório. A companhia Batalha Mineradora não possui nenhum processo junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Tanto a Batalha quanto a Arthom não possuem website ou telefones para que fossem procuradas para comentar sobre o assunto. As acusações da SEC apontam que Clug e Crow, que tinha declarado falência pessoal, usavam o dinheiro dos investidores para cobrir seus salários mensais, de aproximadamente US$ 12,5 mil, aluguel de apartamentos em Lima, no Peru, custos com viagem e despesas diárias. “Os investidores têm o direito de saber toda a verdade sobre seus investimentos e sobre aqueles que estavam controlando o dinheiro deles. Nosso caso alega que Crow e Clug usaram os investimentos para despesas próprias”, disse Andrew M. Calamari, diretor do escritório regional de Nova York da SEC. A comissão disse que os dois tinham consciência de que as declarações que enviavam aos investidores com expectativas sobre as minas de ouro eram falsas. O suposto alto teor e potencial declarado pela Aurum contrariavam estudos de entidades brasileiras, especialistas em geologia e analistas de mineração. Entre os comunicados falsos escritos por Crug e Crow, estava a declaração de que a Aurum havia adquirido uma participação de 50% em uma mina brasileira com reservas de aproximadamente US$ 400 milhões em ouro. A SEC informou que, antes de Crow ser acusado por esse esquema de investimentos, ele já estava proibido de trabalhar no mercado de valores mobiliários ou de ocupar cargo de diretor em companhias de capital aberto. Com a PanAm Terra, empresa ligada aos dois acusados, Crow e Clug levantaram cerca de US$ 4 milhões de investidores na Florida, alegando supostas oportunidades de investimento em terrenos agrícolas na América do Sul. A SEC comprovou que esses terrenos nunca existiram. Com informações da assessoria da SEC, do South Florida Bussiness Journal e do BNA. Fonte: Notícias de Mineração Brasil Data: 17/12/2014 COM MINÉRIO EM BAIXA, VALE COLOCA NAVIOS À VENDA E ESPERA US$ 2 BI Num momento de baixo preço do minério de ferro e sem perspectivas de recuperação no curto prazo, a Vale manterá, em 2015, sua estratégia de vender ativos para fazer caixa. A mineradora busca agora compradores para 15 supernavios cargueiros de sua propriedade e espera levantar de US$ 1,5 bilhão a US$ 2 bilhões (entre R$ 4 bilhões e R$ 5,4 bilhões). Para Murilo Ferreira, presidente da Vale, o "cenário internacional é muito preocupante" com a freada do crescimento da China –que não deve ficar em torno de 7% neste ano–, estagnação na Europa e recessão no Japão. Nesse ambiente de demanda fraca e com o excesso de produção de minério de ferro no mundo, a Vale não se vislumbra uma melhora substancial dos preços do minério de ferro. Ao final de 2013, a cotação do principal produto da Vale e dos mais importantes itens das exportações brasileiras estava em US$ 135 a tonelada. Neste mês, está em torno de US$ 70 a tonelada. 'DESAFIADORES' Ferreira disse que 2015 e 2016 serão anos "desafiadores" para a Vale, pois não se espera preços elevados e a empresa estará numa fase de pesados investimentos para colocar em operação daqui a dois anos a nova mina de Carajás. Por isso, a Vale procura compradores para seus navios, batizados de Valemax, e busca ainda um sócio para uma fatia de seus investimentos em fertilizantes. O objetivo é vender as embarcações e alugá-las do comprador por um longo período. Neste ano, a Vale fez essa operação com quatro navios, arrendados por 25 anos. Os supercargueiros fazem parte da estratégia da Vale de transportar uma quantidade maior de minério de ferro –cada navio tem capacidade para 400 mil toneladas– para a China e, assim, baratear o custo do frete e poder competir com as mineradoras australianas, geograficamente mais próximas do mercado chinês. Em seu programa de venda de ativos, a Vale conseguiu US$ 6 bilhões em 2013. Neste ano, trouxe para seu caixa algo em torno de US$ 5,5 bilhões. A maior operação foi a venda de participações numa mina de carvão e numa ferrovia em Moçambique para a japonesa Mitisui, no valor de US$ 3,7 bilhões. MINÉRIO DE SOBRA Para Peter Poppinga, diretor de Ferrosos da Vale, há uma produção maior de minério de ferro do que a demanda, situação que se manterá no próximo ano. Ainda assim, o executivo acredita que o mercado jogou os preços muito para baixo e deve haver uma recuperação no próximo ano. "Só não sabemos de quanto." Apenas em 2016, porém, é que o consumo e a oferta de minério estarão equilibrados –o que, em tese, abre espaço para uma melhora mais firme dos preços. CÂMBIO Segundo Murilo Ferreira, a desvalorização do real frente ao dólar "beneficia" a companhia. Isso porque a empresa tem a maior parte dos seus custos em reais por produzir no Brasil e receberá mais por suas exportações, cotadas na moeda americana. Para o executivo, porém, a Vale e a indústria como um todo tem de ser competitiva e buscar baixos custos, sem se fixar no patamar da taxa de câmbio. "Não podemos ficar presos a essa armadilha." Autor(a): Pedro Soares Fonte: Folha de São Paulo Data: 16/12/2014 LARGO COMEÇA ESTUDO DE VIABILIDADE PARA PRODUZIR PLATINA NA BAHIA A Largo Resources informou na última terça-feira (9) que deu início ao estudo preliminar de viabilidade para avaliar o potencial da produção de concentrados de platina e PGM a partir do rejeito da mina de vanádio Maracás Menchen, na Bahia, que pertence à Vanádio Maracás. De acordo com o comunicado enviado ao mercado pela mineradora, no atual processo de produção de vanádio, materiais não-magnéticos contendo run-of-mine (ROM) de platina são separados magneticamente durante o processo de beneficiamento e estocados nos rejeitos. A Largo disse que conduziu pesquisas preliminares para avaliar o potencial da produção de concentrado de platina como um coproduto. Segundo a mineradora, as primeiras descobertas apontaram que há, de fato, potencial para produzir platina além do pentóxido de vanádio (P2O5). O estudo preliminar de viabilidade está sendo conduzido pela DRA Taggart, uma empresa de engenharia e gestão de projetos com sede em Joanesburgo, África do Sul. A companhia vai avaliar a possível produção de platina e determinar as perspectivas econômicas para o projeto. A Largo disse que espera divulgar no fim do ano o relatório para apresentar mais detalhes. A mineradora afirmou que está avaliando sua condição para monetizar esses coprodutos para propostas de planejamento financeiro. Na última semana de novembro, a Largo informou que os resultados iniciais das análises de amostras inicias do programa de pesquisa do prospecto Capivara, na região de Maracás, apontaram alto teor de platina. A mineradora informou na semana passada que o ramp-up da produção e os embarques comerciais de vanádio na mina Maracás Menchen, na Bahia, já estavam em andamento. A média diária de produção da mineradora está em 11 toneladas a 18 toneladas de pentóxido de vanádio, volume que representa entre 45% e 65% da capacidade total. A Largo Resources é uma empresa de desenvolvimento de pesquisa e exploração mineral de metais estratégicos. No Brasil, além da mina de vanádio Maracás Menchen, a empresa tem 100% de participação em um projeto de titânio e ferrovanádio em Campo Alegre de Lourdes, também na Bahia, e do projeto de tungstênio Currais Novos, no Rio Grande do Norte. Fonte: Notícias de Mineração Brasil Data: 11/12/2014 OS TEMPOS DOURADOS PARA OS PRODUTORES CHEGARAM AO FIM? Os tempos dourados parece que chegaram ao fim para os produtores de ouro, pelo menos por enquanto. Os preços do metal, que estavam beirando os US$ 1.800/onça no início de 2012, apresentaram uma trajetória acentuada de queda, chegando abaixo de US$ 1.200/ onça nos últimos meses de 2014, colocando em situação crítica aqueles produtores que estavam operando com custos elevados. Diante desse quadro, uma das medidas que têm sido mais perseguidas pelas empresas produtoras de ouro tem sido a redução de custos, em todos os níveis: Cash Cost, All-in Sustaining Cost, Sustaining Operating Cost ou All-in Cost. O Cash Cost, como se sabe, é o custo direto de produção. O All-in sustaining cost inclui tanto os custos operacionais quanto de capital para sustentar a produção de ouro em bases atuais. Este envolve o sustaining operating cost, que representa os gastos incorridos nas operações atuais que são considerados necessários para manter a produção atual, e o sustaining capital cost, que representa os gastos de capital nas operações atuais, compreendendo os custos de desenvolvimento de mina, substituição de equipamentos e outras instalações, porém não inclui os gastos de capital para ampliação dos projetos ou melhorias significativas na infraestrutura das operações existentes. Já o All-in cost compreende o all-in sustaining cost e também os gastos com as operações em locações ainda não operacionais ou custos relacionados a outras atividades de não sustentação, bem como gastos em ampliação dos projetos ou capital para significativas melhorias da infraestrutura nas operações existentes. Como o grau de interferência dos produtores sobre os níveis de preços é mínima -- já que apenas podem influir no aumento ou redução da oferta -- eles têm mesmo que atuar fortemente sobre os custos envolvidos na produção do metal, conscientes de que a lucratividade futura, o fluxo de caixa operacional e a posição financeira de suas empresas estão intimamente relacionados com os preços vigentes para o metal e que os fatores preponderantes que influenciam o preço do ouro incluem a oferta e demanda para o metal, a solidez relativa das moedas (particularmente o dólar americano) e fatores macroeconômicos como as expectativas atuais e futuras da inflação e taxas de juros. Entre os produtores, há uma corrente que acredita que o ambiente econômico de curto e médio prazo deve suportar os preços das commodities, embora com uma continuada volatilidade. Assim, além de se precaver pelo lado dos custos, os produtores, para enfrentar os riscos associados aos preços da commodity e volatilidade das moedas, estão avaliando a adoção de programas de proteção. No Brasil, tal situação está levando os produtores a deixar de lado ou adiar a implantação de novos projetos ou postergar projetos de expansão da capacidade. Há, inclusive, quem esteja pensando em se desfazer de ativos que não são considerados muito atraentes do ponto de vista de rentabilidade na atual conjuntura de preços. Mesmo projetos que haviam sido concluídos recentemente estão sendo descontinuados, seja por razões técnicas ou econômicas. A Yamana Gold, que praticamente tem como berço o Brasil, quando adquiriu os ativos da Vale em Fazenda Brasileiro, em 2003, está reconsiderando alguns de seus ativos no País, que estão performando abaixo de suas expectativas. Este é o caso de Pilar, em Goiás, Ernesto/ Pau a Pique, no Mato Grosso, e C1 Santa Luz, na Bahia. Embora outros ativos da empresa no Brasil tenham apresentado bom desempenho em termos de produção, caso de Chapada (em Goiás) e Jacobina (na Bahia), de maneira geral a Yamana está demonstrando descontentamento com as operações brasileiras. Há alguna anos a companhia já havia reduzido o seu portfólio no País, ao transferir dois outros empreendimentos no Mato Grosso (São Francisco e São Vicente), para a Aura Minerals. Os três projetos da Yamana que não performaram a contento são exatamente aqueles que foram implantados recentemente. No caso de C1 Santa Luz, a empresa encontrou dificuldades para definição de uma rota metalúrgica eficiente para processamento e concentração do minério, devido ao significativo teor de carbono, o qual tem como efeito a supressão da recuperação de ouro, que tem ficado bem abaixo do projetado. Isto levou à suspensão do comissionamento das atividades em C1 Santa Luz e a colocação do empreendimento em "Care and Maintenance", o que na prática significa a paralisação das operações, pelo menos até que se encontre uma alternativa de processo metalúrgico que possibilite a recuperação do ouro contido no minério. Já em Ernesto/Pau a Pique, a Yamana "jogou a toalha" e desistiu de dar continuidade ao empreendimento, devido aos atrasos no comissionamento, resultando em maiores gastos de capital. Embora a empresa não afirme, é provável que ela tente repassar o ativo para alguma outra empresa que trabalhe com projetos em menor escala e possa vencer os desafios que o depósito apresenta, principalmente em termos de lavra. Em Pilar, que foi declarada em produção comercial em outubro de 2014, a Yamana também enfrentou desafios durante o comissionamento e agora espera alcançar um nível de produção menor do que foi previsto no estudo de viabilidade. Foi implementado um programa visando melhorar o controle da diluição de teor e o uso de equipamentos de baixo perfil, que permitem gerenciar melhor a lavra dos veios de ouro de menor dimensão. O resultado desses esforços foi a melhoria do plano de lavra, mesmo a um nível de produção reduzido. Agora, o objetivo da empresa em Pilar é focar na redução de custos. Tendo em vista a performance desses ativos, a Yamana resolveu focar seu desempenho operacional em alguns empreendimentos, dos quais apenas dois estão no Brasil: Chapada e Jacobina. São ativos que, em sua análise, têm condições de produzir a custos mais compatíveis com os preços do metal hoje vigentes no mercado. Chapada produziu, no terceiro trimestre, 15% a mais de cobre do que o registrado no segundo trimestre de 2014, e a expectativa é que a produção aumente ainda mais até o final do ano, devido à contribuição do Corpo Sul, que tem maior teor, e ao início de operação do sistema de britagem móvel no pit. Jacobina também aportou 12% a mais de produção e uma melhoria de 17% nos custos em comparação com o trimestre anterior, também por minerar áreas de maior teor. A Yamana informa que completou um novo plano de mineração para Jacobina, o qual prevê uma produção mais consistente de 130 mil onças por ano, a teores mais altos. Até agora, no ano de 2014 a empresa registrou um All-in Sustaining Cash Cost de US$ 829/onça, o que a coloca em boa posição entre os produtores brasileiros do metal. A Yamana também decidiu realizar importantes mudanças em sua estrutura gerencial na qual o Brasil, que antes tinha predominância nas decisões, reportando-se diretamente a Toronto e coordenando as outras atividades da companhia na América do Sul, ficou em plano secundário. Agora, a empresa passa a ter duas unidades operacionais, Norte e Sul, sendo a primeira comandada a partir de Toronto e a segunda tendo as decisões centralizadas em Santiago, no Chile. Com a mudança, executivos que antes eram subordinados ao Brasil foram promovidos, enquanto outros principalmente brasileiros - perderam poder de decisão. Além disso, foram contratados novos profissionais que, segundo a empresa, têm maior expertise técnica. A Kinross, que lidera a produção de ouro no Brasil, registrou recorde de produção em Paracatu e obteve significativos ganhos em redução de custos de produção. Assim, apesar da baixa nos preços do metal a companhia conseguiu 22% a mais no fluxo de caixa operacional ajustado (em bases anuais). Nos nove primeiros meses do ano, o fluxo de caixa teve um aumento de US$ 100 milhões. No terceiro trimestre de 2014, a produção de ouro da empresa alcançou 693,8 mil onças equivalentes de ouro e o custo de produção ficou em US$ 698 por onça equivalente de ouro produzida, bem abaixo dos US$ 740 do mesmo período de 2013. O All-in sustaining cost por onça de ouro produzida também teve uma reduçãode 15%, situando-se em US$ 919, em comparação com um valor de US$ 1.082 em igual período do ano passado. As receitas com a venda de ouro somaram US$ 945,7 milhões no trimestre, em comparação com US$ 876,3 milhões no mesmo período de 2013, mesmo com um preço médio de venda do ouro de US$ 1.268/onça, contra US$ 1,331/ onça em 2013. Os gastos de capital decresceram de US$ 300,8 milhões no mesmo período de 2013, para US$ 153,5 milhões. A companhia está baixando suas projeções de gastos para 2014 de US$ 675 milhões para algo entre US$ 630 milhões e US$ 650 milhões, dos quais US$ 205 milhões são para crescimento, aquisições e desenvolvimento do negócio. Os gastos com exploração devem ficar em US$ 90 milhões. Em Paracatu, os maiores teores e recuperação do processamento de uma maior porcentagem do minério denominado B2 resultaram em um recorde de produção trimestral de 136 mil onças, ultrapassando o recorde anterior alcançado no terceiro trimestre de 2013. Os custos de produção no empreendimento decresceram pelo terceiro trimestre consecutivo, para US$ 776 por onça, como decorrência de custos mais baixos de mineração. A Kinross espera chegar ao final de 2014 com uma produção (global, não apenas no Brasil) entre 2.6 e 2.7 milhões de onças produzidas, um pouco acima do que havia sido inicialmente projetado, entre 2.5 e 2.7 milhões de onças. A Carpathian Gold, que finalmente começou a produzir ouro em Riacho dos Machados, no estado de Minas Gerais, através da MRDM (Mineração Riacho dos Machados), desde março de 2014, encontra-se atualmente na fase de ramp up da produção. No mês de outubro, conforme a empresa, 204 mil toneladas de minério foram processadas, com um teor médio de 1.23 gramas por tonelada e uma taxa de recuperação de 85.6%, resultando na produção de 6.903onças de ouro, o que representa aproximadamente 86% da capacidade de produção planejada, de 8 mil onças mensais. Até o final de outubro, a empresa processou um total de 1,092 milhão de toneladas de minério, a um teor médio de 1.23 gr/t, com taxa de recuperação de 86,6%, produzindo 37.372 onças de ouro e 11.920 onças de prata. Foi antecipado que a produção mensal será incrementada gradativamente, em curto prazo, já que a planta está completando está operando com licença provisória de operao processo de ramp up. A gerência do projeto está confiante de que alcançará a recuperação de ouro e venda ouro durante o período que antecede a planejada, que é de 90%, tão logo a planta atinja seu ritmo normal de operações. A empresa ainda não divulgou o custo por onça, afirmando que a planta ainda se encontra em fase de ramp up e este não seria um indicador confiável dos custos quando a produção chegar à fase comercial. A Mineração Riacho dos Machados também informa que as instalações de processalhões, dos quais US$ 171,5 milhões já foram mento estão praticamente concluídas, com exceção da construção do tanque final de lixiviação, que se encontrava na fase de ajustes da automação e do suprimento de energia. Em termos de mineração, as atividades seguem normalmente. Trata-se de uma mina também acertou uma extensão para o acordo convencional a céu aberto, utilizando as fases de envolvendo as transações relacionadas ao ouro perfuração, desmonte, carregamento e transporte. A frota e as operações de lavra são contratadas. O teor de corte do Run-of-mine (minério bruto) foi calculado em 0,63 grama/tonelada. Portanto, todo o material abaixo de 0.32 g/t e acima de 0.63 g é estocado em uma pilha, para posterior processamento. Durante a fase de ramp up da mina, até o final de outubro tinham sido extraídas 1,2 milhão de toneladas de ROM, a um teor médio de 1.19 g/t de ouro. No final de outubro, o minério estocado somava 909 mil toneladas, a um teor médio de 0.80 g/t de ouro, o qual é segregado nas classes de alto e baixo teor. Atualmente, o projeto Riacho dos Machados está operando com licença provisória de operação, a qual permite que a empresa opere, produza e venda ouro durante o período que antecede a obtenção da Licença de Operação (LO). A Carpathian informou ao mercado que A empresa ainda não divulgou o custo por concluiu um acordo com o Macquarie Bank onça, afirmando que a planta ainda se encontra Limited com relação ao project finance para as em fase de ramp up e este não seria um indicador instalações de sua subsidiária Mineração Riacho confiável dos custos quando a produção chegar à dos Machados Ltda. O acordo prevê a extensão do prazo do financiamento de 191,6 mi, dos quais US$ 171,5 milhões já foram aportados. Assim, o pagamento, que deveria ser realizado até 28 de dezembro de 2014, poderá ser realizado até 31 de dezembro de 2014. Porém, não há qualquer garantia, por parte do Macquarie, de outros adiamentos para o pagamento. A empresa também acertou uma extensão para o acordo envolvendo as transações relacionadas ao ouro produzido. O acordo inicial previa o pagamento até 31 de outubro, prazo que foi extendido para 28 de novembro de 2014. A Eldorado Gold, apesar da conjuntura de preços, prossegue com a otimização do estudo de viabilidade do projeto Tocantinzinho. Depois de uma revisão do modelo geológico, a qual atualizou a tonelagem e teor no depósito, foi feito um retrabalho no projeto da mina e planta, permitindo uma otimização da análise. Também foi construída uma parte da estrada na floresta, recentemente aprovada, a qual possibilita o acesso de veículos 4 x 4 na estação seca. No último trimestre foram investidos no projetoUS$ 1,2 milhão. Em termos de exploração, amostras adicionais ampliaram a mineralização de cobre, molibdênio e ouro por 6 km. Quatro furos de sonda testaram diferentes áreas dessa anomalia e todos encontraram intervalos de veios de mineralização de quartzo e sulfeto. Localizado na região do Tapajós, o projeto Tocantinzinho possui reservas de 1,9 milhão de onças de ouro, para um teor de minério de 1.25 g/t, permitindo uma produção de 157 mil onças de ouro, por um período de 12 anos. Um estudo técnico de 2011 estimou o custo total para implantação do projeto, incluindo infraestrutura, em US$ 383 milhões. A Luna Gold decidiu repensar a conclusão da fase I de expansão na mina Aurizona, já que houve um incremento nos custos de implantação, que passaram de US$ 50 milhões para US$ 63 milhões. Este incremento de 26% deveu-se aos maiores custos dos contratos, associados com alta nos custos das instalações mecânicas, elétricas e tubulações, bem como maiores custos das obras de concretagem das fundações da instalação de secagem. Devido a uma combinação de fluxo de caixa menor do que o projetado durante os seis primeiros meses de 2014 e da revisão do capital necessário para completar a fase I da expansão, a companhia decidiu postergar a conclusão da expansão por um período indefinido. Em particular o denominado Pacote 3, o qual consiste de dois secadores e três tanques de lixiviação, e o Pacote 4, que compreende uma instalação de peneiramento a úmido de três decks, ciclones, bombas e peneira. A companhia informa que está determinando o perfil ótimo de produção para uma operação sustentada de longo prazo na mina Aurizona e priorizando a alocação de seu capital limitado e fluxo de caixa para produzir no atual ambiente de preços do ouro. Tendo por base a produção de ouro no primeiro semestre do ano e o custo médio de produção, a Luna Gold revisou suas projeções para 2014, rebaixando a previsão de produção de 85 a 90 mil onças para 75 a 80 mil onças. O custo de produção aumentou de US$ 690 a 740 onças por onça para US$ 825 a 900 por onça. O All-in Sustaining Cost, por sua vez, passou de US$ 800-900 para US$ 915-1.010 por onça. Para enfrentar as deficiências operacionais na mineração, a companhia contratou um gerenciamento de mina do Canadá e incrementou temporariamente sua frota de mineração. A Luna Gold está objetivando extrair 7.5 milhões de toneladas de material do pit da mina Piaba, produzindo 41 mil a 46 mil onças de ouro no segundo semestre de 2014 e estocando aproximadamente 600 mil toneladas de ouro com teor de 1.2 g/t no final do ano. A estação de chuvas terminou em julho e os programas de desaguamento do pit estão em progresso. Durante o mês de julho, aproximadamente 1.1 milhão de toneladas de material foi minerado (minério e rejeito) do pit de Piaba, sendo produzidas 6.700 onças de ouro. A meta de produção de ouro acima é baseada em um plano de mineração desenhado para alimentar a planta existente com minério saprolito. A companhia pretende completar a quarta fase dos circuitos principais dos Pacotes 1 e 2 da fase I da expansão, bem como honrar todos os compromissos já assumidos. Os dois pacotes consistem do forno de regeneração de carbono, reator de lixiviação intensa, circuito de eluição e células. O prazo para conclusão mecânica dos pacotes 1 e 2 é o final de 2014. O custo estimado para completar esses pacotes é de US$ 6 milhões, o que eleva o custo da fase 1 de expansão para US$ 47 milhões. A companhia está negociando com o DNPM e os órgãos ambientais as licenças para fazer o comissionamento dos dois pacotes de forma modular. A Aura Minerals vem enfrentando dificuldades em suas minas brasileiras (São Francisco e São Vicente), cujo desempenho não tem sido satisfatório. Isto ocorre principalmente na mina São Francisco, onde os resultados foram afetados pelo alargamento do pit e maiores distâncias de transporte, tanto do minério quanto de estéril. A empresa informa que São Francisco implementou uma retomada na área sul da mina, o que resultou numa extensão de sua vida útil até o final de 2015, com o processamento de minério indo até fins de 2016. Isto, no entanto, resultará em maior cash cost por onça do que estava inicialmente previsto para 2014. São Vicente continuará com seu fechamento previsto para o último trimestre de 2014, com um mínimo de onças tendo sido extraídas durante essas atividades. Mesmo assim, a companhia está trabalhando com vistas a adicionar vida útil a ambas as minas. Em termos de cash cost, no terceiro trimestre São Francisco ficou com um valor de US$ 903/ onça, enquanto São Vicente, que obteve uma produção residual, teve um custo de US$ 809/ onça. No ano, até setembro, o cash cost de São Francisco foi de US$ 1.190/onça e São Vicente de US$ 1.143/onça. A produção nos nove primeiros meses de 2014 foi de 80,2 mil onças em São Francisco e 29,3 mil onças em São Vicente. Em razão da decisão de suspender a mineração e operação da planta em São Vicente, adotada no quarto trimestre de 2013, não houve movimentação de material na mina nem processamento na planta durante o terceiro trimestre de 2014. Consequentemente, o cash cost por onça produzida aumentou expressivamente. Atualmente, a companhia está buscando opções para maximizar o valor dos ativos das minas fechadas no Brasil, incluindo a venda das instalações e equipamentos. Autor(a): Francisco Alves Fonte: Brasil Mineral Data: Novembro de 2014 - Edição 346