C-6 A TRIBUNA Sexta-feira 1 www.atribuna.com.br Alerta O protesto dos trabalhadores avulsos do Porto de Santos elevou o nível de segurança do complexo marítimo para 2, devido a possibilidade de manifestações. junho de 2012 [email protected] Porto & Mar CARLOS NOGUEIRA Prejuízos com protesto chegam a US$ 5 milhões Levantamento foi realizado pelas agências de navegação LYNE SANTOS DA REDAÇÃO O protesto dos trabalhadores avulsos (TPAs) do Porto de Santos causou um prejuízo de pelo menos US$ 5 milhões ao setor de navegação. O valor é referente ao custo fixo de um navio inoperante na barra (região da costa fora da Baía de Santos)ou atracado no complexo. O cálculo das perdas dos últimos três dias de paralisação foi feito pelo Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar). A manifestação dos TPAs é uma reação à exigência do Ministério Público do Trabalho, para que fizessem um intervalo de 11 horas entre cada jornada de trabalho Na terça-feira, quando os trabalhadores cruzaram os braços pela primeira vez, 21 embarcações deixaram de movimentar cargas. Na quarta, foram 17 navios. Ontem, as operações voltaram ao normal. Ficaram sem operar apenas os cargueiros prejudicados pela chuva, como os que movimentam açúcar. No entanto, foi necessária a utilização novamente de mão de obra própria no período da Escalas “Com a dragagem, Santos está recebendo navios com maior capacidade e volume maior de carga, que acabam não podendo ir para outros portos (ainda sem estrutura). Aqueles que, depois de Santos, vão seguir para Argentina e Uruguai também são obrigados a permanecer aqui, pois precisam descarregar para abrir espaço no navio” José Roque, diretor-executivo do Sindamar tarde de ontem, afirmou o presidentedo Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp), Querginaldo Camargo. Segundo ele, apenas pela manhã o trabalho foi realizado por avulsos do Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo), já que houve maior engajamento desses profissionais. Segundo o Ogmo, na escala das 7 horas, das 586 solicita- ções feitas, 301 foram atendidas. Já à tarde, às 13 horas, foram feitas 588 requisições, sendo 196 atendidas. Nos primeiros dois dias de greve, os terminais da Santos Brasil, da Libra e do Tecondi já haviam utilizado mão de obra própria como um plano B para driblar o protesto. A estratégia teve como base uma brecha na Lei 8.630. CARLOS NOGUEIRA DA REDAÇÃO A Codesp aumentou em R$ 7,2 milhões seu capital social. O incremento refere-se a investimentos do Governo Federal no Porto de Santos. O patrimônio da Companhia Docas passou de R$ 783,4 milhões para R$ 791,2 milhões. Assembleia reuniu acionistas minoritários da Companhia Docas O crescimento foi homologado na manhã de ontem, durante a assembleia dos acio- Escala de trabalho às 7 horas Navio Bussara Naree Saga Monal Tanzanite Michele d’Amato Belasitza Nord Izumo Posidana CMA CGM Sambhar Folegandros MSC Soraya Rio de la Plata Ital Florida COS Intrepid Sea of Harmonyy O prejuízo do setor de navegação com o protesto dos TPAs ultrapassa os US$ 5 milhões, se forem contabilizadas as perdas indiretas, mencionou o diretor-executivo do Sindamar, José Roque. Uma delas é o maior gasto de combustível, que pode triplicar para que o navio possa navegar mais rápido e não perder o agendamento de atracação no próximo porto, após deixar Santos com atraso. Custos maiores com armazenagem, dificuldade para cumprir prazos contratuais, gerando multas, e mudança de rota dos navios, com fuga de cargas, foram outros problemas destacados porRoque, devidoà paralisação dos trabalhadores. Alguns cargueiros não têm nem mesmo a chance de seguir para outros complexos. “Com a dragagem, Santos está recebendo navios com maior capacidade e volume maior de carga, que acabam não podendo ir para outros portos (ainda sem estrutura). Aqueles que, depois de Santos, vão seguir para Argentina e Uruguai também são obrigados a permanecer aqui, pois precisam descarregar para abrir espaço no navio”. O desgaste na imagem do Porto também foi enfatizado por Roque. Isso porque o nível de segurança do complexo precisou ser elevado a 2, de acordo com as normas do ISPS Code, o código internacional antiterror. A medida foi adotada devido à possibilidade de reação dos TPAs, diante das determinações do Ministério Público do Trabalho, e a ocorrência de incidentes nas instalações portuárias. O nível 2 indica situação alta de ameaça. “Nesse caso, são necessárias medidas adicionais de proteção. As seguradoras pedem reforço e pode haver aumento no frete”, explicou o diretor, lembrando que a elevação no nível teve início na último terça-feira e deve terminar hoje. dos 104 acionistas minoritários na Codesp. O acionista majoritário é a União, que controla a maior parte, 99,7%, das ações. O restante está nas mãos de políticos, advogados, empresários e sindicalistas conhecidos na Cidade. Além de homologar o capital social da Codesp, a assembleia definiuosmembrosdoConselho Fiscal(Confins)daempresa.Vão integrar o grupo pelo período de um ano, por parte da União, o coordenador-geraldeGestãoEstratégicadaSecretariadePortos, Herbert Marcus Megeredo Leal, a assessora do Ministério dos Transportes Nilza Yamazaki e Bráulio Santiago Cerqueira, do MinistériodaFazenda. Já os acionistas minoritários continuarão representados pelo presidente da Associação Brasileira dos Terminais Retroportuários e das Empresas Trans- portadoras de Contêineres (ABTTC), Martin Aron (sócios minoritários com ações preferenciais), e pelo executivo do GrupoFischerMarcelloEduardo Ratton Ferreira (minoritárioscomaçõesordinárias). Ao contrário dos encontros anteriores,aassembleia deontem durou cerca de duas horas. Isso porque os acionistas minoritários, apesar da porcentagem mínima de ações, aproveitaram a ocasião para questionar diversas medidas da Codesp. Eleschegaram, inclusive, a mencionar que não votaram pela aprovação das contas da estatal, por faltarem esclarecimentos. De acordo com os sócios, a Docas ficou de responder por escrito aos questionamentos, que foram descritos em mais dedez páginas e seriam incluídos na ta da reunião. Santos Brasil investe em tecnologia A medida foi aplicada emergencialmente, já que os avulsos não estavam atendendo as requisições das instalações. O cenário começou a melhorar ontem, devido à liminar concedida pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo. O documento determinou que 70% dos avulsos mantivessem as operações nos navios. PREJUÍZOS Docas amplia capital social Local Cubatão P.3 Arm. 15 Arm. 16/17 Arm. 19 Arm. 20/21 Arm. 23 Arm. 31 Tecon 1 Tecon 1 Tecon 2 Tecon 2 Tecon 3 Terminal Arm. 39 Movimento no Porto de Santos começou a voltar ao normal na manhã de ontem, segundo empresários Terno 1 2 2 1 2 1 2 6 6 8 8 3 1 1 Produto Emb. produto siderúrgico Emb. celulose Emb. açúcar Emb. farelo de soja Emb. açúcar Desc. uréia Emb. celulose Emb./Desc. container Emb./Desc. container Emb./Desc. container Emb./Desc. container Desc. container Emb. soja Emb. soja Observação: A quantidade de ternos está sujeita a alterações de última hora.– Fonte: Ogmo nistas da estatal. A reunião contou com a presença de aproximadamente 20 MAIS INFORMAÇÕES NA PÁGINA C-5 DA REDAÇÃO A Santos Brasil, operadora do Terminal de Contêineres (Tecon) do Porto de Santos e do Terminal de Exportação de Veículos (TEV), ambos em Guarujá, implementou um sistema automatizado de controle de armazenagem nos centros industriais aduaneiros (Clias) da empresa. A partir de agora, um novo software promete trazer mais agilidade e segurança na entrada de caminhões nos CLIAs. A empresa investiu cerca de R$ 1,2 milhão no desenvolvimento do sistema. Homenagem CLÁUDIO VITOR VAZ Um jantar reunindo empresários eautoridades do setor portuário foi realizado ontem, em Santos, para homenagear a ex-presidente da AssociaçãoBrasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (Abtra), Agnes Barbeito. Oencontro foi aoportunidade de a executiva destacarsuas principais ações nos cinco anos em que esteve à frente da entidade.Para ela, a união dos empresários em prol do desenvolvimento da atividade portuária éo principal legado de sua gestão.Agora, a presidência da Abtra está a cargo do presidente do Tecondi, César Floriano. Opresidente da Codesp, José Roberto Serra, eo capitão dos portos de São Paulo, Gerson Luiz Rodrigues Silva, participaram do jantar