Impacto da Implementação da Vacina Quadrivalente contra o HPV em Programas Nacionais de Imunização na Redução de Doenças - A experiência australiana Estudo comentado Impacto da Implementação da Vacina Quadrivalente contra o HPV em Programas Nacionais de Imunização na Redução de Doenças - A experiência australiana Dr. Edison Natal Fedrizzi – CRM-SC: 4878 Professor Adjunto de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Chefe do Centro de Pesquisa Clínica Projeto HPV do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Membro do Comitê Nacional de Patologia do Trato Genital Inferior (PTGI) da Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia – FEBRASGO. Introdução Estudos clínicos têm mostrado que as vacinas anti-papilomavírus humano (HPV) são altamente efetivas na prevenção da infecção HPV persistente e de lesões intraepiteliais do colo do útero.1-10 A vacina quadrivalente anti-HPV também tem se mostrado altamente eficaz na prevenção de verrugas genitais em mulheres2,6-8 e homens11,12. Vários países no mundo têm disponibilizado a vacina anti-HPV nos programas de imunização populacional, demonstrando custo-efetividade13,14. As análises de custo-efetividade vêm sendo realizadas por diversos países, inclusive no Brasil,15 para avaliar o impacto populacional dessas vacinas. A despeito da alta eficácia, segurança e tolerabilidade das vacinas, a cobertura vacinal em uma população, não baseada em escolas, como em mulheres jovens e adultas, é um aspecto crucial para o sucesso desses programas de imunização em massa. A Austrália foi um dos primeiros países a implementar a vacinação anti-HPV gratuita para a população feminina. A vacina quadrivalente anti-HPV (tipos 6, 11, 16 e 18) começou a ser utilizada a partir de abril de 2007 nas escolas para meninas de 12 a 18 anos e julho de 2007 em centros de saúde e clínicas para mulheres de 18 a 26 anos16 até o final de 2009. A partir de 2010, a vacina tem sido realizada somente para as meninas de 12 a 13 anos. O custo foi estimado em 436 milhões de dólares australianos e mais 100 milhões para sua implementação. O programa de imunização incluiu inicialmente uma campanha nacional de comunicação, principalmente via internet, rádio e televisão, conseguindo um programa de vacinação anti-HPV extraescolar mais eficaz do que em qualquer outro país. Com isso, a Austrália se tornou o primeiro país a observar significantes alterações na incidência de verruga genital e lesões intraepiteliais à colpocitologia oncótica num curto prazo de tempo17-21. A vacina quadrivalente anti-HPV também foi aprovada na Austrália para mulheres na idade de 27 a 45 anos e para meninos e homens de nove a 26 anos. No entanto, esses grupos não receberam subsídio do 1 e planos de saúde para participarem do programa nacional de imunização anti-HPV18. Implementação do programa nacional de imunização anti-HPV16 O sucesso desse programa de imunização em massa foi obtido com esforços de entidades governamentais federais, estaduais e municipais, bem como de trabalhadores da área da saúde (médicos, enfermeiros e Agentes Comunitários de Saúde) e das escolas. 2 “O sucesso desse programa de imunizacao em massa foi obtido com esforcos de entidades governamentais federais, estaduais e municipais, bem como de trabalhadores da area da saude (medicos, enfermeiros e Agentes Comunitarios de Saude) e das escolas.” O programa inicialmente recebeu críticas em várias esferas da comunidade. Alguns se pronunciaram dizendo que a vacinação deveria ser feita somente em mulheres de 12 a 18 anos em um programa baseado em escolas e que o restante do dinheiro deveria ser aplicado em outros programas. Outros argumentaram que a Austrália possuía um excelente programa de rastreamento para o câncer de colo uterino com o exame de papanicolaou; outros afirmaram que o custo da vacina era alto e outros ainda que a imunização contra o HPV poderia ter um impacto negativo nos programas de screening, com diminuição importante da cobertura da colpocitologia oncótica. No entanto, apesar dos argumentos contra a campanha, o governo australiano insistiu e realizou um programa de imunização em um país de dimensão continental, sendo hoje um modelo mundial. vacinação oportunística no momento da realização da colpocitologia oncótica, juntamente da enfermagem; oferecendo orientação e discutindo dúvidas com o público-alvo da vacinação ou seus familiares (educação); atendendo e comunicando às autoridades de saúde as reações adversas decorrentes da vacinação; e fiscalizando o adequado armazenamento das vacinas. Governo Agentes Comunitários de Saúde O governo federal foi responsável pelo policiamento, pela coordenação e pela implementação dos programas em todo o território australiano, com as seguintes tarefas: compra e distribuição das vacinas, campanha de divulgação do programa em meios de comunicação, e implantação do registro nacional de vacinação anti-HPV. Além das atividades junto à equipe de saúde, os Agentes Comunitários de Saúde foram responsáveis pela implementação do programa de vacinação nas áreas remotas e em comunidades aborígenes. Estados e municípios A avaliação da incidência de verruga genital foi realizada a partir de um ano da introdução da vacinação (análise 2004-2008), sendo anualmente atualizada com dados referentes às taxas de incidência de verruga genital na Austrália. Estados e municípios foram responsáveis pela coordenação da vacinação em sua jurisdição, incluindo: distribuição de tarefas específicas para cada membro do programa, busca ativa das mulheres não vacinadas em centros de saúde, desenvolvimento dos programas baseados em escolas, controle da dispensa das vacinas, contato com os coordenadores locais de vacinação, educação, treinamento e qualificação dos profissionais de saúde, distribuição dos recursos, levantamento de dados como cobertura vacinal e eventos adversos, e avaliação constante do programa de imunização. Médicos Responsáveis pela avaliação e por resolver possíveis problemas do público-alvo do programa, fornecendo informações médicas atualizadas à equipe de vacinação e Enfermagem Responsável pelo suporte e assistência ao programa de vacinação, oferecendo orientação sobre as doses subsequentes à primeira, informações gerais ao público-alvo da vacinação, contato com a equipe médica, adaptação de clínicas médicas para também realizarem a vacinação; e práticas administrativas para o registro de vacinação. Avaliação da incidência de verruga genital Período 2004-200817 Avaliação inicial de 36.055 pacientes atendidos no Centro de Saúde Sexual de Melbourne demonstrou redução no diagnóstico de verruga genital em mulheres com menos de 28 anos de 25,1% (intervalo de confiança de 95% – IC95%: 30,5-19,3%; p < 0,001) e tendência de queda para homens heterossexuais, com diminuição de 5% (IC95%: 0,5-9,4%; p = 0,031), demonstrando provável proteção de rebanho. Não foi observada nenhuma tendência de redução para as mulheres com mais de 28 anos e homens homossexuais, por não terem sido contemplados com a vacina (Figura 1). 3 Período 2004-200918 A segunda análise de redução das verrugas genitais foi realizada no período 2004-2009, ou seja, dois anos após a introdução do programa nacional de vacinação anti-HPV. Esse estudo foi realizado em oito centros de saúde de diferentes localizações na Austrália, avaliando 112.083 novos pacientes (48.922 mulheres e 63.161 homens) atendidos nesses serviços. A redução no número de casos de verrugas genitais em mulheres jovens residentes no país (consideradas as mulheres com cidadania australiana ou que moravam na Austrália no mínimo há três anos) foi de 59% (IC95%: 54-61%; p < 0,0001). A redução também foi observada em homens heterossexuais em 28% (IC95%: 24-33; p < 0,0001). Em homens residentes de 12 a 26 anos, em julho de 2007, essa redução foi de 39% (IC95%: 33-46%; p < 0,0001). Entretanto, não foi observada redução significante nas mulheres não residentes, com idade superior a 26 anos, em julho de 2007, e em homens homossexuais. Até 2009, 65,1% das mulheres elegíveis para receber a vacina anti-HPV foram vacinadas. O programa baseado em escolas teve uma cobertura de cerca de 80% para a primeira dose e de 70% para a terceira. Período 2004-201019 Nessa terceira análise, foram avaliados 134.939 pacientes distribuídos pelos 8 Centros de Saúde Sexual da Austrália. No final do ano de 2010, foi observada uma 4 “Todos esses dados se constituem na primeira evidencia de reducao importante na incidencia das verrugas genitais HPV induzidas em homens e mulheres jovens, que contrastam claramente com o observado em outros paises que ainda nao implementaram a vacina quadrivalente anti-HPV, nos quais a incidencia de verrugas genitais tem aumentado nos ultimos anos.” A cobertura vacinal registrada ao final da vacinação das mulheres de 18 a 26 anos foi de 80% para duas doses e 73% para as três doses para meninas de 12 a 13 anos. A cobertura foi diminuindo com o aumento da idade, com cobertura de duas e três doses, respectivamente, para mulheres de 16 a 17 anos de 75% e 72%, para 18 a 19 anos de 53% e 30% e para mulheres de 20 a 26 anos de 38% e 42%. Observa-se claramente que a cobertura vacinal diminui progressivamente com a saída da vacinação do ambiente escolar. Nos homens com menos de 21 anos, o percentual de verruga genital no período 2004-2007 foi de 13,7% e, no período de 2008-2011, de 6,3%, apresentando redução em 54%. Avaliando o percentual no período inicial de 2004-2005 (10,5%) e 2010-2011 (2,9%), observou-se redução de 72,3% (Figura 3). Quando comparados os dois períodos de 12 meses, de 2007-2008 e 2010-2011, as verrugas genitais tiveram uma diminuição em homens heterossexuais abaixo de 21 anos de 22,9% para 2,9% (redução de 87,3%). Não houve mudança significativa para as mulheres e homens heterossexuais com 30 anos ou mais e homossexuais de qualquer idade (Figura 3). todos homens heterossexuais < 21 anos 21- 29 anos > 30 anos todos homens que fazem sexo com homens 25 Percentual 20 16,6 15 11,7 10,5 10 7,3 6,9 5 2,9 / 2011 2010 / 2010 2009 / 2009 2008 / 2008 2007 / 2007 2006 / 2006 2005 2004 / 2005 0 Figura 3 – Percentual de novos casos por ano de verruga genital em homens de acordo com a idade. Observa-se redução significativa de 72,3% em homens heterossexuais com menos de 21 anos e nenhuma redução para os homens heterossexuais com idade superior ou homossexuais. Todos esses dados se constituem na primeira evidência de redução importante na incidência das verrugas genitais HPV induzidas em homens e mulheres jovens, que contrastam claramente com o observado em outros países que ainda não implementaram a vacina quadrivalente anti-HPV, nos quais a incidência de verrugas genitais tem aumentado nos últimos anos. Avaliação da incidência de alterações na colpocitologia oncótica Com a introdução da vacina quadrivalente anti-HPV em 2007 na Austrália, vários estudos demonstraram um rápido declínio no aparecimento de verruga genital, associados aos HPV 6 e 1116-20. Contrário do que se pensava, recentes dados têm demonstrado um declínio similar na incidência das anormalidades histológicas de alto grau, como a neoplasia intraepitelial cervical grau 2 e 3 (NIC 2/3) e o adenocarcinoma in situ (AIS) em mulheres jovens, demonstrando que os efeitos da infecção pelos HPV 16 e 18 podem também declinar rapidamente21. O Registro de Citologia Cervical de Victoria é um dos oito registros deste exame na Austrália e promove uma regular participação das mulheres no Programa Nacional de Rastreamento Cervical, enviando cartas e acompanhando todas as mulheres com anormalidades citológicas. Foram avaliadas as alterações cito-histológicas na população de 2,7 milhões de mulheres de Victoria antes (2003-2007) e após (2007-2009) da vacinação. Observou-se uma diminuição na incidência de NIC 2/3 e AIS em 47,5% nas mulheres abaixo de 18 anos. Não se observou redução significativa nas outras faixas etárias, o que sugere o efeito mais evidente da vacina quando aplicada previamente à exposição ao HPV21 (Figura 4). Nesse estudo, não foi observada diminuição na incidência das lesões intraepiteliais escamosas de baixo grau (LIEBG) à citologia, independentemente da idade. Provavelmente isso ocorreu em função das LIEBG estarem associadas menos frequentemente aos HPV 6 e 11 (responsáveis por 10% dos casos) e 16 e 18 (cerca de 5 25%)22. Todos os outros tipos de HPV que infectam o trato genital (cerca de 45) podem levar a essas anormalidades citológicas, bem como outras infecções e inflamações podem mimetizar tais alterações. Conclusões O Programa Nacional de Imunização Anti-HPV da Austrália, iniciado em 2007, demonstrou uma rápida (em um ano) e significativa redução na prevalência de verruga genital nas mulheres vacinadas e potencial benefício para os homens que se relacionavam com essas mulheres (proteção de rebanho), pela diminuição da transmissão heterossexual. O resultado observado na análise de quatro anos desde o início da vacinação é a primeira evidência de que um programa com cobertura de 70% das mulheres jovens pode levar a uma incidência próxima ao desaparecimento das verrugas genitais na população de mulheres e homens heterossexuais jovens. Ao contrário do que se pensava, a redução das lesões associadas aos HPV de alto risco oncogênico 16 e 18 (NIC 2/3 e AIS) também ocorreu rapidamente no grupo de adolescentes vacinadas. HGA incidence (%) 1,60 < 18 years 1,20 0,80 0,40 0 2003 HGA incidence (%) 1,60 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2005 2006 2007 2008 2009 2010 18-20 years 1,20 0,80 0,40 0 2003 2004 Figura 4 – Incidência de anormalidades cervicais de alto grau de acordo com a idade. A linha tracejada representa a introdução da vacina quadrivalente anti-HPV. Observa-se nítida diminuição dos casos após 2007 em mulheres com menos de 18 anos e uma tendência ao declínio em mulheres de 18 a 20 anos. O sucesso de um programa de vacinação anti-HPV na redução do câncer do colo de útero depende da orientação da não exclusão do rastreamento cervical com a colpocitologia oncótica. Isso foi observado no programa de imunização australiano, que demonstrou que 96% das mulheres entrevistadas de 18 a 28 anos sabiam que o teste de Papanicolau ainda era necessário após a vacina anti-HPV. Esses resultados deixam claro que a vacinação anti-HPV se demonstra custo-eficaz, a curto prazo, na redução das verrugas genitais e neoplasias intraepiteliais cervicais. Esses resultados são importantes na decisão dos governos naopção da implementação da vacina anti-HPV. Referências bibliográficas: 1. Villa LL, Costa RLR, Petta CA, Andrade RP, Ault KA, Giuliano AR et al. Prophylactic quadrivalent human papillomavirus (types 6, 11, 16 and 18) L1 virus-like particle vaccine in young women: a randomised double-blind placebo-controlled multicentre phase II efficacy trial. Lancet Oncol. 2005;6(5):271-8. 2. Garland SM, Hernandez-Avila M, Wheeler CM, Perez G, Harper DM, Leodolter S, Tang GW, Ferris DG, Steben M, Bryan J, Taddeo FJ, Railkar R, Esser MT, Sings HL, Nelson M, Boslego J, Sattler C, Barr E, Koutsky LA; Females United to Unilaterally Reduce Endo/Ectocervical Disease (FUTURE) I Investigators. Quadrivalent vaccine against Human papillomavirus to prevent anogenital diseases. 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Estudo comentado – Experiência australiana com a vacina quadrivalente anti-HPV é uma publicação periódica da Phoenix Comunicação Integrada patrocinada por MSD. Jornalista Responsável: José Antonio Mariano (MTb: 22.273-SP). Tiragem: 4.000 exemplares. Endereço: Rua Gomes Freire, 439 – cj. 6 – CEP 05075-010 – São Paulo – SP. Tel.: (11) 3645-2171 – Fax: (11) 3831-8560 – Home page: www.editoraphoenix.com.br – E-mail: [email protected]. Todos os direitos reservados. Este material não pode ser publicado, transmitido, divulgado, reescrito ou redistribuído sem prévia autorização da editora. Material destinado exclusivamente à classe médica. Esta publicação é fornecida como um serviço de Merck Sharp & Dohme aos médicos. Os pontos de vista aqui expressos refletem a experiência e as opiniões dos autores. Antes de prescrever qualquer medicamento eventualmente citado nesta publicação, deve ser consultada a Circular aos Médicos (bula) emitida pelo fabricante. phx as xx/xx/12 6 Vacina quadrivalente recombinante contra papilomavírus humano (tipos 6, 11, 16 e 18). INdICAÇÕEs: para a prevenção de câncer do colo do útero, vulvar e vaginal, lesões pré-cancerosas ou displásicas, verrugas genitais e infecções causadas pelo papilomavírus humano (HPV). A vacina quadrivalente recombinante contra papilomavírus humano (tipos 6, 11, 16 e 18) é indicada para meninas e mulheres de 9 a 26 anos de idade para prevenir: câncer de colo do útero, da vulva e da vagina causados pelos tipos 16 e 18 de HPV; verrugas genitais (condiloma acuminado) causadas pelos tipos 6 e 11 de HPV; infecções e as seguintes lesões pré-cancerosas ou displásicas causadas pelos tipos 6, 11, 16, e 18 de HPV: neoplasia intraepitelial cervical (NIC) de grau 2/3 e adenocarcinoma do colo do útero in situ (AIS); neoplasia intraepitelial cervical (NIC) de grau 1; neoplasia intraepitelial vulvar (NIV) de grau 2 e grau 3; neoplasia intraepitelial vaginal (NIVa) de grau 2 e grau 3; NIV de grau 1 e NIVa de grau 1. A vacina quadrivalente recombinante contra papilomavírus humano (tipos 6, 11, 16 e 18) é indicada também para meninos e homens de 9 a 26 anos de idade para prevenção de verrugas genitais (condiloma acuminado) causadas pelos tipos 6 e 11 de HPV. CoNTRAINdICAÇÕEs: hipersensibilidade aos princípios ativos ou a qualquer dos excipientes da vacina. As pessoas que desenvolvem sintomas indicativos de hipersensibilidade após receber uma dose da vacina quadrivalente recombinante contra papilomavírus humano (tipos 6, 11, 16 e 18) não devem receber outras doses. AdVERTÊNCIAs: como ocorre com todas as vacinas, a vacinação com a vacina quadrivalente recombinante contra papilomavírus humano (tipos 6, 11, 16 e 18) pode não resultar em proteção para todos os que recebem a vacina. A vacina quadrivalente recombinante contra papilomavírus humano (tipos 6, 11, 16 e 18) não é indicada para tratamento de verrugas genitais ativas, câncer cervical, vulvar ou vaginal, NIC, NIV ou NIVa. Esta vacina não proporcionará proteção contra doenças que não sejam causadas pelo HPV. A exemplo de todas as vacinas injetáveis, deve haver sempre tratamento médico disponível em caso de reações anafiláticas raras após a administração da vacina. Pessoas com resposta imunológica comprometida – seja por uso de terapia imunossupressora, defeito genético, infecção por vírus da imunodeficiência humana (HIV), ou por outras causas – podem apresentar resposta de anticorpos reduzida à imunização ativa (veja INTERAÇÕEs MEdICAMENTosAs). Esta vacina deve ser administrada com cuidado a pessoas com trombocitopenia ou qualquer distúrbio de coagulação porque pode ocorrer sangramento após administração intramuscular nessas pessoas. O profissional de saúde deve informar o paciente, parente ou o responsável que a vacinação não substitui a rotina de triagem de câncer cervical. Mulheres que receberam a vacina quadrivalente recombinante contra papilomavírus humano (tipos 6, 11, 16 e 18) devem continuar a triagem de câncer cervical, conforme estabelecido pelo médico. Gravidez: categoria de risco B. INTERAÇÕEs MEdICAMENTosAs: Uso com Outras Vacinas: os resultados dos estudos clínicos indicam que a vacina quadrivalente recombinante contra papilomavírus humano (tipos 6, 11, 16 e 18) pode ser administrada concomitantemente (em locais de administração diferentes) com a vacina contra hepatite B (recombinante). O uso concomitante da vacina quadrivalente recombinante contra papilomavírus humano (tipos 6, 11, 16 e 18) com vacinas diferentes da vacina contra hepatite B ainda não foi estudado. Assim, não é indicado o uso concomitante da vacina quadrivalente recombinante contra papilomavírus humano (tipos 6, 11, 16 e 18) com vacinas diferentes da vacina contra hepatite B (por exemplo, vacina dT [difteria e tétano], sarampo e rubéola). Uso com Medicamentos Comuns: nos estudos clínicos, 11,9%, 9,5%, 6,9% e 4,3% das participantes utilizavam analgésicos, anti-inflamatórios, antibióticos e preparações vitamínicas, respectivamente. A eficácia, a imunogenicidade e o perfil de segurança da vacina quadrivalente recombinante contra papilomavírus humano (tipos 6, 11, 16 e 18) não sofreram impacto com o uso desses medicamentos. Uso com Contraceptivos Hormonais: nos estudos clínicos, 57,5% das mulheres (com 16 a 26 anos de idade) que receberam a vacina quadrivalente recombinante contra papilomavírus humano (tipos 6, 11, 16 e 18) usavam contraceptivos hormonais; essa associação não pareceu afetar as respostas imunológicas à vacina. Uso com Esteroides: nos estudos clínicos, 1,7% (n= 158), 0,6% (n= 56) e 1,0% (n= 89) das participantes utilizavam imunossupressores inalatórios, tópicos e parenterais, respectivamente, próximo do horário da administração de uma dose da vacina quadrivalente recombinante contra papilomavírus humano (tipos 6, 11, 16 e 18). Esses medicamentos não pareceram afetar as respostas imunológicas à vacina. Muito poucas participantes nos estudos clínicos estavam tomando esteroides, e a extensão da imunossupressão foi supostamente baixa. Uso com Medicamentos Imunossupressores Sistêmicos: não existem dados sobre o uso concomitante de imunossupressores potentes com a vacina quadrivalente recombinante contra papilomavírus humano (tipos 6, 11, 16 e 18). As pessoas que recebem agentes imunossupressores (doses sistêmicas de corticosteroides, antimetabólitos, agentes alquilantes, agentes citotóxicos) podem não responder de maneira ideal à imunização ativa. REAÇÕEs AdVERsAs: as reações adversas mais frequentemente relatadas por indivíduos que receberam a vacina quadrivalente recombinante contra papilomavírus humano (tipos 6, 11, 16 e 18) e a frequência observada foram: locais – dor (81,3%), inchaço (24,2%), eritema (23,2%), hemorragia (3,2%) e prurido (2,7%); sistêmicas – febre (10,1%). PosoLoGIA E AdMINIsTRAÇÃo: a vacina quadrivalente recombinante contra papilomavírus humano (tipos 6, 11, 16 e 18) é recomendada para meninas, mulheres, meninos e homens com 9 a 26 anos de idade. A vacina quadrivalente recombinante contra papilomavírus humano (tipos 6, 11, 16 e 18) deve ser administrada por via intramuscular em três doses separadas de 0,5 ml, de acordo com o seguinte esquema: primeira dose – em data a escolher; segunda dose – 2 meses após a primeira dose; terceira dose – 6 meses após a primeira dose. Deve-se estimular a adesão dos pacientes ao esquema de vacinação aos 0, 2 e 6 meses. No entanto, nos estudos clínicos, demonstrou-se eficácia nas pessoas que receberam todas as três doses em um período de um ano. Se for necessário um esquema de vacinação alternativo, a segunda dose deve ser administrada no mínimo um mês após a primeira dose e a terceira dose, no mínimo três meses após a segunda dose. VENdA soB PREsCRIÇÃo MÉdICA. REGIsTRo Ms: 1.0029.0171. Dentre as informações citadas em bula, ressaltamos que este medicamento é contraindicado para pacientes com hipersensibilidade a qualquer componente do produto, assim como a interação medicamentosa com outras vacinas que não a vacina contra hepatite B (por exemplo, vacina dT [difteria e tétano], sarampo e rubéola). Nota: antes de prescrever, recomendamos leitura da Circular aos Médicos (bula) completa para informações detalhadas sobre o produto. A PERsIsTIREM os sINToMAs, o MÉdICo dEVE sER CoNsULTAdo. Referência bibliográfica: 1. Circular aos Médicos (bula) da vacina quadrivalente recombinante contra papilomavírus humano (tipos 6, 11, 16 e 18). São Paulo; Merck Sharp & Dohme Farmacêutica Ltda., 2012. Copyright © 2007 Merck & Co., Inc., Whitehouse Station, NJ, USA. Todos os direitos reservados. MC 575/12 05-2014-GRD-12-BR-575-J VACC-1040087-0000 IMPRESSO EM MAIO/2012 De 9 a 26 anos, todos contam. Esquema de imunização recomendado1