AU TO RA L UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES TO PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PE LA LE I DE DI R EI INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÚBLICO Por: Marcio André dos Santos DO CU M EN TO PR OT EG ID O GESTÃO DO ATENDIMENTO AO CIDADÃO NO SERVIÇO Orientador Profº. Koffi Djima Amouzou Rio de Janeiro 2011 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE GESTÃO DO ATENDIMENTO AO CIDADÃO NO SERVIÇO PÚBLICO Apresentação Cândido de Mendes monografia como à requisito Universidade parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão Pública. Por: Marcio André dos Santos 3 AGRADECIMENTOS .... aos meus pais e amigos, sem os quais tudo o que é, nada seria... 4 DEDICATÓRIA dedicado a todos aqueles que tornaram possível a conclusão deste curso. 5 RESUMO Este trabalho busca demonstrar a evolução na gestão do atendimento ao cidadão no serviço público, tendo como referência a Justiça Eleitoral. Sendo considerada de alta qualidade no atendimento pode se constituir em uma vantagem importante, onde os diversos pontos como confiabilidade e agilidade podem e devem ser pautados no respeito aos seus anseios e na busca por soluções que visem a satisfazer e atender as necessidades de seus eleitores. Assim este trabalho busca apresentar através de uma pesquisa exploratória de caráter bibliográfico dados para fundamentar tal pesquisa baseada no levantamento de material teórico. Palavras-chave: Atendimento, Serviço Público, Justiça Eleitoral, Evolução. 6 METODOLOGIA Foi realizada uma pesquisa exploratória baseada no levantamento bibliográfico, a fim de obter um maior conhecimento sobre os conceitos envolvidos no tema apresentado através deste trabalho. A pesquisa exploratória visa prover o pesquisador de um maior conhecimento sobre o tema ou problema de pesquisa em perspectiva. Por isso, é apropriada para os primeiros estágios da investigação quando a familiaridade, o conhecimento e a compreensão do fenômeno por parte do pesquisador são, geralmente, insuficientes ou inexistentes. (MATTAR, 1999, p. 80) Foi utilizado um plano de leitura para a coleta de informações em livros, periódicos e sites da internet, visando buscar referenciais históricos para a elaboração dos tópicos propostos neste estudo. Através desta pesquisa foi possível analisar os aspectos que envolvem a prática de gestão do atendimento ao cidadão no Serviço Público. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - POLÍTICAS PÚBLICAS - CONCEITUALIZAÇÃO 09 CAPÍTULO II - ATENDIMENTO NO SERVIÇO PÚBLICO 16 CAPÍTULO III - JUSTIÇA ELEITORAL - GESTÃO DO ATENDIMENTO 24 CONCLUSÃO 33 BIBLIOGRAFIA 35 ÍNDICE 39 FOLHA DE AVALIAÇÃO 41 8 INTRODUÇÃO No atual mundo globalizado, existe uma grande dificuldade por parte das organizações sejam elas públicas ou privadas em sustentar uma atuação eficaz, sem que haja uma garantia de coerência entre as necessidades individuais e os objetivos organizacionais. Estamos vivendo um momento histórico de inúmeras transformações e constantes mudanças, em que todos necessitam se preparar para enfrentar novos desafios e modificar paradigmas. A atual política está voltada para a excelência da qualidade do atendimento ao cidadão, sendo possível alcançar uma melhor qualidade para seus eleitores, proporcionando o desenvolvimento de métodos que auxiliem na agilidade, segurança e outros atributos A questão da utilização de novos métodos tecnológicos no processo de gestão do atendimento por parte da Justiça Eleitoral vem sendo utilizada com o intuito do desenvolvimento garantindo sempre o aprimoramento das técnicas já utilizadas. Baseado nesses princípios, a informatização já contribuiu e pode contribuir ainda mais para a otimização do processo de atendimento. Para tanto, para realizar este estudo, a metodologia foi realizada através de uma pesquisa exploratória de caráter bibliográfica, baseada no levantamento de dados teóricos para maior conhecimento do tema destacado. 9 CAPÍTULO I POLÍTICAS PÚBLICAS: CONCEITUALIZAÇÃO 1.1. CONCEITO A definição de Políticas Públicas é amplamente discutida em diversas áreas do conhecimento. SOUZA (2006) aponta uma visão generalizada da maneira como a política publica é vista; sendo primeiramente como um equilíbrio no orçamento entre receita e despesa, segundo como uma nova visão do estado, e terceira como a relação existente entre os países desenvolvidos e os que iniciaram a sua história democrática recentemente. O autor ainda ressalta que as políticas públicas estão ligadas fortemente ao Estado, pois é este que determina de que maneira os recursos serão utilizados em beneficio de seus cidadãos. “... costuma-se pensar o campo das políticas públicas unicamente caracterizado como administrativo ou técnico, e assim livre, portanto do aspecto „político‟ propriamente dito, que é mais evidenciado na atividade partidária eleitoral. Este é uma meia verdade, dado que apesar de se tratar de uma área técnico-administrativa, a esfera das políticas públicas também possui uma dimensão política uma vez que está relacionado ao processo decisório”. (FERNANDES 2007 p. 203) Segundo afirmações de LOWI (1972) O Estado antes de investir dinheiro público em um determinado setor, podendo ser saúde ou educação, passa por três categorias que são a regulatória, distributiva e a redistributiva. “o conjunto de ações coletivas voltadas para a garantia dos direitos sociais, configurando um compromisso público que visa dar conta de determinada demanda, em diversas áreas. Expressa a transformação daquilo que é do âmbito privado em ações coletivas no espaço público” (GUARESCHI, COMUNELLO, NARDINI & HOENISCH, 2004, p.180). 10 De acordo com Bucci (2002, p. 241), Políticas Públicas “são programas de ação governamental visando a coordenar os meios à disposição do Estado e as atividades privadas, para a realização de objetivos socialmente relevantes e politicamente determinados.” MEKSENAS (2002) diz que as políticas públicas são um modo usado pelo capital para se manter no poder sem a reclamação da parte periférica da sociedade. “O conceito de políticas públicas aparece vinculado ao desenvolvimento do Estado capitalista e esse às relações de classe. No século XX, as políticas públicas são definidas como um mecanismo contraditório que visa à garantia da reprodução da força de trabalho. Tal aspecto da organização do Estado nas sociedades industriais, não traduz um equilíbrio nas relações entre o capital e o trabalho”. (2002 p.77) O autor quer evidenciar que a população é excluída do poder de decisões do Estado, onde o mesmo usa os recursos públicos para o investimento restrito, assim excluindo uma grande maioria da população, que deveriam ser os primeiros e principais beneficiários dos recursos públicos. Assim, a política pública envolve um conjunto de ações e métodos que possuem o objetivo de solucionar pacificamente determinados conflitos ocorridos do sistema publico, onde os principais envolvidos podem ser chamados de “atores políticos”. De acordo com FERNANDES (2007) os atores políticos podem ser categorizados em: Atores Públicos: fazem parte deste grupo, os políticos eleitos, burocratas e tecnocratas; Atores Privados: formados por um grupo de empresários e trabalhadores em geral. Normalmente as Políticas Públicas apresentam demandas comuns, entre elas: Demandas novas: quando surgem novos atores políticos. 11 Demandas recorrentes: quando os problemas políticos não são resolvidos ou deixam pendências. Demandas reprimidas: formadas por ações que mantém a nãodecisão. As naturezas das políticas públicas também podem ser separadas por grupos, como exemplo: industrial, agrícola, monetária, assistência social e institucional. 1.2. ESTADO, SOCIEDADE E POLÍTICAS PÚBLICAS A definição de Estado está associada com uma organização política, social e jurídica, que ocupa determinado território que apresenta geralmente um conjunto de lei conhecido como Constituição, devidamente dirigida por órgãos governamentais formando o governo. O governo possui soberania tanto internamente quanto externamente responsável por controlar o povo de maneira social segundo a coerção legal. Para Bobbio (1982, p. 19) “o Estado é concebido como produto da razão, ou como sociedade racional, única na qual o homem poderá ter uma vida conforme a razão, isto é, conforme a sua natureza.” O autor ainda afirma que “a racionalização do Estado ocorre mediante a utilização constante de um modelo dicotômico, que contrapõe o Estado enquanto momento positivo à sociedade pré-estatal ou antiestatal, degradada a momento negativo.” (BOBBIO, 1982, p. 20) Já, a sociedade é formada pelos cidadãos que compartilham princípios, situações, costumes, experiências, interagindo assim entre si, formando uma comunidade. Caracteriza-se o sistema de uma sociedade como semi-aberto, uma vez que a maior parte das interações é praticada com outros cidadãos que 12 fazem parte da mesma comunidade, constituindo uma rede de relacionamentos. Também pode ser chamada de sociedade civil. A rigor, a “sociedade civil” é um conceito tomado indistintamente como expressão exclusiva dos interesses das classes subalternas. Ora, na sociedade civil estão organizados tanto os interesses da classe burguesa, que exerce sua hegemonia através de seus aparelhos “privados”, reprodutores de sua ideologia, quanto os interesses das camadas de classes subalternas, que buscam organizar-se para propor alternativas que se contraponham às parcelas minoritárias detentoras do poder, afirmando a prioridade do público sobre o privado, do universal sobre o particular, da vontade coletiva sobre as vontades particulares. (SIMIONATTO, 1997, p. 09) Dessa maneira, compreende-se que “a fixação do significado de sociedade civil como algo que se estende a toda a vida social pré-estatal, como momento do desenvolvimento das relações econômicas, que precede e determina o momento político.” (BOBBIO, 1982, p. 30) Segundo Bobbio (1982, p. 22) “o estado contém a sociedade civil, não para resolvê-la em outra coisa, mas para conservá-la tal qual é; a sociedade civil, historicamente determinada, não desparece no Estado, mas reaparece nele com todas as suas determinações concretas.” Observa-se que o Estado é uma organização transitória, passando por situações coercitivas, particularistas e subordinadas. Assim, a inversão das relações entre sociedade civil e sociedade política tem como conseqüência uma completa inversão na concepção do decurso histórico: o progresso não mais se orienta da sociedade para o Estado, porém, ao contrario, do Estado para a sociedade. O processo de pensamento que se inicia com a concepção do Estado que suprime o estado de natureza termina quando surge e ganha força a teoria segundo a qual o Estado, por sua vez, deve ser suprimido. (BOBBIO, 1982, p. 23) Para compreender o verdadeiro significado de políticas públicas, primeiramente é preciso compreender o conceito de Gestão Pública e seus aspectos relevantes que tornam as ações governamentais cada vez mais importantes para a sociedade em geral. 13 Dessa maneira, também conhecida como Administração Pública, a Gestão Pública é caracterizada por estabelecer ações imediatas envolvendo o Estado, assegurando os interesses de todos os participantes da vida pública, principalmente dos órgãos públicos e jurídicos. Administração Pública (AP) compreende as esferas municipais, estaduais e federal. Em cada uma das esferas existem órgãos ou departamentos especializados na aquisição de produtos ou serviços necessários para que a Administração Pública desempenhe suas atividades da melhor forma possível. (PERIN; ERDTMANN; DEITOS, 2007, p. 10) Visando os elementos operacionais, a Gestão Pública mantém um ciclo sistemático direcionado aos aspectos legais e técnicos dos serviços públicos, visando sempre à coletividade nas ações. Pode ser categorizada em Administração Pública Direta ou Indireta. A direta é constituída pelas entidades estatais que compreendem a União, os Estados, e os Municípios e o Distrito Federal. Já, a indireta é formada por autarquias, fundações e entidades paraestatais. O objetivo principal da Gestão Pública é satisfazer o interesse público, de acordo com os princípios constitucionais estabelecidos pela legalidade, impessoalidade, publicidade, eficiência e moralidade. De uma maneira sucinta, pode-se classificar o agir do administrador público em três níveis distintos: a) atos de governo, que situam-se na órbita política; b) atos de administração, atividade neutra, vinculada à lei; e c) atos de gestão, que compreendem os seguintes parâmetro básicos: I - tradução da missão; II - realização de planejamento e controle; III - administração de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros; IV - inserção de cada unidade organizacional no foco da organização; e V - tomada de decisão diante de conflitos internos e externos. (SILVA, 2007) Compreende-se que a Gestão Pública permite a viabilização dos objetivos públicos, com o intuito de controlar a eficiência do Estado a respeito da prática do bem coletivo determinado pelas políticas públicas e suas normatizações administrativas. 14 A política pública voltada para a melhoria na própria Administração é um fator importante para a maximização de resultados de outras políticas, bem como um instrumento de transparência, logo de legitimação e fidúcia do Governo perante a sociedade. E, uma vez que a sociedade perceba que o Governo dispensa um tratamento profissional e transparente para seus fornecedores e parceiros, é provável que surgirá uma nova mentalidade para o cidadão em relação à Burocracia. E é justamente a formação dessa consciênciacidadã de lisura do gasto do dinheiro público que poderá imprimir maior mobilização e adesão dos atores sociais nas políticas públicas. (SILVA, 2006) Baseado nesses princípios, o governo necessita demonstrar aos cidadãos determinada seriedade e transparência nas ações públicas, principalmente referentes aos gastos que são pagos com os recursos financeiros disponibilizados pela sociedade em geral. Isto , reflete-se, certamente, “no modo com que o cidadão recebe as políticas públicas, gerando, por conseguinte, maior substrato para a mobilização social para as ações governamentais.” (SILVA, 2006) Cabe ressaltar que na grande maioria, os agentes políticos estão sujeitos a gastos inoportunos dando início a uma série de ineficiências durante a prestação dos serviços públicos, causando dessa maneira o prejuízo financeiro ao estado, além da redução da moralidade do mesmo perante a sociedade. Portanto, qualquer tipo de gestor público deve considerar a Gestão Pública como ferramenta para adquirir o prestígio político, visando praticar a política de maneira objetiva, racional e eficiente. Para Lima (2008, p. 02) “as políticas públicas devem atuar como uma força de governo que direciona a vontade privada na direção do atingimento de metas sociais.” O autor ainda ressalta que é de responsabilidade das políticas públicas “retirarem as máscaras caridosas e assumirem posições de incentivadores, promotores e financiadores de programas que busquem transformar pessoas, quebrando o paradigma atual de estabilidade duradoura.” As políticas públicas permitem o Estado colocar em prática suas ações voltadas para o bem da sociedade, identificando problemas em todos os 15 setores que possam influenciar a rotina dos cidadãos, solucionando assim falhas existentes em uma sociedade. Portanto, as políticas públicas são de extrema responsabilidade do Estado que através dos agentes estatais concebem e implantam um novo projeto de governo. Cabe ressaltar que a função do estado é desenvolver medidas que possam assegurar a população brasileira o respeito almejando a integridade física e patrimonial de cada cidadão brasileiro, contando com o auxílio de órgãos policiais, também conhecidas como forças de seguranças, que fazem parte do seleto grupo dos políticas de segurança pública do país. 16 CAPÍTULO II ATENDIMENTO NO SERVIÇO PÚBLICO 2.1. ATENDIMENTO NO SERVIÇO PÚBLICO As organizações estão buscando oferecer aos seus clientes, um atendimento personalizado e diferenciado, baseado na expectativa do consumidor em relação aos produtos ou serviços e na qualidade de atendimento que o funcionário da empresa disponibiliza ao cliente. Os funcionários devem exercer uma recepção que envolva prontidão, interesse e consciência, focando seus esforços na busca da satisfação dos clientes, desempenhando positivamente uma forte influência no nível de percepção dos mesmos, sendo que a percepção do cliente é considerada o principal elemento para identificar o nível de qualidade dos serviços ou produtos oferecidos pelas empresas. Para alcançar a excelência no atendimento, é fundamental compreender as expectativas dos consumidores, estabelecendo canais de comunicação que permitem viabilizar as estratégias direcionadas aos compradores de uma empresa. Portanto, as diversas filosofias empresariais criadas, servem como base para as organizações compreenderem o que verdadeiramente os clientes esperam do seu produto, para assim desenvolverem um relacionamento forte, duradouro e satisfatório para ambas as partes. O atendimento ao cliente engloba todas as “atividades que facilitam aos clientes o acesso às pessoas certas dentro da empresa para receberem serviços, respostas e soluções de problemas de maneira rápida e satisfatória.” (KOTLER, 2000, p. 67) 17 Todavia, os esforços direcionados aos clientes necessitam do comprometimento de todo o escopo de funcionários de uma empresa, tanto para aqueles que desenvolvem as estratégias, quanto para aqueles que as realizam, já que são eles os responsáveis por colocar em prática todos os elementos para atingir a excelência no padrão de qualidade de atendimento. As empresas devem planejar suas ações de modo a escolher seus destinos, analisar as alternativas e optar pelo melhor caminho para alcançar seus objetivos. Geralmente, essas ações são realizadas por um gerente que toma as decisões em relação ao processo de determinar os objetivos e metas, assim como a maneira mais correta de cumpri-los. Para tanto, nesse caso em especifico o próprio governo através do Ministério de Planejamento criou o Programa da Qualidade no Serviço Público formulado sob uma expectativa do desejo de receber serviços públicos de qualidade. Os princípios da qualidade pelo Programa da Qualidade no Serviço Público divulgados através do seu Termo de Referência são os seguintes: Satisfação do cliente, Envolvimento de todos, Gestão participativa, Gerência de processos, Valorização das pessoas, Constância de propósitos, Melhoria contínua e Gestão pró-ativa. Dentro do programa são desenvolvidos subprogramas e projetos com a intenção de implementar, divulgar e incentivar o atendimento ao cidadão através de padrões de qualidade do atendimento ao cidadão, instrumentos de comunicação e atendimento integrado, assim como avaliar a satisfação do cidadão e incentivar a melhoria da qualidade. Para DEMING (1990, p.5): Na maioria das repartições públicas, não há um mercado a ser buscado. Ao invés de conquistar um mercado, uma agência governamental deveria prestar, de forma econômica, o serviço prescrito pela legislação vigente. O objetivo deveria se destacar por serviço bem executado [...] a qualidade do serviço público não é mensurável pela "conquista de um mercado de clientes", já que enquanto serviço têm as repartições um universo de clientes já definido. No entanto, a não correlação como o mercado não isenta o serviço público de ser executado com qualidade, atendendo, desta forma, os objetivos em função dos quais foi instituído como serviço 18 público a ser prestado à sociedade por definição desta mesma sociedade ao longo de sua trajetória. No momento do atendimento, existem cinco características que os clientes levam em consideração: Confiabilidade: referente à habilidade da empresa em oferecer determinados produtos. Capacidade de Resposta: referente à agilidade da empresa em disponibilizar o produto ou resolver problemas. Segurança: envolve o comprometimento dos funcionários ao atender os clientes. Empatia: envolve a atenção dos funcionários durante o atendimento aos clientes. Itens Tangíveis: a aparência da estrutura das empresas. Com o intuito de aumentar o nível de serviço oferecido, pode-se dizer que devido ao crescimento tecnológico, verifica-se que as organizações passaram a investir recursos nos programas de treinamento e na capacitação de todos os níveis hierárquicos, como tentativa de ampliar sua margem de atuação no mercado. A capacitação segue uma trajetória associada às possíveis dimensões de aprendizagem absorvidas pelas pessoas na organização, cujo padrão de desenvolvimento desses recursos humanos tende a ser elevado, realçando suas competências através de determinados níveis de assimilação das informações contidas nos instrumento de aprendizagem. As organizações estão optando em desenvolver estratégias que visem atingir a melhoria nas condições no trabalho buscando a qualidade. O ambiente organizacional influencia a vida dos funcionários, pois afeta os fatores físicos, emocionais, profissionais, espirituais e sociais, apresentando dimensões positivas ou negativas, dependendo do nível de preocupação das empresas onde os trabalhadores estão incluídos. 19 O processo motivacional pode ser alcançado quando são oferecidas melhorias das condições de trabalho dos funcionários. Isso se deve ao fato de nos últimos anos, as empresas vêm enfrentando uma série de transformações no cenário da produtividade, apresentando uma revolução em seus aspectos organizacionais, exigindo um ritmo de trabalho elevado e acelerado, provocando uma pressão constante nos funcionários a fim de produzirem mais, causando transtornos e frustrações nos empregados pelo cansaço adquirido com altíssimas cargas de trabalho. Deve-se levar em conta a questão levantada por OSBORNE & GAEBLER (1997, p.21) onde "o governo é um instituição fundamentalmente diferente da empresa. Os empresários são motivados pela busca da lucro; as autoridades governamentais se orientam pelo desejo de serem reeleitos. As empresas recebem de seus clientes a maior parte de seus recursos; os governos são custeados pelos contribuintes". Devendo então o servidor público trabalhar com profissionalismo sabendo que quem custeia seu emprego são as pessoas as quais ele presta o atendimento. No entanto o que ocorre com freqüência é que a falta de motivação gera a redução da produtividade do trabalhador, afetando diretamente na produtividade da empresa, reduzindo a rotativa de produtos e conseqüentemente minimizando a lucratividade. No ambiente da Administração Pública a abordagem estratégia de atendimento está diretamente ligada com as questões que envolvem a representatividade e a legitimidade das atividades governamentais, considerando os aspectos de decisão pública referente à determinada conseqüência social proveniente do desempenho organizacional. Assim, “a busca de aperfeiçoamento da organização pública através da reforma administrativa não deve ser orientada apenas pelos valores sociais, que devem definir o comportamento da organização no seu ambiente.” (CRUZ, 2003, p. 09) A gestão de pessoas no setor público deverá ser orientado por valores democráticos, permitindo a expansão dos elementos de identidade entre a 20 administração pública e a sociedade, alcançando um excelente posicionamento em relação à boa qualidade do serviço público. Para Salles (2007), o Estado possui o poder de pesquisa e investigação, além da maior facilidade de acesso as suas instituições de ensino. Por isso, possuem muitos projetos direcionados para a área pública, que, porém, não são colocadas em prática pela carência de critérios legais focados na adaptação desses projetos as exigências da Constituição. O autor ainda afirma que baseado nos princípios teóricos, a cada mudança na esfera executiva, é preciso mudar as atitudes dos servidores com o objetivo de garantir a reformulação interna de processos, além da prestação de serviço aos cidadãos brasileiros com altíssima qualidade. O cidadão atendido na ponta, muitas vezes não consegue perceber a mudança de atitude do servidor, estimulado pela nova gestão. Isso ocorre porque, dentro de uma instituição pública, habitam, com estabilidade, servidores das diversas correntes políticas do país. Cabem, então, aos servidores alinhados com a nova administração e aos "servidores não concursados" (comissionados), a implantação e a manutenção da "nova ordem". De onde vêm os comissionados não concursados? Por indicação, segundo a qual o responsável consulta as pessoas em quem confia (ou de quem depende) a respeito do indivíduo ideal para exercer determinadas funções. O critério, nesse caso, pode ser técnico (a pessoa mais competente para realizar aquela função) e/ou político (a pessoa mais conveniente para realizar aquela função). (SALLES, 2007) As greves dos servidores em geral são provenientes da insatisfação profissional que visa uma melhor elaboração de planos de carreira e de salários que ofereçam uma maior motivação, mas é visto que a maioria das negociações entre funcionários e governo acaba em apenas uma correção salarial com determinada porcentagem considerada muitas vezes irrisória se comparada com a intenção do planejamento de carreira. Algumas atividades sustentáveis devem ser priorizadas para obter uma gestão de pessoas consistente na esfera pública, entre elas: Valorização e desenvolvimento das funções do servidor público; 21 Integração dos cargos, atividades e carreiras com o cenário institucional brasileiro; Disponibilização de programas voltados para a capacitação profissional do servidor; Prioridade para o autodesenvolvimento e a autogestão da carreira do servidor; Valorização e revisão do padrão salarial; Monitoração constante do desempenho e das habilidades do servidor de acordo com normas atuais direcionadas aos modelos de competências técnico-funcionais. 2.2. PROCESSO DE ATENDIMENTO Nota-se que os recursos, independente se os mesmos forem materiais ou humanos, devem ser incluídos pelo fato de serem os responsáveis pela conclusão do processo, uma vez que o ponto-chave durante o monitoramento e gerenciamento de processos é a alocação desses recursos, enfatizando que o acompanhamento é imprescindível. Processo é um conjunto de ações ou atividades relacionadas que visam produzir um resultado esperado, que seja padronizado e repetido, com uma entrada, passando por um processamento e gerando uma saída. Existem várias definições clássicas sobre processo, mas com poucas variações todas elas obviamente tem o mesmo conceito. No caso do processo de atendimento, uma das entradas é facilmente identificável como sendo o contato do cliente, seja este contato uma reclamação, sugestão ou solicitação; é uma necessidade que o mesmo apresenta para a qual espera um retorno. A saída deste processo de atendimento é definida como a entrega ao cliente do resultado que o mesmo espera, seja um problema resolvido, uma solicitação atendida, uma dúvida sanada, etc. (STATDLOBER, 2006, p. 05) 22 Dessa maneira, a organização mantém a oportunidade de identificar recursos de sobra, evitando custos desnecessários e podendo previamente melhorar outra área da empresa. Para todo processo deve existir um profissional responsável que exigirá que as normas e as políticas da empresa sejam cumpridas a fim de alcançar os objetivos organizacionais. Esse é o motivo das regulamentações serem de extrema importância para a excelência do processo. A medição, monitoramento e análise tratam da avaliação de desempenho do processo, essencial para a consideração do alcance dos objetivos. Cabe ressaltar que a gestão do atendimento busca: Definir o método de tratamento das solicitações dos clientes de maneira mais ágil e eficiente possível. Fortalecer a prevenção de possíveis problemas que possam ser geradores de insatisfação dos consumidores. Identificar a melhor ferramenta para análise do nível de satisfação dos clientes, evidenciando se os problemas encontrados podem ou não fazer com que os clientes se tornem infiéis. Em se tratando de atendimento de help-desk, os fatores de impacto em relação à simplicidade dizem respeito à complexidade de ambientes tecnológicos, variáveis de ambiente e configuração, sistemas com novas versões, conectividade entre diferentes ambientes e assim por diante. Muitas vezes os atendentes não têm as respostas ou soluções no momento do contato do usuário, é necessário estudo, laboratório, pesquisa. (STATDLOBER, 2006, p. 09) Os processos de atendimento buscam disponibilizar aos clientes serviços baseados em uma metodologia focada em processos sistemáticos visando seu melhoramento contínuo, levando em consideração os elementos essenciais para atingir o padrão de qualidade: processo; objetivos da 23 qualidade; indicadores da qualidade e método de acompanhamento regular dos processos de atendimento. 24 CAPÍTULO III JUSTIÇA ELEITORAL - GESTÃO DO ATENDIMENTO 3.1. JUSTIÇA ELEITORAL 1 Segundo dados disponíveis pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Justiça Eleitoral é formada pelo Tribunal Superior Eleitoral, em cada estado por um Tribunal Regional, e pelos juízes e pelas juntas eleitorais, sendo que esses órgãos têm sua composição e competência estabelecidas pelo Código Eleitoral. O TSE está sediado na capital da República e os TREs nas capitais dos estados, no DF e territórios, e é composto por sete ministros. A Justiça Eleitoral foi criada pelo Código Eleitoral de 1932, e passou a ser responsável pelos trabalhos eleitorais como alistamento, organização das mesas de votação, apuração dos votos, reconhecimento e proclamação dos eleitos e também, regulou em todo território nacional as eleições federais, estaduais e municipais. Introduzindo o voto secreto, o voto feminino e o sistema de representação proporcional, em dois turnos simultâneos. O código de 1932 já previa o uso de máquina de votar, o que só veio a se efetivar na década de 90. em 1935, ocorreu a promulgação de um segundo Código, a Lei nº 48, que substituiu o primeiro sem alterar as conquistas de até então. O ato de votar é uma das maiores conquistas do cidadão brasileiro. Originalmente, apenas pessoas de pele branca, do sexo masculino e maiores de 25 anos podiam ser eleitores no Brasil, sendo que uma grande parte da população ficava excluída impedida de manifestar vontade e opinião. Com o passar do tempo a legislação evoluiu garantindo o direito a voto para mulheres, negros, analfabetos, religiosos e indígenas. Além de garantir 25 que todo brasileiro maior de dezesseis anos pudesse exercer sua cidadania a partir de seu voto. No ano de 1983 o Tribunal Superior Eleitoral iniciou o processo de implantação de um moderno sistema de informatização da Justiça Eleitoral, com a instalação de computadores nos TREs e nas zonas eleitorais. Em 1985, houve a implantação de um cadastro eleitoral informatizado. Doze anos mais tarde, o Brasil tornou-se um modelo mundial com a votação eletrônica. Desenvolvida em 1995 a urna eletrônica foi utilizada pela primeira vez nas eleições municipais do ano seguinte. O primeiro nome da urna eletrônica foi “coletor eletrônico de votos” (CEV). O equipamento, responsável pela automatização de 100% das eleições, foi então lançado no Brasil em 1996 e hoje serve de modelo para diversos outros países, por tornar as eleições rápidas, eficientes e seguras. Nas eleições de 2008, mais de 130 milhões de eleitores usaram 480 mil urnas eletrônicas. Em março de 2009, o TSE recebeu um prêmio na área de tecnologia pela contribuição no desenvolvimento de urnas eletrônicas. 3.2. URNA ELETRÔNICA A urna eletrônica trata-se de um microcomputador com finalidade específico para eleições, que possui como características ser resistente, pequena, leve, com autonomia de energia e com recursos de segurança. Equipamento genuinamente brasileiro, a urna eletrônica foi criada para agregar facilidade, agilidade, transparência e segurança ao processo eleitoral, eliminando o risco de fraude, que historicamente colocava sob suspeita o resultado das eleições. (BRASIL, 2010, p.08) A urna é composta por dois terminais: o terminal do mesário, onde o eleitor é identificado e autorizado a votar e o terminal do eleitor, onde é registrado numericamente o voto. O terminal do mesário possui um teclado 1 Os dados deste capítulo foram coletados conforme informações disponibilizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral em sua página eletrônica. Disponível em: http://www.tse.gov.br 26 numérico, onde é digitado o número do título de eleitor, e uma tela de cristal líquido, onde aparece o nome do eleitor, se ele pertencer àquela seção eleitoral e se estiver apto a votar. Já o terminal do eleitor possui teclado numérico, onde é registrado o voto, e uma tela de cristal líquido, onde são registradas as mensagens que orientam o eleitor para o registro de seu voto. A urna eletrônica somente grava a indicação de que o eleitor já votou. Sendo impossível verificar em quais candidatos um eleitor votou, em respeito à Constituição Federal brasileira, que determina o sigilo do voto. O inicio da utilização das urnas eletrônicas iniciou-se nas eleições municipais de 1996, de maneira gradativa e controlada, sendo que neste ano cerca de um terço do eleitorado brasileiro votou pela urna eletrônica. O sistema eletrônico de votação foi utilizado nas eleições gerais de 1998, para presidente da República, governador, senadores, deputados federais e deputados estaduais, no entanto ainda sem alcance para todo o eleitorado. Figura 1 – Urna Eletrônica Já nas eleições municipais de 2000, a informatização foi total e, desde então, a Justiça Eleitoral vem ampliando o parque de urnas eletrônicas para atender o crescimento do eleitorado brasileiro. Na elaboração do projeto 27 técnico da urna eletrônica brasileira, foram observadas as seguintes premissas: • Confiabilidade nos resultados; • Facilidade de utilização; • Diminuição das abstenções, dos votos em branco e dos votos nulos; • Resultados mais rápidos; • Legitimidade dos mandatos. Na solução do voto informatizado, foram buscados: • Padronização; • Respeito à legislação; • Custo reduzido; • Perenidade; • Segurança; • Facilidade na logística; • Autonomia. 3.3. TITULO NET Desde o dia 6 de julho de 2009, a Justiça Eleitoral lançou mais uma iniciativa destinada a aprimorar os serviços oferecidos aos eleitores brasileiros, denominada Título Net que permite aos cidadãos iniciarem, pela Internet, requerimentos de alistamento eleitoral, transferência de domicílio e revisão de dados cadastrais, além de permitir a atualização online das obrigações eleitorais. O Titulo Net foi implementado com o objetivo de modernizar e facilitar o acesso a serviços eleitorais, tornando mais ágil o atendimento nos cartórios 28 eleitorais, onde o processo é concluído e reduzir os erros de transcrição dos dados, uma vez que as mudanças serão feitas pelo próprio eleitor e conferidas por um atendente. Após a realização da solicitação pela Internet, os eleitores devem comparecer às unidades de atendimento da Justiça Eleitoral, para concluir os serviços pedidos e receber o título. No entanto o requerimento só é concluído com o comparecimento do eleitor ao cartório eleitoral no prazo de cinco dias. Passado esse prazo, sem que o cidadão compareça, o procedimento é anulado. O Título Net também permite que algumas multas eleitorais sejam impressas e pagas previamente. Figura 2 – Titulo Net 3.4. IDENTIFICAÇÃO BIOMÉTRICA O termo biometria vem do grego: bios (vida) metron (medida), representando um método automático de reconhecimento individual baseado em medidas biológicas e características comportamentais. As biometrias mais comumente implementadas ou estudadas incluem as impressões digitais, reconhecimento de face, íris, assinatura e geometria das mãos. 29 Dando continuidade ao processo de informatização e investindo na segurança das eleições, o ano de 2008, o Tribunal Superior Eleitoral elaborou o projeto piloto de identificação biométrica dos eleitores brasileiros, com o objetivo de tornar mais segura a verificação da identidade do eleitor por meio de suas impressões digitais. Com a biometria, é o eleitor quem libera a urna para votar, o que afasta por completo a possibilidade de fraude em sua identificação. Com o objetivo de garantir um sistema de votação democrático e seguro, várias tecnologias têm sido desenvolvidas pela Justiça Eleitoral brasileira, entre elas está o desenvolvimento das urnas com leitor biométrico, que possibilitam ao eleitor registrar seu voto por meio de identificação biométrica. A tecnologia já foi utilizada com sucesso nas eleições de 2008 em três municípios e foi usada nas eleições gerais de 2010 em 23 estados que irão se utilizar da identificação biométrica, totalizando mais de um milhão de eleitores que foram cadastrados naquele que deve se tornar um dos mais avançados e precisos bancos de dados do planeta. Segue abaixo, segundo dados do TSE, a relação dos 60 municípios de 23 Estados brasileiros que utilizaram o sistema de votação biométrico em 2010: Acre: Bujari; Assis Brasil; Alagoas: Rio Largo; Barra de Santo Antônio; Branquinha; Chã Preta; Igaci; Jaramataia; Poço das Trincheiras; Quebrangulo; São Miguel dos Milagres; Coité do Nóia; Maribondo; Amapá: Ferreira Gomes; Bahia: Pojuca; Ceará: Eusébio; Espírito Santo: Viana; Castelo; Goiás: Hidrolândia; Maranhão: Paço do Lumiar; Raposa. Minas Gerais: São João del-Rei; Pará de Minas; Curvelo; Ponte Nova; 30 Mato Grosso do Sul: Fátima do Sul; Pará: Capanema; Paraíba: Pedras de Fogo; Cabedelo; Pernambuco: Ilha de Itamaracá; Itapissuma; Rio Formoso; Tamandaré; Piauí: Piracuruca; Piripiri. Paraná: Balsa Nova; Rio de Janeiro: Búzios; Rio Grande do Norte: Macau; Guamaré; Caraúbas; Alexandria; Pedro Avelino; Pilões; João Dias; São José de Mipibu; Nísia Floresta; São Fernando; Timbaúba dos Batistas; Roraima: Colorado do Oeste; Rio Grande do Sul: Canoas; Santa Catarina: São João Batista; Sergipe: Barra dos Coqueiros; São Paulo: Nuporanga; Tocantins: Pedro Afonso; Alvorada; Bom Jesus do Tocantins; Rio Sono; Talismã; Santa Maria do Tocantins; Figueiropólis. Com a implantação desse sistema em todo o país, o Brasil terá não só a votação mais informatizada como também a mais segura, já que não haverá dúvidas quanto à identidade de cada eleitor. No dia da votação, após a apresentação dos documentos, a identidade do eleitor será confirmada por meio do reconhecimento biométrico de sua impressão digital. O objetivo é excluir a possibilidade de uma pessoa votar por outra, tornando inviável a fraude no procedimento de votação. O processo de identificação deverá confirmar a identidade de cada eleitor, comparando o dado fornecido com todo o banco de dados disponível. Para o reconhecimento individual são coletados dados biométricos por meio de sensores que os colocam em formato digital. Quanto melhor a qualidade do sensor, melhor será o reconhecimento alcançado. No caso do cadastramento 31 que efetuado pela Justiça Eleitoral, os dados serão coletados por um scanner de alta definição. O sistema biométrico que será usado urnas eletrônicas brasileiras reconhecerá as impressões digitais dos eleitores. Com isso, o Brasil poderá criar o maior banco de dados de imagens de impressão digital existente no mundo. Caso ocorra a situação onde o eleitor não é autenticado pelo sistema biométrico, os mesários terão outros recursos para fazer valer o voto do eleitor brasileiro: a confirmação pela foto, pelos dados constantes no título eleitoral, ou outros procedimentos previstos na lei. A expectativa é que em oito anos todos os municípios do País tenham urnas com leitores biométricos. Os chamados "Kit Bio" são compostos de uma maleta e uma pasta grande. Nelas cabem um computador portátil (laptop), câmera digital, scanner e um mini-estúdio fotográfico com assento. No que tange ao Estado do Rio de Janeiro, em 2010, o sistema biométrico foi utilizado apenas na cidade de Búzios. Mas, em 2012, segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro, esse sistema chegará a 15% do eleitorado fluminense, sendo implantado nas seções de votação de 27 municípios do Estado: Engenheiro Paulo de Frontin; Quatis; Porto Real; Rio Claro; Mendes; Pinheiral; Iguaba Grande; Piraí; Arraial do Cabo; Casimiro de Abreu; Mangaratiba; Paracambi; 32 Guapimirim; Cachoeiras de Macacu; Rio Bonito; Seropédica; São Pedro da Aldeia; Saquarema; Rio das Ostras; Japeri; Maricá; Itaguaí; Araruama; Teresópolis; Cabo Frio; Mesquita; Belford Roxo. Figura 3 – Identificação Biométrica 33 CONCLUSÃO Com fins de dar efetividade às políticas públicas, o Brasil vem aperfeiçoando sua gestão de atendimento ao cidadão no serviço público. A profissionalização dos serviços públicos, aliada à idéia de gerencialismo, trouxe maior eficiência e rapidez ao atendimento realizado pelos órgãos e instituições públicos. A inclusão da eficiência no texto constitucional como um dos princípios básicos norteadores da Administração Pública demonstra a relevância do bom atendimento, sendo sua profissionalização uma meta a ser atingida. A fim de atingi-la, a realização periódica de competitivos concursos públicos e de avaliações funcionais regulares vêm trazendo dinamismo, transparência e especialização aos serviços prestados à população. Assim, a visão do cidadão como um cliente é uma das premissas atuais da gestão moderna de atendimento no serviço público. Por isso, diversas técnicas estão sendo desenvolvidas visando agilizar a resolução de celeumas, bem como fazer uso das novas tecnologias de informação disponíveis. No que tange à Justiça Eleitoral, desde 1983 o Tribunal Superior Eleitoral iniciou o processo de implantação de um moderno sistema de informatização da Justiça Eleitoral, e doze anos mais tarde, o Brasil tornou-se um modelo mundial com a votação eletrônica. A informatização, permitiu a abertura de novas oportunidades para a prática eleitoral que vai além das ações conservadoras, focando na utilização de novas tecnologias para otimizar o processo. A urna eletrônica é um equipamento genuinamente brasileiro, criada para agregar facilidade, agilidade, transparência e segurança ao processo 34 eleitoral, eliminando o risco de fraude, que historicamente colocava sob suspeita o resultado das eleições. O Titulo Net foi implementado com o objetivo de modernizar e facilitar o acesso a serviços eleitorais, tornando mais ágil o atendimento nos cartórios eleitorais, onde o processo é concluído e reduzir os erros de transcrição dos dados, uma vez que as mudanças serão feitas pelo próprio eleitor e conferidas por um atendente. E a identificação biométrica dos eleitores brasileiros, permite tornar mais segura a verificação da identidade do eleitor por meio de suas impressões digitais. Com a biometria, é o eleitor quem libera a urna para votar, o que afasta por completo a possibilidade de fraude em sua identificação. Portanto, conclui-se que a gestão do atendimento ao cidadão no serviço público evolui de maneira eficaz e consistente, aumentando consideravelmente o potencial e disponibilizando novas oportunidades de solução de problemas que garantam a satisfação dos clientes no atendimento e suporte aos usuários, permitindo aos cidadãos brasileiros a garantia de participação social, política e crítica, formando novos caminhos para a transformação da realidade. 35 BIBLIOGRAFIA BOBBIO, Norberto. O Conceito de Sociedade Civil. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1982. BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. Por dentro da urna. – 2. ed., rev. e atual. – Brasília: Tribunal Superior Eleitoral, 2010. BUCCI, Maria Paula Dallari. Direito administrativo e políticas públicas. São Paulo: Saraiva, 2002. BUCCI, Maria Paula Dallari. Políticas públicas. Reflexões sobre o conceito jurídico. 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IDENTIFICAÇÃO BIOMÉTRICA 28 CONCLUSÃO 33 BIBLIOGRAFIA 35 ÍNDICE 39 FOLHA DE AVALIAÇÃO 41 41 FOLHA DE AVALIAÇÃO Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES – A VEZ DO MESTRE (UCAM/AVM) Título da Monografia: GESTÃO DO ATENDIMENTO AO CIDADÃO NO SERVIÇO PÚBLICO Autor: MARCIO ANDRÉ DOS SANTOS (Matrícula 46935) Data da entrega: ____/____/_______. Avaliado por:___________________________________________________; Conceito:______________________________________________________.