Universidade Estadual de Londrina CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO O PARQUE MUNICIPAL ARTHUR THOMAS PARA A PRATICA DO LAZER. Paulo Alexandre Correa LONDRINA – PARANÁ 2009 PAULO ALEXANDRE CORREA O PARQUE MUNICIPAL ARTHUR THOMAS PARA A PRATICA DO LAZER. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Bacharelado em Educação Física do Centro de Educação Física e Esporte da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial para sua conclusão COMISSÃO EXAMINADORA ______________________________________ Prof. Prof. Esp. Anisio Calciolari Junior Universidade Estadual de Londrina ______________________________________ Prof. Ms. Tony Honorato Universidade Estadual de Londrina ______________________________________ Prof. Dr. Antonio Geraldo M. G. Pires Universidade Estadual de Londrina Londrina, ____ de____________ de 2008 A Deus, aos meus pais e aos meus amigos... companheiros de todas as horas... AGRADECIMENTOS Ao Prof. Dr. Orientador, braço amigo de todas as etapas deste trabalho. A minha família, pela confiança e motivação. Aos amigos e colegas, pela força e pela vibração em relação a esta jornada. Aos professores e colegas de Curso, pois juntos trilhamos uma etapa importante de nossas vidas. Aos profissionais entrevistados, pela concessão de informações valiosas para a realização deste estudo. A todos que, com boa intenção, colaboraram para a realização e finalização deste trabalho. Aos que não impediram a finalização deste estudo. RESUMO Este tcc tratara das expectativas da população Londrinense na busca pelo Parque Municipal Arthur Thomas como forma de pratica de lazer, a representatividade deste ambiente para os munícipes que ali freqüentam, também traz a discussão do parque como local de preservação ambiental e o que esta descrita no Plano de Manejo comparando ao discurso da administração do parque com o discurso que os visitantes nos colocam sobre aquele local. Para tal pesquisa utilizamos um questionário semi estruturado e o método de analise das entrevistas foi qualitativo utilizando a análise de discurso, o objetivo principal do trabalho foi identificar o sentido da pratica do lazer para as pessoas que freqüentam o Parque Municipal Arthur Thomas, chegando à conclusão que tanto a administração como os visitantes tem discurso semelhantes tanto quanto a preservação ambiental como a pratica de lazer que se inseri aquele local, havendo algumas ressalvas entre estes discursos. Palavras-chave: Pratica de lazer, Parque Arthur Thomas. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.........................................................................................09 2 REVISÃO DA LITERATURA....................................................................12 3 ENCAMINHAMENTO TERICO-METODOLOGICO ................................16 3.1 Modelo de pesquisa .............................................................................16 3.2 Referencial teórico metodológico da pesquisa .....................................16 3.3 Coleta de dados ....................................................................................16 4 DESCRIÇÃO DO CAMPO DE PESQUISA .............................................18 5 O PAPEL DO PARQUE, DISCURSO OFICIAL.........................................34 6 O PAPEL DO PARQUE , DISCURSO DO USUARIO...............................37 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................41 8 REFERENCIAS.........................................................................................42 ANEXOS.......................................................................................................44 ANEXO A – Entrevista administração...........................................................44 ANEXO B – ENTREVISTAS PUBLICO ................................................................45 9 1 INTRODUÇÃO O lazer deve ser de forma livre, de forma gratuita e sem obrigação, levando em conta o espaço onde é praticado e a forma e os objetos que são utilizados. Neste sentido, devemos entender os espaços em que as pessoas estão inseridas para a prática de lazer, como no Parque Municipal Arthur Thomas na cidade de Londrina (PR), O Parque Municipal Arthur Thomas é uma reserva ambiental urbana localizada em Londrina, no norte do Paraná, este contém uma área total de 85,47 hectares, e representa um dos últimos pontos remanescente da Mata Atlântica na região norte do Paraná. O Parque foi fundado em 1975 e aberto a visitação pública 12 anos depois em 1987. Está localizado no perímetro urbano de Londrina a apenas 6 km do centro da cidade, e conta com varias espécies animais e vegetais. Em nossa região somos ricos em parques ecológicos, em nossa cidade, por exemplo, contamos com quatro bem próximos ao centro para a prática do lazer e de atividades físicas, como o Zerão o lago Igapó I e II, e ainda o Parque Municipal Arthur Thomas, este o centro de nosso estudo, Este estudo também vai nos fazer entender como surgiu e como é cuidado este parque, as sua principal função dentro de nossa cidade, a expectativa de futuro segundo a administração desta Unidade o que encontramos dentro do Parque Municipal Arthur Thomas e como podemos garantir a sua manutenção corretamente, assim contribuir para a preservação ambiental em um momento em que vemos se falar tanto em aquecimento global, e também o principal objetivo que é através da própria fala das pessoas entenderem o que elas buscam e qual o sentido da pratica do lazer encontrado por estas dentro do Parque. Este estudo segue a sugestão de SANDOVAL VILLAVERDE (1999, pg 2) que discute a importância do lazer para o mundo em que vivemos hoje, que cada vez mais pessoas se afunilam nos centros urbanos. O autor nos coloca que “serão necessários mais pesquisas que contribuam para a compreensão do cotidiano do homem e da sociedade em sua articulação com o espaço urbano”. Ele ainda discutiu a relação homem natureza, este comportamento como é vivenciado dentro dos parques públicos. SANTOS (1997) é o autor que mais vem discutindo este 10 assunto, e nos coloca a importância dos parques públicos bem organizados, argumentando que o espaço é um “conjunto indissociável, solidário e também contraditório, de sistemas de objetivos e sistemas de ação” (SANTOS 1997 pag. 51), ou seja, para a pratica deste lazer necessitamos de um local adequado que se encaixe com o que pretendemos realizar, pois o espaço esta intimamente ligado com o que pretendemos fazer. Com o passar dos tempos às cidades foram crescendo cada vez mais, e com isto surge à preocupação com os espaços verdes, chegando ao poder publico, que hoje tem como grande desafio criar estes espaços e manter estes intactos a ação do homem, como podemos citar a manutenção de parques, jardins e praças públicas. Alguns autores como OLMSTED (1996), que é citado por DUARTE em seu trabalho no 1º Colóquio Psicologia Espaço e Ambiente, já descrevem várias limitações nos parques urbanos, desde o seu desenho arquitetônico, a manutenção (como já foi colocado à cima), até a negligência aos aspectos a valorização social. Com isto os parques e espaços públicos ficam um pouco de lado dentro da valorização das políticas publicas, deixando o seu caráter de espaço de lazer, já que o parque pode ser utilizado tanto para a prática desta atividade como de atividades física e chegando a práticas culturais porque não, como temos vários exemplos em nossa cidade em outros parques como Zerã o lago Igapó que sempre no verão traz varias atividades de lazer e cultura para as pessoas que freqüentam aquele local, estas atividades podem ser utilizadas como exemplo para não só o Parque Municipal Arthur Thomas mais outros parques ou praças publicas de nossa região. Camargo (1999) assim como Dumazedier (1980) nos coloca que o lazer deve ser gratuito e de livre escolha ao contrário do trabalho que não escolhemos mais simplesmente nos obrigamos a realizar, o lazer deve ser prazeroso, isto não significa que assistir programas de TV seja considerado lazer, pois os autores mais conservadores defendem que o lazer deve ser uma atividade que contenha movimentos. Ainda em relação ao lazer a partir da década de 1990 sua idéia vem sendo muito discutida em assuntos envolvendo centros econômicos, pois houve um aumento no tempo livre das pessoas e este se tornou um mercado de trabalho em grande expansão, como podemos citar os clubes, parques aquáticos, parques 11 temáticos entre outros, estes ambientes investem neste tempo livre das pessoas buscando ministrar atividades a estes indivíduos para trazerem ao seu local de atividades. Este trabalho nos mostra como o lazer influencia a vida pessoal e cotidiana do londrinense, seja esta para pratica somente do lazer ou para a prática de alguma atividade física no Parque Municipal Arthur Thomas, é neste sentido que o objetivo deste trabalho é identificar o sentido da prática do lazer para as pessoas que freqüentam o Parque Municipal Arthur Thomas. O trabalho se justifica pela falta de relatos na literatura do nosso município sobre as práticas de lazer encontradas no interior do Parque Municipal Arthur Thomas, já que este é um local tão visado por abrigar um lago, varias trilhas e uma linda queda de água formada pelo Ribeirão Cambé, e também conter objetos históricos que contam a historia da cidade de Londrina como, por exemplo, a primeira Usina hidroelétrica da cidade. O capitulo II deste trabalho nos coloca do que os autores consideram como lazer, uma definição do lazer tanto em sua própria casa como em outros ambientes como Parques, praças publicas e outros locais para esta pratica, no capitulo III vamos ter uma definição metodológica sobre esta pesquisa as base que fundamentaram a discussão sobre o assunto, os recursos utilizados durante a realização deste trabalho já no capitulo IX temos o histórico do Parque Municipal Arthur Thomas, como este foi criado quais os recursos encontrados dentro do Parque como é o seu ambiente seu funcionamento suas diretrizes suas bases e no capitulo X temos a discussão sobre o assunto lazer no interior do parque, o que tanto a administração como os visitantes do parque esperam e acham do seu ambiente, o que poderia mudar e o que esta bom na visão dos dois grupos. 12 2 REVISÃO DA LITERATURA O lazer é descrito por muitos autores como forma do individuo ocupar seu tempo fora do ambiente de trabalho, ele tem a livre escolha da atividade que lhe proporcionara maior prazer, ao contrario do trabalho em que este mesmo individuo tem que cumprir horários, metas tem uma obrigação. Camargo em 1999 define o lazer como, “lazer é compensatório de uma forma mais criativa de libertação da fadiga e de reposição as energias para o trabalho no dia seguinte”, (Camargo 1999, p. 14). Segundo Dumazedier (1976); lazer é “Um conjunto de ocupações às quais o individuo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertirse, recrear-se e entreter-se ou ainda para desenvolver sua formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora, após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações, familiares e sócias” (p. 34). O autor nos traz de uma maneira geral que toda aquela atividade que não envolva obrigação que é realizada com a finalidade de descontração considera se lazer, ou seja, aquilo que nos proporcione prazer em realizar e que não seja uma atividade obrigatória. “A possibilidade de escolha das atividades e o caráter desinteressado de sua pratica são características básicas do lazer” (MARCELINO 1996, p, 14). O autor nos mostra que na sociedade em que vivemos damos um grande valor a desempenho e não ao conteúdo da vida, ou seja, a referência é em que eu vou mostrar para as outras pessoas e no que elas vão comentar depois, e com isto a afirmação do lazer por si só fica defasada, pois a preocupação é com o status que vamos demonstrar e não ao prazer da prática do lazer. Para entendermos este lazer temos que entender aquele grupo ou individuo que esta praticando para não nos prendermos ao parcial mais ao todo da prática do lazer daqueles indivíduos, Marcelino (1996) ainda afirma que, “o lazer é um campo de atividade em estreita com as demais áreas de atuação do homem”, (MARCELINO 1996, p 15). Segundo ANTUNES (2008), a Globalização tem forte influência no estilo de vida das pessoas como elas se comportam, como se vestem e com certeza 13 influencia diretamente na sua pratica de lazer, hoje em dia temos a TV, a internet o vídeo game tudo dentro da própria sala de casa, então para que buscar o lazer nos Parques ou clubes se ele esta a um clic de você. Neste trabalho não poderíamos deixar de falar do profissional que atua na área do lazer, hoje um profissional com a difícil tarefa de criar uma identidade sobre sua maneira de trabalho, sobre sua profissão, Camargo em seu livro Educação para o lazer discute bem este assunto ele nos coloca, por exemplo, as várias nomenclaturas que este profissional recebe no seu âmbito de trabalho como, “monitor, recreador, agente cultural, orientador social, gentil organizador, ou na sua expressão mais elaborada, curador, promoter, programador cultural, agitador cultural, professor” (CAMARGO 1999, p 137). Este trecho define bem o que estamos retratando sobre este profissional e as dificuldades encontradas em trabalhar nesta área, o que deve ser estimulado são as políticas públicas neste setor, pois, só com uma ejeção de estímulos na área do lazer e cultura teremos uma maior abrangência de um profissional capacitado para este trabalho, ou seja, um profissional de Educação Física devidamente capacitado, e não várias pessoas de várias áreas executando uma mesma tarefa com vários nomes para a mesma finalidade, lazer. Deixando um pouco de lado o profissional temos também que nos preocupar com os espaços públicos disponíveis para este tipo de pratica do lazer nas cidades, hoje em dia temos vários projetos para ampliar ruas, construção de viadutos entre outros mais não se vê falar em construção de novos parques públicos ou até mesmo revitalização ou manutenção dos já existentes, faltam políticas publicas mais efetivas, pessoas que entendam do assunto como coloca MARCELINO em 1996, “administração do espaço urbano implica um conhecimento detalhado da organização espacial da cidade e de suas possibilidades” (MARCELINO 1996, p 31), ainda segundo o autor estes espaços públicos envolve toda a sociedade, pois esta diretamente ligada aos parques e praças publica na sua manutenção cuidados com estes locais, não adianta uma política publica envolvida com esta área se a população não fizer a sua parte. Hoje em dia muitas pessoas em vez de buscar o lazer em parques públicos buscam o lazer pago, em clubes ou em seus próprios condomínios, estas pessoas buscam a segurança que o poder publico não pode oferecer em ambientes abertos, 14 ainda segundo Milton Santos (1987, p 48) “quem não pode pagar pelo estádio, pela piscina, pela montanha e o ar puro, pela água, fica excluído do gozo destes bens que deveriam ser públicos porque essências”. Este trecho deixa bem claro a gravidade do assunto quando se trata de parques públicos, como é importante entender a pratica neste local, e tentar fazer com que a administração publica de a atenção necessária a estes locais e que os indivíduos tenham mais consciência ao utilizarem estes espaços. O homem com o passar dos tempos e com o crescimento das cidades vem perdendo seu espaço de lazer vem ficando confinado em sua casa com medo de sair às ruas temendo a violência, segundo SILVA em 2004, “a concepção que se tem da cidade enquanto lócus e moradia e trabalho do homem urbano deve ser considerado também, como um espaço que possibilita a vivencia e pratica de atividades recreativas e de lazer no seu cotidiano” (SILVA. Edina 2004, pag. 2), o autor nos deixa claro a importância da convivência cotidiana da pratica do lazer para a distração humana, o homem necessita deste momento de uma atividade recreativa para que possa fugir um pouco desta rotina de trabalho e preocupação, sendo que ate mesmo na pratica de lazer ele busca a segurança e por isso o crescimento em tão larga escala dos clubes, dos parques aquáticos entre outros que oferecem o lazer em um ambiente fechado, em um ambiente pago e o mais importante em um ambiente seguro, o que não encontramos nas praças e nos vários parques públicos abertos dos grandes centros urbanos. Ainda segundo sobre este assunto DAMIANI em 2002 nos coloca que “o lazer nos espaços urbanos não se restringe às estratégias econômicas e políticas, ele também é uma conquista, não importa a classe social que o indivíduo ocupa e nem em qual espaço físico ele se situa” (DAMIANI 2002, pag. 47), este lazer que a autora coloca tem haver com o prazer momentâneo, o prazer de um domingo a tarde ir a um estádio de futebol, com várias pessoas ao seu redor em um local apertado ouvindo palavrões e sofrendo vários empurrões, mais aquele é um local prazeroso, pois ali não importa a classe social todos estão para a mesma finalidade, torcer para aquele time e ao final se o seu time saiu com a vitória aquela foi uma tarde de lazer uma tarde alegre proveitosa, mais se o time perde se torna uma tarde triste, o que antes era o lazer do domingo passa a ser considerado como uma tristeza uma 15 decepção, e assim é para todos independente da classe social ou time que ele venha a torcer ali são todos iguais. Para finalizar um breve trecho da representatividade do trabalho e do lazer ao homem dos tempos moderno, “Historicamente educado para o trabalho, produção e consumo, o ser humano sente-se despreparado para lidar com esse tempo regido pela lógica do capital, um meio de sua alienação e consumismo, chegando muitas vezes a consumi-lo, inclusive no âmbito do lazer” (DE GÁSPARI, 2005 pag. 2), ou seja, nem nos momentos de lazer o homem moderno deixa o consumismo, para o lazer ser realmente representativo ele deve consumir algo, pois foi educado a isto, ele deve ser consumidor, “O homem aspira à eternidade, entretanto, não sabe o que fazer em uma tarde de chuva” (DE GÁSPARI 2005, pag. 2). 16 3. – ENCAMINHAMENTO TEÓRICO-METODOLÓGICO 3.1 – Modelo de Pesquisa A nossa pesquisa se trata de um estudo de natureza qualitativa e descritiva. Segundo Minayo, (2004) “às metodologias de pesquisa qualitativa entendidas como aquelas capazes de incorporar a questão do significado e da intencionalidade inerentes aos atos, ás relações, e as estruturas sócias” (MINAYO 2004, p, 10). Seguindo esta linha de pensamento Richardson (1999), deixa bem claro que, além disto, na pesquisa qualitativa não existe um instrumento estático pré definido como nos outros métodos, ela não pretende medir ou numerar unidades mais entender o processo o ambiente em que o pesquisador esta inserido. Uma pesquisa com abordagem qualitativa se caracteriza por seu enfoque interpretativo, sendo assim, as técnicas de investigação não constituem o método de investigação. A pesquisa qualitativa observa o fato no meio natural. A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser qualificado. Ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. Minayo (1994, p.21 e 22). Uma pesquisa descritiva costuma ser direcionada, ao longo do seu desenvolvimento, além disso, não busca enumerar ou medir eventos e geralmente não emprega instrumental estatístico para análise dos dados; seu foco de interesse é amplo e parte de uma perspectiva de diferentes significados no campo das ciências sociais. O método descritivo foi fundamental no estudo com o propósito de descrever a pratica do lazer dos freqüentadores do Parque, e até mesmo o parque, o que facilitou a investigação e o descrever as características daquele fenômeno que abordamos. A opção pelo método da análise do discurso se justifica na fala de Orlandi (1996, p.12) que nos diz que é “pelo discurso que melhor se compreende a relação entre linguagem/mundo, porque o discurso é uma das instâncias materiais 17 (concretas) dessa relação”. Para a análise do discurso, “a língua é tomada como prática: mediação, trabalho simbólico, e não instrumento de comunicação” (Orlandi, 1996, p. 28). Nesse sentido, trabalha a língua no mundo, como maneira de significar, considerando a produção de sentidos enquanto partes de suas vidas, seja enquanto sujeito, seja enquanto membros de uma sociedade. Lançamos mão da análise do discurso por ter como ponto fundante que a materialidade da ideologia é o discurso e a materialidade do discurso é a língua. 3.2 – Coletas de Dados Utilizamos um questionário semi-estruturado, que foi montado pelo próprio pesquisador e seu orientador para a coleta dos dados. Foi levada uma carta de apresentação pelo pesquisador ao responsável do parque e agendado uma entrevista com o mesmo, para o inicio da pesquisa. Após este primeiro passo foi realizado visitas em dias de sábados e domingos ao parque para observação que foi registrado em um caderno de campo do publico que ali freqüenta em horários diferenciados, para observação de qual tipo de pratica aquelas pessoas buscam. Após este processo iniciamos a coleta de dados através da pesquisa com questionário, foi abordado pessoas aleatoriamente sempre fazendo a identificação do entrevistador e os fundamentos da pesquisa, sempre deixando claro que sua identidade seria mantida em sigilo, após seu consentimento era realizado as perguntas e todas as respostas eram gravadas em um gravador digital da marca Gama Power modelo Ic Recorder GP-8DR, e depois analisado os pontos marcantes da entrevista. Fizemos uso também de um caderno de campo onde foram anotadas as observações que íamos realizando em nossas caminhadas pelo parque, anotando as características dos freqüentadores, suas atitudes, o que percebíamos de importante no parque e que poderia ajudar na pesquisa e também conversas informais realizadas com pessoas ligadas ao parque. 18 4 – Descrição do campo de pesquisa FOTO 1 Entrada principal Parque Municipal Arthur Thomas Foto: Paulo A. Correa 2009 O Parque Florestal Arthur Thomas foi criado em 1975 e aberto ao publico em 1982 situa-se no perímetro urbano da cidade de Londrina no norte do Paraná contendo uma área de 85,47 hectares de mata, sendo um dos últimos pontos de mata atlântica do norte do Paraná. O Parque recebeu o nome de Arthur Thomas em homenagem ao desbravador e fundador de Londrina. Arthur Hugh Miller Thomas era escocês, nascido em 13 de dezembro de 1889 em EdimburgoArthur Thomas foi convidado pelo Lord Simon Lovat a chefiar no Brasil a empresa “Brazil Plantations Syndicate”, que tinha como principal negócio o plantio de algodão. Em 1925, passou a chefiar a Companhia de Terras Norte do Paraná, empresa responsável pela doação da maior área que hoje compõe o Parque. No dia oito de fevereiro de 1939 foi inaugurada a primeira usina hidroelétrica de Londrina Engenheiro Fernando de Barros que se situa onde hoje é o Parque, esta ficou em funcionamento durante 28 anos e no dia dez de outubro de 1967 foi desativada. 19 FOTO 2 (A) FOTO 3 (B) Legenda: (A) Usina; (B) Barragem Fotos: (A) Universidade Estadual de Londrina e (B) SEMA A usina e a barragem foram construídas para gerar energia elétrica para o município de Londrina utilizando a potência hidroelétrica do Ribeirão Cambé. A usina localiza se ao final da trilha da Cuíca a esquerda do Ribeirão Cambé. 20 O Parque Municipal Arthur Thomas foi criado inicialmente para uma implantação de uma área de lazer no município de Londrina, constitui hoje uma das poucas áreas de preservação permanente e existente na área urbana do município. Alem disto a área do parque constitui um importante regulador do equilíbrio dinâmico dos recursos hídricos da bacia hidrográfica do Ribeirão Cambé, devido à quantidade de córregos existentes no parque que deságuam no Ribeirão e devido à considerável extensão deste Ribeirão no interior do Parque. Além disto, hoje em dia o Parque Municipal Arthur Thomas tem uma grande possibilidade em aumentar sua área passando de 85 hectares para aproximadamente 225 alqueires de uma área de preservação ambiental, a fazenda Refugio seria esta área, possui aproximadamente 140 alqueires de mata e foi considerado um ponto estratégico devido a sua possibilidade de sua incorporação ao Parque Municipal Arthur Thomas e a formação de um corredor ecológico com outras áreas protegidas do município, como o futuro Parque Tibagi e o Parque Dr. Daisuku Ikeda. O parque é administrado pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SEMMA), que se localiza dentro do Arthur Thomas, juntamente com a Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento e ainda o Centro de Estudos Ambientais (CEA). FOTO 4 Centro de Educação Ambiental Foto: Paulo A. Correa 2009 21 O Parque Municipal Arthur Thomas conta hoje com uma estrutura ainda deficiente para receber seus visitantes durante a semana e aos finais de semana, tem sua entrada principal pela Rua Natureza 155 no Jardim Pizza zona Sul de Londrina, conta com um estacionamento para aproximadamente 100 carros e motos, logo na entrada do Parque nos deparamos com várias informações de como devemos nos comportar com os animais no interior do parque, mais abaixo ainda na trilha principal temos o Centro de Educação Ambiental com vários exemplares de livros que são utilizados por alunos em visitas ao Parque, um pouco abaixo temos o espaço Coruja em que teremos uma visão privilegiada de todo o Parque, ao lado do espaço Coruja temos um parquinho para as crianças com gangorras, escorregador e balanços para que as crianças além do contato com a natureza possam divertir neste local. Também a um espaço dentro do Parque que é destinado ao artesanato, o espaço Palmeira, este fica em frente ao lago e além de oferecer artesanato local tem uma lanchonete com sucos doces e salgados. FOTO 5 Parque das crianças Foto: Paulo A. Correa 2009 22 FOTO 6 Espaço Palmeiras Foto: Paulo A. Correa 2009 A principal trilha do Parque é a Trilha da Capivara, trilha esta onde ocorre o maior fluxo de visitantes. Seu percurso é de aproximadamente 1.687 m, tendo seu inicio logo após o centro de visitantes e percorrendo todo o entorno do lago da represa do Cambézinho. Esta é toda calçada, que se encontram na sua maioria em boa condição de uso. Nesta mesma trilha ao lado direito do lago, de acordo com o sentido do percurso da água, são encontrados banheiros disponíveis para os visitantes. Os sanitários encontram-se em condições adequadas para uso dos os usuários. Uma trilha secundária faz parte também deste trajeto, sendo paralela a trilha da margem direita do lago, porém, esta difere da principal por não possuir calçamento, composta somente por terra batida e grama. Esta trilha era mais utilizada para as pessoas utilizarem o pedalinho para passearem pelo lago, hoje em dia é pouco utilizada, pois não existe mais pedalinho devido o assoreamento do lago. 23 FOTO 7 Trilha ao redor do lago Foto: Paulo A. Correa 2009 A trilha da Cuíca inicia-se logo apos a ponte localizada depois do verte douro da barragem, sua extensão é de aproximadamente de 825 m, e seu ponto final é na antiga Usina Cambé. Todo percurso possui um calçamento de paralelepípedo, com uma boa largura capaz de passar tranquilamente um veículo comum por toda sua trajetória. Esta trilha se liga a diversas outras do Parque, dando acesso aos mirantes para a cachoeira, sendo que próximo a escadaria para um dos mirantes, se da início a Trilha da Cotia, esta por sua vez dar-se início próximo a escadaria que leva ao mirante à jusante da cachoeira, com um percurso próximo dos 611 m. Seu percurso também possui calçada até seu final, porém apesar de ser facilmente percorrida na sua trajetória, ela é bem mais estreita que a trilha da Cuíca e encontra-se em um ponto com maior declividade. Paralelo a esta trilha, existe uma calha de drenagem que levava água do ribeirão Cambé para abastecer a Usina. Quase no final desta trilha, existe uma grande erosão, provavelmente oriunda das atividades da usina, que acarretaram no carregamento de sedimentos aos cursos d'águas. 24 FOTO 8 Trilha chegada a Usina Foto: Paulo A. Correa 2009 FOTO 9 Trilha bloqueada por assoreamento Foto: Paulo A. Correa 2009 A Trilha dos Macacos tem seu inicio logo no final da trilha da Capivara, antes da travessia da ponte após a barragem, na margem direita do Ribeirão Cambé. Seu percurso estende-se até o limite do perímetro do Parque com cerca de 1.047 m, com todo sua extensão composta por chão batido e vegetação de pequeno 25 porte. Apesar do nome, esta trilha não é a de mais fácil visualização dos macacos existentes no Parque, hoje em dia está trilha se encontra fechada a visitação publica devida as suas dificuldades no trajeto como já foi descrito acima, logo em seguida temos a trilha do Jaboti inicia-se bem próximo da Usina, no final da Trilha da Cuíca e vai de encontro até quase no final da Trilha da Cotia, com um trecho em escadaria de aproximadamente 188 m. A Trilha do Quati está localizada próxima a metade da Trilha da Cuíca, onde se inicia a escadaria que leva até a trilha do lagarto. Todo o trajeto é composto por escadas desprovida de corrimão. Seu percurso é de 129 m, em um local de baixa declividade, é passa perto do rio Cambe. FOTO 10 Trilha dos Macacos (fechada) Foto: Paulo A. Correa 2009 A Trilha do Lagarto é composta pela continuação da Trilha do Quati, que leva os visitantes ate o mirante localizado à jusante da cachoeira. Sua extensão é de 123 m, e em sua grande maioria, a trilha vai paralelamente ao ribeirão Cambé, e por fim temos a trilha do Beija-Flor que tem o menor percurso de todas somente 24 m, trata-se da pequena escadaria que leva ate o mirante à montante da cachoeira. Localiza-se um pouco após o início da Trilha da Cuíca. 26 FOTO 11 Mirante acima da cachoeira Foto: Paulo A. Correa 2009 27 Uma das coisas bem visível em todo o decorrer da visita ao parque são as informações sobre a fauna e a flora existente naquele local sem contar as inúmeras placas com os dizeres “não alimentem os animais”, o que parece não ser observado por vários visitantes que dão alimentos aos macacos, aos pássaros entre outros. No decorrer das trilhas é observado além da sujeira que se encontra no rio, muito lixo deixado pelos visitantes apesar de várias lixeiras em todo o percurso, são saquinhos de salgadinhos, garrafas pets de refrigerantes, papéis e várias outras sujeiras deixado pelo caminho. 28 FOTO 12 Lixo abaixo da cachoeira Foto: Paulo A. Correa 2009 FOTO 13 Alertas na entrada do Parque Foto: Paulo A. Correa 2009 Apesar do que se é colocado no Plano de Manejo “É proibido jogar qualquer tipo de resíduos no interior do Parque que prejudique a sua integridade física, biológica, paisagística, sanitária ou cênica; É proibido lançar quaisquer produtos ou substâncias químicas, resíduos líquidos ou sólidos não tratados de qualquer 29 espécie, nocivas à fauna e flora em geral, em águas interiores ao Parque, bem como no solo e no ar, exceto para casos especiais autorizados pela SEMA;” as pessoas não se preocupam com o fato de que não estão apenas prejudicando o Parque mais a si mesmas, pois com este tipo de atitude cada vez mais o Parque Municipal Arthur Thomas perde sua beleza e seus atrativos naturais. O lago logo no inicio do Parque nos da uma amostra do descaso com a natureza, o assoreamento é o principal deles onde as capivaras cruzam o lago de um lado ao outro sem precisar nadar em nenhum instante, é possível ver até carrinhos de bebê jogado dentro do lago, o que nos deixa triste por ser um local de preservação ambiental. Após descrever todos estes péssimos exemplos que são encontrados no Parque Municipal Arthur Thomas fica uma questão no ar, será certo o Parque ser aberto ao publico em tempo integral como se encontra hoje em dia? FOTO 14 Deságüe de calhas fluvial Foto: Paulo A. Correa 2009 30 FOTO 15 Assoreamento do lago Foto: Paulo A. Correa 2009 Segue a seguir um breve trecho que é encontrado no Plano de Manejo e Conservação do Parque Municipal Arthur Thomas que nos foi fornecido pela administração que nos ajudara há refletir um pouco sobre esta questão levantada há pouco. “Nas entrevistas realizadas com as comunidades do entorno, foi possível observar que embora haja consenso quanto à importância da Unidade de Conservação para a região, como patrimônio público, área de preservação ambiental, parque de lazer, local de descanso, passeio, educação ambiental, refúgio para espécies da fauna e flora, é igualmente, um Parque Municipal que apresenta diversos problemas como: invasão de animais, fator que segundo alguns moradores do entorno imediato, estaria sendo provocado devido à falta de tratamento adequado e alimentação dos animais (macacos), motivo da fuga de indivíduos do Parque rumo às propriedades mais próximas, causando grandes transtornos à população local. Além da invasão de animais, os moradores relatam que a Unidade de Conservação acabou se transformando em refúgio para tráfico de drogas, particularmente, junto às divisas 31 (Jardim Piza, Vale do Cambezinho-Rua Charles Lindemberg), com a existência de trilhas nas proximidades das moradias (Jardim Piza); cercas danificadas; (falta de redutores de velocidade nas vias de acesso ao Parque e entorno imediato, tráfego intenso de veículos na região, principalmente de alunos oriundos a Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, com atropelamentos de animais e com grandes riscos para a segurança dos moradores. A falta de segurança no interior e imediações do Parque, foi outro aspecto considerado pelas comunidades do entorno como de suma importância para a melhoria das condições do Parque e áreas do entorno, levando-se em consideração a pouca efetividade dos agentes de segurança na cobertura da Unidade de Conservação, particularmente em áreas mais isoladas ou de difícil acesso, junto a trilhas, divisas (áreas com cercas danificadas) áreas de floresta, locais freqüentados pelos moradores, visitantes, mesmo durante o dia”. (Plano Manejo e Conservação, pag 39,40). Muitas pessoas que passam por ali não estão preocupadas com a preservação, mais sim em destruir como é verificado em torno de vários pontos do parque, a latões para coleta de lixo mais preferem jogar no chão, a cercas para separa os animais do parque com o convívio urbano, mais muitas pessoas derrubam estas cercas pelo simples prazer de destruir, é assim que encontramos o parque hoje, poucas pessoas para a sua conservação e muitas para destruir. 32 FOTO 16 FOTO 17 Fotos 16 e 17: Airton Laufer Junior e Leticia Ulandowski, 2004 Para finalizar nossa descrição do Parque Municipal Arthur Thomas segue algumas normas que descreve qual a finalidade do Parque na cidade de Londrina e o porquê este foi criado, assim como a descrição do que venha a ser uma Unidade de Conservação a qual este Parque se encaixa segundo as leis Municipais e Estaduais. “São propostos os seguintes objetivos específicos de manejo do Parque Municipal Arthur Thomas: 33 Proteger e recuperar amostras do bioma Mata Atlântica e da Floresta Estacional Semidecidual; Proteger espécies da flora do Parque classificadas, na Lista Vermelha de Plantas Ameaçadas de Extinção no Estado do Paraná (SEMA/GTZ, 19951), como “espécies raras”, sendo elas: o jaracatiá (Jacaratia spinosa), a peroba-rosa (Aspidosperma polyneuron), o pinheiro-do-Paraná (Araucaria angustifolia), o canemuçu (Tetrorchidium rubrivenium) o feijão-cru (Lonchocarpus muehlbergianus), a cabreúva (Myrocarpus frondosus), e o jacarandá-branco (Machaerium paraguariense); Promover o conhecimento do histórico de ocupação humana na região; Proteger os recursos hídricos existentes no Parque, contribuindo para a preservação da bacia hidrográfica do ribeirão Cambe; Possibilitar atividades de turismo histórico, cultural e científico, observando sempre a capacidade suporte do Parque; e, Promover a valorização do Parque junto a população local através de ações de educação e interpretação ambiental no Parque, enfocando o aspecto histórico-cultural e a importância do Parque como Unidade de Conservação. O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) foi instituído em 18 de julho de 2000, pela Lei n° 9.985 e estabelecem critérios, normas para criação, implantação e gestão das UC em nível Federal, Estadual e Municipal. São objetivos do SNUC: Contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais; Proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional; Contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais; Promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais; Promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no processo de desenvolvimento; Proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica; Proteger as características de natureza geológica, geomorfológica, espeleológica, paleontológica e cultural; Proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos; 34 Recuperar ou restaurar ecossistemas degradados; Proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos e monitoramento ambiental; Valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica; Favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico; e, Proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e economicamente”. As “UCs (unidades de conservação) são descritas segundo o Plano de Manejo do Parque Municipal Arthur Thomas como tendo, “objetivo básico à preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico” (Plano de Manejo encarte um pag.14). 35 CAPITULO V 5. O PAPEL DO PARQUE NO DISCURSO OFICIAL: PRESEVAÇÃO X LAZER. Em conversas informais e discurso coletado com a administração do Parque, identificamos um sentido presente em seu discurso que remete ao Parque Municipal Arthur Thomas ser compreendido como uma Unidade de Conservação Ambiental. Mas o que vem a ser isto? O Parque na sua essência deve ser destinado apenas à conservação da fauna e da flora local, “apesar da área reduzida, a existência do Parque se justifica tão somente pela representação de um remanescente de cobertura florestal, que anteriormente cobria toda a região” (Plano de Manejo encarte 3 pag. 109). Identificamos no Plano de Manejo uma estrutura discursiva que remete também a área de lazer: “implantação de uma área de lazer. Sendo de grande importância para a preservação do patrimônio histórico e da própria história do desenvolvimento da cidade de Londrina”, (Plano de Manejo encarte 3 pag. 109). Tomando como base os dois trechos descritos, identificamos no discurso oficial um sentido que remete ao parque ser, fundamentalmente, um espaço de preservação ambiental. Enquanto espaço de lazer fica vinculado a este sentido fundante, desde que a prática de lazer não atrapalhe e interfira na essência do Parque. Mesmo estando descrito presente no discurso oficial que o Parque é destinado ao uso e prática de lazer dos munícipes, não encontramos em nossas observações ações significativas para que a população faça uso deste espaço para suas práticas de lazer, como ações afirmativas para os freqüentadores, divulgação na mídia, projetos culturais e de lazer que mobilizassem um número maior de pessoas ao parque. Enquanto área de lazer o Parque possui cada vez menos espaços abertos a população. Também identificamos nos discurso do responsável pelo Parque Municipal Arthur Thomas um sentido que remete ao discurso oficial presente no Plano de Manejo: “desenvolver projetos de educação ambiental”. Pare este ator, o parque não necessariamente deveria ser aberto a população, pois muitas vezes o uso deste 36 espaço para prática de lazer ameaça a vida da fauna e flora do parque, ameaçando o sentido primário do parque: preservação e conservação ambiental. Este discurso também foi identificado em várias pessoas ligadas ao Parque. Em conversas informais feitas e anotadas no caderno de campo, os discursos destas pessoas remetem a um sentido de que o que deve ser colocado em primeiro plano é a preservação ambiental, devendo o parque cumprir somente papel de educação ambiental, com visitas escolares agendadas para que as crianças conheçam a historia de Londrina, e não aberto diretamente ao público. Este sentido identificado que remete mais a preservação ambiental do que espaço para lazer se fortalece ainda mais quando o responsável pelo parque diz que o ideal para ele e sua administração “seria um limite de visitantes ao Parque, que este limite não ultrapasse os 50.000 visitantes ano”. Para este ator, este limita “daria uma margem de segurança maior a fauna do parque, pois o barulho dentro da Unidade seria bem menor, assim não afastaria os animais”. Este sentido se materializa quando lhe é perguntado sobre o que ele espera do futuro do Parque: “seja traduzido no cumprimento integral do Plano de Manejo e na execução de projetos complementares que venham a fortalecer sua fauna e sua flora”, ou seja, na sua administração a prioridade é a proteção da Fauna e da Flora existente no Parque e não somente os momentos de lazer que este Parque oferece aos seus visitantes, pois se este interferir no ambiente natural dos animais com certeza será tomado atitudes a respeito. A tabela abaixo vai nos mostrar um histórico desde o ano de 2000 quando o senhor Sidnei passou a administrar o Parque Municipal Arthur Thomas, nela está registrada mês a mês a quantidade de visitantes que passam pelo parque todos os anos e o interessante de ser observado é como este número logo após o quarto e sexto ano de sua administração se aproxima do seu discurso que seria de no máximo 50.000 visitantes. Acreditamos que isto se dá pela quantidade de eventos que era realizado dentro desta Unidade antes de sua administração que passou a não ter tanto incentivo, o que deixa bem claro que mesmo este Parque sendo um ambiente utilizado ao lazer, ele tem em um primeiro instante a natureza em seu primeiro plano. 37 VISITAÇÃO PARQUE ARTHUR THOMAS ano base 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 jan fev mar abr mai jun jul ago set 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 jan fev mar abr mai jun jul ago set 20.830 8.230 8.966 11.513 6359 10356 8333 6709 10186 6.146 6.883 6.025 9814 5667 7016 8175 10223 10738 10.022 11.698 11.938 7061 6550 8672 5514 10041 8780 4.651 6.825 9.258 6295 6289 11041 7687 6920 6628 7.566 9.029 7.883 6789 5385 4019 5723 6814 6240 6.871 5.448 4.673 5122 5158 4353 4989 5546 3638 6.399 4.382 4.909 6182 4919 3742 5622 6254 4658 4.698 5.137 5.561 5251 4468 5682 6498 5585 8346 4.763 3.969 4.456 3.113 4.019 3.717 6.917 6648 5.310 7.187 7.540 6.137 6.242 4.981 4.177 4.446 6.102 out nov dez 0 0 0 96.313 0 0 0 113.322 0 0 0 111.899 0 0 0 129.246 0 0 0 145.755 out nov dez 144.335 17209 11240 8641 128.572 11098 8962 7761 98.508 10750 7990 8680 107.696 5169 7500 8680 86.943 4165 5605 5291 74.509 4948 4148 3144 58.038 7572 5993 5133 65.765 4592 4839 6434 67.091 5.681 6.106 8.309 63.008 46.812 6 O PAPEL DO PARQUE NO DISCURSO DO USUÁRIO: LAZER EM FAMÍLIA O lazer ocupa espaço significativo na vida em família, principalmente nas redes de relações que se estabelecem. De acordo com Iwanowicz (2000), as pesquisas sobre lazer demonstram a sua contribuição significativa ao longo da vida, não por simples participação nas atividades de lazer, mas porque “o lazer fornece um foro para as interações importantes e significativas na formação de auto-conceito e para o sentido de bem estar” (p.107). Buscando realizar uma análise dos sentidos encontrados nos discursos dos usuários, e também fazendo uso das observações, acreditamos poder apontar um sentido que remeta para o papel do Parque Municipal Arthur Thomas ser espaço/ambiente para a prática do lazer em família, ou seja, as pessoas que buscam aquele espaço para a visitação buscam em seu todo, a segurança que o parque oferece, buscam a tranqüilidade, o silêncio do Parque, o verde o espaço natureza, e o ambiente familiar, como nos foi colocado nas entrevistas. O que ficou bem marcante em todos os discursos dos entrevistados foi à busca por um espaço e momento de vivência do lazer em família. Dois sentidos 38 marcantes que acreditamos justificar esta tomada de posição remetem ao parque como um espaço seguro, um ambiente fechado e sempre ser encontrado circulando nas trilhas os seguranças do parque, e também a busca pelo contato com a natureza, os bichos, as árvores que as famílias buscam para apresentarem aos seus filhos. Pesquisa realizada Iwanowicz (2000) sobre as relações familiares de lazer na população brasileira indicam que as atividades no meio familiar mudam conforme a fase da vida; que as escolhas das situações de lazer ocorrem em função dos objetivos que a família busca numa determinada fase, e que os conteúdos das situações de lazer refletem as metas que caracterizam as fases da vida como, por exemplo: conhecer e explorar o mundo na infância, que é considerada a fase da descoberta; ensinar os filhos na fase adulta, a qual consiste na formação do próprio núcleo familiar; ensinar e brincar com os netos, na fase ampliada pelo casamento dos filhos e nascimento dos netos. Identificamos também que inclusive as novas amizades e parentes que freqüentam a casa são trazidos pelos filhos É um momento, como assegura, em que pais e filhos, ambos adultos, podem compartilhar como iguais e isso pode configurar uma grande e intensa transformação, assim como também afirma Dumazedier (1994). Tentando fazer uma descrição das pessoas que freqüentam o local foi encontrado pessoas de todas as regiões da cidade. Mesmo aquelas que não aceitaram participar da entrevista, aos serem indagadas sobre a localidade onde morava respondiam e o interessante é que eram pessoas da zona norte, centro leste oeste, mas ainda na sua maioria eram pessoas da zona sul da cidade de Londrina. Em uma das entrevistas para surpresa a entrevistada era de outra cidade (Cambará PR), e uma das partes marcante da entrevista é que na cidade onde ela mora não conhece nada parecido com o Parque Municipal Arthur Thomas:, “Eu acho legal, na minha cidade não tem nada parecido, a natureza o lago, um monte de arvores, macacos, eu acho legal o espaço da natureza as arvores o rio, na nossa cidade só tem um rio onde a gente faz caminhada em volta” (entrevistado 1). 39 FOTO 19 As Capivaras e a população Foto: Paulo A. Correa 2009 Um dos pontos colocado pelos entrevistados sobre o porque acreditavam que muitas pessoas não freqüentavam o parque foi colocado a falta de atrativos do Parque, “Eu acho que deveria ter mais atividades antigamente tinha pedalinho eu já vim no pedalinho já andei no pedalinho, atraia bastante as crianças” (entrevistado 1) “Faltam também atividades para as crianças, conhecer o parque a natureza os animais um instrutor nos finais de semana ter alguma coisa para prender a atenção deles na natureza” (entrevistado 4) Assim como é exposto pelo entrevistado 1, o Plano de Manejo do Parque (preservação e conservação em primeiro plano) e as fotos nos mostram bem a impossibilidade de existência do pedalinho. Hoje em dia não há condições de haver pedalinhos no lago, o assoreamento é tanto que os pedalinhos ficariam encalhados, não ha possibilidade de navegar no lago. Relacionado ao entrevistador 4 foi questionado ao senhor Sidnei do por que só as escolas ter este acompanhamento de pessoas responsável em apresentar o Parque as crianças, apresentar a fauna e a flora, o que ele aponta é a falta de estagiários e pessoas contratadas pelo Parque para trabalhar aos finais de semana já que os recursos do Parque e a legislação não permite que seja contratados estagiários para atuar nestes dias, a não ser que sejam voluntários o que torna este trabalho tão difícil de ser realizado. 40 FOTO 20 Assoreamento do Lago (2º ponto) Foto: Paulo A. Correa 2009 Também foi encontrado na fala de outro entrevistado o parquinho que encontramos no interior do Parque Arthur Thomas, “tem os animais tem agora o parquinho para as crianças, sempre quando eu venho eu trago meus sobrinho e meu filho” (entrevistado 2). Este discurso remete ao prazer que pode ser vivenciado pelas crianças neste espaço, de maneira segura e em contato com a natureza. Acreditamos que isto é importante pois, estas crianças desde cedo crescem com o convívio direto com a natureza, num processo de educação social significativo. Um discurso que remete a educação ambiental e também foi uma das coisas observadas nas várias entrevistas é a preocupação com a limpeza do lago, o que gera um contraste. Se existe a preocupação das pessoas com a limpeza porque encontramos tanta sujeira no decorrer das trilhas o dos córregos? O que foi observado pelo pesquisador durante o tempo em que ficou no Parque Municipal Arthur Thomas, foi que varias pessoas ao serem questionadas da limpeza do parque sempre diziam do mal estado de conservação, ou seja, sobre a limpeza do Parque não ser a ideal, mais o que foi observado com o passar do tempo é que estas mesmas pessoas jogam papel e saquinhos de salgadinhos no chão, um comportamento que se contrapõe aos discursos já que este é um local de preservação ambiental e também de lazer. Ao observarmos estas ações é que ainda mais faz sentido o discurso das 41 pessoas ligadas à administração do parque quando remetem até mesmo ao fechamento do parque a população e se tornar exclusivamente um local de preservação da fauna e da flora. FOTO 21 Lixo no lixo Foto: Paulo A. Correa 2009 42 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS Concluindo este trabalho temos a idéia de que as pessoas que ali freqüentam em relação à administração do parque têm um discurso sobre o ambiente parecido, ligando o parque sempre a um local de preservação ou no discurso oficial de preservação ambiental, e ainda mais, o publico que ali vai para o seu lazer esta ali por ser um local familiar, local tranqüilo um Ambiente seguro que proporciona um contato direto com a natureza, o que traz em um segundo momento a preocupação com o meio ambiente os cuidados que este publico tem com a natureza a sua consciência dentro do parque, o que faz com que a administração do parque cogite a idéia de fechamento a visitação publica, e esta seja somente as escolas em dias de semana, Isto faz nos pensar em um uma campanha de conscientização no interior do Parque Municipal Arthur Thomas, para que este seja sempre um local na cidade de Londrina onde possamos levar nossos filhos para ter este contato com a natureza, e conscientizá-los da preservação do meio ambiente no mundo em que vivemos e sempre termos este local para esta pratica do lazer. 43 7 REFERÊNCIAS ACERVO DE FOTOS, Parque Arthur Thomas; Sidney Antonio Bertho CAMARGO, Luiz Octavio de Lima . Educação para o Lazer , 1º edição, Editora Moderna, São Paulo 1998. CAMARGO, Luiz Octavio de Lima. O que é lazer. 1. Reimpressão. São Paulo. Brasiliense, 1999. DUMAZEDIER, Joffer. Valores e Conteúdos Culturais do Lazer. São Paulo: SESC, 1980. ______. A revolução cultural do tempo livre. São Paulo: Studio Nobel; 1994. IWANOWICZ JB. O lazer do idoso e o desenvolvimento prossocial. In: Bruhuns HT, organizador. Temas sobre o lazer. Campinas: Autores Associados; 2000. p. 101129. MARCELINO, Nelson Carvalho . Políticas Publicas Setoriais de Lazer, O papel das prefeituras. Editora Autores Associados, S MARCELLINO, Nelson Carvalho. Estudo do Lazer, uma introdução. 4º edição 1996 MINAYO, Maria Célia de Souza. O Desafio do Conhecimento, Pesquisa Qualitativa em saúde, 8º edição Editora Hucitec, São Paulo 2004. MINAYO, Maria Célia de Souza. Ciência, técnica e arte: o desafio da pesquisa social. In: MINAYO, C. S. (org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994. p. 09-29. ORLANDI, E. P. Interpretação: autoria, leitura e efeitos do trabalho simbólico. Petrópolis, Vozes, 1996. Plano de Manejo do Parque Municipal Arthur Thomas. Curitiba / Paraná novembro 2004. 44 REQUIXA, Renato, Sugestão de Diretrizes para uma Política Nacional de Lazer, Serie lazer 2 SESC. Editora Hamburg, São Paulo 1980. RICHARDSON, Roberto Jerry, Pesquisa Social, Métodos e Técnicas, 3º edição, Editora Atlas S. A. São Paulo 1999. SANTOS, Milton . A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. Editora Hucitec, São Paulo 1997. SANTOS, Milton. O Espaço do Cidadão. Editora Hucitec, São Paulo 1987. VILLAVERDE, Sandoval, Da Natureza do Espaço ao Espaço da Natureza, Reflexão sobre corpo-natureza em parques públicos urbanos. Dissertação de mestrado, Universidade Estadual de Campinas, 1999. SILVA. Edina Aranha Especialização, territorio e vivencia dos moradores nas praças de três lagoas MS. Revista eletronica da AGB. 2004. DAMIANI, Amélia Luisa. Turismo e lazer em espaços urbanos. In: RODRIGUES, Adyr B. (org.). Turismo, modernidade, globalização. 3. ed. São Paulo: Hucitec, 2002. DE GÁSPARI. Jossett Campagna, Reconstruindo o lazer a partir de um periódico científico, Motriz, Rio Claro, v.11, n.2, p.131-140, mai./ago. 2005 45 ANEXOS ENTREVISTAS ADMINISTRAÇÃO (A) A pesquisa se inicia com o questionário aplicado ao responsável pelo Parque Florestal Arthur Thomas Sidney Antonio Bertho, para entendermos como é o funcionamento e administração do Parque, e o que esperarmos de melhorias para este local que hoje para muitos londrinenses é uma referencia em lazer e tranqüilidade a esta cidade tão agitada. O que é o Parque Arthur Thomas? O Parque Arthur Thomas reconhecido pela sua relevância em 1996 é uma Unidade de Conservação Municipal reconhecido pelo Instituto Ambiental do Paraná e parte integrante do Sistema de Unidades de Conservação da cidade de Londrina, constituído de 04 (quatro) unidades UCs (unidades de conservação) sendo 02 (duas) municipais, 01 Parque Estadual e 01(uma) RPPN – (Reserva Particular do Patrimônio Natural). O que significa o parque para você? O parque a meu ver significa um espaço físico de alta relevância, onde se podem desenvolver projetos de educação ambiental, opção de lazer de qualidade aberta gratuitamente aos cidadãos londrinenses e de municípios próximos; e acima de tudo um grande desafio de se honrar o objetivo inicial de sua criação, ou seja, lutar a cada dia pela conservação de sua flora e sua fauna ante a pressão de seu entorno com a falta de sensibilização ambiental de seus vizinhos. O que você espera do parque no futuro? Que haja um cuidado maior com este patrimônio ambiental da cidade Londrina, e que este anseio seja traduzido no cumprimento integral do Plano de 46 Manejo e na execução de projetos complementares que venham a fortalecer sua fauna e sua flora. ENTREVISTAS PUBLICO (B) ENTREVISTA UM. Entrevistador: Porque você vem ao parque Arthur Thomas? Entrevistado1: A gente vem a passei a cidade de Londrina na casa de parentes e gosta de visitar o parque pela natureza. Entrevistador: Vocês vêm sempre ao parque quando visita a cidade de Londrina? Entrevistado1: Todas às vezes que a gente vem aqui a gente vem ao parque. Entrevistador: Quantas vezes ao ano? Entrevistado1: Umas duas vezes ao ano Entrevistador: Em relação à estrutura física o que o Parque oferece na visão de vocês? Entrevistado1: Eu acho legal na minha cidade não tem nada parecido a natureza o lago, um monte de arvores macacos, eu acho legal o espaço da natureza as arvores o rio, na nossa cidade só tem um rio onde a gente faz caminhada em volta Entrevistador: Como é o nome deste local onde vocês fazem a caminhada e de que cidade vocês são? Entrevistado1: Sou de Cambara o nome do rio o parque não sei deve ser Lambari, no parque aonde a gente vai tem aparelho de ginástica aqui precisava ter ne? Entrevistador: O que você mais gosta do parque Arthur Thomas? Entrevistado1: Vamos supor tudo o verde a natureza os macacos. Entrevistador: O que você acha que poderia melhorar no Parque Arthur Thomas? Entrevistado1: Acho que ta normal ta beleza, pra mim nada. 47 Entrevistador: Você que é de outra cidade, em sua opinião por que as pessoas que morram aqui em Londrina vêem tão pouco ao parque? Entrevistado1: Falta de tempo não é não? Eu acho que é falta de tempo a pessoa trabalha a semana inteira ai chega o final de semana ta cansada quer ficar em casa. Entrevistador: O que você acha que poderia melhorar no parque? Entrevistado1: Eu acho que deveria ter mais atividades antigamente tinha pedalinho eu já vim no pedalinho já andei no pedalinho, atraia bastante as crianças Entrevistador: Faz tempo que vocês freqüentam o parque? Entrevistado1: Faz, já faz uns dez anos. ENTREVISTA DOIS. Entrevistador: Porque você vem ao parque Arthur Thomas? Entrevistado: Eu gosto daqui pela tranqüilidade. Entrevistador: Você vem sempre aqui ao parque Arthur Thomas? Entrevistado: De vez em quando umas duas vezes ao mês. Entrevistador: O que o parque oferece na sua visão? Entrevistado: Tem bastante coisas tem arvore, tem os animais tem agora o parquinho para as crianças, sempre quando eu venho eu trago meus sobrinho e meu filho. Entrevistador: O que o parque tem de diferente dos demais parques? Entrevistado: A eu gosto da segurança que ele oferece. Entrevistador: O que você mais gosta no parque? Entrevistado: Tranqüilidade do parque. Entrevistador: O que você acha que poderia melhorar no parque? Entrevistado: Poderia melhorar estas águas do lago poluição muita sujeira, atividades para as pessoas voltar pedalinho. Entrevistador: Em sua opinião porque você acha que as pessoas não freqüentam o parque? Entrevistado: As vazes é porque falta um monte de coisa incentivo, coragem de conhecer o parque, 48 Entrevistador: Há quanto tempo você freqüenta o parque e de que região você é? Entrevistado: Faz tempo sou daqui de perto mesmo, só que eu morro aqui tem mais de quinze anos desde que eu me mudei venho ao parque. ENTREVISTA TRÊS: Entrevistador: Porque veio ao parque? Entrevistado: Porque gostamos muito da natureza Entrevistador: Vem sempre ao parque? Entrevistado: no verão venho todos os domingos, raramente um domingo sim outro não. Entrevistador: O que o parque oferece na sua visão? Entrevistado: É gostoso a gente distrai, é um espaço onde a gente ta em contato direto com a natureza ele oferece um bem estar, as trilhas para caminhada e passeio a estrada com subida. Entrevistador: O que o parque oferece de diferente? Entrevistado: Aqui oferece porque é um pouco mais calmo, é um lugar mais familiar, é mais fresquinho, a qente que é de idade gosta de coisa bem tranqüila. Entrevistador: O que vocês mais gostam do parque Arthur Thomas? Entrevistado: Da mata, das trilhas do passeio. Entrevistador: O que você acha que poderia melhorar no parque? Entrevistado: Eu gostaria que eles terminassem a outra pista que esta parada do lado direito para que a gente pudesse descer de um lado e do outro, a natureza ta La e o inicio da trilha também é só eles termina. Entrevistador: Em sua opinião porque as pessoas não vêm ao parque Arthur Thomas? Entrevistado: Porque o brasileiro e muito comodado, ele deixa de um passeio para ficar na frente de uma televisão, bobeira sem fundamento e aqui é uma coisa divina, a pessoa não sabe o que esta perdendo do contato com a natureza, eu não conhecia depois que conheci venho direto é falta de vontade. 49 ENTREVISTA QUATRO: Entrevistador: Porque veio ao parque? Entrevistado: Por que é um lazer. Entrevistador: Vem sempre ao parque? Entrevistado: Não venho umas três vezes ao ano. Entrevistador: Porque vocês vêm tão pouco ao parque Arthur Thomas? Entrevistado: Um ponto é porque é muito longe nossa casa moro na zona norte, outro é porque falta alguma coisa amais uma atração para as crianças um zoológico é o que falta para Londrina, tinha um zoológico. Entrevistador: O que o parque oferece na sua visão? Entrevistado: Pra mim a estrutura dele é boa aberta verde, mais em minha opinião o faltaria pra mim mesmo na estrutura dele é um zoológico, ele tem segurança é bom. Entrevistador: O que o parque oferece de diferente? Entrevistado: Os animai, se bem que é bem difícil vêem eles, as ultimas vezes que a gente veio aqui a gente não viu nada Entrevistador: O que você mais gosta do parque? Entrevistado: Tranqüilidade. Entrevistador: O que você acha que poderia melhorar no parque? Entrevistado: Faltam também atividades para as crianças, conhecer o parque a natureza os animais um instrutor nos finais de semana ter alguma coisa para prender a atenção deles na natureza. Entrevistador: O que seria estes instrutores que você coloca para as crianças? Entrevistado: Seria brincadeiras, alguém que conhece o nome de arvores dos animais e ensinar para elas, um exemplo sou eu aquele bicho eu sabia que já tinha visto mais não sabia o nome tive que ir ate uma placa para ver o nome que era capivara. Entrevistador: Em sua opinião porque tão pouca gente freqüenta o parque? Entrevistado: Eu acho no meu ponto de vista que a prefeitura não faz uma divulgação, não falam tanto do parque como deveria ser, falta também mais atração aqui não tem muito. 50