Universidade
Estadual de Londrina
CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE
CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
O PARQUE MUNICIPAL ARTHUR THOMAS
PARA A PRATICA DO LAZER.
Paulo Alexandre Correa
LONDRINA – PARANÁ
2009
PAULO ALEXANDRE CORREA
O PARQUE MUNICIPAL ARTHUR THOMAS
PARA A PRATICA DO LAZER.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Curso de Bacharelado em
Educação Física do Centro de Educação
Física e Esporte da Universidade Estadual
de Londrina, como requisito parcial para
sua conclusão
COMISSÃO EXAMINADORA
______________________________________
Prof. Prof. Esp. Anisio Calciolari Junior
Universidade Estadual de Londrina
______________________________________
Prof. Ms. Tony Honorato
Universidade Estadual de Londrina
______________________________________
Prof. Dr. Antonio Geraldo M. G. Pires
Universidade Estadual de Londrina
Londrina, ____ de____________ de 2008
A Deus, aos meus pais e aos meus amigos...
companheiros de todas as horas...
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Orientador, braço amigo de todas as etapas deste trabalho.
A minha família, pela confiança e motivação.
Aos amigos e colegas, pela força e pela vibração em relação a esta jornada.
Aos professores e colegas de Curso, pois juntos trilhamos uma etapa
importante de nossas vidas.
Aos profissionais entrevistados, pela concessão de informações valiosas
para a realização deste estudo.
A todos que, com boa intenção, colaboraram para a realização e finalização
deste trabalho.
Aos que não impediram a finalização deste estudo.
RESUMO
Este tcc tratara das expectativas da população Londrinense na busca pelo
Parque
Municipal
Arthur
Thomas
como
forma
de
pratica
de
lazer,
a
representatividade deste ambiente para os munícipes que ali freqüentam, também
traz a discussão do parque como local de preservação ambiental e o que esta
descrita no Plano de Manejo comparando ao discurso da administração do parque
com o discurso que os visitantes nos colocam sobre aquele local. Para tal pesquisa
utilizamos um questionário semi estruturado e o método de analise das entrevistas
foi qualitativo utilizando a análise de discurso, o objetivo principal do trabalho foi
identificar o sentido da pratica do lazer para as pessoas que freqüentam o Parque
Municipal Arthur Thomas, chegando à conclusão que tanto a administração como os
visitantes tem discurso semelhantes tanto quanto a preservação ambiental como a
pratica de lazer que se inseri aquele local, havendo algumas ressalvas entre estes
discursos.
Palavras-chave: Pratica de lazer, Parque Arthur Thomas.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.........................................................................................09
2 REVISÃO DA LITERATURA....................................................................12
3 ENCAMINHAMENTO TERICO-METODOLOGICO ................................16
3.1 Modelo de pesquisa .............................................................................16
3.2 Referencial teórico metodológico da pesquisa .....................................16
3.3 Coleta de dados ....................................................................................16
4 DESCRIÇÃO DO CAMPO DE PESQUISA .............................................18
5 O PAPEL DO PARQUE, DISCURSO OFICIAL.........................................34
6 O PAPEL DO PARQUE , DISCURSO DO USUARIO...............................37
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................41
8 REFERENCIAS.........................................................................................42
ANEXOS.......................................................................................................44
ANEXO A – Entrevista administração...........................................................44
ANEXO B – ENTREVISTAS PUBLICO ................................................................45
9
1 INTRODUÇÃO
O lazer deve ser de forma livre, de forma gratuita e sem obrigação, levando
em conta o espaço onde é praticado e a forma e os objetos que são utilizados.
Neste sentido, devemos entender os espaços em que as pessoas estão inseridas
para a prática de lazer, como no Parque Municipal Arthur Thomas na cidade de
Londrina (PR),
O Parque Municipal Arthur Thomas é uma reserva ambiental urbana
localizada em Londrina, no norte do Paraná, este contém uma área total de 85,47
hectares, e representa um dos últimos pontos remanescente da Mata Atlântica na
região norte do Paraná.
O Parque foi fundado em 1975 e aberto a visitação pública 12 anos depois
em 1987. Está localizado no perímetro urbano de Londrina a apenas 6 km do centro
da cidade, e conta com varias espécies animais e vegetais. Em nossa região somos
ricos em parques ecológicos, em nossa cidade, por exemplo, contamos com quatro
bem próximos ao centro para a prática do lazer e de atividades físicas, como o
Zerão o lago Igapó I e II, e ainda o Parque Municipal Arthur Thomas, este o centro
de nosso estudo,
Este estudo também vai nos fazer entender como surgiu e como é cuidado
este parque, as sua principal função dentro de nossa cidade, a expectativa de futuro
segundo a administração desta Unidade o que encontramos dentro do Parque
Municipal Arthur Thomas e como podemos garantir a sua manutenção
corretamente, assim contribuir para a preservação ambiental em um momento em
que vemos se falar tanto em aquecimento global, e também o principal objetivo que
é através da própria fala das pessoas entenderem o que elas buscam e qual o
sentido da pratica do lazer encontrado por estas dentro do Parque.
Este estudo segue a sugestão de SANDOVAL VILLAVERDE (1999, pg 2)
que discute a importância do lazer para o mundo em que vivemos hoje, que cada
vez mais pessoas se afunilam nos centros urbanos. O autor nos coloca que “serão
necessários mais pesquisas que contribuam para a compreensão do cotidiano do
homem e da sociedade em sua articulação com o espaço urbano”. Ele ainda
discutiu a relação homem natureza, este comportamento como é vivenciado dentro
dos parques públicos. SANTOS (1997) é o autor que mais vem discutindo este
10
assunto, e nos coloca a importância dos parques públicos bem organizados,
argumentando que o espaço é um “conjunto indissociável, solidário e também
contraditório, de sistemas de objetivos e sistemas de ação” (SANTOS 1997 pag.
51), ou seja, para a pratica deste lazer necessitamos de um local adequado que se
encaixe com o que pretendemos realizar, pois o espaço esta intimamente ligado
com o que pretendemos fazer.
Com o passar dos tempos às cidades foram crescendo cada vez mais, e
com isto surge à preocupação com os espaços verdes, chegando ao poder publico,
que hoje tem como grande desafio criar estes espaços e manter estes intactos a
ação do homem, como podemos citar a manutenção de parques, jardins e praças
públicas. Alguns autores como OLMSTED (1996), que é citado por DUARTE em
seu trabalho no 1º Colóquio Psicologia Espaço e Ambiente, já descrevem várias
limitações nos parques urbanos, desde o seu desenho arquitetônico, a manutenção
(como já foi colocado à cima), até a negligência aos aspectos a valorização social.
Com isto os parques e espaços públicos ficam um pouco de lado dentro da
valorização das políticas publicas, deixando o seu caráter de espaço de lazer, já
que o parque pode ser utilizado tanto para a prática desta atividade como de
atividades física e chegando a práticas culturais porque não, como temos vários
exemplos em nossa cidade em outros parques como Zerã o lago Igapó que sempre
no verão traz varias atividades de lazer e cultura para as pessoas que freqüentam
aquele local, estas atividades podem ser utilizadas como exemplo para não só o
Parque Municipal Arthur Thomas mais outros parques ou praças publicas de nossa
região.
Camargo (1999) assim como Dumazedier (1980) nos coloca que o lazer
deve ser gratuito e de livre escolha ao contrário do trabalho que não escolhemos
mais simplesmente nos obrigamos a realizar, o lazer deve ser prazeroso, isto não
significa que assistir programas de TV seja considerado lazer, pois os autores mais
conservadores defendem que o lazer deve ser uma atividade que contenha
movimentos.
Ainda em relação ao lazer a partir da década de 1990 sua idéia vem sendo
muito discutida em assuntos envolvendo centros econômicos, pois houve um
aumento no tempo livre das pessoas e este se tornou um mercado de trabalho em
grande expansão, como podemos citar os clubes, parques aquáticos, parques
11
temáticos entre outros, estes ambientes investem neste tempo livre das pessoas
buscando ministrar atividades a estes indivíduos para trazerem ao seu local de
atividades.
Este trabalho nos mostra como o lazer influencia a vida pessoal e cotidiana
do londrinense, seja esta para pratica somente do lazer ou para a prática de alguma
atividade física no Parque Municipal Arthur Thomas, é neste sentido que o objetivo
deste trabalho é identificar o sentido da prática do lazer para as pessoas que
freqüentam o Parque Municipal Arthur Thomas.
O trabalho se justifica pela falta de relatos na literatura do nosso município
sobre as práticas de lazer encontradas no interior do Parque Municipal Arthur
Thomas, já que este é um local tão visado por abrigar um lago, varias trilhas e uma
linda queda de água formada pelo Ribeirão Cambé, e também conter objetos
históricos que contam a historia da cidade de Londrina como, por exemplo, a
primeira Usina hidroelétrica da cidade.
O capitulo II deste trabalho nos coloca do que os autores consideram como
lazer, uma definição do lazer tanto em sua própria casa como em outros ambientes
como Parques, praças publicas e outros locais para esta pratica, no capitulo III
vamos ter uma definição metodológica sobre esta pesquisa as base que
fundamentaram a discussão sobre o assunto, os recursos utilizados durante a
realização deste trabalho já no capitulo IX temos o histórico do Parque Municipal
Arthur Thomas, como este foi criado quais os recursos encontrados dentro do
Parque como é o seu ambiente seu funcionamento suas diretrizes suas bases e no
capitulo X temos a discussão sobre o assunto lazer no interior do parque, o que
tanto a administração como os visitantes do parque esperam e acham do seu
ambiente, o que poderia mudar e o que esta bom na visão dos dois grupos.
12
2 REVISÃO DA LITERATURA
O lazer é descrito por muitos autores como forma do individuo ocupar seu
tempo fora do ambiente de trabalho, ele tem a livre escolha da atividade que lhe
proporcionara maior prazer, ao contrario do trabalho em que este mesmo individuo
tem que cumprir horários, metas tem uma obrigação. Camargo em 1999 define o
lazer como, “lazer é compensatório de uma forma mais criativa de libertação da
fadiga e de reposição as energias para o trabalho no dia seguinte”, (Camargo 1999,
p. 14).
Segundo Dumazedier (1976); lazer é “Um conjunto de ocupações às quais
o individuo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertirse,
recrear-se
e
entreter-se
ou
ainda
para
desenvolver
sua
formação
desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora,
após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações, familiares e sócias” (p. 34).
O autor nos traz de uma maneira geral que toda aquela atividade que não
envolva obrigação que é realizada com a finalidade de descontração considera se
lazer, ou seja, aquilo que nos proporcione prazer em realizar e que não seja uma
atividade obrigatória.
“A possibilidade de escolha das atividades e o caráter desinteressado de
sua pratica são características básicas do lazer” (MARCELINO 1996, p, 14). O autor
nos mostra que na sociedade em que vivemos damos um grande valor a
desempenho e não ao conteúdo da vida, ou seja, a referência é em que eu vou
mostrar para as outras pessoas e no que elas vão comentar depois, e com isto a
afirmação do lazer por si só fica defasada, pois a preocupação é com o status que
vamos demonstrar e não ao prazer da prática do lazer. Para entendermos este lazer
temos que entender aquele grupo ou individuo que esta praticando para não nos
prendermos ao parcial mais ao todo da prática do lazer daqueles indivíduos,
Marcelino (1996) ainda afirma que, “o lazer é um campo de atividade em estreita
com as demais áreas de atuação do homem”, (MARCELINO 1996, p 15).
Segundo ANTUNES (2008), a Globalização tem forte influência no estilo de
vida das pessoas como elas se comportam, como se vestem e com certeza
13
influencia diretamente na sua pratica de lazer, hoje em dia temos a TV, a internet o
vídeo game tudo dentro da própria sala de casa, então para que buscar o lazer nos
Parques ou clubes se ele esta a um clic de você.
Neste trabalho não poderíamos deixar de falar do profissional que atua na
área do lazer, hoje um profissional com a difícil tarefa de criar uma identidade sobre
sua maneira de trabalho, sobre sua profissão, Camargo em seu livro Educação para
o lazer discute bem este assunto ele nos coloca, por exemplo, as várias
nomenclaturas que este profissional recebe no seu âmbito de trabalho como,
“monitor, recreador, agente cultural, orientador social, gentil organizador, ou na sua
expressão mais elaborada, curador, promoter, programador cultural, agitador
cultural, professor” (CAMARGO 1999, p 137). Este trecho define bem o que
estamos retratando sobre este profissional e as dificuldades encontradas em
trabalhar nesta área, o que deve ser estimulado são as políticas públicas neste
setor, pois, só com uma ejeção de estímulos na área do lazer e cultura teremos
uma maior abrangência de um profissional capacitado para este trabalho, ou seja,
um profissional de Educação Física devidamente capacitado, e não várias pessoas
de várias áreas executando uma mesma tarefa com vários nomes para a mesma
finalidade, lazer.
Deixando um pouco de lado o profissional temos também que nos
preocupar com os espaços públicos disponíveis para este tipo de pratica do lazer
nas cidades, hoje em dia temos vários projetos para ampliar ruas, construção de
viadutos entre outros mais não se vê falar em construção de novos parques
públicos ou até mesmo revitalização ou manutenção dos já existentes, faltam
políticas publicas mais efetivas, pessoas que entendam do assunto como coloca
MARCELINO em 1996, “administração do espaço urbano implica um conhecimento
detalhado da organização espacial da cidade e de suas possibilidades”
(MARCELINO 1996, p 31), ainda segundo o autor estes espaços públicos envolve
toda a sociedade, pois esta diretamente ligada aos parques e praças publica na sua
manutenção cuidados com estes locais, não adianta uma política publica envolvida
com esta área se a população não fizer a sua parte.
Hoje em dia muitas pessoas em vez de buscar o lazer em parques públicos
buscam o lazer pago, em clubes ou em seus próprios condomínios, estas pessoas
buscam a segurança que o poder publico não pode oferecer em ambientes abertos,
14
ainda segundo Milton Santos (1987, p 48) “quem não pode pagar pelo estádio, pela
piscina, pela montanha e o ar puro, pela água, fica excluído do gozo destes bens
que deveriam ser públicos porque essências”. Este trecho deixa bem claro a
gravidade do assunto quando se trata de parques públicos, como é importante
entender a pratica neste local, e tentar fazer com que a administração publica de a
atenção necessária a estes locais e que os indivíduos tenham mais consciência ao
utilizarem estes espaços.
O homem com o passar dos tempos e com o crescimento das cidades vem
perdendo seu espaço de lazer vem ficando confinado em sua casa com medo de
sair às ruas temendo a violência, segundo SILVA em 2004, “a concepção que se
tem da cidade enquanto lócus e moradia e trabalho do homem urbano deve ser
considerado também, como um espaço que possibilita a vivencia e pratica de
atividades recreativas e de lazer no seu cotidiano” (SILVA. Edina 2004, pag. 2), o
autor nos deixa claro a importância da convivência cotidiana da pratica do lazer para
a distração humana, o homem necessita deste momento de uma atividade recreativa
para que possa fugir um pouco desta rotina de trabalho e preocupação, sendo que
ate mesmo na pratica de lazer ele busca a segurança e por isso o crescimento em
tão larga escala dos clubes, dos parques aquáticos entre outros que oferecem o
lazer em um ambiente fechado, em um ambiente pago e o mais importante em um
ambiente seguro, o que não encontramos nas praças e nos vários parques públicos
abertos dos grandes centros urbanos.
Ainda segundo sobre este assunto DAMIANI em 2002 nos coloca que “o
lazer nos espaços urbanos não se restringe às estratégias econômicas e políticas,
ele também é uma conquista, não importa a classe social que o indivíduo ocupa e
nem em qual espaço físico ele se situa” (DAMIANI 2002, pag. 47), este lazer que a
autora coloca tem haver com o prazer momentâneo, o prazer de um domingo a tarde
ir a um estádio de futebol, com várias pessoas ao seu redor em um local apertado
ouvindo palavrões e sofrendo vários empurrões, mais aquele é um local prazeroso,
pois ali não importa a classe social todos estão para a mesma finalidade, torcer para
aquele time e ao final se o seu time saiu com a vitória aquela foi uma tarde de lazer
uma tarde alegre proveitosa, mais se o time perde se torna uma tarde triste, o que
antes era o lazer do domingo passa a ser considerado como uma tristeza uma
15
decepção, e assim é para todos independente da classe social ou time que ele
venha a torcer ali são todos iguais.
Para finalizar um breve trecho da representatividade do trabalho e do lazer
ao homem dos tempos moderno, “Historicamente educado para o trabalho,
produção e consumo, o ser humano sente-se despreparado para lidar com esse
tempo regido pela lógica do capital, um meio de sua alienação e consumismo,
chegando muitas vezes a consumi-lo, inclusive no âmbito do lazer” (DE GÁSPARI,
2005 pag. 2), ou seja, nem nos momentos de lazer o homem moderno deixa o
consumismo, para o lazer ser realmente representativo ele deve consumir algo, pois
foi educado a isto, ele deve ser consumidor, “O homem aspira à eternidade,
entretanto, não sabe o que fazer em uma tarde de chuva” (DE GÁSPARI 2005, pag.
2).
16
3. – ENCAMINHAMENTO TEÓRICO-METODOLÓGICO
3.1 – Modelo de Pesquisa
A nossa pesquisa se trata de um estudo de natureza qualitativa e descritiva.
Segundo Minayo, (2004) “às metodologias de pesquisa qualitativa
entendidas como aquelas capazes de incorporar a questão do significado e da
intencionalidade inerentes aos atos, ás relações, e as estruturas sócias” (MINAYO
2004, p, 10). Seguindo esta linha de pensamento Richardson (1999), deixa bem
claro que, além disto, na pesquisa qualitativa não existe um instrumento estático pré
definido como nos outros métodos, ela não pretende medir ou numerar unidades
mais entender o processo o ambiente em que o pesquisador esta inserido.
Uma pesquisa com abordagem qualitativa se caracteriza por seu enfoque
interpretativo, sendo assim, as técnicas de investigação não constituem o método de
investigação. A pesquisa qualitativa observa o fato no meio natural.
A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares.
Ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de
realidade que não pode ser qualificado. Ou seja, ela trabalha
com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças,
valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais
profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que
não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.
Minayo (1994, p.21 e 22).
Uma pesquisa descritiva costuma ser direcionada, ao longo do seu
desenvolvimento, além disso, não busca enumerar ou medir eventos e geralmente
não emprega instrumental estatístico para análise dos dados; seu foco de interesse
é amplo e parte de uma perspectiva de diferentes significados no campo das
ciências sociais. O método descritivo foi fundamental no estudo com o propósito de
descrever a pratica do lazer dos freqüentadores do Parque, e até mesmo o parque,
o que facilitou a investigação e o descrever as características daquele fenômeno que
abordamos.
A opção pelo método da análise do discurso se justifica na fala de Orlandi
(1996, p.12) que nos diz que é “pelo discurso que melhor se compreende a relação
entre linguagem/mundo, porque o discurso é uma das instâncias materiais
17
(concretas) dessa relação”. Para a análise do discurso, “a língua é tomada como
prática: mediação, trabalho simbólico, e não instrumento de comunicação” (Orlandi,
1996, p. 28). Nesse sentido, trabalha a língua no mundo, como maneira de significar,
considerando a produção de sentidos enquanto partes de suas vidas, seja enquanto
sujeito, seja enquanto membros de uma sociedade. Lançamos mão da análise do
discurso por ter como ponto fundante que a materialidade da ideologia é o discurso
e a materialidade do discurso é a língua.
3.2 – Coletas de Dados
Utilizamos um questionário semi-estruturado, que foi montado pelo próprio
pesquisador e seu orientador para a coleta dos dados. Foi levada uma carta de
apresentação pelo pesquisador ao responsável do parque e agendado uma
entrevista com o mesmo, para o inicio da pesquisa. Após este primeiro passo foi
realizado visitas em dias de sábados e domingos ao parque para observação que foi
registrado em um caderno de campo do publico que ali freqüenta em horários
diferenciados, para observação de qual tipo de pratica aquelas pessoas buscam.
Após este processo iniciamos a coleta de dados através da pesquisa com
questionário, foi abordado pessoas aleatoriamente sempre fazendo a identificação
do entrevistador e os fundamentos da pesquisa, sempre deixando claro que sua
identidade seria mantida em sigilo, após seu consentimento era realizado as
perguntas e todas as respostas eram gravadas em um gravador digital da marca
Gama Power modelo Ic Recorder GP-8DR, e depois analisado os pontos marcantes
da entrevista.
Fizemos uso também de um caderno de campo onde foram anotadas as
observações que íamos realizando em nossas caminhadas pelo parque, anotando
as características dos freqüentadores, suas atitudes, o que percebíamos de
importante no parque e que poderia ajudar na pesquisa e também conversas
informais realizadas com pessoas ligadas ao parque.
18
4 – Descrição do campo de pesquisa
FOTO 1 Entrada principal Parque Municipal Arthur Thomas
Foto: Paulo A. Correa 2009
O Parque Florestal Arthur Thomas foi criado em 1975 e aberto ao publico
em 1982 situa-se no perímetro urbano da cidade de Londrina no norte do Paraná
contendo uma área de 85,47 hectares de mata, sendo um dos últimos pontos de
mata atlântica do norte do Paraná. O Parque recebeu o nome de Arthur Thomas em
homenagem ao desbravador e fundador de Londrina. Arthur Hugh Miller Thomas era
escocês, nascido em 13 de dezembro de 1889 em EdimburgoArthur Thomas foi
convidado pelo Lord Simon Lovat a chefiar no Brasil a empresa “Brazil Plantations
Syndicate”, que tinha como principal negócio o plantio de algodão. Em 1925, passou
a chefiar a Companhia de Terras Norte do Paraná, empresa responsável pela
doação da maior área que hoje compõe o Parque.
No dia oito de fevereiro de 1939 foi inaugurada a primeira usina
hidroelétrica de Londrina Engenheiro Fernando de Barros que se situa onde hoje é o
Parque, esta ficou em funcionamento durante 28 anos e no dia dez de outubro de
1967 foi desativada.
19
FOTO 2 (A)
FOTO 3 (B)
Legenda: (A) Usina; (B) Barragem
Fotos: (A) Universidade Estadual de Londrina e (B) SEMA
A usina e a barragem foram construídas para gerar energia elétrica para o
município de Londrina utilizando a potência hidroelétrica do Ribeirão Cambé. A usina
localiza se ao final da trilha da Cuíca a esquerda do Ribeirão Cambé.
20
O Parque Municipal Arthur Thomas foi criado inicialmente para uma
implantação de uma área de lazer no município de Londrina, constitui hoje uma das
poucas áreas de preservação permanente e existente na área urbana do município.
Alem disto a área do parque constitui um importante regulador do equilíbrio dinâmico
dos recursos hídricos da bacia hidrográfica do Ribeirão Cambé, devido à quantidade
de córregos existentes no parque que deságuam no Ribeirão e devido à
considerável extensão deste Ribeirão no interior do Parque. Além disto, hoje em dia
o Parque Municipal Arthur Thomas tem uma grande possibilidade em aumentar sua
área passando de 85 hectares para aproximadamente 225 alqueires de uma área de
preservação ambiental, a fazenda Refugio seria esta área, possui aproximadamente
140 alqueires de mata e foi considerado um ponto estratégico devido a sua
possibilidade de sua incorporação ao Parque Municipal Arthur Thomas e a formação
de um corredor ecológico com outras áreas protegidas do município, como o futuro
Parque Tibagi e o Parque Dr. Daisuku Ikeda. O parque é administrado pela
Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SEMMA), que se localiza dentro do Arthur
Thomas, juntamente com a Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento e
ainda o Centro de Estudos Ambientais (CEA).
FOTO 4 Centro de Educação Ambiental
Foto: Paulo A. Correa 2009
21
O Parque Municipal Arthur Thomas conta hoje com uma estrutura ainda
deficiente para receber seus visitantes durante a semana e aos finais de semana,
tem sua entrada principal pela Rua Natureza 155 no Jardim Pizza zona Sul de
Londrina, conta com um estacionamento para aproximadamente 100 carros e motos,
logo na entrada do Parque nos deparamos com várias informações de como
devemos nos comportar com os animais no interior do parque, mais abaixo ainda na
trilha principal temos o Centro de Educação Ambiental com vários exemplares de
livros que são utilizados por alunos em visitas ao Parque, um pouco abaixo temos o
espaço Coruja em que teremos uma visão privilegiada de todo o Parque, ao lado do
espaço Coruja temos um parquinho para as crianças com gangorras, escorregador e
balanços para que as crianças além do contato com a natureza possam divertir
neste local. Também a um espaço dentro do Parque que é destinado ao artesanato,
o espaço Palmeira, este fica em frente ao lago e além de oferecer artesanato local
tem uma lanchonete com sucos doces e salgados.
FOTO 5 Parque das crianças
Foto: Paulo A. Correa 2009
22
FOTO 6 Espaço Palmeiras
Foto: Paulo A. Correa 2009
A principal trilha do Parque é a Trilha da Capivara, trilha esta onde ocorre o
maior fluxo de visitantes. Seu percurso é de aproximadamente 1.687 m, tendo seu
inicio logo após o centro de visitantes e percorrendo todo o entorno do lago da
represa do Cambézinho. Esta é toda calçada, que se encontram na sua maioria em
boa condição de uso. Nesta mesma trilha ao lado direito do lago, de acordo com o
sentido do percurso da água, são encontrados banheiros disponíveis para os
visitantes. Os sanitários encontram-se em condições adequadas para uso dos os
usuários. Uma trilha secundária faz parte também deste trajeto, sendo paralela a
trilha da margem direita do lago, porém, esta difere da principal por não possuir
calçamento, composta somente por terra batida e grama. Esta trilha era mais
utilizada para as pessoas utilizarem o pedalinho para passearem pelo lago, hoje em
dia é pouco utilizada, pois não existe mais pedalinho devido o assoreamento do
lago.
23
FOTO 7 Trilha ao redor do lago
Foto: Paulo A. Correa 2009
A trilha da Cuíca inicia-se logo apos a ponte localizada depois do verte
douro da barragem, sua extensão é de aproximadamente de 825 m, e seu ponto
final é na antiga Usina Cambé. Todo percurso possui um calçamento de
paralelepípedo, com uma boa largura capaz de passar tranquilamente um veículo
comum por toda sua trajetória. Esta trilha se liga a diversas outras do Parque, dando
acesso aos mirantes para a cachoeira, sendo que próximo a escadaria para um dos
mirantes, se da início a Trilha da Cotia, esta por sua vez dar-se início próximo a
escadaria que leva ao mirante à jusante da cachoeira, com um percurso próximo dos
611 m. Seu percurso também possui calçada até seu final, porém apesar de ser
facilmente percorrida na sua trajetória, ela é bem mais estreita que a trilha da Cuíca
e encontra-se em um ponto com maior declividade. Paralelo a esta trilha, existe uma
calha de drenagem que levava água do ribeirão Cambé para abastecer a Usina.
Quase no final desta trilha, existe uma grande erosão, provavelmente oriunda das
atividades da usina, que acarretaram no carregamento de sedimentos aos cursos
d'águas.
24
FOTO 8 Trilha chegada a Usina
Foto: Paulo A. Correa 2009
FOTO 9 Trilha bloqueada por assoreamento
Foto: Paulo A. Correa 2009
A Trilha dos Macacos tem seu inicio logo no final da trilha da Capivara,
antes da travessia da ponte após a barragem, na margem direita do Ribeirão
Cambé. Seu percurso estende-se até o limite do perímetro do Parque com cerca de
1.047 m, com todo sua extensão composta por chão batido e vegetação de pequeno
25
porte. Apesar do nome, esta trilha não é a de mais fácil visualização dos macacos
existentes no Parque, hoje em dia está trilha se encontra fechada a visitação publica
devida as suas dificuldades no trajeto como já foi descrito acima, logo em seguida
temos a trilha do Jaboti inicia-se bem próximo da Usina, no final da Trilha da Cuíca e
vai de encontro até quase no final da Trilha da Cotia, com um trecho em escadaria
de aproximadamente 188 m. A Trilha do Quati está localizada próxima a metade da
Trilha da Cuíca, onde se inicia a escadaria que leva até a trilha do lagarto. Todo o
trajeto é composto por escadas desprovida de corrimão. Seu percurso é de 129 m,
em um local de baixa declividade, é passa perto do rio Cambe.
FOTO 10 Trilha dos Macacos (fechada)
Foto: Paulo A. Correa 2009
A Trilha do Lagarto é composta pela continuação da Trilha do Quati, que
leva os visitantes ate o mirante localizado à jusante da cachoeira. Sua extensão é de
123 m, e em sua grande maioria, a trilha vai paralelamente ao ribeirão Cambé, e por
fim temos a trilha do Beija-Flor que tem o menor percurso de todas somente 24 m,
trata-se da pequena escadaria que leva ate o mirante à montante da cachoeira.
Localiza-se um pouco após o início da Trilha da Cuíca.
26
FOTO 11 Mirante acima da cachoeira
Foto: Paulo A. Correa 2009
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Uma das coisas bem visível em todo o decorrer da visita ao parque são as
informações sobre a fauna e a flora existente naquele local sem contar as inúmeras
placas com os dizeres “não alimentem os animais”, o que parece não ser observado
por vários visitantes que dão alimentos aos macacos, aos pássaros entre outros. No
decorrer das trilhas é observado além da sujeira que se encontra no rio, muito lixo
deixado pelos visitantes apesar de várias lixeiras em todo o percurso, são saquinhos
de salgadinhos, garrafas pets de refrigerantes, papéis e várias outras sujeiras
deixado pelo caminho.
28
FOTO 12 Lixo abaixo da cachoeira
Foto: Paulo A. Correa 2009
FOTO 13 Alertas na entrada do Parque
Foto: Paulo A. Correa 2009
Apesar do que se é colocado no Plano de Manejo “É proibido jogar qualquer
tipo de resíduos no interior do Parque que prejudique a sua integridade física,
biológica, paisagística, sanitária ou cênica; É proibido lançar quaisquer produtos ou
substâncias químicas, resíduos líquidos ou sólidos não tratados de qualquer
29
espécie, nocivas à fauna e flora em geral, em águas interiores ao Parque, bem como
no solo e no ar, exceto para casos especiais autorizados pela SEMA;” as pessoas
não se preocupam com o fato de que não estão apenas prejudicando o Parque mais
a si mesmas, pois com este tipo de atitude cada vez mais o Parque Municipal Arthur
Thomas perde sua beleza e seus atrativos naturais.
O lago logo no inicio do Parque nos da uma amostra do descaso com a
natureza, o assoreamento é o principal deles onde as capivaras cruzam o lago de
um lado ao outro sem precisar nadar em nenhum instante, é possível ver até
carrinhos de bebê jogado dentro do lago, o que nos deixa triste por ser um local de
preservação ambiental. Após descrever todos estes péssimos exemplos que são
encontrados no Parque Municipal Arthur Thomas fica uma questão no ar, será certo
o Parque ser aberto ao publico em tempo integral como se encontra hoje em dia?
FOTO 14 Deságüe de calhas fluvial
Foto: Paulo A. Correa 2009
30
FOTO 15 Assoreamento do lago
Foto: Paulo A. Correa 2009
Segue a seguir um breve trecho que é encontrado no Plano de Manejo e
Conservação do Parque Municipal Arthur Thomas que nos foi fornecido pela
administração que nos ajudara há refletir um pouco sobre esta questão levantada há
pouco.
“Nas entrevistas realizadas com as comunidades do entorno,
foi possível observar que embora haja consenso quanto à
importância da Unidade de Conservação para a região, como
patrimônio público, área de preservação ambiental, parque de
lazer, local de descanso, passeio, educação ambiental, refúgio
para espécies da fauna e flora, é igualmente, um Parque
Municipal que apresenta diversos problemas como: invasão de
animais, fator que segundo alguns moradores do entorno
imediato, estaria sendo provocado devido à falta de tratamento
adequado e alimentação dos animais (macacos), motivo da
fuga de indivíduos do Parque rumo às propriedades mais
próximas, causando grandes transtornos à população local.
Além da invasão de animais, os moradores relatam que a
Unidade de Conservação acabou se transformando em refúgio
para tráfico de drogas, particularmente, junto às divisas
31
(Jardim Piza, Vale do Cambezinho-Rua Charles Lindemberg),
com a existência de trilhas nas proximidades das moradias
(Jardim Piza); cercas danificadas; (falta de redutores de
velocidade nas vias de acesso ao Parque e entorno imediato,
tráfego intenso de veículos na região, principalmente de
alunos oriundos a Universidade Norte do Paraná - UNOPAR,
com atropelamentos de animais e com grandes riscos para a
segurança dos moradores.
A falta de segurança no interior e imediações do Parque, foi
outro aspecto considerado pelas comunidades do entorno
como de suma importância para a melhoria das condições do
Parque e áreas do entorno, levando-se em consideração a
pouca efetividade dos agentes de segurança na cobertura da
Unidade de Conservação, particularmente em áreas mais
isoladas ou de difícil acesso, junto a trilhas, divisas (áreas com
cercas danificadas) áreas de floresta, locais freqüentados
pelos moradores, visitantes, mesmo durante o dia”. (Plano
Manejo e Conservação, pag 39,40).
Muitas pessoas que passam por ali não estão preocupadas com a
preservação, mais sim em destruir como é verificado em torno de vários pontos do
parque, a latões para coleta de lixo mais preferem jogar no chão, a cercas para
separa os animais do parque com o convívio urbano, mais muitas pessoas derrubam
estas cercas pelo simples prazer de destruir, é assim que encontramos o parque
hoje, poucas pessoas para a sua conservação e muitas para destruir.
32
FOTO 16
FOTO 17
Fotos 16 e 17: Airton Laufer Junior e Leticia Ulandowski, 2004
Para finalizar nossa descrição do Parque Municipal Arthur Thomas segue
algumas normas que descreve qual a finalidade do Parque na cidade de Londrina e
o porquê este foi criado, assim como a descrição do que venha a ser uma Unidade
de Conservação a qual este Parque se encaixa segundo as leis Municipais e
Estaduais. “São propostos os seguintes objetivos específicos de manejo do Parque
Municipal Arthur Thomas:
33
Proteger e recuperar amostras do bioma Mata Atlântica e da Floresta
Estacional Semidecidual;
Proteger espécies da flora do Parque classificadas, na Lista Vermelha de
Plantas Ameaçadas de Extinção no Estado do Paraná (SEMA/GTZ, 19951), como
“espécies raras”, sendo elas: o jaracatiá (Jacaratia spinosa), a peroba-rosa
(Aspidosperma polyneuron), o pinheiro-do-Paraná (Araucaria angustifolia), o
canemuçu (Tetrorchidium rubrivenium) o feijão-cru (Lonchocarpus muehlbergianus),
a
cabreúva
(Myrocarpus
frondosus),
e
o
jacarandá-branco
(Machaerium
paraguariense);
Promover o conhecimento do histórico de ocupação humana na região;
Proteger os recursos hídricos existentes no Parque, contribuindo para a
preservação da bacia hidrográfica do ribeirão Cambe;
Possibilitar atividades de turismo histórico, cultural e científico,
observando sempre a capacidade suporte do Parque; e,
Promover a valorização do Parque junto a população local através de
ações de educação e interpretação ambiental no Parque, enfocando o aspecto
histórico-cultural e a importância do Parque como Unidade de Conservação.
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) foi instituído em
18 de julho de 2000, pela Lei n° 9.985 e estabelecem critérios, normas para criação,
implantação e gestão das UC em nível Federal, Estadual e Municipal. São objetivos
do SNUC:
Contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos
genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais;
Proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e
nacional; Contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de
ecossistemas naturais;
Promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;
Promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da
natureza no processo de desenvolvimento;
Proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica;
Proteger as características de natureza geológica, geomorfológica,
espeleológica, paleontológica e cultural;
Proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos;
34
Recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;
Proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica,
estudos e monitoramento ambiental;
Valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica;
Favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a
recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico; e,
Proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações
tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e
promovendo-as social e economicamente”.
As “UCs (unidades de conservação) são descritas segundo o Plano de
Manejo do Parque Municipal Arthur Thomas como tendo, “objetivo básico à
preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza
cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de
atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a
natureza e de turismo ecológico” (Plano de Manejo encarte um pag.14).
35
CAPITULO V
5. O PAPEL DO PARQUE NO DISCURSO OFICIAL: PRESEVAÇÃO X
LAZER.
Em conversas informais e discurso coletado com a administração do
Parque, identificamos um sentido presente em seu discurso que remete ao Parque
Municipal Arthur Thomas ser compreendido como uma Unidade de Conservação
Ambiental. Mas o que vem a ser isto? O Parque na sua essência deve ser destinado
apenas à conservação da fauna e da flora local, “apesar da área reduzida, a
existência do Parque se justifica tão somente pela representação de um
remanescente de cobertura florestal, que anteriormente cobria toda a região” (Plano
de Manejo encarte 3 pag. 109).
Identificamos no Plano de Manejo uma estrutura discursiva que remete
também a área de lazer: “implantação de uma área de lazer. Sendo de grande
importância para a preservação do patrimônio histórico e da própria história do
desenvolvimento da cidade de Londrina”, (Plano de Manejo encarte 3 pag. 109).
Tomando como base os dois trechos descritos, identificamos no discurso
oficial um sentido que remete ao parque ser, fundamentalmente, um espaço de
preservação ambiental. Enquanto espaço de lazer fica vinculado a este sentido
fundante, desde que a prática de lazer não atrapalhe e interfira na essência do
Parque.
Mesmo estando descrito presente no discurso oficial que o Parque é
destinado ao uso e prática de lazer dos munícipes, não encontramos em nossas
observações ações significativas para que a população faça uso deste espaço para
suas práticas de lazer, como ações afirmativas para os freqüentadores, divulgação
na mídia, projetos culturais e de lazer que mobilizassem um número maior de
pessoas ao parque. Enquanto área de lazer o Parque possui cada vez menos
espaços abertos a população.
Também identificamos nos discurso do responsável pelo Parque Municipal
Arthur Thomas um sentido que remete ao discurso oficial presente no Plano de
Manejo: “desenvolver projetos de educação ambiental”. Pare este ator, o parque não
necessariamente deveria ser aberto a população, pois muitas vezes o uso deste
36
espaço para prática de lazer ameaça a vida da fauna e flora do parque, ameaçando
o sentido primário do parque: preservação e conservação ambiental.
Este discurso também foi identificado em várias pessoas ligadas ao Parque.
Em conversas informais feitas e anotadas no caderno de campo, os discursos
destas pessoas remetem a um sentido de que o que deve ser colocado em primeiro
plano é a preservação ambiental, devendo o parque cumprir somente papel de
educação ambiental, com visitas escolares agendadas para que as crianças
conheçam a historia de Londrina, e não aberto diretamente ao público.
Este sentido identificado que remete mais a preservação ambiental do que
espaço para lazer se fortalece ainda mais quando o responsável pelo parque diz que
o ideal para ele e sua administração “seria um limite de visitantes ao Parque, que
este limite não ultrapasse os 50.000 visitantes ano”. Para este ator, este limita “daria
uma margem de segurança maior a fauna do parque, pois o barulho dentro da
Unidade seria bem menor, assim não afastaria os animais”.
Este sentido se materializa quando lhe é perguntado sobre o que ele espera
do futuro do Parque: “seja traduzido no cumprimento integral do Plano de Manejo e
na execução de projetos complementares que venham a fortalecer sua fauna e sua
flora”, ou seja, na sua administração a prioridade é a proteção da Fauna e da Flora
existente no Parque e não somente os momentos de lazer que este Parque oferece
aos seus visitantes, pois se este interferir no ambiente natural dos animais com
certeza será tomado atitudes a respeito.
A tabela abaixo vai nos mostrar um histórico desde o ano de 2000 quando o
senhor Sidnei passou a administrar o Parque Municipal Arthur Thomas, nela está
registrada mês a mês a quantidade de visitantes que passam pelo parque todos os
anos e o interessante de ser observado é como este número logo após o quarto e
sexto ano de sua administração se aproxima do seu discurso que seria de no
máximo 50.000 visitantes. Acreditamos que isto se dá pela quantidade de eventos
que era realizado dentro desta Unidade antes de sua administração que passou a
não ter tanto incentivo, o que deixa bem claro que mesmo este Parque sendo um
ambiente utilizado ao lazer, ele tem em um primeiro instante a natureza em seu
primeiro plano.
37
VISITAÇÃO PARQUE ARTHUR THOMAS
ano
base
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
jan
fev
mar
abr
mai
jun
jul
ago
set
0
0
0
0
0
0
0
0
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0
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0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
jan
fev
mar
abr
mai
jun
jul
ago
set
20.830 8.230 8.966 11.513 6359 10356 8333 6709 10186
6.146 6.883 6.025 9814 5667 7016 8175 10223 10738
10.022 11.698 11.938 7061 6550 8672 5514 10041 8780
4.651 6.825 9.258 6295 6289 11041 7687 6920 6628
7.566 9.029 7.883 6789 5385 4019 5723 6814 6240
6.871 5.448 4.673 5122 5158 4353 4989 5546 3638
6.399 4.382 4.909 6182 4919 3742 5622 6254 4658
4.698 5.137 5.561 5251 4468 5682 6498 5585 8346
4.763 3.969 4.456 3.113 4.019 3.717 6.917 6648 5.310
7.187 7.540 6.137 6.242 4.981 4.177 4.446 6.102
out
nov
dez
0
0
0
96.313
0
0
0
113.322
0
0
0
111.899
0
0
0
129.246
0
0
0
145.755
out
nov
dez 144.335
17209 11240 8641 128.572
11098 8962 7761 98.508
10750 7990 8680 107.696
5169 7500 8680 86.943
4165 5605 5291 74.509
4948 4148 3144 58.038
7572 5993 5133 65.765
4592 4839 6434 67.091
5.681 6.106 8.309 63.008
46.812
6 O PAPEL DO PARQUE NO DISCURSO DO USUÁRIO: LAZER EM
FAMÍLIA
O lazer ocupa espaço significativo na vida em família, principalmente nas
redes de relações que se estabelecem. De acordo com Iwanowicz (2000), as
pesquisas sobre lazer demonstram a sua contribuição significativa ao longo da vida,
não por simples participação nas atividades de lazer, mas porque “o lazer fornece
um foro para as interações importantes e significativas na formação de auto-conceito
e para o sentido de bem estar” (p.107).
Buscando realizar uma análise dos sentidos encontrados nos discursos dos
usuários, e também fazendo uso das observações, acreditamos poder apontar um
sentido que remeta para o papel do Parque Municipal Arthur Thomas ser
espaço/ambiente para a prática do lazer em família, ou seja, as pessoas que
buscam aquele espaço para a visitação buscam em seu todo, a segurança que o
parque oferece, buscam a tranqüilidade, o silêncio do Parque, o verde o espaço
natureza, e o ambiente familiar, como nos foi colocado nas entrevistas.
O que ficou bem marcante em todos os discursos dos entrevistados foi à
busca por um espaço e momento de vivência do lazer em família. Dois sentidos
38
marcantes que acreditamos justificar esta tomada de posição remetem ao parque
como um espaço seguro, um ambiente fechado e sempre ser encontrado circulando
nas trilhas os seguranças do parque, e também a busca pelo contato com a
natureza, os bichos, as árvores que as famílias buscam para apresentarem aos
seus filhos.
Pesquisa realizada Iwanowicz (2000) sobre as relações familiares de lazer na
população brasileira indicam que as atividades no meio familiar mudam conforme a
fase da vida; que as escolhas das situações de lazer ocorrem em função dos
objetivos que a família busca numa determinada fase, e que os conteúdos das
situações de lazer refletem as metas que caracterizam as fases da vida como, por
exemplo: conhecer e explorar o mundo na infância, que é considerada a fase da
descoberta; ensinar os filhos na fase adulta, a qual consiste na formação do próprio
núcleo familiar; ensinar e brincar com os netos, na fase ampliada pelo casamento
dos filhos e nascimento dos netos.
Identificamos também que inclusive as novas amizades e parentes que
freqüentam a casa são trazidos pelos filhos É um momento, como assegura, em que
pais e filhos, ambos adultos, podem compartilhar como iguais e isso pode configurar
uma grande e intensa transformação, assim como também afirma Dumazedier
(1994).
Tentando fazer uma descrição das pessoas que freqüentam o local foi
encontrado pessoas de todas as regiões da cidade. Mesmo aquelas que não
aceitaram participar da entrevista, aos serem indagadas sobre a localidade onde
morava respondiam e o interessante é que eram pessoas da zona norte, centro
leste oeste, mas ainda na sua maioria eram pessoas da zona sul da cidade de
Londrina. Em uma das entrevistas para surpresa a entrevistada era de outra cidade
(Cambará PR), e uma das partes marcante da entrevista é que na cidade onde ela
mora não conhece nada parecido com o Parque Municipal Arthur Thomas:, “Eu
acho legal, na minha cidade não tem nada parecido, a natureza o lago, um monte
de arvores, macacos, eu acho legal o espaço da natureza as arvores o rio, na nossa
cidade só tem um rio onde a gente faz caminhada em volta” (entrevistado 1).
39
FOTO 19 As Capivaras e a população
Foto: Paulo A. Correa 2009
Um dos pontos colocado pelos entrevistados sobre o porque acreditavam
que muitas pessoas não freqüentavam o parque foi colocado a falta de atrativos do
Parque, “Eu acho que deveria ter mais atividades antigamente tinha pedalinho eu já
vim no pedalinho já andei no pedalinho, atraia bastante as crianças” (entrevistado 1)
“Faltam também atividades para as crianças, conhecer o parque a natureza os
animais um instrutor nos finais de semana ter alguma coisa para prender a atenção
deles na natureza” (entrevistado 4)
Assim como é exposto pelo entrevistado 1, o Plano de Manejo do Parque
(preservação e conservação em primeiro plano) e as fotos nos mostram bem a
impossibilidade de existência do pedalinho. Hoje em dia não há condições de haver
pedalinhos no lago, o assoreamento é tanto que os pedalinhos ficariam encalhados,
não ha possibilidade de navegar no lago. Relacionado ao entrevistador 4 foi
questionado ao senhor Sidnei do por que só as escolas ter este acompanhamento
de pessoas responsável em apresentar o Parque as crianças, apresentar a fauna e
a flora, o que ele aponta é a falta de estagiários e pessoas contratadas pelo Parque
para trabalhar aos finais de semana já que os recursos do Parque e a legislação
não permite que seja contratados estagiários para atuar nestes dias, a não ser que
sejam voluntários o que torna este trabalho tão difícil de ser realizado.
40
FOTO 20 Assoreamento do Lago (2º ponto)
Foto: Paulo A. Correa 2009
Também foi encontrado na fala de outro entrevistado o parquinho que
encontramos no interior do Parque Arthur Thomas, “tem os animais tem agora o
parquinho para as crianças, sempre quando eu venho eu trago meus sobrinho e
meu filho” (entrevistado 2). Este discurso remete ao prazer que pode ser vivenciado
pelas crianças neste espaço, de maneira segura e em contato com a natureza.
Acreditamos que isto é importante pois, estas crianças desde cedo crescem com o
convívio direto com a natureza, num processo de educação social significativo.
Um discurso que remete a educação ambiental e também foi uma das
coisas observadas nas várias entrevistas é a preocupação com a limpeza do lago, o
que gera um contraste. Se existe a preocupação das pessoas com a limpeza
porque encontramos tanta sujeira no decorrer das trilhas o dos córregos? O que foi
observado pelo pesquisador durante o tempo em que ficou no Parque Municipal
Arthur Thomas, foi que varias pessoas ao serem questionadas da limpeza do
parque sempre diziam do mal estado de conservação, ou seja, sobre a limpeza do
Parque não ser a ideal, mais o que foi observado com o passar do tempo é que
estas mesmas pessoas jogam papel e saquinhos de salgadinhos no chão, um
comportamento que se contrapõe aos discursos já que este é um local de
preservação ambiental e também de lazer.
Ao observarmos estas ações é que ainda mais faz sentido o discurso das
41
pessoas ligadas à administração do parque quando remetem até mesmo ao
fechamento do parque a população e se tornar exclusivamente um local de
preservação da fauna e da flora.
FOTO 21 Lixo no lixo
Foto: Paulo A. Correa 2009
42
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluindo este trabalho temos a idéia de que as pessoas que ali
freqüentam em relação à administração do parque têm um discurso sobre o
ambiente parecido, ligando o parque sempre a um local de preservação ou no
discurso oficial de preservação ambiental, e ainda mais, o publico que ali vai para o
seu lazer esta ali por ser um local familiar, local tranqüilo um Ambiente seguro que
proporciona um contato direto com a natureza, o que traz em um segundo momento
a preocupação com o meio ambiente os cuidados que este publico tem com a
natureza a sua consciência dentro do parque, o que faz com que a administração do
parque cogite a idéia de fechamento a visitação publica, e esta seja somente as
escolas em dias de semana,
Isto faz nos pensar em um uma campanha de conscientização no interior do
Parque Municipal Arthur Thomas, para que este seja sempre um local na cidade de
Londrina onde possamos levar nossos filhos para ter este contato com a natureza, e
conscientizá-los da preservação do meio ambiente no mundo em que vivemos e
sempre termos este local para esta pratica do lazer.
43
7 REFERÊNCIAS
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CAMARGO, Luiz Octavio de Lima . Educação para o Lazer , 1º edição, Editora
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______. A revolução cultural do tempo livre. São Paulo: Studio Nobel; 1994.
IWANOWICZ JB. O lazer do idoso e o desenvolvimento prossocial. In: Bruhuns HT,
organizador. Temas sobre o lazer. Campinas: Autores Associados; 2000. p. 101129.
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prefeituras. Editora Autores Associados, S
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em saúde, 8º edição Editora Hucitec, São Paulo 2004.
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Petrópolis, Vozes, 1996.
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44
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Editora Atlas S. A. São Paulo 1999.
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Hucitec, São Paulo 1997.
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VILLAVERDE, Sandoval, Da Natureza do Espaço ao Espaço da Natureza, Reflexão
sobre corpo-natureza em parques públicos urbanos. Dissertação de mestrado,
Universidade Estadual de Campinas, 1999.
SILVA. Edina Aranha Especialização, territorio e vivencia dos moradores nas praças
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DAMIANI, Amélia Luisa. Turismo e lazer em espaços urbanos. In: RODRIGUES,
Adyr B. (org.). Turismo, modernidade, globalização. 3. ed. São Paulo: Hucitec,
2002.
DE GÁSPARI. Jossett Campagna, Reconstruindo o lazer a partir de um periódico
científico, Motriz, Rio Claro, v.11, n.2, p.131-140, mai./ago. 2005
45
ANEXOS
ENTREVISTAS ADMINISTRAÇÃO (A)
A pesquisa se inicia com o questionário aplicado ao responsável pelo
Parque Florestal Arthur Thomas Sidney Antonio Bertho, para entendermos como é
o funcionamento e administração do Parque, e o que esperarmos de melhorias para
este local que hoje para muitos londrinenses é uma referencia em lazer e
tranqüilidade a esta cidade tão agitada.
O que é o Parque Arthur Thomas?
O Parque Arthur Thomas reconhecido pela sua relevância em 1996 é uma
Unidade de Conservação Municipal reconhecido pelo Instituto Ambiental do Paraná
e parte integrante do Sistema de Unidades de Conservação da cidade de Londrina,
constituído de 04 (quatro) unidades UCs (unidades de conservação) sendo 02
(duas) municipais, 01 Parque Estadual e 01(uma) RPPN – (Reserva Particular do
Patrimônio Natural).
O que significa o parque para você?
O parque a meu ver significa um espaço físico de alta relevância, onde se
podem desenvolver projetos de educação ambiental, opção de lazer de qualidade
aberta gratuitamente aos cidadãos londrinenses e de municípios próximos; e acima
de tudo um grande desafio de se honrar o objetivo inicial de sua criação, ou seja,
lutar a cada dia pela conservação de sua flora e sua fauna ante a pressão de seu
entorno com a falta de sensibilização ambiental de seus vizinhos.
O que você espera do parque no futuro?
Que haja um cuidado maior com este patrimônio ambiental da cidade
Londrina, e que este anseio seja traduzido no cumprimento integral do Plano de
46
Manejo e na execução de projetos complementares que venham a fortalecer sua
fauna e sua flora.
ENTREVISTAS PUBLICO (B)
ENTREVISTA UM.
Entrevistador: Porque você vem ao parque Arthur Thomas?
Entrevistado1: A gente vem a passei a cidade de Londrina na casa de
parentes e gosta de visitar o parque pela natureza.
Entrevistador: Vocês vêm sempre ao parque quando visita a cidade de
Londrina?
Entrevistado1: Todas às vezes que a gente vem aqui a gente vem ao
parque.
Entrevistador: Quantas vezes ao ano?
Entrevistado1: Umas duas vezes ao ano
Entrevistador: Em relação à estrutura física o que o Parque oferece na
visão de vocês?
Entrevistado1: Eu acho legal na minha cidade não tem nada parecido a
natureza o lago, um monte de arvores macacos, eu acho legal o espaço da
natureza as arvores o rio, na nossa cidade só tem um rio onde a gente faz
caminhada em volta
Entrevistador: Como é o nome deste local onde vocês fazem a caminhada
e de que cidade vocês são?
Entrevistado1: Sou de Cambara o nome do rio o parque não sei deve ser
Lambari, no parque aonde a gente vai tem aparelho de ginástica aqui precisava ter
ne?
Entrevistador: O que você mais gosta do parque Arthur Thomas?
Entrevistado1: Vamos supor tudo o verde a natureza os macacos.
Entrevistador: O que você acha que poderia melhorar no Parque Arthur
Thomas?
Entrevistado1: Acho que ta normal ta beleza, pra mim nada.
47
Entrevistador: Você que é de outra cidade, em sua opinião por que as
pessoas que morram aqui em Londrina vêem tão pouco ao parque?
Entrevistado1: Falta de tempo não é não? Eu acho que é falta de tempo a
pessoa trabalha a semana inteira ai chega o final de semana ta cansada quer ficar
em casa.
Entrevistador: O que você acha que poderia melhorar no parque?
Entrevistado1: Eu acho que deveria ter mais atividades antigamente tinha
pedalinho eu já vim no pedalinho já andei no pedalinho, atraia bastante as crianças
Entrevistador: Faz tempo que vocês freqüentam o parque?
Entrevistado1: Faz, já faz uns dez anos.
ENTREVISTA DOIS.
Entrevistador: Porque você vem ao parque Arthur Thomas?
Entrevistado: Eu gosto daqui pela tranqüilidade.
Entrevistador: Você vem sempre aqui ao parque Arthur Thomas?
Entrevistado: De vez em quando umas duas vezes ao mês.
Entrevistador: O que o parque oferece na sua visão?
Entrevistado: Tem bastante coisas tem arvore, tem os animais tem agora
o parquinho para as crianças, sempre quando eu venho eu trago meus sobrinho e
meu filho.
Entrevistador: O que o parque tem de diferente dos demais parques?
Entrevistado: A eu gosto da segurança que ele oferece.
Entrevistador: O que você mais gosta no parque?
Entrevistado: Tranqüilidade do parque.
Entrevistador: O que você acha que poderia melhorar no parque?
Entrevistado: Poderia melhorar estas águas do lago poluição muita
sujeira, atividades para as pessoas voltar pedalinho.
Entrevistador: Em sua opinião porque você acha que as pessoas não
freqüentam o parque?
Entrevistado: As vazes é porque falta um monte de coisa incentivo,
coragem de conhecer o parque,
48
Entrevistador: Há quanto tempo você freqüenta o parque e de que região
você é?
Entrevistado: Faz tempo sou daqui de perto mesmo, só que eu morro aqui
tem mais de quinze anos desde que eu me mudei venho ao parque.
ENTREVISTA TRÊS:
Entrevistador: Porque veio ao parque?
Entrevistado: Porque gostamos muito da natureza
Entrevistador: Vem sempre ao parque?
Entrevistado: no verão venho todos os domingos, raramente um domingo
sim outro não.
Entrevistador: O que o parque oferece na sua visão?
Entrevistado: É gostoso a gente distrai, é um espaço onde a gente ta em
contato direto com a natureza ele oferece um bem estar, as trilhas para caminhada
e passeio a estrada com subida.
Entrevistador: O que o parque oferece de diferente?
Entrevistado: Aqui oferece porque é um pouco mais calmo, é um lugar
mais familiar, é mais fresquinho, a qente que é de idade gosta de coisa bem
tranqüila.
Entrevistador: O que vocês mais gostam do parque Arthur Thomas?
Entrevistado: Da mata, das trilhas do passeio.
Entrevistador: O que você acha que poderia melhorar no parque?
Entrevistado: Eu gostaria que eles terminassem a outra pista que esta
parada do lado direito para que a gente pudesse descer de um lado e do outro, a
natureza ta La e o inicio da trilha também é só eles termina.
Entrevistador: Em sua opinião porque as pessoas não vêm ao parque
Arthur Thomas?
Entrevistado: Porque o brasileiro e muito comodado, ele deixa de um
passeio para ficar na frente de uma televisão, bobeira sem fundamento e aqui é
uma coisa divina, a pessoa não sabe o que esta perdendo do contato com a
natureza, eu não conhecia depois que conheci venho direto é falta de vontade.
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ENTREVISTA QUATRO:
Entrevistador: Porque veio ao parque?
Entrevistado: Por que é um lazer.
Entrevistador: Vem sempre ao parque?
Entrevistado: Não venho umas três vezes ao ano.
Entrevistador: Porque vocês vêm tão pouco ao parque Arthur Thomas?
Entrevistado: Um ponto é porque é muito longe nossa casa moro na zona
norte, outro é porque falta alguma coisa amais uma atração para as crianças um
zoológico é o que falta para Londrina, tinha um zoológico.
Entrevistador: O que o parque oferece na sua visão?
Entrevistado: Pra mim a estrutura dele é boa aberta verde, mais em minha
opinião o faltaria pra mim mesmo na estrutura dele é um zoológico, ele tem
segurança é bom.
Entrevistador: O que o parque oferece de diferente?
Entrevistado: Os animai, se bem que é bem difícil vêem eles, as ultimas
vezes que a gente veio aqui a gente não viu nada
Entrevistador: O que você mais gosta do parque?
Entrevistado: Tranqüilidade.
Entrevistador: O que você acha que poderia melhorar no parque?
Entrevistado: Faltam também atividades para as crianças, conhecer o
parque a natureza os animais um instrutor nos finais de semana ter alguma coisa
para prender a atenção deles na natureza.
Entrevistador: O que seria estes instrutores que você coloca para as
crianças?
Entrevistado: Seria brincadeiras, alguém que conhece o nome de arvores
dos animais e ensinar para elas, um exemplo sou eu aquele bicho eu sabia que já
tinha visto mais não sabia o nome tive que ir ate uma placa para ver o nome que era
capivara.
Entrevistador: Em sua opinião porque tão pouca gente freqüenta o parque?
Entrevistado: Eu acho no meu ponto de vista que a prefeitura não faz uma
divulgação, não falam tanto do parque como deveria ser, falta também mais atração
aqui não tem muito.
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