Quem foi António Luís Pereira Coutinho?
D. António Luís de Lacerda Pereira Coutinho nasceu em
Alcochete, no dia 20 de Novembro de 1886, e faleceu a 2 de Julho
de 1980 na Vieira de Leiria, em cujo cemitério está sepultado.
“ O Dom era porque pertencia a famílias titulares”, como nos
disse a senhora D. Hortense Raposo Moreira, que foi sua empregada.
Da consulta feita na Internet sobre os nomes e títulos da nobreza
chegamos à conclusão de que o seu avô foi D. António Luís Pereira Coutinho (o mesmo nome),
5º marquês de Soydos, que viveu entre 1818 e 1908. O título de marquês de Soydos foi criado
por Carlos III, rei de Espanha, em 1785, e dado a um seu antepassado de nome D. Jerónimo
António Pereira Coutinho Pacheco de Vilhena e Brito.
Os seus pais eram D. Jerónimo Pereira Coutinho Pacheco e D. Maria Guilhermina Carvalho
de Lacerda Castel-Branco.
Casou com uma senhora de nome Carolina Ferreira Matias Pereira Coutinho, natural da
Nazaré, e teve pelo menos, um filho que é médico na Figueira da Foz (Dr. Jerónimo Pereira
Coutinho).
Tirou o curso de regentes agrícolas, em Santarém, e foi colocado na 3ª Circunscrição
Florestal, na Marinha Grande, em 1 de Julho de 1927, ficando a prestar serviço na 9ª Regência,
na Vieira de Leiria, em 1934.
D. António Luís Pereira Coutinho “tinha um cavalo branco muito lindo e andava sempre de
charrete pelo Pinhal puxada pelo cavalo e guiada pelo cocheiro que se chamava o Ti Américo
Sevilheiro” (informação do sr. Cândido Faustino).
Viveu no palacete das matas durante o tempo em que foi regente e, quando se reformou,
foi viver para a rua Sombras do Poente, em casa que alugou e depois comprou. Aí viveu até à
morte, em 1980. Refugiado na sua casa e quintal, passava o seu tempo ocupado com a pintura.
“Era uma pessoa muito fechada, de muito poucas falas. Recebia, às vezes, a visita de um tio
de Lisboa e dos filhos (tinha outro filho de uma mulher dos Moinhos…). Pintava muito, passava
a vida a pintar. Era muito habilidoso também como retratista. Fez retratos da família e de
outras pessoas como o senhor João Gouveia, do senhor João Tomé …” (D. Hortense Raposo
Moreira)
Um dos seus quadros, oferecido à Biblioteca de Instrução Popular da Vieira de Leiria (BIP),
esteve em leilão durante bastante tempo e o seu valor foi oferecido para as obras de instalação
da Biblioteca, conforme podemos verificar em notícias que recolhemos na imprensa local. Este
quadro ainda hoje existe na Biblioteca.
Foi um dos fundadores da BIP.
Foi-lhe prestada homenagem pelo povo da
Vieira quando deram o seu nome à rua que leva
ao Pinhal de Leiria, na antiga entrada da Serraria.
Esta rua, onde hoje se situa a Escola Secundária
José Loureiro Botas, fazia parte das Matas, como
se pode verificar num antigo postal onde se vê a
tranqueira que só permitia que se entrasse para o Pinhal quando os guardas florestais a
abrissem.
Clube do Património_1011
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