k e d lo W f o Colocação pronominal t sz y z r K n ci r a M k e d lo W f to z s y z r K Colocação pronominal in c ar M Ênclise Próclise Mesóclise 1 k e Ênclise d lo W f o t sz y z r K n ci r a M colocação depois do verbo - tendência natural do português europeu: Fez-se um silêncio profundo na sala. Vai-te embora! Foi-se embora? k e d Próclise lo W f to z s y z r K n i c ar M colocação antes do verbo, depois de determinados advérbios, conjunções e pronomes: O que é que ele te disse? Ao Francisco, nada lhe agrada. À Mariana, todos a conhecem. Aqui está a pessoa que me informou sobre o que aconteceu. 2 k e d Mesóclise lo W f o t sz y z r K colocação entre a raiz da forma verbal e a sua terminação: O gerente encarregar-se-á do assunto. Nós dir-lhe-emos o que se passou. Eles tê-lo-iam feito se tivessem podido. Se eles quisessem vir, nós recebê-los-íamos com muito gosto. in c ar M Colocação pronominal - Portugal k e d lo W f to z s y z r K O pronome átono depende de uma forma finita do verbo 1. Ênclise – tendência natural do português europeu: Fez-se um silêncio profundo na sala. in c ar M 3 2. Mesóclise – usa-se sempre que o verbo estiver no futuro do indicativo ou no condicional e não houver nada na frase que provoque a próclise. k e d lo W f o t sz y z r K Ao Miguel, o exame ter-lhe-á corrido bem? Se estivesses no meu lugar, dir-lhes-ias a verdade? À Maria, telefonar-lhe-emos assim que chegarmos ao hotel. Pagar-te-ia o jantar se tivesse dinheiro. Ele lembrar-se-á de ti, tenho a certeza. mas: Ao Miguel, o exame não lhe terá corrido bem? Nunca lhes diria a verdade. A Maria quer saber se lhe telefonaremos assim que chegarmos. Ninguém te pagaria o jantar, mesmo se tivessem dinheiro. Alguém se lembrará de ti, disso tenho a certeza. in c ar M Atenção: No caso da 3.a pessoa do pronome pessoal complemento directo (o, a, os, as) terão de ser feitas as alterações necessárias, devido ao facto de a forma verbal que o precede terminar em -r. k e d lo W f to z s y z r K Farei o trabalho amanhã. → Far+o+ei amanhã. → Fá-lo-ei amanhã. mas: Não o farei amanhã. Visitaremos os nossos amigos. → Visitar+os+emos → Visitá-los-emos. mas: Não os visitaremos. Daria o livro ao Diogo. → Dar+o+ia ao Diogo. → Dá-lo-ia ao Diogo. → Dar-lho-ia. mas: Não o daria ao Diogo. Não lho daria. in c ar M Dirias a verdade a nós. → Dir+a+ias a nós. → Di-la-ias a nós. → Dir-no-la-ias. mas: Não a dirias a nós. Não no-la dirias. Terias oferecido as rosas à Joana. → Ter+as+ias oferecido à Joana. → Tê-las-ias oferecido à Joana. → Ter-lhas-ias oferecido. mas: Não as terias oferecido à Joana. Não lhas terias oferecido. 4 3. Próclise - colocação antes do verbo k e d lo W f o t sz y z r K 3.1. orações principais começadas por uma palavra interrogativa ou exclamativa (que, quem, qual, como, por que, onde, quando, etc.): O que é que ele te disse? Como me enganei! Até quando é que ela o esperará? 3.2. orações principais na negativa, com uma palavra negativa antes do verbo (não, nem, ninguém, nenhum, nada, nunca, jamais): in c ar M O Pedro não me viu. Eu nunca o vi. Ao Francisco, nada lhe agrada. Nem ele nem ela o viram. 3.3. orações principais introduzidas por uma conjunção disjuntiva: k e d lo W f to z s y z r K Ou o fazes tu ou o faço eu. 3.4. orações principais optativas (exprimem desejo): Deus te ouça! Raios o partam! in c ar M 3.5. orações principais que contêm inversão: Um grande segredo te contarei agora. 5 3.6. orações principais não negativas que contêm certos pronomes indefinidos (algum, alguém, algo, todo, tudo, cada, muito, pouco, mesmo, qualquer, vários, tanto) antes do verbo: k e d lo W f o t sz y z r K Alguém o tinha avisado. À Mariana, todos a conhecem. 3.7. orações principais não negativas que contêm certos advérbios (já, ainda, sempre, só, também, talvez, bem, mal) antes do verbo: in c ar M O João já se foi embora. Ainda o vi várias vezes. Também se diz que os Brasileiros são muito extrovertidos. O Pedro mal me viu, saiu. k e d lo W f to z s y z r K 3.8. em todas as orações subordinadas, seja qual for a sua natureza (completiva, relativa, interrogativa, final, condicional, consecutiva, temporal, etc.): Espero que o consigas. (completiva) Aqui está a pessoa que me informou. (relativa) Queria saber quem o avisou. (interrogativa) Se o vires diz-lhe que quero falar com ele. (condicional) Quando me telefonarem direi que não sei nada. (temporal) in c ar M 6 O pronome pessoal depende de um infinitivo: k e d lo W f o t sz y z r K 1. Infinitivo não introduzido por uma preposição: Ênclise, se não houver nenhum elemento que provoque a próclise: É pouco razoável encontrarmo-nos todos os dias. in c ar M Próclise, se houver algum elemento que a provoca: Custa-me muito não te ver. 2. Infinitivo introduzido por uma preposição (com excepção da preposição a): k e d lo W f to z s y z r K Com o infinitivo impessoal - ênclise (mais formal) ou próclise (mais coloquial): Telefonei à Maria para a convidar / convidá-la à festa. Com o infinitivo pessoal - próclise: Telefonei à Maria para a convidarmos (*convidarmo-la) à festa. in c ar M Infinitivo introduzido pela preposição a - sempre ênclise: Habituei-me a vê-la (*a ver) todos os dias. 7 3. O infinitivo faz parte de uma locução verbal (verbo flexionado + infinitivo): k e d lo W f o t sz y z r K A. O pronome pessoal que depende do verbo auxiliar: Ênclise ao verbo auxiliar, se não há nenhum elemento na frase que provoque a próclise (verbos deixar, fazer, mandar, ouvir, sentir, ver): Fizeram-no sair. *Fizeram saí-lo. Deixei-o vir. *Deixei vi-lo. Ouvi-a cantar. *Ouvi cantá-la. Vi-os descer do comboio. *Vi descê-los. Próclise ao verbo auxiliar, se há algum elemento na frase que provoca a próclise (verbos deixar, fazer, mandar, ouvir, sentir, ver): in c ar M Ninguém o fez sair. Não o deixei vir. Já a ouvi cantar. Alguém os viu descer do comboio. B. O pronome pessoal depende do verbo principal (o infinitivo): k e d lo W f to z s y z r K Ênclise ao verbo principal (o infinitivo), mesmo que haja algum elemento na frase que normalmente provoca a próclise: Pode levantar-se. Não pode levantar-se. Nunca devias atrever-te a vir aqui. Não vou dizer-lhe nada. Próclise ao verbo auxiliar se há algum elemento na frase que provoca a próclise. Contudo, a próclise, neste caso, é facultativa. A ênclise é mais in c ar M formal: Não se pode levantar. Nunca te devias atrever a vir aqui. Não lhes vou dizer nada. ou ou ou Não pode levantar-se. Nunca devias atrever-te... Não vou dizer-lhes nada. 8 Atenção: Ênclise ao verbo auxiliar, no caso dos pronomes pessoais complemento indirecto e dos pronomes reflexos (linguagem mais coloquial): k e d lo W f o t sz y z r K Pode-se levantar. (mais formal: Pode levantar-se.) Quero-lhe fazer uma pergunta. (mais formal: Quero fazer-lhe uma pergunta.) Sabe-me dizer onde é a Rua do Recife? (mais formal: Sabe dizer-me...) Atenção: A ênclise ao verbo auxiliar normalmente não se dá no caso do complemento directo, 3.a pessoa: Este exercício é fácil. Consegues fazê-lo? *Consegue-lo fazer? Estes livros perecem interessantes. Vão lê-los? *Vão-nos ler? Estas tartes tem um aspecto delicioso. Queremos prová-las. *Queremo-las provar. A Ana está doente. Vou visitá-la. *Vou-a visitar. mas: in c ar M Os meus amigos querem-me convidar à festa. (coloquial) Os meus amigos querem convidar-me à festa. (mais formal) Vou-te matar. (coloquial) Vou matar-te. (mais formal) O pronome pessoal é complemento de um verbo auxiliar num tempo composto k e d lo W f to z s y z r K Dá-se a ênclise ou a próclise ao auxiliar de acordo com as regras gerais da colocação do pronome com as formas finitas do verbo: O rapaz tinha-se afastado do grupo. (ênclise → nenhum elemento provoca a próclise) O rapaz já se tinha afastado do grupo. (próclise → devido ao advérbio já) in c ar M Atenção: Não se pode colocar um pronome pessoal átono depois de um particípio: O rapaz tinha *afastado-se do grupo. 9 O pronome pessoal é complemento de um gerúndio k e d lo W f o t sz y z r K 1. O gerúndio não é introduzido por uma preposição: Ênclise, se não houver nenhum elemento que provoque a próclise: O cão fugiu atirando-se à água. in c ar M Próclise, se houver algum elemento que a provoca: Não o encontrando em casa deixei de o procurar. k e d lo W f to z s y z r K 2. O gerúndio é introduzido pela preposição em Próclise Em me levantando, tomo logo um duche. Em se cansando, avise-me. in c ar M 10 3. O gerúndio faz parte de uma locução verbal (verbos estar, ir, vir, andar, continuar, etc. + gerúndio) k e d lo W f o t sz y z r K Os pronomes pessoais em função de complemento directo tendem a ser enclíticos ao verbo principal (o gerúndio), a não ser que haja algum elemento que provoque a próclise: Ia perdendo o sono. → Ia perdendo-o. *Ia-o perdendo. Vamos fazendo as traduções ao longo do semestre. → Vamos fazendo-as ao longo do semestre. *Vamo-las fazendo ao longo do semestre. in c ar M Já ia perdendo o sono. → Já o ia perdendo. Atenção: k e d lo W f to z s y z r K Os pronomes pessoais em função de complemento indirecto e os pronomes reflexos tendem a ser enclíticos ao verbo auxiliar. O rapaz vai-se afastando de nós. * O rapaz vai afastando-se de nós. Vai-me contando. *Vai contando-me. Dá-se próclise ao verbo auxiliar se há algum elemento na frase que normalmente a provoca. in c ar M Já se vai afastando de nós. *Já vai afastando-se de nós. 11 k e d lo W f o t sz y z r K Colocação pronominal - Brasil As regras de colocação pronominal vigentes em Portugal são correctas também no Brasil, mas a língua coloquial e a língua escrita moderna seguem outras regras ou simplesmente suprimem ou substituem estes pronomes por outras formas ou construcções. No português do Brasil usam-se muito menos os pronomes átonos, sobretudo na 3.ª pessoa, usando-se a forma de sujeito ou a forma tónica após a preposição: in c ar M Ele deu isso para ela. (P Ele deu-lho.) Eu ajudei ela. (P/BR formal Eu ajudei-a.) Deixe eu ver / nós vermos. (P Deixe-me ver / Deixe-nos ver.) Isto facilita que você viaje. (P Isto facilita-lhe a viagem.) k e d lo W f to z s y z r K No Brasil, a mesóclise normalmente não é usada: Eu lavar-me-ei. → Eu me lavarei. Ele prometer-lhe-ia. → Ele prometeria a você. Quando no português europeu há dois clíticos, na variante coloquial do português do Brasil estes não se contraem: Ele deu-mo. → Ele me deu isso. Ele deu-lha. → Ele deu isso para ela. in c ar M 12 No Brasil, a próclise ao verbo principal em todos os tipos de orações é a tendência predominante: k e d lo W f o t sz y z r K Me parece que vai chover. (P Parece-me que vai chover.) Se sentou. (P Sentou-se.) Me viu. (P Viu-me.) Ele me disse. (P Ele disse-me.) João se vai embora. (P João vai-se embora.) Me dê um cigarro! (P Dê-me um cigarro!) Contudo, segundo a gramática normativa não se deve começar uma frase com um pronome pessoal átono: in c ar M Me parece que vai chover. melhor: Parece-me que vai chover. k e d lo W f to z s y z r K O pronome pessoal é considerado dependente do verbo principal e anteposto a este no caso de infinitivo, gerúndio e particípio nas locuções verbais e nos tempos compostos (sem traço de união com o verbo que precede o pronome): Queria se afastar. (P Queria afastar-se. / Queria-se afastar.) Não queria se afastar. (P Não queria afastar-se. / Não se queria afastar.) Tinha se afastado. (P Tinha-se afastado.) Não tinha se afastado. (P Não se tinha afastado.) Ia se afastando. (P Ia-se afastando.) Por que ia se afastando? (P Porque se ia afastando?) Estava a me conduzir para fora. (P Estava a conduzir-me para fora.) Entendi que ia se deitar. (P Entendi que se ia deitar / …que ia deitar-se.) in c ar M 13 Na língua escrita é possível encontrar exemplos de pronome pessoal átono colocado depois do verbo, nos casos em que a próclise é a única forma admitida no português europeu. Isso é devido à interpretação errada das normas vigentes em Portugal. k e d lo W Padre f Quando Portugal libertou-se do domínio espanhol, o t Antônio Vieira voltou para a terra natal. (P Quando Portugal se libertou…) sz y z na sexta estrofe quando o eur Esse princípio aparece claramente liríco refere-se à vidaK doméstica. n (P …quando oieu-lírico se refere à vida doméstica.) c r a M 14