CÓDIGOS DE LINGUAGEM.
Fernanda Zucarelli
O QUE É LINGUAGEM?
LER é compreender, retirar informações,
atribuir significados.
CÓDIGO é um conjunto de sinais
convencionados para a transmissão de
mensagens.
O HOMEM EM AÇÃO…
O processo da comunicação
contexto
referencial
mensagem
poética
destinatário
conativa
remetente
emotiva
contato
fática
código
metalingüística
Jakobson
Níveis de linguagem:
CULTA ou COLOQUIAL ?
 INTERLOCUTORES
 INTENÇÃO
 SITUAÇÕES E PAPÉIS
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Parceria tenta obter melhora na infraestrutura
Quando o fotógrafo Bob Wolfenson instalou seus estúdios fotográficos na
Vila Leopoldina, colocou um fim à sua busca por um espaço amplo, mas deu
início a outros problemas. "É uma área pouco urbanizada", diz ele, que se
mudou de Pinheiros (zona oeste) e não encontrou no novo endereço serviços
de TV e internet a cabo. O jeito foi recorrer a sistemas via satélite. "Mas o pior é
o lixo", reclama o fotógrafo, que divide com outros empresários um serviço de
limpeza para coletar a sujeira espalhada pelo entorno. "São muitos caixotes,
restos jogados. A prefeitura não dá conta", diz Wolfenson sobre a área, vizinha
do
Ceagesp.
Para a empresária Suzana Villas Boas, os "caixoteiros" são "um ponto
negro" no bairro. "[Eles] provocam muita sujeira, mas sou contra expulsá-los.
Nós, empresários, somos os invasores e temos um poder de mobilização para
colaborar.” Suzana é uma das integrantes do Projeto Nova Leopoldina, comitê
formado por empreendedores com apoio da prefeitura com o intuito de obter
melhorias nas galerias subterrâneas, calçadas e iluminação, criar praças e
sistema de segurança, recapear e arborizar vias. O início das obras está
previsto para este semestre. "Os serviços esperados não estavam lá porque
não precisava. É natural que agora isso mude", afirma o publicitário Alexandre
Gama. Na época em que se mudou, o shopping Villa-Lobos era a única opção
na hora do almoço. "Hoje temos três restaurantes próximos", comemora. (MB)
Hamlet: Ser ou não ser, eis a questão. Qual é
mais digna ação da alma; sofrer os dardos
penetrantes da sorte injusta, ou opor-se a esta
torrente de calamidades e dar-lhes fim com
atrevida resistência? Morrer... dormir... nada
mais... Morrer é dormir, sonhar talvez...
(Shakespeare, Hamlet, Ato III, Cena IV, p. 92)
Assim ele dizia ao som da lira,
e, embora exangues, almas soluçavam;
d’água que foge Tântalo esqueceu-se,
parou sem mais a roda de Ixião,
não devoraram vísceras as aves,
as Bélides livraram-se dos jarros,
e, Sísifo, sentaste em teu rochedo.
Conta-se que, vencidas pelo canto,
em lágrimas banharam as Eumênides
pela primeira vez as próprias faces.
(Ovídio – Metamorfoses, X, trad. Márcio Thamos)
Pátio. Exterior. Dia.
Num pátio profundo como um vale alguns homens
estão desmontando um caminhão interrompem o
trabalho e olham para cima.
(Fellini Visionário)
Ai quem guetinou (Luís Fernando Veríssimo)
Mick Jagger é a mais antiga celebridade em atividade
contínua no mundo depois do Oscar Niemeyer e da rainha
Elizabeth. Não procede a informação de que todos os Rolling
Stones já morreram e seus cadáveres estão só cumprindo os
contratos para evitar processos. O Mick Jagger está
definitivamente vivo e em grande forma e confirmou, no
show em Copacabana, aquela lenda de que nunca faz dois
movimentos iguais sobre o palco. E seu poder mesmerizador
sobre a platéia foi impressionante. Mais de um milhão de
pessoas, mesmo descontando a turma do se-for-de-graçaeu-vou-a-tudo, que não sabia bem o que via e ouvia, ou
quase via e mal ouvia, estavam lá e cantaram com ele "Ai,
quem guetinou".
Mick Jagger foi recebido no Brasil como divindade. Não
se enche um deserto daquele jeito a não ser para adorar uma
divindade. E, como toda divindade bem-sucedida, ele não
trouxe verdades novas. Entendeu a ânsia no coração de cada
um e regeu o clamor do nosso tempo pelo prazer e o abandono
na linguagem universal do ressentimento em coro. O coro dos
lamentosos: quem guetinou?
Quem guetinou a promessa de satisfação completa e
constante com sexo, drogas e roquenrol do milênio, a
promessa do paraíso recuperado e da juventude infinita, e
esqueceu de dizer que a gente continuaria a envelhecer e a
morrer como no modelo antigo?
Quem guetinou a disposição brasileira para a satisfação
com qualquer festa e a avidez por qualquer comemoração, até
a de quatro estrangeiros esquálidos, e nunca permitiu que esta
vocação para a felicidade nos abençoasse com a redenção,
com as dádivas do bem e a justiça dos deuses, enfim, com
uma felicidade inédita?
Somos muito dados. Quer dizer, muito bons de graça. Só o
que pedimos em troca da adoração é que digam "Obrigado,
Brazil" com um sotaque simpático, antes de nos deixarem.
A autora daquela faixa (suponho que seja uma autora),
"Mick, faz um filho em mim" teve a idéia certa. Pedia para a
divindade deixar alguma coisa dele conosco, como já tinha feito
outra vez. Só foi um pouco egoísta. A faixa deveria ter se
estendido por todo o deserto em frente ao Copacabana Palace
e dito "Mick, faz um filho em nós". Um pedido de toda a nação.
Uma forma de dar relevância ao nosso amor grátis e de nos
sentirmos um pouco menos guetinados. Nosso filho nem
precisaria ser um salvador, um líder, ou sequer uma razão para
o Mick mandar uma boa pensão mensal para o Tesouro
Nacional e ajudar a abater a dívida. Seria só um
reconhecimento de que existimos e somos especiais, e não
apenas aos nossos próprios olhos. Uma satisfação.
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