Ano VI • nº 135
19 de dezembro de 2007
R$ 5,90
empoucaspalavras
Fim de ano, hora de premiar os melhores da gastronomia brasiliense, como temos feito desde 2002.
E assim, ano após ano, o Prêmio Roteiro constrói uma imagem de credibilidade e conquista o respeito
tanto do mercado gastronômico quanto do público em geral.
Nas últimas quatro edições, a eleição foi feita pelo voto direto dos freqüentadores de bares e restaurantes e dos internautas que acessaram nosso site www.roteirobrasilia.com.br. Este ano decidimos fazer
diferente. Para eleger os melhores, convocamos ninguém menos do que os leitores da revista. Poderia
haver corpo de jurados mais qualificado? Duvidamos.
As cédulas de votação foram enviadas por e-mail, na última semana de novembro, para o universo
de aproximadamente 8.000 leitores regulares da revista. A receptividade foi acima do esperado: nada
menos do que 1.853 pessoas depositaram seus votos em nossa “urna eletrônica”.
O veredicto está nas próximas páginas. Surpresas? Algumas. Decepções? Provavelmente outras tantas. Perder por diferença mínima é sempre triste – mas é bom lembrar que apenas dois votos de diferença (50% mais um) são suficientes para eleger nosso presidente da República. E olha que num universo
de quase 120 milhões de eleitores...
Como no ano passado, o empresário Jorge Ferreira foi o grande campeão de votos do Prêmio Roteiro, abocanhando dez troféus – entre primeiros, segundos e terceiros lugares – com o Bar Brasília, o Armazém do Ferreira, o Monumental, o Bar do Mercado e o Feitiço Mineiro. Mas o maior percentual de
votos por categoria foi conquistado pelo bacalhau do Dom Francisco – mais de 70%.
Chama a atenção também a inversão de posições entre os primeiros colocados de várias categorias:
cozinha oriental (Nippon e Haná), cozinha brasileira/regional (Don’Durica e Feitiço Mineiro), frutos do
mar (Bargaço e Camarão 206), sanduicheria (Marietta e Marvin), confeitaria (Rappel e Torteria di Lorenza) e loja de vinhos (Scotch House e Porto Fino).
Outra curiosidade: em todas as edições do Prêmio Roteiro houve ao menos um empate no primeiro
lugar. Este ano não poderia ser diferente. O L’affaire, do Mercure, e o Norton Grill, do Meliá, dividiram
a preferência dos eleitores na categoria restaurante de hotel, cada qual com 35% dos votos válidos.
Parabéns aos vencedores, que, investindo em qualidade, esbanjando talento e criatividade, souberam
conquistar a preferência dos consumidores brasilienses, cada vez mais exigentes. E a todos os que, democraticamente, participaram desta saudável disputa.
Não custa nada erguer um brinde, também, à extinção da CPMF e ao início – finalmente – do tão esperado espetáculo do crescimento, que prenunciam um novo ano melhor do que este 2007. Boas Festas
e até a segunda quinzena de janeiro.
Maria Teresa Fernandes e
Adriano Lopes de Oliveira
Editores
ROTEIRO BRASÍLIA é uma publicação da Editora Roteiro Ltda | SHS, Ed. Brasil 21, Bloco E, Sala 718 – Tel: 3964.0207 Fax: 3964.0207 | Redação
[email protected] | Editores Adriano Lopes de Oliveira e Maria Teresa Fernandes | Produção Célia Regina | Capa Edu Branquinho sobre
foto de Sérgio Amaral | Diagramação Carlos Roberto Ferreira | Reportagem Akemi Nitahara, Alexandre Marino, Alexandre dos Santos Franco,
Angélica Torres, Beth Almeida, Eduardo Oliveira, Heitor Menezes, Lúcia Leão, Luis Turiba, Luiz Recena, Rafaela Céo, Reynaldo Domingos
Ferreira, Ricardo Pedreira, Sérgio Moriconi, Súsan Faria, Teresa Mello e Vicente Sá | Fotografia Eduardo Oliveira, Juan Pratginestós, Rodrigo
Oliveira e Sérgio Amaral | Diretor Comercial Jaime Recena (7814.1690) | Contatos Comerciais André Gil (9988.6676) e Giselma Nascimento
(9985.5881) | Administrativo/Financeiro Daniel Viana e Rafael Oliveira | Assinaturas (3963.0207)| Impressão Gráfica Coronário
Lula Lopes
águanaboca
Peru desossado
da Morello, para
comer em casa
Natal e Réveillon
para todos os gostos e bolsos
A Roteiro mapeou os melhores comes e bebes
da cidade para você comemorar a virada do ano
POR BETH ALMEIDA
Determinadas situações, sentimentos e dúvidas são muito comuns à maioria das pessoas nesta época. Vai chegando o fim do ano e o mundo se divide entre os que ficam melancólicos com as datas festivas e os que ficam eufóricos,
na expectativa de presentes, viagens, embalos. Começam também os questionamentos sobre o que fazer. Tirar folga
no recesso de Natal ou no do Ano Novo? Emendar o recesso com o período de férias? Viajar ou ficar em Brasília? Ver
a família ou ficar com os amigos? Fazer a ceia de Natal em casa ou sair para jantar? Encomendar a ceia ou preparar
tudo em casa? Reunir os amigos em casa no Réveillon ou cair na night? Inovar ou seguir as tradições? E a confraternização de fim de ano com o pessoal do trabalho? Bem, para quem não vai viajar, as opções são muitas, para os mais
variados gostos e estilos de vida, dependendo da disponibilidade de tempo e dinheiro de cada um. Quem ainda não
decidiu o que fazer pode escolher entre as muitas alternativas selecionadas pela Roteiro.
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A festa com a turma do trabalho
Como não poderia deixar de ser, a
culinária mineira também está presente
nestas comemorações. No Esquina Mineira a festança custa R$ 25,70 por pessoa, com direito a um convidado grátis
para cada grupo de 11 pessoas. Além
da leitoa a pururuca, o bufê terá ainda
chester, pernil assado, farofa com frutas
e outros petiscos.
O Capital de Minas, ainda em seu
primeiro ano de funcionamento, aceita
encomendas de ceias e abre também nas
noites de Natal e Réveillon, atendendo
a pedidos da clientela. No cardápio, de-
lícias mineiras com um toque natalino,
como o tender ao molho de manga e o
leitão mineiro, preparados pelo chef Anderson Ferreira, que desembarcou em
Brasília recentemente, depois de ter trabalhado no consagrado restaurante Xapuri, em Belo Horizonte.
Quem preferir comemorar o fim do
ano tomando o melhor chope da cidade, na opinião dos leitores da Roteiro
(veja na página 6), pode optar pelo Bar
Brasília, que oferece 20% de desconto
nos almoços de confraternização nas
quartas e quintas-feiras.
Fotos: Divulgação
Os que deixaram a festinha para
os últimos dias antes do Natal ainda
podem conseguir reservar espaços nos
principais restaurantes da cidade. No
Dudu Camargo Restaurante, no Your’s
e na Cantina Italiana Unanimità, todos
do chef Dudu Camargo, a clientela pode contar com pacotes especiais e personalizados, que variam de R$ 30 a 100
por pessoa. Uma boa dica é a programação das sextas-feiras no Dudu Camargo
Restaurante, que tem o “cardápio dos
amigos”, um bufê especial preparado
por encomenda. Os menus personalizados também estão disponíveis no Your’s
e no Unanimità.
O C’est si bon oferece um festival de
risotos para grupos de 15 a 35 pessoas.
O pacote mais simples, com foccacia na
entrada e três tipos de risoto, sai por R$
35. Se a turma preferir uma maior variedade de sabores do prato e a inclusão de
cerveja e vinho, o preço por pessoa sobe
para R$ 55. Para a sobremesa, a proposta é saborear o crepe Nega Maluca (com
massa de chocolate e recheio de brigadeiro e marshmallow).
Quem preferir gastar menos pode
comemorar ao sabor da culinária nordestina, no Severina. O bufê tem carne
de sol, escondidinho de charque e outras delícias regionais a R$ 19,90 por
pessoa. No Bar do Calaf, reduto da culinária espanhola em Brasília, a confraternização tem a tradicional paella, valenciana ou marinera, e um bufê natalino
com pernil, chester, tender e bacalhoada. O almoço, a R$ 35 por pessoa, dá
direito a três jarras de sangria ou um
prato de entrada.
Se a preferência for por comida chinesa, o Grande Muralha está com um
bufê especial para esta época do ano, com
duas entradas, entre elas o tradicional
rolinho primavera, cinco pratos principais e frutas caramelizadas para a sobremesa. Com refrigerantes, água e cerveja
incluídos, o almoço sai a R$ 35 por pessoa. O Lagash, de culinária árabe, também recebe grupos de até 70 pessoas
com uma seqüência de 13 pratos típicos, entre eles o carneiro marroquino.
Risoto Marlon Brando, do C'est si bon, e tira-gostos típicos do Capital de Minas
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águanaboca
Natal em casa
com a família
Nem todo mundo que planeja receber família e amigos no Natal quer arregaçar as mangas e passar o dia inteiro na
cozinha. Para esses, muitos restaurantes
da cidade apresentam opções que vão
das clássicas às mais ousadas. Para quem
não quer ter trabalho mesmo, a Belini
oferece pacotes de ceias completas, para
10, 20 e até 40 pessoas, a preços que variam de R$ 400 a R$ 1.400. Tem até sugestão light e diet, com peru, em que as
rabanadas são preparadas ao forno. Entre os assados, pode-se escolher tanto o
peru quanto tender, chester, pernil ou
lombo de porco. Quem preferir o cordeiro pode lançar mão do Lagash. O
prato de Fátima Hamú já é conhecido
de muitas famílias da cidade.
Também famosos, os assados do
chef Geraldo Paula Rocha, do Feitiço
Mineiro, são ótima opção para ceias de
Natal ou Réveillon. O lombo recheado
e o pernil são temperados com uma rica
mistura de ervas, marinados por 48
horas e assados lentamente, em forno
brando. Resumindo: devem ser encomendados com antecedência, para serem entregues até as 18 horas do dia 24
ou 31 de dezembro. Os preços variam
de R$ 25 a R$ 40.
O Lake’s também aceita encomendas para a ceia de Natal até o dia 23.
São 11 pratos, para oito ou seis pessoas,
tendo entre os destaques a terrine de
foie e pistache com geléia de lampone
e uma ratatouille natalina, com mexilhões, polvo e camarões. O preço dos
pratos varia de R$ 37, para as rabanadas
com calda caramelo, a R$ 160, pelo peru recheado para seis pessoas.
Outra opção para encomendar a
ceia é a Morello Congelados Gourmet,
que oferece pratos variados, desde o bacalhau a Gomes de Sá ao peru desossado e o tender Califórnia ao chutney de
abacaxi, além de acompanhamentos, de
acordo com a preferência de cada um.
Os pratos são entregues na louça do
próprio cliente, apenas resfriados. Ou
seja, não será necessário perder tempo
nem com a decoração dos pratos.
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Lombo de bacalhau na brasa, do Dom Francisco
Para quem prefere sair da rotina
Agora, se o negócio é sair de casa,
valem algumas dicas de restaurantes da
cidade que abrem na noite de Natal, e
alguns também no Réveillon. O chef
Francisco Ansiliero abre as portas nas
duas datas com cardápio à la carte e menus especiais – entrada, prato principal
e sobremesa – que variam de R$ 48 a
R$ 78 (individual). No Natal, uma das
opções pode começar com salada de bacalhau, seguida de lombo de pirarucu
grelhado e, na sobremesa, creme de mamão papaia e licor de cassis. Para entrar
o ano, a pedida é seguir a tradição, que
determina a preferência por animais
que “andam para a frente”. Assim, vale
degustar o premiado lombo de bacalhau
na brasa. No Dom Francisco da Asbac,
a vantagem é a vista para o Lago Paranoá, onde é possível assistir aos fogos
que saúdam o Ano Novo.
Se a preferência é por uma celebração discreta, em ambiente calmo e charmoso, outra opção é o cardápio da chef
Ana Toscano, do Villa Borghese. O jantar íntimo, no Natal ou no Réveillon,
pode ser o I Segreti di Nettuno (prato
individual, R$ 52), uma combinação de
camarões gigante grelhados ao molho
pesto e alcaparras com arroz de manjericão e amêndoas torradas. O cardápio
especial do Réveillon sai por R$ 60 e é
para grupos de no mínimo 10 pessoas.
São antepastos, cinco opções de pratos
principais, entre eles o filé de frango
com mostarda e o tagliatelle al salmone,
e quatro sobremesas.
Há opções também em hotéis como
o Meliá, onde o Norton Grill funcionará no Natal e no Réveillon com o cardápio à la carte e um cardápio natalino, a
R$ 95 por pessoa, que inclui tender ao
rôti ou salmão em crosta de nozes e ervas finas. Para o Réveillon, o restaurante
preparou duas opções de menu, cujos
pratos principais podem ser bacalhau
do reino com arroz selvagem ou carré de
cordeiro na geléia de hortelã com cuscuz
marroquino. A refeição, com entrada e
sobremesa, sai por R$ 130. O Da Noi,
que funciona no Blue Tree Towers, também oferece uma grande ceia de Natal.
No Manhattan, a festa de Réveillon,
que até o ano passado era na cobertura,
este ano vai ser no restaurante Diamantina, onde o bufê terá grande variedade
de saladas e frios, sem faltar, claro, os
tradicionais tender e peru. Entre os pra-
açúcar e canela, flambada ao rum e
acompanhada de sorvete de canela.
A refeição completa sai por pouco mais
de R$ 65. E quem quiser aproveitar as
festas para praticar uma boa ação pode
levar gêneros de primeira necessidade
que serão doados ao Lar dos Velhinhos
Bezerra de Menezes, em Sobradinho.
O agito do Réveillon também estará
presente no Pontão do Lago Sul, onde
três das quatro casas abrem as portas para dar boas vindas a 2008 e a queima de
fogos iluminará o Lago Paranoá por 10
minutos. No Bargaço, a festa será animada pelo DJ Marcelo Luís, com repertório variado para agradar toda a família. O ingresso custa R$ 250 e inclui
ceia com pratos à base de frutos do mar,
especialidade do restaurante, e bebidas
à vontade. No Bier Fass, o palco será
ocupado pela banda brasiliense Magoo
e dois DJs. O ingresso, a R$ 250, inclui
bebidas, mesas de frios, de frutos do
mar e de assados, além do jantar, que terá bacalhau, tornedor e lentilha, entre
outros pratos.
Fotos: Divulgação
tos quentes, paella de frutos do mar, pato assado ao poivre e paleta de cordeiro
assada. A festa vai até as duas da madrugada do primeiro dia de 2008 e será
animada pelo DJ Edy. Até o dia 28, o
ingresso individual custa R$ 110.
Também com vista para o Lago Paranoá, a churrascaria Porcão abre no Natal com o rodízio de carnes e um bufê
que inclui, entre outros acompanhamentos, bacalhau a espanhola, paella valenciana e assados característicos dessas
festas, ao preço de R$ 65. Para a virada
do ano, a festa sai a R$ 270, com o DJ
Edy comandando a pista e bebidas a
vontade. Entre os pratos da ceia estão o
rolê de linguado chileno e camarão com
bechamel e manga, ostras au gratin e
avestruz grelhado com alecrim.
Na Valentina Pizzaria, a sugestão é
a salada Melone & Parma de entrada
(que, como diz o nome, leva fatias de
melão e lascas de presunto Parma, entre
outros ingredientes), a pizza Graziosa
(com peito de peru e maçã verde) e, na
sobremesa, uma maçã ao forno com
Pizza Graziosa, da Valentina
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águanaboca
Para a turma mais jovem, a dica no
Pontão é o Mormaii Surf Bar, que organiza o Réveillon Nossa Praia, prometendo repetir o sucesso de anos anteriores.
A atração principal para a virada é o
cantor e violonista mineiro Emmerson
Nogueira, tocando sucessos do rock dos
anos 70 e 80. Além disso, animam a festa, em diversos ambientes, seis DJs, a
banda brasiliense Capitão do Cerrado
e o cantor carioca Luís Carlinhos. O
bufê, de Renata La Porta, vai ter open
bar, e o flutuante I Maestri vai incrementar a área vip. Os primeiros ingressos estão sendo vendidos a R$ 140
(feminino) e R$ 160 (masculino).
Do outro lado do lago, o Carpe
Diem do Pier 21 organiza festa tendo
como tema “o circo chinês de Beijing”,
homenagem aos Jogos Olímpicos que se
realizam na cidade chinesa no próximo
ano e à recente passagem do Cirque du
Soleil por Brasília. Para a ceia, o chef
Fernando La Rocque promete um cardápio que mistura elementos das culturas chinesa e ocidental, como, por
exemplo, guiozas (camarões ao molho
agricode e coelho ao molho de ameixa).
A festa também vai agitar o restaurante da 104 Sul. O tema será o carnaval em New Orleans, considerado a
maior festa popular dos Estados Unidos, com muito jazz e blues. A ceia
também é inspirada na culinária da
Louisiana, tendo ostras, camarões e
cogumelo fresco glaceado como petiscos. Entre os pratos principais, a tradicional Jambalaia, risoto que combina
camarões e embutidos, mistura inusitada que é uma delícia.
Dois dos restaurantes de Jorge Ferreira prometem repetir o sucesso de
anos anteriores. O Réveillon do Feitiço
Mineiro, em sua 18ª edição, mantém a
tradição de uma entrada de ano com
muita fartura e animação, com um baile
animado por Marquinhos Queiroz e
Banda e o melhor da cozinha mineira.
No Monumental, a festa é animada pelo
Grupo Raízes, com muito choro e samba. Para os dois bailes, o ingresso custa
R$ 70, com direito a ceia e bebidas não
alcoólicas. No Feitiço Mineiro, a compra antecipada de quatro ingressos dá
direito a uma garrafa de champanhe.
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Carré de cordeiro, uma
das sugestões para a ceia
de Réveillon do Norton
E para bebemorar...
Para a grande maioria, os encontros
com amigos ao longo do mês de dezembro e nos dias de Natal e Réveillon não
são a mesma coisa sem uma boa bebida.
Nesse aspecto, valem algumas dicas de
drinques disponíveis na cidade. O chef
Dudu Camargo sugere algumas das caipiroscas do Dudu Camargo Restaurante, que podem ser saboreadas na agradável varanda, com vista para o jardim.
Por R$ 16,80 pode-se experimentar a
de abacaxi com pimenta dedo de moça
e hortelã, a de melancia e malibu ou
uma mais exótica, com vanilla, banana
flambada, tamarindo, açúcar mascavo e
gotas de shoyu. Se a idéia é seguir a tradição de fim de ano, a opção é a caipirosca que mistura a vodka com prosecco,
morangos e calda de chocolate.
O C’est si bon investe no Martini.
São quatro opções inéditas no cardápio,
que na happy-hour deste mês estão ao
preço promocional de R$ 6 cada drinque. Um deles é o Passion-Martini, com
gim, martini dry, maracujá e suco de laranja. Os que gostam de drinques mais
doces podem escolher o Choco-Martini,
que leva Martini Bianco, gotas de gim,
Nutella, chocolate quente, canela e es-
puma de leite.
Para quem vai organizar a própria
festa, vale lembrar que Brasília já tem
bons fornecedores de chope, a bebida
preferida pelos brasileiros durante todo
o ano. Na Brahma Express, o chope sai
a R$ 5,70 o litro e a casa calcula com
precisão a quantidade necessária para a
festa, de acordo com o número de convidados. Oferece ainda todos os utensílios necessários e ainda manda um
funcionário montar os equipamentos
e ensinar a tirar o chope. Se o cliente
preferir, pode contratar o chopeiro, a
R$ 50 por seis horas de trabalho.
Para valorizar o produto nacional,
nada como uma boa cachaça. No Empório da Cachaça, a caipirinha é feita com
cachaça artesanal de Salinas. A casa também serve a bebida, de diversos rótulos,
especialmente mineiros, em doses. Com
50 centavos a mais, o acompanhamento
é o popular caldinho.
Mas nas festas de fim de ano os vinhos e espumantes merecem atenção especial e são uma boa oportunidade para
a degustação de novos rótulos disponíveis na cidade. Na Scotch House, por
exemplo, o sommelier Renato Melo su-
gere, para o calor do verão, o Alta Vista
Malbec Rosé Premium (R$ 28 a garrafa), da região de Mendoza, na Argentina. A ceia de Natal pode ser regada ao
Misiones de Rengo Cuvée, da uva Carmenère, rótulo premiado no concurso
mundial de Bruxelas, em 2006. Para
brindar 2008, quem não puder desembolsar R$ 186,20 por uma garrafa de
Veuve Clicquot Brüt terá como opção o
Dudu Camargo Restaurante
303 Sul (3323.8082)
espumante da Tarapacá, a R$ 40,90.
Na adega do Bar Azulejaria, a dica
do sommelier Gilson Gonçalves é o prosecco italiano Botega Poet (R$ 89) ou
o rótulo da casa, o Azulejaria Brütt
(R$ 54). Quem lança mão da bebida apenas para o brinde pode escolher ainda as
garrafas de doses únicas, como o Nocturno Brütt de 187 ml, que sai a R$ 18.
Um ótimo divertimento!
Dom Francisco
Your’s
Asbac (3224.8429 / 3323.5679)
Academia de Tênis (3316.6285 / 6265
Unanimità
201 Sul (3226.5650)
QI 11 do Lago Sul (3248.0184)
408 Sul (3244.0666)
C’est si bon
408 Sul (3244.6353)
Severina – O Sabor do Nordeste
201 Sul (3224.6362 / 9116.6187
Bar do Calaf
SBS – Ed. Empire Center (3325.7408)
Grande Muralha
Villa Borghese
Da Noi
Blue Tree Towers (3429.8100)
Churrascaria Porcão
SCES – Trecho 2 (3223.2002)
Valentina Pizzaria
214 Norte (3340.9898)
Bargaço
Pontão do Lago Sul (3364.6090/6091)
108 Norte (3272.36955)
201 Sul (3223.5194)
Bier Fass
Lagash
Mormaii Surf Bar
308 Norte (3273.0098)
Esquina Mineira
704/705 Norte (3274.9695)
Pontão do Lago Sul (3364.4041)
Pontão do Lago Sul (3364.6024 / 3327.6580)
Carpe Diem
Capital de Minas
Pier 21 (3223.0544)
104 Sul (3325.5300)
Bar Brasília
201 Sul (3224.9313)
210 Sul (3244.9976)
506 Sul (3443.4323)
Belini
113 Sul (3345.0777) 114 Sul (2245.3000)
Feitiço Mineiro
306 Norte (3272.3032)
Lake’s
402 Sul (3323.1029)
Morello Congelados Gourmet
208 Sul (3244.0140)
Norton Grill
Diamantina Restaurante
Hotel Manhattan (3329.3545/3146)
Brahma Express
306 Sul (3442.4677)
Scotch House
403 Sul (3225.1153)
Bar Azulejaria
408 Sul (3443.0698)
Empório da Cachaça
314 Norte (3349.2299)
405 Sul (3443.0299)
Fotos: Divulgação
Hotel Meliá – Brasil 21 (3218.5550)
Monumental
No Pontão do Lago Sul, três ótimas opções: Bargaço, Bier Fass e Mormaii
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águanaboca
No clima do
Mediterrâneo
A comida e o ambiente do Templo são um
eficiente antídoto para o estresse do dia-a-dia
POR LÚCIA LEÃO
FOTOS RODRIGO OLIVEIRA
Tão distintas, vistas por quase todos
os prismas, África, Europa e Ásia têm
em comum as águas do Mediterrâneo.
E elas – é o que se diz por aí – atribuem
aos continentes uma certa identidade
cultural, especialmente na gastronomia.
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O aroma do azeite, naquela região, se
mistura à brisa marinha e aproxima sabores e texturas das cozinhas espanhola,
marroquina, turca, síria, italiana, israelita, egípcia e francesa, tendo ao centro, é
claro, a das ilhas gregas. Assim é a “cozinha mediterrânea”, uma classificação genérica na qual se incluem tanto a paella
quanto o carré de cordeiro com cuscuz
marroquino, o tabule ou a salada de pepinos com iogurte.
Com menos de um ano surpreendendo quem passa pela esquina de cima
da 212 Sul – uma construção branca,
com paredes grossas emoldurando janelões, típica da Grécia dos filmes e dos
cartões postais – o Templo Bistrô Mediterrâneo já é referência de uma clientela
vip que cada vez mais entende a boa mesa como um conceito que agrega saúde,
elegância e prazer.
Cearense que nunca se banhou nas
águas do Mar Mediterrâneo (tem esse
destino na programação de viagem para
2008), quando resolveu ingressar no ramo de restaurantes a empresária Elisa
Pinto definiu a base do seu cardápio a
partir de uma pesquisa que atribui à alimentação a longevidade dos povos daquela região. “É considerada a comida
mais saudável do mundo e ao mesmo
tempo é muito diversificada e de sabores marcantes em função das especiarias
e dos condimentos”, ressalta.
O cardápio do Templo não inclui
nenhuma fritura e não usa óleo em absolutamente nada. Apenas azeite extravirgem. Saladas, algumas massas, frutos
do mar, grelhados de peixes e carnes
ganham roupagens próprias graças aos
molhos, misturas de frutas frescas e secas e crostras de amêndoas, castanhas
diversas e grãos integrais. Até pratos
vegetarianos a casa oferece, inclusive
no cardápio executivo.
Mas uma alimentação saudável não
se faz só do que se ingere. O que já se
sabia desde sempre, e que a onda dos
fast-food jogou para escanteio, é que as
refeições devem ser feitas em clima de
absoluta paz e tranqüilidade. E isso Elisa persegue com o mesmo cuidado que
dedica ao cardápio. O espaço imaculadamente branco, claro e arejado, pontuado pelas louças e objetos de decoração
alegremente coloridos, o mobiliário confortável e o som ambiente relaxante já
fazem das refeições no Templo um antídoto para qualquer rotina estressante.
E a partir de fevereiro o remédio vai
ser ainda mais radical: além da salada,
prato principal e sobremesa, o cardápio
executivo incluirá também uma massagem, aplicada por profissionais qualificados e em cadeiras apropriadas. “A
pessoa vem aqui almoçar e sai reconstituída para continuar enfrentando as
pressões de sua jornada diária. Acho
que isso vai fazer muito bem para muitos de nossos clientes”, aposta Elisa.
Enquanto o massagista não vem, os
clientes podem relaxar entre as almofadas do lounge que desde o início de novembro funciona no segundo andar da
casa. Para o novo espaço a empresária
ampliou o cardápio de mezés, petiscos
para acompanhar drinks clássicos como
o Kir Royal, o Dry Martini e o Mojito e
exclusividades como a “caipirinha mediterrânea”, à base de Cointreau, manjericão e licor de laranja.
Templo Bistrô Mediterrâneo
212 Sul – Bloco A (3245.1210)
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águanaboca
A segunda vida do Dagano
POR VICENTE SÁ
Era uma vez um queijo maravilhoso,
produzido por uma pequena comunidade num reino antigo na Dinamarca.
Certo dia, um viajante que provou e se
encantou com o queijo pediu para levar
uma boa quantidade para seu reino. Os
aldeões se negaram. Explicaram que a
produção era para alimentar toda a comunidade durante o rigoroso inverno
que se aproximava. Irado, o viajante,
que era um feiticeiro, rogou uma praga:
o queijo negado desapareceria do mapa
e só voltaria a ser produzido muitos anos
depois, e numa terra muito distante.
Com lenda ou sem lenda, assim
aconteceu. Depois de alguns anos desaparecido, o queijo dinamarquês Dagano
– era esse o seu nome – voltou a ser produzido no “distante” Brasil. Como se
tratava de uma receita familiar produzida apenas nas pequenas queijarias, o
Dagano sumiu junto com elas quando o
mercado, também nos países nórdicos,
foi tomado pelas grandes fábricas de alimentos. Mas restou um pouco de “isca”,
ou “fermento”, que acabou nas mãos do
engenheiro de alimentos brasileiro Múcio Furtado, presenteada por um tradicional queijeiro dinamarquês, seu colega
de um curso de especialização nos Estados Unidos.
Essa porção de “fermento” do Dagano veio para o Brasil na década de 80 e
ficou congelada por 15 anos, até despertar o interesse do Laticínio Cruziliense.
E foi nos laboratórios da queijaria mineira, num minucioso e paciente trabalho de seis meses, que Múcio conseguiu
ressuscitar a bactéria do Dagano, já considerada extinta. O Dagano começou a
ser produzido experimentalmente em
2002 e acaba de chegar às prateleiras
do Mercado Municipal de Brasília. Mas
antes mesmo de ser lançado comercialmente já foi premiado pelo Instituto de
Laticínios Cândido Tostes, um dos mais
prestigiados da América do Sul.
Fotos: Divulgação
Mercado Municipal traz para Brasília o queijo dinamarquês
que é uma verdadeira lenda, produzido na mineira Cruzília
É uma variedade de queijo meio-cozido, de coloração amarela, assemelhado
ao Edam ou Gouda holandês e que, segundo Múcio Furtado, tem “muito mais
sabor que o queijo prato”. Apresentado
em formato octogonal, sua massa é untuosa e amanteigada. Pode apresentar ou
não “olhaduras”, aqueles buracos que se
formam no interior de alguns queijos pela ação do fermento sobre o ácido cítrico, abundante no leite do sul de Minas.
Mineiro de Carrancas, sul de Minas,
centro da região mais queijeira do
Brasil, Múcio é bioquímico e PhD em
Ciência dos Alimentos pela Michigan
State University dos Estados Unidos.
Publicou mais de 100 artigos técnicos e científicos em revistas especializadas do Brasil e de vários
outros países e é autor de oito
livros sobre ciência e tecnologia
dos queijos, um deles em espanhol e dedicado aos queijeiros
latinoamericanos.
Mercado Municipal
509 Sul (3244.0639)
16
17
picadinho
publicação. Parabéns para toda a
equipe, e boa sorte em Madri!
Melhor do Brasil (2)
Melhor do Brasil (1)
A turma do Centro de Excelência em
Turismo, da UnB, está rindo à toa. O
livro Alquimia dos Alimentos, que
produziu em parceria com a Editora
Senac-DF, acaba de ganhar o prêmio
de melhor livro para profissionais de
gastronomia do Brasil. Em maio, concorrerá ao título de melhor do mundo, na Espanha. Quem reconheceu
isso foi o Gourmand World Cookbook
Awards 2007, espécie de Oscar da
gastronomia mundial. Seis mil publicações de 107 países se candidataram ao prêmio criado em 1995 por
Edouard Cointreau. “O reconhecimento é importante, sobretudo para
a Academia, pois é a primeira vez que
trazemos o conhecimento científico
para as cozinhas. Antes, as informações dos livros eram passadas somente às indústrias de alimentação”, avalia Wilma Araújo, coordenadora da
18
Quem também está rindo à toa é o
nosso chef pâtissier Daniel Briand.
Seu Doces Segredos ganhou o prêmio de melhor livro de sobremesas
no mesmo concurso mundial. Editada
no ano passado pela Editora SenacDF, a publicação de 120 páginas revela algumas das receitas do menu do
Café Daniel Briand da 104 Norte, entre elas a deliciosa éclair de chocolate
e o croissant, feitos ainda hoje de
modo artesanal. Os autores, Carlos
Wilson de Andrade Filho, Marta Moraes e André Ramos contam ainda a
história desse francês que se casou
com a brasileira Luiza Venturelli e decidiu viver em Brasília, trazendo na
bagagem suas especialidades francesas. Félicitations à tous!
Novidades na taberna
A Pata Negra está cheia de novas
idéias para continuar oferecendo o
melhor da gastronomia e cultura espanholas. A principal partiu dos próprios clientes. Há algum tempo eles
pediam que a chef elaborasse mais
pratos para o jantar e que o restaurante abrisse também para almoço.
Pedido atendido, desde o último dia
11 a taberna tem seu almuerzo com
pratos inspirados na culinária brasileira mas, é claro, com um toque
andaluz. Para o jantar foram criados
novos pratos, como as Chuletitas de
Cordero Lechal, preparadas com bistecas de cordeiro abatido com menos
de seis meses de idade, o que confere
à carne sabor e maciez incomparáveis. As bistecas são grelhadas e regadas com molho especial da casa.
Acompanham baby batata, baby
cenoura e baby cebola cozidas no vapor e refogadas na manteiga.
Marca unificada
A loja de vinhos Wine House vai se
chamar Zahil. A mudança faz parte de
um projeto da Zahil Importadora de
unificar sua marca, passando a exibi-la
em suas distribuidoras em várias cidades do Brasil. A empresa completou
21 anos de mercado e desde 1999 dedica-se exclusivamente à importação
de vinhos finos. Atualmente trabalha
com 300 rótulos de nove países.
POR RODRIGO OLIVEIRA
[email protected]
Fotos: Divulgação
Nega Maluca
Até o final do mês C’est si bon reverterá toda a renda obtida com a venda
do minicrepe Nega Maluca para o
projeto Vida Positiva, que ajuda crianças portadoras do vírus HIV no Distrito Federal. O minicrepe, criado pelo
chef Sérgio Quintiliano especialmente
para a ocasião, é feito de massa de
chocolate, recheada com brigadeiro e
marshmallow, e decorado com fios
de ovos e uvas. Custa R$ 9,40.
Festival de Martini
E por falar em C’est si Bon, a creperia
lançou quatro drinks feitos com Martini: o Passion-Martini, com Gim,
Martini Dry, Maracujá, Suco de Laranja, decorado com twist de laranja; o
Grape-Martini, que leva Gim, Martini
Bianco, Uvas Tompson; o Choco-Martini, feito com martini bianco, gotas
de gim, nutella, chocolate quente,
canela, espuma de leite e o GingerMartini - Martini Bianco, gim, grenadine, limão, gengibre e açúcar. Du-
rante a happy-hour (todos os dias de
17 a 19h) os drinks saem pela metade do preço (de R$ 12 por R$ 6).
Clube da Esquina
Os mineiros residentes na cidade vão
vibrar com o mais novo projeto do
restaurante Capital de Minas. Todas
as sextas-feiras, às 19h, Adriano Rocha apresenta o show Minas em Cordas e o chef Anderson Ferreira o festival Cachaça com Petisco. Modas de
viola e canções da turma do Clube da
Esquina são acompanhadas pelos
mais tradicionais petiscos e as melhores cachaças das Minas Gerais. Para
que os clientes possam provar vários
tira-gostos, o chef criou porções
reduzidas de torresmo a pururuca
(R$ 3), mandioquinha frita (R$ 2,50),
bolinho de mandioca (R$ 4), entre
outras delicias. Quem já experimentou torce para que o projeto – previsto para durar apenas até o final deste
mês – continue em 2008.
Art des Caves virtual
A líder nacional em fabricação de
adegas acaba de inaugurar sua primeira loja e-commerce. A partir de
agora, no endereço www.maisondescaves.com.br o internauta encontrará
a linha completa de adegas disponível nas lojas Maison des Caves do Rio
e São Paulo, além de umidores para
charutos, acessórios e vinhos de di-
versas nacionalidades. É um serviço
direcionado principalmente aos experts, que já sabem o que comprar.
Mas também os principiantes passam
a ter o conforto de pesquisar preços
sem sair de casa. As compras podem
ser pagas com cartão de crédito em
até 12 vezes sem juros. Peças em estoque serão entregues em até quatro
dias úteis. (11) 5525.2400.
Domingo em dose dupla
As tardes de domingo prometem, no
Bona Fide Bistrô (QI 9 do Lago Sul).
Das 16 horas até o fechamento da
casa, a Heiniken 600ml é servida em
dose dupla. Quem pedir uma ganha
outra por conta da casa.
O pão nosso
O melhor pão do Brasil é de Brasília.
A 2ª Copa Bunge de Panificação teve
como vencedor o “pão de chá verde”
criado pelo padeiro Rogério Cruz
Souza, da Casa do Pão (112 Sul).
O pão de Rogério, que
desbancou mais de
3.500 receitas de todo
país, é aromatizado com
chá verde e acrescido de
fibras e açúcar mascavo.
Como prêmio, o padeiro
brasiliense ganhou uma
viagem a Portugal, onde
participará de um curso
especial de panificação.
19
Carta de fim de ano
Meu prezado editor: estas mal traçadas integram a derradeira coluna deste Ano da Graça de 2007.
Natural, portanto, que viajem nas águas de um balanço, que voem pelas nuvens do bom e do mau, do
LUIZ RECENA
garfadasegoles
@alo.com.br
alegre e do triste, do neutro. Este último, primo do medíocre e do “bonzinho”, freqüenta pouco nossa
revista, mas também faz parte da vida, perpassa o ano de vez em quando. Mais uma vez, enfrentamos
luta forte contra inimigos poderosos, personagens ingratos, anunciantes de memória curta, que esque-
garfadas&goles
cem seus deveres de reciprocidade. Mas, no final, vejo que singramos à boa vela o Paranoá revolto deste
20
2007. A matemática e a contabilidade poderão, talvez, me desmentir com a frieza dos números, mas às
duas contestarei com o reforço do nosso prestígio como veículo de gastronomia, cultura, turismo e lazer.
O crescimento do número de assinantes reforça meus argumentos. Nossas recomendações viraram referência. É cada vez maior e mais freqüente o número de consultas e nossas certeiras indicações fazem a
alegria dos donos e das donas. Neste ponto não há dúvidas de que fechamos bem o ano. Salud!
Tintim aos novos
Foram muitas, dezenas, as inaugurações e aberturas de novas casas para comer e beber. O crescimento da oferta, o aumento da variedade e a
melhora da qualidade empurraram Brasília um
pouco mais para cima na pirâmide gastronômica
nacional. Cariocas e paulistas, principalmente estes, ainda resmungam e torcem o nariz. Mas isso
é problema de umbigo... Pela condição de caçula,
o destaque de fim de ano vai para o Barcelona
(206 Sul), um bar de tapas e de alto astral.
Novos e velhos
também valem
Mudar pode ser bom e muitos renovaram casas e
cardápios. A metamorfose está na moda, seja ela
constante, ambulante ou ululante. Na listinha de
destaques, meus votos para o Dom Francisco, que
volta ao ninho antigo da 402 Sul; o Peixe na
Rede (308 Norte), que cresceu e atravessou a rua,
à força da qualidade da tilápia e das receitas de
Maria Luiza; a Alice, que trocou certa ingratidão
lago-nortista por novos carinhos sulistas (QI-17);
e para um clássico da rua das farmácias (202 Sul),
o La Gioconda, com espaço gourmet e cardápio
de chef, para festas e reuniões.
Garfadas diferentes
A ascendência espanhola não é passaporte garantido para o apreço da cozinha ibérica. Mas a paella do Olivier (Clube de Golfe) reconciliou-me
com os antepassados. E, também, com o prato.
Sabor e fartura são marcas inesquecíveis.
No tablado
Com o perdão de outras ascendências, o show do
ano também vai para a Espanha. Foi no andaluz
Pata Negra (413 Sul): um grupo de bailarinos de
flamenco capaz de arrancar aplausos, gritos, uivos.
Fez parte das festas do primeiro aniversário do bar,
que segue firme. Olé!
Na virada
E na categoria promessa, a festa de réveillon Preto
& Branco, no hotel Blue Tree Park. Lucas Falcão e
seus parceiros surfam a mil nas águas do lago.
Simples é biutiful
Boteco também é filho de Deus. E a revelação do
período foi o Pipou’s, grafado assim mesmo. Está
na rua do CEUB (706 Norte) e serve o melhor frango a passarinho da cidade, entre outros petiscos.
Cervejas? Geladésimas. Sempre. O João merece.
Asa Norte chorou
Bar fechado é poeta mudo. A voz do divino chamou ao destino a Toca do Chope. Perdemos um
cremoso de lei e o Claude foi beber nas águas baianas de Trancoso. Saudades. Ainda bem que sempre teremos o amparo de Jorjão Ferreira, reforçado
agora pelos sábios conselhos do Dr. Paixão, um
craque polivalente.
Aviso aos navegantes
Antes que viceje a maledicência: o colunista não
induz, não faz campanha, não vota no Prêmio Roteiro. O aqui escrito é mera lembrança natalina.
Fotos: Eduardo Oliveira
Costelinha da lata
Receita do chef Geraldo Paula Rocha, do Feitiço Mineiro
INGREDIENTES
• 2 kg de costelinha de porco
não muito gorda (mas também
não muito magra)
• 1 maço de hortelã
• 1 maço de galhos de alecrim
• 1 maço de manjericão
• ½ maço de salsinha
• ½ maço de cebolinha
• 1 cebola grande
• 5 dentes de alho
• 1 pimentão
• Sal a gosto
(aproximadamente 3 colheres
de sopa rasas)
• 2 litros de banha de porco
MODO DE PREPARO
Bata todos os temperos no liqüidificador com um pouco
de banha de porco. Misture à costelinha, acariciando
bem a carne, e deixe marinar por aproximadamente
duas horas. Esquente o restante da banha numa panela
grossa (de preferência de ferro), coloque a costelinha e
dê uma primeira fritura. Acrescente aproximadamente
½ litro de água e mantenha em fogo brando até secar
completamente. Retire da panela e acondicione a carne,
que deve ficar totalmente submersa na gordura, em
recipiente com tampa (originalmente usavam-se as
próprias latas de banha, daí o nome da receita). Deixe
a costelinha descansar por pelo menos uma semana.
Não é necessário manter sob refrigeração. Além de
conservar, a gordura amacia a carne e lhe entranha os
temperos. Na hora de servir, retire a carne e esquente.
Você pode ir retirando as quantidades necessárias e
manter o restante da carne guardada por muito tempo.
Ela se conservará desde que permaneça totalmente
submersa na gordura, sem contato com o ar, e que
não seja maculada por nenhuma gota d’água. Cuide,
então, de só manipular a carne (retirar as porções) com
utensílios absolutamente secos.
21
pão&vinho
Per brindare (final)
ALEXANDRE DOS SANTOS FRANCO *
Cá estamos nós, neste final de 2007,
a antecipar os bons ares de 2008, preparando-nos para os amigos secretos, as
despedidas de colegas, o Natal e o Réveillon. Em nenhuma dessas ocasiões
devemos deixar que falte o nosso amado vinho, e sem dúvida não podemos
ficar sem brindar com bons Champanhes ou outros espumantes de nossa
preferência.
Aliás, nunca esqueçamos que somos privilegiadas nesse sentido, pois,
se ainda não produzimos os melhores
tintos, somos, por certo, produtores de
22
alguns dos melhores espumantes que
existem fora da região francesa de
Champagne. É sobre esses últimos que
vamos falar, para completar nossa breve
análise sobre o tema.
Da festiva Espanha vem o Cava. Em
1872, na região de Penedes, próximo a
Barcelona, produziu-se o primeiro Cava,
mudando para sempre o destino vinícola da região. Hoje, são mais de 170 os
produtores desse espumante que usa as
castas autóctones Macabeo, Parellada e
Xarel-lo, além da internacional Chardonnay, para as Cavas brancas, que se
somam às castas Garnacha e Monastrell,
para as versões rosés.
Da cervejeira Alemanha vem o Sekt.
Embora o clima frio do país possa dar
bons indícios para a produção de espumantes, a prática não confere a eles
a mesma qualidade típica dos vinhos
brancos alemães. Comumente produzidos a partir do método Charmat,
acabam por resultar em espumantes
bastante simples, nos quais se utilizam
as diversas castas típicas da Alemanha.
Todavia há uma pequena produção dos
chamados “Sekt finos”, os quais, a partir das uvas Riesling, Weissburgunder
(Pinot Blanc) e Rulander (Pinot Gis), e
sempre pelo método Champenoise, acabam por apurar um espumante em geral
datado, com sabores crespos, claros e vivos que proporcionam uma interessante
e agradável experiência gustativa.
Da dolce Itália vêm o Asti e o Prosecco. O mais conhecido e vendido espumante italiano ao longo dos tempos tem
sido sempre o doce Asti Espumante,
que, produzido no Piemonte a partir da
casta Moscato, não têm obtido boa fama. Mas modernamente os Asti de alta
qualidade têm se expressado de forma
muito frutada, evocando pêssegos e damascos maduros, abandonando o tradi-
cional exagero de açúcar e se tornando
uma grande opção, especialmente para
acompanhar sobremesas. Já mais recentemente ganhou fama por todo o mundo o Prosecco, que na verdade é uma
casta autóctone da região do Vêneto
(provavelmente de Friuli-Venezia Giulia) que deu nome ao espumante, ainda
que eventualmente seja cortado com as
castas Pinot Bianco e Pinot Grigio.Embora produzidos a partir do método
Charmat, alguns, vindos especialmente
da aldeia de Valdobbiadene, apresentam boa qualidade, com alta acidez,
além de mais frutados e um pouco menos crespos que os Champanhes.
Todos os espumantes têm, por certo, o seu valor, e variam de qualidade
em cada uma de suas origens conforme
o produtor e a região. Muito interessante para nós é notar que o Brasil tem
um dos melhores terroires para espumantes do mundo, na Serra Gaúcha. É
incrível a homogeneidade da qualidade
atual, fazendo com que praticamente
qualquer espumante daquela região
seja no mínimo razoável. E é mais
impressionante ainda o surgimento de
alguns que me parecem tão bons quanto alguns dos bons Champanhes que
conhecemos.
Assim, para este fim de ano, mais
uma vez aconselhamos o consumo dos
espumantes nacionais de uma forma
generalizada. Mas eu não poderia deixar de apontar os três que considero
verdadeiros exemplos de primazia, todos produzidos a partir do método
Champenoise e das castas tradicionais
de Champagne: o Adolfo Lona, o Angheben e o Don Giovanni Carta Ouro.
Não deixem de experimentá-los, pois
certamente não se arrependerão.
Um brinde a todos os nossos leitores e até 2008.
23
roteirogastronômico
Esquina da Vila
202 Norte (3327.8342)
CC: Todos
Bar Brasília
Em plena W3 Sul, o Bar Brasília tem
decoração caprichada, com móveis e
objetos da primeira metade do século
XX. Destaques para os pasteizinhos.
Sugestão de gourmet: Cordeiro
ensopado com ingredientes
especiais, que realçam seu sabor.
BARES
506 Sul Bloco A (3443.4323)
CC: Todos
BUFFET DE FESTA
Restaurante inspirado no Rio de
Janeiro dos anos 40. O buffet,
com cerca de 20 tipos de frios,
sanduíches e rodadas de empadas
e quibes, com a performance do
garçom Tampinha, são boas opções
para os freqüentadores.
BRASILEIROS
Armazém do Ferreira
Sweet Cake
É um dos mais renomados buffets
de festa da cidade, com mais de
dez anos de experiência. Além dos
salgados e doces finos oferecidos
no buffet, destaque para o Risoto de
Foie-Gras, o Carré de Cordeiro ao
Molho de Alecrim e o Filé ao Molho
de Tâmaras.
QI 21 do Lago Sul (3366.3531)
Camarão 206
Cerveja gelada e buffet. Mais de 40
opções de frios e petiscos. De 2ª a
6ª, buffet no almoço. Aos sábados,
feijoada e cachaças, além do buffet
de massas e saladas. Todos os dias
rodízio de pizzas, caldos e massas.
Cardápio variado, sabor e qualidade.
Buffet no almoço é o carro-chefe, com
mais de 10 pratos quentes, diversos
tipos de saladas e várias opções de
sobremesa, a R$ 35,90 (2ª a 6ª) e
R$ 39,90 (sáb, dom e feriados) por
pessoa. No jantar, serviço à la carte.
206 Sul (3443.4841), Liberty Mall
e Brasília Shopping CC: todos
Numa das esquinas mais valorizadas
da cidade, a casa tem uma ampla
varanda e o chope bem gelado. No
almoço, buffet variado de saladas,
massas e grelhados. À noite, as
lingüiças mineiras estão entre os
petiscos mais pedidos.
201 Sul (3224.9313)
CC: todos
Diamantina Restaurante
Ambiente requintado e charmoso.
No cardápio, um convívio
harmonioso entre pratos da cozinha
contemporânea e os preferidos do
ex-presidente Juscelino Kubitschek.
Adega climatizada.
Hotel Kubitschek Plaza
(3329.3774) CC: todos
BUFFET DE RESTAURANTE
Monumental
BRASILEIROS
Vila Planalto(3306.2539)
CC: todos
Bar e Pizzaria do Brás
107 Norte (3347.4735) CC: V
24
A traíra sem espinhas é o principal
prato da casa, mas a peixada ao
molho, os filés de truta, salmão,
badejo e surubim grelhados - com
seus deliciosos acompanhamentos fazem da casa, com seu estilo único,
uma excelente opção.
Don’ Durica
No almoço, bufê com mais de 100
opções (R$ 32,90) com sobremesa
inclusa e feijoada completa aos
sábados. No jantar, pratos da
cozinha contemporânea de dar água
na boca. Dose dupla de chopp no
happy hour, de 17:30 às 20:30.
Funcionamento: segunda a sábado.
201 Norte (3326.1045)
CC: V. M. D
MÚSICA AO VIVO
ESPAÇO VIP
ACESSO PARA DEFICIENTES
ÁREA EXTERNA
FRALDÁRIO
DELIVERY
MANOBRISTA
BANHEIRO PARA DEFICIENTE
CARTÕES DE CRÉDITO: CC / VISA: V / MASTERCARD: M / AMERICAN EXPRESS: A / DINERS: D / REDECARD: R
Café Antiquário
CHOPERIAS
Chiquita Bacana
O Chiquita Bacana oferece almoço com pratos
variados e bem servidos, como massas e
grelhados. Todas as segundas-feiras, é vez da
Segundona Universitária, o cliente terá 50%
de desconto em todas as bebidas. Nas terçasfeiras, dose dupla de caipifruta e vodka. Aos
sábados tem Feijoada a R$ 12,90 por pessoa.
O happy hour acontece todos os dias, com
chopp a R$ 2,20.
No almoço de 2ª. a 6ª., Grandes Receitas:
Peixada, Cozido, Cassoulet, Galinhada e
Baião de Dois. Cinco strogonoffs e sete
escondidinhos atendem carnívoros e
vegetarianos. Saladas, simples grelhados e o
ambiente à beira lago satisfazem aos gostos
mais exigentes.
Pontão do Lago Sul (3248.7755)
CC: Todos
209 Sul (3242.1212)
CC: Todos
Com cinco lojas na cidade, mantém a
tradição em mais de 200 produtos de
receitas típicas do interior de Goiás,
preparados artesanalmente, sem
conservantes ou estabilizantes. Faça já
suas encomendas de Natal e Revéillon.
Panetones, bolos, tortas,salgados,etc.
404 Norte, 215 Norte, 210 Sul,
103 Sudoeste e QI 13 Lago Sul (3361.7767)
Templo
205 Sul bl A lj 3
(3443.7490)
CC: V
O Templo foi concebido para os
apaixonados pelo ritual do prazer a
mesa, que buscam uma alimentação
naturalmente saudável e harmonizada
na composição de sabores e aromas.
No almoço, menu executivo com de
salada, principal e sobremesa a R$
32,00. Á noite, há opção do Lounge.
212 sul (3245.1210)
CC: V, M, D e A
C’est si bon
A casa oferece saladas, massas,
risotos, grelhados e mais de 50 sabores
de crepes. Adega climatizada com mais
de 60 rótulos. Sugestão: New York
(maçã c/ canela, chocolate amargo e
licor de café). Toda 2ª e 5ª música ao
vivo. (www.cestsibon.com.br)
408 Sul (3244.6353)
CC: V, M e D
Torteria Di Lorenza
As mais deliciosas tortas da cidade estão
na Torteria Di Lorenza. São centenas
tipos. Amora Quaker, Frango com Catupiry
e Sonho de Valsa Crocante estão entre
as mais pedidas. Vá a uma de nossas
lojas ou peça pela Loja Virtual em www.
torteriadilorenza.com.br/lojavirtual.
Sudoeste (3344.4600), Shopping Deck
Norte (3468.1528), 115 Norte (3349.7807),
213 Norte (3340.1730), Brasília Shopping
(3328.4853), Lago Sul (3364.5096), 302 Sul
(3226.9667), 211 Sul (3245.6000).
Crepe au Chocolat
A nova loja do Crepe au Chocolat, no
Deck Brasil abriu suas portas com
muitas novidades. São seis crepes
novos, incluindo o delicioso Fanfã
de Pêssego, e saladas que valem
por uma refeição. Reservas pelo tel:
3443-2050.
210 Sul (3443.2050),
109 Norte (3340.7002)
Deck Brasil QI 11 Lago Sul
(3037.2357) CC: V, C
25
CREPERIAS
Natal e Ano Novo. As encomendas
de fim de ano já estão disponíveis
na loja. Tortas doces e salgadas,
troncos natalinos, bolos, panetones,
chocolates, biscoitos,cestas especiais,
presentes, caixas de bombons e muitas
outras delícias. Bufê - Café da manhã,
R$ 11,90 de 2ª a 6ª.
CONFEITARIAS
Praliné
CONTEMPORÂNEOS
Monjolo
Pata Negra
Oliver
Ênfase na cozinha andaluza, oferece
mais de 30 delícias gastronômicas,
como o Jamon Pata Negra, as tapas
e a tradicional paella. Para beber,
o Chopp Pata Negra, sangria e boa
variadade de vinhos. Jantar de
segunda a sábado e almoço, sábados
e domigos com delicioso buffet de
paellas.
O restaurante comemora 2 anos de
sucesso unindo música, arte e cozinha.
Vencedor do Prêmio Roteiro 2006 na
categoria Internacional. Destaque para o
bacalhau ao Zé do Pipo (foto).
413 Sul (3345.0641) CC: Todos
BSB Grill
Desde 1998 oferece as melhores e os
mais diversos cortes nobres de carne:
Bife Ancho, Bife de tira, Prime Ribe,
Picanha, além de peixe na brasa, esfirras,
quibes e outras especialidades árabes.
Adega climatizada e espaço reservado
completam os ambientes das casas.
INTERNACIONAIS
ESPANHOL
roteirogastronômico
304 Norte (3326.0976)
413 Sul (3346.0036) CC: A, V
Brasília Golfe Center SCES Trecho 2 (3323.5961)
Espaço Cultural Contemporâneo
ECCO - SCN Qd.3 (3326.1250)
CC: Todos
San Marco Hotel
Aos sábados, no restaurante
panorâmico do hotel, suculenta feijoada
com ingredientes separados. Entradas:
deliciosas batidas, acarajé e caldinho
de feijão. R$ 30 + 10% por pessoa ou
R$ 55 + 10% o casal. Música ao vivo
e sobremasas inclusas.
SHS Qd 5 Bl C (2103.8484)
CC: Todos
Cantina da Massa
GRELHADOS
Agora, todo sábado é dia de
dobradinha na cantina da massa.
Dobradinha bovina com mocotó,
molho de tomate, alho, cebola,
salsinha, cebolinha, nós-moscada,
louro, sálvia e pimenta, acompanha
pao italiano e caseiro(R$ 15,00).
302 Sul (3226.8374)
CC: Todos
Roadhouse Grill
S.Clubes Sul Tr. 2 ao lado do
Pier 21 (3321.8535)
Terraço Shopping (3034.8535)
INTERNACIONAIS
Bier Fass Gilberto Salomão
O Bierfass Gilberto Salomão completa em
2007 seu 38º ano de sucesso, com uma
fórmula que agrega tradição, ambiente,
cozinha e público diferenciado. Destaque
para a cozinha internacional, variando
pratos clássicos aos modernos, que influi
tanto nos ingredientes usados como na
apresentação dos pratos.
GIlberto Salomão
QI 5 Lago Sul (3248.1519)
CC: Todos
26
Dom Romano
ITALIANOS
Criado nos EUA, foi eleito por três anos
consecutivos o preferido da família
americana. Com mais de 100 lojas,
seus generosos pratos foram criados,
pesquisados e inspirados nas raízes da
América. Conheça tais delícias: ribs,
steaks, pasta, hambúrgueres.
Desde 1988, foi pioneira em assar
as pizzas no forno a lenha. As pizzas
têm sabor e sotaque paulistano. As
massas e molhos são de fabricação
própria, e têm sabores bem caseiros.
As porções bem servidas, retratam a
origem italiana.
QI 11 Lago Sul (3248-0078)
102 Norte (3327-7776) CC: V, M e D.
San Marino
Cozinha típica de cantina italiana.
De 3ª a 6ª, rodízio à noite com
15 sabores de pizzas e oito de
massas. Nas outras noites, somente
à la carte. Durante a semana, no
almoço, buffet com saladas, pratos
executivos e grelhados.
209 Sul (3443.5050)
CC: Todos
MÚSICA AO VIVO
ESPAÇO VIP
ACESSO PARA DEFICIENTES
ÁREA EXTERNA
FRALDÁRIO
DELIVERY
MANOBRISTA
BANHEIRO PARA DEFICIENTE
San Lorenzo
Brilho - Lago Sul
Culinária internacional,com a
combinação surpreendente de belos
e saborosos pratos. Sugestões:Filé
do Casé e Medalhão de Florença.
No almoço, pratos executivos
com atendimento ágil e opções
saborosas. A adega climatizada
completa o ambiente.
A nova loja do Gilberto Salomão
conta com adega climatizada e
grande variedade de vinhos. Espaço
exclusivo para degustações, palestras,
eventos e amplo estacionamento. Os
queijos, azeites, bacalhau, chocolates,
acessórios e charutos completam o
mix de produtos. Venha conhecer!
Centro Gilberto Salomão- lj 33
(3202.4533) CC: todos
103 Sudoeste (3201.2161)
CC: Todos
www.brilhoimportados.com.br
Naturetto
Cardápio com produtos italianos
autênticos e tradicionais. Massas,
filés, peixes e risotos, carpaccio. Tudo
preparado na hora. Execelente carta de
vinhos com 90 rótulos, entre nacionais
e importados. Ambiente charmoso,
varanda e amplo estacionamento
completam o ambiente.
Truli
Um sucesso com serviços originais e
rápidos. Buffet no centro do salão. O
cliente monta seu pedido escolhendo
até sete ingredientes para compor
um prato de massa, ou salada, ou
Vira-e-Mexe (arroz com feijão).
Deliciosos pratos italianos à la carte.
ITALIANOS
101 Sudoeste (3344.8866)
CC: V, M e D.
O restaurante valoriza a culinária
macrobiótica, os vegetais orgânicos
e integrais. O peixe está presente no
cardápio diariamente. À noite, o vinho
se harmoniza com o ambiente rústico
e cultural e acompanha quiches,
salmão grelhado, pães e queijos.
201 Sul (3322.4688) Delivery
(3225.4050) CC: Todos
NATURAIS
Trattoria 101
LOJAS DE VINHO
CARTÕES DE CRÉDITO: CC / VISA: V / MASTERCARD: M / AMERICAN EXPRESS: A / DINERS: D / REDECARD: R
405 Norte (3201.6223) e
Câmara dos Deputados CC: V e M
Haná
Diariamente no almoço e jantar,
festival de sushi e sashimi, com
mais de 35 opções de pratos.
Nas 2as e 3as, o tradicional buffet
conta com o Festival do Camarão.
Funciona também à la carte e tem
delivery. Horário: diariamente das
12h às 15h e das 19h às 24h.
408 Sul (3244.9999)
CC: Todos
Villa Borghese
ORIENTAIS
O charme da decoração e a iluminação
à luz de velas dão o clima romântico.
Aberto diariamente para almoço e
jantar. Sugestão: Filetto al gorgonzola
(Filet mignon recheado com creme de
gorgonzola servido com arroz cremoso
de abobrinha e Farofinha crocante de
alho), por R$ 40,00.
Brilho - Feira dos importados
Referência desde 1997, nos ramos
de bebida, charutaria e delikatessen.
Na adega climatizada o cliente
encontra vinhos especiais, como
Romaneé Conti e Chateau Pétrus.
Ambiente especial para degustação.
Queijos importados e o melhor
bacalhau da cidade.
Feira dos Importados
(3037.4533) CC: Todos
www.brilhoimportados.com.br
LOJAS DE VINHO
201 Sul (3226.5650) CC: Todos
Maki Temakeria
É o lugar ideal para fanáticos por
cozinha japonesa que nem todos os
dias estão com apetite ou bolso para
ir a um restaurante tradicional. São 20
opções de temakis, como o delicioso
camarão tempurá, e oito opções
de rolinhos. Às sextas e sábados,
funciona até as quatro da manhã.
405 Sul (3242.3460)
www.makitemakeria.com.br
27
MÚSICA AO VIVO
roteirogastronômico
ESPAÇO VIP
ACESSO PARA DEFICIENTES
ÁREA EXTERNA
DELIVERY
FRALDÁRIO
MANOBRISTA
BANHEIRO PARA DEFICIENTE
CARTÕES DE CRÉDITO: CC / VISA: V / MASTERCARD: M / AMERICAN EXPRESS: A / DINERS: D / REDECARD: R
Pizza Benta
Tradicional e inovador. Sushis e
sashimis ganham toques inusitados.
Exemplo disso é o sushi de atum
picado, temperado com gengibre e
cebolinha envolto em fina camada de
salmão. As novidades são fruto de
muita pesquisa do proprietário Jun Ito.
Na esquina da 108 sul,uma pizza
de dar água na boca! Ambiente
agradável e estacionamento fácil.
Funciona a partir das 18:00h com
ótimo atendimento.De segunda a
quarta até 21h, chope a R$2,00 e a
“pizza da semana” tamanho grande
por R$18,90.
PIZZARIAS
Nippon
ORIENTAIS
403 Sul (3224.0430 /
3323.5213) CC: Todos
108 Sul (3242.2505)
CC: V e M
Feitiço Mineiro
Belini
PADARIA
A casa premiada é um misto de padaria,
delikatessen, confeitaria e restaurante.
O restaurante serve risotos, massas e
carnes, inclusive cordeiro. Destaque para
o café gourmet, único torrado na própria
loja, para as pizzas especiais e os buffets
servidos na varanda.
113 Sul (3345.0777)
REGIONAIS
A culinária de raiz das Minas Gerais
e uma programação cultural que
inclui músicos de renome nacional e
eventos literários. Diariamente, buffet
com oito a nove tipos de carnes.
Destaque para a leitoa e o pernil à
pururuca, servidos às 6as e domingos.
306 Norte (3272.3032)
CC: Todos
Severina O Sabor do Nordeste
Após 26 anos em Brasília, o
restaurante Feijão verde da Asa
Sul muda de nome, decoração,
cardápio, mas mantém a tradição e a
qualidade. Carne de sol, baião de 2x2,
arrumadinho, escondidinho, bode e
beiju recheados. É só escolher!
www.restauranteseverina.com.br
201 Sul (3224-6362)
CC: V, M, Amex, D
CC: Todos
Baco
PIZZARIAS
309 Norte (3274.8600), 408 Sul
(3244.2292) CC: Todos
Baco Delivery (3223.0323)
Saborella
Sorvetes com sabores regionais e
tecnologia italiana são a especialidade
da casa. Os mais pedidos: tapioca,
cupuaçu, açaí e frutas vermelhas. Na
varanda, pode-se apreciar café bem
tirado e fresquinho, acompanhado de
tapiocas quentinhas.
SORVETERIA
Premiada por todas as revistas.
Massas originais da Itália, vinhos
e ambiente. No cardápio, pizzas
tradicionais e exóticas. Novidades são
uma constante. Opção de rodízio em
dias especiais – na 309 Norte, toda 3ª
e domingo, e na 408 Sul, às 2as.
112 Norte (3340.4894)
CC: Todos
Gordeixo
Quituart
15 bistrôs de culinária nacional e
internacional: vatapá, feijoada, confit
de pato, paella, escondidinho de carne
seca, quibes, leitoa à pururuca, sushis,
picanha na chapa, tortas, suspiros e
café. Além de moda e arte barroca.
Funciona de 5ª a domingo.
VARIADOS
Ambiente agradável, comida boa e
área de lazer para as crianças fazem
o sucesso da casa desde 1987. No
almoço, além das pizzas, o buffet de
massas preparadas na hora, onde
o cliente escolhe os molhos e os
ingredientes para compor seu prato.
Canteiro central do Lago Norte
(3468.7139 / 8493.2774 )
306 Norte (3273.8525)
CC: V, M e D
Sol Nascente
28
29
30
dia&noite
niemeyercentenário
Os 100 anos de Oscar Niemeyer, comemorados no último dia 15, serão ainda motivo de
muitas e merecidas homenagens. A mostra Brasília Iluminada, do fotógrafo Bento Viana,
traz 56 fotografias de 1,25 por 1,87m, que ficarão expostas ao ar livre, dia e noite, na
Praça dos Três Poderes, palco de muitas de suas obras-primas. Resultado de uma viagem
pela obra de Oscar Niemeyer, as fotos de luz fina, texturas e cores vibrantes mostram aos
visitantes o múltiplo universo do arquiteto, visto nas vibrações das superfícies do
concreto e na robustez da massa edificada no cerrado. São esperados 120 mil visitantes
durante o tempo em que a exposição ficar em cartaz, até 31 de janeiro.
fotos-pintura
O fotógrafo Leonardo DeGorter tenta mostrar um
pouco da imensa variedade de animais e paisagens
encontradas pelos diversos ecossistemas na mostra
Imagens da Natureza Brasileira. De ambientes
urbanos no Rio de Janeiro a uma reserva de Mata
Atlântica em Minas Gerais, o fotógrafo mostra que,
tanto em ambientes selvagens como urbanos é possível encontrar à nossa volta
belas paisagens e animais selvagens. O resultado são fotografias que mais parecem
pinturas e que podem ser admiradas até 10 de janeiro no Memorial dos Povos
Indígenas. Informações: 3226.5206.
circopolonês
Divulgação
Palhaços, bichos, malabares e temas ligados ao circo
ilustram os cartazes que o publicitário Andrés
Bukowinski coleciona desde 1972. A obras, compradas
em viagens à Europa e aos Estados Unidos, são
assinadas por artistas gráficos poloneses como
Waldemar Swierzy, Hubert Hilscher e Jan Sawka. Sua
coleção pode ser conhecida pelo público brasiliense
na exposição Cartazes Poloneses – Circo, que reúne
55 cartazes feitos em diversas técnicas. A mostra foi
organizada por Úrsula Groska, diretora da Casa da Polônia, com o apoio da
embaixada do seu país, e fica em cartaz até 6 de janeiro, no Museu da República.
chinanua
“Um bilhão e meio de pessoas e
os novos políticos da China
podem dar ao país o poder de
regular o mundo para o futuro
próximo. Tirar suas roupas foi
um dos meus primeiros
pensamentos quando eu comecei
com meu projeto”. É assim que o
fotógrafo alemão Frank Rothe
explica sua exposição Naked
China, que mostra um raro
retrato do país onde a nudez é
um tabu. O ousado trabalho do
fotógrafo pode ser conhecido no
Espaço Cultural Contemporâneo
– ECCO, até o Dia de Natal.
circoespanhol
O flamenco e o circo é o nome do espetáculo que o Teatro Dulcina de Moraes (Conic)
recebe nos dias 20 e 21 de dezembro, às 21h. Dirigido por Patrícia Weingrill, o show
mostra a dança andaluza, forte e sensual, com elementos circenses. “Quis homenagear
o circo, uma arte secular, que se perpetua”, diz a diretora. Os responsáveis pela
execução da homenagem são profissionais e alunos do Estúdio Capricho Espanhol e
da Escola de Circo de Brasília, junto com o cantor Fernando de Marília e o saxofonista
Aildo. Eles apresentarão sevillanas, tangos, música com castanholas, alegrias e
garrotim. Os ingressos estão à venda no Capricho Espanhol (111 Sul, 3244.6648)
por R$ 40 e R$ 20. Informações: www.caprichoespanhol.com.br.
31
dia&noite
arteempostais
Catedral de Colônia, em foto de Hans-J. Albert
patrimôniomundial
Cidades do Brasil e da Alemanha tombadas pela Unesco como Patrimônio da
Humanidade foram fotografadas por profissionais dos dois países. O resultado
desse trabalho está na Galeria Principal da Caixa Cultural até 13 de janeiro. Estão
lá belas imagens de Brasília, Ouro Preto, Diamantina, Salvador, São Luís, feitas
por Araquém Alcântara, Paulo Mac Dowell, Juan Pratginestós e muitos outros.
As 32 cidades alemãs tombadas pela Unesco estão representadas em fotos de
Hans-J. Albert. De terça a domingo, das 9 às 21h.
celebridades
Ele mora há poucos meses em São
Paulo, onde pretende fotografar famosos
brasileiros. O francês Ludovic Carème
tem uma capacidade peculiar de dirigir
seus modelos. Suas fotografias não
O ator
são apenas o retrato de alguém, mas a Morgan
imagem do encontro entre fotógrafo e Freeman
modelo, imagem da relação de força que se estabelece no momento
da foto. Ao mesmo tempo em que tem um respeito profundo por seu
modelo, tem também total controle do enquadramento, da luz, do
instante. Sua primeira exposição no Brasil pode ser vista até 25 de
janeiro no Espaço Cultural Contemporâneo – ECCO.
artemexicana
Um texto do escritor tcheco Franz Kafka serviu de inspiração para o
pintor Francisco Toledo, considerado o maior artista contemporâneo
vivo do México. Assim surgiu a exposição Informe para uma Academia,
que fica na Galeria Piccola II da Caixa Cultural até 13 de janeiro. São
42 gravuras que Toledo fez a partir de uma
livre interpretação do texto homônimo de
Kafka, no qual ironiza a condição humana
ao colocar um macaco explicando a um
grupo de cientistas o processo de humanização a que foi submetido. De tão
humano, o animal pouco se importa se
é compreendido ou não pelos ouvintes.
De terça a domingo, das 9 às 21h.
32
Um século antes de a Internet
revolucionar os meios de
comunicação, Eduardo Marques
Júnior, mais conhecido como Dudu,
amou Maria Angélica Casado, vulgo
Mariquinhas. Tudo começou com a
paixão em comum desse casal do
início do século XIX, morador de Porto
Alegre: colecionar cartões postais. A
mostra Cartophilia – uma História de
Amor traz 128 desses cartões trocados
entre 1903 e 1906 e cuidadosamente
guardados pela
família por mais
de um século.
Na Galeria
Piccola I, da
Caixa Cultural,
até 13 de janeiro. De terça a domingo,
das 9 às 21h.
eduardorangel
Um dos pontos fortes de Chico Buarque é a
naturalidade com que ele transita entre temas
políticos e românticos. É o lado romântico
que o cantor Eduardo Rangel vai apresentar
no show Eduardo Rangel Interpreta Chico
Buarque, no Feitiço Mineiro, dias 21 e 22, às
21h30. Couvert: R$ 12. Reservas: 3272.3032.
cidadesreveladas
Nos últimos seis anos, o fotógrafo paulista
Cristiano Mascaro andou pelo país para
revelar aspectos de espaços urbanos muitas
vezes desconhecidos até de seus moradores.
A mostra, com 30 imagens, ocupa a Galeria
Vitrine da Caixa Cultural até 3 de fevereiro.
São Francisco do Sul, Santa Catarina
33
brasíliaturística
Sombra
e água fresca
Hotéis rurais atraem brasilienses com muito sossego
e receitas caseiras das culinárias mineira e goiana
POR PRISCILA MAGALHÃES
E EDUARDO OLIVEIRA
Brasília, Sobradinho e Planaltina ficaram para trás. Mais alguns quilômetros em estrada de terra e chegamos ao
Hotel Fazenda Águas Emendadas, totalmente isolado do barulho da cidade.
Para se desligar ainda mais do estresse,
num lugar onde nem celular pega, é só
ir um pouco mais adiante, passando por
Formosa e enfrentando outros 11 quilô34
metros de estrada de terra até chegar ao
Hotel Fazenda Araras.
Quem pretende aproveitar esse sossego provavelmente só conseguirá no
ano que vem. Ambos os hotéis estão
sempre lotados e já têm até fila de espera para as festas de fim de ano, assim como muitos outros afiliados ao Ruraltur,
o Sindicato de Turismo Rural e Ecológico do Distrito Federal.
Os brasilienses descobriram que os
hotéis fazenda são uma boa opção para
quem quer sair de férias e fugir do caos
enfrentado nos aeroportos. Hotéis que
em 2005 tinham taxa média de ocupação e visitação de 40% já beiram uma
média anual de 85%. O turismo rural
no DF cresceu 30% este ano, número
que superou em muito as expectativas.
Para se ter uma idéia, segundo o planejamento da Ruraltur e do Sebrae-DF, esse aumento era previsto só para 2009.
Carlos Henrique, Nákima Pereira e
seu filho Vitor não se importam com a
Carlos e Nákima já foram mais de 2Đ
distância de 76 quilômetros que percorrem de Taguatinga ao Hotel Fazenda
Águas Emendadas. “Já viemos para cá
mais de 20 vezes. Pelo menos uma vez
por mês a gente vem”, conta Nákima.
“Fugimos do barulho da cidade e nosso
garoto passa o dia todo andando de cavalo”, acrescenta Carlos Henrique.
O CONTATO COM A NATUREZA É,
obviamente, o grande atrativo desses
hotéis. A criançada, que muitas vezes
cresce sem nunca ter chegado perto
de uma vaca ou uma galinha, diverte-se
montando em cavalos e pôneis, tirando
leite da vaca e vendo de perto patos, gansos, coelhos, preás, cágados e porcos.
O Águas Emendadas tem apartamentos que acomodam até quatro pessoas e chalés para até seis pessoas.
Comandado por Luiz Freire e seus filhos Marcelo e Marina, o hotel tem como diferencial não cobrar nada além da
diária. O hóspede pode passar o dia todo deitado à beira da piscina comendo
churrasco e bebendo cerveja, caipiroska
e refrigerantes sem se preocupar com a
conta.
“Aqui é comida o dia todo, é dieta
de engorda”, brinca Luiz. Quem prefere
comida caseira pode aproveitar o bufê
no almoço e no jantar. O empresário
Marcelo Caribé, que aproveitou o feriado de 15 de novembro para conhecer o
hotel, definiu bem o sabor: “Parece até a
comida da minha avó”.
Todas as atividades oferecidas pelo
hotel estão incluídas no preço da diária.
Entre os atrativos, duas saunas, uma piscina de água tratada e três de água mineral, banhadas pelas águas do córrego
Vereda Grande, que cruza o hotel e deságua no Rio Maranhão. Salas de jogos,
espirobol, quadras de vôlei e campos de
futebol garantem a diversão.
O hotel também tem estrutura para
receber grandes grupos, sendo uma boa
opção para confraternização de empresas e até convenções: “Temos um auditório para 100 pessoas, um salão de
festas para 300 e duas salas com capacidade entre 30 e 50 pessoas, onde podem ser realizadas reuniões de vários
tipos”, diz Marina Freire.
UM POUCO MAIS DISTANTE DO PLANO
Piloto, o Araras Hotel Fazenda é ideal
para quem quer fugir da conturbada vida
na cidade sem abrir mão do conforto.
Com um clima bem rústico e agradável,
o hotel atrai grande número de brasilienses. “A maioria absoluta dos clientes é de
Brasília, e 90% dos que vêm para cá acabam voltando mais cedo ou mais tarde”,
diz o proprietário, Ivo José. O Araras
também é procurado por quem faz ecoturismo, pela proximidade com sítios arqueológicos. A poucos quilômetros estão
o Buraco das Araras, a Gruta das Andorinhas e algumas cachoeiras.
O hotel tem 40 apartamentos de casal, com preços que variam de R$ 160 a
35
R$ 198 a diária. O visitante pode optar
também pela utilização da área de camping, desembolsando R$ 45 por dia. Há
ainda o Daycamp, por R$ 34, a melhor
opção para quem quer passar o dia no
hotel e à noite voltar para casa. Os campistas podem desfrutar de todos os atrativos oferecidos pelo hotel. O casal
brasiliense Júnior e Fernanda aprovou.
“Vale a pena pelo sossego e o preço é
bom. Agora pretendo trazer a família
toda pra cá”, diz Júnior.
Foi o que fez Eugênio Drumond.
Ele, a mulher Graça e os filhos Eduardo
e Juliana resolveram sair do roteiro tradicional de férias e, em vez de irem para
a praia, hospedaram-se no Araras. “A
distância percorrida vale a pena. Almoçamos bem, fizemos caminhadas e amanhã vamos aproveitar ainda mais”, diz
Eugênio.
AS REFEIÇÕES SÃO UMA ATRAÇÃO
à parte. A comida, preparada em forno
à lenha, é quase toda produzida no próprio hotel. Na área de 314 hectares en-
36
contramos plantações, fábrica de queijo,
granja e engenho de moer cana, que garantem ingredientes sempre fresquinhos. As tradicionais culinárias mineira
e goiana predominam nas receitas.
Assim como o Águas Emendadas, o
Araras oferece inúmeras opções de lazer
a seus hóspedes. Quem não está a fim
de descanso pode caminhar nas trilhas,
subir no paredão de escalada, passear
em cavalos e charretes, jogar futebol society e aproveitar a sala de jogos, as piscinas e a sauna. As crianças ainda podem
se divertir na cama elástica e no parque.
À noite, o melhor programa é deitar
na rede e observar uma infinidade de vaga-lumes que parecem prever a chegada
do Natal e piscam no horizonte, proporcionando ao hóspede um belo espetáculo. Depois disso, é hora de dormir, na
certeza de que nenhuma buzina, sirene
ou freada de carro vai atrapalhar o sono.
Hotel Fazenda Araras
www.hotelfazendaararas.com.br
(61) 3225.5011 / 3503.5011 / 9984.9274
Hotel Fazenda Águas Emendadas
www.aguasemendadas.com.br
(61) 4101.6060 / 4101.1010 / 8188.1324 /
8188.1325
Ruraltur
www.ruraltur.com.br
37
Fotos: Romulo Fialdini
galeriadearte
Exposição de
jóias e móveis
junta talento
de Francesca
Romana Diana
e Hugo França
Arte em
pedra e madeira
38
duo florestal em mesas, cadeiras e espreguiçadeiras nunca repetidas.
No percurso da exposição, o visitante
constata a evidente sinergia que nasce da
combinação dos trabalhos dos dois artistas: a madeira trabalhada respeitando
seu estado natural oferece um contraste
estonteante com as pedras esculpidas e
montadas em sofisticadas jóias.
ELA
Napolitana formada em Biologia,
desde menina teve sua sensibilidade direcionada para outra área. Aos dez anos,
seus olhos se fixaram no traçado do piso
de dois mil metros quadrados da Praça
do Campidoglio, em Roma, e se encantaram com o desenho idealizado por
Michelangelo. “Visto do céu é uma
mandala”, diz a artista, para explicar
como nasceu sua paixão pelas jóias.
Depois de trabalhar durante algum
tempo num ateliê em Roma, Francesca
Romana Diana conheceu o Brasil. Era a
década de 80 e a designer apaixonou-se
pela riqueza das pedras de nosso país.
Foram várias viagens. Em 1986, passou
uma temporada de um mês em Minas
Gerais, acompanhada por um gemólogo
italiano e colecionadores de pedras. No
ano seguinte, voltou para conhecer o
trabalho de lapidadores de pedras. E
veio a decisão: ficou de vez no Brasil.
Divulgação
Ela é italiana. Ele é brasileiro. Ela foi
bióloga. Ele, engenheiro. Ela se apaixonou pela beleza das pedras brasileiras e
delas fez sua arte. Ele se apaixonou pelos grandes troncos de árvores que restaram das queimadas na Mata Atlântica
e deles fez sua arte. Agora, os dois estão
juntos na exposição Francesca Romana
Diana e Hugo França, que fica na Embaixada da Itália até 11 de janeiro, apresentando o trabalho individual de cada um
e peças resultantes do talento de ambos,
a Coleção Brasília.
Concebida para comemorar os 20
anos de carreira da designer de jóias italiana e os dez do escultor e designer brasileiro, a mostra apresenta 250 jóias de
Francesca e dez peças em madeira de
Hugo. De um lado, anéis, brincos e pingentes que unem a
sofisticação do design italiano à riqueza da pedraria brasileira. De outro, esculturas
mobiliárias – ou móveis escultóricos – que utilizam resí-
Retiradas do cenário inóspito, as
árvores abandonadas, algumas até abatidas mas não
recolhidas, são levadas ao atelier. Lá, seu estado bruto sugere a
forma que o artista vai trabalhar cada
material. França esculpe artesanalmente
cada uma de suas peças, acariciando-as,
acentuando suas curvas, dando vida nova à madeira “redescoberta”.
Ênio Berwanger
ELE
Gaúcho formado em Engenharia, foi
para São Paulo trabalhar numa empresa
de minicomputadores. Um ano depois
decidiu abandonar tudo e ir para
a Bahia, na deserta Trancoso,
região marcada pela presença de
remanescentes da Mata Atlântica
e que viveu rápido crescimento turístico. Pousadas e hotéis surgiram de
uma hora para outra e Hugo começou a
construir peças com madeiras que recolhia nos refugos das construções.
Desde o primeiro momento, manteve o firme propósito de interferir minimamente nas formas originais da madeira. Quando chegou às regiões devastadas pelo fogo, na Mata Atlântica, o
artista enxergou vida. Principalmente
nos grandes troncos do pequi, árvore
resinosa com grande oleosidade natural
que a protege do fogo. O pequi restou
solitário nos campos devastados da mata baiana. Não é à toa que sempre foi a
madeira preferida pelos índios tapajós
para construir suas canoas.
Francesca Romana Diana
e Hugo França
Até 11/01 na Embaixada da Itália (Av. das
Nações – Quadra 807 – Lote 30). Entrada
franca.
39
verso&prosa
Deus existe.
Cerveja e vinho
são a prova
Dois livrinhos despretensiosos sobre
líquidos que nos fazem transcender
POR RICARDO PEDREIRA
dos deuses é mesmo o vinho. Vejam Baco, nome latino de Dionísio, o deus grego do vinho. Ou os padres erguendo o
cálice de vinho num dos momentos
mais bonitos do ritual católico.
O livro O assunto
é vinho tem o grande
valor da leveza, sem
aquela pretensão hoje
tão disseminada quando se trata do tema.
A idéia simples e eficaz
foi reproduzir no papel as conversas que
têm em programa na Rádio CBN os
jornalistas Renato Machado e Carlos
Alberto Sardenberg.
Sardenberg entrevista Machado em
pílulas diárias na CBN, coisa de um a
dois minutos. Renato Machado é hoje
uma das sumidades da mídia nacional
em matéria de vinho. Ele é entrevistado
com competência por um Sardenberg
que obviamente gosta muito de vinhos,
Divulgação
Tem gente que não gosta de beber.
Isto é um problema. Delas. Paulo Mendes Campos explicou que o homem
bebe para transcender-se. Claro que
bebida em excesso não é recomendável.
“Aprecie com moderação”, alertam os
rótulos das garrafas. Steinhager, por
exemplo. É pouquíssimo recomendável.
Mas vamos falar de bebidas recomendáveis. Não se deseja aqui entrar
nas searas alheias, de algumas páginas
antes, do Luiz Recena, mestre de garfadas e goles, nem de Alexandre dos Santos Franco, professor do
pão e vinho. É que saíram
recentemente dois livrinhos tratando desse tema
que nos une – a bebida –
e já que estamos próximos
do Natal, vamos às bebidas. À cerveja e ao vinho.
O guia do Guru da Cer-
veja, de Chris Street, e O assunto é vinho,
de Renato Machado e Carlos Alberto
Sardenberg, têm em comum a despretensão. O primeiro é apenas uma brincadeira sobre os “poderes miraculosos”
da cerveja. O segundo, um instrutivo
bate-papo em torno desse verdadeiro milagre que é o vinho. Esse é o livro que
vale.
O Guru da Cerveja é um personagem criado pelo autor, publicitário
inglês que resolveu homenagear sua
bebida preferida. “Depois de apenas
uma garrafa, eu me lembrei de vidas
passadas”, diz o Guru, que nos conta
por meio de sua vida santa um pouco
da história da cerveja. De fato, uma bebida abençoada. Pensem no prazer do
primeiro copo de cerveja num dia de
calor. É de fazer
ateu acreditar
em Deus.
Mas
a bebida
40
que produz champanhe desde 1829.
Nos idos de 1961, num momento de
grande inspiração, disse Madame, perguntada sobre quando bebia esse maravilhoso vinho espumante:
“Só bebo champanhe quando estou
feliz e quando estou triste. Às vezes, be-
bo quando estou sozinha, mas quando
estou acompanhada, o considero obrigatório. Distraio-me com champanhe
quando estou sem fome, e bebo quando
estou faminta. Fora isso, nem toco nele,
a menos que esteja com sede”.
Tintim!
W. Penteado
geralmente partindo de perguntas feitas
pelos ouvintes. Perguntas de leigos,
como nós, para um connaisseur como
Renato Machado A reprodução desses
bate-papos funcionou muito bem no
livro.
Os dois tratam de tudo, desde os
assuntos mais prosaicos. Como fazer
quando a rolha parte ao meio na hora
de abrir a garrafa? Dá para abrir uma
garrafa de vinho, deixá-la pela metade e
guardá-la para beber depois? (“Beba até
o fim”, recomenda o sábio Renato Machado). Tratam dos vinhos mais adequados para cada tipo de comida (incluindo
sushi e feijoada). Tratam de vinhos franceses, italianos, chilenos, brasileiros e
muito mais.
É um livrinho que se pode abrir em
qualquer página, ao sabor da sorte. Será
sempre um pequeno e divertido aprendizado. Ótimo presente de Natal.
E já que falamos de vinhos em meio
a essa época de tantas festividades, está
na hora de um brinde a Madame Lily
Bollinger, da Maison Bollinger, vinícola
41
verso&prosa
Agora vai
Biblioteca Nacional começa a funcionar efetivamente em janeiro
POR AKEMI NITAHARA
FOTOS RODRIGO OLIVEIRA
Aos poucos, a população começa a
ter acesso à Biblioteca Nacional Leonel
Brizola, parte do Complexo Cultural da
República. Depois de inaugurado o prédio, no ano passado, e o Centro de Inclusão Digital, em fevereiro último, os
brasilienses poderão usufruir de parte
dos serviços a partir de janeiro.
O projeto é ambicioso: fazer a biblioteca mais tecnológica e moderna do país
e a primeira grande biblioteca da língua
portuguesa do século XXI. Para isso, várias obras de adaptação estão sendo feitas. O diretor da biblioteca, Antônio
Miranda, diz que faltou organização:
“A biblioteca deveria ter sido pensada
42
enquanto o prédio estava em construção. Foi inaugurado um prédio e não
uma biblioteca”.
Agora, o projeto executivo está pronto e o orçamento aprovado. Para pôr a
biblioteca em pleno funcionamento, são
necessários cerca de 100 funcionários.
Com isso, será possível mantê-la aberta
diariamente das 8 às 23h. A expectativa
é de que os 25 bibliotecários já concursados sejam convocados no começo do
ano.
Hoje, apenas a primeira parte do
Centro de Inclusão Digital está funcionando e o auditório recebe oficinas e
eventos. Também está aberto o salão de
exposições, e uma vez por mês acontece
o Tributo ao Poeta, projeto iniciado em
março e que retorna em fevereiro.
Em janeiro, devem ser entregues à
população o Telecentro, com 51 computadores e acesso à internet em banda larga; o Espaço Infantil, com projeção no
teto, publicações para crianças e computadores; e a sala de treinamento para
monitores e professores. E em 21 de
abril deve ficar pronta toda a parte digital da biblioteca.
Na entrada, um prisma holográfico
reflete a imagem do visitante, que depois passa por um corredor de 18 metros com textos e imagens projetadas
nas paredes, que contam a história das
bibliotecas de língua portuguesa e mostram as atrações da Biblioteca Nacional.
No segundo andar há espaços para
convivência e exposições, cafeteria com
mini-palco para lançamentos, saraus e
pequenos shows, áreas de leitura e acervo, bancadas para laptop (todo o prédio
vai ser área de conexão sem fio à intenet), salas de leitura individuais e coletivas, laboratório para produção e edição
de mídia em audiovisual, internet e áudio, e auditório para apresentações, seminários, palestras e videoconferências.
Tudo isso com vista privilegiada para a
Esplanada dos Ministérios.
No terceiro andar, poltronas para leitura, visualização e audição do acervo
audiovisual. No quarto andar será instalada a biblioteca tradicional especializada para pesquisadores. O Touring Club
também deve ser incorporado à Biblioteca Nacional. Se tudo der certo, o local
vai abrigar salões de leitura e oficinas
para professores e público em geral.
Além disso, o diretor Antônio Miranda está negociando com o escritório
do arquiteto Oscar Niemeyer a construção de um salão de leitura público em
baixo dos pilotis, no lado esquerdo. “A
idéia é oferecer aos usuários um local de
leitura livre, com horário ampliado e
custo muito baixo, pois você não precisa
ter a biblioteca inteira aberta para atender quem vai estudar com os próprios livros e fazer trabalho de escola”.
E os livros? Bem, esses já são 50 mil,
todos doados. Marly de Oliveira, esposa
do poeta e escritor João Cabral de Melo
Neto, doou cinco mil livros, ainda não
disponíveis por falta de local adequado
para colocá-los. Já está em curso uma
licitação para comprar estantes e colocar película protetora nos 2.700
m2 de vidro da biblioteca,
que irão proteger o acervo
do sol.
Miranda explica que o projeto é fazer da Biblioteca Nacional uma irmã gêmea da lendária Biblioteca de
Alexandria, projetando a afirmação de
uma herança cultural brasileira. Para conhecer o projeto mais
detalhadamente basta
acessar o site www.
videolog.uol.com.
br e procurar pela Rede Nacional de Pesquisa.
Antônio Miranda:
biblioteca mais
tecnológica do país
43
luzcâmeraação
José Lins
reconstruído
Novo filme de Vladimir
Carvalho, que refaz a
trajetória do escritor,
é também uma
magnífica radiografia
do ciclo da cana-deaçúcar no Nordeste
44
POR SÉRGIO MORICONI
Exibido no Festival de Brasília de 2006 e em outros grandes festivais
brasileiros, O Engenho de Zé Lins, sexto longa-metragem do consagrado realizador do clássico O País de São Saruê, chega finalmente ao circuito comercial
de cinema. O filme é um retrato emocionado e afetivo de um dos nossos
maiores escritores, personagem central do modernismo realista brasileiro
dos anos 40. O fundamental e absolutamente original nesta obra única é
que personagem (José Lins do Rego) e documentarista (Vladimir Carvalho)
partilharam a mesma cultura e espaço geográfico. Portanto, pode-se dizer
que, ao retratar o escritor, o cineasta estava também refazendo uma viagem
de volta para sua Paraíba natal, onde personagens reais de sua infância en-
ta que explode como uma bomba no cenário do filme brasileiro, influenciando
toda a geração do movimento do cinema novo que, pela primeira vez, voltaria
seus olhos para a tragédia social nordestina. Glauber Rocha, por exemplo, nunca deixaria de reconhecer a importância
de Aruanda sobre Deus e o Diabo na Terra
do Sol, filme de referência do segundo
período do movimento que mudaria indelevelmente a face do cinema brasileir
Mais tarde, Vladimir lideraria o ciclo
de cinema da Paraíba com obras exemplares como Romeiros da Guia, A Bolandeira e ainda A Pedra da Riqueza, sendo
que este último seria realizado quando
o cineasta já havia se instalado em Brasília, assumindo, como professor, uma
das cadeiras de cinema na UnB. Aqui,
Vladimir daria uma contribuição inestimável para a criação de uma estrutura
mínima para a produção de filmes, o
que acabaria desembocando na fundação do Pólo de Cinema do DF, conquista fundamental para transformar a
capital no quarto centro de produção
cinematográfica do país. Vários de seus
curtas, especialmente Vestibular 70, além
dos longas Conterrâneos Velhos de Guerra
(1990) e Barra 68 (2000), reafirmariam
Vladimir entre os grandes do documentário brasileiro, lembrando que O País
de São Saruê, finalizado em 1971, já o havia transformado numa referência latino-americana e mundial.
Com O Engenho de Zé Lins, Vladimir
volta às suas origens nordestinas. Certa
vez, havia citado o príncipe de Lampedusa, em O Leopardo, para quem “aquele que sai de sua terra natal depois dos
vinte anos jamais a deixará”. Vladimir
nasceu no que chama de “piemonte paraibano”, no ponto onde a caatinga litorânea começa a se elevar para – nos seus
termos – “subir as fraldas da Chapada
da Borborema”, chegando enfim em
Campina Grande. O diretor naceu próximo dali, em Itabaiana, que, segundo
as pessoas da região, teria sido um antigo cemitério de índios ainda no tempo
do descobrimento. Na etimologia indígena, Itabaiana significa “pedra que gira”, isto é, a pedra de uma urna funerária onde se enterravam os mortos.
São essas as origens remotas de Vla-
dimir e Zé Lins. O escritor era o que o
realizador chamava de “um comensal invisível” mas constante na casa de sua infância. Muitas vezes, ele conta, depois
do jantar seguia-se uma espécie de “serão”, com seu pai lendo trechos de romances de José Lins do Rego. O pai de
Vladimir havia estudado no mesmo colégio do escritor. Vladimir conta com
humor que, embora mais novo e sem
ter conhecido Zé Lins, seu pai narrava
episódios que lera nos livros como se
ele próprio os tivesse vivenciado de fato.
Eram reuniões mágicas essas que sucediam os jantares. Quando resolveu iniciar o seu O Engenho de Zé Lins, o diretor
sabia que estava remexendo no baú de
sua memória mais afetiva. Estava consciente de lidar com a imagem de um
ídolo de infância e também com o risco
de deslizar para um tipo de autobiografismo. O Engenho de Zé Lins é isso mesmo: o retrato de um ídolo. Se para os
gregos ídolo é a imagem que queremos
ver refletida em nós mesmos, O Engenho
de Zé Lins é, de fato, esse espelho, essa
imagem mutuamente refletida de duas
obras e dois artistas.
O Engenho de Zé Lins
Brasil/2006, 81 min. Direção e roteiro:
Vladimir Carvalho. Com Othon Bastos
(narrador), Ariano Suassuna, Thiago de
Mello, Rachel de Queiroz, Walter Lima Jr.,
Júlio Bressane, Carlos Heitor Cony e Muniz
Sodré (depoimentos).
Fotos: Divulgação
contrariam natureza quase que mítica
nas páginas do escritor nascido na cidade de Pilar.
Almas gêmeas, Vladimir e Zé Lins
recebem a contribuição de outras almas
gêmeas no documentário. E assim, como nas deliciosas narrativas orais, o autor de Menino de Engenho (1932) e Fogo
Morto (1943) é reconstruído através de
depoimentos de companheiros de viagem do quilate de Ariano Suassuna, do
poeta Thiago de Mello, de Rachel de
Queiroz (falecida alguns meses depois
de dar seu depoimento para o filme) e
de tantos outros para quem Zé Lins não
era apenas uma figura literária importante, mas, sobretudo, um ser humano
extraordinário. Sempre presente, essa dimensão humana dá ao filme um caráter
singularíssimo. São impagáveis as seqüências que tratam da paixão do escritor
pelo time do Flamengo e o relato entre
mórbido e cômico que Thiago de Mello
faz dos derradeiros dias, quando o escritor já estava tomado pela cirrose hepática, doença que o levaria a morte.
Vladimir faz uso de excertos do longa-metragem Menino de Engenho (1965),
de Walter Lima Jr., e de extensa documentação fotográfica para reconstituir
o Nordeste do ciclo da cana-de-açúcar,
assim como a obra e a vida do escritor,
aspectos, todos eles, indissociáveis uns
dos outros. Não há força de expressão
aqui, já que Zé Lins nasceu no engenho
de propriedade de seu pai. De uma certa maneira, através das memórias da família, ficamos sabendo um pouco sobre
o apogeu e decadência do ciclo econômico da cana no Nordeste brasileiro.
Há um inevitável tom melancólico nessa
tentativa de resgate de um tempo idílico
e extinto, que só sobrevive nas páginas
dos livros já mencionados acima e de
Moleque Ricardo, obra que, segundo
Vladimir, antecipa muitos dos conflitos
de terra que acontecem hoje na região.
Não seria de forma nenhuma ocioso
relembrar a importância de Vladimir
para o cinema brasileiro de não-ficção.
Tampouco seria um exagero dizer que
o diretor ajudou a fundar a tradição
do moderno documentário brasileiro
quando, em 1960, co-escreveu o roteiro
de Aruanda, de Linduarte Noronha, cur-
45
luzcâmeraação
Paise filhos
As leis de família completa a trilogia do argentino Daniel
Burman sobre relações familiares e busca de identidade
POR REYNALDO DOMINGOS FERREIRA
Um dos mais importantes cineastas
latino-americanos da atualidade, Daniel
Burman volta a tratar de questões familiares, como já o fizera antes em Esperando o Messias e O abraço partido, destacando, numa linguagem poética em que os
fatos às vezes contradizem em muito a
narrativa, a figura paterna como determinante na construção da identidade
do filho.
Como o próprio Burman revela, a
idéia do roteiro lhe surgiu ao ler uma
declaração de François Truffaut – com o
qual guarda muita semelhança de estilo
– de que o momento mais definidor na
vida de um homem se dá quando descobre que seus filhos são, para ele, mais
importantes do que foram seus pais. Isso, segundo o cineasta argentino, é bas46
tante significativo na busca da identidade influenciada pela compreensão
que temos de nós mesmos.
O filme, portanto, trata das convenções de família – não propriamente das
leis – de acordo com a cultura judaica
que Burman procura sempre ressaltar.
Talvez seja por isso que, além de o título
parecer equivocado, alguns aspectos dos
relacionamentos, tanto entre pai e filho
como entre marido e mulher, podem
também suscitar dúvidas no espectador
menos avisado. Principalmente porque
o cineasta, sem querer tomar partido,
narrando os fatos sob a ótica do filho,
Ariel Perelman (Daniel Hendler), cria
personagens que vivem em mundos isolados, que não se comunicam e por isso
também não se conflitam.
Assim, evitando o conflito dramático, Burman ganha oportunidade de rea-
lizar uma bela e poética narrativa,
explorando, à maneira de Thechov, o
cotidiano das personagens, com muitas
nuanças e detalhes. O advogado Perelman, o pai (Arturo Goetz), pratica a
profissão à moda antiga, isto é, atendendo clientes em lugares públicos, como
restaurantes e lanchonetes, apesar de ter
um escritório antiquado e uma secretária também, como ele, já idosa, Norita
(Adriana Aizemberg).
Embora seja Perelman pai um causídico de pequenos clientes, aqui conhecido vulgarmente como “advogado de
porta de cadeia”, ele tem um bom círculo de amizades, tanto no Fórum, onde
chega cedo, todos os dias, com presentinhos para os servidores dos cartórios,
como em bares e restaurantes que também freqüenta, nos quais encontra amigos e parentes. Por sua vez, Ariel
Fotos: Divulgação
Perelman também seguiu a carreira do
pai, mas se mantém à distância dele,
pois, querendo evitar certamente as incertezas da profissão, no que diz respeito a recebimento de honorários,
tornou-se defensor público e professor
universitário, recebendo o dinheiro pingado todo mês. Em vista disso, julga-se
superior.
Mas a diferença que se impõe entre
pai e filho é, na verdade, a de que o primeiro é alegre, amado e respeitado por
todos que o conhecem, enquanto o segundo, presunçoso, arrogante, leva vida
solitária, sem atrativos. Isso perdura até
que ele se interesse por uma ex-aluna,
Sandra (Julieta Diaz), que, tendo deixado a faculdade, abriu uma academia na
qual faz sessões de massagens pelo método Pilates sem
respeitar o direito de exclusividade de
outrem,
o que vai ser mais tarde decidido na justiça por intercessão de Perelman pai.
Casado com Sandra – que se mantém um tanto indiferente ao marido,
isolada no seu mundo profissional – e
pai de Gastón (Eloy Burman, filho do
diretor), Ariel Perelman começa a perceber aos poucos, não sem relutância e
certa apreensão, que os caminhos que
vai trilhando na vida se identificam
muito com os do pai. É a busca da identidade, tema que Burman desenvolvera
em O abraço partido, no qual, ao contrário do que ocorre em Leis de família, o
filho sentia a ausência do pai.
Como Truffaut, que tinha Jean-Pierre Léaud como seu ator quase que exclusivo, Burman tem Daniel Hendler, com
quem já fez quatro
filmes. Os dois se
entendem maravilhosamente bem.
Também como o cineasta de O domicilio
conjugal, Burman
arquiteta e ensaia
as cenas nos seus
mínimos detalhes para depois
registrá-las, como a que mostra, por exemplo,
pai e filho conversando sobre o
desenho da calçada de uma praça que indica
uma encruzilhada, representativa de duas vidas distintas. Ou então a que focaliza ambos tomando sorvete, quando
Perelman pai estranha que o filho seja
canhoto.
As imagens captadas pela câmara de
Ramiro Civita contrastam, porém com
a narrativa. Há nítida contradição entre
o que diz o narrador em off e a forma
pela qual se comporta Ariel Perelman
na realidade objetiva dos fatos, o que dá
certa ironia ao filme e, ao mesmo tempo, o torna cativante. Os diálogos são
poucos porque, para Burman, entre
familiares a comunicação passa menos
por palavras do que por sensações, gestos corporais e silêncios, como ele o demonstra bem no filme.
Além de Daniel Hendler, que tem
excelente atuação – observe-se, por exemplo, o close no rosto do ator, de muita
expressividade, ao final do filme –, todo
o elenco está perfeito. É digna de nota,
entretanto, a interpretação de Arturo
Goetz como Perelman pai, que explora
o silêncio com extraordinária competência. É a sua imagem que fica. E o comentário musical de César Lerner por meio
de um suave solo de piano se constitui
em outro grande atributo desse novo
trabalho de Daniel Burman.
As leis de família
Argentina/Itália/Espanha/França/2006, 102
min. Direção: Daniel Burman. Roteiro:
Daniel Burman e Mônica Barbero. Com
Daniel Hendler, Arturo Goetz, Julieta Diaz,
Eloy Burman, Adriana Aizemberg e JeanPierre Reguerraz.
47
luzcâmeraação
Feridas
internas
O diretor canadense
Paul Haggis volta a
fustigar a sociedade
americana, como já
fizera em seu primeiro
filme, o oscarizado
Crash – No limite.
POR REYNALDO DOMINGOS FERREIRA
Em No Vale das Sombras, ao narrar a
tragédia da família de um veterano do
Vietnã, Paul Haggis mostra que não precisam os americanos procurar inimigos
externos, porque os piores se encontram
lá entre eles próprios. Com base numa
reportagem de Mark Boal, Death and
dishonor (Morte e desonra), publicada pela
revista Playboy, Haggis escreveu um roteiro corajoso, muito bem estruturado,
em que faz uma radiografia dos valores
da democracia americana que o governo
dos EUA quer, pela força, que prevaleçam também em outros países como, no
presente, o Iraque e o Afeganistão.
A história extraída da reportagem é
a do desaparecimento do soldado Mike
Deerfield (Jonathan Tucker) dias depois
de retornar do Iraque. Seu pai, Hank
(Tommy Lee Jones), é um patriota empedernido que depois de voltar do Vietnã trabalhou por mais de 20 anos como
investigador da Polícia Militar numa pequena cidade do Estado do Tennessee.
Casado com Joan (Susan Sarandon), ele
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vai pessoalmente ao quartel de onde Mike desaparecera, numa pequena localidade do Novo México, a fim de descobrir o que lhe aconteceu. Mas não sem
antes encomendar a reconstituição de
arquivos de e-mails que o filho lhe mandara do Iraque nos últimos tempos. Ele
também deixar transparecer que o filho
mais velho morrera em combate, numa
queda de helicóptero, 14 anos atrás.
Ao chegar ao Novo México, o contato que Hank tem na polícia local é a
detetive Emily (Charlize Theron), que,
para exercer a profissão, enfrenta o preconceito dos colegas homens, além das
conveniências políticas locais. Estabelece-se então, para Hank, o primeiro desafio, isto é, o de encarar, no seu militarismo, a detetive Emily, que lhe diz tudo
o que pensa, ao contrário da esposa, Joan, que sempre acatou tudo o que ele
lhe falava.
É assim que tem início a investigação, tensa a todo o tempo, uma vez que,
pelos e-mails reconstituídos, Hank vai tomando ciência também das atrocidades
praticadas por Mike e seus companhei-
ros contra iraquinanos feitos seus prisioneiros. É uma investigação que muito se
assemelha à de Édipo-Rei, de Sófocles,
que parece ter sido referência na concepção da narrativa de Haggis, pois quando
o corpo de Mike aparece trucidado no
meio de um campo próximo ao quartel,
ela leva naturalmente à descoberta de
um criminoso. Mas antes que isso aconteça, faz com que um homem, Hank Deerfield, descubra a si mesmo, pois, tendo
perdido os dois filhos, que foram à guerra por sua imposição – conforme lhe cobra Joan –, talvez se redima.
Durante a investigação são expostos
fatos que – assim como Haggis já o fizera, em Crash, com relação à implantação, nos EUA, do sistema de cotas para
minorias étnicas – atacam diretamente a
necessidade que têm os americanos de
enviar jovens para as guerras e conferirlhes poderes de semi-deuses, quando
não estão preparados para isso. No último telefonema que lhe deu, ainda do
Iraque, Mike, chorando, implorava ao
pai impassível: “Tire-me deste inferno,
meu pai!... Eu não suporto mais”.
Fotos: Divulgação
Com apoio na bela fotografia de Roger Deaknis,
a narrativa de Haggis se mantém envolvente durante
quase todo o tempo, mas ao final, lamentavelmente,
perde a força, quebra o ritmo e deixa que o filme
acabe numa cena prosaica, sem inspiração, que só
não se perde mais porque a trilha sonora de Mark
Ishram a levanta com a canção House is falling down
(A casa está caindo), escrita e interpretada por Katleen
York.
Haggis se revela, uma vez mais, excelente diretor
de atores, pois todo o elenco se mostra afiadíssimo,
sob a liderança de Tommy Lee Jones, cuja interpretação impecável é digna de premiação. Quase no
mesmo diapasão são as interpretações de Susan Sarandon (embora apareça pouco, marca presença como a esposa oprimida, arrasada pela perda dos dois
filhos que o marido mandou para a guerra), Charlize Theron e Jason Patrick, há algum tempo distante
da tela, de volta no papel do militar Kirklander, tendo oportunidade de contracenar com Charlize em
cenas de embate duro e desafiador.
No vale das sombras
EUA/2007, 121 min. Direção: Paul Haggis. Roteiro: Paul
Haggis, inspirado em reportagem de Mark Boal publicada
pela Playboy. Com Tommy Lee Jones, Susan Sarandon,
Charlize Theron, Jason Patrick, Jonathan Tucker.
49
luzcâmeraação
Friends do babado
Uma Jihad para o amor
Audácia e polêmica
Mix Brasil segue até dia 23, no Teatro da Caixa, exibindo
produções do mundo inteiro sobre diversidade sexual
50
precisa se fazer passar por uma garota
bem comportada e “comum” para poder dividir o apartamento com dois
amigos gays sem invocar a ira do síndico
homofóbico.
Outra grande destaque da programação é o arrojado Uma Jihad para o amor
(Parvez Sharma, EUA/2007, 81 min),
primeiro filme a explorar as intrincadas
conexões globais entre o Islã e a homossexualidade e a mostrar uma realidade
que, com certeza, é um dos maiores tabus do mundo islâmico: a vida e a opinião de muçulmanos gays e lésbicas.
Filmado durante cinco anos e meio em
12 países, Jihad para o amor é um marco
que mexe com as tradições conservadoras, a ponto de boa parte dos entrevistados não ter revelado sua identidade com
medo de represálias.
Não menos polêmico é o sensível O
desabrochar de Oliveros, do diretor filipino Auraeus Solito. O filme narra a história de um pré-adolescente de 12 anos
que se apaixona perdidamente por um
policial de Manila, a capital das Filipinas. Além de ter sido candidato oficial
do país ao Oscar de melhor filme estrangeiro no ano passado, é uma das
mais premiadas produções GLBT dos
últimos anos. Uma de suas maiores conquistas foi o Prêmio Teddy do Festival
de Berlim de 2006.
Fotos: Divulgação
O Mix Brasil 2007 – Festival de Cinema e Vídeo da Diversidade Sexual –
chega aos 15 anos com uma conquista
importante: é hoje considerado a mais
audaciosa mostra de produções audiovisuais do país e o maior fórum de cinema e vídeo da América Latina. O Mix,
como é carinhosamente chamado por
seus criadores e diretores, como André
Fischer e Suzy Capó, também se tornou
uma das mais importantes vitrines para
produções alternativas no Brasil.
O público de Brasília sempre foi fiel
ao festival. Tanto que ele entrou definitivamente no calendário dos cinéfilos da
cidade e é considerado um dos mais tradicionais da cena cultural candanga. A
edição deste ano, até o dia 23 no Teatro
da Caixa, já passou com sucesso e estardalhaço por São Paulo, Rio de Janeiro e
Porto Alegre.
Ninguém fica indiferente à temática
dos curtas, médias e longas, sejam obras
de ficção ou documentários. Friends do
babado (Glenn Gaylord, EUA/2007, 70
min), por exemplo, um dos filmes que
encerram a mostra neste domingo, é um
sátira sarcástica em cima das sitcoms norte-americanas dos anos 70. Conta a história de uma lésbica machona que
O desabrochar
de Oliveros
Mix Brasil 2007
Até 23/12 no Teatro da Caixa, no Setor
Bancário Sul. Sessões às 17, 19 e 21h.
Ingressos a R$ 10 e R$ 5. Sinopse dos
filmes e programação completa no site
www.mixbrasil.org.br
51
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R$ 5,90 - Roteiro Brasília