Ano VI • nº 135 19 de dezembro de 2007 R$ 5,90 empoucaspalavras Fim de ano, hora de premiar os melhores da gastronomia brasiliense, como temos feito desde 2002. E assim, ano após ano, o Prêmio Roteiro constrói uma imagem de credibilidade e conquista o respeito tanto do mercado gastronômico quanto do público em geral. Nas últimas quatro edições, a eleição foi feita pelo voto direto dos freqüentadores de bares e restaurantes e dos internautas que acessaram nosso site www.roteirobrasilia.com.br. Este ano decidimos fazer diferente. Para eleger os melhores, convocamos ninguém menos do que os leitores da revista. Poderia haver corpo de jurados mais qualificado? Duvidamos. As cédulas de votação foram enviadas por e-mail, na última semana de novembro, para o universo de aproximadamente 8.000 leitores regulares da revista. A receptividade foi acima do esperado: nada menos do que 1.853 pessoas depositaram seus votos em nossa “urna eletrônica”. O veredicto está nas próximas páginas. Surpresas? Algumas. Decepções? Provavelmente outras tantas. Perder por diferença mínima é sempre triste – mas é bom lembrar que apenas dois votos de diferença (50% mais um) são suficientes para eleger nosso presidente da República. E olha que num universo de quase 120 milhões de eleitores... Como no ano passado, o empresário Jorge Ferreira foi o grande campeão de votos do Prêmio Roteiro, abocanhando dez troféus – entre primeiros, segundos e terceiros lugares – com o Bar Brasília, o Armazém do Ferreira, o Monumental, o Bar do Mercado e o Feitiço Mineiro. Mas o maior percentual de votos por categoria foi conquistado pelo bacalhau do Dom Francisco – mais de 70%. Chama a atenção também a inversão de posições entre os primeiros colocados de várias categorias: cozinha oriental (Nippon e Haná), cozinha brasileira/regional (Don’Durica e Feitiço Mineiro), frutos do mar (Bargaço e Camarão 206), sanduicheria (Marietta e Marvin), confeitaria (Rappel e Torteria di Lorenza) e loja de vinhos (Scotch House e Porto Fino). Outra curiosidade: em todas as edições do Prêmio Roteiro houve ao menos um empate no primeiro lugar. Este ano não poderia ser diferente. O L’affaire, do Mercure, e o Norton Grill, do Meliá, dividiram a preferência dos eleitores na categoria restaurante de hotel, cada qual com 35% dos votos válidos. Parabéns aos vencedores, que, investindo em qualidade, esbanjando talento e criatividade, souberam conquistar a preferência dos consumidores brasilienses, cada vez mais exigentes. E a todos os que, democraticamente, participaram desta saudável disputa. Não custa nada erguer um brinde, também, à extinção da CPMF e ao início – finalmente – do tão esperado espetáculo do crescimento, que prenunciam um novo ano melhor do que este 2007. Boas Festas e até a segunda quinzena de janeiro. Maria Teresa Fernandes e Adriano Lopes de Oliveira Editores ROTEIRO BRASÍLIA é uma publicação da Editora Roteiro Ltda | SHS, Ed. Brasil 21, Bloco E, Sala 718 – Tel: 3964.0207 Fax: 3964.0207 | Redação [email protected] | Editores Adriano Lopes de Oliveira e Maria Teresa Fernandes | Produção Célia Regina | Capa Edu Branquinho sobre foto de Sérgio Amaral | Diagramação Carlos Roberto Ferreira | Reportagem Akemi Nitahara, Alexandre Marino, Alexandre dos Santos Franco, Angélica Torres, Beth Almeida, Eduardo Oliveira, Heitor Menezes, Lúcia Leão, Luis Turiba, Luiz Recena, Rafaela Céo, Reynaldo Domingos Ferreira, Ricardo Pedreira, Sérgio Moriconi, Súsan Faria, Teresa Mello e Vicente Sá | Fotografia Eduardo Oliveira, Juan Pratginestós, Rodrigo Oliveira e Sérgio Amaral | Diretor Comercial Jaime Recena (7814.1690) | Contatos Comerciais André Gil (9988.6676) e Giselma Nascimento (9985.5881) | Administrativo/Financeiro Daniel Viana e Rafael Oliveira | Assinaturas (3963.0207)| Impressão Gráfica Coronário Lula Lopes águanaboca Peru desossado da Morello, para comer em casa Natal e Réveillon para todos os gostos e bolsos A Roteiro mapeou os melhores comes e bebes da cidade para você comemorar a virada do ano POR BETH ALMEIDA Determinadas situações, sentimentos e dúvidas são muito comuns à maioria das pessoas nesta época. Vai chegando o fim do ano e o mundo se divide entre os que ficam melancólicos com as datas festivas e os que ficam eufóricos, na expectativa de presentes, viagens, embalos. Começam também os questionamentos sobre o que fazer. Tirar folga no recesso de Natal ou no do Ano Novo? Emendar o recesso com o período de férias? Viajar ou ficar em Brasília? Ver a família ou ficar com os amigos? Fazer a ceia de Natal em casa ou sair para jantar? Encomendar a ceia ou preparar tudo em casa? Reunir os amigos em casa no Réveillon ou cair na night? Inovar ou seguir as tradições? E a confraternização de fim de ano com o pessoal do trabalho? Bem, para quem não vai viajar, as opções são muitas, para os mais variados gostos e estilos de vida, dependendo da disponibilidade de tempo e dinheiro de cada um. Quem ainda não decidiu o que fazer pode escolher entre as muitas alternativas selecionadas pela Roteiro. 8 A festa com a turma do trabalho Como não poderia deixar de ser, a culinária mineira também está presente nestas comemorações. No Esquina Mineira a festança custa R$ 25,70 por pessoa, com direito a um convidado grátis para cada grupo de 11 pessoas. Além da leitoa a pururuca, o bufê terá ainda chester, pernil assado, farofa com frutas e outros petiscos. O Capital de Minas, ainda em seu primeiro ano de funcionamento, aceita encomendas de ceias e abre também nas noites de Natal e Réveillon, atendendo a pedidos da clientela. No cardápio, de- lícias mineiras com um toque natalino, como o tender ao molho de manga e o leitão mineiro, preparados pelo chef Anderson Ferreira, que desembarcou em Brasília recentemente, depois de ter trabalhado no consagrado restaurante Xapuri, em Belo Horizonte. Quem preferir comemorar o fim do ano tomando o melhor chope da cidade, na opinião dos leitores da Roteiro (veja na página 6), pode optar pelo Bar Brasília, que oferece 20% de desconto nos almoços de confraternização nas quartas e quintas-feiras. Fotos: Divulgação Os que deixaram a festinha para os últimos dias antes do Natal ainda podem conseguir reservar espaços nos principais restaurantes da cidade. No Dudu Camargo Restaurante, no Your’s e na Cantina Italiana Unanimità, todos do chef Dudu Camargo, a clientela pode contar com pacotes especiais e personalizados, que variam de R$ 30 a 100 por pessoa. Uma boa dica é a programação das sextas-feiras no Dudu Camargo Restaurante, que tem o “cardápio dos amigos”, um bufê especial preparado por encomenda. Os menus personalizados também estão disponíveis no Your’s e no Unanimità. O C’est si bon oferece um festival de risotos para grupos de 15 a 35 pessoas. O pacote mais simples, com foccacia na entrada e três tipos de risoto, sai por R$ 35. Se a turma preferir uma maior variedade de sabores do prato e a inclusão de cerveja e vinho, o preço por pessoa sobe para R$ 55. Para a sobremesa, a proposta é saborear o crepe Nega Maluca (com massa de chocolate e recheio de brigadeiro e marshmallow). Quem preferir gastar menos pode comemorar ao sabor da culinária nordestina, no Severina. O bufê tem carne de sol, escondidinho de charque e outras delícias regionais a R$ 19,90 por pessoa. No Bar do Calaf, reduto da culinária espanhola em Brasília, a confraternização tem a tradicional paella, valenciana ou marinera, e um bufê natalino com pernil, chester, tender e bacalhoada. O almoço, a R$ 35 por pessoa, dá direito a três jarras de sangria ou um prato de entrada. Se a preferência for por comida chinesa, o Grande Muralha está com um bufê especial para esta época do ano, com duas entradas, entre elas o tradicional rolinho primavera, cinco pratos principais e frutas caramelizadas para a sobremesa. Com refrigerantes, água e cerveja incluídos, o almoço sai a R$ 35 por pessoa. O Lagash, de culinária árabe, também recebe grupos de até 70 pessoas com uma seqüência de 13 pratos típicos, entre eles o carneiro marroquino. Risoto Marlon Brando, do C'est si bon, e tira-gostos típicos do Capital de Minas 9 águanaboca Natal em casa com a família Nem todo mundo que planeja receber família e amigos no Natal quer arregaçar as mangas e passar o dia inteiro na cozinha. Para esses, muitos restaurantes da cidade apresentam opções que vão das clássicas às mais ousadas. Para quem não quer ter trabalho mesmo, a Belini oferece pacotes de ceias completas, para 10, 20 e até 40 pessoas, a preços que variam de R$ 400 a R$ 1.400. Tem até sugestão light e diet, com peru, em que as rabanadas são preparadas ao forno. Entre os assados, pode-se escolher tanto o peru quanto tender, chester, pernil ou lombo de porco. Quem preferir o cordeiro pode lançar mão do Lagash. O prato de Fátima Hamú já é conhecido de muitas famílias da cidade. Também famosos, os assados do chef Geraldo Paula Rocha, do Feitiço Mineiro, são ótima opção para ceias de Natal ou Réveillon. O lombo recheado e o pernil são temperados com uma rica mistura de ervas, marinados por 48 horas e assados lentamente, em forno brando. Resumindo: devem ser encomendados com antecedência, para serem entregues até as 18 horas do dia 24 ou 31 de dezembro. Os preços variam de R$ 25 a R$ 40. O Lake’s também aceita encomendas para a ceia de Natal até o dia 23. São 11 pratos, para oito ou seis pessoas, tendo entre os destaques a terrine de foie e pistache com geléia de lampone e uma ratatouille natalina, com mexilhões, polvo e camarões. O preço dos pratos varia de R$ 37, para as rabanadas com calda caramelo, a R$ 160, pelo peru recheado para seis pessoas. Outra opção para encomendar a ceia é a Morello Congelados Gourmet, que oferece pratos variados, desde o bacalhau a Gomes de Sá ao peru desossado e o tender Califórnia ao chutney de abacaxi, além de acompanhamentos, de acordo com a preferência de cada um. Os pratos são entregues na louça do próprio cliente, apenas resfriados. Ou seja, não será necessário perder tempo nem com a decoração dos pratos. 10 Lombo de bacalhau na brasa, do Dom Francisco Para quem prefere sair da rotina Agora, se o negócio é sair de casa, valem algumas dicas de restaurantes da cidade que abrem na noite de Natal, e alguns também no Réveillon. O chef Francisco Ansiliero abre as portas nas duas datas com cardápio à la carte e menus especiais – entrada, prato principal e sobremesa – que variam de R$ 48 a R$ 78 (individual). No Natal, uma das opções pode começar com salada de bacalhau, seguida de lombo de pirarucu grelhado e, na sobremesa, creme de mamão papaia e licor de cassis. Para entrar o ano, a pedida é seguir a tradição, que determina a preferência por animais que “andam para a frente”. Assim, vale degustar o premiado lombo de bacalhau na brasa. No Dom Francisco da Asbac, a vantagem é a vista para o Lago Paranoá, onde é possível assistir aos fogos que saúdam o Ano Novo. Se a preferência é por uma celebração discreta, em ambiente calmo e charmoso, outra opção é o cardápio da chef Ana Toscano, do Villa Borghese. O jantar íntimo, no Natal ou no Réveillon, pode ser o I Segreti di Nettuno (prato individual, R$ 52), uma combinação de camarões gigante grelhados ao molho pesto e alcaparras com arroz de manjericão e amêndoas torradas. O cardápio especial do Réveillon sai por R$ 60 e é para grupos de no mínimo 10 pessoas. São antepastos, cinco opções de pratos principais, entre eles o filé de frango com mostarda e o tagliatelle al salmone, e quatro sobremesas. Há opções também em hotéis como o Meliá, onde o Norton Grill funcionará no Natal e no Réveillon com o cardápio à la carte e um cardápio natalino, a R$ 95 por pessoa, que inclui tender ao rôti ou salmão em crosta de nozes e ervas finas. Para o Réveillon, o restaurante preparou duas opções de menu, cujos pratos principais podem ser bacalhau do reino com arroz selvagem ou carré de cordeiro na geléia de hortelã com cuscuz marroquino. A refeição, com entrada e sobremesa, sai por R$ 130. O Da Noi, que funciona no Blue Tree Towers, também oferece uma grande ceia de Natal. No Manhattan, a festa de Réveillon, que até o ano passado era na cobertura, este ano vai ser no restaurante Diamantina, onde o bufê terá grande variedade de saladas e frios, sem faltar, claro, os tradicionais tender e peru. Entre os pra- açúcar e canela, flambada ao rum e acompanhada de sorvete de canela. A refeição completa sai por pouco mais de R$ 65. E quem quiser aproveitar as festas para praticar uma boa ação pode levar gêneros de primeira necessidade que serão doados ao Lar dos Velhinhos Bezerra de Menezes, em Sobradinho. O agito do Réveillon também estará presente no Pontão do Lago Sul, onde três das quatro casas abrem as portas para dar boas vindas a 2008 e a queima de fogos iluminará o Lago Paranoá por 10 minutos. No Bargaço, a festa será animada pelo DJ Marcelo Luís, com repertório variado para agradar toda a família. O ingresso custa R$ 250 e inclui ceia com pratos à base de frutos do mar, especialidade do restaurante, e bebidas à vontade. No Bier Fass, o palco será ocupado pela banda brasiliense Magoo e dois DJs. O ingresso, a R$ 250, inclui bebidas, mesas de frios, de frutos do mar e de assados, além do jantar, que terá bacalhau, tornedor e lentilha, entre outros pratos. Fotos: Divulgação tos quentes, paella de frutos do mar, pato assado ao poivre e paleta de cordeiro assada. A festa vai até as duas da madrugada do primeiro dia de 2008 e será animada pelo DJ Edy. Até o dia 28, o ingresso individual custa R$ 110. Também com vista para o Lago Paranoá, a churrascaria Porcão abre no Natal com o rodízio de carnes e um bufê que inclui, entre outros acompanhamentos, bacalhau a espanhola, paella valenciana e assados característicos dessas festas, ao preço de R$ 65. Para a virada do ano, a festa sai a R$ 270, com o DJ Edy comandando a pista e bebidas a vontade. Entre os pratos da ceia estão o rolê de linguado chileno e camarão com bechamel e manga, ostras au gratin e avestruz grelhado com alecrim. Na Valentina Pizzaria, a sugestão é a salada Melone & Parma de entrada (que, como diz o nome, leva fatias de melão e lascas de presunto Parma, entre outros ingredientes), a pizza Graziosa (com peito de peru e maçã verde) e, na sobremesa, uma maçã ao forno com Pizza Graziosa, da Valentina 11 águanaboca Para a turma mais jovem, a dica no Pontão é o Mormaii Surf Bar, que organiza o Réveillon Nossa Praia, prometendo repetir o sucesso de anos anteriores. A atração principal para a virada é o cantor e violonista mineiro Emmerson Nogueira, tocando sucessos do rock dos anos 70 e 80. Além disso, animam a festa, em diversos ambientes, seis DJs, a banda brasiliense Capitão do Cerrado e o cantor carioca Luís Carlinhos. O bufê, de Renata La Porta, vai ter open bar, e o flutuante I Maestri vai incrementar a área vip. Os primeiros ingressos estão sendo vendidos a R$ 140 (feminino) e R$ 160 (masculino). Do outro lado do lago, o Carpe Diem do Pier 21 organiza festa tendo como tema “o circo chinês de Beijing”, homenagem aos Jogos Olímpicos que se realizam na cidade chinesa no próximo ano e à recente passagem do Cirque du Soleil por Brasília. Para a ceia, o chef Fernando La Rocque promete um cardápio que mistura elementos das culturas chinesa e ocidental, como, por exemplo, guiozas (camarões ao molho agricode e coelho ao molho de ameixa). A festa também vai agitar o restaurante da 104 Sul. O tema será o carnaval em New Orleans, considerado a maior festa popular dos Estados Unidos, com muito jazz e blues. A ceia também é inspirada na culinária da Louisiana, tendo ostras, camarões e cogumelo fresco glaceado como petiscos. Entre os pratos principais, a tradicional Jambalaia, risoto que combina camarões e embutidos, mistura inusitada que é uma delícia. Dois dos restaurantes de Jorge Ferreira prometem repetir o sucesso de anos anteriores. O Réveillon do Feitiço Mineiro, em sua 18ª edição, mantém a tradição de uma entrada de ano com muita fartura e animação, com um baile animado por Marquinhos Queiroz e Banda e o melhor da cozinha mineira. No Monumental, a festa é animada pelo Grupo Raízes, com muito choro e samba. Para os dois bailes, o ingresso custa R$ 70, com direito a ceia e bebidas não alcoólicas. No Feitiço Mineiro, a compra antecipada de quatro ingressos dá direito a uma garrafa de champanhe. 12 Carré de cordeiro, uma das sugestões para a ceia de Réveillon do Norton E para bebemorar... Para a grande maioria, os encontros com amigos ao longo do mês de dezembro e nos dias de Natal e Réveillon não são a mesma coisa sem uma boa bebida. Nesse aspecto, valem algumas dicas de drinques disponíveis na cidade. O chef Dudu Camargo sugere algumas das caipiroscas do Dudu Camargo Restaurante, que podem ser saboreadas na agradável varanda, com vista para o jardim. Por R$ 16,80 pode-se experimentar a de abacaxi com pimenta dedo de moça e hortelã, a de melancia e malibu ou uma mais exótica, com vanilla, banana flambada, tamarindo, açúcar mascavo e gotas de shoyu. Se a idéia é seguir a tradição de fim de ano, a opção é a caipirosca que mistura a vodka com prosecco, morangos e calda de chocolate. O C’est si bon investe no Martini. São quatro opções inéditas no cardápio, que na happy-hour deste mês estão ao preço promocional de R$ 6 cada drinque. Um deles é o Passion-Martini, com gim, martini dry, maracujá e suco de laranja. Os que gostam de drinques mais doces podem escolher o Choco-Martini, que leva Martini Bianco, gotas de gim, Nutella, chocolate quente, canela e es- puma de leite. Para quem vai organizar a própria festa, vale lembrar que Brasília já tem bons fornecedores de chope, a bebida preferida pelos brasileiros durante todo o ano. Na Brahma Express, o chope sai a R$ 5,70 o litro e a casa calcula com precisão a quantidade necessária para a festa, de acordo com o número de convidados. Oferece ainda todos os utensílios necessários e ainda manda um funcionário montar os equipamentos e ensinar a tirar o chope. Se o cliente preferir, pode contratar o chopeiro, a R$ 50 por seis horas de trabalho. Para valorizar o produto nacional, nada como uma boa cachaça. No Empório da Cachaça, a caipirinha é feita com cachaça artesanal de Salinas. A casa também serve a bebida, de diversos rótulos, especialmente mineiros, em doses. Com 50 centavos a mais, o acompanhamento é o popular caldinho. Mas nas festas de fim de ano os vinhos e espumantes merecem atenção especial e são uma boa oportunidade para a degustação de novos rótulos disponíveis na cidade. Na Scotch House, por exemplo, o sommelier Renato Melo su- gere, para o calor do verão, o Alta Vista Malbec Rosé Premium (R$ 28 a garrafa), da região de Mendoza, na Argentina. A ceia de Natal pode ser regada ao Misiones de Rengo Cuvée, da uva Carmenère, rótulo premiado no concurso mundial de Bruxelas, em 2006. Para brindar 2008, quem não puder desembolsar R$ 186,20 por uma garrafa de Veuve Clicquot Brüt terá como opção o Dudu Camargo Restaurante 303 Sul (3323.8082) espumante da Tarapacá, a R$ 40,90. Na adega do Bar Azulejaria, a dica do sommelier Gilson Gonçalves é o prosecco italiano Botega Poet (R$ 89) ou o rótulo da casa, o Azulejaria Brütt (R$ 54). Quem lança mão da bebida apenas para o brinde pode escolher ainda as garrafas de doses únicas, como o Nocturno Brütt de 187 ml, que sai a R$ 18. Um ótimo divertimento! Dom Francisco Your’s Asbac (3224.8429 / 3323.5679) Academia de Tênis (3316.6285 / 6265 Unanimità 201 Sul (3226.5650) QI 11 do Lago Sul (3248.0184) 408 Sul (3244.0666) C’est si bon 408 Sul (3244.6353) Severina – O Sabor do Nordeste 201 Sul (3224.6362 / 9116.6187 Bar do Calaf SBS – Ed. Empire Center (3325.7408) Grande Muralha Villa Borghese Da Noi Blue Tree Towers (3429.8100) Churrascaria Porcão SCES – Trecho 2 (3223.2002) Valentina Pizzaria 214 Norte (3340.9898) Bargaço Pontão do Lago Sul (3364.6090/6091) 108 Norte (3272.36955) 201 Sul (3223.5194) Bier Fass Lagash Mormaii Surf Bar 308 Norte (3273.0098) Esquina Mineira 704/705 Norte (3274.9695) Pontão do Lago Sul (3364.4041) Pontão do Lago Sul (3364.6024 / 3327.6580) Carpe Diem Capital de Minas Pier 21 (3223.0544) 104 Sul (3325.5300) Bar Brasília 201 Sul (3224.9313) 210 Sul (3244.9976) 506 Sul (3443.4323) Belini 113 Sul (3345.0777) 114 Sul (2245.3000) Feitiço Mineiro 306 Norte (3272.3032) Lake’s 402 Sul (3323.1029) Morello Congelados Gourmet 208 Sul (3244.0140) Norton Grill Diamantina Restaurante Hotel Manhattan (3329.3545/3146) Brahma Express 306 Sul (3442.4677) Scotch House 403 Sul (3225.1153) Bar Azulejaria 408 Sul (3443.0698) Empório da Cachaça 314 Norte (3349.2299) 405 Sul (3443.0299) Fotos: Divulgação Hotel Meliá – Brasil 21 (3218.5550) Monumental No Pontão do Lago Sul, três ótimas opções: Bargaço, Bier Fass e Mormaii 13 águanaboca No clima do Mediterrâneo A comida e o ambiente do Templo são um eficiente antídoto para o estresse do dia-a-dia POR LÚCIA LEÃO FOTOS RODRIGO OLIVEIRA Tão distintas, vistas por quase todos os prismas, África, Europa e Ásia têm em comum as águas do Mediterrâneo. E elas – é o que se diz por aí – atribuem aos continentes uma certa identidade cultural, especialmente na gastronomia. 14 O aroma do azeite, naquela região, se mistura à brisa marinha e aproxima sabores e texturas das cozinhas espanhola, marroquina, turca, síria, italiana, israelita, egípcia e francesa, tendo ao centro, é claro, a das ilhas gregas. Assim é a “cozinha mediterrânea”, uma classificação genérica na qual se incluem tanto a paella quanto o carré de cordeiro com cuscuz marroquino, o tabule ou a salada de pepinos com iogurte. Com menos de um ano surpreendendo quem passa pela esquina de cima da 212 Sul – uma construção branca, com paredes grossas emoldurando janelões, típica da Grécia dos filmes e dos cartões postais – o Templo Bistrô Mediterrâneo já é referência de uma clientela vip que cada vez mais entende a boa mesa como um conceito que agrega saúde, elegância e prazer. Cearense que nunca se banhou nas águas do Mar Mediterrâneo (tem esse destino na programação de viagem para 2008), quando resolveu ingressar no ramo de restaurantes a empresária Elisa Pinto definiu a base do seu cardápio a partir de uma pesquisa que atribui à alimentação a longevidade dos povos daquela região. “É considerada a comida mais saudável do mundo e ao mesmo tempo é muito diversificada e de sabores marcantes em função das especiarias e dos condimentos”, ressalta. O cardápio do Templo não inclui nenhuma fritura e não usa óleo em absolutamente nada. Apenas azeite extravirgem. Saladas, algumas massas, frutos do mar, grelhados de peixes e carnes ganham roupagens próprias graças aos molhos, misturas de frutas frescas e secas e crostras de amêndoas, castanhas diversas e grãos integrais. Até pratos vegetarianos a casa oferece, inclusive no cardápio executivo. Mas uma alimentação saudável não se faz só do que se ingere. O que já se sabia desde sempre, e que a onda dos fast-food jogou para escanteio, é que as refeições devem ser feitas em clima de absoluta paz e tranqüilidade. E isso Elisa persegue com o mesmo cuidado que dedica ao cardápio. O espaço imaculadamente branco, claro e arejado, pontuado pelas louças e objetos de decoração alegremente coloridos, o mobiliário confortável e o som ambiente relaxante já fazem das refeições no Templo um antídoto para qualquer rotina estressante. E a partir de fevereiro o remédio vai ser ainda mais radical: além da salada, prato principal e sobremesa, o cardápio executivo incluirá também uma massagem, aplicada por profissionais qualificados e em cadeiras apropriadas. “A pessoa vem aqui almoçar e sai reconstituída para continuar enfrentando as pressões de sua jornada diária. Acho que isso vai fazer muito bem para muitos de nossos clientes”, aposta Elisa. Enquanto o massagista não vem, os clientes podem relaxar entre as almofadas do lounge que desde o início de novembro funciona no segundo andar da casa. Para o novo espaço a empresária ampliou o cardápio de mezés, petiscos para acompanhar drinks clássicos como o Kir Royal, o Dry Martini e o Mojito e exclusividades como a “caipirinha mediterrânea”, à base de Cointreau, manjericão e licor de laranja. Templo Bistrô Mediterrâneo 212 Sul – Bloco A (3245.1210) 15 águanaboca A segunda vida do Dagano POR VICENTE SÁ Era uma vez um queijo maravilhoso, produzido por uma pequena comunidade num reino antigo na Dinamarca. Certo dia, um viajante que provou e se encantou com o queijo pediu para levar uma boa quantidade para seu reino. Os aldeões se negaram. Explicaram que a produção era para alimentar toda a comunidade durante o rigoroso inverno que se aproximava. Irado, o viajante, que era um feiticeiro, rogou uma praga: o queijo negado desapareceria do mapa e só voltaria a ser produzido muitos anos depois, e numa terra muito distante. Com lenda ou sem lenda, assim aconteceu. Depois de alguns anos desaparecido, o queijo dinamarquês Dagano – era esse o seu nome – voltou a ser produzido no “distante” Brasil. Como se tratava de uma receita familiar produzida apenas nas pequenas queijarias, o Dagano sumiu junto com elas quando o mercado, também nos países nórdicos, foi tomado pelas grandes fábricas de alimentos. Mas restou um pouco de “isca”, ou “fermento”, que acabou nas mãos do engenheiro de alimentos brasileiro Múcio Furtado, presenteada por um tradicional queijeiro dinamarquês, seu colega de um curso de especialização nos Estados Unidos. Essa porção de “fermento” do Dagano veio para o Brasil na década de 80 e ficou congelada por 15 anos, até despertar o interesse do Laticínio Cruziliense. E foi nos laboratórios da queijaria mineira, num minucioso e paciente trabalho de seis meses, que Múcio conseguiu ressuscitar a bactéria do Dagano, já considerada extinta. O Dagano começou a ser produzido experimentalmente em 2002 e acaba de chegar às prateleiras do Mercado Municipal de Brasília. Mas antes mesmo de ser lançado comercialmente já foi premiado pelo Instituto de Laticínios Cândido Tostes, um dos mais prestigiados da América do Sul. Fotos: Divulgação Mercado Municipal traz para Brasília o queijo dinamarquês que é uma verdadeira lenda, produzido na mineira Cruzília É uma variedade de queijo meio-cozido, de coloração amarela, assemelhado ao Edam ou Gouda holandês e que, segundo Múcio Furtado, tem “muito mais sabor que o queijo prato”. Apresentado em formato octogonal, sua massa é untuosa e amanteigada. Pode apresentar ou não “olhaduras”, aqueles buracos que se formam no interior de alguns queijos pela ação do fermento sobre o ácido cítrico, abundante no leite do sul de Minas. Mineiro de Carrancas, sul de Minas, centro da região mais queijeira do Brasil, Múcio é bioquímico e PhD em Ciência dos Alimentos pela Michigan State University dos Estados Unidos. Publicou mais de 100 artigos técnicos e científicos em revistas especializadas do Brasil e de vários outros países e é autor de oito livros sobre ciência e tecnologia dos queijos, um deles em espanhol e dedicado aos queijeiros latinoamericanos. Mercado Municipal 509 Sul (3244.0639) 16 17 picadinho publicação. Parabéns para toda a equipe, e boa sorte em Madri! Melhor do Brasil (2) Melhor do Brasil (1) A turma do Centro de Excelência em Turismo, da UnB, está rindo à toa. O livro Alquimia dos Alimentos, que produziu em parceria com a Editora Senac-DF, acaba de ganhar o prêmio de melhor livro para profissionais de gastronomia do Brasil. Em maio, concorrerá ao título de melhor do mundo, na Espanha. Quem reconheceu isso foi o Gourmand World Cookbook Awards 2007, espécie de Oscar da gastronomia mundial. Seis mil publicações de 107 países se candidataram ao prêmio criado em 1995 por Edouard Cointreau. “O reconhecimento é importante, sobretudo para a Academia, pois é a primeira vez que trazemos o conhecimento científico para as cozinhas. Antes, as informações dos livros eram passadas somente às indústrias de alimentação”, avalia Wilma Araújo, coordenadora da 18 Quem também está rindo à toa é o nosso chef pâtissier Daniel Briand. Seu Doces Segredos ganhou o prêmio de melhor livro de sobremesas no mesmo concurso mundial. Editada no ano passado pela Editora SenacDF, a publicação de 120 páginas revela algumas das receitas do menu do Café Daniel Briand da 104 Norte, entre elas a deliciosa éclair de chocolate e o croissant, feitos ainda hoje de modo artesanal. Os autores, Carlos Wilson de Andrade Filho, Marta Moraes e André Ramos contam ainda a história desse francês que se casou com a brasileira Luiza Venturelli e decidiu viver em Brasília, trazendo na bagagem suas especialidades francesas. Félicitations à tous! Novidades na taberna A Pata Negra está cheia de novas idéias para continuar oferecendo o melhor da gastronomia e cultura espanholas. A principal partiu dos próprios clientes. Há algum tempo eles pediam que a chef elaborasse mais pratos para o jantar e que o restaurante abrisse também para almoço. Pedido atendido, desde o último dia 11 a taberna tem seu almuerzo com pratos inspirados na culinária brasileira mas, é claro, com um toque andaluz. Para o jantar foram criados novos pratos, como as Chuletitas de Cordero Lechal, preparadas com bistecas de cordeiro abatido com menos de seis meses de idade, o que confere à carne sabor e maciez incomparáveis. As bistecas são grelhadas e regadas com molho especial da casa. Acompanham baby batata, baby cenoura e baby cebola cozidas no vapor e refogadas na manteiga. Marca unificada A loja de vinhos Wine House vai se chamar Zahil. A mudança faz parte de um projeto da Zahil Importadora de unificar sua marca, passando a exibi-la em suas distribuidoras em várias cidades do Brasil. A empresa completou 21 anos de mercado e desde 1999 dedica-se exclusivamente à importação de vinhos finos. Atualmente trabalha com 300 rótulos de nove países. POR RODRIGO OLIVEIRA [email protected] Fotos: Divulgação Nega Maluca Até o final do mês C’est si bon reverterá toda a renda obtida com a venda do minicrepe Nega Maluca para o projeto Vida Positiva, que ajuda crianças portadoras do vírus HIV no Distrito Federal. O minicrepe, criado pelo chef Sérgio Quintiliano especialmente para a ocasião, é feito de massa de chocolate, recheada com brigadeiro e marshmallow, e decorado com fios de ovos e uvas. Custa R$ 9,40. Festival de Martini E por falar em C’est si Bon, a creperia lançou quatro drinks feitos com Martini: o Passion-Martini, com Gim, Martini Dry, Maracujá, Suco de Laranja, decorado com twist de laranja; o Grape-Martini, que leva Gim, Martini Bianco, Uvas Tompson; o Choco-Martini, feito com martini bianco, gotas de gim, nutella, chocolate quente, canela, espuma de leite e o GingerMartini - Martini Bianco, gim, grenadine, limão, gengibre e açúcar. Du- rante a happy-hour (todos os dias de 17 a 19h) os drinks saem pela metade do preço (de R$ 12 por R$ 6). Clube da Esquina Os mineiros residentes na cidade vão vibrar com o mais novo projeto do restaurante Capital de Minas. Todas as sextas-feiras, às 19h, Adriano Rocha apresenta o show Minas em Cordas e o chef Anderson Ferreira o festival Cachaça com Petisco. Modas de viola e canções da turma do Clube da Esquina são acompanhadas pelos mais tradicionais petiscos e as melhores cachaças das Minas Gerais. Para que os clientes possam provar vários tira-gostos, o chef criou porções reduzidas de torresmo a pururuca (R$ 3), mandioquinha frita (R$ 2,50), bolinho de mandioca (R$ 4), entre outras delicias. Quem já experimentou torce para que o projeto – previsto para durar apenas até o final deste mês – continue em 2008. Art des Caves virtual A líder nacional em fabricação de adegas acaba de inaugurar sua primeira loja e-commerce. A partir de agora, no endereço www.maisondescaves.com.br o internauta encontrará a linha completa de adegas disponível nas lojas Maison des Caves do Rio e São Paulo, além de umidores para charutos, acessórios e vinhos de di- versas nacionalidades. É um serviço direcionado principalmente aos experts, que já sabem o que comprar. Mas também os principiantes passam a ter o conforto de pesquisar preços sem sair de casa. As compras podem ser pagas com cartão de crédito em até 12 vezes sem juros. Peças em estoque serão entregues em até quatro dias úteis. (11) 5525.2400. Domingo em dose dupla As tardes de domingo prometem, no Bona Fide Bistrô (QI 9 do Lago Sul). Das 16 horas até o fechamento da casa, a Heiniken 600ml é servida em dose dupla. Quem pedir uma ganha outra por conta da casa. O pão nosso O melhor pão do Brasil é de Brasília. A 2ª Copa Bunge de Panificação teve como vencedor o “pão de chá verde” criado pelo padeiro Rogério Cruz Souza, da Casa do Pão (112 Sul). O pão de Rogério, que desbancou mais de 3.500 receitas de todo país, é aromatizado com chá verde e acrescido de fibras e açúcar mascavo. Como prêmio, o padeiro brasiliense ganhou uma viagem a Portugal, onde participará de um curso especial de panificação. 19 Carta de fim de ano Meu prezado editor: estas mal traçadas integram a derradeira coluna deste Ano da Graça de 2007. Natural, portanto, que viajem nas águas de um balanço, que voem pelas nuvens do bom e do mau, do LUIZ RECENA garfadasegoles @alo.com.br alegre e do triste, do neutro. Este último, primo do medíocre e do “bonzinho”, freqüenta pouco nossa revista, mas também faz parte da vida, perpassa o ano de vez em quando. Mais uma vez, enfrentamos luta forte contra inimigos poderosos, personagens ingratos, anunciantes de memória curta, que esque- garfadas&goles cem seus deveres de reciprocidade. Mas, no final, vejo que singramos à boa vela o Paranoá revolto deste 20 2007. A matemática e a contabilidade poderão, talvez, me desmentir com a frieza dos números, mas às duas contestarei com o reforço do nosso prestígio como veículo de gastronomia, cultura, turismo e lazer. O crescimento do número de assinantes reforça meus argumentos. Nossas recomendações viraram referência. É cada vez maior e mais freqüente o número de consultas e nossas certeiras indicações fazem a alegria dos donos e das donas. Neste ponto não há dúvidas de que fechamos bem o ano. Salud! Tintim aos novos Foram muitas, dezenas, as inaugurações e aberturas de novas casas para comer e beber. O crescimento da oferta, o aumento da variedade e a melhora da qualidade empurraram Brasília um pouco mais para cima na pirâmide gastronômica nacional. Cariocas e paulistas, principalmente estes, ainda resmungam e torcem o nariz. Mas isso é problema de umbigo... Pela condição de caçula, o destaque de fim de ano vai para o Barcelona (206 Sul), um bar de tapas e de alto astral. Novos e velhos também valem Mudar pode ser bom e muitos renovaram casas e cardápios. A metamorfose está na moda, seja ela constante, ambulante ou ululante. Na listinha de destaques, meus votos para o Dom Francisco, que volta ao ninho antigo da 402 Sul; o Peixe na Rede (308 Norte), que cresceu e atravessou a rua, à força da qualidade da tilápia e das receitas de Maria Luiza; a Alice, que trocou certa ingratidão lago-nortista por novos carinhos sulistas (QI-17); e para um clássico da rua das farmácias (202 Sul), o La Gioconda, com espaço gourmet e cardápio de chef, para festas e reuniões. Garfadas diferentes A ascendência espanhola não é passaporte garantido para o apreço da cozinha ibérica. Mas a paella do Olivier (Clube de Golfe) reconciliou-me com os antepassados. E, também, com o prato. Sabor e fartura são marcas inesquecíveis. No tablado Com o perdão de outras ascendências, o show do ano também vai para a Espanha. Foi no andaluz Pata Negra (413 Sul): um grupo de bailarinos de flamenco capaz de arrancar aplausos, gritos, uivos. Fez parte das festas do primeiro aniversário do bar, que segue firme. Olé! Na virada E na categoria promessa, a festa de réveillon Preto & Branco, no hotel Blue Tree Park. Lucas Falcão e seus parceiros surfam a mil nas águas do lago. Simples é biutiful Boteco também é filho de Deus. E a revelação do período foi o Pipou’s, grafado assim mesmo. Está na rua do CEUB (706 Norte) e serve o melhor frango a passarinho da cidade, entre outros petiscos. Cervejas? Geladésimas. Sempre. O João merece. Asa Norte chorou Bar fechado é poeta mudo. A voz do divino chamou ao destino a Toca do Chope. Perdemos um cremoso de lei e o Claude foi beber nas águas baianas de Trancoso. Saudades. Ainda bem que sempre teremos o amparo de Jorjão Ferreira, reforçado agora pelos sábios conselhos do Dr. Paixão, um craque polivalente. Aviso aos navegantes Antes que viceje a maledicência: o colunista não induz, não faz campanha, não vota no Prêmio Roteiro. O aqui escrito é mera lembrança natalina. Fotos: Eduardo Oliveira Costelinha da lata Receita do chef Geraldo Paula Rocha, do Feitiço Mineiro INGREDIENTES • 2 kg de costelinha de porco não muito gorda (mas também não muito magra) • 1 maço de hortelã • 1 maço de galhos de alecrim • 1 maço de manjericão • ½ maço de salsinha • ½ maço de cebolinha • 1 cebola grande • 5 dentes de alho • 1 pimentão • Sal a gosto (aproximadamente 3 colheres de sopa rasas) • 2 litros de banha de porco MODO DE PREPARO Bata todos os temperos no liqüidificador com um pouco de banha de porco. Misture à costelinha, acariciando bem a carne, e deixe marinar por aproximadamente duas horas. Esquente o restante da banha numa panela grossa (de preferência de ferro), coloque a costelinha e dê uma primeira fritura. Acrescente aproximadamente ½ litro de água e mantenha em fogo brando até secar completamente. Retire da panela e acondicione a carne, que deve ficar totalmente submersa na gordura, em recipiente com tampa (originalmente usavam-se as próprias latas de banha, daí o nome da receita). Deixe a costelinha descansar por pelo menos uma semana. Não é necessário manter sob refrigeração. Além de conservar, a gordura amacia a carne e lhe entranha os temperos. Na hora de servir, retire a carne e esquente. Você pode ir retirando as quantidades necessárias e manter o restante da carne guardada por muito tempo. Ela se conservará desde que permaneça totalmente submersa na gordura, sem contato com o ar, e que não seja maculada por nenhuma gota d’água. Cuide, então, de só manipular a carne (retirar as porções) com utensílios absolutamente secos. 21 pão&vinho Per brindare (final) ALEXANDRE DOS SANTOS FRANCO * Cá estamos nós, neste final de 2007, a antecipar os bons ares de 2008, preparando-nos para os amigos secretos, as despedidas de colegas, o Natal e o Réveillon. Em nenhuma dessas ocasiões devemos deixar que falte o nosso amado vinho, e sem dúvida não podemos ficar sem brindar com bons Champanhes ou outros espumantes de nossa preferência. Aliás, nunca esqueçamos que somos privilegiadas nesse sentido, pois, se ainda não produzimos os melhores tintos, somos, por certo, produtores de 22 alguns dos melhores espumantes que existem fora da região francesa de Champagne. É sobre esses últimos que vamos falar, para completar nossa breve análise sobre o tema. Da festiva Espanha vem o Cava. Em 1872, na região de Penedes, próximo a Barcelona, produziu-se o primeiro Cava, mudando para sempre o destino vinícola da região. Hoje, são mais de 170 os produtores desse espumante que usa as castas autóctones Macabeo, Parellada e Xarel-lo, além da internacional Chardonnay, para as Cavas brancas, que se somam às castas Garnacha e Monastrell, para as versões rosés. Da cervejeira Alemanha vem o Sekt. Embora o clima frio do país possa dar bons indícios para a produção de espumantes, a prática não confere a eles a mesma qualidade típica dos vinhos brancos alemães. Comumente produzidos a partir do método Charmat, acabam por resultar em espumantes bastante simples, nos quais se utilizam as diversas castas típicas da Alemanha. Todavia há uma pequena produção dos chamados “Sekt finos”, os quais, a partir das uvas Riesling, Weissburgunder (Pinot Blanc) e Rulander (Pinot Gis), e sempre pelo método Champenoise, acabam por apurar um espumante em geral datado, com sabores crespos, claros e vivos que proporcionam uma interessante e agradável experiência gustativa. Da dolce Itália vêm o Asti e o Prosecco. O mais conhecido e vendido espumante italiano ao longo dos tempos tem sido sempre o doce Asti Espumante, que, produzido no Piemonte a partir da casta Moscato, não têm obtido boa fama. Mas modernamente os Asti de alta qualidade têm se expressado de forma muito frutada, evocando pêssegos e damascos maduros, abandonando o tradi- cional exagero de açúcar e se tornando uma grande opção, especialmente para acompanhar sobremesas. Já mais recentemente ganhou fama por todo o mundo o Prosecco, que na verdade é uma casta autóctone da região do Vêneto (provavelmente de Friuli-Venezia Giulia) que deu nome ao espumante, ainda que eventualmente seja cortado com as castas Pinot Bianco e Pinot Grigio.Embora produzidos a partir do método Charmat, alguns, vindos especialmente da aldeia de Valdobbiadene, apresentam boa qualidade, com alta acidez, além de mais frutados e um pouco menos crespos que os Champanhes. Todos os espumantes têm, por certo, o seu valor, e variam de qualidade em cada uma de suas origens conforme o produtor e a região. Muito interessante para nós é notar que o Brasil tem um dos melhores terroires para espumantes do mundo, na Serra Gaúcha. É incrível a homogeneidade da qualidade atual, fazendo com que praticamente qualquer espumante daquela região seja no mínimo razoável. E é mais impressionante ainda o surgimento de alguns que me parecem tão bons quanto alguns dos bons Champanhes que conhecemos. Assim, para este fim de ano, mais uma vez aconselhamos o consumo dos espumantes nacionais de uma forma generalizada. Mas eu não poderia deixar de apontar os três que considero verdadeiros exemplos de primazia, todos produzidos a partir do método Champenoise e das castas tradicionais de Champagne: o Adolfo Lona, o Angheben e o Don Giovanni Carta Ouro. Não deixem de experimentá-los, pois certamente não se arrependerão. Um brinde a todos os nossos leitores e até 2008. 23 roteirogastronômico Esquina da Vila 202 Norte (3327.8342) CC: Todos Bar Brasília Em plena W3 Sul, o Bar Brasília tem decoração caprichada, com móveis e objetos da primeira metade do século XX. Destaques para os pasteizinhos. Sugestão de gourmet: Cordeiro ensopado com ingredientes especiais, que realçam seu sabor. BARES 506 Sul Bloco A (3443.4323) CC: Todos BUFFET DE FESTA Restaurante inspirado no Rio de Janeiro dos anos 40. O buffet, com cerca de 20 tipos de frios, sanduíches e rodadas de empadas e quibes, com a performance do garçom Tampinha, são boas opções para os freqüentadores. BRASILEIROS Armazém do Ferreira Sweet Cake É um dos mais renomados buffets de festa da cidade, com mais de dez anos de experiência. Além dos salgados e doces finos oferecidos no buffet, destaque para o Risoto de Foie-Gras, o Carré de Cordeiro ao Molho de Alecrim e o Filé ao Molho de Tâmaras. QI 21 do Lago Sul (3366.3531) Camarão 206 Cerveja gelada e buffet. Mais de 40 opções de frios e petiscos. De 2ª a 6ª, buffet no almoço. Aos sábados, feijoada e cachaças, além do buffet de massas e saladas. Todos os dias rodízio de pizzas, caldos e massas. Cardápio variado, sabor e qualidade. Buffet no almoço é o carro-chefe, com mais de 10 pratos quentes, diversos tipos de saladas e várias opções de sobremesa, a R$ 35,90 (2ª a 6ª) e R$ 39,90 (sáb, dom e feriados) por pessoa. No jantar, serviço à la carte. 206 Sul (3443.4841), Liberty Mall e Brasília Shopping CC: todos Numa das esquinas mais valorizadas da cidade, a casa tem uma ampla varanda e o chope bem gelado. No almoço, buffet variado de saladas, massas e grelhados. À noite, as lingüiças mineiras estão entre os petiscos mais pedidos. 201 Sul (3224.9313) CC: todos Diamantina Restaurante Ambiente requintado e charmoso. No cardápio, um convívio harmonioso entre pratos da cozinha contemporânea e os preferidos do ex-presidente Juscelino Kubitschek. Adega climatizada. Hotel Kubitschek Plaza (3329.3774) CC: todos BUFFET DE RESTAURANTE Monumental BRASILEIROS Vila Planalto(3306.2539) CC: todos Bar e Pizzaria do Brás 107 Norte (3347.4735) CC: V 24 A traíra sem espinhas é o principal prato da casa, mas a peixada ao molho, os filés de truta, salmão, badejo e surubim grelhados - com seus deliciosos acompanhamentos fazem da casa, com seu estilo único, uma excelente opção. Don’ Durica No almoço, bufê com mais de 100 opções (R$ 32,90) com sobremesa inclusa e feijoada completa aos sábados. No jantar, pratos da cozinha contemporânea de dar água na boca. Dose dupla de chopp no happy hour, de 17:30 às 20:30. Funcionamento: segunda a sábado. 201 Norte (3326.1045) CC: V. M. D MÚSICA AO VIVO ESPAÇO VIP ACESSO PARA DEFICIENTES ÁREA EXTERNA FRALDÁRIO DELIVERY MANOBRISTA BANHEIRO PARA DEFICIENTE CARTÕES DE CRÉDITO: CC / VISA: V / MASTERCARD: M / AMERICAN EXPRESS: A / DINERS: D / REDECARD: R Café Antiquário CHOPERIAS Chiquita Bacana O Chiquita Bacana oferece almoço com pratos variados e bem servidos, como massas e grelhados. Todas as segundas-feiras, é vez da Segundona Universitária, o cliente terá 50% de desconto em todas as bebidas. Nas terçasfeiras, dose dupla de caipifruta e vodka. Aos sábados tem Feijoada a R$ 12,90 por pessoa. O happy hour acontece todos os dias, com chopp a R$ 2,20. No almoço de 2ª. a 6ª., Grandes Receitas: Peixada, Cozido, Cassoulet, Galinhada e Baião de Dois. Cinco strogonoffs e sete escondidinhos atendem carnívoros e vegetarianos. Saladas, simples grelhados e o ambiente à beira lago satisfazem aos gostos mais exigentes. Pontão do Lago Sul (3248.7755) CC: Todos 209 Sul (3242.1212) CC: Todos Com cinco lojas na cidade, mantém a tradição em mais de 200 produtos de receitas típicas do interior de Goiás, preparados artesanalmente, sem conservantes ou estabilizantes. Faça já suas encomendas de Natal e Revéillon. Panetones, bolos, tortas,salgados,etc. 404 Norte, 215 Norte, 210 Sul, 103 Sudoeste e QI 13 Lago Sul (3361.7767) Templo 205 Sul bl A lj 3 (3443.7490) CC: V O Templo foi concebido para os apaixonados pelo ritual do prazer a mesa, que buscam uma alimentação naturalmente saudável e harmonizada na composição de sabores e aromas. No almoço, menu executivo com de salada, principal e sobremesa a R$ 32,00. Á noite, há opção do Lounge. 212 sul (3245.1210) CC: V, M, D e A C’est si bon A casa oferece saladas, massas, risotos, grelhados e mais de 50 sabores de crepes. Adega climatizada com mais de 60 rótulos. Sugestão: New York (maçã c/ canela, chocolate amargo e licor de café). Toda 2ª e 5ª música ao vivo. (www.cestsibon.com.br) 408 Sul (3244.6353) CC: V, M e D Torteria Di Lorenza As mais deliciosas tortas da cidade estão na Torteria Di Lorenza. São centenas tipos. Amora Quaker, Frango com Catupiry e Sonho de Valsa Crocante estão entre as mais pedidas. Vá a uma de nossas lojas ou peça pela Loja Virtual em www. torteriadilorenza.com.br/lojavirtual. Sudoeste (3344.4600), Shopping Deck Norte (3468.1528), 115 Norte (3349.7807), 213 Norte (3340.1730), Brasília Shopping (3328.4853), Lago Sul (3364.5096), 302 Sul (3226.9667), 211 Sul (3245.6000). Crepe au Chocolat A nova loja do Crepe au Chocolat, no Deck Brasil abriu suas portas com muitas novidades. São seis crepes novos, incluindo o delicioso Fanfã de Pêssego, e saladas que valem por uma refeição. Reservas pelo tel: 3443-2050. 210 Sul (3443.2050), 109 Norte (3340.7002) Deck Brasil QI 11 Lago Sul (3037.2357) CC: V, C 25 CREPERIAS Natal e Ano Novo. As encomendas de fim de ano já estão disponíveis na loja. Tortas doces e salgadas, troncos natalinos, bolos, panetones, chocolates, biscoitos,cestas especiais, presentes, caixas de bombons e muitas outras delícias. Bufê - Café da manhã, R$ 11,90 de 2ª a 6ª. CONFEITARIAS Praliné CONTEMPORÂNEOS Monjolo Pata Negra Oliver Ênfase na cozinha andaluza, oferece mais de 30 delícias gastronômicas, como o Jamon Pata Negra, as tapas e a tradicional paella. Para beber, o Chopp Pata Negra, sangria e boa variadade de vinhos. Jantar de segunda a sábado e almoço, sábados e domigos com delicioso buffet de paellas. O restaurante comemora 2 anos de sucesso unindo música, arte e cozinha. Vencedor do Prêmio Roteiro 2006 na categoria Internacional. Destaque para o bacalhau ao Zé do Pipo (foto). 413 Sul (3345.0641) CC: Todos BSB Grill Desde 1998 oferece as melhores e os mais diversos cortes nobres de carne: Bife Ancho, Bife de tira, Prime Ribe, Picanha, além de peixe na brasa, esfirras, quibes e outras especialidades árabes. Adega climatizada e espaço reservado completam os ambientes das casas. INTERNACIONAIS ESPANHOL roteirogastronômico 304 Norte (3326.0976) 413 Sul (3346.0036) CC: A, V Brasília Golfe Center SCES Trecho 2 (3323.5961) Espaço Cultural Contemporâneo ECCO - SCN Qd.3 (3326.1250) CC: Todos San Marco Hotel Aos sábados, no restaurante panorâmico do hotel, suculenta feijoada com ingredientes separados. Entradas: deliciosas batidas, acarajé e caldinho de feijão. R$ 30 + 10% por pessoa ou R$ 55 + 10% o casal. Música ao vivo e sobremasas inclusas. SHS Qd 5 Bl C (2103.8484) CC: Todos Cantina da Massa GRELHADOS Agora, todo sábado é dia de dobradinha na cantina da massa. Dobradinha bovina com mocotó, molho de tomate, alho, cebola, salsinha, cebolinha, nós-moscada, louro, sálvia e pimenta, acompanha pao italiano e caseiro(R$ 15,00). 302 Sul (3226.8374) CC: Todos Roadhouse Grill S.Clubes Sul Tr. 2 ao lado do Pier 21 (3321.8535) Terraço Shopping (3034.8535) INTERNACIONAIS Bier Fass Gilberto Salomão O Bierfass Gilberto Salomão completa em 2007 seu 38º ano de sucesso, com uma fórmula que agrega tradição, ambiente, cozinha e público diferenciado. Destaque para a cozinha internacional, variando pratos clássicos aos modernos, que influi tanto nos ingredientes usados como na apresentação dos pratos. GIlberto Salomão QI 5 Lago Sul (3248.1519) CC: Todos 26 Dom Romano ITALIANOS Criado nos EUA, foi eleito por três anos consecutivos o preferido da família americana. Com mais de 100 lojas, seus generosos pratos foram criados, pesquisados e inspirados nas raízes da América. Conheça tais delícias: ribs, steaks, pasta, hambúrgueres. Desde 1988, foi pioneira em assar as pizzas no forno a lenha. As pizzas têm sabor e sotaque paulistano. As massas e molhos são de fabricação própria, e têm sabores bem caseiros. As porções bem servidas, retratam a origem italiana. QI 11 Lago Sul (3248-0078) 102 Norte (3327-7776) CC: V, M e D. San Marino Cozinha típica de cantina italiana. De 3ª a 6ª, rodízio à noite com 15 sabores de pizzas e oito de massas. Nas outras noites, somente à la carte. Durante a semana, no almoço, buffet com saladas, pratos executivos e grelhados. 209 Sul (3443.5050) CC: Todos MÚSICA AO VIVO ESPAÇO VIP ACESSO PARA DEFICIENTES ÁREA EXTERNA FRALDÁRIO DELIVERY MANOBRISTA BANHEIRO PARA DEFICIENTE San Lorenzo Brilho - Lago Sul Culinária internacional,com a combinação surpreendente de belos e saborosos pratos. Sugestões:Filé do Casé e Medalhão de Florença. No almoço, pratos executivos com atendimento ágil e opções saborosas. A adega climatizada completa o ambiente. A nova loja do Gilberto Salomão conta com adega climatizada e grande variedade de vinhos. Espaço exclusivo para degustações, palestras, eventos e amplo estacionamento. Os queijos, azeites, bacalhau, chocolates, acessórios e charutos completam o mix de produtos. Venha conhecer! Centro Gilberto Salomão- lj 33 (3202.4533) CC: todos 103 Sudoeste (3201.2161) CC: Todos www.brilhoimportados.com.br Naturetto Cardápio com produtos italianos autênticos e tradicionais. Massas, filés, peixes e risotos, carpaccio. Tudo preparado na hora. Execelente carta de vinhos com 90 rótulos, entre nacionais e importados. Ambiente charmoso, varanda e amplo estacionamento completam o ambiente. Truli Um sucesso com serviços originais e rápidos. Buffet no centro do salão. O cliente monta seu pedido escolhendo até sete ingredientes para compor um prato de massa, ou salada, ou Vira-e-Mexe (arroz com feijão). Deliciosos pratos italianos à la carte. ITALIANOS 101 Sudoeste (3344.8866) CC: V, M e D. O restaurante valoriza a culinária macrobiótica, os vegetais orgânicos e integrais. O peixe está presente no cardápio diariamente. À noite, o vinho se harmoniza com o ambiente rústico e cultural e acompanha quiches, salmão grelhado, pães e queijos. 201 Sul (3322.4688) Delivery (3225.4050) CC: Todos NATURAIS Trattoria 101 LOJAS DE VINHO CARTÕES DE CRÉDITO: CC / VISA: V / MASTERCARD: M / AMERICAN EXPRESS: A / DINERS: D / REDECARD: R 405 Norte (3201.6223) e Câmara dos Deputados CC: V e M Haná Diariamente no almoço e jantar, festival de sushi e sashimi, com mais de 35 opções de pratos. Nas 2as e 3as, o tradicional buffet conta com o Festival do Camarão. Funciona também à la carte e tem delivery. Horário: diariamente das 12h às 15h e das 19h às 24h. 408 Sul (3244.9999) CC: Todos Villa Borghese ORIENTAIS O charme da decoração e a iluminação à luz de velas dão o clima romântico. Aberto diariamente para almoço e jantar. Sugestão: Filetto al gorgonzola (Filet mignon recheado com creme de gorgonzola servido com arroz cremoso de abobrinha e Farofinha crocante de alho), por R$ 40,00. Brilho - Feira dos importados Referência desde 1997, nos ramos de bebida, charutaria e delikatessen. Na adega climatizada o cliente encontra vinhos especiais, como Romaneé Conti e Chateau Pétrus. Ambiente especial para degustação. Queijos importados e o melhor bacalhau da cidade. Feira dos Importados (3037.4533) CC: Todos www.brilhoimportados.com.br LOJAS DE VINHO 201 Sul (3226.5650) CC: Todos Maki Temakeria É o lugar ideal para fanáticos por cozinha japonesa que nem todos os dias estão com apetite ou bolso para ir a um restaurante tradicional. São 20 opções de temakis, como o delicioso camarão tempurá, e oito opções de rolinhos. Às sextas e sábados, funciona até as quatro da manhã. 405 Sul (3242.3460) www.makitemakeria.com.br 27 MÚSICA AO VIVO roteirogastronômico ESPAÇO VIP ACESSO PARA DEFICIENTES ÁREA EXTERNA DELIVERY FRALDÁRIO MANOBRISTA BANHEIRO PARA DEFICIENTE CARTÕES DE CRÉDITO: CC / VISA: V / MASTERCARD: M / AMERICAN EXPRESS: A / DINERS: D / REDECARD: R Pizza Benta Tradicional e inovador. Sushis e sashimis ganham toques inusitados. Exemplo disso é o sushi de atum picado, temperado com gengibre e cebolinha envolto em fina camada de salmão. As novidades são fruto de muita pesquisa do proprietário Jun Ito. Na esquina da 108 sul,uma pizza de dar água na boca! Ambiente agradável e estacionamento fácil. Funciona a partir das 18:00h com ótimo atendimento.De segunda a quarta até 21h, chope a R$2,00 e a “pizza da semana” tamanho grande por R$18,90. PIZZARIAS Nippon ORIENTAIS 403 Sul (3224.0430 / 3323.5213) CC: Todos 108 Sul (3242.2505) CC: V e M Feitiço Mineiro Belini PADARIA A casa premiada é um misto de padaria, delikatessen, confeitaria e restaurante. O restaurante serve risotos, massas e carnes, inclusive cordeiro. Destaque para o café gourmet, único torrado na própria loja, para as pizzas especiais e os buffets servidos na varanda. 113 Sul (3345.0777) REGIONAIS A culinária de raiz das Minas Gerais e uma programação cultural que inclui músicos de renome nacional e eventos literários. Diariamente, buffet com oito a nove tipos de carnes. Destaque para a leitoa e o pernil à pururuca, servidos às 6as e domingos. 306 Norte (3272.3032) CC: Todos Severina O Sabor do Nordeste Após 26 anos em Brasília, o restaurante Feijão verde da Asa Sul muda de nome, decoração, cardápio, mas mantém a tradição e a qualidade. Carne de sol, baião de 2x2, arrumadinho, escondidinho, bode e beiju recheados. É só escolher! www.restauranteseverina.com.br 201 Sul (3224-6362) CC: V, M, Amex, D CC: Todos Baco PIZZARIAS 309 Norte (3274.8600), 408 Sul (3244.2292) CC: Todos Baco Delivery (3223.0323) Saborella Sorvetes com sabores regionais e tecnologia italiana são a especialidade da casa. Os mais pedidos: tapioca, cupuaçu, açaí e frutas vermelhas. Na varanda, pode-se apreciar café bem tirado e fresquinho, acompanhado de tapiocas quentinhas. SORVETERIA Premiada por todas as revistas. Massas originais da Itália, vinhos e ambiente. No cardápio, pizzas tradicionais e exóticas. Novidades são uma constante. Opção de rodízio em dias especiais – na 309 Norte, toda 3ª e domingo, e na 408 Sul, às 2as. 112 Norte (3340.4894) CC: Todos Gordeixo Quituart 15 bistrôs de culinária nacional e internacional: vatapá, feijoada, confit de pato, paella, escondidinho de carne seca, quibes, leitoa à pururuca, sushis, picanha na chapa, tortas, suspiros e café. Além de moda e arte barroca. Funciona de 5ª a domingo. VARIADOS Ambiente agradável, comida boa e área de lazer para as crianças fazem o sucesso da casa desde 1987. No almoço, além das pizzas, o buffet de massas preparadas na hora, onde o cliente escolhe os molhos e os ingredientes para compor seu prato. Canteiro central do Lago Norte (3468.7139 / 8493.2774 ) 306 Norte (3273.8525) CC: V, M e D Sol Nascente 28 29 30 dia&noite niemeyercentenário Os 100 anos de Oscar Niemeyer, comemorados no último dia 15, serão ainda motivo de muitas e merecidas homenagens. A mostra Brasília Iluminada, do fotógrafo Bento Viana, traz 56 fotografias de 1,25 por 1,87m, que ficarão expostas ao ar livre, dia e noite, na Praça dos Três Poderes, palco de muitas de suas obras-primas. Resultado de uma viagem pela obra de Oscar Niemeyer, as fotos de luz fina, texturas e cores vibrantes mostram aos visitantes o múltiplo universo do arquiteto, visto nas vibrações das superfícies do concreto e na robustez da massa edificada no cerrado. São esperados 120 mil visitantes durante o tempo em que a exposição ficar em cartaz, até 31 de janeiro. fotos-pintura O fotógrafo Leonardo DeGorter tenta mostrar um pouco da imensa variedade de animais e paisagens encontradas pelos diversos ecossistemas na mostra Imagens da Natureza Brasileira. De ambientes urbanos no Rio de Janeiro a uma reserva de Mata Atlântica em Minas Gerais, o fotógrafo mostra que, tanto em ambientes selvagens como urbanos é possível encontrar à nossa volta belas paisagens e animais selvagens. O resultado são fotografias que mais parecem pinturas e que podem ser admiradas até 10 de janeiro no Memorial dos Povos Indígenas. Informações: 3226.5206. circopolonês Divulgação Palhaços, bichos, malabares e temas ligados ao circo ilustram os cartazes que o publicitário Andrés Bukowinski coleciona desde 1972. A obras, compradas em viagens à Europa e aos Estados Unidos, são assinadas por artistas gráficos poloneses como Waldemar Swierzy, Hubert Hilscher e Jan Sawka. Sua coleção pode ser conhecida pelo público brasiliense na exposição Cartazes Poloneses – Circo, que reúne 55 cartazes feitos em diversas técnicas. A mostra foi organizada por Úrsula Groska, diretora da Casa da Polônia, com o apoio da embaixada do seu país, e fica em cartaz até 6 de janeiro, no Museu da República. chinanua “Um bilhão e meio de pessoas e os novos políticos da China podem dar ao país o poder de regular o mundo para o futuro próximo. Tirar suas roupas foi um dos meus primeiros pensamentos quando eu comecei com meu projeto”. É assim que o fotógrafo alemão Frank Rothe explica sua exposição Naked China, que mostra um raro retrato do país onde a nudez é um tabu. O ousado trabalho do fotógrafo pode ser conhecido no Espaço Cultural Contemporâneo – ECCO, até o Dia de Natal. circoespanhol O flamenco e o circo é o nome do espetáculo que o Teatro Dulcina de Moraes (Conic) recebe nos dias 20 e 21 de dezembro, às 21h. Dirigido por Patrícia Weingrill, o show mostra a dança andaluza, forte e sensual, com elementos circenses. “Quis homenagear o circo, uma arte secular, que se perpetua”, diz a diretora. Os responsáveis pela execução da homenagem são profissionais e alunos do Estúdio Capricho Espanhol e da Escola de Circo de Brasília, junto com o cantor Fernando de Marília e o saxofonista Aildo. Eles apresentarão sevillanas, tangos, música com castanholas, alegrias e garrotim. Os ingressos estão à venda no Capricho Espanhol (111 Sul, 3244.6648) por R$ 40 e R$ 20. Informações: www.caprichoespanhol.com.br. 31 dia&noite arteempostais Catedral de Colônia, em foto de Hans-J. Albert patrimôniomundial Cidades do Brasil e da Alemanha tombadas pela Unesco como Patrimônio da Humanidade foram fotografadas por profissionais dos dois países. O resultado desse trabalho está na Galeria Principal da Caixa Cultural até 13 de janeiro. Estão lá belas imagens de Brasília, Ouro Preto, Diamantina, Salvador, São Luís, feitas por Araquém Alcântara, Paulo Mac Dowell, Juan Pratginestós e muitos outros. As 32 cidades alemãs tombadas pela Unesco estão representadas em fotos de Hans-J. Albert. De terça a domingo, das 9 às 21h. celebridades Ele mora há poucos meses em São Paulo, onde pretende fotografar famosos brasileiros. O francês Ludovic Carème tem uma capacidade peculiar de dirigir seus modelos. Suas fotografias não O ator são apenas o retrato de alguém, mas a Morgan imagem do encontro entre fotógrafo e Freeman modelo, imagem da relação de força que se estabelece no momento da foto. Ao mesmo tempo em que tem um respeito profundo por seu modelo, tem também total controle do enquadramento, da luz, do instante. Sua primeira exposição no Brasil pode ser vista até 25 de janeiro no Espaço Cultural Contemporâneo – ECCO. artemexicana Um texto do escritor tcheco Franz Kafka serviu de inspiração para o pintor Francisco Toledo, considerado o maior artista contemporâneo vivo do México. Assim surgiu a exposição Informe para uma Academia, que fica na Galeria Piccola II da Caixa Cultural até 13 de janeiro. São 42 gravuras que Toledo fez a partir de uma livre interpretação do texto homônimo de Kafka, no qual ironiza a condição humana ao colocar um macaco explicando a um grupo de cientistas o processo de humanização a que foi submetido. De tão humano, o animal pouco se importa se é compreendido ou não pelos ouvintes. De terça a domingo, das 9 às 21h. 32 Um século antes de a Internet revolucionar os meios de comunicação, Eduardo Marques Júnior, mais conhecido como Dudu, amou Maria Angélica Casado, vulgo Mariquinhas. Tudo começou com a paixão em comum desse casal do início do século XIX, morador de Porto Alegre: colecionar cartões postais. A mostra Cartophilia – uma História de Amor traz 128 desses cartões trocados entre 1903 e 1906 e cuidadosamente guardados pela família por mais de um século. Na Galeria Piccola I, da Caixa Cultural, até 13 de janeiro. De terça a domingo, das 9 às 21h. eduardorangel Um dos pontos fortes de Chico Buarque é a naturalidade com que ele transita entre temas políticos e românticos. É o lado romântico que o cantor Eduardo Rangel vai apresentar no show Eduardo Rangel Interpreta Chico Buarque, no Feitiço Mineiro, dias 21 e 22, às 21h30. Couvert: R$ 12. Reservas: 3272.3032. cidadesreveladas Nos últimos seis anos, o fotógrafo paulista Cristiano Mascaro andou pelo país para revelar aspectos de espaços urbanos muitas vezes desconhecidos até de seus moradores. A mostra, com 30 imagens, ocupa a Galeria Vitrine da Caixa Cultural até 3 de fevereiro. São Francisco do Sul, Santa Catarina 33 brasíliaturística Sombra e água fresca Hotéis rurais atraem brasilienses com muito sossego e receitas caseiras das culinárias mineira e goiana POR PRISCILA MAGALHÃES E EDUARDO OLIVEIRA Brasília, Sobradinho e Planaltina ficaram para trás. Mais alguns quilômetros em estrada de terra e chegamos ao Hotel Fazenda Águas Emendadas, totalmente isolado do barulho da cidade. Para se desligar ainda mais do estresse, num lugar onde nem celular pega, é só ir um pouco mais adiante, passando por Formosa e enfrentando outros 11 quilô34 metros de estrada de terra até chegar ao Hotel Fazenda Araras. Quem pretende aproveitar esse sossego provavelmente só conseguirá no ano que vem. Ambos os hotéis estão sempre lotados e já têm até fila de espera para as festas de fim de ano, assim como muitos outros afiliados ao Ruraltur, o Sindicato de Turismo Rural e Ecológico do Distrito Federal. Os brasilienses descobriram que os hotéis fazenda são uma boa opção para quem quer sair de férias e fugir do caos enfrentado nos aeroportos. Hotéis que em 2005 tinham taxa média de ocupação e visitação de 40% já beiram uma média anual de 85%. O turismo rural no DF cresceu 30% este ano, número que superou em muito as expectativas. Para se ter uma idéia, segundo o planejamento da Ruraltur e do Sebrae-DF, esse aumento era previsto só para 2009. Carlos Henrique, Nákima Pereira e seu filho Vitor não se importam com a Carlos e Nákima já foram mais de 2Đ distância de 76 quilômetros que percorrem de Taguatinga ao Hotel Fazenda Águas Emendadas. “Já viemos para cá mais de 20 vezes. Pelo menos uma vez por mês a gente vem”, conta Nákima. “Fugimos do barulho da cidade e nosso garoto passa o dia todo andando de cavalo”, acrescenta Carlos Henrique. O CONTATO COM A NATUREZA É, obviamente, o grande atrativo desses hotéis. A criançada, que muitas vezes cresce sem nunca ter chegado perto de uma vaca ou uma galinha, diverte-se montando em cavalos e pôneis, tirando leite da vaca e vendo de perto patos, gansos, coelhos, preás, cágados e porcos. O Águas Emendadas tem apartamentos que acomodam até quatro pessoas e chalés para até seis pessoas. Comandado por Luiz Freire e seus filhos Marcelo e Marina, o hotel tem como diferencial não cobrar nada além da diária. O hóspede pode passar o dia todo deitado à beira da piscina comendo churrasco e bebendo cerveja, caipiroska e refrigerantes sem se preocupar com a conta. “Aqui é comida o dia todo, é dieta de engorda”, brinca Luiz. Quem prefere comida caseira pode aproveitar o bufê no almoço e no jantar. O empresário Marcelo Caribé, que aproveitou o feriado de 15 de novembro para conhecer o hotel, definiu bem o sabor: “Parece até a comida da minha avó”. Todas as atividades oferecidas pelo hotel estão incluídas no preço da diária. Entre os atrativos, duas saunas, uma piscina de água tratada e três de água mineral, banhadas pelas águas do córrego Vereda Grande, que cruza o hotel e deságua no Rio Maranhão. Salas de jogos, espirobol, quadras de vôlei e campos de futebol garantem a diversão. O hotel também tem estrutura para receber grandes grupos, sendo uma boa opção para confraternização de empresas e até convenções: “Temos um auditório para 100 pessoas, um salão de festas para 300 e duas salas com capacidade entre 30 e 50 pessoas, onde podem ser realizadas reuniões de vários tipos”, diz Marina Freire. UM POUCO MAIS DISTANTE DO PLANO Piloto, o Araras Hotel Fazenda é ideal para quem quer fugir da conturbada vida na cidade sem abrir mão do conforto. Com um clima bem rústico e agradável, o hotel atrai grande número de brasilienses. “A maioria absoluta dos clientes é de Brasília, e 90% dos que vêm para cá acabam voltando mais cedo ou mais tarde”, diz o proprietário, Ivo José. O Araras também é procurado por quem faz ecoturismo, pela proximidade com sítios arqueológicos. A poucos quilômetros estão o Buraco das Araras, a Gruta das Andorinhas e algumas cachoeiras. O hotel tem 40 apartamentos de casal, com preços que variam de R$ 160 a 35 R$ 198 a diária. O visitante pode optar também pela utilização da área de camping, desembolsando R$ 45 por dia. Há ainda o Daycamp, por R$ 34, a melhor opção para quem quer passar o dia no hotel e à noite voltar para casa. Os campistas podem desfrutar de todos os atrativos oferecidos pelo hotel. O casal brasiliense Júnior e Fernanda aprovou. “Vale a pena pelo sossego e o preço é bom. Agora pretendo trazer a família toda pra cá”, diz Júnior. Foi o que fez Eugênio Drumond. Ele, a mulher Graça e os filhos Eduardo e Juliana resolveram sair do roteiro tradicional de férias e, em vez de irem para a praia, hospedaram-se no Araras. “A distância percorrida vale a pena. Almoçamos bem, fizemos caminhadas e amanhã vamos aproveitar ainda mais”, diz Eugênio. AS REFEIÇÕES SÃO UMA ATRAÇÃO à parte. A comida, preparada em forno à lenha, é quase toda produzida no próprio hotel. Na área de 314 hectares en- 36 contramos plantações, fábrica de queijo, granja e engenho de moer cana, que garantem ingredientes sempre fresquinhos. As tradicionais culinárias mineira e goiana predominam nas receitas. Assim como o Águas Emendadas, o Araras oferece inúmeras opções de lazer a seus hóspedes. Quem não está a fim de descanso pode caminhar nas trilhas, subir no paredão de escalada, passear em cavalos e charretes, jogar futebol society e aproveitar a sala de jogos, as piscinas e a sauna. As crianças ainda podem se divertir na cama elástica e no parque. À noite, o melhor programa é deitar na rede e observar uma infinidade de vaga-lumes que parecem prever a chegada do Natal e piscam no horizonte, proporcionando ao hóspede um belo espetáculo. Depois disso, é hora de dormir, na certeza de que nenhuma buzina, sirene ou freada de carro vai atrapalhar o sono. Hotel Fazenda Araras www.hotelfazendaararas.com.br (61) 3225.5011 / 3503.5011 / 9984.9274 Hotel Fazenda Águas Emendadas www.aguasemendadas.com.br (61) 4101.6060 / 4101.1010 / 8188.1324 / 8188.1325 Ruraltur www.ruraltur.com.br 37 Fotos: Romulo Fialdini galeriadearte Exposição de jóias e móveis junta talento de Francesca Romana Diana e Hugo França Arte em pedra e madeira 38 duo florestal em mesas, cadeiras e espreguiçadeiras nunca repetidas. No percurso da exposição, o visitante constata a evidente sinergia que nasce da combinação dos trabalhos dos dois artistas: a madeira trabalhada respeitando seu estado natural oferece um contraste estonteante com as pedras esculpidas e montadas em sofisticadas jóias. ELA Napolitana formada em Biologia, desde menina teve sua sensibilidade direcionada para outra área. Aos dez anos, seus olhos se fixaram no traçado do piso de dois mil metros quadrados da Praça do Campidoglio, em Roma, e se encantaram com o desenho idealizado por Michelangelo. “Visto do céu é uma mandala”, diz a artista, para explicar como nasceu sua paixão pelas jóias. Depois de trabalhar durante algum tempo num ateliê em Roma, Francesca Romana Diana conheceu o Brasil. Era a década de 80 e a designer apaixonou-se pela riqueza das pedras de nosso país. Foram várias viagens. Em 1986, passou uma temporada de um mês em Minas Gerais, acompanhada por um gemólogo italiano e colecionadores de pedras. No ano seguinte, voltou para conhecer o trabalho de lapidadores de pedras. E veio a decisão: ficou de vez no Brasil. Divulgação Ela é italiana. Ele é brasileiro. Ela foi bióloga. Ele, engenheiro. Ela se apaixonou pela beleza das pedras brasileiras e delas fez sua arte. Ele se apaixonou pelos grandes troncos de árvores que restaram das queimadas na Mata Atlântica e deles fez sua arte. Agora, os dois estão juntos na exposição Francesca Romana Diana e Hugo França, que fica na Embaixada da Itália até 11 de janeiro, apresentando o trabalho individual de cada um e peças resultantes do talento de ambos, a Coleção Brasília. Concebida para comemorar os 20 anos de carreira da designer de jóias italiana e os dez do escultor e designer brasileiro, a mostra apresenta 250 jóias de Francesca e dez peças em madeira de Hugo. De um lado, anéis, brincos e pingentes que unem a sofisticação do design italiano à riqueza da pedraria brasileira. De outro, esculturas mobiliárias – ou móveis escultóricos – que utilizam resí- Retiradas do cenário inóspito, as árvores abandonadas, algumas até abatidas mas não recolhidas, são levadas ao atelier. Lá, seu estado bruto sugere a forma que o artista vai trabalhar cada material. França esculpe artesanalmente cada uma de suas peças, acariciando-as, acentuando suas curvas, dando vida nova à madeira “redescoberta”. Ênio Berwanger ELE Gaúcho formado em Engenharia, foi para São Paulo trabalhar numa empresa de minicomputadores. Um ano depois decidiu abandonar tudo e ir para a Bahia, na deserta Trancoso, região marcada pela presença de remanescentes da Mata Atlântica e que viveu rápido crescimento turístico. Pousadas e hotéis surgiram de uma hora para outra e Hugo começou a construir peças com madeiras que recolhia nos refugos das construções. Desde o primeiro momento, manteve o firme propósito de interferir minimamente nas formas originais da madeira. Quando chegou às regiões devastadas pelo fogo, na Mata Atlântica, o artista enxergou vida. Principalmente nos grandes troncos do pequi, árvore resinosa com grande oleosidade natural que a protege do fogo. O pequi restou solitário nos campos devastados da mata baiana. Não é à toa que sempre foi a madeira preferida pelos índios tapajós para construir suas canoas. Francesca Romana Diana e Hugo França Até 11/01 na Embaixada da Itália (Av. das Nações – Quadra 807 – Lote 30). Entrada franca. 39 verso&prosa Deus existe. Cerveja e vinho são a prova Dois livrinhos despretensiosos sobre líquidos que nos fazem transcender POR RICARDO PEDREIRA dos deuses é mesmo o vinho. Vejam Baco, nome latino de Dionísio, o deus grego do vinho. Ou os padres erguendo o cálice de vinho num dos momentos mais bonitos do ritual católico. O livro O assunto é vinho tem o grande valor da leveza, sem aquela pretensão hoje tão disseminada quando se trata do tema. A idéia simples e eficaz foi reproduzir no papel as conversas que têm em programa na Rádio CBN os jornalistas Renato Machado e Carlos Alberto Sardenberg. Sardenberg entrevista Machado em pílulas diárias na CBN, coisa de um a dois minutos. Renato Machado é hoje uma das sumidades da mídia nacional em matéria de vinho. Ele é entrevistado com competência por um Sardenberg que obviamente gosta muito de vinhos, Divulgação Tem gente que não gosta de beber. Isto é um problema. Delas. Paulo Mendes Campos explicou que o homem bebe para transcender-se. Claro que bebida em excesso não é recomendável. “Aprecie com moderação”, alertam os rótulos das garrafas. Steinhager, por exemplo. É pouquíssimo recomendável. Mas vamos falar de bebidas recomendáveis. Não se deseja aqui entrar nas searas alheias, de algumas páginas antes, do Luiz Recena, mestre de garfadas e goles, nem de Alexandre dos Santos Franco, professor do pão e vinho. É que saíram recentemente dois livrinhos tratando desse tema que nos une – a bebida – e já que estamos próximos do Natal, vamos às bebidas. À cerveja e ao vinho. O guia do Guru da Cer- veja, de Chris Street, e O assunto é vinho, de Renato Machado e Carlos Alberto Sardenberg, têm em comum a despretensão. O primeiro é apenas uma brincadeira sobre os “poderes miraculosos” da cerveja. O segundo, um instrutivo bate-papo em torno desse verdadeiro milagre que é o vinho. Esse é o livro que vale. O Guru da Cerveja é um personagem criado pelo autor, publicitário inglês que resolveu homenagear sua bebida preferida. “Depois de apenas uma garrafa, eu me lembrei de vidas passadas”, diz o Guru, que nos conta por meio de sua vida santa um pouco da história da cerveja. De fato, uma bebida abençoada. Pensem no prazer do primeiro copo de cerveja num dia de calor. É de fazer ateu acreditar em Deus. Mas a bebida 40 que produz champanhe desde 1829. Nos idos de 1961, num momento de grande inspiração, disse Madame, perguntada sobre quando bebia esse maravilhoso vinho espumante: “Só bebo champanhe quando estou feliz e quando estou triste. Às vezes, be- bo quando estou sozinha, mas quando estou acompanhada, o considero obrigatório. Distraio-me com champanhe quando estou sem fome, e bebo quando estou faminta. Fora isso, nem toco nele, a menos que esteja com sede”. Tintim! W. Penteado geralmente partindo de perguntas feitas pelos ouvintes. Perguntas de leigos, como nós, para um connaisseur como Renato Machado A reprodução desses bate-papos funcionou muito bem no livro. Os dois tratam de tudo, desde os assuntos mais prosaicos. Como fazer quando a rolha parte ao meio na hora de abrir a garrafa? Dá para abrir uma garrafa de vinho, deixá-la pela metade e guardá-la para beber depois? (“Beba até o fim”, recomenda o sábio Renato Machado). Tratam dos vinhos mais adequados para cada tipo de comida (incluindo sushi e feijoada). Tratam de vinhos franceses, italianos, chilenos, brasileiros e muito mais. É um livrinho que se pode abrir em qualquer página, ao sabor da sorte. Será sempre um pequeno e divertido aprendizado. Ótimo presente de Natal. E já que falamos de vinhos em meio a essa época de tantas festividades, está na hora de um brinde a Madame Lily Bollinger, da Maison Bollinger, vinícola 41 verso&prosa Agora vai Biblioteca Nacional começa a funcionar efetivamente em janeiro POR AKEMI NITAHARA FOTOS RODRIGO OLIVEIRA Aos poucos, a população começa a ter acesso à Biblioteca Nacional Leonel Brizola, parte do Complexo Cultural da República. Depois de inaugurado o prédio, no ano passado, e o Centro de Inclusão Digital, em fevereiro último, os brasilienses poderão usufruir de parte dos serviços a partir de janeiro. O projeto é ambicioso: fazer a biblioteca mais tecnológica e moderna do país e a primeira grande biblioteca da língua portuguesa do século XXI. Para isso, várias obras de adaptação estão sendo feitas. O diretor da biblioteca, Antônio Miranda, diz que faltou organização: “A biblioteca deveria ter sido pensada 42 enquanto o prédio estava em construção. Foi inaugurado um prédio e não uma biblioteca”. Agora, o projeto executivo está pronto e o orçamento aprovado. Para pôr a biblioteca em pleno funcionamento, são necessários cerca de 100 funcionários. Com isso, será possível mantê-la aberta diariamente das 8 às 23h. A expectativa é de que os 25 bibliotecários já concursados sejam convocados no começo do ano. Hoje, apenas a primeira parte do Centro de Inclusão Digital está funcionando e o auditório recebe oficinas e eventos. Também está aberto o salão de exposições, e uma vez por mês acontece o Tributo ao Poeta, projeto iniciado em março e que retorna em fevereiro. Em janeiro, devem ser entregues à população o Telecentro, com 51 computadores e acesso à internet em banda larga; o Espaço Infantil, com projeção no teto, publicações para crianças e computadores; e a sala de treinamento para monitores e professores. E em 21 de abril deve ficar pronta toda a parte digital da biblioteca. Na entrada, um prisma holográfico reflete a imagem do visitante, que depois passa por um corredor de 18 metros com textos e imagens projetadas nas paredes, que contam a história das bibliotecas de língua portuguesa e mostram as atrações da Biblioteca Nacional. No segundo andar há espaços para convivência e exposições, cafeteria com mini-palco para lançamentos, saraus e pequenos shows, áreas de leitura e acervo, bancadas para laptop (todo o prédio vai ser área de conexão sem fio à intenet), salas de leitura individuais e coletivas, laboratório para produção e edição de mídia em audiovisual, internet e áudio, e auditório para apresentações, seminários, palestras e videoconferências. Tudo isso com vista privilegiada para a Esplanada dos Ministérios. No terceiro andar, poltronas para leitura, visualização e audição do acervo audiovisual. No quarto andar será instalada a biblioteca tradicional especializada para pesquisadores. O Touring Club também deve ser incorporado à Biblioteca Nacional. Se tudo der certo, o local vai abrigar salões de leitura e oficinas para professores e público em geral. Além disso, o diretor Antônio Miranda está negociando com o escritório do arquiteto Oscar Niemeyer a construção de um salão de leitura público em baixo dos pilotis, no lado esquerdo. “A idéia é oferecer aos usuários um local de leitura livre, com horário ampliado e custo muito baixo, pois você não precisa ter a biblioteca inteira aberta para atender quem vai estudar com os próprios livros e fazer trabalho de escola”. E os livros? Bem, esses já são 50 mil, todos doados. Marly de Oliveira, esposa do poeta e escritor João Cabral de Melo Neto, doou cinco mil livros, ainda não disponíveis por falta de local adequado para colocá-los. Já está em curso uma licitação para comprar estantes e colocar película protetora nos 2.700 m2 de vidro da biblioteca, que irão proteger o acervo do sol. Miranda explica que o projeto é fazer da Biblioteca Nacional uma irmã gêmea da lendária Biblioteca de Alexandria, projetando a afirmação de uma herança cultural brasileira. Para conhecer o projeto mais detalhadamente basta acessar o site www. videolog.uol.com. br e procurar pela Rede Nacional de Pesquisa. Antônio Miranda: biblioteca mais tecnológica do país 43 luzcâmeraação José Lins reconstruído Novo filme de Vladimir Carvalho, que refaz a trajetória do escritor, é também uma magnífica radiografia do ciclo da cana-deaçúcar no Nordeste 44 POR SÉRGIO MORICONI Exibido no Festival de Brasília de 2006 e em outros grandes festivais brasileiros, O Engenho de Zé Lins, sexto longa-metragem do consagrado realizador do clássico O País de São Saruê, chega finalmente ao circuito comercial de cinema. O filme é um retrato emocionado e afetivo de um dos nossos maiores escritores, personagem central do modernismo realista brasileiro dos anos 40. O fundamental e absolutamente original nesta obra única é que personagem (José Lins do Rego) e documentarista (Vladimir Carvalho) partilharam a mesma cultura e espaço geográfico. Portanto, pode-se dizer que, ao retratar o escritor, o cineasta estava também refazendo uma viagem de volta para sua Paraíba natal, onde personagens reais de sua infância en- ta que explode como uma bomba no cenário do filme brasileiro, influenciando toda a geração do movimento do cinema novo que, pela primeira vez, voltaria seus olhos para a tragédia social nordestina. Glauber Rocha, por exemplo, nunca deixaria de reconhecer a importância de Aruanda sobre Deus e o Diabo na Terra do Sol, filme de referência do segundo período do movimento que mudaria indelevelmente a face do cinema brasileir Mais tarde, Vladimir lideraria o ciclo de cinema da Paraíba com obras exemplares como Romeiros da Guia, A Bolandeira e ainda A Pedra da Riqueza, sendo que este último seria realizado quando o cineasta já havia se instalado em Brasília, assumindo, como professor, uma das cadeiras de cinema na UnB. Aqui, Vladimir daria uma contribuição inestimável para a criação de uma estrutura mínima para a produção de filmes, o que acabaria desembocando na fundação do Pólo de Cinema do DF, conquista fundamental para transformar a capital no quarto centro de produção cinematográfica do país. Vários de seus curtas, especialmente Vestibular 70, além dos longas Conterrâneos Velhos de Guerra (1990) e Barra 68 (2000), reafirmariam Vladimir entre os grandes do documentário brasileiro, lembrando que O País de São Saruê, finalizado em 1971, já o havia transformado numa referência latino-americana e mundial. Com O Engenho de Zé Lins, Vladimir volta às suas origens nordestinas. Certa vez, havia citado o príncipe de Lampedusa, em O Leopardo, para quem “aquele que sai de sua terra natal depois dos vinte anos jamais a deixará”. Vladimir nasceu no que chama de “piemonte paraibano”, no ponto onde a caatinga litorânea começa a se elevar para – nos seus termos – “subir as fraldas da Chapada da Borborema”, chegando enfim em Campina Grande. O diretor naceu próximo dali, em Itabaiana, que, segundo as pessoas da região, teria sido um antigo cemitério de índios ainda no tempo do descobrimento. Na etimologia indígena, Itabaiana significa “pedra que gira”, isto é, a pedra de uma urna funerária onde se enterravam os mortos. São essas as origens remotas de Vla- dimir e Zé Lins. O escritor era o que o realizador chamava de “um comensal invisível” mas constante na casa de sua infância. Muitas vezes, ele conta, depois do jantar seguia-se uma espécie de “serão”, com seu pai lendo trechos de romances de José Lins do Rego. O pai de Vladimir havia estudado no mesmo colégio do escritor. Vladimir conta com humor que, embora mais novo e sem ter conhecido Zé Lins, seu pai narrava episódios que lera nos livros como se ele próprio os tivesse vivenciado de fato. Eram reuniões mágicas essas que sucediam os jantares. Quando resolveu iniciar o seu O Engenho de Zé Lins, o diretor sabia que estava remexendo no baú de sua memória mais afetiva. Estava consciente de lidar com a imagem de um ídolo de infância e também com o risco de deslizar para um tipo de autobiografismo. O Engenho de Zé Lins é isso mesmo: o retrato de um ídolo. Se para os gregos ídolo é a imagem que queremos ver refletida em nós mesmos, O Engenho de Zé Lins é, de fato, esse espelho, essa imagem mutuamente refletida de duas obras e dois artistas. O Engenho de Zé Lins Brasil/2006, 81 min. Direção e roteiro: Vladimir Carvalho. Com Othon Bastos (narrador), Ariano Suassuna, Thiago de Mello, Rachel de Queiroz, Walter Lima Jr., Júlio Bressane, Carlos Heitor Cony e Muniz Sodré (depoimentos). Fotos: Divulgação contrariam natureza quase que mítica nas páginas do escritor nascido na cidade de Pilar. Almas gêmeas, Vladimir e Zé Lins recebem a contribuição de outras almas gêmeas no documentário. E assim, como nas deliciosas narrativas orais, o autor de Menino de Engenho (1932) e Fogo Morto (1943) é reconstruído através de depoimentos de companheiros de viagem do quilate de Ariano Suassuna, do poeta Thiago de Mello, de Rachel de Queiroz (falecida alguns meses depois de dar seu depoimento para o filme) e de tantos outros para quem Zé Lins não era apenas uma figura literária importante, mas, sobretudo, um ser humano extraordinário. Sempre presente, essa dimensão humana dá ao filme um caráter singularíssimo. São impagáveis as seqüências que tratam da paixão do escritor pelo time do Flamengo e o relato entre mórbido e cômico que Thiago de Mello faz dos derradeiros dias, quando o escritor já estava tomado pela cirrose hepática, doença que o levaria a morte. Vladimir faz uso de excertos do longa-metragem Menino de Engenho (1965), de Walter Lima Jr., e de extensa documentação fotográfica para reconstituir o Nordeste do ciclo da cana-de-açúcar, assim como a obra e a vida do escritor, aspectos, todos eles, indissociáveis uns dos outros. Não há força de expressão aqui, já que Zé Lins nasceu no engenho de propriedade de seu pai. De uma certa maneira, através das memórias da família, ficamos sabendo um pouco sobre o apogeu e decadência do ciclo econômico da cana no Nordeste brasileiro. Há um inevitável tom melancólico nessa tentativa de resgate de um tempo idílico e extinto, que só sobrevive nas páginas dos livros já mencionados acima e de Moleque Ricardo, obra que, segundo Vladimir, antecipa muitos dos conflitos de terra que acontecem hoje na região. Não seria de forma nenhuma ocioso relembrar a importância de Vladimir para o cinema brasileiro de não-ficção. Tampouco seria um exagero dizer que o diretor ajudou a fundar a tradição do moderno documentário brasileiro quando, em 1960, co-escreveu o roteiro de Aruanda, de Linduarte Noronha, cur- 45 luzcâmeraação Paise filhos As leis de família completa a trilogia do argentino Daniel Burman sobre relações familiares e busca de identidade POR REYNALDO DOMINGOS FERREIRA Um dos mais importantes cineastas latino-americanos da atualidade, Daniel Burman volta a tratar de questões familiares, como já o fizera antes em Esperando o Messias e O abraço partido, destacando, numa linguagem poética em que os fatos às vezes contradizem em muito a narrativa, a figura paterna como determinante na construção da identidade do filho. Como o próprio Burman revela, a idéia do roteiro lhe surgiu ao ler uma declaração de François Truffaut – com o qual guarda muita semelhança de estilo – de que o momento mais definidor na vida de um homem se dá quando descobre que seus filhos são, para ele, mais importantes do que foram seus pais. Isso, segundo o cineasta argentino, é bas46 tante significativo na busca da identidade influenciada pela compreensão que temos de nós mesmos. O filme, portanto, trata das convenções de família – não propriamente das leis – de acordo com a cultura judaica que Burman procura sempre ressaltar. Talvez seja por isso que, além de o título parecer equivocado, alguns aspectos dos relacionamentos, tanto entre pai e filho como entre marido e mulher, podem também suscitar dúvidas no espectador menos avisado. Principalmente porque o cineasta, sem querer tomar partido, narrando os fatos sob a ótica do filho, Ariel Perelman (Daniel Hendler), cria personagens que vivem em mundos isolados, que não se comunicam e por isso também não se conflitam. Assim, evitando o conflito dramático, Burman ganha oportunidade de rea- lizar uma bela e poética narrativa, explorando, à maneira de Thechov, o cotidiano das personagens, com muitas nuanças e detalhes. O advogado Perelman, o pai (Arturo Goetz), pratica a profissão à moda antiga, isto é, atendendo clientes em lugares públicos, como restaurantes e lanchonetes, apesar de ter um escritório antiquado e uma secretária também, como ele, já idosa, Norita (Adriana Aizemberg). Embora seja Perelman pai um causídico de pequenos clientes, aqui conhecido vulgarmente como “advogado de porta de cadeia”, ele tem um bom círculo de amizades, tanto no Fórum, onde chega cedo, todos os dias, com presentinhos para os servidores dos cartórios, como em bares e restaurantes que também freqüenta, nos quais encontra amigos e parentes. Por sua vez, Ariel Fotos: Divulgação Perelman também seguiu a carreira do pai, mas se mantém à distância dele, pois, querendo evitar certamente as incertezas da profissão, no que diz respeito a recebimento de honorários, tornou-se defensor público e professor universitário, recebendo o dinheiro pingado todo mês. Em vista disso, julga-se superior. Mas a diferença que se impõe entre pai e filho é, na verdade, a de que o primeiro é alegre, amado e respeitado por todos que o conhecem, enquanto o segundo, presunçoso, arrogante, leva vida solitária, sem atrativos. Isso perdura até que ele se interesse por uma ex-aluna, Sandra (Julieta Diaz), que, tendo deixado a faculdade, abriu uma academia na qual faz sessões de massagens pelo método Pilates sem respeitar o direito de exclusividade de outrem, o que vai ser mais tarde decidido na justiça por intercessão de Perelman pai. Casado com Sandra – que se mantém um tanto indiferente ao marido, isolada no seu mundo profissional – e pai de Gastón (Eloy Burman, filho do diretor), Ariel Perelman começa a perceber aos poucos, não sem relutância e certa apreensão, que os caminhos que vai trilhando na vida se identificam muito com os do pai. É a busca da identidade, tema que Burman desenvolvera em O abraço partido, no qual, ao contrário do que ocorre em Leis de família, o filho sentia a ausência do pai. Como Truffaut, que tinha Jean-Pierre Léaud como seu ator quase que exclusivo, Burman tem Daniel Hendler, com quem já fez quatro filmes. Os dois se entendem maravilhosamente bem. Também como o cineasta de O domicilio conjugal, Burman arquiteta e ensaia as cenas nos seus mínimos detalhes para depois registrá-las, como a que mostra, por exemplo, pai e filho conversando sobre o desenho da calçada de uma praça que indica uma encruzilhada, representativa de duas vidas distintas. Ou então a que focaliza ambos tomando sorvete, quando Perelman pai estranha que o filho seja canhoto. As imagens captadas pela câmara de Ramiro Civita contrastam, porém com a narrativa. Há nítida contradição entre o que diz o narrador em off e a forma pela qual se comporta Ariel Perelman na realidade objetiva dos fatos, o que dá certa ironia ao filme e, ao mesmo tempo, o torna cativante. Os diálogos são poucos porque, para Burman, entre familiares a comunicação passa menos por palavras do que por sensações, gestos corporais e silêncios, como ele o demonstra bem no filme. Além de Daniel Hendler, que tem excelente atuação – observe-se, por exemplo, o close no rosto do ator, de muita expressividade, ao final do filme –, todo o elenco está perfeito. É digna de nota, entretanto, a interpretação de Arturo Goetz como Perelman pai, que explora o silêncio com extraordinária competência. É a sua imagem que fica. E o comentário musical de César Lerner por meio de um suave solo de piano se constitui em outro grande atributo desse novo trabalho de Daniel Burman. As leis de família Argentina/Itália/Espanha/França/2006, 102 min. Direção: Daniel Burman. Roteiro: Daniel Burman e Mônica Barbero. Com Daniel Hendler, Arturo Goetz, Julieta Diaz, Eloy Burman, Adriana Aizemberg e JeanPierre Reguerraz. 47 luzcâmeraação Feridas internas O diretor canadense Paul Haggis volta a fustigar a sociedade americana, como já fizera em seu primeiro filme, o oscarizado Crash – No limite. POR REYNALDO DOMINGOS FERREIRA Em No Vale das Sombras, ao narrar a tragédia da família de um veterano do Vietnã, Paul Haggis mostra que não precisam os americanos procurar inimigos externos, porque os piores se encontram lá entre eles próprios. Com base numa reportagem de Mark Boal, Death and dishonor (Morte e desonra), publicada pela revista Playboy, Haggis escreveu um roteiro corajoso, muito bem estruturado, em que faz uma radiografia dos valores da democracia americana que o governo dos EUA quer, pela força, que prevaleçam também em outros países como, no presente, o Iraque e o Afeganistão. A história extraída da reportagem é a do desaparecimento do soldado Mike Deerfield (Jonathan Tucker) dias depois de retornar do Iraque. Seu pai, Hank (Tommy Lee Jones), é um patriota empedernido que depois de voltar do Vietnã trabalhou por mais de 20 anos como investigador da Polícia Militar numa pequena cidade do Estado do Tennessee. Casado com Joan (Susan Sarandon), ele 48 vai pessoalmente ao quartel de onde Mike desaparecera, numa pequena localidade do Novo México, a fim de descobrir o que lhe aconteceu. Mas não sem antes encomendar a reconstituição de arquivos de e-mails que o filho lhe mandara do Iraque nos últimos tempos. Ele também deixar transparecer que o filho mais velho morrera em combate, numa queda de helicóptero, 14 anos atrás. Ao chegar ao Novo México, o contato que Hank tem na polícia local é a detetive Emily (Charlize Theron), que, para exercer a profissão, enfrenta o preconceito dos colegas homens, além das conveniências políticas locais. Estabelece-se então, para Hank, o primeiro desafio, isto é, o de encarar, no seu militarismo, a detetive Emily, que lhe diz tudo o que pensa, ao contrário da esposa, Joan, que sempre acatou tudo o que ele lhe falava. É assim que tem início a investigação, tensa a todo o tempo, uma vez que, pelos e-mails reconstituídos, Hank vai tomando ciência também das atrocidades praticadas por Mike e seus companhei- ros contra iraquinanos feitos seus prisioneiros. É uma investigação que muito se assemelha à de Édipo-Rei, de Sófocles, que parece ter sido referência na concepção da narrativa de Haggis, pois quando o corpo de Mike aparece trucidado no meio de um campo próximo ao quartel, ela leva naturalmente à descoberta de um criminoso. Mas antes que isso aconteça, faz com que um homem, Hank Deerfield, descubra a si mesmo, pois, tendo perdido os dois filhos, que foram à guerra por sua imposição – conforme lhe cobra Joan –, talvez se redima. Durante a investigação são expostos fatos que – assim como Haggis já o fizera, em Crash, com relação à implantação, nos EUA, do sistema de cotas para minorias étnicas – atacam diretamente a necessidade que têm os americanos de enviar jovens para as guerras e conferirlhes poderes de semi-deuses, quando não estão preparados para isso. No último telefonema que lhe deu, ainda do Iraque, Mike, chorando, implorava ao pai impassível: “Tire-me deste inferno, meu pai!... Eu não suporto mais”. Fotos: Divulgação Com apoio na bela fotografia de Roger Deaknis, a narrativa de Haggis se mantém envolvente durante quase todo o tempo, mas ao final, lamentavelmente, perde a força, quebra o ritmo e deixa que o filme acabe numa cena prosaica, sem inspiração, que só não se perde mais porque a trilha sonora de Mark Ishram a levanta com a canção House is falling down (A casa está caindo), escrita e interpretada por Katleen York. Haggis se revela, uma vez mais, excelente diretor de atores, pois todo o elenco se mostra afiadíssimo, sob a liderança de Tommy Lee Jones, cuja interpretação impecável é digna de premiação. Quase no mesmo diapasão são as interpretações de Susan Sarandon (embora apareça pouco, marca presença como a esposa oprimida, arrasada pela perda dos dois filhos que o marido mandou para a guerra), Charlize Theron e Jason Patrick, há algum tempo distante da tela, de volta no papel do militar Kirklander, tendo oportunidade de contracenar com Charlize em cenas de embate duro e desafiador. No vale das sombras EUA/2007, 121 min. Direção: Paul Haggis. Roteiro: Paul Haggis, inspirado em reportagem de Mark Boal publicada pela Playboy. Com Tommy Lee Jones, Susan Sarandon, Charlize Theron, Jason Patrick, Jonathan Tucker. 49 luzcâmeraação Friends do babado Uma Jihad para o amor Audácia e polêmica Mix Brasil segue até dia 23, no Teatro da Caixa, exibindo produções do mundo inteiro sobre diversidade sexual 50 precisa se fazer passar por uma garota bem comportada e “comum” para poder dividir o apartamento com dois amigos gays sem invocar a ira do síndico homofóbico. Outra grande destaque da programação é o arrojado Uma Jihad para o amor (Parvez Sharma, EUA/2007, 81 min), primeiro filme a explorar as intrincadas conexões globais entre o Islã e a homossexualidade e a mostrar uma realidade que, com certeza, é um dos maiores tabus do mundo islâmico: a vida e a opinião de muçulmanos gays e lésbicas. Filmado durante cinco anos e meio em 12 países, Jihad para o amor é um marco que mexe com as tradições conservadoras, a ponto de boa parte dos entrevistados não ter revelado sua identidade com medo de represálias. Não menos polêmico é o sensível O desabrochar de Oliveros, do diretor filipino Auraeus Solito. O filme narra a história de um pré-adolescente de 12 anos que se apaixona perdidamente por um policial de Manila, a capital das Filipinas. Além de ter sido candidato oficial do país ao Oscar de melhor filme estrangeiro no ano passado, é uma das mais premiadas produções GLBT dos últimos anos. Uma de suas maiores conquistas foi o Prêmio Teddy do Festival de Berlim de 2006. Fotos: Divulgação O Mix Brasil 2007 – Festival de Cinema e Vídeo da Diversidade Sexual – chega aos 15 anos com uma conquista importante: é hoje considerado a mais audaciosa mostra de produções audiovisuais do país e o maior fórum de cinema e vídeo da América Latina. O Mix, como é carinhosamente chamado por seus criadores e diretores, como André Fischer e Suzy Capó, também se tornou uma das mais importantes vitrines para produções alternativas no Brasil. O público de Brasília sempre foi fiel ao festival. Tanto que ele entrou definitivamente no calendário dos cinéfilos da cidade e é considerado um dos mais tradicionais da cena cultural candanga. A edição deste ano, até o dia 23 no Teatro da Caixa, já passou com sucesso e estardalhaço por São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Ninguém fica indiferente à temática dos curtas, médias e longas, sejam obras de ficção ou documentários. Friends do babado (Glenn Gaylord, EUA/2007, 70 min), por exemplo, um dos filmes que encerram a mostra neste domingo, é um sátira sarcástica em cima das sitcoms norte-americanas dos anos 70. Conta a história de uma lésbica machona que O desabrochar de Oliveros Mix Brasil 2007 Até 23/12 no Teatro da Caixa, no Setor Bancário Sul. Sessões às 17, 19 e 21h. Ingressos a R$ 10 e R$ 5. Sinopse dos filmes e programação completa no site www.mixbrasil.org.br 51