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Alternativo
O Estado do Maranhão - São Luís, 6 de outubro de 2012 - sábado
"Estamos mais
inventivos, copiamos
menos outros artistas.
As mensagens
permanecem as
mesmas e o ritmo do
reggae nunca muda,
mas todo o resto está
diferente"
Jacob Hemphill, vocalista da
banda de reggae Soja
Hoje é dia de...
José Ewerton Neto
M
ulheres são músicas. E vice-versa.
Tanto é assim que muitas canções se
dão até ao luxo de terem nomes de
mulheres, com o que se tornam até mais bonitas, acho.
Mas já que tocamos nesse assunto, qual delas é a mais bonita? Eis aí uma competição
sem solução, a menos que algum cronista abusado como eu cometa a ousadia de arvorar-se
a mediador do campeonato. Que teria de ser
como copa do mundo: eliminatórias, bateu,
valeu. Quanto ao resultado...
1. Bete x Carolina. ( Bete Balanço do Barão
Vermelho/Cazuza; Carolina de Chico Buarque
de Holanda)
Dá Carolina. Bete Balanço meu amor é bonita, espevitada e já esteve até em filme, mas
Carolina na janela sem perceber que "lá fora
amor, uma rosa nasceu" é mais que música, a
moldura de uma paixão.
2. Michelle x Angie. ( Michele, dos Beatles;
Angie dos Roling Stones)
Parada duríssima! Michelle, a francesa dos
sonhos de todo mundo, de Brigite Bardot a Isabelle Adjani, Michelle, ma belle "sont les mots
qui vont très bien ensemble". Angie, o grito
lancinante de solo de guitarra - e de voz - à
procura da amada, possivelmente de boca larga, como o autor ( Julie Christie? Marianne
Faithfull?). Levei ambas para casa um dia ( infelizmente só para tocar no violão): Michelle
na adolescência e Angie na juventude. Dá Mi-
Álbum
Exigências
Ivete Sangalo aparece em
preto e branco em foto para
o CD Real Fantasia, que lança
terça-feira (9). Ela tinha
convidado Shakira para
cantar no álbum, mas diz que
o dueto não aconteceu por
questões operacionais. "Não
quis ficar esperando. Hoje
são necessárias tantas
autorizações, é tanta
burocracia! Não quis ferir o
cronograma do disco em
função disso", diz a cantora
baiana em entrevista à
revista "Billboard" deste mês.
A banda norteamericana Kings of
Leon pediu junto ao
seu camarim no Brasil
"uma sala contendo
tipos diferentes de
jogos de última
geração", segundo a
organização do
festival Planeta Terra.
O evento acontece no
dia 20 em São Paulo e
tem o Kings of Leon como última atração do palco principal. Segundo a
produção, os músicos são "fanáticos por videogames".Já a vocalista Shirley
Manson, do Garbage, outra grande atração do festival, pediu uma esteira
elétrica para se exercitar nos bastidores
Mulheres são músicas
chelle já que amor de adolescência é mais puro e nunca se esquece.
3. Irene x Juliana. (Irene, de Caetano
Veloso; Juliana de Domingo no Parque, Gilberto Gil).
Domingo no Parque é muito mais música,
mas Irene é mais mulher, por isso ganha. Só
não precisava era rir da adversária. Mas Irene é assim mesmo: Irene ri, Irene ri e quanto mais ri mas tem gente querendo "ver Irene dar sua risada".
de Amélia de Ataulfo Alves, Emília de Haroldo Lobo).
Nomes parecidos, comportamento parecidos, fisionomias idem, até os sambas que freqüentam são parecidos. Ambas rejeitadas pelas mulheres modernas porque satisfazem
os homens que almejam "uma mulher que
saiba lavar e cozinhar" como Emília, ou que
" ache bonito não ter o que comer", como
Amélia. Vou de Amélia porque "aquilo sim
é que era mulher de verdade". (Se você for
uma leitora, tente descobrir o que Ataulfo
Mas já que tocamos nesse assunto,
qual delas é a mais bonita? Eis aí uma
competição sem solução, a menos que algum
cronista abusado como eu cometa a ousadia de
arvorar-se a mediador do campeonato
4. Geni x Madalena. ( Geni de Chico Buarque x Madalena de Ivan Lins).
Coitada de Geni. Embora bonita de doer (
foi inspirada em Bola de sebo de Guy Maupassant), apanha no conto, apanha na música, leva bosta na cara, e vai perder mais uma. Lamento, mas a vencedora é Madalena porque
"em meu peito percebeu que o mar é uma gota comparada ao pranto meu".
5. Emília x Amélia. ( Ai que saudades
quis dizer neste verso além daquilo que você está pensando).
6. Marina x Mônica. (Marina de Dorival
Caymmi; Mônica de Eduardo e Mônica, de Legião Urbana/Renato Russo)
O mal de Mônica foi se juntar com Eduardo numa música legal, mas demorada demais.
O mal de Marina foi "pintar esse rosto que eu
gosto e que é só meu". Marina já foi perdoada na própria música "Desculpe Marina mo-
rena, mas eu estou de mal". Dá Marina.
7. Maria x Maria ( Maria, Maria, Milton Nascimento x Maria Bethânia de Capiba)
Maria contra Maria, não é fácil. A primeira
é heróica, mulher do povo, bela em seu simbolismo, a outra tão solene. Mas quando alguém começa a cantar "Maria Bethânia, tu és
para mim", Bethânia deixa de ser um nome
para ser, também, um adjetivo e não precisa
dizer mais nada. Maria, a Bethânia.
8. Iolanda x Ana Júlia. ( Iolanda, de Pablo
Milanês; Ana Júlia , de Los Hermanos)
"Oh, Ana Júlia, Oh, Ana Júlia. Oh, Ana Júlia" repetida cem vezes. "Iolanda, Iolanda, Iolanda" repetida outras cem. Iolanda ganha
porque deixa a sensação de que não houve repetição, provavelmente porque surja sempre
depois de um verso de amor. Como na evocação ao poeta "Amo-te ponto, para que eu possa te olhar mil vezes, belo assim como estás
depois de um verso de amor."
Bem, o campeonato continua, mas agora o
cronista ficou sem espaço de jornal para continuar. As semifinais seriam Carolina x Michelle; Irene x Madalena; Amélia x Marina; Maria
Bethânia x Iolanda. Qual seria a grande campeã, leitor? Sei não, mas desconfio que desse
Iolanda. Concorda ou não?. Se não, aproveite
que não sou mais o juiz.
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