XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
AQUISIÇÃO
DA
LINGUAGEM:
COTIDIANO ESCOLAR.
TEORIAS
NO
Murilo Leonardo da cunha 1,Renata Alves Brito 2,
Introdução
A aquisição da linguagem ao longo da história da humanidade vem gerando
diversas polêmicas, curiosidades e discussões. Os estudos e descobertas da psicologia
cognitivista (Piaget 1970,1973; Vygotsky, 1989 Wallon, 2008), da linguística,
psicolinguística, sociolinguística, são as principais áreas de saberes a darem suporte
teórico
sobre
como
o
humano
adquire
a
linguagem.
Muitos
docentes,
inconscientemente, adotam determinadas proposições teóricas, em suas práticas
cotidianas de linguagem, do mesmo modo, desconhecendo quais seriam os postulados
teóricos a validarem tais concepções e ou implicações de sujeitos, mundo, homens e
sociedade (BECKER, 2009.).
Assim, questionamos: Quais são as principais teorias sobre a aquisição da linguagem no
âmbito escolar? Diante disso, emerge o seguinte objetivo geral: Apresentar e discutir as
principais perspectivas teóricas sobre aquisição da linguagem sinalizando para a concepção
sociointeracionista como aquela a promover um trabalho docente sistematizado e construtivo
sobre a língua materna na contemporaneidade.
Material e Métodos
O desenho realizado neste trabalho segue uma investigação qualitativa de cunho
exploratório, inclusive a assumir o estudo bibliográfico como seu principal procedimento
técnico (Gil, 2002).
: Resultados e discussão
Segundo Scarpa (2001) um grande destaque na área da linguística sobre a
aquisição da linguagem deram-se às descobertas de Naom Chomsk. Para ele a criança
nasce pré-progamada com princípios universais e um conjunto de parâmetros que
deverão ser fixados de acordo com os dados da linguagem a qual a criança será exposta.
Dessa forma, Chomsk se afasta de uma visão behaviorista, comportamental que defende
ser a aprendizagem da linguagem ocorrida por meios de exposição ao meio e decorrente
de mecanismos comportamentais, bem como que aprender língua não seria diferente da
aquisição de outras habilidades comportamentais, associonistas e adota uma concepção
inatista na consideração do processo por meio do qual o ser humano adquiriu a
1
Primeiro Autor é. Professor SEDUC, - Jaboatão/PE; Pesquisador GEEAD/DED/UFRPE, Aluno Especial do Mestrado
Educação UFPE. E-mail: [email protected]
2
Segundo Autor é graduando em Pedagogia/UFRPE e Lic em Ciências Biológicas/UPE e integrante do GEEAD/DED/UFRPE.
XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
linguagem (SCARPA, 2001). Em síntese, o mecanismo de aquisição da linguagem é
específico dela, não existindo interface com outros componentes cognitivos. Por outro
lado, outras teorias como as pesquisas de viés construtivista, como as piagetianas e
vigotiskyanas, apontam ser aquisição da linguagem oriunda do desenvolvimento do
raciocínio da criança, da sua inteligência e relação com o meio social. Na perspectiva
piagetiana a aquisição da linguagem é como resultado da interação entre o ambiente e o
organismo. Semelhantemente, na perspectiva vigotiskyana o desenvolvimento da
linguagem tem origens sociais, exógenas, que a fala e o pensamento devem ser
estudados de modo atrelados, pois a atividade simbólica, viabilizada pela fala, teria
função organizadora do pensamento (VYGOTISKY, 1989).
Estas tendências teóricas (interacionista e sociointeracionista) são algumas das
principais abordagens teóricas em aquisição da linguagem que muitos professores
desconhecem, porém têm validado, em certo grau, suas práticas de oralidade, mesmo
que inconscientemente. Ademais, esta breve síntese jamais se esgotaria por aqui, porém
o que acreditamos é que as proposições de cunho construtivista apontam para a
linguagem oral como passíveis de ensino aprendizagem, mais significativos nas escolas
e sociedade. Portanto, sendo necessário mais aprofundamento teórico metodológico nas
literaturas citadas neste trabalho inconcluso para não cairmos em práticas pedagógicas e
discursos reducionistas ou coisificados, justamente, por ocorrência de uma leitura
superficial e equivocada do construtivismo. Em resumo, compreender que o ensino da
linguagem oral é passível de sistematização e de se tratado como objeto de ensino
aprendizagem nas escolas para a construção de sujeitos críticos ao adotarem a
linguagem oral com competência nas variadas esferas sociais de usos da língua.
Referências Bibliográficas
BECKER, F.A epistemologia do professor: o cotidiano da escola. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009
SCARPA, M, E Aquisição da linguagem. In. MUSSALIN, F; BENTES, A.S. Introdução à linguística:
domínios e fronteiras. São Paulo: Cortez, 2001.
GIL, A, C Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo, 2002.
WALLON, H. Do ato ao pensamento: ensaios de psicologia comparada. Petrópolis Ed: Vozes.
PIAGET, J.O nascimento da inteligência na criança. RJ. Ed: Zahar; 1970.
________ et al.Problemas de psicolinguística.São Paulo .Mestre Jou;1973.
VYGOTISKY, L.S Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
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AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM: TEORIAS NO COTIDIANO ESCOLAR.