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Mirand?
ao
Douro, 10 de Dezembro de 1894
N.° 17
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Assignaturas
Annuncioe
800
500
40
Por linha ... 40 reis
Repetições. . . 20 reis
Os snrs. assignanles teein
25°/0 He abatimento.
O pagamento da assinatura é feito adiantadumente.
Annunrios sobre obras litterarías, publicam-se mediante
I exemplare.
Ânno. . .
Semestre.
Numero avulso
Artigos enviados ã redacção sejam ou não publicados
não serão restituídos.
Redacção e admliittração
Praça Central iv* 4
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THOMAZ
*•
ANTONIO
A triste e pungente noticia da morte de
Thomaz de Sá, deixou-nos profundamente maguados e ao mesmo tempo contiistadissimos!
Surprehendeu-nos, como a muitos outros do
districto de Bragança, o desapparecimento de
mais um amigo dedicado, um verdadeiro homem
de bem.
Quando ha cinco mezes, fal-os exactissimamente hoje, n'este mesmo jornal apresentamos
o perfil de Tliomaz de Sá, mal pensávamos então que n'este curto espaço de tempo teríamos
de fazer-lhe o seu necrologio, no mesmo logar,
onde engrinaldamos, pondo em relevo, o seu
nome illustre.
As flores com que entáo enfaixamos aquelle
humilde trabalho servem-nos agora para desfolhar sobre a campa onde descançam os seus
restos mortaes.
A sua falta é geralmente sentida, porque
n'este vulto extraordinariamente sympathico,
destacavam-se as qualidades que elevam os homens ao respeito e consideração publica.
Os que em vida por vezes alvejaram a sua
grande personalidade, com os dardos da critica
mordaz, e da inveja, são agora os primeiros a
render o seu preito, a prestar a sua sincera homenagem, ante o tumulo que esconde para sempre, a nossos olhos, aquella argilla inanimada
e fria, do amigo estremecido.
N'esse grandioso vulto havia o mais alto
sentimento da honra, da dignidade, da justiça e
do dever.
A politica, na qual elle era por vezes chamado a intervir, esta politica baixa sem princípios, sem dignidade, sem elevação, ostentosa
de uma pompa barata e baixa, repugnava ao
seu fino espirito desilludido e magoado.
Fidalgo, não o houve mais distincto pelas
qualidades innatas do seu caracter, pela delicadeza esmerada de todos 03 sentimentos bons.
Lealissimo, dadivoso, protector, cheio de
generosidade para os ingratos, e de perdão até
para os que mais o offendiam, Thomaz de Sá,
era o typo do verdadeiro aristocrata moderno,
que conquista, por merecimentos proprios,
aquella superioridade que elle afiirmava na excellencia do seu impolluto caracter.
Filho de Thomaz Leopoldino Cardoso e Sá
e D. Eugenia Claudina de Novaes e Sá, era
também neto paterno do conselheiro desembargador José Antonio de Sá.
Foi com os seus maiores que Thomaz de Sá,
aprendeu o culto do dever e a grandeza do espirito, que n'el!e se destacava.
Seguindo a carreira das armas para a qual
mostrara decidida vocação, foi despachado al' feres a 29 de abril de 1851, tenente a 15 de
setembro de 1863, e capitão a 15 de novembro
de 1871, até que foi reformado no posto de
major a 25 de julho de 1880. Exerceu o logar
CARDOZO
DE
NOVAES
E
SA
de ajudante de caçadores n.° 3 desde 1864 até
1871, data em que foi promovido a capitão.
Era um official illuetrado e ao mesmo tempo distincto.
As altas qualidades que enobreciam o seu
caracter, fizeram com que em seguida á sua
promoção a capitão, fosse nomeado ajudante de
campo do honrado general José Alves Pinto
d'Azevedo, commandante da sub-divisâo militar
de Chaves e Bragança, em 1873 até 1877, em
que a morte veio arrtb :;ar aquelle brio.-o general que foi substituído por outro, Francisco
de Sousa Canavarro, com quem Thomaz de Sá
serviu, até que passaram a fazer parte da commissão de remonta.
Sendo o mesmo general encarregado da inspecção dos corpos de cavallaria, ainda o capitão Thomaz de Sá, o acompanhou n'esse serviço, até que em 22 de julho de 1880, passou á
classe de reformados, uo posto de major.
Militar brioso e valente, soube durante 36
annos de serviço, conciliar as imposições da
mais rigorosa disciplina aos deveres aconselhados pela dignidade de cidadão, concitando em
seu favor o respeito dos camaradas e dos paizanos.
A simplicidade do seu trato, sempre lhano e
affavel, a sua alma sempre devotada ao exercício do bem, o seu génio tão expansivo como
enthusiasta, de nobilíssimas aspirações conquistaram-lhe a supremacia da sociedade em que
viveu e o respeito de todos quantos se lhe
acercavam.
Dahi lhe proveio a preponderância de que
dispunha n'este districto, especialmente em
Bragança, onde era estimado e respeitado por
grandes e pequenos, por pobres e ricos.
Diversos melhoramentos se devem a sua ini«
ciativa.
Exerceu muitos outros cargos o illustre finado, e entre outros que muito depunham em
favor da sua alta competencia, podemos citar
o logar de governador civil substituto, que agora occupava, desde 1891, o de director effectivo do Banco de Bragança desde a ultima eleição; presidente da commissâo anti-philoxeríca
do districto de Bragança desde que foi creada;
presidente da commissâo de vigilancia; presidente da commissâo do recenseamento politico
e eleitoral do concelho de Bragança, nos annos
de 1883, 1884, 1885 e 1886; presidente da
commissâo inspectora do hospício «Thomaz Ribeiro», desde 2 de janeiro de 1882; presideute
da junta de fiscaes de matrizes nos annos de
1882 a 1886, presidente da commissâo de beneficência escolar; desde a sua instalação; vogal
da commissâo administradora do azilo «Duque
de Bragança» desde 1882; vogal da junta de
revisão, por nomeação do general commandante
da 3.* divisão militar desde 1882, até á nova
organÍ8ação.
Iocansavel no cumprimento d'esta legião de
deveres, que o seu reconhecidíssimo talento e
valor lhe attrahiam, era 6empre elle o escolhido
para todas as commissões de importancia, quer
ellas fossem de eleição popular, quer de nomeação régia.
*
•
*
A illustração e todos esses attributos que
deixamos enumerados, crearam a respeito do
major Thomaz Antonio Cardoso de Novaes e
Sá, uma opinião forte, e bem fundado conceito
no espirito publico, destinando-o por isso ao
exercício de mais elevados cargos de eleição
popular.
Eleito vereador á Camara Municipal de
Bragança, no anno de 1881, foi em 1882 eleito
presidente á vereação, servindo este cargo successivamente nos annos de 1882, 1883, 1884
e 1885.
Os reiterados serviçoB que durante a sua
gerencia n'estes annos prestou ao município da
sua terra, a alta comprehensão dos deveres a
seu cargo, na qualidade de fiscal dos negocios
municipaes determinaram a sua reeleição.
Por isso, nas eleições de 4 de novembro de
1885, foi novamente elevado á presidencia da
camara, em sessão de 2 de janeiro de 1SS6.
Era geralmente estimado por toda a população da cidade e por cujo bem elle tanto se
dedicava, e sacrificava, se tanto preciso fosse, o
melhor da sua fortuna, como a sua vida.
Na vida particular, o major Thomaz de Sá,
podia ser tomado na real acepção do prototypo
da franqueza mais leal e da honradez mais inconcussa.
A proverbial expontaneadade das suas acções
sempre generosas, o acolhimento cavalheiroso
qua n'elle encontravam quantos se lhe dirigiam,
incluindo os proprios inimigos, constituem, com
razão, o fundamento d'este conceito tão honroso, e do acatamento que muitos povos da sua
província lhe concediam e tributavam.
E nós, que tão de perto lhe conhecíamos
toda a grandeza do seu elevado caracter, toda
a nobreza das suas elevadas virtudes, aqui lhe
testemunhamos toda a grandeza da nossa saudade, aqui lhe sublimamos a sua memoria.
O major Thomaz Antonio Cardoso de Novaes e Sá, era por sucessão fidalgo cavalheiro
da casa real, com exercício no Paço, e agraciado com as condecorações militares de S. Bento d'Aviz e comportameuto exemplar.
1
■
O
MIRANDEZ
Perigosamente enferma, aclia-seem amavam e estremeciam esperavam Vae depressa, cachopa, não te demonovamente o sr. Lima das honras de
chefe de partido em prejuizo do que Prado do Gatão, a sr.* D. Maria da delia o constante carinho... eis que res.
—Não ha de ser nada, homem, não
estava reconhecido como tal, e então Conceição Martins, irmà dos nossos a morte sempre traiçoeira e vil, a veio
perguntamos muito naturalmente, quem presados amigos, Padre Francisco Mar arrancar á nossa, e á contemplação dos te apoquentes. Os animales toem ás
Um grupo de cavalheiros d'esta cique a ella se dedicavam.
vezes destas cousas...
era o verdadeiro chefe, porque ou não tins e Domingos Martins.
dade, em cuja alma se animam os mais
Fazemos votos pelas melhoras da
—Ahi vem já, estava já deitado...
Resta-nos
só
resignarmo-nos,
e
aconera
tudo
isto
serio,
ou
então
estavambellos sentimentos de caridade e amor,
illustre enferma.
—Como elle venha, o mais pouco
selharmos a seu bom pae, e estremosa
nos provocando.
guiados pela nobreza de seus bons coimporta.
família, resignação egual.
E
quando
repelíamos
essa
provocarações, resolveram, para tornar menos
■ çâo e nos referíamos á local do nosso Esteve entre nós o sr. Padre FranA todos, enviamos os nossos peEntão?...
agre o Natal dos pobresinhos, promoQue novidade temos por cá, está
I presado collega, fizemol-o sem inten- cisco Martins, parocho de Malhadas. sames.
ver uma kermesse, cujo producto remelhor a burra ?.. .
ção alguma de magoar indelevelmente
vertesse em favor da Misericórdia, torA Moncorvo, de regresso da Suissa,
—Qual está melhor. Tem aqui, ora
o seu director politico, nosso querido
nando d'esta maneira menos pesada, a
u;#
veja... um tonior tâo duro...
amigo dr. Antonio Joaquim Ferreira chegou o ex. sr. dr. Nogueiro Soaesmola queannualmente esta Santa casa
mft
esposa, D. Lucinda
— Isto não é nada...
Margarido, ou o seu administrador, res e sua ex.
Despedida O que dissemos com
costuma distribuir pelos pobres necesd'01iveira, filha do nosso respeitabi- respeito á transferencia do sr. dr. An—Eu já tinha dito á mulher que
com cuja amisade contamos.
sitados, angariando para esse fim, prenE nunca podia ser esse o nosso lissimo amigo, e digno par do reino, tonio Toscano Soares Barbosa Júnior,] fosse á botica buscar um bocado de
das de diversas damas e cavalheiros,
pensamento desde que estavamos con- Antonio Caetano d'01iveira.
delegado d'esta comarca, para Louzã. aguardente alcamforada.. . a vêr se
a quem a commissão enviou a circular
vencidos, como ainda hoje, de que
foi confirmado pela sabida de S. Ex.*, desapparecia esta inflamação...
que publicamos em seguida.
—Nada d'isso. Mande buscar uma
Estiveram entre nós os nossos ami- d'uma forma deveras imponente.
aquelles cavalheiros a todo o ponto dipouca de terbeutina, e com um farragnos, eram incapazes de provocar um gos:
mo
A bastante distancia d'esta cidade,
«Ex. Snr.
Padre João Antonio da Bocha, abpo velho, esfreguem essa cousa, bem
collega que militava n» mesmo campo
acompanharam o sr. Toscano Soares
esfregada,
que isso não é nada. Adeus,
e por vezes tem perfilhado os seus bade de Duas Egrejas.
Barbosa, numerosos cavalheiros de MiQuando n'outras terras da provincia escriptos.
Padre Manoel Bernardo Mídeira,
até ámanhã.
randa, no rosto, dos quaes se via esse manifesta duma maneira surprehen—
Sabes que mais, mulher;
Ora, desde que as cousas são assim abbade de Villa Chã.
tampado
o fundo pesar d'aquella audente, atterradora e desagradavel o rnal- collocadas em evidencia, não comprePadre Manoel Antonio Cameirão, sência, demonstração esta a que o sr. vae buscar a tal torbentina, e traz tamestar das classes menos favorecidas da hendemos, não percebemos até, por- parocho de S. Pedro da Silva.
Toscano cot respondeu, commovido, bém uma pouca de linhaça, para se
fortuna, não é de estranhar, que em que ha de vir embrulhar-se o nome
Padre Felix Francisco Pires, paro- abraçando cordealmente os seus ami- pôr aqui umas papas.
Miranda, aonde escasseia trabalho e ao respeitabilissimo, como necessariamen- cho da Povoa.
—O' rapariga?... Tráz o chalé,
gos, um por um.
mesmo tempo o pão de tantos infelizes, te e precisamente são, os d'aquelles
Padre Manoel Joaquim Sardinha,
e vem cá... Vamos á botica buscar...
D aquelle illustrado cavalheiro, resurgisse a ide'a, a santa idéa de uma cavalheiros, que julgamos muito aci- reitor de Iffanes.
como se chama a tal cousa?...
cebemos
a seguinte carta que gostosaKermesse, cujo producto reverta em fa- ma da critica soez, tornando os cúm— Trobentina. .. olha lá se te esquemente
publicamos:
vor d'ella8.
ce.
Se te não lembrar, diz lá ao snr.
plices de intrigas vergonhosas e de
Igualmente esteve n'esta cidade, o
Nenhum outro meio mais humanitá- replicas estonteadas.
Pires qn'assente lá n'um papel.
nosso presado amigo, Lazaro Alberto
DESPEDIDA
rio e profícuo, ao mesmo tempo pratiDadas estas explicações, que se tor- Martins Eaposo, de Prado do Gatão.
co e rápido, lembrou á Commissão, navam precisas, vamos responder a
Bem!... Agora toca a cobrir de pa«Antonio Toscano Soares Barboza pas aqui a barriga do bichinho...
para este fim creada, para despertar no algumas palavras do sábio gracejador,
A Carrazeda dAnciães, chegou ul- Júnior, ao ausentar se pela sua transcoração dos que podem, os altos sen que tão propositadamente tomou como
timamente,
acompanhado de sua es- ferencia para a comarca de Louzã, Anda cá, lindinha... que é tudo para
timentos generosos da caridade, do que carapuça o que era apenas um desforteu bem.
aquelle de que lançou mão, motivo por- ço, dos nossos legitimos direitos offen- posa, o nosso amigo, Francisco Anto- não lhe sendo possivel dizer pessoal— Prompto.
nio Carneiro.
mente. adeus a todos, aqui se desque ella vem agora solicitar a sua boa didos.
—Está bem. Vamos agora dormir
pede com saudades, grato e reconhe- com Deus, e Elle permitta que não
vontade, implorar o seu valioso auxiMilitamos ha muitos annos no camcido aos habitantes d'esta cidade e haja novidade.
lio, a fim de conseguir por meio d'es- po jornalístico, sem que alguém oudas pessoas da comarca que o hon
ses esforços a realisaçào duma obra sasse ainda vir apodar-nos de incorre—Deus Nosso Senhor o queira, hoNOTICIÁRIO
raram com provas de consideração e mem. Deus o permitta.
immensamente sympathica e altamente ctos, insidiosos e até de inconvenienestima, e a todos os serviços do seu
generosa.
tes, só porque não consentimos que
desvalioso mas dedicado préstimo, na
Abraçados, pois, á mesma ide'a, os se trate com menos seriedade, o que
—Rapariga?
villa de Louzã».
iniciadores d'este caridoso pensamento, merece todo o respeito e consideração;
—Meu senhor?...
reconhecendo quanto exiguos são os e ainda que a nossa intelligencia não
Necrologia—E quando ainda se
—Já acordaste?
Miranda do Douro 25 de novembro
recursos da Misericórdia d'esta cidade, é tanta como o collega parece querer não tinha acalmado em nosso espirito,
—Estou a vestir me.
lembraram-se reunir á esmola, que an- definir d'aquelle esperto localista, te- o sobresalto d'uma cstastrophe imcuen- de 1S9A.
-—Vae ver se a cousa da burra está
nualmente aquella Santa Casa tem por mos o conhecimento preciso para clas- sa; quando gotejava ainda a ferida,
desinchada■
Nascimento—A sr.* D. Justina
costume distribuir aos pobres, em dia sificar os que, escrevendo referencias pelo desapparecimento do amigo ver—Já lá vou
de Natal, o producto de um bazar de pouco agradaveis ao sr. Gallas, no dadeiro, cuja morte pranteamos com Augusta Martins Raposo, deu á luz
Jesus! Santo nome de Jeprendas, para esse fim angariadas pela jornal «O Nordeste», correm em se- dolorosissi.na saudade na primeira pa- com a maior felicidade, uma robusta sus!. ..
Commissão e pelas damas e cavalhei- guida ás columnaa do «O Moncorven gina do nosso jornal, eis que nos che- creança do sexo feminino.
—Que é lá isso rapariga?... morFelicitamos por este acontecimento den-te algum moscardo?
ros que a ella espontaneamente quei- se», desfazer a sua impressão d'aquel- ga a pungentíssima noticia do passaram aggregar-se, tornando d'esta for- le escripto, mostrando a pouca serie- mento repentino, de Julio Traquete, toda a família, e com especialidade o
—Não senhor, E' que hontem ficama mais suave e mais doce, o triste Na- dade que houve era taes apreciações. 2.° aspirante telegraphico, de serviço nosso particular amigo. Antonio Au ram cá dois, o porco e a burra, e agogusto de Miranda Raposo.
tal dos pobresinhos.
ra acho tres; a burra, o porco e um
Que homens, e que escriptores, caro na estação eemaphorica de Peniche.
Confiados do bom acolhimento que collega!
Quem como nós avalia a dôr de um
outro.
Missa do 7° dia — Para suffraesta petição terá perante o bondoso co—E' porque lhe deixas-te a porta
E apezar de tudo não fugimos a pae extremoso, que vê de momento,
ração de V. Ex.*, ousam esperar os discutir com elles, uma vez que escre- instantaneamente, sumir-se nos escom- gar a alma do nosso desditoso amigo, aberta, grandicissima bruta... Deixaabaixo assignados, se dignará relevar- vem n'um jornal que nos merece o bros, o filho idolatrado, aquella par Thomaz Antonio Cardoso de Novaes me ir lá!... Mulher!... O* mulher:
lhes tão grande ousadia, permittindo respeito devido.
cella da alma tantas vezes aconchega e Sá, os affeiçoados e dedicados ami- anda cá, que a nossa burra tem uma
gos do dr. Joaquim Guilherme Car- jumenta. . Digam lá que as papas
lhes inscrever o seu respeitável nome
Já vê que não fugimos apezar do da ao seio, calcula b<mu outros dados,
entre os que. honrando sobremaneira por emquanto, que tão conhecido é porque tortura terá passado o coração doso de Sá, mandaram resar uma mis- uào fazem effeito.
as tradicções dos seus maiores, não es- nosso.
do nosso querido e respeitável amigo, sa na egreja da misericórdia d'esta ci—Coitadinha!... é tão linda, não
dade, onde se via o que de distincto e'?...
quecem n'aquelle memorável dia, com
Não desejamos, como foi sempre Antonio Carlos Augusto da Silva Tramais ou 11 enos sacrifícios, attenuar quan- nossa norma, provocar questões, mas quete, chefe de serviço dos telegrapho- havia em Miranda.
—Olha o tal moscardo, mulher, o
to possivel o infortúnio e a miséria dos não fugimos a discutil as, quando cha- postaes, dirigindo a direcção de Braeffeito que fez.
desgraçados.
—Ah! ah! ah!
mados a esse campo, sem necessidade gança, pae do infeliz moço que, n'essa
Com a mais subida consideração se de alterar a côr, como alguns politicos quadra tão feliz e bella da existencia,
—Hontem tudo tristezas, e hoje.. .
subscrevem
olha que a tal trobentina... que granRASPANDO
nossos conhecidos, que parodiam ha- trocou os encantos da vida agitada,
de cousa, mulher.
bilissimamente o camaMão, mudando pela frieza glacial de um tumulo!
Miranda do Douro, 15 de novembro de côr ao mesmo tempo que mudam
Pobre amigo!
—Se com terbentina podessem as
de 1894.
Se
a
distancia
incommensuravel
que
mulheres
ter d'estes tumores... quan—
Raios
parta
o
diabo
do
demonio:
de idéas.
De V. Ex.*
Eespeitem-nos, pois, se querem, qua nos separa da tua ignorada sepultura, Vae ver, se queres, mulher, que baru- ta se nãu gastaria no concelho.
—E no mundo, mulher. Havia memuito attentos veneradores e creados o medo nunca sobresaltou quem está podesse facilmente vencer-se sem obstá- lho é esse lá em baixo.
Ou o porco não tem que comer, ou nino qoe tinha sempre em casa barris
completamente izento de maus proce- culos, e fosse permittido á amisade des
folhar na tua campa, as ilòres que ex a burra lhe dóe os dentes, porque não de torbentina para dar ás mulheres ao
Augusto Cesar Dias de Lima, Padre dimentos.
pontaneamente brotam do coração do nos deixam dormir.
almoço, jantar e ceia.
Manoel Ernesto Pinheiro de Lacerda,
amigo,
correria mos ao teu leito de re—Bemdito seja o Senhor, que tan— E tu que queres, homem de
Felix Francisco Ferreira Raposo, Anpouso, levar-te a certeza da grande Deus?! Já lá mandei a rapariga e diz tos milagres faz.. .
tonio Augusto de Lima e Almeida, An—Com ajuda da torbentina e daa
que o porco drome, a burra, come...
tonio Augusto de Miranda Raposo, An- Carteira do Mirandez saudade que nos deixaste!
Mas não!... uào se pode vencerl
papas de linhaça.
que diabo queres que te faça?
tonio Adrwno Dias de Lima, José PePorem, aqui, n'este grande retiro,
—Bem. vou eu; porque lá diz o didro da Silta Victoria, Antonio Joaquim
Fez annos dia 1.° a ex.* sr.® D.
de Oliveira Villa Real e Miguel da Res- Amélia Taborda, filha do nosso pre- n'esle immenso deserto, enviaremos ao ctado: quem quer, vae, e quem não
surreição Trancoso.»
sado amigo Eduardo Augusto Tabor- céo as nossas singelas preces, para que quer, man ia. Accende lá a candeia,
Deus consinta que — descances com rapariga...
da.
SCIENCI&S S LETTBAS
paz!... E a teu bom pae e nosso
Salta d'ahi mulher, vamos vêr que
Deliberou mais a commissão publiFazem annos:
car no jornal d'esta cidade o nome das
Dia 13 — D. Dorida da Conceição amigo, para que o seu soffrimento s*ja musica é esta, toda a noite em funcde alguma forma attenuado, aconselha- ção.
O LAVRADOR
damas e cavalheiros que generosamen- Simão.
remos
a
resignação
como
balsamo
que
—Bem
podias
ir
só.
que
te
não
te concorrerem para uma tâo alevanDia 13—D. Joanna Feio.
cure a ferida, aberta pelo teu falleci- mordia o bicho, não, mas.. . onde não
O lavrador é o rei da natureza, mas
tada obra de caridade
Dia 16 — D. Francisca Taborda.
fôr a mulher, nada fica completo, e á escravo também da sociedade.
Dia 18 — D. Antónia de Moraes Piu- mento, no seu amantíssimo coração.
Os ceus offt-recem rocio á sua obra,
* • *
tua vontade,.. vá lá... com'assim...
to.
—
Anda cá Lindinha. .. fecunda-a o sol, o ar conserva-a, a
Dia 19 — D. Felisbina do Sacra—Chega-nos mais a triste noticia de tu que tens?... Não te parece triste terra alimenta-a, as estrellas velam as
Incoherencias
mento Pereira.
ter
fnllecido em Carrazeda d'Anciâes, o nosso bicho?... o modos que tem suas noites, e todos os echos da creaDia 19—D. Maria dos Prazeres
çâo são cantares que ou celebram o
a ex.m* sr.* D. Ismenia do Nascimento qualquer cousa...
Ferreira.
—Agora reparol... olha!... pare- seu nascimento ou pranteiam a sua
Corrêa Magalhães, filha do nosso queDia 20 D. Adriana Taborda.
Nada de embrulhadas nem de conDia 22 — Laurinda Sanches Castro. rido e presado amigo, Antonio Joaquim ce que tem aqui na barriga um in- morte. Todos os germens da vida que
fusões. Expliquem-se as cousas como
o alento d<) Creador derramou no eschaço ...
Carneiro de Magalhães.
deve ser e na realidade succederam,
paço, como sementes dos seres, se fe—Quem
sabe
o
que
lhe
morderia,
Não
chega
o
tempo
para
surprezas!
Continua
a
passar
mal
dos
seus
ensem fugir do campo da serenidade e
Lamentamos tanto este acontecimen- se foi bespn, ou... algum moscardo, cundam, brotam e crescem ao sopro
commodos, o nosso presadissimo amida urbanidade.
do lavrador. De sorte que os seus braO sr. Augusto Lima era o chefe do go, Padre Manoel Pinheiro de La- to, quanto é certo deplorar-mos com que os ha bem venenosos...
ços são como instrumento de que Deus
—O"
rapariga?...
funda
magua
e
saudade,
tantos
outros
cerda.
partido regenerador d'este concelho,
se serve para aperfeiçoar a sua obra.
—Meu senhor.
de que nos temos occupado.
quando por circumstancias quaesquer,
Que formoso que é, quando o ceu
—Salta cá abaixo e vae ali chamar
Quando tudo ainda sorria para esta
Também tem estado bastante doenfoi preciso investir d'essas honras um
se
esmalta com o azul risonho da prio
mestre
ferrador
que
chegue
aqui,
virtuosa
senhora,
d'uma
bondade
inte,
a
sr.
D.
Guilhermina
Pinheiro,
outro cavalheiro, que se tinha filiado
irmã d'aquelle nosso amigo, a quem finita', quando sua estremosa fan ilia ma« já. Pobre animal?... Quem sabe mavera e a terra começa a dar seiva
de novo no partido.
Até aqui, a exhautoraçâo do sr. desejamos o completo restabeleci- se revia constantemente nas qualida- o que sera?... coitada!... Anda cá, fecundante ás arvores, ver da humilde
des que enobreciam o seu bem forma- lindÍ9iha... Era o que me faltava, ter cabana, nem invejada nem invejosa, as
Lima. Veio depois o «Moncorvense», mento.
do coraçào; quando todos os que a agora maia um doente em casa!... primeiras flores brancas e roxas-branno seu bilhete de boas vindas investir
CARIDADE BEM ENTENDIDA
O MIRANDEZ
cas que dá a amendoeira, as primeiras
mariposas que rompem o casulo e se
banham em suaves aromas, pétalas vivas das flores; a primeira andorinha,
que, fatigada da sua travessia, poisa
na aresta do campanario como que attrahida por um cego sentimento religioso; e d'esta sorte e' a alma como o
relampago da luz increada, como o
echo das harmonias da creaçâo e vive
como a vida universal que desce em
torrentes dos céus.
O lavrador offerece á sociedade os
tributos da natureza.
Sua é a vela que o marinheiro estende para aprisionar os ventos e a seda
em que se envolve o magnate, seu o
branco linho que veste o menino no
berço, seus são todos os bens com que
se resguarda o corpo das inclemências
dos elementos, porque é elle como que
o medianeiro entre Deus e a natureza,
entre a natureza e o homem.
E quando chega a estação das chuvas, lança pão á terra, depositando todas as suas esperanças, que reverdecem
ao vel-o brotar, até que o sol do estio
o doira; então, cuidadoso recolhe esse
pão com deleitoso afan e alimenta a
infinitos seres, pois que suas mãos, sempre avaras dos thesouros divinos, repartem-os entre os homens.
E comtudo, pobre obreiro de Deus
que assim contribues para realisar teus
fins, que recolhes em tuas mãos o rocio, que levas a fonte da vida aos lábios de todos os homens, porque se
não occupam os homens da tua sorte?
Os mesmos que vestem essa seda,
que sem ti nunca se houvera tecido, 06
mes-mos que te devem esses ricos alimentos, desprezam-te.
Quando uma dama do grande mundo adorna os seus cabellos com uma
flôr, não se lembra do pobre que lhe
consagrou cuidados immensos, pondo
n'ella todos os seus pensamentos para
que o sol não a abrazasse, para que o
vento a não desfolhasse, nem os insectos a roessem, e quando secca e quasi
desfolhada a arroja de si, ignora que
as lagrimas do pobre lavrador se misturaram em seu cálix com as lagrimas
do orvalho.
E... se fosse isto só!
lia lá accudiram grande quantidade de
Tal é a sua triste sorte!
Mas não te desconsoles, pobre la- pessoas surprehendidissimas por tão
inesperado acontecimento.
vrador.
A consternação foi geral, não só em
Bragança como em todo o districto,
Virão dias melhores que matarão a onde o finado era muito querido pelas
usura e crearão em troca bancos agrí- suas nobres qualidades.
Na vespera do seu fallecimento ticolas para te libertar d'essa cruel escravidão; o direito resplandecente, como nha andado a retribuir os cumprimenuma estrella sobre tua fronte, suavisa- tos a todos os amigos que o tinham
rá teus dias; a associação ha de pro- ido visitar por occasião de uma doenporcionaste machinas que te ajudem ça que ha um mez o aceomettera sem
a dominar a natureza; a liberdade, caracter d" gravidade.
Em conformidade com as disposilonge de arrancar-te os teus productos,
far-te-ha produzir, não para comprares ções do illustre finado esteve o seu
vontade aos tyraonos, e a tua alma corpo depositado 36 horas na sua Caentão folgará nos campos, como mari- pella, até ao enterro que se effectuou
no dia 22 pelas 3 horas da tarde.
posa sobre as flores.
Também em conformidade com as
Entretanto eu nada posso fazer por
ti. Se Deus trouxera alguma ideia á mesmas disposições testamentarias do
minha obscura mente, pol-a-ia ao teu finado foi resada na capella da casa
serviço, como puz os serviços do meu pelo rev. padre Antonio Augusto Teicoração. Assim, só me é dado pedir ao xeira, capellào de caçadores u.' 3,
ceu que se avisinhem esses dias unin- uma missa, a que assistiram todos os
do os teus rogos ás orações que me en- amigos da illustre familia Sá, e muita
sinou minha mãe; lingua universal com gente da cidade e aldeias.
O enterro foi concorridissimo. As
que nós. os christâos, ainda que separados pela distancia, nos dirigimos a fitas do caixão foram distribuídas por
Deus, unindo nos em amor infinito de dois turnos, um até ás porto do cemiterio e outro d'alli até ao jazigo.
ineffaveis esperanças.
Faziam parte do 1.° turno os srs.
Gouveia Leite, tenente-coronel de caEmilio Castellar.
vallaria 7, Silvino da Camara, delegado do Thesouro, Luiz Saldanha Lopes dos Santos, director d'agencia do
EXAME DE CONSCIÊNCIA
Banco de Portugal, dr. Acácio de Magalhães Correia Barbosa, delegado do
—Minha filha, vem dizer-me
Procurador Régio, Izidoro d Almeida,
Que fizeste em todo o dia.
coronel de caçadores 3, e Augusto
Conta-me tudo, Maria,
Gama, secretario geral do governo ciQuanto te possa lembrar.
vil do districto.
—'Soltei uma borboleta
Do 2.° turno 03 srs. Antonio BerQue entre as silvas se prendera
nardo Teixeira, director do Banco de
Se eu não fosse, não poderá,
Bragança, Carlos Almeida, guarda-liNunca mais d'ali voar.
vros do mesmo Banco, Ântonio Augusto da Silva, capitão de cavallaria 7,
—Acho justo. Quando vires,
Augusto Azevedo, vogal da CommisInda mesmo um pobre insecto,
são Dislrictal, Carlos Maldonado, emA soffrer, afflicto, inquieto,
pregado da repartição de fazenda disCorre, vôa, faz-lhe bem.
trictal e Francisco Avelino Ferreira,
Tudo quanto vive e sente
pharmaceutico.
Tem direito á piedade;
A chave do caixão foi conduzida
E exercer a caridade
pelo digno governador civil Ferreira
Nunca fez mal a ninguém.
Margarido.
Ao funeral presidiu o Eev. Conego
Depois que q'rida?—Hoje de tarde
Antonio Joaquim d'01iveira Mór, amiDei a minha sobremeza
go intimo do finado.
A' pobresinha Thereza,
Sobre o feretro foram depostas trez
A filhinha do pastor.
coroas, uma da familia, com a legenda,
Passa o pae o dia inteiro
«Eterna saudade de seus irmãos» ouPelos montes caminhando,
tra da repartição de fazenda do DisE ella sósinha chorando
trito, e a ultima da Assembléa BriSem ter pão, nem ter calor.
gantina.
Tomaram parte no cortejo c Asso—Bem fizeste, minha filha,
ciação dos Bombeiros Voluntários, a
Dando amparo aos desgraçados;
força disponível do corpo de policia
Teetn fome os malfadados,
civil, o conselho administrativo da AsE tu não, porque és feliz:
sociação dos Artistas, a Direcção da
Se com elles repartires
Assembléa Brigantina, o pessoal do
O que Deus te envia,
goveruo civil e de todas as demais reSó terás, linda Maria.
partições publicas, funccionarios miliSonhos bellos e gentis.
tares e ecclesiasticos, muitos particulares e grande numero de povo da ciE que mais?—Pisei ha pouco
dade das aldeias.
Junto ao valle uma ceifeira;
No cemiterio prestou as honras fúFoi sem querer e a grosseira
nebres um batalhão de caçadores 3
Disse coisas... nem eu sei.
com a respectiva banda.
Eesponder-lhe irada ia,
Na cidade houve algumas manifesMas á cólera resisto.
tações de sentimento.
Inspirou-me Jesus Christo,
A direcção da Assembléa BrigantiMinha mãe, e... perdoei.
na, de que o illustre extincto foi um
O lavrador não cuida do mundo,
trabalha porque trabalha, como o opulento canta sem saber 6e os seus cantares se perdem no ar, ou vão consolar enamorados corações.
O lavrador ao pé da sua eira rodeado de suas messes, debaixo de uma arvore que plantou seu pae e que sobre
ella deixa cair os seus ramos, offere
cendo-lhe mimosos fructos; recostado
nos quadris de um dos seus bois, que
jungidos o olham submissos como que
esperando pelo trabalho; vendo cruzar
nos ares a branca pomba, a quem pres
ta azylo, e pastar a seus pés o cordeiro que apascenta; entoando cantares
melancólicos, que se assemelham ao
ruido das folha seccas do outomno, é
—Maria, que bom remate
um artista da natureza.
A taes obras tu puzeste!
As lembranças que tiveste,
Enviaram-t'as os ceus,
Se
amparar os desvalidos
Que pintor traçou jámais uma flôr
da amendoeira, que parece copo de E' virtude grande, immensa,
neve doirado pelo sol poente? Que Perdoar qualquer offensa
poeta tirou jámais da sua harpa sons E' a imitação de Deus.
tão melodiosos como os cantos popuD. Maria Rita Chiappe Cadet.
lares que ao entardecer quando no cam •
panario sòa a hora da horação, saudando os astros nascentes, levanta ao ceu
perfumado o amor divino dos pobres
CORRESPONDÊNCIA
lavradores ?
Onde ha quadro mais bello que
essas campinas dispostas pelo trabalho
do lavrador, onde as vides se esten- Bragança, 30 de novembro de 1894.
dem formando verdes alfombras, e o
No dia 21 do corrente app^receu
limoeiro carregado de fructos de ouro
e flores de prata, que enchem de aro- morto no seu leito o nosso velho e
nobre amigo Thomaz Antonio Cardoma o ar?
Como o poeta n'estes tristíssimos so Novaes e Sá.
Foi uma serviçal da casa que, indo
tempos, lucta o lavrador com a socieás nove horas da manhã ao quarto do
dade e com a natureza.
A doença rouba-lhe os filhos, a finado, para o despertar, deparou com
o cadaver do nosso querido amigo.
uzura rouba-lhe os fructos.
Chamados os médicos os drs. BarQuando mal tem ainda acabado de
recolher as primicias do ceu, o fisco bosa e Braga, verificaram o obito, deestende sobre elle mão desapiedada. clarando ser motivada por uma conNão encontra uma única situação que gestão.
A infausta noticia espalhou-se logo
o allivie do seu trabalho e o ampare
por
toda a cidade, e á casa da famíem suas dores.
dos principaes instituidores, reuniu ex
ANEDOCTAS
traordinariamente e lançou na acta,
por proposta do vice-presidente snr.
Augusto Laura, um voto de sentimento pela perda de tão illustre socio e
No americano, que leva apenas um
prestante cidadão.
logar devoluto, entra um sujeito muito gordo, com um pequenito pela mão.
Uma senhora, obsequiosamente:
—Se quer, o menino vae sentado
Deixou testamento cerrado, feito em no meu collo...
29 de junho de 1889, e approvado pelo
O sujeito, correspondendo ao obsetabellião da comarca de Bragança, José quio:
Claudino da Costa, cujas principaes
—Então vou antes eu para V. Ex.a
disposições em seguida extractamos.
não ter de ir muito apertada.
Diz que nasceu no seio da religião
de Jesus Christo e n'ella tem sempre
No tribunal. O juiz dirige-se a uma
vivido, cumprindo quanto possível to- testemunha do sexo feminino, visiveldos os seus preceitos.
mente cincoentona:
Se fnllecer na cidade de Bragança,
—Sua profissão?
quer que o seu corpo seja conservado
—Vivo do3 meus rendimentos.
no oralorio de sua casa, adornado era
—Que edade tem?
capella ardente, pelo meno3 36 horas,
—(Depois de alguma hesitação) trine que ahi se celebre uma missa de ta e sete annos.
corpo presente, rezada por qualquer
—Queira levantar a mão direita, e
sacerdote da sua amizade ou relações, jure dizer a verdade.. . de agora em
com a assistência de seus irmãos vi- deante.
vos, se poderem, e dos creados e familiares que existam em casa á hora
Um massador.
do seu passamento, e de todos os pa—Ora diga-me Be ha coisa mais
rentes e amigos que quizerem; depois aborrecida de que uma pessoa passear
deseja que o seu cadaver seja condu- sósinha?
zido directamente por seis pobres, que
—H»: é passear na sua companhia.
realmente o sejam, para o jazigo de
famdia, no cemiterio publico de BraMordeu uma serpe Aurélia:
gança, cortando-se lhe antes uma das
Que pensaes qiie resultou?
carótidas; seus herdeiros darão aos poQue Aurélia morreu? Historia:
bres no dia do seu enterro, e depois,
A serpente é que estourou.
as esmolas que fôr da sua vontade,
excepto aos seis, que o conduzirem á
ultima morada, que receberão 40500
reis cada um.
HARMONIAS
Deseja que se mandem dizer as seguintes missas: 12 por sua alma, 10
pela de seus paes, 10 pela de seu paDF, OCTQSCO
drinho, madrinha e seus irmãos fallecidos, e que no primeiro anniversario O' nevroses do poente! <5 sangue rubro e
do seu fallecimento se celebre um ofvivo!
do sol morrendo eternamente loiro,
ficio para lhe suffragar a alma com a
azul que os corações »doça!
assistência de não menos de 12 padres. melancholia
hora soifrente em que a minha alma paiDiz que é solteiro não tendo ascenlida,
sente azos a crescer n'um corpo de crysalida,
dentes nem descendentes.
e a uma outra illus&o esplendida remoça!
Institue seus únicos e universaes herdeiros e testamenteiros, a seus irmãos O' radioso crepusculodoentio,
Joaquim Guilherme Cardoso de Sá e instantes vesperaes de uma volúpia calma!
Maria Adelaide Cardoso de Novaes e Antes que desça a noite antes que venha o
frio,
Sá, deixando o usofructo siraultanoo
montade todos os seus bens de qualquer na- emquanto a luz descança ao alto da nha...
tureza que sejam, direitos e acções, serenar para sempre a febre da miuh'Alma!
que existam e lhe pertençam á data Oh! de esplendor ungi a minha morta estranha !
do seu fallecimento, áquelles dois seus
mencionados irmãos, revertendo e asAlberto Osorio de Castro.
sumindo a propriedade definitiva de
todos os referidos bens, o ultimo dos Vae o barco ondulando, rio acima.
dois que sobreviver, em recordação do Pendem ao sol, que em morno banho incide,
seu amor e amisade fraternal, e har- Os verdes cachos, recurvando a vide,
monia e união de toda a vida nunca N*uma abundancia caudalosa, opima.
interrompida.
Como na zona tropical, em clima
Deixa mais a pensão do Monte-pio Queaosomnoplúmbeo n'um torpor convide,
da Associação dos Empregados do Es- Insectos voam n'uma eterna lide...
do, da qual é socio á referida sua ir- —Mundos, que o sol aquece e o sol dizima.
mã Adelaide.
Outro batel, que vae rapidamente.
Mais deixa a Antonio Bernardo Lu- Uma pequena o guia; lança em riste,
zio, como legado, a quantia de 135500 A vara afinoa ao leito da corrente,
reis, e egual quantia a cada um dos
Que estremece de medo, e não resiste,
creados e creadas que estiverem em E canta e grita, assustadoramente,
casa á hora da sua morte.
Uma canção desesperada e triste.
Conclue e crê que depois da sua
Luiz Otorio.
morte todas as pessoas de bem farão
justiça aos seus actos, que deligenciou
A verdade é como o orvalho do céo;
porque fossem sempre o mais cor para a conservar pura, é preciso recolhei-a
rectos.
em vaso puro. B. Saint Piirre.
Tabella dos preços correntes, nos mercados abaixo designados, 110 dia 1.° de dezembro de 1891
■A-LQU El IíE P)
MEDIDAS
CONCELHOS
Alfandega da Fé
Bragança
Carrazeda d'Anciães
Freixo de Espada ã Cinta
Macedo de Cavalleiros
Miranda
Mirandella
Mogadouro
Moncorvo
Vimioso
Sueco
Liquido
L«
16.5
14,4
15,0
14,9
15,42
14.6
16,78
15,4
13,3
15,84
L.»
22,5
25,76
25 2
22,8
25.12
2(5,64
25,0
31,992
25,0
32,54
Trigo Centeio
ALMtJDE (')
Feijfto
Aguardente
Branco Vcrint-Iho
Vinho
Vin*gr« Azeite
(*)
1
*
5£
550
530
850
780
180 50000 25750 20500 30600
500
480
800
750
140
530
540
900
850
160 40600 fl 2£õoo 20300 40500 1 800
550
520
850
820
140 40400 20700 20500 40300
540
530
820
800
150 45800 2-5700 25400 45200
20400
40400
(') Corresponde á medida indicada.
~) O vinho novo (mosto) tem-se vendido a 1£200 reis, mas com tendencia para baixa, visto a excellente colheita d'este anno.
') A colheita este anno promotte ser muito regular.
O gado vaccum e suino, tem baixado consideravelmente de preço.
Cereaes, este anno a colheita foi muito inferior á do anno passado, como se poderá ver:
1393
Trigo
150:S62
ê
"*
o
Cent-jio
366:022
1894
Trigo
108:014
Centeio
109:221 Dec.
Houve por tanto uma diffuivnça considerável, para menos, este anno, comparado com o anno anterior.
4
VINHOS
FINOS,
v rõ swt s^í
\r i fL.T' A •,A\V-V é
bM
GENUÍNOS
DE
perfeição, brevidade e economia
EM
&. m smm & a*
TRABALHOS TYPOGRAPHICOS
Premiados na Exposição Universal de Paris, de >S§9
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em condições de poder satisfa-
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industria, além de possuir uma
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engarrafado, por pipa, meias pipas, quintos e décimos.
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registo por copia dos boletins
mensaes e mappas estatísticos
annuaes etc.—Este registo é
organisado por Antonio José
da Kocha, professor de S.
João do Souto.
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Registo para 50 alumnos.
>
» 100
»
. . 300
»
» 150
»
. . 400
560
»
» 200
»
Livro dos exames de passagem de classe. Cada ca120
derno
Boletins mensaes para enviar no fim de cada mez á
administração do concelho.—
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Cada caderno (10 exemplares)
flappas estatísticos ann uacs que os professores tem
obrigações de enviar aos commissariados d'instrucçào primaria até o dia 15 de setembro de cada anuo.—Cada caderno (10 exemplares). . . 100
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Boletins de matrleula uma
folha com attestados impressos
para parocho, regedor e facultativo, e dizeres de matricula.
—Cada caderno (10 exemplares)
Avulso
EdUaes impressos para os professores annunciarem as epochas de matricula.—Caderno
(10 exemplares) .
Avulso
Mappas para os professores enviarem aos commissariados
d'instrucção primaria no fim
das epochas de matricula.—Caderno (10 exemplares).
Avulso
•
Mappas para os professores
proporem alumnos a exame
d'instrucção primaria elemen
tar ou complementar.—Cader
no (papel de linho duplo).
Avulso
Recibos para todos os venci
mentos dos professores prima
rios conforme o modelo olfi
ciai.—Cada caderno (10 exem
piares)
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Em Lisboa: cada fascieulo. .
Vis províncias: cada fascículo
BIBLIOTHECA
LEITURA
F. J. CALDAS AULETE
DICCIOHARIO
Compilação das leis e decisões dos tribanaes, umas por extracto, outras na
integra, abrangendo o período decorrido de 1 de janeiro de 1860 a 30 de junho de 1894, com grande copia de annotações e outros esclarecimentos, esp ciai mente sobre côngruas, registo parocbial, direitos e deveres do parocho,
commentario da lei do registo respectivo, otc., etc., e bem assim a legislação
respectiva á aposentação d'aquelies funccionarios ecclesiasticos. E\ pois, um
compendio de direito parochial que todos os parochos devem possuir, pois lhes
fornece notas elucidativas sobre os assumptos da sua competencia, e qne se
não encontram reunidas em outra qualquer publicação do mesmo genero.
0 editor resolveu remetter esta obra
a todos os reverendos parochos do continento e pede áquelles que não quizerem acceital-a. a fineza de devolverem
promptamente o exemplar respectivo,
sem lhes rasgar a cinta, para senão
inutilisar o livro e facilitar o serviço
da nossa administração. Egualmente espera que os esclarecidos sacerdotes, adquirentes da obra, satisfaçam a importancia d elia, logo que recebam aviso
postal de estarem nas respectivas estaULTIMA NOVIDADE
ções do correio os competentes recibos,
quando não prefiram enviar a importancia por vale ou carta registada.
0 editor confia na illustração e proBARRETES COM FIVELA
bidade da esclarecida classe a que esta
obra é dedicada. — Pedidos a A. José
Rodrigues, rna da Atalaya, 183, 1.*,
Acaba de chegar um variado sorti- Lisboa.—PREÇO 400 réis.
mento de barrotes afivelados, invensão
«Alfonso», para todas as estações e meCAIEI
didas.
DEPOSITO— Rua da Alfandega
t.lmor ã antiga» — 2 volumes
—Miranda do Douro.
que fazem parte da collecção «Antonio
Loi de 28 de junho de 1894, e respectivo Regulamento, approvado por
decreto da mesma data, contendo as
tabellas das industrias; taxas de imposto segundo a ordem da terra; prasos das reclamações; fundamento delias, etc., etc.
Ácha se publicada esta obra, cujo
conhecimento é sobremaneira interessante a todas as classes industriaes,
fabris, commerciaes, artes e officios.
Estudando-a, tica sabendo o contribuinte quaes as obrigações que tem a
cumprir e que direitos lhe assistem
para evitar injustiças e aggravos tributários. A edição é sobremaneira economica, e por tilo diminuto preço é a
uaica que se encontra no mercado.
Cada exemplar custa apenas 200 reis;
pelo correio, 220.
Aos revendedores desconto vantajoso, não sendo os pedidos inferiores
a 10 exemplares. Remette se para a
proviucia a quem enviar 220 reis, em
estampilhas, ao editor A. José Rodrigues. rua da Atalaya, 183,1.°—Lisboa.
MATERIAL ESCOLAR
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Obra completa e ja á venda na nossa livraria, 2 grossos volumes
com 1:900 paginas muito bem encadernados em carneira, IO.SOOO
reis. Enviada pelo caminho de ferro para qualquer parte de Portugal, 1O03OO reis.
DOS PAROCHOS
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PARA TODOS
Com este titulo, e em continuação da Bibliothcca Econoiuica, que
foi o maior successo de livraria que tem havido em Portugal, vae publicar-se
uma larga série de romances, sahindo regularmente dois volumes por mez,
ao preço de IOO reis cada volume, de SOO paginas, cm mé
dia!!!
....
,
O que ha de mais imaginario, sensional e interessante na galeria romantica antiga e moderna, na litteratura franceza, hespanhola, italiana, mgleza, allemã e russa, tudo será trasladado para a nossa lingua, e assim,
em breve, por diminutíssimo dispêndio, IOO reis por quinzena, terá
cada familia constituído uma bibliotheea que entretentaa, instrua e
eduque. Será o verdadeiro tliesouro das fausilias.
Chamamos para esta empreza a attenção de todos, ricos e pobres, porque a todos utilisa, porque todos teem a ganhar com a acquisição dos livros que ella se propõe publicar, sendo a sua preoccupação constante liem
servir o publico pela selecção dos romances e pela maxima
regularidade o a publicação.
Maria Pereira» n.° 30 e 31.
No prelo—»âs netas do Padre
Eterno? de Alberto Pimentel.
A' venda na livraria editora—Antonio Maria Pereira — Rua Augusta n.0
50, 54—Lisboa.
Preço de cada volume 200 reis.
ALFREDO MESQUITA
N.° 28 da collecção Antonio Maria Pereira—um volume.
A' venda na livraria editora —
Antonio Maria Pereira,rua Augusta
50, 54—Lisboa.
0 Naufragio de Vicente Sodré
N.° 27 da collecção Antonio Maiia Pereira.
Em Lisboa, 100 reis por volume nas províncias, 120 reis, franco de
Romance original de Pinheiro Cbagas.
porte; correspondentes, 20 p. c. de commissão da importancia das suas compras.
A' venda na livraria editora de Antonio
Maria Pereira—Rua Augusta n.° 50, 5-4
—LISBOA.
Dã se um exemplar, grátis, a quem se responsab'.IIsar
pela venda de G exemplares.
Porto — Typographia Gutonberg
rua dos Caldeireiros, 43.
Toda a correspondência dirigida a RODRlCíO DE HEI-LO CAKSEIHO ZáGALLO
Editor responsável
J.
1=». S. Victoria
Travessa da Queimada, 35, Lisboa
CONDIÇÕES
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N17