4 Educação&Ciência | JORNAL DA COMUNIDADE | BRASÍLIA, 30 DE JANEIRO A 5 DE FEVEREIRO DE 2010 Volta às aulas Ver para aprender Aumento de casos Em 2009, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) divulgou que 30% das crianças em idade escolar apresentavam problemas de refração no Brasil, o que equivale a dizer que oito milhões de estudantes entre sete e 14 anos de idade passam por dificuldades visuais para aprender. Para a oftalmopediatra do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), Dorotéia Matsuura, muitas crianças, principalmente no início da idade escolar, apresentam problemas de visão não diagnosticados. “Pais e professores devem ficar atentos aos sinais de que a visão das crianças tem problemas. O aluno que não enxerga bem tem uma limitação de aprendizado”, alerta a médica. Nessa época do ano, consultórios ficam cheios de crianças em idade escolar, para verificar problemas de visão. A pequena Anna Beatriz Soares, de 4 anos e meio, foi uma delas. No último semestre do ano passado ela começou a reclamar de dores de cabeça. A mãe, Silvana Soares, a levou ao pediatra, que recomendou uma consulta com um oftalmologista. “O pai dela já usa óculos há algum tempo e o pediatra disse que a genética pode interferir e achou melhor que a levássemos ao oftalmologista antes de começar as aulas”, conta Foto: Dênio Simões Pais e professores precisam estar atentos para perceber se as crianças não estão tendo problemas na visão que possam atrapalhar o aprendizado. O início do ano letivo é uma boa época para a realização de exames de vista A oftalmopediatra Dorotéia Matsuura aconselha crianças, como Anna Beatriz, a realizarem exame preventivo Silvana. Anna Beatriz não acusou nenhum problema de visão. “Que bom. Mas o melhor mesmo é prevenir. O exame não incomoda, pelo menos a Bia não reclamou. É semelhante ao exame feito em um adulto, mas ao invés de usar letras, utilizam desenhos, pois muitas crianças ainda não aprenderam a ler”, relata. COMO IDENTIFICAR A médica Dorotéia Matsuura conta que as crianças com problemas visuais normalmente são agitadas em sala de aula, não conseguem se concentrar e chegam bem perto do quadro ou do livro para po- der enxergar. “O mal rendimento em sala de aula pode ser um sinal de que algo não vai bem com a visão da criança. Muitas vezes a criança já é estigmatizada como desinteressada, mas, na verdade sofre com problemas de refração, como miopia, hipermetropia ou astigmatismo.” Outro comportamento frequente entre crianças em idade de alfabetização é a troca de letras. “É muito comum crianças com baixa visão confundirem as vogais cursivas fechadas como a e o ou consoantes semelhantes como o q/g ou m/n”, explica a médica. Já no caso da ambliopia, a situação é controversa, porque é justamente na idade limite para o tratamento (entre os 6 e os 7 anos de idade) que a criança dá sinais mais evidentes do problema. É quando vai para a escola, iniciando o período de alfabetização que aparecem as primeiras mostras dessa dificuldade visual. Dorotéia aconselha aos pais realizarem o primeiro exame de acuidade visual a partir dos dois anos de idade, quando ainda é possível fazer o tratamento da ambliopia com sucesso. A oftalmologista do HOB explica que os principais problemas de baixa visão em es- tudantes estão relacionados aos erros refrativos, defeitos de qualidade de visão como a miopia, hipermetropia e astigmatismo e se manifestam exatamente nos primeiros anos de escola. “A miopia é a dificuldade de enxergar de longe. Já a hipermetropia é a dificuldade de enxergar de perto, pois o olho é pequeno e a imagem se forma depois da retina. E o astigmatismo ocorre quando a visão fica embaçada, com mais de um ponto de foco”, explica Dorotéia. Outra irregularidade visual que pode afetar o aprendizado, e esta tem prazo para ser corrigida, é a ambliopia, chamada também de “olho preguiçoso”. A ambliopia, de acordo com a oftalmologista, pode ser ocasionada pelo estrabismo nos primeiros anos de vida, pela anisometropia (diferença de grau entre os olhos), pela catarata e por outras doenças oculares congênitas. O tratamento deve ser realizado o mais precoce possível, pois em torno dos 6 a 7 anos de idade a visão já está estabelecida e qualquer estímulo para recuperar a visão após esta idade tem poucos resultados. O tratamento cirúrgico, necessário em alguns casos, é realizado somente após a busca da recuperação da visão, quando os dois olhos estiverem com boa visão para a criança. De acordo com Censo Escolar de 2008 publicado pelo Inep/MEC no final do ano, em 10 anos, aumentou em mais de 600%, as matrículas de alunos com deficiência visual no Brasil, se comparadas a de 1998. O perfil desses estudantes variam de jovens a adultos. Mas com os recursos médicos existentes atualmente, já é possível tratar pelo menos 60% das causas que levam ao comprometimento visual. Em avaliação geral, oftalmologistas acreditam que cerca de 50% das crianças cegas no mundo chegaram a esse estágio por não tratarem em tempo. No Censo de 2008 do Inep, a região Nordeste apresentou o maior crescimento de matrículas de alunos portadores de deficiência visual. Foram 1.600% de matrículas feitas a mais no período de 10 anos. Eram 1.362 estudantes em 1998, passados 10 anos, o volume é de 22.945 matriculados com deficiência visual. Já no Sudeste brasileiro, o crescimento das matrículas neste segmento educacional foi de 665% no mesmo período. A região Norte registrou crescimento de 470%, saindo de 1.025 alunos com deficiência visual em 1998 para 4.825 em 2008. No Centro-oeste, o salto foi de 415%. Na região da capital do país, os 651 estudantes com deficiência visual matriculados em 1998 passaram a ser 2.706 no último Censo. Já os estados da região Sul tiveram um aumento de 197%, com 2.991 alunos em situação de cegueira ou baixa visão matriculados. Pós-graduação Foto: Divulgação Alicerce para as conquistas de amanhã Curso de gestão em comunicação no UniCEUB alia teoria e prática para formar profissionais que atendam à demanda do mercado de trabalho. As inscrições ainda encontram-se abertas Com a quantidade de ofertas de cursos de pós-graduação, incluindo aqueles presenciais e a distância, muitas vezes o futuro aluno se confunde no momento da escolha. “Para aqueles que se interessam pela vida acadêmica, o mestrado e o doutorado são a melhor opção. E para quem pretende aprimorar a capacidade de gestão, ter acesso às novas ferramentas e instrumentos relacionados à área de atuação, a pós lato sensu (ou especialização, MBA) é a mais indicada”, ressalta Joana Bicalho, que coordena a pós-graduação em gestão da comunicação nas organizações no UniCEUB, desde 2006. Quanto à escolha entre cursos presenciais ou a distância, a coordenadora ressalta que o método presencial facilita a junção da teoria e da prática, aumenta a dedicação do aluno, por ser demandada em grupo, bem como potencializa a troca de experiência por meio de estudos de caso. “Se o propósito do aluno é ampliar a segurança e capacidade de tomadas de decisão, o ideal é que cada aula possua o momento de atualização teórica/científica, e o momento de aplicação deste novo conhecimento, de forma a sedi- mentar a aprendizagem. A presença do professor facilita feedbacks, bem como melhor identifica o crescimento individual e em grupo”, observa Joana Bicalho. Outra importante questão é o horário de aulas e o tempo de duração dos cursos. A pós em gestão da comunicação nas organizações possui módulos às sextas, no período noturno e sábados, com intervalos quinzenais. “Hoje em dia é muito difícil um profissional se ausentar da organização todos os dias às 18hs. As aulas quinzenais permitem ao aluno manter-se bem no seu dia-a-dia profissional, Ao centro a professora Joana Bicalho, durante lançamento de seu livro sobre comunicação e gestão ambiental e mergulhar quinzenalmente em novas conquistas. Desta forma, sobra tempo também para o dia-a-dia com a família”, lembra a coordenadora. O fato de serem as aulas quinzenais, o aluno consegue tempo para leituras e aprofundamentos entre uma disciplina e outra. A pós lato sensu possui duração média de 1 ano e três meses. Já a pós stricto, voltada para os que se interessam pela academia, 2 anos. Teoria aplicada em estudos de caso Compreender a teoria de forma a torná-la significativa no dia-a-dia prático profissional do aluno é um dos grandes desafios dos professores de pós-graduação. Por este motivo, torna-se fundamental que estes sejam mestres e doutores mas que, concomitantemente, atuem no mercado profissional, em cargos, consultorias ou funções ligados ao módulo ou disciplina que ministram. O aluno deve compreender os novos aspectos e diretrizes que surgiram desde que deixou a sala de aula, mas necessita compreender a aplicabilidade prática desta teoria. Estudos de caso, laboratórios e exercícios em grupo o desafiam a CMYK interferir no cenário atual profissional de modo a propor mudanças que otimizem resultados na sua empresa ou departamento. “É muito comum empresas enviarem alunos para pós-graduação, estimulando que estes tragam melhorias e novas propostas que diferenciem as empresas. Vários alunos, assim, optam por fazer no trabalho de conclusão de curso um estudo de caso aplicável na área em que atuam”, lembra Joana. Outro desafio, segundo Joana Bicalho, é trazer o mercado de trabalho para a sala de aula. Na pós-graduação em gestão da comunicação, cada aluno tem a oportunidade de participar de vá- rios encontros com profissionais renomados, e de grande experiência. Os alunos percebem, assim, aspectos práticos e desafios a vencer. Aprimoram sua forma de atuação, ao mesmo tempo em que percebem brechas de novos estudos e pesquisas para melhoria do mercado. “É neste contexto que há a troca de necessidades entre o mercado e a academia. E a cada palestra, novos insights surgem e desafiam a ambos”, ressalta Joana Bicalho. O curso foca na comunicação integrada visto que os resultados são otimizados quando os instrumentos da comunicação nas empresas são trabalhados si- multaneamente. É direcionado para o profissional de comunicação que atua em órgãos públicos e na iniciativa privada. Reúne, em suas salas, profissionais das diversas áreas da comunicação, o que inclui empresas de publicidade, veículos de comunicação e fornecedores interessados em compreender melhor a evolução da comunicação nas organizações. Forma, assim, um excelente ambiente de network. É organizado de forma a atender a demanda do mercado, sempre pesquisada. Também direcionase para profissionais de outras áreas, que percebem a necessidade de melhor compreender a gestão da comunicação organizacional, e que pretentem exercer cargos de gerenciamento nas instituições privadas ou públicas. “A meta é viabilizar a interação das áreas de jornalismo, publicidade, relações públicas e marketing de maneira prática, respeitando as potencialidades de cada recurso da comunicação, tratando as oportunidades e jobs com planejamento integrado”. Ressalta. Mais informações: [email protected] A pós-graduação está com as inscrições abertas. Interessados devem acessar o site: http://www.uniceub.br. As vagas são limitadas. Os pré-inscritos serão convidados para a entrevista.