1 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Apresentação É desejável, sob a ótica brasileira, que as relações econômicas com países desenvolvidos evoluam de forma a propiciar a expansão de setores de alta agregação de valor e a inserção das empresas nacionais em cadeias produtivas globais, em termos mutuamente vantajosos para os dois países. Nesse diapasão, o MDIC entende que o setor de serviços deverá constituir componente importante no delineamento das ações propostas pelo Grupo de Trabalho. De fato, tanto no Brasil como na Cingapura, é cada vez maior a importância do setor enquanto catalisador da eficiência de cadeias produtivas, criador de postos de trabalho, fator de desenvolvimento e difusão de novas tecnologias e forte indutor de exportações de alto valor agregado (inclusive exportações de bens). Assim, a Secretaria de Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - SCS-MDIC, locus definidor de políticas públicas para a internacionalização das empresas brasileiras de serviços, agirá como facilitadora da interlocução institucional e empresarial entre todas as partes interessadas na promoção e facilitação do comércio e do investimento em serviços entre os dois países. As comunidades empresariais de Brasil e Cingapura atuantes no setor terciário têm a percepção difusa de que há relevantes oportunidades de negócios envolvendo os dois países, mas escapalhes a exata delimitação dessas oportunidades e quais os riscos envolvidos. Essa incerteza é particularmente aguda para as pequenas e médias empresas - PMEs, que não podem arcar com os elevados custos envolvidos na contratação de consultorias especializadas em inteligência comercial1. Em setembro de 2009, visando conferir maior visibilidade às oportunidades de negócios em serviços ente os dois países, a equipe de inteligência comercial da SCS-MDIC elaborou o estudo que se segue. Para tal, utilizou informações disponibilizadas na Internet para o público em geral. A informação provida pela Agência para a Promoção do Investimento Estrangeiro na Coreia – Invest Korea e pela Agência de Promoção do Comércio e Investimento da Coreia – Kotra foi de especial valia. Não obstante este estudo de oportunidades de negócios em serviços Brasil-Cingapura constitua apenas uma introdução aos tópicos mais relevantes de comércio e investimentos no setor terciário entre os dois países, nele o leitor interessado encontrará centenas de remissões às fontes nas quais encontrará informação mais aprofundada. Assim, o leitor tem diante de si um trampolim ou plataforma de lançamento para o tema. O estudo está dividido em quatro seções: 1) Macroambiente de Negócios, com considerações sobre especificidades da multifacetada realidade sul-coreana de relevância para a decisão de entrada da empresa brasileira de serviços naquele mercado; 2) Quadro Atual para Negócios em Serviços, focalização do quadro geral apresentado na seção anterior com indicação não exaustiva dos subsetores de serviços nos quais as oportunidades de negócios são mais evidentes; 3) Facilidades e Entraves aos Negócios, seção na qual se discute a complexa geometria das complementaridades e dos entraves aos negócios em serviços Brasil-Cingapura e são apresentadas, à guisa de conclusão, recomendações práticas às empresas brasileiras; e 4) Estatísticas de Comércio Exterior e Outras Informações, com quantificação e qualificação 1 Inteligência comercial abrange a coleta e sistematização de informação relevante para a formulação de políticas públicas e para a redução do risco empresarial no que se refere à inserção em mercados. Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 2 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul numérica dos fluxos de comércio e investimentos entre os dois países e um extenso arrolamento de outras fontes de informação sobre oportunidades de negócios e temas conexos. No estudo, contemplam-se horizontes de negócios segundo a perspectiva brasileira. Esta está referenciada aos interesses do setor privado nacional tendo em perspectiva as políticas públicas para internacionalização das empresas brasileiras de serviços e para atração de investimento direto estrangeiro, tal qual foram definidas na Estratégia Brasileira de Exportação, na Política de Desenvolvimento Produtivo, no Programa de Aceleração do Crescimento e outros delimitadores de intervenção estatal no domínio econômico. Não obstante, há inúmeras referências ao interesse manifesto do governo e do empresariado coreanos, de forma a indicar à parte brasileira em que áreas a complementaridade de capacidades e propósitos é inequívoca e pode se constituir forte indutora de negócios. Qualquer menção a empresa, pessoa privada, acadêmico ou entidade de governo estrangeiro é feita apenas em caráter meramente informativo, não implicando abonamento por este Ministério. O leitor poderá manifestar críticas ou sugestões que possam contribuir para o aperfeiçoamento desse estudo encaminhando mensagem para [email protected]. Sumário Executivo A Coreia do Sul é a 13ª maior economia do mundo com PIB de US$ 1.342 bilhões pelo critério de paridade do poder de compra. Já o montante do PIB avaliado segundo o câmbio oficial é de US$ 947 bilhões, o que posiciona a Coreia do Sul como a 15ª maior economia do mundo. A população do país é de aproximadamente 48 milhões de habitantes. Os trabalhadores coreanos são excepcionalmente capacitados e produtivos. Quase 60% do PIB sul-coreano corresponde a serviços. Construção naval e logística são setores particularmente competitivos. O fluxo de comércio Brasil-Coreia do Sul é bastante expressivo em termos absolutos - US$ 8,5 bilhões em 2008, mas limita-se praticamente a bens. Tal fluxo representa 2,3% do total da corrente de comércio do Brasil com o mundo (US$ 371 bilhões). Em 2008, o estoque de investimento direto coreano no Brasil ultrapassou US$ 1 bilhão. O investimento coreano no País é quase todo alocado no setor primário (mineração) e secundário (setor automotivo e eletroeletrônicos). O investimento brasileiro na Coreia é insignificante. As atividades do Comitê Conjunto Brasil-Coreia do Sul de Promoção de Comércio e Investimentos e Cooperação Industrial devem contribuir significativamente para o incremento do comércio e investimento entre os dois países, inclusive no setor de serviços. As oportunidades de negócios mais evidentes se concentram nos seguintes setores: construção naval, franquias, serviços afeitos à tecnologias da informação e da comunicação, construção civil e engenharia. A Coreia do Sul é um mercado em ascensão, mas a maioria dos setores já começa a ostentar saturação de oferta. Assim, qualquer empresa que queira se inserir competitivamente nesse Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 3 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul mercado deverá oferecer produtos e serviços com nítido diferencial em termos de qualidade, preço ou condições de oferta. A inserção de empresa de serviços brasileira no mercado coreano não é tarefa das mais fáceis. Além da concorrência, há outros entraves: idioma, estrita e abrangente regulamentação doméstica, custos elevados, distância geográfica e outros. A inserção no mercado coreano exige meticuloso planejamento. Como as empresas e instituições coreanas têm limitada visibilidade na Internet em inglês, essa tarefa envolve certa dificuldade. Assim, não obstante as facilidades proporcionadas pela Apex-Brasil e pela Invest Korea, a empresa brasileira que queira se inserir no mercado coreano dificilmente poderá prescindir da ajuda de consultorias privadas especializadas no setor de atividade focado pelo exportador ou investidor brasileiro. Índice 1. Macroambiente de negócios ............................................................................................................................6 1.1. Território e Inserção Geográfica ..............................................................................................................6 1.2. População, Mercado Consumidor e Força de Trabalho.......................................................................9 1.3. Cultura .......................................................................................................................................................13 1.4. Infraestrutura ............................................................................................................................................16 1.5. Economia ..................................................................................................................................................18 1.5.1. PIB ..........................................................................................................................................................20 1.5.2. Outros Índices .......................................................................................................................................26 1.6. Regulamentação Doméstica ..................................................................................................................36 1.7. Proteção aos Direitos de Propriedade Intelectual ...............................................................................38 1.8. Tecnologia Industrial Básica - TIB .........................................................................................................38 1.9. Compras Governamentais......................................................................................................................39 1.10. Justiça, Litígios e Arbitragem Comercial ............................................................................................40 1.11. Formas Jurídico-Mercantis das Empresas ........................................................................................40 2. Quadro Atual para Negócios em Serviços..................................................................................................43 2.1. Comércio Exterior e Investimentos........................................................................................................43 2.2. Estrutura Empresarial e Principais Empresas .....................................................................................48 2.3. Feiras e exposições.................................................................................................................................51 2.4. Caracterização Geral do Setor de Serviços .........................................................................................52 2.5. Caracterização dos Subsetores de Serviços .......................................................................................52 2.5.1. Distribuição e Vendas ..........................................................................................................................52 2.5.2. Tecnologias da Informação e Comunicação - TICs ........................................................................55 2.5.3. Biotecnologia .........................................................................................................................................59 2.5.4. Serviços Terceirizados ao Exterior (Offshore Outsourcing) ...........................................................62 2.5.5. Engenharia e Construção Civil............................................................................................................64 2.5.6. Audiovisual e Produção Editorial ........................................................................................................69 2.5.7. Logística .................................................................................................................................................73 2.5.8. Construção Naval .................................................................................................................................74 Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 4 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul 2.5.9. Serviços Afeitos às Energias Renováveis.........................................................................................80 2.4.10. Mercado de Carbono .........................................................................................................................81 2.5.11. Serviços Ambientais...........................................................................................................................83 2.5.12. Serviços Afeitos à Indústria da Defesa............................................................................................84 2.5.13. Serviços Afeitos à Indústria Aeronáutica e Espacial .....................................................................84 3. Facilidades e Entraves aos Negócios.........................................................................................................88 3.1. Ásia-Pacífico: Área Preferencial de Projeção Econômica da Coreia ...............................................88 3.2. Complementaridade e Distância............................................................................................................93 3.2.1. Complementaridade .............................................................................................................................93 3.2.2. Distância.................................................................................................................................................97 3.2.3. Conclusões ..........................................................................................................................................100 3.3. Recomendações às Empresas Brasileiras ........................................................................................100 4. Estatísticas de Comércio Exterior e Outras Informações.....................................................................106 4.1. Estatísticas..............................................................................................................................................106 4.1.1. Fluxo Comercial Exterior de Serviços..............................................................................................107 4.2. Principais acordos firmados entre Brasil e Coreia do Sul ................................................................115 4.3. Outros Estudos e Apresentações de Interesse .................................................................................116 4.4. Endereços e Links Úteis .......................................................................................................................123 4.4.1. No Brasil...............................................................................................................................................123 4.4.2. Na Coreia .............................................................................................................................................126 Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 5 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul 1. Macroambiente de negócios 1.1. Território e Inserção Geográfica O território da Coreia do Sul ocupa a metade meridional da península coreana, prolongamento do continente asiático entre a China e o Japão. Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 6 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Fonte: The Economist O país localiza-se em posição privilegiada no nordeste da Ásia. É circundado por regiões economicamente entre as mais dinâmicas do continente: norte e nordeste da China, Sul do Japão e Extremo Oriente Russo. A única fronteira terrestre é com a Coreia do Norte, com a qual o volume de comércio e investimentos é de reduzida importância econômica. Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 7 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul A Coreia do Sul é um país pequeno: a distância entre Seul – localizada no extremo noroeste do território coreano e a segunda maior cidade – Busan ou Pusan, localizada no outro extremo sudeste do país, é inferior a 500 km. A despeito de não ser possível o trânsito rodoviário e ferroviário da Coreia do Sul com o restante do continente asiático (a fronteira com a Coreia do Norte é fechada), os portos e aeroportos do país estão excepcionalmente bem localizados e equipados para a logística de carga e passageiros no nordeste e leste da Ásia. Poderão vir a ser de grande utilidade para a distribuição de exportações brasileiras na região. Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 8 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Extraído de “Asia Pacific Business Outlook Conference”, U.S. Commercial Service Korea2 A respeito de oportunidades de negócios Brasil-Coreia no setor de logística, ver, neste estudo, Item 2.4.7. Logística. 1.2. População, Mercado Consumidor e Força de Trabalho A Coreia do Sul é um país superpovoado: em uma superfície pouco maior que o Estado de Santa Catarina, vivem quase 49 milhões de habitantes, quase o dobro da Região Sul do Brasil. A capital do país, Seul, é uma das maiores metrópoles do mundo com uma população de pouco mais de 10 milhões de habitantes (mais de 20 milhões se considerada a região metropolitana). Classificação 1 2 3 4 5 6 7 Área Metropolitana Tóquio Seul Cidade do México Nova Iorque Mumbai Jacarta São Paulo País Japão Coreia do Sul México Estados Unidos Índia Indonésia Brasil População (milhões) 32,5 20,6 20,5 19,8 19,2 18,9 18,9 Seul é considerada uma das cidades mais influentes e globalizadas do mundo: 2 http://www.hkchcc.org/korea.pdf Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 9 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Rank 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 City Best category (position in that category) New York City London Paris Tokyo Hong Kong Los Angeles Singapore Chicago Seul Toronto Washington, D.C. Beijing Business Activity and Human Capital (1st) Cultural Experience (1st) Information Exchange (1st) Business Activity (2nd) Business Activity and Human Capital (5th) Human Capital (4th) Business Activity (6th) Human Capital (3rd) Information Exchange (5th) Cultural Experience (4th) Political Engagement (1st) Political Engagement (7th) Fonte: Revista Foreign Policy3, outubro de 2008. Há, ainda, várias outras grandes cidades, a maioria ao longo do litoral. A Coreia do Sul figura entre os 25 países com mais alto Índice de Desenvolvimento Humano do Mundo – IDH, à frente de vários países da União Europeia como Portugal, República Tcheca, Hungria e Polônia4. Posição 1 8 11 15 16 19 21 22 23 25 País Islândia Japão França Estados Unidos Espanha Itália Reino Unido Hong Kong (SRA) Alemanha Coreia do Sul IDH (2006) 0.968 0.956 0.955 0.950 0.949 0.945 0.942 0.942 0.940 0.928 A população coreana é considerada jovem (cerca de 60% abaixo de 40 anos), mas em rápido processo de envelhecimento devido à baixa natalidade. No longo prazo, as consequências sociais e econômicas do envelhecimento da população e declínio demográfico podem vir a ser ainda mais graves do que no Japão, sociedade que já se depara com esse problema. 3 4 http://www.foreignpolicy.com/ Fonte: http://hdr.undp.org/en/mediacentre/news/title,15493,en.html Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 10 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Extraído de “The Odd couple”, artigo de The Economist publicado em 25/09/20085 A Coreia do Sul é considerada um dos países étnica e culturalmente mais homogêneos do mundo. As tabelas abaixo, extraídas de estudo do Fórum Econômico Mundial, apresentam a posição da Coreia do Sul, relativamente ao resto do mundo, em cada quesito referente direta ou indiretamente à força de trabalho. Os quadrados azuis assinalam os quesitos nos quais o país tem nítida vantagem comparativa. Quanto menor a numeração atribuída a um quesito, mais próximo está o país do topo da lista. Assim, o mercado de trabalho coreano é excepcionalmente bom no que se refere ao grau de qualificação da mão-de-obra. A relação entre o custo da mão-de-obra e a produtividade do trabalho é bastante satisfatória. No entanto, sob a perspectiva das empresas, o mercado de trabalho sul-coreano é ruim no que se refere à cooperação nas relações entre capital e trabalho e custos com a demissão de empregados. 5 http://www.economist.com/specialreports/PrinterFriendly.cfm?story_id=12237163 Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 11 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul A produtividade da força de trabalho empregado no setor terciário corresponde à metade da produtividade no setor secundário, certamente em virtude da menor utilização de máquinas e equipamentos6. Na Coreia do Sul a força de trabalho industrial está organizada em sindicatos muito ativos. No passado, não raro ocorriam greves e embates de rua motivados por reivindicações trabalhistas. No presente, a elevação da taxa de desemprego erodiu consideravelmente a capacidade de mobilização dos sindicatos, que nunca chegou a ser muito forte no setor terciário. O Ministério do Trabalho da Coreia do Sul disponibiliza na Internet extenso relatório em que executivos de empresas estrangeiras, inclusive do setor de serviços, relatam como têm se adaptado às dificuldades das relações trabalhistas na Coreia e às especificidades culturais do país com impacto direto nas relações capital-trabalho: Report on the Successful Labour-Management in Foreign Invested Firms in Korea 20087. Não obstante as dificuldades mencionadas acima, a ampla disponibilidade de profissionais qualificados pode se constituir num forte atrativo para empresas de serviços focadas em atividades de alta agregação de valor e que envolva conhecimento técnico-científico especializado como tecnologias da informação e da comunicação, biotecnologia, engenharias etc. Extraído de “France Welcomes Investment and Talent” – Agência Francesa para o Investimento Estrangeiro 8 6 http://www.wto.org/english/tratop_e/tpr_e/tp304_e.htm http://www.investkorea.org/InvestKoreaWar/work/ik/eng/lr/lr_main.jsp?num=2 8 http://www.invest-in-france.org/uploads/files-en/09-02-11_141641_090211_France_welcomes_MAJ_jan09_web.pdf 7 Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 12 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Segundo executivo da 3M Korea: “What makes Korean an attractive investment market can be easily explained by a comparison with its neighboring countries, first, management of intellectual property rights is more stable in Korea than in China. Korea is a market you can secure patent rights and take full advantage of the new technology. If your company’s management strategy is oriented toward 'high-quality productivity,' rather than 'cheap labor' as in China, you’ll instantly see that the Korean market servers the goal far better. For instance, the R&D expenses in 3M Korean is about half that of Sumitomo 3M Japan Ltd. but in terms of annual revenue, it is not the Japanese joint venture but the Korean corporation that ranks among the highest of 3M's 60 subsidiary companies worldwide. This proves that Korea has an extraordinary potential for high productivity and sales." Ele também louva a habilidade e dedicação dos trabalhadores coreanos: "Thanks to the world's top degree of enthusiasm for education, Korean workers have excellent ability to acquire skills and business knowledge. This is a critical factor for any global leading company considering an overseas investment. Other irresistible charms of the Korean market include creative marketing and employee loyalty. In short, Korea has one of the best pool or human resources in the world."9 O Escritório Econômico e Comercial da Espanha em Seul publicou em junho de 2008 guia de negócios sobre a Coreia do Sul. Nele, o leitor poderá obter informações mais detalhadas sobre mercado de trabalho do país10. Na cidade de São Paulo há uma comunidade muito ativa de imigrantes coreanos em pequenos negócios, especialmente fabricação e comércio de vestuário11. Em 2008, a Coreia do Sul superou o Japão entre os países da OCDE com maior taxa de suicídios. Em todo o mundo, apenas Guiana, Hungria, Eslovênia e ex-integrantes da extinta União Soviética apresentam taxas ainda piores12. 1.3. Cultura A cultura de fundo de uma determinada sociedade está, em maior ou menor medida, espelhada no modus operandi das empresas, tanto no que se refere a práticas e organização internas, quanto no relacionamento das empresas entre si e com outros agentes de mercado. Esses podem ter percepções e reações culturalmente condicionadas muito específicas. Nesse aspecto, a Coreia do Sul diferencia-se fortemente de outros países desenvolvidos de cultura ocidental, mas assemelha-se em vários aspectos à Coreia do Sul e a outros países de cultura confuciana. De fato, para as empresas brasileiras esse é um fator adicional de dificuldade para entrada e atuação no mercado de serviços coreano, tópico desenvolvido no item 3.2.2. Distância deste estudo. A capacidade de comunicação intercultural é a habilidade de comunicar-se de forma ótima com pessoas de outras culturas tendo em conta as necessidades básicas para ter êxito: entendimento do comportamento e da mentalidade dos outros. Essa capacidade é particularmente importante para as empresas de serviços, haja vista a estreita interação empresa/consumidor na maioria dos subsetores de serviços. 9 http://www.investkorea.org/InvestKoreaWar/work/ik/eng/lr/lr_main.jsp?num=2 http://www.comercio.mityc.es/tmpDocsCanalPais/7A93D1BD4AA76EE2FFE418ACA6AA7F6E.pdf 11 http://www.labeurb.unicamp.br/elb/asiaticas/leiamais_coreano.html 12 http://english.hani.co.kr/arti/english_edition/e_national/158160.html 10 Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 13 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Empregar algum tempo para conhecer algo sobre a cultura de um país, antes de lançar-se aos negócios, é um esforço que vale a pena. Quem compreende a cultura de fundo de uma sociedade tem mais chances de sucesso no contato inicial e no longo prazo. Seguem-se alguns comentários que, conquanto genéricos e subjetivos, podem constituir uma introdução eventualmente útil a aspectos da cultura coreana relevantes num ambiente de negócios. A civilização coreana é de matriz confuciana, doutrina que valoriza o cumprimento do dever, a ordem, a observância da hierarquia, a harmonia social e a autodisciplina, valores que permeiam a cultura corporativa da Coreia. Segundo o Professor Paul Harbing, especialista em comunicação intercultural no ambiente corporativo, “Confucianism gives a high importance to the hierarchy and role of individuals to maintain harmony in society and within the organization. It is inevitable, in order to succeed with many East Asian culture, that businesspersons should become familiar with the teachings of Confucius. A basic understanding of the philosophy will go along way in understanding what is expected of both parties evolved in a relationship. [...] The foundation of the relationship on a personal level will be the key to starting a business relationship. This can only be done through frequent personal contact and the developing of trust between the people involved”13. Juntamente com o confucionismo, o país partilha com o Japão, China e Vietnã a influência do budismo enquanto conformador de mentalidade e atitudes. No entanto, diferentemente do que ocorreu em outros países asiáticos (com exceção das Filipinas, submetida a 300 anos de colonização espanhola), a penetração do cristianismo foi profunda: mais de 50% da população declara-se seguidora dessa religião, a maioria afiliada a denominações de matriz calvinista. Nesse contexto, amplas camadas da população sul-coreana assimilaram valores da chamada “ética protestante” como extrema valorização do trabalho, parcimônia nos gastos e obsessão pela poupança que foram importantes para a expansão do capitalismo na Coreia do Sul. O Ministério do Trabalho da Coreia do Sul disponibiliza na Internet extenso relatório em que executivos de empresas estrangeiras, inclusive do setor de serviços, relatam como têm se adaptado às dificuldades das relações trabalhistas na Coreia e às especificidades culturais do país com impacto direto nas relações capital-trabalho: Report on the Successful Labour-Management in Foreign Invested Firms in Korea 2008. Dele consta a seguinte declaração de executivo da Renault Samsung Motors: "Foreign investors` unable to comprehend Korean culture is the primary reason for failure in the Korean market. For instance, one typical example of unique Korean culture is dining-out after work hours. Europeans, who are more independent and family-oriented, did not understand Koreans getting together with their colleagues after work for dinner and drink. Koreans believe that talking over drinks and forging bonds is as essential as formal discussions between labor and management in building trust. Korean managers had to work hard to help their French counterparts understand this".14 Nas empresas, há uma grande diferenciação entre cada nível hierárquico. Nesse sentido, coreanos e brasileiros têm em comum a propensão a considerar “naturais” pronunciados desníveis de remuneração e de atribuição de poder no ambiente empresarial (respectivamente, pontuação 60 e 69 na escala de Hofestede15 que vai de 1 a 120). Os coreanos são bem mais afeitos ao trabalho em grupo do que os brasileiros, valorizam menos a iniciativa individual e são menos afeitos a incorrer em riscos. 13 http://www.geocities.com/Athens/Delphi/9158/paper9.html http://www.investkorea.org/InvestKoreaWar/work/ik/eng/lr/lr_main.jsp?num=2 15 Geert Hofestede é um influente cientista social especializado na interação entre culturas nacionais ou regionais e culturas organizacionais, que tende a se conformar segundo padrões bastante persistentes no tempo. Hofestede formulou o chamado Modelo das Cinco Dimensões http://www.clearlycultural.com/geert-hofstede-cultural-dimensions/. 14 Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 14 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul País Coreia do Sul China Japão Brasil EUA PDI 60 80 54 69 40 IDV 18 20 46 38 91 MAS 39 66 95 49 62 UAI 85 40 92 76 46 PDI: power distance index (valorização da hierarquia), IDV: individualism (aversão ao trabalho em equipe), MAS: masculinity (valorização da proatividade individual), UAI: uncertainty avoidance index (aversão ao risco). Na Coreia, as pessoas de meia-idade geralmente têm limitados conhecimentos de inglês. Assim, é bastante recomendável a contratação de intérprete para que os contatos de negócios transcorram sem problemas de comunicação16. Numa cultura de negócios orientada para relacionamentos duradouros e para a acomodação de conflitos, como a coreana, o contrato é encarado apenas como uma espécie de carta de intenções, livre de limitações e obrigações a serem cumpridas rigorosamente. Quando um contrato é elaborado entre duas empresas locais, o documento é visto como o resumo de um longo processo de negociação entre as partes. Mesmo após a assinatura, o contrato é considerado renegociável. Através de estruturadas junto a executivos de empresas coreanas estabelecidas no Brasil, Gilmar Masiero17, professor da Universidade de São Paulo especialista em relações econômicas BrasilCoreia, sugere haver problemas de ordem cultural entre os quadros administrativos e técnicos provenientes da matriz e os quadros administrativos e trabalhadores brasileiros. As transcrições a seguir são ilustrativas: “[…] não compreende por que não pode reduzir salários, não pode compreender também porque não tem autoridade para diferenciar desempenho. Percebe a maioria dos trabalhadores brasileiros como preguiçosos e não dedicados ao trabalho de forma intensiva. Reconhece que os mesmos não têm amor para com a empresa, pois o empresário brasileiro demite muito facilmente. Não concebe o porquê de exatamente 8 horas de trabalho diário. Na Coreia não tem limite fixo. […] Contrastando seu país com o Brasil, diz que poucos brasileiros falam inglês ou qualquer outro idioma estrangeiro. Os coreanos em geral gostam de aprender e além de serem diligentes, trabalham muito. Na Coreia, os trabalhadores são mais responsáveis para com as atividades programadas, já os brasileiros dizem sim mesmo quando não podem ou não sabem fazer a atividade solicitada”.18 No estudo “A economia coreana: características estruturais”, o Professor Gilmar Masiero afirma: “os sul-coreanos [...] parecem ter superado os japoneses no que diz respeito a extensivas e intensivas horas de trabalho. Acredita-se que a orientação social ao trabalho árduo é devida a vários fatores, entre os quais o espírito nacionalista de tornar-se uma grande nação, a exemplo das resistências passadas as muitas invasões [...]. Tenacidade para enfrentar tempos difíceis criou uma peculiar psyche denominada han. [...] este complexo estado psicológico é causado pelos sentimentos de rancor, remorso, vingança, pesar e desastre, somente aliviados, segundo esses autores, quando colocados a serviço da melhoria das condições de vida da sociedade coreana. Outra importante característica do comportamento sul coreano em relação ao trabalho é seu longo e competitivo processo de formação escolar. Para conseguir entrar nas melhores universidades e dessa forma conseguir emprego melhor remunerado nas maiores empresas do país, familiares e professores pressionam os estudantes para a auto-disciplina e 16 http://www.hkchcc.org/korea.pdf http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4723125Y9 18 Empresas Coreanas no Brasil: Dificuldades e Impactos da Crise Asiática http://www.ajlas.org/v2006/paper/1998vol11no206.pdf 17 Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 15 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul esforço concentrado nas atividades escolares, quer em classe, quer nas muitas extra-classe. Doze ou mais horas de estudos diários [...] condicionam os estudantes e futuros trabalhadores a longas jornadas de trabalho. Memórias dos tempos de guerra, o relevo montanhoso, a grande densidade demográfica, só superada por Bangladesh, invernos severos e poucos recursos naturais para subsistência também são normalmente apontados como motivadores ao trabalho árduo e continuo. Este espírito de superação individual e coletivo é também percebido no sentimento ou vontade de “vencer o Japão” em indicadores de desempenho ou mesmo na expressão coreana muito popular pali, pali que significa depressa, depressa”19. Nos últimos anos, a cultura coreana tem sido objeto de mercantilização no exterior. De fato, produtos da indústria cultural sul-coreana (filmes, séries televisivas, quadrinhos) têm sido amplamente exportados para vários países, favorecendo a difusão da cultura coreana. Esse processo é comumente denominado em inglês de “Korean wave” ou “Korean fever”. Se o entusiasmo com que tem sido acolhida a “Korean wave” é fenômeno passageiro ou se levará à consolidação de um “soft power”20 coreano é questão ainda em aberto. Mas é fato que a Coreia do Sul já em 2008 ocupava a nona posição entre os maiores exportadores de produtos da indústria cultural21. 1.4. Infraestrutura A Coreia ocupa da 18ª posição, em ranking de 134 países, em dados relacionados à infraestrutura, segundo critérios do Fórum Econômico Mundial. A infraestrutura ferroviária é de excelente qualidade. Há trens de alta velocidade ligando Seul a outras grandes cidades. Cogita-se que empresas sul-coreanas venham a participar da licitação para o estabelecimento de linha ferroviária de alta velocidade entre Campinas e Rio de Janeiro. A maioria dos produtos comprados pela Coreia do Sul no exterior chega ao país por via marítima. O país conta com vários portos bem equipados e com facilidades para armazenagem. Destacam-se os portos de Busan (o quinto do mundo em movimentação de carga) com excelente infraestrutura, segurança e eficiência. Nenhum ponto do território sul-coreano está a mais de algumas poucas centenas de quilômetros de um porto bem aparelhado para o transporte transoceânico. 19 http://www.pucsp.br/geap/artigos/art6.PDF “Soft power” refere-se à capacidade de se obter vantagens políticas ou comerciais por meio da cooptação e atração, sem necessidade de desembolsos extraordinários ou recurso à força (hard power). O soft power de um país apóia-se em três fatores: cultura no que se refere à atratividade desta no exterior, valores políticos no que se refere a coerência entre discurso e prática e política exterior no que se refere á sua legitimidade e prestígio moral. http://hbswk.hbs.edu/archive/4290.html 21 http://www.koreatimes.co.kr/www/news/special/2008/05/180_23641.html 20 Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 16 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul O aeroporto de Incheon, a 60 km de Seul, é o segundo maior do mundo em volume de cargas. Ranking 1st Place Best Airport Worldwide Best Airport by Best Airport by Size Region (25-40 million) (Asia-Pacific) Incheon Airport Incheon Airport Incheon Airport 2nd Place Singapore Singapore Singapore 3rd Place Hong Kong Hong Kong Minneapolis St.Paul Airport People Awards Asia: Incheon Europe: Southampton North America: Halifax ※ Airport People Award is only given to top airports on 3 continents with the greatest number of flight routes. Fonte: Airports council International22 O gráfico permite visualizar, no essencial, a infraestrutura de transporte da Coreia do Sul voltada para o comércio exterior: portos e aeroportos localizados nas proximidades de zonas de processamento de exportações, tudo interligado por linhas de trens expressos de categoria internacional: Notas: FEZ são zonas de processamento de exportações (free economic zone) KTX: sistema de trens de alta velocidade Extraído de Extraído de “Foreign Direct Investment and the Korean Economy: Investing in Korea”, estudo elaborado por Invest Korea23 22 23 http://www.airport.kr/notice/NoticeView.iia?functioncode=46&bulletinid=4994 http://www.investkorea.org/InvestKoreaWar/work/ik/eng/lr/lr_main.jsp Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 17 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Em virtude da grande expertise das empresas coreanas de engenharia na construção e manutenção de infraestrutura viária e portuária, há vivo interesse na alocação de investimentos coreanos em projetos no Brasil, assunto discutido em mais detalhe no item 2.5.5. Engenharia e Construção Civil. A respeito de oportunidades de negócios Brasil-Coreia no setor de logística, ver, neste estudo, item 2.4.7. Logística. 1.5. Economia O modelo de capitalismo sul-coreano caracteriza-se pela forte intervenção do Estado no domínio econômico. Grandes projetos estruturantes são concebidos e implementados ao longo de vários anos, de forma a promover a lucratividade do setor produtivo, a competitividade das empresas coreanas no país e no exterior e a estabilidade social. Este último é tema muito sensível na Coreia do Sul, país que, além de estar situado na linha de fratura ideológica mais conflituosa do mundo, vivencia, dentro de suas fronteiras, latente confrontação entre o capital e o trabalho e outros agudos problemas sociais (desemprego, baixa natalidade, etc). Há meros 50 anos, a Coreia do Sul era um dos mais atrasados países do mundo, com uma economia agrária rudimentar, uma população com taxa de analfabetismo superior a 70%, praticamente sem recursos naturais dignos de registro e um PIB per capita de apenas US$ 100. Hoje a Coreia é um país rico, com um PIB de quase US$ 1 trilhão e PIB per capita de US$ 27 mil. Essa extraordinária evolução ficou conhecida como o “milagre às margens do rio Han” (referência ao rio que atravessa Seul). A análise do desenvolvimento coreano costuma ser dividida em duas fases, a da industrialização, ocorrida do fim dos anos 50 até meados da década de 80, e a da economia do conhecimento que se estende do fim dos anos 80 até o presente. É importante comparar os desempenhos de Brasil e Coreia nestas duas fases e tentar tirar lições das políticas usadas pelos dois países. Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 18 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Ao término da guerra que resultou na divisão da Península Coreana, a Coreia do Sul, a partir de 1955, realizou um amplo programa de reforma agrária e de alfabetização. No início dos anos sessenta foi lançado um programa de desenvolvimento baseado em planos quinquenais, com forte liderança governamental. Os dois primeiros planos, cobrindo o decênio 1962-1971 foram dedicados ao desenvolvimento da produção industrial leve, fortemente intensiva em mão-de-obra, como tecelagem, calçados etc. O terceiro plano quinquenal, que vigorou de 1972 a 1976, foi montado já sob a influência do primeiro choque do petróleo. Tanto este quanto o plano que se seguiu, o de 1977 a 1981, foi dedicado ao desenvolvimento da indústria pesada: aço, construção naval, equipamentos de transporte e indústria química. O sucesso do desenvolvimento coreano deveu-se a uma inteligente mistura de controle governamental e incentivo à atividade privada, dentro de parâmetros e objetivos rigidamente definidos pelo planejamento central. Os capitais necessários aos investimentos provieram basicamente de poupança interna e de empréstimos internacionais cuja captação era orientada pelo governo que detinha o controle do sistema bancário e orientava os empréstimos. A participação do investimento direto estrangeiro - IDE foi mínima: a entrada de IDE era rigidamente controlada pelo governo, havendo setores da economia em que eles eram totalmente proibidos. Além de dar suporte a empresas focadas em um único segmento de atuação, o governo coreano fomentou a criação de grandes conglomerados industriais (chaebol) de atividade diversificada, cujo porte oferecia condições para a entrada em setores intensivos em capital. O foco do desenvolvimento era a exportação para conseguir os dólares necessários à importação de tecnologia, máquinas e equipamentos. A importação de bens de consumo supérfluos era fortemente desencorajada. Medidas protecionistas foram amplamente utilizadas para resguardar da competição externa as indústrias nascentes, durante o prazo necessário para sua maturação. O governo exerceu um permanente controle do câmbio mantendo a moeda nacional desvalorizada como forma de subsidiar as exportações e proteger a indústria local da concorrência externa. A proteção à propriedade intelectual era fraca, como convinha ao seu nível de desenvolvimento e a engenharia reversa e a compra de fábricas prontas no exterior eram os modelos mais adotados para absorver tecnologia. O governo participava ativamente da seleção das tecnologias que deveriam ser importadas. A admiração mundial pelo sucesso coreano em áreas de maior sofisticação tecnológica é relativamente recente, mas as raízes deste sucesso estão plantadas firmemente no passado e não fogem ao modelo de estreita colaboração público-privada sob planejamento governamental que caracteriza todo o desenvolvimento coreano. Já em 1967 a Coreia criava seu Ministério da Ciência e Tecnologia e colocava ênfase na preparação de mão-de-obra especializada. Paralelamente ao MCT coreano foram criados 15 institutos de pesquisa governamentais, posteriormente reagrupados em apenas nove. Estes institutos são responsáveis pela criação ou aperfeiçoamento de tecnologias e posterior repasse ao setor privado. Funcionaram a princípio apenas com recursos estatais, mas hoje boa parte de suas receitas provêm do setor privado. O segundo choque do petróleo e a posterior crise financeira mundial de 1981 parecem ter sido catalisadores de mudanças no planejamento governamental coreano. A heterodoxia dos instrumentos básicos de política industrial - planejamento central, orientação para exportações, controle cambial, incentivos, subsídios, etc. - continuou a mesma, mas a partir do 5º plano Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 19 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul quinquenal, de 1982 a 1987, o foco muda: a ferramenta básica passa a ser o conhecimento tecnológico e os objetivos são a microeletrônica e a indústria da informação. Em 1988 entra em vigor o 6º plano quinquenal que adiciona novos materiais, biotecnologia e indústria aeronáutica às prioridades. A ênfase em ciência e tecnologia é marcante nas metas fixadas: elevar o número de cientistas e engenheiros de 10 para 30, por cada 10 mil habitantes, em 1991; aumentar os gastos em P&D para 3% do PIB em 1991 e para 5% do PIB em 2001. Em 1995, ao final da Rodada Uruguai, o PIB per capita da Coreia atinge US$ 10 mil, limiar do desenvolvimento. Em 1996, a Coreia entra para a Organização para o Desenvolvimento e Cooperação Econômica - OCDE e começa, paulatinamente, a mudar seus objetivos estratégicos e forma de atuação. Suas empresas passam a ser orientadas não apenas a exportar, mas para investir também além fronteiras, com atuação multinacional. O foco do desenvolvimento voltase decididamente para a alta tecnologia, agora sob a orientação da Creative Research Initiative CRI, lançada em 1997 e cujo mote é da imitação para a inovação. O Projeto Han, de Highly Advanced National, é um projeto interministerial de desenvolvimento científico e tecnológico que almeja tornar a Coreia um gerador de novas e sofisticadas tecnologias, com um foco em produtos e outro em desenvolvimento de conhecimentos básicos. Em 2001, a biotecnologia se incorpora aos alvos estratégicos prioritários, ao lado da robótica, da nanotecnologia e do programa espacial e aeronáutico o qual prevê o lançamento de nada menos que 17 satélites até o ano de 2015. De fato, o desenvolvimento da Coreia baseou-se em poupança interna e empréstimos, incentivando-se o IDE apenas em áreas muito restritas. Como resultado desta opção, a Coreia saiu da primeira fase com uma indústria nacional controlada por coreanos – Hyunday-Kia, LG, Samsung, Daewoo etc - apta a entrar com objetivos próprios no jogo da globalização. Em outros países, ao contrário, a maior parte da indústria de ponta está sob o controle de capitais externos. Esses países entram na era da globalização numa posição de dependência estratégica em relação a objetivos industriais traçados fora de suas fronteiras. Na fase seguinte, a Coreia muda o foco, mas não sua orientação heterodoxa no manejo dos instrumentos econômicos, alargando ainda mais a diferença relativamente a países que, por razões várias, permaneceram numa posição subalterna relativamente à divisão internacional do trabalho24. Tendo atingido um considerável grau de desenvolvimento econômico e social, nos últimos anos a Coreia vem paulatinamente reduzido as imposições do dirigismo estatal e se reestruturado segundo um modelo de capitalismo livre-concorrencial mais ao estilo japonês ou europeu. 1.5.1. PIB A Coreia do Sul é um dos quatro “Tigres Asiáticos”, juntamente com Taiwan, Hong Kong e Cingapura. Esses países ou territórios apresentam características políticas, sociais e econômicas muito peculiares. Notabilizam-se por altíssimas taxas de desenvolvimento econômico do início dos anos sessenta até 1997. 24 http://www.protec.org.br/noticias.asp?cod=841 Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 20 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Na tabela abaixo, verifica-se que o PIB coreano é o 13º maior do mundo quando medido pela paridade do poder de compra da moeda local frente ao dólar - critério relevante para a empresa que venha a se estabelecer no país. De fato, o PIB calculado por esse critério denota a dimensão do mercado local com os consumidores adquirindo bens e serviços produzidos localmente. Na mesma tabela, verifica-se que, quando a moeda local é referenciada ao dólar pelo câmbio oficial, o PIB coreano é o 15º maior do mundo - critério relevante para a empresa que venha a exportar para o país. O PIB calculado por esse critério denota a dimensão do mercado local com os consumidores adquirindo bens e serviços segundo seu poder aquisitivo em dólar. Em outras palavras, denota a capacidade do país de operar no comércio internacional como importador. O PIB sul-coreano é maior do que o PIB conjunto dos outros “tigres asiáticos” (Taiwan, Hong Kong e Cingapura), mas constitui apenas uma fração do PIB da China e Japão. Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 21 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul PIB pelo Câmbio Oficial e pela Paridade de Poder de Compra Coréia do Sul e Países Selecionados - US$ bilhões (2009) Fonte: Fundo Monetário Internacional, World Econom ic Outlook Database, Abril 2009 7.916 8.000 6.000 4.924 4.402 4.354 4.000 1.573 1.981 2.000 1.342 947 182 239 216 307 393 711 il ra s B an Ta iw on g K on g C PIB pelo Câmbio Oficial H in ga pu ra or ei a C hi na C Ja pã o - PIB pela Paridade de Poder de Compra Fonte: FMI – Elaboração: DECOS/ SCS/MDIC Nos últimos anos, a economia coreana tem crescido a taxas significativamente modestas. As cifras a seguir refletem a evolução de crescimento econômico da Coreia (números pertinentes ao Brasil entre parênteses): 2,8% em 2003 (1,1%), 4,6% em 2004 (5,7%), 4,0% em 2005 (3,2%), 5,2% em 2006 (4,0%) 5,1% em 2007 (5,7%) e 2,2% em 2008 (5,1%) prevendo-se queda de 4,0% para 2009 (Brasil: -1,3%) 25, grande parte em função do agravamento da crise econômica internacional. A escalada da crise financeira global, iniciada no segundo semestre de 2008, atingiu duramente a Coreia. O FMI estima pequena e gradual recuperação econômica em 2010. A tabela abaixo evidencia que o PIB per capita coreano está consideravelmente abaixo da média dos demais Tigres. Ainda assim, corresponde a mais de 2 vezes o PIB per capita brasileiro e 5 vezes o da China. A Coreia do Sul atingiu alto nível de desenvolvimento econômico com excelente distribuição de renda: enquanto na Coreia o índice de Gini relativamente à concentração de renda tem oscilado, nos últimos anos, em torno de 0,31, no Brasil tem sido da ordem de 0,57, ainda que com tendência decrescente26 25 26 World Economic Outlook Update, jul. 2009. Disponível em: http://www.imf.org/external/pubs/ft/weo/2009/update/02/pdf/0709.pdf http://hdrstats.undp.org/indicators/147.html Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 22 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul PIB per capita pela Paridade de Poder de Compra (PPC) Coréia do Sul e Países selecionados - US$ - 2009 Fonte: Fundo Monetário Internacional, World Economic Outlook Database, Abril 2009 51.142 55.000 43.811 45.000 34.100 35.000 30.881 27.647 25.000 15.000 10.326 5.963 5.000 an iw Ta ap u in g C C do or éi a ra Su l ão H on g Ja p Ko n a C hi n il Br as g -5.000 Fonte: FMI – Elaboração: DECOS/ SCS/MDIC O quadro abaixo reflete a evolução de alguns dados macroeconômicos da Coreia, segundo a Economist Intelligence Unit. Para efeito comparativo, apresentam-se os mesmos dados relativos ao Brasil. Dados referentes à Coreia Dados referentes ao Brasil Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 23 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul O Goldman Sachs, maior banco privado de investimentos do mundo, cunhou a sigla BRICs em 2005 para designar os países emergentes com maior peso impacto sobre a economia global. Em 2007, Goldman Sachs propôs a expressão “Next Eleven” para identificar outros países emergentes de grande população com excepcional potencial de crescimento, BRICs em menor escala, dentre os quais se inclui a Coreia. De fato, segundo Goldman Sachs, a Coreia deve firmar posição entre as economias de destaque nas próximas décadas, como evidenciam os gráficos abaixo, relativos a dois horizontes temporais27: 27 http://www.chicagobooth.edu/alumni/clubs/pakistan/docs/next11dream-march%20'07-goldmansachs.pdf Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 24 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Em termos de renda per capita, nos dois horizontes temporais considerados (2025 e 2050), a Coreia do Sul estará muito próxima do topo da escala. Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 25 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Atente-se que apreciação dessas projeções deve ser feita com reserva, pois refletem expectativas anteriores à eclosão da crise econômica em curso, de duração e efeitos de longo prazo ainda indeterminados. Há indícios de que pesará mais sobre economias fortemente dependentes de exportações de bens de consumo relativamente supérfluo, como é o caso da Coreia (automóveis e eletrônicos), do que sobre países emergentes com amplos mercados internos e sólidos fundamentos macroeconômicos como o Brasil. Goldman Sachs elaborou as referidas projeções antes da descoberta das vastíssimas reservas de hidrocarburetos da chamada “camada pré-sal”, cuja exploração deve vir a ser um forte motor de crescimento da economia brasileira nos próximos anos. 1.5.2. Outros Índices Diversos relatórios, elaborados por bancos de investimentos, fundações privadas, entidades multilaterais etc, procuram captar e expressar aspectos do ambiente de negócios de relevância para a decisão de entrada de grandes empresas em mercados estrangeiros. Alguns desses relatórios pecam ou por considerar apenas poucas das muitas dimensões conformadors do ambiente de negócio de qualquer país ou por avaliar essas dimensões segundo um viés excessivamente referenciado ao capitalismo laissez-faire ou por franca insuficiência metodológica, como é o caso do Ease of Doing Business, do Banco Mundial, que, infelizmente, tem sido objeto de grande alarde pela mídia brasileira28. A Agência Francesa para a Promoção 28 Em sucessivas edições, o “Ease of Doing Business - EDB” tem aduzido informações distorcidas e desatualizadas referentes às condições para realização de negócios no Brasil. Isso se deve a problemas existentes na metodologia de coleta de dados e na construção de comparativos internacionais relativos às diversas dimensões avaliadas pelo EDB – em especial, à informação referente aos prazos para abertura e legalização de empresas. Essa última, no entender da SCS/ MDIC, está eivada de inconsistências metodológigas tão gravosas a ponto de desqualificá-la para a composição do retrato fiel da dimensão “starting a business” no Brasil. Também o Independent Evaluation Group – IEG equipe de auditoria interna do Banco Mundial, manifestou, no relatório “Doing Business: an Independent Evaluation, aguda preocupação com a insuficiência metodológica do “Doing Business” e com a forma pela qual os indicadores das dimensões avaliadas (Ease of Doing Business Indicators) são divulgados. Em consonância com o parecer do IEG, esta Secretaria insiste que a validade dos Indicadores fica condicionada a quão representativo, confiável e objetivo seja o processo de obtenção, registro e análise das informações concernentes às dimensões facilitadoras da realização de negócios. Ainda em linha com o IEG, a SCS/MDIC salienta que a forma pela qual o “Doing Business” tem trazido a público seus resultados, supervaloriza a simplicidade em detrimento do rigor, com sério comprometimento de sua relevância, confiabilidade enquanto parâmetro internacional útil para o investidor nacional e estrangeiro. No tocante ao caso específico do Brasil, a avaliação desta Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 26 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul do Investimento Estrangeiro disponibiliza na Internet estudo aprofundado sobre a matéria: “The Reality of International Reports and Scoreboards”29. Os relatórios emitidos pelo International Institute for Management Development – IMD30, entidade sediada na Suíça, e pelo Fórum Econômico Mundial31 são reputados como os de mais abrangência, isenção e rigor metodológico. O IMD publica o Anuário Mundial da Competitividade - WCY. Segundo o WCY, a Coreia do Sul está posicionada na 27ª posição no ranking mundial32. Para fins comparativos, segue tabela com a posição relativa do Brasil e de outros países no referido índice do IMD. Secretaria é ainda menos complacente para com os vícios do referido levantamento do que o IEG. Na visão da SCS/MDIC, o reduzidíssimo número de informantes (lembre-se de que tais informantes são apenas quatro bancas de advocacia de São Paulo, cuja clientela move ações contra entidades de governo); o evidente conflito de interesses e a parcialidade desses informantes agridem a mais elementar metodologia de coleta e análise de dados, tornando os números pertinentes ao País absolutamente insignificantes, tanto em termos absolutos quanto em comparação com outros países. Ademais, os resultados do levantamento do “Doing Business” são divulgados de maneira imprópria: fomentam não o debate e diálogo isento e objetivo, e, sim, a desinformação e a subjetividade entre as partes interessadas, com onerosos gravames para o País. A divulgação dos resultados do levantamento, tal qual tem sido feita pelo “Doing Business” dá azo não só à desorientação dos formuladores de políticas públicas, mas também pode confundir o empresário nacional e afugentar o potencial investidor estrangeiro. 29 http://www.invest-in-france.org/uploads/files-en/07-0625_144810_pub_20060927_en_reality_of_international_reports_and_scoreboards.pdf 30 http://www.imd.ch/ 31 http://www.weforum.org/en/index.htm 32 A posição do Brasil no ranking em 2009 (40ª) subiu três posições relativamente a 2008, o que sobrevaloriza o País num contexto de aguda recessão econômica mundial. Fonte: artigo publicado n’ O Estado de S. Paulo em 20/05/2009. Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 27 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 28 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Já o Índice de Competitividade Global33, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial, concede pontuação 5,28 à Coreia, posicionando o país abaixo de Cingapura e Hong Kong, mas no mesmo nível das grandes economias da Europa. Índice de Competitividade Global (GCI) Coréia e Países selecionados: (Fonte: World Econom ic Forum - 2008 - 2009) 7 5,53 5,38 5,33 5,28 5,22 4,70 5 4,33 4,13 Índia (50º) Brasil (64º) 3 1 Cingapura (5º) Japão (9º) Hong Kong (11º) Coréia (13º) Taiw an (17º) China (30º) A Coreia do Sul, em seu 13º lugar, alcançou esta destacada posição por atributos tais como sua estabilidade macroeconômica e um inovador setor de negócios. O ambiente macroeconômico sul-coreano é caracterizado por um excedente orçamentário governamental, que contribuiu para a diminuição da dívida pública, uma alta taxa de poupança nacional e uma baixíssima taxa de juros (em 3° lugar neste quesito). O país é também altamente inovador, com elevado gasto das empresas em P&D, e um forte foco governamental na procura por produtos tecnologicamente avançados (2° lugar), o que contribuiu para a classificação do país como um dos mais inovadores do mundo (7° lugar em número de patentes). A competitividade sul-coreana seria fortalecida ao corrigirem-se alguns problemas existentes, mais notadamente, ineficiência nos sistemas financeiro e trabalhista. A competitividade da economia sul-coreana deriva fundamentalmente da aplicação intensiva de tecnologias inovadoras a todas as etapas do processo produtivo, distribuição e consumo (tanto tecnologias de produção quanto tecnologias de gestão). Por consequência, há maximização da eficiência na utilização dos fatores de produção, assim como a possibilidade de oferecer ao mercado produtos e serviços de qualidade diferenciada da concorrência estrangeira (embora nem sempre competitivos em termos de preço). Vários outros fatores também contribuem significativamente para a competitividade das empresas sul-coreanas, a saber: economia de escala e de escopo; relevante mercado interno com alto poder aquisitivo; acesso imediato aos mercados da Ásia; alto grau de transnacionalização; conglomerados (chaebol) sul-coreanos em posição proeminente em algumas cadeias produtivas globais que envolvem intenso comércio internacional de insumos (indústria automobilística, construção naval, eletroeletrônicos etc), havendo filiais de empresas sul-coreanas em todas as grandes economias e em todos os continentes; alto grau de integração entre pesquisa acadêmica e setor produtivo; alta qualificação da mão-de-obra; excelente infraestrutura de transporte e telecomunicações; etc. 33 Esse índice avalia o ambiente de negócios de cada país considerando vários fatores como efetividade das instituições públicas, qualidade da mão-de-obra, eficiência dos mercados favorecimento à inovação etc. “Global Competitiveness Report” disponível em http://www.weforum.org/en/initiatives/gcp/Global%20Competitiveness%20Report/index.htm. Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 29 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul A figura abaixo expressa a matriz de competitividade da economia coreana segundo os parâmetros do Fórum Econômico Mundial. Note-se que a Coreia supera significativamente a média das economias mais desenvolvidas do mundo nos quesitos estabilidade macroeconômica, tamanho do mercado e inovação. Para fins comparativos, apresenta-se o mesmo gráfico relativo ao Brasil: Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 30 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul A lista abaixo relaciona as maiores dificuldades para a condução de negócios na Coreia, segundo sondagem de opinião conduzida sob os auspícios do Fórum Econômico Mundial 34. Observe-se que dificuldades referentes à instabilidade política e burocracia governamental ineficiente são as queixas mais recorrentes. 34 http://www.weforum.org/documents/gcr0809/index.html Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 31 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul A tabela a seguir é um resumo da tabulação detalhada mais abaixo. A metodologia do Fórum Mundial considera doze pilares de competitividade, agrupados em três fundamentos básicos. Observe-se que a posição do país no ranking dos países pesquisados é das mais altas, especialmente no que diz respeito aos fatores de inovação e sofisticação, tamanho do mercado e estabilidade macroeconômica Para fins comparativos, e a título de informação para o investidor nacional e estrangeiro, mais abaixo apresenta-se também minuciosa tabulação referente ao Brasil, elaborada pela Fundação Dom Cabral35 em parceria com o Fórum Econômico Mundial36. 35 Segundo o Financial Times, a Fundação Dom Cabral é a 13ª melhor escola de negócios do mundo e a 1ª da América Latina. http://www.fdc.org.br/pt/Paginas/default.aspx 36 http://www.weforum.org/pdf/Global_Competitiveness_Reports/Reports/Brazil/BrazilCompetitivenessReport2009.pdf Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 32 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 33 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 34 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 35 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul 1.6. Regulamentação Doméstica O complexo e extenso arcabouço normativo que regulamenta a atividade das empresas de serviços na Coreia, sejam elas nacionais ou estrangeiras, é um forte conformador do macro ambiente de negócios local. É considerado um dos maiores óbices à entrada e atuação de empresas estrangeiras naquele mercado, em parte resquício da época em que o governo coreano ativamente desestimulava a entrada de empresas estrangeiras no mercado doméstico. A esse propósito, ver os itens 1.5. Economia e 2.1. Comércio Exterior e Investimentos. De fato, a regulamentação coreana é minuciosa e abarca inúmeros aspectos referentes tanto ao processo produtivo de bens ou de prestação de serviços, internos às empresas, quanto aspectos de relacionamento da empresa com o meio exterior (consumidores, agências de regulação, meio ambiente, proteção à cultura do país, etc.) que muitas vezes impõem custos adicionais às empresas. É necessário que a empresa estrangeira, não familiarizada com o ambiente jurídicoinstitucional coreano, contrate consultorias especializadas em seu nicho de atuação, ou mantenha equipe própria com a finalidade de mapear e contornar as dificuldades nessa área. Dada a complexidade da matéria, muitas empresas estrangeiras preferem atuar no mercado coreano em parceria com empresa local. Deve-se compreender que a Coreia, ao contrário de alguns outros países desenvolvidos, está muito longe de ser um país de capitalismo laissez-faire. O dirigismo estatal é menos pronunciado do que no passado, mas ainda muito forte. Na Coreia são minuciosamente referidos em legislação, com extensa imposição de restrições administrativas: matéria trabalhista, ambiental, de direito do consumidor, de proteção à livre concorrência, relativa à publicidade e propaganda, contabilidade, que diga respeito à proteção da cultura e tradições do país e toda uma gama de direitos difusos e coletivos. A empresa brasileira de serviços focada no mercado coreano deverá estar atenta ao fato de que, como normalmente acontece em todos os países, o setor terciário costuma ser mais estrita e amplamente regulado do que o primário e o secundário, impondo custos adicionais às empresas. Deverá, necessariamente, embutir esse fator em seu plano de negócio. O governo da Coreia do Sul reconhece que é necessário reformular a regulamentação doméstica do país para, entre outros aspectos, fomentar a atração de investimento direto estrangeiro – IDE. A posição oficial do governo sobre a matéria está sumarizada na transcrição a seguir: “Regulations are sometimes referred to as “hidden taxes” indicating their huge impact on corporate investment, while hardly watched and monitored by the people and the National Assembly compared to tax. In this regard, regulations are amenable to continuous improvements to reflect the rapidly changing socioeconomic environment as well as the global situation. The Lee Myung-Bak administration, launched in 2008, has embarked on massive and unprecedented regulatory reform initiatives with the belief that regulatory reform can be one of the most effective means to improve the business environment and strengthen economic growth potential. To strengthen the structure of driving regulatory reform, the government established the Presidential Council on National Competitiveness -PCNC in March 2008in addition to the existing Regulatory Reform Committee responsible for previewing new and strengthened regulations. The PCNC has decisively undertaken bold reform initiatives for existing regulations, based on opinions from businesses and people affected. In order to maintain the high administrative priority placed on regulatory reform , the PCNC discusses major regulatory reform tasks in monthly Presidential meetings. In implementing regulatory reform, the PCNC adopted a two-track approach on institutional reform to redesign regulations, and to resolve onsite business difficulties to improve the effectiveness of regulatory reform.Along with reform Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 36 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul initiatives by the PCNC, all government ministries undertook bold reform of regulations under their respective jurisdictions. A total of 1795 government-wide regulatory reform tasks were identified in 2008 through feedback from economic organizations and on-site confirmation processes, of which 908 deregulation tasks were competed before the end of 2008. These included improvement of corporate ownership structure, enhancement of financial market competitiveness, and efficient national land utilization, among many others. Another notable aspect of the Lee Myung-Bak administration’s regulatory reform is the broad participations of companies and stakeholders in the process of identifying deregulation tasks, initiating improvements, and evaluating the outcome of regulatory reform. In this regard, the Government-Private Joint Taskforce on Regulatory Reform was established in collaboration with the Korea Chamber of Commerce & Industry to monitor and resolve on-site difficulties faced by businesses, enhancing overall investor satisfaction with the quality of regulatory reform. To bring regulatory reform closer to business and people in their day-to-day operations, the government reinforced incentives including training opportunities and rewards for public servants in regulatory service. Audits on regulatory reform activities were also strengthened to prevent the misinterpretation of laws and acts, minimizing delays and burdens in administrative procedures. At the same time, English versions of Korean laws and acts are available to ensure an optimal business environment for international residents and foreigninvested companies in Korea. The Lee Myung-Bak administration is also focused on incorporating international perspectives and meeting global standards in driving forward regulatory reform, an example of which is the participation of foreign business leaders in the PCNC as members. Some of the key foreign members of the PCNC include the Chairman of the American Chamber of Commerce in Korea, the President of the European Chamber of Commerce in Korea, the President of the Seoul Japan Club, and the Chairman of the Dubai Financial Centre Authority. Against the backdrop of the current global financial turmoil, the Korean government will accelerate its regulatory reform efforts in the process of overcoming the economic crisis and preparing for the post-crisis world financial structure. Key regulations in areas suck as labor management-relations, environment, housing, construction, and services sectors will undergo continuous reform. In addition, deregulation efforts are being expanded to promote the development of new growth engines such as energy, environment, and bio-science. Furthermore, sunset clauses will be applied not only to new and reinforced regulations but also to existing regulations allowing the government to regularly review the effectiveness of regulations. The establishment of a comprehensive information system on regulations will further contribute to the transparent management of regulatory information.” 37 Na seção 1.9. Tecnologia Industrial Básica, mais abaixo, alguns aspectos de regulamentação doméstica de interesse para empresas de serviços afeitos a altas tecnologias são tratados com mais detalhes. O governo da Coreia disponibiliza na Internet informação sobre aspectos gerais da regulamentação doméstica do país de interesse para o investidor estrangeiro38. Por oportuno, cabe lembrar que, conquanto a Coreia seja extremamente ciosa de sua regulamentação doméstica, no plano internacional faz coro com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE, da qual é membro fundador, no sentido de 37 http://www.mke.go.kr/language/eng/news/news_view.jsp?tableNm=E_01_02&seq=13 “Guide to Foreign Direct Investment in Korea” http://www.investkorea.org/InvestKoreaWar/work/ik/eng/lr/lr_down1.jsp?filename=090616_guide_fdi_korea_eng.pdf&path=20090720 Foreign Direct Investment & the Korean Economy http://www.investkorea.org/InvestKoreaWar/work/ik/eng/lr/lr_main.jsp e Legislação de interesse para o investidor estrangeiro http://www.investkorea.org/InvestKoreaWar/data/bbs/20081006/government.pdf 38 Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 , 37 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul promover um ambiente internacional de investimentos laissez-faire e em linha com privilégios ao capital estrangeiro. 1.7. Proteção aos Direitos de Propriedade Intelectual Na Coreia, como de regra ocorre em todo país desenvolvido, a proteção aos direitos de propriedade intelectual é abrangente e as leis são aplicadas com eficácia. Segundo o Fórum Econômico Mundial, a Coréia do Sul figura entre os 26 países com melhor proteção aos direitos de propriedade intelectual (Brasil: 79ª posição)39. De fato, coerentemente com o propósito de fazer da Coreia uma “economia do conhecimento”, fortemente centrada em atividades de alta agregação de valor (novas tecnologias, indústrias criativas40 etc), cresce o interesse do setor privado e do governo coreano em proteger os direitos de propriedade intelectual no país e no exterior. “Doing Business in South Korea”, estudo elaborado pelo Departamento de Comércio dos EUA – U.S. DoC, aduz rica informação sobre a proteção dos direitos de propriedade intelectual na União Européia em geral e na Coreia em particular41. 1.8. Tecnologia Industrial Básica - TIB O termo TIB – Tecnologia Industrial Básica reúne um conjunto de disciplinas técnicas de uso indiferenciado (metrologia, normalização, padronização, gestão da qualidade etc) pelos diversos setores da economia, inclusive serviços. Os temas afeitos a TIB são fator decisivo para a inserção bem sucedida das empresas brasileiras de serviços no exterior. Regulamentos técnicos são conjuntos de regras elaborados pelos governos cujo cumprimento é obrigatório. Normas técnicas são padrões elaborados por agentes privados, como a International Organization for Satandardizazion – ISO, de cumprimento voluntário. Num mercado sofisticado e extremamente exigente como a Coreia do Sul, a estrita conformidade a normas e regulamentos técnicos é de extrema importância em vários setores de serviços: serviços afeitos a tecnologias da informação e comunicação, construção civil e engenharia, informática, franquias, reparo de máquinas e equipamentos, processamento no Brasil de serviços terceirizados por empresas coreanas (offshore outsourcing) etc. Graças aos esforços do Instituto Nacional de Metrologia - INMETRO42, da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT43 e de outras entidades, Brasil já dispõe de considerável capacidade e expertise em TIBs para o setor industrial. O Ministério do Desenvolvimento, 39 http://www.weforum.org/documents/gcr0809/index.html Indústrias criativas são aquelas que têm a sua origem na criatividade, competências e talento individual, com potencial para a criação de trabalho e riqueza através da geração e exploração da propriedade intelectual. Ver, nesse estudo, item 2.5.6. Audiovisual e Produção Editorial. 41 http://www.buyusainfo.net/docs/x_9174546.pdf 42 O INMETRO é uma autarquia federal brasileira, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. http://www.inmetro.gov.br/. 43 A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão responsável pela normalização técnica no Brasil, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro. Trata-se de uma entidade privada e sem fins lucrativos e de utilidade pública, fundada em 1940. A ABNT é membro fundador da International Organization for Standardization (ISO), da Comissão Panamericana de Normas Técnicas (COPANT) e da Associação Mercosul de Normalização (AMN). A ABNT é a única e exclusiva representante no Brasil da ISO – International Organization for Standardization, da COPANT – Comissão Panamericana de Normas Técnicas e da AMN – Associação Mercosul de Normalização. http://www.abnt.org.br/default.asp?resolucao=1024X768 . 40 Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 38 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Indústria e Comércio Exterior, na qualidade de integrante do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - CONMETRO44, tem realizado esforços para que as ações de governo e de entidades privadas voltadas a TIBs também contemplem o setor de serviços, de forma que as empresas nacionais de serviços estejam aptas a atender plenamente as exigências técnicas de mercados sofisticados como o sul-coreano e outros. Nesse sentido, a SCS/MDIC, o INMETRO e a ABNT estão investigando os setores interessados em se engajar na ampliação da normalização e boas práticas para a prestação do serviço (ex. certificação do varejo e telesserviços), a exemplo do que já ocorre com o setor de software para certificação segundo o padrão CMM (Capability Maturity Model) e MPS-BR (Melhoria de Processos do Software Brasileiro)45, com o apoio da Sociedade para a Excelência do Software Brasileiro - SOFTEX e do Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID. Como corolário das ações referidas acima, para o incremento do comércio de serviços entre Brasil e Coreia do Sul, é necessário que seja reforçada a cooperação institucional em matéria de TIBs46. Decerto, sem o reconhecimento mútuo dos sistemas de certificação e credenciamento entre os dois países, o preço de um processo de prestação de serviço fica acrescido de custo de certificações diferentes em cada país, o que reduz a capacidade competitiva das empresas, ou mesmo pode inviabilizar a exportação de serviços nos modos de prestação de serviços 1 e 4 47. Em relação ao Modo 4, relativo ao movimento de profissionais prestadores de serviços, apesar de previsto no Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços – GATS da OMC, os países desenvolvidos, inclusive a Coreia, têm resistido às propostas brasileiras de acessão aos acordos de reconhecimento mútuo de profissões já firmados pelos países desenvolvidos entre si. 1.9. Compras Governamentais A Coreia do Sul começou a implementar o Acordo de Compras Governamentais – ACG48, de caráter plurilateral, da OMC em 1997. O ACG define procedimentos não discriminatórios para o processo de compras. As regras do ACG não se aplicam a produtos abaixo dos limites especificados. Além disso, alguns bens foram excluídos das disposições do ACG, inclusive compras relativas à defesa e segurança nacional, alguns produtos de telecomunicações e equipamento de redes, assim como determinados tipos de equipamento de transmissão elétrica. O Ministro das Finanças e da Economia da Coreia criou um Comitê Internacional de Resolução de Controvérsias para resolver questões relativas ao cumprimento do ACG. Como o Brasil não é signatário do referido acordo, as autoridades coreanas podem, se o desejarem, não conferir o 44 O CONMETRO, colegiado interministerial, é o órgão normativo do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – SINMETRO. 45 CMM e MPS-BR são, respectivamente certificação internacional e certificação nacional de software. 46 O INMETRO e o Instituto Nacional de Metrologia do Coreia do Sul já tem levam avante programas de cooperação em TIBs para o setor industrial. http://www.apexbrasil.com.br/portal_apex/publicacao/engine.wsp?tmp.area=27&tmp.texto=5118 47 O comércio internacional de serviços é definido, pelo GATS/OMC, como a prestação de um serviço: a) Modo 1: do território de um Membro ao território de qualquer outro Membro; b) Modo 2: no território de um Membro aos consumidores de serviços de qualquer outro Membro; c) Modo 3: pelo prestador de serviços de um Membro, por intermédio da presença comercial, no território de qualquer outro Membro; d) Modo 4: pelo prestador de serviços de um Membro, por intermédio da presença de pessoas naturais de um Membro no território de qualquer outro Membro. 48 O Acordo sobre Compras Governamentais da OMC, de caráter plurilateral, que entrou em vigor em janeiro de 1981, estabelece regras para a não discriminação entre fornecedores nacionais e estrangeiros de maneira que o mesmo tratamento dado aos nacionais seja aplicado aos estrangeiros. Este acordo foi posteriormente revisto em numerosas ocasiões. Foi aditado em decorrência resultado das negociações concomitantemente aos da Rodada do Uruguai: 1) Para engrandecer o âmbito dos contratos públicos (aplicáveis a governos regionais, e para uma gama de governos e entidades para-estatais); 2) para aplicar o acordo para as compras em serviços; e 3) introduzir um sistema de resolução de controvérsias relacionado a compras governamentais. http://www.wto.org/english/tratop_e/gproc_e/gp_gpa_e.htm Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 39 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul tratamento nacional a empresas brasileiras em favor daquelas originárias de países membros do ACG. Assim, a empresa brasileira de serviços só poderá usufruir do tratamento previsto no ACG se constituir personalidade jurídica coreana por meio de presença comercial direta. Outra alternativa é estabelecer parceria com empresa local ou de terceiros países signatários do Acordo. O Serviço Público de Licitações - SPL (Public Procurement Service) é responsável pela maior parte das compras do Governo (no caso de empresas autárquicas coreanas, as compras são administradas localmente). Todos os licitantes devem registrar-se junto ao PPS com antecedência mínima de um dia útil antes da data de abertura das propostas. Os editais de compras são anunciados 40 dias antes do prazo para as propostas. As oportunidades de licitação são divulgadas pela internet, na página eletrônica www.g2b.go.kr (Korea on line E-procurement System). Um resumo da licitação estará disponível em inglês e conterá o objeto do contrato, o prazo para submissão das propostas e detalhes para obtenção de documentos. O anúncio de licitação também indica que o processo ocorrerá sob os termos do ACG. As notas e adjudicações de licitações também são publicadas no site do SPL: www.g2b.go.kr.49 1.10. Justiça, Litígios e Arbitragem Comercial O ordenamento jurídico coreano, assim como o brasileiro, é basicamente moldado segundo o modelo europeu continental. Não obstante, incorpora elementos da Common Law característicos do direito anglo-saxão. Tudo isso referenciado à matriz filosófica confuciana (ver, neste estudo, item 1.3. Cultura). Coerentemente com o pano de fundo cultural do país, os contratos não são encarados como acordos de vontade definitivos e acabados, mas sim como referência inicial a um entendimento mutuamente vantajoso baseado na confiança mútua. Nesse particular, as empresas brasileiras habituadas a realizar negócios no Japão não estranharam as práticas coreanas. Segundo as praxes do país, no caso de desinteligência das partes, normalmente recorre-se primeiramente a alguma instancia de arbitragem privada como a Junta de Arbitragem Comercial da Coreia50. 1.11. Formas Jurídico-Mercantis das Empresas O escritório de representação é a forma mais simples e menos onerosa de implantar-se na Coreia. Suas funções se resumem ao levantamento de informações sobre o mercado e à promoção de vendas, mas sem a realização de atividades comerciais propriamente ditas. Por isso, é um instrumento de limitada eficácia para a entrada de mercado. Caso a empresa estrangeira deseje estabelecer presença comercial no país realizando atos de comércio, deverá considerar a formatação jurídico-mercantil que melhor lhe convenha de acordo com o modelo de negócio da empresa, se vai localizar-se ou não numa das várias zonas de processamento de exportações existentes na Coreia, o volume de faturamento esperado, a expectativa de vincular-se a empresa local, a expectativa de crédito ou outras vantagens de entidades governamentais etc. 49 BrazilTradeNet. Coleção Como Exportar. Disponível em: http://www.braziltradenet.gov.br/ARQUIVOS/Publicacoes/ComoExportar/CEXCoreiadoSul.pdf 50 http://www.kcab.or.kr/servlet/kcab_adm/memberauth/5000 Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 40 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul A Agência para a Promoção do Investimento Estrangeiro na Coreia – InvestKorea, sumariza o assunto como segue: Outra fonte útil de informação sobre a formatação jurídica de empresas na Coreia, os trâmites legais e burocráticos para a abertura de filiais e sucursais, remissões a páginas eletrônicas de instituições afeitas ao assunto, etc., podem ser obtidas no “Guia País: Corea del Sur”, estudo elaborado pelo Escritório Econômico e Comercial da Espanha em Seul51. 51 http://www.comercio.mityc.es/tmpDocsCanalPais/7A93D1BD4AA76EE2FFE418ACA6AA7F6E.pdf Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 41 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 42 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul 2. Quadro Atual para Negócios em Serviços 2.1. Comércio Exterior e Investimentos Concentrando algumas das maiores corporações econômicas do planeta, a Coreia do Sul é um dos motores econômicos da Ásia. O comércio exterior coreano está caracterizado por forte déficit na balança comercial de serviços. Balança de Bens (US$ bilhões) 500 400 300 325 284 422 435 371 357 309 261 200 100 23 16 15 0 2005 -100 2006 2007 Exportação Im portação 2008 -13 Saldo Fonte: Organização Mundial do Comércio.Elaboração: DECOS/ SCS/MDIC Balança Comercial de Serviços (US$ bilhões) 100 50 93 83 44 68 58 74 62 48 0 2005 -14 2006 -20 2007 -21 2008 -19 -50 Exportação Im portação Saldo Fonte: Organização Mundial do Comércio.Elaboração: DECOS/ SCS/MDIC Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 43 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Total da Balança Comercial (Bens + Serviços) Balança Comercial (US$ bilhões) 600 500 400 328 300 200 374 377 528 319 100 0 -100 496 433 439 9 2005 -4 -6 2006 2007 Exportação Im portação 2008 -32 Saldo Fonte: Organização Mundial do Comércio. Elaboração: DECOS/ SCS/MDIC Até o início dos anos noventa, a Coreia do Sul era absolutamente avessa à atração de investimento direto estrangeiro – IDE, preferindo fortalecer as empresas locais mediante a tomada de empréstimos no exterior. Com a eclosão da crise financeira asiática de 1997/1998, a continuidade dessa política mostrouse inviável. Assim, atualmente o governo da Coreia estimula ativamente a alocação de IDE no país, especialmente em áreas de alta tecnologia. No entanto, os resultados tem sido medíocres: o fluxo de IDE em 2008 foi inferior a US$ 12 bilhões, muito pouco para um PIB de quase US$ 1 trilhão. Nesse aspecto, dentre as grandes economias, apenas o Japão tem apresentado pior desempenho. Esse fenômeno tem várias causas: existência de redes negociais relativamente fechadas vinculadas a poderosos chaebols, grande atratividade de países circunvizinhos com mercados maiores e/ou custos mais baixos, marco regulatório inadequado etc. Esse último aspecto tem sido objeto de especial atenção do governo52 52 Ver: “Korea Offering Opportunities: a year of regulatory reform by the Lee Myung-bak administration” http://www.mke.go.kr/language/eng/news/news_view.jsp?tableNm=E_01_02&seq=13 , “Guide to Foreign Direct Investment in Korea” http://www.investkorea.org/InvestKoreaWar/work/ik/eng/lr/lr_down1.jsp?filename=090616_guide_fdi_korea_eng.pdf&path=20090720 , Foreign Direct Investment & the Korean Economy http://www.investkorea.org/InvestKoreaWar/work/ik/eng/lr/lr_main.jsp e Legislação de interesse para o investidor estrangeiro http://www.investkorea.org/InvestKoreaWar/data/bbs/20081006/government.pdf Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 44 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Extraído de Extraído de “Foreign Direct Investment and the Korean Economy: Investing in Korea”, estudo elaborado por Invest Korea53 A alocação do IDE por setor de atividade econômica é a que segue. Em 2008, cerca de 3/4 do IDE foi alocado no setor de serviços: Extraído de Extraído de “Foreign Direct Investment and the Korean Economy: Investing in Korea”, estudo elaborado por Invest Korea54 A Agência para a Promoção do Investimento Estrangeiro na Coreia – Invest Korea, indica identifica sete fatores decisivos para a alocação de IDE no país: altíssima qualidade dos recursos humanos, mercado doméstico sofisticado, setor produtivo focado em atividades de ponta, logística superior, existência zonas de processamento de exportações, existência de clusters de alta tecnologia e alta capacidade em TICs55. Conquanto a Coreia do Sul seja um relevante exportador de capitais para o Brasil (estoque da ordem de US$ 1 bilhão), o inverso não é verdadeiro: os investimentos brasileiros na Coreia do Sul são praticamente nulos. 53 http://www.investkorea.org/InvestKoreaWar/work/ik/eng/lr/lr_main.jsp http://www.investkorea.org/InvestKoreaWar/work/ik/eng/lr/lr_main.jsp 55 http://www.investkorea.org/InvestKoreaWar/work/ik/eng/lr/lr_main.jsp 54 Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 45 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul O quadro a seguir permite algumas comparações interessantes sobre o nível de inserção externa das economias brasileira e coreana56: Empresas listadas no Forbes 2000 País PIB (US$ bi) Participação % do IDE/PIB (2009) Recebido Enviado Nº de empresas Valor de mercado (US$ bi) Percentual em relação ao PIB Brasil 1.573 15,0 3,1 31 352 22,4 Coreia 947 12,3 6,8 61 217 22,9 Pelos dados do quadro fica evidenciado que o Brasil tem sido mais atrativo e/ou receptivo ao IDE do que a Coreia do Sul Por outro lado, fica evidenciado ser a Coreia do Sul um grande exportador de capitais. Quanto ao tamanho das grandes corporações relativamente ao PIB, o valor de mercado das empresas brasileiras corresponde a pouco mais de 22% do PIB estimado pelo FMI para 2008 (352 empresas). Já o valor correspondente à Coreia do Sul é ligeiramente superior, quase 23% para 217 empresas, o que leva a crer que na Coreia do Sul a concentração da atividade econômica em poucas empresas é consideravelmente maior do que no Brasil em virtude do papel proeminente dos chaebols. Nos últimos anos, a alocação do IDE coreano, que vem crescendo extraordinariamente chegando a quase US$ 10 bilhões em 2006, tem seguido um padrão de forte concentração na China, EUA, União Européia, Hong Kong e ASEAN: Korea’s outflows of foreign direct investment, 2003-06 (US$ million and per cent) Total outflows (US$ million) 2003 2004 2005 2006 3,514.3 5,964.7 5,302.7 9,942.4 (Per cent of total) Outflows by destination China 37.1 United States 38.4 46.0 30.9 28.7 22.4 21.4 16.1 EC 4.5 11.2 -0.8 9.4 Hong Kong, China 2.5 3.3 5.0 7.3 .. 2.9 4.8 5.7 0.4 0.8 0.6 3.9 Viet Nam Canada Bermuda Singapore Kazakhstan Japan Nigeria Indonesia 56 .. 0.0 1.4 3.3 6.7 2.8 2.0 3.0 .. 0.4 0.5 2.2 1.4 4.8 1.9 1.9 .. 0.0 0.0 1.2 2.2 0.9 1.3 1.2 Fonte: FMI (2008) e UNCTAD (2007) e Forbes (2008). Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 46 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul 2003 Australia Cambodia 2004 2005 2006 1.4 0.9 2.0 1.2 . 0.2 0.6 1.1 Brazil 0.2 0.3 2.7 1.1 Other 14.9 10.6 10.8 10.4 0.7 0.6 0.5 0.4 Outflows by sectors Agriculture and fishing Mining and quarrying Manufacturing Electricity, gas and water Construction 7.7 5.1 8.4 14.2 50.8 56.8 53.4 47.8 0.0 0.0 1.1 -0.3 1.2 1.3 2.1 5.8 39.6 36.2 34.5 32.1 25.7 19.3 17.0 11.1 Hotels and restaurants 2.1 1.8 3.6 2.0 Transport, storage and communication 2.2 1.7 2.9 3.8 Financial and insurance 0.1 0.1 0.0 0.0 Real estate, renting and business activities 6.8 9.8 7.8 12.3 Other services 2.7 3.4 3.0 2.8 Services Trade and repairs .. Source: Not available. Data provided by the authorities of the Republic of Korea. Extraído de “Trade Policy Review: Republico of Korea - 2009” – Organização Mundial do Comércio - OMC57 Diferentemente do padrão de alocação do investimento direto estrangeiro da maioria dos países desenvolvidos no Brasil, estoque de IDE coreano no País ainda está fortemente concentrado nos setores primário e secundário. Extraído de “Como exportar: Coreia do Sul” – Brazil Trade Net58 57 58 http://www.wto.org/english/tratop_e/tpr_e/tp304_e.htm http://www.braziltradenet.gov.br/ARQUIVOS/Publicacoes/ComoExportar/CEXCoreiadoSul.pdf Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 47 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Como se verifica na tabela acima, o IDE coreano, diferentemente do que ocorre como o IDE de outros países desenvolvidos, ainda está fortemente focado no setor secundário. Serviços e construção corresponderam a 38% do total em 2006. Mais informações sobre a evolução do comércio exterior sul-coreano e dos fluxos de investimento direto estrangeiro, balança de pagamentos e outras informações econômicas estão prontamente acessíveis em “Corea del Sur: informe econômico y comercial”, estudo elaborado pelo Escritório Econômico e Comercial da Espanha em Seul59. 2.2. Estrutura Empresarial e Principais Empresas Na Coreia do Sul, o setor produtivo é caracterizado pela onipresença de grandes grupos empresariais denominados chaebol. Os mais importantes são poderosas transnacionais de atuação global. A palavra coreana significa “negócio de família” ou “monopólio” e é comumente usada da maneira como “conglomerado” é usado em português. Não obstante os chaebol serem poderosas entidades privadas, usualmente trabalham em conjunto com o governo, já que na Coreia do Sul, como em poucos outros países capitalistas, o dirigismo estatal é muito forte. No entanto, desde a crise de 1997, governo tem procurado limitar a livre a atuação dos chaebol em diversos aspectos. Alguns chaebol estão constituídos como grandes sociedades anônimas, enquanto outros se dividiram em grupos de diferentes empresas, conectadas por vínculos formais tênues, todas dividindo nome ou marca em comum. Mesmo no último caso, as empresas são quase sempre controlados e/ou gerenciados pelo mesmo grupo familiar, de maneira explícita ou velada. Conquanto os chaebol sejam frequentemente comparados aos keiretsu, grupos empresariais japoneses, na verdade há grandes diferenças entre as duas modalidades: • Os chaebol são ainda majoritariamente controlados pelas suas famílias fundadoras, enquanto os keiretsu são controlados por grupos de gerentes profissionais. • Os chaebol são mais focados no controle acionário cruzado das diversas empresas do grupo, enquanto os keiretsu pela mera participação acionária. • Os chaebol usualmente formam subsidiárias para o fornecimento de insumos e componentes, enquanto grandes corporações coreanas frequentemente contratam fabricantes não pertencentes ao grupo. • Os chaebol são proibidos de possuírem bancos privados, parcialmente para aumentar o poder de barganha do governo em áreas como concessão de crédito. Em 1990, regulamentos governamentais tornaram difícil para os chaebol desenvolver um relacionamento bancário exclusivo. Os keiretsu historicamente trabalhavam com bancos afiliados, dando às companhias afiliadas acesso quase ilimitado ao crédito, muito embora isso já não seja tão frequente quanto no passado. 59 http://www.comercio.mityc.es/tmpDocsCanalPais/3D273DAE72EEC0481B8993EC4082FCA0.pdf Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 48 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul O número expressivo de grandes empresas denota o tamanho e potencial da economia coreana. Segundo Forbes60, há na Coreia 61 empresas listadas entre as 2.000 maiores do mundo (27/02/2009), como segue (valores em US$): Rank 47 Company Samsung Electronics Country Industry South Korea Semiconductors 153 Posco South Korea 195 Korea Electric Power 196 Hyundai Motor Sales ($bil) Profits Assets ($bil) ($bil) Market Value ($bil) 104.42 7.87 99.47 45.82 Materials 33.50 3.77 38.46 17.91 South Korea Utilities 30.89 1.51 86.48 10.04 South Korea Consumer Durables 73.78 1.70 89.00 6.98 202 Shinhan Financial South Korea Banking 20.44 2.62 235.34 7.13 213 KB Financial Group South Korea Banking 17.95 2.92 238.11 6.83 296 Hyundai Heavy Industries South Korea Capital Goods 22.15 1.83 26.94 8.80 308 LG Corp South Korea Conglomerates 80.87 0.98 57.49 4.59 343 Woori Finance Holdings South Korea Banking 16.96 2.33 266.51 3.30 384 KT South Korea Telecommunications Services 19.78 1.12 25.68 6.68 394 SK Holdings South Korea Oil & Gas Operations 69.66 1.48 61.16 2.62 509 SK Energy South Korea Oil & Gas Operations 37.97 0.72 16.80 4.37 514 Hana Financial Group South Korea Banking 10.40 1.38 134.83 2.56 637 Industrial Bank of South Korea Korea Banking 8.69 1.24 129.47 1.97 657 Samsung Fire & Marine South Korea Insurance 10.04 0.48 20.97 4.85 699 S-Oil South Korea Oil & Gas Operations 16.13 0.79 10.11 3.85 706 Lotte Shopping South Korea Retailing 11.73 0.80 16.03 3.12 715 Samsung C&T South Korea Trading Companies 17.32 0.51 14.89 3.36 5.79 1.02 90.73 2.30 722 Korea Exchange South Bank Korea Banking 741 Hyundai Mobis South Korea Consumer Durables 12.20 0.82 8.98 4.25 774 Shinsegae South Korea Retailing 11.01 0.53 9.61 4.96 833 GS Holdings South Korea Diversified Financials 29.04 0.39 20.83 1.55 60 http://www.forbes.com/lists/2009/18/global-09_The-Global-2000-South-Korea_10Rank.html Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 49 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul 861 Hanwha South Korea Trading Companies 24.01 0.24 66.79 1.18 868 Samsung Heavy Industries South Korea Capital Goods 9.03 0.51 11.46 3.27 869 Hynix Semiconductor South Korea Semiconductors 9.16 0.37 18.76 2.93 927 Korea Gas South Korea Utilities 15.29 0.39 13.49 2.07 1068 Hyundai Steel South Korea Materials 8.73 0.55 9.90 1.92 1124 Daewoo Ship & Marine South Korea Capital Goods 8.31 0.32 10.19 2.46 1170 KT&G South Korea Food, Drink & Tobacco 3.23 0.70 4.41 7.14 1175 Hyundai Eng & Const South Korea Construction 6.44 0.31 7.33 3.73 1181 Doosan South Korea Trading Companies 16.20 0.09 18.30 1.59 1185 Daewoo Engineering South Korea Construction 6.52 1.04 7.16 1.82 1264 Daelim Industrial South Korea Construction 7.16 0.53 7.34 0.92 1283 Korean Air South Korea Transportation 9.61 0.01 18.17 1.44 1284 Samsung Card South Korea Business Services & Supplies 2.52 0.61 13.28 2.14 1325 STX Shipbuilding South Korea Capital Goods 8.03 0.45 6.71 0.56 1335 Kumho Industrial South Korea Construction 9.20 0.04 16.47 0.37 1393 Dongbu Insurance South Korea Insurance 6.26 0.27 11.22 0.66 1419 STX Pan Ocean South Korea Transportation 8.09 0.43 3.70 1.10 1423 GS E&C South Korea Construction 6.72 0.42 6.72 1.57 1443 Tong Yang Major South Korea Construction 5.43 -0.04 23.37 0.12 1459 Busan Bank South Korea Banking 1.74 0.29 28.09 0.63 1464 Honam Petrochemical South Korea Chemicals 6.53 0.49 5.09 0.98 1491 Daegu Bank South Korea Banking 1.69 0.28 25.72 0.50 1523 Samsung Securities South Korea Diversified Financials 1.40 0.38 10.08 2.29 1604 STX Corp South Korea Capital Goods 8.85 0.09 8.51 0.41 1635 CJ South Korea Food, Drink & Tobacco 7.38 0.04 9.31 0.59 1652 NHN South Korea Software & Services 1.08 0.29 0.91 4.17 1655 Daewoo South Diversified Financials 1.42 0.34 12.20 1.77 Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 50 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Securities Korea 1718 Korea Investment South Holdings Korea Diversified Financials 1.28 0.29 13.30 0.78 1723 Tong Yang South Investment Bank Korea Diversified Financials 3.78 0.18 20.15 0.43 1745 Hyosung South Korea Household & Personal Products 7.56 0.21 7.14 1.16 1807 Hanjin Shipping South Korea Transportation 8.20 0.16 7.10 0.80 1870 Dongkuk Steel Mill South Korea Materials 6.00 0.23 6.68 0.86 1889 LS Corp South Korea Capital Goods 9.75 0.19 5.80 1.39 1890 KKPC-Korea Kumho South Korea Chemicals 6.22 0.14 8.08 0.28 1923 Hyundai Merchant South Korea Transportation 6.29 0.19 6.75 2.02 1946 Hyundai Marine & South Fire Ins Korea Insurance 5.41 0.17 8.76 0.62 1948 LG International South Korea Trading Companies 9.34 0.05 2.42 0.40 1980 Korea Zinc South Korea Materials 3.57 0.45 3.08 1.11 1995 Daewoo Intl South Korea Trading Companies 8.71 0.10 2.95 1.20 Para grande parte dos setores de atividade econômica, a Coreia do Sul é considerada um mercado quase maduro e de competição acirrada, tanto no que se refere à presença de empresas locais competitivas quanto à presença de empresas estrangeiras com larga experiência em haurir ganhos mesmo nos mercados mais difíceis. Nesse contexto, a empresa brasileira de serviços interessada no mercado sul-coreano deverá considerar se a opção que melhor convém ao seu plano de negócios seria parceria com empresa sul-coreana ou empresa estrangeira bem estabelecida no mercado sul-coreano. Optar por parceria com empresa local a quem o governo coreano dispense privilégios pode ser opção especialmente atrativa. 2.3. Feiras e exposições As exposições comerciais são uma importante forma de introduzir os produtos no mercado coreano. Em Seul está localizado o principal espaço para exposição comercial na Coreia do Sul, o Centro de Convenções e Exposições, popularmente conhecido por “COEX”, onde ocorrem cerca de 100 grandes feiras de comércio por ano. O COEX oferece serviços como tradução, equipamento audiovisual, salas para seminários e aluguel de equipamentos. Outro centro de exposições na cidade é o Seoul Trade Exhibition Center (SETEC), operado pela Agência de Promoção de Comércio e Investimento da Coreia do Sul. Em Gyeonggi, na área metropolitana de Seul, há outro grande centro de exposições, o Korea International Exhibition Center (KINTEX). Busan, a segunda maior cidade da Coreia do Sul, Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 51 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul tem um espaço para exposições chamado Centro de Exposições e Convenções de Busan (BEXCO). Há também centros de exposição menores em Daegu e Changwon61. 2.4. Caracterização Geral do Setor de Serviços O setor de serviços é o principal setor na constituição do PIB sul-coreano, representando quase 58% do total. No entanto, este percentual é pequeno relativamente a outras economias da OCDE, haja vista a grande importância do setor industrial para a economia da Coreia do Sul. 2.5. Caracterização dos Subsetores de Serviços No presente estudo, foi conferido destaque aos subsetores de serviços para os quais as oportunidades de negócios Brasil-Coreia são mais evidentes aos olhos da própria comunidade empresarial (tal qual explicitado pelas associações setoriais em ambos os países, pela Apex Brasil, SEBRAE, etc.) ou que estejam dentre as prioridades de promoção de comércio e investimentos em serviços identificadas pelos governos do Brasil e da Coreia (no caso do Brasil, as prioridades são aquelas indicadas pelo Programa de Aceleração do Crescimento – PAC e pela Política de Desenvolvimento Produtivo – PDP). Nesse contexto, essa lista não é exaustiva, podendo haver nichos de mercado relevantes para vários outros subsetores de serviços. 2.5.1. Distribuição e Vendas O mercado coreano de distribuição e vendas na Coreia do Sul, no que se refere a modelos de negócios e empresas dominantes em cada segmento, está estruturado como segue: Lojas de Conveniência • 7-Eleven • Buy the Way • Family Mart • GS 25 • Ministop Lojas de Departamento • Aekyung • Daegu ou DEBEC • Galleria • GS Square • Hyundai • Lotte • Samsung Plaza • Shinsegae 61 http://www.braziltradenet.gov.br/ARQUIVOS/Publicacoes/ComoExportar/CEXCoreiadoSul.pdf Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 52 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Lojas de Desconto • 2001 Outlet • Costco • E-Mart • Homever • Home Plus • Hi-Living • Kim’s Club • Lotte Mart • Mega Mart • Mercado Nonghyup Hanaro • Newcore Outlet Lojas de Eletrônicos • Hi-Mart Lojas Online • Academy Media • G-Market • Inter Park • Jeonja Land • Raon Mall O mercado coreano de distribuição e vendas oferece oportunidades condizentes com o número de potenciais consumidores (48 milhões, superior à população do Estado de São Paulo) e ao nível de renda e preferências destes. A Coreia do Sul é considerada um país de nível de renda de média a alta (US$ 28 mil per capita). Nos últimos anos, os hábitos de consumo do coreano de classe média evoluíram no sentido de se aproximar do padrão prevalente no Coreia do Sul, Europa e mesmo EUA, embora grande parte da população ainda não se sinta suficientemente segura para abandonar as antigas virtudes de poupança aliada ao consumo parcimonioso. O mercado coreano de distribuição e vendas não está longe da maturidade, isto é, de ser um mercado de oferta saturada em que os compradores estão em condições de impor preços e outras condições de compra62. As empresas locais são bastante competitivas, muitas vezes subsidiárias de algum poderoso chaebol, o que lhes confere vantagens competitivas de toda ordem (escala, escopo, financeira, logística, etc.). Às empresas estrangeiras restam nichos de mercado focados em clientela ou produtos e serviços muito específicos (como, por exemplo, produtos e serviços suntuários para clientes de alta renda). Ademais, assim como em outros mercados de países de cultura não-ocidental, na Coreia há especificidades culturais que dificultam sobremaneira a entrada de empresas estrangeiras cujo modelo de negócios, no que diz respeito à relação empresa-consumidor, siga um padrão único copiado da matriz e transplantado para afiliadas em diversos países. O consumidor coreano é reputado como extremamente exigente quanto a preço e qualidade. Segundo The Economist, “women in South Korea have a reputation for being some of the world’s most demanding shoppers. Keen bargain hunters, they have an eye for quality and if 62 http://www.globalretailnews.com/lldi/09jan_uk.pdf Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 53 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul something falls short of their expectations they are not shy of venting their anger. They photograph shops or goods that fail to make the grade, and post pictures online with detailed and withering criticism; the offender may then be shunned by other buyers. So exacting are the demands of Korean customers that Western firms often solicit their opinions of new products before launching them. If you can please a Korean customer, the feeling goes, you can please anyone. Accordingly, South Korean department stores provide some of the best service in the world. With a smile and a bow, sales assistants scurry after customers, attending to their whims while calming their tearful children ”63. Com base nessa experiência, empresas coreanas de distribuição e vendas têm se lançado à conquista de mercados emergentes com uma substancial classe de “novos ricos”. Eventualmente, essas empresas poderão vir a manifestar interesse em estabelecer presença comercial no Brasil. O setor de franquias na Coreia do Sul se desenvolveu rapidamente nos últimos anos, liderada pelas redes de fast-food. A expansão desse segmento passou a incluir restaurantes, lojas de desconto, vestuário, serviços postais, de limpeza, assim como de instituições de ensino. Franqueadores estrangeiros têm obtido sucesso em diferentes áreas neste mercado. Redes de franquias se expandiram devido a uma “nova geração” de prósperos consumidores e a mudanças no setor de distribuição sul-coreano que favoreceram novos conceitos em produtos e marketing. Em 2007, o valor deste mercado atingiu US$ 83 bilhões, sendo que os serviços relacionados à alimentação, serviços de fast food e restaurantes familiares foram responsáveis por 52% desse montante. Outros serviços de franquia, como educação, propriedades, serviços de limpeza e serviços postais, são responsáveis por 12% do faturamento. O setor varejista, assim como lojas de conveniência e bens de consumo, responde por 36%. O setor de franquias sul-coreano se desenvolveu primariamente no mercado de fast-food, antes de se expandir para outras áreas. Apesar de o mercado de restaurantes franqueados já estar começando a amadurecer (isto é, começa a haver saturação de oferta), o mercado de serviços franqueados tem se expandindo para novos setores de atividade e incorporado novos conceitos, prometendo novas oportunidades para expansão de mercado. Franqueados sul-coreanos preferem estabelecer negócios com franquias estrangeiras que podem oferecer marcas já conhecidas pelos consumidores sul-coreanos, assim como assimilar as técnicas de gestão providas pelos franqueadores estrangeiros64. Apesar de as franquias estrangeiras serem procuradas na Coreia do Sul, muitos desafios se encontram no caminho. Muitos potenciais franqueados sul-coreanos se mostram relutantes em pagar as relativamente altas taxas e royalties requeridos pelas matrizes americanas. Outro requerimento comum em franquias, como o tamanho mínimo das instalações e o número de dias de funcionamento dentro de um determinado período, são geralmente grandes desafios ao encontro dos interesses dos franqueados sul-coreanos. No que se refere a oportunidades de negócios Brasil – Coreia do Sul em franquias, cabe lembrar que, em vista do alto poder aquisitivo e do interesse do consumidor sul-coreano por produtos e serviços diferenciados, há oportunidades de negócios para empresas brasileiras de distribuição e vendas, inclusive franquias, que trabalhem com produtos de consumo pessoal de alto valor agregado ou de alto luxo, como cosméticos e perfumes ditos naturais ou orgânicos, gemas e jóias, artigos de couro etc. 63 64 http://www.economist.com/PrinterFriendly.cfm?story_id=11637365 http://www.braziltradenet.gov.br/ARQUIVOS/Publicacoes/ComoExportar/CEXCoreiadoSul.pdf Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 54 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Além do setor alto luxo, as franquias brasileiras poderão vir a identificar nichos de mercado em vários segmentos, alcançando extratos mais amplos do mercado consumidor. A entrada de franquias sul-coreanas no mercado brasileiro, proporcionando produtos e serviços não disponíveis no mercado local ou concorrendo com outras franquias estrangeiras, poderá beneficiar o consumidor brasileiro em termos de variedade, qualidade e preços. A tabela abaixo permite vislumbrar quão grande e variado é o mercado brasileiro de franquias. De fato, o investidor sul-coreano irá se deparar com um mercado francamente favorável a esse modelo de negócio. Franquias Brasileiras por Segmento de Atuação - 2006 Fonte: Associação Brasileira de Franquias – ABF. Extraído de “A Competitividade nos Setores de Comércio, Serviços e do Turismo no Brasil: Perspectivas até 2015” 65 2.5.2. Tecnologias da Informação e Comunicação - TICs Como em poucos outros países desenvolvidos, na Coreia do Sul a aplicação das TICs a todas as etapas da produção de bens e serviços é intensiva, alcançando mesmo a zona rural. Ademais, o acesso doméstico ou por meio da telefonia móvel à Internet é a mais alta do mundo. De fato, os coreanos, tanto ou ainda mais que seus vizinhos japoneses, são aficcionados por novas tecnologias e toda a parafernália eletrônica e serviços que dela derivam66. A liderança mundial da Coreia do Sul em redes de comunicação sem fio e acesso à internet banda larga trouxe consigo uma demanda por diversos tipos de software, especialmente por aqueles para tecnologias inovadoras e especializadas, provendo oportunidades para vendas com alta especialização de aplicativos americanos. Apesar da depressão econômica em curso, esperase que o mercado de software como um todo mantenha um estável crescimento anual de 5%, devido à contínua demanda do mercado por serviços de TI, softwares como serviço, assim como pacotes de software. 65 66 SEBRAE: http://201.2.114.147/bds/BDS.nsf/26DEECA1D363F802832574E90063304C/$File/NT0003A276.pdf http://www.digitalkorea.futuretext.com/ Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 55 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Há uma nova demanda no mercado de serviços de software, liderados pelos Softwares como Serviços e pela Web 2.0, oferecendo serviços online mais flexíveis e interativos, através dos quais desenvolvedores/usuários de softwares podem convenientemente comprar e modelar o aplicativo de acordo com suas necessidades a custos reduzidos. O mercado de distribuição de softwares está em transição do tradicional agregado PC e pacote/compras licenciadas para serviços de distribuição baseados na internet. Espera-se que o novo serviço de software e de modelos de distribuição influencie um crescimento desse mercado nos anos vindouros. Os pacotes de software de origem americana contam por mais de 80% do mercado de importação de software sul-coreano, espera-se ainda que os fornecedores americanos permaneçam como os principais fornecedores de pacotes de software para a Coreia do Sul pelos próximos anos. Os avanços tecnológicos no setor de software sul-coreano ainda se encontram atrás do setor americano e japonês, um resultado da recente informatização da Coreia e uma aguda falta de engenheiros de software altamente qualificados na área. As companhias de sistema de integração e desenvolvimento de software sul-coreanas estão buscando ativamente desenvolver parcerias com líderes globais em todos os segmentos de TI e soluções para entregar soluções completas a seus clientes na velocidade-de-mercado, tendo ainda como meta o mercado doméstico e global. Os fornecedores americanos continuarão a usufruir das vantagens competitivas de suas habilidades de marketing e de seu forte gerenciamento de projetos comparados às firmas sul-coreanas e fornecedores de países terceiros. A demanda geral do mercado por pacotes de software tem crescido em relação ao crescimento dos serviços de IT e serviços correlatos, e-commerce e segmentos de telecomunicação sulcoreanos e continuará a crescer a uma taxa anual de 7% pelos próximos cinco anos. O fato de o governo sul-coreano ter reforçado seus esforços em proteger direitos de propriedade intelectual e esforços através da Lei de Proteção a Programas de Computador contribuíram para o forte crescimento da demanda por ambos os pacotes de softwares sul-coreanos e importados67. As principais empresas sul-coreanas de equipamentos e serviços afeitos às TICs são as que seguem: Amkor, Anam Group, Anam Semiconductors, Daewoo Electronics, Hynix Semiconductor Inc, Kiryung Electronics Co., Korea Data Systems, LG-EDS, National Computer Systems, Pantech, Reigncom, Samsung Electronics Co., Ltd., Hanaro Telecom, KT Corporation, Shinsegi Telecom, Inc. Atualmente, as principais empresas sul-coreanas do ramo de software são as seguintes68: ALFTP, ALZip, AhnLab Inc , Asiana Abacus, Dooyong, ESTsoft, Gravity (company), Haansoft Corporation, Hangame, INCA Internet, KRU Interactive, Mega Enterprise, NCsoft, Nexon Corporation, Ntreev Soft, POSDATA, Phantagram, Softmax, Webzen Games, Wizet, Zemina É muito forte a complementaridade de interesse entre Brasil e Coreia do Sul nessa área: por um lado vindo as empresas brasileiras a oferecer serviços no mercado sul-coreano com preços e qualidade competitivos, enquanto que, a contrario sensu, as empresas sul-coreanas oferecerão serviços com diferencial tecnológico no mercado brasileiro, em nichos de mercado ainda não alcançados pelas empresas nacionais. 67 http://www.buyusainfo.net/docs/x_9174546.pdf 68 AFLTP: http://www.altools.com/ALTools/ALFTP.aspx ; ALZip: http://www.altools.com/Downloads/ALZip.aspx ; INCA Internet: http://www.inca.co.kr/; KRU Interactive: http://www.kru.com/ ; Haansoft Corporation: http://www.haansoft.com ; Hangame: http://www.hangame.com/; Mega Enterprise: http://www.mobygames.com/company/mega-enterprise-co-ltd ; Gravity (company): http://www.gravity.co.kr/; ESTsoft: http://www.estsoft.com/default.aspx ; NCsoft: http://us.ncsoft.com/ ; Dooyong: http://www.gamespot.com/pages/company/index.php?company=72558 Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 56 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Nos últimos anos, o setor de bens e serviços afeitos a TICs tem recebido forte apoio governamental. As políticas referidas acima têm resultado em bons frutos, haja vista a permanência da Coreia do Sul entre os países mais competitivos no setor de TICs. Fonte: Ecnonomist Intelligence Unit69 Segundo pesquisa conduzida por The Economist, a Coreia do Sul é o segundo melhor país para a realização de P & D em tecnologias da informação e da comunicação. Fonte: Ecnonomist Intelligence Unit70 69 http://graphics.eiu.com/upload/portal/BSA_COMPETITIVENESS_WEBrrr.pdf Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 57 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Do total de empresas coreanas atuantes em bens e serviços afeitos a TICs, a maioria tem realizado investimentos no exterior, tendência que tende a crescer (quase 56% em 2007, contra 52% em 2006): Investment in ICT by Sector (Unit: %) Extraído do portal eletrônico de Invest Korea: business opportunities:Korea’s information an communication technology71 O Brasil tem grande interesse no estabelecimento de empresas coreanas de software e de outros serviços afeitos a TICs que venham a suprir ou complementar capacidades já existentes no Brasil, que se posiciona entre os países emergentes mais capacitados nesse setor. De fato, segundo a Brasscom, após 45 anos de investimentos governamentais e privados, o mercado brasileiro de TI conta com um pool de profissionais altamente qualificados, que hoje somam mais de 1,7 milhão. O mercado de trabalho do setor se desenvolveu graças ao elevado know-how técnico e de gestão de negócios acumulado pelas empresas brasileiras do setor. O Brasil possui um mercado de serviços de TI bastante competitivo, com a presença de empresas de grande porte, como Accenture, Atech, Atos Origin, BRQ, BT, Cast, Cisco, CPM Braxis, EDS, GFT, GPTI, HSBC, Hughes, IBM, Intel, Itautec, Microsoft, Politec, Resource, Softtek, Siemens, Stefanini, Sun, Tata, Tivit, Totvs, Ubik e Unisys. O PIB brasileiro de TI chegou a US$ 28,6 bilhões em 2008 (IDC) – sendo 35% para o setor de serviços. Ainda segundo a Brasscom, fabricantes nacionais de PCs têm superado empresas tradicionais do setor (como Dell e Acer), consolidando uma posição de destaque no mercado interno, com grande volume de negócios e competitividade em preços. No Brasil, há ampla utilização de diversas plataformas, como Mainframe, Unix, Linux, .Net, Java, Oracle, SAP, Natural Adabas, entre outras. O Brasil aparece em segundo lugar no ranking mundial em número de mainframes, com grande oferta de profissionais habilitados em COBOL. Além disso, o País é líder em programadores de Java e conta com diversos JUGs, incluindo o maior do mundo, com 18 mil membros, segundo a IDC. É cada vez mais expressiva a participação de empresas brasileiras de TI no exterior. O foco em exportações de serviços tem crescido entre as nacionais, que estão cada vez mais preparadas 70 71 http://graphics.eiu.com/upload/portal/BSA_COMPETITIVENESS_WEBrrr.pdf http://www.investkorea.org/ Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 58 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul para competir no mercado global em qualidade e preço. Além disso, algumas empresas brasileiras vêm expandindo suas operações para além das fronteiras nacionais, e várias delas já atuam na Alemanha, Angola, Argentina, Chile, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, Índia, Itália, México, Panamá, Peru, Portugal, Reino Unido, Venezuela, entre outros. O mercado brasileiro de bens e serviços afeitos a TICs deverá crescer 5,7% em 2009, acima do crescimento médio na América Latina (4%). Segundo especialistas, ferramentas analíticas orientadas para a coleta e análise de informações comerciais (business intelligence), de ampla aplicação no setor financeiro, constituem, no momento, uma área particularmente atrativa. Arquitetura orientada a serviço (SOA) e TI verde devem proporcionar boas oportunidades de negócios a partir de 201072. Em “Global Information Technology Report 2008-2009”, estudo do Fórum Econômico Mundial, o ambiente de negócios para TICs no Brasil, Coreia e outros países é minuciosamente avaliado segundo critérios objetivos73. Por fim, cabe lembrar que os serviços de valor adicionado a telecomunicações74 são um segmento com amplo potencial para o incremento de comércio e investimentos entre Brasil e Coreia. Também é oportuno prospectar as oportunidades de negócios pertinentes aos serviços afeitos à chamada “convergência tecnológica” 75. 2.5.3. Biotecnologia O setor de biotecnologia abrange produtos e serviços para a indústria, saúde humana, meio ambiente, agronegócio e aquicultura. No Brasil, segundo levantamento da Fundação Biominas, quase 15% das empresas do setor ocupam-se diretamente com a prestação de serviços: 72 http://www.varejista.com.br/novo_site/desc_materia.asp?id=39709 http://www.insead.edu/v1/gitr/wef/main/fullreport/index.html 74 A Lei Geral das Telecomunicações (Lei nº 9.472/1997) no Art. 61, define: “Serviço de valor adicionado é a atividade que acrescenta, a um serviço de telecomunicações que lhe dá suporte e com o qual não se confunde, novas utilidades relacionadas ao acesso, armazenamento, apresentação, movimentação ou recuperação de informações”. São exemplos genéricos de valor adicionado: e-mail, hospedagem de páginas, call centers, e demais serviços caracterizados como terminação de rede. Novos serviços de valor adicionado, no futuro próximo, terão grande relevância para o suporte de diversos sub-setores de serviços afeitos ao comércio eletrônico. 75 No que se refere a tecnologias da informação e da comunicação, convergência tecnológica é a integração de telecomunicações, computação (incluindo Internet), captura e difusão de informações tendo como resultado a integração de imagens, dados, voz de forma a proporcionar ao usuário máxima mobilidade, interatividade e ubiqüidade. Aplicações imagináveis: Internet móvel, tele-medicina, tv móvel, escritório móvel, tele-educação etc. No futuro próximo, a convergência tecnológica tem o potencial de revolucionar o setor de serviços. 73 Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 59 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Extraído de “Estudo das Empresas de Biotecnologia no Brasil” 76 No ano fiscal de 2005, o mercado coreano de serviços afeitos a biotecnologias foi da ordem de US$ 2,7 bilhões, com incremento de mais de 18% relativamente ao ano 2000. Estima-se que o mercado coreano atingirá US$ 6,5 bilhões em 2010. Empresas coreanas do setor têm como principal foco serviços nos setores de bio-farma e bio-alimentos. O setor de medicina corresponde a quase 47% da indústria coreana de biotecnologia. Os principais produtos desenvolvidos incluem vacinas contra hepatite, antibióticos, aminoácidos e lisina e, mais recentemente, produtos relacionados à pós-genômica77. O setor de biotecnologia no Brasil, em alguns nichos de atuação (especialmente biotecnologia para o agronegócio e para a saúde) atingiu nível de desenvolvimento comparável ao de países desenvolvidos. Os quadros abaixo ressaltam alguns dos mais importantes clusters de biotecnologia da Coreia, nos quais as empresas brasileiras de serviços poderão identificar relevantes oportunidades de negócios. A esse propósito, cabe lembrar que o offshoring outsourcing em biotecnologia envolvendo empresas brasileiras e coreanas é via de mão dupla: enquanto as empresas brasileiras podem contratar etapas de processos biotecnológicos para execução no Brasil e posterior remessa dos resultados para a Coreia, o contrário também pode ocorrer, especialmente em linhas de atuação cuja sofisticação tecnológica ainda não esteja ao alcance das empresas brasileiras. 76 http://win.biominas.org.br/biominas2008/estudo_default_pt.asp Bio International Convention. Disponível em: http://www.bio2008.org/siteobjects/published/ec046034f6d7506aa06582be6902d018/af4810817445624b5dbc9d45f79c348b/file/Korea%20Co untry%20Profile.pdf 77 Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 60 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Composição do setor de biotecnologia na Coreia Extraído de “Invest Korea: Overview of Korea’s Industries. Korea’s Pharmaceutical/Biotechnology Industry”78 A Coreia ocupa posição destacada entre os países membros da OCDE no que tange ao crescimento percentual em despesas com saúde, o que a coloca entre os líderes globais em consumo de medicamentos, sugerindo uma forte demanda por serviços relacionados à biotecnologia para a saúde. Outro setor de atividade que alimenta a demanda por serviços de biotecnologia é o de cosméticos. De fato, na Coreia, o consumo per capita de cosméticos só é inferior ao da França e do Japão. É, portanto, muito forte a complementaridade de interesse entre Brasil e Coreia nessa área. Por um lado, as empresas brasileiras poderão vir a oferecer serviços no mercado coreano com preços e qualidade competitivos, já as empresas coreanas poderão vir a oferecer serviços com diferencial tecnológico no mercado brasileiro, principalmente em nichos de mercado ainda não alcançados pelas empresas nacionais. Indústria de biotecnologia (Unidade: KRW 100 million – US$ 1 equivale a cerca de KRW 1.250) Ano Nº de empresas Funcionários Vendas domésticas 2004 627 12,138 12,854 11,345 6,73 4,615 2005 708 13,867 15,403 12,311 7,912 4,399 2006 794 17,316 18,093 13,502 9,354 4,148 Exportações Importações Saldo Fonte: MKE·KATS·KIET·BAK, 2006 Statistics on Korean Bio-Industry (Dec. 2007). Extraido de “Korea's Pharmaceutical/Biotechnology Industry”79 78 79 http://mgr.investkorea.org/InvestKoreaWar/work/ik/eng/lr/lr_down1.jsp?filename=bt.PDF&path=20090720 http://www.investkorea.org/InvestKoreaWar/work/ik/eng/bo/content_print.jsp?code=102021801 Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 61 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Companhias Coreanas de Biotecnologia US$ milhões Companhia Vendas Lucro Líquido Estech Pharma SD Sewoncellontech Komipharm International Dae Han NewPharm Polyplus SanSung P&C Medipost Bioneer Bioland 19,9 29,1 198,3 13,0 57,9 22,3 28,3 14,9 13,5 33,3 2,0 9,2 14,2 -1,1 0,7 -7,3 -3,1 2,3 -6,8 6,2 Fonte: "Business Report" from http://dart.fss.or.kr/html80 Para se obter mais informações sobre o histórico do desenvolvimento e principais projetos do governo coreano afeitos ao setor de biotecnologia, o instituto Research and Information System for Developing Countries – RIS, elaborou estudo referente ao tema, que está disponibilizado em: http://www.ris.org.in/asianbio2002_srahee.pdf. Os principais eventos do setor promovidos na Coreia são os que seguem. Evento Organizador Website Frequência BIO KOREA KITA (Korea International Trade Association) www.biokorea.org Anual ASSE2008 KOTRA (Korea TradeInvestment Promotion Agency) www.asse.or.kr Anual A Fundação Biominas disponibiliza para consulta um “Estudo de Empresas de Biotecnologia no Brasil”, extenso mapeamento do setor de biotecnologia no País, de grande utilidade para o investidor nacional e estrangeiro81. No portal http://www.abrabi.org.br/links.htm , há remissões a páginas na Internet de várias entidades afeitas ao setor no Brasil. 2.5.4. Serviços Terceirizados ao Exterior (Offshore Outsourcing) Terceirização (outsourcing) refere-se ao deslocamento de operações ditas meio ou não finais da produção interna da empresa para uma entidade externa especializada na prestação da operação 80 81 Disponível em: http://www.investkorea.org/InvestKoreaWar/work/ik/eng/bo/content_print.jsp?code=102021801 http://win.biominas.org.br/biominas2008/estudo_default_pt.asp Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 62 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul deslocada. Quando a terceirização se dá para uma empresa no exterior, fala-se de terceirização ao exterior, mais conhecida pela expressão offshore-outsourcing ou simplesmente offshoring. No que diz respeito à Coreia, de alto custo de mão-de-obra, aluguel do espaço físico, etc., a distinção entre outsourcing e offshoring torna-se cada vez mais irrelevante já que a terceirização, com cada vez maior frequência, está dirigida a empresas em países em desenvolvimento, com custos operacionais significativamente menores. De fato, o interesse na redução de custos é uma das determinantes da decisão de terceirização, ao lado da decisão estratégica da concentração dos esforços da firma em seu core business ou, aspecto particularmente relevante para empresas de países em desenvolvimento que terceirizam etapas do processo produtivo para empresas de países tecnologicamente avançados, o acesso a recursos humanos de altíssima qualificação ou a tecnologias indisponíveis no mercado local. A terceirização ao exterior (offshoring) tanto pode dizer respeito à produção de bens quanto à prestação de serviços. Quanto a esse último aspecto, são de especial relevância atual ou potencial o offshoring do desenvolvimento de softwares, de serviços afeitos às tecnologias da informação e da comunicação, de contabilidade corporativa, de processamento de dados de entidades financeiras, de serviços audiovisuais, de desenvolvimento de produtos e processos (P & D), de testes industriais, de testes de bancada para a indústria química fina, de processos pertinentes à biotecnologia e outra ciências da vida, de análise de séries mineralógicas e dados de sensoriamento remoto (prospecção de petróleo, mineração agricultura, etc.), de análises clínicas, de serviços de suporte ao consumidor (call centers) etc. Ao Brasil interessa receber investimentos e exportar serviços resultantes da terceirização (offshore outsourcing) da pesquisa e desenvolvimento de empresas coreanas, além de outros serviços terceirizáveis. Como setores de interesse conjunto, podem ser cogitados biotecnologia, química, indústria farmacêutica, testes industriais, os chamados BPO – Business Process Offshoring etc. Cabe lembrar que as empresas coreanas têm interesse na referida terceirização para fazer face à premente necessidade de ganho de competitividade via redução de custos. Por último, cabe lembrar que as empresas coreanas podem vir a identificar oportunidades de negócios no que se refere à terceirização para o Brasil de reparos de material de transporte (embarcações e aeronaves), maquinário e equipamentos provenientes da Coreia, tirando vantagem dos custos de fatores significativamente mais baixos no Brasil (mão-de-obra, custos com instalações industriais, etc.). As grandes empresas coreanas dispõem de vultosos orçamentos para pesquisa e desenvolvimento. Segundo Son Seung-hyun, da Associação Coreana de Tecnologia Industrial – Koita, “Existem cerca de 100.000 indústrias na Coreia. Dessas, 11.000 têm seus próprios centros de P&D. É um indicativo de que as empresas coreanas realmente acreditam na importância de desenvolver pesquisa para apoiar a produção das fábricas” 82. O mapa abaixo ressalta os mais importantes clusters de tecnologia da Coreia, com a respectiva especialização. Nesses clusters, as empresas brasileiras de serviços poderão identificar relevantes oportunidades de negócios. 82 http://www.anpei.org.br/imprensa/noticias/noticia-735/ Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 63 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Extraído de Extraído de “Foreign Direct Investment and the Korean Economy: Investing in Korea”, estudo elaborado por Invest Korea83 2.5.5. Engenharia e Construção Civil As empresas de construção civil e engenharia sul-coreanas têm notável capacidade financeira e tecnológica. As principais empresas coreanas do setor são a Samsung Engineering Co. Ltd, listada por McGraw-Hill Construction como a 46ª do mundo em termos de receita advinda de contratos no exterior84 e a Hyundai Engineering & Construction Co. Ltd. empresa coreana do setor melhor classificada por Forbes entre as 2.000 maiores empresas do mundo. As tabelas a seguir permitem avaliar a envergadura financeira das empreiteiras coreanas: RANK 83 84 FIRM 2008 2007 1 1 HOCHTIEF AG, Essen, Germany† 2 3 VINCI, Rueil-Malmaison, France† 3 2 Skanska AB, Solna, Sweden† 4 4 STRABAG SE, Vienna, Austria† 5 5 BOUYGUES, Paris, France† 6 6 Bechtel, San Francisco, Calif., U.S.A.† 7 ** Saipem, San Donato Milanese, Italy† http://www.investkorea.org/InvestKoreaWar/work/ik/eng/lr/lr_main.jsp http://enr.construction.com/people/topLists/topIntlCont/topIntlCont_1-50.asp Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 64 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul 8 7 TECHNIP, Paris la Defense, France† 9 9 Bilfinger Berger AG, Mannheim, Germany† 10 12 Bovis Lend Lease, Millers Point, NSW, Australia† 11 10 Fluor Corp., Irving, Texas, U.S.A.† 12 11 Royal BAM Group nv, Bunnik, The Netherlands† 13 22 FCC, Fomento de Constr. y Contratas SA, Madrid, Spain† 14 20 Balfour Beatty plc, London, U.K.† 15 8 KBR, Houston, Texas, U.S.A.† 16 13 Consolidated Contractors Group, Athens, Greece† 17 16 Chiyoda Corp., Yokohama, Japan† 18 14 China Communications Construction Group, Beijing, China† 19 17 Grupo ACS, Madrid, Spain† 20 21 Construtora Odebrecht, Sao Paulo, Brazil† 21 18 China State Construction Eng’g Corp., Beijing, China† 22 27 Foster Wheeler Ltd., Clinton, N.J., U.S.A.† 23 32 Obayashi Corp., Tokyo, Japan† 24 23 Kajima Corp., Tokyo, Japan† 25 15 JGC Corp., Yokohama, Japan 26 40 Toyo Engineering Corp., Chiba, Japan† 27 47 Tecnicas Reunidas, Madrid, Spain† 28 30 OHL SA (Obrascon Huarte Lain SA), Madrid, Spain† 29 34 CB&I, The Woodlands, Texas, U.S.A.† 30 29 Petrofac Ltd., Jersey, Channel Islands, U.K.† 31 ** PCL Construction Enterprises, Edmonton, Alberta, Canada† 32 36 McDermott International Inc., Houston, Texas, U.S.A.† 33 56 Maire Tecnimont, Rome, Italy† 34 ** Acciona SA, Madrid, Spain† 35 25 Ferrovial Agroman SA, Madrid, Spain† 36 24 Taisei Corp., Tokyo, Japan† 37 44 Enka Construction & Industry Co. Inc., Istanbul, Turkey† 38 ** Danieli Group, Buttrio, Italy† 39 42 Jan De Nul Group, Hofstade/Aalst, Belgium 40 28 Jacobs, Pasadena, Calif., U.S.A. 41 33 IMPREGILO SpA, Milan, Italy† 42 31 CEGELEC, Nanterre Cedex, France† 43 37 Techint Group, Milan, Italy† Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 65 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul 44 38 SACYR Vallehermoso, Madrid, Spain† 45 45 Joannou & Paraskevaides Group of Cos., Guernsey, U.K. 46 49 Samsung Engineering Co. Ltd., Seoul, S. Korea† 47 46 BESIX SA, Brussels, Belgium† 48 55 China National Machinery Indus. Corp., Beijing, China† 49 35 Takenaka Corp., Osaka, Japan† 50 51 Sinohydro Corp., Beijing, China† 51 41 Leighton Holdings Ltd., St. Leonards, NSW, Australia† 52 39 Shimizu Corp., Tokyo, Japan† 53 63 Ed. Zublin AG, Stuttgart, Germany† 54 54 Abeinsa SA, Seville, Spain† 55 ** Punj Lloyd Ltd., Haryana, India† 56 66 Kiewit Corp., Omaha, Neb., U.S.A.† 57 ** Iberdola Ingenieria y Construccion, Madrid, Spain† 58 59 Astaldi SpA, Rome, Italy† 59 43 Hyundai Engineering & Construction Co. Ltd., Seoul, S. Korea 60 64 GAMA, Ankara, Turkey† 61 60 Veidekke ASA, Oslo, Norway† 62 57 Arabian Construction Co., Beirut, Lebanon† 63 58 Daewoo E&C Co. Ltd., Seoul, S. Korea† 64 52 GS Engineering & Construction, Seoul, S. Korea† 65 86 Black & Veatch, Overland Park, Kan., U.S.A. 66 68 SK Engineering & Construction, Seoul, S. Korea 67 72 Larsen & Toubro Ltd., Mumbai, India† 68 61 Renaissance Construction, Ankara, Turkey† 69 48 Samsung C&T Corp., Seoul, S. Korea† 70 75 Salini Costruttori SpA, Rome, Italy† 71 67 China Railway Group Ltd., Beijing, China† 72 98 CITIC Construction, Beijing, China† 73 76 National Petroleum Construction Co., Abu Dhabi, U.A.E. 74 ** Mota-Engil, Porto, Portugal† 75 69 Tekfen Construction & Installation Co., Istanbul, Turkey† 76 70 China Petroleum Eng’g & Constr. (Group) Corp., Beijing, China† 77 53 Orascom Construction Industries (OCI), Cairo, Egypt Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 66 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul 79 62 Taikisha Ltd., Tokyo, Japan† 80 ** URS Corp., San Francisco, Calif., U.S.A.† 81 95 China Metallurgical Group Corp., Beijing, China† 82 80 Ghella SpA, Rome, Italy† 83 74 E. Pihl & Son AS, Kgs. Lyngby, Denmark† 84 114 Hanjin Heavy Industries & Constr., Seoul, S. Korea 85 71 AMEC plc, London, U.K.† 86 138 Dongfang Electric Corp., Chengdu, Sichuan, China† 87 89 SKE Group, Mannheim, Germany† 88 110 CTCI Corp., Taipei, Taiwan† 89 77 Bauer AG, Schrobenhausen, Germany† 90 73 Shanghai Construction (Group) General Co., Shanghai, China 91 79 John Sisk & Son Ltd., Dublin, Ireland† 92 78 Penta-Ocean Construction Co. Ltd., Tokyo, Japan 93 92 Solel Boneh International Ltd., Ramat-Gan, Israel† 94 90 Zhongyuan Petroleum Exploration Bureau, Puyang City, China 95 100 Contracting & Trading Co. “C.A.T.” Group of Cos., Beirut, Lebanon† 96 81 Soares Da Costa - Grupo SGPS, Porto, Portugal† 97 88 China National Chemical Eng’g Grp. Corp., Beijing, China† 98 84 Rizzani de Eccher SpA, Pozzuolo del Friuli, Udine, Italy† 99 105 CH2M HILL, Englewood, Colo., U.S.A.† Extraído de “Top International Contractors 2008”, estudo de McGraw-Hill Construction85 Lista das empreiteiras corenas incluídas entre as 2.000 maiores empresas do mundo segundo Forbes86 85 86 Sales Profits Assets ($bil) ($bil) ($bil) Market Value ($bil) Rank Company Country Industry 1.175 Hyundai Eng & Const South Korea Construction 6.44 0.31 7.33 3.73 1.185 Daewoo Engineering South Korea Construction 6.52 1.04 7.16 1.82 idem http://www.forbes.com/lists/2009/18/global-09_The-Global-2000-South-Korea_10Company.html Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 67 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul 1.264 1.335 Daelim Industrial Kumho Industrial 1.423 GS E&C 1.443 Tong Yang Major South Korea South Korea South Korea South Korea Construction 7.16 0.53 7.34 0.92 Construction 9.20 0.04 16.47 0.37 Construction 6.72 0.42 6.72 1.57 Construction 5.43 -0.04 23.37 0.12 Lista das empreiteiras corenas incluídas entre as 225 maiores do mundo em termos de faturamento no exterior segundo McGraw Hill Construction87 RANK 2008 2007 46 59 63 64 66 69 84 112 192 204 215 49 43 58 52 68 48 114 112 ** ** 169 FIRM Samsung Engineering Co. Ltd., Seoul, S. Korea† Hyundai Engineering & Construction Co. Ltd., Seoul, S. Korea Daewoo E&C Co. Ltd., Seoul, S. Korea† GS Engineering & Construction, Seoul, S. Korea† SK Engineering & Construction, Seoul, S. Korea Samsung C&T Corp., Seoul, S. Korea† Hanjin Heavy Industries & Constr., Seoul, S. Korea Ssangyong Engineering & Constr. Co. Ltd., Seoul, S. Korea† POSCO Engineering & Construction, Seoul, S. Korea Kumho Industrial, Seoul, S. Korea Lotte Engineering & Construction Co. Ltd., Seoul, S. Korea† Entende-se que a entrada dessas empresas no Brasil não causaria deslocamento de mercado das empresas de capital nacional, já que atuariam em segmentos de mercado de extrema sofisticação tecnológica, concorrendo exclusivamente com empresas estrangeiras de outras nacionalidades. De fato, o Brasil afigura-se como país com amplas oportunidades de negócios para empresas do setor em decorrência de vários programas e ações de governo e empresas estatais: Programa de Aceleração do Crescimento - PAC88, ações decorrentes da Política de Desenvolvimento Produtivo – PDP89, investimentos da Petrobrás90 para exploração do petróleo e gás da chamada “camada pré-sal”, investimentos para a modernização e ampliação da infraestrutura logística do País, revalorização da energia nuclear91, planejada ligação ferroviária de alta velocidade entre Rio de Janeiro e São Paulo. O apetite das empresas de construção civil e engenharia estrangeiras pelo mercado brasileiro cresceu, sobremaneira, após a sanção da Lei das Parcerias Público-Privadas (Lei nº 11.079/2004). 87 http://www.ydmh.gov.tr/dtmadmin/upload/ANL/YurtDisiMuteahhitDb/english/companies.doc O PAC articula projetos de infraestrutura públicos e privados e medidas institucionais para aumentar o ritmo de crescimento da economia. A grande cinco linhas de ação: investimentos em infraestrutura, estímulo ao crédito e ao financiamento, melhora do ambiente de investimento, desoneração e aperfeiçoamento do sistema tributário e medidas fiscais de longo prazo. http://www.brasil.gov.br/pac/.arquivos/pac2anos_apresentacaonovo.pdf 89 http://www.desenvolvimento.gov.br/pdp/arquivos/destswf1212175349.pdf 90 http://www2.petrobras.com.br/ri/pdf/Diretor-Almir-IBEF-final.pdf 91 A respeito da retomada da construção de usinas nucleares no Brasil, vide “Lula fala em optar por usinas nucleares”, artigo publicado em 04/05/2007 por O Estado de S. Paulo. 88 Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 68 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul A título de ilustração do quadro descrito acima, transcreve-se reportagem publicada em novembro de 2008 em Korea.net Staff Writer sobre oportunidades de cooperação, acordadas pelos governos de Brasil e Coreia: “Korean President Lee Myung-bak and his Brazilian counterpart President Luis Inacio Lula da Silva agreed to widen bilateral economic and commercial cooperation after holding summit talks in Brasilia [...] Mentioning Korean firms’ world-class global competitiveness backed by its advanced technology, experience and knowhow in the area of infrastructure construction, President Lee urged the Brazilian leader to let Korean firms have opportunities to take part in development projects in Brazil. President da Silva welcomed Korean companies to enter the country, and stressed that Korean firms would be able to have opportunities to participate in Brazil’s high-speed railway and port construction and shipbuilding industry. The two leaders also agreed to support South Korean companies seeking to participate in Brazil’s plans to build eight nuclear power plants by 2030 and a 520-kilometer-long high-speed railroad linking Rio de Janeiro, Sao Paulo and Campinas. They also agreed to review the issue of importing Brazilian beef to Korea in order to boost bilateral trade, and agreed to make the final decision after Korean quarantine specialists finish reviewing the issue of importing Brazilian beef. […]”.92 2.5.6. Audiovisual e Produção Editorial Indústrias criativas são aquelas que têm a sua origem na criatividade, competências e talento individual, com potencial para a criação de trabalho e riqueza através da geração e exploração da propriedade intelectual93. A indústria cultural e a produção editorial são os segmentos mais importante das chamdas indústrias criativas. A indústria cultural abarca as seguintes atividades: a) produção musical, incluindo a gravação, as apresentações ao vivo e a edição musical; b) cinema e televisão, incluindo produções locais; c) a mídia de informação e entretenimento não-impressa, incluindo divulgação em rádio e televisão, televisão a cabo e via satélite e as “novas mídias” (internet, telefones móveis); d) a atividade editorial; e) as artes cênicas; d) as artes visuais; e) festivais e turismo cultural; d) a indústria da moda; e) a gestão de direitos autorais e direitos relacionados. A indústria cultural figura entre os setores de serviços de maior interesse econômico. Nesse aspecto, destaca-se pelo dinamismo e lucratividade das empresas a ela afeitas, alta agregação de valor a seus produtos e serviços, geração de empregos de elevada remuneração e crescente importância no comércio internacional de serviços. Quanto às externalidades econômicas positivas propiciadas pela indústria cultural, destaca-se a indução, por spin-off, de uma gama de atividades de suporte ou correlatas à indústria cultural que podem favorecer o desenvolvimento 92 93 http://www.korea.net/news/issues/issueDetailView.asp?board_no=19801 http://www.scielo.br/pdf/rae/v49n1/v49n1a03.pdf Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 69 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul de outras cadeias produtivas de bens e serviços de alto conteúdo tecnológico e criativo (laboratórios, equipamentos, técnicas de gestão especializadas, etc.). Indústria cultural vigorosa é pré-condição para um país exercer plenamente seu soft power, com todas as vantagens econômicas e extraeconômicas que podem decorrer dessa situação. A esse propósito, cabe lembrar quão importante foi a indústria cultural dos EUA para a difusão do “American way of life” mundo afora, com imensos ganhos econômicos e políticos para o país. Considerado o conjunto de atividades abarcadas pela denominação “indústria cultural”, a Coreia do Sul está entre os países mais desenvolvidos da Ásia. Em 2008, o país ocupava a nona posição entre os maiores exportadores de produtos da indústria cultural94. Nos últimos anos, produtos da indústria cultural sul-coreana (filmes, séries televisivas, quadrinhos, desenhos animados, música e conteúdo para telefonia móvel e internet) têm sido amplamente exportados para vários países, favorecendo a difusão da cultura coreana. Esse processo, conhecido em coreano pela expressão hallyu é comumente denominado em inglês de “Korean wave” ou “Korean fever”. A Coreia do Sul é um dos poucos países do mundo onde a produção cinematográfica doméstica faz mais sucesso do que produções de Hollywood. Filmes como Shiri, Joint Security Area, My Sassy Girl, Silmido, The Brotherhood e The Host (títulos em coreano ou inglês, não há versões em português) tiveram mais bilheteria na Coreia do que blockbusters exibidos na mesma época como The Matrix, Star Wars, The Lord of Rings e Harry Potter. Filmes coreanos têm obtido premiações em importantes mostras internacionais como a de Berlim e a de Veneza por seu valor artístico e inovador. Alguns desses filmes foram exibidos com sucesso fora da Coreia, inclusive nos EUA, onde o público é pouco receptivo a produções estrangeiras em geral. Ultimamente, estúdios americanos têm adquirido direitos autorais de estúdios coreanos para refilmagem nos EUA. Os filmes coreanos recentes de maior bilheteria no país são os que se seguem: English title Rank Korean title Director Admissions Year 1 The Host 괴물 Bong Joon-ho 13,019,740 2006 2 The King and the Clown 왕의 남자 Lee Jun-ik 12,302,831 2005 3 Taegukgi 태극기 휘날리며 Kang Je-gyu 11,746,135 2004 4 Silmido 실미도 Kang Woo-suk 11,081,000 2003 5 D-War 디워 Shim Hyung-rae 8,426,973 2007 6 Speedy Scandal 과속 스캔들 Kang Hyung-Cheol 8,217,648 2008 7 Friend 친구 Kwak Kyung-taek 8,134,500 2001 8 Welcome to Dongmakgol 웰컴 투 동막골 Park Kwang-hyun 8,008,622 2005 9 May 18 화려한 휴가 Kim Ji-hun 7,307,993 2007 10 Tazza: The High Rollers 타짜 Choi Dong-hun 6,847,777 2006 11 The Good, the Bad, the Weird 좋은 놈, 나쁜 놈, 이상한 놈 Kim Jee-woon 6,686,101 2008 12 200 Pounds Beauty 미녀는 괴로워 Kim Yong-hwa 6,619,498 2006 13 Shiri 쉬리 Kang Je-gyu 6,210,000 1999 14 My Boss, My Teacher 투사부일체 Kim Dong-won 6,105,431 2006 15 Joint Security Area 공동경비구역 JSA Park Chan-wook 5,830,000 2000 94 http://www.koreatimes.co.kr/www/news/special/2008/05/180_23641.html Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 70 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul 16 Marrying the Mafia II 가문의 위기 Jeong Yong-ki 5,635,266 2005 17 Memories of Murder 살인의 추억 Bong Joon-ho 5,255,376 2003 18 My Wife is a Gangster 조폭 마누라 Jeong Heung-sun 5,180,900 2001 19 Marathon 말아톤 Jeong Yoon-chul 5,148,022 2005 20 The Chaser 추격자 Na Hong-jin 5,071,619 2008 Fonte: Korean Film Council95 A cinematografia coreana, como, aliás, a maior parte da produção cultural coreana, é fortemente referenciada a aspectos únicos da cultura, história e política do país, característica que pode dificultar a sua aceitação em mercados estrangeiros culturalmente mais distantes, como o Brasil (mas definitivamente não é o caso do Leste e Sudeste Asiático, onde os filmes coreanos obtêm grandes bilheterias). Fugindo a isso, ultimamente muitas produções coreanas têm figurado um estilo mais “hollywoodiano”. As mini-séries televisivas produzidas localmente também têm se mostrado imensamente populares e constituído retumbante sucesso de exportação nos países do Leste e Sudeste da Ásia e, em menor proporção, Oriente Médio, Europa e EUA. A mini-série Winter Sonata (ano de produção: 2002) ocasionou um grande afluxo de turistas estrangeiros a Chuncheon, cidade turística amplamente exposta na mini-série. 95 http://www.kofic.or.kr/ Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 71 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Grande parte da produção da bilionária indústria de desenhos animados da Coreia do Sul e dos EUA é terceirizada para estudos coreanos que realizam a animação básica, coloração e outras etapas subsidiárias. É o caso de produções americanas como The Simpsons, Futurama e Family Guy. Atualmente, os estúdios locais, com incentivo governamental, procuram desenvolver produções com conteúdo local de forma a replicar, no mercado doméstico e no exterior, o Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 72 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul sucesso cinematográfico e televisivo da indústria cultural coreana. O mesmo ocorre com os jogos de computador96. De fato, assim como em vários outros setores de atividade onde a Coreia ascendeu à posição de destaque partindo praticamente do zero, o apoio estatal à indústria cultural foi e continua a ser fator determinante de sucesso. Em 2008, a Korea Culture Content Agency – KOCCA delineou planos para alçar o país à condição de quinto maior na indústria cultural97. A principal empresa coreana de publicidade e propaganda é a que segue: In-Poong. No Brasil, já de longa data a indústria cultural é setor de atividade econômica relevante. Produtos da indústria cultural brasileira foram e são apreciados por milhões de consumidores em muitos países (produções televisivas, cinema, produção fonográfica, quadrinhos, etc.). Por meio do Ministério da Cultura, o Governo do Brasil implementa políticas de apoio e promoção das exportações brasileiras nesse setor (especialmente audiovisual e produção gráfica) e de atração de investimento estrangeiro (coproduções, laboratórios, etc.). O comércio e o investimento entre Brasil e Coreia do Sul nessa área têm um potencial relevante de crescimento que poderá ser induzindo mediante maior interlocução institucional e empresarial. De fato, os manhwas, versão coreana dos mangás japoneses, já começam a ser importados e adaptados para o público brasileiro98. 2.5.7. Logística Especialmente após o surgimento de cadeias produtivas globais, serviços de transporte e logística são componente indispensável, junto com outros setores de serviços, para incrementar a produtividade da economia de um país como um todo. As empresas coreanas de transporte e logística estão entre as maiores e mais competitivas do mundo em todas as áreas: transporte aéreo de cargas e passageiros, transporte multimodal de containers, transporte de cargas especiais etc. São importantes para a colocação das exportações brasileiras no Leste e Sudeste da Ásia. As maiores empresas coreanas do setor são as que seguem: Asiana Airlines, Hanjin Shipping Co Ltd., Korean Air, Korean National Railroad.. Os coreanos pretendem fazer do país o maior centro logístico da Ásia-Pacífico, suplantando Cingapura e Hong Kong. Isso não será tarefa fácil, haja vista a entrada de um novo ator em cena: Xangai e seu novo hiper-porto de águas profundas99, em concorrência direta com Busan. Neste estudo, o tema oportunidades de negócios Brasil-Coreia do Sul em logística também foi abordado, com ilustração por mapas e gráficos, nos itens 1.1. Território e Inserção Geográfica e 1.4. Infraestrutura. O Instituto de Logística e Supply Chain disponibiliza na Internet estudo aprofundada sobre logística no Brasil, com indicação das áreas onde as oportunidades de negócios para empresas nacionais e estrangeiras são mais evidentes100. 96 http://joongangdaily.joins.com/article/view.asp?aid=2608412 http://www.koreatimes.co.kr/www/news/special/2008/05/180_23641.html 98 http://www.bonde.com.br/bonde.php?id_bonde=1-14--2033-20060202 99 http://www.nytimes.com/2005/12/12/business/worldbusiness/12port.html 100 http://www.ilos.com.br/site/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=31&Itemid=44 97 Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 73 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul 2.5.8. Construção Naval A cadeia produtiva da construção naval é grande demandante de insumos e serviços de alto valor agregado e cria muitos postos de trabalho bem-remunerados. Ademais, induz a criação de spin-offs em outros setores de atividade produtiva. Por essas razões, a Política de Desenvolvimento Produtivo – PDP101 incluiu a construção naval dentre as prioridades da rubrica “programas para fortalecer a competitividade”. A crescente relevância do comércio exterior na composição do PIB, implicando grande movimentação transoceânica de cargas, acrescida da necessidade de aumentar a participação da navegação na movimentação interna de cargas, proporcionando, assim, uma alternativa ao oneroso transporte rodoviário, per se já justificam a inclusão da construção naval dentre as prioridades da PDP. Ademais, a inclusão da construção naval na PDP tanto mais é acertada tendo em vista que a cadeia produtiva de petróleo e gás, que deve crescer extraordinariamente nos próximos anos em decorrência da exploração das jazidas do pré-sal, exigirá a disponibilidade de embarcações e plataformas petrolíferas. Também o complexo industrial da defesa está no foco da PDP. De fato, pelos próximos anos, a Marinha do Brasil deve se constituir num poderoso indutor do setor de construção naval. Tendo em vista a sofisticação tecnológica inerente a essas embarcações, é de se supor que as licitações venham a proporcionar, direta ou indiretamente, relevantes oportunidades de negócios para empresas detentoras de tecnologias de ponta, como soem ser as empresas de construção naval coreanas. 101 http://www.desenvolvimento.gov.br/pdp/arquivos/destswf1212175349.pdf Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 74 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Segundo o Relatório Anual 2007-2008 da Comunidade das Associações de Estaleiros da Europa (CESA), em 2007, 2.700 embarcações foram produzidas e entregues em todo o mundo. Neste ano, 34,6 milhões de toneladas, o equivalente a 77% das entregas, foram produzidas por estaleiros do Leste Asiático, em países como China, Coreia do Sul e Coreia do Sul. Segundo este relatório, as encomendas para o setor quadruplicaram entre os anos 2000 e 2007, e tal evolução é atribuída ao aumento da capacidade produtiva dos países asiáticos devidamente consolidados no ramo da construção naval e à entrada no setor de mais países asiáticos com potencial competitivo como China, Índia e Vietnã. Atualmente, a indústria de construção naval é dominada pela excelência sul-coreana nesse setor. Segundo a Organização Mundial do Comércio – OMC (Revisão de Política Comercial da República da Coreia- 2009), “Since 2003, Korea has maintained its position as the world's shipbuilding leader, in terms of new orders, completion, and order book. It is home to seven of the world's ten largest shipbuilding companies, and is benefiting greatly from a surge in global trade, oil prices, energy demand, and the need to meet tougher environmental requirements set by the International Maritime Organization. Exports of vessels have increased by 25% per year on average since 2004. Shipbuilders' order books are full until 2010, with orders at the top three shipbuilders expected to reach US$50 billion for 2007. However, Korean shipbuilders face challenges, such as the need to address spiralling costs and material shortages, as well as exchange rate developments, problems with steel plates, and the shortage of skilled labour. To cut costs, Korea's second- and third-largest shipbuilders have both opened yards in China where they produce entirely ships, but also blocks used as the base for building ships in Korea”102. A indústria naval coreana nasceu há apenas 25 anos e nesse período o país tornou-se o maior produtor mundial do setor em termos de número de embarcações construídas e em tonelagem, a despeito do alto custo de sua força de trabalho. Isso se deve em grande parte a sua avançada tecnologia de construção naval e à alta produtividade e eficiência de seus estaleiros. O maior estaleiro do mundo encontra-se na cidade de Ulsan e é operado pelo chaebol (conglomerado) Hyundai Heavy Industries. Sete das dez maiores empresas de construção naval do mundo estão sediadas no país, sendo as três maiores: a Hyundai Heavy Industries, a Samsung Heavy Industries e a Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering. Destacam-se também a STX Shipbuilding, Hiunday Samho Heavy Industries, Hanjin Heavy Industries e Sundong Shipbuilding & Marine Engineering. Em 2007, a STX Shipbuilding adquiriu a Aker Yards, o maior grupo de construção naval da Europa, renomeando-a STX Europe, fortalecendo a posição dominante da Coreia do Sul neste setor. 102 http://www.wto.org/english/tratop_e/tpr_e/tp304_e.htm Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 75 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Abaixo, breve caracterização das maiores empresas de construção naval sul-coreanas: Principais empresas construção naval HHI: Hyundai Industries SHI: Samsung Industries DSME: Shipbuilding Engineering & HMD: Hyundai Dockyard STX Shipbuilding de Observações Heavy Empresa líder do setor em nível mundial, com 20% do mercado de fabricação de barcos, o que equivale a uma capacidade de produção de 140 a 160 navios por ano. É o segundo maior fabricante mundial, com estaleiros de Heavy 3,3 milhões de metros quadrados, o que lhes proporciona uma capacidade anual de 4 milhões de GT (toneladas brutas). Possui 50% da cota de mercado na fabricação de navios offshore. Daewoo Líder mundial na fabricação de navios LNGC, LNPC e Marine grandes contêineres. Ademais, tem como especialidade os navios militares, plantas offshore, exploração de energia e projetos de desenvolvimento. Mipo Empresa que forma parte do grupo Hyundai Heavy Industries. É especializada na construção de navios de pequeno e médio porte. Possui grande reputação internacional pela alta tecnologia aplicada em seu processo de fabricação. É o único estaleiro sul-coreano que faz uso do método SLS (Skid Launching System) na fabricação de seus navios. Dae Sun Shipbuilding & Especializado na fabricação de navios de pequeno e médio Engineering porte, bem como em sua reparação. Fonte: “Guia Pais.2008. Elaborado pela Oficina Económica y Comercial de España em Seúl, com dados da Korea Marina Equipment Association.103 As tabelas a seguir apresentam uma comparação, em tonelagem bruta (GT), entre a produção naval sul-coreana e a coreana, a chinesa, a de países membros da Community of Shipyards Associations - CESA e a dos demais países do mundo104: 103 Oficina Económica y Comercial de España em http://www.comercio.mityc.es/tmpDocsCanalPais/7A93D1BD4AA76EE2FFE418ACA6AA7F6E.pdf 104 The korea’s shipbuilders association- KOSHIPA: http://www.koshipa.or.kr/eng/koshipa/koshipa3/statistics_world.htm Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 Seul: 76 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Produção completada (toneladas) Extraído de “The korea’s shipbuilders association- KOSHIPA”105 Produção encomendada (toneladas) Extraído de “The korea’s shipbuilders association- KOSHIPA”106 105 e105 The Korea shipbuilders’ association- KOSHIPA: http://www.koshipa.or.kr/eng/koshipa/koshipa3/statistics_world.htm Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 77 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Extraído de “CESA. Annual Report”, 2007-2008, Community of European’s Shipyard Association107 Em valor, a construção naval é a principal componente da pauta exportadora da Coreia do Sul: 106 The Korea shipbuilders’ association- KOSHIPA: http://www.koshipa.or.kr/eng/koshipa/koshipa3/statistics_world.htm 107 Community of European’s Shipyard Association- CESA. O Relatório da CESA fornece anualmente panorama acerca da produção naval européia e mundial e também expõe as metas e perspectivas para o setor: http://www.cesashipbuilding.org/public_documents_site.phtml?sid=&doctype=pub Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 78 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Extraído de “Como exportar: Coreia do Sul” – Brazil Trade Net108 O governo da Coreia inclui a construção naval como um dos setores de atividade econômica a receber incentivos para agregação de valor à produção mediante a inovação tecnológica, de forma a ampliar a vantagem competitiva dos estaleiros coreanos relativamente a concorrentes estrangeiros. Sector Goal Strategy Develop additional core technologies to increase valueShipbuilding added process. Obtain source technologies and developing technologies for key parts of offshore plants and icebreaking ships. Build a new ship models equipped with advanced IT technologies. Extraído de portal eletrônico do Ministério da Economia do Conhecimento109 Em recente encontro dos presidentes Luis Inácio Lula da Silva e Lee Myung-bak (julho de 2008)110, foi discutida a possibilidade de empresas de construção naval coreanas virem a incrementar exportações para o Brasil ou mesmo a ampliarem investimentos em estaleiros no País. De fato, nos últimos anos o governo brasileiro vem reconhecendo a importância estratégica do transporte naval para o País. A construção de novos estaleiros amplia cada vez mais sua relevância na pauta de investimentos do Brasil. Por exemplo, a construção do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Suape - Pernambuco, é um projeto de grande porte, o qual conta com a parceria de investidores de diversas localidades, inclusive da Coreia. A Samsung Heavy Industry é acionista minoritário do empreendimento, além de prestar serviços relacionados à planta industrial do estaleiro, à produção de navios e à contratação de fornecedores. As empresas coreanas Komac e Sangdong são responsáveis pelo projeto e gerenciamento da construção do estaleiro.111 No dia 20 de maio de 2009, durante o 21º Fórum Nacional, no Rio de Janeiro, o diretor da Área de Planejamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, João Carlos Ferraz fez importantes observações sobre os impactos do pré-sal na indústria naval brasileira e a demanda por combustíveis no mundo. Entre outros, Ferraz apontou os estaleiros nacionais como maior foco de preocupação atual. Os estaleiros nacionais precisam resolver problemas, estruturais e logísticos, que não existem em seus pares sul-coreanos. O diretor do BNDES afirmou que, somando-se todos os estaleiros brasileiros, a área total corresponde a 3,5 milhões de metros quadrados, o que equivale a apenas um estaleiro sul-coreano. Segundo Ferraz, o tamanho faz a diferença neste setor, pois gera ganho de escala e reduz custos de produção. Ferraz destacou que os investimentos que serão feitos pela Petrobrás na Coreia do Sul impressionam e provocaram alterações nas cotações das ações dos estaleiros asiáticos. O diretor do BNDES estima que, nos próximos anos, o setor petrolífero no Brasil será responsável por algo entre 20% a 25% da demanda mundial de embarcações e outras estruturas flutuantes para o setor de petróleo e indica ser necessário o crescimento da capacidade dos estaleiros nacionais 108 http://www.braziltradenet.gov.br/ARQUIVOS/Publicacoes/ComoExportar/CEXCoreiadoSul.pdf http://www.mke.go.kr/language/eng/policy/Ipolicies_04.jsp 110 Dynamickorea.com: : http://www.dynamic-korea.com/print.php?tbl=news&uid=200800239078 111 http://www.suape.pe.gov.br/noticias_.asp?noticia=803 109 Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 79 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul para atender às demandas da Petrobras. O Brasil necessita aumentar drasticamente os investimentos em estaleiros para atender o mercado de embarcações e equipamentos e suprir os pedidos da Petrobrás e demais empresas do setor, a partir do aumento da produção de petróleo e gás da camada pré-sal. Outra diferença citada entre o setor brasileiro e coreano é a disposição do sistema de produção em torno dos estaleiros, que na Coreia funcionam como clusters, ou seja, um grupo de empresas metalmecânicas ficam instaladas em torno dos locais de produção de navios, o que barateia os custos de logística. Já no Brasil, os estaleiros estão dispostos desde o Nordeste até o Sul do país, distantes milhares de quilômetros um do outro. “A experiência internacional mostra que agrupamento, tendo um cluster mecânico, químico e de automação próximo ao estaleiro, é importante”, disse. Para atender a demanda da Petrobrás e dos novos investidores é necessária mais capacidade produtiva em todos os segmentos da indústria e dos estaleiros, pois o que se conseguiu até agora ainda é muito pouco, frente às necessidades futuras geradas pelo pré-sal. Segundo Ferraz “O Brasil tem a possibilidade de retomar um espaço na construção de bens e serviços de offshore como nunca teve antes. Principalmente porque as demandas agora são de muito longo prazo, de décadas de investimento firme. Isso dá um horizonte para os empresários que estão dispostos a investir no Brasil completamente diferente”, afirmou112. Os investimentos coreanos em construção naval começam a desembarcar no Brasil. Alusa, Galvão Engenharia e a coreana Sungdong vão investir US$ 500 milhões na construção de um estaleiro no porto de Suape, a 60 km do Recife. O alvo são as futuras licitações da Petrobrás para a construção de navios e plataformas de exploração de petróleo113. 2.5.9. Serviços Afeitos às Energias Renováveis Em decorrência de o Brasil dispor de recursos energéticos exportáveis de grande monta (biocombustíveis e o petróleo e gás a serem extraídos da chamada camada pré-sal), o item energia, incluindo bens e serviços, será um dos mais fortes atrativos de novos investimentos estrangeiros para o País nas próximas décadas e de projeção das empresas brasileiras no exterior. Os governos do Brasil e da Coreia já de longa data têm envidado esforços visando aumentar a participação das chamadas energias renováveis na matriz energética. Sob esse aspecto, ambos, Brasil e Coreia, já têm capacidades consolidadas no que se refere à geração de eletricidade pelo aproveitamento do potencial hidráulico dos rios, sendo limitadas as possibilidades de expressiva expansão sem que se incorra em grave prejuízo ao patrimônio ambiental. Resta a exploração de outras fontes de energia renovável, sendo cogitadas várias possibilidades (biomassa, eólica, solar, geotérmica, das marés e ondas oceânicas etc) O aproveitamento econômico da energia derivada das fontes referidas acima envolve não só a produção de bens (biocombustíveis, insumos químicos, geradores, turbinas, maquinário diverso etc), mas também um considerável aporte de serviços. Estes compreendem desde os mais gerais como logística, distribuição, vendas e aluguel de equipamentos, até os mais específicos, de alto 112 Informações retiradas das seguintes matérias jornalísticas: http://www.administradores.com.br/noticias/pais_precisa_investir_em_estaleiros_para_suprir_demandas_do_presal_diz_diretor_do_bndes/232 55/ e https://conteudoclippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2009/5/21/pre-sal-pode-gerar-choque-de-demanda-e-exige-atencaodizem-economistas/ 113 “Valor Econômico, edição de 10/09/2009 http://www.valoronline.com.br/?impresso/empresas/95/5810391/porto-de-suape-tera-mais-umestaleiro&scrollX=0&scrollY=133&tamFonte= Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 80 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul valor agregado, como os serviços inerentes a P&D, consultorias e assistência técnica especializada. No que se refere a comércio e investimentos em bens e serviços afeitos a biocombustíveis, vislumbram-se crescentes oportunidades já que a Coreia importa boa parte da energia que consome e o Brasil é auto-suficiente em petróleo e investe na área de biocombustíveis. Também é possível que se viabilizem exportações brasileiras de bens e serviços afeitos a biocombustíveis como resultado do crescente interesse do Coreia pela África, continente onde o Brasil já tem programas de cooperação estabelecidos com vários países. Cogita-se que, nesse empreendimento, a Coreia venha a participar com capitais e o Brasil com equipamentos, consultoria e assistência técnica. 2.4.10. Mercado de Carbono A exemplo de outros países onde as questões ambientais encontram grande repercussão junto à opinião pública, a Coréia do Sul é signatária do Protocolo de Quioto, comprometendo-se a reduzir significativamente suas emissões de gases causadores do efeito estufa e a incentivar medidas de redução de emissões ou de captura do carbono atmosférico em terceiros países. Em novembro de 2002, o país ratificou o Protocolo de Quioto, que entrou em vigor em 2005, mas sem implicações imediatas para as empresas coreanas. O Protocolo considera a Coreia uma economia em desenvolvimento, sendo assim não é exigida uma redução de suas emissões até 2012. Porém, devido a sua colocação como o nono país com maior volume de emissões de gás do efeito estufa, a Coreia estará sob forte pressão para reduzir suas emissões a partir da segunda fase do Protocolo, que se inicia em 2013.114 114 http://www.koreatimes.co.kr/www/news/biz/2008/07/123_27294.html Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 81 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Extraído de Korea Times - 07-09-2008115 Visando cumprir com os objetivos da redução da emissão de gases prevista pelo Protocolo e sanar os problemas que enfrenta devido às mudanças climáticas, chuvas ácidas e efeito estufa, a Coreia traçou várias metas e planos para desenvolver seu mercado de carbono e reduzir suas emissões. Em 2009 o país anunciou sua ambição de se tornar o centro asiático do mercado de carbono: "Combining our financial market influence and knowhow, we believe South Korea has an advantage in carbon trading," Woo Ki-jong, em entrevista a Reuters116. Por enquanto, no país, as empresas privadas diminuem voluntariamente suas emissões e vendem seus créditos ao próprio governo ou a outros países. Porém, quando as obrigações do país em relação ao Protocolo de Quioto entrarem em vigor, é possível que a Coreia desempenhe um papel maior como comprador nesse mercado: ainda que sejam altos os investimentos em pesquisas para redução das emissões, estas dobraram de 1990 para 2005 e o país tem uma das maiores emissões de gases estufa do mundo. No âmbito do Protocolo de Quioto, o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo – MDL possibilita a utilização de mecanismos de mercado para que os países desenvolvidos possam atingir os objetivos de redução de gases de efeito estufa. O Brasil confere grande importância ao MDL, por ser o único instrumento, no âmbito do Protocolo de Quioto, que efetivamente traz vantagens aos países em desenvolvimento. 115 http://www.koreatimes.co.kr/www/news/biz/2008/07/123_27294.html 116 http://www.reuters.com/article/GCA-BusinessofGreen/idUSTRE57I1RF20090819?pageNumber=1&virtualBrandChannel=10522 Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 82 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul O MDL permite a certificação de projetos de redução de emissões nos países em desenvolvimento e a posterior venda das certificações de emissão, para serem utilizadas pelos países desenvolvidos como modo suplementar para cumprirem suas metas117. No Brasil, a Secretaria do Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior118 é a entidade de governo que encabeça o desenvolvimento e a implementação de políticas focadas no fomento aos projetos de redução de emissão de gases de efeito estufa, no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), mediante a criação de um ambiente de negócios propício. Isso se dá com a implantação de sistema para a negociação de créditos de carbono na BM&F (MBRE) e o estímulo à criação de linhas de crédito e fundos privados (Programa de Desenvolvimento Limpo do BNDES) para o financiamento aos projetos. Da implantação do Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE) na BM&F resultou a criação de um banco de projeto para a atração de investimentos externos e a implantação de um sistema inovador de leilão de créditos de carbono. Essa iniciativa tem despertado vivo interesse de empresas estrangeiras. Brasil e Coreia possuem forte relação complementar. Em poucos anos, a Coreia será um grande comprador de créditos ligados aos Mecanismos de Desenvolvimento Limpo, enquanto o Brasil já exporta esses créditos. Existe bastante espaço para o fortalecimento de cooperação nessa área, mesmo no estágio inicial dos projetos, tais como acordos financeiros, colaboração tecnológica, incluindo tecnologia de eficiência energética, e estudos conjuntos para a criação de novas metodologias de MDL. Há possibilidade de se aumentar o número de projetos executados em cooperação por ambos os países, se for possível estabelecer troca de informações e oportunidades de consulta sobre a criação e materialização de possíveis projetos entre as partes interessadas. As empresas coreanas interessadas no mercado de carbono brasileiro encontrarão informação útil (em português e em inglês) à condução de seus negócios em estudo organizado pela Secretaria do Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior juntamente com a PriceWaterhouseCoopers, intitulado “Panorama do Mercado de Carbono no Brasil”119, levantamento prospectivo do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo no Brasil, que traça um perfil dos potenciais e dos atuais participantes do mercado de carbono, sejam empresas, entidades de classe empresariais ou instituições financeiras. A pesquisa para edição do referido estudo contou com a participação de 123 empresas, 21 entidades empresariais e 21 instituições financeiras representando 10 setores da economia. Os resultados dessa pesquisa foram divulgados internacionalmente e fundamentaram ações como o Programa de Desenvolvimento Limpo do BNDES que incentivou a criação de fundos privados para investir em projetos MDL, entre outras iniciativas. 2.5.11. Serviços Ambientais É notável a grande atenção e incentivos que estão sendo dispensados pelo governo120 e empresas coreanas em relação ao desenvolvimento de tecnologias ligadas às questões 117 Ver: “Matriz energética e emissão de gases de efeito estufa: fatos sobre o Brasil”, estudo da confederação Nacional da Indústria http://www.cni.org.br/portal/main.jsp?lumPageId=4028808112AF249A0112AFBF1EC620A3&itemId=8A9015D01DDE56A3011E4A2BC65 B4344 118 http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=2&menu=1805 119 http://www.desenvolvimento.gov.br/arquivos/dwnl_1204751032.pdf 120 http://eng.me.go.kr/docs/sub2/policy_view.html?idx=72&class=15&topmenu=B&cat=260 Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 83 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul ambientais e desenvolvimento sustentável. Isso se dá por meio de investimentos, P & D e incentivos fiscais. O mercado ambiental da Coreia é um dos maiores e mais dinâmicos da Ásia, avaliado em mais de US$ 10 bilhões121. Em junho de 2009 aconteceu a 31ª Exposição de Tecnologias Ambientais da Coreia, englobando vários provedores em diversos serviços ambientais, como tratamento de água, gerenciamento de resíduos, reciclagem etc.122. Nesse contexto, tendo em vista a crescente demanda no Brasil por esse tipo de serviço, principalmente ligado a tratamento de água e reparações ambientais, é de se esperar que a Coreia venha a ter interesse no mercado de serviços ambientais brasileiro. 2.5.12. Serviços Afeitos à Indústria da Defesa A Política Nacional da Indústria da Defesa- PNID123 denomina como produtos estratégicos da defesa bens e serviços afeitos à segurança ou à defesa do País. Dentre as ações estratégicas para a PNID consta a diminuição progressiva da dependência externa em produtos estratégicos de defesa, desenvolvendo-os e produzindo-os internamente. A PNID é parte da Estratégia Nacional de Defesa124 que prevê: “O Ministério da Defesa proporá, em coordenação com os Ministérios das Relações Exteriores, da Fazenda, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, do Planejamento, Orçamento e Gestão, da Ciência e Tecnologia e com a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, o estabelecimento de parcerias estratégicas com países que possam contribuir para o desenvolvimento de tecnologias de ponta de interesse para a defesa”. A PNID despertou grande interesse empresarial no Brasil. Nesse contexto a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – Fiesp criou em sua estrutura organizacional entidade para identificar e promover negócios nesse setor, inclusive em parceria com empresas estrangeiras, desde que em consonância com a previsão referida no parágrafo acima. Trata-se do Departamento da Indústria da Defesa125. Na Coreia do Sul a indústria de defesa está num estágio de desenvolvimento comparável ao do Brasil. Existem complementaridades de competências empresariais envolvendo empresas dos dois países, em especial no que se refere a engenharias especializadas. Nesse contexto, é possível que no futuro haja algum comércio e investimento nessa área, de escopo e volume ainda indefinidos. 2.5.13. Serviços Afeitos à Indústria Aeronáutica e Espacial O governo da Coreia identifica o setor aeroespacial como uma dos setores prioritários de desenvolvimento e cooperação econômica e tecnológica com terceiros países. 121 http://hawaii.gov/dbedt/main/news_releases/2003/news-release-0305 Para ver notícias sobre alguns dos serviços ambientais oferecidos pela Coreia do Sul consulte http://www.dgmarket.com/tenders/SearchResult.do~sewage-refuse-cleaning-and-environmental-services-90000000~kr~~inactive 123 http://www.fiesp.com.br/defesa/pdf/pnid%20-%20íntegra.pdf 124 http://www.fiesp.com.br/defesa/pdf/estratégia%20nacional%20de%20defesa%20-%20português.pdf 125 http://www.fiesp.com.br/defesa/default.aspx 122 Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 84 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Brasil e Coreia estão em estágios de desenvolvimento semelhante no que se refere a bens e serviços afeitos à indústria aeronáutica e espacial. Há complementaridade de competências, o que proporciona oportunidade de comércio e investimentos. O mapeamento-diagnóstico das competências existentes na Coreia é o que segue: Item Advanced Countries · Interpretation of a fullrange of speed areas Aerodynamic - Subsonic to Shape Design hypersonic · Design/Interpretation of stealth Korea · Interpretation of subsonic/supersonic speed: compares with that of advanced · Interpretation of transonic: some experience · Interpretation of hypersonic: no experience · Design/Interpretation of stealth: no experience · Full-scale airframe design/interpretation: equal to · Development of highthose of advanced countries Structure/ tech materials - Aero-elastic, high durability, damage tolerance Materials · Development of smart analysis, etc. structure · Weak in smart structure and high-tech materials · Sensor fusion · Integration of avionics weapons systems technology Aero- Includes key software (S/W) development · Integration technology Electronics technology in avionics warfare · Weak in development of LRU · AESA technology · Development of flyby-light system · Experience in development of fly-by-wire - In the · Development capability relating to mechanical Flight Control commercialization stage control device (KT-1) · Stealth control · Development capability of UAV technology · Smart structure Processing/ · Manufacturing/Assembly of full-scale Manufacturing Manufacturing/ - airframe: equal to advanced countries capability Assembly · Secured technology to process compounding · Compounding structure structure shaping technology · Wind tunnel/Structure/System/Maneuver capability · Test & Assessment of full-scale airframe Test concerning all · No experience in testing and assessment for some Assessment areasof the aerospace areas industry - Hypersonic, EMI/EMC, extreme environment testing, etc. · Top-tier technology · Still in the beginning stage as opposed to advanced secured in all Space countries, but at a considerable level in areas of the space Technology satellites/rocket technology and satellite reception industry apparatus (30-90% for each area) - (fierce competition for Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 85 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul development) Fonte: Korea Aerospace Industries Association (KAIA), Aerospace (2008). Extraído do portal eletrônico de Invest Korea: business opportunities: aerospace126 No que se refere ao Brasil, há no País fabricantes de sistemas aeroespaciais complexos, a saber: Helibrás, subsidiária da Eurocopter francesa, instalada em Itajubá (MG) desde a década de 80; Aeromot, empresa localizada em Porto Alegre, com quase 50 anos de atuação na fabricação de aeronaves muito leves (planadores) e leves (treinador primário), de sistemas e componentes aeronáuticos; Avibrás, com quase 40 anos de atuação na fabricação de foguetes, lançadores, carros blindados e outros artefatos de defesa, situada também em São José dos Campos; Mectron, com mais de dez anos de atuação como fornecedora de soluções para o Comando da Aeronáutica, também localizada em São José dos Campos; Orbisat, empresa especializada em radares, situada em Campinas e com fábrica em Manaus; e VEM (Varig Engenharia e Manutenção), com unidades no Rio de Janeiro e em Porto Alegre. 126 http://www.investkorea.org/ Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 86 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 87 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul 3. Facilidades e Entraves aos Negócios 3.1. Ásia-Pacífico: Área Preferencial de Projeção Econômica da Coreia Até recentemente, a Coreia vinha demonstrando escasso interesse em estabelecer fortes vínculos econômicos com a América do Sul. De fato, a ordem de prioridades coreanas de inserção ou controle de mercados e cadeias produtivas é mais ou menos a que segue: 1º) o entorno imediato às suas fronteiras e à ASEAN; 2º) o NAFTA; 3º) a União Européia e demais países europeus; 4º) a Índia e o Sul da Ásia; 5º) o Oriente Médio, a Ásia Central e o Norte da África; 6º) o Mercosul; 7º) a SACU127; 8º) a Oceania e o restante da Ásia, América Latina, Caribe e África. Extraído de “Como exportar: Coreia do Sul” – Brazil Trade Net128 127 128 União Aduaneira do Sul da África. http://www.braziltradenet.gov.br/ARQUIVOS/Publicacoes/ComoExportar/CEXCoreiadoSul.pdf Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 88 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul A distribuição do comércio exterior da Coreia por região geográfica ou bloco econômico é a que segue: Destino das exportações sul-coreanas em 2007: Origem das importações coreanas em 2007: Extraído de “Trade Policy Review: Republico of Korea - 2009” – Organização Mundial do Comércio - OMC129 A Coreia do Sul procura ativamente vincular-se a outras economias por meio de acordos de livre comércio e acordos de promoção e proteção de investimentos. No que se refere a acordos 129 http://www.wto.org/english/tratop_e/tpr_e/tp304_e.htm Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 89 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul de livre comercio, já estão em vigor acordos com Chile, Cingapura, Associação Européia de Livre Comércio- EFTA e Associação de Nações do Sudeste Asiático – ASEAN. Aguarda ratificação o acordo com os EUA. Estão em fase final de negociação acordos com União Européia, Índia e Canadá. Estão em fase inicial de negociação acordos com Conselho de Cooperação do Golfo, Japão, Austrália, Nova Zelândia e México. Estuda-se a possibilidade de abertura de negociações com Peru, China, Rússia, Mercosul e Turquia. Extraído de “Korea Offering Opportunities: a year of regulatory reform by the Lee Myung-bak administration”130. Conquanto o fortalecimento dos vínculos com a ASEAN seja prioridade absoluta na estratégia de expansão e diversificação das relações econômicas da Coreia, a América Latina é vista como área promissora para incremento do investimento e do comércio. A América Latina e o Caribe surgiram como importante mercado de investimentos para as empresas coreanas, a partir do final dos anos 80, com o aporte de grandes empresas como a POSCO e a Samsung. Ao final de 1985, os investimentos diretos coreanos acumulados na área chegaram a US$ 21,9 milhões, 2,6% de seus investimentos globais no exterior. Contudo, com o rápido progresso econômico da Coreia do Sul, os números aumentaram bastante, tendo alcançado o valor de US$ 9,4 bilhões em 2008 (8,0% do investimento total da Coreia do Sul no exterior) 131. Nessa região, México e Panamá foram os parceiros comerciais mais importantes em 2008, mais é de se supor que, num futuro próximo, o Brasil venha a ser o parceiro latino-americano de destaque. De fato, o México foi duramente atingido pela recessão global e defronta-se com fortes obstáculos para a retomada do crescimento. Já a posição de destaque do Panamá é circunstancial, decorre das obras de ampliação do canal transoceânico. Dentre os países emergentes de grande população, o Brasil mostra-se particularmente atrativo para o investimento direto estrangeiro por várias razões: sustentabilidade de longo prazo das condicionantes de crescimento econômico (estabilidade política e social, instituições de governo e empresariais sólidas, transparentes e em acelerado processo de aprimoramento, expansão demográfica em nível ótimo, etc.), mercado sem peculiaridades culturais muito acentuadas (como é o caso de China, Índia, Indonésia, etc.), inexistência de redes negociais fechadas, 130 131 http://www.mke.go.kr/language/eng/news/news_view.jsp?tableNm=E_01_02&seq=13 http://www.braziltradenet.gov.br/ARQUIVOS/Publicacoes/ComoExportar/CEXCoreiadoSul.pdf Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 90 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul crescente incorporação de tecnologias inovadoras aos processos produtivos, etc. Em 2008, as empresas coreanas haviam investido em 43 projetos e empresas no Brasil, 10,6% do total do investimento coreano realizado na América Latina. O investimento total atingiu o valor de US$ 1 bilhão132. De fato, segundo levantamento efetuado pela Rede Nacional de Informação sobre o Investimento – Renai133, entidade integrante da Secretaria de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a Coreia tem anunciado relevante montante de investimentos diretos no Brasil. Já em 2007, foi responsável por 2,74% (US$ 2,3 bilhões) do volume total de anúncios de investimentos no Brasil, percentual que decresceu para 1,81% (US$ 2,0 bilhões) em 2008. 132 Idem O quadro positivo do investimento no Brasil refletiu-se no expressivo número de anúncios de investimentos veiculados por diversos órgãos da imprensa em 2008. A Renai faz levantamento periódico dos projetos de investimentos anunciados no país. A análise dos anúncios, confrontada com um conjunto selecionado de variáveis indicativas, é instrumento importante para a percepção do comportamento do investimento, uma vez que capta volume significativo de decisões de investimentos tomadas pelos agentes econômicos. Vale ressaltar, contudo, que o levantamento de 2008 ainda não contém dados repassados pela Suframa, bem como dados dos pleitos de redução do Imposto de Importação pelo regime de “ex-tarifários”. Além disso, a revisão dos anúncios de 2008 compilados pela RENAI ainda não foi concluída. Os resultados do presente levantamento são preliminares e podem sofrer alterações à medida que os dados forem revisados. Entretanto, acredita-se que será mantida a tendência observada nas séries, bem como de boa parte das análises elaboradas. http://investimentos.desenvolvimento.gov.br/arquivos/RENAI-BOLETIM-06042009-FINAL-SITE.pdf 133 Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 91 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Em 2006 as empresas coreanas estabelecidas no Brasil eram as que seguem, todas afiliadas de grandes empresas na Coreia (não inclui bancos e seguradoras): Hanjin Senato Lines do Brasil Ltda., Posco do Brasil Ltda., Daewoo do Brasil Imp. e Exp. Ltda., LG do Brasil Ltda., Samsung do Brasil Ltda., Hyosung do Brasil Ltda., Hankook Tire do Brasil Comercial Ltda., Daewoo Eletronics do Brasil Imp. e Exp. Ltda., Medison do Brasil Ltda., Yudo Brasil Ltda., Kumho Tire do Brasil Com. Ltda., SK do Brasil Ltda., GSA Co. Ltda., Jebon do Brasil Intermediações de negócios Ltda., Cheil Communications do Brasil S/C Ltda., DAT São Paulo Comercio Eletrônico Ltda., Simple Line Brasil, Dabo Material Handling, Equipments Brazil S.A., Samsung Eletrônica da Amazônia Ltda., LG Eletronics de São Paulo Ltda., Companhia Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 92 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Coreana-Brasileira de Pelotização (Kobrasco), LG Eletronics da Amazônia Ltda., SET do Brasil Ltda., Samsung SDI Brasil Ltda., Dong Yang Creditech do Brasil Ltda., Pantech Brasil Ltda., D.M. Dong Bang do Brasil Ltda. 3.2. Complementaridade e Distância Duas forças poderosas, agindo em direções contrárias, moldam a aproximação econômica entre dois países ou blocos de países: complementaridade e distância. No caso das relações entre Brasil e Coreia, se, por um lado, a evidente complementaridade entre as duas economias induz a que sejam parceiros “naturais”, por outro lado, o fator distância, em suas diferentes dimensões: cultural, política e administrativa, geográfica e econômica, constitui forte impedimento ao estreitamento das relações econômicas entre os dois países, principalmente no que se refere a serviços. Cabe assinalar que a complexa relação complementaridade-distância que impulsiona ou restringe as trocas econômicas Brasil-Coreia evoluem em boa parte também em decorrência de transformações internas as economias e sociedades brasileira e coreana que fogem ao escopo das partes diretamente envolvidas na promoção das relações bilaterais (mudanças demográficas, de nível ou de distribuição de renda, alterações no foco de atuação do setor produtivo etc). 3.2.1. Complementaridade A complementaridade entre as pautas de exportação e importação do Brasil e da Coreia do Sul e a indução de investimentos recíprocos decorre de diferentes fatores. Dentre os mais relevantes, podem ser citados: i) diferença na participação dos diferentes setores de atividade na composição percentual do PIB em cada economia; ii) disponibilidade de excedentes exportáveis ou de produção interna insuficiente para o atendimento da demanda doméstica; iii) interesse contínuo, não esporádico, das empresas de cada país em operar em mercados externos, inclusive mediante o estabelecimento de presença comercial direta; iv) diferentes estágios de desenvolvimento do Brasil e da ; e v) interesse das empresas em se inserir ou mesmo capitanear cadeias produtivas regionais ou globais, para o que pode ser instrumental o estabelecimento de presença comercial no exterior. Expressão inequívoca dessa complementaridade, a corrente de comércio entre os dois países, em números absolutos, é bastante expressiva e vem crescendo a cada ano. Em 2008, superou US$ 8,5 bilhões, com imenso superávit para a Coreia do Sul. Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 93 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Comércio e Indústria – Secretaria de Comércio Exterior – Aliceweb Corrente de Comérico Brasil - Coreia do Sul Fonte: MDIC 9,00 8,53 7,50 6,00 4,50 3,00 1,50 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Corrente de Comérico(US$ bilhões) No entanto, ao se considerar o tamanho da economia sul-coreana, conclui-se que a complementaridade entre as duas economias tem resultado num volume de comércio e investimento relativamente modesto comparativamente a outros importantes parceiros econômicos do Brasil. Portanto, há um relativo subaproveitamento das potencialidades de negócios entre os dois países. Como se verifica na tabela abaixo, mesmo com os outros tigres asiáticos, cujo PIB conjunto é consideravelmente menor que a Coreia do Sul, o Brasil tem, conjuntamente, corrente de comércio significativamente maior do que com a Coreia do Sul. Dentre os países referidos na tabela, Cingapura é evidência eloqüente do “subaproveitamento” do potencial de intercâmbio econômico Brasil-Coreia. De fato, enquanto a economia de Cingapura seja equivalente a menos de 20% da economia sul-coreana, a corrente de comércio Brasil-Cingapura equivale a 45% da corrente de comércio Brasil-Coreia. Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 94 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul PIB (câmbio oficial - US$ bilhões) Corrente de Comércio com o Brasil 2008 (US$ bilhões - FOB) EUA 14.264 53,0 China 4.401 36,4 Coreia do Sul Coreia do Sul 4.923 947 12,9 8,5 Taiwan 392 5,0 Hong Kong 215 2,5 Cingapura 181 3,8 Argentina 326 30,8 País Fonte: FMI e Ministério do Desenvolvimento, Comércio e Indústria – Secretaria de Comércio Exterior – Aliceweb. Conquanto a Coreia do Sul sempre tenha sido parceiro comercial e fonte de capital estrangeiro de segunda ordem para o Brasil, ainda assim permanece fundamental insistir em dinamizar as relações econômico-comerciais com aquele país, por vários motivos: • Em primeiro lugar, porque a Coreia do Sul é a terceira maior economia do Extremo Oriente, a 15ª do mundo e um dos países mais ativos no comércio internacional: 11ª posição, com corrente de comércio com o mundo de $ 857 bilhões em 2008. Ademais, em seu entorno imediato residem várias centenas de milhões de potenciais consumidores (Coreia do Sul, China, Taiwan, Hong Kong e Extremo Oriente Russo), de alcance imediato para a empresa brasileira de serviços que venha estabelecer presença comercial no país. • Em segundo lugar, porque ao Brasil interessa manter a diversidade de sua pauta exportadora, diminuindo sua vulnerabilidade a oscilações econômicas individuais em cada país, principalmente agora e nos próximos anos, que se anunciam vir a ser de grande instabilidade macroeconômica. Se bem que a Ásia, em seu conjunto, constitua o primeiro parceiro comercial brasileiro (26% da corrente de comércio), a Coreia do Sul ainda é um parceiro econômico subaproveitado, respondendo por menos de 2% do total do fluxo de comércio brasileiro. • Em terceiro lugar, porque urge reduzir a dependência do País da exportação de matériasprimas e semimanufaturados. O intercâmbio com a Coreia do Sul pode colaborar para equilibrar o que tem sido chamado de tendência à regressão da pauta exportadora brasileira a um perfil “colonial”, com baixa agregação de serviços. De fato, a Coreia ocupa posição proeminente em setores industriais que absorvem grandes volumes de insumos e bens de capital de alto valor agregado (setor automotivo e construção naval) e deve vir a ocupar posição de destaque em setores de serviços com amplo potencial de terceirização de etapas produtivas para o exterior (bens e serviços afeitos às TICs e indústria cultural). Por outro lado, não interessa à Coreia tornar-se mero satélite econômico das grandes economias ao seu redor (China e Coreia do Sul), com quem mantém relações ambíguas de complementaridade e concorrência. • Em quarto lugar, porque as empresas coreanas estão muito bem inseridas em diversos mercados com os quais o Brasil tem interesse em estreitar relações (notadamente Leste e Sudeste da Ásia), mas onde as empresas nacionais de serviços têm se deparado com grandes dificuldades de entrada. Ao estabelecer parcerias com empresas coreanas, as empresas brasileiras de serviços poderiam adquirir os meios para se inserir em mercados bastante promissores. Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 95 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul • Em quinto lugar, porque está claro que o setor terciário coreano deverá desempenhar papel de relevo não apenas nos mercados referidos acima, mas também em nível global. É o caso, por exemplo, do setor de bens e serviços afeitos às tecnologias da informação e da comunicação – TICs, dos serviços afeitos à biotecnologia, da construção naval e da indústria cultural. A associação de empresas brasileiras de serviços às suas congêneres coreanas as pode resultar em significativo proveito para ambas as partes tanto no que se refere a ganhos de competitividade para atuação no mercado interno de cada país como no que se refere a terceiros mercados. Esse último aspecto, no que diz respeito a parcerias envolvendo empresas dos dois países, é particularmente importante para o Brasil, país que envida esforços para se inserir em cadeias globais de produção e consumo em condições que favoreçam a alavancagem de seu desenvolvimento econômico e social. • Em sexto lugar, porque a Coreia tem potencial para vir a ser um grande provedor de capital estrangeiro para a expansão do setor produtivo no Brasil. É de se supor que boa parte desses novos investimentos seja direcionada ao setor terciário. • Em sétimo lugar, porque a Coreia é uma “janela para o futuro”134. De fato, poucos países estão tão bem capacitados pra se colocar na vanguarda tecnológica em setores que constituirão o foco das economias mais avançadas nas próximas décadas: TICs, engenharias especializadas, biotecnologia, nanotecnologia, robótica, sistemas de logística e supply chain avançados, “indústrias criativas” (design, audiovisual etc) e outros. Se, no contexto atual, a Coreia desponta como um parceiro econômico dos mais atrativos, as perspectiva futuras afiguram-se ainda mais atraentes. A Política de Comércio Exterior do Brasil preconiza o estreitamento das relações econômicas com países desenvolvidos, seja no que se refere a comércio, seja no que se refere a investimentos, em bases mutuamente vantajosas. Nos últimos anos, a entrada de empresas de países desenvolvidos no mercado brasileiro tem sido ponderada por formuladores de políticas públicas e estudiosos do assunto não só em termos de vantagens advindas do aporte de capitais para o setor produtivo nacional, mas também em termos de transferência difusa de novas tecnologias. Outro aspecto destacado é a eventual facilitação que a entrada da empresa estrangeira no mercado brasileiro proporciona para a inserção de empresas de capital nacional em cadeias globais de produção de bens e serviços. Com esse norte, as ações da Secretaria de Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior e outras entidades de governo focadas no incremento dos negócios em serviços entre Brasil e Coreia do Sul priorizam os setores em que houver coincidência entre os interesses ofensivos e receptivos de ambos os países. Consideramse como de interesse ofensivo os setores de atividade em que o país tenha interesse em promover exportações e investimentos no outro país e interesse receptivo, as atividades que o país tenha interesse em promover importações e em atrair investimentos do outro país. A complementaridade que se procura ressaltar neste estudo é referenciada ao interesse nacional sul-coreano manifesto em páginas de entidades oficiais na Internet e ao interesse brasileiro tal qual é definido na Política de Desenvolvimento Produtivo135, na Política de Aceleração do Crescimento - PAC e outros normativos. 134 http://www.estadao.com.br/noticias/tecnologia+link,coreia-do-sul-e-janela-para-o-futuro,2368,0.shtm Em maio de 2008, o Governo Federal lançou a Política de Desenvolvimento Produtivo - PDP, que valoriza ações abrangentes e coordenadas entre as diferentes áreas do governo e do setor privado. A Política de Desenvolvimento Produtivo tem como desafios a ampliação da capacidade brasileira de oferta, o melhoramento contínuo do Balanço de Pagamentos, a elevação da capacidade de inovação e o fortalecimento de MPEs. Os principais desafios da PDP são: i) aumento da taxa de investimento; ii) ampliação da participação das exportações brasileiras no comércio 135 Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 96 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul DISTÂNCIA CULTURAL DISTÂNCIA POLÍTICA-ADMINISTRATIVA Cosmovisões divergentes DISTÂNCIA GEOGRÁFICA Vínculos empresariais tênues Distância física Diferentes níveis de regulamentação doméstica Culturas empresariais diferentes Não participação numa mesma área de livre comércio Redes profissionais e empresariais não integradas Não reconhecimento de diplomas Diferentes regiões de projeção econômica preferencial Falta de moeda comum Ausência de vínculos metrópole-colônia pretéritos Diferenças na relação capitaltrabalho Falta de fronteira terrestre Diferenças de fusos horários Dificuldades logísticas DISTÂNCIA ECONÔMICA Economias em estágios de desenvolvimen-to muito diferentes Exist~encia de redes negociais fechadas Mercados em estágios de maturação muito diferentes Padrões de consumo divergentes Diferentes idiomas 3.2.2. Distância O conceito de distância abrange diversas dimensões da interação das partes interessadas na operacionalização e promoção das relações econômicas entre Brasil e Coreia do Sul. Essas dimensões incluem desde dimensões de percepção objetiva e imediata, como distância geográfica, facilidade (ou dificuldade) logística de movimentação de cargas e passageiros, normas e regulamentos técnicos e afinidades culturais e linguísticas, até dimensões de ponderação menos imediatas ou mesmo subjetivas como práticas correntes na comunidade empresarial local e entre essa e agentes públicos, padrões e preferências de consumo. Análises econométricas do comércio internacional 136 sugerem que o comércio entre dois países tende a ter um incremento de 42% se utilizam o mesmo idioma, 47%, se são membros de uma mesma área de livre comércio, 114% se utilizam a mesma moeda, 125% se são fronteiriços e 188% se outrora houve entre ambos relação colônia-metrópole. Nenhum desses fatores está presente na relação Brasil-Coreia do Sul. Para efeito de categorização analítica, as diversas dimensões de distância entre Brasil e Coreia podem ser tentativamente relacionadas e agrupadas, de forma não exaustiva, em quatro categorias básicas, como segue137: Distância cultural: salvo no que diz respeito à pequena comunidade coreana-brasileira, não há afinidade liguística-cultural entre Brasil e Coreia do Sul. Além disso, a distância cultural entre os dois países é acentuada por outros aspectos: no plano cultural e das referências simbólicas, mundial; iii) elevação do dispêndio privado em P&D; e iv) ampliação do número de MPEs exportadoras. O setor de serviços é uma componente importante da PDP http://www.desenvolvimento.gov.br/pdp/index.php/sitio/inicial . 136 Fonte: Ghemawat, P.2007, Redifining Global Strategy: Crossing borders in a world where differences still matter, Harvard Business School Press, Boston. http://www.ghemawat.org/redefining_global_strategy.html 137 Elaboração da Secretaria de Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior com base na categorização de Ghemavat (ver nota de rodapé acima). Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 97 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul conformadores da cosmovisão e de padrões de conduta individual, grupal e coletiva, são os valores, percepções e expectativas, muito diferentes nos dois povos. No plano cultural mais imediato à empresa, formação profissional, conexão de redes profissionais e empresariais, que operam de maneira muito diferente em cada país. Cada um destes aspectos tem significativo impacto nas relações intra e inter empresas e dessas com agentes externos à comunidade empresarial. É um poderoso conformador do ambiente de negócios, especialmente no que diz respeito à consolidação de confiança entre os agentes econômicos que decorre da observância de um mesmo referencial normativo (escrito ou tácito). A civilização coreana é variante da civilização confuciana prevalente no Leste da Ásia, com abrangência geográfica que se estende do Coreia do Sul ao Vietnã. Assim, na cultura empresarial coreana, valoriza-se sobremaneira a constituição de vínculos duradouros baseados em lealdade e confiança recíprocas firmadas e consolidadas ao longo do tempo. Segundo o Professor Paul Herbig, eminente especialista em comunicação intercultural “Confucianism gives a high importance to the hierarchy and role of individuals to maintain harmony in society and within the organization. It is inevitable, in order to succeed with many East Asian culture, that businesspersons should become familiar with the teachings of Confucius. A basic understanding of the philosophy will go along way in understanding what is expected of both parties evolved in a relationship. [...] The foundation of the relationship on a personal level will be the key to starting a business relationship. This can only be done through frequent personal contact and the developing of trust between the people involved”.138 No entender de muitos estrangeiros, nas empresas coreanas, há excessiva valorização da hierarquia, da respeitabilidade, do conformismo e outras virtudes confucianas que, no passado, e que sobrevivem, ao menos na ótica estrangeira, como anacronismos na cultura corporativa coreana. Tendo em vista que na prestação de serviços frequentemente a interação prestadorcliente/consumidor é muito estreita, a empresa brasileira de serviços que deseje lograr sucesso operando na Coreia certamente irá se deparar com problemas de comunicação intercultural. Caso os governos e as comunidades empresariais do Brasil e da Coreia queiram efetivamente promover o comércio e o investimento em serviços entre os dois países, deverão ser realizados investimentos significativos na capacitação de recursos humanos em termos de aprendizado de idioma e da cultura do outro país. Segundo a classificação de padrões comportamentais no ambiente corporativo culturalmente condicionados proposta por Hofstede139, os coreanos tendem a ser bem menos individualistas que os brasileiros (18 a 38 numa escala de 1 a 120, contra 91 dos americanos), ambos tendem a não valorizar muito o sucesso material e ascensão a posição de poder, (39 a 49, contra 62 dos americanos), ambos tem mediana propensão a aceitar como “naturais” acentuados desníveis de remuneração e poder (60 a 69, contra 40 dos americanos). Os coreanos conseguem ter ainda mais aversão ao risco e à incerteza que os brasileiros (85 a 76, contra 46 dos americanos). Nesse contexto, é de se esperar que os coreanos tenham mais propensão ao trabalho em grupo que os brasileiros, e maior propensão ao planejamento e a se referenciar a manuais e regimentos e a pactuar contratos detalhistas. Discussão mais detalhada de diferenças culturais entre brasileiros e coreanos com impacto direto sobre as empresas é disponibilizada, neste estudo, no item 1.3. Cultura. 138 http://www.geocities.com/Athens/Delphi/9158/paper9.html Geert Hofestede é um influente cientista social especializado na interação entre culturas nacionais ou regionais e culturas organizacionais, que tende a se conformar segundo padrões bastante persistentes no tempo. Hofestede formulou o chamado Modelo das Cinco Dimensões http://www.clearlycultural.com/geert-hofstede-cultural-dimensions/. 139 Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 98 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Distância administrativa-política: como já foi mencionado, Coreia e Brasil focam espaços geográficos de integração econômico-comercial distintos e não fazem parte do mesmo bloco de integração regional. Até o momento, as únicas instâncias de liberalização comercial ou cooperação econômica comum aos dois países são a OMC e a OCDE (desta última, a Coreia do Sul é membro pleno, mas o Brasil participa apenas como cooperante). Até o momento, o comércio e os investimentos em serviços entre os dois países tem sido modestos e não têm ensejado cooperação institucional mais estreita, situação que pode evoluir positivamente em função da recente criação do Comitê Conjunto Brasil-Coreia do Sul de Promoção de Comércio e Investimentos e Cooperação Industrial, no âmbito da “Parceria Especial entre o Brasil e Coreia do Sul para o Século XXI”, deverá contribuir significativamente para a redução de entraves não-tarifários aos negócios entre Brasil e Coreia. Soma-se a isso o interesse coreano pelo SISCOSERV (ver item 4.1 Estatísticas). Distância geográfica: A distância geográfica pode se constituir em considerável entrave para empresas de serviços que precisem manter freqüente trânsito de pessoal ou em que matriz, filial, fornecedores e clientela necessitem operar com larga sobreposição de horários. Brasil e Coreia são antípodas. A rota aérea entre São Paulo e Seul excede 20 mil km e exige escala ou conexão na América do Norte ou Europa, com grande dispêndio de tempo. Os fusos horários são absolutamente díspares. A distância geográfica pode se constituir em considerável entrave para empresas de serviços que precisem manter freqüente trânsito de pessoal ou em que matriz, filial, fornecedores e clientela necessitem operar com larga sobreposição de horários. As ligações marítimas entre os dois países são diretas e freqüentes, muito melhores do que a de países geograficamente mais próximos ao Brasil (África, por exemplo). No entanto, não há vôos diretos entre os dois países. Distância econômica: a distância econômica entre Brasil e Coreia é agravada pelo acentuado desnível de desenvolvimento entre as duas economias e pela pouca integração das cadeias produtivas de serviços. Ademais, o mercado coreano, em vários setores de serviços é um mercado maduro ou quase maduro Enquanto mercado maduro, os compradores estão em condições de exigir alta qualidade dos serviços e condições vantajosas de pagamento: Os compradores empresariais coreanos são muito bem informados sobre a oferta tanto no mercado doméstico quanto no exterior, ao menos no que diz respeito a países com os quais há intenso intercâmbio comercial no setor de serviços, o que não é o caso do Brasil relativamente à Coreia. Ademais, o mercado coreano caracteriza-se pela existência de redes negociais fechadas, custos muito elevados e padrões de consumo bastante diferentes do Brasil e mesmo de outros países de renda per capita similar. Nesse contexto, a empresa de serviços brasileira que queira se inserir no mercado coreano deverá contemplar três possibilidades: deslocar outra empresa já estabelecida, sobrepujando-a em termos de qualidade e/ou preço; ocupar nicho de mercado ainda não saturado por falta de agilidade ou de interesse das empresas locais ou “criar” seu próprio nicho pela oferta de serviço único e exclusivo; ou, ainda, atuar em joint-venture com empresa coreana ou estrangeira já inserida no mercado local, arcando, no entanto, com os inconvenientes inerentes a parcerias entre desiguais (redução da margem de lucro, perda de segredo de negócio etc). Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 99 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul 3.2.3. Conclusões • A complementaridade entre as economias do Brasil e da Coreia - cada qual ofertando o que o outro deseja adquirir a preços competitivos, continua sendo o principal fator dinamizador da expansão dos negócios entre os dois países. • Essa complementaridade é significativamente limitada pela distância entre Brasil e Coreia que resulta não só dos oceanos que se interpõe entre os dois países, mas também de impedimentos como insuficiente interlocução institucional. Esse último aspecto será minimizado graças aos esforços do Comitê Conjunto Brasil-Coreia do Sul de Promoção de Comércio e Investimentos e Cooperação Industrial, cuja primeira reunião ocorre em Seul em setembro de 2009. No entanto, persiste limitadíssima integração das redes profissionais e empresariais, restrições ao trânsito e residência de profissionais e diferentes padrões de consumo. • A superação dos impedimentos decorrentes da distância requer esforço empresarial e institucional. Nas cadeias produtivas em que a complementaridade é forte, o apoio governamental à internacionalização de empresas facilmente resultará em comércio e investimentos. Onde a complementaridade for menos pronunciada, serão necessários esforços extraordinários para a redução das distâncias impeditivas. • À medida que a economia do Brasil cresce e se sofistica e aumenta a participação do setor de serviços na composição do PIB e na matriz de comércio exterior, concomitantemente à intensificação da integração de cadeias produtivas globais e regionais, cambiam as relações de complementaridade entre Brasil e Coreia, e torna-se mais urgente reduzir as distâncias não geográficas. 3.3. Recomendações às Empresas Brasileiras A Coreia é um mercado quase que totalmente maduro na maioria dos setores produtivos, dominados pelos poderosos chaebol. Assim, a competição entre as empresas, por certo, é bastante acirrada. Ademais, o detalhamento da regulação doméstica, as especificidades do mercado de trabalho e o poder de barganha das empresas adquirentes de serviços ou de potenciais parceiras em joint-ventures impõem dificuldades adicionais. A exemplo do que fazem as demais empresas estrangeiras que operam no mercado local, as empresas brasileiras deverão identificar claramente os fatores de risco empresarial relacionados ao seu ramo de negócios e acautelar-se de forma eficaz. A empresa de serviços brasileira bem sucedida no difícil mercado coreano provavelmente estará habilitada a competir em outros mercados da Ásia-Pacífico. Além disso, estará privilegiadamente posicionada para cooptar parceiros coreanos para joint-ventures no mercado brasileiro e no Mercosul. Como primeiro passo para a inserção bem sucedida na Coreia, faz-se necessário meticuloso planejamento, que deverá levar em consideração as particularidades do ramo de negócios da empresa. De maneira genérica, inclui minimamente os seguintes elementos: Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 100 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul • Prospecção aprofundada do mercado: conhecer a concorrência e as histórias de sucesso de empresas de outros países no mercado estrangeiro almejado é regra que vale para todos os mercados e que também se aplica à Coreia. Esta recomendação é especialmente válida quando, em decorrência da natureza do setor de atividade em que a empresa está envolvida e de especificidades do mercado coreano, não for possível transpor o modelo de negócios da matriz à afiliada na Coreia. Visando facilitar a prospecção do mercado coreano aos não-iniciados, neste estudo de oportunidades de negócios constam centenas de remissões a portais eletrônicos com informação detalhada sobre cada um dos tópicos aqui abordados e a outros tópicos direta ou indiretamente afeitos a negócios em serviços. Caso a empresa deseje firmar-se no mercado coreano e não apenas realizar exportação esporádica, a pesquisa básica de mercado-alvo na Coreia deve contemplar pelo menos os aspectos referidos abaixo. Não olvidar que, no caso de a empresa brasileira visar estabelecer presença comercial no país, deve-se conceder especial atenção às tendências de longo prazo, especialmente em setores de atividade que envolvem considerável imobilização de capital: 140 i. Caracterização e tendências de evolução da demanda do serviço a ser ofertado, inclusive, quando cabível, no contexto mais amplo da ÁsiaPacífico; ii. Caracterização e tendências de evolução da concorrência estrangeira (importação), incluindo a possibilidade de entrada de novos concorrentes de peso e a concessão de facilidades de acesso a empresas de países com os quais a Coreia venha a firmar acordo de promoção e facilitação de comércio e investimentos em serviços; iii. Caracterização e tendências de evolução da oferta interna (concorrência local), identificando-se nichos de mercado relegados pelas empresas locais ou áreas em que as empresas locais tenham aguda necessidade de constituir parceria com empresas estrangeiras por qualquer razão (aporte de capital, complementação tecnológica, redução de custos operacionais etc); iv. Tarifas, impostos e custos incidentes sobre o serviço a ser ofertado, inclusive custos adicionais decorrentes da grande distância geográfica matriz-afiliada (mais de 24h de vôo Brasil-Coreia, sem considerar o tempo despendido com conexões); v. Barreiras não-tarifárias incidentes sobre o serviço a ser exportado, em especial quais certificados de conformidade a normas e padrões técnicos são exigidos no setor de serviços de atuação específica da empresa e outros certificados mais genéricos (ambientais, de origem, relativos à mão-de-obra empregada, etc.) 140; vi. Levantamento exaustivo da regulamentação doméstica afeita ao(s) setor(es) de atividade da empresa; Ver, neste estudo de “Oportunidades de Negócios em Serviços Brasil-Coreia”, item 1.8. Tecnologia Industrial Básica – TIB. Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 101 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul vii. Canais de distribuição ou de acesso ao consumidor final, inclusive a possibilidade de venda direta (correio, telefone, internet), modalidade muito popular entre os consumidores coreanos; viii. Listagem dos potenciais parceiros coreanos, inclusive, quando cabível, considerando futura atuação conjunta no Brasil e em terceiros mercados. Outras informações serão necessárias de acordo com a natureza do serviço a ser exportado. O estudo “Como Exportar: Coreia”, elaborado pelo Ministério das Relações Exteriores, apresenta uma lista de empresas de consultoria especializadas em prospecção de mercados na Coreia141. • Procurar o apoio da Embaixada, da Apex-Brasil, da Câmara de Comércio CoreiaBrasil, de entidades coreanas de apoio ao investimento estrangeiro ou de consultorias especializadas para as primeiras incursões na Coreia: a Coreia é um mercado caracterizado pela existência de redes fechadas de negociação que podem se constituir em poderoso obstáculo a entrada de empresas estrangeiras naquele mercado. No entanto, várias entidades de governo estão habilitadas a assistir o investidor estrangeiro, em especial a Agência para a Promoção do Investimento Estrangeiro na Coreia142. Ademais, no mercado coreano atuam inúmeras associações de classe e consultorias privadas. Nesse contexto, os canais de facilitação de entrada, no que se refere ao mapeamento de oportunidades e riscos, contato com empresas locais, etc., são muito variados em número, nível de generalidade ou especialização do conhecimento disponibilizado ao público (ou à clientela, no caso das consultorias privadas). Também os custos implícitos à utilização dos referidos canais variam consideravelmente; do (quase) gratuito ao francamente proibitivo (ao menos para as MPE). Recomenda-se uma abordagem gradativa. O Departamento de Promoção Comercial do Ministério das Relações Exteriores é o órgão responsável por canalizar à Embaixada pedidos de apoio e informação. Em seus primeiros passos na Coreia, o empresariado brasileiro pode também contar com a Câmara de Comércio Coreia-Brasil, com o Banco do Brasil (com agência em Seul), com a ApexBrasil (que acompanha o calendário de feiras na Europa e pode vir a realizar missão comercial àquele país), associações setoriais (Brasscom, Softex, ABF etc), CNI, FIESP, advogados, consultores privados, entre outros. • Vencer o desconhecimento inicial: em geral, o importador coreano não é dado a experimentos com o incerto e a incorrer em riscos elevados. Os compradores das empresas coreanas conhecem exaustivamente as características dos serviços oferecidos no mercado local por empresas locais ou estrangeiras estabelecidas de longa data. Para se impor por seus próprios méritos, o exportador brasileiro precisa desenvolver capacidade de convencimento superior à da média. Sendo a Coreia um mercado quase maduro em quase todos os setores de serviços, isto é, com relativa saturação de oferta, cabe lembrar que a empresa brasileira deverá deslocar uma empresa local ou estrangeira. Exceto para aqueles produtos em que há evidente supremacia brasileira (por tradição ou por exclusividade de fornecimento), é preciso estar munido de argumentos para convencer o sempre cauteloso importador coreano de que vale a pena comprar de um provedor de serviços relativamente desconhecido e, ademais, oriundo de um país do qual o importador local pode ter imagem desatualizada. 141 142 http://www.braziltradenet.gov.br/ARQUIVOS/Publicacoes/ComoExportar/CEXcoreia.pdf http://www.investkorea.org/ Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 102 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul • Preparar excelente material de apresentação: corolário da recomendação anterior. Para visitas de negócios na Coreia (ou envio de material de informação por via postal ou meio eletrônico), é mister que pelo menos os seguintes itens tenham sido preparados com antecedência, redigidos em inglês ou, melhor ainda, em coreano: i. Cartões de visita; ii. Folhetos/brochuras/folders e portfólios de apresentação da empresa; iii. Catálogo de produtos e serviços; iv. Lista de preços com prazos de entrega, condições de pagamento etc. • Contratar intérprete com desenvoltura intercultural: Na Coreia, as pessoas de meiaidade geralmente têm limitados conhecimentos de inglês. Assim, é bastante recomendável a contratação de intérprete para que os contatos de negócios transcorram sem problemas de comunicação143. Após a reunião de negócios, intérprete com trânsito nas culturas brasileira e coreana poderá auxiliar o executivo brasileiro a entender se suas proposições tiveram ou não boa acolhida. • Informar sobre o Brasil: não se deve superestimar o interesse coreano pelo serviço brasileiro, ainda que de renome internacional. O grau de conhecimento do importador coreano sobre a capacidade produtiva do Brasil ainda não é satisfatório. À exceção de determinados produtos que compõem a pauta tradicional de comércio entre os dois países, os coreanos carecem de informações sobre as histórias de sucesso dos produtos brasileiros no mercado internacional e dos avanços do setor de serviços nacional. Fornecer dados sobre a produção e o mercado nacional, mostrar êxitos junto a mercados externos exigentes e revelar experiência internacional são fatores que ajudam a construir imagem de fornecedor capacitado e confiável. Para isso podem ser úteis estudos e apresentações de associações setoriais que se encontram listados ao final deste estudo de “Oportunidades de Negócios Brasil-Coreia”, vários deles já redigidos em inglês. • Estar representado na Coreia: a experiência demonstra que uma parceria local ou a contratação de representantes para atuar em bases permanentes na Coreia é o caminho mais curto para o sucesso sustentado dos serviços brasileiros. O agente local tem papel de extremo relevo nas exportações para a Coreia, não apenas por suas funções tradicionais – de representação, prospecção e promoção, mas também como interface que ajudará a trazer sentido de proximidade e confiabilidade ao produto. • Estar atento à adequada estipulação das cláusulas contratuais: no que se refere a negócios, os coreanos são francamente avessos a riscos. Consequentemente, preferem contratos redigidos em linguagem precisa e inequívoca, com estipulação exaustiva de cláusulas com implicações financeiras e patrimoniais. É indispensável estar assistido por um advogado. A Embaixada do Brasil em Seul mantém lista atualizada de consultores jurídicos com trânsito em direito empresarial brasileiro e coreano144. • Ir com frequência à Coreia: falta considerável da credibilidade (principalmente no que se refere à sustentabilidade do fornecimento) deriva do desconhecimento pessoal, por parte do importador, da capacidade produtiva e da estrutura do exportador. Para isso, é 143 144 http://www.hkchcc.org/korea.pdf http://www.brasemb.or.kr/ Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 103 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul imprescindível a presença repetida do candidato a fornecedor na Coreia, que não é necessariamente substituída pela representação comercial mencionada acima. Passagens esporádicas pela Coreia dificilmente transmitem ao coreano o grau de interesse e dedicação que ele julga merecer. Essas visitas podem se dar no contexto de participação em feiras setoriais, que costumam prover boa visibilidade à empresa que ainda busca fixar imagem no mercado local; ou em missões empresariais, desde que planejadas e agendadas com bastante antecedência. • Participar de feiras comerciais: corolário da recomendação anterior. Na Coreia, anualmente são organizadas inúmeras feiras ou exposições, sempre com a participação de empresas estrangeiras. A ApexBrasil ajuda empresas brasileiras a participar de feiras no exterior. No item 2.3. Feiras e Exposições, o leitor encontrará mais informações sobre o assunto. • Avaliar a conveniência de operar com as tradings coreanas: a despeito de ser canal conveniente para a colocação de produtos e serviços na Coreia e na Ásia, podem absorver quase toda a margem de lucro “prêmio” da empresa brasileira, principalmente no caso de empresas de menor porte. Cabe lembrar que a Apex-Brasil leva avante o “Projeto Tradings”. O Projeto visa facilitar a participação das pequenas e médias empresas brasileiras no comércio internacional utilizando-se como uma das referências conceituais as grandes tradings operantes no comércio internacional, mas segundo um modelo de negócios adaptado às especificidades brasileiras145. • Levar potenciais clientes ao Brasil: depois de iniciado, é sempre benéfico respaldar garantias com um convite para visita “in loco” das instalações empresariais, dos quadros gerenciais e técnicos diretamente afeitos ao negócio com a empresa coreana e para melhor conhecimento da realidade do serviço que está sendo ofertado. Dado o relativo desconhecimento do importador coreano acerca do Brasil, esse procedimento auxilia na formação de um conceito de confiança importante para a “aposta” num fornecedor nãotradicional. • Ter visão de longo-prazo: a entrada num mercado difícil envolve a superação de dificuldades de monta, mas a recompensa no longo prazo, no caso do mercado coreano, pode se afigurar amplamente vantajosa. Se o longo prazo for o foco da empresa brasileira exportadora de serviços, esta deve estar preparada para investimento inicial (de tempo indeterminado) prévio ao retorno comercial. • Considerar a possibilidade de revisão do contrato: Numa cultura de negócios orientada para relacionamentos duradouros e para a acomodação de conflitos, como a coreana, o contrato é encarado apenas como uma espécie de carta de intenções, livre de limitações e obrigações a serem cumpridas rigorosamente. Quando um contrato é elaborado entre duas empresas locais, o documento é visto como o resumo de um longo processo de negociação entre as partes.Mesmo após a assinatura, o contrato é considerado renegociável. 145 http://www.apexbrasil.com.br/portal_apex/publicacao/download.wsp?tmp.arquivo=2252 Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 104 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 105 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul 4. Estatísticas de Comércio Exterior e Outras Informações 4.1. Estatísticas Conhecer as características específicas do setor terciário é fundamental para a proposição de políticas públicas e o planejamento do setor empresarial brasileiro. No Brasil, atualmente, o setor terciário já representa aproximadamente 60% do PIB, é o principal receptor de investimentos diretos e emprega a maior parte da população economicamente ativa. Com esse propósito, a Secretaria de Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior está empenhada em organizar, em estreita colaboração com outros órgãos, os principais dados de comércio exterior disponíveis para o setor, captados diretamente de fontes oficiais no País e no exterior146. Ainda em 2009, será implantado o módulo exportação do Sistema Integrado do Comércio Exterior de Serviços, Intangíveis e Outras Operações que produzem Variações no Patrimônio das Entidades –SISCOSERV. Constitui uma base de dados com informações do setor de serviços que vem sendo estruturado por técnicos de diversas áreas do Governo Federal para quantificar a comercialização de “produtos” dessa natureza no Brasil e no mundo. Por meio do SISCOSERV, a Administração Pública terá acesso a relatórios gerenciais capazes de oferecer condições seguras para a definição de políticas públicas e gestão de mecanismos de apoio ao comércio de serviços no mercado externo e o setor privado poderá realizar com mais eficiência seus projetos de planejamento empresarial. Será implementado pela Secretaria de Comércio e Serviços do MDIC e deverá ser lançado até o final deste ano, inicialmente, com a movimentação das exportações, e posteriormente, com os dados de importações. Permitirá diversos cruzamentos de dados, inclusive comércio bilateral por setor de atividade147. 146 A publicação “Panorama do Comércio Internacional de Serviços” faz parte desse esforço e traz nesse novo número informações inéditas sobre os principais parceiros comerciais brasileiros, o perfil das empresas exportadoras e importadoras de serviços, dados do comércio exterior por Unidade da Federação e os principais serviços brasileiros prestados no exterior. Disponibiliza-se versão eletrônica do “Panorama” em http://www.desenvolvimento.gov.br/arquivos/dwnl_1215192979.pdf 147 O SISCOSERV é referenciado à Nomenclatura Brasileira de Serviços, Intangíveis e Outras Operações que Produzem Variações no Patrimônio das Entidades (NBS). A NBS será um classificador brasileiro que englobará o setor de serviços, operações mistas e exploração (licenciamento e cessão) de direitos, composto de nove dígitos, iniciando pelo número 1, para distinguir a nomenclatura de serviços da nomenclatura de bens. A construção da NBS tem como referência a Central Product Classification (CPC), classificador internacional das Nações Unidas e a sua estrutura será idêntica a da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) http://www.desenvolvimento.gov.br/arquivos/dwnl_1230120634.pdf . Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 106 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul 4.1.1. Fluxo Comercial Exterior de Serviços Quadro 1 – Fluxo Comercial Exterior de Serviços da Coreia do Sul - US$ bilhões EXPORTAÇÃO DE SERVIÇOS IMPORTAÇÃO DE SERVIÇOS Coréia do Sul Saldo PERÍODO Coréia do Sul Var.% (1) Total Mundo Part. % 27,35 31,75 40,51 43,71 48,38 61,54 73,82 16,1 27,6 7,9 10,7 27,2 20,0 1.600,5 1.828,2 2.185,8 2.414,3 2.710,8 3.351,5 3.731,3 1,7 1,7 1,9 1,8 1,8 1,8 2,0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Coréia do Var.% (1) Sul 36,13 39,93 49,37 58,06 68,02 82,52 92,79 10,5 23,6 17,6 17,2 21,3 12,4 Total Mundo Part. % Valor 1.577,6 1.795,5 2.130,5 2.347,4 2.619,6 3.119,5 3.469,0 2,3 2,2 2,3 2,5 2,6 2,6 2,7 63,5 71,7 89,9 101,8 116,4 144,1 166,6 Var.% (1) Valor -8,8 -8,2 -8,9 -14,4 -19,6 -21,0 -19,0 12,9 25,4 13,2 14,4 23,8 15,7 ELABORAÇÃO: SCS FONTE: OMC Quadro 2 – Fluxo Comercial Exterior de Serviços do Brasil - US$ bilhões EXPORTAÇÃO DE SERVIÇOS IMPORTAÇÃO DE SERVIÇOS Corr. Comércio do Brasil Saldo PERÍODO 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Brasil Var.% (1) Total Mundo Part. % Brasil Var.% (1) Total Mundo Part. % Valor Var.% (1) Valor 9,57 11,61 14,86 17,95 22,61 28,82 21,3 28,0 20,8 26,0 27,5 1.828,2 2.209,9 2.469,4 2.809,9 3.351,5 3.731,3 0,5 0,5 0,6 0,6 0,7 0,8 14,35 16,11 22,41 27,15 34,70 44,37 12,3 39,1 21,2 27,8 27,9 1.795,5 2.123,3 2.361,3 2.632,7 3.119,5 3.469,0 0,8 0,8 0,9 1,0 1,1 1,3 23,9 27,7 37,3 45,1 57,3 73,2 15,9 34,5 21,0 27,1 27,7 -4,8 -4,5 -7,6 -9,2 -12,1 -15,6 FONTE: OMC ELABORAÇÃO: DECOS/SCS Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 107 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Fluxo Comercial – Quadro Comparativo Brasil e Coreia do Sul - US$ bilhões Var. % 2008/07 2006 2007 2008 Exportações de serviços do Brasil (A) Exportação de bens do Brasil (B) Relação (A / B) 17,95 137,81 13,03 22,61 160,65 14,07 28,62 197,94 14,46 26,58 23,21 Exportações de serviços da Coréia (A) Exportação de bens da Coréia (B) Relação (A / B) 48,38 325,47 14,87 61,54 371,49 16,56 73,82 422,01 17,49 19,95 13,60 Importações de serviços do Brasil (A) Importação de bens do Brasil (B) Relação (A / B) 27,15 95,85 28,33 34,70 126,58 27,41 44,37 182,81 24,27 27,87 44,42 Importações de serviços da Coréia (A) Importação de bens da Coréia (B) Relação (A / B) 68,02 309,38 21,99 82,52 356,85 23,13 92,79 435,27 21,32 12,44 21,98 Fonte: OMC. Elaboração: DECOS/SCS Conta de Serviços Brasil – Coreia do Sul (2008) Receitas Setor CNAE FABRICAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA, PRODUTOS ELETRÔNICOS E ÓPTICOS PUBLICIDADE E PESQUISA DE MERCADO ATIVIDADES AUXILIARES DOS SERVIÇOS FINANCEIROS, SEGUROS, PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR E PLANOS DE SAÚDE ATIVIDADES DE SEDES DE EMPRESAS E DE CONSULTORIA EM GESTÃO EMPRESARIAL COMÉRCIO POR ATACADO, EXCETO VEÍCULOS AUTOMOTORES E MOTOCICLETAS ATIVIDADES ESPORTIVAS E DE RECREAÇÃO E LAZER ATIVIDADES JURÍDICAS, DE CONTABILIDADE E DE AUDITORIA FABRICAÇÃO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES, REBOQUES E CARROCERIAS SERVIÇOS DE ESCRITÓRIO, DE APOIO ADMINISTRATIVO E OUTROS SERVIÇOS PRESTADOS ÀS EMPRESAS Part. % 56,0% 7,8% 6,2% 6,0% 3,1% 2,6% 2,2% 2,2% 2,0% 11,9% Outros Fonte: BACEN/CNAE – 2.0 Elaboração: DECOS/SCS- 2008 Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 108 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Despesas Setor CNAE FABRICAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA, PRODUTOS ELETRÔNICOS E ÓPTICOS TRANSPORTE AQUAVIÁRIO FABRICAÇÃO DE COQUE, DE PRODUTOS DERIVADOS DO PETRÓLEO E DE BIOCOMBUSTÍVEIS ATIVIDADES DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO FABRICAÇÃO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES, REBOQUES E CARROCERIAS METALURGIA FABRICAÇÃO DE OUTROS EQUIPAMENTOS DE TRANSPORTE, EXCETO VEÍCULOS AUTOMOTORES ATIVIDADES DE ORGANIZAÇÕES ASSOCIATIVAS FABRICAÇÃO DE CELULOSE, PAPEL E PRODUTOS DE PAPEL Outros Part.% 32,0% 26,5% 7,6% 5,9% 5,2% 4,3% 3,4% 1,9% 1,9% 11,2% Fonte: BACEN/CNAE – 2.0 Elaboração: DECOS/SCS- 2008 Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 109 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Investimentos Recíprocos148 2003-2009 Fonte: Bacen Elaboração: DECOS/SCS Ingresso e estoque de investimento direto estrangeiro - US$ milhões Da: Coréia Para: Brasil 300 265 250 168 200 150 130 110 100 50 56 12 24 2003 2004 0 2005 2006 2007 2008 2009 (jan-abr) Ingressos Da: Coréia Para: Brasil 366 400 320 240 160 80 0,00 0,00 1995 2000 - 2005 Estoque Os dados de investimentos brasileiros na Coreia do Sul não estão disponíveis. Fluxo de Investimentos Recebidos e Enviados por Brasil e Coreia do Sul (US$ milhões) Fonte: UNCTAD Elaboração: DECOS/SCS 148 Segundo o Glossário da OCDE sobre termos e definições do IDE, Investimento Direto Estrangeiro “é uma categoria de investimento internacional realizado por uma entidade residente em uma economia (investidor direto) com o objetivo de estabelecer uma relação econômica duradoura em uma empresa residente em uma economia que não a do investidor direto (empresa receptora do investimento direto). Essa relação econômica duradoura compreende a existência de uma relação de longo prazo entre o investidor direto e a empresa receptora e um significativo grau de influência na administração da empresa receptora do investimento. O investimento direto envolve, além do investimento Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 110 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul De: Mundo Para: Brasil e Coréia 34.585 35.000 30.000 25.000 20.000 15.000 10.000 5.000 - 18.146 18.822 15.066 8.997 2004 7.055 4.881 2005 Fluxo recebido pelo Brasil 2.628 2006 2007 Fluxo recebido pela Coréia De: Brasil e Coréia Para: Mundo 28.202 30.000 25.000 20.000 15.000 10.000 5.000 15.276 9.807 8.127 4.658 2.517 4.298 7.067 2004 2005 Fluxo enviado pelo Brasil 2006 2007 Fluxo enviado pela Coréia inicial realizado pelo investidor na empresa receptora do investimento, todos as subseqüentes transações de capitais realizadas entre os mesmos e entre empresas afiliadas (subsidiárias ou filiais). Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 111 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Estoque de Investimentos Recebidos e Enviados pelo Brasil e Coreia do Sul (US$ milhões) Fonte: UNCTAD Elaboração: DECOS/SCS Do: Mundo Para: Brasil e Coréia 328.455 300.000 250.000 200.000 150.000 100.000 50.000 - 236.186 122.250 47.887 9.497 1995 119.140 119.630 38.110 2000 Estoque recebido pelo Brasil 2006 2007 Estoque recebido pela Coréia De: Brasil e Coréia Para: Mundo 140.000 120.000 100.000 80.000 60.000 40.000 20.000 - 129.840 113.925 51.946 44.474 26.833 10.231 1995 2000 Estoque enviado pelo Brasil Nota Técnica nº 66.220 49.190 CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 2006 2007 Estoque enviado pela Coréia 112 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul O investimento direto estrangeiro da Coreia do Sul no Brasil, nos anos de 2007 e 2008, concentrou-se nos seguintes setores: BANCO CENTRAL DO BRASIL Diretoria de Fiscalização - Difis Departamento de Monitoramento do Sistema Financeiro e de Gestão da Informação - Desig Investimentos Estrangeiros Diretos 1/ Distribuição por Atividade Econômica de Aplicação dos Recursos 2/ País de Origem dos Recursos - COREIA, REPÚBLICA DA Ano 2007 US$ milhões Atividade Econômica Ingressos Extração de petróleo e gás natural 108,75 Confecção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas 0,10 Fabricação de produtos químicos orgânicos não especificados anteriormente 13,85 Fabricação de embalagens de material plástico 0,60 Fabricação de artefatos de material plástico não especificados anteriormente 0,20 Fabricação de periféricos para equipamentos de informática 37,00 Fabricação de aparelhos de recepção, reprodução, gravação e amplificação de áudio e vídeo 80,53 Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos 0,12 Manutenção e reparação de veículos automotores 0,05 Representantes comerciais e agentes do comércio de mercadorias em geral não especializado 0,12 Comércio atacadista de tecidos, artefatos de tecidos e de armarinho 0,04 Comércio atacadista de artigos do vestuário e acessórios 0,05 Comércio atacadista de equipamentos e artigos de uso pessoal e doméstico não especificados anteriormente 0,12 Comércio atacadista de componentes eletrônicos e equipamentos de telefonia e comunicação 12,33 Comércio atacadista de máquinas e equipamentos para uso industrial; partes e peças 0,01 Comércio atacadista de máquinas, aparelhos e equipamentos para uso odonto-médico-hospitalar; partes e peças 8,70 Comércio atacadista de produtos químicos e petroquímicos, exceto agroquímicos 0,16 Comércio varejista especializado de eletrodomésticos e equipamentos de áudio e vídeo 0,12 Comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios 0,05 Comércio varejista de outros produtos novos não especificados anteriormente 0,05 Atividades relacionadas à organização do transporte de carga 0,45 Suporte técnico, manutenção e outros serviços em tecnologia da informação 1,20 Atividades de consultoria em gestão empresarial 0,20 Atividades profissionais, científicas e técnicas não especificadas anteriormente 0,03 Atividades de serviços prestados principalmente às empresas não especificadas anteriormente 0,29 TOTAL Nota Técnica nº 265,13 CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 113 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Ano 2008 US$ milhões Atividade Econômica Ingressos Extração de petróleo e gás natural 112,52 Extração de minério de ferro 1,53 Fabricação de produtos de panificação 0,06 Confecção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas 0,10 Fabricação de artefatos de material plástico não especificados anteriormente 0,40 Produção de semi-acabados de aço 3,19 Fabricação de componentes eletrônicos 0,35 Fabricação de aparelhos telefônicos e de outros equipamentos de comunicação 0,83 Comércio de peças e acessórios para veículos automotores 0,09 Representantes comerciais e agentes do comércio de mercadorias em geral não especializado 0,04 Comércio atacadista de tecidos, artefatos de tecidos e de armarinho 0,15 Comércio atacadista de artigos do vestuário e acessórios 0,05 Comércio atacadista de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal 1,69 Comércio atacadista de equipamentos e artigos de uso pessoal e doméstico não especificados anteriormente 0,15 Comércio atacadista de computadores, periféricos e suprimentos de informática 0,05 Comércio atacadista de máquinas e equipamentos para uso industrial; partes e peças 0,01 Comércio atacadista de máquinas, aparelhos e equipamentos para uso odonto-médico-hospitalar; partes e peças 7,89 Comércio atacadista de máquinas, aparelhos e equipamentos não especificados anteriormente; partes e peças 0,05 Comércio varejista especializado de eletrodomésticos e equipamentos de áudio e vídeo 0,05 Comércio varejista especializado de tecidos e artigos de cama, mesa e banho 0,05 Comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios 0,10 Atividades de produção cinematográfica, de vídeos e de programas de televisão 0,05 Tratamento de dados, provedores de serviços de aplicação e serviços de hospedagem na internet 0,05 Atividades de consultoria em gestão empresarial 0,09 Agências de publicidade 0,20 Atividades profissionais, científicas e técnicas não especificadas anteriormente TOTAL Nota Técnica nº 0,53 130,28 CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 114 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul De janeiro a abril de 2009, segundo o Banco Central do Brasil, o investimento externo estrangeiro da Coreia do Sul no Brasil se deu nos seguintes setores: Período: janeiro a abril de 2009 US$ milhões Atividade Econômica Ingressos Extração de petróleo e gás natural 46,28 Fabricação de aparelhos telefônicos e de outros equipamentos de comunicação 0,20 Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral não especificados anteriormente 0,52 Representantes comerciais e agentes do comércio de têxteis, vestuário, calçados e artigos de viagem 0,05 Comércio atacadista de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal 0,20 Comércio atacadista de máquinas, aparelhos e equipamentos não especificados anteriormente; partes e peças 0,50 Holdings de instituições não-financeiras 0,20 Atividades de administração de fundos por contrato ou comissão 8,00 Serviços combinados de escritório e apoio administrativo 0,05 Atividades de serviços prestados principalmente às empresas não especificadas anteriormente 0,01 TOTAL 56,01 Notas: 1/ Ingressos de investimentos e conversões de empréstimos e de financiamentos em investimento direto com base nos registros constantes, no módulo IED, do sistema RDE (Registro Declaratório Eletrônico). Conversões em dólares às paridades históricas. 2/ Conforme a tabela de Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE-2.0, do IBGE. 4.2. Principais acordos firmados entre Brasil e Coreia do Sul Data de celebração Título Acordo de Comércio. Acordo Cultural. Convenção Destinada a Evitar a Dupla Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria de Impostos sobre a Renda. Memorando de Entendimento para o Estabelecimento de uma Comissão Mista. Acordo sobre Cooperação nos Campos da Ciência e Tecnologia. Acordo para Serviços Aéreos entre seus Respectivos Territórios e Além. Tratado de Extradição. Acordo, por troca de Notas, que Emenda o Acordo para Serviços Aéreos entre seus Respectivos Territórios e Além de 11 de agosto de 1992. Memorando de Entendimento para Estabelecer Consultas Políticas. Acordo sobre Concessão de Vistos para Viagens Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 Entrada em Vigor Promulgação Decreto nº Data 21/05/1963 21/05/1963 07/02/1966 20/10/1967 61686 13/11/1967 07/03/1989 21/11/1991 354 02/12/1991 08/08/1991 30/12/1992 743 05/02/1993 11/08/1992 31/05/1995 1545 03/07/1995 01/09/1995 01/02/2002 4152 07/03/2002 29/02/1996 05/02/1997 2786 24/09/1998 2467 19/01/1998 28/09/1989 28/09/1989 11/09/1996 11/09/1996 11/09/1996 26/12/1997 115 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul de Negócios, Investimentos de Cobertura Jornalística. Acordo de Cooperação no Domínio do Turismo 11/09/1996 25/11/1997 5437 29/04/2005 Acordo sobre Isenção de Vistos 4235 17/05/2002 18/01/2001 25/07/2005 5555 04/10/2005 13/12/2002 5.721 13/03/2006 18/01/2001 20/05/2002 Memorando de Entendimento sobre a Implementação de Isenções Tributárias Recíprocas no Setor de Transporte Aéreo Acordo para Cooperação nos usos pacíficos da Energia Nuclear Acordo sobre Assistência Judiciária Mútua em Matéria Penal Acordo para Serviços Aéreos entre seus Territórios e Além Memorando de Entendimento sobre Energia e Recursos Minerais Memorando de Entendimento sobre a Implementação de Isenções Tributárias Recíprocas no Setor de Transporte Aéreo Programa Executivo do Acordo Cultural Memorando de Entendimento para o Estabelecimentos do Comitê Conjunto de Promoção de Comércio e Investimentos e Cooperação Industrial 19/11/2004 19/11/2004 8/02/2006 11/08/1992 11/08/1992 16/11/2004 16/11/2004 19/11/2004 19/11/2004 26/9/2006 26/9/2006 19/11/2008 19/11/2008 Fonte: MRE 4.3. Outros Estudos e Apresentações de Interesse Presidência da República Programa de Aceleração do Crescimento 2007-2010 http://www.fazenda.gov.br/portugues/releases/2007/r220107-PAC.pdf Balanço do Programa de Aceleração do Crescimento – fevereiro 2009 http://www.brasil.gov.br/pac/.arquivos/pac2anos_apresentacaonovo.pdf Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Sistema Integrado de Comércio Exterior de Serviços, Intangíveis e Outras Operações que Produzem Variações no Patrimônio das Entidades - SISCOSERV e Nomenclatura Brasileira de Serviços – NBS http://www.mdic.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=4&menu=2240 Panorama do Comércio Internacional de Serviços http://www.desenvolvimento.gov.br/arquivos/dwnl_1215192979.pdf Renai - Conjuntura Macroeconômica do Investimento – abril/2009 http://investimentos.desenvolvimento.gov.br/arquivos/RENAI-BOLETIM-06042009-FINAL-SITE.pdf Vitrine do Exportador: informações comerciais sobre exportadores brasileiros em idiomas estrangeiros http://www.vitrinedoexportador.gov.br/ Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 116 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Oportunidades de Negócios Mundiais: extensa lista de portais na Internet de utilidade para o exportador e investidor brasileiro e estrangeiro http://www.portaldoexportador.gov.br/index.php?option=com_weblinks&catid=30&Itemid=64 Programa Brasil Exportador http://www.aprendendoaexportar.gov.br/sitio/paginas/ondBusApoio/index.html Instrumentos de Apoio ao Setor Produtivo: onde buscar apoio para seu negócio http://www.braziltradenet.gov.br/CDINVESTIMENTO/ Estratégia Brasileira de Exportação 2008-2010 http://www.desenvolvimento.gov.br/arquivos/dwnl_1220468182.pdf Política de Desenvolvimento Produtivo http://www.desenvolvimento.gov.br/pdp/arquivos/destswf1212175349.pdf Micro e Pequenas Empresas: Cenário Nacional e Perspectivas http://www.femicro-pe.org.br/eventos_curso/VII_congresso_estadual/candida_cervieri.ppt#1 O Futuro da Indústria da Construção Civil http://www.desenvolvimento.gov.br/arquivos/dwnl_1223488227.pdf Barreiras Técnicas – informações e conceitos sobre como superá-las http://www.desenvolvimento.gov.br/arquivos/dwnl_1196785148.pdf Panorama do Mercado de Carbono no Brasil http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=2&menu=1805 Perspectivas de Exportação para o Setor de Serviços de Distribuição http://www2.desenvolvimento.gov.br/arquivo/sdp/proAcao/forCompetitividade/perExpServico/ServicosDistribCom pleto.pdf Lista completa das empresas comerciais exportadoras habilitadas (tradings companies) em conformidade com o Decreto-Lei nº 1.248 de 29/11/1972 (atualizado em 22/04/2009) http://www.portaldoexportador.gov.br/upload//documentos2/relacao%20trading%20companies%2022_04_2009%2 0portal%20do%20exportador.pdf Ministério da Ciência e Tecnologia Programa de Estímulo ao Setor de Software e Serviços http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/77611.html Fundo Setorial da Tecnologia da Informação http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/2785.html Ministério das Relações Exteriores Como Exportar – Coreia do Sul - 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BNDES Perspectivas de Investimentos 2009/12 em um Contexto de Crise http://investimentos.desenvolvimento.gov.br/arquivos/INVESTIMENTOS_BNDES_Perspectiva_2009_2012.pdf Entendendo o Investimento Brasileiro Direto no Exterior http://investimentos.desenvolvimento.gov.br/arquivos/Empresas_multinacionais_brasileiras_estudo_BNDES.pdf Programa para o Desenvolvimento da Indústria de Software e Serviços de Tecnologia da Informação – Prosoft http://www.bndes.gov.br/programas/industriais/progsoft.asp Financiamento à Marinha Mercante e à Construção Naval http://www.bndes.gov.br/programas/outros/naval.asp Construção Naval no Brasil: Existem Perspectivas ? http://www.bndes.gov.br/conhecimento/revista/rev1010.pdf Agência Brasileira de Promoção de Exportações - ApexBrasil Manual de Orientação para Feiras no Exterior http://www.apexbrasil.com.br/portal_apex/publicacao/engine.wsp?tmp.area=59# Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 118 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Imagem e Acesso a Mercados http://www.apexbrasil.com.br/portal_apex/publicacao/engine.wsp?tmp.area=13 Manual de Orientação para Projeto Imagem http://www.apexbrasil.com.br/portal_apex/publicacao/engine.wsp?tmp.area=59# Projeto Tradings Brasileiras http://www.apexbrasil.com.br/portal_apex/publicacao/download.wsp?tmp.arquivo=2252 Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - Sebrae Manual Básico de Exportação (estudo realizado em parceria com a Fiesp) http://www.fiesp.com.br/publicacoes/pdf/relacoes/manual_exportacao.pdf Exportação de Software e Serviços de Tecnologia da Informação – Conceitos Básicos http://www.softex.br/portal/softexweb/uploadDocuments/Livro%20Exportação%20de%20software%20e%20serviç os.pdf Exportação de Software e Serviços de Tecnologia da Informação http://www.intepp.com.br/intepp/imgsite/artigos/17.pdf A Competitividade nos Setores de Comércio, de Serviços e do Turismo no Brasil, Perspectivas até 2015 http://201.2.114.147/bds/BDS.nsf/26DEECA1D363F802832574E90063304C/$File/NT0003A276.pdf Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE Pesquisa Anual de Serviços – PAS – 2007 http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/comercioeservico/pas/pas2007/default.shtm Sociedade Brasileira para Promoção da Exportação de Sofware – Softex Exportação de Software e Serviços Brasileiros http://www.softex.br/portal/softexweb/uploadDocuments/_desenvolvimento/Softex%20PSI%20SW%20Road%20S how.pdf Banco do Brasil Revista de Comércio Exterior do Banco do Brasil http://www44.bb.com.br/appbb/portal/on/intc/rvst/index.jsp Atuação do Banco do Brasil em Aglomerações Produtivas http://desenvolvimento.gov.br/arquivos/dwnl_1198758003.pdf Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo – CNC Síntese da Economia Brasileira – 2009 (edição bilíngüe português e inglês) http://www.portaldocomercio.org.br/media/sintese2009.pdf Confederação Nacional da Indústria – CNI Os Problemas da Empresa Exportadora Brasileira – 2008 http://www.cni.org.br/portal/main.jsp?lumPageId=4028808112AF249A0112AFBF1EC620A3&itemId=8A9015D0 1C51F1BC011C526F68D5260F Matriz Energética e Emissão de Gases de Efeito Estufa: Fatos sobre o Brasil http://www.cni.org.br/portal/main.jsp?lumPageId=4028808112AF249A0112AFBF1EC620A3&itemId=8A9015D0 1DDE56A3011E4A2BC65B4344 Matriz Energética: Cenários, Oportunidades e Desafios http://www.cni.org.br/portal/main.jsp?lumPageId=4028808112AF249A0112AFBF1EC620A3&itemId=8A9015D0 1445CD8E01144C06C0786BE3 Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 119 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Federação das Indústrias do Estado de São Paulo- Fiesp Manual Básico de Exportação (estudo realizado em parceria com o Sebrae) http://www.fiesp.com.br/publicacoes/pdf/relacoes/manual_exportacao.pdf Manual de Negociações Internacionais http://www.fiesp.com.br/publicacoes/pdf/relacoes/manual_negociacoes_internacionais.pdf Agenda de Políticas de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico para o Brasil e o Estado de São Paulo http://www.fiesp.com.br/tecnologia/pdf/agendainovaçãodesenvolvimentotecnológico_brasil%20e%20sp_2007.pdf Associação Brasileira de Franchising Coletânea de artigos de interesse para empresários do setor http://www.portaldofranchising.com.br/site/content/artigo/index.asp?codA=15&origem=artigos Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e da Comunicação – Brasscom Brazil: The New Global Power in IT http://www.brasscom.org.br/brasscom/content/download/10788/231166/file/Brazil,%20the%20New%20Global%20 Power%20in%20IT.pps Associação Brasileira de Exportadores de Software – ABES Mercado Brasileiro de Software – Panorama e Tendências 2006 (bilíngüe) http://www.braziltradenet.gov.br/CDINVESTIMENTO/ Associação de Comércio Exterior do Brasil – AEB A Construção de uma Política de Exportação de Serviços http://www.aeb.org.br/Politica%20Servicos.pdf Fundação Biominas Estudo de Empresas de Biotecnologia do Brasil http://win.biominas.org.br/biominas2008/estudo_default_pt.asp Instituto de Logística e Supply Chain Logistics Overview in Brazil 2008 http://www.ilos.com.br/site/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=31&Itemid=44 Gabinete da Presidência da República da Coreia Korea Offering Opportunities: a year of regulatory reform by the Lee Myung-bak administration http://www.mke.go.kr/language/eng/news/news_view.jsp?tableNm=E_01_02&seq=13 Agência Coreana de Promoção de Comércio e Investimentos – Kotra Guide to Foreign Direct Investment in Korea http://www.investkorea.org/InvestKoreaWar/work/ik/eng/lr/lr_down1.jsp?filename=090616_guide_fdi_korea_eng.p df&path=20090720 Guide to Living in Korea 2009 http://www.investkorea.org/InvestKoreaWar/work/ik/eng/lr/lr_down1.jsp?filename=2009_gtlk_en_090115.pdf&pat h=20090720 Agência para a Promoção do Investimento Estrangeiro na Coreia - Invest Korea Foreign Direct Investment & the Korean Economy Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 120 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul http://www.investkorea.org/InvestKoreaWar/work/ik/eng/lr/lr_main.jsp Legislação de interesse para o investidor estrangeiro http://www.investkorea.org/InvestKoreaWar/data/bbs/20081006/government.pdf Organização Mundial do Comércio- OMC Revisão de Política Comercial da Coreia - 2008 http://www.wto.org/english/tratop_e/tpr_e/tp_rep_e.htm Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento – Unctad http://www.unctad.org/en/docs/wir2008_en.pdf Fórum Econômico Mundial Relatório de Competitividade do Brasil – 2009 (estudo realizado em parceria com a Fundação Dom Cabral) http://www.weforum.org/pdf/Global_Competitiveness_Reports/Reports/Brazil/BrazilCompetitivenessReport2009.p df The Global Competitiveness Report 2008-2009 http://www.weforum.org/documents/gcr0809/index.html The Global Information Technology Report 2008-2009 http://www.insead.edu/v1/gitr/wef/main/fullreport/index.html The Travel and Tourism Competitiveness Report 2009 http://www.weforum.org/pdf/TTCR09/TTCR09_FullReport.pdf Petrobras Plano Estratégico 2009-2013 http://www.abemi.com.br/docs/Apresentações/Petrobras%20Apresentacao%20PRES.%20GABRIELLI.pdf Crescimento: desafios e oportunidades http://www2.petrobras.com.br/ri/pdf/Diretor-Almir-IBEF-final.pdf Departamento de Comércio dos EUA – U.S. Commercial Service Doing Business in Korea http://www.buyusainfo.net/docs/x_9174546.pdf Asia Pacific Business Outlook Conference http://www.hkchcc.org/korea.pdf Escritório Econômico e Comercial da Espanha em Seul Guia País: Corea del Sur http://www.comercio.mityc.es/tmpDocsCanalPais/7A93D1BD4AA76EE2FFE418ACA6AA7F6E.pdf Lex Mundi Guide to Doing Business in South Korea http://www.lexmundi.com/images/lexmundi/PDF/guide_korea.pdf Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 121 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Deloitte Touche Tohmatsu Korea International Tax and Business Guide http://www.deloitte.com/dtt/cda/doc/content/dtt_tax_guide_2009_korea.pdf Economist Intelligence Unit Os Meios para Competir – Referências Comparativas para Competitividade no Setor de TI http://graphics.eiu.com/upload/portal/BSA_COMPETITIVENESS_WEBrrr.pdf Everest Research Institute The Impact of the Global Economic Downturn on Outsourcing and Offshoring http://www.softex.br/portal/softexweb/uploadDocuments/Impact%20of%20Global%20Economic%20Downturn%2 0Jan%202009.pdf Prof. Gilmar Masiero – Universidade de São Paulo As lições da Coreia do Sul http://www.pucsp.br/geap/artigos/raeexecutiva.pdf A Economia Coreana: Características Estruturais http://www.pucsp.br/geap/artigos/art6.PDF Estudos Asiáticos no Brasil: contexto e desafios http://www.scielo.br/pdf/rbpi/v48n2/a01v48n2.pdf Negócios com Japão, Coreia do Sul e China, Gestão e Relações com o Brasil http://www.saraivauni.com.br/Obra.aspx?isbn=978850206452 Coreia: visões brasileiras (colaborador) http://www.funag.gov.br/biblioteca-digital/visoes-brasileiras/?searchterm=coréia East Asia and Latin America: the unlikely alliance (colaborador) http://books.google.com.br/books?id=3fJ2e1_tKZYC&pg=PA90&lpg=PA90&dq=east+asia+and+latin+america:+u nlikely+alliance&source=bl&ots=59m8bkrBVs&sig=Kxb15VXHNxKjMFbbRUlVknRWJ9Q&hl=ptBR&ei=YEud StyhEZW3lAfG6uyABA&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1#v=onepage&q=&f=false Prof. Pankaj Ghemavat – Harvard Business School Redefining Global Strategy: crossing borders in a world where differences still matter http://www.ghemawat.org/index.html Prof. Paul Herbig – Universidade do Texas Negociação num contexto intercultural http://www.geocities.com/Athens/Delphi/9158/paper12.html Qualidade de serviços num contexto intercultural http://www.geocities.com/Athens/Delphi/9158/paper60.html The impact of Confucianism in the business to business marketing http://www.geocities.com/Athens/Delphi/9158/paper9.html Outsourcing http://www.geocities.com/Athens/Delphi/9158/paper34.html Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 122 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Harvard Business School The Benefits of Soft Power http://hbswk.hbs.edu/archive/4290.html Idate Foundation – Fórum Europeu sobre o Mundo Digital Desafios do Mundo Digital - 2007 http://www.key4biz.it/files/000070/00007039.pdf 4.4. Endereços e Links Úteis 4.4.1. No Brasil Representações Diplomáticas Embaixada da República da Coreia - Brasília - DF Endereço: SEN - Av. das Nações, lote 14 Cidade: Brasília - DF CEP: 70436-900 Telefone: (0xx61) 3321-2500 Fax: (0xx61) 3321-2508 [email protected] http://bra-brasilia.mofat.go.kr/ Setor Consular da Embaixada - Brasília - DF Endereço: SEN, Av. das Nações, Lote 14 Cidade: Brasília - DF CEP: 70436-900 Telefone: (0xx61) 3321-2500 Consulado Geral da República da Coreia - São Paulo - SP Endereço: Av. Paulista, 37 - 9º andar, conj. 91 Cidade: São Paulo - SP CEP: 01311-902 Telefone: (0xx11) 3141-1278 (0xx11) 3141-1279 [email protected] Apoio ao Exportador e ao Investidor Brasileiro e Coreano Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC Rede Nacional de Informações sobre o Investimento - RENAI http://investimentos.desenvolvimento.gov.br/conteudo.asp?area=01 Portal do Exportador http://www.portaldoexportador.gov.br/ Aprendendo a Exportar – Onde Buscar Apoio http://www.aprendendoaexportar.gov.br/sitio/paginas/ondBusApoio/index.html Radar Comercial Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 123 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul http://radarcomercial.desenvolvimento.gov.br/radar/ Vitrine do Exportador: informações comerciais sobre exportadores brasileiros em idiomas estrangeiros http://www.vitrinedoexportador.gov.br/ Ministério das Relações Exteriores - Brazil Trade Net Brazil Trade Net http://www.braziltradenet.gov.br/ Ministério da Ciência e Tecnologia Programa de apoio Tecnológico à Exportação – Progex http://www.finep.gov.br/programas/progex.asp Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES http://www.bndes.gov.br/ Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – ApexBrasil http://www.apexbrasil.com.br/ Banco do Brasil – Balcão de Comércio Exterior http://www44.bb.com.br/appbb/portal/on/bce/index.jsp Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE http://www.sebrae.com.br/paginaInicial Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo – CNC http://www.portaldocomercio.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=home Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP http://www.fiesp.com.br/ Câmara de Comércio e Indústria Brasil Coreia - KOCHAM http://www.kocham.com.br/kocham_n/portugues.php Associações Setoriais Associação de Comércio Exterior do Brasil – AEB http://www.aeb.org.br/home.htm ComexNet – Portal do Comércio Exterior http://www.comexnet.com.br/comexnet/index.cfm?pag=main_1.cfm Associação Brasileira de Franchising http://www.portaldofranchising.com.br/site/content/home/index.asp Associação Brasileira de Normas Técnicas http://www.abnt.org.br/default.asp?resolucao=1024X768 Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico http://www.camara-e.net/ Associação Brasileira das Empresas de Software – ABES http://www.abes.org.br/default.aspx Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e da Comunicação - Brasscom http://www.brasscom.org.br/brasscom/content/view/full/2 Sociedade Brasileira para Promoção da Exportação de Software – Softex http://www.softex.br/portal/_home/default.asp Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 124 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Associação Brasileira de Empresas de Soluções de Telecomunicações e Informática - Abreprest www.abreprest.org.br Associação Brasileira de Engenharia Industrial – Abemi http://www.abemi.com.br/ Associação Brasileira de Consultores de Engenharia http://www.abceconsultoria.org.br/index.htm Associação Brasileira de Empresas de Biotecnologia http://www.abrabi.org.br/ Associação Brasileira de Estilistas – Abest http://www.abest.com.br/novos_arquivos/abest/default.asp Associação Brasileira de Empresas de Design - Abedesign http://www.abedesign.org.br/site/ Associação Brasileira da Indústria Gráfica - Abigraf http://www.abigraf.org.br/ Associação Brasileira de Logística http://www.aslog.org.br/ Associação Brasileira de Movimentação e Logística http://www.abml.org.br/website/default.asp Associação Brasileira de Transportadores Internacionais – ABTI http://www.abti.com.br/ Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais http://www.apro.org.br/ Associação Brasileira de Produtoras Independentes de Televisão – Abpitv http://www.abpitv.com.br/ Associação de Artesanato & Estilo – Artest http://www.artest.com.br/ Instituto de Engenharia http://www.institutodeengenharia.org.br/site/index.php Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos – IBGM http://www.ibgm.com.br/ Informações de Interesse para Coreanos Residentes no Brasil Associação dos Coreanos no Brasil http://www.haninbrasil.com.br/ Vitrine do Exportador: informações comerciais sobre exportadores brasileiros em idiomas estrangeiros http://www.vitrinedoexportador.gov.br/ Informações sobre Estilo de Negociação, Etiqueta e Protocolo no Brasil Business Etiquette and Protocol in Brazil http://www.kwintessential.co.uk/resources/global-etiquette/brazil-country-profile.html The Brazilian Style of Negotiation http://www.place-net.net/clients/2007/negocia/elts/pdf/Brazilian%20Negotiation%20Style.pdf Brazilian Negotiation Style http://www.acc.com/vl/public/ProgramMaterial/loader.cfm?csModule=security/getfile&pageid=20526 Brazil: Cultural Tips Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 125 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul http://www.asagbiotechnetwork.org/Data/Countries/Brazil/Download/Brazil_Cultural_Tips.pdf?PHPSESSID=17e4 f83e453b9fc0db40ab80aa1642c1 Informações Gerais sobre o Brasil para Estrangeiros Embaixada do Brasil em Paris http://www.bresil.org/index.php?option=com_content&task=view&id=479&Itemid=51&cataff=256&cataffb=256 Brazilian Information Center – BIC http://www.brazilinfocenter.org/ 4.4.2. Na Coreia Representações diplomáticas Embaixada do Brasil e Consulado Geral Endereço: 141, IHN Gallery Bldg., 4-5th Fl., Palpan-dong, Chongro-gu, Seoul, Republic of Korea CEP: 110-220 Tel.: (82-2) 738-4970 / 720-4428 Fax: (82-2) 738-4974 [email protected] http://www.brasemb.or.kr/ Apoio ao Exportador e ao Investidor Brasileiro e Coreano Escritório de Representação do Banco do Brasil Endereço: Suíte 400-3 Business Center/8th Floor, Leema Building 146-1 Soosong-Dong, Chongro-Gu, Seoul, Korea CEP: 110-140 Tel.: (82-2) 398-5842/5841 Fax: (82-2) 398-5806 [email protected] Governo da Coreia http://www.korea.go.kr/eng/ Gabinete do Presidente http://english.president.go.kr/index.php Gabinete do Primeiro Ministro http://www.pmo.go.kr/ Ministério da Agricultura e Reflorestamento http://www.mifaff.go.kr/ Ministério da Estratégia e Finanças http://english.mosf.go.kr/ Ministério da Cultura e Turismo http://www.mcst.go.kr/ Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 126 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Ministério das Relações Exteriores e Comércio http://www.mofat.go.kr/ Ministério da Educação, Ciência e Tecnologia http://english.mest.go.kr/ Ministério do Meio Ambiente http://www.moenv.go.kr/ Ministério da Administração do Governo e Assuntos Domésticos http://www.mogaha.go.kr/ Ministério da Saúde e Bem-Estar http://www.mohw.go.kr/ Ministério da Informação e Comunicação http://www.mic.go.kr/rmic/webdriver/ Ministério da Justiça http://www.moj.go.kr/justice/index.html Ministério do Trabalho http://www.molab.go.kr/ Ministério dos Assuntos Marítimos e Pesca http://www.momaf.go.kr/ Ministério da Economia do Conhecimento www.mke.go.kr Banco Central da Coreia http://www.bok.or.kr/ http://eng.bok.or.kr/ Banco de Exportação-Importação da Coreia – Korea EXIMBank http://www.koreaexim.go.kr/en/ Banco do Desenvolvimento da Coreia http://www.kdb.co.kr Instituto para o Desenvolvimento da Coreia http://www.kdi.re.kr Agência Coreana de Promoção de Comércio e Investimentos - KOTRA http://english.kotra.or.kr/wps/portal/dken Agência para a Promoção do Investimento Estrangeiro na Coreia http://www.investkorea.org/ Agência Coreana para a Promoção de Pequenas e Médias Empresas http://www.smba.go.kr/smba/main/english/index.jsp Portal Eletrônico de Compras Governamentais http://www.g2b.go.kr Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 127 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul http://www.pps.go.kr/english/ Alfândega da Coreia http://www.customs.go.kr/eng/ Escritório de Propriedade Intelectual da Coreia http://www.kipo.go.kr/ Junta de Arbitragem Comercial da Coreia http://www.kcab.or.kr/servlet/kcab_adm/memberauth/5000 Associações Setoriais Câmara de Comércio e Indústria da Coreia http://www.kcci.or.kr e http://www.korcham.net Associação dos Importadores Coreanos - KOIMA http://www.import.or.kr/ http://www.koima.or.kr/ Associação Coreana de Comércio Internacional - KITA http://www.kita.net Agência Coreana para o Desenvolvimento da Internet Nacional http://www.nida.or.kr Associação Coreana dos Construtores de Navios http://www.koshipa.or.kr Associação Coreana dos Proprietários de Navios http://www.shipowners.or.kr Associação Coreana de Franquias http://www.ikfa.or.kr Associação Coreana de Consultoria http://www.ecka.org Associação Coreana de Televisão a Cabo e Comunicações http://www.kcta.or.kr Associação de Empreiteiras da Coreia http://www.cak.or.kr/ (site em inglês não disponível) Instituto de Tecnologia da Construção da Coreia http://www.kict.re.kr Instituto de Pesquisa em Construção e Economia da Coreia http://www.cerik.re.kr/ Federação Coreana de Empresas de Construção Civil e Engenharia http://www.kfcis.or.kr Associação de Engenharia e Consultoria da Coreia http://www.kenca.or.kr Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 128 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Associação Coreana de Vendas Diretas http://www.kdsa.or.kr Federação Mundial das Associações de Venda Direta http://www.wfdsa.org/ Associação Coreana de Comécio Eletrônico http://www.kolsa.or.kr/main.htm Instituto Coreano para o Comércio Eletrônico http://www.kiec.or.kr Administração de Pequenas e Médias Empresas http://www.smba.go.kr Federação Coreana de Pequenas e Médias Empresas http://www.kbiz.or.kr Federação das Indústrias Coreanas - FKI http://www.fki.or.kr Associação de Cosméticos da Coreia http://www.kcia.or.kr/eng/company/greeting.asp Associação de Alimentos e Medicamentos da Coreia http://kfda.go.kr/index2.html Associação de Comerciantes Farmacêuticos da Coreia http://www.kpta.or.kr/E_main.asp Informações sobre Tecnologia, Padrões e Normas Técnicas Agência Coreana de Tecnologia e Padrões – Ministério da Economia do Conhecimento, responsável pelos padrões ISO http://www.kats.go.kr/english/index.asp Lista de Normas e Regulamentos Técnicos http://ats.go.kr/english/index.asp Laboratório Coreano de Sistemas de Acreditação http://www.kolas.go.kr Junta de Revisão de Propaganda da Coreia http://www.karb.or.kr Informações de Interesse para os Brasileiros Residentes na Coreia Korea.net - Gateway to Korea http://www.korea.net/ Páginas Amarelas http://www.yellowpages.co.kr/ http://www.southkoreapages.com/ Informações sobre Estilo de Negociação, Etiqueta e Protocolo na Coreia Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 129 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul Etiquette and Customs in Korea http://www.kwintessential.co.uk/resources/global-etiquette/south-korea-country-profile.html Informações Gerais sobre a Coreia Gateway to Korea http://www.korea.net Escritório Nacional de Estatística da Coreia – KNSO http://nso.go.kr Jornais Coreanos Focados em Economia e Negócios Korea Economic Daily http://www.hankyung.com The Korea Herald http://www.koreaherald.co.kr/business/ Korea Economic Weekly http://www.koreaeconomy.com/ Korea Times http://news.hankooki.com/ Informações sobre a Construção Naval Coreana The Maritime & Ocean Engineering Research Institute (MOERI) http://www.moeri.re.kr Korea Ocean Research & Development Institute (KORDI) http://www.kordi.re.kr/english/bin/main.asp Korea Marine Equipment Research Institute (KOMERI) http://www.komarine.or.kr The Korea’s Shipbuilders Association (KOSHIPA) http://www.koshipa.or.kr/eng/koshipa/koshipa3/statistics_world.htm Estudo da Transpetro sobre a siderurgia no Brasil e seu impacto sobre a indústria naval. Há comparações entre Brasil e Coreia do Sul. http://www.sectma.pe.gov.br/download/Apresentacao_Transpetro.pdf Feiras e Centros de Exposição Feira Mundial de Tecnologia da Informação 2009 Data: 17-20 de Junho, 2009 Local: Centro de Convenções COEX www.sek.co.kr IT EXPO BUSAN 2009 Data: 2-5 de Setembro, 2009 Local: Bexco, Busan Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 130 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC Secretaria de Comércio e Serviços - SCS Departamento de Políticas de Comércio e Serviços – DECOS Oportunidade de Negócios em Serviços – Coreia do Sul www.itexpo.or.kr Conferência e Exposição de Difusão Mundial - BCWW 2009 Data: Setembro 2009 Local: Centro de Convenções Coex www.bcww.net Cosmobeleza Seul 2009 Data: 7-10 de Maio de 2009 Local: Centro de Convenções COEX http://www.cosmobeautyseoul.com/en/index.php Centro Internacional de Exposição da Coreia – KINTEX http://www.kintex.com Convenção e Exposição – COEX http://www.coex.co.kr Centro de Convenção e Exposição de Busan - BEXCO http://bexco.co.kr Centro de Exposição Comercial Kotra – KOTREX http://www.kotrex.com Centro de Exposição Comercial de Seul - SETEC http://www.setec.or.kr/eng/main.do Nota Técnica nº CGSE/DECOS/SCS, de /01/2008 131