UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE AQUIDAUANA PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA CARACTERIZAÇÃO E GÊNESE DE ESPODOSSOLOS DO MATO GROSSO DO SUL DA BACIA DO ALTO PARAGUAI Aquidauana – Mato Grosso do Sul – Brasil Fevereiro de 2011 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE AQUIDAUANA PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA CARACTERIZAÇÃO E GÊNESE DE ESPODOSSOLOS DO MATO GROSSO DO SUL DA BACIA DO ALTO PARAGUAI Acadêmico: Antonino Hypólito Dias Neto Orientador: Dr. Jolimar Antonio Schiavo “Dissertação apresentada ao programa de pós-graduação em Agronomia, área de concentração em Produção Vegetal, da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, como parte das exigências para a obtenção de título de Mestre em Agronomia (Produção Vegetal)”. Aquidauana – Mato Grosso do Sul – Brasil Fevereiro de 2011 iii "Se aprendermos a linguagem do solo, ele falará conosco.” Nyle C. Brady iv Dedico, a minha avó Maria Brasilina Dias (in memorium) v AGRADECIMENTOS À Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – UEMS – pelo acolhimento e oportunidade da realização do curso de graduação e pósgraduação em Agronomia. Ao CNPq projeto “casadinho”, pelo apoio financeiro e concessão de bolsa de estudo (processo 620029/20080). À Embrapa Pantanal por disponibilizar a fazenda experimental Nhumirim, alojamento e funcionários. Ao Prof. Dr. Jolimar Antonio Schiavo pela orientação desde a graduação, amizade, confiança, críticas, liberdade e ensinamentos muito válido para minha formação. Ao Prof. Dr. Marcos Gervasio Pereira da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) pela parceria dos trabalhos desenvolvidos na graduação e pós-graduação, com discussões técnicas e conhecimento transmitido. Aos professores do curso de graduação e pós-graduação em Agronomia da UEMS, por terem um papel fundamental na minha formação, ao longo desses sete anos. Aos funcionários técnicos administrativos e terceirizados da UEMS, pelo apoio nas adversidades encontradas. vi Aos funcionários de campo dos municípios de Aquidauana e Anastácio que foram à planície pantaneira, enfrentado as dificuldades para a realização das coletas de solo. Aos amigos de laboratório que colaboraram na realização das análises laboratoriais, além da amizade e apoio. Aos colegas do curso de mestrado que foram importantes nessa caminhada árdua e difícil. Aos amigos constituídos dentro e fora da instituição de ensino, por estarem nos momentos bons e ruins. A todos os familiares presentes e aos que não estão mais entre nós, por serem de suma importância. Enfim, aos meus pais Luiz Hypólito Dias e Nazareth Oliveira Barbosa Dias e, aos meus irmãos Luiz Francisco Hypólito Barbosa e Luiz Carlos Barbosa Hypólito, pelo convívio familiar e pelos ensinamentos. A todos aqueles que, de forma direta e indireta, contribuíram para a realização desse trabalho. Muito Obrigado. vii SUMÁRIO Página RESUMO............................................................................................................ix CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS 1 Introdução.........................................................................................................1 1.1 Objetivos Gerais............................................................................................4 1.2 Revisão de Literatura.....................................................................................5 1.2.1 Bacia do Alto Rio Paraguai.........................................................................5 1.2.1.1 Pantanal...................................................................................................5 1.2.1.1.1 Bacia do Rio Taquari..........................................................................12 1.2.2 Espodossolos............................................................................................14 1.2.2.1 Extensão Geográfica dos Espodossolos...............................................16 1.2.2.2 Horizonte B espódico.............................................................................17 1.2.3 Matéria Orgânica......................................................................................19 CAPÍTULO 2 – CARACTERIZAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE SOLO DA BACIA DO RIO TAQUARI NO PANTANAL SUL MATOGROSSENSE. Resumo..............................................................................................................21 2.1 Introdução....................................................................................................22 2.2 Material e Métodos......................................................................................24 2.3 Resultados e Discussão..............................................................................27 2.3.1 Aspectos morfológicos..............................................................................27 2.3.2 Atributos físicos.........................................................................................32 2.3.3 Atributos químicos....................................................................................36 2.3.4 Gênese e Classificação dos Solos...........................................................46 2.4 Conclusões..................................................................................................48 REFERÊNCIAS ................................................................................................49 APÊNDICE.........................................................................................................54 viii RESUMO A região do Pantanal Sul Matogrossense é formada por sedimentos arenosos, provenientes principalmente da bacia do rio Taquari, sendo a podzolização o principal processo pedogenético neste ambiente. Os Espodossolos são registrados na sua maioria em países de clima frio e úmido, e em menor ocorrência em regiões tropicais e úmidos, como no Brasil encontrado em ambientes costeiros (barreiras e restingas), região Amazônica e Pantanal. Representando 21% dos solos da região do Pantanal, os Espodossolos apresentam características diferenciadas física, química e morfologicamente aos já descritos no Brasil, devido à sedimentação existente na planície pantaneira. Objetivou-se neste trabalho caracterizar e classificar solos de três ambientes distintos pertencentes à bacia do rio Taquari: baía, campos de inundação e salina. Foram abertos três perfis na baía (P1, P2 e P3), cinco no campo de inundação (P4, P5, P6, P7 e P8) e três na salina (P9, P10 e P11). Os perfis foram morfologicamente descritos, e os horizontes, caracterizados quanto aos atributos físicos, químicos e mineralógicos. Nos solos estudados nos três ambientes houve predomínio da fração areia, com textura variando de areia a franco arenosa. Nos perfis P1 e P2, os teores de COT nos horizontes superficiais foram elevados (>80 g kg-1), identificado como H hístico; e presença de cores escuras (matiz 5Y). Nos demais perfis os teores de COT foram menores e as cores com matiz variando de 10YR (campo de inundação) a 2,5Y e 5Y (salina). Houve variação nos atributos químicos e mineralógicos nos solos estudados. Os perfis P1, P4, P5 e P6 apresentaram maior acidez (pH variando de 4,43 a 6,74), elevados valores de H+ nos horizontes superficiais (0,8 a 14,5 cmolc kg-1), baixos valores de Ca+2+Mg+2 (0,0 a 12,2 cmolc kg-1) e baixa saturação por bases (<50%). Nos perfis P2, P3, P7 e P8 os valores de pH variaram de 5,0 a 9,5, associados a maior presença dos íons Ca+2 e Mg+2, com saturação por base, em alguns horizontes, maior que 50%. Já, os perfis P9, P10 e P11 apresentaram valores de pH muito elevados (6,84 a 10,20), ausência de Al+3 e H+, e elevada saturação por Na+ (até 75,83%). Nos perfis P2, P3 e P9 ocorreu acúmulo de Fe (Fe2O3), Al (Al2O3) e compostos orgânicos no horizonte espódico; ao passo que nos perfis P4 e P6 acumularam-se apenas Fe e Al. De acordo com critérios adotados pelo Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS) em nível de subgrupo os perfis foram classificados em: P2: Espodossolo Ferrihumilúvico Hidromórfico organossólico. P3: Espodossolo Ferrihumilúvico Órtico típico. P4: Espodossolo Ferrilúvico Hidromórfico típico. P6: Espodossolo Ferrilúvico Órtico espessarênico. P9: Espodossolo Ferrihumilúvico Órtico dúrico. Em função dos elevados valores de saturação por sódio (75,83%) em alguns perfis estudados (P9, P10 e P11), sugere-se a inclusão no SiBCS do caráter sódico e/ou solódico, para melhor hierarquização da ordem dos Espodossolos. Nos três ambientes de estudo, o relevo e material origem, condicionando o processo de podzolização, são os principais responsáveis pela gênese dos solos. Termos de indexação: Espodossolos, sedimentos quaternários, taxonomia de solos, SiBCS. ix CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS 1 Introdução O Pantanal, integrante da bacia hidrográfica do alto Paraguai (BAP), ocupa uma área de aproximadamente 138.183 km2, distribuído entre os Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A região apresenta complexa rede hidrográfica, freqüentemente sujeita a inundação periódica, sendo o rio Paraguai o principal eixo da drenagem regional, formado por vários grandes leques aluviais marginais. Dentre os leques, o do rio Taquari assume grande importância, abrangendo 36% da área da planície do Pantanal. É constituído por onze sub-regiões, sendo uma delas a do Pantanal da Nhecolândia, localizado na parte central do Pantanal com área de 26.921 km2. Abrange uma área situada entre os rios Taquari e Negro e faz parte da porção sul do megaleque do Taquari (Rodela e Queiroz Neto, 2006). Assim como os demais pantanais, o Pantanal da Nhecolândia possui características de uma alta diversidade litológica, geomorfológica, hidrológica, climática e pedológica, resultando em variados tipos de ambientes. A subregião possui características próprias quanto ao tipo de litologia sobre as quais formaram os seus solos. Os solos são em sua totalidade, influenciados pelo hidromorfismo, favorecido pelo relevo plano, característica que determina a sua forte tendência a inundações periódicas (Sousa, 2003). A sub-região apresenta solos arenosos e hidromórficos do leque aluvial do rio Taquari, que são na maior parte de baixa fertilidade. Situam-se em extensa planície sedimentar com distintas unidades de paisagem e são submetidos a um regime hídrico que varia desde o alagamento nas partes baixas entre novembro e março, à deficiência de água nos níveis mais altos da paisagem, entre abril e agosto. Estão presentes os Espodossolos, que representam cerca de 21% da área total do Pantanal. Solos de textura arenosa e, em média, teores de 2% de argila e 0,5% de matéria orgânica, tornando o meio dependente do complexo orgânico para os processos de retenção e liberação de nutrientes (Cunha e Dynia, 1985). Os Espodossolos em sua grande maioria ocorrem em regiões de clima frio como Norte da Europa, Ásia, Rússia, Austrália e outros; e em menor proporção também têm sido registrados em regiões tropicais. No Brasil, normalmente são encontrados em ambientes costeiros, denominados série barreiras e com vegetação de restinga. Além do ambiente costeiro, os Espodossolos também ocorrem em grandes áreas na Amazônia, e na região do Pantanal (Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul). De uma maneira geral, os Espodossolos são arenosos, quimicamente pobres, formados por sedimentos fluviais do período quaternário (Oliveira et al., 2010; Coelho et al., 2010). Os Espodossolos são caracterizados por serem solos minerais, com seqüência de horizontes A-E-Bh e, ou, Bs e, ou, Bhs-C. Esta classe de solo apresenta como característica o horizonte B espódico que é formado pelo processo chamado de podzolização, que consiste na translocação de material orgânico e Al, acompanhado ou não de Fe, dos horizontes superficiais para o horizonte subsuperficial (Gomes et. al., 2007), onde se acumulam misturas de complexos organometálicos, acompanhadas ou não de oxi-hidróxidos de Fe e Al e aluminossilicatos com diferentes graus de cristalinidade (Estados Unidos, 1999). São solos de idade sedimentar jovem e apresentam uma grande variabilidade, resultado das diferentes etapas e processos de sedimentação, assim a gênese desse solo depende da evolução dos ambientes sedimentares presentes nos diferentes compartimentos geológico-geomorfológicos ali existentes, bem como da evolução da própria vegetação que os recobre (Moreira, 2007). Assine (2003) acrescenta que neste ambiente de acúmulo de sedimentos, e propenso à inundação periódica, a oscilação do nível do lençol freático pode ser considerada um dos principais responsáveis pelas variações nas características morfológicas e químicas; resultando na gênese diferenciada do material sedimentado. Assim, na bacia do Pantanal a podzolização é um 2 dos processos pedogenéticos predominantes, sendo os Espodossolos, Planossolos e Plintossolos os solos mais comumente encontrados (RadamBrasil, 1982). No SiBCS (Embrapa, 2006), a ordem dos Espodossolos é dividida em Espodossolo Humilúvico, quando há predomínio de acúmulo de carbono orgânico no horizonte espódico (Bh); Espodossolo Ferrilúvico, com acúmulo de Al podendo ou não conter Fe (Bs) e Espodossolo Ferrihumilúvico com acúmulo de carbono, Fe e Al (Bhs). Trabalhos mais detalhados, buscando maior entendimento sobre quais formas de Fe e Al estariam complexadas com a matéria orgânica do solo na formação do horizonte B Espódico, gerando maiores informações para os níveis hierárquicos mais baixos do SiBCS foram desenvolvidos por Oliveira et al., (2010) e Coelho et al., (2010) na região costeira do Brasil em áreas de restinga. No entanto, na região do Pantanal, apesar das condições serem favoráveis à formação dos Espodossolos, não têm sido verificados estudos mais detalhados que possa servir de comparação aos realizados na região costeira do Brasil, e, por conseguinte contribuir para a hierarquização do SiBCS. Ademais em algumas feições da região do Pantanal, observa-se a formação do horizonte espódico associado a elevados teores de sódio (Na+), o que sugere a inserção no SiBCS de caráter ligado a este elemento (sódico ou solódico) e à elevada condutividade elétrica (salino ou sálico). Constata-se assim que nesses ambientes geomorfológicos, a gênese e a caracterização dos solos são poucos estudados. Havendo necessidade de mais detalhamento nos estudos de solos dos pantanais Matogrossenses, uma vez que a heterogeneidade regional impõe características pedogenéticas diferenciadas com ocorrência de processos distintos, influenciados, pelo relevo e pela intensidade e duração do hidromorfismo. 3 1.1 Objetivos Gerais O objetivo principal é a compreensão das principais características de uma ordem de solos de grande abrangência no Pantanal Sul Matogrossense, os Espodossolos, através da caracterização e classificação desses solos, de modo a auxiliar na maior compreensão dos níveis hierárquicos mais baixos do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS). 4 1.2 Revisão de Literatura 1.2.1 Bacia do Alto Rio Paraguai A Bacia do Alto Rio Paraguai (BAP) é um complexo e extenso mosaico heteromórfico formado pelo rio Paraguai e seus afluentes. Localiza-se no centro da América do Sul e abrange parte do território de três países: Bolívia, Brasil e Paraguai (Rio, 2010). Tem suas nascentes em território brasileiro, no Planalto dos Parecis, Estado de Mato Grosso, correndo em terras brasileiras apenas em seu alto curso, atravessando todo o território paraguaio até a divisa com a Argentina, onde deságua no rio Paraná (Assine, 2003). A BAP é constituída por uma área de aproximadamente 496.000 km2 (Rio, 2010), sendo que 361.666 km2 estão em território brasileiro e o restante na Bolívia e no Paraguai (Silva e Abdon, 1998). As altitudes em toda a BAP variam de 100 a 1000 m, sendo às acima de 200 m consideradas como parte alta da bacia. Em território brasileiro os principais integrantes da BAP são os rios Jauru, Cabaçal e Sepotuba, na margem direita e, na esquerda os rios Cuiabá, São Lourenço, Taquari, Negro e Miranda (com afluente Aquidauana) (Moraes, 2008). A BAP compreende vários ambientes, sendo formada por duas grandes unidades geomorfológicas: a planície (Pantanal) e o planalto adjacente. Apesar da distinção geológica e geomorfológica, são extremamente interdependentes em termos ecológicos, uma vez que as nascentes dos principais rios que drenam a planície pantaneira estão localizadas nas áreas de planalto. 1.2.1.1 Pantanal Considera-se como Pantanal toda a área contínua inserida na BAP, sujeita a inundações periódicas. Localizado no centro da América do Sul, aproximadamente entre os paralelos 16° a 22° de latitude Sul e os meridianos 55° a 58° de longitude a Oeste de Greenwich, o Pantanal é uma das maiores 5 extensões úmidas contínuas do planeta, onde se desenvolve uma fauna e flora de rara beleza e diversidade (Cardoso, 2008). Situado na região Centro Oeste do Brasil, o Pantanal abrange uma pequena parte dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, dentro da BAP, integrante da Bacia do Prata. Da extensão total da BAP em território brasileiro, o Pantanal está representado por 138.183 km2 (38,21%), e 223.483 km2 (61,79%) correspondem aos planaltos adjacentes, onde estão inseridas as nascentes dos principais rios pantaneiros. Em 1977 o Pantanal foi dividido entre dois estados: Mato Grosso (MT), com 48.865 km2 da área total (35,36%) e Mato Grosso do Sul (MS), com 89.318 km2 (64,64%) (Silva e Abdon, 1998). Apresenta altitudes variando entre 80 e 190 m acima do nível do mar, caracterizando uma região deprimida circundada por planaltos (Assine, 2003). O Pantanal é dividido geopoliticamente em 16 municípios dos dois estados brasileiros (Tabela 1), tendo Barão de Melgaço (99,2%) e Corumbá (95,6%) os municípios que possuem a maior área de seu território no Pantanal, seguido de Poconé com 80,3%. Por outro lado, Bodoquena (1,8%), Lambari D’Oeste (15,9%), Sonora (16,7%) e Ladário (17,5%) são os municípios que possuem a menor área de seu território no Pantanal (Silva e Abdon, 1998). Do ponto de vista geológico, o Pantanal é uma paisagem recente, resultado dos processos de soerguimento da cadeia Andina, que propiciou a individualização da bacia sedimentar do Pantanal, durante o período Terciário Superior (Almeida, 1964 apud Sousa, 2003). A formação da bacia do Pantanal é posterior ao desmantelamento de uma superfície de aplainamento que nivela os topos dos planaltos de Maracaju-Campo Grande e Taquari-Itiquira a leste, e os planaltos dos Parecis e dos Guimarães a norte (Assine, 2003). Os depósitos sedimentares do Pantanal passaram por diferentes tipologias ao longo da sua história, influenciados pelas mudanças climáticas de subtropical semi-árido para tropical úmido, durante o Quaternário. Os sedimentos que formaram os leques aluviais no clima semi-árido são mais grosseiros que os de clima úmido, que são finos (Ab’ Saber, 1988 apud Sousa, 2003). 6 Tabela 1. Municípios com área no Pantanal, área (km2) e participação relativa (%) dos municípios na composição do Pantanal brasileiro. Área Área no Total Planalto Área no Pantanal Municípios ----------------km2--------------% Barão de Melgaço 10.865 83 10.782 7,80 Cáceres 25.154 11.051 14.103 10,21 Itiquira 8.482 6.751 1.731 1,25 Lambari D'Oeste 1.711 1.439 272 0,20 Nossa Sra. Livramento 5.134 4.019 1.115 0,81 Poconé 17.406 3.434 13.972 10,11 Santo Antonio do Leverger 11.283 4.393 6.890 4,99 MT 80.035 31.170 48.865 35,36 Aquidauana 16.865 3.936 12.929 9,36 Bodoquena 2.546 2.500 46 0,03 Corumbá 64.677 2.858 61.819 44,74 Coxim 6.483 4.351 2.132 1,54 Ladário 377 311 66 0,05 Miranda 5.527 3.421 2.106 1,52 Sonora 4.317 3.598 719 0,52 Porto Murtinho 17.456 12.739 4.717 3,41 Rio Verde de MT 8.263 3.479 4.784 3,46 MS 126.511 37.193 89.318 64,64 Fonte: Silva e Abdon (1998). As características pedológicas do Pantanal são específicas devido a sua topografia e ao regime hídrico. Desse modo, influenciados pela natureza do material de origem e pelo regime de inundações periódicas a que estão submetidos, os solos predominantes no Pantanal são hidromórficos (92%) e possuem características próprias e diferenciadas, desde a extrema pobreza em bases trocáveis à saturação em sódio bastante elevada; são essencialmente arenosos, há ocorrência de grandes quantidades de argilas expansivas e mudanças texturais abruptas em profundidade. A predominância de solos hidromórficos é reflexo da deficiência generalizada de drenagem e da ocorrência periódica das inundações (Moraes, 2008; Santos et al., 1997 apud Fernandes et al., 2007). Dessa maneira as principais classes de solos no Pantanal são: Planossolos, com área de 48.196,40 km2 (35% da área da planície pantaneira); Espodossolos com 28.862,15 km2 (21%); Plintossolos 28.693,47 km2 (21%); 7 Gleissolos 14.096,15 km2 (10%); Vertissolos 6.562,97 km2 (5%); Neossolos 3.432,91 km2 (2,5%), e ocorrendo como manchas isoladas os Argissolos 6.871,28 km2, Latossolos 666,66 km2, Chernossolos 87,21km2 e Cambissolos 14,02 km2, representam, juntos, 5% da área do Pantanal (Fernandes et al., 2007). Sendo encontrados os Planossolos em grande extensão na região sul do Pantanal, os Plintossolos ao norte e, os Espodossolos ocorrem em duas manchas significativas às margens do rio Taquari (Centro-Leste). Decorrente da sua heterogeneidade edáfica e hidrológica, o Pantanal apresenta uma grande diversidade de ambientes. Dessa forma, os componentes fisionômicos são os cerrados, cerradões, campos cerrados, campos, campos inundáveis e matas de galeria. São freqüentes as comunidades vegetais com nítido domínio de uma espécie, às quais se dão o nome da espécie dominante como: canjiqueiral (dominado por canjiqueira – Byrsonima intermédia, arbusto de cerrado), carandazal (carandá – Copernicia alba, palmeira do Chaco), paratudal (paratudo – Tabebuia aurea), cambarazal (cambará - Vochysia divergens, árvore amazônica) e outros (Cardoso, 2008). Há ainda ecótonos, encraves e outras feições, como as áreas de baías e salinas, a vegetação chaquenha e as cordilheiras, que contribuem para tornar o Pantanal um mosaico de ecossistemas (Moraes, 2008). De modo geral, os tipos de ambientes presentes no Pantanal são diferenciados pelo relevo, distinguem-se: (a) cordilheira, que são pequenas elevações isoladas, de areia fina com até 4 m de altura, que quase nunca sofrem inundações, estão dispersas por toda a planície, são recobertas pelos cerradões e matas estacionais semidecíduas; (b) campos de inundação, que são áreas sujeitas a inundações periódicas; (c) baías, que constituem áreas deprimidas, contendo água; (d) vazantes, que são áreas de depressão entre as baías com caráter de curso fluvial intermitente; (e) corixos, que correspondem a pequenos cursos d’águas, geralmente perenes, conectados ao rio principal, e (f) salinas, áreas deprimidas circulares ou ovaladas, são isoladas da drenagem atual, muito raramente são invadidas por águas de inundação e caracterizadas pela presença de água com elevado teor de sais, sobretudo sódio, o que lhes confere pH maior que 9, são circundadas por praias, campos limpos ou carandazais (Sousa, 2003; Assine, 2003; Rodela e Queiroz Neto, 2006). 8 Considerando suas diferentes características hidrológicas, de solo e vegetação, além dos aspectos fisiomorfológicos à divisão geopolítica, o Pantanal pode ser dividido em 11 sub-bacias ou sub-regiões distintas (Figura 1): Pantanal de Cáceres; Pantanal de Poconé; Pantanal de Barão de Melgaço, localizados no estado de Mato Grosso e, Pantanal do Paraguai, Pantanal da Nhecolândia, Pantanal do Abobral, Pantanal do Miranda, Pantanal de Aquidauana, Pantanal do Nabileque, Pantanal do Paiaguás e o Pantanal de Porto Murtinho, no estado de Mato Grosso do Sul. Ao norte do Pantanal situam-se os Pantanais de Barão de Melgaço (agrega área dos municípios de Itiquira, Barão de Melgaço e Santo Antônio do Leverger), Poconé (agrega área dos municípios de Cáceres, Poconé, Nossa Senhora do Livramento, Barão de Melgaço e Santo Antônio do Leverger) e de Cáceres (agrega área dos municípios de Cáceres e Lambari D’Oeste), com áreas de 18.167 km2, 16.066 km2 e 12.456 km2, respectivamente. Caracterizados pela presença de uma fraca inundação, com tendências a maiores inundações na porção sul próximo ao rio Paraguai. Os solos predominantes na região norte do Pantanal são: os Plintossolos com Cerradão Tropical Subcaducifólio e Campo Cerrado Tropical, apresentam-se como uma extensa mancha descontínua, irrigada por uma complexa rede de drenagem. Ocorrem Gleissolos Eutróficos com Floresta Tropical Subperenifólia e Planossolos Solódicos Eutróficos com Cerrado Tropical Subcaducifólio (Silva e Abdon, 1998; Sousa, 2003; Fernandes et al., 2007). A oeste encontra-se o Pantanal do Paraguai (municípios de Poconé, Corumbá e Ladário), com área de 8.147 km2, caracteriza-se por uma área de forte inundação onde predominam os Gleissolos Eutróficos com Mata de Galeria e, para o interior da planície, Planossolos Eutróficos com Campo Cerrado Tropical; o Pantanal do Nabileque (municípios de Corumbá, Porto Murtinho e Miranda) com área de 13.281 km2, e o Pantanal de Porto Murtinho (município de Porto Murtinho) com área de 3.839 km2, correspondendo à depressão da margem direita do rio Paraguai, apresentando forte alagamento que permanece durante vários meses do ano (Silva e Abdon, 1998; Sousa, 2003; Fernandes et al., 2007). 9 Figura 1. Divisão do Pantanal em sub-regiões ou pantanais. Fonte: Silva e Abdon (1998). 10 No Pantanal do Nabileque ocorrem solos Planossolos Solódicos Eutróficos, com Floresta Tropical Subcaducifólia, com teores médios de saturação em sódio (entre 6 e 15%) e elevada V%, conferindo-lhes caráter eutrófico (V% > 50) e, Vertissolos com Campo Cerrado Tropical, caracterizados por possuírem textura argilosa e pronunciada mudança de volume com a variação do teor de umidade, alta CTC e elevada V% (maior que 50%) com teores elevados de Ca e Mg. No Pantanal de Porto Murtinho ocorrem os Planossolos Solódicos, caracterizados por apresentarem argila de atividade alta e elevada saturação em sódio (acima de 15%), o que lhes confere caráter sódico (Silva e Abdon, 1998; Sousa, 2003; Fernandes et al., 2007; Embrapa, 2006). Ao centro, localizam-se o Pantanal de Paiaguás (municípios de Sonora, Coxim e Corumbá) com área de 27.082 km2 e o Pantanal da Nhecolândia (municípios de Rio Verde de Mato Grosso, Aquidauana e Corumbá) com 26.921 km2. Grande parte da área desses Pantanais é ocupada por acumulações provenientes das inundações, com predomínio de Espodossolos, com Cerradão Tropical Caducifólia e Campo Cerrado Tropical e a última vegetação também associada aos Planossolos Eutróficos e, os Neossolos Quartzarênicos nas bordas e próximo do rio Taquari, onde a presença do lençol freático próximo à superfície confere-lhe caráter hidromórfico, com Campo Cerrado Tropical e Cerrado Tropical Caducifólio (Silva e Abdon, 1998; Sousa, 2003; Fernandes et al., 2007). Ao sul situam-se os Pantanais do Abobral (municípios de Aquidauana e Corumbá), Miranda (municípios de Aquidauana, Bodoquena e Miranda) e Aquidauana (localiza-se somente no município de Aquidauana), com área de 2.833 km2, 4.383 km2 e 5.008 km2, respectivamente. O Pantanal do Abobral caracteriza-se por apresentar forte inundação, já os Pantanais de Aquidauana e Miranda apresentam áreas mais elevadas, são conseqüentemente menos atingidas pelas cheias, apresentando áreas de média inundação. No Pantanal do Abobral há predomínio de Vertissolos e Neossolos Flúvicos com Floresta Tropical Hidrófila de Várzea, Cerradão Tropical Subperenifólio e vegetação Chaquenha (Caatinga Hipoxerófila), e Planossolos Solódicos Eutróficos com 11 Cerradão Tropical Subcaducifólio e Campo Cerrado Tropical nos demais pantanais da parte sul (Silva e Abdon, 1998; Sousa, 2003). 1.2.1.1.1 Bacia do Rio Taquari A bacia do rio Taquari, uma sub-bacia do rio Paraguai, está localizada na região sul do estado de Mato Grosso (13,5%) e norte de Mato Grosso do Sul (86,5), estendendo-se por cerca de 800 km, ocupando uma área de aproximadamente 80.000 km² (Curado, 2004). Flui de leste para oeste, tendo sua bacia de drenagem nos planaltos de Maracaju-Campo Grande e Taquari-Itiquira (Assine, 2003). Após percorrer 34 km aproximadamente, no Estado de Mato Grosso e, 134 km servindo como divisor entre os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, recebe as águas do seu principal afluente, o rio Coxim, no município de Coxim-MS e, logo adentra ao Pantanal, seguindo a direção Leste-Oeste (Galdino et al., 2006). Os municípios que integram a Bacia do Alto Taquari encontram-se na Tabela 2. Tabela 2. Área dos municípios que integram a Bacia do Alto Taquari. Área Municípios km2 3.199,90 5,0 629,4 3.834,30 4.370,40 7.213,40 1.243,00 3.928,80 1.821,20 24,3 2.522,70 3.438,30 54,5 24.616,60 Alto Araguaia Alto Garças Alto Taquari MT Alcinópolis Camapuã Costa Rica Coxim Pedro Gomes Ribas do Rio Pardo Rio Verde São Gabriel d'Oeste Sonora MS Fonte: Adaptado de Galdino et al. (2003). 12 % 11,25 0,02 2,21 13,48 15,36 25,35 4,37 13,80 6,40 0,09 8,87 12,09 0,19 86,52 A planície sedimentar do rio Taquari é composta por sedimentos quaternários totalmente arenosos (95% de areia silicosa). Nesses sedimentos se desenvolvem solos que têm a sua gênese relacionada inteiramente ao material de origem (areia quartzosa fina) e ao grau de hidromorfismo. Pequenas variações do relevo, por condições locais de deposição dos sedimentos, proporcionam alternâncias nesses solos, relacionadas à composição química (Cunha et al., 1981). Por ser um dos principais formadores da BAP, o rio Taquari ao adentrar a planície pantaneira, no pleistoceno, formou um gigantesco leque aluvial de 55.509 km2, onde situam-se as duas principais sub-regiões do Pantanal, o Paiaguás e a Nhecolândia, denominado como Leque do Taquari. Esse leque aluvial é um dos maiores do mundo e representa 36% da área do Pantanal (Galdino et al., 2006). Localizado no estado de Mato Grosso do Sul, o Leque do Taquari é o maior dos leques aluviais do Pantanal, constituindo a feição mais notável da geomorfologia da planície pantaneira. Tem diâmetro de cerca de 250 km e apresenta geometria circular, com altitudes variando de 85 até 190 m (Assine, 2003). Sub-região do Pantanal, a Nhecolândia, está localizada na porção central do Pantanal, abrange uma área situada entre os rios Taquari e Negro e faz parte da porção sul do megaleque do Taquari (Rodela e Queiroz Neto, 2006). A sub-região da Nhecolândia destaca-se das demais por sua paisagem composta por formações vegetais de aspectos diversos, que compreendem campos inundáveis, cerrados, cerradões e florestas, entremeadas a um complexo sistema de lagoas permanentes ou semipermanentes (baías e salinas) (Cardoso, 2008). As lagoas possuem as mais diversas formas (circulares, elípticas, piriformes, crescentiformes e irregulares), podendo ou não ocorrerem alinhadas e conectadas, recebendo contribuição das águas superficiais durante as cheias (Assine, 2003). A Nhecolândia apresenta solos arenosos e hidromórficos do leque aluvial do rio Taquari, que são na maior parte de baixa fertilidade. Situam-se em extensa planície sedimentar com distintas unidades de paisagem e são 13 submetidos a um regime hídrico que varia desde o alagamento nas partes baixas entre novembro a março, à deficiência de água nos níveis mais altos da paisagem, entre abril e agosto. Nesta sub-região estão presentes os Espodossolos, que representam cerca de 21% da área total do Pantanal. Solos de textura arenosa e, em média, teores de 2% de argila e 0,5% de matéria orgânica, tornando o meio dependente do complexo orgânico para os processos de retenção e liberação de nutrientes (Cunha e Dynia, 1985). 1.2.2 Espodossolos Classificados anteriormente como podzóis, o nome originário da Rússia foi descrito por Dokuchaiev, em 1879, em que “pod” significa sob e, “zola”, cinza. Os espodossolos são solos constituídos por material mineral, apresentando horizonte diagnóstico B espódico, simbolizado por Bh, Bs ou Bhs, conforme prevalência de matéria orgânica (h), óxidos de alumínio e/ou ferro (s) ou ambos (hs), que se localiza logo abaixo do horizonte E, A (mais raramente), ou horizonte hístico. Podendo apresentar fragipã, duripã e ortstein. Apresentam de maneira geral textura arenosa em todo o perfil (Embrapa, 2006; Fernandes et al., 2007). São caracterizados pelo acúmulo de quartzo em detrimento dos argilominerais, principalmente a caulinita. Acúmulo este atribuído ao processo de podzolização, em que ocorre a hidrólise dos argilominerais e, a migração de matéria orgânica e de complexos organometálicos para a subsuperfície, uma vez que a hidrólise é mais intensa que a dissolução do quartzo (Schiwartz, 1988; Bravard e Righi, 1989 apud Horbe et al., 2003). Características como elevação do volume de chuva e menor aumento da temperatura (influenciados pela elevação do nível de água) e a cobertura vegetal do solo, são consideradas como as mais fortes características relacionadas com o processo de podzolização (Miechówka et al., 2006). 14 De forma geral, os horizontes espódicos ocorrem dentro de 200 cm a partir da superfície do solo ou 400 cm se os horizontes A + E ou hístico + E apresentam espessura superior a 200 cm. Normalmente, a sequência de horizontes dos Espodossolos é A, E, Bh/Bhs/Bs e C, sendo os horizontes facilmente diferenciados entre si. Os horizontes B espódicos podem se apresentar cimentados por matéria orgânica e alumínio com ou sem ferro onde os horizontes são denominados “ortsteins” (Embrapa, 2006). O horizonte B espódico é formado por acúmulo de misturas de complexos organometálicos, acompanhadas ou não de oxi-hidróxidos de ferro e alumínio e aluminossilicatos com diferentes graus de cristalinidade (imogolita, alofana, haloisita, caulinita e vermiculitas com hidróxi entre camadas) (Estados Unidos, 1999; Embrapa, 1999). A ordem dos Espodossolos, de acordo com a Embrapa (2006), é dividida em Espodossolos Humilúvicos, quando há o acúmulo predominante de carbono orgânico no horizonte diagnóstico, sendo este denominado Bh; Espodossolos Ferrilúvicos, caracterizam-se pelo acúmulo de alumínio podendo ou não conter ferro, apresentando o horizonte Bs e, Espodossolos Ferrihumilúvicos, com o acúmulo de carbono orgânico, alumínio e/ou ferro, indicando um horizonte Bhs. Em todos os locais de ocorrência registrada, os Espodossolos, são solos ácidos, de baixa fertilidade natural e com propriedades físicas desfavoráveis ao aproveitamento agrícola com a maioria das culturas economicamente cultivadas, por apresentarem toxicidade do alumínio e deficiência de fósforo, problemas comuns para esta classe de solo (FAO, 2006). Em geral, os Espodossolos são encontrados com maior frequência em regiões de clima temperado sob florestas coníferas do Hemisfério Norte; fora desse clima ocorrem em materiais quartzosos e pobres, tanto em clima temperado como tropical. No Brasil são encontrados no Pantanal (ambientes de baía, campos de inundação e salinas) (Silva e Abdon, 1998; Fernandes et al., 2007), no litoral (ambientes de restinga e barreiras) (Gomes, 2005; Oliveira 15 et al., 2010; Coelho et al., 2010) e sob a Floresta Amazônica (Mafra et al., 2002). Em que os Espodossolos maduros que são geralmente utilizados para pastagem extensiva ou ficam ociosos sob vegetação natural, ou ainda torna-se reserva legal das propriedades (FAO, 2006). 1.2.2.1 Extensão Geográfica dos Espodossolos Os Espodossolos são solos com um horizonte iluvial espódico subsuperficial de coloração cinza e que está coberto por uma camada orgânica. São solos típicos de clima frio. Estima-se uma área existente, de cerca de 485 milhões de hectares em todo o mundo. Sendo bastante expressivo na Escandinávia, noroeste da Rússia e Canadá, de menor ocorrência tanto nas zonas temperadas como nos trópicos, pouco comuns no continente africano (FAO, 2006). Dos 485 milhões de hectares de Espodossolos, menos de 10 milhões de hectares estão presentes nas zonas tropicais do globo terrestre. Encontrando ocorrências importantes na América do Sul ao longo do rio Negro, na Guiana, Suriname, Guiana Francesa, região costeira do Brasil e Pantanal e, na região Malaya (Kalimantan, Sumatra e Irian) e na Austrália (FAO, 2006). Das classes de solos existentes no Brasil, os Espodossolos representam aproximadamente 1,58%, extensão de 133.204,9 km2, distribuídos em quatro das cinco regiões brasileiras, no Norte, Nordeste, Sudeste e CentroOeste com 3,12, 0,39, 037 e 0,26%, respectivamente, não sendo encontrado na região Sul do país (Figura 2) (Coelho et al., 2002). As maiores manchas e a maior concentração desta classe de solo ocorrem como componente dominante na região Norte, destacando as manchas das cabeceiras do rio Negro e ao longo de alguns de seus afluentes, tanto na margem direita como na esquerda (Oliveira, 2007). 16 Figura 2. Ocorrência de Espodossolos no Brasil. Fonte: IBGE (2005) adaptado por Oliveira (2007). Na região Centro-Oeste, mais especificamente no Pantanal Sul Matogrossense, os espodossolos representam 21% das dez classes de solos encontradas no mesmo, ou seja, 28.862,15 km2, sendo a segunda maior classe de solo, superado apenas pelos Planossolos (Fernandes et al., 2007). 1.2.2.2 Horizonte B espódico Nome originado do grego, Spodo = cinzas de madeira, o horizonte espódico, é um horizonte mineral subsuperficial, com espessura mínima de 2,5 cm, que apresenta acumulação de compostos orgânicos iluviais associados a complexos de sílica-alumínio ou húmus-alumínio, podendo ou não conter ferro, este horizonte pode apresentar diferentes graus de cimentação. Os materiais iluviais são caracterizados por apresentarem uma carga altamente dependente do pH, por possuir uma área superficial relativamente alta e, uma elevada retenção de água (Embrapa, 2006; FAO, 2006). 17 Conforme o grau de cimentação e composto iluvial predominante, é possível identificar três tipos diferentes de horizontes espódicos, os quais são representados por símbolos como Bh, quando há iluviação dominante de complexos de matéria orgânica-alumínio, com pouca ou nenhuma evidência do ferro iluvial conferindo cores escuras com valor e croma menores que 4 e 3; Bs, usualmente apresenta cores vivas de croma alto, indicando que os compostos de ferro são dominantes ou co-dominantes havendo pouca evidência de matéria orgânica iluvial, em geral apresenta matiz de 5YR, 7,5YR ou 10YR, com valor 4 e 5 e, no máximo 6, e croma de 4 a 8 e; Bhs, que há iluviação expressiva de ferro e matéria orgânica, sendo os compostos orgânicos distribuídos em faixa, mosqueados, aglomerados ou estrias, formando padrões heterogêneos dos compostos iluviais de ferro, alumínio e matéria orgânica, e cores avermelhadas ou amareladas (2,5YR a 10YR) com valor e croma 3/4, 3/6, 4/3 ou 4/4 (Oliveira, 2007; Embrapa, 2006). Ocorre, normalmente, sob qualquer tipo de horizonte A ou sob um horizonte E (álbico ou não), que pode ser precedido de horizonte A ou hístico e não apresenta todos os requisitos de horizonte B textural. O horizonte B espódico é facilmente reconhecido no campo pela cor e pelo fraco grau de desenvolvimento de estrutura. O limite superior do horizonte é normalmente abrupto, pois o matiz, valor e croma permanecem constantes com o aumento da profundidade (Embrapa, 2006). Ainda de acordo com Embrapa (2006), o horizonte B espódico apresenta cores avermelhadas ou escuras e textura arenosa ou média com as partículas de areia e silte revestidas por matéria orgânica e óxidos de alumínio e ferro amorfos. Dos tipos de estrutura os mais comuns encontrados no horizonte espódico são grãos simples ou maciça, mas não se descarta a ocorrência de outros tipos. Quando apresenta acentuado grau de cimentação (estrutura maciça muito firme ou extremamente firme), o horizonte espódico recebe a denominação de “ortstein” acrescido do sufixo “m” ao símbolo do horizonte (Bhm, Bhsm ou Bsm). Esta cimentação se dá por compostos organometálicos 18 e compostos de alumínio, ferro e sílica amorfos (Embrapa, 2006; Oliveira, 2007). 1.2.3 Matéria Orgânica Um dos fatores que permitem diferenciar um solo de um sedimento é o seu maior conteúdo de matéria orgânica do solo, sendo a mesma uma mistura de compostos orgânicos provenientes de plantas, animais e microrganismos, física e quimicamente heterogênea e em diferentes estágios de decomposição (Canellas et al., 2001). A matéria orgânica do solo (MOS), que se apresenta como um sistema complexo de substâncias tem sua dinâmica governada pela adição de resíduos orgânicos de diversas naturezas e por uma transformação continua sob ação de fatores biológicos, químicos, físicos, climáticos e do uso e manejo da terra. Não mais distante, os fatores de formação dos solos: clima, organismos, topografia, material de origem e tempo, associados aos processos de decomposição, mineralização, humificação e estabilização podem participar ativamente sobre a dinâmica da MOS e contribuir para a maior ou menor expressão desta sobre a formação e diferenciação de horizontes do solo (Fontana, 2006). A MOS por meio de seus compostos, como as substâncias húmicas, pode influenciar diferentes características dos solos como: favorecer o intemperismo de minerais, acelerando ou retardando a neoformação de minerais secundários, reduzir o grau de cristalinidade de óxidos de Fe, promover modificações nas relações hematita/goethita e, atuar em processos pedogenéticos (Fontana et al., 2008). A importância da MOS nos estudos de pedologia e classificação de solos pode ser constatada pela utilização de atributos tais como: teores de carbono orgânico, seu grau de decomposição a partir do teor de fibras. Os diversos compostos presentes na MOS, através do processo de humificação, 19 resultam na formação de substâncias com estruturas químicas mais complexas e de maior estabilidade do que os materiais que as originaram, amorfas, escuras, hidrofílicas, ácidas e parcialmente aromáticas, definidas como substâncias húmicas, frações húmicas ou ainda frações orgânicas (ácidos fúlvicos, ácidos húmicos e humina) e com intensa participação nos diferentes processos e reações que ocorrem nos solos (Fontana, 2009). As relações entre a matéria orgânica (C total) e o equilíbrio das frações húmicas influenciam em características do solo, tais como: estrutura, capacidade de troca catiônica e disponibilidade de nutrientes (Fernandes et al., 1999), sendo que a fertilidade dos solos geralmente é fortemente relacionada às características moleculares da fração alcalino solúvel do carbono orgânico, as substâncias húmicas (Cunha et al., 2007). Para os Espodossolos, verifica-se o predomínio entre as frações alcalinosolúveis (C-FAF e C-FAH). Este comportamento é um indicativo da translocação das frações solúveis dentro do perfil de solo e estão relacionadas diretamente com o processo de formação (Fontana, 2009). 20 CAPÍTULO 2 – Caracterização e classificação de solo da Bacia do Rio Taquari no Pantanal Sul Matogrossense RESUMO - A região do Pantanal Sul Matogrossense é formada por sedimentos arenosos, provenientes principalmente da bacia do rio Taquari, sendo a podzolização o principal processo pedogenético neste ambiente. Objetivou-se neste trabalho caracterizar e classificar solos de três ambientes distintos pertencentes à bacia do rio Taquari: baía, campos de inundação e salina. Foram abertos três perfis na baía (P1, P2 e P3), cinco no campo de inundação (P4, P5, P6, P7 e P8) e três na salina (P9, P10 e P11). Os perfis foram morfologicamente descritos, e os horizontes, caracterizados quanto aos atributos físicos, químicos e mineralógicos. Nos solos estudados nos três ambientes houve predomínio da fração areia, com textura variando de areia à franco arenosa. Nos perfis P1 e P2, os teores de carbono orgânico total (COT) nos horizontes superficiais foram elevados (>80 g kg-1), identificado como H hístico; e presença de cores escuras (matiz 5Y). Nos demais perfis os teores de COT foram menores e as cores com matiz variando de 10YR (campo de inundação) a 2,5Y e 5Y (salina). Houve variação nos atributos químicos e mineralógicos nos solos estudados. Os perfis P1, P4, P5 e P6 apresentaram maior acidez (pH variando de 4,43 a 6,74), elevados valores de H+ nos horizontes superficiais (0,8 a 14,5 cmolc kg-1), baixos valores de Ca+2+Mg+2 (0,0 a 12,2 cmolc kg-1) e baixa saturação por bases (<50%). Nos perfis P2, P3, P7 e P8 os valores de pH variaram de 5,0 a 9,5, associados a maior presença dos íons Ca+2 e Mg+2, com saturação por base, em alguns horizontes, maior que 50%. Já, os perfis P9, P10 e P11 apresentaram valores de pH muito elevados (6,84 a 10,20), ausência de Al+3 e H+, e elevada saturação por Na+ (até 75,83%). Nos perfis P2, P3 e P9 ocorreu acúmulo de Fe (Fe2O3), Al (Al2O3) e compostos orgânicos no horizonte espódico; ao passo que nos perfis P4 e P6 acumularam-se apenas Fe e Al. De acordo com critérios adotados pelo 21 Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS) em nível de subgrupo os perfis foram classificados em: P2: Espodossolo Ferrihumilúvico Hidromórfico organossólico. P3: Espodossolo Ferrihumilúvico Órtico típico. P4: Espodossolo Ferrilúvico Hidromórfico típico. P6: Espodossolo Ferrilúvico Órtico espessarênico. P9: Espodossolo Ferrihumilúvico Órtico dúrico. Em função dos elevados valores de saturação por sódio (75,83%) em alguns perfis estudados (P9, P10 e P11), sugere-se a inclusão no SiBCS do caráter sódico e/ou solódico, para melhor hierarquização da ordem dos Espodossolos. Nos três ambientes de estudo, o relevo e material de origem, condicionando o processo de podzolização, são os principais responsáveis pela gênese dos solos. Palavras-Chave: Espodossolos, sedimentos quaternários, taxonomia de solos, SiBCS. 2.1 Introdução O Pantanal, integrante da bacia hidrográfica do alto Paraguai, ocupa uma área de aproximadamente 138.183 km2, distribuído entre os Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Limita-se ao Norte pelo rio Itiquira, ao sul pelo rio Apa, ao Leste pela borda ocidental da bacia do Paraná e a Oeste pelas fronteiras com a Bolívia e o Paraguai. A região apresenta complexa rede hidrográfica, freqüentemente sujeita a inundação periódica, sendo o rio Paraguai o principal eixo da drenagem regional, formado por vários grandes leques aluviais marginais. Dentre os leques, o do rio Taquari assume grande importância, abrangendo 36% da área da planície do pantanal. Segundo Assine (2003) a planície pantaneira é formada por sedimentos recentes e ativos (quaternário), compostos principalmente por areias quartzosas finas e médias; com topografia plana, tendo suas cotas altimétricas oscilando entre 80 a 190 m. Acrescenta-se que neste ambiente de 22 acúmulo de sedimentos, e propenso à inundação periódica, a oscilação do nível do lençol freático pode ser considerada um dos principais responsáveis pelas variações nas características morfológicas e químicas; resultando na gênese diferenciada do material sedimentado. Assim, na bacia do Pantanal a podzolização é um dos processos pedogenéticos predominantes, sendo os Espodossolos, Planossolos e Plintossolos os solos mais comumente encontrados (RadamBrasil, 1982). Os Espodossolos em sua grande maioria ocorrem em regiões de clima frio como Norte da Europa, Ásia, Rússia, Austrália e outros; e em menor proporção também têm sido registrados em regiões tropicais. No Brasil, normalmente são encontrados em ambientes costeiros e com vegetação de restinga. Além do ambiente costeiro, os Espodossolos também ocorrem em grandes áreas na Amazônia, e na região do Pantanal (Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul). De uma maneira geral, os Espodossolos são arenosos, quimicamente pobres, formados por sedimentos fluviais do período quaternário, comuns na região costeira do Brasil, nas denominadas Séries Barreira e de restinga (Oliveira et al., 2010; Coelho et al., 2010). A base taxonômica do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS), na maioria das vezes está alicerçada em adaptações da Classificação Americana (Soil Taxonomy), a qual muitas vezes está inadequada para as condições tropicais; a exemplo, cita-se os conceitos acerca da definição do horizonte B Espódico. No SiBCS (Embrapa, 2006), a ordem dos Espodossolos é dividida em Espodossolo Humilúvico, quando há predomínio de acúmulo de carbono orgânico no horizonte espódico (Bh); Espodossolo Ferrilúvico, com acúmulo de Al podendo ou não conter Fe (Bs) e Espodossolo Ferrihumilúvico com acúmulo de carbono, Fe e Al (Bhs). Trabalhos mais detalhados, buscando maior entendimento sobre quais formas de Fe e Al estariam complexadas com a matéria orgânica do solo na formação do horizonte B Espódico, gerando maiores informações para os níveis hierárquicos mais baixos do SiBCS foram desenvolvidos por Oliveira et al., (2010) e Coelho et al., (2010) na região 23 costeira do Brasil em áreas de restinga. No entanto, na região do Pantanal, apesar das condições serem favoráveis à formação dos Espodossolos, não tem sido verificados estudos mais detalhados que possa servir de comparação aos realizados na região costeira do Brasil, e, por conseguinte contribuir para a hierarquização do SiBCS. Ademais em algumas feições da região do Pantanal, observa-se a formação do horizonte espódico associado a elevados teores de sódio (Na+), o que sugere a inserção no SiBCS de caráter ligado a este elemento (sódico ou solódico) e à elevada condutividade elétrica (salino ou sálico). Dentro deste contexto, o presente trabalho teve por objetivo a caracterização e classificação de Espodossolos da Bacia do Alto Paraguai no Pantanal Sul Matogrossense, de modo auxiliar na maior compreensão nos níveis hierárquicos mais baixos do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS). 2.2 Material e Métodos O presente trabalho foi desenvolvido na Bacia do Alto Paraguai (BAP) integrante da Bacia do Prata, situado no Pantanal Sul Matogrossense, na região Centro-Oeste do Brasil. A BAP está localizada entre os paralelos de 16 e 220 de latitude Sul e os meridianos 55 e 580 de longitude Oeste e altitude entre 80 e 190 m, podendo apresentar cotas altimétricas mais elevadas no ecótono planície/planalto. O clima da região é do tipo Aw, segundo o sistema de Köppen, tropical megatérmico, com precipitação média anual de 1.433 mm; temperaturas máximas e mínimas de 40 e 20,3 °C, respectivamente (Soriano e Galdino, 2002). O material de origem é proveniente dos sedimentos da Bacia do Taquari do Período Quaternário. Para a realização do trabalho foi selecionada uma das onze subregiões do Pantanal, o Pantanal da Nhecolândia. Localizada na região central do Pantanal, possui uma área de 26.921 km2, em que grande parte da sua área 24 é ocupada por acumulações de sedimentos do rio Taquari, apresentando solos arenosos e hidromórficos em relevo de planície com inundação periódica de 3 a 4 meses ao ano (Sousa, 2003). Nesta região, de maneira geral, há predomínio de Espodossolos, associados à vegetação de Cerradão Tropical Caducifólia e Campo Cerrado Tropical; Planossolos Eutróficos associados a Campo Cerrado Tropical; e Neossolos Quartzarênicos nas bordas e próximo do rio Taquari associados a Campo Cerrado Tropical e Cerrado Tropical Caducifólio. A sub-região da Nhecolândia, em função principalmente das variações de relevo apresenta ambientes distintos denominados: a) baías: caracterizada pela formação de áreas deprimidas contendo água na maior parte do ano, b) campos de inundação: caracterizada por estarem sujeitos a inundações periódicas e, c) salinas: caracterizada pela formação de lagoas (águas salobras) que muito raramente são invadidas por águas de inundação. Especificamente, nesses três ambientes foram abertas onze trincheiras e cinco tradagens, descritas a seguir: a) baía: perfis P1, P2 e P3 (coordenada 18º 59’ 34” S e 56º 36’ 15” W, altitude 97 m); b) campos de inundação: perfis P4 e P5 (coordenada 19º 09’ 39” S e 55º 17’ 32” W, altitude de 290 m), P6 (coordenada 18º 58’ 49” S e 56º 39’ 08” W, altitude 100 m), P7 e P8 (coordenada 19º 14’ 45” S e 56º 59’ 18” W, altitude 123 m) e três tradagens T1 (coordenada 19º 21’ 00” S e 55º 12’ 28” W, altitude 155m), T2 (coordenada 19º 11’ 43” S e 56º 53’ 17” W, altitude 100 m) e T3 (coordenada 19° 09’ 39” S e 55º 17’ 32” W, altitude 290 m); c) salinas: perfis P9, P10 e P11 (coordenada 18º 58’ 29” S e 56º 38’ 49” W, altitude 96 m) e duas tradagens, T4 e T5 (coordenada 18º 58’ 57” S e 56º 39’ 46” W, altitude 97 m) (Figura 3). Os perfis de solo foram descritos morfologicamente segundo Santos et al. (2005), sendo coletadas amostras em todos os horizontes. As amostras após a coleta foram secadas e peneiradas (2 mm) constituindo a terra fina seca ao ar (TFSA). Simultaneamente a descrição morfológica dos perfis, amostras indeformadas de solo foram coletadas com auxílio de anel volumétrico com 25 volume de 73,5 cm3 para determinação da densidade do solo (Ds), segundo Embrapa (1997). Figura 3. Sub-regiões dos Pantanais Matogrossenses e localização da área de estudo. A TFSA foi utilizada para determinar os atributos físicos e químicos, de acordo com Embrapa (1997). A composição granulométrica do solo foi avaliada pelo método da pipeta, usando-se dispersão com as soluções de hidróxido de sódio (NaOH) e, hexametafosfato de sódio (NaPO3 + Na2CO3) para solos salinos, e a densidade das partículas (Dp) foi determinada pelo método do balão volumétrico (Embrapa, 1997). O pH foi determinado em água e KCl 1 mol L-1 (relação solo: solução 1:2,5); Ca2+ e Mg2+ trocáveis (extraídos com KCl 1 mol L-1 e determinados por complexiometria), Na+ e K+ trocáveis (extraídos por solução Mehlich-1 e determinados por fotometria de chama), Al3+ trocável (extraído com solução de KCl 1 mol L-1 e determinado por titulação), H + Al (extraídos com solução de acetato de cálcio 0,5 mol L-1 tamponado a pH 7,0 e determinados por titulação), 26 P disponível (extraído com solução de Mehlich-1 e determinado por colorimetria), condutividade elétrica no extrato da pasta de saturação (nos perfis P2, P3, P9, P10 e P11 e, tradagens T4 e T5) e, carbono orgânico total (COT) pela oxidação com dicromato de potássio em meio sulfúrico (Yeomans & Bremner, 1988). Nos perfis P2, P3, P4, P6 e P9, os teores de Si, Al, Fe, e Ti foram determinados após digestão ácida (ataque sulfúrico), a partir dos quais foram calculados os índices Ki e Kr (Camargo et al., 1986). A partir das análises morfológicas e dos dados de análises físicas e químicas os perfis de solo foram classificados segundo o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS) (Embrapa, 2006). 2.3 Resultados e Discussão 2.3.1 Aspectos morfológicos Os solos estudados nos três ambientes apresentaram diferenças em cor, estrutura, consistência, profundidade, espessura e transição entre os horizontes (Tabela 3). Na área de baía os perfis P1, P2 e P3 apresentaram horizonte E seguido de horizonte espódico sem cimentação; tendo estes horizontes matiz 2,5Y, estrutura sem agregação em grãos simples; consistência solta quando seco e úmido, e não plástico e não pegajoso quando molhado. Os perfis P1 e P2 apresentaram horizonte superficial H hístico, com matiz 5Y, estrutura granular; duro e firme quando seco e úmido, respectivamente; e plástico e ligeiramente pegajoso quando molhado. O perfil P3 apresentou horizonte superficial A1 com características morfológicas semelhantes aos H hístico do P1 e P2, exceto por apresentar consistência molhada ligeiramente plástica. A transição entre os horizontes superficiais e E foi plana e abrupta; e nos horizontes subsuperficiais variou de ondulada e clara (P1), plana e clara (P2) à descontínua e abrupta (P3). 27 Tabela 3. Principais atributos morfológicos de solos de sedimentos da bacia do rio Taquari no Pantanal Sul Matogrossense Cor Munsell1 Hor. Prof. (cm) Matriz H E Bhs1 Bhs2 Bhs3 Bhs4 Bhs5 21-0 0-19 19-25 25-34 34-50 50-59 59-89+ 5Y 2,5/1 2,5Y 6/3 2,5Y 3/2 2,5Y 4/3 2,5Y 3/2 2,5Y 4/3 2,5Y 4/3 H E 20-0 0-22 5Y 2,5/1 2,5Y 7/3 Bhs1 Bhs2 22-40 40-58 2,5Y 3/2 2,5Y 4/3 Bhs3 58-81 2,5Y 4/3 Bhs4 81-100 2,5Y 4/3 A1 A2 E Bhs1 Bhs2 0-12 12-17 17-32 32-53 53-66 5Y 2,5/1 2,5Y 3/2 2,5Y 7/2 2,5Y 3/2 2,5Y 3/2 Estrutura2 Mosqueado Baía - Perfil P1 - Altitude 97m M, M, G GS GS GS GS GS GS Baía - Perfil P2 - Altitude 97m M, M, G GS GS GS GS GS Baía - Perfil P3 - Altitude 97m M, M, G M, M, G GS GS GS Consistência Transição6 Seca3 Úmida4 Molhada5 D S S S S S S Fr S S S S S S PL e LPe NPL e NPe NPL e NPe NPL e NPe NPL e NPe NPL e NPe NPL e NPe PA PA OC OC OC OC - D S Fr S PL e LPe NPL e NPe PA PA S S S S NPL e NPe NPL e NPe PC PC S S NPL e NPe PC S S NPL e NPe - D D S S S Fr Fr S S S LPL e LPe LPL e LPe NPL e NPe NPL e NPe NPL e NPe PA PA DA DA DA Bh 66-82 2,5Y 5/3 GS S S NPL e NPe DA 2Bhs3 82-100 2,5Y 3/2 GS S S NPL e NPe DA 2Bhs4 100-120+ 2,5Y 4/2 GS S S NPL e NPe - Campos de Inundação - Perfil P4 - Altitude 290m A1 0-22 10YR 3/2 M, M, G D F LPL e LPe PG A2 E 22-31 31-50 10YR 4/4 10YR 7/6 F, P, BS GS D S MF S LPL e LPe NPL e NPe PA PG Bs1 50-56 10YR 6/8 M, P/M, BA D F LPL e LPe PG Bs2 + 10YR 6/8 M, M, BA D Fr LPL e LPe PG 56-70 A 0-10 10YR 2/2 Bs1 10-25 10YR 3/3 Bs2 E 25-41 41-65 10YR 4/4 10YR 7/4 2Bs3 65-100 10YR 3/3 A E Bhs1 Bhs2 Bs 0-10 10-35 35-54 54-69 69-80 10YR 3/3 10YR 8/6 10YR 4/4 10YR 4/6 10YR 4/6 C 80-110+ 10YR 5/4 10YR 5/2 Ab. Peq. Dist. Campos de Inundação - Perfil P5 - Altitude 290m F, P, G D F LPL e LPe M, M, G D F PL e LPe PC 10YR 3/3 Ab. Peq. Dist. 10YR 4/6 Ab. Peq. Dist. F, P, BS GS D S F S LPL e Pe NPL e NPe PC PC 10YR 4/6 Ab. Peq. Dist. GS S S NPL e NPe - S S S S S NPL e NPe NPL e NPe NPL e NPe NPL e NPe NPL e NPe PA PA PA PA PA S NPL e NPe - Campos de Inundação - Perfil P6 - Altitude 100m GS S GS S GS S GS S GS S GS S Campos de Inundação - Perfil P7 - Altitude 123m A1 0-10 10 YR 3/1 M, P, G M MF LPL e LPe PG A2 10-20 10 YR 3/2 M, P, G M MF LPL e LPe PG Bhs1 20-40 10YR 4/2 M, P, G M MF LPL e LPe PG Bhs2 Bs C 40-50 50-70 70-120 10YR 3/3 10YR 3/3 10YR 6/4 M, P/M, BA M, P, BA GS M M S MF MF S LPL e LPe LPL e LPe NPL e NPe PG PG - 10YR 4/3 Ab. Méd. Dist. Continua... 28 Tabela 3. Continuação Hor. Prof. (cm) A1 0-7,5 A2 A3 Cor Munsell1 Matriz Mosqueado Estrutura2 Consistência Seca3 Úmida4 Molhada5 Transição6 Campos de Inundação - Perfil P8 - Altitude 123m 10YR 3/3 F,P/M,G M MF LPL e LPe PG 7,5-15 10YR 3/3 M, P/M, G M 15-30 10YR 3/3 F, P, BS M MF LPL e LPe PG MF LPL e LPe E 30-37 10YR 7/3 GS S S PC NPL e NPe PC Bhs1 37-45 10YR 3/4 F, P, BS M/LD MF LPL e LPe PC Bhs2 45-55 10YR 4/4 M, M, BA LD MF LPL e LPe PC Bs1 55-70 10YR 4/3 M, M, BA LD MF LPL e LPe PC Bs2 70-87 10YR 4/3 M, M, BA MD F LPL e LPe PC Bs3 87-105 10YR 4/3 M, M/G, BA LD F LPL e LPe PA C 105-125+ 10YR 6/4 GS S S NPL e NPe - A1 0-6,5 10YR 3/1 M, P/M G LD F PL e Pe PA A2 6,5-11 2,5Y 3/2 GS S S NPL e NPe PA Salina - Perfil P9 - Altitude 96m Bhs 11-17 2,5Y 4/2 GS S S NPL e NPe PA E1 17-28 2,5Y 7/2 GS S S NPL e NPe PA E2 28-44 2,5Y 6/2 GS S S NPL e NPe PA Bh 44-51 5Y 3/2 MÇ MD Fr LPL e LPe PA Bhm 51-66 5Y 2,5/2 MÇ ED EFr - - Salina - Perfil P10 - Altitude 96m A1 0-5 2,5Y 4/3 GS S S NPL e NPe PA A2 E 5-13 13-39 2,5Y 3/2 2,5Y 7/3 GS GS S S S S NPL e NPe NPL e NPe PA PA Bh 39-60 2,5Y 5/3 GS S S NPL e NPe PA Bhsm 60-80 2,5Y 3/2 EFr - - MÇ ED Salina - Perfil P11 - Altitude 96m A1 0-7 2,5Y 5/3 GS S S NPL e NPe PA A2 Bh1 7-17 17-33 2,5Y 5/3 2,5Y 5/3 GS GS S S S S NPL e NPe NPL e NPe PA PA Bh2 33-64 2,5Y 5/3 GS S S NPL e NPe PA Bh3 64-104 2,5Y 5/3 GS S S NPL e NPe PA E 104-126 2,5Y 8/2 GS S S NPL e NPe PA 2Bh4 126-146 2,5Y 3/2 MÇ MD Fr PL e LPe PA Bhs Bhsm 146-164 164-180 2,5Y 3/2 5Y 3/2 MÇ MÇ MD ED Fr EFr PL e LPe - PA - (1) Ab: abundante; Peq: pequeno; Med: médio; Dis: distinto. (2)Estrutura: grau de desenvolvimento: (F – Fraco, M – Moderado), tamanho (P – Pequena; M – Médio e G – Grande), tipo (G – Granular, BS – Blocos Subangulares, BA – Blocos angulares, GS – Grãos simples e MÇ - Maciça). (3)Consistência no estado seco: (S – Solta, M – Macia, LD – Ligeiramente dura, D – Dura, MD - Muito dura e ED – Extremamente dura). (4)Consistência no estado úmido: (S – Solta, MF – Muito Friável, F – Friável, Fr – Firme e EFr – Extremamente Firme). (5)Consistência no estado molhado: (NPL – Não Plástica, PL – Plástica, LPL – Ligeiramente Plástica, NPe – Não Pegajosa, LPe – Ligeiramente Pegajosa e Pe – Pegajosa). (6)Transição: (PA– Plana e Abrupta, PC – Plana e Clara, PG – Plana e Gradual, OC – Ondulada e Clara, DG – Descontínua e Gradual e, DA – Descontínua e Abrupta). Na área de campos de inundação, à exceção do perfil P7, os solos apresentaram horizonte E seguido de B espódico sem cimentação. Em todos os horizontes dos perfis desse ambiente observaram-se cores amareladas com matiz 10YR; e nos horizontes subsuperficiais dos perfis P4, P5 e P7 ocorreram 29 presença de mosqueados em quantidade abundante, tamanho pequeno a médio e contraste distinto, com matiz 10YR. De maneira geral, a estrutura do solo variou de granular nos horizontes superficiais a blocos angulares e subangulares nos subsuperficiais. Especificamente, os horizontes E, 2Bs3 (P5), C (P7 e P8), e ao longo do perfil P6 observou-se estrutura sem agregação em grãos simples. A transição entre horizontes, nos perfis P6 e P7, foi plana abrupta e plana gradual, respectivamente; enquanto nos perfis P4, P5 e P8, a topografia caracterizou-se como plana, e quanto à nitidez variou de abrupta, clara e gradual. Na área de salina todos os perfis apresentaram horizonte E, seguido de horizonte espódico com cimentação denominada ortstein. Ao longo dos perfis desse ambiente verificou-se a predominância do matiz 2,5Y; exceto nos horizontes A1 (10YR), Bh e Bhm (5Y) do perfil P9; e Bhsm (5Y) do perfil P11. Também, observam-se nos horizontes mais profundos valores e croma reduzidos, característico de ambiente de hidromorfismo, com cores cinza escuro à olivácea. De maneira geral, neste ambiente a estrutura variou de grãos simples nos horizontes superficiais e E, à maciça no B espódico; exceto no horizonte A1 do perfil P9 que foi granular. Nos perfis P10 e P11 a consistência nas condições de umidade, seca, úmida e molhada, foi solta, solta e não plástica e não pegajosa, respectivamente; exceto nos horizontes B espódico, que variou de moderadamente dura a extremamente dura quando seca, e firme a extremamente firme quando úmida. No perfil P9, no horizonte A1 a consistência foi ligeiramente dura, friável e plástica e pegajosa, quando seca, úmida e molhada, respectivamente; sendo os demais horizontes com comportamento semelhante ao observados nos perfis P10 e P11. Todos os três perfis deste ambiente apresentaram ao longo dos horizontes transição com topografia plana e nitidez abrupta. As características morfológicas ao longo do perfil do solo podem ser utilizadas para fazer inferência acerca dos processos pedogenéticos. Nos três ambientes de estudo observa-se a contribuição marcante do processo de podzolização proveniente de compostos orgânicos dissolvidos em água, e lixiviados em função da flutuação do lençol freático, e complexados ou não com 30 ferro a alumínio em horizontes subsuperficiais; fato este também relatado por outros autores, em ambientes de restinga (Andriesse, 1969; Mokma & Evans, 1999; Oliveira et al., 2010; Coelho et al., 2010) e altimontanos (Dias et al., 2003). À exceção do perfil P7 de campos de inundação, os demais têm a presença de horizonte E, caracterizado de acordo com espessura e cor como álbico (Embrapa, 2006), sugerindo avançado processo de podzolização. Ao contrário, no perfil P7 sem horizonte E, sugere-se que o processo de podzolização esteja na incipiência; fato este, que pode ser explicado pela rara presença do lençol freático na superfície na maior época do ano. Tal comportamento também foi evidenciado por Oliveira et al. (2010) em estudo de Espodossolos em área de restinga no sul da Bahia. Outro aspecto importante refere-se à presença de horizonte cimentado (Ortstein) apenas na área de salinas (P9, P10, e P11). A cimentação ocorre devido à reação entre os grãos de quartzo e complexos organometálicos e/ou aluminossilicatos amorfos e/ou compostos amorfos constituídos por diferentes proporções de Al, Si e Fe (Farmer et al., 1983; Embrapa, 2006). Nos Espodossolos de áreas de restinga (Coelho et al., 2010; Oliveira et al., 2010) e da formação barreiras (Oliveira et al., 2010) também tem sido observado a presença de Ortstein. Nos três ambientes de estudo a flutuação do lençol freático pode ser apontado como o principal responsável pelas diferenças morfológicas dos solos. Nas áreas de baía e salina, cujo lençol freático fica mais próximo à superfície num período superior a seis meses, observa-se cores cinzentoescuro a oliva-escuro (valores e croma reduzidos), característico de hidromorfismo. Nesse ambiente, torna-se propício o acúmulo de matéria orgânica na superfície, como comprovado pela presença de horizonte H hístico na área de baía. Por outro lado, nas áreas de campos de inundação o lençol freático na maior parte do ano encontra-se a mais de 1 m de profundidade, proporcionando cores mais oxidadas (bruno, bruno escuro e bruno amarelado). Ainda, neste ambiente pelo curto intervalo de permanência do lençol freático alto, observa-se a presença de mosqueados; bem como o favorecimento do desenvolvimento da estrutura do solo nos horizontes subsuperficiais que foi em blocos angulares. 31 2.3.2 Atributos físicos Nos três ambientes de estudo, houve predomínio da fração areia, refletindo na densidade do solo e de partícula, bem como na textura do solo (Tabela 4). Na área de baía os teores de areia variaram de 782 a 877 g kg-1 (P1), 651 a 898 g kg-1 (P2) e de 617 a 904 g kg-1 (P3); nos campos de inundação variaram de 677 a 942 g kg-1 (P4), 730 a 933 g kg-1 (P5), 851 a 973 g kg-1 (P6), 908 a 962 g kg-1 (P7) e de 872 a 948 g kg-1 (P8); e na salina variam de 885 a 950 g kg-1 (P9), 919 a 971 g kg-1 (P10) e de 879 a 990 g kg-1 (P11). Em função dos elevados teores de areia nos três ambientes a textura do solo variou de areia, areia franca a franco-arenosa. Em todos os solos estudados, exceto para os perfis P4 e P5 de campos de inundação, houve predomínio de areia com granulometria fina. De maneira geral, com base nos critérios adotados pelo Sistema Brasileiro de Classificação de Solos - SiBCS - (Embrapa, 2006), os Espodossolos, quanto à textura são predominantemente arenosos, sendo a granulometria da fração areia variável, desde mais grossa (Dias et al., 2003; Oliveira et al., 2010) a mais fina (Coelho et al., 2010). A granulometria das partículas pode ser utilizada para inferir na dinâmica da sedimentação. No caso do ambiente de estudo, bacia do rio Taquari com sedimentos arenosos, as variações na granulometria, segundo Assine (2003) referem-se às distâncias de sedimentação e com a proximidade em relação ao leito do rio. Nos perfis P4 e P5, cuja granulometria da areia foi mais grossa, o ambiente caracteriza-se pela maior altitude (290 m), menor distância de sedimentação e maior proximidade com o leito do rio Taquari; ao passo que os demais perfis encontram-se mais distantes do leito do rio, com altitudes menores, alimentados pelos sedimentos no período de cheia do Pantanal (longas distâncias), refletindo na maior proporção de areia fina. 32 Tabela 4. Densidade, granulometria e textura de Espodossolos no Pantanal Sul Matogrossense Densidade Granulometria Solo Partícula Areia Grossa Areia Fina Silte Argila -3 -1 Mg m -----------------------g kg ----------------------Baía - Perfil P1 - Altitude 97m Hor. Prof. (cm) H 21-0 0,69 0,76 E Bhs1 Bhs2 Bhs3 Bhs4 Bhs5 0-19 19-25 25-34 34-50 50-59 + 59-89 1,77 1,68 1,71 1,80 1,85 2,66 2,69 2,66 2,70 2,66 2,69 H E Bhs1 Bhs2 Bhs3 Bhs4 20-0 0-22 22-40 40-58 58-81 81-100 0,86 1,73 1,72 1,85 - A1 0-12 A2 12-17 E 17-32 Bhs1 32-53 Bhs2 53-66 Bh 66-82 2Bhs3 82-100 + 2Bhs4 100-120 1,61 1,68 1,74 1,81 - 93 689 172 46 151 726 82 41 151 719 75 54 172 690 102 36 156 682 87 76 166 689 98 47 178 655 108 59 Baía - Perfil P2 - Altitude 97m 0,76 135 516 182 167 2,61 167 731 78 24 2,72 173 647 121 59 2,69 177 680 121 22 2,64 167 673 109 51 2,70 161 634 95 110 Baía - Perfil P3 - Altitude 97m 2,46 86 531 184 200 2,63 162 630 135 74 2,65 155 749 75 21 2,75 194 653 49 104 2,73 164 665 76 95 2,63 157 729 80 34 2,71 137 703 92 68 2,70 166 627 104 104 Campos de Inundação - Perfil P4 - Altitude 290m 2,85 343 334 138 185 2,71 445 458 29 68 A1 A2 0-22 22-31 1,37 1,71 E Bs1 Bs2 31-50 50-56 + 56-70 A Bs1 Bs2 E 2Bs3 0-10 10-25 25-41 41-65 65-100 A E Bhs1 Bhs2 Bs C 0-10 10-35 35-54 54-69 69-80 + 80-110 2,63 481 461 34 24 2,66 585 254 87 74 2,73 535 286 72 106 Campos de Inundação - Perfil P5 - Altitude 290m 0,80 367 14 127 492 0,77 324 56 216 404 2,67 415 432 79 74 2,66 407 526 41 26 2,71 493 297 105 105 Campos de Inundação - Perfil P6 - Altitude 100m 2,68 167 806 25 2 2,68 132 719 95 54 2,68 142 808 7 43 1,57 2,70 151 771 16 62 2,65 119 798 17 66 1,60 2,66 122 823 4 51 1,79 1,93 1,88 Textura Areia Areia Areia Areia Areia Areia Areia Areia Areia Areia Areia Franca Areia Franca Areia Areia Franca Areia Franca Areia Areia Areia Franca Areia Areia Areia Areia Franca Areia Areia Areia Franca Areia Areia Areia Areia Areia Areia Continua... 33 Tabela 4. Continuação Hor. Prof. (cm) Densidade Solo Partícula -3 Mg m Granulometria Areia Grossa Areia Fina Silte Argila -1 -----------------------g kg ----------------------- Textura Campos de Inundação - Perfil P7 - Altitude 123m A1 0-10 1,43 2,62 74 845 47 34 Areia A2 Bhs1 Bhs2 Bs C 10-20 20-40 40-50 50-70 70-120 1,44 1,42 - 2,64 2,61 2,61 2,58 2,61 76 80 77 91 63 886 855 831 839 867 37 64 91 30 57 1 1 1 40 13 Areia Areia Areia Areia Areia Campos de Inundação - Perfil P8 - Altitude 123m A1 0-7,5 1,49 2,69 66 859 23 52 Areia A2 A3 E Bhs1 Bhs2 7,5-15 15-30 30-37 37-45 45-55 1,53 2,66 2,69 2,68 2,75 2,67 73 85 88 91 78 825 824 819 793 805 58 44 55 64 53 44 47 38 52 63 Areia Areia Areia Areia Areia Bs1 Bs2 Bs3 C 55-70 70-87 87-105 + 105-125 2,68 83 804 33 80 2,70 99 773 46 83 2,70 80 793 33 94 2,61 84 864 21 31 Campos de Inundação - Tradagem T1 - Altitude 155m Areia Areia Areia Areia 0-20 20-30 30-60 60-80 + - 2,69 2,66 2,64 305 253 170 517 499 419 129 229 324 49 19 86 Areia Areia Franca Franco Arenosa - 2,69 191 466 339 4 Franco Arenosa Areia Areia Areia Campos de Inundação - Tradagem T2 - Altitude 100m 0-20 20-40 40-60 60-80 80-100 100-120 - 2,61 2,66 2,68 115 107 92 829 846 858 36 29 38 20 18 12 - 2,60 107 834 52 7 Areia 2,64 97 791 93 19 2,68 93 814 78 15 Campos de Inundação - Tradagem T3 - Altitude 290m 2,77 473 236 123 167 2,70 605 357 6 32 Areia Areia 80-110 110-120 - A1 0-6,5 A2 Bhs E1 E2 0-20 20-50 Areia 56 55 71 45 Areia Areia 1,44 2,73 608 265 2,66 643 257 Salina - Perfil P9 - Altitude 96m 2,74 191 759 3 47 Areia 6,5-11 1,80 2,68 211 732 36 21 Areia 11-17 17-28 28-44 1,74 1,78 1,69 2,62 2,64 2,66 134 127 122 770 777 761 78 45 58 18 51 58 Areia Areia Areia Bh 44-51 1,46 2,71 103 791 97 9 Areia Bhm 51-66 - 2,75 144 741 91 25 Areia Continua... 34 Tabela 4. Continuação Hor. Prof. (cm) Densidade Solo Partícula -3 Mg m Granulometria Areia Grossa Areia Fina Silte Argila -1 -----------------------g kg ----------------------- Textura Salina - Perfil P10 - Altitude 96m A1 0-5 - 2,73 254 717 28 1 Areia A2 5-13 - 2,71 125 816 58 1 Areia 118 823 E 13-39 - 2,70 47 12 Areia Bh Bhsm 39-60 60-80 - 42 79 24 2 Areia Areia A1 A2 Bh1 Bh2 Bh3 E 2Bh4 Bhs 0-7 7-17 17-33 33-64 64-104 104-126 126-146 146-164 1,62 1,68 1,79 1,80 1,74 2,71 97 837 2,74 96 823 Salina - Perfil P11 - Altitude 96m 2,61 81 909 2,61 117 871 2,71 144 838 2,70 137 820 2,70 184 761 2,70 155 781 2,71 168 760 2,76 167 712 <1 <1 <1 34 5 60 7 108 <1 <1 <1 8 50 4 65 12 Areia Areia Areia Areia Areia Areia Areia Areia Bhsm 164-180 1,70 2,81 202 678 118 2 Areia 35 54 64 35 Areia Areia Areia Areia 0-20 20-40 40-55 55-60 - Salina - Tradagem T4 - Altitude 97m 2,63 207 724 34 2,65 192 722 32 2,74 165 692 79 2,76 192 662 111 Salina - Tradagem T5 - Altitude 97m 0-20 - 2,72 250 590 115 45 Areia 20-40 - 2,76 202 652 86 60 Areia 40-60 60-80 - 2,67 2,95 138 181 684 378 107 285 72 156 Areia Franco Arenosa À exceção dos horizontes H hístico dos perfis P1 (0,69 Mg m-3) e P2 (0,86 Mg m-3) da área de baía, os valores de densidade do solo foram altos variando de 1,37 a 1,93 Mg m-3; estando estes associados aos de densidade de partícula, com variação de 2,65 a 2,95 Mg m-3, e justificados pelo predomínio da fração areia, cujo principal constituinte é o quartzo com densidade em torno de 2,65 Mg m-3 e da presença de óxidos de ferro em solos de clima tropical, cuja densidade pode chegar à 3,00 Mg m-3. 35 2.3.3 Atributos químicos Os três ambientes de estudo diferiram quanto aos atributos químicos do solo (Tabela 5). Na área de baía, os horizontes superficiais dos perfis P1 e P2 apresentaram elevados teores de COT (> 80 g kg-1), e associados à espessura são caracterizados como orgânico H hístico (Embrapa, 2006). Os demais horizontes superficiais nos três ambientes são caracterizados como minerais. Ainda, verifica-se na área de baía, distribuição errática dos teores de COT nos horizontes subsuperficiais, processo característico de eluviação de matéria orgânica no perfil do solo. Os valores de pH em água variaram de 4,4 no horizonte Bhs5 (P1) a 7,5 no Bh (P3); sendo os perfis classificados, quanto às classes de reação do solo, em fortemente a moderadamente ácido (P1), moderadamente ácido a praticamente neutro (P2 e P3). Especificamente, nos horizontes mais subsuperficiais do perfil P1 (Bhs4 e Bhs5) observam-se valores de pH em água fortemente ácido; enquanto nos horizontes subsuperficiais dos perfis P2 e P3 os valores de pH em água foram praticamente neutro. No ambiente baía, os valores de pH em KCl foram menores em relação aos determinados em água, refletindo em ∆pH negativo. Os teores de P foram baixos, e bastante semelhantes entre os perfis do ambiente baía, variando de 0,02 a 0,07 mg kg-1. Nos horizontes superficiais dos três perfis, observam-se os maiores teores de Ca+2, Mg+2 e H+, refletindo em maiores valores de SB e T nesses horizontes. Esses maiores valores de T nos horizontes superficiais estão associados à matéria orgânica, principal responsável pela capacidade de troca catiônica em solos arenosos (Embrapa, 2006), bem como dos Espodossolos (Dias et al., 2003; Oliveira et al., 2010; Coelho et al., 2010). Destaca-se, a ocorrência de acúmulo de Ca+2 e Mg+2 nos horizontes subsuperficiais, principalmente nos perfis P2 e P3 deste ambiente; gerando consequentemente valores de saturação por bases maiores que 50% com atribuição de caráter eutrófico. Também, verifica-se a presença de teores elevados de Na+, principalmente nos perfis P1 e P2, com maior participação desse elemento no complexo de troca, ou seja, contribuindo para o aumento da saturação por Na+. 36 Tabela 5. Principais atributos químicos de Espodossolos no Pantanal Sul Matogrossense Hor. pH Prof. (cm) Água ∆ pH Ca Mg Ca + Mg K Complexo Sortivo Na SB H Al H + Al T -1 -----------------------------------------(cmolc kg ) ------------------------------------------ KCl COT -1 (g kg ) P V -1 (mg kg ) Na/T (%) CE dS m -1 Baía - Perfil P1 - Altitude 97m H 21-0 5,69 4,64 -1,05 8,90 3,30 12,20 0,55 0,20 12,95 14,50 0,30 14,80 27,75 123,19 0,02 46,66 0,73 - E Bhs1 Bhs2 0-19 19-25 25-34 6,74 5,72 5,87 5,51 4,18 5,02 -1,23 -1,54 -0,85 0,50 0,50 0,00 0,20 0,40 0,00 0,70 0,90 0,00 0,02 0,04 0,05 0,05 0,17 0,31 0,77 1,12 0,36 0,50 0,50 1,00 0,10 0,20 0,10 0,60 0,70 1,10 1,37 1,82 1,46 3,83 4,34 6,90 0,02 0,02 0,05 56,28 61,44 24,60 3,45 9,53 20,95 - Bhs3 34-50 5,60 5,16 -0,44 0,00 0,00 0,00 0,06 0,30 0,36 1,50 0,20 1,70 2,06 6,64 0,07 17,43 14,42 - Bhs4 Bhs5 50-59 + 59-89 4,71 4,43 3,90 3,56 -0,81 -0,87 0,20 0,80 0,20 0,30 0,40 1,10 0,20 0,40 1,30 1,70 2,02 3,09 8,31 11,50 0,02 0,02 35,71 44,91 13,63 7,79 - H E 20-0 0-22 5,22 6,51 4,25 5,10 -0,97 -1,41 7,20 0,50 2,80 1,00 10,00 1,50 0,40 0,20 14,40 8,40 24,91 9,92 110,49 3,83 0,02 0,02 42,20 15,30 1,02 0,00 2,24 Bhs1 22-40 6,40 5,00 -1,40 0,80 0,40 1,20 0,07 0,29 1,56 9,20 0,10 9,30 10,86 3,32 0,02 14,38 2,65 2,15 Bhs2 40-58 7,00 6,05 -0,95 1,00 0,30 1,30 0,05 0,29 1,64 5,60 0,10 5,70 7,34 5,49 0,02 22,35 3,97 15,91 Bhs3 58-81 7,38 6,01 -1,37 0,90 0,80 1,70 0,05 0,31 2,06 0,90 0,10 1,00 3,06 3,71 0,02 67,34 10,10 1,79 Bhs4 81-100 7,19 5,75 -1,44 1,80 2,30 4,10 0,10 0,60 5,10 1,92 0,03 88,23 5,65 11,45 A1 0-12 5,00 4,13 -0,87 7,60 2,90 10,50 0,50 23,70 34,66 11,81 0,02 31,63 0,76 4,92 A2 12-17 6,26 4,92 -1,34 0,80 1,60 2,40 0,07 0,30 2,76 9,40 0,10 9,50 12,26 5,46 0,02 22,54 2,42 9,58 E 17-32 6,83 5,66 -1,17 0,50 0,20 0,70 0,01 0,00 0,71 0,40 0,10 0,50 1,21 0,38 0,02 58,80 0,00 1,14 6,48 6,94 7,50 6,67 6,97 4,96 5,55 6,41 5,32 5,46 -1,52 -1,39 -1,09 -1,35 -1,51 1,70 2,00 0,50 1,10 1,40 1,60 1,20 0,30 0,90 1,10 3,30 3,20 0,80 2,00 2,50 0,08 0,10 0,02 0,06 0,10 0,30 0,29 0,00 0,30 0,29 3,67 3,59 0,82 2,36 2,89 1,10 1,40 0,40 1,00 0,90 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 1,20 1,50 0,50 1,10 1,00 4,87 5,09 1,32 3,46 3,89 1,52 5,21 5,46 4,70 4,32 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 75,38 70,53 62,11 68,19 74,30 6,09 5,66 0,00 8,59 7,41 2,95 0,02 2,71 19,53 2,90 Bhs1 32-53 Bhs2 53-66 Bh 66-82 2Bhs3 82-100 + 2Bhs4 100-120 0,05 0,28 0,72 1,10 0,05 0,24 1,39 1,30 Baía - Perfil P2 - Altitude 97m 0,26 0,25 10,51 14,00 0,02 0,00 1,52 8,20 0,11 0,29 4,50 0,50 Baía - Perfil P3 - Altitude 97m 0,20 0,26 10,96 23,20 Continua... 37 Tabela 5. Continuação Hor. A1 A2 E Bs1 Bs2 Prof. (cm) 0-22 22-31 31-50 50-56 + 56-70 pH ∆ pH Água KCl 4,92 5,20 5,99 5,52 5,51 3,92 4,00 4,71 4,16 4,11 -1,00 -1,20 -1,28 -1,36 -1,40 Complexo Sortivo Ca Mg Ca + Mg K Na SB H Al H + Al T -1 -----------------------------------------(cmolc kg ) -----------------------------------------Campos de Inundação - Perfil P4 - Altitude 290m 0,50 0,30 0,80 0,06 0,14 0,99 10,50 0,80 11,30 12,29 0,30 0,30 0,60 0,04 0,05 0,69 3,30 0,30 3,60 4,29 0,30 0,20 0,50 0,04 0,03 0,57 0,50 0,00 0,50 1,07 0,50 0,20 0,70 0,06 0,06 0,82 0,80 0,20 1,00 1,82 0,40 0,30 0,70 0,06 0,08 0,84 0,60 0,20 0,80 1,64 COT -1 P V -1 Na/T (%) CE (g kg ) (mg kg ) dS m 13,11 2,91 0,12 0,97 0,61 0,33 0,11 0,09 0,07 0,04 8,08 16,10 53,05 44,93 51,28 1,10 1,21 2,44 3,19 5,12 - -1 Campos de Inundação - Perfil P5 - Altitude 290m A Bs1 0-10 10-25 5,03 4,54 3,97 3,77 -1,06 -0,77 1,60 0,70 0,60 0,40 2,30 1,00 15,70 11,30 18,39 12,40 115,97 14,57 0,44 0,07 14,62 8,89 1,29 0,36 - Bs2 E 2Bs3 25-41 41-65 65-100 5,05 5,61 5,26 4,00 4,29 3,97 -1,05 -1,32 -1,29 0,50 0,20 0,10 0,20 0,30 0,30 2,34 0,47 2,45 3,52 1,58 1,58 0,12 0,07 0,07 35,76 78,81 30,53 3,30 6,99 2,13 - 0,15 0,06 0,24 0,05 2,69 1,10 13,70 8,40 2,00 2,90 A 0-10 5,45 4,09 -1,36 0,30 0,10 0,70 0,06 0,08 0,84 1,10 0,40 1,50 0,30 0,04 0,03 0,37 0,00 0,10 0,10 0,60 0,10 0,05 0,75 1,30 0,40 1,70 Campos de Inundação - Perfil P6 - Altitude 100m 0,40 0,01 0,00 0,41 0,80 0,40 1,20 1,61 8,13 0,03 25,44 0,00 - E 10-35 5,35 4,29 -1,06 0,10 0,10 0,20 1,20 1,40 1,27 0,02 14,47 0,00 - Bhs1 Bhs2 Bs C 35-54 54-69 69-80 + 80-110 5,52 5,38 5,64 5,92 4,31 4,37 4,44 4,40 -1,21 -1,01 -1,20 -1,52 0,10 0,20 0,20 0,10 0,20 0,00 0,00 0,20 8,70 0,30 9,00 0,30 0,00 0,00 0,30 8,50 0,30 8,80 0,30 0,00 0,00 0,30 8,60 0,20 8,80 0,20 0,00 0,00 0,20 8,60 0,20 8,80 Campos de Inundação - Perfil P7 - Altitude 123m 9,20 9,10 9,10 9,00 1,91 1,27 0,38 0,38 0,02 0,02 0,02 0,02 2,21 3,31 3,32 2,23 0,00 0,00 0,00 0,00 - A1 A2 Bhs1 0-10 10-20 20-40 6,42 6,55 6,45 5,66 5,18 5,10 -0,76 -1,37 -1,35 1,60 1,00 0,70 0,40 0,70 0,40 2,60 1,10 1,10 0,34 0,17 0,15 0,08 0,06 0,07 3,02 1,33 1,32 19,70 18,80 18,50 0,00 0,00 0,00 19,70 18,80 18,50 22,72 20,13 19,82 5,59 1,46 1,58 0,07 0,22 0,03 13,30 6,60 6,65 0,37 0,29 0,33 - Bhs2 40-50 6,31 4,83 -1,48 0,60 0,50 1,10 0,13 0,06 1,29 8,50 0,00 8,50 9,79 1,21 0,10 13,19 0,59 - Bs C 50-70 70-120 6,34 6,65 4,64 4,79 -1,70 -1,86 0,40 0,30 0,30 0,20 0,70 0,50 0,17 0,10 0,17 0,17 1,04 0,77 0,60 0,20 0,00 0,00 0,60 0,20 1,64 0,97 0,12 0,97 0,05 0,03 63,48 10,53 79,34 17,87 - 0,10 0,10 0,10 0,10 0,00 0,00 0,20 0,90 0,30 Continua... 38 Tabela 5. Continuação Hor. Prof. (cm) pH ∆ pH Água KCl 6,43 6,11 6,20 7,08 8,60 9,16 9,36 9,50 9,54 8,26 5,82 4,74 5,19 6,16 7,07 7,41 7,59 7,55 7,60 6,48 -0,61 -1,37 -1,01 -0,92 -1,53 -1,75 -1,77 -1,95 -1,94 -1,78 0-20 20-30 30-60 + 60-80 5,32 5,05 4,86 5,24 4,18 4,00 3,84 4,05 -1,14 -1,05 -1,02 -1,19 0-20 20-40 40-60 60-80 80-100 100-120 5,81 5,75 5,86 5,92 5,68 5,60 4,37 4,44 4,49 4,58 4,44 4,41 -1,44 -1,31 -1,37 -1,34 -1,24 -1,19 0-20 20-50 80-110 110-120 4,74 5,43 5,34 5,39 3,85 4,24 4,17 4,10 -0,89 -1,19 -1,17 -1,29 A1 0-7,5 A2 7,5-15 A3 15-30 E 30-37 Bhs1 37-45 Bhs2 45-55 Bs1 55-70 Bs2 70-87 Bs3 87-105 + C 105-125 Complexo Sortivo Ca Mg Ca + Mg K Na SB H Al H + Al T -1 -----------------------------------------(cmolc kg ) -----------------------------------------Campos de Inundação - Perfil P8 - Altitude 123m 2,40 1,10 3,50 0,26 0,09 3,85 0,50 0,00 0,50 4,35 1,10 1,20 2,30 0,11 0,08 2,50 1,00 0,00 1,00 3,50 1,40 1,50 2,90 0,11 0,09 3,10 0,70 0,00 0,70 3,80 1,30 0,90 2,20 0,13 0,15 2,48 0,50 0,00 0,50 2,98 2,60 1,30 3,90 0,25 0,53 4,68 0,30 0,00 0,30 4,98 2,10 1,40 3,50 0,32 1,06 4,88 0,20 0,00 0,20 5,08 1,30 1,50 2,80 0,41 1,42 4,63 5,70 0,00 5,70 10,33 1,40 1,10 2,50 0,28 1,76 4,55 17,00 0,00 17,00 21,55 1,40 1,00 2,40 0,23 2,10 4,73 17,70 0,00 17,70 22,43 0,20 0,30 0,50 0,06 0,30 0,86 30,60 0,00 30,60 31,46 Campos de Inundação - Tradagem T1 - Altitude 155m 0,60 0,40 1,00 0,06 0,08 1,14 0,30 0,20 0,50 1,64 0,40 0,60 1,00 0,04 0,04 1,08 0,00 0,00 0,00 1,08 0,50 0,40 0,90 0,06 0,08 1,04 0,30 0,40 0,70 1,74 0,30 0,40 0,70 0,04 0,06 0,80 0,00 0,00 0,00 0,80 Campos de Inundação - Tradagem T2 - Altitude 100m 0,40 0,30 0,70 0,06 0,06 0,82 1,10 0,00 1,10 1,92 0,30 0,20 0,50 0,04 0,03 0,57 1,20 0,00 1,20 1,77 0,40 0,30 0,70 0,04 0,03 0,77 1,50 0,00 1,50 2,27 0,20 0,20 0,40 0,04 0,07 0,50 0,90 0,00 0,90 1,40 0,30 0,10 0,40 0,04 0,07 0,50 1,80 0,00 1,80 2,30 0,30 0,20 0,50 0,04 0,06 0,60 1,70 0,00 1,70 2,30 Campos de Inundação - Tradagem T3 - Altitude 290m 0,30 0,20 0,50 0,06 0,09 0,65 4,20 0,90 5,10 5,75 0,30 0,20 0,50 0,04 0,08 0,62 0,30 0,20 0,50 1,12 0,10 0,50 0,60 0,04 0,05 0,68 1,00 0,30 1,30 1,98 0,50 0,40 0,90 0,04 0,06 1,00 0,40 0,20 0,60 1,60 COT -1 P V -1 Na/T (%) CE (g kg ) (mg kg ) dS m 5,46 2,79 2,06 1,21 2,19 1,21 0,12 0,36 0,61 0,61 0,13 0,10 0,15 0,05 0,13 0,15 0,11 0,51 0,25 0,05 88,52 71,41 81,60 83,23 93,97 96,06 44,84 21,10 21,09 2,73 2,07 2,40 2,37 4,96 10,67 20,79 13,73 8,19 9,38 0,96 - 4,86 3,40 3,16 1,46 0,10 0,06 0,08 0,06 69,55 100,00 59,82 100,00 5,12 3,62 4,82 7,28 - 2,79 1,82 0,97 0,12 1,21 0,73 0,08 0,05 0,04 0,13 0,09 0,03 42,59 32,01 33,77 35,90 21,88 25,99 3,03 1,47 1,15 4,63 2,82 2,53 - 15,67 0,97 2,55 0,85 0,08 0,06 0,04 0,08 11,27 55,20 34,48 62,43 1,57 6,90 2,27 3,63 - -1 Continua... 39 Tabela 5. Continuação A1 A2 Bhs E1 0-6,5 6,5-11 11-17 17-28 9,97 9,99 10,05 10,06 9,33 9,08 9,17 9,31 -0,64 -0,91 -0,88 -0,75 Complexo Sortivo Ca Mg Ca + Mg K Na SB H Al H + Al T -1 -----------------------------------------(cmolc kg ) -----------------------------------------Salina - Perfil P9 - Altitude 96m 0,80 0,50 1,30 0,53 0,17 1,99 0,00 0,00 0,00 1,99 1,00 0,60 1,60 0,19 0,25 2,05 0,00 0,00 0,00 2,05 1,20 0,50 1,70 0,29 0,24 2,24 0,00 0,00 0,00 2,24 0,60 0,60 1,20 0,23 0,25 1,68 0,00 0,00 0,00 1,68 E2 28-44 10,06 9,25 -0,81 0,80 Hor. Prof. (cm) pH ∆ pH Água KCl 0,50 1,30 0,00 COT -1 P V -1 Na/T (%) CE dS m -1 (g kg ) (mg kg ) 10,35 5,75 8,95 0,64 0,35 0,29 0,29 0,03 100,00 100,00 100,00 100,00 8,35 12,39 10,95 15,08 0,08 0,03 0,10 0,04 1,87 0,38 0,03 100,00 12,16 0,04 0,34 0,23 1,87 0,00 0,00 1,20 7,21 9,51 0,00 0,00 0,00 9,51 0,64 0,04 100,00 75,83 0,06 3,71 9,32 14,53 0,00 0,00 Salina - Perfil P10 - Altitude 96m 0,49 0,17 1,75 0,10 0,00 0,00 14,53 5,11 0,06 100,00 64,17 0,08 0,10 1,85 5,11 0,27 94,60 8,99 0,24 0,00 0,00 0,00 0,30 0,40 0,40 2,24 4,63 4,86 4,22 1,79 7,41 0,08 0,03 0,02 86,62 91,36 91,77 9,37 0,00 0,00 0,12 0,10 0,04 0,49 0,18 1,07 0,00 0,00 Salina - Perfil P11 - Altitude 96m 0,03 0,04 1,27 0,00 0,00 0,00 1,07 3,19 0,03 100,00 16,43 0,10 0,00 1,27 1,53 0,03 100,00 3,20 1,56 Bh 44-51 10,21 9,38 -0,83 0,80 0,30 1,10 Bhm 51-66 10,20 9,23 -0,97 1,10 0,40 1,50 A1 0-5 9,75 9,47 -0,28 0,70 0,40 1,10 A2 E Bh 5-13 13-39 39-60 9,85 9,68 9,76 9,46 9,48 9,30 -0,39 -0,20 -0,46 0,80 0,40 0,40 0,60 0,30 0,20 1,40 0,70 0,60 Bhsm 60-80 10,05 9,66 -0,39 0,30 0,10 0,40 A1 0-7 7,22 6,63 -0,59 0,70 0,50 1,20 A2 7-17 6,84 5,81 -1,03 0,40 0,20 0,60 0,01 0,00 0,61 0,00 0,00 0,00 0,61 1,66 0,02 100,00 0,00 1,58 Bh1 17-33 6,84 6,21 -0,63 0,30 0,20 0,50 0,01 0,00 0,51 0,00 0,00 0,00 0,51 4,22 0,02 100,00 0,00 1,06 Bh2 Bh3 E 33-64 64-104 104-126 7,21 8,88 9,82 6,10 7,00 8,96 -1,11 -1,88 -0,86 0,30 0,20 0,20 0,20 0,10 0,10 0,50 0,30 0,30 0,02 0,00 0,06 0,44 0,16 0,26 0,52 0,79 0,73 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,10 0,00 0,00 0,10 0,52 0,79 0,83 2,04 1,65 0,26 0,02 0,02 0,02 100,00 100,00 87,89 0,00 55,12 31,74 2,53 3,18 15,91 2Bh4 126-146 9,96 9,24 -0,72 0,70 0,20 0,90 0,17 0,26 1,33 0,00 0,00 0,00 1,33 2,92 0,02 100,00 19,70 15,78 Bhs Bhsm 146-164 164-180 10,02 10,09 9,25 9,28 -0,77 -0,81 0,70 0,70 0,60 0,50 1,30 1,20 0,67 1,04 2,90 5,79 3,00 9,89 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,00 9,89 2,68 1,28 0,03 0,04 100,00 100,00 34,52 58,58 0,04 0,05 0,33 0,21 3,53 0,00 3,86 0,00 1,94 4,23 4,46 0,30 0,40 0,40 Continua... 40 Tabela 5. Continuação Hor. pH Prof. (cm) Água ∆ pH Ca Mg Ca + Mg Complexo Sortivo K Na SB H Al H + Al T -1 KCl COT -1 (cmolc kg ) P V -1 Na/T CE (g kg ) (mg kg ) (%) dS m -1 Salina - Tradagem T4 - Altitude 97m 0-20 9,68 8,91 -0,77 1,00 0,70 1,70 0,20 0,26 2,16 0,00 0,00 0,00 2,16 1,27 0,04 100,00 12,15 15,20 20-40 9,66 8,85 -0,81 1,20 0,70 1,90 0,15 0,28 2,33 0,20 0,00 0,20 2,53 2,79 0,03 92,09 11,06 12,85 40-55 9,62 8,50 -1,12 1,70 1,00 2,70 0,47 0,20 3,37 6,90 0,00 6,90 10,27 5,46 0,07 32,79 1,96 12,66 55-60 9,62 8,40 -1,22 1,70 1,30 3,00 0,73 1,90 5,62 6,50 0,00 6,50 12,12 3,18 0,32 46,39 15,65 - Salina - Tradagem T5 - Altitude 97m 0-20 9,42 8,08 -1,34 2,30 1,50 3,80 0,61 0,16 4,57 0,00 0,00 0,00 4,57 23,50 0,29 100,00 3,46 17,45 20-40 9,52 8,14 -1,38 1,20 2,30 3,50 0,42 0,21 4,13 6,10 0,00 6,10 10,23 5,50 0,25 40,37 2,05 - 40-60 9,45 8,15 -1,30 1,40 2,70 4,10 0,51 0,18 4,79 6,30 0,00 6,30 11,09 11,22 0,26 43,19 1,66 14,18 60-80 9,36 7,96 -1,40 4,90 4,10 9,00 0,84 3,07 12,92 4,90 0,00 4,90 17,82 10,58 0,27 72,50 17,24 17,67 SB – Soma de bases; T – CTC; COT – Carbono Orgânico Total; V(%) – Saturação por bases; Na/T(%) – Saturação de sódio; CE – Condutividade elétrica. 41 De acordo com o SiBCS (Embrapa, 2006), em alguma seção de controle que defina a classe, em função da saturação por sódio e da condutividade elétrica, os solos podem apresentar caráter sódico (P1, Na/T ≥ 15%), solódico (P2 e P3, 6 > Na/T < 15%) e sálico (P2 e P3, CE ≥ 7 dS m-1) . Os teores de Al+3, em alguns horizontes foram elevados (0,50 cmolc kg-1), porém não o suficiente para caracterizá-los de caráter álico. Nas áreas de campos de inundação, os horizontes superficiais apresentaram baixos teores de COT em relação à área de baía, variando de 5,46 (P8) a 13,11 g kg-1 (P4), exceto no horizonte A do perfil P5 (115,97 g kg-1). Diferente da área de baía, nem todos os solos dos campos de inundação (P4, P5 e T1), apresentaram distribuição errática em COT no perfil do solo, evidenciando processo menos intenso de podzolização com eluviação de matéria orgânica. À exceção do perfil P8, cuja classe de reação em subsuperfície variou de moderadamente à fortemente alcalino; os demais solos apresentaram valores de pH em água e KCl menores, variando de fortemente a moderadamente ácidos. Neste ambiente, de forma semelhante à área de baía, os valores de pH em KCl foram menores, gerando ∆pH negativo; assim como os teores de P também foram baixos e com pouca variação entre os perfis. De maneira geral, os teores das bases trocáveis foram baixos, variando de 0,2 a 4,88 cmolc kg-1, com diminuição em profundidade. Os maiores valores das bases trocáveis nos horizontes superficiais acompanharam os maiores teores de COT, que consequentemente apresentaram os maiores valores de H+ e T. Mesmo sendo baixos os valores de soma de bases, alguns horizontes com E (P4), E (P5), Bs e C (P7) e tradagem T1, apresentaram saturação por bases maiores que 50%, fato este, atribuído aos valores muito baixos de Na+ e Al+3+H+ no complexo de troca. Especificamente, o perfil P8 apresentou aumento nos valores de soma de bases em profundidade, com valores de saturação por bases elevado nos horizontes subsuperficiais como de 93,97% (Bhs1). Ainda neste perfil, além dos elevados valores de Ca+2+Mg+2 (variando de 2,4 a 3,5 cmolc kg-1), nos horizontes mais subsuperficiais ocorreu acúmulo de H+ e Na+ chegando a valores de saturação por sódio de 20,79%. Nos solos deste ambiente, têm-se pouca presença de Al+3 no complexo de troca, sendo 42 os maiores valores observados nos horizontes superficiais do perfil P5 (2,0 a 2,9 cmolc kg-1). Na área de salina os valores de pH em água foram altos, variando de 6,84 a 10,21, caracterizados de praticamente neutro à fortemente alcalino respectivamente. Semelhante as área de baía e campos de inundação os valores de pH em KCl foram menores aos obtidos em água, o que gerou ∆pH negativo. Os elevados valores de pH neste ambiente estão associados à prevalência do íon sódio no complexo de troca, com valores chegando a 9,32 cmolc kg-1, proporcionando desse modo nos perfis P9 e P11 saturação por sódio elevado, e consequentemente contribuiu para elevar a saturação por bases a valores de 100%. Destaca-se ainda, em todos os solos deste ambiente a ausência do Al+3 extraível, bem como do íon H+ nos perfis P9 e P11. Por outro lado, nos perfis P10 e nas tradagens T4 e T5 nota-se presença de H+ em profundidade, característico de eluviação de matéria orgânica no perfil do solo. Também nas tradagens, além do íon H+, observaram-se maior participação dos íons bivalentes Ca+2 e Mg+2, cuja soma variou de 1,7 a 9,0 cmolc kg-1. Em relação à condutividade elétrica, no perfil P11 e nas tradagens T4 e T5 encontrou-se valores elevados, caracterizando o caráter sálico. Em alguns solos dos três ambientes estudados (P3, P7, P8, P9, T4 e T5) verifica-se significativa participação no complexo sortivo dos íons Ca+2 e Mg+2. De acordo com RadamBrasil (1982) e Assine (2003), os sedimentos provenientes do rio Taquari, são enriquecidos de material carbonáticos, principalmente na região central do pantanal da Nhecolândia, local de coleta dos solos, justificando a presença de tais elementos. Segundo os critérios básicos do SiBCS (Embrapa, 2006), os Espodossolos são caracterizados por apresentarem baixa saturação por bases, e acidez e saturação por alumínio elevada. Tal comportamento tem sido confirmado nos estudos de solos pertencentes a esta classe, tanto em ambientes de sedimentos recentes, como em área de restinga no sul da Bahia (Oliveira et al., 2010), quanto em regiões de ambiente altimontanos, em Minas Gerais (Dias et al., 2003). Ainda, os mesmos autores, não verificaram a presença de Na+, nos solos por eles estudados. 43 De uma maneira geral, as informações presentes na literatura, são discordantes com as apresentadas no presente trabalho, principalmente pela significativa participação dos íons Ca+2, Mg+2 e Na+ no complexo sortivo. Ainda, com relação ao Na+, sugere sua participação na formação do ortstein, horizonte com cimentação. Os teores de SiO2, Al2O3, Fe2O3 e suas relações moleculares diferiram em função dos ambientes estudados (Tabela 6). De uma maneira geral os valores desses elementos foram baixos, podendo estar associados aos baixos conteúdos de argila nos ambientes estudados. Nos horizontes superficiais dos perfis P2, P3 (baía) e P4 (campos de inundação) ocorreram os maiores teores de SiO2, com valores de 104,7, 119,7 e 97,3 g kg-1, respectivamente. Além disso, para todos os perfis nos três ambientes de estudo ocorreu incremento de SiO2 nos horizontes subsuperficiais, marcadamente no P9 na área de salina, associado ao horizonte cimentado orstein. Os teores de Al2O3 e Fe2O3 apresentaram comportamento semelhante, ou seja, tenderam ao acúmulo em profundidade nos perfis estudados. Por outro lado, os teores de TiO2 apresentaram baixos teores (2,1 a 5,7 g kg-1) com pouca variação em profundidade nos perfis estudados. O acúmulo de ferro e alumínio em profundidade sugere a participação desses elementos na gênese do horizonte espódico (Embrapa, 2006). Esse comportamento é bastante evidente na literatura, com trabalhos em áreas de restinga (Gomes, 1995; Moura Filho, 1998; Gomes, 2005; Moreau et al., 2006; Oliveira et al., 2010) e também em ambientes altimontanos (Dias et al., 2003). A translocação do Fe e Al ocorrem devido à complexação desses elementos com compostos orgânicos (van Wambeke, 1992; van Breemen e Buurman, 1998; Mokma e Evans, 1999, Dias et al., 2003; Oliveira et al., 2010). Através de estudos utilizando ditionito-citrato-bicarbonato de sódio (DCB), oxalato ácido de amônio e pirofosfato de sódio, é possível identificar formas de Al e Fe, livres ou ligados a compostos orgânicos, subsidiando melhor entendimento da gênese do horizonte espódico. 44 Tabela 6. Teores de SiO2, Al2O3, Fe2O3, TiO2, obtidos pelo ataque sulfúrico na TFSA, e relações moleculares Ki, Kr e Al2O3/Fe2O3 de Espodossolos no Pantanal Sul Matogrossense Hor. SiO2 Prof. (cm) Al2O3 Fe2O3 TiO2 (g kg-1) Ki Kr Al2O3/Fe2O3 Baía - Perfil P2 - Altitude 97m H 20-0 104,70 26,50 18,70 2,80 6,72 4,63 2,22 E 0-22 12,00 2,60 5,00 2,39 8,00 3,55 0,80 Bhs1 22-40 47,20 23,20 19,20 4,36 3,47 2,27 1,90 Bhs2 40-58 30,10 20,50 13,10 3,35 2,50 1,78 2,46 Bhs3 58-81 28,90 25,60 9,00 5,70 1,92 1,57 4,45 Bhs4 81-100 52,30 7,70 14,10 4,36 11,51 5,30 0,86 Baía - Perfil P3 - Altitude 97m A1 0-12 119,70 42,50 20,90 3,48 4,78 3,64 3,20 A2 12 -- 17 30,00 23,10 8,10 2,72 2,21 1,80 4,50 E 17-32 12,60 12,80 3,00 2,39 1,68 1,46 6,67 Bhs1 32-53 42,40 18,00 17,10 3,69 4,00 2,49 1,65 Bhs2 53-66 52,80 36,10 23,20 4,36 2,49 1,81 2,67 Bh 66-82 14,00 5,10 6,00 3,34 4,67 2,66 1,33 2Bhs3 82-100 27,30 17,90 8,00 3,35 2,59 2,01 3,50 48,80 20,60 11,10 4,02 4,03 3,00 2,91 2Bhs4 100-120 + Campos de Inundação - Perfil P4 - Altitude 290m A1 0-22 97,30 88,60 18,40 5,45 1,87 1,65 7,56 A2 22-31 21,50 5,10 10,00 4,00 7,13 3,16 0,80 E 31-50 4,80 12,80 5,00 2,08 0,64 0,51 4,00 Bs1 50-56 23,30 25,60 19,10 4,33 1,55 1,05 2,11 28,10 38,30 32,10 3,99 1,24 0,86 1,88 Bs2 56-70 + Campos de Inundação - Perfil P6 - Altitude 100m A 0-10 9,40 12,80 4,00 2,39 1,25 1,04 5,00 E 10--35 9,00 12,80 10,00 2,70 1,20 0,80 2,00 Bhs1 35-54 8,00 20,50 8,00 3,02 0,67 0,53 4,00 Bhs2 54-69 14,20 20,50 2,00 4,33 1,18 1,11 16,01 Bs 69-80 17,20 12,80 5,00 3,66 2,29 1,83 4,00 7,60 12,80 5,00 3,99 1,01 0,81 4,00 + C 80-110 A1 0-6,5 17,50 5,10 4,00 1,48 5,80 3,86 2,00 A2 6,5-11 14,00 15,40 4,00 1,47 1,56 1,33 6,01 Bhs 11--17 19,70 5,10 4,00 2,71 6,53 4,35 2,00 E1 17-28 13,80 12,80 4,00 2,70 1,84 1,53 5,00 E2 28-44 13,80 7,70 4,00 3,35 3,07 2,30 3,00 Bh 44-51 60,20 25,70 13,10 4,36 3,97 3,00 3,08 Bhm 51-66 115,80 31,30 25,50 4,75 6,30 4,14 1,92 Salina - Perfil P9 - Altitude 96m 45 Oliveira et al. (2010), estudando Espodossolos de restinga, observaram maior participação de Al ligado a ácidos orgânicos, sugerindo sua maior participação no processo de podzolização quando comparado ao Fe. Apesar de no presente estudo não ter sido realizado o fracionamento de Fe e Al, têmse altos teores de Al2O3, bem como elevados valores da relação Al2O3/ Fe2O3, indicando predomino de Al, corroborando com os dados da literatura. A menor participação do Fe complexado com ácidos orgânicos, pode ser atribuída à presença do lençol freático elevado no perfil do solo, promovendo redução e remoção do Fe do sistema (Anderson et al., 1982; Farmer et al., 1983; Oliveira et al., 2010), que pode ser intensificado pela textura arenosa do solo (Andriesse, 1969). No presente estudo, além da necessidade de determinar as formas de Fe e Al ligadas à fração orgânica, também têm-se a necessidade da compreensão da participação do íon sódio (ambiente salina) na gênese do horizonte espódico. À exceção dos horizontes E (P4), e Bhs1 (P6), os valores de Ki e Kr dos solos estudados foram elevados, indicativo de baixo grau de intemperismo (Embrapa, 2006). No SiBCS (Embrapa, 2006), para o quinto nível categórico, é possível por meio dos índices Ki e Kr a distinção de solos cauliníticos, oxídicos e gibbsíticos. Nos solos em estudo, mesmo sendo baixos os teores de argila (Quadro 2), em função do baixo grau de intemperismo, sugere-se a preservação dessas argilas. Para reforçar tal hipótese, Sousa (2003), estudando solos da bacia do Pantanal, verificaram a presença da argila Ilita (2:1), justificando os elevados índices Ki e Kr. 2.3.4 Gênese e Classificação dos Solos Em função dos teores e espessura, os horizontes superficiais dos perfis P1 e P2 (área de baía) foram identificados como H Hístico; enquanto os demais identificados como A moderado (Embrapa, 2006). Em todos os perfis 46 estudados nos três ambientes observa-se a presença de horizontes subsuperficial B espódico, sendo no primeiro nível categórico do SiBCS (Embrapa, 2006) classificados na ordem dos Espodossolos. Portanto, nos níveis hierárquicos mais baixos do SiBCS, foram classificados apenas os perfis, que além da determinação de COT, também procedeu-se a análise de ataque sulfúrico, determinando os teores de Al2O3 e Fe2O3, elementos imprescindíveis para melhor categorização da ordem em estudo. Na área de baía os perfis P2 (seqüência de horizontes H-E-Bhs) e P3 (A-E-Bhs), apresentaram matiz 2,5Y e 5Y e acúmulo de Fe e matéria orgânica nos horizontes subsuperficiais; sendo classificados em nível de subordem em Espodossolo Ferrihumilúvicos. O perfil P2 enquadra-se no nível de grande grupo como Hidromórfico; e no nível de subgrupo em organossólico, pois permanece saturado com água em um ou mais horizontes dentro de 100 cm da superfície do solo e apresenta horizonte H Hístico; sendo, portanto, classificado em Espodossolo Ferrihumilúvico Hidromórfico organossólico. Já o perfil P3 por não apresentar nenhum outro atributo diferencial, em nível de grande grupo e subgrupo, foi classificado em Espodossolo Ferrihumilúvico Órtico típico. Na área de campos de inundação os perfis P4 e P6, com seqüência de horizontes A-E-Bs, matiz 10YR, apresentaram predomínio de ferro no horizonte espódico, sendo classificados em nível de subordem em Espodossolos Ferrilúvicos. O perfil P4, devido à presença de mosqueado de matiz 10YR e por permanecer saturado com água em um ou mais horizontes dentro de 100 cm da superfície do solo, enquadra-se no nível de grande grupo como Hidromórfico; e no subgrupo, por não apresentar nenhum atributo diferencial foi classificado em Espodossolo Ferrilúvico Hidromórfico típico. O perfil P6 por não apresentar nenhum atributo diferencial em nível de grande grupo enquadrou-se como Órtico; e devido apresentar textura arenosa da superfície do solo até uma profundidade superior 100 cm, no subgrupo foi classificado de Espodossolo Ferrilúvico Órtico espessarênico. Na área de salina o perfil P9, com seqüência de horizontes A-E-Bhsm, matiz variando de 10YR a 5Y, apresentou predomínio de ferro e compostos 47 orgânicos no horizonte espódico, enquadrando-se em nível de subordem em Ferrihumilúvico. No grande grupo, devido não apresentar nenhum atributo diferencial foi denominado de Órtico; e no subgrupo devido presença de horizonte cimentado (ortstein) dentro de 100 cm da superfície do solo, foi classificado de Espodossolo Ferrihumilúvico Órtico dúrico. 2.4 Conclusões 1. Como principais atributos morfológicos e físicos, verificaram-se nas áreas de baía e salina cores variando de bruno-claro-acinzentado, preto a cinzento-oliváceo-escuro, associadas às condições de solo muito mal drenado; e amareladas com mosqueados nos campos de inundação com solos pouco mais drenados. Em todos os perfis, observou-se a fração areia com textura variando de areia à franco arenosa. 2. Na área de campos de inundação ocorreram solos ácidos, com baixa saturação por bases e acúmulo de ferro e alumínio no horizonte espódico. Na salina e baía, ocorreram solos alcalinos, com elevados teores de sódio, com acúmulo de ferro, alumínio e matéria orgânica no horizonte espódico. 3. Nos três ambientes de estudo constatou-se a influência dos fatores relevo e material de origem, associados ao processo de podzolização, como principais atuantes na gênese dos solos estudados. 4. Os critérios utilizados no Sistema Brasileiro de Classificação de Solos foram suficientes para enquadramento dos solos estudados, nos níveis mais baixos. No entanto, alguns solos, principalmente na área de salina apresentaram elevada saturação por sódio, sugerindo inclusão do caráter sódico e/ou solódico para a ordem dos Espodossolos. 48 REFERÊNCIAS AB’ SABER, A N. O pantanal mato-grossense e a teoria dos refúgios. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Rev. Bras. Geog. – IBGE, ano 1, n. 1, Rio de Janeiro, p.9-57,1988. ANDERSON, H. A.; BERROW, M. L.; FARMER, V. C.; HEPBURN, A.; RUSSELL, J. D. e WALKER, A. D. A reassessment of Podzol forming processes. J. Soil Sci., 33:125-136, 1982. ANDRIESSE, J. P. 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Material originário – Sedimentos de textura arenosa da Bacia do rio Taquari (sedimentos quaternários). Pedregosidade – Não pedregoso. Rochosidade – Não rochoso. Relevo local – Plano. Relevo regional – Plano. Erosão – Ausente. Drenagem – Imperfeitamente drenado. Vegetação primária – Campo Cerrado Tropical. 54 Uso atual – Pastagem natural. Clima – Aw da Classificação de Köppen. Descrito e coletado por – Jolimar Antonio Schiavo e Antonino Hypólito Dias Neto. B. Descrição Morfológica H 21 – 0 cm; preto (5Y 2,5/1); granular; moderado; médio; dura; firme; plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e abrupta. E 0 – 19 cm; bruno oliváceo (2,5Y 6/3); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta. Bhs1 19 – 25 cm; bruno acinzentado muito escuro (2,5Y 3/2); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição ondulada e clara. Bhs2 25 – 34 cm; bruno oliváceo (2,5Y 4/3); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição ondulada e clara. Bhs3 34 – 50 cm; bruno acinzentado muito escuro (2,5Y 3/2); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição ondulada e clara. Bhs4 50 – 59 cm; bruno oliváceo (2,5Y 4/3); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição ondulada e clara. Bhs5 59 – 89+ cm; bruno oliváceo (2,5Y 4/3); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa. Raízes - Finas presentes no horizonte H. Observações - Presença de concreções esverdeadas na profundidade de 19 59 cm. Lençol freático presente aos 89 cm, no horizonte espódico (Bhs5). A. Descrição Geral PERFIL 2 Data – 01/10/2009 55 Classificação – Espodossolo Ferrihumilúvico Hidromórfico organossólico. Unidade de mapeamento – ESKg Localização, município, estado e coordenada – Fazenda Nhumirim na Invernada 3; município de Corumbá/MS e 18º 59’ 34” S e 56º 36’ 15” W. Situação, declive e cobertura vegetal sobre o perfil – Descrito e coletado em trincheira. Relevo plano. Vegetação Luziula sp. (capim-arroz). Altitude – 97 metros. Litologia – sedimentos aluviais dominantemente arenosos. Formação geológica – Formação Pantanal. Cronologia – Período Quaternário. Material originário – Sedimentos de textura arenosa da Bacia do rio Taquari (sedimentos quaternários). Pedregosidade – Não pedregoso. Rochosidade – Não rochoso. Relevo local – Plano. Relevo regional – Plano. Erosão – Ausente. Drenagem – Imperfeitamente drenado. Vegetação primária – Campo Cerrado Tropical. Uso atual – Pastagem natural. Clima – Aw da Classificação de Köppen. Descrito e coletado por – Jolimar Antonio Schiavo e Antonino Hypólito Dias Neto. B. Descrição Morfológica H 20 – 0 cm; preto (5Y 2,5/1); granular; moderado; médio; dura; firme; plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e abrupta. 56 E 0 – 22 cm; bruno oliváceo (2,5Y 7/3); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta. Bhs1 22 – 40 cm; bruno acinzentado muito escuro (2,5Y 3/2); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e clara. Bhs2 40 – 58 cm; bruno oliváceo (2,5Y 4/3); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e clara. Bhs3 58 – 81 cm; bruno oliváceo (2,5Y 4/3); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e clara. Bhs4 81 – 100 cm; bruno oliváceo (2,5Y 4/3); areia franca; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa. Raízes - Finas presentes no horizonte H. Observações - Presença de concreções de Fe nos horizontes Bhs1 e Bhs2, com abundância no Bhs1. A. Descrição Geral PERFIL 3 Data – 01/10/2009 Classificação – Espodossolo Ferrihumilúvico Órtico típico Unidade de mapeamento – ESKo Localização, município, estado e coordenada – Fazenda Nhumirim na Invernada 3; município de Corumbá/MS e 18º 59’ 34” S e 56º 36’ 15” W. Situação, declive e cobertura vegetal sobre o perfil – Descrito e coletado em trincheira. Relevo plano. Vegetação Luziula sp. (capim-arroz). Altitude – 97 metros. Litologia – Sedimentos aluviais dominantemente arenosos. Formação geológica – Formação Pantanal. Cronologia – Período Quaternário. 57 Material originário – Sedimentos de textura arenosa da Bacia do rio Taquari (sedimentos quaternários). Pedregosidade – Não pedregoso. Rochosidade – Não rochoso. Relevo local – Plano. Relevo regional – Plano. Erosão – Ausente. Drenagem – Imperfeitamente drenado. Vegetação primária – Campo Cerrado Tropical. Uso atual – Pastagem natural. Clima – Aw da Classificação de Köppen. Descrito e coletado por – Jolimar Antonio Schiavo e Antonino Hypólito Dias Neto. B. Descrição Morfológica A1 0 – 12 cm; preto (5Y 2,5/1); granular; moderado; médio; dura; firme; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e abrupta. A2 12 – 17 cm; bruno acinzentado muito escuro (2,5Y 3/2); areia franca; granular; moderado; médio; dura; firme; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e abrupta. E 17 – 32 cm; bruno oliváceo (2,5Y 7/2); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição descontínua e abrupta. Bhs1 32 – 53 cm; bruno acinzentado muito escuro (2,5Y 3/2); areia franca; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição descontínua e abrupta. Bhs2 53 – 66 cm; bruno acinzentado muito escuro (2,5Y 3/2); areia franca; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição descontínua e abrupta. 58 Bh 66 – 82 cm; bruno oliváceo claro (2,5Y 5/3); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição descontinua e abrupta. 2Bhs3 82 – 100 cm; bruno acinzentado muito escuro (2,5Y 3/2); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição descontínua e abrupta. 2Bhs4 100 – 120+ cm; bruno acinzentado escuro (2,5Y 4/2); areia franca; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa. Raízes – Finas, presentes nos horizontes A1 e A2. Observações – Presença de mancha preta, nos horizontes Bhs1 e Bhs2 (32 – 66 cm). Presença de pontos de oxidação de Fe nos horizontes E e Bh; e, concreções arredondadas de Fe no Bhs1 e Bhs2. Da profundidade de 82 cm em diante, o solo vai se tornando esverdeado. 1.2 Área de campos de inundação A. Descrição Geral PERFIL 4 Data – 05/03/2009 Classificação – Espodossolo Ferrilúvico Hidromórfico típico Unidade de mapeamento – ESg Localização, município, estado e coordenada – Zona rural denominada Curixão; a 57 Km da zona urbana do município de Rio Negro/MS; 19° 09’ 39” S e 55° 17’ 32” W. Situação, declive e cobertura vegetal sobre o perfil – Descrito e coletado em trincheira. Relevo plano. Vegetação capim nativo (capim rabo-de-burro ou navalha) e espécies arbóreas (cambará). Altitude – 290 metros Litologia – Sedimentos aluviais dominantemente arenosos. Formação geológica – Formação Pantanal. 59 Cronologia – Período Quaternário. Material originário – Sedimentos de textura arenosa da Bacia do rio Taquari (sedimentos quaternários). Pedregosidade – Não pedregoso. Rochosidade – Não rochoso. Relevo local – Plano. Relevo regional – Plano. Erosão – Ausente. Drenagem – Imperfeitamente drenado. Vegetação primária – Campo Cerrado Tropical. Uso atual – Pastagem natural. Clima – Aw da Classificação de Köppen. Descrito e coletado por – Marcos Gervasio Pereira, Jolimar Antonio Schiavo e Antonino Hypólito Dias Neto. B. Descrição Morfológica A1 0 – 22 cm; bruno acinzentado muito escuro (10YR 3/2); granular; moderado; médio; dura; friável; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e gradual. A2 22 – 31 cm; bruno amarelado escuro (10YR 4/4); areia; bloco subangular; fraco; médio; dura; muito friável; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e abrupta. E 31 – 50 cm; amarelo (10YR 7/6); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e gradual. Bs1 50 – 56 cm; amarelo brunado (10YR 6/8); bruno acinzentado (10YR 5/2); abundante, pequeno e distinto; areia; bloco angular; moderado; pequeno/médio; dura; friável; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e gradual. 60 Bs2 56 – 70+ cm; amarelo brunado (10YR 6/8); areia franca; bloco angular; moderado; médio; dura; firme; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa. Raízes – Finas, presentes no horizonte A1. Observações – Presença de mosqueado no horizonte Bs1. A. Descrição Geral PERFIL 5 Data – 05/03/2009 Classificação – Espodossolo Unidade de mapeamento – E Localização, município, estado e coordenada – Zona rural denominada Curixão; a 57 Km da zona urbana do município de Rio Negro; MS; 19° 09’ 39” S e 55° 17’ 32” W. Situação, declive e cobertura vegetal sobre o perfil – Descrito e coletado em trincheira. Relevo plano. Vegetação capim nativo (capim rabo-de-burro ou navalha) e espécies arbóreas (cambará). Altitude – 290 metros. Litologia – Sedimentos aluviais dominantemente arenosos. Formação geológica – Formação Pantanal. Cronologia – Período Quaternário. Material originário – Sedimentos de textura arenosa da Bacia do rio Taquari (sedimentos quaternários). Pedregosidade – Não pedregoso. Rochosidade – Não rochoso. Relevo local – Plano. Relevo regional – Plano. 61 Erosão – Ausente. Drenagem – Imperfeitamente drenado. Vegetação primária – Campo Cerrado Tropical. Uso atual – Pastagem natural. Clima – Aw da Classificação de Köppen. Descrito e coletado por – Marcos Gervasio Pereira, Jolimar Antonio Schiavo e Antonino Hypólito Dias Neto. B. Descrição Morfológica A 0 – 10 cm; bruno muito escuro (10YR 2/2); granular; fraco; pequeno; dura; friável; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e gradual. Bs1 10 – 25 cm; bruno acinzentado muito escuro (10YR 3/3); granular; moderado; médio; dura; friável; plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e clara. Bs2 25 – 41 cm; bruno amarelado escuro (10YR 4/4); bruno escuro (10YR 3/3); abundante, pequeno e distinto; areia; bloco subangular; fraco; pequeno; dura; friável; ligeiramente plástica e pegajosa; transição plana e clara. E 41 – 65 cm; bruno escuro (10YR 7/4); bruno amarelado escuro (10YR 4/6); abundante, pequeno e distinto; areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e clara. 2Bs3 65 – 100 cm; bruno escuro (10YR 3/3); bruno amarelado escuro (10YR 4/6); abundante, pequeno e distinto; areia franca; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa. Raízes – Finas, presentes nos horizontes A, Bs1 e Bs2 (profundidade de 0 – 41 cm). Observações – Presença de mosqueados nos horizontes Bs2, E e 2Bs3. 62 A. Descrição Geral PERFIL 6 Data – 01/10/2009 Classificação – Espodossolo Ferrilúvico Órtico espessarênico Unidade de mapeamento – ESo Localização, município, estado e coordenada – Fazenda Nhumirim na Invernada 8; município de Corumbá/MS e 18º 58’ 49” S e 56º 39’ 08” W. Situação, declive e cobertura vegetal sobre o perfil – Descrito e coletado em trincheira. Relevo plano. Vegetação capim nativo e espécies arbóreas (canjiqueira, lixeira e coroa-de-frade). Altitude – 100 metros. Litologia – Sedimentos aluviais dominantemente arenosos. Formação geológica – Formação Pantanal. Cronologia – Período Quaternário. Material originário – Sedimentos de textura arenosa da Bacia do rio Taquari (sedimentos quaternários). Pedregosidade – Não pedregoso. Rochosidade – Não rochoso. Relevo local – Plano. Relevo regional – Plano. Erosão – Ausente. Drenagem – Imperfeitamente drenado. Vegetação primária – Campo Cerrado Tropical. Uso atual – Pastagem nativa Mesosetum sp. e Aristida sp. (bovino). Clima – Aw da Classificação de Köppen. Descrito e coletado por – Jolimar Antonio Schiavo e Antonino Hypólito Dias Neto. 63 B. Descrição Morfológica A 0 – 10 cm; bruno escuro (10YR 3/3); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta. E 10 – 35 cm; bruno (10YR 8/6); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta. Bhs1 35 – 54 cm; bruno amarelado escuro (10YR 4/4); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta. Bhs2 54 – 69 cm; bruno amarelado escuro (10YR 4/6); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta. Bs 69 – 80 cm; bruno amarelado escuro (10YR 4/6); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta. C 80 – 110+ cm; bruno amarelado (10YR 5/4); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa. Raízes - Presença de raízes até 80 cm (Bs). Observações - Há presença de pontuações arredondadas escuras nos horizontes Bhs2 e Bs (54 – 80 cm). A. Descrição Geral PERFIL 7 Data – 05/03/2009 Classificação – Espodossolo Unidade de mapeamento – E Localização, município, estado e coordenada – Zona rural a 6 Km a direita após a curva do Leque, sentido Nhecolândia, município de Corumbá/MS e 14’ 45” S e 56º 59’ 18” W. Situação, declive e cobertura vegetal sobre o perfil – Descrito e coletado em trincheira. Relevo plano. Vegetação espécies arbóreas (bacuri e carandá) e caraguatá. 64 Altitude – 123 metros. Litologia – Sedimentos aluviais dominantemente arenosos. Formação geológica – Formação Pantanal. Cronologia – Período Quaternário. Material originário – Sedimentos de textura arenosa da Bacia do rio Taquari (sedimentos quaternários). Pedregosidade – Não pedregoso. Rochosidade – Não rochoso. Relevo local – Plano. Relevo regional – Plano. Erosão – Ausente. Drenagem – Imperfeitamente drenado. Vegetação primária – Cerradão Tropical Caducifólia. Uso atual – Floresta. Clima – Aw da Classificação de Köppen. Descrito e coletado por – Marcos Gervasio Pereira, Jolimar Antonio Schiavo e Antonino Hypólito Dias Neto. B. Descrição Morfológica A1 0 – 10 cm; cinzento muito escuro (10YR 3/1); areia; granular; moderado; pequeno; macia; muito friável; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e gradual. A2 10 – 20 cm; bruno acinzentado muito escuro (10YR 3/2); areia; granular; moderado; pequeno; macia; muito friável; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e gradual. Bhs1 20 – 40 cm; bruno acinzentado escuro (10YR 4/2); areia; granular; moderado; pequeno; macia; muito friável; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e gradual. 65 Bhs2 40 – 50 cm; bruno escuro (10YR 3/3); areia; bloco angular; moderado; pequeno/médio; macia; muito friável; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e gradual. Bs 50 – 70 cm; bruno escuro (10YR 3/3); bruno escuro (10YR 4/3); abundante, pequeno e distinto; areia; bloco angular; moderado; pequeno; macia; muito friável; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e gradual. C 70 – 120 cm; bruno amarelado claro (10YR 6/4); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa. Raízes – Finas, presentes até 70 cm (Bs). Observações – Presença de poucas pontuações avermelhadas e amareladas e concreções de Mn+2, no horizonte C. A. Descrição Geral PERFIL 8 Data – 05/03/2009 Classificação – Espodossolo Unidade de mapeamento – E Localização, município, estado e coordenada – Zona rural a 6 Km a direita após a curva do Leque, sentido Nhecolândia, município de Corumbá/MS e 14’ 45” S e 56º 59’ 18” W. Situação, declive e cobertura vegetal sobre o perfil – Descrito e coletado em trincheira. Relevo plano. Vegetação espécies arbóreas (bacuri, carandá e caraguatá). Altitude – 123 metros. Litologia – Sedimentos aluviais dominantemente arenosos. Formação geológica – Formação Pantanal. Cronologia – Período Quaternário. 66 Material originário – Sedimentos de textura arenosa da Bacia do rio Taquari (sedimentos quaternários). Pedregosidade – Não pedregoso. Rochosidade – Não rochoso. Relevo local – Plano. Relevo regional – Plano. Erosão – Ausente. Drenagem – Imperfeitamente drenado. Vegetação primária – Cerradão Tropical Caducifólia. Uso atual – Floresta. Clima – Aw da Classificação de Köppen. Descrito e coletado por – Marcos Gervasio Pereira, Jolimar Antonio Schiavo e Antonino Hypólito Dias Neto. B. Descrição Morfológica A1 0 – 7,5 cm; bruno escuro (10YR 3/3); areia; granular; fraco; pequeno/médio; macia; muito friável; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e gradual. A2 7,5 – 15 cm; bruno escuro (10YR 3/3); areia; granular; moderado; pequeno/médio; macia; muito friável; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e gradual. A3 15 – 30 cm; bruno escuro (10YR 3/3); areia; bloco subangular; fraco; pequeno; macia; muito friável; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e clara. E 30 – 37 cm; bruno escuro (10YR 7/3); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e clara. Bhs1 35 – 45 cm; bruno amarelado escuro (10YR 3/4); areia; bloco subangular; fraco; pequeno; macia/ligeiramente dura; muito friável; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e clara. 67 Bhs2 45 – 55 cm; bruno amarelado escuro (10YR 4/4); areia; bloco angular; moderado; médio; ligeiramente dura; muito friável; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e clara. Bs1 55 – 70 cm; bruno (10YR 4/3); areia; bloco angular; moderado; médio; ligeiramente dura; muito friável; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e clara. Bs2 70 – 87 cm; bruno (10YR 4/3); areia; bloco angular; moderado; médio; muito dura; friável; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e clara. Bs3 87 – 105 cm; bruno (10YR 4/3); areia; bloco angular; moderado; médio/grande; ligeiramente dura; friável; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e abrupta. C 105 – 125+ cm; bruno amarelado claro (10YR 6/4); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa. Raízes – Finas, presentes até 105 cm. Observações - Presença, no horizonte C, de poucas pontuações avermelhadas e amareladas e concreções de Mn+2. A. Descrição Geral TRADAGEM T1 Data – 05/03/2009 Classificação – Espodossolo Unidade de mapeamento – E Localização, município, estado e coordenada – Zona rural, 14 km antes da curva do Leque, sentido Nhecolândia, município de Corumbá/MS e 19º 21’ 00” S e 55º 12’ 28” W. Situação, declive e cobertura vegetal sobre o perfil – Coletado com trado holandês. Relevo plano. Vegetação capim nativo. Altitude – 155 metros. 68 Litologia – Sedimentos aluviais dominantemente arenosos. Formação geológica – Formação Pantanal. Cronologia – Período Quaternário. Material originário – Sedimentos de textura arenosa da Bacia do rio Taquari (sedimentos quaternários). Pedregosidade – Não pedregoso. Rochosidade – Não rochoso. Relevo local – Plano. Relevo regional – Plano. Erosão – Ausente. Drenagem – Imperfeitamente drenado. Vegetação primária – Campo Cerrado Tropical. Uso atual – Capim nativo. Clima – Aw da Classificação de Köppen. Coletado por – Marcos Gervasio Pereira, Jolimar Antonio Schiavo e Antonino Hypólito Dias Neto. A. Descrição Geral TRADAGEM T2 Data – 05/03/2009 Classificação – Espodossolo Unidade de mapeamento – E Localização, município, estado e coordenada – Zona rural, 22 km antes da curva do Leque, sentido Nhecolândia, município de Corumbá/MS e 19º 11’ 43” S e 56º 53’ 17” W. Situação, declive e cobertura vegetal sobre o perfil – Coletado com trado holandês. Relevo plano. Vegetação capim nativo. 69 Altitude – 100 metros. Litologia – Sedimentos aluviais dominantemente arenosos. Formação geológica – Formação Pantanal. Cronologia – Período Quaternário. Material originário – Sedimentos de textura arenosa da Bacia do rio Taquari (sedimentos quaternários). Pedregosidade – Não pedregoso. Rochosidade – Não rochoso. Relevo local – Plano. Relevo regional – Plano. Erosão – Ausente. Drenagem – Imperfeitamente drenado. Vegetação primária – Campo Cerrado Tropical Uso atual – Capim nativo. Clima – Aw da Classificação de Köppen. Coletado por – Marcos Gervasio Pereira, Jolimar Antonio Schiavo e Antonino Hypólito Dias Neto. A. Descrição Geral TRADAGEM T3 Data – 05/03/2009 Classificação – Espodossolo Unidade de mapeamento – E Localização, município, estado e coordenada – Zona rural denominada Curixão; a 44 Km da zona urbana do município de Rio Negro; MS; 19° 09’ 39” S e 55° 17’ 32” W. 70 Situação, declive e cobertura vegetal sobre o perfil – Coletado com trado. Relevo plano. Vegetação Capim nativo. Altitude – 290 metros Litologia – Sedimentos aluviais dominantemente arenosos. Formação geológica – Formação Pantanal. Cronologia – Período Quaternário. Material originário – Sedimentos de textura arenosa da Bacia do rio Taquari (sedimentos quaternários). Pedregosidade – Não pedregoso. Rochosidade – Não rochoso. Relevo local – Plano. Relevo regional – Plano. Erosão – Ausente. Drenagem – Imperfeitamente drenado. Vegetação primária – Campo Cerrado Tropical. Uso atual – Capim nativo. Clima – Aw da Classificação de Köppen. Coletado por – Marcos Gervasio Pereira, Jolimar Antonio Schiavo e Antonino Hypólito Dias Neto. 1.3 Ambiente de salina A. Descrição Geral PERFIL 9 Data – 30/09/2009 Classificação – Espodossolo Ferrihumilúvico Órtico dúrico Unidade de mapeamento – ESKo 71 Localização, município, estado e coordenada – Fazenda Nhumirim na Invernada 7 (salina do meio); município de Corumbá/MS e 18º 58’ 29” S e 56º 38’ 49” W. Situação, declive e cobertura vegetal sobre o perfil – Descrito e coletado em trincheira. Relevo plano. Vegetação Capim nativo. Altitude – 96 metros. Litologia – Sedimentos aluviais dominantemente arenosos. Formação geológica – Formação Pantanal. Cronologia – Período Quaternário. Material originário – Sedimentos de textura arenosa da Bacia do rio Taquari (sedimentos quaternários). Pedregosidade – Não pedregoso. Rochosidade – Não rochoso. Relevo local – Plano. Relevo regional – Plano. Erosão – Ausente. Drenagem – Imperfeitamente drenado. Vegetação primária – Campo Cerrado Tropical. Uso atual – Pastagem nativa (bovino e equino). Clima – Aw da Classificação de Köppen. Descrito e coletado por – Jolimar Antonio Schiavo e Antonino Hypólito Dias Neto. B. Descrição Morfológica A1 0 – 6,5 cm; cinzento muito escuro (10YR 3/1); areia; granular; moderado; pequeno/médio; ligeiramente dura; friável; plástica e pegajosa; transição plana e abrupta. 72 A2 6,5 – 11 cm; bruno acinzentado muito escuro (2,5Y 3/2); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta. Bhs 11 – 17 cm; bruno acinzentado muito escuro (2,5Y 4/2); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta. E1 17 – 28 cm; cinzento brunado claro (2,5Y 7/2); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta. E2 28 – 44 cm; cinzento brunado claro (2,5Y 6/2); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta. Bh 44 – 51 cm; cinzento oliváceo escuro (5Y 3/2); areia; maciça; muito dura; firme; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e clara. Bhm 51 – 66 cm; preto (5Y 2,5/2); areia; maciça; extremamente dura; extremamente firme. Raízes – Ausente. Observações – Horizonte cimentado, denominado ortstein, na profundidade de 51 – 66+ cm. A. Descrição Geral PERFIL 10 Data – 01/10/2009 Classificação – Espodossolo Unidade de mapeamento – E Localização, município, estado e coordenada – Fazenda Nhumirim na Invernada 7 (terço médio da salina); município de Corumbá/MS e 18º 58’ 29” S e 56º 38’ 49” W. Situação, declive e cobertura vegetal sobre o perfil – Descrito e coletado em trincheira. Relevo plano. Vegetação Capim nativo Altitude – 96 metros. Litologia – Sedimentos aluviais dominantemente arenosos. 73 Formação geológica – Formação Pantanal. Cronologia – Período Quaternário. Material originário – Sedimentos de textura arenosa da Bacia do rio Taquari (sedimentos quaternários). Pedregosidade – Não pedregoso. Rochosidade – Não rochoso. Relevo local – Plano. Relevo regional – Plano. Erosão – Ausente. Drenagem – Imperfeitamente drenado. Vegetação primária – Campo Cerrado Tropical. Uso atual – Pastagem nativa (bovino e eqüino). Clima – Aw da Classificação de Köppen. Descrito e coletado por – Jolimar Antonio Schiavo e Antonino Hypólito Dias Neto. B. Descrição Morfológica A1 0 – 5 cm; bruno oliváceo (2,5Y 4/3); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta. A2 5 – 13 cm; bruno acinzentado muito escuro (2,5Y 3/2); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta. E 13 – 39 cm; bruno oliváceo (2,5Y 7/3); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta. Bh 39 – 60 cm; bruno oliváceo claro (2,5Y 5/3); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta. Bhsm 60 – 80 cm; bruno acinzentado muito escuro (2,5Y 3/2); areia; maciça; extremamente dura; extremamente firme. 74 Raízes - Ausente. Observações - Horizonte cimentado, denominado ortstein, na profundidade de 60 – 80+ cm. A. Descrição Geral PERFIL 11 Data – 30/09/2009 Classificação – Espodossolo Unidade de mapeamento – E Localização, município, estado e coordenada – Fazenda Nhumirim na Invernada 7 (praia); município de Corumbá/MS e 18º 58’ 29” S e 56º 38’ 49” W. Situação, declive e cobertura vegetal sobre o perfil – Descrito e coletado em trincheira. Relevo plano. Vegetação capim nativo com predominância de Aristida sp., malva branca, Cynodon. Altitude – 96 metros. Litologia – Sedimentos aluviais dominantemente arenosos. Formação geológica – Formação Pantanal. Cronologia – Período Quaternário. Material originário – Sedimentos de textura arenosa da Bacia do rio Taquari (sedimentos quaternários). Pedregosidade – Não pedregoso. Rochosidade – Não rochoso. Relevo local – Plano. Relevo regional – Plano. Erosão – Ausente. Drenagem – Imperfeitamente drenado. Vegetação primária – Campo Cerrado Tropical. 75 Uso atual – Pastagem nativa (bovino e equino). Clima – Aw da Classificação de Köppen. Descrito e coletado por – Jolimar Antonio Schiavo e Antonino Hypólito Dias Neto. B. Descrição Morfológica A1 0 – 7 cm; bruno oliváceo claro (2,5Y 5/3); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta. A2 7 – 17 cm; bruno oliváceo claro (2,5Y 5/3); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta. Bh1 17 – 33 cm; bruno oliváceo claro (2,5Y 5/3); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta. Bh2 33 – 64 cm; bruno oliváceo claro (2,5Y 5/3); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta. Bh3 64 – 104 cm; bruno oliváceo claro (2,5Y 5/3); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta. E 104 – 126 cm; bruno acinzentado escuro (2,5Y 8/2); areia; grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta. 2Bh4 126 – 146 cm; bruno acinzentado muito escuro (2,5Y 3/2); areia; maciça; muito dura; firme; plástica e pegajosa; plana e abrupta. Bhs 146 – 164 cm; bruno acinzentado muito escuro (2,5Y 3/2); areia; maciça; muito dura; firme; plástica e pegajosa; plana e abrupta. Bhsm 164 – 180 cm; cinzento oliváceo escuro (5Y 3/2); areia; maciça; extremamente dura; extremamente firme. Raízes – Finas, presentes de raízes até a profundidade de 60 cm. Observações – Horizonte cimentado, denominado ortstein, na profundidade de 164 – 180 cm. 76 A. Descrição Geral TRADAGEM T4 Data – 01/10/2009 Classificação – Espodossolo Unidade de mapeamento – E Localização, município, estado e coordenada – Fazenda Nhumirim na Invernada 8 (praia); município de Corumbá/MS e 18º 58’ 57” S e 56º 39’ 46” W. Situação, declive e cobertura vegetal sobre o perfil – Coletado com trado holandês. Relevo plano. Vegetação Capim nativo. Altitude – 97 metros. Litologia – Sedimentos aluviais dominantemente arenosos. Formação geológica – Formação Pantanal. Cronologia – Período Quaternário. Material originário – Sedimentos de textura arenosa da Bacia do rio Taquari (sedimentos quaternários). Pedregosidade – Não pedregoso. Rochosidade – Não rochoso. Relevo local – Plano. Relevo regional – Plano. Erosão – Ausente. Drenagem – Imperfeitamente drenado. Vegetação primária – Campo Cerrado Tropical. Uso atual – Praia. Clima – Aw da Classificação de Köppen. Coletado por – Jolimar Antonio Schiavo e Antonino Hypólito Dias Neto. Observações – Presença de lençol freático com 60 cm de profundidade. 77 A. Descrição Geral TRADAGEM T5 Data – 01/10/2009 Classificação – Espodossolo Unidade de mapeamento – E Localização, município, estado e coordenada – Fazenda Nhumirim na Invernada 8 (borda da salina); município de Corumbá/MS e 18º 58’ 57” S e 56º 39’ 46” W. Situação, declive e cobertura vegetal sobre o perfil – Coletado com trado holandês. Relevo plano. Vegetação Capim nativo. Altitude – 97 metros. Litologia – Sedimentos aluviais dominantemente arenosos. Formação geológica – Formação Pantanal. Cronologia – Período Quaternário. Material originário – Sedimentos de textura arenosa da Bacia do rio Taquari (sedimentos quaternários). Pedregosidade – Não pedregoso. Rochosidade – Não rochoso. Relevo local – Plano. Relevo regional – Plano. Erosão – Ausente. Drenagem – Imperfeitamente drenado. Vegetação primária – Campo Cerrado Tropical. Uso atual – Praia. Clima – Aw da Classificação de Köppen. Coletado por – Jolimar Antonio Schiavo e Antonino Hypólito Dias Neto. 78 1.4 Ilustração dos perfis 79