UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL
UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE AQUIDAUANA
PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA
CARACTERIZAÇÃO E GÊNESE DE ESPODOSSOLOS
DO MATO GROSSO DO SUL DA BACIA DO ALTO
PARAGUAI
Aquidauana – Mato Grosso do Sul – Brasil
Fevereiro de 2011
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL
UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE AQUIDAUANA
PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA
CARACTERIZAÇÃO E GÊNESE DE ESPODOSSOLOS
DO MATO GROSSO DO SUL DA BACIA DO ALTO
PARAGUAI
Acadêmico: Antonino Hypólito Dias Neto
Orientador: Dr. Jolimar Antonio Schiavo
“Dissertação apresentada ao programa
de pós-graduação em Agronomia, área
de concentração em Produção Vegetal,
da Universidade Estadual de Mato
Grosso do Sul, como parte das
exigências para a obtenção de título de
Mestre em Agronomia (Produção
Vegetal)”.
Aquidauana – Mato Grosso do Sul – Brasil
Fevereiro de 2011
iii
"Se aprendermos
a linguagem do
solo, ele falará
conosco.”
Nyle C. Brady
iv
Dedico,
a minha avó
Maria Brasilina Dias
(in memorium)

v
AGRADECIMENTOS
À Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – UEMS – pelo
acolhimento e oportunidade da realização do curso de graduação e pósgraduação em Agronomia.
Ao CNPq projeto “casadinho”, pelo apoio financeiro e concessão de
bolsa de estudo (processo 620029/20080).
À Embrapa Pantanal por disponibilizar a fazenda experimental
Nhumirim, alojamento e funcionários.
Ao Prof. Dr. Jolimar Antonio Schiavo pela orientação desde a
graduação, amizade, confiança, críticas, liberdade e ensinamentos muito válido
para minha formação.
Ao Prof. Dr. Marcos Gervasio Pereira da Universidade Federal Rural
do Rio de Janeiro (UFRRJ) pela parceria dos trabalhos desenvolvidos na
graduação e pós-graduação, com discussões técnicas e conhecimento
transmitido.
Aos professores do curso de graduação e pós-graduação em
Agronomia da UEMS, por terem um papel fundamental na minha formação, ao
longo desses sete anos.
Aos funcionários técnicos administrativos e terceirizados da UEMS,
pelo apoio nas adversidades encontradas.
vi
Aos funcionários de campo dos municípios de Aquidauana e
Anastácio que foram à planície pantaneira, enfrentado as dificuldades para a
realização das coletas de solo.
Aos amigos de laboratório que colaboraram na realização das
análises laboratoriais, além da amizade e apoio.
Aos colegas do curso de mestrado que foram importantes nessa
caminhada árdua e difícil.
Aos amigos constituídos dentro e fora da instituição de ensino, por
estarem nos momentos bons e ruins.
A todos os familiares presentes e aos que não estão mais entre nós,
por serem de suma importância.
Enfim, aos meus pais Luiz Hypólito Dias e Nazareth Oliveira Barbosa
Dias e, aos meus irmãos Luiz Francisco Hypólito Barbosa e Luiz Carlos
Barbosa Hypólito, pelo convívio familiar e pelos ensinamentos.
A todos aqueles que, de forma direta e indireta, contribuíram para a
realização desse trabalho.
Muito Obrigado.
vii
SUMÁRIO
Página
RESUMO............................................................................................................ix
CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS
1 Introdução.........................................................................................................1
1.1 Objetivos Gerais............................................................................................4
1.2 Revisão de Literatura.....................................................................................5
1.2.1 Bacia do Alto Rio Paraguai.........................................................................5
1.2.1.1 Pantanal...................................................................................................5
1.2.1.1.1 Bacia do Rio Taquari..........................................................................12
1.2.2 Espodossolos............................................................................................14
1.2.2.1 Extensão Geográfica dos Espodossolos...............................................16
1.2.2.2 Horizonte B espódico.............................................................................17
1.2.3 Matéria Orgânica......................................................................................19
CAPÍTULO 2 – CARACTERIZAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE SOLO DA BACIA
DO RIO TAQUARI NO PANTANAL SUL MATOGROSSENSE.
Resumo..............................................................................................................21
2.1 Introdução....................................................................................................22
2.2 Material e Métodos......................................................................................24
2.3 Resultados e Discussão..............................................................................27
2.3.1 Aspectos morfológicos..............................................................................27
2.3.2 Atributos físicos.........................................................................................32
2.3.3 Atributos químicos....................................................................................36
2.3.4 Gênese e Classificação dos Solos...........................................................46
2.4 Conclusões..................................................................................................48
REFERÊNCIAS ................................................................................................49
APÊNDICE.........................................................................................................54
viii
RESUMO
A região do Pantanal Sul Matogrossense é formada por sedimentos arenosos,
provenientes principalmente da bacia do rio Taquari, sendo a podzolização o
principal processo pedogenético neste ambiente. Os Espodossolos são
registrados na sua maioria em países de clima frio e úmido, e em menor
ocorrência em regiões tropicais e úmidos, como no Brasil encontrado em
ambientes costeiros (barreiras e restingas), região Amazônica e Pantanal.
Representando 21% dos solos da região do Pantanal, os Espodossolos
apresentam características diferenciadas física, química e morfologicamente
aos já descritos no Brasil, devido à sedimentação existente na planície
pantaneira. Objetivou-se neste trabalho caracterizar e classificar solos de três
ambientes distintos pertencentes à bacia do rio Taquari: baía, campos de
inundação e salina. Foram abertos três perfis na baía (P1, P2 e P3), cinco no
campo de inundação (P4, P5, P6, P7 e P8) e três na salina (P9, P10 e P11). Os
perfis foram morfologicamente descritos, e os horizontes, caracterizados
quanto aos atributos físicos, químicos e mineralógicos. Nos solos estudados
nos três ambientes houve predomínio da fração areia, com textura variando de
areia a franco arenosa. Nos perfis P1 e P2, os teores de COT nos horizontes
superficiais foram elevados (>80 g kg-1), identificado como H hístico; e
presença de cores escuras (matiz 5Y). Nos demais perfis os teores de COT
foram menores e as cores com matiz variando de 10YR (campo de inundação)
a 2,5Y e 5Y (salina). Houve variação nos atributos químicos e mineralógicos
nos solos estudados. Os perfis P1, P4, P5 e P6 apresentaram maior acidez (pH
variando de 4,43 a 6,74), elevados valores de H+ nos horizontes superficiais
(0,8 a 14,5 cmolc kg-1), baixos valores de Ca+2+Mg+2 (0,0 a 12,2 cmolc kg-1) e
baixa saturação por bases (<50%). Nos perfis P2, P3, P7 e P8 os valores de
pH variaram de 5,0 a 9,5, associados a maior presença dos íons Ca+2 e Mg+2,
com saturação por base, em alguns horizontes, maior que 50%. Já, os perfis
P9, P10 e P11 apresentaram valores de pH muito elevados (6,84 a 10,20),
ausência de Al+3 e H+, e elevada saturação por Na+ (até 75,83%). Nos perfis
P2, P3 e P9 ocorreu acúmulo de Fe (Fe2O3), Al (Al2O3) e compostos orgânicos
no horizonte espódico; ao passo que nos perfis P4 e P6 acumularam-se
apenas Fe e Al. De acordo com critérios adotados pelo Sistema Brasileiro de
Classificação de Solos (SiBCS) em nível de subgrupo os perfis foram
classificados em: P2: Espodossolo Ferrihumilúvico Hidromórfico organossólico.
P3: Espodossolo Ferrihumilúvico Órtico típico. P4: Espodossolo Ferrilúvico
Hidromórfico típico. P6: Espodossolo Ferrilúvico Órtico espessarênico. P9:
Espodossolo Ferrihumilúvico Órtico dúrico. Em função dos elevados valores de
saturação por sódio (75,83%) em alguns perfis estudados (P9, P10 e P11),
sugere-se a inclusão no SiBCS do caráter sódico e/ou solódico, para melhor
hierarquização da ordem dos Espodossolos. Nos três ambientes de estudo, o
relevo e material origem, condicionando o processo de podzolização, são os
principais responsáveis pela gênese dos solos.
Termos de indexação: Espodossolos, sedimentos quaternários, taxonomia de
solos, SiBCS.
ix
CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS
1 Introdução
O Pantanal, integrante da bacia hidrográfica do alto Paraguai (BAP),
ocupa uma área de aproximadamente 138.183 km2, distribuído entre os
Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A região apresenta complexa
rede hidrográfica, freqüentemente sujeita a inundação periódica, sendo o rio
Paraguai o principal eixo da drenagem regional, formado por vários grandes
leques aluviais marginais. Dentre os leques, o do rio Taquari assume grande
importância, abrangendo 36% da área da planície do Pantanal. É constituído
por onze sub-regiões, sendo uma delas a do Pantanal da Nhecolândia,
localizado na parte central do Pantanal com área de 26.921 km2. Abrange uma
área situada entre os rios Taquari e Negro e faz parte da porção sul do
megaleque do Taquari (Rodela e Queiroz Neto, 2006).
Assim como os demais pantanais, o Pantanal da Nhecolândia possui
características de uma alta diversidade litológica, geomorfológica, hidrológica,
climática e pedológica, resultando em variados tipos de ambientes. A subregião possui características próprias quanto ao tipo de litologia sobre as quais
formaram os seus solos. Os solos são em sua totalidade, influenciados pelo
hidromorfismo, favorecido pelo relevo plano, característica que determina a sua
forte tendência a inundações periódicas (Sousa, 2003).
A sub-região apresenta solos arenosos e hidromórficos do leque aluvial
do rio Taquari, que são na maior parte de baixa fertilidade. Situam-se em
extensa planície sedimentar com distintas unidades de paisagem e são
submetidos a um regime hídrico que varia desde o alagamento nas partes
baixas entre novembro e março, à deficiência de água nos níveis mais altos da
paisagem, entre abril e agosto. Estão presentes os Espodossolos, que
representam cerca de 21% da área total do Pantanal. Solos de textura arenosa
e, em média, teores de 2% de argila e 0,5% de matéria orgânica, tornando o
meio dependente do complexo orgânico para os processos de retenção e
liberação de nutrientes (Cunha e Dynia, 1985).
Os Espodossolos em sua grande maioria ocorrem em regiões de clima
frio como Norte da Europa, Ásia, Rússia, Austrália e outros; e em menor
proporção também têm sido registrados em regiões tropicais. No Brasil,
normalmente são encontrados em ambientes costeiros, denominados série
barreiras e com vegetação de restinga. Além do ambiente costeiro, os
Espodossolos também ocorrem em grandes áreas na Amazônia, e na região
do Pantanal (Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul). De uma maneira
geral, os Espodossolos são arenosos, quimicamente pobres, formados por
sedimentos fluviais do período quaternário (Oliveira et al., 2010; Coelho et al.,
2010).
Os Espodossolos são caracterizados por serem solos minerais, com
seqüência de horizontes A-E-Bh e, ou, Bs e, ou, Bhs-C. Esta classe de solo
apresenta como característica o horizonte B espódico que é formado pelo
processo chamado de podzolização, que consiste na translocação de material
orgânico e Al, acompanhado ou não de Fe, dos horizontes superficiais para o
horizonte subsuperficial (Gomes et. al., 2007), onde se acumulam misturas de
complexos organometálicos, acompanhadas ou não de oxi-hidróxidos de Fe e
Al e aluminossilicatos com diferentes graus de cristalinidade (Estados Unidos,
1999). São solos de idade sedimentar jovem e apresentam uma grande
variabilidade, resultado das diferentes etapas e processos de sedimentação,
assim a gênese desse solo depende da evolução dos ambientes sedimentares
presentes nos diferentes compartimentos geológico-geomorfológicos ali
existentes, bem como da evolução da própria vegetação que os recobre
(Moreira, 2007).
Assine (2003) acrescenta que neste ambiente de acúmulo de
sedimentos, e propenso à inundação periódica, a oscilação do nível do lençol
freático pode ser considerada um dos principais responsáveis pelas variações
nas características morfológicas e químicas; resultando na gênese diferenciada
do material sedimentado. Assim, na bacia do Pantanal a podzolização é um
2
dos processos pedogenéticos predominantes, sendo os Espodossolos,
Planossolos
e
Plintossolos
os
solos
mais
comumente
encontrados
(RadamBrasil, 1982).
No SiBCS (Embrapa, 2006), a ordem dos Espodossolos é dividida em
Espodossolo Humilúvico, quando há predomínio de acúmulo de carbono
orgânico no horizonte espódico (Bh); Espodossolo Ferrilúvico, com acúmulo de
Al podendo ou não conter Fe (Bs) e Espodossolo Ferrihumilúvico com acúmulo
de carbono, Fe e Al (Bhs). Trabalhos mais detalhados, buscando maior
entendimento sobre quais formas de Fe e Al estariam complexadas com a
matéria orgânica do solo na formação do horizonte B Espódico, gerando
maiores informações para os níveis hierárquicos mais baixos do SiBCS foram
desenvolvidos por Oliveira et al., (2010) e Coelho et al., (2010) na região
costeira do Brasil em áreas de restinga.
No entanto, na região do Pantanal, apesar das condições serem
favoráveis à formação dos Espodossolos, não têm sido verificados estudos
mais detalhados que possa servir de comparação aos realizados na região
costeira do Brasil, e, por conseguinte contribuir para a hierarquização do
SiBCS. Ademais em algumas feições da região do Pantanal, observa-se a
formação do horizonte espódico associado a elevados teores de sódio (Na+), o
que sugere a inserção no SiBCS de caráter ligado a este elemento (sódico ou
solódico) e à elevada condutividade elétrica (salino ou sálico).
Constata-se assim que nesses ambientes geomorfológicos, a gênese e
a caracterização dos solos são poucos estudados. Havendo necessidade de
mais detalhamento nos estudos de solos dos pantanais Matogrossenses, uma
vez que a heterogeneidade regional impõe características pedogenéticas
diferenciadas com ocorrência de processos distintos, influenciados, pelo relevo
e pela intensidade e duração do hidromorfismo.
3
1.1 Objetivos Gerais
O objetivo principal é a compreensão das principais características de
uma ordem de solos de grande abrangência no Pantanal Sul Matogrossense,
os Espodossolos, através da caracterização e classificação desses solos, de
modo a auxiliar na maior compreensão dos níveis hierárquicos mais baixos do
Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS).
4
1.2 Revisão de Literatura
1.2.1 Bacia do Alto Rio Paraguai
A Bacia do Alto Rio Paraguai (BAP) é um complexo e extenso mosaico
heteromórfico formado pelo rio Paraguai e seus afluentes. Localiza-se no
centro da América do Sul e abrange parte do território de três países: Bolívia,
Brasil e Paraguai (Rio, 2010). Tem suas nascentes em território brasileiro, no
Planalto dos Parecis, Estado de Mato Grosso, correndo em terras brasileiras
apenas em seu alto curso, atravessando todo o território paraguaio até a divisa
com a Argentina, onde deságua no rio Paraná (Assine, 2003).
A BAP é constituída por uma área de aproximadamente 496.000 km2
(Rio, 2010), sendo que 361.666 km2 estão em território brasileiro e o restante
na Bolívia e no Paraguai (Silva e Abdon, 1998). As altitudes em toda a BAP
variam de 100 a 1000 m, sendo às acima de 200 m consideradas como parte
alta da bacia.
Em território brasileiro os principais integrantes da BAP são os rios
Jauru, Cabaçal e Sepotuba, na margem direita e, na esquerda os rios Cuiabá,
São Lourenço, Taquari, Negro e Miranda (com afluente Aquidauana) (Moraes,
2008).
A BAP compreende vários ambientes, sendo formada por duas
grandes unidades geomorfológicas: a planície (Pantanal) e o planalto
adjacente. Apesar da distinção geológica e geomorfológica, são extremamente
interdependentes em termos ecológicos, uma vez que as nascentes dos
principais rios que drenam a planície pantaneira estão localizadas nas áreas de
planalto.
1.2.1.1 Pantanal
Considera-se como Pantanal toda a área contínua inserida na BAP,
sujeita a inundações periódicas. Localizado no centro da América do Sul,
aproximadamente entre os paralelos 16° a 22° de latitude Sul e os meridianos
55° a 58° de longitude a Oeste de Greenwich, o Pantanal é uma das maiores
5
extensões úmidas contínuas do planeta, onde se desenvolve uma fauna e flora
de rara beleza e diversidade (Cardoso, 2008).
Situado na região Centro Oeste do Brasil, o Pantanal abrange uma
pequena parte dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, dentro da
BAP, integrante da Bacia do Prata. Da extensão total da BAP em território
brasileiro, o Pantanal está representado por 138.183 km2 (38,21%), e 223.483
km2 (61,79%) correspondem aos planaltos adjacentes, onde estão inseridas as
nascentes dos principais rios pantaneiros.
Em 1977 o Pantanal foi dividido entre dois estados: Mato Grosso (MT),
com 48.865 km2 da área total (35,36%) e Mato Grosso do Sul (MS), com
89.318 km2 (64,64%) (Silva e Abdon, 1998). Apresenta altitudes variando entre
80 e 190 m acima do nível do mar, caracterizando uma região deprimida
circundada por planaltos (Assine, 2003).
O Pantanal é dividido geopoliticamente em 16 municípios dos dois
estados brasileiros (Tabela 1), tendo Barão de Melgaço (99,2%) e Corumbá
(95,6%) os municípios que possuem a maior área de seu território no Pantanal,
seguido de Poconé com 80,3%. Por outro lado, Bodoquena (1,8%), Lambari
D’Oeste (15,9%), Sonora (16,7%) e Ladário (17,5%) são os municípios que
possuem a menor área de seu território no Pantanal (Silva e Abdon, 1998).
Do ponto de vista geológico, o Pantanal é uma paisagem recente,
resultado dos processos de soerguimento da cadeia Andina, que propiciou a
individualização da bacia sedimentar do Pantanal, durante o período Terciário
Superior (Almeida, 1964 apud Sousa, 2003). A formação da bacia do Pantanal
é posterior ao desmantelamento de uma superfície de aplainamento que nivela
os topos dos planaltos de Maracaju-Campo Grande e Taquari-Itiquira a leste, e
os planaltos dos Parecis e dos Guimarães a norte (Assine, 2003).
Os depósitos sedimentares do Pantanal passaram por diferentes
tipologias ao longo da sua história, influenciados pelas mudanças climáticas de
subtropical semi-árido para tropical úmido, durante o Quaternário. Os
sedimentos que formaram os leques aluviais no clima semi-árido são mais
grosseiros que os de clima úmido, que são finos (Ab’ Saber, 1988 apud Sousa,
2003).
6
Tabela 1. Municípios com área no Pantanal, área (km2) e participação relativa
(%) dos municípios na composição do Pantanal brasileiro.
Área
Área no
Total
Planalto
Área no Pantanal
Municípios
----------------km2--------------%
Barão de Melgaço
10.865
83
10.782
7,80
Cáceres
25.154
11.051
14.103
10,21
Itiquira
8.482
6.751
1.731
1,25
Lambari D'Oeste
1.711
1.439
272
0,20
Nossa Sra. Livramento
5.134
4.019
1.115
0,81
Poconé
17.406
3.434
13.972
10,11
Santo Antonio do Leverger
11.283
4.393
6.890
4,99
MT
80.035
31.170
48.865
35,36
Aquidauana
16.865
3.936
12.929
9,36
Bodoquena
2.546
2.500
46
0,03
Corumbá
64.677
2.858
61.819
44,74
Coxim
6.483
4.351
2.132
1,54
Ladário
377
311
66
0,05
Miranda
5.527
3.421
2.106
1,52
Sonora
4.317
3.598
719
0,52
Porto Murtinho
17.456
12.739
4.717
3,41
Rio Verde de MT
8.263
3.479
4.784
3,46
MS
126.511
37.193
89.318
64,64
Fonte: Silva e Abdon (1998).
As características pedológicas do Pantanal são específicas devido a
sua topografia e ao regime hídrico. Desse modo, influenciados pela natureza
do material de origem e pelo regime de inundações periódicas a que estão
submetidos, os solos predominantes no Pantanal são hidromórficos (92%) e
possuem características próprias e diferenciadas, desde a extrema pobreza em
bases trocáveis à saturação em sódio bastante elevada; são essencialmente
arenosos, há ocorrência de grandes quantidades de argilas expansivas e
mudanças texturais abruptas em profundidade. A predominância de solos
hidromórficos é reflexo da deficiência generalizada de drenagem e da
ocorrência periódica das inundações (Moraes, 2008; Santos et al., 1997 apud
Fernandes et al., 2007).
Dessa maneira as principais classes de solos no Pantanal são:
Planossolos, com área de 48.196,40 km2 (35% da área da planície pantaneira);
Espodossolos com 28.862,15 km2 (21%); Plintossolos 28.693,47 km2 (21%);
7
Gleissolos 14.096,15 km2 (10%); Vertissolos 6.562,97 km2 (5%); Neossolos
3.432,91 km2 (2,5%), e ocorrendo como manchas isoladas os Argissolos
6.871,28 km2, Latossolos 666,66 km2, Chernossolos 87,21km2 e Cambissolos
14,02 km2, representam, juntos, 5% da área do Pantanal (Fernandes et al.,
2007). Sendo encontrados os Planossolos em grande extensão na região sul
do Pantanal, os Plintossolos ao norte e, os Espodossolos ocorrem em duas
manchas significativas às margens do rio Taquari (Centro-Leste).
Decorrente da sua heterogeneidade edáfica e hidrológica, o Pantanal
apresenta
uma
grande
diversidade
de
ambientes.
Dessa
forma,
os
componentes fisionômicos são os cerrados, cerradões, campos cerrados,
campos, campos inundáveis e matas de galeria. São freqüentes as
comunidades vegetais com nítido domínio de uma espécie, às quais se dão o
nome da espécie dominante como: canjiqueiral (dominado por canjiqueira –
Byrsonima intermédia, arbusto de cerrado), carandazal (carandá – Copernicia
alba, palmeira do Chaco), paratudal (paratudo – Tabebuia aurea), cambarazal
(cambará - Vochysia divergens, árvore amazônica) e outros (Cardoso, 2008).
Há ainda ecótonos, encraves e outras feições, como as áreas de baías e
salinas, a vegetação chaquenha e as cordilheiras, que contribuem para tornar o
Pantanal um mosaico de ecossistemas (Moraes, 2008).
De modo geral, os tipos de ambientes presentes no Pantanal são
diferenciados pelo relevo, distinguem-se: (a) cordilheira, que são pequenas
elevações isoladas, de areia fina com até 4 m de altura, que quase nunca
sofrem inundações, estão dispersas por toda a planície, são recobertas pelos
cerradões e matas estacionais semidecíduas; (b) campos de inundação, que
são áreas sujeitas a inundações periódicas; (c) baías, que constituem áreas
deprimidas, contendo água; (d) vazantes, que são áreas de depressão entre as
baías com caráter de curso fluvial intermitente; (e) corixos, que correspondem a
pequenos cursos d’águas, geralmente perenes, conectados ao rio principal, e
(f) salinas, áreas deprimidas circulares ou ovaladas, são isoladas da drenagem
atual, muito raramente são invadidas por águas de inundação e caracterizadas
pela presença de água com elevado teor de sais, sobretudo sódio, o que lhes
confere pH maior que 9, são circundadas por praias, campos limpos ou
carandazais (Sousa, 2003; Assine, 2003; Rodela e Queiroz Neto, 2006).
8
Considerando suas diferentes características hidrológicas, de solo e
vegetação, além dos aspectos fisiomorfológicos à divisão geopolítica, o
Pantanal pode ser dividido em 11 sub-bacias ou sub-regiões distintas (Figura
1): Pantanal de Cáceres; Pantanal de Poconé; Pantanal de Barão de Melgaço,
localizados no estado de Mato Grosso e, Pantanal do Paraguai, Pantanal da
Nhecolândia, Pantanal do Abobral, Pantanal do Miranda, Pantanal de
Aquidauana, Pantanal do Nabileque, Pantanal do Paiaguás e o Pantanal de
Porto Murtinho, no estado de Mato Grosso do Sul.
Ao norte do Pantanal situam-se os Pantanais de Barão de Melgaço
(agrega área dos municípios de Itiquira, Barão de Melgaço e Santo Antônio do
Leverger), Poconé (agrega área dos municípios de Cáceres, Poconé, Nossa
Senhora do Livramento, Barão de Melgaço e Santo Antônio do Leverger) e de
Cáceres (agrega área dos municípios de Cáceres e Lambari D’Oeste), com
áreas de 18.167 km2, 16.066 km2 e 12.456 km2, respectivamente.
Caracterizados pela presença de uma fraca inundação, com tendências a
maiores inundações na porção sul próximo ao rio Paraguai. Os solos
predominantes na região norte do Pantanal são: os Plintossolos com Cerradão
Tropical Subcaducifólio e Campo Cerrado Tropical, apresentam-se como uma
extensa mancha descontínua, irrigada por uma complexa rede de drenagem.
Ocorrem Gleissolos Eutróficos com Floresta Tropical Subperenifólia e
Planossolos Solódicos Eutróficos com Cerrado Tropical Subcaducifólio (Silva e
Abdon, 1998; Sousa, 2003; Fernandes et al., 2007).
A oeste encontra-se o Pantanal do Paraguai (municípios de Poconé,
Corumbá e Ladário), com área de 8.147 km2, caracteriza-se por uma área de
forte inundação onde predominam os Gleissolos Eutróficos com Mata de
Galeria e, para o interior da planície, Planossolos Eutróficos com Campo
Cerrado Tropical; o Pantanal do Nabileque (municípios de Corumbá, Porto
Murtinho e Miranda) com área de 13.281 km2, e o Pantanal de Porto Murtinho
(município de Porto Murtinho) com área de 3.839 km2, correspondendo à
depressão da margem direita do rio Paraguai, apresentando forte alagamento
que permanece durante vários meses do ano (Silva e Abdon, 1998; Sousa,
2003; Fernandes et al., 2007).
9
Figura 1. Divisão do Pantanal em sub-regiões ou pantanais.
Fonte: Silva e Abdon (1998).
10
No Pantanal do Nabileque ocorrem solos Planossolos Solódicos
Eutróficos, com Floresta Tropical Subcaducifólia, com teores médios de
saturação em sódio (entre 6 e 15%) e elevada V%, conferindo-lhes caráter
eutrófico (V% > 50) e, Vertissolos com Campo Cerrado Tropical, caracterizados
por possuírem textura argilosa e pronunciada mudança de volume com a
variação do teor de umidade, alta CTC e elevada V% (maior que 50%) com
teores elevados de Ca e Mg. No Pantanal de Porto Murtinho ocorrem os
Planossolos Solódicos, caracterizados por apresentarem argila de atividade
alta e elevada saturação em sódio (acima de 15%), o que lhes confere caráter
sódico (Silva e Abdon, 1998; Sousa, 2003; Fernandes et al., 2007; Embrapa,
2006).
Ao centro, localizam-se o Pantanal de Paiaguás (municípios de Sonora,
Coxim e Corumbá) com área de 27.082 km2 e o Pantanal da Nhecolândia
(municípios de Rio Verde de Mato Grosso, Aquidauana e Corumbá) com
26.921 km2. Grande parte da área desses Pantanais é ocupada por
acumulações provenientes das inundações, com predomínio de Espodossolos,
com Cerradão Tropical Caducifólia e Campo Cerrado Tropical e a última
vegetação também associada aos Planossolos Eutróficos e, os Neossolos
Quartzarênicos nas bordas e próximo do rio Taquari, onde a presença do lençol
freático próximo à superfície confere-lhe caráter hidromórfico, com Campo
Cerrado Tropical e Cerrado Tropical Caducifólio (Silva e Abdon, 1998; Sousa,
2003; Fernandes et al., 2007).
Ao sul situam-se os Pantanais do Abobral (municípios de Aquidauana e
Corumbá), Miranda (municípios de Aquidauana, Bodoquena e Miranda) e
Aquidauana (localiza-se somente no município de Aquidauana), com área de
2.833 km2, 4.383 km2 e 5.008 km2, respectivamente. O Pantanal do Abobral
caracteriza-se por apresentar forte inundação, já os Pantanais de Aquidauana
e Miranda apresentam áreas mais elevadas, são conseqüentemente menos
atingidas pelas cheias, apresentando áreas de média inundação. No Pantanal
do Abobral há predomínio de Vertissolos e Neossolos Flúvicos com Floresta
Tropical Hidrófila de Várzea, Cerradão Tropical Subperenifólio e vegetação
Chaquenha (Caatinga Hipoxerófila), e Planossolos Solódicos Eutróficos com
11
Cerradão Tropical Subcaducifólio e Campo Cerrado Tropical nos demais
pantanais da parte sul (Silva e Abdon, 1998; Sousa, 2003).
1.2.1.1.1 Bacia do Rio Taquari
A bacia do rio Taquari, uma sub-bacia do rio Paraguai, está localizada
na região sul do estado de Mato Grosso (13,5%) e norte de Mato Grosso do
Sul (86,5), estendendo-se por cerca de 800 km, ocupando uma área de
aproximadamente 80.000 km² (Curado, 2004).
Flui de leste para oeste, tendo sua bacia de drenagem nos planaltos de
Maracaju-Campo Grande e Taquari-Itiquira (Assine, 2003). Após percorrer 34
km aproximadamente, no Estado de Mato Grosso e, 134 km servindo como
divisor entre os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, recebe as
águas do seu principal afluente, o rio Coxim, no município de Coxim-MS e, logo
adentra ao Pantanal, seguindo a direção Leste-Oeste (Galdino et al., 2006). Os
municípios que integram a Bacia do Alto Taquari encontram-se na Tabela 2.
Tabela 2. Área dos municípios que integram a Bacia do
Alto Taquari.
Área
Municípios
km2
3.199,90
5,0
629,4
3.834,30
4.370,40
7.213,40
1.243,00
3.928,80
1.821,20
24,3
2.522,70
3.438,30
54,5
24.616,60
Alto Araguaia
Alto Garças
Alto Taquari
MT
Alcinópolis
Camapuã
Costa Rica
Coxim
Pedro Gomes
Ribas do Rio Pardo
Rio Verde
São Gabriel d'Oeste
Sonora
MS
Fonte: Adaptado de Galdino et al. (2003).
12
%
11,25
0,02
2,21
13,48
15,36
25,35
4,37
13,80
6,40
0,09
8,87
12,09
0,19
86,52
A planície sedimentar do rio Taquari é composta por sedimentos
quaternários totalmente arenosos (95% de areia silicosa). Nesses sedimentos
se desenvolvem solos que têm a sua gênese relacionada inteiramente ao
material de origem (areia quartzosa fina) e ao grau de hidromorfismo.
Pequenas variações do relevo, por condições locais de deposição dos
sedimentos,
proporcionam
alternâncias
nesses
solos,
relacionadas
à
composição química (Cunha et al., 1981).
Por ser um dos principais formadores da BAP, o rio Taquari ao adentrar
a planície pantaneira, no pleistoceno, formou um gigantesco leque aluvial de
55.509 km2, onde situam-se as duas principais sub-regiões do Pantanal, o
Paiaguás e a Nhecolândia, denominado como Leque do Taquari. Esse leque
aluvial é um dos maiores do mundo e representa 36% da área do Pantanal
(Galdino et al., 2006). Localizado no estado de Mato Grosso do Sul, o Leque do
Taquari é o maior dos leques aluviais do Pantanal, constituindo a feição mais
notável da geomorfologia da planície pantaneira. Tem diâmetro de cerca de
250 km e apresenta geometria circular, com altitudes variando de 85 até 190 m
(Assine, 2003).
Sub-região do Pantanal, a Nhecolândia, está localizada na porção
central do Pantanal, abrange uma área situada entre os rios Taquari e Negro e
faz parte da porção sul do megaleque do Taquari (Rodela e Queiroz Neto,
2006).
A sub-região da Nhecolândia destaca-se das demais por sua paisagem
composta por formações vegetais de aspectos diversos, que compreendem
campos inundáveis, cerrados, cerradões e florestas, entremeadas a um
complexo sistema de lagoas permanentes ou semipermanentes (baías e
salinas) (Cardoso, 2008).
As lagoas possuem as mais diversas formas (circulares, elípticas,
piriformes, crescentiformes e irregulares), podendo ou não ocorrerem alinhadas
e conectadas, recebendo contribuição das águas superficiais durante as cheias
(Assine, 2003).
A Nhecolândia apresenta solos arenosos e hidromórficos do leque
aluvial do rio Taquari, que são na maior parte de baixa fertilidade. Situam-se
em extensa planície sedimentar com distintas unidades de paisagem e são
13
submetidos a um regime hídrico que varia desde o alagamento nas partes
baixas entre novembro a março, à deficiência de água nos níveis mais altos da
paisagem, entre abril e agosto.
Nesta sub-região estão presentes os Espodossolos, que representam
cerca de 21% da área total do Pantanal. Solos de textura arenosa e, em média,
teores de 2% de argila e 0,5% de matéria orgânica, tornando o meio
dependente do complexo orgânico para os processos de retenção e liberação
de nutrientes (Cunha e Dynia, 1985).
1.2.2 Espodossolos
Classificados anteriormente como podzóis, o nome originário da Rússia
foi descrito por Dokuchaiev, em 1879, em que “pod” significa sob e, “zola”,
cinza. Os espodossolos são solos constituídos por material mineral,
apresentando horizonte diagnóstico B espódico, simbolizado por Bh, Bs ou
Bhs, conforme prevalência de matéria orgânica (h), óxidos de alumínio e/ou
ferro (s) ou ambos (hs), que se localiza logo abaixo do horizonte E, A (mais
raramente), ou horizonte hístico. Podendo apresentar fragipã, duripã e ortstein.
Apresentam de maneira geral textura arenosa em todo o perfil (Embrapa, 2006;
Fernandes et al., 2007).
São caracterizados pelo acúmulo de quartzo em detrimento dos
argilominerais, principalmente a caulinita. Acúmulo este atribuído ao processo
de podzolização, em que ocorre a hidrólise dos argilominerais e, a migração de
matéria orgânica e de complexos organometálicos para a subsuperfície, uma
vez que a hidrólise é mais intensa que a dissolução do quartzo (Schiwartz,
1988; Bravard e Righi, 1989 apud Horbe et al., 2003).
Características como elevação do volume de chuva e menor aumento
da temperatura (influenciados pela elevação do nível de água) e a cobertura
vegetal do solo, são consideradas como as mais fortes características
relacionadas com o processo de podzolização (Miechówka et al., 2006).
14
De forma geral, os horizontes espódicos ocorrem dentro de 200 cm a
partir da superfície do solo ou 400 cm se os horizontes A + E ou hístico + E
apresentam espessura superior a 200 cm. Normalmente, a sequência de
horizontes dos Espodossolos é A, E, Bh/Bhs/Bs e C, sendo os horizontes
facilmente diferenciados entre si. Os horizontes B espódicos podem se
apresentar cimentados por matéria orgânica e alumínio com ou sem ferro onde
os horizontes são denominados “ortsteins” (Embrapa, 2006).
O horizonte B espódico é formado por acúmulo de misturas de
complexos organometálicos, acompanhadas ou não de oxi-hidróxidos de ferro
e alumínio e aluminossilicatos com diferentes graus de cristalinidade (imogolita,
alofana, haloisita, caulinita e vermiculitas com hidróxi entre camadas) (Estados
Unidos, 1999; Embrapa, 1999).
A ordem dos Espodossolos, de acordo com a Embrapa (2006), é
dividida em Espodossolos Humilúvicos, quando há o acúmulo predominante de
carbono orgânico no horizonte diagnóstico, sendo este denominado Bh;
Espodossolos Ferrilúvicos, caracterizam-se pelo acúmulo de alumínio podendo
ou não conter ferro, apresentando o horizonte Bs e, Espodossolos
Ferrihumilúvicos, com o acúmulo de carbono orgânico, alumínio e/ou ferro,
indicando um horizonte Bhs.
Em todos os locais de ocorrência registrada, os Espodossolos, são
solos ácidos, de baixa fertilidade natural e com propriedades físicas
desfavoráveis ao aproveitamento agrícola com a maioria das culturas
economicamente cultivadas, por apresentarem toxicidade do alumínio e
deficiência de fósforo, problemas comuns para esta classe de solo (FAO,
2006).
Em geral, os Espodossolos são encontrados com maior frequência em
regiões de clima temperado sob florestas coníferas do Hemisfério Norte; fora
desse clima ocorrem em materiais quartzosos e pobres, tanto em clima
temperado como tropical. No Brasil são encontrados no Pantanal (ambientes
de baía, campos de inundação e salinas) (Silva e Abdon, 1998; Fernandes et
al., 2007), no litoral (ambientes de restinga e barreiras) (Gomes, 2005; Oliveira
15
et al., 2010; Coelho et al., 2010) e sob a Floresta Amazônica (Mafra et al.,
2002). Em que os Espodossolos maduros que são geralmente utilizados para
pastagem extensiva ou ficam ociosos sob vegetação natural, ou ainda torna-se
reserva legal das propriedades (FAO, 2006).
1.2.2.1 Extensão Geográfica dos Espodossolos
Os Espodossolos são solos com um horizonte iluvial espódico
subsuperficial de coloração cinza e que está coberto por uma camada
orgânica. São solos típicos de clima frio. Estima-se uma área existente, de
cerca de 485 milhões de hectares em todo o mundo. Sendo bastante
expressivo na Escandinávia, noroeste da Rússia e Canadá, de menor
ocorrência tanto nas zonas temperadas como nos trópicos, pouco comuns no
continente africano (FAO, 2006).
Dos 485 milhões de hectares de Espodossolos, menos de 10 milhões
de hectares estão presentes nas zonas tropicais do globo terrestre.
Encontrando ocorrências importantes na América do Sul ao longo do rio Negro,
na Guiana, Suriname, Guiana Francesa, região costeira do Brasil e Pantanal e,
na região Malaya (Kalimantan, Sumatra e Irian) e na Austrália (FAO, 2006).
Das classes de solos existentes no Brasil, os Espodossolos
representam aproximadamente 1,58%, extensão de 133.204,9 km2, distribuídos
em quatro das cinco regiões brasileiras, no Norte, Nordeste, Sudeste e CentroOeste com 3,12, 0,39, 037 e 0,26%, respectivamente, não sendo encontrado
na região Sul do país (Figura 2) (Coelho et al., 2002).
As maiores manchas e a maior concentração desta classe de solo
ocorrem como componente dominante na região Norte, destacando as
manchas das cabeceiras do rio Negro e ao longo de alguns de seus afluentes,
tanto na margem direita como na esquerda (Oliveira, 2007).
16
Figura 2. Ocorrência de Espodossolos no Brasil.
Fonte: IBGE (2005) adaptado por Oliveira (2007).
Na região Centro-Oeste, mais especificamente no Pantanal Sul
Matogrossense, os espodossolos representam 21% das dez classes de solos
encontradas no mesmo, ou seja, 28.862,15 km2, sendo a segunda maior classe
de solo, superado apenas pelos Planossolos (Fernandes et al., 2007).
1.2.2.2 Horizonte B espódico
Nome originado do grego, Spodo = cinzas de madeira, o horizonte
espódico, é um horizonte mineral subsuperficial, com espessura mínima de 2,5
cm, que apresenta acumulação de compostos orgânicos iluviais associados a
complexos de sílica-alumínio ou húmus-alumínio, podendo ou não conter ferro,
este horizonte pode apresentar diferentes graus de cimentação. Os materiais
iluviais são caracterizados por apresentarem uma carga altamente dependente
do pH, por possuir uma área superficial relativamente alta e, uma elevada
retenção de água (Embrapa, 2006; FAO, 2006).
17
Conforme o grau de cimentação e composto iluvial predominante, é
possível identificar três tipos diferentes de horizontes espódicos, os quais são
representados por símbolos como Bh, quando há iluviação dominante de
complexos de matéria orgânica-alumínio, com pouca ou nenhuma evidência do
ferro iluvial conferindo cores escuras com valor e croma menores que 4 e 3; Bs,
usualmente apresenta cores vivas de croma alto, indicando que os compostos
de ferro são dominantes ou co-dominantes havendo pouca evidência de
matéria orgânica iluvial, em geral apresenta matiz de 5YR, 7,5YR ou 10YR,
com valor 4 e 5 e, no máximo 6, e croma de 4 a 8 e; Bhs, que há iluviação
expressiva de ferro e matéria orgânica, sendo os compostos orgânicos
distribuídos em faixa, mosqueados, aglomerados ou estrias, formando padrões
heterogêneos dos compostos iluviais de ferro, alumínio e matéria orgânica, e
cores avermelhadas ou amareladas (2,5YR a 10YR) com valor e croma 3/4,
3/6, 4/3 ou 4/4 (Oliveira, 2007; Embrapa, 2006).
Ocorre, normalmente, sob qualquer tipo de horizonte A ou sob um
horizonte E (álbico ou não), que pode ser precedido de horizonte A ou hístico e
não apresenta todos os requisitos de horizonte B textural. O horizonte B
espódico é facilmente reconhecido no campo pela cor e pelo fraco grau de
desenvolvimento de estrutura. O limite superior do horizonte é normalmente
abrupto, pois o matiz, valor e croma permanecem constantes com o aumento
da profundidade (Embrapa, 2006).
Ainda de acordo com Embrapa (2006), o horizonte B espódico
apresenta cores avermelhadas ou escuras e textura arenosa ou média com as
partículas de areia e silte revestidas por matéria orgânica e óxidos de alumínio
e ferro amorfos. Dos tipos de estrutura os mais comuns encontrados no
horizonte espódico são grãos simples ou maciça, mas não se descarta a
ocorrência de outros tipos.
Quando apresenta acentuado grau de cimentação (estrutura maciça
muito firme ou extremamente firme), o horizonte espódico recebe a
denominação de “ortstein” acrescido do sufixo “m” ao símbolo do horizonte
(Bhm, Bhsm ou Bsm). Esta cimentação se dá por compostos organometálicos
18
e compostos de alumínio, ferro e sílica amorfos (Embrapa, 2006; Oliveira,
2007).
1.2.3 Matéria Orgânica
Um dos fatores que permitem diferenciar um solo de um sedimento é o
seu maior conteúdo de matéria orgânica do solo, sendo a mesma uma mistura
de compostos orgânicos provenientes de plantas, animais e microrganismos,
física e quimicamente heterogênea e em diferentes estágios de decomposição
(Canellas et al., 2001).
A matéria orgânica do solo (MOS), que se apresenta como um sistema
complexo de substâncias tem sua dinâmica governada pela adição de resíduos
orgânicos de diversas naturezas e por uma transformação continua sob ação
de fatores biológicos, químicos, físicos, climáticos e do uso e manejo da terra.
Não mais distante, os fatores de formação dos solos: clima, organismos,
topografia, material de origem e tempo, associados aos processos de
decomposição, mineralização, humificação e estabilização podem participar
ativamente sobre a dinâmica da MOS e contribuir para a maior ou menor
expressão desta sobre a formação e diferenciação de horizontes do solo
(Fontana, 2006).
A MOS por meio de seus compostos, como as substâncias húmicas,
pode influenciar diferentes características dos solos como: favorecer o
intemperismo de minerais, acelerando ou retardando a neoformação de
minerais secundários, reduzir o grau de cristalinidade de óxidos de Fe,
promover modificações nas relações hematita/goethita e, atuar em processos
pedogenéticos (Fontana et al., 2008).
A importância da MOS nos estudos de pedologia e classificação de
solos pode ser constatada pela utilização de atributos tais como: teores de
carbono orgânico, seu grau de decomposição a partir do teor de fibras. Os
diversos compostos presentes na MOS, através do processo de humificação,
19
resultam na formação de substâncias com estruturas químicas mais complexas
e de maior estabilidade do que os materiais que as originaram, amorfas,
escuras, hidrofílicas, ácidas e parcialmente aromáticas, definidas como
substâncias húmicas, frações húmicas ou ainda frações orgânicas (ácidos
fúlvicos, ácidos húmicos e humina) e com intensa participação nos diferentes
processos e reações que ocorrem nos solos (Fontana, 2009).
As relações entre a matéria orgânica (C total) e o equilíbrio das frações
húmicas influenciam em características do solo, tais como: estrutura,
capacidade de troca catiônica e disponibilidade de nutrientes (Fernandes et al.,
1999), sendo que a fertilidade dos solos geralmente é fortemente relacionada
às características moleculares da fração alcalino solúvel do carbono orgânico,
as substâncias húmicas (Cunha et al., 2007).
Para os Espodossolos, verifica-se o predomínio entre as frações
alcalinosolúveis (C-FAF e C-FAH). Este comportamento é um indicativo da
translocação das frações solúveis dentro do perfil de solo e estão relacionadas
diretamente com o processo de formação (Fontana, 2009).
20
CAPÍTULO 2 – Caracterização e classificação de solo da Bacia do Rio
Taquari no Pantanal Sul Matogrossense
RESUMO - A região do Pantanal Sul Matogrossense é formada por
sedimentos arenosos, provenientes principalmente da bacia do rio Taquari,
sendo a podzolização o principal processo pedogenético neste ambiente.
Objetivou-se neste trabalho caracterizar e classificar solos de três ambientes
distintos pertencentes à bacia do rio Taquari: baía, campos de inundação e
salina. Foram abertos três perfis na baía (P1, P2 e P3), cinco no campo de
inundação (P4, P5, P6, P7 e P8) e três na salina (P9, P10 e P11). Os perfis
foram morfologicamente descritos, e os horizontes, caracterizados quanto aos
atributos físicos, químicos e mineralógicos. Nos solos estudados nos três
ambientes houve predomínio da fração areia, com textura variando de areia à
franco arenosa. Nos perfis P1 e P2, os teores de carbono orgânico total (COT)
nos horizontes superficiais foram elevados (>80 g kg-1), identificado como H
hístico; e presença de cores escuras (matiz 5Y). Nos demais perfis os teores
de COT foram menores e as cores com matiz variando de 10YR (campo de
inundação) a 2,5Y e 5Y (salina). Houve variação nos atributos químicos e
mineralógicos nos solos estudados. Os perfis P1, P4, P5 e P6 apresentaram
maior acidez (pH variando de 4,43 a 6,74), elevados valores de H+ nos
horizontes superficiais (0,8 a 14,5 cmolc kg-1), baixos valores de Ca+2+Mg+2 (0,0
a 12,2 cmolc kg-1) e baixa saturação por bases (<50%). Nos perfis P2, P3, P7 e
P8 os valores de pH variaram de 5,0 a 9,5, associados a maior presença dos
íons Ca+2 e Mg+2, com saturação por base, em alguns horizontes, maior que
50%. Já, os perfis P9, P10 e P11 apresentaram valores de pH muito elevados
(6,84 a 10,20), ausência de Al+3 e H+, e elevada saturação por Na+ (até
75,83%). Nos perfis P2, P3 e P9 ocorreu acúmulo de Fe (Fe2O3), Al (Al2O3) e
compostos orgânicos no horizonte espódico; ao passo que nos perfis P4 e P6
acumularam-se apenas Fe e Al. De acordo com critérios adotados pelo
21
Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS) em nível de subgrupo os
perfis foram classificados em: P2: Espodossolo Ferrihumilúvico Hidromórfico
organossólico. P3: Espodossolo Ferrihumilúvico Órtico típico. P4: Espodossolo
Ferrilúvico
Hidromórfico
típico.
P6:
Espodossolo
Ferrilúvico
Órtico
espessarênico. P9: Espodossolo Ferrihumilúvico Órtico dúrico. Em função dos
elevados valores de saturação por sódio (75,83%) em alguns perfis estudados
(P9, P10 e P11), sugere-se a inclusão no SiBCS do caráter sódico e/ou
solódico, para melhor hierarquização da ordem dos Espodossolos. Nos três
ambientes de estudo, o relevo e material de origem, condicionando o processo
de podzolização, são os principais responsáveis pela gênese dos solos.
Palavras-Chave: Espodossolos, sedimentos quaternários, taxonomia de solos,
SiBCS.
2.1 Introdução
O Pantanal, integrante da bacia hidrográfica do alto Paraguai, ocupa
uma área de aproximadamente 138.183 km2, distribuído entre os Estados de
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Limita-se ao Norte pelo rio Itiquira, ao sul
pelo rio Apa, ao Leste pela borda ocidental da bacia do Paraná e a Oeste pelas
fronteiras com a Bolívia e o Paraguai. A região apresenta complexa rede
hidrográfica, freqüentemente sujeita a inundação periódica, sendo o rio
Paraguai o principal eixo da drenagem regional, formado por vários grandes
leques aluviais marginais. Dentre os leques, o do rio Taquari assume grande
importância, abrangendo 36% da área da planície do pantanal.
Segundo Assine (2003) a planície pantaneira é formada por
sedimentos recentes e ativos (quaternário), compostos principalmente por
areias quartzosas finas e médias; com topografia plana, tendo suas cotas
altimétricas oscilando entre 80 a 190 m. Acrescenta-se que neste ambiente de
22
acúmulo de sedimentos, e propenso à inundação periódica, a oscilação do
nível do lençol freático pode ser considerada um dos principais responsáveis
pelas variações nas características morfológicas e químicas; resultando na
gênese diferenciada do material sedimentado. Assim, na bacia do Pantanal a
podzolização é um dos processos pedogenéticos predominantes, sendo os
Espodossolos, Planossolos e Plintossolos os solos mais comumente
encontrados (RadamBrasil, 1982).
Os Espodossolos em sua grande maioria ocorrem em regiões de clima
frio como Norte da Europa, Ásia, Rússia, Austrália e outros; e em menor
proporção também têm sido registrados em regiões tropicais. No Brasil,
normalmente são encontrados em ambientes costeiros e com vegetação de
restinga. Além do ambiente costeiro, os Espodossolos também ocorrem em
grandes áreas na Amazônia, e na região do Pantanal (Estados de Mato Grosso
e Mato Grosso do Sul). De uma maneira geral, os Espodossolos são arenosos,
quimicamente pobres, formados por sedimentos fluviais do período quaternário,
comuns na região costeira do Brasil, nas denominadas Séries Barreira e de
restinga (Oliveira et al., 2010; Coelho et al., 2010).
A base taxonômica do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos
(SiBCS), na maioria das vezes está alicerçada em adaptações da Classificação
Americana (Soil Taxonomy), a qual muitas vezes está inadequada para as
condições tropicais; a exemplo, cita-se os conceitos acerca da definição do
horizonte B Espódico.
No SiBCS (Embrapa, 2006), a ordem dos Espodossolos é dividida em
Espodossolo Humilúvico, quando há predomínio de acúmulo de carbono
orgânico no horizonte espódico (Bh); Espodossolo Ferrilúvico, com acúmulo de
Al podendo ou não conter Fe (Bs) e Espodossolo Ferrihumilúvico com acúmulo
de carbono, Fe e Al (Bhs). Trabalhos mais detalhados, buscando maior
entendimento sobre quais formas de Fe e Al estariam complexadas com a
matéria orgânica do solo na formação do horizonte B Espódico, gerando
maiores informações para os níveis hierárquicos mais baixos do SiBCS foram
desenvolvidos por Oliveira et al., (2010) e Coelho et al., (2010) na região
23
costeira do Brasil em áreas de restinga. No entanto, na região do Pantanal,
apesar das condições serem favoráveis à formação dos Espodossolos, não
tem sido verificados estudos mais detalhados que possa servir de comparação
aos realizados na região costeira do Brasil, e, por conseguinte contribuir para a
hierarquização do SiBCS. Ademais em algumas feições da região do Pantanal,
observa-se a formação do horizonte espódico associado a elevados teores de
sódio (Na+), o que sugere a inserção no SiBCS de caráter ligado a este
elemento (sódico ou solódico) e à elevada condutividade elétrica (salino ou
sálico).
Dentro deste contexto, o presente trabalho teve por objetivo a
caracterização e classificação de Espodossolos da Bacia do Alto Paraguai no
Pantanal Sul Matogrossense, de modo auxiliar na maior compreensão nos
níveis hierárquicos mais baixos do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos
(SiBCS).
2.2 Material e Métodos
O presente trabalho foi desenvolvido na Bacia do Alto Paraguai (BAP)
integrante da Bacia do Prata, situado no Pantanal Sul Matogrossense, na
região Centro-Oeste do Brasil. A BAP está localizada entre os paralelos de 16
e 220 de latitude Sul e os meridianos 55 e 580 de longitude Oeste e altitude
entre 80 e 190 m, podendo apresentar cotas altimétricas mais elevadas no
ecótono planície/planalto. O clima da região é do tipo Aw, segundo o sistema
de Köppen, tropical megatérmico, com precipitação média anual de 1.433 mm;
temperaturas máximas e mínimas de 40 e 20,3 °C, respectivamente (Soriano e
Galdino, 2002). O material de origem é proveniente dos sedimentos da Bacia
do Taquari do Período Quaternário.
Para a realização do trabalho foi selecionada uma das onze subregiões do Pantanal, o Pantanal da Nhecolândia. Localizada na região central
do Pantanal, possui uma área de 26.921 km2, em que grande parte da sua área
24
é ocupada por acumulações de sedimentos do rio Taquari, apresentando solos
arenosos e hidromórficos em relevo de planície com inundação periódica de 3
a 4 meses ao ano (Sousa, 2003). Nesta região, de maneira geral, há
predomínio de Espodossolos, associados à vegetação de Cerradão Tropical
Caducifólia e Campo Cerrado Tropical; Planossolos Eutróficos associados a
Campo Cerrado Tropical; e Neossolos Quartzarênicos nas bordas e próximo do
rio Taquari associados a Campo Cerrado Tropical e Cerrado Tropical
Caducifólio.
A sub-região da Nhecolândia, em função principalmente das variações
de relevo apresenta ambientes distintos denominados: a) baías: caracterizada
pela formação de áreas deprimidas contendo água na maior parte do ano, b)
campos de inundação: caracterizada por estarem sujeitos a inundações
periódicas e, c) salinas: caracterizada pela formação de lagoas (águas
salobras) que muito raramente são invadidas por águas de inundação.
Especificamente, nesses três ambientes foram abertas onze trincheiras
e cinco tradagens, descritas a seguir: a) baía: perfis P1, P2 e P3 (coordenada
18º 59’ 34” S e 56º 36’ 15” W, altitude 97 m); b) campos de inundação: perfis
P4 e P5 (coordenada 19º 09’ 39” S e 55º 17’ 32” W, altitude de 290 m), P6
(coordenada 18º 58’ 49” S e 56º 39’ 08” W, altitude 100 m), P7 e P8
(coordenada 19º 14’ 45” S e 56º 59’ 18” W, altitude 123 m) e três tradagens T1
(coordenada 19º 21’ 00” S e 55º 12’ 28” W, altitude 155m), T2 (coordenada 19º
11’ 43” S e 56º 53’ 17” W, altitude 100 m) e T3 (coordenada 19° 09’ 39” S e 55º
17’ 32” W, altitude 290 m); c) salinas: perfis P9, P10 e P11 (coordenada 18º 58’
29” S e 56º 38’ 49” W, altitude 96 m) e duas tradagens, T4 e T5 (coordenada
18º 58’ 57” S e 56º 39’ 46” W, altitude 97 m) (Figura 3).
Os perfis de solo foram descritos morfologicamente segundo Santos et
al. (2005), sendo coletadas amostras em todos os horizontes. As amostras
após a coleta foram secadas e peneiradas (2 mm) constituindo a terra fina seca
ao ar (TFSA). Simultaneamente a descrição morfológica dos perfis, amostras
indeformadas de solo foram coletadas com auxílio de anel volumétrico com
25
volume de 73,5 cm3 para determinação da densidade do solo (Ds), segundo
Embrapa (1997).
Figura 3. Sub-regiões dos Pantanais Matogrossenses e
localização da área de estudo.
A TFSA foi utilizada para determinar os atributos físicos e químicos, de
acordo com Embrapa (1997). A composição granulométrica do solo foi avaliada
pelo método da pipeta, usando-se dispersão com as soluções de hidróxido de
sódio (NaOH) e, hexametafosfato de sódio (NaPO3 + Na2CO3) para solos
salinos, e a densidade das partículas (Dp) foi determinada pelo método do
balão volumétrico (Embrapa, 1997).
O pH foi determinado em água e KCl 1 mol L-1 (relação solo: solução
1:2,5); Ca2+ e Mg2+ trocáveis (extraídos com KCl 1 mol L-1 e determinados por
complexiometria), Na+ e K+ trocáveis (extraídos por solução Mehlich-1 e
determinados por fotometria de chama), Al3+ trocável (extraído com solução de
KCl 1 mol L-1 e determinado por titulação), H + Al (extraídos com solução de
acetato de cálcio 0,5 mol L-1 tamponado a pH 7,0 e determinados por titulação),
26
P disponível (extraído com solução de Mehlich-1 e determinado por
colorimetria), condutividade elétrica no extrato da pasta de saturação (nos
perfis P2, P3, P9, P10 e P11 e, tradagens T4 e T5) e, carbono orgânico total
(COT) pela oxidação com dicromato de potássio em meio sulfúrico (Yeomans &
Bremner, 1988).
Nos perfis P2, P3, P4, P6 e P9, os teores de Si, Al, Fe, e Ti foram
determinados após digestão ácida (ataque sulfúrico), a partir dos quais foram
calculados os índices Ki e Kr (Camargo et al., 1986).
A partir das análises morfológicas e dos dados de análises físicas e
químicas os perfis de solo foram classificados segundo o Sistema Brasileiro de
Classificação de Solos (SiBCS) (Embrapa, 2006).
2.3 Resultados e Discussão
2.3.1 Aspectos morfológicos
Os solos estudados nos três ambientes apresentaram diferenças em
cor, estrutura, consistência, profundidade, espessura e transição entre os
horizontes (Tabela 3).
Na área de baía os perfis P1, P2 e P3 apresentaram horizonte E
seguido de horizonte espódico sem cimentação; tendo estes horizontes matiz
2,5Y, estrutura sem agregação em grãos simples; consistência solta quando
seco e úmido, e não plástico e não pegajoso quando molhado. Os perfis P1 e
P2 apresentaram horizonte superficial H hístico, com matiz 5Y, estrutura
granular; duro e firme quando seco e úmido, respectivamente; e plástico e
ligeiramente pegajoso quando molhado. O perfil P3 apresentou horizonte
superficial A1 com características morfológicas semelhantes aos H hístico do
P1 e P2, exceto por apresentar consistência molhada ligeiramente plástica. A
transição entre os horizontes superficiais e E foi plana e abrupta; e nos
horizontes subsuperficiais variou de ondulada e clara (P1), plana e clara (P2) à
descontínua e abrupta (P3).
27
Tabela 3. Principais atributos morfológicos de solos de sedimentos da bacia do rio
Taquari no Pantanal Sul Matogrossense
Cor Munsell1
Hor.
Prof.
(cm)
Matriz
H
E
Bhs1
Bhs2
Bhs3
Bhs4
Bhs5
21-0
0-19
19-25
25-34
34-50
50-59
59-89+
5Y 2,5/1
2,5Y 6/3
2,5Y 3/2
2,5Y 4/3
2,5Y 3/2
2,5Y 4/3
2,5Y 4/3
H
E
20-0
0-22
5Y 2,5/1
2,5Y 7/3
Bhs1
Bhs2
22-40
40-58
2,5Y 3/2
2,5Y 4/3
Bhs3
58-81
2,5Y 4/3
Bhs4
81-100
2,5Y 4/3
A1
A2
E
Bhs1
Bhs2
0-12
12-17
17-32
32-53
53-66
5Y 2,5/1
2,5Y 3/2
2,5Y 7/2
2,5Y 3/2
2,5Y 3/2
Estrutura2
Mosqueado
Baía - Perfil P1 - Altitude 97m
M, M, G
GS
GS
GS
GS
GS
GS
Baía - Perfil P2 - Altitude 97m
M, M, G
GS
GS
GS
GS
GS
Baía - Perfil P3 - Altitude 97m
M, M, G
M, M, G
GS
GS
GS
Consistência
Transição6
Seca3
Úmida4
Molhada5
D
S
S
S
S
S
S
Fr
S
S
S
S
S
S
PL e LPe
NPL e NPe
NPL e NPe
NPL e NPe
NPL e NPe
NPL e NPe
NPL e NPe
PA
PA
OC
OC
OC
OC
-
D
S
Fr
S
PL e LPe
NPL e NPe
PA
PA
S
S
S
S
NPL e NPe
NPL e NPe
PC
PC
S
S
NPL e NPe
PC
S
S
NPL e NPe
-
D
D
S
S
S
Fr
Fr
S
S
S
LPL e LPe
LPL e LPe
NPL e NPe
NPL e NPe
NPL e NPe
PA
PA
DA
DA
DA
Bh
66-82
2,5Y 5/3
GS
S
S
NPL e NPe
DA
2Bhs3
82-100
2,5Y 3/2
GS
S
S
NPL e NPe
DA
2Bhs4
100-120+
2,5Y 4/2
GS
S
S
NPL e NPe
-
Campos de Inundação - Perfil P4 - Altitude 290m
A1
0-22
10YR 3/2
M, M, G
D
F
LPL e LPe
PG
A2
E
22-31
31-50
10YR 4/4
10YR 7/6
F, P, BS
GS
D
S
MF
S
LPL e LPe
NPL e NPe
PA
PG
Bs1
50-56
10YR 6/8
M, P/M, BA
D
F
LPL e LPe
PG
Bs2
+
10YR 6/8
M, M, BA
D
Fr
LPL e LPe
PG
56-70
A
0-10
10YR 2/2
Bs1
10-25
10YR 3/3
Bs2
E
25-41
41-65
10YR 4/4
10YR 7/4
2Bs3
65-100
10YR 3/3
A
E
Bhs1
Bhs2
Bs
0-10
10-35
35-54
54-69
69-80
10YR 3/3
10YR 8/6
10YR 4/4
10YR 4/6
10YR 4/6
C
80-110+
10YR 5/4
10YR 5/2 Ab. Peq. Dist.
Campos de Inundação - Perfil P5 - Altitude 290m
F, P, G
D
F
LPL e LPe
M, M, G
D
F
PL e LPe
PC
10YR 3/3 Ab. Peq. Dist.
10YR 4/6 Ab. Peq. Dist.
F, P, BS
GS
D
S
F
S
LPL e Pe
NPL e NPe
PC
PC
10YR 4/6 Ab. Peq. Dist.
GS
S
S
NPL e NPe
-
S
S
S
S
S
NPL e NPe
NPL e NPe
NPL e NPe
NPL e NPe
NPL e NPe
PA
PA
PA
PA
PA
S
NPL e NPe
-
Campos de Inundação - Perfil P6 - Altitude 100m
GS
S
GS
S
GS
S
GS
S
GS
S
GS
S
Campos de Inundação - Perfil P7 - Altitude 123m
A1
0-10
10 YR 3/1
M, P, G
M
MF
LPL e LPe
PG
A2
10-20
10 YR 3/2
M, P, G
M
MF
LPL e LPe
PG
Bhs1
20-40
10YR 4/2
M, P, G
M
MF
LPL e LPe
PG
Bhs2
Bs
C
40-50
50-70
70-120
10YR 3/3
10YR 3/3
10YR 6/4
M, P/M, BA
M, P, BA
GS
M
M
S
MF
MF
S
LPL e LPe
LPL e LPe
NPL e NPe
PG
PG
-
10YR 4/3 Ab. Méd. Dist.
Continua...
28
Tabela 3. Continuação
Hor.
Prof. (cm)
A1
0-7,5
A2
A3
Cor Munsell1
Matriz
Mosqueado
Estrutura2
Consistência
Seca3
Úmida4
Molhada5
Transição6
Campos de Inundação - Perfil P8 - Altitude 123m
10YR 3/3
F,P/M,G
M
MF
LPL e LPe
PG
7,5-15
10YR 3/3
M, P/M, G
M
15-30
10YR 3/3
F, P, BS
M
MF
LPL e LPe
PG
MF
LPL e LPe
E
30-37
10YR 7/3
GS
S
S
PC
NPL e NPe
PC
Bhs1
37-45
10YR 3/4
F, P, BS
M/LD
MF
LPL e LPe
PC
Bhs2
45-55
10YR 4/4
M, M, BA
LD
MF
LPL e LPe
PC
Bs1
55-70
10YR 4/3
M, M, BA
LD
MF
LPL e LPe
PC
Bs2
70-87
10YR 4/3
M, M, BA
MD
F
LPL e LPe
PC
Bs3
87-105
10YR 4/3
M, M/G, BA
LD
F
LPL e LPe
PA
C
105-125+
10YR 6/4
GS
S
S
NPL e NPe
-
A1
0-6,5
10YR 3/1
M, P/M G
LD
F
PL e Pe
PA
A2
6,5-11
2,5Y 3/2
GS
S
S
NPL e NPe
PA
Salina - Perfil P9 - Altitude 96m
Bhs
11-17
2,5Y 4/2
GS
S
S
NPL e NPe
PA
E1
17-28
2,5Y 7/2
GS
S
S
NPL e NPe
PA
E2
28-44
2,5Y 6/2
GS
S
S
NPL e NPe
PA
Bh
44-51
5Y 3/2
MÇ
MD
Fr
LPL e LPe
PA
Bhm
51-66
5Y 2,5/2
MÇ
ED
EFr
-
-
Salina - Perfil P10 - Altitude 96m
A1
0-5
2,5Y 4/3
GS
S
S
NPL e NPe
PA
A2
E
5-13
13-39
2,5Y 3/2
2,5Y 7/3
GS
GS
S
S
S
S
NPL e NPe
NPL e NPe
PA
PA
Bh
39-60
2,5Y 5/3
GS
S
S
NPL e NPe
PA
Bhsm
60-80
2,5Y 3/2
EFr
-
-
MÇ
ED
Salina - Perfil P11 - Altitude 96m
A1
0-7
2,5Y 5/3
GS
S
S
NPL e NPe
PA
A2
Bh1
7-17
17-33
2,5Y 5/3
2,5Y 5/3
GS
GS
S
S
S
S
NPL e NPe
NPL e NPe
PA
PA
Bh2
33-64
2,5Y 5/3
GS
S
S
NPL e NPe
PA
Bh3
64-104
2,5Y 5/3
GS
S
S
NPL e NPe
PA
E
104-126
2,5Y 8/2
GS
S
S
NPL e NPe
PA
2Bh4
126-146
2,5Y 3/2
MÇ
MD
Fr
PL e LPe
PA
Bhs
Bhsm
146-164
164-180
2,5Y 3/2
5Y 3/2
MÇ
MÇ
MD
ED
Fr
EFr
PL e LPe
-
PA
-
(1)
Ab: abundante; Peq: pequeno; Med: médio; Dis: distinto. (2)Estrutura: grau de desenvolvimento: (F – Fraco, M – Moderado),
tamanho (P – Pequena; M – Médio e G – Grande), tipo (G – Granular, BS – Blocos Subangulares, BA – Blocos angulares,
GS – Grãos simples e MÇ - Maciça). (3)Consistência no estado seco: (S – Solta, M – Macia, LD – Ligeiramente dura, D –
Dura, MD - Muito dura e ED – Extremamente dura). (4)Consistência no estado úmido: (S – Solta, MF – Muito Friável, F –
Friável, Fr – Firme e EFr – Extremamente Firme). (5)Consistência no estado molhado: (NPL – Não Plástica, PL – Plástica, LPL
– Ligeiramente Plástica, NPe – Não Pegajosa, LPe – Ligeiramente Pegajosa e Pe – Pegajosa). (6)Transição: (PA– Plana e
Abrupta, PC – Plana e Clara, PG – Plana e Gradual, OC – Ondulada e Clara, DG – Descontínua e Gradual e, DA –
Descontínua e Abrupta).
Na área de campos de inundação, à exceção do perfil P7, os solos
apresentaram horizonte E seguido de B espódico sem cimentação. Em todos
os horizontes dos perfis desse ambiente observaram-se cores amareladas com
matiz 10YR; e nos horizontes subsuperficiais dos perfis P4, P5 e P7 ocorreram
29
presença de mosqueados em quantidade abundante, tamanho pequeno a
médio e contraste distinto, com matiz 10YR. De maneira geral, a estrutura do
solo variou de granular nos horizontes superficiais a blocos angulares e
subangulares nos subsuperficiais. Especificamente, os horizontes E, 2Bs3 (P5),
C (P7 e P8), e ao longo do perfil P6 observou-se estrutura sem agregação em
grãos simples. A transição entre horizontes, nos perfis P6 e P7, foi plana
abrupta e plana gradual, respectivamente; enquanto nos perfis P4, P5 e P8, a
topografia caracterizou-se como plana, e quanto à nitidez variou de abrupta,
clara e gradual.
Na área de salina todos os perfis apresentaram horizonte E, seguido de
horizonte espódico com cimentação denominada ortstein. Ao longo dos perfis
desse ambiente verificou-se a predominância do matiz 2,5Y; exceto nos
horizontes A1 (10YR), Bh e Bhm (5Y) do perfil P9; e Bhsm (5Y) do perfil P11.
Também, observam-se nos horizontes mais profundos valores e croma
reduzidos, característico de ambiente de hidromorfismo, com cores cinza
escuro à olivácea. De maneira geral, neste ambiente a estrutura variou de
grãos simples nos horizontes superficiais e E, à maciça no B espódico; exceto
no horizonte A1 do perfil P9 que foi granular. Nos perfis P10 e P11 a
consistência nas condições de umidade, seca, úmida e molhada, foi solta, solta
e não plástica e não pegajosa, respectivamente; exceto nos horizontes B
espódico, que variou de moderadamente dura a extremamente dura quando
seca, e firme a extremamente firme quando úmida. No perfil P9, no horizonte
A1 a consistência foi ligeiramente dura, friável e plástica e pegajosa, quando
seca, úmida e molhada, respectivamente; sendo os demais horizontes com
comportamento semelhante ao observados nos perfis P10 e P11. Todos os três
perfis deste ambiente apresentaram ao longo dos horizontes transição com
topografia plana e nitidez abrupta.
As características morfológicas ao longo do perfil do solo podem ser
utilizadas para fazer inferência acerca dos processos pedogenéticos. Nos três
ambientes de estudo observa-se a contribuição marcante do processo de
podzolização proveniente de compostos orgânicos dissolvidos em água, e
lixiviados em função da flutuação do lençol freático, e complexados ou não com
30
ferro a alumínio em horizontes subsuperficiais; fato este também relatado por
outros autores, em ambientes de restinga (Andriesse, 1969; Mokma & Evans,
1999; Oliveira et al., 2010; Coelho et al., 2010) e altimontanos (Dias et al.,
2003). À exceção do perfil P7 de campos de inundação, os demais têm a
presença de horizonte E, caracterizado de acordo com espessura e cor como
álbico (Embrapa, 2006), sugerindo avançado processo de podzolização. Ao
contrário, no perfil P7 sem horizonte E, sugere-se que o processo de
podzolização esteja na incipiência; fato este, que pode ser explicado pela rara
presença do lençol freático na superfície na maior época do ano. Tal
comportamento também foi evidenciado por Oliveira et al. (2010) em estudo de
Espodossolos em área de restinga no sul da Bahia. Outro aspecto importante
refere-se à presença de horizonte cimentado (Ortstein) apenas na área de
salinas (P9, P10, e P11). A cimentação ocorre devido à reação entre os grãos
de quartzo e complexos organometálicos e/ou aluminossilicatos amorfos e/ou
compostos amorfos constituídos por diferentes proporções de Al, Si e Fe
(Farmer et al., 1983; Embrapa, 2006). Nos Espodossolos de áreas de restinga
(Coelho et al., 2010; Oliveira et al., 2010) e da formação barreiras (Oliveira et
al., 2010) também tem sido observado a presença de Ortstein.
Nos três ambientes de estudo a flutuação do lençol freático pode ser
apontado como o principal responsável pelas diferenças morfológicas dos
solos. Nas áreas de baía e salina, cujo lençol freático fica mais próximo à
superfície num período superior a seis meses, observa-se cores cinzentoescuro a oliva-escuro (valores e croma reduzidos), característico de
hidromorfismo. Nesse ambiente, torna-se propício o acúmulo de matéria
orgânica na superfície, como comprovado pela presença de horizonte H hístico
na área de baía. Por outro lado, nas áreas de campos de inundação o lençol
freático na maior parte do ano encontra-se a mais de 1 m de profundidade,
proporcionando cores mais oxidadas (bruno, bruno escuro e bruno amarelado).
Ainda, neste ambiente pelo curto intervalo de permanência do lençol freático
alto, observa-se a presença de mosqueados; bem como o favorecimento do
desenvolvimento da estrutura do solo nos horizontes subsuperficiais que foi em
blocos angulares.
31
2.3.2 Atributos físicos
Nos três ambientes de estudo, houve predomínio da fração areia,
refletindo na densidade do solo e de partícula, bem como na textura do solo
(Tabela 4). Na área de baía os teores de areia variaram de 782 a 877 g kg-1
(P1), 651 a 898 g kg-1 (P2) e de 617 a 904 g kg-1 (P3); nos campos de
inundação variaram de 677 a 942 g kg-1 (P4), 730 a 933 g kg-1 (P5), 851 a 973
g kg-1 (P6), 908 a 962 g kg-1 (P7) e de 872 a 948 g kg-1 (P8); e na salina variam
de 885 a 950 g kg-1 (P9), 919 a 971 g kg-1 (P10) e de 879 a 990 g kg-1 (P11).
Em função dos elevados teores de areia nos três ambientes a textura do solo
variou de areia, areia franca a franco-arenosa. Em todos os solos estudados,
exceto para os perfis P4 e P5 de campos de inundação, houve predomínio de
areia com granulometria fina.
De maneira geral, com base nos critérios adotados pelo Sistema
Brasileiro de Classificação de Solos - SiBCS - (Embrapa, 2006), os
Espodossolos, quanto à textura são predominantemente arenosos, sendo a
granulometria da fração areia variável, desde mais grossa (Dias et al., 2003;
Oliveira et al., 2010) a mais fina (Coelho et al., 2010).
A granulometria das partículas pode ser utilizada para inferir na
dinâmica da sedimentação. No caso do ambiente de estudo, bacia do rio
Taquari com sedimentos arenosos, as variações na granulometria, segundo
Assine (2003) referem-se às distâncias de sedimentação e com a proximidade
em relação ao leito do rio. Nos perfis P4 e P5, cuja granulometria da areia foi
mais grossa, o ambiente caracteriza-se pela maior altitude (290 m), menor
distância de sedimentação e maior proximidade com o leito do rio Taquari; ao
passo que os demais perfis encontram-se mais distantes do leito do rio, com
altitudes menores, alimentados pelos sedimentos no período de cheia do
Pantanal (longas distâncias), refletindo na maior proporção de areia fina.
32
Tabela 4. Densidade, granulometria e textura de Espodossolos no Pantanal Sul
Matogrossense
Densidade
Granulometria
Solo Partícula Areia Grossa Areia Fina Silte Argila
-3
-1
Mg m
-----------------------g kg ----------------------Baía - Perfil P1 - Altitude 97m
Hor.
Prof.
(cm)
H
21-0
0,69
0,76
E
Bhs1
Bhs2
Bhs3
Bhs4
Bhs5
0-19
19-25
25-34
34-50
50-59
+
59-89
1,77
1,68
1,71
1,80
1,85
2,66
2,69
2,66
2,70
2,66
2,69
H
E
Bhs1
Bhs2
Bhs3
Bhs4
20-0
0-22
22-40
40-58
58-81
81-100
0,86
1,73
1,72
1,85
-
A1
0-12
A2
12-17
E
17-32
Bhs1
32-53
Bhs2
53-66
Bh
66-82
2Bhs3 82-100
+
2Bhs4 100-120
1,61
1,68
1,74
1,81
-
93
689
172
46
151
726
82
41
151
719
75
54
172
690
102
36
156
682
87
76
166
689
98
47
178
655
108
59
Baía - Perfil P2 - Altitude 97m
0,76
135
516
182
167
2,61
167
731
78
24
2,72
173
647
121
59
2,69
177
680
121
22
2,64
167
673
109
51
2,70
161
634
95
110
Baía - Perfil P3 - Altitude 97m
2,46
86
531
184
200
2,63
162
630
135
74
2,65
155
749
75
21
2,75
194
653
49
104
2,73
164
665
76
95
2,63
157
729
80
34
2,71
137
703
92
68
2,70
166
627
104
104
Campos de Inundação - Perfil P4 - Altitude 290m
2,85
343
334
138
185
2,71
445
458
29
68
A1
A2
0-22
22-31
1,37
1,71
E
Bs1
Bs2
31-50
50-56
+
56-70
A
Bs1
Bs2
E
2Bs3
0-10
10-25
25-41
41-65
65-100
A
E
Bhs1
Bhs2
Bs
C
0-10
10-35
35-54
54-69
69-80
+
80-110
2,63
481
461
34
24
2,66
585
254
87
74
2,73
535
286
72
106
Campos de Inundação - Perfil P5 - Altitude 290m
0,80
367
14
127
492
0,77
324
56
216
404
2,67
415
432
79
74
2,66
407
526
41
26
2,71
493
297
105
105
Campos de Inundação - Perfil P6 - Altitude 100m
2,68
167
806
25
2
2,68
132
719
95
54
2,68
142
808
7
43
1,57
2,70
151
771
16
62
2,65
119
798
17
66
1,60
2,66
122
823
4
51
1,79
1,93
1,88
Textura
Areia
Areia
Areia
Areia
Areia
Areia
Areia
Areia
Areia
Areia
Areia Franca
Areia Franca
Areia
Areia Franca
Areia Franca
Areia
Areia
Areia Franca
Areia
Areia
Areia
Areia Franca
Areia
Areia
Areia Franca
Areia
Areia
Areia
Areia
Areia
Areia
Continua...
33
Tabela 4. Continuação
Hor.
Prof.
(cm)
Densidade
Solo Partícula
-3
Mg m
Granulometria
Areia Grossa Areia Fina Silte Argila
-1
-----------------------g kg -----------------------
Textura
Campos de Inundação - Perfil P7 - Altitude 123m
A1
0-10
1,43
2,62
74
845
47
34
Areia
A2
Bhs1
Bhs2
Bs
C
10-20
20-40
40-50
50-70
70-120
1,44
1,42
-
2,64
2,61
2,61
2,58
2,61
76
80
77
91
63
886
855
831
839
867
37
64
91
30
57
1
1
1
40
13
Areia
Areia
Areia
Areia
Areia
Campos de Inundação - Perfil P8 - Altitude 123m
A1
0-7,5
1,49
2,69
66
859
23
52
Areia
A2
A3
E
Bhs1
Bhs2
7,5-15
15-30
30-37
37-45
45-55
1,53
2,66
2,69
2,68
2,75
2,67
73
85
88
91
78
825
824
819
793
805
58
44
55
64
53
44
47
38
52
63
Areia
Areia
Areia
Areia
Areia
Bs1
Bs2
Bs3
C
55-70
70-87
87-105
+
105-125
2,68
83
804
33
80
2,70
99
773
46
83
2,70
80
793
33
94
2,61
84
864
21
31
Campos de Inundação - Tradagem T1 - Altitude 155m
Areia
Areia
Areia
Areia
0-20
20-30
30-60
60-80
+
-
2,69
2,66
2,64
305
253
170
517
499
419
129
229
324
49
19
86
Areia
Areia Franca
Franco Arenosa
-
2,69
191
466
339
4
Franco Arenosa
Areia
Areia
Areia
Campos de Inundação - Tradagem T2 - Altitude 100m
0-20
20-40
40-60
60-80
80-100
100-120
-
2,61
2,66
2,68
115
107
92
829
846
858
36
29
38
20
18
12
-
2,60
107
834
52
7
Areia
2,64
97
791
93
19
2,68
93
814
78
15
Campos de Inundação - Tradagem T3 - Altitude 290m
2,77
473
236
123
167
2,70
605
357
6
32
Areia
Areia
80-110
110-120
-
A1
0-6,5
A2
Bhs
E1
E2
0-20
20-50
Areia
56
55
71
45
Areia
Areia
1,44
2,73
608
265
2,66
643
257
Salina - Perfil P9 - Altitude 96m
2,74
191
759
3
47
Areia
6,5-11
1,80
2,68
211
732
36
21
Areia
11-17
17-28
28-44
1,74
1,78
1,69
2,62
2,64
2,66
134
127
122
770
777
761
78
45
58
18
51
58
Areia
Areia
Areia
Bh
44-51
1,46
2,71
103
791
97
9
Areia
Bhm
51-66
-
2,75
144
741
91
25
Areia
Continua...
34
Tabela 4. Continuação
Hor.
Prof.
(cm)
Densidade
Solo Partícula
-3
Mg m
Granulometria
Areia Grossa Areia Fina Silte Argila
-1
-----------------------g kg -----------------------
Textura
Salina - Perfil P10 - Altitude 96m
A1
0-5
-
2,73
254
717
28
1
Areia
A2
5-13
-
2,71
125
816
58
1
Areia
118
823
E
13-39
-
2,70
47
12
Areia
Bh
Bhsm
39-60
60-80
-
42
79
24
2
Areia
Areia
A1
A2
Bh1
Bh2
Bh3
E
2Bh4
Bhs
0-7
7-17
17-33
33-64
64-104
104-126
126-146
146-164
1,62
1,68
1,79
1,80
1,74
2,71
97
837
2,74
96
823
Salina - Perfil P11 - Altitude 96m
2,61
81
909
2,61
117
871
2,71
144
838
2,70
137
820
2,70
184
761
2,70
155
781
2,71
168
760
2,76
167
712
<1
<1
<1
34
5
60
7
108
<1
<1
<1
8
50
4
65
12
Areia
Areia
Areia
Areia
Areia
Areia
Areia
Areia
Bhsm
164-180
1,70
2,81
202
678
118
2
Areia
35
54
64
35
Areia
Areia
Areia
Areia
0-20
20-40
40-55
55-60
-
Salina - Tradagem T4 - Altitude 97m
2,63
207
724
34
2,65
192
722
32
2,74
165
692
79
2,76
192
662
111
Salina - Tradagem T5 - Altitude 97m
0-20
-
2,72
250
590
115
45
Areia
20-40
-
2,76
202
652
86
60
Areia
40-60
60-80
-
2,67
2,95
138
181
684
378
107
285
72
156
Areia
Franco Arenosa
À exceção dos horizontes H hístico dos perfis P1 (0,69 Mg m-3) e P2
(0,86 Mg m-3) da área de baía, os valores de densidade do solo foram altos
variando de 1,37 a 1,93 Mg m-3; estando estes associados aos de densidade
de partícula, com variação de 2,65 a 2,95 Mg m-3, e justificados pelo
predomínio da fração areia, cujo principal constituinte é o quartzo com
densidade em torno de 2,65 Mg m-3 e da presença de óxidos de ferro em solos
de clima tropical, cuja densidade pode chegar à 3,00 Mg m-3.
35
2.3.3 Atributos químicos
Os três ambientes de estudo diferiram quanto aos atributos químicos
do solo (Tabela 5).
Na área de baía, os horizontes superficiais dos perfis P1 e P2
apresentaram elevados teores de COT (> 80 g kg-1), e associados à espessura
são caracterizados como orgânico H hístico (Embrapa, 2006). Os demais
horizontes superficiais nos três ambientes são caracterizados como minerais.
Ainda, verifica-se na área de baía, distribuição errática dos teores de COT nos
horizontes subsuperficiais, processo característico de eluviação de matéria
orgânica no perfil do solo. Os valores de pH em água variaram de 4,4 no
horizonte Bhs5 (P1) a 7,5 no Bh (P3); sendo os perfis classificados, quanto às
classes de reação do solo, em fortemente a moderadamente ácido (P1),
moderadamente ácido a praticamente neutro (P2 e P3). Especificamente, nos
horizontes mais subsuperficiais do perfil P1 (Bhs4 e Bhs5) observam-se valores
de pH em água fortemente ácido; enquanto nos horizontes subsuperficiais dos
perfis P2 e P3 os valores de pH em água foram praticamente neutro. No
ambiente baía, os valores de pH em KCl foram menores em relação aos
determinados em água, refletindo em ∆pH negativo. Os teores de P foram
baixos, e bastante semelhantes entre os perfis do ambiente baía, variando de
0,02 a 0,07 mg kg-1. Nos horizontes superficiais dos três perfis, observam-se os
maiores teores de Ca+2, Mg+2 e H+, refletindo em maiores valores de SB e T
nesses horizontes. Esses maiores valores de T nos horizontes superficiais
estão associados à matéria orgânica, principal responsável pela capacidade de
troca catiônica em solos arenosos (Embrapa, 2006), bem como dos
Espodossolos (Dias et al., 2003; Oliveira et al., 2010; Coelho et al., 2010).
Destaca-se, a ocorrência de acúmulo de Ca+2 e Mg+2 nos horizontes
subsuperficiais, principalmente nos perfis P2 e P3 deste ambiente; gerando
consequentemente valores de saturação por bases maiores que 50% com
atribuição de caráter eutrófico. Também, verifica-se a presença de teores
elevados de Na+, principalmente nos perfis P1 e P2, com maior participação
desse elemento no complexo de troca, ou seja, contribuindo para o aumento da
saturação por Na+.
36
Tabela 5. Principais atributos químicos de Espodossolos no Pantanal Sul Matogrossense
Hor.
pH
Prof.
(cm)
Água
∆ pH
Ca
Mg
Ca + Mg
K
Complexo Sortivo
Na
SB
H
Al
H + Al
T
-1
-----------------------------------------(cmolc kg ) ------------------------------------------
KCl
COT
-1
(g kg )
P
V
-1
(mg kg )
Na/T
(%)
CE
dS m
-1
Baía - Perfil P1 - Altitude 97m
H
21-0
5,69
4,64
-1,05
8,90
3,30
12,20
0,55
0,20
12,95
14,50
0,30
14,80
27,75
123,19
0,02
46,66
0,73
-
E
Bhs1
Bhs2
0-19
19-25
25-34
6,74
5,72
5,87
5,51
4,18
5,02
-1,23
-1,54
-0,85
0,50
0,50
0,00
0,20
0,40
0,00
0,70
0,90
0,00
0,02
0,04
0,05
0,05
0,17
0,31
0,77
1,12
0,36
0,50
0,50
1,00
0,10
0,20
0,10
0,60
0,70
1,10
1,37
1,82
1,46
3,83
4,34
6,90
0,02
0,02
0,05
56,28
61,44
24,60
3,45
9,53
20,95
-
Bhs3
34-50
5,60
5,16
-0,44
0,00
0,00
0,00
0,06
0,30
0,36
1,50
0,20
1,70
2,06
6,64
0,07
17,43
14,42
-
Bhs4
Bhs5
50-59
+
59-89
4,71
4,43
3,90
3,56
-0,81
-0,87
0,20
0,80
0,20
0,30
0,40
1,10
0,20
0,40
1,30
1,70
2,02
3,09
8,31
11,50
0,02
0,02
35,71
44,91
13,63
7,79
-
H
E
20-0
0-22
5,22
6,51
4,25
5,10
-0,97
-1,41
7,20
0,50
2,80
1,00
10,00
1,50
0,40
0,20
14,40
8,40
24,91
9,92
110,49
3,83
0,02
0,02
42,20
15,30
1,02
0,00
2,24
Bhs1
22-40
6,40
5,00
-1,40
0,80
0,40
1,20
0,07
0,29
1,56
9,20
0,10
9,30
10,86
3,32
0,02
14,38
2,65
2,15
Bhs2
40-58
7,00
6,05
-0,95
1,00
0,30
1,30
0,05
0,29
1,64
5,60
0,10
5,70
7,34
5,49
0,02
22,35
3,97
15,91
Bhs3
58-81
7,38
6,01
-1,37
0,90
0,80
1,70
0,05
0,31
2,06
0,90
0,10
1,00
3,06
3,71
0,02
67,34
10,10
1,79
Bhs4
81-100
7,19
5,75
-1,44
1,80
2,30
4,10
0,10
0,60
5,10
1,92
0,03
88,23
5,65
11,45
A1
0-12
5,00
4,13
-0,87
7,60
2,90
10,50
0,50
23,70
34,66
11,81
0,02
31,63
0,76
4,92
A2
12-17
6,26
4,92
-1,34
0,80
1,60
2,40
0,07
0,30
2,76
9,40
0,10
9,50
12,26
5,46
0,02
22,54
2,42
9,58
E
17-32
6,83
5,66
-1,17
0,50
0,20
0,70
0,01
0,00
0,71
0,40
0,10
0,50
1,21
0,38
0,02
58,80
0,00
1,14
6,48
6,94
7,50
6,67
6,97
4,96
5,55
6,41
5,32
5,46
-1,52
-1,39
-1,09
-1,35
-1,51
1,70
2,00
0,50
1,10
1,40
1,60
1,20
0,30
0,90
1,10
3,30
3,20
0,80
2,00
2,50
0,08
0,10
0,02
0,06
0,10
0,30
0,29
0,00
0,30
0,29
3,67
3,59
0,82
2,36
2,89
1,10
1,40
0,40
1,00
0,90
0,10
0,10
0,10
0,10
0,10
1,20
1,50
0,50
1,10
1,00
4,87
5,09
1,32
3,46
3,89
1,52
5,21
5,46
4,70
4,32
0,02
0,02
0,02
0,02
0,02
75,38
70,53
62,11
68,19
74,30
6,09
5,66
0,00
8,59
7,41
2,95
0,02
2,71
19,53
2,90
Bhs1
32-53
Bhs2
53-66
Bh
66-82
2Bhs3 82-100
+
2Bhs4 100-120
0,05 0,28
0,72
1,10
0,05 0,24
1,39
1,30
Baía - Perfil P2 - Altitude 97m
0,26 0,25 10,51 14,00
0,02 0,00
1,52
8,20
0,11 0,29
4,50
0,50
Baía - Perfil P3 - Altitude 97m
0,20 0,26 10,96 23,20
Continua...
37
Tabela 5. Continuação
Hor.
A1
A2
E
Bs1
Bs2
Prof.
(cm)
0-22
22-31
31-50
50-56
+
56-70
pH
∆ pH
Água KCl
4,92
5,20
5,99
5,52
5,51
3,92
4,00
4,71
4,16
4,11
-1,00
-1,20
-1,28
-1,36
-1,40
Complexo Sortivo
Ca
Mg Ca + Mg
K
Na
SB
H
Al
H + Al
T
-1
-----------------------------------------(cmolc kg ) -----------------------------------------Campos de Inundação - Perfil P4 - Altitude 290m
0,50 0,30
0,80
0,06 0,14 0,99 10,50 0,80
11,30
12,29
0,30 0,30
0,60
0,04 0,05 0,69
3,30
0,30
3,60
4,29
0,30 0,20
0,50
0,04 0,03 0,57
0,50
0,00
0,50
1,07
0,50 0,20
0,70
0,06 0,06 0,82
0,80
0,20
1,00
1,82
0,40 0,30
0,70
0,06 0,08 0,84
0,60
0,20
0,80
1,64
COT
-1
P
V
-1
Na/T
(%)
CE
(g kg )
(mg kg )
dS m
13,11
2,91
0,12
0,97
0,61
0,33
0,11
0,09
0,07
0,04
8,08
16,10
53,05
44,93
51,28
1,10
1,21
2,44
3,19
5,12
-
-1
Campos de Inundação - Perfil P5 - Altitude 290m
A
Bs1
0-10
10-25
5,03
4,54
3,97
3,77
-1,06
-0,77
1,60 0,70
0,60 0,40
2,30
1,00
15,70
11,30
18,39
12,40
115,97
14,57
0,44
0,07
14,62
8,89
1,29
0,36
-
Bs2
E
2Bs3
25-41
41-65
65-100
5,05
5,61
5,26
4,00
4,29
3,97
-1,05
-1,32
-1,29
0,50 0,20
0,10 0,20
0,30 0,30
2,34
0,47
2,45
3,52
1,58
1,58
0,12
0,07
0,07
35,76
78,81
30,53
3,30
6,99
2,13
-
0,15
0,06
0,24
0,05
2,69
1,10
13,70
8,40
2,00
2,90
A
0-10
5,45
4,09
-1,36
0,30 0,10
0,70
0,06 0,08 0,84
1,10
0,40
1,50
0,30
0,04 0,03 0,37
0,00
0,10
0,10
0,60
0,10 0,05 0,75
1,30
0,40
1,70
Campos de Inundação - Perfil P6 - Altitude 100m
0,40
0,01 0,00 0,41
0,80
0,40
1,20
1,61
8,13
0,03
25,44
0,00
-
E
10-35
5,35
4,29
-1,06
0,10 0,10
0,20
1,20
1,40
1,27
0,02
14,47
0,00
-
Bhs1
Bhs2
Bs
C
35-54
54-69
69-80
+
80-110
5,52
5,38
5,64
5,92
4,31
4,37
4,44
4,40
-1,21
-1,01
-1,20
-1,52
0,10
0,20
0,20
0,10
0,20
0,00 0,00 0,20
8,70
0,30
9,00
0,30
0,00 0,00 0,30
8,50
0,30
8,80
0,30
0,00 0,00 0,30
8,60
0,20
8,80
0,20
0,00 0,00 0,20
8,60
0,20
8,80
Campos de Inundação - Perfil P7 - Altitude 123m
9,20
9,10
9,10
9,00
1,91
1,27
0,38
0,38
0,02
0,02
0,02
0,02
2,21
3,31
3,32
2,23
0,00
0,00
0,00
0,00
-
A1
A2
Bhs1
0-10
10-20
20-40
6,42
6,55
6,45
5,66
5,18
5,10
-0,76
-1,37
-1,35
1,60 1,00
0,70 0,40
0,70 0,40
2,60
1,10
1,10
0,34
0,17
0,15
0,08
0,06
0,07
3,02
1,33
1,32
19,70
18,80
18,50
0,00
0,00
0,00
19,70
18,80
18,50
22,72
20,13
19,82
5,59
1,46
1,58
0,07
0,22
0,03
13,30
6,60
6,65
0,37
0,29
0,33
-
Bhs2
40-50
6,31
4,83
-1,48
0,60 0,50
1,10
0,13
0,06
1,29
8,50
0,00
8,50
9,79
1,21
0,10
13,19
0,59
-
Bs
C
50-70
70-120
6,34
6,65
4,64
4,79
-1,70
-1,86
0,40 0,30
0,30 0,20
0,70
0,50
0,17
0,10
0,17
0,17
1,04
0,77
0,60
0,20
0,00
0,00
0,60
0,20
1,64
0,97
0,12
0,97
0,05
0,03
63,48 10,53
79,34 17,87
-
0,10
0,10
0,10
0,10
0,00
0,00
0,20
0,90
0,30
Continua...
38
Tabela 5. Continuação
Hor.
Prof.
(cm)
pH
∆ pH
Água
KCl
6,43
6,11
6,20
7,08
8,60
9,16
9,36
9,50
9,54
8,26
5,82
4,74
5,19
6,16
7,07
7,41
7,59
7,55
7,60
6,48
-0,61
-1,37
-1,01
-0,92
-1,53
-1,75
-1,77
-1,95
-1,94
-1,78
0-20
20-30
30-60
+
60-80
5,32
5,05
4,86
5,24
4,18
4,00
3,84
4,05
-1,14
-1,05
-1,02
-1,19
0-20
20-40
40-60
60-80
80-100
100-120
5,81
5,75
5,86
5,92
5,68
5,60
4,37
4,44
4,49
4,58
4,44
4,41
-1,44
-1,31
-1,37
-1,34
-1,24
-1,19
0-20
20-50
80-110
110-120
4,74
5,43
5,34
5,39
3,85
4,24
4,17
4,10
-0,89
-1,19
-1,17
-1,29
A1
0-7,5
A2
7,5-15
A3
15-30
E
30-37
Bhs1
37-45
Bhs2
45-55
Bs1
55-70
Bs2
70-87
Bs3
87-105
+
C
105-125
Complexo Sortivo
Ca
Mg
Ca + Mg
K
Na
SB
H
Al
H + Al
T
-1
-----------------------------------------(cmolc kg ) -----------------------------------------Campos de Inundação - Perfil P8 - Altitude 123m
2,40 1,10
3,50
0,26 0,09 3,85
0,50
0,00
0,50
4,35
1,10 1,20
2,30
0,11 0,08 2,50
1,00
0,00
1,00
3,50
1,40 1,50
2,90
0,11 0,09 3,10
0,70
0,00
0,70
3,80
1,30 0,90
2,20
0,13 0,15 2,48
0,50
0,00
0,50
2,98
2,60 1,30
3,90
0,25 0,53 4,68
0,30
0,00
0,30
4,98
2,10 1,40
3,50
0,32 1,06 4,88
0,20
0,00
0,20
5,08
1,30 1,50
2,80
0,41 1,42 4,63
5,70
0,00
5,70
10,33
1,40 1,10
2,50
0,28 1,76 4,55 17,00 0,00
17,00
21,55
1,40 1,00
2,40
0,23 2,10 4,73 17,70 0,00
17,70
22,43
0,20 0,30
0,50
0,06 0,30 0,86 30,60 0,00
30,60
31,46
Campos de Inundação - Tradagem T1 - Altitude 155m
0,60 0,40
1,00
0,06 0,08 1,14
0,30
0,20
0,50
1,64
0,40 0,60
1,00
0,04 0,04 1,08
0,00
0,00
0,00
1,08
0,50 0,40
0,90
0,06 0,08 1,04
0,30
0,40
0,70
1,74
0,30 0,40
0,70
0,04 0,06 0,80
0,00
0,00
0,00
0,80
Campos de Inundação - Tradagem T2 - Altitude 100m
0,40 0,30
0,70
0,06 0,06 0,82
1,10
0,00
1,10
1,92
0,30 0,20
0,50
0,04 0,03 0,57
1,20
0,00
1,20
1,77
0,40 0,30
0,70
0,04 0,03 0,77
1,50
0,00
1,50
2,27
0,20 0,20
0,40
0,04 0,07 0,50
0,90
0,00
0,90
1,40
0,30 0,10
0,40
0,04 0,07 0,50
1,80
0,00
1,80
2,30
0,30 0,20
0,50
0,04 0,06 0,60
1,70
0,00
1,70
2,30
Campos de Inundação - Tradagem T3 - Altitude 290m
0,30 0,20
0,50
0,06 0,09 0,65
4,20
0,90
5,10
5,75
0,30 0,20
0,50
0,04 0,08 0,62
0,30
0,20
0,50
1,12
0,10 0,50
0,60
0,04 0,05 0,68
1,00
0,30
1,30
1,98
0,50 0,40
0,90
0,04 0,06 1,00
0,40
0,20
0,60
1,60
COT
-1
P
V
-1
Na/T
(%)
CE
(g kg )
(mg kg )
dS m
5,46
2,79
2,06
1,21
2,19
1,21
0,12
0,36
0,61
0,61
0,13
0,10
0,15
0,05
0,13
0,15
0,11
0,51
0,25
0,05
88,52
71,41
81,60
83,23
93,97
96,06
44,84
21,10
21,09
2,73
2,07
2,40
2,37
4,96
10,67
20,79
13,73
8,19
9,38
0,96
-
4,86
3,40
3,16
1,46
0,10
0,06
0,08
0,06
69,55
100,00
59,82
100,00
5,12
3,62
4,82
7,28
-
2,79
1,82
0,97
0,12
1,21
0,73
0,08
0,05
0,04
0,13
0,09
0,03
42,59
32,01
33,77
35,90
21,88
25,99
3,03
1,47
1,15
4,63
2,82
2,53
-
15,67
0,97
2,55
0,85
0,08
0,06
0,04
0,08
11,27
55,20
34,48
62,43
1,57
6,90
2,27
3,63
-
-1
Continua...
39
Tabela 5. Continuação
A1
A2
Bhs
E1
0-6,5
6,5-11
11-17
17-28
9,97
9,99
10,05
10,06
9,33
9,08
9,17
9,31
-0,64
-0,91
-0,88
-0,75
Complexo Sortivo
Ca
Mg Ca + Mg
K
Na
SB
H
Al
H + Al
T
-1
-----------------------------------------(cmolc kg ) -----------------------------------------Salina - Perfil P9 - Altitude 96m
0,80 0,50
1,30
0,53 0,17 1,99
0,00 0,00
0,00
1,99
1,00 0,60
1,60
0,19 0,25 2,05
0,00 0,00
0,00
2,05
1,20 0,50
1,70
0,29 0,24 2,24
0,00 0,00
0,00
2,24
0,60 0,60
1,20
0,23 0,25 1,68
0,00 0,00
0,00
1,68
E2
28-44
10,06
9,25
-0,81
0,80
Hor.
Prof.
(cm)
pH
∆ pH
Água
KCl
0,50
1,30
0,00
COT
-1
P
V
-1
Na/T
(%)
CE
dS m
-1
(g kg )
(mg kg )
10,35
5,75
8,95
0,64
0,35
0,29
0,29
0,03
100,00
100,00
100,00
100,00
8,35
12,39
10,95
15,08
0,08
0,03
0,10
0,04
1,87
0,38
0,03
100,00
12,16
0,04
0,34 0,23
1,87
0,00
0,00
1,20 7,21
9,51
0,00
0,00
0,00
9,51
0,64
0,04
100,00
75,83
0,06
3,71 9,32 14,53 0,00 0,00
Salina - Perfil P10 - Altitude 96m
0,49 0,17 1,75
0,10 0,00
0,00
14,53
5,11
0,06
100,00
64,17
0,08
0,10
1,85
5,11
0,27
94,60
8,99
0,24
0,00
0,00
0,00
0,30
0,40
0,40
2,24
4,63
4,86
4,22
1,79
7,41
0,08
0,03
0,02
86,62
91,36
91,77
9,37
0,00
0,00
0,12
0,10
0,04
0,49 0,18 1,07
0,00 0,00
Salina - Perfil P11 - Altitude 96m
0,03 0,04 1,27
0,00 0,00
0,00
1,07
3,19
0,03
100,00
16,43
0,10
0,00
1,27
1,53
0,03
100,00
3,20
1,56
Bh
44-51
10,21
9,38
-0,83
0,80
0,30
1,10
Bhm
51-66
10,20
9,23
-0,97
1,10
0,40
1,50
A1
0-5
9,75
9,47
-0,28
0,70
0,40
1,10
A2
E
Bh
5-13
13-39
39-60
9,85
9,68
9,76
9,46
9,48
9,30
-0,39
-0,20
-0,46
0,80
0,40
0,40
0,60
0,30
0,20
1,40
0,70
0,60
Bhsm
60-80
10,05
9,66
-0,39
0,30
0,10
0,40
A1
0-7
7,22
6,63
-0,59
0,70
0,50
1,20
A2
7-17
6,84
5,81
-1,03
0,40
0,20
0,60
0,01 0,00
0,61
0,00
0,00
0,00
0,61
1,66
0,02
100,00
0,00
1,58
Bh1
17-33
6,84
6,21
-0,63
0,30
0,20
0,50
0,01 0,00
0,51
0,00
0,00
0,00
0,51
4,22
0,02
100,00
0,00
1,06
Bh2
Bh3
E
33-64
64-104
104-126
7,21
8,88
9,82
6,10
7,00
8,96
-1,11
-1,88
-0,86
0,30
0,20
0,20
0,20
0,10
0,10
0,50
0,30
0,30
0,02 0,00
0,06 0,44
0,16 0,26
0,52
0,79
0,73
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,10
0,00
0,00
0,10
0,52
0,79
0,83
2,04
1,65
0,26
0,02
0,02
0,02
100,00
100,00
87,89
0,00
55,12
31,74
2,53
3,18
15,91
2Bh4
126-146
9,96
9,24
-0,72
0,70
0,20
0,90
0,17 0,26
1,33
0,00
0,00
0,00
1,33
2,92
0,02
100,00
19,70
15,78
Bhs
Bhsm
146-164
164-180
10,02
10,09
9,25
9,28
-0,77
-0,81
0,70
0,70
0,60
0,50
1,30
1,20
0,67 1,04
2,90 5,79
3,00
9,89
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
3,00
9,89
2,68
1,28
0,03
0,04
100,00
100,00
34,52
58,58
0,04
0,05
0,33 0,21
3,53 0,00
3,86 0,00
1,94
4,23
4,46
0,30
0,40
0,40
Continua...
40
Tabela 5. Continuação
Hor.
pH
Prof.
(cm)
Água
∆ pH
Ca
Mg
Ca + Mg
Complexo Sortivo
K
Na
SB
H
Al
H + Al
T
-1
KCl
COT
-1
(cmolc kg )
P
V
-1
Na/T
CE
(g kg )
(mg kg )
(%)
dS m
-1
Salina - Tradagem T4 - Altitude 97m
0-20
9,68
8,91
-0,77
1,00
0,70
1,70
0,20
0,26
2,16
0,00
0,00
0,00
2,16
1,27
0,04
100,00 12,15
15,20
20-40
9,66
8,85
-0,81
1,20
0,70
1,90
0,15
0,28
2,33
0,20
0,00
0,20
2,53
2,79
0,03
92,09
11,06
12,85
40-55
9,62
8,50
-1,12
1,70
1,00
2,70
0,47
0,20
3,37
6,90
0,00
6,90
10,27
5,46
0,07
32,79
1,96
12,66
55-60
9,62
8,40
-1,22
1,70
1,30
3,00
0,73
1,90
5,62
6,50
0,00
6,50
12,12
3,18
0,32
46,39
15,65
-
Salina - Tradagem T5 - Altitude 97m
0-20
9,42
8,08
-1,34
2,30
1,50
3,80
0,61
0,16
4,57
0,00
0,00
0,00
4,57
23,50
0,29
100,00
3,46
17,45
20-40
9,52
8,14
-1,38
1,20
2,30
3,50
0,42
0,21
4,13
6,10
0,00
6,10
10,23
5,50
0,25
40,37
2,05
-
40-60
9,45
8,15
-1,30
1,40
2,70
4,10
0,51
0,18
4,79
6,30
0,00
6,30
11,09
11,22
0,26
43,19
1,66
14,18
60-80
9,36
7,96
-1,40
4,90
4,10
9,00
0,84
3,07
12,92
4,90
0,00
4,90
17,82
10,58
0,27
72,50
17,24
17,67
SB – Soma de bases; T – CTC; COT – Carbono Orgânico Total; V(%) – Saturação por bases; Na/T(%) – Saturação de sódio; CE – Condutividade elétrica.
41
De acordo com o SiBCS (Embrapa, 2006), em alguma seção de
controle que defina a classe, em função da saturação por sódio e da
condutividade elétrica, os solos podem apresentar caráter sódico (P1, Na/T ≥
15%), solódico (P2 e P3, 6 > Na/T < 15%) e sálico (P2 e P3, CE ≥ 7 dS m-1) .
Os teores de Al+3, em alguns horizontes foram elevados (0,50 cmolc kg-1),
porém não o suficiente para caracterizá-los de caráter álico.
Nas áreas de campos de inundação, os horizontes superficiais
apresentaram baixos teores de COT em relação à área de baía, variando de
5,46 (P8) a 13,11 g kg-1 (P4), exceto no horizonte A do perfil P5 (115,97 g kg-1).
Diferente da área de baía, nem todos os solos dos campos de inundação (P4,
P5 e T1), apresentaram distribuição errática em COT no perfil do solo,
evidenciando processo menos intenso de podzolização com eluviação de
matéria orgânica. À exceção do perfil P8, cuja classe de reação em
subsuperfície variou de moderadamente à fortemente alcalino; os demais solos
apresentaram valores de pH em água e KCl menores, variando de fortemente a
moderadamente ácidos. Neste ambiente, de forma semelhante à área de baía,
os valores de pH em KCl foram menores, gerando ∆pH negativo; assim como
os teores de P também foram baixos e com pouca variação entre os perfis. De
maneira geral, os teores das bases trocáveis foram baixos, variando de 0,2 a
4,88 cmolc kg-1, com diminuição em profundidade. Os maiores valores das
bases trocáveis nos horizontes superficiais acompanharam os maiores teores
de COT, que consequentemente apresentaram os maiores valores de H+ e T.
Mesmo sendo baixos os valores de soma de bases, alguns horizontes com E
(P4), E (P5), Bs e C (P7) e tradagem T1, apresentaram saturação por bases
maiores que 50%, fato este, atribuído aos valores muito baixos de Na+ e
Al+3+H+ no complexo de troca. Especificamente, o perfil P8 apresentou
aumento nos valores de soma de bases em profundidade, com valores de
saturação por bases elevado nos horizontes subsuperficiais como de 93,97%
(Bhs1). Ainda neste perfil, além dos elevados valores de Ca+2+Mg+2 (variando
de 2,4 a 3,5 cmolc kg-1), nos horizontes mais subsuperficiais ocorreu acúmulo
de H+ e Na+ chegando a valores de saturação por sódio de 20,79%. Nos solos
deste ambiente, têm-se pouca presença de Al+3 no complexo de troca, sendo
42
os maiores valores observados nos horizontes superficiais do perfil P5 (2,0 a
2,9 cmolc kg-1).
Na área de salina os valores de pH em água foram altos, variando de
6,84 a 10,21, caracterizados de praticamente neutro à fortemente alcalino
respectivamente. Semelhante as área de baía e campos de inundação os
valores de pH em KCl foram menores aos obtidos em água, o que gerou ∆pH
negativo. Os elevados valores de pH neste ambiente estão associados à
prevalência do íon sódio no complexo de troca, com valores chegando a 9,32
cmolc kg-1, proporcionando desse modo nos perfis P9 e P11 saturação por
sódio elevado, e consequentemente contribuiu para elevar a saturação por
bases a valores de 100%. Destaca-se ainda, em todos os solos deste ambiente
a ausência do Al+3 extraível, bem como do íon H+ nos perfis P9 e P11. Por
outro lado, nos perfis P10 e nas tradagens T4 e T5 nota-se presença de H+ em
profundidade, característico de eluviação de matéria orgânica no perfil do solo.
Também nas tradagens, além do íon H+, observaram-se maior participação dos
íons bivalentes Ca+2 e Mg+2, cuja soma variou de 1,7 a 9,0 cmolc kg-1. Em
relação à condutividade elétrica, no perfil P11 e nas tradagens T4 e T5
encontrou-se valores elevados, caracterizando o caráter sálico.
Em alguns solos dos três ambientes estudados (P3, P7, P8, P9, T4 e
T5) verifica-se significativa participação no complexo sortivo dos íons Ca+2 e
Mg+2. De acordo com RadamBrasil (1982) e Assine (2003), os sedimentos
provenientes do rio Taquari, são enriquecidos de material carbonáticos,
principalmente na região central do pantanal da Nhecolândia, local de coleta
dos solos, justificando a presença de tais elementos. Segundo os critérios
básicos do SiBCS (Embrapa, 2006), os Espodossolos são caracterizados por
apresentarem baixa saturação por bases, e acidez e saturação por alumínio
elevada. Tal comportamento tem sido confirmado nos estudos de solos
pertencentes a esta classe, tanto em ambientes de sedimentos recentes, como
em área de restinga no sul da Bahia (Oliveira et al., 2010), quanto em regiões
de ambiente altimontanos, em Minas Gerais (Dias et al., 2003). Ainda, os
mesmos autores, não verificaram a presença de Na+, nos solos por eles
estudados.
43
De uma maneira geral, as informações presentes na literatura, são
discordantes com as apresentadas no presente trabalho, principalmente pela
significativa participação dos íons Ca+2, Mg+2 e Na+ no complexo sortivo. Ainda,
com relação ao Na+, sugere sua participação na formação do ortstein, horizonte
com cimentação.
Os teores de SiO2, Al2O3, Fe2O3 e suas relações moleculares diferiram
em função dos ambientes estudados (Tabela 6). De uma maneira geral os
valores desses elementos foram baixos, podendo estar associados aos baixos
conteúdos de argila nos ambientes estudados.
Nos horizontes superficiais dos perfis P2, P3 (baía) e P4 (campos de
inundação) ocorreram os maiores teores de SiO2, com valores de 104,7, 119,7
e 97,3 g kg-1, respectivamente. Além disso, para todos os perfis nos três
ambientes
de
estudo
ocorreu
incremento
de
SiO2
nos
horizontes
subsuperficiais, marcadamente no P9 na área de salina, associado ao
horizonte cimentado orstein. Os teores de Al2O3 e Fe2O3 apresentaram
comportamento semelhante, ou seja, tenderam ao acúmulo em profundidade
nos perfis estudados. Por outro lado, os teores de TiO2 apresentaram baixos
teores (2,1 a 5,7 g kg-1) com pouca variação em profundidade nos perfis
estudados.
O acúmulo de ferro e alumínio em profundidade sugere a participação
desses elementos na gênese do horizonte espódico (Embrapa, 2006). Esse
comportamento é bastante evidente na literatura, com trabalhos em áreas de
restinga (Gomes, 1995; Moura Filho, 1998; Gomes, 2005; Moreau et al., 2006;
Oliveira et al., 2010) e também em ambientes altimontanos (Dias et al., 2003).
A translocação do Fe e Al ocorrem devido à complexação desses elementos
com compostos orgânicos (van Wambeke, 1992; van Breemen e Buurman,
1998; Mokma e Evans, 1999, Dias et al., 2003; Oliveira et al., 2010).
Através de estudos utilizando ditionito-citrato-bicarbonato de sódio
(DCB), oxalato ácido de amônio e pirofosfato de sódio, é possível identificar
formas de Al e Fe, livres ou ligados a compostos orgânicos, subsidiando melhor
entendimento da gênese do horizonte espódico.
44
Tabela 6. Teores de SiO2, Al2O3, Fe2O3, TiO2, obtidos pelo ataque sulfúrico na
TFSA, e relações moleculares Ki, Kr e Al2O3/Fe2O3 de Espodossolos no Pantanal
Sul Matogrossense
Hor.
SiO2
Prof.
(cm)
Al2O3
Fe2O3
TiO2
(g kg-1)
Ki
Kr
Al2O3/Fe2O3
Baía - Perfil P2 - Altitude 97m
H
20-0
104,70
26,50
18,70
2,80
6,72
4,63
2,22
E
0-22
12,00
2,60
5,00
2,39
8,00
3,55
0,80
Bhs1
22-40
47,20
23,20
19,20
4,36
3,47
2,27
1,90
Bhs2
40-58
30,10
20,50
13,10
3,35
2,50
1,78
2,46
Bhs3
58-81
28,90
25,60
9,00
5,70
1,92
1,57
4,45
Bhs4
81-100
52,30
7,70
14,10
4,36
11,51
5,30
0,86
Baía - Perfil P3 - Altitude 97m
A1
0-12
119,70
42,50
20,90
3,48
4,78
3,64
3,20
A2
12 -- 17
30,00
23,10
8,10
2,72
2,21
1,80
4,50
E
17-32
12,60
12,80
3,00
2,39
1,68
1,46
6,67
Bhs1
32-53
42,40
18,00
17,10
3,69
4,00
2,49
1,65
Bhs2
53-66
52,80
36,10
23,20
4,36
2,49
1,81
2,67
Bh
66-82
14,00
5,10
6,00
3,34
4,67
2,66
1,33
2Bhs3
82-100
27,30
17,90
8,00
3,35
2,59
2,01
3,50
48,80
20,60
11,10
4,02
4,03
3,00
2,91
2Bhs4
100-120
+
Campos de Inundação - Perfil P4 - Altitude 290m
A1
0-22
97,30
88,60
18,40
5,45
1,87
1,65
7,56
A2
22-31
21,50
5,10
10,00
4,00
7,13
3,16
0,80
E
31-50
4,80
12,80
5,00
2,08
0,64
0,51
4,00
Bs1
50-56
23,30
25,60
19,10
4,33
1,55
1,05
2,11
28,10
38,30
32,10
3,99
1,24
0,86
1,88
Bs2
56-70
+
Campos de Inundação - Perfil P6 - Altitude 100m
A
0-10
9,40
12,80
4,00
2,39
1,25
1,04
5,00
E
10--35
9,00
12,80
10,00
2,70
1,20
0,80
2,00
Bhs1
35-54
8,00
20,50
8,00
3,02
0,67
0,53
4,00
Bhs2
54-69
14,20
20,50
2,00
4,33
1,18
1,11
16,01
Bs
69-80
17,20
12,80
5,00
3,66
2,29
1,83
4,00
7,60
12,80
5,00
3,99
1,01
0,81
4,00
+
C
80-110
A1
0-6,5
17,50
5,10
4,00
1,48
5,80
3,86
2,00
A2
6,5-11
14,00
15,40
4,00
1,47
1,56
1,33
6,01
Bhs
11--17
19,70
5,10
4,00
2,71
6,53
4,35
2,00
E1
17-28
13,80
12,80
4,00
2,70
1,84
1,53
5,00
E2
28-44
13,80
7,70
4,00
3,35
3,07
2,30
3,00
Bh
44-51
60,20
25,70
13,10
4,36
3,97
3,00
3,08
Bhm
51-66
115,80
31,30
25,50
4,75
6,30
4,14
1,92
Salina - Perfil P9 - Altitude 96m
45
Oliveira et al. (2010), estudando Espodossolos de restinga, observaram
maior participação de Al ligado a ácidos orgânicos, sugerindo sua maior
participação no processo de podzolização quando comparado ao Fe. Apesar
de no presente estudo não ter sido realizado o fracionamento de Fe e Al, têmse altos teores de Al2O3, bem como elevados valores da relação Al2O3/ Fe2O3,
indicando predomino de Al, corroborando com os dados da literatura.
A menor participação do Fe complexado com ácidos orgânicos, pode
ser atribuída à presença do lençol freático elevado no perfil do solo,
promovendo redução e remoção do Fe do sistema (Anderson et al., 1982;
Farmer et al., 1983; Oliveira et al., 2010), que pode ser intensificado pela
textura arenosa do solo (Andriesse, 1969).
No presente estudo, além da necessidade de determinar as formas de
Fe e Al ligadas à fração orgânica, também têm-se a necessidade da
compreensão da participação do íon sódio (ambiente salina) na gênese do
horizonte espódico.
À exceção dos horizontes E (P4), e Bhs1 (P6), os valores de Ki e Kr
dos solos estudados foram elevados, indicativo de baixo grau de intemperismo
(Embrapa, 2006). No SiBCS (Embrapa, 2006), para o quinto nível categórico, é
possível por meio dos índices Ki e Kr a distinção de solos cauliníticos, oxídicos
e gibbsíticos. Nos solos em estudo, mesmo sendo baixos os teores de argila
(Quadro 2), em função do baixo grau de intemperismo, sugere-se a
preservação dessas argilas. Para reforçar tal hipótese, Sousa (2003),
estudando solos da bacia do Pantanal, verificaram a presença da argila Ilita
(2:1), justificando os elevados índices Ki e Kr.
2.3.4 Gênese e Classificação dos Solos
Em função dos teores e espessura, os horizontes superficiais dos perfis
P1 e P2 (área de baía) foram identificados como H Hístico; enquanto os demais
identificados como A moderado (Embrapa, 2006). Em todos os perfis
46
estudados nos três ambientes observa-se a presença de horizontes
subsuperficial B espódico, sendo no primeiro nível categórico do SiBCS
(Embrapa, 2006) classificados na ordem dos Espodossolos. Portanto, nos
níveis hierárquicos mais baixos do SiBCS, foram classificados apenas os
perfis, que além da determinação de COT, também procedeu-se a análise de
ataque sulfúrico, determinando os teores de Al2O3 e Fe2O3, elementos
imprescindíveis para melhor categorização da ordem em estudo.
Na área de baía os perfis P2 (seqüência de horizontes H-E-Bhs) e P3
(A-E-Bhs), apresentaram matiz 2,5Y e 5Y e acúmulo de Fe e matéria orgânica
nos horizontes subsuperficiais; sendo classificados em nível de subordem em
Espodossolo Ferrihumilúvicos. O perfil P2 enquadra-se no nível de grande
grupo como Hidromórfico; e no nível de subgrupo em organossólico, pois
permanece saturado com água em um ou mais horizontes dentro de 100 cm da
superfície do solo e apresenta horizonte H Hístico; sendo, portanto, classificado
em Espodossolo Ferrihumilúvico Hidromórfico organossólico. Já o perfil P3 por
não apresentar nenhum outro atributo diferencial, em nível de grande grupo e
subgrupo, foi classificado em Espodossolo Ferrihumilúvico Órtico típico.
Na área de campos de inundação os perfis P4 e P6, com seqüência de
horizontes A-E-Bs, matiz 10YR, apresentaram predomínio de ferro no horizonte
espódico, sendo classificados em nível de subordem em Espodossolos
Ferrilúvicos. O perfil P4, devido à presença de mosqueado de matiz 10YR e por
permanecer saturado com água em um ou mais horizontes dentro de 100 cm
da superfície do solo, enquadra-se no nível de grande grupo como
Hidromórfico; e no subgrupo, por não apresentar nenhum atributo diferencial foi
classificado em Espodossolo Ferrilúvico Hidromórfico típico. O perfil P6 por não
apresentar nenhum atributo diferencial em nível de grande grupo enquadrou-se
como Órtico; e devido apresentar textura arenosa da superfície do solo até uma
profundidade superior 100 cm, no subgrupo foi classificado de Espodossolo
Ferrilúvico Órtico espessarênico.
Na área de salina o perfil P9, com seqüência de horizontes A-E-Bhsm,
matiz variando de 10YR a 5Y, apresentou predomínio de ferro e compostos
47
orgânicos no horizonte espódico, enquadrando-se em nível de subordem em
Ferrihumilúvico. No grande grupo, devido não apresentar nenhum atributo
diferencial foi denominado de Órtico; e no subgrupo devido presença de
horizonte cimentado (ortstein) dentro de 100 cm da superfície do solo, foi
classificado de Espodossolo Ferrihumilúvico Órtico dúrico.
2.4 Conclusões
1. Como principais atributos morfológicos e físicos, verificaram-se nas
áreas de baía e salina cores variando de bruno-claro-acinzentado, preto a
cinzento-oliváceo-escuro, associadas às condições de solo muito mal drenado;
e amareladas com mosqueados nos campos de inundação com solos pouco
mais drenados. Em todos os perfis, observou-se a fração areia com textura
variando de areia à franco arenosa.
2. Na área de campos de inundação ocorreram solos ácidos, com baixa
saturação por bases e acúmulo de ferro e alumínio no horizonte espódico. Na
salina e baía, ocorreram solos alcalinos, com elevados teores de sódio, com
acúmulo de ferro, alumínio e matéria orgânica no horizonte espódico.
3. Nos três ambientes de estudo constatou-se a influência dos fatores
relevo e material de origem, associados ao processo de podzolização, como
principais atuantes na gênese dos solos estudados.
4. Os critérios utilizados no Sistema Brasileiro de Classificação de
Solos foram suficientes para enquadramento dos solos estudados, nos níveis
mais baixos. No entanto, alguns solos, principalmente na área de salina
apresentaram elevada saturação por sódio, sugerindo inclusão do caráter
sódico e/ou solódico para a ordem dos Espodossolos.
48
REFERÊNCIAS
AB’ SABER, A N. O pantanal mato-grossense e a teoria dos refúgios. Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística, Rev. Bras. Geog. – IBGE, ano 1, n. 1, Rio
de Janeiro, p.9-57,1988.
ANDERSON, H. A.; BERROW, M. L.; FARMER, V. C.; HEPBURN, A.;
RUSSELL, J. D. e WALKER, A. D. A reassessment of Podzol forming
processes. J. Soil Sci., 33:125-136, 1982.
ANDRIESSE, J. P. Study of the environmental and characteristics of tropical
podzols in Sarawak (East-Malasia). Geoderma, 2:201-227, 1969.
ALMEIDA, F. F. M. Geologia do centro-oeste mato-grossense. Boletim da
Divisão de Geologia e Mineralogia, Rio de Janeiro, v.215, p.1-133, 1964.
ASSINE, M. L. Sedimentação na bacia do Pantanal Mato-Grossense,
Centro-Oeste do Brasil. 2003. 115p. Tese (Livre Docência)-Universidade
Estadual Paulista, Rio Claro – SP, 2003.
BRAVARD, S. e RIGHI, D. Geochemical differences in an Oxisol-Spodosol
toposequence of Amazônia, Brazil. Geoderma, 44:29-42. 1989.
CARDOSO, E. L. Qualidade do solo em sistemas de pastagens cultivada e
nativa na sub-região da Nhecolândia, Pantanal Sul Mato-Grossense. 2008.
154 f. Teses (Doutorado em Ciência do Solo)-Universidade Federal de Lavras,
Lavras – MG, 2008.
CANELLAS, L. P.; GURIDI, F.; SANTOS, G. A.; RUMJANEK, V. M.; BRAZFILHO, R. Aumento da resolução de espectros de RMN 13C de ácidos húmicos
em solução através do tratamento prévio com KCl 0,03 mol L-1. Quim. Nova,
Vol. 24, No. 1, 131-132, 2001.
CAMARGO, O. A.; MONIZ, A. C.; JORGE, J. A. e VALADARES, J. M. A. S.
Métodos de análises química, mineralógica e física de solos do Instituto
Agronômico de Campinas. Campinas, Instituto Agronômico de Campinas,
1986. 94p. (Boletim Técnico, 106).
COELHO, M. R.; SANTOS, H. G. dos, SILVA, E. F. da, AGILO, M. L. D. O
recurso natural solo. In: MANZATTO, C. V.; FREITAS JUNIOR, E. de; PERES,
J. R. R. Uso agrícola dos solos brasileiros. Rio de Janeiro – RJ: Embrapa
Solos, 2002.
COELHO, M. R.; MARTINS, V. M.; VIDAL-TORRADO, P.; SOUZA, C. R. de G.;
PEREZ, X. L. O. e VÁSQUEZ, F. M. Relação solo-relevo-substrato geológico
nas restingas da planície costeira do Estado de São Paulo. R. Bras. Ci. Solo,
34:833-846, 2010.
49
CUNHA, N. G da; POTT, A.; COMASTRI FILHO, J. A.; CASAGRANDE, J. C.;
DYNIA, J. F. Respostas de forrageiras a nutrientes em solos da planície
sedimentar do rio Taquari, Pantanal Mato-Grossense. Corumbá, 1981.
(Circular Técnica, 8).
CUNHA, N. G. da, e DYNIA, J. F. Respostas de forrageiras a calcário e
adubação em podzóis hidromórficos nas sub-regiões da Nhecolândia e
Paiaguás, Pantanal Mato-Grossense. Corumbá: EMBRAPA-UEPAE Corumbá,
1985. 94 p. (EMBRAPA-CPAP. Boletim de Pesquisa, 1).
CUNHA, T. J. F.; MADARI, B. E.; BENITES, V. de M.; CANELLAS, L. P.;
NOVOTNY, E. H.; MOUTTA, R. de O.; TROMPOWSKY, P. M.; SANTOS, G. de
A. Fracionamento químico da matéria orgânica e características de ácidos
húmicos de solos com horizonte a antrópico da Amazônia (Terra Preta). Acta
Amazonica, VOL. 37(1), 2007.
CURADO, F. F. Considerações sócio-econômicas e ambientais relacionadas
aos “Arrombados” na planície do rio Taquari, MS. Corumbá: Embrapa Pantanal,
2004 (Documentos, 67).
DIAS, H. C. T.; SCHAEFER, C. E. G. R.; FERNANDES FILHO, E. I.;
OLIVEIRA, A. P.; MICHEL, R. F. M. e LEMOS JR, J. B. Caracterização de
Solos Altimontanos em Dois Transectos no Parque Estadual do Ibitipoca (MG).
R. Bras. Ci. Solo. 27: 469-481, 2003.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA.
Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Manual de métodos de análises de
solo. 2. ed. Rio de Janeiro, 1997. 212p.
EMPRESA BRASIEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – EMBRAPA.
Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação
de Solos. Rio de Janeiro, 1999. 412p.
EMPRESA BRASIEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – EMBRAPA.
Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação
de solos. Rio de Janeiro, 2006. 306p.
ESTADOS UNIDOS. Department of Agriculture. Soil Survey Division. Soil
Conservation Service. Soil Survey Staff. Soil taxonomy: A basic system of
soil classification for making and interpreting soil surveys. 2.ed.
Washington, 1999. 869p.
FAO. 2006. World reference base for soil resources. World soil resources
reports, 103. Rome, 2006.
FARMER, V. C.; SKJEMSTAD, J. O. e THOMPSON, C. H. Genesis of humus B
horizons in hydromorphic húmus Podzols. Nature, 304:342-344, 1983.
50
FERNANDES, F. A.; CERRI, C. C.; FERNANDES, A. H. B. R. Alterações na
matéria orgânica de um podzol hidromórfico pelo uso com pastagens cultivadas
no Pantanal Mato-Grossense. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.34, n.10, 1999.
FERNANDES, F. A.; FERNANDES, A. H. B. M.; SOARES, M. T. S;
PELLEGRIN, L. A.; LIMA, I. B. T. de. Atualização do mapa de solos da planície
pantaneira para o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Corumbá:
Embrapa Pantanal, 2007. 6 p. (Embrapa Pantanal. Comunicado Técnico, 61).
FONTANA, A. Caracterização química e espectroscópica da matéria
orgânica em solos do Brasil. 2006. 60 f. Dissertação (Mestrado em
Agronomia)-Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica – RJ,
2006.
FONTANA, A.; BENITES, V. de M.; PEREIRA, M. G.; ANJOS, L. H. C. dos.
Substâncias húmicas como suporte à classificação de solos brasileiros. R.
Bras. Ci. Solo, 32:2073-2080, 2008.
FONTANA, A. Fracionamento da matéria orgânica e caracterização dos
ácidos húmicos e sua utilização no sistema brasileiro de classificação de
solos. 2009. 81 f. Tese (Doutorado em Ciências)-Universidade Federal Rural
do Rio de Janeiro, Seropédica – RJ, 2009.
GALDINO, S. Projeto Implementação de Práticas de Gerenciamento
Integrado de Bacias Hidrográficas para o Pantanal e a Bacia do Alto
Paraguai (ANA/GEF/PNUMA/OEA): subprojeto 3.1. A – gerenciamento de
solos e erosão dos solos na Bacia do Rio Taquari-MS: processos erosivos na
Bacia do Alto Taquari: relatório final. Corumbá: Embrapa Pantanal, 2003. 32 p.
Disponível em <http://www.ana.gov.br/gefap>. Acesso em: 20 de novembro de
2010.
GALDINO, S.; VIEIRA, L. M.; PELLEGRIN, L. A. Impactos ambientais e
socioeconômicos na bacia do rio Taquari – Pantanal. Corumbá: Embrapa
Pantanal, 2006.
GOMES, J. B. V. Caracterização, gênese e uso de solos de três sítios de
restinga sob diferentes coberturas vegetais no Estado do Rio de Janeiro.
1995. 158p. Dissertação (Mestrado)-Universidade Federal de Viçosa, Viçosa MG,1995.
GOMES, F. H. Gênese e classificação de solos sob vegetação de restinga
na Ilha do Cardoso-SP. 2005. 107 p. Tese (Doutorado em Agronomia)Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”,
Piracicaba – SP, 2005.
GOMES, F. H.; VIDAL-TORRADO, P.; MACÍAS, F.; GHERARDI, B. e PEREZ,
X. L. O. Solos sob vegetação de restinga na Ilha do Cardoso (SP). I –
Caracterização e classificação. R. Bras. Ci. Solo, 31:1563-1580, 2007.
51
HORBE, A. M. C.; HORBE, M. A.; SUGUIO, K. Origem dos depósitos de areias
brancas no nordeste do Amazonas. Rev. Bras. Geociências, 33(1):41-50,
2003.
MAFRA, A. L.; MIKLÓS, A. A. W.; VOLKOFF, B. e MELFI, A. J. Pedogênese
numa seqüência Latossolo-Espodossolo na região do Alto Rio Negro,
Amazonas. R. Bras. Ci. Solo, 26: 381-394, 2002.
MIECHÓWKA, A.; ZADROZNY, P.; KOWALCZYK, E. Podzol soils of different
climatic and vegetation belts of the Babiogórski National Park. Polish Journal
of Soil Science. 2006.
MOKMA, D. L. e EVANS, C. V. Classification of soils: Spodosols. In: SUMNER,
M.E., ed. Handbook of soil science. Boca Raton, CRC Press, 1999. p.E-307E321.
MORAES, A. S. Pecuária e conservação do Pantanal: análise econômica
de alternativas sustentáveis – o dilema entre benefícios privados e
sociais. 2008. 265 f. Tese (Doutorado em Economia)-Universidade Federal de
Pernambuco, Recife – PE, 2008.
MOREAU, A. M. S. dos S.; KER, J. C.; COSTA, L. M. da e GOMES, F. H.
Caracterização de solos de duas toposseqüências em tabuleiros costeiros do
sul da Bahia. R. Bras. Ci. Solo, 30:1007-1019, 2006.
MOREIRA, M. G. Associações entre os solos, os ambientes sedimentares
quaternários e as fitofisionomias de planície costeira e baixa encosta nas
bacias dos rios Itaguaré e Guaratuba (Bertioga-SP). 2007. 157p.
Dissertação (Mestrado em Biodiversidade e Meio Ambiente)-Instituto de
Botânica da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, São Paulo – SP, 2007.
MOURA FILHO, G. Caracterização e uso de solos arenosos associados à
Foz do Rio São Francisco, no litoral sul de Alagoas. Viçosa, MG: UFV,
1998. 169p. Tese (Doutorado em Solos e Nutrição de Plantas) – Universidade
Federal de Viçosa, Viçosa – MG. 1998.
OLIVEIRA, A. P. de. Pedogênese de Espodossolos em Ambientes da
Formação Barreiras e de Restinga do Sul da Bahia. 2007. 102 f. Dissertação
(Mestrado em Agronomia)-Universidade Federal de Viçosa, Viçosa – MG,
2007.
OLIVEIRA, A. P. de; KER, J. C.; SILVA, I. R. da; FONTES, M. P. F. e
OLIVEIRA, A. P. de; NEVES, AL. T. G. Spodosols pedogenesis under Barreiras
formation and sandbank environments in the south of Bahia. R. Bras. Ci. Solo,
34:847-860, 2010.
RADAMBRASIL. FOLHA SF.21 CORUMBÁ. Geologia, geomorfologia,
pedologia, vegetação e uso potencial da terra. Ministério das Minas e Energia –
52
Departamento Nacional da Produção Mineral. (Levantamentos de Recursos
Naturais, 27). Rio de Janeiro, 1982. Vol. 28.
RIO, G. A.P. do. Desafios de gestão ambiental em espaços periféricos
transfronteiriços: Patrimônio natural e territórios na bacia do Alto Paraguai.
Anais... V Encontro Nacional da Anppas, Florianópolis – SC, 2010.
RODELA, L. G. e QUEIROZ NETO, J. P. de. Estacionalidade do clima no
Pantanal da Nhecolândia, Mato Grosso do Sul. Anais... 1º Simpósio de
Geotecnologias no Pantanal, Campo Grande – MS, 2006.
SANTOS, R.D. dos; CARVALHO FILHO, A. ; NAIME, U. J.; OLIVEIRA, H.;
MOTTA P. E. F.; BARUQUI, A. M.; BARRETO, W.O.; MELO, M. E. C. C. M.;
PAULA, J. L.; SANTOS, E. M. R.; DUARTE, M. N. Pedologia. In: Plano de
conservação da Bacia do Alto Paraguai - PCBAP: diagnóstico dos meios
físico e biótico - meio físico. Brasília, DF: PNMA, 1997.
SANTOS, R.D.; LEMOS, R.C.; SANTOS, H.G.; KER, J.C. e ANJOS, L.H.C.
Manual de descrição e coleta de solo no campo. 5ª. Ed. Viçosa, MG,
Sociedade Brasileira de Ciências do Solo, 2005.
SCHWARTZ D. 1988. Some podzol on Bateke Sands and their origins,
People’s Republic of Congo. Geoderma, 43:229-247.
SILVA, J. dos S. V. da, e ABDON, M. de M. Delimitação do Pantanal brasileiro
e suas sub-regiões. Pesq. Agropec. Bras., Brasília, DF, v. 33, p. 1703-1711,
1998.
SORIANO, B.M.A. e GALDINO, S. Análise das Condições Climáticas em 2000
na Sub-Região da Nhecolândia, Pantanal, Mato Grosso do Sul, Brasil.
Corumbá: Embrapa Pantanal, 2002. 33p. (Embrapa Pantanal. Boletim de
Pesquisa e Desenvolvimento, 30).
SOUSA, J. B. de. Caracterização e gênese de solos em ambientes de
cordilheira e campo de inundação periódica da sub-região do Pantanal de
Poconé, Mato Grosso. 2003. 85p. Dissertação (Mestrado em Solos e Nutrição
de Plantas) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa – MG, 2003.
van BREEMEN, N. e BUURMAN, P. Soil formation. Dordrecht, Kluwer
Academic Publishers, 1998. 337p.
van WAMBEKE, A. Soils of the tropics – Properties and appraisal. New York,
McGraw-Hill, 1992. 343p.
YEOMANS, J. C. e BREMNER, J. M. A rapid and precise method for routine
determination of organic carbon in soils. Comm. Soil Sci. Plant Annual, 1988. v.
19. p. 1467 – 1476.
53
APÊNDICE
1 – Descrições Morfológicas
1.1 Ambiente de Baía
A. Descrição Geral
PERFIL 1
Data – 01/10/2009
Classificação – Espodossolo
Unidade de mapeamento – E
Localização, município, estado e coordenada – Fazenda Nhumirim na
Invernada 3; município de Corumbá/MS e 18º 59’ 34” S e 56º 36’ 15” W.
Situação, declive e cobertura vegetal sobre o perfil – Descrito e coletado em
trincheira. Relevo plano. Vegetação Luziula sp. (capim-arroz).
Altitude – 97 metros;
Litologia – Sedimentos aluviais dominantemente arenosos.
Formação geológica – Formação Pantanal.
Cronologia – Período Quaternário.
Material originário – Sedimentos de textura arenosa da Bacia do rio Taquari
(sedimentos quaternários).
Pedregosidade – Não pedregoso.
Rochosidade – Não rochoso.
Relevo local – Plano.
Relevo regional – Plano.
Erosão – Ausente.
Drenagem – Imperfeitamente drenado.
Vegetação primária – Campo Cerrado Tropical.
54
Uso atual – Pastagem natural.
Clima – Aw da Classificação de Köppen.
Descrito e coletado por – Jolimar Antonio Schiavo e Antonino Hypólito Dias
Neto.
B. Descrição Morfológica
H
21 – 0 cm; preto (5Y 2,5/1); granular; moderado; médio; dura; firme;
plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e abrupta.
E
0 – 19 cm; bruno oliváceo (2,5Y 6/3); areia; grãos simples; solta; não
plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta.
Bhs1
19 – 25 cm; bruno acinzentado muito escuro (2,5Y 3/2); areia; grãos
simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição ondulada e clara.
Bhs2
25 – 34 cm; bruno oliváceo (2,5Y 4/3); areia; grãos simples; solta; não
plástica e não pegajosa; transição ondulada e clara.
Bhs3
34 – 50 cm; bruno acinzentado muito escuro (2,5Y 3/2); areia; grãos
simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição ondulada e clara.
Bhs4
50 – 59 cm; bruno oliváceo (2,5Y 4/3); areia; grãos simples; solta; não
plástica e não pegajosa; transição ondulada e clara.
Bhs5
59 – 89+ cm; bruno oliváceo (2,5Y 4/3); areia; grãos simples; solta; não
plástica e não pegajosa.
Raízes - Finas presentes no horizonte H.
Observações - Presença de concreções esverdeadas na profundidade de 19 59 cm. Lençol freático presente aos 89 cm, no horizonte espódico (Bhs5).
A. Descrição Geral
PERFIL 2
Data – 01/10/2009
55
Classificação – Espodossolo Ferrihumilúvico Hidromórfico organossólico.
Unidade de mapeamento – ESKg
Localização, município, estado e coordenada – Fazenda Nhumirim na
Invernada 3; município de Corumbá/MS e 18º 59’ 34” S e 56º 36’ 15” W.
Situação, declive e cobertura vegetal sobre o perfil – Descrito e coletado em
trincheira. Relevo plano. Vegetação Luziula sp. (capim-arroz).
Altitude – 97 metros.
Litologia – sedimentos aluviais dominantemente arenosos.
Formação geológica – Formação Pantanal.
Cronologia – Período Quaternário.
Material originário – Sedimentos de textura arenosa da Bacia do rio Taquari
(sedimentos quaternários).
Pedregosidade – Não pedregoso.
Rochosidade – Não rochoso.
Relevo local – Plano.
Relevo regional – Plano.
Erosão – Ausente.
Drenagem – Imperfeitamente drenado.
Vegetação primária – Campo Cerrado Tropical.
Uso atual – Pastagem natural.
Clima – Aw da Classificação de Köppen.
Descrito e coletado por – Jolimar Antonio Schiavo e Antonino Hypólito Dias
Neto.
B. Descrição Morfológica
H
20 – 0 cm; preto (5Y 2,5/1); granular; moderado; médio; dura; firme;
plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e abrupta.
56
E
0 – 22 cm; bruno oliváceo (2,5Y 7/3); areia; grãos simples; solta; não
plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta.
Bhs1
22 – 40 cm; bruno acinzentado muito escuro (2,5Y 3/2); areia; grãos
simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e clara.
Bhs2
40 – 58 cm; bruno oliváceo (2,5Y 4/3); areia; grãos simples; solta; não
plástica e não pegajosa; transição plana e clara.
Bhs3
58 – 81 cm; bruno oliváceo (2,5Y 4/3); areia; grãos simples; solta; não
plástica e não pegajosa; transição plana e clara.
Bhs4
81 – 100 cm; bruno oliváceo (2,5Y 4/3); areia franca; grãos simples;
solta; não plástica e não pegajosa.
Raízes - Finas presentes no horizonte H.
Observações - Presença de concreções de Fe nos horizontes Bhs1 e Bhs2,
com abundância no Bhs1.
A. Descrição Geral
PERFIL 3
Data – 01/10/2009
Classificação – Espodossolo Ferrihumilúvico Órtico típico
Unidade de mapeamento – ESKo
Localização, município, estado e coordenada – Fazenda Nhumirim na
Invernada 3; município de Corumbá/MS e 18º 59’ 34” S e 56º 36’ 15” W.
Situação, declive e cobertura vegetal sobre o perfil – Descrito e coletado em
trincheira. Relevo plano. Vegetação Luziula sp. (capim-arroz).
Altitude – 97 metros.
Litologia – Sedimentos aluviais dominantemente arenosos.
Formação geológica – Formação Pantanal.
Cronologia – Período Quaternário.
57
Material originário – Sedimentos de textura arenosa da Bacia do rio Taquari
(sedimentos quaternários).
Pedregosidade – Não pedregoso.
Rochosidade – Não rochoso.
Relevo local – Plano.
Relevo regional – Plano.
Erosão – Ausente.
Drenagem – Imperfeitamente drenado.
Vegetação primária – Campo Cerrado Tropical.
Uso atual – Pastagem natural.
Clima – Aw da Classificação de Köppen.
Descrito e coletado por – Jolimar Antonio Schiavo e Antonino Hypólito Dias
Neto.
B. Descrição Morfológica
A1
0 – 12 cm; preto (5Y 2,5/1); granular; moderado; médio; dura; firme;
ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e
abrupta.
A2
12 – 17 cm; bruno acinzentado muito escuro (2,5Y 3/2); areia franca;
granular; moderado; médio; dura; firme; ligeiramente plástica e
ligeiramente pegajosa; transição plana e abrupta.
E
17 – 32 cm; bruno oliváceo (2,5Y 7/2); areia; grãos simples; solta; não
plástica e não pegajosa; transição descontínua e abrupta.
Bhs1
32 – 53 cm; bruno acinzentado muito escuro (2,5Y 3/2); areia franca;
grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição
descontínua e abrupta.
Bhs2
53 – 66 cm; bruno acinzentado muito escuro (2,5Y 3/2); areia franca;
grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição
descontínua e abrupta.
58
Bh
66 – 82 cm; bruno oliváceo claro (2,5Y 5/3); areia; grãos simples; solta;
não plástica e não pegajosa; transição descontinua e abrupta.
2Bhs3 82 – 100 cm; bruno acinzentado muito escuro (2,5Y 3/2); areia; grãos
simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição descontínua e
abrupta.
2Bhs4 100 – 120+ cm; bruno acinzentado escuro (2,5Y 4/2); areia franca;
grãos simples; solta; não plástica e não pegajosa.
Raízes – Finas, presentes nos horizontes A1 e A2.
Observações – Presença de mancha preta, nos horizontes Bhs1 e Bhs2 (32 –
66 cm). Presença de pontos de oxidação de Fe nos horizontes E e Bh; e,
concreções arredondadas de Fe no Bhs1 e Bhs2. Da profundidade de 82 cm
em diante, o solo vai se tornando esverdeado.
1.2 Área de campos de inundação
A. Descrição Geral
PERFIL 4
Data – 05/03/2009
Classificação – Espodossolo Ferrilúvico Hidromórfico típico
Unidade de mapeamento – ESg
Localização, município, estado e coordenada – Zona rural denominada
Curixão; a 57 Km da zona urbana do município de Rio Negro/MS; 19° 09’ 39” S
e 55° 17’ 32” W.
Situação, declive e cobertura vegetal sobre o perfil – Descrito e coletado em
trincheira. Relevo plano. Vegetação capim nativo (capim rabo-de-burro ou
navalha) e espécies arbóreas (cambará).
Altitude – 290 metros
Litologia – Sedimentos aluviais dominantemente arenosos.
Formação geológica – Formação Pantanal.
59
Cronologia – Período Quaternário.
Material originário – Sedimentos de textura arenosa da Bacia do rio Taquari
(sedimentos quaternários).
Pedregosidade – Não pedregoso.
Rochosidade – Não rochoso.
Relevo local – Plano.
Relevo regional – Plano.
Erosão – Ausente.
Drenagem – Imperfeitamente drenado.
Vegetação primária – Campo Cerrado Tropical.
Uso atual – Pastagem natural.
Clima – Aw da Classificação de Köppen.
Descrito e coletado por – Marcos Gervasio Pereira, Jolimar Antonio Schiavo e
Antonino Hypólito Dias Neto.
B. Descrição Morfológica
A1
0 – 22 cm; bruno acinzentado muito escuro (10YR 3/2); granular;
moderado; médio; dura; friável; ligeiramente plástica e ligeiramente
pegajosa; transição plana e gradual.
A2
22 – 31 cm; bruno amarelado escuro (10YR 4/4); areia; bloco
subangular; fraco; médio; dura; muito friável; ligeiramente plástica e
ligeiramente pegajosa; transição plana e abrupta.
E
31 – 50 cm; amarelo (10YR 7/6); areia; grãos simples; solta; não
plástica e não pegajosa; transição plana e gradual.
Bs1
50 – 56 cm; amarelo brunado (10YR 6/8); bruno acinzentado (10YR
5/2); abundante, pequeno e distinto; areia; bloco angular; moderado;
pequeno/médio; dura; friável; ligeiramente plástica e ligeiramente
pegajosa; transição plana e gradual.
60
Bs2
56 – 70+ cm; amarelo brunado (10YR 6/8); areia franca; bloco angular;
moderado; médio; dura; firme; ligeiramente plástica e ligeiramente
pegajosa.
Raízes – Finas, presentes no horizonte A1.
Observações – Presença de mosqueado no horizonte Bs1.
A. Descrição Geral
PERFIL 5
Data – 05/03/2009
Classificação – Espodossolo
Unidade de mapeamento – E
Localização, município, estado e coordenada – Zona rural denominada
Curixão; a 57 Km da zona urbana do município de Rio Negro; MS; 19° 09’ 39”
S e 55° 17’ 32” W.
Situação, declive e cobertura vegetal sobre o perfil – Descrito e coletado em
trincheira. Relevo plano. Vegetação capim nativo (capim rabo-de-burro ou
navalha) e espécies arbóreas (cambará).
Altitude – 290 metros.
Litologia – Sedimentos aluviais dominantemente arenosos.
Formação geológica – Formação Pantanal.
Cronologia – Período Quaternário.
Material originário – Sedimentos de textura arenosa da Bacia do rio Taquari
(sedimentos quaternários).
Pedregosidade – Não pedregoso.
Rochosidade – Não rochoso.
Relevo local – Plano.
Relevo regional – Plano.
61
Erosão – Ausente.
Drenagem – Imperfeitamente drenado.
Vegetação primária – Campo Cerrado Tropical.
Uso atual – Pastagem natural.
Clima – Aw da Classificação de Köppen.
Descrito e coletado por – Marcos Gervasio Pereira, Jolimar Antonio Schiavo e
Antonino Hypólito Dias Neto.
B. Descrição Morfológica
A
0 – 10 cm; bruno muito escuro (10YR 2/2); granular; fraco; pequeno;
dura; friável; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transição
plana e gradual.
Bs1
10 – 25 cm; bruno acinzentado muito escuro (10YR 3/3); granular;
moderado; médio; dura; friável; plástica e ligeiramente pegajosa;
transição plana e clara.
Bs2
25 – 41 cm; bruno amarelado escuro (10YR 4/4); bruno escuro (10YR
3/3); abundante, pequeno e distinto; areia; bloco subangular; fraco;
pequeno; dura; friável; ligeiramente plástica e pegajosa; transição plana
e clara.
E
41 – 65 cm; bruno escuro (10YR 7/4); bruno amarelado escuro (10YR
4/6); abundante, pequeno e distinto; areia; grãos simples; solta; não
plástica e não pegajosa; transição plana e clara.
2Bs3
65 – 100 cm; bruno escuro (10YR 3/3); bruno amarelado escuro (10YR
4/6); abundante, pequeno e distinto; areia franca; grãos simples; solta;
não plástica e não pegajosa.
Raízes – Finas, presentes nos horizontes A, Bs1 e Bs2 (profundidade de 0 – 41
cm).
Observações – Presença de mosqueados nos horizontes Bs2, E e 2Bs3.
62
A. Descrição Geral
PERFIL 6
Data – 01/10/2009
Classificação – Espodossolo Ferrilúvico Órtico espessarênico
Unidade de mapeamento – ESo
Localização, município, estado e coordenada – Fazenda Nhumirim na
Invernada 8; município de Corumbá/MS e 18º 58’ 49” S e 56º 39’ 08” W.
Situação, declive e cobertura vegetal sobre o perfil – Descrito e coletado em
trincheira. Relevo plano. Vegetação capim nativo e espécies arbóreas
(canjiqueira, lixeira e coroa-de-frade).
Altitude – 100 metros.
Litologia – Sedimentos aluviais dominantemente arenosos.
Formação geológica – Formação Pantanal.
Cronologia – Período Quaternário.
Material originário – Sedimentos de textura arenosa da Bacia do rio Taquari
(sedimentos quaternários).
Pedregosidade – Não pedregoso.
Rochosidade – Não rochoso.
Relevo local – Plano.
Relevo regional – Plano.
Erosão – Ausente.
Drenagem – Imperfeitamente drenado.
Vegetação primária – Campo Cerrado Tropical.
Uso atual – Pastagem nativa Mesosetum sp. e Aristida sp. (bovino).
Clima – Aw da Classificação de Köppen.
Descrito e coletado por – Jolimar Antonio Schiavo e Antonino Hypólito Dias
Neto.
63
B. Descrição Morfológica
A
0 – 10 cm; bruno escuro (10YR 3/3); areia; grãos simples; solta; não
plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta.
E
10 – 35 cm; bruno (10YR 8/6); areia; grãos simples; solta; não plástica
e não pegajosa; transição plana e abrupta.
Bhs1
35 – 54 cm; bruno amarelado escuro (10YR 4/4); areia; grãos simples;
solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta.
Bhs2
54 – 69 cm; bruno amarelado escuro (10YR 4/6); areia; grãos simples;
solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta.
Bs
69 – 80 cm; bruno amarelado escuro (10YR 4/6); areia; grãos simples;
solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta.
C
80 – 110+ cm; bruno amarelado (10YR 5/4); areia; grãos simples; solta;
não plástica e não pegajosa.
Raízes - Presença de raízes até 80 cm (Bs).
Observações - Há presença de pontuações arredondadas escuras nos
horizontes Bhs2 e Bs (54 – 80 cm).
A. Descrição Geral
PERFIL 7
Data – 05/03/2009
Classificação – Espodossolo
Unidade de mapeamento – E
Localização, município, estado e coordenada – Zona rural a 6 Km a direita
após a curva do Leque, sentido Nhecolândia, município de Corumbá/MS e 14’
45” S e 56º 59’ 18” W.
Situação, declive e cobertura vegetal sobre o perfil – Descrito e coletado em
trincheira. Relevo plano. Vegetação espécies arbóreas (bacuri e carandá) e
caraguatá.
64
Altitude – 123 metros.
Litologia – Sedimentos aluviais dominantemente arenosos.
Formação geológica – Formação Pantanal.
Cronologia – Período Quaternário.
Material originário – Sedimentos de textura arenosa da Bacia do rio Taquari
(sedimentos quaternários).
Pedregosidade – Não pedregoso.
Rochosidade – Não rochoso.
Relevo local – Plano.
Relevo regional – Plano.
Erosão – Ausente.
Drenagem – Imperfeitamente drenado.
Vegetação primária – Cerradão Tropical Caducifólia.
Uso atual – Floresta.
Clima – Aw da Classificação de Köppen.
Descrito e coletado por – Marcos Gervasio Pereira, Jolimar Antonio Schiavo e
Antonino Hypólito Dias Neto.
B. Descrição Morfológica
A1
0 – 10 cm; cinzento muito escuro (10YR 3/1); areia; granular;
moderado; pequeno; macia; muito friável; ligeiramente plástica e
ligeiramente pegajosa; transição plana e gradual.
A2
10 – 20 cm; bruno acinzentado muito escuro (10YR 3/2); areia;
granular; moderado; pequeno; macia; muito friável; ligeiramente
plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e gradual.
Bhs1
20 – 40 cm; bruno acinzentado escuro (10YR 4/2); areia; granular;
moderado; pequeno; macia; muito friável; ligeiramente plástica e
ligeiramente pegajosa; transição plana e gradual.
65
Bhs2
40 – 50 cm; bruno escuro (10YR 3/3); areia; bloco angular; moderado;
pequeno/médio; macia; muito friável; ligeiramente plástica e
ligeiramente pegajosa; transição plana e gradual.
Bs
50 – 70 cm; bruno escuro (10YR 3/3); bruno escuro (10YR 4/3);
abundante, pequeno e distinto; areia; bloco angular; moderado;
pequeno; macia; muito friável; ligeiramente plástica e ligeiramente
pegajosa; transição plana e gradual.
C
70 – 120 cm; bruno amarelado claro (10YR 6/4); areia; grãos simples;
solta; não plástica e não pegajosa.
Raízes – Finas, presentes até 70 cm (Bs).
Observações – Presença de poucas pontuações avermelhadas e amareladas e
concreções de Mn+2, no horizonte C.
A. Descrição Geral
PERFIL 8
Data – 05/03/2009
Classificação – Espodossolo
Unidade de mapeamento – E
Localização, município, estado e coordenada – Zona rural a 6 Km a direita
após a curva do Leque, sentido Nhecolândia, município de Corumbá/MS e 14’
45” S e 56º 59’ 18” W.
Situação, declive e cobertura vegetal sobre o perfil – Descrito e coletado em
trincheira. Relevo plano. Vegetação espécies arbóreas (bacuri, carandá e
caraguatá).
Altitude – 123 metros.
Litologia – Sedimentos aluviais dominantemente arenosos.
Formação geológica – Formação Pantanal.
Cronologia – Período Quaternário.
66
Material originário – Sedimentos de textura arenosa da Bacia do rio Taquari
(sedimentos quaternários).
Pedregosidade – Não pedregoso.
Rochosidade – Não rochoso.
Relevo local – Plano.
Relevo regional – Plano.
Erosão – Ausente.
Drenagem – Imperfeitamente drenado.
Vegetação primária – Cerradão Tropical Caducifólia.
Uso atual – Floresta.
Clima – Aw da Classificação de Köppen.
Descrito e coletado por – Marcos Gervasio Pereira, Jolimar Antonio Schiavo e
Antonino Hypólito Dias Neto.
B. Descrição Morfológica
A1
0 – 7,5 cm; bruno escuro (10YR 3/3); areia; granular; fraco;
pequeno/médio; macia; muito friável; ligeiramente plástica e
ligeiramente pegajosa; transição plana e gradual.
A2
7,5 – 15 cm; bruno escuro (10YR 3/3); areia; granular; moderado;
pequeno/médio; macia; muito friável; ligeiramente plástica e
ligeiramente pegajosa; transição plana e gradual.
A3
15 – 30 cm; bruno escuro (10YR 3/3); areia; bloco subangular; fraco;
pequeno; macia; muito friável; ligeiramente plástica e ligeiramente
pegajosa; transição plana e clara.
E
30 – 37 cm; bruno escuro (10YR 7/3); areia; grãos simples; solta; não
plástica e não pegajosa; transição plana e clara.
Bhs1
35 – 45 cm; bruno amarelado escuro (10YR 3/4); areia; bloco
subangular; fraco; pequeno; macia/ligeiramente dura; muito friável;
ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e clara.
67
Bhs2
45 – 55 cm; bruno amarelado escuro (10YR 4/4); areia; bloco angular;
moderado; médio; ligeiramente dura; muito friável; ligeiramente plástica
e ligeiramente pegajosa; transição plana e clara.
Bs1
55 – 70 cm; bruno (10YR 4/3); areia; bloco angular; moderado; médio;
ligeiramente dura; muito friável; ligeiramente plástica e ligeiramente
pegajosa; transição plana e clara.
Bs2
70 – 87 cm; bruno (10YR 4/3); areia; bloco angular; moderado; médio;
muito dura; friável; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa;
transição plana e clara.
Bs3
87 – 105 cm; bruno (10YR 4/3); areia; bloco angular; moderado;
médio/grande; ligeiramente dura; friável; ligeiramente plástica e
ligeiramente pegajosa; transição plana e abrupta.
C
105 – 125+ cm; bruno amarelado claro (10YR 6/4); areia; grãos
simples; solta; não plástica e não pegajosa.
Raízes – Finas, presentes até 105 cm.
Observações - Presença, no horizonte C, de poucas pontuações avermelhadas
e amareladas e concreções de Mn+2.
A. Descrição Geral
TRADAGEM T1
Data – 05/03/2009
Classificação – Espodossolo
Unidade de mapeamento – E
Localização, município, estado e coordenada – Zona rural, 14 km antes da
curva do Leque, sentido Nhecolândia, município de Corumbá/MS e 19º 21’ 00”
S e 55º 12’ 28” W.
Situação, declive e cobertura vegetal sobre o perfil – Coletado com trado
holandês. Relevo plano. Vegetação capim nativo.
Altitude – 155 metros.
68
Litologia – Sedimentos aluviais dominantemente arenosos.
Formação geológica – Formação Pantanal.
Cronologia – Período Quaternário.
Material originário – Sedimentos de textura arenosa da Bacia do rio Taquari
(sedimentos quaternários).
Pedregosidade – Não pedregoso.
Rochosidade – Não rochoso.
Relevo local – Plano.
Relevo regional – Plano.
Erosão – Ausente.
Drenagem – Imperfeitamente drenado.
Vegetação primária – Campo Cerrado Tropical.
Uso atual – Capim nativo.
Clima – Aw da Classificação de Köppen.
Coletado por – Marcos Gervasio Pereira, Jolimar Antonio Schiavo e Antonino
Hypólito Dias Neto.
A. Descrição Geral
TRADAGEM T2
Data – 05/03/2009
Classificação – Espodossolo
Unidade de mapeamento – E
Localização, município, estado e coordenada – Zona rural, 22 km antes da
curva do Leque, sentido Nhecolândia, município de Corumbá/MS e 19º 11’ 43”
S e 56º 53’ 17” W.
Situação, declive e cobertura vegetal sobre o perfil – Coletado com trado
holandês. Relevo plano. Vegetação capim nativo.
69
Altitude – 100 metros.
Litologia – Sedimentos aluviais dominantemente arenosos.
Formação geológica – Formação Pantanal.
Cronologia – Período Quaternário.
Material originário – Sedimentos de textura arenosa da Bacia do rio Taquari
(sedimentos quaternários).
Pedregosidade – Não pedregoso.
Rochosidade – Não rochoso.
Relevo local – Plano.
Relevo regional – Plano.
Erosão – Ausente.
Drenagem – Imperfeitamente drenado.
Vegetação primária – Campo Cerrado Tropical
Uso atual – Capim nativo.
Clima – Aw da Classificação de Köppen.
Coletado por – Marcos Gervasio Pereira, Jolimar Antonio Schiavo e Antonino
Hypólito Dias Neto.
A. Descrição Geral
TRADAGEM T3
Data – 05/03/2009
Classificação – Espodossolo
Unidade de mapeamento – E
Localização, município, estado e coordenada – Zona rural denominada
Curixão; a 44 Km da zona urbana do município de Rio Negro; MS; 19° 09’ 39”
S e 55° 17’ 32” W.
70
Situação, declive e cobertura vegetal sobre o perfil – Coletado com trado.
Relevo plano. Vegetação Capim nativo.
Altitude – 290 metros
Litologia – Sedimentos aluviais dominantemente arenosos.
Formação geológica – Formação Pantanal.
Cronologia – Período Quaternário.
Material originário – Sedimentos de textura arenosa da Bacia do rio Taquari
(sedimentos quaternários).
Pedregosidade – Não pedregoso.
Rochosidade – Não rochoso.
Relevo local – Plano.
Relevo regional – Plano.
Erosão – Ausente.
Drenagem – Imperfeitamente drenado.
Vegetação primária – Campo Cerrado Tropical.
Uso atual – Capim nativo.
Clima – Aw da Classificação de Köppen.
Coletado por – Marcos Gervasio Pereira, Jolimar Antonio Schiavo e Antonino
Hypólito Dias Neto.
1.3 Ambiente de salina
A. Descrição Geral
PERFIL 9
Data – 30/09/2009
Classificação – Espodossolo Ferrihumilúvico Órtico dúrico
Unidade de mapeamento – ESKo
71
Localização, município, estado e coordenada – Fazenda Nhumirim na
Invernada 7 (salina do meio); município de Corumbá/MS e 18º 58’ 29” S e 56º
38’ 49” W.
Situação, declive e cobertura vegetal sobre o perfil – Descrito e coletado em
trincheira. Relevo plano. Vegetação Capim nativo.
Altitude – 96 metros.
Litologia – Sedimentos aluviais dominantemente arenosos.
Formação geológica – Formação Pantanal.
Cronologia – Período Quaternário.
Material originário – Sedimentos de textura arenosa da Bacia do rio Taquari
(sedimentos quaternários).
Pedregosidade – Não pedregoso.
Rochosidade – Não rochoso.
Relevo local – Plano.
Relevo regional – Plano.
Erosão – Ausente.
Drenagem – Imperfeitamente drenado.
Vegetação primária – Campo Cerrado Tropical.
Uso atual – Pastagem nativa (bovino e equino).
Clima – Aw da Classificação de Köppen.
Descrito e coletado por – Jolimar Antonio Schiavo e Antonino Hypólito Dias
Neto.
B. Descrição Morfológica
A1
0 – 6,5 cm; cinzento muito escuro (10YR 3/1); areia; granular;
moderado; pequeno/médio; ligeiramente dura; friável; plástica e
pegajosa; transição plana e abrupta.
72
A2
6,5 – 11 cm; bruno acinzentado muito escuro (2,5Y 3/2); areia; grãos
simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta.
Bhs
11 – 17 cm; bruno acinzentado muito escuro (2,5Y 4/2); areia; grãos
simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta.
E1
17 – 28 cm; cinzento brunado claro (2,5Y 7/2); areia; grãos simples;
solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta.
E2
28 – 44 cm; cinzento brunado claro (2,5Y 6/2); areia; grãos simples;
solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta.
Bh
44 – 51 cm; cinzento oliváceo escuro (5Y 3/2); areia; maciça; muito
dura; firme; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transição
plana e clara.
Bhm
51 – 66 cm; preto (5Y 2,5/2); areia; maciça; extremamente dura;
extremamente firme.
Raízes – Ausente.
Observações – Horizonte cimentado, denominado ortstein, na profundidade de
51 – 66+ cm.
A. Descrição Geral
PERFIL 10
Data – 01/10/2009
Classificação – Espodossolo
Unidade de mapeamento – E
Localização, município, estado e coordenada – Fazenda Nhumirim na
Invernada 7 (terço médio da salina); município de Corumbá/MS e 18º 58’ 29” S
e 56º 38’ 49” W.
Situação, declive e cobertura vegetal sobre o perfil – Descrito e coletado em
trincheira. Relevo plano. Vegetação Capim nativo
Altitude – 96 metros.
Litologia – Sedimentos aluviais dominantemente arenosos.
73
Formação geológica – Formação Pantanal.
Cronologia – Período Quaternário.
Material originário – Sedimentos de textura arenosa da Bacia do rio Taquari
(sedimentos quaternários).
Pedregosidade – Não pedregoso.
Rochosidade – Não rochoso.
Relevo local – Plano.
Relevo regional – Plano.
Erosão – Ausente.
Drenagem – Imperfeitamente drenado.
Vegetação primária – Campo Cerrado Tropical.
Uso atual – Pastagem nativa (bovino e eqüino).
Clima – Aw da Classificação de Köppen.
Descrito e coletado por – Jolimar Antonio Schiavo e Antonino Hypólito Dias
Neto.
B. Descrição Morfológica
A1
0 – 5 cm; bruno oliváceo (2,5Y 4/3); areia; grãos simples; solta; não
plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta.
A2
5 – 13 cm; bruno acinzentado muito escuro (2,5Y 3/2); areia; grãos
simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta.
E
13 – 39 cm; bruno oliváceo (2,5Y 7/3); areia; grãos simples; solta; não
plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta.
Bh
39 – 60 cm; bruno oliváceo claro (2,5Y 5/3); areia; grãos simples; solta;
não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta.
Bhsm 60 – 80 cm; bruno acinzentado muito escuro (2,5Y 3/2); areia; maciça;
extremamente dura; extremamente firme.
74
Raízes - Ausente.
Observações - Horizonte cimentado, denominado ortstein, na profundidade de
60 – 80+ cm.
A. Descrição Geral
PERFIL 11
Data – 30/09/2009
Classificação – Espodossolo
Unidade de mapeamento – E
Localização, município, estado e coordenada – Fazenda Nhumirim na
Invernada 7 (praia); município de Corumbá/MS e 18º 58’ 29” S e 56º 38’ 49” W.
Situação, declive e cobertura vegetal sobre o perfil – Descrito e coletado em
trincheira. Relevo plano. Vegetação capim nativo com predominância de
Aristida sp., malva branca, Cynodon.
Altitude – 96 metros.
Litologia – Sedimentos aluviais dominantemente arenosos.
Formação geológica – Formação Pantanal.
Cronologia – Período Quaternário.
Material originário – Sedimentos de textura arenosa da Bacia do rio Taquari
(sedimentos quaternários).
Pedregosidade – Não pedregoso.
Rochosidade – Não rochoso.
Relevo local – Plano.
Relevo regional – Plano.
Erosão – Ausente.
Drenagem – Imperfeitamente drenado.
Vegetação primária – Campo Cerrado Tropical.
75
Uso atual – Pastagem nativa (bovino e equino).
Clima – Aw da Classificação de Köppen.
Descrito e coletado por – Jolimar Antonio Schiavo e Antonino Hypólito Dias
Neto.
B. Descrição Morfológica
A1
0 – 7 cm; bruno oliváceo claro (2,5Y 5/3); areia; grãos simples; solta;
não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta.
A2
7 – 17 cm; bruno oliváceo claro (2,5Y 5/3); areia; grãos simples; solta;
não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta.
Bh1
17 – 33 cm; bruno oliváceo claro (2,5Y 5/3); areia; grãos simples; solta;
não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta.
Bh2
33 – 64 cm; bruno oliváceo claro (2,5Y 5/3); areia; grãos simples; solta;
não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta.
Bh3
64 – 104 cm; bruno oliváceo claro (2,5Y 5/3); areia; grãos simples;
solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta.
E
104 – 126 cm; bruno acinzentado escuro (2,5Y 8/2); areia; grãos
simples; solta; não plástica e não pegajosa; transição plana e abrupta.
2Bh4
126 – 146 cm; bruno acinzentado muito escuro (2,5Y 3/2); areia;
maciça; muito dura; firme; plástica e pegajosa; plana e abrupta.
Bhs
146 – 164 cm; bruno acinzentado muito escuro (2,5Y 3/2); areia;
maciça; muito dura; firme; plástica e pegajosa; plana e abrupta.
Bhsm 164 – 180 cm; cinzento oliváceo escuro (5Y 3/2); areia; maciça;
extremamente dura; extremamente firme.
Raízes – Finas, presentes de raízes até a profundidade de 60 cm.
Observações – Horizonte cimentado, denominado ortstein, na profundidade de
164 – 180 cm.
76
A. Descrição Geral
TRADAGEM T4
Data – 01/10/2009
Classificação – Espodossolo
Unidade de mapeamento – E
Localização, município, estado e coordenada – Fazenda Nhumirim na
Invernada 8 (praia); município de Corumbá/MS e 18º 58’ 57” S e 56º 39’ 46” W.
Situação, declive e cobertura vegetal sobre o perfil – Coletado com trado
holandês. Relevo plano. Vegetação Capim nativo.
Altitude – 97 metros.
Litologia – Sedimentos aluviais dominantemente arenosos.
Formação geológica – Formação Pantanal.
Cronologia – Período Quaternário.
Material originário – Sedimentos de textura arenosa da Bacia do rio Taquari
(sedimentos quaternários).
Pedregosidade – Não pedregoso.
Rochosidade – Não rochoso.
Relevo local – Plano.
Relevo regional – Plano.
Erosão – Ausente.
Drenagem – Imperfeitamente drenado.
Vegetação primária – Campo Cerrado Tropical.
Uso atual – Praia.
Clima – Aw da Classificação de Köppen.
Coletado por – Jolimar Antonio Schiavo e Antonino Hypólito Dias Neto.
Observações – Presença de lençol freático com 60 cm de profundidade.
77
A. Descrição Geral
TRADAGEM T5
Data – 01/10/2009
Classificação – Espodossolo
Unidade de mapeamento – E
Localização, município, estado e coordenada – Fazenda Nhumirim na
Invernada 8 (borda da salina); município de Corumbá/MS e 18º 58’ 57” S e 56º
39’ 46” W.
Situação, declive e cobertura vegetal sobre o perfil – Coletado com trado
holandês. Relevo plano. Vegetação Capim nativo.
Altitude – 97 metros.
Litologia – Sedimentos aluviais dominantemente arenosos.
Formação geológica – Formação Pantanal.
Cronologia – Período Quaternário.
Material originário – Sedimentos de textura arenosa da Bacia do rio Taquari
(sedimentos quaternários).
Pedregosidade – Não pedregoso.
Rochosidade – Não rochoso.
Relevo local – Plano.
Relevo regional – Plano.
Erosão – Ausente.
Drenagem – Imperfeitamente drenado.
Vegetação primária – Campo Cerrado Tropical.
Uso atual – Praia.
Clima – Aw da Classificação de Köppen.
Coletado por – Jolimar Antonio Schiavo e Antonino Hypólito Dias Neto.
78
1.4 Ilustração dos perfis
79
Download

DIAS NETO, AH _2011