Aplicação de Geossintéticos em Sistemas para Controle e Dissipação de Subpressão em Canais Regis Eduardo Geroto Engecorps - Corpo de Engenheiros Consultores S.A., Barueri, Brasil, [email protected] Afonso Celso Moruzzi Marques Engecorps - Corpo de Engenheiros Consultores S.A., Barueri, Brasil, [email protected] Marcelo Saad Taulois da Costa Engecorps - Corpo de Engenheiros Consultores S.A., Barueri, Brasil, [email protected] RESUMO: Devido à presença de água no maciço de fundação, podem ocorrer esforços ascendentes nas obras de infraestrutura, sendo estes denominados como subpressão. Nas obras de canais de adução revestidos com geomembranas e/ou concreto, os esforços de subpressão devido à presença de água sob o revestimento podem ser críticos nas situações em que o canal encontra-se vazio ou com reduzida lâmina d’água, ocasionando deformações e deslocamentos da geomembrana e/ou a ruptura dos revestimentos de concreto. Para garantir a integridade destes elementos, uma das soluções passa pela previsão de sistemas de drenagem interna para controle e dissipação dos esforços de subpressão. Neste estudo são apresentados os geossintéticos empregados na execução de sistema de drenagem interna, bem como os critérios adotados e os cálculos realizados no dimensionamento dos elementos presentes neste sistema. Para a execução do sistema de drenagem interna dos canais, foram empregados geocompostos drenantes, instalados em faixas por toda a extensão dos taludes dos canais; geotubos perfurados, instalados em uma trincheira escavada sob o fundo do canal; e geotêxteis não tecidos, atuando como elementos de filtração e separação juntos às trincheiras e o colchão drenante executado na base dos canais. Foram realizadas simulações computacionais para determinar as contribuições oriundas da percolação dos maciços e somadas às possíveis contribuições advindas de potenciais danos na superfície da geomembrana, pode-se realizar o dimensionamento dos materiais empregados na captação e condução da água do sistema de drenagem interna para controle e dissipação de subpressões sob o revestimento dos canais. PALAVRAS-CHAVE: geossintéticos, subpressão, drenagem, canais, irrigação. 1 INTRODUÇÃO A eficiência e o desempenho das obras de engenharia estão diretamente relacionados com a integridade das estruturas que as compõe. Para tanto, devem ser previstos dispositivos e medidas complementares que garantam o adequado comportamento da estrutura principal. Nas obras de infraestrutura hidráulica podem ocorrer esforços de subpressão na base de suas estruturas, devido à presença de água no maciço de fundação. Os esforços de subpressão podem instabilizar determinadas estruturas, ocasionando deformações sigificativas ou mesmo a ruptura de estruturas mais esbeltas. No caso dos canais revestidos com geomembrana e/ou concreto, deve-se prever um sistema de drenagem interna, já que os esforços de subpressão podem ocasionar, nos períodos em que o canal apresenta-se vazio ou com reduzida lâmina d’água, o deslocamento do revestimento ou ruptura da laje em concreto. O presente estudo apresenta os materiais geossintéticos e critérios utilizados no dimensionamento de um sistema de drenagem interna e dissipação de subpressão, para um canal revestido com geomembrana e concreto. 2 SISTEMAS DE DRENAGEM INTERNA PARA CANAIS REVESTIDOS 2.1 Características do Canal A seção hidráulica do canal de adução, objeto deste estudo, apresenta geometria característica trapezoidal, com largura da base de 6,0 m, taludes laterais com inclinação de 1,0V:1,5H e altura da seção hidráulica de 6,0 m. O canal implantado possui declividade do fundo de 10 cm/km (0,01%), e sua seção foi projetada para a vazão máxima de 99 m³/s. Com o intuito de minimizar perdas de água, a seção hidráulica do canal é revestida por uma geomembrana polimérica, ancorada no topo do talude. Sobre a superfície da geomembrana é executada uma camada em concreto, que tem como finalidade proteger a manta contra possíveis danos mecânicos e a exposição a intempéries. Previamente à instalação do revestimento com a geomembrana, deve-se executar a regularização dos taludes e do fundo do canal, bem como implantar os dispositivos relativos ao sistema de drenagem interna dos canais. 2.2 Sistemas de Drenagem Interna para Canais Os sistemas de drenagem interna dos canais têm por finalidade dissipar os esforços de subpressão sob o revestimento dos canais, através da captação e restituição da água presente no maciço de fundação, oriunda de possíveis danos no revestimento e/ou percolação pelo maciço de fundação. O sistema de drenagem interna dos canais, executado sob a geomembrana, deve ser constituído por drenos transversais posicionados sob os taludes, um colchão drenante sob a base do canal e uma trincheira drenante, executada imediatamente abaixo do colchão drenante. A Figura 1 apresenta uma seção esquemática com os elementos constituintes do sistema de drenagem interna descrito. Figura 1. Componentes do sistema de drenagem interna. 2.3 Geossintéticos Utilizados Para a execução do sistema de drenagem interna dos canais podem ser empregados materiais naturais e materiais manufaturados (geossintéticos), complementando ou substituindo os materiais naturais. Dos materiais geossintéticos utilizados na execução de sistemas de drenagem interna, podem ser destacados: os geocompostos drenantes, instalados em faixas nos taludes dos canais, geotêxteis, atuando como elementos de filtração e separação, e geotubos perfurados, instalados na trincheira drenante, para captação e direcionamento do fluxo de água para fora do sistema. 2.3.1 Geocompostos Drenantes O geocomposto drenante é um produto desenvolvido para drenagem, composto geralmente de um geotêxtil, que atua como elemento de filtro, e uma georrede ou geoespaçador, que atua como elemento drenante (Aguiar & Vertematti, 2004a). Em um sistema de drenagem interna, são instaladas faixas de geocompostos drenantes nos taludes dos canais, posicionados transversalmente ao eixo do canal, captando e direcionando a água para o colchão drenante executado na base do canal. A Figura 2 apresenta as faixas de geocompostos drenantes, instaladas nos taludes do canal, previamente à instalação do revestimento com a geomembrana. 2.3.3 Geotubos Geotubos são produtos de forma cilindrica (tubular) com função drenante (Aguiar & Vertematti, 2004a). Os geotubos empregados no sistema de drenagem interna devem ser perfurados sendo instalados no interior de trincheiras drenantes para coleta e direcionamento da água captada pelo sistema de drenagem interna dos canais. A Figura 4 apresenta o detalhe de um geotubo instalado em uma trincheira drenante. Figura 2. Geocompostos drenantes instalados nos taludes de um canal. 2.3.2 Geotêxteis Os geotêxteis são produtos bidimensionais permeáveis, compostos por fibras cortadas, filamentos contínuos, monofilamentos, laminetes ou fios, formando estruturas tecidas, não tecidas ou tricotadas (Aguiar & Vertematti, 2004a). Nos sistemas de drenagem interna, foram empregados geotêxteis não tecidos, atuando como elementos de filtração e separação. Estes elementos, além de compor os geocompostos drenantes instalados nos taludes do canal, são empregados na execução da trincheira drenante, envolvendo o material granular constituinte deste componente. Na Figura 3 pode ser observado o geotêxtil envolvendo a brita na trincheira drenante. Figura 3. Geotêxtil não tecido envolvendo a brita no interior de uma trincheira drenante. Figura 4. Geotubo perfurado instalado em uma trincheira drenante. 3 DETERMINAÇÃO DA VAZÃO DE CONTRIBUIÇÃO 3.1 Cenários Analisados As obras dos canais de adução podem ser executadas em trechos com seções em aterro, corte ou mista. Para a determinação da vazão de contribuição, foram analisados dois cenários. O primeiro cenário contempla as seções onde o canal está implantado em aterro pleno. Para este caso, admite-se somente a vazão de contribuição proveniente de possíveis danos no revestimento, face à reduzida possibilidade de saturação e estabelecimento de linhas de fluxo no maciço associadas à infiltração de águas e chuva. Para o segundo cenário foram contemplados os trechos de canal implantados em seções de corte ou de seção mista. Para este caso a vazão de contribuição resulta de eventuais danos na geomembrana, somada às vazões resultantes da percolação de água pelo maciço. 3.2 Contribuição Geomembrana devido a Danos na Durante a etapa de instalação e operação as geomembranas estão sujeitas a possíveis degradações e danos ocasionados por esforços de puncionamento, defeitos de fabricação e problemas de solda, que podem gerar pontos/áreas de perda d’água. A quantificação destes possíveis danos e a determinação da vazão associada à perda d’água é tarefa de difícil realização. Neste estudo os valores relativos aos danos no revestimento foram estabelecidos a partir das investigações realizadas por Giroud & Bonaparte (1989) e Weber & Zornberg (2008), que avaliaram a frequência e diâmetro médio de perfurações observadas em geomembranas instaladas em aterros sanitários e barragens. Desta forma, adotou-se para este estudo um valor médio dos resultados apresentados pelos autores anteriormente citados, que resultou na ocorrência de um dano ocasionado por perfuração, com diâmetro médio de 0,8 cm, a cada 2.400 m² de geomembrana instalada. A vazão resultante de uma possível perfuração (oríficio) no revestimento, com as características descritas e considerando uma carga hidráulica de 6,0 m, foi determinada através da equação apresentada por Porto (1999), apresentada a seguir: Qc = Cd A 2 g h (1) Considerando a frequência de uma perfuração a cada 2.400 m² de geomembrana instalada, determinou-se a frequência deste tipo de dano por metro linear de canal executado. Para o canal em questão, verificou-se que as eventuais perfurações na geomembrana ocorrem com a frequência de um dano a cada 80,0 m de canal executado. De posse destes valores, foi possível determinar a vazão de contribuição oriunda de possíveis danos no revestimento como sendo de aproximadamente 0,0044 l/s por metro de canal, ou 0,09 l/s por estaca (trecho de 20,0 m). 3.3 Contribuição devido à Percolação pelo Maciço de Fundação O cálculo da vazão de contribuição dos níveis freáticos, passível de ocorrência nos trechos com seções de escavação, foi realizado através de análides de percolação, buscando definir uma equação que melhor relacionasse a vazão com a altura da seção. Para esta análise foi empregado o método dos elementos finitos, utilizando o Programa SLIDE, da Rocscience, em sua versão 5.035. As análises efetuadas foram bidimensionais e os materiais envolvidos foram considerados homogêneos e isotrópicos. As análises de percolação foram realizadas admitindo uma seção de cálculo onde o topo da camada impermeável estivesse localizado a 10,0 m abaixo da cota de fundo do canal e o comprimento de influência do modelo (distância a partir do eixo do canal) fosse de 50,0 m a partir do eixo do canal. As hipóteses admitidas estão ilustradas na Figura 5. Onde: Qc: vazão pelo orifício/dano (m³/s); Cd: coeficiente de vazão; A: área do orifício (m²); g: aceleração da gravidade (m/s²); h: carga hidráulica (m). A aplicação da referida equação resultou na vazão de 0,00035 m³/s, equivalente a 0,35 l/s, por possível perfuração no revestimento. Figura 5. Análise de percolação – Condições de contorno da seção de cálculo. Para as análises de percolação foi adotada uma permeabilidade média de 5.10-5 cm/s para os materiais envolvidos, não ocorrência de fluxo através do revestimento do canal (fronteira impermeável) e saturação total das camadas. A equação que relaciona a vazão de contribuição devido à percolação com a altura da seção do canal para a geometria estudada foi determinada através de simulações realizadas com seções de corte com alturas variando de 6,0 m a 15,0 m. A curva e a equação de melhor ajuste (R² = 0,95) para a correlação entre a altura escavada e a vazão percolada pelo maciço, obtida por análises de regressão numérica não linear, estão apresentadas na Figura 6. Figura 6. Correlação da vazão de contribuição percolada pelo maciço com a altura da seção escavada. Com base nos resultados obtidos foi determinada a equação da vazão percolada em função da altura escavada para trechos entre estacas (20,0 m), conforme apresentada a seguir: Qp = -0,000185 h² + 0,005798 h - 0,015365 (2) Onde: Qp: vazão percolada (l/s/estaca); h: altura escavada (m) Para o trecho de canal analisado a altura máxima de escavação existente e verificada foi de 15,0 m. Para esta altura determinou-se uma vazão de percolação de cerca 0,03 l/s, para um trecho entre estacas (20,0 m). 4 DIMENSIONAMENTO DOS GEOSSINTÉTICOS EMPREGADOS NO SISTEMA DE DRENAGEM INTERNA 4.1 Dimensionamento dos Geotêxteis Os geotêxteis empregados no sistema de drenagem interna atuam como elementos de filtração e separação. Estes materiais são utilizados nos geocompostos drenantes, como material de envolvimento do núcleo drenante, e na trincheira drenante, como material de envolvimento da brita e do geotubo. Os geotêxteis que desempenham a função de filtração e separação devem atender aos critérios de retenção, permeabilidade e sobrevivência (Aguiar & Vertematti, 2004b). Quanto aos critérios de retenção, o geotêxtil deve apresentar características que permitam a retenção do material fino, restringindo o carreamento deste para o interior da trincheira. Para a verificação do geotêxtil quanto à retenção de partículas foi utilizado neste estudo o critério proposto por Holtz et al. (1995). No que tange aos critérios de permeabilidade, aplicando-se os devidos fatores de segurança, o geotêxtil deve apresentar permeabilidade superior à do solo adjacente, que se deseja drenar. Com relação aos critérios de sobrevivência, os geotêxteis devem apresentar resistência mecânica suficiente para resistir aos esforços de tração e puncionamento, bem como resistência à degradação química e/ou biológica induzida pelo meio em que o material estará inserido. 4.2 Dimensionamento Drenantes dos Geocompostos Os geocompostos drenantes empregados no sistema de drenagem interna devem ser verificados quanto ao comportamento mecânico, de durabilidade e hidráulica. As propriedades mecânicas dos materiais devem atender às solicitações à tração e ao puncionamento e cisalhamento do núcleo, bem como garantir adequado desempenho à fluência e à degradação química e biológica do material. Com relação ao desempenho dos geotêxteis como elementos filtrantes, estes devem atender aos critérios já expostos no item 4.1 do presente estudo. Com relação ao comportamento hidráulico, os geocompostos drenantes devem atender à vazão crítica (máxima) determinada para o Cenário 2 já descrito. Para este caso, a vazão crítica em um trecho entre estacas (20,0 m) é de 0,12 l/s, resultante do volume oriundo de possíveis danos na geomembrana (0,09 l/s), somado à vazão determinada nas análises de percolação para a máxima altura (0,03 l/s). Com base nesta vazão e aplicando fatores de redução para às propriedades do material e de segurança para a majoração das vazões e tendo em conta uma geometria de instalação previamente estabelecida (largura das faixas e espaçamento entre eixos dos mesmos), determina-se a capacidade drenante requerida aos geocompostos drenantes. A equação para determinar a capacidade drenante requerida está apresentada a seguir: PDR Q MAX FR GLOBAL FS L FAIXA n FAIXAS (3) Onde: PDR: capacidade drenante (l/s/m); QMÁX: vazão máxima de contribuição (l/s) FRGLOBAL: fator de redução global; LFAIXA: largura da faixa (m); nºFAIXAS: número de faixas; FS: fator de segurança. 4.3 Dimensionamento dos Geotubos Para o dimensionamento dos geotubos empregados no sistema de drenagem interna devem ser avaliadas suas propriedades mecânicas, de durabilidade e hidráulicas. Os geotubos devem apresentar resistência à compressão diametral suficiente para suportar as cargas sobrejacentes, restringindo as deformações radiais e axiais aos valores máximos estabelecidos pelas normas vigentes. Também deverá apresentar a resistência adequada às possíveis degradações químicas e biológicas impostas pelo meio, além de resistência à fluência. Com relação aos aspectos hidráulicos, os geotubos devem possuir capacidade de vazão suficiente para coletar e transportar os fluxos de água convergentes ao sistema de drenagem interna de um determinado trecho. A capacidade drenante (vazão) dos geotubos é determinada através da equação de Manning, descrita por Porto (1999), sendo esta apresentada a seguir: Q A 2 3 0,5 Rh i n (4) Onde: Q: capacidade drenante dos tubos (m³/s); A: área da seção (m²); n: coeficiente de rugosidade; Rh: raio hidráulico (m) i: declividade (m/m) Para a determinação do diâmetro dos geotubos a serem empregados no sistema de drenagem interna devem ser calculadas as vazões acumuladas entre o ponto inicial de captação e o ponto final de determinado trecho, local onde deve ser prevista e executada estrutura de deságue lateral. Registra-se que as estruturas de deságue lateral podem representar importantes dispositivos de controle e monitoramento dos fluxos, possibilitando identificar trechos com danos indesejáveis. Caso sejam verificadas vazões acumuladas superiores a capacidade do geotubo, pode-se empregar um geotubo com maior diâmetro ou segmentar os trechos de contribuição, reduzindo a extensão dos mesmos. 5 CONCLUSÕES A execução de sistemas de drenagem interna para dissipação de subpressões é essencial para garantir a integridade de canais revestidos com geomembrana e concreto. Neste estudo, para o dimensionamento do sistema de drenagem interna, foram realizados cálculos hidráulicos e análises de percolação, sendo possível determinar as vazões advindas de possíveis danos no revestimento, além de volumes percolados pelo maciço de fundação. A determinação da vazão de contribuição permitiu dimensionar os materiais utilizados no sistema de drenagem interna. Dentre os materiais empregados na execução do sistema de drenagem interna, podem ser destacados os geocompostos drenantes, instalados nos taludes do canal e os geotêxteis e geotubos instalados em trincheira drenante executada sob o fundo do canal. Atualmente, o emprego de geossintéticos em substituição aos materiais naturais nas obras de drenagem, apresenta-se como prática usual e extremamente vantajosa. Os geossintéticos proporcionam otimização no cronograma construtivo da obra, controle de qualidade dos materiais utilizados e redução no custo final. Cabe ressaltar, que o conhecimento das propriedades dos geossintéticos e das características do meio em que o mesmo estará inserido, são condições essenciais para o correto dimensionamento e seleção do material. REFERÊNCIAS Aguiar, P.R. e Vertematti, J.C. (2004a). Introdução, Manual Brasileiro de Geossintéticos. Editora Edgard Blücher, São Paulo, Brasil, pp. 1-12. Aguiar, P.R. e Vertematti, J.C. (2004b). Aplicações em Filtração, Manual Brasileiro de Geossintéticos. Editora Edgard Blücher, São Paulo, Brasil, pp. 175198. Giroud, J.P. & Bonaparte R. (1989). Leakage Through Liners Constructed with Geomembranes – Part I – Geomembrane Liners. Geotextiles and Geomembranes, Vol. 8, nº 1, pp 27-67. Holtz, R.D., Christopher, B.R. & Berg, R.R. (1995). Geosynthetic Design and Construction Guidelines. Federal Highway Administration, FHWA-HI-95-038, Washington, EUA, 460p. Porto, R.M. (1999). Hidráulica Básica. EESC – USP, São Carlos, 519p. Weber, C.T. & Zornberg, J.G. (2008). Numerical Analysis of Leakage through Geomembrane Lining Systems for Dams. The First Pan American Geosynthetics Conference & Exhibition, Cancun, Mexico, pp 1728-1734.