Ano XIV | no 1 | #41
janeiro, fevereiro, março de 2011
Publicação trimestral da Sociedade Brasileira
de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista
Estamos chegando a Curitiba
A capital paranaense receberá
centenas de cardiologistas para o
XXXIII Congresso da SBHCI
E mais: Acesso radial | Conflito de interesses | Autonomia dos hemodinamicistas
Fazendo a máxima diferença para a saúde
através de grandes medicamentos.
dos pacientes
gisciasca.com.br
Palavra do Presidente
Caros colegas
N
esta primeira edição de 2011 do
Jornal da SBHCI, agradeço muito a participação de todos nas
atividades do ano que passou e desejo,
mais uma vez, muito sucesso e que todas
as metas se tornem realidade em mais esta
jornada de trabalho. Logo em janeiro,
os colegas já redigiam seus artigos sobre
eventos, reuniões e assuntos discutidos
desde os últimos meses de 2010. É o caso
da reportagem sobre conflito de interesses assinada por Marcelo Cantarelli (SP),
diretor administrativo, e Hélio Castello
(SP), coeditor do Jornal, que traz números
de uma pesquisa realizada pelo Instituto
Datafolha a pedido do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo
(Cremesp). Fábio Sândoli de Brito Jr. (SP),
diretor científico, nos apresenta os principais tópicos – em preparação há meses e
que neste começo de ano ganhou forma –
para o XXXIII Congresso da SBHCI, que
será realizado de 8 a 10 de junho, na cidade de Pinhais, região metropolitana de
Curitiba (PR). Na seção Internas, os caros
colegas verão que a nossa Sociedade mantém o propósito de estimular cardiologistas intervencionistas para que produzam
artigos científicos. O Curso de Incentivo
à Pesquisa já teve sete edições até o momento – sendo uma em 2010 e seis neste
começo de ano – e continuará levando as
aulas a todo o Brasil no segundo semestre.
Uma parceria de relevância e importância internacional também se concretizou
neste começo de ano. Em abril, a SBHCI
estará à frente do Curso de Revisão sobre
Inovações, promovido em parceria com
The Society for Cardiovascular Angiography and Interventions (SCAI) no GI2 Glo-
4
bal Summit on Innovations in Interventions, evento que Luciana Constant Daher
(GO), coeditora do Jornal, apresenta com
maestria na página 13. Para um começo
de ano, foram meses de agenda repleta de
compromissos. São indícios de crescimento em representatividade, o que nos leva a
tratar do futuro de nossa Sociedade.
A Diretoria da SBHCI e representantes
de hospitais que atendem o Sistema Único
de Saúde (SUS) em nossa área de atuação
reuniram-se na sede do Ministério da Saúde, em Brasília, com Helvécio Miranda
Magalhães Júnior, médico sanitarista, ex-secretário de Saúde municipal em Belo
Horizonte (MG) e que assumiu recentemente a direção da Secretaria de Atenção
à Saúde, órgão encarregado dos projetos
de média e alta complexidades do Ministério da Saúde. O grupo cumprimentou o
secretário certo de que, com sua reconhecida experiência na administração em saúde
pública, teremos grandes avanços no atendimento à população brasileira. Foi entregue ao secretário um documento com as
solicitações da SBHCI, no qual destacamos
a necessidade premente de um reajuste de
honorários médicos e despesas hospitalares
em cardiologia intervencionista, procurando viabilizar a manutenção do atendimento
adequado aos pacientes do SUS em todo o
País. Neste primeiro entendimento com a
nova administração, foi também solicitada
a revisão de pendências relativas à inclusão
de novas tecnologias, como o uso de stents
farmacológicos, aprovação de dispositivos
para tratamento de cardiopatias congênitas
e o ultrassom intracoronariano. O implante
percutâneo de válvula aórtica foi também
apresentado para estudos da Secretaria
como uma das mais modernas técnicas em
cardiologia intervencionista, obtendo resultados clínicos bem estabelecidos e que
podem beneficiar um grande número de
pacientes do SUS.
É de conhecimento de todos que 2011 é
ano de eleição na SBHCI. Cumprindo com
o determinado em nosso Estatuto e com
nossa obrigação à frente da Sociedade,
queremos conduzir o processo eleitoral
com toda a transparência e seriedade que
o tema exige. Nesta edição, apresentamos
a chapa inscrita e o resumo do currículo
de todos os colegas que ocuparão cargos
na Diretoria a convite do candidato Marcelo Queiroga (PB). Também realizamos
uma entrevista com o candidato à Presidência da SBHCI para a gestão 2012-2013,
na qual Queiroga detalha alguns de seus
propósitos. Cumprida esta etapa, todos os
sócios aptos devem exercer seu direito de
escolher os colegas que estarão à frente de
nossos interesses como cardiologistas intervencionistas nos próximos dois anos.
O voto será por meio eletrônico na primeira semana de junho e é muito importante para consolidar este moderno processo eleitoral, legitimando a escolha da
Diretoria e dos Conselhos Deliberativo e
Fiscal da SBHCI.
Agradeço muito a todos os colegas, desejo boa leitura e espero encontrá-los em
nosso congresso.
Maurício de Rezende Barbosa
Presidente
Índice
6
Internas
8
Cremesp
9
10
12
13
14
Notas e notícias sobre a SBHCI
Curso de Incentivo à Pesquisa 2011 | SBHCI
no Cardio Interv 2010 | Enquete no Portal
Conflito de interesses
Evento em São Paulo discutiu e
apresentou pesquisa sobre o
envolvimento de médicos com a indústria
16
Congresso SBHCI 2011
18
Panorama
Em defesa da autonomia
dos hemodinamicistas
Ainda há o que esclarecer na discussão
sobre a prescrição de órteses, próteses
e materiais especiais
Ministério da Saúde
Aproximando-se do novo governo
Comissão da SBHCI foi a Brasília (DF)
para a primeira reunião com
representantes do Ministério da Saúde
Jogo Rápido
Direto de Milão
João Manica (RS) fala sobre os primeiros
meses de sua experiência em Milão, na Itália
O mundo está de olho no Brasil
Oportunidade singular de aprendizado
e atualização científica para
o médico brasileiro
Joint Interventional Meeting 2011
De volta a Roma
Cardiopatias estruturais, coronariopatias
e hemodinamicistas brasileiros estiveram
entre os destaques do JIM 2011
#41
Cineangiocoronariografia
com acesso pela artéria radial
22
Arquitetura Hospitalar
23
Simpósio Internacional de Terapia Valvar Percutânea
24
Eleições 2011
26
27
Muito além da sala de exames
Evento em Las Vegas, nos Estados Unidos,
reuniu cerca de mil pessoas para discutir
arquitetura hospitalar
Novas evidências
Simulador inédito no Brasil será destaque
no evento da Fundação Universitária de
Cardiologia em Porto Alegre
Processo eleitoral
Conheça a chapa candidata para estar
à frente da SBHCI no biênio 2012-2013
Homenagem
Doutor Donaldo Pereira Garcia
No dia 18 de janeiro, faleceu um dos
pioneiros da hemodinâmica e da cardiologia
intervencionista no Brasil
Agenda
Eventos
Conheça as datas e locais dos próximos
eventos nacionais e internacionais de
hemodinâmica e cardiologia intervencionista
Conselho editorial | SBHCI | www.sbhci.org.br
Maurício de Rezende Barbosa (MG) | presidente
Marcelo Cantarelli (SP) | diretor administrativo
Alexandre Schaan de Quadros (RS) | diretor de comunicação
Hélio Castello (SP), João Manica (RS)
e Luciana Constant Daher (GO) | coeditores
foto capa: Leonel Albuquerque
01/2011
Jornal da SBHCI é uma publicação trimestral da
Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia
Intervencionista – SBHCI. Os textos assina­dos são
de responsabilidade exclusiva de seus autores e não
refletem neces­sariamente a opinião da SBHCI.
O principal evento de nossa Sociedade
terá importantes novidades
O procedimento ganha adeptos, cresce no
Brasil, e quem o utiliza já aplica a técnica
em quase 100% de seus pacientes
CFM
Global Summit on Innovations in Interventions
XXXIII Congresso da SBHCI
Equipe técnica | take-a-coffee Comunicação
Jornalista responsável | André Ciasca, mtb 31.963
Editora | Carla Ciasca
Revisão | Christina G. Domene
Projeto gráfico e direção de arte | Vagner Simonetti
Fotografia e tratamento de imagens | Gis Ciasca | www.gisciasca.com.br
Impressão | Ipsis | www.ipsis.com.br
Tiragem | 11.600 exemplares Circulação | em todo o território nacional
fone: (11) 2626.3921
[email protected]
skype: take.a.coffee
twitter: @take_a_coffee
fotos: divulgação
Internas | notas e notícias
Curso de Incentivo à
Pesquisa 2011
No primeiro trimestre deste ano,
a SBHCI organizou seis edições do
Curso de Incentivo à Pesquisa.
Inaugurado em 2010, este curso
tem por objetivo orientar os médicos
participantes sobre bioestatística, banco
de dados e técnica de redação científica.
No segundo semestre, a SBHCI levará o
curso para outras cidades, oferecendo
o conhecimento necessário em
metodologia científica e estatística
para aumentar a produção de artigos
e pesquisas em hemodinâmica e
cardiologia intervencionista.
A segunda turma de São Paulo (SP) foi formada por
15 médicos e realizada no dia 15 de fevereiro.
Um dia depois, a terceira turma teve 16 participantes.
A edição mineira do Curso de Incentivo à Pesquisa,
realizada em Belo Horizonte (MG), recebeu
17 cardiologistas.
Fique atento ao Portal da SBHCI
(www.sbhci.org.br) para saber os locais
e as datas das próximas edições.
Agradecemos a todos os preceptores
que, gentilmente, liberaram
seus residentes para que
participassem do Curso.
No Rio de Janeiro (RJ), contamos com o apoio de
Maria Cristina Meira Ferreira (RJ) e José Ary Boechat (RJ)
para reunir os 22 participantes.
A edição de Salvador (BA) do Curso
de Incentivo à Pesquisa contou com
dez participantes.
Em Campinas (SP), o curso foi realizado
no Hotel Premium Norte, teve 13
participantes e o apoio local de João
Orávio de Freitas Junior (SP), presidente
da Associação dos Cardiologistas
Intervencionistas do Interior de São Paulo
e de Mariangela Mocelin (SP), gerente de
relacionamentos do Hospital Vera Cruz.
6
SBHCI no Cardio Interv 2010
N
os dias 3 e 4 de dezembro de
2010, a Fundação Francisco Costantini organizou a 10a edição do
Cardio Interv, encontro anual de cardiologistas realizado no Hospital Cardiológico Costantini. A SBHCI também
prestigiou o evento, onde montou um
estande para atender os sócios, divulgar o Congresso 2011 e as publicações da nossa entidade.
Kelly Peruzi e Roberta Fonseca
atenderam os sócios da SBHCI
no estande montado
na 10a edição do
Cardio Interv.
Enquete no Portal
D
e tempos em tempos, os editores e coeditores do Portal da
SBHCI publicam na seção “Esquina Científica” uma enquete para
conhecer a opinião dos internautas a
respeito de diversos assuntos. A última enquete de 2010 foi uma pergunta técnica. Será que a sua opinião é a
mesma da maioria dos internautas que
responderam a pergunta?
O que representa a região demarcada com o círculo vermelho na imagem
de tomografia por convergência óptica, ao lado?
a. artefato de imagem
b. placa de ateroma rica em lipídeos
c. dissecção arterial
d. trombo
Acesse www.sbhci.org.br e saiba o
que os colegas responderam.
Raios-X
Móvel Digital
Raios-X
Multipropósito
Arco Cirúrgico
Mamógrafo
Angiografia
e Hemodinâmica
São Paulo (11) 2134.1688 • Rio de Janeiro (21) 2556.5171 • Bahia (11) 9235.6929 • Rio Grande do Sul (51) 3225.9106 • w w w. s h i m a d z u . c o m . b r
7
Cremesp
Conflito de interesses
O filósofo Dennis F. Thompson, PhD da Universidade de
Harvard, define o conceito de conflito de interesses de
maneira bastante clara. Trata-se de um conjunto de condições
nas quais o julgamento de um profissional a respeito de um
interesse primário tende a ser influenciado indevidamente por
um interesse secundário. Apesar da clareza e do consenso no
entendimento léxico do termo, a polêmica se mantém viva
É
Por Marcelo Cantarelli (SP) | diretor administrativo e Hélio Castello (SP) | coeditor
correto aceitar amostras grátis de
medicamentos oferecidos pela indústria? É possível organizar eventos
científicos sem apoio ou patrocínio da indústria? É necessário haver regulamentação específica a respeito do envolvimento
do médico com a indústria, ou o profissional deveria ser o único responsável por esta
decisão? Estas perguntas fazem parte do
cotidiano e das rodas de discussão de médicos de qualquer especialidade. Para tratar
do assunto, em 26 de novembro de 2010,
o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) organizou um
evento cuja programação abordou diversos
aspectos e informações sobre o conflito de
interesses na relação do médico com as empresas farmacêuticas, e contou com a participação de representantes de diversas entidades, sociedades médicas, da indústria
farmacêutica, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da saúde suplementar, de universidades e de jornalistas.
O evento foi motivado pelos resultados
da pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, por encomenda do Cremesp. Segundo Bráulio Luna Filho (SP), conselheiro do
Cremesp e coordenador do projeto, os resultados das entrevistas feitas com 600 médicos de diversas especialidades trouxeram
à tona dados interessantes. Apesar de 51%
dos entrevistados afirmarem que a indústria não deveria participar de congressos, a
maioria entende que os eventos jamais seriam realizados sem o apoio das empresas
do setor médico e farmacêuticas.
De acordo com Guilherme Brauner Barcellos (RS), médico intensivista, diretor do
Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul
(Simers) e presidente da Sociedade Brasileira
8
de Medicina Hospitalar, é possível sobreviver
profissionalmente sem que haja tamanho envolvimento do médico com a indústria. Criador do site www.campanhaalerta.com.br,
Barcellos enfatizou em sua apresentação que
a estratégia da indústria tem grande poder de
influenciar o médico no momento da prescrição e que já realizou evento sem nenhum
investimento de empresas farmacêuticas.
Para José Augusto Cabral de Barros
(PE), professor da Universidade Federal
de Pernambuco e um dos palestrantes do
evento, os médicos devem refletir sobre
essas ações. Porém, o vice-presidente do
Cremesp, Renato Azevedo (SP), defende
que o Estado regule a relação médico-indústria farmacêutica. “É uma obrigação constitucional”, afirma Azevedo. “O
governo possui força e legitimidade para
isso por meio da Anvisa, e precisamos da
pressão da sociedade, dos conselhos e de
universidades para termos medidas regulatórias mais fortes, que proíbam, inclusive, a publicidade na mídia.”
O tema faz parte de discussões em todos os
níveis, tornando imprescindível a busca conjunta por mudanças. Cada um dos envolvidos
na assistência médica e na educação continuada
deverá ter sua posição determinada por valores
éticos. Não se discute o valor das contribuições
que as indústrias oferecem no âmbito das pesquisas e da educação, porém estes investimentos devem estar focados na melhoria da assistência, na maior longevidade e no incremento
de qualidade de vida das pessoas.
Segundo os organizadores, este evento serviu
para compilar, discutir e balizar futuros direcionamentos do Cremesp sobre o assunto. ■
Entre números e conflitos
O evento realizado no Conselho Regional de Medicina do Estado de
São Paulo (Cremesp) divulgou os resultados da pesquisa encomendada ao
Instituto Datafolha e feita com 600 médicos.
Conheça alguns dados obtidos com este trabalho:
• 93% dos médicos afirmam ter recebido produtos, benefícios
ou pagamentos da indústria de valor inferior a R$ 500 nos
últimos 12 meses.
• 77% dos entrevistados declaram que conhecem médicos que
aceitaram produtos, benefícios ou pagamentos da indústria
superiores a R$ 500 nos últimos 12 meses.
• 74% dos médicos declaram que presenciaram ou receberam
benefícios da indústria ainda no período de graduação.
• 33% dos médicos souberam ou presenciaram casos de
pressão da indústria sobre colegas ou alguma parceria
comercial considerada inadequada.
CFM
Em defesa da autonomia
dos hemodinamicistas
Conselho Federal de Medicina avança na
discussão sobre a prescrição de órteses,
próteses e materiais especiais, mas ainda
precisa esclarecer pontos questionáveis
Por Marcelo Queiroga (PB) | presidente da Sociedade Norte-Nordeste
de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SNNeHCI)
A
Resolução Normativa 1.956/10 do
Conselho Federal de Medicina (CFM),
publicada no final de 2010 e que trata
da prescrição de órteses, próteses e materiais
implantáveis, vem em decorrência do que já
havia disposto a Agência Nacional da Saúde
Suplementar (ANS), na Resolução Normativa
211, no âmbito dos planos privados de assistência à saúde. Para entender porque a resolução do CFM representa um avanço – com
ressalvas – nesta polêmica discussão, é preciso
entender o contexto em que foi definida.
A ANS, entre outras funções, pugna pela
viabilidade do setor da saúde suplementar
no Brasil, o que envolve seus usuários e operadoras de planos de saúde. Há uma reclamação por parte das operadoras em relação
aos profissionais, sugerindo que alguns médicos participam de esquemas comerciais
com fabricantes ou distribuidores de materiais. Em virtude disso, a ANS resolveu que
o médico não deveria indicar a marca do
produto, e sim suas características. Caso a
operadora lhe oferecesse um material com
o qual ele não concordasse, ela poderia solicitar três marcas comerciais diferentes. Se
o conflito ainda perdurasse, uma terceira
parte arbitraria sobre a questão, de comum
acordo entre a operadora e o médico.
A resolução da ANS é um avanço, mas
apresenta alguns problemas. O primeiro deles diz respeito à questão das três opções dos
materiais. A norma diz que “pode a operadora
solicitar do médico três opções para ele escolher”. Se está escrito “pode”, não quer dizer que
a operadora “deva” solicitar. Sob esta interpretação, o CFM concluiu que tal resolução suscitaria questionamentos, e poderia interferir
na autonomia do médico. Consequentemente,
para aclarar este cenário, o CFM editou uma
nova resolução versando sobre o assunto.
Para tanto, foi criada uma comissão especial
no CFM integrada por conselheiros e médicos
especialistas de várias entidades – entre elas, a
SBHCI –, que se reuniu durante um ano. A comissão gerou este documento, que, posteriormente, foi aprovado pelo Pleno do CFM, o qual
representa um avanço em relação à resolução
da ANS. A nova resolução preserva a autonomia dos médicos, pois diz claramente que o
profissional pode recusar o material oferecido
pela operadora, assegurando sua autonomia,
desde que devidamente justificado, e oferecendo à operadora três opções, quando houver.
Outro aspecto importante é que a norma define as responsabilidades diante das negativas de
autorização. As operadoras de plano de saúde,
quando negam determinado procedimento, geralmente o fazem por meio de um funcionário
burocrático e, às vezes, não identificado. Com
a resolução do CFM, este procedimento tem
de ser auditado na jurisdição onde ocorre. Por
exemplo, se a solicitação é de um procedimento
no Amapá, o auditor precisa ser um médico que
esteja inscrito no Conselho Regional de Medicina do Amapá. Além disso, o médico auditor
deve identificar-se, assim ficarão bem claras as
devidas responsabilidades. Vale destacar que há
normativos éticos que proíbem a negativa de
determinados procedimentos por parte do auditor sem uma justificativa fundamentada.
O ponto principal da discussão é o Artigo
3º, que diz que é vedado ao médico a indicação
de marca comercial e fornecedor exclusivos.
Esta polêmica tem trazido um certo desagrado
e motivou as sociedades médicas a procurarem o CFM para rediscutir a resolução, embora não se vislumbre grandes modificações na
norma, deve-se destacar que ninguém pode
impedir que qualquer médico manifeste sua
preferência por um determinado material. Por
outro lado, o médico não pode exigir um produto sem fundamentação científica comprovada. A substituição da prescrição poderia ser
aceitável se fosse possível assegurar a similaridade do produto, que não diz respeito apenas
ao material usado na fabricação de determinado dispositivo, se é de ferro, de inox, de níquel
ou de tungstênio; o que deve ser observada é a
similaridade dos resultados clínicos.
Existe também a questão relativa à autonomia da interação médico-paciente, pois o
paciente tem o direito de ser informado sobre
todo o processo, não somente a parte clínica,
mas também de todos os materiais que serão
empregados – esta proposta foi inserida na
resolução por sugestão da SBHCI. Não podemos permitir que o paciente desconheça que
o dispositivo indicado pelo seu médico, em
quem ele confia, seja negado e substituído à
revelia pela operadora.
A resolução do CFM obriga todos os médicos
a agirem segundo determinada conduta. Já a da
ANS tem poder sobre o setor da saúde suplementar. Então, é uma questão que está longe de
terminar, sobretudo porque, no Brasil, há uma
liberalidade da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) em dar registro a determinados produtos sem que os requisitos de eficácia e
segurança sejam plenamente observados.
Embora não seja a solução definitiva para as
divergências sobre o tema, a resolução do CFM
esclarece alguns pontos. Mesmo que haja modificações no futuro, estas serão motivo de discussão ampla na Câmara Técnica de Órteses e Próteses da Associação Médica Brasileira (AMB),
matéria que certamente está em evolução. ■
9
divulgação
Ministério da Saúde
Da esquerda para a direita, José Armando Mangione (SP), Expedito Ribeiro (SP), o secretário Helvécio Miranda Magalhães Júnior (MG), Marcos Marino (MG),
Maurício de Rezende Barbosa (MG), Adriando Dias Dourado Oliveira (BA), J. Eduardo Sousa (SP), Paulo Sérgio de Oliveira (RJ) e Marcelo Cantarelli (SP).
Aproximando-se do novo governo
Honorários médicos e implementação de novas
tecnologias foram assuntos discutidos com
Helvécio Miranda Magalhães Júnior (MG), que assumiu a
Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde
Por Maurício de Rezende Barbosa (MG) | presidente
N
a manhã do dia 23 de março, diretores
da SBHCI e representantes de hospitais conveniados com o Sistema Único de Saúde (SUS) de diversas regiões do País
foram recebidos em Brasília (DF) por Helvécio
Miranda Magalhães Júnior, atual dirigente da
Secretaria de Atenção à Saúde, órgão do Ministério da Saúde que tem entre suas principais
ações participar da formulação e implementação das políticas de atenção básica e especializada, bem como elaborar e avaliar as políticas
de média e alta complexidades, ambulatorial
e hospitalar do SUS. O grupo convidado pela
SBHCI para representar a grande capacidade
assistencial de nossos dedicados associados e
de nossos hospitais foi composto por J. Eduardo Sousa (SP), José Armando Mangione (SP),
Paulo Sérgio de Oliveira (RJ), Expedito Ribeiro (SP) e Marcos Antonio Marino (MG).
Em primeiro lugar, os participantes expressaram ao secretário o propósito da SBHCI de
10
atuar conjuntamente com as autoridades do
Ministério da Saúde em projetos que possam beneficiar a população brasileira, especialmente os usuários do SUS, oferecendo o
melhor da cardiologia intervencionista em
mais de 700 hospitais que realizam procedimentos minimamente invasivos. Sabendo
da preocupação do atual secretário com a
remuneração praticada pelo SUS, Adriano Dias Dourado Oliveira (BA), diretor de
Qualidade Profissional da SBHCI, teve a
oportunidade de apresentar um estudo com
informações referentes à questão dos honorários médicos em nossa área de atuação.
O último reajuste dos procedimentos em
cardiologia intervencionista foi efetivado em
outubro de 2007, o que resultou em grande
defasagem nos honorários médicos praticados na especialidade. O momento é crítico,
pois muitos colegas de diversas instituições
do País encontram-se em situação que pode
inviabilizar o atendimento pelo SUS. A variação entre o valor pago atualmente e os valores sugeridos pela Classificação Brasileira
Hierarquizada de Procedimentos Médicos
(CBHPM) chega a 480%, sendo premente
que os reajustes sejam efetivados, para que
tais distorções sejam corrigidas e não mais
atinjam estes extremos, evitando sérios problemas para o atendimento da população.
É importantíssima a valorização do ato
médico, em especial para o cardiologista intervencionista, profissional altamente qualificado após, pelo menos, seis anos de especialização e que exerce atividade de risco,
por estar diretamente exposto à radiação-X.
Maurício de Rezende Barbosa (MG), presidente da SBHCI, expôs ao secretário que
a cardiologia intervencionista brasileira
encontra-se em constante evolução e progresso; é reconhecida mundialmente pelo
trabalho assistencial realizado no País e pela
renomada pesquisa científica, que apresentou ao mundo grandes avanços, como
os stents farmacológicos, introduzidos na
prática clínica mundial após os trabalhos da
equipe de J. Eduardo Sousa (SP) no Instituto
Dante Pazzanese, em São Paulo (SP).
Tramitam no Ministério da Saúde solicitações da SBHCI de incorporação de novas
tecnologias para os pacientes do SUS, tais
como os stents farmacológicos e dispositivos
para tratamento de pacientes com cardiopatias congênitas, sendo necessária a adequada atenção das autoridades para que estes e
outros avanços modernos, como o implante
percutâneo da válvula aórtica, sejam disponibilizados o mais brevemente possível aos
pacientes do SUS. O secretário Magalhães
informou que estão sendo realizadas modificações na estrutura da Secretaria de Atenção
à Saúde, as quais permitirão que estes processos sejam reavaliados com brevidade.
Marcelo Cantarelli (SP), diretor administrativo da SBHCI, ressaltou a importância
da rediscussão de compatibilidade entre códigos de procedimentos e órteses, próteses e
materiais especiais, minimizando os entraves burocráticos. Cantarelli informou ainda
que a SBHCI tem se empenhado em desenvolver registros que possibilitem refletir a
evolução da cardiologia intervencionista no
País, com valiosas informações sobre os resultados dos procedimentos.
Entre as boas notícias, fomos informados
de que não houve cortes significativos no or-
çamento do Ministério da Saúde, e de que o
novo governo sinaliza com interesse especial
para os projetos do setor. A questão dos honorários médicos está sendo analisada, assim
como a incorporação de novas tecnologias.
A Diretoria da SBHCI está atenta a todos
os desdobramentos desta importante reunião, reivindicando os direitos de nossos
associados. Que este primeiro entendimento com a nova administração do País venha
pavimentar o caminho para um futuro promissor nos próximos quatro anos, em benefício dos cardiologistas intervencionistas, do
progresso contínuo de nossos hospitais e, em
especial, para o bem-estar da sociedade brasileira, disponibilizando aos usuários do SUS
o melhor da cardiologia intervencionista. ■
Pantera
Cateter Balão Coronário
Excelência em todas as dimensões
Ótimo empurre, navegabilidade e cruzamento
Combinação ideal do empurre, navegabilidade e
cruzamento, melhora os resultados clínicos .
Ponta macia e afilada
Cruzamento atraumático .
Marcas radiopacas de platina
Excelente visibilidade .
Força de transmissão intensificada (EFT)
Alto empurre e resistência a torções.
Baixo perfil do shaft
Acesso a anatomias complexas (compatível com
cateter 5F. Técnica de Kissing Balloon, compatível
com cateter 6F)*.
* Qualquer combinação de balões, até o diâmetro máximo de 3.5mm,
permite que a técnica de Kissing Balloon seja realizada com cateter
guia 6F (DI mínimo 0,070” ou 1.78mm).
www.biotronik.com
divulgação: arquivo pessoal
Jogo Rápido
João Luiz Manica (RS) passará um ano em Milão, na Itália, participando do Programa de Doutorado do Instituto de Cardiologia (IC)
do Rio Grande do Sul, que mantém convênio com o Istituto Di Ricovero e Cura a Carattere Scientifico Policlinico San Donato.
Direto de Milão
J
Por Carla Ciasca (SP) | jornalista
oão Luiz Manica (RS) tem 31 anos de idade,
é cardiologista intervencionista especializado em cardiopatias congênitas e está em Milão, na Itália, desde o final do ano passado para
fazer seu curso de Doutorado. Só de falar que se
trata de uma viagem para Milão, começamos a
imaginar o que há de bom e de melhor. Passeios
fantásticos, bons restaurantes, muito glamour.
Mas não é nada disso. Em um bate-papo rápido, o médico gaúcho nos contou sua experiência em solo italiano, que exige muito trabalho,
dedicação e empenho nos estudos, acima de
qualquer possibilidade de lazer e diversão.
Como surgiu a oportunidade de participar desta experiência?
Surgiu do Programa de Doutorado do Instituto de Cardiologia (IC) do Rio Grande do
Sul. Entretanto, o convênio com o Istituto Di
Ricovero e Cura a Carattere Scientifico Policlinico San Donato (Milão, Itália), serviço de
referência mundial de cardiologia intervencionista em cardiopatias congênitas, só foi
possível graças à excelente relação de Raul
Rossi (RS), do IC, com Mario Carminati, diretor da Unidade de Cardiologia Pediátrica e
Intervencionista desta instituição italiana.
Qual é seu objetivo com esta experiência?
Além do Doutorado, promover intercâmbio
científico entre as duas instituições, com a realização de linhas de pesquisa em conjunto e
possibilidade de novas trocas de experiências
entre as diversas áreas da cardiologia pediátrica. É também a possibilidade de continuar o
aperfeiçoamento da intervenção em cardiopa-
12
tias congênitas em uma nova instituição, com
acesso completo às últimas novidades no que
se refere a dispositivos e novas tecnologias, o
que, no Brasil, em situações específicas, podemos encontrar alguns empecilhos devido às
limitações do Sistema Único de Saúde (SUS).
Quais as primeiras impressões sobre a
nova rotina?
De muita dificuldade. Não bastasse o frio,
tive meu passaporte roubado no quarto dia
por aqui. Com pouco dinheiro e sem documento, não era possível nem ao menos alugar
um apartamento. A segunda semana foi melhor. Comecei a fazer cateterismos, consegui
alugar um apartamento, minha esposa chegou e encontrei muitas pessoas dispostas a me
ajudar. Não posso deixar de citar o nome de
Luciane Piazza, médica brasileira, membro do
corpo de intervencionistas do Instituto Policlinico San Donato, que me deu todo apoio e
ajuda possíveis durante a minha chegada.
Qual a diferença entre atuar na Itália
e no Brasil?
Afora os poucos recursos ainda não disponíveis no Brasil, não existe muita diferença.
No Brasil, estamos realmente na “ponta do iceberg” no que se refere à qualidade técnica dos
profissionais, o que dá a nós, hemodinamicistas da nova geração, muito orgulho de ter realizado o treinamento com pessoas de qualidade incontestável. Entretanto, a oportunidade
de trabalhar ao lado de outros grandes nomes
da hemodinâmica mundial é, sem dúvida, um
crescimento profissional indiscutível.
Quais são os benefícios que uma experiência como esta pode trazer para a especialidade no Brasil?
Antes de viajar, tive a oportunidade
de conversar com diversos hemodinamicistas de cardiopatias congênitas sobre a
experiência no exterior. O apoio à minha
iniciativa foi incondicional. Não há dúvidas de que estamos em um patamar de
qualidade internacional também porque
a maioria dos nossos mestres acompanharam de perto o desenvolvimento da
intervenção em cardiopatias congênitas.
É indispensável que nós, mais jovens,
mantenhamos esta relação próxima com
os grandes centros mundiais para perpetuar a qualidade atual da hemodinâmica
de congênitos no Brasil.
Você recomenda que outros jovens
hemodinamicistas sigam o mesmo
caminho?
Com certeza. Além do inegável crescimento profissional, o crescimento pessoal
é incrível. A convivência com pessoas de
diversos lugares do mundo, de culturas e
hábitos completamente diferentes nos faz
aprender e fortalecer valores muitas vezes
esquecidos em nossa sociedade. O crescimento da cultura imediatista entre muitos
estudantes faz com que iniciativas como
esta se tornem cada vez mais escassas. Entretanto, ainda acredito em uma mudança
de visão da medicina atual, o que se refletirá em melhorias na qualidade do ensino e
do serviço médico nacional. ■
Global Summit on Innovations in Interventions
O mundo está
de olho no Brasil
Global Summit on Innovations in Interventions
será realizado em abril em nosso País, oferecendo
ao médico brasileiro uma oportunidade singular
de aprendizado e atualização científica
Por Luciana Constant Daher (GO) | coeditora
S
ão Paulo será palco de um importante e inédito evento, reafirmando inequivocamente o papel do Brasil e de
seus médicos no panorama da cardiologia
intervencionista mundial. Trata-se do Global Summit on Innovations in Interventions
(GI2), que será realizado entre os dias 13 e 15
de abril de 2011, no WTC Convention Center, em São Paulo (SP).
O objetivo do evento é discutir o amplo
conceito de inovações dentro da cardiologia
intervencionista, desde a ideia de um novo
dispositivo, dos aspectos de engenharia, fabricação e financiamento, até processos regulatórios de uso, estudos clínicos e aplicações práticas. O GI2 é um fórum importante
para discussão de novas soluções dentro das
principais áreas da cardiologia intervencionista, englobando as intervenções coronárias, extracardíacas, estruturais e em cardiopatias congênitas. O programa científico foi
elaborado em parceria com a Cardiovascular
Research Foundation (CRF), de Nova York,
nos Estados Unidos, que tem longa tradição
na organização do Transcatheter Cardiovascular Therapeutics (TCT), o maior evento
mundial de nossa área. A edição brasileira
contará com a parceria, além da SBHCI, de
outras renomadas entidades e instituições
como Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, de São Paulo (SP), Sociedade Latino-Americana de Cardiologia Intervencionista
(SOLACI), The Society for Cardiovascular
Angiography and Interventions (SCAI), Pediatric Interventional Cardiology Symposium (PICS) e TCT.
J. Eduardo Sousa (SP), pilar da hemodinâmica brasileira, é o presidente de honra
do evento. Sua carreira coroada de êxitos e
prêmios foi responsável por projetar o Brasil
no cenário mundial da pesquisa clínica em
cardiologia intervencionista. Sousa dirigirá o
evento junto com seus idealizadores, Alexandre Abizaid (SP), Carlos A. C. Pedra (SP) e
Fausto Feres (SP), referências mundialmente
conhecidas em suas áreas de atuação. O evento
contará ainda com um notável comitê de codiretores, chefiado por Amanda G. M. R. Sousa (SP): Antonio Colombo (Itália), Eberhard
Grube (Brasil), George Dangas (Estados Unidos), John Cheatham (Estados Unidos), Martin Leon (Estados Unidos), Patrick Serruys
(Holanda), Peter Fitzgerald (Estados Unidos),
Roxana Mehran (Estados Unidos), Shigeru
Saito (Japão) e Ziyad Hijazi (Estados Unidos).
Renomados cardiologistas intervencionistas de vários continentes terão participação fundamental para o êxito do congresso, cuja programação será dividida
em três dias. No primeiro dia, 13 de abril,
haverá um curso de revisão e atualização
em cardiologia intervencionista dirigido para médicos novos na especialidade,
com ênfase nas diretrizes atuais do uso das
principais novidades tecnológicas. Este
curso será organizado pela SBHCI e pela
SCAI e terá a participação de palestrantes
nacionais e internacionais. Paralelamente
ao curso de revisão, o GI2 oferecerá sessões práticas de treinamento com novas
técnicas e materiais disponibilizados pela
indústria. Nessas sessões informais, o especialista poderá interagir com colegas
renomados e com outros profissionais da
área. Durante os dois dias subsequentes,
o congressista assistirá a uma série de palestras permeadas por casos ao vivo transmitidos do Instituto Dante Pazzanese de
Cardiologia, que estimularão a discussão
sobre as aplicações de novas tecnologias.
Entre os principais tópicos do programa
científico destacam-se o uso da sala híbrida – de cateterismo e cirurgia – para realização de novos procedimentos; métodos
de imagem para o diagnóstico de doenças
cardíacas; stents e medicamentos para doença coronária; dispositivos para doenças
valvares, estruturais e congênitas; tecnologias para o tratamento intervencionista da
insuficiência cardíaca; cirurgia e intervenção cardíaca robótica e aspectos processuais e regulatórios da pesquisa clínica. Os
14 casos ao vivo serão variados, incluindo
intervenções coronárias, apêndice atrial
esquerdo, valvas mitral e aórtica, cardiopatias congênitas e aneurismas da aorta.
O maior desafio do GI2 será proporcionar ao congressista uma visão ampla, crítica e não tendenciosa de todo o processo
de incorporação de novas tecnologias na
prática da cardiologia intervencionista,
com o objetivo final de levar aos pacientes
cardiopatas a melhor terapêutica disponível. Estes objetivos, aliados à participação
maciça de renomados intervencionistas
nacionais e internacionais, tornam o GI2
um congresso importante em nosso meio.
A interação salutar com a indústria será
útil no sentido de ampliar os horizontes
do intervencionista em relação às novidades tecnológicas, com potencial impacto
positivo no tratamento de seus pacientes.
A organização do evento espera a participação de 500 a mil congressistas do
Brasil e do exterior. O sucesso do GI2
certamente resultará na periodicidade do
evento em anos futuros. ■
13
divulgação: arquivodivulgação
pessoal
Joint Interventional Meeting 2011
Praça de São Pedro, no Vaticano, foi parada obrigatória aos visitantes do Joint Interventional Meeting 2011, realizado em Roma, na Itália.
De volta a Roma
Cardiopatias estruturais, coronariopatias e hemodinamicistas
brasileiros estiveram entre os destaques da edição 2011 do
Joint Interventional Meeting (JIM), realizada em Roma, na Itália
Por Décio Salvadori Jr. (SP) | chefe da Equipe de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista
do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo e do Instituto de Cardiologia de São Paulo
A
11a edição do Joint Interventional
Meeting (JIM) 2011, realizada de 10
a 13 de fevereiro em Roma (Itália)
com a participação de 1.500 congressistas,
teve novo endereço. Neste ano, estivemos
mais próximo ao Vaticano, diferentemente
de edições anteriores, também realizadas
em Roma, mas em uma região mais afastada. De acordo com os organizadores, a mudança foi uma determinação de repartições
federais, para que o evento ocorresse em
hotel classificado com 4 estrelas. Foi uma
pena, pois o local anterior, o Hotel Hilton
Cavalieri, embora mais distante e situado
em outra colina romana, era magnífico, repleto de obras de arte e de história.
Mais uma vez, o JIM caracterizou-se por
inovações e demonstrações interessantes na
área da cardiologia intervencionista. No programa deste ano, a intervenção em cardiopatias estruturais ganhou lugar de destaque,
especialmente no primeiro dia do evento. O
tratamento das patologias da valva aórtica,
com diferentes tipos de próteses ou mesmo
14
reintervenções, foi exaustivamente demonstrado. Em segundo plano, porém não menos
explorados, ficaram os temas do tratamento
da insuficiência valvar mitral (“Mitral clip”)
e a oclusão da auriculeta esquerda com plug
ou prótese. As transmissões dos casos ao
vivo foram feitas a partir de Milão, com Antonio Colombo (Itália) e sua fantástica equipe (assim como acontecerá no Congresso da
SBHCI 2011) da Universidade de Bonn, na
Alemanha, pelos comandados de Eberhard
Grube (SP), e também de um centro hospitalar em Londres, no Reino Unido, pela
equipe de Carlo Di Mario (Itália).
Os casos transmitidos ao vivo permitiram
a apresentação de novas tecnologias, com o
uso de materiais recentemente introduzidos
pelas companhias e a divulgação de “truques” para obtenção dos melhores resultados. Esta visão dos organizadores na forma
de configurar este curso sempre foi o ponto
alto do JIM ao longo de todos esses anos.
Apesar de tudo o que foi dito até agora,
muitos participantes e congressistas ma-
nifestaram-se surpresos e um pouco desapontados com o número exagerado de casos
relacionados a cardiopatias estruturais. Contudo, e principalmente do segundo dia em
diante, as coronariopatias voltaram a ocupar
lugar de destaque. Assistimos demonstrações de casos interessantes, nos quais foram
utilizados equipamentos inéditos, que facilitam a intervenção e permitem a obtenção de
resultados melhores e duradouros. O evento
contou sempre com moderadores de renome, como os norte-americanos Martin Leon
e Gregg W. Stone, e mesas repletas de especialistas das mais diversas nacionalidades,
entre eles os brasileiros Alexandre Abizaid
(SP) e Expedito Ribeiro (SP), que enriqueceram de maneira absoluta as discussões
dos casos. Detalhes técnicos e a utilização
de novas tecnologias ocuparam os principais momentos das apresentações. Também
devemos salientar a brilhante participação
do colega Marco Vugman Wainstein (RS)
na execução de caso ao vivo transmitido da
Universidade de Bonn, relacionado à coro-
Muito bem acompanhado
gisciasca.com.br
nariopatia complexa. Aliás, casos complexos
sempre foram a tônica deste evento.
Nas atividades didáticas na “hora do almoço”, relacionadas ao estado da arte das
cardiopatias e tecnologias, mais uma vez
esteve presente Alexandre Abizaid (SP),
que proferiu palestra sobre novos stents
farmacológicos e exibiu resultados preliminares de estudos clínicos sobre eles.
Essa estrutura de programação, composta
por exibições de casos ao vivo, discussões
calorosas sobre novas tecnologias, divulgações de resultados de estudos com novos
stents, demonstrações e dicas para obtenção dos melhores resultados e, por que não,
para solucionar os problemas na execução
destes procedimentos de coronariopatias
complexas foram os pontos altos do JIM
nestes 11 anos. E é justamente por esta razão que este evento é especial. Por fim, e
também muito importante, é sua realização
em Roma: a cidade eterna. Cada ano mais
exuberante, fantástica e bela. Jamais conseguiremos conhecê-la por completo! Cada
metro quadrado desta cidade tem uma longa história a ser contada. Grazie mille! ■
Marco Vugman Wainstein (RS), diretor de Intervenções Extracardíacas da
SBHCI, foi um dos brasileiros de destaque na programação do JIM 2011.
A convite da organização, Wainstein
participou pela terceira vez do evento. Este ano apresentou um dos casos
ao vivo de alta complexidade transmitidos a partir do Hospital Universitário de Bonn, na Alemanha. “Fui o
operador de um caso de bifurcação
coronária”, afirma Wainstein. “Aliás, a
bifurcação coronária teve grande ênfase em todo o congresso nas diversas abordagens sobre novos stents
farmacológicos.” Entre os painelistas
que discutiram o procedimento realizado pelo médico brasileiro estavam
alguns dos mais importantes nomes
da cardiologia intervencionista mundial, como Ian Meredith (Austrália),
Gregg W. Stone (Estados Unidos) e
Eulogio Garcia (Espanha).
fotos: sxc.hu e divulgação
Congresso SBHCI 2011
XXXIII Congresso
da SBHCI
A edição 2011 do principal
evento de nossa Sociedade
terá importantes novidades,
como o prêmio para
o caso clínico do ano e as
transmissões de casos
ao vivo em alta definição
Por Fábio Sândoli de Brito Jr. (SP) | diretor científico
A
SBHCI já entrou na reta final da organização de seu congresso anual.
Este ano, o principal evento nacional
da cardiologia intervencionista, presidido
por Samuel Silva da Silva (PR), acontecerá
no Expotrade Convention Center em Pinhais
(PR), região metropolitana de Curitiba, nos
dias 8, 9 e 10 de junho. A maior novidade que
o evento trará será a transmissão dos casos ao
vivo em alta definição, tecnologia ainda rara
em eventos científicos, mas que nossa Sociedade apresenta pela primeira vez, oferecendo
aos congressistas imagens de altíssima definição e qualidade que permitirão a exibição de
detalhes antes observados somente quando
presentes na sala de intervenções.
A Comissão Organizadora do congresso
concentrou o conteúdo do evento deste ano
no aprofundamento da discussão de alguns
temas novos e outros amplamente conhecidos, que fazem parte da rotina do hemodinamicista: tratamento percutâneo das valvopatias aórtica e mitral; novos métodos de
imagem; segurança, eficácia e novos stents
farmacológicos; terapêutica farmacológica
adjunta (novos antiplaquetários); dispositivos de assistência ventricular no infarto;
intervenções extracardíacas; cardiopatias
congênitas e diretrizes de cardiologia inter-
16
De cima para baixo,
pôr do sol em Curitiba,
a Ópera de Arame
e Expotrade, onde
será realizado o XXXIII
Congresso da SBHCI.
vencionista. Para discutir este último tópico, a coordenação do congresso convidou o
médico William Wijns (Bélgica), presidente
do EuroPCR e primeiro autor das diretrizes europeias de revascularização. Além de
Wijns, outros profissionais estrangeiros confirmaram presença: Evan M. Zahn (Estados
Unidos), Federico Piscione (Itália), Murat
Tuzcu (Estados Unidos), Peter Fitzgerald
(Estados Unidos) e Shakeel A. Qureshi (Inglaterra). Francisco José Araujo Chamié de
Queiroz (RJ), diretor de Intervenções em
Cardiopatias Congênitas, está em contato
com dois grandes profissionais estrangeiros
que também virão ao Brasil. Todos os nomes
serão confirmados nos próximos meses e divulgados no Portal da SBHCI.
A participação de profissionais renomados
internacionalmente também será marcada
nas transmissões via satélite de casos ao vivo.
Antonio Colombo (Itália) disponibilizou o
Centro Cuore Columbus, em Milão, na Itália,
para uma das sessões. Também temos confirmados casos transmitidos do Washington
Hospital Center, em Washington, DC, nos
Estados Unidos, por Augusto Pichard (Chile), e do Swedish Hospital, em Seattle, também nos Estados Unidos, por Mark Reisman
(Estados Unidos). Os casos nacionais serão
realizados em hospitais de Curitiba (PR).
Duas importantes novidades devem ser
ressaltadas. A primeira é a criação da sessão
batizada de “O Melhor Caso do Ano”. A comissão avaliadora vai escolher cinco casos
clínicos previamente inscritos para serem
apresentados na sala principal do congresso.
Um dos casos apresentados será eleito o melhor do ano, e seu autor será premiado com
passagem, estadia em hotel e inscrição para
o Transcatheter Cardiovascular Therapeutics
(TCT) 2011, que acontecerá em novembro na
cidade de São Francisco, nos Estados Unidos.
A segunda novidade em relação aos anos
anteriores está no horário de abertura e encerramento do congresso. Neste ano, o evento terá início na quarta-feira, dia 8 de junho,
às 9 horas, e o encerramento se dará na sexta-feira, dia 10 de junho, às 16 horas. ■
GE Healthcare
Meios de contraste,
agora direto com a GE.
Visite-nos no stand da GE Healthcare no XXXIII Congresso SBHCI,
de 08 a 10 de junho no Expotrade Convention Center em Curitiba - PR
Agende uma visita de nossa equipe de vendas:
0800-122 345
[email protected]
Omnipaque, Visipaque e Omniscan são
marcas registradas da GE Healthcare AS
Omnipaque - registro MS sob o número 1.7817.0067 por
Cosmed Indústria de Cosméticos e Medicamentos S.A.
Visipaque - registro MS sob o número 1.0394.0518 por
Farmasa Laboratório Americano de Farmacoterapia S.A.
Omniscan - registro MS sob o número 1.7817.0073 por
Cosmed Indústria de Cosméticos e Medicamentos S.A.
GE imagination at work
Mar-2011
Panorama
Cineangiocoronariografia
com acesso pela
artéria radial
Aos poucos, o procedimento de cateterismo
com acesso pela artéria radial ganha adeptos,
cresce no Brasil, e quem o utiliza já aplica a
técnica em quase 100% de seus pacientes
Por Gilberto Lahorgue Nunes (RS) | Centro de Terapia Endovascular e
Instituto de Medicina Vascular, do Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre (RS)
A
experiência com a utilização da
artéria radial como alternativa ao
acesso femoral tradicional iniciou-se em 1989 com Lucien Campeau (Canadá), do Montreal Heart Institute. Nesta
experiência pioneira, 100 pacientes consecutivos foram submetidos à cineangiocoronariografia diagnóstica por esta nova via de
acesso vascular. Posteriormente, em 1992,
Ferdinand Kiemeneij (Holanda) e seu grupo
no Hospital OLVG em Amsterdã adaptaram
esta técnica e realizaram os primeiros casos
de angioplastia coronária e, posteriormente,
de implante dos stents coronários. Os resultados desta e de outras experiências iniciais
levaram à gradual difusão desta via de acesso, inicialmente na Europa e na Ásia e, posteriormente, nas Américas.
No Brasil, os colegas Raimundo Furtado
(MA) e Bedson de Sá (PE) apresentaram sua
experiência inicial com cineangiocoronariografia diagnóstica pela via transradial em
1998, que posteriormente foi replicada em outros hospitais de nosso País. Nossa experiência
pessoal com o acesso radial iniciou-se em abril
de 2000 na Santa Casa de Porto Alegre (RS),
sendo que, atualmente, esta é a nossa via de
acesso preferencial, tanto para a realização de
exames diagnósticos como terapêuticos.
O emprego da via radial apresenta várias
vantagens em relação ao acesso femoral. Em
primeiro lugar, a utilização da via radial permite a deambulação imediatamente após o
término do procedimento, o que aumenta
significativamente a sensação de conforto
do paciente. Além disso, a via radial está associada a uma menor chance de ocorrência
de sangramentos no local da punção e a me-
18
nores taxas de complicações vasculares em
comparação com as outras vias de acesso
(mesmo quando são empregados dispositivos de sutura vascular da artéria femoral).
Adicionalmente, a redução das complicações vasculares tem efeitos benéficos sobre
os custos associados à intervenção coronária percutânea. Em comparação com a via
femoral, os custos hospitalares são menores
e a internação, mais curta.
Outra vantagem da utilização do acesso
radial é a possibilidade de transformar a
intervenção coronária percutânea em um
procedimento ambulatorial, como vem
sendo realizado há vários anos pelo grupo
de Amsterdã. Várias experiências internacionais demonstram que a liberação do paciente para casa horas após o procedimento
é segura e pode ser empregada na maioria
dos casos, tendo impacto ainda mais profundo na redução dos custos associados
à intervenção percutânea. Finalmente, o
acesso transradial é especialmente útil nos
pacientes com maior probabilidade de desenvolvimento de complicações hemorrágicas associadas ao sítio de acesso vascular,
como mulheres, idosos, obesos e pacientes
tratados na vigência das síndromes coronarianas agudas, nos quais o uso de antagonistas da glicoproteína IIb/IIIa e de anticoagulantes é mais frequente.
Apesar de todas estas vantagens, o emprego rotineiro da via radial ainda é relativamente restrito. Dados do registro da SBHCI
(Central Nacional de Intervenções Cardiovasculares – CENIC), publicados em 1998,
indicavam que a via femoral era empregada
em mais de 90% dos procedimentos, sendo
que em apenas 8% das intervenções coronárias percutâneas (ICP) o acesso era radial.
Nos últimos cinco anos, houve o aumento
para aproximadamente 11% dos casos, segundo dados do mesmo registro. Situação
semelhante é observada nos Estados Unidos, onde a análise de 593.094 procedimentos catalogados no National Cardiovascular
Data Registry demonstrou que a frequência
de utilização desta via de acesso é ainda menor (1,32% do total de procedimentos).
As razões para a resistência de alguns
operadores à utilização do acesso radial são
múltiplas. A abordagem da artéria radial é
tecnicamente mais complexa do que a punção da artéria femoral, e a punção da artéria radial requer maiores cuidados pelo seu
menor calibre e pela sua maior propensão a
apresentar espasmo. Adicionalmente, a cateterização dos óstios coronários também
pode ser mais difícil, especialmente quando
ocorre manipulação excessiva dos cateteres-guia ou dos fios-guia. Por estes motivos,
para adquirir proficiência na realização de
procedimentos utilizando a artéria radial, o
operador precisa submeter-se a uma curva
de aprendizado mais longa do que a observada com a abordagem femoral. Entretanto,
dados do estudo RAPTOR, apresentados
durante o congresso da American Heart
Association (AHA) em 2009, demonstram
que operadores experientes podem, em curto espaço de tempo, adquirir proficiência e
adotar a via radial como acesso preferencial.
Estudos recentes sugerem fortemente que
o emprego da via radial é capaz de reduzir
também desfechos duros pós-intervenção
coronária percutânea, por meio da diminui-
divulgação | Terumo
Para ter domínio da
técnica são necessários
cerca de 500 casos,
segundo José Armando
Mangione (SP),
que utiliza este tipo
de procedimento
desde 2006.
ção da ocorrência de sangramentos. Uma
análise conjunta de pacientes incluídos nos
estudos ISAR (REACT, SWEET, SMART-2 e
REACT-2) demonstrou que a ocorrência de
sangramento periprocedimento foi um importante preditor de mortalidade ao final de
um ano. O sangramento de qualquer monta
elevou a mortalidade em três vezes e apresentou um poder discriminatório semelhante ao
da ocorrência de infarto periprocedimento
ou da necessidade de revascularização urgente. O estudo M.O.R.T.A.L. confirmou estes
achados, demonstrando que o acesso radial
foi capaz de reduzir pela metade a taxa de
transfusões sanguíneas (2,8% contra 1,4%)
e, consequentemente, a mortalidade ao final
de 30 dias e de um 1 ano em, respectivamente, 29% e 17% em comparação com o acesso
femoral. Mais recentemente, os estudos PREVAIL e PRESTO-ACS confirmaram a associação entre emprego da via radial e redução
de mortalidade, tanto em pacientes eletivos
como naqueles com quadro de síndrome coronariana aguda.
A grande quantidade de evidências relacionando o emprego do acesso transradial a
menores taxas de complicações e a crescente disponibilidade no mercado de materiais
desenvolvidos especificamente para utilização pela via radial vão propiciar que, em um
futuro próximo, o número de operadores
utilizando este acesso de maneira rotineira
aumente expressivamente em nosso meio.
Isto certamente terá um impacto positivo
no aumento da segurança e na redução de
custos associados à abordagem percutânea,
o que será extremamente benéfico para o
sistema de saúde de nosso País. ■
Quatro cardiologistas intervencionistas que optaram por enfrentar
as dificuldades do aprendizado de uma nova técnica explicaram
por que o acesso transradial reduz custos e diminui riscos, mas
ainda é preterido pelos médicos acostumados ao acesso femoral
José Armando Mangione (SP)
Hospital Beneficência
Portuguesa de São Paulo (SP).
Utiliza a técnica radial desde 2006.
Como passou a utilizar a técnica?
O início do procedimento foi um pouco mais trabalhoso porque esta artéria é
muito fina, o que torna a punção mais
trabalhosa. No começo, perdia de 15%
a 20% do espaço e não conseguia fazer.
Hoje, com a experiência, esta taxa cai a
menos de 1%. Por conta desta dificuldade, é necessário um treinamento um
pouco mais longo. Para ter o domínio
da técnica é preciso ter feito, no mínimo,
uns 500 casos. Com o material adequado,
dificilmente ocorre espasmo. O cateter
deve ser de boa qualidade. Se for rugoso,
ele traumatiza um pouco a pele e causa
espasmo. Hoje, a maior dificuldade é o
início da técnica, período em que o pessoal começa a perder punção. Então, é
preciso ter obstinação, paciência. No começo, nós sofremos, quase paramos, por
conta da alta quantidade de espasmos.
Descobri que era o uso inadequado do
material e trocamos o cateter. Insistimos.
Se os outros faziam, por que nós não poderíamos fazer? Mudamos o material, e
as coisas melhoraram. Hoje, meus residentes adoram fazer este procedimento.
Não é à toa que o acesso à artéria é mais
simples, pois é uma artéria fina. É uma
artéria mais superficial, então dificilmente será traumatizada e dificilmente haverá complicação vascular, como fístula,
aneurisma, rompimento de uma placa ou
oclusão da artéria. A complicação vascular é de 0,1%, quase inexistente. Outra
vantagem da técnica em comparação à
gisciasca.com.br
gisciasca.com.br
Radial ou femoral?
femoral é que na perna você tem de ficar
de quatro a seis horas em repouso, com
a perna esticada. Com a radial, você já
pode andar imediatamente após o procedimento; esta é uma grande vantagem.
Você tira o cateter, põe o curativo e já
pode andar, se quiser.
Existem pacientes de risco?
Sim, os pacientes com artéria de pequeno calibre. Se a artéria for muito fina, pode
ocorrer espasmo. É um local de rica circulação colateral na mão. Então, mesmo que
você perca o pulso, se há um hematoma
ou uma trombose, é possível fazer uma
circulação colateral e a mão volta a ser irrigada normalmente.
Na sua visão, qual o futuro da técnica?
A técnica vai se desenvolver cada vez
mais. A grande vantagem é que os pacientes vão embora para casa mais cedo.
Então, você economiza, o custo diminui, o
paciente fica menos tempo internado. Por
conta de a chance de ocorrer hematomas,
trombose ou fístula ser quase zero, diferentemente da técnica via artéria femoral,
o custo diminui.
19
Raimundo Furtado (MA)
Responsável técnico pelo Serviço de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do
Hospital São Domingos, em São Luís (MA).
Utiliza a técnica radial desde 1997,
quando respondia como chefe do Serviço de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do UDI Hospital, também
em São Luís, com o auxílio de Bedson
de Sá (PE) e, posteriormente, de Márcio
Barbosa (MA).
Quais as principais dificuldades encontradas hoje?
Na realidade, atualmente não temos muitas dificuldades. Entretanto, vale mencionar
que o acesso transradial oferece alguns desafios técnicos que são superados conforme
se adquire experiência. Em função destas
dificuldades, a técnica tem sido aceita com
relutância por operadores de grande experiência em outras vias de acesso, ao mesmo
tempo em que ganha popularidade entre
intervencionistas mais jovens, suscetíveis a
encarar a curva de aprendizado. Estas dificuldades vão desde a punção radial propriamente dita, até o posicionamento adequado
dos cateteres nos óstios coronários, tendo
como denominador comum o espasmo radial. Algumas destas dificuldades também
são superadas pela possibilidade de se poder
utilizar a artéria radial contralateral, bem
como pela opção da utilização da artéria
ulnar, direita ou esquerda, cuja técnica tem
sido desenvolvida no Brasil por Pedro Beraldo (SP) e colaboradores.
Em que tipo de pacientes o senhor utiliza a técnica radial?
Todos os pacientes com indicação para
realizar angiografia ou intervenção coronária, principalmente considerando que
podemos utilizar ambas as artérias radiais,
direita e esquerda, ou mesmo, a artéria ulnar. A possibilidade de uso de cateteres de
até 8F de diâmetro, em muitos casos, permite a utilização de quase todos os dispositivos
disponíveis atualmente. Assim, não existem
limitações com relação à idade, sexo ou raça.
Como o senhor vê o desenvolvimento da
técnica a médio e longo prazos?
O refinamento das técnicas e equipamentos tem permitido o uso de vias de acesso
vascular alternativas no intuito de facilitar
os procedimentos, reduzir o desconforto
dos pacientes e minimizar as complicações.
Atualmente, a maioria dos procedimentos
percutâneos diagnósticos e terapêuticos já
podem ser realizados de forma cômoda, por
meio da punção da artéria radial. Implante
de stents uni, bi ou triarteriais, tratamento
de lesões de bifurcação, angioplastias primárias e de resgate com o mínimo de desconforto e complicações já são uma realidade.
Nos dias de hoje, são utilizados cateteres
diagnósticos de até 4F, e cateteres terapêuticos de 5F, 6F e até 8F. Com a constante evolução na indústria dos materiais, podemos
crer que, em breve, todos os procedimentos
intervencionistas coronários poderão ser realizados por esta via. Outro fato que pode
auxiliar o desenvolvimento desta técnica em
nosso País a médio e longo prazos seria sua
utilização rotineira por instituições formadoras de opinião e de novos cardiologistas
intervencionistas. No entanto, muitos cardiologistas intervencionistas experientes já
fazem isso. Quero mencionar Nahaliel Pes-
Roberto Vieira Botelho (MG)
Instituto do Coração do Triângulo,
em Uberlândia (MG).
Utiliza a técnica radial desde 1998.
Quais as principais dificuldades encontradas hoje?
A necessidade de utilização de cateteres de
maior calibre (7F, 8F) nas bifurcações e tratamentos do tronco da coronária esquerda, e a
utilização de grandes ogivas de rotablator. Esta
limitação já vem sendo amenizada pela técnica
de intervenção sem introdutores (sheathless)
na curva de aprendizado, embora cada vez
menos impactante entre as limitações.
Em que tipo de pacientes o senhor utiliza a técnica radial?
Em pacientes que apresentam calibre adequado da artéria radial (que ofereça relação artéria/
sheath maior ou igual a 1) associado à boa patên-
20
fotos: divulgação | arquivo pessoal
Panorama
soa Rodrigues (RJ), que mesmo tendo sido
o introdutor da técnica femoral no Brasil,
em conjunto com Gilvan Dourado (AL),
hoje utiliza preferencialmente em seu Serviço a técnica transradial. Em São Paulo, o
mesmo vem acontecendo com José Armando Mangione (SP), cuja técnica preferencial
também era a femoral e passou a utilizar a
técnica radial.
Quantos casos são atendidos, aproximadamente, por mês, em seu Serviço?
De 100 a 120 casos por mês. Considerando
toda nossa experiência desde que iniciamos
a técnica em 1997, bem como a experiência
conjunta de nossa equipe, contamos hoje
com cerca de 30 mil casos realizados através
da via de acesso transradial.
cia da circulação palmar, especialmente pacientes de maior risco e nas síndromes agudas.
Como o senhor vê o desenvolvimento da
técnica a médio e longo prazos?
Os avanços da técnica e da tecnologia têm
ampliado as indicações, favorecido a reutilização do acesso e facilitado a curva de aprendizado. O benefício, claramente percebido
por médicos e pacientes, tem estimulado a
incorporação nos principais laboratórios de
cardiologia intervencionista. Por isso, a médio e longo prazos, será a técnica preferencial
nos principais serviços em diferentes países.
Quantos casos são atendidos, aproximadamente, por mês, em seu Serviço?
Cerca de 66% dos pacientes são tratados
por via radial em nosso Serviço, que realiza
cerca de 4 mil exames por ano, sendo 800 intervenções terapêuticas.
divulgação | terumo
André Labrunie (PR)
Atua em oito hospitais, sendo um hospital em Marília (SP), um hospital em Londrina (PR) e outros seis em Curitiba (PR).
Utiliza a técnica radial desde 1999.
Quais as principais dificuldades encontradas em 1999, quando começou a utilizar a técnica?
A principal dificuldade era aceitar a mudança de um conceito, uma maneira de
fazer alguma coisa que era feita há muito
tempo de forma diferente. A partir daí, as
coisas aconteceram de maneira muito mais
natural. No nosso caso, foi uma busca. Nós
imaginávamos que seria uma alternativa e
queríamos esta nova opção. Então nos dedicamos e mergulhamos nesta empreitada.
Em que tipo de pacientes o senhor utiliza a técnica radial?
Um grupo de pacientes é o que apresenta
obesidade, que fica em situação muito complicada quando o procedimento é feito pela
perna. Já o procedimento pelo punho é uma
situação muito mais serena e mais segura. A
chance de sangrar na virilha é maior, e no
obeso isso se multiplica por causa da condição física. Outro grupo de pacientes que se
beneficia da técnica radial é o de coagulopatas, pacientes que têm problema de coagulação. Se eu faço o procedimento em uma
via cuja chance de sangrar é menor, isso se
torna melhor para eles. Outro grupo é o de
idosos. O idoso tem problemas ortopédicos, questões posturais, da próstata. Para
esses pacientes, ficar deitado por um longo
período torna-se uma situação desconfortável; ao passo que, se ele faz pelo punho,
ele pode se movimentar, o que minimiza
o desconforto. Um grupo de pacientes que
tratamos muito frequentemente são os que
possuem o quadro da síndrome coronária
aguda. Esses pacientes vão ao cateterismo
para desobstruir a artéria que está ocluída. Para isso, eles recebem vários fármacos
que diminuem a capacidade do organismo
de coagular, ou seja, que propiciam o sangramento. Então, nesse tipo de paciente, se
eu utilizar uma via de acesso que reduz a
possibilidade de sangramento, certamente,
usarei essas drogas com mais segurança. É
uma massa grande de gente que se beneficia. Então, o domínio desta técnica não é
mais um luxo, é uma necessidade.
Como o senhor vê o desenvolvimento da
técnica a médio e longo prazos?
Nas gerações mais novas, esta técnica
está vindo com muita força. É inevitável.
Você não pode prescindir de uma técnica
que é melhor que a outra. A técnica radial é
melhor que a femoral em muitas situações
e se equivale em tantas outras situações.
Hoje, no Brasil, ainda é pouco utilizada.
Não chega a 20% do total, mas está crescendo. Em determinados países do Oriente,
como o Japão e a China, esse número passa
dos 60%. Em países da Europa, como Itália, Espanha e Noruega, chega a 70%. Nós
ainda estamos bem abaixo, talvez, porque a
influência americana seja muito grande em
nossa medicina, e nos Estados Unidos esta
técnica não chega a 5%. Mas as ondas europeia e oriental, que nos apresentaram esta
técnica pelos resultados positivos, dobrarão os americanos mais cedo ou mais tarde.
Quantos casos são atendidos, aproximadamente, por mês, em seu Serviço?
Nós utilizamos a técnica radial em mais
de 90% dos procedimentos. Nós nos apaixonamos e nos envolvemos com esta técnica de maneira que ela se tornou o carro-chefe e substituiu a técnica tradicional,
que é a femoral. Utilizamos a técnica femoral como alternativa, quando há alguma contraindicação ou alguma dificuldade
nesse sentido, e passamos para a chamada
técnica clássica.
De acordo com
André Labrunie (PR),
a cineangiocoronariografia
com acesso pela
artéria radial não
é mais um luxo.
É uma necessidade,
apesar de ainda ser
pouco utilizada no Brasil.
21
fotos: divulgação
Arquitetura Hospitalar
À esquerda, quarto no Las Vegas Medical Center, em Las Vegas, nos Estados Unidos. À direita, o Cleveland Clinic Lou Ruvo Center for Brain Health,
também em Las Vegas. Os dois centros hospitalares estavam no roteiro de visitas monitoradas do Healthcare Design Conference 2010.
Muito além da sala de exames
Evento especializado em arquitetura hospitalar reuniu em Las
Vegas, nos Estados Unidos, cerca de mil pessoas envolvidas
no universo da saúde para discutir arquitetura hospitalar
Por Hélio Castello (SP) | coeditor e Pamela Ortiz (SP) | arquiteta hospitalar
D
e 13 a 16 de novembro de 2010,
participamos de um congresso
diferente do que estamos habituados, o Healthcare Design Conference, que
reuniu mais de mil congressistas no Hotel
MGM Grand, em Las Vegas, nos Estados
Unidos. O evento mostrou aos visitantes
como está a situação das construções de
edifícios de saúde ao redor do mundo e,
principalmente, para onde caminharemos,
criando espaços que influenciem positivamente a melhoria da assistência à saúde da
população, sem prejudicar o meio ambiente e com foco na relação custo-efetividade.
O mais incrível é que o congresso não foi
voltado apenas para arquitetos e engenheiros. Também teve a participação de
médicos, professores, muitas enfermeiras,
sociólogos, psicólogos, empresários da área
da saúde, gestores e pessoas de quaisquer
outros segmentos que exercem alguma influência na assistência aos pacientes.
Em mais de 130 palestras e mesas-redondas disponíveis em quatro dias de congresso, destacamos alguns pontos de maior interesse e aplicabilidade:
22
• A importância da participação multidisciplinar e multiprofissional na criação do
espaço e no desenvolvimento do processo
operacional;
• Desenho de processos, rotinas técnicas
e fluxos que visam a coibir desperdícios e
evitar o retrabalho, fomentando uma assistência de qualidade e melhores resultados aos pacientes;
• Uso de novos materiais e equipamentos
com menor agressão ao meio ambiente e
maior aproveitamento do espaço e dos recursos existentes;
• A quebra de paradigmas em relação às
cores e ao uso de imagens ou técnicas que
influenciem positivamente o conforto e o
equilíbrio emocional dos pacientes e dos
profissionais de saúde;
• Os novos desafios existentes na formação
de profissionais de saúde, principalmente médicos, para que possam ampliar sua
visão. Escolas de medicina e especialização
em hospitais estão investindo em colocar
os futuros médicos e especialistas em contato com profissionais de outras áreas, para
que possam ampliar seus conhecimentos e
terem uma visão mais ampla da realidade;
• O Design Baseado em Evidências (DBE),
algo parecido com a Medicina Baseada em
Evidências (MBE), torna o trabalho arquitetônico funcional no desempenho, no
cumprimento de normas legais, na interação e na sinergia completa com as pessoas que utilizam o espaço e com os demais
materiais inseridos, de olho na sustentabilidade e no respeito ao meio ambiente. O
principal benefício do DBE é oferecer condições para que os profissionais trabalhem
sem perda de tempo, com maior conforto,
em condições ergonômicas e com praticidade, diminuindo o desgaste das pessoas e
o índice de insalubridade;
• Putting Patients First – Planetree Model:
conceitos inseridos na criação de espaços
de cura focados nas necessidades e expectativas dos pacientes.
Com certeza, teremos de caminhar muito
para que nossos serviços de saúde estejam
adequados dos pontos de vista legal, ambiental e operacional. Este é só um alerta para que
façamos a nossa parte nesta caminhada. ■
Simpósio Internacional de Terapia Valvar Percutânea
Novas evidências
Por Rogério Sarmento-Leite (RS) | diretor-técnico do Serviço de Hemodinâmica
e Cardiologia Intervencionista do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul
O
crescimento contínuo da tecnologia
e o uso de um simulador de última
geração e utilizado pela primeira
vez em eventos brasileiros são os destaques
da segunda edição do Simpósio Internacional de Terapia Valvular Percutânea, que será
realizado pelo Instituto de Cardiologia da
Fundação Universitária de Cardiologia do
Rio Grande do Sul (IC-FUC) no dia 6 de
maio, no Centro de Eventos do Hotel Deville, em Porto Alegre (RS).
A novidade deste ano são os “hands on”,
simuladores que permitirão aos participantes manipular o dispositivo, como se estivessem fazendo o procedimento em tempo
real. Embora seja parecido com o simulador
usado para síndromes coronarianas, é a primeira vez que o equipamento da Medtronic,
com programa de computador específico
para a técnica do implante percutâneo valvar aórtico, será usado no Brasil. O equipa-
mento já havia sido usado no Congresso da
SOLACI, em Buenos Aires, no ano passado.
Os participantes do simpósio poderão agendar períodos de 20 a 30 minutos durante
todo o dia do evento para vivenciar a experiência com a técnica.
A programação científica do simpósio prevê palestras sobre os conceitos básicos em
terapia valvar aórtica, diferenças entre dispositivos, aumento das indicações deste procedimento e exposição de relatos de casos da
prática clínica, que está em crescente demanda. “De um ano para cá, surgiram muitas evidências e foram publicados vários trabalhos
que conseguiram caracterizar melhor o real
papel desta tecnologia, que cada vez mais está
indicada para pacientes de alto risco cirúrgico”, afirma Rogério Sarmento-Leite (RS),
membro da Comissão Executiva do evento.
Entre os palestrantes convidados, estão
Eberhard Grube (SP), proctor especializado
no dispositivo CoreValve – utilizado atualmente pelos centros brasileiros –, e Josep
Rodés-Cabau (Canadá), diretor do Laboratório de Cateterismo e Intervenção do Instituto
de Pulmão e Coração de Quebec, no Canadá,
que falará sobre as peculiaridades do dispositivo da Edwards, nova opção para a técnica,
ainda em fase de aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas
que deve chegar ao Brasil ainda este ano. ■
AGENDE-SE
II Simpósio Internacional de Terapia
Valvar Percutânea
Data: 6 de maio de 2011
Horário: das 7h30 às 18h30
Local: Centro de Eventos do
Hotel Deville, em Porto Alegre (RS)
Informações e inscrições:
Plenarium Organização de Congressos
Tel: (51) 3311.8969
www.cardiologia.org.br
3 e 4 anos de
seguimento clínico
Chevalier, B., MD – Massy France, EuroPCR 2010.
Trombose Definida* - 3 Anos
Chevalier, B., MD – Massy France, EuroPCR 2010.
Segurança
3,5
Eventos Adversos - 4 Anos
Eficácia
Total
• Última geração em Stent Farmacológico
20,0
3,0
Taxus
2,5
15,0
Nobori®
11,8
2,0
10,6
• Polímero Biodegradável
(Ác. Polilactico – PLA)
10,0
1,5
0,0
0,0
0,5
%
0,0
0 dias
01 mês
01 ano
02 anos
03 anos
• Cobertura Abluminal
3,5
5,0
1,0
Morte / Infarto do
Miocárdio
CABG
0,0
Revascularização
da Lesão Alvo
Revascularização
do Vaso Alvo
Eventos Adversos
Cardíacos Maiores
• Fármaco Inovador – BIOLIMUS A9
Número de pacientes: 363 | acesse: www.noboristent.com
* de acordo com as definições da ARC. | Número de pacientes: 363 | acesse: www.noboristent.com
Resultados comprovam a eficácia e segurança do Stent Nobori®.
terumo.com.br | terumo.com
Eleições 2011
Processo eleitoral
Exerça seu direito de legitimar os colegas que
estarão à frente de nossa Sociedade no biênio
2012-2013. Participe da votação eletrônica que
acontecerá na primeira semana de junho
N
o dia 1º de abril, encerrou-se o
prazo para inscrições de chapas
candidatas a assumirem a gestão
2012-2013 da SBHCI. Apenas um grupo se
organizou, se preparou e se inscreveu tendo
como candidato a presidente Marcelo Queiroga (PB), atual presidente da Sociedade
Norte-Nordeste de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SNNeHCI).
É nosso dever societário participar do
pleito eleitoral e legitimar a escolha do próximo presidente. Novamente, a votação será
eletrônica, por meio da Internet. Todo sócio
apto a participar do processo eleitoral recebeu uma senha enviada pelo correio que
dará acesso ao sistema pela Internet. Caso
não tenha recebido, o prazo final para solicitação da segunda via da senha é 24 de abril.
A votação estará aberta da 0 hora do dia 1º
de junho até as 16 horas do dia 7 de junho.
No dia 8 de junho, a Diretoria atual divulgará o resultado promulgado pela Sociedade
Brasileira de Cardiologia (SBC).
Saiba quem são os colegas inscritos na
chapa de Queiroga, seus currículos, e conheça as principais propostas para a gestão
do biênio 2012-2013.
As propostas para o biênio 2012-2013
O candidato à Presidência da SBHCI apresenta as diretrizes de
atuação que pretende manter à frente de nossa Sociedade
fotos: gisciasca.com.br
“A
Marcelo Queiroga (PB)
Presidente
Graduado em 1988 pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Paraíba, fez
residência em 1991 no Hospital Adventista
Silvestre, no Rio de Janeiro (RJ), e treinamento
no Hospital Beneficência Portuguesa, em São
Paulo (SP), em 1993. É diretor do Cardiocenter
(Departamento de Cardiologia Intervencionista
dos hospitais Unimed João Pessoa e Santa Paula Ltda). Conselheiro do Conselho Regional de
Medicina da Paraíba. Presidente da Sociedade
Norte-Nordeste de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SNNeHCI). Especialista
em cardiologia da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Membro do Conselho Deliberativo da SBHCI. Ex-presidente da Sociedade
Brasileira de Cardiologia da Paraíba (SBC-PB).
Doutorando em bioética da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Portugal).
24
linha central de atuação de nossa Diretoria será focada na continuidade do
processo de gestão da atual direção,
conduzida com proficiência por Maurício de
Rezende Barbosa (MG), diretrizes estabelecidas
desde 2006, quando a SBHCI esteve sob a liderança de Luiz Alberto Piva e Mattos (SP). Será
mantida a política de valorização do associado,
seja por meio da oferta de programas de educação continuada ou pela defesa intransigente dos
legítimos interesses dos cardiologistas intervencionistas como categoria profissional.
Para consecução das metas anunciadas, constituímos uma equipe integrada por colegas de
experiência comprovada, representativa da realidade nacional, todos comprometidos com o
aperfeiçoamento da gestão societária.
Atenção especial será dada ao processo de
certificação profissional por meio da Comissão
de Certificação Profissional, a fim de formar
novos intervencionistas sintonizados com as
atuais demandas da sociedade brasileira. Assim, atuaremos junto aos centros formadores
fomentando a incorporação de valores éticos e
científicos aos novos médicos que integrarão a
comunidade intervencionista brasileira. Iniciativas visando a suscitar o interesse na pesquisa
clínica serão priorizadas.
A Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva (RBCI) continuará a ser incentivada, a fim
de assegurar à comunidade cardiológica uma
oportunidade para publicação de suas pesqui-
sas no campo da cardiologia invasiva. Todos os
meios necessários a fim de obter uma indexação
cada vez mais qualificada para nossa revista serão adotados, observando-se a excelência científica e independência editorial.
Por fim, buscaremos dialogar com as autoridades governamentais e com a saúde suplementar pela incorporação das técnicas intervencionistas para potenciar os benefícios aos
pacientes, sobretudo os extratos sociais que
atualmente se encontram apartados desses procedimentos médicos.”
Conheça, ao lado, a Diretoria Executiva, cuja
atuação será complementada pelos conselheiros
apresentados abaixo:
Conselho Fiscal
Carlos Eduardo Diniz Couto (MG)
José Marconi Almeida de Sousa (SP)
Marcello Augustus de Sena (RJ)
Conselho Deliberativo
Adrian Paulo Morales Kormann (SC)
Alexandre do Canto Zago (RS)
Bruno Moulin Machado (ES)
Flávio Roberto Azevedo de Oliveira (PE)
Gérson Miranda (MG)
João Orávio de Freitas Júnior (SP)
José Klauber Roger Carneiro (CE)
Leonardo Cogo Beck (DF)
Marcelo José de Carvalho Cantarelli (SP)
Maria Cristina Meira Ferreira (RJ)
Viviana de Mello Guzzo Lemke (PR)
Pedro Alves Lemos Neto (SP)
Diretor Administrativo
Formado pela Universidade de Brasília (DF),
com residência em clínica médica no Hospital
das Clínicas da USP e residência em cardiologia
clínica e intervencionista no Instituto do Coração da USP. Possui PhD em medicina pela Universidade Erasmus, em Roterdam (Holanda).
Atualmente é professor colaborador e professor
livre-docente da Faculdade de Medicina da USP
e trabalha como cardiologista intervencionista
no InCor, em São Paulo. É também coordenador técnico do Serviço de Hemodinâmica e
Cardiologia Intervencionista do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Possui três livros publicados e mais de uma centena de artigos científicos publicados em periódicos indexados.
José Ary Boechat (RJ)
Diretor de Comunicações
Graduado pela Universidade Federal Fluminense, com residência médica em cardiologia e cardiologia intervencionista pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Atua na Clínica São Vicente e nos hospitais
da Rede ESHO, no Rio de Janeiro e em Niterói (RJ). Atual presidente da Sociedade de
Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do Estado do Rio de Janeiro (SOHCIERJ).
Antônio Carlos Neves Ferreira (MG)
Diretor de Intervenções Extracardíacas
Graduado em 1986 pela Faculdade de
Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, fez residência no Hospital Vera
Cruz, em 1989, e treinamento no InCor, em
São Paulo. Atualmente, é cardiologista intervencionista e coordenador do Serviço de Hemodinâmica do Hospital Mater Dei de Belo
Horizonte (MG). Atual presidente da Associação Mineira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (AMHCI).
Antônio Luiz Secches (SP)
Diretor Financeiro
Graduado em 1974 pela Universidade do
Estado de São Paulo, em São José do Rio Preto
(SP), concluiu em 1976 residência no Hospital
Beneficência Portuguesa de São Paulo, onde
realizou treinamento em hemodinâmica em
1977. Atualmente, é o responsável pelo Serviço
de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista dos hospitais São Francisco e Beneficência Portuguesa de Ribeirão Preto (SP).
Hélio Castello (SP)
Diretor de Qualidade Profissional
Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro em 1986, fez residência pela Universidade Federal de São Paulo em
1990, tornou-se especialista em cardiologia pela
mesma instituição em 1991, na qual também tornou-se mestre em cardiologia. Possui MBA em
gestão em saúde pela Fundação Getúlio Vargas e
é coordenador dos Serviços de Intervenções Cardiovasculares do Grupo Saúde Bandeirantes, do
Hospital São Luiz - Anália Franco e do Hospital
Regional do Vale do Paraíba, em São Paulo.
Carlos AC Pedra (SP)
Diretor de Intervenções em
Cardiopatias Congênitas
Graduado em 1986 pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Fez
residência em pediatria no Instituto da Criança
da Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo (FMUSP) de 1987 a 1989 seguido de
complementação especializada em terapia intensiva no pós-operatório de cirurgia cardíaca
do Instituto do Coração (InCor) da FMUSP em
1989. Fez residência em cardiologia pediátrica
seguida de treinamento em cardiologia invasiva
Rogério Sarmento-Leite (RS)
Diretor Científico
Graduado em 1992 pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, concluiu residência em 1996 no
Instituto de Cardiologia do Rio Grande do
Sul da Fundação Universitária de Cardiologia de Porto Alegre (IC-FUC). É diretor-técnico do Serviço de Hemodinâmica e Cardiologista Intervencionista do IC-FUC, fellow
em cardiologia pelo Texas Heart Institute/
Baylor College of Medicine, Houston, Texas
(Estados Unidos). Mestre e doutor em cardiologia pela FUC-RS, professor do curso de
Pós-Graduação em cardiologia e pró-diretor
de extensão da FUC-RS.
Samuel Silva da Silva (PR)
Diretor de Educação Médica Continuada
Graduado em 1968 pela Universidade Federal de Santa Maria (PR). Concluiu especialização em cardiologia e hemodinâmica no Serviço
do Prof. Luiz V. Décourt no Hospital das Clínicas da USP em 1970. É mestre em cardiologia
pela Pontifícia Universidade Católica do Rio
de Janeiro. Professor-adjunto de cardiologia da
Universidade Estadual de Londrina (PR). Chefe dos Serviços de Hemodinâmica do Hospital
Evangélico de Londrina e do Hospital Universitário Regional Norte do Paraná.
e intervencionista em cardiopatias congênitas
no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia
de 1994 a 1998. Entre 1998 e 1999, passou 18
meses no The Hospital for Sick Children em
Toronto (Canadá) como clinical fellow. Em 2004
defendeu sua tese de Doutorado na Faculdade
de Medicina da FMUSP e desde janeiro de 2004
é diretor da Seção Médica de Intervenções em
Cardiopatias Congênitas do Instituto Dante
Pazzanese de São Paulo. Também tem papel de
codireção do Laboratório de Cateterismo de
Cardiopatias Congênitas do Hospital do Coração da Associação Sanatório Sírio em São Paulo e atua nos hospitais Israelita Albert Einstein,
São Luís e São Camilo. Nos últimos quatro
anos teve papel de codireção do PICS (Pediatric Interventional Cardiololy Symposium) e é
o atual diretor da pasta de Cardiologia Pediátrica da Sociedade Latino-Americana de Cardiologia Intervencionista (SOLACI).
25
divulgação | arquivo pessoal
Homenagem
Doutor Donaldo
Pereira Garcia
No dia 18 de janeiro,
faleceu um dos pioneiros da
hemodinâmica e da cardiologia
intervencionista no Brasil
Por Carla Ciasca (SP) | jornalista
D
onaldo Pereira Garcia nasceu no Maranhão, no dia 1o de abril de 1928.
Formou-se médico em 1952 pela
Universidade Federal da Bahia e fez residência no Hospital São Paulo, concluída em 1955.
Na época em que se faziam exames coronarianos com pequenos e precários aparelhos,
Donaldo foi o criador de diversas técnicas
cirúrgicas, e seu nome faz parte da história
da medicina e da hemodinâmica no Brasil.
Entre 1961 e 1963, desenvolveu duas técnicas para biópsia do coração, a transtorácica
e a intracavitária. Ao lado de Radi Macruz
(SP), desenvolveu a técnica de septostomia,
capaz de produzir comunicação entre septos
atriais íntegros e reduzir o grave problema do
edema agudo de pulmão. Também é ideia de
Donaldo a técnica do laço para retirada de
corpos estranhos no coração.
Após uma temporada de estudos e aprendizado no exterior, Donaldo iniciou no Brasil
as primeiras técnicas de cateterismo. Em 1977,
fundou o Serviço de Hemodinâmica do Instituto do Coração (InCor), onde passou grande
parte de sua carreira envolvido na assistência
aos pacientes, no ensino e na pesquisa. Em
1979, soube que alguns cardiologistas estavam
próximos de realizar a primeira angioplastia com balão. Na companhia de sua esposa,
Dona Neide, foi à Alemanha para acompanhar
as experiências no Serviço do médico Andreas
26
Grüntzig. Após constatar o sucesso dos resultados, decidiu que traria a técnica para cá.
Dona Neide conta que ele conseguiu um
balão descartado durante um dos procedimentos na Alemanha e, pacientemente, recuperou o dispositivo no escritório de sua
residência, em São Paulo. “Lembro como se
fosse hoje dele desamassando aquela peça”,
ela afirma. Com o material recuperado, a
equipe de Donaldo se dizia pronta para realizar o procedimento. Só faltava um elemento: o paciente com as características adequadas. Passaram-se dias, semanas. Donaldo
estava em casa quando recebeu o telefonema
de um jovem médico com quem trabalhara
no InCor, era Costantino Costantini (PR). O
amigo e colega dizia do outro lado da linha
que havia encontrado um paciente em Curitiba (PR). Donaldo dirigiu-se imediatamente à capital paranaense e realizou ali, junto
com Costantini, a primeira angioplastia do
País. Sua contribuição à hemodinâmica nacional se seguiu durante décadas no auxílio
ao desenvolvimento de técnicas instrumentais e novos métodos, que hoje fazem parte
da rotina dos centros cardiológicos.
Como o próprio Donaldo Garcia afirmou
em entrevista à Revista do InCor em 1998, ele
era do tempo em que médico que fazia hemodinâmica era considerado louco. E é desse
tempo que ele trazia as histórias que conta-
va para os amigos, colegas e familiares, pessoas que são unânimes ao descrevê-lo. Um
homem de personalidade forte, mas muito
social, sempre com uma piada ou uma boa
história para contar. Pessoa querida. Jamais
se negou a ajudar, sendo sempre generoso
como chefe e, acima de tudo, respeitoso com
qualquer pessoa, seja paciente, colega, residente ou subalterno. “Sua característica mais
marcante é o respeito. Lembro dele como
uma pessoa pioneira, solidária demais, que
tinha muita confiança no que fazia”, afirma
José Armando Mangione (SP), chefe de Equipe de Hemodinâmica do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, que conviveu
durante 15 anos com Donaldo. “Devo muito
da minha formação como hemodinamicista
a ele, que foi meu grande incentivador.”
Em casa, Donaldo era marido carinhoso. Gostava de tocar violino na companhia
de sua esposa e, todos os anos, ia à Paraíba
visitar sua filha e brincar com as netas. Foi
em uma dessas visitas, em outubro do ano
passado, que Donaldo sofreu um acidente.
“Estávamos na casa de nossa filha Renata,
em João Pessoa, quando ele caiu e fraturou o
fêmur”, conta Dona Neide. Ele foi internado,
operado e tornou-se vítima de uma segunda fatalidade: uma infecção hospitalar que o
deixou debilitado. Ele não resistiu. Faleceu
no dia 18 de janeiro, aos 82 anos de idade. ■
Agenda
ABRIL
dia 13
GI² - Global Summit on
Interventions in Innovations
SCAI & SBHCI - Review Course on
Innovations
São Paulo, SP
dias 13 a 15
GI² - Global Summit on
Interventions in Innovations
São Paulo, SP
dias 14 a 16
5º Congresso Piauiense de Cardiologia Teresina, PI
sociedades.cardiol.br/pi/congresso.asp
dias 27 a 29
16th Angioplasty Summit
TCT Asia Pacific 2011
Seul, Coreia do Sul
www.summit-tctap.com
MAIO
dias 4 a 7
SCAI 2011 – The Society for
Cardiovascular Angiography and
Interventions
Congenital Heart Disease Symposium
Baltimore, Estados Unidos
www.scai.org
dia 6
Simpósio Internacional de Terapia
Valvular Percutânea do Instituto de
Cardiologia da Fundação Universitária
de Cardiologia
Porto Alegre, RS
www.cardiologia.org.br
dias 8 a 11
17th Annual Interventional Cardiology –
Fellows Course
Miami, Estados Unidos www.fellowscourse.com
dias 17 a 20
EuroPCR 2011
Paris Course of Revascularization
Paris, França
www.europcr.com
dias 20 a 22
XXIX Congreso Nacional de Cardiología
Córdoba, Argentina
www.fac.org.ar/1/cong/2011/index.php
dias 27 e 28
Congresso Paranaense de Cardiologia
Curitiba, PR
www.congressos-spc-pr.org
Sociedade Brasileira de Hemodinâmica
e Cardiologia Intervencionista
www.sbhci.org.br
Rua Beira Rio, 45 – cjs. 71 e 74
Vila Olímpia – São Paulo, SP
CEP 04548-050
Fone: (11) 3849-5034
JUNHO
dias 8 a 10
XXXIII Congresso da SBHCI
Curitiba, PR
www.sbhci.org.br
dias 23 a 25
CSI 2011
Congenital & Structural Interventions
Frankfurt, Alemanha www.csi-congress.org
dia 25
Simpósio Satélite SBHCI no
XXXII Congresso da SOCESP
São Paulo, SP
dias 23 a 25
XXXII Congresso da Sociedade de
Cardiologia do Estado de São Paulo
(SOCESP)
São Paulo, SP
www.congressosocesp.com.br/2011
julho
dias 24 a 27
PICS & AICS 2011 - Pediatric & Adult
Interventional Cardiac Symposium
Boston, Estados Unidos
www.picsymposium.com
agosto
dias 3 a 5
XVII Congresso da Sociedade Latino
Americana de Cardiologia Intervencionista
Santiago, Chile
www.solaci.org
dias 18 a 20
XXXI Congresso Norte Nordeste
de Cardiologia 2011
Aracaju, SE
dias 27 a 31
ESC Congress 2011
European Society of Cardiology
Paris, França
www.escardio.org
setembro
dias 10 a 14
CIRSE 2011
Cardiovascular and Interventional
Radiological Society of Europe
Munique, Alemanha
www.cirse.org
dia 19
Simpósio SBHCI no 66º Congresso
Brasileiro de Cardiologia
Porto Alegre, RS
www.sbhci.org.br
dias 16 a 19
66º Congresso Brasileiro de Cardiologia
Porto Alegre, RS
congresso.cardiol.br/66
outubro
dias 9 a 12
Venice Arrhythmias 2011
Veneza, Itália
www.venicearrhythmias.org
dias 20 a 22
Curso Avançado em Aterotrombose
Diagnóstico e Tratamento
www.caat2011.com.br
novembro
dias 7 a 11
TCT 2011 - Transcatheter Cardiovascular
Therapeutics
São Francisco, Estados Unidos
www.tctconference.com
dias 12 a 16
American Heart Association
Scientific Sessions 2011 (AHA)
Orlando, Estados Unidos
scientificsessions.americanheart.org
dias 28 e 29
Curso Anual de Revisão em Hemodinâmica
e Cardiologia Intervencionista 2011
São Paulo, SP
www.sbhci.org.br
dezembro
dia 2
5th Imaging & Physiology Summit 2011
Seul, Coreia do Sul
www.imaging-physiology.com/2011
dia 3
VIII Simpósio de Cardiologia Clínica e
Hemodinâmica do Hospital Mario Lioni
(AMIL Par RJ)
Rio de Janeiro, RJ
Tel. (21) 2775-3000
dias 7 a 19
Reunião Científica Anual SOCIME 2011
Puebla, México
www.socime.com.mx
dias 9 e 10
Endovascular Summit 2011
San Juan, Porto Rico
www.endovascularsummit.net
Gestão 2010-2011
Presidente: Maurício de Rezende Barbosa (MG) | Diretor Administrativo: Marcelo José
de Carvalho Cantarelli (SP) | Diretor Financeiro: Fernando Stucchi Devito (SP) | Diretor
Científico: Fábio Sândoli de Brito Jr. (SP) | Diretor de Comunicação: Alexandre Schaan
de Quadros (RS) | Diretor de Qualidade Profissional: Adriano Dias Dourado Oliveira (BA) |
Diretor de Edu­cação Médica Continuada: Antônio Carlos de Camargo Carvalho (SP) |
Diretor de Intervenções Extracardíacas: Marco Vug­man Wainstein (RS) | Diretor de
Intervenções em Cardiopatias Congênitas: Francisco José Araújo Chamié de Queiróz (RJ)
Equipe Administrativa
Norma Cabral | gerência administrativa | [email protected]
Aline Ribeiro | científico | [email protected]
Eleni Peixinho | financeiro | [email protected]
Kelly Peruzi | sócios | [email protected]
Roberta Fonseca | eventos | [email protected]
Vânia Fernandes | secretaria | [email protected]
27
Curitiba
Expotrade
Convention
Center ∙ Pinhas ∙ PR
08 a 10
de junho
2011
Informações
(11) 3 8 4 9 5 0 3 4
[email protected]
www.sbhci.org.br
Download

Estamos chegando a Curitiba A capital paranaense