Ana Lúcia Serafim PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DE MANIPULADORES DE ALIMENTOS Santa Maria, RS 2007 1 Ana Lúcia Serafim PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DE MANIPULADORES DE ALIMENTOS Trabalho final de graduação apresentado ao Curso de Nutrição – Área de Ciências da Saúde, do Centro Universitário Franciscano, como requisito parcial para obtenção do grau de Nutricionista – Bacharel em Nutrição. Orientadora: Ana Lúcia de Freitas Saccol Santa Maria, RS 2007 2 Ana Lúcia Serafim PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DE MANIPULADORES DE ALIMENTOS Trabalho final de graduação apresentado ao Curso de Nutrição – Área de Ciências da Saúde, do Centro Universitário Franciscano, como requisito parcial para obtenção do grau de Nutricionista – Bacharel em Nutrição. __________________________________________________ Ana Lúcia de Freitas Saccol – Orientadora (Unifra) __________________________________________________ Mara Rubia Doebber Da Cas (Externo) __________________________________________________ Miriam Terezinha da Silva Delevati (Unifra) Aprovado em ........ de ........................................ de ............. . 3 AGRADECIMENTOS A Deus, por eu estar aqui e vencer mais esta etapa da minha vida. A meus pais, pela vida, apoio e estímulo. Ao meu noivo Astor, pelo amor, apoio, estímulo e compreensão. A minha orientadora, Profª. Ana, pela paciência e carinho que sempre me acolheu e pelo seu exemplo e dedicação. A Lize, Profª. Vanessa e minha banca, Profª. Miriam e Mara, pela colaboração em meu crescimento profissional. A Profª Silvana e as colegas Sabrina, Letícia e Mariangela pelo auxílio nas análises microbiológicas. Meu reconhecimento e carinho sincero. Aos proprietários das empresas que oportunizaram a realização deste projeto. A todos que de alguma forma contribuíram para a concretização deste trabalho, muito obrigada. 4 RESUMO Visto a importância da habilitação dos manipuladores de alimentos em suas atividades nos serviços de alimentação, objetivou-se com este trabalho, propor um programa de capacitação e realizar uma sensibilização com manipuladores de alimentos. O modelo de programa de capacitação foi elaborado com base nas recomendações do âmbito científico e avaliado por meio de formulário em dez serviços de alimentação de Santa Maria (RS). O modelo apresenta uma cartilha de orientação, assim como sugestões de documentos complementares (lista de verificação da empresa, lista de verificação do manipulador e lista de presença). A sensibilização foi desenvolvida segundo as recomendações legais e aplicada em outros três estabelecimentos deste mesmo município. A eficiência da sensibilização foi analisada através de aplicação da lista de verificação do manipulador, formulário de avaliação e análise microbiológica das mãos dos manipuladores. A análise microbiológica foi realizada pela técnica de swab para determinação da contagem total de microorganismos mesófilos aeróbios. O modelo de programa elaborado foi considerado com linguagem clara e o nível de entendimento fácil para a maioria das empresas. A sensibilização teve boa aceitação dos colaboradores, mostrou-se eficiente para mudança de comportamento e para melhora dos procedimentos adotados durante a produção dos alimentos, porém as análises microbiológicas demonstraram que não foi capaz de modificar o processo de higienização das mãos dos manipuladores. O modelo de programa de capacitação elaborado foi válido para auxiliar os serviços de alimentação na descrição de seus próprios documentos. Palavras-chave: Boas Práticas. Lista de verificação. Treinamento. Sensibilização. Swab de mãos. ABSTRACT Concerning the importance of the manipulators of food qualification in your activities in the food services, it was aimed at with this work, to propose a training program and to accomplish a touching with manipulators of food. The model of training program was elaborated with base in the recommendations of the scientific and appraised ambit through form in ten food services of Santa Maria (RS). The model presents an orientation spelling book, as well as suggestions of complemental documents (list of verification of the company, list of the manipulators verification and presence list). The touching was developed according to the legal and applied recommendations in other three establishments of this same municipal district. The efficiency of the touching was analyzed through application of the list of the manipulators verification, evaluation form and microbiological analysis of the manipulators hands. The microbiological analysis was accomplished by the swab technique for determination of the total count of mesophyll aerobics microorganisms. The model of elaborated program was considered with clear language and the level of easy understanding for most of the companies. The touching had the collaborators good acceptance, it was shown efficient for change of behavior and for improvement of the procedures adopted during the production of the food, however the microbiological analysis they demonstrated that was not capable to modify the process of manipulators hands hygiene. The model of training program elaborated it was valid to aid the food services in the description of your own documents. Keywords: Good Practices. List of verification. Training. Touching. Swab. 5 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Álbum seriado utilizado em sensibilização em boas práticas em serviços de alimentação de Santa Maria (RS), 2007. ..................................................................................15 Figura 2 – Coleta de swab de mãos de manipuladores de serviços de alimentação de Santa Maria (RS), 2007. .....................................................................................................................17 Figura 3 – Nível de entendimento do programa de capacitação de manipuladores de alimentos em serviços de alimentação de Santa Maria (RS), 2007. .........................................................18 Figura 4 – Sensibilização para manipuladores realizada no serviço de alimentação A, Santa Maria (RS), 2007. .....................................................................................................................19 Figura 5 – Sensibilização para manipuladores realizada no serviço de alimentação B, Santa Maria (RS), 2007. .....................................................................................................................20 Figura 6 – Sensibilização para manipuladores realizada no serviço de alimentação C, Santa Maria (RS), 2007. .....................................................................................................................20 Figura 7 – Adequação dos serviços de alimentação em relação à lista de verificação da empresa, em duas observações, Santa Maria (RS), 2007. ........................................................21 Figura 8 – Adequação da lista de verificação do manipulador antes e depois da sensibilização em serviços de alimentação de Santa Maria (RS), 2007. .........................................................22 Figura 9 – Nível de entendimento dos manipuladores em relação à sensibilização em serviços de alimentação de Santa Maria (RS), 2007. .............................................................................24 Figura 10 – Nota atribuída pelos manipuladores para a sensibilização realizada em serviços de alimentação de Santa Maria (RS), 2007. ..................................................................................25 6 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................8 2 REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................................................9 3 MATERIAIS E MÉTODOS..................................................................................................13 3.1 PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DE MANIPULADORES DE ALIMENTOS..........13 3.1.1 Avaliação do programa de capacitação ...........................................................................13 3.2 SENSIBILIZAÇÃO DE MANIPULADORES DE ALIMENTOS....................................14 3.2.1 Nível de adequação..........................................................................................................15 3.2.2 Avaliação da sensibilização.............................................................................................15 3.2.2.1 Análise visual ...............................................................................................................16 3.2.2.2 Formulário de avaliação ...............................................................................................16 3.2.2.3 Análise microbiológica.................................................................................................16 3.3 ANÁLISE ESTATÍTICA ...................................................................................................17 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES.........................................................................................18 4.1 PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DE MANIPULADORES DE ALIMENTOS..........18 4.1.1 Avaliação do programa de capacitação ...........................................................................18 4.2 SENSIBILIZAÇÃO DE MANIPULADORES DE ALIMENTOS....................................19 4.2.1 Nível de adequação..........................................................................................................20 4.2.2 Avaliação da sensibilização.............................................................................................22 4.2.2.1 Análise visual ...............................................................................................................22 4.2.2.2 Formulário de avaliação ...............................................................................................24 4.2.2.3 Análise microbiológica.................................................................................................26 4.3 SUGESTÕES PARA NOVOS TRABALHOS ..................................................................29 5 CONCLUSÕES .....................................................................................................................30 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................................................31 APÊNDICE A – Cartilha de orientação para o preenchimento do modelo de programa de capacitação................................................................................................................................38 APÊNDICE B – Modelo de como montar o programa de capacitação ...................................43 APÊNDICE C – Lista de verificação da empresa ....................................................................48 APÊNDICE D – Lista de verificação do manipulador.............................................................51 APÊNDICE E – Modelo da lista de presença ..........................................................................52 7 APÊNDICE F – Formulário de avaliação da cartilha e do modelo de programa de capacitação ..................................................................................................................................................53 APÊNDICE G – Formulário de avaliação da sensibilização ...................................................55 APÊNDICE H – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido..............................................56 ANEXO A – Plano de ação ......................................................................................................58 ANEXO B – Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa – Unifra........................................59 ANEXO C – Autorização da Pró-Reitoria de Administração para utilização do laboratório e sala de apoio .............................................................................................................................61 8 1 INTRODUÇÃO O manipulador de alimentos é qualquer pessoa do serviço de alimentação que entra em contato direto ou indireto com o alimento, portanto deve ser habilitado para praticar medidas de higiene e segurança de produtos, protegendo os alimentos de contaminações físicas, químicas e microbianas. As Boas Práticas em Serviços de Alimentação são procedimentos que devem ser adotados a fim de garantir a qualidade higiênico-sanitária dos alimentos produzidos e sua conformidade com a legislação vigente. Entre estes procedimentos existe a necessidade de se descrever e implementar um programa de capacitação para os manipuladores destes estabelecimentos. Este programa é de extrema relevância no âmbito científico, visto que é uma exigência do Procedimento Operacional Padronizado (POP), relacionado à higiene e saúde dos manipuladores, da Resolução – RDC nº 216, de 15 de setembro de 2004 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) (BRASIL, 2004). A capacitação de manipuladores em um serviço de alimentação é de fundamental importância para a garantia de um produto inócuo, visto que manipuladores de alimentos são considerados os principais causadores da transmissão de bactérias aos alimentos. Do ponto de vista qualitativo devem-se fazer capacitações periódicas disseminando corretas práticas de higiene e manipulação, acabando com noções deturpadas e ações errôneas realizadas por falta de conhecimento do manipulador. Manipuladores têm sido relacionados a surtos alimentares, com isto surge à preocupação constante com o treinamento na área de produção de refeições. No entanto, sabese que essa atividade não é tão simples, visto a resistência de alguns colaboradores em mudanças na conduta e comportamento, e em muitos casos os próprios empresários não aceitam essas mudanças, outra dificuldade deste setor é a ausência de um modelo prático de programa de capacitação que auxilie as empresas nas atualizações técnicas dos colaboradores. O objetivo deste trabalho foi elaborar um modelo de programa de capacitação de manipuladores de alimentos onde foram sugeridos documentos complementares para sua implantação. Além de realizar uma sensibilização com manipuladores, verificar o nível de adequação higiênico-sanitário das empresas, o comportamento dos colaboradores e a eficiência da higienização das mãos antes e após a sensibilização. 9 2 REFERENCIAL TEÓRICO Em 26 de novembro de 1993, foi publicada a Portaria do Ministério da Saúde nº 1.428, cujo conteúdo direciona e define os procedimentos de controle higiênico-sanitários de alimentos. O objetivo desta Portaria foi estabelecer as orientações necessárias que permitiram executar as atividades de inspeção sanitária, de forma a avaliar as Boas Práticas para a obtenção de padrões de identidade e qualidade de produtos e serviços na área de alimentos com vistas à proteção da saúde da população (BRASIL, 1993). Em 30 de julho de 1997 foi publicada a Portaria do Ministério da Saúde nº 326, que aprovou o regulamento técnico sobre as condições higiênico-sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para estabelecimentos produtores/industrializadores de alimentos (BRASIL, 1997). Em 21 de outubro de 2002 foi publicada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) a Resolução – RDC nº 275, que dispõem sobre o regulamento técnico de Procedimentos Operacionais Padronizados (POP) aplicados aos estabelecimentos produtores/industrializadores de alimentos, e apresentou uma lista de verificação de Boas Práticas de Fabricação em estabelecimentos produtores/industrializadores de alimentos (BRASIL, 2002). Em 15 de setembro de 2004 a ANVISA publicou a Resolução – RDC nº 216, onde consta que todo Serviço de Alimentação deve ter um manual de Boas Práticas, que é um documento que descreve as operações realizadas pelo estabelecimento, incluindo, no mínimo, os requisitos higiênico sanitários dos edifícios, a manutenção e higienização das instalações, dos equipamentos e utensílios, o controle da água de abastecimento, o controle integrado de vetores e pragas urbanas, a capacitação profissional, o controle da higiene e saúde dos manipuladores, o manejo de resíduos e o controle e a garantia de qualidade do alimento preparado. Todas as pessoas que trabalham na produção e distribuição de alimentos devem conhecer o manual de Boas Práticas e saber como aplicá-lo. Desde então, as Boas Práticas devem ser colocadas em prática em todos os Serviços de Alimentação. A RDC nº 216 também preconiza que todos os responsáveis pelas atividades de manipulação dos alimentos devem ser submetidos a curso de capacitação abordando, no mínimo, os seguintes temas: contaminantes alimentares, doenças transmitidas por alimentos, manipulação higiênica dos alimentos e Boas Práticas (BRASIL, 2004). Em 17 de outubro de 2006, a Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul, aprovou a Portaria nº 542, que determina normas para cursos de capacitação em Boas Práticas para 10 Serviços de Alimentação, devido à necessidade constante de aperfeiçoamento das ações de controle sanitário na área de alimentos visando à proteção, à saúde da população e a importância de regulamentar estes cursos (RIO GRANDE DO SUL, 2006). A Portaria regulamenta que todo responsável pelas atividades de manipulação dos alimentos (responsável técnico, proprietário ou funcionário designado) deve ser submetido a curso de capacitação em Boas Práticas para Serviços de Alimentação e atualização periódica. O responsável deve promover treinamentos semestrais para os manipuladores de alimentos do estabelecimento sob sua responsabilidade. A Portaria também dispõe que todos os manipuladores devem ser supervisionados e capacitados periodicamente em higiene pessoal, manipulação de alimentos e em doenças transmitidas por alimentos e estas capacitações devem ser comprovadas mediante documentação, no mínimo semestralmente (RIO GRANDE DO SUL, 2006). Considera-se cada vez mais necessário a profissionais ligados à produção e processamento de produtos alimentícios, incorporarem à sua prática diária um conjunto de ações voltadas para o controle de qualidade dos alimentos, desde a escolha da matéria-prima até a obtenção do produto final (GÓES et al., 2001). A qualidade de um produto não é feita somente com a adequação do meio ambiente, uso de máquinas, métodos e matérias-primas adequadas. A verdade é que sem o elemento humano nada se produz e, portanto, ele é que faz a qualidade de um produto ou de um serviço. Ele é, então, o elemento central na implantação de sistemas de qualidade em qualquer organização e, desta maneira, todas as pessoas que compõem essa organização precisam ser conscientizadas para a qualidade (ARRUDA, 2002). A maioria dos casos de toxinfecção alimentar, ou seja, doenças humanas transmitidas pela ingestão de alimentos contaminados, devem-se a contaminação através dos manipuladores, os quais podem estar eliminando microorganismos patogênicos sem, contudo, apresentarem sintomas de doença, comprometendo os alimentos por hábitos inadequados de higiene (manipulação dos alimentos com mãos não higienizadas, hábitos precários de higiene pessoal, entre outros), ou, até, comprometendo os alimentos através de práticas inadequadas, por desinformação ou revolta (PANETTA, 1998). Para evitar a contaminação dos alimentos por microorganismos indesejáveis, através da manipulação, a capacitação inicial e contínua do manipulador é fundamental, visto que a qualidade higiênico-sanitária dos alimentos constitui um fator essencial à segurança alimentar dos consumidores, e a habilitação dos manipuladores de alimentos é o meio mais eficaz e 11 econômico de superar estas inadequações encontradas (TAVOIARO; OLIVEIRA; LAFÈVRE, 2006; SOUZA; GERMANO; GERMANO, 2004). A metodologia de programas de treinamento destinados a manipuladores de alimentos deve considerar as suas limitações, assim, atingindo o objetivo de compreensão e a mudança de atitude do indivíduo frente ao seu trabalho (GÓES et al., 2001). Dentre as estratégias para melhorar a qualidade dos alimentos oferecidos à população, preconizadas pela Food and Agricultural Organization (FAO) e Organização Mundial da Saúde (OMS) situa-se prioritariamente a capacitação de recursos humanos em todos os níveis sociais e, especialmente, para os manipuladores de alimentos (GÓES et al., 2001). A importância da capacitação é dar aos manipuladores conhecimentos teórico-práticos necessários para capacitá-los e levá-los ao desenvolvimento de habilidades e atividades do trabalho específico na área de alimentos. A educação em serviço ou treinamento deve ser um processo contínuo e planejado que vise promover habilidades através de programas educativos, e prover a sustentação de pessoal qualificado, satisfeito e estável, minimizando os custos operacionais da empresa (GÓES et al., 2001). A programação do treinamento de manipuladores deve ser realizada considerando sempre o número de participantes envolvidos, a utilização de situações do cotidiano para o assunto em debate, para facilitar a participação e motivar o grupo, e a duração das exposições (SOUZA; GERMANO; GERMANO, 2004). Em cada encontro com os treinandos, novos conteúdos devem ser apresentados, ou sempre que for abordado o mesmo tema do treinamento anterior deve-se utilizar outra abordagem. As técnicas de apresentação devem ser variadas (SOUZA; GERMANO; GERMANO, 2004), sempre lembrando que (GERMANO, 2001): • Aprende-se 11% através da audição, 83% através da visão; e • Retem-se 50% do que se vê e se escuta, 70% do que ouve e logo discute-se e 90% do que se ouve e logo realiza. Com isto salienta-se que todas as atividades que envolvem os participantes, ativamente, são extremamente relevantes para a fixação da aprendizagem de forma mais permanente (GERMANO, 2001). Durante o treinamento, devem-se considerar características do indivíduo adulto que consistem em: ser precavido; não ter curiosidade muito aguçada para assuntos gerais; ter maior facilidade para estabelecer relações, análises e sínteses; e principalmente a característica de resistir a mudanças, tanto no trabalho quanto em sua vida pessoal e na sociedade (ABERC, 2002). 12 Deve-se utilizar sempre uma linguagem simples que possa atingir o público alvo, pois o uso de linguagem técnica, desconhecida dos manipuladores, dispersa a atenção e interesse do grupo. Para que o treinamento consiga alcançar seu objetivo, é necessário, também, o acompanhamento constante das práticas higiênicas e operacionais dos manipuladores após o treinamento, detectando se ainda persistem falhas no processo, identificando os manipuladores com maiores dificuldades de assimilação e realizando reciclagens, sempre utilizando técnicas diferentes (SOUZA; GERMANO; GERMANO, 2004). 13 3 MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DE MANIPULADORES DE ALIMENTOS Elaborou-se um modelo para as empresas implantarem um programa de capacitação de manipuladores de alimentos dentro das exigências da legislação vigente (APÊNDICE B). Para complementar este modelo, auxiliar as empresas e facilitar a descrição, desenvolveu-se uma cartilha de orientação (APÊNDICE A) e documentos complementares: lista de verificação da empresa (APÊNDICE C), lista de verificação do manipulador (APÊNDICE D) e modelo da lista de presença (APÊNDICE E). A cartilha de orientação (APÊNDICE A) explica com detalhes como deve ser preenchido o modelo (APÊNDICE B). A lista de verificação da empresa (APÊNDICE C) faz uma avaliação da empresa que deseja implantar o programa de capacitação. E a lista de verificação do manipulador (APÊNDICE D) serve como uma auditoria interna, para avaliar o comportamento dos manipuladores. A lista de verificação da empresa (APÊNDICE C) e lista de verificação do manipulador (APÊNDICE D) foram elaboradas adaptando a lista de avaliação proposta por Saccol et al. (2006) e a lista da Portaria nº 542 (RIO GRANDE DO SUL, 2006). Para calcular as adequações encontradas tanto na lista de verificação da empresa (APÊNDICE C) quanto na lista de verificação do manipulador (APÊNDICE D) analisou-se o Total de Adequação (TAD) e o Total de Inadequação (TIN). Somaram-se os dois totais obtendo o Total Geral (TG). Então, fez-se uma regra de três onde: TG estava para 100% e TAD está para X, obtendo-se a classificação do serviço de alimentação (SACCOL et al., 2006). A comprovação da participação dos manipuladores em um treinamento e/ou capacitação é fundamental no processo de implantação de um programa de capacitação, visto a importância desta comprovação, elaborou-se um modelo da lista de presença (APÊNDICE E) com todos os dados relevantes para este documento. 3.1.1 Avaliação do programa de capacitação O modelo de como montar o programa de capacitação (APÊNDICE B) e a cartilha de orientação para o preenchimento do modelo (APÊNDICE A) foram avaliados por meio de 14 formulário (APÊNDICE F), com questões abertas e fechadas, por dez responsáveis técnicos e/ou proprietários e/ou gerentes de serviços de alimentação de Santa Maria (RS). 3.2 SENSIBILIZAÇÃO DE MANIPULADORES DE ALIMENTOS Para demonstrar a importância de um programa de capacitação foi realizada uma sensibilização de manipuladores de alimentos, em 3 serviços de alimentação da cidade de Santa Maria (RS), denominados como A, B e C. A sensibilização foi elaborada de acordo com as recomendações legais, através de pesquisa bibliográfica (artigos científicos, livros, regulamentos sanitários) e realizada por meio de reuniões expositivas e dialogadas, com a carga horária de 1h em cada estabelecimento, a escolha do dia e horário foi adequada de acordo com a indicação dos proprietários. Anterior e após a sensibilização foi aplicada à lista de verificação do manipulador (APÊNDICE D) sem aviso prévio, por meio de observação visual e análise dos procedimentos adotados, com o objetivo de verificar a conduta dos manipuladores durante o desempenho de suas funções. Realizou-se a sensibilização, utilizando como exemplos as dificuldades identificadas em observações, durante a aplicação da lista de verificação (APÊNDICE D), com o objetivo de eliminar procedimentos inadequados e ter participação constante dos colaboradores, não abordando temas desnecessários, que não pudessem ser aplicados na rotina de trabalho (FAÇANHA et al., 2003; PANZA et al., 2006). Durante a sensibilização procurou-se destacar a figura do manipulador de alimentos como uma peça-chave no processo de qualidade, controle e segurança alimentar (SOUZA, 2006). Foi utilizado como recurso visual álbum seriado (FIGURA 1), com figuras ilustrativas e o mínimo possível de textos, utilizou-se linguagem simples e exemplos práticos observados nos serviços de alimentação. 15 Figura 1 – Álbum seriado utilizado em sensibilização em boas práticas em serviços de alimentação de Santa Maria (RS), 2007. Todos os colaboradores, totalizando 21 funcionários, sendo que destes, 18 eram do setor de produção e distribuição de alimentos e 3 do setor administrativo foram convidados a participar da sensibilização. 3.2.1 Nível de adequação Para avaliar os serviços de alimentação em que foram realizadas as sensibilizações aplicou-se a lista de verificação da empresa (APÊNDICE C) por meio de observação visual e análise dos procedimentos adotados, com o objetivo de analisar se os serviços de alimentação apresentavam as condições mínimas para a realização da sensibilização. Foram sugeridas adequações nos itens avaliados como inadequados, antes do início da sensibilização, utilizou-se o plano de ação proposto por Saccol et al. (2006) (ANEXO A). Após um mês a lista de verificação da empresa (APÊNDICE C) foi novamente aplicada, para observar as adequações realizadas. 3.2.2 Avaliação da sensibilização A avaliação da eficiência da sensibilização deu-se por meio de análise visual, formulário de avaliação (APÊNDICE G) e análise microbiológica das mãos dos manipuladores. Estes itens encontram-se descritos a seguir. 16 3.2.2.1 Análise visual A comparação das adequações e inadequações encontradas na lista de verificação do manipulador (APÊNDICE D), antes e após a sensibilização, serviu para verificar a conduta dos manipuladores. 3.2.2.2 Formulário de avaliação Após a sensibilização, todos os participantes responderam um formulário (APÊNDICE G), com perguntas abertas e fechadas, em relação ao entendimento da sensibilização, sem o nome dos participantes, deixando assim total sigilo às respostas. 3.2.2.3 Análise microbiológica Foram realizadas análises microbiológicas das mãos de 8 colaboradores, anterior e após a sensibilização, os colaboradores participantes das análises microbiológicas foram sorteados aleatoriamente entre os 18 colaboradores do setor de produção e distribuição de alimentos. Foi realizada análise de swab de mãos, antes e 1 semana após a aplicação da sensibilização, onde pode-se avaliar a higiene das mãos dos manipuladores através da contagem total de microorganismos mesófilos aeróbios. As coletas foram realizadas nas mãos sujas durante a manipulação e depois de consideradas higienizadas pelos próprios manipuladores, através de swab estéril, com haste de madeira e ponta de algodão, 15 cm de comprimento, embalado individualmente. A técnica de coleta foi realizada de acordo com procedimentos adotados por Andrade, Silva e Brabes (2003), segundo Figura 2. 17 Figura 2 – Coleta de swab de mãos de manipuladores de serviços de alimentação de Santa Maria (RS), 2007. As amostras coletadas foram acondicionadas em caixas isotérmicas para traslado às instalações do laboratório de microbiologia e imunologia do Centro Universitário Fransciscano – Unifra, Santa Maria (RS), onde foram submetidas às análises. Para análise de microorganismos mesófilos aeróbios utilizou-se a metodologia descrita na Instrução Normativa nº 62 (BRASIL, 2003). Considerando-se a inexistência de especificações legais quanto à contagem total de microorganismos mesófilos aeróbios foi estabelecido o padrão proposto por Visier (1986) de 2000 UFC/mão. Todos os manipuladores que participaram das análises microbiológicas, anterior a este assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE H), aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa – Unifra, Santa Maria (RS), (ANEXO B), sob registro na CONEP nº 1246 e registro CEP/UNIFRA: 217.2006.2. O laboratório de microbiologia e imunologia e a sala de apoio do Centro Universitário Franciscano – Unifra, Santa Maria (RS), foram utilizados com a autorização da Pró-Reitoria de Administração, sob registro no OFÍCIO 050/2007 - PROAD (ANEXO C). 3.3 ANÁLISE ESTATÍTICA Os dados foram avaliados com estatística descritiva, utilizou-se percentagem, gráficos e tabelas (TOLEDO; OVALLE, 1995). As perguntas abertas foram sistematizadas e posteriormente discutidas. Tanto os avaliadores do programa de capacitação, como as empresas onde foram realizadas as sensibilizações compuseram uma amostra não probabilística de conveniência por critério de acesso (CRESPO, 2002). Os colaboradores que participaram das análises microbiológicas constituíram uma amostra probabilística aleatória com 95% de confiança e 5% de erro (CRESPO, 2002). 18 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1 PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DE MANIPULADORES DE ALIMENTOS 4.1.1 Avaliação do programa de capacitação O formulário de avaliação da cartilha e do modelo de programa de capacitação foi preenchido pelos participantes, sendo 30% proprietários, 20% gerentes e responsáveis técnicos, 20% gerentes, 20% responsável técnico e 10% proprietários e responsáveis técnicos dos serviços de alimentação de Santa Maria (RS). Os segmentos foram 50% restaurante, 10% lanchonete, 10% refeições coletivas, 10% confeitaria, 10% pizzaria e 10% restaurante e bar. Conforme a Figura 3 observa-se quanto ao nível de entendimento em relação ao programa de capacitação que 70% dos avaliadores classificaram a cartilha e o modelo como fácil e nenhum serviço de alimentação classificou como difícil ou muito difícil entendimento. 80% 70% 70% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 30% 20% 10% 10% 0% Muito Fácil Fácil Intermediário Cartilha Difícil Muito Difícil Modelo Figura 3 – Nível de entendimento do programa de capacitação de manipuladores de alimentos em serviços de alimentação de Santa Maria (RS), 2007. Estes dados foram satisfatórios, pois revelaram que o programa de capacitação atendeu o propósito de auxiliar os serviços de alimentação na descrição de seus próprios documentos. 19 Observa-se que a linguagem da cartilha e do modelo do programa de capacitação foi considerada clara por 100% das empresas. Verificou-se que todos avaliadores responderam que a cartilha ajudou a empresa na elaboração do seu próprio programa de capacitação. Quando questionados se algum item (na opinião do solicitado) não estava contemplado na cartilha e/ou no modelo do programa de capacitação, apenas um solicitado respondeu que sim, e descreveu que seria em relação ao período pós-capacitação, citando maneiras de reforçar o aprendizado (comportamento), pois os colaboradores sabem, mas não fazem o que é orientado nos treinamentos. Salienta-se que o trabalho com os manipuladores tem que ser contínuo e exigido o seu cumprimento diário através de vistorias pelos estabelecimentos nos quais trabalham (GODOI et al., 2007), e os serviços de alimentação devem ter profissional capacitado responsável por esta supervisão, essas recomendações foram incluídas na cartilha. Em relação as principais dificuldades encontradas durante o processo de descrição do programa de capacitação foi citado o item definições e siglas, por este motivo foram inseridos mais exemplos, com o objetivo de sanar esta dificuldade. 4.2 SENSIBILIZAÇÃO DE MANIPULADORES DE ALIMENTOS Nas sensibilizações realizadas, houve a participação de 100% dos manipuladores dos serviços de alimentação envolvidos, bem como a participação dos proprietários. Todos os manipuladores responderam o formulário de avaliação da sensibilização (APÊNDICE G). Na Figura 4, Figura 5 e Figura 6 podem-se visualizar os registros fotográficos realizados durante as sensibilizações. Figura 4 – Sensibilização para manipuladores realizada no serviço de alimentação A, Santa Maria (RS), 2007. 20 Figura 5 – Sensibilização para manipuladores realizada no serviço de alimentação B, Santa Maria (RS), 2007. Figura 6 – Sensibilização para manipuladores realizada no serviço de alimentação C, Santa Maria (RS), 2007. Durante a sensibilização observou-se o interesse dos participantes quanto ao conteúdo ministrado, pois, sempre que necessário procuravam sanar suas dúvidas e relatar experiências vivenciadas. Esta participação também foi relatada por Torres et al. (2001) que em seu estudo utilizou metodologia semelhante, realizando técnicas participativas, promoção de reflexões sanitárias e busca de soluções em conjunto com os manipuladores, fazendo o intercâmbio de conhecimentos e habilidades. 4.2.1 Nível de adequação Em relação à lista de verificação da empresa (APÊNDICE C) aplicada, pode-se observar na Figura 7 que apesar do pouco tempo para mudanças entre a 1ª e 2ª observações, os 3 serviços de alimentação realizaram adequações. O serviço de alimentação A e B tiveram 21 aumento de 8% de adequação cada, enquanto o C teve 6%. Anterior sensibilização foi sugerido que os serviços de alimentação A e C corrigissem algumas inadequações, para que alcançassem condições mínimas para aplicação da sensibilização. 90% 70% 79% 75% 80% 71% 67% 60% 50% 40% 39% 33% 30% 20% 10% 0% A B 1ª observação C 2ª observação Figura 7 – Adequação dos serviços de alimentação em relação à lista de verificação da empresa, em duas observações, Santa Maria (RS), 2007. Resultados semelhantes em relação às adequações encontradas foram verificados por Seixas et al. (2006) em seu estudo para diagnóstico de quatro empresas encontrou adequações de 70%, 56%, 38% e 35%, e de Losso et al. (2007) que encontrou adequação de 59%, 52%, 40% e 47%, demonstrando a dificuldade das empresas em atingir nível de conformidades desejável, concordando com Back, Oliveira e Colares (2007b) que em seu trabalho para traçar o perfil higiênico-sanitário de duas panificadoras do RJ, encontraram o percentual de adequação de 46% e 47%. Deschamps et al. (2003) traçou o perfil higiênico sanitário de 35 cozinhas industriais e constatou que 57,1% dos estabelecimentos tinham condições inadequadas sob o ponto de vista higiênico, tendo menos de 80% dos itens considerados adequados atendidos. A média do percentual de adequação dos serviços de alimentação na 2ª observação foi de 64% enquanto Sampaio et al. (2007) analisou dez restaurantes em seu estudo e estes atingiram a média de 45,82% de adequações. Oliveira et al. (2007) encontrou resultados semelhantes em seu estudo em três restaurantes do RJ, onde a média do percentual de adequações das empresas foi de 50,9%. Genta, Maurício e Matioli (2005) em estudo para avaliar as boas práticas de seis restaurantes comerciais de Maringá (PR), concluíram que a maioria possuía condições de 22 higiene insatisfatórias não atendendo a legislação vigente no país. Assim como Akutsu et al. (2005) objetivaram classificar 50 estabelecimentos produtores de alimentos de Brasília (DF) e constataram que apenas 20% dos estabelecimentos encontravam-se com adequação superior a 70%. Enquanto Fortuna et al. (2007) em estudo para avaliar 28 estabelecimentos, verificaram que apenas 7,1% dos estabelecimentos atingiram acima de 70% de adequação. Estas pesquisas demonstram a dificuldade da adequação de estabelecimentos produtores de refeições para com a legislação vigente, principalmente em relação à estrutura física, o que claramente foi observado no serviço de alimentação C que não conseguiu atingir nem 40% de adequação. 4.2.2 Avaliação da sensibilização 4.2.2.1 Análise visual A sensibilização realizada nos serviços de alimentação mostrou-se eficiente na melhoria dos itens da lista de verificação do manipulador (APÊNDICE D), como se pode verificar na Figura 8 que, o serviço de alimentação A melhorou 22% em atendimento aos itens, enquanto o B 23% e o C 6%. Enquanto, Back, Oliveira e Colares (2007a) avaliaram a qualidade higiênico-sanitária de uma rede de lanchonetes antes e depois de intervenção, e encontraram melhora de 10% nos itens. 90% 78% 80% 67% 70% 60% 56% 56% 50% 50% 44% 40% 30% 20% 10% 0% A B Antes C Depois Figura 8 – Adequação da lista de verificação do manipulador antes e depois da sensibilização em serviços de alimentação de Santa Maria (RS), 2007. 23 Concordando com o estudo semelhante realizado por Saccol (2007), apesar da baixa carga horária, a sensibilização conseguiu modificar alguns hábitos dos manipuladores, durante o desenvolvimento de suas tarefas. O estudo de Panza et al. (2006) encontrou resultado onde anterior ao treinamento à conformidade foi de 23,7% e após 36,53%, acredita-se que esta baixa percentagem de itens em conformidade após o treinamento esta relacionada a uma monitoração deficiente, pois se sabe da importância da supervisão freqüente de um profissional qualificado. Apesar dos serviços de alimentação conseguirem boa evolução em atendimento dos itens da lista de verificação do manipulador (APÊNDICE D) ressalta-se a importância do monitoramento e capacitação dos manipuladores de alimentos, através de treinamentos e reciclagem periódicos, mantendo um nível adequado de higiene dos indivíduos que atuam nos locais de manipulação de alimentos (LAGAGGIO; FLORES; SEGABINAZI, 2002). Salientase que a contaminação de alimentos normalmente está associada à falta de atenção dos manipuladores para com as técnicas de higiene adequadas (ALMEIDA et al., 1995; WHITE et al., 2005). Tanto Góes et al. (2001) quanto Pistore e Gelinskib (2006) concluíram em estudos semelhantes que há necessidade de treinar periodicamente para mudanças de atitudes, reforçando constantemente os comportamentos positivos desejados, bem como, a realização de monitoramento, para que as atitudes positivas permaneçam com o passar do tempo. Neste estudo a média de adequação da lista de verificação dos manipuladores (APÊNDICE D), após a sensibilização foi de 67%, enquanto durante análise de dez estabelecimentos Sampaio (2007) encontrou uma média de 47,82% de adequação. Quando estão sendo avaliados, os manipuladores ficam motivados a aplicar o que aprendem nos treinamentos, já que almejam conseguir conceitos positivos na avaliação. Como conseqüência ficam interessados, também em obter conhecimento durante os treinamentos, para que possam aplicar durante o serviço, criando-se um ciclo de aprendizagem e aplicação (ALMEIDA et al., 2002). Rosa et al. (2007) realizaram um trabalho de Junho de 2003 à Dezembro de 2006, onde se avaliou de que forma a supervisão periódica das condições higiênico-sanitárias de estabelecimentos comerciais de alimentos pode colaborar com a segurança dos alimentos, e identificaram o impacto da não continuidade destas supervisões no retrocesso do avanço alcançado. Foram avaliados 27 estabelecimentos, houve momentos de supervisão e momentos de suspensão da supervisão, cada passo era analisado por meio de Check list. A conclusão foi 24 que a supervisão e educação periódicas são capazes de melhorar a qualidade higiênicosanitária dos restaurantes, e que a interrupção deste processo, pode interferir negativamente. Com estas observações confirma-se que atitudes educativas são válidas, mas precisam ser integradas a um processo contínuo de educação e controle, visto que o manipulador pode ter um papel relevante na contaminação de alimentos (FILIPPIS et al., 2007). É fundamental a presença de responsáveis técnicos qualificados e empenhados em supervisionar o trabalho dos manipuladores, para que erros cometidos possam ser superados o mais breve possível, não atingindo a saúde e integridade do consumidor. 4.2.2.2 Formulário de avaliação Em geral pode-se observar no formulário de avaliação (APÊNDICE G) que a sensibilização teve uma boa aceitação pelos manipuladores, concordando com estudo realizado por Almeida et al. (2002). Na Figura 9 pode-se verificar, que após a sensibilização, ficou constatado que 24% dos manipuladores classificaram seu nível de entendimento como muito fácil, descrevendo que: “Porque tudo foi explicado de forma prática facilitando nosso entendimento”, “Prático tudo que foi passado para o grupo”, enquanto 67% classificaram como fácil: “Foi trabalhado em linguagem clara e detalhada”, “Tudo foi expresso com muita clareza e praticidade”, 5% intermediário e 5% difícil, não descreveram o porquê. 80% 67% 70% 60% 50% 40% 30% 24% 20% 10% 5% 5% Intermediário Difícil 0% Muito Fácil Fácil Muito Difícil Figura 9 – Nível de entendimento dos manipuladores em relação à sensibilização em serviços de alimentação de Santa Maria (RS), 2007. 25 Na Tabela 1 pode-se observar que em relação à linguagem utilizada 100% dos funcionários acharam que foi clara. Em relação à carga horária, grande parte dos participantes achou suficiente. Quando questionados se a sensibilização ajudou a modificar os hábitos durante a execução do trabalho e se teriam vontade de participar de outras sensibilizações (treinamentos, capacitações) a maioria dos participantes declarou que sim, logo pode-se observar o interesse na participação em outras sensibilizações (treinamentos, capacitações). Tabela 1 – Avaliação das perguntas fechadas (sim ou não) do formulário de avaliação destinado aos participantes da sensibilização, Santa Maria (RS), 2007. % de manipuladores Questionamento Sim Não A linguagem utilizada foi clara? 100 0 A carga horária foi suficiente? 90 10 A sensibilização ajudou você a modificar seus hábitos durante 95 5 95 5 a execução de seu trabalho? Você gostaria de participar de outras sensibilizações (treinamentos, capacitações)? Torres et al. (2006) concluiu em estudo que a reciclagem constante deve ser realizada, de forma que os profissionais tenham maior motivação em realizar suas atividades, melhorando a qualidade dos serviços desempenhados. Quando questionados sobre que nota dariam para a sensibilização, a maioria dos manipuladores atribuíram a nota de 7,6 a 10,0, como pode ser observado na Figura 10. 60% 52% 50% 38% 40% 30% 20% 10% 10% 0% 0 - 2,5 2,6 - 5,0 5,1 - 7,5 7,6 - 10,0 Figura 10 – Nota atribuída pelos manipuladores para a sensibilização realizada em serviços de alimentação de Santa Maria (RS), 2007. 26 Algumas declarações dos participantes quando questionados sobre o que mais gostaram na sensibilização foram: “o material utilizado porque podemos visualizar não ficou só na fala”; “a maneira não formal utilizada, pois colaborou no processo de aprendizado”, “a clareza com que foi colocada, bem direta e objetiva”; “da apresentação, da maneira como foi explicada, claramente”; “foi ótima porque a gente ficou informado e sem dúvida”. Quando questionados sobre o que menos gostaram, algumas declarações foram: “pouco tempo para aprender tudo o que preciso”; “somente o fato de ter sido em horário de trabalho, poderia ter um horário específico, num sábado, por exemplo”; “a repetição de algumas coisas que já sabíamos”. Quando o manipulador descreveu que havia sido pouco tempo para aprender, também deixou claro que era seu primeiro treinamento. O questionamento sobre o horário da capacitação foi feito por mais de um manipulador, porém, a escolha do melhor dia e horário foi realizada pelo proprietário. Em relação à repetição dos conteúdos, citado pelos manipuladores, foi observado que eles detêm os conhecimentos, mas não colocam em prática na rotina diária de trabalho, concordando com o estudo de Torres et al. (2006) que utilizou questionário para avaliar os conhecimentos de merendeiras, e através das respostas obtidas observou que estas detinham a maior parte dos conhecimentos ministrados no curso, mas tinham certa resistência em aderir às maneiras corretas de trabalho. Enquanto, Pistore e Gelinskib (2006) em seu estudo para avaliar os conhecimentos higiênico-sanitários e propor alternativas na capacitação dos manipuladores de onze estabelecimentos de merenda escolar da rede municipal de ensino de Videira (SC) afirmaram que os manipuladores detêm os conhecimentos higiênicos-sanitários da área alimentar na maioria dos assuntos, porém estes conhecimentos não são adotados ou são pouco adotados na rotina de trabalho, pelas condições oferecidas ou por falta de hábito. 4.2.2.3 Análise microbiológica As análises microbiológicas demonstraram que os procedimentos de higienização das mãos dos manipuladores não tiveram melhora após a sensibilização. Verificando a Tabela 2, quanto à contagem total de microorganismos mesófilos aeróbios, observou-se que anterior à sensibilização, a percentagem de mãos com contagem fora do padrão era elevada, a redução entre a mão suja e limpa foi de 25%. Porém, após a sensibilização, observamos que houve um aumento de 12% das mãos sujas quando 27 comparadas com as limpas. Estes resultados devem-se a processos errôneos de higienização; a utilização de produtos inadequados; assim como o hábito dos manipuladores, em recontaminar as mãos, secando-as em panos de prato e aventais; e a falta de supervisão. Tabela 2 – Análise microbiológica das mãos dos manipuladores antes e após a sensibilização realizada em Santa Maria (RS), 2007. Análise % fora do padrão na contagem total de microorganismos mesófilos aeróbios Anterior a sensibilização Após a sensibilização Mão suja 88 88 Mão limpa* 63 100 * considerada higienizada pelo manipulador através do procedimento adotado pelo serviço de alimentação Assim como Rêgo, Guerra e Pires (1997) salienta-se a importância de uma maior carga horária para treinamentos, principalmente abordando a parte prática, para que a melhora nos serviços de alimentação ocorra tanto na análise visual dos procedimentos adotados quanto na análise microbiológica realizada. Gonçalves et al. (2003) encontrou resultados semelhantes a este estudo, onde a análise das mãos dos manipuladores, tanto antes como depois do treinamento, apontaram que o mesmo pouco influenciou na mudança das práticas de higiene, uma vez que apresentavam contaminação após treinamento. Tanto Souza, Silva e Sousa (2004) quanto Figueiredo et al. (2007) encontraram valores bastante elevados de contaminação, demonstrando a necessidade de realização de práticas higiênicas e tornando claro que a maioria das pessoas envolvidas com a produção de alimentos carece de conhecimentos relativos aos cuidados higiênicos e condições operacionais que devem ser seguidos na elaboração dos produtos. Resultado discordante foi encontrado por Saccol (2007) em seu estudo para sistematizar uma ferramenta de apoio para boas práticas em serviços de alimentação, que observou melhora nos resultados das análises microbiológicas de 17,4% após aplicação da sensibilização. Neto et al. (2006) também encontrou redução significativa após a intervenção. Já Torres et al. (2001) após a educação sanitária de dois anos observou que a mesma não garantiu o desenvolvimento de bons hábitos de higiene, apresentando conduta inadequada durante a lavagem de mãos, no primeiro ano de estudo a deficiência era de 70%, e no segundo ano reduziu para 50%. Lagaggio, Flores e Segabinazi (2002) fizeram monitoramento da superfície de mãos de 28 manipuladores de um restaurante universitário do RS por três anos e verificaram no primeiro momento que a contaminação era de 100% das mãos e após realização de palestras conseguiram redução da contaminação. Assim como Guimarães et al. (2006) que em estudo após intervenção reduziu a contaminação das mãos dos manipuladores em 33,33%. Estes estudos demonstraram que a adoção das medidas de intervenção foram satisfatórias para reduzir o índice de contaminação, mas não foram totalmente eficazes. Valores aumentados de contagem de mesófilos também foram encontrados por Tomich et al. (2005) que analisou swab de mãos de 30 funcionários e 59% das amostras apresentavam valores aumentados indicando hábitos anti-higiênicos por parte dos manipuladores. Andrade, Silva e Brabes (2003) na avaliação das mãos de 68 manipuladores de alimentos encontraram mais de 60% das mãos com contagem acima de 2000 UFC/mão. Vargas et al. (2006) no monitoramento da qualidade microbiológica das mãos de manipuladores no Distrito Federal, coletaram swab das mãos de 20 manipuladores e encontraram 30% das amostras com contagem elevada, percebendo assim deficiências evidentes que vão refletir negativamente as condições de preparo dos alimentos nos serviços de alimentação estudados. Estes resultados demonstram que a dificuldade de fazer com que os manipuladores apliquem em sua rotina de trabalho conhecimentos adquiridos durante treinamentos não foi encontrada somente neste estudo, mas por vários outros autores. Sousa et al. (2007) perceberam que após o término da intervenção direta dos treinadores, os manipuladores tendem a retornar aos seus antigos hábitos. Deve-se levar em consideração que nem sempre o que o indivíduo aprendeu será praticado, por resistência ou mesmo falta de hábito. Ressalta-se a importância de treinamentos periódicos e supervisão diária por profissional capacitado. Concordando com Andrade, Silva e Brabes (2003), Domingues et al. (2007) e Gonçalves et al. (2003) com estes resultados preocupantes, em relação às condições higiênico-sanitárias dos manipuladores, sempre que julgar necessário e periodicamente devese realizar trabalho de conscientização e estabelecer metas a serem atingidas junto com os manipuladores. Sempre lembrando que mesmo com contaminação ausente ou dentro dos padrões microbiológicos aceitos, existe a necessidade da realização de treinamentos periódicos e sistemáticos. 29 4.3 SUGESTÕES PARA NOVOS TRABALHOS Este estudo espera ter contribuído para ampliar as discussões acerca do assunto: treinamento de manipuladores de alimentos. Porém, em virtude da complexidade do assunto mais estudos neste sentido devem ser desenvolvidos, dada à importância da capacitação de recursos humanos para a garantia da qualidade de alimentos e saúde do consumidor. Desta forma, novas pesquisas devem ser conduzidas enfocando além do diagnóstico sanitário através de pesquisas microbiológicas, a aplicação de ações corretivas sobre esta realidade, enfatizando também a avaliação do emprego destas ações na melhoria da qualidade sanitária do ambiente das unidades de alimentação, bem como do seu produto final, ou seja, o alimento. 30 5 CONCLUSÕES Através dos dados deste estudo, conclui-se que: - O modelo de programa de capacitação elaborado auxiliou os serviços de alimentação na descrição do seu documento. - Os documentos propostos foram considerados com linguagem clara e o nível de entendimento fácil para a maioria das empresas. - A sensibilização se mostrou eficiente para a mudança de comportamento dos colaboradores e teve boa aceitação e participação. - As análises microbiológicas das mãos dos manipuladores demonstraram que a sensibilização não foi capaz de melhorar o processo de higienização. - O nível de adequação higiênico-sanitário das empresas melhorou com o processo utilizado pela sensibilização. 31 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AKUTSU, Rita de Cássia et al. 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É recomendado que todo o documento tenha um cabeçalho de identificação, abaixo segue um modelo: Logomarca ou Título ou nome do seu Código: nome da empresa programa de capacitação Página: Código: deve-se determinar uma identificação para o documento que pode ser através de letras ou números, fica a critério de cada empresa, como por exemplo: PC – Programa de Capacitação PCM – Programa de Capacitação para Manipuladores PCMA – Programa de Capacitação para Manipuladores de Alimentos Página: nesta parte do cabeçalho a empresa vai colocar a paginação do seu programa de capacitação. Se o documento for descrito utilizando o Microsoft Word ®, pode-se inserir uma ferramenta que faz a paginação automática (1 de 10, 2 de 10, 3 de 10, etc.) A seguir passos para inserir cabeçalho e paginação conforme exemplo acima: - No word abra um arquivo em branco; - clique em exibir, cabeçalho e rodapé - insira uma tabela com 3 coluna e 2 linhas; 39 - selecione a 1ª coluna, clique com o botão direito do mouse e mesclar células; - selecione a 2ª coluna, clique com o botão direito do mouse e mesclar células; - com o auxílio da caixa que abriu nomeada cabeçalho e rodapé você fará o próximo procedimento; - na 2ª linha da 3ª coluna, na caixa nomeada cabeçalho e rodapé tem uma folha com um #, clique ali; - aparecerá o nº1, escreva ao lado a palavra ‘de’; - clique novamente na caixa nomeada cabeçalho e rodapé em uma folha com ++; - sua paginação está pronta! Toda a empresa interessada em aplicar corretamente o seu programa de capacitação deve fornecer todas as condições para que seu colaborador trabalhe dentro das normas de Boas Práticas. Assim, antes de iniciar o programa recomenda-se a aplicação do lista de verificação da empresa (APÊNDICE C), e sugere-se que a empresa esteja no mínimo 70% adequada para realizar os treinamentos, sempre planejando adequações das não conformidades encontradas. 1 OBJETIVO Neste item a empresa deve descrever o objetivo do seu Programa de Capacitação de Manipuladores de Alimentos. 2 DEFINIÇÕES / SIGLAS Nesta parte o serviço de alimentação deve citar todos os termos que são importantes para o entendimento do programa. Por exemplo: * • Manipulador de alimentos: é qualquer pessoa do serviço de alimentação que entra em contato direto ou indireto com o alimento. • Manipulação de alimentos: operações efetuadas sobre a matéria-prima para obtenção e entrega ao consumo do alimento preparado, envolvendo as etapas de preparação, embalagem, armazenamento, transporte, distribuição e exposição à venda. • BPSA: Boas Práticas em Serviços de Alimentação - são procedimentos que devem ser adotados a fim de garantir a qualidade higiênico-sanitária dos alimentos produzidos e sua conformidade com a legislação vigente. 40 • SA: Serviço de Alimentação – estabelecimento onde o alimento é manipulado, preparado, armazenado e ou exposto à venda, podendo ou não ser consumido no local. *Este texto é somente um exemplo. Deve ser redigido de acordo com a realidade da empresa. NÃO COPIAR. 3 RESPONSABILIDADE Neste item a empresa deve escrever quem é a pessoa responsável pela aplicação e cumprimento do Programa de Capacitação. A responsabilidade pelo Programa de Capacitação sempre deve ser de um funcionário interno da empresa. Evite utilizar o nome do funcionário responsável, coloque o cargo que ele ocupa. 4 DESCRIÇÃO Esta parte considera-se o corpo do programa de capacitação onde irá constar toda a descrição. Recomenda-se que o Programa de Capacitação seja subdividido, em: 1) Treinamentos em Boas Práticas 2) Integração de novo funcionário 3) Treinamento Operacional Fica a critério da empresa a ordem em que os itens aparecem e a inclusão de algum outro item, se necessário. 4.1 PERIODICIDADE/FREQÜÊNCIA E CARGA HORÁRIA Neste item a sua empresa deve descrever qual a periodicidade que será realizado o Programa de Capacitação. E descrever qual a carga horária que deve ter o Programa de Capacitação. A carga horária vai depender muito da periodicidade dos treinamentos, sendo assim, quanto maior a periodicidade do treinamento maior deverá ser a carga horária. Segue abaixo algumas recomendações. 1) Treinamentos em Boas Práticas: o treinamento deverá ser realizado com todos os funcionários da empresa. E segundo a Portaria nº 542/2006 (RIO GRANDE DO SUL), recomenda-se uma periodicidade de no máximo seis meses. 2) Integração de novo funcionário: deve ser feita logo após a contratação, individualmente, ou em grupo, caso a admissão, seja de mais de um funcionário. 41 3) Treinamento operacional: Específico em cada setor, deve ocorrer sempre que necessário. 4.2 CONTEÚDO Neste item a sua empresa deve descrever qual o conteúdo que será ministrado no Programa de Capacitação. Segue abaixo algumas recomendações: 1) Treinamentos em Boas Práticas: segundo a Resolução – RDC nº216 de 15 de setembro de 2004, os manipuladores devem ser capacitados no mínimo em: higiene pessoal, em manipulação higiênica dos alimentos e em doenças transmitidas por alimentos. 2) Integração de novo funcionário: deve ser realizada com os conteúdos apresentados nos treinamentos em Boas Práticas. Em caso de contratação de apenas um funcionário pode-se optar em explicar uma cartilha que tenha todos os itens do treinamento. Em caso de contratação de mais de um funcionário, sugere-se a utilização de um treinamento, do tipo: aula expositiva, mas que todos funcionários também recebam a cartilha. 3) Treinamento operacional: o conteúdo deve sanar a necessidade apresentada pelo setor. Ex.: armazenamento sob refrigeração. 4.3 MINISTRANTE Neste item a sua empresa deve descrever quem será o ministrante (palestrante, professor, consultor, orador, etc.), lembrando-se que o Programa de Capacitação deve ser ministrado por profissional capacitado, sendo ou não funcionário da empresa. O responsável pelo Programa pode também ser o ministrante. Porém, nada impede que a empresa contrate um consultor externo para aplicar o treinamento. Recomendações: Na descrição deve-se evitar a utilização do nome do ministrante, recomenda-se colocar a formação técnica do mesmo. 4.4 LOCAL Neste item a sua empresa deve descrever onde serão realizados os encontros para os treinamentos. Deve-se lembrar que o local deve acomodar adequadamente o número de manipuladores de alimentos a serem treinados, a duração que terá as exposições, sendo um lugar confortável e adequado ao aprendizado. O local, se possível, deve ser na área de 42 trabalho dos manipuladores, para se parecer ao máximo com situações do cotidiano, fazendo com que haja maior participação, facilitando as dinâmicas e as práticas. Sugere-se nunca ultrapassar 30 funcionários por grupo de treinamento. 4.5 METODOLOGIA Neste item a empresa deve descrever quais serão os recursos necessários para a aplicação do Programa de Capacitação de Manipuladores de Alimentos, bem como os materiais que serão utilizados como facilitadores de aprendizado. Deve-se lembrar a importância da diversificação de metodologias de aprendizado, para que a mesma coisa possa ser dita de várias maneiras diferentes, não se tornando monótono para os manipuladores. Por exemplo: Materiais: álbum seriado, apresentação em Microsoft Power Point ®, cartazes, etc. Métodos: reuniões expositivas, expositivas e dialogadas, etc. 4.6 AVALIAÇÃO Neste item a empresa deve descrever como será realizada a avaliação do Programa de Capacitação em relação ao aprendizado por parte dos manipuladores. Esta avaliação pode ser realizada por meio de lista de verificação (APÊNDICE D) antes e após a aplicação do Programa, que vai funcionar como uma auditoria interna, por meio de análises microbiológicas das mãos dos manipuladores e superfícies ou pela aplicação de um questionário e/ou prova. Outra avaliação que pode ser feita é quanto à satisfação dos funcionários quanto ao treinamento, nos aspectos relacionados à: ambiente, ministrante, clareza, tempo (carga horária), etc. 4.7 COMPROVAÇÃO DA CAPACITAÇÃO Neste item a empresa deve descrever como será realizada a comprovação que seus manipuladores participaram da capacitação. Sugere-se que seja guardada a lista de presença (APÊNDICE E) e fotos da participação dos manipuladores no Programa. Também se recomenda sempre que possível e apropriado, seja entregue um atestado, declaração ou certificado para os participantes. 43 APÊNDICE B – Modelo de como montar o programa de capacitação 1 OBJETIVO Qual o objetivo do programa de capacitação da sua empresa? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 2 DEFINIÇÕES / SIGLAS Que termos você acha importante ter na sua definição para facilitar o entendimento do seu programa de capacitação? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ Quais siglas são usadas no seu programa? Coloque o significado de cada uma delas. __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 3 RESPONSABILIDADE Qual a pessoa dentro da sua empresa que vai ser responsável pela implementação do programa de capacitação? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 4 DESCRIÇÃO 4.1 Periodicidade/Freqüência e Carga Horária 1) Treinamentos em Boas Práticas Os treinamentos em Boas Práticas da sua empresa são realizados com que freqüência: semanal, trimestral, semestral, anual? Com qual carga horária? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 44 2) Integração de novo funcionário A integração do novo funcionário ocorre em que momento na sua empresa, logo após a contratação? Durante a primeira semana de trabalho? Durante o primeiro mês de trabalho? Qual a freqüência? Qual carga horária? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 3) Treinamento Operacional Os treinamentos operacionais realizados na sua empresa ocorrem sempre que necessário? Uma vez por mês? Uma vez por semana? Qual a periodicidade? Qual a carga horária? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 4.2 Conteúdo 1) Treinamentos em Boas Práticas Quais os conteúdos ministrados nos treinamentos da sua empresa? Descreva detalhadamente. __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 2) Integração do novo Funcionário Qual o conteúdo utilizado para fazer a integração do novo colaborador? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 3) Treinamento operacional No caso se sua empresa precisar de treinamentos operacionais, que conteúdos você utiliza? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 45 4.3 Ministrante 1) Treinamento em Boas Práticas Quem realiza os treinamentos em Boas Práticas na sua empresa? Um consultor externo, o nutricionista da empresa, um nutricionista externo, o proprietário da empresa ou um funcionário capacitado? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 2) Integração de novo funcionário Na sua empresa quem faz a integração do novo colaborador? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 3) Treinamento operacional Se houver a necessidade de treinamentos operacionais serão ministrados por quem? Pelo responsável do setor? Nutricionista? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 4.4 Local 1)Treinamentos em Boas Práticas Qual o local utilizado pela sua empresa para realizar os treinamentos em Boas Práticas? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 2) Integração de novo funcionário Qual o local utilizado na sua empresa para a integração do novo colaborador? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 46 3) Treinamento operacional Os treinamentos operacionais são realizados em que local? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 4.5 Metodologia 1) Treinamentos em Boas Práticas Os treinamentos em Boas Práticas realizados na sua empresa são feitos através de que recursos: power-point, data-show, cartazes ou conversas informais? Utilizam situações cotidianas como exemplo? Como é abordada a parte teórica? Os manipuladores recebem algum material de auxílio, exemplo: cartilha, folder ou outros? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 2) Integração de novo funcionário A integração do novo colaborador na sua empresa é realizada utilizando que tipo de recursos e materiais? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 3) Treinamento operacional Que tipo de recursos e materiais a sua empresa utiliza para realizar os treinamentos operacionais? São realizadas atividades práticas? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 4.6 Avaliação Qual é o método utilizado pela sua empresa para a avaliação do programa de capacitação em relação ao aprendizado por parte dos manipuladores? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 47 4.7 Comprovação da Capacitação Na sua empresa qual a documentação que comprova a participação dos manipuladores no Programa de Capacitação? É uma lista de presença? Foto? Atestado? Avaliação da satisfação do funcionário? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 48 APÊNDICE C – Lista de verificação da empresa Data: Local: Avaliador: AVALIAÇÃO Marque com um X a resposta de cada pergunta (AD= Adequado/IN=inadequado) (*) NA = Não se Aplica Em caso de Inadequado (IN) – descreva a não conformidade ao lado (Descrição da inadequação) Edificação e Instalações NA* AD IN Descrição da inadequação São projetadas para facilitar as operações de manutenção, limpeza e, quando for o caso, desinfecção? A iluminação da área de preparação permite adequada visualização? O ambiente é agradável em relação à ventilação? O local possui água corrente? Produtos Saneantes (higiene pessoal e do alimento) ambiental, NA* AD IN Descrição da inadequação NA* AD IN Descrição da inadequação São regularizados pelo Ministério da Saúde? Os produtos utilizados nas áreas de preparo e armazenamento são inodoros (sem odor)? Manejo dos resíduos Os coletores são identificados, íntegros, de fácil higienização e transporte? Os coletores das áreas de preparação e armazenamento possuem tampas acionadas sem contato manual? Fonte: Adaptado de Saccol et al. (2006); RIO GRANDE DO SUL (2006). 49 Instalações sanitárias e vestiários NA* AD IN Descrição da inadequação NA* AD IN Descrição da inadequação Localizados sem comunicação direta com a área de preparação e armazenamento ou refeitórios? Mantidos organizados e em adequado estado de conservação? Possuem lavatório de mãos? Possuem papel higiênico? Tem sabonete líquido inodoro anti-séptico ou sabonete líquido inodoro e anti-séptico? Os coletores têm tampa e são acionados sem contato manual? As toalhas de papel não são recicladas ou possui outro sistema seguro para secagem de mãos? Lavatório Área de Manipulação Existe lavatório exclusivo para a higiene das mãos na área de manipulação? Possui sabonete líquido inodoro anti-séptico ou sabonete líquido inodoro e produto antiséptico? Possui toalhas de papel não reciclado ou outro sistema higiênico e seguro de secagem das mãos? Possui coletor de papel acionado sem contato manual? Fonte: Adaptado de Saccol et al. (2006); RIO GRANDE DO SUL (2006). 50 Manipulador NA* AD IN É realizado o controle de saúde dos manipuladores e este é registrado (conforme legislação específica)? Empresa fornece uniformes adequados (cor clara, proteção para cabelos, jaleco com mangas, calças compridas, calçados fechados) e que permitem a troca diária (mínimo 2 uniformes)? Tem lugar específico para o manipulador guardar suas roupas e objetos pessoais? Existem cartazes de orientação sobre a correta anti-sepsia das mãos e demais hábitos de higiene, em locais de fácil visualização, inclusive nas instalações sanitárias e lavatórios? São supervisionados periodicamente? Os visitantes cumprem os requisitos de higiene e de saúde e estabelecidos para os manipuladores? Fonte: Adaptado de Saccol et al. (2006); RIO GRANDE DO SUL (2006). Descrição da inadequação 51 APÊNDICE D – Lista de verificação do manipulador Data: Local: Avaliador: AVALIAÇÃO Marque com um X a resposta de cada pergunta (AD= Adequado/IN= Inadequado) (*) Na = Não se Aplica Em caso de Inadequado (IN) – descreva a não conformidade ao lado (Descrição da inadequação) Manipuladores NA* AD IN Lavam cuidadosamente as mãos sempre que necessário? Não praticam atos que possam contaminar o alimento (fumam, falam, cantam, assobiam, comem...)? Usam os cabelos presos e protegidos? Não apresentam barba ou bigode? As unhas são mantidas curtas, limpas e sem esmalte ou base? Durante a manipulação, são retirados todos os objetos de adorno pessoal? Durante a manipulação, maquiagem? não utilizam Trocam o uniforme diariamente? Utilizam o uniforme exclusivamente nas dependências internas do estabelecimento? São afastados quando apresentam lesões? Fonte: Adaptado de Saccol et al. (2006); RIO GRANDE DO SUL (2006). Descrição da inadequação 52 APÊNDICE E – Modelo da lista de presença Programa de capacitação de manipuladores de alimentos em Serviços de Alimentação Lista de presença Conteúdos ministrados: Data: Duração: Local: Ministrante: Participantes Nome Assinatura 53 APÊNDICE F – Formulário de avaliação da cartilha e do modelo de programa de capacitação FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO Data de Aplicação: ___/___/___ Este é um formulário de avaliação da cartilha e do modelo do programa de capacitação que lhe foi fornecido. Contamos com a sua colaboração no preenchimento. 1 Nome: _______________________________________________________________ 2 Cargo na Empresa: Proprietário Responsável Técnico Gerente Outro. Qual? ______________ 3 Nome da Empresa: _____________________________________________________ 4 Segmento: Restaurante 5 Marque com um ‘X’ como você classifica o seu nível de entendimento em relação aos Lanchonete Outro. Qual? ______________ documentos. Muito Fácil Fácil Intermediário Difícil Muito Difícil Cartilha Modelo Por quê? _________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ 6 A linguagem dos documentos é clara? Cartilha Sim Não Modelo Sim Não 54 7 A cartilha ajudou a empresa na elaboração do modelo do programa de capacitação? Sim Não 8 O modelo do programa de capacitação ajudou a empresa na elaboração do programa de capacitação? Sim Não 9 Tem algum item que você acha importante para aplicação de um programa de capacitação que não está contemplado na cartilha e/ou no modelo do programa de capacitação? Sim. Qual?__________________________________________________________ Não 10 Numere as principais dificuldades que você encontrou no processo de descrição do seu programa de capacitação. ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 55 APÊNDICE G – Formulário de avaliação da sensibilização FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO DA SENSIBILIZAÇÃO Data de Aplicação: ___/___/___ Este é um formulário de avaliação da sensibilização que você participou. Contamos com a sua colaboração no preenchimento. 6 Marque com um ‘X’ como você classifica o seu nível de entendimento em relação a sensibilização que você participou. Muito Fácil Fácil Intermediário Difícil Muito Difícil Por quê? _________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ 6 A linguagem utilizada foi clara? Sim Não 7 A carga horária foi suficiente? Sim Não 8 A sensibilização ajudou você a modificar seus hábitos durante a execução de seu trabalho? Sim Não 9 Dê uma nota para a sensibilização, levando em consideração todos os aspectos citados acima? 0 a 2,5 2,6 a 5,0 5,1 a 7,5 7,6 a 10,0 10 Cite o que você mais gostou na sensibilização: _______________________________ ___________________________________________________________________________ 11 Cite o que você menos gostou na sensibilização: ______________________________ ___________________________________________________________________________ 12 Você gostaria de participar de outras sensibilizações (treinamentos, capacitações)? Sim Não 13 Com que freqüência você acha importante este tipo de atividade? Semanal Mensal Trimestral Semestral Anual 56 APÊNDICE H – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Projeto: Programa de Capacitação de manipuladores de alimentos em Boas Práticas. Pesquisadoras: Ana Lúcia de Freitas Saccol e Ana Lúcia Serafim. Local de realização do projeto: três Serviços de Alimentação localizados na cidade de Santa Maria (RS). Sujeitos envolvidos: manipuladores dos Serviços de Alimentação acima referidos. I. Justificativa e objetivos do projeto: A capacitação de manipuladores em um Serviço de Alimentação é de fundamental importância para a garantia de um alimento seguro, visto que manipuladores de alimentos podem ser vias de transmissão de bactérias. O objetivo geral deste projeto é sistematizar um Programa de Capacitação de manipuladores de alimentos em Boas Práticas. Para verificar a assimilação deste Programa, será analisada a higienização das mãos dos manipuladores através do swab de mãos, que é uma forma rápida, segura e indolor de se quantificar os microrganismos presentes nas mãos dos manipuladores. II. Procedimentos a serem utilizados: A coleta do swab para remover os microrganismos das mãos é realizada com uma haste de madeira e ponta de algodão (semelhante a um cotonete) embebida em água peptonada 0,1%, que é passada em toda palma da mão, entre os dedos, cutículas e pontas das unhas. III. Desconfortos ou riscos esperados: Nenhum desconforto ou risco é esperado com a realização deste experimento, visto que todos materiais utilizados são estéreis (livres de microorganismos) e que nenhum evento de qualquer tipo de desconforto com a utilização deste método foi encontrado em literatura. 57 IV. Benefícios que se pode obter: Com a quantificação dos microrganismos presentes nas mãos dos manipuladores, percebe-se o quanto à higiene das mãos dos manipuladores está correta ou insuficiente. V. Garantia de resposta a qualquer pergunta e liberdade de abandonar a projeto: Qualquer dúvida que o manipulador tenha em relação aos procedimentos adotados pode procurar os pesquisadores responsáveis, bem como o manipulador a qualquer momento pode retirar seu consentimento em participar do projeto. Eu, .........................................................(manipulador) fui informado dos objetivos da pesquisa acima de maneira clara e detalhada. Recebi informação a respeito do procedimento que será efetuado e esclareci minhas dúvidas. Sei que em qualquer momento poderei solicitar novas informações e modificar minha decisão se assim eu o desejar. A pesquisadora responsável Ana Lúcia de Freitas Saccol, certificou-me de que todos os dados desta pesquisa referentes a mim serão confidenciais, terei liberdade de retirar meu consentimento de participação na pesquisa, face a estas informações. Caso tenha novas perguntas sobre este estudo, posso chamar as pesquisadoras Ana Lúcia de Freitas Saccol e Ana Lúcia Serafim nos respectivos telefones: (55) 99761642 e (55) 84030680. Declaro que recebi cópia do presente Termo de Consentimento. ______________________ ______________________ ______________________ Assinatura do manipulador Assinatura do Pesquisador Assinatura da testemunha ______________________ ______________________ ______________________ Nome do manipulador Nome do Pesquisador Nome da Testemunha RG: __________________ RG: __________________ RG: __________________ ___/___/___ ___/___/___ ___/___/___ 58 ANEXO A – Plano de ação Data: PLANO DE AÇÃO – BOAS PRÁTICAS Responsáveis: O quê (o que está inadequado) Quem (responsável de corrigir a inadequação) Como (ação corretiva que será tomada para corrigir a inadequação) Quanto (é o valor ou custo (R$) da ação corretiva – a ação pode não ter custo) Quando (é o prazo da correção) OBS.: Todos os campos do plano de ação devem ser preenchidos e são importantes para um adequado planejamento. Fonte: Saccol et al. (2006). 59 ANEXO B – Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa – Unifra 60 61 ANEXO C – Autorização da Pró-Reitoria de Administração para utilização do laboratório e sala de apoio