INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE / SOEBRÁS
ESPECIALIZAÇÃO EM IMPLANTODONTIA
DÉBORA NORIKO BRUZZI TANAKA PONCHA
SISTEMA O´RING EM OVERDENTURES SOBRE IMPLANTES MANDIBULARES
Ipatinga - MG
2010
DÉBORA NORIKO BRUZZI TANAKA PONCHA
SISTEMA O´RING EM OVERDENTURES SOBRE IMPLANTES MANDIBULARES
Monografia apresentada ao programa de Especialização em
Implantodontia do ICS-FUNORTE/SOEBRÁS NÚCLEO
IPATINGA, como parte dos requisitos para obtenção do
título de Especialista.
Orientador: Prof. Enéas Almeida Souza Filho
Ipatinga - MG
2010
DÉBORA NORIKO BRUZZI TANAKA PONCHA
SISTEMA O´RING EM OVERDENTURES SOBRE IMPLANTES MANDIBULARES
Monografia apresentada ao programa de Especialização em Implantodontia do ICS-FUNORTE/SOEBRÁS
NÚCLEO IPATINGA, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista.
Aprovada em _____de _____________ de 2010.
__________________________________________
Prof. Enéas Almeida Souza Filho
Orientador
ICS-FUNORTE/SOEBRÁS NÚCLEO IPATINGA
_________________________________________
Prof. Paulo Emilio Perim
Examinador
ICS-FUNORTE/SOEBRÁS NÚCLEO IPATINGA
__________________________________________
Prof. Carlos Eduardo Assis Dutra
Examinador
ICS-FUNORTE/SOEBRÁS NÚCLEO IPATINGA
Dedico este trabalho ao meu esposo Marco Aurélio pelo incentivo e apoio constantes
em todos os momentos de minha vida.
A minha filha, Julia, por entender o valor de um estudo e ficar do meu lado dando-me
sempre o seu amor incondicional.
Ao meu filho, Felipe, por ter me dado à chance e o privilégio de ter sido a sua mãe,
por ser único, insubstituível e inesquecível.
A minha mãe, Judismar, e a meu pai, Humberto, (in memorian), por me incentivarem
a estudar. Pelo exemplo de luta, amor, perseverança e dignidade, obrigada por tudo.
Aos meus irmãos, André, Priscilla e Cristina, por estarem sempre ao meu lado, e a
toda a minha família, o meu muito obrigado.
A minha amiga, Licia, pelo carinho, incentivo, amizade e estar sempre presente
principalmente nos momentos mais difíceis.
Ao meu orientador Prof. Enéas pelo incentivo, carinho e amizade sempre presentes.
Aos meus Professores Fernando, Paulo e Marx, pela presença, amizade, incentivo e
conhecimentos transmitidos.
Aos meus colegas, Gisele, Emilia, Marlom, Sergio, Silvana, Mariana, Danilo,
Cristiano, Luiza Fabiana, Glauciano, André e Dinaldo, por estes anos de excelente convívio.
As secretárias, Marli e Graziela, pela atenção e sempre boa vontade para resolver
problemas ou simplesmente nos ouvir. Muito obrigado por tudo.
RESUMO
Pacientes portadores de prótese convencional, após longos períodos de uso, se deparam com
complicações por acelerar o processo de reabsorção óssea, tendo como resultado a perda de retenção e
a estabilidade. A overdenture com Sistema O´ring é uma opção para reabilitação de pacientes
edêntulos na mandíbula e que necessitam de estabilidade, retenção e estética, com a finalidade de
controlar a reabsorção óssea fisiológica do rebordo residual. Esse trabalho de revisão de literatura
mostra como utilizar este sistema de retentores resilientes.
Palavras-chave: 1. Overdenture – 2. Iimplantes – 3. Retentores – 4. Próteses Convencionais – 5.
O´ring.
ABSTRACT
Patients with conventional prostheses after long periods of use, face complications by
accelerating the process of bone resorption, resulting in the loss of retention and stability. The
overdenture with O'ring System is an option for rehabilitation of the edentulous mandible and in need
of stability, retention and aesthetics, in order to control the physiological resorption of the residual
ridge. This work of literature review shows how to use this system of resilient retainers.
Key words: 1. Overdenture – 2. Implants – 3. Retentors – 4. Convencional Prosthesis – 5. O'ring.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Grupo A ................................................................................................................ 15
Figura 2: Grupo B ................................................................................................................ 15
Figura 3: Grupo C ................................................................................................................ 16
Figura 4: Grupo D ................................................................................................................ 17
Figura 5: Confecção de novas próteses ................................................................................. 28
Figura 6: Implantes instalados .............................................................................................. 29
Figura 7: Componentes instalados ........................................................................................ 29
Figura 8: Attachment bola instalados .................................................................................... 29
Figura 9: Utilização dos posicionadores para corrigir paralelismo entre os implantes e
determinar a distância correta entre o´ring e attachment ....................................................... 30
Figura 10: Colocação dos discos de proteção........................................................................ 30
Figura 11: Colocação dos O`rings ........................................................................................ 30
Figura 12: Vista inferior do alívio realizado ......................................................................... 31
Figura 13: Prova da prótese para verificar adaptação sem interferência ................................ 31
Figura 14: Primeiro O`ring capturado................................................................................... 31
Figura 15: Segundo O`ring capturado ................................................................................... 32
Figura 16: Vista lateral do conjunto...................................................................................... 32
Figura 17: Sistema o´ring fundido sobre barras .................................................................... 33
Figura 18: Sistema O´ring conexão ...................................................................................... 36
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 10
2 REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................................... 12
2.1 HISTÓRICO .................................................................................................................. 12
2.2 EDENTULISMO ........................................................................................................... 13
2.3 REABSORÇÃO ÓSSEA................................................................................................ 14
3. PRÓTESE TOTAL SUPORTADA POR IMPLANTES .............................................. 18
4. OVERDENTURES SUPORTADAS POR DOIS IMPLANTES COM ENCAIXE
TIPO BOLA ....................................................................................................................... 20
5. SELEÇÃO DOS SISTEMAS DE ENCAIXE ................................................................ 22
6. TIPOS DE ENCAIXES QUANTO A RESILIÊNCIA .................................................. 24
7. SISTEMA O’ RING ....................................................................................................... 26
7.1 CONCEITO ................................................................................................................... 26
7.2 INDICAÇÕES ............................................................................................................... 26
7.3 COMPONENTES .......................................................................................................... 27
7.4 TÉCNICAS DE TRANSFERÊNCIA DAS CÁPSULAS ................................................ 28
8. SISTEMA O´RING FUNDIDO SOBRE BARRAS ...................................................... 33
9. ENCAIXE VKS-OC RS ................................................................................................. 34
10. SISTEMA O´RING ORS-OD INTERCAMBIÁVEL COM O SISTEMA OSO
REGULAR ......................................................................................................................... 35
11. SISTEMA O´RING CONEXÃO ................................................................................. 36
12. PROPOSIÇÃO............................................................................................................... 37
13. DISCUSSÂO................................................................................................................. 38
14. CONCLUSÃO .............................................................................................................. 40
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 41
10
1. INTRODUÇÃO
Segundo Gomes (2002) osseointegração é definida como o contato direto, estrutural e
funcional entre osso ordenado e saudável com a superfície do implante, em nível de
microscopia óptica, estável e capaz de suportar as forças mastigatórias.
Souza et al. (2007) afirmaram que a insatisfação do tratamento com próteses totais
mandibulares nos pacientes edêntulos tem sido uma questão constante em Odontologia. No
entanto há evidências na literatura que a mastigação, a fala, a qualidade de vida e até a
nutrição melhoram notavelmente se dois implantes forem colocados na região anterior da
mandíbula para suportar e estabilizar uma sobredentadura.
Para Blatt et al. (2007) o tratamento com overdentures pode ser considerado como
uma excelente opção de tratamento em relação às próteses totais fixas, em determinadas
situações quando o paciente, por limitações financeiras e biológicas (com rebordo residual
muito reabsorvido e relações maxilares desfavoráveis), não pode ser submetido à modalidade
de tratamento mais complexos. Nestes casos, a indicação de overdenture proporcionaria uma
significativa melhora nas funções orais. Estão disponíveis no mercado três sistemas de
retenção para overdenture, sendo compostos por dispositivos do tipo barra/clipe, do tipo anel
de retenção (O´rings) e do tipo magneto, os quais apresentam um comportamento
biomecânico diferente entre si. O sistema tipo bola, por ser mais resiliente, permite à prótese
movimentos limitados nos sentidos ântero-posterior, lateral e intrusivo, já o magneto,
apresenta movimento em todas as direções e, no sistema de retenção barra-clipe, apenas o
movimento ântero-posterior e observado.
Bonachela e Rossetti (2002) discutiram a importância das overdentures através da
necessidade de manter remanescentes dentários ou fixações endósseas com a finalidade de
obter maior suporte e, consequentemente, maior estabilidade e retenção; de reduzir o efeito
fisiológico de reabsorção óssea do rebordo alveolar; e, promover quase de maneira
obrigatória, a necessidade de manutenção do aparelho pelo paciente. A retenção das
overdentures é realizada pelos attachments, os quais foram inicialmente desenvolvidos para
serem utilizados em dentes ou raízes dentárias residuais. Com a introdução dos implantes
dentários, em tratamentos reabilitadores, estes sistemas de retenção sofreram adaptações e
inovações, viabilizando seu uso em overdentures implantomucossuportadas. Os attachments
11
caracterizam-se por apresentar retenção adequada no momento de sua instalação, mantendo as
características retentivas ao longo dos próximos cinco anos de uso; apresentam os
componentes protéticos com menor altura favorecendo sua aplicabilidade em relações maxilo
mandibulares reduzidas; a técnica é relativamente fácil; têm custo acessível; e, permite o
intercâmbio com outros sistemas disponíveis no mercado sem gerar prejuízos para os
implantes dentários osseointegrados.
Hermann et al. (2007) afirmaram que a eficácia a longo-prazo das próteses fixas sobre
implantes em mandíbulas edêntulas é bem documentada na literatura. Entretanto, devido ao
custo elevado frente à realidade econômica da população brasileira, o profissional busca
utilizar meios alternativos para reabilitação total sobre implantes como a utilização de
próteses totais retidas por dois implantes entre os foramens mentuais, técnica conhecida como
overdenture ou sobredentadura.
Para Souza et al. (2007) as dificuldades no uso das próteses totais convencionais estão
relacionadas à perda de habilidade motora, redução do fluxo salivar, vulnerabilidade dos
tecidos fibromucosos e, principalmente, à grande reabsorção óssea. O uso de uma
sobredentadura proporciona simplicidade na construção protética, fácil manutenção,
estabilidade e retenção adequadas, menos traumas para os tecidos de suporte e ótima estética.
12
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 HISTÓRICO
Jacobs et al. (1993 apud CARVALHO e CARVALHO, 1996) investigaram que a
ocorrência do edentulismo cria problemas de ordem fisiológica e psicológica para o paciente
em decorrência da reabsorção óssea gradativa e constante, que reduz a estabilidade e a
retenção de próteses totais, especialmente na mandíbula.
Em razão dos efeitos extremamente negativos do ponto de vista psicológico, estético e
funcional provocados, pela perda dos dentes e/ou pelo uso de próteses sem estabilidade os
pacientes totalmente desdentados, fazendo uso ou não de próteses, tem recorrido ao
planejamento de overdentures sobre implantes com a finalidade da restauração da função, da
estética e da autoconfiança. (CARVALHO e CARVALHO, 1996).
Denissen e Kalk (1991) verificaram que após a fase cirúrgica e constatado o sucesso
de osseointegração os implantes estão estruturalmente unidos ao tecido ósseo e permite a
transmissão de estresse que resulta na remodelação do tecido ósseo que envolve o implante
além de evitar as reabsorções ósseas severas.
Assim, para casos de rebordos severamente reabsorvidos e na impossibilidade de
realizar aumentos através de enxertos ósseos, ou mesmo quando as próteses fixas estão
contraindicadas em decorrência da deficiência de tecido mole circumoral e sulco mentolabial
acentuado, a overdenture sobre implantes constitui-se em excelente solução protética.
(CARVALHO e CARVALHO, 1996).
DeBoer (1993 apud CARVALHO e CARVALHO, 1996) comparando as
overdentures com próteses fixas afirma que sob o ponto de vista do paciente, as overdentures
são sempre segunda opção, mas trazem a vantagem no planejamento menos complexo, a
higiene menos dificultosa, menos trauma cirúrgico em decorrência do menor número de
implantes e economicamente ser menos dispendiosa. Do ponto de vista funcional necessita de
mais espaço intermaxilar para sua confecção. Outra vantagem das overdentures sobre as
próteses fixas é sua indicação para pacientes portadores de fendas palatinas.
13
Quanto aos sistemas de retenção das overdentures, Alba Junior (1996 apud
CARVALHO e CARVALHO, 1996) afirmou que na mandíbula, a partir de dois implantes
devidamente osseointegrados, é possível a utilização do sistema O'ring isolado ou do sistema
de barra clip. No entanto, o autor lembra que o sistema O'ring está indicado nos casos de
implantes mais distantes e paralelos entre si e o sistema barra clip para os implantes mais
próximos, localizados na região dos incisivos laterais ou na mesial dos caninos, devendo a
barra ser cilíndrica, posicionada de forma reta para que o clip tenha liberdade de movimento
circular anteroposterior.
De acordo com Bonachela e Rosseti (2002), as overdentures também são chamadas
sobredentadura, tendo historicamente seus primeiros relatos creditados a Bonwill, o qual
tentava sanar os problemas advindos de dentições com poucos remanecentes. Em 1856,
Ledger descreveu uma prótese que se assemelhava a uma overdenture, na verdade, suas
restaurações foram ditas como sendo placas sobre raízes. Um pouco mais tarde, Thomas
Evans descreveu um método para se utilizar raízes com intuito de reter próteses. Ainda hoje
existe a dúvida da escolha de um sistema adequado para a retenção da overdenture. Em 1896,
Essig e Peeso trabalharam com estruturas semelhantes a coroas telescópicas, também com
objetivo de preservar raízes e melhorar a retenção das próteses.
2.2 EDENTULISMO
Pacientes edêntulos com prótese fixa ou removível sobre implante tem relatado
uma melhora na habilidade de mastigação dos alimentos. Isso também tem se refletido no
número de pacientes tratados com prótese implantosuportadas que relatam mastigar maior
variedade de alimentos. Resultados preliminares sugerem o tratamento de paciente com uma
das formas menos complicadas de próteses sobre implante, as overdentures mandibulares
suportadas por dois implantes, que melhoram o estado nutricional 6 meses após o tratamento.
Somando-se a relato de capacidade aumentada para morder e mastigar alimentos sólidos, os
pacientes relataram que se tornaram menos limitados na escolha dos alimentos (SHAFIE,
2009).
14
Um grande problema para os pacientes totalmente edêntulos, de acordo com
Davarpanah et al. (2006), têm sido a falta de satisfação com suas próteses totais uma pesquisa
com pacientes idosos mostrou que 66% estavam insatisfeitos com suas próteses totais. As
principais razões para essa insatisfação eram desconforto, inadaptação, falta de retenção,
úlcera na mucosa e dor, especialmente nas próteses totais mandibulares. (SHAIFE, 2009).
Na presença de um edentulismo total, a escolha terapêutica depende de vários
parâmetros como solicitação de próteses e estética do paciente; qualidade e volume do osso
residual; etiologia do edentulismo; tempo do edentulismo; perfil psicológico do paciente; e,
qualidade estética e funcional das próteses atuais. (DAVARPANAH et al., 2006).
2.3 REABSORÇÃO ÓSSEA
A Odontologia hoje vive fundamentalmente não mais da recuperação de danos aos
tecidos, mas sim da preservação e manutenção destas estruturas. Autores como Preiskel e
Jumber determinaram o grau de severidade de comprometimento ósseo em próteses totais
convencionais, sendo este hiperdimensionado quando comparado a condições idênticas em
overdentures (BONACHELA e ROSSETI, 2002).
Feine e Carlsson (2005) afirmaram que a reabsorção óssea alveolar avançada pode
favorecer um conector que ofereça uma quantidade considerável de estabilidade horizontal,
tal como as barras ou os encaixes telescópicos. Quando a reabsorção alveolar é mínima, os
magnetos são uma solução alternativa, embora eles forneçam a menor força de retenção
quando comparados aos outros sistemas de encaixe e perdem sua capacidade de retenção
inicial muito rápido.
Shafie (2009) cita a classificação:
Grupo A: Há uma perda óssea mínima, que se traduz em menor espaço entre os
rebordos. Em média a altura do osso na porção anterior da mandíbula é maior que 20 mm e a
largura é maior que 5 mm. A altura do osso na região anterior da maxila em geral é maior do
que 15 mm, e a largura óssea nessa região é de mais de 5 mm. Devido ao pequeno espaço
entre os rebordos, os pacientes desse grupo não são candidatos a um sistema de encaixe tipo
15
barra. Não há espaço suficiente para confeccionar uma barra possível de ser higienizada e
uma overdenture com uma espessura suficiente em sua base. Os pacientes desta categoria são
bons candidatos a uma prótese híbrida, bem como a uma overdenture suportada por encaixes
tipo botão de pressão (Figura 1).
Figura 1: Grupo A
Fonte: Shafie (2009)
Grupo B: A altura e a largura óssea são menores que no grupo A o que significa mais
espaço intermaxilar disponível. Em média, a altura do osso na região anterior da mandíbula
fica entre 15 e 20 mm, e largura, em mais de 5mm. A altura do osso na porção anterior da
maxila é de aproximadamente de 12 a 15 mm, e a largura é de mais de 5 mm. Os pacientes
desse grupo se classificam para qualquer tipo de overdenture sobre implante. A quantidade
óssea e o espaço intermaxilar permitem que o profissional utilize qualquer tipo de encaixe
(Figura 2).
Figura 2: Grupo B
Fonte: Shafie (2009)
16
Grupo C: Os pacientes deste grupo apresentam grave reabsorção do processo alveolar.
A altura óssea na região anterior da mandíbula é de aproximadamente 10 a 15 mm, e a largura
é de quase 5 mm. A altura do osso na região anterior da maxila é menor do que 10 mm, e a
largura é menor do que 5 mm. Isso significa que os pacientes apresentam um amplo espaço
intermaxilar. Esses pacientes geralmente não são bons candidatos a um sistema de encaixes
tipo botão de pressão, já que o grande espaço intermaxilar se traduz em dentes mais longos e
em bases da prótese mais espessa. Esse espaço aumenta a probabilidade de deslocamento
lateral da prótese quando a overdenture é suportada por encaixes pequenos e curtos como os
do tipo botão de pressão. Os encaixes tipo barra são recomendados para este grupo de
pacientes. Entretanto situações excepcionais obrigam ao uso de encaixes tipo botão de pressão
nestes pacientes. Em alguns casos pode ser necessário aumento ou expansão da crista alveolar
ou levantamento do seio maxilar (Figura 3).
Figura 3: Grupo C
Fonte: Shafie (2009)
Grupo D: Os pacientes desse grupo apresentam reabsorção completa do processo alveolar,
bem como de parte do osso basal. Em geral, a altura do osso na região da mandíbula é menor do que
10 mm, e a largura óssea é menor do que 5 mm. A altura e a largura ósseas da região anterior da
maxila são gravemente deficientes. Qualquer tratamento com overdentures para pacientes desse grupo
exige procedimentos avançados de enxerto ósseo para acomodar implantes maiores do que 10 mm de
comprimento e 4 mm de diâmetro. A outra abordagem para suprir os pacientes deste grupo é utilizar
implantes mais curtos e com a área maior invés de submeter o paciente ao procedimento de enxerto
(Figura 4).
17
Figura 4: Grupo D
Fonte: Shafie (2009)
18
3. PRÓTESE TOTAL SUPORTADA POR IMPLANTES
Bonachela e Rosseti (2002) afirmaram que as overdentures podem ser definidas como
próteses removíveis totais ou parciais, que cobrem raízes ou implantes osseointegrados
restaurando toda dentição. No inicio, o objetivo das overdentures era interromper um processo
de reabsorção óssea decorrente mutilação dos dentes, que se iniciara com a substituição
protética desses elementos, por próteses fixas pequenas, passando por próteses parciais
removíveis, progredindo com o passar do tempo para condição de edentulismo completo.
Para Neves (2001) as vantagens são acesso para manutenção; controle do perfil e
contorno facial; melhor estabilidade; melhora na retenção e na eficiência mastigatória;
melhora da propiocepção; e, melhora psicológica.
As vantagens da overdenture segundo, Misch (2006):

Perda óssea anterior mínima; evita perda óssea,

Melhor estética,

Melhor estabilidade (reduz ou elimina movimentos da prótese),

Melhor oclusão (oclusão em relação cêntrica passível de reprodução),

Diminui abrasões de tecido mole,

Melhor eficiência e força de mastigação,

Melhor eficiência de oclusal,

Melhor retenção,

Melhor sustentação,

Melhor fonética,

Tamanho reduzido das próteses (elimina flanges palatinas),

Próteses maxilofaciais melhoradas.
Ainda segundo Neves (2001) as desvantagens são problemas fonéticos; problemas de
manutenção da higiene; possibilidade de falha ou fratura do implante; risco de fratura da
prótese; longo tempo de tratamento; e, necessidade de duas cirurgias.
Desvantagens das overdentures (MISCH, 2006):
19

Psicológicas (necessidade de dentes não removíveis),

Espaços necessários para altura de coroas de abutments,

Manutenção a longo prazo,
 Inserções (troca),
 Reembasamento (PR-5),
 Prótese nova a cada 7 anos.

Perda óssea posterior continua,

Impactação alimentar,

Movimento (PR-5).
As indicações são: suporte ósseo comprometido para a prótese total convencional;
falta de coordenação neuromuscular; baixa tolerância da mucosa à base acrílica removível;
hábitos parafuncionais que levam a instabilidade da prótese; reflexo de vômito ativo ou
hiperativo, estimulado pela prótese total superior convencional; incapacidade psicológica para
utilizar uma prótese removível; insatisfação com as próteses totais e desejo por maior
estabilidade e conforto; defeitos congênitos orais ou maxilofaciais que necessitam de
reabilitação oral e expectativas protéticas altas. (SHAFIE, 2009).
As contra-indicasses são: instalação de quantidade inadequada de implantes; pouca
estrutura óssea para instalação dos implantes; e, risco médico do paciente (NEVES, 2001).
Segundo De Franco (apud BONACHELA, ROSSETTI, 2002), as overdentures têm 3
importantes objetivos.
1-Manutenção do dente ou implante como parte do rebordo residual, permitindo que a
prótese tenha suporte mais efetivo e retenção mais adequada.
2-Diminuição da taxa de reabsorção dos rebordos ósseos.
3-Aumento da capacidade da prótese pelo paciente.
20
4. OVERDENTURES SUPORTADAS POR DOIS IMPLANTES COM ENCAIXE
TIPO BOLA
As overdentures mandibulares suportadas por dois implantes fornecem grande
satisfação ao paciente, habilidade mastigatória e conforto quando comparados às próteses
convencionais. (FEINE; CARLSSON, 2005).
A terapia com overdentures é indicada para pacientes que não estão satisfeitos com as
suas próteses totais e requerem maior estabilidade e conforto oral; pacientes mais velhos que
desejam uma prótese mandibular mais estável; e, pacientes que têm problemas congênitos ou
orais e defeitos maxilofaciais e necessitam de reabilitação oral. (FEINE e CARLSSON,
2005).
As Overdentures retidas por encaixes tipo bola são uma opção de tratamento favorável
e uma opção considerável de prótese sobre implantes para os pacientes insatisfeitos com a
retenção e a estabilidade de suas próteses convencionais. (FEINE e CARLSSON, 2005).
As seguintes regras e técnicas clínicas deveriam ser seguidas para melhorar a função
da overdenture. (FEINE e CARLSSON, 2005).
A crista óssea fina e residual deveria ser eliminada para melhorar o leito cirúrgico e
evitar a deiscência óssea nas superfícies vestibulares e linguais. (FEINE; CARLSSON, 2005).
Dois implantes deveriam ser colocados na área dos caninos. Implantes colocados nas
áreas dos pré-molares levarão o eixo de rotação para posterior, causando movimento anterior
rotacional e desconforto para a mucosa gengival. (FEINE e CARLSSON, 2005).
A superfície SLA (superfície jateada e atacada por ácido) deve ser submergida acima
da crista óssea para manter a porção lisa transgengival do implante em contato com a gengiva
para maximizar a posição (altura) dos pivôs retentivos (encaixes tipo bola) em relação ao
nível gengival. (FEINE e CARLSSON, 2005).
Antes dos procedimentos restauradores, os encaixes devem ser apertados com torque
de 35Ncm mento dos para assegurar o assentamento dos implantes. (FEINE e CARLSSON,
2005).
Durante a tomada de impressão, cuidado deve ser mantido para assentar
cuidadosamente os copings de plástico nas porções retentivas. Além disso, para evitar o
21
deslocamento, as asas coronais não deveriam tocar a moldeira. A falha em seguir estas regras
produzirá um modelo-mestre defeituoso e uma overdenture com adaptação precária. (FEINE
e CARLSSON, 2005).
As partes fêmeas deveriam ser incorporadas à chapa de prova da overdenture encerada
para verificar o correto assentamento e a função dos mecanismos dos encaixes tipo bola,
assim como para a oclusão. (FEINE e CARLSSON, 2005).
22
5. SELEÇÃO DOS SISTEMAS DE ENCAIXE
Após ter realizado uma avaliação concisa das expectativas do paciente o profissional
deve, agora, de posse das informações extraídas, por exemplo, de modelo de estudos,
radiografias e características faciais, selecionar possíveis sistemas de retenção para suas
próteses implantoretidas. (BONACHELA e ROSSETI, 2002).
De acordo com Shafie (2009), conhecer as propriedades mecânicas e as características
de distribuição de carga dos diferentes encaixes é a maneira mais fácil de determinar qual
deles utilizar. A maioria dos encaixes existentes apresenta diferentes níveis de resiliência. A
resiliência dos encaixes está associada ao movimento entre o pilar e a prótese em uma ou mais
direções pré-determinadas. Quanto maior o número de direções ou planos nos quais a prótese
se move menos estresse é colocado sobre o implante, transferindo, por sua vez, mais forças
para o rebordo residual. Assim, o encaixe é mais resiliente.
Critérios para seleção dos encaixes (SHAFIE, 2009):

Osso disponível

Expectativas do paciente quanto à prótese;

Possibilidade financeira de o paciente pagar pelo tratamento;

Preferência pessoal e experiência clínica do cirurgião dentista; e,

Experiência e conhecimento do técnico de prótese dental.
Feine e Carlsson (2005) afirmaram que uma variedade de sistema de encaixe tem sido
utilizada para suportar as overdentures. Geralmente, esses sistemas podem ser classificados
como clipe e barra, bolas, magnetos e copings telescópicos (rígidos ou resilientes). A seleção
do sistema de encaixe está relacionada à escolha pessoal do praticante ou do responsável pelo
laboratório, baseado na experiência pessoal ou no treinamento.
Vários movimentos permitidos pelos encaixes resilientes (SHAFIE, 2009):

Movimento vertical: A prótese pode mover-se inteiramente de encontro à
mucosa. Esse tipo de movimento resulta na distribuição das cargas e do suporte por toda a
extensão anterior e posterior do rebordo alveolar;
23

Movimento de charneira (ou dobradiça): O movimento de charneira é aquele
no qual a prótese revolve ao redor de um eixo constituído pelos encaixes mais posterior de
cada lado do arco;

Movimento de rotação: Os movimentos de rotação permitem que a prótese rote
ao redor de um eixo orientado Antero posteriormente. Sempre que as forças mastigatórias são
aplicadas de um lado da prótese, ela rota ao redor da crista do rebordo, e o lado oposto rota
para cima e pra o centro do arco;

Translação e giro ou movimento de cauda de peixe: Nesse tipo de movimento,
a prótese move-se em uma direção anteroposterior ou bucolingual, sem qualquer rotação. A
prótese por sua vez, revolve ao redor de um eixo vertical; e,

Combinado dos movimentos anteriores.
24
6. TIPOS DE ENCAIXES QUANTO A RESILIÊNCIA
De acordo com Shafie (2009), os tipos de encaixe de acordo com a resiliência são:

Encaixes rígidos, não resiliente: Não ocorrem movimentos entre pilar e o
implante. Quando se utiliza um sistema de encaixes rígidos não resilientes o implante recebe
100 %das forças mastigatórias, não havendo alívio para os implantes suporte. Este tipo de
encaixe é recomendado quando é possível realizar um numero suficiente de implantes. Uma
overdenture parafusada híbrida é um exemplo de encaixe rígido não resiliente;

Encaixes resilientes verticais: Esse tipo de encaixe fornece 5 a 10% de alívio
aos implantes suporte, e a prótese pode se mover para cima e para baixo sem nenhum
movimento lateral, de inclinação ou rotatório. Em outras palavras, o encaixe impede qualquer
movimento de inclinação ou rotação;

Encaixes resilientes de charneira: Esse tipo de encaixe resiste a quaisquer
forças de inclinação, rotação e deslizamento. Os encaixes resilientes de charneira fornecem 30
a 35% de alívio da carga para os implantes suporte sempre que se utiliza um encaixe que
possibilita resiliência em charneira, os componentes verticais das forças mastigatórias são
divididos entre os encaixes e a porção posterior do rebordo residual-sulco bucal e o trígono
retromolar. Uma barra de Hader ou qualquer outro tipo de barra de secção circular pode
disponibilizar esse tipo de resiliência;

Encaixes resilientes combinados: Os encaixes desse tipo permitem movimentos
irrestritos verticais e de charneira. Eles transferem uniformemente o componente vertical das
forças mastigatórias por toda extensão do rebordo residual. Sempre que se utiliza esse tipo de
encaixe, aumenta-se o suporte tecidual da prótese durante a mastigação. Não importa em que
local a força é aplicada sobre a overdenture, o rebordo recebe o componente vertical dessa
força.Esse tipo de encaixe oferece 45 a 55% de alívio da carga sobre os implantes-suporte. A
barra Dolder (com secção oval) é um encaixe resiliente combinado;

Encaixes resilientes de rotação: Esse tipo de encaixe permite os movimentos
verticais, de charneira e de rotação. São utilizados para que a prótese possa se movimentar
verticalmente e em charneira, ao mesmo tempo em que rota em volta do plano sagital. Os
encaixes resilientes de rotação transferem os componentes vertical e horizontal das forças
mastigatórias para o rebordo residual. Os movimentos da prótese são determinados pela
25
localização, direção e magnitude das forças que oferece 75 a 85% de alívio da carga para os
implantes-suporte. Alguns dos encaixes tipo botão de pressão (encaixes pré-fabricados
individuais) oferecem resiliência de rotação; e,

Encaixes resilientes universais: Esses encaixes permitem os movimentos
verticais, de charneira, de translação e de rotação. Basicamente, observam-se todos os tipos de
movimentos, o encaixe oferece resistência apenas a movimentos afastados da mucosa. Esse
tipo de encaixem oferece 95% de alívio de cargas para os implantes-suporte. Os encaixes
magnéticos são o melhor exemplo de resilientes universais.
Shafie (2009) afirmou também que existem diferentes sistemas de encaixe como barra
e clipe, botão de pressão, magnetos e casquetes telescópicos (rígidos ou não rígidos).
Os casquetes telescópicos rígidos transferem a maior parte das forças mastigatórias
para os implantes suporte. Isso faz com que aumente o risco de fadiga dos implantes ou de
seus componentes. Sistemas de encaixe rígidos ou minimamente resilientes transferem
mínima carga para a parte posterior da crista alveolar; assim, o paciente apresenta a menor
reabsorção do osso alveolar (FEINE e CARLSSON, 2005).
26
7. SISTEMA O’ RING
7.1 CONCEITO
Sistema de retenção resiliente onde os implantes não se encontram ferulizados e a
carga transmitida pela prótese irá se dividir de forma independente sobre cada um dos
implantes e também sobre a mucosa alveolar. O sistema O´ring para implantes se apresenta na
condição de um pilar (macho) com cinta metálica com altura variável, parafusados sobre
implantes do tipo Branemark, com hexágono externo e uma cápsula (fêmea), que possui
internamente um anel de borracha. Durante a mastigação, esse conjunto macho-fêmea permite
movimentos rotacionais e, também no sentido vertical (CARDOSO et al., 2005).
A confecção de uma overdenture com o sistema O´ring é bem mais fácil para o
técnico e o clínico, se comparado com o sistema barra-clipe. Não precisamos fundir uma
estrutura (barra), e não teremos problemas de ajuste passivo dessa estrutura sobre os
implantes. Isso simplifica o processo laboratorial e o tempo clínico. Quando se colocam
múltiplos implantes, esse sistema não admite divergências entre os implantes maiores que 5 a
8° (CARDOSO et al., 2005).
7.2 INDICAÇÕES
Segundo Cardoso et al. (2005) as indicações são:
a)
Implantes posicionados distantes um do outro, onde o risco de deformação da
barra torna inviável o uso do sistema barra-clipe;
b)
Sempre que os implantes estiverem paralelos entre si;
c)
Implantes de bons diâmetros e comprimento; e,
27
d)
Quando o paciente apresenta dificuldades de executar de executar sua higiene
bucal.
7.3 COMPONENTES
São componentes do sistema O´ring, segundo Cardoso et al. (2005):
a)
O´ring ou munhão bola;
b)
Cápsula metálica + anel de borracha;
c)
Espaçador; e,
d)
Cápsula de prensagem.
O´ring ou munhão bola: parafusado diretamente sobre os implantes.
A cápsula metálica possui internamente um anel de borracha e será incorporada à base
da prótese, melhorando a sua retenção (CARDOSO et al., 2005).
A cápsula de titânio contendo anel de teflon, sistema attachment bola mini
(CATALOGO NEODENT, 2010).
O anel espaçador permite o stop da cápsula ao munhão bola (O´ring). Sua função é de
propiciar uma compensação ao movimento intrusivo da prótese proveniente, da resiliência da
mucosa quando submetida às forças mastigatórias, evitando, assim, sobrecargas aos
implantes. Depois da transferência ou captura da cápsula para contrabalançar o movimento da
fibromucosa. (CARDOSO et al., 2005).
Os posicionadores são disponíveis em três angulações (0,7,14 graus),os quais mantêm
as cápsulas de titânio paralelas entre si.(HERMANN et al. 2007).
A cápsula de prensagem (de plástico) serve para efetuar a conformação do espaço
necessário para a transferência da cápsula do O´ring para o interior da base da prótese.
(CARDOSO et al., 2005).
28
7.4 TÉCNICAS DE TRANSFERÊNCIA DAS CÁPSULAS
De acordo com Cardoso et al. (2005) a técnica para transferência das cápsulas é:

Selecionar o pilar intermediário que será diretamente conectado ao implante.
Após conectado,esse pilar passa a ser chamado de macho;

Posicionar o espaçador sobre o macho;

Acoplar fêmea ao macho;

A prótese terminada, já com os espaços abertos para acomodar as cápsulas, é as
assentada na boca, e o paciente a mantêm fechada, em oclusão leve se houver interferência no
assentamento, usa uma broca esférica para desgastar mais o acrílico internamente; e,

Colocar resina autopolimerizável na face plástica no interior da overdenture
(nos espaços deixados após a prensagem na mufla), aplicar resina adicional sobre as cápsulas
e assente a prótese na boca. Permitir que o acrílico polimerize, enquanto o paciente
permanece em oclusão leve. Retirar a prótese da boca, preencher qualquer defeito no acrílico,
remova os espaçadores do macho e termine a prótese (Figuras 05 a 16).
7.5 Passos da técnica para captura dos O´rings
Figura 5: Confecção de novas próteses
Fonte: Catalogo Neodent (2010)
29
Figura 6: Implantes instalados
Fonte: Catalogo Neodent (2010)
Figura 7: Componentes instalados
Fonte: Catalogo Neodent (2010)
Figura 8: Attachment bola instalados
Fonte: Catalogo Neodent (2010)
30
Figura 9: Utilização dos posicionadores para corrigir paralelismo entre os implantes e determinar a distância
correta entre o´ring e attachment
Fonte: Catalogo Neodent (2010)
Figura 10: Colocação dos discos de proteção
Fonte: Catalogo Neodent (2010)
Figura 11: Colocação dos O`rings
Fonte: Catalogo Neodent (2010)
31
Figura 12: Vista inferior do alívio realizado
Fonte: Catalogo Neodent (2010)
Figura 13: Prova da prótese para verificar adaptação sem interferência
Fonte: Catalogo Neodent (2010)
Figura 14: Primeiro O`ring capturado
Fonte: Catalogo Neodent (2010)
32
Figura 15: Segundo O`ring capturado
Fonte: Catalogo Neodent (2010)
Figura 16: Vista lateral do conjunto
Fonte: Catalogo Neodent (2010)
33
8. SISTEMA O´RING FUNDIDO SOBRE BARRAS
Na presença de edentulismo total, outro mecanismo de retenção disponível é a
associação barra O´ring, desde que o espaço intermaxilar disponível permita esse tipo de
associação. Situações onde a disposição dos implantes inviabiliza o posicionamento correto
da barra e dos próprios clipes, a ferulização desses implantes como mais uma alternativa
viável de tratamento para esses pacientes mutilados orais. (Figura 17) (BONACHELA e
ROSSETI, 2002).
Figura 17: Sistema o´ring fundido sobre barras
Fonte: BONACHELA e ROSSETI (2002)
34
9. ENCAIXE VKS-OC RS
O pilar tipo botão de pressão Ball-Snnap-OCrs Vario foi desenvolvido para
overdentures sobre implantes implantomucosuportadas. Esses encaixes tipo bola estão
disponíveis para os implantes: Branemark 3,75 mm,4mm e 5mm e 3i de hexágono externo
4mm,5mm e 6mm. (SHAIFE, 2009).
O encaixe VKS-OCrs é fabricado em três alturas diferentes de colarinho gengival:
2mm; 4mm; e, 6mm. Como regra, a altura do pescoço do encaixe deve ser de
aproximadamente 1mm a mais do que a espessura gengival. A parte macho (bola) desse
sistema de encaixe será rosqueada no implante e as matrizes das fêmeas serão fixadas dentro
do acrílico da base da prótese. (SHAIFE, 2009).
Esse sistema de encaixe pode ser utilizado das seguintes formas: alojado no acrílico da
base da prótese ou fundido no interior da armação de cromo cobalto. (SHAIFE, 2009).
35
10. SISTEMA O´RING ORS-OD INTERCAMBIÁVEL COM O SISTEMA OSO
REGULAR
Este sistema de retenção usa anéis de borracha acoplados a um anel metálico com o
objetivo de transferir menos força de torque sobre os pilares (raízes/ou implantes),
apresentando também grande facilidade de substituição. Cada conjunto inclui um abuttment
com alturas de cinta variáveis b, um anel de retenção banhado a ouro, com 3 anéis de borracha
de processamento vermelhos e 3 anéis de borracha branca (BONACHELA e ROSSEETTI,
2002).
As Características do sistema são altura vertical mínimade 3,8 mm para o micro e
4,0mm para o regular; apresenta também mandril para posicionamento, análogos e outros
componentes para processamento; dimensões do sistema regular micro:altura 4,0mm,
diâmetro da fêmea 4,2 mm e diâmetro do macho, 1,8mm; e, dimensões do sistema regular:
altura 5,0mm, diâmetro do macho,2.3mm (BONACHELA e ROSSEETTI, 2002).
Este sistema por apresentar um anel metálico vazado, o qual acomoda em sua
circunferência interna o anel de borracha, o dispositivo do tipo bola existente no abuttment do
implante ultrapasse os limites de transferência do anel de borracha, tocando, por muitas vezes,
a parte acrílica da prótese, o que determinaria numa primeira condição, a instabilidade da
prótese, sendo acompanhada de danos na porção da bola que entrará em contato direto com a
resina (BONACHELA e ROSSEETTI, 2002).
Bonachela e Rosseetti (2002) também afirmaram que o conjunto requer manutenção
com uma periocidade maior, evitando-se desta forma que ocorra danos no sistema ou na
prótese; recomenda-se o acompanhamento trimestral para estes dispositivos. É importante
salientar que ainda outros fatores podem agir de maneira a acentuar a fadiga do sistema, como
por exemplo, a condição do attachment ser empregado na mandíbula, condição esta que faz
com que o attachment entre em fadiga quatro vezes mais rápido que na maxila.
36
11. SISTEMA O´RING CONEXÃO
Este sistema faz parte dos sistemas de attchments resilientes originariamente
desenvolvidos para raízes, que com adaptações podem ser usados sobre barras que interligam
implantes. Semelhantes aos outros sistemas, este attchament também se apresenta na condição
de abuttment com cinta metálica, com alturas variáveis do tipo abuttment standart ou bola
compondo o parafuso de fixação do abuttment. (Figura 18) (BONACHELA e ROSSETTI,
2002).
Figura 18: Sistema O´ring conexão
Fonte: Bonachela e Rosseti (2002)
37
12. PROPOSIÇÃO
O presente trabalho propôs demonstrar, através de uma revisão de literatura, o uso das
próteses implantomucosuportadas quando se utiliza o sistema tipo O´ring, explicando assim o uso
desses retentores resilientes.
38
13. DISCUSSÂO
O sistema mais utilizado é o attachment bola ou o’ring,o qual consiste basicamente de
um intermediário com encaixe esférico aparafusado sobre o implante e um cilindro possuindo
um anel de retenção o qual é fixado na prótese. Entretanto o posicionamento dos implantes
deve ser paralelo um ao outro, mantendo o eixo de inserção evitando que ocorra a perda de
retenção dos componentes devido ao desgaste prematuro dos mesmos. Por este motivo, a
divergência máxima entre 2implantes para a utilização do sistema attachment bola deve ser no
máximo de 10 graus11. (HERMANN et al., 2007).
A eficiência mastigatória e a força máxima de mordida entre os encaixes de retenção
do tipo bola e barra-clipe são mais ou menos semelhantes. Os encaixes tipo bola parecem
funcionar bem, mesmo a longo prazo, porém requerem manutenção frequente. Ambos os
sistemas promovem uma melhor resistência contra forças de deslocamento, o que é de grande
valia para os pacientes, já que os faz se sentirem mais seguros. Num estudo realizado em
2004, o encaixe tipo bola forneceu a maior força de retenção para a sobredentadura, seguido
pelo tipo barra e pelo magneto (SOUZA et al., 2007)
Gomes (1999 apud NADIN et al. 2000), ao fazer um estudo comparativo com a
prótese fixa sobre implantes, ressalta que a colocação de um número menor de implantes
necessários para a overdenture resulta numa cirurgia de tempo mais curto,com menor
exposição dos pacientes idosos a um desgaste físico e emocional.
Para Spiekermann (1995 apud NADIN et al. 2000), entre os inconvenientes,destaca-se
somente a possivel insatisfação do a paciente já que a sobredentadura não satisfaz a
necessidade psicológica de sentir que prótese faz parte do corpo,como no caso das próteses
totais fixas sobre implantes.
Outros inconvenientes, tais como a diminuição da força de mordida e da eficácia da
mastigação que, em uma prótese fixa é triplicada,não devem ser levados em consideração já
que,em comparação com uma prótese muco-suportada tradicional,uma sobredentadura
implato-suportada proporciona um aumento na força e na eficácia mastigatória em torno de
20% ,de acordo com Rissin (1978 apud NADIN et al. 2000).
39
Boerrigter et al. (1995 apud DIAS et al., 2003) e Bonchela e Rossetti (2002)
evidenciaram a insatisfação dos pacientes portadores de próteses convencionais,
principalmente os edêntulos mandibulares. Para Batenburg et al. (1998 apud DIAS et al.,
2003), geralmente estão entre os problemas a dor durante a mastigação e a insuficiente
estabilidade e retenção das próteses ,decorrentes muitas vezes reabsorção ossea severa.
Segundo Bonacela e Rossetti (2002), Lopes (2000 apud DIAS et al., 2003), Burns et al (1995
apud DIAS et al., 2003) e Dias et al. (2003), parece que as sobredentaduras implantorretidas
constituem uma opção protética adequada em relação à convencional.
40
14. CONCLUSÃO
Em vista da literatura revisada conclui-se que:
A ocorrência do edentulismo cria problemas de ordem fisiológica e psicológica para o
paciente em decorrência da reabsorção óssea gradativa e constante, que reduz a estabilidade e
a retenção de próteses totais, especialmente na mandíbula.
O principal benefício recebido pelo paciente a partir de qualquer tratamento com
implantes é a prevenção da progressão da perda óssea em áreas onde os dentes foram
perdidos. Próteses retidas por implantes melhoram a eficácia mastigatória, principalmente nos
elementos tidos como mais duros e sólidos, melhorando também a nutrição do paciente.
De acordo com Shaife, as overdentures sobre implantes devem ser o tratamento
padrão para pacientes totalmente edêntulos. Próteses totais convencionais removíveis somente
devem ser oferecidas a pacientes que apresentam contra indicações médicas ou se o paciente
não possuir condições financeiras capazes de subsidiar o plano de tratamento ideal.
Características principais deste tipo de retentor incluem vantagens como de
simplicidade de técnica confecção, menor custo e facilidade de manutenção e controle de
placa.
As
desvantagens
incluem
necessidade
de
reembasamento
periódico
da
overdenture,necessidade de avaliação periódica e reaperto dos componentes do sistema de
implantes utilizados e troca em regime anual das anilhas elásticas de fixação da overdenture.
41
REFERÊNCIAS
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