SEÇÃO I ANO XXXIII - CAPITAL FEDERAL - N9 Ó33 QUINTA.FEIRA, 20 DE ABRIL DE 1978 CONGRESSO NACIONAL Faço saber que 0- Cçmgresso Nacional aprovou, nos termos do artigo 55, Portella, Presidente do Senado Federal, promulgo o seguinte ~ 19, da Constituição, e eu., Petrônio DECRETO LEGISLATIVO N9 10, DE 1978 Aprova o texto do Decreto·lei nl} 1.591, de 21 de dezembro de 1977, que "prorroga a prazo da isenção dos impostos de importação e sobre produtos industrializados para equipamentos cinematográfico~, e dá outras providências". . 9 Artigo único. É aprovado o texto do Decreto-lei n 1.591, de 21 de dezembro de 1977, que "prorroga o prazo da isenção dos impostos de importação e sobre produtos industrializados para equipamentos cinematográficos, e dá outras providências" . Senado Federal, 18 de abril de 1978. - Senador Petrônio Portella, Presidente. Fáço saber que o Congresso Nacional aprovou, nos termos do artigo 55, § 19, da Constituição, e eu, Petrônio' Portella, Presidente do Senado Federal, promulgo o seguinte . DECRETO LEGISLATIVO NQ 11, DE ·1978 Aprova o texto do Decreto-lei n Q 1.594, de 22 de dezembro de 1977, que "prorroga os incentivos fiscais previstos no Decreto-lei nl} 221, de 28 de fevereiro de 1967". Artigo único. É aprovado o texto do Decreto-lei n 9 1.594, de 22 de dezembro de 1967, que "prorroga os incentivos fiscais previstos no Decreto-lei n 9 221, de 28 de fevereiro de 1967". . Senado Federal, 18 de abril de 1978. - Senador Petrônio Portella, Presidente. CÂMARA DOS DEPUTADOS SUMÃRIO 1 - ATA DA 34.3. SESSAO DA 4.3. SESSAO LEGISLATIVA DA 8.3. LEGISLATURA, EM 19 DE ABRJL DE 1978 I - Abertura da sessãQ fi - Leitura e assinatura da ata da sessão anterior III _ Leitura do Expediente OFíCIOS Ofícios de números 87 a 92, de 1978, do Sr. José Bonifácio, . Líder da Aliança Renovadora Nacional. MENSAGEM Mensagem n,o 131, de 1978 (Do Poder Executivo) - Submete à consideração do Congresso Nacional o texto do Acordo entre a República Federativa do Brasil e a República da Bolívia sobre a Instalação e o Funcionamento, na cidade do Rio de Janeiro, de um EsCritório de Yacimientos Petroliferos Físcales Bolivianos. . PROJETOS A IMPRIMIR Projeto de Lei n. O 3.527-A, de 1977 (Do Sr. :forge Arbage) - Modifica a redação do "caput" do art. 13 da Lei n.O 5-.700, de 1.0 de setembro de 1971, que dispõe sobre a forma e a apresentação dos 'Símbolos Nacionais, e dá outras providências; tendo parecer, da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade, técnica legislativa e, no mérito, pela rejeição. Projeto de Lei n.O 3. 533-A, de 1977 (Do Sr. Sant-os Filho) - Introduz alterações na Lei Orgânica dos Partidos Políticos; tendo parecer, da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade, técnica legislativa e, no mérito, pela aprovação. Pr{)jeto de Lei n.O 3.631-A, de "1977 (Do Sr. Minoru Massuda) - Concede abatimento nas taxas e anuidades escolares aos estudantes que especifica; tendo parecer, da Comissão de 2154 Quinta-feira 2G DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Constituição e Justiça, pela inconstitucionalidade, contra o voto em separado do Sr. Joaquim, Bevilacqua. Projeto de Lei n.O 3.706-A, de 1977 (Do Sr. Pacheco Chaves) - Introduz alteração no Código de Processo Civil, instituído pela Lei n.o 5.869, de 11 de janeiro de 1973; tendo parecer, da Cemlissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e, no mérito, pela rejeição. Projeto de Lei n:o 3.742-A, de 1977 (Do Sr. Antônio Mata) - Dispõe sobre a padronização de uniformes escolares; tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridícídade e técnica legislativa; e, da Comissão de Educação e Cultura, pela rejeição. Projeto de Lei n.O 3. 789-A, de 1977 (Do Sr. José Camargo) - Acrescenta dispositivo ao Código ElMitoral, para o fim de disciplinar a propa.ganda· eleitoral, não partidária, atravé.s dos volantes da Loteria Esportiva; tendo parecer, da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade, técnica legislativa e, no mérito, pela aprovação. Projeto de Lei h.O 3.823-A, de 1977 (Do Sr. José Camargo) - Introduz alterações 'no Código de Processo Civil (Lei número 5.869, de 11 de janeiro de 1973); tendo parecer, da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade e, no mérito, • pela rejeição. Projeto de Lei n.O 3.932-A, de 1977 (Do Sr. Edgar Martins) - Dispõe sobre a criação de Zona Franca de Corumbá, e dá outras providências; tendo parecer, da Comissão de Constituição e JUstiça, pela inconstitucionalidade. Projeto de Lei n.O 4.188-A, de 1977 (Do Senado Federal> - Acrescenta parágrafo ao art. 175 da Lei n.o 4.737, de 15 de julho de 1965 (Código Eleitorall, alterada pela Lei n.o 4.961, de 4 de maio de 1966; tendo parecer, da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade, técnica legislativa e, no mérito, pela aprovação. PROJETO APRESENTADO Projeto de Lét n.O 4.922, de 1978 (Do Sr. Herbert Levy) - Estabelece Que as penalidades aplicáveis a esportistas profissionais serão exclusivamente pecuniárias. IV - Pequeno Expediente ODACIR KLEIN - Seqüestro e morte do líder político italiano Aldo 'Moro. MENANDRO MINAHIM - Discurso do General João Baptista' Figueiredo na Convenção Nacional. da ARENA. Indicação do Sr, Antônio Carlos Magalhães para o Governo da Bahia. . ULISSES POTIGUAR - Prestação de serviços odontológicos mediante convênio com o INAMPS, Rio Grande do Norte. JOIR BRASILEIRO - Reivindicações do Município de Barreiras, Bahia. . ANTôNIO MORIMOTO - Artigo do Prof. Vamirech Chacon, publicado no Suplemento Literário do jornal O Estado de S. Paulo: "A Modernização do Legislativo". FERNANDO CUNHA - Representação política para {) Distrito Federal. FRANCISCO ROLLEMBERG O problema do menor abandonado. ISRAEL DIAS-NOVAES - Processo politico-eleitoral. JORGE FERRAZ - Assistência médico-hospitalar na Zona Metropolitana d~ Belo Horizonte, Minas Gerais. TARCíSIO DELGADO - Processo eleitoral brasileiro. REZENDE MONTEIRO - Atividades de servidores do Banco do Brasil e da EMATER em beneficio da agricultura. Exoneração do Dl'. Mário Paccini, Diretor da 4.& Região do Banco do Brasil, por motivo de sua investidura no cargo de Ministro do Tribunal de Contas da União. FLORIM,COUTINHO - Desconto do Imposto de Renda na "fonte. NUNES LEAL - Artigo do jornalista Marcelino Kuntz, publicado no jornal Folha da Produção, sobre necessidade de construção da BR-392, entre Santo Angelo e a fronteira com a Argentina. YASSUNORI KUNIGO - Recuperação da rodovia "Caroi. nho do Mar", que liga Santos, São Paulo, ao planalto. ALEXANDRE MACHADO - Assassínio do líder politico italiano Aldo Moro. MARCELO LINHARES - Sexagésimo-primeiro aniversário da morte de Luís Lázaro Lamenhof, criador do Esperanto. WALTER SILVA - Oficio do Presidente da Câmara Municipal de Campos, Estado do Rio de Janeiro, ao Comando da ---_.. Abril de 19711 ~----~- Polícia Militar do Estado, sobre intimação ao Vereador Oélío Brito. MINORU MASSUDA - Contexto econômico-política-institucional do País. RUY BACELAR - Indicacão do Sr. Antônio Carlos Magalhães para o Governo da Báhia. RAFAEL FARACO - Pagamento dos aposentados do Ministério da Agricultura em Manaus, Amazonas. A. H. CUNHA BUENO - Atuação do Sr. Paulo Maluf no processo de escolha do futuro Governador d~ São Paulo. ALVARO DIAS - Contribuição do Sr. Jaime Lerner para o desenvolvimento urbano brasileiro. VALDOMIRO GONÇALVES - Visita do Ministro Alysson Paulinelli, da Agricultura, à região dos "Chapadões dos Gaúchos", Município de Cassilândia, Mato Grosso. PEDRO LAURO - Situação salarial do servidor do Grupo Escolar F. V. Araújo, Irati. Paraná. ANTôNIO BRESOLIN - Assassínio do líder político italiano Aldo Moro. ANTôNIO MaTA - Transportes coletivos em Nova Friburgo, Estado do Rio de Janeiro . ALCIDES FRANCISCATO - Democracia e soberania de Estado. I EDGAR MARTINS - Admínistracão Raimundo da Cunha Leite, São Caetano do Sul, São Paulo.' JOSÉ ZAVAGLIA - Desfecho da crise da cafeicultura. JERôNIMO SANTANA - Administracão da Prefeitura de Porto Velho, Rondônia. . JOSÉ MARIA DE CARVALHO - Instituição de concurso pelo programa radiofônico "Hora do Líbano", Rio de Janeiro, sobre o Libano e o Marrocos. DABO COIMBRA - Serviços telefônicos no Rio de Janeíro, Estado do Rio de Janeiro. JOSÉ RIBAMAR MACHADO - Lançamento, pelo Ministério do Trabalho, do catálogo "Classificação Brasileira de Ocupações - CBO". SIQUEIRA CAMPOS - "Dia do índio". DIAS MENEZES ~ Reabertura dos portos de areia de Embu, São Paulo. JOEL FERREIRA - Expectativa de construção do porto fluvial de Itacoatiara, Amazonas . MILTON STEINBRUCH Serviços públicos reivindicados pelo Preventório de Jurujuba e comunidade adjacente, Niterói, Estado do Rio de Janeiro. ALOíSIO SANTOS - Desenvolvimento do •cooperativismo no Brasil. CARDOSO DE ALMEIDA - 'Reajuste do preço da canade-açúcar. ,FERNANDO COELHO - Falecimento do líder democratacristão italiano Aldo Moro. JORGE PAULO - Décimo-oitavo aniversário de Brasília. Conveniência da instalação da Rádio do Congresso Nacional. LEôNIDAS SAMPAIO - Custo de vida no País. ANTUNES DE OLIVEIRA - Reivindicações da Amazônia. GERSON CAMATA - Código Brasileiro de Auto-Regulamentação da Propaganda. NELSON THIBAU - Necessidade de construção de autódromo em Belo Horizonte, Minas Gerais. PACHECO CHAVES - Contingenciamentos da indústria açucareira. PEIXOTO FILHO - Perfil político do Presidente Getúlio Vargas. V - Grande Expediente FÁBIO FONSECA - Saúde e alimentação no Brasil. A. H. CUNHA BUENO - Aspectos sociais da Justiça no Brasil'. VI - Ordem do Dia JUAREZ BERNARDES, ALEXANDRE MACHADO, ALOíSIO SANTOS, HERBERT LEVY. FRANCISCO ROCHA, PEDRO LUCENA, FERNANDO COELHO, OCTÁVIO TORRECILLA, WALTER SILVA, SAMUEL RODRIGUES, FLORIM COUTINHO, ADHEMAR SANTILLO. LEôNIDAS SAMPAIO. DAYL DE ALMEIDA, THALES RAMALHO, PACHECO CHAVES, HENRIQUE EDUARDO, ALVES, DASO COIMBRA - Apresentação de proposições. mARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1978 ' ISRAEL DIAS-NOVAES - Comunicação, como Lider, sobre utilização de dependência de próprio público em benefício de partido político. , HERBERT LEVY - Comunicação, como Líder, sobre utilização de dependência de próprio público em beneficio de partido político. JADER BARBALHO (Como Líder.) - Reformas políticas. HERBERT LEVY (Como Líder.) - Contribulção do Poder Legislativo para o aperfeiçoamento institucional. RuY BRITO - Discussão do Projeto de Lei n.o 348-A, de 1975. ALíPIO CARVALHO - Encaminhamento de votação do Projeto de Lei n.O 348-A, de 1975. Projeto de Lei n.O 197-B, de 19~5, que dá nova redação ao art. 1.0 do Decreto-lei n,o 161, de 13 de fevereiro de 1967 Adiada a votação por duas sessões. (Da Comissão de Comunicações.) Projeto de Lei n.O 385-A, de 1975, que revoga o art. 5.0 da Lei n.O 5.890, de 8 de junho de 1973 - Rej~itado. Projeto de Lei n.O 41l-B, de 1975, que introduz alterações nas leis que menciona, dispondo sobre a aplicação da Loteria Federal e da Loteria Esportiva pela Caixa Econômica Federal. (Da Comissão de (){)nstitulção e Justiça.) - Rejeitado. Projeto de Léi n.O 348-A, de 1975, que altera l.t redação do item II! do art. 8.° da Lei n.o 5.107, de 13 de setembro de 1966. Avisos CAMARA DOS DEPUTADOS SECRETARIA GERAL DA MESA RELAÇAO DOS DEPUTADOS INSCRITOS NO GRANDE EXPEDIENTE Abrilll978 DATA. DIA DA SEMANA 20 24 ~ 25 26 27 28 NOME Prisco Viana - ARENA Fernando Coelho - MDB Homenagem Homenagem póstuma ao Sr. Itrio Segunda-feira Correia da Costa. Marcondes Gadelha - MDB Terça-feira Humberto Souto - ARENA Sinval Boaventura - ARENA Quarta-feira Minoru Massuda - MDB Noide Cerqueira - MDB Quinta-feira Da.so Coimbra - ARENA AXy Kffuri - fu'q,ENA Sexta-feira Jerônimo Santana - MDB Quinta-feira ATA DA 34. a SESSÃO EM 19 DE ABRIL DE 1978 PRESID:ffiNCIA DOS SRS.: MARCO MACIEL, Presidente. JOÃO LINHARES, lQ-Vice-Presidente; JADER BARBALHO, 2 Q-Secretário; JOÃO CLíMACO, SQ-Secretário; As 13 :&0 horas comparecem os Senhores: Marco Maciel João Linhares Adhemar Santillo Dj alma Bessa J aual' Barbalho João Clímaco José Camargo Diogo Namura Noberto Schmidt Antônio Morais Acre Nosser Almeida - ARENA; Ruy Líno - MDB. lt _ Quinta.-feira 20 2155 <Cria o Fundo de Garantia do Tempo de serviço.) (Do Sr. Peixoto Filho.) - Rejeitado. vm - Comunicações Parlamentares RUY BRITO - Projeto de resolução que dispõe sobre o pessoal contratado pela Câmara dos Deputados para a função de Secretário Parlamentar. CANTíDIO SAMPAIO - Projeto de resolução que dispõe sobre o pessoal contratado pela Câmara dos Deputados para a função de secretário Parlamentar. Homenagens ANTôNIO BRESOLIN - Homenagem à memória do Presidente Getúlio Vargas, ao transcurso da data de seu nascimento. PRESIDENTE - Solidariedade da Mesa às homenagens prestadas à memória do Presidente Getúlio Vargas, ao transcurso da data de seu natalício. IX - X - Designação da Ordem do- Dia. XI - Encerramento 2 - 3 4 - MESA (Relação dos membros) LIDERES E VICE-LIDERES DE PARTIDOS (Relação dos membros) COMISSÕES (Relação dos membros das (){)missões Permanentes, Especiais, 'Mistas e de Inquérito) AÍltunes de Oliveira Faraco - ARENA. Amazonas MDB; Joel Ferreira - MDB; Raf~l Pará Alacid Nunes Corrêa - aRENA. ARENA; Jorge Arbage - ARENA; Ubaldo Maranhão Eurico Ribeiro - ARENA; José Ribamar Machado - ARENA; Luiz Rocha - ARENA; Magno Bacelar - ARENA; Marão Filho - ARENA. . , Piauí Celso Barros - MDB; Hugo Napoleão - ARENA; Murno Rezende - ARENA; Pinheiro Machado - ARENA. , 'Ceará Figueiredo Correia - MDB; Gomes da Silva ~ ARENA; Jonas Carlos - ARENA; Marcelo Linhares - ARENA; Ossian Araripe - ARENA; Paulo Studart - ARENA. Rio Grande do Norte Antônio Florêncio - ARENA; Henrique Eduardo Alves MDB; Pedro Lucena - MDB; Ulisses Potiguar - ARENA. Paraíba. Ademar Pereira - ARENA; Antônio Mariz -. ARENA; Humberto Lucena -·MDB; Maurício Leite - ARENA; octacílio Queiroz - MDB. Pernambuco Aderbal Jurema - ARENA; Airon Rios - ARENA; Carlos Alberto Oliveira - ARENA; Inocêncio Oliveira - ARENA; Jarbas Vasconcelos - MDB; Joaquim Coutinho - ARENA; Sérgio Munlo -MDB. AlagfJas Antonio Ferreira - ARENA; Ger~1do Bulhões Costa - MDB; Theobaldo Barbosa - ARENA. ARENA; J'osé Sergipe Celoo Carvalho - ARENA; Passos Pôrto - ARENA; Raymundü Diniz - ARENA. Bahia. Afrisio Vieira Lima - ARENA; Antonio José - MDB: Henrique .Cardoso - MDB; João Alves - ARENA;. Joir Brasileiro _ ARENA; Manoel Novaes - ARENA; Menandro Minahim - ARENA; Noide Cerqueira - MDB; Rômulo Galvão - ARENA; Ruy Bac'elar - ARENA; Viana Neto - ARENA. Espírito Santo . Aloísio Santos - MDB; Henrique Pretti - ARENA; Mário Moreira - MDB; Moacyr Dalla - ARENA. Rio de .Janeiro Alcir Pimenta - MDB; Álvaro Valle - ARENA; Antonio Mota - MDB; Brígido Tinoco - MDB; Darcílio Ayres - ARENA; Daso Coimbra -t'- ARENA; Dayl de Almeida - ARENA; Florim Coutinho - MDB; Francisco Studart - MDB; Hélio de Almeida - MDB; Hydekel Freitas - ARENA; JG de Araújo Jorge -.:. MDB; José Haddad - ARENA; José Maria de Carvalho - MDB; Luiz Braz - ARENA; Lygia Lessa Bastos - ARENA; Mac DoweU Leite de Castro - MDB; Milton Steinbruch - MDB; Oswaldo Lima - MDB; Rubem Dourado - MDR Minas Gerais Altair Chagas - ARENA; Bento Gonçalves - ARENA; Carlos Cotta - MDB; Cotta Barbosa - MDB; Fábio Fonseca - MDB; Genival Tourinho - MDB; Geraldo Freire - ARENA;, Humberto Souto - ARENA; Jairo Magalhães - ARENA; Jorge Ferraz MDB.; Jorge Vargas - ARENA; José Bonifácio - ARENA; José Machado - ARENA; Luiz Couto - MDB; Melo Freire - ARENA; Murilo Badaró - ARENA; Nogueira de Rezende - ARENA; Padre Nobre - MDB; Sinval Boaventura - ARENA; Tancredo Neves - MDB; Tarcísio Delgado - 1'lpB. São Paulo Adalberto Camargo - MDB; A.H. Cunha Bueno - ARENA; Alcides Franciscato - ARENA; Antonio Morimoto - ARENA; Athiê Coury - MDB; Aurelio Campos - MDB; Cardoso de Almeida - ARENA; Ferraz Egreja - ARENA; Freitas Nobre - MDB; Herbert Levy - ARENA; Israel Dias-Novaes - MDB; João Cunha - MDB; Jorge Paulo - MDB; José Zavaglia - MDB; Octacílio Almeida - MDB; Pacheco Chaves - MDB; Pedro Carolo ARENA; Ruy Brito - MDB; Sylvio Venturoli - ARENA; IDysses Guimarães - MDB. Goiás ARENA; Genervino Fonseca - MDB; Helio Levy - ARENA; Iturival Nascimento - MDB; José de Assis ARENA; Siqueira Campos - ARENA. Ary Valadão - Mato GroSlSô Antonio Carlos de OliveIra - MDB; Nunes Rocha Ubaldo Barem - ARENA; Walter de Castro - MDB. ARENA; Paraná Agostinho RodrIgues - ARENA; AlípIo Carvalho - ARENA; Ary Kffuri - 1\RENA; Braga Ramos - ARENA; Expedito Zanottl - MDB; Gamaliel Galvão - MDB; Gomes do Amaral - MDB; Minoro Miyamoto - ARENA; Nelson Maculan - MDB; Olivir GabardQ - MDB; Samuel Rodrigues - MDB; Sebastião Rodrigues Júnior - MDB. Santa. Catarina. Adhemar Ghisi - ARENA; Aroldo Carvalho - ARENA; César Nascimento - MDB; Dib Cherem - ARENA; José Thomé - MDB; Laerte Vieira - MDB; Pedro Colin - ARENA. Rio Grande do Sul Alberto Hoffmann - ARENA; Alceu CoUares - MDB; Alexandre Machado - ARENA; Antônio Bresolin - MDB; Augusto Trein - ARENA; Carlos Santos - MDB; Cid Furtado - ARENA; Eloy Lenzi - MDB; Fernando Gonçalves - RENA; Jorge Uequed - MDB; José Mandelli - MDB; Nelson Marchezan - ARENA; Nunes .Leal - ARENI\.; Odacir Klein - MDB; Vasco Amaro ARENA; Daniel Faraco - ARENA. Amapá Antônio Pontes - O SR. ANTôNIO MORAIS, Suplente de Secretário, servindo como l.o-Secretário, procede à leitura do seguinte 111 - EXPEDIENTE OFíCIOS Do Sr. Líder da ARENA, nos seguintes termos: Ofício n.o 87178 Brasília, 17 de abril de 1978. Senhor Presidente: Tenho a honra de indicar a Vossa Excelência o nome do Senhor Deputado Ary Valadão para integrar a Comissão de Ciência. e Tecnologia, como efetivo, e a Comissã.o de Minas e Energia como suplente, em vagas existentes. Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Excelência protestos de alto apreço e consideraçãp. - José Bonifácio, Líder da ARENA. ...... Ofício n.O 88/78 Brasília, 17 de abril de 1978. Senhor Presidente: Tenho a honra de indicar a Vossa Excelência o nome do E',enhor Deputado Joir Brasileiro para integrar, como efetivo, a Comissão de Constituição e JustIça, em substituição ao Senhor Deputado Wilmar Guimarães; e suplente de Comissão de Finanças, em vaga existente. . Em conseqüência, o Senhor Deputado Jair Brasileiro fica desligado como efetivo da Comissão de FInanças. Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Excelência protestos de alto apreço e consideração. - José Bonifáeio, Líder da ARENA. Ofício n.o 89178 *, * .. Brasília, 17 de abril de 1978. Senhor Presidente: Tenho a honra de indicar a Vossa Excelência o nome do Senhor Deputado José de Assis para integrar, como efetivo, as seguintes Comissões: Finanças - em vaga decorrente da designação do Senhor Deputado Joir Brasileiro para outra Comissão; Desenvolvimento da Região Centro-Oeste - em substituição aQ Senhor Deputado Onisio Ludovico. Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Excelência protestos de alto apreço e consideração. - José Bonifácio, Líder da ARENA. .. . .. Ofício n.O 9ú/78 Brasília 17 de abril de 1978. Senhor Presidente: Tenho a honra de indicar a Vossa Excelência o nome do Senhor Deputado Humberto Bezerra para integrar a Comissão de Ciência e Tecnologia, como suplente, em substituição ao Senhor Deputado Joaquim Guerra, que fica desligado da Comissão. Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Excelência p;otestos de elevada consideração e apreço. - José Bonifáeio, LIder da ARENA. .. .... Ofício n.o 91178 MDR Jerônimo Santana - Rondônia MDR Roraima. Hélio Campos - Abril de 1978 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) 2156 Quinta-feira 20 ARENA. O SR. PRESIDENTE (João Linhares) - A lista de presença acusa o comparecimento de 180 Senhores Deputados. Brasília, 17 de abril de 1973. Senhor Presid~nte: Tenho a honra de indicar a Vossa Excelência o nome do Senhor Deputado Rafael Faraco para integrar a Comissão de Finaneas, cozr-o efetivo, em vaga existente. Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Excelência protestos de elevado aprepo e consideração. - José Bonifácio, Líder da ARENA. .. .. " Está aberta a sessão. Ofício n.o 92/78 Sob a proteção de Deus iniciamos nossos trabalhos. Brasília, 18 de abril de 1978. Senhor Presidente: Tenho a honra de indicar a Vossa Excelência o nome do Senhor Députado Daniel Faraco para integrar como efetivo a Comissão de Economia, Indústria e Comércio, em vaga existente. Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Excelência protestos de elevado apreço e estima. - José Bonifácio Líder da ARENA. ' O Sr. Secretário procederá à leitura da ata da sessão anterior. 11 - O SR. WALTER SILVA, servindo como 2.0 -Secretário, procede à leitura da ata da sessão antecedente, a qual é, sem observações, assinada. O SR. PRESIDENTE (João Linhares) do expediente. Passa-se à leitura Abril de 1978 Quinta-feira 20 2151 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) MENSAGEM N.o 131, DE 1978 (Do Poder Executivo) Submete à consideração do Congresso Nacional o texto do Acordo entre a República Federativa do Brasil e a República da Bolívia sobre a Instalação e o Funcionamento, na cidade do Rio de Janeiro, de um Eseritório de Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos. (As Comissões de Relações Exteriores, de Constituição e Justiça e de Minas e Energia). Excelentissimos Senhores Membros do Congresso Nacional: Em conformidade com o disposto no art. 44, inciso I, da Constituição Federal, tenho a honra de submeter à elevada consideração de Vossas Excelências, acompanhado de Exposição de Motivos do Senhor Ministro de E~tado das Relações Exteriores, o texto do ""Acordo entre a República Federativa do Brasil e a República da Bolívia sobre a Instalação e o Funcionamento, na cidade do Rio de Janeiro, de um Escritório de Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos", celebrado em Brasília, a 16 de fevereiro de 1978. Brasília, 17 de abril de 1978. - Ernesto Geisel. EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS DAM-II/DAI/088/663.63 (B30) DE 4 DE ABRIL DE 1978, DO SENHOR MINISTRO DE ESTADÇ) DAS RELAçõES EXTERIORES A Sua Excelência o Senhor Ernesto Geisel Presidente da República Senhor Presidente, Como é do conhecimento de Vossa Excelência os Governos do Brasil e da Bolívia celebraram, em 16 de feyereiro último, em Brasília, o Acordo sobl'e a instalação e o Funcionamento, na cidade do Rio de Janeiro, de um Escritório de "Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos", 2. Trata-se de instrumento destinado a regulamentar a instalação, no Brasil, de um escritório da referida empresa,. que foi autorizada pelo Decreto n.o 75.567, de 7 de abril de 1975, a funcionar no Pais. A instalação em apreço permitirá a uma das mais importantes empresas estatais bolivianas exercer suas atividades junto à comunidade econômica brasileira, com beneficios mútuos. livianos", mereceria ser submetido à aprovação do Congresso Nacional, nos termos do art. 44 inciso I, da Constituição Federal. Caso Vossa Excelência concorde com o que precede, permito-me submeter, com essa finalidade, em anexo, o projeto de Mensagem pertinente ao Poder Legislativo, acompanhado do texto juridico acima mencionado. Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa EXcelência, Senhor Presidente, os protestos do meu mais profundo respeito. ACORDO ENTRE A REFtl"BLICA FEDERATIVA DO BRASIL. E A REPúBLICA DA BOLíVIA SOBRE A INSTALAÇAO E O FUNCIONAMENTO, NA CIDADE DO RIO DE JANEmO, DE UM ESCRITóRIO DE YA!CIMIENTOS PETROLIFEROS FISCALES BOLIVIANOS A República Federatiya do Brasil e A República da Bolívia Considerando que, pelo Decreto n.o 75.567, de 7 de abril de 1975 o Presidente da Repúblíca Federativa do Brasil concedeu a Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos, pessoa jurídica de direito público boliviano, criada por lei par-a a exploração de atividades econômica, autorização para funcionar no território brasileiro; Desejosos de fortalecer e aprofundar as relações amistosas que mantêm no campo econômico e comercial e Cientes de que a m.anutenção destas relações constitui a base do presente Acordo, Convieram no seguinte: Artigo 1.° Fica Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos, pessoa juricHca de direito público boliviano criada por lei para a exploração da atividade econômica e dirigida pelo Governo da República da Bolivia, isenta da proibição constante dQ § 2.° do art. 11 da Lei Brasileira n.o 4.657, de 4 de setembro de 1942 - Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro. Artigo 2.° Pelo periodo de 6 (seis) meses a contar da data da entrada em vigor deste Acordo Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos gozará de isenção de imposto brasileiro de importação na introdução no Brasil de até 3 (três) automóveis de fabricação estrangeira, bem como de bens destinados à instalação de um escritório na cidade do Rio de Janeiro. 3. O Acordo prevê para o escritório as facilidades habitualmente concedidas a repartições oficiais estrangeiras, a fim Artigo 3.° de permitir-lhes o adequado desempenho de suas funções. NeSSe sentido, o instrumento assinado isenta a empresa da proibição Cada servidor do ~scritório de que trata o art. 2.° que não seja constante do § 2.° do art. 11 da Lei Brasileira n.O 4.657, de 4 de nem resida permanentemente no Brasil gozará, pelo setembro de 1942 - da Lei de Introdução do Código Civil, que brasileiro prazo de 6 (seis) meses a contar da data da sua chegada ao veda a Governo estrangeiro a aquisição no Brasil de bens imó- Brasil, isenção do imposto de importação na introdução n6 veis susceptíveis de desapropriação. Concede-lhe, outrossim, pelo Pais de da móveis e objetos, inclusive 1 (um) automó.'el de faperíodo de' 6 (seis) meses a contar da data da entrada em vigor bricação seus estrangeira. I do Acordo, isenção de imposto brasileiro na importação de até 3 Artigo 4.° (três) automóveis de fabricação estrangeira, bem como dos bens destinados à instalação do escritório. As isenções previstas nos arts. 2.° e 3.° deste Acordo, para a 4. Quanto ao pessoal boliviano em serviço no escritório o importação de automóveis, poderão ser substituídos pelo direito Acordo concede isenção, pelo periodo de 6 (seis) meses a contar de aquisição em idênticas condições, de veículos de produção bra-de sua chegada ao Brasil, de imposto de importação na intro- sileira, com isenção do imposto sobre produtos industrializados, dução no País de seus móveis e objetos, inclusive 1 (um) auto- . desde que o referido automóvel seja adquirido de estabelecimento contribuinte deste imposto, assegurado o direito à utilização dos móvel de fabricação estrangeira. créditos de matérias-primas e produtos interemediários utilizados 5. Capitulo importante do Acordo e que constitui a própria na produção dos veículos. base sobre a qual as concessões a-cima referidas foram concedidas, Artigo 5.° diz respeito ao critério de reciprocidade, incorporado no art. 6.°, segundo o qual a República da Bolívia concederá autorização para Até a data a que se refere o art. 3.° deste Acordo, Yacimientos instalação e funcionamento em seu território, de Um escritório Petrolíferos Fiscales Bolivianos poderá adquirir, com isenção do de uma pessoa jurídíca brasileira, criada por lei para exploração imposto brasileiro sobre produtos industrializados, produtos desde uma atiYidade econômica de natureza similar à do escritório tinados à mstalação do Escritório de que trata o art. 2.0 deste instalado pela "Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos" em Acbrdo, desde que os referidos produtos sejam de fabricação braterritório brasileiro. A República da Bolivia concederá, também, à sileira e adquiridos de estabelecimento contribuinte deste imposto, pessoa jurídica brasileira isenção tributária análoga à concedida assegurado o direito à utilização dos créditos de matérias-primas, à empresa boiviana e, aos servidores do escritório da referida produtos intermediários e materiais de embalagem utilizados na empresa brasileira na Bolívia, isenção tributária análoga à con- produção e comercialização dos produtos adquiridos. cedida aos servidores da empresa boliviana no Brasil. 6. Insere-se, finalmente o Acordo, em virtude de seus propósitos e mecanismos de operação, no conjunto de atos celebrados nos últimos anos entre o Brasil e a Bolivia com a finalidade de dinamizar o relacionamento bilateral, em particular no campo econômico e comercial. Representa, nesse contexto, o referido ins-trumento mais uma demonstração da vitalidade das relações brasileiro-bolivianas. 7 _ A vista do exposto, creio, Senhor Presidente, que o Acordo entre a República Fedex:ativa do Brasil e República da Bolívia sobre a Instalação e o Funcionamento, na cidade do Rio de Janeiro, de um Escritório de "Yacimientos Petroliferos Fiscales Bo- Artigo 6.° A República da Bolívia, em reciprocidade, concederá autorização para a instalação e funcionamento em seu território de um escritório de uma pessoa juridica brasileira criada por leI para exploração de uma atividade econômica de natureza similar à do escrítório instalado pela Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos em território brasileiro. Essa pessoa jurídica será designada pelo Governo brasileiro. Artigo 7,° A República da Bolívia concederá à pessoa jurídica de que trata o art. 6.° deste Acordo, isenção tributária análoga à con- 2158 Quinta-feira 20 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) cedida nos arts. 2.0 , 4. 0 e 5.0 deste Acordo e, aos servidores do eseritório da dita pessoa jurídica na Bolívia, isenção tributária análoga à concedida nos arts. 3.0 e 4.0 deste Acordo. Artigo 8.° Este Acordo entrará em vigor na data em que a República Federativa do Brasil e a República da Bolívia trocarem notas informando-se mutuamente de que foram cumpridos os requisitos constitucionais necessários para a sua entrada em vigor. Artigo 9.° Qualquer das Partes Contratantes pode denunciar este Acordo depois de decorrido um período de 3 (três) anos a contar da data de sua entrada em Yigor, mediante notificação de denúncia à outra Parte C<mtratante, por via diplomática, a qual produzirá efeito 6 meses após a data da referida notificação. Feito em Brasília aos 16 de fevereiro de 1978, em dois exemplares, nos idiomas português e espanhol, sendo ambos os textos igualmente autênticos. Pelo Governo da República Federativa do Brasil: Antonio F. Azeredo da Silveira. Pelo Governo da República da Bolívia: Ambrosio Garcia IHvera. PROJETO DE LEI N.o 3.527-A, DE 1977 (Do Sr. Jorge Arbage) Modifica a redação do "caput" do art.-13 da Lei número 5.700, de 1.° de setembro de 1971, que dispõe sobre a forma e a apresentação dos Simbolos Nacionais e dá outras providências; tendo parecer, da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade, técnica legislativa c, no mérito, pela rejeição. (Projeto de Lei n.o 3.527, de 1977, a que se refere o parecer.) O Congresso Nacional decreta: Art. 1. 0 O "caput" do art. 13 da Lei n." 5.700, de 1.0 de setembro de 1971, passa a vigorar com a seguinte redação: "Art. 13. O hasteamento diário da Bandeira Nacional so· mente será: efetuado: ............. ~ , . " Art. 2. 0 Esta Lei entrará em vigor na data da sua publicação. Art. 3.0 Revogam-se as disposições em contrário. Justificação Segundo nos parece, a enumeração do art. 13 da Lei n.O 5.700, de 1971, é restritiva; aqueles são os locais de hasteamento diário (Ia Bandeira Nacional, excluídos quaisquer outros. Entretanto, assim não entendem os responsáveis por algumas repartições públicas não mencionadas, no dispositivo em questão; hasteiam o pavilhão nacional, diariamente, justificando que exercitam uma "faculdade" da lei. Em verdade, o "caput" do art. 14 da mesma lei estabelece que as demais repartições públicas procederão ao hasteamento da Bandeira Nacional, inclusive em caráter obrigatório, nos dias de festa ou de luto nacional. Daí, a dúvida. Se o hasteamento é imperativo nos dias de festa ou de luto nacional, nos outros é opcional... Tal entendimento, porém, conduziria ao absurdo: deixaria entregue ao alvedrio elos responsáveis por aquelas repartições públil'as o hasteamento do nosso principal símbolo nacional. Seria um "hoje sim, ama.nhã não" ... Desejamos, por isso, dissipar quaisquer dúvidas. O hasteamen. to diário do pavilhão nacional somente se fará nos locais fixados pelo art. 13 da Lei n.o 5.700, de 1.0 de setembro de 1971. Sala das Sessõell, 25 de abril de 1977. - Jorge Arbage. LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃO DAS COMISSõES PERMANENTES LEI N.o 5.700, DE 1.0 DE SETEMBRO DE 1971 Dispõe sobre a forma e a apresentação dos Símbolos Nacionais, e dá outras providências. CAPíTULO III Da ApI'esentação dos Símbolos Nacionais SEÇAO I Da Bandeira Nacional ............................................................... - Abril de 1978" Art. 13. Hasteia-se diariamente a Bandeira Nacional: No Palácio da Presidência da República e na residência do Presidente da República; II - Nos edifícios-sede dos Ministérios; III - Nas Casas do Congresso Nacional; IV - No Supremo Tribunal Federal, nos TribunaÍs Superiorea e nos Tribunais Federais de Recursos; V - Nos edifícios-sede dos poderes executivo, legislativo e judiciário dos Estados, Territórios e Distrito Federal; VI - Nas Prefeituras e Câmaras Municipais; VII - Nas repartições federais, estaduais e municipais situadas na faixa de fronteira; VIII - Nas Missões Diplomáticas, Delegações junto a Organismos Internacionais e Repartições Consulares de carreil:a, respeitados os usos locais dos pUlses em que tiverem sede. IX - Nas unidades da Marinha Mercante, de acordo com as Leis e Regulamentos da navegação, policia naval e praxes internacionais. Ar1'- 14. Hasteia-se, obrigatoriamente, a Bandeira Nacional, nos dias de festa ou de luto nacional, em todas as repartições públicas, nos estabelecimentos de ensino e sindicatos. Parágrafo único. Nas escolas públicas ou particulares, é obrigatório o hasteamento solene da Bandeira Nacional, durante o ano letivo, pelo menos uma vez por semana. I - PARECER DA COMLSSAO DE CONSTITurÇAO E JUSTIÇA I - Relatório I Do Deputado Jorge Arbage (ARENA - Pará) o projeto de lei n. O 3.527177 pretende, ao que informa o seu Autor, discernir dúvida gerada pela norma constante do caput do art. 13 da Lei n.O 5.700. O referido artigo estatui: "Hasteia-se diariamente a Bandeira Nacional:" Seguindo-se uma relação de nove itens com discriminação de locais. Para o Autor o que o caput do artigo quis dizer é de que tãosomente nesses locais é que a Bandeira Nacional deverá ser hasteada diariamente. Algumas repartições consideram que a norma não é restritiva, apenas obrigatória para os locais citados e facultativa para os demais, e continuam com o hábito de hastear diariamente a Bandeira, embora não compreendidas no art. 13. :É o relatório. TI - Voto do Relator Cabe a esta Comissão analisar o projeto, esgotando-o ao nível de Comissão, isto é, incluindo as questões de conheciment() e o mérito. a) O projeto é constitucional, jurídico e de boa técnica. Cabe a União legislar sobre a matéria por determinação expressa da Constituição e o Autor intenta a alteração na lei já vigente, com correção. b) Quanto ao mérito, o cerne do Projeto está no fato do Autor pretender que o hasteamento da Bandeira Nacional, diariamente, somente possa acontecer nos locais arrolados no artigo 13. Para este fim' é alterado o caput do artigo. Permitimo-nos discordar da interpretação dada ao espírito da Lei n.<' 5.700. O hasteamento da Bandeira Nacional é atividade salutar, patriótica e que deve ser estimulada. Quando o artigo treze estabelece uma série de locais onde a Bandeira Nacional deve ser hasteada diariamente, o que o legislador deseja é tornar obrigatório esse hasteamento nos locais referidos e não vedar o hasteamento em outros locais. Iríamos, por exemplo, proibir que uma determinada Escola que tenha tomado a iniciativa de diarIamente hastear a Bandeira Nacional, continuasse com essa norma? Tanto é que no artigo 14, parágrafo único, a atual lei já diz que o hastamento da Bandeira Nacional nas escolas é obrigatório pelo menos uma vez por semana. A lei é clara: suas normas são o mínimo de culto aos símbolos nacionais, . obrigatório. Ela não veda que alguém cultue a mais os símbulos nacionais. Cremos até que deva ser estimulado o culto aos símbolos nacionais e uma popularização dos mesmos. Abril de 1978 mARIO DO ,CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 20 215lt M!! Convenhamos que não podemos, como autoridades constituidas de uma Nação, queixarmo-nos de que exige alguma repartição, algum órgão, alguma empresa ou algum cidadão que está hasteando a Bandeira Nacional diariamente sem que a lei o obrigue a tal. Deveríamos, sim, rejubilarmo-nos par isto! É um bom sinJ.l de que a Bandeira Nacional estaria senda venerada ou amada. No mérito votamos pela rejeição do projeto de lei n.o 3.527177 par nos parecer acertada a atual redação da art. 13 da Lei n.O 5.700. É a parecer. Sala da Comissão, 5 de abril de 1978. - João Gilberto, Relator. 111 - Parecer da Comissão A Comissão de Constituição e Justiça, em reunião de sua Turma "A", opinou, unanimemente, pela constitucionalidade, juridicidade, boa técnica legislativa e, no mérito, pela rejeição do Projeto n.D 3.527/11, nos termos do parecer da Relator. Estiveram presentes os Senhores Deputados: Jairo Magalhães, Presidente; João Gilberto, Relator; Afrisio Vieira Lima, Antônia Morimoto, Joaquim Bevilacqua, José Bonifácio Neto, Lidovino Fanton, Noide Cerqueira, Nunes Rocha, Tarcísio Delgado e Theobaldo Barbosa. Sala da Comissão, 5 de abril de 1978. - Jairo Magalhães, Pre.sidente - loão Gilberto, Relator. PROJETO DE LEI N.o 3.533-A, de 1977 (Do Sr. Santos Filho) Introduz alterMões na Lei Orgânica dos Partidos Políticos; tendo parecer, da. Comissão de Cpnstituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade, técnica legislativa c, no mérito, pela aprovação. (Projeto de Lei n.O 3.533 de 1977, a que se refere o parecer.) O Congresso Nacional decreta: Art. 1.0 O artigo 58 da Lei Orgânica dos Partidos Politicos (n.o 5.682, de 21 de' julho de 1971, com a redação que lhe deu a Lei n.O 5.781, de 5 de junho de 1972) é acrescido de mais um parágrafo, com a seguinte redação: "Art. 58. "§' 8.° É vedada a reeleição, para o período imediata, dos membros das Comissões Executivas Municipais, Regionais e Naciona~s." Art. 2.0 Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação. Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário. Justificação A Constituição Federal, no capitulo dos Direitos Politicos, firmou o principio da irreelegibilidade dos chefes do Poder Executivo no âmbito federal, estadual e municipal, como se lê no artigo 151, parágrafo único, letra a. É uma tradição do Direito Constitucional Brasileiro, que vem sendo mantida desde a Constituição de 1891. E a razão é simples. Os detentores do Executivo dispõem de tanto poder que a sua influência macularia evidentemente a reeleição, tornando-a contestável e, portanto, afetando a própria legitimidade do poder. Os mesmos argumentos que valem para a área do Poder Executivo podem- ser invocados para justificar a irreelegibilidade dos membros das comissões executivas dos partidos. Como seú próprio nome está indicando, são elas que comandam as agremiações partidárias nas áreas municipal, estadual e federal. A detenção prolongada desse comando conduz, muitas vezes, à formação de verdadeiros feudos partidários e de oligarquias nos governos regionais. Por isso, o projeto quer estabelecer o princípio da irreelegibilidade, afim de, senão impedir, pelo menos dificultar o predomínio das mesmas pessoas nas cúpulas partidárias. O que se quer, em última análise, é democratizar os partidos. Oxigenar o ambiente interno das. agremiações. Dar oportunidades iguais a todos. Isto significará sangue novo, vitalização das agremiações, fortalecimento da democracia. Nenhum prejuizo haverá para as verdadeiras lideranças, fun-' dadas na capacidade de aglutinar e dirigir. Para sua afirmação, o verdadeiro líder prescinde de cargos. Ele se impõe por si mesmo, porque o seu comando não decorre de posto que porventura ocupe mas tem origem na sua capacidade de orientar e dirigir e na sua fidelidade aos ideais que animam os. seus correligionários, bem na confiança que sua conduta inspira. Por isso, entendemos que este projeto, se aprovado, trará reais benefícios aos partidos brasileiros. :s: com tal intenção que o submetemos à apreciação dos nossos ilustres pares: Sala das Sessões, de março de 1977. - Santos Filho. LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃO DAS COMISSÕES PERMANENTES LEI N.o 5.682, DE 21 DE JULHO DE 1971 Lei Orgânica dos Partidos Políticos TíTULO IV Dos órgãos dos Partidos .cAPíTULO II Das Convenções e dos Diretórios dos Partidos Art. 58. O Presidente da Convenção convocará os Diretórios eleitos e empossados para, em local, dia e hora que fixará, escolherem, dentro em 5 (cinco) dias, as respectivas Comissões Executivas, que terão a seguinte composição: l-Comissão Executiva Municipal: um presidente, um vicepresidente, um secretário, um tesoureiro e o Lider da Bancada na Câmara Municipal; II - Comissão Executiva Regional: um presidente, um primeiro e um segundo vice-presidentes, um secretário-geral, um secretário, um tesoureiro, o líder da bancada na Assembléia Legislativa e dois vogais; III - Comissão Executiva Nacional: um presidente, um primeiro, um segundo e um terceiro vice-presidentes. um secretáriogeral, um primeiro e um segundo secretários, um primeiro e um segundo tesoureiros, os líderes de bancada na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, e quatro vogais. § 1.0 Nos Territórios Federais, a inexistência do Líder de bancada será' suprida por mais um vogal na Comissão Executiva. § 2.° Juntamente com os membros da Comissão Executiva serão escolhidos suplentes, para exercício em casos de impedimento ou faltas. § 3.0 Nos casos a que se refere a parte final do parágrafo ánterior, serão convocados Suplentes na medida em que seja necessário para completar a composição do órgão. § 4.0 Na hipótese de vaga-; o Diretório, dentro de 30 (trinta) dias, elegerá o substituto. § 5.° Cada partido poderá credenciar, respectivamente: l. - 3 (três) Delegados perante o Juízo Eleitoral; II - 4 (quatro) Delegados perante o Tribunal Superior Eleitoral; IH - 5 (cinco) Delegados perante o Tribunal Superior Eleitoral. § 6. 0 Os Delegados serão registrados no órgão competente da Justiça Eleitoral, a requerimento do presidente do respectivo Diretório. § 7.° Os Delegados credenciados pelos Diretórios Nacionais representarão o partido perante quaisqueJ; Tribunais ou Juizes Eleitorais; os credenciados pelos Diretórios Regionais, somente perante o Tribunal Regional e os Juizes Eleitorais do respectivo Estado ou Território Federal; e os credenciados pelo Diretório Municipal somente perante o Juizo Eleitoral da Zona. PARECER DA COMISSAO DE CONSTlTUIÇAO E JUSTIÇA I - Relatório De autoria do ilustre Deputado santos Filho, o Projeto de Lei n.O 3.533, de 1977, tem por Qbjetivo introduzir alterações na Lei Orgânica dos Partidos Politicos para vedar a reeleição. para o período imediato, dos membros das Comissões Executivas Munícipais, Regionais e Nacionais. Diz o autor, na Justíficação, que os mesmos argumentos que valem para a área do Poder Executivo poaem ser invocados para justificar a irreelegibilidade dos membros da.s Comissões Executivas Municipais, Regionais e Nacionais dos partidos politicos. Argumenta, ainda, que a detenção prolongada do comando das a'greini.ações'.partidári~snas áreas municipal, estadual e federal, 2100 Quinta-feira 20 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção conduz, muitas vezes, à formação de verdadeiros feudos partidários e de oligarquiM nos governos regionais. Pretende, então, o autor estabelecer o principio da irreelegibilidade a fim de, senão impedir, 'pelo menos dificultar o predominio das mesmas pessoas nas cúpulas partidárias. Trata-se, sem dúvida alguma, de uma medida ,democratizadora dos partidos politicos, salutar para a própria Democrada. Achamos que os principios constitucionais da renovação dos quadros dirigentes da Nação e da rotatividade no exercício desses cargos, devem ser estendidos aos membros das Comissões Executivas dos p!,-rtidos políticos. Por isso, concordamos com os argumentos do autor e acolhemos a proposição quanto ao mérito. Por outro lado, não vislumbramos no projeto quaisquer óbices de natureza. constitucional ou legal, que possam impedir a sua tramitação. Quanto à técnica legislativa, a proposição encontra-se corretamente elaborada. II - Voto do Relator Diante do expost.o, somos pela constitucionalidade, juridicidade, técnica legislativa e o mérito do Projeto de Lei n. O 3.533, de 1977, de autoria do nobre Deputado Santos Filho, votando, portanto, por sua aprovação. Sala da Comissão 6 de abril de 1978. - Mrisio Vieira Lima, Relator. DI - Parecer da Oomissão A Comissão de Constituição e Justiça, em reunião de sua Turma "A", opinou, unanimemente, pela constitucionalidade, juridicidade, técnica legislativa e, no mérito pela aprovação do Projeto n. o 3.533/77 nos termos do parecer do relator. Estiveram presentes os Senhores Deputados: Jairo Magalhães - Presidente, Afrísio Vieira Lima, Relator, Altair Chagas, Gomes da Silva, João Gilberto, Joaquim Bevilac~ua, Nóide Cerqueira, Nunes Rocha e Tarcísio Delgado. Sala da Comissão, {j de abril de 1978. - Jairo Magalhães, Presidente - Mrísio Vieir~ Lima, Relator: PROJETO DE LEI N.o 3.631-A, DE 1977 (Do Sr. Minoru Massuda) Concede abatimento nas taxas e anuidades escolares aos estudantes que especifica; tendo parecer, da Comissão de Constituição e Justiça, pela inconstitucionalidade, contra o voto em separado do Sr. Joaquim Bevilacqua. (Projeto de Lei n.o 3.631, de 1977, a que se refere o o parecer. a Congresso Nacional decreta: Art. 1.0 Fica concedido um abatimento de 50% (cinqüenta por cento) nas taxas e anuidades escolares de todos os graus de ensino, inclusive nos cursos profissionalizantes, aos estudantes pertencentes às classes profissionais assim discriminadas: - professores; - policiais civis e militares; - trabalhadores rurais e operários que recebam até 3 (três) vezes o valor de referência, inclusive servidor público; - produtores agropecuários, cujos rendimentos brutos não ultrapassem valor acima referido. parágrafo único. a abatimento previsto neste artigo é extensivo aos dependentes dos beneficiários desta lei. Art. 2. 0 Perderá o direito ao benefício o estudante repetente. Art. 3.0 O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de 90 (noventa) dias, a partir da data de sua publicação. Art. 4.° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 5. 0 Revogam-se as disposições em contrário. ° Justificação A educação é um processo de valorização e de integração dos recursos humanos. Todo homem deve ter o direito de realizar o máximo de suas virtualidades e de, através da educação, poder ascender na hierarquia social. É um pré-requisito democrático. Sociedade e indivídlio são idéias dependentes uma da ,outra. A ação exercida pela sociedade sobre o indivíduo, através da educação, tem por objeto engrandecê-lo e torná-lo criatura verdadeiramente humana. Educação é, assim, um processo de disciplina socíal, de integração nos propósitos e necessidades sociais e de capacitação para o processo proc1ntivo.. I) Abril de 1978 Se se pretende obter efeitos imediatos sobre o sistema de produção e mudanças para o desenvolvimento deve-se considerar a importância da educação para o trabalhador, o candidato a traba~~, o cidadão, os pais de família, os adultos e crianças, cóm O' obJetIVO de preparar os recursos humanos para o desenvolvimento. O esforço direto de educação para os trabalhadores e para a massa de adultos se justifica não só pela imediata utilização que eSSa massa pode fazer das informações, das idéias e de hábitos novos adquiridos, mM também pela importância de melhorar (} papel da família e da comunidade. O fator humano constitui hoje o principal motivo dos planos de desenvolvimento. Observa-Se por toda parte a crescente preocupação em tirar o melhor partido possivel das virtualidades hun:anas, obtendo delas o rendimento operativo que o interesse soCIal reclama. E nada mais justo que assim seja, se considerarmos que o trabalho do homem é condição indispensável à sua sobrevivência. A construção de uma civilização nova na era espacial impõe com urgência a necessidade de uma preparação do homem que o habilite a se tornar sujeito de sua cultura e alavanca de seu progresso. Uma nação moderna não pode viver de um pequeno grupo de supereducados, mas da eficiente educação da maioria de seus integrantes. É preciso compreender a nação como uma totalidade compacta e dinâmica, dentro da qual todos se distribuem somando eficiência, sendo igualmente necessário conceber a educacão como o processo capaz de prover essa eficiência plena ao longo' do tempo e de suas exigências. A educação no mundo inteiro está cada vez mais ligada ao desenvolvimento econômico e à expansão das necessidades. É um fator de desenvolvimento, e não somente uma repercussão do desenvolvimento. Todos os países do mundo estão em vias de tomar consciência do fato de que a educação é uma das condições motoras do desenvolvimento econômico e social. A educação torna-se cada vez mais um investimento, deixando de ser considerada unicamente no aspecto de consumo, como comprovam os crescentes percentuais nos recursos orçamentários destinados à educação em qiversos países. A título de exemplo, citaremos países americanos como o Uruguai, Peru, Honduras, Costa Rica, República Dominicana, que dedicam mais de 20% de seu orçamento nacional à educação; Bolívia, 18%; Argentina, 14%; enquanto isso, no Brasil, lamentavelmente, pouco mais de 5% do nosso orçamento nacional é destinado ao Ministério da Educação e Cultura. Entretanto, milhões de cruzeiros se perdem em empresas inidôneas, como a LUTFALLA e tantas outras, que são beneficiadas pelo Governo, quando deveriam esses recursos ser carreados para a educação, amp.entando-se as dotações ministeriais e as verbas destinadas às instituições educacionais. No mundo em que vivemos, ninguém sabe o que nos reserva o amanhã. O homem sem cultura, acostumado a ouvir informações unilaterais, é mais vulnerável aos ataques sub-reptícios dos inimigos. Não tem discernimento, assemelhando-se aos irracionais. Por isso mesmo, devemos oferecer a todos os brasileiros, nas díversas formas e em todos os momentos de sua vida, uma base cultural que lhes permita serem donos de seu próprio destino, mantendo seus ideais de soberania e plimo exercício das liberdades democráticas. Desejamos, com isso, um povo brasileiro humano e não apenas um amontoado de animais. Estas as razões que nos levam a submeter o Proj eto de Lei à criteriosa consideração dos nossos eminentes pares. de 1977. - Minoru Massuda. Sala das Sessões, de LEGISLAÇÃO PERTINENTE, ANEXADA PELA COORDENAÇÃO DAS COMISSCiES PERMANENTES DECRETO-LEI N.o 532, DE 16 DE ABRIL DE 1969 Dispõe sobre a fixação e o reajustamento de anuidades, taxas e demais contribuições do serviço educacional. O Presidente da República, no uso das atribuições que lhe confere o § 1.0 do art. 2. 0 do Ato Institucional n. o 5, de 13 de dezembro de 1968, decreta: Art. 1.0 Cabe ao Conselho Federal de Educação, aos Conselhos Estaduais de Educação e ao Conselho de Educação do Distrito Federal, no âmbito das respectivas competências e jurisdições, a fixação e o reajuste de anuidades, taxas e demais contribuições correspondentes aos serviços educacionais prestados pelos estabe· lecimentos federais, estaduais, municipais e particulares, nos termos deste Decreto-lei. Abril de 1978 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 20 2161 § 1.° Das decisões dos Conselhos Estaduais e do Distrito FeO abatimento será extensivo aos dependentes desses benefideral, proferidas nos termos deste artigo, caberá recurso no prazo ciários. O aluno repetente perderá direito ao benefício. de 30 (trinta) dias da ciência, para o Conselho Federal de EduO art. 3.0 prevê a regulamentação da lei no prazo de sessenta. cação. . dias de sua publicação. § 2.° Os estabelecimentos situados no Território do Amapá A justificação demora-se em considerações sobre a educação, ficarão sujeitos à jurisdição do Conselho do Pará; os dos Territórios de Roraima e Rondônia, ao do Amazonas; e os de Fernando sustentando ser a mesma "um pré-requisito democrático". Critica o fato de o nosso pais destinar no Orçamento apenas cinco por de Noronha, ao de Pernambuco. cento ao Ministério da Educação e Cultura, mencionando várias Art. 2.0 Haverá junto ao Conselho Federal de Educação a nações da América Latina onde o percentual reservado ao setor cada Conselho Estadual de Educação e ao Conseiho de Educação Educacional é bem superior. do Distrito Federal, uma Comissão de Encargos Educaci·onais com fi - Voto- do Relator :finalidade específica de estudar a matéria referida no art. 1.° e opinar conclusivamente para decisão final do respectivo Conselho. O Projeto é, nitidamente, inconstitucional. § 1.0 No Conselho Federal de Educação, a Comissão será Conflita com o § 2.0 do art. 176 da Lei Maior, o li,ual se acha constituida por um membro do Conselho, escolhido pelo Plenário, sob o Título denominado "Da Família, Da Educação e Da Cultura". que a presidirá, e pelos seguintes representantes, indicados pelas Ai, está ditO que a iniciativa particular, em matéria de ensino, respectivas entidades: "merecerá o amparo técnico e financeiro dos "Poderes Públicos, I um da Superintendência Nacional do Abastecimento inclusive mediante bolsas de estudos". Ora, a proposição, se transformada em leI, farIa precisamente o contrário. (SUNAB); De outra parte, o Projeto é, paradoxalmente, discriminatório, II - um da Federação Nacional de Estabelecimentos de Endirigindo-se apenas a certas classes, o que o torna atentatório a<> sino; principio do § 1.0 do art. 153 da Constituição. lU - um da Con:federação Nacional dos Trabalhadores em Mais ainda: é de se ponderar que, por compreensão, está ferido Estab@lecimentos de Educação e Cultura, da categoria profissioo espírito do art. 19, TIl, "c" do mesmo texto, pois a concessão nal dos professores; prevista pela propositura é, ultima ratio, imposto sobre o patriIV - um da União Nacional de Associações Familiais (UNAF), mônio, a renda e os serviços de instituições de educação. em representação dos pais de familia. Se ultrapassada a prelimInar, a imposição de sérios ônus às § 2.0 Nos Conselhos Estaduais e no do Distrito Federal, a já combalidas casas educacionais será examinada pelas dIgnas constituição da Comissão de Encargos Educacionais poderá adap- Comissões de Educação e de Finanças. tar-se às peculiaridades locais, devendo estar, contudo, sempre inParecer contrário, por vicio de inconstitucionalidade. tegrada pelos representantes da SUNAB, das categorias econômica e profissional interessadas e dos pais de família; cabendo as Sala da Comissão, 5 de abril de 1978. - José Bonifácio NetG, indicações às entidades de âmbito regional ou, na sua falta às re- Relator. :feridas nos itens U e IV deste artigo. ' m - Parecer da Comissão § 3.° Os serviços administrativos das Comissões de Encargos A Comissão de Constituição e Justiça, em reunião de sua TurEducacionais ficarão a cargo dos órgãos próprios dos Conselhos e p assessoramento técnico ser-lhes-á propiciado pelos órgãos es- ma "B", opinou, contra o voto do Sr. Joaquim Bevilacqua, pela pecificos do Ministério da Educação e Cultura e das Secretarias inconstItucionalldade do Projeto n.o 3.631/77, nos termos do parecer do Relator. O Sr. Joaquim Bevilacqua apresentou voto em Estaduais, conforme o caso. separado. . Art. 3.° Na análise e avaliação do c.omportamento dos pre" Estiveram presentes os Senhores Deputados: Jairo Magàlhães, 'Ços das anuidades, taxas e contribuições referidas neste Decretolei, os Conselhos terão por base o principio de compatibilização Presidente; José Bonifácio Neto, Relator; Afrisio Vieira Lima, Anentre a evolução do."i preços e a correspondente variação de custos, tônIo Morimoto, Blota Junior, Gomes da Silva, João Gilberto, Joa. observadas as diretrizes da política econômic~ do Governo federal, quim Bevilacqua, Lidovino Fanton, Luiz Braz, Noide CerqueIra,. bem como as peculiaridades regionais e os diversos graus, ramos e Nunes Rocha, Tarcisio Delgado e Theobaldo Barbosa. padrões de ensino. Sala da Comissão, 5 de abril de 1978. - Jairo Magalhães, Art. 4.° Os Conselhos poderão requisitar dos estabelecimen- Presidente - José Bonifácio Neto, Relator. tos de ensino, em caráter confidencial, assegurado o sigilo, o forVoto em. 8eparado do Sr. Joaq1Úm Bevilacqua necimento de documentos, informações ou esclarecimentos que a vista, discordando do parecer do Relator. Entendo Devolvo julgarem necessários ao acompanhamento e à análise de evoluconstitucional o projeto, mas opino pela injuridicidade por ferir a ção dos preços de que trata este Decreto-leI. sís~emática do ensino e não trazer embasamento justificador da Art. 5.0 Nos casos de aumento de valores acima das corres- medida. pondentes alterações de custos e de falta de'atendimento, não jusSala da Comissão, 5 de abril de 1978. -;- Joaquim. Bevilacqua. tificado, das requisições previstas no artigo anterior, ou, ainda, quando se apurar fraude de documento ou in:formações, os ConPROJETO DE LEI N.o 3.706-A, DE 1977 selhos poderão determinar o restabelecimento dos niveis de va(Do Sr. Pacheco Chaves) lores anteriores ou a fixação do justo valor, ou propor a adoção Introduz alteração no Código de Processo Civil, in~ pelos competentes órgãos e entidades da Administração Pública tituído pela Lei n.o 5.869, de 11 de janeiro de 1973; tendo das providências administrativas, fiscais e judiciais legalmente caparecer, da Comissão ãe Constituição e Justiça, pela consbiveis. titucionalidade, juridicidade c, no mérito, peJa rejeição. Art. 6.0 Ressalvados os casos de gratuidade a fixação do custo (Projeto de Lei n.o 3.706, de 1977. a que se refere o dos encargos educacionais será feita: simultaneamente com a auparecer.) torização do funcionamento dos estabelecimentos de ensino e seu reajustamento, nos dois meses anteriores à realização das maO Congresso Nacional decreta: triculas. Art. 1.0 O art. 33 do Vigente Código de Processo Civil (Lel Art. 7.° Em relação ao ano letivo de 1969, prevalece a com- n.O 5.869, de 11 de janeiro de 1973) passa a vigorar com a se.petência da Superintendência Nacional do Abastecimento (SUNAB) guinte r~dação: paTa a fixação e o reajuste das anuidades, taxas e demais contri"Art. 33. A remuneração devida aos peritos e aSSÍstentelf buições do serviço educacional, observada a legislação própria datécnicos é encargo do vencido, podendo, porém, ser adianquela autarquia. tada pela parte interessada." Art. 8.° O presente Decreto-lei entrará em vigor na data de Art. 2.0 Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação. sua publicação revogadas as disposições em contrário. Art. 3.° Revogam-se ~ disposições em contrário. PARECER DA COMISSAO DE CON8TITUIÇAO E JUSTIÇA Justificação I - Relatório O art. 33 do vigente Código de Processo Civil determina que Concede, o Projeto, abatimento de cinqüenta por cento nas cada parte pagará a remuneração do assistente técnico que houver taxas e anuidades escolares, "em todos os órgãos de ensino, inclu- indicado, ficando o ônus da remuneração do perito a cargo da sive nos cursos profissionalizantes", aos estudantes que integrem parte que houver requerido o exame, ou do autor, quando requeas seguintes classes: professores; policiais civis e militares; traba- rido por ambas as partes ou determinado pelo Juiz. lhadores rurais e operários que recebam até três vezes o valor de Trata-soe de uma redação que conflita, flagrantemente, com referência, inclusive servidores públicos; produtores agropecuários, o art. 20 do mesmo estatuto processual, o qual determina que a. nas mesmas condições. DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Z16Z Quinta-feira 20 sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou e os honorários advocatícios. O § 2.° do mesmo art. 20, estabelece que as 'iespesas abrangem não só as custas, como também a indenizaç:;;'.., de viagem, diárias de testemunha e remuneração do assistente técn~co. , Sendo o dito art. 33, do Código de Processo Civil, aberrante do princípio consignado no art. 20, necessário se toma refazê-lo, tal como aqui p l e i t e a d o . , Sala das Sessões, em 2 de junho de 1977. - Pacheco Chaves. LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇAO DAS COMISSõES PERMANENTES LEI N.o 5.869, DE 11 DE JANEmO DE 1973 Institui o Códiro de Processo Civil já com as Emenda. da Lei n.o 5.925, de 1.°-10-73. O Presidente da República. Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: LIVRO I Do Processo de Conhecimento TiTULO II Das Partes e dos Procpradores .................................... 1 .. CAPíTULOn Dos Deveres das Partes e dos Seus Procuradores SEÇAO 111 Das Despesas e das Multas . . . . " • */ ~ • • • • • • ,; " " .. Art. 20. A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou e os honorários advocatícios. § 1.° O Juiz, ao decidir qualquer inciqente ou recurso, condenará nas despesas o vencido. § 2.0 As despesas abrangem não só as custas dos atos do processo, como também a indenização de viagem, diária de testemunha e remuneraç(io do assistente técnlc<F. § 3.0 Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez por cento (10%) e o máximo de vinte por cento (20%) sobre o valor da condenação, atendidos a) o grau de zelo do profissional; b) o lugar de prestação do servijo; e) a natureza e importância da causa, o trabalho .reaBzado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. I 4. 0 Nas causas de pequeno valor e nas de valor inestimii.:' vel, bem como naquelas em que não houver condenação ou for vencida a Fazenda Pública, os honorários serão fixados consoante apreciação eqüitativa do Juiz, atendidas as normas das letras a a c do parágrafo -anterior. .,. ~ . Art. 33. Cada parte pagará a remuneração do assistente técnico que houver indicado; a do perito será paga pela parte que houver requerido o exame, ou pelo autor, quando requerido por . aJ1tlbas as partes ou determinado de ofício pelo Juiz. ................................................................. COMISSAo DE CONSI'ITUIÇAO E JUSTIÇA o.fício n.O 142/77 Brasília, 22 de junho de 1977. A Sua Excelência o Benhor Deputado Marco Maciel . DD. Presidente da Câmara dos Deputados senhor Presidente: Atendendo à deliberação unânime desta Comissão, em reuniãa de sua Turma. "A", realizada em 22-6-77, solicito de V. Ex.·, que o Projeto n.a 3.706/77, do Sr. Freitas Nobre, seja desanexado do Projeto n.o 3.369/77, do mesmo autor. Jairo Map.lhies, Vice-Presidente, ~o exercício da Presidência. PAAECER DA COMISSAO DE CONSTITUIÇAO E JUSTIÇA I _ Relatório Abril de 1971 A redação vigente é esta: "Art. 33. Cada parte pagará a remuneração do assistente técnico que houver indicado; a do perito será paga pela parte que houver requerido o exame, ou pelo autor, quando requerido por ambas as partes ou determinado de oficio pelo Jpiz." A justíficação sustenta existir conflito flagrante entre ~sse dispositivo e o art. 20 do mesmo diploma, que determina que a sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou e os honorários advocatíeios. Diz-se mesmo que o texto do art. 33 é aberrante do princípio _consignado no art. 20. II - Voto do Relator O projeto repete, com ,ligeiro acréscimo, n.o 1.826176 do mesmo ilustre autor. outro de Aqui, como ali, o argumento central da justificação é o da existência de conflito entre os arts. 33 e 20 do CPC. Já tivemos oportunidade de refutar a afIrmativa, ao emitir parecer sobre o Projeto n. O 1. 826176, quando fomos acompanhados pela unanimidade desta Comissão, na sessão de 22 de abril de 1976. Dissemos então: "Permissa venia, não é possível isolar o art. 33. Ele faz , parte de um todo - tem que ser analisado em consonância com os demais dispositivos da Seção 111 - Das Despesas e das Multas (arts. 19 a 35.) Com efeito: durante o processo de cognição, impera o art. 33; encerrado o ciclo probatório, proferida a sentença, comandará a condenação o art. 20. Aliás, sempre foi assim, como se pode verificar dos arts. ·53 a 67 do Código de Processo Civil de 1939. Nem pode ser de outro modo. A parte Interessada financia o custeio do processo; em saindo vitoriosa, será. reembolsada do que adiantou, como está expresso no art. 20." Conclusão O projeto preenche os requisitos preliminares da constitucionalidade e da. juridicidade, mas, no mérito, de competência exclusiva desta Comissão, deve ser desacolhido. Sala da Comissão, 5. de abril de 1978. - José Bonifácio Neto. III - Parecer da Comissão A Comissão de Constituição e Justiça, em reunião de sua Turma "B", opinou, unanimemente, pela constitucionalidade, juridicidade e, no mérito, pela rejeição do Projeto n.o 3.706177, nos termos do parecer do Relator. Estiveram presentes os Senhores Deputados: Jairo Magalliães, Presidente; José Bonifá.cio Neto, Relator; Afrísio Vieira Lima, antônio Morimoto, João Gilberto, Joaquim Bevilacqua, Lldovino Fanton, Nunes Rocha e Theobaldo Barbosa. Sala da Comissão, 5 de abril de 1978. - Jairo Magalhães, Presidente - .José Bonifácio Neto, Relator PROJETO DE LEI N." 3. 742·A, DE 1977 (Do Sr. Antônio Mota) Dispõe sobre a padronização ide: uniformes ~olares; rendo pareceres: da Comissão de Constituição e .Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa; e, da Comissão de Educação e Cultura, pela rejeição. ('Projeto de Lei n.o 3.742, de 1977, a que se referem os pareceres) . O Congresso Nacional decreta: Art. 1.0 Os estabelecimentos civis de ensino, públicos e particulares, de 1.0 e 2.0 graus, ficam obrigados, quando exijam o uso de uniforme escolar pelos alunos, a obedecer ao modelo-padrão previsto nesta lei. Art. 2. 0 O modelo-padrão de uniforme escolar compõe-se de: calças compridas na cor azul marinho, blusa de mallia leve, branca, inteiriça, com decote normal e mangas curtas, sapatos pretos, meias brancas e abrigo de malha de lã ou similar na cor azul marinho. Parágrafo. único. Faculta-se aos jovens o uso de calças curtas e às jovens o uso de saia ou saia-calça na cor azul marinho. . Art. 3.0 A identificação do estabelecimento de ensino far-se-á mediante a aposição de distintivo na blusa e no abrigo do uniO projeto quer o art. 33 .do Código de Processo Civil assim forme escolar. redigido: Art. 4.° Esta lei entra em vigor no início do ano letivo se"Art. 33. A remulleração' devida aos peritos e assisten- guinte à data da sua publicação. tes técnicos é encargo do vencido, podendo, porém, ser . Art. 5.° Revogam-se as disposições em contrário. adiantada pela parte interessada." DIARIO D6 CONGRESSO NACIONAL (Seção Abril de 1978 Justificação A padronização -dos uniformes escolares é uma necessidade premente, tendo em vista a variedade hoje existente de modelos, muitas vezes caros, tornando difícil a sua aquisição pela maioria das famílias brasileiras, já sobrecarregadas com os altos preços dos livros, material escolar e, conforme o caso, das anuidades. Freqüentemente os uniformes só servem para um ano letivo, ocorrendo, mesmo, algumas vezes, a mudança dos modelos durante o curso. No caso de transferência de escola novas despesas são feitas para a confecção do vestuário exigido. Limitamos a obrigatoriedade de adoção do modelo ora proposto ap~nas aos estabelecimentos que o exigem de seus alunos, muitas vezes ponto capital para a sua admissão, de vez que não seria lógico impô-lo a toda rede escolar porque, todos sabemos, em muitas localidades as precárias condições econômicas da sua população são tão evidentes que chega a ser privilégio conseguir que os filhos freqüentem a escola. Tivemos em mente a instituição de um 'modelo sóbrio e dada a sua simplicidade torna-se econômico, propiciando o seu barateamento, posto que evitará o privilégio de apenas certas fábricas confeccionarem os tecidos e a exclusividade de determinadas lojas 'Venderem os uniformes de acordo com a direção das escolas. Esta matéria, sem dúvida, pode ser inserida na órbita da competência da União, conforme a Constituição Federal em seu art. 0 8. , item XVII, letra q, que a autoriza a legislar sobre diretrizes e bàses da educação nacional, sem perder de vista a possibilidade de legislação supletiva pelos Estados, de acordo com o parágrafo -único desse dispositivo. A padronização do uniforme escolar na forma preconizada neste Projeto contribuirá para reduzir o grave problema -do custo da educação, além de estabelecer condições. de igualdade aos estudantes, uns não sobrepujando Dutros cOm ostentações de vestimentas numa fase em que se deve despertar nos jovens sentimentos nobres de solidariedade e igualdade. Devemos, por fim, assinalar que em Brasília a grande maioria das escolas adota uniformes na aparência singela que estamos pretendendo seja implantado em todo o País. Sala das Sessões, Antônio Mota. de 1977. - PARECER DA CO:MISSãO DE CONSTITUIÇãO E JUSTIÇA I - Relatório Preconiza o Projeto de Lei n. O 3.742, 'de 1977, de iniciativa do ilustre Deputado Antônio Mata, que os estabelecimentDS civis de ensino, públicos e particulares, de 1.0 e 2.0 graus, são obrigados, quando exijam o uso de uniformes por seus alunos, a obedecer ao modelo-padrão fixado na proposição. ° Em conformidade com projetado, o modelo-padrão compor-se-ia de calças azul-marinho, blusa de malha branca, leve, sapatos pretos, meias brancas e abrigo de malha de lã ou similar, na cor azul-marinho. Justificando a medida que alvitra, o digno parlamentar proponente assinala que a padronização de uniformes ,escolares é uma necessidade premente, tendo em vista. a variedade ora existente, tornando difícil a sua aquisição. Aduz, ainda, que a obrigatoriedade de adoção do uniformepadrão se restringe aos estabelecimentos de ensino que o exigem de seus alunos, motivo pelo quál não haverá qualquer ônus aos demais estabelecimentos e alunos. A matéria é encaminhada a esta Comissão a fim de que, nos termos dD preceituado no art. 28, § 4.0, do Regimento Interno, seja emitido pronunciamento sobre a constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa da propositura, cabendo o exame de mérito à Comissão de Educação e Cultura. É o relatório. II - Voto do Relator O assunto contemplado no projetadQ em exame configura matéria de competência da União, de acordo com o disposto no art. 8.0, item XVII, letra q, da Constituição Federal. 'A medida proposta atende ao preceituado no art. 56, estandoexcluida das restrições consubstanciadas rio art. 57, da Lei Maior, porquanto se trata, in CllSU, de matéria de competência concorrente, cuja iniciativa pode partir alternativamente do Poder Executivo ou do Congresso NaciDnal. A providência em questão .não ofende nenhum princlJ;llo de nosso Direito Positivo, havendo sido redigida com observância da técnica legislativa. n Quinta-feira 20 2163 E assim sendo, nosso voto é no sentido da constitucionalidade, juridicidade e boa técnica legislativa do Proj eto de Lei n,o 3.742, de 1977. Sala da Comissão - Gomt;s da Silva, Relator. lU - Parecer da Comissão A Comissão de Constituição e Justiça, em reunião de sua Turma "A", opinou, unanimemente, pela constitucionalidade, juridicidade e téenica legislativa do Projeto n,o 3.742/77, nos termos do parecer do Relator. Estiveram presentes os Senhores Deputados: Jairo Magalhães, Vice-Presidente - Gomes da Silva, Relator - Altair Chagas Blota Júnior - Claudino Sales - Cleverson Teixeira - Erasmo :Martins PMro - José Bonifácio Neto - Luiz Braz - Nunes Rocha e Wilmar Guimarães. Sala da Comissão, 14 de'setem,bro de 1977. - Jairo Magalhãe9, Vice-Presidente no exercicio âa Presidência - Gomes da Silva, Relator.. PARECER DA COMISSãO DE EDUCAÇãO E CULTURA I - Relatório De iniciativa do digno Deputado Antônio Mota, o 'Pwjeto de Lei n.o 3.742, de 1977, procura estabelecer que os estabelecimentos de ensino públicos ou particulares, de 1.0 e 2. 0 graus, são obrigados, quando exijam o uso de uniforme escolar pelos alunos, a obedec.er a modelo-padrão. O modelo-;padrão é determinado como sendo composto de: calças compridas na cor azul-marinho, blusa de malha leve, branca, inteiriça, com decote normal e mangas curtas, sapatos pretos, meias brancas e abrigo de malha de lã ou slmiliar na cor _azulmarinho. O projetado faculta aos jovens o uso de calças curtas e às jovens o uso de saia ou saia-calça na cor azul-marinho. :Manifestando-se sobre a matéria, a douta Comissão de Constituição e Justiça opinou pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa da proposição. Para pronunciamento em conformidade com o estatuido no art. 28, § 6.0 , do Regimento Interno, é o assunto remetido a esta Comissão. É o relatório. 11 - Voto do Relator Sem embargo dos elevadôs objetivos buscados pelo ilustre parlamentar proponente, a proposição, a nosso ver, não tem condições de prosperar. 'Em verdade, a padronização dos uniformes -escolares, em um país de dimensões continentais como é o caso específico do Brasil, é medida literalmente inconveniente e até nociva. Efetivamente, em virtude da. diversidade de climas existentes em nosso território, os uniformes escolares obedecem a determinados padrões e cores que permitam maior conforto aos estudantes que os vestem. Ora, determinar-se um uniforme-padrão para todo o Brasil seria desarrazoado, mesmo porque teria de ser produzida e confeccionada uma 'colossal quantidade de uniformes idênticos, o que poderia até gerar crise na indústria téxtil. Além de tudo, a padronização de uniformes escolares é medida que despersonalizará o estudante brasileiro, tornando-o quase uma perwnagem do antológico "1982", de George Orwell. Os motivos expostos, temos para nós, desaconselham a efetivação da providência alvitrada, ra~ão pela qual nosso voto é pela rej eição do Projeto de Lei n,o 3.742, de 1977. Sala da Comissão, 30 Jie novembro de 1977. - Daniel Silva; Relator. UI - Parecer da. Comissão A Comissão de Educação e Cultura, em sua reunião ordinária realizada em 30 de noyembro de 1977, opinou, unanimemente, pela rejeição do Projeto n,o 3.742/77, do Sr. Antônio Mata, que "dispõe sobre a padronização de uniformes escolares", nos termos do Parecer do Relator, Sr. Daniel Silva. Estiveram presentes os senhores Deputados Geraldo Freire, no exercício da Presidência; Daniel Silva, Relator; Lygia Lessa Bastos, Manoel de Almeida, Rômulo Galvãa, Daso Coimbra, Dayl de Almeida, Hildérico Oliveira, Menandro Minahim, Jutahy Magalhães, Paulo Marques, Braga Ramos, Dareílio Ayres, Álvaro Valle e Nasser Almeida. 'Sala da Comissão, 30 de novembro de 1977. - Geraldo Freire, no exercicio da Presidência - Daniel Silva, Relator. 2164 Quinta-feira 20 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Sllção I) PRO~ETO DE LEI N.o 3.789-A, DE 197'71 (Do Sr. José Camargo) Acrescenta dispositivo ao Código Eleitoral, para o fim de disciplinar a propaganda eleitoral, não partidária através dos volantes da Loteria Esportiva; tendo parecei", da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade, técnica legislativa e, no mérito, pela aprovação. (Projeto de Lei n.o 3.789, de 1977, a que se refere o parecer.) O Congresso Nacional decreta: Art. 1.0 li: acrescentado à Lei n.o 4.737, de 15 de julho de 1965 (Código Eleitoral), no Título V - Das Disposições Gerais e Transitórias, onde couber, o seguinte artigo: "Art. ... Além da propaganda a que se referem os artigos 240 e seguintes, haverá divulgação de caráter educativo, não partidário, das eleições gerais nos três meses que as antecederem, através da inserção de dizeres nos volantes de prognósticos da Loteria Esportiva (Decretolei n.O 594, de 27 de maio de 1969), em conformidade com instruções baixadas pelo Tribunal Superior Eleitoral." Art. 2.° Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação. Art. 3.° Revoglj.m-se as disposições em contrário. .Justificação A proposição justifica-se ante a simples leitura de seu texto. O que se quer é determinar a divulgação das eleições gerais, do modo mais educativo possível, a. fim de que a população se conscientize da prática democrática. O meio sugerido são os volantes da Loteria Esportiva, hoje em dia manuseados pela grande maioria da população brasileira. -Assim, se é comum ouvírem-s~ condenações a essa espécie de jogo oficializado, ao menos seja possivel aproveitá-lo em alguma coisa útil. Sala das Sessões, 14 de junho de 1977. - José Camargo. LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELO AUTOR LEI N.o 4.737, DE 15 DE JULHO DE 1965 Institui o Código Eleitoral. PARTE QUINTA Disposições Várias TíTULO V· Disposições Gerais e 'I'ransitórias Art. 365. . O serviço eleitoral prefere a qualquer outro, é obrigatório e não interrompe o interstício de promoção dos funcionários para ele requisitados. Art. 366. Os funcionários de qualquer órgão da Justiça Eleitoral não poderão pertencer a diretório de partido político ou exercer qualquer atividade partidária, sob -pena de demissão. Art. 367. A imposição e a cobrança de qualquer multa, salvo no caso das condenações criminais, obedecerão às seguintes normas: I - No arbitramento será levada em cçmta a condição econômica do eleitor; II - Arbitrada a multa, de ofício ou a requerimento do eleitor, o pagamento será feito através de selo federal inutilizado no próprio requerimento ou no respectivo processo;' lI! - Se o eleitor não satisfizer o pagamento no prazo de 30 (trinta) dias, "será considerada divida liquida e certa, para efeito de cobrança mediánte executivo fiscal, a que for ,inscrita em livro próprio no cartório eleitoral; "IV - A cobrança judicial da dividá será feita por ação executiva, na forma prevista para a cobrança da divida ativa da Fazenda Pública, correndo a ação perante os juizos eleitorais; V - Nas Capitais e nas comarcas onde houver mais de um Promotor de Justiça, a cobrança da dívida far-se-á por intermédio do que for designado pelo Procurador Regional Eleitoral; VI - Os recursos cabíveis, nos processos para cobrança da dívida decorrente de multa, serão interpostos para a instância superior da Justiça Eleitoral; VII - Em nenhum caso haverá recurso de ofício; VIII - As custas, nos Estados, Distrito Federal e Territórios serão cobradas nos termos dos respectivos Regimentos de Custas; IX - Os juizes eleitorais comunicarão aos Tribunais Regionais, trimestralmente, a importãncta total das multas impostas Abril de ]978 nesse período e quanto foi arrecadado através de pagamentos feitos na forma dos números Ir e IH; X - Idêntica comunicação será feita pelos Tribunais Regionais ao Tribunal Superior. Parágrafo único. A multa pode ser aumentada até dez vezes se o juiz considerar que em virtude da situação econômica do infrator é ineficaz, embora aplicada no máximo. Art. 368. Os atos requeridos ou propostos em tempo oportuno, mesmo que não sejam apreciados no prazo legal, não prejudicarão aos interessados. Art. 369. O aovemo da União fornecerá, para ser distribuído por intermédio dos Tribunais Regionais, todo o material destÍl1ada ao alistamento eleitoral e às eleições. Art. 370. As transmissões de natureza eleitoral, feitas por autoridades e repartições competentes, gozam de franquia postal, telegráfica, telefônica, radiotelegráfica ou radiotelefônica, em linhas oficiais ou nas que sejam obrigadas' a serviço oficial. Art. 371. As repartições públicas são obrigadas, no prazo máximo de 10 (dez) dias, a fornecer às autoridades, aos representantes de partidos ou a qualquer alistando as informações e certidões que solicitarem relativas à matéria eleitoral, desde que os interessados manifestem especificamente as razões e os fins do pedido. Art. 372. Os tabeliães não poderão deixar de reconhecer nos documentos necessários à instrução dos requerimentos e recursos eleitorais, as firmas de pessoas de seu conhecimento, ou das que se apresentarem com 2 (dois) abonadores conhecidos. • Art. 373. São isentos de selo os requerimentos e todos os papéis destinados a fins eleitorais e é gratuito o reconhecimento de firma pelos tabeliães, para os mesmos fins. Parágrafo único .. Nos processos-crimes e nos executivos fiscais referente a cobrança de multas serão pagas custas nos termos do Regimento de Custas de cada Estado, sendo as devidas à União pagas através de selos federais inutilizados nos autos. Art. 374. Os membros dos tribunais eleitorais, os juizes eleitorais e os servidores públicos requisitados para os órgãos da Justiça Eleitoral, que, em virtude de suas funções nos mencionados órgãos não tiverem as férias que lhes couberem, poderão gozálas no ano seguinte, acumuladas ou não, ou requerer que sejam contadas pêlo dobro para efeito de aposentadoria. Parágrafo único. Fica ressalvado aos membros dos Tribunais Eleitorais que pertençam a órgãos judiciários onde as férias sejam coletivas o direito de gozá-las fora dos periodos para. os mesmos estabelecidos. Art. 375. Nas áreas contestadas, enquanto não forem fixados definitivamente os limites interestaduais, far-se-áo as eleições sob s. jurisdição do Tribunal Regíonal da circunscrição eleitoral em que, do ponto de vista da administração judiciária. estadual, estejam elas incluídas. Art. 376. ·A proposta orçamentária da Justiça Eleitoral será anualmente elaborada pelo Tribunal Superior, de acordo com as propostas parciais que lhe forem remetidas pelos Tribunais Regionais, dentro das normas legais vigentes. Parágrafo único. Os pedidos de créditos adicionais que se fizerem necessários ao bom andamento dos serviços eleitorais, durante o exercício serão encaminhados em relação trimestral à Câmara dos Deputados, por intermédio do Tribunal Superior. Art. 377. O serviço de qualquer repartição, federal, estadual, municipal, autarquia, fundação do Estado, sociedade de economia mista, entidade mantida ou subvencionada pelo poder público, ou que realiza contrato com este, inclusive o respec~ivo prédio e suas dependências, não poderá ser utilizado para beneficiar partido ou organização de caráter político. Parágrafo único. O disposto neste artigo será tornado efetivo, a qualquer tempo, pelo órgão competente da Justiça Eleitoral, conforme o âmbito nacional, regional ou municipal do órgão infrator mediante representação fundamentada de autoridade pública, representante partidário, ou de qualquer eleitor. Art. 378. O Tribunal Superior organizará, mediante proposta do Corregedor-Geral, os serviços da Corregedori;:t, designando para desempenhá-los funcionários efetivos do seu quadro e transformando o cargo de um deles, diplomado em direito e de conduta moral irrepreensível, no de Escrivão da Corregedoria simbolo PJ-1, a cuja nomeáção .serão inerentes, assim na Secretaria como nas diligências, as atribuições de titular de oficio de Justiça. Art. 379. Serão considerados de relevância os serviços prestados pelos mesários e componentes das Juntas Apuradoras. § 1.0 Tratando-se' de servidor público, em caso de promoção a prova de haver prestado tais serviços será levada ém conI'ideração para efeito de desempate, depois de observados os critérios já previstos em leis ou regulamentos. e Abril de 1978 DJARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) § 2.° Persistindo o empate de que trata o parágrafo anterior, terá preferência, para a promoção, o funcionário que tenha servido maio! número de vezes. § 3.° O disposto neste artigo não se aplica aOS membros ou servidores de Justiça Eleitoral. Art. 380. Será feriado nacional o dia em que se realizarem eleições de data fixada pela Constituição Federal; nos demais casos, serão as ~leições marcadas para um domingo ou dia já considerado feriado por lei anterior. Art. 381. Esta lei não altera a situação das candidaturas a Fresidente ou Vice-Presidente da República e a Governador ou Vice-Governador âe Estado, desde que resultantes de convenções partidárias regulares e já registradas ou em processo de registro, salvo a ocorrência de outros motivos de ordem legal ou constitucional que as prejudiquem. Parágrafo único. Se o registro requerido se referir isoladamente a Presidente ou a Vice-Presidente da Repúplica e a Governador ou Vice-Governador de Estado, a validade respectiva dependerá de complementação da chapa conjunta na forma e nos prazos previstos neste Código (Constituição, art. 81, com fi redação dada pela Emenda Constitucional n.o 9). Art. 382. Este Código entrará em vigor 30 dias após a sua publicação. Art. 383. Revogam-se as disposições em contrário. Brasília, 15 de julho de 1965; 144.0 da Independência e 77.0 da República. - H. CA8TELLO BRANCO - Milton Soares Campos. PARECER DA COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA I - Relatório O projeto de lei sob apreciação, de iniciativa do nobre Deputado José Camargo, pretende acrescentar dispositivo ao Código Eleitoral, para o fim de disciplinar a propaganda eleitOl:al, não par~idária, através dos volantes da Loteria Esportiva. Justifi~ando o projeto, esclarece o Autor que seu objetivo é determinar a divulgação das eleições gerais, do r.c.odo mais educativo possível, a fim de que a população se conscientize da prática democrática. E que o meio sugerido para atingir-se esse alvo são os volantes da Loteria Esportiva, atualmente manu.seados pela grande maioria da população prasileira. Sobre a matéria, cabe-nos opinar sobre sua constituclonali.ctade, juridicidade, técnica legislativa e mérito, por se tratar de matéria de direito eleitoral. A competência da União para legislar sobre o assunto deflui da alínea b do item XVII do art. 8.° e o poder de iniciativa do art. 56 da Constituição vigente. 11 - Voto do Relator Nenhuma restrição a opor quanto à constitucionalidade e juridicidade, sendo boa a técnica legislativa empregada. ,Quanto ao mérito também opinamos favoravelmente, pelas razões articuladas pelo -,\utor do projeto. Sala da Comissão, 6 de abril de 1978. - Afrisio Vieira Lima, Relator. . m - Parecer da Comissão A Comissão de Constituição e Justiça, em reunião de sua Turma "A" opinou, unanimemente, pela constitucionalidade, juridicidade, boa técnica legislativa e, no mérito, pela aprovação do 1'roj eto n. o 3.789177, nos termos do parecer do Relator. Estiveram presentes os Senhores Deputados: Jairo Magalhães, Presidente; Afrísio Vieira Lima - Relator; Altair Chagas, Gomes da Silva, João Gilberto, Joaquim Bevilacqua, Noide Cerqueira, , Nunes Rocha e Tarcisio Delgado. Sala da Comissão, 6 de abril de 1978. - Jairo Magalhães Presidente - Afrísio Vieira Lima, Relator. PROJETO 'DE LEI N.o 3.823-A, DE 1977 (Do Sr. José Camargo) Introduz alterações do Código de Processo Civil (Lei n.O 5.86~, de 11 de janeiro de 1973); tendo parecer, da Comissão de Constituição e Justiça, pela. constitucionalidade e, no mérito, pela. rejeição. (Projeto de Lei n.o 3.823, de 1977, a que se refere o parecer.) O Congresso Nacional decreta: Art. 1.0 - O art. 508 do Código de Processo Civil (Lei número 5.869, de 11 de janeiro de 1973) passa a vigorar com a seguinte redação: "Art. 508 - Em todos os recursos, salvo os de agravo de instrumento e de embargos de declaração, o prazo para interpor e responder será de 15 (quinze) dias. Quinta-feira 20 2165- §' 1.° No procedimento sumarissimo, o prazo para interpor recurso e para a respectiva resposta será de 5 (cinco) dias. § 2.0 - Quando a sentença for procedente em parte, os. prazos a que se refere este artigo correrão em cartório." Art. 2.° - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação. Art. 3.° - Revogam-se as disposições em contrário. Justificação O art. 508, do CPC, determina que os prazos para recul'OO correm em cartório, o que constitui clal'issimo cerceamento à. atuação dos advogados e à defesa dos interesses das partes. Por isto que este projeto, em primeiro lUgal', elimina do textodo artigo (tanto do caput quanto de seu parágrafo único) a determinação de os prazos correrem sempre em cartório. Com istoficará permitido aos advogados retirarem os autos do cartóriopara melhor prepararem a defesa de seus clientes, na grande maioria dos casos. A situação excepcional, que também é necessário prever, vai consignada num novo parágrafo, acrescentado ao artigo. De fato, quando a sentença. for procedente em parte, situação em que geralmente ambas as partes litigantes recorrem, indispensável é estabelecer regra que não admita prejuízo da pretensão jurisdicional de uma parte sobre a da outra. Nesses casos, então, é razoável que os prazos corram em cartório. Sala das Sessões, 23 de junho d~ 1977. - José Camargo. LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇAO DAS COMISSõES PERMANENTES LEI N.o 5.869, DE 11 DE JANEIRO DE 1973 Institui o Código de Processo Civil. LIVRO I Do Processo de Conhecimento TíTULO X Dos Recursos CAPíTULO I Das Disposições Gerais Art. 508. Em todos os recursos, salvo o de agravo de instrumento e o de- embargos de deClaração, o prazo, para interpor e para responder, será sempre de 15 (quinze) dias, correndo em cartório. . Parágrafo único. No procedimento sumaríssimo, o prazo para interpor recurso, ou para responder a ele, será sempre de 5 (cinco) dias, correndo em cartório. PARECER DA COMIBSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA I - Relatório O Projeto quer dar ao art. 508 do Código de Processo CiyiI a seguinte redação: "Art. 508. Em todos os recursos, salvo os de agravo de instrumento e doe embargos de declaração, o prazo para interpor e responder será de 15 (quinze) dias. § 1.0 ~No procedimento sumaríssimo, o prazo para inter'por recurso e para a respectiva resposta será de 5 (cinco) dias. § 2.0 Quando a sentença for procedente em parte, os prazos a que se refere este artigo correrão em cartório." A justificação ressalta que o art. 508 do CPC determinando que os prazos para recurso correm em cartório, cerceia "a atuação dos advogados e a defesa dos interesses das partes". Daí, a pretendida eliminação dessa exigência, tanto no caput, quanto no parágrafo. A seguir, comenda que, na hipótese de sentença pro~edente em parte, quando é provável e recurso de ambos os litigantes, justifi~a-si corram os prazos em cartório, o que a proposição prevê, por iguaL Il - Voto do Relator Não há ofensa à Constituição. No mérito, todavia, não há como atender o Projeto. Na sua. primeira parte, a proposição pretende corrigir o que não mais existe. A Lei n.O 6.314, de 16 de dezempro de 1975, eliminou a expressãe> - "correndo em cartório" - do caput do art. 508 e revogou G parágrafo único. 2166 Quinta·feira 20 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL Ela teve origem no Projeto n.o 113/75, de autoria do eminente Senador Accioly Filho. E o Froj eto foi aprovado também nesta Casa na sua forma inicial. De outra parte, isto é, quanto ao § 2. 0 sugerido pelo Projeto, que, aceito, se tornaria parágrafo único no Código, é de se res.saltar a sua desnecessidade. O assunto vem sendo disciplinado à luz do art. 125 c/c e o art. 126 do diploma processual, na Seção referente aos poderes, aos deveres e à responsabilidade do juiz. Os autos ficam retidos em cartório, quando o prazo é comum. Se retirados por uma das partes, o juiz devolve o prazo à outra. Não há conveniência em emendar o Código para esse fim, mormente ante o disposto no art. 500 que cuida do recurso adesivo. Pelos motivos expostos, opinamos pelo desacolhimento do Projeto. - 11 de abril de 1978. - José Bonifácio Neto. UI - Parecer da Comissão A Comissão de Con,stituição e Justiça, em reunião de sua Turma "B", opinou, unanimemente, pela constitucionalidade e, no mérito, pela rejeição do Projeto n.O 3.823/77, nos termos do parecer do Relator. Estiveram presentes os Senhores Deputados: Jairo Magalhães, Presidente; José Bonifácio Neto, Relator; Afrisio Vieira Lima. Cleverson Teixeira, Gomes da Silva, Henrique Preti, Joaquim Bevilacqua, Lidovino Fanton, Luiz Braz, Nunes Rocha. Sala da Comissão, 11 de abril de 1978. - Jairo Magalhães, Presidente - José Bonifácio Neto, Relator. PROJETO DE LEI N.o 3.932-A, DE 1977 (Do Sr. Edgar Martins! Dispõe sobre a criação da Zona Franca de Corumbá, e dá outras providências; tendo parecer, da Conlissão de Constituição e Justiça, pela inconstitucionalidade. (Projeto de Lei n.O 3.932, de 1977, tendo anexado o de n."O 4.128/77, a que se refere o parecer.) O Congresso Nacional decreta: Art. 1. 0 É instituída a Zona Franca de Corumbá, no Estado de Mato Grosso, como área. de livre comércio de impol'tac;ãu e eX~ portação e de incentivos fiscais especiais, com a finalidade de: criar, na região, um centro industrial, comercial t' agropecuário, dotado de condições econômicas que permitam seu pleno deseu~ volvimento. Art. 2.° O Poder Executivo fará demarcllr, â margem dil'eita do rio Paraguai e demais áreas adjacentes ao municiIlío de Cj)rumbá, uma área de superfície minima de oito mil quilômetros quadrados, na qual se instalará a Zona Franca de Corumbá, Parágrafo único. O Poder Executivo, mediante decreto e por proposta fundamentada da Superintendência da Zona Franca, poderá aumentar a área originalmente estabelecida ou alterar a sua configuração. Art. 3.° A entrada de mercadorias estrangt'iras na Zona Franca, destinadas a seu consumo interno, industrialização em qualquer grau, inclusive beneficiamento, agropecuária, pesca. instalação e operação de indústrias e serviços de quo.lquer natureza e a estocagem para reexportação, será isenta dos impostos de lm~ portação e sobre produtos industrializa~os. § 1.0 Excetuam-se da isenção fiscal previst., neste artigo :as seguintes mercadorias: armas e munições, perful'wP. fumo, bebidas alcoólicas e automóveis de passeio. § 2. 0 Com o objetivo de coibir práticas ilegais ou anti-econômicas e por proposta justificada da Superintendência. aprovada pelos Ministérios do Interior e da Fazenda e pela Secretaria de Planejamento da Presidência, a lista dt: mercadorias prevista no parágrafo anterior poder à ser modificada por decreto. Art. 4.° A exportação de mercadorias de origem nacional para consumo ou industrialização na Zona Franca de Corumbá. ou reexportação para o Exterior, será, para todos os efeitos fiscai:! previstos na legislação em vigor, equivalente a uma exportação brasileira para o Exterior> Art. 5.° A exploração de mercadorias da Zona Franca para o Exterior, qualquer que seja a sua origem, é isenta. do impostü de exportação. Art. 6.° As mercadorias de origem estrangeira estocadas na Zona FI'anca, quando sairem desta para comercialização em qualquer ponto do território nacional. ficam sujeitas ao pagament.o de todos os impostos de uma importação do Exterior, salvo os casos de isenção especifica já prevista na legislação em vigor. (S~ão I) Abril de 1978 Art. 7.0 As mercadorias produzidas, beneficiadas ou indUl~ triaIizadas na Zona Franca, quando saírem· desta para qualquer ponto do território nacional, estarão sujeitas: I - apenas ao pagamento do imposto de circulação de merca~ dorias, previsto na legislação em vigor, se não contiverem qualquer parcela de matéria-prima ou parte componente importada, e II - ao pagamênto do imposto de importação sobr~ as ma térias-primas ou partes componentes importadas, existentes nes.se produto, com uma redução percentual da alíquota de importação igual ao percentual do valor adicionado no processo de indu!!trialização local em relação ao custo totai da mercadoria. Art. 8.0 As mercadorias de origem nacional destinadas â Zona Franca com a finalidade de serem reexportadas para outros pontos do território nacional serão estocadas em armazéns ou embarcações, sob controle da Superintendência e pagarão todos os impostos em vigor para a produção e circulação de mercadorias no País. Art. 9.° São isentas do imposto sobre produtos industrializados todas as mercadorias produzidas na Zona Franca de Corumbá, quer se destinem ao seu consumo intel'no, quer à comercialização em qualquer ponto do território nacional. Art. 10. A administração das instalações e serviços da Zona Franca será exercida pela Superintendência da Zona Franca. de Corumbá (SUFRABA), entidade autárquica," com personalidade Jurídica e patrimônio próprio, autonomia administrativa e financeira, com sede e foro na cidade de Corumbá. Parágrafo único. A SUFRABA será diretamente vinculada ao Ministério do Interior. Art. 11. São atribuições da SUFRABA: a) elaborar o Plano Diretor - Plurienal da Zona Franca e coordenar ou promover à sua execução, diretamente ou mediante convênio com órgãos ou entidades públicas, inclusive sociedade de economia mista, ou através de contrato com pessoas e entidades privadas; b) revisar, anualmente, o Plano Diretor e avaliar os resultados de sua execução; c) promover a elaboração e a execução dos programas e projetos de interesse para o. desenvolvimento da Zona Franca; d) prestar assistência técnica a entidadés públicas ou privadas, na €laboração ou execução de programas de interesse para o desenvolvimento da Zona Franca; e) manter constante articulação com a superintendência dos organismos e programas de desenvolvimento da região, assim como com o Governo do Estado e autoridades municipais: f) promover e divulgar pesquisas, estUdos e análises, visando 8.0 reconhecimento sistemático das potencialidades econômicas da Zona Franca; g) praticar todos os demais atos necessários às suas atribuições de órgão de planejamento, promoção, coordenação e administração da Zona Franca. Art. 12. A Superintendência da Zona Franca de Corumbá, dirigida por um Superintendente, será assim constituida: a) Conselho Técnico; b) Unidades Administrativas. Art. 13. O Superintendente será nomeado pelo Presidente da. República, por proposta do Ministro do Interior, sendo demissivel ad nutum. Parágrafo único. O Superintendente será auxiliado por um Secretário-Executivo. nomeado pelo Presidente da República por indicação daquele e demissível ad nutum. Art. 14. Compete ao Superintendente: a) praticar todos os atos necessários ao bom desempenho das atribuições da SUFRABA; b) elaborar o regulamento da autarquia, a ser aprovado por decreto do Executivo; c) elaQorar o Regimento Interno; d) submeter à apreciação do Conselho Técnico as suas revisões anuais; e) representar a autarquia passiva e ativamente, em juizo e tora. dele. Art. 15. Compete ao Conselho Técnico: a) sugerir e apreciar as normas básicas da elaboração do Plano Diretor e suas revisões anuais; 'bl aprovar o regulamento e o regimento interno da Zona Franca; G Abril de 1978 DIARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) c) aprovar as necessidades de pessoal e níveis salariaís das diversas categorias ocupacionais da SUFRABA; d) aprovar os critérios de contratação de serviços técnicos ou de natureza especializada, com terceiros; e) aprovar os relatórios periódicos apresentados pelo Superintendente; f) aprovar o balança anual da autarquia; g) aprovar o Plano Diretor da Zona Franca e suas revisões anuais; h) aprovar as propostas do Superintendente de compra e altenação de bens imóveis e de bens móveis de capital; i) aprovar o orçamento da SUFRABA e os programas de aplicação das dotações globais e de quaisquer outros recursos que lhe forem atribuídos; j) aprovar convênios, contratos e acordos firmados pela SUFRABA, quando se referirem à execução de obras. Art. 16. O Conselho Técnico será composto do Superintendente, que o presidirá, do SecretáriO-Executivo, de representante do Governo do Estado de Mato Grosso e de dois membros nomeados pelo Presidente da República e indicados pelo Superintendente da SUFRABA, sendo um engenheiro e o outro especialista em assuntos fiscais. Parágrafo único. OS membros do Conselho Técnico deverão ter~eputação ilibada, larga experiência e notório conhecimento no campo de sua expecíalidade. Art. 17. As Unidades Administrativas terão as atribuições definidas no Regimento Interno da autarquia. Art. 18. A 'SUFRABA contratará exclusivamente pessoal sob {] regime da Consolidação das Leis do Trabalho, cujos niveis salariais em nenhuma hipótese poderão ultrapassar ao do pessoal contratado pela Superintendência da Zona Franca de Manaus. Art. 19. O Superintendente e o Secretário-Executivo perceberão, respectivamente, 20% <vinte por centO) e 10% (dez por eento) a mais do maior salário pago pela SUFRABA a seus servidores. Art. 20. A SUFRABA contará com os seguintes recursos: a} dotações orçamentárias ou créditos adicionais que lhe sejam atribuídos; b) produto de juros de depósitos bancários, de multas, emolumentos e taxas que lhe forem devidos; c) auxílios, subvenções, contribuições e doações de entidades públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras; d) rendas provenientes de serviços prestados. Art. 21. A instalação da SUFRABA dependerá da prévia consignação, no orçamento da União, das dotações necessárias, assim como da criação dM cargos ou funções indispensáveis ao seu funcionamento, por iniciativa exclusiva do Presidente da 'República, Art. 22. O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de 120 (cento e vinte) dias. Art. 23. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 24. Revogam-se as disposições em contrário. .Justificação Como é de amplo conhecimento, vem sendo extremamente favorável a expériência vivida com a Zona Franca de Manaus, que ensejou expressivo desenvolvimento econômico para toda a região de influência de Manaus. Foram instaladas, na área da Zona Franca, muitas indústrias, criando-se empregós e riquezas de toda sorte, com excepcional dinamização de todas as atividades econômicas, trazehdo irrecusáveis benefícios para todo o Norte do Pais. Por essa razão, temos para nós que a experiência da Zona Franca de Manaus deve ser estendida para outras áreas carentes do Brasil, objetivo específico desta proposição. Em verdade, tal como Manaus, Corumbá encontra-se em região ainda pouco desenvolvida, mas que oferece enorme perspectivas e muitas potencialidades econômicas, dependendo, para desenvolver-se plenamente, de incentivos que poderão ser conseguidos, em médio prazo, com a instalação de Zona Franca. O município de Corumbá localiza-se na zona do pantanal mato-grossense, mais especialmente na Zona 00 Baixada Sul integrando a bacia do rio Paraguai. Conta com população de aproxímadamente cem mil habitantes. Dentre as atividades econômicas, destacam-se a pecuária êxtensiva, a extração de ferro e manganês das grandes jazidas do Quinta-feira 20 216·7 maciço de Urucum, o qual é exportado pelos rios Paraguai e Pa~ raná. O minério de ferro é aproveitado na própria região, em altoforno para a produção-gusa. O Município de Corumbá está servido por moderno sistema rodo-ferroviário, sendo, inclusive, o quilômetro inicial da Ferrovia Brasil-Bolívia, que demanda às costas do Pacífico, via La Paz. Dispõe de ótimo aeroporto, sendo, ainda, o centro de irradiação da navegação fluvial para os portos de Cáceres, Cuiabá e Porto Murtinho, e ainda Assunção (Paraguai), Montevidéu (Uruguai> e Buenos Aires (Argentina). Por consegüinte, Curumbá já dispõe de toda a infra-estrutura. adequada e necessária à Zona Franca, a qual trará enormes bene~ ficios para a Região e todo o País. Ressalte-se, por derradeiro, que em obediência a expressa determinação constitucional, a proposição prevê que a instalação da Superintendência da Zona Franca de Corumbá (SUFRABA) dependerá da consignação, no Orçamento da União, das dotações necessárias, assim como da criação dos cargos ou funções indispensáveis ao seu funcionamento, por iniciativa exclusiva do Sr. Presidente da República, Nesta conformidade, por configurar medida de grande interesse para o desenvolvimento econômico do sul de Ma,to Grosso, que, inclusive, deverá brevemente constituir Unidade autônoma da Federação, esperamos venha o projeto a merecer a aprovação dos ilustres membros do Congresso Nacional. Sala das Sessões, Edgar Martins, PROJETO DE LEI N,O 4.128, DE. 1977 (Do Sr. Valdomiro Gonçalves) Autoriza o Poder Executivo a criar a Zona Franca de Corumbá, no Estado de Mato Grosso, (Anexe-se ao projeto n.O 3.932, de 1977, nos termos do art. 71 do Regimento Interno.) O Congresso N~cional decreta: Art. 1.0 É o Poder Executivo autorizado a criar a Zona Franca de Corumbá, no Estado de Mato Grosso. Art. 2.'" A Zona Franca de Corumbá será área de livre comércio de importação e exportação e de incentivos fiscais especiais, a fim de criar, na região, um centro industrial, comercial, agrícola e pastoril plenamente desenvolvido. Art. 3.° Serão isentas dos impostos de importação e sobre produtos industriaiizados as mercadorias estrangeiras entradas na Zona Franca, destinadas a seu consumo interno, industrialização ou beneficiamento, assim como a. estocagem para reexportação. Parágrafo único. A isenção de que trata este artigo não abrange as seguintes mercadorias: bebidas alcoólicas, fumo, perfumes e armas de fogo. Art. 4.0 Para todos os efeitos fiscais, será equivalente a uma exportação brasileira para o estrangeiro, a exportação de produtos de origem nacional para consumo ou industrialização na Zona Franca, ou para reexportação para o estrangeiro. Art. 5.° Os produtos de origem estrangeira,. quando saírem da Zona Franca para comercialização no País, estão sujeitos a todos os tributos incidentes sobre uma exportação comum do estrangeiro. Art. 6.° Os produtos manufaturados, beneficiados ou industralizados na Zona Franca, quando destinados à comercialização no País, estarão sujeitos exclusivamente ao pagamento do imposto de circulação de mercadorias, quando não contiverem nenhuma parcela de matéria-prima ou componente importado. Parágrafo único, Os produtos de que trata este artigo estarão sujeitos ao pagamento do imposto de importação sobre as matérias-primas ou componentes importados que neles figurem, com redução percentual da alíquota de importação equivalente ao percentual do valor adicionado no processo de industrialização local. . Art. 7.0 As mercadorias produzidas na Zona Franca, independentemente de sua destinação, são isentas do imposto sobre produtos industrializados. . Art. 8.° A administração da Zona Franca será exercida pela Superintendência da Zona Franca de Corumbá, empresa pública com sede e foro no município de Corumbá. Art. 9.° A estrutura e atribuições da Superintendência da Zona Franca de Corumbá serão determinadas pelo Poder Executivo, em regulamento. Art. 10. Os cargos e funções da empresa pública de que trata o art. 8.°, serão subordinados ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho. Art. 11. O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de 90 (noventa) dias, fixando a área onde será instalada a Z()na Franca de Corumbá. 2168 Quinta':feira 20 = DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, :revogadas as disposições em contrário. Justificação A medida consubstanciada nesta proposição é justo anseio de todos os mato-grossenses, especialmente dos que vIvem em Corumbá. Esse importante municipio, com população superior a oitenta mil habitantes, reúne as condições ideais para instalação de uma Zona Franca, a qual seguramente irá ensejar amplo desenvolvimento econômico para a região. Efetivamente. Corumbá dispõe de estratégica situação geográfica. Está localizada na Zona da Baixada Sul e ligada fluvialmente a Assunção. Montevidéu e Buenos Aires. Por outro iado, constitui importante entroncamento ferroviário, eis que dispõe de ferrovias que conduzem ao Atlântico, até Santos. no Estado de São Paulo e ao Pacífico, através de .estrada de ferro que vai a La Paz e, daí, até o litoral. via Chile ou PerÚ. Além disso, a cidade conta com moderno aeroporto e com ligação rodoviária para o resto do País, estando sendo ultimada .rodovia que permitirá utilização durante todo oano, inclusive durante a temporada de chuvas. A região é rica em minério, sendo nela desenvolvida a pecuária extensiva, dispondo ainda de algumas indústrias de trasformação de produtos primários. Na realidade, a criação da Zona Franca, a exemplo do que ocorreu em Manaus, implicará em substancial desenvolvimento econômico e social para a região, beneficiando o futuro Estado de Mato Grosso do Sul, que necessitará de estímulos para integrar-se plenamente ao resto do País. É de assimilar-se, ainda, que a providência que ora preconizamos nos foi sugerida pela Câmara Municipal de corumbá, cujos componentes, homens dotados de grande espírito público, acima de eventuais dissensões político-partidárias, que se uniram no sentido de pleitear a criação da Zona Franca de Corumbá. Pelas razões expostas, e por significar excepcional estímulo a região ainda carente, em termos econômicos, aguardamos que nossos ilustres pares venham a acolher a proposição. Sala das Sessões, 13 de setembro de 1977. - Vàldomiro Gonçalves. PARECER DA COMISSãO DE CONSTITUIÇãO E JUSTIÇA I - Relatório Ao propor a instituição da Zona Franca de Corumbá, no Estado de Mato Grosso, como área de livre comércio de importação e exportação e de incentivos fiscais, o presente Projeto apresenta as seguintes disposições que interessam ao elenco de competêncía desta nossa Comissão: I - Comete atribuições ao Poder executivo para demarcar área, à margem direita do Rio Paraguai, destinada à instalação da Zona Franca de Corumbá. II - Institui isenção fiscal para: aJ mercadorias estrangeiras que entrarem na Zona Franca, destinadas a seu consumo interno, industrialização. agropecuária, instalação e operação de indústrias e serviços de qualquer natureza e a estocagem para reexportação; b I mercadorias exportadas da Zona Franca para o exterior; c) as mercadorias produzidas, beneficiadas ou industrializadas na Zona Franca, que sairem para qualquer parte do território nacional. !II - Propõe criação de uma entidade autárquica, vinculada ao Ministério do Interior, para administrar as instalações e serviços da Zona Franca. Em sua justificação, o autor invoca o exemplo da Zona Franca de Manaus, que ensejou expressivo desenvolvimento econômico para toda a região de influência de Manaus. Argumenta que Corumbá encontra-se em região pouco desenvolvida, mas que oferece enormes perspectivas e muitas potencialidades econômicas, dependendo, para se desenvolver plenamente, de incentivos como o de instalação de uma Zona Franca. Para concluir, expõe dados estatísticos relativos à economia da Região e às condições gerais oferecidas por Corumbá, afirmando que a cidade já dispõe de toda a infra-estrutura necessária à instalação da Zona Franca. É o relatório. Pronunciando-nos sobre a matéria, à luz da competência específica deste nosso órgão técnico, podemos dizer que a proposição contaria, frontalmente, vários dispositivos constitucionais. Como já destacamos linhas atrás, o Projeto, ao cometer atribuições ao Poder Executivo para demarcar a área destmada à Zona Franca de Corumbá, ao instituir isenção fiscal e ao propor a Abril de 1979. criação de uma entidade autárquica, ofende aos seguintes dispositivos da Constituição Federal: "Art. 57. É da competência exclusiva do Presidente da. República a iniciativa das leis que: I - dIsponham sobre matéria financeira; TI - criem cargos, funções ou empregos públicos ou aumentem vencimentos ou a despesa pública; v- disponha sobre servidores públicos da União ., "Art. 81. Compete privativamente ao Presidente da República: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . " ' " ·····1······ " . , . v- dispor sobre a estruturação, atribuições e funcionamento dos órgãos da administração federal; ...................................................................................................... .•u 11 - Voto do Rela.tor Por todo o exposto, opinamos pela declaração de inconstitucionalidade do Projeto de Lei n.o 3.932177. Sala da Comissão, 22 de março de 1978. - Nunes Rocha, Relator. lU - Parecer da Comissão A Comissão de Constituição e Justíça, -em reumao de sua Turma "A", opinou, unanimemente, pela inconstitucionalidade do Projeto n.o 3.932/77 (Anexo o Projeto n.O 4.1281771, nos termos do parecer do relator. Etiveram presentes os Senhores Deputados: Jairo Magalhães, Presidente; Nunes Rocha, Relator; Afrísio Vieira Lima, Altair Chagas, Antônio Mariz, Celso Barros, Claudino Sales, Fernando Coelho, Gomes da Silva, Joaquim Bevilacqua, Luiz Braz. Sala da Comissão. 29 de março de 1978. - Jairo Magalhães, Presidente - Nunes Rocha, Relator. PROJETO DE LEI N.o 4.188-A, DE 1977 (Do Senado Federal) Acrescenta parágrafo ao art. 175 da Lei n.o 4.737, de 15 de julho de 1965 (Código Eleitora)), altetada pela Lei n. O 4.961, de 4 de maio de 1966; tendo parecer, da Cümissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade, técnica legislativa e, no mérito, pela aprovaçíW. (Projeto de Lei n. o 4.188, de 1977, a que se refere o parecer.) O Congresso Nacional decreta: Art. 1.0 O art. 175 da Lei n.O 4.737. de 15 de julho de 1965 Código Eleitoral - alterada pela Lei 11.0 4.961, de 4 de maio de 1966, 'passa a vigorar, acrescido do seguinte parágrafo: "Art, 175. . . § 4.0 O disposto no parágrafo anterior não se aplica quando a decisão de inelegibilidade ou de cancelamento de registro for proferida após a realização da eleição a que concorreu o candidato alcançado pela sentença. caso em que os votos serão contados para o partido pelo qual tiver sido feito o seu registro." Art. 2. 0 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 3. 0 Revogam-se as disposições em contrário. Senado Federal, 28 de setembro de 1977. - Petrônio Portella, Presidente. LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENACÁ.O DAS COMISSõES PERMANENTES . LEI N.o 4.737, DE 15 DE JULHO DE 1965 CÓDIGO ELEITORAL PARTE QUARTA Das Eleições TíTULO V Da Apuração CAPíTULO II Da Apuração nas Juntas Abril de 19'78 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção SEÇAO IV Da (J(}ntagem ,dos Voros Art. 175. Serão nulas as cédulas: I - que não corresponderem ao modelo oficial; II - que não estiverem devidamente autenticadas; UI - que contiverem expressões, frases ou sinais que possam identificar o voto. § 1.0 Serão nulos 08 votos, em cada eleição majoritária: I - quando forem assinalados os nomes de dois ou mais candIdatos para o mesmo cargo; U - quando a assinalação estiver colocada fora do quadrilátero próprio, desde que torne duvidosa a manifestação da vontade do eleitor. § 2.0 Serão nulos os votos, para a Câmara dos Deputados e Assembléia Legislativa, se o eleitor indicar candidatos a Deputado federal e estadual de Partidos diferentes. § 3.° Serão nulos os votos, em cada eleição pelo sistema proporcional; I - quando o candidato não for indicado, através do nome 'Ou do número, com clareza suficiente para distingui-lo de outro candidato ao mesmo cargo, mas de outro Partido, e o eleitor não Indicar a ·legenda; U - se o eleitor escrever o nome de mais de um candidato ao mesmo cargo, pertencentes a Partidos diversos, ou, indicando apenas os números, o fizer também de candidatos de Partidos difer~ntes; lU - se o eleitor, não manifestando preferência por candidato, ou o fazendo de modo que não se possa identificar o de sua preferência, escrever duas ou mais legendas diferentes no espaço relativo à mesma eleição. § 4.° Serão nulos, para todos os efeitos, os votos dados' a candidatos inelegiveis ou não registrados. SINOPSE PROJETO DE LEI DO SENADO N.O 307, DE 1976 "Acrescenta parágraf(} ao art. 1'75 da. Lei n.O 4. '737, de 15 de julho de 1965 (Código Eleiroral), alterada pela Lei n.O 4.961, ide 4 de maio de 1966". Apresentado pelo Senhor Senador Saldanha DerzI. Lido no expediente da sessão de 26-11-76 e publicado no DCN (Seção lI> de 27-11-76. A Comissão de Constituição e Justiça. Em 30-11-76, é aprovado o Requerimento n,o ,608, de autoria do Senhor Senador Eurico Rezende, de urgência para o projeto. Passando-se à sua apreciação, é emitido pelo Senador José Lindoso o Parecer Oral da Comissão de Constituição e Justiça, favorável, nos termos do substitutivo que oferece. É ainda aprovado o Requerimento n.O 610, de autoria do Senador Petrõnio Portella. solicitando a extinção da urgência concedida à proposição. Em 6-5-77, é lido o Parecer n.O 158, da Comissão de Constituição e Justiça, relatado pelo Senhor Senador Wilson Gonçalves. pela aprovação do projeto, na formá da Emenda D.O 1-CCJ <Substitutiva). Em 13-9-77, é incluído em Ordem do Dia da próxima. sessão para discussão em primeiro turno. Em 14-9-77, é aprovado o Substitutivo da CCJ, ficando prejudicado o projeto. A Comissão de Redação. Em 21-9-77, é lido o Parecer n.O 659, de 1977, da Comissão de ,Redação, relatado pelo Senhor Senador Danton Jobim, oferecendo a redação do vencido, para o segundo turno regimental. Em 23-9-77, é incluído em Ordem do Dia da próxima sessão para discussão em primeiro turno. Em 26-9-77, é aprovada, em segundo turno. A Câmara dos Deputados, com o Ofício·n.o SM/475, de 28-9-77. PARECER DA COMISBAO DE CONSTITUIÇãO E JUSTIÇA I - Relatório O projeto de leI sub examine, originário do Senado Federal, onde tramitou sob o n.O 307/76, de autoria do eminente Senador Saldanha Derzi, pretende acrescentar parágrafo ao art. 175 do Código Eleitoral. (Lei n.o 4.737, de 15 de novembro de 1976) .. Com o acréscimo -desse parágrafo, quer o Autor que os votos contados para o inelevívpl 3ejam considerados em proveito do Partido pelo qual tiVe .•d( .eito o seu registro. l) (luinta-feira 26 2169 Diz o Autor que o projeto objetiva assegurar aos Partidos Políticos os votos conquistados nos pleitos eleitorais, c:.uando o candidato for considerado inelegível ou tiver cancelado seu registro por uma das estâncias juridicionais superiores. No Senado Federal o projeto foi aprovado nos termos do substitutivo apresentado pelo Relator da matéria, Senador Wilson Gonçalves, conforme Parecer n.O 158177. Cabe a esta Comissão examinar a proposição sob os aspectos da constitucionalidade, juridicidade, técnica legislativa e quanto ao m~rito. Não há obstáculos de ordem constitucional e legal que impeçam a tramitação do projeto. No que diz respeito à técnica legislativa, a proposição encontra-se corretamente elaborada. Quanto ao mérito, achamos que o projeto é oportuno e necessário, pois contribui para o aprimoramento da nossa legislação eleitoral. 11 - V(}to do Relator Face às razões expostas, somos pela aprovação do Projeto de Lei n.O 4.188, de 1977, originário do Senado Federal, não só no tocante aos aspectos da constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa, mas também quanto ao mérito, nos termos do substi~ tutivo aprovado pelo Senado Federal. Sala da Comissão. 15 de março de 1978. - Afrisio Vieira Lima, Relator. III - Parecer da Comissão A Comissão de Constituição e Justiça, em reumao de suo. Turma "A", opinou unanimemente, pela constitucionalidade, juridcidade, técnica legislativa e, no mérito, pela aprovação do Projeto n.O 4.188/77, nos termos do parecer do Relator. Estiveram presentes os Senhores Deputados: Jairo Mágalhães, Presidente; Afrisio Vieira Lima, Relator; Altair Chagas, Gomes da Silva, Jl'llio Gilberto, Joaquim Bevilacqua, Luiz Braz, Tarcísio Delgado, Theobaldo Barbosa. Sala da Comissão, 29 de março de 1978. - Jairo Magalhães, Presidente - Afrisio Vieira Lima, Relator. PROJETO DE LEI N." 4.922, DE 1978 (Do Sr. Herbert Levy) Estabelece que as penalidades aplicáveis a esportistas profissionais serão exclusivamente pecuniárias. (A Comissão de Constituição e Justiça.) O Congresso Nacional decreta Art. 1.0 Aos jogadores de futebol profissionais e a todos quantos façam da atividade esportiva meio de vida, no caso de faltas disciplinares de qualquer natureza cometidas na prática do esporte, só serão aplicáveis penalidades de caráter pecuniário. Art. 2.° As multas, cortes de bonificação, redução salarial ou de participação, decorrentes de decisões dos órgãos esportivos competentes, onerarão pessoalmente o profissional punido, podendo ser divididos os pagamentos em parcelas mensais. Art. 3.° Quaisquer penalidades porventura vigorantes na data da publicação desta Lei serão automaticamente nulas. Art. 4.° Revogam-se as disposições em contrário. Justificação A aplicação de penalidades no caso de atos de indisciplina cometidos por esportistas profissionais na prática do esporte, que ocorre com mais freqüência nos casos de jogadores de futebol, já que o profissionalismo se estendeu a todo o país devido à popularidade desse esporte, deve restringir-se à aplicação de multas ou outras penalidades exclusivamente pecuniárias. Não tem sentido nem justificativa que se impeça, como tem ocorrido na prática, até com profissionais destacados, que fazem falta em quadros que defendem as próprias cores do Brasil, que se Impeça o esportista profissional de praticar o esporte que é o seu ganha-pão, portanto sua verdadeira atividade profissional. Seria o mesmo de suspender um trabalhador de suas funções, levando-o e à sua família a sofrer privações porque não podendo trabalhar deixa de perceber seu ordenado. A justiça esportiva deve poder agir para evitar atos de indisciplina de todo condenáveis, mas sua ação deve ser contida n08 limites do humano e do social. E o Legislativo brasileiro não pode, portanto, permanecer indiferente a este assunto, razão por que submeto à douta consideração dos membros desta Casa esta proposição, confiante em que ela merecerá consideração justa e necessária. Sala das Sessões, 18 de abril de 1978. - Uerbert Levy. 2170 Quinta-feira 20 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção O SR. PRESIDEN1:'E (João Linhares) - Está finda a leitura do expediente. IV - Passa-se ao Pequeno Expediente. Tem a palavra o Sr. Odacir Klein. O SR. ODACm KI,EIN (MOR - RS. Sem revião do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o mundo todo tem conhecimento de que as Brigadas Vermelhas, na Itália, há um mês seqüestraram um líder da Democracia Cristã, Aldo Moro, e que ontem também essas mesmas Brigadas Vermelhas divulgaram que aquele político italiano havia-se suicidado. Não temos, sr. Presidente, segurança a respeito da procedência ou não da versão divulgada pelos integrantes das Brigadas Vermelhas. No entanto, nesta altura dos acontecimentos temos certeza de que essa organização terrorista está a prestar relevantes serviços ao fascismo, a todas as ditaduras de direita espalhadas pelo mundo e aos seus defensores, porque, agindo da forma como agiram, seqüestrando, retirando de circulação, retendo em regime de prisão um líder político italiano e divulgando que o mesmo veio a suicidar-se, está fazendo com que o censo ético comum passe a repudiar esse tipo de ação e, em conseqüência, passe a desacreditar na força das democracias para evitá-los. Ontem, Sr. Presidente, já desta tribuna o Deputado Cantídio Sampaio, intransigente defensor do modelo político vigente no Brasil, defendia a manutenção do regime de exceção, exatamente baseado na ação das Brigadas Vervelhas na Itália. No mundo, todos os partidários de regimes de direita, da manutenção desses tipos de regime, irão valer-se da atuação destes grupos italianos para procurar denegrir a imagem da democracia, principalmente do conceito moderno de democracia, que deve ser o de participação de todos nas decisões, para que haja participação equitativa nos frutos do trabalho. Temos certeza, Sr. presidente, de que esse grupo, em assim agindo seqüestrando, criando esses problemas, está a prestar um desserviço à causa realmente democrática e a prestar um serviço aos fascistas, a prestar um serviço aos defensores das ditaduras de direita, porque eles terão, agora, até com simpatia de parcela da população, o argumento de que é preciso que sejam mantidos esquemas repressivos para, ::.través deles. evitar ações desse tipo. No entanto, Sr. Presidente, nós, que realmente somos democratas, que queremos a valorização do homem, a sua participação nas deClisões e nos frutos do trabalho e que não aceitamos ações dessa natureza, repelimos a ação da Brigada Vermelha na Itália, com a mesma veemência que repelimos aqui no Brasil a ação repessiva que levou Wladimir Herzog e outros à morte. Era o que tinha a dizer. O SR. MENANDRO MINAHIM (ARENA - BA. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, em linguagem precisa, clara e segura, o eminente General João Bapti~ta de Figueiredo definiu as idéias-força que nortearão a sua ação governamental como Presidente da República. A tônica de seu objetivo pronunciamento na Convenção da Aliança Renovadora Nacional, que o consagrou como seu candidato à Chefia da Nação, foi a franqueza com que se dirigiu ao povo brasileiro. O nobre candidato não utilizou subterfúgios, nem formulou esquemas mentais destinados apenas a engodar a opinião pública com promessas mirabolantes de situaçées inatingíveis. Preferiu um realismo salutar, em que os temas políticos foram abordados com correção e equilíbrio insuperáveis, retratando fielmente a realidade brasileira, sem loas ou ditirambos a um liberalismo definitivamente sepultado. Focalizou o ilustre homem público, em sua fala, o Brasil de hoje, o Brasil que aí está diante de nós, na sua complexidade conjuntural, pleno de problemas graves, que somente' poderão ser suplantados com trabalho sério, segurança e ordem. Não quis ser - e nisto merece a maior exaltação - como tantos que vivem a falar em um impreciso "Estado de Direito", um Proteu da liberdade. Preferiu, antes expressar o seu autêntico pensamento, gizando os contornos das instituições do Brasil de nossos dias. A verdade é que não se fez uma Revolução, em 1964, para que fosse restabelecido, anos depois, o caos que dominava o País. Seria até criminoso deixar que se estiolassem os sacrifícios, as renúncias, os esforços construtivos,'o trabalho patriótico, as grandes conquistas que ai estão a favor do povo, o desenvolvimento e o progresso, a paz pública e a justiça social, grandes cometimentos dos Governos revolucionários. Afirmam certos arautos do negativismo empedernido, em monocórdio funesto, que uma revolução não é eterna. Concordo. Mas, o que se há de reconhecer é que o processo revolucionário tem de ter desdobramento, para que os ideais que inspiram o movimento redentorista se concreth;:em e se firmem em definitivo. E é exatamente isto o que se tem feito, incansavelmente, nestes prós,pe,ros quatorze anos. E o emiente futuro Presidente da República se propõe, exatamente, a dar seguimento ao continuado aprimoramento das instituíções políticas, sem correr o risco de se deteriorarem a ordem e o progresso. n Abril de 1978 Por tudo isto, Sr. Presidente, Srs. Deputados, somente aplausos merece o incisivo discurso proferido pelo General Figueiredo na Convenção Nacional da ARENA. Sr. Presidente, Srs. Deputados, permitam-me, agora, confraternizar-me com a alegria geral e o entusiasmo contagiante dos meus conterrâneos - o povo baiano - pelas manifestações unânimes do seu justificado júbilo pelo anúncio do retorno do Antô)iio Carlos Magalhães ao Governo do Estado. A Bahia está em festa. Vibra o seu povo, em unissono, nesta hora histórica dos seus destinos. Volta a governar aquele que foi o Prefeito do Século e o Governador que serviu de marco a uma nova era na administração estadual. Dou, do alto desta tribuna respeitável, o meu depoimento. Tendo sido, para honra minha, Vice-Governador do Estado, ao tempo em que Antônio Carlos era o Governador, posso testemunhar - o que, aliás, é dispensável, porque toda a Nação sabe - o quanto de abnegação à causa pública, de dinamismo criador, de compostura e probidade, descortino e espírito público, revelou aquele eminente conterrâneo durante o seu mandato. Inteligência pragmática e realizadora, retomará Antônio Carlos as rédeas do poder estadual, para concluir as suas metas tão bem desenvolvidas no quadriênio 1971/1975. Bsta assinalar, dentre tantas e tão importantes realizações, a renovação de velha Metrópole, a viabilização da vida urbana da grande Salvador, com todas as obras de infra-estrutura indispensáveis; a eletrificação do interior baiano; o saneamento básico; a estruturação de economia do Estado; a vasta ampliação dos meios de comunicação, em volume não igualado; a observância rigorosa das normas de austeridade na gestão dos negócios públicos; o aumento inusitado da rede educacional, com o equacionamento dos problemas pedagógicos, para que o setor pudesse ver cuprir as suas alevantadas finalidades; a efetiva assistência médico-hospitalar em todo o Estado; o respeito ao sistema do mérito no trato com o funcionalismo público, que passou a beneficiar-se de remuneração mais justa e de assistência adequada; o respeito para com os demais Poderes; a valorização da classe politica, com o atendimento àH suas reivindicaçõés e a cooperação na solução dos problemas pertinentes; o fortalecimento da ARENA, que se manteve altamente vitoriosa em todo o Estado, inclusive na Capital. É um conjunto de fatores políticos e administrativos que estava a recomendar o seu retorno à Bahia, sobressaindo, com avultada expressão no contexto nacional, a criação e implantação do Centro Administrativo da Bahia e a consolidação do Centro Industrial de Aratu e do Pólo Petroquimico. Recomendando o nome de Antônio Carlos Magalhães à ARENA, o Presidente Ernesto Geisel e o General João Baptista de Figueiredo atenderam aos veementes apelos dos baianos. Direta ou indireta a eleição, a Bahia reconduziria, em aplausos, Antônio Carlos Magalhães ao cargo de seu Governador no próximo quadriênio. Nesta hora, portanto, de festa e de entusisasmo, trago, nà qualidade de representante do povo, a minha solidariedade à espontânea e unânime manifestação de alegia civica do povo de minha terra natal. O SR. ULISSES POTIGUAR (ARENA - RN. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, sintonizados com os colegas dos demais Estados brasileiros, os cirurgiões-dentistas do Rio Grande do Norte, irresignados com o tratamento que lhes vem sendo dispensado pela direção do MPAS, enviaram ao Ministério da Previdência e Assistência Social, através da Federação Nacional dos Odontologistas, exposições de motivos relatando a grave situação desses profissionais credenciados junto àquela autarquia. Não obstante a amplitude do problema, julgo oportuno cristalizar neste pronunciamento algumas considerações sobre o que ocorre em meu Estado, a fim de podermos dimensionar, com conhecimento de causa, a extensão social do proble,ma. • Devo dizer, inicialmente, que existem no Rio Grande 'do Norte mais de 200 cirurgiões-dentistas que prestam seus serviços profissionais à comunidade norte-riograndense através de convênio com o INAMPS. Referidos convênios foram celebrados com a finalidade de atender a grande demanda da população previdenciária norte- riograndense, em virtude de limitadas condições de atendimento nos próprios do INAMPS. . Quando da instituição do credenciamento odontológico no Rio Grande do Norte, em outubro de 1975, cada odontólogo recebia mensalmente 70 consultas, totalizando 1.400 unidades-serviços, no valor de Cr$ 5,00 a' D.S. Sob a alegação de contenção de despesas, o INAMPS tem, periodicamente, reduzido o atendimento odontológico através dos dentistas credenciados, até chegar a um número reduzido de 30 atendimentos (fichas) por mês. Vale ressaltar que 200 cirurgiões-dentistas credenciados, 70 fichas, resultavam em 14.000 atendimento mensais ou 168.000 anuais. Abril de 1978 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Em virtude da redução supracitl;l.da, os cirurgiões-dentistas credenciados passaram a oferecer 6.000 atendimentos anuais, o que representa um déficit anual de 96.000 atendimentos. Do exposto, verifica-se que um profissional dentista percebia honorários de Cr$ 6.723,00 (por 1. 344 U8), a Cr$ 5,0.0 a unidadeserviço e mesmo com o aumento desta para Cr$ 6,50, em 1977, percebe atualmente Cr$ 1. 560;00 (por 240 US), t.endo em vista a redução do atendimento. Relevante se torna esclarecer que muitos odontólogos, em decorrência de terem a certeza de uma renda mensal de cr$ 6.723,00, fizeram aquisições de consultórios, equipamentos etc., visando a obter melhores condições para o atendimento aos beneficiários da Previdência. Em face das medidas restritivas ora adotadas, muitos profissionais ficaram em situação difícil, com conciderável redução de seus honorári9s, comprometendo o seu crédito e acarretando verdadeiro problema social. Ouvidos moucos aos apelos formulados, a direção do INAMPS, após transcorridos 6 meses da entrega desse memorial, fez chegar ao Presidente da Federação Nacional dos Odontologistas ofícío no qual informa, de maneira vaga.e imprecisa, "que o assunto será considerado, para a próxima edição da Tabela de Honorários Médicos e Odontológicos, quando julgados preços e tarifas de serviços públicos, submetidos à Secretaria do Planejamento, para homologação pelo Ministério da Fazenda". Êm que pese a essa tardia esperança, entendem os órgãos representativos da Odontologia, como solução para o impasse criado pelo MPAS, apenas 3 alternativas: 1.") retorno ao sistema de remuneração anterior; 2.") elevação do valor da consulta por unidade de serviço (US); 3.") reformulacão da form~ de assistência odontológica da Previdência Socia( que passaria, utilizando somente recursos humanos próprios de seus quadros, a arcar integralmente com a. responsabilidade de dar atendimento à população. Sr. Presidente, Srs. Deputados, identificado com CS anseios {la laboriosa classe de cirurgiões-dentistas de minha terra, ê meu dever reiterar desta tribunà os apelos formulados por esses nOSsos patrícios, esperando contar com a compreensão e tirocínio dos eminentes representantes do Ministério da Previdência e Assistência Social, com vista a uma solução que se compatibilize com .os objetivos e aspirações desses profissionais. Era o que tinha a dizer. O SR. JOm BRASILEIRO (ARENA - BA. Pronuncia {t seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a visita que fiz a Barreiras em companhia do Grão-Mestre da Grande Loja Unida da Bahia, deixou-me tal impressão, que julguei conveniente registrála nos Anais desta Casa. A cidade, à margem do rio Grande - acolhedora e simpática -- revela a preocupação do seu povo em vê-la cada vez mais próspera, o que deixa à mostra o contraste chocante com a desatenção do Poder Público por aquela região são-franciscana. Após o estirão de asfalto que se estende do Paraguaçu a Ibotirama, vencendo as longas distâncias da Chapada Diamantina, outrora rica e florescente e hoje Mumulando problemas de toda ordem, somos obrigados à travessia do São Francisco, por um sistema obsoleto de balsas, para atingir o Povoado da Passagem, no Município de Barra. ' Aí comeca a odisséia do viajante: 200 quilômetros de estrada quase intransitável, povoados de crateras que põem em risco, até, a vida de quem por ali passa, evidenciam o descuido do Departamento de Estradas de Rodagem da Bahia, responsável p~la conservação desse trecho. N'ão há exagero, Sr. Presidente, em dizer-se que o estado em que se encontra o mencionado trecho é de calamidade. Em conseqüência, roda a microrregião dos Chapadões do Alto Rio Grande, compreendendo, além de Barreiras, os Municípios de Angical, Baianópolis, Brejolândia, Catolândia, Cotegipe, Cristopolis, Formosa do Rio Preto, Riachão das Neves, Santa Rita ·de Cássia, São Desidério e Tabocas do Brejo Velho, vive divorciada da Capital do Estado, ligando-se a ela tão-somente pelos elos de baianidade que nos unem e aproximam, sob a inspiração das mais caras tradiçõe.s de nossa terra. Chegados â cidade, recebidos fraternalmente pelos irmãos barreirenses, pudemos sentir, de imediato, o incomparável calor humano daquela boa gente. Em todos, o orgulho pela terra amada; em cada um, os justos anseios de progresso. Em todos, a vontade indomável de crescer; em cada um, as queixas e os reclamos de quem tem tido muito pouco do Poder Público. Do digno Prefeito ao mais humilde dos cidadãos; dos ilustres vereadores; dos Irmãos da Loja Fraternida- Quinta-feira 20 2171 de Barreirense; das dignissimas senhoras da sociedade local, tão con.scientes do seu papel na comunidade, o apelo, constante e veemente, por um lugar ao sol no universo baiano. Ficou-nos, de tudo que vimos e ouvimos, a convícção de que nada impedirá o desenvolvimento daquela região, que está crescendo sob os estimulos da acão benéfica do 4.° Batalhão de Engenharia e Construção; ali se'díado, que prossegue no seu trabalho patriótico de asfaltamento da estrada Barreiras-Brasília. Sr. Presidente, deixamos aquela cidade com o compromisso de juntar nossa modesta voz a quantas se levantarem em seu favor e acrescer o nosso trabalho ao dos que realmente façam alguma <'oisa de útil pela região. Começo por transmitir, por intermédio desta Casa, as reivindicações da comunidade e, em especial, da Loja Fraternidade Barreirense: - A.sfaltamento do trecho Ibotirama-Barreiras; enquanto não se efetivar essa medida, a entrega de sua conservação ao 4.° BEC, em face da inoperância do DERBA. - Instalação imediata do serviço telefônico, pois, no setor de comunicação, Barreiras ainda não existe, por incrível que seja, no mapa da Bahia. - Instalação da torre e equipamentos necessários ao funcionamento da televisão, instrumento de comunicação importante para a região. - Ampliação do programa de irrígação desenvolvido pela CODEVASF, que abre imensas perspectivas para a economia regional. Ao fazê-lo, Srs. Deputados, quero assegurar aos berreirenses o meu empenho nessa' luta, que faço também minha, pelo progresso do grande Município. O SR. ANTôNIO MORIMOTO (ARENA - SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, na cátedra, nos ensaios e nas monografias, na constante colaboração com que ilustra a imprensa brasileira - enfim, onde seu alto espirito e sua cultura imensa se expandem brilhantemente - o Prof. Vamirech Chacon vai, dia a dia, fixando em todos nós sua figura de renomado cientista social. O moço pernambucano, que desde .os albores de sua juventude se destacou dentre seus contemporâneos pelo intenso amor ao estudo, e que tem posto à sua vocação de grande estudioso uma vontade férrea, cedo afirmou-se no cenárío brasileiro e logo se projetou perante a inteligência universal, conquistando as láureas devidas ao seu talento e à sua preparação nos muitos cursos que tem oferecido, no Brasil e .no exterior. Fixando-se em Brasília, ilustrando nossa Universidade, cujo decanato exercitou com invulgar competência e brilhantismo, o Prof. Vamirech Chacon ainda muito recentemente obteve um dos primeiros prêmios no concurso de monografias instituído pela Câmara dos Deputados. Seu livro, há pouco editado por esta Casa, já l'e constitui num clássico renomado. Seus estudos anteriores. sua velha paixão, digamos assim. pelo Poder Legislativo, sua estrutura de conhecimentos de toda a ciência social - seu acendrado brasileirismo, em suma - têm-n(} levado a dedicar muito de seu tempo e de seus esforços na busca de bases e de soluções para uma reformulação inteligente, pragmática, moderna e eficiente das atividades legislativas. Enamorado das ciências humanas - dentro as quais há de sempre ,.e;obressair l'. ciência social - o Pro!. Vamirech Chacon acaba de oferecer nova colaboração de estudioso e de competente, a qual não pode deixar de integrar-se nos nossos Anais. Ainda muito recentemente - ou seja, no Suplemento Cultural do jornal O Estado de S. Paulo, edição do dia 2 deste mês, Vamirech Chacon public.a um magistral e longo artigo a qUtl deu o título de "A modernização do Legislativo". Trata-se de um estudo de profundidade, em que o eminente professor busca as origens E' oferece soluções para a atualização eficiente do poder que, p,or excelência advém da vontade do povo. Trata-se, digamos coerentemente, de um subsidio que deve ser lido e meditado por todos quantos temo.s a honra de, nesta Casa, representar o povo, em todos os seus matizes, em sua infinita variedade. Entendo mesmo que o artigo do Prof. Vamirech Chacon não pode deixar de ser lido por tüdos nós, pois dele há de se colher ótimas indicações para o futuro do Legislativo no Brasil. Por isso mesmo, Sr. Presidente, e vi.sando a servir o Parlamento que integro, pa,sso a ler, para que .conste de nossos Anais, o magnífico trabalho, que honra a cultura brasileira e que não pode perder-se numa página de jornal, quase sempre, senão mesmo sempre, tran.sitória e passageira: "Quando se fala em crise do Poder Legislativo, ignora-se que não foi enc-ontrada, àté hoje, uma alternativa democrática para ele ... Embora~ tenha caído de moda lembrar . U12 Quinta-feira 20 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção Ortegay Gasset, continua valendo a pena evocá-lo, quando ele tem razão ... Por exemplo, quando diz: "Por toda parte fala-se mal do Parlamento, mas as pessoas não vêem que em nenhum país importante existem tentativas de substitui-lo, nem mesmo existem esquemas utópicos para estabelecer outras formas de Estado que :pareçam melhores". Eram considerações feitas, como ponto de partida, por James Heaphy, diretor .do Centro de Estudos Comparativos para o Desenvolvimento, Universidade de Nova Iorque, no Seminário sobre Modernização Legislativa e Desenvolvimento Político, a convite do Senado Federal, em 1376. Poderíamos começar aqui recorrendo a ele, para seguir em direções mars amplas. Ainda Heaphy mostrava a força do argumento de James B:ryce, ao replicar que "é particularmente lamentável o .fato dos homens que criticam os corpos legislativos não terem, freqüentemente, qualquer experiência pessoal com eles. Muito tem sido escrito por observadores sobre a ciência de legislar,. pouco tem sido escrito por aqueles que a praticam". Por isto é. importante a opinião recente de Kenneth Bradshaw e David Pring, antigos e altos funcionários da Câmara dos Comuns que, embora não sejam parlamentares, acompanharam seus trabalhos de perto e por dentro durante bastante tempo. Mostram eles que as comissões permanentes já estavam surgindo na Inglaterra do século dezesseis e adquiriram fisionomia definítiva na centúria seguinte. Nelas o Parlamento encontrou um' novo caminho de eficaz afirmação. Nas últimas décadas, prosseguiram surgindo inovações, entre elas o "ombudsman", uma espécie de procurador de causas populares inventado na Suécia, repetido na Nova Zelândia e de lá na Grã-Bretanha. Nos Estados Unidos, o seu quase equivalente é o "comptroller general", mais um auditor que algo como um promotor europeu. Porém ambos com competência para investigar abusos administrativos. Daí a crescente função fiscalizadora do Parlamento moderno, ao lado da inicial tarefa legislativa e de "fórum" ou estuárió dos grandes debates criadores de consenso legitimidador dos demais poderes, segundo Woodrow Wilson demonstrou no seu livro Congressional Government. Com efeito, uma Comissão Parlamentar de Inquérito, num país democrático, portanto sem censura' de imprensa, tem uma força maior que qualquer Inquérito Policial Militar ... Que o digam as comissões deste tipo no Senado dos Estadas Unidos. Tudo isto comprova que Karl Loewenstein estava certo, quando distinguia a nova divisão de poderes como um problema de funções, em vez de separação. Pois. Heaphy serve agora de novo como explicação, o equilíbrio dos poderes compunha o universo ideológico liberal de equilíbrio também entre oferta e demanda. até mesmo das emoções entre si, no conjunto de proposições otimistas relacionadas com a infinita sabedoria da ajustadora "mão invisivel" ... No fundo, este argumento não passa de uma objeção. à qual é viável responder usando o próprio Carl Schmitt, um grande adversário da teoria da representação e defensor da teoria da identidade entre governantes e governados l1.~ quadro orgânico da nação. Assim. no comentário de Heaphy, "a crença de que todo o poder político provém, em última análise, do povo, é muit-o semelhante à crença de que todo poder emana de Deus. Ambas as doutrinas são consistentes com uma série de tipos de regimes, inclusive a ditadura". Ora, qual a saída do dilema senão a divisão do poder. em vez da sua ·concentração, e divisão equilibrada dentro de si mesma, através de contrapesos? Trata-se. enfim, de um método e não só de uma ideologia ... E método comprovado pela experiência histórica. Bertrand de Jouvenel tem o mérito, a propósito, de apontar a criatividade do trabalho parlamentar, nas três Unhas analisadas - legislar, fiscalizar e servir de anfiteatro ao debate - ao lado da atividade sobretudo rotinizadora burocrática do Executivo. Por mais incrível que pareça. na criatividade o menos importante acaba sendo o legislar ... Em lugar de aumentar a pletora de leis e regulamentos, cumpriria vigiar sua observância e discutir sua própria validade. Além do mais, conforme A. H. Hanson lembra, as comissões parlamentares não precisam necessariamente opor-se, em confllto, ao Executivo. Trata-se não só de controlá-lo, quanto de assessorá-lo. A exigência de responsabilidade tem de ser pública, para apresentar-se válida e desembo- I) Abril de 1978 car na rotação dos detentores do poder, petrificando-se se isto não ocorrer. Joseph Schumpeter, insuspeito profeta da sociedade gerencial, tentou conciliá-la com a democracia, através de algumas propostas. A primeira seria., evidentemente, a. composição de governos com aprovação do eleitorado. A segunda constaria da consagração do Parlamento como o "fórum' dn "luta competitiva pelo votor popular", justificado pejo atendimento daqueias três missões básicas do LegislatIVO A terceira, finalmente, a canalização assim :i'S rl'IvI11dicações populares. EI~ em :)'1'= consiste a modernização parlamentar. VliL'jü~ LI "'-'slativos importantes vêm acrescentando outras nmtribuiçoes positivas. O de Bonn. por exemplo, introduziu na Constitmcão a cláusula do voto de desconfiança "construtivo", isto é, só pode ali apresentar uma moção para derrubar um gabinete se for apresentado simultaneamente outro que já tenha nova maioria. Em Paris a Assembléia Nacional exige que o parlamentar que chegue a ministro renuncie a seu mandato, evitando que as .derrubadas de governo se façam como fato de menor importância. E assim por diante. No Brasil, durante o entusiasmo populista, era hábito diminuir o papel do Legislativo, por conta dos seus equívocos, ou em nome deles pretender até seu fechamento ou substituição por outro tipo de poder nunca definido claramente. Esta atitude muito contribuiu para o desprestigio dele, sem oferta de alternativas. A chamada "república sindicalista" jamais deixou o terreno da confusão. Enquanto isto, os partidos se multiplicavam a torto e a. direito, quando de novo a experiência de Bonn adotava o critério do mínimo de cinco por cento de votos para um grupo adquirir o direito de assento parlamentar. Em vez de acompanharmos o que se fazia para a salvação do Congresso, perdíamo-nos na passionalidade suicida. Nem aperfeiçoávamos 0 presidencialismo, nem o substituimos por um parlamentarismo condigno. Por tudo isto,_ o quadro não aparece hoje muito animador. A Constituição Federal brasileira terminou em casuismos, ao fixar até o número e a duração das sessões legislativas, a fim de evitar o abuso da sua indefinida multiplicação, quando outrora alguns parlamentares queriam elevar as suas gratificações extraordinárias. Houve assembléias em que, numa,noite, efetuavam-se dezenas de convocações ... Ou, por receio da císsiparidade ainda do passado, passou a Constituição a centralizar a apI"esentação de projetos de, lei e a própria intervenção oral no plenário através dos lideres de bancada. Mas não adianta deter-se. Ortegay Gasset prossegue com 'razão, ao mostrar que não temos alternativa melhor que um Parlamento autêntico.- isto é, representativo, critico e distensor dos conflitos, apesar das suas deficiências locais. Qualquer institucionalização nova da vida nacional tem de contemplar também a modernização do legislativo. Não é um sucedâneo condigno desviar para uma estrutura corporativa paralela às funções congressuais. Pelo contrário, isto implica em reduzir a própria eficiência, ao centralizar demasiado no Executivo um poder irresponsável perante a maioria. Apesar das nossas deficiências, estamos construindo algumas novas avenidas parlamentares, dignas de maior consideração. É o caso. por exemplo, da miEsão cultural desenvolvida sob as presidências Magalhães Pinto e Petrônio Portella no Senado, este criador do serviço de processamento de dados do Senado rPRODASENl. banco eletrônico de informações as mais variadas, ao alcance direto e rápido. Também Flávio Marcílio, Célio Borja e Marco Maciel movaram muito, na presidência da Câmara dos Deputados, inclusive levando a pesquisa historiográfica e os programas editoriais para dentro do Congresso. Marco Maciel, o último deles e ainda em exercício, não só manteve o trabalho dos anteriores, como está empreendendo a publicação duma série de estudos fundamentais sobre o Parlamento nacional. Trata-se da missão cultural do Legisiativo. Sem este missionarismo, não se consegue mobilizar a atenção coletiva para sua importância. A verdade é que ninguém, no Brasil, nunca morreu pelo Legislativo ... Cabe também a ele a ofensiva, doutrinando e não só pressionando, para o que hoje lhe restam poucas forças. Porém o futuro está igualmente ao seu lado, e não só de outras correntes históricas, bem como há muito do que se inspirar no próprio passado. Abril de 1978 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção Daí o Senado ter decidido começar pelo princípio, que ainda é a melhor maneira ... O sesquicentenário da Independência foi o ensejo. José Honório Rodrigues e Leda Boechat Rodrigues coordenaram a publicação das grandes sessões das duas Casas, sob o titulo "O parlamento e a evolução nacional". Especial atenção foi dedicada à Constituinte de 1823, reunindo estudos de Barbosa Lima Sobrinho, Homem de Melo, José de Alencar e Rodrigo Octávio Filho, coligidos por Octaciano Nogueira. Ainda José Honório juntaria as atas do Conselho de Estado noutros volumes. Magalhães Pinto, por sua vez, patrocinou o Seminário sobre Modernização Legislativa e Desenvolvimento Politico, bem como co-patrocinou a comemoração do sesquicentenário de instalação do Senado, com uma série de conferências na companhia da Universidade de Brasília. Tudo também editado em volumes. Flávio Marcílio, criador do Prêmio Poder Legislativo, que coube pela primeira vez a uma monografia de Vicente Barretto sobre o Liberalismo na Independência, viu sua idéia prosseguida por Célio Borja e Marco Maciel. Este festejou o sesquicentenário da instalação da Câmara dos Deputados também na Universidade de Brasília, com outro ciclo de palestras, reunindo de novo parlamentares e politicos, nas exposições e debates abertos ao grande público. Em seguida, Marco Maciel ampliou consideravelmente estes horizontes, publicando a sinopse histórica da Câmara de autoria de Afonso Arinos de Melo Franco, os textos refe~ rentes à fundacão das Faculdades de Direito igualmente sesquicentenáriás em Olinda/Recife e São Paulo e, por último, a série "Perfis parlamentares". Será esta uma obra de maior vulto, com a edição, já feita, dos discursos do José de Alencar politico, a serem seguidos pelos de Carlos Peixoto Nunes Machado, Itaborai, Saraiva, Ouro Preto, Parani Francisco Campos, Gilberto Amado, Otávio Mangabeiroa, Raul Pilla,' San Tiago Dantas e outros vultos do Império e da República. Trata-se de trabalho apostólico, repita~se. Tem de eami~ nhàr com perseveranca. Não bastam as visitas dos turista.s ao Congresso Nacionál, nem as .obrigatórias das crianças do curso primário, só obrigatórias há pouco tempo. Estas deficiências não nos devem desanimar da vocação democrática. Todos os parlamentos mudam. A fisionomia de nenhum deles é igual à de alguns séculos atrás, ou mesmo décadas, após sucessivas crises. O pri~cipal consiste em identificar a nossa peculiaridade naclOnaI. Chega a sel' trágico o impasse do Cone Sul da A~érica L~ tina o outrora orgulhoso ABC, com as suas elites tradlcion~is acumulando sucessivos fracassos no ajuste de mo": delo'S institucionais para seus paises. Mas isto não será um sinal da busca perseverante? A cada fiasco! ocorrem novos impulsos. Mesmo sem encontrar uma salda duradoura, estamos pouco a pouco aprende.ndo, a duras p.e:t;as, que não há alternativa sem democraCIa e_que ,es~a e Impossível sem Parlamento. ~ela e nele, nao. ~a Impasses longos, nem conflitos que nao possam ser rotlmzados e canalizados para dinamismo da sociedade e do Estado." Era o que tinha a dizer. O SR. FERNANDO CUNHA (MDB - GO. Pr~nuncia o seguinte discursoo) - Sr. Presidente e Srs. Deputados, toma corpo: nesta Capital movimento no sentido de dar representação política a Brasmà. Dar voz ao povo do Di.strito Federal, para que ele possa .ser partícipe das decisões sobre o seu destino. Ter tribuna para falar, para discutir e até contribuir nas decisões nacionais. Em verdade, não há sentido na anulação política do povo de :Brasília, no impedi-lo até de ser_meio eleitor, como o resto do povo brasileiro, que, peLo menos, se nao escolhe seus governadores, elege Vereadores, Deputados e Senadore.s. Por isso a ânsia de se votar aqui em Brasilia. Uma eleição para a Associação Comercial ou para um clube de maior projeção transforma-se realmente em luta política com repercussões nas camadas l'epresentativas da cidade, numa demonstração eloqüente de que o povo quer votar, de que a cidade está sufocada, à espera do seu momento de desabafo nas urnas. E o faz até quando vota numa entidade classista ou escolhe a diretoria da escola de samba. O movimento pela representação política de Brasília tem, as.sim, bases firmes e sérias e precisa s"r ouvido pelos poderes de decisão deste país, pois é a unanimidade de Brasília que deseja fazer-se representar e não se pode frustrar todo um povo. Mas como seria a representação politica de Brasília? Há os que defendem ,apenas a presença de Senadores, mesmo porque na atualidade é o Senado que legisla para o Distrito Federal. Outros I) Quinta-feira 20 2173 advogam a tese de que, a exemplo dos Territórios, essa representação d~veria ser na Câmara, uma vez que é aqui que estão os delegados diretos do povo. Achamos, Sr. Presidente, que a representação política do Di.strito Federal deva ser a mais ampla possível. Afinal, Brasilia hoje é uma coletividade de mais de um milhão de habitantes, podendo assim ter aproximadamente quatrocentos mil eleitores. Cada ,cidade satélite pode situar-se entre as cem maiores cidades brasileiras, em termos de população. Por que, então, não se permitir a elas ter voz na defesa dos seus direitos e na luta por suas reivindicações? Por isso defendemos a representação ampla. A mais ampla possível. Uma Câmara de Vereadores em cada cidade-satélite, para discutir e debater os problemas locais. Uma Assembléia Legislativa, representando todo o Distrito e representações na Câmara Federal e no Senado. Ou seja, dar voto a Brasília em todas 3>S instâncias, E no futuro, quando a normalidade democrática voltar ao Brasil, dar ao povó da Capital o direito de também escolher o seu Governador, para que o Chefe do Executivo de Brasília seja real. mente um homem que represente a região, consciente dos seus problemas e com responsabilidade per'ante os cidadãos da Capital da República. Aliás, por falar em Governador de Brasília, nestes dias sombrios para a pátria brasileira; em que do alto do Olimpo se esco· lhem os iluminados que vão dirigir os destinos de cada Estado, em meio a tantas conjecturas, não se falou ainda em Governador de Brasília. Por quê? Será que novamente estariam pensando em pinçar de qualquer ponto do Pais um cidadão como o atual Governador ou o anterior, para virem conhecer Brasília quando escolhi-o dos para administrá-la? Ou será que estão destinando Brasília. como prêmio de consolação para um dos não escolhidos, resolvendo assim determinada situação política? Dizem até que Brasília estaria diretamente ligada ao problema de Minas Gerais e da ARENA Se Francelino Pereira nãü puder ser o Governador de Minas, porque há no Estado montanhês um processo de rejeição contra o Presidente da ARENA, ele receberia como prêmio de consolação o Governo de Brasília. E aqui não há políticos locais para protestar, É dificil acreditar, mas como nos casos anteriores o processo foi algo parecido, não custa agora termos Francelino Pereira como Governador de Brasília. E o brasiliense como ficará? Como ficará esta cidade e esta região, que procuram se encontrar no destino e no futuro, sem planejamento e sem perspectiva? Acreditamos que, a par do movimento de representação política do Distrito Federal, deve-se também sensibilizar o,s setores responsáveis, no sentido de que a gente daqui deseja um homem de Brasília ou da sua região geoeconômica para governá-la. Um homem que conheça todos os problemas desta Capital e suas cidadessatélites. Que conheça toda a problemática dos 146 Municípios que integram a região geoeconômica, para que se possa, então, planejar Brasília e seu entorno e dar prosseguimento àquilo que um dia foi o sonho de Lúcio Costa, Niemeyer e Juscelino Kubitschek. E o que consta, diga-se a bem da verdade. de todas as deci· sões dos governos após 64, mas que ficou inteiramente no papel, exatamente pelo fato de terem sido escolhidos governadores desligados da região. Era o que tinha a dizer. O SR. FRANCISCO ROLLEMBERG (ARENA - SE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente. Srs. Deputados, ninguém de responsabilidade neste Pais está alheio ao que significa, do ponto de vista social, o drama do menor abandonado. A Comissão Parlamentar de Inquérito com que a Câmara dos Deputados, no ano passado, estudou em profundidade a matéria, permitiu que se realizasse uma verdadeira dissecação da condição do menor sem família e sem teto, principalmente nos grandes centros urbanos. Mais grave a situação, porquanto não existe, a rigor, uma política que possibilite a aplicação de medidas a curto e a médio prazos, capazes de enfrentar com decisão o problema, remediando assim, de maneira paulatina, mas segura, esse grave quisto que solapa nos.sas estruturas sociais. As creches, os orfanatos, os asilos e demais entidades filantrópicas, que sobrevivem à custa de verbas oficiais, não· têm sido suficientes para deter a avalanche dos que os procuram em busca de pão e de uma cama para dormir. Sem dúvida, o menor abandonado é o resultado do crescente pauperismo provocado pela falta de planejamento urbano, cujas origen.s se encontram na falta de incentivo ao trabalhador rural. Infrutiferos têm sido os esforços no sentido de fixar o homem à terra. Daí a afluência em massa de milhares de familias que abandonam seus lugarejos, suas vilas, em busca de uma miragem - a de que na cidade grande tudo é mais fácil.-ora, esse sonho quase sempre se transforma num pesadelo para os que vêm 'de longe tentar a vida nas capitais, e num problema social com toda a coorte de misérias, constante desafio às autoridades. As favelas cüntinuam a proliferar e, na sua esteira, o drama do menor abandonado. 2174 Quinta-feira 20 DIARIO DO CONGRESSO NÀCIONAL <Seção I) Há pouco, os jornais divulgaram declaração do Cel. Erasmo Dias, Secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, sobre os chamados "t"rombadinhas" da capital paulistana. Afirmou B. 'Ex." que, na situação presente, com os recursos de que a repartição que dirige dispõe, o problema é insolúvel. Dando ênfase ao que se passa no mundo do crime, lembrou o Cel. Erasmo Dias que está crescendo a incidência dos menores criminosos - meninos de 10 a 16 anos. E, resumindo o que se passa nesse submundo, acentuou: "O menor aos 10 anos é aprendiz; aos 14 já está entrando no ginásio; aos 20 acabou a faculdade; e aos 30 já tirou pós-g.raduação na escola do crime." Diante desse quadro aterrador, que se tem feito, na realidade par~deter essa fonte permanente que alimenta o mundo do crime? MuitO pouco. Basta um exemplo para mostrar por que o Cel. Erasmo Dias considera insolúvel o problema. Na Grande São Paulo, a Secretaria de Promoção Social atende, através de convênios com organizações particulares, .cerca de 45.000 menores, parcela insignificante, quando se sabe que somente nessa região há cerca de 600.000 menores carentes. Estabelecidás as devidas proporções, não é menos grave a situação nas demais capitais do País, porquanto na raiz dessa questão social o que se vê é o abandono das cidades interioranas e do próprio campo, por falta de uma politica de assistência ·800 homem rural, política que não pode ficar apenas a cargo das entidades de governo, como o FUNRURAL, mas que represente um esforço comum de quantos são responsáveis pela utilização social da terra. Em recente carta dirigida ao Presidente Ernesto Geisel, um sergipano residente em Santos, há 50 anos, vem de oferecer sugestões que nos parecem merecedoras de um estudo mais amplo. Trata-se de Joaquim Faro Aguiar, que, nesse documento apresenta sugestões valiosas para o encaminhamen·to do drama do menor abandonado. Diz ele em sua carta: "Tal como se fez no passado com relação ao Serviço Social do Comércio (SESC e SENAC) e o Serviço Social da Indústria (SESI e SENAI) , poder-se-ia fazer com relação ao problema do amparo ao menor, que poderia ir-se desdobrando à medida que fossem se concretizando as diversas etapas do planej amento, entregando-se essa tarefa ao empresariado brasileiro, que poderia, passada a fase inicial, já encontrar os frutos que o mesmo empresariado brasileiro fez aparecer nas áreas representativas do SESC e do SESI." Mais adiante, sugere a criação de uma entidade que poderia traçar a política de amparo ao menor, uma espécie de Instituto Nacional do Menor, com a função específica de atender aos diversos aspectos do problema. Por fim, a idéia fundamental, que noz parece importante, como instrumento essencial à concretização do esquema de amparo ao menor desamparado: "Como empresário dos mais humildes, é certo, mas ciente da tarefa realizada no Pais pelo SESC, SENAC e SENAI. ouso sugerir a criação, tal 1:lomo existe atualmente para aqueles organismos nacionais, de uma contribuição compulsória capaz de dar inicio à grande luta em favor do menor desamparado. O empresariado brasileiro, tal como já fez no que diz respeito ao SESC, SENAC, SESI e SENAI, por certo aceitará o desafio e dentro de pouco tempo poderá mudar a face do grave problema em que se debate a pátria brasíieira." A idéia desse sergipano que não esquece as suas origens, embora, cronologicamente, possa fazer jus à condição de paulista honorário, é digna de estudo pelos que hoje se preocupam com o menor abandonado. cuja realidade constitui um desafio permanente a exigir solução, antes que nossas cidades se tornem inabitáveis, tal o sobressalto e o medo decorrentes da poluição 'Criminal que se propaga em todos os níveis, a começar por este personagem, hoje criança, o "trombadinha", mas que se torna, invariavelmente, no homicida de amanhã. O SR. ISRtlEL DIAS-NOVAES (l\IDB - SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente: uso o prImeiro minuto do meu tempo para um silêncio de pesar pelo transcurso, nestes dias. do primeiro aniversário do "Pacote de Abril", A dnta de 13 de abril - sempre 13! - assinala o transcurso ae lutuosa e nem por isso transitória ocorrência da nossa história: a imp'Jsição da minlrr!forma constitucional do Riacho Fllndo, apelidada pelo povo de "Pacote de Abril". Pelo Lider do Governo soube -~stz. Gasa. há tempos. que o "pacote era intocável: a confirmá-·lo. o próprio General Geisel, na mensagem ao Congresso, assinalava, textualmente: "as ref:>rmas foram feitas e aí estâo implantadas. Sob sua égide, outras virão ... " O "pacote" não é, assim, ponto de chegada. mas de partida, e tudo o que depois for decidido obedecerá à sua letra e espírito. Ora, nestes dias sofremos as conseqüências desse "pacote", através da escolha silenciosa, fechada, hermética, "au petit comité", de cídadãos aos quais os Estados serão entregues, como capitanias. Abril de 1978 Não se conhecem critérios a não ser os subjetivos: o ungido se assusta; estarrece-se o preterido. Os Estados, todos eles, são submetidos a exames de natureza ignorada, dos quais resulta a sua outorga a cidadãos não raro por eles próprios desconhecidos, como se deu eom o pobre Mato Grosso, de tão melancólica iniciação autônoma. A já folclórica figura do Senador "biônico", por sua vez, incumbe-se, ao encarnar-se, de desmentir o seu próprio inventor, que lhe reservava funções altas, propiciadas por virtudes que o povo nâo identific·ava, por incapaz. Pois a primeira fornada aí está, constituída com o objetivo de compor situações, acertar esquemas, compensar dedicações. O silencioso protesto procede, portanto, Sr. Presidente, enquanto o povo se organiza para o rumoroso protesto nacional, a caminho. O SR. JORGE FERRAZ (MDB - MG. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, na histórica Sabará, repositório das mais alevantas tradições de nossa Minas Gerais tive oportunidade, Srs. Deputados, nos últimos dias do mês de m~rço findo, de participar de mais uma reunião da "GRAMBEL", entidade associativa que congrega e reúne os diversos Municípios cerca de treze, que compõem a Zona Metropolitana de Belo Horizonte. . Não assisti, Srs. Deputados, a uma reunião social de debates áridos ou meramente politicos, lá não estavam os detentores do poder municipal, mas sim prefeitos que eVidentemente assumiram o dever municipaL Todos. eles com a constante e habitual ausência do Prefeito de Belo Horizonte, que jamais compareceu a uma sequer das reuniões do órgão, como se a Capital não afetasse ou fosse afetada pelos Municipios que a circundam, debatiam, repito, todos eles, Srs. Deputados, a grave temática da insuficiência do atendimento médico-hospitalar previdenciário na região. Minha atenção foi, Srs. Deputados, como será a de V. EX.llfI agora, despertada por uma proposição do dinâmico e eficiente Prefeito do Município de Contagem - explosão urbana-industrial que honra e dignifica o desenvolvimento mineiro. O Prefeito José Luiz de Souza reclamava e solicitava a criação de novos postos de atendimento e fornecimento de guias de internamento hospitalar. Fundamentadamente, em termos realísticoll e pre~isos, o ilustre administrador municipal justificou em documento-proposição as bases de sua solicitação, pintando nas cores firmes da verdade a precaríedade da assistência médico-hospitalar proporcionada pelo INPS a toda a Eegião metropolitana. Ressaltou ainda que o problema mals se agrava quando se constata que quase todas as cidades que integram a Grande Belo Horizante são núcleos industriais de grande porte, concentrando imensas massas populacionais de trabalhadores. A proposição do Prefeito de Contagem logo adentrou-se em minhas preocupações, não só pela pessoal constatação anterior do problema, bem como porque, junto ao Sr. Ministro da Prevídência, já havia interferido, levando-lhe idêntica reivindicação dos trabalhadores e Vereadores de Caeté, e já nos preparávamos para novamente intervir, denunciando o lamentável fechamento do posto de atendimento de Raposos, para o qual chamamos a atenção do Sr. Ministro Nascimento e Silva: é núcleo populacional de trabalhadores. Tomo. pois, a liberdade, Sr. Presidente. Srs. Deputados, de convocar a atenção pessoal do Exmo. Sr. MinIstro para o grave problema. S. Ex.a não pode. não deve e. estou seguro, não ficará indiferente aos justos reclamos de um somatório de coletividades que integram, na sinfonia do trabalho honrado e diuturno, a grande orquestra econômico-industrial do Estado de }.onnas. Não assumo esta tribuna apenas para constatar as aflições do Prefeito de Contagem, mas especialmente para reivindicar em nome de todas as comunidades da Grande Belo Horizonte ~- celeiro de progresso industrial, ninho da maior concentração de trabalhadores no Estado das Alterosas - um melhor. mais compatível e humano atendimento previdenciário, ao nível médicohospitalar. . Minas, e eu já disse anteriormente, Sr. Presidente, está Sel tomando o Estado das filas vexatórias. Ora são a3 filas int.;;rntiLlávcis das composições férreas que levam para o exterior o nosso minério, sem nada ou quaSE nada traz8r de volta; ora são filas de benesses que por aqUI passam, sem deixar sequer v::~ti ,gios, em direção a São Paulo, o grande príncipe da Repúbiica~ O1'a são as deprimentes filas às portas dos hospitais e do INPS. nas quais os últimos colocados. nem sempre terão forças para chegar ao atendimento; ora são as filas incomensuráveis dos transportes. Tenho receios. fundados receios, 8rs. Deputados. de que se forme em Mínas a úitíma grande fila: a do êxodo dos mineiros que, 6·Squecidos pelos poderes' da República, buscarão ser brasileiros em outros Estados melhor aquinhoados pela preferência governamental, pois o importante é sobreviver com dignidade. mesmo que ao peso de muitas saudades. Era o qUe tinha a dizer. Abril de 1978 DIAl(.IO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) o SR. TARCíSIO DELGADO (MDB - MG. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr:s. Deputados, estamos vivendo os dias de definicão das sucessões dos Gov·ernadores dos diversos Estados-membros. É preciso registrar nos Anais da Casa a maneira sui generis de escolha dos futuros Governadores. Os nomes são conhecidos depois da decisão no Palácio do Planalto, pelos únicos eleiton~s, Srs. Ernesto Geisel, atual Presidente da República e João Baptista de Figueil'edo, futuro Presidente, já escolhido, antes da seleção dos Gov·ernadores. Isto para não falar na caricata figura do Senador "biônico", "eleito" pelo Il}esmo sistema. Onde está o povo, numa e noutra escolha? E o que é mais paradoxal, inintellgível e contrangedor é que os comtemplados com a indicação, os premiados com a simpatia do trono, afirmam, ao serem confirmados como futuros Governadores, à l'evelia do povo, na mais completa e intransigente alienação da vontade popular, que vão fazer um Governo afinado com a vontade de suas comunidades. Fazem candentes e ardorosas declarações de respeito e acatamento à soberania popular. Maquiavel! Maquiav·el! ... Onde estás, que és tão presente? .. "Lobos vorazes, cobertos com peles de carneiro." Sempre encontramos grandes ver.dades na Biblia!, .. E, como o "pacote" está em moda, os Governadores também são escolhidos por "pacote". Ontem saiu um "pacotoe" de' oito, amanhã virá outro "pacote", não sabemos bem. de quantos. O ridículo tomou conta do processo político. Onde estamos e para onde vamos, meu Deus?.. Não temos conhecimento de outro processo na História, tão alienado, tão niilista, tão obscurantista, tão absolutista. Perdo'em-nos; mas, não é possivel a um espírito de formação democrática, a um homem de fé e de boa vontade, nem mesmo por estratégia, silenciar diante de tanta inversão de valores, de tanta pobreza de atitudes, de tantas violências à l,egitimidade democrática. A consciência nos impõe erguer a voz, denunciar o absurdo e o engodo, lamentar a farsa e pedir, bom senso. A escolha do Sr. Gen. João Baptista de Figueiredo para Presidente da República, no período 1979/85, e dos Governadores de Estado na mesma época, representa uma usurpação ao povo brasileiro. É o retrato do obscurantismo desta quadra da História pátria. li: a mais grosseira violência à democracia. Que Deus ilumine todos sem exceção, para vencermos a impostura, superarmos as trevas e a miséria institucional ,e alcançarmos a luz de melhores dias para o futuro de nossa Pátria. O SR. REZENDE MONTEIRO (MDB - GO. Sem revisào do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, quero, desta< tribuna, tecer referências elogiosas ao funcionalismo do Banco do Brasil, que lida, há muitos anos, com o povo brasUeiro, principalmente na área do campo. O funcionalismo daquela grande casa de crédito está presente, a todo o instante, desde o momento em que o mutuário faz a sua proposta, até nas horas difíceis, quando ocorrem as frustrações da safra. São funcionários que, ao lado do produtor, aquilatam as suas dificuldades em momentos de aflição. Sr. Presidente, tive oportunidade também de verificar a atuação de outros funcionários que lidam junto ao Banco do Brasil. Refiro-me aos agrônomos da EMATER, os quais, na hora da frustração da safra, junto ao PROAGRO, dão laudos favoráveis ao produtor do campo. Eu não conhecia esses funcionários. Hoje, tive a melhor impressão da assistência que eles prestam, juntamente COm os servidores do Banco do Brasil. Por outro lado, desejamos registrar que o ex-Diretor, Dr. Mário paccini, deixa a 4. a Região do Banco do Brasil. Nós, do CentroOeste - Minas Gerais, 'Distrito Federal e Goiás - no momento em que presenciamos sua posse no Tribunal de Contas da União, prestamos, da mais alta tribuna da Nação, a nossa homenagem, fim nome do povo goiano, pelo grande serviço que ele prestou áreas econômicas, políticas e sociais do Centro-Oeste brasile os. , O SR. FLORIM COUTINHO (MDB - RI. Pronuncia o seguite discurs~.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, há algun.s dias tratei nesta Casa de assunto referente a despesas que sobrecarregam os pequenos e sempre deficientes orçamentos familiares da -maioriá do nosso povo. Orcramentos que mal atendem às necessidades da vida de hoje, cada vez mais custosa e pesada. Apresentei até um projeto de lei a esse respeito visando à proibição de pagamento de contas por parte de empresas que exploram serviços públicos essenciais, de cobrarem mais de uma conta num mesmo mês. Hoje volto ao assunto para focalizar o desconto, na fonte e mensal, do Imposto de Renda. É bom ressaltar que os vencimentos ou salário são considerados como rendimentos ou renda mensal para fins de imposto. O que já é errado, evidentemente, pois não pode ser considerado como renda o que é pago pelo trabalhador assalariado. Quinta-feira 20 2175 Dirão: mas há um teto para isenção; há uma série de dedu~ çóes e abatimentos que não só Isentam como tornam muito re. duzido o Imposto a pagar etc. etc. Não procede. E não procede porque mediante um artifício hábil e um tanto diabólico até os isentos pagam o Imposto de Renda. Graças ao desconto na fonte, o famigerado artifício técnico· burocrático imaginado para sacar, adiantadamente, algum dinheirinho do assalariado. Dinheirinho que faz falta, que pesa, que diminui a já minguada renda mensal dos infelizes assalariados. E que não escapam da "fonte" uma vez que são os únicos contri· buintes sobre os quais o Fisco tem inteiro controle da situação. Porque anexo à declaração vai obrigatoriamente o documento fornecido pela "fonte pagadora". Isto é: desse imposto pago na fonte só mendigo escapa ... se é que escapa mesmo e se mendigo tem alguma fonte. O imposto na fonte nada mais é do que: 1.0 - um adiantamento, feito ao Governo, uma vez que é pag{) adiantado, ou seja, um financiamento em termos modernos feito obrigatoriamente pelo contribuinte ao Governo; 2. 0 - proporcional à "renda mensal" ninguém sabe o critério de cálculo utilizado, nem as tabelas ou fórmulas em que se baseia o Fisco para sacá-lo mensalmente;, 3. 0 mas se sabe que é pesado e anda pela ordem de uns 10%, ná{) exatamente, e quem o sofre que o diga a falta que faz ao orçam·ento doméstico que- não há mais como esticar, por mais elástico que possa ser. E, como já disse antes, nem os isen~os escapam. Dirão: mas no ano seguinte o Governo devolve o imposto cobrado na fonte, acrescido de uma correção de 35%. Agora, de uns dois anos para cá, porque antes nem essa correção havia. Correção que, afinal, está sempre abaixo do aumento do custo de vida, que é móveL e crescente, ao passo que a correção é fixa. De fato é alguma coisa, um certo consolo ,essa devolução, mas só vem na metade do ano seguinte. E não compensa a falta que faz durante o ano o desconto na fonte sofrido pelo contribuinte. É que no ano seguinte tudo evoluiu ... para mais. Considero esse desconto na fonte errado e intolerável. Inverte a ordem normal e natural das c{)isas, pois Si alguém deve ser financiado pelo Governo é o cidadão trabalhador, qualquer que seja ele, e não o contrário, ou seja, o cidadão financiar {) Governo. Sr. Presidente, Srs. Deputados, faço daqui um apelo às autorídades competente's para que acabem com esse desconto do Imposto de Renda na fonte. Ou que, caso não possam prescindir dessa "fonte" providencial de ajuda às suas aperturas orçamentárias, que reexaminem a matéria visando, pelo menos, a reduzir o tal desconto a um minimo mais tolerável. Porque a já minguada e elástica "renda mensal" dos assalariados não agüenta mais. Principalmente uma sangria mensal que, não rato, causa vazamentos acentuados na sua bolsa, que nem é mais bolsa, é uma peneira. Mesmo que, na metade do ano seguinte, haja um reembolso que, muitas vezes, já vem tarde demais. Era o que tinha. a dizer. O SR. NUNES LEAL (ARENA - RS. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, dentre as mais constantes e justas reivindicações do Rio Grande do Sul, no setor dos transportes, ,s,e destaca a antiga. aspiração de ver construída e asfaltada a rodovia federal BR-392, entre a cidade de Santo Angelo e a fronteira com a Argentina. Diversos memoriais têm sido enviados, nesse sentido, ao Ex.mo Sr. Ministro dos Transpor~ tes, que, não obstante seu interesse e boa vontade, não pode atender aos reclamos daquela próspera e dinâmica região. O prestigioso jornal Folha da Produção, em seu número do dia 5 do corrente mês, publicou um comentário do ilustre jorna-lista patricio, Sr. Marcelino Kuntz, que bem traduz o estado de espírito da população da área que seria servida pela BR-392 e o seu descontentamento pelo retardo da execução dessa obra prioritária e indispensável ao desenvolvimento econômico daquela progressista região do Rio Grande do Sul. 'Passamos a ler, a seguir, o artigo mencionado, para que passe a constar dos Anais desta Casa, incorporando-nos nas solicitações das autoridades e de povo do Rio Grande do Sul, para que a BR-392, entre Santo Angelo e a fronteira com a Argentina, se transforme em realidade: "A região, com Cerro Largo à frente, e.xige do Governo Federal uma definição a respeito do crônico problema que é a construção da estrada Santo Angelo-Porto Xavier. Definição certa, síncera, aberta, incapaz de levar o nosso povo à crença serem os governantes homens que muito prometem e nada cumprem. 2176 Quinta-feira 20 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Às vesperas da eleição de 1974, ilustre Deputado muito vinculado a esta região e integrante do partido do Governo, enviava a este jornal, para ser publicado, extenso telegrama em que dava conta que dentro de alguns dias seriam iniciadas as obras. Esses dias multiplicaram-se durante quatro anos ·e o que se vê é isso aí, a estradinha rudimentar, vergonha do século vinte e labéu para governos e políticos que não cumprem o que prometem. Também outros, legisladores e executivos vinculados à cúpula governamental, não raras vezes, em pomposos e eloqüentes juras, "haviam dado início" à obra ou que estava na iminência de concretização. Irrisão, desilusão, é o que houve. De concreto, de real, de verdadeiro, nada. Tão' nada que hodiernamente, nestes dias de estiagem, o viajante se cobre de pó, ou desmantela o veículo, sujeito ainda a colisões fatais. Que venham ver, que viajem neste "inferno" os homens de cúpula e verifiquem com .os seus olhos, e sintam com os seus sentidos, toda a vergonha, todo o atraso que representa a estrada que nos une ao mundo exterior. Representass.e a rodovia asfáltica obra ciclópica capaz de fazer fundir o tesouro nacional, vá lá que se precavessem com mil e uma medidas antes do investimento tornar-se realidade. Mas não, não é! Será, apenas, uma estrada que dificilmente ultrapassará a cota dos cem quilômetros, tud.o dependendo do traçado. Não será, evidentemente, uma "autoestrada" como aquela que a macaquice batiz-ou como free-way, construída para o lazer, para o gozo, para o ócio das praias de mar. Não estou a condenar de t.odo aquela obra, eis que também necessária, mas muito mais necessária é uma estrada que tem a nobre finalidade d·e levar alim~nto ao POV{), este alimento que está faltando em milhares e milhares de lares, este alimento que ,existindo aqui, é importado porque se não tem corretas vias de comunicação para levá-lo aos mercados. E isto é 10M, e não pedágio. Este rCM pagará, prestes, o custo da obra. Ainda agora a estrada do lazer está sendo reconstruída e neste empreendimento são devorados milhões e milhões de cruzeiros. Vejam bem: retocada, refeita, eis que cheia d·e buracos, aquela que se proclamava ao tempo da inauguração como uma das maravilhas do mundo ... Enquanto para o ócio e para o prazer se gasta enormes verbas, nega-se a uma das zonas de maior produção agrícola do Estado, alguns miseráveis quilômetros de asfalto. Depois há ainda o fator vergonha. Vergonha, sim, pois que não há brasileiro digno desse nome que se não sinta deprimido, envergonhado, ao ver os argentinos, os nobres irmãos do outro lado do Uruguai, trafegando, e desde as barrancas da caudal até Buenos Aires sobre modernissima estrada pavimentada ... E nós, pobres tabaréus ao soquesoque dos caminhões, automóveis e carretas, purgando a desdita de filhos enjeitados das cúpulas, como se estas fossem a própria Pátria... Ainda resta o consolo que a Pátria não será madrasta e que cúpulas afinal são cúpulas nem sempr·e eternas ou eternizáveis ... Registram os fatos que Catão, o arqui inímígo de Cartago, cada vez que encerrava um discurso no Senado romano e neste mister era fértil - o fazia com esta exclamação: "Delend a Cartago" (destrua-'se Cartago). parodi~I!dó a frase do r-omano - que afinal viu seu sonho reallzado com 3, destruição da grande Cartago, rival de Roma também nós -os habitantes desta abandonada região do Estado, também nós diremos doravante: destrua-se {) comodismo, destrua-se a mentira, mcrte ao engôdo, anátema às prnmessas falaciosas de véspera de eleição, repúdi{) às régias da demagogia... E mais, sinceramente se proclame, urbi et orbi: nenhum vot.o há de ser perdido desta; vez à base da falácia e da promessa... Queremos realidade. Queremos a estrada sem o que nada feito, eis que nos não interessam programas não realizados ou lançados ao olvido. Nem hala mossas para alguns invertebrados ou outr-os que não podem viVoer a nã-o ser à sombra dos governos. São minQria, nada representam. Não estamos em pé de guerra, nem atentamos contra as instituições. Queremos o reconhecimento de um direito incontestável. Nem Ee confunde o nosso brado como abertura para a demagogia. Que se não procure pescar em águas turvas. Mas que, também, não se exija de nós a const:mte e humilhante condição de escabelo de sustentação da promessa irrealizada." Era o que tinha a dizer. O SR. YASUNORI KUNIGO (l\'iDB - SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputado.s, tomo a iniciativa de encaminhar solicitação que julgo por demais oportuna ao Abril de 1978 Ministro dos Transportes e ao Diretor do DNEiR, de forma que determinem providências para a recuperação da rodovia "Caminho do Mar", velha estrada de ligação de Santos com o planallto. O apelo, que me permitam o Ministério dos Transportes e o Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, deveria ser atendido c.om a máxima prioridade, considerando que a "Estrada Velha do Mar", a primeira rDdovia de concreto do Brasil, está esburacada e semidestruída, embora alguns trechos tenham sofrido emendas com asfalto de qualidade inferior, e que se soltaram, formando perigosas ondulações no meio da pista, que tem tráfego nos dois sentidos. A . estrada por si só perigosa, por não ter acostamento e possuir curvas fechadas e muitos declives, apresenta também o problema da péssima conservação. Sr. Presidente, praticamente abandonada pelos motoristas há muitos anos - a partir da cübrança do pedágio na via Anchieta a velha estrada passou a ter novamente um movimento desusado, principalmente de descida do planalto. Em fins de semana e temporada de férias, também as pessoas que não têm grande poder aquisitivo usam aquela via. Isso acontece principalmente na volta. Muitos turistas preferem a velha estrada não somente para fugir ao pagamento do jledágio, mas também pela certeza de nunca encüntrar ônibus ou caminhões. Por ser muito estreita, íngreml! e cheia de curvas fechadas, nãü comporta transp.orte grande e pesado. Os mirantes às margens da estrada permanecem em ruinas, da mesma forma que as casas de pedras, antigas estalagens e postos de reabastecimento, que estão fechados, sendo proibida a visitação pública. Sr. Presidente, são setenta quilômetros de belas paisagens que se descortinam lá de cima, e tradição, que aos poucos vão sendo perdidos. Mas poderiam servir à antiga finalidade: oferecer ao viajante restaurantes, mirantes e belas paisagens, motivando-o a percorrer a estrada não somente para escapar do pedágio, mas também para apreciar as -obras de ·arte e a beleza natural, preservando desta forma o nosso patrimônio histórico. Com a interdição da estrada velha - ela está liberada apenas no trecho d.o planalto - a DERSA está arrecadando mais do que o habitual, tendo, portanto, condições de recuperar a velha estrada. Do total de veículos que se dirige ao litoral sul, todos os fins de semana, 20 por cento sempre -optaram pela estrada velha, de acordo com levantamento !eito pela DERSA e Polícia Rodoviária. -Sr. Presidente, trata-se de setenta quilômetros de estrada que se. encontram virtualmente interrompidos com o grande volume de desmoronamento. A rodovia "Caminho do Mar", "Estrada Velha" ou "Caminho do Padre José", como é também conhecida pois o Jesuíta Padre Anchieta se utilizou muitas vezes do caminho, para suas idas e vindas entre os aldeamentos do planalto e os do Utoral - localizada numa região d·e ,elevados índices de precipitação pluviométrica - Serra do Mar - sofre ainda os graves prob~emas de erosão. Com-o representante do povo paulista, deixo aqui o meu apelo às altas autoridades do País, n{) âmbito de transportes, para que acolham a solicitação do povo de São Paulo e de todo o País, no sentido de que lhe dispensem o apreço necessário, em regime de urgência, de modo a evitar a destruição de um .dos nossos patrimôníos históricos e turísticos - as casas de pedras, os mirantes e toda a beleza que possuí a "Velha Estrada". Era o que tinha a dizer. O SR. ALEXANDRE MACHADO (ARENA - RS. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr: Presidente, Srs. Deputados, a imprensa de todo 00 mundo noticia hoje o assassinato de Aldo Moro. Todos os homens de bem, de coração bem formado, em todos os lugares da terra, lamentam Çl triste desenlace. A Itália, país dos nobres e dos livres, de alevantadas tradicões, vai agora para a guerra civil mais total. Serão vitimadas milhares de mulheres, crianças e hÇlmens inocentes na mais horrenda ~ de~necessária das lutas. Quem instigou a tragédia profunda foram aaueles amotinados do desengano, cuja aliança de fé perdeuse, há • muito, no mar da falsidade, membros que são do comunismo mais repelente, solerte e criminoso, que não mede os meios para o alcance dos fins. Através de sua permanente campanha, em todo o mundo, de idéias falsas com princípios sa.grados, utiliza os conhecidos chavões de liberdade e igualdade e democracia para, afinal, vitoriosa sua ideologia, sobre o pescoço de todos colocarem o tacâo da mais terrível de todas as ditaduras. Que -o doloroso e repelente evento nos sirva de exemPÍo, para que igualmente nos cuidemDs, aqui, contra a tentativa de assalto ao poder pelos comunistas existentes em todos os países do mundo. Todos sabemos que o comunismo não tem entranhas, Pátria, nem leis, quando exercído como -os que lutam na Itália, partidários de assassinatos e trucidamentos re.voltantes, como o que hoje foi praticado. Abril de 1978 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Está o Brasil solidário com todo Q; valoroso e invencível povo italiano. De suas feridas que sangram haverá de despontar de novo o sol da liberdade, da igualdade, do direito, da justiça, de que a Itália sempre foi um dos maiores berços de toda a Humanidade. O SR. MARCELO LlNHARES (ARENA - CE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, transcorreu, no dia 14 deste mês, mais um aniversário da morte de Luís Lázaro Zamenhof. Não poderiamos deixar o fato sem uma referência especial, pois a sua grandíosa obra continua cada vez mais importante em face da crescente necessidade de entendimento entre os povos. Zamenhof - o criador da língua auxiliar Esperanto - previra que tempo viria em que a humanidade procuraria sua alma e teria necessidade de um órgão para se expressar. Essa convicção inspirou suas iniciativas e parece ter dado asas ao movimento esperantista com seus congressos, seus livros e seus jornais. A Liga das Nações o reconheceu em relatório aprovado pela assembléia geral de 1922; a UNESCO também o fez, em 1954, ao declarar que os resultados obtidos pelo Esperanto correspondem aos seus próprios objetivos de desenvolver o sentido de uma comunidade mundial. O passo seguinte da UNESCO foi a inclusão da Associação Universal de Esperanto como membro consultivo. Nenhuma língua vive sem alma, pois cada idioma retrata o espirito de um povo ou de uma civilização. O Esperanto exprime a aspiração dos homens à união. Não há outro segredo para explicar seu crescimento de língua viva. Mesmo de um ponto de vista puramente lingüístico, o fenômeno tem interesse. Pode-se afirmar que o crescimento de uma verdadeira língua e de uma literatura em Esperanto foi poderosamente ajudado ;leIo motivo idealista que inspirou Zamenhof e seus seguidores. Nasceu ele em Bialistok, Lituânia, região oriental da antiga República da Polônia, que fora anexada pela Rússia dos Czares e onde sua polícia esmagava os judeus aos milhares. Durante muito tempo as relações entre as diversas comunidades que viviam nessa região não era fácil: os funcionários eram ortodoxos e falavam russo; a nobreza era católica e falava polonês; os camponeses eram lituanos ou russos-brancos; os comerciantes eram judeus, falavam íidi;che e viviam em bairro separado. E Zamenhof cedo percebeu que a ignorância e a incompreensão geravam as antipatias e os coneitos mais cruéis. A seu ver, uma lingua comum logo faria ruir parte das barreiras e facilitaria pelo menos a compreensão direta entre os povos. . Publicou o primeiro livro sobre a língua auxiliar, com o pseudônimo de Dl'. Esperanto (que em esperanto significa esperançoso) em 14 de julho de 1887, quase um século após a Revolução France.;a, que começara nessa mesma data e que também tinha no seu lema a busca da fraternidade. Sr. Presidente, Srs. Deputados, não quero aqui levantar a história do Esperanto em sua perseverante marcha no rumo da consecução dos objetivos almejados por Zamenhof. Gostaria, no entanto, de dizer que, ao contrário do que muitos pensam, o movimento tem crescido constantemente e adquirido aceitação sucessiva de órgãos de importância internacional e encontra seguidores em mais. de cem países. Desde o primeiro congresso internacional de Esperanto, ocorrido em 1905, em Bolonha do Mar, na França, já foram realizados 62 encontros semelhantes de esperantistas de dezenas de países. O último congresso internacional, ocorrido na Islândia, no ano passado, contou com a presença do Diretor-Geral da UNESCO.. No Brasil, o movimento esperantista tem contado com o apoio de órgãos e autoridades os mais representativos na sua ação rumo aos anseios de Zamenhof: em quase todos os Estados da Federação há clubes e associações dedicados à divulgação do Esperanto. Em julho próximo vindouro, será realizado o 1.0 Congresso LatinoAmericano de Esperanto, em Marília, com o apoio do Governo de São Paulo e do Ministério da Educação e Cultura. A mais importante informação, todavia, é a de que será realizado em Brasília, sob o patrocínio do Governo do Distrito Federal, o 66. 0 Congresso Internacional de Esperanto. Será um justo reconhecimento do trabalho de quantos em nosso Pais têm lutado no sentido de colocar o Brasil em posição de realce quanto à amplitude e importância do movimento esperantista. Os biógrafos de Zamenhof afirmam ter sido ele homem de moral superior, sereno, que nunca se irritava, e de uma energia inquebrantável diante de todas as dificuldades e obstáculos. Faleceu em 14 de abril de 1917, em Varsóvia, durante a ocupação alemã, deixando viúva e três filhos, todos mortos pelos nazil'tas em 1940. Hoje, em todos os países civilizados há monumentos, ruas e praças com o nome de Zamenhof. Atá mesmo u~ planetóide, dos milhares que se acham entre Marte e Júpiter, foi batizado com o seu nome, tendo recebido um outro planetóide o nome de Esperanto. Para encerrar, chamo a atenção para o fato de que sua grande obra sobreviveu não apenas à,s duas grandes guerras mundiais, Quinta-feira 20 2177 como também a todos os projetos de língua internacional advindos após a divulgação do Esperanto - idioma que tem evoluído e se enriquecido da maneira normal e natural que seu inspirador havia previsto. A obra impressa de Zamenhof não compreende somente seus poemas, discursos e artigos, mas também traduções, em Esperanto, entre outros de Gagol, Shakespeare, Dickens, Moliêre, Andersen e todo o Antigo Testamento. Em toda parte onde o Esperanto penetra, introduz ali, ao mesmo tempo, o sentido universal que inspirava Zamenhof. Era o que tinha a dizer. O SR. WALTER SILVA (MDB - RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, quero registrar um fato gravissimo ocorrido em Campos, Estado do Rio de Janeiro: o edil Célio Brito, do MDB, considerado por toda a imprensa daquela cidade como o melhor Vereador do ano, tendo feito denúncias de acobertamento, pela Policia Militar, de element08 criminosos do Municipio, foi vítima de intimação do Comando da Polícia Militar do Estado para responder a inquérito. Contra essa intimação, quero ressaltar a posição digna assumida pelo Presidente da Câmara de Vereadores de Campos, Hélio de Freitas Coelho, que, apesar de ser da ARENA, enviou enérgico oficio ao Comando do 8.° BPM de Campos nos seguintes termos: "Campos, 17 de abril de 1978. Ofício n.o 276/78 Da; Presídência da Câmara Municipal de Campos Ao: Comando do 8. 0 BPM/Campos Senhor Comandante: O exercício de uma atividade político-partidâria é função das mais nobres e dignificantes, exigindo fidelidade de princípios e a permanente reafirmação do compromisso com o povo que legitimamente nos consagra através das eleições diretas. Ser político, mesmo num quadro de plenitude democrática, já representa tarefa das mais árduas pela sua pró" pria natureza. Hoje, face às limitações que nos são impostas, torna-se cada vez menor o espaço que deveria ser amplo e aberto à nossa ação como representantes do povo. No entanto, não obstante essas implicações, cada um de nós procura cumprir o compromisso da melhor forma possivel. O Vereador Célio Brito Pinto, um dos mais combativos membros desta Casa, nas prerrogativas do mandato que lhe foi conferido pelo povo, usou da tribuna para denunciar a omissão de alguns policiais e solicitar providências enérgicas para o caso. Pois bem. Vossa Senhoria determinou a abertura do competente Inquérito Policial Militar, providência que reflete o empenho desse Comando na apuração dos fat08 e que por isso merece o nosso reconhecimento. Todavia, esta Presidência deseja consignar seu veemente protesto pela forma através da qual foi o ilustre Vereador Célio Brito Pinto convocado para depoimento no aludido inquérito. Ao invés de uma intimação, deveria ter sido formulado um convite; ao invés de ter sido encaminhado, para a residência do cidadão Célio Brito, deveria ter sido enviado para a Presidência da Câmara para dar ciência ao Vereador, uma vez que o pronunciamento foi feito na tribuna deste Legislativo; em vez de uma arbitrária designaçãó de dia e hora para o comparecimento, deveria ter havido uma consulta quanto à disponibilidade do Vereador para a audiência. Senhor Comandante: Achamos por bem fazer essas considerações basicamente por dois motivos: Primeiro: para que não haja uma inversão de papéis no caso em apreciação; Segundo: para que, em possíveis circunstâncias da mesma natureza, sejam adotadas formalidades realmente maiS. compatíveis com a dignidade de um mandatário popular e com a reciprocidade de um respeito maior que deve existir entre a Policia Militar e a Câmara Municipal de Campos. Aplaudindo V. Ex.a pela abertura do inquárito, reafirman· do o protesto nos termo.., deste ofício, e, na certeza de que as considerações aqui formuladas merecerão por parte do ilustre Comandante a necessária atenção, subscrevo-me Cordialmente, Hélio de Freitas Coelho, Presidente. Sr. Presidente, este ~registro que queria fazer para mostrar como pode uma simples Câmara de Vereadores, se bem que das tradições daquela do nosso Município de Campos - tradição de valentia a partir do episódio de Benta Pereira, que se perde na. DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) 21'78 Quinta-feira 20 história dos tempos - ser, realmente, altiva diante da prepotência, do arbítrio e da violência policial. O SR. MINORU MASSUDA (MDB - SP. Pr{)nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, costumam os parlamentares situacionistas atribuir ao MDB uma intenção incendiária, afirmando que pretendemos acender o palito de fósforo que :fará explodir o barril de pólvora em que se teria transformado a Nação. Ora, Sr. Presidente, essa preocupação de que existe alguém pretendendo acender o fósforo - e não somos nós, evidentemente - somada à sucessão de erros e descompassos políticos, econômicos e administrativos, vem alimentando o que se transformou num imenso paiol. Assim, devem, por igual, temer os nossos adversários a possibilidade de uma combustão espontânea, proveniente de um ou mais novos erros produzidos na própria orientação governamental. O combustível da insatisfação popular não está em nossas críticas, que apenas espelham uma situação insustentável, em todos os campos: no financeiro, aliando-se a ganância fiscal, da União e dos Estados, aos juros bancários incontroláveis, sacrificando, simultaneamente, a agricultura, comércio, a indústria e, em última análise, a dessangrada economia popular; no político, com a eliminação dos pleitos diretos e a prática nomeação de governadores e senadores; no econômico, com a lavoura em erise de produção, em vista dos preços pouco compensatórios, a falta de crédito e de assistência técnica; enquanto os preços dos .gêneros .Bo'bem assustadoramente e somos obrigados a importar arroz, feijão, milho, leite, cebola, alho, trigo e frutas, que já chegamos a exportar antetlormente, ou, no mínimo, produzi:r: o suficiente para atender ao mercado interno. Esse o barril de pólvora, ou o imenso depósito de combustível, a provocar a insatisfação popular no Pais. Nós, da Oposição, não sendo responsáveis por nenhuma das medidas políticas, econômicas e financeiras tomadas pelo atual Governo, nenhuma culpa teríamos pelo incêndio ou pela explosão, que não desejamos, pOis não nos faltam patriotismo e espírito de .solidariedade ao nosso povo. Mas a preocupação dos nossos adversários com a pos.sibilidade de virmos a riscar um fósforo nesse imenso paiol de instabilidade e insatisfações populares representa, em última análise, uma confissao ou mesmo o reconhecimento de que vêm conduzindo o País aos piores caminhos. 11: hora de refletir e aprender que, no meio de todo esse panorama conturbado, a mínima satisfação a ser dada ao povo consistiria em entregar-lhe a total escolha dos seus dirigentes e fazer realmente respeitados os direitos humanos, restabelecendo o equilíbrio dos Poderes, devolvida a Nação aos caminhos da sua tradicional vocação, em que a liberdade e a autoridade são faces da mesma moeda, que traduz o bem comum. O SR. RUY BACELAR (ARENA - BA. Pronuncia o seguinte Wscursu.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, usamos a palavra, da mais alta tribuna da Nação, para nos congratular, em nosso nome e - por que não dizer? - de todos os parlamentares da ARENA baiana no Congresso Nacional, com o eminente Presidente de Honra do nosso Partido, General Ernesto Geisel, em consonância com seu fututro sucessor, o preclaro General João Baptista Figueiredo, pela apresentação do nome de Antônio Carlos Magalhães <lomo candid~to ao Governo da Bahia. Este acontecimento, Sr. Presidente, veio atender ao desejo do povo do meu Estado, que se achava na expectativa da volta desse eminente líder de projeção nacional, em quem o Brasil reconhece as mais altas virtudes de homem público. Político por vocação, Deputado Estadual, Federal, Prefeito de Salvador, Governador e atualmente Presidente da ELETROBRAS, notabilizou-se S. Ex. a pelas características de espírito humano, capacidade de trabalho, dinamismo, seriedade, honestidade e coragem cívica, ditames pelos quais sempre pautou sua vida nos diversos cargos exercidos. A Bahia está em festas e, como um dos seus legítimos representantes, não poderíamos deixar de registrar também nossa satisfação,pelo significativo evento. Conhecemos duas Bahias, Sr. Presidente e Srs. Deputados: a de antes e a de após o Governo de Antônio Carlos Magalhães. Com estas palav.ras, auguramos e temos convicção de que S. Ex. a , com a ajuda elo nosso futuro Presidente da Repúbllca, General João Baptista Figueiredo, realizará uma obra no seu período governamental que suplantará todas as adminístrações anteriores, o que o credenciará a postular futuramente outras funções de relevo no cenário nacional, por ser este o d'l!sejo de todos os baianos. O SR. RAFAEL FARACO (ARENA - AM. Pronuncia. o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, estou recebendo de ° Abril de 19'78 Manaus expediente de aposentados do Ministério da Agricultura em que reclamam contra a possível discriminação por parte da Delegacia daquele Ministério no Estado, que propositadamente marca o pagamento dos ex-servidores, após realizado d do pessoal da ativa, contrariando a praxe de todos os Ministérios, de que 0$ aposentados recebam antes do pessoal da ativa. O expediente se traduz em abaixo-assinado em que revelam sua angústia e sofrimento por nada poderem fazer, ante a teimosa obstinação do Diretor Regional. Dirijo-me, portanto, ao Sr. Ministro da Agricultura, pedindo que determine ao Diretor do Pessoal providências no sentido de averiguar a questão in loco e dar-lhe a solução mais rápida e humana possível, por imperativo de justiça. Era o que tinha a dizer. O SR. A. H. CUNHA BUENO -(ARENA - SP. PronWlCia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, está prevista para amanhã a indicação do nome do candidato a Governador do meu Estado, São Paulo. Ainda que dessa escolha não tenhamos participado, queremos, entretanto, na tarde de hoje, prestar uma homenagem, como homem de partido, ao Eng.o Paulo Salim Maluf, que, apesar de não haver sido incluido em nenhuma lista do Palácio do Planalto, foi o único postulante ao Governo do E-stado que percorreu quase todas as suas cidades, conversou com todos os delegados, dentro das regras traçadas pelo Presidente Geisel, e tem defendido a soberania da Convenção estadual. Portanto, às vésperas da indicação do futuro Governador de São P,aulú, quero saudar aquele patrício, que acreditou e continua acreditando na Convenção soberana para disputar a governança -do Estado. Só acredito, Sr. Presidente, em politica com compromissos assumidos, definidos e definitivos com a classe politica, com os estudantes, com {lS operários, com os homens da lavoura e do campo, enfim, com todos aqueles que trabalham no dia a dia pelo engrandecimento de São Paulo e do Brasil. (Muito bem!) Minhas homenagens ao homem que acreditou e acredita no Presidente Geisel e na soberania da nossa Convenção estadual. <Palmas.) O SR. ALVARO DIAS (MDB - PRo Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, nesta fase de carência de lideranças, fruto do autoritarismo vigente, a política nacional não pode prescindir da extraordinária contribuição que pode oferecer o ex-Prefeito de Curitiba Jaime Lerner, se dela participar efetivamente. A grande administração realizada em Curitiba o credencia como governante, as conferências proferidas, em várias partes do País, revelam um homem de idéias, posições definidas, verdadeiro democrata. Nesta era de obscurantismo polítko em que a Nação busca camínhos para a democratização sua participação seria reforço considerável à muralha de resistência democrática que devemos erigir. Recentemente em Salvador, na Bahia, Jaime Lerner proferiu palestra sobre o desenvolvimento urbano do Brasil, que merece transcríção nos Anais da Casa. Regimentalmente, não temos tempo para transcrevê-la na íntegra, por isso registramos aqui alguns dos mais importantes conceitos emitidos pelo eminente arquiteto paranaense: "Mais grave que a ascensão dos tecnocratas, que aumenta a distância entre o povo e seus governantes, é a ilusão que os tecnocratas oferecem ao povo e governantes de que determinados problemas estão sendo solucionados. . Grande parte do problema político brasileiro está vinculado ao problema urbano, pois as populações não participam das decisões a elas concernentes. A perda da representatividade é um paradoxo de efeitos políticos pesados. As insatisfações, muitas vezes. são consideradas como contestação. Falta transporte, habitação, o custo de vida sobe. Quem não enxerga este fato não está enxergando o problema político do País, pois o homem urbano de hoje é um indigente que vive numa estrutura superdimensionada e milionária. A grande escala, o superdimensionamento de algumas obras e do planejamento em geral, diminui o indivíduo: o operário foi afastado da cidade para os distritos industriais; o estudante foi afastado das ruas para o campus; a dona-de-casa, do convivio da feira para o ShopingCenter; as crianças, das calçadas para o play-center. Afirma ainda que os excedentes de mão-de-obra foram marginalizados e não há estrutura de segurança possível que permita defesa contra o crescimento cada vez maior do número de marginalizados. A comunidade local é base do processo democrático, pois ela é o primeiro escalão a sentir o embate das reivindicações populares e, nd entanto, as administrações municipai,~, Abril de 1978 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção no processo em que vêm slndo esvaziadas política e financeiramente, não ·têm condições de atender a essa crescente insatisfação. . Vivemos no limiar de uma nova renascença, pois o paralelo se impõe de forma inequívoca: Como a renascença venceu a idade das trevas? Cavando um túnel que foi dar na Grécia, retomando os valores da civilização helênica. Na Idade Média, em nome da divindade, cometeram-se as maiores atrocIdades. Hoje, em nome do progresso tecnológico, se cometem crimes ainda maiores. E nos preocupa. quando vemos uma procura irresponsável da grande escala, dos grandes equipamentos, pois, no momento em que se per(ie a escala humana, se acaba com o indivíduo e se caminha, rapidamente, para o suicídio da coletividade. Urge acoplar um novo túnel com o da antiga renascença no fim do qual iremes encontrar os valores que nos parecem perdidoo e que a antiguidade clássica soube tão bem exaltan a escala humana. Escala que contraria tudo o que for macro, seja na economia, na educação, nas artes. O que for macro e anti-humano. Escala humana que nos dá como princípio fundamental a Democracia." O SR. VALDOMIRO GONÇALVES (ARENA - M!1'. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. presidente, Srs: Deputados, no próximo dia 27 deste mês de abril, a região dos chamados "Chapadões dos Gaúchos", no Municipio de Cassilândia, Mato Grosso, receberá a honrosa visita do Exmo. Sr. Alyson Pau1ine}li, Ministro da Agricultura, que ali comparecerá a convite da grande e laboriosa colônia gaúcha sediada naquela comunidade, liderada pelos expressivos empre,sários e agricultores 8rs. Júlio Martins e Laureno Machado e outros. A visita dessa alta autoridade àquela região é o reconhecimento de que o trabalho ali desenvolvido pelas colônias de gaúchos, de catarinenses e de paranaenses realmente merece o apoio incondicional das autoridades da área. Essas colônias Sr. Presidente, há muito desenvolvendo arrojado projeto agrícola naquela região, com o cultivo em larga escala de arroz, iniciam agora nova arrancada, com grande plantação de soja. Essa atividade, com a presença especialmente dos colonos gaúchos, trouxe contribuição expressiva para o desenvolvimento dos cerrados não só do Município de Cassilândia, como também de toda a região. Com os experimentados agricultores gaúchos, transmudou-se para lá o tradicional "know-how" agrícola em que eles são mestres, de permeio com o dinamismo proverbial que eles sempre exibem. O desenvolvimento que a região está experimentando, entretanto, Sr. presidente, criou novas condições de vida para toda a região abrangida pelos chamados "Chapadões dos Gaúchos", ressaltando a necessidade, nunca antes tão sentida, da imediata solução de alguns problemas, que quero destacar neste pronunciamento, apelando ao Sr. Ministro da Agricultura, na oportunidade de sua visita, para que ponha todo o peso de sua autoridade na solução de quantos problemas estiverem diretamente afetos à sua Pasta, contribuindo no que lhe for possivel para a solução dos outros que porventura escapem à sua área de influência direta. Essas reivindicações são, em resumo, as que passaremos a relatar. Criação e instalação de uma Escola Agrícola na região dos "Chapadões". Há naquela região cerca de 100 técnicos altamente especializados, com cursos realizados na Alemanha, vindos do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. O aproveitamento racional de seu preparo se impõe naturalmente, o que poderia ser feito através de uma Escola Agricola, que beneficiaria. muitos outros agricultores. A Rodovia BR-060, no trecho que vai desde Jataí, Goiás, até Campo Grande, designada Capital do novo Estado de Mato Grosso do Sul, é outra necessidade que se impõe, para que as novas riquezas que estão sendo criadas na região tenham fácil escoamento, para o aproveitamento das populações de ambos os Estados; da mesma forma o asfaltamento da rodovia Ml'-428, que liga Cassilândia até Alto do Araguaia, sempre em território mato-grossense. Dentro desse contexto, Srs. Deputados, destaca-se a importância da construção de uma ponte no Porto Alencastro, ligando Mato Grosso do Sul ao Estado de Minas Gerais. Há anos, este Deputado vem lutando pela efetivação dessa reivindicação, que mais do que nunca se torna necessária. Aliás, em recente ofício que recebemos do Sr. Secretário-Geral Substituto do Ministério dos Transportes, Dr. José Carlos Franco de Abreu (Ofício nP 218/ SG datado de 15 de fevereiro deste ano), tive a alegria de verificar que essa reivindicação está na pauta para ser cumprida imediatamente. Eis a íntegra desse ofício: "Incumbiu-me o Senhor Ministro dos Transportes de responder ao expediente datado. de 3 de novembro de 1977, através do qual V. Ex.a encaminha ao Excelentissimo Se- l) Quinta-feira 20 2179' nhor Ministro Chefe do Gabinete Civil da Presidência da República reivindicação com vistas à construção da ponte de Porto Alencastro, sobre o rio Paranaíba, na divisa MG-/MT. A respeito, tenho o prazer de informar que estão sendO' tomadas as providências por parte do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem - DNER, objetivando à abertura da l:oncorrência pública para a elaboração doprojeto da referida obra de arte." Outra reivindicação que o desenvolvimento daquela região impõe, Sr. Presidente, é a criação e instalação do Distrito de Paz no> povoado do "Chapadão dos Gaúchos", por motivos óbvíos. Igualmente, não pode mais tardar a eletrificação rural em toda aquela região, que adquire cada vez mais importância no contexto agrícola de nosso Estado. . Para que a Escola Agrícola pleiteada seja possivel com a urgência que a realidade requer, é necessáio que o INCRA doe área de terra para a construção do "campus" universitário, bem comO' para a construção da sede do Patrimônio. A par cem tudo isso, é neceBsáTio que os estabelecimentos oficiais de crédito que operam naquela região instituam linhas de créditO' mais compatíveis com as necessidades reais dos agricultores que ali se instalaram, para que seu trabalho seja mais efetivo, mais. condizentes essas linhas de crédito com o pioneirismo gaúcho ali demonstrado. Nós, que conhecemos bem o modo de agir do Ministro Allyson Paulinelli, atento sempre à realidade, temos certeza, Sr. Presidente, de que' S. Ex." não vai permitir que sua visita, no dia 27 próximo, à região dos "Chapadões dos Gaúchos", fique apenas na satisfaçãO' de sua presença ali, mas vai adotar medidas práticas de apoio a() grande trabalho que as colônias paranaenses, catarinenses e gaúchas estão realizando na região. Era o que tinha a. dizer. O SR. PEDRO LAURO (MDB - PR. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, minha presença na tribuna tem o objetiY'o de endereçar um apelo ao Governador do Estado do Paraná, Jayme Canet Junior, no sentido de que faça algjlma. coisa para resolver a (lngustiante Situação do Sr. Antônio' Fidelis, servente do Grupo Escolar F. V. Araújo, na cidade de Irati. em· nosso Estado. Há quinze anos servindo naquela escola trabalhou esse servidor durante oito longos anos sem ordenado fixo. Nos últimos sete anos vem recebendo a irrisória quantia de Cr$ 616,32. Desse ínfimo salário, entretanto, Sr. Presidente, são lhe feitos mensalmente os seguintes descontos obrigatóriO.!!: ,Cr$ -- Pensão Seguro Associação tr.P Civil (mensal) UP Civil (Em) . . . . . 36,97 27,00 30,00 114,78 50,00 Total 2:58,75 Nessas condições, o Sr. Antônio Fidelis recebe, na realidade, o' líquido de Cr$ 357,57! Diga-se de passagem que algumas das quantias descontadas, especificadas em seu canhoto de pagamento de acordo com os código anexos, não têm explicação aparente. Não sei como está sendo possível àquele servente manter sua família dignamente. Sua despesa mensal é em muito superior a esse salário de fome, mesmo porque ele tem pelo menos uma filha cursando a Escola Normal, o que eleva significativamente seus gastos mensais. Além da injustiça desse salário absurdo Sr. Presidente, o Sr. Ant-ônio Fidelis ainda se queixa de uma outra, discriminatória: os outros serventes de sua escola já tiveram seus vencimentos reajustados, mas ele, embora já tenha sido efetivado no cargo há um ano, não recebeu o reajustamento a que tem direito. Todos os seus apelos feitos até agora não têm encontrado resposta. Desesperado, ele recorreu, por último, a este Deputado. E é esta a razão de eu: estar expondo este assunto nesta tribuna. Ao apelar ao Governador Jayme Canet Junior, bem como ao seu Secretário da Educação, para que entendam a aflitiva situação desse servidor estadual e resolvam seu problema, insisto em que (} Governo do Estado do Paraná tem o dever urgente de proceder a um reajustamento geral de todos os serventes de todas as escolas estaduais, entre os quais deve haver um número bem grande de chefes de família enfrentando a mesma situação vivida pelo Sr. Antônio Fidelis. Gostaria de perguntar ao ilustre Governador de nosso EStado, ou a seu Secretário da Educação: qu:alquer dos dois conseguiria manter honesta e dignamente sua família Com vencimento tão pequeno agravado com tantos descontos? Era o que tinha a dizer. Zl8t Quinta-feira 20 mARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção Hoje ninguém tem segurançlj" mesmo dentro dos seus lares. O principio de solidariedade humana, o amor e a amizade estão sendo substituidos pelo ódio, pela vingança, pelo assassinato frio, pela crueldade e pelo terror. Os principios basilares da civilização cristã parecem afundarse em areias movediças. As hastes dos sem-Deus dominam a imprensa, as comunicações em geral, os postos-chaves das instituições e agem sem dó e sem piedade. O espantoso assassinato de Aldo Moro soma-se a tanto,s outros atos de vandalismo e crueldade. O mundo sofre com a Itália e seu IJOWJ. E o pior de tudo é que nada indica que as hordas do terror cedam em seu b:;J,rbarismo. Pelo contrário. Parecem estar mais organizadas que nunca para continuarem sua marcha de vandalismo e de sangue. Ao Governo e povo italianos, por intermédio de sua Embaixaila no Brasil, a nossa integral solidariedade. O SR. ANTONIO MOTA (MDB - R.T. Pronuncia o seguinte - Sr. Presidente, Srs. Deputados, cumpro o honroso dever de comunicar a esta Casa legislativa que recebi do povo friburguense, em 15 de dezembro do ano findo, um abaixo-assinado em que suplicam atenção especial para a cruciante situação relativa ao problema dos transportes coletivos, cujos termos aqui transcrevo: "Uma comissão de moradores da cidade de Nova Friburgo, da qual participaram os Srs. Carlos Saldanha (jornalista), Irênio Motta (corretor), Jorge Muniz da Silva (Vereador), Vicente Martins Bezerra (funcionário público federal), João Lopes Doflen (comerciante), CIímério Geraldo de Moura (professor), Cláudio Teixeira (Vereador), Narciso Ferreira (Vereador), Jeremias Gomes Sabóia (militar) e Irineu Mineiro (suplente de Vereador), organizou um abaixo-assinado dirigido ao Ministro Dyrceu Nogueira, dos Transportes, que será encaminhado pelo Deputado Federal Antônio Mota, do MDB, solicitando providências contra a empresa Friburgo Auto-ônibus Ltda. pelos deficientes serviços que vem prestando à população friburguense. A idéia do abaixo-assinado surgiu pelo fato de uma indicação na Câmara Municipal nesse sentido ter sido rejeitada pela Bancada da ARENA, que é majoritária, sob a coordenação do Vereador arenista Sá Martins, que tem interesses intimamente ligados à empresa, onde exerce a função de fiscal e tem um de seus familiares como motorista. O ah~ixo-assinado que foi endereçado ao Deputado Federal Antônio Mota (MDB), e que deve atingir cerca de 40 mil assinaturas, pede sua intermediação junto ao Ministro dos Transportes, conforme se poderá verificar na reprodução de seu texto: Os abaIxo-assinados: Nova Friburgo, 15 de dezembro de 1977. Exmo, Sr. Deputado Federal Antônio Mota Os signatários e abaixo-assinados, usuários dos coletivos urbanos em Nova Friburgo, vêm de apelar e denunciar a V. Ex. a o seguinte: que junto ao Exmo. Sr. Ministro dos Transportes interceda em favor da população friburguense, sof1"ida com o absolutismo da privilegiada concessionária "Friburgo Auto-ônibus Ltda.", a qual não satisfaz no atendimento aos munícipes, relegando-os ao abandono, não atendendo aos bairros, os distritos, ora sem ônibus na carreira, ora sem a manutenção de horários prejudicando os trabalh'ldore~ fabril, rural, professoras, comerciários e funcionários públicos, com agravantes que ferem o interesse do público como passamos a exemplificar: a) carros usados com carrocerias reformadas; bl insuficiência para momentos de maiores aglomerações, levandó em seu iI\t-erior três vezes mais o comportável, promiscuindo a dignidiscurs~.) Abril de 1978 dade pública, extremamente agravante; c) elevando as tarifas a mais dos salários concedidos, cujo último aumento foi de 43%, para a taxa de cobrança de 50%, portanto, acima do permitido em Lei; d) Teresópolis possui três companhias urbanas, tem 120 mil habitantes, Friburgo tem 130 mil habitantes; Teresópolis tem as avenidas e ruas em sua maioria em chão batido, Friburgo tem as ruas e avenidas calçadas e inclusive com estradas rurais asfaltadas. Sr. Deputado Antônio Mota, o nosso apelo justifica-se pelo exposto e se objetiva: no direito da livre concorrência, abrindo o mercado a outras empresas sem o influente domínio da propaganda e de prerrogativas aquém do aceitável às cidades que já atingiram a meta do progresso. Seja V. Ex. a nosso porta-voz contra o absolutismo privilegiado e S. Ex. a , o Sr. Ministro dos Transportes, o patrono de nossas esperanças," o SR. ANTôNIO :8RESOLIN (MDB - RS. Pronuncia o seguinte ,discurso.) - 81'. Presidente e Srs. Deputados, o mundo se sente estarrecido com o bárbaro assassinato de Aldo Moro. De nada valeram orações, apelos do 8anto Padre e da família italiana, de nada adiantou a atuação dos serviços especializados de segurança da Alemanha e de outros paises. Tudo foi em vão, porque a sanha assassina e sanguiná'ria da Brigada Vermelha preferiu o assassinato a todas as formas de conciliação. A humanidade segue caminhos desconhecidos. Plínio Salgado talvez tivesse razão quando dizia que o grande mal do mundo moderno é a ausência de Cristo nas almas. Cruzadas cristãs e de solidariedade humana, campanhas de compreensão, de amor e de ideal, movimentos em favor da unidade dos povos contra a sanha sanguinolenta, que continua fazendo vítimas, tudo se perde no torvelinho dantesco dos terroristas, que superam, em crueldade, os hunos, os vândalos e os mongóis, que semearam sobre a face da Terra o medo, a destruição, o sangue e as ruinas. I) O Jornal de Friburgo, mais uma vez cumprindo a sua principal finalidade, a de acatar as justas reivindicações do povo, continuará, à medida que surgirem, a publicar todos os acontecimentos com referência a essa campanha. . Como bem se poderá verificar, não são apenas os usuários que sofrem pelo precário atendimento da empresa de transportes referida, que funciona com o número minimo de carros para atender a uma população de 130 mil habitantes, mas também os seus funcionários, motoristas. trocadores e despachantes estão sendo sacrificados nos horários das refeições, porque a empresa não cumpre o que dispõe a Legislação Trabalhista em vigor. Além do mais, a empresa, que conta com um quadro de mais de duzentos funcionários não mantém restaurante, de acordo com a legislação nesse sentido. . Os motoristas profissionais levam uma vida turbulenta e cansativa de lida diária no cumpriment,(J do seu dever, ainda carecendo do mínimo necessário da empresa, que cumpre suas obrigações, como, por exemplo, a rendição pelo período de uma hora para as refeições. Assim, os motoristas e trocadores, muitas vezes fazem as refeições às pressas, ora no próprio coletivo, ora nas mesas dos bares. Desta forma, Sr. Presidente, Srs. Deputados, com a presente comunicação à Cása, extensiva aos Srs. Ministros de Estado Dyrceu Nogueira e Arnaldo Prieto, respectivamente dos Transportes e do Trabalho, esperamos sejam estabelecidas normas regulares no sentido de servir-se com dignidade àquela ordeira população. Ainda se faz necessária nova concessão que concorra para evitar os abusos indiscriminados praticados pela empresa em questão. Tenho dito. O SR. ALCIDES FRANCISCATO (ARENA - SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, depois de quatorze anos de experiência revolucionária, bem sucedida, o povo aguarda a instituição de uma democracia como jamais teve em sua história, não para usar essa democracia em benefício de grupf.'lhos políticos, como já os conheceu antes de 1964, mas para estruturar as bases de uma nação forte economicamente, mas pujante e senhora de suas terras e de seus mares. O Brasil inteiro deseja a corporificação do sonho de tantos idealistas que surgiram desde que o seu povo começou a engatinhar como Nação livre e soberana. Livre e soberana, em principio, porque, na realidade, em todo o transcurso de sua história esteve amarrada aos grilhões da agiotagem internacional. Todos os brasileiros desejamos um Pais realmente livre e soberano e, para tanto, necessita a união de todos os seus filhos para o ideal comum de liberdade democrática, a qual não passa de utopia lamentável quando a Pátria está presa a compromissos a qualquer poder estrangeiro.. O SR. El.'.GAR MARTINS (MDB - SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a jovem cidade cente-' nária de São Caetano do Sul está, desde 1.0 de fevereiro de 1977, recebendo a orientação do Dl'. Raimundo da Cunha Leite. Há um ano e meses aqueles municipes aprenderam a viver com o progresso, com o desllnvolvimento, com o febricitar de idéias novas. Os san-caetanenses deram à administração Raimundo da Cunha Leite todo o apoio, toda a compreensão e confianca, e a esse apoio e confiança o Prefeito respondeu com trabalho, com dinamismo, ei,s que, além de cuidar do desenvolvimento da cidade, entregou ao público o prédio do Forum e os Centros Esportivos e Recreativos do Bairro Centro, do Bairro Nova Gerti e do Bairro Gise~a. Não podemos deixar passar esta oportunidade para real('ar D trabalho do zeloso prefeito, que, por ocasião do aniversário de bao Caetano, anunciou suas prioridades, dizendo o seguinte: "Quando assumimos a Prefeitura. convocamos uma equipe experiente de auxiliares de confiança, para secundar os nossos esforços. Isso nos possibilitou o cumprimento da primeira e mais solene das nossas promessas de campa- Abril de 1978 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) nha: demos pr.osseguimento a todas as obras iniciadas, não nos importando os nomes de quem as tivesse projetado. Em tempo muito curto entregamos ao uso da população os prédios do Forum, de 3 centros recreativos e duas pontes. Antes de dar início às novas obras, nos entregamos a um sério trabalho de planejamento. Para planejar é preciso, antes de tudo, conhecer, compreender, julgar e atuar. O pleno conhecimento da cidade aboliu uma fase dos estudos. A exata compreensão dos anseios do povo, dos seus sentimentos, dos seus desejos foi alcançada num permanente e fraterno contato do Prefeito com os munícipes. Seguidas vezes transferimos o nosso Gabinete para os bairros e, quando no Paço Municipal, mantivemos escancaradas as portas da nossa sala de trabalho, para receber a todos que nos procuravam. Estivemos em todos os lugares onde o povo se reúne, freqüentando reuniões sociais e familiares, encontros de empre.sários e de artistas, praças de esportes e clubes de serviços, escolas e auditórios. De tudo o que vimos e ouvimos, fomos capazes de compreender e, compreendendo, desenvolvemos a nossa capacidade de julgar. No julgamento estabelecemos as prioridades básicas e, uma vez selecionadas as obras a executar, resta-nos partir para a derradeira etapa, passando a atuar, de maneira decidida, para a completa realização do plano de trabalho. A partir de 1978, e durante os três anos de trabalho, teremos oportunidade de oferecer aos san-caetanenses: 1) a repavimentação de toda a cidade, com a substituição ou recapeamento da pavimentação de todas as ruas. É uma obra gigantesca, mas absolutamente inadiável e que, uma vez iniciada, se prolongará sem interrupções, pelos 3 anos restantes do nosso mandato; 2) aprofundamento do leito do rio dos Meninos e reconstrução das pontes para minorar as conseqüências das enchentes; 3) construção de um viaduto ligando a rua Alegre, em São Caetano do Sul, com a D. Pedro II, em Santo André; 4) construção do grande Centro Cívico e cultural, com biblioteca, anfiteatro, museu e galeria para exposições, na quadra formada pela avenida Goiás, rua Oswaldo Cruz e avenida Augusto de Toledo; 5) construção da nova Estação Rodoviária, com amplas e higiênicas instalações para os terminais de ônibus, englobando a atual Rodoviária e a quadra entre as ruas Santo Antônio, Pernambuco e Conselheiro Antônio Prado; 6) sede dos patrulheiros Mirins, na rua Cavalheiro Ernesto Giuliano; 7) reurbanização do centro da cidade, com a construção de galerias de águas pluviais, calçadões e equipamentos urbanos; 8) reurbanização da Av. Presidente Kennedy, com galerias de águas pluviais, guardacorpos e ajardinamento; 9) construção do grande centro recreativo do bairro Cerâmica, com o reinicio das obras do chamado "buracão" já paralisadas há 5 anos; canalização do córrego das Gratas, na divisa de São Caetano do Sul e Santo André; 10) reconstrução do canil, dotando-o de instalações para guarda de animais apreendidos, tratamento de animais, vacinação e serviço de OJ:ientação aos possuidorES de animais; 11) construção do trevo da avenida Guido Aliberti; 12) reestruturação do quadro de funcionários, reorganização dos serviços e redistribuição das tarefas. Além destas obras, de 'caráter prioritário, com o esforço dos nossos colaboradores de todos os escalões, desde (lS modestos operários até os funcionários mais graduados, e com a ajuda de Deus e compreensão do generoso povo de São Caetano do Sul, l'ealizaremos todas as obras e serviços que o grau de desenvolvimento da cidade e de cultura da sua gente exige e merece. Esta a mensagem de fé e otimismo com que desejamos comemorar o primeiro ano de investidura no cargo de Prefeito." Espero, Sr. Presidente e Srs. Deputados que, ao terminar sua gestão, por sinal profícua, possa o Prefeito Raimundo da Cunha Leite ver realizado todo o seu trabalho. Era o que tinha a dizer. O SR. JOSE ZAVAGLIA (MDB - SP. Pronuncia o seguinte discurse.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a crise que envolveu recentemente a cafeicultura teve um desfecho favorável para os produtores, fato que demonstra o valor de uma classe que, unida, procurou encontrar as soluções mais justas, sempre em defes:! dos interesses do País. Fato que serviu, ainda, para demonstrar a fragilidade administrativa do IBe, órgão incapaz de gerir, convincentemente os destinos da cafeicultura brasileira. o Quinta-feira 20 2181 Governo adot{)u 5 medidas de apoio ao setor, a saber: 1) fipreços de compra para o IBC, variáveis de Cr$ 3.000,00 a Cr$ 2.500,00, conforme o tipo do café; 2) autorizou o me a comprar café tipo 7 a Cr$ 2.000,00 por saca, imediatamente; 3) elevou para Cr$ 1. 250,00 por saca o financiamento para comercialização, e 4) aumentou de 50% o valor do financiamento para custeio das lavouras, o qual passará a Cr$ 1.500,00. São reivindicações bastante conhecidas dos produtores, dos sindicatos de classe, das cooperativas, das associações e federações rurais, enfim, de todos aqueles que não pouparam críticas a uma situação insustentável que se abatia sobre o setor. Foram as mesmas reivindicações que inúmeras vezes chegaram ao Presidente do mc e 3.0 Ministro da Indústria e Comércio, quer através de memoriais, ofícios ou declarações a público, quer por intermédio de delegações que pessoalmente estiveram na presença daquelas autoridades para expor as dificuldades da cafeicultura. O vazio que se verificou no espaço de tempo em que ·essas necessárias medidas permaneceram restritas ao seio da produção, provocou a revolta dos produtores que mais tarde viria a programar uma marcha sobre Brasília para faz·er valer seus direitos. Era, sem dúvida, um movimento sério, justo e insuspeito. Entretanto, assim não entendia o Presidente do me, que adotou uma posição sarcástica e absolutamente condenável nos momentos que era indagado sobre a validade da posição assumida pelos cafeicultores brasileiros. A repercussão do movimento, no entanto, despertou as autoridades mais responsáveis, que se apressaram em coordenar uma ação oficial para fazer chegar à Presidência da República a pretensão do setor. Os Governadores de São paulo, iParaná e Minas Gerais vieram :J, se encontrar com o Presidente Geisel, ocasiãu em que a decisão foi tomada. O Ministro Calmon de Sá, n{) afã de justificar seu fracasso e inoperância, chegou ao cúmulo de declarar que "o Governo teve uma sã preocupação politica ao analisar o assunto", deixando, ainda, claro que foi em atenção ao apelo dos Governadores que as decisões foram tomadas. Isto, no nosso entendimento, abre um pl'ecedente bastante grave. Primeiru, é preciso considerar, a partir da declaração do Ministro, que as reivindicações que partem de segmentos não oficiais não merecem a devida atenção. Em segundo lugar, com conseqüencias mais graves, nota-se que é preciso fazer muito barulho, suficiente para chamar a atenção de Governadores, para se conseguir levar adiante uma pretensão aceita como justa pelo supremo mandatário do Pais. O episódio nos leva à triste conclusão de que inexiste compreensão e boa vontade por parte dos homens que dirigem a politica para o café. Deduz-se, ainda, que a responsabilidade perdeu terreno para a vaidade pessoal. [E,ra o que tínhamos a dizer. O SR. JERôNIMO SANTANA (MDB - RO. Pronuncia o seguinte discurw.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Porto Velho é hoje a cidade mais esquecida pelo Governo d·e Rondônia. Embora seja Capital do Território, se fizermos uma análise, verificaremos que o Governo esqueceu-se de amparar a população de nossa Capital. E o resultado lá se encontra, indo desde da serraria do Território paralisada, gráfica fechada, usina de leite abandonada, usina de asfalto da Prefeitura abandonada, cidade suja, esburacada, com a pior administração municipal de toda a sua história. Recentemente diziamos, nesta tribuna, que Guajará-Mirim se achava esquecida. Entretanto, mais esquecida do que Guajará está P{)fto Velho, uma tristeza o abandono da Capital do nosso Território. O escândalo é tanto que abandonaram os equipamentos de asfalto da Prefeitura, para contratar esse trabalho com uma firma falida de Manaus: Depois que a cidade chegou ao máximo de caos, abandono, buracos, sujeiras, matl\gal, surgiu o Pr·efeito com mais um pac,ote de promessas, querendo iludir mais uma vez a nossa esperançada população. Mas as promessas também não são alentadoras. O j{)rnal Alto Madeira, na edição de 12 de março, denunciava que a cidade se achava tomada pelo lixo, em data de 8 do mesmo mês dizia que os bairros abandonados clamam por melhorias. Obras do Governo não são feitas na cidade. O Serviço de Saneamento e Drenagem é um fracasso. A malária se propaga na Capital. A Prefeitura fracassou e não pode nem cuidar dos lotes Im área urbana. O Governo, erradamente, centralizou tudo no GRAU. O Plano de Ação Imediata - PAI, de há muito fracassado, nunca passou por uma reciclagem. Aliás, esse plano criou sérios problemas sociais, com as suas denominadas áreas industriais, ao se propor a despejar um bairro inteiro, o de Pedrinhas, e áreas da Avenida Kennedy, que devem ser destinadas a residências. Por figurar como destinado às indústrias, a população local sofreu ameaças de despejo ou a proibição de construir residências ali. Não há qualquer política urbana na cidade de Porto Velho. A Lei n. a 6.431177 não é aplicada no Território. O Governo não :l!iOU 218Z Quinta-feira 26 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção quer executar essa lei e, em seu lugar, está funcionando a ilegalidade do GRAU. Por todos os lados surgem os despejos de bairros inteiros. Essa é a realidade de Porto Velho. O povo não tem onde construir suas casas. ' Prefeitura não loteia áreas para novos bairros na Capital. Os bairros que surgem são despejados, como é_ o caso de Novo Porto Velho e Quadra X-5, de dolorosa lembrança. Tudo porque a Prefeitura não tem loteamentos para ordenar a ocupação da área periférica da Capital. Basta que se lembre as brigas, na Justiça, do Jardim América, áreas de Milagres I e II com o Grupo Rio Candeias. Os conflitos e as lutas em torno dos terrenog da Estrada de Ferro Madeira--Mamoré até hoje não foram definidos. A situação da C'AERD é vexatória, não atendendo nem quarenta por cento da população. Não menos crítica é a situação da CERON, com as constantes faltas de luz. O jornal Alto Madeira, edição de 4-4-78, dá notícia da presença do Prefeito na Câmara de Vereadores, fazendo uma explanação de sua gestão. Acusando as administrações anteriores, enfocou ele o Plano de Ação Imediata, elaborado em 1972 e que estabeleceu marco referencial na administração municipal, que se encontrava desprovida de qualquer instrumento de planejamento capaz de oferecer orientação de política urbana. Disse o Prefeito que grande parte do plano, talvez por falta de continuidade administrativa nos gov·ern{)s municipais, sofreu uma defasagem acentuada, ou seja, fracassou. E disse mais, que só agora é que alguns instrumentos vêm sendo objeto de estudos, como o Cadastro Técnico Municipal, a Planta de VpJores, o Código Tributári{) e o Sistema de Arrecadação e Controle. Disse mais, que encontrou a Prefeitura em situação de verdadeiro caos, constatando as seguintes deficiências: ausência de definição política do Governo; estrutura administrativa deficiente; carência de recursos humanos; encargos financeiros de gestões anteriores; insuficiência das receitas tributárias, IeM, F1PM; conseqüências da execução do projeto de saneamento básico e estrutura operacional d,eteriorada. Conhecendo os fatores que agravaram a administração municipal e visand{) à distribuição e aplicação' dos recursos que se apresentavam escassos, alega que foram ,estabelecidos os seguintes objetivos: fortalecimento da estrutura de planejamento; finanças; reforma administrativa; melhoria do sistema viário urbano; e melhoria do saneamento da cidade. . Nenhuma prioridade se devotou aos problemas sociais da cidade. O Prefeito confessa que a Prefeitura não tem sequer estrutura administrativa. Prometeu o asfaltamento de ruas, que colocaria em prioridade, como a Av. D. Pedro lI, Pinheiro Machado, Almirante Barroso e Amazonas. Falou ainda da necessidade de asfaltar a Av. Nações Unidas. Não explicou a grande deficiência dos asfaltamentos implantados sem qualquer técnica. E disse mais, o que é de suma gravidade: que ao invés de implantar uma camada asfáltica de 5 em, iria fazê-la com apenas 3 em, o que, na sua opinião, sairia mais econômico e faria sobrar recursos para asfaltar mais ruas. O povo sabe que o asfaltamento de Porto Velho é uma mera pichação. Disse que quando receber mais verba, fará o asfaltamento com a camada de 5 cm, ou seja, estão fazendo os serviços pela metade, estão brincando de asfaltar a cidade, é a indústria do asfaltamento. Anunciou que estava pleiteando uma verba junto à Secretaria de Recursos dos Estados e Municípi{)s - SAREM, e acredita que -este ,mo as verbas para asfaltamento seriam de 10 a 15 milhões de cruzeiros, canalizadas através do POLAMAZôNIA. Prometeu que vai cobrar uma taxa de asfaltamento correspondente a 1/3 das ruas beneficiadas, tendo em vista que toda,s as cidades, disse o Prefeito, cobram por ,esse serviço. Se a população não anda agüentando pagar os impostos, como irá pagar essas taxas de asfaltamento? O Prefeito prometeu ainda que vai adotar herbicida, desfolhante· para elíminar o matagal que tomou conta da cidade. Na Câmara de Vereadores, quando da explanação do Prefeito, houve protestos e críticas. Os Vereadores disseram que as explicações não convenceram, alegando que ficou apenas o anúncio de melhoria do sistema viário e alguma coisa no saneamento, mas não esclareceu quantos quilômetros serão pavimentados ou se ao menos há recursos para isso. Disseram eles que além da pavimentação e da limpeza urbana, não se evidenciou quas,e nada. Essa é a situação da administração de Porto Velho. O Prefeito não anunciou à Câmara nada de novo. A cidade vai continuar sem água, sem luz, sem loteamentos para expandir-se. Nenhuma palavra foi dita sobre o problema da educação, que também é da esfera do Município. A educação tem prioridade sobre o asfalta·mento. Nenhuma palavra foi dita sobre os problemas sociaís, que são imensGs em Porto Velho. Nada se adiantou sobre a construção de casas populares, nada se esclar,eceu sobre os transportes coletivos, não se abordou {) problema da estação rodoviária, que, aliás, já virou escândalo, pois só a confecção de seu projeto custou, no inícío do atual Governo, mais de ISO mil cruzeiros, e agora estão tazendo novo projeto para a mesma estação rodoviária. Antes de pensar em gastar milhões em asfalto, é preciso preocupar-se com I) Abril de 1978 a saúde e a educação da população; é precíso se preocupar com moradias, destinar lotes a quem precisa fazer casas. Nada disso consta das prioridades do Prefeito. Ele está preocupado apenas com a situação interna da Prefeitura, que ainda não conseguiu organizar-se. O que a Prefeitúra vem fazendo para o povo, embora esteja consumindo verbas, tanto de recursos transferidos como de arrecadação? Qual a obra social dessa Prefeitura? Quais os programas de trabalho da Prefeitura, além do asfaltamento de algumas ruas? Quando a Prefeitura receberá a área urbana da cidade, em decorrência da Lei n. O 6.431/77? Quando a Prefeitura promoverá loteamentos onde o povo possa edificar suas casas? Quando a Câmara de Vereadores vai de fato fiscalizar essa Prefeitura? Quando o Prefeito vai adotar uma politica de desenvolvimento urbano voltada para o aspecto social, deixando de administrar por problema? Afinal, quais os problemas já resolvidos pelo Prefeito? Era o que tinha a dizer. O SR. JOSE MARIA DE CARVALHO (MDB - RJ. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, minha presença nesta tribuna, hoje, é para congratular-me com o diretor e produtor do programa "Hora do Libano", da Rádio Guanabara do Rio de Janeiro, Peter EI-Sayed, pela instituição do concurso aberto a todos os jovens estudantes brasileiros para a apresentação de um trabalho sobre o Líbano e o Marrocos. O trabalho, que exigirá dos participantes pesquisas sobre a civilização e o desenvolvimento do Líbano e do Marrocos, além de melhorar o nivel de conhecimentos dos jovens, fará com que, com a motivação dos prêmios, que são realmentl'l valiosos, dediquem o seu tempo ocioso ao estudo da história daqueles povos. Ao primeiro colocado serão oferecidas duas passagens aéreas, pela R{)yal Air Line, para visitar o Líbano e o Marrocos, com estadia paga, durante 8 dias, pelos dois países, com direito a acompanhante. Os prêmios seguintes constarão de aparelhos eletrodomésticos, bicicletas etc. Os trabalhos deverão conter um mínimo de cinco laudas e um máximo de dez, datilografadas, com espaço dois. O prazo de entrega será até 30 de junho. O julgamento será feito, no período de 01 a 21 de julho, por uma comissão constituída pelas seguintes personalidades: Prof.a Luiza Maria -Brasil - Presidente do Instituto Cultural Brasil Mundo Árabe; Dl'. Sylvio Ernesto Cocchiare1li; Dl'. Waldemar Cury; Prof. a Tereza Velho - representante da Secretaria Municipal de Educação; Mansur Chelita - presidente internacional da Editora Gibram Kalil Gibram; Desembargador Enéas Marzano - PresiCiente da Comissão. Participam ainda do concurso, formando a sua Comissão de Honra os senhores: Dl'. Salomão Saad - Presídente do Clube Monte Líbanó; Dl'. Elias Richa - Presidente do Clube Sírio Libanês; Katar Richuam - Presidente da Liga Libanesa e da União Libanesa Cultural Mundial; D. George EI Hael-Haff - Arcebispo Oi'todoxo do Rio de Janeiro; Rachid Masmoud - Diretor da Royal Air Line; Senador Nélson Carneiro; Senador Benjamim Farah; Deputado Federal José Maria de Carvalho; Vereador Carlos de Carvalho; Dl'. Renato Pacheco Americano - Díretor do IBGE; e Ahmad Zeim. Fazemos votos que o concurso atinja os seus objetivos e que dele participe toda juventude estudiosa do Brasil. Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. O SR. DASO COIMBRA (ARENA - RJ. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, os serviços de telefone no Estado do Rio de Janeiro, notadamente na cidade do Rio de Janeiro e em todo o Grande Rio, deíxam muito a desejar, sendo constante a existência de um grande número de aparelhos telefônicos sem funcionamento por deficiêncía da própria empresa concessionária. Apesar disto, as tarifas são cobradas normalmente, ainda quando o serviço não é prestado, constituindo-se, o fato, flagrante d(srespeito aos usuáríos. Seria desejável que a Companhia TelefônIca do Rio de Janei1'0 apresentasse um se~'viço perfeito, que propiciasse um minimo je; reclamaçõ·es. Acontece que, tendo sua renda certa, sem que se lhe imponha qualquer multa quando não presta o serviço devido, a empresa não toma as devidas cautelas no interesse dos usuários. A modalidade de cobrança de assinatura, com a permissão de ~IO ligações mensais, completadas {)u não, isenta a Companhia da Plestação do serviço, para receber aquela importância taxada, o que, sem dúvida, é uma imoralidade, pois ninguém se dá ao luxo de ):nanter uma assinatura de telefone, sem usá-lo, para ter que pagar o que lhe cobra uma empresa concessionária. mARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1978 A assinatur?-, sobre ligações completadas, deveria ser tmnbém calculada pelo número de dias de efetivo serviço prestado ao assinante. Assim, havendo a interrupção do serviço, não haveria divida e, com esta compensação, assinante seria taxado justamente, embora com o prejuizo de outros negócios e comunicações, não realizados pel!1- falha técnica de responsabilidade da concessionária. Outra medida seria punir a empresa, quando da interrupção de seus serviços, fossem quais fossem os motivos. Desta forma a Companhia Telefônica do Rio de Janeiro agiria mais responsavelmente, pois tentaria, por todos os meios a seu alcance, evitar a punição imposta. Mas o quadro atual é que não pode ser mantido, constituindo-se os serviços telefônicos no Grande Rio, verdadeiro caso calamitoso, de conseqüências bastante desagradáveis, por todos os modos censuráveis. O Ministério das Comunicações, de tão relevantes serviços lnestados nos últimos anos ao País, devería chamar a si esta res}:'onsabilidade d€ punir as empresas, públicas ou particulares, que não atendessem devidamente suas finalidades, sobretudo quando logram sua clientela, cobrando por serviços realizados deficientemente. Era o que tinha a dizer. o SR. JOSÉ RIBAMAR MACHADO (ARENA - MA. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, trago meus aplausos ao Deputado Arnaldo prieto, eminente Ministro do Trabalho, pela edição, em dois volumes, do Catálogo-codificação "Classificação Brasileira de Ocupações - CBO". Para que se possa uvaliar a extensão desse valioso empreendimento governamental, basta revelar que foram realizadas 3.108 entrevistas. "Desta pesquisa foram apurados 201.906 títulos ocupacionais que, após criticado.s e computadorizados, foram reduzidos a 160.310 títulos {)cupacionais diferenciados". Veio a lume a "CBO" em virtude de convênios entre o GoverJlO do Brasil e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUDJ, com a colaboração da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). organismos que emprestaram à Secretaria de Emprego e Salário, do Ministério do Trabalho, cooperação técnica de inestimável valor, como afirma aquela Secretaria. Essa obra de codificação, 8rs. Deputados, sob a denominação "Cla::;sificação Brasileira de Ocupações - CBO", constitui instrumento de unificação de nomenclatura e semântica das ocupações existentes no Pais. Visando a preparação de recursos humq,nos para categorias ocupacionais diferenciadas da força de trabalho, sem dúvida alguma, a edição "CBO" tem função essencial para os sistemas naCIOnais de formação de mão-de-obra, de emprego e salário e de formação profis.sional rural, através do Conselho Federal de Mão. de-Obra, órgão do Ministério do Trabalho. O mercado de trabalho e a operacionalização da política de emprego, a níveis local, regional e nacional, através da "CBO", afirma o Titular do Ministério do Trabalho, oferecerá novas condições de eficácia para a política de valorização dos recur.sos humanos nacionais pelo trabalho. A valorização profissional, a formação de mão-de-obra, a política de emprego e salário, o aumento da produtividade, eis os pontos fundamentais dos recursos humanos de nossos dias. Era o que tínhamo.s a dizer, Sr. Presidente e Srs. Deputados. ° O SR. SIQUEIRA CAMPOS (ARENA - GO. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presid~nte, Srs. Deputados, comemora-se, hoje, em todo o País, o Dia do índio, insti~uído pelo Presidente Getúlio Vargas, ao baixar o Decreto-Lei n.O 5.540, de 1943. Já então procurava-se, introduzindo-se essa efeméride em nosso calendário cívico-cultural, conscientizar a população brasileira a respeito dps seus deveres para com os primitil'os e naturaís possuidores desta terra, cujos descendentes, espelhados nas maIs distantes regiões do Pais, ou até próximos de suas capitais, tendem a bel' marginalízados pelo processo de aculturação, de.srespeitados lieus costumes e instituições tribais. Hoje mesmo, Sr. Presidente, o Correio Braziliense divulga, na coluna "Brasília - DF", uma nota que revela como ainda perdura o desconhecimento do problema indígena no País. Eis, na integra, o registro feito por e.sse jornal: "Parabéns, Sr. Mário Autuori, diretor do Zoológico de São Paulo, por ter imediatamente chamado às falas seu tenente chefe de seguran~a, aquele energúmeno que andou sugerindo que um casal de índios xavantes, vestidos a caráter, ficasse exposto à curiosidade do público que vai ver bichos. Quinta-feira 2'6 218S Por uma questão de dignidade e de respeito aos direitos humanos." Se ainda há, mesmo fora da classe de certos antropólogos im·· provisados, os que encaram os índios como fósseis vivos, felizmente a legislação indigenista brasileira, a partir do art. 186 da ConstitUIção, é uma das mais evoluidas do mundo, enquanto a Fundação Nacional do Índio, órgão vinculado ao Ministério do Interior, vem procurando promover a integração lenta e gradu~ do silvícola à comunhão nacional, sem traumas, respeitando suas instituições e costumes tribais. Quero lembrar, neste instante, a atuação do Ministro Albuquerque Lima, ao propor a instituição 'daquele órgáo, em substituição ao SPI, como o seu sucessor, naquela Pasta, General Costa:. Cavalcanti, que procurou, principalmente, solucíonar o problema das reservas indígenas, sugeríndo a criação, por decreto presidencial, do maior número delas, bem como visitando, pessoalmente, dezenas de tribos no Pais. Parece-me oportuno, também, louvar a atuação do primeiro. Presidente da FUNAI, o jornalista Queirós Campos, que deixou o cargo de Assessor Jurídico daquele Ministério para organizar a FUNAI, a partir da lei que ordenou a sua criação, contribuindo, também, para a feitura de toda a legislação atualmente destinada à integração do índio brasileiro. Além desse esforço, no campo legislativo, foi o criador da Guarda Rural Indígena, da primeira escola de formação de professoras indígenas bilíngües, prcmotor de convênios com instituições hospitalares, para acudir ao silvícola, criador do Hospital do Índio na Ilha do Bananal e proponente dos Parques Indígenas do Tumucumaque, do Araguaia e do Aripuanã, que, juntos, somam mais de cem mil quilômetros qUl'l-drados. Cumpre-me, também, relembrar a administração do General Bandeira de Melo, segundo Presidente da FUNAI, que procurou, durante quatro anos, complementar a legislação do órgão; ampliar o número de delegacias e de postos indígenas, melhorar os transportes e comunicações da Fundação e ampliar a assistência médica aos índios, sem prejuizo do trabalho para a manutenção, defesa e ampliação dos territórios tribais. Finalmente, o atual Pre.sidente da FUNAI, General Ismarth. já no seu quinto ano de atuação, vem dando cumprimento ao Estatuto do índio e a toda a legislação indigenista, com r3:l'a competência e largo discernimento, dando, agora, ênfase especial à. Ilolução do problema da terra indigena, sempre ameaçada pela eanância dos invasores. Ao congratular-me com '0 indio brasileiro, nesta data, queremos apresentar os nossos votos no sentido de que se obtenha a sua integração à comunhão nacional a salvo de mudancas bruscas, sem perda de nenhum dos seus dircitos tradicionáis, como cidadãos prestantes, capacitados a colaborar, com eficiência, no clesenvolvimento nacional. Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. O SR. DIAS MENEZES (MDB - SP. Pronuncia o seguinte dis· G,urso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputadüs, a cidade já foi cognominada de "Terra das Artes" e "Capital da Ecologia". O' primeiro cognome deve-se a uma descomum e anormal concentração de artistas populare.s, artesãos, no sentido mais puro da palavra, que para ali foram e que, se o tempo permitir e a concentração durar, acabarão por transf.ormar o Embu em uma verdadeira Meca das Artes. Assim o espero. O segundo cognome, entretanto, está sendo sub-r'8pticiamente desmentido pela atual administração municipal, de modo tal que as reclamações e os protestos estão ecoando muito longe, tendo chegado agora até Brasília. No Embu, foram r'8alizados, no passado, dois simpósios sobre ecologia. Isso bastou para que a cidade ganhasse foros de "Capital da Ecologia". Parece, entretanto, Sr. Presidente, que essa tradição não vai perdurar, lamentavelmente. ' Entre as muitas riquezas que há no Embu, avulta uma: a região é rica em areia própria para construção. A ocorrência de' areia n{lS cursos d'água que desaguam na Represa de Guarapiranga é muito grande. Havia, por isso, no Município, vário.s portos de· areia, funcionando sempre com intensidade. O pr-:~juízo eC:Jlóglco que essa atividade trazia, entretanto. Srs. Deputados. era tã()\ grande. que a admínistração mu:Iicipal anterior. esclarecida in loco peLas simpósios que ali se r'2alizaram, houve por bem mandar fechar os portos de areia eXÍ,stentes e proibir a abertura de novos. A comunidade da "Capital da Ecologia" aplaudiu a medida, na certeza d.e que o problema estava. definitivamente resolvido. Puro engano, entretanto. A atual administração. tendo à frente o Prefeito Joaquím Mathias de M:Jraes. desconhecendo comp~'8tamente os protestos da população. como convém a um bom alcaide arenista mandou reabrir os portos de arem e está autorizando a instalação de novos porias. 2lR4 Quinta-feira 26 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abril de 1978 É o caso, por exemplo, do Preventórío de Jurujuba, em NiteDe nada adiantaram as advertências em linguagem cientifica, provando ao Prefeito que essa atividade provoca: rebaixamen- rói, onde se localiza a "Charitas", instituição assistencial das mais to do lençol fr.eático; erosão; assoreamento dos rios com as C0n- prestantes à população pobre local. cujo esforço honra os seus seqüentes inundações; poluição das águas que desaguam na Re- dirigentes e quantos ali prestam serviços, a qualquer critério. presa de Guarapiranga. Reclama-se> a falta de água e esgotos. protesta-se contra a De nada valeram, também, os protestos da população, que, iluminação precária, fala-se na necessidade de asfaltamento. reem termos mais populares, porém com mais firmeza. demonstram clama-se contra a precariedade dos meios de transporte, mas o que o funcionamento dos portos de areia mina os poucos veios mais terrível dos problemas no local se prende à absoluta ausênde água existentes no Município. Esses poucos veios. depois de cia da coleta de lixo. esgotados, se transformam em verdadeiras crateras ::l céu aberto, De há muit(J abandonado o local - com apreciável população que lentamente s·e cobrem de areias movediças, portas abertas pa- - pelas autoridades municipais, são constantes as promessas eleira calamitosos acidentes, especialmente contra as crianças que toreiras, jamais cumpridas, no sentido da urbanização da localisão menos cautelosas por natureza. dade. Se não quiser o Prefeito Joaquim Mathias de Moraes preoAssim, atualmente, na localidade prolifera um sem número cupar-oo com c que pode acontecer de imediato, basta que ele de doenças, sendo assustadora a incidência da tuberculose, da heatente, Srs. Deputados, para os danosos efeitos de sua desastrada patite e de várias verminoses, sem um combate eficiente. mesmo medida a longo prazo. O funcionamento dos portos de areia será em regime ambulatDrial. capaz de transformar o Embu, região de rara beleza e famosa Não exist·e policiamento no local, vivendo os moradores em também pela riqueza hortifrutigranjeira, em um autêntico deserto, constante sobressalto pela proliferação de assaltantes e reincidênacabando com seu ar puro e seu verde acolhedor. cia nos roubos e furtos. Quero, pois, desta tribuna, endereçar uma séria advertência Por incrivel que pareça, a grande reivindicação dos moradores ao Prefeito de Embu: sua desastrada decisão em I'eabrir os portos de areia, além de incomodar l i cidade, conseguiu sensibilizar se resume pura e simplesm.ente na colocação, pela Prefeitura de duas professoras, atingir seus sentimentos humanos. E elas tive- Niterói, de uma caçamba coletora de lixo na entrada daquele loram a gentileza de 'escrever a este Deputado, rélatando o que ali cal. está acontecendo. Trata-se de Elizabeth Thorlv e Nevri Braghini Devemos lembrar que se trata de promessa feita pelo GoverAlvarez. O Prefeito que se cuide e bem: será difícil convencer no anterior, também reiterada pelo atual Prefeito de Niterói, nosduas ilustres professoras de qUe ele está com a razão. tirando de so correligionário. graça os títulos tão merecidos que Embu, com justo orgulho, ainda Estamos certos de que S. Ex.a aqui lembrada a sua promessa, ost.enta, quais sejam, os de "Terra das Artes" e "Capital da Ecosob a forma de compromisso assumido nas eleições, mande atenl.ogia". . der, com urgência, a es.sa mínima reivindicação do Preventório de Era o que tinha para dizer. Jurujuba, da "Charitas" e da população adjacente. O SR. JOEL FERREIRA (MDB - AM. Pronunci!l, o seguinte Era o que tinha a dizer, Sr. Presid,ente. discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, é sabido que, sendo uma região onde a agricultura e a criação de gado são rudimenO SR. ALOíSIO SANTOS (MOB - ES. Pronuncia o seguinW tares e encontram muitas dificuldades para se desenvolver. na discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputad<Js, a revista "Agricultura maior parte da população da Amazônia, vive exclusivamente d.o de Hoje", em sua edição de março, traz um importante l'elato soque a natureza lhe oferece, explorando a floresta e, fundamen- bre o desenvolvimento do coop'erativismo no Brasil, bem como no talm·ente, os rios. resto do mundo. Nós, que sempre defendemos esse movimento em O rio Amazonas. o principal da região, mantém sempre com nossa terra, não podemos deixar de destacar a oportunidade da muita água, já que atravessa regiões sob a influência do clima matéria, mesmo porque ela reúne dados e esclarecimentos dignos equatorial, com chuvas em todos os meses do ano. Jl: um verda- deste enfoque. deiro mar de água doce, onde é pos,sível também a navegação Constatamos, em primeiro lugar. que. no setor de produção de grande porte. N·esse quadro encontra-se Itacoatiara. no baixo agricola, as cooperativas são responsáveis por 80% da produção Amazonas, que. por sua população e seu desenvolvimento, é a de soja do País, 90% da de lã, 51% da de carne. 90% do trigo e principal cidade do interior do nosso Estado. Plantada à margem 52% do leite. do grande rio, não dispõe, ainda hoje, por incrivel que possa parecer, de um porto fluvial para atender a grande movimentação Existe, entretanto, um enorme contraste no cooperativismo de mercadorias e de pessoas. É verdade que milhares e milhares brasileiro. considerado forte no Sul e deficiente no resto do Brade cruzeiros já foram destinados para a construção de um porto sil. No Rio Grande do Sul, por exemplo, estima-se que de um total naquele local. É c,erto. porém, que nada de concreto existe! de 400 mil propriedades rurais, 300 mil estejam ligadas a coopeCreio mesmo, Sr. Presidente, que esse fato deve ser creditado rativas. Em Santa Catarina, as 150 unidades existentes são conà estagnac;áo administrativa do Amazonas, triste realidade que a sideradas atuantes num todo, .haja vista a expressiva produção todos preocupa. Tem-s'e dito que a Região Amazônica apresenta, local. O Paraná não foge à regra, destacando-se as cooperativas na atüalidade, espetáculo contrastante e profundamente de,sola- escolares. ·em número de 115 e as agropecuárias. São Paulo apredor: ao lado de uma Transamazônica, hoje abandonada e invadi- senta o maior número de cooperativas. Minas Gerais se destaca da pela floresta, e que tão fundo atingiu os cofres nacionais, en- pela quantidade de cooperativas agropecuárias. O Rio de Janeicontra-se, à esp,era de maior atenção governamental, quase todo ro, pelo número de cooperativas de p.esca: 10. Estes seis Estados o interior do Estado, entregue a SUa própria sorte, sem recursos abrigam um total de 1.200 cooperativas, aproximadamente, cone sem apoio oficiais. Uma das principais cidades do interior do • tra um total de 2.317 cooperativas cadastradas pelo INCRA. maior Estado em extensão do País, Itacoatiara. apesar do dinaDepois de destacar a evolução do coopeJ;ativismo no Brasil, a mi,Olmo de seu atual Prefeito, não pôde superar a corrupção dos reportagem aborda os principais problemas do setor ·e suas soanteriores e construir um porto, para glória de sua gente. luções na opinião dos especialistas entrevistados. Não é possível, pois. Sr. presidente, que tal situação perdure "Como recuperar as cooperatIvas, qual a solução definitiva por mais tempo. É chegada a hora de as autoridades fed,erals e estaduais olharem com mais atenção para a Região Norte do capaz de pôr fim à exploração de que são vítimas. em última Brasil. Filhos de uma mesma pátria, pulsa no povo amazonense instância, os consumidores? Como articular a coexistência com o mesmo espírito de brasilidade das demais regiões ,e igual sen- os supermercados que. segundo alguns dirigentes. contribuem para o ínsucesso das cooperativas? " Estes, entre outros, são temas timento de patriotismo e amor ao Brasil! enfocados na publicação. É es,se povo, Sr. Presidente, que clama por urgentes estudos vil:ando à construção de um porto fluvial em Itacoatiara. IndisPor outro lado, mesmo considerando que o Governo dispõe de cutível fator de progresso para uma cidade que anseia por de- órgãos diversos para as,sistir às cooperativas, vários são os' técsenvolvimento. Um porto em Itacoatiara é do mais alto interesse nicos que opinam ser inviável qualquer tipo de solução para os para os seu.s habitant·es, em particular, e para o Estado do Ama- problemas levantados se persistirem normas semelhantes para zonas, em geral. regulamentar sociedades cooperativas e sociedades anônimas. Que o Governo Federal, então, se mostre sensível a esse proA autora da reportagem, Márcia Rodrigues, faz me.:lção tamblema, e viabilize, com urgência, a sua solução. bém a depoimento prestado por um dirigente chileno que teve a Era o que tinha a dizer. oportunidade de con.statar ,em Israel o sucesso de suas formas de O SR. MILTON STEINBRUCH (MOR - RJ. Pronuncia o se- cooperativas. Cita. afinal. as seguintes impressões do dirigente: "A guinte discurso.) - Sr. Presid·ente, Srs. Deputados, normalmente, verdade é que o Estado de Israel protege e desenvolve as coopeos grandes centros urbanos enfrentam problemas da magnitude rativas. A política do Gov·erno é precisa, honrada e cumprida. As mesma do .seu desenvolvimento, mas, em alguns casos. eles po- cooperativas são subordinadas à Lei das Cooperativas e a uma dem ser resolvidos com uma providência das mais rápidas e me- superintendência técnica de cooperativas, que atua somente em casos de irregularidades". nos disp·endiosas. Abril de 1978 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção N.o nosS{) Estado, o Espírito Santo, o movimento cooperativista ainda não se desenvolveu a contento. Falta-nos um maior empenho das autoridades estaduais. Falta-nos uma divulgação que penetre profundamente no meio rural, dando ciência aos produtores capixabas das vantagens que poderão advir com a evolução e o aprimoramento das cooperativas locais. Como nos temos aprofundado em estudos sobre a matéria, dentro de mais alguns dias estaremos apresentando prDjeto de lei destinado a captar novos recursos para as cooperativas brasileiras. O SR. CARDOSO DE ALMEIDA (ARENA _ 5P. Pronuncia o seguinte discurso.> - Sr. Presid·ente, Srs. Deputados, venho a esta tribuna apelar para o Ministro da Indústria e do Comércio, Angelo Calmon. de Sá, no sentid.o de que, no próximo reajuste de preços da cana-de-acúcar da safra do sul do Pais, conceda o preço de Cr$ 220,00 POI: tonelada de cana posta na usina de açúcar. A 8,eca vai fazer diminuir muito a produção canavi.eira, e os fornecedores de cana não poderão continuar as suas atividades, se não for reconhecido pelo Instituto do Açúcar e do álcool esse preço de 220 cruzeiros a tonelada, que é o minirr.o que o produtor. poderá aceitar para continuar plantando. O SR. FERNANDO COELHO (MDB - PE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o protesto que se levanta no mundo inteiro, contra o assassinato de Aldo Moro deve ser dirigido não apenas contra os que o mataram friamente, mas contra o terrorismo em si mesmo - parta de onde partir, busque a justificação que buscar, tenha os propósitos que tiver. Com a morte do líder democrata-cristão italiano, o que se põe em julgamento não são os erros ou acertos de sua atividade politica. Enganaram-se os que pretenderam, assim agindo, atingir esse objetivo. O que a humanidade inteira condena, hoje, diante da selvageria do episódio, é o barbarismo do assassinato, da violência como método, do crime como sanção. Agredida foi toda a humanidade, cada vez que o terrorismo faz uma nova vitima. Em qualquer parte do mundo. Seja ela um líder político ou o homem comum anônimo, sem fortuna, .sem títulos, sem história. A violência gera a violência - já se repetiu muitas vezes. Não se resolvem problemas dessa forma. Nada justifica o terror nem isenta de culpa os que o praticam. Seja ele clandestino ou institucionalizado. Contra a ordem constituída ou sob o pretexto de sua defesa. Diante de fatos como o de ontem - que enlutam todos os países, todos os lares, todas as pessoas - lembramos as palavras de John Donne: "Nenhum homem é um ilha isolada: cada homem é uma partícula do continente, uma parte da terra; se um torrão é arrastado para o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse o solar de teus amigos ou o teu próprio. A morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por Ti." Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. O SR. JORGE PAULO (MDB - SP. Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, aproveito a oportunidade para cumprimentar o povo de Brasília pelo aniversário da cidade, que, sem dúvida alguma, é a capital das grandes decisões nacionais, embora ta~s ?ecisões muitas vezes não representem a vontade do povo brasllelro. Quero, também, solicitar ao Ministr-o das Comunicações que estude uma fórmula capaz de permitir que a tão propalada Rádio do Congresso Nacíonal seja instalada, pois através dela o povo brasileiro terá condicóes de avaliar os grandes debates travados nesta Casa de grandés decisões. O SR. LEONInAS SAMPAIO (M"D8 - RJ. Pronuncia ,o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, abril tem sido um mês de preocupações para os trabalhadores. E não somente para eles, mas para todos aqueles que, como o.s trabalhadore,s, sentem as dificuldades da elevação do custo de vida. Muito proximamente devem ser anunciados os novos níveis de salário mínimo para todo o País. Os funcionários pÚ!JIícos já foram aquinhoados com 38% de aumento em seus venCImentos. Espera-se que as autoridades governamentais' mostrem-se, por igual, sensiveis às necessidades dos trabalhadores. Mas, Sr. presidente, não basta que apenas se conceda uma significativa majoracão nos atuais niveis salariais. O mais importante - e infelizmente o que também anda mais ausente - sf'ria uma atuante presença do todo-poderoso Governo em evitar o aumento exagerado do custo de vida. Hoje não se pode mais fazer uma feira. Gostaria que o Presidente da República, que o Ministro do Trabalho, o da Fazenda, I) Quinta-feira 20 2185 o do Planejamento, o da Agricultura, o Superintendente da SUNAB e outros tantas nomes de Governo desta República fossem, pessoalmente, fazer compras para o consumo do dia-a-dia. Gostaria que eles vissem a quanto anda o preço da carne,· quantos cruzeiros custa um quilo de tomate, qual o preço da vagem, da abobrinha, do chuchu. Que verificassem como a lata de óleo de soja sumíu, só vindo a aparecer quando o preço foi majorado. E o que dizer do preço da cebola? Tudo sobe neste Pais. E, por incrível que pareça, isto oco;rre abertamente, sem nenhum subterfúgio. E o Governo não toma providências. Quando se pensou que a farinha de trigo seria quase a metade do preço de um quilo de fubá? Foi-se o tempo em que o pobre comia arroz, feijão, toucinho. e angu. E que podia beber bastante café. Hoje, estas são mercadorias de alto custo. Srs. Deputados, o trabalhador j á renunciou a quase tudo em matéria de alimentação, premido pelo seu fraco poder aquisitivo. Sua situação agrava-se dia a dia, cada vez ele compra menos com mais dinheiro, comprometendo sua saúde e a saúde de seus dependentes. Falou-se em distribuir cestas de alimentacão. Isso de nada adiantaria, porque seria impossível atender a êsta grande massa humana marginalizada. Não temos dúvidas de que a única solução é estimular a agricultura, principalmente o pequeno produtor. Li as declarações do futuro Presidente, General João Baptista Figueiredo. Por elas, S. Ex.e. pretende colocar em prioridade o problema do abastecimento e da produção agrícola. A inicio, animeime com tal intenção. Depois, porém, verifiquei que esse ideário não é ·assim tão novo. Já foi ele acenado por diversos governos revolucionários. E, infelizmente para o povo, sem que fosse levado a cabo. Os preços, hoje como ontem, continuam elevadissimos. E os alimentos, cada vez mais, distanciam-se da mesa do assalariado. Mas não é apenas o problema da alimentação que aflige Q' trabalhador, Srs. Deputados. Refiro-me, outrossim, aos abusivos aumentos de tarifas de telefone, energia elétrica, impostos, água. Vivemos em um verdadeiro ]3araiso de lllultinacionais. E seus métodos já começam a ser utilizados pelo próprio Governo. Em todo o mundo, o dólar amelicano anda em crise. As Bolsas européias acusam quedas assustadoras da moeda norte-americana. Só em nosso País ele continua em alta. Não é estranho? Sr. Presidente, o povo anda apreensivo. Anda machucado. Magoa-se aO ver a sua me.sa vazia, seus filhos com necessidade de melhor alimentação. Até quando isto ocorrerá? Custa-me crer que um Governo revolucionário, que dispõe de meios podcrosíssimos, inclusive com instrumentos de exceção, não consiga combater os. especuladores, os atravessadores, os que inflacionam os preços dos gêneros de primeira necessidade. E que não possa controlar os serviços concedid?s, especialmente os de água, luz, telefones etc. Existe um descontentamento muito grande, em todas as camadas sociais. E não se trata, como poderia parecer, de uma atitude contestatória. Não! As reclamações dirigem-se, exclusivamente quase, aos constantes aumentos dos gêneros, das tarifas. dos produtos de uso indispensável. Será que o Governo, que diz tudo saber, ignora esses fatos? Ou pensam as autoridades que Decretos-leis e Atos Institucio.nais resolverão o problema? Sr. Presidente, creio ser meu dever para com a Nação reclamar,. das autoridades constituídas, uma ação mais pronta contra os maus brasileiros e os estrangeiros que estão levando o desespero e' a in tranqüilidade a milhares de famílias brasileiras. Desejo ver estabelecida, na plenitude, a· paz social. Mas vejo-a distante, infelizmente, devido a esses fatores de elevação do custo de vida. Aguarda o povo bra,sileiro que haja uma solução. Solução essa, que não pode importar, apenas, na concessão do aumento do 8lalário mínimo, em percentuais vantajosos. Mas que deve ser concretizada em medidas enérgicas, tendentes a impedir que o povo continue tendo o seu salário desvalorizadD, engolido pelo fantasma da inflaçã-a. O SR. ANTUNES DE OLIVEIRA (MDB - AM. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, eminentes Pares, os obstáculos e entraves ao desenvolvimento da Amazônia Brasileira são em quantidades respeitável! A Amazónia Brasileira· - mais da metade do Brasil - devia e deve ~ontar, dos Poderes Públicos, coro estímulos, planejamento, assistência, recursos, inclusive bancários, prioridades, defesa, transporte, como, ainda, além do mais, com serviços educacionais e sanitários. Hoje, pela manhã e à tarde, a Comíssão da Amazônia, sob minha presidência, ouviu, atenta, três brasileiros representantes das Associações Comerciais dos Estados do Mato Grosso, Goiás e Acre, respectivamente, Dl'. Ubiratan Vilela Spinelli, Dl'. Eudoro Guilherme Lachenil Pedrosa e o Padre Raymundo Trindade. 2186 Quinta-feira 20 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAl, (Seção 1) 'Após os pronunciamentos daqueles ilustres compatricios, houve longos e acalorados debates entre os conferencistas e parlamentares, inclusive o Presidente. Defendi os seguintes pontos: 1) São necessárias rodovias asfaltadas - impossivel se toma. nas épocas das chuvas, pararem os escoamentos dos produtos agrícolas e também do gado gordo, para os frigorificos; 2) a paralisação e a burocracia, em abundância, para se aprovarem e liberarem os mais diferentes financiamentos, são um mal; 3) urge educação melhor para o povo - técnicas de gabarito para a agropecuária, como para as indústrias. Também, melhores funcionários para a FUNAI, a fim de tomarem conta das diversas aldeias indígenas; 4) aumento da área da Amazônia legal no Estado de Goiás, passando do paralelo I3 DN para o paralelo 16°N; 5) restabelecimento imediato dos Programas Especiais (PROTERRA. PROPEC, POLOCENTRO, PROLElTE etc.) para a Região Amazônia; 6) restabelecimento do Projeto fundiário denominado Araguaína - com o retomo para Araguaína de um comando do INCRA que realmente decida as' questões de domínio e posse, no extremo norte goiano; 7) pavimentação da BR-364, trecho Porto Velho a Rio Branco (AC); 8) ligação rodoviária entre Rio Branco e Cruzeiro do 8ul, a mais ocidental cidade da Amazônia Ocidental e o maior centro demográfico do Alto Juruá. Essa rodovia deve ser pavimentada; 9) conclusão e pavimentação do trecho da BR-307, ent.re Cruzeiro do Sul (AC) e Benjamim Constant (AM). Essa iniciativa é fundamental para o desenvolvimento sócio-econômico da região; 10) increment,ação da navegação fluvial, com navios apropriados, como outrora os possuia a "Amazon River" para viajar nos altos rios. Essa tarefa competiria â ENASA. Dever-se-ia estimular a empresa privada, através de subvenções e outras medidas congêneres. Estabelecem-se como pontos salientes, ainda, o seguinte: I) término do desmatamento anticientífico, inclusive término das derrubadas de árvores da castanha-da-pará e árvore da. borracha; 2) o aspecto fundiário terá que ser dinamizado, urgentíssimamente. Dai a reforma agrária, de inspiração cristã, ter o seu lugar. O INCRA está pobre e impotente; 3) fixação do homem em sua zona rural; 4) o êxodo das populações deve ser evitado. Plano e ação, com infra-estrutura; 5) recursos para planos a favor da maior produção da borracha natural, vegetal. Plantío e replntío de árvores que dão o latex; 6) exportação da borracha, contra a importação prejudicial desta matéria-prima; 7) agir a favor da agricultura para produzirmos e, usarmos os nossos próprios gêneros alímenticim; Wlmo seiam o arroz. o milho. a borracha. 8) manutencão, pros~l!guiménto, aperfeiçoamento e defesa da Zona Franca. Eu acrescento, mais destacadamente: enlrente-se o adversário da Zona Franca; como brasileiro amazônida, defendo a Zona Franca, para o bem do Brasil, da própria Amazônia; a Zona Franca deve ser meta, um ideal de cada parlamentar do Brasil e, principalmente, da Amazônia brasileira; 9) entrega de titulas, pelo INCRA, por caminhos mais prãticos, mais regulares, mais humanos, mais urgentes, respeitando o sofrimento e os direitos dos que ocupam e trabalham a terra; 10) instrução, educação, saúde para os habitantes das zonas rurais da Amazônia, principalmente das crianças e das mães; 11) melhores pagamentos aos funrionários, inclusive aos professores e as professoras. Ajuda ao estudante pobre. Recuperacão do menor abandonado; 12) transporte oficial e particular decuplicado, eficiente, regular e moderno. Sr. Presidente, 81'S. Deputados, estes são aspectos vitais da Amazônia brasileira, inclusive do Amazonas, Mato Grosso, Goiás e Acre. Eis aí as Conclusões dos representantes das Associações; as conclusões da Comissão e as minhas conclusões. Era o que tinha a dizer. O SR. GÉRSON CAMATA (ARENA - ES. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, re,'-,idos em São Paulo, no II Congresso Brasileiro de Propaganda, os publicitários preparam-se para discutir e aprovar o Código Brasileiro de AutoRegulamentação da Propaganda. O acontecimento merece, sem dúvida, um registro nos Anais da Câmara dos Deputados. Ele significa uma tomada de posição dos homens da propaganda no Brasil diante dos inúmeros males que, afetando a ética publicitária, causam, há muito, sérios males a toda a sociedade brasileira. A CPI de Defesa do Consumidor, instalada nesta Casa. há dois anos, teve oportunidade de observar num estudo comparativo que, enquanto na maioria dos países do mundo um código de ética rege as relações dos publicitários com os veículos de divulgação e com os próprios consumidores; no Brasil níi.o havia nem regras, nem ética. Em determinado momento de 1977 podia-se constatar que 60% dos anúncios veiculados durante três dias por determinada -emissora de televisão não seriam admitidos â luz do código inglês <le regulamentação da ética publicitária. Diante da lei da selva que imperava e ainda impera na publicidade brasileira, onde tudo é permitido, inclusive enganar o consumidor e induzi-lo a erros primários e levá-lo até à fraude e ao logro, recomendou a CPI do Consumidor que os próprios publi- Abril de 19711 citários brasileiros, no espaço de um ano, eles próprIos, como classe consciente dos problemas brasileiros, elaborassem sua. auto-regulamentação. A resposta foi rápida e pronta. Uma comissão foi constituída inicialmente sob a supervisão do publicitário Mauro Sailes e depois, sob a direção de outro ilustre publicitárIo Caio A. Domingues, o código foi elaborado e está sendo discutido e votado em São Paulo, durante esta semana. Há os que consideram o código como uma peça lírica sem efeito algum, porque o mesmo não aplica sanções aos seus trangressores. Códigos outros, também destinados â auto-regulamentação da publicidade em outros paises não contêm punições aos seus transgressores, mas mesmo assim constituiram-se em instrumentos válidos, permanentemente acionados pelos consumidores quando a ética e a moral publicitárias são feridas. A luz da comparação do código atualmente em discussão, com regulamentos éticos da publicidade em outros países o consideramos ainda vago, indefinido, imponderável e fácil de ser transgredido, sem que se figure a transgressão, entretanto válido como to.mada de posição de uma classe publicitária mais consciente de sua responsabilidade diante dos consumidores brasileiros. Como primeira tomada de posição ele poderá transformar-se em breve, com o aprofundamento dos estudos e desenvolvimento do direito do consumidor em nosso País, em peça básica para o estabelecimento de um relacionamento entre produtor e consumidor baseado no Direito e no respeito mútuo. Continuaremos nós, consumidores, a ter diante de nós anúncios enganosos; as nossas crianças continuarão recebendo centenas de mensagens que as induzem ao consumo de bebidas alcoólicas e do fumo; as empresas imobiliárias continuarão vendendo, como se propriedades suas fossem o mar, os parques públicos; atores vestidos de médicos continuarão a nos impingir medicamentos miraculosos para males incuráveis. Tudo isso poderá continuar acontecendo depois da aprovação do Código Brasileiro de Auto-Régulamentação da Publicidade. Entretanto, é verdade que te];emos no País uma classe publicitãria mais consciente dos problemas brasileiros, engajada no serviço da verdade e qisposta a reconhecer que esse fabuloso mercado, que vai faturar este ano mais de 30- bilhões de cruzeiros tem ainda a incorporar um substrato de 20 milhões de brasileiros que nem consumidores são ainda. Os publicitários brasileiros se anteciparam â própria legislaI;áo, ao próprio Congresso Nacional nesta sua iniciativa e merecem por isso mesmo de nós, legisladores, os melhores elogios pela tomada de posição consciente que tíveram atendendo às recomendações da CPI do Consumidor. O Código Brasileiro de Auto-Regulamentação da Propaganda, com toda.s as imperfeições e indefinições que possa ter, se impõe como um exemplo da colaboração que pode ser dada â Nação por uma classe cada dia mais consciente de sua importância e do seu papel no desenvolvimento social do Brasil. Muito obrigado. O SR. NÉLSON THmAU (MDB - MG. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, em pronunciamento que farei, no horário desta sessão reservado ao Movimento Democrático Brasileiro, solicitarei a construção, em Belo Horizonte, de um autódromo, mediante convênio a ser firmado entre os GDvernos Federal e Estadual e a Prefeitura de Belo Horizonte. Este autódromo, que servirá para corridas de Fórmula 1 e de carros particulares, é uma das reivindicações de Belo Horizonte, a terceira cidade do Brasil. Portanto, o sexto autódromo brasileiro será construido na cidade de Belo Horizonte, conforme campanha que vamos fazer em favor dessa obra. O SR. PACHECO CHAVES (MDB - SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - 8r. Presidente, 81'S. Deputados, as usinas de açúcar passam pela mais grave crise que já se abateu sobre o setor, criando-se em todo o País situação das mais difíceis e a reclamar urgente atenção por parte do Presidente da República. O grau de endividamento das usinas de açúcar - que no Rio e Nordeste vai além de 100% - é devido ao fato de que os produtores, às vésperas do início ·da safra, nada sabem sobre a produção de álcool e açúcar, impedindo toda programação industrial. O Governo, como se sabe, comanda' o setor e, até 1968, fixava o preço do acúcar a partir de estudos. Hoje, o preço é uma contingência política e se condena as usinas a uma situação insustentável e profundamente maléfica não só para elas como para toda. a economia nacional. O preço da cana é estabelecido poltícamente, muito abaixo dos custos de produção, condenando-se plantadores a enormes prejuízos. Há meses, a Fundação Getúlio Vargas realizou um estudo aprofundado do setor. Mas este não foi utilizado pelo Governo Abril de 19711 mARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) e é mantido como autêntico segredo de Estado, impedindo-se sua divulgação. Leva-se, dessa torma, forte desestímulo aos plantadores de cana, que reduzem suas programações e são compelidos até a arrendar terras. E tudo isto ocorre quando o Governo propala seu empenho em concretizar o Plano Nacional do Alcool, de decIsiva importãncia para o País, desde a eclosão da crise energética. SI'. Presidente, a média do endividamento da empresa nacional já alcança a 59,2%, o que é alarmante. No tocante às usinas de açúcar, a situação é muito mais grave, em São Paulo e'no restante do País, indo além de 100% no Rio e Nordeste, com terrlveis conseqüências sociais em regiões já tão desfavorecidas. .o pior da crise a que venho aludindo é que o Governo é o responsável direto pela atual situação. A safra 78/79 será colhida a partir de 1.0 de maio, e até agora nada se informou quanto à produção de álcool e açúcar, na absoluta ausência de planejamento. Tão ruim é a situação que os empresários do setor estão recorréndo a empréstimos externos, sabiamente por demais onerosos, a fim de resistIrem à crise que a todos ameaça de falência. Os erros são abundantes e ocbrrem em toda parte, desde o setor de plantio ao de exportação. Tamanha é a gravldade da situação' que, confesso, se toma de tQ.do incompreensível a passividade das autoridades dos Ministérios da Agricultura, Fazenda e Indústria e do Comércio, que se comportam como meros assistentes de um episódio que, nefasto para a economia brasileira, em nada os afeta. E os apelos em nada resultam, esbarrando todos com a onipotência de setores governamentais, tal como vem se dando com os cafeicultores, aberta e publicamente hostilizadog pelo Ministro da Indústria e do Comércio e pelo Presidente do IBC - fato inédito em nosso País: o Governo, através de seus setores responsáveis, movendo verdadeira guerra contra produtores e industriais da cafeicultura. Não se pode admitir que o Governo queira atirar o País em 1nsanável crise, o que mais incompreensível toma o procedimento de autoridades que se negam a ouvir os que os advertem e vêem a sucessão de gravíssimas crises em setores básiços de nossa economia. O SR. PEIXOTO FILHO (MOB - lU. Pronuncia 4) seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, por força do egoismo de alguns e da ingratidão de muitos, vai caindo no esquecimento . a figura do saudoso Presidente Getúlio Vargas, que, hoje, se vivo fosse, completaria 95 anos de idade. É preciso que a alma do futuro entenda a do passado. 'Getúlio Vargas encarnou uma força considerável na vida e na História do Brasil. For!ila quase infalivel, desde o sorriso perene que lhe iluminava () rosto no seu melhor gesto perante o povo, até as reações de extraordinária coragem física e moral, em face d~ crises dramáticas do Estado e da própria Nação. O poder, que é para muitos a melancolia, a solidão e a primeira sombra do crepúsculo, operava nele de forma diferente, por força de sua privilegiada inteligência, a maravilhosa estação do seu incontestável gênio politico. Ressalte-se que o homem não reúne condições espirituais para criar os acontecimentos à sua feição e à sua imagem, entre os seus semelhantes, mas não se lhe pode negar uma responsabilidade criadora, em determinadas circunstâncias. É possível, como ensina consagrado pensador francês, que o acontecimento ultrapasse às vezes o fim imediato. Mesmo assim, não se conceberá a decreta!<áo da ausência do agente índividual, humano, no processo da história. Acresce dizer que, nesse processo, só os valores máximos são visíveis e audíveis. Os medíocres e os acovardados naufragam no mar belo e terrível, porque não se adaptam aos acontecimentos, não têm o dom de prevê-los ou a energia para atravessá-los; ficam irremediavelmente perdidos. Sr. Presidente, Getúlio Vargas possuía a alma de chefe, tendo sob sua inspiração uma sabedoria suprema que "consiste em descobrir e fixar, na confusão dos fatos, as correntes profundas da vontade popular". A predestinação do saudoso estadista está fundamentada nessa sabedoria suprema, patenteada na sua capacidade de agir como instrumento da inspiração coletiva. Getúlio Vargas, nas palavras e nos atos, entre as inconstâncias da política e as trai!<ões humanas, conseguiu ser fiel a si mesmo. A sua marcante personalidade de "homem diverso e ígual, múltiplo e uno" caracteriza um destino sob cujo signo se alternam a tristeza, a glória, a beleza, a poesia, o heroismo e a magnanimidade peculiares às vidas ilustres. Sr. Presidente, as grandes realizações de Getúlio Vargas em favor do trabalhador, a sua destemida luta pela emancipação econômica do País refletem o seu admirável espírito nacionalista, alimentado pela intuição, lucidez e fraternidade, o trinômio que solidifieou a sua missão histórica. Quinta-feira 20 218'% :Em 19 de abril de 1883, nascIa no Rio Grande do Sul um homem que durante toda a sua atribulada existência se identificou com o povo. . Sr. Presidente, já não é preciso dizer mais nada para justificar minha presença nesta tribuna, a fim de reverenciar a memória de um dos maiores vultos de nossa nac~onalidade que a. História Política brasileira registra. Falo, também, em nome de milhões de trabalhadores que não podem exteriorizar os seus mais_nobres sentimentos de gratidão e saudade. Era o que tinha a dizer. O SR. PRE8IDEl'l"TE (João Linhares) V - Passa-se ao Grande Expediente Tem a palavra {) Sr. Fábio Fonseca. O SR. FABIO FONSECA (MDB - MG. Pronuncia. o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, no século em que vivemos, a maior preocupação coletiva é exatamente com relação à desigualdade a que assistimos entre os diversos modus vivendi do homem e, em especial, o do Terceiro Mundo. Esses contrastes se manifestam pelos desnívllts de renda per capita entre os povos do referido e o &xtraordinário desenvolvimento dos meios eletrônicos de divulgação e outras conqut~tas tecnológicas que favorecem os fabulosos sistemas de comunicações, dando aos alienígenas uma condição de domínio sobre os povos: em desenvolvimento. Os povos subdesenvolvidos e em desenvolvimento, possuídos de um sentimento de insatisfação pela própria existência, ao reconhecerem a sua pobreza material se tornam desesperançados, desafortunados e se desagr.egam em lutas internas, permitinda que os alienígenas se apossem do melhor que existe em seu solo. E o Brasil não foge desta circunstância, embora. se diga uma potência emerg.ente. Através dos meios de comunicação, usando as técnicas psicológicas mais apuradas, favorecem, através de uma publicidade gigantesca, coisas novas, que passam a ,criar novas necessidades: de consumo, sem que as camadas atingidas tenham os bens materiais para satisfazê-las ou atenuá-las. Poderíamos d.eterminar isso, como se fosse uma forma maquiavélica ou "calibanesca" de jogar os homens em choques e lutaS' constantes. Mas, estas premissas não deíxam de gerar um estímulo positivo que é o da solidariedade humana, que nos obriga à reflexão e que nos leva a conceituar o que existe entre o ideal e a. realidade. De todas as necessidades de consumo, de que .mais necessita o Terceiro Mundo e, em especial, o Brasil, é de alimentação e nutrição balanceadas para que haja desenvolvimento psicossomático saudável e cultural. Diz o Dr. Gopalan: "Na atualidade, a desnutrição é o principal problema de saúde do mundo." Por isso mesmo, a Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados fará realizar, entre 18 e 21 de junho do corrente ano, {) Primeiro Simpósio Nacional de Alimentação e Nutrição, que poderíamos sintetizar com uma sigla - PRONUTRAL - que passaremos: a descrever: . 1.0 } Produção de Alimentos: 3,) alimentos de origem animal e vegetal; b) coordenação, ensilagem e refrigeração de alimentos; 2,0) alimentação; 3,o} nutrição. Cabe-nos, portanto, verificar a existência de recursos humanos para desenvolver meios de tecnologia, a fim de solucionarmos o que agora propomos - o PRONUTRAL - para aliviar a fome de mais de 80% dos brasileiros que concorrem de maneira indiscutível para o atraso de nosso desenvolvimento científico e tecnológico. Cito {) Dr. Bertoldo Kruse: "A preferência pelo esquema ecológico para descrição e análise da situação nutricional, pois é o que mais se ajusta aos fins explicitos de formulação de uma política de alimentação e nutrição, classificando os fatores causais quanto à disponibilidade de alimentos, o consumo alimentar e a utilização biológica de nutrientes, em vez do esquema epidemiológico, muito valorizado pelos profissionais de saúde, que relaciona as interações entre o agente, o hospedeiro e o ambiente". "Verificamos que a variedade de interdependência das; variantes que condicionam o estado de desnutrição, en- 2188 Quinta-feira 20 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Abril de 1978 ;e: fatizam as responsabilidades intersetoriais, em face ao problema, mostrando a necessidaae de 'formação de grupos multidisciplinares para a logística e o ataque simultâneo às suas causas e conseqüências." Se levarmos em consideração que o trabalho, como na teoria do capital humano, considerando alguns que acham que os gastos de nutrição são despesa de investimento, uma vez que propiciam um aumento gradua! ou efetivo na capacidade produtiva das pessoas, passamos, entao, a crer que as dúvidas existem de que a desnutrição compromete o desempenho do trabalho, o desenvolvimento escolar, a produtividade, o acesso ao mercado de trabalho, de mão-de-obra qualificada no setor trabalho/hora; não reflexionaram que além disso é possível liberar os recursos menores para o setor saúde, pois a maioria das doenças da desnutricão cairiam verticalmente e teríamos o controle não mais das doénças tropicais, mas sim, da fome energética gerada nos trópicos. Cito agora Ernesto Rodrigues Américo: "Cada cruzeiro gasto em nutrição de uma nutriz e de préescolares proporciona ao setor público uma poupança de recursos em relação à hospitalização de Cr$ 2,26, na faixa 0-1 ano, de Cr$ 1,78, na faixa de 1-5 anos e de Cr$ 2,46, na faixa de (}-5 anos. Assim, as elevadas faixas de retornos obtidos para os investimentos em nutrição sugerem que quantidades adicionais de recursos deveriam ser dirigidos para essa área." Esta observação do ProfEissor Rodrigues tem o título de "Eficiência Alocativa dos Investimentos em Nutrição, no Municípío de São Paulo", na sua tese de mestrado na FEA - USP. O PRONUTRAL tem como peca básica as informacões que poderíamos incorporar no reforço "do PRONkM - Progi-ama de Alimentação e Nutrição - para que ele possa realmente executar a sua audaciosa e inovadora problemática de alimentação e nutrição. O Sr. Gerson Camata - Nobre Deputado Fábio Fonseca, acostumado à sua atuação aqui na Câmara Federal - e tive oportunidade de mais estreitamente acompanhá-lo nas suas magníficas intervenções durante a realização da CPI do Consumidor, em que também se tratou tanto desse problema - vejo em V. Ex." um médico que. investido das funções parlamentares, se investiu também das funções de um clínico-geral de tod-o {) Brasil, auscultando os males, as doenças e as pulsações do Pais inteiro. E vejo que o simpósio que V. Ex." teve a iniciativa de promover na sua Comissão terá muita importância pela época em que ele se realizará. Será uma excelente oportunidade para que a Câmara dos Deputados avalie a atuação do PRONAM e do INAM de maneira técnica e com um toque que só V. Ex." pode dar, desde que transformou a sua Medicina num serviço para combater os males do Brasil relacionados com medicamentos, alimentação e uma série de elUtros problemas de saúde e de saneamento básico. Parabenizo V. Ex." não só pelo pronunciamento que faz, tecnicamente bem baseado, mas também pela iniciati.va de promover esse simpósio, tão valioso quanto os outros que V. Ex." já promoveu nesta Casa, que beneficiaram enormemente o povo brasileiro e contribuíram para elevar a qualidade de atuação do próprio Poder Legislativo. Continuarei acompanhando o pronunciamento de V. Ex." com o interesse que deve ele merecer de todos -os patriotas. O. SR. FÁBIO FONSECA - Agradeço a V. Ex.", nobre Deputado Gerson Camata. Talvez -os elogios que teceu tenham partido mais do coração e não resultem do valor do orador que agora fala. Realmente, com o nosso prímeiro Simpósio Nacional de Medicamentos e Indústria Farmacêutica, conseguimos reduzir em 5 bilhões e 700 milhões de dólares, nestes primeiros três meses segundo informações do próprio Ministro Reis Velloso, em mais de 30% - a importação de fármacos. Cremos que em 1980 teremos a média de êOO milhões de importações dos alienígenas, não ocorrendo a poluição medicamentosa que existia anteriormente. Incorporo seu aparte ao meu discurso. Sr. Presidente, conceituamos desnutrição como doença social. O problema não pode ser resolvido apenas pelo médico. Precisamos de um programa de saúde que possa desempenhar o controle da desnutrição. Não resta dúvida de que é maravilhoso recuperar-se uma criança em profundo estado de d'êsidratação, aguda e grave, e depois devolvê-la à família, sem ter conhecimento dos problemas sçciais da família e da comunidade em que vive. Fatalmente, ess,e hábito médico se repetirá. A criança, não encontrando condições sociais na família e na comunidade, volt.ará a entrar em estado agudo de desnutrição, e muitas vezes a recidiva torna-se letal. Perguntamos: houve solução para a doença da criança? E como ficcu a família em face do ocorrido? l!: preciso admitir, com humildade, que o maior problema de saúde no Brasil, além da desnutrição ou fome energética, é o dos dejetos de 80 milhões de habitantes, que não têm a destinação adequa,da e são lançados a céu aberto. Esta e a fome energética. são as principais causas da mortalidade infantil e responsáveis, como vetores principais, pelo desenvolvimento da doença dos. trópicos de maneira epidêmica. É necessário tomar uma atitude enérgica, mas quase todas as obras de saneamento básico são sepultadas, tornam-se invisíveis e não permitem reinauguração; A demagogia desenfreada dos políticos, dos tecnocratas e dos executivos não permite o luxo de tais obras. Também a renda pereapita de mais de 90% dos brasileiros não os condiciona para as necessidades minimas de consumo. Ai então aparece o chamado ciclo econômico da doença ou o Ciclo de Horwitz, que, muito rapidamente, foi modificado pela. demagogia de se proporcionar assistência médica sem saúde pública, crescendo por conseguinte o ciclo econômico da doença e da pobreza, cujos gráficos seguem: Doenca - Assistência médica - Pobreza - Ignorncia e Baixos Padroes de Higiene (que significa ausência de saúde pública) - Desnutrição - Voltamos novamente à Doença. Assim é o Brasil de hoje. Resume-se nisso o ciclo econômico da doença: o paciente adoece, procura assistência médica, passa por uma série de equipes, através de recursos de propedêutica as formas de tratamento, o plano de tratamento, a avaliação !ios resultados subjetivos, exames complementares, médicos, equipe hospitalar, tudo isto de longa duração. E custa ao Estado uma importância incomensur~ vel. Haja vista que o INAMPS tem uma. receita de cerca de 70 bIlhões de cruzeiros para um "pingue-pongue" médico-assistencial que não soluciona as questões de saúde pública. O pacíente exaure seus parcos recursos materiais, consegue curar um órgão, mas não 'resolve totalmente seu problema de saúde, porque não basta curar um órgão e deixar o restante do organismo combalido. ~le cai então num ciclo da pobreza, quando se cura. E quando nao se cura? Faltam-lhe os principios básicos de educação sanitária e saneamento básico, pois, normalmente, ele é totalmente ignorante nesse sentido. Nos cursos primári'Ü, secundário e colegial não recebe noções mínimas sobre o assunto. Ele volta ao seio da família. A família, sem um estudo sócioeconômico e da comunidade, não lhe proporciona condições mínimas para alimentação e nutrição razoáveis para o seu restabelec~. mento. Torna então a reinfectar-se, tornando-se um paciente maIS complicado, quando seu caso não é letal. O Sr. Herbert Levy - Nobre 'Deputado Fábio Fonseca, como sempre, traz V. Ex." ao exame desta Casa assunto sério. Gostaria de lembrar - e creio que V. Ex. a talvez concorde comigo - que, dentro de um quadro ainda sombrio, temos algumas clareiras abertas." Os hospitais para tuberculosos estão sendo gradativamente desativados, fechados, porque não há mais enfermos. Evidentemente, isso se deve à evolução de medicamentos mais eficazes, que tornaram possível tal resultado. A lepra, que também constituía enerme problema no passado, hoje está reduzida a proporçõe,s bem menores. Por outro lado, a malária - e nesse aspecto devemos elogiar os esforços do atual Ministro da Saúde - praticamente está reduzida ao setor da Amazônia. O problema da subalímentação, que V. Ex." tão bem situou, causa do subdesenvolvimento intelectual, mental, fisico etc., precisa ser melhor atacado. Mas já temos um Plano Nacional de Alimentação que pretende incluir este ana 27 milhões de brasileiros - crianças em idade pré-escolar e escolar, mães gestantes etc. Portanto, gostaria de saber de uma pessoa autorizada, como o é V. Ex. a , se realmente estamos melhoranda nas várias direções. Quero lembrar ainda a taxa sumamente vergonhosa de mortalidade infantil na Grande São Paulo, motivada pelos loteamentos clandestinos, que recebiam migrantes de todo o Brasil, sem o conhecimento do Poder Público, da Prefeitura. E não se fazia meihoramento algum porque ninguém sabia da existência dessas vila,s. A fossa era construida junto ao poço. Portanto, ela contaminava o poço, e tinhamos um recrudescimento da morta. lidade infantil. Agora, a Prefeitura de São Paulo está atacando decididamente esses aspectos relativos às condições subumanas da periferia. Eu go,staria que V. Ex.'" confirmas.se ou não se realmente estamos dentro deste quadro, com algumas clareiras bastante .satisfatórias para os brasileiros. O SR. FáBIO FONSECA - Agradeço o aparte ao nobre Deputado Herbert Levy, LideI' do Partido que eu integrava, a ex-UDN. Vou responder a essa indagaçá:o com toda a sinceridade. Realmente, estão fechando os sanatórios porque, com o advento da estreptomicina e da hidl'azída do ácido insonicotínico, mais o PAS, o número de pacientes letais não tem sido grande. No entanto, a incidência permanece. A prevalência da doença continua, apenas a m-ortalidade está sendo reduzida pelo tratamento. Resolveu-se que poderiamos fazer este tratamento nas residências, através dos ambulatórios. Mas não desapareceu o número dos portadores da doença. Só fazemos é prolongar a vida deles e, ao prolongar esta vida, aumentamos os vetores de contato - novas pessoas que se contaminam. Com relação à lepra, houve realmente evolução. O Abril de 1978 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sr. Ministro da Saúde, ao fechar os leprosários, deu mais ênfase às assistentes sociais pam que descobrissem a lepra na sua forma inicial, quando ela ainda não se encontrava em degenerações. A par dessas medidas, a sulfona e a educação sanitária têm dado resultados satisfatórios, haja vista que devemos ter perto de 3 milhões e meio de leprosos, quando tínhamos, no período anterior a 1974, quase 6 ou 7 milhões. . Com relação à malária, é uma doença cíclica, porque fazemos , a pulverização. Usamos diversos saneantes e inseticidas, mas todos eles são altamente prejudiciais à terra. A esse respeito, dentro em breve, a maior área malárica do País, a Amazônia, que ocupa dois terços do território nacional, poderá transformar-se num grande desérto, porque vamos acabar completamente com as formas de ordem vegetal. E, segundo dados que me foram trazidos, quase todas as empresas montadas no Grande Amazonas estão-se retraindo exatamente por ser a doença cíclica. Com a pulverização, atenuamos um pouco sua incidência, mas ela volta a desenvolver-se tão log.o. o tripanosoomo se adapte aos saneantes. Aí ele passa a ser resistente e, às vezes, até dependente, quando então ele faz dos saneantes uma forma de desenvolver sua virulência e patogenicidade. Com relação à mortalidade infantil, concordo tenha ela diminuído consideravelmente. Aumentou, porém, a mortalidade materna, problema tão grave quanto aquele. As teorias de Sullivan e Skinner, ao procurarem estimulas positivo, negativo e neutro, enfatizam a mortalidade infantil como o problema principal. O Brasil não ocupa no mundo lugar de destaque, mas a mortalidade infantil diminuiu consideravelmente. No entanto, eles se esqueceram de levar em consideração a mortalidade materna, e o Dr. Paulo de' Almeida Machado teve ,a coragem cívica de mostrar a esta Casa que esse tipo de mortalidade é também grande em relação à infantIl. Não podemos negar isso. O Sr. Ministro Paulo de Almeida Machado tem dado, realmente, nova ótica ao Ministério. Não se pode ignorar isso, e quem quiser fazê-lo estará sendo amaurótico. 'rivemos 22 Ministros antes de B. Ex. a Na sua gestão, o Ministério se transformou completamente. Está-se dando mais ênfase aos programas de saúde pública. Não alcançamos, porém, resultad-os satisfatórios. Por exemplo, no combate à doença de Chagas, precisamos tirar o barbeiro de seu alojamento, que é a casa de pau-a-pique, barro e cobertur,a de sapé. Encontramos para isso resistência dos minifúndios e dos latifúndios. Há, também, a resistência do Banco Nacional da Habitação, que deveria ser um Banco social, mas é um banco tesaurosmótico, não quer construir moradias para que se possa dar aos colonos essa melhOl;,ia. Acho este aspecto de suma importância, como também o relativo à esquistossomose. Temos assistido ao combate a essa doença, e eu, que percorri o Nordeste inteiro juntamente com o Sr. Ministro, sou testemunha de que temos encontrado as mais graves formas de resistência em todos aqueles senhores de terras que acham que, se melhorarmos as condições de vida naqueles verdadeiros currais humanos, iriam perder sua autoridade. Em Nabuco, o serviço de água, feito pela Fundação SESP gratuitamente, foi vendido à Companhia de Água Nacional, subsidiária do PLANASA, que passou a explorar esse serviço. Então, o homem, lá, que ganha um salário insignificante, não pode pagar a água no valor que o PLANASA estabelece. Assim; ficam sem água, tendo que roubá-la. Agora, recompraram-se novamente os serviços para dar gratuitamente a água, a preço simbólico. Esse trabalho não podemos desconhecer. Prosseguindo, Sr. Presidente, gostaríamos de fazer algumas considerações, dizfi!r como se organiza e se desenvolve uma célula. como se desdobra para se defender, para organizar as .suas defesas e, ao mesmo tempo, como ela se comporta também no hemisfério cerebral dh'eito, para dar o desenvolvimento ao centro do intelecto. Seria penoso deixarmos de referir-nos a todos esses nomes mas estão aqui no nosso pronunciamento, e aqueles mais intere~sados poderão consultá-lo. Sr. Presidente, minhas considerações finais são as seguintes: Desde o Governo do Senhor Getúlio Vargas que se pensou numa forma de satisfazer o novo partido trabalhista e para atraílos nas siglas dos IAPês, que eram Institutos de Aposentadoria e Pensões, acresceram a assistência médica, mas deixaram de lado o problema básico, que era a saúde pública. E essa demanda cresceu a um infinito tão grande que hoje estamos a assistir o Pais como um grande hospital, sem resolver o problema dos seus doentes. A assistência médica criou uma espiral da soma da pobreza mais a ignorância, aumentando a prole, criando novas doenças, pela falta de alimentação e nutrição e pelo baixo padrão de higiene. A nutrição é o fator mais importante, decisivo e vital. Apenas para uma elucidação, passamos a descrever como se compõe e formam os anticorpos em uma célula e CQmo se desenvolvem os centros do intelecto no hemisfério cerebral direito, através de uma boa alimentação e nutrição. Numa célula normal, a partir de seu "cérebro" - o núcleo - ela passa ·a metaboJizar todos os elementos necessários à sua conservação e reprodução. No núcleo, encontram-se os cromossomas e, apegados a estes, as grossas moléculas do ácido desoxíribonucleico (ADN). Quinta-feira 20 2189 Com estudos mais acurados, percebe-se sob cada camada de ADN um número bastante grande de nucleotídeos, constituidos pelo ácido fosfárico, pela desoXÍribose, que é um açúcar e por bases azotadas purínicas (adenina e gua.nina) e piramídicas (citosina e timina). Aparece a partir do ADN o ARN mensageiro e o ARN transportador, o ARN transportador pega todo o grupo de nucleotídeos dispers-os no núcleo da célula e apresenta-os ao AlRN mensageiro. Imediatamente os nucleotídeos passam a ser codificados em uma espécie de cartão, representando os ribossomas, e toda a célula comendada pelo ADN passa a fabricar os elementos neces.sários à sua manutenção e reprodução. Esses elementos são os já descritos acima. Jacob Lwoff e Monod, detentores do premI'o Nobel de 1965, estabeleceram as normas e o mecanismo de como são fabricaâas as proteínas. Em síntese, o ADN manda uma informação codificada e o ARN mensageiros recebe os nucleotideos, que são transportados pelo ARN transportador e, com o auxílio de .enzimas, eles se alinham em coluna por um e se põem à frente da ribose ou da desoxiribose, e o ARN mensageiros passa, como se fosse uma fita magnética, pela ribose e, imediatamente, começa o ARN mensageiro a trazer os nucleotideos para formar e se ajustar perfeitamente na constituição de aminoácidos. O ARN mensageiro, que funciona como uma verdadeira fita magnética, ao correr no ribossoma, produz unl verdadeiro estribilho de palavras que são entendidas. Normalmente todos os elementos são da família dos aminoácidos, que são os únicos a compreender a música tocada pelo ARN mensageiro, em combinação com o ribossoma. E só eles sabem que o seu nome está sendo soletrado. Esses aminoácidos, por processo de metabolismo, são conferidos pelo professor, que nada mais é que o ribos50ma e, em seqüência o ADN mensageiro repete a menBagem ao ADN criador e este confere e diz se está certa a programação. Conferido e acertado, elas se transformam em moléculas de proteinas, que são empregada.s na formação de anticorpoo para a defesa do organismo. O ARN mensageiro, ,como o ARN transportador, sendo derivados do ADN, são quase semelhantes e passam a se entender como pai e filho. Sabe~se, ainda, que existem duas cadeias de ADN, mas só uma cadeia serve de matriz para a constituição desses elementos.. Eles são' sintetizados no núcleo. O ADN é mais ou menos como um rei no interior d-o núcleo da célula, pois ele tem quase todos os segredos da vida, enquanto que o ARN natural ou os ARNs mensageiros e transportadores, ribos.somas e bases azotadas nada mais são do que vassalos, que executam com perfeição todas as determinações codificadas pelo rei. Todo esse mecanismo normal de uma célula pode ser alterado pela inju.stiça social, que causa a desnutrição e perpetua a pobreza, agravando e aumentando o número de doentes. Há necessidades minimas de proteína<s para que a célula, possa organizar os seus nucleotídios para depois transformá-los em moléculas de proteinas. O organísrr.o fica sem os anticorpos, as células, que formam o centro do intelecto, ,sem as proteínas, não se desenvolvem e torna,se o homem uma mão-de-obra fisica capaz de produzir as suas necessidades mínimas de consumo, permitindo a abertura do seu organismo pela ausência de anticorpos às afecções e infecções. Existem algumas teorias falaciosas sobre o desenvolvimento, fundadas, grandemente, no interesse da manutenção" de oligarquías econômicas. Entre estas, a falácia do desenvolvimento pelo crescimento da renda per capita, que jamais expressa um índice ao alcance de qualquer membro da ,soeiedade assim enriquecida. Lem·· bra-se, a respeíto, com freqüência, da fabulosa renda petrolífera do Kuwait, cuja renda per capita é superior à dos Estados Unidos da América, mas se encontra nas mãos de poucas "capitas", que a u.sa nos mais ridículos e caprichosos impulsos perdulários. A este respeito, a revista SaInd, da Organização Pan-Americana de Saúde, 110 seu volume 8, em trabalho as.sinado pelo Dr. Moisés Béhar, Diretor do Instituto de Nutrição da América Central e do Panamá e Chefe da Unidade de Nutrição da Organização Mundial de Saúde cita: . "Na década de 60 fizeram-se grandes esforços inter11acíonais para ,acelerar o desenvolvimento sócio-econõmic:o nas nações pobres do mundo. Colocou-se especial ênfase em acelerar o crescimento econômico. Pensou-se que as condições sociais de pobreza, incluindo a desnutrição, eram simples conseqüências de condições econômica,s pobres. E supôs-se que, ao melhorar a economia nacional, os outros problemas se resolveriam por si mesmos. Em conseqüên~ia, considerou-se o produto nacional bruto como o principal índice de progre.sso. Deu-se pouca importância a como seria distribuído o PNB entre a população do País. E, assim, embora o objetivo de crescimento econômico se tenha realizado e até sobrepassado o planejamento em muitos países, a maior parte do ganho adicional da N~ção foi parar nas mãos dos grupos dominantes, que já eram ricos. 219B Quinta-feira 20 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Por este motivo, as disparidades existentes entre as classes sociais se fizeram mais profundas, sem brincar, com um melhoramento significativo, as condições de vida <ia população em eonjunto. O certo é que algum, às vezes, ·até pioraram. O mesmo sucedeu no plano internacional: as nações ricas se fizeram mais ricas e as nações pobres passaram a ser comparativamente mais pobres." Em brilhante tópico frasal, grifa o Dr. Moisés Béhar: "A injustiça oocial dá por resultado a desnutrição, que, por sua vez, ajuda que se perpetue o sistema social imperante." O Sr. Dayl de Almeida - Mais uma vez repito o que outros colegas têm trazido a esta tribuna de apartes, na oportunidade do discurso de V. Ex. a e nas outras em que o nobre colega tem falado nesta Casa. Aprecio a altitude, a seriedade, a profundidade com que V. Ex.a trata as matérias nesta Câmara. Uma pequena observação que eu me abalanço a fazer dentro da técnica médica do seu discurso é a seguinte: toda gravidez acarreta Um risco relativo. Se há casos de gravidez de alto risco, este seria provocado por algum f·ator exógene ou endógeno, de patologia grave. Parece-me, ;portanto, que mais conveniente seria evitar a doença que provoca o alto risco da maternidade, que evitar a maternidade por causa do risco que ela possa trazer. O SR. FABIO FONSECA - Agradeço ao nobre Deputado Dayl Almeida o aparte e, ao mesmo tempo, digo que já encontramos essa .situação, de mães desnutridas. O que se quer realmente é a saúde da mulher, para que ela possa, em época oportuna, ter os filhos que desejar. Mas ter filhos doentes é inadmissível. E explícita: "Cada vez resulta mais evidente que o crescimento econômico e tecnológico nacional terá um efeito muito limitado - se é que tem algum - na melhoria das condições de vida da maioria da população dos países em desenvolvimento, se não estiver combinada com uma estrutura ~oc~al ~gualitária. De fat?, creio que esta organização social e ta~ lI?portante que, amda sem uma grande capacidade economlca e sem tecnologia avançada, é possível conseguir melhores condições de vida para a massa da populacão -;- e, inclusive, pôr fim à desnutrição - se a sociedade' se encaminha nesse sentido." . Outra f:=tlá~ía tendente à solução da miséría coletiva prende-se a lrresponsavels prog'l'amas de controle de natalidade ao invés do 'C0.ntr.0l~ da gravidez de alto risco e de estudos exeqüí~eis de redistnbmçao de renda que impeçam o genocídio e, ao mesmo tempo o aumento dos contingentes marginalizados e desafortunados. ' O repre.sentante e[o Brasil na II Conferência de Bucareste não endossou o controle .fa;miliar em nome do desenvolvimento. E expressou S. Ex. a , o Mmlstro da Saúde do Brasil: GR.~IC08 MENCIONADOS PELO DEPUTADO FABIO FONSECA EM SEU DISCURSO: CICLO DE HORWITZ ... (CICLO ECONOMICO DA DOENÇA) OOENÇA . [)~SNUrRlçÃO ..í\ IGNORANCIA BAIXOS PADRÕES DE HIGIENE POBREZA ~ CICLO DE HORWITZ MODIFICADO A$$lsrtNcIA M~DICA (ESPIRAL DE iU04.l SEM SAÚDE PÚBLICA: DEMANDA CRE:SÇr:N\Xl AsSIS T ÊtlCI..\ ]r.(ÉOIC" I I • I ! Após a irrecusável coerência interna de tal intróito, suficiente ipor SI mesmo para converter as consciências mais tacanhas e inumanas, prossegue o ilustre titular da Pasta da Saúde Paulo de Almeida Machado: ' "É necessário controiar a gravidez de alto risco". E explicou: "Significa que uma mulher multipara, com a saúde debilitada, com o organismo infestado pelas nossas endemias e possuída pela f{lme energética, só pode gerar um filho cujo risco é para ela e para o seu próprio filho. Nesse~ casos, devemos aconselhar à família que restabeleca primeiro as condiçõe,g primordiais de saúde da mulher, para que se possa novamente engravi~ar:' 1":::1 :sMc~ r. ~=- ULÜI,1(;OS ,. ASSISTJ;;NCIA MEOICA "Sou particularmente contra a limitação de filhos para melhorar as taxas de crescimento do produto interno bruto ou renda per capita, pois estaríamos agindo em funcão de estatísticas, que são meios e não fins do desenvolvimênto. A opção por uma política de planejamento familiar ou controle de natalidade com bases em motivos econômicos é uma eloqüente confissão de incapacidade do país para superar os seus problemas." O Primeiro Simpósio Nacional de Alimentaçã{l e Nutrição, o PRONUTRAL colocará, em seus devidos lugares, o porquê da infraestrutura da produção de alimentos num contingente tão grande quanto o Brasil. quer de origem animal, quer vegetal. Procuraremos estabelecer as causas que oneram e desgovernam 0,9 produto1'es como também apontar os atravessadores que encarecem o pr~co dos produto.s ao consumidor, como também demonstrar as fraudes que se fazem na industrialização dos alimentos, através dos aditivos de conservação, que são nocívos ao organismo, por inibirem o oxigênio celular, especialmente do miocárdio, como também dos aditivos de gustação e de coloração, que fraudam o alímento como sendo ele de orígem confiável. E,speramos, outrossim, com mais e,ssa realização da Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados, oferecer diretrizes às autoridades executivas, para que se minorem problemas tão duradouros de nossa população. Abril de liU C'UR"l.:"lO~ J: CAI'AlIO/l..U:: ReDUllDl\ AQ INFJHl'rO Abril de 1978 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Durante o discurso do Sr. Fábio Fonseca, o Sr. João Linhares, 1°-Vice-Presidente, deixa a cadeira da presi~ê,,! cia, que é ocupada pelo Sr. Jader Barbalho, 29-Secretano. O SR. PRESIDENTE (Jader Barbalho) A.H. Cunha Bueno. (Pausa,) Tem a palavra o Sr. O SR. A. H. CUNHA BUENO (ARENA - SP. Pronuncia o seguinte ,discurso.) - Sr. Presidente, meus nobres colegas, as instituições jurídicas e políticas refletem o temperamento marcante 'dos povos. No caso brasileiro, queremos abordar, neste discurso, o funcionamento da Justiça, assunto que, a todas as luzes, se destaca como de relevante interesse público. Efetivamente, a deficiência básica do processo judiciário, no Brasil, resida na extrema lentidão do oferecImento da prestação jurisdicional ao público. Na verdade, os processos morosos, recheados de bizantinices e delongas injustificadas, dão a tônica de todos os serviços prestados pela Justiça, contribuindo, de modo decisivo e merecido, para' o descrédito em que' se encontra atualmente a instituição. O Sr. Israel Dias-Novaes - Permite-me V. Ex.a um aparte? O SR. A. H. CUNHA BUENO - Cóm prazer, nobre Deputado.' O Sr. Israel Dias-Novaes - Deputado Cunha Bueno, é sempl'e com proveito que esta Casa ouve V. Ex.a , que é assíduo à tribuna :e nunca a ela -assoma sem um motivo sério. O discurso de V. Ex.a, apenas ilÚciado, já anuncia ao Plenário um tema muito importante a ser desenvolvido, qual seja, o da lerdeza da Justiça em nO/ilso Pais. V. Ex:..a está repetindo conceitos expendidos 'pelo Gen. Ernesto Geisel, há precisamente um ano e meio, quando, visitanfl,ú o -Supremo Tribunal Federal, surpreendentemente, aludiu à lerdeza dos serviços jurídicos no País. Aquela ilação foi recebida, em certos setores, até como uma impropriedade. No entanto, não passava de uma verificação legítima.. O Presidente tinha razão. Mas, há algum tempo, S. Ex. a remeteu a esta Casa o projeto àe reforma do Poder Judiciário, com o objetivo de agilizar a nossa Justiça. Este o objetivo primacial da reforma. V. Ex. a , Deputado atento, lembra-se bem da tumultuosa tramitação dessa mensagem. Afinal, por efeito de emendas que desgostavam o proponente, no caso o Executivo, usou-se o AI-5 exatamente para decretar a medida que a Câmara insistia em examinar. Mas, para pasmo geral, ao cabo do recesso, decretado no interesse da reforma do Poder Judíciário, tivemos a reforma defendida pelo Executivo posta a público, mas tivemos também o restante do chamado "pacote de abril". E agora vem Vossa Excelência, com o zelo parlamentar de que é dotado, zelo que Vossa Excelência herdou de seu pai, um dos mai~ eminentes Deputados que por aquí passaram, vem V. Ex. a e proclama que a lerdeza da Justiça não sofreu modificação alguma. Quer dizer, não se agilizou o Poder ~udi~iá rio, não se modificou o sistema demorado de não se dar JustlÇa. Sabe V. Ex. a que a justiça tardia freqüentemente se transforma em injustiça. Então, V. EX,a está prestando um depoim~nto histórico. V. Ex. a, como eminente homem da ARENA, esta proclamando que a lerdeza da Justiça não se modificou. Modificaram-se outros itens constantes do "pacote de abril". Vossa Excelência não sabe com que interesse a Oposição ouve sua longa explanação e a contundente conceituação que estabelece. O SR. A. H. CUNHA BUENO - Agradeço ao Deputado Israel Dias-NovlJ,es as considerações que faz. Estamos na tribuna exatamente para reclamar do Poder Executivo medidas necessárias à agilização das reformas de abril, feitas pelo Presidente Ernesto GeiSel através de um ato institucional. ' O Sr. Herbert Levy - Permita-me V. Ex. a subscrever os conceitos iniciais sobre a seriedade com que trata de assunto de tal magnitUde nesta Casa. Mas quero lembrar que quanto à melhoria dos serviços da Justiça brasileira, que todos reconhecem ser de necessidade imperiosa, o Presidente fez aquilo que entendeu melhor, mais legítimo: dirigiu-lOe ao Poder Judiciário, à cúpula do P')der Judiciário, entregando-lhe a responsabilidade da reforma. ).'C nhum Presidente pode ser onisciente. Ele bateu à porta certa. Ni.'J sou jurista. Jamais iria apreciar os méritos ou deméritos específicos da reforma, mas que o Presidente agiu de maneira correta é indiscutivel. De maneira que se a reforma não atingiu os resultados desejados, certamente é porque houve falhas que os próprios especialistas nela deixaram passar e será sempre útil e oportuno corrigi-las ou eliminá-las. Quanto à boa intenção do Presidente da República, não se pode negar. Não estou aqui - nem pretendo - para defender o "pacote de abril", a que S. Ex.e. se referiu depois, mas quero dizer que o Pre~idente da República, rconhecendo um fato, procurou dar-lhe o remédio mais adequado: recorreu ao Poder Judiciário, que deveria ter todas as condições para resolver bem o problema. O Sr. Israel Dias-Novaes - Nobre colega, permita-me que,. com a minha petulância, complete o pensamento do Deputado Herbert Levy. Considero tarefa dificílima dar continuidade aos conceitos de S. Ex.a, mas vou tentar fazê-lo. O que aconteceu, na verdade, foi que o Presidente não se interessou pela reforma por ele en- Quinta-feira 20 2191 comendada, e essa, por sua vez, não consultou os interesses de todo o Poder Judiciário; ao contrário, ficou sendo, naquela Casa, matéria polêmica. O Presidente não complementou a reforma, não estudou a reestruturacão da Magistratura brasileira, o que seria fundamental, no caso:Portanto, sem essa reestruturação, da qual ele não cuidou, a reforma não pôde sequer ser implantada. O SR. A. H. CUNHA BUENO - Acredito, Sr. Presidente, que um dos problemas do Poder Judiciário é o elevado custo do processo judicial, inacessivel às cla::;ses de baixa renda. Some-se a isto, sem dúvida, o fato incontestável de que a taxa judiciária e o custeio de todos os atos judiciais, até mesmo os maiS simples, exige o dispêndio de somas consideráveis, ao alcance apenas das pessoas bem dotadas de recursos financeiros. O desprestígio da Justiça é quase geral: Juízes, partes, serventuários e advogados partilham a convicção de que o aparelho judicial, assolado pelos citados males, alguns quase seculares, não atende às relevantes finalidades sociais para as quais foi instituído, do que dão cabal e completo testemunho as prateleiras dos cartórios, repletas de processos há longos anos à espera de decisão dos Juízes ou de providências administrativas das serventias. O aforismo popular - "A Justiça tarda, mas não falha" - não mais pode ser levado a sério nos dias de moeda aviltada em que vivemos. De fato, questões patrimoniais, f!. primeira vista relevantes pelo valor, tornam-se, as mais das vezes, ridiculamente desprezíveis no momento da execução das sentenças, sobretudo quando não há correção mo.uetáTia dos débitos em dinheiro ou das indenizações apuradas em pleitos arrastados e infindáveiS. Hoje, é mllito mais acertado J.:epetir-se, .à exaustão, o conceito de que "Justiça tardia é Justiça negada". Exemplo maior da exatidão do ditado e dos perigos das procrastinações ~:ludiciárias não se pode encontrar do que a situação €m que estão dois relevantíssimos processos, ora em fase de apreciação de recurso no Tribunal Federal de Recursos, referente à reivíndicacão de domínio sobre o atual Palácio Guanabara. Com efeito, Srs. 'Deputados, com evidente inação do poder competente, o Supremo Tribunal Federal só em 14 de julho de 1964 se considerou apto a encaminhar, para julgamento, ao Tribunal Federal de Recursos, questão que lhe fora proposta, para exame e decisão, em 18 de junho de 1897. Poderá, assim, perpetuar-se a injustiça praticada contra a Família Imperial, coonestando o uso da força bruta empregada para desapossar os herdeiros da Princesa Isabel e do Conde D'Eu de bem legitimamente incorporado no seu domínio privado com a declaração da chamada prescrição intercorrente, prejudicando o exame, no mérito, da danpsíssima lesão ao direito patrimonial dos expropriados. A sançao, agora sob a apret:iação dos Tribunais Superiores do Pais, pôde ser aplicada sem que os prejudicados tenham dado causa, por inércia ou qualquer outro comportamento, à paralisação dos processos. Numa palavra, os entes públicos - União e ,Estado Federado -. aproveitam-se do manifesto embaraço judicial - causado pela atuação deficiente dos órgãos de cúpula do Poder Judiciário, cuja omissão e falta de diligência no cumprimento das suas funções estão caracterizadas à perfeiçâo - para invocar a repulsiva prescrição intercorrente, procurando, indevidamente, atibuir foros de legalidade a um ato de expropriação violento e desprovido de qualquer base legal. Casos semelhantes poderão, infelizmente, reproduzir-se inúmeras vezes até que sejam adotadas as providências recomendadas pelo Supremo Tribunal Federal no excelente diagnóstico produzido acerca dos males que afetam a Justiça. Restituídas a autonomia e a independência do Judiciário, ·como um dos poderes efetívos da República, e devolvidas à magistratura as prerrogativas indispensáveis ao exercício das suas funções, terão os interessados corrigido problemas de base no' arcabouço emperrado e obsoleto de máquina judiciária. Srs. Deputados, urge restituír os predicamentos de que se viu despojada a magistratura, corrigindo-se, ao mesmo tempo, os desajustes estruturais da máquina judiciária. l!: hora, sem dúvida, de preservar de lesões irreparáveis o direito ferido das partes, evitando que, por falhas no funcionamento de aparelho judiciário, pereçam direitos respeitáveis como, por exemplo, os da Família Imperial, que tantos serviços prestou ao Brasil, e tantas iniqüidades padeceu, até mesmo a pena de banimento, cabendo, agora, à Nação penitenciar-se dos seus erros passados, fazendo justiça àquele brasileiro maior que, saudoso no seu exílio imerecido e indiferente às perseguições dos ferrabrazes republicanos, repetia: "Sereno, aguardarei no meu jazigo a Justiça de Deus na voz da História." (Imperador Pedro II - no soneto _. "Terra do :Brasil", de 13-9-1891.) Sr. Presidente, ilustres colegas, a Nação porfia por modificações estruturais em todos os setores de atividade. Nesta hora de sadias transformações, é bom voltem os interessados as vistas para o Poder Judiciário, há tantos decênios relegado ao 'abandono e esquecimento, e pugnem, com todas as armas ao seu alcance, pelo retorno ao Estado de Direito e pela vitória da Justiça! 2192 Quinta-feira 20 D1ARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) O SR. PRESIDENTE (Jader Barbalho) - Está findo o tempo destinado ao Expediente. Vai-se passar à Ordem do Dia. Comparecem mais os Srs.: Peixoto Filho Acre Nabor Júnior - MDB. Amazonas Mário Frota - MDB; Raimundo Parente - ARENA. Pará Edison Bonna _. ARENA; Gabriel Hermes - ARENA; João' Menezes - MDB; Júlio Viveiros - MDB; Juvêncio Dias - ARENA; Newton Barreira - ARENA. Maranhão Epitácio Cafeteira - MDB; João Castelo - ARENA; Temístoeles Teixeira - ARENA; Vieira da Silva - ARENA. Piauí Correia Lima - ARENA; Dyrno Pires - ARENA; Paulo F.erraz - ARENA. Ceará Claudino Sales -- ARENA; Ernesto Valente - ARENA; Flávio Marcílio - ARENA; Furtadó Leite - ARENA; Humberto Bezerra - ARENA: Januário Feitosa - ARENA; Mauro Sampaio ARENA; Paes de Andrade - MDB; Vilmar Pontes - ARENA. Rio Grande do Norte Francisco Rocha - MDB; Vingt Rosado - ARENA; Wanderley Mariz - ARENA. Paraíba Alvaro Gaudêncio - ARENA; Antônio Gomes - ARENA; Arnaldo Lafayette - MDB; Marcondes Gadelha - MDB; Teotônio Neto - ARENA; Wilson Braga - ARENA. Pernambuco Carlos Wilson - ARENA; Fernando Coelho - MDB; Geraldo Guedes - ARENA; Gonzaga Vasconcelos - ARENA; Joaquim Guerra - ARENA; Josias Leite - ARENA; Lins e Silva - ARENA; Ricardo Fiuza - ARENA; Thales Ramalho '- MDB. Alagoas José Alves - ARENA; Vinicius Cansanção - MDB. Sergipe Francisco Rollemberg - ARENA; José Carlos Teixeira - MDB. Bahia Henrique Brito - ARENA; Hildérico Oliveira - MDB; Horácio Matos - ARENA; João Durval - ARENA; Jutahy Magalhães ARENA; Leur Lomanto - ARENA; Lomanto Júnior - ARENA; Ney Ferreira - MDB; Odulfo Domingues - ARENA; Prisco Viana - ARENA: Rogério Rêgo -- ARENA; - Theodulo Albuquerque .ARENA; Wilson l<'alcão - AREN~. Espírito Santo.Argilano Dario - MDB; Gerson Camata - ARENA; Parente Frota - ARENA. Rio de Janeiro Abldon Gonçalves - MDB; Alair Ferreira - ARENA; Alberto Lavinas - MDB; Amaral Netto- ARENA; Ario TheodorD MDB; Célio Borja - ARENA; Daniel Silva - MDB; Eduardo Galil - ARENA; Emanoel Waisman - MDB; Erasmo Martins Pedro - MDB; Flexa Ribeiro - ARENA; Joel Lima - MDB; Jorge Moura - MDB; José Bonifácio Neto - MDB; José Mauricio MDB; Leônidas Sampaio - MDB; Marcelo Medeiros - MDB; Miro Teixeira - MDB; Nina Ribeiro - ARENA; Osmar Leitão ARENA; Pedro Faria - MDB; Peixoto Filho - MDB; Rubem Medina - MDB; Walter Silva - MDB. Minas Gerais Aécio Cunha - ARENA; Batista Miranda - ARENA; Francelino Pereira - ARENA; Francis<;o Bilac Pinto - ARENA; Homero Santos - ARENA; Ibrahim Abi-Ackel - ARENA; Juarez Batista - MDB; Luiz Fernando - ARENA; Manoel de Almeida - ARENA; Navarro Vieira - ARENA; Nelson Thibau - MDB; Paulino Cícero de Vasconcellos - ARENA; Raul Bernardo - ARENA; Renato Azeredo - MDB; Sílvio Abreu Júnior - MDB. ,São Paulo Airton sandoval - MDB; Airton Soares - MDB; Amaral Furlan - ARENA; BIota Júnior - ARENA; Cantídío Sampaio - Abril de 1978 ARENA; Dias Menezes - MDB; Edgar Martins - MDB; Faria Lima - ARENA; Frederico Brandão - MDB; Gióia Júnior ARENA; Ivahir Garcia - ARENA; João Arruda - MOB; João Pedro - ARENA; Joaquim Bevilacqua - MDB; Minoru Massuda MDB; Octa..io Torrecilla - MDB; Odemir Furlan - MDB; Otávio Ceccato - MDB; Roberto Carvalho - MDB: Ruy Côdo - MDB; Salvador Julianelli -- ARENA; Santilli Sobrinho - MDB; Yasunori Kunigo - MDB. GoiáS' Elcival Caiado - ARENA; Fernando Cunha - MDB; Hélio Mauro - ARENA; Jarmund Nasser - ARENA; Juarez Bernardes - MDB; Rezende Monteiro - ARENA. Mato Grosso Benedito Canellas - ARENA; Gastão Müller - ARENA; Valdomiro Gonçalves - ARENA; Vicento Vuolo - ARENA. Paranâ Adriano Valente - ARENA; Alvaro Dias - MDB; Antônio Annibelli - MDB; Antônio Ueno - ARENA; Cleverson Teixeira - ARENA; Fernando Gama - MDB; Flávio Giovini - ARENA; Hermes Macêdo - ARENA; Igo Lesso - ARENA; ítalo Conti ARENA; João Vargas - ARENA; Norton Macêdo - ARENA; Osvaldo Buskei - MDB; Paulo Marques - MDB; Pedro Lauro MDB; Santos Filho - ARENA; Walber Guimarães - MDB. Sa.nta Catarina Abel Avila - ARENA; Angelino Rosa - ARENA; Ernesto de Marco - MDB; Francisco Libardoni - MDB; Henrique Córdova - ARENA; Jaison Barreto - MDB; Walmor de Luca - MDB; Wilmar DalIanho1 - ARENA. Rio Grande do Sul Aldo Fagundes - MDB; Aluizio Paraguassu - MDB; Arlindo Kunzler - ARENA; Célio Marques Fernandes - ARENA; Getúlio Dias - MDB; Harry Sauer - MDB; Jairo Brum - MDB; João Gilberto - MDB; Lauro Rodrigues - MDB; Lidovino Fanton MDB; Magnus Guimarães - MDB; Mário Mondino - ARENA; Rosa Flores - MDB. VI - ORDEM DO IHA O SR. PRESIDENTE (Jader Barbalho) - A lista de presença. acusa o comparecimento de 251 81'S. Deputados. Os Senhores Deputados que tenham proposições a apresentar poderão fazê-lo. O SR. JUAREZ BERNARDES - Projeto de lei que subordina a concessão de serviço público de energia hidrelétrica à prévia apresentação de plano diretor para aproveitamento infegrado dos recursos hídricos. O SR. ALEXANDRE MACHADO - Projeto de lei que proibe a recondução ao Cargo de Secretário de Estado, durante o mesmo Governo, do ocupante que houver se desincompatibilzado para concorrer a eleição. O aR. ALOí8IO SANTOS - Projeto de lei que acrescenta parágrafo ao art. 81 da Consolidação das Leis do Trabalho. aprovada. pelo Decreto-lei n.O 5,452, de 1.° de maio de 1943. O SR. HERBERT LEVY - Projeto de lei que dá nova redação 1.° do art. 11 da Lei Orgânica da Previdência Social. O SR. FRANCISCO ROCHA - Projeto de lei que determina que as empresas de transporte.s aéreos efetuem seguro de vida em grupo dos empregados que especifica. O SR. PEDRO LUCENA - Projeto de lei que permite porte de arma ao motorista profissional, na. hipótese que menciona. O SR. FERNANDO COELHO - Projeto de lei que altera a redação da Lei nO 3.999. de 15 de dezembro de 1961, elevando o salário minimo dos médicos. cirurgiões-dentistas e auxiliares. O 8R. OCTAVIO TORRECILLA - Projeto de lei que altera dispositivo do Decreto-lei n. o 791. de 27 de agosto de 1969. que dispõe sobre o pedágio em rodovias federais. O SR. WALTER SILVA - Projeto de lei que introduz modificação na Lei D.O 6.268, de 11 de novembro de 1975_ O SR. SAMUEL RODRIGUES - Projeto de lei que acrescenta parágrafos ao art. 24. da Lei TI. o 4.591, de 16 de dezembro de 1964. O SR. FLORIM COUTINHO - Projeto de lei que proíbe a propaganda de cigarros e produtos congêneres, através do rádio e televisão, das 8 às 21:00 horas. O SR. ADHEMAR SANTILLO - Projeto de lei que revoga o Decreto-lei 11.° 1.284, de 28 de agosto de 1973, que declarou o Município de Anápolis de interesse da segurança nacional. ao § Abril de 1978 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 20 2193 o SR. LEõNIDAS SAMPAIO - Projeto de lei que repassa aos Art. 6.° A admissão à primeira série da Escola Técnica de professores as importâncias devidas pelos estabelecimentos de en- Radiologia dependerá: sino a título de lmposto de Renda e contribuições previdenciárias. I - .do cumprimento do § 2.0 do art. 4.0 desta lei; O SR. DAYL DE ALMEIDA - Projeto de lei que acrescenta n - de aprovação em exame de saúde, obedecidas as condidispositivo ao art. 180.da Lei n. o 1.711, de 28 de outubro de 1952 ções estatuídas no art. 46, parágrafo único, do Decreto n.O 29.155, (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União). de 17 de janeiro de 1951. O SR. THALES RAMALHO - Projeto de lei que consolida a Art. 7.0 As Escolas Técnicas de Radiologia existentes, ou a propriedade dos terrenos de marinha na pessoa dos titulares de . serem criadas, deverão remeter ao órgão competente do Ministé-' domínio .útil. rio da Saúde, para fins de controle e fiscalização de registros, cóO SR. PACHECO CHAVES - Projeto de lei que modifica dis- pia da ata relativa aos exames finais, na qual constem os nomes positivo da Lei n.o 5.890, de 8 de junho de 1973, que alterou a le- dos alunos aprovados e médias respectiva.s. gislação da Previdência Social. Art. 8.0 Os diplomas expedidos por Escolas Técnicas de Radioe validade O SR. HENRIQUE EDUARDO ALVES - Projeto de lei que ins- logia, devidamente reconhecidos, têm âmbito nacionai titui o documento de identificação dos familiares dos marítimos, para o registro de que trata a alínea b do ar.t. 2. 0 desta lei. para fins que especifica. Parágrafo único. Concedido o diploma, fica o Técnico em O SR. DASO COIMBRA - Requerimento de consignação nos Radiologia obrigado a registrá-lo, nos termos desta leI. Anais da Casa de voto de congratulaçôes com a Siria, pela passaArt. 9. 0 Dentro de cento ·e vinte dias, contados da publicagem de sua Data NacionaL ção desta lei, o Departamento Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde, baixará instruções às condições, programas e exames das O Sr. Jader Barbalho, 29-Secretário, deixa a cadeira da Escolas Técnicas de Radiologia. presidência, que é ocupada pelo Sr. Marco Maciel, PresiArt. 10. Os trabalhos de supervisão das aplicações de técdente. nicas em radiologia, em seus respectivos setores, são da competênO SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Vai-se passar à votacia do Técnico em Radiologia. ção da matéria que está sobre a Mesa e a constante da Ordem Art. 11. São assegurados todos os direitos aos denominados do Dia. Operadores de raios X, devidamente registrados no órgão compeO SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Há sobre a Mesa e vou tente do Ministério da Saúde, ou congênere da unidade .federada, que adotarão a denominação referida no art. 1.0 desta lei. submeter a votos a seguinte Redação Final: Parágrafo único. OS profissionais que se 'acharem devidaPROJETO DE LEI N.o 317-C, DE 1975 mente registrados no Serviço Nacional de Fiscalização de MediRegula () exercicio da profissão de Técnico em Radiocina e Farmácia, não possuidores do certificado de conclusão do logia, e dá outras providências. 2." ciclo do curso colegial, poderão matricular-se nas escolas criadas, na categoria de ouvinte, recebendo, ao terminá-lo, certificado O Congresso Nacional decreta: de presença, observadas as exigências regulamentares das EsArt. 1.0 Os preceitos desta lei regulam o exercicio da pro- colas de Radiologia. Os dispositivos desta lei se aplicam, no que fissão de Técnico em Radiologia, conceituando-se como tal todos couber, aos auxiliares de radiologia que trabalham com câmara os Operadores de raios X que, profissionalmente, executam as ciara e escura. Art. 12. Ficam criados o Conselho Nacional e os Conselhos técnicas: Regionais de Técnicos em Radiologia, .órgãos diretamente suborI - radiológica, no setor de diagnóstico; dinados ao Ministério da Saúde, que funcionarão nos mesmos II - radioterápica, no setor de terapia; moldes dos Conselhos Federais e Regionais de Medicina, obedecida igual sistemática para sua estrutura, e com as mesmas finalU - radioisotópica, no setor de radioisótopos; lidades de seleção disciplinar e defesa da classe dos Técnicos em IV - industrial, no setor industrial; Radiologia. Art. 13. Fica aprovado o Código de Ética do Técnico em RaV - de medicina nuclear. diologia, elaborado e aprovado por unanimidade, em 10 de julho 0 Art. 2. São condições para o exercício da profissão de Técnico de 1971, pela assembléia-geral ordinária da FATREB - Federação em Radiologia: das Associações dos Técnicos em Radiologia dos Estados do Brasil. I - ser portador de certificado de conclusão de 1.0 e 2.0 Art. 14. A jornada de trabalho dos profíssionais abrangidos ciclos do curso colegial, ou equivalente, e possuir formação propor esta lei será de vinte e quatro horas semanais, com direito a fissional por intermédio de escola técnica de radiologia, com o quarenta dias de férias anuais, divididas' em dois períodos. mínimo de trés anos de duração; Art. 15. Os benefícios desta lei são extensivos aos contratados II - possuir diploma de habilitação profissional, expedido do serviço público federal, autárquico e paraestadual. peta Escola Técnica de Radiologia, registrado no órgão federal de Art. 16. O salário mínimo dos profissionais, que executam saúde, ou congêre, da unidade federada, na qual ocorra o exeras técnicas definidas no art. 1.0 desta lei, será equivalente a dois cício profissional. salários mínimos profissionais da região, incidindo sobre esses venParágrafo único. O menor de dezoito anos não poderá exer- cimentos quarenta por cento do risco de vida e insalubridade. cer a atividade de Operador de raios X. Art. 17. O Poder Executivo regulamentará el>ta lei no prazo Art. 3.° Toda entidade, seja de caráter público ou privado, de até cento e oitenta dias. qUE' se propuser instituir escola técnica de radiologia, deverá soArt. 18. Esta lei entrará em vígor na data da sua publicação. licitar o reconhecimento prévio do órgão federal de saúde, ou seu congêre, da unidade federada. Art. 19. Revogam-se as disposições em contrário. Art. 4.0 As escolas técnicas de radiologia só poderão ser reComissão de Redação, 19 de abril de 1978. - Airon Rios, Preconhecidas se apresentarem condições de instalação satisfatórias sidente - Furtado Leite, Relator. - Edgar Martins. e corpo docente de reconhecida idoneidade profissional, sob a oriO SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Os Srs. que a aproentação de Fisico Tecnólogo, Médico Especialista e Técnico em vam queiram ficar como estão. (Pausa.) Radiologia. Aprovada. § 1.0 Os programas serão elaborados pela autoridade federál competente, válidos para todo o território nacional, sendo sua Vai ao Senado Federal. adoção indispensável ao reconhecimento de tais cursos. O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Há sobre a Mesa e vou § 2.0 Em nenhuma hipótese poderá ser matriculado candidato submeter a votos a seguinte Redação Final: que não comprovar a conclusão de curso colegial completo, ou PROJETO DE LEI N,o 1.626-B, DE 1975 curso equivalente. Permite a deduçãll do imposto de renda de gastos com § 3.° O ensino das disciplinas será ministrado em aulas teõ·· assistência médica, inclusive radiografias, exames de Iaricas, práticas e estágios a serem cumpridos, no último ano do . boratório e cirurgias, no caso e condições que especifica. currículo escolar, de acordo com a especialidade escolhida pelo O Congresso Nacional decreta: aluno. Art. 5. 0 Os centros de estágios serão constttuídos pelos serArt. 1.° São dedutíveis da renda líquida, para efeito de triviços de saúde e de pesquisas físicas, que ofereçam condições essen- butação de imposto de renda, quando o contribuinte for segurado ciais à prática. da profissão na especialidade requerida. da Previdência Social, todos os gastos que realizar particularmen- 219<1 Quinta-feira 20 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) te com assistência médica e odontológica, incluindo radiografias, exames de laboratórios e cirurgias. Art. 2. 0 Esta lei entrará em vigor na data da sua publicação. Art. 3. 0 Revogam-se as disposições em contrário. Comissão de Redação, 19 de abril de 1978. - Airon Rios, Presidente - Furtado Leite, Relator. Edgar Martins. O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Os Srs. que a aprovam queiram ficar como estão. (Pausa.) Aprovada. Vai ao Senado Federal. O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Há sobre a Mesa e vou submeter a votos o seguinte Requerimento: Ex.mo Sr. Presidente da Câmara dos Deputattos, Requeiro a V. Ex.", ouvida a Casa, seja formada uma Comissão para representar a Câmara dos Deputados nos festejos da tradicional Exposição Nacional de Zebu que será realizada na cidade de Uberaba, no Estado de Minas Gerais, no próximo dia 3 de maio, promovida pela ABCZ com o apoio dos Governos Federal e Estadual. Sala das Sessões, 18 de abril de 1978. - Juarez Batista. O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Os Srs. que o aprovam queiram ficar como estão.. (Pausa.) . Aprovado. O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Designo, para compoIem a Comissão Externa, os seguiI).tes Deputados: Juarez Batista, Geraldo Freire, Sinval Boaventura, Homero Santos e Cotta Barbosa. O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Nos termos do artigo 86, § 3.0, do Regimento Interno, convoco a Câmara dos Deputados para uma Sessão Extraordinária Matutina, amanhã, às 10 horas, destinada a trabalho das Comissões. O Sr. Israel Dias-Novaes - Sr..Presidente, peço a palavra para uma comunicação, como LideI'. O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Tem a palavra o nobre Deputado. O SR. ISRAEL DIAS-NOVAES (MDB - SP. Como Líder. Pmnuncia o seguinte discUISO.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, alertado por esta Vice-Liderança oposicionista, reclamou o Presi~ente Uly,sses Guimarães o cumprimento de dispositivos legais -que imped,am o uso político-partidário de próprios públicos. A Oposição parece necessária esmiuçar o caso. nos seus antecedentes e conseqüências eventuais, com o que acredita oferecer novos -elementos para a compreensã{) destes singulari.ssimos dias brasileiros. A questão foi levantada pelo importante vespertino "O Globo", -em matéria ilustrada, em página interna da edição da penúltima segunda-feira, nos termos da qual dois andares do Edifício-sede do Banco do Brasil, em Brasília, estavam sendo pr,3parados para abrigar os escritórios do candidato João Baptista Figueiredo. Os escritórios de Figueiredo - adianta o grande vespertino ocuparão o 8,0 e 9,0 andares do edifício, As obras de adaptação começaram há duas semanas e ,estarãn prontas dentro de mais duas. Pormenoriza o jornal: "A ala direita dos dois andares recebeu divisórias e estão sendo instalados' armários na extensão das paredes. As cortinas 'serão trocadas e o piso ganhará nova forração." Ora, confirmado que seja o relato de "O Globo" - e há de sê-lo, por certo - convém advertir o Sr. Karlos Rischbieter e outros pressurosos e desvelados diretores-políticos de instituíções nacionais, que sua generosidade pode traz,ar aborrecimento ao maior partido do Ocidente - até 15 de novembro - e a seu candidato, que ele, aliás, não escolheu.'Dois artigos do Código Eleitoral parecem, com efeito, pr'3venir a hipótese dessas liberalidades custeadas pelo dinheiro público. Diz o art. 377 da Lei Eleitoral em vigor: "Art. 377. O serviço de qualquer repartição federal, estadual, municipal, autarquia, fundação do Estado. sociedade de economia mista, entidade mantida ou subvencionada pelo poder público, ou que realiza contrato com este, inclu.sive o respectivo prédio e suas dependê:'1cias, não poderão ser utilizados para beneficiar partido ou organização de caráter político. Parágrafo único. O disposto naste artig{) será tornado efetivo a qualquer tempo pelo órgão competente da Ju.stiça Eleitoral, conforme.o âmbito nacional, regional ou municipal do órgão infrator, mediante representação fundamentada de autoridade pública, repre&3ntante partidário ou de qualquer eleitor." Abril de 1978 Observe-se que, singularmente, desta feita a dezena 77 tem substância moral e democrática, ferindo sinistra tradição no Brasil: o Decreto n. o 177, do Estado Novo; o Decreto n. O 477 e a Lei n.O 1.077, aquele, dos estudantes e este, da censura, ambos do Estado vigente. Mas, que pena comina a lei para a sua infringência? Estabelace-as o art. 346 do mesmo éódigo Eleitoral: "Art. 346. Violar o disposto no art. 377: Pena - detenção até seis meses e pagamento de trInta a sessenta dias-multa. ParágrafQ único. Incorrerão na pena, além da autoridade responsável, os servidore.s que prestaram serviços, e os candidatos, membros ou diretores de Partido que deram caus~ à infração." Vejam, Sr. Presidente e Srs. Deputados, como pode um rapapé impensado pôr a p,erder toda uma situação erigida, em termos irrecorríveis, pela vontade do Sr. Presidente da República! Pune a lei, no caso de infringência do art. 377. não ,apenas o próprio Sr. Rischbieter, o laborioso Presidente Francelíno Pereira, seus companheirQs de vanguarda do maior etc. etc., mas o próprio Gen. João Baptista de Figueiredo, hipotético beneficiário, por desaviso, de um crime eleitoral! Poder-se-ia alegar: mas, o Banco do BrasiL., Respondemos: o Banco do Brasil, desde os seus tempos aurorais, no Império, constitui sociedade de economia mista, tendo o Estado como detentor da maioria das ações. Caracterizado o mau uso de suas instalaçôes, a quem caberia denunciá-lo? Haveria alguém, no Pais, capaz de fazê-lo, na idade do medo que o Brasíl atravessa? Haverá, pois não se exigem do denunciante altos requisitos, notório saber juridico ou sólida situação financeira, mas tão-somente o titulo eleitoral, documento de tão r,elativa utilidade nestes tempos, mas suficiente para essa histórica arremetida judicial! Qualquer eleitor, diz a lei, pode bater às portas do STF com o frágíl RapeI 'ê bradar "aqui deI Rey!" Recordemos que, se tal se der, isto é, se um brasileiro portador de um papel de pouco uso for, anônimo e pequeno, solicitar a atenção do Superior Tribunal Eleitoral para esse clamoroso caso de tráfico d,a influência, terá a recebê-lo o seu Presidente, que acontece ser um dos maiores magistrados do País, o Ministro José Geraldo Rodrigues de Alkmin. Este desatende a conveniências para atender ao Direto, do qual é servo intemerato. Convém ter pres,ente essa circunstância, além de outras, de ordem ética, para rejeitar a oferta do Presidente do Banco do Brasil e mesmo puni-lo. por intemperança e sofreguidão. A quantas pode levar uma solicitude desmedida! Aceít'a-se uma bondade de Rischbieter e todos podem perder tudo: presidência, diretoria, direitos. o diabo. O Governo, de olho azedo na Oposição, precisa volvê-lo, embora o adoce, para os próprios correligionários, réus freqüentes de excesso de zelo. O Sr. Herbert Levy - Sr. Presidente, peço a palavra para uma comunicação, como Líder. O SR. PRESIDENTE (Marco Macíel) - Tem a palavra o nobre Deputad-o. O SR. HERBERT LEVY (ARENA - SP. Sem revisão do ora.. dor.) - Sr. Presidente, o nobre LideI' do MDB, Deputado Israel Días-Novaes, aborda neste plenário matéria que o ilustr,e Presidente do seu partido já havia comentado. A matéria, na verdade, carece de maior importância. Se alguém teve a idéia de oferecer d·aterminada área "para escritório do futuro Presidente da República, Gen. João Baptista Figueiredo, fê-lo certamente com a melhor das intenções. É óbvio que dispositivos legais claros sobre a matéria irão determinar o comportamento do futuro Presidente 'da República quanto à aceitação ou não da oferta. E é óbvio que, se houver impedimentos legais, o Sr. General João Baptista Figueiredo declinará da oferta, embora feita com a melhor das intenções. q assunto limita-se simplesmente a isto. O SR. PRESIDENT'E (Mamo Maciel) Votação, em discussão única, do Projeto de Lei n.O 197-B, de 1975, que dá nova redação ao' art. 1.0 do Decre'to-Iei n.o 161, de 13 de fevereÍl'o de 1967, que "autoriza o Poder" Executivo 'a instituir a Fundacão Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, e dá o'utras providências"; tendo pareceres: ,pa Comissão ce Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidad·e e, no mérito, pela aprovação; e, da Comissão de Finanças, pela aprovação. Pareceres à Emenda oferecida em Plenário: da Comissão de Constituição e" Justiça, pela constitucionalidade, jurídicidade e técnica legIslativa; e, das Comissões de Comuni- Abril de 1978 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção cações e de Flnan<:as, pela aprovação. (Da Cúmissão de Comunicações. I -- Helatores: Srs. Altair Chagas, João Menezes e Gióia Júnior, O SR. PRESIDENTE <,{arco Maciel) - Há sobre a mesa e vou submeter a votos o seguinte REQUERIMENTO Sr. Presidente, Nos termos regimentah, requeiro a V. Ex.a o adiamento da votação do Projeto n. o 197..BI75, por 2 Sessões. S. Sessões, 19 de abril de 1978. - Alipio Carvalho. O SR. PRESIDENTE (Marco Maciel) - Os Srs. que o aprovam queiram ficar como estão. (Pausa.) Aprovado. Em conseqüência, o projeto sal da Ordem do Dia. O SR. PRESIDENTE (llfarco Maciel) - Nos termos do Inciso IV do art. 10 do Reglmer:.to Interno, concedo a palavra ao Sr. Jader Barbalho, na qualidade de Líder do Movimento Democrático Brasileiro. O SR. JADER BARBAI,uO (MDB - PA. Como Líder. Pronun· -eia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente. Srs. Deputados. a consdência d,emocrátlca e jurídica do povo brasileiro registra, com profundo pesar, o primeiro aniversário do casuístico e injurídico "pacote de abril". Sob o pretexto de Impla~tar uma "reforma" do Poder Judl-clário, ainda esperada - a cujo texto a Oposição, legitima e consUtucionalmente, negou sua aprovação - o Governo promoveu um dos maiores retrocesso~; políticos que a história de nossas instituições já experimentou. Decretado o recesso dI) Congresso Nacional, investiu-se o Sr. Presidente da República l~m constituinte único deste País, surpreendendo toda a Nação com novas fórmulas mágicas e salvadoras: novos textos legais e remendos constitucionais garantidores do "êxito" da ARENA nos futuros embates eleitorais. O intuito não foi outro senão evitar o julgamento popular aos atos dos atuais governantes, que se manifestaria -através cio ex·ercicio livre e direto de votar e de escolher seus legitimos dirigentes. Mas se essa legislação díscrimlnatórla e casuística serviu, por um lado, aos seus desígnios, por outro resultou numa sentida frustração dos tradlclonai:; anseios democráticos de nossa gente. Eis que o AI-5, contra o Direito, sobrepondo-se à Constituição, legisla contra o sentimento nacional. l!: o arbítrio pairando sobre a legalidade. l!: o Governo pretextando maior segurança para o Estado e, com isso, subtraindo-a. totalmente, do cidadão. É o regime que, sem acreditar no povo, está no Poder, esquecido c.e que todo poder deve emanar do povo e em seu nome deve ser exercido. É o Governo que escala os Governadores dos Estados. transforma em "áreas de segurança nadonal" os municípios para os quais nomeia os Prefeitos e, agora, também se atribui o direito de interferir no Senado Federal. doando à ARENA um terço de seu colegiado, que, assim, terá 21 Senadores "biônicos", sem repI'esentação popular. Entrementes, o eleitor, nos poucos pleitos em que lhe é deferido o direito de exerclta:r livremente o voto, fica impedido, em razão de um esdrúxulo malabarismo legal - a "Lei Falcão" de conhecer melhor os candidatos, de saber quais são suas idéias e opiniões. A "Lei Falcão" significa uma fraude à opinião pública, bem assim, um obstáculo à renovação política, restabelecendo o retomo absoluto da influência do poder econômico nas eleições. Se, por ocasião das eleições municipais, já se constituía ela em flagrante ilegitimidade, porque obstruía a livre comunicação entre o candidato e o eleitor de seu município, através dos modernos meios de comunicações, como aceitar, senão com nosso maior protesto, o Impedimento do candidato às Assembléias Legislativas ou ao Congresso Nacional de expor, pelo rádio ou pela televísão, suas Idéias, de criticar a política econômica do Governo, de prevenir acerca do controle das multlnaclonals sobre setores vitais de nossa economia, de lamentar o enfraquecimento de nossa empresa prlvada, de reivmdlcar para o funcionalismo e os trabalhadores melhores salários. de apresentar fórmulas para conter <J crescente e asfixiante custo de vida? A esse "monstro", gerado nos laboratórlos do arbitrJo. foi incumbid"a uma só tarefa; Impedir que a Oposição levasse ao eleitor brasileiro seus pontos de vista e suas críUe.as ao Governo - críticas que o Governo não aceita através dos meios de comunicações - numa Incontestável violação do direito do homem à livre Informação. A ARENA, entretanto, é socorrida pela permanente atividade governamental' que, de minuto a minuto. freqüenta o lar do cidadão brasllelro, colocando no video uma maciça propaganda, com o Visível intuito de minimizar a impopularidade de seus atos. I) Quinta-feira 20 %195 Além disso, Sr. Presidente, Srs. Deputados, há poucos dias, ao Imprensa noticiava que o Sr. Presidente da República, a partir do mês de maío, Iniciaria uma participação efetiva em favor do partido do qual é Presidente de Honra, metamorfoseando a postura presidencial com a de cabo eleitoral da ARENA. ]<~ é tão integral esse engajamento do Governo na campanha e na disputa eleitoral que o candidato único a Presidente desta República, em entrevísta concedIda à Folha de S. Paulo, ao ser indagado sobre se indicaria um bom administrador para o Governo paulista, respondeu que pouco lhe valerla um bom administrador, ruim de voto; Indicaria, sim, um elemento capaz de ajudar a ARENA, de qualquer forma ... <[) Sr. JG de Araújo Jorge Deputado Jader Barbalho, o que V. Ex." está dizendo vem ao encontro do que o jornalista Carlos Castelio Branco acentuou num dos seus magníficos artigos de análise política, no Jornal do Brasil do dia 10 de abril, a respeito do direito de participação dos meios de comunicação no processo eleitoral. Diz ele: "o Presidente Geisel, segundo se anunciou, pretende já em maio reiniciar os comicios em favor da ARENA. Se o fizer, estará agindo antes do prazo de campanha, definido pela legislação eleitoral, mas estará, de qualquer forma, usando o prlvllégio de Qoverno de dirigir-se à Nação, inclusive pelo rádio e a televisão, sempre que entender ser necessário fazê-lo. Pena que a Oposição não tenha a contrapartida desse privilégio, e a única vez em que pediu a transmissão de uma convenção, nos termos da lei, teve cassado o seu lider e processado o seu presidente." Veja V. Ex. a a desigualdade desta luta eleitoral. E ainda se tem a desfaçatez ou o cinismo - eu não queria usar estes termos - de dizer que esta é uma eleição livre e que o povo vai manifestar-se. Ora, os Governadores são nomeados e considerados, como já se tem dito, "capitães donatários". Em 74, elegemos 20 Senadores, e a ARENA, 6. Com medo de que tivéssemos maioria no Senado, resolveram nomear 19 Senadores. Vão nomear 20, porque não vamos Indicar Senadores "biõnicos" no Rio de Janeiro. Tenho em mãos um abalxO-llssinado com mais de 10 assinaturas de Senadores e 90 de Deputados Federais, que se dispõem a não ac!;!itar a participação do MDB nesta farsa eleitoral que está em curso. A Lei Falcão nos retira o direito de dialogar e de transmitir ao eleitorado aquela mensagem que, em 1974, permitiu o crescimento do nosso partido e prejudica os nossos próprios companheiros da ARENA. Admirome de que estes não estejam conosco, porque, em que pese ao fato de origem passado procurarão ao Presidente Geisel para falar por eles, deveriam desejar também o contato direto com o povo durante a campanha eleitoral, através dos veiculas de massa. Congratulome, portanto, com V. Ex. a , que é um líder autêntico do Estado do Pará, vinculado às correntes mais progressistas do MDB, oposicionista de pé, sem transigência, como provam as críticas que for. mula. O 8R. JADER BARBALRO - Com muita alegrla, incorporo o aparte de V. Ex." ao seu discurso. Agora ouço o nobre Deputado Alvaro Valle. O Sr. Alvaro Valle - Deputado Jader Barbalho, estava ouvindo com muita atenção o discurso de V. Ex.a e o aparte do nobre Deputado JG de Araújo Jorge. S. Ex. a se refere à "Lei Falcão" como se esta estivesse garroteando a livre expressão eleitoral e politlca em nosso Pais. Na verdade, a Oposição se tem manifestado, inclusive através da televisão. Quase todos os dias vemos os Lideres da Oposição, tal como os do Governo, apresentando-se nos maiores veiculos de divulgação do Pais. Não existe, portanto, Impedimento para que a Oposição se utilize dos melas de comunicação. O que havia no Brasil era má utilização da televisão durante o periodo eleitoral. Em nenhum pais do mundo - França, Inglaterra, Estados Unidos, Japão etc. - todos os candidatos utilizam a televisão por pequeno espaço de tempo, como vinha acontecendo no Brasil. Se isso acontecesse, as oposições ganhariam em todos eles, por uma questão de utilização técnica do veículo. A telev18ão não é veículo para exposição de idéias, como muitas vezes se pretende; é um veículo essencialmente informativo, para transmitir mensagens extremamente rápidas e por wo Mac Luhan o con~idera frlo. É multo fácil criticar por intermédio da televisão, em dois ou três minutos, dizer que o feijão está multo caro, que o cutso de vida está insuportável. E é tecnicamente im.possível utilizar esse mesmo veículo para fazer a defesa no mesmo tempo. Por causa disso, a televisão nào é um veiculo hábil para ser usado como anteriormente. A campanha pode desenvolver-se através dos jornais, enquanto a televisão se destina tecnicamente a Informar. E isso ela fará durante a campanha, divulgando os nomes dos candidatos, seu número, legenda etc. Estranho que precisamente o Deputado JG de Araújo Jorge, meu querido amigo, por quem tenho o maior respeito, venha, em nome do Movimento Democrático Brasileiro, falar de liberdade na utilização da televísão durante a campanha eleitoral. S. Ex," diz, por exemplo: "direito que nó!; tlvl'mos em 1974". O Deputado JG de Araújo Jorge teve o direito de usar a televísão em 1974, o qual lhe foi assegurado por um TrlbunaLn~ meado pela Revolução, porque esse direito lhe havia sido negado, no Rio de Janeiro, pelo Diretório e pelos dirigentes do seu partido, o Movimento Democrático Brasileiro. 2196 Quinta-feira 20 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) o Sr. JG de Araíljo JorKe - Exatamente. O Sr. Alvaro Valle - Na nossa cidade do Rio de Janeiro quando havia liberdade para propaganda eleitoral através da tele~ visão, não existindo a "Lei Falcão", o Movimento Democrático Brasileiro, que hoje reclama aquela liberdade, impediu alguns dos seus melhores candidatos, inclusive o Deputado JG de Araújo Jorge, de usarem a televisão. Para que S. Ex.a tivesse esse direito garantido, contra o MDB, teve de recorrer a um Tribunal nomeado pela Revolução. Portanto, se examinarmos os fatos, verificaremos que a ARENA tem mais autoridade para falar em liberdade, quando discutimos a utilização de televisão em campanhas eleitorais. Cada vez que se falar em cerceamento de liberdade em televisão, durante a campanha, teremos esse exemplo, ocorrido em 1964; o cerceamento da liberdade, na campanha eleitoral do Rio dé Janeiro exercido pelo Movimento Democr~tico Brasileiro. ' O SE. JADER BARBALHO - Deputado Alvaro Valle, agradeço a V. Ex.a o seu aparte, que muito me honra. No caso específico do Deputado .TG de Araújo Jorge, S. Ex.a teve, pelo menos, o direito ' de recorrer ao Poder Judiciário. O Sr. JG de Araújo Jorlre - E o Poder Judiciário não é um Poder da Revolução, mas do regime democrático, ao lado dos Pod~res. Executivo e_Le~lativo. Este último, por exemplo, também nao e da Revoluçao. Nao sou Deputado da Revolução nesta Casa. O Superior Tribunal Eleitoral não pertence à Revolução, mas ao regime democrático, ao Estado brasileiro. O SR. 'JADER BARBALHO - Mas não podemos recorrer agora ao Judiciário porque o partido do Governo permitiu que se estabelecesse como lei o cerceamento ao uso da televisão. O Sr. Alvaro Valle - Deputado Jader Barbalho, não foi o meu partido,mas o Parlamento, que expressa a vontade da maioria do 'povo brasileiro, quem assim decidiu. O SE. JADER BARBALHO - Vou aceitar o fato: foi a Maioria eventual do Parlamento que decidiu desta forma, aceitando que 10sse cerceado, acima de tudo, o direito do eleitor - menos do candidato - de ter oportunidade de conhecer idéias e programas, bem como de poder melhor selecionar. Foi, acima de tudo, contra o eleitor que se promulgou essa lei. Ele, hoje, vai selecionar, talvez, pela aparência do candidato, e, se tivesse de escolher entre um artista de novela e Rui Barbosa, provavelmente este perdesse a eleição, porque não teria chance de falar, e seria levada em consideração apenas a imagem do candidato. O Sr. Dayl de Almeida - Ruy Barbosa já perdeu uma camllanha. O Sr. JG de Araújo Jorge - V. Ex." não vai comparar Ruy Barbosa com um artista de televisão. O Sr. Dayl de Almeida. - Não estou aparteando V. Ex."', mas () orador. O SR. JADER BARBALHO - Sr. Presidente, quero deixar claro que o Governo tem, todos os dias, chance de levar ao povo, nos horários nobres da televisão brasileira, a sua mensagem e a Oposição, não. O Presidente da República requisita horários e fala em.cadeia ~acional para todo o Brasil, mas não se dá oportunidade a Oposiçao para que faça a contradita. Em absoluto. Nos Governos estaduais ocorre a mesma coisa. No Pará, às vésperas das últimas eleições, de 1976, o Sr. Governador usou por hora e meia as duas televisões existentes no Estado, enquanto a Oposição não teve essa chance. O que queremos é o debate, que se permita aos eleitores conhecerem de fato o programa e as idéias de ambos os partidos. Tem V. Ex."' o aparte. O Sr. JG de Araújo Jorge - Fui citado nôminalmente pelo Deputado Alvaro Valle, e queria dar razão a S. Ex.", quando se referiu ao antigo Governador da Guanabara, Chagas Freitas. Entrevistado, certa feita, na época em que era Governador, foi-lhe colocado pelo jornalista o seguinte problema: "V. Ex." está sendo acusado de governar mais com o Governo e com a ARENA do que com o MDB. Por que V. Ex."' não vai logo para a ARENA?" Respondeu S. Ex.a: "Porque sou muito mais útil ao Governo dentro do MDB". Corria, também, como piada, no meu Esta.do, que certa vez, chegando o Presidente Médici ao aeroporto, foi S. Ex." recebido por todos os Governadores da ARENA e inclusive pelo Governador Chagas Freitas. Na hora em que este se afastava, o Presidente dirigiu-se aos jornalistas e disse: "Acabo de ser recebido por todos os meus Governadores arenistas, mas este é o mais arenista de todos." De modo que Chagas Freitas nunca representou o MDB. Ele usa indevidamente a legenda do nosso partido, do qual já foi expulso. Nesse sentido, apresentei uma proposição com 33 assinaturas, e o Diretório Nacional do MDB só não realizou a expulsão em caráter definitivo' porque Chagas Freitas saiu do partido pela porta dos fundos. E o Diretório teve de considerá-lo persona non grata. E.sse homem - persona nou. grata - não pode voltar ao Governo. É uma ameaça que pesa. sobre o Estado do Rio. Abril de 19'78 . O Sr. DayJ de Almeida - Permita-me, nobre Deputado, aproveItar a deixa que me foi atirada pelo ilustre Deputado .TG de Araújo Jorge. Quando daquela plena liberdade, de que tanto se valeu o MDB para a passionalização da opinião pública através do rádio e da televisão, vários integrantes do própri~ MDB tiveram de impetrar mandado de segurança para comparecer às estações de rádio e de televisão. Mas V. Ex.''' em seu pronunciamento, coloca a chamada "Lei Falcão" como se fosse preparada exclusivamente para tirar do ar o MDB. Não é verdade. Ela atinge no mesmo pé de igualdade, a A'RENA e o partido de V. Ex."' SãO. os dois partidos 'que ficam a dispor de todos os outros meios de comunicação de massa, inclusive comícios, para o contato com o povo. Sabe V. Ex."' perfeitamente que, quanto à requisição de órgãos de comunicação social, sobretudo de televisão. pelos Governos, isso é uma prática universal nas mais aristocráticas e tradicionais democracias do mundo. Não é um privilégio de que se vale o Governo brasileiro. Ainda há poucos dias, o Presidente Carter requisitava o maior sistema de cadeia de televisão do mundo para expor o seu programa de Governo e especialmente os seus pontos de vista em relação às discussões sobre o Canal do Panamá. O SR. JADER BARBALHO - Agradeço o aparte a V. Ex."' Quanto ao fato de que a ':Lei Falcão" atinge os dois partidos, concordo que formalmente atmge. Mas beneficia a ARENA, pela falta de mensagem, por não ter o que dizer. Por isso mesmo, não precisa dos meios de comunicação. Talvez até seja mais fácil para a ARENA ficar fora, a ter de procurar justificativas que não tem -condições de .apresentar. Sr. Presidente, vou dar continuidade ao meu pronunciamento, porque, em matéria de arbítrio, nãQ há só a "Lei Falcão". Por isso, peço aos meus ilustres colegas que aguardem um pouco mais para apartear-me, a fim de que eu possa caminhar por esse roteiro de arbitrios por que lamentavelmente passa o Brasil. O Sr. Jool Ferreira - Permita-me um aparte, que só cabe nesta fase do seu diScurso, nobre Deputado Jader Barbalho. Serei breve. Quero apenas dizer a V. Ex." que é preciso recolocar-se no· devido lugar as afirmativas, que nãp aceito, dos Deputados Alvaro VaIIe e Dayl de Almeida. Primeiro, é muito normal é comum v~lido, legítimo e até dig~o de aplausos o ato da Ju~tiça - qué nao se pode aqui cognommar de "nomeada,j pela Revolução ou pela contra-Revolução, ou pela não-Revolução, sob pena de' estarmos a dar qualificativos a tudo, desde a democracia até o que mais seja. li: muito válido e até normal que a Justiça, que aí está essencialmente para isso, corrija os erros praticados pelo meu ou pelo seu partido. Portanto, foi legitimo o recurso impetrado pelo Deputado JG de Araújo Jorge e por quem mais o tenha feito. O SR. JADER BARBALHO - Perfeitamente. O Sr. Joel Ferreira - Não se pode, nobre colega, porque o partido "A" ou o partido "B" cometeram um erro, retirar-se o direito de quem quer que seja. O erro foi reparado pela Justi~a que aí está para isso. Quanto ao Deputado Dayl de Almeida' eminente professor, dizer que é uma prerrogativa dos Governo; requisitarem os meios de comunica~ão para falar à Nação concordo. Só não é válido os GOvernos requisitarem os meios de comunicação para fazer política partidária, notadamente quando esse mesmo Gov-erno proibiu esse sistema. Então, há uma diferença. E, para concluir, a proibição não é para os dois partidos. a partir do momento em que é feita essa requisição, que se torna ilegitima, porque não se destina a anúncio oficial de Governo, mas a uma propaganda politica. O Governo fall o que o MDB não pode fazer. O SR. JADER BARBALHO - Obrigado, Deputado Joel Ferreira, pelo aparte. Sr. Presidente, Srs. Deputados, é inquestionável o estado préfalimentar do partido do Governo, também chamado "o maior do Ocidente". li: um partido sem a. menor capacidade de influir nos processos deci.sórios do Governo. E isso é de tal modo caracterizado, que o próprio General Figueiredo declarou o óbvio, recentemente, que a ARENA nunca escolheu um Presidente da República: e foi além: reconheceu ser sua escolha um ato meramente revolucionário, confirmando a assertiva do Senador Magalhães Pinto. que tantos pruridos de independência causaram na Convenção da ARENA, 'de que a mesma não passava de uma farsa. É a exceção peremptória, Sr. Presidente, que preside todos os movimentos dos detentores do Poder. inclusive no rehcionamenta com o seu partido. Vejam a agonia dos arenistas em obter Í11formaçõcs sobre a escolha dos governadores. Mas a Nação está fatigada, está ansiosa por participacão, e.stá. ávida pelo exercicio regular do voto, com o qual possa, por fim, escolher seus governantes e, assim, legitimar seus mandatos. O nosso partido ,já levantou a bandeira da Con.stituinte, único meio capaz de pacif'icar a família brasileira e de dotar :I Pais de um ordenamento jurídico, verdadeiramente repre.sentativo de nossas realidades social, cultural, econômica e palítica. Abril de 1978 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Não é possível deixar que a Nação continue sob a tutela de alguns poucos que se outorgaram o direito de intérpretes da von... tade de todos os brasileiros. Ela deve ser ouvida e sentida, de modo a orientar e fundamentar as decisões dos governantes, dando-lhes a conseqüente li: indispensável legitimidade. A Oposição brasileira transcende, hpje, os' limites do âmbito partidário. Está ela na Igreja, no empresariado nacional, nas entidades de classe, no setor obreiro, com os intelectuais e com os estudantes, enfim, em todos os segmentos de nossa sociedade, tudo isso demonstrando ser o retorno ao pleno Estado de Direito, com a devolução das franquias democráticas, a básica solução para os ]Jroblemas sociais e institucionais que afligem a nacionalidade. E, apesar disso, há ainda quem insiBta no "diálogo". Diálogo sem propostas concretas. "Diálogo" impositivo ou, quem sabe, im]Jostor. Não nos esqueçamos de que foi num período áureo do propalado "diálogo" que o Congresso teve suas portas cerradas - após ter o MDB exercido plenamente, por decisão democrática e unânime, um direito que a Constituição lhe conferia, quando foi brutalmente arrebatado do nosso convivio, no exercício da Liderança de seu partido nesta Casa, o.eminente Deputado Alencar Furtado. Pode-se acreditar no "diálogo"? Pode-se antever algo de prá'tico em torno de seu resultado, quando, por ocasião da Mensagem Presidencial de inauguração da presente Sessão LegIslativa, ali estava explicitamente determinado que as prometidas "reformas" ]JTocessar-se-ão sob a égide do "pacote de abril"? O Sr. Cantídio Sampaio - Nobre Deputado Jader Barbalho, se Vossas Excelências consideram mesmo nosso partido derreado e acabado, por que se preocupam tanto com ele e vivem dando-lhe dimensões universais? 11: necessário que nos respeItemos mutuamente, embora divirjamos e polemizemos. Ontem eu disse aqui e V. Ex.lI, hoje reafirma - que o MDB, ao negar a reforma do Judiciário, exerceu um' direito. V: Ex.a. o diz em alto e bom som. E diz a verdade, mas uma meia verdade, porque o Presidente da República, quando usou o art. 182 da Constituição, também exerceu um direito absolutamente expresso na maior lei do País. Ele assumiu o Poder Legislativo. S. Ex.a fez, pela forma que a Constituição permite, o que ele achava que deveria ser feito para o PaiB. Graças a isso, dentro em breve, neste semestre, iremos examinar a Lei Orgánica da Magistratura. Se o Presidente não tivesse tomado aqueia atitude heróica, agora novamente iriamos aprecíar a emenda constitucional que ensejaria a reforma do Judiciário. Então, ·temos que reconhecer que há razões de Estado que impedem um estadista de ficar perplexo diante de uma atitude, como diz Vossa Excelência, que foi majoritária, ou unânime, do MDB. Mas nó::;, que acompanhamos o dia-a-dia do que acontece nesta Casa, bem sabemos que foi uma atitude mais ditada pela Minoria que, de certa maneira, influi decisivamente nas decisões de seu grande partido ocidental. Mas, quanto ao "pacote de abril" - como o chama V. Ex.a. - o Presidente o explica muito bem, quando diz que a reforma do Judiciário era apenas o exórdio do que aconteceria, se essas medidas em que ela se desdobrou, ao .l'j,ssumir o Presidente o Poder Legislativo, não tivessem sido corajosamente tomadas, porque não se modificaria mais a Constituição. Os pretextos não faltariam e, assim, nem mesmo as reformas que se avizinham, aí presente.s aos nossos olhos, se tornariam possíveis, porque essa minoria novamente haveria de levar o partido da Oposição a negar a constituiçãe dos 2/3, para que a democracia não viesse plenamente a vicejar em nossa pátria. Tais verdades não podem deixar de ser consideradas nas análises feitas por V. Ex.a., embora com boa-fé, mas parcialmente. O SR. JADER BARBALHO - Deputado Cantídio Sampaio, eu gostaria de relembrar o que V. Ex."', ontem, disse que o Bacharel em Direito não deveria desconhecer os princípios fundamentais de sua área. Diria a V. Ex.a. que nem tudo que é legal é legítimo. O Sr. João Cunha - Muito bem. . O SR. JADER BARBALHO - O Sr. Presidente da República, de acordo com a Constituição, pode decretar o recesso do Congresso Nacional. Mas esse não é um direito legítimo, e não o é porque a própria' Constituição estabelece o direito de a Minoria rejeitar a emenda constitucional. .E não diga V. Ex.a. que foi uma minoria que forçou o partido. Não. No MDB há o livre debate. Reunimos o Diretório Nacional, órgão orientador máximo, que, por unanimidade, aprovou a decisão de rejeitar a reforma do Judiciário, porque, acima de tudo, era má e não atendia aos interesses da Justiça brasileira. Não se trata, Deputado Cantidio Sampaio, de uma minoria C'lmo a que, no Pal<i.cio do Planalto. está a escolher os futuros Governadores dos Estados. Nossa minoria é, de fato, representativa. O Sr. João Cunha - Permite-me V. Ex.a. um aparte? O SR. JADER BARBALHO - Concederei logo mais o aparte a V. Ex.a. O Sr. João Cunha - Ficarei muito honrado. O SR. JADER BARBALHO - Sr. Presidente, prossigo.' Quinta-feira 20 2197 Se o "diálogo", por um lado, não merece a nossa credibilidade, uma vez que difícil é a tarefa de conversar e buscar soluções comuns com quem detém o arbítrio, por sua vez, o "pacote" só teve o demérito de afastar o povo das decisões legitimas e de aumentar o desalento e a descrença em nossas instituições. Dentre as medidas impostas pelos legisladores do "pacote", a que melhor retratou a sua fecunda criatividade foi a figura singular e bisonha do Senador indireto, logo batizado de Senador "biônico". Figura nociva e embaraçosa, resultado de uma maquiavélica manobra destinada a evitar que a Oposição obtl,vesse maioria no Senado da República, furtando-se ao povo o direito, até então seu, e só seu, de escolher todos os representantes de seus Estados, perante aquela Casa do Congresso. Sem respeitabilidade pela forma de investidura, em simples ato de nomeação para a qual os ditos "grandes homens públicos, verdadeIros expoentes da inteligência nacional" acotovelam-se às portas palacianas, em busca. da "merecida" unção: o mandato sem voto, a representatividade sem respaldo popular. Neste quadro de perplexidades, acusa-se de Calabar os que tentam serfiéis aos compromissos democráticos de março de 1964. A mim, preliminarmente, sempre pareceu historicamente definido como execrável não o Calabar, mas sim o Silvério dos Reis, posto que, enquanto aquele preferia, no máximo, os holandeses aos portugueses como colonizadores, o coronel frustrava pela delação o movImento libertário dos inconfidentes em favor dos que oprimiam nossos anseios de liberdade e de independência. Aliás, na história censurável dos que se bandeiam, que deixam os arraiais de origem para ir bater à porta dos arraiais adversários do passado, nós também não os aplaudimos, como nos repugna os que conseguiram adesões de Prefeitos às custas de pressão de verbas públicas e negociaram com adesistas a nomeação de Prefeito para municípios de segurança nacional. Sempre pareceu-me que o corrompido está no mesmo nivel do corruptor, I).este tipo de bandeiamento. Permitam-me a inserção destes fatos, que também fazem parte da História do meu Estado, após 1964, . Concedo o aparte a V. Ex.a., pedindo apenas que seja breve, face ao tempo. . O Sr. João Cunha - V. Ex.a. me honra ao me permitir aparteálo. Quero referir-me apenas à colocação da Liderança da ARENA, aqui feita, onde, maIs uma vez, se pretende voltar ao episódio da minoria ditatorial, aludida pelo Sr. Presidente Ernesto Geisel, quando do episódio da reforma do Judiciário. Lembramo-nos muito bem de que essa minoria se constitui pela unanimidade da bancada nacional reunida, que definiu e decidiu não aceitar aquele pretexto. Nós vimos que foi um pretexto, porque a maioria minoritária neste País a ARENA... O SR. JADER BARBALHO - Permita-me apenas uma intervenção no seu aparte. E, se não fosse pretexto e merecesse o mínimo de respeitaJlilidade, por que o Sr. Presidente da República para argumentar com o arbítrio - não baixou apenas a reforma do Judiciário, mas se aproveitou da ocasião .para criar o Senador "biônico", a eleição indireta e tudo o maIs? Então, desaparece o aspecto moral que reflete o ato de arbítrio. . O Sr. João Cunha - Era isso o que eu pretendia dizer, colaborando com V. Ex.a. Evidentemente, essa minoria que constituímos e que representamos - ou seja, hoje quase que a unanimida'de da consciência nacional - é o fato que se antepõe e dá, inclusive, justificativa para que a ARENA, atualmente, possa meditar e debruçar-se sobre os fatos que ela está vivendo e perceber que não existe, ou melhor, existe contrariando a lei da Física: ocupa lugar no espaço, mas não tem existência real. Porque, se verificarmos o que está aconteGendo, veremos a demonstração clara de um partido que não tem vez, que não tem representatividade, que diz que está no poder, mas não está, que não decide nada e, ainda, que recebe ordens para dizer quem vai ser o interventor do Estado e é obrigado a vir aqui para noticiar à Nação o que foi decidido pela maioria minoritária de um homem, de uma consciência individual, que decide a respeito de todos os Estados deste País. E verifica-se, Sr. Deputado Jader Barbalho, que, infelizmente, ainda há quem possa sustentar o insustentável e a ilegitimidade dos atos que têm sido impostos à Nação, marginalizando todo o povo e todos nós - classe política - do processo de decisão do nosso próprio destino. O Sr. Dayl de Almeida - Permite-me V. Ex.a. um aparte, nobre Deputado? O SR. JADER BARBALlIO - Já o concederei, apenàs prosseguirei um pouco no meu pronunciamento. O Sr. Dayl de Almeida - Aguardo-o, impaciente. O SR. JAI'.:ER BARBALHO - Serei honrado, novamente, com o aparte de V. E&.lI, Aliás, acusou-se, também, o MDB de haver punido, com base no chamado "Estatuto da Fidelidade", correligionários seus por indisciplina partidária. Ocorre, entretanto, que ~JJJ!.nições dis- 2198 Quinta-feira 20' DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Abrll de 1978 O Sr. Dayl de Almeida - E é justamente em favor da demociplinares aplicadas pelo MDB são realizadas, com ampla defesa cracia que, acreditando na expressão lapidar do Ministro João Bapdos acusados, com base na Lei, cabendo recurso de suas decisões para o Poder Judiciário. Atitude diferente com relação aos punidos • tista Figueiredo - "Estamos a caminho da democracia e a ela pelo detentores do poder, que, além dos órgãos e meios de intimi- chegaremos"· - não quero evitar que a ela cheguemos. dação de que dispõem, aplicam o famigerado, AI-5, sem conceder O SR. JADER BARBALHO - Prossigo, Sr. Presidente. aos atingidos o legítimo e elementar direito de defesa. Para a ilegitimidade de tais eleições, transcrevo Afirma-se, ainda, serem os 14 anos decorridos "um curto es- parte da testemunhar mensagem enviada pelo Senador Jarbas Passarinho ao paço de tempo na vida de uma Nação", deixando-nos preocupa'Clos jornalista João Malàto, do meu Estado: com que os atuais detentores do Poder queiram alcançar o século XXI criticando o passado e achando ainda ser cedo para a res"Há, porém, uma enorme diferença entre a eleição direta tauração democrática no Brasil, enquanto continuarão a apresende um Governador e a sua escolha por processo revoluciotar números e fll,tos que não resistem ao confronto com a realidanário. Correndo qualquer risco, me declarei, há dois anos" de econômica e social do País. Quanto ao "passado", ao qual não candidato ao Governo, quando' as eleições eram diretas pretendemos retornar, já que nossos compromissos são com o prepor imperativo constitucional. Agora, que se trata de es.sente e com o futuro do Brasil, somos obrigados a concOl:dar que colha pelos escalões do Governo presente e futuro, deixei se instituíram lições de neologismos, destacadas na Convenção claro que a função que considero a mais honrosa para da ARENA, de que no Pará, antes de 1964, €xistia o "Mapismo" mim, é o Governo do Estado do Pará. O que não posso é como "contrafação democrática" "em que juizes venais negociavam nomear-me a mim mesmo, escolher-me a mim próprio, e "Votos de candidatos" "a preço de dinheiro". não sei se o General Barata poderia fazê-lo em caso igual. Acho injusto o prezado confrade admitir que tudo deEsses fatos criminosos que teriam ocorrido no Estado do Pará pende de mim". - em março de 1964 eu contava 19 anos de idade - forem introduzidos por políticos inescrupulosos, dos quais aparecia como maior Confirma, talvez, o futuro Governador do pará, que não será aéusado um dos que subscreveu o ato de fundação da ARENA e eleito; será apenas nomeado, deixando bem claro serem as convenposteriormente recrutado pelos relevantes serviços prestados para ções arenistas e os colégios eleitorais apenas uma farsa legal, com {)cupar importante cargo no Ministério da Educação. Além desses total ausência de legitimidade. "mapismos", após 1964 só destacados próceres da ARENA do Pará Insaciáveis, apesar de tudo, na busca de fórmulas casuísticas, Be têm envolvido em fraudes eleitorais, sendo que alguns de seus 'destacados membros hão sido flagrados pela própria Justiça Elei- denuncia, agora, a imprensa brasileira que o Governo estariá contoral, estando o povo paraense esperando, até agora, que se punam tratando serviços de pesquisa de opinião pública do mOPE; para que, definitivamente convencido da vitória do MDB na.s eleições tais criminosos. de novembro, extinga ARENA e MDB uias antes das eleições, proTalvez por lapso de memória esses fatos e outros não tenhàm curando confundir o processo eleitoral e inviabilizando a vitória integrado a lição ministrada na Convenção que homologou o fuda legenda da Oposição. turo Presidente, a ser eleito através do que no Brasil atual se apeliNão sabemos, Sr. Presidente, onde pretendem chegar, mas dou de "eleições indiretas". acreditamos, como afirmou o Senador Paulo Brossard, "de que já Como se falar em convenções partidárias e em legitimidade é tarde, mas ainda é tempo", para a reconciliação naeional, nedessas eleições indiretas? Porvenl'ura terão as convenções auto- cessária e desejada por todos os bons brasileiros, enfim pelos que nomia para escolha dos Senadores "biônicos"? E será também desejam a democracia entre nós, com Governo nascidos da vontade indireta a eleição dos Governadores? do povo.. Ainda que eivada de indiscutível ilegitimidade constitucional, O Sr. Alvaro Valle - Permite V. Ex." um curto aparte? eom deg.respeito ao principio federativo, seria, de qualquer sorte, O SR. PRESIDENTE (João Clímaco) - Lembro ao nobre oramerecedora de um mínimo de acatamento- aquela eleição indireta, na qual os convencionais de cada Estado, após um embate legitimo dor, Deputado Jader Barbalho, de que está concluido o tempo destinado a V. Ex." e regular entre suas mais expressiva!'! lideranças política!'! escolhes.sem livremente o seu Governador. Mas o que se vê? Nada mais do O SR. JADER BARBALHO - Sr. presidente, apesar do raque uma ineBcrupulosa farsa institucional. O nome do candidato dicalismo de alguns arenistas, eu, democrata, não posso prepcinuir único, após seleção prévia do Palácio do Planalto, deutre aqueles - se V. Ex. a me permitir - do aparte do Deputado Alvaro Valle. de sua única preferência, é levado à Convenção de &eU EBtado, para Bimples homologação, já que tal escolha !'!e processou cerca de seis O SR. PRESIDENTE (João Clímaeo) - V. Ex." pode conceder meses antes da Convenção homologatória, sem que os convecionais o aparte, desde que seja breve. tenham a minima participação, muito menos o povo, que, apesar O Sr. Alvaro Valle - Agradeço a gentileza de V. Ex.", nobre de sustentar a administração com o pagamento de tributos, vê Deputaqo Jader Barbalho, mas não posso deixar, já que V. Ex." chegar ao Governo do seu Estado quem, talvez, em eleições popuse referiu a seu Estado, o Pará, e apresentou na tribuna um caso lares, não tivesse 'a' menor chance de sucesso. de lá, de trazer um testemunho do meu Estado, o Rio de Janeiro. Ora, Sr. Presidente, Srs. Deputados, chamar de eleição indiV. Ex.a. se referia a uma ditadura provável, em outras palavras, reta um processo que em quase nada difere da simples nomeação, sobre os colégios el€itorais e a não validade destes e do processo <lU é burla à boa fé de nosso povo, ou é retrocesso ao tempo do que vem sendo utilizado para a escolha do Presidente da RepúBrasil Colonial, quando o soberano português agraciava, com a blica e àos Governadores de Estado. No meu Estado, o Rio de doação de Capitanias, um dos fidalgos de sua Casa. Janeiro, o Partido de V. Ex.a o Movimento Democrático Brasileiro Ouço, com muita alegria, o Deputado Dayl de Almeida. Peço- - não o Governador Chagas Freitas, mas o Partido, por seus órgãos c~nstituídos - desistiu, em reunião, de se utilizar do prolhe apenas que seja breve, em razão do pouco tempo de que discesso do sistema. E, mais do que isso, produziu uma nota que é ponho. exemplo, este sim, de cerceamento de liberdade. O meu Partido O SR. PRESIDENTE (João Clím:<l.co - Lembro ao nobre Depu- - a ARENA - ao menos determina fidelidade em torno de nomes tado Jader Barbalho que faltam cinco minutos para terminar o conhecidos. O MDB também estabelece essa fidelidade para os seus tempo destinado a S. Ex." partidários no Colégio Eleitor!j.l. E, mais do que isso, avisa que punirá com exulsão da agremiação até aqueles que ficarem doentes. O Sr. Dayl de Almeida - Meu aparte será breve, embora deNão será aceita sequer a alegação de doença para falta. E, o que sejasse, quando o pedi, dar-lhe um pouco mais de extensão. Faço um apelo a V. Ex." no sentido de que procure, no cálculo racional é mais grave, Deputado, esse cerceamentl) de liberdade, es-sa pres:.. de suas palavras, uma medida exata para certos termos que vem são, está sendo exercido sem que se diga sequer o nome do candidato. Nós, arenistas, devemos, seguindo uma liderança que escoempregando. Jl: sobre esses termos que gostaria de aparteá-lo, porque toda vez que apelamos para a passionalidade, fugindo das li- lhemos, aceitar candidatos determinados pelo consenso. O Partido de V. Ex.", quando tem a oportunidade de fazer um Executivo, age nhas ,serenas da razão, caminhamos para radicalismos que não da forma, que citei. Isto nos faz crer, Deputado Jader Barbalho, sei a que corrente podem servir. se o Movimento Democrático Brasileiro fosse majoritário ~ O SR. JADER BARBALHO - Deputado Dayl de Almeida, só sou que, que não será - provavelmente utilizaria ainda com muito maior radical em favor do regime democráti~o. Chego a ser pas.sional na origor a legislação de que dispomos. Desculpe-me V. Ex. a , mas teluta pelo Estado de Direito. Nisso posso concordar com V. Ex." O mos de nos basear em exemplos e fatos. O exemplo que o MDB que não sou é passivo, coisa bem diferente, como muita gente o dá, no momento em que pode fazê-lo, é o do caso do Estado do Rio é nesta República, neste momento, diante de uma realidade que de Janeiro. agride a todos os homens de bom senso, a todos democratas verdadeiros que querem o restabelecimento do Estado de Direito, que O SR. JADER BARBALHO - Se me permite o Sr. Presidente, querem a participação popular, que querem representantes verresponderei a V. Ex." Quanto à questão de ir à convenção até doendadeiramente escolhidos pelo voto do povo. Qu~nto a isso, Depu- te, talvez tenha sido para seguir o exemplo de um Senador que veio tado, sou intransigente, e V. Ex." pode chamar-me de radical. Mas, de maca' para votar no Gen. Figueiredo, na Convenção da ARENA. não -8.bro--mão do direito de ser radical como democrata, em favor Estava tão duvidosa a escolha do Gen. Figueiredo, que o senador veio votar sobre uma maca, porque sua ausência poderia prejudida democracia. ' A"/,lril de 1978 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção car o processo. Talvez seja por fatos como esse que o MDB diD Rio de Janeiro esteja adotando tal critério de disciplina. Mas, Deputado Álvaro Valle, como disse aqui ontem - e repito agora - o "pacote de abril" foi elaborado maquiavelicamente. Deixara:m um Estado. da Federação para comprometer a Oposição brasileira. Se haviam alterado os Colégios Eleitorais, como alteraram o das eleições indiretas de 74 para cá, se ampliaram esses colégios, se colocaram mais Vereadores, para que viabilizassem a ARENA nos Estados, - onde ela perderia, se fosse mantido o critério anterior - poderiam, Deputado, ter encontrado a fórmula, poderiam, quem sabe, colocar presidente de escola de samba no Colégio Eleitoral, poderiam colocar representantes de outro.s órgãos. Até chegaram a me dizer que bastaria colocar dois Vereadores em cada Câmara MUnicipal. Mas não o deixaram, propositadamente. Mas, Deputado Alvaro Valle, confio no meu partido, confio no seu Programa e terei a alegria de voltar aqui para dizer a V. Ex. a é a toda a Casa - e o meu partido dizendo a todo o Brasil que não aceito um Governo ilegitimo nascido do "pacote de abril", com o único e exclusivo interesse de marginalizar o povo nas suas decisões. Nós, verdadeiros emedebistas, haveremos de abrir mão do Governo do Rio de Janeiro, porque não vamos convalidar essa farsa eleitoral. Muito obrigado. (Palmas. - O orador é cumprimentado.) Durante o discurso do Sr. Jader Barbalho, o Sr. Marco MacieZ, Presidente, deixa a cadeira da presidência, que é ocupada pelo Sr. João Clímaco, 39-Secretário. O SR. PRESIDENTE (João Clímaco) - Nos te~s do inciso IV do art. 10 do Regimento Interno, concedo a palavra ao Sr. Herbert Levy, na qualidade de Lider da Aliança ~novadora Nacional. O SR. HERBERT LEVY (ARENA - SP. Como Lider. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o diálogo par~ lamentar pode levar, muitas vezes, a excessos. Isto é da natureza humana. E, sem dúvida alguma, os teínas políticos são apaixonantes. Não quero entrar numa al).álise màis específica, digamos, da orientação dada pelo nobre Deputado Jáder Barbalho, que tive o prazer de conhecer melhor na convivência de uma Comissão de extrema responsabilidade, onde também apreciei sua maturidade e· qualídades intelectuais. O 'Sr. láder Barbalho - Muito obrigado. O SR. HERBERT LEVY - Quero apenas dizer a S. Ex.a que as colocações partidárias são naturalmente parciais e podem ser apaixónadas. Com· efe,fto, Deputado Jader Barbalho, no decorrer do seu discurso, V. Ex.a. afirmou, por exemplo, que a ARENA não tem mensagem. Ora, meu nobre colega, se quiséssemos ser mais exatos, diríamos que os dois partidos atualmente estão sem mensagem e por isso mesmo, desgastados perante a opinião pública. Entretanto, não foi apenas a ARENA, que perdeu terreno perante a opinião pública; também o MDB, segundo os mais respeitáveis inquéritos de opinião. Assim, temos de unir nossos esforços, com responsabilldad.e, com serenidade e com determinação, para en~ contrarmos os meios de sair do processo revolucionário que teve inicio em 64. V. Ex." referiU-se à Lei Falcão - e já aqui deram uma res~ posta a V. Ex.a em. termos que me pareceram bastante corretos. Na verdade, meu nobre colega, a televisão não é um mecanismo adequado para permitir a presença de candidatos às dezenas e à~ centenas, simplesmente porque nem há espaço nem tempo para isso. Então, há alguns privilegiados e alguns preteridos. E aqui se citou o exemplo do nobre Deputado Araújo Jorge. Não há como dar tratamento equitativo' aos candidatos no tempo disponível para a televisão. O que V. Ex. a e eu assistimos freqüentemente quando com nossas faMílias e nas casas de amigos é que, chegando a hora da propaganda, se o candidato não tinha qualidade de comunicação - e lamentavelmente isso era comum - começava a proceder à sua auto-propaganda, ao seu auto-endeusamento, e rapidamente o ouvinte desligava a televisão. Era um tempo perdido para o canc'idato e para a televisão, era uma penitência muitas vezes para o nosso ouvinte. E também verificamos o fato inegável de que, quanto mlitis radicais, quanto mais descabeladas as criticas formuiadas contra o Governo, contra a situação, maior a votação dos candidatos que as proferiram. A liberdade, que exige. responsabilidade pari pà«lsu, demonstrou, no caso da televisão e do rádio, que aqueles que dela abusaram, revelando-se os menos responsá~ veis pelo tipo de críticas que faziam, pelo tipo de linguagem que usavam, foram os que mais se beneficiaram. Era natural que uma certa disciplina se estabelecesse para esse tipo de propaganda. Não tenho nenhuma simpatia por limitações no direito de expressão; não preciso lembrar a V. Ex.llsi• que fui o primeiro dos homens da Revolução e do Governo a pedir, em termos categóricos, ao então candidato à Presidência da República, General Ernesto Geisel, que suprimisse a censura no Pais. 1) Quinta-feira 20 2199 Mas, com franqueza. sob certo aspecto, a Oposição está-se queixando do que chamamos de "caldo gordo", porque a verdade é que há uma tendência na imprensa e nos diversos órgãos de comunicação - não quero cometer injustiças, citando nomes de jornalistas; há inúmeros deles extremamente corretos, extremamente justos - no sentido de levar à publicação todos os pronunciamentos da Oposição, reduzindo ao minimo aqueles que, porventura, pretendam defender o Governo e a Revolução. Aqui está meu querido amigo, meu. nobre colega e ilustre Líder do MDB, Deputado Israel Dias-Novaes. Há cerca de duas semanas S. Ex.a estava na tribuna e eu lhe dei alguns apartes. Nosso diálogo transformou-se num debate de alto nível,' como se reclama num Parlamento que se respeita. E o Deputado Israel Dias-Novaes, motivado por um- velho companheirismo de lutas comuns, excedeu-se nos elogios à minha pessoa. Ele me glorificou, me endeusou, me pôs nas nuvens. Realmente, era um debate que merecia ser tratado pela imprensa como noticiário valioso, digno de valorizar o Congresso. No dia seguinte, o que vi no jornal de maior circulação de Brasília, a respeito do nosso debate, foi apenas uma foto minha'- não costumo beber álcool, mas parecia que eu estava bêbado e tonto - com a legenda: "O Deputado Herbert Levy apanhado em flagrante de contradição sobre contradição". E dizia mais o jornal que o Deputado Israel Dias-Novaes me havia liquidado aqui no plenário. ora, S. Ex.e. me havia endeusado. l1: esse tipo de jornalismo parcial que tem . beneficiado amplamente a Oposição. FiZ, também, há 'algum tempo, um discurso da maior responsabilidade, analisando problemas brasileiros, criticando aquUo que estava errado, aplaudindo o que estava certo. Mereci como sempre, uma intervenção generosa dos representantes da Oposição. Foi um discurso como muitos que aqui se pronunciam, mas, sem dúvida alguma, um discurso que, se divulgado nos seus pontos fundamentais, teria valorizado esta Casa, mostrando que tratamos de coisas sérias e com conhecimento de causa. Devo informar-lhes que nem se deu notícia, na quase totalidade da imprensa, de que eu havia falado, e como Líder do Governo. Nem se deu notícia, nem. uma linha dizendo que eu tinha falado. Então repito: V. Ex;a; da Oposição, e.stão-se queixando do "caldo gordo", porque a verdade é que os meios de comunicação têm sido extremamente parciais em relação à Oposição e ao Governo. Ouço o nobre' Deputado Jader Barbalho, com muito prazer. O Sr. láder Barbalho - Nobre Deputado Herbert Levy. aprendi, nesta Casa, a respeitar V. Ex.a pelo seu passado e pelo seu equilíbriQ e me sinto muito honrado em poder aparteá-Io nesta oportunidade, para fazer uma pequena observação. ReferÍu-se V. Ex.a aos excessos cometidos durante a cãmpanha eleitoral, excessos que beneficiaram aqueles que os praticaram. Parece-me que' a medida mais acertada não seria prejudicar todos, mas, sim, estabelecer-se um tipo de legislação, com processo sumarissimo, se fosse o caso, para enquadrar penalmente aqueles que tivessem cometid6 abusos. Alguns cometeram excessos, foram à televisão e disseram inverdades. Por isto, resolveu o Governo, sumariamente, eliminar a possibilidade de os homens públicos se apresentarem à opinião pública e aos seus eleitores para um debate que, ao que me parece, não foi o que levou o telespectador a desligar seu aparelho de televisão. Segundo os setores ligados à opinião pública, o horário destinado à propaganda política nas eleições de 1974 atingiu os maiores índices de audiência. Em relação, ainda., aos atingidos pelo AI-S por corrupção, caberia indagar: por que não se estabelece uma legislação especial e sumaríssima para apreciar casos de cor~ rupção? Por que aplicar o AI-S nesses casos, desprestigiando-se o Poder Judiciário, prescindindo do elementar direito de defesa? Se me permite V. Ex.a, que me merece todo o respeito, parece-me que 'mesmo sob esse ângulo a medida é inconcebível. Que se punissem os excessos, mas eliminar-se um programa da maior validade para informar o eleitor quanto à competência do candidato, creio, foi um modo sumamente antidemocrático de agir. Muito grato pelo aparte. O SR. HERBERT LEVY - Eu que agradeço a V. Ex.a. Veja bem, nobre colega, se existem meIos e modos de tratar equitativamente os candidatos - e exemplo aqui trazido do ilustre Deputado JG de Araújo Jorge, do Rio de Janeiro, é altamente significativo - devemos. então, procurá-los. O fato é que todas as demonstrações, diante do número de candidatos, mostrava a impossibilidade de se dar a tooos a mesma oportunidade. Haveria, então, privilegiados e desprotegidos. Agora o mecanismo de apresentar uma chapa completa com os qualificativos principais do candidato, com sua fotografia etc., este prevaleceu. Terá sido a melhor fórmula? Se não o foi, estudemos outras. A verdade, porém, é que se deram amplas justificativas para uma modificação no sistema do uso da televisão e do rádio para a campanha eleitoral. Ouço o nobre Deputado Joel Ferreira. O Sr. Joel Ferreira - Em primeiro lugar, quero dizer a V. Ex." que o tenho na conta de um dos poucos homens da República que_ tratam dos nossos problemas com JndlIDendê~tcia e seriedadJl.. 2200 Quinta-feira 20 DIÁRIO no CONGRESSO NACIONAL {Seção I) o SR. HERBER1.' LEVY - Obrigado a V. Ex.a O Sr. Joel Ferreira - Em segundo lugar, desejo acentuar que o nobre Deputado Jáder Barbalho já abordou, em parte, o assunto a que ia referir-me.. Eu poderia concordar com V. Ex." quando diz que o Governo assim procedeu para coibir excessos; que o número de candidatos seria exagerado e que nem todos poderiam comparecer à televisão; que a falta de preparo de muitos desagradava ao público. Até aí posso concordar com V. Ex.a Qual deveria ser, então, o procedimento? Corrigir os erros, os excessos. O doente necessita de um remédio para restabelecer-se, não de uma Iorca para matar-se. Mas o que fizeram foi matar a publicidade da mais importante mercadoria que qualquer nação democrática conhece a política, ao invés de corrigirem as enormes distorções, erros e falhas. v. Ex.", repito, é um homem bem intencionado. Se o Governo da República o ouvisse, -consertaria este País, estou certo. O SR. HERBERT LEVY - Muito grato a V. Ex.a Está-me atribuindo poderes que não possuo. O Sr. Joel Ferreira - Se V. Ex." fosse ouvido - e a verdade é que poucos homens têm a seriedade de V. Ex."' - o Governo consertaria os erros que está cometendo nesta República. Pois bem, sabe V. Ex.", com toda esta autoridade que lhe atribuo, que de nada adianta o esforço que se possa fazer nesta Casa para se corrigir tais erros. Devo apresentar um projeto de lei apontando o que o Governo deveria ter· feito quando nos. tirou o direito de apresentar a mais salutar das mercadorias nos modernos meios de comunicação - {) rádio e a televisão. Meu projeto dispõe que os partidos políticos, nos 60 dias que antecedem as eleições gerais, devem elaborar, sob sua responsabilidade, programas de televisão dos seus candidatos e entregá-los aos estúdios, para que os próprios locutores das empresas de rádio e televisão os apresentem ao público. Será que a Casa aprova e o Presidente vai sancionar este meu projeto? Pretendo apresentá-lo para que minha consciência fique tranqüila. Há ainda outro aspecto. Acha V. Ex." que determinados meios de comunicação são mais generosos com a Oposição do que com a Situação. Se fosse a imprensa, aceitariamos. Não sei se o termo "generoso" caberia aqui. Realmente, a Oposição leva uma mensagem mais ao gosto do povo. Creio que neste ponto V. Ex." concordará comigo: pode acontecer com a imprensa, mas não com o rádio e a televisão. O SR. HERBERT LEVY - Poderão V. Ex."s argumentar que o Presidente da República aparece algumas vezes na televisão não muitas; poucas vezes. Ora, isto não é um privilégio do Governo brasileiro. Sabem V. Ex.ao muito bem que o Presidente Oarter se utiliza da televisão com relativa freqüência para defender seu programa, seu ponto de vIsta. Procura vIr à opinIão pública fazer pressão sobre o Congresso - que lá 'tem força mesmo - para tentar conseguir a aprovação de suas leis. Tivemos oportunidade de. v~r_ o Presidente Giscard D'Estaing, em horas decisivas para a deflnlçao do eleitorado francês, usar repetidas vezes a televisão em seu país. Assim, data venia dos nobres Colegas, não podemos receber como 'propaganda do Governo, como propag(:'.nda partidária, aquelas mensagens, que são absolutamente impessoais e cujo objetivo - o que todos nós temos de acatar e respeitar - é infundir nos brasileiros um certo orgulho pelo seu País, pela marcha para a frente que o Brasil está realizando. Não há menção alguma ao Governo, nem ao Partido, nem a nada. Seria, realmente, um exagero pretender que essas mensagens de boa vontade, de otimismo, se destinassem de qualquer modo a beneficiar o Partido do Governo. O Sr. Israel Dias-Novaes - Permite V. Ex.a um aparte? () SR. HERBERT LEVY - Pois não. O Sr. Israel Dias-Novaes - Deputado Herbert Levy, travo com V. Ex." um veterano, tradicional e incansável diálogo, no qual insisto porque dele aproveito. Há dias, tivemos, na verdade" um entrevero amável - entrevero pela rapidez com que se processou, mas sempre amável - e a imprensa registrou de maneira surpreendente a síntese desse debate, dando-me total razão e negando qualquer razão a V. Ex." Mas isto ,nela não é costumeiro, sabe V. Ex.", pois dispõe de uma excelente imprensa. V. Ex." é dos homens mais focalizados pela imprensa desta Casa. E por quê? Não porque V. Ex." seja - digamos assim - um homem pessoalmente poderoso no seu Estado, mas porque V. Ex." é um Deputado importante, tem excelente atuação parlamentar, portanto, merece o correspondente registro da imprensa. E duas vezes apenas ela escorregou a seu respeito. Portanto, a média é boa. V. Ex." caminha para o nono mandato, então é mestre de todos nós. Ninguém conhece como V. Ex."' o Poder Legislativo na intimidade. Vai para 36 anos de tribuna. O SR. HERBERT LEVY - Trinta e um anos, para ser exato. O Sr. Israel Dias-Novaes - Trinta e um agora. Vai para os 36 no próximo mandato, porque V. Ex." está no pleno vigor da sua saúde mental e fisica e é natural que tenha um próximo mandato também excelente. Mas, imagine·V. Ex.", a imprensa gostaria de registrar a seu respeito náo apenas a sua atividade parlamen- Abril de 1978 tal', o que faz, mas também a justiça que lhe é devida e que o Governo não lhe faz. Isto o que a imprensa gostaria de registrar. Tenho acompanhado amiúde observações da imprensa sobre o desapreço, a desatenção que o Governo devota ao Deputado Herbert Levy. Falou-se em numerosos nomes para Governador de São Paulo. Eu até sugeri que o Governador Paulo Egydio Martins, afanoso nos seus elencos, trouxesse logo a Lista Telefônica de São Paulo para ver se alguém ali servia. Mas não se falou, em momento algum, no nome de V. l5x." para senador "biônico". E não se falou porque V. Ex." rejeitaria, enojado, pois é um democrata. Ai de quem lembrasse o nome de Herbert Levy como candidato a "biônico". Ele receberia como insulto, como um democrata que vota a uma instituição assim esdrúxula o devido desprezo. Então, meus parabéns a V. Ex." por não ter sido arrolado entre os senadores "biônicos" de São Paulo. Senador direto V. Ex." podia ser. No entanto,'o Governo não o convida. Por quê? Porque V. Ex." tem uma personalidade de tal maneira altiva e independente que não convém a este regime do "sim"; porque V. Ex." freqüentemente tem sido homem do "não". E o "não", Deputado, é a palavra que ceve ser usada neste regime, e V. Ex." a usa. Meus cumprimentos pelo "não" porque o "sim" incondicional torna as pessoas indignas das suas atividades. Temos uma vida demasiadamente breve para que possamos utilizá-la mal; temos de usá-la com dignidade. Agora, V. Ex." reclama que a imprensa favorece o MDB no seu espaço e, obviamente, desfavorece a ARENA. Ora, V. Ex." sabe que o patronato da imprensa é arenista como V. Ex." V. Ex." é um patrão da imprensa. Tem um jornal de muita circulação em São Paulo. No entanto, noto que o seu jornai propende para o MDB no geral do noticiário. Por quê? Porque, se o dono é da ARE)NA, os empregados têm a liberdade de ser do MDB Porque o povo"é do MDB. Agora, o patrão, a engrenagem, estes são da ARENA. Então, o que acontece? Quem é que faz o jornal? É o patrão? Não. O patrão recebe as glórias de ser patrão, mas os jornalistas é que fazem o jornal. Como os empregados são, geralmente, muito penetrados da opinão pública, eles a refletem. Assim, a opinião pública refletida na pena dos jornalistas é emedebista, embora o patrão circule naquela pequena engrenagem do Governo. Temos no Brasil, hoje, duas figuras apenas: a engrenagem do Governo e a massa. A engrenagem do Governo é, obviamente, governista, é a da Lei Falcão, do AI-5, das gravíssimas incongruências da Mensagem Presidencial. V; Ex." sabe, por exemplo, que o Presidente anunciou que o senador "biônico", figura que V. Ex." repele - meus cumprimentos - nasceu para suprir a vontade popular, incapaz. O povo escolhe mal: então, não escolhe ninguém brilhante. Então, vem o Presidente e diz: "o povo não escolhe um brilhante, escolho eu." E V. Ex." vê o elenco que escolheu. De sorte que V. Ex." não se queixe da imprensa, queixe-se do seu Partido e do seu Governo, porque, se a imprensa fosse governista, entrariam em falência todos os jornais. V. Ex." sabe que a Folha de S. 'PaUlo, um jornal com tendência situacionista, cIrculava mal: passou a fazer oposição e é, agora, o jornal de maior circulação do Brasil. V. Ex."' quer ser popular e eu desejo a sua popularidade: abandone a ARENA e venha para o MDB. O Sr. Herbert Levy - Meu prezado colega Israel Dias-Novaes é um mestre em criar uma miscelândia de assuntos, pondo o orador, depois, na maior dificuldade para separá-los: com esses eu não concordo, estes agradeço, aceito." É claro que realmente não aceitaria ser candIdato "biônico" {Palmas) mas não com nojo, como diz V. Ex.", não com repulsa. Simplesmente náo aceitaria porque estou habituado a disputar eleições, e quero continuar disputando-as. Gostaria de, nesta altura dos no..."Sos debates, dizer aos meu.~ prezados colegas da ARENA e dá Oposição que temos um grande objetivo cOIr.um, o de dar a este Parlamento a altura necessária para que ele seja plenamente acreditado e respeitado. Precisamos •criar as condições - podem V. Ex."S estar certos de que nisto está meu empenho total - para que o poder político seja restabelecido,. para que as Forças Armadas se sintam em condições de entregar o poder aos civis. Esta é a nossa grande tarefa. Quando se afirma que a ARENA é beneficiada e o MDB prejudicado, eu diria Com toda a franqueza, que a ARENA é a maior prejlfdicada, PQrque e!a não é o Governo, não tem os benefícios do Governo; no entanto, tem os ônus inerentes ao exercício do poder. O poder desgasta. Uma das condições que me parecem essenciais - e isso manifestei com a maior sinceridade ao ilustre futuro Presidente da República, General João Baptista IFigueiredo, em cuja aÇlão e propósitos de consolidar a RevolU(~ão no plano democrátic.{) confio - é o fortalecimento do poder politico, do Parlamento e dos partidos. Devemos empenhar-nos;nisto com todas as nossas forças. Estaremos sempre juntos neste propósito. Aqui, o nobre Deputado, Joel Ferreira lembrava a iniciativa de um projeto meu. Eu, há poucos dias - para usar uma expressão popular "meti a boca no mundo" porque dois projetos meus foram rejeitados: um que diz respeito à descentralização das indústrias nos grandes centros urbanos e outro relativo à descoincidência de horários das diversas profissões nos grandes centros, para evitar o rush, o afluxo de todos na mesma hora porque o sistema de tráfego não dá vasã~, todos saem perdendo, e o coitado do usuário leva Abril de 1978 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 20 2201 <luas horas para chegar em casa. Eram dois projetos de minha esta Revolução vá a porto seguro. Não pretendo que de um modo autoria sendo que o primeiro estava aprovado por todas as Comis- ou de outro voltemos a um passado que não desejamos, que achasões. Tive dois encontros com representantes do Ministério do Pla- mos altamente pernicioso para o País. Então, o que temos feito? nejamento para discutir detalhes e modificações do primeiro pro- O que o companheiro leal de,"e fazer: aplaúdimos o que está certo, jeto, a fim de que a descentralização industrial se fizesse encaz- apontamos os erros e pedimos a correção desses erros. É o que mente. Ficamos de ter outras reuniões, com a presença de peri- sistematicamente temos feito. Então, jamais tenho constrangimentos, pessoas estudiosas dos problemas urbanos, dos Conselhos Con- tos. Se isto custar, se isto continuar custando posições, não altera sultivos dos centros urbanos. Pois bem, este projeto, aprovado pela em absoluto a minha' conduta. Quero estar coerente .não com os Câmara do Deputados, foi ao Senado Federal e, como de hábito, 31 anos de vida parlamentar, mas com os meus 40 e muitos anos () Relator pediu informações sobre o assunto aO Ministério do de lutas partidárias de defesa democrática, com as muitas priPlanejamento. Não tenho a notícia exata mas, como o projeto sões que sofri, algumas acompanhadas pelo Deputado Israel Diastoi arquivado na Senado Federal, posso concluir que a resposta Novaes. Tenho que estar fiel a esse passado. Não há hipótese de do Ministério do Planejamento - não atribuo ao Ministério esta que venha eu a sacrificar as minhas convicções. -culpa - foi negativa porque o projeto não interessava. O projeto momento, portanto, entendo que, como revolucionário, foi arquivado. Trinta dias depois foi baixada a Resolução n.o 14, comoNeste democrata, como parlamentar, como homem de partido, predo Ministério do Planejamento sobre a matéria, eivada de falhas, cisamos juntos criar condições para tornar possível a volta do podercomo se evidenciou na Comissão de Economia, há poucos dias, com civis, para que as Forças Armadas, que não desejam permanecer a presença do Prefeito Olavo Setúbal, do Secretário do Planejamen- aos no poder - porque o poder desgasta e nenhum brasileiro deseja ver to de São Paulo e do Secretário de Assuntos Urbanos. o desgast-e das Forç.as Armadas que são a segurança nacional, que Simplesmente a mesma coisa se repetiu no caso da descoinci- são a defesa do que de mais alto tem o País - possam voltar às suas dência do horário. O projeto já estava aprovado por duas Comis- funções norrr"ai!\, na certeza de que os objetivos da Revolução não sões e transformou-se num ato do Governo. O que quer dizer isto? serão traídos. A isso nos estamos dedicando de corpo e alma. Podem Que continua o propósito da tecnocracia, da burocracia - o que V. Ex."" estar certos de uma coisa: teremos que conversar muito. quer que a chamemos, de aumentar os seus poderes e de tentar Tenho certeza de que esse é o objetivo do futuro Presidente da esvaziar o nosso Poder. Esta é a grande, a saudável luta que todos República. nós temos que trayar: o fortalecimento deste Poder, porque saConcedo o aparte ao Deputado Jader Barbalho. 'bemos que as decisões tomadas dentro de quatro paredes - por O SR. PRESIDENTE (João Clímaco) - Lembro ao nobre Depumulto que as pessoas pensem que conhecem a matéria - não são semelhantes àquelas que passam pelo crivo desta grande Comissão tado que faltam cinco minutos para terminar o prazo destinado que se chama Câmara dos Deputados. (Mu,ito bem!) Aqui existem a V. Ex." representantes que conhecem palmo a palmo o território nacional O Sr. Jader Barbalho - Deputado Herbert ~vy, V. Ex." diz - é não de ouvir falar - e todas as correntes são representadas, que o poder civil deve ser fortalecido. E isso anima muito os mais todos os interesses debatidos. Então, como se pode, em sã consci- jovens, aqueles que como eu, ainda garoto, acompanharam a atuaência, abandonar, desprezar menosprezar ou subestimar a con- ção de V. Ex." como Presidente da UDN. Acompanho-o há muito tribuição desta grande Comissão Nacional, que é insubstituivel, tempo e hoje tenho o privilégio de estar aqui debatendo com para dar a primazia, a prioridade aos técnicos, aos tecnocratas, V. Ex." O nobre colega acha que o poder civil deve ser valorizado, aos burocratas, que devem ser prestigiados, consultado!>, mas não que a classe política toda deve unir-se no sentido de que possamos se podem sentar na cadeira do estadista? Porque esse deve ser, em de fato retornar ao leito do Estado de Direito. Mas tomo V. Ex.& primeiro lugar e acima de tudo, um. político, para poder encami- como exemplo, nobre Deputado Herbert Levy, V. Ex." que tem nhar as deciSões nacionais dentro do espírito indispensável. dado a este Pais uma contribuição das mais válidas durante todos esses anos, V. Ex." que já demonstrou sua capacidade nas mais Concedo o aparte ao Deputado José Maurício. diversas posições que assumiu, V. Ex." que foi Vice-Presidente da O Sr. José Maurício - Nobre Deputado Herbert Levy, man- Casa, que é Primeiro Vice-Líder da ARENA, e fico perplexo, Depu, <latário pela primeira vez, isto não nos impediu que já o admirás- tado Herbert Levy, como mais jovem, com tudo isso que está aí, semos, que já o conhecêssemos ao menos de nome e que pudés- e pergunto a V. Ex.", quando se comenta que o Governador de semos - no medear desses 3 anos que aqui passamos no exercício São Paulo será anunciado amanhã, se V. Ex.&, que ê um dos do mandato que nos confiou o povo brasileiro - cada vez mais , homens mais importantes desta República, sabe o nome do Goadmirá-lo li: cada vez mais dimensionar o valor que V. Ex." re- vernador de São Paulo? V. Ex." foi ouvido? É 'a pergunta que faço presenta para esta Casa e para a soberania do Congresso Nacional. a V. Ex.a E eu fico perplexo. O SR. HERBERT LEVY - Muito grato a V. Ex." O SR. HERBERT LEVY - Respondo a V. Ex.a. Tive uma conO Sr. José Maurício - De sorte que Excelência, preliminar- versl1 - e converso com o General Figueiredo há muitos anos mente, deploro a situação de contradição em que vive V. Ex.", com no meu estilo, que, felizmente; ê o mesmo de S. Ex."', com a mais absqluta franqueza, e, nessa conversa, tive oportunidade de fazer .a experiência de qlJ.e é dotado, com a sua cultura e o seu talento, ai está, na tribuna, às vezes em situação de absoluto cons- umll/ análise do quadro de 'São Paulo e dar a minha opinião. trangimento. Observe V. Ex.", por paradoxal que pareça, que a Quero dizer que, quando se reúnem em palácio quatro ou cincá ARENA e o Governo são uma coisa só. E, se assim não fosse, o figuras das mais altas da República, não significa que essas figuGoverno não estaria tirando dos quadros da ARENA, num lotea- ras ~stejam determinando entre si, discricionariamente, quem vai mento enorme que se faz neste País, nomes que viessem a coman- ser o Governador aqui ou lá, porque, inclusive, e falo com a. dar as aldeias por este País em fora. No decorrer do aparte que maior franqueza, .sugeri, pedi ao General João Baptista Figueiredo lhe ofertou, o não menos brilhante Deputado Israel Dias-Noyaes, que ;ouvisse o maior número possível de representantes politicos, S. Ex." aludia à eleição do Senador "biônico", para outros Senador parl10 poder formar uma opinião quanto à escolha dos nomes mais. de "proveta". Então, .eu indagaria desse homem experimentado recomendáveis, mais indicados. Eu fui ouvido. Disse tudo que que é o Deputado Herbert Levy: por que V. Ex." não aceita ser tinh;a a dizer, com a mais absoluta franqueza. E posso afirmar Senador "biôni-.:o"? Não seria essa uma forrr.a de valorizar o Se- que mais de 150 parlamentares da ARENA também foram ouvidos. nado da Repüblica? E mais, Excelência, V. Ex." falou em valoriza· De forma que, repito, ocupei as posições de maior responsabilidade ção desta Casa, deste Congresso. Ainda na sexta-feira transata, antes da Revolução. Fui Presidente Nacional do Partido, fui Líder fazíamos, como V. Ex. a , neste mesmo horário, criticas duras ao da Oposição, a então UDN, e, indiscutivelmente, a Revolução me comportamento da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, que, marginalizou, como fez com não sei quantos dos .seus líderes. mercê do seu poder de política exagerado, não tem remetido ao Foi um erro capital, porque trocar - já não me quero pôr nesse Gabinete Civil da Presidência da Repüblica requerimentos de in- núm:ero - os líderes respeitados, acatados, que têm uma contriformação prolatados por vários parlamentares. A maioria da Mesa buição a dar, por aqueles que só sabem dizer sim é um erro grave. Diretora desta Casa é do partido de V. Ex.a Ainda aí Excelência, E é :isto que tem impedido a Revolução de se consolidar na área vejo a situação de constrangimento, o paradoxo em que vive o poli~ca. Tenho esperança e tenho confiança em que essa situação eminente Deputado Herbert Levy. Daí a minha indicação: como mu~comPletamente. valorizar, Excelência, se o partido de V. Ex.a., ultrapassados 11 " vo dizer a V. Ex.as q~e, por ocasião da última vez em que anos, até hoje não procurou - em sendo maioria nesta Casa - dar me ncontrei com o Presidente da República, nossa conversa foi, uma interpretação séria, à altura das tradições de cultura deste nat ralmente,· um impacto, porque S. Ex.'" costuma ouvir boas Parlamento, ao art. 45 da Constituição Federal, emanada da famosa noticias. Falei ao Presidente da necessidade da reformulação doEmenda Constitucional n.O 1, de 1969? Por isso ~, Excelência, fiquadro partidário, inclusive com o apoio de inúmeros elementos cam minhas indagações, fica aqui a perplexidade de um jovem da Oposição. Todos sabemos que é preciso uma nova bandeira, Deputado que ontem chegou aqui mas há rr..uito admira V. Ex.'" uma nova mensagem. Perguntou-me S. Ex.a. se se formaria uma O SR. HERBERT LEVY - Muito grato a V. Ex. a Quero afir- nova ARENA, um novo partido. Respondi que não, não será mar-lhe, meu nobre colega, que não tenho constrangimento quan- uma nova ARENA, porque esse novo partido não será incondiciodo ocupo a tribuna e defendo determi·nados pontos de vista, por- nal, e apoiará a Revolução e seus propósitos. Mas para isto tem de que, acima de tudo não quero nunca ficar em desacordo com a mi- participar do Governo, tem de ser responsável pelas decisões. Mos~ nha consciência. E, se aqui se disse que isto me tem custado posi- trei a S. Ex. a o exemplo de um Executivo forte - que reconheceções, isto não altera a minha conduta. Sou um revoluclonário de an- mos necessário - como o do General De GaulIe, que fez uma tes da primeira hora, Devo fazer uma confissão a V. Ex.as: quero que reforma constitucional nesse sentido. Eram, no entanto,. os ho· '2202 Quinta-feira 20 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) mens do seu partido que ocupavam os ministérios. A defesa, então, era automática, natural. A consolidação re 'olucionária está sendo prejudicada por ter o partido do Governo, muitas vezes, de sustentar decisões tomadas à sua revelia e ao seu arrepio. Isto deve cessar para que se concretize o Movimento de 1964 na área política. O Sr. Jader Rarbalho - Congratulo-me com V. Ex." pela independência do seu testemunho. O SR. HERBERT LEVY - Muito grato. O SR. PRESIDENTE (Jow Clímaco) - Lembro ao nobre orador que o tempo que lhe foi destinado já se esgotou. O Sr. Joel Ferreira - Peço licença ao 8r. Presidente e ao orador. Para que não fique uma imagem talvez distorcida do meu aparte, em primeiro lugar quero reafirmar que não disse nada de exagerado a respeito de V. Ex.a, quando o coloquei entre os poucos homens independentes desta Repúblicà que, ouvido fosse, o caminho dela seria outro. Em segundo lugar, V. Ex.a insistiu em que não é singular, porque é quase comum, que Presidentes de outras nações cheguem às televisões para falar ao seu povo e que, raras vezes, o faz o Presidente Ernesto Geisel. Desejamos que tanto os de lá como ·os de cá o façam mais. Com o que não nos conformamos e o que condenamos é que nós outros, que temos mensagens também, como partido legítimo, não tenhamos o mesmo direito. Perguntaria a V. Ex.": quando um determinado programa de TV, como temos no meu Estado - e sei de outros Estados do Pais em que isso acontece - utiliza 30 minutos de televisão por semana com um candidato do partido oficial, seria isso tido como propaganda polític~ ou não? O SR. HERBERT LEVY - Esses homens que têm 30 minutos na televisão são outros tantos privilegiados. O SR. PRESIDENTE (João C'limaco) - Peço ao nobre orador que conclua seu discurso. O SR. BERBERT LEVY - VOU concluir, Sr. Presidente. Confesso que das vezes que tenho sido convidado para prestar depoimento sobre algum tema, tenho um minuto, um minuto e meio, e olhe lá, e acho que essa é a regra. Mas, Sr. Presidente, vou cumprir advertência e atendê-la. Gostaria de repetir que não quis dar propriamente uma resposta ao nobre Deputado Jader Barbalho. Acho que 8. Ex." está no seu papel. Quis colocar certos problemas nos seus devidos termos para que compreendamos todos a necessidade de somarmos os nossos estorços para atingirmos o grande objetivo da redemooratização efetiva do Brasil. (Palmas. O orador é cumpri~ntado.) O SR. PRESIDENTE (João Climaoo) Discussão única do Projeto de Lei n.O 385-A, de 1975, que revoga o art. 5.0 da Lei n.O 5.890, de 8 de junho de 1973, que altera a legislação de Previdência Social; tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa, com emendas; e, dali Comissões de Trabalho e Legislação Social e de Finanças, pela aprovação, com adoção das emendas da Comissão de Constituição e Justiça. Relatores: Srs.Jairo Magalhães, Alvaro Gaudêncio e João Menezes. Q- SR. PRESIDENTE (João Clímaco) - Não havendo oradores "inscritos, declaro encerrada a discussão. Vai-se passar à votação da matéria. O SR. PRESIDENTE (João Clímaoo) - A Comissão de Constituição e Justiça, ao apreciar o projeto, otereceu ao mesmo e vou submeter a votos alI seguintes EMENDAS _ N.o 1 - Dê-se ao art. 2.0 do projeto a seguinte redação: "Art. 2.0 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação." - N.o 2 - Acrescente-se o seguinte art. 3.° ao projeto: "Art.3.0 Revogam-se as disposições em contrário." O SR. PRESIDENTE (João Clímaco) - Os Srs. que- as aprovam queiram ticar como estão. (Pausa.) Rejeitadas. O SR. PRESIDENTE (João Clímaco) - Vou submeter a votos o seguinte PROJETO N.O 385-A, DE 1975 O Congresso Nacional decreta: Art. 1.0 É revogado o art. 5.0 da Lei n.O 5.890, de 8 de junho de 1973. Art. 2.0 Entrará. esta Lei em vigor na data de sua publicação. Abril de 1978 o SR. PRESIDENTE (João Clímaoo) - Os 8rs. que o aprovam queiram ficar como estão. (Pausa.) Rejeitado. Vai ao arquivo. O SR. PRESIDENTE (João Clíma.co) Segunda discussão do Projeto de Lei n.O 41l-B, de 1975. que introduz alterações nas leis que menciona, dispondo sobre a aplicação da Loteria Federal e da Loter:ia Esportiva pela Caixa Econômica Federal. (Da Comissão de Constituição e Justiça.) - Relator: Sr. João Gilberto. O SR. PRESIDENTE (João Clímaoo) - Não havendo oradores inscritos, declaro encerrada a discussão. Vai-se passar à votação da matéria. O SR. PRESIDENTE (João Climaco) - Vou submeter !lo votos . PROJETO N.O UI-R, DE 1975 O Congresso Nacional decreta: Art. 1.0 O caput do art. 10 do Decreto-lei n.O 759, de 12 de agosto de 1969, passa a ter a seguinte redação: "Art. 10. Os resultados da exploração da Loteria Federai que couberem à Caixa Econômica Federal, como executora desse serviço, serão destinados ao fortalecimento do patrimônio da empresa, vedada sua aplicação no custeio de despesas correntes." tArt. 2.0 Renumeràdos para 12 a 19 os atuais arts. 11 a 18 do Decreto-lei n.o 759, de 12 de agosto de 1969, tica essa-lei acrescida do seguinte artigo: "Art. 11. Pagas as efetivas despesas de custeio dos serviços da Loteria Esportiva Federal, o saldo remanescente será creditado, mensalmente, nos seguintes percentuais, a favor e à disposição das entidades a seguir discriminadas: I - 70% (setenta por cento) para a Funtiação Nacional do Bem-Estar do Menor." tArt. 3.0 O art. 9.° da Lei n.O 5.327, de 2 de outubro de 1967, passa a vigorar. acrescido dos seguintes item e parágrafos, renumerandõ para § 3.0 o seu atual parágrafo único: "Art.9.0 . 1) a receita a que se refere o item I do art. 11 do Decretolei n.O 759, de 12 de agosto de 1969. § 1.0 Os créditos referidos na alínea f deste artigo deverão ser aplicados na aquisição, no transporte e na distribuição de material escolar aos estudantes das séries de 1.0 Grau dos estabelecimentos oficiais de ensino, sendo 60% (sessenta por cento) do material destinado aos estudantes das escolas do interior e 40% (quarenta por cento) aos dos estabelecimentos das capitais; § 2.° Os estudantes das séries de 1.0 Grau dos estabelecimentos de ensino oficial cujas famílias tenham renda comprovada igualou interior a 2 (dois) salários mínimos regionais receberão gratuitamente os materiais escolares distribuídos na forma prevista no parágrafo anterior." Art. 4.0 O art. 4.° da Lei n.O 4.513, de 1.0 de dezembro de 1004, fica acrescido de uma alínea com a seguinte redação: "Art. 4.° . e) a receita a que se refere o item II do art. 11 do Decreto-lei n.o 759, de 12 de agosto de 1969." Art. 5.° O art. 7.0 da Lei n.O 4.513, de 1.° de dezembro de 1964, tica acrescido de um item com a seguinte redação: "Art. 7.° . IX - Firmar convênios com os governos municipais, inclusive com o do Distrito Federal, visando à concessão de auxílio financeiro, destinado à construçãoi bem como manutenção, de escolas e abrigos destinados a menores, utilizando, para tanto, os recursos a que se refere a alínea e do art. 4.°, desta lei." Art. 6.° A presente lei entrará em vigor no exercícío financeiro seguinte ao de sua publicação. O SR. PRESIDENTE (João Clímaco) - OS 81'S. que o aprovam queiram ficar como estão. (Pausa.) Rejeitado. Vai ao arquivo. O SR. PRESIDENTE (João Clímaco) Primeira discussão do Projeto de Lei n.o 348-A, de 197:;, que altera a redação do ite~ III do art. 8.0 da o seguinte AlIrü de 1978 mARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 29 2203 Lei n.O 5.107, de 13 de setembro de 1966 (Cria o Fundo de ou seja, 347,9%; as no ensino superior, de 93.202 para 688.302, ou Garantia do Tempo de Serviço); tendo pareceres: da Co- seja, 638,5%. missão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade Ao lado desse fato, deve-se também considerar que o percene juridicidade; da Comissão de Educação e Cultura, pela de saques sobre a arrecadação mensal do FGTS, atualmente aprovação, e, da Comissão de Trabalho e Legislação Social, tual em torno 40%, tende a crescer à medi'tla em que aumenta a pela rejeição e aprovação, com emenda, do de n.o 1.616175, soma dos de valores dos depósitos de Fundo. a este anexado. (Do Sr. Peixoto Filho.) - Relatores: Srs. Por conseguinte, a criação de qualquer nova hipótese de moCleverson Teixeira e João Gilberto. vimentação das contas vinculadas do FGTS se torna desaconseO SR. PRESIDENTE (Joio Clímaco) - Tem a palavra o Sr. lhável na medida mesmo em que aceleraria ainda mais esses Ruy Brito, para discutIr o projeto. ' saques, sobretudo quando se sabe, de antemão, que é considerável O SR. RUY BRITO (MDB - SP. Sem revisão do orador.) - ' e tendente a cada vez mais aumentar o número de empregados, Sr. PresIdente, o projeto objetiva prever mai's uma hipótese de ou de denendentes destes, matriculados em escolas de nível sumovimentação da conta vinculada na vigência do contrato de perior, que iriam pleitear a utilização de suas contas vinculadas trabalho. Nessa hipótese, insere-se o custeio para instrução uni- 'para o fim previsto no projeto. Pode-SI! mesmo afirmar que a meversitária do empregado ou de seus dependentes. O projeto, nesse dida proposta signifi<faria, na 'prática, a liberação total do Fundo particular, afigura-se-nos oportuno e justo, porque o Governo Fe- de Garantia, isto porque, dificilmente se encontraria um emderal, através do Ministério da Educação e Cultura e da Caixa pregado que não pudesse pleitear a liberação da conta, para custeio Econômica Federal, instituiu a assistência financeira para os uni- de sua educação ou de um ou de vários dependentes. versitários, por meio da concessão de bolsas de estudo. No caso O aperfeiçoamento e atualização dos profissionais - objetivo da Caixa Econômica Federal, trata-se de um empréstimo reembolcolimado pelo autor do projeto - podem e devem ser alcançados sável, sujeito a juros e correção monetária. E nos parece de todo através de providências outras que não a utilização da conta vindesaconselhável, nos parece mesmo um equivoco que o estudante culada do FGTS. que trabalha e tem um saldo à sua disposição na conta vinculada co Fundo de Garantia continue impossibilitado de movimentar A propósito, 'esclareça-se que já se encontra em vias de imesses recursos e seja obrigado, de outro lado, a solicitar emprésti- plantação, através da Caixa Econômica Federal, sistema especifico mo que vai ter que reembolsar, posteriormente, pagando juros e de financiamento de cursos superiores, em favor de estudantes correção monetária. O mais lógico é que a lei, abrindo a possibili- carentes de recursos, com base na Exposição de Motivos n.o 393, dade de o empregado optante poder utilizar esses recursos que de 18 de agosto de 1975, do Ministério da Edueação e Cultura, aproeatão à sua disposição, sem nenhum ônus, estaria, assim, liberando vada pelo Presidente da República em 28 de agosto de 1975 (Diáo próprio Ministério da Educação para a concessão de maior nú- rio Oficial de 28 de agosto de 1975, seção I, Parte I, página 11. 046>' mero de bolsas, uma vez que os recursos são limitados, para atenEm resumo, não se quer negar à medida. proposta o alcance der, no caso, àqueles que, não sendo trabalhadores e optantes. do social pretendido de "oferecer ao trabaUlador condições para o FGTS, tenham mesmo que ·recorrer a financiamentos como. esse seu aperfeiçoamento intelectual e, em conseqiiência, para a eleque o Ministério da Educação concede através da Caixa Econô- vação do pagrão de vida do beneficiado e do próprio pais", mas, mica Federal, com caráter reembolsável. Precisamente por este sim, observar que esse objetivo pode e deve ser atingido mediante motivo, e na maior simplicidade, é que, na oportunidade da dis- outras providências, muitas delas, aliás, já adotadas pelo Govercussão do projeto, quero manifestar a minha opinião favorável no Federal,' através de uma bem orientada política enucacional, à sua aprovação. e não pela introdução, na legislação do FGTS, de dispositivos que O SR. PRESIDENTE (João Clímaco) - Não haVendo mais fogem às suas finalidades especificas. (lradores inscritos, declaro encerrada a discussão. Ante o exposto, apina-se pela rejeição do projeto, bem como do de n.o 1.375/75, a ele anexado. Vai-se passar à votação da matéria. O SR. PRESIDENTE (João Climaco) - Tem a palavra o Sr. O SR. PRESIDENTE (João Climaco) - Vou submeter a votos o seguinte: . Alípio Carvalho, para encaminhar a votação. PROJETO N.o ~48-A, DE 19'75 O SR. ALíPIO CARVALHO (ARENA - PR. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, o projeto em exame pretende O Congresso Nacional decreta: alterar a redação do item III do artigo 8.0 da Lei n.O 5.107, de Art. 1.° O item III do art. 8.0 da Lei n. o 5.107, de 13 de setem13 de setembro de 1966, a fim de assegurar ao empregado, optant~ pelo FGTS, a utilização de sua conta vinculada, durante a vigên- bro de 1966, passa a vigora;r com a seguinte redação: cia do contrato de trabalho, para custeio da instrução universitária, "III - durante a vigênc1a do contrato de trabalho, a dele ou de seus dependentes. conta somente poderá ser utilizada: Em que pese a justificação apresntada, verifica-se. que, a a) na ocorrência das hipóteses previstas nas letras "b" e exemplo de diversos outros projetos relacionados com a Lei "c" do item TI deste artigo;' n.O 5.107/66, se pretende criar novas hipóteses de utilizacão da b) para custeio de instrução universitária do empregado conta vinculada, sem, entretanto, se atentar para as finalidades ou de seus dependentes." básicas do regime do Fundo de Garantia. Art. 2.0 Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação. A proliferação de hipóteses de saques nas contas vinculadas ào FGTS terminariam por desvirtuar seu objetivo principal, que é Art. 3.0 Revogam-se as disposições em contrário. a formação de um pecúlio que garanta uma eventual situação de O SR. PRESIDENTE (João Clímaco) - Os Srs. que o áprovam desemprego, paralelamente à possibilidade de utUização do Fundo . para efeito de aquisição de casa própria, ou para atender à ne- queiram ficar como estão. (Pausa.) cessidade grave e premente, pessoal ou familiar. Rejeitado. . Com efeito, os depósitos para o FGTS visam a constituir um Vai ao Arquivo. pecúlio que permita, como o próprio nome indica, garantir o Estão prejudicadas as demais proposições. tempo de serviço do trabalhador, numa ou em diversas empresas. Por isso mesmo, aliás, é que o regime jurídico do FGTS vigora pa(Prejudicados os projetos n.os 1.375, 1.515 e 1.616175 e ralelamente ao sistema indenizatório da Consolidação das Leis 1.870176, anexados>. do Trabalho, conforme inclusive a norma contida no artigo 165, vn - O SR. PRESIDENTE (João Clímaco) - Vai-se passar item XIII, da Constituição Federal. ao período destinado às Comunicações Parlamentares. Ampliar as hipóteses de saques seria diluir o depósito, torTem a palavra o Sr. RUY Brito. nando a lei do FGTS inÓCua, porque não se concretizaria o patrimônio desejado e real, fato que acarretaria problemas para o O SR. RUY :BRITO (MDB ..... SP. Sem revisão do orador.) --f programa de aplicação dos recursos do FGTS, com evidente pre- Sr. Presidente, Srs. Deputados, há momentos em que o cumprijuízo, em última análise, para os próprios empregados. mento do dever impõe-nos pesadas tarefas e nos expõe mesmo ao Caberia, ainda, assinalar um outro aspecto, qual seja o do risco de eventuais incompreensões. Este é um desses momentos. volume que representariam esses ·-saques e as suas conseqüências Vou tecer considerações sobre um ato da Mesa, que é muito sério, no programa de aplicação dos recursos do FGTS pelo seu órgão com a lealdade daqueles que desejam contribuir para correção de gestor. Embora não se disponha de elementos suficientes para se medidas que não nos parecem das mais inspiradas. A nossa atitudeterminar o número de empregados matriculado,g em escolas de de, enfim, é - e as,sim esperamos seja interpretada pela Mesa nível superior, sabe-se que é considerável o crescimento das ma- - das mais construtivas. triculas, especialmente no nível superior. De acordo com dados do Escorda as observaçóes feitas ainda há I>0uCQ pelo nobre Depuúltimo censo demográfico, vê-se que, entre 1960 e 1972, as matritado Herbert Levy sobre a necessidade de todos nós nos unirmos culas do ensino primário aumentaram de 7.458.000 para 14.523.538, e somar esforços. de nos empenharmos mesmo para que o Poder ou seja, de 9,-\:,7%; as no ensino médio, de 1.177.427 para 5.273.563, Legislativo, fortalecido, robustecido, passe a ocupar a seu lugar 2204 Quinta-feira 20 DIARlO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção II de destaque como um dos Poderes da República, exercendo influência na formulação da política do Estado brasileiro. Entendo que esse fortalecimento e essa participação do Poder Legislativo, nos alto,g Conselhos da República, só podem ser alcançados na medida em que este Parlamento se impuser como Poder, inclusive fixando sua divergência com a orientação governamental quando, esta pareça ao Poder Legislativo incorreta ou merecedora de divergência. Refiro-me, Sr. Presidente, à Resolução da Mesa que trata da contratação dos Secretários Parlamentares. Essa Resolução estabelece qUe os novos funcionários serão contratados pelo regime do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, o mais discutido, o mais polêmico, o mais defendido pelo Governo e nela empresário, o mais questionado pelos trabalhadores e pelos melhores especiallstas brasileiros em Direito do Trabalho, entre todos os institutos impostos pelo Executivo a partir de 1964 para disciplinar as relações entre empregadQs e empregadores. Não se passa um dia sem que, nesta Casa, lle discuta seus aspectos contraditórios. Ainda agora, acabamos de votar um projeto que propõe modificações na legislação especifica. Na manhã de hoje, na Comissão de Trabalho e Legislação Social, passamos toda uma reunião discutindo exclusivamente projetos de lei que dispõem sobre modificação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. À tarde, na CPI sobre Especulação Imobiliária, o depoimento do ilustre Presidente do Banco Nacional da Habitação versava precisament,e aspectos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, criado como sucedâneo ao sistema de estabilidade no emprego. com a alegação de que representava um avanço social em relação a este e também com o objetivo de carrear recursos para o Sistema .Financeiro de Habitação. Seria exaustivo discorrer sobre os males e os prejuízos sofridos pelos trabalhadores com a implantação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e sobre o agravamento de tensões sociais l'€sultante do aumento das despedidas imotivadas. A discu.ssão sobre o FGTS encontra-se sempre na ordem do dia. o Governo ultimamente situa-se na defensiva e, ainda que reconhecendo as notórias falhas e imperfeições, bem como o caráter anti-social do sistema em seus aspecto.s fundamentais, até agora não adotou nenhuma medida saneadora das falhas por ele mesmo, Governo, reconhecidas, providência necessária para restabelecer a tranqüilidade entre os trabalhadores e reduzir a tensão social provocada pelo advento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. Ao contrário, o sistema permanece até 'por inércia, inclusive nas contratações efetuadas pelo Poder Executivo. Esse mau exemplo dado pelo Governo, impondo a opção aos funcionários contratados pelo regime da CLT, já se generallzou como prática adotada pelos demais Poderes da Repúbllca na contratação de funcionários. Agora mesmo, o Informativo n.o 24 da Presidência desta Casa informa haver a Mesa regulamentado as funções de Secretário Parlamentar, estabelecendo entre outras condições as seguintes: "A contratação obedecerá ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho com os respectivos direitos e deveres e normas disciplinadoras do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço." Dir-se-ia que a alusão ao regime do FGTS não invalida o direito de os candidatos escolherem livremente um dos dois sistemas: o da estabilidade, nos termos da CLT, ou o do FGTS, estabelecido pela Lei n. O 5.107, de 13 de setembro de 1966. Tal, entretanto, não acontece, segundo informação verbal que recebi do ilustre 1.0 Secretário desta Casa. A intenção é estabelecer para os novos auxiliares o regime do FGTS, na condição de optantes. Ora, Sr. Presidente e Srs. Deputados, esta resolução efetiva tam. bém nesta Casa do I,egislativo a prática, denunciada pelos trabalhadores, adotada pelas empresas privadas, pelas empresas estatais e pelo Poder Executivo de impor coactivamente a opção aos empregados. A propósito desta impc,sição, afigura-se oportuno mencionar palavras do atual Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, o Dr. Carlos Alberto Barata da Silva, que disse o seguinte: . "O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço tornou-se num indisfarçável instrumento de criminosa inversão, já não digo dos direitos pretensamente assegurados, mas até mesmo dos valores morais. Na verdade, tanto a opção, como a retratação pela constatação objetiva da experiência estão sendo impostas mascarada e coactivamente pelos empregadores. Quem está escolhendo o regime jurídico para a regulação do tempo de serviço não é o empregado, maf; a empresa que, segundo as suas conveniências de ordem econômica, impõe ao empregad~ a opção, retratação ou manutenção do regime da CLT. Na formação do contrato de trabalho é o empregador que. como conditio sine qua neD, impõe para a admissão d~ empregado a sua prévia opção, sem que o() mesmo saiba. sequer. o que está assinando. Então, o espírito da lei. o espírito da justiça que orientou aqueles que procuraram. através da opção ou da retratação. garantir o exercicio do direito de escolha por um dos sistemas legais, está sendo masqui- Abril de 197& nhamente fraudado, e o empregado, mais do que nunca, vê-se à mercê do arbitrio e do talante do empregador." Esse comportamento empresarial injusto, ilegal e discriminatório passa agora a ser consagrado por esta Casa segundQ decisão da sua Mesa Diretora, decisão de flagrante ilegalidacle adotada certamente por falha de sua asseSSQria técnica. A contratação do Secretário Parlamentar pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho já representa uma discriminação em relação ao.s demais funcionários da Casa regidos pelo Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Brasil. Tal discriminação fica mais agravada com a opção injusta pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, hoje sabidamente prejudicial ao ,trabalhador, seia em seus aspectos socia1.s, seja em seus aspectos econômicos. Este último porque o empregado optante jamais terá em sua conta bancária importância. equivalente à que t·eria direito, se despedido sem justa causa, pelo regime de COI:\solidação das Leis do Trabalho. Tanto é assim que a Justiça do Trabalho, em seguidas decisões, tem determinado que ao empregado optante deve ser assegurada indenização equivalente à que reria direito se não fosse optante pelo FGTS. São três as decisões da Justica do Traablho adotadas nesse sentido, a última delas adotada pelo' Tribunal Regional do Trabalho do Estado do Rio e mais duas a nivel de Junta de Conciliação e Julgamento do Estado de São Paulo. A decisão da Mesa que comentamos reveste-se da maior importância, porque significa reconhecer que o direito de opção consagrado na Constituição Federal só é para valer quando utilizado pelo empregador. Isto é grave. Porque o próprio legislador, diretamente responsável pela elaboração das leis e pelo seu aperfeiçoamento, está olvidando um dos aspectos mais importantes das relações de trabalho, precisamente o que se refere à sua segurança no emprego e à sua integração na vida e no organismo da empresa, como pretende a Constituição Federal. l!i preciso corrigir a resolução da Mesa para que os membros desta Casa passam manter a indispensável autoridade e moral para denunciar as injustiças sociais e reclamar a sua eliminação por via de elaboração de leis mais justas, para reclamar o descumprimento das leis e denunciá-lo quando ocorrer. E não teriamos esse respaldo indispensável se silenciássemos diante de ato da Câmara, que se destaca precisamente por violar frontalmente uma lei que está em plena vigência. À luz destas considerações, Sr. Presidente, tomamos a liberdade de sugerir o seguinte projeto de resolução alterando o constante da resolução a que me reporto: "O pessoal contratado pela Câmara dos Deputados para exercer função de Secretário Parlamentar se,á disciplinado pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto n,o 5.452, de 1.0 de maio de 1942, e legislação complementar." E o faço porque, como ninguém ignora nesta Casa, os Secretários Parlamentares não têm assegurada a sua permanência no emprego. São inteiramente instáveis: e para continuar como funcionário da Casa, é preciso que sejam da confiança do Parlamentar ao qual servem, e dependem inclusive da reeleição deste. Quando o Deputado não é reeleito, via de regra eles são despedidos. Se são optantes do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, o valor do depósito será bastante inferior ao que eles receberiam, na hipótese de demissão por justa causa, como indenização por tempo de serviço. Nesse particular. como é a própria lei que assegura ao empregado o direito de opção não seria justo, nem legal, que a Mesa da Câmara dos Deputados se antecipasse e decidisse ela própria, o que significa dizer impusesse ilegalmente a opção ao empregado. A este deve ser as.segurado o direito de opção. Amanhã; se contratado para o cargo de Secretário Parlamentar, se desejar ele poderá optar pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. O que não é possivel é que se imponha ao candidato tal opção. • O SR. CANTÍDIO SAMPAIO (ARENA - SP. Sem revisão do oradCT.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, podíamos até aceitar as objeções que o nobre Deputado Ruy Brito oferece à Resolução n.O 66/78, da Mesa, partindo, evidentemente, do pressuposto de que está sendo imposta ao trabalhador regido pela Consolidação das Leis do Trabalho a opção pelo regime do Fundo de Garantia. É uma questão a ser objetivamente examinada em todas as suas implicações, se bem que podemos vislumbrar, no art. 1.0 da citada resolução a melhor boa fé e os melhores propósitos da digna Mesa desta Casa. Não podemos aceitar, porém, de maneira alguma, as conotações que o nobre Deputado procuroú tirar desta Resolução para detratar o instituto do Fundo de Garantia, que reputamos uma das iniciativas mais oportunas e fecundas introduzidas no nosso Direito do Trabalho. Dizer, Sr. Presidente, como se assoalha sem corar, que o Fundo de Garantia trouxe uma série de inconvenientes ao trabalhador brasileiro é algo que não resiste a uma análisé mais superficial. Nós, os mais velhos. tivemos ocasião de nos deter em um e outro regime e de apreciar todas as nuancas da transição. Quando se endeusa o regime anterior. da estabili- Ab,rü de 1978 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seeio I) dade, como aconteceu, há poucos instantes, faz-se tábula rasa de todos os inconvenientes de que vinha ele repassado. Teoricamente o trabalhador, naquele regime, tinha garantia no seu emprego, mas todos sabemos - o nobre Deputado Ruy Brito, melhor do que ninguém - que essa segurança era utópica, inexistente: era uma ilusão, uma farsa, uma brincadeira. Na realidade, quando o trabalhador urbano, de modo geral, ia atingindo o sétimo ou o oitavo ~no de serviço, por melhdr que fosse, era fatalmente despedido, Justamente para que não lograsse alcançar a faixa de estabilidade. É claro'que o patrão, com essa atitude aparentemente desumana, precatava sua empresa das manobras, dos golpes, dos recuos, das pirraças que, logo após a estabilidade, eram postos em exercício para forçar uma despedida com indenização dobrada. O número de trabalhadores que conseguia dobrar o funil da estabilidade era tão exíguo que, estatisticamente, poderíamos reputá-lo inexistente. Sr. Presidente, o Fundo de Garantia realmente modificou esta .situação e não deixa de ter também os seus inconvenientes, coneordo. Mas devemos fazer um balanço sincero e honesto de todos os "deveres" e todos os "haveres" de um e de outro lado, para, então, podermos fixar um juízo de valor à altura dos testemunhos ue uma Casa da responsabilidade da nossa. Sr. Presidente, sou autor de um projeto de lei que respeita a opção retroativa ao Fundo de Garantia. Todos que não optaram sonham ao final do seu tempo de serviço, que meu projeto se transforme em lei, porque chegaram à dura conclusão de que o cn.nto das sereias que ouviram, semelhante ao que o eminente Deputado Ruy Brito acaba de celebrar nesta tribuna, que o Fundo de Garantia era um engodo ao nosso trabalhador, não corresponde à realidade. E agora, às vias da aposentadoria, estão condenadoS a engolir a estabilidade que, de um instante para outro, se reduz a zero, a nada, a, uma grande bola de sabão que estoura e não deixa vestígios. Ora, Sr. Presidente, se fosse tão bom o regime da estabilidade, por que esta ânsia, ao final do tempo de serviço, às vésperas da aposentadoria, por uma opção retroativa? Qualquer atitude retroativa, de certa maneira, confessa um arrependimenw: o arrependimento de não ter feito antes. ll\ o tardio, é o cediço. Nós sabemos bem, Sr. Presidente, dos defeitos do regime de estabilidade. Eu gostaria de ter um debate coi"n o nobre Deputado Ruy Brito numa hora em que nossas falas comportassem apartes, para que pudéssemos, então, colocar os pingos nos is, as vírgulas e os pontos nos seus devidos lugares. E S. Ex.8 iria, por certo, indagar-se: de que vale o regime da estabilidade, no instante em que morre o trabalhador? Ele deixa à família o quê? Apenas uma pensã.o, porque o seguro do tempo de serviço se reduz a zero, ao passo que, pelo Fundo de Garantia, ele deixa todos os depósitos que fez em vida, ao longo do seu período de trabalho, como herança à sua família. Há o caso de morte, Sr. Presidente, o caso da invalidez, e o ~aso da aposentadoria. Nestas três emergências da vida do trabalhador, quando ele procura pela estabilidade, quando aperta a estabilidade entre os dedos, sente que ela se reduz a absolutamente nada, ao passo que o Fundo de Garantia acompanha o trabalhador em todas as emergências de sua vida. A todo instante é um seguro pronto para assistir à familia nos momentos agudos da vida da criatura obreira. Então, Sr. Presidente, é neceMário que nos detenhamos melhor nas objeções do nobre Deputado Ruy Brito. A Mesa é constituida de homens eminentes desta Casa, tanto do meu partido como do de S. Ex. 8 SãQ homens que se detêm em tudo o que fazem, procurando dar a melhor forma e o melhor conteúdo às suas decisões. O Deputado Marco Maciel, todos o conhecemos. Sabemos como é exigente para consigo mesmo e para com tudo que faz. Ê um perfeccionista, podemos dizer. Logo, se realmente esta resolução contiver erros, tenho certeza absoluta de que não faltará grandeza ao eminente Presidente para efetuar a devida correção. R"almente" também a mim parece, à primeira vista, que a opção que a lei respectiva guarda ao trabalhador esta resolução não obSErva, não provê. Mas eu não poderia aceita,r isso e, portanto, me decidi a vir a esta tribuna, porque esta luta com o eminente colega que tanto admiro, nobre Deputado Ruy Brito, é antiga. Há muitos anos debatemo,s este assunto e o golpe de misericórdia nos argumentos da Oposição é a sonhada lei de opção retroativa do Fundo de Garantia, vez que os trabalhadores que não optaram se confessam arrependidos, querendo fazê-lo, dramaticamente reconhecendo que erJ:aram porque foram induzidos a esse erro pela demagogia eleitoral ou eleiçoeira de deputados que, à época, faziam análises deturpadas das conseqüências deste diploma, bem corno do instituto do PIS, dizendo alguns que tamb§m este era um grande logro, um grande embuste da .Revolução; que, com ele. a Revolução fraudava a obrigação que tinha, de conceder ao trabalhador a partici,pação no lucro da empresa. Hoje a realidade palpitante ai está: o PIS e o PASEP, reunidos, montam uma poupança do trabalhador brasileiro urbano que ultrapassa o orçamento do Estado de São Paulo. O SR. PRESIDENTE (João CIímaco) - Comunico a V. EX,8 que o seu tempo está. esgotado. Quinta-feira 20 2205 O SR. CAN'l'iD,IO SAMPAIO - Vou encerrar, Sr. Fresidente, para que esta Casa atente bem para aquilo que se procurava amesquinhar com argumentos artificiais e artificiosos - especiosos, principalmente - que na prática se reduz a nada, drante destaverdade. A poupança do PIS e do PASEP, reunidos, ultrapassa 100 bilhões de cruzeiros: mais do que o orçamento do maíor Estado da Federação. Essas verdades precisam ser ditas alto e bom som para evitar que as explorações que ainda se procuram fazer a respeito do PIS, do PASEP ou do Fundo de Garantia tenham prosseguimento sem o nosso mais vivo e formal protesto. VIII - O SR. PRESIDENTE (João C!ímaco) - Passa-se à, parte destinada a homenagear o ex-Presidente Getúlio Vargas. no transcurso da data de seu nascimento. Concedo a palavra ao Sr. Antônio Bresolin, autor do reque~ rimento e que falará em nome do MDB. O SR. ANTôNIO RRESOLIN (MDR - RS. Pronuncia: iJ seguin~ te discurso.) - Sr. Presidente e Srs. Deputados, sou muiw gratO' ao meu eminente Líder, Deputado Tancredo Neves, que me conferiu a honra de falar em nome do MDB nesta homenagem, recor~ dando o nascimento do saudoso e grande Presidente Getúlio Vargas. Sempr'3 que viajo na região de São Borja, vivo a vida do eminente estadista. A vastidão das planícies cobertas de relva, o canto do quero-quero, o pio da coruja, o açoite do Minuano, o' mugir do gado. o paIol' do luar e as noites cravejadas de estrelas, bucolisrr..o da paisagem, tudo deve ter influído na formação espiritual de Getúlio Vargas. Quantas vezes o filho de Manoel Nascimento Vargas deve ter cruzado -aqueles descampados montando, fogoso corcel! Há tempos, lendo o livro "O Feiticeiro de São Borja". de Osvaido Orico, deparei com uma série de maravilhosos truques e piadas próprios da gente da fronteira sulina. E em discurso pronunciado em Uruguaiana o próprio Solitário de São Borja confessa a poderosa influência da região na sua formação, dizendo: "Rever Uruguaiana equivale a recordar de algum moda. parte da minha eldstência. Desde os tempos de estudante, mais tarde, no exercício da minha profissão ou nas atividades da vida pública, aqui estive e convivi com g,:audes amigos, muitos desaparecidos dentre os vivos e outros ausentes em lugares distantes. Uruguaiana é, portanto, uma das fortes e permanentes impressões da minha vida.'" Alguém, com muito acerto, afirmou que "os mortos governam os vivos". Esta grand.3 verdade está consubstanciada na vida e obra de Getúlio Vargas. O que o grande estadista viu, idealizou e previa está-se verificando hoje. Muitas das iniciativas preconizadas pelo prestigioso líder são apresentadas hoje coma novidades. S,gm comentar a "Carta Testamento", vou usar tópicos de' alguns dos seus muitos discursos, extraídos do livro "A Nova Política do Brasil", que confirmam esta assertiva. Veja-se este maravilhoso trecho de discurso pronunciado num 1.0 de Malo; "O verdadeiro triunfo do homem público consiste em realizar o bem-€star da coletividade. Nenhuma reforma, nenhuma mudança institucional ou substituição de quadf'os' administrativos pode ter justificação fora desse imperativo de ordem política. Os regimes nascidos de grandes e' profundos movimentos de opinião trazem como signo a necessidade de realizar as suas conquistas e ampliá-las até se estabilizarem e se consolidarem, As revoluções não podem deter-se e estacar na contemplação do passado ou na admiração do present,e." Falando às classes empresariais de Pelotas, Getúlio Vargas destaca a importância do trabalho e a imperiosa necessidade da distríbuição da riqueza. Eis o trecho lapidar do seu discurso: "A riqueza é sempre produto do esforço humano e os homens aqui sabem esforçar-se para conquistl1Aa. Devem, porém, lembrar-se que não há coletividade rica onde a fortuna se concentra nas mãos de poucos. As classes menos favor,ecidas precisam usufruir igualmente os bens da civilização, que só ficam ao seu alcance quando dispõem de recursos para adquiri-los. A política do Governo ~~ cional não admite a luta de classes, nem o predommlÜ' de umas sobre outras. Procura estabelecer e assegurar () equilíbrio e a colaboração de todas para o bem geral." A aquilina visão do estadista se faz sentir em toda parte. O pioneiro da marcha para o oeste, já no seu tempo destacava a importância do álcool para economizar divisas na importação de gasolina. Falando na Baixada Fluminense. além de destacar outros aspectos do problema, disse: "Hoje, o aumento da produção do á.lcool e as amplas possibilidades do seu empregos já permitem pensar no estabelecimento de uma indústria autônoma, ao invés de subsidiária ou simples transformadora do excesso de açúcar. Poderíamos assim, assegurar o uso regular e generalizado' do álcool ~omo carburante. àproveitando as contingências criadas pelas dificuldades dos transportes marítimos. 2206 Quinta-feira 20 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção Foram essas as iniciativas fundamentais aue o Governo Federal houve por bem tomar, sem a intenção de favorecer individuos ou grupos, disposto apenas a cumprir o dever do Estado. a quem incumbe a defesa da economia do pais e de sua população laboriosa. Torna-"e evidente o renascimento da prüsperidade fluminense. O lema é, portanto, persistir nü trabalho, produzir e produzir mais, certos de que nenhum esforço será inútil ao progresso geral." Noutro tópico de discurso, proferido em Uruguaiana, o Presidente Vargas comprova seus conhecimentos em pecuária moderna, justamente preconizando aquilo que se procura fazer hoje, ,como novidade. Atente-se para este tópico do magistral e objetivo discurso: "Os fazendeiros que se dedicam à criação d·e gado desenvolvem indiscutivelmente louvável esforço de cooperação patriótica. E o Governo, cumprindo promessa feita, presta-lhe auxílio efici·ente. possibilitando a ampliação das instalações onde se expõem os produtos selecionados, demonstrando a melhoria dos rebanhos da zona. Ê preciso, entretanto, nas circunstâncias atua:is, não limitar as atividades exclusivamente à pecuária. O criador deva também plantar a terra, produzir cereais e gêneros de alimentação. Para isso lhes dará o Governo a indispensável assistência técniclt e financeira. Todo aquele qu·e dispõe de um pedaçü de .solo e não o cultiva falta ao seu dever para com o Brasil, deixa de contribuir para o esforço de guerra e, mais ainda, agrava o encarecimento da vida. Quem podendo não planta pelo menos para o pró': prio consumo tem que o adquirir de outros, e ,dté no estrangeirü, elevando o preço dos gêneros de primeira necessidade." Eis o conselho que vos quero dar neste momento: Cultivai a terra; plantai de tudo; aproveitai os vossos campos. Assim, sem usar armas, tereis cumprido o voss.o dever, combatendo também pelo Brasil." A inauguração da Usina de Volta Redonda constituiu dia de júbilo para o Presidente Vargas, um marco de grandeza para a Nação. O Presidente encerrou seu pronunciamento com -estas palavras: "Eu vos felicito pelo que haveis realízado em prol do Brasil. Esta cidade industrial será um marco da nossa civilização, um monumento a atestar a capacidade de n08sa gente, um .exemplo com tal poder de evidência que afastará quaisquer dúvidas e apreensões sobre o futuro, instituindo no pais um novo padrão de vida e uma nova mentalidade. A todos vós, construtores, simples trabalhadores, engenheiros ~ homens animüsos que dais o esforço do vosso cérebro e do vosso braço a este empreendimento gigantesco - os meus parabéns e votos de felicidade, que são mais uma afrimação de fé e confiança nos gloriosos destinos da no,ssa Pátria." . NDutro pronunciamento feito aos operários, o Presidente Vargas, após seu famoso intróito - "Trabalhadores do Brasil" assim Be expressou: "Há uma falsa maneira de ser patriota: a ~os _que se arvoram em intérpretes das necessidades e asplraçoes nacionais, quando, realmente, só pensam nos próprios interessoes e vaidades. Trabalhadores do Brasil, estamos em guerra. Isto quer dizer: empenhados numa luta decisiva para OIS destinos da Pátria. Quem não estiver conosco está contra nós. Com os homens de trabalho e corr. todas as forças -"ivas da nacionalidade sei que po:sso contar. Não vacilar; não transigir; não recuar; 'Dara a frente: são as voQzes de comando da Nação Brasilêira a todos Ds seus filhos." . Outro ponto que marca o pensamento progressista do Presidente Getúlio Vargas relaciona-se com o aproveitamento dos no.;80S minérios no próprio Pais. Veja-se este tópico do pronunciamento: " . .. o problema máximo. pode dizer-se básico, da nossa economia é o siderúrgico. Para o Brasil, a idade do ferro marcará o período de sua opulência econômica. No amplo emprego desse metal. sobre todos precioso, se expressa a equação de nosso progresso. Entrevam-no a nossa míngua de transpartes e a falta de aparelhamento indispensável à exploração da riqueza material que possuím:Js imobilizada. Completando, finalmente, o meu pensamento, no tocante à solução do magno problema. julgo oportuno insistir, ainda, em um ponÍ{J: a necessIdade de ser nacionalizada a exploração das riquezas naturais do pais. sobretudo a do ferro. Não sou exclusivista nem cometeria Abril de 1978 I) o erro de aconselhar o repúdio do capital estrangeiro a empregar-se no desenvolvimento da indústria brasileira, sob a forma de empréstimos, no arrendamento de serviços, concessões provisórias ou em outras múltiplas aplicações equivalentes. Mas, quando se trata da indústria de ferro, com a qual havemos de forjar toda a aparelhagem dos nossos transportes e da nossa defesa: do aproveitamento das quedas dágua, transformadas na energia que nos ilumina e alimenta as indústrias da paz e da guerra; das redes ferroviárias de comunicação interna, por onde se escoa a produção e se movimentam; em casos extremos, os nossos exércítos; quando se trata - repito - da exploração de serviços de tal natureza, de maneira tão íntima ligados ao amplo e compl,exo problema da defesa nacional, não podemos aliená-los, concedendo-os a estranhos, e cumpre-nos, previdentemente, manter sobre eles o ,direito de propriedade e de domínio." Getúlio Vargas nunca se considerou escritor, embora fosse um purista da nossa língua. Os seus discursos, desde os tempos de estudante, eram burilados e retocados. O seu ingresso na Academia Brasileira de Letras se deve a uma iniciativa do acadêmico Osvaldo Orico, onde o Presidente OCUIJOU a cadeira de Alcântara Machado. Ao fazer o elogio ao patrono de sua cadeira, Vargas proferiu magnífico discurso que mereceu calorosos aplausos. Debaixo do fardão de imortal, no entanto, escondia-se o político e o estadista de rasgos de inteligência e de grandes reservas de senso prático. Tanto assim que concluiu seu memorável pronunciamento com estas palavras: "O Brasil realizou a sua emancipação política, constrói agora a sua emancipação econômica e inicia, finalmente, a sua emancipação cultural. As responsabilidades dessa magna tarefa têm de recair necessariamente sobre os intélectuais e os homens de pensamento. A Academia Brasileira de Letras não reúne a todos, mas dispõe de meios para congregá-los, oferecendo o exemplo dos seus ilustres membros, que não se recusarão a consagrar a tão alta empresa o que de melhor possuem como expressão de inteligência, de generosidade, de fé patriótica." Sr. presidente, muitos outr.os exemplos poderiam scr citados com facilidade, se o tempo permitisse. Vargas não foi ap,enas um grande estadista e um Presidente de excepcionais qualidades cívicas, intelectuais e morais. Foi também um grande administrador, idealizando e realizando obras que até hoje continuam repercutindo nos destino~ do Brasil. Previdência sücial, nacionalização das nossas riquezas, exploração do petróleo e de minérios, impulso à agropecuária, justa distribuicão da riqueza e outros problemas sempre estiveram na agenda dos seus trabalhos. Os roteiros traçados pelo grande estadista continuam servindo d,e guia e de fanal aos governantes dos dias que correm. A própria construção de Brasília e a ocupação legal da Amazônia só foram possíveis graças à marcha para o oeste. Dai, Sr. Presidente, a homenagem que o MPB presta neste momento ao grande e imortal Presidente Vargas. O SR. PRESIDENTE (João C!ímaco) - A Mesa se associa às homenagens prestadas à memória do Presidente Getúlio Vargas. O SR. PRESIDENTE (.João Clímaco) - Nada mais havendo a. tratar, vou levantar a sessão. Deixam de comparecer ,?S Senhores: Pernambuco Fernando Lyra - MDB. Espírito Santo Oswaldo Zanello - ARENA. Rio de .Taneiro Léo Simões - MDB. IX - O SR. PRESIDENTE (.João Clímaco') - Levanto a sessão designando para amanhã a seguinte ORDEM DO DIA . Sessão em 211 de abril de 1978 Quinta-feira TRAMITAÇãO EM PRIORIDADE Discussão 1 PROJETO DE LEI N.o 4.136-A. DE 1977 Discussão ímica do Projeto de Lei nY 4,136-A. de 1977, que concede ao Distrito Federal isenção do pagamento de custas e emolumentos relativos à prática de quaisquer atos, pelos Oficios e Cartórios de Registro de Imóveis, de Registro de Titulos e "Documentos e de Notas, situados dentro de seus limites territoriais; tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e, no mérito, pela aprovação; e, das Comissões de Economia, Indústria e Comércio e de Finanças, pela aprovação. (Do Poder Executivo.) - Relatores: Srs. Henrique Córdova, Fernando Gonçalves e Aàriano Valente. CÓDIGO CIVIL Membros Efetivol Oleverson Teixeira Ira EM ORDINÁRIA LOSBO . Raimundo Diniz Votaçãu 2PROJETO DE LEI N.o 221-B. DE 1975 Votacão, em discussão unica, do Projeta de Lei n,!' 221-B, de 1975, que acrescenta parágrafo ao art. 11 da Lei nP 3.807, de 26 de agosto de 1960 (Lei Orgânica da Previdência Social); tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça. pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa; e, das Comissões de Trabalho e Legislação Social e de Finanças, pela aprovação. Pareceres ao Substitutivo oferecido em Plenário: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa; da Comissão de Trabalho e Legislação Social, pela rejeição; e, da Comissão de Finanças, pela aprovação, :E,elatores: Srs. Altair Chagas, Gomes do Amaral e Pedro Carola. Discussão 3 PROJETO DE LEI N.o 413-A, DE 1975 Discussão única do Projeto de Lei n.o 413-A, de 1975, que acrescenta.itens aos arts. 2. 0 e 5.0 da Lei n. O 1.046, de 2 de janeiro de 1950, que "dispõe sobre a consignação em foUla de pagamento"; tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa; e, das Comissões de Serviço Público e de Finanças, pela aprovação. (Do Sr. Cantídio Sampaio.) - Relatores: Srs. Claudino Sales, Ary Kffuri e Adriano Valente. 4 PROJETO DE LEI N.o 423-B, DE 1975 Segunda discussão do Projeto de Lei n.'" 423-B, de 1975, que estabelece prazo de garantia, por quilometragem, para veículos automotores fabricados no Pais. (Da Comissão de Transportes.) Relator: Sr. Nabor Júnior. Avisos CAMARA DOS DEPUTADOS SECRETARIA-GERAL DA MESA RELAÇAO DOS DEPUTADOS INSCRITOS NO GRANDE EXPEDIENTE Ahril/1978 DATA DIA DA SEMANA NOME Quinta-feil'ó\ Prisco Viana - ARENA Fernando Coelho - l\IDB Homenagem :Homenagem póstuma, ao Sr. ítrio Correa da Costa. Marcondes Gadelha - MDB :Humberto Souto - ARENA Sinval Boaventura - ARENA Minoru Massuda - 10IDB Noide Cerqueira - l\IDB Daso Coimbra - ARENA Ary Kffuri - ARENA Jerônimo Santana - MDB -------20 Quinta-feira 2/} 2207 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Abril de 1978 24. Segunda-feira 25 Terça-feira 26 Quarta-feira 27 Quinta-feira 28 Sexta-feira GRANDE EXPEDIENTE Oradores: Prisco Viana - ARENA Fernando Coelho - MDB ------------ Brlg1do Tinoco Celso Barros Tancredo Neves Antônio Morimoto Henrique Córdova Marcelo Unhares ComiSBáo Especial ARENA Geraldo Guedes Vago João Linhares MDB Israel Dias-Novaes Mac Dowell Leite de Castro Suplentes ARENA Cid Furtado Vago Theobaldo Barbosa MDB Mário Moreira Erasmo MarUns Pedro Oswaldo Lima J'emando Coelho Tarcislo Delgado Presidente: Deputa.do Tancredo Neves Vice-Presidente: Deputado Brigldo Tlnóco Vice-Presidente: Deputado Igo Losso . Relator-Geral: Deputado João Linnarel RelatareI! Parciais: Deputado Brigido Tinoco: Parte-Geral Deputado Raimundo Diniz: Livro I - Obrigações Deputado Geraldo Guedes: Livro Ir - Atividades Negociais Deputado Lauro Leitão: Livro lU - Das Coisas Deputado Cleverson Teixeira: Livro IV - Da Famílla. Deputado Celso Barros: Livro V -' Sucessões e Livro Complementar 1 COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQU}';:RITO DESTINADA A APURAR DENúNCIAS A RESPEITO DE OCORRtNCrAS DE ESPECULAÇÃO IMOBILIARIA NOS GRANDES . CENTROS URBANOS I - Reunião: 20 de abril de Hl78 Hora:íí:30 11 Pauta: Comparecimento dos seguintes depoentes: As 11:30 - Prot. Renato Soeiro - Presidente do Institut{) do Patrimônio Histórico - 1vfEC. As 14:00 - Deputada Sandra Cavalcante, da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. As 17:30 - Prof. MarcelIo Moreira de Ipanema - Vice-Presidente do Conselho Estadual de Cuitura. COMISSÕES TÉCNICAS Comissão de Saúde Reunião: 20-4-78 Hora: 10:00 h Pauta: Comparecimento do Sr. Ministro da Saúde Almeida Machado. CONGRESSO NAÇIONAL 1 Dl'. paulo PROPOSTAS DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.os 17 e 18 DE 1977-CN Altera o § 2. 0 do art. 102 da Constituição Federal, que dispõe' sobre os proventos da inatividade. Autores: Sra. Lygia Lessa Bastos e Sr. Murilo Rezende. Comissão Mista Presidente: Deputado José Costa Vice-Presidente: Deputado Raul Bernardo Relator: Senador Dinarte Mariz ~208 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção Quinta-feira 20 n Abril de 1978 = Praso Até dia 24-(-78 -- no Congresso Naciona.l 2 PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.>:> 19177 "Altera a redação da alínea "c". Item XVII, do art. 8.i} da Constituição Federal, atrIbuindo competência à União para legislAr • obre normas gerais de desenvolvimento urbano". - Autor: Sr; Nelson Marchezan. Comissão Mista Presidente: Senador Itamar Franco Vice-Presidente: Senador Wilson Gonçalves Relator: Deputado José Alves Prazo Até dia 15-5-78 -- no Congresso Nacional 3 PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N." 20/77 "Altera a redação do caput do artigo 153 da Constituição Federal e acrescenta parágrafo a esse dispesitivo constitucionaL IDIulto ao cidadão a informações de caráter pessoal, existentes em órgãos governamentais,) - Autor: Sr. Faria Lima. Çomissão Mista Presidente: Senador Nelson Carneiró Vice-Presidente: Senador Saldanha Derzi Relator: Deputado Theobaldo Barbosa. Prazo Até dia 25-5-78 -- no Congresso Nacional. 4 PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇãO N.o 21177-CN "Dá nova redação ao art. 101 e ao item II do art. 102 da Ce>llstitu!ção (aposentadoria: p/invalidez; compulsoriamente aos 70 anos de idade; voluntariamente após 10 anos de serviço; proporcionais ao tempo de serviçoJ. Autor: Sr. Benjamim Farah Comissão Mista Presidente: Deputado José Costa Vice-Presidente: Deputado Raul Bernardo Relator: Senador Dinarte Mariz Prazo Até dia 24-4-78 -no Congresso Nacional. 5 PROPOSTA DE: EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 01178 "Dispõe !i9bre a elegibilidade, nas hipóteses que menciona, do cônjuge e dos paI'entes consangüíneos ou afins, até o terceiro grau, ou por adoção do Presidente da República, de Governador de Estado ou de Território, de Prefeito ou de quem os haja SUbll~ tituido dentro de 6 iseis) meses anteriores ao pleito eleitoraL" Autor: Sr. Dayl de Almeida, Comissão Mista Presidente: Senador Leite Chaves Vice-Presidente: Senador Heitor Dias Relator: Deputado Adriano Valente Prazo Até dia 6-6-78 -- no Congresso Nacional. 6 PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIQAO N,o 02/78 "Modifica a redação do § 1.0 do art. 36 da Constituiçào." {Dispondo s/a convocação de suplentes de parlamentares.) Autor: Sr. Pinheiro Machado. Comissão Mista Presidente: Deputado Laerte Vieira Vice-Presidente: Deputado Daso Coimbra Relator: Senador Lourival Baptista Prazo Até dia 4-5-78 -- na Comissão Mista: Até dia 3-8-78 - no Congresso Nacional. "I PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR N.o 7j78-CN "Dispõe sobre a renovação de eleições para Prefeito, Vice~ Prefeito e Vereadores, nos municípios criados nos termos do art. 2.° da Lei Complementar n.O 32, de 26 de dezembro de 1977, e dá outras providências." Autor: Poder Executivo - (Mens. n,os 1281713 e 45/78-CNI. Comissão Mista Presidente: Deputado Aldo Fagundes Vice-Presidente: Deputado Aderbal Jurema Relator: Senador Alexandre Costa Calendârio Dias 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25 e 26-<1-78 Apresentação das emendas, perante a Comissão. Prazo Até o dia 6-5-78 - na Comissão Mista; Até o dia 26-5-78 - no Congresso Nacional. 8 PROJETO DE LEI N.o 03/78-CN "Dispõe sobre as tarifas dos serviços públicDs de saneamento básico, e dá outras providências". Autor: Poder Executivo (Mens. n.o 96178.1 Comissão Mista Presidente: Senador Adalberto Sena Vice-Presidente: Senador Cattete Pinheiro Relator: Deputado Jair Brasileiro Até dia 24-4-78 A~ dia 14-5-78 - Prazo na Comissão Mista; no Congresso Nacional. 9 PROJETO DE LEI N.o 4178-CN "Autoriza a reversão, ao Município de Santarém, Estado do Pará, do imóvel que menciona." Autor: Poder Executivo --Mens, n.OS 114178 e 42/78-CN). Comissão Mista Presidente: Senador Agenor Maria Vice-Presidente: Senador Cattete Pinheiro 'Relator: Deputado Alacid Nunes Calendário Dias 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18 e 19-4-78. emendas, perante a Comissão; Apresentação das Prazo Até dia 30-4-78 - na Comissão Mista; Até dia 20-5-78 - No Congresso Nacional. 10 PROJETO DE LEI N.o 05178-CN Dispõe sobre alienação, por permuta, de imóveis residenciaIs: de propriedade da União, locallzados no Distrito Federal, e dá nova redação ao item VII do art. 3.0 da Lei n. a 5.861, de 12 de dezembro de 1972. Autor: Poder ExecutIVO - (Mens. n. OS 115178 e 43/78-CN.) Comissão Mista Presidente: Deputado Léo Simões Vice-presidente: Deputado Nunes Rocha Relator: Senador Heitor DIas CalendárIo Dias 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19 e 20-4-78 - emendas; perante a Comissão. Apresentação de Prazo Até dia 1.°-5-78 - na Comissáo Mista: Até dia 21-5-78 - no Congresso Nacional 11 PROJETO DE LEI N.o 617B-CN "Dispõe sobre os Serviços Postais." Autor: Poder ExecutivQ (Mens. n.os 116/78 e 48/76-CN.) Comissão Mista Presidente: Deputado Edgar Martins Vice-Presidente: Deputado Parente Frota Relator: Senador José Sarney .Catendârio Até dias 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24 e 25-4-78 emendas perante a Comissão, Até dia 6-5-78 - na Comissão Mista.; Até dia 26-6-78 - no Congresso Nacional. Apresentação das Abril de 1978 Quinta -r eira 2l} DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (SeçM II 12 REQUERIMENTO N.o OS178-CN Cria, com fundamento no art. 37 do texto constitucional e no art. 21 do Regimento Comum, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito destinada ao estudo do problema dos idoscs no País. Autor: Senador Nelson Carneiro. Comissão Mista Presidente: Deputado Miro Teixeira Vice-Presidente: Deputado Inocêncio Oliveira Relator: Senador Otto Lehmann J.'razo Até dia '7-11-78 - na Comissão Mista. 13 PROPOSTA DE DELEGAÇÃO LEGISLATIVA N.D I, DE 19711 "Propõe delegação de poderes ao Presidente da República para lllaboração de Lei crlando o Ministério da Ciência "e Tecnologia, e determinando outras providências," - Autor: Sr. Hélio de Almeida. (Aguardando parecer da Comissão de Constituição e Justiça do Senado) 14 PROPOSTA DE DELEGAÇAO LEGISLATIVA N.o 2, DE 19711 "Propõe delegação de poderes ao Presidente da República para crla.r o Conselho de Defesa do Consumidor ceDC)". - Autor: Sr. Nina Ribeiro. (Aguarda.ndo parecer da Comissão de Constituição e Justiça do Senado) 15 PROPOSTA DE DELEGAÇÃO LEGISLATIVA N.o 3, DE 19711 "Propõe delegação de poderes ao Senhor Presidente da RepúLlica para elaboração de Lei criando o Ministério dos Esportes, 11 determina outras providências. (Art. 54 da Constituição Federal I arts. 117 a 127 do Regimento Comum)." - Autor: Sr. Pedro Lauro. (Aguardando parecer da Comissão de Constituição e Justiça do Senado) 16 MENSAGEM N.o 08178-CN "Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decreto-lei n. O 1.590, de 19 de dezembro de 1977, que "dá Dava redação a dispositivo do Decreto-lei n.o 1.310, de 8 de fevereiro de 1974, que altera a legislação referente ao Fundo do Exército." Autor: Poder Executivo. {Mens. D.o 15/78.) Comissão Mista Presidente: Senador Benjamim Farah Vice-Presidente: Senador Virgilio Távora Relator: Deputado Onisio Ludovico Prazo Até dia 29-4-78 - no Congresso Nacional. 17 MENSAGEM N.o 09/78-CN "Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decreto-lei n.O 1.591, de 21 de dezembro de 1977, que "prorroga o prazo da isenção dos Impostos de Importação e sobre produtos Industrializados para equipamentos cinematográficos, e dá outras providências." Autor: Poder Executivo. {Mens. n.o 16/78.) Comissão Mista Presidente: Deputado Pacheco Chaves Vice-Presidente: Deputado Oswaldo Zanello Relator: Senador Ruy Santos Prazo Até dia 29-4-78 - no Congresso Nacional. 18 MENSAGEM N.o 12/78-CN "Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decreto-lei n.o L 594, de 22 de dezembro de 1977, que "prorroga os incentivos fiscais previstos no Decreto-lei n.o 221, de 28 de fevereiro de 1967." Autor: Poder Executivo - (Mens. n.O 19/78,) Comissão Mista Presidente: Senador Cunha Líma Vice-Presidente: Senador Italívio Coelho Relator: Deputado Antônio Gomes ,~20lt .. Pi'azo no Congresso Nacional. 19 MENSAGEM N.o P/78-CN "Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decreto-lei n,o 1.595, de 22 de março de 1977. que "dispõe sobre" Imposto de Renda devido pelos importadores ou distribuidores de t11mes estrangeil"Os, e dá outras providências." Autor: Poder Executivo - (Mens. n.o 20/78.) Comissão Mista Presidente: Deputado José Costa Vice-Presidente: Deputado Adhemar Ghlsi Relator: Senador Otto Lehmann Prazo Até dia. 29-4-78 - no Congresso Nacional. 20 MENSAGEM N.o 14178-CN "Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decreto-lei n.o 1.596. de 22 de março de '1977. que "altera os limites do beneficio fiscal de que tratam os Decretos-leis n."" 1.358, de 12: de novembro de 1974, 1.431, de.5 de dezembro de 1975, e 1.491, de 1.0 de dezembro de 1976: e dá outras providências." Autor: Poder Executivo __ (Mens. n.o 21/78,) Comissão Mista Presidente: Senador Dirceu Cardoso Vice-Presidente: Senador Murilo Paraiso Relator: Deputado Valdomiro Gonçalves Prazo Até dia. 29-4-78 - no Congresso NaeiOllal. Até dia 29-4-78 - o 21 MENSAGEM N." 15178-CN "Submete à deliberação do COIlgresso Nacional texto do Decreto-lei n.O 1.597, de 23 de dezembro de 1977, que "altera a legislação relativa ao Imposto único sobre Lubrificantes e Combustíveis Líquidos e Gasosos, e dá outras providências." Autor: Poder Executivo - (Mens. D.O 22/78.) Comissão Mista Presidente: Deputado Lidovino Fanton Vice-Presidente: Deputado Francisco Rollemberg Relator: Senador Wilson Gonçalves Prazo Até dia 29-4-78 - no Congresso Nacional. 22 MENSAGE'lVr N.o 16178-CN "Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decreto-lei. 1'1.0 1.598, de 26 de dezembl"O de 1977, que "altera a legislação do Imposto sobre a Renda." Autor: Poder Executivo - (Mens. D.O 23/78.) Comissão Mista Presidente: Senador Leite Chaves Vice-Presidente: Senador Virgílio Távora Relator: Deputado Nasser Almeida Prazo Até dia 29-4-78 - no Congresso Nacional. 23 MENSAGEM N.o 22178-CN , "Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do De~ ereto-lei n.O 1.604, de 22 de fevereiro de 1978, que "reajusta 02 vencimentos e salários dos servidores civis do Poder Executivo, dos membros doa Magistratura e do Tribunal de Contas da União, e dá outras providências." Autor: Poder Executivo - (Mens. n.061178.) Comissão Mista Presidente: Senador Benj amim Fara,h Vice-Presidente: Senador Henrique de La Rocque Relator: Deputado Passos Pôrto Prazo Até dia 29-4-78 - no Congresso Nacional. 24 MENSAGEM N.O 23178-CN "Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do De ereto-lei n.o 1.605, de 27 de fevereiro de 197B, que "reajusta os Q 2210 Quinta-feira 20 Abril de 1978 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) vencimentos, salários e prov:entos dos servidores da Secretaria da Supremo Tribunal Federal, e dá outras providências". Autor: Poder Executivo - (Mens. n. O 63/78.) Comissão Mista Presidente: Deputado José Mauricio Vice-Presidente: Deputado Hugo Napoleão Relator: Senador Saldanha Derzi Prazo Até dia 29-4-78 - no Congresso Nacional. 25 MENSAGEM N.o 26/78-CN "Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decreto-lei n. O 1.608, de 28 de fevereiro de 1978, que "altera incentivo' fiscal previsto na legislação do Imposto de Renda." Autor: Poder Executivo - (Mens. n. O 66/78.) Comissão Mista Presidente: Deputado Milton Steinbruch Vice-Presidente: Deputado Abel Avila Relator: Senador Italivio Coelho Prazo Até dia 23-4-78 - na Comissão Mista; Até dia 30-4-78 - no Congresso Nacional. 26 MENSAGEM N.o 29!78-CN "Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto do Decreto-lei n.O 1.610, de 2 de março de 1978, que "reajusta os vencimentos e proventos dos membros do Tribunal de Contas do Distrito Federal e respectivó Ministério Público." Autor: Poder Exe<mtivo - (Mens. n. o 70/78.) Comissão Mista Presidente: Deputado Nelson Maculan Vice-Presidente: Deputado Daso Coimbra Relator: Senador Osires Teixeira Prazo Até dia 23-4-78 - na Comissão Mista; Até dia 2-5-78 - no Congresso Nacional. 27 MENSAGEM N.o 30/78-CN "Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decreto-lei n.O 1.611, de 3 de março de 1978, -que "reajusta os vencimentos e proventos dos servidores das Secretarias das Seções Judiciárias da Justiça Federal de Primeira Instância, e dá outras providências." Autor: Poder Executivo - (Mens. n.o 71/78.) Comissão Mista Presidente: Senador Benjamim Farah Vice-Presidente: Senador Braga Júnior Relator: Deputado Antonio Gomes Prazo Até dia 23-4-78 - na Comissão Mista; Até dia 5-5-78 - no Congresso Nacional. 28 . MENSIAGEM N.O 32!78-CN "Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decreto-lei n.O 1.613, de 3 de março de 1978, que "reajusta os vencimentos, salários e proventos dos servidores dos órgãos Auxiliares da Justiça de Primeira Instância do Distrito Federal e dos Territórios." Autor: Poder Executivo - (Mens. n.O ' 73/78) . Comissão Mista Presidente: Senador Benjamim Farah Vice-Presidente: Senador ItaJívio Coelho Relator: Deputadu Parente Frota Prazo Até dia. 29-4-78 - na Comissão Mista; Até dia 5-5-78 - no Congresso Nacional. 29 MENSAGEM N.o 31/78-CiN "Submete à de-liberação do Congresso Nacional texto ~ do Deçreto-Iei n.O 1.612, de 3 de março de 1978, que "reajusta os vencimentos, salários e proventos dos servidores da Secretaria' do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, e dá outras providências." Au.tor: Poder Executivo - (Mens. n.o 72/78). Comissão Mista Presidente: Deputado Joaquim Bevilacqua Vice-Presidente: Deputado Alacid Nunes Relator: Senador Renato Franco Prazo Até dia 29-4-78 - na Comissão Mista; Até dia 5-5-78 - no Congresso NarJonal. 30 MENSAGEM N.o 33178-CN "Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decreto-lei n.o 1. 614, de 3 de março de 1978, que "reajusta os vencimentos e salários dos servidores civis do Distrito Federal, dá outras: providências." Autor: Poder Executiva - (Mens. n. o 74/78). Comissão Mista Presidente: Senador Orestes Quércia Vice-Presidente: Senador Helvidio Nunes Relator: Deputado Antônio Gomes Prazo Até dia 29-4-78 - na Comissão Mista; Até dia 5-5-78 - no Congresso Nacional. 31 MENSAGEM N.o 31l78-CN "Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decreto-lei n. O 1.615, de 3 de março de 1978, que "reajusta os vencimentos e salários dos servidores da Secretaria Geral do Tribunal de Contas da União, e dá outras providências."- Autor: Poder Executivo - (Mens. n.o 75/78). Comissão Mista Presidente: Deputado João Cunha Vice-Presidente: Deputado Angelina Rosa Relator: Senador Renato Franco . Prazo Até dia 29-4-78 - na Comissão Mista;. Até dia 5-5-78 - no Congresso Nacional. 32 MENSAGEM N.o 35/78-CN "Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decreto-lei n.O 1.616, de 3 de março de 1978, que "reajusta os vencimentos, salários e proventos dos servidores dos Quadros Permanentes e Suplementares do Superior Tribunal Militar e dá outras providências." Autor: Poder Executivo - (Mens. n.o '76/78.) Comissão Mista Presidente: Deputado Florim Coutinho Vice-Presidente: Deputado Moacyr Dalla Relator: Senador Heitor Dias Prazo Até dia. 30-4-78 - na Comissão Mista; Até dia 5-5-78 - no Congresso Nacional. 33 MENSAGEM N.o 36178-CN "Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Dec,ret?-lei n.o 1.617, de 3 de março de 1978, que "destina a r~nda lIqUIda .de 1!m dos concursos de prognósticos esportivos ao cua,teiq. da realizaçao do Campeonato Brasileiro de Futebol, e dá outl'aJI. vr-ovldências." Autor: Poder Executivo - (Mens. n.o TII78). ComiSBão Mista. Presidente: Senador Leite Chaves Vice-Presidente: Senador Cattete Pinheiro Relator: Deputado Gerson Camata Prazo Até dia 30-<1-78 - na Comissão Mista; Até dia 5-5-78 - no Congresso Nacional. 34 MENSAGEM N.o 37!78-CN "Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decreto-lei n. O 1.618, de 3 de março de 1978, que "fixa o valor do soldo dos postos de Coronel PM da Policia Militar e de Coronel BM do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, e dá nova redação a dispositivos das Leis números 5.619,' de 3 de novembro de 1970, e 5.906, de 23 de julho ele 1973." Autor; Poder Executivo - (Men.'>. n. o 78/78). e AbrB de 1978 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Comissão Mista Frelllàente: l5enador :Benjamim ll'aran Vice-presidente: senador Luiz Cavalcante Relator: Deputado Arlindo Kunzler Prazo Até dia 2-5-78 - na Comissão Mista; Até dia 25-5-78 - no Congresso Nacional. 35 MENSAGEM N.o 38178-CN "Submete à deliberação do Congr€88D Nacional texto .do Decreto-lei n.o 1.603. de 22 de fevereiro de 1978, que "fixa o valor do soldo base do cálculo da remuneração dos militares, e dá nova. redação a dispositivo da Lei D.o 5.787, de 27 de junho de 1972." Autor: Poder Executivo - (Mens. n.o 62/78). Comissão Mista Presidente: Deputado Florim Coutinho Vice-Presidente: Deputado Parente Frota Relator: Senador Virgílio Távora Prazo Até dia ~-5-78 - na Comissão Mista; Até dia 25-5-78 - no Congresso Nacional. 36 MENSAGEM N.o 39/78-CN "Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do De.ereto-lei n.o 1.619, de 6 de março de 1978, que "reajusta os venci- Qllinta*feira 20 2211 mentos, salários e proventos dos servidores dos Serviços Auxiliares do Tribunal de Contas do Distrito Federal, e dá outras providências." Autor: Poder Executivo - (Mens. n.o 85/78). Comissão Mista Presidente: Senador Dirceu Card080 Vice-Presidente: Senador otto Lehmann Relator: Deputado Antônio Gomes Prazo. Até dia 3-5-78 - na Comissão Mista; Até dia 6-5-78 - no Congresso Nacional. 37 MENSAGEM N.o 40/78-CN "Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do De-' ereto-lei n.O 1.620, de 10 de março de 1978, que "reajusta os vencimentos, salários e proventos dos servidores dlUl Secretarias dos Tribunais do Trabalho, e dá outras providências." Autor: Poder Executivo - (Mens. n:o 91/78). ComiS5áo Mista Presidente: Deputado César Nascimento Vice-Presidente: Deputado Adhemar Ghisi Relator: Senador Helvídio Nunes Prazo Até dia 3-5-78 - na ComiSsão Mista; Até dia 12-5-78 - no Congresso Nacional. X - Levanta-se a sessão às 18 horas e 15 minutos. DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção 2212 Quinta-feira 2G LIDERANÇAS MESA Pre.sldente: ARENA - Mareo Maciel - ARENA 1.0 _ Vice-Presidente: loio Linhare••- ARENA Dio.o Nomura - ARENA . :Norberto Schmidt - ARENA Peixoto Filho - MDB Antonio Morais - MDB Dlrltor: PaUlo ~oeha LoellJ.: Anuo tI .- Ramal 1I1l1 V .........b li. COJD.IIlllÓ'1I Plr:Il1M.tlII.w. Diretora: Geny Xavier Marques Local: Anuo II ~ Telefone.: U-Il1'1' • tll-lIDIl -~ Ramais: 1101 • 818 COMISSOES PERMANENTES , -,------_._~-----~~~'~~-~,--~._-'-_._----- MnH 2) COMISSlO DE C_NCIA E TECNOlOlIl Presidente: Luiz Couto - MOB Vice-Presidente: Octacílio Queiroz - :MDB Vice-Presidente: Antônio Florêncio -' ARENA TUIIIu.. A.R.Df1o. JarmundN_ Nin.. IUbeiro Vingt Rosado Vice-Presidente: José Mandelli - MDB Turma U- Vice-Presidente: Elcival Caiado TUu1ares Batl.ta Ulranda ARENA Pl.~lo GIOfih1 UDa Mário Moreira. Pedro Faria Vago luplent. G.túllo Dlu JOI'P U'eque4 ARENA T.aaA Aluandre Machado Antõnio Gomes CudOlO de AlmeIda anulo Valent. llau1qu. Brito lIumbtrto Souto Jlllo DUr1'al Tunn.. S Celtio Cuvalho Ferru ErreJ.. Geraldo BulhO•• Joaquim Guerra Juv!nclo Diu Melo Freire V...co Amaro UDa Juarell Bemard.. Nelson Maculan Pacheco Cha,... Renato Azeredo Vinicius cansanção' Wllllber GUimulM AntonIo Annlbe11l .antonio Bre.olln :Henrique Cardo.so 1016 Zavarlta IlIplentea ARENA Jorre Var,... .t.klde. PranclitCato AIIt6n1o V.no Batlst.. WJrand.. JOIé R1bam~ M'.Illbado U ..urlclo Leite "'''10 Gloy1n1 I'nnclKo OUac Pinto IIoriclo Uatal 11loetncto Ol1yelra loaqulm Coutinho , . Co.ta .... MaurIcio C61lo 1II1II'. 8au.ta Luis Couto O,cvaldo Oullte. Pedro Lauro Roberto Carvalho Y...unort ICUDIp a ..brlel Hennu ADt6nto Ferreira AUIU'to Trem l"ernandu 1:d1Ion Bonn.. J:lor LeDJi1 Joel Ferreira JoAo GUberÇo ,10ft CUiOl Teixeira UOB Abdon GonçalTN Alu1l1o PUlluuau :oi. . Menue. Fernando Clmha H6110 de Almlldlfo Jmon Barreto Nellôn '1'h1ball RZUNIOES Quartu , qUlntu·tlllr...... 10:00 boru Local: Anexo II - l!eer.tUta: Ram..! 11M 1111110 LlUil. Brandio da 11511. 3) COMISSAO DE COMUNICAÇAO Presidente: Jorge Paulo - MDB Vice-Presidente: Dias Menezes - MDB Vice-Presidente: Mário Mondino - ARENA 4) COMISS.lO DE CONSTITUlÇ10 E JUSTI<A Presidente: Jairo Magalhã.es - ARENA -r_a A. Vice-Presidente: Mrlsio Vieira Lima - ARll:NA Tutm.. B Vice-Presidente: ,Joaquim Bevilacqua. - Aurélio Campos Edgar Martins • Bumblrlo LueIu Valdomlro ~. . Vleu.. da '111ft! IIDB .Túllo VtTe1raI Oswaldo Lima MDB 'l'Uul.v.. ARlllNA TIInIIA ... AltlJrChqu Ant6nio UIU'III Célio Borja ClaudJno Sal.. Clereraon ntDlra J oir Brasileiro R1C&1'do PIou. Turman Antônio Morlmow Blota .rt1n1or aom~s da euno Ibr&hlnl Abl-Aebl LuJs Bru H~nrlqu. Cór40TIl Nune. :Rochá Theobaldo Barboaa IIDB Alceu eoitare. TucWo DtlItÃO Celso BlU'ros Jarb... Vuconollol Erasmo Martins Pedro Lldoyino Pantoa. Fernando Coelho K1rO Telllelra Joio OUberto J:l07 IAnsl NoIde Cerquelra Va~o JOII6 U ..urlclo s._t.. ARJ:NA Mauricio Leite Norberto 8cbDwU VIIO e.cretArt..: 101. L.-vl.n1 TUIIIu.. Alair Perreira Correia LIm.. Dlb Cher6m OU-. Cam..ta Gi6I& .Tl1nklr OO'a.ldo Zoe.no P.-oII POrto IIDB MArio nola Ullton I'!Ikinbnlq RCtINIOJ:8 Qua.rtu • qulntu-ftlrM, Ui 10:00 bllC'1IiI Local: Anuo 1I-8&1í1l 8-Raml1l U' li IH Ubaldo Bar'm DIo,o Nomura WIloro NlJamow. Blota Jl1nlor )(url1o~ Corr.la LIma Jor,e Arbap Kqno Baoe1ar Á'f11& Humberto Bezerra lllU'qu~. Uezandro M1n&h1la Viana una Dias l\t.renezes mO)' Lenal an••lo di Uarco Iturlftl H..aclmento Abel ARJIJ'NA ArT lCfturl :f'rlICO RUY Bacelar Slnval BO¥tura ARDA tU 10:'0 horM Local: .....%0 11 - Sala n - Bmia1 UI ISecreWl1o: Jtnt Uaehado COIlbo ZdlaOl1Bonn& Turmw.A ••pllct. RJ:UNIOJ'B Qua.r~. tllÍl1w·t.lr.... Ary Valadão Presidente: Franciscio Libardoni - Sércio Murillo Walber 'Guimarães Ubaldo Corrêa (OMISSIO DE AGRICULTURA E POLiria RURAL Mamuli Guimaráe• Rubem Dourado Sebastião Rodricues Junior Viana Neto ---~~ DEPARTAMENTO DE COMISSOES Alceu enUares Aurélio Campos CarlOB Cotta Celso Barros Elo)' Lenzi Israel Dias-Novaelll Jorre Moura. Alípio Carvalho Augusto Trein Blota .Júnior Cantídio Sampaio Dayl de Almeida Dib Cherem Eduardo Galil Henrique Córdova Ibrahim Abi-Ackel .Jorge Arbage .Jorge Vargas José Alves Ruy Bacelar SUPLENTES 1) Vice-Liderei: Herbert Levy MOB - Taneredo Neves Více-Liderell~ •.o-Secretário: MINORIA. Lider: José Bonifácio Adhemar Santillo - MDB 1. o-Secretário: Djalma Bessa -- ARENA 2. o-Secretário: Jader Barbalbo - MDB 3.o-Secretário: Joáo Climaco -- ARENA _._--- lIDa - MAIORIA , Líder: 2.°.Vice-Presidente: losé Camarl'o - Abril de lt1J 1) CantIdJo Bampaio Dlb Cherém J:dua.rdo GalU Henrique ~etU Homero santo. 110 Louo Duo CoImbn Jarmlmd Nu.w ARJ:NA :Moaqr Dalla NOluelr& de RuM:II.t OImar LeltAo ~te !"rota Balmundo Pana.. Viana Neto VAIo VIIO Vago Abril de 1978 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL tSeçiCl' I) ... MOB Figueiredo Correia. Francisco Studarc Humberto Lucena Jorge Uequed José BonifáCio Neto Rubem Dourado Sérgio Murilo Silvio Abreu Jr, MnB ThalN Ramalho Walber Gulmar_ Walt.er' SU,,, Va&'0 Varo lapleníel .ARENA Te~u, quarLu e llulniu-feiru, la 10:00 horu Lae.l: Anexo IX - Sal" 17 - .Ramal e21 1$) snrl. BRrollO M.rtiIlJ COMISSAO Df! ECONOMfA, INDIlSTRIA E, COMfRCIO Presidente: JOão Arruda. - MDB Tw.rma A Vice-Presidente: Genervino Fonseca T_aB Vice-Presidente: Igo Lesso - M:OB ARENA Titulares: ARENA T_aA Tu.nnaB A, H. Cunha Bueno Amaral Netto Anpllnp Ro... Pemando GonçaIl'clI Jo.' Ib,ddad Mario Filho Ama.ral Furlan AUiUsto Treln Carlos Wllson Daniel Faraco Herbert Levy NOrton Macedo Viana Neto A140 Fa,u:ndea Antônio Carlos d~ Oliveira Ham Sauer L&l\rt", Vieira MDB Léo Simões MarcondK Gadl'lha Rubem Medina. SantllU Sobrinho Silvio Abreu Junior Suplentes ARENA Humberto Souto Alron RIOlS Alberto HoUmann 311.nuárlo FeltOll& Alexandre Macht.do Faullno Clcero d. VuooncelOll' Altair Chl.iAa Ricardo l"íu.z1l\. Cardoso de AlmeIda D;Jrno Plrell Rodrlo mirO rarla Llm.. Ulisses Potll'UU Vago Antonio Pontes Cot..r Nuclmenio I'crnando Ot.mll Gome. do Amar..l Jorre Uequed lu.rel; B"UlItll, MDB Milton Steinbrueh Otávio Ceco&to Ruy COc1o 8ebuUf.o Rodrl(llN' Jr. Vlnlolus CanRDçlo REUNIOES Quut.... fi qulntllll-felru. as 10:00 hor.. Local: Anexo n - 811.1.. " -- RI!lJ1..1 ~:l1 IJIcretârlll.: DelJluU", UIII.c:edQ dt A.,elar vm... Dou Aderbal Jurema AntOnio MarlI Gomes da BlIu Herbert UeY7 H1deltel Freitu Jairo Ma..r.1hl6 Jutah)' Mal'r.lh~ea Luiz Braz Presidente: Rômulo Galvão - ARENA Vice-Presidente: Ma.noei de 'Almeida. - ARENA Vice-Presidente: Figueiredo Correia. - MDB TliUlareJI A.R.ENA Hélio Mauro Lomanto LYlrill Le_ Buw. Magno Bacelar Menandro MinalUm Salvador JuIianelli LeUI' Norton Macedo NOI5lIer Almeida. Os&lan Arr.rlpo Pr.ulo Ferraz Rafael Faraco SU.,io VentuwW 'l'em1stoolK Te1ll.n MDB Exped1to Zanottl Lauro RodrilUe. Olh'ir O.bardo Oct&cUlo Alm.llia VaiO Varo RXUNIOES Qua.rtu-telru, la 10:00 hor.. Local: Anexo 11 .~- Sr.1& , - Rima:! ... SecretArl..: Mula Cl.na arrleo .Alvaro Dlu AntOnio MoraÚl Arrill.no Dario Arlo Theodoro CeLso BRroe Dias Menezes 7) COMISSAO Df fINANÇAS Presidente: Ruy Cõdo -- MDB TlU'IllaA Vice-Presidente: Milton Steinbruch- MDB TlItIIlaB Vice-Presidente: José 'Rlbamar Machado - ARENA Tttulantl ARBNA Turma A Turma B Adriano Valente Carlos AlbertCl Ol1nlra O,.mo Pires Jl'ranclaoo BlIaé PInto Homero santo. Jolo Cutelo Jorge Arbage Joree Vare'" Josl! AITea José de Assis Moacyr .Da.1Ia. PInheiro Mach. Rafael Faraco Tem1stoclea TtlJfttlnl MOB Antônio JOIIl! ALhll! COllJ7 Emanoel Walsman Eplti.clO Cafeteira Gomes do Amaral João CIUlha Joio Menezel Odacir Klein RObei"l,Q CarnJho Vaco 2213 8) (OMISSAO DE fJSCAUZAÇAO flNANOOU ETOMADA DE CON.tAS Presidente; Joslas Leite - ARENA Vice-Presidente: Blnval BoavenWra - AP.JCNA Vice-Presidente: JosiJ Bonifácio Neto - l\lDB Titulares ARENA Joio VareN Manoel Nov_ Minoro MiJ'amo~ NOlISer Almeida . Oswaldo Zanello Tbeódulo AlbuI,lU"". Alberto Hoffmann Arlindo Kunzler Eurico Ribeiro Furtado Leite Gabriel Hermea Humberto Bezerra MDB Airton Sandoval AluWo Parl.guaAU Antonio Morala Ernesto de Marco ' JDlIé Thomé Marcelo Medeiroa Peixoto F11ho Walter Silva Va&o Vago Suplentes ARENA Aécio Cunha Alvaro Valle Dt..rcWo AJ'rell Oa11 de Almeld.. Fernando Gonçalves Geraldo Freire! Ivahlr Garcl. João Cast4tlo LOlUant.o Juntar Marcelo Llnhar•• Mário Uondlno Wanderle)" Mar1& WlIson 1"..1010 Vag() MDB Vago Vago Vago Vago 'JoaqUIm Bcv.llacqua VaiO J~ CarlDll Teixeira Octaol1lo Queiroz REUNIOES Qua.rtu e qUintu-feiru, lu 10:00 horu Local: Anexo II - Sala 15 (Auditório N.m RamDll) - R. tlll& Secretirlo: Walter Oouv&a Costa Arlo Theodoro Dias Menezes Epltáclo Cafeteira 9) COMISSA:O DE MINAS E ENERGIA Presidente: Paulino Clcero de Vasconcellos - ARENA Vice-Presidente: Raimundo PaI'ente - ARENA. Vice-Presidente: Jorge Ferraz - MDB Titulares ARENA João Pedro Aécio Cunha Jutahy Magalhli.e6 Alacid Nunes Newton Barreu's Antônio Ferreira Prisco Viana Cal1tidlo SampaiO Gonzaga. Vasconcelos Ubaldo Corrêa. Héllo Levy Horácio Matos MDB l!haplelltH ARENA Ala.1r Ferreira. Mulo Filho Aneellno R05a Melo Freire Antônio Florilnclo NelJon Marchesac Arlindo Kunzler Pedro Cuo1Q Ce.rlos Wilson Pedro Col1n Celso Carulho Raimundo OinlJl J oir BraSIleiro WUson ârar" JOlJaa Leite "} (OMlSSAO DE mUCAçAO ECULTURA Alvaro Valle Braga Ramos Darcílío Ayres Daso Coímbm Oayl de Almeida FIexa Ribeiro Geraldo FI:eIre I Hl1dérlcb Olinira 3G de Araújo Jorp .J0Ilé MlLria de C&rftUla Magnus Guimarãell Paulo Marques V....o v"..o MUNIOrs lIecret'rJfl.: Airton Boarea Alelr Pimenta Antunes de Ollveir. Daniel Sllya Geni.,al ToUl'inl1e Quintll'~feira 20 Aluizio Parllguassu Antonio Carlos de Oliveira Arnaldo Lafayette Aurélio Campos .Dias Menezes Florim CoutlnJlO José Bonifácio Neto UDB J uare21 Batista. Marcelo MedeirClll Odemlr Furlan Pedro Faria Pellcoto Fllho REUNIõES Qua.rtas e quintas-feiras. às 10 :00 I10ras Local: Anexo II - Sala 16 - Ramais 642', 643 e 644 ldire to 224-6669' Secretário: Ruy Omar Prudência da SiJm Alberto Lavinas ' Alvaro Dias Israel Dias~Novaes Jerônimo Santana Nelson T1:J.ibau Pedro Lauro Rubem Dourado Samuel Rodrigues Walmor de Luca. Yasunori Kunigo Suplentes ARE:NA .Tasá Machado Ary Valadão Lins e Silva Benedito Canellas Luiz Rocha Carlos Alberto Odulfo Domingues. Oliveira Siqueira Campos Ferraz Egreja. Wilmar Og,]lanhol Francelino Pereira Vago Gastão Müller Hugo Napoleão MDB Airton Soares Frederico Brandáo Carlos Cotta Joã.o Arruda Joel Lima Jorge Moura. José Carlos Teixeira Lauro Rodrigues Leõnidas Sampaio Silvio Abreu Júnior Vago REUNIom Quartas e quintas-feiras, ás 10:00 horas Local: Anexo II - Sala 7 - Ramal 660 secretário: Luiz de OUveira Pinto 2214 Quinta-feira 20 DIARlO no CONGRESSO NACIONAL (Seçâo Abril âe 197â I) 'tfla JS:::4tt REDA~O Pre8.ldente: Alron RiO$ - ARENA Vice-Presidente: Furtadc) Leite - ARENA 10> COMJSSAO IOf TllullU'eJI I, I: ~ Ahdon Gonçalves I Carlos Cotta : Jaison Barreto Duo Coimbra MDB Antônio BrelloUn Suplent... AR1!:NA TheQb,.ldo Barbon I>10co NonlUJ"Il. Prl.lco VI-ll11~ MDB Henrlqul' Cardo,t> JIClllLr MarUN REUNIOES Qulntu-!elra" h 10:00 horas Loclll: Anexo n ~ Sal.. 14 - Ram..1 072 at>cretírlo: JolI6 LyrA :aarrow c1f' Ortel'lIl m COMISSAO DE RELAÇõES EXTERIORES Presidente; Ma;rcelo Llnhares -. ARENA Vloe-Presidente: José Machado - ARENA Vice-Presidente: :Pacll'e Nobre - MDB Titulares ARENA Murllo BadarO Nogueira de Reendll' Pedro Collin R&lmundo Dinis Rogerio Régo TeotOnio Neto Ubaldo BJlfém AntOnio Ueno Cid Furt&do JI'lLrla Lima Flâ.vio Ma;rcUio BUlO Napólelo .Joaquim Coutlnbtl !tIra ~ SJlva MDB Jairo Brum Mac Dowel LeU, de Castro OUvir Oabardo Thales Ramalho Ulysses O\limarãell Adalberto Camargo Alrlo Theodoro Brllldo Tinoco Carl06 Bantos Cotta Barbosa I'trna.ndu Gama I'ra.nclsco Studart Suplentes ARENA A. H. Cunha Buem) Jo!io Varru Juvéncio DI.., Leur Loma.nto Lul:ro Fernando Norberto Schmldt Paulo Studart Pinheiro Ma.chLdo Waldomlro Oonça1YtIl Adhemar Ghisi Álvaro Gaudêncío Cleverson Teixeira Flexa Ribeiro Geraldo Guedes Gerson Camata Hermes Macedo MDB Magnus Guima.r~í!I Alberto Lavinas Aldo Fagundes Paes de Andrade Pedro Farl.. Antunes de Oliveira Roberto Carvalho Daniel Silva Sériio Murilo DiM Menezes YlllSunori Kunigo JO de Araújo Jorge João Menezes REUNIOES Quartu. qulnt..-telrlU. U 10:10 har... Loc'd: Anexu II - Sala r - RamllJ 6'17 "cntt'l"1o: P... ulo JOI6 Maeat.r.U 12) (OM&sSAO Of SAODE Presidente: Fábio Fonseca -. MDB Vlce.Presldente: Odemir Furlan -" MOB Vice-Presidente: Ulisses Potiguar ~ ARENA Tttl1larell ARENA Ademar Pereira Adnbal Juremll. Alton RIM Dlreo NOmura Pranclllco Rollemberc Inocénclo Oliveira Mauro Sampaio Nav&rro Vieira Wilson. l"aleio Vago I Adria.no Valente Br~a RamOll Henrique Brito Joio Alves Joio Durvl\l José Alves CoU~ Joel F\errel1':l> JosP Maurlciu Antonio Annibelll ErMmo MartÍlllll Pedro Lê!> SimôCli ~.ndo Coelho Pedn:> Lucena aEUNIOES Qu&rtu-ftoiru, àl!I 10;00 horaa Local: Anexo U .~ $ala 12 - .. Ihm.... 1ft Secretilrlo: Hellu AlUI! Ribeiro Aleeu SlIplentN ARENA Alclr Pimenta. M:oB KDB Leõnldu 81Lmpa.!(1 Pedro Lucena Walter de Cutro ARENA Manoel NOVNlS Salvador Jullanelli Theódulo AlbuQu.rqu~ Vlngt RO$ado Vaia 15) COMISSAo Dl 'TRABALHO [ l.EGfStAÇAC SOCIAl.. PreSidente: WilmR.t' Ollllanhol .iI..lUlN.... Vice-Presidente: Luiz Rocha - ARENA;, Vice-Presidente: IU'gilano Dario - MOB Titulares ARENA LullI: 'Fr:rnando Adhemar Ghl:ll Neul'ln March_ AlvJlfo Olludénc;lu O$mar t.elef.n Aroldo ClIJ'valho Siqueira carnp!Jlt Benedito Canellas Eduardo Oal1l Vllmar Pont.:' Wilson Brll€'a U} COMISSAO Df: SEGURANÇA NACIONAL Gastão Müller Jacob ClU'olo Presidente; Paulo Studart - ARENA Joio AIYll'\lli Vice-Presideme:Parente Frota - ARENA MDB Vice-Presidente: Florim Coutinho _. MDB Joel Lima Aloisio SantOi! Titulara José Cl)I$l.a. ArnaldQ Lafayette Mário Frotll Fernando Cunha, ARENA OCte,vlo Torre<:U"" Frederico Brandão Januárlo Feitosa 1I.11pio Carvalho ROllll Flore. Freitas Nobre Célio Marque.. Odulto DomlI'~1J Ruy Brito Jori!'! Moura Sylvlo Venturem Fernandell Suplentes Vicente Vuolo Hélio Campos ARI!:NA !talo Conti MDB Ibrahlm Abl-Ac:.'tt Ademar Perelr. ttalo Conil AntOnIo Gome. Expedito Zanotti Mlnoru MaMuda JoII6 Haddal1 !:lclval Calado Joel Ferreira Ney Ferreira L)'gla. Le.t8& Bu"" Furtado Leite José Carlós TeixeIra Ruy I,mo Murllo Ba.t1aró Geraldo BulMe. Suplentu Nln.. Ribeiro Glola. Júnior Rezend.. Montelrd' HlIl!o M&uro ARENA l3a.ntoa F.I1ho Henrique Córdovâ Afrudo Vieira Llrl,M. Francisco ROUemberl MDB Alacld Nunes Jonu Carla, Aurelio Campo. Sfivlo de Abt',uJIUUw Bento Gonçalve. Jose Rlbamar Maelado i Oamaliel Oalvlu Tareltilo DeI(j4i' C~UQ Borja Newton Barreira Genlval Tourinho Vl.lI'o Flávio Maremo TeotOnio Neto I, Peixoto Filho Vago MDB i Ruy COdo VI.lI'O Vaio •Aldo F&gulldell JG de Araujo JOfJe , Vqo Odemir Furlan Alualo ParalrUaMu Samuel RodrliUllII Dlu Mene&ell Valr° II Erumo Martins Pedru REUNIOES REUNIOES I Qua.rtas e qutntils-felru. ás 10 :00 horu I Local: Anexo n: - Sal. 11) - Ramal "'7 Quutas e quintall-felru, U 10:00 horu Secretário: Nel~n Oliveira de Souaa Local: Anexo II .- Sala 13 - Ramal.. \'lei" tU Secretária: Regina Maria Zaniolo de Carvalho , '16) COMfSSAO DE TRANSPORTES II Presidente: Murilo Rezende - ARCNA '14) CDM.SSAO OE SERVIÇO POBLlCO I' Vice-Presidente: Alcides Franciscato - ~A Presidente: Lauro Rodrigues - MOB Vice-Presidente: Nabor Junior - MOB Vice-Presidente: cesar Nascimento - MDR , Titulares Vice-Presidente: Raul Bernardo - ARENA ARENA TItulares Nunes Leal Abel AvU. ARENA I Bento Oonçalvell Rezende MooteU'i> Henrique Pretti Ruy Bacelar AgOstinho Rodrigues Jonu CarlOll I Hermes Macedu SantOll Fllho Ossla.n Araripe Ary Kffuri I Hydekel Frelt&s Vasco Neto Pa.ssos Porto Francehno Pereira i Lomanto Júnior Paulo Ferraz Geraldo Guedes MOB wanderley Mariz I vahir Garel.. ~ Antonio Mota. Iturival NucUnftt"'" ! MDB I FerlllLlldo Lyra Juare:z. Batlst& Octacilio Almeidll. Paes de Andrade Antônio PontAl. 1 Francisco Rocha. Helio de Almeida otávio CeceMo Gamaliel Galvão Sebastlio RodrilllH Jr. Henrique Eduardu Sérgio Murllo Osvaldo Buske1 Alves Supll'n'tes Suplentes ARENA ARENA Alipio Carvalho Raul Ber'l'W"<iO Mauro Sampaio Hélio CampOlS AmJlfal l"urltUl Ubaldo Corr'" Nunes Leal H4!llo Levy Cid Furtado Vasco Amaro Claudlno Salea Rómulo Oalvlo Vasco Neto Joio Pedro Ernuto Valente V1eir.. da 51h'a Joaquim Oue...ra Vicente Vuolo Theobaldo BarbQjljjl Eurico Ribeiro Vilmar PontM Na.varro Vlei"" Manoel de Almeida Nunea Rocha. .0 :MOB Athlé COUI'}' Walmor de Luca Joaquim BevUa.cquJ. Yuunori KunlCQ Marcondea OllÓ,elha Vago roroNIOES QUlIJ't&ll e qulntu-felr....... 10:00 haTu l.ooal: Anexo 11 -~ Sala la ~ Raln&!. 1I1l:! 5ecret:h·i.. : In_ Fernandes COllta , I I I I I Abril de 1978 DIABIO DO CONGRESSO NACIONAL (S~io 1) Quinta-feita 20 2215 LZ MOB AdaJberto Cama:rgo Joé MandelU AntAlinto CarlOl! Mário Moreira d1l OllyetrA Odacir Klein DluMenezea Pedro Lauro ZnMt.Ito de Marco Ruy CMa lako Brum Rl'WNIOES Quartu e quint..-felr.... ia 10:30 horu Loc&1: Anexo II - SalA 1\ - RamI.1 'lI1I1 8teretmio: Carlos Brull de ArAÚjO 3) (OMISSÃO Sitio de Collllu6ft d. IUlluêrlUi Chefe: LuiJI AntOnio de S;. Cordeiro da sn•• LocI.1: Anexo IX - Ramal 61:1 - 23-S2311 (D1rtW) COMISSOES ESPECIAIS' n COMISSAO DA AMAZôNIA Presidente: Alacid Nunes - ARENA Vice-Presidente: Marão Filho - ARENA Vice-Presidente: Antunes de Oliveira. - MD:B I MDB Ruy Lino Vago .Toei Ferreira Júlio Viveiros Nabor Júnior • REUNIõES Quartas-feiras, às 10 :00 horas Local: Anexo II - Sala 8-A - Ramais 600/616 Direto: 224-4769 Secretária: Jacy da Nova Amarante 2) COMISSAO DA BACIA DO SÃO FRANCISCO . Presidente: Antônio José - MDB Vice-Presidente: José Costa - MDB Vice-Presidente:'- ARENA TltuIaretl MDB Cotta. Barbosa. José CarlQl1, TeIXeira Vinicius cr.nsançio ARENA Bento Gonçalves Geraldo Bulhóes J '", Alves Ih 'oel Novaes Menll,ndro Minahim ftoririo R~&'o Suplente. ARENA I'r&nclsco Rollemberg Joalu Leite PM80a POrto Paullno Clcero, ele Vuconcellos Prilco Viana Ricardo Fiuza MDB Ney Ferreira Thales Ramalho Vago VqO Vago REUNIOES Qulntu-telrlLl. às 10:00 1\oru Local: Anexo n - Sala 3 - Ramal .11 secretária: Márcia. de Andrade Pereira. Resende Monteiro Valdomiro Gonçalves Juarelli Bern&rl1ea Suplentetl AREN'A Uhaldo Barllm VIcente Vuol.o Vago MOB Vago Varo Vago REUNIOES Quintas-feiras: às 11:00 horas Local: Anexo II - Sala 8-B - Ramal lIlIS , Secretário: Romualdo :JI'ernandes Atnoldo 4) I Suplente. ARENA Siqueira Campos Temístocles Teixeira Ubaldo Corrêa HêUo Levy Nunes Rocha Siqueira Campo» .'u1tônio Carlos de Oliveira , Vago MOB Edison Bonna. Hélio Campos Raimundo Parente Tr.ncredo Neyq - IIDB Brlgido Tinoco - MDB Ieo Losso - ARENA 10ão Llnharel! - ÁRJlKA Tltul_ MDB ARENA Celso Barros Cleveraon TeixeirA Mac Dowel LeU. 4. Geraldo Guedes Raymundo Dinlz CMtro Vago IlSI'ael Diaa-Nov",. PrNidente: Vlce-Preaidente: Vice-Presidente: Relatar-Geral: MDB Fernando Cunha Genervino Fonseca. Nosser Almeida Rafael Faraco Jerônimo Santana. Mário Frota O CóDIGO ctVIL ARENA BeneditO Cr.nellu Jarmund Naseer José de Assis ARENA Antonio Pontes Epltácio Cafeteira 6) tOMISSAO ESPECIAL DESTINADA A DAli PARECER AO PROJETO N.1I 634. DE 1915g 00 PODER EXECUTIVO, QUE DISPõE 50_ Tltula.nla TitulaJ'ell' Gabriel Hermes Juvêncio Dias' DE DESENVOLVIMENTO Presidente: Iturival Nascimento - :MDB Vice-Presidente: Walter da Castro - MDB Vice-Presidente: Gastão Müller - ARENA COORDENAÇÃO DE COMISSOES TEMPORARIAS Diretora: OildA Amou de AuiI Republ1C1N\O La;c1.1: Anexo 11 - Ramal '1-iil Seção de ComiSsões Especiais Chefe: SteUa Prata da Silva Lopes Local: Anexo Ir - ealr. S-B - Ramal 104 ~SPECrAL DA REGIAO CENTRo-OESTE I COMISSAO DE DESENVOLVIMENTO DA REGIAO SUL Presidente: Alexandre Machado - ARENA Vice-Presidente: João Vargas - ARENA Vice-Presidente: Antônio Annibelli - MD.B TUu1arM ARENA MDB Abel Avlla Aluízio PN'llI'UIlMu Antônio Ueno Diu :Mellczea Eloy Lenzi Pedro Colin Vasco Amaro Ernesto de Mr.:rco SlIplentllll ARENA MDB Adrl&llo Valente JaiJon Barreto Arlindo Kunzler Odacir Klein Henrique Córdova VAiO Hermes Macedo Vail'o WllmlU" Dallmhol V~o Vago REUNIOES Qur.rtas-felrU. àS la :00 hor.. Local: Anexo III-SalaS-B-ComWóea Especiais-Tel.: 24-6'119 -R.amr.ll 1107/108 Secretário: Asas5Ú' Nylander Brito 5) COMISSAO DO POLfGONO DAS SECAS Presidente: Carlos Alberto Oliveira - ARENA Vice-Presidente: Ernesto Valente - ARENA Vice'Pl'esldente: Jarbas VasconcelOS -:MDB Titulares ARENA Inocêncio Oliveira. 'celso Carvalho Geraldo Guedes Jutahy Mllialhlea MDB Ce150 BlIdTos JIR COIlt.r. Vago Genival Tourinho Sllplentes ARENA Menr.ndro MinI.hlm. Humberto Bouto Pinheiro Machado Januárlo FeitoR Wanderley ~ Manoel de Almeida :UDB Ja.é Cr.:rlos Teixeira Fernando Coelho Fernando Lyra OCtacnlo Quelrol P'iaueiredo Correia IU!:UNIOES Qulntas-felr.... b 11 boru Local: Anexo Ir - Sala S-A Telefone: 223-7289 (direto) e Ramal n.o 695 ~o: JoR Salomlo J&eOblna AIrM . Suplentetl MDB ARENA I ErMmO M&rtIna Peclt~ Marcelo Linhax>el Tarc1slo Dele&do Henrique Córdova Fernando Coelho Antônio Morimoto Theoba1do Barb06r. Mário Moreira O.rwaldo LIma Cid Furtado Va&'o REUNIOES Local: /mexo lI-Sala 8-A-Ramaia 1I01 • •t Secretário: Antônio Fernando Boree. Manaan 1} COMISSAO ESPECIAL DESTINADA A DAI: PARECER AO PROJETO N.O 633, DE 1975., DO PODER EXECUTIVO, QUE DISPõE SOIU O CÓDIGO DE PROCESSO PENAL Prellldent.e: Vlce-Pre.sldent.e: Vlce-Prellidente: Rell\tor-Oeral: sérBio Murllo - :uDB Peixoto Filho - MDB BantOiSFilho - ARENA. Gln'aldo Freire - ARENA Tltu1al:'ell1 MDB ARENA José Bonl!4clo Neto Lidovino Fantoll ROR. Flore. Adriano Valente Claudlno Ballea lbrahim Abl-Ackel Ivabir Garcia Suplente. MDB ARENA Airton SO&rea Eduardo Galil Celso Barro. Fernr.ndo Gonçalves Joel Ferreira Oaatio Müller José COIIt.. Hugo Napolel0 Rubem Dourado Ieo Lo$80 Varo REUNIOl!:S Local: Anexo II -- Sal.. II-B - Ram..ia loa e6M secretárja~ Mr.ria Izabel Azevedo 8} COMISSAO ESPECIAL DESTINADA A ELAloRAÇAO DE PROJETOS DE LEI SOBRE REDIV'" SAO TERRITORIAL EPOLfTlCA DEMOGRAFICA Praident.e: Siqueira CNnS- - .uu:MA 't'Jee-Pretlldente: Vicente Vuolo - AlU:NA Relator Geral: Henrique Cardoso - MDB a.zat.or de RedI,Jão: .iJG de Ar&l1Jo Jorp ..NDB IhIb-RAI1&tor de Red1Y11io: DuO COúnbra - , AB&KA aeJator de Pollttca Demorrf.fle&: Joio AI". - A.N:NA. .Úb-Re1ator de PollUe& Democrf.f1e&: AntoDSo C&r1011 de OnTelra -- MDB TK~ A.R.ENA PNDc1IcO Rolembeq CJe.raldo Bulh6ea BmnquI Bnto IU>B AntoDto Ponte. Joio Gilberto' JOIIqulm BcYI1acq. . 2216 Quinta-feira 20 ARENA 0utI0 NWler 116110 Campotl Humberto Souto DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (8eçio I) ..... Antc'liD1o JJniJIoUD JerOnlmo Sanaaa NabQr Jl1n1or Pedro LutllIIID& If-.. .AImelda PClIxoto JI'Ubo RU7 COIto Jorge Moura 8uplente:lt .ARENA Amaral Furl,m Jlalmi1D40 Pa.ren~ RZUNIO. TlqM-telru... 10:" hana .....: Anuo II = l!I&Ja ...... ~ RMMI _ TerçaS-feiras. às 10:00 horas Local: Anexo II - Plenário das CPlls Telefone: ~97 (Anexo UI) Secretária.: Lucy stumpl Alves de Soua COMISSOES DE INQUlRITO COMISSÃO PÁRLAMENTAR DE INQUIRnO DESTINADA A EXAMINAR A SITUAÇlO DO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL (Requerimento n." 130/77 - CP!> Prazo; 15-3-78 a. 5-10-78 Presidente: OCtacílio Almeida, ~ MDB Vice-Presidente: Fernanclo Coelho·- MDB Relator: João Pedro - ARENA Titul.arell ARENA Uário Mondino Duo Coimbra. Adriano Valente Dayl de Almeida Darcílio Ayrell Mollcyr PalIa Dareílio AYTes Siqueira Campoa MPB Rubem Medina. Fernando Coelho Léo Simóell Suplentes ARENA REUNIOES Secretário: Antonio E,«;t:mislaú G(\IlIeij 1) MDB Silvio de Abreu Júnior Antônio Morais Edga.r Ma.rtins OUvir Gabarclo Wa.lter Silva. .-!II ARENA Adriano Valente Silvio Venturolll Manoel de Almeida Hélio Mauro Nasser Almeida 2 !li Tit~ MOB Ruy Coou João -Gilberto IIDB .lap.v~ lftla 1.-. But.olt Abril de 19'18 23 Alexandre Machado Antônio Gomell Alipio Carvalho Antônio Ferreira lVahlr Garcia Igo Losso MOB i 2) COMISSÃO PARLAMENTAR DE DiQUlRlTO DESTINADA A APURAR OEHÍlNClAS ARES· PEITO IDE OCORRiNCIAS DE ESPECULAÇAO rAOBJUÁRlA NOS GRANDES CENTROS UR· BANOS Airton SaIldova.l Alcir Pimenta Frederico Brandão Pedro Lauro E'manoel Waisman Resolução n.o 132177 Prazo: 5-4-78 a 25-10-78 Presidente: Vice-Presidente: Rela.tor: Relator-Substituto: Terças. Quartas e QUintas-feiras, às 11:30 hor... Mac DoweU Leite de Castro Local: Anexo II - Plenário das CPIs Joaquim Bevilacqua ~ Telefone: 225-4800 - R. 612 ou 223-3m Lygia Lessa. BastO!\ Jair Brasileiro ~ secretâria: Lya. de Lima. Borges Centro Gráfico do Senado Federal Caixa Postal 1.203 Brasília - DF [ ---_._--_.__ .~-----~ P)'{EÇO DESTE EXEMPLAR Cr$ 1,00 -..--....~ _._~-~._=- --._- I >3"-.......- . - -